neurofisiologia da aprendizagem

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  • NEUROFISIOLOGIA DA APRENDIZAGEMARON J. DIAMENT

    Servio de Neurologia Infantil do Departamento de Neuropsiquiatriada Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.Trabalho apresentado no VI Congresso Brasileiro de Neuropsiquia-tria Infantil, Rio de Janeiro, setembro de 1981.1 Professor. Docente-livre e Chefe do Servio de Neurologia InfantilAceito para publicao em 04 de agosto de 1982.

    No nosso escopo definir aprendiza-gem mas, podemos dizer que seu conceitoimplica uma mudana de comportamento re-sultante da experincia; mudana de com-portamento ou conduta que assume vriascaractersticas? uma resposta modificada,estvel e durvel, interiorizada e consolidadano crebro do prprio indivduo. Quando sefala em aprendizagem est implcito, portan-to, uma relao integrada entre o indivduoe seu meio ambiente, da qual resulta umaplasticidade adaptativa de comportamentosou condutas7. Portanto, comportamento,aprendizagem e tambm linguagem so fe-nmenos biolgicos, resultantes de proces-sos anatmicos, fisiolgicos e bioqumicosque ocorrem no Sistema Nervoso (SN) hu-mano8. Parece no haver uma regio espe-cfica do crebro que seja responsvel ex-clusiva pela aprendizagem. Esta, parece sera resultante de complexas operaes neuro-fisiolgicas e neuropsicolgicas e os meca-nismos envolvidos, embora no totalmenteconhecidos, compreendem uma srie de fa-tores 7: a importncia dos processos neuro-lgicos; o papel da atividade bioeltrica; a

    dependncia de reaes bioqumicas; os ar-ranjos moleculares nas clulas nervosas egliais; a eficincia sinptica; a memria eseus traos; o metabolismo proteico e assimpor diante.

    Vemos, portanto, que para entendermoscomo se processa a aprendizagem, necessi-tamos entender no somente toda a organi-zao do SN e sua Neurofisiologia, comotambm mecanismos neuroqumicos, os pro-cessos de memria, alm de termos quecompreender os processos epistemolgicosno homem, isto , abordar a teoria ou asteorias de conhecimento humano, para po-dermos entender a aprendizagem no seumais alto grau de evoluo: a atividade ner-vosa superior humana.

    Primeiramente, vejamos alguns fatosmais elementares da organizao geral doSN. Este, no simplesmente um mosaicode funes separadas que coexistem numorganismo uno n. As divises didticas sotodas simplistas e podem levar no com-preenso das funes que o SN desempenha.Nomes como "sistema piramidal", "sistemaextrapiramidal", "sistema lmbico", "sistemanervoso autnomo", e tantos outros corren-temente utilizados mascaram a organizaode conjunto, sem a qual impossvel com-preender o SN como coordenador central doorganismo animalll.

    As funes bsicas do SN se resumemem duas classes n:

    REVISES & ENSAIOS

  • 1. regulao especfica dos mecanismosque mantm a estabilidade intrnseca relativado organismo, impedindo a desorganizaode funes vegetativas bsicas (circulao,ventilao, secrees, ajustes metablicos acurto prazo etc.);

    2. sobrevivncia do organismo como in-divduo e espcie.

    A primeira funo se exerce a partirde11:

    1. mecanismos que automaticamenteprogramam secrees glandulares e contra-es de msculos lisos e estriados;

    2. mecanismos reflexos desencadeadospor ativao de receptores sensoriais.

    A segunda funo primordialmente,emisso de comportamentos muito maiscomplexa que a primeira, e se manifesta pormobilizao motora e ajustes vegetativos ". conveniente lembrar que ambas as funesso comuns aos animais e ao homem. Assim,ao se observar um organismo animal ope-rando no ambiente, verifica-se de imediato,que sua reao a estmulos externos se ma-nifesta freqentemente por movimentaoglobal (do corpo como um todo) ou parcial(de algum segmento corporal). A facilidadeem se observar a manifestao motora levou errnea concepo de que comportamento apenas movimentao, conceito no expl-cito, mas implcito em quase todas as abor-dagens do assunton. Em animais situadosinferiormente na escala filogentica, poucose sabe a respeito de outras manifestaescomportamentais que no as motoras; porm,nos vertebrados, impossvel desvincular osajustes vegetativos dos padres motores quecaracterizam cada modalidade comportamen-tal.

    Tais ajustes podem ser11:1. os destinados ao suporte metablico

    da atividade muscular e do SN, que aumen-tam a partir do repouso e de acordo com ograu de mobilizao comportamental: in-cluem-se a, os ajustes hemodinmicos (quepermitem maior aporte de sangue aos ms-culos e tecido nervoso); os ajustes ventila-trios (que provm ambos com mais oxignioe permitem a remoo de maior quantidadede dixido de carbono); os ajustes que au-mentam a liberao de glicose e cidos gra-xos e, os que causam midrase e sudoresepalmar e plantar (com a finalidade de me-

    lhorar a aderncia da pele ao solo e a objetosa que se apeguem);

    2. os ajustes caractersticos de cadacomportamento que consistem na ativaoou inibio de certas funes e que atuamno inespecificamente (como os ajustes ven-tilatrios, por exemplo), mas especificamentede acordo com o padro comportamental. Co-mo exemplo, citamos o comportamento defalar em que se processa secreo salivarpara reduzir o atrito entre as partes mveisda cavidade oral; um ajuste especfico deum comportamento especial. Essas adapta-es vegetativas especficas ocorrem almdas inespecficas e no em vez delas.

    Lembrar que a emisso de um compor-tamento pode ocorrer n:

    1. como resposta a modificaes dosmeios interno ou externo;

    2. por ativao intrnseca do SN. Umcomportamento que ocorre em resposta amodificaes do meio reflexo. Nem sempre possvel identificar o fator que desenca-deia a emisso de certo comportamento, masos reflexos so muito mais comuns do quese pensa, porque o estmulo inicial podeestar mascarado por outros, adquirindo proe-minncia em funo de caractersticas que,em certo momento, podem ser importantes,ao passo que em outros, so irrelevantes,passam despercebidos,

    A prpria seqncia de estmulos poderepresentar o sinal correto que inicia umcomportamento reflexo. Enquanto em recm--nascidos (RN) os comportamentos reflexosso inatos, mais tarde a maioria envolveaprendizado, mesmo quando originalmenteso de natureza nata.

    Embora se admita a vantagem e a ne-cessidade de se estudar o organismo comoum todo, existe uma slida e tcita tendnciaa se analizar cada funo, independentemen-te das aes ou reaes globais n. Em Neu-rofisiologia, essa tendncia se originou nadescoberta dos reflexos como resposta ati-vao sensorial e, evoluiu para o objeto quasefinalista de se localizar os centros reflexos,supostas regies restritas em que se orga-nizam as respostas n. O rpido desenvolvi-mento desse tipo de abordagem resultou emuma insustentvel (embora, geralmente acei-ta), dicotoma que separa de um lado, comoneurofisiologistas, os que estudam respostasneurais convencionalmente chamados refle-

  • xos e de outro como psiclogos, os que es-tudam os convencionalmente chamados com-portamentos 11.

    evidente, nessa dicotoma o erro cien-tfico, transformado em tabu. Em primeirolugar, com exceo de alguns ajustes vege-tativos geralmente homeostticos, as reaesreflexas a estmulos aferentes so, em ver-dade, padres comportamentais, de comple-xidade e configurao variveis segundo asfinalidades a que se destinam.

    Como extenso dessa dicotoma refle-xo/comportamento, existe outra, que resultado estudo do comportamento como ato mo-tor11. Uma contrao muscular isolada (comoa que se obtm experimentalmente numanimal anestesiado, operado, lesado, estimu-lado), no existe no organismo animal, eportanto, carece de significado biolgico.Sua individualizao um artifcio que em-pregamos para estudar os mecanismos decontrao muscular, ou os fenmenos neu-rais implicados na mobilizao funcional deum ou vrios msculos; no organismo ope-rante, porm, a contrao de um msculos tem significado biolgico num contextocomportamental. Do mesmo modo11: a com-preenso da funo dos reflexos miotticosno pode se basear apenas na resposta con-trtil ao estmulo muscular, mas, principal-mente, no papel que eles desempenham co-mo componente do complexo comportamentoque a postura fundamental.

    Vistas assim algumas ressalvas ao es-tudo da organizao do SN podemos, didati-camente, dizer que o SN pode ser funcionale anatmicamente dividido nos sistemas deestimulao, integrao e resposta3. Essestrs sistemas do SN so inter-relacionadose interdependentes (Fig. 1).

    O sistema de estimulao coleta e trans-mite informaes ambientais (externas e in-ternas) para o sistema de integrao; doscinco sentidos que recebem informaes am-bientais, trs so da mxima importncia naaprendizagem: viso, audio e somatestesia(sensaes cutneas e proprioceptivas)3.

    O sistema integrativo o mais complexoe existe em todos os nveis do Sistema Ner-voso Central (SNC), incluindo a medula, otronco cerebral e hemisfrios cerebrais. Ocrtex cerebral o nvel mais complexo dosistema integrativo e o local de funes corti-

    cais superiores, tais como, processos de ra-ciocnio 3. O sistema integrativo relaciona-secom a identificao, seleo, integrao, ar-mazenamento -e uso de informaes; res-ponsvel pela percepo, cognio, memria,intelecto, formulao de atividades motorase conscincia.

    O sistema de resposta responsvelpelo comportamento observvel, isto , mo-vimento muscular, e o funcionamento do sis-tema nervoso autnomo 3. Com exceo dosprocessos no observveis de pensar e sen-tir, a nica forma pela qual se pode respon-der ao ambiente atravs do movimentomuscular, como na gesticulao, fala ou es-crita. Mesmo os efeitos autnomos, comotranspirao ou palidez, e alteraes no ta-manho de pupila, so o resultado de movi-mentos musculares.

  • Vejamos agora uma viso geral do fun-cionamento do SN na produo de comporta-mentos, e em ltima instncia, de atos mo-tores 4.

    A motricidade, ao lado da sensibilidade,da secreo e da funo intelectual, umadas manifestaes mais importantes da ati-vidade do SN. Trata-se.de uma resultantefinal com caractersticas particulares a cadaindivduo, intimamente relacionada com asfunes que lhe do a informao (sensibi-lidades extero e interoceptiva), a regulao ea motivao4. Assim, nos diferentes tiposde movimentos, a atividade motora no podeser separada da funo sensitiva (para osmovimentos reflexos mais simples), da fun-o gnsica (para os movimentos mais com-plexos praxias) e da afetividade (princi-palmente relacionada ao tono muscular) e,em todas essas eventualidades, os movimen-tos esto controlados (inibidos ou facilita-dos) pelas funes psquicas superiores4,

    Fundamentalmente, encontramos trs ti-pos de motricidade: a reflexa, a automticae a voluntria, todas terminando no neurniomotor perifrico que constitui a via final co-mum da motricidade de Sherrington. A mo-tricidade reflexa representada antomofuncionalmente pelo arco reflexo elementar,o qual engloba a parte sensitiva (receptorescutneos, musculares e tendinosos, gnglioraqueano e neurnios sensitivos) e a partemotora, que constituda pelo prprio neu-rnio motor perifrico ou via final comumda motricidade (neurnios da coluna anteriorda medula, razes motoras, nervos e efeto-res, no caso, os msculos). A motricidadeautomtica se vincula ao funcionamento dosistema extrapiramidal, atravs de represen-taes corticais e dos ncleos da base. Amotricidade voluntria funciona atravs dosfeixes piramidais que partem do crtex motor(reas 4 e 4S), o qual , por sua vez, coman-dado por outras zonas do crebro onde seefetua o engrama do ato motor voluntrio,uma vez que ele recebe toda a informaoreferente ao mundo exterior e ao prpriocorpo, para que o movimento possa ser ajus-tado s condies de ambos 4.

    Como j dissemos, os trs tipos de mo-tricidade atuam sobre o neurnio motor pe-rifrico, sendo modulados pelo cerebelo eda, atuando sobre os msculos. Lembramosaqu a teoria de H. Jackson, datadas de quase

    100 anos, e ainda vlidas para uma explica-o didtica do funcionamento dos sistemasmotores12. Ele estabeleceu uma hierarquiadesses sistemas, os mais recentes inibindoos mais antigos, porm esses no deixandode ter sua funo, embora inibida. Na leso,teremos a dissoluo, com presena de sinaisnegativos (referentes ao deficit do sistemamotor lesado) e positivos (referentes libe-rao dos sistemas inferiores antes inibidos),alm da volta a etapas j superadas do de-senvolvimento do SN 12.

    A atividade ou "performance" motoratem graus variveis de funcionamento, quese observam muito bem na evoluo do indi-vduo 4. Ao nvel segmentar se estabeleceum mecanismo sinptico simples. Ao nveltronco-enceflico se asseguram as reaesposturais por informaes cervicais e labi-rnticas, que atuam atravs da substnciareticular sobre os mecanismos reflexos me-dulares.

    Ao nvel mesenceflico e do subtlamoatuam as informaes tcteis e parte do con-trole do cerebelo. A influncia das modifica-es do meio interno se realiza ao nvel dohipotlamo, onde se integram as funes ve-getativas, intimamente ligadas vida afetiva.Ao nvel dos ncleos da base temos o con-trole do tono muscular e a regulao dealguns movimentos intencionais, e ao crtexcerebral caberia a funo de controle sobretodas as outras estruturas antes menciona-das, as quais, por mecanismos de "feedback"tambm regulariam a atividade cortical. So-bre o crtex cerebral atuaria tambm a for-mao reticular talmica e mesenceflica,atravs de mecanismos de ativao (ou exci-tao e inibio), responsveis pelos estadosde conscincia do indivduo e pela percepoconsciente do mundo e de si mesmo.

    Cumpre tambm ressaltar o papel dosistema lmbico (SL)9, includo em 1937 porPapez em seu circuito, de enorme importn-cia no comportamento animal e humano eque compreende estruturas apresentadas nafigura 2. Os impulsos provindos da periferiachegam ao hipotlamo passando da para asamgdalas, via campos mamilares (feixe deVic D'Azyr), donde se dirigem ao giro cnguloe ao "frnix", voltando outra vez ao hipotla-mo e amgdala. Todo o cerne desse circuitoso o cngulo e o giro cngulo que funcionamcomo verdadeira rea receptiva de toda aexperincia emocional9.

  • Reconhecem-se hoje, por experimenta-o animal e humana, dois anis nesse cir-cuito de Papez, englobando o sistema lm-bico9:

    1. a poro inferior do anel lmbico (re-gio frontotemporal, que inclui o crtex orbi-tario, insular, temporal polar e reas pirifor-mes), est mais relacionada a efeitos auto-nmicos e somticos ligados s funes ali-mentares (lamber, mastigar, salivao, co-mer, esforo de vomitar), comportamento deprocura e luta por obteno de alimentos(farejamento, curiosidade visual, ataque e de-fesa raivosos, fuga e medo, vocalizao ade-quada);

    2. a poro superior do anel lmbico(septo, hipocampo e giro cngulo) est maisrelacionada a todas as atividades adstritass funes de preservao da espcie (rea-es de prazer, ereo peniana, elaboraode afetos ou sentimentos de prazer queacompanham aspectos agradveis da procria-

    o, expresso e labilidade dos estados emo-cionais ou sentimentos relativos sociabili-dade e preliminares, que levam copulaoe reproduo).

    Para entendermos melhor a organizaocortical, certos fatos relativos estrutura doSN e sua maturao devem ser recordados5:devemos lembrar que os neurnios corticaisso de duas classes principais explanadaspor Golgi: os de classe l so os neurniosgrandes com longos axnios; os de classe IIso pequenos interneurnios, com axnioscurtos. Os primeiros formam as vias aferentese eferentes primrias do SN, sendo suas es-truturas e funes invariveis; seu desenvol-vimento est sob estrito controle gentico eepigentico. Os neurnios classe II mostramgrande variabilidade morfolgica, cabendo--Ihes as funes integrativas entre sistemasaferentes e eferentes primrios. Os neur-nios de classe l so gerados e diferenciadosantes dos de classe II, os quais surgem mais

  • tarde na ontognese, relacionados s novasconexes que devero ser efetuadas com aformao de reflexos condicionados.

    O desenvolvimento desses dois tipos deneurnio mostra que a diferenciao funcio-nal neuronal est baseada no somente nopatrimnio gentico com o qual o indivduonasce, como tambm na influncia do meioambiente estimulaes e solicitaes em ltima anlise, o aprendizado, emborasaibamos que certas atividades voluntrias,aprendidas, surgem independentemente daestimulao ambiental5. Assim, fica evidentea importncia do condicionamento na evolu-o neuromotora: se o RN nasce "sabendoandar" a marcha automtica que se perdeno decorrer da evoluo neuromotora acriana ter que "aprender a andar" entre o11. e 18. meses, constituindo-se inicialmen-te numa atividade voluntria que a crianadepois automatizar 5.

    No podemos transpor simplesmente osdados da filognese para a ontognese, em-bora saibamos que, na evoluo da escalaanimal, a telencefalizao o fenmeno "prin-ceps" dos primatas, atingindo, no homem, seumais alto grau de desenvolvimento e espe-cializao5. Paralelamente, outros rgos se"atrofiam" ou perdem a importncia que ti-nham em animais inferiores.

    Seguindo as idias de McLean, citadopor Marino Junior9, a respeito das funesdo SL, verifica-se uma dissociao entre cor-tices mais ou menos antigos filogeneticamen-te, produzindo as diferenas de comporta-mento emocional e intelectual, constituindoa "esquizofisiologia" entre os sistemas lm-bico e neocortical. Segundo Fulton (1953),citado por Ajuriaguerra 1t o complexo rbito--nsulo-tmporo-angular est primariamenterelacionado com a expresso emocional, en-quanto as pores mais laterais do "neo-pallium" estariam mais relacionadas comaprendizado, memria e funes intelectuais.Significa isso, em ltima instncia, que, medida que progride a telencefalizao ana-tmico-funcional, as reaes motoras, respi-ratrias e circulatrias tendem a se dissociar.Portanto, as funes elementares no se jus-tapem como fragmentos para formar as maiscomplexas. Ao contrrio, essas resultam deuma diferenciao que vai de par com acomplexidade crescente da organizao dossistemas nervosos central e perifrico.

    bvio que no poderamos falar em"equipamento" neurolgico e maturao semnos referir aos padres maturativos de Gesell,pela ocorrncia de manifestaes especficasem seqncia dinmica progressiva no cicloontogentico 1.

    Shirley (1963), citado por Ajuriaguerra1,d as seguintes provas da importncia damaturao:

    a) existe uma ordem de sucesso cons-tante e equivalente de uma criana paraoutra;

    b) a rapidez do desenvolvimento noperturba a ordem daquela sucesso;

    c) certos comportamentos podem apare-cer fora de toda a possibilidade de aprendi-zagem;

    d) existe uma relao entre desenvolvi-mento funcional e estrutural.

    Segundo McGraw, citado por Lefvre,deve-se tambm ter em mente os aspectosdo organismo em crescimento crescimen-to osteomuscular, influncias hormonais, en-tre outras sendo difcil conceber que amaturao do SN explique por si s o futurodo comportamento da criana e do adulto 5.A maturao anatmica tem suas prpriasleis mas pode-se dizer que a organizaofuncional, na mais ampla acepo do termo,no pode ser compreendida fora do meioambiente. No se deve opor maturao (nosentido de equipamento gentico), e influn-cia do meio, como tambm numerosas vozesse levantaram contra a teoria de Gesell, aqual pretende que a relao da natureza doser com o meio seja semelhante "quela damo com a luva, esta se amoldando sobreaquela" 1.

    Abordemos agora a aprendizagem. A ex-presso do neurogentipo definitivo dependetambm do processo de aprendizagem e,portanto da ao do meio ambiente sobre oSN em evoluo5. Assim, no animal existe,sob o aspecto neurolgico, toda a atividadereflexa Acondicionada ou inata, que vai domais simples at respostas mais complexas,podendo estas reaes serem difusas ou es-pecializadas, at de carter local5. No dizerde Mira y Lpez, tais tipos de atividade re-flexa complexa, embora primitiva, seriam osdeflexos (ou instintos), isto aquele conjuntode reflexos simples, primitivos, cuja aotende a uma finalidade especfica5. Aqui en-traria em ao o sistema lmbico, com todas

  • as suas ligaes funcionais e anatmicas. Ohomem tem os mesmos reflexos primitivosou arcaicos. Provavelmente, os mesmos me-canismos e circuitos esto envolvidos nosanimais superiores e no homem, devendo-selevar em conta a formao dos reflexos con-dicionados, a base do aprendizado, tanto nosanimais como no homem. Na criana, a for-mao de reflexos condicionados constituiuma nova etapa no seu desenvolvimento.

    Devemos reconhecer os seguintes tiposde condicionamento8:

    a) o condicionamento pavloviano clssi-co ou do tipo E em que h um estmuloAcondicionado, para controle da resposta aser condicionada; a resposta elicitada pelaestimulao quando o experimentador assimo desejar; o alimento tanto estmulo comorecompensa; o condicionamento E vinculaantigas respostas a novos estmulos;

    b) condicionamento tipo R tambmchamado "operante" ou "instrumental"; designado R devido nfase que se d seleo de uma resposta especfica entrediversas outras possveis; inicialmente con-ceituado por Thorndike, foi desenvolvido pelaescola de Skinner; nesse condicionamentono h um estmulo incondicionado; o expe-rimentador aguarda a resposta ocorrer, maisou menos por acaso e, ento, recompensa;a resposta emitida pelo sujeito e no de-pende de qualquer estmulo; o alimento srecompensa; esse tipo de condicionamentose aproxima do princpio explicativo da apren-dizagem por "ensaio e. erro", que permite aoorganismo adaptar seu comportamento e quefoi chamado "aprendizagem seletiva"; outrarazo do smbolo R a grande participaodo reforamento nesse tipo de condiciona-mento.

    Koupernik & col. ainda citam um nvelmais elevado de condicionamento (insight),que corresponderia a uma aprendizagem in-teriorizada por "condicionamento mental"5.Vrios autores como Krasnogorski, Wallon eWintsch, Marinesco e Kreidler (citados porAjuriaguerra 1), mostraram o quanto de cria-es sucessivas na criana so o resultadode reflexos condicionados nascendo espon-taneamente ou criados pelo ambiente. Assim,A. Rey, citado por Ajuriaguerra 1, lembra queo comportamento infantil apresenta trs fasesque se aproximam daquelas ocorrentes nosreflexos condicionados: a fase de permeabili-

    dade experincia, a fase de generalizao(assimilao generalizada) e a fase de dife-renciao (especializao, pelo exerccio, dasdiversas condutas em funo de situaes de-terminadas).

    Ajuriaguerra 1 critica a teoria reflexge-na dizendo que ela somente se importa emconsiderar excitaes e respostas, emborao mais importante seja a integrao dessesfenmenos, no que apoiado pelas palavrasde Piaget: "em todos os sentidos, a associa-o em realidade assimilao, de tal modoque o lao associativo somente o simplesdecalque de uma dada relao inteiramentena realidade exterior".

    Entretanto, segundo Leontiev, a reflexo-logia freqentemente apresentada de modosimplificado1. A teoria de-Pavlov no reduzo comportamento mais complexo a mecanis-mos elementares. Ela chama a ateno sobrea ligao interior dos mecanismos atravsda noo de "excitao do sinal". Na basede ligaes diretas imediatas dos organismoscom o meio exterior, aparecem ligaes me-diatas no diretas. Os animais tornam-secapazes de reagir tambm influncia queno tem para eles qualquer significao bio-lgica. Essas influncias s adquirem signi-ficao por sua relao com outros estmulosdos quais depende diretamente a existnciado indivduo ou da espcie. Tais influnciasdesempenham, por suas relaes com in-fluncias biolgicamente importantes, "bi-ticas", um papel de sinal, recebendo umsignificado5. Assim "barulhos" so "abiti-cos", mas podem se tornar sinal de nutrioou de perigo para o animal. Haveria, segundoLeontiev, citado por Ajuriaguerra 1I uma noode "fixismo" nas explicaes habituais oumais comuns da teoria de Pavlov, pois ocondicionamento obedece a leis determina-das que mostram seu aperfeioamento ecomplexidade crescente. Como exemplo, ci-tamos as poucas referncias, em obras oci-dentais, ao papel dos analisadores corticaise dos esteretipos dinmicos na evoluodaqueles analisadores, ou o papel relevantedo segundo sistema de sinalizao na evo-luo filo e ontogentica. Segundo o mesmoLeontiev no foram colocados em suficienteevidncia certos elementos que so a basedo problema da aprendizagem l.

    A teoria dos reflexos condicionados nose fundamenta sobre simples substituiesde estmulos. Um ato motor, por exemplo,

  • no pode ser inteiramente determinado so-mente por seus efeitos exteriores. Por rea-ferentao segundo Anokhin, citado por Aju-riaguerra1, chega-se a compreender o pro-cesso de desenvolvimento interno do ato.Essa reaferentao cumpre uma dupla fun-o: em cada cadeia intermediria de umato motor complexo, ela joga um papel desinal para a passagem de uma cadeia seguin-te ou, em caso de insucesso, do sinal parauma nova tentativa; quanto ao resultado total,ela desempenha uma funo diferente, pelaqual ela interrompe a seqncia dos movi-mentos e refora o sistema de excitao for-mado no crebro, sancionando o ato. A rea-lizao de uma reao motora exige no so-mente que o sistema de excitao pela situa-o exterior passe s vias eferentes, masque, ao mesmo tempo, tambm se suponhaa atualizao de um sistema sensorial com-plementar, portador de um "modelo de ao"

    Anokhin desenvolveu a "teoria dos sis-temas funcionais", como conseqncia desuas pesquisas sobre adaptaes compensa-doras de perturbaes de algumas funesnervosas u. De acordo com esse modelo aefetivao de um objetivo funcional pelo SNs pode ocorrer pela mobilizao de umnmero significativo de componentes fisio-lgicos que, embora freqentemente dispos-tos em diferentes setores do SNC e da pe-riferia, so sempre funcionalmente ligadosa fim de organizar-se o efeito adaptativofinal, necessrio em certo momento11. Esseconceito implica claramente em admitir-se aexistncia de numerosssimos "sistemas fun-cionais", cada um destinado a exercer certafuno, alguns com diversidade organizacio-nal relativamente pequena, outros extrema-mente diversificados.

    O sistema regulador da respirao, porexemplo, pode ser considerado como umarranjo de estruturas e mecanismos que man-tm interaes no muito numerosas; ao con-trrio, o sistema implicado no deslocamentodo corpo no espao deve conter interaesmltiplas, porquanto possvel conseguiresse objetivo por meio de vrias maneiras.A distino salientada por Anokhin pode serresumida de modo compreensvel se consi-derarmos que alguns tipos de atividade neu-ral s podem ocorrer de acordo com poucospadres de manifestao, ao passo que ou-tros (talvez a maioria), podem concretizar-sede diversas formas11.

    Considerando "a tarefa" fundamental daevoluo prover o organismo recm-nascidodos sistemas funcionais mais adequados,Anokhin desenvolveu o conceito de "siste-mognese", que estuda o "desenvolvimentoseletivo e acelerado, durante a embriogne-se, das formaes estruturais de qualidadee localizao variadas, que, consolidadas emum todo, constituem um sistema funcionaladequado para assegurar a sobrevida do re-cm-nascido" n. Esse tipo de anlise foi es-tendido a diversos comportamentos de vriasespcies animais, inclusive a humana, e re-velou a maturao heterognea das estrutu-ras nervosas, de modo que aquelas que, aonascimento, devem participar da organizaode sistemas funcionais cruciais no recm--nascido j so conspicuas e seu desenvol-vimento acelerado. Como exemplo de ma-turao seletiva e precoce pode-se citar queos ncleos do trigmeo e do facial, impli-cados na mobilizao do sistema funcionalda suco, j so ntidos quando o tubo neu-ral se encontra ainda aberto.

    Os sistemas funcionais, segundo a con-cepo de Anokhin, podem ser utilizadosamplamente na anlise de mecanismos ele-mentares e de comportamentos de origemreflexa ncondicionada (inata)n. Quando sepretende estend-lo aos correspondentesaprendidos, as complicaes que surgem daanlise crescem rapidamente em funo dacomplexidade da funo emergente e, sobre-tudo, da qualidade "adaptativa", que se lheatribua. Anokhin, contudo, desenvolveu umaelaborada abordagem terica do problema re-lacionado com uma das formas mais conhe-cidas e bem estudadas de padres compor-tamentais adquiridos: os reflexos condicio-nados u. Essa abordagem no relevantepara o assunto, mas representa uma contri-buio fundamental para a compreenso daorganizao de comportamentos aprendidos; de todo conveniente para o neurologista e opsiquiatra, como para o fisiologista, a fami-liarizao com o problema.

    Aps esses elementos neurofsiolgicossumrios devemos recordar os tipos de apren-dizagem 8:

    aprendizagem adstrita ao condicionamen-to tipo E j descrito anteriormente;

    aprendizagem adstrita ao condicionamen-to tipo R tambm j descrito e esse pareceser apangio dos seres humanos;

  • Hebb8 ainda distingue a aprendizagemlatente prpria do ser humano, que noenvolve nenhuma resposta aparente no mo-mento em que ela ocorre; a ocorrncia dessetipo de aprendizagem se descobre em vir-tude de algo que a pessoa venha a fazermais tarde; parece poder ocorrer tambm emalguns animais infra-humanos, porm maisfreqente no ser humano; distingue-se asseguintes formas de aprendizagem latente:

    a) aprendizagem perceptiva definidacomo uma mudana permanente na percep-o de um objeto ou de um acontecimentoque resulta de percepes anteriores da mes-ma coisa ou de coisas correlatas; exemplo:percepo de duas pontas;

    b) aprendizagem E-E (ou Estmulo-Est-mulo, ou associao E-E) que ocorre naapresentao de dois estmulos (exemplo:som e luz), que se associam para produzira mesma resposta condicionada; esse tipode aprendizagem foi chamado de "pr-condi-cionamento sensorial" e parece ter revividoo termo "associao de idias", pois, sabe-mos que no ser humano as idias existemno crebro e que pode-se estabelecer cone-xes entre elas.

    No poderamos encerrar esta revisosem que deixemos de falar algo a respeitode aprendizagem e memria7.

    Toda a aprendizagem pe em jogo umcerto tipo de memria, isto , de conserva-o e de armazenamento da experincia an-terior7. A conservao da experincia ante-rior o meio atravs do qual se estabelecea noo de controle que nasce do exame daexperincia anterior, em confronto com aexperincia presente. Dessa forma, o indi-vduo no necessita partir da primeira expe-rincia para encontrar a resposta adequada;pelo contrrio, ele soluciona a situao apartir de sua ltima experincia. Essa nooimpede o processo arbitrrio e espontneodas tentativas e erros, que se baseia na fre-qncia de tentativas e na reduo circuns-tancial de respostas incorretas at encontrara resposta desejada 7.

    A memria compe-se de dois processos,um bioeltrico (nvel nervoso) e outro bio-qumico (nvel sinptico), que se fundem nanoo de engrama unidade memorial deconservao da informao, consolidada eintegrada pela ao dos cidas" nucleicos 7.

    O estmulo, ao ser repetido, integradofuncionalmente, produzindo, por esse efeito,facilitaes sinpticas, que tm por funoconservar a informao. Tais facilitaes si-npticas, so de dois tipos: de curto termoe de longo termo 7.

    Segundo a teoria de oscilao de Lach-man, a amplitude das oscilaes das ondasbioeltricas (ondas alfa) torna-se mais exten-sa durante a aprendizagem, provando de certomodo a flexibilidade das funes cognitivas7.Ao estabelecerem-se as interconexes est-mulo-resposta, a transmisso do impulso pro-cessa-se sem resistncias e sem perdasinteis, da a modificao da amplitude dasondas bioeltricas, provocando entre centrosreceptores, integradores e efetores, melho-res vias de corpunicao neurolgica.

    A memria a base do raciocnio. Ao"chamar" a informao, o crebro est aptoa combin-la e a organiz-la. No se combinao que no se conserva, da o painel integra-tivo da memria, funo indispensvel an-lise, seleo, conexo, sntese, formulaoe regulao das informaes necessrias elaborao, planificao e execuo de com-portamentos.

    A memria armazena e preserva a infor-mao. S depois da consolidao (Eysenck)se d a compreenso 7. S reconhecemos es-tmulos depois destes se encontrarem reti-dos.

    Esse dado vlido at mesmo para aaprendizagem falada. A sua aquisio requerque a informao auditiva seja armazenadae conservada, depois de ter sido compreen-dida (linguagem interior)6. S a partir daquia linguagem integrada e formulada para serposteriormente exprimida.

    A memria associa, portanto, as funesde recepo com as funes de expresso,pois essas no se do sem as funes de:armazenamento, compreenso, integrao eformulao (rememorizao).

    Esquecer desaprender. Esquecer coisas provavelmente o resultado de no t-lasorganizado interiormente.

    Est provado por investigaes, que adificuldade em adquirir novas recordaesou em se lembrar de nomes e acontecimen-tos interfere significativamente com a apren-dizagem e com as suas transferncias pr-ativas 7. Da mesma forma se sabe hoje que

  • a memria envolve a funo do hipocampoe do ciclo de Papez, para alm do sistemareticulado. Quer dizer, a memoria um sis-tema funcional e nter-hemisfrico, extrema-mente complexo, que afeta a aprendizagem,principalmente no que respeita memriade curto tempo. Cada vez mais a memriatem de ser dinamicamente (e no mecanica-mente) colocada em situao, pois pareceestar provado que o seu treino facilita aaprendizagem.

    Como, na realidade funciona a memria?E como relacionar os processos de arma-

    zenamento da memria com a utilizao dosreflexos condicionados?

    E desses processos com a teoria doaprendizado?

    Experincias de autores como Valverde(1967) e Hydn (1967), citados por Popper &Eccles10, sugerem a teoria do aprendizadopela chamada "teoria de crescimento sinp-tico". Porm, parece que as experincias arespeito do crescimento sinptico no su-pem ser esse processo um fenmeno qu-mico altamente especfico, como o supsHydn (1967) em que, para cada memria,formar-se-ia uma macromolcula especfica 10.O substrato neurona! da memria parece es-tar ligado evoluo e crescimento das es-pinhas sinpticas, pelos quais, sinapses se-cundrias se formam medida que os est-

    mulos chegam da periferia ao SN, ativandopadres especficos espao-temporais e, seum padro particular repetido no crtex,mais efetivas se tornaro umas sinapses re-lativamente s outras.

    Por essa teoria, as sinapses da "apren-dizagem" teriam que ser ubiquitrias, o queparece impossvel10. Da, terem Szentagothai(1968) e Mass (1969) criticado a "teoria docrescimento sinptico" e terem suposto queo "aprendizado sinptico" seria um aconteci-mento ligado dupla e dinamicamente, isto ,que a ativao de um tipo especial de si-napse proveria instrues para o crescimentode outras sinapses ativadas no mesmo den-drito chamaram a isto de "teoria da con-juno do aprendizado" M0 e parece que osexperimentos de Miyashita (1975) com em-prego de animais e a anlise das fibras "mus-gosas" e "trepadeiras" do cerebelo compro-vam-na.

    Vistas assim algumas particularidadesdos processos mais ntimos da aprendizagem,apresentamos, a seguir, na figura 3, de formaesquemtica, todos os mecanismos dessecomputador que o crebro, na sua tarefade aprendizagem. Alm disso, ainda h oproblema da dominancia cerebral e as j cls-sicas experincias de Levy-Agresti e Sperry(cit. in Popper et col.10) comprovando fun-es diferentes dos dois hemisfrios cere-brais (Quadro 1).

  • Quadro 1 Vrias tarefas especficas nos hemisfri-cos dominante e menor como foi sugerido pelos con-ceitos de Levy-Agresti & Sperry (1968) e Levy (1973J,com algumas modificaes de Eccles (\n Popper &Eccles 10).

    Apesar de termos realado a importnciado condicionamento no processo de apren-dizagem, fato incontestvel e que bviomesmo para os crticos das teorias ditas"behavioristas", procuramos mostrar, de mo-do sumrio, o que at hoje se conhece e seadmite como o que passa entre um estmuloe uma resposta. Mesmo Ausubel2, um dosmaiores crticos das teorias de condiciona-mento em sua "estrutura cognicitiva" para explicar como funciona, admite, no pro-cesso de aprendizagem, a influncia das ex-perincias em estruturas cognicitivas pr--existentes modificando essas. Tal tipo deraciocnio envolve duas crticas: 1.a) dondeviriam as primeiras "estruturas cognicitivas"?e 2.a) o mecanismo de modificaes dessasestruturas se aproxima da "teoria da conjun-o da aprendizagem", em que h modifica-o e evoluo dos dendritos para explicarcomo se processa o aprendizado. Lembrarque o condicionamento no rejeitado intei-

    ramente por Ausubel2. Ele procura apenas osignificado do aprendizado e quais os mto-dos de "assimilao", aproximando-se umpouco de Piaget. Enfim, a complexidade doassunto grande e no poderamos aquiabordar aspectos mais filosficos, como osda epistemologa na abordagem do apren-dizado.

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    Endereo para correspondncia Clnica NeurolgicaHospital das Clnicas 5. andarAv. Dr. Enias de Carvalho Aguiar, 255So Paulo SPCEP = 05403Brasil