pensamento sociomuseológico
TRANSCRIPT
Domínios Pensamento Sociomuseológico
Proposta de abordagem
Seminário II -Doutoramento em Museologia
Pedro Pereira Leite, Fevereiro 2014
Roteiro do Seminário
1. Domínios do pensamento sociomuseológico
2. Oficina de museologia sociala) Objetos biográficos
a) Poética da intersubjetividade
b) Métodos de trabalho com a oralidade
b) Cartografia das memórias
a) Teoria da viagem na museologia
b) Poética do espaço
Cinco domínios teóricos da sociomuseologia
Pensamento
Sistémico
Paradigma mental
Objetivos comuns
Aprendizagem em grupo
Domínio pessoal
Domínio Pessoal
• Trata-se de aprender a expandir as capacidades pessoais de cada indivíduo. • Para isso é necessário criar no espaço museológico
condições para que todos os participantes se sintam estimulados a participar.
• A motivação de cada um é essencial para se atinjam os objetivos definidos por todos.
• Para isso é necessário estimular um ambiente de experimentação e de livre expressão.
Domínio do paradigma mental
• O paradigma mental consiste no processo de produção do pensamento. • Existe em cada comunidade, em cada unidade social
um modelo geral de produção de pensamento.
• Pensar é um processo de reflexão e esclarecimento sobre o real. Através do pensamento cada um cria imagens do mundo e comunicação com ele através dos seus processos de comunicação.
• A adequação dos papéis ao real confere a validade dos atos e decisões tomados e adequa a posição de cada um ao conjunto das solicitações da comunidade.
Criação do Objetivos Comuns
• A partir dos objetivo individuais e dos processos de produção de pensamento que adequa os papeis de cada indivíduo, formam-se os objetivos do grupo. • Nesta disciplina é necessário motivar e estimular o
compromisso com o grupo. • Através do compromisso definem-se as utopias.
• Os caminhos a alcançar num ponto de futro.
• É através da criação dos objetivos comuns que se pode ter uma visão das opções e escolhas de caminhos.• É necessário agir no agora
Aprendizagem em grupo
• Através do desenvolvimento dos processos de construção coletiva torna-se possível desenvolver a comunicação entre os membros de grupo. • Através da comunicação entre os membros do
grupos, de experiencias e da prática individual, supera-se a soma dos talentos individuais.
Pensamento sistémico
• Trata-se de analisar e compreender os problemas como um todo. • Os sistemas são integrados e interativos.
• O pensamento desagrega os fenómenos para resolver os problemas,
• torna-se necessário integrá-los para os reanalisar na sua integralidade.
• E necessário de compreender as interações presentes
Objetivos gerais da sociomuseologia
• Responder às questões: • Quem sou?
• Como posso ser feliz?
• Onde quero ir?
• Que caminhos tenho?
• Como vou e com quem vou?
Casos práticos a apresentar
• Narrativas biográficas e processos sociais • poética da intersubjetividade
• Cartografia das memórias • processos de mediação na construção de projeto museológico
• Poética da viagem e poética do tempo e do espaço
• Aula do riso • do eu à memória da comunidade
• Poética da memória
• Árvore das memórias • epistemologias do sul e ecologia dos saberes
• Procedimentos de tradução
• Heranças subalternas em espaços contestados • fronteiras e gestão de conflitos na poética do espaço
Bibliografia
Textos usados para diferentes problemáticas.
A museologia social como campo de complexidade
Objetos BiográficosAula de metodologias sobre Investigação Biográfica
Seminário II a)- Doutoramento em Museologia
Pedro Pereira Leite, 2014
Roteiro
• O que são as História de Vida e a Investigação Biográfica (IB)
• Situações de aplicação da IB
• Condições de utilização da IB
• Vantagens e desvantagens para os processos de investigação-ação IB
O que é a metodologia da Investigação Biográfica
• É uma metodologia qualitativa • Que um conhecimento a partir das memórias dos
atores sociais;
• Permite • Colocar as pessoas em situações de contexto
• Favorece • a emergência do olhar sobre o real a partir de
múltiplos pontos de vista
Vantagens no uso da IB
• Facilita a consciência dos fenómenos nos atores sociais
• Permite aos participantes criar o seu próprio conhecimento.
Inconvenientes da IB
• Pode ser de aplicação morosa
• Fornece uma multiplicidade de materiais
• Cria laços de empatia entre o entrevistador e o entrevistado.
Linha Cronológica da sua aplicação
• Escola de Chicago. • Os problemas sociais da industria
• A História Oral• A história dos movimentos sociais
• As propostas hermenêuticas
• A partir dos anos 90 tem sido usado como base de processos de participação e empoderamento das comunidades• Educação, saúde, imigração, grupos minoritários
• Na museologia social
Tipos da Aplicação
• 3 Níveis de informação• Estórias de vida
• Informação pessoal. Centrado no eu
• Histórias de Vida
• Informação da pessoa no tempo. Centrado do eu em ação
• Narrativas Biográficas
• Informação da trajectória de vida para construir ação de mudança.
• Centrada na ação do grupo
Resultados da NB
• Realça a interdependência entre os atores
• Permite criar múltiplos pontos de recolha de informação
• Permite partilhar a informação através de processos comunicativo
• Permite construir ações,• Pode ser complementada por outras metodologia de
intervenção na comunidade
• Adequada aos processos de inovação
Modos de Recolha da Informação
• Memórias, Cartas epistolares e outros documentos pessoais
• Entrevistas Individuais• Para estórias de vida e Histórias de Vida
• Trabalho de grupo• Para as narrativas biográficas
Método das Entrevistas
• Preparação• Recolha de Informação – Pré-diagnóstico
• Observação do contexto, recolha de dados gerais
• Definir assuntos e construir um guião
• Perguntas abertas (para ampliar o discurso) é mais natural e fluido
• Perguntas fechadas (para precisar factos e eventos)
• Seleccionar os modos de registo da informação
• Suporte gravado, escrito, etc.
Condução da entrevista
• Condições iniciais• Negociar a entrevista
• Tempo, local, extensão
• Autorização de uso dos dados
• A ter em atenção • Trata-se duma relação social
• Cumprir as normas sociais
• Estar atento à linguagem não verbal
• Aceitar as palavras do entrevistado
• Recorrer à precisão com parcimónia
Estrutura da Entrevista
• Nos primeiros momentos da entrevista fica determinado a sua extensão• É necessário criar empatia e à vontade
• Dar informação do assunto a tratar• Começar por centrar a história individual
• Orientar para as questões
• Procurar criar pontos de confirmação da informação factual
• Respeitar o ritmo do entrevistado• O silêncio é útil à rememoração
Tratamento da Informação
• Logo após a entrevista• Fazer um breve sumário
• Anotar assuntos relevantes
• Tratar e trabalhar a informação• Decidir a audição e/ou transcrição total ou parcial
• Conferir os registos com os objetivos
• Explorar questões complementares atrvés de outras fontes
Estrutura do trabalho
• Criar uma linha cronológica de vida
• Identificar os espaços e agentes envolvidos• Situar os eventos sobre a linha
• Decidir o processo de redação
Advertências
• Nem toda a informação recolhida é pertinente
• Nem todas as memórias são boas• Há necessidade de respeitar os traumas e os lutos
• Procura não conflituar
• Respeitar o outros
As Narrativas Biográfica
• Conhecer e reconhecer as experiências de vida concretas dos sujeitos em contexto de vida • Para construir uma consciência sobre os processos
de transformação
• e das dinâmicas sociais em que estão envolvidos
• Resgatar o conhecimento e as memórias das comunidades como proposta de ação social de construção dum futuro solidário com base nos direitos humanos.
As oficinas de Narrativas Biográficas
• Fazer uma cartografia da memória
• Construir uma ação• Tomar consciência de si
• Tomar consciência do eu em relação com os outros
• Grupo de 8 a 12 participantes• Duração 3 dias
Metodologia (I parte)
• Formação do grupo • Jogos de interação para conhecimento
• Produção do texto auto-biográfico• Leitura do textos
• Comentário em grupo
• Síntese: o que é produzido pelo eu e o que é valorizado pelo outro
Metodologia II
• Discussão em Grupo da experiencia pessoal• Salientar pontos de agregação das linhas e dos
espaços
• Reconhecer as diferenças
• Desafio de construir uma história comum• O que há de comum nas histórias de cada um
• Desafio de construir uma narrativa de história do grupo
Resultados
• É uma experiencia vivida • Em grupo, permite atos comunicativos que
reconstroem o sentido das experiências vivida• Permite ação. O corpo é mobilizado para sentir a
experiencia vivida, no passado e no presente• de memória, porque apela à rememoração e a
ampliação do presente• É política porque permita atos de cidadania
• Reflexão sobre a prtica dos direitos humanos
• É uma proposta integrada nas Epistemologias do Sul• Produção de saber partilhado (ecologia dos saberes,
construída sobre a sociologia das ausências)
Proposta
• Cada membro du grupo apresenta o colega do lado.
• O colega usa da palavra para acentuar questões que acham que devem ser precisadas sobre si• Objetivo: procurar entender como somos entendidos
pelo outro.
• Na oficina biográfia, cada sessão procura construir elos com os outros, através do reconhecimento de si
Objetivo das oficinas
• O propósito das oficinas biográfica na museologia é levar a construção de narrativas de grupo.• A partir das histórias de cada um, procuram-se elos
comuns
• A partir dos elos comuns, discutes-se uma proposta de narrativa.
• A oficina tem que concretizar uma ação
• Em contexto de museus, as oficinas podem produzir objetos que contam histórias de vida
Cartografias da memória
Doutoramento em Museologia
Seminário II b -Pedro Pereira Leite
Fevereiro 2014
Roteiro
• Poética da Viagem• A viagem na museologia
• Metodologia da viagem
• Poética do Espaço• Desconstruir
• Cartografar
• Corporizar
• Construir
Poética da Viagem
• A experiencia da viagem permite • revelar desejos, • motivações, • redescobrir emoções.
• Descobrimos o que trazemos connosco.
• Partilha de espaços e tempos comuns.
• construção se sociabilidades. • a construção de visões do eu e do outro • a partilha de emoções.
• produz complementaridades. • a embriaguez, o desregramento dos sentidos
que permite fixar vertigens. • A fixação na rememoração.
Metodologia da Viagem
• O procedimento metodológico para domesticar amemória de fragmentos
• o registo dos momentos singulares.
• A fixação de emoções parte das evocações das singularidades.
• Evitar os excessos e captar a essência• Procura o estado de inocência primordial
• Olhar para a fratura.
• Esperar pelo emergir da emoção.
• olhar para o presente como essência • olhar para a diversidade como uma riqueza. • Olhar para a paisagem como um lugar com atores em
processo.
• Procurar entender os ritmos do mundo • sentir o tempo na sua diversidade
A experiencia da Viagem
• Toda a viagem é iniciática • permite-nos descobri a poética do eu.
• O mundo visto pelo eu atribuiu textura, densidade e cor.
• A experiencia do lugar faz emergir a intensidade
• A viagem como deslocamento acaba por ser a aproximação ao eu. • O eu que se liberta com a experiencia e recria expressões de si.
• Experiência de si que cria fragmentos do eu.
• Depois da viagem criam-se os reencontros. • A viagem é um movimento de partida e de chegada.
• uma fuga ao espaço de rotina. • A rotina é viver na segurança do núcleo existencial. Estar no espaço de conforto.
• A viagem desloca o eu para o imprevisto, para a insegurança do acaso.
• Uma estranheza que permite o reconhecimento.
• O regresso ao ponto de referência é um reencontro com a rotina. • O reencontro permite pensar sobre as experiências de si na forma como se é e
como se está
Resultados
• Reconstruir a história da viagem.• Cristalizar o processo.
• A arquitetura implica a construção dos ângulos retos. Esquina e volumes como espaço de passagem da informação.
• A memória como exercício é relativo à lembrança. Implica ordenar os vestígios e criar uma narração com sentido.
• Recuperar os trajetos por diferentes ângulos da abordagem
• procurar diferentes formas de essências.
Poética do Espaço
• Cartografias da viagem como experiencias coletiva• Desconstruir
• Cartografar
• Corporizar
• Reconstruir
Experiencia da viagem como Metodologia
• Olhar e sentir o espaço.• Sentir o movimento• Olhar para os silêncios (o que está para além do visível)• Procurar as dinâmicas relacionais.
• Capturar os seus elementos essenciais. • O que esta a mudar• Onde está a tensão (procurar a cicatriz)
• Construir ação• O presente é um conjunto de possibilidades de futuro.
• Por quê andamos ?• O que queremos fazer
• Para onde damos o primeiro passo ?• Com quem caminhamos
• Busca dos compromissos
Protocolo
• Formar Grupo• Aquecer
• Identificar relevâncias
• Explorar• Colocar em cena
• Experiencia
• Pensar• Balanço – o que mudou
Proposta
• Procurar uma imagem que seja relevante para cada um.
• Trazer a imagem para o grupo e explicar a sua importância
• Abrir a discussão ao grupo.• Procurar perceber o efeito da apresentação ao
grupo e de que forma a perceção se foi alterou
Resultados
• Procurar entender o que é que cada imagem transporta do olhar de quem a tirou
• O que é que a imagem tem de relevante para mim
• Na sequencia da discussão o grupo deverá encontrar uma conceito gerador duma exposição a desenvolver.
Bibliografia
• Bruno, Maria Cristina (2004). “As expedições no Cenário Museal”, in Expedição são Paulo 450 anos, São Paulo, Museu da Cidade de São Paulo, pp 36
• Onfray, Michel (2009). Teoria da Viagem: Uma poética da Viagem, Lisboa, quetzal
• Botton, Alian (2004). A Arte de Viajar, Lisbos, Publicações Dom quixote
• Leite, Pedro Pereira Leite (2013). Lisbon Saraswati: A expereiencia da viagem pelas heranças de Lisboa, Lisboa Marca D’Água• https://www.academia.edu/2922058/Lisbon_Saraswati
_As_Experiencias_de_Viagem_sobre_as_herancas_de_Lisboa