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MATERIAL DE COMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR 8 SEMANA 27/04

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MATERIAL DE COMPLEMENTAÇÃO

ESCOLAR

8 SEMANA 27/04

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CONTATOS E/SUBE/CMP Telefones: 2976-2294 / 2976-2315 [email protected]

EDIGRÁFICA EDITORAÇÃO E IMPRESSÃO MIGUEL PAIXÃO SUPERVISÃO GRÁFICA

MARCELO CRIVELLA PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SUELI PONTES GASPAR SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO REJANE PEREIRA FARIA DA COSTA SUBSECRETARIA DE ENSINO MATERIAL DE COMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR 1.1 MARIA DE FÁTIMA CUNHA SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA COORDENADORIA DE MATERIAL PEDAGÓGICO LINCOLN MARCO DA SILVA SALLES ELABORAÇÃO VAGNER LÚCIO DE LIMA REVISÃO GRAMATICAL MATERIAL DE COMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR 1.2 MARIA INÁCIA ALVARENGA COUTINHO DA SILVA UELTON DE MENDONÇA SOUZA COORDENADORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL WELINGTON MARTINS MACHADO ELABORAÇÃO PEDRO VITOR GUIMARÃES RODRIGUES VIEIRA DESIGNER E DIAGRAMADOR

Procure no seu celular um aplicativo leitor de QR Code e mire no código. Ele irá direcioná-lo para o material que estiver estudando. Caso o seu celular não tenha nenhum aplicativo com essa função, baixe-o, gratuitamente, na sua loja de aplicativos.

QR CODE

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Mire a câmera do seu celular nesta imagem

ao lado ou use o link para acessar o formulário

Material de Complementação Escolar e

participe: https://forms.gle/tP7PUchEna71h1zu6.

Formulário Material de Complementação Escolar

(Aluno/Responsável)

Querido(a) aluno(a),

Prezado(a) responsável,

Queremos ouvir vocês!

Na semana do dia 20 de abril de 2020, a Secretaria Municipal de Educação

disponibilizou o formulário Material de Complementação Escolar.

Nós buscamos manter o contato com o (a) aluno(a) e a família neste momento em

que o distanciamento social se faz necessário.

Participe e responda! É fundamental que o responsável ou um adulto da família

coopere no momento do preenchimento das respostas desse formulário.

Juntos, vamos conseguir manter a chama da Educação acesa em nossa Cidade!

APROVEITE A OPORTUNIDADE!!! CASO NÃO TENHA RESPONDIDO, VOCÊ AINDA TEM TEMPO.

PARTICIPE!!!

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Olá, aluno(a),

Neste Material Complementar sua missão será escrever!

Você já parou para pensar que a escrita, principalmente refletindo no tempos

atuais, pode ser uma excelente ferramenta para deixar os nossos corações mais leves?

Sim! Escrever é deixar extravasar as nossas emoções, sentimentos e

fantasias... É compartilhar com o papel os nossos pensamentos, felicidades, esperanças e

sonhos... É uma oportunidade de ser autor(a) de textos inspiradores que podem contagiar

a muitos...

É também guardar para sempre... registrar. Construir um acervo para a

qualquer momento visitar. A palavra escrita permanece. É por ela que contamos histórias.

É com ela que fazemos história!

Você, aluno(a), é autor(a) da sua história. E, cada vez mais competente na

escrita, é dono(a) da sua palavra. Pode contar a sua história, pode criar, pode imaginar,

pode emocionar... PODE! Tem o poder de. Desejamos que assuma esse poder cada vez

mais, tome sua palavra como autor(a) e siga contando e construindo histórias pela vida!

Aproveite este material elaborado com muito carinho para você.

Equipe da Coordenadoria de Material Pedagógico

Subsecretaria de Ensino

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ORIENTAÇÕES AOS RESPONSÁVEIS

Senhor(a) responsável, diante da difícil situação e do momento doloroso

pelo qual todos nós estamos passando por conta da pandemia do novo coronavírus,

estudar junto e escrever sobre sonhos e esperança são, sem dúvida, formas de

alimentar a nossa crença em dias melhores.

O objetivo dessa atividade é fazer com que o(a) aluno(a) realize a escritura

de uma crônica. A proposta e todas as orientações estão presentes neste material e

precisam ser lidas, consultadas e seguidas. Por esse motivo, contamos com a sua

colaboração, que é fundamental neste processo.

Caso tenha alguma dúvida, releia junto com o(a) aluno(a) o material e/ou

consulte o Material Didático Carioca. O sucesso desses exercícios de escrita depende

também da leitura e análise dos textos, selecionados para que o(a) aluno(a) tenha

inspirações e ideias para escrever.

É preciso planejar a escrita antes de o texto ter a sua versão final,

lembrando sempre do tema, da mensagem otimista aos colegas na volta às aulas e da

linguagem adequada aos leitores. Planejar o texto significa ficar atento ao que foi lido,

pensar nas ideias que cada parágrafo vai ter, para que o texto construa sentidos. Os

quadros 1: Estrutura da Narrativa e 2: Elementos da Narrativa certamente podem

orientar na elaboração da crônica.

Dessa forma, a estrutura do texto terá uma situação inicial ou a

apresentação do que será falado e desenvolvido, um acontecimento ou questão capaz

de fazer a história ganhar um impulso e prosseguir. Seria interessante que a crônica

tivesse também um momento de maior tensão ou clímax até chegar ao final. É

necessário também pensar em um título condizente com o que está sendo contado e

que a crônica seja escrita na primeira pessoa.

A importância do rascunho e da reescritura do texto se justifica para o(a)

aluno(a) empregar adequadamente os sinais de acentuação gráfica, as regras básicas

de ortografia, juntamente com as concordâncias e regências gramaticais.

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Nunca pare de sonhar Gonzaguinha Ontem um menino Que brincava me falou Hoje é a semente do amanhã Para não ter medo Que este tempo vai passar Não se desespere, nem pare de sonhar Nunca se entregue Nasça sempre com as manhãs Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar Fé na vida, fé no homem, fé no que virá Nós podemos tudo, nós podemos mais Vamos lá fazer o que será [...]

https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/46281/

https://www.youtube.com/watch?v=4hd64vdEmLo&list=RD4hd64vdEmLo&start_radio=1&t=13

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Para assistir ao vídeo acima e cantar a canção Nunca Pare de Sonhar junto com Gonzaguinha, entre no link ou

acesse o QR Code. Aproveite!

Texto 1

Olá, aluno(a) protagonista carioca! A missão de hoje será: escrever uma crônica! Antes disso, trazemos leituras para você refletir e criar! O texto 1 é uma bela letra de canção. Na página seguinte, o texto 2 traz uma crônica para você ler com todos os seus sentidos! Todos os textos escolhidos servem para você se inspirar... Aproveite!

Trecho da letra de canção Sonhos, de Caetano Veloso: “[...] Tenho um sonho em minhas mãos Amanhã será um novo dia Certamente eu vou ser mais feliz”

https://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/sonhos.html

Trecho do samba-enredo, de 1992, da GRES Mocidade Independente de Padre Miguel: “Sonhar não custa nada O meu sonho é tão real [...]”

https://www.letras.mus.br/mocidade-independente-de-padre-miguel/47467/

Trechos inspiradores...

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Não basta apenas sobreviver. Para viver é preciso sonhar

Karen Curi

O que seria de nós, com todos os nossos medos, incertezas e angústias, sem o reconforto que a esperança nos dá? O viver não passaria de um purgatório sem saída ou uma prisão perpétua, a sensação indefinida de respirar por aparelhos. Uma tristeza profunda acomete os desiludidos e incrédulos, essa gente que vive dia após dia na passividade e aceitação do que a vida dá em doses homeopáticas. Seres desinteressados e desanimados, indiferentes com o amanhã, são miseráveis em sua escassez de paixão, de vontade… De viver. Só quem tem esperança é capaz de sonhar. E quem sonha, seguramente, é mais feliz! Qual seria o sentido da vida se tudo não passasse de uma cronologia que demanda acordar, cumprir obrigações e dormir? Assim, sucessivamente, mecanicamente, previsivelmente. O grande barato de estar vivo é, justamente, sentir-se vivo! E isso significa ter vontade, ter gana, tirar um pouco os pés do chão e tocar o céu, de alguma forma, de qualquer maneira. A realidade é tão massacrante que, se não houver uma válvula de escape ou uma saída de emergência, a tendência é sufocar e implodir dentro de nós mesmos. Até que em algum momento nos tornamos as cinzas do que fomos, caminhando por aí com uma enorme sombra sobre as nossas cabeças, maldizendo a vida e os vivos. Muito mais do que uma sucessão de acontecimentos diários, rotineiros, e a falta de perspectiva amarrada às pernas, viver é sonhar! A ideia é essa, estamos aqui para isso, para fazer planos e nos deixar levar por eles, acreditando numa probabilidade, em dez, em cem. Agarremo-nos aos sonhos e ao prazer de voar! Ter esperança é sonhar acordado, acreditar na mudança, no recomeço, na sorte… É ter fé. A esperança tem cheiro, tem gosto, forma, toque e mãos para segurar e caminhar entrelaçados e confiados por aí. É hora de quebrar o cofre que está entupido de descrenças, medos e precauções, trocar todas as fichas por novas possibilidades. Isso. Vai lá e troca tudo que você economizou por tanto tempo com pavor de gastar e faltar, ou falir. Confie em mim. Esperanças se multiplicam, elas nunca acabam. A vida é muito curta para deixar que ela escorra entre os dedos, que rasteje no chão, pequena e pouca, apática, murcha. Com previsibilidade e monotonia todo entorno aborrece, perde a cor. O conforto que eu tenho é a segurança de que todos nós, seres vivos, temos duas opções certeiras no manual de sobrevivência terrena: Tentar ou desistir. Eu escolho, sempre, a primeira opção. Se não der certo, ao menos houve a experiência, a vivência [...] Eu acredito que esperançar é uma maneira que encontramos de lutar pela nossa própria vida. É como se mostrássemos aos outros e a nós mesmos o tamanho da nossa força, que tem sangue correndo nas veias, que o pulso ainda pulsa, e que respiros e suspiros não bastam para existir. A vida toma outro sentido, incrivelmente amplo, quando nos permitimos voar. Não basta apenas sobreviver. Para viver é preciso arriscar, é preciso querer, é preciso sonhar.

Adaptado de https://www.revistabula.com/3934-nao-basta-apenas-sobreviver-para-viver-e-preciso-sonhar/

Texto 2

Vamos ler a crônica, para sonhar cada vez mais... Que nunca nos falte a vontade de acreditar que tudo pode e vai melhorar! Se é para ter esperança, estamos juntos nessa com você! Boa leitura!

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Vamos retomar alguns conceitos sobre a crônica para que você possa criar seu texto? A crônica, como você já sabe, é um texto narrativo que parte de algo simples do dia a dia que aconteceu e que, por alguma razão, despertou e atraiu a atenção do(a) cronista, provocando-o(a) e o/a incentivando para escrever. Essas reflexões escritas tentam traduzir sentimentos e percepções que cercam a nossa vida...

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Os textos que você leu falavam que podemos sonhar, tanto para conquistar aquilo que desejamos, quanto para ter maiores esperanças por dias melhores sempre. Precisamos de qualidade de vida!

Agora, você vai relembrar o que é a crônica e, em seguida, conhecer o tema sobre o qual vai escrever!

Para revisar esses conteúdos e saber mais sobre essa atividade, consulte o seu Material Didático Carioca nas páginas 21, 31, 36 e 38.

Oi! Me

consulte!

Relembrando: a crônica, além das reflexões que conhecemos, pode conter também... - humor; - fatos históricos; - citação de versos; - descrição detalhada das ações.

Vamos falar um pouco mais sobre sonhos e desejos? Cada um dos textos 1 e 2, que você leu neste material, fala da importância de sonhar e ter esperança. Quando sonhamos, costumamos manifestar a vontade de realizar nossos planos. Para que isso possa acontecer, é preciso acreditar na vida, na construção de novas ideias e na mudança da realidade que nos cerca: sonhar é além... Com base nas leituras dos textos dessa atividade, a sua crônica será sobre os seus sonhos e desejos. Reflita: o que é sonhar para você? O que você tem sonhado para si mesmo(a) hoje? Que sonhos podem ser bons ao seu futuro? Como você sonha o mundo no futuro? Tente se imaginar em uma conversa descontraída com o seu leitor, como se esse fosse um amigo(a)! Que tal, em sua crônica, escrever uma mensagem positiva do tipo “nunca deixe de sonhar, de acreditar...” para ler com os seus colegas na volta às aulas? Lembre-se: a sua narrativa deverá ter inicio, meio e fim, em parágrafos, estar na primeira pessoa e ter um título! Confira as orientações na página seguinte!

Observe a temática proposta abaixo para saber sobre o que você vai escrever!

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Quadro 1 - Estrutura da narrativa

Início, apresentação ou introdução

Apresentação da história de sua crônica. Início do que será contado ao leitor.

Desenvolvimento das ações na narrativa

Ações da personagem (ou das personagens). Acontecimentos que levaram a personagem a refletir, a pensar sobre o tema.

Clímax O momento que tornou a história emocionante.

Desfecho ou final Momento em que a narrativa tem uma conclusão.

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A seguir, você vai relembrar as orientações nos quadros abaixo sobre a estrutura e os elementos que podem compor uma narrativa para você construir o seu texto! Ao final da página, aproveite o espaço para rascunhar a sua crônica! Lembre-se do título, da revisão de seu texto e do tema proposto na página anterior! Mãos à obra!

Quadro 2 - Elementos da narrativa

Foco narrativo Narrador em primeira pessoa: o narrador é personagem, ou seja, articula os acontecimentos e desses participa.

Personagens Aqueles que farão parte da crônica: protagonista (principal), oponente ou antagonista, coadjuvante...

Tempo Em que momento ou quando a história acontece?

Espaço Onde acontece a crônica? Em qual lugar se deram os acontecimentos?

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Em seu Material Didático Carioca deste semestre e no material de complementação, que temos lhe enviado, você tem estudado sobre o gênero “Crônica”. Vamos estudar mais? Leia a crônica argumentativa a seguir, sobre como as crônicas podem nos ajudar a entender (e a nos entender ), neste momento de isolamento.

(Adaptado de WERNECK, Humberto. A solidão e a sosinhez. Postado em 31/3/2020, em rés do chão, no Portal da crônica brasileira. Disponível em https://cronicabrasileira.org.br/res-do-chao/13801/a-solidao-e-a-sozinhez )

A SOLIDÃO E A SOSINHEZ Humberto Werneck

br.freepik.com

Neste momento em que estamos – ou deveríamos estar – fechados em casa, muitos de nós sem ter quem nos faça companhia, há quem sinta falta, também, de palavras que em língua portuguesa que deem conta dos diferentes sentimentos de estar sozinho. Não nos basta, de fato, o substantivo “solidão”. Problema que não tem o idioma inglês, servido por loneliness, aplicável quando a falta de alguém ao lado seja um peso no corpo e na alma, e também por solitude, para aqueles casos em que estar sozinho, longe de ser um peso, pode ser desejável. Até existe em português o termo “solitude”, mas como sinônimo menos utilizado de solidão. Fique aqui a sugestão de nos apropriarmos da palavra “sosinhez”, criada por Paulo Mendes Campos na sua delicada crônica “Para Maria da Graça”, e de injetarmos nela a ideia, que ali não está, de uma solidão, digamos, benigna, bem diversa daquela, pesada, que nos faz sofrer.

A leitura de nossos cronistas pode deixar mais clara, se preciso for, a ideia de que há solidão boa e solidão ruim. Paulo Mendes Campos, já que falamos nele, escreveu sobre a solidão pesada – na belíssima crônica “Talvez”, em que “as barreiras do mundo” se fecham sobre um homem. Ou em “O galo”, crônica de juventude, na qual, vendo “esfacelar-se” nas esquinas o grupo de amigos com quem cruzava a madrugada, o personagem termina por se ver “sozinho com o seu destino”. Já em “Um homenzinho na ventania”, o cronista acompanha a errância de um homem nas ruas do Rio de Janeiro, tomado por um vendaval tremendo, no dia em que, melancolicamente, chegava aos 40 anos de idade.

Já Rubem Braga se divide entre a “solidão” e a “sosinhez”. A primeira aparece, por exemplo, em “A mulher esperando o homem”, na qual a personagem se vê “sujeita a muitos perigos entre o ódio e o tédio, o medo, o carinho e a vontade de vingança”. Em “A casa”, por fim, sonha com uma morada ideal, na qual haja “um canto bem escuro” em que “possa ficar sozinho, quieto, pensando minhas coisas”.

Outro de nossos grandes cronistas, Antonio Maria, em “Amanhecer no Margarida’s”, fechado em despovoada intimidade, se felicita: “Que delícia estar sozinho!” E conclui que “A grande felicidade seria a de estar-se inteiramente só, em companhia de alguém”. Matéria de reflexão, quem sabe, a dois ou não, para os vagares destes dias de reclusão forçada...

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1. O assunto da crônica é a solidão. Que ideia principal (ou opinião) sobre o assunto o

cronista defende em sua crônica? Transcreva do texto um trecho que expressa essa ideia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

2. O cronista usa, como argumento para defender sua ideia, o recurso da

intertextualidade. Explique essa afirmação. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3. Por que, para o cronista, o idioma inglês não tem um problema que o nosso tem? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

4. Que efeito de sentido tem o uso do tipo diferente de letra (itálico) nas palavras loneliness e

solitude? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5. Explique os diferentes sentimentos expressos nessas duas palavras do idioma inglês. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. A palavra “sosinhez” sempre existiu em nosso idioma? Explique a sua criação. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7. Como o cronista sugere que incorporemos ao nosso idioma a palavra sosinhez? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. No trecho “injetarmos nela a ideia, que ali não está”, a que lugar se refere o termo em destaque?__________________________________________________________________

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9. Que cronistas aparecem citados na crônica e por quê são citados? __________________________________________________________________________

10. Uma crônica citada, de Paulo Mendes Campos, diz que ‘vendo “esfacelar-se” nas

esquinas o grupo de amigos com quem cruzava a madrugada, o personagem termina por se

ver “sozinho com o seu destino”.’ Que sentido tem a palavra em destaque? __________________________________________________________________________

11. No desfecho da crônica, que sentido tem a expressão “fechado em despovoada

intimidade” ________________________________________________________________ 12. O que seria “a grande felicidade”, na opinião do escritor Antonio Maria? _________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

13. No desfecho da crônica “os vagares destes dias de reclusão forçada...”, que sentido

tem o termo em destaque?

__________________________________________________________________________ 14.Nesse desfecho, que ideia seria, para o cronista, “matéria de reflexão”? __________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________ 15. Escreva, abaixo, o que você pensou, a partir da reflexão que o cronista nos deixou. __________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Você pode ler as crônicas citadas no texto e outras mais de nossos grandes cronistas, acessando o “Portal da crônica brasileira” : https://cronicabrasileira.org.br/

Você pode, ainda, assistir ao episódio “Um vídeo sobre a nossa vida: crônica”, da série “Morde a Língua”, da MultiRio. Aliás, pode assistir à série toda, uma série muito bem produzida, Você vai se amarrar! Disponível no Youtube. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=xNhlVXCdE4U&list=PLPdaje007PVgOfmIZaFsCb6lZbLbVKO_G&index=7

multirio.rj.gov.br

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Viva a tristeza! (fragmento)

Não, não vou falar mal da tristeza, não seria justo. Eu devo a ela minhas profundidades,

minha imaginação, minha volta por cima. Graças a ela vislumbrei coisas importantes para

mim. Músicas que várias pessoas conhecem. Cartas, textos, coisas que ninguém vai ler,

mas que me serviram em algum momento. Mergulhei no pôr do sol, uivei pra lua, encostei a

cabeça na janela naquele dia de chuva e ouvi a música mais linda do mundo. [...] Um olhar

positivo para a vida é sempre fundamental, mas, neste mundo em que vivemos, ter como

exigência o riso é quase uma falta de respeito... ou de consciência. Sei lá, vejo as pessoas

querendo morrer de rir; muitas vão ao teatro só se for comédia, e isso me assusta um

pouco. Se não entrarmos em contato com as consistências das coisas e suas eventuais

tristezas, como podemos acreditar na alegria, quando ela vem?

(ZÉLIA DUNCAN, jornal "O Globo", em 17/08/2008)

16. Na opinião da cronista, não seria justo falar mal da tristeza. Com que argumentos ela

justifica sua opinião? __________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

17. Localize no texto os dois termos que sublinhamos, “mas” e “se”, e diga que circunstância

cada um indica e que ideias relaciona no trecho em que aparece.

mas: ______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Se: ________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 18. O que se pode concluir, a partir do que o texto nos diz?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Leia, agora, um texto que fala da tristeza como um momento de sentir a “boa solidão”, com a qual aprendermos a reconhecer e a valorizar a alegria, quando ela vem.

Conversando sobre o texto...

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Trabalho feito, você pode copiar ou digitar a forma final de sua crônica. Pode também produzir um vídeo narrando oralmente a crônica e ilustrando sua narrativa com imagens.

Compartilhe sua crônica!

br.fr

eepi

k.co

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Observe, agora, na tirinha abaixo, o desejo de uma criança para “quando crescer”.

SCHULZ. Charles M. Peanuts completo. Porto Alegre: L&PM, 2016.

Reflita sobre o título “Viva a tristeza!”, relacionando-o com o sentido do texto. Converse sobre o tema com as pessoas que lhe são próximas.

Você, agora, será o cronista!

Faça uma reflexão sobre um

aspecto do nosso dia a dia: as

diferentes maneiras de sentir e

de expressar sentimentos de

alegria ou de felicidade. A partir de sua reflexão, você

escreverá uma crônica em que fale sobre o assunto, expressando uma ideia principal (uma opinião sua sobre o assunto), argumento(s) que defenda(m) sua ideia e a conclusão a que chegar sobre o assunto.

Planeje sua crônica, antes de escrevê-la.

Divida sua crônica em parágrafos: um, de

introdução, com a apresentação do assunto

e da ideia principal; outro ou outros, de

desenvolvimento, em que apresente e

desenvolva o(s) argumento(s) que vai usar

para defender sua ideia; e, finalmente, uma

conclusão a que você chegue sobre o

assunto. Dê um título à sua crônica. Use a linguagem característica das crônicas, linguagem leve, coloquial, como se você estivesse conversando com o leitor. Escreva, revise, reescreva, até chegar à forma final de sua crônica.

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2. Ele cita trechos de outros textos, de cronistas que tratam do assunto em algumas de suas crônicas.

3. Porque o idioma inglês tem palavras diferentes para nomear estados diferentes para o mesmo sentimento de solidão.

4. Efeito de destacar que se tratam de palavras de ouro idioma, que não da língua portuguesa.

5. A palavra lonelines serve para expressar a solidão ruim, pesada para quem a sente; a palavra solitude serve para expressar o sentimento de solidão, não como um peso, mas como algo até desejável.

6. A palavra “sosinhez” se trata de uma palavra nova, um neologismo criado por um escritor para expressar um estado de boa solidão.

7. O cronista sugere nos apropriarmos do neologismo “sosinhez” , como palavra de nosso idioma, para expressar a ideia de uma solidão boa, diferente da solidão ruim, que faz sofrer.

8. Na crônica de Paulo Mendes Campos, “Para Maria da Graça”, onde a palavra nova, “sosinhez”, foi usada.

9. Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Antonio Maria. Eles são citados por terem escrito crônicas que tratam do mesmo assunto, a solidão, de diferentes formas.

10. Com o sentido de reduzir-se (querendo dizer que o grupo de amigos foi diminuindo à medida que alguns deixavam o grupo para voltar a suas casas).

11. Com o sentido de uma pessoa se sentir sozinha consigo mesma.

1. O aluno pode retirar os trechos como “...há quem sinta falta, também, de palavras que em língua portuguesa deem conta das nuances embutidas na condição de quem está sozinho..” , “Não nos basta, de fato, o substantivo “solidão”, sobrecarregado na empreitada de expressar estados sutilmente diversos.” ou “...a ideia de que há solidão boa e solidão ruim.”

GABARITO

16. Os argumentos são os de que a tristeza pode ser momento de reflexão, de autoconhecimento, e de aprendermos a dar valor aos momentos de alegria.

17. mas – indica uma circunstância adversativa, relacionando como opostas as ideias de ter de olhar positivo para a vida e a da exigência de rir, de mostrar-se alegre o tempo todo.

Se – indica uma circunstância condicional, indicando que a ideia de viver com os pés na realidade, sabendo que a tristeza faz parte da vida, é condição para acreditar que se pode ser feliz e dar valor à alegria.

18 Espera-se que o(s) aluno(a) conclua que momentos de tristeza, de solidão, fazem parte da vida e que podem ter um valor positivo, se forem vividos como momentos de reflexão sobre a vida, momentos de cada um se conhecer melhor, de descobrir novas coisas, de cada um aprender a se respeitar e a respeitar os outros, e de dar valor à vida, às alegrias que a vida nos traz.

13. Sentido de estar sem compromisso, sem ocupação, sem obrigações, disponível para si mesmo.

14. A ideia da boa solidão, ou seja, de poder e saber ficar inteiramente só, tirando bom proveito disso.

15. Resposta pessoal.

12. A grande felicidade seria poder ficar ou se sentir inteiramente só, em companhia de alguém.