otimismo no comércio

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Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2012 | 1 24 O otimismo do comércio A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 01 | Jan-Fev/2012 12 Ponto de Promoção: receita de sucesso 40 Tablets são o sonho de consumo do momento Chegada de grandes empresas, interiorização do desenvolvimento e aumento de renda da população impulsionam as vendas no Estado

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Chegada de grandes empresas, interiorização do desenvolvimento e aumento de renda da população impulsionam as vendas no Estado

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Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2012 | 1

24 O otimismo do comércio

A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 01 | Jan-Fev/2012

12 Ponto de Promoção: receita de sucesso

40 Tablets são o sonho de consumo do momento

Chegada de grandes empresas, interiorização do desenvolvimento e aumento de renda da população impulsionam as vendas no Estado

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ANÚNCIO SESC

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Estamos entrando em 2012, um ano de afirmação para Pernambuco. Com a chegada de novos investimentos, descentralizando o desenvolvimento para o interior do Estado, todo o comércio pernambucano vem crescendo e demonstrado uma evolução marcante. Para levar a todos uma visão e análise deste cenário, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) lança novo projeto gráfico e editorial do Informe Fecomércio-PE.

Este projeto é a evolução e maturação do Informe Fecomércio, que foi lançado em 1996 e, até 2006, seguiu um padrão com tiragem de 3 mil exemplares. De 2006 a 2011, o informativo passou de 16 para 20 páginas, trazendo para os leitores matérias sobre o Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE.

Objetivando se tornar uma revista de referência para o setor, traz textos informativos e analíticos, tornando a leitura mais agradável sem perder em conteúdo. De 3 mil exemplares a nossa tiragem está passando para 7 mil exemplares, que vão circular em todo o Brasil, levando informação de qualidade sobre o comércio de bens, serviços e turismo de Pernambuco.

Nesta primeira edição, trataremos do comércio no novo cenário de Pernambuco, mostrando os impactos que os recentes investimentos feitos no Estado – acima da média nacional – estão provocando e vão provocar no setor. Cada segmento do varejo, seja mercado de construção, automotivo, de bens duráveis, semiduráveis e não duráveis, será contemplado na revista. Sustentabilidade, turismo e hotelaria, além de informações sobre economia e orientação trabalhista e tributária, também terão espaço permanente na revista.

Boa leitura!

Sede Provisória: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498 www.fecomercio-pe.com.br e-mail: [email protected]

Presidente Josias Silva de Albuquerque

1º Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2º Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3º Vice-Presidente Alex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Atacadista Rudi Marcos Maggioni; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Agentes Autônomos Severino Nascimento Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Armazenador José Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Turismo e Hospitalidade Júlio Crucho Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde José Cláudio Soares; 1º Dir. Secretário João de Bar-ros e Silva; 2º Dir. Secretário José Carlos da Silva; 3º Dir. Secretário José Stélio Soares; 1º Dir. Tesoureiro José Lou-renço Custódio da Silva; 2º Dir. Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3ª Dir. Tesoureira Ana Maria Caldas de Barros e Silva; Dir. p/ Assuntos Tributários Diógenes Domingos de Andrade Filho; Dir. p/ Assuntos Sindicais José Manoel de Almeida Santos; Dir. p/ Assuntos de Relações do Trabalho José Carlos de Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Catão; Dir. p/ Assuntos de Crédito Michel Jean Pinheiro Wanderley; Dir. p/ Assuntos de Consumo Silvio Antonio de Vasconcelos Souza; Dir. p/ Assuntos de Turismo José Francisco da Silva; Dir. p/ Assuntos do Setor Público Milton Tavares de Melo Júnior; Dir. p/ Assuntos do Comércio Exterior Celso Jordão Cavalcanti. Conselho Fiscal - Efetivos João Lima Cavalcanti Filho, João Jerônimo da Silva Filho, Edilson Ferreira de Lima

Sindicatos Filiados:Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes do Recife Olinda e Jaboatão - Tel.: 3224.5180 Pres. José Francisco da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Catende Palmares e Água Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Sérgio Leocádio da Silva; Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. José Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comércio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Fre-derico Penna Leal; Sind. do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. José Lourenço Custódio da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. João Jerônimo da Silva Filho; Sind. do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. José Stélio Soares; Sind. do Comércio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. João de Barros e Silva; Sind. do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres. Alex de Oliveira da Costa; Sind. do Comércio de Jaboatão dos Guararapes - Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambu-co - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordão Cavalcanti; Sind. do Comércio Varejista de Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comércio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Michel Jean Pinheiro Wanderley; Sind. do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. José Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciais e Empresas de Re-presentações Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Severino Nascimento Cunha; Sind. das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Júnior.

Conselho editorial: Lucila Nastassia, Nilton Lemos, José Fernandes de Menezes, Luiz Kherle, José Oswaldo Ramos

Coordenação geral/Edição: Lucila NastassiaReportagens: Flora Guedes, Luiz Felipe Freire, Nilton Lemos, Patrícia Natuska, Rafaela Aguiar, Tony Duda (Multi Comunicação)Capa: André MarinhoDesign/Diagramação: André Marinho/Thiago MaranhãoFotos: Agência Rodrigo Moreira Revisão: Laércio Lutibergue Impressão: Gráfica Flamar Tiragem: 7.000 exemplares Comercialização: Ponto de Mídia

INFORME FECOMÉRCIO-PEA Revista do Comércio do Estado de Pernambuco Novo projeto gráfico

e editorial do Informe Fecomércio-PE

Josias AlbuquerquePresidente do Sistema

Fecomércio/Senac/Sesc-PE

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

6 Notas

8 Banco de Alimentos do Sesc completa dez anos

10 Os rumos do Pronatec

12 Receita de sucesso

16 Economia em pauta

19 Mercado imobiliário terá demanda até 2020

22 Jurídico em pauta

24 Economia de Pernambuco estimula investimentos hoteleiros

32 RioMar: shopping será inaugurado este ano

34 Agora é problema de todo mundo

38 Turismo em pauta

40 Tecnologia mais acessível ao bolso

43 Comércio movido a quatro rodas

46 Missões empresariais completam 16 anos

48 Tributário em pauta

O otimismo do comércio Pernambuco continua dando passos cada vez mais largos na ascensão da economia do que o resto do país

26 CAPA

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NOTAS

Pernambuco ganha novo estaleiroO estaleiro italiano Navalmare será o próximo a integrar o cluster naval de Suape. Inicialmente, o empreendimento ofertará 800 novos postos de trabalho. A sua planta, a primeira da empresa no Brasil, ocupará uma área de 10,5 hectares e vai fabricar todos os tipos de estruturas offshore – módulos de alojamentos e de compressão de ar, monoboias, decks, plataformas, entre outros. O período para o início das operações do novo estaleiro é de 36 meses e o investimento está orçado em R$ 250 milhões.

Grupo EBX em Suape O Complexo Portuário de Suape pode receber ainda este ano um investimento do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. O grupo reúne 12 empresas, que atuam nos mais variados segmentos, como na área de infraestrutura (logística, geração de energia), recursos naturais (mineração, exploração de petróleo e gás), além das áreas imobiliária, de entretenimento e outros. “O Grupo EBX atua em setores considerados estratégicos dentro do projeto Suape Global, como o de petróleo, gás e offshore. Além disto, a REX (empresa do grupo voltada para projetos imobiliários) estuda a ampliação dos seus negócios e Pernambuco é uma de suas boas alternativas”, disse o governador após a reunião.

Tecnologia da informação A tecnologia da informação e comunicação (TIC) está cada vez mais presente em nossa vida, aumentando a nossa qualidade de vida, mudando o nosso comportamento social, criando novas oportunidades, etc. Segundo Julio Gil Freire, presidente da Elcoma – fabricante de computadores de Pernambuco, a maior materialização dos benefícios das TICs é no conjunto de equipamentos e serviços que compõem a internet, a rede mundial de computadores. O Programa Brasileiro de Inclusão Digital tem como importante elemento o Plano Nacional de Banda Larga, que já é uma realidade e cuja meta de 50% dos domicílios atendidos no país até 2014 já está quase superada. “Isso significa que praticamente todos os brasileiros vão ter acesso democrático e a custo acessível à rede mundial com todos os seus desdobramentos”, explica o executivo. Recente pesquisa do Banco Mundial detectou que um aumento de 10% na penetração de banda larga nos domicílios resulta em um aumento no PIB (ou seja, na riqueza do país) de 1,4%.

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Terphane investe R$ 150 milhõesCom um investimento de R$ 150 milhões, a Terphane, fábrica adquirida pela Tredegar, localizada no Cabo de Santo Agostinho, vai ampliar suas atividades visando atender à demanda do mercado nacional e internacional de embalagens com a produção de filmes de poliéster (PET). Serão geradas 60 novas oportunidades de trabalho, aquecendo cada vez mais o comércio da cidade. A grande mudança, no entanto, será na produção, que praticamente dobrará, de 40 mil para de 70 mil toneladas ao ano a partir de 2014, quando entrar em operação. Até lá, outros mil empregos diretos serão ofertados pela empresa nas obras de construção civil. Hoje a Terphane emprega 280 pessoas.

Mais fábricas chegandoPernambuco foi o local escolhido pela Brasil Foods (BRF) para sediar a sua primeira fábrica de margarinas no Nordeste. Essa será a terceira planta da empresa no Estado e a segunda no município de Vitória de Santo Antão. A unidade vai produzir as margarinas Qualy, Deline e Claybom. A BRF está investindo R$ 140 milhões para gerar 150 empregos diretos e cerca de 350 indiretos. As obras da nova fábrica começam em janeiro de 2012 e a operação se dará 12 meses depois. A linha de produção terá capacidade inicial de envasamento de 8 mil toneladas ao mês. A expectativa da empresa é dobrar o seu faturamento em Pernambuco e atingir a marca de R$ 450 milhões por ano até 2015.

PAC mobilidade investirá R$ 1,4 bi O governo do Estado garantiu o repasse pelo governo federal de R$ 426 milhões para as obras do PAC Mobilidade em Pernambuco. Outros R$ 688 milhões serão financiados pelo governo federal e mais R$ 299 milhões serão investidos em recursos próprios do Estado. Em todo o Brasil, o programa vai destinar R$ 18 bilhões para as 24 maiores cidades brasileiras investirem em projetos de transporte público visando à Copa do Mundo de 2014. Serão obras para melhoria do transporte público que vão beneficiar a população mais necessitada e também trazer para o sistema muitas pessoas que hoje utilizam o próprio carro para se locomover.

“Índice Gisele” rende mais

Criar um índice que compara a rentabilidade das empresas representadas pela modelo brasileira Gisele Bündchen com a Bolsa de Nova Iorque. Foi essa ideia que teve o economista Fred Fuld em 2007. E não é que a modelo brasileira está indo muito melhor do que a Bolsa americana? Além de ser a modelo mais bem paga do mundo pelo sétimo ano seguido, segundo ranking da revista Forbes, com faturamento de US$ 45 milhões em 2010, Gisele Bündchen é uma boa opção de investimento para as empresas. O “índice Gisele”, que acompanha o desempenho somente das empresas representadas pela modelo brasileira, tem mostrado um desempenho melhor que o índice Dow Jones, um dos principais indicadores dos movimentos do mercado norte-americano, de acordo com os gráficos feitos por Fuld. De janeiro de 2007 a setembro de 2011, o “índice Gisele” subiu 41%, enquanto o Dow Jones caiu 4% no mesmo período, demonstra Fuld.

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O Centro de Desenvolvimento Integrado (CDI) Céu Azul está localizado no bairro de Timbi, nas proximidades do Lixão de Camaragibe. Ali está a parcela mais desfavorecida do município, um dos maiores da Região Metropolitana do Recife (RMR). A instituição atende 420 crianças e adolescentes de 3 a 16 anos e também apoia a formação profissional de 280 mães. Há seis anos, o lugar conta com o apoio regular do Banco de Alimentos do Sesc.

De acordo com o responsável pela instituição, Carlos Antônio Silva, até 50% dos alimentos utilizados no preparo de refeições para o público atendido pelo CDI Céu Azul são doações vindas do programa. “As crianças que recebemos são alunas de escolas públicas. Aqui, por exemplo, elas podem tomar café da manhã todos os dias. O programa é uma bênção.” No CDI Céu Azul, as crianças e adolescentes podem participar de oficinas de pintura, desenho, serigrafia e cuidados com o meio ambiente. Cursos de corte de cabelo, pintura em tecido e corte e costura são oferecidos às mães.

O Banco de Alimentos do Sesc completa dez anos de existência em setembro deste ano. Até lá, já terá chegado à marca de 15 mil toneladas de alimentos distribuídos e que foram parar na mesa de instituições que desenvolvem ações sociais como o CDI Céu Azul. Ao longo dessa década de atuação, o programa atendeu 302 instituições e 30 comunidades de Pernambuco.

Para o gerente do Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco, Coronel Fernando Soares, a permanência do programa, sem interrupções, ao longo de todos os meses, é um dos principais ganhos desses dez anos. “Podemos destacar o significativo crescimento

Banco de Alimentos do Sesc

completa dez anos

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e a continuidade em todas as ações, com o reconhecimento dos parceiros e da sociedade pernambucana”, afirma.

Um dos modelos de atuação do Mesa Brasil Sesc – Rede Nacional de Solidariedade e Cidadania, o Banco de Alimentos fechou 2011 com saldo positivo. Mais de 2 mil toneladas de alimentos foram distribuídas para 292 entidades e 18 comunidades ao longo de 2011 em todo o Estado. Contando com 390 empresas doadoras na Região Metropolitana do Recife, Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Arcoverde, a instituição beneficiou ao todo 74 mil pessoas com mais de 170 produtos alimentícios, além de

outros itens variados de limpeza e higiene pessoal. No ano passado, cerca de 5.800 pessoas participaram de ações educativas promovidas pela instituição e aprenderam mais sobre alimentação e nutrição, além de técnicas para um melhor aproveitamento dos alimentos.

O programa possui uma estrutura montada com suporte de escritórios, almoxarifados para alimentos, câmaras refrigeradas, garagens para os veículos especiais de transporte de alimentos e uma equipe de 30 servidores, entre nutricionistas, assistentes sociais e administrativos, motoristas e auxiliar de serviços gerais. Tudo isso é necessário para que o Banco

de Alimentos possa viabilizar as doações, executando ações logísticas para coleta, transporte e distribuição do que é recebido, além de proporcionar treinamento e ações educativas voltadas para o combate ao desperdício de alimentos e para a difusão de noções de segurança alimentar.

As empresas ou pessoas físicas que estiverem interessadas em doar alimentos ou itens de higiene pessoal podem entrar em contato com a equipe do Banco de Alimentos pelo telefone 3421-6090.

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Com o objetivo de ampliar a formação profissional de nível médio no país, o governo federal criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que terá o Sistema S, em especial o Senac e o Senai, como principais realizadores dos cursos. O programa foi lançado em Pernambuco em 18 de novembro do ano passado e as aulas estão ocorrendo no Estado desde o dia 5 de dezembro.

Em 2011, o programa contemplou alunos das escolas estaduais do segundo e do terceiro ano do ensino médio, da educação de jovens e adultos e do Projeto Travessias. Para este ano, a intenção é oferecer também cursos técnicos no portfólio do Pronatec e contemplar ainda outros públicos preferenciais do programa, como os trabalhadores que estão no benefício do Seguro-Desemprego

e do Bolsa Família. A iniciativa ainda prevê a possibilidade de financiamento do curso através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), antes dedicado apenas ao ensino superior.

O programa também vai focar setores estratégicos, como gastronomia e turismo, no Recife, Ipojuca e Fernando de Noronha. Na reunião ocorrida em janeiro deste ano, foram definidas também as ações para garantir a qualidade dos cursos do Pronatec oferecidos pelo Senac – como a utilização dos laboratórios, além de materiais didáticos de qualidade. O objetivo é oferecer aos alunos a mesma qualidade de ensino dos cursos pagos do Senac.

Além da capacitação, as ações do Senac para o Pronatec incluem palestras, oficinas e workshops com foco no desenvolvimento

Os rumos do Pronatec em 2012

Este ano, o projeto deve oferecer aproximadamente 14 mil vagas para estudantes pernambucanos

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de competências profissionais, culturais e pessoais. Algumas dessas atividades poderão ser realizadas juntamente com o Sesc. “Este é um momento histórico, pois estamos vendo o ensino técnico ressurgir no Brasil”, declarou o presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE, Josias Albuquerque. Ele ressaltou que hoje, com o crescimento econômico vivenciado em todo o país, especialmente em Pernambuco, o mercado carece de profissionais especializados também de nível médio.

Todos os programas de políticas públicas do governo foram incorporados ao Pronatec. Um exemplo disso é o Projeto Soldado Cidadão, que tem como objetivo capacitar os militares de baixa patente que estão prestes a deixar o serviço militar. Com isso, a quantidade de cursos oferecidos pelo programa e o público atendido

aumentam, gerando, assim, um número maior de jovens pernambucanos capacitados para o mercado de trabalho.

Mostrando como o programa é realmente oportuno, o governador Eduardo Campos recorreu à estatística. Segundo ele, há 30 anos, 40% dos pernambucanos empregados não haviam concluído o ensino fundamental e 15% haviam terminado apenas o ensino médio. Hoje essa situação se inverteu. Enquanto os de ensino médio mantiveram-se os mesmos 15%, os que não concluíram o fundamental representam apenas 1% da força de trabalho empregada no Estado.

A previsão é que o edital seja lançado na próxima semana. Para mais informações sobre a participação do Senac no Pronatec, basta acessar www.pe.senac.br/pronatec.

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Depois de praticamente uma década, a Rua da Palma, no Centro do Recife, ganha novo fôlego

para esquentar e revitalizar o varejo local. O antigo prédio da Casa Viana Leal deixa para trás os ares de abandono e busca retomar o lugar que já foi seu (e um certo glamour): de ponto comercial privilegiado e grande loja tradicional em variedade de produtos no coração da cidade.

A rede pernambucana Ponto de Promoção, especializada em eletroeletrônicos e eletrodomésticos e há 25 anos no mercado, comprou o prédio e, no fim de novembro, inaugurou a loja, que funcionará em quatro andares, cada um com 1,2 mil

metros quadrados, abrigando milhares de produtos, inclusive itens que a marca não oferta nas outras lojas do grupo. Haverá seções de cama, mesa e banho, móveis, utilidades domésticas, artigos de decoração e até um café, fazendo também referência à lanchonete que existia na Casa Viana Leal, no século passado.

Inicialmente, a nova loja atenderá em apenas dois andares, que já foram reformados. Os outros dois serão concluídos até o Carnaval de 2012, e o quinto andar abrigará o escritório administrativo da rede. “Nossa intenção é que o cliente passe o máximo de tempo aqui dentro. A loja será toda climatizada. Vamos oferecer uma variedade gigante de produtos,

Ponto de Promoção inaugura loja com quatro andares no prédio histórico da Casa Viana Leal; empreendimento fica na melhor área comercial do Centro do Recife

Receita de sucesso

FERNANDO Clemente Filho, diretor da Ponto de Promoção

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tudo dentro da nossa proposta atual, popular e com qualidade, atendendo o nosso público das classes B, C e D”, explica Fernando Mendonça Filho, sócio-diretor da Ponto de Promoção.

Com a reinauguração, o grupo fecha 2011 com 47 lojas em Pernambuco, Alagoas e Paraíba, sendo dez delas de franquias de celulares. A expectativa é que, no começo da operação, circulem de 5 a 7 mil clientes diariamente na nova loja, que vai empregar cerca de 300 pessoas, entre vendedores, gerentes, crediaristas, carregadores, empacotadores e caixas. Ainda serão recrutados para fazer parte do time jovens participantes dos cursos profissionalizantes na Fundação CDL e que buscam a oportunidade do primeiro emprego.

REVITALIZAÇÃO – A compra do prédio foi finalizada em 2011. A partir daí, começou a reforma no térreo e no primeiro andar; depois foram instalados escada rolante, elevadores, portas automáticas. Por último, a fachada ganhou pintura nova. “Internamente, tivemos que construir um prédio novo. A reforma aconteceu em paralelo ao funcionamento da loja que já existia no térreo, para evitar perda de faturamento. Estamos aqui já há dez anos”, contextualiza Fernando.

De acordo com ele, depois que foi fechada, a Casa Viana Leal foi retalhada e passou a existir com vários condôminos. “Fomos adquirindo as lojas, indenizando os outros lojistas, até comprar totalmente o prédio. Isso aqui ficou muito abandonado, sucateado, teve até fiação saqueada”, conta Fernando Mendonça Filho.

Da Casa Viana Leal, a antiga fachada, com azulejos azuis portugueses, está preservada e permanece dando um charme histórico ao prédio. “Quando retiramos o resto da velha escada rolante, descobrimos um letreiro informando que a seção de móveis ficava no primeiro andar. Acho que podemos encontrar mais vestígios históricos”, disse o empresário. “Conversando com as pessoas, a gente só ratifica o valor da marca Viana Leal para o Recife, que foi o shopping da cidade por muito tempo”, completou.

INVESTIMENTO – O empresário não informa o valor da reforma do prédio, mas deixa escapar que é muito acima dos R$ 500 mil que a rede gasta, em média, para abrir uma loja oito ou até dez vezes menor do que a da Rua da Palma. O investimento no varejo, segundo

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ele, condiz com o ótimo momento da economia em Pernambuco.

“Cerca de 1 milhão de pessoas circula no Centro do Recife todos os dias. Nossa localização é extraordinária. Nosso produto tem uma demanda incrível e temos uma boa gestão. O Estado cresce acima da média nacional. Estamos no olho do furacão. Comercialmente falando é perfeito. É um conjunto de fatores que nos leva a crer que tudo vai dar certo”, aposta Fernando Mendonça Filho, sem esconder a empolgação com o empreendimento.

A artista plástica Marisa Lacerda, 72 anos, ainda guarda em casa um conjunto de louça estampada comprado na Casa Viana Leal, por volta de 1975. “Frequentei muito a loja quando era adolescente e, depois, quando casei, em 1958, comprei parte do meu enxoval lá, na Mesbla e na Sloper. Tinha de tudo, coisas de qualidade e chiques também. Lembro-me dos talheres e açucareiros de prata”, recorda. “Foi uma pena quando fechou”, lamenta Marisa.

Viana Leal na memória

afetiva do Recife

A escada rolante importada e instalada no estabelecimento, em 1954, foi a primeira do Nordeste e a segunda do país. Na época, a novidade virou atração turística e pessoas de outros Estados visitavam a Viana Leal para tirar fotos na escada. “Lembro que eu tinha uns 11 anos e a loja servia de ponto de encontro para a garotada. A gente ficava subindo na escada que descia, e descia pela escada que subia, fazia o caminho inverso mesmo. Era uma diversão”, conta Marília Lacerda, 61, artista plástica e irmã de Marisa.

“A seção de brinquedos marcou muito a época. Eu fazia aula de acordeom perto dali, na Academia Mascarenhas de Morais, e sempre passava para olhar as novidades. Era uma grande loja num ponto estratégico do Recife”, diz Marília. O prédio na Rua da Palma foi construído em 1942, mas a marca já existia desde 1923, quando os portugueses Manuel da Costa Leal e João Viana fundaram a loja no Mercado São José. Depois

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de alguns anos, João voltou para Portugal e Manuel seguiu adiante com o negócio.

Na Rua da Palma, a casa cresceu e virou um grande magazine. “Era uma loja com vários departamentos no modelo clássico. Vendia de tudo, cama, mesa, banho, móveis, utilidades domésticas, moda feminina e masculina, sapatos, brinquedos, perfumaria. Meu avô copiou a proposta do Mappin de São Paulo. Um conceito que já não existe mais. Depois vieram os hipermercados, home centers, lojas de departamentos”, informou Frederico Leal, neto de Manuel, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Recife e um dos diretores da Câmara de

Dirigentes Lojistas do Recife.

“Quem tem mais de 40 anos certamente se recorda da Casa Viana Leal. Trabalhei lá por 15 anos, até a sociedade familiar se desfazer e o grupo do meu pai sair”, explica ele, dizendo que, em 1992, a casa fechou, após 50 anos de atividade, e a marca Viana Leal entrou em falência. O imóvel foi alugado como um condomínio de várias lojas e tornou-se um lugar com a imagem de abandono. “O ponto comercial é excelente, considerado um dos melhores da cidade. Agora chegou um grupo que está investindo e resgatando a loja, revitalizando a Rua da Palma. Isso é muito importante”, acredita Frederico Leal.

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Ao ser lançado este primeiro número da Revista do Comércio, as vendas do varejo da Região Metropoli-tana do Recife completam oito anos de avanço ininter-rupto. O atual ciclo de crescimento, um dos mais longos e consistentes da história recente do comércio, começou em 2004 e nem a crise iniciada em 2008 foi capaz de abalar. Uma questão importante é saber se o ciclo atual está se exaurindo ou deverá persistir.

A esta questão não se pode dar uma resposta completamente segura porque não é possível estar cer-to sobre o futuro, a menos que ele fosse uma repetição do passado. Todavia, o conhecimento empírico unido a uma boa teoria pode ajudar a construir um cenário razoável.

De 2004 a 2011 as vendas do varejo descontadas da inflação, o chamado resultado real, quase que dupli-caram. No mesmo período a economia de Pernambuco também cresceu ininterruptamente, mas menos que o faturamento do varejo.

Por que as vendas do comércio cresceram mais do que o PIB do Estado? Essa é uma boa questão, que não tem resposta única, mas os principais determinantes da performance diferenciada do varejo estão no comporta-mento do crédito, especialmente do crédito às pessoas físicas, do emprego, da renda do trabalho e das expec-tativas dos consumidores. Veja-se a influência de cada uma dessas componentes durante o período.

O grande crescimento do crédito às pessoas físi-cas foi particularmente importante para o desempenho diferenciado do varejo porque afeta diretamente o con-sumo das famílias.

O aumento do emprego e da renda do trabalho também teve papel preponderante no desempenho do varejo. Do início de 2004 a outubro de 2011, a taxa de desemprego na RMR caiu para menos da metade, de 12,8% para 6%, enquanto o rendimento habitual médio passou de R$ 875,46 para R$ 1.146,50 a preços atuais, um

aumento real de mais de 30%. A combinação de mais em-prego e maior rendimento foi vital para o crescimento do varejo.

Na RMR os consumidores têm estado muito oti-mistas, como mostram pesquisas da Fecomércio-PE re-alizadas nas principais datas do varejo. As enquetes têm mostrado consumidores dispostos a gastar e a assumir débitos, numa clara indicação de que esperam ter renda futura para saldar seus compromissos.

Para tentar saber se o atual ciclo de crescimento vai continuar, o melhor a fazer é prospectar o compor-tamento futuro das variáveis que o influenciam. O PIB brasileiro deverá crescer cerca de 4% em 2012 e, para os anos próximos, é razoável que se mantenha no entorno desse número ou com meio ponto a mais, já que esta é aproximadamente a taxa máxima que o PIB pode cres-cer sem acelerar a inflação. Por sua vez, o PIB pernam-bucano tem crescido mais que o do Brasil, sendo razo-ável admitir que a riqueza estadual crescerá em média cerca de dois pontos acima da nacional.

Vejamos o que se deve esperar do comportamento dos principais determinantes do desempenho do varejo:

CréditoEmbora o crédito deva continuar crescendo mais

que o PIB, o grau de endividamento das famílias já está alto, cerca de um terço da renda média das famílias en-dividadas, de modo que deve ser esperada uma desace-leração do crescimento da relação crédito/PIB. O crédito deve continuar crescendo mais do que o PIB, portanto puxando as vendas do varejo, mas seu crescimento não repetirá as taxas dos últimos anos.

o emprego e a rendaO emprego e a renda do trabalho deverão conti-

nuar a crescer, embora a taxa de desocupação não possa cair muito mais sem se aproximar do pleno emprego.

ECONOMIA EM PAUTA | LUIZ KHERLE

O atual ciclo de crescimento do varejo vai persistir este ano?

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Todavia, a área deverá atrair mão de obra e aumentar o número de empregados e a massa salarial. Os rendi-mentos já cresceram muito, mas estão abaixo da média nacional, mesmo havendo espaço para crescimento, em virtude da oferta restrita de mão de obra e da maior qua-lificação requerida pelos novos empregos.

as expeCtativasAs expectativas dos consumidores da RMR deve-

rão continuar em alta, a menos que um forte agrava-mento da economia mundial, especialmente a europeia, contamine o ambiente econômico local. Há muitos in-vestimentos sendo implantados, assim como outros a implantar no curto prazo, como é o caso da Fiat. Além disso, a dinâmica do crescimento local deve continu-ar a atrair novos investimentos, de modo que, no que depende da oferta de emprego e de ganhos salariais, é razoável supor que as expectativas continuem a influen-ciar positivamente o consumo.

Uma resposta positivaA análise dos principais determinantes do con-

sumo leva a prever a continuidade do atual ciclo de crescimento do varejo da RMR, prognóstico que pode ser facilmente estendido para o varejo brasileiro. Nos-sa previsão é de crescimento de um ponto acima do de 2011, ficando no entorno de 7,0%, ou mais, em vista das recentes medidas de redução da carga fiscal e das melhores condições para o crédito.

Luiz KehrleConsultor econômico do Centro de Pesquisa da Fecomé[email protected]

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Quem circula pela Região Metropolitana do Recife (RMR) percebe mudanças repentinas de cenário. São

os novos empreendimentos da construção civil que estão surgindo para atender a uma demanda de um mercado bastante aquecido desde 2010. Segundo o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) do mercado imobiliário na Região Metropolitana do Recife (RMR), da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), o ano de 2010 fechou em 13,6%. Essa foi a maior média anual da série histórica. E esse cenário tende a permanecer em 2011 e se estender até 2020.

Esse aquecimento do mercado imobiliário se deve a um processo de crescimento econômico por que Pernambuco vem passando, devido aos investimentos em grandes projetos estruturadores, como o Complexo Industrial Portuário de Suape, os polos farmacoquímico e automotivo, assim como a Copa de 2014. “Muitos profissionais de outros Estados estão vindo para cá por causa dessas obras, além dos pernambucanos que se beneficiarão com isso. Como moradia é o anseio de todos, a construção civil está suprindo essa demanda de quem quer morar bem ou ter a casa própria”, disse

Mercado imobiliário terá demanda até 2020

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o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), José Antônio Simon.

Consequentemente, a situação econômica dos pernambucanos melhora e, com as facilidades de financiamentos públicos e privados, o setor aposta ainda mais no mercado. “Formas de financiamento não faltam, o que é bom para o cliente e para as construtoras”, avaliou o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Alexandre Mirinda. Além disso, segundo o representante da instituição, as construtoras estão se sentindo seguras para investir cada vez mais e ousar nos seus projetos diante desse cenário, que promete se manter aquecido até 2020. “Vai estar mais estável e com preços equilibrados. Um momento excelente para o cliente, que terá muitas ofertas com preços que vão variar de acordo com a inflação e as etapas das obras”, completou Mirinda.

O planejamento das construtoras para atender a essa demanda aquecida já começou. Cada uma

está desenvolvendo uma estratégia diferenciada para enfrentar o mercado. Na Conic Souza Filho, os empreendimentos estão focados em sustentabilidade, do início das obras até o projeto imobiliário. “Estamos na busca de tecnologias sustentáveis, sempre visando ao conforto e à qualidade de moradia, bem como pensando em criar uma boa infraestrutura para o cliente”, comentou o diretor comercial e de marketing da Conic, João Machado. A construtora afirma ter uma demanda para atender ao mercado que será consolidada até 2020.

Na Rio Ave, as expectativas também são otimistas e a previsão é lançar três empreendimentos no

primeiro semestre de 2012. O foco da construtora são os empresariais. “Estamos apostando muito nesse segmento. Muitas empresas estão vindo para Pernambuco e as locais estão crescendo. Vai gerar demanda por esse tipo de empreendimento”, completou o diretor comercial da Rio Ave, Alberto Ferreira da Costa Júnior. Entre as localidades nas quais a construtora está de olho, estão o Porto de Suape e, futuramente, o Litoral Norte, com a chegada da Fiat e o crescimento do polo farmacoquímico. “Vamos lançar, no primeiro semestre, um projeto em Suape. Também temos empreendimentos de moradia no estilo home service”, completou Costa.

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O Fórum Nacional do Trabalho foi um compro-misso expresso no programa de ação governa-mental do presidente Lula, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio

da Secretaria de Relações do Trabalho, e com o apoio institucional da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Concebido como um órgão tripartite e paritário, formado por representantes do governo, trabalhadores e empregadores, tem como objetivo estabelecer consen-sos sobre os temas relacionados ao Sistema de Relações do Trabalho, especialmente no tocante às legislações sindical e trabalhista.

Foram constituídos grupos temáticos para formatar propostas sobre organização sindical; negociação coletiva; sistema de composição de conflitos; legislação do traba-lho; normas administrativas sobre condições do trabalho e organização administrativa e judiciária do trabalho. Após as conclusões da comissão de sistematização e da plenária, o Poder Executivo elaborou anteprojeto de lei tratando de relações sindicais contendo 238 artigos, além de proposta de emenda à Constituição (PEC 369/2005)

composta de quatro artigos, alterando dispositivos dos artigos 8º, 11, 37 e 114 da Constituição Fe-

deral de 1988. Em abril de 2005, as aludidas propos-

tas foram encaminhadas ao Congresso Nacional e, após dez meses, o governo federal resolveu retirar os projetos, sob alegação de que ao longo de 30 meses foram poucos os avanços obtidos no Fórum Nacional do Trabalho. Na verdade, o FNT caiu em descrédito pela falta de liderança da sua coor-

JURÍDICO EM PAUTA| JOSÉ ALMEIDA DE QUEIROZ

Reformas

sindical e trabalhista

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denação, já que os membros do Ministério do Trabalho e Emprego enviaram uma proposta de reforma sindical sem consenso entre as bancadas patronal e de empregados, frustrando qualquer entendimento que viabilizasse também a reforma trabalhista. Depois de comandar o julgamento da primeira grande greve do governo de Dilma, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, João Oreste Dalazen, está ainda mais convencido da urgência de uma reforma sindical. Para o ministro, a greve dos Correios poderia ter terminado mais cedo e resultado num acordo mais favorável aos trabalhadores do que a decisão arbitrada pelo TST se as lideranças sindicais fossem realmente representativas e tivessem o comando do movimento.

A Justiça do Trabalho foi respeitada, não há duvida. O que transpareceu nesse julgamento foi o descompasso que há entre a cúpula dos sindicatos e as bases. Um conflito evidente que demonstra a fraqueza, a fragilidade da organização sindical brasileira, que precisa ser passada a limpo com urgência. Houve uma intensa politização deste movimento grevista a ponto de os traba-lhadores, em momentos importantes, não aceitarem uma proposta que depois se revelou favorável a eles. Determinados partidos políticos de postura radical de esquerda, de alguma maneira, contribuíram para insuflar alguns segmentos do movimento grevista, de modo que eles não aceitassem as propostas suces-sivas apresentadas pelo tribunal.

O que falta não é propriamente diálogo. O que falta é, acima de tudo, a estruturação de uma organização sindical digna do nome, verdadeiramente representativa, combativa, em que a categoria econômica e as empresas te-nham um interlocutor com quem possam dialogar e assim obter uma solução amistosa para esses conflitos coletivos. É urgente uma reforma sindical! É o problema trabalhista mais importante que temos neste país. A primeira de todas as reformas no âmbito trabalhista é a reforma sindical, sem a qual não se constrói uma economia séria num país capitalista como o nosso, nem se pro-porciona uma interlocução entre capital e trabalho no nível desejável como nós almejamos.

José Almeida de QueirozConsultor da Presidência do Sistema Fecomé[email protected]

Rua Dr. Manoel Borba, 68, Centro,

Garanhuns, Pernambuco,

CEP: 55.295-020

Tel./Fax: (81) 3761.0148

E-mail: [email protected]

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Até 2014, já estão previstos 23 novos hotéis em Pernambuco, que vão oferecer aos turistas

mais de 5,3 mil unidades habitacionais (UHs) – novos apartamentos – disponíveis para hospedagem. Serão investidos R$ 289,6 milhões na construção desses empreendimentos. Além disso, é estimado um total de R$ 9,6 milhões na reforma de mais de 3,1 mil UHs existentes. Esse é um cenário que comprova a consequência do bom momento econômico do Estado, que está atraindo grandes grupos hoteleiros e estimulando os locais a investir ainda mais no ramo. A expectativa do setor é que essa mostra não pare por aí, pois ainda existem projetos a serem lançados nos próximos anos.

“Esses investimentos hoteleiros não estão vindo apenas por causa da Copa 2014. Esse boom decorre do apogeu econômico do Estado. As novas indústrias estão trazendo o turismo de negócio e de residência. Hoje faltam leitos e apartamentos, mas a praça vai se recuperar”, comentou o presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-PE, José Otávio Meira Lins. O crescimento do setor está mais concentrado no Litoral Sul e na Região Metropolitana

do Recife (RMR). São hotéis das mais variadas classificações, mas principalmente de três e cinco estrelas.

Entretanto, o anúncio da fábrica da Fiat e o crescimento do polo farmacoquímico, ambos em Goiana, deverão atrair novos hotéis no Litoral Norte. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco (ABIH-PE), Carlos Maurício Periquito, também há empresários de olho no mercado do interior. “Existe a tendência de expandir a região interiorana

do Estado. Novas unidades estão sendo criadas e planejadas por empresários locais e de fora”, disse. Devido a essa visita de turistas mais empresariais, o Recife entrou num regime de construção de novos hotéis. De acordo com um levantamento feito pela ABIH, 12 novos hotéis abrirão suas portas de 2012 a 2014, com 2.082 UHs para atender a essa demanda. “De 70% a 80% da hospedagem do Recife são de homens de negócios, que estão aqui de segunda a sexta”, completou. Atualmente, a capital pernambucana tem uma ocupação de 80%. Os negócios também estão

Economia de Pernambuco estimula investimentos hoteleiros

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aportando nos hotéis do Litoral Sul, que tem uma característica de turismo de lazer, por causa do Complexo Industrial Portuário de Suape.

O mercado de trabalho no ramo hoteleiro também está aquecido para atender a essas novas demandas. De acordo com a coordenadora do curso de garçom do Senac-PE, Renata Machado, a expectativa é a melhor possível. “Estamos buscando convênios e parcerias com os novos empreendimentos, pois a cada dia a demanda vem crescendo”, disse. No curso, por exemplo, os alunos aprendem inglês, atendimento de qualidade ao cliente e fazem visita técnica a hotéis. “Para 2012, vamos abrir um curso de bartender, uma área que está sendo bastante procurada para atendimento em hotéis e nos eventos realizados neles”, completou.

Outro curso no Senac-PE que vem sendo bastante procurado é o de técnica de hospedagem. “Antes não conseguíamos fechar turma porque não era tão procurado. Agora, com esse boom econômico e a Copa de 2014, conseguimos fechar a primeira turma”, contou a coordenadora do curso, Mardênia Duarte. Para 2012, já estão programando mudanças. No lugar de abrir uma turma por ano, serão abertas duas, sendo uma a cada semestre. “A Câmara de Turismo da Fecomércio vai fazer essa integração, para atender corretamente às necessidades do setor hoteleiro. É a vida real e a academia juntas”, informou José Otávio Meira Lins.

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Pernambuco, assim como todo o Nordeste, se mantém firme e continua a dar passos mais largos na ascensão da economia do que o resto do país. Em 2009 e 2010, o PIB da região subiu

para 5,2% e 9,3%, enquanto o do Brasil, nos mesmos anos, registrou crescimento nulo e de 7%. Em 2011 não será diferente. O Nordeste, que sempre carregou o estigma de “flagelado” e de ser levado nas costas pelo país, fecha mais um ano à frente. Terá aumento de 5% do PIB contra 3% do índice nacional.

“Pela terceira vez em 100 anos, o Nordeste volta a crescer acima do Brasil. E dessa vez, não cresce só a economia, o povo tem crescido junto. Pernambuco gerou nos últimos cinco anos 500 mil empregos diretos, e com isso, passou a consumir mais. O reflexo disso está no bom vivido pelo nosso comércio que expande sua clientela e acompanha o ritmo do desenvolvimento do Estado”, ressalta o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Quem esboça o cenário acima, com gostinho “de revanche”, é o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado e presidente do Complexo de Suape, Geraldo Júlio. “Nos últimos oito anos, com as políticas sociais realizadas pelo governo, 15 milhões de pessoas entraram na faixa de consumo no Nordeste. Esse incremento segurou a economia do país em 2009, depois que estourou a crise nos EUA. Agora é a nossa região quem sustenta o Brasil, e Pernambuco tem se saído muito bem, cresce uma vez e meia a mais que os Estados das outras regiões”, contextualiza.

De acordo com ele, no comércio se observa um grande efeito multiplicador do processo de aumento do mercado consumidor e de reindustrialização de Pernambuco. “O Estado, que já tem força na indústria sucroalcooleira, se diversificou com os setores naval, petróleo e gás, energia eólica, metalmecânica, farmacoquímico e agora terá uma planta de automóveis da Fiat. Todo esse investimento gerou mais empregos e salários, recursos que são gastos pela população no comércio. O efeito é imediato”, explica Geraldo Júlio.

O otimismo do comércioReindustrialização e crescimento do mercado consumidor levam a crer que Pernambuco continuará a crescer acima da média nacional no próximo ano. De 2004 a 2011, o comércio acumulou aumento de 90% das vendas reais

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O otimismo do comércio

“Não cresce só a economia, o povo tem

crescido junto”

EDUARDO CAMPOS, governador do Estado de Pernambuco

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“Tudo nos leva a crer que nossa economia continuará a crescer em 2012, vai gerar mais empregos e riquezas. Vivemos um momento de muito otimismo”, comemora o secretário. De fato, lançando um olhar sobre a Região Metropolitana do Recife, são visíveis os efeitos desse momento positivo para o comércio. O chamado “varejo moderno”, por exemplo, ganha mais investimentos. Os shoppings estão se expandindo e novos são erguidos.

INVESTIMENTOS – “Os shoppings Recife, Tacaruna e Guararapes serão ampliados. Temos o Costa Dourada para atender à demanda de Suape e a Zona Sul vai ganhar outro empreendimento, o RioMar, no Pina. Se os empresários estão investindo é porque existe mercado consumidor para isso”, conclui o consultor da Fecomércio-PE José Fernandes de Menezes. Os investimentos não só em Suape como em outras regiões do Estado estão modificando o comércio de muitos municípios.

“Ipojuca não recebeu as riquezas da cana, mas com Suape o comércio local já reflete mudanças. Em Vitória de Santo Antão, que recebeu unidades da Sadia e da Kraft Foods, e em Goiana, onde se instalou a indústria farmacoquímica (Hemobrás)e onde ficará a futura fábrica da Fiat, o comércio se adapta, se diversifica e se qualifica para atender às novas demandas”, observa Menezes, ainda citando os polos têxtil, no Agreste Central, e o gesseiro, em Araripina, e ainda os investimentos para a Copa de 2014 em São

Lourenço da Mata, que colaboram para levar o crescimento ao comércio de outras regiões.

OTIMISMO – A verdade é que, desde 2004, o comércio da RMR iniciou um ciclo de crescimento e não parou mais. Agora em 2011, o setor vai acumular 90% de aumento nas vendas reais, somando os oito anos, de acordo com Luiz Kerhle, consultor da Fecomércio-PE. “Isso reflete um maior dinamismo do comércio, aumento do emprego com carteira assinada, da renda e da massa salarial em Pernambuco”, explica.

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“Em Goiana, onde se instalou a indústria

farmacoquímica (Hemobrás) e onde ficará a futura fábrica da Fiat, o comércio se adapta, se diversifica e se qualifica

para atender às novas demandas”

José Fernandes Menezes, economista

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“O crescimento se deve à estabilidade do Plano Real, a grandes investimentos e à maturação da economia no Estado. Com mais crédito e confiança, o consumidor assume compromissos, está comprando imóveis e carros. As expectativas é que as vendas de fim de ano cresçam quase 10%”, completa ele. Portanto, o otimismo observado no comércio, que, às vezes, beira a “euforia”, tem razão de ser. “Vamos crescer em 2011 menos do que em 2010, mas ainda acima do Brasil. É para comemorar”, afirma Kerhle.

Comércio em via de sofisticação

O crescimento da economia pernambucana promoveu um aumento expressivo da massa salarial. Hoje o Estado é o segundo que mais gera empregos formais, atrás apenas de São Paulo. Só até outubro de 2011

foi registrada a criação de mais de 362 mil postos de trabalho na RMR. Os reflexos, claro, são sentidos no comércio. As classes C e D, que ficam cada vez mais robustas no Brasil, passam por um momento de sofisticação do consumo. Com mais dinheiro no bolso, as famílias compram, além dos produtos básicos e baratos, tecnologia, eletroeletrônicos, móveis, cosméticos e moda.

“A renda desses consumidores melhorou e o comércio é um dos setores mais beneficiados. As pessoas correm para as lojas para atender às suas necessidades, até porque havia um consumo reprimido nas classes C e D”, explica o economista Antônio Pessoa, coordenador do curso de economia da Faculdade Boa Viagem. Segundo ele, redes de produtos mais populares, como Magazine Luiza e Casas Bahia, estão vindo para cá, de olho no potencial desse mercado consumidor local.

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gOvERNADOR Eduardo Campos anuncia implantação de empresas no interior do Estado

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“Inicialmente, esse aumento acontece no comércio popular, mas já há ganhos e ampliação para o varejo mais sofisticado”, disse. “Uma pessoa que ganhava mil reais e agora passa a receber R$ 3 mil muda seu perfil de consumo. Ela vai comer carne de primeira, trocar o carro. Isso acontece quando a pessoa melhora de vida”, compara Antônio Pessoa.

O salto na economia pernambucana foi acelerado na última década. Até a metade do século 20, a economia era basicamente açucareira. Somente a partir de 1950 o Estado passou por um processo de industrialização (bens de consumo, alimentos e bebidas), que não chegou a amadurecer. Depois de 1990, a economia sofreu um processo de substituição, passou “do velho para o novo Pernambuco”, quando os setores do comércio e serviços ganharam espaço na produção de riquezas, mas tudo ainda muito concentrado na RMR.

“No governo Lula vieram as transferências de recursos federais e programas que trouxeram promoção da assistência social, obras de infraestrutura e

investimentos na diversificação e no fortalecimento da indústria. Temos a transposição do São Francisco, a Transnordestina, e nunca se trabalhou o complexo portuário como hoje, com as indústrias-âncora, que possuem o efeito multiplicador de atrair outras empresas para produzir junto com elas”, disse ele, lembrando que há urgência de se investir em capital humano para que o pernambucano assuma os postos de trabalho dessa indústria mais diversificada.

“É preciso dinamizar e descentralizar mais a economia para o Estado permanecer experimentando os ganhos do crescimento. Ainda não sentimos na prática o amadurecimento da nova industrialização”, informa ele, dizendo que o Estado já se preocupa com o excesso de produtividade em torno de Suape e busca atrair investimentos para outras regiões. “Só vamos sentir o impacto da instalação das indústrias de base, de acordo com a capacidade do governo de atrair novas empresas, articulando a criação de cadeias produtivas e promovendo um desenvolvimento equilibrado entre as regiões”, finaliza Pessoa.

AUMENTO da renda impulsiona o comércio de Pernambuco

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Projetado para ser o maior centro de compras do Norte-Nordeste, o RioMar Shopping tem previsão de

abrir as portas em novembro de 2012, no Pina, Zona Sul do Recife, justamente em uma área instalada entre o rio e o mar. Até ficar pronto, o novo shopping – pertencente ao Grupo João Carlos Paes Mendonça – receberá investimento total de R$ 600 milhões e será erguido em uma área total de terreno de 202.710 metros quadrados, com 295.000 metros quadrados de área construída. Esse será o sexto shopping de porte em operação na Região Metropolitana do Recife e o quinto que conta com a participação do Grupo JCPM.

Ao todo, serão 476 lojas, sendo 18 âncoras, sete megalojas, 437 lojas-satélite, 11 restaurantes, praça de alimentação, diversões eletrônicas,

14 salas de cinema (incluindo salas VIPs), teatro com cerca de 500 lugares e estacionamento com 6.200 vagas. O projeto é dos arquitetos André Sá e Francisco Motta, responsáveis também pela arquitetura do Salvador Shopping, na Bahia.

A estimativa dos empresários é que o novo empreendimento comercial, quando estiver em funcionamento, gere anualmente R$ 150 milhões de impostos federais, estaduais e municipais e empregue 9 mil pessoas. Só nessa fase de construção, o shopping está gerando três mil empregos.

Para o consultor da Fecomércio-PE José Fernandes Menezes, a abertura do novo shopping simboliza o varejo moderno e representa a aposta

RioMar Recife ganha novo shopping

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dos empresários na dinâmica do mercado no cenário atual. Ele cita, por exemplo, outros grandes projetos que incrementam recursos, projetam o Estado e geram mais empregos, como a refinaria em Suape e a Fiat em Goiana, no interior do Estado, além do potencial do polo médico, farmacoquímico e de prestação de serviços. O resultado de tudo isso é a elevação da renda do consumidor, o que abre perspectiva de mercado, injetado também pelo turismo de negócios. “Shopping hoje é sinônimo de compras e serviços”, completa o consultor.

Torres

Além do RioMar Shopping, serão construídas três torres empresariais em parceria com a Moura Dubeux, com 47.816 metros quadrados de área privativa, área total de 97.900 metros quadrados e 1.633 vagas de estacionamento, totalizando 7.833 vagas para o empreendimento como um todo. A área total do complexo será de 392.900 metros quadrados.

Compromisso social – Também funcionará na área do novo empreendimento o Instituto JCPM de Compromisso Social, que reforçará as ações de responsabilidade social do grupo. A unidade – que ocupará uma área de 1.700 metros quadrados – atuará com ações voltadas à capacitação de jovens para o mercado de trabalho. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o IJCPM atua na formação profissional da comunidade vizinha à obra do RioMar Shopping, qualificando pessoas para trabalharem como carpinteiro, armador e eletricista. Para as obras,

já foram absorvidas mais de 300 pessoas da comunidade.

Mais verde

Com 40 mil metros quadrados de área verde, envolvendo inclusive plantação de espécies nativas, o RioMar Shopping está sendo erguido para operar com iniciativas de sustentabilidade. Entre elas está o aproveitamento da água da chuva, que será armazenada e filtrada para o sistema de cargas de sanitários. Outra fonte de redução de consumo é o sistema de esgoto a vácuo, que reduzirá em 75% a necessidade de água para descargas e eliminará, na mesma proporção, o

impacto de esgotamento sanitário da cidade do Recife. Por mês, será uma economia de mais de seis milhões de litros de água.

Toda a automação predial controlará os sistemas de refrigeração, iluminação, incêndio e segurança. O RioMar Shopping terá domos de vidro, que vão permitir o aproveitamento de 100% da iluminação natural durante o dia, com fatores de controle dos raios infravermelhos e ultravioleta, o que reduz a irradiação de calor para dentro do ambiente e contabiliza uma redução de custos de energia para iluminação em até 70% das 10h às 17h.

Números do shopping

Área total do terreno 202.710 m2

Área total construída 295.000 m2

ABL 101.000 m2

Área verde implantada 40.000 m2

Vagas de estacionamentos 6.200

Lojas-âncora 18

Megaloja 7

Salas de cinema 14

Diversões eletrônicas

Restaurantes 11

Praça de alimentação

Teatro cerca de 500 lugares

Lojas-satélite 437

Total de lojas 476

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Já diz o ditado popular: “Quem pariu Matheus que o balance”. E já estava em tempo de a lei que

estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em agosto do ano passado, tratar de registrar os “pais” na certidão de nascimento do lixo. A lei criou a logística reversa, um mecanismo que obriga os fabricantes, distribuidores, vendedores e importadoras a recolher embalagens usadas e resíduos gerados, inicialmente, por seis cadeias produtivas: agrotóxicos,

pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos.

Em outras palavras, a legislação determina que a responsabilidade da produção e do manejo correto do lixo deve ser compartilhada entre a sociedade, empresas, governos e municípios. “A intenção é que isso fique a cargo do gerador. A lei começou pelos resíduos considerados perigosos. E neste momento esses setores estão se organizando para apresentar suas propostas e soluções para o

Agora é problema de todo mundoLogística reversa obriga fabricantes, distribuidoras, vendedores e importadoras a recolher embalagens e resíduos de seis cadeias produtivas

governo”, contextualiza Bertrand Sampaio (foto), professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), doutor em desenvolvimento urbano.

“A dificuldade agora é consolidar essa parceria entre os diversos segmentos. Não será fácil. Até porque isso vai obrigar o próprio governo a fiscalizar melhor o comércio, por exemplo. Na Região Metropolitana do Recife,

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nós temos um índice enorme de comércio informal. E quem vai se responsabilizar pelas pilhas que entram ilegalmente no país?”, questiona ele, dizendo que as sete maiores indústrias de pilhas já discutiram, fizeram um acordo setorial e conversam com o governo, que deverá arcar com os custos de descontaminar e reciclar os produtos “piratas”.

Aliás, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) criou um programa para recolher pilhas inservíveis, com

diversos pontos de coletas em todo o Brasil (veja no site www.abinee.org.br). Os fabricantes contrataram uma empresa que faz a coleta e descontaminação das pilhas das marcas Bic, Carrefour, Duracell, Energizer, Eveready, Elgin, Kodak, Panasonic, Philips, Pleomax, Qualita, Rayovac e Red Force. No Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes há cerca de 40 pontos de coleta. Praticamente todos ficam dentro dos supermercados das redes Hiper Bompreço, Bompreço, Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar.

“O único problema que vejo nessa solução é que o setor produtivo jogou a responsabilidade para a população, que precisa ir até esses locais entregar as pilhas. A lei é bem clara: a responsabilidade é deles, e não do consumidor. Eles deveriam fazer a coleta seletiva de porta em porta, porque nem

todo mundo vai querer ter esse trabalho”, observa Bertrand Sampaio, lembrando que o maior vendedor de pilhas é o fiteiro, e também os pequenos estabelecimentos e farmácias.

COMÉRCIO – “A gente tem que lembrar que a responsabilidade deve ser proporcional ao envolvimento e à margem de lucro do comerciante com esse produto. Não se justifica cobrar de um pequeno comércio o mesmo que se cobra de uma indústria”, pondera. “Mas há formas de os comerciantes contribuírem na logística reversa e cumprir com sua obrigação sem pesar no bolso”, conta.

Uma das sugestões de Bertrand é que o vendedor crie formas de beneficiar o cliente, com descontos ou brindes, ao retornar as embalagens, lâmpadas velhas, baterias e pilhas usadas, por exemplo. “Ele pode abater na compra do próximo produto, e isso fideliza também a clientela. Sem contar que hoje quem se mostra preocupado com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade reflete uma boa imagem, é simpático para as pessoas”, destaca ele.

“Na Região Metropolitana do Recife, nós temos um índice

enorme de comércio informal. E quem vai se responsabilizar

pelas pilhas que entram ilegalmente no país?”

Bertrand Sampaio

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Outra forma seria aproveitar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis, que já fazem a coleta de porta em porta. “A gente defende essa ideia, que contratem as associações de catadores, paguem a eles pelo serviço. Aí fecharíamos o ciclo, agregando os catadores e cumprindo o papel ambiental e de inclusão social dentro da logística reversa. Isso é fundamental”, explica o pesquisador.

No Canadá, segundo Bertrand, foi criado o Dia Nacional da Reciclagem. No dia 1º de abril, a população coloca nas portas de casa tudo aquilo que é velho, não usa mais e pode ser reciclado. Os fabricantes recolhem com caminhões todo o material e os resíduos, como um grande mutirão. Fica aí mais uma sugestão para o comércio.

Catadores podem ser parceirosEm Pernambuco há 48 cooperativas de catadores de materiais recicláveis, 26 no interior e 22 na Região Metropolitana do Recife. Um batalhão de 5 mil trabalhadores especializados em coleta seletiva que pode ser aliado do comércio no cumprimento da logística reversa. Basta promover estratégias, buscar parcerias e criar vínculos de negócios para aproveitar um sistema que já funciona e fazer o “dever de casa”. E ainda contribuir para a inclusão social e a geração de renda desses trabalhadores.

No Recife, existe uma parceria bem-sucedida com este objetivo. Há mais de cinco anos, a Natura e a Cooperativa dos Catadores Profissionais do Recife (Pró-

“O catador organizado e as cooperativas

estão dispostos a fazer parcerias. Mas devemos

ser remunerados por esse trabalho, que é uma ação

também de limpeza da cidade e de proteção do

meio ambiente”José Cardoso

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Recife) trabalham juntas para dar o destino correto a toneladas de embalagens de produtos de beleza comercializados na RMR. São mais de três toneladas de refis, plástico e papelão recolhidas por mês.

Neste caso, a Natura criou um mecanismo para aproveitar os mesmos caminhos que já existiam para venda dos seus produtos na coleta desse material. Realizou uma campanha com as consultoras para que elas incentivassem os clientes a entregar as embalagens usadas na hora de realizar uma nova compra. Por sua vez, as consultoras encaminhavam todo o material para o caminhão que entrega, periodicamente, caixas com os produtos da Natura.

O caminhão, então, transporta as embalagens até o galpão da Pró-Recife, na Imbiribeira, onde tudo é separado e vendido para a indústria reciclar. O projeto-piloto se iniciou no Recife e foi multiplicado para São Paulo, Rio de Janeiro, Baixada Santista e Espírito Santo. “Essa é a única empresa. O catador organizado e as cooperativas estão dispostos a fazer parcerias. Mas devemos ser remunerados por esse trabalho, que é uma ação também de limpeza da cidade e de proteção do meio ambiente”, esclarece José Cardoso, presidente do Pró-Recife e representante em Pernambuco do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).

“Há estabelecimentos que entregam materiais recicláveis, mas não pagam para o catador, que vai com sua carroça lá buscar e tem custos. Precisa haver esse retorno social também. Se todo mundo passar a cumprir a lei, naturalmente essa parceria entre o comércio e os catadores vai fluir. É simples”, completa José Cardoso. Na RMR são geradas seis toneladas de lixo por dia, mas apenas 7% desse total são reciclados através da coleta seletiva. E grande parte graças aos catadores de materiais recicláveis.

Serviço:[email protected]

Av Visconde de Albuquerque, 401, loja 104, Galeria Madalena Center - MadalenaRecife, PE | CEP: 50610-090

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Os pernambucanos iniciaram a segunda década deste século com duas certezas e uma dúvida sobre a economia estadual.

A primeira é a viabilidade econômica do Comple-xo Industrial Portuário de Suape. Sua construção, ini-ciada há 31 anos, envolveu continuados investimentos principalmente com recursos fiscais do orçamento do Estado. Sua operação, articulada à logística no comércio Atlântico para África, Europa e América, começa a gerar plantas industriais que mudam a escala da produção em Pernambuco.

A segunda certeza é o redimensionamento do nos-so setor industrial com a instalação da Refinaria Abreu e Lima, a implantação da unidade de reparos navais, a ampliação do polo têxtil regional e a chegada da indús-tria automotiva. Trata-se de conjunto de indústrias que vão conferir à economia pernambucana desejada evolu-ção tecnológica, sobretudo em gás e petróleo, e esperada densidade de capital.

Por outro lado, a dúvida que insistentemente pre-ocupa os interessados no crescimento equilibrado da nossa economia é a evolução do turismo no Estado.

Ora, Pernambuco tem clara vocação para o setor de serviços. Sua vitalidade, certificada, nos 20 anos re-centes, por meio da prática de modernas especializações, envolve principalmente o comércio varejista, abrangen-do shopping centers; o polo de saúde, com mais de 10

mil profissionais ocupados em hospitais, clínicas, labo-ratórios e emergências; o polo de educação, com mais de 40 faculdades públicas e privadas na capital e no inte-rior; e o polo de tecnologia, com quase uma centena de empresas de desenvolvimento de software.

E o turismo?Pernambuco tem recursos naturais, tem infra-

estrutura hoteleira e tem capacidade empreendedora. Mas outros Estados também os têm. Então o que pode distinguir uma política diferenciada de atração turísti-ca em nosso Estado? A cultura pernambucana. Só ago-ra é que estamos nos dando conta de que não temos nos apropriado adequadamente do extenso patrimônio cultural, único, que é nosso mais valioso capital. Somos um destino de gastronomia, com mais de uma centena de restaurantes, bares e botecos para todos os gostos. Somos um polo de ritmos e sons, envolvendo frevo, ma-racatu, metais e percussão, anunciando um Carnaval multicolorido, democrático e multicultural. E diversifi-cado nos tipos diferentes de participação popular, seja no rojão do Galo da Madrugada, seja no embalo das ruas ladeirosas de Olinda.

Temos também forte vocação para a arte, seja nos mais de 800 ateliês de pintores, artesãos, tapecei-ros e ceramistas, distribuídos no Recife, Olinda e Zona da Mata; seja no gênio binário dos Brennand, a Oficina de Francisco e o Instituto de Ricardo Brennand; seja no

Turismo é cultura

TURISMO EM PAUTA | JOSÉ OTÁvIO DE MEIRA LINS

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magnífico acervo de fortificações, assinalando e guardando os passos de nossa história.

Temos ainda força no turismo religioso de exemplares barrocos de mais de 50 igrejas e uma sinagoga, a mais antiga das Américas; no turis-mo ecológico da via litorânea, que passa por Fernando de Noronha e Porto de Galinhas, a repetida esco-lha preferencial dos brasileiros nos últimos dez anos, e da via rural, baseada na civilização tropical do açúcar, que, por si só, compõe um calendário completo de engenhos, cachaças, usinas e alambiques.

Cultura, este sim é o diferen-cial que pode alavancar Pernambu-co para a posição que lhe cabe no turismo nacional. Vamos continuar incluindo e realçando-a mais nos mapas de nossos roteiros diários.

José Otávio de Meira LinsCoordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-PE

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Agora é a vez dos tablets. Lançada no começo de 2010, a versão do computador em forma de

prancheta eletrônica é o grande “sonho de consumo” do momento e foi um hit de vendas de tecnologia pessoal no último Natal. Os produtos foram as estrelas nos estoques das empresas do setor, com equipamentos das mais variadas linhas e características para agradar a todos os clientes. Em média, os tablets ocuparam as prateleiras custando a partir de R$ 500,00.

Na rede de lojas Nagem a oferta para o consumidor foram os tablets da Samsung, como o Galaxy Tab, e os modelos da Asus e da Apple, que tem o Ipad como a linha mais conhecida. “O tablet não substitui os notebooks. São uma categoria nova de produto que é

focada em aplicativos e, por isso, ultraconfiguráveis. Cada tablet tem a cara do dono”, destaca a gerente de marketing da Nagem, Iara Espíndola.

Segundo ela, outras novidades da tecnologia que estão atraindo os consumidores são as TVs de LED 3D, celulares 3D e os videogames como o XBOX, da Microsoft, e o Playstation 3, da Sony. “Nosso mix de produtos teve um incremento ainda na linha de eletrônicos, home theater e blu-ray”, acrescenta. A rede de lojas inaugurou cinco lojas em 2010, em Caruaru, Aracaju e nos shoppings River Petrolina, Boulevard Feira de Santana e Boa Vista, no Recife. “Estamos otimistas. A expectativa é que as vendas do fim do ano passado tenham aumentado 40% em relação ao mesmo período de 2010.

As liquidações que acontecem em janeiro também costumam tornar nosso faturamento melhor”, informa Iara Espíndola.De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Mercado Varejista realizada pela Fecomércio-PE, o setor de Informática na Região Metropolitana do Recife cresceu, de janeiro a setembro de 2011, 5,19% a mais do que no ano passado. “O aumento das vendas no segmento dos shoppings chegou a 12%. O ano de 2011 foi excelente. Nossas vendas cresceram 17% em relação a 2010”, avaliou Pedro Gondim, proprietário da rede pernambucana Infobox, que possui 11 lojas, sendo duas em Sergipe e duas na Paraíba.

COMPUTADORES – Segundo o empresário, o crescimento das vendas de tablets tem sido maior

mais acessível ao bolsoComputadores ficam mais baratos. Tablets são o “sonho de consumo” da temporada

TECNOLOGIA

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do que o de computadores, mas esses últimos ainda correspondem ao maior volume de produtos comercializados. “Se a gente vende 200 tablets por mês, por exemplo, a saída de computadores é de mil unidades. Ainda é a tecnologia de uso pessoal mais procurada”, compara, acrescentando que as câmeras digitais e as TVs com internet também têm boa saída.

Em dezembro, os consumidores puderam encontrar computadores até 50% mais baratos do que o ofertado em 2010, de acordo com os modelos, design e configurações. “Um laptop de porte médio está com o preço cerca de 40% mais baixo, enquanto os de melhor qualidade e marca com o valor 50% mais em conta. É possível comprar um produto excelente por R$ 1.500 ou R$ 2.000”, informa Gondim,

reforçando que a queda dos preços também se deve ao fato de o Brasil hoje reunir 20 fabricantes de notebooks.

“O interessante é que o consumidor de tecnologia tem um perfil diferente do de outros setores. Ele pode ser de qualquer classe, inclusive da C ou D, e vai investir o seu dinheiro para comprar o produto da melhor marca. Ele não consome tecnologia porque é privilegiado, mas porque gosta e precisa. E também porque é o bem que está ao seu alcance, ao contrário de um carro e de uma casa”, explica Pedro Gondim. “A internet oferece a inclusão do cidadão a um universo de possibilidades. Ele pode não ter o melhor carro, mas pode ter o melhor notebook e ainda pagar parcelado”, completa.

“O aumento das vendas no segmento dos shoppings

chegou a 12%. O ano de 2011 foi excelente. Nossas vendas cresceram 17% em

relação a 2010”Pedro Gondim

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Depois da casa própria, o maior sonho de consumo de qualquer mortal certamente é ter um carro.

E como o automóvel, dos dois, é o bem financeiramente mais viável, está explicado o peso do setor automotivo para impulsionar as vendas do comércio varejista. Na Região Metropolitana do Recife, não tem sido diferente. Nos últimos oito anos, o segmento apresenta comportamento ascendente sempre. Embora 2011 tenha apresentado desaceleração nas vendas, com o fim da redução do IPI e a menor oferta de crédito, a atuação do setor automotivo continua positiva para o comércio. “O maior crescimento de comercialização de veículos na RMR e no resto do país ocorreu

em 2010. De janeiro a setembro do ano passado, as vendas subiram 5,20% na RMR, o que pode ser considerado bom, uma vez que a base de comparação (2010) é muito elevada”, explica o consultor da F ecomércio-PE José Fernandes de Menezes. A estabilidade do Plano Real é o pano de fundo para o “aquecimento” das vendas, segundo o consultor, porque a economia passou a conviver com taxas de inflação moderadas. “Outros fatores são aumento do emprego e do rendimento médio real, prazos longos de financiamento, maior oferta de crédito e confiança do consumidor, além de novos modelos lançados. Quem compra um carro em 30 ou 36 meses acredita na estabilidade

Comércio movido a quatro rodas

Desempenho do setor automotivo puxa o crescimento das vendas no varejo da RMR há oito anos

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do emprego. Trata-se, portanto, de um indicador antecedente”, raciocina.

Segundo o consultor, hoje o Brasil é o quarto maior produtor de carros do mundo e as novas plantas e a expansão das atuais unidades são provas da confiança das empresas no potencial do mercado interno. Ele lembra ainda que na RMR a maioria das concessionárias são multimarcas.

De acordo com a Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave-PE), foi registrado o emplacamento de cerca de 7 mil veículos na RMR no mês de novembro de 2011, enquanto em outubro e

setembro esse número chegou a 7.335. Em agosto, foram mais de 7,6 mil. “As vendas de novos aumentaram em relação a 2010. Desde 2009 o Grande Recife se equipara com a Grande Salvador em número de vendas. São as maiores do Nordeste”, informa Marcony Mendonça, presidente eleito da Fenabrave-PE e dono da concessionária Italiana.

“Mas em dezembro o setor divide as atenções com as compras de Natal. A partir da segunda quinzena até março é que as vendas vão esquentar no nosso negócio”, disse. Para ele, a estabilidade econômica e das taxas de inflação, somada ao aumento da geração de emprego formal na

Se não fosse pelo excesso de otimismo, talvez o segmento pudesse celebrar ainda mais o bom desempenho em 2011. O problema é que as expectativas das montadoras foram maiores do que a demanda de vendas. O resultado é que está sobrando carro nos pátios das concessionárias e das fábricas. “Houve uma invasão de importados, a concorrência aumentou e isso também abalou as montadoras nacionais. Algumas tiveram que forçar férias coletivas”, avalia Marcony Mendonça.

Na concessionária Italiana, as vendas cresceram 5% em relação a 2010, considerando somente o volume de carros comercializados. “As vendas melhoraram, mas as margens de lucro caíram,

justamente pela superoferta de automóveis que sofreram um pouco de queda nos preços”, disse o empresário, informando que ainda está com o pátio cheio de carros. Ele torce para que em 2012 possíveis crises no cenário internacional não ocorram e afetem o mercado.

“Estamos sempre positivos, mas 2012, na minha opinião, ainda é uma interrogação. Tudo depende do que vai acontecer nos Estados Unidos e na Europa. Diante das crises, o consumidor se retrai, tem o fator psicológico e os bancos ficam mais exigentes com os crediários. E 90% das nossas vendas são de carros financiados”, diz ele.

Na Caxangá Veículos, a revendedora da General Motors

Superoferta e pátios cheios de carros

RMR, com os investimentos na indústria do Estado, mantém as vendas do setor em crescimento.

“Pernambuco é o quarto maior canteiro de obras do país. E isso se reflete no comércio. As pessoas aumentaram seu poder de compra e comprometem o orçamento com prestações fixas do carro.

Hoje a gente vê um funcionário do Complexo de Suape ou uma empregada doméstica comprando carro parcelado. E quem tem uma situação um pouco melhor está trocando o seu carro popular por outro mais caro. A maioria, não importa a classe, compra financiado”, contextualiza Mendonça,

mais tradicional do Recife, a situação é semelhante. As vendas de novos também sofreram impacto pelos mesmos motivos e sobram carros no pátio. Em setembro, elas cresceram cerca de 4% em relação a agosto deste ano, enquanto em outubro e novembro houve uma retração.

“No fim do ano, reduzimos os preços, alongamos os prazos, reduzimos as taxas e fizemos uma mídia intensa para recuperar um pouco da queda nas vendas de veículos novos”, informou o gerente comercial da Caxangá Veículos, Luiz Severo. “Mas em compensação a comercialização de seminovos na concessionária foi muito positiva. Chegou a ser, no segundo semestre, 10% maior do que em 2010”, avaliou.

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“Quer um exemplo comum? Uma pessoa que tem um bom carro 2004 que vale R$ 17 mil e deseja trocar por um importado de R$ 37 mil, mas vê que o seu antigo tem o porte melhor do que o importado zero e conclui que é melhor pegar um carro seis anos mais novo e da mesma marca em que já confia”, explica. “Já no primeiro ano o carro zero perde de 20% a 25% do seu valor. E no segundo ano, perde mais 10%. O cliente faz as contas e prefere ficar com o carro que já conhece, porém mais novo e confortável, pelo preço do importado zero.”

O desempenho do setor automotivo é tão significativo no crescimento do comércio na RMR que, por vezes, depende dele o resultado das vendas do varejo em geral ser positivo. A pesquisa conjuntural realizada pela Fecomércio-PE sobre o comércio varejista, tendo como referência o mês de setembro em relação a agosto de 2011, prova isso. Graças ao segmento, houve um faturamento real de quase 2,9% no período. Caso contrário, o crescimento seria nulo.

O comércio automotivo, somando concessionárias, autopeças e acessórios, apresentou um aumento de 10,51% no mês de setembro e de 6,32% em relação ao mesmo período de 2010. E no setor ninguém inspira tanto otimismo quanto os empresários do ramo de seminovos. Para eles, 2011 foi um ano excelente para a venda de carros usados, que, desde o início do segundo semestre, ganhou muito com a

especulação do aumento do IPI dos importados.

“Setembro foi um mês muito bom. Muitas pessoas correram para as concessionárias, mas perceberam que adquirir um novo ainda não era possível porque as parcelas estavam altas para o seu orçamento. Fizeram pesquisa e acabaram fechando negócio com a gente”, comemora Carlos Nunes, gerente de marketing do Shopping do Automóvel – na Imbiribeira e em Olinda – e um dos lojistas do condomínio.

mUdanÇas – De acordo com ele, há uma linha de “seminovos novos” bastante procurada pela clientela. São carros com um ou dois anos de uso, que sempre foram revisados e, dependendo das especificações, podem ser vendidos até com um ano de garantia. “Podemos colocar rodas originais e acessórios para facilitar a venda. A gente sabe que a pessoa que compra

conosco vai desembolsar o máximo que tem para ter o melhor carro possível”, conta Carlos Nunes.

Segundo ele, há um novo perfil de consumidor que surgiu em Pernambuco nos últimos cinco anos. “Com a vinda de profissionais do Sul para trabalhar nas novas indústrias que estão se instalando no Estado, veio também uma cultura e gosto diferenciado para carro. E a gente já sente a influência disso”, contextualiza.

“Hoje encontramos muita gente que, em vez do 1.0 ‘pelado’, prefere um seminovo com mais recursos e potência, conforto e ar-condicionado. Quebraram-se paradigmas de que só carro da Fiat, Volks, Ford e Chevrolet são fortes e bons, aumentando a procura por outras marcas, como Renault e Peugeot. Nós lojistas também mudamos de opinião e isso aqueceu muito o nosso segmento”, comemora.

Vento a favor dos seminovos

CARLOS NUNES

Gerente de marketing do Shopping do Automóvel

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A Fecomércio-PE vai longe para promover o desenvolvimento do setor de comércio de bens,

serviços e turismo do Estado. E não é de hoje. Desde 1996, a instituição ultrapassa as barreiras físicas de Pernambuco para levar experiências e promover oportunidade de negócios a empresários locais em vários países, projeto que se solidificou e aumenta a cada ano em expectativa e resultados.

Nestes 16 anos, as missões empresariais da Fecomércio-PE já levaram grupos para Holanda, Espanha, França, Portugal, Itália, Polônia, Alemanha, Rússia,

China, Índia, África do Sul, Angola e Dubai. “Nosso objetivo é proporcionar maior inserção econômica e cultural da Região Nordeste no cenário internacional e consequentemente incremento das relações comerciais com os países visitados”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac em Pernambuco, Josias Albuquerque.

Todas as missões são realizadas com apoio de parceiros, entre eles a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o

Além dos limitesMissões empresariais completam 16 anos

SEMINÁRIO sobre oportunidades de investimentos e de negócios no Nordeste do Brasil (China, 2010)

SEMINÁRIO sobre oportunidades de investimentos e de negócios no Nordeste do Brasil (África do Sul, 2009)

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Sebrae-PE, a Agência de Promoção à Exportação (Apex), além do Escritório das Relações Exteriores no Nordeste (Erene), do Itamaraty e de embaixadas e consulados-gerais nos países destino.

A República Popular da China foi o palco da última missão, realizada em 2011, e proporcionou o início e a consolidação de contatos comerciais, além do estabelecimento de parcerias e negócios, contribuindo para o processo de internacionalização das empresas pernambucanas. “Além da possibilidade de conhecer novos mercados, produtos, processos e tecnologia, as missões são oportunidade de divulgar a

empresa, observar o potencial de serviços e produtos, conhecer hábitos de consumo do outro país e trocar experiência e conhecimentos com outros integrantes da missão”, complementa Josias Albuquerque.

Para promover esse ambiente de troca, as missões contêm uma programação extensa que inclui seminários, participação da delegação em rodadas de negócio, participação em feiras e visitas institucionais. “Em cada parada,

também falamos sobre o potencial comercial e produtivo do Brasil”, explica Ana Cláudia Neves, da Amplatur Turismo, que há 13 anos organiza a parte operacional das missões.

A delegação que foi à China contou com a participação de 80 pessoas, entre representantes do Poder Legislativo, Executivo, universidades, entidades empresarias, entidades de fomento e empresários de diversos setores.

SEMINÁRIO sobre oportunidades de investimentos e de negócios no Nordeste do Brasil (China, 2010)

vISITA técnica à Agência de Desenvolvimento Estatal Geda (África do Sul, 2009)

RODADA de negócios (Índia, 2008)

Andr

é M

arin

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48 | Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2012

TRIBUTÁRIO EM PAUTA | LUIS RODRIgUES

Desvantagem da substituição e antecipação tributária do ICMS pelo micro e pequeno empresário optante pelo Simples Nacional

Sem maior preocupação com aos detalhes de procedimentos e as razões que estimularam a administração tributária dos Estados a institu-cionalizar a antecipação ou a substituição tribu-

tária relativa ao ICMS, a disseminação de tal prática, sem levar em conta o tratamento diferenciado previs-

to constitucionalmente para os micros e pequenos empreendedores, carreou grave prejuízo porque aniquilou os efeitos de parte considerável dos be-nefícios e estímulos introduzidos pela lei geral

do Simples Nacional, consubstanciados na Lei Complementar Federal 123/2006 e em suas

alterações posteriores.A antecipação ou a substituição

tributária do ICMS pode ser um efi-caz método para o Estado simplifi-

car o controle da sua arrecadação ao reduzir os elos da cadeia da produção e da comercialização, objeto de sua atenção e atuação fiscalizatória. Nessa linha, o Esta-

do reduz o custo da administração e fiscalização do tributo, mas dei-

xa como legado para o contribuinte o ônus indevido do encargo financeiro cau-

sado pela antecipação e pelo desembolso

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do ICMS. Ocorre que, para o optante pelo Simples Nacional, os efeitos colaterais são mais graves, pois su-porta o encargo da margem de valor agregado estimada pelo Estado e sem o direito de recuperar o custo do excesso, visto que não há previsão de crédito ou com-pensação do ICMS pago na substituição ou antecipa-ção tributária.

Para anular o efeito do custo financeiro e da margem de valor agregado estimada pelo Estado, é urgente a mudança quanto à antecipação ou substi-tuição do ICMS nas operações que envolvam o optan-te pelo Simples Nacional, a fim de possibilitar que se recolha o ICMS dos produtos sujeitos a tal regime no Estado, respeitando o princípio ou fundamento con-cebido pela regra geral prevista na Lei Complementar 123/2006, que assegurou ao micro e pequeno empre-sário uma carga tributária diferenciada e amena como forma de estimular o empreendedorismo. Ressalte-se que o optante pelo Simples Nacional recolhe o ICMS com base em percentual definido de acordo com o seu faturamento ou preço de venda real, ou seja, concei-tualmente não há lugar para fixação de margem de valor agregado estimada pelo Estado, como ocorre no cálculo da antecipação ou substituição do ICMS apli-cado aos contribuintes em geral, sem esquecer que no regime do optante pelo Simples Nacional o encargo tributário só aumenta à proporção que aumentar o seu faturamento.

Indiscutível é o fato de que se tornou prática dos Estados adotar a ampliação do leque de produtos sujei-tos a substituição ou antecipação tributária do ICMS. E, à medida que se avança ou se avançou com a am-pliação, o micro e o pequeno empresário deixaram, na prática, de recolher o ICMS com base em percentual sobre o faturamento, de acordo com a concepção de tratamento fiscal diferenciado. A indústria e o ataca-do distribuidor, na condição de substituto tributário e sem distinguir se o destinatário é ou não micro ou pequeno empresário optante pelo Simples Nacional, aplicam a alíquota normal do ICMS sobre o seu pre-

ço de venda acrescido da margem de valor agregado e, assim, considerando a grande quantidade de produtos sujeitos a substituição tributária, neutralizam o bene-fício de pagar o ICMS com base em percentual sobre o faturamento, que teria o optante pelo Simples Na-cional se fosse excluído ou desonerado da substituição tributária.

Ao micro e ao pequeno empreendedor foi ga-rantido o direito a tratamento tributário diferenciado, por isso o Estado deve cuidar para que se materialize tal preceito. No que se refere especialmente ao ICMS, muito interessante e justa seria a excepcional dispensa da antecipação ou substituição tributária sempre que o destinatário fosse optante pelo Simples Nacional e a sua venda destinada a consumidor final não contri-buinte daquele imposto, oportunidade em que seria aplicada a regra especial do ICMS conforme as normas gerais expedidas pelo Comitê Gestor do Simples Na-cional (CGSN). Nesse caso, na ocorrência de venda de produto do optante para contribuinte do ICMS não optante pelo Simples Nacional, mesmo que eventual, seria aplicada a regra geral da antecipação ou da subs-tituição. Vale notar que o Estado dispõe de todos os meios adequados para obter e monitorar as operações dos contribuintes, podendo, pois, identificar qualquer indício de eventual deturpação ou desvio de procedi-mento.

Além da pura e simples desoneração total da obrigação da substituição ou da antecipação tributária do ICMS, os especialistas e técnicos fazendários certa-mente dispõem de alternativas que podem ser avalia-das pelo Estado, visando alcançar o objetivo de adotar o justo e merecido tratamento fiscal diferenciado, que resulte na eliminação do encargo da antecipação e da substituição tributária do ICMS atualmente exigido indevidamente do micro e do pequeno empresário op-tante pelo Simples Nacional.

Luis Rodrigues Assessor tributário da Presidência da Fecomé[email protected]

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