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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS

    LARISSA TTERO CARVALHO

    Parmetros tecnolgicos, aceitao sensorial e sensao de saciedade aps consumo de hambrguer bovino com adio de

    fibra de trigo e teor de gordura reduzido

    Pirassununga 2015

  • LARISSA TTERO CARVALHO

    Parmetros tecnolgicos, aceitao sensorial e sensao de saciedade aps consumo de hambrguer bovino com adio de

    fibra de trigo e teor de gordura reduzido

    Dissertao apresentada faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do Ttulo de Mestre em Cincias, no Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Alimentos. rea de Concentrao: Cincias da Engenharia de Alimentos

    Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Trindade

    Pirassununga 2015

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao

    Servio de Biblioteca e Informao da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da

    Universidade de So Paulo

    Carvalho, Larissa Ttero

    C331p Parmetros tecnolgicos, aceitao sensorial e

    sensao de saciedade aps consumo de hambrguer bovino

    com adio de fibra de trigo e teor de gordura reduzido

    / Larissa Ttero Carvalho. - Pirassununga, 2015.

    74 f.

    Dissertao (Mestrado) -- Faculdade de Zootecnia e

    Engenharia de Alimentos Universidade de So Paulo.

    Departamento de Engenharia de Alimentos.

    rea de Concentrao: Cincias da Engenharia de

    Alimentos.

    Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Trindade.

    1. Fibra alimentar 2. Trigo 3. Produtos crneos

    4. Anlise sensorial 5. Saciedade. I. Ttulo.

  • A Deus de infinita bondade;

    Ao meu amado pai Hlio;

    A minha amada me Lucimara;

    As minhas irms Las e Natlia;

    A minha vozinha Ambile;

    Meus tios Nivaldo e Bernadete;

    Meus primos Csar e Gabriela;

    Ao meu amigo e namorado Leonardo;

    A vocs, pessoas mais importantes de minha vida, que sempre me

    encorajaram a ir at o fim

    DEDICO

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus pelo infinito amor que tem por mim, a Nossa Senhora Aparecida e aos

    Espritos de Luz pela fora que me deram nas inmeras vezes que perdi as minhas

    foras e por terem me carregado no colo quando j no podia mais caminhar.

    Ao meu orientador Prof. Dr. Marco Antonio Trindade primeiramente por ter me

    aceito como sua orientanda, permitindo que eu fizesse parte da Famlia LAQUECA,

    pelos preciosos ensinamentos, pela confiana, por todas as oportunidades, pela

    pacincia, preocupao, carinho e amizade.

    A toda a minha famlia sem os quais nada disso seria possvel. Em especial

    meu pai Hlio Pereira Carvalho Jnior e minha me Lucimara Aparecida Ttero

    Carvalho que foram a base de tudo para mim, me apoiando nos momentos difceis

    com fora, confiana, amor e me ensinando a persistir nos meus objetivos,

    ajudando-me sempre a alcan-los. As minhas queridas irms Las Ttero Carvalho

    e Natlia Ttero Carvalho por todo apoio e pelas inmeras vezes que me fizeram

    acreditar que eu seria capaz, que conseguiria, a minha querida vozinha Ambile

    Bortoletti Ttero pelo amor, incentivo, oraes e por acreditar no meu potencial em

    todos os momentos, aos meus tios Nivaldo Aparecido Ttero e Bernardete de

    Lourdes Rigoleto Ttero e primos Csar Rigoleto Ttero e Gabriela Rigoleto Ttero

    por estarem sempre ao meu lado e por todo amor e carinho incondicional e, ao meu

    amigo e namorado Leonardo Henrique Paixo Volpi que com sua presena

    amorosa, tem compartilhado bons e maus momentos ao meu lado, fazendo meu dia

    a dia ser diferente e melhor, me ajudando a acreditar que eu era capaz e acima de

    tudo, me ensinou a amar e ser amada. Alm, de uma pequena homenagem e

    agradecimento aos meus amados animais de estimao: Jully, Kiara, Mel, Preta e

    Aurora. AMO TODOS VOCS.

    Aos meus amigos da LAQUECA: Yana Polizer, Paulo Munekata, Juliana Baldin,

    Isabela Rodrigues, Manoela Pires, Raul Fregonesi, Rafaella Paseto e Ktia Borrajo

    e, aos estagirios Juliana Tamura, Beatriz Zillo, Vanessa Sanches, Lucas Marques,

    Poliana Magno e Maria Luiza Diaz. MUITO OBRIGADA.

    As Professoras Dras: Carmen Trindade, Christianne Rodrigues, Eliana Setsuko

    Kamimura, Giovana Tommaso, Maria Tereza de Alvarenga Freire, Monica Mazalli e

    Rosemary de Carvalho por terem cedido gentilmente os seus laboratrios e

  • aparelhos para que minhas anlises pudessem ser realizadas e seus respectivos

    tcnicos: Camila Velludo Molina, Carla Alves Monaco, Fabio Augusto Gallo,

    Guilherme de Sousa Silva, Keila Kazue Aracava, Marcelo Thomazini, Nilson Jos

    Ferreira e Tatiana Cardoso Sanches pelos ensinamentos, ateno e amizade. Ao

    Elsio Carlos Terciotti e todos os funcionrios do abatedouro por todo apoio,

    pacincia, ajuda e carinho.

    Aos meus amigos mais que queridos: Joo Gandra, Marcia Gandra e Joo Vitor

    Gandra que foram muito importantes para mim, que me ajudaram muito e estiveram

    ao meu lado nas alegrias e tambm nas tristezas no me abandonaram nunca.

    MUITO OBRIGADA.

    A Universidade de So Paulo FZEA/USP pela oportunidade, por oferecer toda

    a estrutura necessria para o desenvolvimento deste trabalho. E a todos os

    professores pelos valiosos ensinamentos e funcionrios pelo carinho e auxilio. Em

    especial aos funcionrios da Seo de Ps-graduao e do Departamento de

    Engenharia de Alimentos: Alecsandra de Arajo, Layla Denfrio e Rafael David

    respectivamente.

    A CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior) pelo

    auxlio financeiro.

    E a todos aqueles no citados que direta ou indiretamente contriburam de forma

    positiva para a realizao deste trabalho.

    AGRADEO

  • Agir, eis a inteligncia verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O xito est em ter xito, e no em ter condies de xito. Condies de palcio

    tem qualquer terra larga, mas onde estar o palcio se no o fizerem ali? (Fernando Pessoa)

  • RESUMO

    CARVALHO, L.T. Parmetros tecnolgicos, aceitao sensorial e sensao de saciedade aps consumo de hambrguer bovino com adio de fibra de trigo e teor de gordura reduzido. 2015. 75p. Dissertao (Mestrado) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de So Paulo, Pirassununga, 2015.

    O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de diferentes adies de fibra de trigo

    em substituio a carne e gordura sobre caractersticas tecnolgicas, de aceitao

    sensorial e de satisfao da fome em hambrguer bovino. A princpio, o objetivo era

    desenvolver hambrgueres com diferentes adies de farelo de aveia com

    substituio parcial e total do teor de gordura, no entanto, os resultados em relao

    aceitao sensorial foram bastante negativos. Em funo disso, a proposta foi

    alterada para a incluso de diferentes nveis de adio de fibra de trigo em

    substituio a carne e gordura. Cinco diferentes tratamentos foram processados:

    hambrguer com 77,6% de carne bovina, 19,4% de toucinho, 0% de fibra de trigo e

    gua (Controle), hambrguer com 68,9% de carne bovina, 17,2% de gordura suna,

    1,6% de fibra de trigo e 9,4% de gua (1,5% de Fibra), hambrguer com 60,1% de

    carne bovina, 15,0% de gordura suna, 3,1% de fibra de trigo e 18,8% de gua (3%

    de Fibra), hambrguer com 51,4% de carne bovina, 12,8% de gordura suna, 4,7%

    de fibra de trigo e 28,1 de gua (4,5% de Fibra) e hambrguer com 42,6% de carne

    bovina, 10,7% de gordura suna, 6,3% de fibra de trigo e 37,5% de gua (6% de

    Fibra). Foram analisados teores de protenas, lipdios, umidade, cinzas, pH, textura,

    cor, perda aps coco e reduo de dimetro. Para avaliao sensorial utilizou-se a

    escala hednica de nove pontos, com 103 consumidores que avaliaram os

    parmetros sabor, textura, suculncia e aceitao global. A anlise de saciedade foi

    realizada com 34 avaliadores que anotaram em uma escala visual analgica o

    quanto estavam sentindo de fome antes e a cada hora aps o consumo, at 3 horas.

    Os resultados foram submetidos anlise de varincia e teste de Tukey ao nvel de

    5%. Na anlise fsico-qumica e centesimal, quanto maior a adio de fibra de trigo

    menor o teor de protena e lipdio. A umidade foi maior quando o teor de

    carne/gordura foi reduzido e a fibra de trigo aumentada no hambrguer. Nas

  • anlises de cinzas, pH e perdas aps coco no houve diferena significativa

    (p>0,05). Na reduo de dimetro quanto maior a reduo de carne/gordura e maior

    a adio de fibra de trigo menor o dimetro do hambrguer. Na anlise de textura,

    houve uma correlao negativa entre adio de fibra de trigo e dureza. Para

    elasticidade, a amostra Controle diferiu significativamente (p0,05).

    Na anlise de cor, no houve diferena significativa (p>0,05) nos atributos a* e b*

    porm, no atributo L* todas as amostras diferiram significativamente (p

  • ABSTRACT

    CARVALHO, L.T. "Technological parameters, sensory acceptance and satiety after consumption of beef burger with wheat fiber addition and reduced fat"

    2015. 75p. Dissertation (Master) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de

    Alimentos, Universidade de So Paulo, Pirassununga, 2015.

    The aim of this study was evaluate the different effects of adding wheat fiber to

    replace meat and fat on technological characteristics of sensory acceptance and

    hunger satisfaction in beef burger. At first, the aim was to develop burgers with

    different effects of adding oat bran to replace partial and total of fat, however, the

    results regarding the sensory acceptance were very negative. Because of this, the

    proposal was modified to include different levels of adding wheat fiber to replace the

    meat and fat. Five different treatments were processed: hamburger with 77,6% of

    beef, 19,4% of fat, 0% wheat fiber and water (Control), hamburger with 68,9% of

    beef, 17,2% of pork fat, 1,6% of wheat fiber and 9,4% of water (1,5% Fiber),

    hamburger with 60,1% of beef, 15,0% of pork fat, 3,1% of wheat fiber and 18,8% of

    water (3% Fiber), hamburger with 51,4% of beef, 12,8% of pork fat, 4,7% of wheat

    fiber and 28,1% of water (4,5% Fiber) and hamburger with 42,6% of beef, 10,7% of

    pork fat, 6,3% of wheat fiber and 37,5% of water (6% Fiber). Protein concentrations,

    fat, moisture, ash, pH, texture, color, loss after cooking and reduction in diameter

    were determined. For sensory evaluation a hedonic scale of nine points was used,

    with 103 consumers who evaluated the flavor, texture, juiciness and overall

    acceptance parameters. Satiety analysis was performed with 34 evaluators who

    noted down on a visual analog scale how much they were feeling hungry before and

    every hour after consumption, up to 3 hours. The results were submitted to ANOVA

    and Tukey's test at 5% level. In physical-chemical and centesimal analysis, the

    higher the addition of low wheat fiber protein, the lower the protein and lipid content.

    The moisture was higher when the content of meat/fat was reduced and the wheat

    fiber increased in the burger. In the analyzes of ash, pH and losses after cooking

    there was no significant difference (p>0,05). In diameter reduction, the higher the

    reduction of meat/fat ratio and the higher the wheat fiber addition, the lower the

  • hamburger diameter was. In texture analysis, there was a negative correlation

    between addition of wheat fiber and hardness. For elasticity, the Control Fiber

    sample differed significantly (p0,05). In color analysis, no significant difference (p>0,05)

    in the attributes a* and b* but in the L* attribute all samples differed significantly

    (p

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 - Hambrgueres elaborados com diferentes teores de fibra de trigo e gua

    em substituio carne e gordura: T1) Controle, T2) 1,5 de Fibra, T3) 3% de Fibra,

    T4) 4,5% de Fibra e T5) 6% de Fibra ........................................................................ 33

    Figura 2 - Procedimento para anlise sensorial ....................................................... 39

    Figura 3 - Preparao das amostras para a anlise de saciedade ........................... 40

    Figura 4 - Caractersticas avaliadas na reduo de dimetro de hambrgueres

    elaborados com ou sem fibra de trigo ....................................................................... 51

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Formulaes de hambrgueres de carne bovina formuladas com adio

    de farelo de aveia ...................................................................................................... 29

    Tabela 2 - Formulaes dos hambrgueres elaborados com diferentes teores de

    fibra de trigo e gua em substituio carne e gordura............................................ 33

    Tabela 3 - Parmetros fsico-qumicos de hambrgueres de carne bovina formuladas

    com adio de farelo de aveia ................................................................................... 44

    Tabela 4 - Comparao dos atributos avaliados na avaliao sensorial de aceitao

    de hambrgueres de carne bovina formuladas com adio de farelo de aveia......... 44

    Tabela 5 - Resultados da composio centesimal dos hambrgueres elaboradas

    com diferentes teores de fibra e gua em substituio carne e gordura ................ 47

    Tabela 6 - Resultados das anlises fsico-qumicas dos hambrgueres elaboradas

    com diferentes teores de fibra e gua em substituio carne e gordura ................ 49

    Tabela 7 - Resultados da avaliao sensorial de aceitao dos hambrgueres

    elaboradas com diferentes teores de fibra e gua em substituio carne e gordura

    .................................................................................................................................. 52

    Tabela 8 - Resultados do teste de saciedade/sensao de fome antes e aps o

    consumo dos hambrgueres elaborados com diferentes teores de fibra e gua em

    substituio carne e gordura .................................................................................. 53

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 16

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................... 18

    2.1 Fibras Alimentares ........................................................................................... 18

    2.1.1 Definio e Classificao ........................................................................... 18

    2.1.2 Propriedades Fisiolgicas e Nutricionais ................................................... 19

    2.1.3 Propriedades Tecnolgicas ....................................................................... 21

    2.1.4 Recomendao do Consumo de Fibras Alimentares ................................. 21

    2.2 Farelo de Aveia ................................................................................................ 22

    2.3 Fibra de Trigo Vitacel WF 200 ....................................................................... 23

    2.4 Saciedade ........................................................................................................ 23

    2.5 Informaes sobre a Utilizao de Fibras em Produtos Crneos .................... 25

    2.6 Organizao do Estudo .................................................................................... 26

    3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 27

    3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 27

    3.2 Objetivos Especficos ....................................................................................... 27

    4 MATERIAL E MTODOS ....................................................................................... 28

    4.1 Hambrguer de carne bovino com adio de farelo de aveia e reduo do teor

    de gordura .............................................................................................................. 28

    4.1.1 Delineamento Experimental ....................................................................... 28

  • 4.1.2 Materiais e Processamento ....................................................................... 29

    4.1.3 Parmetros Fsico-Qumicos...................................................................... 30

    4.1.4 Avaliao Sensorial ................................................................................... 30

    4.1.5 Anlise Estatstica...................................................................................... 31

    4.2 Hambrguer bovino com adio de fibra de trigo e reduo do teor de gordura

    ............................................................................................................................... 31

    4.2.1 Matrias-primas ......................................................................................... 31

    4.2.2 Delineamento Experimental ....................................................................... 32

    4.2.3 Processamento .......................................................................................... 34

    4.2.4 Caracterizao Fsico-Qumica e Centesimal ............................................ 34

    4.2.4.1 Composio Centesimal .......................................................................................34

    4.2.4.2 Caracterstica Fsico-Qumica...............................................................................36

    4.2.5 Anlise Sensorial ....................................................................................... 38

    4.2.6 Anlise de Saciedade ................................................................................ 39

    4.2.7 Anlise Estatstica dos Resultados ............................................................ 41

    5 RESULTADOS E DISCUSSES ........................................................................... 43

    5.1 Hambrguer de carne bovino adio de farelo de aveia e reduo do teor de

    gordura ................................................................................................................... 43

    5.2 Hambrguer bovino com adio de fibra de trigo e reduo do teor de gordura

    ............................................................................................................................... 46

    5.2.1 Composio Centesimal ............................................................................ 46

    5.2.2 Caractersticas Fsico-Qumicas ................................................................ 48

  • 5.2.3 Aceitao Sensorial ................................................................................... 51

    5.2.4 Teste de Saciedade ................................................................................... 53

    6 CONCLUSES ...................................................................................................... 55

    7 SUGESTES PARA ESTUDOS FUTUROS ......................................................... 56

    8 REFERNCIAS ...................................................................................................... 57

  • 16

    1 INTRODUO

    Os produtos crneos so de extrema importncia na alimentao diria por

    conter teores elevados de protenas e por seu equilbrio aminocido. O hambrguer,

    um produto altamente consumido nas refeies em domiclio, em funo de seu

    rpido e fcil preparo, merece uma ateno especial. Sua composio baseada

    em gordura saturada e muitas vezes exposto ao processo de fritura, de modo que o

    consumo frequente desse produto pode prejudicar a sade humana, propiciando o

    desenvolvimento de doenas crnicas como obesidade e hipertenso. Em

    decorrncia, possveis alteraes de ingredientes na composio de hambrgueres

    so realizadas de forma a conferem caractersticas funcionais ao produto e

    consequentemente benefcios sade e bem-estar aos consumidores. A exigncia

    dos consumidores por alimentos mais saudveis levam ao topo da lista de

    preferncia, alimentos como protenas do soro do leite, soja, aveia, gergelim, chia,

    psyllium, quinoa, leos como os de linhaa, oliva, soja e de canola entre outros,

    sendo excelentes opes para serem adicionados em produtos crneos, de forma a

    minimizar a quantidade de gordura animal na composio, produzindo produtos com

    perfil de cidos graxos e teores de colesterol mais favorveis nutricionalmente

    quando comparado aos produtos tradicionais (OLIVEIRA et al., 2013).

    A Fibra de Trigo Vitacel WF200 propicia o enriquecimento de fibra alimentar,

    reduo de gordura, reduo do valor calrico, melhoria da textura, controle da

    migrao de umidade, reduo de perda de peso, podendo ser empregada na

    indstria de produtos crneos (JRS, 2015).

    A anlise de saciedade em produtos crneos foi um assunto pouco

    encontrado em artigos cientficos ento, foi necessria uma busca incessante

    mediante a dificuldade de encontrar estudos referentes ao assunto.

    Hurtado; Calliari (2010) afirmam que as fibras no so digeridas pelo

    organismo e, portanto no fornecem calorias, conferindo uma sensao de

    saciedade, ou seja, o aumento no consumo de fibras solveis e insolveis concede

    saciedade e reduz a fome. Alimentos ricos em fibras demandam tempo de

    mastigao, o que estimula a salivao e reduz a ingesto de outros alimentos e, em

  • 17

    consequncia, reduz no consumo calrico. A mastigao tambm desempenha

    efeito direto sobre o hipotlamo, acarretando a sensao de saciedade.

    Os sinais de saciedade so causados no momento em que a refeio passa

    pelo trato gastrintestinal produzindo uma sensao de plenitude. Quando o alimento

    sai do estmago e vai para o intestino, um sinal qumico produzido e o intestino

    libera para o sangue o hormnio colecistocinina (substncia endcrina) em resposta

    presena de protenas e de gorduras do alimento que chegam ao intestino. J, o

    tecido adiposo produz o hormnio leptina (substncia endcrina) que vai para a

    circulao sangunea, chega ao crebro e inibe a ingesto de alimentos. Isso quer

    dizer que, uma quantidade alta de leptina diminui a ingesto e, o inverso, aumenta.

    Todos os sinais de fome e saciedade vo diretamente para o hipotlamo e este,

    produz comandos para a busca e ingesto de alimento e, prepara o trato

    gastrointestinal para receber e para processar o alimento (VALASSI; SCACCHI;

    CAVAGNINI, 2008).

    O uso de Escala Visual Analgica (EVA) para avaliao da saciedade

    possibilita uma avaliao objetiva de uma sensao subjetiva. Inicialmente utilizada

    para determinao da dor, a EVA expe ao paciente uma linha no graduada em

    que as extremidades representam ausncia de dor (extremidade inferior nas escalas

    verticais e esquerda nas escalas horizontais) e a pior dor imaginvel (nas

    extremidades opostas). O emprego da EVA para avaliao da saciedade mantm as

    mesmas concepes da avaliao da dor. uma ferramenta absolutamente til, por

    ser de fcil aplicabilidade e compreenso (CORRA et al., 2005).

    No presente estudo foram avaliados os efeitos de diferentes nveis de adio

    de fibra de trigo e de reduo de gordura sobre caractersticas tecnolgicas, de

    aceitao sensorial e de satisfao da fome (saciedade) em hambrguer bovino,

    visando um produto de menor teor calrico e mais saudvel, podendo favorecer o

    consumo de fibras pela populao.

  • 18

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Fibras Alimentares

    2.1.1 Definio e Classificao

    Segundo Papathanasopoulos; Camilleri (2010) fibra alimentar definida como

    sendo partes comestveis de plantas ou carboidratos anlogos resistentes digesto

    e absoro no intestino delgado e, sofrem fermentao total ou parcial no intestino

    grosso. So polissacardeos, oligossacardeos, lignina e substncias vegetais

    associados. Ainda, segundo Mahan; Escott-Stump (2010) fibra alimentar so

    entendidas como sendo componentes vegetais intactos que no sofrem nenhum tipo

    de digesto pelas enzimas do trato gastrointestinal.

    O Codex Committee on Nutrition and Foods for Special Dietary Uses

    (CCNFSDU) definiu:

    Fibra alimentar constituda de polmeros de carboidratos com dez

    ou mais unidades monomricas, que no so hidrolisados pelas

    enzimas endgenas no intestino delgado e que podem pertencer a

    trs categorias: polmeros de carboidratos comestveis que ocorrem

    naturalmente nos alimentos na forma como so consumidos;

    polmeros de carboidratos obtidos de material cru por meio fsico,

    qumico ou enzimtico e que tenham comprovado efeito fisiolgico

    benfico sobre a sade humana, de acordo com evidncias

    cientficas propostas e aceitas por autoridades competentes e;

    polmeros de carboidratos sintticos que tenham comprovado efeito

    fisiolgico benfico sobre a sade humana, de acordo com

    evidncias cientficas propostas e aceitas por autoridades

    competentes (CODEX ALIMENTARIUS COMISSION, 2008).

  • 19

    A fibra alimentar classificada de acordo com sua solubilidade em gua,

    podendo ser fibra alimentar solvel e fibra alimentar insolvel. A fibra derivada de

    frutas e legumes (pectinas, beta-glucanas, gomas, mucilagens e algumas

    hemiceluloses) tem uma proporo relativamente maior de fibra alimentar solvel,

    enquanto que as fibras de cereais (lignina, pectinas insolveis, celulose e

    hemiceluloses) apresentam uma proporo maior de fibra alimentar insolvel

    (FIGUEROLA et al., 2005).

    As fibras solveis tm a funo de retardar o esvaziamento gstrico, a

    absoro da glicose e reduzir o colesterol do soro sanguneo. As fibras insolveis

    tm a funo de acelerar o trnsito intestinal, aumentar o peso das fezes,

    contribuindo para a reduo do risco de doenas do trato gastrointestinal (ANGELIS,

    2001).

    2.1.2 Propriedades Fisiolgicas e Nutricionais

    A principal ao da fibra alimentar no trato gastrointestinal. Uma das

    principais funes das mesmas servir de substrato para a microbiota

    principalmente presente no intestino grosso, e ainda, modular a velocidade da

    digesto e absoro de nutrientes para promover uma laxao normal. Todos estes

    efeitos proporcionados pela fibra alimentar so considerados extremamente

    diferentes de todos os outros componentes da dieta, uma vez que ela no pode ser

    hidrolisada no intestino delgado dos mamferos (COLLI; SARDINHA; FILISETTI,

    2002).

    A ingesto de fibra alimentar promove a reduo dos riscos de ocorrncias de

    doenas cardiovasculares, diabetes, hipertenso, obesidade, assim como algumas

    doenas gastrointestinais e alguns tipos de cnceres. Segundo Ped (2000),

    diversos estudos demonstram que ingestes elevadas de fibras reduzem as

    concentraes de lipdeos e de glicose no sangue, aumentam a sensibilidade

    insulina, reduzem a presso sangunea e auxiliam no controle do peso.

    Os efeitos fisiolgicos dependem do tipo de fibra, solvel ou insolvel. As

    fibras insolveis aumentam o volume das fezes, portanto diluem o seu contedo, o

  • 20

    que diminui a interao entre a mucosa intestinal e qualquer componente

    carcinognico presente. Alm disso, as fibras insolveis reduzem o tempo de

    trnsito intestinal, evitando que agentes mutagnicos presentes nas fezes interajam

    com o epitlio intestinal (THEBAUDIN et al., 1997). Portanto, a incluso de fibras na

    dieta necessria para manter a funo do trato gastrintestinal normal (CHO;

    CLARK; URIBE-SAUCEDO, 2004). As fibras tambm diminuem as concentraes da

    insulina no soro sanguneo, provocando uma reduo na ingesto de alimentos, pois

    a insulina estimula o apetite (ANDERSON; SMITH; GUSTAFSON, 1994). Foi

    proposto que a absoro de sais biliares pelas fibras resulta em mudanas no

    metabolismo do colesterol, levando a perdas do colesterol do corpo. Alm disso, os

    produtos da fermentao bacteriana de fibras solveis tm um papel importante no

    metabolismo dos lipdios. Os cidos graxos de cadeia curta (SCFA), especialmente o

    cido propinico, tm sido colocados por vrios pesquisadores como responsveis

    pela inibio da sntese do colesterol heptico (THEBAUDIN et al., 1997).

    As fibras solveis formam uma rede de gel ou uma rede viscosa, em

    determinadas condies fsico-qumicas, e desta forma ligam gua, o que aumenta a

    capacidade de reteno de gua e a absoro lipdica. Elas so vistas como

    substratos fermentativos, podem modificar a microflora e levar a uma reduo ou

    modificao de agentes mutagnicos (THEBAUDIN et al., 1997). A viscosidade est

    associada com o esvaziamento gstrico demorado; a fibra modifica a passagem no

    intestino, diminuindo a taxa de absoro de glicose, lipdios e esteris

    (GORINSTEIN et al., 2001). As fibras solveis tm sido relacionadas com a reduo

    dos nveis de glicose no sangue, devido diminuio da digesto e absoro de

    carboidratos (CHAU; HUANG, 2004). Quando fibras solveis so adicionadas

    dieta, a difuso da glicose no sangue mais lenta, e posteriormente a secreo da

    insulina diminuda (SLAVIN, 2005).

    A ingesto elevada de fibra solvel aumenta os efeitos relacionados com a

    diminuio do colesterol no sangue (ANDERSON; SMITH; GUSTAFSON, 1994;

    GORINSTEIN et al., 2001; CHANG et al., 2002). O uso rotineiro de alimentos ricos

    em fibras reduz o risco da obesidade e ajuda na perda e manuteno do peso, pois

    estes alimentos tendem a ter baixos nveis de gorduras. Isso tambm acontece pela

    interao dos seguintes mecanismos: as fibras tm baixa energia calrica, precisam

    de mais tempo para ser digeridas e retardam o esvaziamento gstrico, o que

    aumenta a sensao de saciedade.

  • 21

    2.1.3 Propriedades Tecnolgicas

    Em alimentos, as fibras alimentares possuem funes tecnolgicas, tais

    como: a formao de gis, reteno de gua ou lipdios, aumento da viscosidade,

    influenciando na textura, formao e estabilizao de emulses e de espumas

    (DIEPENMAAT-WOLTERS, 1993). Segundo Larrauri (1999), a fibra alimentar

    considerada ideal deve ter alguns requisitos, tais como: ter componentes

    nutricionais; ter sua concentrao, empregada o mximo de efeitos fisiolgicos; ser

    suave em sabor, cor, textura e odor; ter composio balanceada (frao solvel e

    insolvel) e um conjunto adequado de componentes bioativos; ter boa vida de

    prateleira e no ter efeito adverso, quando adicionado a outro alimento; ser

    compatvel com o processamento de alimentos; ter imagem positiva aos olhos do

    consumidor com relao fonte e benefcios; ter a expectativa de efeitos fisiolgicos

    e preo razovel. As principais caractersticas das fibras comerciais so: contedo

    de fibra total acima de 50%, umidade relativamente baixa (menor que 9%), baixo

    contedo de lipdeos, baixo contedo calrico (menor que 8,36 kJ/g ou menor que 2

    kcal/g) e aroma e sabor neutros.

    2.1.4 Recomendao do Consumo de Fibras Alimentares

    A ADA (American Dietetic Association) orienta a ingesto de 20 a 35g

    fibras/dia para adultos. Estes valores so considerados seguros e eficientes e

    aproximadamente o dobro da ingesto diria nos pases ocidentais. Uma dieta

    habitual e diversificada engloba cerca de 30 a 50% de fibras solveis e 50 a 70% de

    fibras insolveis, recomendados populao em geral (GRIGELMO-MIGUEL;

    ABADIASSERS; MARTINBELLOSO, 1999; GORINSTEIN et al., 2001). Segundo

    Williams, Bollella e Wynder (1995), a nova recomendao mnima de fibra alimentar

    para crianas maiores de 2 anos equivale a sua idade mais 5 g/dia.

    No Brasil, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) orienta o

    consumo de 25 gramas de fibra alimentar por dia para uma dieta de 2000 kcal

  • 22

    (BRASIL, 2003). A RDC N 54, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2012 - Regulamento

    Tcnico sobre Informao Nutricional Complementar estabelece as condies para

    declarao de contedo de fibras em alimentos da seguinte forma: para Fibras

    Alimentares como atributo fonte em condies de mnimo de 2,5g de fibras/poro

    e, como atributo alto contedo em condies de mnimo de 5g de fibras por poro

    (BRASIL, 2012).

    O consumo mdio de fibras alimentares pela populao brasileira, de acordo

    com a pesquisa realizada, foi de aproximadamente 24 gramas de fibras totais, o

    equivalente a 17 gramas de fibras insolveis e 7 gramas de fibras solveis. Como

    observado, a ingesto de fibras insolveis maior do que a ingesto de fibras

    solveis e isso se deve ao fato de que as fibras insolveis so mais facilmente

    encontradas nos alimentos. A mdia do consumo de fibras alimentares para o sexo

    feminino foi de 20 gramas e para o sexo masculino foi de 29 gramas (MATTOS;

    MARTINS, 2000).

    2.2 Farelo de Aveia

    O farelo de aveia produzido principalmente das camadas aleurema e sub-

    aleurema, sendo estas as camadas mais externas do gro de aveia (MIRA; GRAF;

    CNDIDO, 2009).

    um alimento com elevado teor de beta-glucana, forte ao em relao

    reduo dos nveis de colesterol sanguneo, alterando a razo da lipoprotena

    HDL/LDL em indivduos hipercolesterolmicos e, reduo da absoro de glicose em

    indivduos diabticos. Alm disso, as beta-glucanas agem como protetores ao

    desenvolvimento de cncer de clon (ANDERSON; BRIDGES, 1993).

    O farelo de aveia apresenta 9,5% de beta-glucana em sua composio,

    considerado valores relativamente altos, quando comparado a 5% da aveia em

    flocos e a 3,7% farinha de aveia (DE S; FRANCISCO; SOARES, 1998). O

    contedo de fibra alimentar em torno de 15 a 19%, sendo assim, 34 a 48% so

    fibras solveis e o restante fibras insolveis (SHINNICK et al., 1988).

  • 23

    2.3 Fibra de Trigo Vitacel WF 200

    uma fibra alimentar insolvel, neutra, inerte, de colorao branca,

    desfibrada, consistncia fina, livre de glten, cido ftico, cidos graxos e OMG

    (Organismos Geneticamente Modificados). Apresenta um teor de fibra diettica total

    de at 97% de fibra alimentar e produzida a partir do trigo usando um mtodo de

    produo especial (JRS, 2015).

    Combina vantagens nutricionais e fisiolgicas como o enriquecimento de fibra

    alimentar, reduo de gordura, reduo do valor calrico, com vantagens

    tecnolgicas, como melhoria da textura, controle da migrao de umidade, reduo

    de perda de peso, dentre outros (JRS, 2015).

    Apresenta diferentes tipos de comprimentos de fibra entre 30 e 500m

    podendo ser empregado de modo universal em basicamente todas as reas das

    indstrias alimentcias. Obtm uma carga biolgica e quantidades de pesticidas com

    valores muito inferiores ao mnimo exigido por lei propiciando uma elevada

    segurana dos produtos e uma vida til prolongada de 5 anos quando armazenado

    sob condies de baixa umidade (JRS, 2015).

    2.4 Saciedade

    Os sinais nervosos relacionados saciedade so causados durante a

    refeio no trato gastrintestinal produzindo uma sensao de satisfao. Quando o

    alimento sai do estmago e vai para o intestino, um sinal qumico produzido e o

    intestino libera para o sangue o hormnio colecistocinina (substncia endcrina) em

    resposta presena de protenas e de gorduras do alimento que chegam ao

    intestino. J, o tecido adiposo produz o hormnio leptina (substncia endcrina) que

    vai para a circulao sangunea, chega ao crebro e inibe a ingesto de alimentos.

    Isso quer dizer que, uma quantidade alta de leptina diminui a ingesto e, o inverso,

    aumenta. Todos os sinais nervosos de fome e saciedade vo diretamente para

    o hipotlamo e este, produz comandos para a busca e ingesto de alimento e,

  • 24

    prepara o trato gastrointestinal para receber e para processar o alimento (VALASSI;

    SCACCHI; CAVAGNINI, 2008).

    A carncia da mastigao um fator que poder colaborar para a reduo da

    saciedade, isso ocorre porque, a mastigao estimula a liberao de histamina, que

    fisiologicamente supre a ingesto alimentar, devido ativao dos centros de

    saciedade do hipotlamo, produzindo uma diminuio da quantidade e da

    velocidade da ingesto alimentar (OKA et al.2003). A consistncia dos alimentos

    tambm tem um papel importante na saciedade (SANTANGELO et al., 1998.). A

    viscosidade dos alimentos foi associada com a mudana na ingesto alimentar, ou

    seja, quanto maior a viscosidade mais lento o esvaziamento gstrico, prolongando,

    ento, o tempo de saciedade (MARCIANI et al., 2000).

    Corra et al. (2005) afirmam que a funo da Escala Visual Analgica (EVA)

    para avaliao da saciedade possibilita uma avaliao objetiva de uma sensao

    subjetiva. A princpio, utilizada para determinao da dor, as escalas podem ser

    unidimensionais (avalia apenas uma das dimenses da dor) ou multidimensionais

    (avalia mais de uma das dimenses da dor). Dentro das escalas unidimensionais, as

    mais empregadas so, Escala Visual Numrica (EVN) e a Escala Visual Analgica

    (EVA). Na EVN, o paciente solicitado a quantificar sua dor em notas que variam de

    0 (ausncia de dor) a 10 (maior grau j imaginvel), em relao ao grau da

    sensao. A EVA expe ao paciente uma linha no graduada em que as

    extremidades representam ausncia de dor (extremidade inferior nas escalas

    verticais e esquerda nas escolas horizontais) e a pior dor imaginvel (nas

    extremidades opostas). O emprego da EVA para avaliao da saciedade mantm as

    mesmas concepes da avaliao da dor. uma ferramenta absolutamente til, por

    ser de fcil aplicabilidade e compreenso.

    Os sentimentos subjetivos de fome, apetite e saciedade podem ser induzidos

    por uma sequncia de distintos fatores internos, dentre eles variveis psicolgicas e

    fisiolgicas. Ainda, fatores externos, como refeies antecedentes, atividade fsica,

    temperatura, tempo, dentre outros podem induzir as sensaes subjetivas no

    momento do teste. Quando avaliada reprodutividade (variaes entre as medies

    em pontos e dias de teste diferentes, porm utilizando o mesmo mtodo

    padronizado), diversos possveis fatores devem ser mantidos constantes (FLINT et

    al., 2000).

  • 25

    2.5 Informaes sobre a Utilizao de Fibras em Produtos Crneos

    Os produtos crneos so de extrema importncia na alimentao diria

    devido ao elevado teor de protenas e equilbrio aminocidico. H uma busca

    contnua pelo acrscimo de fibras nestes produtos crneos objetivando, alm de

    melhorar a qualidade e valor nutricional, tambm melhorar a capacidade de reteno

    de gua e subsequentemente reduo dos custos de produo (LEAL et al., 2010).

    O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento definiu:

    O hambrguer um produto crneo industrializado obtido da carne

    moda dos animais de aougue que pode ser ou no acrescido de

    tecido adiposo e ingredientes, moldado e submetido a processos

    tecnolgicos necessrios. Apresenta porcentagens de protena

    mnima equivalente a 15%, gordura mxima de 23% e carboidratos

    totais de 3%. Os ingredientes opcionais que podem ser acrescidos

    ao hambrguer so especificamente gordura vegetal, gua, sal,

    protenas de origem animal e/ou vegetal, leite em p, acares,

    maltodextrina, aditivos intencionais, condimentos, aromas,

    especiarias, vegetais, queijos, dentre outros. Trata-se de um produto

    cru, semi-cozido, cozido, frito, congelado ou resfriado (BRASIL,

    2000).

    Apresentam nutrientes que saciam a fome momentaneamente e que so

    responsveis em alimentar, alm de, na atualidade, ser considerado um alimento

    popular devido praticidade, facilidade e rapidez no preparo (ARISSETO, 2003).

    Os hambrgueres devem ser mantidos em sacos plsticos estreis,

    estocados e congelados a temperatura igual ou inferior a 0C, preferencialmente a

    -18C at -12C at o momento do consumo (ICMSF, 1997; SILVA JR., 2002;

    FATTORI ET AL., 2005).

    Os produtos crneos so de extrema importncia na alimentao diria

    devido ao elevado teor de protenas e equilbrio aminocidico. H uma busca

    contnua pelo acrscimo de fibras nestes produtos crneos objetivando, alm de

  • 26

    melhorar a qualidade e valor nutricional, tambm melhorar a capacidade de reteno

    de gua e subsequentemente reduo dos custos de produo (LEAL et al., 2010).

    2.6 Organizao do Estudo

    Inicialmente, o objetivo deste trabalho era trabalhar com adio de farelo de

    aveia em funo de seu alto teor de fibras. Foi realizado um teste inicial neste

    sentido. No entanto, para se obter um teor adequado de fibras nos hambrgueres foi

    necessrio adicionar um elevado teor de farelo de aveia, que levou obteno de

    resultados bastante negativos na aceitao sensorial dos hambrgueres . Em funo

    disso, a proposta foi alterada para a incluso da fibra de trigo, sendo que foram

    desenvolvidos hambrgueres bovinos com diferentes nveis de adio de fibra de

    trigo e reduo do teor de gordura. Vale ressaltar que o teste preliminar com farelo

    de aveia foi publicado como trabalho completo em evento internacional, com o ttulo

    Technological parameters and sensory acceptance of beef burger with addition of

    oat bran and reduced fat. Esse trabalho foi apresentado no 60th ICoMST

    (International Congresso of Meat Science and Technology) em Agosto de 2014 em

    Punta de Leste, Uruguai e ganhou o prmio de 2 melhor pster do evento.

  • 27

    3 OBJETIVOS

    3.1 Objetivo Geral

    Avaliar os efeitos de diferentes nveis de adio de fibra de trigo e de reduo

    de gordura sobre caractersticas tecnolgicas, de aceitao sensorial e de satisfao

    da fome (saciedade) em hambrguer bovino.

    3.2 Objetivos Especficos

    - Avaliar os efeitos de diferentes nveis de adio de fibra de trigo (Vitacel) e

    reduo de gordura sobre caractersticas fsico-qumicas e tecnolgicas em

    hambrguer bovino.

    - Avaliar os efeitos de diferentes nveis de adio de fibra de trigo (Vitacel) e

    reduo de gordura sobre a aceitao sensorial em hambrguer bovino.

    - Avaliar os efeitos de diferentes nveis de adio de fibra de trigo (Vitacel) e

    reduo de gordura sobre a sensao de fome/saciedade aps o consumo dos

    hambrgueres bovinos.

  • 28

    4 MATERIAL E MTODOS

    4.1 Hambrguer de carne bovino com adio de farelo de aveia e reduo do teor de gordura

    4.1.1 Delineamento Experimental

    Foram processadas trs diferentes formulaes de hambrguer bovino, sendo

    que a formulao Controle apresentou 0 gramas de farelo de aveia/poro ou 0% de

    farelo de aveia (sem adio de farelo de aveia), a formulao 10% de Farelo

    apresentou 10,4 gramas de farelo de aveia/poro ou 10% de farelo de aveia e, a

    formulao 20% de Farelo apresentou 2,5 gramas de farelo de aveia/poro ou 20%

    de farelo de aveia (Fonte de Fibra) (Tabela 1):

    1. Controle: com 20,83% de gordura bovina e sem adio de farelo de aveia.

    2. 10% de Farelo: 10,41% de gordura bovina e 10,41% de farelo de aveia.

    3. 20% de Farelo: sem adio de gordura bovina e 20,83% de farelo de aveia

    (equivalente a 3% de fibras).

  • 29

    Tabela 1 - Formulaes de hambrgueres de carne bovina formuladas com adio de farelo de aveia

    Controle 10% de Farelo 20% de Farelo

    Ingredientes % % % Carne Bovina 76,17 76,17 76,17

    Gordura Bovina 20,83 10,41 0 Farelo de Aveia 0 10,41 20,83

    Mix (Condimento) p/ Hambrguer

    3,00 3,00 3,00

    Total 100 100 100

    4.1.2 Materiais e Processamento

    As matrias-primas utilizadas foram patinho bovino, gordura bovina, farelo de

    aveia (Oat Bran, Quaker), gua e condimento para hambrguer (mix para

    hambrguer, Doremax).

    As formulaes utilizadas nesses trabalhos foram elaboradas de acordo com

    a legislao (BRASIL, 2000).

    A fibra de trigo foi hidratada em gua em uma proporo de 6:1 (seis partes

    de gua para uma parte de fibra).

    As matrias-primas crneas (patinho e gordura bovina) foram pesadas

    separadamente, assim como todos os ingredientes. A carne e a gordura foram

    modas em moedor de carne em disco de 4 mm. Em seguida, a carne, gordura

    bovina e os demais ingredientes foram misturados at a obteno de uma massa

    homognea, com liga adequada. A massa resultante da etapa anterior foi separada

    em pedaos de aproximadamente 100g e posteriormente moldada, colocando papel

    entre as peas. O produto final foi armazenado congelado a -18C at o momento da

    realizao das anlises.

  • 30

    4.1.3 Parmetros Fsico-Qumicos

    1. Valores de pH: as medidas de pH nas amostras experimentais foram realizadas

    utilizando pHmetro com eletrodo de perfurao diretamente nas amostras.

    2. Perda de peso na coco (%):

    % PPC = massa hambrguer cru massa hambrguer frito x100

    massa hambrguer cru

    3. Reduo de Dimetro (%):

    % Encolhimento = dimetro hambrguer cru dimetro hambrguer frito x100

    dimetro hambrguer cru

    4. Textura Instrumental (TPA): foi utilizado o acessrio Warner Bratzler

    (velocidade 3mm/s, distncia 30mm, fora 5g) em amostras de 2cm X 2cm em

    um texturmetro TAXTII.

    5. Determinao Instrumental da Cor: as amostras de cada tratamento foram

    submetidas avaliao de cor utilizando-se um colormetro porttil (mod.

    MiniScan XE, marca HunterLab), atravs da escala L*, a*, b*, do sistema CIE

    Lab, com iluminante D65, ngulo de observao de 10 e abertura de clula com

    30 mm.

    4.1.4 Avaliao Sensorial

    Foi aplicado o teste de aceitao utilizando escala hednica de nove pontos,

    avaliando os atributos aroma, textura, suculncia, sabor e qualidade global. Os

    provadores foram recrutados na Universidade em funo de gostarem e serem

    consumidores habituais de hambrguer. O delineamento utilizado foi blocos

    completos aleatorizados, onde todos os provadores avaliaram as trs amostras do

    produto. Foi fornecido o termo de consentimento livre e esclarecido, que foi lido e

    assinado pelos provadores antes da realizao das anlises. As amostras

  • 31

    experimentais de hambrgueres foram aquecidas em uma chapa a 180C at

    atingirem a temperatura interna de 75C, para realizao de anlise sensorial com 60

    provadores. A apresentao das amostras foi mondica e sob a luz vermelha de

    forma a no ocorrer julgamento do provador em relao aparncia.

    4.1.5 Anlise Estatstica

    Os resultados foram submetidos anlise estatstica ANOVA (anlise de

    varincia) com o SAS (Statistical Analysis Software) verso 9.1.3, seguida pelo teste

    de Tukey no nvel de significncia p

  • 32

    4.2.2 Delineamento Experimental

    Foram processadas cinco diferentes formulaes de hambrguer bovino, sendo que a formulao Controle apresentou 0 gramas de fibra de trigo/poro ou

    0% de fibra de trigo (sem adio de fibra de trigo), a formulao 1,5% de Fibra

    apresentou 1,3 gramas de fibra de trigo/poro ou 1,6% de fibra de trigo ( de fibra

    de trigo/poro), a formulao 3% de Fibra apresentou 2,5 gramas de fibra de

    trigo/poro ou 3,1% de fibra de trigo (Fonte de Fibra), a formulao 4,5% de Fibra

    apresentou 3,8 gramas de fibra de trigo/poro ou 4,7% de fibra de trigo ( de fibra

    de trigo/poro) e, a formulao 6% de Fibra apresentou 5,0 gramas de fibra de

    trigo/poro ou 6,3% de fibra de trigo (Alto Contedo de Fibra) (Tabela 2). As

    pores so equivalente 80 gramas, porm no presente estudo, foram utilizados

    hambrgueres de 100 gramas sendo assim, os valores proporcionais:

    1. Controle: Formulao comercial com 77,6% de carne bovina e 19,4% de gordura

    suna (toucinho), 0% de fibra de trigo, 0% de gua e 3,0% de condimento para

    hambrguer.

    2. 1,5% de Fibra: Hambrguer com 68,9% de carne bovina e 17,2% de gordura

    suna (toucinho), 1,6% de fibra de trigo, 9,4% de gua e 3,0% de condimento para

    hambrguer.

    3. 3% de Fibra: Hambrguer com 60,1% de carne bovina e 15,0% de gordura suna

    (toucinho), 3,1% de fibra de trigo, 18,8% de gua e 3,0% de condimento para

    hambrguer.

    4. 4,5% de Fibra: Hambrguer com 51,4% de carne bovina e 12,8% de gordura

    suna (toucinho), 4,7% de fibra de trigo, 28,1 de gua e 3,0% de condimento para

    hambrguer.

  • 33

    5. 6% de Fibra: Hambrguer com 42,6% de carne bovina e 10,7% de gordura suna

    (toucinho), 6,3% de fibra de trigo, 37,5% de gua e 3,0% de condimento para

    hambrguer.

    Na Figura 1 possvel visualizar amostras das cinco formulaes

    processadas.

    Figura 1 - Hambrgueres elaborados com diferentes teores de fibra de trigo e gua em substituio carne e gordura: T1) Controle, T2) 1,5 de Fibra, T3) 3% de Fibra,

    T4) 4,5% de Fibra e T5) 6% de Fibra

    Tabela 2 - Formulaes dos hambrgueres elaborados com diferentes teores de fibra de trigo e gua em substituio carne e gordura

    Controle 1,5% de Fibra 3% de Fibra 4,5% de Fibra 6% de Fibra

    Ingredientes % % % % % Carne 77,6 68,9 60,1 51,4 42,6

    Gordura 19,4 17,2 15,0 12,8 10,7

    Condimento 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0

    Fibra de trigo

    gua

    0,0

    0,0

    1,6

    9,4

    3,1

    18,8

    4,7

    28,1

    6,3

    37,5

    Total 100 100 100 100 100

  • 34

    4.2.3 Processamento

    Os hambrgueres de carne bovina foram produzidos na sala de preparo de

    amostras do laboratrio de Anlise Sensorial da FZEA/USP. A carne e a gordura

    foram trituradas em um moedor de carne (Modelo Picador 22, Marca Beccaro) com

    um disco de 3mm e pesadas separadamente assim como os demais ingredientes.

    Em seguida, todos os ingredientes foram misturados por 10 minutos at a obteno

    de massa homognea, com liga adequada. A massa resultante da etapa anterior foi

    separada em pedaos de 95 a 100 gramas e, posteriormente formatada em uma

    hamburgueira manual (Modelo HP 112, Marca Picelli), sendo cada unidade

    separada por folhas de papel vegetal. O produto final foi armazenado congelado a

    -18C at o momento da realizao das anlises que ocorreu em no mximo uma

    semana aps o processamento em cada uma das trs repeties.

    4.2.4 Caracterizao Fsico-Qumica e Centesimal

    4.2.4.1 Composio Centesimal

    A metodologia oficial da A.O.A.C (2007) foi utilizada para determinao de

    umidade (950.46), resduo mineral ou cinzas (920.153). O teor de protenas foi

    determinado pela metodologia oficial da A.O.A.C Ba 4f-00 (1998) e, o teor de lipdeo

    foi determinado pelo mtodo de Bligh Dyer (1959). Foram realizadas em triplicata.

    1. Umidade: As amostras foram descongeladas temperatura de 41C

    durante 24 horas. Aps, foram trituradas com o exsudado em processador de

    alimentos (Modelo RI7620, Marca PHILIPS WALITA). As amostras foram pesadas

    em balanas analticas (Modelo AX 200, Marca Shimadzu) em placas de Petri

    devidamente limpas, secas, identificadas e taradas para adio de

  • 35

    aproximadamente 5 gramas de amostra triturada e homogeneizada em triplicata. A

    carne foi espalhada no fundo das placas com o uso de uma esptula de metal,

    levadas em estufa a 105C durante 24 horas, esfriadas em dessecador e pesadas.

    Aps, foram voltadas estufa a 105C e pesadas em intervalos de 1 hora at

    atingirem peso constante pelo critrio de variao menos que 0,1%.

    2. Cinzas: O cadinhos de cermica foram lavados e calcinados em mufla

    (Modelo MA 385, Marca MARCONI) 550C por 24 horas. Em seguida, foram

    pesados em balana analtica (Modelo AX 200, Marca Shimadzu) e tarados para

    adio de aproximadamente 5 gramas de matria orgnica seca em triplicata. Aps

    aproximadamente 96 horas ou aps as amostras tornarem-se brancas, os cadinhos

    foram retirados da mufla e esfriados no dessecador para posterior pesagem em

    balana analtica e clculo da quantidade de minerais totais.

    3. Lpdeos: A determinao de lipdeos foi realizada atravs do mtodo de

    Bligh Dyer (1959) com adaptaes, baseados na extrao de gordura a partir de

    solventes orgnicos. De incio, foram pesados aproximadamente 2,5 gramas de

    amostra seca triturada em Erlenmeyer em triplicata. Na capela, foi adicionado em

    cada Erlenmeyer 25ml de clorofrmio, 50ml de metanol e 20ml de gua destilada,

    promovendo a formao de uma nica fase. Os Erlenmeyer foram tampados e

    colocados em mesa giratria por 30 minutos. Foram adicionados mais 50ml de

    clorofrmio e 25ml de sulfato de sdio a 1,5%, novamente tampados e colocados em

    mesa giratria por mais 20 minutos e deixados descansando por um perodo de 24

    horas ou at completa separao de fases. Aps, recolhido aproximadamente 20ml

    da camada inferior com o auxlio de pipetas, colocados em tubo de ensaio e

    adicionados aproximadamente 1g de sulfato de sdio anidro e agitados durante 2

    minutos em vortex (Modelo MA 162, Marca Marconi) para a remoo de traos de

    gua. Filtrou-se rapidamente em papel filtro de 125mm de dimetro n1 (Marca

    WHATMAN) para Erlenmeyer de 125ml. Posteriormente, bckeres de 50ml foram

    previamente identificados, pesados e tarado em balana analtica e logo depois

    transferido 8ml do filtrado. Os bckeres foram colocados em estufa a 95C e as

    amostras foram pesadas em intervalos de uma hora at atingirem peso constante

    pelo critrio de variao menos que 0,1%.

  • 36

    4. Protenas: Para a determinao do teor de protenas foi empregado o mtodo

    de quantificao do teor de nitrognio presente nas amostras atravs do mtodo

    oficial da A.O.A.C Ba 4f-00 (1998), utilizando-se o determinador de protenas Leco

    (Modelo FP-528), calibrado com 150g de padro EDTA (Leco). As amostras foram

    pesadas em placas de Petri e levadas para secagem em estufa em conveco

    forada, a temperatura de 60C durante 24 horas. A amostra de hambrguer foi

    triturada com o exsudado em processador de alimentos (Modelo RI7620, Marca

    PHILIPS WALITA) para obteno de uma massa homognea. Aps este

    procedimento, amostras de aproximadamente 150g foram pesadas em balana

    analtica e a quantidade de protena determinada, foi multiplicada pelo fator 6,25.

    4.2.4.2 Caracterstica Fsico-Qumica

    1. Valores de pH: As medidas de pH nas amostras experimentais foram realizadas

    utilizando-se pHmetro (Modelo HI 99163, Marca HANNA) com eletrodo de

    perfurao diretamente nas amostras em trs pontos diferentes de cada repetio.

    As amostras experimentais de hambrguer foram descongeladas sob refrigerao

    (B.O.D) por 3 horas para a realizao do teste.

    2. Perda de Peso na Coco (PPC): Para a anlise de perda de peso na coco

    (PPC) inicialmente, as amostras ainda congeladas foram pesadas em balana semi-

    analtica (Modelo AS 5500C, MARCONI) em triplicata e logo aps foram aquecidas

    em uma chapa a 180C at atingirem a temperatura interna de 75C no centro

    geomtrico (aproximadamente 2 minutos de cada lado totalizando 8 minutos). As

    amostras foram retiradas da chapa e deixadas temperatura ambiente por cerca de

    30 minutos at atingirem uma temperatura prxima a 30C antes de serem pesadas

    novamente. A PPC foi determinada pela diferena de peso antes e aps a coco,

    atravs da equao: % PPC = massa hambrguer cru massa hambrguer frito x100

    massa hambrguer cru

  • 37

    3. Reduo de Dimetro: Para a anlise de reduo do dimetro ou encolhimento,

    inicialmente foram determinados os dimetros de trs amostras em trs regies

    diferentes. Em seguida estas amostras foram aquecidas em uma chapa a 180C at

    atingirem a temperatura interna de 75C no centro geomtrico (aproximadamente 2

    minutos de cada lado totalizando 8 minutos). As amostras foram retiradas da

    chapa e deixadas temperatura ambiente por cerca de 30 minutos at atingirem

    uma temperatura prxima a 30C, antes de novamente serem medidos os dimetros

    das amostras. O encolhimento foi determinado pela diferena do dimetro mdio

    antes e aps a coco, atravs da equao: % Encolhimento = dimetro hambrguer cru dimetro hambrguer frito x100

    dimetro hambrguer cru

    4. Perfil de Textura Instrumental (TPA): A anlise de perfil de textura instrumental

    (TPA) foi realizada em texturmetro (TAX.T2i, Stable Micro Systems) 25C

    calibrado com peso padro de 5g. A metodologia utilizada foi Perfil de Textura,

    compresso axial com uma sonda cilndrica de 20 mm de dimetro, movendo-se a

    velocidade constante de 2 mm/s, at uma deformao de 50% (BOURNE, 1982)..

    Foram avaliados os parmetros de dureza, elasticidade, coesividade e

    mastigabilidade. As amostras experimentais de hambrguer foram aquecidas em

    uma chapa a 180C at atingirem a temperatura interna de 75C no centro

    geomtrico (aproximadamente 2 minutos de cada lado - totalizando 8 minutos) e

    cortadas em pedaos de 2cm X 2cm para a realizao do teste.

    5. Determinao Instrumental da Cor: As amostras de cada tratamento foram

    submetidas avaliao de cor utilizando-se um colormetro porttil (modelo

    MiniScan XE, marca HunterLab), atravs da escala L* (teor de luminosidade), a*

    (teor de vermelho), b* (teor de amarelo), do sistema CIE Lab, com iluminante D65,

    ngulo de observao de 10 e abertura de clula com 30 mm. Foram tomadas seis

    medidas em pontos distintos de cada amostra em cada repetio, aps 30 minutos

    de exposio da superfcie das amostras ao ar atmosfrico.

  • 38

    4.2.5 Anlise Sensorial

    Foi aplicado o teste de aceitao utilizando escala hednica de nove pontos

    (ficha utilizada no Apndice B), avaliando os atributos aroma, sabor, aparncia e

    qualidade global. Na mesma ficha havia um espao no qual os participantes

    poderiam fazer comentrios em relao aos atributos avaliados.

    Os provadores foram recrutados na FZEA/USP, Campus de Pirassununga,

    dentre alunos, professores e funcionrios, no prprio dia da anlise, quando foi

    fornecido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi devidamente lido e

    assinado por eles antes da realizao das anlises.

    O projeto foi anteriormente avaliado e aprovado pelo Comit de tica da

    FZEA/USP (Anexo 1). As amostras foram identificadas com algarismos de trs

    dgitos e servidas monadicamente para cada provador em blocos completos

    aleatorizados.

    As amostras experimentais de hambrgueres foram aquecidas em uma chapa

    (Modelo GR5E 20665-6, Marca Croydon) a 180C at atingirem a temperatura

    interna de 75C no centro geomtrico (virando a cada 2 minutos totalizando 8

    minutos), para realizao de anlise sensorial com 103 consumidores regulares de

    hambrguer. Durante o teste, as amostras foram mantidas em estufa a

    aproximadamente 60C at o momento das anlises. As anlises foram realizadas

    no Laboratrio de Anlise Sensorial em cabines individuais utilizando luz vermelha

    (Figura 2).

  • 39

    A-) Hambrgueres em chapa 180C

    B-) Hambrgueres em estufa 60C

    C-) Cabines individuais

    D-) Equipe devidamente paramentada

    Figura 2 - Procedimento para Anlise Sensorial

    4.2.6 Anlise de Saciedade

    No presente estudo, utilizou-se a Escala Visual Analgica (EVA)

    possibilitando ao avaliador transmitir atravs de anotaes o quanto estaria sentindo

    de fome antes e em perodos de tempos pr-determinados aps o consumo das

    amostras.

    Inicialmente, para a equipe recrutada, foram transmitidos os princpios e

    fundamentos da anlise, o local, dia e horrio de aplicao, o que possibilitou a

    seleo de provadores realmente interessados em desenvolver a anlise e na

    qualidade do produto.

  • 40

    Trinta e quatro consumidores de hambrguer puderam provar as trs

    diferentes formulaes em trs dias diferentes, sendo um produto diferente por dia,

    ou seja, as amostras foram servidas em blocos completos aleatorizados. Os

    hambrgueres foram aquecidos em uma chapa a 180C at atingirem a temperatura

    interna de 75C no centro geomtrico (aproximadamente 2 minutos de cada lado

    totalizando 8 minutos) e servidos na forma de lanche em um po de hambrguer de

    80 gramas (Figura 3), acompanhado de suco de laranja zero calorias ou gua. Os

    lanches foram servidos em pratos descartveis, devidamente codificados, para que

    os consumidores no identificassem qual dos hambrgueres estaria provando em

    cada dia.

    O teste de saciedade foi realizado somente com trs amostras (as amostras

    extremas Controle e Alto Contedo de Fibra e a amostra intermediria - Fonte de

    Fibra), com o objetivo de menor tempo de teste e consequentemente menor

    exausto dos provadores.

    Hambrgueres em chapa 180C

    Hambrgueres na forma de lanche

    Figura 3 - Preparao das amostras para a anlise de saciedade

  • 41

    As anlises foram realizadas no Laboratrio de Anlise Sensorial na

    FZEA/USP, Campus de Pirassununga, em cabines individuais utilizando luz branca.

    A cada dia, durante trs dias consecutivos, cada provador recebeu uma folha

    explicativa com cinco Escalas Visuais Analgicas (EVAs) (Apndice D), que foram

    preenchidas antes do consumo do hambrguer (antes), imediatamente aps o

    consumo (t=0) e, em intervalos de uma hora, durante trs horas de teste (t=1, t=2 e

    t=3). As folhas explicativas continham informaes sobre como as escalas deveriam

    ser preenchidas e os tempos em que o teste deveria ser realizado. Foi informado ao

    consumidor que ele no poderia ingerir quaisquer outros alimentos durante o

    perodo de trs horas do teste, estando liberado apenas o consumo de gua.

    Os testes aconteceram nos dias 12/11/2014 (quarta-feira), 13/11/2014

    (quinta-feira) e 14/11/2014 (sexta-feira) no perodo da manh em trs horrios (8:15

    horas, 8:45 horas e 9:15 horas). Os provadores escolheram um desses horrios e

    assim escolhido os testes aconteceram necessariamente nos dias consecutivos

    sempre no mesmo horrio. De forma a tornar o teste mais organizado, os grupos de

    provadores foram divididos por igual entre os horrios. No foi exigido que o

    provador no consumisse o caf da manh, levando em considerao a rotina diria

    de cada um.

    Ao fim dos dias de teste, as fichas foram recolhidas e cada EVA foi analisada.

    A distncia da extremidade esquerda da EVA at a marca assinalada pelos

    consumidores foi medida com auxlio de uma rgua e valor obtido em cada uma das

    escalas para a sensao de fome/saciedade variou de 0 a 10.

    O estudo foi submetido ao Comit de tica em Pesquisa da FZEA/USP

    (Anexo 1) e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apndice C) foi

    assinado por todos os consumidores antes do incio do teste.

    4.2.7 Anlise Estatstica dos Resultados

    Os resultados foram submetidos anlise estatstica ANOVA (anlise de

    varincia), utilizando-se o programa estatstico SAS (Statistic Analisis System),

  • 42

    verso 9.1.3, seguida pelo teste de Tukey ao nvel de 5% de significncia, para

    comparao das mdias.

  • 43

    5 RESULTADOS E DISCUSSES

    5.1 Hambrguer de carne bovino adio de farelo de aveia e reduo do teor de gordura

    Os resultados das anlises fsico-qumicas (pH, reduo de dimetro, perdas

    aps coco, cor L*, a* e b* e textura) das trs amostras de hambrgueres de carne

    bovina formuladas com diferentes nveis de adio de farelo de aveia esto

    apresentados na Tabela 3.

    Diferenas (p

  • 44

    Tabela 3 - Parmetros fsico-qumicos de hambrgueres de carne bovina formuladas com adio de farelo de aveia

    0% de Farelo 10% de Farelo1 20% de Farelo2

    Valores de pH 5,96 0,01 6,02 0,01b 5,93 0,00c

    Perdas no Cozimento (%) 0,10 0,00 0,08 0,01 0,08 0,00

    Reduo de Dimetro (%) 0,14 0,01 0,08 0,01b

    0,07 0,01b

    L* 54,07 1,06 54,45 0,76 51,00 0,50b

    a* 14,55 0,37 13,77 0,38b

    13,30 0,13b

    b* 19,44 0,63

    20,36 0,96

    22,55 0,33b

    Textura (kgf) 6,62 0,33 9,66 0,81b 19,02 1,11c

    Valores so referentes mdia erro padro dos resultados (n=3). a,b,c Letras diferentes na mesma linha indicam diferenas significativas entre as amostras (p0,05). (L*) Luminosidade, (a*) intensidade da cor vermelha e (b*) intensidade da cor amarela. 110% de Farelo: hambrguer com no mnimo 25% da reduo de gordura bovina total. 220% de Farelo: hambrguer sem adio de gordura bovina.

    Tabela 4 - Comparao dos atributos avaliados na avaliao sensorial de aceitao de hambrgueres de carne bovina formuladas com adio de farelo de

    aveia

    0% de Farelo 10% de Farelo 20% de Farelo

    Aroma 7,10 0,19 6,63 0,18 5,98 0,23b

    Textura 7,15 0,20 5,93 0,19b 4,33 0,24c

    Suculncia 7,35 0,17 5,30 0,20b 3,88 0,23c

    Sabor 7,67 0,16 6,47 0,19b 4,73 0,26c

    Qualidade Geral 7,58 0,14 6,08 0,18b 4,47 0,24c Valores so referentes mdia erro padro dos resultados (n=64). a,b,c Letras diferentes na mesma linha indicam diferenas significativas entre as amostras (p0,05).

  • 45

    Houve diferena significativa (p

  • 46

    empanada com baixo teor de gordura (

  • 47

    de trigo hidratada em substituio massa crnea (carne mais gordura animal),

    menor foi o teor de protenas dos hambrgueres. Siqueira (2001), avaliando

    hambrguer bovino com baixo teor de gordura adicionado de protena de soja e

    amido modificado, encontrou teores de protenas entre 17,8 a 19,5%, teores mais

    elevados aos encontrados neste trabalho.

    Tabela 5 - Resultados da composio centesimal dos hambrgueres elaboradas com diferentes teores de fibra e gua em substituio carne e gordura

    Controle 1,5% de Fibra 3% de Fibra 4,5% de Fibra 6% de Fibra

    Protena (%) 18,23 0,53a 15,55 0,55b 14,07 0,45bc 11,58 0,21cd 9,88 0,50d

    Lipdios (%) 17,47 0,40a 14,04 1,29ab 12,79 0,75abc 9,52 0,90bc 8,42 0,45c

    Umidade (%) 61,63 0,37a 65,55 1,29ab 66,66 0,56bc 69,74 0,91bc 71,24 0,80c

    Cinzas (%) 2,73 0,02a 2,48 0,13a 2,54 0,03a 2,49 0,03a 2,46 0,03a

    Valores so referentes mdia erro padro dos resultados (n=3). a,b,c,d Letras diferentes na mesma linha indicam diferenas significativas entre as amostras (p=0,05).

    Os resultados para os teores de lipdeos ficaram entre 8,42% e 17,47%

    estando de acordo com a legislao brasileira (MAPA n 20/2000), que exige valores

    mximos de 23% de lipdeos em hambrgueres. Semelhantemente aos teores de

    protenas, a amostra Controle apresentou o maior teor de lipdeos (17,47%),

    diferindo (p0,05) das amostras 1,5% de Fibra e 3% de Fibra (14,04 e 12,79% de

    lipdeos, respectivamente). De acordo com Bernadino Filho et al. (2012) os nveis de

    gordura no hambrguer bovino adicionado de inulina foram de 5,07% (sem inulina e

    sem gordura), 2,41% (50% de inulina e 50% de gordura) e 1,54% (100% de inulina e

    sem gordura), nveis relativamente inferiores aos resultados encontrados no

    presente estudo.

    O teor lipdico apresentou uma reduo de 19,63% na amostra 1,5% de Fibra

    quando comparada amostra Controle. Esta reduo foi de 26,79% na amostra 3%

    de Fibra, 45,51% na amostra 4,5% de Fibra e, 51,80% na amostra 6% de Fibra.

  • 48

    Portanto, as amostras 3% de Fibra, 4,5% de Fibra e 6% de Fibra podem ser

    considerados Light por apresentarem uma reduo de, no mnimo, 25% no

    contedo lipdico em relao amostra Controle, como estabelecido na Resoluo

    RDC n 54/2012 para uso da Informao Nutricional Complementar (INC) em

    alimentos. Essa drstica reduo lipdica permite a obteno de um produto de

    menor teor calrico e, portanto, mais saudvel.

    Os teores de umidade variaram entre 61,63% e 71,24% e no houve

    diferena (p>0,05) entre a amostra Controle e a amostra 1,5% de Fibra, mas em

    contrapartida, houve diferena (p0,05) entre as amostras. Estes resultados

    so superiores ao encontrado por Seabra et al. (2002) em hambrguer de carne

    ovina adicionados de fcula de mandioca e farinha de aveia, com 1,06% e 1,10% de

    cinzas. Provavelmente estes resultados mais elevados de cinzas se devem ao teor

    de NaCl presente no condimento pronto para hambrguer, que foi adicionado em

    uma concentrao constante de 3% em todas as formulaes.

    5.2.2 Caractersticas Fsico-Qumicas

    A adio de fibra de trigo hidratada em hambrguer de carne bovina com

    reduo do teor de carne/gordura no causou diferenas (p>0,05) nos resultados de

    pH (Tabela 6), que ficaram na faixa de 5,86 a 5,92. Filho et al. (2012) tambm no

    encontraram diferenas nos valores de pH em hambrgueres bovino adicionados ou

    no de inulina, ficando prximos a 6,13.

  • 49

    Tabela 6 - Resultados das anlises fsico-qumicas dos hambrgueres elaboradas com diferentes teores de fibra e gua em substituio carne e gordura

    Controle 1,5% de Fibra 3% de Fibra 4,5% de Fibra 6% de Fibra

    pH 5,86 0,02a 5,90 0,04a 5,91 0,05a 5,92 0,04a 5,92 0,04a

    Perdas Aps Coco (%)

    31,30 1,98a 29,03 1,80a 26,95 1,26a 27,50 0,76a 29,75 0,64a

    Reduo de Dimetro (%)

    25,57 1,16a 22,33 1,97ab 20,57 1,50ab 19,09 0,50ab 16,85 0,42b

    Dureza (g) 6095 259,64a 4775 363,46ab 4600 129,38b 4319 171,29b 3471 198,28b

    Elasticidade (mm) 0,83 0,01a 0,78 0,01ab 0,77 0,02ab 0,74 0,02b 0,72 0,00b

    Mastigabilidade (g.mm)

    3281 185,59a 2294 199,19b 2196 124,54b 1954 205,52b 1446 97,52b

    Coesividade 0,64 0,00a 0,61 0,00a 0,61 0,01a 0,60 0,02a 0,58 0,01a

    Cor L* 47,13 0,36a 51,51 1,22b 51,93 0,16b 54,95 0,39bc 58,06 0,97c

    Cor a* 13,31 0,61a 12,75 0,37a 12,54 0,66a 11,38 0,70a 11,40 1,50a

    Cor b* 15,88 0,65a 17,32 0,82a 17,99 1,02a 18,16 1,21a

    19,01 1,11a

    Valores so referentes mdia erro padro dos resultados (n=3). a,b Letras diferentes na mesma linha indicam diferenas significativas entre as amostras (p=0,05).

    (L*) Luminosidade, (a*) intensidade da cor vermelha e (b*) intensidade da cor amarela.

    As perdas de peso aps coco ficaram na faixa de 26,95 e 31,30% e no

    diferiram (p>0,05) entre as amostras (Tabela 6). Esses resultados so muito positivos

    uma vez que, mesmo perante a substituio de carne/gordura por fibra de trigo

    hidratada e alta temperatura utilizada durante o preparo do hambrguer, as

    amostras se mantiveram na mesma faixa de peso. Francisco et al. (2013) relataram

    que a adio de 0,5 ou 1,0% de fibra de trigo ou colgeno bovino em linguia de

    frango tambm no afetou significativamente as perdas aps coco entre as

    amostras.

    Os resultados das anlises de reduo de dimetro aps coco esto

    apresentados na Tabela 6. O maior (p

  • 50

    bovinos adicionados de farinha de aveia nas propores de 0, 6,88, 12,25, 12,25,

    12,25, 18,75 e 25% como substituto de gordura e apresentou valores inferiores de

    reduo de dimetro aos apresentados no presente estudo, na faixa de 7,22 e

    13,38%.

    Na anlise do perfil de textura instrumental (TPA), os valores de dureza

    ficaram na faixa de 3471 e 6095g (Tabela 3). A amostra Controle no diferiu

    (p>0,05) da amostra 1,5% de Fibra, no entanto, a amostra Controle apresentou

    maior (p0,05) da amostra 1,5% de

    Fibra e 3% de Fibra, no entanto, a amostra Controle diferiu (p0,05) entre as amostras. Esse resultado muito positivo,

    pois mesmo com a substituio em nveis elevados de carne e gordura por fibra de

    trigo, esses parmetros no foram afetados significativamente. No atributo L* as

    amostras 1,5% de Fibra, 3% de Fibra e 4,5% de Fibra no diferiram (p>0,05)

    apresentando valores na faixa de 47,13 e 58,06%. Ainda, a amostra 6% de Fibra

    diferiu (p0,05) da amostra 4,5% de Fibra. Como observado, no atributo L*, todas as

  • 51

    amostras diferiram (p0,05) entre as amostras, que

    receberam notas prximas a 6,8.

    Para o atributo sabor, no houve diferena (p>0,05) entre a amostra Controle

    em relao s demais amostras. Este resultado era esperado, pois a fibra de trigo

  • 52

    WF200 Vitacel aroma e sabor neutro, o que no influenciou negativamente na

    aceitao das amostras.

    Para o atributo textura, no houve diferena (p>0,05) entre a amostra

    Controle em relao s amostras 1,5% de Fibra, 3% de Fibra e 4,5% de Fibra,

    porm todas as amostras foram mais bem aceitas (p0,05) entre a amostra

    Controle em relao s amostras 1,5% de Fibra, 3% de Fibra e 4,5% de Fibra,

    porm a amostra com 6% de Fibra foi menos aceita (p0,05) entre as amostras. Esse resultado muito positivo, pois demonstrou que a

    substituio de diferentes nveis de gordura e carne por fibra de trigo hidratada no

    prejudicou a aceitao sensorial dos hambrgueres como um todo.

  • 53

    Snchez-Alonso; Haji-Maleki; Borderias (2007) aplicaram a fibra de trigo

    Vitacel com adio de 3% e 6% em produtos reestruturados de pescada

    (Merluccius merluccius) e de chicharro (Trachurus trachurus) e alcanaram

    resultados sensoriais positivos na concentrao de 3%. Na amostra de chicharro

    acrescido de 3% de fibra, boas notas pelos julgadores foram observadas (6,0-7,0) e,

    nas amostras sem adio de fibra (controle) notas inferiores (6,5-6,6). A amostra

    acrescida de 6% de fibra obteve as notas mais baixas (2,5-4,0).

    5.2.4 Teste de Saciedade

    Os resultados obtidos do teste de saciedade esto descritos na Tabela 8.

    Tabela 8 - Resultados do teste de saciedade/sensao de fome antes e aps o consumo dos hambrgueres elaborados com diferentes teores de fibra e gua em

    substituio carne e gordura

    Antes T0 T1 T2 T3

    Controle 4,15 0,50aA 0,60 0,11bA 0,50 0,15bA 1,37 0,29bA 3,34 0,48aA 3% de Fibra 3,66 0,51aA 0,37 0,15bA 0,66 0,13bA 1,43 0,30bA 3,27 0,43aA 6% de Fibra 4,00 0,57aA 0,40 0,10cA 0,56 0,16bcA 1,49 0,33bcA 3,07 0,48aA

    Valores so referentes mdia erro padro dos resultados (n=34). A Letras maisculas diferentes na mesma coluna indicam diferenas significativas entre as amostras

    (p=0,05) a,b Letras minsculas diferentes na mesma linha indicam diferenas significativas entre os tempos

    (p=0,05).

    Na comparao entre os trs tratamentos (Controle, 3% de Fibra e 6% de

    Fibra) no foram verificadas diferenas (p>0,05) em todos os intervalos de tempo

    (Antes, T0, T1, T2 e T3) avaliados. Quer dizer, a sensao de saciedade causada

    pelo consumo dos lanches recheados com os diferentes hambrgueres, no diferiu.

    Da mesma maneira, a sensao de fome/saciedade experimentada pelos

    consumidores ao longo do tempo, antes e depois do consumo dos hambrgueres

  • 54

    (Antes, T0, T1, T2 e T3), apresentou comportamento bastante semelhante para os

    trs tratamentos avaliados (Controle, 3% de Fibra e 6% de Fibra). Para os trs

    hambrgueres verificou-se um comportamento similar de reduo (p0,05) ao inicial. Esse fato vem contribuir para demonstrar a

    eficcia do teste de saciedade aplicado nesse presente estudo, pois naturalmente

    aps uma alimentao a fome vai retornando com o passar do tempo.

    Howarth et al. (2001) sugeriram que a ingesto elevada de fibra total poderia

    auxiliar na reduo do consumo de energia, reduzindo a fome e/ou aumentando a

    saciedade. Porm, quando se comparou os diferentes tratamentos em cada intervalo

    de tempo, no foram verificadas diferenas (p>0,05) na sensao de

    fome/saciedade causada pelos diferentes hambrgueres em todos os intervalos

    avaliados. Quer dizer, a ingesto dos hambrgueres adicionados de fibra de trigo

    no contribuiu para aumentar a sensao de saciedade dos consumidores em

    comparao ingesto do hambrguer sem fibra. No entanto, apesar da incluso da

    fibra de trigo nos diferentes nveis no ter causado aumento da saciedade em

    comparao ao hambrguer sem adio de fibra, pode-se considerar que os

    resultados obtidos so positivos, uma vez que a fibra hidratada (seis vezes seu peso

    em gua) entrou nas formulaes substituindo parcialmente carne e gordura das

    formulaes. Como observado na Tabela 6, o tratamento Controle, quando

    comparado ao 3% de Fibra, sofreu uma reduo de 17,5% na carne e 4,4% na

    gordura e quando comparado ao 6% de Fibra a reduo foi de 35% na carne e

    8,7% na gordura adicionada. Estas redues causaram consequentemente reduo

    do teor calrico desses produtos.

  • 55

    6 CONCLUSES

    A substituio de carne e gordura por fibra de trigo hidratada em

    hambrgueres comprometeu os parmetros tecnolgicos e sensoriais do produto

    nos tratamentos com maiores teores de fibra (4,5% de Fibra e 6% de Fibra). Ainda,

    no foi possvel verificar aumento da saciedade entre as amostras, ou seja, o

    aumento no teor de fibra de trigo nos hambrgueres no implicou em diminuio da

    sensao de fome aps o consumo dos produtos.

    No entanto, como os produtos com adio de fibras apresentaram

    consequentemente menor quantidade de protenas e gorduras, pode-se recomendar

    a substituio de carne/gordura pela fibra de trigo hidratada em hambrgueres no

    nvel de 3% de Fibra (2,5g de fibra na poro de 80g de produto), visando a um

    alimento com caractersticas fsico-qumicas adequadas, bem aceito sensorialmente

    e principalmente mais saudvel, por apresentar menor valor calrico e maior teor de

    fibras, podendo favorecer o consumo de fibras pela populao.

  • 56

    7 SUGESTES PARA ESTUDOS FUTUROS

    A partir dos resultados obtidos, novas pesquisas de produtos alimentcios

    enriquecidos com fibras solveis e insolveis podem ser sugeridos (produtos

    crneos, produtos lcteos e de panificao), com o objetivo de criar novas

    aplicaes de sub-produtos agrcolas (fibras de frutas, vegetais, feijes, aveia,

    cevada, dentre outros) para o desenvolvimento de novos produtos com menor teor

    calrico e mais saudveis.

  • 57

    8 REFERNCIAS

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    APNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento da Avaliao