o heterónimo ricardo reis

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Ricardo Reis O poeta da razão A razão e o sentimento Horacianismo O paganismo e a fugacidade da vida O epicurismo O estoicismo O poeta clássico linguagem e estilo

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Breve descrição das características e da temática de Reis.

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Page 1: O Heterónimo Ricardo Reis

Ricardo Reis

� O poeta da razão

� A razão e o sentimento

� Horacianismo

� O paganismo e a fugacidade da vida

� O epicurismo

� O estoicismo

� O poeta clássico

� linguagem e estilo

Page 2: O Heterónimo Ricardo Reis

Ricardo Reis, o poeta da Razãoo poeta da Razão

•• DiscDiscíípulo de Caeiropulo de Caeiro, como o Mestre Mestre aconselha a

aceitação calma da ordem das coisas e faz o elogio

da vida campestre, indiferente ao social.

•«pagão por carácter», segue AlbertoCaeiro no amor da vida rústica, junto

da natureza. Mas, enquanto o Mestre,

menos culto e complicado, é um

homem franco e alegre, Ricardo Reis Ricardo Reis éé

um ressentido.um ressentido.

Page 3: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e a Natureza

Pagão por carácter», segue Alberto Caeiro no amor da vida rústica, junto da natureza. Mas, enquanto o Mestre, menos culto e complicado, é um homem franco e alegre, Ricardo Reis éum ressentido.

Page 4: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e a indiferença

• Discípulo de Caeiro, como

o Mestre, Reis aconselha

a aceitação calma da

ordem das coisas e faz o

elogio da vida

campestre, indiferente

ao social.

Page 5: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e a contemplação

• Caeiro propunha saber ver, a obra de Reissugere-nos saber contemplar, ou seja, ver intelectualmente a realidade.

Page 6: O Heterónimo Ricardo Reis

As afinidades entre Caeiro e Reis restringem-se aos aspectos apontados:

� É notória a vivacidade e a ingenuidade, o prazer e a alegria, a naturalidade e espontaneidade do Mestre Caeiro

• No discípulo Reistudo é calculado, ponderado, reflectidoe bem perceptível num tom triste que transparece na sua poesia e que é, certamente, resultante de uma atitude racional

Page 7: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e Horácio

• HORACIANISMO

- carpe diem :vive o momento

- áurea mediocritas: a felicidade

possível no

sossego do campo

(proximidade de

Caeiro)

Forma exageradamente trabalhada: – os latinismos, os poemas demasiadamente intelectuais, a sintaxe sintaxe latinalatina, a odeode e o uso frequente do hiphipéérbatorbato, como em latim.

Page 8: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e o paganismo

- Crença nos deuses e na civilização da Grécia (desprezo pelo cristianismo)

- Culto do belo, como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida

- Intelectualização das emoções

- Medo da morte

Page 9: O Heterónimo Ricardo Reis

Sofre e vive o drama da transitoriedade doendo-lhe o

desprezo dos deuses.

• Fugacidade do

tempo

• Consciência da

efemeridade da vida

• Fatalidade (medo)

da morte

Page 10: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e o epicurismo

• Para enfrentar esse medo da morte, defende que é preciso viver cada instante que passa, sem pensar no futuro, numa perspectiva epicurista de saudação do“carpe diem”.

Page 11: O Heterónimo Ricardo Reis

Epicurismo

• Busca de uma felicidade relativa

através da ataraxia - ausência de

perturbação - e da aponia - ausência

de dor.

• «Carpe diem» - gozar em

profundidade o momento presente.

• moderação nos prazeres

• fuga à dor

• ataraxia (tranquilidade capaz de

evitar a perturbação)

Page 12: O Heterónimo Ricardo Reis

• A filosofia de Reis

é a de um

epicurismo

triste, pois defende o prazer

do momento, o

«carpe diem»,

como caminho

para a felicidade,

mas sem ceder

aos impulsos dos

instintos.

Page 13: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e o estoicismo

• Mas essa vivência do prazer de cada momento tem que ser feita de forma disciplinada, digna, encarando com grandeza e resignação esse Destino de precariedade, numa perspectiva que tem raízes no estoicismo.

Page 14: O Heterónimo Ricardo Reis

Estoicismo

• Apatia – aceitação calma e serena das leis do Destino, da ordem das coisas e a indiferença face às paixões e aos males para atingir a felicidade.

• Valorização da razão em detrimento das emoções que lhe merecem a indiferença.

• Abdicação de lutar

• Autodisciplina

Page 15: O Heterónimo Ricardo Reis

• Faz dos Gregos o modelo da sabedoria (aceitação do Destinode forma digna e activa)

“Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas.”

• Com este heterónimo, Pessoa projecta-se na Antiguidade Clássica.

Page 16: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e a Grécia• Preconiza o regresso àGrécia Antiga por considerá-la um modelo de perfeição.

• Toma os gregos como modelo de sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir o bem da vida.

• Tem consciência de que não nos podemos opor ao destino, mas antes aceitá-lo com naturalidade, como a água segue o curso do rio, sem lhe resistir.

Page 17: O Heterónimo Ricardo Reis

Reis e o destino

• O homem, sujeito do Fado, não tem liberdade

“Porque, só na ilusão da liberdadeA liberdade existe.”

“Como acima dos Deuses O DestinoÉ calmo e inexorável.”

Page 18: O Heterónimo Ricardo Reis

Linguagem e estilo I

• Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita

• Forma métrica: Ode

• Estrofes regulares em verso decassílabo (10) alternadas ou não com verso hexassílabo (6)

• Verso branco

• Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração

Page 19: O Heterónimo Ricardo Reis

Linguagem e estilo II

• Predomínio da subordinação

• Uso frequente do hipérbato

. Uso frequente do gerúndio e do imperativo

• Uso de latinismos

• Metáforas, eufemismos, comparações

• Estilo construído com muito rigor e muito denso

Page 20: O Heterónimo Ricardo Reis

ISABEL PAULO

2009