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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias 1

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................... 5

DESCOBRINDO O ENGANO ..................................................... 8

IDENTIFICANDO O OBJETO DO ROUBO .................................. 9

A INFIDELIDADE CONJUGAL .................................................... 13

DÍZIMO NUNCA FOI DINHEIRO ............................................... 19

CONCLUSÃO ............................................................................ 26

AUXILIARES ............................................................................. 28

O QUE É SER MORDOMO? ...................................................... 28

O DÍZIMO NA HISTÓRIA .......................................................... 30

A ALTERAÇÃO DA BASE E FORMA DE CÁLCULO ..................... 32

O TERMO DÍZIMO NA BÍBLIA (e variantes) .................................. 35

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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INTRODUÇÃO

Avareza (ê) [Do lat. avaritia.] Substantivo feminino. 1. Excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação. 2. Falta de generosidade; mesquinhez. 3. Fig. Ciúme, zelo. Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico

Esta publicação não tem o objetivo primário de levar alguém a alimentar a avareza em seu coração, pois a isso o Senhor abomina: “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.” (Lucas 12:15). Objetiva, sim, esclarecer, à luz do contexto bíblico e histórico, a realidade sobre dízimos e ofertas relatados em todo o livro de Malaquias em concordância com outros contextos bíblicos, direcionando o leitor à pesquisa e contextualização bíblica, e descobrir:

1. A quem se destinava a mensagem?

2. Quem roubava?

3. O que se roubava?

4. Como se roubava?

5. O que eram os dízimos?

6. O que eram as ofertas?

7. O que eram as bênçãos?

8. O que eram as maldições?

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O livro começa com uma “sentença” contra Israel. Então poderíamos dizer que tudo que está relatado no livro é contra todo o povo? A princípio parece isso, mas o cap. 1, versos de 1 a 5, relata a dúvida do povo quanto ao amor de Deus. A partir do verso 6, começamos a perceber o objeto da “sentença” do verso 1: “a reprovação aos atos dos sacerdotes”. Estes eram porta-vozes do altíssimo e deveriam guardar o conhecimento e o povo procurar neles a instrução (2:7). Os Sacerdotes estavam se desviando do caminho e, pelas suas instruções, muitos incorriam no erro (2:8). Estes foram responsabilizados pelos tropeços de “muitos”. Então deduzimos que “muitos” que tropeçavam era quase a totalidade do povo, pois Deus não aponta “quem” no meio do povo estava livre de algum erro, porém, é bom lembrar que “muitos” nunca quer dizer “todos”.

A introdução do livro fala em “sentença” e discorre em seguida contra os erros declarados dos sacerdotes (1:6-14), mas iremos começar de fato a estudar o livro através da questão localizada no verso mais utilizado pelos pregadores modernos para confirmar a obrigação de “devolver” 10% dos ganhos dos fiéis, no capítulo 3, verso 8:

Malaquias 3:8

3:8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

A princípio responderemos às perguntas 1 e 2:

1. A quem se destinava a mensagem?

2. Quem roubava?

O verso 8 afirma ‘quem roubava’ na frase “vós me roubais” e ‘O que roubavam’ na frase “nos dízimos e nas ofertas”; e como

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não temos os nomes ou termos que identificam diretamente aqueles que roubavam, vamos analisar pelas ações.

Após afirmar que havia quem roubava e em que roubavam, em 3:9 parece dizer quem é o culpado:

Malaquias 3:9

3:9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.

Devemos não nos esquecer do que já falamos anteriormente, que os sacerdotes eram os porta-vozes do altíssimo e o povo deveria buscar instruções com eles e eles deveriam guardar o conhecimento. Mas os sacerdotes fizeram a muitos tropeçar, tornando-os culpados. Porém em 1:10, Deus desejou que houvesse entre os sacerdotes quem fechasse as portas para que não acendessem, em vão, o fogo para queimar a oferta:

Malaquias 1:10

1:10 Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação. (ARC)

E no verso 10, do capítulo 3, Deus ordena o que eles deveriam fazer para não incorrer no erro:

Malaquias 3:10

3:10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; (...).

A Nova Versão Internacional (NVI) traduz este verso da seguinte forma:

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Tragam o dízimo todo ao depósito do templo para que haja alimento na minha casa; (...)

Perceba que falta algo. Normalmente nunca percebemos quando somos condicionados a pensar exatamente de uma única forma, pois o inimigo tem tentado cegar os mais sinceros cristãos. O verso acima ordena trazer os “dízimos”. Pergunta-se: e as ofertas; por que foram ‘omitidas’ se o roubo era de “dízimos e ofertas” e não apenas de dízimos? O livro de Malaquias tem a resposta.

DESCOBRINDO O ENGANO

Descobriremos, dentro do próprio livro, que os dízimos e as ofertas de hoje não são os dízimos e nem as ofertas relatadas no livro de Malaquias.

Como então poderemos identificar os que roubam no livro, se não são citados? Se suas ações são relatadas, mas parece que apenas a metade do roubo seria sanada? Para identificarmos os que roubavam devemos observar algumas perguntas feitas dentro do livro de Malaquias. Por quem essas perguntas foram feitas? Vejamos:

1.2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, (...)

1.6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o

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meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?

1.7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível.

2.17 Enfadais o Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos?

3.7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?

3.8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

3.13 As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?

3.14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?

Percebe-se que o diálogo direto é com os Sacerdotes e podemos afirmar que eles eram o alvo da advertência e os próprios que roubavam, respondendo, assim, às nossas perguntas 1 e 2.

1. A quem se destinava a mensagem?

R. Aos sacerdotes.

2. Quem roubava?

R. Os sacerdotes (bem como a nação, representada por aqueles que não eram contra os erros dos sacerdotes).

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As advertências eram dirigidas diretamente aos sacerdotes (2:1). Os roubos começavam neles e depois faziam muitos tropeçarem (2:8); daí, por aceitarem seus erros, a culpa passava também à nação (3:9)

IDENTIFICANDO O OBJETO DO ROUBO

Notem nos contextos de Malaquias que as ofertas eram mais importantes que os dízimos: as ofertas eram para serem oferecidas a Deus, em sacrifício, e o dízimo era um mandamento de Deus para benefício de homens: órfãos, viúvas, estrangeiros e Levitas (e, consequentemente, Sacerdotes).

As ofertas têm duas vertentes para a não aceitação pelo Senhor:

a) Ofertas de animais imperfeitos (1:7 a 14)

b) A infidelidade conjugal (2:12 a 16)

Mas como os sacerdotes roubavam? E o que roubavam?

Para responder, vamos retornar aos versos 8 e 10:

Malaquias 3:8 e 10

3.8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

3.10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.

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A ausência da ordem para “trazer” a oferta (v10), mas identificando como sendo roubada (v8), só nos leva a relacionar com a reprovação aos sacerdotes por “ofertarem animais defeituosos”, iniciada no verso 6, do capítulo 1 e justificada a partir do verso 7:

Malaquias 1:6 a14

1.6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?

1.7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível.

1.8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? —diz o Senhor dos Exércitos.

1.9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? —diz o Senhor dos Exércitos.

1.10 Tomara houvesse entre vós quem fechasse as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.

1.11 Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.

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1.12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.

1.13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? —diz o Senhor.

1.14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.

O desprezo para com o nome do Senhor, por parte dos sacerdotes, cumpria-se nas ofertas de sacrifícios realizadas por estes. Estas ofertas deveriam ser do melhor e mais perfeito animal, porém, animais cegos e aleijados eram oferecidos e o Senhor “rejeitava” essas ofertas.

A prova dessa grandiosa desonra está no verso 8: Malaquias 3:8

8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável?

O roubo nas ofertas, neste contexto, não passava de “ofertas de sacrifícios” realizadas com “animais aleijados e/ou doentes”.

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A INFIDELIDADE CONJUGAL (2:12-16)

Neste contexto não se incluía apenas os sacerdotes, mas também a “toda a nação” através daqueles que praticassem tais ações. No contexto de Mal. 2:12 a 16, a infidelidade do homem para com a mulher, também é motivo de não aceitação da oferta:

12 O Senhor eliminará das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao Senhor dos Exércitos.

13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão.

14 E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.

15 Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.

16 Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.

E o roubo nos dízimos? O que significa? Malaquias 3:5 a 7

5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que

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defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.

6 Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?

Havia opressão ao órfão e à viúva e desrespeito ao direito do estrangeiro. Estes recebiam, em certo período, dos dízimos, conforme Deuteronômio 14:28-29:

28 Ao fim de cada três anos tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade.

29 Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem.

Deuteronômio 10:17 e 18

17 Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;

18 que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.

O dízimo era uma forma de o Senhor dar aos estrangeiros, pão e vestes (Cf Lev. 27:30 e 32). Quanto aos órfãos e viúvas, inúmeras passagens mostram que os dízimos os sustentavam,

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amenizando o sofrimento pela ausência do marido, para as viúvas, e dos pais, para os órfãos.

Portanto, o dízimo era mandamento de Deus e tinham função social, para sustendo dos órfãos, viúvas, estrangeiros e levitas. Este conceito, além de explícito na bíblia, também é confirmado pelo dicionário da Bíblia Almeida, conforme imagem abaixo:

Fonte: Bíblia Online versão 3.0 – Sociedade Bíblica Brasileira - 2002

Órfãos, viúvas e estrangeiros eram os alvos do benefício material aos quais os dízimos proporcionavam, assim como toda a tribo de Levi (os levitas) que não tinha herança e fazia apenas o trabalho da obra de Deus (Cf. Deuteronômio 14:28-29):

Deuteronômio 16:11

11 Alegrar-te-ás perante o Senhor, teu Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro da tua cidade, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome.

Deuteronômio 16:14

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14 Alegrar-te-ás, na tua festa, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão dentro das tuas cidades.

Deuteronômio 24:17

17 Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva.

Deuteronômio 24:19-21

19 Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos.

20 Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será.

21 Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante.

Deuteronômio 26:12-13

12 Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem.

13 Dirás perante o Senhor, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.

Deuteronômio 27:19

19 Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém!

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Se em Malaquias a opressão era sobre órfãos, viúvas e estrangeiros, e a repreensão era sobre os sacerdotes, pelos atos indignos, parece lógico que os Sacerdotes eram os opressores, ou coniventes, pois conforme o verso 7 do capítulo 2, era por eles que o povo deveria ser instruído:

Malaquias 7:2

2 Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.

O que acontece se o mensageiro falhar? Certamente o povo não será bem instruído e haverá uma sucessão de erros.

Pode-se perceber que no contexto de Malaquias 3:5-10, é tratado:

1. Do juízo contra alguém (verso 5);

2. Dos motivos do juízo(5);

3. Da misericórdia do Senhor(6);

4. Da acusação, já antiga, de não guardar o mandamento(7);

5. Da acusação do roubo(8)

6. Do resultado de continuar negligente(9);

7. E da solução, que era voltar para o Senhor.(10):

Malaquias 3:5-10

5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e

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o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.

6 Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?

8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.

10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.

Portando, temos a resposta para as questões 3 e 4:

3. O que se roubava?

R: Produtos agropecuários

4. Como se roubava?

R: Não concedendo a quem de direito (nos dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (nas ofertas).

Agora, responderemos às quatro últimas questões:

5. O que eram os dízimos?

6. O que eram as ofertas?

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7. O que eram as bênçãos?

8. O que eram as maldições?

Quanto aos DÍZIMOS, confirmamos o que relata o dicionário da Bíblia Almeida: os dízimos eram “dos frutos da terra e dos animais”. A bíblia confirma:

Levítico 27:30, 32

30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.

32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.

Mateus 23:23

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!

DÍZIMO NUNCA FOI DINHEIRO

Portanto, dízimo, na bíblia, nunca foi e nem será dinheiro, mas somente produtos da agricultura e pecuária. Nem tão pouco os doadores se identificavam.

Portanto, se o dízimo de hoje não tem as características de ser agropecuário, não pode ser considerado o dízimo da bíblia, pois tinha fins sociais e era dado aos menos favorecidos: órfãos, viúvas, estrangeiros e aos da tribo de Levi (levitas).

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Respondendo à pergunta 5:

5. O que eram os dízimos?

R: produtos agropecuários

Como, pois, os sacerdotes ofereciam sacrifícios ao Senhor de animais defeituosos se as ofertas que recebiam deveriam ser de animais sem defeito ou mácula?

Lembrando que os responsáveis pelos trabalhos do Senhor recebiam apenas as coletas dos impostos dizimais para se manterem, só poderiam existir duas possibilidades de terem na mão animais defeituosos para poderem sacrificar:

a) O povo estava entregando animais com defeito para serem sacrificados, tornando os sacerdotes negligentes por

b) aceitarem; ou

c) Os animais defeituosos advinham dos dízimos.

Segundo o relato de Levítico 27:30 a 34, a segunda opção é a que mais se ajusta ao contexto. Analisemos:

Levítico 27:30-33

30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.

31 Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.

32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.

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33 Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados.

No verso 32 informa que “de tudo o que passar debaixo da vara do pastor o décimo será santo ao Senhor” e no verso 33 ordena que “não se investigará se é bom ou mau”, uma alusão a “ser ou não ser defeituoso”. No mesmo verso, ainda ordena que, se for trocado, ambos, o mau que fora trocado e o outro, irão para o Senhor. Não serão resgatados. Ou seja, se o décimo animal era um animal cego, ele não deveria ser trocado por um bom, mas poderia juntar um animal bom ao animal defeituoso e separar ambos para o senhor. Por isso a afirmação de que após esse ato, “não serão resgatados”.

Isso mostra que onde tinham dízimos de animais, tinham animais defeituosos. Como o sacerdote utilizava animais para sacrifícios, esses animais que sacrificavam em oferta ao Senhor e não era aceita, provavelmente advinham dos dízimos, pois advinha dos dízimos o sustento dos levitas, e, consequentemente, dos sacerdotes.

Portanto, como relatado no livro de Malaquias, as ofertas roubadas não passavam de animais sacrificados ao Senhor de forma imprudente pelos sacerdotes, pois a oferta deveria ser “do melhor” para Deus.

Continuando, respondemos à pergunta 6:

6. O que eram as ofertas?

R: Animais sacrificados ao Senhor.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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O que eram as bênçãos?

Quaisquer riquezas, às quais se atribuem o valor textual dos dias atuais? O que seriam as janelas do céu?

Malaquias 3:10

10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.

Gênesis 7:11

Nesse tempo Noé tinha seiscentos anos. No dia dezessete do segundo mês, se arrebentaram todas as fontes do grande mar, e foram abertas as janelas do céu,

Gênesis 8:2

As fontes do grande mar e as janelas do céu se fecharam. Parou de chover,...

Razão maior para se ter chuva é que havia a necessidade de água para fazer crescer os produtos de onde se tiravam os dízimos e sustento do povo: da agricultura e da pecuária. Ou seja, o dízimo não era a bênção, mas o resultado da bênção.

Respondendo à pergunta 7:

7. O que eram as bênçãos?

R: As chuvas, necessárias para se obter os dízimos e as ofertas do fruto da terra e do gado. (Cf. Lev. 27:30 e 32)

E as maldições? O que realmente eram? Quem era o

devorador? Malaquias 2:1-2 e 3:9 e 11

1 Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.

9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.

11 Por vossa causa repreenderei o devorador para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.

Os sacerdotes como os principais responsáveis, são citados no verso 1 do capítulo 2 e o Senhor condiciona a bênção à honra ao seu nome. Com certeza a maldição já estava imposta quando o Senhor não aceitou a oferta da mão do sacerdote (1:6-14)

A continuidade dos maus atos (roubo nos dízimos [3:5-9] e roubo nas ofertas [1:6-14 e 3:8-9]) ocasionava falta de chuvas as quais proporcionavam a geração de dízimos e ofertas (produtos agropecuários) e ação de gafanhotos:

Joel 1:4

O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.

A falta de chuvas e a ação da praga de gafanhotos dizimavam, isso mesmo, dizimavam (destruíam) os produtos agropecuários, de onde se tiravam os dízimos e as ofertas.

Em Malaquias 3:11, o Senhor já falava para aqueles que propuseram no coração fazer a sua vontade:

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Malaquias 3: 11

11 Por vossa causa repreenderei o devorador para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.

Uma confirmação de Joel 2:25: Joel 2:25

Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros.

E também de Malaquias 3:16-17: Malaquias 3:16-17:

16 Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome.

17 Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.

Respondendo à pergunta 8, concluímos:

8. O que eram as maldições?

R: A falta de chuvas e a ação destruidora dos gafanhotos sobre a agricultura e pecuária

Como relatado inicialmente, o propósito era responder às oito questões sobre dízimos e ofertas.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Abaixo todas relatadas e respondidas conforme o estudo:

1. A quem se destinava a mensagem?

R: Aos sacerdotes.

2. Quem roubava?

R: Os sacerdotes (bem como a nação, representada por aqueles que não eram contra os erros dos sacerdotes).

3. O que se roubava?

R: Produtos agropecuários

4. Como se roubava?

R: Não concedendo a quem de direito (os dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (as ofertas)

5. O que eram os dízimos?

R: Produtos agropecuários

6. O que eram as ofertas?

R: Animais sacrificados ao Senhor

7. O que eram as bênçãos?

R: As chuvas necessárias para se obter os dízimos e as ofertas do fruto da terra e do gado (Cf. Lev. 27:30 e 32)

8. O que eram as maldições?

R: A falta de chuvas e a ação da praga de gafanhotos sobre a agricultura e a pecuária.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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CONCLUSÃO

Apesar de muitos contribuírem com 10% de seus ganhos, não consideramos um erro a simples doação. Apenas não se pode dizer que é bíblico e que, os que não doam, sejam ladrões, fazendo alusão ao texto de Malaquias 3:8. Portanto, deve-se fazer justiça e findar com o costume de cobrar tal imposto utilizando-se da palavra de Deus para ludibriar as pessoas de boa fé, tementes a Deus. Deus espera que falemos a verdade sem sutilezas para benefício próprio dos recursos que Ele dispõe a cada filho seu.

Somos sabedores das nossas responsabilidades quanto à

manutenção do ministério do Senhor nesta terra; e como

exemplo, Deus nos deixou escrito através do seu servo Paulo:

2 Coríntios 9:7

Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.

A alegria é a chave. Mas se tem pregado muito sobre

necessidade. O Pai celeste não necessita de dinheiro para que sua

obra avance, mas sim de homens de coragem e oração, como

fora o apóstolo Paulo.

Os lideres hoje utilizam Paulo como exemplo, mas não se

fazem exemplos por ele (com raríssimas exceções), como relatou:

2 Coríntios 12:14

Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Hoje os valores estão invertidos: no período até a morte de

Jesus, os “ricos” (agropecuaristas) sustentavam os “pobres”

(Órfãos, viúvas, estrangeiros e levitas) e hoje os que se dizem

sacerdotes são ricos e os que sustentam via congregações, na sua

maioria, pobres. Os membros, que têm boa fé, apenas crendo,

não fazem como os de Beréia:

Atos 17:11

Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.

Quem dera os líderes de hoje tivessem o mesmo sentimento

que houve nos apóstolos, influenciando os liderados:

Atos 2:44

Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.

Atos 4:32

Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.

Que Deus nos ajude a nos livrar das armadilhas do enganador

e a quem ele enviar. Amém!

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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AUXILIARES

O QUE É SER MORDOMO?

Vejamos a definição da palavra mordomo e de algumas variáveis, segundo o Dicionário Aurélio:

mordomo

[Do lat. vulg. majordomu, ‘o criado maior da casa’.]

Substantivo masculino.

1.Administrador dos bens de uma casa, de uma irmandade, etc.; ecônomo. 2.Serviçal encarregado da administração duma casa.

ecônomo

[Do gr. oikonómos, pelo lat. oeconomu.]

Substantivo masculino.

1.Indivíduo encarregado da administração de uma casa grande, ou de

uma instituição particular ou pública; mordomo.

2.Ecles. Eclesiástico incumbido da administração dos bens de uma

abadia, um benefício, etc.

3.Despenseiro.

despenseiro

[De despensa + -eiro.]

Substantivo masculino.

1.O encarregado da despensa; ecônomo.

despensa

[Do lat. dispensa.]

Substantivo feminino. 1.Repartimento de casa, navio, escola, hospital,

etc., onde se guardam mantimentos. [Cf. dispensa, do v. dispensar e s.

f.]

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico

Mordomia sempre foi uma palavra usada para aqueles que “aceitam” cuidar dos bens que lhes são atribuídos responsabilidades. E em se falando de dinheiro em espécie nas igrejas, diz-se que mordomo fiel é aquele que dá sem olhar onde vão utilizar. Mas isso contraria as definições acima. Mordomo é um profundo conhecedor daquilo que lhe cerca e lhe é dado para cuidar.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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O DÍZIMO NA HISTÓRIA (fonte: Grande Barsa DVD 2005)

O dízimo surgiu entre os cristãos no século VI, fundamentado na interpretação de textos bíblicos. No Ocidente, a partir da Idade Média, o direito eclesiástico ocupou-se fartamente dos dízimos, tema de vários concílios regionais ou ecumênicos. Entre os cristãos ortodoxos, no entanto, a prática não prosperou.

Citado em textos do Antigo e do Novo Testamento, dízimo é um imposto de origem remota, normalmente pago à igreja, que corresponde à décima parte dos frutos da terra – os dízimos reais – aos quais geralmente se acrescentam os dízimos pessoais, cobrados dos proventos dos fiéis, inclusive dos seus salários.

Entre os judeus, o costume de pagar dízimos se manteve, apesar das invasões estrangeiras. Depois de esmagada a última revolta contra o domínio romano, a Palestina foi esvaziada de sua população e o judaísmo se espalhou pelo mundo. Posteriormente, o dízimo passou a ser cobrado em dinheiro e perdeu seu caráter de contribuição decimal. Foi substituído por um conjunto de doações, em princípio voluntárias, com fins de culto, previdência social e beneficência.

Nos primórdios do cristianismo não havia dízimo, mas doações voluntárias com fins caritativos, denominadas oblações. No século VI, com o desmoronamento do sistema de cobrança de impostos do Império Romano do ocidente, a igreja transformou as oblações em dízimos. Eles, entretanto, passaram a ser utilizados também pelos senhores feudais e nobres, que atuavam muitas vezes como intermediários na cobrança. A arrecadação da cobrança foi compensada pela igreja com os chamados direitos de pé-de-altar, taxas cobradas por batismos, casamentos, serviços fúnebres e comunhão pascal. Tais práticas promovem a

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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secularização dos dízimos, que foram desviados de sua finalidade original. A igreja concedeu a alguns soberanos o direito de cobrança de parte dos dízimos, a partir do século XII. No século XVIII, com a revolução francesa, esse imposto foi progressivamente abolido.

Nos países europeus onde ocorrera a Reforma protestante, o dízimo continuou a ser cobrado pelas novas igrejas oficiais. Em certos países, católicos e protestantes, era cobrado também dos dissidentes. Com a abolição do dízimo na França e a partir daí, progressivamente, nos demais países europeus, o estado achou outras formas de compensação às igrejas. Nos Estados Unidos, os mórmons e adventistas ainda hoje cobram o dízimo de seus fiéis.

No Brasil colonial, os dízimos pertenciam à Ordem de Cristo, a quem a Santa Sé os concedera implicitamente, ao conferir-lhe jurisdição sobre as terras conquistadas e a conquistar nas regiões nas regiões ultramarinas, de acordo com as bulas papais do século XV. Inicialmente, o dinheiro arrecadado mal cobria os gastos do clero, mas, com o impulso do açúcar no século XVI, o dízimo tornou-se uma das maiores fontes de arrecadação da colônia. Também aqui o dízimo era secularizado e a coroa portuguesa repassava para a igreja apenas uma parte dos bens recolhidos. O dízimo eclesiástico não se confunde com a dízima, imposto civil também de um em dez, cobrado no Brasil imperial.

Os dízimos continuaram a ser cobrados durante o primeiro reinado, mas, no decorrer do século XIX, foram progressivamente substituídos por impostos civis. Em 1890, com a separação da igreja e do estado, extinguiram-se em definitivo no Brasil. Os direitos de pé-de-altar permaneceram e as oblações tornaram-se generalizadas. Posteriormente, a Igreja Católica procurou substituir as coletas por doações mensais voluntárias, sem caráter decimal.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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A ALTERAÇÃO DA BASE E FORMA DE CÁLCULO

No auxiliar “O DÍZIMO NA HISTÓRIA”, encontramos a expressão afirmando que “Posteriormente, o dízimo passou a ser

cobrado em dinheiro e perdeu seu caráter de contribuição

decimal. Foi substituído por um conjunto de doações, em princípio

voluntárias, com fins de culto, previdência social e beneficência.”. Essa expressão mostra que o sentido ordinal (última parte entre dez partes) havia sido substituído pelo sentido percentual (qualquer parte entre dez partes). É costume hoje afirmar que o dízimo corresponde a 10% (dez por cento). Poderemos afirmar que, em parte, há razão em se pensar assim; mas em outra parte, há um erro claro que nem todos percebem. Lembremos que o dízimo bíblico teve sua sustentação, ou duração, até a morte de Cristo e que o dízimo secular, o que hoje é ensinado, surgiu a partir do século sexto (VI) d.C. Para clarificar a verdade, vamos fazer exemplos relativos ao modo bíblico e ao modo secular de calcular e separar o dízimo, sendo que tentaremos igualar os produtos/valores entre as duas formas:

a. 16 (dezesseis) cabeças de gado, avaliada em R$ 100,00 (cem reais) a cabeça;

b. 18 (dezoito) sacos de trigo de 60 kg, avaliado em R$ 2,00 (dois reais) o quilo.

No modo bíblico, de cada bloco de dez, um era separado:

16 cabeças de gado: do primeiro ao décimo, o último era separado. Os outros seis só entravam no cálculo, após existir o vigésimo.

Separando as quantidades no sistema bíblico e calculando pelo sistema atual, teremos:

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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10 (qtde de cabeças de gado no sistema bíblico)

x 100 (valor da cabeça)

= 1.000 (valor base para cálculo)

x 10% (percentual utilizado no sistema atual)

100 (Valor do dízimo)

10 (qtde de sacos de trigo no sistema bíblico)

x 120 (valor do saco – 60 x 2)

= 1.200 (valor base para cálculo)

x 10% (percentual utilizado no sistema atual)

120 (Valor do dízimo)

Separando pelo sistema atual, teremos:

16 (qtde de cabeças de gado)

x 100 (valor da cabeça)

= 1.600 (valor base para cálculo)

x 10% (percentual utilizado no sistema atual)

160 (Valor do dízimo)

18 (qtde de sacos de trigo no sistema atual)

x 120 (valor do saco – 60 x 2)

= 2.160 (valor base para cálculo)

x 10% (percentual utilizado no sistema atual)

216 (Valor do dízimo)

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Percebe-se que no sistema atual há uma antecipação do imposto, por ser calculado sobre o total de cabeças e não sobre blocos de 10 em 10.

Modo Bíblico (antigo)

Base de Cálculo

Forma de Cálculo

Periodicidade Ilustração

Plantas e animais

Ordinal Basicamente anual e eventual (colheitas e animais nascidos)

Modo Secular (atual)

Base de Cálculo

Forma de Cálculo

Periodicidade Ilustração

Valor (dinheiro)

Percentual Basicamente mensal (salários/renda)

Conforme as comparações e o gráfico acima, no modo bíblico a décima parte, que é o exato significado da palavra dízimo, era separada. A última. Já no modo secular, qualquer parte poderá ser 10%, fugindo da realidade bíblica.

Outro dado importante é em relação à “novidade” dos animais. Não há sentido e separar um animal novo, pois este necessitava da presença da mãe para se desenvolver até certa idade e nem os responsáveis pela obra de Deus tinham trabalho para assumir tarefas em cuidar de um animal até chegar à fase de ideal para abate.

O sistema secular (atual) tem característica imediatista, pois antecipa a cobrança do imposto, altera a base de cálculos, não distingue de fato o dízimo (o décimo) com sua característica percentual. Resumindo: o sistema atual (secular) nada tem de bíblico.

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A PALAVRA DÍZIMO NA BÍBLIA (e variáveis)

Gênesis 14:20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.

Gênesis 28:22 e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo.

Levítico 14:21 Se for pobre, e as suas posses não lhe permitirem trazer tanto, tomará um cordeiro para oferta pela culpa como oferta movida, para fazer expiação por ele, e a dízima de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares, e um sextário de azeite,

Levítico 14:10 No oitavo dia, tomará dois cordeiros sem defeito, uma cordeira sem defeito, de um ano, e três dízimas de um efa de flor de farinha, para oferta de manjares, amassada com azeite, e separadamente um sextário de azeite;

Levítico 23:13 A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao Senhor, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him.

Levítico 23:17 Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao Senhor.

Levítico 24:5 Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas dízimas de um efa.

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Levítico 27:30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.

Levítico 27:31 Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.

Levítico 27:32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.

Números 18:21 Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação.

Números 18:24 Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança tereis.

Números 18:26 Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos.

Números 18:28 Assim, também apresentareis ao Senhor uma oferta de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta do Senhor a Arão, o sacerdote.

Números 18:30 Portanto, lhes dirás: Quando oferecerdes o melhor que há nos dízimos, o restante destes, como se fosse produto da eira e produto do lagar, se contará aos levitas.

Deuteronômio 12:6 A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Deuteronômio 12:11 Então, haverá um lugar que escolherá o Senhor, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome; a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e toda escolha dos vossos votos feitos ao Senhor,

Deuteronômio 12:17 Nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo do teu cereal, nem do teu vinho, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, nem nenhuma das tuas ofertas votivas, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem as ofertas das tuas mãos;

Deuteronômio 14:22 Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo.

Deuteronômio 14:23 E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o Senhor, teu Deus, todos os dias.

Deuteronômio 14:28 Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade.

Deuteronômio 26:12 Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem.

Deuteronômio 26:14 Dos dízimos não comi no meu luto e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de algum morto; obedeci à voz do Senhor, meu Deus; segundo tudo o que me ordenaste, tenho feito.

2 Crônicas 31:5 Logo que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho,

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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do azeite, do mel e de todo produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância.

2 Crônicas 31:6 Os filhos de Israel e de Judá que habitavam nas cidades de Judá também trouxeram dízimos das vacas e das ovelhas e dízimos das coisas que foram consagradas ao Senhor, seu Deus; e fizeram montões e montões.

2 Crônicas 31:12 Uma vez preparados, recolheram neles fielmente as ofertas, os dízimos e as coisas consagradas; disto era intendente Conanias, o levita, e Simei, seu irmão, era o segundo.

Neemias 10:37 As primícias da nossa massa, as nossas ofertas, o fruto de toda árvore, o vinho e o azeite traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; os dízimos da nossa terra, aos levitas, pois a eles cumpre receber os dízimos em todas as cidades onde há lavoura.

Neemias 10:38 O sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.

Neemias 12:44 Ainda no mesmo dia, se nomearam homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para ajuntarem nelas, das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali;

Neemias 13:5 e fizera para este uma câmara grande, onde dantes se depositavam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também contribuições para os sacerdotes.

Neemias 13:12 Então, todo o Judá trouxe os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite aos depósitos.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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Amós 4:4 Vinde a Betel e transgredi, a Gilgal, e multiplicai as transgressões; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos;

Malaquias 3:8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

Malaquias 3:10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.

Mateus 23:23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!

Lucas 11:42 Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.

Lucas 18:12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

Hebreus 7:2 para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz;

Hebreus 7:4 Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos.

Hebreus 7:5 Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão;

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Hebreus 7:6 entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas.

Hebreus 7:8 Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive.

Hebreus 7:9 E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão.

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PERGUNTAS MAIS FREQUENTES

1. Hoje devolvo os dízimos. Estou errado?

R – O que se devolve hoje é uma oferta que, por tradição, é chamada de dízimo. Como já foi estudado, os dízimos, na bíblia, não passavam de produtos agropecuários. Ninguém está errado em ofertar algo, mas nunca se deve ofertar quando esta oferta tem destino errôneo, pois, se o doador é consciente do erro, este também leva a culpa.

2. Se eu devolvo e recebo bênçãos, não é melhor continuar?

R – O erro consiste apenas em achar que os dízimos de hoje não sejam ofertas planejadas e sejam obrigatórios. A obrigatoriedade do dízimo bíblico era vital, pois beneficiava os mais pobres ou necessitados com a intenção do equilíbrio social. Órfãos, viúvas, estrangeiros e todos da tribo de Levi, eram materialmente beneficiados. O que ocorre hoje é o contrário, onde os mais abastados recebem benefícios e pessoas órfãs e viúvas, por exemplo, não recebem dos dízimos atuais e ainda são obrigadas a devolver 10% dos seus ganhos. Outro engano é achar que as bênçãos são “bens”. Em Malaquias, como já estudamos, as bênção eram as chuvas que geravam os dízimos e não o produto em si. Os produtos eram o resultado da bênção.

3. Se eu deixar de dar dízimos e ofertas não estarei pecando?

R – O que se devolve hoje é uma oferta que, por tradição, é chamada de dízimo.

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Os Dízimos e as Ofertas no Livro de Malaquias

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