módulo08 - viabilidade econômico financeiro

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ....................................................... .............................................................. ................................ 3 

    UNIDADE 1 - OS FUNDAMENTOS DE FINANÇAS PARA GERENCIAR PROJETOS ........................... 5 

    UNIDADE 2 - GERENCIANDO CUSTOS PARA EVITAR PERDAS FINANCEIRAS ............................. 14 

    UNIDADE 3 - O GERENCIAMENTO DE RISCOS EM PROJETOS .......................................................... 22 

    UNIDADE 4 - INDICADORES FINANCEIROS QUE COMPÕEM A ANÁLISE DA VIABILIDADE DEPROJETOS .............................................................. .............................................................. .............................. 32 

    REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 56 

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    INTRODUÇÃO

    Um projeto é definido por seus objetivos (definidos e tangíveis), o limite de

    tempo (tem um começo e um fim) e recursos (financeiros), sendo aplicados em

    situações em que mesmo as ações do dia-a-dia trazem surpresas. Ele envolve ainda

    um conjunto determinado de recursos humanos, financeiros e materiais que devem

    ser otimizados para atingir os objetivos dentro do prazo estipulado.

     Assim mediante a concorrência que prevalece no mercado atual, as empresas

    além de buscar a minimização dos custos e a maximização dos lucros, estão

    trabalhando com o desenvolvimento de novos projetos, pois este tem sido um dos

    caminhos para que a organização se eleve a um patamar excelente e seja

    considerada arrojada, líder, empreendedora, futurista até!.

    Nesse contexto, o profissional que atua na área de negócios e mais

    precisamente no gerenciamento de projetos precisa dominar métodos e cálculos do

    custo de capital que irão dizer se um projeto será lucrativo e irá agregar valor para

    uma organização; precisando igualmente lidar com riscos e incertezas, o qual ocorre

    por meio da análise da sensibilidade dos resultados do projeto.

    Nenhuma organização que tenha visão de futuro e busque o reconhecimento

    no mercado envolve-se em projetos sem antes estar de posse de uma minuciosa

    análise da viabilidade econômico-financeira do projeto que pretende implantar. Essa

    análise é, então, de fundamental importância no processo de decisão de dar

    prosseguimento ou abortar os estudos de um projeto.

    Quando da tomada de uma decisão estratégica, incluindo-se aqui aimplantação de um projeto, os gestores, principalmente aqueles voltados para a área

    de finanças, têm à sua disposição diversas ferramentas ou tipos de análise

    financeira que são úteis e habitualmente utilizáveis na análise de problemas e de

    casos na administração financeira. Dentre essas ferramentas podemos citar os

    indicadores financeiros, os quais avaliam a condição financeira global de uma

    organização. Analisar o ponto de equilíbrio é outra ferramenta, e sucessivamente

    temos o valor presente líquido  – VPL, a taxa interna de retorno  – TIR, Payback, o

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    retorno de investimento - ROI, etc.

    Ressaltamos que o assunto, o qual envolve muito da contabilidade financeira

    e fórmulas matemáticas, não se esgota no tempo e espaço dispensado por essa

    apostila.

     Ao final desta compilação estão as referências bibliográficas utilizadas no

    decorrer da apostila que também servem de leitura para aprofundamento do tema e

    para sanar lacunas que possam surgir ao longo do curso.

    Desejamos a todos boa leitura!

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    UNIDADE 1 - OS FUNDAMENTOS DE FINANÇAS PARA

    GERENCIAR PROJETOS

     As decisões estratégicas, por sua própria natureza, são caracterizadas por

    risco e incerteza consideráveis. O cenário nacional em termos de economia e

    política apresenta mudanças rápidas e amplamente imprevisíveis, situações estas

    que podem transformar rapidamente mesmo os planos mais bem concebidos e

    elaborados, em estratégias ineficazes.

    Desse modo, para tomar uma decisão, principalmente em tempos atuais, de

    globalização, quando o mercado financeiro muda de “humor” a todo o momento, os

    gestores precisam, além de muita atenção, aprender a conviver com as incertezas,

    entretanto, não podem ficar parados e precisam desenvolver novos projetos que

    levam a organização a se diferenciar e firmar no mercado.

    Para Gitman (2002), o risco, em seu sentido fundamental, pode ser definido

    como a possibilidade de prejuízo financeiro. Os ativos, que possuem grandes

    possibilidades de prejuízos, são vistos como mais arriscados que aqueles commenos possibilidades de prejuízo. Mais formalmente, o termo risco é usado como

    incerteza, ao referir-se à variabilidade de retornos associada a um dado ativo. O

    risco e a incerteza, embora ligados, são noções distintas: são ligados, no sentido de

    que o risco de um projeto de investimento é a consequência da incerteza e são

    distintos, uma vez que um projeto de investimento com resultados incertos somente

    é arriscado quando suscetível de apresentar resultados não desejados.

    Nesse sentido a função de finanças em uma organização, além de abranger aadministração do caixa, diz respeito à administração do crédito e das decisões sobre

    os investimentos de capital.

    Em se tratando de projetos, Morelli (2007) pondera que a Gestão de Projetos

    no Brasil, começou a ser encarada com profissionalismo aproximadamente 10 anos

    atrás, quando o Brasil passou por uma crise sem precedentes, ocasionada também

    pela turbulência internacional devido às condições econômicas vigentes em vários

    países de vários continentes, principalmente devido às duas últimas

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    recessões econômicas nos Estados Unidos em meados da década de 90,1 situação

    que reafirma a importância de se trabalhar com segurança, procurando calcular os

    riscos, uma vez que o mercado vive instável.

    Continuando o pensamento de Morelli, naquela oportunidade, as

    organizações tiveram que reavaliar os seus processos de produção, de custos e de

    planejamento, para que seus produtos agregassem qualidade, custos reduzidos e

    entrega dentro dos prazos estabelecidos pelos compradores, visando a

    competitividade internacional. Para que esses objetivos pudessem ser alcançados,

    as empresas que já haviam anteriormente investido em alguns cursos de

    treinamento em planejamento e programação, começaram a aplicar os processos de

    Gerenciamento de projetos, até então pouco difundidos nas organizações.

    Os resultados alcançados têm mostrado que as organizações, ao aplicarem

    as práticas de projetos, têm alcançado a excelência nos seus negócios.

    “Não há dúvidas que para a sobrevivência de qualquer empresa em qualquer

    ramo de atividade, torna-se necessário buscar continuamente novas estratégias e

    contínuo aperfeiçoamento das técnicas de produção, um rígido controle dos prazos,

    dos custos e da qualidade do produto ou do projeto, de forma a colocar produtos eserviços nos mercados nacionais e internacionais, com preços competitivos que

    venham atender as necessidades exigidas pelos clientes” (MORELLI, 2007, p. 19). 

    Para que possamos entender o gerenciamento de projetos e a importância de

    analisar sua viabilidade econômico-financeira, assunto que será amplamente

    discutido nas próximas páginas, acreditamos ser importante apresentar o conceito

    de projeto de alguns autores renomados no assunto, como veremos abaixo.

    Morelli (2007) cita Gaddis (1959) como o pioneiro a difundir o conceito de

    projeto como “unidade da empresa dedicada a atingir uma meta, geralmente com

    conclusão bem sucedida do desenvolvimento de um produto no prazo, dentro do

    1 No momento em que esta apostila está sendo compilada, o UOL Economia, noticia possibilidadesde uma nova crise nos Estados Unidos, “No domingo, 7 de setembro de 2008, o governo dos EUAdecidiu intervir nas duas principais companhias dos EUA na área de financiamento imobiliário, aFannie Mae e a Freddie Mac, que haviam registrado prejuízo de US$ 14 bilhões em 12 meses. Alémda intervenção, o governo colocou até US$ 200 bilhões à disposição das empresas em linhas decrédito, medida que, se for levada a cabo até o fim, será a maior operação de resgate de empresas

    das história dos EUA” (Com informações de France Presse e Reuters), mediante tal notícia, podemosinferir problemas financeiros em efeito dominó para vários países, inclusive o Brasil. 

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    orçamento e em conformidade com especificações de desempenho

    predeterminadas” 

    “Empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência lógica e

    clara de eventos, com início, meio e fim, e que se destina a atingir um objetivo claro

    e definido” (VARGAS, 2000 apud OLIVEIRA, 2003).

    “Esforço único para introduzir ou produzir um novo produto ou serviço

    conforme uma certa especificação. Este esforço é balizado por alguns parâmetros

    que incluem tempo, recursos e orçamentos fixo” (KNUDSON, BITZ, 1991 apud

    OLIVEIRA, 2003).

    Baguley (1999 apud Oliveira, 2003) considera um projeto como umasequência de eventos interligados, que são conduzidos dentro de um período de

    tempo limitado, cujo objetivo é alcançar um único e bem definido resultado.

    Salientando ainda que um projeto pode ser classificado independentemente de suas

    dimensões. Um projeto pode:

      Ser sobre qualquer coisa que se queira e se possa fazer;

      Criar coisas que podem ser tangíveis ou intangíveis;

      Ser pequeno ou grande – ou qualquer dimensão intermediária;

      Durar por décadas – ou ser completado em alguns dias;

      Consumir qualquer quantia de recursos e dinheiro – de dezenas a bilhões;

      Envolver qualquer número de indivíduos – de uma só pessoa até uma nação.

    Enfim, o mais importante é perceber que um projeto está intimamente ligado aparâmetros bem definidos de escopo, tempo e custo, não importando seu tamanho.

    Digo isso porque algumas pessoas pensam que um projeto precisa ser curto, com

    poucos gastos, ao contrário, ficou bem claro que independe do tamanho, do gasto e

    do tempo, uma vez que sendo definidos estes parâmetros, pode, então, ser grande

    ou pequeno.

    Uma situação é certa: empresas grandes têm tendências a desenvolver

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    projetos grandes e empresas pequenas, projetos pequenos. Como diz Oliveira

    (2003, p. 53):

    Isto é intuitivo porque o tamanho e as capacidades da equipe de projeto,

    bem como os processos existentes nas empresas são apropriados parauma determinada faixa de magnitude de projetos. Quando um projeto émaior do que o nível de conforto em que uma empresa trabalha, conflitos epressões aparecem e muitas vezes arruínam o andamento deste projeto.Logo, é de se esperar uma proporcionalidade natural entre o projeto e aempresa que o executa.

     Abaixo temos um esquema típico do ciclo de vida de um projeto, segundo

    Duncan (1996 apud OLIVEIRA, 2003).

    Figura 1: CICLO DE VIDA DE UM PROJETO

    Fonte: Duncan (1996 apud Oliveira, 2003)

     Ainda sobre projetos, concordamos com Costa Neto, Brim Jr e Amorim (2003)

    quando afirmam que duas análises são importantes:

    1. A análise de investimentos que consiste em coletar as informações e aplicar

    técnicas de engenharia econômica, considerando as taxas de desconto, os prazos e

    os valores previstos em um fluxo de caixa.

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    2. A análise de viabilidade que está relacionada especificamente ao estudo de

    uma nova construção, a qual versa sobre a comparação entre as receitas e as

    despesas da obra considerando o tempo decorrido. Se os resultados apontam

    benefícios, o processo pode prosseguir; caso contrário, o projeto deve ser ajustado

    ou até abandonado.

    Segundo o PMBOK®  (2004) existem nove áreas de gerenciamento de

    projetos, as quais descrevem o gerenciamento de projetos em termos de seus

    processos componentes, sendo que cada um desses processos é detalhado e

    possui uma abrangência própria, mas integrado com os demais processos. Ao final

    forma um todo único e organizado. São eles:

    1. Gerenciamento da Integração  do Projeto  –  descreve os processos e as

    atividades que integram os diversos elementos do gerenciamento. São identificados,

    definidos, combinados, unificados e coordenados dentro dos grupos de processos.

    Nesse processo se confecciona um Plano Global que é apresentado à alta gerência

    da organização, servindo de critério para avaliação e acompanhamento da alta

    gerência e do gerente de projetos, sendo atualizado regularmente com o máximo de

    informações realistas e consistentes.

    2. Gerenciamento do Escopo do Projeto – descreve os processos envolvidos na

    verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário para que seja

    concluído com sucesso.

    3. Gerenciamento do Tempo  do Projeto  – descreve os processos relativos ao

    término do projeto no prazo correto.

    4. Gerenciamento de Custos do Projeto – descreve os processos envolvidos em

    planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que o projeto

    termine dentro do orçamento aprovado.

    5. Gerenciamento da Qualidade do Projeto – descreve os processos envolvidos

    na garantia de que o projeto irá satisfazer os objetivos para os quais foi realizado.

    6. Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto  – descreve os processos

    que organizam e gerenciam a equipe do projeto.

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    7. Gerenciamento das Comunicações  do Projeto  –  descreve os processos

    relativos à geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das

    informações do projeto de forma oportuna e adequada.

    8. Gerenciamento de Risco  do Projeto  –  descreve os processos relativos à

    realização do gerenciamento de riscos em um projeto.

    9. Gerenciamento de Aquisições  do Projeto  –  descreve os processos que

    compram ou adquirem produtos, serviços ou resultados, além dos processos de

    gerenciamento de contratos (MORELLI, 2007).

    Enfim, vários são os processos, entretanto, aqui nos interessa a questão

    econômico-financeira e que passa pela gestão de custos e de riscos, como veremos

    no próximo capítulo.

    Para Fontenele e Vasconcelos (2006) a avaliação financeira de um projeto

    investiga o retorno sobre os investimentos, valorando os custos e os benefícios a

    preços de mercado. Consideram-se, assim, todos os custos (investimentos e

    operacionais) e receitas, avaliados com base nos preços de mercado, incluindo

    impostos ou subsídios. A rigor, a análise financeira de um projeto ou

    empreendimento estima o impacto que a sua implementação exercerá sobre a

    situação atual da empresa, firma ou mercado. A mensuração deste impacto é feita

    através da ótica incremental.

    No entendimento dos mesmos autores, diferentemente da avaliação

    financeira, a avaliação econômica investiga a rentabilidade de um projeto

    considerando o verdadeiro valor dos bens ou serviços e fatores de produção.

    Desse modo, o objetivo da avaliação econômica é averiguar se os recursos

    serão aplicados de forma eficaz e se os ganhos são suficientes para remunerarem

    os investimentos propostos. Assim, como o objetivo é mensurar o retorno dos

    investimentos do projeto, forma-se um fluxo de caixa incremental, cuja elaboração

    exige a quantificação de custos de investimentos e de operação, administração e

    manutenção, medidas ambientais e dos benefícios incrementais.

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    Segundo esta ótica, o impacto do projeto é expresso pela diferença entre a

    situação com o projeto e a situação sem o projeto. Gera-se, portanto, um fluxo

    incremental que expressa o impacto do projeto.

    De qualquer modo é preciso ficar claro que o estudo da viabilidade

    econômico-financeira é a providência mais importante na tomada de decisão, antes

    de se partir para a concretização de qualquer empreendimento que tenha como

    objetivo o sucesso, ou pelo menos, que diminua as chances de fracasso. Portanto, é

    através dessa avaliação que os riscos (econômico, financeiro, empresarial e do

    negócio) podem ser previamente conhecidos, reduzidos e dominados. É também

    com o projeto de viabilidade econômico-financeira que a organização buscará os

    recursos necessários à implantação do seu projeto.

    1.1 O projeto de viabilidade  – primeiro passo na direção do projeto

    “verdadeiro” 

    Segundo Mascarenhas e Pires (2008) quando um gestor possui visãoestratégica do seu negócio, não se limita a satisfazer somente suas expectativas

    pessoais, mas consegue entender que está inserido num ambiente dinâmico, volátil

    e altamente dependente de sua capacidade de se relacionar com os diversos

    segmentos da sociedade.

    Neste contexto e sentido, torna-se necessário elaborar um projeto de

    viabilidade como ferramenta para tomada de decisões.

    Dentre as premissas básicas para elaboração de um projeto de viabilidadeencontram-se:

      Aprofundamento na análise dos fatores de risco analisados (riscos

    financeiros, aspectos ambientais, fatores operacionais, riscos políticos, aspectos

    mercadológicos, aspectos legais, exigências ambientais, dimensionamento dos

    investimentos, entre outros e de acordo com o tipo de investimento, evidentemente);

      Envolvimento das partes integrantes do processo;

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      A projeção e análise dos indicadores econômico-financeiros, traçando

    diversos cenários que vão dos piores possíveis aos mais otimistas;

      Implantação do projeto (MASCARENHAS E PIRES, 2008).

    Para Woiler e Mathias (1996) um projeto de investimento é o conjunto de

    informações internas ou externas à empresa, coletadas e processadas com o

    objetivo de analisar uma específica alternativa de investimento. Nessas condições, o

    projeto não se confunde com as informações, pois ele é um modelo que,

    incorporando informações qualitativas e quantitativas, procura simular a decisão de

    investir e possíveis aplicações.

    O projeto de viabilidade é um projeto de estudo e análise, ou seja, é umprojeto que procura verificar a viabilidade a nível interno da própria empresa.

    Quando surge a ideia (ou oportunidade) de investir, começa o processo de coleta e

    processamento de informações que, devidamente analisadas, permitirão testar a sua

    viabilidade (WOILER E MATHIAS, 1996, p. 27).

     A análise de mercado não só é o ponto de partida para a elaboração do

    projeto como também é um de seus aspectos mais importantes. Do estudo de

    mercado são obtidos, dentre outros elementos, o confronto entre demanda e oferta ea escassez de demanda futura; a região geográfica em que o produto poderá ser

    comercializado; o preço de venda, os custos de comercialização (WOILER E

    MATHIAS, 1996, p. 41).

    O processo de elaboração do projeto de viabilidade é, na verdade, a

    montagem de um conjunto ordenado de informações sistematizadas, que permitem

    avaliar as vantagens e desvantagens econômicas da alocação de recursos na

    produção de bens ou serviços. Assim, o projeto de viabilidade simboliza um recurso

    técnico, derivado do modelo de simulação dos resultados esperados de um

    investimento em um determinado empreendimento econômico (RIBEIRO, 2000).

    Na origem de um projeto de investimento reside o intento de investir. Se a

    ideia apresentada for, a priori , compatível com a orientação das atividades da

    empresa, ela será aprofundada no intuito da eventual formulação do projeto. Em

    seguida, este se materializará pela especificação das diversas variantes que

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    respondem à necessidade identificada ou à oportunidade detectada (GALESNE et

    al, 1999).

    Torna-se explícito, que a decisão de investir não deve ser tomada de maneira

    repentina. Ela deve ser a etapa final de uma série de estudos, ao longo dos quais o

    projeto de investimento é constantemente colocado em foco. Portanto, o

    investimento realizado é considerado um projeto de investimento, que ultrapassa

    com sucesso, diferentes barreiras que se apresentam diante de si (GALESNE et al.,

    1999).

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    UNIDADE 2 - GERENCIANDO CUSTOS PARA EVITAR

    PERDAS FINANCEIRAS

    Concordamos com Morelli (2007) quando este infere que o funcionamento de

    qualquer empreendimento no mercado exige a aquisição (ou aplicação) de recursos

    dos mais variados, pelos quais se devem pagar em trocar de sua utilização produtiva

    e que os pagamentos pela utilização destes recursos, dentro de condições

    determinadas que seja distinta conforme o tipo de recursos de que se trata,

    configuram-se como os custos da empresa.

    Numa definição bem simples, Martins (2003) fala que custo é o gasto relativo

    ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

    O conceito de custos relaciona-se com a aquisição, utilização e reposição

    contínua de recursos produtivos por parte da empresa. São gastos efetuados pela

    empresa ao longo de todo o ciclo de suas atividades (compra, transformação,

    vendas e distribuição) e que devem ser recuperados, na medida exata, no momento

    do recebimento do valor referente às vendas de seus produtos ou serviços(MORELLI, 2007).

     A recuperação dos custos se faz através da formulação do preço de venda

    para cada produto ou serviço, preço este que, além de cobrir os custos, deve conter

    uma margem de lucro cuja determinação, embora tenha como referência os custos,

    depende em grande parte do tipo de mercado e da particular forma de inserção da

    empresa neste mercado.

    Os custos podem ser diretos ou indiretos. Os custos diretos são as cobranças

    ocorridas no projeto que têm uma relação direta com o volume de serviços ou bens

    recebidos, os quais estão associados ou cuja aquisição é específica para o projeto.

    Os custos indiretos estão relacionados à Administração geral da empresa ou de

    mão-de-obra, materiais, equipamentos, etc. os quais são compartilhados entre

    diversos projetos; ou seja, cada projeto paga pelo serviço, consumo de material ou

    equipamento utilizado durante o tempo necessário para produzir a encomenda

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    (CLELAND, IRELAND, 2002 apud MORELLI, 2007).

    Temos ainda as despesas, que são os gastos efetuados na fase pós-custo,

    isto é, incorridos após a produção do bem ou serviço e no momento em que se

    pretende disponibilizar o produto ou serviço para a venda.

     Além dos custos variáveis diretos, dos custos indiretos de fabricação

    rateados, as despesas oneram o produto, tais como as despesas administrativas

    gerais, de armazenamento e estocagem, comissões, seguros, fretes, taxas,

    despesas financeiras, impostos.

    Para agregar todos os custos e despesas de um projeto temos o orçamento

    que na realidade representa um plano de gastos em períodos de tempo para oprojeto por item de despesa. Além de agregar esses fatores ele pode também incluir

    o lucro do projeto. Dividido em fases de tempo ele mostra o perfil do fluxo de caixa

    em termos de índice de gastos e categorias (o fluxo de caixa veremos adiante).

    De modo geral os orçamentos constituem o acúmulo de todas as despesas,

    sendo inserido em uma categoria de despesas. É um mecanismo de controle que

    autoriza gastos no projeto apenas nas categorias identificadas e financiadas. As

    despesas que venham exceder o orçamento ou que estejam inseridas em umacategoria não identificada devem receber aprovação da alta administração

    (MARTINS, 2003).

    Segundo Morelli (2007) o desenvolvimento do orçamento deve estar coerente

    com o custo e as categorias de custos que devem ser incluídas no orçamento são:

      Custo não processado – os custos que constituirão o custo real dos bens ou

    serviços;

      Custos de encargos ou indiretos – porcentagem do custo não processado que

    é distribuído pela empresa como a parte ajustada para o projeto;

      Custo de encargo  –  incluem os custos indiretos como uma porcentagem de

    custo não processado;

      Custo total – custos por categoria para o projeto;

      Lucro – porcentagem do custo total do projeto;

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    16

      Preço total  –  preço do projeto para o cliente, incluindo todos os custos e

    lucros.

    Tudo isso nos leva a inferir que o processo de gerenciamento de custos do

    projeto envolve o planejamento dos recursos do projeto com base para a estimativa

    dos valores dos custos analíticos dos recursos, do estabelecimento da linha base do

    orçamento, a qual será a base de mensuração da eficiência no uso dos recursos do

    projeto, e o respectivo fluxo de caixa, tendo por objetivo principal, a estimativa dos

    recursos de atividades desmembradas em pacotes de trabalho expressas em horas

    ou dias/homem/atividades, o custo dos recursos de equipamentos, estrutura e

    materiais necessários ao desenvolvimento das atividades previstas na lista de

    atividades (MORELLI, 2007).

    Dentro dos processos ligados ao gerenciamento de um projeto, o

    gerenciamento de custos inclui os processos necessários para assegurar que o

    projeto será concluído dentro do orçamento aprovado. E dentro dos processos de

    custos temos o planejamento de recursos, as estimativas de custos, o orçamento e o

    controle dos custos, conforme mostra o esquema abaixo (PMBOK

    ®

    , 2004).

    O planejamento dos custos:

     A fase de planejamento envolve determinar quais recursos físicos (pessoas,

    equipamentos e materiais), quais quantidades de cada devem ser usadas e quando

    elas serão necessárias para a realização das atividades do projeto. Deve estar

    firmemente sincronizado com a estimativa dos custos.

    A estimativa dos custos:

     A estimativa dos custos envolve desenvolver uma estimativa dos custos dos

    recursos necessários para a implementação das atividades do projeto. No custo

    aproximado, o estimante considera as causas da variação da estimativa final para a

    melhor proposta de gerenciamento do projeto.

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    17

    Quando o projeto é realizado sob um contrato, devem ser tomados cuidados

    para distinguir custos estimados de preço. A estimativa dos custos envolve elaborar

    uma avaliação quantitativa dos resultados prováveis (quanto custará para a

    organização o fornecimento do produto ou serviço envolvido)? O preço é uma

    decisão de negócio  – quanto a organização cobrará pelo produto ou serviço  – que

    usa as estimativas de custo como uma das várias considerações.

     A estimativa dos custos inclui identificar e considerar várias alternativas de

    custo. Por exemplo: na maioria das áreas de aplicação, considera-se amplamente

    que o trabalho adicional durante a fase de projeto (design) tem o potencial de

    redução do custo na fase de produção. O processo de estimativa dos custos deve

    considerar se o custo do trabalho adicional na fase de projeto irá compensar a

    economia esperada.

    O orçamento dos custos:

     A elaboração do orçamento dos custos envolve alocar as estimativas dos

    custos globais as atividades individuais ou a pacotes de trabalho para estabelecer

    um baseline de custo para medir o desempenho do projeto. A realidade pode ditarque estimativas sejam feitas depois da aprovação orçamentária, mas as estimativas

    deveriam ser feitas antes do pedido de orçamento sempre que possível.

    O controle dos custos:

    O controle dos custos está associado a (a) influenciar os fatores que criam as

    mudanças na meta de custo de forma a garantir que estas mudanças sejamautorizadas, (b) determinar que a meta de custo foi alterada, e (c) gerenciar as

    mudanças reais quando e da forma que elas surgirem. O controle dos custos inclui:

      Monitorar o desempenho do custo para detectar e entender as variações do

    plano.

      Assegurar que todas as mudanças adequadas estão registradas corretamente

    no baseline de custo.

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    18

      Impedir que mudanças incorretas, não apropriadas ou não autorizadas sejam

    incluídas no baseline de custo.

      Informar adequadamente as partes envolvidas das mudanças autorizadas.

      Trazer a expectativa de custo dentro de limites aceitáveis.

    O controle de custo inclui descobrir o “por que?” das variações, tanto positivas

    quanto negativas. Deve estar fortemente integrado com os outros processos de

    controle (o controle de mudança de escopo, o controle do cronograma, o controle da

    qualidade e outros). Por exemplo, uma resposta não apropriada para variações do

    custo pode causar problemas de qualidade ou de cronograma, ou produzir, mais

    adiante no projeto, um nível de risco inaceitável.

    Estes processos interagem-se mutuamente e com os processos de outras

    áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver o esforço de um ou mais

    indivíduos ou grupos de indivíduos, dependendo das necessidades do projeto. Cada

    processo ocorre, geralmente, pelo menos uma vez em cada fase do projeto. Embora

    os processos sejam aqui apresentados como elementos discretos e com interfaces

    bem definidas, na prática eles podem sobrepor-se e interagir de formas aqui não

    especificadas2.

     A gerência do custo do projeto consiste, fundamentalmente, nos custos dos

    recursos necessários à implementação das atividades do projeto. Entretanto, a

    gerência do custo do projeto deve, também, considerar os efeitos das decisões do

    projeto no custo de utilização do produto do projeto. Por exemplo, limitar o número

    de revisões do projeto pode reduzir os custos do projeto à custa de um aumento no

    custo de operação do cliente. Esta visão mais ampla da gerência do custo do projeto

    é, frequentemente, chamada de custo do ciclo de vida (life-cycle costing ). Técnicas

    de Engenharia de Valores junto com o custeio do ciclo de vida são usadas para

    reduzir custo e tempo, melhorar a qualidade e o desempenho e otimizar a tomada de

    decisão.

    Em muitas áreas de aplicação, prever e analisar a perspectiva de

    desempenho financeiro do produto do projeto é feita fora do ambiente do projeto. Em

    2

     Sugere-se leitura complementar do Manual PMBOK®, o qual traz todos os detalhes e passos decada processo.

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    outras (por exemplo, projetos de serviços financeiros), a gerência do custo do

    projeto, também, inclui esse trabalho. Quando essas previsões e análises estão

    incluídas, a gerência do custo do projeto inclui processos adicionais e uma

    quantidade de técnicas de gerência tais como retorno do investimento, fluxo de

    caixa, análise de pagamento, entre outras.

     A gerência do custo do projeto deve considerar as necessidades de

    informações das partes envolvidas do projeto  –  diferentes interessados podem

    avaliar os custos do projeto de maneiras diferentes e em diferentes tempos. Por

    exemplo: o custo de contratação de um item pode ser avaliado quando do

    comprometimento, da ordem de compra, da entrega, do armazenamento ou do

    registro para fins contábeis.

    Quando os custos do projeto são usados como componentes de premiação e

    de sistemas de reconhecimento, os custos controláveis e não controláveis devem

    ser estimados e orçados separadamente, para assegurar que os prêmios reflitam o

    desempenho real.

    Em alguns projetos, especialmente nos menores, o planejamento dos

    recursos, a estimativa dos custos e a orçamentação dos custos estão tão unidos quepodem ser vistos como um único processo (por exemplo, pode ser realizadas por um

    único indivíduo, durante um certo intervalo de tempo). Esses processos são aqui

    apresentados como processos distintos porque as ferramentas e técnicas são

    diferentes para cada um. A habilidade de influenciar custo é maior nos estágios

    iniciais de um projeto, e isto é porque a definição do escopo inicial é crítica, assim

    como completar a identificação dos requerimentos e executar um plano completo.

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    20

    VISÃO GERAL DA GERÊNCIA DO CUSTO DO PROJETO

    1  Planejamento dos Recursos

    .1 Entradas 

    .1 Estrutura analítica do projeto

    .2 Informações históricas

    .3 Declaração do escopo

    .4 Descrição do quadro de recursos

    .5 Políticas organizacionais

    .6 Estimativas de duração da atividade

    .2 Técnicas e Ferramentas 

    .1 Avaliação especializada

    .2 Identificação de alternativas

    .3 Software de Gerência de Projeto

    .3 Saídas 

    2 Estimativa dos Custos

    .1 Entrada 

    .1 Estrutura analítica do projeto

    .2 Recursos requeridos

    .3 Custo unitário de recursos

    .4 Estimativas da duração da atividade

    .5 Publicações de estimativas

    .6 Informações históricas

    .7 Plano contábil

    .8 Riscos

    .2 Técnicas e Ferramentas 

    .1 Estimativas por analogia

    .2 Modelo paramétrico

    .3 Estimativas de baixo para  cima

    .4 Ferramentas  computadorizadas

    .5 Outros métodos de estimativas de custo

    .3 Saídas 

    .1 Estimativas de custo

    .2 Detalhes de suporte

    .3 Plano de gerência do custo

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    21

    3 Orçamento dos Custos

    .1 Entradas 

    .1 Estimativas de custo

    .2 Estrutura analítica do projeto

    .3 Cronograma do projeto

    .4 Plano de gerência de risco

    .2 Técnicas e Ferramentas 

    .1 Técnicas e ferramentas de estimativa de custo

    .3 Saídas 

    .1 Baseline do custo

    Fonte: PMBOK® (2004)

    4  Controle dos Custos

    .1 Entradas 

    .1 Baseline do custo

    .2 Relatórios de desempenho

    .3 Requisições de mudança

    .4 Plano de gerência do custo

    .2 Técnicas e Ferramentas 

    .1 Sistema de controle de mudanças do custo

    .2 Medição de desempenho

    .3 (EVM) Gerência do valor do trabalho realizado

    .4 Planejamento adicional

    .5 Ferramentas computadorizadas

    .3 Saídas 

    .1 Estimativas de custo revisadas

    .2 Atualizações do orçamento

    .3 Ações corretivas

    .4 Estimativa na conclusão

    .5 Encerramento do projeto

    .6 Lições aprendidas

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    UNIDADE 3 - O GERENCIAMENTO DE RISCOS EM

    PROJETOS

    Diniz (2004) infere que risco em projetos corresponde a um evento ou

    condição incerta que, se efetivamente ocorrer, pode implicar em efeito positivo ou

    negativo nos resultados do projeto. Assim, os riscos em projetos incluem as

    oportunidades e os obstáculos para atingir os resultados do projeto.

    Rocha e Belchior (2004) concordam com Diniz (2004) inferindo que o

    gerenciamento de riscos trabalha justamente com a incerteza, visando a

    identificação de problemas potenciais e de oportunidades antes que ocorram com o

    objetivo de eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência e o impacto de eventos

    negativos para os objetivos do projeto, além de potencializar os efeitos da ocorrência

    de eventos positivos.

    O gerenciamento de riscos é abordado por vários modelos dentre os quais o

    PMBOK®  (2004), o CMMI (2002), e o RUP (2003). O PMBOK®  ( A Guide to the

    Project Management Body of Knowledge) trata do gerenciamento de projetos deuma forma ampla. O CMMI (Capability Maturity Model Integration for Software) provê

    um framework para a implantação e melhoria do processo de software das

    organizações. O RUP (Rational Unified Process) é um processo baseado em

    melhores práticas de engenharia de software (ROCHA E BELCHIOR, 2004).

    O gerenciamento de riscos agrega valor aos processos de negócios das

    empresas e organizações e está se generalizando em suas práticas, a tal ponto de

    deixar de ser privilégio de seguradoras e instituições financeiras (ROVAI, 2005, p.35).

    Rovai cita algumas das razões que justificam a efetividade do processo

    efetivo de Gerenciamento de riscos e que podem incluir, tomando como base, o

    Relatório Final sobre Riscos Universais em Projetos do Grupo de Riscos do PMI

    Mundial de Hall e Hullet (2002) – RUPGR:

      O ambiente  –  uma mudança, restringindo o ambiente de projeto, incluindo

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    “downsizing”, um orçamento mais apertado e o desejo de desenvolver e entregar

    sistemas mais rapidamente. Assim, o desenvolvimento e a entrega de muitos

    sistemas apresentam atualmente risco mais alto do que no passado para o mesmo

    nível de ganho relativo de tecnologia.

      Valor Adicionado  – um único risco evitado em um projeto ou operação pode

    pagar muitas, senão todas, atividade de Gerenciamento de Riscos. Um exemplo

    recente: clientes usaram o processo de Gerenciamento de Risco proposto pelo

    contratante e a avaliação de riscos do candidato, como um diferencial para seleção

    de fornecedores em uma compra competitiva: em um caso de compra de vários

    bilhões de dólares com Gerenciamento de Riscos e num processo relacionado com

    a seleção de um fornecedor exclusivo. Assim, executou-se, efetivamente, o

    Gerenciamento de Riscos não só para ajudar o projeto a evitar potenciais impactos

    com qualidade, custos e prazos do cronograma, mas também para ajudar a ganhar

    um contrato.

      Antecipação de Decisões Futuras  –  o gerenciamento de riscos fornece

    influência na linha de frente de um projeto e ajuda a evitar problemas de baixa

    qualidade, de custos e atendimento de prazos em cronogramas.

      Metodologia Formal   –  o gerenciamento de riscos é uma ferramenta

    estruturada para a tomada de decisões no dia-a-dia.

      Procedimentos Formais  – quando problemas inesperados acontecem (como

    eventos externos que não são previsíveis), o gerenciamento de riscos pode implicar

    em um maior refinamento do processo de planejamento antecipando futuros

    problemas e eficazmente contribuir com a solução deles.

    Nesse sentido, o Gerenciamento de Riscos proporciona uma oportunidade

    para que aquisições de alto risco tenham êxito. Considerando custo/prazo/qualidade,

    o sucesso de um projeto vai depender de como o projeto trata os riscos

    apresentados (ROVAI, 2005).

    O mesmo autor nos oferece, ainda, uma lista com vários ramos que motivam

    o gerenciamento de risco: setor de biotecnologia, tecnologia de informação,

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    Petroquímico, vinculadas a atividades de P&D (Planejamento e Desenvolvimento),

    instituições financeiras e empresas previdenciárias e o setor de telecomunicações.

    Hall e Hullet (2002 apud Rovai, 2005) inferem que os setores da nova economia são

    aqueles em que a volatilidade e os riscos estão presentes em maior escala e com

    maior intensidade em termos de severidade (probabilidade de ocorrência associado

    ao grau de impacto dos riscos) causando consequências em grande parte muito

    rigorosas.

    Os riscos possuem ou envolvem três componentes: um evento, a

    probabilidade da sua ocorrência e o impacto decorrente da sua ocorrência, o

    que nos leva a constatar que analisar os riscos em projetos proporciona uma maior

    segurança, ou seja, identificamos o risco, podemos fazer análises qualitativas e

    quantitativas, planejamentos, respostas aos riscos e ainda podemos monitorar e

    controlar seu impacto.

    Segundo o PMBOK (2004), os processos envolvidos pelo gerenciamento de

    riscos são:

      Planejamento da gerência de riscos: planejar as atividades de gerência de

    risco a serem realizadas para o projeto.  Identificação dos riscos: identificar os riscos que podem afetar o projeto,

    documentando suas características.

      Análise qualitativa dos riscos: analisar qualitativamente os riscos, priorizando

    seus efeitos no projeto.

      Análise quantitativa dos riscos: mensurar a probabilidade de ocorrência dos

    riscos e suas consequências e estimar as implicações no projeto.

      Planejamento da resposta aos riscos: gerar procedimentos e técnicas para

    avaliar oportunidades, objetivando mitigar as ameaças no projeto.

      Monitoração e controle dos riscos: monitorar os riscos residuais, identificar

    novos riscos, executar os planos de mitigação de riscos e avaliar sua efetividade

    durante todo o ciclo de vida do projeto (OLIVEIRA, 2003; ROVAI, 2005; MORELLI,

    2007)

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    Sobre a análise qualitativa, define-se o processo que consiste em analisar a

    probabilidade e o impacto de cada um dos riscos identificados nos objetivos do

    projeto. Com isto, pode-se priorizar os riscos em função do seu potencial de

    influenciar os resultados do projeto. Essa análise (probabilidade x impacto) deve ser

    feita para cada risco identificado.

    Existem vários modelos para avaliar o impacto de um risco. Optamos aqui

    pelo modelo proposto por Diniz (2004) que apresenta a matriz de impacto x

    probabilidade que pode ser tomada como parâmetro para a análise qualitativa,

    conforme os quadros abaixo.

    1  – ANÁLISE QUALITATIVA DE PROBABILIDADE

    REFERENCIAL PROBABILIDADE DE

    OCORRÊNCIA

    Grande chance de ocorrer 0,95

    Provavelmente ocorrerá 0,75

    Igual chance de ocorrer ou não 0,50

    Baixa chance de ocorrer 0,25

    Pouca chance de ocorrer 0,10

    2  – AVALIAÇÃO DO IMPACTO

    GRAU DO IMPACTO PESO

    Muito grande 5,0

    Grande 4,0

    Moderado 3,0

    Pequeno 2,0

    Muito pequeno 1,0

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    3 - MATRIZ PROBABILIDADE X IMPACTO

    PONTUAÇÃO PARA CADA RISCO ESPECÍFICO

    PROBABILIDADE

    0,95 0,95 1,90 2,85 3,80 4,75

    0,75 0,75 1,50 2,25 3,00 3,75

    0,50 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

    0,25 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

    0,10 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50

    1,0 2,0 3,0 4,0 5,0

    IMPACTO

    Com base na Matriz Probabilidade x Impacto, pode-se priorizar os Riscos doProjeto, como abaixo:

    Baixo risco 0,10 a 0,75

    Médio risco 0,95 a 1,90

    Alto risco 2,00 a 4,75

    Já a Análise Quantitativa dos Riscos no PMBOK®  objetiva analisar

    numericamente a probabilidade de cada risco identificado e sua consequência para

    os objetivos do projeto. Apresenta também uma abordagem quantitativa para a

    tomada de decisões na presença da incerteza, utilizando técnicas tais como a

    análise da árvore de decisão e a simulação de Monte Carlo – MMC (PMBOK, 2004).

    Este processo geralmente segue-se à análise qualitativa dos riscos, embora

    gerentes com experiência em riscos tendem, às vezes, a executá-lo diretamente

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    27

    após a identificação do risco. Em alguns casos, a análise quantitativa do risco pode

    não ser requerida para desenvolver respostas efetivas ao risco. A disponibilidade de

    tempo e de orçamento e a necessidade de declarações qualitativa ou quantitativa

    sobre o risco e seus impactos determinarão quais métodos devem ser usados para

    um projeto particular (ROCHA E BELCHIOR, 2004, p. 287).

    De qualquer maneira, não adianta apenas calcular os riscos, é preciso

    planejar estratégias e colocar as ações em prática.

    3.1 As técnicas

    Dentre as técnicas usadas para gerenciar os riscos temos:

    3.1.1 Brainstorming

    Palavra inglesa que tem como tradução “tempestade mental”, na

     realidade é

    uma técnica de dinâmica de grupo (de coleta de informações) que propõe que esse

    grupo, geralmente com uma a dez pessoas se reunam e se utilizem das diferenças

    em seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um denominador comum

    eficaz e com qualidade, gerando assim ideias inovadoras que levem o projeto

    adiante. A reunião de brainstorming   segue sem interrupção e sem expressar

     julgamentos ou críticas sobre as ideias apresentadas e sem levar em conta a

    posição que o indivíduo ocupa na organização. Será eficaz se os participantes se

    prepararem previamente, se o moderador sugerir alguns riscos antecipadamente, e

    se a reunião for estruturada por segmento do projeto e categoria de risco (ROVAI,

    2005).

    O Brainstorming   é baseado em dois princípios e quatro regras básicas, a

    saber:

    Primeiro Princípio: suspensão do julgamento, o que requer esforço e

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    treinamento.

    Segundo Princípio: sugere que a quantidade origine a qualidade. Quanto

    mais o número de ideias geradas, maior será a possibilidade de encontrar a solução

    do problema.

    Primeira regra: eliminar qualquer crítica, no primeiro momento do processo,

    para que não haja inibição nem bloqueios, e ocorra o maior número de ideias;

    Segunda regra: apresentar as ideias tais quais elas surgem na cabeça, sem

    rodeios, elaborações ou maiores considerações;

    Terceira regra: como quantidade gera qualidade, quanto mais ideias

    surgirem, melhor, portanto, maior será a chance de conseguir, diretamente ou por

    meio de associações, as ideias realmente boas;

    Quarta regra: feita a seleção de ideias, aquelas potencialmente boas devem

    ser aperfeiçoadas. (LUPPI e ROCHA, 1994, p.40)

    3.1.2 Técnica Delphi

     A técnica Delphi foi desenvolvida como um método para aumentar a acurácia

    (ou exatidão) das pesquisas relacionadas a predição de eventos futuros como

    também a estimação de parâmetros desconhecidos (WOUDENBERG, 1991 apud

    ROQUE, 1998; ROVAI, 2005). Tem sido aplicada em uma grande variedade de

    problemas como pesquisas tecnológicas, planejamentos regionais, pesquisas

    médicas, planejamento educacional, sistemas de informação, pesquisas de indústria

    química, produtividade de programação, entre outras.

    Trata-se de uma técnica qualitativa de pesquisa que busca deduzir, refinar e

    gerar uma opinião final a partir de um grupo de especialistas, o qual procura citar

    algumas situações inerentes antes que possa prejudicar o projeto.

     As características básicas da técnica podem então ser resumidas como:

    1. Anonimato:  Os participantes não se interagem diretamente mantendo-se

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    desconhecidos perante aos demais. Esta característica permite evitar as situações

    descritas anteriormente relacionadas a grupos de interação;

    2. Feedback: Os resultados dos questionários são resumidos e devolvidos aos

    participantes para que estes validem novamente suas opiniões. O objetivo básico do

    feedback  é distribuir todas as informações disponíveis e geradas pelo grupo entre

    seus participantes. Consiste de um resumo estatístico das respostas do grupo sendo

    que este resumo pode variar de medidas estatísticas simples (média, mediana, etc.)

    até uma análise completa das distribuições;

    3. Iterações: Cada vez que os participantes respondem ao questionário tem-se

    um round . A técnica consiste de sucessivos rounds  cuja quantidade é fixada

    antecipadamente ou determinada de acordo com um critério de consenso do grupo

    ou estabilização dos julgamentos individuais. Woudenberg (1991 apud Roque, 1998)

    afirma que o consenso é praticamente máximo após o segundo round . No entanto,

    ressalta que apesar do consenso ser importante ele jamais deve ser considerado

    como objetivo principal da técnica uma vez que um alto nível de consenso não é

    condição suficiente para um alto nível de acurácia. Comparações realizadas pelo

    autor em pesquisas utilizando a técnica mostram que o consenso aumenta muito

    mais que a acurácia. A acurácia por sua vez possui seu maior aumento entre o

    primeiro e segundo round . A literatura sugere que número de rounds varie entre 2 e

    10. (ROQUE, 1998).

    3.3.3 Entrevistas

    Os riscos podem também ser identificados através de entrevistas com

    gerentes de projetos com carreguem experiências ou que sejam especialistas no

    assunto.

    3.3.4 A matriz SWOT

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    É uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de

    ambiente), sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma

    corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para

    qualquer tipo de análise de cenário.

     A técnica foi criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois

    professores da Harvard Business School , e posteriormente aplicada por numerosos

    acadêmicos. Estuda a competitividade de uma organização segundo quatro

    variáveis: Strengths  (forças), Weaknesses  (fraquezas), Opportunities 

    (oportunidades) e Threats (ameaças) (VANA, MONTEIRO E VOLOCH, 2008).

    Uma maneira de representar a análise SWOT é pela construção de um

    retângulo, dividido em quatro partes, onde as forças, fraquezas, oportunidades e

    ameaças são colocadas separadamente em cada pedaço, conforme quadro abaixo.

    INFORMAÇÕES

    INTERNAS

    Análise do

    Ambiente

    Interno da

    Organização

    Strenghts 

    (Pontos Fortes / Forças)

    Vantagens internas da empresa em

    relação às empresas concorrentes. 

    Weaknesses

    (Pontos Fracos /Fraquezas)

    Desvantagens internas da empresa em

    relação às concorrentes.

    INFORMAÇÕES

    EXTERNAS

    Análise Fora do

    Ambiente

    Interno da

    Organização

    Opportunities

    (Oportunidades)

     Aspectos positivos do ambiente que

    envolve a empresa com potencial de

    trazer-lhe vantagem competitiva.

    Threats (Ameaças)

     Aspectos negativos do ambiente que

    envolve a empresa com potencial para

    comprometer a vantagem competitiva

    que ela possui.

    Quadro 1: Representação da análise SWOT.

    Fonte: www.cobbenfactorin.com.br . 

    Tem então como objetivo, definir estratégias para manter pontos fortes,

    reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e protegendo-se

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    de ameaças. Dentre os benefícios da análise SWOT mencionados por Dornelas

    (2008) tem-se:

      Simplicidade, podendo ser conduzida sem treinamento ou habilidades

    técnicas extensivas;

      Custos menores, pois sua simplicidade elimina a necessidade e as despesas

    envolvidas no treinamento formal;

      Flexibilidade, podendo ser desempenhada com ou sem sistema de

    informações de marketing;

      Integração, uma vez que integra e sintetiza tipos diversos de informações,

    quantitativas e qualitativas, de várias áreas da empresa;

      Colaboração, porque tem a habilidade de estimular a colaboração entre as

    áreas funcionais da empresa que são interdependentes, mas com pouco contato

    entre si.

    Enfim, a matriz SWOT garante o exame do projeto sobre cada uma dessas

    perspectivas, aumentando a amplitude de risco considerado.

    Outras técnicas para gerenciar risco são as listas de verificação, a análise daspremissas e os diagramas.

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    UNIDADE 4 - INDICADORES FINANCEIROS QUE

    COMPÕEM A ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PROJETOS

    O objetivo principal da empresa privada é a maximização do lucro, sendo

    assim a análise de viabilidade de projeto passa a ter um papel fundamental na

    tomada de decisão do investidor, onde poderá estimar as vantagens e desvantagens

    futuras, não tendo assim surpresas desagradáveis no decorrer da vida útil do

    empreendimento. A busca de informações com maior grau de certeza faz com que

    utilize novas ferramentas, dentre elas, os indicadores financeiros, para analisar as

    informações disponíveis (IZIDORO, 2008).

     A análise dos indicadores financeiros se baseia nas informações fornecidas

    pelo balanço e pela demonstração de resultados da empresa. Essas duas

    declarações financeiras são usadas para examinar a saúde da empresa. Daremos

    uma breve revisada no balanço e demonstração de resultados para destacarmos um

    processo de quatro etapas útil na realização de análise dos indicadores financeiros

    e, na sequência, discorrermos sobre outras análises.

    O balanço apresentado a seguir pertence a uma fábrica de equipamentos

    para uso industrial. Ele é o resumo dos direitos e obrigações de uma organização

    contra seu ativo em determinado período. Este é um balanço comparativo; os ativos

    e passivos da empresa são dados que abrangem mais de um período. Como

    observado aparecem dois tipos de ativo, o ativo circulante, que espera-se, sejam

    convertidos em ativos disponíveis dentro de um ano, enquanto os permanentes

    devem ficar retidos por períodos mais longos. Similarmente, o passivo circulante

    representa as quantias em dinheiro devidas que, espera-se, sejam pagas dentro de

    um ano; outras obrigações têm, por natureza, prazos mais longos.

     A demonstração de resultados apresenta o desempenho financeiro das

    operações de uma organização durante um intervalo de tempo, normalmente de um

    ano. Nesse tipo de declaração financeira, registram-se as vendas líquidas (vendas

    menos devoluções e abatimentos) na parte superior e, então, realiza a subtração de

    vários valores para determinar o lucro após o pagamento dos tributos (receita

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    líquida). Na demonstração de resultados, esses valores incluem o custo de

    mercadorias vendidas, as despesas operacionais, depreciações, juros, taxas e

    outras despesas.

    BALANÇO ILUSTRATIVO DE UMA EMPRESA DE EQUIPAMENTOS

    ATIVO 31 dez. 2006(R$)

    31 dez. 2007(R$)

    Caixa 30 25

    Títulos negociáveis 40 25

    Contas a receber 200 100

    Estoque 430 700

    Total do ativo circulante 700 850

    Instalações e equipamentos 1.000 1.500

    Investimentos a longo prazo 500 900

    Outros ativos 200 250

    Total de ativos 2.400 3.500

    PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31 dez. 2006(R$)

    31 dez. 2007(R$)

    Pagamentos de compras 150 200

    Pagamentos de dívidas 100 100

    Provisões diversas 25 100

    Provisões para tributos federais 40 50

    Total passivo circulante 315 450

    Obrigações por financiamento 500 1.000

    Debêntures 85 50

    Participação de acionistas 1.500 2.000

    Total passivo e participaçãodos acionistas 2.400 3.500

    No quadro seguinte temos a demonstração de resultados da mesma fábrica

    de equipamentos do exemplo anterior.

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    DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PARA O FIM DO NÃO (31 DEZ. 2007)

    Vendas 3.600

    Custo das mercadorias vendidas 2.700

    Lucro bruto 900

    Menos despesas operacionais

    Vendas 40

    Geral e administrativo 60 100

    Receita operacional bruta 800

    Menos depreciações 250

    Receita operacional líquida 550

    Menos outras despesas 50Lucro líquido antes do pagamento de juros e tributos 500

    Menos despesas de juros 200

    Lucro líquido antes do pagamento de tributos 300

    Menos impostos de renda federal e estadual 120

    Lucro líquido após o abatimento dos tributos 180

    Segundo Certo e Peter (2005) organizações diferentes podem ter entradas eidentificações diversas. No entanto, essas duas declarações financeiras  – o balanço

    e a demonstração de resultados  –  são muito usadas nos relatórios destinados a

    fornecer um panorama de saúde financeira de uma empresa. Na realidade elas

    apresentam uma grande quantidade de informações úteis para os administradores

    estratégicos, embora seja muito difícil simplesmente olhar a demonstração e

    determinar quão bem a organização está indo.

    Para sabermos se a empresa está bem, de acordo com suas demonstraçõese também comparativamente com outras empresas de tamanho similar, no mesmo

    setor e com a média geral, são utilizados os indicadores financeiros, e sua análise

    pode ser dividida em quatro etapas: escolher os indicadores, calcular , compará-

    los e verificar problemas e oportunidades (CERTO E PETER, 2005).

     Aqui começamos e entrar no campo que interessa àqueles que irão trabalhar

    com projetos, pois é através da análise desses indicadores que poderemos analisar

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    se um projeto se torna viável econômico-financeiramente.

    Mas vamos à escolha dos indicadores, que incluem os graus de liquidez, de

    atividades e econômicos. Todos são importantes na avaliação do bem-estar

    financeiro de uma organização e, embora os administradores estratégicos possam

    utilizar todos eles, alguns são muito específicos, de modo que sua aplicação

    eficiente exige grande conhecimento de administração financeira.

    Uma das primeiras considerações financeiras que deve ser levada em conta

    ao analisar um assunto estratégico é a liquidez da organização. Liquidez refere-se à

    capacidade que a organização tem de pagar suas contas de curto prazo. Se não for

    possível à organização respeitar, pelo menos, suas contas de curto prazo, então ela

    pouco poderá fazer até que essa dificuldade seja superada. Isso quer dizer que se a

    empresa não pode cumprir suas atuais obrigações financeiras deve resolvê-las

    antes que o planejamento estratégico de longo prazo seja implementado (leia-se

    investir em um novo projeto).

    Os dois indicadores mais usados habitualmente para pesquisar liquidez são a

    liquidez imediata e a liquidez seca (chamada de teste rigoroso). Chega-se ao

    resultado da liquidez imediata dividindo-se o ativo disponível (dinheiro + estoques)pelo passivo circulante (dívidas imediatas). A liquidez imediata mede a capacidade

    global de uma organização em pagar suas dívidas. Um método simples, segundo

    Certo e Peter (2005) é verificar se a liquidez imediata está na proporção de 2:1 (isso

    significa que para cada real devido há dois reais garantindo o pagamento), embora o

    aceitável dependa muito do setor e do momento da economia.

     A liquidez seca é determinada subtraindo-se o estoque do ativo circulante e

    dividindo-se o restante pelo passivo circulante. Como o estoque é o último ativocirculante disponível, a liquidez seca indica a reserva em dinheiro que uma

    organização tem disponível para pagar suas dívidas de curto prazo. O método mais

    simples é verificar se o grau de liquidez seca está na proporção mínima de 1:1,

    embora ela dependa do setor e do momento da economia, tal como a liquidez

    imediata. Só que nesse caso, não há folga para garantir o pagamento de cada real

    devido, surgindo, nesse ponto, o risco de não se pagar parte da dívida com relação

    a terceiros.

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    Em relação aos indicadores de atividade, também chamados de indicadores

    de administração de ativos, temos que eles identificam quão bem a organização lida

    com seus ativos. Dentre eles, temos os que medem a rotatividade do estoque e a

    utilização total do ativo.

     A rotatividade do estoque  é determinada dividindo-se as vendas pelos

    estoques. Se a empresa não está movimentando seu estoque tão rapidamente como

    no passado ou tão rapidamente como outras empresas do mesmo setor, ela pode vir

    a enfrentar dificuldades. Pode estar acontecendo de a organização aplicar em

    estoque improdutivo, ou talvez não estar disponibilizando seus produtos no mercado

    de modo tão eficiente como antes.

    Já o indicador da utilização total dos ativos  é calculado dividindo-se as

    vendas pelo total do ativo e representa uma medida da produtividade dos ativos da

    empresa, ou seja, avalia se esses ativos estão sendo bem utilizados e produtivos na

    geração de vendas. Nesse caso, se a relação estiver muito abaixo da média do

    setor, talvez a administração não esteja usando seus ativos de modo efetivo.

    O terceiro grupo de indicadores  –  econômicos medem a lucratividade da

    empresa, sendo uma medida importante de sua eficiência. Temos visto analistasfinanceiros sugerirem que a meta de uma empresa é aumentar sua riqueza e dos

    seus acionistas, mas na realidade, é a lucratividade que avalia o sucesso da

    empresa.

    Dois dos indicadores econômicos mais importantes são a margem de lucro

    sobre as vendas e o retorno sobre o investimento (ROI). A margem de lucro sobre as

    vendas é calculada dividindo-se os lucros, anteriormente ao abatimento de juros e

    tributos, pelas vendas. Se este valor estiver diminuindo ao longo do tempo ou estiverbem abaixo dos valores obtidos por outras empresas do setor, questões quanto ao

    desempenho da organização devem ser discutidas.

    O ROI é calculado dividindo-se os lucros posteriores ao batimento dos tributos

    pelo total de ativos. Essa relação também é chamada de retorno sobre os ativos, e

    os lucros obtidos após o abatimento dos tributos é conhecido como lucro líquido ou

    receita líquida. Essa relação indica quão produtivamente a organização está

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    comprando, usando e administrando os ativos (Sobre o ROI falaremos ao final da

    apostila)

     Abaixo temos os cálculos dos indicadores, tomando por base o exemplo dado

    da empresa de equipamentos industriais, para o ano de 2007.

    INDICADORES DE LIQUIDEZ

    Liquidez imediata = Ativo disponível = 850 = 1,88

    Passivo circulante 450

    Liquidez seca = Ativo circulante - Estoque = 150 = 0,33

    Passivo circulante 450

    INDICADORES DE ATIVIDADE

    Rotatividade dos estoques = Vendas = 3.600 = 5,14

    Estoques 700

    Utilização total dos ativos = Vendas = 3.600 = 1,03

    Total de ativos 3.500

    INDICADORES ECONÔMICOS

    Margem de lucro sobre as vendas = Lucros antes dos tributos = 500 = 0,14

    Vendas 3.600

    Retorno sobre investimentos = Lucros após tributos = 180 = 0,05

    Total de ativos 3.500

    É preciso deixar bem claro que os indicadores por si só não representam

    muito. Eles precisam ser comparados para que se tornem ferramentas de uso

    efetivo. No quadro abaixo temos uma comparação dos indicadores da nossa

    empresa com os de empresas de tamanho similar e com a média do setor.

    Evidentemente que o analista ou gestor de finanças deve buscar, no mercado,

    informações sobre o setor.

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    COMPARAÇÃO DOS INDICADORES FINANCEIROS COM DADOS DO

    SETOR ECONÔMICO

    INDICADORES FINANCEIROS NOSSAEMPRESA

    EMPRESA

    DO SETOR

    MÉDIA DOSETOR

    Liquidez

    Imediata 1,88 1,8 1,8

    Seca 0,33 0,9 1,0

    Atividade

    Rotatividade dos estoques 5,14 7,8 7,9

    Utilização total dos ativos 1,03 1,7 1,8

    Lucratividade ou econômicos

    Margem de lucro sobre as

    vendas

    0,14 0,13 0,15

    ROI 0,05 0,15 0,16

     Analisando o quadro acima podemos inferir que nossa empresa nãoapresenta uma situação financeira tão sólida e sua posição é inferior a uma empresa

    concorrente no mesmo setor. Sua liquidez seca de 0,33 mostra que a empresa

    poderá enfrentar sérias dificuldades se seus credores exigirem pagamentos

    imediatos. Podemos inferir também que seu estoque deve estar muito grande, o que

    pode significar que seus produtos sofreram os efeitos de uma rápida mudança

    tecnológica e não venderam bem. De qualquer modo a empresa precisa melhorar

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    sua posição de liquidez.

    Os dados da empresa em anos diferentes também servem para analisar sua

    situação. Enfim, as possibilidades que os indicadores financeiros oferecem são

    muitas, mas não substituem outros tipos de análise, como veremos adiante.

    Especificamente quando se pretende investir em novos projetos, por exemplo,

    no desenvolvimento de um novo produto, modernizar, automatizar um setor, existem

    outros indicadores, os quais analisaremos a partir de agora.

    ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

    Modo simples de pesquisar o valor potencial de uma proposta de

    investimento, é aquele nível de vendas, no que diz respeito a unidade ou valor

    monetário, que cobre todos os custos de investimento de um projeto. Ou seja: é o

    nível no qual o rendimento total das vendas é exatamente igual ao total de custos

    necessários para atingir essas vendas.

    Para calcular o ponto de equilíbrio, o gestor deve obter três valores. Primeiro,precisa saber o preço de venda por unidade do produto (PV). Segundo, precisa

    saber o valor total dos custos fixos3  (CF). Terceiro, é preciso conhecer os custos

    variáveis por unidade produzida4 (CV).

    Baseando nesses três indicadores, vamos considerar uma empresa que

    queira, após análise do seu mercado, planejar vender seus novos produtos (PV) por

    R$5.000,00. Ao identificar todos os seus custos fixos (CF) para produzir o novo

    produto chegou ao total de R$10 milhões. Para cada item produzido, a empresaestima que os custos variáveis (CV) sejam de R$3.000,00.

    3 CF são aqueles que não mudam, quer a empresa venda todas as unidades produzidas, que não.Ex: Independentemente de a empresa produzir e vender um ou dez mil itens de um produto, ossalários dos administradores deverão ser pagos, as máquinas para a produção deverão sercompradas e uma fábrica deverá ser construída. Eles incluem ainda pagamento de juros, pagamentode arrendamento e provisões para o fundo de amortização.4  CV variam de acordo com o número de unidade produzidas. Ex: cada equipamento produzidoconsome componentes elétricos e mecânicos, mão-de-obra para a construção e custos de

    fabricação, como eletricidade. 

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    De posse dessas informações, o gestor pode determinar o ponto de equilíbrio,

    dividindo o total dos custos fixos pela margem de contribuição. A margem de

    contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos variáveis por unidade.

    PONTO DE EQUILÍBRIO (em unidades) = CF

    PV – CV

    PE = 10.000.000 = 10.000.000 = 5.000

    5.000 – 3.000 2.000

    Essa análise nos leva a concluir que a empresa deve vender cinco mil

    unidades do produto para equilibrar a receita com a despesa, ou seja, o valor total

    das vendas deve ser igual ao total dos custos. Caso venda menos que cinco mil

    unidades, seu projeto pode não ser viável.

    Se o gestor quiser identificar o ponto de equilíbrio em termos de valores

    monetários em vez de unidades, poderá usar a seguinte fórmula (se antes não tiver

    feito a análise procedente):

    PE = CF = 10.000.000 = 10.000.000 = 25.000.000,00

    1 – CV 1 – 3.000 1 – 0,6

    PV 5.000

     A empresa deverá produzir e vender cinco mil unidades do produto, que é

    igual a R$25 milhões em vendas, para assim, equilibrar a receita com a despesanesse projeto. Só que geralmente as empresas não querem somente equilibrar

    receitas e despesas, elas querem lucro, então, supondo que a empresa queira um

    retorno mínimo de 20 por cento sobre os custos fixos para que o projeto seja

    considerado viável, teremos:

    Em números, a empresa precisa de R$2.000.000,00 (20% de 10.000.000,00)

    em receitas adicionais para justificar o investimento. Desse modo, será preciso

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    vender quantas unidades para alcançar esse nível de lucro?

    Equilíbrio mais lucro = CF + L = 10.000.000,00 + 2.000.000,00 = 6.000 un

    PV – CV 5.000 – 3.000

    Em valores monetários, equilíbrio mais lucros =

    CF + L = 10.000.000,00 + 2.000.000,00 = 12.000.000 = 30.000.000,00

    1 – CV 1 – 3.000 1 – 0,6

    PV 5.000

     A empresa deverá produzir e vender 6 mil unidades do produto, o que

    equivale a R$30 milhões em vendas, se quiser alcançar o mínimo de vendas

    aceitável.

    Esse cálculo é muito útil porque leva o gestor a considerar a lucratividade

    necessária para obter um determinado volume de vendas. Por exemplo, no caso

    dessa empresa, se o mercado tivesse uma demanda de dez mil unidades, seria

    possível a ela obter uma participação no mercado equivalente a 60 por cento,

    levando-se em conta a concorrência? Caso a resposta seja positiva, o projeto

     justificaria o investimento. Caso seja negativa, seria necessário encontrar

    oportunidades ou mudar o plano estratégico. Se o preço do produto fosse reduzido,

    por exemplo, o aumento de vendas poderia trazer economias de escala e resultar

    num projeto lucrativo.

    São construídos gráficos para apresentar essa análise do Ponto de Equilíbrio

    - PE, os quais dão uma clara visão de todos os indicadores que falamos acima, onde

    podem ser observadas as diversas relações entre vendas, custos fixos e custos

    variáveis, além dos níveis de lucros ou de perda sob várias condições.

    Embora a análise do ponto de equilíbrio seja uma ferramenta útil, ela

    apresenta limitações. Por exemplo, para níveis altos de produção, a empresa

    precisaria contratar mais funcionários e mais máquinas teriam de ser compradas, o

    que alteraria as diversas curvas de custos. Enfim, são recomendadas análises mais

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    detalhadas para investigar alternativas de investimentos.

    GRÁFICO DO P. E. DA EMPRESA ANALISADA

    Fonte: Certo e Peter (2005)

     A projeção de fluxos de caixa relativo aos anos de implantação e andamento

    do empreendimento tem sido muito utilizada como ferramenta de análise de projeto.

    O fluxo de caixa deve conter o maior nível de detalhe possível para ter uma eficácia

    no processo de tomada de decisão, desde projeção inflacionária até o detalhamento

    do custo operacional do empreendimento. Os resultados econômicos de um projeto

    devem ser calculados a partir da distribuição no tempo, também conhecida como

    distribuição dos fluxos de caixa anuais.

    Para complementar a análise de dados deve-se ainda utilizar os métodos que

    tem como base o desconto, capitalização e uniformização de distribuições de fluxos

    de caixa. Por estes métodos a comparação monetária é feita numa mesma data

    (presente ou futura) ou através da distribuição dos fluxos de caixa num mesmo

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    horizonte de tempo.

    Os métodos podem ser classificados em dois subgrupos: o primeiro contendo

    métodos básicos (métodos tradicionais) e o segundo contendo métodos alternativos

    (desenvolvidos como variantes ou como tentativas de eliminar algumas

    desvantagens de algum dos métodos básicos). Sendo assim tem-se a seguinte

    classificação:

    Métodos Básicos:

      Método do Valor Atual/ Valor presente – VA/ VP;

      Método do Valor Atual Equivalente – VAE;

      Método da Taxa Interna de Retorno – TIR;

      Método de Relação de Valor Atual – RVA

    Métodos Alternativos:

      Método dos Períodos de Payback  com Desconto – PPD;

      Método do Valor Futuro – VF;

      Método do Valor Futuro do Retorno – VFR;

      Método da Relação Benefício/ Custo – RBC;

      Método de Baldwin;

      Método da Taxa Externa de Retorno – TER;

      Método da Taxa de Crescimento do Retorno – TCR;

      Método de Hoskold (IZIDORO, 2008).

    Os métodos de avaliação econômica baseada no desconto, capitalização e

    uniformização de distribuições de fluxos de caixa reúnem informações para uma

    melhor tomada de decisão a respeito do projeto. Para tirar a melhor estimativa

    utiliza-se o que tem de melhor em cada parâmetro (grandeza técnica e econômica

    do investimento, custos, receitas, valores residuais, vida útil, taxas de juros etc.) do

    projeto. Desta maneira cada parâmetro assume um valor pontual em cada ano de

    vida útil do projeto, porém tais grandezas estão vulneráveis e sujeitas as variações

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    devido a riscos e incertezas nas estimativas, devendo ser considerado pela análise

    de risco na tomada de decisão.

    Voltando a falar um pouco sobre a análise de risco, vimos que esta tem por

    objetiv