museu naval
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Descrição e inventárioTRANSCRIPT
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E RESTAURO ARQUITETÔNICO
MÓDULO 7
TÉCNICAS DE DESCRIÇÃO E INVENTÁRIO ARQUTETÔNICO
Professor Alberto Taveira
Marilza Cardoso Advogada
MATRÍCULA Nº 200924021015
Maristela Souza Engenheira Química
MATRÍCULA Nº 200903003841
Mônica Góes Arquiteta & Urbanista
MATRÍCULA Nº 200903002861
Natalia Lima Arquiteta & Urbanista
MATRÍCULA Nº 200924019347
JULHO/2010
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GESTÃO E RESTAURO ARQUITETÔNICO
Técnicas de Descrição e Inventário Arquitetônico Professor: Alberto Taveira
Ficha de Cadastro de Bens Imóveis - Valor Individual
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ENCAMINHAMENTO
Rio de Janeiro, 09 de julho de 2010.
Encaminhamos o trabalho do Inventário Arquitetônico, contendo uma descrição externa do prédio Museu Naval, tombando pelo INEPAC, em 07/12/1982 através do processo: E – 03/060.75/80, pertencente à Marinha do Brasil. Localizado na Rua Dom Manuel nº 15, para o projeto final do Módulo 7 – disciplina Técnicas de Descrição e Inventário Arquitetônico, ministrada pelo professor Alberto Taveira, do Curso de Pós Graduação em Gestão e Restauro Arquitetônico. Turma 2009 da Universidade Estácio de Sá – Campus Centro IV - Praça Onze.
Atenciosamente,
Marilza Cardoso
Maristela Souza
Mônica Góes
Natalia Lima
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MUSEU NAVAL No de ARQUIVO folha nº
Endereço: Rua Dom Manuel,nº 15 – CEP: 20.010-090 - Rio de Janeiro/ RJ Estado do Imóvel A.R.: 2ª Bairro: Centro Caracterização Conservação Proprietário: MARINHA DO BRASIL
x caracterizado descaracterizado
ruínas
excelente regular
x bom ruim
Uso Original: Clube Naval Atual: Museu Naval e Oceanográfico Serviço de Documentação Da Marinha Diretoria do Patrimônio Histórico
Data de construção: 1898 – inauguração 1900Autor do Projeto: Engº Naval Francisco Correa Camara Tipologia: Palacete de 3 pavimentos em estilo Eclético
Pesquisa Histórica: Data: Arquitetura Data:
Proteção Existente: M - Corredor Cultural Decreto: 4141 Texto Histórico: Data:
Processo: Data: 14/07/1983 Arquitetura: Data Existente: INEPAC Fotos Processo: E-03/060.75/80 RJ Data: 07/12/1982 Data:
Conferido por: Atualizada em:
SITUAÇÃO E AMBIÊNCIA
O prédio que abriga o Museu Naval e o Serviço de Documentação da Marinha
está situado na Rua Dom Manuel, número 15, Centro da Cidade do Rio de
Janeiro, entre as ruas São José e uma pequena rua sem saída, chamada
travessa Trajano de Carvalho, esta, separada do prédio vizinho por um portão de
ferro de cada um dos dois extremos, e sem placa de identificação.
MUSEU NAVALR. Dom Manuel, 15
Fachada lateral esquina da Rua Dom Manuel. Plano Geral Esquemático com Rua São José Fonte: http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl&q=museu%20naval Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3264/2522478463_0c9a3207ce.jpg
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As fachadas deste edifício o destaca do entorno pelo estilo eclético com seus
elementos decorativos repletos de símbolos marítimos técnicos e mitológicos, e
atualmente, também, pelo forte tom de ocre da pintura da fachada, cor bastante
intensa.
O entorno está composto de prédios de diferentes épocas e estilos, porém em
alguns casos com tipologias semelhantes a este quanto à volumetria e as
composições de fachada, com exceção para o edifício de cerca de 15 andares,
em estilo moderno, onde funciona o 10º Cartório de Registro de Imóveis. Ao
visualizar o restante do entorno, posicionando pela fachada frontal do Museu, vê-
se à esquerda o prédio anexo da ALERJ, cujo estilo de arquitetura é o mais
contemporâneo das redondezas, destacando-se mais expressivamente do
conjunto urbano pela fachada revestida em granito e vidro. Continuando o
percurso, a frente do anexo está o Palácio Tiradentes sóbrio e monocromático, e
à direita do museu encontra-se o prédio da Procuradoria Geral do Estado, ambos
os prédios com elementos estéticos distintos, porém com a mesma influência de
matriz Clássica.
Na extrema direita da rua D. Manuel esquina da Av. Erasmo Braga, está o
conjunto arquitetônico pertencente ao Tribunal de Justiça, o primeiro prédio,
seguindo pela mesma calçada do museu aparece o edifício eclético TACRIM,
futuro Centro Cultural do Tribunal, atualmente em fase de restauro, e único prédio
de valor artístico e histórico deste grupo edifícios representativo do Poder
Judiciário. Assim a paisagem histórica de início do século XX deste entorno
imediato ao Museu Naval se compõe, de um lado o Palácio Tiradentes, e de outro
a Procuradoria Geral do Estado e o TACRIM, e a frente o prédio Comercial
formando um ambiente harmônico não só pela volumetria, como também por
apresentarem características formais e estilísticas semelhantes com elementos
clássicos e ecléticos.
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Rua Dom Manuel
MUSEU NAVAL
Rua Ja
cob do Bandolim
Rua Erasmo Braga
PRAÇA XV
9
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7
5
8
1
6VISTA 2
VISTA 4
VISTA 3
VISTA 1
Rua Tr
ajano
Plano Geral Esquemático Fonte: http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl&q=museu%20naval
Foto: Natalia Lima, 12/06/2010 Foto: Marilza Cardoso, 12/06/2010
VISTA 1 Da rua D.Manuel para a Prç. XV VISTA 2 da rua D. Manuel para a Rua Erasmo Braga
Foto: Natalia Lima, 2010 Foto: Marilza Cardoso, 2010
VISTA 3 da Prç XV para a rua D. Manuel VISTA 4 da rua S.José para a Av. Antônio Carlos
12/06/ 2010 – sábado
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As edificações existentes no entorno estão implantadas linearmente,
apresentando diferentes composições e volumetrias, formando variados
contrastes na paisagem, interferências que acabam por criar perspectivas
dinâmicas, de diferentes pontos de fuga, perturbadores ao olhar.
O imóvel ocupa toda a quadra entre as ruas São José e a travessa Trajano de
Carvalho. Está implantado em uma distancia cerca de 100m da Praça XV à
noroeste e de aproximadamente 150m do edifício das Barcas S.A. à sudeste,
deste separado pela Avenida Alfred Agache e pelo viaduto da Perimetral, que
margeiam a orla da Baía de Guanabara.
Há várias possibilidades de acesso à rua Dom Manuel, através de ônibus, de
automóvel, de metrô e/ou de barcas. Nas duas primeiras opções, para chegar a
principal entrada do edifício, quem se dirige desde a zona norte, a partir da Av.
Presidente Vargas, segue-se até o mergulhão sentido zona sul, saltando em uma
das paradas e em subindo as escadas de acesso à Avenida Alfred Agache, ao
chegar no nível superior, na calçada da parte posterior do prédio, contornar o
prédio e se dirigir à entrada da fachada frontal. No caso de utilização de
transporte particular continuar em frente pelo mergulhão, dobra-se à direita até a
Av. Presidente Antônio Carlos, e logo entra novamente à direita, pela Av. Erasmo
Braga, seguir até encontrar a rua Dom Manuel e por fim dobrar à esquerda. Há
farta disponibilidade de estacionamento no local, nas proximidades do Museu as
vagas são bastantes disputadas, porém no Edifício Terminal Garagem Menezes
Côrtes localizado na Av.Presidente Antônio Carlos é sempre a opção mais
garantida.
A estação de Metrô mais próxima é a Carioca, saída Avenida Rio Branco, o
transeunte segue pela área do Castelo e entra na rua São José. As Barcas é o
meio mais rápido para quem está do outro lado da Baía. A proximidade com o
Aeroporto Santos Dumont é mais uma alternativa.
A área de maior destaque e atratividade do entorno é o conjunto formado pelo
prédio Paço Imperial e na Praça XV de Novembro, ambos tombados na esfera
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federal - IPHAN, para o Paço: processo nº 101-T e 159-T, inscrição nº9, livro
histórico, fls.3 e inscrição nº23 do livro de Belas Artes, fls.05 de 06/04/1938 e para
a Praça, foi considerado todo o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico e
imediações, desde o trecho do Centro entre a Praça XV e a Praça Pio X, limitado
pela rua 1º de março e Avenida Perimetral – processo nº 1.213 0 t.86, inscrição nº
106, livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, fls.63/65, inscrição nº 531,
livro Histórico, vol.II, fls.15/16 e inscrição nº 598. livro Belas Artes, vol. II, fls.19/20
de 14 de março de 1990).¹
Este conjunto forma uma grande praça central, a “Praça Maior”² que agregra
vários elementos representativos da arquitetura da cidade desde a colonização
até os dias de hoje e palco de importantes eventos históricos.
1 Paço Imperial 2 Palácio Tiradentes
Foto: Marilza Cardoso, 2010 Foto: Marilza Cardoso , 2010
3 Prédio comercial Foto: Marilza Cardoso,2010 4 Prédio comercial Foto: Natalia Lima , 2010
12/06/ 2010 – sábado
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5 Procuradoria Geral do Estado Foto: Natalia Lima, 2010 6 Tribunal de Justiça Foto: Marilza Cardoso , 2010
7 ALERJ Foto: Natalia Lima, 2010 8 Estação das Barcas Foto: Marilza Cardoso , 2010
9 Praça XV Fotos: Mariza Cardoso, 2010 9 Praça XV Fotos: Mariza Cardoso, 2010
12/06/ 2010 – sábado
A rua Dom Manuel está dentro dos limites do Corredor Cultural da área 02 –
Praça XV, e junto com os outros edifícios de entorno imediato formam uma
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pequena quadra de ruas estreitas muito próximas à grandes avenidas, são quase
ruas particulares, que abrigam usos variados também, financeiro, institucionais,
públicos, culturais, religiosos e sociais. As áreas contempladas pelo Corredor
Cultural são reconhecidas como Zona Especial do Centro Histórico do Rio de
Janeiro, e isto pode definir critérios e condições para a utilização e preservação
da arquitetura, apesar de se tratar de edifício em área militar. Este controle
urbanístico tem sido importante para manter a ambiência arquitetônica e
paisagística que hoje se encontra na região.
Fonte: livro Corredor Cultural; Rio Arte, IPP. 2002
Todos os sábados, no calçadão abaixo do viaduto da perimetral, acontece a Feira
de Antiguidades da Praça XV, ambiente peculiar e animado que se inicia desde
as 6 da manhã até 2 horas da tarde. Neste evento encontra-se de tudo desde
objetos de decoração antigos e raros, livros, bonecos, cartões, fotos antigas...o
que atraí vários tipos de pessoas; artistas, restauradores, colecionadores e
curiosos.
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Enquanto essa parte da área é bastante movimentada, os arredores têm pouco
movimento, porque a maioria dos prédios são públicos e não funcionam nos fins-
de-semana, há uma expressiva ocupação por moradores de rua, que se instalam
sob marquises de prédios e nas esquinas, o comércio de sábado, que funciona
somente na parte da manhã atrai alguns consumidores. Os principais atrativos
nestes períodos não-laborais são os museus e a feira, mas esta somente
acontece aos sábados.
Percebe-se pouca visibilidade para a entrada do Museu Naval, pois além do
portão de entrada dar a impressão de um ambiente interno escuro, esta parte da
rua funciona apenas para a circulação de veículos e de passagem para as
pessoas. Avenida Alfred Agache é o local animando da área, devido à presença
da feira de Antiguidades, tornando-se principal atrativo, a grande quantidade de
carros no estacionamento à sua frente, que contribui significativamente para
formar uma barreira visual e empecilho à entrada. Há tantos obstáculos que os
transeuntes não se sentem convidados a conhecer o museu, ou mesmo apreciar
sua arquitetura.
A configuração da entrada do Museu não se relaciona com as atividades culturais
que se realizam ao seu redor, não há conectividade com os centros culturais
próximos e por se tratar de um lugar amplamente indicado como área militar, as
pessoas mal percebem que este prédio é um museu aberto à visitação, pois a
feira acaba se tornando o principal foco de atração da região neste período da
semana.
Foto: Mônica Góes, 12/06/ 2010 – sábado Foto: Natalia Lima, 12/06/ 2010 – sábado
A fachada posterior, com acesso fechado, está de frente para a feira.
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Quanto aos impactos negativos do entorno pode-se dizer que o Viaduto da
Perimetral, o Mergulhão da Praça XV com o terminal de ônibus e o Aeroporto
trouxeram muita poluição acústica, pelo barulho dos veículos, e de atmosférica,
pela liberação constante do monóxido de carbono no ar. A paisagem Natural e
Cultural também é prejudicada, pois as obras monumentais de engenharia com a
frieza do concreto que formam uma barreira visual para apreciação e relação com
a Baía de Guanabara.
Foto: Natalia Lima, 12/06/ 2010 – sábado Foto: Mônica Góes, 12/06/ 2010 – sábado
O terminal rodoviário no mergulhão, em frente ao prédio, e a rampa de acesso
criaram um grande vazio entre o calçadão de acesso as barcas e a estreita
calçada costeira de pedra que circunda todo o prédio.
Foto: Natalia Lima, 12/06/ 2010 – sábado Foto: Natalia Lima, 12/06/ 2010 – sábado
Esquina da rua São José com rua Dom Manuel Fachada frontal, rua Dom Manuel
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O posicionamento das placas de sinalização, o excesso de carros nas vagas de
estacionamento e os irregulares sobre a calçada criam uma poluição visual e
física que prejudica o acesso ao prédio e a melhor percepção do mesmo.
Foto: Natalia Lima, 22/06/ 2010 – terça-feira Foto: Natalia Lima 22/06/ 2010 – terça-feira
acesso do mergulhão calçadão sobre o Mergulhão e abaixo da perimetral
Num dia típico de semana nota-se um grande vazio urbano na calçada abaixo do
Viaduto, pois as únicas pessoas que freqüentam são transeuntes que na maior parte das
vezes se dirigem do centro à estação das barcas ou aos terminais no mergulhão e vice-
versa. As ruas São José e Dom Manuel, já com movimento de pessoas bem mais
intenso, continuam sendo utilizadas como ruas secundárias destinadas para vagas de
automóveis, e até com maior rotatividade neste período.
O comércio local está praticamente em funcionamento durante os dias de semana, são
na maioria restaurantes e bares, pontos de atração e permanência das pessoas nas
redondezas.
Nota-se ainda um discreto comércio informal de vendedores ambulantes.
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Foto: Natalia Lima 22/06/ 2010 – terça-feira Foto: Natalia Lima 22/06/ 2010 – terça-feira
esquina da rua São José c/ rua Dom Manuel restaurantes do local
Foto: Natalia Lima 22/06/ 2010 – terça-feira Foto: Natalia Lima, 22/06/ 2010 – terça-feira
comércio local vagas reservadas e vendedores ambulantes
Aos domingos a paisagem muda radicalmente, pois somente os prédios públicos
de cunho cultural e os serviços de transporte estão em funcionamento, estes em
ritmo muito menos intenso, com poucas unidades circulando, há menos
automóveis nas ruas e nas calçadas e as opções de alimentação estão somente
dentro dos centros culturais. Nestes dias, melhora o acesso mas dificulta a
permanência das pessoas, pois o vazio urbano pode causar uma sensação maior
de insegurança, pois a área é mais deserta, restando principalmente os
moradores de rua e pedintes das redondezas, assim as distancias entre um
centro e outro tornam-se muito mais longas. Nota
1 fonte: TELLES, Augusto C. da Silva. Guia dos Bens Tombados da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Expressão e Cultura, 2001.
2 “A construção da cidade começaria sempre pela chamada praça maior.” (...)a povoação partia nitidamente de um centro; a praça maior(...). fonte: HOLANDA,
Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, São Paulo: Companhia das letras, 1936. pág.97 “A cidade colonial cresceu entre quatro morros: Castelo, São Bento, Conceição e Santo Antônio (...). A atual Praça XV foi o epicentro do Rio até a abertura da
Avenida Central.” Fonte: LESSA, Carlos. O Rio de todos os Brasis: uma reflexão em busca da auto-estima. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. pág.26
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DESCRIÇÃO ARQUITETÔNICA
A edificação encontra-se centralizada em seu terreno, sua fachada principal está
voltada para a Rua Dom Manuel, a fachada lateral esquerda para a Rua São
José, a fachada lateral direita para a Rua Travessa Trajano de Carvalho, e a
fachada posterior para a Av. Alfred Agache. (ver foto 01)
Foto 01: Situação do Museu Naval. - Fonte: Marilza Cardozo. - Data: 26/07/2010
O calçamento externo da edificação é formado por uma costaneira em pedra com
leve inclinação para o escoamento das águas pluviais para o meio fio. (ver foto 02)
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Foto 02: Costaneira em pedra e embasamento de granito. - Fonte: Marilza Cardoso. - Data: 26/07/2010
Construído sobre embasamento em cantaria de granito botafogo (ver foto 02), a
edificação possui fachadas simétricas formada por um corpo de três pavimentos,
pintados na cor ocre, divididos por frisos e cornija, pintados de branco, além de
um coroamento com frontões triangulares. (ver foto 03)
Foto 03: fachada principal e lateral esquerda. - Fonte: Marilza Cardoso. - Data: 12/06/2010
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De estilo eclético com tendência classicizante, apresenta planta retangular, a
fachada frontal e posterior mede 30,40m e as laterais medem 42,00m, de cantos
chanfrados dando a impressão de um polígono octogonal.
A fachada principal (ver foto 04) é subdividida em três partes: uma central e duas
laterais, simetricamente dispostas, e delimitadas por pilastras revestidas de
alvenaria, pintadas de branco com almofadas reentrante encimado por capitéis de
ordem dórica no primeiro, dórica compósita no segundo, e no terceiro pavimento
pilastras com o fuste canelurados e capitel de ordem coríntia.
A parte central é marcada pelas três portas de acesso ao edifício e pelo frontão. E
as laterais por três vãos de janelas e com as quinas da edificação chanfradas em
45º.
Foto 04: Fachada Frontal. - Fonte: Natália Lima. - Data: 12/06/2010
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O pavimento térreo tem revestimento
de alvenaria, pintado na cor ocre e
fingindo aplacagem regular em pedra
até a altura do friso em alvenaria
pintado de branco, três portas
centrais, todas em madeira,
amolfadada, pintadas de cinza, e
providas de portões de ferro
trabalhados (ver foto 05), e com
cercadura em granito botafogo.
Finaliza a composição com três
esquadrias nas partes laterais.
Foto 08: Porta lateral esquerda. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 05: Portão de ferro Fonte: Marilza Cardoso Data: 12/06/2010
O vão da porta principal (ver foto 06) é
mais largo e composto por cercadura
em granito botafogo com arco de três
sobre verga com emblema da
marinha, tendo no centro o
monograma “CN” e a data, além
das armas do clube. Todos os
demais vãos, inclusive as portas
laterais (ver foto 07 e 08), são
emolduradas por cercaduras de
granito em arco pleno.
centros e uma cartela escultórica
Os vãos laterais da fachada
Foto 06: Porta principal Fonte: Marilza Cardoso Data: 12/06/2010
Foto 09: Janelas laterais. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 07: Porta lateral direita – Fonte: Marilza Cardoso – Data: 12/06/2010
Foto 10: Detalhe das janelas
principal são formados por
janelas em madeira, composta
por duas folhas de abrir, com
bandeira fixa em caixilho de
do pav.térreo – Fonte: MarilzaCardoso. – Data: 12/06/2010
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vidro, guarnecidas por gradil em barra de ferro e na parte da bandeira por gradil
em ferro com figuras mitológicas e volutas (ver foto 09 e 10).
O primeiro pavimento é formado por vãos emoldurados por cercaduras de granito,
que seguem o ritmo, a proporção e a padronização das esquadrias do pavimento
térreo, exceto por manterem vergas retas encimadas por sobreverga de
inspiração renascentista, porém contendo um tratamento ornamental mais livre,
todos vedados por janelas, pintadas de branco, que simulam porta com balcão
entalado (ver foto 11). E esquadrias com bandeiras fixas e caixilharia de madeira e
vidro.
Foto 11: 1º pavimento da fachada principal. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
A janela central é formada por três folhas de abrir, em madeira com vidro, com
cercadura em granito botafogo e cartela escultórica sobre a verga com simbologia
marítima. À frente do peitoril decorado e cego há um brasão com as armas e a
bandeira do Brasil. As janelas que ladeiam a central (ver foto 12) são de duas folhas
de abrir e, peitoril fechado com simulação de balaustre. As demais janelas (ver foto
13) possuem a mesma padronização modificando apenas a sobreverga, no caso,
em alvenaria reta com arco pleno, mantendo a alternância do peitoril cego com o
de balaustres fechados. Na altura do peitoril também existe um friso em alvenaria
branca que circunda toda a edificação, inclusive passando pelas pilastras que
terminam na altura do friso acima das janelas. Acima das duas janelas laterais
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centrais existe uma pequena decoração em estuque com motivos marinhos, entre
o friso e a cornija. (ver foto 12)
A divisão entre o primeiro e segundo
pavimento é feita por um
entablamento em alvenaria e com
detalhes decorativos brancos.
As demais seguem o ritmo existente
As linhas divisoras dos
de acabamento do segundo
Os vãos do segundo pavimento
seguem o mesmo padrão das do
primeiro pavimento, diferenciando a
janela central (ver foto 14) que é
composta por quatro folhas de abrir
com bandeira fixa, e verga de granito
em arco abatido. O peitoril das três
janelas centrais possui balaustre com
fechamento interno mantendo
sobrevergas e cartelas escultóricas
com símbolos da mitologia marítima.
nos outros pavimentos, janelas de
abrir com duas folhas, modificando
as sobrevergas para um
tratamento mais simples,
retas e vazadas, com
volutas e presença de
conchas (ver foto 15 e 16).
Foto 12: Janela 1º pavto.– Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 15: Janela 2º pavto. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 13: Janela 1º pavto. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 16: Janela 2º pavto. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
pavimentos são composta
por cimalhas contínuas, com
excesão feita para a cimalha
Foto 17: Porta lateral arilza
Foto 14: Janela
. – esquerda. – Fonte: MCardoso. – Data: 12/06/2010
central, 2º pavtoFonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
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pavimento que é interrompida no vão central.
A separação do corpo da edificação para o coroamento é feita através da cornija
com consoles de massa encimado por telhas francesas. Sua platibanda é cega e
nos eixos dos tramos laterais há balaustres vazados, seguindo o alinhamento das
esquadrias do corpo. Na parte central existe uma decoração em estuque com
motivos da mitologia marítima e um pequeno frontão triangular eqüilátero com
tímpano formado por decoração que remete à símbolos marítimos. (ver foto 17)
Os quatro cantos chanfrados (ver foto 18) acompanham o ritmo da edificação e são
exatamente iguais, marcados por pilastras de alvenaria pintada de branco. O
pavimento térreo é composto por porta em madeira de duas folhas, pintada na cor
cinza, com bandeira fixa adornada por gradil em ferro decorado. No primeiro
pavimento a janela é igual a das fachadas frontal e laterais. Peitoril com balaustre
fechado, cercadura em pedra botafogo com verga reta, e sobreverga reta e com
arco pleno em alvenaria, pintada de branca. O segundo pavimento é composto
por janela de abrir, idêntica as demais do mesmo pavimento, com peitoril de
balaustre fechado. Cercadura em pedra com verga reta e sobreverga reta com
volutas. Seu coroamento é formado por um frontão triangular eqüilátero com
tímpano decorado por tema marítimo (ver foto 19).
Foto 19: Frontão eqüilátero do canto.chanfrado – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 18: Canto chanfrado. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
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As fachadas laterais, esquerda e direita, (ver foto 20 e 21) são idênticas. E dão
em embasam
revestimento de
vedados por janelas de duas folhas
stras com
continuidade ao ritmo da fachada frontal. Possu ento em granito
botafogo, paredes pintadas na cor ocre, pilastras pintadas, na cor branca, e dez
vãos vedados por janelas com cercaduras em granito botafogo.
O pavimento térreo tem
Foto 20: Fachada lateral esquerda. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
alvenaria, fingindo aplacagem regular em
pedra. As pilastras possuem fustes com
almofada reentrante, aparentando
aplacagem regular em pedra, e capitel
dórico.
Os vãos
de abrir com caixilho de madeira e vidro,
pintadas na cor cinza, guarnecida por gradil
em barra de ferro, e bandeira fixa em
caixilho de vidro, guarnecidas por gradil em
ferro decorado. As cercaduras são em
granito botafogo com arco pleno.
O primeiro pavimento possui pila
Foto 21: Fachada lateral esquerda. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
almofada reentrante no fuste e capitel
dórico compósito, os vãos de janelas são
todos iguais, de duas folhas de abrir, em
madeira e vidro, pintada de branco, com
bandeira fixa em caixilho de madeira e
vidro, cercadura em granito com verga reta
e sobreverga, em alvenaria reta com arco
pleno. A única diferença entre elas estão
no peitoril, que nas seis centrais estão com
balaustres fechados e as duas laterais com
peitoril cego.
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O segundo pavimento é formado por vãos de janelas iguais ao pavimento
A a fachada frontal,
anterior, diferenciando as três últimas próximas a fachada posterior que na parte
inferior da esquadria o vidro é substituído por veneziana. Todas as janelas
possuem peitoril cego e sobreverga reta, vazada e com volutas. E finaliza com o
coroamento formado por uma platibanda cega
Foto 22: Fachada posterior. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
fachada posterior (ver foto 22) segue a mesma padronização d
os vãos de janelas são iguais, diferenciando apenas a parte principal que invés de
possuir três portas no pavimento térreo existe apenas a central de três folhas e
madeira pintada de cinza, guarnecida por portão em ferro (ver foto 23) decorado e
com as inicias “CN” de Clube Naval, uso para o qual a edificação foi construída, e
bandeira fixa em madeira e gradil decorado e cercadura em granito com verga em
arco de três pontos.
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As demais janelas são de madeira e vidro, duas folhas de
abrir, pintadas na cor cinza, com gradil e cercadura em
granito com verga em arco pleno, como já foi citado.
No primeiro pavimento os vãos se repetem aos das outras
fachadas, diferenciando na parte central o peitoril formado
por balaustre fechado, e sobreverga com escultura das
janelas laterais. E a janela central formada por esquadria
com bandeira fixa, caixilho de madeira e vidro, e em três
folhas.
Foto 23: Porta posterior. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Os vãos do segundo pavimento são iguais as laterais, esquerda e direita, com
caixilho de madeira, vidro e veneziana e mesmo acabamento. E a parte central
segue o mesmo padrão do primeiro pavimento.
O coroamento da fachada posterior possui os mesmos elementos da fachada
principal com ornamentação de estuque e frontão triangular eqüilátero, apenas
com a diferença de que não existe parte balaustrada.
A coberta da edificação (ver foto 24) é formada por telhas francesa em duas águas,
com calhas de alumínio entre a platibanda e as telhas de alumínio. E a coberta do
pátio interno central é realizada por telha de alumínio e clarabóia de policarbonato
O escoamento das águas pluviais
das calhas é realizado por quatro
tubos (ver foto 25) nas fachadas
laterais e dois tubos na fachada
posterior. Todos pintados de
cinza, e com saída de água
próxima a costaneira, trabalhada
representando um “monstro”
marinho.
Foto 24: Coberta. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
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Restaurado em 2006 para abrigar o Museu Naval, as
fachadas da edificação sofreram algumas
modificações, como a rampa de acesso1 (ver foto 26)
na porta principal, e algumas interferências como: a
instalação do suporte em ferro para banner (ver foto
27), na quina entre as Ruas Dom Manuel e São José,
de refletores externos e de câmeras de segurança
(ver foto 27) por volta de toda a edificação. E a
inclusão de ar condicionado em algumas salas com
saída de água por mangueira que estão danificando
algumas janelas de madeira e alguns gradis de ferro (ver f
Foto 25: Tubo de escoamento . – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
oto 28).
Foto 26: Rampa de acesso. – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 28 Danificações – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Foto 27: Acréscimos – Fonte: Marilza Cardoso. – Data: 12/06/2010
Notas: 1 Adaptações para acessibilidade de acordo com a NBR 9050/2004.
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HISTÓRICO
Como era o sítio no princípio
No ano de 1568, um ano após a transferência da cidade do Rio de Janeiro do
morro Cara de Cão para o morro do Castelo, seu primeiro governador Salvador
Corrêa de Sá, permitiu que os moradores edificassem onde quisessem, sendo
levantada uma ermida na várzea da cidade, em louvor a Nossa Senhora do Ó.
Seria o início do crescimento da cidade através da chamada Rua Direita, embora
torta no seu desenvolvimento físico, era Direita porque ligava diretamente os dois
morros que se constituíram nos primeiros elementos de formação da cidade –
Castelo e São Bento.
Este era o sítio de então, em que, mais tarde aparecia a rua D. Manoel, rua
conquistada ao mar, porque ali o que não era mangue, floresta, lagoa, era praia e
o sítio de D. Manoel era realmente praia, e a principal da então nascente cidade.
A rua D. Manoel, resulta de aterros que fizeram recuar o mar. Havia no local, o
prolongamento do cais, a praia mostrava-se desimpedida. Até a chegada da
Família Real não existia lado ímpar da hoje rua D. Manoel, as primeiras
construções levantadas nesse ponto foram uns sobrados baixos, mandados fazer
pelo Visconde do Rio Seco, para habitação dos criados da Casa Real, nas lojas
guardavam em dias de gala as carruagens do rei. Esse uso prolongou-se durante
o primeiro e o segundo impérios.
A rua D. Manoel
A localização da rua, junto ao Paço da Cidade, a circunstância de nos seus
primórdios ela ter tido uma posição de privilégio e importância, induz ao erro, no
julgamento de que seu nome seria uma homenagem ao Grande Rei D. Manoel, o
Venturoso, aquele que enviou a expedição de Cabral para tomar posse e
redescobrir a terra do Brasil. A homenagem destinou-se à outro, ao Governador
da Capitania, D. Manoel Lobo, em razão de seu devotamento à Coroa de
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Portugal, que em 1680 morreu prisioneiro em Buenos Aires, numa tentativa de
fundar a Colônia do Sacramento, atual Uruguai.
Seu nome foi dado primeiro à praia de onde ele partira em missão, e depois se
tornou em uma Rua de grande importância nos séculos XVIII, XIX e XX.
O Clube Naval
Pouco depois do fim da guerra do Paraguai, guerra esta que uniu os homens
entre si e os fizeram companheiros de todas as horas, estes ao retornarem para o
lar, sentiram falta do convívio, e daí a idéia de se fundar uma instituição de oficiais
da Marinha – O Clube da Marinha, como então foi designado.
Era o ano de 1871 quando, inspirado por diversos oficiais da Marinha, o Vice
Almirante Francisco de Souza Melo e Alvim, Barão de Iguatemi, herói daquela
guerra, preside a uma reunião de oficiais com aquele objetivo, então é eleita a
primeira diretoria. O Clube da Marinha foi instalado no prédio da Rua do Ouvidor.
Tendo este clube uma existência precária, desaparecia no fim de 1872.
O então presidente do clube Silveira da Mota, não se conformara e dez anos
depois, em março de 1882, reunindo no salão principal da Biblioteca da Marinha,
localizada na rua do Bragança, 10/12, atual Conselheiro Saraiva, 22, sede da
Associação dos Suboficiais e Sargentos da Marinha, funda , com seus amigos
oficiais e alguns empregados civis do Ministério da Marinha, o Círculo da Marinha.
A sede provisória ficou sendo a da própria Biblioteca da Marinha, sendo então
eleito presidente o Barão de Ivinheima. Porém, com a morte inesperada do
tesoureiro do Círculo da Marinha, a móvel instituição não teria sorte, tendo esta o
mesmo destino da instituição anterior – desaparecendo.
A idéia permaneceu e desta vez viria mais forte, com o sucesso esperado; um
grupo de oficiais, tendo à frente o Capitão de Marinha e Guerra Luís Felipe
Saldanha da Gama, fundada, no dia 12 de março de 1884, o Clube Naval,
instalando-o, um mês depois, no prédio n 35, da rua da Misericórdia. Em 1885 o
clube passa a ocupar o n 29 da Rua do Teatro.
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Com o apoio do Imperador D. Pedro II, o clube cresceu, tornando aquela sede
insuficiente para o seu desenvolvimento, sendo então transferida para a Rua Sete
de Setembro n 35.
Já proclamada à república , em 1889, diversos associados do clube, solicitaram
do Marechal Deodoro da Fonseca a doação do terreno da rua D. Manoel esquina
com a de São José, onde existiam velhas casas que serviam de dependências da
Ucharia do Paço da Cidade que pertenciam ao Estado. O Marechal permitiu a
venda do imóvel ao clube, estabelecendo condições de alienação do imóvel. O
clube para garantir a posse, pagou impostos atrasados ao Tesouro Nacional, dos
velhos prédios que ali existiam, assim o clube partiu para sede própria.
O projeto do edifício, de autoria do Capitão de Mar e Guerra, engenheiro naval,
Francisco Corrêa da Câmara, teve como construtores os Srs. Bento da Cruz,
Silva e Comp.. A revolta armada, porém, retardaria o empreendimento. É assim
que só em 1898, foi lançada a pedra fundamental do edifício.
Inaugurado em 11 de junho de 1900, vinculou-se o fato à data histórica da
Marinha.
O edifício da rua D. Manoel
No ano de 1905, o Conselho Naval (Ministério da Marinha) encontra-se
precariamente instalado no antigo edifício da rua do Bragança. Porém a situação
daquele conselho agrava-se, em virtude da requisição do prédio pela Prefeitura
do então Distrito Federal, ao tempo de Pereira Passos, para demolição parcial do
edifício, com a fim de possibilitar o alargamento da Rua.
Em razão desse fato, o Conselho Naval, transferiu-se no dia 3 de agosto de 1905
para uma das salas do edifício da rua D. Manoel; O Clube Naval por outro lado,
aproveitando a oportunidade em que Pereira Passos reformava a cidade, abrindo-
lhe a Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco, obtém, por doação, o terreno de
esquina com a rua Almirante Barroso, e lá ergue sua sede. Com a saída do Clube
Naval, o edifício da rua D. Manuel encontrou-se disponível para venda, sendo
então comprado pelo Ministério da Marinha. Algumas alterações, inclusive a
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introdução de um elevador, foram necessárias. O edifício tornou-se sede do
conselho do Almirantado (Conselho Naval), Consultoria da Marinha, Biblioteca
Naval de Guerra além das auditorias da Marinha.
Depois da Revolução de 1930, cogitou-se a construção do atual edifício do
Ministério da Marinha, que reuniria a maioria das repartições da Marinha. Antes
havia sido extinto o Museu da Marinha, sendo transferido todo seu acervo para o
Museu Histórico Nacional. O conselho do Almirantado, a Consultoria Jurídica, a
Biblioteca e a Escola Naval, foram sediadas no novo edifício do Ministério.
Ficando vago o edifício, este foi entregue ao novo Ministério da Educação e
Saúde Pública.
A partir de 1944 o Ministério da Marinha, quis recriar o Museu Naval. O Museu foi
revivido em um salão do 3º pavimento do edifício do Ministério da Marinha.
Juntamente com a Biblioteca da Marinha este novo acervo integrando-se ao
Estado Maior da Armada, evolui para a Divisão de História Marítima e esta,
sucessivamente para Serviço de Documentação da Marinha e finalmente Serviço
de Documentação Geral da Marinha.
Criava-se com isso, o problema de novas instalações e a luta para obtenção de
melhores acomodações.
Essa é a razão porque o edifício da rua D. Manoel n 15 voltou à jurisdição da
Marinha, mas sua entrega definitiva só ocorreu no ano de 1970.
Restauração do prédio
Para promover a restauração do prédio, em junho de 1969, contrataram-se os
serviços da firma DECOR Artes Decorativas Ltda., sob a responsabilidade de seu
diretor, arquiteto Wlademir Alves de Souza que se incumbiu dos projetos de
restauração, adaptação e decoração.
As obras teriam como base manter a autenticidade do prédio, cuja arquitetura
marcava a época da sua edificação, sobretudo a parte exterior. A inferior sofreria
as alterações decorrentes das finalidades de sua utilização.
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As novas instalações do Serviço de Documentação Geral da Marinha foram
inauguradas em 10 de agosto de 1972, reunindo os seguintes departamentos
para a história da documentação marítima: Biblioteca; Museu Naval e
Oceanográfico; Arquivos Históricos e Administrativos; Departamento de História
Naval e Marítima; Publicações para a divulgação de Ciências Exatas e
Tecnologia, História Naval e Marítima; História e dos Atos Administrativos e
serviço de Fotografia e Microfilmagem.
Ao Museu Naval e Oceanográfico ficaram destinadas seis salas, sendo que cada
uma delas atendendo cronologicamente o desenvolvimento da história do Brasil.
Entre seus pertences mais importantes, destaca-se a “Vista de topo de agulha de
marear, da fragata Niterói”; “Carranca de São Francisco”; “Espada de ouro que
pertenceu ao Alm. Barroso”; “Canhão de bronze”; “Colar da Ordem da Rosa”;
“Talim que pertenceu ao Alm. Cochrane”.
O Museu Naval e Oceanográfico hoje
Após uma fase de obras e reformas no prédio centenário, foi preparado um novo
circuito expositivo, reaberto ao público em 28 de setembro de 2006. A exposição
permanente “O poder naval na formação do Brasil” ocupa sete salas do
pavimento térreo. O segundo pavimento é destinado a exposições temporárias.
O Museu conta com uma excelente coleção da história naval do Brasil e inclui
peças do século XVI, cartas náuticas, réplicas, escala de galeões europeus,
pinturas com cenas da Guerra Brasil-Paraguai e exposições do século XX. Acima
de tudo, as coleções proporcionam uma visão sobre a natureza colonial da
história brasileira.
O prédio é cadastrado no Serviço de Patrimônio da União, sob o registro de
número R.C. 719.
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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
1. Reinauguração do Museu Naval
Site: << http//apatrulhadalama.blogspot.com/2010/05/ruas-igrejas-e-monumentos-do-rio-de_02.html>> Acesso: 07/07/2010
Montado em um casarão
centenário perto da Praça Quinze,
restaurado e reinaugurado, em
2006, o prédio abriga o Museu
Naval e Oceanográfico (ver fotos
01 e 02), dispõe de boa
acessibilidade para
portadores de deficiência,
sede da exposição
permanente “O Poder
Naval na Formação do
Brasil”, exibe em sete salas
do pavimento térreo,
maquetes de caravelas,
naus e galeões do século
XVI, além de
reproduções cenográficas do porão das
embarcações. No 1º andar, acolhe uma sala
destinada a atividades educativas e três destinadas
a exposições temporárias, a atração é a mostra O
Império que Veio do Mar, promovida com o Museu
Naval de Portugal e em cartaz até 30 de abril. No
acervo, que aborda a viagem da família real ao Brasil, há réplicas de navios,
fardas do século XIX e pinturas. Internamente a edificação possui seus vãos
fechandos internamente através de tapumes e cortinas de panos (ver fotos 03 e
04)
Foto 02: Fachada Frontal – reinauguração em 2006
Foto 01: Acesso principal – reinauguração em 2006
Foto 03: Porta do canto chanfrado.
Foto 04: Janelas da fachada
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2. Fotos do Museu Naval – 18 de julho de 2006
Site:<<http://www.pbase.com/andremendonca/museunaval>> Acesso:07/07/2010
Fachada Posterior Detalhe do frontão co canto
Fachada do canto chanfrado
Detalhe do frontão co canto
Detalhe do frontão da fachada
principal
Detalhe da janela
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Detalhe da bandeira da janela
Detalhe do portão principal
Brasão da República
Detalhe da grade do Portão posterior
O Brasão da República e a
Bandeira Nacional
Lustre
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Cartela escultórica da porta principal
Detalhe da fachada principal
Fachada principal
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3. Exposição das “Aves Marinhas” no pátio interno do Museu Naval
Texto: As Aves Marinhas do ‘Céu’ do Museu Naval e do Brasil
Autor: Jacir Roberto Guimarães (jornalista)
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BIBLIOGRAFIA
Livros:
BURDEN, Ernest. Dicionário Ilustrado de Arquitetura. Tradução: Alexandre
Ferreira da Silva Salvaterra. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das
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INSTITUTO MUNICIPAL DE ARTE E CULTURA. Corredor Cultural: como recuperar, reformar ou construir seu imóvel. Rio de Janeiro: RIOARTE,
IPLANRIO, 1985.
KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Tradução: Neide Luiza
de Rezende. 3ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
____________. Estilos de Arquitetura I. Tradução: Maria do Carmo Cary. 2ª Ed.
Lisboa: Editorial Presença, 1993.
LESSA, Carlos. O Rio de todos os Brasis: uma reflexão em busca da auto-estima. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.
LODI, Cristina (coord.). Guia do Patrimônio Cultural Carioca – Bens tombados. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Secretaria Extraordinária do Patrimônio
Cultural, 2008.
TELLES, Augusto C. da Silva. Guia dos Bens Tombados da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Expressão e Cultura, 2001.
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FONTE
AGCRJ – Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
Rua Amoroso Lima, 15 (Cidade Nova)
Tel 2273-3141
www.rio.rj.gov.br/arquivo
INEPAC – Instituto Estadual de Patrimônio Cultural
Rua da Ajuda, 15 – 14º andar (Centro)
Tel 2299-3240
Documento: Inventário dos bens imóveis de interesse histórico e artístico do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Educação e
Cultura.