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ONa sequência do estudo de personagens bíblicas que nos ensinam sobre o caráter do cristão, estudaremos Maria, a irmã de Lázaro.

OA irmã de Lázaro é um exemplo de devição.

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O Cinco são as passagens que enfocam diretamente esta personagem nas Escrituras Sagradas:

a) o episódio da estada de Jesus na casa dela (Lc.10:38-42);

b) o episódio da ressurreição de seu irmão Lázaro (Jo.11);

c) o gesto dela em ungir os pés de Jesus (Mt.26:6-13; Mc.14:3-9; Jo.12:1-8).


O “Maria” - forma helenizada do nome da irmã de Moisés, “Miriã”, cujo significado é disputado: “amada” ou “rebelião”.

O A primeira vez que o texto sagrado nomeia Maria, a irmã de Lázaro, é em Lucas, quando o evangelista, conta que o Senhor Jesus entrou em uma aldeia, sendo recebida por uma certa mulher chamada Marta (Lc.10:38).


OEsta aldeia era Betânia, distante cerca de 15 estádios de Jerusalém (Jo.11:18), ou seja, cerca de 3 km, no outro lado do monte das Oliveiras, na estrada para Jericó.

OAli havia muitas tamareiras e daí o nome dado à aldeia, cujo significado é “casa das tâmaras”.


O Jesus estava viajando, certamente indo para Jerusalém, quando resolve parar nesta aldeia.

O Marta, talvez já sabendo da fama de Jesus, ao saber que o Mestre estava na aldeia, tomou a iniciativa de convidá-lo para ir à sua casa, demonstrando, assim, um nítido interesse em ter a companhia de Cristo.


O Assim que Jesus entrou na casa, não perdeu tempo. Já que havia sido convidado, passou a ensinar aquelas mulheres.

O No início do ensino, Marta ficou aos pés de Jesus, sendo acompanhado por Maria, a sua irmã, que também se assentou aos pés do Mestre para d’Ele aprender. No entanto, num determinado instante, Marta saiu dos pés de Jesus, pois estava preocupada em ser boa hospitaleira de Cristo, preparando-lhe uma refeição e providenciando que tivesse Ele uma boa estada naquela casa.


O Maria, no entanto, não se preocupou com os afazeres domésticos, mas estava totalmente absorta pelos ensinos, pelas palavras de Jesus.

O Marta distraiu-se com as coisas desta vida e, num determinado momento, como não estava dando conta dos afazeres domésticos, acabou se dirigindo a Jesus, pedindo que Ele não permitisse que ela trabalhasse sozinha e que determinasse que Maria fosse ajudá-la (Lc.10:40).


O Jesus, porém, em vez de repreender Maria, repreendeu Marta, dizendo que ela estava ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só era necessária e Maria havia escolhido a boa parte, que não lhe seria tirada (Lc.10:41,42).

O Lição de Maria: a prioridade das “coisas de cima” em relação às coisas terrenas.


O Temos de fazer o bem a todos, pois Jesus, neste mundo, “andou fazendo bem” (At.10:38), mas não nos esqueçamos de que Jesus dava absoluta prioridade às coisas divinas, às coisas celestiais.

O Maria estava inteiramente dedicada a Cristo e tal dedicação é o que se denomina de “devoção”, que é a característica que nosso comentarista quis realçar na vida de Maria e que deve compor o caráter cristão.


O Jesus disse que a “boa parte”, aquilo que era necessário e que nunca seria tirado era o que Maria estava desfrutando, ou seja, a Palavra de Deus, os ensinos de Cristo, a sã doutrina.

O Maria dedicou-se a ouvir o Senhor Jesus, a estar aos Seus pés e o Senhor disse ser esta a “boa parte” que nunca lhe seria tirada. Temos estado aos pés do Senhor Jesus? Estamos dando ouvidos à Sua Palavra? Damos prioridade às coisas celestiais? Nosso tesouro está sendo ajuntado nos céus? Onde está o nosso coração?


O A segunda passagem bíblica que menciona o nome de Maria, a irmã de Lázaro, também conhecida como “Maria de Betânia” é o episódio da ressurreição de Lázaro, o maior milagre de Jesus, que é registrado no capítulo 11 do Evangelho segundo João.

O João registra que Lázaro, irmão de Maria e de Marta, estava enfermo em Betânia, que era a aldeia onde moravam. Diante da enfermidade de Lázaro, as irmãs mandaram uma mensagem para o Senhor Jesus.


O A circunstância de que Marta e Maria mandaram avisar Jesus de que Lázaro estava enfermo revela três coisas importantes:

a) a enfermidade era grave, causava preocupação às irmãs;

b) a fé que tinham em Jesus, de que Ele viria e curaria o Seu amigo;

c) havia uma amizade, um amor especial entre Jesus e aquela família.


O O pano de fundo do maior milagre de Jesus mostra-nos que, para que o Senhor opere, para que haja a confirmação de que Jesus é o Cristo, o enviado do Pai, pois foi este o propósito deste grande sinal (Jo.11:41,42), faz-se mister que estejam presentes estes três elementos:

a) a consciência da impotência humana;

b) a fé em Jesus;

c) o amor a Cristo.


O Jesus não estava perto. A distância não foi motivo para que aquelas irmãs pedissem pela ajuda de Jesus.

OHoje em dia, se não há mais problema de distância física, há a problemática da distância espiritual. O Senhor está sempre perto daqueles que O invocam em verdade (Sl.145:18).


O Para invocar o nome do Senhor em verdade, torna-se necessário que:

a) creiamos em Jesus com o coração e confessemos nossos pecados com a boca (Rm.10:10-14);

b) mantenhamo-nos separados do pecado, em santidade (I Co.1:2);

c) sigamos a justiça, a fé, o amor e a paz, com um coração puro (II Tm.2:22).


O Jesus foi encontrado e afirmou que a enfermidade de Lázaro não era para morte, mas para a glorificação do Filho de Deus.

OEstas palavras o Senhor disse para o emissário das irmãs e, certamente, quando ele voltou para Betânia, deve tê-lo dito a Marta e a Maria.


O Jesus, porém, não acompanhou este emissário, tendo permanecido na outra Betânia por mais dois dias. Isto, certamente, foi motivo de estranheza para as irmãs.

O Maior estranheza ainda tiveram quando, apesar da afirmação de Cristo de que a enfermidade não era para a morte mas para a glorificação do Filho de Deus, Lázaro morreu.


O Marta e Maria estavam inconsoláveis. Haviam perdido o seu irmão que, certamente, era o arrimo da casa e, mais do que isto, sentiam-se desamparadas por Cristo.

O Jesus somente chegou quatro dias após a morte de Lázaro. Logo lhe deram a notícia de que fazia quatro dias que Lázaro havia morrido e, também, foram avisar as duas irmãs de que Jesus chegara a Betânia.


O Maria, ao saber da chegada de Jesus, nada fez, esperou que o Senhor viesse até sua casa. Outra lição de Maria: o servo aguarda o seu Senhor, espera com paciência (Sl.40:1)

O Marta, entretanto, ao ter conhecimento disto, correu em direção ao Senhor, como em um tom de acusação ou de decepção, dizendo a Ele que se Ele estivesse em Betânia, seu irmão Lázaro não teria morrido (Jo.11:20,21).


OMarta foi “reclamar”, “exigir”, “cobrar” a presença de Jesus, dizendo que sabia que Deus concederia tudo o que se pedisse.

O Jesus disse a Marta que Lázaro iria ressuscitar, mas Marta tinha apenas um conhecimento teórico, não tinha intimidade com o Mestre.


O Jesus manda que Marta chamasse Maria e o fizesse em segredo. Havia intimidade entre Maria e Jesus, fruto do aprendizado aos pés do Mestre.

O Maria, então, diante da ordem do Senhor, como verdadeira serva, atendeu ao chamado do Senhor e foi ao encontro d’Ele. Fê-lo com presteza, pois era esta a vontade do Mestre (Jo.11:30).


O Maria saiu tão apressadamente que os judeus que ali estavam acharam que ela resolvera ir ao sepulcro. Eis a diferença entre os espirituais e os carnais. Os espirituais tudo discernem, mas de ninguém são discernidos (I Co.2:15).

O Os judeus pensaram que Maria iria chorar no sepulcro de Lázaro, numa atitude de total desilusão, mas, na verdade, ela foi ao encontro de Jesus.


O As palavras de Maria foram idênticas às de Marta, mas foram ditas num contexto totalmente diferente.

O Maria lançou-se aos pés de Jesus e confirmou que a presença de Jesus teria sido suficiente para a saúde de Lázaro. Não era um “desabafo”, nem tampouco uma “cobrança”, mas uma expressão respeitosa de confiança em Cristo, um reconhecimento do senhorio de Jesus, tanto que se lançou aos pés de Cristo, em atitude de adoração e de devoção.


OA adoração de Maria moveu o espírito e a alma de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ao ver Maria chorando, Ele moveu-Se em espírito e perturbou-Se (Jo.11:33).

O Jesus não Se conteve e pediu para que mostrassem onde estava o sepulcro de Lázaro e, então, realizou aquele grande milagre.


O Quando o Senhor Jesus mandou que se tirasse a pedra, Marta, uma vez mais, tentou retrucar com o Mestre.

O Maria, entretanto, nada falou, nada fez, ficou confiando exclusivamente no Senhor Jesus e, por isso, não entrou em atrito como sua irmã. Jesus repreendeu Marta dizendo que se ela cresse, veria a glória de Deus (Jo.11:40). Maria, com toda certeza, já estava a vislumbrar a glória do Senhor mesmo antes do milagre.


O O terceiro episódio a envolver Maria de Betânia é o famoso jantar de que Jesus participou nesta aldeia pouco antes da Sua paixão e morte.

O No registro feito por João, constante do capítulo 12, é deixado claro que este jantar se deu após a ressurreição de Lázaro e que nele estavam presentes Marta, Maria e Lázaro, além de outras pessoas (Jo.12:1,2), fato ocorrido seis dias antes da Páscoa, ou seja, um dia antes da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.


O Entende-se que este “jantar de Betânia” é o mesmo episódio narrado tanto por Mateus (Mt.26:6-13) e Marcos (Mc.14:3-9), embora nenhum dos evangelistas mencione o nome de Maria no episódio, dizendo apenas que se tratava de uma mulher, pois os três relatos:

a) dizem que o episódio se deu em Betânia;

b) situam este acontecimento nas proximidades da paixão e morte de Jesus;

c) revelam que uma mulher participante do evento ungiu a Cristo;

d) dizem que isto foi a preparação do corpo de Cristo para Sua sepultura.


O Alguns, como Lightfoot e Matthew Henry, entendem ter havido duas unções em Betânia, uma seis dias antes da Páscoa e outra, dois dias antes da Páscoa, que seria a registrada por Mateus e Marcos.

O A datação dos dois dias da Páscoa parece muito mais relacionada com a deliberação dos sacerdotes de matar Jesus do que com o jantar.


O João identifica quem é a mulher, dizendo tratar-se de Maria, a irmã de Lázaro, o que fica bem esclarecido quando se lê a passagem juntamente com Jo.11:2.

O A unção mencionada por Lucas (Lc.7:36-50) é outra, pois se deu na Galileia e com uma mulher pecadora, bem antes da última ida de Jesus a Jerusalém.


O Aquele jantar era como que uma expressão de gratidão a Jesus pela ressurreição de Lázaro, um reconhecimento de Seu poder e de Seu amor.

O Marta, como sempre, preocupou-se em agradar a Cristo com coisas terrenas, servindo-O (Jo.12:2), mas Maria, uma vez mais, demonstrando a sua íntima comunhão com o Senhor, resolveu agradecer a Cristo de um modo diferente.


O Maria tomou um arratel de unguento de nardo puro (cerca de 0,459 l), de muito preço, num vaso de alabastro, ungindo os pés e a cabeça do Senhor Jesus, enxugando Seus pés com os seus próprios cabelos e enchendo a casa do cheiro do unguento.

O Nesta atitude de Maria, vemos, uma vez mais, que ela preferia ficar aos pés de Jesus, ou seja, reconhecia a sua condição de serva, que dependia inteiramente da graça de Cristo, da Sua orientação, que fazia questão de se submeter a Ele.


OLições de Maria na unção de Cristo:

a) somos servos, Jesus é o Senhor;

b) Jesus é mais valioso do que qualquer coisa terrena;

c) devemos adorar o Senhor pelo que Ele é;

d) devemos dar a devida dignidade e reverência a Cristo.


O Não faltaram aqueles que, sendo carnais, censuraram Maria, a começar de Judas Iscariotes, que disse que se deveria ter vendido o perfume e a quantia de trezentos dinheiros dada aos pobres (Jo.12:5), pensamento que foi acompanhado por outros discípulos (Mt.26:8,9; Mc.14:4,5).

O João, entretanto, revela que este pensamento aparentemente piedoso e caridoso de Judas era uma farsa, pois, na verdade, Judas Iscariotes era um ladrão e costumava furtar o que se lançava na bolsa dos pobres (Jo.12:6).


O Os censuradores de Maria tinham uma mentalidade terrena e horizontal, presa às coisas terrenas, uma religiosidade humana que buscava agradar a Deus com seus esforços.

O Maria tinha uma mentalidade espiritual, reconhecendo a glória de Deus e a majestade de Cristo e que isto é muito valioso do que qualquer coisa deste mundo.


O Jesus, diante da censura recebida por Maria, defendeu-a publicamente, dizendo que se deveria, sim, ajudar os pobres, mas que os pobres sempre existiriam, enquanto que Ele haveria de ser retirado deles brevemente, tornando impossível qualquer demonstração de reconhecimento como a que estava sendo feito ali naquele instante.

O Como se isto fosse pouco, o Senhor ainda diz que Maria participava, sem o saber, da preparação do Seu corpo para a sepultura, anunciava profeticamente a Sua morte.


O Lição de Maria: quando somos devotos de Cristo Jesus, quando nos dedicamos a Ele e O adoramos na beleza da Sua santidade, deixando de lado os aspectos materiais, não dando a eles o valor que não têm, sem que o saibamos, estamos, também, fazendo os devidos preparativos para o corpo de Cristo, ou seja, para a Sua Igreja.

O Jesus, então, por fim, deu um galardão a Maria, uma recompensa pela sua devoção amorosa que O acompanhou durante o Seu ministério terreno, que estava por findar. Disse que aquele gesto de Maria seria registrado e todos se lembrariam desta atitude durante toda a pregação do Evangelho (Mt.26:13; Mc.14:9).


O Lição de Jesus: somente segue verdadeiramente o Evangelho quem tem a devoção amorosa de Maria de Betânia.

O O verdadeiro Evangelho é aquele que não é de fadiga e dos muitos afazeres de Marta, das intrigas e da incredulidade, muitas vezes escondida por conhecimento teórico de dogmas, de Marta e dos judeus que procuravam consolar as irmãs, nem o filantrópico e assistencial de Judas e dos discípulos, que, muitas vezes, camuflam o amor ao dinheiro de alguns.


O O verdadeiro e genuíno Evangelho é o de Maria de Betânia, ou seja, o da “boa parte”, o que comove o Senhor Jesus e O leva a fazer grandes sinais e o que Ele quer ver registrado para memória.

O É o Evangelho construído aos pés de Jesus, aquele em que Jesus é tudo, aquele em que se procura ver a glória de Deus, em que se confia em Cristo mesmo nas adversidades e na incompreensão de alguma de Suas palavras, aquele em que se reconhece o senhorio e o devido valor do Mestre, em que se busca a vida eterna e nada mais.


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