memorial dona lais

36
1 Em memória de Laís Vasthi Manhães Naka Bitu 13.12.1933 01.06.2010 Bitu no Grêmio Literário Barretos - Dezembro 1960

Upload: grottenolmchen

Post on 29-Nov-2014

3.205 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Um singelo memorial feito pela familia Naka, com lembranças, imagens e mensagens de nossa querida mãe. Esta um pouco pesado, mas é uma rica recordação da família Manhães Naka.

TRANSCRIPT

Page 1: Memorial Dona Lais

1

Em memória de

Laís Vasthi Manhães Naka – Bitu

13.12.1933 – 01.06.2010

Bitu no Grêmio Literário – Barretos - Dezembro 1960

Page 2: Memorial Dona Lais

2

Família Manhães

Dr. Geremaro e Dna. Lídia Manhães, Francisco, Claudia, Laís, Belkice e Eduardo

Visita à casa paterna

“Como a ave que volta ao ninho antigo,

Depois de um longo e tenebroso inverno,

Eu quis também rever o lar paterno,

O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,

O fantasma talvez do amor materno,

Tomou-me as mãos - olhou-me, grave e terno,

E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta sala...(Oh! se me lembro! e quanto!)

Em que da luz noturna à claridade

Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?

Uma ilusão gemia em cada canto,

Chorava em cada canto uma saudade”.

Rio / 1876 - Luís Guimarães Júnior

Page 3: Memorial Dona Lais

3

Biografia

Natural de Resplendor, MG, em 13/dezembro/1933, viveu e cresceu em

Barretos/SP. Formou-se professora pela Escola Normal, em 1952 e, com 20

anos de idade, ingressou no magistério do ensino fundamental, iniciando os

trabalhos na escola primária da cidade. Em 1955, decidiu-se pelo ensino primário

na zona rural, na região de Fernandópolis, dedicando-se a educação dos filhos de

trabalhadores rurais e, também, na promoção da saúde e bem estar da comunidade,

por cerca de 10 anos.

Sua vida em Barretos, além da fase de formação, era dedicada aos

familiares, sob os olhares atentos e carinhosos de seu pai, médico, Dr. Gerêmaro

Manhães, sua mãe, enfermeira, Dna. Lidia Gonçalves Manhães e a relação

fraternal entre os irmãos mais jovens, Cláudia, Belkice, Francisco e Eduardo. Sua

preocupação com as questões sócio-culturais e políticas, da cidade e do país, já se

revelavam marcantes em suas relações com a escola e sociedade.

Em 1960, ingressou na Faculdade de Ciências e Letras, sessão anglo-

germânica, da Universidade de São Paulo, em São José do Rio Preto e, sob a

orientação do Professor Buggenhagen, foi estimulada a desenvolver especialização

em língua alemã, em Munique, Alemanha, apoiada por bolsa do Instituto

Goethe, no período de 1965 a 1967.

No retorno ao Brasil, em São Paulo, retomou sua formação em

germanística pela USP, concluída em 1970 e, no contexto do movimento estudantil

e social dos anos 60/70, emprestou vigorosa contribuição em favor do grande sonho

transformador pela liberdade, igualdade e socialização dos direitos universais básicos

de acesso a educação, saúde, moradia e vida digna a imensa parcela da nossa

população, historicamente marginalizada. Nesse contexto, conheceu e desenvolveu

Page 4: Memorial Dona Lais

4

intensa amizade com o nissei Juaquim Naka, egresso da escola de economia da

PUC/SP. Casaram-se em novembro de 1970.

Em Dezembro/70, Naka recebe comunicado do Consulado Alemão, dando

conta da aprovação de sua proposta de estágio e, dependendo ainda de uma última

etapa da seleção, a previsão de partida da viagem estava prevista para fevereiro/71.

A decisão de cumprir o programa na Alemanha, apressou Bitu e Naka a

desmontar a casa recém organizada. Bitu teve, ainda, que acelerar os trabalhos de

geração dos textos do curso de língua alemã – “Guten Tag” da TV Cultura - e,

também, gravar os programas de apresentação do curso, realizados pela própria

Bitu. Assim, Bitu foi-se encontrar com Naka, em Munique, em maio/71, onde

ficaram até março/72. Cabe registrar que, em fevereiro/72, nasceu o primeiro filho

Luis Cláudio e, em março, ocorreu a viagem de retorno ao Brasil, pelo navio

Eugênio-C.

Bitu continuou sua missão de educadora na rede estadual de ensino do

segundo grau e, também, ministrando cursos de língua alemã no Instituto Goethe

de São Paulo e, ainda, na Faculdade de Letras de Taubaté. Nesse ínterim, a

família cresceu com a vinda de Fabiana, Patrícia e Andrea. Em 1976, com as

crianças já em idade escolar, coincidiu de Bitu assumir a disciplina de língua alemã

na Escola Waldorf de São Paulo, onde, também, todos os filhos foram educados

pela pedagogia Waldorf de Rudolf Steiner. Assim, naturalmente, Bitu passou a

adotar os preceitos da Antroposofia, como sentido de vida própria, educação das

crianças e formação da família.

Por mais de 20 anos de atividade na Escola Waldorf de São Paulo,

aposentou-se e, transferiu-se para Salvador, Bahia, onde, atendendo ao apelo da

filha Fabiana, decidiu reforçar os trabalhos de educação de crianças carentes da

Comunidade de São Lázaro. Com esforço e conhecimentos adquiridos da

Antroposofia, concebeu e implantou o Projeto SalvaDor, suportado por rede de

apoio de instituições da Antroposofia, do Brasil e da Alemanha, em reconhecimento

ao forte caráter empreendedor da Bitu. O resultado do projeto refletiu-se na

aquisição do terreno, construção do prédio da escola, recrutamento, organização e

capacitação dos educadores na pedagogia Waldorf, onde deixou uma comunidade de

Page 5: Memorial Dona Lais

5

moradores do morro integrada ao Projeto, com atividades de apoio educacional as

crianças e inserção social dos familiares.

A partir de 2008, prosseguiu os trabalhos de apoio ao Projeto SalvaDor,

como conselheira e orientadora e reestruturou sua vida, sob cuidados médicos.

Devido a problemas renais e cardiovasculares, mudou-se em novembro de

2009 para Vinhedo-SP, passando a viver aos cuidados de sua filha Fabiana e

família e de Naka, em tratamento médico-hospitalar e hemodiálise.

Deixa filhos, irmãos, parentes, amigos e densa história marcada por

obstinada crença na vida, no ser humano e inesgotável energia agregadora e

integradora de bondade, amor e inteligência, intensamente vivida, ao longo de sua

presença aqui, de 76 anos.

Naka

Saudades eternas...

Page 6: Memorial Dona Lais

6

Bitu e Naka – Bulgária 2008

Eu nasci lá do céu

Eu vivi, convivi,

Com você,

Que me ensinou

Amar...

Naka

Naka e Bitu – Vinhedo 2007

Page 7: Memorial Dona Lais

7

Bitu, Naka, Patricia, Andrea, Fabiana, Luis Claudio – São Paulo 2007

Fabiana, Patricia, Naka, Bitu, Luis Claudio e Andrea – Vinhedo 2007

Page 8: Memorial Dona Lais

8

Promessa Cumprida

Senti uma dor no coração, quando me lembrei

Pensei em você senti saudades e então chorei (Refrão)

Ouvi um toque de Berimbau,

um repique no atabaque e me consolei.

Lembrei da promessa de esperança

Que eu fiz no teu ouvido, antes do seu novo viver

- Refrão -

Hoje eu cumpri minha promessa,

Minha mãe descanse em paz, que eu ainda te verei,

Como nos tempos de criança,

Numa roda no infinito, com você eu jogarei.

- Refrão –

Luis Naka

[

Lú e Mãe – Munique 2008

Page 9: Memorial Dona Lais

9

Fabiana e Mãe- Niver 75 anos, Salvador 2008

Minha querida Mãe,

Amiga e Companheira de Sonhos e “Lutas”,

Agora você parte para um mundo melhor, de Luz e tranqüilidade, de onde agora,

com toda serenidade e calma de espírito estará seguindo nossos passos e guiando

nossos caminhos.

Sentirei falta das palavras de motivação e de todos os conselhos de mãe que nunca

faltaram, mas acima de tudo sentirei falta da companheira fiel que você foi,

da parceira forte e determinada que sempre me acompanhou em meus sonhos e me

amparou em minhas caminhadas, sem medir esforços.

Você agora é o mais puro Amor em forma de Luz e vai continuar brilhando para

todos nós...

Obrigada Mãe!

De sua filha Fafinha.

Page 10: Memorial Dona Lais

10

Mãe e Patrícia, Carnaval– São Paulo 2009

Minha mãe foi a mulher mais bela que jamais conheci e jamais a esquecerei.

Sempre te amarei, você mora em meu coração.

Muito obrigada mãe, por tudo, e sempre, para sempre!

"Nas memórias me guardo.

Na poeira, figures antigas, antigas, no armário.

A Casa, a rua, os lugares, o tempo sem tempo não segura o Redondo o poder do

pensamento.

O amor, a casa, o sítio, a escola, o cheiro, a comida.

Risadas, alegria!

Page 11: Memorial Dona Lais

11

Nas memórias aguardo o futuro.

Na calça um furo. No sapato, uma pedra.

No dedo, um corte. No sonho, a lembrança que pré-sente o mistério da morte.

No presente do quarto,

No presente do passado,

No presente dos aniversários,

O dia amanhece.

Me vejo na antiga, nova areia de pensamentos.

Nos meus passos vejo o rítmo da vida,

pegadas na areia,

da vida, da vida.

Nada more, nada fica.

Tudo é passageiro, tudo se move,

O que fica.

O que há:vida.”

Patricia Naka, 10 de Junho de 2010

(Inspirado nos poemas de Joana Satz. Do livro "Tempo Oportuno").

Page 12: Memorial Dona Lais

12

Mile, Mãe e Andrea – Berlim 2009

Querida Mãe,

Sou muito grata por todos os momentos felizes que vivi com você. Sua presença

sempre foi e sempre será um grande exemplo de coragem, força, amor e sabedoria

para mim. Guardarei sempre comigo a sua habilidade única de viver os momentos

intensamente como uma criança, e de tocar as pessoas na essência do ser, no

coração, como um exemplo de vida.

Agradeço de coração toda sua dedicação e amor por nós.

Com amor, gratidão e saudades,

da filha Dedinha

Page 13: Memorial Dona Lais

13

Vovó, Marko, Luka e Déia- Jardim Zoológico - Berlim 2009

Vovó, Anita Serena, Lira Flor- Niver da Vovó – Salvador 2008

Page 14: Memorial Dona Lais

14

Mica e Vovó - Aldeia Hippie de Arembepe, 2000

Vovó e Gabi Marko– Vinhedo 2006

Vovó, eu estou com saudades. Mas você deve estar muito feliz sabendo que tem

muita gente aqui chorando e rezando por você. Mesmo não estando aqui você esta

no nosso coração.

Beijos, Gabi

Page 15: Memorial Dona Lais

15

Dado, Claudia, Bitu e Chico – São Paulo 2008

Querida irmã

Lais Vasti Manhães Naka

Cá estamos todos nós seus parentes e entes queridos irmanados neste momento de

profunda tristeza, pactuando a dor de um vazio profundo em nosso coração desde o

momento de sua partida.

Rogamos a Deus Pai todo poderoso que ilumine os seus caminhos, e a tenha em

bom lugar.

Que ele a cubra com sua unção e lhe dê a gloria da vida eterna.

Descanse em paz Bitú

Mestre Dado

Page 16: Memorial Dona Lais

16

Bitu e Claudia - São Paulo 2007

Ah, minha irmã, minha amiga!

Quanto amor, quanta luta, quanta dor... você foi para nós um astro de suavíssima

luz, espalhando o bem em torno dos que a cercavam. Agora, só nos resta pedir ao

nosso Pai Celestial que continue a nortear seus passos, cujo rastro luminoso

tentaremos seguir. Seu exemplo de força, coragem e dedicação incondicional

permanecerá para sempre entre nós. Obrigada, muito obrigada, maninha, por tudo o

que você significou para todos nós!

Sua irmã Claudia

Page 17: Memorial Dona Lais

17

Bitu e Chico- Itanhaém 2007

Querida Irmã

Sua existência ensinou-me o caminho de uma vida de dedicação amizade, otimismo,

ação, generosidade com nosso semelhante.

Fico imensamente satisfeito com tudo que aprendi com seu amor.

Ao lembrar de você torno me uma pessoa sempre melhor.

Mano Chico

Page 18: Memorial Dona Lais

18

Fabio Nino eVovó – Berlim 2009

Beto, Aldo, Marcela,Helena, Marisa, Liam, Lu, Déia, Mile

Niver 75 anos, Salvador 2008

Page 19: Memorial Dona Lais

19

„Com gratidão e reconhecimento à Lais Naka que, em 02 de Julho de 1999,

edificou esta obra com vigor e sabedoria.

Que seu exemplo de força realizadora possa se eternizar através do gesto de cada

um que atua carregando a missão dessa instituição.“

Projeto Salvador

Page 20: Memorial Dona Lais

20

Lais no Projeto Salvador – 2007

Bonecas confeccionadas pelas educadoras do Projeto Salva Dor para os bazares

natalinos da Alemanha.

Page 21: Memorial Dona Lais

21

Mensagens da família

"Tia Bitu sempre chegava na hora do meu desenho animado favorito, A Mulher

Maravilha, a tv ainda era preto e branco! Quando ouvia o barulho do carro já

sabia... teria que me despedir da minha super heroína para dar lugar a presença da

verdadeira Mulher Maravilha! Mulher guerreira, bonita, independente, alegre e

determinada, com seus quatro filhos e suas mil e uma habilidades, uma verdadeira

Super Heroína! Fica esta como uma das minhas primeiras lembranças de minha

infância que me direcionou por toda a vida!"

Beijos, Marilídia

Perto está Deus dos que tem o coração quebrantado.

Sumiko Naka

Querida Tia Laís

Você será para mim a pessoa mais determinada, alegre e vaidosa.

Uma estrela luminosa!

Te amo muito!

Fique em paz... Saudades...

Grande beijo da sua sobrinha

Roseli

Page 22: Memorial Dona Lais

22

Família Manhães Pfeiffer, reunida no casamento da sobrinha Mariza

Para toda comida saborosa existe um tempero especial: o carinho de quem a

prepara... E é esse tempero que minha tia Bitu usava não só em seus pratos, mas

em tudo o que fazia! Sua alegria era contagiante e com ela, mesmo os momentos

mais difíceis, tornavam-se hilariantes. Minha tia querida foi sem dúvida uma

pessoa singular: em sua casa, quando crianças, não podíamos beber durante as

refeiçoes; a televisao era abominável; quando cozinhava na casa de outra pessoa,

levava sua faquinha na bolsa... Hoje contenho o riso quando um coleguinha do

meu filho pergunta porque na minha casa nao se pode beber durante a refeição,

quando meu filho esperneia pedindo para ver tv e ao cozinhar na casa de amigos,

sempre lamento nao ter levado minha faquinha... Minha tia Bitu deixa muitas

saudades! Mas sou muito grata pelos momentos precisos que compartilhamos. Que

ela nos sirva de inspiração para seguirmos nosso.

Um beijo carinhoso,

Marisa

Page 23: Memorial Dona Lais

23

Bitu

Agradeço por ter lhe conhecido, por tudo que vivemos juntos, por tudo que aprendi

com você, pelo amor que dedicou a nossa família.

Vai em paz, cuidarei sempre com amor de sua Fabiana e de seus netos.

Muito obrigado por tudo, Pedro Ivo.

Minha avó foi muito especial para mim, mas quando soube que ela morreu fiquei

muito sentida, você será uma super avó completa de amor e carinho.

Beijos Lira Flor

Sonho de beleza. Amor pureza. Faça uma pose e vá para o quarto.

Anita Serena

Page 24: Memorial Dona Lais

24

Mensagens dos amigos

Laís Vasthi Manhaes Naka saudades eternas

L ivre como o leão na floresta,

A ltiva, atenta a tudo em sua volta,

I rmanada com todos os seus semelhantes,

S olução sempre buscava encontrar.

M ãezona de seus quatro rebentos,

A vó muito presente de seus seis netos,

N ão media esforços para atendê-los,

H avia o que houvesse ela os defendia sempre,

A mava a vida, amava Naka, amava viajar

E comer uma boa carne.

S eu sorriso sincero a todos encantava.

N um bom restaurante ou num buteco,

A tenta ouvia as histórias de vida com uma

K aiser bem gelada ou um bom vinho,

A dorava um bom pedaço de carne de carneiro.

S entia pelo olhar os problemas dos circundantes

A mavelmente os ouvia,

U ma solução ela buscava na hora,

D ando uma de mãe ou mestra,

A rriscava o seu palpite com segurança,

D eixando um caminho a seguir

E trilhar bem detalhado,

S olucionado o problema, vamos brindar!

E u sempre lhe dizia: Laís aqui tu não és professora,

T ire o pé do chão e dance o forró baiano,

Page 25: Memorial Dona Lais

25

E u não consigo deixar de ensinar,

R espondia sempre a minha amiga,

N as festas que freqüentamos

A ndando pelos lugares da Bahia.

S iga em paz amiga e muito obrigada.

Delcina Hermalina dos santos Azevedo

" Certa vez ela olhou para mim sorrindo e me perguntou: Por que me chama de

"Dona"? E eu, lhe respondi, porque és uma MADONA!

Dona Laís, tão forte mulher. Guerreira como sabia ser. Sábia como só ela

poderia ser. Incentivadora como deveria ser. Para mim, uma grande mulher, que

deixa sua semente... representando coragem, força, perseverança. Não consigo

lembrar de "algum" momento que não tivesse Dona Laís, sempre me estendendo a

mão.

Primeiro, para conhecer a Antroposofia. .. Conhecer!!?? Nas suas atitudes já

estava a antroposofia. .., depois me mostrar caminhos de como fazê-la... recebendo à

mim e a tantos outros em sua casa... estudando. Começando a falar de coisas

esquisitas, (para mim na época) Corpo Astral!... Corpo Etérico!... Corpo Físico!...

EU!... Temperamentos! ... E para acalentar a alma, belos versos que falavam

sobre nosso aprender e nosso trabalhar. O nosso sentir, o nosso pensar e a nossa

vontade.

Meu Deus!!!

Como me diverti ao lado dessa mulher, quando cantou com o Coral do Projeto :

...certa vez de montaria, eu desci o Paraná e o caboclo que remava, não parava de

falar..., e o rolete de cana, amendoim torradinho.. .

Quantas graças pude desfrutar, com essa Madona, que chamava de "mãezinha"...

brincando com ela, dizendo: - agora não tem jeito, tu és responsável por tudo aquilo

que cativas e terás que me adotar!!!! (rsrs) E ela soltava aquela gargalhada boa.

Dona Laís, que muitas vezes subiu duna e desceu duna na Aldeia Hippie pra

levar seu brilho e sua contribuição, deixando que todas as crianças lhe chamassem

carinhosamente de Vovò Bitu.

Page 26: Memorial Dona Lais

26

Com certeza, ascenderá na graça Divina. Com certeza, merecerá luz e descansará

nos braços de Deus Pai, como uma boa menina.

A semente Dona Lais, está em meu coração. Sempre.

Que a dor seja transformada em alegria. Assim é.

Com muito amor

Bea

Lais, querida, você foi e é uma inspiradora.

Conversamos muito...

Agora você enxerga tudo de “cima”!

Ute Craemer

Bitú,

A sua alegria e energia nos vão fazer falta. Mas você merece descanso.

Com muitas saudades,

Maila e Hans

Queridos irmãos,

Estou com vocês, em pensamentos e em reza, emanando paz a nossa querida Laís

nesse momento de passagem.

Pedimos que ela possa estar envolta na bênção do perdão, da Luz, do entendimento

maior, em companhia de anjos de bondade que à conduzam aos planos

transformadores do Amor.

Para mim ela foi uma mulher de imensa coragem, de força, verdadeira, sempre

disposta, bem humorada, e também severa, muito batalhadora. Não só pelo que

Page 27: Memorial Dona Lais

27

era dela, por ela e pelos seus, mas sim - e quem sabe ainda mais - por aqueles que

não tinham o caminho tão claro.

Acho que ela sempre tinha uma causa, uma batalha a ser vencido, um projeto a ser

executado que, com determinação, muitos amigos e grande família, sempre traçou.

Na minha vida Laís foi muito importante, como uma mãe por vezes. Sua casa

sempre foi minha casa e sua família a minha família.

Agradeço por isso...

Tenho a Laís e a' todos vocês, profundamente em meu coração, como um exemplo de

família que luta para ser feliz!

Continuem juntos e individualmente nesse caminho que sua mãe, amiga, esposa, tia,

professora, exemplo de mulher, com coragem e amor traçou.

Continuemos com a presença do Espírito, que em nos sempre ficara, de uma mulher

que viveu verdadeiramente sua vida!

A' nossa Laís com todo o Amor e carinho,

Clau

Querido Juaquim, Querido Luis Claudio, Querida Fabiana, Querida Patrícia

Querida Andrea,

Senti uma tristeza grande sabendo que Bitu faleceu.

Para mim ela sempre era uma amiga ótima.

Lembro-me dos dias alegres e felizes com ela, Seja aqui, ou seja, no Brasil,

durante os últimos 40 anos. E como uma mulher magnânima e de alegria da vida.

Na minha lembrança ela vai continuar viver.

Dando os meus pêsames sinceros. Desejo vocês muita virtude para o dia 12.06.

Para cada um de vocês um abraço afetuoso,

Vindo do meu coração.

Seu amigo

Wolfhard Mauer

Page 28: Memorial Dona Lais

28

Assustada corri para atender o celular, não cheguei a tempo... O aparelho acusava

msg de voz. Ouvi a msg... Pasma e estarrecida ouvi quatro vezes o recado da

Claudia.

Difícil acreditar, difícil aceitar no primeiro momento...

Como o ícone de nossas vidas, a fortaleza de espírito, a clareza de raciocínio...

Enfim... Ela se foi...

Se foi e deixa saudades mas ..mais do que a saudade um exemplo de vida a ser

seguido..uma história de vida que por muitos será contada e relembrada, como

exemplo de dignidade, de doação, de perdão, de recuperação.

Desempenhou, no palco da vida, seu papel na íntegra, sem titubear...

Ela leva consigo meu amor, meu carinho, minha admiração.

Infelizmente não poderei comparecer, pois estou em Fortaleza com minha filha (ela

está morando aqui com meu netinho de 8 meses).

A vocês só posso lamentar pela perda e dizer que cada vez que a dor da saudade

assombrar a alma lembre-se de fatos e de coisas que só ela fazia e digo por

experiência. a alegria dessas lembranças atenuam a dor da saudade.

Um beijo da todos no coração.

Angela e familia.

Nossos sentimentos pelo falecimento da nossa querida Bitu. E um momento triste,

o qual todos nos passamos.Quantos horas alegres passamos juntos; na escola , com

suas brincadeiras , churrasco de gato , como também na casa de vocês. A Bitu

sempre foi muito querida e será sempre lembrada por todos. A você Naka, Luis

Claudio, Fabiana, Patricia e Andrea só podem agradecer a Deus por tê-la em suas

vidas.Um grande abraço a todos vocês dos seus amigos

Ruth , Hermann, Renee, Ricardo e Laura Lorz.

Page 29: Memorial Dona Lais

29

Soube hoje, pelo Roberto, que a Bitu morreu.

Que choque, que baque, que tristeza. Sei que vocês estão muito tristes

e de luto, estou muito triste também.

Ela foi uma grande pessoa, prestativa, confiável, trabalhadora, adorou

a família, a adorou a cultura alemã. Sim, foi uma importante agente e

mediadora entre as nossas línguas e culturas.

Estou muito triste, pois ela sempre foi uma grande amiga durante quase

42 anos, imagine, foi uma constante na minha vida, ainda que houvesse

longos anos sem muito contato. Mas eu sempre sabia que quando a

reencontrasse ela seria da mesma cordialidade profunda; foi uma amizade

simplesmente indestrutível, duradoura, permanente.

Me sinto perto de vocês. Desejo força a vocês, e uma continuação dos

estreitos laços familiares que sempre admirei em vocês.

Grande abraço para vocês todos,

Berthold Zilly

Laís

Foi uma honra, alegria e felicidade ter sido sua amiga.

Obrigada pelos momentos que me proporcionou

Um beijo com amor e respeito

Da amiga Kátia Primavera

Como nos últimos 15 anos devo tê-la visto só dois ou três vezes, muitos talvez não

imaginem o quanto sentia dona Laís como uma pessoa próxima.

Pensei em ir ao velório, à cremação, dar um abraço no filho e na filha que vi

quando adolescentes - extraordinariamente belos - e nunca mais... mas algo me disse

que estaria mais próximo reavivando a lembrança do nosso encontro que me

deslocando no espaço físico.

Page 30: Memorial Dona Lais

30

Na verdade não lembro como foi nosso primeiro contato. Sei que foi pouco depois

de minha mudança para São Paulo em novembro de 1991, e em conexão com o

convite que lancei no meio antroposófico para conversarmos em profundidade sobre a

problemática de alguns discursos contraditórios que convivem nesse meio quanto a

questões raciais. O convite foi bem mal compreendido, porém me valeu a amizade de

dona Laís, que, para melhorar, em termos de São Paulo era quase vizinha.

Pois como esse assunto não seria de importância para ela? Negra, filha de um

médico negro - creio que baiano, não estou seguro -, há muitos anos professora de

alemão numa escola freqüentada majoritariamente por filhos de alemães, e entre

colegas professores quase todos alemães ou descendentes.

E, não bastasse, casada com um senhor japonês, ou descendente, donde o tipo físico

absolutamente extraordinário dos filhos -

... e uma outra coisa absolutamente extraordinária, daquelas que às vezes me

pergunto se realmente vi: tinha um papagaio que cantava musiquinhas em japonês e

em alemão!

Almocei várias vezes na casa da dona Laís, naqueles tempos. Chegamos a

participar juntos de mobilizações políticas em época eleitoral... Depois me mudei

para outro bairro, e a realidade de São Paulo é essa: como dizia o primeiro aluno

da Trópis, em sua forma de expressão tão peculiar: "um big bang pessoal".

Espalhamento.

Sei que as conversas da época chegaram a fazê-la tomar certa distância, por algum

tempo, das atividades antroposóficas de que participava, como que reavaliando a

relação. Algum tempo depois soube que estava fazendo algo que só posso entender

como a forma que encontrou de trabalhar em conjunto as diferentes correntes

culturais que confluíam em seu destino pessoal: trabalhando com crianças carentes

em Salvador, levando para isso recursos adquiridos em sua experiência como

professora Waldorf: o Projeto Salvador.

Sei pouquíssimos detalhes do que aconteceu depois. Conheci outos integrantes do

Projeto Salvador, mas não mantive contato continuado. Pensei que eu iria conhecer

a Bahia em dezembro de 2007, escrevi a ela e recebi convite para uma moqueca de

peixe com camarão no capricho... Mas a viagem acabou não acontecendo. Em

maio de 2008 recebi comunicação de que ela se afastava das atividades por

limitações de saúde. E agora... o comunicado de que (por que não entender assim?)

superou as limitações físicas de vez.

Page 31: Memorial Dona Lais

31

Querida dona Laís!

Tenho certeza de que fez diferença na vida de muita gente neste mundo - pois até na

minha, com contato tão pouco - fez uma bela diferença, imagine-se com quem chegou

a conviver mais!

E mais palavras não digo: abandono aqui a linguagem verbal para apenas

mergulhar num clima de amizade, calor humano, inteligência com coração, gratidão,

sorriso e abraço. Que seja assim, dona Laís - para sempre!

Seu amigo, sinceramente,

Ralf

Amigos,

Trarei sempre ativa na memória e no coração a lembrança daquela personalidade

realizadora que me acolheu com carinho e grande incentivo em todos os momentos de

"meu batismo" no universo Waldorf.

Que a Luz divina, D. Laís, possa aquecer e ancorar sua alma nessa passagem.

E que essa mesma Luz possa iluminar e confortar a sua família.

Fabi, muita força, minha querida, a você e aos seus.

Dulciene

Lamentei muito não ter ido ao velório de minha querida dona Laís! Mas estive

em pensamentos lá com vocês! Meus alunos quiseram fazer um desenho em seus

cadernos de d. Laís ensinando-me alemão. Um aluno fez um coração e escreveu

"LIEBE"! Eles perceberam o amor que eu sinto por ela!

Gostaria de expressar meus sentimentos e dizer que sua mãe foi uma pessoa muito

marcante em minha vida!

Beijos Elisa Manzano

Page 32: Memorial Dona Lais

32

Conheci Laís nos idos de 2002, na inauguração do Projeto Salva Dor. Estivemos

juntas em várias vivências... A despedida é sempre triste, mas, no meio dela, lembro

desse exemplo magnífico que Laís nos deu, de lutar com garra e leveza pelo cuidado

com as crianças, pela manutenção dos valores humanos, pela elevação espiritual das

pessoas. Que Deus console a toda a família e amigos.

De noite poderemos olhar pro céu e ver a estrelinha Laís brilhando lá, na

Via Láctea... Dando adeus prá gente.

Um abraço,

Dadau

Não conheci a Sra Laís, pessoalmente, mas foi um dos primeiros nomes que

conheci ao fazer contato com a Pedagogia Waldorf aqui, na Bahia.

Sei que muito do que chega até mim, como exemplo e experiência prática, têm a

sua participação.

Dessa forma, sou-lhe também grata, já que são os frutos do seu trabalho que

ajudam a enriquecer o meu conhecimento e prática nesta área.

Muita luz para ela...

Força aos seus familiares.

Cacilda

Querida Laís,

É impossível passar por você sem acordar para alguma realidade, sem aprender

algo, sem se admirar, enfim,

Descansa, você merece!

Obrigada por tudo.

Selma Crepaldi

Page 33: Memorial Dona Lais

33

Dona Laís,

Só memórias boas guardo comigo em meu coração!

Te amo, vai em paz, Vai com Deus.

Gratidão!

Cris Boog

Gratidão e alegria pela missão cumprida por Lais

Com carinho à Família Naka

Andréa Mourão

Querida Laís

Que um caminho de luz te leve ao encontro do Senhor. Obrigado por tudo que

fizeste por meus filhos e pelo contato que tivemos tão gratificante. Descanse em paz

e colha os frutos que plantou nesta vida e que agora frutificaram depois do portal.

Lembranças de Sérgio e Raphael Gallo

Bateu uma saudade muito forte e senti que ela tinha partido, tenho a sua voz

grava em meus ouvidos , reclamando e pintando o sete comigo, .

depois riamos feito criança. Que mulher forte e inteigente! que cabeça! voces sao

uns privilegiados,exemplo de vida e firmeza. essa mulher

"Dona Lais" se despediu de mim com muito glamur, ofereceu-me um jantar em seu

apartamento comemos bememos e rimos muito da minha falta de jeito com os

palitinhos e ela sempre

elegante me ensinando. Salve, Salve, Querida Lais Naka quero guarda sua

imagem sempre assim, forte, guerreira.

Um forte abraço a todos

Page 34: Memorial Dona Lais

34

a voce Fabiana, Patricia, Luiz e Sr Juaquim.

Ligia

“O calor que aquece a minha alma

A luz que ilumina o meu olhar

São forças para ver com calma

O caminho que devo trilhar”. (R.S)

Companheira, amiga; É assim que em poucas palavras descrevo D. Laís.

Hoje, fisicamente, não esta entre nós; Porém podemos vê-la em tudo que olhamos

aqui. Desde a maneira de falar, contar historia, nos retratarmos com as crianças,

as músicas, os poemas, a estrutura da sede enfim tudo é um pedaço de D. Laís

deixado para nós. Até a comida que às crianças é dada, a sardinha da panela de

pressão, as berinjelas, suco de cenoura com limão, olha ai, como podemos esquecê-

la? Eu a vejo em tudo. Só peço a Deus que seu Espírito tenha descansado em

paz.

Lutas, tristezas, decepções, alegrias, conquistas e vitórias fazem parte de uma

trajetória de vida. Nada foi em vão! Tudo que sou tudo que aprendi quando aqui

cheguei, devo tudo a esta batalhadora e incansável mulher que não se intimidava em

nada, sempre otimista.

Valeu D. Laís e saiba suas obras serão sempre lembradas.

Ana Rita

Na vida nós temos muitos encontros, para mim o encontro com sua mãe foi muito

significativo, foi um presente conhecer uma mulher tão forte, uma batalhadora que

Page 35: Memorial Dona Lais

35

estava sempre incentivando as pessoas ao seu redor a ir além e a realizar sempre

mais. E foi o que ela fez também com os filhos e com você Fabiana no projeto

Salva - Dor.

Parabéns pelo trabalho que vocês realizaram juntas no Projeto Salva - Dor.

Eu me lembrei de um poema do Mario Quintana que diz assim:

"A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?

Em meio aos toros que desabam cantemos a canção das chamas. Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida..."

Sua mãe foi sem dúvida foi uma chama bela e alta, que ela possa agora seguir seu

caminho evolutivo em paz.

Um grande e carinhoso abraço,

Patrícia.

Bitu, a verdadeira Paz você encontrou agora, ao lado do nosso Criador,

Desfrute, pois esta Felicidade é Eterna!

Com carinho da sua

"Branca", "Rose" ou "Rosa".

Estas são algumas de muitas mensagens e imagens que vivemos com

nossa querida mãe, irmã, esposa, professora e amiga

Lais Vasthi Manhães Naka.

Page 36: Memorial Dona Lais

36

“Óh Senhor dos mundos,

deixa a sua meiga luz,

em meus olhos repousar.

Como as lindas flores

abrem as corolas,

para receber a luz do sol.

Deixa a Deus seu calor

sua luz e seu amor

em mim penetrar”...

Missão cumprida Bitu!