panamby magazine março 2015
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Ano
1 –
Ed
ição
12 –
Mar
ço 2
015
PANAMBY EM EXPANSÃO: controvérsias e debates
Rodolfo Nanni: Quase um século
Amigos do Parque Burle Marx
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DIRETORES: Luiza Oliva ([email protected]) e Marcelo Santos ([email protected]) FOTOGRAFIA: Juliana Amorim CRIAÇÃO E ARTE: Adalton Martins e Vanessa Thomaz ATENDIMENTO AO LEITOR: Catia Gomes IMPRESSÃO: Laser Press PERIODICIDADE: Mensal CIRCULAÇÃO: Condomínios de alto padrão e comércio do Panamby JORNALISTA RESPONSávEL: Luiza Oliva MTB 16.935
PANAMBY MAGAZINE é uma publicação mensal da Editora Leitura Prima. PANAMBY MAGAZINE não se responsabiliza pelos serviços, informes publicitários e produtos de empresas que anunciam neste veículo.
REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO: Al. dos Jurupis, 1005, conj. 94 – Moema – São Paulo – SP Tel. (11) 2157-4825, 2157-4826 e 98486-3000 – [email protected] – www.leituraprima.com.brM Tecnologia e Comunicação Ltda.
SUMÁRIO
Sem desenvolvimento, não há valorização dos imó-
veis. E por desenvolvimento, devemos entender
segurança, mobilidade urbana, infraestrutura de
comércio e serviços e áreas verdes. O Panamby vive esse
dilema: é possível crescer com qualidade de vida e, princi-
palmente, preservação do meio ambiente? Para muitos, é
possível, desde que haja planejamento, melhorando princi-
palmente as condições de acessibilidade ao bairro – o que
inclui mais transporte público de qualidade. Com o trânsi-
to constantemente engarrafado, inclusive com ruas inter-
nas congestionadas, como construir mais prédios e colocar
mais gente na região? Rosa Richer, presidente da Associa-
ção Cultural e de Cidadania do Panamby, atesta: “Vias locais
se transformaram em vias coletoras de tráfego. No Morumbi
como um todo o trânsito deve fl uir, inclusive por uma ques-
tão de segurança.”
Trânsito à parte, Panamby, Jardim Sul, Vila Andrade, não
importando a denominação, são recantos deste pedaço de-
sejado do Morumbi que continuam atraindo mais empreen-
dimentos. Muitos lançamentos são de apartamentos do tipo
studio, de 1 ou de 2 dormitórios, atraindo o público single e o
que busca o primeiro imóvel. Nesta edição, mostramos como
o bairro está recebendo a chegada de mais edifícios, ouvimos
o ponto de vista do mercado imobiliário e tocamos em um
assunto polêmico: o tratamento do esgoto gerado no bairro.
Panamby Magazine continua com espaço aberto para
discutir o bairro, as necessidades dos moradores e como ge-
rar desenvolvimento com qualidade de vida.
Boa leitura e até o próximo mês.
Luiza Oliva
Editora
www.panambymagazine.com.br
www.facebook.com/panambymagazine
caro morador do PANAMBY
ANO 1 | Nº 12 | Março 2015
Foto
: Arq
uivo
EDITORIAL
04 CAPAPanamby em expansão
14 CULTURADas telas para as páginas
20 PARQUEAmigos do Parque Burle Marx
04
Foto
: Julia
na
Am
orim
22 FAMÍLIAComo conversar sobre drogas com
os fi lhos
24 SAÚDEMassagem – o toque pode acelerar
a cura
20
4
CAPA
Experimente dar uma volta pelo Panamby e não en-
contrar um lançamento imobiliário ou edifício em
construção. A tarefa é praticamente impossível.
Apenas no trecho entre o Shopping Jardim Sul e o Parque
Burle Marx é possível localizar 13 novos empreendimen-
tos, alguns recém-entregues, recebendo novos moradores.
Região do Panamby e Jardim Sul continua atraindo empreendimentos imobiliários. Moradores questionam
poder público, que autoriza corte de árvores, e construtores afi rmam
trazer desenvolvimento e valorização para a região.
Fotos: Juliana Amorim
Panamby mantém perfi l de apartamentos amplos, para famílias.
panamby em EXPANSÃO
5
Quando todos estiverem prontos, calcula-se que cerca
de 1.500 novas unidades se somarão à região. Isso sem
contar o outro lado da Avenida Giovanni Gronchi, deno-
minada Jardim Sul pelo mercado imobiliário, com um nú-
mero ainda mais impactante de lançamentos.
Charmoso, o Panamby recebe gente do próprio Mo-
rumbi e de outras áreas da cidade, atraídos pelo verde
característico do bairro e pelo preço competitivo. A re-
gião é muito nova. As terras da Vila Andrade faziam par-
te da fazenda do Morumby. Segundo o jornalista Levino
Ponciano, autor do livro bairros paulistanos de a a Z, da
Editora Senac, o Andrade veio do sobrenome do ban-
queiro Agostinho Martins de Andrade, morador do Pa-
raíso e proprietário de uma grande chácara no Morumbi
que servia como lazer para sua família nos anos 30 e 40.
Levino relata: “Na Chácara Andrade ele plantou mais de
600 mil pés de eucaliptos. Em 1945, o banqueiro faleceu
e no fi nal da década de 50 seus fi lhos venderam as ter-
ras para uma empreendedora, que tinha como um dos
sócios o megaempresário Sebastião Camargo, dono da
Camargo Corrêa, que anos mais tarde iniciou um tímido
loteamento. Seu grande crescimento aconteceu no fi nal
dos anos 70, consolidando- se nos 80 e se agigantando
nos 90. E, hoje, sua verticalização crescente transformou
a Vila Andrade num pequeno Morumbi.”
O crescimento da região divide opiniões. Inevitável
para alguns, temeroso para outros. Há, porém, um de-
sejo comum: a preservação do verde. Bruno Isaac avis-
tou da janela de seu apartamento o desmatamento do
terreno onde a Camargo Corrêa irá construir o Grand
Panamby, empreendimento com 236 unidades de 138 a
264 m2. Bruno admite que é um direito do proprietário
do terreno construir nele, mas questiona a forma como
tudo foi feito, às vésperas do Carnaval: “Denunciamos
a obra e a Prefeitura não fez nada. Continuamos com a
denúncia porque queremos que tudo seja fi scalizado. O
mercado imobiliário vive uma fase muito ruim e ques-
tiono até que ponto tantos lançamentos serão comer-
cializados. Outro aspecto é que nosso trânsito já está
saturado. Certamente quando as novas pontes fi carem
prontas, de nada adiantarão.”
Bruno fala do bairro com especial apreço, já que mu-
dou para a Rua Deputado João Sussumu Hirata em 1986.
O crescimento da região divide opiniões. Inevitável para alguns, temeroso para outros.
Há, porém, um desejo comum: a preservação do verde.
“Estou vendo um bairro verde se transformar em bairro
de pedra”, diz, completando que iniciativas da própria
Prefeitura acabam contribuindo para a piora do trânsito.
Ele cita, por exemplo, a ciclofaixa instalada na Avenida
Luiz Migliano. “Sou ciclista mas percebo que naquele lo-
cal a ciclofaixa só piora o trânsito.”
Aline Inagaki de Lorenzo chegou ao bairro em 1988,
para morar com a família no condomínio Granja do Mo-
rumbi. Ela acompanhou as ruas sendo abertas e asfalta-
das, o surgimento dos primeiros prédios, a inauguração
do Shopping Jardim Sul. Apesar do crescimento que tes-
Panamby concentra condomínios de alto padrão.
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CAPAFo
to: D
ivu
lga
ção
“Nossas áreas
verdes fazem parte
de um corredor
verde da região sul
que contribui para
a cidade e para a
preservação de
espécies de fauna e
fl ora.”
Rosa Richter, presidente da Associação Cultural e de
Cidadania do Panamby
temunhou, para Aline, 27 anos depois, o Panamby ainda
carece de serviços, “por exemplo, boas rotisserias, uma
opção prática para pegarmos comida pronta”, diz. Ela
acredita que há espaço para crescer mantendo o ver-
de. “Logicamente as áreas de preservação permanente
têm que ser preservadas, mas há lugar para condomínios
residenciais e também comerciais. Muitos moradores
gostariam de trabalhar perto de casa, mas temos pou-
cos edifícios comerciais”, constata, defendendo ainda
um padrão de qualidade para novos prédios compatível
com o Panamby.
DESENvOLvIMENTO SADIO
Para o arquiteto Edson Falanga, construtor de três edi-
fícios no Panamby e apaixonado pelo bairro, é possível
crescer com responsabilidade, desde que a legislação seja
rigorosamente obedecida. “Tudo que as construtoras ti-
Poder público deve ser rigoroso nas aprovações de empreendimentos, acreditam moradores.
7
8
CAPA
ram deve ser compensado. Acredito que essa compensa-
ção deva ser feita de forma equilibrada em melhorias no
próprio bairro. O Panamby é um nicho diferenciado, um
bairro maravilhoso que tem tudo para ser um dos melho-
res da cidade.” Falanga aponta que os moradores devem
participar de discussões sobre o bairro e seu crescimento.
“Cabeças criativas e competentes podem ajudar a pensar
soluções. É difícil termos imóveis valorizados sem infraes-
trutura. O que falta para o Panamby valorizar de fato é jus-
tamente melhor circulação, opções de transporte público
e preservação ambiental”, sustenta.
Rosa Richter, presidente da Associação Cultural e de
Cidadania do Panamby, também defende que as constru-
ções façam contrapartidas para o bairro. “As construtoras
têm o direito de construir em seus terrenos, um direito li-
mitado mas têm. Cabe à Prefeitura e aos órgãos públicos
aprovar ou não os projetos apresentados. Acredito que as
aprovações devem estar ligadas a um desenvolvimento sa-
dio do bairro. Nossas áreas verdes fazem parte de um cor-
redor verde da região sul que contribui para a cidade e para
Quando se trata de discutir o desenvolvimento
e crescimento do Panamby, um tema frequente é
a coleta e tratamento de esgoto do bairro. Afi nal, o
esgoto do Panamby ainda é jogado diretamente no
Rio Pinheiros? Segundo Milton de Oliveira, superin-
tendente da Unidade de Negócio Oeste da Sabesp,
parte da região já é atendida com sistema de coleta e
tratamento de esgoto – composto por estações ele-
vatórias, coletores-tronco e interceptores, que levam
os esgotos à estação de tratamento. “Para melhoria
e ampliação dos sistemas para atendimento total ao
bairro, entrou em operação o coletor-tronco (CT) de-
E O ESGOTO?
nominado Itapaiúna. E já existem outras três obras
em andamento, os CTs Morumbi e Paes Mendonça e
um interceptor ao longo da margem esquerda do rio
Pinheiros, chamado IPI-8. Esse conjunto de obras, que
faz parte da terceira etapa do Projeto Tietê, tem pre-
visão de conclusão para dezembro de 2015”, informa o
superintendente da Sabesp.
Oliveira esclarece que serão benefi ciados aproxi-
madamente 80 mil moradores da região do Panamby,
Real Parque e Vila Andrade, que terão seus dejetos
enviados para tratamento na Estação de Tratamento
de Esgoto Barueri. O valor investido na obra do Inter-
ceptor (IPI-8) é R$ 18 milhões.
Quanto aos novos empreendimentos imobiliários,
o superintendente da Sabesp explica que a instala-
ção de toda a infraestrutura de água e de esgoto é
de responsabilidade do próprio empreendedor que
recebe todas as diretrizes da Sabesp para a execução
das obras. “Posteriormente, para que a empresa pos-
sa operar os sistemas de abastecimento de água e/ou
esgotos sanitários, é necessário que ocorra a doação
formal à Sabesp das redes implantadas”, completa.
Moradores defendem contrapartidas das construtoras feitas no próprio bairro.
preta e o palmito jussara, já levantadas em outros frag-
mentos verdes próximos e dispersadas por animais que
frequentam essas matas. Ainda conforme o biólogo, por
estar perto da Marginal Pinheiros, cumprem o papel de
amortecimento do Parque Burle Marx, disponibilizando
alimento e abrigo para os animais, “protegendo sua por-
ção central contra ventos fortes, insolação, poluentes e
a preservação de espécies de fauna e fl ora. Porém, o que
vemos é uma Prefeitura omissa e totalmente permissiva,
ela não pode ser tão leviana. Cabe a ela barrar ou limitar os
excessos, afi nal a Prefeitura deve zelar pela população.”
Valéria Inati mudou para o Morumbi quando havia va-
cas pastando em áreas livres e todos os vizinhos se co-
nheciam. Ela vê um ponto positivo no crescimento por ve-
zes desordenado do bairro e os problemas decorrentes: a
união dos moradores em busca de soluções. “Queremos o
crescimento mas com segurança e um planejamento para
melhorar o trânsito. Como crescer com esse trânsito?”
Muitos moradores vão em busca de soluções para a
defesa do verde. É o que fez Cássia Camargo e seus vi-
zinhos. Preocupados com o lançamento de um empre-
endimento em um terreno na Rua Algeciras, eles enco-
mendaram um laudo técnico ao biólogo Vitor Inôti Yuki.
Na vistoria técnica realizada no local, Vitor identifi cou
diversas espécies nativas, como tapirás, pixiricas, jerivás,
pau-pólvora, fi gueiras, jurubebas, quaresmeiras, embaú-
bas, ipês e araçás, além do samambaiaçu, espécie ame-
açada. Segundo Vitor, as áreas têm ainda o potencial
de abrigar outras espécies ameaçadas, como a pitanga
Panamby: privilégio de ter muitas ruas arborizadas.
10
outros fatores de degradação e ainda funcionando como
um corredor florestal”.
Com base nas conclusões do laudo, Cássia buscou a
Cetesb e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da
Prefeitura e também solicitou o apoio da deputada fede-
ral Mara Gabrilli. “Como um órgão público pode dar auto-
rização de corte sem verificar corretamente que tipo de
espécies há no terreno?”, indaga a moradora. O biólogo
Vitor Yuki complementa que a legislação municipal es-
tabelece critérios de remoção das árvores e formas de
CAPA
compensação. É levado em conta, por exemplo, o DAP
(Diâmetro na Altura do Peito, calculado a 1,30 metro)
da árvore. Vitor salienta que eucaliptos não são espé-
cies nativas. Árvore exótica, suas espécies podem atingir
30 metros de altura e não são indicadas para a cidade,
mas plantadas para produzir pasta de celulose, usada na
fabricação de papel. “É positivo termos incentivos para
substituir os eucaliptos da cidade. Eles representam uma
espécie que retira os nutrientes e propriedades químicas
do solo”, completa o biólogo.
LANÇAMENTOS E EMPREENDIMENTOS RECENTEMENTE CONCLUÍDOS NO PANAMBY*
1 Fontes do Panamby (RAX Imóveis)
2 Tasty Panamby (Stuhlberger/Tecnisa – 48 unidades)
3 On Panamby (Kallas – 104 unidades)
4 Panamby Penthouses (Brookfield – 96 unidades)
5 Vista Verde (Stuhlberger/Tecnisa – 80 unidades)
6 Paisaje Panamby (Camargo Ortega – 32 unidades)
7 ParkWay Panamby (Camargo Corrêa – 376 unidades)
8 Inside Out (UBuilders/Ametista)
9 Grand Panamby (Camargo Corrêa – 236 unidades)
10 It´s 163 (Stuhlberger/Tecnisa – 120 unidades)
11 Panoramic (OAS Empreendimentos)
12 Lançamento Stuhlberger
13 Réservé 650 (Exto – 80 unidades)
14 Lojas
Lançamentos ainda não identificados
*Alguns empreendimentos não informaram o número de unidades.
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O PONTO DE vISTA DO MERCADO IMOBILIáRIO
O Panamby é a menina dos olhos do mercado imobili-
ário. O bairro reúne inúmeros atrativos: proximidade com
o Parque Burle Marx e outras áreas verdes, boas escolas,
opções de compras e serviços se desenvolvendo. Especia-
listas do segmento avaliam que os clientes que buscam
empreendimentos no Panamby têm comportamento
distinto daqueles que compram em outras regiões. “O Pa-
namby não é um bairro de vendas explosivas. Um público
mais qualificado como o do bairro costuma ter uma deci-
são mais demorada. Ele não tem tanta urgência na com-
pra. Há uma característica própria na velocidade de ven-
das, elas se mantêm do início ao final da obra”, compara
Thiago Castro, diretor de novos negócios da Abyara Brasil
Brokers, que define o Panamby como uma ilha de valor em
que são lançadas bem menos unidades do que em outros
bairros. Thiago traça um histórico do número de unidades
lançadas por ano:
2006: 516 unidades
2007: 740 unidades
2008: 119 unidades
2009: 337 unidades
2010: 295 unidades
2011: 184 unidades
2012: 176 unidades
2013: 468 unidades
2014: 408 unidades
Em número de projetos, o bairro viu surgir 40 novos
empreendimentos nos três últimos anos (6 em 2012, 27
em 2013 e 7 no ano passado). O DNA do bairro, acredita o
diretor da Abyara, são os apartamentos de maior metra-
gem, voltados para famílias. “Mas, assim como na cidade,
há uma onda de lançamentos de um dormitório direcio-
nados ao público single. O Panamby está pegando carona
nessa onda, mas o perfil do bairro é o de apartamentos
12
para as famílias.” Para Thiago, os próprios moradores do
Panamby acabam comprando unidades menores para
investir ou para a família. “É um bairro desejado e quem
está aqui não quer sair”, diz.
Apesar da procura pelo Panamby, os valores do me-
tro quadrado ainda estão mais baixos do que os de bairros
do outro lado da Marginal. Thiago acredita que, se o trân-
sito melhorar, o degrau de preço entre os dois lados do rio
tende a diminuir. “Vejo um potencial bem grande de valo-
rização para o Panamby.” Os preços praticados hoje estão
entre R$ 11 e 12 mil o metro quadrado no Campo Belo e
Brooklin, contra R$ 8 mil a 8.500 no Panamby, R$ 6.800 no
Jardim Sul (eixo do Shopping, nos dois lados da Giovanni
Gronchi) e de R$ 6.300 a R$ 6.500 no Morumbi, conforme
o diretor da Abyara.
Sobre o debate que o desmatamento para lançamen-
tos de empreendimentos têm causado entre os moradores,
Thiago acredita que o mercado não pode ser culpado por
situações como o aumento do trânsito. “O mercado imobi-
liário não fabrica carros nem gera trânsito. O direito à mora-
dia é constitucional e o setor privado provê moradias que o
poder público não faz. O mercado imobiliário pode ser visto,
sim, como um grande agente de mudanças positivas para
o bairro, tanto na parte urbana quanto ambiental. Se uma
construção é feita dentro da lei, a natureza continuará exu-
berante e o bairro ganhará em qualidade”, atesta.
Procurada pela Panamby Magazine, a Camargo Corrêa
Desenvolvimento Imobiliário, por meio de sua assessoria de
imprensa, afi rmou que “os empreendimentos lançados nos
últimos anos ajudaram a valorizar ainda mais a região, tra-
zendo nova infraestrutura para o bairro e melhorias de aces-
so. Hoje, o valor do metro quadrado chega a ser três vezes
maior do que alguns anos atrás na região. O Panamby é con-
siderado um dos bairros mais nobres da cidade e o Jardim
Sul/ Vila Andrade a cada ano vem crescendo e se tornando
CAPA
12
Novos empreendimentos geram opiniões divergentes.
um bairro de grande procura para quem busca o primei-
ro imóvel”. A empresa tem dois grandes lançamentos no
bairro: o Parkway Panamby segue a tendência de unidades
compactas com praticidade, oferecendo serviços Pay Per
Use, como personal trainer, pet care e dog walker, manicure
domiciliar, massagem, central de fornecedores (eventos),
limpeza e arrumação do apartamento, manutenção de pe-
quenos reparos, serviços de limpeza pós-festa, central de
locação, entre outros. Já o Grand Panamby tem perfi l para
famílias, com plantas de 138, 163 e 185 m2 e pé direito duplo
na sala e varanda como grande diferencial.
A Exto é outra construtora em ação no Panamby.
Seu empreendimento, o Réservé 650, tem 80 unidades,
sendo os apartamentos tipo com 138 ou 141 m². Rober-
to Matos, presidente da Exto, acredita que, por ser uma
região “família” e nobre, o Panamby ainda tem espaço
para lançamentos com estas características, “incluindo
amplos apartamentos, lazer completo e um padrão alto”.
“O Panamby é um verdadeiro pulmão verde para a região
do Morumbi e dos trechos sul da Marginal Pinheiros. A
própria lei de zoneamento paulistana privilegia o bairro,
com baixos índices de potencial construtivo, o que regu-
Visando a mobilização dos moradores em de-
fesa do Parque Burle Marx e das áreas verdes vi-
zinhas, o morador Roberto Delmanto Jr. fundou o
movimento SOS Panamby, que tem uma página
no Facebook, a SOS Panamby, ganhando a cada
dia mais adesões. Também criou uma petição, a
ser entregue ao prefeito Fernando Haddad, que
conta com quase 25 mil assinaturas.
Moradores do Panamby e Morumbi e simpati-
zantes do Parque Burle Marx podem aderir à causa
em defesa da fauna e da fl ora da região.
Curta a página no Facebook: www.facebook.
com/SOSPanamby
SOS PANAMBY
lamenta e limita as iniciativas imobiliárias. Existem diver-
sos terrenos interessantes na região que podem resultar
em empreendimentos importantes, mas estas iniciativas
devem ocorrer de forma regulamentada, garantindo um
crescimento saudável do bairro, e a manutenção dos es-
paços agradáveis, que fazem do Panamby algo único na
cidade de São Paulo”, avalia Matos.
14
CULTURA
DAS TELAS para as páginas
Sua vida daria um livro. Durante anos Rodolfo
Nanni escutou de muitos amigos a afi rmação.
E de tanto ouvi-la, resolveu colocá-la em ação.
Sua vida dedicada às artes – em especial, o cinema –
se transformou no livro Quase um século – imagens da
memória, lançado em dezembro passado no Museu da
Imagem e do Som. No fi nal de fevereiro, a obra ganhou
mais um lançamento, este na loja Chic Chic, no Shopping
Portal. Afi nal, Rodolfo é morador do Portal do Morumbi
há mais de 35 anos e, no evento, pode encontrar muitos
amigos do bairro.
Mais do que um retrato da vida de Nanni, hoje com 90
anos, a leitura de Quase um século permite conhecer me-
Cineasta Rodolfo Nanni, morador do Morumbi, comemora carreira
com livro de memórias.
Foto
: Ro
berto
Sa
nto
s Filho
Cartaz do fi lme o retorno, feito pela neta Joana Nanni.
Rodolfo Nanni durante as fi lmagens de o retorno.
15
lhor a história do cinema brasileiro e também da cidade
de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, Rodolfo cres-
ceu na então bucólica Rua Oscar Freire, em uma casa
cheia de verde. Seu pai, Enrico, trabalhou na fábrica de
vidros Santa Marina, da família Matarazzo, e depois abriu
um armazém de secos e molhados, o Armazém Nanni.
Nas memórias da infância aparecem a Avenida Rebou-
ças, as Ruas Teodoro Sampaio, Alves Guimarães, Arthur
de Azevedo e proximidades, os lampiões de gás.
E foi menino que Rodolfo teve seus primeiros contatos
com a arte. Seu primo e padrinho, Victor Brecheret, morou
na casa da Oscar Freire. Para ele, a família Nanni reservou
um ateliê, onde Victor dava formas a suas esculturas mol-
dadas em um barro cinza, que o artista chamava de creta.
Entre as lembranças do ateliê, Rodolfo recorda da primei-
ra maquete em gesso do futuro Monumento às Bandeiras,
que muitos anos depois se tornaria um dos mais impor-
tantes monumentos de São Paulo. Entre o grupo de mo-
dernistas que frequentavam a casa dos Nanni, em função
da presença de Brecheret, estavam Anita Malfatti, Oswald
de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e o ar-
quiteto Gregori Warchavchik.
Na juventude, Rodolfo chegou a estudar pintura com
Anita Malfatti, em seu ateliê na Rua Ceará. Certo de que
as tintas e as telas eram o seu caminho, foi para o Rio de
Janeiro, onde frequentou o ateliê de Cândido Portina-
ri que, exilado no Uruguai, aconselhou o jovem aluno a
seguir seus estudos com o artista plástico austríaco Axl
Leskoschek. Lá, conviveu com artistas como Fayga Os-
trower, Renina Katz e Edith Behring e conheceu sua pri-
meira esposa, Tereza Nicolau.
No fi nal dos anos 1940, a vida de Rodolfo deu uma gui-
nada: o pai de Tereza, médico pediatra que cuidava dos
netos do ditador Getúlio Vargas, não aprovava o namoro
da fi lha com o fi lho de imigrantes e mandou a moça para
Paris. Com o apoio dos pais, Rodolfo se mudou para Paris,
onde casou com Tereza. Em terras francesas, fazia par-
te de um grupo de artistas brasileiros, entre eles Mário
Gruber, Otávio Araújo, Luís Ventura e Carlos Scliar. Mas o
cinema batia às portas de Rodolfo: foi através de um car-
taz no metrô parisiense que ele percebeu a possibilidade
de fazer aulas de cinema, no Institut des Hautes Études
Cinématographiques (IDHEC). Foi o primeiro passo para
que ele se dedicasse integralmente ao cinema. “Esta-
va convencido de que o cinema poderia contribuir mais
efi cientemente para o desenvolvimento da cultura e da
educação no Brasil. Meu projeto não teria nada a ver com
fi lmes de entretenimento. Pensava em documentários e
fi cção que abordassem questões de interesse cultural e
social”, relembra Rodolfo em Quase um século.
O retorno ao Brasil aconteceu em 1949. Rodolfo tra-
balhou como continuísta no fi lme aglaia, de Ruy Santos.
Era uma oportunidade para o jovem aprendiz de cineasta
trabalhar com um dos maiores fotógrafos do cinema bra-
sileiro. Porém, o dinheiro de Ruy acabou e aglaia nunca
Foto
: Julia
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orim
Foto
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Lançamento de Quase um século: cineasta histórico ainda em atividade.
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CULTURAFo
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an
ni
acabou de ser rodado. “Foi minha primeira aventura, ou
desventura, no cinema brasileiro”, diz Rodolfo.
Até que, em São Paulo, Nanni conheceu Arthur Ne-
ves, sócio de Caio Prado Jr. na editora e livraria Brasilien-
se, que publicava os livros de Monteiro Lobato. Rodolfo se
surpreendeu com o convite para dirigir as aventuras dos
personagens de Lobato. Ele recebeu a ideia quase como
uma brincadeira. Mas resolveu acreditar – afi nal, estava
apostando na carreira de cineasta – e começou a escre-
ver o roteiro de o saci. O fi lme foi rodado entre 1951 e 1952
e fez história como o primeiro fi lme infantil nacional. Ou-
tra nota histórica se refere ao assistente de direção de o
saci, então um jovem recém-formado em Direito, Nélson
Pereira dos Santos, que se transformaria em um dos mais
bem sucedidos diretores brasileiros. o saci foi um suces-
so. A fotografi a fi cou a cargo de Ruy Santos e outros no-
mes renomados participaram do projeto, como o músico
Cláudio Santoro, um dos maiores compositores eruditos
brasileiros do século XX, responsável pela trilha sonora. o
“Estava convencido de que o cinema poderia contribuir mais efi cientemente para o
desenvolvimento da cultura e da educação no Brasil. Meu projeto não teria nada a ver com
fi lmes de entretenimento. Pensava em documentários e fi cção que abordassem questões
de interesse cultural e social.”
Dirigindo Cordélia, Cordélia, fi lme com Lilian Lemmertz: no Jardim da Luz, em São Paulo, 1971.
o drama das secas (1958).
Foto
: Ro
do
lfo N
an
ni
saci foi exibido no Festival de Cinema de Veneza e
recebeu o Prêmio Governador do Estado de São
Paulo, o Prêmio Saci do jornal O Estado de S. Paulo
e o Prêmio Curumim do jornal Diário de Notícias,
do Rio, entre outros.
Já tarimbado pelo sucesso de o saci, Rodolfo
Nanni chega aonde sonhava quando iniciou as au-
las de cinema em Paris: fi lmes com força social.
Em 1958, ele viaja pelo Nordeste para fi lmar o
drama das secas. “Sempre acreditei que um artis-
ta deve se preocupar com a realidade. Fazer fi lme
só por entretenimento não é a minha área. Mas é
muito caro realizar um fi lme e o público não tem
interesse em ver nas telas as mazelas de seu país.
Comédias, fi lmes de ação, é o que dá retorno”,
aponta o cineasta. Nanni viajou cerca de 4 mil qui-
lômetros pelos estados de Pernambuco, Ceará e
Paraíba, acompanhado do fotógrafo Ruy Santos e
do montador José Cañizares. Os olhos e as lentes
de Rodolfo testemunharam as tristes cenas da
seca: centenas de retirantes perambulando pelas
estradas, gente morrendo de fome, sem nenhum
o drama das secas (1958).
Anna_mar15.indd 1 13/03/15 15:12
18
CULTURA
ela sobre o assunto, mas só recebi
uma carta de agradecimento de uma
secretária”, comenta. o retorno con-
tou com trilha musical composta por
Anna Maria Kieffer, esposa de Nanni
e musicista. A neta de Nanni, Joana,
cuidou do design do cartaz do fi lme
e da capa do DVD. o retorno partici-
pou, em 2008, do Festival Cine PE, no
Recife, onde ganhou os prêmios de
melhor direção e melhor fotografi a,
além do Prêmio Josué de Castro de
melhor documentário social.
Em sua trajetória no cinema, Ro-
dolfo Nanni conviveu e cultivou ami-
zades entre nomes como Roberto
Santos, Nélson Pereira dos Santos,
Luís Sérgio Person, Rubem Biáfora,
Walter Hugo Houri, Thomaz Farkas,
João Batista de Andrade, Cacá Die-
gues e Roberto Farias. Quase um sé-
culo é recheado de histórias saboro-
sas do cinema e da cultura nacionais.
Nanni contribuiu inclusive com a for-
mação de novos cineastas, já que foi, durante 32 anos,
criador do curso de Cinema, depois Faculdade de Cine-
ma, da FAAP. Entre seus ex-alunos estão os cineastas
Laís Bodanzky, Beto Brant e Mara Mourão.
Enquanto divulga seu livro, Rodolfo Nanni continua
em plena atividade. Parou de pintar para se dedicar ao
amparo ou assistência dos governos.
Em 1959, por o drama das secas, no-
vamente Nanni recebe o Prêmio Go-
vernador do Estado de São Paulo e o
Saci do O Estado de S. Paulo.
Em 2008, Rodolfo voltou ao ce-
nário das secas e fi lmou o retorno.
Acompanhado do diretor de foto-
grafi a Roberto Santos Filho, Rodolfo
percorreu duas vezes praticamente o
mesmo roteiro de o drama das secas.
“Tinha a certeza de que não desejava
realizar um fi lme de simples denún-
cia. O que me norteou foi a possibi-
lidade de revelar, mais uma vez, o re-
trato de uma situação que nenhum
de nós, brasileiros, deveria aceitar”,
comenta Nanni no livro. Cinquenta
anos após o primeiro fi lme, Nanni
ainda se entristeceu com as imagens
que captou no sertão. “As secas são
cíclicas e a de 2008 não era tão forte.
Mas vi que a maior parte das famílias
ainda tem parentes que vêm tentar
a vida em São Paulo. As crianças fi cam lá, cuidadas pe-
las avós. Vi meninas prostituídas e pequenos lavradores
que plantam para viver. Mais do que programas de aju-
da, como o Bolsa Família, o lavrador precisa de fi nancia-
mento para plantar e viver do seu trabalho. Enviei o fi lme
para a presidente Dilma, esperava poder conversar com
Registros fotográfi cos feitos por Rodolfo Nanni durante as fi lmagens de o drama das secas (1958).
Onde encontrar:Quase um século pode ser
encontrado na rede da Livraria Cultura, na loja Chic Chic
(Shopping Portal do Morumbi – Av. Dr. Guilherme Dumont
Villares, 1269) e na Livraria do Museu da Imagem e do Som
(MIS – Av. Europa, 158).
cinema, mas ainda atua na área: faz parte do Conse-
lho Consultivo do Acervo Artístico e Cultural dos Palá-
cios do Governo do Estado de São Paulo. Para as telas,
já preparou o roteiro de um fi lme de fi cção sobre São
Paulo, Cidade Ilimitada. “É um retrato real da cidade, na
grande riqueza e na grande pobreza”, explica. Com Anna
Maria Kieffer trabalha ainda no projeto de fi lmes para a
televisão, abordando músicas das diversas comunida-
des de São Paulo. O título previsto para a série é Vozes
de São Paulo.
O programa Amigos do Parque Burle Marx tem o objetivo de incentivar as pessoas a doar e ajudar com a manutenção do Parque Burle Marx.
Fundado em 1995, o Burle Marx é o único parque municipal administrado por uma instituição pri-vada sem fi ns lucrativos. A partir de um convênio fi rmado com a Prefeitura Municipal de São Pau-lo, a Fundação Aron Birmann é encarregada de manter e gerenciar o Parque e não recebe para isso nenhum recurso da Prefeitura.
A Fundação Aron Birmann disponibiliza aos doa-dores cadastrados no programa Amigos do Par-que acesso a um clube de benefícios com des-contos de 10% a 100% em diversas empresas do bairro, nas áreas de Alimentação, Saúde & Bele-za, Serviços e Produtos & Acessórios.
Para participar do programa basta entrar em con-tato com a Administração do Parque Burle Marx, e a partir de R$ 25 por mês você já pode usufruir do clube de benefícios! Todo participante rece-berá uma carteirinha do programa que deverá ser apresentada nos estabelecimentos parceiros para liberar o desconto. O guia completo de des-contos encontra-se disponível no site do parque, na aba “Amigos do Parque Burle Marx”.
Você pode ser amigo do Parque!
COMO ADERIR AO PROGRAMA:Entre em contato com
a Administração do Parque:[email protected] ou (11) 3746-7631
www.parqueburlemarx.com.br
Se você tem
uma empresa e está
interessado em participar
do programa e divulgar sua
marca no parque, a única exigência
é disponibilizar aos doadores
participantes ao menos 10% de
desconto em seus produtos/serviços.
Para mais informações, procure a
Administração do
Burle Marx.
amigo do Parque!
An_BurleMax_mar15.indd 2-3 13/03/15 17:58
O programa Amigos do Parque Burle Marx tem o objetivo de incentivar as pessoas a doar e ajudar com a manutenção do Parque Burle Marx.
Fundado em 1995, o Burle Marx é o único parque municipal administrado por uma instituição pri-vada sem fi ns lucrativos. A partir de um convênio fi rmado com a Prefeitura Municipal de São Pau-lo, a Fundação Aron Birmann é encarregada de manter e gerenciar o Parque e não recebe para isso nenhum recurso da Prefeitura.
A Fundação Aron Birmann disponibiliza aos doa-dores cadastrados no programa Amigos do Par-que acesso a um clube de benefícios com des-contos de 10% a 100% em diversas empresas do bairro, nas áreas de Alimentação, Saúde & Bele-za, Serviços e Produtos & Acessórios.
Para participar do programa basta entrar em con-tato com a Administração do Parque Burle Marx, e a partir de R$ 25 por mês você já pode usufruir do clube de benefícios! Todo participante rece-berá uma carteirinha do programa que deverá ser apresentada nos estabelecimentos parceiros para liberar o desconto. O guia completo de des-contos encontra-se disponível no site do parque, na aba “Amigos do Parque Burle Marx”.
Você pode ser amigo do Parque!
COMO ADERIR AO PROGRAMA:Entre em contato com
a Administração do Parque:[email protected] ou (11) 3746-7631
www.parqueburlemarx.com.br
Se você tem
uma empresa e está
interessado em participar
do programa e divulgar sua
marca no parque, a única exigência
é disponibilizar aos doadores
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Para mais informações, procure a
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22
Pixa
bay
FAMÍLIA
Em mais de 20 anos como educador essa é uma
das questões que percebi mais afligir pais e mães.
Principalmente quando os filhos são adolescen-
tes. Por isso, eu e a Dra. Ilana Pinsky escrevemos um livro
com o intuito de auxiliar os pais nessa tarefa.
Antes de qualquer coisa, tenha em mente que quan-
do o assunto é drogas, os pais nunca são a única fonte de
informação, portanto a melhor coisa é informar-se bem
sobre o tema (porque seu filho com certeza já o fez). Pro-
cure fontes seguras e confiáveis para não perder a opor-
tunidade quando ela aparecer.
Normalmente não funciona muito bem marcar dia e
hora para essa conversa. Tornar esse tipo de bate papo
uma solenidade só faz com que o jovem se coloque na
defensiva e fale apenas o que gostaríamos de ouvir.
Pequenos momentos que surgem a partir de uma
imagem, de um filme, novela e até mesmo de uma histó-
ria familiar ajudam a entrar no assunto de maneira mais
natural e produtiva.
Conversas muito longas devem ser evitadas. A medi-
da deve ser sempre o nível de interesse ou curiosidade do
adolescente. Ele ainda está fazendo perguntas e trocando
ideias ou está com cara de paisagem? Esse tipo de per-
gunta você deve se fazer durante a conversa com seu filho.
As abordagens devem estar adaptadas às faixas etá-
rias, mesmo sabendo que hoje o acesso à informação
COMO CONVERSAR sobre drogas com os filhos
Por Cesar Pazinatto
23
Cesar Pazinatto é morador do Morumbi, educador, Diretor Geral da SEE-SAW /
Panamby Bilingual School e coautor do livro Álcool e drogas na adolescência. Um guia para
pais e professores (Editora Contexto)[email protected]
www.pazinatto.com
é muito grande e desde muito cedo as
crianças e adolescentes ouvem falar so-
bre drogas.
Até os 10 anos, a criança se contenta
com explicações mais superfi ciais. Pelo
nível de concentração (ainda pequeno) e
vivência (observação dos familiares com
drogas legais, em geral), os papos devem
ser curtos e voltados mais às bebidas al-
coólicas e tabaco. Perguntas eventuais
sobre outras drogas devem ser respon-
didas, mas sem grandes discursos. De-
pois disso é importante ter condições de
se aprofundar um pouco mais.
Acima dos 13 anos, possivelmente você estará conver-
sando com quem já “visitou” a ideia da experimentação ou
até já teve as primeiras experiências com drogas, princi-
palmente álcool e tabaco.
Uma pesquisa recente do IBGE (Pense 2012) mostra
que metade dos jovens matriculados no 9º ano já havia
experimentado algum tipo de bebida alcoólica, pouco me-
nos que um quarto desse mesmo grupo já havia experi-
mentado tabaco e 7% drogas ilegais, como maconha.
Mas não entre em pânico. Evite falas alarmistas prece-
didas de algum caso "clássico" do jovem que experimen-
tou uma vez e foi usando mais até fi car largado na rua como
um zumbi, preso ou internado em uma clínica de recupe-
ração. O motivo é simples: elas não espelham a realidade
geral e nem são tão efi cientes para prevenir o uso como já
se imaginou em décadas passadas. Além disso, é possível
que entre os amigos de seu fi lho já existam usuários oca-
sionais. Quando ele confronta seu discurso "assustador"
com evidências não tão pavorosas assim, a desconfi ança
se instala. É bom saber que experimentação não costuma
signifi car caminho sem volta para a dependência de dro-
gas. Apenas uma minoria vai enfrentar problemas sérios.
Atualmente boas estratégias de prevenção questionam
a visão superestimada de consumo que os jovens costu-
mam ter. Não, não é verdade que “todo mundo bebe”. Os
pais precisam saber que sim, há uma quantidade signifi -
cativa de jovens que usam drogas, mas na conversa com
os fi lhos o que se deve debater são os altos níveis de não
consumo. Desta forma, por exemplo, a grande maioria dos
jovens não usa frequentemente (no caso do álcool) e rela-
tivamente poucos experimentaram (no caso da maconha).
Essa maneira de enquadrar a questão vai ser útil para o jo-
vem, que tem a tendência de achar que deve repetir as re-
gras do grupo ao qual pertence ou quer
pertencer. Há atualmente vários estudos
brasileiros que pesquisam a incidência de
consumo entre os adolescentes, divulga-
dos amplamente.
Por fi m, exemplo (o adolescente é
muito sensível ao que ele/ela vê nos pais,
tanto em termos de comportamento
como nos valores e princípios), diálogo
(é tão importante procurar nossos fi lhos
para conversas eventuais como manter
um canal constante aberto para quando
eles querem/precisam se aproximar) e
carinho complementam uma boa estra-
tégia para abordar com seu fi lho as consequências do
uso e abuso de drogas.
24
Sh
uttersto
ck
SAÚDE
Aprática de massagem é amplamente conheci-
da por proporcionar relaxamento e bem estar.
Porém, os benefícios da massagem vão além
dessa fronteira – a prática tem papel importante na
área da saúde.
Muitas técnicas orientais já são utilizadas atualmente
nos tratamentos integrativos, que têm conquistado espa-
ço em instituições de pesquisa, hospitais públicos, parti-
culares e consultórios médicos. A proposta é mudar o ce-
nário onde os tratamentos são feitos de forma fragmen-
tada, para acolher o paciente amplamente como um todo.
Neste cenário o conceito de cura deixa de ser enten-
dido apenas como a ausência da doença, amplia-se para
o restabelecimento do bem estar físico, mental e social.
A massagem não substitui tratamentos médicos conven-
cionais, ela atua de forma integrativa e complementar.
Outro ponto importante dos tratamentos integrati-
vos é a utilização da capacidade de recuperação natural
que o organismo tem. Somos capazes de participar do
nosso processo de cura e as mudanças devem acontecer
de dentro para fora, o que não é muito fácil. Não fomos
educados com estes preceitos, lição que precisamos
aprender com os orientais e exercitar constantemente.
O relaxamento proporcionado pela massagem con-
tribui para que o corpo consiga entrar naturalmente em
equilíbrio, dando condições ao organismo de descansar e
Por Maria José da Silva
Massoterapeuta
massagem – o ToQUe pode
ACELERAR A CURA
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ESPAÇO TZÊ
Rua Aureliano Guimarães, 172, sala
720 – Vila Andrade
Tel: 3628-9267 / 3628-7710
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se recompor. Nesse processo é possível con-
quistar benefícios signifi cativos quando
associados em tratamentos de diver-
sas patologias, em muitos casos é
um acelerador natural de cura.
Conheça algumas técnicas de
massagens, como são aplicadas e
seus benefícios:
SHIATSU – Terapia completa que
utiliza recursos de pressão com os
dedos, nos pontos dos meridianos. O
objetivo desta técnica é normalizar o fl u-
xo de energia dos meridianos, que podem va-
riar entre a falta e o excesso de energia.
AN-Má – De origem indiana, esta técnica é uma das
mais antigas e tem como principais manobras a pressão
e o amassamento.
MASSAGEM RELAXANTE – A aplicação é feita com
óleos essenciais ou cremes e tem como principais ma-
nobras o deslizamento superfi cial e profundo, amassa-
mento e fricção.
PEDRAS QUENTES – Massagem profundamente rela-
xante realizada com óleo ou creme e pedras vulcânicas
aquecidas a uma temperatura prazerosa
ao toque.
REFLEXOLOGIA PODAL – A refl exo-
logia baseia-se no princípio de que
existem pontos refl exos nos pés
e nas mãos que correspondem a
cada órgão, glândula e estrutura
no corpo. Ao trabalharmos mas-
sageando esses pontos refl exos, é
possível liberar as tensões, eliminar
bloqueios e ajudar o organismo a com-
bater naturalmente inúmeras disfunções.
BENEFÍCIOS:
Alívio de dores em geral – Bem estar emocional – Melhora
da qualidade do sono – Diminuição da ansiedade – Me-
lhora de distúrbios psicossomáticos – Melhora de humor
– Melhora a circulação sanguínea – Aumenta o metabo-
lismo dos tecidos – Melhora funcionamento intestinal
– Alongamento e relaxamento muscular – Aumento da
amplitude de movimentos – Melhora de padrão estru-
tural – Ajuda na eliminação das secreções pulmonares –
Redução de edemas e hematomas.
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