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Disciplina: ERGONOMIA Professor Luz Carlos Wicnewski Disciplina: Ergonomia. Página 1 NR17 – ERGONOMIA. 17.2. Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais 17.3. Mobiliário dos Postos de Trabalho 17.4. Equipamentos dos Postos de Trabalho 17.5. Condições Ambientais de Trabalho 17.6. Organização do Trabalho ANEXO I - Trabalho Dos Operadores De Checkout ANEXO II - Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora: 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos. 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

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Disciplina: ERGONOMIA

Professor Luz Carlos Wicnewski Disciplina: Ergonomia. Página 1

NR17 – ERGONOMIA.

17.2. Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais 17.3. Mobiliário dos Postos de Trabalho 17.4. Equipamentos dos Postos de Trabalho 17.5. Condições Ambientais de Trabalho 17.6. Organização do Trabalho ANEXO I - Trabalho Dos Operadores De Checkout ANEXO II - Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

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17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais.

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado.

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

c) borda frontal arredondada;

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte:

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a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;

c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho- teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho.

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;

b) índice de temperatura efetiva entre 20o C (vinte) e 23o C (vinte e três graus centígrados);

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.

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17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo;

e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;

b) devem ser incluídas pausas para descanso;

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;

b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;

e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivament

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NIOSH.

Em 1980, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational Safety and Health – NIOSH, patrocinou-se o desenvolvimento de um método para determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de trabalho – NIOSH – Work Practices Guide for Manual Lifting (1981). Para isto, um grupo de pesquisadores reuniu-se para a formulação de um método consistente sobre o assunto, levantando referências bibliográficas de todo o mundo e concluíram que este método deveria levar em conta quatro aspectos básicos: O epidemiológico – Que é o estudo das doenças, sua incidência, prevalência, efeitos e os meios para sua prevenção ou tratamento (Barbanti, 1994). O psicológico – que considera o comportamento humano numa determinada situação. No caso do trabalho, observamos que a imposição de certas tarefas depende da aceitação do próprio trabalhador; O biomecânico – levando em conta as estruturas e funções dos sistemas biológicos, usando conceitos, métodos e leis da mecânica; O fisiológico – estudando as funções do organismo vivo. Procurou-se por meio da fisiologia do exercício, estudar as funções do organismo em relação ao trabalho físico.

O QUE FICOU ESTABELECIDO NO MÉTODO NIOSH.

Estabelecido um critério não baseado em determinada carga, acima da qual seria problemático e abaixo da qual haveria segurança, nem se basearam em estabelecer uma freqüência máxima, nem uma técnica especifica para se fazer um esforço. O método utilizado estabeleceu que, para uma situação qualquer de trabalho, no levantamento manual de cargas, existe um L.P.R. – Limite de Peso Recomendado. O L.P.R . – Limite de Peso Recomendado, uma vez calculado, compara-se com a carga real levantada, obtendo-se então o Índice de Levantamento (I.L). Assim, estipula-se que se o valor do I.L for menor que 1.0, a chance de lesão será mínima e o trabalhador estará em situação segura; se o valor for de 1.0 a 2.0, aumenta-se o risco; e se a situação de trabalho for maior que 2.0, aumentará o risco de lesões na coluna e no sistema músculo-ligamentar (Waters, 1993; Couto, 1995). Segundo os pesquisadores uma carga abaixo dos limites recomendados: A incidência de lesões dorsais e de acidentes não aumenta significativamente; A carga limite induz uma força de compressão da ordem de 350 kg sobre o disco L5-S1, que pode ser tolerado pela maioria dos trabalhadores jovens e em boas condições de saúde;

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O gasto energético ultrapassaria 240 Watts quando a tarefa é superior a CLR;

Mais de 75% das mulheres e 95% dos homens são muscularmente capazes de levantar cargas correspondentes a CLR – Carga Limite Recomendada. A Fórmula de cálculo Limite de peso recomendado:

LPR = 23 x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC ou;

LPR = 23 x HM x VM x DM x FM x AM x CM Onde o valor 23, corresponde ao peso limite ideal, quer dizer, aquele que pode ser manuseado sem risco particular, quando a carga está idealmente colocada, compreendendo: FDH (Fator de Distância Horizontal em relação à carga) = 25 cm;

FAV (Fator de Altura Vertical em relação ao solo) = 75 cm

FRLT (Fator de Rotação Lateral do Tronco) = 0 FFL (Fator Freqüência de Levantamento) menor que uma vez a cada 5 minutos; Pega da carga fácil e confortável (boa).

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Como realizar o cálculo. Variáveis presentes na fórmula: FDH – corresponde a distância horizontal (em centímetros) entre a posição das mãos no início do levantamento e o ponto médio sobre uma linha imaginária ligando os dois tornozelos. Calcula-se dividindo a constante 25 pela distância mensurada. Portanto se a carga está 30 cm de distância do corpo, teremos:

25/30= 0,83 (fator de multiplicação da fórmula)

FAV – corresponde à distância vertical (em cm) das mãos com relação ao solo no início do levantamento. O cálculo se dá por meio da fórmula: 1 – (0,003 x [V-75]) – para alturas até acima de 75 cm e; 1 – (-0,003 x [V-75]) – para alturas até 75 cm . Lembramos que os números apresentados são constantes da fórmula e não devem ser modificados, cabendo apenas ao analista a mensuração da distância das mãos (na pega) no início do levantamento – Fator “V”. Por exemplo, se no levantamento de uma caixa sobre um palet de 20 cm: 1 – (-0,003 x [20-75]) = 0,835 (Fator de multiplicação) FDVP – corresponde à distância vertical percorrida desde do início do levantamento até o término da ação. Sua fórmula de cálculo é assim utilizada: (0,82 + 4,5/D); onde “D” é a distância total percorrida. Muitas pessoas acabam se confundindo neste fator em situações em que a carga encontra-se em alturas elevadas, como por exemplo, esteiras rolantes (trabalho de sacaria). Nesta condição podemos encontrar alturas iniciais de até 200 cm (ou 2 metros). O que fazer? Na verdade o procedimento é o mesmo: se o trabalhador apanha um saco nesta altura e leva até o palet (40 cm), teremos: altura inicial (200) – altura final (40) = distância percorrida “D” (160 cm). Ai é só substituir na fórmula de cálculo: (0,82 + 4,5/160) = 0,85 (fator de multiplicação); FFL – o fator freqüência de levantamento é obtido por meio de uma tabela pré-estabelecida.

Nesta tabela deveremos observar quantas vezes o funcionário realiza o levantamento dentro de um minuto, a duração desta atividade e a distância vertical (V) em que o levantamento acontece.

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FRLT – o fator rotação lateral do tronco como o próprio nome sugere, verifica a rotação em graus durante o transporte da carga. A fórmula de cálculo se dá por: 1-(0,032 x A). Então se um funcionário realiza uma pega a sua frente e leva até uma esteira lateral esse ângulo pode aproximar-se de 90º, então: 1-(0,032 x 90) = 0,71 será o fator de cálculo;

FQPC – o fator qualidade de pega da carga segue alguns fatores mais qualitativos.

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O Índice de Levantamento O Índice de Levantamento (IL) do método Niosh é o que determina se uma atividade apresenta risco de lesão músculo esquelética e ainda quantifica esse risco. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o índice de 23 Kg amplamente difundido não é aplicável à todas as situações de trabalho encontradas; e sim o IL. O IL nada mais é do que a divisão da constante (23 kg) pela multiplicação de todos os outros fatores como ja apresentados previamente. A interpretação dos resultados segue os seguintes parâmetros: IL menor que 1,0 condição segura – chance mínima de lesão; IL entre 1,0 e 2,0 condição insegura – médio risco de lesão; IL acima de 2,0 condição insegura – alto risco de lesão. A utilização do método O Niosh é um método amplamente difundido e utilizado no Brasil e no mundo. Podemos citar aqui algumas situações em que pode ser aplicado, mas não podemos nos restringir a elas: Análise de postos de trabalho; Perícias ocupacionais; Priorização de riscos entre diversos postos; Adequação à legislação; Simulação de projetos de melhoria – fazemos um parêntese neste ponto pois consideramos a melhor aplicabilidade do método. Por meio de simulações através dos diversos indicadores, podemos agir precisamente no posto de trabalho, melhorando os itens mais críticos ou até mesmo determinando a interrupção de uma atividade até que melhorias sejam feitas. A Diretiva 90/269/CEE estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores. A “movimentação manual de cargas” pode ser definida como sendo: qualquer operação de transporte ou sustentação de uma carga que, devido às suas características ou a condições ergonômicas desfavoráveis, comporte riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. A movimentação manual de cargas está intrinsecamente associada a todos os sectores de atividade (desde as PME às grandes empresas), no entanto, há alguns onde assume um papel de destaque, como por exemplo: armazenamento, metalomecânica, indústria têxtil, construção civil, etc. A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como próprio “instrumento” de trabalho. A movimentação manual de cargas é uma atividade susceptível de envolver vários riscos não só adjacentes ao trabalho físico desenvolvido pelo trabalhador para movimentar as cargas, mas também relacionados com a própria composição dessas mesmas cargas – muitas vezes constituídas por diversificados materiais, nem sempre completamente inócuos. Em termos biomecânicos, no processo de movimentação de cargas, o peso dos segmentos corporais juntamente com a carga transportada corresponde à resistência e a força muscular exercida para realizar o trabalho corresponde à força de potência. Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga estática a diversos músculos.

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Desta forma, os vasos sanguíneos são comprimidos em conseqüência da contração dos músculos pelo, o fluxo sanguíneo fica reduzido, com a correspondente falta de oxigênio para a combustão do açúcar muscular. Acontece, também, que na contração muscular repetida ou duradoura a evacuação de produtos ácidos do metabolismo, faz-se devido à compressão quase permanente dos vasos, com alguma dificuldade. Esta dificuldade traduz-se posteriormente no aparecimento da sensação de fadiga. Esta, por sua vez, pode desencadear uma redução nos reflexos dos trabalhadores, o que pode estar na origem de alguns acidentes ou incidentes. Conseqüências para a segurança e saúde, resultantes do desrespeito pelos princípios ergonômicos na movimentação manual de cargas. Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão diretamente relacionadas com o levantamento, transporte e deslocação de materiais. Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são conseqüências normais dos levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da aplicação de métodos de trabalho impróprios. Podem surgir ainda os seguintes problemas ou complicações: Aumento do número de acidentes e incidentes; Aumento do absentismo; Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos; Aparecimento de patologias, nomeadamente: Componentes da coluna.

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Hérnias discais – uma hérnia discal consiste numa ruptura parcial do disco intervertebral (a substância mole do seu interior escapa-se através de uma área débil da camada exterior, que é dura), para fora do espaço entre as vértebras, podendo assim exercer um efeito de compressão sobre as raízes nervosas adjacentes, provocando dor. Geralmente, as hérnias discais surgem na zona inferior das costas (coluna lombar) e costumam afetar somente uma perna. As hérnias discais na zona lombar costumam também provocar debilidade nas pernas e, por isso, a pessoa pode ter muita dificuldade em levantar a parte anterior do pé (pé pendente). Uma hérnia discal de grande dimensão localizada no centro da coluna costuma afetar os nervos que controlam a função intestinal e da bexiga urinária, alterando a capacidade de defecar ou de urinar.

Lumbagos - situação dolorosa da região lombar ocorrida após um esforço brusco. É muitas vezes considerada como a conseqüência do deslocamento do núcleo do disco inter-vertebral. Trata-se do segundo estádio de gravidade: à lombalgia se junta uma noção de esforço deslocante assim como uma noção de blocagem lombar, desencadeando uma atitude anti-dor (geralmente uma inclinação para frente).

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Disciplina: ERGONOMIA

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Ciática – regra geral, a dor ciática é caracterizada pelo fato de ser muito intensa. Está situada ao longo do trajeto do nervo ciático e suas ramificações. Encontra-se, portanto, por trás da coxa, depois atrás da rótula ou sobre o seu lado externo. A sua origem está na agressão do nervo ciático, geralmente por uma hérnia do disco intervertebral, quer entre a 4ª e a 5ª vértebras lombares, quer entre a 5ª lombar e a 1ª vértebra sagrada.

Distração e fadiga que podem desencadear vários erros. Isto acontece especialmente quando para além da incumbência de movimentação manual de cargas os trabalhadores também são solicitados para realizarem operações de comando de máquinas; Regras de boas práticas Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis pela movimentação manual de cargas, é necessário tomar algumas medidas, no intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores. Assim sendo, é necessário ter em consideração os seguintes pontos: a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar: Constituição da carga (material, forma, volume, etc.);

Localização da carga no contexto do espaço de trabalho;

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Disciplina: ERGONOMIA

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Intensidade (peso da carga).

b) Esforço físico exigido na tarefa: Intensidade das forças que é necessário exercerem para vencer a resistência que a carga oferece; Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga; Freqüência do número de elevações e outros movimentos efetuados. c) Condições físicas dos trabalhadores: Sexo; Idade; Capacidade e condição física no momento; Outras características individuais. d) Exigências específicas de cada atividade em particular: Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efetuada a movimentação das cargas; Duração e freqüência dos ciclos de trabalho; Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer. Exemplos de procedimentos desadequados Como já foi referida, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma série de riscos e patologias para os trabalhadores, caso as condições de trabalho não sejam as mais indicadas. Para que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco associadas à movimentação manual de cargas apresentam-se a seguir, alguns exemplos de más práticas: Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações; Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco; Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou balanceamento; Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa; Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do trabalhador) ou difícil de agarrar; Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar juntamente com a carga; Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adaptando posturas incorretas;

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Pavimento degradado com desníveis; Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre diferentes pisos); Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao chão; Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, umidade, velocidade do ar); Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos; Realização de esforços que solicitem a coluna vertebral por períodos demasiadamente prolongados; Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se realizam tarefas que implicam esforços mais pesados; Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas demasiado grandes; Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efetuarem pequenas pausas. Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja alvo de correção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes. A correção das referidas não conformidades deve pautar-se pela correta aplicação dos vários princípios ergonômicos a fim de otimizar a compatibilidade entre o homem, as máquinas e o ambiente físico de trabalho. Isto se conseguirá através do equilíbrio entre as exigências das tarefas, das máquinas e as características anatômicas, fisiológicas, cognitivas e perceto-motoras do homem. “É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho.” O conhecimento dos fatores de risco é importante, visando a prevenção das lombalgias. A seguir, será referido alguns fatores intrinsecamente relacionados com os trabalhadores que são necessários ter em consideração, uma vez que podem limitar ou mesmo impedir a realização de trabalho – movimentação manual de cargas: Altura superior a 1,80 m no homem, e 1,70 m na mulher; Obesidade; Gravidez; Alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as hiper cifoses dorsais e as hiper lordoses lombares.

Escolioses

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Hiper cifoses dorsais e as hiper lordoses lombares. A hiper cifose e a hiper lordose são exageros das curvas normais da coluna vertebral. As escolioses são desvios laterais da coluna, e nem sempre são patológicas. Malformações da coluna vertebral;

MIELOMENINGOCELE - Mais conhecida como Espinha Bífida, é uma malformação congênita da coluna vertebral da criança, dificultando a função primordial de proteção da medula espinhal, o qual funciona como uma "ponte" de comunicação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo humano. As malformações esperadas podem ser detectadas ainda intra-uterinamente, através da ultra-sonografia e de achados de elevados níveis séricos maternos de alfafetoproteína – AFP.

Traumatismos diversos;

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Trabalhos com máquinas ou utilização de ferramentas susceptíveis de provocar elevados níveis de vibrações;

Desportos violentos ou atividades radicais.

Recomendações a adotar na Movimentação de Cargas. Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso – de acordo o NIOSH (não superior a 23 Kg); Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de objeto a manusear; Procurar adaptar pegas ergonômicas na carga manuseada para facilitar o levantamento e transporte; Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga – evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca; Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados relativamente ao solo (antes de proceder à elevação); Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte; A quando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o trabalhador deve evitar rir, tossir, falar ou efetuar outros movimentos bruscos; Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre evitados; As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros inferiores, sendo a coluna apenas elemento estático de transmissão e nunca de articulação; Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível); Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição física e sexo do trabalhador; Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que participam mais ativa na movimentação de cargas; A movimentação de cargas deve ser efetuada, em zonas, em que o pavimento se encontre devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos, entulho, cabos e fios condutores de eletricidade.

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Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação e transporte para movimentar as cargas; As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços; Se possível proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex. deslocação de barris de cerveja; Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída; Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou monótonos, deve-se procurar efetuar pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e melhorar a circulação. É importante relembrar que apesar de todas estas recomendações, será necessário ter sempre em consideração que o desempenho de todos trabalhadores, vai depender diretamente da sua aptidão física e psíquica paralelamente à qualidade da formação que lhes é ministrada. Referência Internacional NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) para a movimentação de cargas:

Equação de NIOSH relativa à carga máxima admissível para os trabalhadores: Carga Máxima = 23 x CM x CH x CV x CF x CD x CA (Kg)

Variáveis referenciadas na equação: CM (coeficiente de manuseamento da carga); CV (cm) – distância vertical entre a carga e o corpo; CH (cm) – distância horizontal entre a carga e o corpo; CF – freqüência do levantamento das cargas (quanto maior, menor será esta variável – compreendida entre 0,1); CD (cm) – deslocamento da carga sobre a vertical; CA (graus) - rotação exercida pelo tronco. Coeficiente a utilizar para o Manuseio da Carga – CM

Tipo de Manuseamento CV < 75 cm CV ≥ 75 cm Fácil 1,00 1,00

Normal 0,95 1,00 Com dificuldade 0,90 0,90

Devem ser criadas condições favoráveis para o levantamento de pesos.

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Verificar estas condições de forma a perceber a importância de adotar determinadas ações no sistema – Indústria – escola, etc. Se o levantamento manual de pesos (até 23 kg) não puder ser evitado é necessário criar condições favoráveis para isso. a) Manter a carga próxima do corpo (distância horizontal entre a mão e o tornozelo em torno de 25 cm); b) A carga deve estar colocada sobre uma bancada de altura aproximada de 75 cm, antes de começar o levantamento; c) O deslocamento vertical do peso não deve ser maior que 25 cm; d) Deve ser possível segurar o peso com as duas mãos; e) A carga deve ter alças ou furos para encaixe dos dedos; f) Deve ser possível escolher a postura mais adequada para o levantamento; g) O tronco não deve ficar torcido durante o levantamento; h) Os levantamentos não devem ter a freqüência superior a um por minuto; i) O tempo de atividade de levantamento não deve ser maior que uma hora, seguindo um período de descanso ou tarefas mais leves de 120% da duração da atividade de levantamento.

Somente nas condições descritas acima, uma pessoa pode levantar 23 kg. Quando não existem todas essas condições, o limite deve ser reduzido não podendo exceder alguns quilos.

Equação de NIOSH para cálculo da carga máxima Utilizar a equação de NIOSH (criada nos Estados Unidos pelo National Institute for Occupational Safety and Health – Instituto Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional) para determinar a carga máxima em condições desfavoráveis. A equação é composta pelas variáveis: Distância horizontal (H) Distância vertical (V), A rotação do tronco (A), O deslocamento vertical da carga (D), A freqüência do levantamento (F) E a dificuldade de manuseio da carga (M). Ela supõe que o trabalhador pode escolher a própria postura e que a carga é segura com as duas mãos. Assim, a carga máxima de 23 kg é multiplicada por seis coeficientes, que representam as variáveis, já observadas.

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Equação de NIOSH

Carga máxima = 23 kg x CM x CH x CV x CF x CD x CA Onde: H = Distância horizontal (cm) V = Distância vertical (cm) F = Freqüência (levantamentos/minuto) D = Deslocamento vertical da carga (cm) A = Fator de assimetria (graus) M = Fator de manuseio

Determinação do fator de pega (CM)

Coeficiente vertical (CV)

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Deslocamento vertical de carga (CD)

Coeficiente de freqüência (CF)

Coeficiente de assimetria (CA)

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Coeficiente horizontal (CH)

Quanto mais desfavoráveis forem as condições, esses coeficientes tenderão a zero se afastando do valor 1,0. O valor de CV cresce até a altura de 75 cm, porque esta é a posição mais conveniente para começar a levantar cargas. A equação de NIOSH supõe que a maioria da população (99% dos homens e 75% das mulheres) não suporta cargas no dorso, superiores a 3.400 N (340 kg força), e que a energia gasta em uma hora de trabalho repetitivo é 260 W para levantamentos até a altura da bancada (75 cm) e 190 W para levantamentos acima da bancada. Nos casos em que as condições da equação de NIOSH não são satisfeitas (quando o trabalhador não consegue escolher o método de levantamento ou não for possível usar as duas mãos), os coeficientes a serem considerados serão ainda menores, reduzindo-se o valor da carga máxima. O valor de cada carga deve ser escolhido cuidadosamente: por um lado, essa carga não deve superar o valor encontrado pela equação de NIOSH, por outro, não deve ser muito leve, pois isso estimularia o trabalhador a carregar várias cargas simultaneamente correndo o risco de superar o peso permitido. Além disso, são preferíveis cargas unitárias maiores com menores freqüências, do que cargas menores e mais freqüentes, desde que não superem os valores calculados pela equação de NIOSH. Ergolândia 3.0 Software destinado à utilização de Fisioterapeutas, Ergonomistas e empresas para avaliar a ergonomia dos funcionários. O software possui 20 ferramentas ergonômicas destinadas a avaliar e melhorar os postos de trabalho, aumentando sua produtividade e diminuindo os riscos ocupacionais. Desenvolvido pela FBF SISTEMAS, o Software se destina também a todos os profissionais da área de saúde ocupacional, professores e estudantes que querem aprender e aplicar as ferramentas ergonômicas. As ferramentas ergonômicas que o software possui são: MÉTODO NIOSH, OWAS, RULA, REBA, SUZANNE RODGERS, MOORE E GARG (STRAIN INDEX); QUESTIONÁRIO BIPOLAR, LEHMANN; CHECK LIST DE COUTO, QEC; ANÁLISE DE IMAGEM; ANÁLISE DE VÍDEO; ANTROPOMETRIA; CÁLCULO DE FORÇA; USO DE EPI (NR 6); AVALIAÇÃO DE CALOR (NR 15);

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Disciplina: ERGONOMIA

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AVALIAÇÃO DE RUÍDO (NR 15); AVALIAÇÃO DE DIGITAÇÃO (NR 17); AVALIAÇÃO DE ILUMINAÇÃO (NBR 5413); E CHECK LIST PARA ESCRITÓRIO;

Ferramentas contidas no software

Antropometria

Questionário Bipolar

Avaliação de Calor

Check List de Couto

Avaliação de Digitação

Utilização de EPI

Check List para Escritório/Computador

Cálculo de Força

Avaliação de Iluminação

Análise de Imagens

Método Lehmann

Método Moore e Garg

Método Niosh

Método Owas

Método QEC

Método Reba

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Disciplina: ERGONOMIA

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Avaliação de Ruído

Método Rula

Método Suzanne Rodgers

Análise de Vídeo Para maiores informações você pode fazer o download do Ergolândia neste link: http://www.fbfsistemas.com/INSTALA_ERGOLANDIA.EXE O software poderá ser utilizado gratuitamente por 30 dias. Após este período, somente o Método NIOSH irá continuar funcionando. Para comprá-la com segurança é simples, basta seguir os 3 passos listados abaixo: Passo 1 - Ao utilizar o software sem o registro, você poderá apenas utilizá-lo clicando no botão “VERSÃO DEMO”. Então, aparecerá uma tela informando seu “Número Identificador”. Anote este número. Passo 2 - Para sua segurança, você pode realizar o pagamento pelo PagSeguro do Uol (ambiente protegido), onde você poderá escolher várias formas de pagamento como depósito bancário, boleto ou parcelar sua compra em diversos cartões de crédito. Passo 3 - Envie um e-mail para [email protected] com seu nome completo e o Número Identificador. *O Número Identificador é aquele fornecido pelo software no passo 1. Após a confirmação do pagamento, você receberá em seu email uma licença do software. Qualquer dúvida favor entrar em contato através do email: [email protected]

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Disciplina: ERGONOMIA

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Ergonomia Posturas de Trabalho Informação relativa a Posturas de trabalho incorretas - riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e respectivas medidas de prevenção Movimentação Manual de Cargas Informação relativa a Movimentação Manual de Cargas - riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e respectivas medidas de prevenção

Esforços Repetitivos Informação relativa a Esforços Repetitivos - riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e respectivas medidas de prevenção Posturas de trabalho. A postura pode ser considerada como a posição relativa dos vários elementos do corpo de um indivíduo em relação ao tipo de atividades que desenvolve. As posturas adotadas no desenrolar das tarefas (especialmente aquelas que envolvem grandes pesos) constituem a principal causa de problemas de coluna. Isto acontece porque na maioria dos casos, atuando do levantamento e transporte de cargas, os trabalhadores mantêm as pernas retas e “dobram” a coluna vertebral. Pode ainda ocorrer outra situação ou movimento perigoso. A rotação excessiva do tronco, atuando da movimentação, levantamento ou abaixamento da carga. O corpo humano nunca adota posturas perfeitamente estáticas – como corpo vivo que é, realiza reajustamentos constantes que lhe permitem a manutenção de uma determinada postura corporal. A postura corporal poder-se-á então definir como sendo a capacidade que um determinado corpo possui, para manter certo alinhamento intersegmental (entre os diversos segmentos corporais) sem conseqüências nocivas para a saúde ou segurança. A postura corporal normalmente envolve duas variáveis distintas: As características anatômicas e fisiológicas do indivíduo; Tipo de atividade.

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Disciplina: ERGONOMIA

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As posturas incorretas resultam de diversos tipos de tarefas mais ou menos freqüentes em muitos setores de atividades, desde a indústria pesada, passando pelo sector da saúde, hotelaria, restauração, comércio e serviços. Quando os trabalhadores executam permanentemente tarefas num posto de trabalho mal dimensionado ou que os obrigue a adotar posturas incorretas, em muitos casos, começam a surgir precocemente sintomas de fadiga física, lesões, ou outros traumatismos. São exemplos de lesões dorso lombares: contusões, feridas, fraturas, cortes e, sobretudo lesões diversas de ordem músculo-esquelético. As lesões dorso lombares podem originar hérnias discais, assim como fraturas vertebrais devidas a esforços muito grandes associados a posturas incorretas. A OIT (organização internacional do trabalho) referiu que a movimentação manual de cargas associadas às posturas inadequadas nos locais de trabalho é uma das causas mais freqüentes de acidentes de trabalho com uma percentagem de sensivelmente 20 a 25% do total dos acidentes de trabalho. As posturas são normalmente adotadas em função de alguns parâmetros ou exigências, tais como: Visuais; Precisão de movimentos; Força necessária para desenvolver a tarefa; Espaço onde atua o trabalhador; Ritmo de execução da tarefa. É necessário termos sempre presente que quando se adotar uma postura ou realiza um simples movimento, entram em ação um grande número de músculos, ligamentos e articulações em simultâneo. Para além das tensões musculares, alguns movimentos ou posturas incorretos obrigam a um dispêndio energético muscular excessivo e a uma sobrecarga pulmonar e cardíaca. Para se analisarem e adotarem posturas e movimentos adequados é importante o contributo de outras áreas, tais como: Fisiologia Para entender as estruturas e as funções do corpo humano, estudaremos as ciências da anatomia e da fisiologia. A anatomia (anatome = cortar em partes, separar) refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) é a ciência que estuda a relação e funções das diferentes partes do corpo e o seu funcionamento. A função não se pode dissociar da estrutura, por isso, a anatomia e a fisiologia têm que ser estudadas em conjunto. Antropometria A antropometria e a ergonomia são indissociáveis. Estudam a interação do homem com os espaços, construções, instrumentos de controlo, utensílios e meio envolvente. A antropometria estuda as medidas do corpo humano para posterior classificação antropológica (ex. sob a forma de tabelas).

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Disciplina: ERGONOMIA

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Os dados referentes às dimensões variam de pessoa para pessoa e de país para país. No geral, as dimensões dos indivíduos variam também com o decorrer do tempo – variam ao longo das diferentes idades, mas também cronologicamente (de geração para geração). Os principais aspectos do binômio ergonomia – antropometria estão relacionados com as medidas dos segmentos do corpo, forças musculares, posturas, movimentos e padrões motores de manuseamento, uma vez que, interferem diretamente com o conforto, a segurança e a funcionalidade. Biomecânica Em termos de definição, é comum dividir-se a palavra biomecânica em duas partes. No prefixo “bio”, de biologia, ou seja, relativo aos seres vivos e, mecânica. Logo, a partir da análise morfológica da palavra, a biomecânica será a aplicação dos vários princípios da mecânica aos seres vivos – mais concretamente ao corpo humano. O objeto de estudo da Biomecânica é o movimento. Este estudo dos movimentos consiste na análise da interação do corpo, que realiza uma determinada ação, com o meio envolvente. Com as análises e estudos realizados no âmbito da biomecânica pretende-se: Aumentar a eficiência técnica dos indivíduos em diversas atividades e profissões; e Diminuir a probabilidade de se verificarem lesões, do tipo crônico ou agudo, decorrentes da atividade física realizada pelos indivíduos. É importante que no decorrer das suas tarefas, os trabalhadores tentem manter os diferentes músculos, ligamentos e articulações em posições confortáveis. Adicionalmente, as curvaturas naturais da coluna devem ser “respeitadas” durante a execução do trabalho. Posturas anômalas ou movimentos bruscos podem lesar os discos intervertebrais, as articulações, os ligamentos e nervos, provocando dor ou outras perturbações. Conseqüências das posturas incorretas adotadas no trabalho Uma má postura ou postura incorreta pode ser definida como sendo aquela que possibilita o aparecimento de uma incapacidade, determinada dor ou patologia. É necessário ter em consideração que os diferentes indivíduos possuem também diferentes susceptibilidades de contrair as diferentes patologias. A postura é determinada pelo sistema locomotor. Este é responsável pelo deslocamento e pelos diferentes movimentos do corpo no espaço. Todo e qualquer movimento, por menor que seja, requer a participação do sistema locomotor, mesmo em repouso ou numa posição estática. Sintomatologia derivada das posturas e movimentos incorretos ao longo do tempo Estádio 1 Sensação de peso, adormecimento (sensação de formigueiro) e desconforto em áreas específicas. Podem ocorrer dores ocasionais, durante as atividades mais intensas (no trabalho ou fora dele). Regra geral, este tipo de sintomas cessa após descanso de horas ou dias.

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Disciplina: ERGONOMIA

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Estádio 2 Neste estágio a dor é mais persistente e localizada. Geralmente, a dor torna-se mais intensa durante períodos de atividade mais intensos. Mesmo com períodos de descanso, a dor pode permanecer ou reaparecer inesperadamente. Apesar disso, o quadro clínico ainda não é considerado muito grave, exemplo: dores nos pulsos ou início de tendinites. Estádio 3 O quadro clínico correspondente a este estádio é bastante grave. A doença pode prolongar-se por vários meses ou até anos. Caracteriza-se pelas dores crônicas que por vezes não cessam com o repouso ou através de medicamentos; a dor é espontânea e mais ou menos permanente. Geralmente pode haver perturbação do sono. As dores sentidas pelos pacientes podem tornar-se insuportáveis e provocar pontadas, choques, perdas de força, etc. Estádio 4 Este estádio é caracterizado por dores agudas e constantes. Por vezes, as dores tornam-se insuportáveis atingindo outras partes do corpo. Os trabalhadores perdem a força e o controlo de determinados movimentos. Localização das patologias no organismo humano de acordo com as diferentes posturas inadequadas adotadas

Postura Localização da Patologia Em pé Pés e pernas (varizes)

Sentado sem apoio da coluna Músculos extensores das costas Assento alto Parte inferior das pernas (gémeos), joelhos e pés

Assento baixo Coluna vertebral e pescoço Braços muito esticados Ombros e braços

Pegas inadequadas nas ferramentas e objectos Antebraços e mãos Regras de boas práticas para melhorar a atitude postural (aspectos gerais) Fortalecimento da musculatura abdominal e dorsal através do exercício físico; Exercícios posturais; Adequação do peso atendendo ao índice de massa corporal recomendado para os diferentes indivíduos; Formação e informação dos trabalhadores relativamente à movimentação manual de cargas e tipos de movimentos adequados ao seu trabalho; Se necessário utilizar acessórios, como por exemplo, uma cinta de proteção lombar.

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Regras de boas práticas para melhorar e corrigir determinadas posturas (diferentes partes do corpo) Pés: são os principais responsáveis pela locomoção e equilíbrio do nosso organismo. Deve procurar-se uma boa base de forma a obter-se o equilíbrio e conseqüentemente maior segurança e firmeza na postura do corpo. Os trabalhadores (se possível) devem procurar alternar entre as posições de sentados e de pé. Quando o tipo de trabalho obrigar à permanência da posição de pé durante muito tempo, o ideal é variar a sustentação do peso entre os dois pés, mas não de forma prolongada, para evitar fadiga e tensão. Não se deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares ou sobre os dedos. Pernas: são muito importantes para a ajudar a fixar e sustentar o corpo. As pernas nunca sofrem um relaxamento completo. No entanto, elas devem ficar flexíveis, nunca completamente “rígidas”, de modo a estarem constantemente prontas para o movimento. Não se deve apoiar todo o peso do corpo somente numa perna, pois haverá uma forte tendência para o desequilíbrio. Para ajudar a resolver a tensão nas pernas e pés, podem-se fazer alguns exercícios, como por exemplo, pequenos alongamentos nesta região. Quadris: devem estar equilibrados, evitando que um lado esteja mais elevado que o outro. Porém, uma leve alternância ou movimentação ajuda a relaxar esta região, pois não é desejável que esteja completamente rígida e estática. Abdômen: o abdômen deverá encontrar-se numa posição neutra (não deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora). Devem-se evitar tensões excessivas neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para controlar a respiração - imprescindível para o bom desempenho das tarefas. Costas: os trabalhadores deverão manter a coluna direita de forma não muito rígida favorecendo a sua saúde e bom desempenho da estrutura óssea, tendões e articulações. A manutenção de coluna numa posição vertical melhora ainda as condições da expansão do tórax, e conseqüentemente, auxilia todo o processo de respiração. Independentemente do tipo de atividades que são desenvolvidas, as costas devem permanecer equilibradas, sem inclinações exageradas. Tórax: deve procurar-se manter o tórax numa posição relaxada, evitando-se assim, qualquer contração muscular excessiva de modo para facilitar a respiração e os movimentos cardíacos. Ombros: os ombros devem estar descontraídos, isentos de fontes de tensão. Qualquer rigidez nesta região pode comprometer a ação dos músculos do tórax e pescoço, interferindo diretamente na coluna e conseqüentemente na capacidade de movimentos do trabalhador. Os ombros deverão encontrar-se numa posição neutra (nem voltados para frente, nem para trás, nem para baixo e muito menos para cima). A rigidez local pode comprometer toda a postura e provocar alguns distúrbios. Para se evitarem algumas lesões (especialmente quando o trabalho envolve posturas estáticas) devem ser feitos alguns exercícios de relaxamento para os ombros e coluna. Braços e Mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo ou sobre a bancada de trabalho (consoante o tipo de atividade) de forma natural e relaxada; deverão estar tão livres quanto possível.

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Devem ser evitados movimentos desnecessários, como por exemplo: colocar os braços atrás das costas, ou ainda movimentar as mãos torcendo-as. Este tipo de movimentos causa uma grande tensão nos braços e no tórax acabando por interferir na ação dos restantes músculos do corpo. Deve-se ter sempre o cuidado, de manter os ombros e braços relaxados, para evitar tensões no pescoço e cabeça.

Na realidade, as mãos são essenciais em quase todos os tipos de trabalho. Desta forma há que ter em conta ainda as seguintes recomendações: Reduzir ao máximo a distância entre a tarefa e o tronco do trabalhador; Remover obstáculos existentes na bancada/posto de trabalho que possam impossibilitar o movimento normal das mãos dos trabalhadores no decorrer das diferentes tarefas; Colocar sempre os utensílios e ferramentas de trabalho numa posição bem acessível para os trabalhadores de modo a evitar movimentos bruscos quando for necessário alcançá-los; Disponibilizar aos trabalhadores ferramentas/utensílios ergonômicos e versáteis. Cabeça: deve estar centrada e em posição de equilíbrio (relativamente aos ombros e coluna). O olhar do trabalhador deve fixar-se na direção da tarefa que está a executar, e o queixo deve estar em ângulo reto com a cabeça. Quando as pessoas “enterram” a cabeça no tórax ou alongam o pescoço para cima, dificultam os movimentos da nuca e pescoço, causando naturalmente tensões que se podem transmitir à coluna. Fatores de que depende a estabilidade de um corpo Tamanho da base de apoio; Peso do corpo; Altura do CG (centro de gravidade) relativamente à base de apoio; Localização da linha de gravidade em relação aos limites da base do corpo. Estudo do posto de trabalho e dos movimentos do trabalhador O estudo do posto de trabalho e dos movimentos do trabalhador reveste-se de crucial importância na medida em que se podem evitar alguns tipos de acidentes, patologias ou doenças profissionais. Desta forma, convém ter em consideração os seguintes pontos: Estudar e comparar o desempenho dos trabalhadores mais produtivos com o desempenho dos menos produtivos; Analisar e procurar compreender eventuais queixas apresentadas pelos trabalhadores relativamente ao seu posto de trabalho. Analisar as técnicas de trabalho utilizadas à luz dos princípios fundamentais da mecânica; Se possível, utilizar simulações computadorizadas, no intuito de melhorar os equipamentos, os materiais e o próprio “lay-out”.

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Trabalhos realizados de pé A posição parada de pé (parada de pé) é bastante fatigante porque exige muito trabalho estático por parte dos músculos envolvidos para manter essa posição. O coração está sujeito a maiores dificuldades para bombear o sangue para as diferentes extremidades do organismo. Os indivíduos que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menores níveis de fadiga relativamente aos que permanecem numa posição estática ou sujeita a pouca movimentação. A postura bípede está intrinsecamente associada a trabalhos que exigem utilização de forças consideráveis e ainda deslocamentos do corpo. A manutenção desta postura implica a “utilização” constante dos músculos dorsais e do conjunto de músculos que controlam a posição da bacia. São várias as profissões e tipos de trabalhos que implicam a permanência dos trabalhadores em pé, nomeadamente, linhas de montagem e embalagem de produtos, armazenamento, metalomecânica e restauração. A permanência em pé durante períodos de tempo muito longos, pode provocar diversas patologias, como por exemplo, dores nas costas, inflamações e inchaço das pernas, diversos problemas de circulação sanguínea e cansaço muscular. A seguir, apresentam-se algumas recomendações para evitar ou minorar os riscos derivados dos trabalhos realizados em pé: O piso do local de trabalho deverá estar sempre limpo, desimpedido de obstáculos e nivelado; Quando as características do trabalho ou tarefa especificamente obrigam o trabalhador à permanência em pé, deve dotar-se o posto de trabalho de um tapete anti-fadiga; O corpo do trabalhador deve permanecer direito permitindo liberdade de movimentos; No horário de trabalho devem estar calendarizados pequenos intervalos ou pausas durante as quais os trabalhadores possam descansar na posição de sentados; Colocação nos postos de trabalho de amparos verticais. Este tipo de apoio permitirá ao trabalhador encostar-se ligeiramente ao longo da realização das suas tarefas e, em simultâneo, reduzir a pressão exercida sobre as pernas e coluna vertebral (ainda que por curtos períodos de tempo); O raio de ação dos movimentos executados pelos braços dos trabalhadores deve estar próximo do seu tronco de modo a evitar que haja necessidade dos trabalhadores se debruçarem e curvarem a coluna; O raio de ação das mãos deverá estar compreendido a sensivelmente entre 20 a 30 cm do tronco. O calçado de trabalho reveste-se de grande importância. Este deverá ser extremamente confortável e não possuir saltos. Será importante que a bancada de trabalho se possa ajustar às diferentes alturas dos trabalhadores. Caso esta condição não se verifique (e caso haja necessidade), deve facultar aos trabalhadores um estrado ou pedestal – para elevar o trabalhador ou a bancada de trabalho (consoante a necessidade); A altura dos objetos e ferramentas deve também ser adaptada à tarefa que o trabalhador realiza. Quando se dimensiona a altura da bancada (superfície de trabalho) devem-se ter em consideração os seguintes fatores: A posição dos cotovelos relativamente à bancada de trabalho; Distância dos olhos à tarefa ou objecto de trabalho; Especificidade do tipo de trabalho ou tarefa; O tipo de ferramentas e utensílios utilizados;

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Trabalhos realizados na posição sentado Esta posição exige uma atividade muscular bastante intensa por parte da coluna vertebral e do abdômen. O consumo energético nesta posição é inferior relativamente à posição de pé. A maior parte do peso do corpo é suportada pelas nádegas e coxas. Os assentos e cadeiras devem por isso possibilitar pequenas mudanças na postura adotada de modo a retardar o aparecimento da fadiga. Na posição de sentado, o peso das pernas deve ser transmitido à superfície de apoio no solo através dos pés. Hoje em dia são inúmeros os trabalhos que implicam o trabalho na posição sentado. Esta posição de trabalho é normalmente adaptada em trabalhos que não necessitam de grande força física e podem ser realizados numa área limitada (normalmente secretária, balcão ou bancada de trabalho). Regra geral, a posição de sentado é mais confortável e bastante menos cansativa para os trabalhadores. No entanto, a permanência nesta posição por longos períodos de tempo também não é benéfica para os trabalhadores, sobretudo para a coluna que sofre normalmente uma ligeira curvatura e para as pernas que se encontram flectidas e isentas de movimento. Desta forma, facilmente se conclui que, se possível os trabalhadores que habitualmente trabalham sentados devem alterar de posição. O layout, equipamento / ferramentas e mobiliário tem neste tipo de trabalhos um papel muito importante na prevenção e minimização de riscos profissionais. Projetos inadequados de máquinas, assentos ou bancadas de trabalho obrigam o trabalhador a adotar posturas inadequadas. Se estas forem mantidas ao longo do tempo, podem provocar fortes dores localizadas em todo o conjunto de músculos solicitados na conservação dessas posturas. A concepção do posto de trabalho no respeitante aos trabalhos na posição de sentado deve por isso, obedecer a uma série de requisitos, nomeadamente: O trabalhador deve poder conseguir alcançar todos os objetos e ferramentas de que necessita para executar as suas tarefas (do inicio até ao fim do ciclo de produção) sem ter que efetuar movimentos bruscos ou efetuar grandes extensões dos braços ou mãos; Os trabalhadores deverão adotar uma posição que permita que a coluna vertebral se mantenha numa posição reta relativamente às coxas; A mesa (bancada ou superfície de trabalho) deve ser concebida de modo a estar mais ou menos nivelada pelos cotovelos e antebraços, de modo a evitar pressões desnecessárias; Caso haja necessidade de utilização de eletricidade, a mesa ou bancada de trabalho devem possuir tomadas de modo a evitar a passagem de fios através do chão; A posição da cabeça deve ser neutra - ereta (a flexão ou extensão podem provocar diversas lesões no pescoço, cabeça e coluna) enquanto o trabalhador está a olhar para a tarefa que realiza; Os ombros não devem estar sujeitos a pressões; A cadeira deverá ser bastante confortável. Deverá permitir a regulação dos apoios dos braços, costas e assento. Deve evitar-se uma postura incorreta muito comum, ou seja, o deslizamento anterior da bacia, que provoca uma curvatura na coluna, e conseqüentemente, aumento da tensão nos ligamentos espinais posteriores.

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Evitar a concentração de pressões excessivas causadoras de desconforto nas zonas apoiadas nas cadeiras (coluna vertebral, nádegas e coxas) – estas podem provocar dificuldades ao fluxo sanguíneo e contrações musculares.

Esforços Repetitivos A “expressão” Lesões por Esforços Repetitivos (LER) começou a ser utilizada no final da década de 50, para designar um conjunto de patologias, síndromes e/ou sintomas músculo- esqueléticos que afetam particularmente os membros superiores. O seu aparecimento está diretamente relacionado com o tipo de trabalho e com os componentes dos materiais do trabalho. Entende-se por “Esforços Repetitivos”, o conjunto de movimentos contínuos mantidos com uma determinada freqüência durante um trabalho que implica a ação conjunta dos músculos, ossos, articulações e ainda por parte dos nervos ligados a uma parte específica do corpo. Este tipo de movimentos provocam fadiga muscular, sobre-esforços, dores e, em casos extremos doenças. Muitas vezes as pessoas ignoram a relação existente entre as doenças a que estão sujeitas e os esforços repetitivos que realizam reiteradamente durante o seu trabalho. No entanto, verifica-se uma clara relação entre determinados problemas músculo-esqueléticos e as atividades que obrigam a adotar posturas incorretas do corpo e membros superiores, realização de trabalho repetitivo, ritmos de trabalho excessivos, manuseamento de cargas pesadas, uso de ferramentas desadequadas, etc. Regra geral, as LER (lesões derivadas de esforços repetitivos) atinge os trabalhadores no auge de sua produtividade e experiência profissional. Existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos, sendo as mulheres é o sexo mais atingido. Depois de diversos estudos e análises efetuadas à população afetada por lesões derivadas de esforços repetitivos, verificou-se que este tipo de lesões apresenta-se em determinados ramos de atividades. Estas formas de trabalho refletem-se em diversos tipos de atividades, nomeadamente: Indústria têxtil (costureiras, bordadeiras, arrematadoras); Operadores de caixas de supermercados e no comércio em geral; Montagem e reparação automóvel; Indústria alimentar; Telefonistas; Cabeleireiros; Operadores de telemarketing; Funcionários de caixas de bancos; Funcionários administrativos, etc. O setor do comércio / serviços possui também um conjunto de trabalhos específicos que originam esforços repetitivos, como por exemplo, datilografar e utilizar repetidamente computadores (empregados de escritório); limpeza durante muitas horas sucessivas, permanecer muitas horas de pé ou sentado, etc. A principal conseqüência das lesões derivadas a esforços repetitivos é a perda da capacidade para realizar determinados movimentos.

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Como é lógico, esta situação interfere diretamente na condição social e psicológica dos trabalhadores. Isto se verifica, sobretudo quando a lesão ou patologia impede temporária ou permanentemente o trabalhador de realizar o seu trabalho habitual. Seguidamente, apresentam-se alguns fatores que podem desencadear lesões derivadas de esforços repetitivos Exigência de execução de movimentos repetitivos com os braços. Exigência de manutenção de uma posição fixa para os ombros e pescoço por tempo prolongado. Padronização dos tempos em que cada etapa do trabalho deve ser concluída. Os trabalhadores são submetidos a fluxos de trabalho predeterminados e com poucas possibilidades de mudança. Exigência de cumprimento das diferentes etapas em momentos exatos e forma preestabelecida, perdendo-se a autonomia no trabalho. A realização do trabalho em “série”, estando a etapa seguinte dependente das anteriores. Ritmos de trabalho inadequados para os trabalhadores. Uso de máquinas ou equipamentos que exigem posturas ou movimentos forçados e/ou repetitivos. Existência de mobiliário não adequado ou disposição incorreta. Efetuar horas extraordinárias de trabalho com freqüência. Pressões de ordem psicológica por parte da entidade patronal ou encarregado de secção. Inexistência de possibilidade de os trabalhadores efetuarem pequenas pausas pontuais para descansar. Existência de vibrações no posto de trabalho que podem gerar determinados traumatismos. Existência de condições térmicas adversas que podem provocar vaso constrição ou vaso dilatação; Principais fatores associados ao agravamento dos diferentes quadros clínicos Fatores biomecânicos, como contrações musculares prolongadas e posturas inadequadas, freqüência e força empregue no movimento repetitivo, inadequações do posto de trabalho, desenho e manutenção dos equipamentos e tensão muscular associada a stresse; Fatores da organização do trabalho, como ausência de pausas, excessivos incentivos à produtividade, falta de formação e treino e supervisão inadequada; e Outros aspectos agravantes, como pressões econômicas, retardamento dos diagnósticos de saúde e intervenções médicas inadequadas. Patologias comuns derivadas de esforços repetitivos Os problemas músculo-esqueléticos que originam os movimentos repetitivos afetam com mais frequência os membros superiores.

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As patologias mais freqüentes são as seguintes A síndrome do canal do Carpo: Em geral, as pessoas atingidas por esta patologia sentem dor nos punhos, na mão e sensação de formigueiro nos dedos, principalmente durante a execução de algumas atividades manuais. Outro sintoma característico é acordar a meio da noite com formigueiro na mão. Isto, porque não se repetiu a postura de flexão do punho durante o período de sono. Além disto, a falta de movimentação dos dedos pode formar edema, isto é, a acumulação de líquido dentro do canal que vai aumentar a compressão do nervo.

Causas possíveis de compressão do nervo mediano no canal do carpo Inflamação ou edema nos tendões e bainhas tendinosas no canal do carpo; Retenção de líquido; Lesões por esmagamento; Edema na mão e antebraço; Alargamento do nervo mediano; Fraturas e luxação ao nível do punho; Artrite reumatóide; Alargamento do nervo mediano. Tendinite, tenossinovite Inflamação de um tendão (tendinite) e da sua bainha (tenossinovite). Esta patologia é freqüente em trabalhadores que realizam freqüentemente trabalhos manuais. Surge nos ombros, joelhos e cotovelos, pulsos, polegares e tendão de Aquiles.

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Provoca uma contratura muscular muito dolorosa e incapacidade funcional. Tendinites várias (inflamação de tendões – que muitas vezes provocam muitas dores e chegam a impedir os movimentos). Os fatores de risco que é necessário ter em conta relativamente aos esforços repetitivos são: a manutenção de posturas inadequadas (especialmente no respeitante à coluna e ombros); a aplicação de força manual excessiva; ciclos de trabalho muito longos e repetitivos (em termos de tarefas que são executadas) que originam conseqüentemente movimentos rápidos de pequenos grupos musculares e tempos de descanso insuficientes. Síndrome de Quervain Afecção caracterizada pelo espessamento fibroso da bainha dos tendões longo abdutor e curto extensor do polegar, à sua passagem sobre a apófise estiloideia radial, que se traduz clinicamente por tumefação ao nível desta apófise e dores exacerbadas aos movimentos. (Quervain, Fritz de; cirurgião suíço, 1868-1940).

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Epicondilite Inflamação do epicôndilo ou dos tendões musculares que nele se inserem, caracterizada por uma dor muito localizada à pressão (epicondialgia), que por vezes se propaga ao longo do bordo radial do antebraço e é desencadeada pelos movimentos de extensão e de supinação.

Bursite Inflamação das bolsas serosas que existem nas articulações do nosso corpo.

As nossas articulações possuem pequenas bolsas serosas para diminuir o atrito causado nos movimento. Porém, se solicitadas inadequadamente, ou constantemente, poderá ocorrer um processo inflamatório nas mesmas. A mais comum é a inflamação do ombro: bursite do ombro. A bursite pode tornar-se mais dolorosa, conforme o problema se agrava. A dor é sempre sentida na mesma região, sempre que a bolsa é fortemente contraída. Este síndrome atinge o nervo radial na extensão do braço até ao cotovelo. Os trabalhadores mais afetados por esta patologia são aqueles que pegam em pesos mais elevados.

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Osteonecroses Esta patologia é caracterizada por falência do osso devido a um microtraumatismo. Ficam particularmente sujeitas a esta doença os trabalhadores sujeitos a vibrações provocadas por algumas ferramentas.

Regras de boas práticas para prevenir lesões provocadas por esforços repetitivos Investigar as causas prováveis que originam as LER nos locais de trabalho, tais como queixas freqüentes de dores por parte dos trabalhadores, trabalhos que exigem movimentos repetitivos ou aplicação de grande força manual nas tarefas. Envolvimento e participação direta da administração das empresas, no intuito de estabelecer um programa de prevenção das LER. Dar formação e sensibilizar os trabalhadores, incluindo a administração, sobre as LER para que cada um, em particular, possa tornar-se consciente dos riscos a que está exposto. Recolher dados, analisando diretamente os postos de trabalho, para identificar as situações mais críticas, incluindo a análise de estatísticas médicas da ocorrência de problemas relativos a sintomas característicos de LER. Desenvolvimento de um programa de acompanhamento médico periódico, de forma a poder detectar e tratar precocemente, e num estádio inicial, as patologias relacionadas com LER. Desta forma, evita-se ou pelo menos se diminui o agravamento da patologia e a conseqüente incapacidade para o trabalho. Planear e conceber novos postos de trabalho, estabelecendo novas funções, operações e processos, de forma a evitar condições de trabalho que exponham os trabalhadores ao risco de desrespeito pelos princípios ergonômicos devido aos esforços repetitivos. Ter em consideração o desenho ergonómico do posto de trabalho. Adaptar o mobiliário (mesa, cadeiras, estantes, armários etc.) a uma distância de fácil alcance e que permita um fácil manuseamento aos trabalhadores. Os materiais utilizados (objetos e ferramentas) devem ser adequados às características individuais de cada trabalhador (altura, peso, idade, etc.), permitindo assim a realização do trabalho com comodidade e sem necessidade de realizar esforços repetitivos. Possibilitar a realização das tarefas evitando posturas incorrectas (e conseqüentemente incômodos para o corpo). Em trabalhos de escritório, deve procurar-se manter as mãos alinhadas com o antebraço, assim como, manter coluna numa posição recta e os ombros em posição de repouso. Devem ser evitados os esforços prolongados e a aplicação de “forças” manuais excessivas, sobretudo em movimentos que obriguem à compressão de objetos, extensão e rotação. Nos mais diversos trabalhos, devem ser utilizados ferramentas manuais com um desenho ergonômico, para que, quando utilizadas permitam que o pulso permaneça em posição recta relativamente ao antebraço. Quando se manuseiam ferramentas que requeiram esforços manuais contínuos, como por exemplo, os alicates ou martelos, são preferíveis distribuir a força de actuação pelos vários dedos. Adicionalmente, as ferramentas deverão ser concebidas de modo a permitir o uso alternativo das duas mãos.

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Deve-se tentar reduzir sempre ao mínimo a força aplicada em certas tarefas (ex. carpintarias, restauração, indústria têxtil, etc.). Para o efeito, devem ser mantidas devidamente afiadas e em bom estado de conservação, as ferramentas, facas e outros objetos cortantes. Para cada tarefa em particular, devem ser sempre utilizadas ferramentas adequadas. Estas devem ser conservadas em boas condições (isentas de defeitos) e substituídas sempre que se justifique. Não se deve permitir que haja necessidade de empregar esforços adicionais para compensar eventuais defeitos das ferramentas. Sempre que se justificar, utilizar luvas de protecção adequadas ao tipo de trabalho a que se destinam. As luvas não devem diminuir a sensibilidade táctil do trabalhador pois há o risco de se aplicar força em demasia ou por defeito. Devem evitar-se as tarefas repetitivas. Para o efeito, deve programar-se o trabalho de modo a permitir, por exemplo, pausas para os trabalhadores ou a rotatividade dos mesmos pelos diversos postos de trabalho. Deve evitar-se também a repetição do mesmo movimento durante mais de 50 por cento da duração do ciclo de trabalho. Nota: entende-se por ciclo de trabalho “a sucessão de operações necessárias para executar uma determinada tarefa ou obter uma unidade de produção”. Vigiar a saúde dos trabalhadores efectuando exames médicos periódicos que facilitem a detecção de possíveis lesões músculo-esqueléticas e possam adicionalmente controlar factores extra-laborais que possam interferir no trabalho. Estabelecer pausas periódicas que permitam recuperar fisicamente e descansar mentalmente (quando o trabalho é muito monótono e repetitivo). Favorecer a alternância de tarefas para conseguir que se utilizem diferentes grupos musculares e, ao mesmo tempo, se diminua a monotonia no trabalho. Dar formação e informação aos trabalhadores sobre relativamente aos movimentos repetitivos e estabelecer programas de formação periódicos que permitam trabalhar sem perdas de segurança e saúde.

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QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA - QUESTIONÁRIO DO INÍCIO DA JORNADA DE TRABALHO Nome: ................................................................................................................................................................................... Horário: .................................................................................................................................................................................

1 2 3 4 5 6 7 Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Produtividade normal Produtividade comprometida Descansado visualmente Cansaço visual Ausência de dor nos músculos do pescoço e ombros Dor nos músculos do pescoço e ombros Ausência de dor nas costas Dor nas costas Ausência de dor na região lombar Dor na região lombar Ausência de dor nas coxas Dor nas coxas Ausência de dor nas pernas Dor nas pernas Ausência de dor nos pés Dor nos pés Ausência de dor de cabeça Dor de cabeça Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado direito Dor no braço, no punho ou na mão do lado direito Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo Dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo

QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA - QUESTIONÁRIO DO MEIO DA JORNADA DE TRABALHO Nome: ................................................................................................................................................................................... Horário: .................................................................................................................................................................................

1 2 3 4 5 6 7 Ausência de dor na região lombar Dor na região lombar Ausência de dor nas coxas Dor nas coxas Ausência de dor nas pernas Dor nas pernas Produtividade normal Produtividade comprometida Ausência de dor nos músculos do pescoço e ombros Dor nos músculos do pescoço e ombros Ausência de dor nas costas Dor nas costas Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo Dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado direito Dor nos braço, no punho ou na mão do lado direito Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Ausência de dor nos pés Dor nos pés Ausência de dor de cabeça Dor de cabeça Descansado visualmente Cansaço visual

QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA - QUESTIONÁRIO DO FINAL DA JORNADA DE TRABALHO.

Nome: ................................................................................................................................................................................... Horário: .................................................................................................................................................................................

1 2 3 4 5 6 7 Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Produtividade normal Produtividade comprometida Descansado visualmente Cansaço visual Ausência de dor nos músculos do pescoço e ombros Dor nos músculos do pescoço e ombros Ausência de dor nas costas Dor nas costas Ausência de dor na região lombar Dor na região lombar Ausência de dor nas coxas Dor nas coxa Ausência de dor nas pernas Dor nas pernas Ausência de dor nos pés Dor nos pés Ausência de dor de cabeça Dor de cabeça Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado direito Dor nos braço, no punho ou na mão do lado direito Ausência de dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo Dor no braço, no punho ou na mão do lado esquerdo

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Instruções: São 3 folhas, sendo que a primeira é para ser aplicada quando o trabalhador inicia a jornada, a segunda na hora em que ele está saindo para o almoço e a terceira no final da jornada. Não aplicar aos seguintes trabalhadores: Aqueles novos na função – menos de 2 meses Aqueles que estejam com quadro clínico de LER/DORT/ lombalgia e queixando se de dor Aqueles que tenham retornado de férias nas últimas 3 semanas. Aqueles que estiverem trabalhando em regime de rodízio (job rotation) deverão permanecer na função a ser estudada durante 3 dias, sem rodízio, sendo o questionário aplicado ao terceiro dia. Deverá ser explicado para ele que ao final do terceiro dia o mesmo retornará ao esquema de rodízio normal. Explique ao trabalhador o seguinte: Se ele estiver se sentindo da forma que está à esquerda, marque 1; se ele estiver se sentindo totalmente à direita, marque 7; se for mais ou menos, marque 4; mais para o lado da caracterização à esquerda, 3 ou 2; mais para o lado da caracterização da direita, marcar 5 ou 6. Dê assistência a eles na hora de preencherem, para tirar dúvidas. É importante que eles preencham num lugar em que possam se sentar e escrever; assim, talvez no início da jornada no refeitório; na hora do almoço também no refeitório; e antes de sair, eles passariam pelo refeitório. Não deixe que ele veja o resultado da avaliação anterior. Assim, haverá um conjunto de 3 questionários por trabalhador; Naturalmente, conforme você pode ver, quanto mais para a direita, maior é a fadiga. No caso de haver hora extra naquele dia, aplicar um outro questionário (igual ao último) ao final da hora extra. Critério de Interpretação Qualitativa · Fadiga acumulada - será identificada quando o primeiro questionário revelar item 4 ou acima nos seguintes aspectos: dor nos músculos do pescoço e ombros e dor nos braços e quando ficar caracterizada a continuidade das queixas ao longo da jornada; a marcação de item 4 ou superior ao início da jornada nos itens cansado e produtividade comprometida depende de uma avaliação melhor quanto às causas. · Nível de fadiga – tomar como base o questionário do final da jornada: Ausência de fadiga– até 3 em cada um dos itens; Moderada – 4 ou 5 em algum dos itens (sendo que a pontuação inicial era menor que 3); Intensa – 6 ou 7 em algum dos itens; Há que se tomar alguns cuidados na interpretação do questionário quando o nível inicial marcado em relação àquele item era de 3 ou 4. Nesse caso, tem se que interpretar se houve um aumento da pontuação ao longo da jornada.