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PEQUENOS GRUPOS

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P E Q U E N O SG R U P O S

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PARA A IGREJA CRESCER INTEGRALMENTE

VALBERTO DA CRUZ FABIANA RAMOS

P E Q U E N O SG R U P O S

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PUBLICADO NO BRASIL COM AUTORIZAÇÃO E COM TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Cruz, Valberto da, 1968-

Pequenos grupos : para a igreja crescer integralmente /Valberto da Cruz, Fabiana Ramos. – Viçosa, MG :Ultimato, 2007.

112p. : il.; 21 cm.

Inclui bibliografia

ISBN 978-85-7779-006-7

1. Trabalho de grupo na igreja. 2. Igreja -Crescimento. I. Cruz, Valberto da. II. Título.

CDD. 22.ed. 253.7

Ficha Catalográfica Preparada pela Seção de Catalogaçãoe Classificação da Biblioteca Central da UFV

C957p2007

PEQUENOS GRUPOSCategoria: Igreja / Evangelização / Liderança

Copyright © 2007,

Todos os direitos reservados

Primeira edição: Dezembro de 2007Coodernação editorial: Bernadete RibeiroRevisão de estilo: Fabiano RamosIlustrações do miolo: Tareb EdsonCapa: Julio Carvalho

Valberto da CruzFabiana Ramos

EDITORA ULTIMATO LTDACaixa Postal 4336570-000 Viçosa, MGTelefone: 31 3891-3149Fax: 31 3891-1557www.ultimato.com.br

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A Deus, que nos conduziu soberanamente na realizaçãodeste trabalho,

E aos nossos paisMaria das Dores e José CruzOdaci e José Ramos,que sempre alimentaram no coraçãoa esperança de nos ver crescer em conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, por ter nos concedido saúde, inteligência edemais meios necessários para realização deste projeto.

Aos nossos familiares, pelo carinho, apoio e estímulo, quenos foram dispensados para consecução de mais esteprojeto de vida. Em especial, aos nossos companheiros,Ricardo Wagner (esposo) e Tânia Farias (noiva).

Às lideranças das igrejas por nós investigadas, porconceder espaço, nos seus pequenos grupos, pararealização de nossa pesquisa.

À nossa igreja “O Brasil para Cristo”, da cidade deCampina Grande, PB, na pessoa do seu pastor, MarcosAlexandre, pelas orações, incentivo e apoio.

Ao dr. Russell Shedd, pela disponibilidade de prefaciareste livro, premiando-nos com seu olhar crítico ecriterioso.

A Tareb Edson, por nos emprestar sua arte, ilustrandonossa idéia, a fim de facilitar sua compreensão pelo caroleitor.

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SUMÁRIO

Prefácio 11

Introdução 13

1. O pequeno grupo 17

2. O pequeno grupo no contexto neotestamentário 31

3. O papel do pequeno grupo para a funcionalidade da igreja 41

4. O pequeno grupo e o crescimento integral da igreja 59

5. O funcionamento de pequenos grupos e as dimensões decrescimento integral da igreja 71

Apêndice: Roteiros de estudo bíblico 99

Notas 105

Bibliografia 107

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PREFÁCIO

UMA DAS GRANDES vantagens de ler um livro sobre aformação e direção de pequenos grupos é perceber o valorque ele tem para o pastor que ama a igreja e se esforça nodesempenho do pastorado. O líder que tem compromissocom a Bíblia quer ver sua igreja crescer, e, mais ainda, cadamembro crescer pessoalmente e desenvolver seus dons e ca-pacidade de liderança. Quem sente essa lacuna em sua igre-ja pode aprender muito pela leitura desta discussão sobre ocrescimento da igreja por meio de células que se reúnemem casas. Acredito que não há maneira melhor de formarlíderes dedicados, humildes e amorosos do que no ambien-te do pequeno grupo que segue o modelo bíblico.

Valberto Cruz e Fabiana Ramos oferecem, neste livro,um excelente e bem escrito sumário de métodos e planospara a formação de grupos que poderiam tirar milhares deigrejas brasileiras da superficialidade para o compromissocom a evangelização, discipulado e santificação. Pequenosgrupos promovem mutualidade e convívio de família. Pro-duzem líderes. No mundo ocidental, que desenvolve pesso-as independentes, a necessidade de grupos familiares deveser prioridade para a igreja.

O preparo acadêmico dos autores torna-se evidente pelamaneira como eles tratam os temas e práticas essenciais à

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implantação e ao bom andamento de pequenos grupos naigreja local. O texto revela conhecimento amplo da literatu-ra sobre criação de pequenos grupos funcionais, que produ-zem vínculos de comunhão e discipulado.

O exame da Bíblia é cuidadoso, especialmente no quediz respeito à prática de Jesus e ao modelo do Novo Testa-mento. Alguns têm tentado implantar pequenos grupos emsuas igrejas sem sucesso. As possibilidades de falhar são mui-tas, mas isso não deve ser motivo de desânimo. Se o pastorficar convencido e comprometido, se ele entender as dinâ-micas de grupos e tiver líderes em potencial para instruir edirigir as reuniões, sustentadas com oração da fé, o frutopoderá aparecer logo.

Recomendo a leitura de Pequenos Grupos. Mais ainda,recomendo a prática de suas excelentes lições. Com um tex-to agradável e ilustrações cativantes, a obra apresenta umavisão completa sobre o tema abordado. O leitor não irá searrepender da leitura.

A Deus toda a glória!

Russell Shedd, Ph.D.

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INTRODUÇÃO

A IDÉIA DE ESCREVER este livro nasceu ainda quandoda elaboração da dissertação de mestrado em missiologia dopastor Valberto da Cruz, um dos seus autores, cujo tema erajustamente a contribuição dos pequenos grupos para ocrescimento integral da igreja. A escolha de tal tema estevediretamente relacionada à sua experiência ministerial coma evangelização e o discipulado em pequenos grupos, na IgrejaEvangélica Pentecostal O Brasil para Cristo, na cidade deCampina Grande, PB, por aproximadamente dez anos.

Considerando tal experiência e o debate de líderes evan-gélicos sobre o crescimento de igreja, nós, autores, discutía-mos a respeito da qualidade da expansão das igrejas locais.Perguntávamo-nos se a fragilidade dessa expansão não sedevia justamente a estratégias que privilegiavam o crescimen-to numérico em detrimento de outras dimensões de cresci-mento. Nossa hipótese era a de que, de fato, o pequenogrupo, por poder propiciar a interação e a comunhão deforma mais intensa do que nas grandes reuniões, realizadasnos templos, seria uma excelente estratégia para a igreja cres-cer de forma consistente.

Dessa forma, visando transformar o que era apenashipótese em convicção com base científica, desenvolvemos umapesquisa de campo sobre a constituição e o funcionamento

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dos pequenos grupos em três igrejas de denominaçõesdiferentes, tendo em vista analisar a contribuição dessesgrupos para o seu crescimento integral. Este livro apresentaas reflexões teóricas que fundamentam esse estudo, bemcomo as principais conclusões a que chegamos ao seu final.

Nosso propósito, para além de favorecer a compreensãode como a estratégia de pequeno grupo pode contribuir parao crescimento integral da igreja, é fornecer diretrizes para aconstituição e o funcionamento de pequenos grupos queproporcionem tanto a evangelização como o discipulado deseus membros.

No primeiro capítulo, o leitor encontrará uma brevediscussão teórica sobre o conceito de pequeno grupo e comoele se constitui e funciona, além de ilustrações de algunstipos de pequeno grupo que funcionam nas igrejas naatualidade.

Já no segundo capítulo, tentamos demonstrar a impor-tância dessa estratégia no contexto bíblico neotestamentário,destacando o ministério de Jesus na terra e o desenvolvi-mento da igreja primitiva, através de pequenos grupos.

No terceiro capítulo, discutimos o papel do pequeno gru-po para a funcionalidade da igreja local, tomando por baseo estudo bíblico em ambiente de pequeno grupo, bem comoa importância dessa estratégia para a obra missionária.

No quarto capítulo, apresentamos as dimensões de cres-cimento integral da igreja (numérica, orgânica, conceitual ediaconal), com base no capítulo “Dimensões do crescimen-to integral da igreja”, de Orlando Costas, no livro A Missãoda Igreja, e refletimos sobre a sua correlação com as forçasque regem o dinamismo grupal, tendo em vista o pequenogrupo como um meio eficaz para esse crescimento.

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O PEQUENO GRUPO 15

O quinto e último capítulo desenvolve-se em doismomentos. Primeiro, analisamos a constituição e ofuncionamento de pequenos grupos nas três denomina-ções pesquisadas. Depois, apresentamos diretrizes para aconstituição e o funcionamento de um modelo de pequenogrupo que possa contribuir para que a igreja cresça integral-mente. As sugestões apresentadas neste capítulo se pautamtanto nas conclusões originárias de nossa pesquisa como naexperiência de um de seus autores, o pastor Valberto da Cruz,com o trabalho de pequenos grupos.

Os autores

INTRODUÇÃO

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Capítulo 1.

O PEQUENO GRUPO

“Um pequeno grupo só pode ser caracterizado como talse possuir aspectos como: objetivo comum, interação,

dinamismo específico e comunhão.”

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O que é um pequeno grupo

O que chamamos aqui de pequeno grupo é uma modalidadede grupo que congrega uma pequena quantidade depessoas, tendo como motivação um objetivo comum aseus participantes. Além da busca de um objetivo comum,existem outras características que definem um grupo comotal, a saber: a interação entre os membros, o dinamismoespecífico de cada grupo e a comunhão.

Os pequenos grupos, segundo sociólogos e psicólogos so-ciais, por viabilizarem relacionamentos mais próximos, sãofacilitadores das redes de comunhão, interação e comunica-ção entre os participantes, permitindo maior funcionalidade euma dinâmica mais eficaz e criadora em suas atividades.

Por essa razão, o pequeno grupo passou a ser utilizado emvários setores sociais, dentre eles, o religioso. No campo religio-so, especialmente entre os evangélicos, a estratégia de peque-nos grupos vem sendo adotada, principalmente, na edificaçãoespiritual de cristãos e na evangelização dos não-crentes.

Nesse contexto, podemos definir pequeno grupo comosendo “uma pequena quantidade de pessoas que se reúnemregularmente, em ambiente de comunhão, com propósitosdiversos, como os de estudar a Palavra de Deus, comparti-lhar experiências de vida e orar, tendo em vista a formaçãode verdadeiros seguidores de Jesus Cristo”.

Na tentativa de entender com mais profundidade a defi-nição de pequeno grupo, podemos elencar cinco caracterís-ticas comuns a essa estratégia, citadas no livro ImplantandoGrupos Familiares, de David Kornfield e Gedimar Araújo.

1. Reuniões regulares — a regularidade das reuniões emgrupos pequenos é um instrumento pelo qual amutualidade e a afinidade entre os membros sãodesenvolvidas dentro de um ambiente informal.

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2. Comunhão — os pequenos grupos propiciam a comunhãoentre seus membros, uma vez que enfatizam ocompromisso do cuidado mútuo, ordenança expressano Novo Testamento através dos “mandamentos recí-procos”, a exemplo de “amai-vos uns aos outros”, “ser-vi uns aos outros”, “sujeitai-vos uns aos outros”.

3. Tamanho do grupo (volume) — o grupo, enquanto pe-queno, é viabilizador da rede de relacionamentosinterpessoais, suprindo, dessa forma, as lacunas carac-terísticas das grandes reuniões;

4. Discipulado — o grupo pequeno é o lugar propício parao discipulado de seus membros, entendendo discipularcomo “ensinar a guardar todas as coisas que o SenhorJesus ordenou” (Mt 28.20), pois o compartilhamentoda Palavra de Deus através de relacionamentos ínti-mos gera novos discípulos;

5. Evangelização — o pequeno grupo contribui para aevangelização dos não-crentes, à medida que ofereceoportunidade de não apenas ouvirem o evangelho mastambém de o verem em ação na vida dos cristãos. Ogrupo é o ambiente em que cada membro nascido denovo é encorajado a ter uma atitude de servo, propor-cionando, assim, ao descrente, a oportunidade de tam-bém se tornar servo de Jesus Cristo.

Pequeno grupo: constituição e funcionamento

Para compreendermos a constituição e o funcionamento deum pequeno grupo, é indispensável entender sua dinâmicainterna, ou seja, a forma como as energias e forças dosseus componentes interagem entre si, uma vez que é estadinâmica que produz o funcionamento equilibrado de um

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grupo. Logo, cabe definirmos cada uma das forças essenciaispara o bom andamento do pequeno grupo:

Relações humanas — são estabelecidas através da boaconvivência no trabalho em conjunto. A motivação, a par-ticipação, a produtividade e a satisfação são maiores quandoos membros do grupo possuem grau relativamente altode relações humanas;

Comunicação — concretiza-se na forma como transmitimosaos outros nossas idéias, crenças e sentimentos;

Participação — é estar presente de maneira dinâmica no grupo.Esta presença dinâmica é o poder de criar em comunhão;

Padrões de liderança — a liderança constitui-se na capacidadede dar pistas, oferecer caminhos, provocar reflexões e ações,aprofundamentos, orientar e dirigir com o outro;

Atmosfera — é o estado de espírito, o modo de sentir e deagir, que se permeia no grupo como um todo. Deve-se levarem consideração, também, o espaço físico onde o grupodesenvolve o seu trabalho;

Heterogeneidade-homogeneidade — heterogeneidade “é apresença de diferença no grupo, se o estudarmos em rela-ção à idade, aos padrões de moralidade, ao grau de educa-ção e juízos de valor dos membros”; e homogeneidade “é apresença de semelhanças no grupo com relação a interesses,situação pessoal, inteligência e ocupação”;

“Sentimento do nós” ou identidade — é o laço, a simpatiacomum, a consciência de que existe união dentro do grupo;

Função geral — fundamenta-se na expectativa geral den-tro do grupo sobre o papel dos membros e dos subgrupos;

Papéis de ação conjunta — papéis de ação conjunta nasfunções dos membros são aqueles desempenhados porlíderes e membros visando à produtividade grupal;

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Volume — o volume é um fator de importância considerável,pois diz respeito ao tamanho do grupo, sendo uma variávelque pode limitar o número e a qualidade da comunicaçãoentre os membros.

Essas características dinâmicas da ação grupal constituemelementos imprescindíveis à seleção e à orientação dos obje-tivos, bem como à escolha dos métodos a serem aplicadospara as atividades grupais.

É importante ressaltarmos que o acionamento de taisforças, inerentes ao dinamismo interno grupal, é resultadoda aplicação de técnicas, com o objetivo de provocar a açãonas situações de grupo. As técnicas podem ativar as motiva-ções e os impulsos individuais, estimulando os elementosdas dinâmicas interna e externa e acionando o grupo nadireção de seus objetivos. Neste sentido, a figura a seguir éilustrativa:

Um grupo necessitade ação interna...

...de aplicação detécnicas sobre cadaindivíduo...