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NESTA EDIÇÃO ADEBAYO VUNGE Pandemia, Constituição e manifestação OPINIÃO 11 CUANDO CUBANGO Furto de equipamentos reduz emissão de Bilhete de Identidade REGIÕES 27 ACTO SIMBÓLICO NO MIREX País assinala 75 anos da fundação da ONU POLÍTICA 2 FUNCIONÁRIA DA RNA SIC prende outro implicado na morte de Alice Marcelino SOCIEDADE 28 “FOGO NEGRO” Musicalidade e arte de Cirineu Bastos CULTURA 29 DIÁLOGO COM A REBELIÃO Moçambique inicia tréguas de sete dias ARRUAÇA E DESOBEDIÊNCIA Manifestantes vão hoje a julgamento Fim da dupla tributação entre Angola e Portugal A convenção entre Angola e Portugal, que elimina a dupla tributação em matéria de impostos sobre o rendimento e previne a fraude e a evasão fiscal, foi já publicada em Diário da República. O fim da dupla tributação visa evitar que empresários residentes de cada um dos países paguem impostos em Angola e em Portugal. Segundo o descritivo do acordo, o objectivo é pro- mover o combate à fraude e à evasão fiscal e contribuir para o desagravamento fiscal do investimento angolano em Portugal e do investimento português em Angola, fomentando a aproximação entre as empre- sas de ambos os países. ECONOMIA 12 COMBATE À FRAUDE E EVASÃO FISCAL SEG26OUT www.jornaldeangola.co.ao Director: VÍCTOR SILVA Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR Kz 45,00 Segunda-feira 26 de Outubro de 2020 Ano 45 • N.º 16155 LOBITO E NAMIBE O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou sábado uma trégua, que entrou ontem em vigor, de uma semana na per- seguição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à rebelião armada. ÁFRICA 14 Zâmbia quer implementar bases logísticas de contentores O Governo da Zâmbia endereçou um pedido a Angola para a cedência de zonas de trânsito à “Zambia Cargo and Logistics Limited (ZCLL)” para as operações de carga contentorizada nos portos do Lobito (Ben- guela) e Namibe. A Zâmbia solicitou 9.000 metros qua- drados em cada localidade (Lobito e Namibe), defen- dendo a implementação "urgente" de comités téc- nicos conjuntos. ECONOMIA 13 EMPRÉSTIMO BNA garante recuperar 25 mil milhões do BANC O empréstimo de cerca de 25 mil milhões de kwanzas que o Banco Nacional de Angola (BNA) concedeu, em anos anteriores, ao extinto Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC) deverá ser recu- perado. Até ao momento, os gestores do processo de falência do BANC já recu- peraram créditos avalia- dos em 343,9 milhões de kwanzas. ECONOMIA 12 SAURIMO Enchentes na única bomba com gasóleo e gasolina O único posto de abaste- cimento com gasolina e gasóleo, entre os quatro existentes em Saurimo, capital da Lunda-Sul, regis- tou, sábado, uma das maio- res enchentes dos últimos tempos. SOCIEDADE 28 355 novas infecções em 24 horas RECORDE DE CASOS POSITIVOS COM AUMENTO DOS TESTES DESTAQUE 4 a 7 DESPORTO 30 POLÍTICA 3 FÓRMULA 1 Hamilton é o mais vitorioso de sempre ENTREVISTA 8 e 9 ANTÓNIO COSTA E SILVA Qualificação das pessoas pode mudar muita coisa DR DR

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N E S T A E D I Ç Ã O

ADEBAYO VUNGEPandemia, Constituição

e manifestaçãoOPINIÃO • 11

CUANDO CUBANGO

Furto de equipamentosreduz emissão de Bilhete

de Identidade REGIÕES • 27

ACTO SIMBÓLICO NO MIREXPaís assinala 75 anosda fundação da ONU

POLÍTICA • 2

FUNCIONÁRIA DA RNASIC prende outro

implicado na morte de Alice Marcelino

SOCIEDADE • 28

“FOGO NEGRO”

Musicalidade e artede Cirineu Bastos

CULTURA • 29

DIÁLOGO COM A REBELIÃO

Moçambique iniciatréguas de sete dias

ARRUAÇA E DESOBEDIÊNCIA

Manifestantes vãohoje a julgamento

Fim da dupla tributaçãoentre Angola e PortugalA convenção entre Angola e Portugal, queelimina a dupla tributação em matéria deimpostos sobre o rendimento e previne afraude e a evasão fiscal, foi já publicadaem Diário da República. O fim da dupla

tributação visa evitar que empresáriosresidentes de cada um dos países paguemimpostos em Angola e em Portugal. Segundoo descritivo do acordo, o objectivo é pro-mover o combate à fraude e à evasão fiscal

e contribuir para o desagravamento fiscaldo investimento angolano em Portugal edo investimento português em Angola,fomentando a aproximação entre as empre-sas de ambos os países. ECONOMIA • 12

COMBATE À FRAUDE E EVASÃO FISCAL

SEG26OUT

www.jornaldeangola.co.ao

Director: VÍCTOR SILVADirector-Adjunto: CAETANO JÚNIOR

Kz 45,00

Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Ano 45 • N.º 16155

LOBITO E NAMIBE

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi,anunciou sábado uma trégua, que entrouontem em vigor, de uma semana na per-seguição das Forças de Defesa e Segurança(FDS) à rebelião armada. ÁFRICA • 14

Zâmbia querimplementarbases logísticasde contentoresO Governo da Zâmbiaendereçou um pedido aAngola para a cedência dezonas de trânsito à “ZambiaCargo and Logistics Limited(ZCLL)” para as operaçõesde carga contentorizadanos portos do Lobito (Ben-guela) e Namibe. A Zâmbiasolicitou 9.000 metros qua-drados em cada localidade(Lobito e Namibe), defen-dendo a implementação"urgente" de comités téc-nicos conjuntos. ECONOMIA • 13

EMPRÉSTIMO

BNA garanterecuperar 25mil milhõesdo BANCO empréstimo de cerca de25 mil milhões de kwanzasque o Banco Nacional deAngola (BNA) concedeu,em anos anteriores, aoextinto Banco Angolanode Negócios e Comércio(BANC) deverá ser recu-perado. Até ao momento,os gestores do processo defalência do BANC já recu-peraram créditos avalia-dos em 343,9 milhões dekwanzas. ECONOMIA • 12

SAURIMO

Enchentes naúnica bombacom gasóleoe gasolinaO único posto de abaste-cimento com gasolina egasóleo, entre os quatroexistentes em Saurimo,capital da Lunda-Sul, regis-tou, sábado, uma das maio-res enchentes dos últimostempos. SOCIEDADE • 28

355 novas infecções em 24 horasRECORDE DE CASOS POSITIVOS COM AUMENTO DOS TESTES

DESTAQUE • 4 a 7

DESPORTO • 30

POLÍTICA • 3

FÓRMULA 1

Hamilton é o maisvitorioso de sempre

ENTREVISTA • 8 e 9

ANTÓNIO COSTA E SILVA

Qualificaçãodas pessoaspode mudarmuita coisa

DR

DR

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO

Beneficiários recebem trimestralmente 25.500 kwanzas

CUANZA-NORTE

Marcelo Manuel| Quiculungo

As 2.060 famílias carenciadascadastradas no município deQuiculungo, província doCuanza-Norte, no âmbito doPrograma de TransferênciasSociais Monetárias denomi-nado “Kwenda”, começarama receber, no sábado, as pri-meiras quotas monetárias novalor de 25.500 kwanzas cada.O projecto, de iniciativa

presidencial, vai beneficiar,durante um ano, habitantesde 34 aldeias de Quiculungo,com a atribuição mensal deoito mil e 500 kwanzas, aserem entregues de formatrimestral, com o propósitode permitir a criação de pe-quenas iniciativas económicasque minimizem as carênciasda população.Para além do dinheiro, as

famílias cadastradas rece-beram um telemóvel, cada,que serve de instrumentopara a introdução, pela pri-meira vez em Angola, doserviço “ Dinheiro no tele-móvel”, a ser usado a níveldas comunidades sem ser-viços bancários.Segundo o director-geral

do Fundo de Apoio Social(FAS), Belarmino Jelembe,cada família contempladavai receber, no seu telefone,trimestralmente, uma men-sagem com informaçõessobre o depósito dos valorescorrespondentes nas res-pectivas contas bancárias.“ Depois de receber a men-

sagem, o chefe de família devedirigir-se ao agente autorizado,que depois de confirmar a

Famílias carenciadas recebemajuda financeira do “Kwenda”

2 Segunda-feira26 de Outubro de 2020POLÍTICA

O Governo realiza, hoje, emLuanda, um acto simbólicopara assinalar o 75º aniversárioda fundação da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU),comemorado no sábado.O acto, que decorre no

anfiteatro Afonso Van-DúnemMbinda, no edifício do Minis-tério das Relações Exteriores,é organizado em parceria coma ONU Angola.De acordo com uma nota

conjunta do Ministério dasRelações Exteriores e da ONUAngola, o evento vai ser mar-cado por discursos do ministroTéte António e da coordenadorado Sistema das Nações Unidasem Angola, Zahira Virani.Zahira Virani foi indicada,

recentemente, pelo Secre-tário–Geral, António Guter-res, como nova coordenadoraresidente das Nações Unidasem Angola.A diplomata foi recebida,

na semana passada, peloministro das Relações Exte-riores, Téte António.Durante o encontro, foi

reforçado o compromissoda ONU Angola em traba-lhar junto com o Governonas áreas prioritárias parase alcançar o bem-estar dapopulação.Durante o encontro, Téte

António referiu que a repre-sentante das Nações Unidasem Angola chega num mo-mento em que, pela contigênciamundial, o país recebe e valo-riza todos os apoios, parti-lhando com a imprensa oestado actual dessa parceria"."Penso que é a continui-

dade das acções em curso porparte da ONU, principalmenteno momento do seu 75º ani-versário de criação, com opropósito de trabalhar paraa manutenção da paz mundiale a prosperidade dos povos.A coordenadora será a porta-

voz da instituição em Angolae vai velar pelos projectos debem-estar das nossas popu-lações”, disse o chefe da diplo-macia angolana.Zahira Virani manifestou

a vontade de usar todos osmeios à disposição da orga-nização para apoiar os ango-lanos nos seus principaisdesafios, inclusive na luta pelaredução da fome e da pobreza.

"Neste sentido, 50 milhõesde dólares ao ano são utili-zados pela ONU na elimi-nação da fome e pobreza”,sublinhou. Segundo a nota conjunta

do Mirex e ONU Angola,anualmente, a 24 de Outubro,as Nações Unidas celebrama data, mas este ano, em par-ticular, agrega maior impor-tância pelos 75 anos dafundação da organização.Simultaneamente, pelas cir-

cunstâncias que o mundoenfrenta, com as graves con-sequências causadas pela pan-demia da Covid-19, e que no-vamente desafiam o sentidode solidariedade e união entreos Povos e Nações, enfatizama importância da Organização."Com as suas 19 agências,

que constituem a equipa daONU-Angola, onde prestamapoio em diversas áreas, asNações Unidas juntam-seaos angolanos para, em con-

junto, prestarem reconhe-cimento à organização quediariamente trabalha pelosmais nobres ideais para todosos Povos", conclui a nota.Numa mensagem a propó-

sito da data, o Secretário-Geraldas Nações Unidas, AntónioGuterres, indicou que, em plenapandemia, a missão das NaçõesUnidas “é agora mais crucialdo que nunca”.A mensagem do Secretá-

rio-Geral lista alguns dosdesafios actuais mais prio-ritários e urgentes como acrise das mudanças climá-ticas. “A emergência climá-tica é uma ameaça à própriavida. Devemos mobilizartodo o mundo para alcançara neutralidade carbônica ereduzir a zero as emissõesde gases com efeito estufa,até 2050", sublinhou o res-ponsável máximo da ONU.Na mensagem, António

Guterres destaca que "é neces-sária a contribuição de todospara atingir objectivos comunsda humanidade". “Os Objec-tivos de DesenvolvimentoSustentável oferecem-nos ummodelo inspirador para queseja possível recuperar melhor.Enfrentamos desafios colossais.Com solidariedade e coope-ração globais podemos superá-los. É a razão de ser das NaçõesUnidas. Neste aniversário, apeloa todos, em todo o lado, quese unam", salientou.A ONU foi, oficialmente,

estabelecida em 24 de Outu-bro de 1945, com a assinaturada Carta das Nações Unidaspela maioria dos 51 Estados-Membros Fundadores.A organização foi criada

para suceder a Liga das Nações,visando, principalmente,impedir outro conflito ar-mado envolvendo várias na-ções na sequência da SegundaGuerra Mundial.

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORESCONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Ministro Téte António e representante da ONU, Zahira Virani, discursam na cerimónia simbólica

País assinala 75 anos das Nações Unidas Acto vai ser marcado com intervenções do ministro das RelaçõesExteriores e da coordenadora do Sistema da ONU em Angola

O acto, que decorreno anfiteatro

Afonso Van-DúnemMbinda, no edifíciodo Ministério das

Relações Exteriores,é organizado em

parceria com a ONUAngola

mensagem e a documentaçãoindividual, procede de ime-diato, o pagamento dos valo-res”, esclareceu.O responsável acrescentou

que, em cada aldeia selec-cionada, existe um sistemade bateria solar que vai per-mitir o carregamento dos tele-fones que, a par de servir deauxiliar bancário, serão usadospara ouvir rádio e comunicarcom parentes e amigos.Belarmino Jelembi infor-

mou que o serviço de carre-gadores solares é outro negó-cio criado no mesmo pro-grama, a ser gerido por umindivíduo de cada aldeia, quevai cobrar 25 kwanzas porcada carregamento.Informou, ainda, que, bre-

vemente, vai ser lançada afase do projecto de inclusãoprodutiva, que prevê a for-mação e assistência técnicaem agricultura a várias famí-

MOXICO

Procuradora ausculta reclusos

Encontro com os reclusos

lias interessadas, que vão,também, receber sementese inputs, com o objectivo demelhorarem a actividadecampesina e reduzir a fome.O projecto Kwenda foi

lançado em Maio, na pro-víncia do Zaire, e beneficiou,durante a primeira fase, 5.600famílias em alguns municí-pios das províncias do Zaire,Huíla, Cunene e Malanje.Segundo Belarmino Jelem-

bi, foram seleccionados mais15 municípios de diferentesprovíncias, tendo avançado apossibilidade de o projectobeneficiar 300 mil famílias atéDezembro e empregar cercade 900 jovens.Maria Joaquim, uma das

contempladas, disse estarsatisfeita com os primeiros25.500 kwanzas que recebeu,que vai usar para a compra dechapas de zinco para a melho-ria do tecto da residência.

A procuradora junto do Ser-viço Penitenciário do Moxico,Elisa Iracelma Baptista, efec-tuou uma visita de auscul-tação aos reclusos do Esta-belecimento Penitenciáriodo Luena.No encontro com os reclu-

sos, Elisa Iracelma Baptistachamou a atenção para a dis-ciplina e cumprimento dasorientações normativas queo Serviço Penitenciário aplica,tendo esclarecido que o Mi-nistério Público tudo está afazer para desafogar a popu-lação reclusa.Segundo uma nota da dele-

gação provincial do Ministériodo Interior, a procuradoraexortou os reclusos a serempacientes, até que chegue omomento de cada um dispornovamente da sua liberdade.Durante a visita, o director

provincial do Serviço Peni-tenciário do Moxico, supe-rintendente prisional chefeVictorino Cambinda, apre-sentou o informe síntese dasituação operativa do Esta-belecimento Penitenciáriodo Luena.

Alfabetização No Uíge, 105 reclusos vãofrequentar aulas de alfabe-tização no EstabelecimentoPenitenciário do Kindoki,município de Negage, para

EDIÇÕES NOVEMBRO facilitar a sua reintegraçãosocial, após o cumprimentodas respectivas penas.No acto de abertura do ano

lectivo 2020/2021, o directorprovincial do Serviço Peni-tenciário, subcomissário pri-sional Dulcínio EmanuelSilvestre, considerou im-portante que os reclusos fre-quentem a escola, para elevaro nível de conhecimento aca-démico, embora em conflitocom a lei.O responsável referiu,

ainda, ser necessário con-tinuar a alfabetizar os reclu-sos e potenciar aqueles quejá detêm um nível académicoconsiderável, para facilitara sua reintegração. Para este ano foram ma-

triculados 105 reclusos paraas aulas de alfabetização, aserem ministradas nos mó-dulos 1, 2 e 3 e asseguradaspor três professores reclusos.Quanto às aulas do ensinotécnico profissional, estãomatriculados 96 reclusospara os cursos de Informá-tica, Canalização, Electri-cidade e Agropecuária.

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3Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Fernando Neto | Mbanza Kongo

O combate à corrupção, emcurso no país, vai devolvera esperança ao cidadão, cujosresultados podem levar opaís a não passar os próximos30 anos a pagar dívidas ecriar empregos para a juven-tude, afirmou o primeiro se-cretário provincial da FNLAno Zaire, João Dinis.Falando em conferência

de imprensa, em MbanzaKongo, o político defendeuuma auditoria independente,quer seja interna ou externa,para se apurar, com exacti-dão, em quantos mil milhõeso Estado foi prejudicado du-rante a governação do ex-Presidente da República, JoséEduardo dos Santos.

“Em função das práticasde corrupção, o número dedesempregados aumentaconsideravelmente, apesarda formação de técnicos emdiversas áreas do saber. Nãohá postos de trabalho sufi-cientes no sector público.Para agravar, os privadosestão a ressentir do impactonegativo da Covid-19”, disse.Quanto à construção da

Refinaria do Soyo, anunciadapelo Presidente da República,João Lourenço, na Mensagemsobre o Estado da Nação, opolítico da FNLA saudou a ini-ciativa. Segundo João Dinis,a implementação do projectovai criar mais postos de tra-balho para os jovens, bemcomo reduzir o défice de com-bustíveis que se assiste no país.No sector da agricultura,

João Dinis defendeu a apostana mecanização e moderni-zação das técnicas de irrigação,para permitir melhor apro-veitamento do solo fértil dopaís, sector que pode absorvermais desempregados.“A agricultura emprega o

maior número da populaçãoe os solos do país são férteis,somente precisam de bastanteágua. Daí a necessidade dese implementar novas técnicasde irrigação e não apenas nosfocarmos na importação deadubos e outros fertilizantes.É hora de o Governo isentaro pagamento de impostos nosinsumos agrícolas”, sublinhouo político.

Flávia Massua| Saurimo

O primeiro secretário pro-vincial do MPLA na Lunda-Sul, Daniel Neto, apelou aouso recorrente das redes sociaispor parte de dirigentes e mili-tantes do partido para con-trapor a onda de publicaçõescaluniosas e difamatórias paradescredibilizar as acções doGoverno.O político fez o apelo du-

rante uma reflexão à voltado discurso sobre o Estadoda Nação, proferido pelo Pre-sidente da República, JoãoLourenço, na abertura doAno Parlamentar, no dia 15de Outubro.Perante dezenas de mili-

tantes e dirigentes de distintasestruturas e organizaçõesinternas do partido, DanielNeto notou que "a desvalo-rização dos esforços do Go-verno", notória nas publica-ções feitas por alguns jovens,confirma a influência nocivadas mensagens de forma-ções políticas da oposiçãosobre os "investimentos, pro-jectos e perspectivas para odesenvolvimento da vidadas populações". "Devemos contrapor a

deturpação das mentes pordiscursos preparados paraconfundir os lúcidos e arras-tar os menos informados",ressaltou o também gover-nador da província. O político encorajou os

membros, da base ao topo,a desmascararem qualquertentativa que vise ofuscaras realizações do Governo.Considerou o discurso doPresidente da República"um documento importantepara estudo, a fim de per-mitir um posicionamentoadequado perante as adver-sidades actuais". Na semana passada, o

secretário para Informação ePropaganda do Comité Pro-vincial do MPLA de Malanje,Inácio Bernardo, exortou osmilitantes a usarem as redessociais como meio para cimen-tar a democracia e a paz social. Segundo o político, que

falava durante um semináriosobre o Código de Conduta

dos militantes do MPLA nasredes sociais, "é preciso queos membros do partido seabstenham de práticas dedifusão de conteúdos que esti-mulem a discórdia e divisão".Precisou que as platafor-

mas digitais devem servirde espaço privilegiado parao diálogo e mobilização socialpara as causas do partido, cen-tradas na resolução dos pro-blemas sociais.Segundo a Angop, o político

mostrou-se preocupado como facto de as redes sociais esta-rem, muitas vezes, associadasà divulgação de informaçõessem comprometimento coma verdade e ética, práticas quedevem ser combatidas, em prolda unidade dos angolanos.

Melhorias significativasNo Huambo, o segundo secre-tário provincial do MPLA,Adérito Chimuco Samu-cambo, reconheceu melhoriassignificativas na qualidadede vida dos habitantes domunicípio do Ucuma. Segundo o político, que

falava na abertura das jor-nadas “ÉME em movimento”,o município do Ucuma apre-senta um grau de execuçãodas acções do Plano Integradode Intervenção nos Municí-pios (PIIM) e dos programasde Investimentos Públicos(PIP) e Integrado de Desen-volvimento Local e Combateà Pobreza (PIDLCP) bastantepositivo. Disse que, no casodas obras do PIIM, registam75 por cento de execuçãofísica, concretamente a rea-bilitação de duas pontes nostroços Ucuma/Cacoma eUcuma/Mundundu.Citado pela Angop, Adérito

Chimuco Samucambo indicouque as acções do PIIM têm,igualmente, repercussão nosector da Educação, com aconstrução de 32 novas salasde aula nas comunas de Caco-ma e Mundundu, que vão aco-lher, no próximo ano lectivo,2.720 alunos. Com a imple-mentação do PIIM, disse, omunicípio terá a oportunidadede ampliar a rede sanitária,com a construção de uma uni-dade no sector de Tchiteve.

FNLA REDES SOCIAIS

“Luta contra a corrupçãodevolveesperançaao povo”

POLÍTICA

EDIÇÕES NOVEMBRO

Primeiro secretário do MPLA na Lunda-Sul Daniel Neto

Ao todo 103 cidadãos, detidos sábado,na sequência de uma manifestação,proibida, contra as políticas do Governo,serão julgados sumariamente hoje.Segundo o secretário de Estado do

Interior, Salvador Rodrigues, que falavaao Jornal de Domingo da TelevisãoPública de Angola (TPA), entre os detidosestão dirigentes e militantes da UNITA,principal partido da oposição.Trata-se de um grupo composto por

90 homens e 13 mulheres, acusados de“arruaça e desobediência” às autoridades,que haviam inviabilizado o protesto,como forma de evitar contaminaçõesem massa por Covid-19.A tentativa de manifestação decorreu

em atropelo ao novo Decreto Presidencialsobre a Situação de Calamidade Pública,que restringe os ajuntamentos na viapública a cinco pessoas.A marcha, frustrada pela Polícia

Nacional, contou com centenas de par-ticipantes, incentivados por activistasda sociedade civil e por membros dadirecção da UNITA.Os mesmos tentaram protestar contra

a não indicação de uma data para as eleiçõesautárquicas e a falta de emprego, assimcomo exigirem melhores condições sociais.A tentativa de manifestação ficou

marcada por actos de enfrentamentoàs forças policiais, incluindo o arremessode pedras e outros objectos, vandalizaçãode bens públicos, barreiras nas estradase queima de pneus, resultando, ainda,em seis feridos, entre os quais agentesda Polícia Nacional, a destruição demeios da corporação e de transeuntes.De acordo com Salvador Rodrigues,

citado pela Angop, as forças policiaissaíram à rua apenas para garantir amanutenção da ordem e tranquilidadepúblicas, em cumprimento ao DecretoPresidencial sobre a Situação de Cala-midade Pública, que proíbe ajuntamentosde mais de cinco pessoas.“As leis do país são para ser cumpridas.

Tudo vamos fazer para o cumprimentodas orientações emanadas pelo Exe-cutivo”, disse, sublinhando que, infe-lizmente, uma das partes não cumpriuas regras impostas.O responsável lamentou o facto de

dirigentes da UNITA se terem envolvidonuma acção que acabou em arruaça e

desacatos à autoridade. Apelou à socie-dade civil, particularmente aos partidospolíticos com assento na AssembleiaNacional, a usarem os meios legais paraa apresentação das suas reivindicações.“Tenham calma e, se todos nos sen-

tarmos, os problemas sociais serão resol-vidos a contento de todos os angolanos”,sugeriu o responsável.A governadora de Luanda, Joana Lina,

considerou, na sexta-feira, que a mani-festação realizada, no sábado, por mem-bros da sociedade civil, com o apoio daUNITA, foi “um acto de vandalismo edesacato às autoridades”.Ao fazer o balanço dos danos pro-

vocados pelos manifestantes, JoanaLina lamentou o sucedido e disse tersido com “bastante tristeza e desolação”que acompanhou o que considerou“cenas de violação das medidas contidasno Decreto Presidencial”.

Reacção da UNITAEm nota distribuída ontem, o Secreta-riado Executivo do Comité Permanenteda Comissão Política da UNITA refereque a marcha organizada pela sociedadecivil “é um direito constitucional quedeve ser respeitado”, e que “não estandoo país sob Estado de Sítio ou Emergência,os únicos capazes de restringir o exercíciodestes direitos, nada justificava o impe-dimento de uma manifestação com ouso da força desproporcional pelas auto-ridades, tal como se assistiu”.Segundo o maior partido da oposição,

“o Decreto Presidencial sobre a Situaçãode Calamidade revisto, alterado e anun-ciado à última hora no dia 23 de Outubroé infraconstitucional e não impede oexercício dos direitos, garantias e liber-dades fundamentais dos cidadãos”.No documento, a UNITA denuncia

e condena o que considera “detençãoe espancamento de manifestantespela Polícia Nacional, causando caosnas ruas de Luanda, o que seria evitávelse a marcha decorresse sem brutali-dade policial”.Considera, igualmente, que a acção

das autoridades “foi desproporcional àmarcha pacífica dos que reclamavampelo fim do elevado custo de vida e pelarealização de eleições autárquicas em2021 sem rodeios”.

KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

ARRUAÇA E DESOBEDIÊNCIA

Manifestantes vãoa julgamento hojeEntre os detidos estão membros da sociedade civil e militantes da UNITA, maior partido da oposição

MPLA exorta militantesa contrapor ataques

Secretário de Estado do Interior, Salvador Rodrigues, falou ontem à Televisão Pública

FERNANDO NETO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MBANZA KONGO

Secretário provincial daFNLA no Zaire João Dinis

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Mazarino da Cunha

Angolabate um novo recorde,ao registar, nas últimas 24horas, 355 novos casos daCovid-19, atingindo uma taxade positividade de 6,5 porcento. Dos casos ontem anun-ciados, 261 foram registadosem Luanda, 52 na Huíla, 19no Cunene, 15 no Cuanza-Norte, sete em Cabinda e umna província do Huambo.

Os dados foram avançadosontem, em Luanda, pelo secre-tário de Estado para a SaúdePública, Franco Mufinda, nohabitual encontro com jor-nalistas, no Centro de Im-prensa Aníbal de Melo (CIAM),sobre a evolução da pandemiano país.

De acordo com o secretáriode Estado, Angola apresentauma taxa de positividade de6,5 por cento e 2,8 por centode letalidade, superando ado continente africano, queé de 2,4 por cento. Em apenassete dias, o país registou 1.759novos casos.

O secretário de Estado escla-receu que na capital do país,os casos foram notificados nosmunicípios de Belas, Cazenga,Cacuaco, Kilamba Kiaxi, Viana,Icolo e Bengo, Viana, Talatonae nos distritos urbanos da In-gombota, Sambizanga, Samba,Maianga e Rangel.

Franco Mufinda disse queos casos têm entre dois mesese 88 anos, sendo 224 do sexomasculino e 131 do sexo femi-

nino. No mesmo período foitambém registado, na provínciade Luanda, uma morte e arecuperação de 47 pacientes.

Com estes dados, o paíssoma 9.381 casos confirma-dos, dos quais 268 óbitos,3.508 recuperados e 5.605activos. Deste número, 11estão em estado crítico a rece-ber tratamento por ventilaçãomecânica invasiva, 22 emsituação grave, 123 são con-siderados moderados, 397têm sintomas leves e 5.052assintomáticos.

O secretário de Estado paraa Saúde Pública informou quenos centros de tratamento daCovid-19, a nível do país, estãointernados 553 doentes. Emquarentena institucional estão131 cidadãos e 4.071 sob inves-tigação epidemiológica.

Nas últimas 24 horas, olaboratório processou 2.498

amostras, das quais 355 forampositivas. Desde o início dapandemia, em Março, foramprocessadas 144.543 amos-tras, sendo 9.381 positivas.

Franco Mufinda informouque o Centro Integrado deSegurança Pública (CISP)registou, ontem, 104 chama-das, todas relacionadas a pedi-dos de informação sobre apandemia da Covid-19.

O secretário de Estadoinformou, também, que aequipa de saúde mental eintervenção psico-socialassistiu, nas últimas 24 horas,23 pessoas, sendo 15 utentes,oito profissionais de saúdee o acompanhamento de 18famílias durante a doença eapós a alta.

BALANÇO DAS ÚLTIMAS 24 HORAS

Angola registou355 novos casos

da Covid-19 e uma morteOs dados foram avançados ontem, em

Luanda, pelo secretário de Estado para aSaúde Pública, Franco Mufinda, no habitual

encontro com jornalistas, no Centro deImprensa Aníbal de Melo (CIAM), sobre a

evolução da pandemia no país

EDIÇÕES NOVEMBRO

4 DESTAQUE Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Franco Mufindainformou que

o Centro Integradode SegurançaPública (CISP)

registou, ontem, 104 chamadas,

todas relacionadas a pedidos

de informaçãosobre a pandemia

da Covid-19

Edna Mussalo

A pandemiado novo Corona-vírus veio agravar ainda maisa situação dos albinos e temosassociados com dificuldadesde alimentação, avançouontem, em Luanda, o presi-dente da Associação de Apoiode Albinos de Angola (4As).

Manuel Vapor, que falavaao Jornal de Angola em alusãoa mais um ano de existênciada associação, disse que aactual situação que o paísvive deixa os albinos numacondição difícil, tanto na rea-lização de consultas, comona aquisição de cosméticos,medicamentos e alimenta-ção, deixando-os numa con-dição precária.

Segundo o responsável,as restrições de algumas

consultas nos hospitais agra-vam os problemas de saúdeque muitos dos albinos têm,pois precisam de consultasregulares e atendimento emvárias especialidades. "Mui-tos albinos possuem condi-ções de saúde frágeis, com

doenças que afectam a pele,os olhos e outras. O facto dehaver nos hospitais a prefe-rência no atendimento decasos de emergência leva aoagravamento do estado desaúde de muitos e há aindaa condição dos que, semempregos, vivem de negóciosou da venda ambulante, quecom o confinamento encon-tram-se na situação de fome,dependendo dos seus fami-liares ou de ajuda para sobre-virem", disse Manuel Vapor.

O presidente da 4As subli-nhou que várias são as dificul-dades que o albino em Angolaenfrenta. Desde a discrimina-ção, condição social precária,a escassez de medicamentose o alto preço dos cosméticostornam num inferno a vida dosalbinos no país.

Manuel Vapor apelou aoMinistério da Saúde para acriação de medidas maisrepresentativas que melho-rem o atendimento aos albi-nos nos hospitais, acesso àsconsultas e a diminuiçãodos preços de fármacos ecosméticos, de forma a queseja acessível aos bolsos detodos albinos.

O responsável disse quepor parte do Governo deviahaver interesse em facilitara vida do albino nas diferentesesferas sociais. Manuel Vaporreferiu ser necessária a criaçãode políticas públicas de pro-tecção sociais à pessoa albinacom vulnerabilidade.

Sobre os sete anos de exis-tência da 4As, que se come-morou dia 23 de Outubro,Manuel Vapor disse ser umadata de grande importânciapara a associação, que é com-posta por mil e quarentamembros em nove provínciasdo país, facto que consideraum grande ganho.

Manuel Vapor disse que adata foi comemorada de formarestrita, cumprindo-se todasas medidas de biossegurança,pois a efeméride não devepassar despercebida por sig-

nificar perseverança, auto-nomia e conquista de espaçopara a auto afirmação doalbino e serve também paratrocas de experiências, conhe-cimento e irmandade.

ANIVERSÁRIO DA 4AS

Albinos com condições agravadasEDIÇÕES NOVEMBRO

Manuel Vapor considera que a pandemia veio complicar

Segundoo responsável,as restrições de algumas

consultas noshospitais agravamos problemas desaúde que muitosdos albinos têm,pois precisam de

consultas regulares

Flávia Massua | Saurimo

Professoresde algumas esco-las que leccionam a disciplinade Química participaram,durante três dias, numa for-mação sobre técnicas para ofabrico artesanal de sabão,realizada em Saurimo, no qua-dro de uma parceria entre osgabinetes provinciais da Edu-cação da Lunda-Sul.

O evento, que na prática per-mitiu a produção de 300 barrasdo produto, que foram entreguesao lar de terceira idade e insti-tuições similares que albergamoutras franjas sociais vulneráveisda sociedade, é o primeiropasso, importante, para mitigara procura, num momento emque o país enfrenta a pande-mia de Covid-19.

Na sessão de encerramentoda formação, prestigiada pelapresença do vice governadorpara o sector social e econó-mico, Mendes Gaspar, o admi-nistrador municipal de Sau-rimo, Neves Romão, elogioua iniciativa num momento emque o sabão constitui um ele-mento importante no domí-nio da biossegurança. Parao director local do gabineteda Educação, CanhinguiquinePerfeito Candondolo, esta éa primeira formação, de vá-rias a serem realizadas, paragarantir a distribuição gra-tuita do produto às popula-ções carentes nas diferenteslocalidades da província daLunda-Sul.

O formador do projecto,Elias Seul, disse que na Lunda-Norte a equipa formou cercade 500 pessoas. Acrescentouque a experiência "tem aju-dado muitas famílias, comescassas possibilidades, numaaltura em que o seu uso é obri-gatório para contrapor o riscode infecção pela Covid-19.

LUNDA-SUL

Professoresfabricamem Saurimo300 barrasde sabão

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Ana Paulo

Num universode mil amos-tras realizadas na provínciade Luanda, sobre a utilizaçãode produtos de higiene delimpeza, mais de 80 por centodos inquiridos garantiramque fazem o uso do produtoe 12,2 por cento não.

Os produtos de higieneestão divididos por produtosde limpeza e de roupa, e naamostra de 1000 inquiridoscerca de 88,9 por cento dosentrevistados afirmaram queutilizam produtos de higienepara roupa e 73, 8 por centoutilizam produtos no lar.

Em termos de notoriedadeespontânea as marcas deprodutos de higiene paracasa utilizadas habitualmentesão Ultra, com 34,2 por cento,seguida da Madar com 27,8por cento e Fada com 25,9por cento. As marcas menosutilizadas pelos cidadãos sãoa Viva, o Omo, Allegro, Lavax,Ariel, Lida, entre outras.

No caso de limpeza no larMadar lidera no "top of mind"com 47,8 por cento, seguidada Só Klim com 11,0 porcento e da Fada igualmentecom 11, por cento.

Uma das medidas a ter

em conta após o indivíduochegar a casa, é a retiradada roupa para ser lavada, oque faz com que os citadinosprocurem cada vez mais nãosó os produtos de limpeza,mas também para a roupa,nomeadamente Omo, mas-sagem para roupa, lixívia,entre outros. Nos produtosde higiene para a roupa amarca de produto utilizadacom maior frequência con-tinua a ser a Madar, com 31,6por cento, seguida da SóKlim, com 17,7 por cento, eda Ultra, 12,3 por cento.

Os dados foram obtidosnos períodos de Agosto aOutubro, pela empresa depesquisa, estudo de mercadoe monitorização de mediaKeyresearch, que analisa oestudo do posicionamentodas marcas no mercado. Aempresa remeteu para ava-liação do público seis cate-gorias , nomeadamentehigiene pessoal, higiene nolar, bebidas alcoólicas, nãoalcoólicas, banca e seguros.

As tendências acimareportadas verificam-se noâmbito das medidas de bios-segurança que os cidadãostêm levado a cabo desde osurgimento da Covid-19.

Actualmente, com o aumentoconsecutivo de casos da pan-demia, os luandenses têmreforçado, no dia-a-dia, asmedidas de biossegurança,sendo os produtos mais con-sumidos os de higiene. querno lar como pessoal.

Sector das bebidas Ainda no âmbito do estudodo posicionamento das mar-cas, a empresa de pesquisa,estudo de mercado e moni-torização de media Keyre-search, aproveitando a amostrados mais de 460 entrevistados,procurou saber dos inquiridosquais as marcas de bebida quemais consomem nesta épocade pandemia.

Na classe das bebidasalcoólicas, em termos de noto-riedade, a cerveja Cuca lideracom 66 por cento de menções.Em relação ao consumo, cercade 31,5 por cento dos entre-vistados afirmaram que con-somem vinho, seja tinto, bran-co, verde ou rosé.

No grupo das bebidas nãoalcoólicas a marca Coca Colaestá em primeiro lugar emnotoriedade, com 25 porcento de menções. Segundodados enviados ao Jornal deAngola, quando se fala de

notoriedade nem sempre éassociada à marca da bebidaa qualidade, mas sim o pro-duto que os cidadãos estãohabituados a ver e dele ouvirfalar diariamente, seja deforma presencial, sabo-reando ou mesmo em men-sagens publicitárias.

Falando em publicidadede bebidas, nesta classe cercade 80,7 por cento dos entre-vistados recordam-se dasdivulgações efectuadas pelosmeios de comunicação sociale outdoors. Das marcas maislembradas pelos munícipesde Luanda, em primeiro lugarestá a cerveja Cuca, com 49por cento, em segunda posiçãoa cerveja Tigra, com 19 porcento, e em terceiro a cervejaEka, com 14,2 por cento.

A Cuca, Tigra e Eka são,no mercado, as marcas maislembradas e que surgem namente dos consumidores,na visão da direcção da em-presa de pesquisa. Esta selec-ção permite dizer que otrabalho de notoriedade de-senvolvido pelos represen-tantes das marcas - apostaem investimento publicitárioe realização de campanhasde viabilização -, tem semostrado ser eficaz.

Ana Paulo

O surgimentoda Covid-19 emAngola teve um grande impactoa nível financeiro, contribuin-do significativamente para oaumento do desemprego anível do mundo.

Segundo pesquisas daempresa Keyresearch, quantoaos recursos financeiros, osque possuem acabam aumen-tando a poupança, já aquelesque estão no desemprego eem situação de aperto finan-ceiro poupam muito menos.

Apesar da situação difícile da crise económica, exis-tindo os que poupam maise os que economizam menos,os cidadãos luandenses,mesmo em tempo de crisee falta de paciência pela situa-ção da pandemia decorrer,mostram ser optimistas edefendem que a felicidadedeve continuar e a bom ritmo.

Com o objectivo de sabersobre o optimismo dos cida-dãos luandenses com baseno nível de informação quedetêm sobre a pandemia, osdados recolhidos de Agostoa Outubro indicam que 53,7por cento dos entrevistadossentem-se bem informados,15,3 por cento nem bem, nemmal informados, 12 por centoconsideram-se mal informa-dos,13,1 por cento sentem-semuito bem informados, e ape-nas 3,8 por cento conside-ram-se muito mal informados.

Em relação às informaçõesadquiridas, cerca de 35,3 porcento mostram-se optimis-tas, 21,9 por cento são pes-simistas, 20 por cento nempessimistas nem optimistas,10 por cento muito optimis-tas, 7,1 por cento sentem-semuito pessimistas.

As informações foramobtidas por via telefónica einquéritos formulados comquestões fechadas. Durantea pesquisa em campo, a em-presa procurou saber tam-bém dos cidadãos o estadode humor de cada um nestaépoca. Para muitos, segundoos dados colhidos, no inícioda Covid-19 não era difícilpara os cidadãos ficarem emcasa, por terem a possibili-dade de permanecer mais

tempo com a família e exer-cer actividades preferidas,como hobbies.

Mas, ao longo do tempo, oestado de humor foi dimi-nuindo, com falta de paciênciade tanto ficarem em casa, cul-minado, assim, com crisefinanceira, problemas de saúde,stress, entre outros aspectos.

Por parte da população resi-dente em Luanda, em relaçãoao sentido de paciência, quaseum quarto da população sedizia nada ou pouco paciente,e com o passar dos dias, a faltade paciência aumentou paracerca de 30 por cento, o quefaz com que haja um aumentode falta de paciência.

Segundo dados da empresa,em Agosto eram quase 40 porcento dos residentes em Lu-anda que se consideravamfelizes ou muito felizes, e essafelicidade aumentou para maisda metade da população nestemês de Outubro. A mesmarealidade que a disposição,que em Agosto era de 60 porcento, agora em Outubro estamesma disposição passoupara 70 por cento.

Em declarações ao Jornalde Angola, o director geralda empresa de pesquisa Key-research, Paulo Santos, de-fende que quando se fala emaumento de desemprego, areferência não é somente aindivíduos que trabalhavamem empresas do sector pri-vado, mas sim, deve-se con-siderar também aqueles con-sumidores que trabalhavamno informal e perderam oseu rendimento.

Com 15 anos no mercadode pesquisa, Paulo Santosconsidera que o ano em cursoé complexo para qualquersector de actividade, sendoque existem clientes queprocuram os serviços daempresa no sentido de solu-cionar os seus problemas,sobretudo das marcas. "Nãodevemos parar, mas simseguir em frente, porque aeconomia tem que avançar",frisou, destacando que asempresas devem apostar naspesquisas porque a recolhade dados tem o intuito dedar resposta às necessidadesdos consumidores.

5Segunda-feira26 de Outubro de 2020DESTAQUE

EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

DADOS DE PESQUISA REVELAM

Produtos de higiene lideramas compras dos consumidoresNo sector de consumo registou-se um aumento de produtos de higiene no lar, e uma queda no sector das bebidas, com destaque para as gasosas e sumos

Luciano Rocha

Os preconceitos que, ainda,envolvem as infecções donovo coronavírus devem-seà ignorância, mas, igualmente,a quem tem a obrigação de nosesclarecer, a todos, sem excep-ção, e não o faz, pelo menoscomo deve.

A pandemia, que assola omundo, sem escolher conti-nentes, quanto mais países,pode atacar qualquer um,

mesmo que cumpra, ou julguecumprir, todas as medidas im-postas para, no mínimo, lhedificultar a expansão. Queristo dizer que, assim sendo,não vale apenas respeitá-las?Pelo contrário, nesta luta desi-gual que estamos obrigadosa travar contra um dos maisperigosos e matreiros inimigosque a Humanidade conheceu,o que nos pode valer é cum-pri-las, tal qual náufragos semterra à vista, que se agarram

ao quer que seja para os man-ter à tona, na esperança deverem surgir quem os salve. Àfalta de um vacina que rechaceo vírus que a move, comprimidoou xarope que a desfaça é oque nos resta.

Qualquer um pode ser vítima,inclusivamente mortal, da Covid-10, pelo que não é vergonhaassumir o contágio, nem se per-cebe que as famílias o encubram.Talvez, até, seja benéfico divulgara situação, como forma de alerta,inclusive nos casos de óbito.Muitos leitores lembram-se doambiente instalado com o apa-recimento do Sida, cujos infec-tados foram, erradamente,

associados à libertinagem, oque lhes valeu serem margina-lizados, em alguns casos pelaspróprias famílias. O tempo e aciência encarregaram-se dedemonstrar que qualquer pessoaestá sujeita a contrair a doença.Basta-lhe, por exemplo, necessitarde uma transfusão de sangueou de uma corriqueira injecção.Embora continue a haver riscosde infecção, já não mata e, mesmocom a enfermidade, é possívellevar-se uma vida quase normal,desde que se cumpra a medi-cação. Neste século XXI d.C, quejá leva duas décadas, há pre-conceitos inacreditáveis que semantêm pela ignorância.

PERISCÓPIO

Infecções e preconceitos

Luandenses continuamoptimistas apesar

do impacto da Covid-19

CRISE SANITÁRIA

Mais de 350 projectosA Keyresearch é uma em-presa de estudos de mer-cado e monitorização demedia com mais de 350 pro-jectos realizados até ao pre-sente ano. Com uma equipamultidisciplinar com 15 pro-fissionais que têm sob asua responsabilidade a ges-tão de projectos qualitativose quantitativos, actualmentetem em campo uma equipade 107 colaboradores para

a realização de pesquisasa todos os níveis.

A equipa interna é com-plementada por uma equipacomposta por inquiridores econsultores, que utilizam meto-dologias aplicadas, nomea-damente, o universo constituídocom 15 e mais anos, amostracom mil indivíduos, bem comoa técnica de recolha realizadapor intermédio de um tablete questionário.

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O Presidente da Tanzânia,John Magufuli, é conhecidocomo um líder excêntrico,crítico da forma de gover-nação ocidental e conside-rado um dos Chefes de Estadoa combater eficazmente acorrupção num país africano.Com a pandemia, ganhouum novo atributo: é o homemque declarou o país livre donovo coronavírus, um anún-cio feito em Junho. Será mes-mo assim?

Não é que o país da ÁfricaOriental não pudesse estarlivre da infecção, mas a for-ma pouco convencionalcomo o Chefe de Estado lidoucom a pandemia de Covid-19, desde o início - e que le-vou a OMS África a dar umareprimenda à Tanzânia, pelaforma “lenta” como estavaa agir para conter a disse-minação do vírus - tem dei-xado muitas dúvidas sobrese a declaração de Magufulié verdadeira.

O Presidente não de-fendeu o confinamento,antes pelo contrário: instouas pessoas para que conti-nuassem a frequentar igrejase mesquitas.

“O novo coronavírus, queé um demónio, não podesobreviver no corpo deCristo. Ficará instanta-neamente queimado”,afirmou Magufuli, elepróprio um cristão de-voto, recorda a BBC, quededica um longo artigoao percurso do Presi-dente tanzaniano.

Quando fez a polémicadeclaração, o calendáriomarcava o dia 22 de Março.Dias antes - a 16 - o paísregistava a primeira infec-ção. Também se manifestoucontra o distanciamentosocial e o uso de máscarase questionou a eficácia doteste à doença. Chegou apedir para testarem animaise frutas, para provar queos testes não funcionavame revelou que um mamão,uma codorniz e uma cabratinham testado positivo.

Anun-ciou que não

iria permitir o fecho da eco-nomia e criticou os países vizi-nhos por estarem a fazê-lo.

Mesmo com um primeirocaso detectado no país, JohnMagufuli apenas decretou oencerramento de escolas einstituições de ensino e de-morou um mês a suspenderas actividades desportivase a decretar o fecho das fron-teiras. É certo que o limitede passageiros nos trans-

portes públicos foi reduzido,bem como o número declientes em bares e restau-rantes, mas a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS)para África, através do seudirector, Matshidiso Moeti,não considerou as medidassuficientes.

“Na Tanzânia, observa-mos que o distanciamentofísico, incluindo a proibiçãode ajuntamentos, demoroualgum tempo para aconte-cer e acreditamos que essesfactores possam ter levado

a um rápido aumento decasos no país”, disse Moeti,em Abril.

Na Tanzânia, os merca-dos e outros locais de tra-balho continuaram abertos,como sempre, bem comoas igrejas e as mesquitas.

“Tivemos uma série dedoenças virais, incluindoSida e sarampo. A nossa eco-nomia deve vir em primeirolugar. A vida tem de conti-nuar”, justificou Magufuli.

“Os países de África virãoaqui para comprar comida

nos próximos anos... vãosofrer com a paragem daeconomia”, vaticinou.

No início de Junho, Magu-fuli declarou o país “livre donovo coronavírus” e o Minis-tério da Saúde também anun-ciou o encerramento dos cen-tros de tratamento e isola-mento de infectados.

Mas a Tanzânia deixou depublicar os números de casosdo novo coronavírus em Maio,o que torna difícil comprovara ausência de novas infecções.O país tinha 509 casos regis-

tados, 21 mortes e 183 recu-perados, quando publicou asua contagem final.

“O país funciona na escu-ridão dos dados”, considerourecentemente o analista tan-zaniano Aidan Eyakuze.

Os relatos são de que oshospitais do país estão a fun-cionar como antes da pandemiae nem a mediaindependente,nem as ONG têm apresenta-do dados contrários. Em Julho,médicos tanzanianos disseramà BBC que os hospitais não esta-vam sobrecarregados.

Magufuli concorre agora a umsegundo mandato. É inspiradopelo primeiro Presidente da Tan-zânia, Julius Nyerere, que semprefoi “ferozmente independente”,recorda a BBC. O Chefe de Estadorefuta, entretanto, que seja influen-ciado pelas acções de outros líde-res regionais e internacionais,em prol dessa independência.

“O nosso pai fundador nãoera alguém que recebesse ins-truções sobre o que fazer ... Aque-les que elaboram esse tipo deregras (de confinamento) estãoacostumados a cumprir direc-trizes que o nosso pai fundadorrecusou”, disse Magufuli.

John Magufuli foi declaradoPresidente da Tanzânia no diado seu 56º aniversário, em Outu-bro de 2015, e parecia ser tudoaquilo de que o país precisava:eficiente e incorruptível.

No primeiro dia como Chefede Estado, declarou-se fortementecontra o absentismo crónico dopaís nos serviços públicos. Emvisita oficial aos escritórios doMinistério das Finanças, perguntouonde estavam os funcionários.

Despediu milhares dos cha-mados “trabalhadores fantas-mas” da folha de pagamentopública e demitiu aqueles queforam considerados corruptosou que tinham fraco desempe-nho. Fê-lo muitas vezes peranteas câmaras de televisão.

Cancelou as comemoraçõesdo Dia da Independência pela pri-meira vez em 54 anos, para pouparnos gastos, e direccionou a verbapara a limpeza das ruas - recolheuo lixo com as próprias mãos doexterior da residência oficial.

Foi um sucesso. Ao fim do pri-meiro ano de presidência, nasceua hashtag no Twitter: #What-WouldMagufuliDo (o que vai fazerMagufuli). Em 2017, um professorqueniano pediu a “Magufulicação”de África, durante um discursona Universidade de Dar es Salaam.

Mas também anunciou que aTV do Estado iria deixar de transmitiras sessões parlamentares ao vivo,como medida de corte de custos.A oposição considerou a medidaum acto de censura e planeoumanifestações contra a decisão,mas o Governo proibiu-as.

Em 2017, uma canção dopopular rapper tanzaniano Naywa Mitego a criticar a presidêncialevou a que o artista fosse detido.Magufuli ordenou a libertaçãoum dia depois, mas sugeriu quea música fosse reformuladapara incluir versos sobre outrosproblemas na sociedade, comoa fraude nos impostos.

Magufuli aprovou uma lei queimpede as raparigas que engra-vidam de frequentarem ou regres-sarem à escola, após o nascimentoda criança e sob a sua presidênciaas estatísticas oficiais deixaramde ser públicas. Os críticos são,no entanto, unânimes: Magufulicontribuiu para o desenvolvimentoda Tanzânia nos últimos anos,investindo em vários grandes pro-jectos de infra-estruturas e aumen-tou a produção de electricidade,existindo cada vez menos racio-namento de energia no país.

Também deu nova vida àcompanhia aérea estatal, AirTanzania, que tinha apenas umavião - tem agora seis novosaviões e integrou outros queestavam em manutenção.

“Contribuiu para o desenvolvimento do País”

Nasceu e cresceu numa pe-quena vila do distrito de Chato,ao longo da margem do LagoVitória, e diz que foi a sua origemmodesta que o inspirou a tra-balhar para o povo.

“A nossa casa era de palhae, como muitos meninos, eutambém era pastor, além devender leite e peixe para sus-tentar a minha família”, reveloudurante a campanha eleitoralde 2015.

“Eu sei o que significa serpobre. Vou esforçar-me paraajudar a melhorar o bem-estardas pessoas”, prometeu.

Foi professor de Matemá-tica e Química e trabalhoucomo químico industrial antesde renunciar, em 1995, paraconcorrer à cadeira parla-mentar no seu distrito - Chato.Subiu na hierarquia e foi no-meado para vice-ministro dasObras Públicas.

Quando se candidatou, em2015, as eleições presidenciaisforam das mais aguerridas dahistória do país - Magufuli ven-

ceu com 58% dos votos.Agora, um segundo man-

dato parece mais difícil. Éacusado de oprimir a opo-sição e de restringir a liber-dade de imprensa, além dedificultar a vida às empresasestrangeiras.

O principal candidato da

oposição nas próximas eleiçõesé Tundu Lissu, do partido Cha-dema, que sobreviveu a umatentativa de homicídio em 2017e ficou quase três anos numhospital, no exterior, em tra-tamento e reabilitação.

Ninguém foi acusado docrime.

DR

6 DESTAQUE Segunda-feira26 de Outubro de 2020

O Presidente foi sempre contra o distanciamento social e ouso de máscaras. Chegou a mandar testar um mamão, umacodorniz e uma cabra, para provar que os testes não funcionavam. Em Junho, declarou o país livre da Covid-19, mas não há dadosda infecção desde Maio. O artigo é do Diário de Notícias

DR

De onde vem Magufuli?

PRESIDENTE MAGUFULI TENTA SEGUNDO MANDATO

CRÍTICOS UNÂNIMES

Tanzânia, um país livre do vírus ou uma Nação a tentar encontrar-se?

Jonh Magufuli

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De acordo com o El País, oEstado de Emergência agoradecretado em Espanha serámuito mais "suave" do queo de Março, contudo, irádurar mais tempo.

Apesar de o decreto sóser válido para os próximos15 dias, segundo o El País,prevê a necessidade deprorrogá-lo no congressopor um longo período,durante seis meses.

Desta vez, a medidavisa sobretudo aplicar oconfinamento nocturnoentre as 23h e as 6h -também definido comorecolher obrigatório -que a maioria das comu-nidades e spanholasdefende, de forma aestagnar a segunda vagade contág ios o maisrápido possível e chegarao Natal com números

mais controlados.Recorde-se que o

Conselho de Ministrosespanhol reuniu de formaextraordinária ontempara aprovar o Estado deEmergência limitado.

A Espanha já registoumais de um milhão decasos de Covid-19 desdeo início da pandemia,entre os quais à volta de35 mil mortes.

REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA FOI REALIZADA ONTEM

Governo espanholdecreta Estado de

Emergência no paísMedida pode vigorar até Abril e implica umrecolher obrigatório entre as 23h e as 6h. O

Governo espanhol decretou ontem o Estado deEmergência em todo o país

e pretende que o mesmo vigore durante seismeses, até Abril de 2021

NÚMEROS SOBEM

África passou ontem os 1,7milhões de infectados e regis-tou, nas últimas 24 horas,mais 223 mortos devido àCovid-19, num total de 41.145óbitos, segundo os dadosmais recentes da pandemiano continente.

De acordo com o Centrode Controlo e Prevenção deDoenças da União Africana(África CDC), nos 55 Estados-membros da organização houvemais 11.456 infectados, tota-lizando 1.707.741, e o númerode recuperados subiu 5.144,nas últimas 24 horas, para umtotal de 1.399.238.

A África Austral continua aregistar o maior número decasos de infecção e de mortos,registando 790.384 infectadose 20.376 vítimas mortais. Nestaregião, só a África do Sul, o paísmais afectado do continente,contabiliza 714.246 casos e18.944 vítimas mortais.

O norte de África, a se-gunda zona mais afectadapela pandemia, tem 467.301pessoas infectadas e 13.123mortos e na África Oriental há203.095 infectados e 3.786 víti-mas mortais.

Na região da África Ociden-tal, o número de infecções éde 187.224, com 2.727 vítimasmortais, e na África Central há59.737 casos e 1.133 óbitos.

O Egipto, que é o segundopaís africano com mais vítimasmortais, a seguir à África doSul, regista 6.187 mortos e106.397 infectados, e Marrocoscontabiliza 3.255 vítimas mortaise 194.461 casos de infecção.

A Argélia surge logo a seguir,com 55.880 infecções e 1.907mortos.

Entre os seis países maisafectados estão também a Etió-pia, que regista 92.858 casosde infecção e 1.419 vítimasmortais, e a Nigéria, com 61.930infectados e 1.129 mortos.

Entre os países africanosque têm o português como lín-gua oficial, Angola lidera emnúmero de mortos e Moçam-bique em número de casos.

Segue-se Cabo Verde (94mortos e 8.322 casos), GuinéEquatorial (83 mortos e 5.079casos), Moçambique (85 mor-tos e 11.895 casos), Guiné-Bis-sau (41 mortos e 2.403 casos)e São Tomé e Príncipe (15 mor-tos e 935 casos).

O primeiro caso de Covid-19 em África surgiu no Egipto,em 14 de Fevereiro, e a Nigériafoi o primeiro país da África sub-sahariana a registar casos deinfecção, em 28 de Fevereiro.

A pandemia do novo coro-navírus já fez pelo menos1.151.077 mortos desde quecomeçou no fim de Dezembrode 2019 na China, de acordocom um balanço feito ontempela agência France-Press.

Os casos diagnosticadosoficialmente de infecçãopelo novo coronavírus ascen-dem a 42.694.790, dos quais28.991.400 foram dadoscomo recuperados, emboraestes números não reflictama totalidade do número realde contágios, uma vez quealguns países apenas fazemtestes aos casos graves daCovid-19, enquanto outrostêm menos capacidade detestagem.

Nas últimas 24 horas, regis-taram-se 466.838 casos emtodo o mundo e 5.765 pessoascom Covid-19 morreram.

Os países com maior nú-mero de mortes nos balançosmais recentes são os EstadosUnidos, com 906 mortes, Índia,com 578, e Brasil, com 432.

Os Estados Unidos são opaís com mais casos de infec-ção (8.578.063) e mortes comCovid-19 (224.906), segundoum balanço da UniversidadeJohns Hopkins. O númerode pessoas recuperadas cifra-se nas 3.406.656.

Os outros países mais afec-tados pela pandemia são oBrasil, com 5.380.635 casosacumulados e 156.903 mortes,a Índia, com 7.864.811 casose 118.534 mortes, o México(886.800 casos e 88.743 mor-tes) e o Reino Unido (854.010casos e 44.745 mortes).

A China, sem contar comMacau e Hong Kong, teve ofi-cialmente 85.790 casos (mais15 desde sábado), dos quais4.634 morreram e 80.981recuperaram da infecção.

Entre os países mais afec-tados, o Peru é o que tem maismortes por habitante, com103 mortes por 100.000 habi-tantes, seguido da Bélgica,com 93 mortes por 100.000,Espanha e Bolívia, ambascom 74 mortes por 100.000habitantes.

Por região, a América La-tina e as Caraíbas registaramontem um total de 10.897.051casos e 390.870 mortes, osEstados Unidos e Canadá8.791.791 casos e 234.826 mor-tes, a Ásia tinha 10.153.519casos e 165.627 mortes, oMédio Oriente tinha 2.424.331casos e 56.245 mortes, a África1.709.040 casos e 41.102 mor-tes e a Oceânia 33.967 casoscom 1.012 mortes.

O balanço da FrancePressassenta em dados recolhidospelas delegações da agêncianoticiosa junto das autori-dades nacionais competen-tes e da Organização Mundialde Saúde.

MUNDO

Covid-19 jáfez 1.151.077mortos

entre 42,9milhões deinfectados

O Primeiro-Ministro italiano,Giuseppe Conte, assinou ontemum novo decreto que impõe oencerramento de piscinas, giná-sios, teatros e cinemas a partirde hoje, numa tentativa de con-ter os contágios que dispararamno país.

A medida ontem anunciadadetermina ainda o encerra-

mento às 18h00 dos bares erestaurantes.

Após horas de negociaçãocom as regiões italianas quepretendiam ajudas para osproprietários de bares e res-taurantes, foi assinado essenovo decreto que entra emvigor hoje e vai até ao dia 24de Novembro.

O endurecimento das medi-das surge depois do aumentoexponencial de casos, tendo opaís registado no sábado mais19.644 casos e 151 mortes devidoà Covid-19.

A Itália segue com grandepreocupação o aumento depacientes internados, que jásão 12.415 em todo o país, mais817 em relação a sexta-feira.

Relativamente aos cuidadosintensivos, os dados das auto-ridades de saúde italianas dãoconta que estão nestas unidades1.128 pessoas, mais 79 pessoasem relação a sexta-feira.

O novo decreto lembra a obri-gatoriedade do uso de máscarasem todos os momentos e é reco-mendável evitar receber visitas.

Embora tenha sido evitadoo recolher obrigatório a nívelnacional, que já existe em re-giões como a Lácio, cuja capitalé Roma, Campânia, Sicília, Calá-bria e Lombardia, as regiõestêm o poder de encerrar as áreasonde se registem aglomeraçõesa partir das 21 horas.

Restaurantes, bares, pubs,geladarias e confeitarias podemfuncionar apenas das 5h00 às18h00, mas podem abrir aosdomingos e feriados.

São permitidas apenas qua-tro pessoas por mesa, desdeque sejam do mesmo núcleofamiliar.

Ginásios, piscinas e spas,bem como centros culturais,

centros sociais, centros recrea-tivos, salas de bingo, casinose parques de diversões tambémdevem ser fechados, enquantoos parques e parques infantispermanecerão abertos.

Teatros, cinemas e salasde concertos também estãoencerrados, bem como os fes-tivais ao ar livre, sendo proi-bida toda a forma de organi-zação de eventos e conferên-cias presenciais.

A abertura das estaçõesde esqui não será permitida,principalmente após as ima-gens de sábado com longasfilas e pessoas lotadas nosteleféricos.

O Governo não decretou aproibição da deslocação entreregiões, mas “recomenda vee-mentemente a todas as pessoasque não se desloquem, por meiode transporte público ou privado,a um município que não seja ode residência, excepto para ne-cessidades comprovadas detrabalhar ou estudar, por motivosde saúde”.

Também introduz novasmedidas para aplicar a educa-ção à distância a pelo menos75% dos alunos dos cursos desegundo grau do ensino médio,ou seja, maiores de 14 anos.

O presidente do Governoitaliano, Giuseppe Conte, deuontem uma conferência de im-prensa para explicar o conteúdodo novo decreto.

7Segunda-feira26 de Outubro de 2020DESTAQUE

Itália encerra teatros,cinemas, bares e restaurantes

PARA CONTER PROPAGAÇÃO DO VÍRUS

África supera os 1,7milhões de contágios pelo novo coronavírus

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Restaurantes, bares,pubs, geladarias e

confeitarias podemfuncionar apenas

das 5h00 às 18h00,mas podem abrir

aos domingos e feriados

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Vanessa de Sousa

Vamos começar com umapequena subversão: “Visãoestratégica para o Plano deRecuperação Económica de‘Angola’, 2020-2030”, ou prefereque coloque África?Angola é África. Como sabe,nasci em Angola, é um paísa que estou muito ligado. Éum país de que gosto muito.Tenho lá muitos dos meusamigos e memórias que acom-panham a minha vida, e queme formataram.

Posso fazer aquela perguntaabsurda, infantil, mesmo, gostamais de Angola ou de Portugal? Gosto dos dois países. Soudaquela tribo de luso-ango-lanos que se preocupa muitocom os dois países e, obvia-mente, querem o bem dos doispaíses. Acompanho muitoAngola, e África. Acredito queÁfrica é o continente do futuroe creio que isso se pode mate-rializar durante este século,porque vai ter um impactobrutal no mundo em termosda população – a populaçãoafricana é a que mais vai crescerneste século, a par da popu-lação asiática, e a demografiaé o sustentáculo do desenvol-vimento económico. Áfricateve, na primeira década desteséculo, de 2003 a 2013, umasubida do rendimento globalde cerca de 30%, ao contráriode décadas anteriores, quandohouve quedas expressivas. Foiuma demonstração clara quehá condições para África en-contrar um caminho diferentee gizar um plano de desen-volvimento e prosperidade.Mas para isso acontecer háque mudar muitas coisas.Acompanhei com atenção odiscurso do Presidente JoãoLourenço, no dia 15 de Outubro,na Assembleia Nacional...

O recente discurso do Estadoda Nação...... Na abertura do ano parla-mentar, onde focou aquiloque me parecem prioridadesabsolutamente essenciais: adiversificação da economia,o desenvolvimento do mer-cado interno – produção debens, e, sobretudo, bens bási-cos. O Presidente também refe-renciou a diversificação doleque das exportações, e depoisa protecção do emprego e cria-ção de emprego. Acho que sãodesígnios extremamenteimportantes. Angola teve nopassado, e foram várias as vezesque o elencou, a possibilidadede diversificar a economia eisso nunca aconteceu...

E começa a ser um discursovazio, na medida em que a per-secução e a acção não corres-pondem ao discurso? Primeiro de tudo temos denos interrogar sobre o quefalhou no passado, quandose anunciaram os programasda diversificação da economiae que não funcionaram. Sevamos repetir as mesmasreceitas, vai dar ao mesmo,falhamos outra vez. É extre-mamente importante, no casode Angola, perceber que nopassado houve essa depen-dência colossal das receitaspetrolíferas...

Mas esse também é um pro-blema africano, a dependênciaexcessiva de uma determinadacommodity. Na sua opinião em

que medida esse problema écaracteristicamente angolano? O problema é angolano e é deoutros países africanos. Áfricaé muito heterogénea. Se olhar-mos para o Botswana, é umpaís notável, que usou a receitados diamantes para diversi-ficar a economia, investir naeducação das pessoas, na qua-lificação, na saúde. Portanto,um programa que é muitodiscutido e que é extrema-mente importante...

Suspeito que já me está a dizeronde é que Angola falhou? Angola nunca investiu seria-mente na formação e na qua-lificação das pessoas. Nuncainvestiu, de uma forma essen-cial, no sistema nacional desaúde. Não procurou libertar-se da dependência do petróleoe do gás. E essa é uma questãoque está estudada: é exacta-mente nos períodos de boom,em que os preços do petróleosão altos e que as receitas finan-ceiras podem ser geradas eutilizadas para diversificar aeconomia e apostar fortementena agricultura. Se olhar parao share da agricultura no PIBnacional é muito baixo emAngola. Como é que é possívelum país que é altamente fértil,que tem solos extraordinários,importa a maior parte dos bensalimentares? Não é um cami-nho sustentável. Eu acho quetem de se começar exacta-mente por aí, pela agricultura,pelo sector primário, pelo

desenvolvimento rural, pelosmercados de trabalho, pelacriação de condições paradesenvolver a produção agrí-cola, nem que seja só umaagricultura que sustente ascadeias logísticas locais, porqueisso pode transformar com-pletamente o país.

Está a ir ao encontro daquilo quetem dito reiteradamente o Pre-sidente João Lourenço, da apostana agricultura. Mas para que essaaposta seja consequente, o queé que deve ser feito? Começa logo na governaçãodo país e na administraçãopública, que são absoluta-mente vitais para pôr um paísa funcionar. Penso que o Pre-sidente João Lourenço lançou,e muito bem, a campanhacontra a corrupção. A cor-rupção desvirtua o funcio-namento quer da economiaquer do Estado, é um factorde grande atraso, mas depoissão precisas mudanças aonível da administração pública

- mais eficaz, mais agilizada.Acredito que com a qualifi-cação, com a formação daspessoas - porque há quadrosqualificados -, e com a própriadigitalização da administraçãopública, se pode mudar muitacoisa. Depois é preciso encon-trar os players. Não bastaenunciar os projectos, é pre-ciso quem os vá executar edefinir qual o modelo degovernança desse projectos.Penso que em Angola é impor-tante ganhar-se a confiançaentre governantes e gover-nados. Por exemplo, a pres-tação de contas. Hoje em dia,através dos portais públicos,é dito para onde vão as verbas,a que projectos estão alocados,quais são as taxas de execução.O funcionamento da admi-nistração e o modelo de gover-nação são absolutamentecruciais. O atraso de muitospaíses africanos está relacio-nado com a má governação.Está relacionado com a inca-pacidade de a administração

pública responder. Está rela-cionado com o facto de muitasvezes as políticas que sãoenunciadas são vazias no sen-tido da sua exequibilidade.Tudo isso são factores quearmadilham África numaespécie de círculo de pobrezade que tem de se libertar.

Mas temos em Angola a maiorparte dos contratos que aindase faz por decreto presidencial. Tudo pode mudar se apostar-mos nos elementos cruciaisque favorecem o desenvolvi-mento de uma boa adminis-tração pública. Com um bomsistema de governação tudose pode mudar. Por exemplo,no Uganda, o antigo ministrodas Finanças quando se aper-cebeu que muitas das verbasque enviava para as escolasnão chegavam ao seu destinoe eram desviadas, adoptouuma medida muito simples:para cada escola para onde eraenviado o dinheiro, nas aldeiase nas vilas, era anunciado queessa escola recebeu do Estadotantos milhões de dólares paradesenvolver os seus projectos.E a prestação pública de contasfaz com que a própria popu-lação também tenha controle.Angola veio de um período,antes do Presidente João Lou-renço, muito dramático, emque a administração se tornoumuito opaca, coincidiu - infe-lizmente, digo eu – com o fimda guerra civil no país, em2002, exactamente quando

houve o boom das commo-dities e das matérias-primasno mundo. E o que é que sepassou? Temos um país queenfrentou um longo ciclo deguerras, Angola tem uma longaluta de libertação nacionalcontra o regime colonial por-tuguês, que foi seguida, em1975/1976, das guerras deintervenção da África do Sule de outras potências estran-geiras. Depois há uma guerra,também longa, entre 1977 e1991, que é uma espécie deguerra fria - guerra por pro-curação - onde as superpo-tências internacionais usa-vam o MPLA e a UNITA parafazerem mover os seus inte-resses, e o país foi altamentepenalizado por isso, mas oque é dramático é que a seguir,depois desse período glorioso- que vai de Maio de 1991 atéSetembro de 1992, que é umperíodo de paz, e Angola temuma demonstração clara quehouve um dividendo da paz,e que a paz pode trazer bene-fícios ao desenvolvimento daeconomia -, a seguir, há aguerra civil, e foi talvez a guerramais cruel de todas, com adelapidação que aconteceu. Equando os países estão emguerra, os governos estão muitocentralizados, e o país, pro-vavelmente, nunca fugiu aisso. E o fim da guerra coincidecom o grande boom das maté-rias-primas, o ciclo brutal dospreços do petróleo e as recei-tas incalculáveis que o paísrecebeu e que não foram apli-cadas na diversificação, numaaposta na educação, na saúde,na agricultura...

E sabemos agora que foramdrenadas para o exterior. Tive-mos uma corrupção endémicaque enfraqueceu o Estado e anoção de Estado em Angola.O problema é que passaramduas décadas, e duas décadasdepois não podemos continuara explicar tudo de acordo comesse tempo, com a guerra? O que me parece é que a lutacontra a corrupção é umamarca absolutamente deci-siva, porque significa dar umrecado muito claro a toda asociedade e a todo o sistemapolítico de que a corrupçãonão vai ficar impune. E éimportante o contraste como que acontecia antes. Pensoque isso é um passo impor-tante que tem de se articularcom todos os outros passosda mudança: na governação,na transparência, na prestaçãode contas e na confiança entregovernantes e governados. Ese isso não for feito, o paísvai ter uma situação difícil.E depois é preciso encararseriamente as razões do insu-cesso. E chamo atenção parao livro de Daron Acemoglu eJames Robinson, “PorqueFalham as Nações”, e elesidentificam claramente quaissão os factores de sucesso dasnações. Um é a qualidade dasinstituições. Tem de se investirna qualidade das instituições,e o Estado angolano é umEstado fraco, muito fragiliza-do ao longo deste tempo, aselites com toda a sua fraquezae com o desvirtuamento, di-gamos, do sistema de enri-quecimento e da acumulaçãoprimitiva, que funcionou afavor das elites e não do paíse criou um fosso brutal. An-gola é dos países mais desi-guais do mundo. A qualidade

“O PresidenteJoão Lourençotem razão nos grandesdesígnios”António Costa e Silva nasceu a 23 deNovembro de 1952 em Angola, emCatabola, na província do Bié. Maistarde vem para Luanda, entra nauniversidade e integra os comitésAmílcar Cabral. Estava no Largo 1.ºde Maio no dia 11 de Novembro de1975 a aplaudir o discurso deAntónio Agostinho Neto na primeiranoite da Nação independente. Em Dezembro de 1977 é preso nasequência dos acontecimentos do 27 de Maio. Solto em 1980,permanece em Luanda e integra os quadros da Sonangol

8 ENTREVISTA Segunda-feira26 de Outubro de 2020

O Presidente também referenciou adiversificação do leque das exportações,

e depois a protecção do emprego ecriação de emprego. Acho que são

desígnios extremamente importantes

ENGENHEIRO ANTÓNIO COSTA E SILVA AO JORNAL DE ANGOLA

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E o anterior Presidente nãocontrariou muito essa ideia...Podemos discutir o anteriorPresidente, mas é todo esteciclo: da guerra, da centralizaçãoabsoluta do poder e depois domaná que veio exactamentequando a guerra acabou, pensoque a combinação destes fac-tores inquinou muito o desen-volvimento do país. Não po-demos revistar isso, mas temosde olhar para o passado, aliás,quanto mais olharmos para opassado mais longe vemos nofuturo, não vamos ficar nas mes-mas armadilhas.

Sendo que uma das gran-des vulnerabilidades do Con-tinente africano é a indus-trialização? Sem dúvida. É uma das grandesquestões, muitos países africanosque sofreram os sistemas deopressão colonial e que pena-lizaram muito as economiaslocais, quando as independên-cias foram obtidas, o paradigma,digamos assim, que vinha dopassado não foi alterado, e, nofundo, transformaram-se emquê? Em países fornecedoresde matérias-primas. E as maté-rias-primas brutas quando sãoexportadas não criam cadeiasde valor.

E no caso de Angola houveainda o que se perdeu, per-deu-se, por exemplo, a agri-cultura... ... tudo! Mas Angola já demons-trou em diversos períodos queé possível reactivar isso. E, por-tanto, o que é que falha? Sãoas políticas públicas, é a segundacondição do diagnóstico de Ace-moglu e Robinson, a inteligênciadas políticas públicas, sobretudonas políticas económicas, edepois na questão da indus-trialização, não basta produziras matérias-primas brutas, porexemplo, temos em Angola aquestão das refinarias, não expor-tar toda a matéria-prima brutae explorar toda a cadeia de valor.E depois ter atenção às indústriasadjacentes. E há uma coisa muitoimportante, que os norueguesesfizeram, e que Angola nunca fez,que é definir os programas queeles chamam de local content(conteúdo local). Repare que osnoruegueses não tinham ne-nhum conhecimento sobre aindústria do petróleo e do gásquando começaram e hoje sãodos mais avançados do mundo,por que conseguiram endoge-neizar o conhecimento, endo-geneizar a tecnologia, definirsempre os conteúdos locais emtodos os programas: as empresasinternacionais vêm mas tem decolaborar com esta universidade,tem de formar estes quadros...

... se tentarmos encontraruma explicação de porque éque os noruegueses fizeramdiferente, vamos descobrirque é essa aposta nos quadroslocais, nessa interacção coma academia... ... mas foi imposto pelas polí-ticas públicas. As empresasquando chegaram lá não fize-ram isso de mote próprio, aspolíticas públicas é que deter-minavam: vem, tem esta con-cessão, mas é obrigado a formarestas pessoas, a criar estes cen-tros tecnológicos, a ter um pro-cesso de endogeneização datecnologia e do conhecimento.

E é isso que muitas vezes ospaíses africanos não fazem. Não sendo cruel, olhando paraa história recente de Angola,o que temos a esse nível depolíticas públicas são facilita-dores, comissionistas, corrup-ção, não houve qualquer outrotipo de preocupação, e issoagora paga-se caro. Mas, repare, sobre as indústriasextractivas há um programade transparência internacional,e aí os países têm de cumpriraquelas normas, e se Angolaaderir – não sei, nesta altura,se aderiu ou não –, mas há umasérie de procedimentos quemudam. As próprias multina-cionais são obrigadas a declararo que é que pagam ao Estado,o que pagam e para onde vãoesses dinheiros. É por isso queeu insisto na transparência ena prestação de contas, comoabsolutamente essencial, ehoje pode fazer-se isso porquea informação pode estar digi-talizada e dessa forma fazer-se o escrutínio. E é essa a grandetransformação que tem de serfeita. É evidente que os pro-blemas e os desafios do Presi-dente João Lourenço são muitograndes, mas o próprio factode ter dado esse sinal, e se agoraconseguir consolidar todo esteprograma, pode ser positivoem termos de inaugurar umnovo ciclo. Agora tem de seracompanhado por outros meca-nismos, a questão das políticaspúblicas e sobretudo a mudançano sistema da governação.

O Sr.º Eng.º entra na Sonangollogo nos primeiros anos dacriação da empresa? Entro na Sonangol em 1980.

Quando entrou na Sonangole viveu esses primeiros anosda petrolífera, alguma vezlhe passou pela cabeça quea empresa se viesse a trans-formar no “polvo da corrup-ção” em Angola? Não. A Sonangol nesses anos,que são os anos imediatamentea seguir à independência, éum case study no mundo todo,e tem a ver com o facto de sercriada num país que estavanuma turbulência brutal, e issodeve-se ao Presidente Agosti-nho Neto que teve visão e aclarividência de dizer: “vamoscriar esta companhia, e estacompanhia vai ser essencial”.E a Sonangol foi sempre umuniverso à parte no sistemapolítico angolano. Porque opróprio Presidente sabia quea companhia tinha de funcionarnum país em guerra, em guerratambém devido à intervençãodas superpotências. E poucosmeses após a independência,em Março de 1975, já os quadros

da Sonangol, o Percy Freudhteale aquela primeira direcção,estavam em Lisboa a falar comas companhias internacionais,as americanas e sobretudo aCabinda Gulf, hoje Chevron,que tinha as concessões emCabinda. E enquanto haviauma grande turbulência nopaís, eles conseguiram estabi-lizar os contratos, a Chevronregressou, a produção desen-volveu-se...

A Sonangol era uma bolha? Uma bolha que funcionou, por-que em pouco tempo a produ-ção do país aumentou váriasvezes. É um caso de sucessocomo tal. E isso mostra queAngola pode fazer as coisas, setiver as equipas correctas, aspolíticas correctas e se tiverum mandato muito claro paraexecutar as suas funções. E eutrabalhei nesse período, como engenheiro Carlos Amaral,com o engenheiro Van Dest,técnicos absolutamente extraor-dinários, e nós tentávamos con-trolar a produção em Cabindacom as primeiras máquinas decalcular. Era um desafio. E sem-pre se desenvolveu uma culturade defesa dos interesses dopaís e de relação muito claracom as companhias interna-cionais com base em regras.

Porque é que saiu da Sonangol. Em 1982, vim a Portugal tratar daminha vista, na sequência dostrês anos que passei na prisão deSão Paulo em Luanda, e quandopassei por Lisboa, a minha famíliaapelou a que não regressasse, esão aquelas decisões que se tomame marcam a vida. Mas esse períodona Sonangol foi um tempo gal-vanizador, senti que estávamosa construir uma companhia nova,havia uma relação com as grandescompanhias internacionais e aclara assumpção que tínhamosde defender os interesses do país.

E onde é que está o turn point,quando é que a Sonangolse tornou no tal “polvo decorrupção”? O que pode explicar é, se quiser,o contrataste com a Noruega,e é a questão das instituiçõese da qualidade das instituições.Repare: Angola é um país jovemque teve a sua independênciaque tem a sua galinha dos ovosde ouro, que é a Sonangol.

E sobre a qualidade das ins-tituições, acha que estamosa assistir a avanços nestemandato do Presidente JoãoLourenço? Para mim é difícil julgar porquenão vivo em Angola e não acom-panho o dia-a-dia, mas acom-panho os grandes desígnios,e eu penso que o Presidente

João Lourenço tem razão nosgrandes desígnios, na luta con-tra a corrupção, na moralizaçãoda administração pública e nasmudanças que está a introduzira esse nível. No discurso naAssembleia Nacional, o discursodo dia 15 de Outubro, acho queapontou, e muito bem, aquelespontos que já focamos sobrea economia, a mudança demodelo económico, a diversi-ficação, o reforço do mercadointerno e da produção nacionale depois a diversificação doleque de exportações, e tudoisso ligado a questão da criaçãode emprego e protecção doemprego, as coisas que eupenso que faltam aqui é umaaposta muito grande, e comojá falamos, na qualificação, naeducação, na saúde, que sãocomponentes para tudo istofuncionar. Agora o que se passaé que temos que nos interrogarse são as mesmas receitas dopassado que estão a ser apli-cadas para diversificar a eco-nomia, porque se forem asmesmas receitas vai falhar.

E com menos dinheiro hoje...Com menos dinheiro e comas dificuldades todas que opaís tem. Mas eu penso queAngola tem realmente umpotencial elevado, agora temque partir da estrutura pro-dutiva que existe.

Dava-lhe gosto fazer o talplano de visão estratégicapara Angola? Gosto sempre de pensar emtermos estratégicos. Trabalhona indústria do petróleo e gás,a geopolítica e a geoestratégiasão parte integrante do meu tra-balho, e isso é um aspecto muitointeressante. Para responder àsua pergunta, não sei, a vida éo que é, vamos ver o que é queacontece no futuro. A vida é sem-pre uma surpresa. Não adiantamuito às vezes pensarmos o queé que vai ser o futuro. Mas é óbvioque Angola é sempre um paísque está no meu coração e queeu acompanho.

O Sr. Eng. passou pela cadeiade São Paulo três longos anos,mas sinto que, apesar disso,é um homem reconciliadocom Angola? Absolutamente.

Como é que vê a relação de Portugal com AngolaSão os ciclos habituais de amore ódio, penso que a relação temde ser pacificada é do interessedos dois países trabalharem jun-tos. Portugal pode ajudar muitoem Angola em tudo o que tema ver com a educação, a quali-ficação da população, o próprioapoio em termos do sistemanacional de saúde, sobre o ter-ritório angolano.

Que mensagem final para os leitores? Eu sou tudo menos fatalista.O futuro está sempre em aberto.Depende de nós, do nosso em-penho e das nossas escolhas,e nós nunca podemos deixarque nos digam que o futurofoi abolido e vai por um deter-minado caminho. Cabe-nos anós enquanto cidadãos trans-formar as coisas. O futuro estásempre em aberto e pode seruma surpresa boa se traba-lharmos para isso.

das instituições é absoluta-mente fundamental a come-çar no sistema de governação.Depois é a inteligência naspolíticas públicas, em parti-cular nas políticas económi-cas, não adianta anunciar adiversificação da economiase não houver políticas públi-cas consistentes, e que olhemo que se vai fazer ao sectorpetrolífero no futuro. Angolacometeu alguns erros vitaisno sector petrolífero, sobretudoa aposta grande que fez nodeep offshore à espera quehouvesse em Angola umaespécie de espelho do que sepassava no outro lado do Atlân-tico, no Brasil, mas o pré-salem Angola não é o pré-sal doBrasil, essa teoria da analogiaentre as duas bacias falhouclamorosamente, porque aabertura do Atlântico Sul nãofoi uma abertura simétrica,foi assimétrica, e as baciastêm geodinâmicas diferentes.Apostar tudo no pré-sal, comas consequências que se reve-laram abaixo das expectativas,provavelmente, foi um erro.A própria oferta petrolíferadeve ser diversificada. Atençãoque as bacias angolanas, emtermos de futuro, continuama ser prolíferas, por exemplo,e do ponto de vista do gás, nabacia do Kwanza o pré-salpode ser rico em gás, e o gásvai ser uma fonte de energiaabsolutamente essencial natransição energética, porqueé o mais limpo dos combus-tíveis fósseis. Mas Angola tam-bém não olhou para as suasbacias interiores, para os gran-des deltas, a começar peloCuando Cubango. Não reana-lisou a sua coluna litológica,e pôs todos os ovos no pré-sal, ainda por cima os projectossão muito caros...

E em regime de concessões...E por isso quando se olha paraAngola que chegou a 1.8milhões de barris por dia deprodução, em 2015, e o anopassado foi cerca de 1.37, querdizer que a produção declinou24 por cento em 5 anos, e por-tanto o futuro no país não estáno petróleo, nem só no petró-leo.Tem de diversificar, daítem de apostar mais no gás,atenção às energias renová-veis, Angola é um país quetem muito potencial em ener-gias renováveis, quer eólicaquer solar. A energia solarvai ser uma das grandes ener-gias deste século, pela simplesrazão que em cada dia quepassa recebemos do sol oitomil vezes mais energia do queaquela que o planeta consome.Mas atenção aos outros sec-tores da economia. Angolatem diamantes, ouro, ferro,fosfatos e múltiplas outrasáreas, esses sectores são muitoimportantes, mas o essencialé criar uma indústria trans-formadora nacional, umaindústria de manufactura. EAngola tem condições parafazer isso, desde as cadeias ali-mentares às outras. Tudo istosó se consegue se se identificarquais são osactores, quais sãoas políticas públicas, e pôr osistema a funcionar sempre nabase da transparência e da pres-tação de contas.

E no mundo pós-Covid, que noslevou a repensar as prioridades,quais são, na sua opinião, asprioridades para Angola?As prioridades para Angola

são aquelas que transformamos países e criam o sucessodos países. É a educação, é aqualificação das pessoas, é asaúde, é o sector primário, aagricultura - para as pessoasterem com que viver - é a lutacontra a pobreza e contra asdesigualdades. E do ponto devista do modelo económico,tem de ser repensado, atençãoque a dependência do petróleofoi fatal para Angola ao longodestes tempos. Aliás, há relatosmuito interessantes.Eu vi umavez uma entrevista da antigaministra das Finanças da Nigé-ria, Ngozi Okonjo-Iweala, umasenhora notável, ela explicouporque é que não conseguiufazer a reforma na Nigéria,exactamente quando os preçosdo petróleo estavam em valoresaltamente atractivos e o paísgerava receitas.Ela gizou umplano de reformas e quandoia falar com os seus colegasministros eles diziam: “Maspara que é que vamos fazeressas coisas difíceis, se nóstemos o dinheiro fácil do petró-leo”. E para mim este é oresumo da situação, e Angolanão pode cair na armadilha,se amanhã os preços do petró-leo voltarem a subir, deve usaressas receitas para diversificara economia, desde logo nopróprio sector petrolífero, naárea petroquímica, nas indús-trias adjacentes. E, atenção, atodas as indústrias transfor-madoras, deve olhar para todasas riquezas que tem, mas temde criar no país um sistemaque seja consolidado, e queaposte muito, na sequênciada crise daCovid-19, na resi-liência das cadeias locais, dosistema de produção e abas-tecimento locais. E Angolacomo outros países africanosnão tem feito isso. Se olhar-mos para o comércio que sefaz entre os países africanosé residual, apenas 15 por centodo comércio em África é feitoentre países africanos. Se olharpara a Ásia são 58 por cento,para a Europa são 67 por cento.O que é que isto significa emtermos estratégicos? Angolapode ser um grande hub nãosó energético, mas comercialpara toda a África Austral,fazendo muito mais comérciocom todos estes países. E écurioso que antes da Covid,em 2019, foi assinado o acordoentre quase todos os paísesafricanos...

Está a falar da Zona de Comércio...Esse acordo é fundamental,assinado por 54 dos 55 paísesafricanos, é o maior acordoque foi assinado desde a criaçãoda Organização Mundial doComércio, em 1994, e é umelemento crucial. Se olhar paraa Europa, se olhar para a Ásia,os mercados continentais,quando funcionam, são fontede riqueza. O Comércio é umafonte de geração de riqueza,e os países quando se relacio-nam através do comércio, parajá é pacificador...

Mas Angola teve dificuldadesvárias, mesmo no âmbito daSADC, sempre funcionou comoum país muito fechado...Mas é um erro. Eu sou ango-lano, sei muito bem como éque os angolanos pensam,numa perspectiva sempremegalómana, nós não preci-samos de outros, somos umpaís rico, e isso é fatal...

9ENTREVISTA Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Angola pode reactivar a AgriculturaDR

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Rei PeléO melhor jogador do mundo doséculo XX, segundo a FIFA, com-pletou recentemente oitenta anosde idade. Pelé, Edson Arantes doNascimento, de seu nome próprio,de nacionalidade brasileira, foium jogador de extraordináriasqualidades futebolísticas. Umjornalista brasileiro disse quePelé tinha a resistência de umfundista de atletismo, a capaci-dade rara de jogar com os doispés, uma grande capacidade deelevação para marcar golos decabeça, superando adversáriosmais altos. Foi pena não ter vistoPelé a jogar em Angola. Soubeentretanto que Pelé foi jogar naAntiga República do Zaíre (hojeCongo Democrático). Pude verem Angola jogar Eusébio, outragrande figura do futebol mundial.Eusébio era então jogador doBenfica de Lisboa e defrontou noestádio dos Coqueiros o Américado Rio de Janeiro. Sou da opiniãode que Pelé deve ser sempre re-cordado por todos e sugiro queos nossos canais de televisão pas-sem os grandes jogos em quePelé esteve presente. Os nossosjogadores de futebol precisamconhecer os feitos do melhor jo-

gador do mundo do século XX.Não sei se alguma vez alguémpoderá vir a superar os feitos dePelé. Perguntaram uma vez aPlatini, este grande jogador fran-cês, se se podia comparar a Pelé,ele respondeu: “Será que me possocomparar a um Deus?”FERDINANDO JOÃOMaianga

Paz em Moçambique Gostei de saber que o Governomoçambicano tudo está a fazerpara que a paz chegue a Moçam-bique, definitivamente. Moçam-bique é um país irmão de Angolae eu tenho o hábito de acompa-nhar o que acontece naquele paísbanhado pelo Oceano Índico.Gostava que os nossos irmãosmoçambicanos resolvessem osseus conflitos como nós resolve-mos. O Presidente de Moçambi-que, Filipe Nyusi faz questão dedialogar com uma autodemomi-

nada Junta Militar da Renamo,para se chegar à paz definitivaem Moçambique. Desejo ao Pre-sidente Nyusi sucessos em maisesta iniciativa patriótica paraconseguir a paz para todos osmoçambicanos. A guerra só cau-sa desgraças. E o Presidente deMoçambique percebe isto e querque o seu país seja completa-mente pacificado.FÁTIMA AFONSO Palanca

PandemiaVivo em Luanda e gostei das no-vas medidas tomadas pelo nossoGoverno em relação à pandemiada Covid-19. Um Governo temde assumir responsabilidades pe-rante os perigos que uma pan-demia representa para as vidashumanas. Que as entidades com-petentes façam cumprir as novasmedidas tomadas para a preven-ção e combate à Covid-19. Queas autoridades competentes ac-tuem entretanto sem excessos eapenas no estrito cumprimentodas normas em vigor. Com or-ganização ganhamos todos.HERNANI JOÃO Viana

10 OPINIÃO Segunda-feira26 de Outubro de 2020

DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

A pandemia da Covid-19 continua a ser um assunto que domina aagenda de muitos governos do mundo, que, em face do aumento decasos de infecção com o novo coronavírus, não hesitam em tomarnovas medidas restritivas, mesmo contra a vontade de sectores dasociedade civil, que se opõem à contracção da actividade económicae à mobilidade das pessoas.

Nestes tempos de pandemia, um dos grandes debates nas socie-dades centra-se no facto de entre a defesa do bem vida, que é fun-damental em quase todo o mundo, e a liberdade de circulação depessoas e a actividade económica o que deve prevalecer.

As sociedades têm hoje, em virtude da pandemia da Covid-19, deenfrentar dilemas complicados, não sendo fácil para os governosgerir a actual situação de crise económica e sanitária.

Mas uma coisa é certa: Quase todos os governos estão a priorizara defesa das vidas humanas, não cedendo a pressões de sectoresque acham que a economia se deve sobrepor à protecção daspessoas que podem ser vítimas da Covid-19.

As economias podem ser recuperadas depois das crises, masuma vida uma humana que se perde não se pode recuperar.

As novas medidas tomadas pelo Executivo no sentido de seconter o aumento das infecções com o novo coronavírus são bem-vindas, e foram decretadas depois de sérias avaliações da situaçãoepidemiológica.

Os governos de várias partes do mundo, em particular os europeus,estão a reavaliar a situação pandémica nos seus países e não estãoa hesitar em tomar as medidas que a actual situação impõe.

Está a morrer muita gente com Covid -19 e os casos de infecçãoestão a aumentar cada vez mais, não restando aos governos outraalternativa senão actuar com rapidez de modo a evitar que ossistemas de saúde entrem em colapso.

A Covid-19 é sem dúvida o grande problema sanitário para os go-vernos de todo o mundo e que está a causar situações embaraçosasaos serviços nacionais de saúde.

Não é fácil para qualquer governo, nas actuais circunstâncias depandemia, atender com eficiência a problemas económicos e sanitários,em simultâneo, mas é possível estabelecer prioridades, quer nocampo económico, quer no domínio da saúde pública.

A inteligência dos governos está a ser posta à prova nestes mo-mentos difíceis para a vida dos povos, que normalmente queremver resultados positivos imediatos, que nem sempre os governantespodem proporcionar. Crise é crise. Nem sempre é fácil superar umacrise, sobretudo no caso em que uma crise é gerada por uma outrade igual ou maior gravidade.

EDITORIAL

C A R T A S D O S L E I T O R E S

IMAGEM DO DIA

A pandemia, governos e novas medidas restritivas

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOVíctor Silva (presidente)

ADMINISTRADORES EXECUTIVOSCaetano Pedro da Conceição Júnior

José Alberto DomingosRui André Marques Upalavela

Luena Kassonde Ross Guinapo

ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOSFilomeno Jorge Manaças

Mateus Francisco João dos Santos Júnior

DIRECTOR: Víctor Silva

DIRECTOR-ADJUNTO: Caetano Júnior

DIRECTOR EXECUTIVO: Guilhermino Alberto

EDITOR EXECUTIVO: Diogo Paixão

SUB-EDITOR EXECUTIVO: Cândido Bessa

GRANDE REPÓRTER: Luísa Rogério

EDITORIAS: POLÍTICA:

Bernardino Manje (editor-chefe), Fonseca Bengui (subeditor) e Santos Vilola (subeditor)

Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala, Garrido Fragoso

OPINIÃO: Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor)

SOCIEDADE: Nhuca Júnior (editor),

Alberto Pegado (editor), José Meireles (editor),

Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes,Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão,

Carla Bumba e Mazarino da CunhaREGIÕES:

Sérgio Chivaca (editor-chefe), Béu Pombal (subeditor),

Filipe EduardoECONOMIA:

Cristóvão Neto (editor-chefe),Armando Estrela (subeditor),

Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino JoaquimMUNDO:

Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa

DESPORTO: Amândio Clemente (editor-chefe),

Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo, António de Brito, Honorato Silva, Job Franco

CULTURA: António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor),

Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano, Mário Cohen e Roque SilvaGENTE E FIM-DE-SEMANA: António Cruz (editor-chefe),

Isaquiel Cori (editor)

Edna Cauxeiro (subeditora), Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis

EDIÇÕES ESPECIAIS: Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,

Leonel Kassana e Yara Simão

FOTOGRAFIA: Kindala Manuel (editor-chefe),

José Cola (editor),Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes,

Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, KindalaManuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas

CORRESPONDENTES PROVINCIAIS: Adão Diogo (Lunda-Sul),

Bernardo Capita (Cabinda), João Mavinga (Zaire),

Vladimir Prata (Namibe), Isidoro Natalício (Cuanza-Norte),

Luís Pedro (Cuanza-Sul), Pedro Bica (Bengo),

Francisco Curinhingana (Malanje) Miguel Ângelo (Huambo), João Constantino (Bié),José Chaves (Andulo),

Jaime Azulay (Benguela), Jesus Silva (Lobito),

Estanislau Costa (Huíla), Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),

Silvino Paulo (Uíge), Lourenço Manuel (Cuando Cubango),

Quinito Kanhamei (Cunene), Samuel António (Moxico),

PAGINAÇÃO E ARTE: Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz,

Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele, Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha,

Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias, Isabel Fragão,Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro

CARTOON E ILUSTRAÇÃO:Armando Pululo e Casemiro Pedro

COPY DESK: Rui Ramos e Arlindo Soares

O Jornal de Angola utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina

PUBLICIDADE: (+244) 937 550 262

(+244) 949 770 006 e-mail: [email protected]

Bidões de água em dois veículos motorizados sem condições de segurança e a circularem numa estrada do bairro Palanca

PROPRIEDADEEdições Novembro, E.P.

SEDE: Rua Rainha Ginga, 12-26

Caixa Postal 1312 - LuandaRedacção: 222 020 174

Telefone geral (PBX): 222 333 344Fax: 222 336 073

Telegramas: Proangola

ESCREVA-NOS Cartas recebidas na

Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda

ou por e-mail:

[email protected]

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11Segunda-feira26 de Outubro de 2020OPINIÃO

Pandemia, Constituição e manifestação

Adebayo Vunge

IMPRESSÕES DIGITAIS

Estamos a viver hoje uma segunda vaga da pandemia da Covid-19, umpouco por todo o mundo. Depois de alguns meses em que os númerosou recuaram ou estagnaram, eis que muitos países estão a ser assoladospor uma nova e perigosa onda de novos casos fruto duma contaminaçãoquase descontrolada.

No fundo, muitas pessoas baixaram a guarda em relação àsmedidas de protecção e os números começaram novamente a disparar.Foi assim fundamentalmente em países como França, Espanha, Itáliae Inglaterra. Em reacção, para evitar que a situação escape ao controledos Estados, foram decretadas novas medidas, em muitos casos,bastante severas porque restringem as liberdades, sobretudo aliberdade de circulação. Em Espanha, e enquanto escrevia este artigo,Pedro Sánchez decreta por largos meses o estado de emergência,impôs o recolher obrigatório entre as 23h00 e as 6h00 da manhã,ajuntamentos não mais do que seis pessoas, e pede o apoio de todosos partidos para conter a segunda vaga da pandemia em Espanha,porque, diz, “é uma questão de Estado”.

Ora, entre nós, infelizmente, a situação não foge à regra. Nos últimosquinze dias, vínhamos notando uma inversão em sentido ascendenteda curva, com os casos a alastrarem-se pelo país, embora Luanda sejaainda o epicentro.

Oportunamente, por isso, o Governo angolano, na voz do ministrode Estado e chefe da Casa Civil anunciou um reajustamento das medidas,com implicações sobretudo ao nível dos ajuntamentos na via pública.

Coincidência ou não, veio a colidir com uma pretensão do partidoUNITA organizar - ou associar-se - a mais uma manifestação, exactamenteno dia em que começariam a vigorar as medidas. E então, um punhadode jovens, liderados pelo deputado Nelito Ekuikui decidiu não recuarna sua pretensão e avançar com a manifestação que tinha como motepressionar o Executivo no sentido de encontrar medidas que ajudema combater o desemprego.

Pelas imagens postas a circular pelos próprios manifestantes,estamos a falar de uma manifestação que não teve grande adesãopopular e, o que é mais assustador, nem mesmo entre os militantese os dirigentes da UNITA. Pelo contrário, vimos alguns jovens, prova-velmente levados simplesmente pelo afã do momento e apanhadosno local pelos próprios factos.

Em consequência do contexto de pandemia, os manifestantesencontraram resistência da Polícia Nacional que procurou dispersá-los, o que gerou algumas cenas desagradáveis e desnecessárias,tornando um não-assunto motivo de discussões e análises ao longodo fim-de-semana.

Os organizadores (incluindo a UNITA) alegam que não havendoespaço para o Estado de emergência ou de sítio, os direitos, liberdadese garantias dos cidadãos não estão constitucionalmente suspensose por isso a manifestação tinha toda a legitimidade.

O Governo Provincial de Luanda, entretanto, chamou a atençãopara os perigos de tal situação em termos de saúde pública na actualfase de pandemia, agravada pelo aumento de casos nos últimos quinzedias. Segundo a Ministra da Saúde, tivemos 30% do total de casos,neste curto espaço de tempo, e este é um alerta que nos deve despertar.

E, assim sendo, não nos parece que haja qualquer dificuldadeem concluir sobre o que esteve aqui em causa. Faltou, do nossoponto de vista, diálogo e bom senso. A actual situação não recomendaesse tipo de manifestações e, como vimos nas imagens, muitaspessoas nem sequer usavam máscaras, como seria exigível. Deresto, por exemplo, essa é uma das tarefas que incumbiria àsautoridades do poder local, tal como não devem abandonar a neces-sidade de prestar apoio e sustento aos grupos populacionais maisvulneráveis, muitos deles de regresso às ruas em situação verda-deiramente deplorável.

Ora, o bom senso a que me refiro tem também a ver com a necessidadede preservarmos as vidas humanas em risco nesse tipo de eventosque bem podem ser organizados em outros contextos. É óbvio queessa é a liberdade de cada um, mas devemos ter consciência quemuitas vezes a nossa liberdade coloca terceiros em causa e o sistemahospitalar não está (contra aquilo que seria desejável para todos) àaltura de uma pressão maior do que aquela a que estamos a assistir,decorrente do número limitado de camas, de equipamentos, deorganização e até de pessoal médico e enfermeiros.

O bom senso tem a ver com a necessidade de continuarmos odiálogo com a juventude e evitarmos espectáculos ainda mais tristescomo aqueles que se viu no final da tarde em algumas zonas de Luandaonde jovens atearam fogo em pneus e contentores de lixo, colocandoem causa a segurança pública.

O bom senso a que me refiro tem a ver com a necessidade de apro-fundarmos a discussão quanto às estratégias para combatermos odesemprego, especialmente no seio da juventude, fazendo-os participarem grande medida na solução com o autoemprego e apoios aoempreendedorismo. O bom senso, por isso, mais do que debater amanifestação, leva-nos a debater os problemas e descobrirmos ocaminho para as soluções integradas e inclusivas.

Espero finalmente que os “anarquistas – aqui em sentido decorrente política e sociológica” - admitam a liberdade dos outrospensarem de modo diferente ao seu. Porque agora virou moda,quem pensa de forma contrária é um vendido como se todos esti-véssemos expostos numa bancada. Replicando o meu bom amigoMD, this is my view!

Porque falham os projectos em África?

Durante a minha licenciatura em “Business andProject Management” (Gestão de Empresas e Pro-jectos), em Londres, quando chegou o momento deapresentarmos um dos últimos ensaios académicos,foi-nos dada a possibilidade de escolhermos o temado trabalho a ser apresentado em cinco mil palavras.Contrariamente a muitos colegas que, certamente,perderam horas de sono e queimaram milhões deneurónios a pensar no que apresentariam, eu nãotive este problema. Isto porque muito cedo, aindana segunda aula sobre gestão de projectos, por coin-cidência, lera uma entrevista de “Volker Seitz” (umconceituado diplomata alemão com 17 anos de ex-periência em África), concedida ao Eruoactiv (umarede de media independente pan-europeia especia-lizada em políticas da União Europeia (UE), que diziaque 3 em cada 4 projectos públicos em África fracas-savam devido à corrupção. Fiquei tão indignado,que decidira fazer um trabalho académico sobre otema, que teria como título “Gestão de Projectos noContexto Africano”.

Utilizando o “PROMPT” sigla inglesa para um dosmétodos de análise de conteúdos mais utilizados nasUniversidades Inglesas, que representa Presentation,Relevance, Objectivity, Method, Provenance e Timeli-ness, ou seja, Apresentação, Relevância, Objectividade,Método, Proveniência e Extemporaneidade; eu e umcolega de turma também africano (Humbro, da Repú-blica do Benin), concluímos que as afirmações deSeitz não só eram depreciativas para a imagem dosgovernantes africanos, assim como infundadas.

Depois de várias tentativas sem sucesso junto deinstituições africanas para obter financiamento paraum estudo aprofundado que corroborasse a nossaconclusão (contrariar a de Seitz), fizemo-lo limitadosa recursos próprios. Começamos por recorrer à literaturade artigos e livros, com destaque para Odeh and Bat-taineh (1995), utilizamos a abordagem de colecta dedados sequencial por meio de entrevistas semi-es-truturadas e pesquisa por questionário, num total de36 participantes – 17 diplomatas africanos, 7 ONG, oFMI, o Standard Bank, o Banco Mundial e o Banco Afri-cano de Desenvolvimento; a quem solicitamos assuas percepções profissionais sobre os factores pordetrás do número tão elevado de projectos públicosfracassados nos países africanos. E, tendo em consi-deração o índice de importância relativa para deter-minar a importância dos factores identificados, so-corremo-nos ao sistema de classificação de Spearmane o coeficiente de correlação de concordância de Ken-dall para medir o grau de concordância entre os par-ticipantes sobre as suas percepções ao questionáriode cinco pontos (onde 1 = discordo totalmente, 2 =discordo, 3 = neutro, 4 = concordo e 5 = concordo to-talmente) e, usando a escala de Likert, identificamos31 factores; que por ordem de ocorrência e agrupadasem 3, destacamos os seguintes (dados actualizadosem Dezembro de 2019):

“Factores que impedem o sucesso da maioria dosprojectos públicos em Africa”

1. Liderança – Segundo “Hofsted (1983)”, a culturaafricana é de natureza hierárquica, onde ainda sepratica a relação senhor-servo, em que os líderes po-líticos são mais poderosos do que os tecnocratas. De-vido a esta natureza política e à orientação culturalda maioria dos africanos, os técnicos que executamos projectos públicos são, com frequência, impedidosde implementar as boas práticas, sempre que estasnão proporcionem benefícios aos governantes e res-pectivo partido no poder; fazendo com que qualqueriniciativa dos profissionais que não vá de acordo como querer do político ou do partido no poder possa re-sultar na perda do contrato da sua empresa ou doemprego. Isto é, o problema da liderança emana deperspectivas técnicas e políticas, em que os factoresde liderança técnica podem ser atribuídos à liderançapolítica. A este factor negativo, acrescenta-se a fre-quência com que membros de novas equipas gover-namentais, quando chegam ao poder, não darem se-guimento aos projectos dos seus antecessores, porque

querem cumprir com as prioridades partidárias. Porestas razões, os indivíduos que lideram projectos pú-blicos são frequentemente indicados pelas suas afi-nidades partidárias e não por mérito.

2. Práticas de Gestão e Administração - A falta decultura e consequentemente de técnicos formadosna área de gestão de projectos (em 1999 em todo ocontinente só existiam duas universidades que lec-cionavam cursos de gestão de projectos, uma na Áfricado Sul e outra no Egipto, bem como a falta de modelos(referenciais) nacionais de gestão de projectos, fazemcom que:

• os estudos de viabilidade não sejam realistas;• os riscos não sejam devidamente identificados,

avaliados o seu impacto e geridos em conformidade;• a planificação, a definição do âmbito, o monito-

ramento dos projectos e a gestão dos recursos (hu-manos, financeiros, materiais e equipamentos) sejamdeficientes;

• propicia o excesso de burocracia e a corrupção;• complica os processos de comunicação, de pa-

gamentos e de aquisições;• outros…1. Dependência e Factores Externos - Segundo o

Banco Mundial, África é tipicamente um continenteem desenvolvimento que depende fortemente de doa-dores externos e empréstimos financeiros para a im-plementação dos seus projectos de desenvolvimento,assim como dependentes da importação de algunsmateriais e equipamentos pesados que são frequen-temente utilizados nos projectos públicos. Esta de-pendência, não só aumenta os custos, como tambémcontribui negativamente para as derrapagens dos pro-jectos públicos a nível do continente.

Para a “APM - Association for Project Management”,um projecto é uma organização temporária criadapara realizar uma determinada empreitada, dentrode limitações bem definidas, usando recursos especi-ficados, restringidos por três parâmetros - tempo,custo e âmbito, que formam o famoso “triângulo deferro” (triângulo de ferro porque a alteração de umadas vértices implica a alteração das demais). Em com-plemento, Ricardo Vargas, 2003, diz que o fracasso fazparte do DNA do projecto. E a “Project ManagementWorks” corrobora através dos resultados que obtevenuma discussão alargada entre gestores seniores deprojectos, sobre as causas mais comuns do fracassode projectos num contexto diferente ao da maioriados países africanos. Ei-los:

• Mudança de prioridades dentro da instituição - 40%;• Falta de ligações claras entre o projecto e as prin-

cipais prioridades estratégicas da organização, incluindodefinição do que seria considerado sucesso - 38%;

• Mudança nos objectivos do projecto - 35%;• Falta de habilidades e abordagem para gestão

de projectos e dos riscos ou oportunidades - 30%• Má comunicação - 30%• Má definição das metas e objectivos do projecto

- 30%• Estimativas de custo e tempo da tarefa sem

precisão - 29%• Limitação e dependência de recursos - 25%• Má gestão das alterações e/ou mudança - 25%• Previsão de recursos inadequada - 23%• Inexperiência do gestor do projecto - 20%• Procrastinação dentro da equipa - 13%• Má planificação da sequência e etapas das

tarefas - 11%• Outros - 9% Como pode ver, os projectos quando executados

sem princípios devidamente definidos e planificaçãocuidada, sujeitam-se a falir; seja na Europa, Ásia ouAmérica. Temos o exemplo do projecto de remodelaçãodo famoso Estádio de Wembley, em Londres (2001),que de um orçamento inicial de 280 milhões, foi con-cluído com 701 milhões e o dobro do tempo previsto.Apesar do rigor que caracteriza os ingleses, a obrasofreu uma derrapagem de 421 milhões de libras (naaltura 690 milhões de dólares americanos).

* Consultor em gestão de negócios e projectos

ANÁLISE

Aníbal Costa |*

“A pandemia daCovid-19 é detransmissãorápida e letal.

Quer dizer, matamesmo! Sendo

por isso proibidosos ajuntamentosde pessoas pordeliberação da

OMS e, como nãopodia deixar deser, do Executivo

angolano”Joana Lina

Governadora de Luanda,reagindo à manifestação

realizada sábado último e queconsiderou "acto de vandalismo"

“É a própriaConstituição queexige ponderaçãoentre a liberdadede se manifestare o dever de

proteger a vidahumana. Trata-se de proteger avida, pois o riscode transmissãoem massa, numamanifestação, é incontrolável”

Idem

“Quando asinstituições como

a religião e a política

se transformamem algozes, ao invés de

precursores da sãconvivência,tornam-secentros deconflitos,querelas e guerras”

D. Afonso NunesBispo da Igreja de Nosso SenhorJesus Cristo no Mundo (Tocoísta)

“Os artistasproduzem, maso mercado localnão absorve,sobretudo porduas grandesrazões: o fraco

poder decompra e a faltade educaçãoestética dopúblico”

António Feliciano Diasdos Santos "Kidá"

Gravurista

C I T A Ç Õ E S

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DR

MERCADO INFORMAL

O Ministério da Economia e Pla-neamento (MEP) realiza hoje,pela manhã, numa das pla-taformas digitais, uma video-conferência sobre a "Estratégiade transição da economia in-formal para a formal".De acordo com o programa

do evento, o mesmo deverácontar com a prelecção dodirector nacional para a Polí-tica de População, AdrianoCelso Borja. Dados do Governodão conta que a informalidadeem Angola tem um peso decerca de 80 por cento na acti-vidade comercial, tambémabrange outros sectores comoa saúde, transporte, educação,entre outros.Para minimizar essa situa-

ção, é estratégia das autoridadesdesde 2017, concretizar o planode reconversão da economia,que tem como foco o registodos vendedores ambulantese informais. A Reconversãoda Economia Informal é umprograma multissectorial,

estando enquadrado na Políticade Emprego e Condições deTrabalho, no Programa de Pro-moção da Empregabilidade eno Programa de Melhoria daOrganização e das Condiçõesde Trabalho.

Debate nas FinançasO Ministério das Finançaspromove amanhã uma video-conferência, para discutir"O Impacto Económico e So-cial do Programa de Inves-timentos Públicos” em quevão ser oradores a directoraNacional do InvestimentoPúblico, Juciene Cristiano,e o director-geral da ADRA,Carlos Cambuta.Enquadrados num ciclo

de videoconferências, tendoo mais recente sido realizadoa 14 deste mês, é expectativado Ministério das Finançasinteragir com os diversosactores sobre as vantagensdestes programas junto dascomunidades.

O empréstimode cerca de 25mil milhões de kwanzas queo Banco Nacional de Angola(BNA) concedeu, em anosanteriores, ao extinto BancoAngolano de Negócios eComércio (BANC) deverá serrecuperado e devolvido.A administração da Massa

Falida do Banco Angolano deNegócios e Comércio (BANC)diz-se comprometida para,no curto prazo, ser capaz dematerializar tal missão e hon-rar, também, com as dívidasjá identificadas com a Admi-nistração Geral Tributária(AGT), estimada em três milmilhões de kwanzas, e como Instituto Nacional de Segu-rança Social (INSS), cujo valorestá por apurar.De acordo com dados a que

o Jornal de Angolateve acesso,até ao momento, os gestoresdo processo de falência já re-cuperaram créditos avaliadosem 343,9 milhões de kwanzas,cerca de 10 por cento do valor

já identificado que se estimouem 3,84 mil milhões.Ao que contabilizam, o

BANC tem um crédito venci-do de 10,26 mil milhões dekwanzas e concedeu aos cli-entes um valor de 44,89 milmilhões.Quanto às obrigações para

com os ex-trabalhadores, aadministração assume von-tade de honrar com tais com-promissos, mas lembra que,à luz da actual Lei geral doTrabalho, as indemnizações(compensação) por força daextinção do posto de trabalhocalcula-se em 50 por centodo salário base vezes o númerode anos de serviço.No calendário de eventos

dos gestores judiciais doBANC, está em vista a colo-cação à venda do edifício sede,localizado em Talatona, emLuanda, sendo que umaempresa imobiliária avalia ocusto real do património, parao posterior leilão em bolsa.

CONTAS DO ESTADO

As Reservas InternacionaisLíquidas do país registaramligeira subida, nos últimos 10dias, ao passar dos 8,85 milmilhões para os actuais 8,96mil milhões.Ao que se lê no quadro de

controlo diário do compor-tamento das reservas, publi-cado na página de Internetdo Banco Nacional de Angola,as Reservas InternacionaisBrutas também subiram, nomesmo período, ao saíremdos 14,93 mil milhões paraos actuais 15,34 mil milhõesde dólares, suficientes emambos os casos para suportar11,5 meses de importação.Em Março deste ano, as

Reservas Internacionais Líqui-das (RIL) registaram um au-mento de 38,05 milhões dedólares americanos, face aomês de Fevereiro deste ano,

dos mais significativos veri-ficados este ano. Em Agosto,as reservas Internacionaisfixaram-se em 9,58 mil mi-lhões de dólares, o que repre-sentou ainda assim uma di-minuição de 674,79 milhõesde dólares face ao mês deJulho (10,26 mil milhões).Naquele período, o stock

das Reservas InternacionaisBrutas situou-se em 14,64 milmilhões, contra 15,39 mil mi-lhões em Julho, ou seja, umaredução de 758,31 milhões.Apesar da queda das reservasinternacionais, a solvabilidadeexterna do país continuou asse-gurada, visto que o nível cor-respondia a uma cobertura emtorno de 11 meses de impor-tação de bens e serviços, acimada meta de 6 meses definidacomo indicar de convergênciada SADC.

Reservas Internacionaissobem nos últimos 10 dias

Transição para a economiaformal em videoconferência

A convenção entre Angola ePortugal, que elimina a duplatributação em matéria de im-postos sobre o rendimento eprevine a fraude e a evasão fis-cal, foi já publicada em Diárioda República.Oreferido acordo não pre-

tende criar uma oportuni-dade de não tributação oude tributação reduzida, atra-vés de fraude ou evasão fiscal,designadamente através deconstruções abusivas quevisem a obtenção dos desa-gravamentos previstos naconvenção, para benefícioindirecto de residentes deterceiros estados.Conforme o diploma, são

considerados impostos sobreo rendimento, todos os im-postos incidentes sobre orendimento total ou sobreos elementos do rendimento,incluindo os impostos sobreos ganhos derivados da alie-

nação de bens mobiliáriosou imobiliários, os impos-tos sobre o montante globaldos vencimentos ou saláriospagos pelas empresas, bemcomo os impostos sobre asmais-valias.As classes abrangidas no

referido acordo são para ocaso de Portugal os impostossobre o Rendimento das Pes-soas Singulares (IRS), sobreo Rendimento de PessoasColectivas (IRC) e para Angolaos impostos sobre o Rendi-mento de Trabalho (IRT),Industrial (II), Predial Urbano(IPU) e sobre a Aplicação deCapitais (IAC).Em Janeiro, o Conselho de

Ministros aprovara já o acordosobre a Promoção e ProtecçãoRecíproca de Investimentos,rubricado em Luanda, entreos governos de Angola e dePortugal, para estimular ini-ciativas de negócios em ambos

os países. Até ao terceiro tri-mestre deste ano, Angolahavia assinado já Acordos dePromoção e Protecção deInvestimentos (APPRI) com11 países, sendo Portugal,Espanha, África do Sul, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Qatar,Alemanha, Reino Unido, Itá-lia, Rússia França. Estão emnegociação acordos dessanatureza com o Japão, Ucrâniae Bielorrússia.Os APPRI são acordos bila-

terais que têm como finalidadedemonstrar aos investidoresinternacionais a existênciade um mecanismo legal e desegurança para a realizaçãodos seus investimentos.Segundo o administrador

da AIPEX, José Chinjamba,prelector num encontro rea-lizado em Agosto, a arqui-tectura dos APPRI da últimageração deve compreendera definição limitada do inves-

timento, “definindo clara-mente os activos que devemser protegidos”.“Clarificação e disposi-

ções como expropriação indi-recta, tratamento justo e danação mais favorecida”, bemcomo a solução de contro-vérsias investidor versus Es-tado, nomeadamente trans-parência nos procedimentosarbitrais, sessões abertas, pu-blicação de documentos e aparticipação pública da socie-dade civil devem também cons-tar dos acordos.Em relação às decisões

arbitrais no âmbito do inves-timento estrangeiro, JoséChinjamba deu conta de queforam registados 106 casosde processos arbitrais contraos Estados africanos, em 2019,no valor de 55,5 mil milhõesde dólares, sendo que dessemontante apenas foram pagos4,6 mil milhões de dólares.

RENDIMENTOS DE RESIDENTES

Angola e Portugal eliminam dupla tributação

O acordo não pretende criar uma oportunidade de não tributação ou detributação reduzida, através de fraude ou evasão fiscal, designadamente atravésde construções abusivas que visem a obtenção dos desagravamentos previstosna convenção, para benefício indirecto de residentes de terceiros Estados

12 Segunda-feira26 de Outubro de 2020ECONOMIA

BNA vai recuperar empréstimo

BANC

EDIÇÕES NOCVEMBRO

Page 13: NESTA EDIÇÃO ADEBAYO VUNGE entre Angola e Portugal · 2020. 10. 26. · NESTA EDIÇÃO ADEBAYO VUNGE Pandemia, Constituição e manifestação OPINIÃO •11 CUANDO CUBANGO Furto

13

CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL VAI AJUDAR NAS ESTRATÉGIAS CONCURSO ALARGA PRAZOS

Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Técnicosde Angola e da Zâm-bia estiveram reunidos, nasemana passada, em Luan-da, para tratar o processo dedinamização do corredor dedesenvolvimento económicodo Lobito.Segundo um documento

do Ministério angolano dosTransportes, os trabalhos tive-ram como objectivo reavaliaros níveis de desenvolvimentode projectos prioritários dasredes de comunicação rodo-viária, ferroviária, marítima,fluvial, bem como da avia-ção civil, possibilitando umamelhor conectividade entreos dois países.

Zonas de trânsito O Governo da Zâmbia ende-reçou um pedido ao Governode Angola para a cedênciade zonas de trânsito à ZâmbiaCargo and Logistics Limited(ZCLL) para as operações decarga contentorizada nosportos do Lobito (Benguela)e Namibe. Neste particular, a Zâmbia

solicitou 9.000 metros qua-drados em cada localidade(Lobito e Namibe), sendo paraisso "urgente" a implemen-tação dos comités técnicosconjuntos.No domínio ferroviário,

Angola informou que foi con-cluído o Estudo Preliminarde Viabilidade do Projecto deConstrução do Ramal Ferro-viário de Ligação do Cami-nhos-de- Ferro de Benguela(CFB) à Zâmbia, financiadopelo Banco Africano de Desen-volvimento (BAD), partindoda localidade de Luacano,província do Moxico, até aoposto fronteiriço de Jimbe(Zâmbia), com uma extensãode 259 quilómetros (km.Como solução alternativa

e dada a sua importância, avan-ça o documento, o Governode cidiu eleger este projectocomo prioritário no âmbitodas Parcerias Público Privadas(PPP). Sobre o projecto fer-

roviário Mwnilunga até Jimbecom cerca de 100 km, a partezambiana deu nota que estudosfeitos atestam ser um projectoviável. O Governo zambianoconcedeu a licença de cons-trução à empresa contratada. A empresa contratada

obteve aprovação de finan-ciamento do Banco Africanode Desenvolvimento (BAD) edo Banco de Desenvolvimentoda África do Sul, com condi-

ções de assinar um acordocondicional com as empresasda Zâmbia e Angola. O Governo zambiano tem

por objectivo a transportaçãode 30 por cento da carga viaferroviária.

Canal fluvial e rodoviárioSobre o canal fluvial Rivungo(Angola)/Shangombo(Zâm-bia), seguimento dos trans-portes inscrito no projecto

Okavango/Zambeze, a parteangolana referiu que a obra,com uma extensão de 10 kme 40 metros de largura, foiconcluída em 2018.De referir, que o aprovei-

tamento do canal navegávelRivungo/Shangombo não sematerializou porque a partezambiana não construiu infra-estruturas de apoio.O Governo angolano, em

face das dificuldades finan-

ceiras, entende ser necessárioque ambos os países se com-prometam na busca de solu-ções financeiras, visando aconstrução das infra-estru-turas necessárias do lado daZâmbia para a operaciona-lização do canal. A parte zambiana deu nota

que o país enfrenta constran-gimentos financeiros. Destemodo, vai estudar os modelosde Parceria Público Privada

(PPP) com vista a realizaçãodos projectos. Durante o encon-tro técnico, Angola informouque o projecto deligação rodo-viária entre as localidades doLuau (Angola)/Jimbe (Zâmbia),a partir da Estrada Nacional250, no troço Marco 25/JoãoChaves/Caianda/ Jimbe, comuma extensão de 226 quiló-metros tem, actualmente,reparado cerca de 20 por centoda estrada.As dificuldadesfinanceiras condicionaramo seu prosseguimento, sendoque equaciona-se a possibi-lidade de estabelecimentode uma Parceria Público Pri-vada (PPP) para a conclusãodo projecto.O Governo da Zâmbia in-

formou que neste importanteeixo rodoviário, está em cursoa reabilitação do troço Mwni-lunga/Jimbe, numa extensãode 100 km até a fronteira,tendo sido realizados traba-lhos de terraplenagem de 100km, estando a execução lentadevido aos constrangimentosfinanceiros.Quanto ao troço Luau (An-

gola)/Caripand(Zambia), avan-ça o documento, Angola fezsaber que o projecto de ligaçãorodoviária entre as localidadesde Luau e Caripande, no troçoJoão Chaves/Cazombo/Lum-bala-Caquengue/Caripande,com uma extensão de 333 km,apesar de constar da carteirade investimentos públicos dosector, ainda "não foi iden-tificada a fonte de financia-mento para a implementaçãodeste projecto". A Zâmbia asfaltou uma

extensão de 221,6 km, estandoem falta 11km.A reunião foi co-presidida

pelo director-geral do Ins-tituto Nacional dos Cami-nhos-de-ferro de Angola,Ottoniel Manuel, e pelo direc-tor interino e presidente doConselho de Administraçãoda Agência de Desenvolvi-mento Rodoviária da Zâmbia,George Manyele.

Zâmbia solicitou 9.000 metros quadrados nos portos do Lobito (Benguela) e Namibe para operações de carga contentorizada

Angola e Zâmbia querem criar zona de descarga de mercadoriasA parte zambiana deu nota que o país enfrenta constrangimentos financeiros.Deste modo, vai estudar os modelos de Parceria Público Privada com vista àrealização de projectos que poderão ajudar a alavancar a economia da região

ECONOMIA

Joaquim Cabanje

O fomento das actividadesdesenvolvidas pelas coope-rativas agrícolas e de pescado país ganha, doravante,maior impulso, com a recentecriação do Conselho Econó-mico e Social.Para o presidente da Asso-

ciação de Empreendedoresde Angola (AEA), Jorge Bap-tista, este órgão de iniciativapresidencial vai cooperar comindicações claras sobre a defi-nição de prioridades e áreasde actuação, visando o ala-vancar do sector produtivoda economia nacional.Segundo o líder da AEA, o

conceito de economia socialtem a ver com o fortalecimentode alguns sectores que neces-sitam de ajuda, entre os quaisas cooperativas, pois estaspodem albergar um grandenúmero de empreendedorese empresários.Quanto à produção interna,

disse que se deve continuara acreditar ter o país capaci-dade de produzir o necessáriopara o consumo interno.

Considera ser ainda cedopara se fazer um balanço sobrea actual situação da produçãonacional. Ainda assim, relem-bra ter o país deixado de impor-tar já alimentos essenciais,casos do tomate e alface.Contudo, a ausência de

um banco de sementes e defertilizantes, na visão de Fre-derico Baptista, torna incertaa avaliação sobre o futuro daprodução nacional, fazendocom que se necessite de tempopara devolver ao país a posiçãode ser um celeiro e capaz parasubstituir as importações.Sobre as exigências colo-

cadas pelos bancos aos empre-sários, revelou que é normalque haja esse procedimentomais rígidos, porquanto vivia-se num mercado onde não sesabia se se estava a lidar comempresários ou amigos.“Hoje, mais do que nunca,

os resultados são visíveis, bastasó vermos o nível de créditomalparado e quem são osincumpridores”, afirmou.ParaFrederico Baptista, são cha-mados de amigos as pessoasque tiveram acesso aos cré-

ditos e com o dinheiro nãoconseguiram fazer crescera economia nacional.Lembra mesmo que, em

2017, o malparado atingiu os33,3 por cento entregues abeneficiários indevidos.

Fazendas abandonadasQuanto às fazendas aban-donadas pelos proprietários,Jorge Baptista indica comosolução entregar as mesmasàquelas pessoas que têmvontade de trabalhar para aagricultura. Para isso, enfa-tiza, não se pode contar compessoas que querem ter umafazenda só para irem lá passaro final de semana e fazer umchurrasco com amigos. Deve-se, sim, recrutar jo-

vens, prepará-los e fomentaro gosto pela agricultura, paraque a médio e longo prazos opaís possa ter bons produtoresagrícolas e empresários nosector do agro-negócio.Sobre as privatizações em

curso, pede que se tenha cer-teza de trazerem bons resul-tados a longo prazo. Que semontem empresas produ-

toras e promova-se a empre-gabilidade, concretizando asubstituição das importaçõespela produção local.“Só se poderá fazer uma

analise realista do desempe-nho da Zona Económica Espe-cial (ZEE) e de outras espalha-das pelo país, através dos indi-cadores do Produto InternoBruto (PIB) e da balança comer-cial daqui há algum tempo,agora é hora de trabalhar e defazer o caminho com proces-sos e procedimentos correc-tos”, indicou.

Cooperativas fomentam produção interna Jogos de Fortuna e Azar contam na arrecadação de receita fiscal

DR

JESUS SILVA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Jorge Baptista, da AEA

O valorde nove mil milhõesde kwanzas que não entraram,entre 2019 e 2020, em impos-tos aos cofres do Estado supe-ram de longe a receita de 600e 272 milhões de contribui-ção fiscal registados nestesanos, o que representa o po-tencial fiscal que a actividadede jogos detém.

Na semana finda, o Institutode Supervisão de Jogos, doMinistério das Finanças, tornoupúblico que procedeu a algunsajustes às peças e clarificouo procedimento do ConcursoLimitado por Prévia Qualifi-cação nº 01/ISJ/2020, lançadasrecentemente através do Portalde Compras Públicas.

Enquanto Entidade PúblicaContratante, e de acordo comas prerrogativas que lhe sãoconferidas, o ISJ não só introduziualterações ao Programa do Con-curso, como modificou, igual-mente, os prazos inicialmenteprevistos para este efeito, tendoprorrogado a data de entregadas candidaturas do mesmo ea apresentação dos pedidos de

esclarecimento, para o dia 27de Novembro de 2020.

Quanto às peças do Proce-dimento Concursal, podem seracedidas no portal das com-pras públicas, para consulta,mediante solicitação por es-crito e livre de encargos noISJ, ficando apenas as enti-dades interessadas em sub-meter Candidaturas sujeitasao pagamento de uma taxade 50 milhões de kwanzas,ou o equivalente em divisas,à luz do disposto no ponto4.2. do Programa do Concurso.

A adopção de tais medidasemerge das recentes manifes-tações de interesse de potenciaiscandidatos, assim como de soli-citações apresentadas por umgrupo de concorrentes, visandoassegurar a flexibilização deaspectos constantes nas peçasde procedimento, com a fina-lidade de vir a ser celebrado oContrato de Concessão para aexploração dos Jogos Sociaiscom o candidato que apre-sente as melhores condiçõestécnicas e financeiras.

PARCERIA ESTRATÉGICA NAS INFRA-ESTRUTURAS

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14 ÁFRICA

Breves

Segunda-feira26 de Outubro de 2020

O opositorderrotado nas pre-sidenciais da Guiné Conacri,Cellou Dalein Diallo, reafir-mou ontem, em declaraçõesà AFP, que vai contestar judi-cialmente a vitória do Pre-sidente Alpha Condé naseleições do dia 18.“Vamos protestar contra

este assalto eleitoral. Estamosa reunir os autos, com grandedificuldade porque as nossasinstalações estão ocupadas,não temos acesso aos nossosdocumentos, mas queremosencaminhar o caso para oTribunal Constitucional, semmuitas expectativas”, decla-rou Cellou Diallo.A Comissão Eleitoral da

Guiné-Conacri anunciou,sábado, a vitória do Presidentecessante, Alpha Condé, naspresidenciais do dia 18 com59,4 por cento dos votos, con-seguindo assim, um contro-verso terceiro mandato. Oorganismo atribuiu 33,5 porcento dos votos ao principaladversário, Cellou Dalein Di-allo, que se havia declaradovencedor das presidenciaisantes da divulgação dos resul-tados oficiais.Assim que os resultados

foram anunciados eclodiramconfrontos esporádicos entrea Polícia e manifestantes, cons-tatou um jornalista da AFP,que refere terem sido ouvidosalguns tiros.A violência pós-eleitoral

já causou, pelo menos, novemortos, depois de meses de

O Presidentemoçambicano,Filipe Nyusi, decretou, sábado,com a entrada em vigor,ontem, uma trégua na per-seguição das Forças de Defesae Segurança (FDS) à auto-proclamada Junta Militar daResistência Nacional Moçam-bicana (Renamo, oposição),com o objectivo de promovero diálogo de paz que os ex-guerrilheiros têm recusado.“Irei instruir as FDS para,

a partir de amanhã (domin-go)e no intervalo de uma se-mana, pararem de perseguira Junta. Para darmos opor-tunidade à Junta de voltar aodiálogo”, referiu o PresidenteFilipe Nyusi, durante umretiro da Frente de Libertaçãode Moçambique (Frelimo),partido no poder e que di-rige, em Pemba, capital pro-vincial de Cabo Delgado,Norte do país.“Não vamos perseguir a

Junta durante uma semana,precisamente para dizer queestamos abertos, o país estáaberto, eu estou aberto” aodiálogo, reiterou.“As vias necessárias” para

esse diálogo “estão abertas”,referiu - dizendo que a Junta

sabe como esse trabalho estáa ser feito - para que se encon-tre “uma solução” para acabarcom o problema de haver “mo-çambicanos a matar outrosmoçambicanos”.“Sairemos a ganhar”, des-

tacou, se os ex-guerrilheirosdissidentes da Renamo “sejuntarem ao diálogo”.“As FDS vão estar instruí-

das” para não haver “perse-guição directa”, sem deixaremde estar alerta, detalhou.A Junta Militar da Renamo

é um movimento de ex-guerrilheiros dissidentes doprincipal partido da oposiçãode Moçambique que contestao líder eleito no congressode 2019, Ossufo Momade, eas condições de Desmilita-rização, Desarmamento eReintegração por ele nego-ciadas com o Governo.O grupo surgiu em Junho

de 2019 e ameaçou pegarnas armas caso não fosseouvido nas reivindicaçõesde destituição da liderançada Renamo e quanto a umarenegociação do acordo depaz que Momade assinou,em Agosto do último anocom o Presidente Nyusi.

mobilização contra a possi-bilidade de um terceiro man-dato de Condé, duramentereprimida, resultarem emdezenas de mortes de civis.Condé, 82 anos, foi o pri-

meiro Chefe de Estado eleitodemocraticamente em 2010,após décadas de regimesautoritários na Guiné Conacri,país vizinho da Guiné-Bissau.Durante um referendo, emMarço, muito contestado, fezaprovar uma nova Consti-tuição e considerou que onovo texto lhe permitia voltara concorrer a um terceiromandato. Os adversários políticos

denunciaram um “golpe deEstado constitucional”.Os opositores acusaram

agora o Governo de estarenvolvido numa fraude, en-quanto o Executivo e os apo-iantes de Condé asseguraramque o processo eleitoral foirealizado de forma segura eresponsabilizaram Diallopela instabilidade social nopaís por se ter auto-procla-mado vencedor das eleições,um dia depois destas se teremrealizado. Diallo, 68 anos, játinha sido derrotado por Condénas presidenciais de 2010 ede 2015.

Guterres pede fimde discursos incendiáriosO Secretário-Geral da ONU,António Guterres, apeloupara uma “solução pacífica”pelo diálogo, na crise pós-

eleitoral da Guiné Conacri epediu ao Presidente reeleitoe ao seu adversário, que con-testa os resultados, a preve-nirem a violência, segundoa Lusa.“O Secretário-Geral exorta,

também, os líderes de opiniãoe a imprensa a porem fim atodos os discursos incendiá-rios e aos apelos de uma dis-sidência de inspiração étnica”,declarou o seu porta-voz,num comunicado distribuídoà imprensa.António Guterres apenas

“tomou nota” dos resulta-dos, enquanto condenava“veementemente” a violên-cia e” reitera o apelo a todosos actores para que resolvamqualquer disputa eleitoralatravés de mecanismos jurí-dicos estabelecidos e abs-terem-se de qualquer vio-lência”, acrescentou o seuporta-voz.“O Secretário-Geral lançou

um apelo, em particular aoPresidente da República daGuiné-Conacri e ao líder deoposição para que persuadamos apoiantes a porem imedia-tamente fim à violência e ini-ciem um diálogo construtivopara encontrar uma soluçãopacífica para a crise pós-elei-toral”, sublinhou.“As Nações Unidas estão

prontas para apoiar um pro-cesso de diálogo que visauma solução rápida e pacíficapara a crise pós-eleitoral”da Guiné Conacri.

DR

Filipe Nyusi tem a paz como uma das principais prioridades

DERROTADO NAS ELEIÇÕES DA GUINÉ CONACRI MOÇAMBIQUE

ELEIÇÕES SEM INCIDENTES

Presidente decreta trégua para diálogo com a Junta

DR

Candidato derrotado reclama vitória e acusa Condé de cometer fraude para continuar no poder

Cellou Diallo confirmarecurso para o Tribunal

Sem qualquer tipo de inci-dente, segundo a Lusa, maisde 330 mil eleitores foram,ontem, chamados às urnas,em Cabo Verde, para escolheros autarcas dos 22 concelhos,nas oitavas eleições munici-pais do arquipélago e queantecedem às eleições legis-lativas e presidenciais de 2021.Nas eleições concorreram

ao mandato de quatro anos,65 listas às AssembleiasMunicipais e 64 às CâmarasMunicipais, das quais 53 dequatro partidos políticos e12 de grupos de cidadãos,segundo dados da ComissãoNacional de Eleições (CNE)cabo-verdiana.Para esta votação estavam

inscritos 337.083 eleitores,distribuídos por 864 mesasde voto em todo o arquipé-lago, um aumento de 34.073eleitores (+11 por cento) faceàs eleições municipais ante-riores, em 2016.

A Praia concentrou 306mesas de voto e 86.180 eleitorespara esta votação, segundo osdados da CNE.A abertura das urnas foi

antecipada uma hora emrelação ao habitual, devidoàs medidas de prevenção daCovid-19. Para “garantir asegurança e protecção indi-vidual dos membros dasmesas das assembleias devoto”, foram disponibilizadosequipamentos de protecçãoindividual, nomeadamentemáscara cirúrgica, viseira eluvas, e era obrigatório o seuuso durante o acto eleitoral.Durante a campanha elei-

toral, devido à pandemia, ascandidaturas também nãorealizaram reuniões públicasem espaços abertos.As últimas autárquicas

ocorreram a 4 de Setembrode 2016, tendo o Movimentopara a Mudança (MpD) ven-cido 18 das 22 Câmaras.

Cabo Verde foi às urnasescolher novos autarcas

Depois da proclamação oficial do resultado das eleiçõespresidenciais, o candidato derrotado anunciou que vairecorrer à Justiça de modo a anular essa decisão

CANDIDATO DA OPOSIÇÃO É NOVO PRESIDENTEDAS SEYSHELLESWavel Ramkalawan,candidato da oposiçãoconcorrente às eleiçõespresidenciais nasSeychelles, foi declaradovencedor do pleito com54,9 por cento dos votos,segundo a ComissãoEleitoral. O triunfo deWavel Ramkalawan, colocaum ponto final ao domíniopolítico do Partido Unidodas Seychelles, cujosdiferentes candidatosforam eleitos desde 1977,como foi o caso doderrotado Danny Faure.A campanha para estaseleições foi marcada pelapandemia e por uma fortecontracção económica,devido à “fuga” de turistas(os principaispotenciadoreseconómicos). A Comunicação Social foi considerada o epicentroda campanha política comdebates e discursos ondeos candidatos colocaram as suas ideias epropostas. Com umapopulação que não chegaaos 100 mil habitantes, asSeychelles são umarquipélago composto por 115 pequenas ilhas no Oceano Índico.

RECOLHER OBRIGATÓRIOLEVANTADO EM LAGOSO presidente da Câmara deLagos, a cidade maispopulosa da Nigéria,anunciou o levantamentodo recolher obrigatório apartir de sábado,permitindo que as pessoassaiam de casa, após váriosdias de confrontosviolentos. “Bom dia Lagos,hoje é um bom dia paracomeçar a reconstruirLagos e pôr fim à violênciapolicial”, escreveu BabajideSanwo-Olu no Twitter,antes de anunciar, natelevisão, que “as pessoaspoderiam deixar as casas apartir desse dia.As declarações do autarcaBabajide Sanwo-Olusurgiram depois deconfrontos violentos entrea Polícia e osmanifestantes, que levou àimposição do recolherobrigatório.

Os protestos foramreprimidos com violênciana terça-feira à noite,quando 12 jovensmorreram na sequência de disparos da Polícia.

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Page 15: NESTA EDIÇÃO ADEBAYO VUNGE entre Angola e Portugal · 2020. 10. 26. · NESTA EDIÇÃO ADEBAYO VUNGE Pandemia, Constituição e manifestação OPINIÃO •11 CUANDO CUBANGO Furto

As armas nucleares estãoproibidas com a entrada emvigor, a 22 de Janeiro de 2021do Tratado Internacional deProibição de Armas Nuclea-res, ratificado por 50 Estados, confirmou, ontem, a Organi-zação Não GovernamentalCampanha Internacionalpara a Abolição de ArmasNucleares (INCA).

Sábado, as Honduras tor-naram-se no 50º país a assinaro texo, um dia depois de aJamaica e Nauru terem sub-metido as suas ratificações.

A assinatura do Tratadopelas Honduras foi, tam-bém, confirmada à agênciade notícias France Press porum alto responsável da Or-ganização das Nações Uni-das. "O Tratado Internacionalque Proíbe as Armas Nuclea-res foi aprovado pelo paísnúmero 50, as Honduras",disse, num comunicado, oque permitirá a entrada emvigor em 90 dias desse textoque os promotores descrevemcomo "histórico".

O Secretário-Geral daONU, António Guterres, cele-brou "o resultado do movi-mento mundial para chamara atenção sobre as catastró-ficas consequências huma-nitárias de qualquer uso dearmas nucleares".

"O acto representa umcompromisso significativopara a eliminação total dasarmas nucleares, que semantém como a maior prio-ridade das Nações Unidassobre o desarmamento”,acrescentou Guterres.

Embora as grandes potên-cias nucleares não tenhamassinado o tratado, os acti-vistas que impulsionaram asua entrada em vigor espe-ram que seja mais que sim-bólica e que, a longo prazo,tenha um efeito dissuasivo.

"Hoje é um dia de vitóriapara a Humanidade e umapromessa para salvar o futuro",disse, Peter Maurer, presidentedo Comité Internacional daCruz Vermelha (CICR), emcomunicado.

A ICAN, vencedora do Pré-mio Nobel da Paz em 2017pelo papel no desenvolvi-mento desse Tratado, con-gratulou-se e classificou-ocomo "marco histórico" e um"novo capítulo para o desar-mamento nuclear".

"Décadas de activismoalcançaram o que muitosdiziam ser impossível: asarmas nucleares estão proi-bidas", afirmou a directoraexecutiva da ICAN, BeatrizFihn, citada no comunicado.

A ICAN é uma coligaçãointernacional que reúne cen-tenas de organizações huma-nitárias, ambientais, direitoshumanos, pacifistas e deapoio ao desenvolvimentode cerca de 100 países.

Vários países ratificaramrecentemente o tratado, entreeles Nigéria, Malásia, Irlanda,Malta e Tuvalu.

México, Venezuela, Uru-guai, África do Sul e Viet-name estão entre os paísesque já aprovaram o Tratado.

O Tratado sobre a Proi-bição de Armas Nucleares,que proíbe o uso, desenvol-

vimento, produção, testes,estacionamento, armaze-namento e ameaça do usodesse tipo de arsenal, foiaprovado pela AssembleiaGeral da ONU em Julho de2017, com o voto de 122 paí-ses. O texto foi assinado por84 países, embora nem todoso tenham ratificado.

Os principais países comarmas nucleares, incluindoos Estados Unidos, ReinoUnido, França, China e Rússia,não assinaram o documento.

Na América Latina, aindanão foi ratificado pelo Brasil,Peru, Chile, Colômbia, entreoutros países, segundo o siteda ONU. A Argentina não oassinou. Os estados que pos-suem armas nucleares alegamque os seus arsenais servemcomo um impedimento e queestão comprometidos com oTratado de Não Proliferaçãode Armas Nucleares.

No entanto, os activistasa favor da abolição esperamque a ratificação deste Tratadotenha o mesmo impacto queos acordos internacionaisanteriores que proíbem asminas terrestres e as bombasde fragmentação, estigmati-zando a posse e o uso de armasnucleares, o que poderia levara uma mudança de compor-tamento até mesmo dos paísesque não o assinaram.

Oficialmente criada em2007, em Viena, Áustria, àmargem de uma conferênciainternacional sobre o Tratadosobre a Não Proliferação deArmas Nucleares, a ICAN temconseguido reunir na sua causa,activistas de todo o mundo,mas também celebridades,como o líder espiritual DalaiLama, o arcebispo anglicanosul-africano Desmond Tutu,que já foi Prémio Nobel daPaz, ou o músico de jazz Her-bie Hancock.

ARMAS NUCLEARES ESTÃO PROIBIDAS

DR

A maioria dos países exige o desarmamento nuclear para evitar a destruição da Humanidade

Tratado internacionalvigora a partir de JaneiroApesar de os países com armas nucleares não terem assinadoo texto, o Tratado abre novo caminho para o desarmamento

Bielorrússia

O Afeganistão anunciou,ontem, a morte de um diri-gente de topo da Al-Qaeda,um dos mais procurados pelasautoridades norte-america-nas, numa operação militarno Leste do país.

Husam Abd al-Rauf, maisconhecido como Abu Muhsina-Masri, era responsável pelapropaganda da Al-Qaeda econstava na lista dos maisprocurados do FBI. A sua morteacontece depois de semanasde violência no país, incluindoum atentado suicida num cen-tro educativo perto da capital,Cabul, que matou 24 pessoasno sábado e reivindicado peloEstado Islâmico.

É também um indicadorde que a Al-Qaeda continuapresente no Afeganistão, oque pode comprometer asconversações de paz e a reti-rada das forças norte-ame-ricanas do país, 19 anos apósuma invasão que visou deporo regime talibã que acolhiao líder histórico da organi-zação, Osama bin Laden,responsável pelos ataquesdo 11 de Setembro de 2011.

A Al-Qaeda ainda não reco-nheceu a morte de al-Rauf,anunciada na rede socialTwitter pelos serviços secre-tos afegãos, que afirmaramtê-lo morto numa operaçãodas forças especiais na sema-na passada, na província deGhazni, 150 quilómetros aSudoeste de Cabul.

Segundo Amanullah Ka-mrani, um responsável localdo Conselho provincial deGhazni, as forças especiaisafegãs atacaram a localidadede Kunsaf, controlada pelostalibãs, e mataram sete sus-peitos de pertencerem à Al-Qaeda que estavam numa casaisolada durante um tiroteio.

Se se provar que os talibãsdavam abrigo a al-Rauf, issoserá uma violação dos termosdo acordo celebrado em Feve-reiro passado com os EstadosUnidos, que levou ao iníciodas conversações.

No acordo, os talibãs con-cordaram "não cooperar comgrupos ou indivíduos queameacem a segurança dosEstados Unidos e dos seusaliados", entre os quais se

inclui a Al-Qaeda. Procu-radores do FBI emitiram ummandado de captura contraal-Rauf em Dezembro de2018, acusando-o de apoiarorganizações “terroristas” ede conspirar para matar ci-dadãos norte-americanos ecolocando-o na lista dos "ter-roristas" mais procurados,onde estão outros 27 nomesnão revelados.

Al-Rauf nasceu no Egiptoem 1958 e segundo uma bio-grafia divulgada pela Al-Qaeda, juntou-se aos guer-rilheiros mujahedin quecombateram as tropas sovié-ticas durante a invasão doAfeganistão.

Durante anos, foi respon-sável pela comunicação daAl-Qaeda, gravando decla-rações em áudio e escrevendoartigos favoráveis à rede dogrupo extremista".

Depois de algum tempoinactivo, Ruf voltou a surgir,em 2018, numa gravação emque aparece a troçar o Presi-dente norte-americano, DonaldTrump, e de todos os seus ante-cessores na Casa Branca.

DR

Presidente turco com homólogo francês, Emmanuel Macron

AFEGANISTÃO

Abatido dirigente da Al-Qaeda

TERMINA O PRAZODO ULTIMATOPARA LUKASHENKORENUNCIAR AO MANDATO O prazo dado no dia 13 deOutubro pela opositorabielorrussa SvetlanaTikhanovskaya aoPresidente AlexanderLukashenko para renunciarao mandato presidencial,terminou ontem. CasoLukashenko não se demita,a oposição irá convocaruma manifestação deproporções inéditas e umagreve geral. Numamensagem publicada nasredes sociais e dirigida àsautoridades bielorrussas, a líder da oposição naBielorrússia, que seencontra exilada naLituânia, deu a AlexanderLukashenko um prazo de 13dias para anunciar arenúncia, acabar com adispersão dos protestos e libertar todos os"prisioneiros políticos"."Se as nossas reivindicaçõesnão forem atendidas até aodia 25 de Outubro, todo opaís sairá às ruas de formapacífica", advertiu aopositora, avançando,ainda, que no dia seguinte,a 26 ( hoje) de Outubro,"terá início uma grevenacional em todas asactividades económicas".A oposição bielorrussa exigea saída de Lukashenkodesde as contestadaseleições presidenciais de 9de Agosto, que atribuíramao líder bielorrusso, nopoder há 26 anos, um sextomandato. As forçasopositoras consideraram as eleições fraudulentas e desde então milhares de bielorrussos têm saídoàs ruas em protesto.

CONFRONTO VERBAL

O chefeda diplomacia euro-peia, Josep Borrell, criticou,ontem, as declarações "ina-ceitáveis" do Presidente turcoem relação ao homólogo fran-cês e apelou a Ancara para"parar esta espiral perigosade confronto".

"As declarações do Presi-dente Recep Tayyip Erdoganem relação ao PresidenteEmmanuel Macron são ina-ceitáveis. Apelo à Turquia paraparar esta espiral perigosa deconfronto", escreveu Borrellna rede social Twitter.

Erdogan questionou, nosábado, a "saúde mental" deMacron devido à atitude desteem relação aos muçulmanos.A França reagiu chamandoa Paris o seu embaixador naTurquia "para consultas".

Borrell também recordouo Conselho Europeu de iníciode Outubro em Bruxelas, noqual os dirigentes da UE ten-taram acalmar as tensões como Presidente Erdogan.

Nomeadamente compro-meteram-se a melhorar a

cooperação e a relançar a uniãoaduaneira se a Turquia inter-rompesse a investigação eperfuração nas águas cipriotascom jazidas de gás.

Embora a presidente daComissão Europeia, UrsulaVon der Leyen, tenha adver-tido: "se Ancara continuarcom as suas acções ilegais,usaremos todos os instru-mentos à nossa disposição".

"As conclusões do Con-selho Europeu contêm umaoferta real para relançar anossa relação", disse Borell."Mas é necessária vontadepolítica das autoridades tur-cas em relação a esta agendapositiva. Caso contrário, aTurquia ficará ainda maisisolada", alertou.

Num discurso, no sábado,Erdogan declarou, referindo-se a Macron, que "tudo o quese pode dizer de um Chefede Estado que trata milhõesde membros de comunidadesreligiosas diferentes destamaneira é que faça primeiroexames de saúde mental".

UE critica as declarações de Erdogan sobre Macron

"O acto representaum compromisso

significativo para aeliminação total das

armas nucleares,que se mantémcomo a maior

prioridade da ONUsobre o

desarmamento"

15Segunda-feira26 de Outubro de 2020MUNDO

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17Segunda-feira26 de Outubro de 2020

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IVECO 130 mil Km, Akz8.000.000,00, negociável. Tlfs:914463184, 931634425(11026)

RENAULT Duster, 28.000Km,sem Matrícula G, automático,preço: 6.300.000Kz, negociá-vel. Telef: 925178410(11017)

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18 Segunda-feira26 de Outubro de 2020

PROCURA DE PARADEIRO

Está desaparecido desde Março de 2020, o maiorde 28 anos, de nome MANUEL DUARTE PIO MARIA(Lukeny). O mesmo residia na Centralidade doSequele. Pede-se a quem souber do seu paradeiro,o favor de ligar para os seguintes terminais telefónicos:930995802, 923604276, ou ainda conduzi-lo à 1.ªEsquadra da Polícia Nacional. (10666)

PANALPINA – TRANSPORTES MUNDIAIS, NAVEGAÇÃO E TRÂNSITOS, S.A.

Sede Social - Rua Kima Kienda, n.º 106, Boavista, LuandaCapital Social – Kz 18.000,00

ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artigo 16.º dos Estatutos e disposições legais emvigor, é convocada a Assembleia-Geral Extraordinária da socie-dade PANALPINA – TRANSPORTES MUNDIAIS, NAVEGA-ÇÃO E TRÂNSITOS, S.A., com sede em Luanda, na Rua KimaKienda, n.º 106, Boavista, para reunir na referida sede social, nodia 5 de Novembro de 2020, pelas 11H00, com a seguinteordem de trabalhos:

PONTO UM – Aprovação da transferência da dívida da PanalpinaInternational para a Panalpina Holding.

PONTO DOIS – Diversos.

Luanda, aos 13 de Outubro de 2020.

O PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA-GERALIdalett Rosário de Almeida de Sousa

AVISO DE COMPARÊNCIA

O Gabinete de Recursos Humanos da GASR-ANGOLA, Lda. solicita a comparência dos senhores:

- Manuel Dala- Maurício Paulo

a comparecerem na sede da Empresa em Luanda, no prazo de(5) dias úteis, a contar da data da publicação da referida notifi-cação, para tratar de assuntos de seu interesse.

A ausência de V. Ex.ªs dentro do prazo referido, implica que aGASR-ANGOLA, Lda, considere esta conduta como efectivoabandono do posto de trabalho, ao abrigo dos n.ºs 3 e 4 do artigo229.º da Lei Geral do Trabalho, cessando automaticamente a re-lação de trabalho que detinha com V. Exªs, por ausência injustifi-cada há mais de vinte (20) dias consecutivos.

O Gabinete de Recursos Humanos da GASR,

Luanda, aos 22 de Outubro de 2020.

Lúcia Margarete Pinto(10963) (10979)

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19Segunda-feira26 de Outubro de 2020

COMUNICADO DE IMPRENSAReembolso de Bilhetes de Passagem

A SonAir - Serviço Aéreo SA, vem, pelo presente, comunicar a todos osex-passageiros que tenham comprado bilhetes para os destinosLuanda/Soyo/Luanda, Luanda/Cabinda/Luanda e para os voos inter-provinciais entre o Soyo e Cabinda, a dirigirem-se aos locais onde os ad-quiriram nomeadamente, Agências de Viagem, fazendo-se acompanhardos originais dos respectivos bilhetes, assim como do Bilhete de Identi-dade, para a solicitação e posterior tratamento do reembolso.

Como alternativa, os interessados poderão igualmente enviar um emailpara: [email protected] a solicitar o reembolso.

Importa realçar que as solicitações de reembolso para as rotas supracita-das deverão ocorrer até ao dia 30 de Novembro de 2020, sendo que,findo este prazo, não serão aceites quaisquer pedidos relacionadas ao re-ferido processo.

De recordar que a SonAir encerrou a operação para os destinos de Soyoe Cabinda a 30 de Maio de 2020.

OBRIGADO PELA PREFERÊNCIA AO LONGO DOS ANOS PASSADOSEM NOSSA COMPANHIA!

REPÚBLICA DE ANGOLAMINISTÉRIO DA CULTURA, TURISMO E MEIO AMBIENTE

DIRECÇÃO NACIONAL DE PREVENÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS

CONSULTA PÚBLICADO

PROJECTO “REFINARIA DE CABINDA”.

O Ministério da Cultura Turismo e Ambiente, em parceria com a Cabinda Oil Refinery Lda.,realizará uma sessão de Consulta Pública, do projecto “Refinaria de Cabinda”, no âmbitodo Decreto Presidencial n.º 117/20, de 22 de Abril, sobre o Regulamento Geral de Avalia-ção de Impacte Ambiental e do Procedimento de Licenciamento Ambiental.

A Consulta Pública realizar-se-á no dia 29 de Outubro de 2020, às 10h30 min, via Plata-forma Digital Teams.Deste modo, são por este meio convidados todos os interessados em dar o seu contributo,ao Estudo de lmpacte Ambiental (EIA), apresentado pelo proponente, devendo para maisinformações contactar os seguintes endereços:

• Ministério do Ambiente, Direcção Nacional de Prevenção e Avaliação de Impactes Am-bientais, Complexo Administrativo Clássicos de Talatona, Rua do MAT, Edifício MCTA,4°andar; Ingombota-Luanda; Email: [email protected]• Administração Municipal de Cabinda.

Aos interessados disponibilizamos o Resumo NãoTécnico do Estudo de Impacte Ambientaldo projecto no link abaixo mencionado.

Email: [email protected] Compartilhado:https://drive.google.com/drive/folders/1zUFMPgyREsuOefrmf0Opbtwloj8dIKQ?usp=sha-ring Email: [email protected](Para Contribuições).

DIRECÇÃO NACIONAL DE PREVENÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS,em Luanda, aos 22 de Outubro de 2020.

O DIRECTORIURY SANTOS

(500.)

(11040)

SIMANDREA LDA (CEM-VISION) é uma empresa multi-dimensional com seu pool deespecialistas espalhados transversalmente em todo o mundo. A SIMANDREA LDA ofe-rece serviços Quadro-Modulares consistindo em Consultoria de Gestão, Serviços Téc-nicos e Comerciais, Serviços Especiais na Indústria de Cimento e Treinamento eDesenvolvimento.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE COLECTIVO DE PASSAGEIROS– (SUMBE)

A SIMANDREA LDA(CEM-VISION), solicita a apresentação de propostas para prestaçãode Serviços de Transporte Colectivo de Passageiros, incluindo, mas não limitado aofornecimento de viaturas e pessoal qualificado para a respectiva operação.

Tipo de Contrato: Prestação de Serviços de Transporte Colectivo de Passageiros (24/7)Local de execução do Contrato: Angola, província do Kuanza-Sul, município do SumbePrazo de execução do Contrato: 6 meses (renovável por iguais períodos de tempo)

Descrição: • Proposta técnica e financeira• Mapa de frota disponível• Carta de apresentação, incluindo experiência no ramo de transporte

Requisitos 24H após comunicação da selecção:• Mapa de frota disponível para o contrato, incluindo ficha técnica das viaturas;• Livrete/verbete das viaturas;• Título de propriedade ou similiar• Certificação para transporte colectivo de passageiros• Seguro automóvel• Lista do pessoal a afectar a operação incluíndo CVs, cartas de condução e averbamentopara os serviços públicos (motoristas)

A apresentação de propostas deverá ser feita até ao dia 30 de Outubro de [email protected] e [email protected].

Contactos: 933097385/933097384(10925)

(10854)

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20 Segunda-feira26 de Outubro de 2020NECROLOGIA

SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 8H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H

FALECEU

Simão António da Silva (esposo), Elinga da SilvaBorresen, Etanelo da Silva, Osmany da Silva,Valércia da Silva Miala, Onima da Silva (filhos),Pedro Caetano Júnior, Randal Mouzinho, Clau-dina M. Tomás, Jorge Mouzinho, António Gon-çalves "Pisa" (irmãos), cunhados, genros edemais familiares comunicam falecimento deMARIA AMÉLIA PEDRO ANTÓNIO CAETANO.O funeral realiza-se hoje, segunda-feira,26/10/2020, no cemitério do Benfica. (11008)

MARIA AMÉLIA PEDROANTÓNIO CAETANO

FALECEU

Eva Cortez "Jacinta" (esposa), Efigénia,Adriano, Telita, Marieth, Massoxi, João,Lau, Chinda e Cláudio (filhos), netos egenro comunicam o falecimento do seuente querido EMÍLIO ADÃO MANUELJOÃO, ocorrido dia 23 de Outubro de2020. O funeral realiza-se hoje, se-gunda-feira, dia 26 de Outubro de 2020,no cemitério da Sant'Ana, às 11h00.

(10997)

EMÍLIO ADÃO MANUEL JOÃO

FALECEU

Teresa, Coimbra e Neto (irmãos) e de-mais familiares cumprem o dolorosodever de comunicar o falecimento doseu ente querido EMÍLIO ADÃO MA-NUEL JOÃO, ocorrido dia 23 de Outubrode 2020. O funeral realiza-se hoje, se-gunda-feira, dia 26 de Outubro de 2020,às 11h00, no cemitério da Sant'Ana.

(10997b)

EMÍLIO ADÃO MANUEL JOÃO

FALECEU

Os filhos de GETÚLIO RIBEIRO AGOS-TINHO (Tulas), com muita tristeza, par-ticipam o falecimento de seu pai. Nestahora de tristeza, agradecemos a Deuspor teres sido nosso pai e deixares ahonestidade como valor principal denossas vidas. A morte é só uma viagem!Até sempre General. (10873a)

GETÚLIO RIBEIROAGOSTINHO (Tulas)

FALECEU

Fátima Jacinto Sebastião “São” (esposa)e filhos cumprem o doloroso dever departicipar o falecimento de seu esposoe pai GETÚLIO RIBEIRO AGOSTINHO(Tulas), ocorrido no dia 21 de Outubro2020. (10873b)

GETÚLIO RIBEIROAGOSTINHO (Tulas)

FALECEU

Lucília Ribeiro Agostinho, filhos, norae netos cumprem o doloroso dever departicipar o falecimento de seu queridofilho, irmão e pai GETÚLIO RIBEIROAGOSTINHO (Tulas). Neste momentode tristeza, agradecemos a Deus por teressido parte da nossa família. (10873)

GETÚLIO RIBEIROAGOSTINHO (Tulas)

Meu querido sogro, pai e amigo, muitos parabéns. Foi assim que sempre nos tratamos,lembro de ti com muita saudade, os teus ensinamentos, tudo o que transmitiste tem sidomuito útil nos dias que vivemos hoje, nesta vida que segue, eras muito afrente afinal; éengraçado que há alguém que também me diz tudo um pouco do mesmo jeito “mantém-te calmo e sereno”. A calma e a serenidade nos dias de hoje, quem não as tem poderáficar ultrapassado, se deixar outros ânimos menos bons dominarem a situação.

Hoje, lembro de ti com muitos sorrisos dos nossos momentos, os bons e os maus,(risos) os maus eram quase sempre a disputa pela tua filha, minha mulher (risos), eumuitas vezes dizia que se pudesses ficavas com ela cozida dentro da tua barriga , aquia gozar e está a chegar a minha vez (risos) as tuas netas estão grandes, tens mais umneto e a família está super feliz. Meu querido sogro, hoje a saudade é uma saudadealegre, as lágrimas são quase sempre acompanhadas com sorrisos e já não dói, masse estivesses aqui nos dias de hoje ias ser a cereja no topo do nosso bolo, a tua alegriapermanente disfarçada por um bigode com olhares de mau, para quem não te conhecia,não sei se conseguirias mantê-la, no mínimo estarias na continuidade de estragar osnetos como já estavas a fazer (risos), com mimos tremendos de vovô zeloso muito pro-tector; assim eras com toda a família e neste aspecto éramos parceiros, percebi facil-mente que para ti a família era o mais importante e que não toleravas discórdias, erassimplesmente impecável.

Pessoa de grande coração, com doses de humor adoráveis, eu confesso que gostavamuito do lado militar (risos), bravura e disciplina, era interessante ver exerceres tudoaquilo misturado com o teu lado vaidoso (risos), sim, porque tu eras muito vaidoso e mais,eras vaidoso com estilo (risos), afinal vaidade não é estilo!

Querido sogro, lembro de ti com muita saudade, uma saudade imensurável, recebe omeu abraço onde quer que estejas. Eu poderia discorrer aqui todo um percurso de 20anos, talvez num livro um dia, vou deixar os teus netos crescerem só mais um poucopara ajudarem no título (risos).

Outro dia exerci um dos teus melhores ensinamentos (risos), mas este é segredo e nemas paredes confesso!

Estamos juntos meu querido Sogro, até sempre, estamos bem, estamos todos bem, e aspalavras que saíram dos teus olhos no altar quando me entregaste a minha mulher “cuidadela” ecoam pelo universo, e assim será para todo o sempre, (risos). Amo-te. (11005)

RECORDAÇÃO

MÁRIO PLÁCIDO CIRILO DE SÁ(General Ita)

MISSA

Júlio Lucas (esposo), Mauro Lucas, DélcioLucas, Bruno Lucas, Ânia Lucas Luvam-bano, Júlio Lucas, Maria Lucas Cangueza(Marisa) (filhos) comunicam que serárezada Missa do 30º Dia, em memóriade sua esposa e mãe ANA DA ROSACABRAL LUCAS (Aninhas), na terça-feira, dia 27/10/2020, às 18h30, na Igrejade São Paulo. (11011)

ANA DA ROSA CABRAL LUCAS (Aninhas)

FALECEU

A família Pereira da Gama tem o deverde comunicar o passamento físico deANTÓNIO PEREIRA DA GAMA, ocorridono dia 21.10.2020 por doença. O funeralrealizar-se-á em data a anunciar opor-tunamente. (10.930)

ANTÓNIO PEREIRA DA GAMA

FALECEU

Maria Domingos Brandão Pereira da Gama(esposa), Francisco da Gama, Osvaldo, Rui,Tatio, Stella, Isabel, Neusa, Nara, Ilda, Edna,Marinela. Maria, Gelson, Estêvão, Jesualdo daGama (filhos) cumprem o doloroso dever decomunicar o falecimento do seu ente queridoANTÓNIO PEREIRA DA GAMA, ocorrido dia21.10.2020, no Hospital Militar, por doença,o funeral realizar-se-à em data a anunciar.

(10.930a)

ANTÓNIO PEREIRA DA GAMA

MISSA

Vicência Cabral Cândido (Vivi), Mariado Céu (Picó), Neto Cabral, Faria Cabral(irmão), tios, primos, sobrinhos, netos,bisnetos e demais familiares comunicamque será rezada Missa do 30º Dia, emmemória da sua querida ANA DA ROSACABRAL LUCAS (Aninhas), na terça-feira, dia 27/10/2020, às 18h30, na Igrejade São Paulo. (11011a)

ANA DA ROSA CABRAL LUCAS(Aninhas)

FALECEU

Maria da Conceição Miguel Eduardo (esposa),Wilcevanda Eduardo, Luizilda Eduardo, EmílioEduardo, Maria Isabel Eduardo, Maria Eduardo,Eduania Eduardo e Filomena Eduardo (filhos)comunicam o falecimento de seu esposo e paiDIOGO EMÍLIO QUENTAL EDUARDO (Dado).O velório realiza-se na noite do dia 26/10/2020,no Quartel do RI20. O funeral realiza-seamanhã, terça-feira, dia 27/10/2020, no cemi-tério da Sant'Ana, às 10h00. (11013)

DIOGO EMÍLIO QUENTALEDUARDO

CONDOLÊNCIAS

O colectivo de trabalhadores e amigosda Direcção de Serviço de Saúde da PolíciaNacional de Angola comunica o faleci-mento do Comissário JOÃO BAPTISTAGASPAR BENTO SARDINHA, Directordos Serviços de Saúde da Polícia Nacionalde Angola, ocorrido no dia 21 de Outubrode 2020, por doença. Endereçam à famíliaenlutada os seus mais profundos senti-mentos de pesar. (10922)

JOÃO BAPTISTA GASPARBENTO SARDINHA

FALECEU

Lisaleni Lucas da Silva Fernandes eÂngelo Muquinda Pereira cumprem odoloroso dever de comunicar o faleci-mento de sua querida filha HADASSAGABRIELA FERNANDES PEREIRA, ocor-rido dia 24/10/2020, por doença. Ofuneral realizar-se-á em data a anunciaroportunamente. (10985)

HADASSA GABRIELAFERNANDES PEREIRA

FALECEU

As famílias Lucas da Silva Fernandes eMuquinda Pereira comunicam o faleci-mento de sua quer ida HADASSAGABRIELA FERNANDES PEREIRA, ocor-rido dia 24/10/2020, por doença. Ofuneral realizar-se-á em data a anunciaroportunamente.

(10985a)

HADASSA GABRIELAFERNANDES PEREIRA

AGRADECIMENTO

A família do camarada Brigadeiro na re-forma ARTUR ADÃO MATEUS, falecidono passado dia 16 de Outubro do cor-rente ano, em Luanda, por doença, agra-dece a todos quantos se dignaram emacompanhar o seu ente querido até à suaúltima morada, bem como pelo apoioincondicional prestado pelo Estado-Maior General das FAA e demais insti-tuições. (11003)

ARTUR ADÃO MATEUS

FALECEU

António David e Carlota João (pais), Ana ChelseaDavid (esposa), Matt dos Santos, Paulete DavidMilagre, Carlos David, Nany dos Santos, SâniaDavid Simba, Iris David, Paulo Sérgio dos Santos,Maura David, Erikson David (irmãos) comunicamo passamento físico de IDALÉCIO LOURENÇOJOÃO DAVID (Dady), ocorrido no dia 23/10/2020,por doença. O funeral realiza-se amanhã, terça-feira, 27/10/2020, no cemitério do Camama.

(11038)

IDALÉCIO LOURENÇO JOÃODAVID (Dady)

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21Segunda-feira26 de Outubro de 2020

SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 8H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H

FALECEU

Ricardo Henriques, Nadir Henriques eMárcia Henriques (filhos), netos, irmãos,nora, genros, sobrinhos e amigos comu-nicam o falecimento da sua queridaBERTA MARIA FERREIRA DIOGO, ocor-rido no passado dia 23 de Outubro de2020. O funeral realizar-se-á em dataa anunciar. (10984)

BERTA MARIA FERREIRADIOGO

FALECEU

António Alberto da Silva Neto e OlímpiaCorreia da Silva (pais), Divaldo, Elizandra,Yannick e Domingas Correia da Silva (filhos)e demais familiares cumprem o dolorosodever de comunicar o falecimento da suaquerida LURDES TAMARA CORREIA DASILVA, por doença, ocorrido dia 24 deOutubro de 2020. O funeral realizar-se-áem data a anunciar. (10993)

LURDES TAMARA CORREIA DA SILVA

AGRADECIMENTO

Rosa Helena (esposa), Cláudio Sucacuexe,Ana Sucacuexe, Liliana Sucacuexe (filhos),Sousa Sucacuexe, José Sucacuexe, MadalenaSucacuexe, Arão Sucacuexe, Maria Suca-cuexe, Marta Sucacuexe (irmãos), primos,sobrinhos, netos e demais familiares agra-decem a todos quantos se dignaram emacompanhá-los neste momento de dor,aquando o passamento físico de BER-NARDO PAULO SUCACUEXE. (11014a)

BERNARDO PAULOSUCACUEXE

FALECEU

É com profunda dor e consternaçãoque, o Comando Geral da Polícia Nacionalde Angola comunica o passamentofísico do Comissário JOÃO BAPTISTAGASPAR BENTO SARDINHA, ocorridono dia 21/10/2020, por doença. O funeralrealizar-se-á em data a anunciar opor-tunamente. (10870)

JOÃO BAPTISTA GASPARBENTO SARDINHA

RECORDAÇÃO

ANTÓNIO BILÔLO DOS SANTOS NETOsemprefoste um homem extraordinário, pai, amigo,avô, tio... Guardamos a tua memória vivadentro dos nossos corações, e encontramosconforto nas lembranças que construímos.O amor calcula as horas por meses e os diaspor anos e cada pequena ausência é uma eter-nidade. E, que a tua alma descanse em paz.Recordam-te tua esposa, filhos, cunhado,genro e sogro. (10990)

ANTÓNIO BILÔLO DOSSANTOS NETO

FALECEU

Rosária Cruz, José Cruz, Raul Almeida eAlbertina Almeida, (sobrinhos), cumpremo doloroso dever de comunicar o passamentofísico de sua ente querida,FINEZA MANUELDA COSTA NKOSI (Avó Fineza), ocorridodia 24/10/2020, por doença mais informamque o seu funeral, realizar-se-á em data aanunciar oportunamente. (11025b)

FINEZA MANUEL DA COSTANKOSI (Avó Fineza)

RECORDAÇÃO

Luís, como eu te chamava, meu irmão,são passados três meses, mas pareceque foi ontem, está difícil suportar ador da tua ausência, e expressar a dimen-são da saudade, a nossa pomba brancavoou para junto do Senhor. Descansaem paz Jó, recordam-te tua mãe, irmãose sobrinhos. (11034)

LUÍS MANUEL FILIPE DEALMEIDA (Jó)

FALECEU

Rosa Micolo dos Santos (filha), José Mariados Santos (genro), Ana Micolo Cândido,Kevin Micolo, Nunes e Cássio MicoloNunes (netos) comunicam o falecimentode ROSA DE SOUSA E SANTOS MICOLO,ocorrido dia 21 de Outubro, por doença.O funeral realiza-se hoje, segunda-feira,dia 26/10/2020, pelas 11h00, no cemitériodo Alto das Cruzes.

(11000)

ROSA DE SOUSAE SANTOS MICOLO

FALECEU

Hortência Micolo, Esperança Micolo, RosaMicolo dos Santos, João Micolo, Luís Micolo,Domingas Micolo, Morena Micolo, AnaMicolo, Luduina Micolo, Catarina Micolo ePatrícia Micolo (filhos) comunicam o fale-cimento de sua estimada mãe ROSA DESOUSA E SANTOS MICOLO, ocorrido dia22/10/2020, por doença. O funeral realiza-se hoje, segunda-feira às 11h00, no cemitériodo Alto das Cruzes. (11000a)

ROSA DE SOUSA E SANTOS MICOLO

FALECEU

Diogo Joaquim e Conceição Joaquim (pais),Domingas Joaquim (esposa), Solene, DumilsonDaniela (filhos), Só, Edna, Nilson, Patrícia,Antonieta, Ana Rodrigues, Jovany, Nelson eEdú (irmãos) cumprem o doloroso dever decomunicar o falecimento de ANATÓRIO PEDROJOÃO, ocorrido no dia 21/10/2020, por doença.O funeral realiza-se hoje, segunda-feira,26/10/2020, às 10h00, no Cemitério de Sant'Ana.

(10955)

ANATÓRIO PEDRO JOÃO

FALECEU

Nelito Bemba, Paulina Bemba, GraçaBemba, Sebastião Bemba, Branca Bemba(filhos), irmãos, sobrinhos e demais fa-miliares cumprem o doloroso dever decomunicar o falecimento do seu entequerido MANUEL BEMBA, ocorrido nodia 22/10/2020. O funeral realizar-se-áem data a anunciar oportunamente.

(10999)

MANUEL BEMBA

FALECEU

Ilídio Tilthon, Paula da Costa, Finela Pereira, Samuel Canague,Arlindo da Costa, Pedro Miala e Edgar Miala, (filhos), primos,tios, sobrinhos, noras, genros e netos cumprem o doloroso deverde comunicar o passamento físico de sua querida, FINEZAMANUEL DA COSTA NKOSI (Avó Fineza), ocorrido dia 24/10/2020,por doença. Mais informam que o funeral realizar-se-á em dataa anunciar oportunamente. Brilha ontem, hoje e sempre.

(11025)

FINEZA MANUEL DA COSTA NKOSI (Avó Fineza)

FALECEU

Manuel da Costa Júlio, António da Costa Júlio, Sandra da Costa, Yola daCosta, Simão Gomes, Nelson Mota, Edson Cruz, Danilson Cruz, Finezados Santos, Cláudio Tilthon, Geovany Tilthon, Rosa dos Santos, RubenCruz, Leandra Tilthon, Ilídio dos Santos, Naniquene Tilthon, Luana Cruz,Kevano Júlio e Délvio Tilthon (Netos), bisnetos, cumprem o dolorosodever de comunicar o passamento físico de sua querida, FINEZA MANUELDA COSTA NKOSI (Avó Fineza), ocorrido dia 24/10/2020, por doença.Mais informam que o funeral realizar-se-á em data a anunciar opor-tunamente. Aquela que amamos não se ausenta, se traduz em eternidadee saudades. (11025a)

FINEZA MANUEL DA COSTA NKOSI (Avó Fineza)

AGRADECIMENTO

As Famílias Sousa Godinho e Augusto Gombe informam que, nodia 23/10/2020, foi sepultada, em Lisboa, Portugal, e ontem foirezada a Missa de 7º Dia, na Igreja do Carmo, em Luanda, emmemória da sua querida NADJA SORAYA AUGUSTO DE SOUSAGODINHO. Agradecemos todas as manifestações de pesar e soli-dariedade de todos aqueles que se dignaram acompanhar. Salmos91:1: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombrado Todo-Poderoso descansará”. As pessoas que amamos nuncamorrem. Paz à sua Alma! (500.1383)

NADJA SORAYA AUGUSTO DE SOUSA GODINHO

AGRADECIMENTO

A Banca de Despachantes Oficial, Arão PauloSucacuexe agradece a todos quantos se dignaramem acompanhar o irmão do DespachanteOficial, neste momento de dor, aquando opassamento físico de BERNARDO PAULOSUCACUEXE. (11014)

BERNARDO PAULOSUCACUEXE

RECORDAÇÃO

Não há dor nenhuma que se comparacom a perda de um pai e de um irmão,Resta-nos apenas a saudade eterna.

(11034a)

MANUEL FILIPE DE ALMEIDAMIZAEL FILIPE DE ALFREDO

LUÍS MANUEL FILIPE DEALMEIDA

FALECEU

Eugénia Falcão (mãe), seus filhos, netose demais familiares comunicam o fale-cimento do seu querido CARLOSALBERTO CARDOSO, ocorrido no dia23 de Outubro de 2020, por doençaprolongada. (11030)

CARLOS ALBERTO CARDOSO

FALECEU

Ahmed Santos, João Santos, Filipe Santos,Francisco Santos, Mauro Santos, Teresa Santose Francisca Santos (filhos) comunicam o fale-cimento do seu pai FRANCISCO JOÃO DOSSANTOS, ocorrido no dia 23/10/2020, pordoença. Informamos que o óbito decorre noSão Paulo, rua Comandante Bula. (11010)

FRANCISCO JOÃODOS SANTOS

CONDOLÊNCIAS

É com profunda dor e consternação que afamília Matos tomou conhecimento do fale-cimento de CARLOS ALBERTO CARDOSO,ocorrido no dia 23/10/2020, por doença pro-longada, endereçando à família enlutada, omais profundo sentimento de pesar. Que asua alma descanse em paz. (11031)

CARLOS ALBERTO CARDOSO

MISSA

Sónia Tânia Vaz Constantino (esposa),Glena Patrícia Bilolo, Deoclécio AntónioBilolo (filhos), netos e demais familiarescomunicam que será rezada Missa do 1ºMês, em memória do Comissário ANTÓ-NIO BILÔLO DOS SANTOS NETO, hoje,segunda-feira, dia 26/10/2020, às 18h00,em sua residência, sita no CondomínioVila Flor, Camama 2. (10990)

ANTÓNIO BILÔLO DOSSANTOS NETO

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22 Segunda-feira26 de Outubro de 2020

A Eni é uma companhia integrada de energia, comprometida com o desenvolvimento das actividades de pesquisa, produção, transporte, trans-formação e comercialização de petróleo e gás. Possui operações globais activas, aproximadamente em 80 países. A Eni está presente em Angolahá cerca de 30 anos, e recentemente sendo operadora, encontra-se em fase de grande expansão e investimento, vem, por este meio, anunciara todos os candidatos com qualificações, experiência e prática, e interessados em juntarem-se a nós, a apresentarem as suas candidaturas paraas vagas descritas abaixo.

Gestor de Coordenação Upstream

Principais Responsabilidades• Auxiliar o Director de GMP com o controlo, gestão e coordenação de todas as interligações com as partes interessadas do projecto, bem como Interfaces técnicas do projecto entre os vários pacotes detrabalho / empreiteiros, perfuração e engenharia de reservatórios• Gerir as comunicações com as partes interessadas (parceiros e concessionários)• Gere uma interligação eficaz, incluindo as suas actividades relevantes, facilitando a rastreabilidade dos acordos e alterações, se houver• Assegurar a cooperação técnica na equipa e com os empreiteiros a fim de minimizar os riscos técnicos e económicos.Requisitos Profissionais• Bons conhecimentos de Gestão de Equipa• Bons conhecimentos de Gestão de Projectos• Bons conhecimentos de Produtos e Mercados dos Fornecedores• Bons conhecimentos de Conformidade (Compliance)• Conhecimentos de Gestão de Contratos• Conhecimentos de Tecnologias• Conhecimentos de Exploração e Produção Domínio da língua inglesaQualificações e Experiência• Licenciatura em Engenharia ou Geologia, ou formação técnica profissional complementar aos anos de experiência• Experiencia profissional mínima de 10 anos na indústria petrolífera em funções relevantes

Geofísico Sénior de ReservatóriosPrincipais Responsabilidades• Organizar e controlar as operações de geofísica, orientando a aquisição e processamento de dados, disponibilizando relatórios e pareceres sobre o potencial de exploração petrolífera em reservatório combase num conjunto de dados geofísicos (gravimétricos, manométricos, sísmicos entre outros)• Organizar e executar as actividades de prospecção geofísica, que permitam identificar o tipo e nível de reservas estimadas, de forma a contribuir para o plano de desenvolvimento das reservas em funçãodo estudo da área e suas características• Controlar as operações de prospecção geofísica inerentes à aquisição e processamento de dados em reservatórioRequisitos Profissionais• Bons conhecimentos de geofísica aplicada à indústria de petróleos• Bons conhecimentos técnicos de geofísica – análises de amplitude e técnicas de modelação e processamento de dados sísmicos• Bons conhecimentos de Sísmica de Reflexão• Bons conhecimentos de Gravimetria e Magnetometria• Bons conhecimentos nas áreas científicas geológicas e de reservatórios conexos• Domínio da língua inglesaQualificações e Experiência• Habilitações literárias ao nível da licenciatura ou superior na área de Geofísica• Experiência profissional mínima de 7 anos na indústria petrolífera em funções relevantes para a posição

Gestor de GeofísicaPrincipais Responsabilidades• Programar, organizar e controlar as actividades de prospecção geofísica nos blocos exploratórios e áreas de produção, permitindo identificar o tipo e nível de reservas estimadas no campo• Orientar a formulação de estratégias e recomendações para a exploração de reservas descobertas com base na informação geofísica analisada• Determinar os parâmetros do campo para aquisição de dados, fontes de energia, características dos cabos, geofones e sismógrafos• Acompanhar o desenvolvimento de estudos de viabilidade técnica e económica de projectos de aquisição e processamento geofísico• Coordenar a implementação de recomendações para corrigir operações que afectem as reservas, maximizando o rendimento das áreasRequisitos Profissionais• Bons conhecimentos de geofísica aplicada à indústria de petróleos• Bons conhecimentos técnicos de geofísica – análises de amplitude e técnicas de modelação, processamento de dados sísmicos• Bons conhecimentos de técnicas e instrumentos de análise e processamento sísmico• Bons conhecimentos nas áreas científicas geológicas e de reservatórios conexos• Conhecimento das técnicas e utensílios geofísicos• Bons conhecimentos de técnicas de exploração• Bons conhecimentos de perfuração e produção e de técnicas de reservatório• Domínio da língua inglesaQualificações e Experiência• Licenciatura em Geofísica, ou formação técnica profissional complementada aos anos de experiência• Experiência mínima de 7 anos em actividades similares na indústria petrolífera

Gestor de Operações GeológicasPrincipais Responsabilidades• Gestão e coordenação de equipa na elaboração de estudos de geologia, na análise, síntese e interpretação geológica da área em que a Companhia opera• Supervisionar e coordenar a fase de interpretação do projecto de acordo com o estabelecido no programa• Coordenar e montar a fase operacional do projecto de exploração aprovado, em particular a aquisição de informação sísmica, processamento, interpretação, optimização de custos e de qualidade técnicaem consonância com o cronograma definido• Elaborar estudos especializados de geologia de petróleos• Responsável pela utilização de recursos, avaliação de custos e qualidade técnica• Responsável pela coordenação do processamento e interpretação das actividades sísmicas, qualidade dos serviços contratados e acompanhamento das diversas fases de perfuração dos projectos operados,providenciando opções técnicas• Representar a empresa em reuniões técnicas, orientando, por esta via as decisões técnicas de acordo com os objectivos e estratégias da ENI

Requisitos Profissionais• Bons conhecimentos de Perfuração e completação• Conhecimentos de Investigação geofísica e estratigrafia sísmica• Conhecimentos de Reservatório e Geoquímica• Bons conhecimentos de Sedimentologia• Conhecimentos de Petrografia • Conhecimentos de Gestão de negócios • Conhecimentos de Gestão de dados• Conhecimentos das regras e normas, locais, nacionais e internacionais de Qualidade, Higiene Segurança e Saúde no Trabalho• Domínio da língua inglesa

Qualificações e Experiência• Licenciatura em Geologia ou áreas afins, ou formação técnica profissional complementada aos anos de experiência• Experiência profissional mínima de 10 anos na função na indústria petrolífera.

Oferece-se: Integração numa empresa dinâmica, com desafios e oportunidades de carreira, remuneração compatível com o perfil e experiência demonstrada.Se tem o perfil mencionado e os requisitos exigidos, deverá enviar a sua candidatura via email, para a HRD - [email protected] – com carta decandidatura.

(10878)

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ABANDONO DE TRABALHO

A empresa Aero Atlantic Service, Lda., com sedeem Luanda, comunica à senhora Emília MadalenaKutala Bengui, que se encontra em situação deabandono de trabalho, pelo facto de estar ausentedo seu local de trabalho há mais de 40 dias conse-cutivos, sem informar a empresa o motivo da suaausência.Igualmente, informamos, que deverá nos próximoscinco (5) dias úteis, após esta publicação, justificardocumentalmente a razão da sua ausência, sobpena de nos termos do artigo 229º, n.º 2, alínea C),da Lei Geral do Trabalho, efectivar-se o abandonodo trabalho, com as consequências previstas no n.º5 do mesmo artigo.

Luanda, aos 22 de Outubro de 2020.

O Departamento de Recursos Humanos

RECRUTAMENTO

Empresa RIO BRANCO - Exploração e Comércio deDiamantes, Lda. Bairro Talatona, Condomínio Belas Bu-siness Park, Edifício Cabinda, N.º 402, Município de Ta-latona, Província de Luanda. Está a recrutar para o seu Quadro de Pessoal (1) Técnicode Produção. Contribuinte Fiscal: 5417575577 Contacto: 937298965Email: [email protected]

RECRUTAMENTO

A DVM ANGOLA, LDA., empresa do sector da Construção, pretende reforçar a sua equipa, admitindo um Encarregado deProdução.

Requisitos:Experiência comprovadaLeitura e interpretação de projectos

Caso reúna as qualificações necessárias, envie-nos a sua can-didatura e Curriculum Vitae para: [email protected]

ADMITE-SE

A Rega Angola, S.A., empresa de referên-cia em Angola em sistemas de Rega, ad-mite para o seu quadro de pessoal umElectricista - Industrial (M/F).

Os candidatos deverão enviar o CV, para:[email protected]

RECRUTAMENTO

A Empresa LUIGEOMA, LIMITADA, cujo Nif é 5419012340, com sede emLuanda, Município de Kilamba Kiaxi, Bairro Golf 1, rua 17 de Setembro,Casa n.º 71, empresa de direito angolano, no exercício de Prestação deServiço, Venda de Peças e Acessórios de Automóveis, Relações Públicas,Contabilidade e Consultoria, está a contratar quadros nacionais parapreencher as seguintes vagas:

1 (Um) Contabilista e 1 (Um) Director para área de vendas

Requisitos:Formação superiorExperiência mínima de 5 anosDisponibilidade para trabalhar fora de LuandaConhecimentos sólidos de Informática na óptica do utilizadorBom nível nas línguas inglesa e francesa, escrita e falada.

Submissão de CandidaturasOs (as) Candidatos (as) poderão submeter os respectivos currículos vitae,indicando a função a que se candidatam para o Departamento de Recur-sos Humanos da Empresa, para o endereço: [email protected], atéao limite da data da publicação do presente anúncio.

Luanda, aos 19 de Outubro de 2020.

Departamento de Recursos Humanos

23Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Empresa de Fiscalização pretende admitir:

Engenheiro Civil Sénior – M/FRequisitos:

Licenciatura em Engenharia CivilInscrição na Ordem dos EngenheirosExperiência mínima Recém LicenciadosConhecimentos de Microsoft Office, MS Project, AutoCADResponsabilidade, dinamismo, pro-actividade e autonomiaElevada capacidade de liderança e gestão de equipas de trabalhoEntre 30 e 50 anos de idadeDisponibilidade total e imediata de trabalhar nas províncias

Os candidatos devem enviar por e-mail as suas candidatu-ras, com os seguintes documentos:- Curriculum vitae detalhado e actualizado- Certificados e Diplomas- B.I- Carta de Condução Email: [email protected]

O DHSBenvinda Ricardo

(10.952)

(10942)

(10.882)

(10.924)

(10.924)

(10.853)

O Grupo Casais com forte presença em Angola e experiência nas áreas da construção civil, obras públicas, traba-lhos no domínio das hidráulicas, eletricidade e canalização, procura, no âmbito de projecto de Interesse Nacional,profissionais que partilhem valores como inovação, crescimento, eficiência, qualidade e profissionalismo.

Função: Encarregado de MecânicaProfissão: Técnico Especialista em Mecânica

Requisitos para Candidatura- Ensino Médio concluído- Formação especializada em Mecânica de Pesados e Mecatrónica;- Experiência entre 15 e 20 anos no sector da mecânica de pesados;- Conhecimento polivalente em mecânica, pneumática e hidráulica;- Conhecimento de softwares de diagnóstico para detecção de anomalias;- Forte capacidade de resolução de anomalias; - Capacidade de trabalho em equipa;- Dinamismo e sentido de responsabilidade;- Capacidade de organização e planeamento;- Nacionalidade Angolana – Factor preferencial;- Domínio da Língua Portuguesa.

Função:- Manutenção e reparação de equipamentos e veículos pesados, ligeiros e equipamentos industriais de construçãocivil (giratórias, cilindros, retroescavadoras, pavimentadoras, bobcats, etc);- Identificar, reparar e substituir as avarias.

O processo de candidatura deve ser enviado somente para o endereço de e-mail [email protected],mencionando no campo assunto a função e referência à vaga que se candidata. Deve ser apresentada num únicoficheiro em formato PDF, contendo a seguinte documentação: - Curriculum Vitae e Fotografia, - Certificado de Habilitações e Declaração de Notas-Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional

(10.949)

RECRUTAMENTO

Oferta de trabalho – vem a Direcção de Recursos Humanos da EmpresaGrandes Armazéns Megáfrica, Lda., abrir candidaturas para admissãode um:- Gestor Logístico- Técnico de Vendas- Gerente de Loja

Os interessados deverão enviar as suas candidaturas, para o e-mail:[email protected] juntando para o efeito os respectivos CurrículosVitae.

Luanda, aos 16 de Outubro de 2020.

A Direcção de Recursos Humanos (10745)

LUANDAFLO-TEK Tubos e Irrigações

Estrada de Catete, Km 22, PIV VianaLuanda, Angola

Cell: +244 946 387 960/61E-mail: [email protected]

LOBITOFLO-TEK Tubos e Irrigações

Zona Industrial do PDIC, Phasse-IEstrada Lobito-Catumbela

Lobito, AngolaCell: +244 946 387 963/64

E-mail: [email protected]

ANGOLA

Radical Investiments (pty) Ltd. t/a

Flui melhor Connosco Um ISO 9001:2015 empresa certificada

Um Inovativo e confiável parceiro em reticulação de águas de esgoto e soluções de armazenamento

4Tanques Flo-Tek com impactos e resistência.4Resistentes ao ambiente mais agressivo como corrosão e ferrugem.4Produzidos em 100% Polietileno virgem e U.V. protegido.4 Capacidades disponíveis 200, 500, 1.000, 2.000, 3.000, 5.000, 8.000, 10.000, 15.000, 20.000 litros para água egasóleo com cores Verde, Branca e Azul

(500.1266a)

Website: www.flotekafrica.com

CONVOCATÓRIA

A IMOGESTIN SA, com sede em Luanda, no Largo Rainha Ginga n.º 3,1.º Andar, solicita a comparência dos representantes das instituiçõesabaixo discriminadas para tratarem de assuntos do seu interesse:

Para o efeito, os interessados deverão agendar previamente as reuniõesatravés dos seguintes contactos, com vista a assegurar o respeito pelasnormas de biossegurança decorrentes da situação de calamidade pública:

E-mail: [email protected]@imogestin.co.ao (10765)

1- Progest - Proj. Técnicos de Consult. e Gestão, Lda

2- An An Limitada - Projectos deEngenharia

3- Griner - Engenharia, S.A.4- OEL - Energia e Ambiente, Lda.5- Mace - Consultoria e Gestão de

Empreendiment, LDA.6- Taboada Aquitectura7- DSL-Divisão de Segurança,

Lda.8- Mundo Startel, S.A.9- Primavera10-Edições Novembro, E.P.11- Cadins - Prestação de Serviço

de Informações & Inv12-Multitel Serviços de Telecomu-

nicações13-Jembas - Assistência Técnica,

Lda.14-SMA - Soluções Metálicas

Angola, Lda.

15- Hotel Samba16- AngoEasy17- Multiauto18- TVC - Televisão Comercial, Lda.19-Elta - Empresa de Lista Telef.

de Angola, Lda.20- Cervescerves,Lda.- Segredo

do Bom Gosto21- Comauto22- Arquivos de Angola, Lda.23- Coutinho Neto & Orey, Inter-nacional24- ASM - Angola School of Mana-gement25- Protector - Protecção e Vigilân-cia, Lda.26- União Comercial de Automó-veis, SA.27-HIMS - Soluções IT28-Ceforcon - Prestação de Servi-ços.

ENTIDADES

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24 Segunda-feira26 de Outubro de 2020

(500.1374)

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25Segunda-feira26 de Outubro de 2020

(500.1379)

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26 Segunda-feira26 de Outubro de 2020

(10210)

(500.1333)

REPÚBLICA DE ANGOLAGOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDAADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE VIANAGABINETE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

EDITAL N.º 001

CONVOCATÓRIA

A Administração Municipal de Viana vem, por este meio, solicitaraos directores ou representantes das empresas MSS, CHISA EARISTOTE, todas vocacionadas à construção civil, a comparece-rem, a partir da data de publicação deste edital até sexta-feira, 30de Outubro, na sede da Administração Municipal, localizada na Vilade Viana, para tratar de assuntos do interesse das partes.

Devem para tal, contactar o Gabinete de Estudo, Planeamento eEstatística, nas horas normais de expediente.

GABINETE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA ADMINISTRAÇÃOMUNICIPAL DE VIANA, AOS 19 DE OUTUBRO DE 2020.

DIRECTORANTÓNIO FRANCISCO SALVADOR MIGUEL

(500.1368)

RECRUTAMENTO

A SOCIEDADE MINEIRA DO CHICUAMONE, LDA., empresa de direito angolano, com sedeno Bairro do Tchioco, Zona Industrial II, Lubango, Huíla, vem, por intermédio desta, comunicarque tem aberta candidatura para a vaga de:

GEÓLOGO SÉNIOR

Perfil• Nacionalidade Angolana (Preferencialmente)• Formação Superior em Geologia ou no campo das Geociências • Experiência mínima de 15 a 20 anos como Geólogo• Amplo domínio das diferentes fases em projectos de Prospecção e Exploração de Ouro (pri-mário e secundário), e outros minerais afins • Registrado ou Certificado como Pessoa Qualificada (Competent Person), capaz de preparare elaborar Relatórios Técnicos de Prospecção (JORC, NI-43101, CIMVal, etc.)• Fortes competências de liderança e gestão com capacidade de liderar equipas de trabalho.• Competências de organização, comunicação e relacionamento interpessoal, e boa habilidadede comunicação verbal e escrita em Português e Inglês.Responsabilidades• Planear, coordenar e auxiliar a execução das actividades de prospecção (Reconhecimento eGeologia Regional, Mapeamento geológico de detalhe, Campanhas de sedimentos activos decorrente, Concentrados de bateia, Abertura de malha de solo, Sondagens, etc.)• Responsável pela elaboração de relatórios e mapas diversos, gerir os bancos de dados desondagem e amostragem• Modelagem de reservas e estimativa de recursos• Análise de dados e QA/QC, assegurar a validação de modelos geológicos mediante a inter-pretação de secções geológicas verticais e horizontais• Boas habilidades em informática. Proficiente no uso de softwares especializados como SUR-FER, SURPAC, LEAPFROG, etc. Uso avançado de software GIS, como ARGGIS, QGIS, etc.• Dar seguimento no treinamento dos Engenheiros Juniores e Acompanhar as suas progressõesde carreira • Capacidade de criar sinergia de equipe, gerir diversidade e promover uma cultura de alto de-sempenho e protecção do Ambiente• Conhecimento da legislação vigente em Angola, em particular as normas sobre Higiene e Se-gurança no Trabalho de forma a cumpri-las e fazer cumprir.

Local de Trabalho: Município do Chipindo, Huíla, a tempo Integral.As candidaturas deverão ser submetidas através do seguinte e-mail: [email protected]

(10937)

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REGIÕES 27

EDIÇÕES NOVEMBRO

EDIÇÕES NOVEMBRO

Sector de Identificação Civil e Criminal da província está a trabalhar com apenas 60 por cento da sua capacidade porfalta de vários meios que foram furtados há algum tempo, estando dois supostos meliantes já a contas com a Justiça

Repartição de Identificação em Menongue tem registado filas enormes diariamente

Armamento diverso foi encontrado em esconderijos

CUANDO CUBANGO

Furto de equipamentos reduz capacidadepara a emissão de Bilhete de Identidade

Lourenço Bule | Menongue

O furto de alguns equipa-mentos ocorrido nas insta-lações do Sector de Identi-ficação Civil e Criminal nacidade de Menongue, pro-víncia do Cuando Cubango,em Setembro último, reduziuem cerca de 60 por cento acapacidade de emissão deBilhetes de Identidade daprovíncia, situação que estána origem do aglomerado depessoas diariamente nospostos de registo, revelou aoJornal de Angola a delegadaprovincial do Ministério daJustiça e Direitos Humanos,Dirce da Silva.

Segundo a responsável,foram furtados três câmarasfotográficas, dois computa-dores de mesa, três unidadesde leitores de códigos debarra, cabos de força, 18 cabosUSB e de imagem VGA, table-tes de assinatura, seis car-regadores, dois scâner, umabateria UPS e uma extensãode energia eléctrica.

Dois dos supostos assal-tantes foram detidos peloServiço de Investigação Cri-minal (SIC), que recuperougrande parte dos equipa-mentos, entre os quais oscabos e os computadores demesa. O principal cabecilhado grupo, segundo o SIC, éum agente da Corporação deBombeiros, que se encontraem parte incerta.

Meta até 2022A Delegação da Justiça naprovíncia preconizou atribuirBilhete de Identidade, atéDezembro de 2022, a 247 mile 902 cidadãos, sendo omaior número nas zonasrecônditas, onde a população,por falta de transporte, passapor inúmeras dificuldadespara ir ao encontro dos postosde registo instalados nassedes municipais.

Dirce Silva revelou queforam criadas 12 brigadasmóveis, através dos ServiçosTécnicos de Massificação doRegisto Civil e de Atribuiçãodo Bilhete de Identidade, quetêm a missão de ir ao encontrodas pessoas que vivem emzonas de difícil acesso, paraa recolha de dados biomé-tricos e a atribuição de cédulase de certidão de nascimento.

Além das brigadas móveis,disse, existem lojas do RegistoCivil em todos os municípios.Entretanto, informou, os Bi-lhetes de Identidade estãoapenas a ser emitidos em Me-nongue, Cuchi, Cuito Cua-navale, Calai e Mavinga. Noresto do território da província,a actividade está a ser cobertapor brigadistas.

Segundo Dirce da Silva,as Brigadas Móveis de RegistoCivil têm ainda a missão deatribuir cédulas pessoais acidadãos nacionais dos zeroaos cinco anos de idade e cer-tidão de nascimento a maioresde seis anos. “Estes docu-

mentos são entregues nomomento, ali onde o muní-cipe esteja a fornecer os dadospessoais”, assegurou.

O pessoal envolvido naCampanha de Massificaçãodo Bilhete de Identidade,explicou a responsável, devidoà complexidade do sistema,limitam-se a recolher os dadosbiométricos dos cidadãos nosmunicípios de Nancova,Cuangar, Dirico e Rivungo,

através de malas específicas,que posteriormente são des-carregadas numa plataformadigital para a emissão do res-pectivo documento.

Na óptica de Dirce da Silva,os 65 brigadistas que traba-lham em zonas de difícil acessosão insuficientes em face doscondicionalismos técnicos elogísticos . “O município deMenongue, o mais populosoda província, tem apenas qua-

Fernando Neto | Kuimba

Inúmeros cidadãos, por ini-ciativa própria, estão a executarobras para o restabelecimentoda circulação rodoviária entrea comuna da Serra -da- Kandae a sede municipal do Kuimba,província do Zaire, interrom-pida há quatro anos, devidoa uma ravina que obstruiu otroço de 45 quilómetros.

OJornal de Angolaapurouque os trabalhos decorremhá três semanas, e resultam,simplesmente, da iniciativade munícipes, que cansadosde esperar por uma interven-ção do Governo Provincial,pegaram em catanas, enxadase machados e estão a executaras obras diariamente e emcondições precárias, pois , oque lhes aflige é, essencial-mente, a reabertura da viapara a retoma do processo de

escoamento de produtos docampo para os mercados.

A obstrução da estrada,construída ao longo de umamontanha íngreme e rochosa,de cerca de dois mil metrosacima do nível do mar, agu-dizou as dificuldades sociaisdos habitantes locais, quesão obrigados a percorrervários quilómetros a pé, comcargas à cabeça, para atin-girem à sede municipal doKuimba, em busca de bensde primeira necessidade.

Na tentativa de minimizaro sofrimento das populações,o Governo realizou, de 2016e 2018, alguns trabalhos deterraplanagem na estrada,mas pouco tempo depois, aságuas pluviais removeram ossolos compactados, tornando-a novamente intransitável.

“Além da ravina, ao longoda estrada existem muitaspedras que impedem a cir-

culação de veículos, daí anecessidade de se construiruma via alternativa, que per-mita a circulação mercantil.As famílias camponesas estãoa passar por enormes difi-culdades porque grande partedo que produzem acaba porse deteriorar no campo. “Nin-guém consegue levar 50 sacosde jinguba ou outro à cabeçapercorrendo 45 quilómetros”,desabafou o administradoradjunto da Serra- da-Kanda,Pedro Ngonga.

O ancião Luzito Vebalamudisse ao Jornal de Angolaque, devido ao mau estadoda via, muitas famílias aban-donaram as aldeias, nos últi-mos cinco anos.

Na semana passada , ogovernador do Zaire, PedroMakita, enviou uma máquinaBulldozer para o grupo devoluntários que trabalha paraa reabertura do troço.

tro postos fixos e uma brigadamóvel para atender 361 mil e446 habitantes, razão pelaqual, o aglomerado de pessoasnos postos vai continuar pormais algum tempo”, disse.

A Campanha de Massifi-cação de Registo Civil e Atri-buição de Bilhete de Identi-dade, em curso em todo o país,arrancou no mês passado noCuando Cubango e, desde então,38 mil e 200 pessoas já foram

beneficiadas poreste processo,que está isento de cobrança deemolumentos sempre que odocumento estiver a ser emitidopela primeira vez.

“A complexidade do ter-ritório do Cuando Cubango,sobretudo no que toca às viasde acesso, falta de estradas,campos minados, falta de pon-tes, muito areal, altas tempe-raturas, entre outros obstáculosnaturais, são pressupostos queacautelamos para que o pro-cesso de atribuição de cédulas,certidão de nascimento e deBilhete de Identidade atinja omaior número de pessoas.

No quadro da cooperaçãoinstitucional, a responsáveldisse que as brigadas foramreforçadas com 10 fiéis daIgreja Católica e três mem-bros das Forças ArmadasAngolanas, que diariamenteajudam os trabalhos nascomunidades rurais.

Os Bilhetes deIdentidade estão

apenas a ser emitidosem Menongue,Cuchi, Cuito

Cuanavale, Calai e Mavinga. No resto

do território da província,

a actividade está a ser coberta por brigadistas

ZAIRE

Munícipes executam obras na via Serra-da-Kanda/Kuimba Matias da Costa|Cuito

A Comissão Técnica deDesarmamento da PopulaçãoCivil, na província do Bié, des-truiu, desde o início do ano,39 paióis de armamento edeteve 306 cidadãos por usoe posse ilegal de armas de fogo,informou o coordenador ad-junto do órgão.

O subcomissário Domin-gos Paulo revelou que foramapreendidas quatro mil 423armas diversas, mil e 381 car-regadores, 129 mil e 815 muni-ções. “Durante esta terceirafase do processo de desar-mamento da população civil,fizemos buscas em residên-cias e esconderijos”, dissedurante a cerimónia alusivaà semana internacional dodesarmamento.

“No âmbito da recolhacoerciva, registámos a deten-ção de 306 cidadãos, dos quais66 foram condenados à penade prisão efectiva por possee uso ilegal de arma de fogo”,

BIÉ

Destruídos 39 paióis de armamento

Segunda-feira26 de Outubro de 2020

disse , admitindo “haver aindaem posse da população armasilegais”, que poderão ser reco-lhidas durante a quarta fasedo processo.

Por seu lado, o coorde-nador provincial da Comis-são de Desarmamento daPopulação Civil, AntónioManuel, revelou que a pro-víncia do Bié é das mais asso-ladas no país pelo fenómenoda posse ilegal de armas de

fogo, “tendo em conta ascircunstâncias do passado”.

António Manuel referiu queas acções de moralização dapopulação com vista a entregade armas devem ser tarefaspermanentes. “O processo derecolha e destruição de armasconstitui um importante ins-trumento para a consolidaçãoda paz, democracia, tranqui-lidade da ordem pública e miti-gação do crime”, sublinhou .

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FUNCIONÁRIA DA RNA BALEADA EM ABRIL

André da Costa

Um indivíduo, de 30 anos,foi detido há dias, em Luanda,pelo Serviço de InvestigaçãoCriminal (SIC), por supos-tamente estar implicado namorte de Alice Marcelino,funcionária da Rádio Nacio-nal de Angola (RNA).Alice Marcelino foi ba-

leada no mês de Abril, quan-do quatro meliantes entraramno quintal da sua residência,no bairro Nelito Soares, coma finalidade de roubar peças

da sua viatura. Fonte do SICdisse ontem, ao Jornal deAngola, que já tinham sidodetidos três marginais e quefaltava apenas um, dos qua-tro que faziam parte dogrupo.Explicou que o últimoindivíduo do grupo a serdetido andava escondidona província do Bengo e quefoi já apresentado ao Minis-tério Público. Os assassinosde Alice Marcelino, acres-centou, arriscam-se a umapena que vai de 16 a 20 anosde prisão maior.

Detido outro implicadodo caso Alice Marcelino

CIDADE DE SAURIMO

O postode abastecimento decombustível da Pumangolem Saurimo (único com gaso-lina e gasóleo entre os quatroexistentes na capital da Lun-da-Sul) registou, sábado, umadas maiores enchentes dosúltimos tempos, após mais deum mês de escassez do produtona província.Fruto da procura, regista-

ram-se grandes filas de via-turas, motorizadas e bidões,com centenas de pessoas àprocura de combustível.A Angop apurou que, para

facilitar o atendimento, oscidadãos eram “obrigados” a

pagar aos funcionários uma“caução”, entre 100 e 200kwanzas, sendo que muitoscompraram para revender obidão de 20 litros entre seis aoito mil kz, valor muito acimado preço oficial (1 litro de gasó-leo custa 140 e o de gasolina160 kz). Em meio a tudo isso,não se cumpriam as medidasde biossegurança, ignorando-se a prevenção contra a pan-demia da Covid-19.A procura, nunca antes

registada na circunscrição,levou vários clientes a desen-tendimento, tendo algunschegado a vias de facto.

Bombas de gasolinacom muita enchente

28 Segunda-feira26 de Outubro de 2020SOCIEDADE

André da Costa

Vinte e seis pessoas morre-ram e 176 ficaram feridas nasequência de 162 acidentesde viação registados no muni-cípio do Cazenga, em Luanda,de Janeiro a Setembro do cor-rente ano.Estes dados foram tornados

públicos ontem, pelo chefede Secção do Trânsito, ins-pector-chefe Nazario dos San-tos, durante o encerramentoda Feira do Acidente do Cazen-ga, aberta sexta-feira.Acrescentou que os atro-

pelamentos causaram o maiornúmero de mortes, razão pelaqual apela aos cidadãos nosentido de atravessarem a viapública com precaução, pas-sando pelas passadeiras oupedonais. Nazario dos Santosmostrou-se preocupado como facto de muitos cidadãosignorarem as passagens aéreas,arriscando a vida, com a tra-vessia debaixo das pedonais. O chefe de Secção de Pre-

venção Rodoviária da Unidadede Trânsito do Comando Pro-vincial de Luanda, inspector-chefe Manuel Paulo, disse quea corporação tem realizadopalestras no sentido de prevenir

os acidentes que continuama matar muita gente em estra-das de Angola, fundamental-mente na capital do país.

Durante a Feira do Acidentedo Cazenga foram montadastendas com vários serviçosprestados pela Polícia Nacio-nal, Serviço de Protecção Civile Bombeiros, empresas doramo dos Transportes, asso-ciações dos Taxistas de Angolae Nova Aliança dos Taxistasde Angola, assim como em-presas de Seguro. A Feira do Acidente do

Cazenga, que se realizoudefronte das instalações daLatiangol, contou tambémcom uma exposição de foto-grafias de acidentes espec-

taculares e aparentementeinexplicáveis. Para o admi-nistrador do Cazenga, Albinoda Conceição, a feira repre-senta a preocupação das auto-ridades com o bem vida, quedeve ser preservado. Albino da Conceição disse

esperar que a Feira do Cazengae outras acções de sensibili-zação realizadas pela PolíciaNacional baixem, nos próxi-mos tempos, os números rela-tivos à sinistralidade rodoviária.“O número de acidentes

de viação no Cazenga preocu-pa as autoridades. Na semanapassada houve o registo de 17acidentes de viação, pelo quea responsabilidade deve serde todos os cidadãos”, subli-nhou o administrador Albinoda Conceição. Benvindo Soares, automo-

bilista, disse que o que maischamou a sua atenção foramfotografias de acidentes ocor-ridos de forma espectacular. "Espero que a feira tenha

servido para que os cidadãostenham mais prudência aoatravessar as ruas, observandoas medidas de segurança, eque os automobilistas respeitemo Código de Estrada e evitemo excesso de velocidade e asultrapassagens irregulares".

DE JANEIRO A SETEMBRO DO CORRENTE ANOEDIÇÕES NOVEMVRO

Feira contou com exposição sobre a temática dos acidentes espectaculares e inexplicáveis

26 mortos e 176 feridosem acidentes no Cazenga Cidadãos aconselhados a terem mais cautela ao atravessaremas ruas e automobilistas a respeitarem o Código de Estrada eevitarem excesso de velocidade e ultrapassagens irregulares

Atropelamentoscausaram o maior

número de mortes,razão pela qual

os cidadãos são aconselhados

a atravessarem a via pública

com precaução,passando pelas

passadeiras ou pedonais

Quatro adolescentes que seencontravam acolhidos nocentro Giorgio Zulianello,em Mbanza Kongo, provínciado Zaire, voltaram, sexta-feira, ao convívio familiar,oito anos depois. Com idades compreen-

didas entre os 12 e 14 anos,os rapazes, um dos quais denacionalidade congolesademocrática, permaneceramno centro após terem sidoabandonados pelos parentesou escapado de casos de trá-fico de seres humanos.De acordo com o respon-

sável do Instituto Nacionalda Criança (INAC) no Zaire,Rafael Kidiwa, em declara-ções à Angop, o adolescentedo Congo Democrático (14anos), tinha sido resgatadoem 2012, pelo Serviço de In-vestigação Criminal (SIC), noposto fronteiriço do Luvo, quan-do um adulto se preparava parao levar à RDC.A fonte esclareceu que a

criança, na altura com seisanos, tinha sido abandonadapelo suposto pai, em Luanda,que encarregou um alegadotio para o levar de regresso àRDC, onde reside a mãe bio-lógica. Explicou que a reu-nificação ocorreu na presençadas autoridades migratóriosda RDC e da mãe biológica,para quem este processo delocalização familiar resultade um trabalho desenvolvidopelas redes de protecção àcriança na região.

ZAIRE

Crianças de volta ao convíviofamiliar

MBANZA KONGO

Jaquelino Figueiredo | Mbanza Kongo

Pelo menos 77.575 litros decombustível foram apreen-didos em Mbanza Kongo,província do Zaire, de 13 a20 do corrente mês, pelasforças da Polícia Nacional(PN) e Serviço de InvestigaçãoCriminal (SIC).Segundo o porta-voz do

Comando Provincial da PN,inspector-chefe Luís Ber-nardo, foram apreendidos76.325 litros de gasolina e1.250 de gasóleo, que os pre-sumíveis proprietários pre-tendiam levar ilegalmenteà RDC, onde seriam comer-cializados a preços especu-lativos, no mercado negro.O combustível, acrescen-

tou Luís Bernardo, foi apreen-dido em diferentes acções depatrulhamento, realizadas nosmunicípios do Soyo, MbanzaKongo e Nzeto.O inspector-chefe Luís

Bernardo disse, ao Jornal deAngola, que, apesar de se ve-rificarfrequentemente escas-sez de combustível nos postosde abastecimento da provín-cia do Zaire, grandes quan-

tidades têm sido contraban-deadas para a RDC e que asForças de defesa e Segurançaenvidam esforços para se inver-ter o quadro.

Toneladas de peixe secosão apreendidas no Luvo Três toneladas e 900 quilosde peixe seco (cacusso) foramapreendidos no passado dia21, na comuna do Luvo, acerca de 62 quilómetros dacidade de Mbanza Kongo,

Travada saída de 77.575litros de combustível

província do Zaire, pela PolíciaFiscal Aduaneira, por con-trabando qualificado.O peixe seco, segundo o

porta-voz do Comando Pro-vincial da Polícia Nacional,inspector-chefe Luís Ber-nardo, encontrava-se acon-dicionado em sacos de 150quilos cada e os motociclistasque o transportavam colo-caram-se em fuga, após cons-tatarem a presença policial.O inspector-chefe Luís

Bernardo avançou que aapreensão ocorreu duranteum patrulhamento apeadodas Forças da Polícia FiscalAduaneira, em zonas pro-pensos à fuga ao fisco, aolongo da linha fronteiriça daregião do Luvo.

EDIÇÕES NOVEMBRO

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Jomo Fortunato

Embora não tenha registadoa sua obra em disco, enquantointérprete, Cirineu Bastos é,inequivocamente, uma fi-gura carismática do meioartístico luandense, e estevemuito próximo das forma-ções culturais mais presti-giadas da história da MúsicaPopular Angolana.Considerado um homem

de múltiplos ofícios, CirineuBastos iniciou a sua carreiraartística como bailarino, tendooptado depois pela represen-tação teatral, e, só mais tarde,associou ao conjunto dos seusdotes artísticos, o exercício docanto. Foi nesta primeira faseda sua titubeante trajectória,que Cirineu Bastos emocionavaas plateias femininas, inter-pretando sucessos do cantorbrasileiro, Roberto Carlos.Estávamos numa época em

que surgiam nos bairros, pe-quenas formações culturaisque invertiam a tendência deassimilação pacífica da culturaportuguesa, valorizando osaspectos culturais mais repre-sentativos da angolanidade.É assim que Cirineu Bastos,optando por enaltecer a pro-fundidade dos aspectos iden-titários da sua cultura, juntou-seao grupo “Nzagiuaxikelela”,finais de 1957, com TiozinhoMiranda, guitarra, Voto Neves,viola baixo, Quim Miranda,mukindo, Vum-Vum, gui-tarra e voz, e Belita da Silveira,bailarina. Convidado por Mário Cling-

ton e José Oliveira de FontesPereira, conhecido por MaléMalamba, Cirineu Bastos inte-grou, em 1959, o grupo “FogoNegro”, formação musicalonde, para além de ter sidobailarino, porta-bandeira ecantor, diz ter começado a suapaixão pelo lirismo da MúsicaPopular Angolana. “Foi no“Fogo Negro”que interpreteias canções: “Malalanza”,“Nzambiiami”, e “Sembistas”,temas que marcaram momen-tos cruciais da existência dogrupo”, recordou, nostálgico.Embora tenha estado dis-

tante dos estúdios de gravação,Cirineu Bastos esteve semprepróximo dos palcos e das pistasde dança, influenciado porEzequiel de Almeida, seu

primo, figura conhecida daDirecção do grupo teatral emusical, “Bota-Fogo”, que olevou para o universo da dança,tendo frequentado as famosasfarras do terraço do mais-velhoJacinto, no Bairro Marçal.Filho de Evaristo Honório

Bastos Júnior e de CarolinaRodrigues de Almeida, CirineuCruz de Jesus Honório Bastosnasceu em Luanda, no dia 25de Abril de 1945, e fez das ter-túlias, muito frequentes nasua época de juventude, umafonte de conhecimento e pai-xão pelas coisas culturais an-golanas. “ O exercício do cantoera uma forma de liberdadee de expressão das manifes-tações da alma da minha gera-ção. Daí que tenha sido im-possível ficar indiferente aum movimento cultural,cujos reflexos constituem,hoje, a marca do nosso orgu-lho, enquanto sujeitos e pro-tagonistas da nossa históriacultural”, argumentou Ciri-neu Bastos.

Carreira Depois de ter passado pelo“Fogo Negro”, Cirineu Bastosdecidiu enveredar por umacarreira a solo, como cantor,no agrupamento os Gingas,sua primeira formação, ondeencontrou o Duia, viola solo,Kiavulanga, voz e dikanza,Kaculo Kalunga, puíta, em

1964, tendo acompanhado,depois, as primeiras apresen-tações públicas dos “Negoleirosdo Ritmo”, com Dionísio Rocha,voz, Zé Fininho, dikanza, Alme-rindo Cruz, guitarra ritmo evoz, Joãozinho Morgado, tum-bas, e Mário Fernandes, guitarrasolo. CirineuBastos esteve pró-ximo do África Show, de Mas-sano Júnior, Kiezos, de MáritoArcanjo, e “Os cunhas”, ondeo vocalista principal era o cantore compositor Sabú Guimarães,seu amigo de longa data. CirineuBastos passou ainda pelo“Ndimba Ngola”, conjunto queo acompanhou na inauguraçãodo Club do Forte Santa Rita,em Moçâmedes, num elencoem que figurava o cantor Eliasdya Kimuezo, e as cantorasLourdes Van-Dunem, BelitaPalma e Olga Baltazar.

PolíticaCirineu Bastos não perma-neceu alheio à revolução, eaos ventos de mudança sociale política que se seguiram aoadvento da independência. Éassim que na província daHuíla, depois de ter estado noLobito, como cantor residentedo espaço de entretenimentodenominado “Comodoro”, edepois no “Calema”, reen-controu dois colegas da banda"os Cunhas", entre eles o Ces-tinho Weba, órgão, e RuiCunha, viola Ritmo, e deci-

diram, por unanimidade criar,em 1974, o agrupamento“Valódia”, em que se juntaramOctávio Kudimá, voz e tum-bas, Rui Mário, viola solo, eJuca Morgado, vocal e dikanza,formação que interpretavacanções de natureza política,mais conhecidas na época.Em 1982, cantou para uma

plateia de importantes políticosangolanos, a canção “Engra-xador”, sob a forma de repre-sentação teatral, um tema dedenúncia social com texto doescritor Jofre Rocha, e músicade António Pascoal Fortunato(Tonito), do qual reproduzimoso texto integral: Cedo de manhã/fome na barriga/ caixote namão/ lá vai ele trabalhar/ pretaou castanha/ tem pomadabranca/olha a graxa patrão/escola dele é a rua/ livro é sótinta e escova/ a tabuada lheé fácil/ sai graxa patrão/ podesentar freguês/ sapato fica bemlimpo (…) Escrita em plenaépoca colonial, o “Engraxador”acabou por ser uma canção deprotesto, pela ousadia do con-teúdo textual, constituindouma alerta à condição dos maispobres, e à desigualdade deoportunidades no acesso aoensino, uma prática do sistemacolonial português.

Cinema Cirineu Bastos experimentouo cinema, tendo participado

no filme “Massacres da Kimi-nha”, e na primeira versão do“Comboio da Canhoca”, doisfilmes do realizador OrlandoFortunato, onde contracenacom o cantor Beto Gourgel,tendo feito parte do elenco dastelenovelas: “Entre o crime ea paixão”, como “Tio Zé”, e“Minha Terra, nossa mãe”,como agente Mateus. No dia15 de Maio de 2007, a TelevisãoPública de Angola estreia o“Comba”, uma telenovela, emdez capítulos, baseada na obrahomónima do escritor ManuelRui, onde Cirineu Bastosrepresentou a figura do “DeRisco”. A estória do “Comba”começa com o funeral dofalecido, no qual duas viúvas,rivais, Dona Vaca (YolandaViegas) e Dona Márcia (EmíliaLuvualu), disputam a herançado finado. A telenovela é umasátira sobre os hábitos actuaisdos ambientes de óbitos luan-denses, caracterizados pelodesrespeito aos costumes damoral tradicional.Realizado por Mariano Bar-

tolomeu, com guião de JoséSilvestre, o “Comba” é, igual-mente, uma reflexão sobre asconsequências do direito deherdade, causadas pelo fale-cimento do ente que, em vida,detém o poder económiconas famílias angolanas. ComDionísio Rocha e José Mas-sano, Cirineu Bastos parti-

cipou ainda nas peças “Doiscalús em mandinbinza” e“Nzambiya Tubia”.

Concertos Cirineu Bastos participou emimportantes concertos e fes-tivais, na história da sua car-reira, muitos dos quaisrepresentando Angola, emvários países. É assim que emNovembro de 2000, integrouo grupo artístico convidadopara as festividades do 25ºaniversário da independênciade Angola, em Portugal, inte-grando um elenco constituídopor Carlos Lamartine, VateCosta, Lulas da Paixão, acom-panhados por uma bandamusical dirigida por BottoTrindade e Gregório Mulato,Kituxi e seus acompanhantes,e os gastrónomos João Gon-çalves, e Júlio Lucas. O certameincluía uma amostra disco-gráfica de Música PopularAngolana das “Produções TetaLando”. No dia 23 de Novem-bro de 2002, Cirineu Bastosjuntou-se à Banda Maravilha,no Clube de Imprensa de Bra-sília, nas festividades do vigé-simo sétimo aniversário daIndependência Nacional, numconcerto organizado peladirecção do Sindicato dos Jor-nalistas Brasileiros.Em Luanda, destacamos

a participação de Cirineu Bastosno dia 26 de Janeiro de 2004,na primeira edição do pro-grama “Caldo do Poeira”, daRádio Nacional de Angola, noCentro Cultural e RecreativoKilamba, num concerto dehomenagem aos 428 anos dacidade de Luanda, onde par-ticiparam Elias dya Kimuezo,Nelo Bastos, Zé Agostinho,Nelito Bangão, Chico Monte-negro, e Tino dya Kimuezo,acompanhados pelas bandasMovimento e Marissol, artistasque cantaram as belezas eencantos da cidade de Luanda.Neste concerto, de pendorrevivalista, foram recordadasas canções: “Angola África”,“Luanda capital”, de Urbanode Castro, “Avenida Brasil”,de Óscar Neves, e “MinhaCidade”, de Dionísio Rocha,num vasto repertório consti-tuído por cerca de trinta ecinco canções, cujas letrasabordam assuntos relaciona-dos com a cidade de Luanda.

HISTÓRICO DO “FOGO NEGRO”

Imortalizou a canção“Engraxador”, tema de denúnciasobre um texto de Jofre Rocha

com música de Tonito, e fez parte do conjunto “Gingas”,

do lendário Duia, paida guitarra angolana

VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Musicalidade e arte dos múltiplos ofícios

de Cirineu Bastos

“Uma excelente mão na culinária” segundo Filipe Mukenga

29Segunda-feira26 de Outubro de 2020CULTURA

O cantor e compositor FilipeMukenga, que conviveu comCirineu Bastos nos temposde juventude e nas tertúliasdo Bairro Indígena, nos anossessenta, recordou a figurado artista nos seguintes ter-mos, “Conheci o CirineuBastos em finais dos anoscinquenta no bairro indí-gena e depois no seio dafamília Mangueira. Ele sem-pre foi uma figura incon-tornável e muito popularno nosso meio urbano e

artístico, fundamentalmentepelo modo como sempreentendeu apresentar-sevestido perante os amigos,festas e espectáculos emque participava. CirineuBastos é um artista a quemDeus entendeu contemplarcom vários dotes e múltiplashabilidades.

Note-se que desenha ecostura as suas roupas, umtipo de indumentária quetem características muitopeculiares. Neste sentido,

ele bem poderia ser um esti-lista de renome, a nível dequalquer estilista estran-geiro, pois, desde muitocedo, revelou muita criati-vidade no domínio da moda,e, no Grupo Teatral Ngon-go, revelou-se nos idos anoscinquenta e sessenta, umexcelente bailarino, actore cantor. Quando foi mobi-lizado para o cumprimentodo serviço militar obriga-tório, no exército colonialportuguês, Cirineu Bastos

apresentou uma outrafaceta que pouca genteconhecia, ou seja, a de pos-suir uma excelente mãona culinária. Cirineu Bas-tos é um grande amigo,homem pleno de dotes ar-tísticos e, com pena minha,anda de certo modo esque-cido nos “escaparates”mais visíveis da culturaangolana. Estarei sempredo seu lado, tanto comoamigo como companheiroda vida artística.”

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PULVERIZAÇÃO NA FÓRMULA 1

Lewis Hamilton tornou-seontem no piloto mais vitoriosona história do Mundial deFórmula 1, depois de terminarem primeiro lugar no GrandePrémio de Portugal, no autó-dromo do Algarve. O pilotoinglês alcançou a 92ª vitóriada carreira e ultrapassou o hep-tacampeão alemão MichaelSchumacher.Com a consagração de

Hamilton, Portugal volta aficar associado a um momentohistórico da Fórmula 1, depoisde ter sido o palco que tes-temunhou Alain Prost a supe-rar as 27 vitórias de JackieStewart, em 1987.Hamilton superou o colega

da Mercedes na 20ª volta, emzona de DRS, e dominou atéao fim com sucessivas voltasmais rápidas. O britânico fezuma paragem nas boxes à 41ªvolta, saiu em segundo, masna seguinte, com Bottas no"pit lane", reassumiu rapida-mente os comandos do GrandePrémio de Portugal. O aban-dono de Lance Stroll foi o únicoincidente registado.Charles Leclerc foi o me-

lhor da Ferrari e terminouem quarto, seguido de PierreGasly (AlphaTauri) que pas-sou Sergio Perez.O vencedor do GP de Por-

tugal foi aplaudido de pé pelopúblico e teve o abraço dopai. Agora, soma 256 pontose está mais próximo do sétimotítulo mundial, o recorde deSchumacher.Em declarações à imprensa

no final da corrida, o piloto de35 anos agradeceu a dedicaçãode todas as pessoas envolvidasna equipa de trabalho.“Tem sido um privilégio

trabalhar com todas estaspessoas e estou muito grato.Obrigado a Mercedes. É umahonra. Ninguém está relaxadocom este sucesso. Continua-mos a insistir, a insistir, ainsistir. Sentimo-nos inspi-

rados. Não há nada assim.Hoje foi difícil”, disse LewisHamilton na entrevista rápida.“Nunca sonhei estar onde

estou hoje. Não tinha umabola de cristal, quando escolhiestar com esta equipa, masaqui estamos. O meu pai estáaqui. É maravilhoso. Não con-sigo encontrar as palavras”,acrescentou o piloto, visivel-mente emocionado. Lewis Carl Davidson Hamil-

toné hexacampeão mundialde Fórmula 1 com os títulosdos anos de 2008, 2014, 2015,2017, 2018 e 2019. Agora, éconsiderado um dos maiorespilotos de todos os tempos eestá a caminho de se tornarindiscutivelmente no melhorde sempre na F1. É um dosdesportistas mais bem suce-didos da história. Tem o maiornúmero de vitórias em Gran-des Prémios de F1 (92), e é osegundo em número de títulosmundiais de F1 (6). Detémainda outros recordes abso-

lutos, como o de maiornúmero de pontos na carreira(3636), o maior número depole position (97), o maiornúmero de pódios (160), omaior número de Grande Che-lem em uma época (3) e omaior número de pontos emuma temporada (413).

POLÉMICASApós vencer o Grande Prémioda China em 12 de Abril de2015, o britânico foi alvo decríticas por ter espirrado cham-panhe no rosto de uma dasmulheres contratadas pararecepcionar os pilotos no pódiodo circuito de Xangai.No dia 11 de Outubro de

2015, após vencer o GrandePrémio da Rússia, em Sochi,uma imagem chamou a aten-ção: o piloto aparece a estou-rar uma garrafa de cham-panhe ao lado do Presidenterusso, Vladimir Putin, queentregou os troféus aos pri-meiros classificados.

Lewis Hamilton é o piloto mais vitorioso de sempre

Regresso às piscinas depende da Covid-19Armindo Pereira

O regressodas competiçõesnas piscinas e mares do paísdepende da Situação de Cala-midade Pública em funçãoda pandemia da Covid-19. Aafirmação é do novo presi-dente da Federação Angolanade Natação (FAN), Joaquimdos Santos.“O regresso das provas não

está dependente daquilo quepoderá ser a actuação ou nãoda FAN, mas daquilo que é aevolução destes indicadores.É importante referir que setem assistido a um aumentodiário de casos no país”, disse.O sucessor de Mário Fer-

nandes sustenta que as provasdevem ser disputadas “emsegurança” e em obediênciaa “directrizes da Comissão

Interministerial de Gestãodas Medidas contra a Expan-são da Covid-19”.A realização de testes obri-

gatórios definidos pelo pro-tocolo sanitário da Covid-19pode comprometer a aberturada época desportiva. O pre-sidente da FAN antevê “umprocesso difícil, porquantonem todos os clubes têm amesma disposição financeirapara suportar os testes”.Perante a indefinição da

data de regresso às águas, anova direcção vai dedicar-se “ao trabalho administra-tivo”. A equipa liderada porJoaquim dos Santos vai fazero diagnóstico sobre o estadoda natação em Angola paraaferir “uma gestão partici-pativa” nos próximos quatroanos de mandato.

“Das acções previstas, umdos muitos pontos é a faltade informação sobre o estadoactual da natação. Não é poracaso que a denominação dacampanha foi programa degestão e não programa elei-toral. Todo o trabalho realizadodurante este período nas redessociais teve como finalidadeúnica a divulgação da moda-lidade e não tanto o apelo aovoto”, esclareceu.O jurista exteriorizou a satis-

fação pelo voto de confiançadepositado “no programa degestão”. O líder da lista B, Joa-quim dos Santos, ganhou aseleições com três votos a favore um contra. É o terceiro pre-sidente da Federação Angolanade Natação, depois de AntónioMonteiro “Bambino” e MárioFernandes.

NATAÇÃOReflexão e reunião marcam as agendasSilva Cacuti

Reflexão, balanço preliminare reunião com associados deBenguela marcam hoje asagendas da campanha elei-toral de José Júnior “Maninho”e Zeca Venâncio, candidatosà presidência da FederaçãoAngolana de Andebol, visandoo ciclo olímpico 2020-2024.As eleições estão marcadaspara 31 do corrente.O líder da lista A encerra

a apresentação do programaeleitoral nas terras das Acá-cias Rubras. Na reunião comos associados, Zeca Venânciopromete esgrimir argumen-tos para conquistar a sim-patia, segundo EuclidesDomingos “Corola”.Depois de trabalhar no

Cuanza-Sul, o antigo árbitrointernacional tem, entre asprioridades do programa, “amanutenção dos títulos em

seniores e a recuperação dosde juniores e cadetes feminino,bem como a melhoria dasclassificações nos mundiais”.O candidato defende “um

elenco de continuidade” eassegurou em gíria desportiva:“em equipa que ganha nãose mexe”. O elenco de ZecaVenâncio propõe-se a “alar-gar a base de patrocinadores,assinar acordos com as me-lhores federações da CPLPnas vertentes de formação,desportiva e publicidade”.Na primeira Assembleia-Geral, pretende fazer passar“a alteração aos Estatutospara permitir a participaçãode clubes” das reuniões mag-nas da Federação.O líder da lista B, José Júnior

“Maninho”, tem o dia de hojereservado para balanço pre-liminar e reflexão. Depois detrabalhar no Leste, mormente,nas províncias de Lunda-Norte,

Lunda-Sul, Moxico e Malanje,está de regresso a Luanda compassagens pelas províncias doBié, Huambo e Benguela.Em jeito de balanço, asse-

gurou que “a campanha elei-toral decorre da melhor forma”em função da “motivação esimpatia” dos associados.“Encontrámos clubes e

associações que dizem sen-tir-se desamparados por quemlhes devia proteger. Não vamosembandeirar em arco. Esta-mos satisfeitos com o retornoque recebemos, depois dediscutir o nosso programacom os associados nessasparagens”, disse.Por essa razão, a jornada

corporizada por reuniões eviagens longas “tornou-secheia de prazer”.A aposta na massificação

com acções concretas é umadas linhas fortes do programade acção de Maninho.

CAMPANHA NO ANDEBOL

30 DESPORTO Segunda-feira26 de Outubro de 2020

Silva Cacuti

A ComissãoNacional Eleitoral(CNE) procede hoje, às 15h00,à abertura das listas concor-rentes às eleições de 21 de No-vembro na Federação Ango-lana de Patinagem (FAP).Trata-se das propostas de can-didatura de Dionísio Viegas ePedro Azevedo “Chipita”, quederam entrada na sexta-feirae sábado últimos.Antigo praticante no Petro

de Luanda e com passagenspelo hóquei português, Dio-nísio Viegas volta a concorrer,depois de o ter feito em 2016e perder diante de HirondinoGarcia. Pedro Azevedo évice-presidente cessante,

cargo que exerce desde 2004.Amanhã, a CE pronuncia-

se sobre a elegibilidade daslistas e, na quarta-feira, reservao dia para receber eventuaisreclamações dos pretendentesà cadeira da FAP. As recla-mações vão ser respondidasno sábado, de acordo com ocalendário eleitoral.No dia 2 de Novembro é

divulgado a população votantee começa a campanha elei-toral que decorre até ao dia19. Os resultados finais daseleições são divulgados nodia 26 de Novembro.

Viegas esconde programa Dionísio Viegas negou, nosábado, tecer qualquer con-

sideração sobre o programade candidatura ou novo ele-mento a inserir na gestão daFederação. O candidato jun-tou jornalistas, treinadores,dirigentes e amigos da moda-lidade no restaurante Can-tinho do Desportista paraconfirmar a pretensão.“Sou um inconformado

por excelência. Não gostode ficar na minha zona deconforto e fazer algo pelapatinagem é também nossaresponsabilidade. Não possoresponder às vossas ques-tões, porque não é o tempo;não quero ser penalizado.Isso pode ser interpretadocomo campanha antes dotempo”, disse.

HÓQUEI EM PATINS

AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBROJOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO

Pedro Azevedo “Chipita” e Dionísio Viegas aguardam expectantes pelo anúncio da Comissão

Candidatos sãoconhecidos hojeVice-presidente cessante e concorrente derrotado em 2016ficam a saber se têm condições de concorrer às eleições

Inglês da Mercedes está a caminho de igualar Schumacher

DR

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31Segunda-feira26 de Outubro de 2020DESPORTO

Paulo Caculo

As equipas do Petro deLuanda, 1º de Agosto, Bravosdo Maquis e Sagrada Espe-rança, representantes ango-lanos nas competições afri-canas de futebol, procuramganhar ritmo competitivodurante a disputa do torneioquadrangular de futebol onzedenominado “Trumunu Forade Época”, que começa estaquarta-feira e decorre até 3de Novembro.A prova a ser disputada

no sistema de todos contratodos a uma volta é uma ini-ciativa da empresa MacroSport, com suporte institu-cional da FAF, e visa dar roda-gem aos 'embaixadores' antesde “embarcarem” para aseliminatórias de acesso àfase de grupos da Liga dosCampeões Africanos e daTaça da Confederação.Contribuiu para a promo-

ção do torneio de pré-épocacom os quatro representantesangolanos nas provas da Con-federação Africana de Futebol(CAF) a interrupção das com-petições no país desde Marçoúltimo e o retorno das acti-vidades desportivas profis-sionais definido no últimoDecreto do Ministério da Ju-ventude e Desportos, de acordocom a organização.Na jornada inaugural,

quarta-feira, Petro de Luanda

mede forças com o Bravosdo Maquis, às 15h00, no Está-dio 11 de Novembro, enquantoo 1º de Agosto defronta oSagrada Esperança, às 18h00,no mesmo local.Na segunda ronda (dia 31),

1º de Agosto joga com oSagrada Esperança, às 15h00,e Petro de Luanda enfrentao Bravos do Maquis, às 18h00.Já na última jornada (3 deNovembro), Sagrada e Maquisjogam, às 15h00, e 1º de Agostoe Petro de Luanda protago-nizam, às 18h00, o jogo maisaguardado do torneio. Todosos desafios serão disputadosno Estádio 11 de Novembro.Com os jogos em clima

de pré-época, as quatro equi-pas esperam aproveitar aomáximo para submeter ateste a qualidade dos plantéis,avaliar o entrosamento eapurar os níveis de 'endu-rance' e ritmo competitivo.1º de Agosto e Petro de

Luanda vão disputar a Ligados Campeões, enquantoSagrada Esperança e Bravosdo Maquis competem na TaçaCAF.

CAF actualiza as datasA Confederação Africana deFutebol tornou público,recentemente, o calendárioactualizado das eliminatóriasde apuramento aos gruposda Liga dos Campeões e daTaça da Confederação. Ocomunicado daquela enti-

Benigno Narciso | Lubango

O presidentede direcção daAssociação Provincial deFutebol da Huíla (APFH),Pepé António, está apostadoem tornar, a curto prazo, acidade do Lubango na pri-meira opção para a realiza-ção de estágios das selecçõesnacionais, disputa de jogosoficiais e de pré-época paraos clubes.De acordo com o dirigente,

a intenção é uma prioridadeque tem carácter de imple-mentação imediata. “Vamos tornar o Lubango

no baluarte da Região Sul, nãoapenas para os Palancas Negras,mas também para todas asselecções nacionais e clubespara realizarem as respectivaspré-épocas. Há acções nessesentido e estamos todos empe-nhados”, disse.Indicou que a província

possui infra-estruturas des-portivas, como estádios ecampos de apoio, condiçõesclimatéricas, vasta rede hote-leira, gastronomia rica ediversificada que precisa serrentabilizada a favor do fute-bol nacional.Pepé António disse que

“não faz sentido a Huíla ficar

tantos anos sem jogos dosPalancas Negras, de selecçõesfemininas e sem a presençade clubes para estágios duranteas pré-épocas”, reforçou.O líder do órgão que rege

o futebol na Huíla não espe-cificou as acções que estão aser implementadas. Revelou,contudo, que querem tornaro Lubango atraente para asselecções nacionais e clubes.Acrescentou a APF, assim quemanifestou o desafio, recebeuo respaldo da Federação Ango-lana de Futebol (FAF).“Definimos isso como

meta. Agora tudo é uma ques-tão de dinamismo internopara tornar realidade a nossapretensão. Temos o respaldoda FAF e oxalá que assim sejapara coroarmos o desafio, ouseja, devolvermos à Huíla acondição de potência a nívelregional”, definiu.A cidade do Lubango tem

quatro estádios, nomeada-mente o Nacional Tundavala,Ferroviário da Huíla, 11 deNovembro e Nossa Senhorado Monte.Situada a 1.790 metros aci-

ma do nível do mar, é a cidademais elevada de Angola e temum clima oceânico ou tropicalde altitude.

TORNEIO QUADRANGULAR NO 11 DE NOVEMBRO

Rubro e negros e tricolores são as equipas que discutem a primazia do desporto rei em Angola

Rivais procuram ritmo para atacar as Afrotaças

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL

Pepé António quer selecções e clubes a treinarem na Huíla

Pedro Augusto

O trio brasileirodo Petro deLuanda, versão 2020/2021,está completo desde sábado,com a chegada ao país dosavançados Maiko Leite eTiago Azulão, que se juntamao compatriota Tony. Os doisjogadores, contratados esteano pela direcção tricolor,apenas vão estar às ordensdo treinador Toni Cosanoapós cumprirem com o pro-tocolo da Covid-19.Maiko Leite, antigo com-

panheiro de Neymar Júniorno Santos FC, vai fazer a suaestreia no Girabola, enquantoTiago Azulão, duas vezesmelhor marcador da referidacompetição (2017 e 2018),marca o seu regresso ao Petrode Luanda, depois uma expe-riência no Chipre.Com a chegada de Maiko

Leite e Tiago Azulão, joga-dores que vão lutar por umavaga no ataque com o ango-lano Yano, o treinador ToniCosano terá menos preocu-pações nos próximos dias,pois vai preparar a equipa como grupo completo, atendendoos desafios na temporada fute-bolística que se avizinha, aindasem data, onde a entrada nafase de grupos da Liga dosCampeões e a conquista doGirabola (não vence há dezedições) e da Taça de Angolasão as metas da direcção lide-

rada por Tomás Faria. Maiko Leite é o atleta mais

valioso do conjunto tricolor.De acordo com a Transfer-market, o antigo jogador doSantos FC tem um valor demercado de 650 mil Euros,enquanto o seu colega TiagoAzulão está avaliado em 50mil Euros.A direcção do Petro con-

tratou igualmente para a épo-ca 2020/2021, o guarda-redesAntónio Dominique, o médio-trinco Joaquim Adão (ambosprovenientes da Suíça), o cen-tral José Matwila (ex-K'lauternda Alemanha) e o médio-trincoIto (ex-Interclube).

BRASILEIROS DOS PETROLÍFEROS

Maiko Leite e Azulãocumprem quarentena

1º de Agosto, Petro de Luanda, Sagrada Esperança e FC Bravosdo Maquis são os representantes angolanos nas provas da CAF

BrevesPHILIPPE COUTINHOFALHA POR LESÃO JOGOCOM A JUVENTUSO brasileiro médio doBarcelona de Espanha,Philippe Coutinho vaiperder, por lesão, pelomenos o jogo com aJuventus para a Liga dosClubes CampeõesEuropeus de futebol,marcado para quarta-feira.De acordo com oBarcelona, o jogador de 28anos, fez ontem de manhãum exame e tem uma lesãono biceps femoral da pernaesquerda. Coutinho foi titular e jogouos 90 minutos do clássicocom o Real Madrid,referente à sexta jornadada La Liga, designaçãooficial do campeonatoespanhol da primeiradivisão. O Real lidera a tabelaclassificativa com 13pontos, ao passo que oBarcelona é 12º, com sete emenos um jogo.

GARETH BALE PEDETEMPO PARA ATINGIR A FORMA IDEAL O futebolista galês GarethBale assumiu que vaiprecisar de algum tempopara atingir a forma que onotabilizou no passado aoserviço do Tottenham(Inglaterra), equipa para aqual regressou este ano,após ter jogado seteépocas no Real Madrid deEspanha.

“Vou demorar algumtempo até chegar àcondição física ideal e a sermais letal. Com o passardos jogos vou melhorar,vou ficar mais acutilante erápido. Estou satisfeito porvoltar a jogar. É isso que mefaz feliz”, afirmou oavançado de 31 anos.

SOLSKJAER DESTACA ESTREIA DE CAVANIO treinador da equipa defutebol do ManchesterUnited de Inglaterra, OleGunnar Solskjaer, destacoua estreia de EdinsonCavani, que entrou nasegunda parte do empate0-0, frente ao Chelsea. “Cavani teve grandeinfluência no jogo daequipa. Nós já tínhamosvisto a sua influência nostreinos. Ele sabe mexer deforma inteligente e as suasmovimentações são boas”,afirmou Solskjaer.

DR

M. MACHANGONGO | EDICÕES NOVEMBRO

dade continental descreveque o jogo da primeira pré-eliminatória deve decorrerentre 20 e 22 de Novembroe da 'segunda mão' previstapara 27 a 29 do mesmo mês.A segunda eliminatória

para as duas competiçõesestão aprazadas para Dezem-bro entre 11 e 13 e de 18 a 20para o jogo de volta.A segunda eliminatória

será derradeira para o 1º deAgosto e Petro de Luandaapurarem-se à fase de gruposda Liga milionária de clubes.Já as equipas do Sagrada eBravos do Maquis, se pas-sarem da segunda fase, deve-rão disputar o 'play-off' deacesso aos grupos da Taçada Confederação, agendadopara Fevereiro de 2021. Osjogos da 'primeira mão' acon-tecem entre os dias 12 e 13e os da segunda-mão pre-vistas para o dia 19 do mêsdos namorados.A CAF alerta, todavia, que

“os clubes que pretendamparticipar nas competiçõesda temporada 2020/2021devem passar pelo processode licenciamento de clubesnas respectivas federações,enquanto entidades licen-ciadoras”. Ou seja, “apenasos clubes licenciados, querecebem a licença das res-pectivas federações, terão apermissão para participarda próxima época de com-petições interclubes”.

Goleador chegou sábado

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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SEG26OUT

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PASSAGEIROS DO VOO SÃO PAULO-LUANDA

Ensino PrimárioAnulação do reinício das aulas

UNITA e reivindicaçõesPromoção de distúrbios na via pública

Embora algum ruído na comuni-cação tenha levado a um mal en-tendido entre o sector da Educaçãoe a Escola Portuguesa de Luanda,que unilateralmente decidiu sus-pender as aulas presenciais, devidoao aumento de casos da Covid-19na capital angolana, a verdade éque a Comissão Multissectorialnunca afastou a possibilidade derecuar, se a situação assim o de-terminasse. E porque há um au-mento de casos positivos, o Go-verno decidiu anular o reinício dasaulas do Ensino Primário, que es-tava previsto para hoje. Para quemgoverna, o bem vida deve estaracima dos caprichos partidáriose de grupos de pressão.

A política não é um jogo do valetudo, no qual as emoções se so-brepõem à razão, principalmentequando se coloca em risco a vidadas pessoas. O bem vida deve es-tar acima de quaisquer interessespolítico-partidários. Atiçar mani-festações violentas em temposde Calamidade Pública, como ofez a UNITA no sábado, foi não sóum acto de grande insensatez, co-mo falta de sentido de Estado.Para quem quer poder, o maiorpartido da oposição devia tomarcomo princípio o respeito pelasnormas vigentes e, sobretudo, pe-la vida dos seus potenciais eleito-res e não colocá-los contra a leie, pior, em risco de contágio co-lectivo pelo novo coronavírus. Pormais justas que sejam as reivindi-cações, o bom senso devia acon-selhar as lideranças políticas aagir com razão, respeitando asleis e o bem vida. E as normas di-zem, claramente, que em Situa-ção de Calamidade Pública estãoproibidos os ajuntamentos emespaços públicos, sob pena dequem assim proceder assumir asconsequências jurídicas do acto.

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A L T O

B A I X O

Quatro cidadãosangolanosforam detidos, sábado, noAeroporto Internacional 4 deFevereiro, em Luanda, porposse ilegal de mais de 8,184quilogramas de cocaína.

Segundo o Serviço de In-vestigação Criminal (SIC),trata-se de dois passageirosprovenientes da cidade deSão Paulo (Brasil), num voocomercial da TransportadoraAérea Angolana (TAAG), eoutros dois receptores.

Os supostos traficantes,todos do sexo masculino, têmidades entre os 32 e 41 anos.

Em declarações à Angop,o director do Gabinete de Co-municação Institucional eImprensa do SIC, superin-tendente Manuel Halaiwa,explicou que a detenção resul-tou de uma operação prepa-rada minuciosamente paraimpedir a fuga dos implicados.

“Caso fossem bem suce-didos, os dois passageirosteriam como recompensanove mil dólares, enquantoos receptores receberiam ummilhão e 500 mil kwanzas”,sublinhou o oficial do SIC.

De acordo com Manuel

Polícia mata jovem negrodesarmado e é despedido

VIOLÊNCIA RACIAL NOS ESTADOS UNIDOS

Um polícia de Waukegan,no Estado norte-americanodo Illinois, foi despedidodepois de atirar e matar umjovem negro desarmado eferir a namorada deste, numafiscalização de trânsito.

De acordo com um comu-nicado do Departamento dePolícia de Waukegan, divul-gado, ontem, pela Reuters, opolícia, não identificado, foidespedido na sexta-feira ànoite, três dias depois docrime, por “múltiplas viola-ções às políticas e procedi-mentos” da esquadra.

O mesmo comunicadoadianta que o agente, “hispâ-nico”, estava a realizar umafiscalização de trânsito, nanoite de terça-feira, dia 20 deOutubro, quando atirou contrao carro, por este ter “recuado”.Apesar de ter alegado que foiem legítima defesa e que temeupela sua vida, nenhuma armafoi encontrada dentro do veí-

Papa Francisco cria 13 novos cardeaisCONSISTÓRIO MARCADO PARA 28 DE NOVEMBRO

O Papa Francisco anunciou,ontem,um consistório paraa nomeação de 13 novos car-deais em 28 de Novembro,quatro deles com mais de 80anos. Os cardeais com maisde 80 anos não poderão par-ticipar num futuro conclave.

Dois dos novos cardeaispertencem à Cúria Romana:são o secretário do Sínodo dosBispos, o maltês Mario Grech,e o italiano Marcello Semeraro,ex-bispo de Albano e novoPrefeito da Congregação paraas Causas dos Santos.

Outros futuros cardeaissão os arcebispos de Kigali,Rwanda, Antoine Kambanda,de Washington, EUA, WiltonGregory, de Capiz, Filipinas,José Fuerte Advincula, deSantiago, Chile, CelestinoAós Braco, o vigário apostólico

de Brunei, Cornelius Sim eo arcebispo de Siena, Itália,Augusto Paolo Lojudice. OPapa nomeou também oactual Guardião do SagradoConvento de Assis, o padreMauro Gambetti.

A celebração vai acon-tecer na vigília do primeiroDomingo do Advento, iníciodo ano litúrgico no calendáriocatólico e tempo de prepa-ração para o Natal.

culo do casal. Marcellis Stin-nette, de 19 anos, que estavasentado no lugar do passageiro,acabou por morrer vítima dosferimentos causados pelasbalas. Já Tafarra Williams, de20 anos, que conduzia a via-tura, ficou ferida no abdómene pulso. A jovem permaneceinternada no hospital, masnão corre perigo de vida.

Apesar do despedimentodo agente e de, tanto a políciacomo o Departamento de Jus-tiça dos EUA, estarem a inves-tigar o crime, as famílias dasvítimas não estão satisfeitascom a justificação das auto-ridades. “Não confiamos nanarrativa policial. Os relatóriosoficiais das autoridades, quan-do matam pessoas negras,deturpam e omitem detalhesimportantes”, defendeu oadvogado da jovem TafarraWilliams, Ben Crump, numcomunicado enviado às redac-ções e onde exige justiça.

DR

Apertado cerco a traficantes de drogas que utilizam o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro

SIC detém 4 supostostraficantes de drogas

Halaiwa, na sequência destaoperação foi ainda apreendidauma viatura, que seria s uti-lizada para o transporte dadroga. Conforme o oficial,diligências prosseguem paradeter outros envolvidos nestecaso de tráfico internacionalde drogas.

Em Julho, um grupo desete traficantes de drogas,com ramificações nas pro-víncias da Huíla, Namibe eCunene, foi detido na cidadedo Lubango com pelo menos130 gramas de cocaína nãoembalada, 170 porções damesma droga em embrulhosde plástico e 90 de crack.

As denúncias de circulaçãodas chamadas “drogas pesa-das” na província da Huíla,tida já como “placa giratória”desses estupefacientes, sãocada vez mais frequentes eagora confirmadas com adetenção desse grupo dehomens que actuava noLubango, com ramificaçõesnas províncias do Namibe edo Cunene.

Apesar da circulação con-firmada de drogas, como acocaína e o crack na província

da Huíla, a liamba continuaa ser a mais consumida naregião, com uma média de200 detenções só este ano,entre consumidores e pro-dutores, com realce para azona da “Boca” da Humpata.

Angola é um dos paísesreferenciados como de con-sumo e trânsito de drogas.

Segundo o Serviço deInvestigação Criminal (SIC),o Brasil, a África do Sul, aNamíbia e a República Demo-crática do Congo (RDC) sãoos países mais utilizados portraficantes para introduzir adroga em Angola, destacando-se a cocaína. Os traficantestêm estado a usar a rota Bra-sil-Congo Democrático paraintroduzir droga no país, atra-vés de correios de droga, tam-bém conhecidos por "mulas",que são pagos quando a drogachega sem problemas ao país.

Jovens têm sido aliciadospor narcotraficantes comrecompensas de dinheiro fácilpara o transporte de drogas emmalas ou mesmo através daingestão de cápsulas de cocaína,que colocam em risco a vidade muitas dessas “mulas”.

Taxa de Câmbio Actual

ernacional - (BNI)

CIAISOMEROS CANCB USD/KZ

tócios Ino de NegBanc 638,978

o do Sul - (BCS)édito de CrBanc 652,018

as de Câmbio dos BancxaTTa

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755,527 681,359 805,639

652,018 770,950 679,960 806,737

ciaisos Comeras de Câmbio dos Banc

VB)alor - (Bo VBanc 655,767

o BIC - (BIC)

652,018

Banc 647,128

e - (BKEVE)veo KBanc 636,800

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o Sol - (BSOL)

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Banc 645,498

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a - (VTB)VTB Áfric 645,498

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776,647 678,362 801,951

645,498

655,180 774,689 678,294 802,019

763,237 678,099 801,784

669,949

649,000 767,477 678,000 801,784

792,151 677,694 801,310

658,108

647,945 763,506 677,643 798,501

780,811 674,479 800,234

632,000

645,498 763,237 672,883 819,516

747,822 672,000 794,079

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652,018

A)

630,273

ola - (SBd Bank AngandarSt 654,785

tu)etu - (Yeo YBanc 652,018

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A)ola - (SCBed Bank Angerd ChartandarSt 645,498

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640,000

652,018

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654,785

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652,000

652,018 770,950 665,058 810,616

755,527 662,000 794,074

655,082

645,498 747,976 658,538 794,233

767,091 658,358 794,074

640,000 766,174 655,000 796,975