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WORKSHOP: CIDADES RESILIENTES Mitigação Medidas para a Atenuação de Eventos Mário Macedo Setembro 2010

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Page 1: Mario Macedo ISEC

WORKSHOP: CIDADES RESILIENTES

Mitigação – Medidas para a Atenuação de Eventos

Mário Macedo – Setembro 2010

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O risco é real…Fuga de ácido. China. 18SET2010

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O ciclo do “desastre”

Mitigação

PreparaçãoResposta

Recuperação

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Mitigação – Definições

NFPA 1600:2007

Actividades adoptadas para reduzir a severidade ou consequências de uma emergência

Michael Wallace & Lawrence Webber in TheDisaster Recovery Handbook

Algo que se faz para reduzir a probabilidade de ocorrência ou a dimensão do dano provocado por um evento que não possa ser evitado

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Mitigação – Definições - #2

Damon Coppola in Introduction to Internacional Disaster Management

Qualquer esforço sustentado com o objectivo de reduzir a probabilidade e/ou as consequências de um risco

Page 8: Mario Macedo ISEC

Em qualquer dos casos…

A mitigação, que alguns autores referem como prevenção ou redução do risco, é frequentemente considerada como a pedra angular da gestão da emergência (FEMA 2005)

Enquanto os restantes três componentes do ciclo da gestão da emergência são aplicados quer na reacção a eventos ou na antecipação das suas consequências, as medidas de mitigação têm por objectivo reduzir a probabilidade ou as consequências de um evento antes da sua ocorrência

Page 9: Mario Macedo ISEC

Porquê mitigar?

A construção de habitação e outros equipamentos em áreas ameaçadas tem aumentado

Eventos de pequena/média dimensão (uma tempestade, por exemplo) podem provocar danos consideráveis

A engenharia possui capacidade para, através de medidas pouco dispendiosas, reduzir significativamente os danos

Page 10: Mario Macedo ISEC

Cenoura ou chicote?

Poderão apenas as leis do mercado serem bem sucedidas na implementação de uma estratégia de mitigação ou a política da coacção é a única opção?

Page 11: Mario Macedo ISEC

Chicote…

Desencorajar ou proibir o desenvolvimento em áreas de risco

Implementação, com fiscalização rigorosa, dos códigos de construção

Desenvolver novos códigos de construção para outros tipos de risco

Page 12: Mario Macedo ISEC

Cenoura…

Para o mercado funcionar tem de haver procura para o produto

Os pressupostos assumidos para a mitigação é que existe uma procura muito reduzida de medidas de mitigação

Sem procura, confiar “apenas” nas soluções do mercado é (ainda) utópico.

Page 13: Mario Macedo ISEC

Objectivos da mitigação

Redução da probabilidade

Possível para a generalidade dos riscos de origem antropogénica

Aplicação limitada em riscos de origem natural (cheias,…)

Redução das consequências

Possível para riscos de todos os tipos de origem

San Bruno (Califórnia). Setembro 2010

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Tipos de mitigação

Estrutural

Envolve a implementação de medidas de engenharia ou de outras alterações com vista à redução da probabilidade ou consequências

Não estrutural

Envolve modificações no comportamento humano ou processos sem recurso a medidas de engenharia

San Bruno (Califórnia). Setembro 2010

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Mitigação estrutural

Construção resistente

A melhor forma de assegurar que uma estrutura irá resistir aos esforços infligidos pelos riscos é projectá-la com esse fim

Nem sempre os projectos têm de ser muito elaborados…

Construção acima dos níveis e cheia anuais. Província de Guayas, Equador

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Mitigação estrutural

Códigos de construção

Forma de as autoridades assegurarem que as populações aplicam princípios mínimos de construção resistente

Exemplos:

Acelerações laterais e/ou verticais (sismos)

Cargas laterais ou pressões verticais (tempestades, ciclones, ventos fortes)

Isolamento térmico (incêndios estruturais e/ou florestais)

Cargas nas coberturas (nevões, queda de granizo e/ou cinzas)

Pressão hidrológica (cheias, inundações)

Page 17: Mario Macedo ISEC

Mitigação estrutural

Códigos de construção (contras…)

Qualquer acréscimo da resistência da construção traduz-se num aumento dos custos

Redução das margens de lucro dos promotores

Obriga ao acréscimo dos custos de verificação/ inspecção de conformidade

Muito dependente da qualificação dos técnicos e inspectores

Page 18: Mario Macedo ISEC

Mitigação estrutural

Relocalização

Dos receptores do risco

Do risco

Nem sempre é possível (exemplo: património cultural)

Exemplos

Deslocalização (90m) do templo Abu Simbel (Egipto) antes do enchimento da barragem de Assuão

Aldeia da Luz

Alemanha

Cidade de Valdez (Alasca). Deslocada cerca de 6km por estar construída sobre solos instáveis

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Mitigação estrutural

Modificação estrutural

Alterações em estruturas localizadas em áreas de risco de modo a que possam resistir aos esforços previstos

Silo automóvel reforçado estruturalmente. Cidade do México

Page 20: Mario Macedo ISEC

Mitigação estrutural

Construção de abrigos comunitários Para protecção de vidas contra as consequências dos riscos

Utilizáveis quando for improvável ou irrealista admitir que os membros de uma comunidade se possam proteger por si mesmos nas suas casas ou em outros locais

Implica um sistema de aviso antecipado e a educação das populações

Abrigo comunitário contra furacões. BaldwinCounty. Alabama. EUA

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Mitigação estrutural

Construção de barreiras e sistemas de deflecção ou retenção

Barreiras – têm por função absorver a energia do impacto

Barreiras do sistema de protecção contra cheias do Rio Tamisa. Londres. Reino Unido

Novas barreiras do sistema de protecção contra cheias em New Orleans. EUA

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Mitigação estrutural

Construção de barreiras e sistemas de deflecção ou retenção

Barreiras – Aplicações Paredões

Portões/Eclusas

Espaços defensivos (contra incêndios florestais)

Protecção contra deslizamento de massas

Isolamento e contenção (bacias de retenção em armazenagem)

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Mitigação estrutural

Construção de barreiras e sistemas de deflecção ou retenção

Sistemas de deflecção – projectados para desviar a acção física do risco de modo a evitar que as estruturas situadas no caminho inicial sofram dano

Exemplos

Desvios de avalanches

Canais / caminhos de escape

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Mitigação estrutural

Deflecção - Exemplos

Canal de escoamento no Lago Hayes, Roseau River (Minnesota), EUA

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Mitigação estrutural

Construção de barreiras e sistemas de deflecção ou retenção

Retenção – Projectados para conter o risco prevenindo a libertação de energia

Exemplos:

Barragens

Estabilização de vertentes

Page 26: Mario Macedo ISEC

Mitigação estrutural

Retenção - Exemplos

Trabalhos de estabilização da vertente Sul da Serra da Arrábida (EN 379-1)

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Mitigação estrutural

Modificação física

Alteração do “paisagem” de modo a reduzir a probabilidade ou as consequências dos riscos

Exemplos Regularização de vertentes

Drenagem de vertentes

Construção de patamares em vertentes

Ancoramentos e reforços

Remoção/substituição de solos

Posse de áreas alagáveis

Dragagem, limpeza e regularização de leitos

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Mitigação não estrutural

Medidas regulatórias

Ordenamento do território; distâncias de segurança; áreas de protecção; avaliação de compatibilidade de localização; licenciamento; regulação de consumo de recursos naturais; regulamentação da protecção ambiental

Programas de sensibilização educação das comunidades

Educação pública (sensibilização para os riscos, comportamentos, avisos); sistemas de aviso; mapeamento dos riscos

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San Bruno (Califórnia). Setembro 2010

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Mitigação não estrutural

Modificações físicas não estruturais

Fixação de mobiliário, quadros e outros acessórios; remoção ou fixação de “projécteis”;

Controlo ambiental

Demolições controladas; explosões controladas (redução do risco sísmico e de avalanches); queimadas controladas; gestão da floresta; substituição de solos; controlo de vectores

Alteração de comportamentos

Racionamento de recursos; boas práticas ambientais; incentivos fiscais e outras recompensas para práticas seguras

Page 31: Mario Macedo ISEC

Um (mau) exemplo de controlo de vectores

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Quando a mitigação falha

San Bruno, Califórnia, 2010

Kobe, Japão, 1995

Bam, Irão, 2003

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Bam (Irão) – 20036,6 Richter

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Kobe (Japão) - 19957,2 Richter

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Conclusão

Não é possível prevenir uma catástrofe natural mas é possível mitigá-la e planear a sua resposta

Acidentes graves de origem tecnológica são parcialmente preveníveis e é igualmente possível a sua mitigação e planeamento para a resposta

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Conclusão

A teoria por detrás da mitigação de riscos é simples:

Através do investimento de tempo, recursosfinanceiros e planeamento antes da materializaçãode um risco podem obter-se ganhos consideráveisna redução do impacto dos riscos que,inevitavelmente, irão ocorrer.

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Obrigado pela atenção