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1 PERFIL COGNITIVO ASSOCIADO A ASPECTOS FUNCIONAIS E ANTROPOMÉTRICOS EM IDOSOS COGNITIVE PROFILE ASSOCIATED WITH FUNCTIONAL AND ANTHROPOMETRIC ASPECTS IN ELDERLY PERFIL COGNITIVO EM IDOSOS Autores: Willielma Araújo de Brito - Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito Federal - Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected] . Enfermeira Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de Educação do ICESP. Lusilene Mendes Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito Federal - Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected] . Enfermeira Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de Educação do ICESP. Marcelo Magalhães Sales QS07 LT1, Bloco G, EPCT, Águas Claras - DF, CEP: 71966700; [email protected] . Mestre - Programa de Pós- Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB. João Bartholomeu Neto - SEPS 704/904, Asa Sul 70390045 - Brasília, DF Brasil; [email protected] . Mestre Programa de Pós- Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB. Aparecido Pimentel Ferreira QE 11 Área Especial C/D - Guará I - Brasília DF, CEP: 71020-631; [email protected] . Doutor Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa NIP das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de Educação do ICESP. Contribuições individuais: Willielma Araújo de Brito e Lusilene Mendes Escrita e coleta de dados Marcelo Magalhães Sales e João Bartholomeu Neto Escrita, e revisão final Aparecido Pimentel Ferreira Análise e revisão final Autor responsável pela correspondência: Aparecido Pimentel Ferreira

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PERFIL COGNITIVO ASSOCIADO A ASPECTOS FUNCIONAIS E

ANTROPOMÉTRICOS EM IDOSOS

COGNITIVE PROFILE ASSOCIATED WITH FUNCTIONAL AND

ANTHROPOMETRIC ASPECTS IN ELDERLY

PERFIL COGNITIVO EM IDOSOS

Autores:

Willielma Araújo de Brito - Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito

Federal - Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected]. Enfermeira – Curso de

Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de

Educação do ICESP.

Lusilene Mendes – Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito Federal -

Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected]. Enfermeira – Curso

de Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior

de Educação do ICESP.

Marcelo Magalhães Sales – QS07 LT1, Bloco G, EPCT, Águas Claras - DF, CEP:

71966700; [email protected]. Mestre - Programa de Pós-

Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB.

João Bartholomeu Neto - SEPS 704/904, Asa Sul

70390045 - Brasília, DF – Brasil; [email protected]. Mestre – Programa de Pós-

Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB.

Aparecido Pimentel Ferreira – QE 11 Área Especial C/D - Guará I - Brasília – DF,

CEP: 71020-631; [email protected]. Doutor – Núcleo Interdisciplinar de

Pesquisa – NIP das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de

Educação do ICESP.

Contribuições individuais: Willielma Araújo de Brito e Lusilene Mendes Escrita e coleta de dados Marcelo Magalhães Sales e João Bartholomeu Neto Escrita, e revisão final Aparecido Pimentel Ferreira Análise e revisão final Autor responsável pela correspondência: Aparecido Pimentel Ferreira

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Resumo:

Objetivo: verificar o perfil cognitivo de idosos e a sua associação com

aspectos funcionais e antropométricos. Metodologia: estudo transversal

descritivo realizado em 84 idosos residentes em suas próprias residências.

Foram coletados dados referentes às medidas antropométricas (massa

corporal, estatura, circunferência da cintura (CC), circunferência do quadril

(CQ), para posterior cálculo do índice de conicidade (IC), relação cintura/quadril

(RCQ) e relação cintura/estatura (RCE). Ademais, dados funcionais baseados

na bateria de testes adaptada do Funtional Fitness Test e o déficit cognitivo foi

avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental, também foram coletados.

Resultados: A demência encontrada foi de 7% dos idosos, não havendo

diferença entre os sexos. A CC e a RCE foram consideradas preditoras da

demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de proteção. A

circunferência da cintura e a relação cintura / estatura foram os maiores

preditores da demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de

proteção. A razão cintura / estatura apresentou capacidades preditivas da

demência nos idosos que apresentaram RCE maior que 0,67 cm em 5,6 vezes

mais chances de desenvolver a demência enquanto que o equilíbrio

apresentou fator de proteção em 15% menos chances da presença da

demência. Conclusão: A prevalência da demência nos idosos foi de 7% não

diferindo entre os sexos. A CC e RCE apresentaram capacidade preditiva para

a demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de proteção.

Palavras-chaves: Idoso; Demência; Antropometria.

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Abstract:

Objectives: to verify the cognitive profile of elderly and its association with

anthropometric and functional aspects. Methodology: cross sectional study

conducted in 84 elderly residents in their homes. Data collection comprised

anthropometric measures (weight, height, waist circumference (WC), hip

circumference (HC) for subsequent calculation of the conicity index (CI), waist /

hip ratio (WHR) and waist / height (WHR). Functional data based test battery

adapted from Functional Fitness Test and the cognitive deficit was assessed

using the Mini Mental State Examination. Results: A 7% dementia prevalence

rate was found, with no relevant statistical difference related to gender. The

 waist circumference and the waist/height ratio were regarded as predictive of

dementia while a balanced ratio was regarded as a protective factor. Ratio

waist-height presented predictive capabilities to dementia in elderly with a RWH

higher than 0,67 cm in 5,6 times more chances to develop dementia while the

presence of balanced indicated a protection factor in 15% less chances.

Conclusion: prevail of dementia in elderly was 7%. Waist circumference and

waist-hight relation indexes presented predictive capacity for dementia while a

balanced pattern was regarded as a protective factor.

Keywords: Agend; Dementia; Anthropometry.

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INTRODUÇÃO

Durante as últimas décadas, observa-se um novo comportamento

demográfico devido ao avanço na expectativa de vida e o aumento na

proporção de idosos na população mundial. Entretanto, é relevante a busca de

estratégias que busquem prolongar a expectativa de vida livre da incapacidade

funcional e cognitiva.

A população idosa é um grupo caracterizado pela heterogeneidade e

idosos da mesma faixa etária apresentam uma considerável variância no risco

de incapacidade, capacidade cognitiva, hospitalização, institucionalização,

quedas e mortalidade (KAN et al, 2009) 1.

Segundo Nascimento et al (2009)2, o envelhecimento é um processo

contínuo em que ocorre declínio progressivo da maioria dos processos

fisiológicos. Segundo Cavalli et al (2011) 3, é comum alterações em nossos

sistemas quando envelhecemos; com o envelhecimento, a estatura diminui

cerca de 1 cm por década, a freqüência respiratória diminui devido às

alterações estruturais e funcionais; no sistema nervoso o numero de neurônios

cai significativamente. No que se refere ao sistema cardiovascular, é comum

ocorrer aumento da rigidez arterial, aumento da pressão arterial, e diminuição

do débito cardíaco em repouso e no exercício, além de redução da densidade

mineral óssea (PINTO, 2011)4. Adicionalmente, o envelhecimento resulta em

redução da reserva fisiológica respiratória, e diminuição da difusão alvéolo-

capilar.

5

No entanto, dentre as diversas alterações verificadas nos idosos, as

alterações conferidas ao cérebro, de natureza morfológica, como a diminuição

de peso e volume cerebral, e de natureza funcional, como o déficit cognitivo,

podem ser mais agressivas. (TIBO, 2007)5. A perda cognitiva ou demência

pode ser observada independente de doenças degenerativas. Segundo Nordon

et al (2009)6 a demência é a perda ou redução progressiva das capacidades

cognitivas, de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea,

suficientemente para provocar uma perda de autonomia e declínio funcional

(LACAVA, 2006)7.

Alguns mecanismos para explicar a associação entre desempenho físico

e risco de doenças são sugeridos. Fatores musculares como diminuição das

unidades motoras, ativação muscular comprometida, substituição das fibras

tipo II para as fibras tipo I e conseqüente diminuição na velocidade de

contração; fatores neurológicos como diminuição da sensitividade cutânea, na

velocidade de condução dos neurônios, no tempo de reação, no volume de

matéria cinzenta cerebral, no funcionamento cerebral e lesões na matéria

branca cerebral, têm sido relacionados à diminuição da velocidade da marcha

(KAN et al, 2009, STENHOLM et al, 2010, COOPER et al, 2010)1,8,9.

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi verificar o perfil

cognitivo de idosos e a sua associação com aspectos funcionais e

antropométricos.

METODOLOGIA

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DELINEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo, de caráter transversal descritivo, foi realizado na

população idosa de ambos os sexos.

CRITÉRIOS ÉTICOS

Antes da coleta de dados o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa do Hospital das Forças Armadas (HFA) sob o protocolo

016/2011/CEP/HFA. Os voluntários ou seus responsáveis assinaram o termo

de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

AMOSTRA

A amostra foi constituída por 84 idosos de ambos os sexos (15

Masculino e 69 Feminino) com idade entre 61 e 90 anos, residentes em

domicílios próprios no Distrito Federal, selecionados por conveniência.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Ter mais de 60 anos de idade, ser residente em domicílio próprio,

assinar o termo TCLE, participar de todas as coletas de dados, não apresentar

nenhuma neuropatia ou problema osteomuscular que impossibilite a

participação nos testes físicos.

7

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO

Após contato com os idosos em seus domicílios, foram coletados os

dados referentes às medidas antropométricas, ao Mini Exame do Estado

Mental (MEEM), e testes funcionais.

VARIÁVEIS FUNCIONAIS

Os testes funcionais foram baseados na bateria de testes adaptada do

Funtional Fitness Test.

TESTE DE ROMBERG

O avaliador solicitou a cada voluntário que permanecesse com os pés

juntos, descalços, com olhos abertos por aproximadamente 30 segundos e,

depois, com olhos fechados durante também 30 segundos. Foi cronometrado o

tempo de permanência na posição em pé sem perda de equilíbrio e considera-

se positivo o teste quando o voluntário não consegue passar mais de 10

segundos de olhos fechados sem oscilações corporais. Foi registrado o tempo

que cada voluntário apresentou para ter a primeira oscilação, aqui considerado

tempo de equilíbrio, ou seja, em que cada voluntário permaneceu sem

oscilação corporal. Os resultados foram obtidos por meio da duração do tempo

de até 30 segundos em cada posição e pela observação das posições, isto é, a

quantidade de oscilação e estratégias desenvolvidas para a manutenção do

equilíbrio.

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TESTE DE PREENSÃO PALMAR

Inicialmente o avaliador explicou de forma objetiva a finalidade do teste

mostrando o instrumento ao voluntário, para familiarização e adaptação ao

teste. Durante a avaliação da força de preensão palmar, os participantes

permaneceram sentados em um banco regulável de acordo com a altura,

estando o ombro em posição neutra, cotovelos fletidos em 90º e punho na

posição neutra (intermediária entre pronação e supinação), enquanto o

examinador sustentava o dinamômetro.

Os sujeitos foram orientados a realizar a contração isométrica máxima

ao comando verbal do examinador, que consistiu na pronúncia da seguinte

sentença: "um, dois, três e já". Foram realizadas três repetições (com duração

de até 5 segundos para cada tentativa), alternando os membros, sendo

inicialmente testada a mão direita. O intervalo de tempo entre uma tentativa e

outra para a mesma mão, foi de 60 segundos, a fim de permitir um descanso

para evitar a fadiga muscular durante o teste. Nenhum encorajamento por parte

do examinador foi oferecido durante o teste.

TESTE DE LEVANTAR E CAMINHAR (TIMED UP AND GO – TUG)

O teste TUG foi aplicado em local pré-determinado. O resultado do teste

foi mensurado por meio de cronômetro e registrado em segundos, avaliando o

tempo gasto por um idoso para levantar-se de uma cadeira, caminhar uma

distância de 3 metros, dar a volta em uma marcação feita com uma fita fixada

no chão, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente. Foi utilizado

9

um cronômetro digital comum da marca Polar®; uma cadeira de 45 centímetros

de altura para o assento e 65 centímetros de altura para o apoio dos braços

com encosto para as costas, marca Grosfillex®, A demarcação no chão do

percurso de 3m foi realizada utilizando-se uma fita métrica de fibra de vidro e

fita adesiva azul colada ao chão.

TESTE DE LEVANTAR-SE DA CADEIRA

Para esse teste foi utilizada uma cadeira com encosto reto, sem apoio

lateral, com 45 centímetros de altura, e cronômetro. A cadeira ficou encostada

à parede para impedir que a mesma se movesse durante o período do teste.

Foi realizado um pré-teste para familiarização, para assegurar que o

participante sentado ocupe a maior parte do assento, com os pés bem

apoiados no chão. Foi contado em voz alta cada vez que o participante

levantou, até a quinta vez.

MINI EXAME DO ESTADO MENTAL

O MEEM é composto por questões tipicamente agrupadas em 07

categorias, cada uma delas desenhada com o objetivo de avaliar funções

cognitivas específicas, sendo: orientação para tempo (5 pontos), orientação

para locais (5 pontos), registro de palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5

pontos), lembrança de palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos), e capacidade

construtiva visual (1 ponto).

10

O escore do MEEM pode variar de 0 a 30 pontos. As respostas foram

obtidas mediante perguntas dirigidas, cujas respostas são categorizadas em

escores com base no julgamento do avaliador, embora os escores estejam

previamente estabelecidos no instrumento. Os pontos de corte utilizado no

presente estudo foi: analfabeto - 13 pontos; escolaridade de 1 a 8 anos

incompletos 18 pontos; 8 anos ou mais - 26 pontos, de um total de 30 pontos

(BEVERLY et al, 2005)10.

VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS

MASSA CORPORAL

Para a mensuração da massa corporal foi utilizada uma balança digital

marca britânia®, com resolução de 0,1kg. Para esta mensuração os indivíduos

ficaram com o mínimo de roupa possível, posicionaram-se de pé e

permaneceram imóveis até a estabilização do valor apresentado no visor da

balança. Os voluntários foram colocados de costas para o visor da balança

para que não sentissem tentados a olhar os resultados e se inclinarem levando

a possíveis variações numéricas no visor da balança (COSTA, 2001)11.

ESTATURA

Foi utilizada uma fita métrica de fibra de vidro, que ficou fixada à

parede. Para este procedimento os avaliados uniram os pés e encostaram-se à

parede, ficaram eretos com os braços relaxados ao longo do corpo.

11

Executaram uma inspiração profunda. A cabeça do avaliado foi posicionada de

forma que a face ficasse na vertical. Outro referencial para a posição da

cabeça inclui o posicionamento do plano de Frankfurt no qual uma linha

imaginária passa pelo ponto mais baixo da borda inferior da órbita e pelo ponto

mais alto da borda superior do meato auditivo direito (COSTA, 2001)11. Após

estes ajustes foi observado o ponto mais proeminente da cabeça para a

realização da medida.

CIRCINFERÊNCIA DA CINTURA E QUADRIL

A circunferência da cintura foi realizada com uma fita métrica de fibra de

vidro, com 150 centímetros de comprimento e resolução de 0,1. Mensurada na

linha da cicatriz umbilical, estando o avaliado sem camiseta.

A circunferência do quadril realizada com a mesma fita métrica na região

mais preponderante do quadril, estando o avaliado com os pés unidos e as

pernas estendidas (LEITE, 2004)12.

CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO

Para mensurar a Circunferência do Braço (CB), o mesmo foi flexionado

em direção ao tórax em ângulo de 90º, localizado e marcado o ponto médio

entre o acrômio e olécrano. Solicitou-se ao indivíduo que ficasse com o braço

estendido ao longo do corpo e com a palma da mão voltada para baixo

(SPEROTTO et al, 2010)13.

12

CIRCUNFERÊNCIA DA COXA

A fita métrica foi posicionada transversalmente, na metade da distância

entre a linha inguinal e a borda superior da patela. Os pés levemente afastados

e o peso do corpo igualmente distribuído entre eles (LEITE, 2004)12.

CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO

A medida foi realizada com o avaliado em pé, com a coluna ereta e a

cabeça no plano horizontal de Frankfurt. A fita métrica foi posicionada na

menor circunferência do pescoço logo acima da proeminência laríngea (pomo

de Adão) (DELGADO, 2004)14.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Inicialmente foi verificada a normalidade dos dados após as

estratificações dos grupos, utilizando-se o teste de Shapiro-Wilk quando o

grupo estratificado foi até 50 indivíduos e Kolmogorov-Smirnov quando o grupo

foi superior a 50 indivíduos.

Foi utilizada a estatística descritiva e medidas de freqüência para

verificar a prevalência da hipertensão arterial, diabetes, labirintite, osteoporose,

nível de atividade física e classificação nutricional. Para os dados contínuos

foram usados os valores de média e desvio padrão.

Foi utilizado o teste Qhi-quadrado (X²) para analisar as proporções entre

os diferentes grupos. Foi usado o test “t” independente para analisar as

diferenças antropométricas, hemodinâmicas, estado mental e de desempenho

13

dos testes funcionais de acordo com o nível de atividade física, classificação

nutricional e o sexo.

Para a análise dos pontos de corte dos indicadores antropométricos e de

desempenho dos testes funcionais estudados que pudessem identificar a

demência foi adotada a técnica de curva ROC (receiver operating

characteristic).

A curva ROC foi gerada pela plotagem da sensibilidade no eixo y em

função de 1 - especificidade - no eixo x. Por um lado, a sensibilidade refere-se

à porcentagem dos indivíduos que apresentaram o desfecho (no presente

estudo, a demência) e que foram corretamente diagnosticados por meio do

indicador (isto é, verdadeiro-positivo). Por outro lado, a especificidade descreve

a porcentagem dos indivíduos que não apresentaram o desfecho e foram

corretamente diagnosticados por meio do indicador (isto é, verdadeiro-

negativo).

O critério utilizado para aceitação de ponto de coorte válido foi

apresentar valores de sensibilidade e especificidade mais próximos entre si e

não inferiores a 60%. A significância estatística de cada análise foi verificada

pela área sob a curva ROC e pelo intervalo de confiança a 95% (IC95%).

Nesse sentido, um indicador perfeito apresenta a área sob a curva ROC de

1,00, ao passo que a linha diagonal representa a área sob a curva ROC de

0,50. Para um indicador apresentar uma habilidade discriminatória significativa,

a área sob a curva ROC deve estar compreendida entre 1,00 e 0,50, e quanto

maior a área, maior o poder discriminatório do respectivo indicador.

14

O IC95% é outro determinante da capacidade preditiva. Portanto, para o

indicador antropométrico ou de capacidade física verificado ser considerado

preditor significativo da demência, o limite inferior do IC (Li-IC) não pode ser <

0,50.

Os modelos de regressão logística bivariada e multivariada foram

utilizados para o cálculo do Odds Ration (OR) e foram realizados os ajustes

para variáveis antropométricas e de capacidade funcional.

Foi adotado o valor de p < 0,05 para apontar as diferenças

estatisticamente significativas. Para a análise estatística foi utilizado o SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences) para Windows, versão 18.0 e pelo

programas Statatm, versão 9.1.

RESULTADOS

A tabela 1 e 2 apresentam a caracterização da amostra, com valores

antropométricos, hemodinâmicos, de desempenho e o resultado do teste do

MEEM, bem como os valores percentuais da demência e de outras doenças

crônicas.

Tabela 1 - Aqui

Houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis: massa

corporal, estatura, RCQ, circunferências do pescoço e da cintura, no qual os

homens apresentaram valores superiores quando comparado às mulheres.

Tabela 2 - Aqui

15

A Tabela 3 apresenta os pontos de corte e os respectivos valores de

sensibilidade e especificidade dos indicadores antropométricos e dos testes

que mediram a capacidade funcional na predição da demência.

Tabela 3 - Aqui

De acordo com a tabela 3, as variáveis antropométricas da

circunferência da cintura e a razão cintura/estatura foram consideradas

preditoras da demência, uma vez que, o limite inferior do intervalo de confiança

se apresentou acima de 0,50 (Li - IC > 0,50). Já o IMC, Índice de conicidade,

RCQ e os testes de desempenho, conforme estabelecidos na metodologia, não

apresentaram valores confiáveis de sensibilidade e especificidade (Li - IC <

0,50). Nesse sentido, a Figura 1 apresenta as curvas ROC das principais

variáveis testadas.

Figura 1 - Aqui

A tabela 4 apresenta o Odds Ratio das variáveis antropométricas e de

performance funcional para a demência para o grupo todo.

Tabela 4 - Aqui

Inicialmente a variável sexo foi testado como modificador de efeito e

como não apresentou capacidade para mudança do efeito, optamos por

analisar apenas o grupo total, sem estratificar por sexo. Dentre as variáveis

antropométricas e funcionais analisadas, apenas a RCE e o equilíbrio

apresentaram valores de risco/proteção, respectivamente, significativos. Idosos

com RCE acima de 0,67cm apresentam risco 5,63 vezes maior de apresentar a

demência enquanto que idosos que apresentam equilíbrio apresentam 15%

menos chances de ter a demência.

16

DISCUSSÃO

Os principais resultados do presente estudo mostraram que a

prevalência da demência nos idosos foi de 7%, e que dentre as variáveis

antropométricas e funcionais testadas, apenas a CC e a RCE apresentaram

capacidade preditiva para a demência. Quando analisado a razão de chances,

verificou-se que quem apresenta a RCE superior a 0,67cm tem 5,6 vezes mais

chances de apresentar demência, ao passo que a presença do equilíbrio

significa fator de proteção em 15%.

Uma das possíveis explicações para esse fenômeno pode ser a maior

quantidade de gordura abdominal verificada por meio da CC e RCE. De acordo

com Matsudo et al (2000)15, esse padrão antropométrico (maior deposição de

gordura na região central) está associado com menores níveis de

condicionamento físico e com um estilo de vida menos ativo.

O ganho no peso corporal e o acúmulo da gordura corporal

particularmente na região central parecem resultar de um padrão programado

geneticamente, de mudanças na dieta e no nível de atividade física,

relacionados com a idade ou a uma interação entre esses fatores. Baixos

níveis de força muscular, assim como a obesidade (IMC ≥ 30), elevada

circunferência de cintura e altas porcentagens de gordura são associadas ao

declínio funcional (SCHAAP et al, 2013)16.

A força de preensão palmar é a única técnica de mensuração de força

muscular recomendada para a clínica, avaliada quantitativamente por meio de

17

um dinamômetro manual. Há tendência para que a força de preensão palmar

seja cada vez mais utilizada para diagnóstico clínico em idosos (Roberts et al,

2011)17. Menores escores de força de preensão palmar ou extensão da perna é

um preditor independente de mortalidade total em idosos de 85 anos não

institucionalizados (TAKATA et al, 2011)18.

A associação de baixo nível no condicionamento físico, o estilo de vida e

o excesso de peso, tem estreita relação como o isolamento social e com a

mobilidade física, podendo em alguns casos chegar a perda da autonomia

funcional e, por conseguinte resultar em desordens neurológicas, podendo

afetar o desempenho no teste cognitivo usado no presente estudo. Para

Matsudo et al. 200015, com o aumento da idade as pessoas se tornam menos

ativas, suas capacidades físicas diminuem e aparecem alterações psicológicas

como sentimento de velhice, estresse e depressão. Concomitantemente, ocorre

a aparição de doenças crônicas, que, contribuem para deteriorar o processo de

envelhecimento, todavia, parece que o desuso das funções fisiológicas gera

mais problemas do que a maioria dos efeitos do envelhecimento.

Nesse mesmo sentido, o presente estudo verificou que o equilíbrio foi

considerado fator de proteção para a demência, uma vez que sujeitos com

maior capacidade de equilíbrio, possivelmente apresentam também maiores

facilidades para a mobilidade física e a manutenção da autonomia funcional.

Segundo Borges et al (2009)19, a prática de atividade física promove

além da prevenção, a reabilitação da saúde do idoso, pois acrescentam

melhoras à aptidão física, e conseqüente facilitação da manutenção de bons

níveis de independência e autonomia para as atividades da vida diária.

18

Atualmente existem diversos métodos para mensurar a estabilidade

corporal, que é um importante componente na manutenção da posição bípede

e na manutenção do equilíbrio durante os movimentos e atividades diárias.

Idosos são considerados população de risco para queda e subseqüentes

lesões (RUHE et al, 2010)20.

O sistema de controle postural depende de uma habilidade intacta (ilesa)

para perceber corretamente o ambiente pelo sistema sensorial periférico, assim

como o processamento e integração das vias proprioceptivas, visual e

vestibular no nível do sistema nervoso central (SNC) (RUHE et al, 2010)20.

O risco de quedas aumenta com a idade e podem ter um efeito

devastador na independência e qualidade de vida. Muitas vezes leva a um ciclo

vicioso de inatividade com futuro declínio da funcionalidade, aumento do risco

de quedas, e maior probabilidade de necessidade de acompanhante. Os testes

de equilíbrio são ferramentas úteis para diagnosticar a perda dessa capacidade

física. Encorajar idosos a melhorar a funcionalidade física pode ajudá-los a

manter a independência e reduzir a necessidade de viver com assistência

(SMEE et al, 2012)21.

Corroborando com os achados do presente estudo, Hanna et al (2006)22,

afirmam que dados epidemiológicos sugerem que pessoas moderadamente

ativas têm menor risco de ser acometidas por desordens mentais do que as

sedentárias, mostrando que a participação em programas de exercícios físicos

exerce benefícios na esfera física e psicológica e que indivíduos fisicamente

ativos provavelmente possuem um processamento cognitivo mais rápido. Isso

pode ser explicado em parte por uma ação direta e indireta do exercício físico

19

sobre a função cognitiva, de tal forma que os mecanismos que agem

diretamente aumentam a velocidade do processamento cognitivo, levando a

uma melhora na circulação cerebral e alteração na síntese e degradação de

neurotransmissores. Além dos mecanismos diretos, outros, tais como

diminuição da pressão arterial, decréscimo dos níveis de LDL e triglicérides no

plasma sanguíneo e inibição da agregação plaquetária parecem agir

indiretamente, melhorando essas funções e também a capacidade funcional

geral, refletindo-se desta maneira na saúde mental da pessoa idosa

(CARVALHO, 2011)23.

Os dados de prevalência do presente estudo foram semelhantes aos

apresentados por Oliveira et al (2006)24, que também demonstram que os

resultados obtidos demonstraram que as alterações cognitivas detectadas nos

idosos pelo MEEM não apresentaram associação com o teste de mobilidade

avaliado pelo TUG. Esses achados coincidem com a literatura pesquisada que

mostra que em alguns quadros demenciais os pacientes apresentam

inquietação e deambulação incessante durante grande parte do dia e apenas

na Demência de Alzheimer, ou seja, na ausência de sinais extrapiramidais,

existe uma lentidão motora associada. Pacientes com importantes alterações

cognitivas e às vezes até portadores de demência, não necessariamente terão

uma diminuição da mobilidade.

Uma das limitações do presente estudo é o tamanho da amostra e a

desproporção entre idosos de sexo masculino e feminino, no entanto, a

literatura ainda carece de investigações como essa, tornando relevantes os

resultados do presente experimento. Outra limitação foi o instrumento utilizado,

20

uma vez que o MEEM apesar de ser um teste amplamente utilizado, ainda

carece estudos que determinem melhor a sua utilização, bem como a adoção

de pontos de cortes adequados a população brasileira.

De forma aplicável, o presente estudo demonstra que é pouco

prevalente a presença de demência nos idosos residentes em seus próprios

domicílios. É importante manter a preocupação com variáveis relacionadas a

capacidade funcional, bem como ao perfil antropométrico, uma vez que

apresentam relação com o déficit cognitivo. Nesse sentido, profissionais da

área da saúde devem proporcionar um ambiente que favoreça a atividade física

com segurança, manutenção da capacidade funcional e evitar o excesso de

peso, particularmente na região central.

CONCLUSÃO

A prevalência da demência nos idosos foi de 7%, não diferindo entre os

sexos. A CC e a RCE apresentaram capacidade preditiva para a demência,

sendo que idosos que apresentaram a RCE maior que 0,67cm apresentaram

5,6 vezes mais chances de apresentar demência, e a capacidade física e o

equilíbrio refletem fator de proteção, apresentando 15% menos chances de

possuir demência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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3. Cavalli, LF. Freiberg, C. Krause, KM. Nunes, M. Principais Alterações

Fisiológicas que Acontecem nos Idosos. [Revisão Bibliográfica]. Universidade

de Cruz Alta. Rio Grande do Sul; 2011; 1-4.

4. Pinto, MF. Relato de Experiência: caracterização do estado mental de

idosos do município de Unaí. [Trabalho de Conclusão de Curso de

Especialização] Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora; 2011.

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Revisão] Revista Médica Hospital Ana Costa. São Paulo; 2007; 12(2): 42-54.

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Cognitiva em Idosos. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba;

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8. Stenholm, S. Maggio, M. lauretani, F. Bandinelli, S. ceda, GP. Lorio, A.

giallauria, F. guralnik, JM. Ferrucci, L. Anabolic and Catabolic Biomarkers As

Predictors of Muscle Strength Decline: The In CHIANTI Study.

REJUVENATION RESEARCH; 2010; 13(1):3-11

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analysis. British Medical Journal; 2010; 341:4467.

10. Beverly, SF. Tradução Cosendey, CH, Geriatria e Gerontologia.

Tradução Carlos Henrique Cosendey, revisão técnica Ana Karine

Ramos Brum – Rio de Janeiro: Reichman & Autores editores; 2005; 1(2): 108-

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11. Costa, R. F. Composição Corporal: Teoria e Prática da Avaliação.

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Erechim – RS. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões;

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14. Delgado, LA. Avaliação da aptidão física: projeto de elaboração de

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Terceira Idade: Estudo Comparativo dos Níveis de Autonomia para o

Desempenho nas AVDs e AIVDs entre Idosos Ativos Fisicamente e Idosos

Sedentários. [Trabalho de Conclusão de Curso] Rio Grande do Sul: Faculdade

Cenecista de Osório; 2009.

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de Minas Gerais – Instituto de Ciências Biológicas; 2011.

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Mobilidade: Estudo Piloto. Revista Brasileira de Fisioterapia; 2006; 10(1): 91-

96.

26

Tabela 1 – Caracterização da amostra com dados contínuos

antropométricos hemodinâmicos e de desempenho.

Homens

N= 15

Mulheres

N= 69

Grupo Total

N= 84

Massa corporal (kg) 76,2 ± 10 68,9 ± 12* 68,3 ± 13,3

Estatura (m) 1,63 ± 0,07 1,55 ± 0,08* 15,5 ± 0,1

IMC (kg/m²) 28,5 ± 2,7 27,4 ± 4,4 27,6 ± 4,2

Índice de Conicidade 1,4 ± 0,1 1,37 ± 0,09 1,37 ± 0,1

RCQ (cm) 1,0 ± 0,07 0,94 ± 0,08* 0,95 ± 0,08

RCE (cm) 0,64 ± 0,06 0,63 ± 0,07 0,62 ± 0,06

PAS (mmHg) 136 ± 13 131 ± 13 132 ± 13,2

PAD (mmHg) 92 ± 13 85 ± 10 86 ± 10,6

PAM (mmHg) 106 ± 12 100 ± 10 101 ± 10,6

Circunferência do Pescoço (cm) 43 ± 2,9 38,9 ± 4* 39,1 ± 3,9

Circunferência do Braço (cm) 31,4 ± 2,3 32 ± 4,2 32 ± 4,3

Circunferência da Coxa (cm) 49,1 ± 4 49 ± 6,1 48,5 ± 5,6

Circunferência do Quadril (cm) 103 ± 6,8 103 ± 11,1 104 ± 9,7

Circunferência da Cintura (cm) 104 ± 9,3 97 ± 9,8* 98 ± 10,6

Força de Preensão Palmar da mão

Dominante (Kg)

17 ± 8 20,4 ± 8,3 19,9 ± 8,3

Força de Preensão Palmar da mão

Não Dominante (Kg)

15,5 ± 8,5 18,7 ± 9,9 18,2 ± 9,7

TUG (segundos) 10,2 ± 3,3 11,3 ± 4,1 11,1 ± 4

Levantar-se da cadeira (segundos) 11,2 ± 6 12,1 ± 9,4 11,9 ± 3,5

MEEM (pontos) 21,4 ± 3,8 21,9 ± 4 21,8 ± 4

IMC – índice de massa corporal; RCQ – relação cintura quadril; RCE – relação cintura estatura; PAS – pressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; PAM – pressão arterial média; TUG - teste de levantar e caminhar; MEEM – mini exame do estado mental.

27

Tabela 2 – Caracterização da amostra com dados de freqüência da

demência e de doenças crônicas.

Homens Mulheres Grupo Total

Obesidade 77% 56,5% * 57,2%

Hipertensão Arterial 92,3% 73,2% * 76,2%

Diabetes Mellitus 38,5% 31% 32,1%

Labirintite 23% 32,4% 31%

Osteoporose 15,4% 26,8% 25%

Demência 7,7% 7% 7,1%

Tabela 3 - Pontos de corte, valores de sensibilidade e especificidade dos

indicadores antropométricos e dos testes funcionais como preditores da

demência.

Demência (n = 84) PC Sensib. Espec. ASC

Cintura 100 83,3 65,4 0,75 (0,57 – 0,93)

IMC 28 67 53 0,71 (0,47 – 0,94)

Índice de Conicidade 1,41 50 62 0,57 (0,36 – 0,78)

RCQ 0,92 50 52 0,46 (0,25 – 0,67)

RCE 0,67 67 77 0,77 (0,61 – 0,93)

Força de Preensão Palmar da

mão Dominante

24 67 39 0,38 (0,16 – 0,59)

Força de Preensão Palmar da

mão Não Dominante

28 67 32 0,33 (0,11 – 0,54)

TUG 10,59 66 51 0,61 (0,30 – 0,92)

IMC – índice de massa corporal; RCE – relação cintura / estatura; RCQ – relação cintura / quadril; TUG – teste de levantar e caminhar; PC - ponto de coorte; Sensib. - valor de sensibilidade; Espec. - valor de especificidade; ASC - área sob a curva.

28

Tabela 4 – Odds Ratio para demência para o grupo total.

Variáveis Grupo total

IMC > 27 kgm² 3.75 (0.5 – 30)

Índice de Conicidade > 1,25 1

Cintura > 100 8,15 (0,99 – 66)

RCE > 0,67 5,63 (1,11 – 28) *

Sedentarismo 1,36 (0,26 – 7,0)

Prensão Palmar D > 20 0,53 (0,10 – 2,7)

Prensão Palmar ND > 20 0,36 (0,05 – 2,9)

Tug >10.59 0,5 (0,05 – 2,6)

Equilíbrio 0,15 (0,04 – 0,65) *

Levantar da Cadeira com segurança 0,65 (0,12 – 3,2)

IMC – índice de massa corporal; RCE – relação cintura / estatura; Prensão Palmar D – Força de prensão palmar da mão dominante; Prensão Palmar ND – Força de prensão palmar da mão não dominante; TUG – teste de levantar e caminhar.

Figura 1 - Curvas ROC dos indicadores antropométricos e dos testes funcionais como preditores da demência. RCE – relação cintura / estatura; Força MND – Força de

29

prensão palmar da mão não dominante; Força MD – Força de prensão palmar da mão dominante; IMC – índice de massa corporal.

Normas da Revista Brasileira de Geriatria e gerontologia

Preparo dos Manuscritos – formato e partes

Os manuscritos podem ser escritos em português, espanhol e inglês, com título,

resumo e termos de indexação no idioma original e em inglês. Eles devem

destinar-se exclusivamente à Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia e não

serem submetidos para avaliação simultânea em outros periódicos. A indicação

das referências constantes no texto e a correta citação são de responsabilidade

do(s) autor(es) do manuscrito.

Texto: preparado em folha tamanho A-4, espaço duplo, fonte Arial tamanho 12,

margens de 3 cm. Todas as páginas deverão estar numeradas. Tabelas: deverão

ser apresentadas depois do texto, numeradas consecutivamente com algarismos

arábicos, na ordem em que foram citadas, e sua localização no texto deve ser

indicada. Não repetir em gráficos os dados apresentados em tabela. Não traçar na

tabela linhas internas horizontais ou verticais; os quadros terão as bordas laterais

abertas. Preferencialmente, a quantidade máxima de tabelas deve ser cinco. A

cada uma se deve atribuir um título breve e indicar a cidade/estado e

ano. Imagens: o autor responsabiliza-se pela qualidade das figuras (desenhos,

ilustrações e gráficos), que devem ser enviados em impressão de alta qualidade,

em preto-e-branco e/ou cinza, e devem estar no programa original (Excel, Corel

etc.) ou em 300 dpi quando não forem editáveis. Notas de rodapé: deverão ser

restritas ao necessário. Não incluir nota de fim.

Página de título contendo: (a) Título completo do artigo, em português ou

espanhol e em inglês, e título curto para as páginas. Um bom título permite

identificar o tema do artigo. (b) Autores: devem ser citados como autores

somente aqueles que participaram efetivamente do trabalho, para ter

responsabilidade pública pelo seu conteúdo. Relacionar nome e endereço completo

de todos os autores, incluindo e-mail, última titulação e instituições de afiliação

(informando departamento, faculdade, universidade). Informar as contribuições

individuais de cada autor na elaboração do artigo. Indicar o autor para

correspondência. (c) Financiamento da pesquisa: se a pesquisa foi subvencionada,

indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o respectivo número do

processo.

Resumo: os artigos deverão ter resumo com um mínimo de 150 palavras e

máximo de 250 palavras. Os artigos submetidos em inglês deverão ter resumo em

português, além do abstract em inglês. Para os artigos originais, os resumos

devem ser estruturados destacando objetivos, métodos, resultados e conclusões

mais relevantes. Para as demais categorias, o formato dos resumos pode ser o

narrativo, mas com as mesmas informações. Não deve conter citações.

Palavras-chave: indicar no mínimo três e no máximo seis termos que identifiquem

o conteúdo do trabalho, utilizando descritores em Ciência da Saúde - DeCS - da

30

Bireme (disponível em http://www.bireme.br/decs).

Corpo do artigo: os trabalhos que expõem investigações ou estudos devem estar

no formato: introdução, metodologia, resultados, discussão e conclusões.

Introdução: deve conter o objetivo e a justificativa do trabalho; sua importância,

abrangência, lacunas, controvérsias e outros dados considerados relevantes pelo

autor. Não deve ser extensa, a não ser em manuscritos submetidos como Artigo

de Revisão. Metodologia: deve conter descrição da amostra estudada e dados do

instrumento de investigação. Nos estudos envolvendo seres humanos deve haver

referência à existência de um termo de consentimento livre e esclarecido

apresentado aos participantes após aprovação do Comitê de Ética da instituição

onde o projeto foi desenvolvido. Resultados: devem ser apresentados de forma

sintética e clara, e apresentar tabelas ou figuras elaboradas de forma a serem

auto-explicativas e com análise estatística. Evitar repetir dados do texto. O

número máximo de tabelas e/ou figuras é cinco. Discussão: deve explorar os

resultados, apresentar a experiência pessoal do autor e outras observações já

registradas na literatura. Dificuldades metodológicas podem ser expostas nesta

parte. Conclusão: apresentar as conclusões relevantes face aos objetivos do

trabalho, e indicar formas de continuidade do estudo.

Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos a instituições ou

indivíduos que prestaram efetiva colaboração para o trabalho, em parágrafo com

até cinco linhas.

Referências: devem ser normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. A

identificação das referências no texto, nas tabelas e nas figuras deve ser feita por

número arábico, correspondendo à respectiva numeração na lista de referências.

As referências devem ser listadas pela ordem em que forem mencionadas pela

primeira vez no texto (e não em ordem alfabética). Esse número deve ser

colocado em expoente. Todas as obras citadas no texto devem figurar nas

referências.

Exemplos:

1. ARTIGOS EM PERIÓDICOS

Artigo com um autor

Marina CS. O processo de envelhecimento no Brasil: desafios e perspectivas.

Textos

Envelhecimento 2005 jan-abr;8(1): 43-60.

Artigo com até três autores, citar todos

Daumas RP, Mendonça GAS, León AP. Poluição do ar e mortalidade em idosos no

município do Rio de Janeiro: análise de série temporal. Cad Saúde Pública 2004

fev;

20(1):311-19.

Artigo com mais de três autores usar “et al”

Silva DMGV, et al. Qualidade de vida na perspectiva de pessoas com problemas

respiratórios crônicos: a contribuição de um grupo de convivência. Rev Lat Am

Enfermagem 2005 fev;13(1):7-14.

2. LIVROS

31

Autor pessoa física

Minayo CS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10 ed. São

Paulo:

Hucitec; 2007.

Autor organizador Veras RP, Lourenço R, organizadores.

Formação humana em Geriatria e Gerontologia:

uma perspectiva interdisciplinar. 1ª ed. Rio de Janeiro: UnATI/UERJ; 2006.

Autor instituição

Organização Mundial de Saúde (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de

saúde.

Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde; 2005.

3. CAPÍTULO DE LIVRO

Prado SD, Tavares EL, Veggi AB . Nutrição e saúde no processo de

envelhecimento. In:

Veras RP, organizador. Terceira idade: alternativas para uma sociedade em

transição. 1ª

ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1999. p. 125-36.

4. Anais de Congresso - Resumos

Machado CG, Rodrigues NMR. Alteração de altura de forrageamento de espécies

de aves

quando associadas a bandos mistos. VII Congresso Brasileiro de Ornitologia;

1998; Rio

de Janeiro. Rio de Janeiro: UERJ/NAPE; 1998.

5. DISSERTAÇÃO E TESE

Lino VTS. Estudo da resposta imune humoral e da ocorrência de episódios de gripe

após

a vacinação contra influenza em idosos. [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de

Saúde

Pública, Fundação Oswaldo Cruz; 2001.

6. DOCUMENTOS LEGAIS

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96, de 10

de

outubro de 1996. Dispõe sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de

Pesquisa

envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União 1996; 16 set.

7. Material da Internet

Artigo de periódico

Meira EC, Reis LA, Mello IT, Gomes FV, Azoubel R, Reis LA. Risco de quedas no

ambiente físico domiciliar de idosos: Textos Envelhecimento [Internet]. 2005

[Acesso em

2007 nov 2]; 8(3). Disponível em

URL:http://www.unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext &pid=51517-

32

59282005000300006&ing=pt&nrm=iso.

Livro Assis M, organizador. Promoção da saúde e envelhecimento: orientações

para

o desenvolvimento de ações educativas com idosos. Rio de Janeiro; 2002. 146p.

(Série

Livros Eletrônicos) [acesso em 2010 jan 13]. Disponível em: URL:

http//www.unati.uerj.br

Documentos legais

Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria

nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Brasília: 2006. [Acesso em 2008 jul 17].

Disponível em: URL: <

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2528%20aprova%20a%20politica

%20nacional%20de%20saude%20da%20pessoa%20idosa.pdf>

DOCUMENTOS

(a) Declaração de responsabilidade e Autorização de publicação

Os autores devem encaminhar, juntamente com o manuscrito, carta autorizando a

publicação, conforme modelo a seguir:

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AUTORAIS

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2. Transferência de Direitos Autorais Declaro que, em caso de aceitação do

artigo, a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia passará a ter os direitos

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sendo vedada a reprodução total ou parcial sem o competente agradecimento à

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3. Conflito de interesses

Declaro não ter conflito de interesses em relação ao presente artigo.

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(b) Autorização para reprodução de tabelas e figuras

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33

sua reprodução.

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É permitida a reprodução no todo ou em parte de artigos publicados na Revista

Brasileira de Geriatria e Gerontologia, da UERJ/UnATI/CRDE, desde que sejam

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