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p. 91-109 REVISTA SAÚDE INTEGRADA, v. 9, n. 17 (2016) – ISSN 2447-7079 http://local.cnecsan.edu.br/revista/index.php/saude/index O USO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO NO PÓS-CIRÚRGICO DAS FRATURAS DE TÍBIA E FIBULA Cristian Paulo de Oliveira Trindade Acadêmico do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected] Marco Antônio Stefani Médico. Doutor em Medicina: Ciências Médicas. Professor do curso de Pós-Graduação em Cirurgia – UFRGS. Email: [email protected] Jaqueline Borges Madril Acadêmica do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected] Mariele Marchezan Zarantonello Acadêmica do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected] João Carlos Comel Fisioterapeuta. Doutorando em Ciências Médicas: Cirurgia – HCPA/UFRGS. Professor do curso de Biomedicina, Fisioterapia e Odontologia - CNEC/IESA. Email: [email protected] RESUMO Objetivo: Realizar uma revisão de literatura a respeito do uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula. Método: Revisão descritiva da literatura cientifica, abordando o tema referente ao Uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula. Foram encontrados o total de 180 artigos, estes passaram por uma análise prévia de titulo e resumo para então serem selecionados os que se relacionavam ao tema pesquisado e que foram publicados a partir do ano de 2006. Após análise criteriosa selecionamos 17, por preencherem os critérios de elegibilidade referentes ao estudo. Conclusão: Concluímos que o uso do ultrassom terapêutico promove a consolidação óssea nas fraturas de tíbia e fíbula. No entanto, estudos de melhor qualidade metodológica são necessários para determinar os métodos ideais da aplicação do ultrassom terapêutico na cicatrização da fratura. Palavras-chave: Terapia por ultrassom. Ultrassom terapêutico. Consolidação de fratura. Osso e fraturas de osso. ABSTRACT Objective: To review the literature regarding the use of therapeutic ultrasound in the postoperative fractures of the tibia and fibula. Method: Descriptive review of the scientific literature, addressing the issue regarding the use of therapeutic ultrasound in the postoperative fractures of the tibia and fibula. Total of 180 articles were found, they went through a preliminary analysis of the title and summary to be then selected those that were related to the researched and have been published since the year 2006. After careful analysis we selected 17 theme, they met the criteria regarding eligibility for the study. Conclusion: We conclude that the use of therapeutic ultrasound promotes bone healing in fractures of the tibia and fibula. However, methodological studies best quality are needed to determine optimal methods of applying therapeutic ultrasound on the healing of the fracture.

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p. 91-109 REVISTA SAÚDE INTEGRADA, v. 9, n. 17 (2016) – ISSN 2447-7079 http://local.cnecsan.edu.br/revista/index.php/saude/index

O USO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO NO PÓS-CIRÚRGICO DAS FRATURAS DE

TÍBIA E FIBULA

Cristian Paulo de Oliveira Trindade Acadêmico do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected]

Marco Antônio Stefani

Médico. Doutor em Medicina: Ciências Médicas. Professor do curso de Pós-Graduação em Cirurgia – UFRGS. Email: [email protected]

Jaqueline Borges Madril

Acadêmica do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected]

Mariele Marchezan Zarantonello

Acadêmica do curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email: [email protected]

João Carlos Comel

Fisioterapeuta. Doutorando em Ciências Médicas: Cirurgia – HCPA/UFRGS. Professor do curso de Biomedicina, Fisioterapia e Odontologia - CNEC/IESA. Email: [email protected]

RESUMO Objetivo: Realizar uma revisão de literatura a respeito do uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula. Método: Revisão descritiva da literatura cientifica, abordando o tema referente ao Uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula. Foram encontrados o total de 180 artigos, estes passaram por uma análise prévia de titulo e resumo para então serem selecionados os que se relacionavam ao tema pesquisado e que foram publicados a partir do ano de 2006. Após análise criteriosa selecionamos 17, por preencherem os critérios de elegibilidade referentes ao estudo. Conclusão: Concluímos que o uso do ultrassom terapêutico promove a consolidação óssea nas fraturas de tíbia e fíbula. No entanto, estudos de melhor qualidade metodológica são necessários para determinar os métodos ideais da aplicação do ultrassom terapêutico na cicatrização da fratura. Palavras-chave: Terapia por ultrassom. Ultrassom terapêutico. Consolidação de fratura. Osso e fraturas de osso.

ABSTRACT Objective: To review the literature regarding the use of therapeutic ultrasound in the postoperative fractures of the tibia and fibula. Method: Descriptive review of the scientific literature, addressing the issue regarding the use of therapeutic ultrasound in the postoperative fractures of the tibia and fibula. Total of 180 articles were found, they went through a preliminary analysis of the title and summary to be then selected those that were related to the researched and have been published since the year 2006. After careful analysis we selected 17 theme, they met the criteria regarding eligibility for the study. Conclusion: We conclude that the use of therapeutic ultrasound promotes bone healing in fractures of the tibia and fibula. However, methodological studies best quality are needed to determine optimal methods of applying therapeutic ultrasound on the healing of the fracture.

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Rev. Sau. Int., v.9, n. 17 (2016) ISSN 2447-7079

Key-Words: Ultrasound therapy. Therapeutic ultrasound. Bone healing. Bone and bone fractures.

INTRODUÇÃO

A tíbia e a fíbula são os componentes ósseos da parte distal da perna responsáveis pelo apoio de peso e pela inserção de diversos músculos (PRENTICE, 2003). A tíbia sustenta o peso do corpo, articulando-se com os côndilos do fêmur, superiormente e com o tálus inferiormente, situando-se medialmente à fíbula. Pelo fato da superfície medial da tíbia estar próxima á região subcutânea, os riscos de lesão e fratura deste osso são aumentados. A fíbula não possui função de sustentação do peso corporal, serve principalmente para a fixação de músculos, mas também fornece estabilidade para a articulação do tornozelo. Os dois ossos são unidos por uma articulação sinovial na sua extremidade proximal e por uma articulação fibrosa na sua extremidade distal (MOORE; DALLEY, 2001; PALASTANGA, 2000).

Dentre tanto o processo de consolidação óssea, ocorre de forma primária, a qual ocorre através do contato constante entre os segmentos fraturados. O novo tecido ósseo cresce entre as extremidades ósseas comprimidas, unindo o ponto de fratura. Já a consolidação secundária denota da mineralização e substituição por osso de uma matriz cartilaginosa com característica radiográfica com formação de calo ósseo, sendo assim, este calo ósseo aumenta a estabilidade no local da fratura, por aumentar a espessura do osso (HOPPENFELD; MURTHY, 2001).

A primeira fase da consolidação secundária (formação do calo ósseo) é a fase inflamatória, que dura aproximadamente uma a duas semanas, resultando em um aumento da vascularização gerando um hematoma de fratura, o qual é invadido por células inflamatórias que eliminam o tecido necrosado. Na segunda fase de consolidação, a fase reparativa, há diferenciação de células mesenquimatosas pluripotentes, no qual o hematoma ósseo é invadido por condroblastos e fibroblastos que depositam a matriz para o calo ósseo, originando um calo mole, composto principalmente de tecido fibroso e cartilagem com pequena quantidade de osso, assim sendo mineralizado pela ação dos osteoblastos (HOPPENFELD; MURTHY, 2001). Já na terceira fase da consolidação ocorre a remodelagem da fratura, o tecido cicatricial inicial é convertido em tecido cicatricial consolidado e maturado (DUTTON, 2012). Essa fase leva meses para se completar, a qual consiste em atividades osteoblásticas e osteoclásticas (HOPPENFELD; MURTHY, 2001).

Para tanto o Ultrassom terapêutico pode ser denominado como um método de tratamento de fraturas, pois as oscilações cinético-mecânicas produzidas através do transdutor vibratório convertem a energia eletromagnética em energia mecânica (AGNE, 2009).

Os aparelhos de ultrassom geralmente apresentam diversos aplicadores (ERAs), cada um capaz de produzir frequências diferentes entre si (1MHZ e 3MHZ), para então ter uma área de alcance profunda ou superficial (KITCHEN, 2003; AGNE, 2009).

Quando aplicado, o ultrassom penetra no corpo para gerar o efeito nas células e tecidos por dois mecanismos físicos: o térmico e não-térmico. Na aplicação visando efeito térmico, uma quantidade de onda é absorvida gerando calor dentro daquele tecido. Essa quantidade de absorção depende diretamente da natureza do tecido aplicado, grau de vascularização do local e a freqüência utilizada do ultrassom. Já para o efeito não-térmico,

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existem várias situações em que o ultrassom produz efeitos biológicos sem mudar significativamente a temperatura do local de aplicação (KITCHEN, 2003).

Para tanto os mecanismos físicos envolvidos com o efeito não-térmico são: a cavitação, as correntes acústicas e as ondas estacionárias (KITCHEN, 2003).

No efeito da cavitação o fenômeno físico é decorrente da ressonância acústica que ocorre quando se emite uma freqüência previamente determinada que incida contra uma estrutura sólida, gerando microbolhas, que colapsam e implodem, rompendo somente essa estrutura de forma seletiva (AGNE, 2009). Essas bolhas podem ser úteis ou perigosas, dependendo da amplitude de pressão da energia aplicada no tratamento (KITCHEN, 2003).

As correntes acústicas referem-se ao movimento unidirecional do fluido no campo de aplicação do ultrassom, podendo estimular a atividade entre a membrana celular e ao seu redor através do fluido intra e extracelular (AGNE, 2009).

Já para o fenômeno das ondas estacionárias, a onda do ultrassom atinge a interface entre dois tecidos com impedâncias acústicas diferentes, o qual provoca reflexão de uma porcentagem da onda. As ondas refletidas interagem com as ondas incidentes que estão chegando para formar um campo de ondas estacionárias (KITCHEN, 2003).

Desta forma, além de compreender os mecanismos físicos que parecem estar envolvidos com o efeito não-térmico é necessário ainda, estabelecer as freqüências de emissão da aplicação nos pulsos ultrassônicos, os quais os equipamentos nacionais oferecem freqüências de 16 Hz, 48 Hz e 100 Hz, associados ao valor de impulso e a distância ente eles de 0,5% até 50%. Essas freqüências possibilitam distribuir pequenos pacotes de pulsos ultrassônicos nos tecidos, para então favorecer o resfriamento entre os diferentes tecidos de aplicação, desta forma, evitando o aquecimento tecidual (AGNE, 2009).

Assim sendo realizamos uma revisão de literatura a respeito do uso do ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula. Objetivando descrever os métodos de aplicação do ultrassom no pós-cirúrgico dessas fraturas, estabelecendo os benefícios, descrevendo as dosimetrias utilizadas e o tempo de aplicação. MATERIAIS E MÉTODOS

Revisão descritiva da literatura cientifica, abordando o tema referente ao Uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula.

O processo de revisão foi realizado através de uma busca nas bases de dados eletrônicas, Pubmed, Scielo, MedLine e LILACS, nos meses de agosto a outubro de 2014, utilizando os descritores terapia por ultrassom, “ultrasound therapy”, consolidação de fratura “bone healing”, osso “bone”, fraturas de osso “bone fractures” e ultrassom terapêutico “therapeutic ultrasound”, foram encontrados o total de 180 artigos, estes passaram por uma análise prévia de titulo e resumo para então serem selecionados os que se relacionavam ao tema pesquisado “O uso do Ultrassom terapêutico no pós-cirúrgico das fraturas de tíbia e fíbula” e que foram publicados a partir do ano de 2006, para tanto foram excluídos os estudos que relacionavam o uso do ultrassom terapêutico em outras estruturas ósseas, e em outras patologias associadas. Após essa análise prévia foram selecionados 20 artigos para leitura. Seguida a leitura na integra, foram selecionados 17 artigos, os demais artigos, totalizando 163 foram excluídos por não utilizarem os critérios de elegibilidade.

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Figura 1 - Fluxograma de análise dos artigos.

ARTIGOS ENCONTRADOS

(N = 180)

Scielo (N = 15)

Medline (N = 136)

LILACS (N = 12)

PubMed (N = 37)

INCLUÍDOS TITULO/RESUMO

(N=50)

EXCLUÍDOS TITULO/RESUMO

(N=130)

INCLUÍDOS LEITURA NA ÍNTEGRA

(N=20)

EXCLUÍDOS LEITURA NA ÍNTEGRA

(N=30)

ARTIGOS DO ESTUDO (N=17)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Watanabe et al., descrevem em um estudo de revisão o mérito do ultrassom pulsado de baixa intensidade para uso em trauma ortopédico. Neste estudo os autores avaliaram equipamentos com frequência de 1,5 MHz, largura de pulso de 200 microssegundos, uma frequência de repetição de 1 KHz e uma intensidade de 30 mW/cm². Os autores descrevem o efeito benéfico da aceleração do processo de consolidação de fraturas através da terapia por ultrassom pulsado de baixa intensidade, os quais consideram um incremento no processo de consolidação em grupos de pacientes que apresentam fraturas ou fatores potencialmente negativos para o processo de consolidação, relatando taxas de sucesso da terapia com aproximadamente 67% em fraturas de úmero, 90% em fraturas de rádio / rádio-ulna, 82% em fraturas de fêmur e 87% em fraturas de tíbia / fíbula-tíbia (WATANABE et al., 2010).

O seguinte estudo foi realizado com dados de um estudo prospectivo multicêntrico nacional no Japão. Foram analisados setenta e dois casos de fratura de ossos longos com não consolidações ou consolidações atrasadas, sendo 13 de úmero, uma de rádio, 8 de ulna, 22 de fêmur e 28 de tibia para iniciarem tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade. O tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade foi realizado sob as condições habituais. Os parâmetros utilizados foram; largura de pulso de 200 microssegundos, frequência de 1,5 MHz de ondas senoidais com uma frequência de repetição de 1 kHz e uma intensidade de 30 mW/cm². O efeito do ultrassom pulsado foi avaliado clinica e radiologicamente a cada mês, por ortopedistas (JINGUSHI et al., 2007).

Os autores relatam índices de consolidação de 75% em todos os casos de fratura de ossos longos. Também referem que houve uma relação significativa entre a taxa de consolidação e o período de cirurgia mais recente para o início do tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade em todos os casos. Houve também uma relação significativa entre a taxa de consolidação e o momento em que a melhora radiológica foi observada pela primeira vez após o início do tratamento em todos os casos. Quando o tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade foi iniciado dentro de seis meses após a cirurgia, 89,7% de todas as fraturas foram curadas. Também foi observada melhora nas alterações radiológicas no local da fratura após quatro meses de tratamento, em seguida, os testes de sensibilidade e a especificidade sobre a consolidação óssea foram de mais de 90%. Para tanto os autores referem que o tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade deve ser iniciado no prazo de até seis meses após a cirurgia (JINGUSHI et al., 2007).

Já no estudo de Ebrahim et al., onde pesquisaram as listas de referência dos comentários recentes avaliando o ultrassom pulsado de baixa intensidade e a estimulação elétrica, com estudos que incluíram pacientes com uma fratura recente ou uma fratura de consolidação retardada ou não consolidação existente, que foram randomizados para ultrassom pulsado de baixa intensidade ou estimulação elétrica, bem como um grupo de controle. Dois pares de revisores, de forma independente e em duplicata, selecionaram títulos e resumos, revisaram o texto completo de artigos potencialmente elegíveis, extraíram os dados e avaliaram a qualidade do estudo. Utilizando técnicas meta-analíticas convencionais e de rede para sintetizar os dados. (EBRAHIM et al., 2014).

Em pacientes com fratura recente, houve um benefício sugerido do ultrassom pulsado de baixa intensidade aos seis meses. Os autores sugerem que em evidência atual, pode não haver diferença significativa entre ultrassom pulsado de baixa intensidade, estimulação elétrica e tratamento padrão para melhorar as taxas de consolidação.

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Constatou-se que a evidência nesta área é extremamente fraca, como os resultados relatados pelo paciente não são relatados, as amostras são muito pequenas, e não existem comparações diretas de dispositivos de estimulação óssea (EBRAHIM et al., 2014).

No estudo de Tajali et. al., para identificar os estudos relevantes sobre os efeitos do ultrassom pulsado na cicatrização óssea, foram pesquisadas cinco bases de dados eletrônicas internacionais, incluindo MEDLINE (1966 a Junho de 2010), PubMed, Embase, Cumulative Index para Enfermagem e Saúde Allied, e Cochrane (1980 a Junho de 2010). Os estudos, que preencheram os critérios de inclusão foram criticamente avaliados por dois avaliadores independentes utilizando o método de medição da qualidade PEDro. (TAJALI et al., 2012).

Os resultados de todos os estudos elegíveis foram categorizados em três grupos: fraturas recentes, atraso ou pseudoartroses e distração osteogênica. Essa revisão sistemática e meta-análise constataram que a terapia com ultrassom pulsado de baixa intensidade estimula a cicatrização óssea radiográfica de fraturas recentes. A revisão sistemática também mostrou uma fraca evidência em favor da eficácia do ultrassom pulsado de baixa intensidade na cicatrização radiográfica das consolidações, atraso ou pseudoartroses e distração osteogênica, respectivamente (TAJALI et al., 2012).

Uma pesquisa nas bases de dados PubMed, Medline, CINAHL e Embase foi realizada, foram identificados estudos que investigaram o uso do ultrassom pulsado na cura da fratura. Os estudos foram realizados in vitro, em modelos animais e em seres humanos. Para ser incluso, o estudo tinha que ser um estudo clínico prospectivo, um ensaio clínico randomizado, um ensaio clínico não randomizado, ou de uma série de casos, prospectivo.. Foram encontradas evidências substanciais para apoiar que o ultrassom pulsado de baixa intensidade estimula o processo de cicatrização óssea em diferentes condições. Mas que, no entanto, a qualidade dos ensaios clínicos randomizados testando os efeitos do ultrassom pulsado em humanos é fraca e as investigações bem planejadas devem ser realizadas em uma grande variedade de fraturas clinicamente relevantes. E sugerem que mais ensaios clínicos randomizados de alta qualidade metodológica são necessários para determinar o papel ideal da terapia com ultrassom na cicatrização da fratura (ALBORNOZ et al., 2011).

Zhao e Yan descrevem a possibilidade da utilização do ultrassom pulsado de baixa intensidade gerar o aumento da permeabilidade das membranas das células normais fazendo com que a concentração de radicais de oxigênio aumente a um grau tão elevado que o dano ocorra nas células de tecido saudável. Em conclusão, os autores descrevem a hipótese para então explorar os potenciais efeitos colaterais da aplicação do ultrassom pulsado de baixa intensidade durante a fase aguda da fratura, assim como, descobrir o melhor momento para aplicar o método acelerando o processo de consolidação da fratura (ZHAO; YAN, 2011).

Claes e Willie, com o objetivo de verificar o efeito do ultrassom pulsado de baixa intensidade sobre a regeneração óssea, avaliaram estudos experimentais que mostraram alguma evidência de que a estimulação com ultrassom pulsado de baixa intensidade resulta em um aumento da regeneração óssea durante a consolidação da fratura e na distração do calo. Foram avaliados estudos em que o tratamento levou ao aumento da área de calo ósseo e retorno acelerado da resistência óssea após fratura. Assim como foram avaliados estudos histológicos que sugerem que o ultrassom pulsado de baixa intensidade influencia todos os principais tipos de células envolvidas na cicatrização óssea, incluindo osteoblastos, osteoclastos, condrócitos e células-tronco mesenquimais (CLAES; WILLIE, 2007).

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A partir da revisão de literatura, os autores concluíram que há evidências de que o ultrassom pulsado de baixa intensidade tem um efeito positivo sobre a regeneração óssea. O tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade demonstrou acelerar e estimular a consolidação da fratura e maturação do calo ósseo após a distração osteogênica. Os efeitos estimuladores foram observados durante a fase de formação do calo mole. Mesmo que a energia utilizada pelo tratamento com ultrassom seja extremamente baixa, efeitos sobre as células in vitro e in vivo, foram descritas (CLAES; WILLIE, 2007).

Malizos et al., realizaram uma revisão, com o objetivo de apresentar as evidências existentes de ensaios clínicos e da série de casos com as diferentes aplicações de ultrassom no tratamento de fraturas, consolidações atrasadas, pseudoartroses e distração osteogênica. Dos estudos avaliados, foram investigados diferentes tipos de fraturas com diferentes características de cura. (MALIZOS et al., 2006).

Na aplicação do ultrassom para o reforço da formação do calo, os ossos tratados demonstraram calo significativamente mais duro e mais forte, com maior densidade mineral óssea em comparação com a tíbia tratada. Nas pseudoartroses concluiu-se que a aplicação do ultrassom pulsado de baixa intensidade, é um complemento não-invasivo inofensivo, mais aplicável após a falha de pelo menos uma intervenção cirúrgica prévia (MALIZOS et al., 2006).

Fontes-Pereira et. al., utilizaram 20 ratos machos Wistar, pesando entre 300 e 350g ou idade mínima de 90 dias. Os animais foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos, com 10 animais cada, que tiveram a tíbia direita fraturada no terço médio, com o equipamento de fratura adaptado, provocando fratura fechada. Não houve nenhum tipo de imobilização. No grupo controle, os animais sofreram lesão óssea e não foram tratados com ultrassom; No outro grupo, os animais sofreram lesão óssea e tratamento com ultrassom terapêutico, que teve início 24 horas após a indução da lesão óssea, com aplicação no local da fratura, com freqüência de 1 MHz, intensidade de 0,2 W/cm², pulsado, ciclo de trabalho de 20%, ERA de 0,8 cm² (FONTES-PEREIRA et al., 2013).

O tratamento foi realizado durante 10 minutos, uma vez ao dia, durante cinco dias consecutivos e dois dias de intervalo, até completar 25 sessões, simulando o tratamento fisioterapêutico. Os autores avaliaram as radiografias, a fosfatase alcalina e o cálcio sérico. Nas radiografias, observou-se melhor consolidação no grupo tratado com ultrassom em relação ao grupo controle. Já na análise de fosfatase alcalina (FALC) e cálcio sérico (CS), onde não se evidenciou efeito estatisticamente significativo. Dessa forma, concluiu-se que o ultrassom terapêutico aplicado conforme, esses parâmetros promovem aceleração da consolidação, comprovada por radiografia, entretanto a análise bioquímica não foi conclusiva (FONTES-PEREIRA et al., 2013).

Em outro estudo semelhante, foram utilizados, 30 ratos machos Wistar, com peso entre 280 e 320g. Os ratos foram anestesiados, tanto a tíbia direita, quanto a esquerda foram submetidas ao procedimento cirúrgico, para a realização dos defeitos ósseos, com a utilização de uma minifuradeira,. Foram realizados defeitos ósseos no terço médio da tíbia. Os animais foram distribuídos, aleatoriamente, em três grupos de 10 ratos: grupo controle com fratura, os ratos foram submetidos ao defeito ósseo, mas não receberam tratamento; grupo laser, os ratos foram submetidos ao defeito ósseo e foram tratados com laser de 120 J/cm²; e grupo ultrassom, os ratos foram submetidos ao defeito ósseo e foram tratados com ultrassom no modo pulsado com frequência de 1,5 MHz, largura de pulso de 200 microssegundos, frequência de repetição de pulso de 1 KHz e intensidade de 30 mW/cm², durante 20 minutos. Ambos os tratamentos iniciaram imediatamente após o procedimento

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cirúrgico, totalizando sete aplicações em 14 dias. A aplicação foi realizada em ambas as tíbias (OLIVEIRA et al., 2011).

A análise biomecânica não mostrou diferença estatisticamente significativa entre as propriedades biomecânicas entre os três grupos. Na análise morfométrica, tanto o grupo ultrassom quanto o grupo laser apresentaram área de osso neoformado estatisticamente maior em relação ao grupo controle. No entanto, quando as duas modalidades de tratamento foram comparadas, não foram encontradas diferenças estatísticas entre elas. Baseado nos resultados do estudo, os autores concluíram que tanto o laser terapêutico quanto o ultrassom de baixa intensidade foram capazes de aumentar a área de tecido ósseo neoformado, acelerando o processo de reparo ósseo após a indução do defeito ósseo em tíbias de ratos (OLIVEIRA et al., 2011).

Fávaro-Pipi et al., utilizaram 60 ratos machos Wistar em seu estudo, pesando entre 280 e 320g, com 12 a 13 semanas de vida. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de 30 ratos; grupo controle, defeito ósseo sem tratamento e grupo tratado, defeito ósseo tratado com ultrassom pulsado. Os defeitos ósseos de tamanho não crítico foram criados cirurgicamente, usando uma minifuradeira. O tratamento começou 24 horas após a cirurgia por 3, 6 e 12 sessões, com intervalo de 48 horas, utilizando a técnica de contato sobre a pele, no local da lesão óssea. Foi utilizado o ultrassom pulsado de baixa intensidade com 1,5 MHz, intensidade de 30 mW/cm², com duração de 20 minutos a sessão, no modo estacionário. Nos dias 7, 13 e 25 após a lesão, 10 ratos por grupo foram sacrificados (FÁVARO-PIPI et al., 2010).

Os resultados apontaram intensa formação de osso novo cercado de alta vascularidade do tecido conjuntivo e uma ligeira atividade osteogênica, com deposição óssea primária, observada no grupo tratado com o ultrassom na fase intermediária de 13 dias e nas fases tardias da reparação de 25 dias, nos animais tratados. O presente estudo demonstrou os efeitos positivos do ultrassom pulsado no reparo ósseo, pela análise histopatológica. Também demonstrou que o ultrassom pulsado de baixa intensidade foi capaz de regular positivamente os genes relacionados com a diferenciação osteogênica durante a cicatrização óssea, principalmente no início e nos estágios finais. Esses achados nos permitem obter dados preliminares sobre o mecanismo de ação dessa terapia e sua eficácia como um tratamento efetivo para fraturas não consolidadas ou pseudoartroses (FÁVARO-PIPI et al., 2010).

Guerino et al., realizaram um estudo com ratos Wistar, adultos jovens do sexo masculino com idade de 70 dias, que tiveram o terço superior da tíbia direita osteotomizados, utilizando uma minifuradeira para produzir uma lesão uniforme. Os animais foram divididos em quatro grupos: (1) osteotomizados, animais sedentários sem tratamento de ultrassom; (2) osteotomizados, animais treinados sem tratamento de ultrassom; (3) osteotomizados, animais sedentários com tratamento ultrassom; e (4) osteotomizados, animais treinados com o tratamento de ultrassom. O treinamento físico consistiu de natação em um tanque, suportando uma carga (chumbo, adicionado ao tronco), equivalente a 5% do peso corporal, uma hora por dia durante 30 dias, a partir de 24 horas após a cirurgia. A terapia com ultrassom foi realizada com os seguintes parâmetros: largura de pulso variável, frequência de repetição de 120 Hz, intensidade de 0,2 W/cm² e frequência de 1,0 MHz, durante 5 minutos, utilizando um adaptador para redução da área de aplicação. Os ratos foram sacrificados e foram realizadas as análises de glicogênio muscular (gastrocnêmio) e atividade da fosfatase alcalina sérica pelo método colorimétrico (GUERINO et al., 2008).

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Conforme, às determinações bioquímicas, os autores verificaram que os valores de glicogênio muscular, a partir do início da experiência foram sempre superiores nos grupos treinados, em relação aos grupos sedentários, embora estatisticamente não significativos. No 30º dia de experimento estas diferenças se tornaram significativas. O grupo 4 (treinados, com tratamento de ultrassom), apresentou valores elevados de glicogênio muscular, quando comparado com o grupo 2 (treinados sem tratamento com ultrassom). E entre os grupos que receberam tratamento com ultrassom, apresentaram um aumento significativo nos níveis de fosfatase alcalina no quinto dia em relação aos outros grupos, para o mesmo período. O grupo 4 também aumentou o nível de fosfatase alcalina no 20º dia de tratamento. A partir dos resultados, os autores chegaram à conclusão, que o ultrassom é melhor nas fases iniciais do processo de reparação do tecido ósseo e o exercício físico, no final da consolidação óssea (GUERINO et al., 2008).

No seguinte estudo, 48 ratos machos Wistar pesando entre 280 e 320g foram submetidos á anestesia, e tiveram suas tíbias direitas osteotomizadas no terço superior, com uma minifuradeira. No grupo ultrassom, 16 animais foram tratados com ultrassom pulsado de baixa intensidade 1,5 MHz, intensidade de 30 mW/cm², em 12 sessões de 20 minutos, cinco vezes por semana, começando no terceiro dia de pós-operatório. O grupo laser com 16 animais, foi tratado em 12 sessões de 2 minutos e meio cada, cinco vezes por semana, também a partir do terceiro dia de pós-operatório. O grupo controle foi submetido à mesma cirurgia, mas não recebeu tratamento. No 20º dia de pós-operatório, os animais foram sacrificados, a fim de extrair as suas tíbias direitas, que foram submetidos a um teste de flexão de três pontos ou análise histomorfométrica (LIRANI-GALVÃO et al., 2006).

No ensaio de flexão, a carga máxima do grupo laser foi significativamente maior. A Histomorfometria óssea mostrou um aumento significativo em superfícies erodidas e osteoclastos no grupo ultrassom pulsado de baixa intensidade. Os resultados mostram que o ultrassom pulsado de baixa intensidade pode melhorar o reparo ósseo, promovendo principalmente a reabsorção óssea na área da osteotomia (LIRANI-GALVÃO et al., 2006).

Apolinário et. al. utilizaram 20 ratos machos Wistar, adultos com massa corporal de 334 a 362g. Os animais foram divididos em dois grupos iguais: G1, submetidos à cirurgia para osteotomia que permaneceram livres em gaiolas individuais por 15 dias e foram tratados com ultrassom; e G2, submetidos à cirurgia para osteotomia e foram suspensos pela cauda por 15 dias, concomitantemente, tratados com ultrassom. Foram realizadas osteotomias cirúrgicas em ambas as tíbias, na região diafisária média, as tíbias esquerdas foram os controles. O defeito ósseo então foi obtido por perfuração com uma minifuradeira. Apenas o membro direito de todos dos grupos foi tratado com ultrassom pulsado de baixa intensidade, frequência de 1,5 MHz, intensidade de 30 mW/cm², por 12 sessões de 20 minutos cada, servindo o membro esquerdo como controle. O tratamento se iniciou no primeiro dia após a osteotomia e, após o período experimental as tíbias foram retiradas para análise densitométrica (APOLINÁRIO et al., 2011).

Os resultados demonstraram que houve diferença significante entre os grupos, o G2 apresentou menor densidade mineral óssea, o que demonstra que a suspensão prejudica a manutenção das propriedades ósseas. E entre as tíbias tratadas e controles do G2, foi demonstrado que o ultrassom acelerou o processo de reparo ósseo nos ossos dos animais submetidos à suspensão pela cauda. Sugeriu-se que a impossibilidade do estímulo mecânico causada pela não deambulação em um processo de reparo ósseo pode ser minimizada pela ação do ultrassom de baixa intensidade (APOLINÁRIO et al., 2011).

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John et. al., realizaram um estudo em duas fases. Na primeira fase, foram induzidas fraturas na tíbia esquerda de ratos Wistar. As fraturas foram imobilizadas com talas de plástico especial. Os ratos foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo de 10 ratos, definido como grupo de teste, foi determinado baixa intensidade, de ultrassom pulsado 30 mW/cm², 20 minutos por dia, durante 10 dias. No segundo grupo de 10 ratos, definido como grupo de controle, não foi oferecido tratamento com ultrassom. As amostras de tecido e radiografias em série foram obtidas semanalmente durante três semanas a partir de ambos os grupos. Na segunda fase do estudo, foram incluídos 10 pacientes com fratura do rádio distal. Cinco destas fraturas foram designadas como grupo de teste, e as outras cinco foram tratadas como controles. O grupo de teste foi submetido á baixa intensidade de ultrassom pulsado, aplicado no local da fratura, 20 minutos por dia, durante duas semanas. Aqueles que pertencem ao grupo controle não receberam tratamento com o ultrassom. Os pacientes foram avaliados radiograficamente, e por meio de estudos de células antes e após a terapia com ultrassom, exatamente como na primeira fase (JOHN et al., 2008).

Em ambas as fases do estudo, houve um aumento da formação de calos ósseos no grupo ultrassom, quando avaliado radiologicamente através da medição das dimensões do calo no local da fratura. E, ao nível celular, foi aumentada a incorporação de timidina no grupo do ultrassom. Utilizando o teste de incorporação de timidina radioativa, o aumento da atividade dos osteoblastos foi observado quando as combinações de neurotransmissores foram adicionadas às células, a partir do sítio da fratura no grupo do ultrassom. Após a análise das amostras de tecido e das radiografias, concluiu-se que o ultrassom pulsado de baixa intensidade regula a alta atividade dos receptores de neurotransmissores no local da fratura, o que provavelmente melhora a cicatrização da fratura (JOHN et al., 2008).

Shakouri et. al., utilizaram em seu estudo, um total de 30 coelhos do sexo feminino, pesando entre 4,200 e 5,000 kg, com 24 meses de idade, que foram submetidos a osteotomias abertas unilaterais e na diáfise da tíbia, utilizando uma serra elétrica. E posteriormente foram estabilizadas com fixadores externos. Após quatro dias de osteotomia, os coelhos foram divididos aleatoriamente em dois grupos de estudo com 15 componentes cada: o grupo tratado, que foi submetido ao tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade, com transdutor de ultrassom transcutâneo diâmetro de 0,8 cm, colocado sobre a superfície, foi fixado 200 microssegundos de largura de pulso, com intensidade de 30 mW/cm², frequência 1,5 MHz, com uma frequência de repetição de pulso de 1 KHz; e o grupo controle foi submetido a tratamento com um ultrassom placebo. O desenvolvimento de calos ósseos e densidade mineral óssea foram avaliados por meio de tomografia computadorizada com multidetectores na 2ª, 5ª e 8ª semanas, após oito semanas os animais foram sacrificados. Foram avaliados e comparados três pontos testes de flexão dos ossos tratados e dos não tratados (SHAKOURI et al., 2010).

Os resultados demonstraram que a densidade mineral óssea do calo no grupo tratado, foi maior do que no grupo controle, no final da 8ª semana. A média registrada de três pontos de flexão na pontuação do teste de ossos tratados no grupo do ultrassom não foi significativamente diferente da do grupo controle. O presente estudo demonstrou que o ultrassom pulsado de baixa intensidade melhora a densidade mineral do calo ósseo com um aumento insignificante na força do osso fraturado (SHAKOURI et al., 2010).

Schofer et. al., realizaram um ensaio clínico controlado e randomizado simulado multicêntrico em seis hospitais na Alemanha. O estudo foi feito com 101 pacientes na faixa etária de 14 a 70 anos com consolidações atrasadas da tíbia. Cinqüenta e um pacientes foram randomizados para receber tratamento com o ultrassom pulsado de baixa intensidade

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e cinqüenta pacientes com um dispositivo simulado não operativo idêntico. A aplicação foi de 20 minutos por dia, durante 16 semanas. Esses indivíduos foram designados aleatoriamente para tratamento ativo, que teve o sinal da onda de pressão do ultrassom fixada nos seguintes parâmetros: frequência de 1,5 MHz, frquência de repetição de 1 kHz, largura de pulso de 200 microssegundos e intensidade de 30 mW/cm² (SCHOFER et al., 2010).

Com base nos dados evidenciou-se que a melhora na densidade mineral óssea (DMO) foi maior para os indivíduos tratados com o ultrassom pulsado de baixa intensidade comparado ao grupo controle. A redução média na área de falha óssea também favoreceu o tratamento com o ultrassom. Este estudo forneceu Nível-I em evidências de que a utilização do ultrassom pulsado de baixa intensidade acelera o processo de cicatrização e provavelmente melhora as chances de alcançar a consolidação sólida em pacientes com consolidações atrasadas em fraturas de tíbia (SCHOFER et al., 2010).

CONCLUSÂO Dentre tanto concluímos que não há um consenso de aplicação, em relação, as dosimetrias e o tempo de aplicação, descritas nos estudos. O método de aplicação mais utilizado nos estudos avaliados e com melhores resultados foram os que utilizaram ultrassom pulsado de baixa intensidade com freqüência de 1,5 MHz, largura de pulso de 200 microssegundos, com frequência de repetição de pulso de 1 KHz e intensidade de 30 mW/cm² durante 20 minutos, prescritos para a fase inflamatória aguda, logo após ao procedimento cirúrgico. Concluímos também que o tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade deve ser iniciado em até seis meses após a cirurgia, para um melhor efeito na consolidação das fraturas de tíbia e fibula. Contudo o uso do ultrassom terapêutico promove a consolidação óssea nas fraturas de tíbia e fíbula. No entanto, estudos de melhor qualidade metodológica são necessários para determinar os métodos ideais da aplicação do ultrassom terapêutico na cicatrização da fratura. REFERÊNCIAS AGNE, Jones Eduardo. Eu sei Eletroterapia... Santa Maria. Pallotti, 2009. ALBORNOZ, Pilar M.; KHANNA, Anil; LONGO, Umile G.; FORRIOL, Francisco; MAFFULLI, Nicola. The evidence of low-intensity pulsed ultrasound for in vitro, animal and human fracture healing. British Medical Bulletin. V. 100, p. 39-57, 2011. APOLINÁRIO, Juliana de C.; COELHO, Willian M. D.; LOUZADA, Mário J. Q. Análise da influência do ultrassom de baixa intensidade na região de reparo ósseo em ratos sob ausência de carga. Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo. V.18, n.3, p. 275-279, jul/set 2011. CLAES, Lutz; WILLIE, Bettina. The enhancement of bone regeneration by ultrasound. Progress in Biophysics and Molecular Biology. V. 93, p. 384-398, 2007. DUTTON, M. Guia de sobrevivência do fisioterapeuta: manejando condições comuns. Porto Alegre. Artmed, 2012.

EBRAHIM, Shanil; MOLLON, Brent; BANCE, Sheena; BUSSE, Jason W.; BHANDARI, Mohit. Low-intensity pulsed ultrasonography versus electrical stimulation for fracture healing: a systematic review and network meta-analysis. Can J Surg. V. 57, n. 3, p. 105-118, 2014. FÁVARO-PÍPI, Elaine; BOSSINI, Paulo; DE OLIVEIRA, Poliani; RIBEIRO, Juliana U.; TIM, Carla; PARIZOTTO, Nivaldo A.; ALVES, José M.; RIBEIRO, Daniel A.; DE ARAÚJO, Heloísa S. S.; RENNO, Ana Claudia M. Low-Intensity pulsed Ultrasound produced an increase of osteogenic genes expression during the process os bone healing in rats. Ultrasound in Medicine & Biology. V. 36, n. 12, p. 2057-2064, 2010. FONTES-PEREIRA, Aldo J.; TEIXEIRA, Renato da Costa; DE OLIVEIRA Antonio J. Barbosa; PONTES, Roberto W. Farias; DE BARROS, Rui S. Monteiro; NEGRAO, José N. Cunha. Efeito do ultrassom terapêutico de baixa intensidade em fratura

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induzida em tíbia de ratos. Acta Ortop Bras. V. 21, n. 1, p. 18-22, 2013. GUERINO, Marcelo R.; SANTI, Francisco P.; SILVEIRA, Rafael F.; LUCIANO, Eliete. Influence of ultrasound and physical activity on bone healing. Ultrasound in Medicine & Biology. V. 34, n. 9, p. 1408-1413, 2008. HOPPENFELD, Stanley; MURTHY, Vasantha L. Tratamento e reabilitação de fraturas. Barueri - SP. Editora Manole, 2001. JINGUSHI, Seiya; MIZUNO, Kosaku; MATSUSHITA, Takashi; ITOMAN, Moritoshi. Low-intensity pulsed ultrasound treatment for postoperative delayed union or nonunion of long bone fractures. J Orthopaedic Science. V. 12, p. 35-41, 2007. JOHN, P. S.; POULOSE, C. S.; GEORGE, Benjamin. Ultra-som terapêutico na cicatrização da fratura: O mecanismo de osteoindução. Indian J Orthop. V. 42, p. 444-447, 2008. KITCHEN, Scheila. Eletroterapia : prática baseada em evidências. Barueri. Editora Manole. 11ª Edição, 2003. LIRANI-GALVÃO, Ana Paula; JORGETTI, Vanda; DA SILVA, Orivaldo L. Comparative Study of How Low-Level Laser Therapy and Low-Intensity Pulsed Ultrasound Affect Bone Repair in Rats. Photomedicine and Laser Surgery. V. 24, n. 6, p. 735-740, 2006. MALIZOS, Konstantinos N.; HANTES, Michael E.; PROTOPAPPAS, Vassilios; PAPACHRISTOS, Athanasios. Low-intensity pulsed ultrasound for bone healing: An overview. Injury, Int. J. Care Injured. V. 37, p. 56-62, 2006. MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia orientada para a clínica. Editora: Guanabara Koogan, 2001. OLIVEIRA, Poliani; SPERANDIO, Evandro; FERNANDES, Kelly R.; PASTOR, Fabio A. C.; NONAKA, Keico O.; RENNO, Ana C. M. Comparação dos efeitos do laser de baixa potência e do

ultrassom de baixa intensidade no processo de reparo ósseo em tíbia de rato. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos. V. 15, n. 3, p. 200-205, maio/jun, 2011. PALASTANGA, Nigel; FIELD, D.; SOAMES, R. Anatomia e Movimento Humano - Estrutura e Função. São Paulo. Editora Manole, 2000. PRENTICE, William E.; VOIGHT, Michael L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre. Artmed, 2003. SCHOFER, Markus D.; BLOCK, Jon E.; AIGNER, Julia; SCHMELZ, Andreas. Improved healing response in delayed unions of the tibia with low-intensity pulsed ultrasound: results of a randomized sham-controlled trial. BMC Musculoskeletal Disorders. V. 8, p. 22-29, 2010. SHAKOURI, Kazem; EFTEKHARSADAT, Bina; OSKUIE, Mohammad R.; SOLEIMANPOUR, Jafar; TARZAMNI, Mohammad K.; SALEKZAMANI, Yagoub; HOSHYAR, Yousef; NEZAMI, Nariman. Effect of low-intensity pulsed ultrasound on fracture callus mineral density and fl exural strength in rabbit tibial fresh fracture. J Orthopaedic Science. V. 15, p. 240-244, 2010. TAJALI, Siamak B.; HOUGHTON, Pamela; MACDERMID, Joy C.; GREWAL, Ruby. Effects of Low-Intensity Pulsed Ultrasound Therapy on Fracture Healing. American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation. V. 91, n. 4, p.349-367, 2012. WATANABE, Yoshinobu; MATSUSHITA, Takashi; BHANDARI, Mohit; ZDERO, Rad; SCHEMITSCH, Emil H. Ultrasound for Fracture Healing: Current Evidence. J Orthop Trauma. V. 24, n. 3, p. 56-61, 2010. ZHAO, Xiang ; YAN, Shi-Gui. Low-intensity pulsed ultrasound (LIPUS) therapy may enhance the negative effects of oxygen radicals in the acute phase of fracture. Medical Hypotheses. V. 76, p. 283-285, 2011.

Recebido em: 06/05/2016

Revisões requeridas em: 11/08/2016

Aceito em: 18/08/2016

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ANEXO I: QUADRO DOS ARTIGOS ANALISADOS

Estudo/Autor Participantes Intervenção Conclusão O Ultrassom para a cicatrização óssea: evidências atuais. (WATANABE et. al., 2010)

Este artigo apresenta uma revisão sobre o mérito do ultrassom pulsado de baixa intensidade para o uso em trauma ortopédico.

Os estudos avaliados foram sob os seguintes parâmetros: frequência de 1,5 MHz, largura de pulso de 200 microssegundos, frequência de repetição de 1 KHz e intensidade de 30 mW/cm².

O ultrassom pulsado de baixa intensidade provavelmente tem a capacidade de melhorar a maturação do calo na distração osteogênica.

Baixa intensidade do tratamento com ultrassom pulsado de pós-operatório em consolidação atrasada ou na não consolidação de fraturas de ossos longos. (JINGUSHI et. al., 2007)

Este estudo foi baseado em dados de um estudo prospectivo multicêntrico. Foram analisados 72 casos de fratura de ossos longos com não consolidações ou consolidações atrasadas.

O tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade foi sob os seguintes parâmetros: largura de pulso de 200 microssegundos, frequência de 1,5 MHz, frequência de repetição de 1 kHz e intensidade de 30 mW/cm².

O tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade deve ser iniciado no prazo de seis meses da cirurgia mais recente. Os índices de consolidação forami de 75% em todos os casos de fratura de ossos longos.

Baixa intensidade de ultrassom pulsado contra a estimulação elétrica para a cicatrização óssea: uma revisão sistemática e meta-análise de rede. (EBRAHIM et. al., 2014)

Nesta revisão foram pesquisadas as listas de referência dos comentários recentes avaliando o ultrassom pulsado de baixa intensidade e a estimulação elétrica. Que incluiu estudos publicados até 2011 a partir de quatro bases de dados eletrônicas.

Dois pares de revisores selecionaram títulos e resumos, revisaram o texto completo de artigos potencialmente elegíveis, extraíram os dados e avaliaram a qualidade do estudo. Foram utilizadas técnicas meta-analíticas convencionais e de rede para sintetizar os dados.

Os autores sugerem que pode não haver diferença significativa entre ultrassom pulsado de baixa intensidade, estimulação elétrica e tratamento padrão para melhorar as taxas de consolidação.

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Efeitos da terapia com ultrassom pulsado de baixa intensidade na consolidação de fraturas: uma revisão sistemática e meta-análise. (TAJALI et. al., 2012)

Foram pesquisadas cinco bases de dados eletrônicas internacionais para identificar os estudos relevantes sobre os efeitos do ultrassom pulsado na cicatrização óssea. No geral, foram identificados 23 estudos que preencheram os critérios de inclusão.

Nessa revisão sistemática e meta-análitica. Os estudos foram criticamente avaliados por dois avaliadores independentes utilizando o método de medição da qualidade PEDro.

A revisão sistemática evidenciou que a terapia com ultrassom pulsado de baixa intensidade estimula a cicatrização óssea radiográfica de fraturas recentes. Também mostrou uma fraca evidência em favor da eficácia do ultrassom na cicatrização radiográfica das consolidações e não consolidações retardadas e distração osteogênica, respectivamente.

A evidência do ultrassom pulsado de baixa intensidade in vitro, no animal e consolidação da fratura humana. (ALBORNOZ et. al., 2011)

Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados PubMed, Medline, CINAHL e Embase. Foram identificados 50 estudos que investigaram o uso do ultrassom pulsado na cura da fratura. Dos 50 estudos, 15 foram realizadas in vitro, 18 em modelos animais e 17 em seres humanos.

Para ser incluído, o estudo tinha de ser um estudo clínico prospectivo, um ensaio clínico randomizado, um ensaio clínico não randomizado, ou de uma série de casos, prospectivo.

O ultrassom pulsado de baixa intensidade estimula o processo de cicatrização óssea em diferentes condições.

Ultrassom pulsado de baixa intensidade (LIPUS) pode aumentar os efeitos negativos dos radicais de oxigênio na fase aguda da fratura. (ZHAO e YAN, 2011)

Hipóteses Este artigo centra-se em saber se o aumento da permeabilidade das membranas das células normais por ultrassom pulsado de baixa intensidade faz a concentração de radicais de oxigênio aumentar a um grau tão elevado que o dano ocorra nas

Em conclusão, a hipótese explora os efeitos colaterais potenciais da aplicação do ultrassom pulsado de baixa intensidade durante a fase aguda da fratura, assim como descobrir o melhor ponto de tempo para aplicar este método para acelerar o processo

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células do tecido saudável. Explorando o momento ideal para aplicar o ultrassom pulsado de baixa intensidade.

de cicatrização da fratura.

O aumento da regeneração óssea por ultrasom. (CLAES e WILLIE, 2007)

Este estudo avaliou estudos experimentais que mostraram alguma evidência de que a baixa intensidade de estimulação com ultrassom pulsado de baixa intensidade resulta em um aumento da regeneração óssea durante a cicatrização da fratura e distração do calo.

Foi realizada uma revisão da literatura, sobre as evidências de que o ultrassom pulsado de baixa intensidade tem um efeito positivo sobre a regeneração óssea.

O tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade demonstrou acelerar e estimular a consolidação da fratura e maturação do calo ósseo após a distração osteogênica. Os efeitos estimuladores são frequentemente observados durante a fase de formação do calo mole.

Baixa intensidade ultrassom pulsado de cicatrização óssea: uma visão geral. (MALIZOS et. al., 2006)

Este estudo de revisão avaliou ensaios clínicos e uma série de casos com as diferentes aplicações de ultrassom no tratamento de fraturas, consolidações atrasadas, pseudoartroses e distração osteogênica.

Dos estudos avaliados nesta revisão foram investigados diferentes sítios de fratura com diferentes características de cura.

Na aplicação trans-óssea do ultrassom, os ossos tratados demonstraram calo significativamente mais duro e mais forte, com maior densidade mineral óssea em comparação com a tíbia tratada. Nas pseudoartroses concluiu-se que a aplicação do ultrassom pulsado de baixa intensidade, é um complemento.

Efeito do ultrassom terapêutico de baixa intensidade em fratura induzida em tíbia de ratos. (FONTES-PEREIRA et. al., 2013)

20 ratos machos Wistar. Tratamento com ultrassom pulsado, com freqüência de 1 MHz, intensidade de 0,2 W/cm², ciclo de trabalho de 20%, ERA de 0,8 cm².

O estudo evidenciou que o ultrassom terapêutico, promoveu aceleração da consolidação, comprovada por radiografia, entretanto a análise bioquímica

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não foi conclusiva. Comparação dos efeitos do laser de baixa potência e do ultrassom de baixa intensidade no processo de reparo ósseo em tíbia de rato. (OLIVEIRA et. al. 2011)

30 ratos machos Wistar. Ultrassom no modo pulsado com frequência de 1,5 MHz, largura de pulso de 200 microssegundos, frequência de repetição de pulso de 1KHz e intensidade de 30 mW/cm². E laser de 120 J/cm².

Concluiu-se que tanto o laser terapêutico quanto o ultrassom de baixa intensidade foram capazes de aumentar a área de tecido ósseo neoformado, acelerando o processo de reparo ósseo após a indução do defeito ósseo em tíbias de ratos.

Baixa intensidade de ultrassom pulsado produziu um aumento da expressão de genes osteogênicas durante o processo de reparação óssea em ratos. (FÁVARO-PIPI et. al., 2010)

60 ratos machos Wistar. Foi utilizado o ultrassom pulsado de baixa intensidade com 1,5 MHz, ciclo de trabalho de 1:4, intensidade de 30 mW/cm².

O ultrassom pulsado demonstrou efeitos positivos no reparo ósseo, pela análise histopatológica. E foi capaz de regular positivamente os genes relacionados com a diferenciação osteogênica durante a cicatrização óssea, principalmente no início e nos estágios finais.

Estudo comparativo de como a terapia com laser de baixa intensidade e o ultrassom pulsado de baixa intensidade afetam o reparo ósseo em ratos. (LIRANI-GALVÃO et. al. 2006)

48 ratos machos Wistar. Ultrassom pulsado de baixa intensidade, com freqüência de 1,5 MHz, 1:4 ciclo de trabalho, intensidade de 30 mW/cm². E laser, com 780 nm, 4 mm² área do feixe, 30 mW, 112,5 J / cm².

Os resultados mostram que o ultrassom pulsado de baixa intensidade pode melhorar o reparo ósseo, promovendo principalmente a reabsorção óssea na área da osteotomia, e o laser pode acelerar esse processo, promovendo a formação de osso novo, com uma carga máxima superior a falha, o que indica a sua capacidade de aumentar a resistência óssea.

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Influência do ultrassom e da atividade física sobre a cicatrização óssea. (GUERINO, et. al., 2008)

Ratos Wistar, adultos jovens do sexo masculino.

Ultrassom nos seguintes parâmetros: largura de pulso variável, frequência de repetição de 120 Hz, intensidade de 0,2 W/cm² e frequência de 1,0 MHz. E treinamento físico de natação, suportando uma carga, equivalente a 5% do peso corporal.

Os resultados mostram que o ultrassom é melhor nas fases iniciais do processo de reparação do tecido ósseo e o exercício físico, no final da consolidação óssea.

Análise da influência do ultrassom de baixa intensidade na região de reparo ósseo em ratos sob ausência de carga. (APOLINÁRIO et. al., 2011)

20 ratos machos Wistar Tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade, frequência de 1,5 MHz, ciclo de trabalho 1:4, intensidade de 30 mW/cm².

O ultrassom acelerou o processo de reparo nos ossos dos animais submetidos à suspensão pela cauda, concluindo que a impossibilidade do estímulo mecânico causada pela não deambulação em um processo de reparo ósseo pode ser minimizada pela ação do ultrassom de baixa intensidade.

Ultrassom terapêutico na cicatrização da fratura: O mecanismo de osteoindução. (JOHN et. al. 2008)

20 ratos Wistar e 10 humanos. Ultrassom pulsado de baixa intensidade, com intensidade de 30 mW/cm².

Conclui-se que o ultrassom pulsado de baixa intensidade regula a alta atividade dos receptores de neurotransmissores, no local da fratura.

Efeito do ultrassom pulsado de baixa intensidade sobre a densidade mineral do calo da fratura e resistência à flexão em fratura recente de tíbia de

30 coelhos do sexo feminino. Ultrassom pulsado de baixa intensidade, largura de pulso de 200 microssegundos, com intensidade de 30 mW/cm², freqüência de 1,5 MHz, com uma

O ultrassom pulsado de baixa intensidade melhora a densidade mineral do calo ósseo com um aumento insignificante na força do osso fraturado.

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Rev. Sau. Int., v.9, n. 17 (2016) ISSN 2447-7079

coelho. (SHAKOURI et. al., 2010) frequência de repetição de 1 KHz. Melhora da resposta de cura em uniões atrasadas da tíbia com baixa intensidade de ultrassom pulsado: resultados de um ensaio clínico controlado e randomizado simulado. (SCHOFER et. al., 2010)

101 humanos. Tratamento com ultrassom pulsado de baixa intensidade, nos seguintes parâmetros: frequência de 1,5 MHz, frequência de repetição de 1 kHz, duração de pulso de 200 microssegundos, intensidade de 30 mW/cm².

Este estudo fornece Nível-I em evidências de que o ultrassom pulsado de baixa intensidade acelera o processo de cicatrização e provavelmente melhora as chances de alcançar a consolidação sólida em pacientes com consolidações atrasadas em fraturas de tíbia.