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Manual de Topografia Sebenta de apoio às aulas do Módulo Curso de Logística em Emergência Arq. Anabela Figueiredo Instituto Politécnico de Leiria, For-CET, EPRM

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Manual de Topografia Sebenta de apoio às aulas do Módulo

Curso de Logística em Emergência

Arq. Anabela Figueiredo Instituto Politécnico de Leiria, For-CET, EPRM

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Manual de Topografia

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topos, lugar, região

graphein, descrever

"descrição de um lugar"

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Índice: Introdução Histórica: ..................................................................................................... 4 Geodesia: ..................................................................................................................... 6 Marcos Geodésicos: ..................................................................................................... 7 Cartografia: ................................................................................................................... 7 Planta ou Plano: ........................................................................................................... 8 Datum horizontal ou planimétrico : .............................................................................. 10 Projecção Cartográfica : ............................................................................................. 11 Escala:........................................................................................................................ 14 Processos de representação do relevo do terreno: ..................................................... 15 Levantamentos Topográficos: ..................................................................................... 15 Curvas de Nível: ......................................................................................................... 17 Perfil de um terreno: ................................................................................................... 20 Algumas formas de terreno......................................................................................... 21 Depressão .................................................................................................................. 21 Representação da Cumeeira: ..................................................................................... 22 Representação do Vale: ............................................................................................. 23 Representação da Linha de Água:.............................................................................. 25 Elevações: .................................................................................................................. 26 Depressões: ............................................................................................................... 28 Legendas das Cartas: ................................................................................................. 29 Distâncias e declives .................................................................................................. 32 Cálculo de declives: .................................................................................................... 33 Orientação .................................................................................................................. 34 Azimutes ..................................................................................................................... 53 Latitude e Longitude: .................................................................................................. 60 Coordenadas Geográficas .......................................................................................... 62 COORDENADAS RECTANGULARES OU ORTOGONAIS ........................................ 64 COORDENADAS MILITARES PORTUGUESAS (GAUSS) ........................................ 64 RECONHECIMENTO DO TERRENO ......................................................................... 70 GIRO DO HORIZONTE .............................................................................................. 70 1ª Fase – Preparação – Estudo no Campo ................................................................. 74 2ª Fase – Exposição – No Campo .............................................................................. 74 Método do relógio ....................................................................................................... 75 Bibliografia: ................................................................................................................. 80

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Introdução Histórica:

TOPOGRAFIA = TOPOS + GRAPHEIN

Lugar Descrever

Topografia – Estudo que trata da representação e descrição detalhada de uma

pequena porção de terra, por forma a bem poder avaliar-se a configuração do solo e

os recursos que apresenta.

Evolução da Topografia: 1 - Vida Nómada – referências de marcha

2 - Stonehenge – Referenciais

3 - Passagem da linguagem para linguagem gráfica para descrever o lugar –

Topográfica

4- Cadastro – Lavrador

5-Sacerdotes e Sábios

Saber = Poder

6 - Chineses

7 – Egipto

8 – Gregos

9 – Romanos

• Hodometro,

Distanciómetro

• Corobates ou nível de

estrada

• Plantas reticuladas

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Segundo Espartel (69) “ a Topografia tem por finalidade determinar o contorno, a

dimensão e a posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre”. Esta

determinação dá-se através da determinação do levantamento planimétricos e

altimétricos, através de medidas angulares e lineares, com o uso de equipamento

apropriado. O conjunto de pontos devidamente calculados e corrigidos, dão origem,

regra geral, ao desenho topográfico, que se denomina “Planta Topográfica”, que é a

representação da “porção de superfície terrestre”, que fora objecto de levantamento.

Os métodos de cálculo e a forma de tratamento e transformação dos pontos

planimétricos e altimétricos, são diversificados.

As técnicas topográficas para cálculo de levantamentos planimétricos e altimétricos,

bem como os cálculos geodésicos de transformação de coordenadas, possuem

conceitos e métodos consagrados no mundo científico, e fazem uso principalmente

dos conceitos da geometria descritiva clássica.

Corobates

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Geodesia: Ciência que estuda a forma da terra estabelecendo critérios uniformes.

A vertical tende a desviar-se para a massa / densidade

Manuel de Azevedo Fortes - Português

- A principal missão científica da geodesia e o estudo da figura (formas e dimensões) e

do seu campo gravitacional, bem como dos outros planetas do sistema solar.

As principais missões científico – técnicas da geodesia são:

a) A elaboração dos mais modernos métodos e instrumentos de alta precisão.

b) Abranger toda a superfície do globo terrestre.

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Marcos Geodésicos: Malha com aproximadamente 4 km de largura.

Cartografia: A cartografia pode ser definida como a ciência ou a arte de expressar graficamente,

por mapas e cartas, o nosso conhecimento da superfície da terra e dos seus vários

aspectos.

Por extensão as “cartas” já alcançam a esfera celeste, outros planetas ou o sub solo.

Os numerosos sistemas existentes de representação cartográfica têm pois cada um,

as suas vantagens e inconvenientes, sendo o critério de escolha de cada um função

dos seguintes parâmetros:

1 – Extensão da região a representar

2 – Configuração da região a representar

3 – Latitude média da região

4 – Fim a que a carta se destina.

As características normalmente consideradas na escolha de uma projecção

cartográfica são a área, a forma, a escala, a direcção, o método de construção e

outras características especiais.

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Nenhuma projecção cartográfica mantém a escala correcta em toda a carta, mas há,

normalmente, uma ou mais linhas ao longo das quais a escala se mantém.

Escolhendo bem estas linhas os erros em escala podem ser minimizados embora

outros erros possam ser maiores, dependendo da área a projectar e da projecção

utilizada.

Planta ou Plano: Para representar a superfície terrestre num plano, é necessário que se adopte uma

superfície de referência, que corresponda a uma figura matematicamente definida. O

elipsóide de revolução, gerado por uma eclipse em revolução em torno de eixo menor,

é a figura geométrica que mais se aproxima da forma real da Terra. Para

representações em escalas muito pequenas – menores do que 1:5 000 000, a

diferença entre o raio equatorial e o raio polar apresenta um valor insignificante, o que

permite representar a forma a Terra, em algumas aplicações, como uma esfera.

Este modelo é bastante simplificado e o mais distante da realidade, pois os elementos

da superfície terrestre apresentam-se bastante deformados em relação às suas

correspondentes feições reais e à posição relativa. O globo terrestre é uma

representação deste tipo.

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O que é a planta ou plano?

A planta ou plano é a representação geométrica de um lugar, que se executa sobre

uma superfície plana, geralmente um pedaço de papel

As projecções ortogonais ou vistas dão-nos, convencionalmente, a representação do

exterior de uma peça ou terreno.

A Norma Portuguesa NP-328 (1964) trata dos cortes e secções.

Esses cortes são obtidos por planos que seccionam a peça de certa maneira.

Assim, secciona-se a peça por um plano de nível (paralelo ao plano horizontal),por um

plano de frente (paralelo ao plano vertical), ou por um plano de perfil (paralelo aos

planos laterais).

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Datum1 horizontal ou planimétrico : Para a confecção de um mapa, é necessário estabelecer a superfície de referência

que será utilizada para representar a superfície terrestre no modelo matemático.

Sobre esta superfície, são necessárias as seguintes informações: as dimensões do

elipsóide de referência melhor adaptado à região a ser mapeada (raio do equador e

raio polar), a sua orientação no espaço e a origem do sistema de coordenadas

geodésicas referenciadas a esta superfície.

Com este conjunto de informações é estabelecido o datum horizontal.

O elipsóide de melhor ajuste varia de acordo a localização da área a ser mapeada, por

isto que cada região tende a adoptar um datum específico.

Dado existirem vários datum em utilização simultânea, na legenda das cartas está

indicado qual o datum utilizado.

O Datum providencia o ponto de referência a partir do qual a representação gráfica

dos paralelos e meridianos, e consequentemente do todo o resto que for desenhado

na carta, está relacionado e é proporcionado.

Com o advento do GPS, tem sido comum o emprego do datum planimétrico global

WGS-84, cujo elipsóide é adoptado para a execução de mapas globalmente.

1 " DAAtum", do latim dado, detalhe, pormenor (plural data) em cartografia refere-se ao

modelo matemático teórico da representação da superfície da Terra ao nível do mar

utilizado pelos cartógrafos numa dada carta ou mapa.

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Projecção Cartográfica : A projecção cartográfica corresponde a um conjunto de métodos empregues e

relações matemáticas para representar a superfície terrestre sobre um plano, onde

cada ponto deste plano corresponde a um ponto na superfície de referência. A

representação de uma superfície curva, no caso a Terra, sobre um plano gera

distorções, já que não é possível representar uma superfície esférica numa superfície

plana sem causar "extensões" ou "contracções" da superfície original. Assim todos os

mapas apresentam uma deformação ou a combinação de mais de uma dos seguintes

tipos de deformação: linear, angular e superficial.

A projecção cartográfica utilizada na confecção de um mapa é determinante para as

deformações presentes no mapa, assim a projecção escolhida deve possuir

propriedades que atendam aos objectivos da sua utilização.

Estas propriedades podem ser classificadas em três tipos:

• Conformidade ou Isogonal – mantém a fidelidade aos ângulos observados na

superfície de referência da Terra, conservando a forma da superfície mapeada.

• Equivalência ou Isometria – conserva as relações de superfície, mantendo a

área da superfície mapeada inalterada em relação à área real do terreno.

• Equidistância – mantém a proporção entre a distância dos pontos

representados no plano e os correspondentes na superfície de referência em

determinadas direcções.

Uma ou duas destas propriedades podem estar contidas no mapa, caso a Terra seja

envolvida por uma superfície de desenvolvimento, que funciona como uma superfície

intermediária auxiliando na projecção dos elementos da área a ser mapeada no plano.

A selecção da superfície sobre a qual se projecta depende da finalidade do mapa e da

situação geográfica da área a ser mapeada.

De acordo com a superfície de desenvolvimento, as projecções podem ser

classificadas em:

Projecção cónica – os meridianos e paralelos geográficos são projectados num cone

tangente, ou secante, à superfície de referência, desenvolvendo, a seguir, o cone num

plano.

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Projecção cilíndrica - a projecção dos meridianos e paralelos geográficos é feita num

cilindro tangente, ou secante, à superfície de referência, desenvolvendo, a seguir, o

cilindro num plano.

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Projecção plana ou azimutal – a projecção é construída com base num plano

tangente ou secante a um ponto na superfície de referência.

Sistema de “Gomos”

O sistema de “gomos” é constituído por 60 fusos de 6º de longitude, numerados a

partir do meridiano de Greenwich, seguindo de oeste para leste até o encontro com o

ponto de origem. A extensão latitudinal está compreendida entre 80º Sul e 84o Norte.

O eixo central do fuso, denominado como meridiano central, estabelece, junto com a

linha do Equador, a origem do sistema de coordenadas de cada fuso.

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Escala: Escala é a relação matemática entre o comprimento ou a distância medida sobre um

mapa e a sua medida real na superfície terrestre. Esta razão é adimensional já que

relaciona quantidades físicas idênticas de mesma unidade. A escala pode ser

representada numericamente e graficamente.

A escala numérica, ou fraccionária, é expressa por uma fracção ordinária

(denominador/numerador) ou por uma razão matemática. O numerador corresponde a

uma unidade no mapa, enquanto o denominador expressa a medida real da unidade

no terreno. A escala, por exemplo, 1:10.000 indica que uma unidade no mapa

corresponde a 10 mil unidades no terreno, ou seja, considerando como unidade o

centímetro, 1 cm no mapa equivale a 10.000 cm no terreno. Quanto maior o

denominador, menor a escala, menor o detalhe e maior a extensão da área mapeada,

considerando a mesma dimensão do plano de representação.

Então, escala é a relação constante que existe em cada planta entre as linhas naturais

e as suas homólogas gráficas.

Assim temos as seguintes escalas:

Redução

1/5 1/10 1/1000

Tamanho Natural

1/1

Ampliação

2/1 5/1

Escala Gráfica

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Processos de representação do relevo do terreno: Às operações de, por meio de processos mais ou menos rigorosos, colher no campo

os elementos indispensáveis para a sua representação em cartas ou plantas, dá-se o

nome de levantamentos topográficos.

Levantamentos Topográficos:

A esta representação gráfica, dá-se o nome de carta: a projecção dos pontos mais

representativos e característicos do terreno sobre um plano horizontal.

Situação Real Situação Gráfica

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Esquema de Representações Gráficas:

Carta Topográfica Mapa das Estradas

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Sequência numerada de cartas à escala 1: 25.000 de Portugal Continental

Curvas de Nível: Designa-se por superfície de nível a superfície à qual se referem as alturas dos

diferentes pontos do terreno, que queremos representar na carta.

Esta superfície é a correspondente ao nível do mar e é a que se toma por referência.

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Neste método das curvas de nível a projecção do conjunto de curvas de nível sobre

um plano horizontal dá-nos:

• a imagem da forma da superfície do terreno

• as alturas relativas ao plano horizontal de origem

Chama-se curva de nível à linha que une no plano os pontos de igual cota.

É uma linha imaginária resultante da intersecção da superfície do terreno com um

plano horizontal.

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Chama-se equidistância, à distância vertical entre dois planos horizontais

consecutivos.

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Perfil de um terreno:

Uma curva de nível, nunca corta uma linha de água em mais de um ponto.

Uma curva de nível, ao cortar uma linha de água sofre uma inflexão, que volta

a sua convexidade para montante.

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Algumas formas de terreno

Depressão

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Representação da Cumeeira:

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Representação do Vale:

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Classificação dos vales:

• vales de fundo chato

• vales de fundo côncavo

• vales de fundo ravinoso

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Representação da Linha de Água:

Representação do vale

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O terreno apresenta uma infinidade de formas que se podem agrupar em três grandes

categorias:

• elevações

• depressões

• planícies

... no entanto, todas elas derivam de duas formas simples:

- a cumeeira e o vale !

... daqui a divisão genérica em:

- formas simples de terreno

- formas compostas de terreno

Elevações:

Quanto à sua forma e altitude podem ser:

Penela - pequena penha

Moçar - pequena elevação de pedras

Cerro - elevação de terreno penhascoso de pequenas dimensões

Colina ou outeiro - terreno elevado de declive suave, com certa extensão e largura

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Morro ou cabeço - pequena elevação isolada nas planícies e planaltos não excedendo,

em geral, 200 metros de altitude

Monte - elevação considerável, em geral com as vertentes bastante inclinadas, sem

vegetação, e não excedendo, em geral, 500 metros

Montanha - termo genérico para indicar elevações de forma e natureza diferentes e

que muitas vezes se continuam por uma espécie de encadeamento em espaços mais

ou menos largos

Serra - é a montanha de forma muito alongada e onde, na sua parte mais alta,

aparecem picos, agulhas e penedias em forma de dentes

Serrania - agrupamento de serras

Cordilheira - é uma série de elevações, com desenvolvimento em determinado sentido,

agrupando as formas indicadas atrás

Maciços - grandes aglomerados de montanhas ou montes

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Depressões: Quanto à sua forma e profundidade:

• Covadas

• Crateras

• Funis

• Lagoas

• Lagos

Planícies:

Se estão situadas no cimo das elevações, designam-se por chãs, planuras, planaltos,

explanadas etc.

Se estão situadas no sopé das elevações, designam-se por arretos, socalcos ou

tabuleiros

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Legendas das Cartas:

No canto superior direito da carta:

Ainda no canto superior esquerdo da carta:

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Por baixo, a começar pela esquerda da carta:

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Page 32: Manual de Topografia

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Distâncias e declives

Distância real ou natural - deslocamento pelo terreno do ponto A para o ponto B

Distância geométrica ou recta - se entre os pontos A/B se estendesse um cabo, o

comprimento dele seria a distância geométrica ou recta.

Distância horizontal ou reduzida - projecção horizontal da distância natural / recta

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Cálculo de declives:

DECLIVE %

CLASSIFICAÇÃO DO

DECLIVE

DISTÂNCIAS GRÁFICAS ENTRE CURVAS DE NIVEL

PRATICABILIDADE E ACESSO

5 SUAVES 8 mm Todos os Veículos e Pessoal

8 FÁCEIS 5 mm

12 DIFICEIS 3.3 mm

18 ÁSPEROS 2.2mm

25 MUITO ÁSPEROS 1.6 mm Difícil a Veículos Normais

33 RÁPIDOS 1.2 mm Marcha passo a passo

50 MUITO RÁPIDOS 0.8 mm Marcha em ordem dispersa – Veic. TT

100 ABRUPTOS 0.4 mm Difícil mesmo em ordem dispersa,

tractores e Veículos TT

Page 34: Manual de Topografia

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Orientação

Orientação é a arte ou o efeito de orientar, isto é, a determinação de qualquer um dos

Pontos Cardeais, do lugar onde nos encontramos, já que o conhecimento de um deles,

nos leva à referenciação dos restantes.

Orientar é então, a determinação da direcção do Norte (N) de um determinado lugar,

definindo-se seguidamente o Norte Geográfico (NG), o Norte Magnético (NM) e o

Norte Cartográfico (NC), bem como os ângulos que estes formam entre si.

Assim, é necessário explicitar um conjunto de processos que nos permitam, em

qualquer altura, conhecer perfeitamente qual é a direcção Norte.

Orientar uma Carta

• Orientar uma carta consiste em colocá-la de forma a que as linhas que nela

figuram ou direcções nela traçadas tomem posições correspondentes às suas

homólogas no terreno.

• A orientação duma carta pode-se fazer com o auxílio de uma bússola tendo no

entanto que se saber a declinação magnética e convergência de meridianos e

utilizar a escala de tangentes. (Este processo é o mais rápido e mais preciso

para orientar uma carta.)

Norte Geográfico

Também designado por Norte Verdadeiro de um lugar, é o sentido Norte da direcção

Norte–Sul Geográfica desse sítio.

A direcção Norte - Sul Geográfica dum lugar é a intercepção do plano do Meridiano do

lugar com o plano horizontal.

Norte Cartográfico

Norte Cartográfico (NC) de um lugar, é o sentido Norte das rectas meridianas da

quadrícula da carta topográfica onde o lugar está representado.

Page 35: Manual de Topografia

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Declinação Magnética

Declinação Magnética ou simplesmente Declinação, é o ângulo formando pelo NM

com o NG.

Diagrama de Declinação

Este diagrama existe na maior parte das cartas e permite

ao utente a conversão de um tipo de azimute ou rumo.

É constituído por 3 linhas, com uma origem comum: uma

referente à direcção do Norte Geográfico, outra à do Norte

Magnético e a terceira à do Norte Cartográfico.

A posição relativa das três linhas pode variar em função da

posição geográfica.

• Norte Cartográfico

• Norte Magnético

Page 36: Manual de Topografia

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• Norte Geográfico

Declinação Magnética - ângulo formado pelas Direcções do Norte Geográfico com, o Magnético (a).

Convergência de Meridianos – ângulo formado pelas direcções

do Norte Geográfico com o Cartográfico (b).

Declinação Magnética Cartográfica – ângulo formado pelas

direcções do Norte Magnético com o Norte cartográfico (c).

Cálculo da Declinação

A variação anual da declinação magnética é igualmente indicada no diagrama de

declinação, podendo a partir dela calcular-se a declinação magnética actual.

Esta correcção é indicada em relação a determinado ano e sempre referida a uma

data e depende do local considerado.

A declinação magnética, a convergência de meridianos e a declinação magnética

cartográfica são expressas em valor angular e

representadas em relação ao Norte

Cartográfico.

Exemplo:

Em 1967 a declinação era de 9º 26'; a variação média anual de -7',3.

Page 37: Manual de Topografia

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Qual é a declinação para o ano de 1989?

1989-1967=22 anos

Como a variação media anual de -7',3 (o ângulo torna-se menor) portanto a variação

foi de:

22 x 7',3 = 2º 40' 36''

Subtrai-se o valor encontrado do valor da declinação magnética em 1967 e temos:

9º 26' – 2º 40' 36'' = 6º 45' 24''

Portanto, a declinação magnética no centro da folha em 1989 é de:

6º 45' 24''

A declinação magnética sofre variações de diversos tipos:

• Variações geográficas dependendo do ponto da terra onde nos

encontramos;

• Variações periódicas – é o caso das variações anuais que vêm

assinaladas no diagrama de declinação;

• Variações locais – devido à constituição do solo, proximidade de linhas

de transporte de energia, etc;

• Variações acidentais tem carácter transitório e podem ser devido às

manchas solares, tempestades magnéticas ou auroras boreais.

Deste modo, se o Norte Cartográfico estiver à direita do Norte Magnético, o rumo é

igual ao azimute magnético menos a declinação magnética cartográfica.

Se o Norte Magnético estiver à direita do Norte Cartográfico, o rumo é igual à soma do

azimute magnético com a declinação magnética -cartográfica.

Para o caso do rumo geográfico o cálculo é idêntico mas considerando a declinação

magnética.

Page 38: Manual de Topografia

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Escala de Tangentes:

Nalgumas cartas existe uma escala de tangentes na parte superior direita da carta e

um ponto identificado pela letra P na parte inferior direita com o fim de permitir

desenhar na carta a direcção do Norte magnético.

As instruções relativas ao traçado desta direcção estão normalmente impressas sob o

diagrama de declinações.

Como orientar a Carta Topográfica com a Escala de Tangentes:

• Colocar a carta sobre uma superfície plana e traçar a linha do Norte Magnético

depois de efectuar os cálculos necessários.

• Com a bússola completamente aberta coloca-la sobre a carta de modo a que a

tampa fique virada para a parte superior da carta com o retículo situado sobre a

linha do Norte Magnético previamente desenhada.

• Rodar a carta com cuidado de maneira a que a bússola não se desloque da

sua posição, sobre a linha do Norte Magnético desenhada, até que a seta

indicadora do Norte esteja alinhada com a linha de fé da bússola, ficando

assim a carta orientada.

Como orientar a Carta Topográfica sem a Escala de Tangentes:

Para as cartas que não tenham escala de tangentes fazer coincidir o retículo com a

direcção cartográfica Norte-Sul e rodar a carta e a bússola em conjunto até que a

agulha indique a mesma direcção e o valor do ângulo que no diagrama de declinação

formam as direcções do Norte Geográfico e do Norte Magnético.

Page 39: Manual de Topografia

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Como orientar a Carta Topográfica pela associação Carta - Terreno:

Quando se pretende utilizar convenientemente uma carta para fins de identificação,

localização ou referenciação, haverá que a orientar primeiramente.

Uma carta está orientada quando os seus meridianos estão paralelos à direcção do

norte cartográfico e todas as direcções da carta são paralelas às suas

correspondentes no terreno.

O Agente de Protecção Civil está orientado quando conhece a sua posição numa carta

já orientada.

Bússola:

A bússola magnética é o instrumento mais simples e

de uso mais corrente na determinação do norte

magnético e na medida de ângulos azimutais.

Existem hoje vários tipos de bússolas de mostrador

flutuante ou de líquido, dos quais existem vários

modelos mais ou menos aperfeiçoados.

A bússola de líquido deve o seu nome ao facto de a

agulha magnética estar incorporada num disco que

flutua num líquido destinado a mantê-lo sempre

horizontal.

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A Bússola prismática de líquidos dispõe de uma tampa com retículo e de uma ocular

com lente de aumentar. O mostrador da

bússola está graduado de 5 em 5 graus

sendo a menor divisão de um grau,

podendo a leitura ser feita com uma

aproximação de 0,52 (30').

O conjunto agulha-mostrador pode fixar-se,

protegendo-se assim a bússola quando não

está a ser utilizada.

Os pontos cardeais, as referências para

pontaria e a extremidade da agulha são

luminosos para poderem ser usados na

escuridão.

Componentes de uma Bússola de Régua:

Cuidados a ter com a Bússola:

Nunca se devem fazer leituras com a bússola nas proximidades de objectos metálicos

ou de circuitos eléctricos devido às interferências magnéticas que influenciam o

posicionamento da agulha da bússola.

Sugerem-se as seguintes distâncias de segurança para a garantia do bom

funcionamento da bússola:

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- linhas de alta tensão 150 m;

- equipamentos eléctricos 150 m;

- vias férreas 75 m;

Há certas precauções e cuidados referentes à utilização da bússola magnética que se

devem ter em consideração, pois são importantes, na medida em que garantem

sempre o seu funcionamento quando necessário.

(a) A bússola deve ser manuseada com cuidado pois, embora as Bússolas sejam

construídas num material muito robusto, o mostrador da bússola está colocado numa

báscula delicada que qualquer choque pode danificar.

(b) A bússola deve ser fechada e guardada na sua caixa quando não estiver a ser

utilizada. Desta maneira não só está protegida de possíveis danos, mas também está

sempre em condições de funcionamento.

Como orientar a Carta Topográfica sem o auxílio da Bússola:

Para orientar uma carta sem o auxílio da bússola, impõe-se um exame cuidadoso da

carta e dos pormenores do terreno, a fim de se proceder à sua identificação na carta.

São preferíveis os pormenores de grandes dimensões, tais como elevações, Pontos

de Referência – (PR) e pormenores lineares (estradas, caminhos de ferro, condutas,

sebes, linhas de alta tensão, etc.).

No caso dos Pontos de Referência, escolhê-los distantes e bem visíveis desde que

abrangidos pela folha da carta. Depois de identificado um Ponto de Referência e o

Ponto-Estação, rodar a folha da carta de modo a fazer coincidir a direcção homóloga

no terreno;

Para efeitos de confirmação deve-se recorrer a outros pontos de referência;

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No caso de se tratar de pormenores lineares como estradas, caminhos-de-ferro,

condutas, etc, rodar a carta de modo a obter o paralelismo entre esses pormenores no

terreno e a sua representação na carta, ficando esta orientada.

A orientação por este processo deve ser verificada para evitar inversões de

direcção que podem ocorrer se apenas for utilizada uma linha.

Então, para orientar a carta devemos:

• Escolher dois ou mais pontos do terreno bem visíveis (estradas, casas,

elevações, etc.);

• Localizar os mesmos pontos na carta bem como, o ponto onde nos

encontramos;

• Tornar coincidentes ou paralelos as linhas definidas pela união dos pontos no

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terreno com as que lhe correspondem na carta.

Rosa dos Ventos:

Para se poderem definir direcções com precisão, é necessário que existam

referências, ou seja, pontos cuja posição seja invariável em qualquer sítio da terra.

Esses pontos são os Pontos Cardeais, Colaterais e Subcolaterais da Rosa dos

Ventos.

O movimento aparente do sol permitiu aos homens a determinação desses pontos.

O Sol descreve todos os dias um arco cujas extremidades cortam a linha do horizonte

visual em dois pontos.

Esses pontos correspondem ao seu nascimento e ao seu ocaso. Unindo-os, obtém-se

uma linha que passa pelo lugar onde nos encontramos;

Se, perpendicularmente a essa linha, desenharmos nova linha com as mesmas

características, isto é, cortando também a linha do horizonte e passando pelo lugar

onde nos encontramos, acham-se quatro direcções.

Os pontos que definem estas quatro direcções são os Pontos Cardeais.

Pontos Cardeais:

Norte também designado Setentrião (N) é o ponto fundamental, aquele a que se

referem todas as direcções e tem como azimute 0º;

Sul também designado Meridião ou Meio-Dia (S) fica no sentido oposto ao do Norte;

(A designação de Meio-Dia deve-se ao facto de o Sol se encontrar a Sul ao meio-dia

solar e tem como azimute 180º)

Este, Leste, Nascente, Levante ou Oriente (E) é o ponto onde nasce o Sol e tem como

azimute 90º;

Oeste, Poente, Ocidente ou Ocaso (O) ou (W) é o ponto onde o Sol se põe e tem

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como azimute 270º. (Pode ser designado pelas letras “O”, inicial da palavra

portuguesa, e “W”, inicial da palavra inglesa West)

Pontos Colaterais:

A base elementar da Orientação é o conhecimento dos pontos cardeais, no entanto,

as direcções que esses pontos permitem definir ficam, muitas vezes, bastante

afastadas das que queremos determinar.

Assim, determinaram-se mais pontos para completar os Cardeais.

Esses pontos representam direcções intermédias e designam-se por Pontos

Colaterais.

São eles:

NE - Nordeste

SE - Sueste

SO - Sudoeste

NO - Noroeste

Pontos Subcolaterais:

Para um melhor complemento determinaram-se ainda mais pontos intermédios que de

designaram por Pontos Subcolaterais.

A saber:

NNE – (Nor - Nordeste)

ENE – (Es - Nordeste)

ESSE – (Es - Sueste)

SSE – (Su - Sueste)

SSO – (Su - Sudoeste)

OSO – (Oes - Sudoeste)

ONO – (Oes – Noroeste)

NNO – (Nor – Noroeste)

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As direcções definidas por todos os

pontos Cardeais, Colaterais e

Subcolaterais chamamos Rumos;

Ao conjunto de todos os Rumos chama-

se Rosa dos Ventos.

Nota: A direcção principal é a Norte – Sul,

normalmente de referência. Esta linha

passa simultaneamente por qualquer

ponto da superfície da Terra e pelas

extremidades Norte e Sul do eixo

imaginário segundo o qual o globo terrestre executa o seu movimento de rotação.

Como já vimos os melhores processos e mais precisos de orientação são, sem dúvida,

pelas cartas e com a bússola. No entanto, também existem processos menos precisos

que só devemos utilizar quando não podemos recorrer aos anteriores.

Assim ainda temos os seguintes:

De Dia:

• Pelo Sol

• Com o relógio

• Pela sombra de uma vara;

De Noite:

• Pela Lua;

• Pela Estrela Polar (Hemisfério Norte);

Por informações;

Por indícios;

Processos Diurnos:

Orientação pelo Sol

1. Com o Relógio

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O Sol encontra-se sobre o meridiano do lugar considerado ao meio-dia verdadeiro

(hora solar).

Para um observador situado no hemisfério Norte, o Sol indicará, nesse momento, a

posição do Sul e para um observador no hemisfério Sul indicará a posição do Norte.

Seis horas antes e depois do meio-dia verdadeiro (solar), o Sol indica,

respectivamente, a posição do Leste e do Oeste.

Como o deslocamento angular aparente do Sol é de 15º por hora, é possível definir

uma orientação aproximada, relacionando a posição do Sol com a hora solar a que é

feita a observação.

Colocamos o relógio horizontalmente, voltando o ponteiro das horas para o Sol (hora

solar).

A bissectriz do ângulo formado por esse ponteiro com a linha 6 - 12 do relógio, para o

lado do 12, indica Sul.

Então, se forem 2 da tarde onde está o Norte?

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Sombra de uma Vara:

O Sol nasce a Este e põe-se a Oeste, variando um pouco a sua trajectória aparente

com a estação do ano.

O Sol percorre, no seu movimento aparente, durante as 12 horas do dia, um arco de

círculo de 180º isto é, 15º em cada hora.

Utilizando a sombra duma vara, podemos determinar a direcção Norte – Sul.

1. Espeta-se uma vara vertical no solo.

2. Marca-se o local onde a sombra da ponta da vara bate no solo e aguarda-se

que a sombra da vara se desloque alguns centímetros (se a vara tiver cerca de

1 m, bastam 15 minutos, pois quanto mais comprida for a vara, mais

rapidamente se deslocará a sua sombra), depois marcar-se a nova posição da

ponta da vara.

3. Traça-se então uma linha recta

passando pelas referidas

marcas, obtendo,

aproximadamente, a linha Este-

Oeste (a primeira fica para

Oeste e a segunda para Este, a

qualquer hora do dia e em

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qualquer lugar da Terra). Qualquer linha perpendicular a esta indicará,

aproximadamente, a direcção Norte-Sul.

Com recurso à sombra da vara podemos traçar um relógio de Sol

1º - Define-se, por meio de uma recta, a linha Norte - Sul verdadeira, ou seja a que

indica o meio-dia solar.

2º -Traça-se uma perpendicular a esta recta, descrevendo, em seguida um

semicírculo.

3º - Divide-se este semicírculo em doze partes iguais, cada uma das quais

representará uma hora. Por sua vez, cada uma destas partes é dividida em quatro

sectores, para representar as meias horas e os quartos de hora.

Nota: Este relógio mostra a

hora solar, não a legal.

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Orientação por informações:

É um processo que, só na falta de outro, deverá ser utilizado, por ser pouco fiável,

pois, umas vezes por ignorância, outras por má intenção, podem dar-nos indicações

erradas.

Devemos solicitar informações às populações locais, especialmente à gente dos

campos, pescadores e idosos.

Devemos também, formular as perguntas de uma forma simples, directa e

compreensível como por exemplo:

1. De que lado nasce o Sol?

2. Onde aparece a Estrela Polar?

Deve ter-se em atenção, no entanto, que as informações prestadas poderão não ser

exactas, sendo portanto conveniente confirmá-las, convém pois pedir a várias pessoas

as informações de que necessitamos para definir um Rumo, não limitando a pergunta

a uma só pessoa, que poderia, facilmente, induzir-nos em erro, mas fazendo-a a

várias.

Orientação por Indícios:

É bastante falível este método de orientação e implica o conhecimento prévio de

alguns factos.

A orientação por indícios utiliza o conhecimento de determinados factos e a

observação de certos pormenores para deles se deduzir as direcções dos pontos

cardeais.

• Identificar a face mais rugosa da casca das árvores indica a direcção das

chuvas dominantes.

• Determinar a direcção de inclinação das árvores indica a direcção dos ventos

predominantes.

• Localizar as tocas dos animais e os formigueiros, a abertura está voltada para

o lado mais batido pelo sol.

• Localizar as torres e os campanários, que dispõem, geralmente, de cata-vento

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com a indicação das direcções NORTE - SUL (N-S).

• Procurar as igrejas antigas, que tem geralmente a orientação ESTE-OESTE

com o altar-mor do lado ESTE.

• Os caracóis encontram-se mais nas paredes voltadas a Sul e a Nascente.

Processos Nocturnos:

Orientação pela Estrela Polar

Este é um processo utilizado desde a

antiguidade por marinheiros e caravanas no

deserto.

A Estrela polar serve de referência pois ela

ocupa no céu um lugar quase fixo no

prolongamento do eixo imaginário da terra.

(Na verdade ela gira em redor do eixo da

terra. O diâmetro do círculo que ela descreve,

visto da terra, é de aproximadamente 1º 33’ é

portanto uma estrela circumpolar.)

A Estrela Polar é a última estrela da cauda da constelação chamada Ursa Menor.

Para nos orientarmos por

este processo, localizamos

em primeiro lugar, a

constelação da Ursa Maior,

que, quando o Céu se

encontra descoberto, é

quase sempre bem visível.

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Assim:

1. Localizar a constelação Ursa

Maior;

2. Prolongar 5 vezes para a direita a

distância entre as guardas (estrelas

terminais do quadrilátero base);

3. Localizar a Estrela Polar, última

estrela da cauda da constelação Ursa

Menor.

4. A Estrela Polar indica a direcção

NORTE.

Para determinar a direcção de cada um dos outros pontos cardeais, deve proceder-se

do modo seguinte:

- Colocar-se de frente para o NORTE (Estrela Polar)

- À direita fica o ESTE.

- À esquerda fica o OESTE.

- Nas costas fica o SUL.

A posição das estrelas

das duas constelações

Ursa menor e Maior é

constante. No entanto,

todo o sistema varia

continuamente, de hora

para hora, de minuto para

minuto.

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Orientação pela Lua:

Tal como o Sol, a Lua nasce a Leste, a uma hora que varia consoante a fase em que

se encontra.

Quadro com as diferentes posições da Lua, consoante a fase em que se encontra e a

respectiva hora da noite:

A Lua Cheia continua o horário solar:

O Pôr do Sol (18 H), corresponde ao Nascimento da Lua.

Ao Nascer do Sol (06 H), corresponde o Ocaso da Lua.

Ao Meio-Dia solar, o Sol está a Sul.

À Meia-Noite Lunar, a Lua também está a Sul.

O processo de orientação pela Lua é bastante vago

quando fora das horas e casos indicados pelo que só se

deve utilizar na falta de qualquer outro processo de

orientação mais preciso.

Tem a vantagem de poder ser empregue quando o céu

está encoberto e não se conseguem vislumbrar as

estrelas, mas consegue-se determinar onde está o

clarão lunar mesmo através das nuvens.

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Azimutes

Uma direcção é materializada por uma linha recta segundo a qual se pode dirigir,

apontar ou deslocar alguma coisa.

Para conhecermos a posição de um objecto no terreno, pouco interessa o

conhecimento das suas dimensões ou da forma e inclinação do Terreno onde se situa,

se conhecermos a direcção em que se encontra.

As direcções são expressas no dia a dia, pelas mais variadas expressões tal como: "

direita, esquerda, em frente, etc. ..."

Porém, necessitamos de um método mais exacto e utilizável em qualquer parte do

mundo, para definir direcções.

Estas direcções expressam-se em unidades de medida angular.

Quando se pretende medir alguma coisa, é sempre necessária uma origem. Para

definir uma direcção em unidades de medida angulares, é também necessária uma

direcção origem, à qual também se chama direcção zero ou de referência.

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A direcção de referência normalmente utilizada é a direcção Norte;

Há que distinguir três direcções como já estudamos:

• A direcção do Norte Geográfico, que é a direcção da linha que une um local da

terra com o Pólo Norte e é representada por uma estrela no diagrama de

declinação da carta.

• A direcção do Norte Magnético que é a direcção em que aponta a agulha da

bússola. É usualmente representada por uma bandeira no diagrama de

declinação da carta.

• A direcção do Norte Cartográfico, que é a direcção indicada pelas linhas

verticais da quadrícula (meridianos) de uma carta. É normalmente simbolizado

pelas letras NC.

As direcções de referência mais vulgarmente utilizadas são a magnética e a

cartográfica.

Nota: A posição relativa das 3 direcções de referência varia consoante a localização

do ponto considerado.

Como já havíamos visto anteriormente o Azimute é o ângulo formado por uma

direcção com o norte magnético.

O método mais generalizado para definir uma direcção é o que utiliza um ângulo

azimutal.

Este ângulo é definido como o ângulo horizontal, medido no sentido do movimento dos

ponteiros do relógio a partir de uma linha de referência considerando-se o seu vértice

como centro do círculo azimutal.

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Existem 3 tipos de azimutes:

Azimute Geográfico - AZG

Também chamado de Azimute Verdadeiro ou simplesmente Azimute, é o ângulo

horizontal medido a partir do Norte Geográfico no sentido do movimento dos ponteiros

do relógio, até à direcção a definir.

Azimute Magnético - AZM

É o ângulo horizontal, medido a partir do Norte Magnético, no sentido do movimento

dos ponteiros do relógio, até à direcção a definir.

Azimute Cartográfico - AZC

Também designado Rumo, é o ângulo horizontal, medido no sentido do movimento

dos ponteiros do relógio, a partir do Norte Cartográfico até à direcção a definir.

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Azimute Magnético:

Para determinar o azimute magnético entre dois pontos no terreno o observador situa-

se no ponto próximo ou atrás dele, mas no enfiamento dos dois.

Para efectuar a medição do referido ângulo azimutal procedesse da seguinte maneira:

1. Estacionar no ponto ou atrás dele;

2. Abrir a tampa de modo a colocá-la na posição vertical e rebater o prisma-fivela

até ao limite do seu movimento;

3. Enfiar o dedo polegar na argola, colocar o dedo indicador dobrado por baixo do

corpo da bússola e, envolvendo este mesmo corpo com os dedos da outra

mão, manter a bússola horizontal;

4. Visar, com o alinhamento da ranhura do prisma-pínula linha de fé, a direcção

AB e, uma vez o disco da agulha parado, lêem, por meio do prisma, a

graduação externa em coincidência com a linha de fé da tampa do corpo.

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Posição da bússola para tirar mirada.

Note-se que a bússola deve segurar-se firmemente e ser mantida num plano

horizontal. Quando estão alinhados, a ranhura da ocular, o retículo da tampa (linha de

fé) e o alvo, mantendo-a firme nessa posição, o azimute magnético pode ser lido

directamente olhando para o mostrador através da ocular (fenda de pontaria).

Azimute Cartográfico – Rumo:

Como já havia sido referido, o Rumo de uma direcção é o ângulo que essa direcção

(definida por dois pontos) faz com o Norte Cartográfico (meridianos da carta).

Um dos instrumentos usados para medir e/ou marcar rumos numa carta é o

transferidor.

Os transferidores apresentam, todos eles, o círculo dividido em unidades de medida

angular sendo o grau a unidade mais comum. Qualquer que seja a forma do

transferidor, existe sempre uma referência que corresponde ao centro do círculo do

transferidor e donde partem todas as direcções:

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Para se determinar o azimute Cartográfico, ou rumo, de uma direcção definida por dois

pontos na carta, procede-se da seguinte forma:

1. Localizar na carta os pontos (A e B);

2. Traçar uma linha recta que passe por esses mesmos pontos;

3. Colocar a referência do transferidor sobre o ponto A (em A se desejarmos o

rumo de A para B), com a linha 0-180 graus paralela a linha Norte-Sul da

quadrícula (meridianos da carta) e com a graduação 0 (zero) graus dirigida

para Norte;

4. Fazer a leitura no transferidor a partir dos 0 (zero) graus e no sentido do

movimento dos ponteiros do relógio no ponto em que a linha AB cruza a escala

do transferidor.

5. A leitura feita corresponde ao Rumo AB ou seja ao Azimute Cartográfico.

Converter um azimute:

Muitas vezes sentimos necessidade de converter um Azimute Magnético em Azimute

Cartográfico (Rumo) e vice versa.

Conversão de um azimute magnético em cartográfico e vice-versa:

Com Norte magnético à direita do Norte Cartográfico

• Para converter um azimute magnético em azimute

cartográfico (RUMO) adicionar ao azimute

magnético a declinação cartográfica obtida nas

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indicações marginais da carta.

• Para converter um azimute cartográfico (RUMO) em azimute magnético

subtrair a declinação cartográfica ao azimute cartográfico.

Norte magnético à esquerda do Norte Cartográfico:

• Para converter um azimute magnético em azimute

cartográfico (RUMO), subtrair ao azimute magnético a

declinação cartográfica.

• Para converter um azimute cartográfico em

azimute magnético adicionar ao azimute cartográfico a

declinação cartográfica.

Azimute inverso:

Azimute ou rumo inverso é o azimute da direcção oposta.

Deste modo, conhecendo um azimute ou rumo, para determinar o azimute ou rumo

inverso, soma-se ou subtrai-se 180º ao azimute ou rumo dado, conforme este seja

menor ou maior que 180º.

O azimute inverso de um azimute de 180º é igual a zero graus (0º) ou 360º, visto neste

caso ser indiferente somar-se ou subtrair-se 180º.

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Latitude e Longitude: Latitude refere-se ao conjunto de círculos paralelos ao equador. a numeração começa

no equador e vai até 90 graus norte e 90 graus sul.

Longitude refere-se ao conjunto de elipses (ou círculos se o modelo da terra for tirado

de uma esfera) chamados meridianos, segundo a forma como se separa os gomos de

uma laranja. A sua numeração começa normalmente pelo meridiano de Greenwich de

Inglaterra e vai 360 graus para este ou 180 para este e 180 oeste.

A localização horizontal de um ponto fica na intersecção de um paralelo com um

meridiano, é, portanto expressa em termos de latitude e longitude.

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61 O sistema de coordenadas cartesianas é composto por dois eixos perpendiculares: um

eixo horizontal correspondendo ao eixo das abcissas e denominado com x, e outro

vertical correspondendo ao eixo das ordenadas e denominado como y . A intersecção

dos eixos corresponde a origem do sistema. Um ponto qualquer no sistema é definido

pela intersecção de duas rectas perpendiculares entre si e paralelas aos respectivos

eixos, e expresso, assim, por dois valores, um correspondente à projecção sobre o

eixo x, e outro correspondente à projecção sobre o eixo y. O par das coordenadas de

origem, normalmente, apresenta valor (0,0), mas, por convenção, pode receber

valores diferentes de zero.

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Coordenadas Geográficas

No sistema de coordenadas geográficas usam-se como referência duas linhas, o

Equador e um meridiano de referência ou principal. O cruzamento desses dois círculos

máximos constitui a origem dos sistemas de coordenadas.

Meridiano é o círculo máximo que

resulta da intersecção da superfície

terrestre por um plano contendo a

linha dos pólos.

Equador é o círculo máximo que

resulta da intersecção da superfície

terrestre por um plano que contém o

centro da terra e é perpendicular à

linha dos pólos.

Da definição resulta que há infinitos

meridianos e um só equador.

Considerando um ponto da superfície terrestre, podemos definir os seguintes

elementos:

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- Meridiano do lugar, é o meridiano que

passa pelo ponto;

- Paralelo do lugar, é o círculo menor,

paralelo ao equador, que passa pelo ponto;

- Latitude do lugar, é o arco do meridiano

do lugar compreendido entre o equador e o

paralelo do lugar, contado de 0º a 90º para

Norte ou para Sul;

- Longitude do lugar, é o arco do equador

compreendido entre o meridiano de

referência e o meridiano do lugar, contado

de 0º a 180º ou de 0h a 12h,

negativamente para E e positivamente para

W, ou simplesmente Este ou Oeste.

Quando falamos em meridiano origem ou principal, referimo-nos àquele que passa

pelo observatório de Greenwich em Londres, por ser o normalmente utilizado

(adoptado).

Normalmente, quando nos referimos ao meridiano de Greenwich, pretendemos

especificar o semi-meridiano, sendo o outro semi-meridiano designado por anti-

meridiano de Greenwich.

Para facilitar a referenciação de um ponto neste sistema utiliza-se uma rede de

meridianos e paralelos. A unidade de medida angular usada em coordenadas

geográficas é o grau com os seus submúltiplos, minutos e segundos.

Do exposto resulta que uma latitude pode

ser Norte ou Sul; por conseguinte, o Pólo

Norte tem de latitude de 90ºN e o Pólo Sul

90ºS. Da mesma forma, a longitude pode

ser Este ou Oeste, pelo que o

anti-meridiano de Greenwich terá a

longitude de 180º E ou 180º O.

Como a latitude pode ter o mesmo valor

numérico a N ou a S do equador, deve

indicar-se se ela é N ou S, do mesmo

modo quanto à longitude deve-se

especificar se é E ou O.

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As coordenadas geográficas aparecem em todas as cartas militares e nalgumas são o

único processo de localizar ou referenciar um ponto.

Na carta militar de Portugal 1/25.000 encontram-se dois sistemas de coordenadas

geográficas: um a azul, referido à rede geodésica europeia unificada - DATUM

EUROPEU, e o outro referido à rede geodésica nacional DATUM de LISBOA

representado a preto.

COORDENADAS RECTANGULARES OU ORTOGONAIS

Neste sistema, um ponto não é

definido por intermédio de ângulos

como anteriormente mas sim por meio

de distâncias medidas relativamente a

um sistema de eixos rectangulares,

com um ponto de origem comum, a

que se dá o nome de coordenadas

rectangulares. Assim a abcissa é a

distância AB e a ordenada é a

distância BM representada.

COORDENADAS MILITARES PORTUGUESAS (GAUSS)

No centro do território de Portugal

Continental, a Norte de Abrantes e muito

próximo do vértice Geodésico MELRIÇA,

situa-se o ponto central que constitui a origem

do sistema de coordenadas rectangulares

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utilizadas na cartografia nacional.

Para que não apareçam valores negativos no sistema deslocou-se a origem (Ponto

Central) 200 km para Oeste e 300 Km para Sul definindo-se assim uma outra origem

denominada origem fictícia, situada a SO do Cabo de S. Vicente.

Deste modo o território de Portugal Continental ficou enquadrado num sistema de

eixos coordenados com origem no ponto fictício.

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Apoiada nos sistemas de eixos coordenados

que passam pela origem fictícia, lançou-se

sobre o território Nacional uma malha de

quadrados de 100 Km de lado, designado

pelas letras de A a Z com excepção da letra

I, distribuídos do seguinte modo:

As coordenadas dos pontos no sistema de eixos têm assim uma distância à Meridiana

M (abcissa) e uma distância perpendicular P (ordenada).

Assim as coordenadas tomam a forma seguinte:

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Em relação ao ponto P temos as seguintes coordenadas:

M = 215 Km

P = 175 Km

As coordenadas militares GAUSS do Ponto P são:

S1575

É retirado o 1º algarismo da meridiana e da perpendicular porque é esse que

caracteriza a letra.

Para facilidade de localização de pontos divide-se,

seguidamente, cada quadrado de 100 Km de lado por

um quadrado de 10 Km de lado, sendo cada quadrado

designado por dois algarismos.

Ainda para facilidade de localização cada quadrado

de 10 Km de lado ainda foi dividido numa malha de

100 quadrados de 1 Km de lado cada (quadrícula

1/25000).

Referenciação de pontos no sistema GAUSS (Coordenadas Militares Portuguesas)

Para referenciar um ponto neste sistema de coordenadas em primeiro lugar refere-se

o quadrado em que o ponto está localizado (letra).

S - A letra indica as centenas de quilómetros

A seguir refere-se um grupo, par de algarismos, que indica com maior ou menor

precisão, a distância à referência em que a primeira metade representa a meridiana e

a segunda a distância à perpendicular, dentro do quadrado.

Assim conforme maior ou menor precisão temos:

S 1 7 – Dezenas de quilómetros

S 15 75 - Quilómetros

S 153 750 - Hectómetros

S 1532 7501 - Decâmetros

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S 15329 75015 - Metros

Na carta 1/25.000 a quadrícula que corresponde às coordenadas militares

portuguesas GAUSS aparece apenas apontada (de cor castanho), visto actualmente

as cartas virem impressas com a quadrícula UTM (a azul).

SISTEMAS DE COORDENADAS MILITARES UTM

As coordenadas UTM, ao contrário das coordenadas militares portuguesas que só

servem para o território nacional, aplicam-se a qualquer ponto da superfície terrestre.

A quadrícula UTM (Universal Transversa de Mercator) foi estabelecida de acordo com

as regras indicadas a seguir:

• Parte da superfície terrestre situada entre os paralelos 84ºN e 80ºS dividida por

uma série de meridianos regularmente intervalados de 6º.

• A superfície entre dois meridianos consecutivos constitui um fuso, havendo

assim 60 fusos numerados de 1 a 60 para leste.

Cada fuso tem o seu próprio sistema de referência.

Meridiano Central do Fuso ao qual se atribui por convenção uma distância fictícia de

500.000 metros a fim de evitar coordenadas negativas para os pontos a Oeste do

meridiano Central.

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Equador, ao qual se atribui por razões semelhantes uma

distância fictícia à perpendicular de 0 ou 10.000.000 metros

conforme se referir a zonas do hemisfério Norte ou Sul,

respectivamente.

A contar do paralelo 80ºS, considera-se ainda uma série de

paralelos intervalados de 8º, excepto o último Norte,

compreendendo a latitude 84ºN que tem 12º.

Cada área entre dois paralelos consecutivos constitui uma

fila de zonas, cada uma delas identificadas por uma letra

de C a X com excepção das letras I e 0 a partir do Sul.

Entre os paralelos 80º e 84ºN fica assim constituída uma

malha geográfica de meridianos e paralelos, definindo 60 x

20 - 1200 zonas, cada uma das quais medindo 6º em

longitude e 8º em latitude, com excepção da última Norte

que mede 6º em longitude e 12º em latitude.

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RECONHECIMENTO DO TERRENO

GIRO DO HORIZONTE

Designa-se vulgarmente por “giro do horizonte” o trabalho de identificação de pontos

do terreno feito, em regra geral, pela carta.

A necessidade de proceder a este trabalho é muito frequente para qualquer Agente de

Protecção Civil2 com funções Logísticas de comando.

O giro do horizonte é sempre um trabalho que precede um outro, que pode ser:

A simples verificação, no terreno, das indicações dadas pela carta;

O estudo duma dada zona de terreno;

A exposição das principais conclusões dum estudo de terreno;

A exposição duma situação táctica de organização no terreno.

FASES DO GIRO DO HORIZONTE

Quase sempre, o Giro do Horizonte, compreende duas fases:

1.ª Preparação:

Em que, um Agente de Protecção Civil procura identificar o terreno – estudo em

Gabinete e no campo;

2.ª Exposição:

Em que esse Agente de Protecção Civil, expõe a outras pessoas o que se identificou –

no campo.

1ª Fase – Preparação – Estudo em Gabinete

1. Localização do Ponto de Observação;

2. Orientação da carta;

3. Identificação da zona de terreno a tratar;

4. Divisão dessa zona em sectores, se necessário;

5. Identificação dos pontos do terreno, sector a sector.

6. Preparação do transparente auxiliar

2 Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana, Forças Armadas, Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), Estado-Maior da Armada (EMA), Estado-Maior do Exército (EME), Estado-Maior da Força Aérea (EMFA), Autoridade Marítima, Autoridade Aeronáutica, Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)… (in www.proteccaocivil.pt)

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Nota: Seguindo, tanto quanto possível, a sequência da exposição a realizar no campo.

1. Localização do Ponto de Observação:

a) Determinar a localização exacta do PO – nome ou referência da região

e respectivas coordenadas.

2. Orientação da carta:

a) Procurar determinar um acidente de terreno que possa definir a

direcção dum dos pontos cardiais:

1. Bem destacável na carta

2. Visível no terreno

3. Suficientemente afastado

b) Se não for possível, a orientação deverá ser feita por outra direcção,

com base igualmente em pontos bem destacáveis (bastante afastados

do Ponto de Observação e entre si);

c) Em alternativa pela utilização de uma bússola.

3. Identificação da zona de terreno a tratar

a) Delimitar e identificar a zona de terreno a tratar;

b) A zona de terreno, nem sempre é totalmente visível, assim, deverão ser

referenciados pontos destacáveis do terreno que permitam definir os

limites.

4. Divisão da zona em sectores, se necessário

a) Destina-se a permitir que a identificação do terreno se faça com uma

certa sistematização

1. Por sectores circulares de dimensões cómodas para o

observador

2. Posteriormente, para aqueles a quem houver que fazer a

exposição

b) Normalmente o Ponto de Observação é escolhido em função de boa

observação para uma finalidade específica;

c) A divisão em sectores dependerá do que efectivamente se conseguir

ver no terreno;

d) Se o Ponto de Observação se localizar:

1. Numa posição central, a divisão do terreno terá que fazer-se em

toda a volta deste, isto é, 360.º

2. Colocado excentricamente, esta divisão será bastante menor, e

nalguns poderá até não se justificar.

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e) Como critério, cada sector não deverá ter:

1. Nem menos de 45.º nem mais de 120.º;

2. Os limites deverão ser bem referenciáveis;

3. O terreno deverá ter uma configuração semelhante.

5. Identificação dos pontos do terreno, sector a sector

a) Trabalho fundamental do giro do horizonte, deve fazer em duas fases:

1. Primeiro: Procurando identificar unicamente os pontos mais

destacados no terreno, tais como: grandes elevações, pontos

trigonométricos bem visíveis, povoações maiores, vales mais

acentuados, etc.

2. Segundo: Os restantes pontos de pormenor, em especial

aqueles que:

1. Se apresentem destacados na carta, mas que na 1.ª fase

não foram identificados;

2. Interessem ao trabalho que se segue ao giro do

horizonte.

b) Entre outros e no sentido de fundamentar as diversas exposições:

1. Terreno, sua compartimentação;

2. Linhas de observação

3. Localização de obstáculos, naturais e artificiais

4. Rede viária

5. Principais cursos de água existentes;

6. Limites

7. …

c) A sua identificação deverá ser feita:

• Sector por sector

Começando pela esquerda e no sentido dos ponteiros do relógio.

• Em cada sector

De longe para perto.

Distâncias:

Longas: d>3.000m; Médias: 3.000>d>600m; Curtas: d>600m

• Em cada uma das faixas

Igualmente da esquerda para a direita

6. Preparação do transparente auxiliar

a. Localizar no centro do transparente o PO e inscrever a sua designação

e coordenadas em letras maiúsculas.

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b. Inscrever no transparente:

(1) A direcção que permite orientar a carta e o ponto que, com o

PO, a define;

(2) Os limites do terreno a tratar;

(3) Os limites dos sectores em que se dividiu a zona de terreno;

(4) Os pontos identificados no terreno

c. Utilizar para todas as inscrições, letras maiúsculas

(1) Visíveis pelo Agente de Protecção Civil que faz a exposição, da

posição de pé, estando a carta no solo;

(2) Não interessa que as posições dos pontos estejam à escala em

termos de distância;

(3) O fundamental é que as designações estejam na direcção

correcta e viradas para o centro (PO) – possibilitando a sua fácil

identificação e descrição durante a exposição.

d. Utilizar um código de cores para diferenciar os pontos localizados às

longas, médias e curtas distâncias – para mais fácil identificação.

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1ª Fase – Preparação – Estudo no Campo

1. As ferramentas de trabalho serão:

a. As cartas;

b. Binóculos;

c. Bússola;

d. Elementos preparados em Gabinete;

e. Escalímetro;

f. Transferidor;

g. Régua de escalas.

2. A preparação no campo, com auxilio do transparente elaborado, deverá seguir

os mesmos passos da preparação em gabinete do giro do horizonte:

a. Localização do PO;

b. Orientação da carta;

c. Identificação da zona de terreno a tratar;

d. Identificação dos sectores (se os houver);

e. Identificação dos pontos do terreno, sector a sector.

3. Considerar que a duração da exposição do giro do horizonte não deverá

exceder o tempo limite de quinze minutos (15´) e que, nesta perspectiva, o

número máximo de pontos a identificar não deverá exceder os 30 a 40 pontos.

2ª Fase – Exposição – No Campo

1. MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS

a. Basicamente existem três métodos para identificar pontos no terreno:

• Directamente;

Apontando com o braço, e descrevendo o acidente, método aplicável quando este se

destaca bem no terreno.

• Por posição relativa a um Ponto de Referência (PR);

Este previamente definido, utilizando o MÉTODO DO RELÓGIO (Utiliza-se quando

não é possível definir claramente os pontos a identificar)

Deverá ter-se em atenção que o Ponto de Referência deve situar-se na faixa de

terreno que se está a descrever, não devendo ser um elemento móvel, nem de

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localização imprecisa.

• Por descrição sucessiva do terreno.

Método do relógio

Neste método, a localização de cada ponto a identificar, é indicada pela direcção e

distância angular a que se encontra de um outro, tomado para Ponto de Referência.

1. Este Ponto de Referência deve ser sempre:

a. Bastante afastado;

b. Claramente definido no terreno;

c. Não deve estar afastado do ponto a identificar mais de um

“palmo” do valor do campo reticulado do binóculo ou de outro

aparelho que se utilize.

2. Escolhido o PR, começa por se dizer se o ponto a identificar está à

esquerda ou direita daquele, ou imediatamente acima ou abaixo

3. A direcção, é agora indicada pelas horas do mostrador de um suposto

relógio colocado horizontal ou verticalmente, com o centro no PR.

a. A colocação vertical é a mais corrente

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4. A distância entre o Ponto de Referência (ou seja o centro do relógio) e o

ponto a identificar é indicada normalmente em “dedos”, “mãos” ou

“palmos”, tendo o cuidado de manter o braço bem estendido e a mão o

mais vertical possível.

a. Esta distância, é sempre medida na horizontal e não

sobre a linha centro do relógio, excepto quando o ponto

a identificar estiver imediatamente acima ou abaixo do

PR, caso em que é medida na vertical.

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O Agente de Protecção Civil que expuser o giro deverá nesta fase observar a seguinte

sequência:

1. Indicar inicialmente, qual o local onde se deverão posicionar os Agentes

de Protecção Civil que assistem, por forma a acompanharem da melhor

forma a exposição.

2. Seguidamente localizar o PO, assegurando-se que todos os Agente de

Protecção Civil que assistem à exposição, o localizaram, quer na carta

quer no terreno.

Encontramo-nos em …, referido nas vossas cartas como … (ou coordenadas …)

3. Seguidamente, indicar a direcção que permite orientar as cartas,

assegurando-se que os APC’s assistentes identificaram nas respectivas

cartas e no terreno os pontos que a definem, e orientaram correctamente as

cartas.

Para poderem orientar as vossas cartas, vou definir a direcção W, que passa pelo

extremo direito da VILA DE S.PEDRO, que é aquela povoação grande, que se vê na

direcção em que estou a apontar, e na qual se destaca no centro, um Igreja com torre

elevada e telhado escuro.

4. Indicar a zona de terreno a tratar e os sectores em que se dividiu essa zona,

por pontos de referência bem visíveis.

“Vamos identificar o terreno limitado à ESQUERDA por aquela elevação (apontar)

com uma antena no cume, que é o OUTEIRO DO OLIVAL, e à nossa DIREITA, pelo

PICO DO PORCO, que é aquela elevação nesta direcção (apontar) com dois tufos de

mata densa, entre os quais se vê uma casa amarela.

Nesta zona, vamos considerar 3 sectores:

O primeiro à esquerda, entre o OUTEIRO DO OLIVAL e a direcção W, já definida;

O segundo entre a direcção W e aquele vale cavado, da RIBEIRA DA FRIA, que se

recorta no horizonte, nesta direcção;

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O terceiro sector, que engloba o resto da zona, entre o vale referido e o PICO DO

PORCO.

5. Identificar os pontos de cada sector, por faixas, às longas (d> 3.000m), médias

(3.000>d>600m) e curtas (d<600m) distâncias, no sentido do ponteiros do

relógio.

No 1.º sector

e às longas distâncias vemos:

§ O OUTEIRO DO OLIVAL, já identificado;

§ Seguindo a linha do horizonte para a direita, vê-se uma mata densa e

escura;

§ Na sua orla direita aparece um terreno castanho claro e a linha de festo

começa a descer;

§ Imediatamente à direita da linha de água, avista-se um terreno

castanho escuro, recém lavrado, com algumas árvores dispersas;

§ Imediatamente abaixo, vê-se um casa branca com duas janelas e um

telhado cinzento, com uma torre metálica ao lado direito

Tomando como referência essa torre, à direita, 4 horas, 2 dedos, vê-se um morro com

vegetação rasteira, com um marco trigonométrico: é a região de LAMEIRAS;

• Continuando para a direita e na linha do horizonte … (seguir o mesmo

método)

6. Identificar os pontos de cada sector, por faixas, às longas (d>3.000m), médias

(3.000>d>600m) e curtas (d<600m) distâncias, no sentido do ponteiros do

relógio.

No 1.º sector

Voltando à esquerda deste sector, e às médias distâncias, destaca-se:

§ Nesta direcção, um edifício comprido, verde, de telhado cinzento claro,

cercado a madeira,

Tomando como referência a empena direita do edifício, à direita, duas horas, três

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dedos, vê-se parcialmente um moinho e uma antena: é a região de SEIRA, a NORTE

da qual se situa o vale da RIBEIRA DAS NAVES .. (seguir o mesmo método);

Às curtas distâncias … (seguir o mesmo método) …

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Bibliografia:

Instituto Geográfico do Exército, Manual de Leitura de Cartas, Lisboa, Instituto

Geográfico do Exército, 7ª Edição, Julho de 2008.

Instituto Geográfico do Exército, Manual de Topografia, Lisboa, Instituto Geográfico

do Exército, 2007.

Apontamentos diversos (Ciclostilado), Aulas de Topografia, IPL, Leiria e Peniche, 2007