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Dolerito com horneblenda e biotite do Alto Lindoso

Autor(es): Pinto, A. F. Ferreira

Publicado por: Museu e Laboratório mineralógico e geológico; Centro de EstudosGeológicos

URLpersistente: http://hdl.handle.net/10316.2/36512

Accessed : 20-Feb-2021 06:09:20

digitalis.uc.ptimpactum.uc.pt

N.° 66

A. Ferreira Soares — Contribution à Vétude de la distribution des echi- nidés du crétacé supérieur du Portugal (les echinidés de la région entre Sargento-Mor et Montemor-o-Velho. M. R. Portugal V. Ferreira — Late tectonic stresses and jointing of rocks. C. S. Figueiredo Gomes — On a Sr and Al basic phosphate-sulphate close to svanbergite, occuring in a Portuguese bauxitic clay. C. S. Figueiredo Gomes — Tridimite e cris- tobalite (formas de baixa temperatura) no espangolito de S. Martinho do Bispo, Coimbra. A. A. Soares de Andrade — On the Santana serpen- tinized ultramafic rocks, Portel-Vidigueira region. A. A. Soares de Andrade — Ocurrence of algal balls-like structures in the pre-ordovician limestones of Portei, Alentejo. A. F. Ferreira Pinto — Dolerito com hor- neblenda e biotite do Alto Lindoso. A. Ferreira Pinto — Lamprófiro com biotite e actinolite de Vilarinho das Furnas.

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Memóriase Notícias

PUBLICAÇÕES DO MUSEU E LABORATÓRIO MINERALÓGICO E GEOLÓGICODA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOLÓGICOS

S U M Á R I O

RESUMO: Dolerito com homeblenda e biotite do Alto Lindoso. — A car­tografia geológica do local do rio Lima onde a Electro del Lima instalou uma pequena barragem, revelou a existência de diques e filões dole- ríticos pouco alterados. Trata-se de rochas de tom cinzento esverdeado e de grão fino compostas essencialmente por plagióclase cálcica (labra- dorite) parcialmente alterada, além de biotite e homeblenda actinolí- tica, com minerais opacos de ferro em quantidade subordinada.

Os parâmetros — II (III) . 5 . 3 . 4 [ 2 . 3 . 2 . 2 ] — caracterizam um dolerito com quimismo gabro diorítico normal.

RÉSUMÉ: Le dolérite à homeblende et biotite de Alto Lindoso. — Lacartographie du site de barrage dans le fleuve Lima a permis le repé­rage des dykes et filons de dolérites trés peu altéré par météorisation.

Les dolérites sont de coleur gris verdâtre et grain fin. Ses compo­sants essentiels sont une plagióclase calcique (labradorite) en partie siricitisée et kaolinisée et deux minéraux ferromagnesians (biotite et horneblende actinolitique) dont les plages assez grandes occupent les vides entre les baguettes de feldspath. Des minéreux opaques de fer restent subordonés. Ses parâmetros — II (III) .5 .3 .4 [ 2 . 3 . 2 . 2 ] — indiquent une dolérite à chimisme gabbro-dioritique normal.

ABSTRACT: Horneblende biotite dolerite from Alto Lindoso. — Thegeologic survey of the area of Lima river, where Electro del Lima built a small dam, shawed some doleritic dykes and veins slight altered. Those rocks are fine grained greenish grey in colour and they mainly contain calcic plagioclase (labradorite) partially altered, biotite, and actinolite hornblende. Small grains of iron oxide were found in small amount.

The parameters — II (III) .5 .3 .4 [2.3.2.2]—indicate that its chemistry is of a normal dioritic-gabbro.

5 — Memórias e Notícias — N.° 66

DOLERITO COM HORNEBLENDA E BIOTITE DO ALTO LINDOSO

por

A. F. Ferreira Pinto

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Introdução

No local onde a Electro del Lima tem a pequena barragem do seu aproveitamento hidro-eléctrico, mas na margem direita do rio Lima aproximadamente a meia altura desta margem, e cortando o granito há diques verticais ou quase verticais de dolerito, de direcção N 12°-46° E, ie com possanças de 1,0 a 1,30 m.

Encontram-se no geral superficialmente alterados e, por vezes também até certa profundidade desde que haja circula­ção de água no contacto dos diques com a rocha encaixante. Por alteração ressalta a disjunção esferoidal do dolerito.

A abertura duma galeria permitiu colher amostras desta rocha em bom estado de conservação para o estudo que se apresenta.

Na região aflora o granito de grão médio a grosseiro de duas micas que intrui o micaxisto que aflora muito próximo a N. e a NE. e no qual se produziu intenso metamorfismo de contacto.

Microscopicamente a rocha encaixante tem textura hipau- tomórfica granular de tendência porfiróide. Os principais constituintes são o quartzo, xenomorfo, apresentando aspectos de cataclismo e incluindo os outros minerais da rocha; micro- clina, um pouco alterada para caulinite, parecendo nalguns casos ter substituído parcialmente a pilagióclase, e com carác­ter micropertítico; biotite em quantidade praticamente igual à moscovite, e pleocróica (Ng — castanho avermelhado, Np — ama­relo palha); e moscovite que pode incluir grãos de quartzo, apatite e plagióciase. Encontram-se ainda alguns cristais indi­vidualizados de apatite, esfena, e raros idiomorfos de mag­netite.

Macroscopia

Os diques e filões que atravessam o granito são formados por uma rocha que à vista desarmada apresenta cor cinzenta esverdeada, tem granulidade muito fina e homogénea sem ele­mentos fenocristais destacantes.

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Ao microscópio apresenta textura dolerítica ocorrendo a plagióclase em hastes entreeruzadas. A anfíbola surge em cristais hipidiomorfos normailmente alongados penetrando a plagióclase e em secções idiomorfas basais. A biotite encon- tra-se em secções prismáticas de dimensões reduzidas que normalmente formam agregados.

A plagióclase, principal constituinte tem uma estrutura zonada irregular apresentando mais raramente um núcleo com mais percentagem de molécula anortítica. Pode incluir horne- blenda actinolítica e mostra-se no geral alterada para sericite e caulinite por vezes de modo profundo. (Está geminada segundo a lei da Albite e de Carlsbad-Albite. Trata-se duma labradorite cujo teor máximo de molécula anortítica deter­minado foi de 54 por cento.

A anfíbola que se encontra em quantidade ligeiramente inferior ao feldspato existe em prismas alongados ou em sec­ções idiomorfas. Normalmente tem uma estrutura zonada com um núcleo pleocróico em verde azulado segundo Ng, verde acastanhado segundo Nm e castanho amarelado ou verde ama­relado segundo Np, rodeado por uma faixa pleocróica em verde azulado segundo Ng e castanho quase incolor segundo Np.

Numa secção deste tipo os ângulos de extinção determi­nados foram de 23° c Λ Ng para a núcleo e de 18° c Λ Ng para a periferia; o seu alongamento é positivo e o sinal óptico negativo.

Apresenta inclusões de plagióclase, biotite e minerais opacos de ferro em abundância que normalmente se dispõem perpendicularmente aos planos de clivagem.

Pelas características ópticas apresentadas trata-se duma horneblenda actinolítica.

A biotite, em quantidade muito inferior, ocorre em peque­nos prismas de cor castanha escura segundo Ng = Nm, forte- mente pleocróico até castanho palha segundo Np.

O minério opaco de ferro é pouco frequente apresentan­do-se em grãos e hastes de pequenas dimensões com cor ama­rela latão em luz reflectida — deve tratar-se de pirite.

Microscopia

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%Plagióclase.......................................................... 42,00Anfíbola............................................................ 40;30Biotite ................................................................ 17,00Opacos .................................................................. 0,70

100,00

Quimismo

No quadro I expõem-se os resultados da análise química da rocha juntamente com a norma.

QUADRO I

Os -parâmetros II (III) . 5 . 3 . 4 [ 2 . 3 . 2 . 2 ] , calculados segundo as normas estabelecidas por iLacroix enquadram-se na expressão geral dos plagioclasitos, mais especificamente na dos doleritos — III . 5 . 2 . 4 . 4-5 [1-3.1-3 . 2 . 2-3].

A moda calculada para esta rocha pela platina integradora é a seguinte:

Os números de Niggli:

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permitem filiar a rocha no magma tipo gabrodiorítico normal de quimismo calco-alcalino.

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A. F. Ferreira Pinto — Dolerito do Alto Lindoso