Para 10 perguntas …

10 respostas

1. Durante a minha infância lembro-me de desenhar, ser a minha forma de expressão e resolução de problemas. Com o passar dos anos pensava em ser artista, e para comprovar fui ver se encontrava “provas” . Não encontrei fotos, mas desenho e muitos. Um caderno onde para além de desenhos tem também algumas descrições feitas pela minha mãe e irmã sobre o que eu fazia e o meu “vocabulário” inventado… A primeira “prova” é um pequeno desenho no meu primeiro diário gráfico, datado de 1983.

Prova#1:

Prova #2: Pergunta sobre “ARTE” 1983, - fragmento da vida real. Relatado pela minha irmã e documentado no meu diário gráfico.

2. Esta pergunta não é fácil. Penso que a minha relação com a política será uma relação de desconfiança e repulsa. Não gosto de políticos e do “jogo” da política. Não sou militante de nada. No meu trabalho, é de certo modo político porque faço críticas à actualidade através da análise dos discursos criados a volta de factos e personalidades históricas. A história difere de acordo com quem a conta e isso aprendi na escola. No Brasil, aprendi a história pelo ponto de vista da ex. colónia e em Portugal, pelo ponto de vista dos colonizadores. Apesar do respeito mútuo entre os dois países, as diferenças mais chocantes estão nas omissões mais do que as afirmações. Ainda aprendi história de Portugal com um discurso imperialista, onde o papel de Portugal é heróico, incompreendido e saudosista. No Brasil, Portugal era retratado como um “ladrão” das riquezas do Brasil e um mau “pai”. Pai, porque, apesar de tudo há uma certa reverência às origens. O discurso histórico ajuda a perpetuar uma distância e ignorância sobre o ponto de vista de cada um o que se reflectia nas relações sociais e culturais entre os dois países. Entretanto mais de vinte anos passaram, as relações de poder inverteram-se e não tenho conhecimento sobre o ensino de história em ambos países. Seria interessante saber se houve uma alteração dos discursos. Ressalvo também que as minhas afirmações são com base nas minhas memórias e não fiz qualquer investigação sobre o assunto. Em resumo, vale o que vale.

3. Tudo influencia, estava a ter uma certa dificuldade em escolher um sistema para catalogar e restringir as influências… Por isso, resolvi a questão através de um sistema de associação de pessoas e imagens. Resolvi começar por uma figura histórica (Napoleão) e de seguida, pensar na imagem que mais associo com a figura histórica em questão e o encadeamento é semi-aleatório, mas sempre influenciado pela imagem associada com a pessoa. Desta forma, começo com Napoleão (personalidade Histórica), passando por artistas mortos, artistas vivos, artistas amigos e acabo com Bugs Bunny (personalidade fictícia).

Napoleão

Bernini

Duchamp

Veronese

Rachel Whiteread

Martin Creed

Jefford Horrigan

Doris Salcedo

Paula Roush

Ann-Marie Lequesne

Durer

Susana Themlitz

Jean Cocteau

Cindy Sherman

Sherrie Levine

João Penalva

Bugs Bunny

4. O que interessa nos tempos de hoje? Interessa reflectir, construir, produzir e ser mais físico do que virtual.

5. Tem a arte alguma influência sobre a evolução da sociedade?

Esta pergunta presta-se a uma bela citação de alguém famoso, que poderia continuar com um tratado sobre a importância da arte para a sociedade e como a arte ajuda a definir o grau de refinamento da mesma. Então imaginem que escrevi e tem imensas notas de rodapé e tem também referências a montes de filósofos. (deixo-vos aqui algum tempo para imaginarem que estão a ler. Podem ficar por aqui cerca de 15 minutos)

6. Palavra que define…. Só uma? ALFINETADA

7.

Falo híbrido, Tenho pronúncia híbrida, Escrevo em hibridês. Para explicar… é melhor usar uma canção:

(After let’s call thing off)

Things have come to a pretty pass,

Our romance is growing flat,

For you like this and the other

While I go for this and that.

Goodness knows what the end will be,

Oh, I don't know where I'm at...

It looks as if we two will never be one,

Something must be done.

You say atacadores and I say cadarços ,

You say pois and I né say ,

atacadores, cadarços , pois, né.

Let's call the whole thing off!

You like salsa and I like salsinha,

You like courgete and I like abobrinha,

Salsa, salsinha, courgete, abobrinha!

Let's call the whole thing off!

But oh! If we call the whole thing off,

Then we must part.

And oh! If we ever part,

Then that might break my heart!

So, if you like cueca and I like calsinha,

I'll wear cueca and give up calsinha.

For we know we need each other,

So we better call the calling off off.

Let's call the whole thing off!

You say piada and I say pegadinha,

You say fantástico and I beleza say ,

Piada, pegadinha, fantástico, beleza,

Let's call the whole thing off!

You like limão and I like lima,

You, sumol and I Brahma,

Limão, lima, ananás, carambola!

Let's call the whole thing off!

But oh! If we call the whole thing off,

Then we must part.

And oh! If we ever part,

Then that might break my heart!

So, if you go for sapateira and I go for Siri

I'll order Sapateira and cancel the Siri.

For we know we need each other,

So we better call the calling off off!

Let's call the whole thing off!:

8. Levar para a ilha… 3 contentores: Por contentores: Um contentor com as tralhas do atelier; Segundo contentor com stock de 20 anos de produtos de higiene de toda a ordem, incluindo algum mobiliário Ikea escondido entre as caixas; Terceiro contentor – tecnologia e entretenimento, inclui um holofote à batman (ver imagem), mas com as iniciais AF.

9. Reformas mais urgentes

- step away from your belly bottom –

10.

Atenção: Guardem tudo! Físico, virtual, tudo!

Se há algo que faz parte do meu processo é a acumulação, de informação, de objectos, de histórias, estórias, imagens, conversas. Espero que o meu universo seja disponível no futuro a quase todos (terms and conditions apply).