lubavitch magazine

160
30 ANOS DE BEIT LUBAVITCH NOVO CENTRO CULTURAL EM PORTO ALEGRE

Upload: geraldo-oliveira

Post on 22-Mar-2016

305 views

Category:

Documents


38 download

DESCRIPTION

Lubavitch Magazine realizada em parceiria com Emilio Martins

TRANSCRIPT

Page 1: Lubavitch Magazine

30 ANOS DE BEIT LUBAVITCH

NOVO CENTRO CULTURAL EM

PORTO ALEGRE

Page 2: Lubavitch Magazine

C A R T A D O R E B E

Recebi sua carta relacionada com a aproximação do

novo ano, bem como uma cópia da carta anterior.

Como foi solicitado, eu me lembrarei de você e sua

família, bem como daqueles mencionados em sua

carta, em prece, para a realização dos desejos de seus

corações para o bem.

Com referência às suas dúvidas e a

dificuldade de tomar decisões, e sobre

um sentimento de insegurança para

confiar nas pessoas em geral, não

é preciso eu me alongar muito para

dizer que este tipo de sentimentos

surge quando alguém pensa que está

sozinho, e pode apenas confiar em si

mesmo e em seu próprio julgamento,

e portanto sente-se incerta e insegura

sobre cada passo que precisa dar.

E embora ele também confie em

D’us, esta confiança de certa forma é

superficial e não está imbuída nele, em

todos os detalhes de sua maneira de viver; e apenas

em determinados dias, como as Grandes Festas, ele

se sente mais próximo de D’us.

Porém quando a pessoa tem uma profunda fé em

D’us, e quando reflete que a benevolente Providência

Divina se estende a todas as pessoas, e a todo e

cada detalhe, e a todo e cada minuto, certamente ele

desenvolve um profundo senso de segurança e confiança.

O conceito de “Divina Providência” é melhor

compreendido no termo original hebraico, Hashgachá

Peratit [supervisão individual], pois Hashgachá

significa cuidadosa vigilância, razão pela qual o termo

Hashgachá também é usado em conexão com as leis

de Cashrut [leis dietéticas judaicas], onde

cada detalhe precisa ser cuidadosamente

supervisionado. Uma outra tradução que

às vezes é usada para Hashgachá Peratit,

ou seja, “supervisão”, não é inteiramente

satisfatória neste caso, porque supervisão

implica “visão de cima”, ou seja, olhar do

alto, ao passo que Hashgachá no sentido

da vigilância de D’us significa conhecer

todos os assuntos, por dentro e por fora,

completamente.

A crença nesta Hashgachá Peratit é

fundamental em nossa religião e modo de

vida, a tal ponto que antes de cada novo

ano, e durante o início do ano, recitamos duas vezes ao

dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e minha salvação, a

quem temerei? D’us é a força da minha vida, de quem

terei medo?” Por isso vemos que mesmo que as coisas

não ocorram como desejadas, segundo os cálculos

humanos, e mesmo que pareça que, segundo a Torá,

deveria ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança

S A U D A Ç Õ E S E B Ê N Ç Ã O S , 2 5 D E E L U L , 5 7 3 5 ( 1 9 7 5 )

P R O V I D Ê N C I A D I V I N A

Page 3: Lubavitch Magazine

em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us; sê forte

e fortalece teu coração e esperança em D’us.”

Em outras palavras, às vezes é necessário ser forte

e fortalecer o próprio coração para atingir plena

confiança em D’us, mas há também a promessa de

ser capaz de consegui-la.

O que foi dito acima vem mais facilmente quando se

fortalece a aderência à Torá e mitsvot [mandamentos]

na vida diária. E não importa o quão satisfatório isso

possa ser a qualquer tempo, sempre há espaço para

aperfeiçoamento em todos os assuntos de bondade

e santidade, Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo

derivados do Infinito. Na verdade, estou contente

por notar que apesar das suas dúvidas, você dedica

tempo e esforço para ser útil em seu campo, e que

D’us conceda que seja com Hatzlocho (sucesso),

especialmente por isso não interferir com períodos

regulares de estudo diário de Torá. Nesta conexão,

cabe lembrar as palavras do Alter Rebe, o fundador

de Chabad, que verdadeiro Kviat Ittim (horários

estabelecidos) para o estudo de Torá implicam não

apenas no tempo, mas também na alma.

Possa D’us conceder que você tenha boas notícias

para relatar sobre o que foi dito acima.

Desejando a você e todos os seus um Kesivo

VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado para

o bem, para um ano novo bom e doce]

Page 4: Lubavitch Magazine

EDITORIAL

Antes de partir de Nova York rumo

ao Brasil ainda desconhecido, fui

recebido junto com a minha esposa

Mimi em uma audiência particular

com o Rebe de Lubavitch, o Moisés

da nossa geração.

O momento é singular, um encontro

de almas. Aos olhos do Rebe tudo é

exposto. Revelam-se dimensões do

nosso ser mais íntimo que até então

não conhecíamos, e uma vez vistas

cabe à pessoa aproveitá-las. São

energias, talentos, sensibilidades

e aptidões em uma combinação

única formando a composição

interna de cada um, somados

com a educação transmitida pela

família, pelo estudo, pelo meio em

qual vivemos. D-us oferece um

serviço personalizado, imbuíndo no

indivíduo aquilo que será necessário

para cumprir a missão da sua vida.

Lá estávamos para receber a

bênção e injeção de força para

cumprir o que o Rebe identificou

como sendo a nossa missão de

vida, se instalar em uma cidade

remota chamada Porto Alegre.

Fomos privilegiados em receber a

seguinte mesagem:

Serão abençoados com alunos

e alunas como se fossem seus

próprios filhos, como também filhos

e filhas próprios que dedicarão

suas vidas em prol da Torá e das

Mitsvot, preceitos Divinos. Terão

deles muitas nachas, satisfação e

alegrias deles.

Juntamente com os nossos filhos

e parceiros, Chezky, Reisel, Chana,

Dina, Saadia, Ari, Muci, Chaia, Rivka,

Sheina, Bracha e Shaie e nossos

genros,Shmuel, Mendy P., Mendy

Z., e Menachem Mendel e nossos

netos Baruch, Shlomo Aharon,

Yosef e Risya Liba, agradecemos

ao Rebe pela honra de sermos seus

shluchim emissários no Rio Grande

do Sul.

Que as centelhas Divinas aqui

reveladas aproximem a revelação

de Mashiach, quando o mundo se

tornará um deleite de paz.

Page 5: Lubavitch Magazine

012 - Quem somos016 - O Rebe022 - 30 anos de t ra je tór ia038 - Cumpr imentos ao Be i t Lubav i tch042 - Caba lá045 - Sha lom no rád io046 - Mash iach048 - Campanha das Mi tsvot054 - Mezuzá056 - Prece de Shema Y israe l060 - As Le is de Nóe064 - Espec ia l Shofar Center082 - A pr incesa e o camponês084 - Como mudar o passado088 - Dando nome ao bebê090 - Br i t Mi lá094 - Bar e Bat Mi tvá096 - Casamento098 - O que s ign i f i ca Maza l Tov100 - Confor tando os que so f rem104 - Trancado por fora106 - É imora l es tar ac ima do peso?108 - Começar com o f im em mente110 - A ar te de v iver112 - Ame-se113 - I ’m a jew for a l iv ing116 - Sopa f r ia120 - O pão nosso de cada d ia122 - Vivendo numa ca ixa124 - Shabat128 - Rosh Hashaná130 - Yom Kipur132 - Sucot134 - Por que é d i f í c i l se desped i r136 - Chanucá139 - O Ano Novo das árvores140 - Pur im142 - Pessach145 - Lag Baomer146 - Shavuot

ÍNDICE

FOTOGRAFIA

IMPRESSÃO

CONSELHO EDITORIAL Mimi Liberow

Rivka Liberow

PRODUÇÃO EDITORIAL

DIAGRAMAÇÃO Emílio R. Martins

Geraldo Oliveira

Verde Comunicação Total

verdecomunicacao.com

Guilherme Ferreira - MTB 14.422

Paulo Maia - MTB 14.228

PROJETO GRÁFICO Emílio R. Martins

Clleber Passus

Léo Plachek

Luiz Ventura

Simon Menem

Print Paper

TIRAGEM 4,000

Distribuição gratuíta

SEDE

Sinagoga Beit Lubavitch | Rua Felipe Camarão, 748

Telefones: 3335-1264 ou 30235438

Site: www.chabadpoa.org

E-mail: [email protected]

CNPJ: 03712761/0001-64

Rabino Mendel Liberow

Presidente Sidney OchmanVice-Presidente Leandro Kolodny

1º Secretário Fernando Steinbruch2º Secretário Newton Birman1º Tesoureiro James Kravetz

2º Tesoureiro Jacob BurdDiretor Administrativo Roberto Schotkis

Diretor Assistente Julio KatzDiretores de Assuntos Religiosos Julio Ratzkowski

Diretor de Novos Sócios Gilberto RaskinDiretor de Patrimônio Daniel Ruvel

Diretor de Relações com a Comunidade Renato Stifelman

Informativo Periódico da Sociedade Beneficente e Cultural Beit Lubavitch

Page 6: Lubavitch Magazine
Page 7: Lubavitch Magazine
Page 8: Lubavitch Magazine

bemdocinha

Economizar é comprar

ZA-0056-11T AN 423x27.indd 1 22/09/11 14:06

Page 9: Lubavitch Magazine

bemdocinha

Economizar é comprar

ZA-0056-11T AN 423x27.indd 1 22/09/11 14:06

Page 10: Lubavitch Magazine
Page 11: Lubavitch Magazine
Page 12: Lubavitch Magazine

12LUBAVITCH MAGAZINE

Q U E M S O M O S

O Chassidismo

Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal Shem

Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo espalhou-

se rapidamente pelo mundo judaico. O Baal Shem Tov

ensinava que o judaísmo e a Torá são propriedades

de todos os judeus; que cada um, independente

de seu status ou de suas qualidades pessoais, está

perfeitamente capacitado a servir a D’us.

A devoção, enfatizava ele, é vital para uma vida plena -

e o potencial religioso da devoção é incalculável. Prazer

e entusiasmo no atendimento aos desejos de D’us,

calor e afeto no relacionamento com os outros - essas

se tornaram as marcas de identificação do Chassidismo.

A Filosofia

Chabad enfatiza a importância em cumprir para

si mesmo e transmitir para os outros a beleza e

profundidade do estilo de vida baseado na Torá. A

virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela não se

esgota com ensinamentos teóricos, mas motiva e induz

aqueles que a estudam a traduzir seu conhecimento

intelectual em ações práticas. Os líderes de Chabad-

Lubavitch juntamente com sua grande influência no

campo espiritual, dedicavam sua atenção para as

condições gerais da comunidade judaica, motivados pelo

seu ilimitado Ahavat Yisrael, que é uma de suas molas

mestras. Amar um companheiro judeu significa amá-lo

completa e incondicionalmente. Assim, o seu trabalho

tinha um propósito duplo - melhorar as condições

materiais de seu povo, assim como seu padrão espiritual.

Page 13: Lubavitch Magazine

13 LUBAVITCH MAGAZINE

O Movimento Chabad-Lubavitch

Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento, uma

organização. A palavra “Chabad” é um acrônimo em

hebraico para as três faculdades intelectuais de: chochmá

(sabedoria), biná (compreensão) e daat (conhecimento).

Ensina o entendimento e o reconhecimento do Criador,

o papel e o propósito da Criação, e a importância e

missão singular de cada criatura. Esta filosofia orienta a

pessoa a refinar e governar cada ação e sentimento por

meio destes três atributos intectuais.

Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma

pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia branca,

e seu nome transmite a essência da responsabilidade

e amor engendrados pela filosofia Chabad por todo

e cada judeu. Tornou-se a residência dos líderes do

Movimento Chabad-Lubavitch em 1814, quando Rabi

Dovber, filho e sucessor do fundador do Movimento,

Rabi Shneur Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais

de um século (até 1916) e quatro gerações de líderes

Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como o centro do

Movimento. Assim, os líderes de Chabad-Lubavitch

tornaram-se conhecidos como “Lubavitcher Rebes” e

seus Chassidim como “Lubavitcher Chassidim”.

Page 14: Lubavitch Magazine

14LUBAVITCH MAGAZINE

Q U E M S O M O S

Liderança

O movimento é guiado pelos ensinamentos de seus

sete líderes (Rebes), começando com Rabi Shneur

Zalman de Liadi, de abençoada memória (1745-1812).

Estes líderes tornaram acessíveis os mais refinados

e delicados aspectos do misticismo judaico, criando

um corpo de estudo composto de milhares de livros.

Eles personificaram as milenares qualidades bíblicas

de piedade e liderança, se preocupando não apenas

com Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da

vida judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou

detalhe era pequeno ou insignificante demais para

seu amor e dedicação.

Os Rebes

O Báal Shem Tov – O Mestre do Bom Nome - (1698-1760)

Fundador do Chassidismo.

O Maguid de MezeritchRabi DovBer (? – 1772)

Discípulo do Báal Shem tov e professor de Rabi Shneur Zalman de Liadi. Fortaleceu o chassidismo de seu mestre, ancorando-o firmemente no pensamento e na prática judaicas.

1º Rebe: O “Alter Rebe”Rabi Shneur Zalman de Liadi

(1745-1812)

Fundador do chassidismo Chabad. Conhecido como “o Rav” e autor do tanya; fundador da linha Chabad-Lubavitch dentro do Movimento Chassídico; discípulo do Maguid de Mezeritch, e pai do Mitteler Rebe.

Page 15: Lubavitch Magazine

15 LUBAVITCH MAGAZINE

3º Rebe: O “Tsêmac Tsêdec”Rabi Menachem Mendel

Schneersohn (1789-1866)

Conhecido pelo título de sua responsa haláchica; sobrinho e genro do Mitteler Rebe, e pai do Rebe Maharash.

4º Rebe: O “ Rebe Maharash” Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch

(1834-1882)

Em sua curta liderança, Rabi Shmuel fortaleceu a Chassidut, combateu o anti-semitismo, e preparou o terreno para o alcance mundial de Chabad. Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec, e pai do Rebe Rashab.

2º Rebe: O” Mitteler Rebe”Rabi DovBer de Lubavitch

(1773-1827)

Conhecido pela amplitude e profundidade de seus ensinamentos e seu incrível amor por cada judeu, Dedicou sua vida ao serviço da comunidade tanto espiritual quanto fisicamente. Filho e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do Tsêmach Tsêdec.

5º Rebe: O “Rebe Rashab”Rabi Shalom DovBer Schneersohn

de Lubavitch (1860-1920)

Devotou-se ao futuro da nação judaica, envolvendo-se em educação em todos os níveis. segundo filho do Rebe Maharash, e pai do Rebe Rayatz.

6º Rebe: O “Rebe Rayatz”Rabi Yossef Yitschac Schneersohn

(1880-1950)

Nascido no coração do Comunismo, Rabi Yossef Y. Schneersohn lutou pelo Judaísmo na Rússia em todas as frentes, assegurando a sobrevivência do Judaísmo no Velho Mundo. Estabeleceu-se nos Estados Unidos onde revolucionou e reinventou o Judaísmo para o Ocidente. Conhecido também como “o Rebe Anterior”; filho único do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.

O líder da nossa geração. Veja a biografia completa na página 18.

7º Rebe: O RebeRabi Menachem Mendel Schneerson (1902-1994)

Page 16: Lubavitch Magazine

16LUBAVITCH MAGAZINE

N O S S O L Í D E R

OREBE

Em cada geração existe um Moisés. Na nossa, é o Rabino

Menachem Mendel Schneerson conhecido como O

Rebe. Na sua época, Moisés recebeu a incumbência

Divina de redimir um povo das garras das escravidão

e elevá-lo a um estágio de liberdade plena, seu ápice

atingido na Outorga da Torá no deserto. Nos tempos

atuais, o Rebe nutriu um povo devastado pelas garras

do nazismo e comunismo e extendeu os conceitos

autênticos de liberdade a cada ser individualmente, sem

exeções. O deserto espiritual da humanidade começou

a mostar vida e se tornou evidente a presença de muita

energia positiva, curiosidade em revelar as dimensões

desconhecidas do Universo, e um desejo palpável para

transformar este mundo em um lugar melhor.

Em praticamente cada palestra que o Rebe proferiu,

cada carta que escreveu e cada diretiva que emitiu, o

tema, o encerramento e o objetivo eram: a vinda de

Mashiach e como alcançar a Redenção. Trazer o Céu

para Terra que será banhado pela sabedoria e bondade

de seu Criador, um mundo sem ódio e ganância, livre de

sofrimento e discórdia. Nada menos que isso.

A idéia de uma Redençaõ Universal, introduzida por

um líder global chamado Mashiach, “o ungido,” é um

princípio básico da fé judaica. O judeu acredita que o

mundo criado por D-us possui o potencial para refletir

completamente a infinita bondade e a perfeição do

seu Criador. E o judeu acredita que a realização deste

objetivo é o propósito para o qual sua alma foi colocada

num corpo físico e recebeu uma vida nesta terra.

Page 17: Lubavitch Magazine

17 LUBAVITCH MAGAZINE

Yecatrinoslav (Dniepropetrovsk) de 1907 a 1939.

Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa

inteligência, e logo teve de deixar o chêder, por

estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos, o

diretor da escola local disse a seus pais que não havia

mais nada que pudesse lhe ensinar. Desde então,

seu pai – ele próprio um célebre erudito e cabalista

– encarregou-se da educação do filho, empregando

tutores e ensinando-o pessoalmente.

Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai do

Rebe. Os dois sábios começaram a discutir delicados

pontos de estudo, sem perceber que Mendel, então

com oito anos, havia entrado na sala e estava ouvindo

com atenção.

O convidado notou a expressão concentrada no rosto

do menino. “Ele entende o que estamos dizendo?”

perguntou. Com um olhar de conhecedor, o pai

replicou: “É impossível saber.”

Teve um grande exemplo e forte influência de seus

pais durante sua vida. Seu pai, Rabi Levi Yitschac, agia

com raro grau de dignidade e coragem para sustentar

e fortalecer o judaísmo sob o regime comunista. Ao

seu lado contava sempre com a grande coragem e

abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe do

Rebe, que não poupava esforços colocando sua vida

em risco, para que seu marido pudesse continuar

escrevendo suas obras sagradas. Rabi Levi Yitschac

foi preso e exilado para o vilarejo distante de Chi li, na

Ásia Central e como resultado dos seus sofrimentos ,

faleceu no exílio, na cidade vizinha de Alma Ata, em

20 de Menachem-Av, 1944, aos 66 anos.

O Rebe muitas vezes citava o grande sábio Maimônides,

que há mais de 800 anos dizia: um simples ato, uma

única palavra, apenas um pensamento, tem o poder de

inclinar as balanças e trazer redenção a este mundo.

O Rebe explicou: como a natureza básica de nosso

mundo é perfeita e boa, toda ação do bem é real e

permanente,enquanto que toda a negativa é somente

aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo esperando

para ser dissipado, a escuridão na espera da luz.

Não importa quão escuro o mundo possa parecer ou

sentir, a luz está apenas a uma única ação de distância.

O Rebe viu isso e partilhou esta visão conosco. Se

abrirmos nossos olhos a esta realidade, traremos

redenção a este mundo. Hoje.

Biografia

Nascimento e infância

Em 1900, Rabi Levi Yitschac Schneerson, renomado

pela sua erudição talmúdica e haláchica e em Cabalá

casou-se com Rebetsin Chana Yanovski, aristocrática,

de família rabínica prestigiosa.cujo pai, Rabi Meir

Shlomo, era rabino da cidade de Nicolaiyev, Ucrânia.

No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu seu

primeiro filho, bisneto do terceiro Lubavitcher Rebe,

seu homônimo. Menachem Mendel. Seu pai, Rabi

Levi Yitschac era bisneto de Rabi Baruch Shalom, o

filho mais velho do Tsemach Tsedec (terceiro Rebe de

Chabad-Lubavitch e neto do fundador do Movimento,

Rabi Schneur Zalman, o Alter Rebe) e Rabino-Mor de

Page 18: Lubavitch Magazine

18LUBAVITCH MAGAZINE

: A R T I G O

Casamento

O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch, Rabi

Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em Rostov,

Rússia. Em 27 de novembro de 1928 casou-se com

Chaya Mussia (1901-1988), segunda filha do Rabi

Yossef Yitschac. A Rebetsin é lembrada pela sua

excepcional erudição, embora fosse de comportamento

compassivo, humilde e despretensioso.

O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia, na

terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928. Centenas

de Chassidim Chabad de Varsóvia, das áreas polonesas,

da Lituânia e da Rússia Branca compareceram, além

de renomados Rebes e eruditos.

Logo após o casamento, o Rebe mandou o jovem casal

viver em Berlim, então a capital intelectual da Europa

Ocidental, onde Rabi Menachem Mendel deveria

passar parte do seu tempo estudando em famosos

centros de estudos e acabou matriculando-se na

Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber Soloveichik

também encontrava-se em Berlim naquela época e

os dois passaram muito tempo juntos, em estudos

gerais e talmúdicos. Rabi Soloveichik relembra que o

Rebe trazia um volume do Talmud ou outros textos da

Torá a suas palestras, e o colocava dentro do livro de

textos. Certa vez, um dos professores ficou aborrecido

pela aparente falta de atenção do Rebe, e no meio da

palestra, acreditando que ele não o estava ouvindo,

resolveu testá-lo: “Pode repetir uma palavra daquilo

que eu disse?” perguntou ele. Humildemente, o Rebe

levantou-se e repetiu a palestra inteira, palavra por

palavra.

Embora o Rebe passasse a maior parte de seu tempo

em Paris envolvido nos estudos, também deu muitas

aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se que quando jovem

assistiu diariamente a aula de Talmud dada pelo Rebe.

Uma vez ele e outro aluno perceberam que o Rebe tinha

citado uma passagem de modo ligeiramente diferente

do que aparecia no texto. Depois que a aula terminou,

foram à estante do Rebe para conferir o texto do Talmud

que ele usara; talvez tivesse uma versão diferente?

Para sua surpresa, viram que o Rebe tinha usado um

tratado completamente diferente! Havia uma escassez

de textos,e vários alunos tinham que estudar usando

o mesmo volume. A fim de deixar um texto adicional

disponível para os alunos, o Rebe tinha recitado as

passagens de cor, e para esconder o problema dos

alunos, fingira usar um livro com outro tratado.

Formação

Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi Menachem

Mendel a deixar a Alemanha, onde se graduara em

Heidelberg, em Engenharia Superior e mudar-se para

Paris. Matriculou-se na Sorbonne onde receberia outro

diploma, Engenharia Mecânica, com especialização em

Projeto Naval.

O conhecimento adquirido nestes estudos habilitaram-

no a resolver dúvidas haláchicas nos anos subseqüentes.

Por exemplo, quando houve uma discussão sobre se um

navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat,

o Rebe comentou: “A alegação de que tais trabalhos

proibidos podem ser realizados automaticamente

demonstra não apenas ignorância sobre os princípios

haláchicos no trabalho, como também ignorância sobre

os rudimentos da engenharia.”

Page 19: Lubavitch Magazine

19 LUBAVITCH MAGAZINE

O Rebe organizou um corpo de shluchim – emissários

de Lubavitch – e os encarregou de estabelecer

centros Chabad-Lubavitch no mundo. Hoje milhares

de instituições Chabad-Lubavitch cobrem o planeta.

Além de se preocupar com cada indivíduo, o Rebe

dava atenção especial a órfãos e viúvas de soldados

israelenses, as crianças de Chernobyl, entre outros.

Mais de 1300 crianças recebem tratamento médico

em Kfar Chabad. Para os meninos órfãos, são

celebradas anualmente cerimônias de bar-mitsvá,

no Muro das Lamentações. Além disso, foram

criados vários centros de reabilitação para pessoas

viciadas em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de

60 instituições de ensino judaico na Comunidade

dos Estados Independentes e na Letônia. Centenas

de emissários visitam regularmente e muitos outros

estabelecem lá suas residências para promover as

atividades judaicas. A organização Ezrat Achim envia

toneladas de alimentos para os judeus destes países.

O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá

(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma

forma revolucionária de difundir o judaísmo para

todos os judeus com a sua famosa “Campanhas das

Mitsvot” (campanha das boas ações). A colocação dos

tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov

pelas mulheres judias, a cashrut, a prática da tsedacá,

a educação baseada na Torá, entre outras. Na época

foi duramente criticado, enfrentando forte oposição,

ao dizer que esta era a única maneira de salvar o

judaísmo da assimilação. Suas campanhas inovadoras

hoje servem de modelo a diversas instituições judaicas

que atraem judeus de volta a sua herança exatemente

como o Rebe já fazia há cinco décadas.

O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à oração,

ao estudo da Torá preocupando-se com cada judeu,

onde quer que se encontra-se.

Chegada aos Estados Unidos

Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a

Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo

milagrosamente escapado da investida nazista e

se estabelecendo em Nova York. Seu sogro, Rabi

Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado aos

Estados Unidos um ano antes, escolheu-o para liderar

suas recém-fundadas organizações: Merkos Linyonei

Chinuch, o braço educacional do movimento Lubavitch;

Machané Israel, a organização de serviço social do

movimento; e a Sociedade Kehot de Publicação, a

editora de Lubavitch.

Logo após o Rebe começou a escrever suas

anotações eruditas sobre vários tratados chassídicos e

cabalísticos, bem como uma vasta gama de responsas.

Com a publicação dessas obras, logo foi reconhecido

por eruditos de todo o mundo.

Liderança

Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o

Rebe fosse escolhido como seu sucessor foi relutante

no início em aceitar o manto da liderança. Apenas

um ano mais tarde assumiria formalmente o título de

“Rebe”: foi em 28 de Janeiro, 10 de Shevat de 5710.

Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou que

a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach

(Messias).

Page 20: Lubavitch Magazine

20LUBAVITCH MAGAZINE

: A R T I G O

Sua preocupação com a educação e o futuro da

humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos. A

data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de Nissan)

foi transformada pelo Presidente Ronald Reagan em

“Dia Nacional da Educação”.

Entre as previsões que fez sobre situações mundiais as

que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de

Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos

para Israel, ao alertar o governo israelense para a

construção de casas e condições de emprego para

estes judeus. E isto aconteceu numa época em que tal

possibilidade era impensável.

Outra previsão fantástica: durante a Guerra do Golfo,

em 1991, o Rebe foi o único a dizer que esta guerra não

atingiria o povo judeu, declarando que as máscaras

de gás não seriam necessárias. Ele declarava isso

enfaticamente mesmo durante o contínuo bombardeio

de scuds sobre israel, pois lá “é o lugar mais seguro do

mundo.”

Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach

(Messias) e da importância de “recepcioná-lo”

apropriadamente, principalmente através de um

estudo intensivo dos assuntos relativos à era

messiânica, contidos na Torá, Talmud, e outras fontes

judaicas, como no código de leis de Maimônides.

Todos os domingos o Lubavitcher Rebe costumava

receber e abençoar as vastas multidões que vinham

buscar as suas palavras de sabedoria e bênção. A

cada uma das milhares de pessoas que o procuravam

entregava uma nota de um dólar para ser doada a

uma instituição de caridade à critério da pessoa. Além

de pessoas comuns, diversas personalidades judias e

não-judias pediam seu conselho e bênção.

Page 21: Lubavitch Magazine

21 LUBAVITCH MAGAZINE

A Goldsztein Cyrela parabeniza o Beit Lubavitch de Porto Alegre pelos 30 anos de educação e divulgação da cultura judaica. Esta data é mais um passo importante rumo à realização plena desta missão.

www.cyrela.com.br/rs

SAMEACH,BEIT LUBAVITC

H,BEIT LUBAVITC

H,H!H,H!H,

YOM HULEDET

Page 22: Lubavitch Magazine

22LUBAVITCH MAGAZINE

T R A J E T Ó R I A

30 ANOS DE MUITO TRABALHO, FÉ E LUZ

“Não será uma missão fácil, mas terão sucesso”, Rebe Lubavitch

Nascido na França, em 1958, de família tradicional, avô

e pai Rabinos, Mendel Liberow partilhava a mesma

vocação. Em nenhum momento foi persuadido a seguir

o caminho dos antepassados, apenas exerceu seu livre

arbítrio e deu início a sua trajetória. Na sua família a

tradição de servir os outros é muito forte e esta é uma

das principais funções de um Rabino. Poder contribuir

para que as pessoas possam conhecer e compreender

as suas origens, seu passado era uma de suas vocações.

Ele sentia isso.

Quando ainda era noivo de sua esposa, Mimi, em Nova

Iorque, o Rabino enviou uma carta para o Rebe de

Lubavitch, solicitando orientação para os seus caminhos.

Naquela época receberam uma proposta de morar e

desenvolver um trabalho na cidade brasileira de Porto

Alegre. Na carta questionaram se aquele deveria ser o

destino do casal. O Rebe respondeu de forma direta e

convicta:

- Não será uma missão fácil, mas terão sucesso!

Acreditaram nesta indicação e rumaram para o sul do

Brasil. Chegaram a Porto Alegre em março de 1981.

Superaram a fase de adaptação e começaram a “plantar

suas sementes” na comunidade local. “Trabalhamos com

todos os clubes, sociedades, famílias, hospitais, escolas,

sinagogas e instituições judaicas de Porto Alegre. Nunca

ignoramos ninguém de outra etnia, crença ou origem.

Sem nenhuma restrição, nosso trabalho começou a se

propagar”, relembra o Rabino.

O que chamou a atenção do Rabino logo que teve

contato com a comunidade hebraica local foi a pouca

participação dos jovens nas instituições judaicas.

“Quando cheguei, constatei que apenas os avós,

estavam envolvidos. Onde estavam os pais, os filhos

e as filhas? Não havia envolvimento das gerações

mais jovens. Porém, isto está mudando. Atualmente a

Page 23: Lubavitch Magazine

23 LUBAVITCH MAGAZINE

da festa de Chanucá, em uma praça da Avenida Goethe

e nos Shopping Center Iguatemi e Praia de Belas.

Sua contribuição também ultrapassou a barreira das

diferenças linguísticas. Hoje praticamente todas as

sinagogas possuem a integridade de seus livros em

hebraico e, traduzidos para o português. Desta forma,

integrando ainda mais as famílias judaicas. “Levamos

nossa história para as ruas, praças, escolas e bairros.

Queremos continuar fortalecendo nossa cultura. Nossa

mensagem está se propagando”, alegra-se.

Estar inserido integralmente na comunidade onde vive é

para o Rabino uma grande conquista. Porém ele não irá

parar. Seu trabalho continua, sua contribuição continua

para todos os moradores de Porto Alegre. Seus olhos

se enchem de luz quando falamos de sua missão. E o

Rebe estava mais uma vez certo. Houve dificuldades e

percalços, mas podemos afirmar que foi, e ainda é, uma

caminhada de vitorioso sucesso.

comunidade judaica está se renovando. Os jovens estão

mais participantes”, destaca.

A sua integração com a comunidade em geral, não

judaica, foi muito aberta e ampla. Não houve nenhum

tipo de preconceito. “Não tivemos nenhuma restrição,

lidamos apenas com a falta de conhecimento. Esta falta

de informação gerou apenas curiosidade. Já fui até

convidado para fazer uma palestra para os membros

da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, totalmente

lotada, na maior harmonia”.

O trabalho do Rabino Mendel também incentivou

a comunidade judaica a comemorar as suas datas

festivas, algo que não era valorizado na época de sua

chegada. Um exemplo disto é a festa do Chanucá, Festa

das Luzes, hoje bastante cultuada. O Rabino inovou ao

levar o judaísmo para o âmbito público. Foram erguidos,

por iniciativa dele, um menorá, candelabro tradicional

Levi

Lib

erow

Page 24: Lubavitch Magazine

24LUBAVITCH MAGAZINE

T R A J E T Ó R I A

A T I V I D A D E S C O M C R I A N Ç A S

A U T O R I D A D E S C H A N U K A - I G U A T E M I

Y O M K I P U R N O Q U A L I T Y

Page 25: Lubavitch Magazine

25 LUBAVITCH MAGAZINE

CHANUKA - PRAÇA SILVIO UGHINI

C A S A M E N T O INAUGURAÇÃO DA TORÁ

Page 26: Lubavitch Magazine

26LUBAVITCH MAGAZINE

B A R M I T Z V Á

B E N Ç Ã O D O S O L - PA R C Ã O

B A T M I T Z V Á C L U B

M A I M O N I D E S D A Y H O S P I T A L

T R A J E T Ó R I A

Page 27: Lubavitch Magazine

27 LUBAVITCH MAGAZINE

SHOW - JUDEU DA SAMBA AMRIGS

C H A N U C Á - P R A I A D E B E L A S

C H A N U C Á - N A S R U A S

COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE SHOFAR

SINAGOGA UNIÃO ISRAELITA - FABRICA DE MATZA

JANTAR CHANUCÁ

Page 28: Lubavitch Magazine

28LUBAVITCH MAGAZINE

T O R Á N A C H U P Á

T R A J E T Ó R I A

Page 29: Lubavitch Magazine

29 LUBAVITCH MAGAZINE

ATIVIDADE COM MULHERES NO LITORALNA CÂMARA MUNICIPAL

BEIT LUBAVITCH- JANTAR MELAVE MALKA

C A N T E C O M C H A B A DFARBRENGUEN BEIT LUBAVITCH

SINAGOGA LINAT HATZEDEK - PURIM

Page 30: Lubavitch Magazine

30LUBAVITCH MAGAZINE

SINAGOGA LINAT HATZEDEK

SINAGOGA LINAT HATZEDEK - CHANUKA JUVENTUDE - CHANUCÁ

JUVENTUDE - LAG BAOMER SUCÁ MOVEL - NAS RUAS

T R A J E T Ó R I A

Page 31: Lubavitch Magazine

31 LUBAVITCH MAGAZINE

JUVENTUDE COLÉGIO ISRAELITA - CHANUCA

ERECHIM COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE MATZÁ

Page 32: Lubavitch Magazine

32LUBAVITCH MAGAZINE

CLUB CAMPESTRE - LAG BAOMER COLONIA DE FERIAS

CLUB HEBRAICA - PURIM

CLUBINHO

T R A J E T Ó R I A

Page 33: Lubavitch Magazine

33 LUBAVITCH MAGAZINE

COLONIA DE FERIAS LAR DOS VELHOS

GUIMEL TAMUZ - NY

Page 34: Lubavitch Magazine

34LUBAVITCH MAGAZINE

D E P O I M E N T O S

“As sinagogas são o centro da vida judaica. Muitos dos

valores da sociedade ocidental foram nelas forjados.

Monoteísmo, amor pela justiça, culto à sabedoria,

respeito ao semelhante fazem parte dessa tradição. Sem

embargo desse tesouro cultural que hoje é um legado

irreversível, os judeus e suas sinagogas foram ao longo

da história vítimas do ódio e do preconceito. Sinagogas

foram ocupadas na Idade Média. No inferno nazista, as

sinagogas foram simplesmente destruídas.

A construção de uma sinagoga no mundo moderno, tão

apegado ao materialismo, é um feito histórico, e quando

isso acontece por obra de um homem, ajudado embora

por uma grande mulher, constitui um ato heróico. O

Rabino Mendel Liberow, com o incansável apoio de

Mimi, fez mais do que isso. Levantou uma sinagoga

espiritual sem o prédio apropriado, mas sólida e forte.

Sinto-me contente pelo fato de ser testemunho desse

trabalho que exigiu trinta anos de coragem e que,

não importa quantos anos mais, será concluído com

a construção de uma bela sinagoga. A visão desses

abnegados destinará, com certeza, um espaço a um

museu e a um centro cultural para o desfrute de judeus

e não-judeus.

A despeito de tudo, o mundo merece isso.”

Ari Pargendler

“Gostaríamos de agradecer o convite para participar

das comemorações dos 30 anos da Sociedade Beit

Lubavitch que se dedica a benemerência e tanto tem

contribuído para a cultura do nosso Estado.

Parabéns e vida longa neste trabalho social de relevante

significado.”

Afonso Motta, Secretário de Estado

“Há tempo de celebrar, como ensinam os livros sagrados.

Parece que o início de século aponta para o valor

da tolerância multicultural, para uma reacomodação

dialética, uma convivência edificante, inclusive no espaço

público, entre a fé e a razão. Em Porto Alegre, muito

deste ambiente foi forjado pelo generoso movimento

liderado pelo Rabino Mendel Liberow, que toca corações

e mentes e enfatiza a educação e o diálogo, frutos do

esclarecimento que decorre dos atributos intelectuais

celebrados pelo Chabad-Lubavitch – a sabedoria, a

compreensão e o conhecimento. À pessoa e à obra,

nossa admiração e reconhecimento.”

Eduardo de Lima Veiga,Procurador-Geral de Justiça

“É com alegria que saúdo os 30 anos de ação do

movimento Beit Lubavitch junto à comunidade

gaúcha. Nestas três décadas da missão de facilitar o

entendimento dos ensinamentos da Torá, difundindo

os conhecimentos judaicos em nossa cidade, tivemos

a oportunidade de estreitar os laços com a rica cultura

do povo judeu. As tradições trazidas de longe já fazem

parte da nossa história e demonstram a pluralidade e o

Cumprimentos ao Beit Lubavitch

Page 35: Lubavitch Magazine

35 LUBAVITCH MAGAZINE

respeito às diferenças, que são características de Porto

Alegre. A sabedoria, a compreensão e o conhecimento,

que são alicerces do movimento, são fundamentais para

que, cada vez mais, trabalhemos pela sociedade mais

justa, solidária e humana que todos nós queremos.”

José Fortunati Prefeito de Porto Alegre

“A presença e a história do Beit Lubavitch em Porto

Alegre têm um representativo papel na comunidade

judaica gaúcha. Nesses 30 anos, o movimento

chassídico trouxe a todos contribuições importantes

para a manutenção da vida judaica em nosso estado.

A devoção do Rabino Mendel Liberow e da professora

Mimi é um exemplo de entusiasmo e fé em nossa

comunidade, atuando incansavelmente e com respeito

à diversidade de pensamentos de que é formado nosso

Ishuv.

A nova sede do Beit Lubavitch vem para coroar

esse trabalho e reforçar este movimento que busca

não apenas o aperfeiçoamento espiritual de seus

congregados, mas também a construção de uma

kehilá forte e representativa. A FIRS une-se a essa

comemoração e deseja Mazel Tov a toda comunidade

Lubavitch.

Jarbas Milititsky Presidente da FIRS

“Diz um adágio popular que a palavra convence, mas

o exemplo arrasta. Natural ao longo dos séculos que o

Judaísmo, que nunca foi uma religião prosélita, sofresse e

continue sofrendo sucessivas tentativas de assimilação.

É nesse contexto que cresce a importância da chegada

há trinta anos em Porto Alegre dessa família que com

o seu exemplo, como diz o adágio “arrasta”, cativa,

abriga e inspira para uma vida focada no amor a Deus,

na fraternidade como norte da existência humana e na

afirmação do Judaísmo e do seu eterno e indivisível

compromisso com Deus”.

Valter NagelsteinVereador de Porto Alegre licenciadoSecretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio

“Saúdo o Rabino Mendel Liberow e sua família assim

como a comunidade Chabad pelos 30 anos de atividades

em Porto Alegre. Estou seguro que a presença do

movimento hassídico em Porto Alegre enriqueceu

sobremaneira a vida judaica de nossa Kehilá. É muito

importante para todos nós assegurar a diversidade

de manifestações e tendências do legado cultural e

religioso assim como das tradições e da identidade

judaica. Somos um povo unido na diversidade. Esta

riqueza deve ser preservada com a tolerância mútua

e o diálogo constante de suas diversas tendências

e correntes. A hassidut é uma das mais vibrantes

manifestações da mensagem judaica. Cabe por isso

assinalar neste momento de festa e alegria que este

legado está muito bem representado em Porto Alegre.

O Rabino Mendel nos cativou a todos por sua alegria,

serenidade, tolerância, paciência e sabedoria. Vida

longa à família Chabad.“

Jacques A. Wainberg

Page 36: Lubavitch Magazine

Yasher Koach ao

Rabino Mendel e Mimi Liberow

Luíza Turkienicz e Família

Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda

a comunidade

IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L

arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow

nos 30 Anos do Beit Lubavitch de

Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por

Klal Yisroel

P

Page 37: Lubavitch Magazine

Yasher Koach ao

Rabino Mendel e Mimi Liberow

Luíza Turkienicz e Família

Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda

a comunidade

IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L

arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow

nos 30 Anos do Beit Lubavitch de

Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por

Klal Yisroel

P

Page 38: Lubavitch Magazine

38LUBAVITCH MAGAZINE

C A B A L Á

Bem viver, para todos

Ros

tisla

v G

linsk

y

Page 39: Lubavitch Magazine

39 LUBAVITCH MAGAZINE

“D’us mandou mandamentos para serem seguidos e a

Cabalá é um manual de instruções desses mandamentos,

ou seja, como praticá-los no cotidiano”, assim a gaúcha

Ana Moreira define a primeira lição que aprendeu sobre

o tema. Foi há mais de quatro anos, antes de fazer parte

de uma turma de estudos sobre a cabalá. Na ocasião

um grupo de amigas participou de um seminário

sobre religiões monoteístas na Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul.

Instigadas pela palestra sobre

o judaísmo, ministrada por

Mimi Liberow, elas decidiram

saber um pouco mais sobre

os fundamentos cabalísticos.

Ali nascia a primeira turma

de estudos da Cabalá com

mulheres de diferentes

religiões organizada pelo Beit

Lubavitch de Porto Alegre.

“Todas nós procurávamos

uma coisa a mais, que

cuidasse da alma. Ali a Mimi

começou a falar sobre o que

é a Cabalá, que resumindo é

o ‘bem viver’”, conta a participante, Suzana Etchepare.

Para ela, foi um momento em que acendeu a “luzinha

no fim do túnel”, com a perspectiva de um alimento para

a alma. “Assim, nós pedimos para ver como era essa

novidade e foi de encontro com o que esperávamos.

Nos ensina a viver em harmonia, sempre com um

conselho positivo. Acredito que mudou a vida de todas

nós.”

Os encontros acontecem uma vez por semana, com

início às 17h30 e, muitas vezes, sem hora para acabar.

A dinâmica é simples e baseada na reciprocidade. As

turmas, são sete no total, têm de 6 a 10 participantes

para que todos possam trocar experiências. “São

grupos pequenos para que todos possam falar. Embora

não exista a necessidade de que as pessoas relatem

suas intimidades, elas têm espaço, oportunidade e

tempo para se expressar,

tirar dúvidas e fazer

comentários especificos”,

revela Mimi. As pessoas

podem, a partir das suas

vivências durante a semana,

discutir temas relevantes

às suas vidas. Devido

ao caráter abrangente

da Cabalá, situações e

pensamentos podem gerar

benefícios práticos. “Ela trata

de tudo, se para ti existe,

se você pensa sobre isso, a

Cabalá vai enriquecer esse

pensamento. Então é muito

importante aproveitar esses momentos em que as

pessoas estão sendo espontâneas, porque ali existe

energia”, crê Mimi.

Para a surpresa das participantes, as aulas ministradas

por representantes do judaísmo ortodoxo não

eram caracterizadas por ideias excludentes. “Com

o pouquinho que sabemos do judaísmo, sobretudo

o ortodoxo, imaginamos um pensamento radical e

D’US MANDOU MANDAMENTOS PARA SEREM SEGUIDOS E A

CABALÁ É UM MANUAL DE INSTRUÇÕES DESSES

MANDAMENTOS, OU SEJA, COMO PRATICÁ-LOS NO

COTIDIANO

Page 40: Lubavitch Magazine

40LUBAVITCH MAGAZINE

fechado, mas a cabeça da Mimi é muito, muito aberta

e comporta todos os questionamentos e atitudes”,

afirma Ana Moreira. Já a aluna Beth Logemann revela

outra surpresa: “Eu não imaginava que na Cabalá o ser

mais importante fosse D’us, um D’us único, do bem,

e que a importância de d’Ele está em tudo.” “Afinal,

temos muito mais em comum do que diferenças”,

completa Mimi.

Outro aspecto ressaltado por elas é a objetividade

com que valores e conceitos que muitas vezes

parecem subjetivos e abstratos podem ser facilmente

aplicados no dia a dia através da cabalá. Para Valdívia

Pretto, além da tranquilidade e confiança em D’us,

a experiência fez com que valorizasse os aspectos

realmente importantes da vida. “São valores simples e

ensinamentos práticos. Você vai a uma aula e sempre

sai com alguma coisa que pode ser aproveitada

para que a vida da tua família seja melhor.” Suzana

Etchepare, vê as aulas quase como uma terapia, em

que aprende-se diversos conceitos que podem ser

utilizados no cotidiano, com os filhos ou para enfrentar

momentos dificeis.

Para a ex-aluna Ana Luiza Moscoso, as lições foram

fundamentais para que sua vida tomasse um rumo

diferente. “A Cabalá me fez ficar forte e pensar que

eu tinha de fazer parte do mundo e dar a minha

contribuição, sobretudo para a minha família, para

que eles me sintam mais participativa.” Como

consequência, a então dona de casa passou a ser,

também, uma dedicada profissional. A atividade fez

com que não pudesse mais participar das reuniões

semanais, mas mantêm-se informada com as amigas

sempre que é possível. Como católica praticante, vê a

cabalá como um agregador positivo. “Foi uma coisa

muito positiva na minha vida, pois me ensinou a olhar

à frente, me deu esperança.”

Todas fazem questão de demonstrar o quanto o

envolvimento foi benéfico para suas famílias, criando,

a partir da própria mudança na forma de enxergar o

mundo, interesse das pessoas mais próximas. “Sempre

fui mais religioso que minha esposa. Porém, com esses

anos de cabalá e dessa vivência com a Mimi e com o

Mendel, ela se tornou tão ou mais religiosa do que eu

e reforçou a minha fé de uma forma comprovatória”,

conta Hugo Diebold. “Hoje, ela me puxa para que eu

tenha ainda mais fé”, continua. Suane Vezzani, esposa

de Diebold, diverte-se ao contar que de todas era a que

menos imaginava o que seria a Cabalá. Hoje sintetiza

os quase cinco anos de aprendizado em uma palavra:

Amparo. “No momento que eu aceitei a existecia

de D’us e que Ele me ampara, a minha vida mudou.

Agora a vida tem todos os espaços preenchidos, tudo

passou a ter sentido e isso não existia antes.” Sobre

o fato inusitado de todas terem encontrado o sentido

de suas buscas em um religião diferente das suas, ela

conclui: “A maestria do que nos é ensinado é mostrar

que apesar das diferenças das regras de cada religião,

todos somos filhos de D’us e nessa essencia é que

conseguimos uma conexão.”

C A B A L Á

Page 41: Lubavitch Magazine

41 LUBAVITCH MAGAZINE

Conceitos Judaicos com uma mensagem universal

e que abordam os ensinamentos da Torá (Bíblia),

o legado milenar para o mundo contemporâneo,

músicas judaicas, temas da atualidade, entrevistas e

notícias do mundo judaico podem ser captadas nas

ondas do rádio. O Programa Shalom, apresentado

pelo Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi vai ao

ar todos os domingos, das 8h30min até às 9h. Basta

sintonizar na Rádio da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, AM 1080, ou acessar o link http://www.

ufrgs.br/radio/ e ouvir pela WEB.

Com mais de 10 anos no ar, o Programa Shalom

busca levar ensinamentos universais para toda a

comunidade gaúcha, sempre com uma mensagem

positiva e uma abordagem espiritualizada. Abaixo o

depoimento de um ouvinte ilustre e admirador deste

programa. Confira:

“Desde meus tempos de faculdade de Comunicação,

quando eu fazia um programa nos domingos de

manhã, na antiga Rádio Pampa, no Alto da bronze,

tinha a oportunidade de ouvir a Hora Judaica, que

Shalom nas ondas do rádio

antecedia o programa que eu apresentava. Anos

depois, reencontrei o programa, reformulado, mais

extenso, mais “cultural”, na Rádio da UFRGS. Num

primeiro momento me surpreendeu: uma rádio

pública com um programa religioso? Ao ouvi-lo,

porém, logo compreendi que o sentido amplo dado ao

programa justificava incluí-lo em uma programação

cultural. Desde então, quase que todos os domingos,

ouço o programa. Mesmo não estando vinculado

religiosamente ao judaísmo, admiro as interpretações

bíblico-historicas que o programa apresenta; as

atrações musicais; o conjunto de informações

culturais. O judaísmo é, sem dúvida, uma das grandes

tradições culturais da humanidade. Não podemos nem

ignorá-lo, nem negá-lo. Melhor, devemos conhecê-lo

e compreendê-lo, e um programa como este, sem

dúvida, nos ajuda muito a isso”.

Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt – Famecos - PUCRS

M Í D I A

Sla

ven

Dev

ic

Page 42: Lubavitch Magazine

42LUBAVITCH MAGAZINE

M A S H I A C H

FÉRIAS MARCADAS

indo tão bem, quando… ao chegar no aeroporto, você

descobre que perdeu o vôo; e o pior! O próximo? Só

daqui a duas semanas; e o mais grave, não tem lugar,

nem na lista de espera…Que agonia, tristeza, angústia,

não há palavras. Agora, férias só ano que vem…

Sobre momentos decisivos, o Rebe, em sua última

campanha (e, na minha opinião, a mais difícil),

declarou publicamente que Mashiach está chegando,

e que devemos nos preparar para esse momento

máximo da história. E realmente tudo está indicando

a vinda de Mashiach, pois os sinais previstos pelos

Imagine trabalhar durante um ano inteiro e, quando

chega o mês de setembro, começa a sonhar com

as férias de final do ano, para descansar e esfriar a

cabeça, preparando-se para mais um ano letivo, com

novas atividades e programações. A expectativa das

férias é sempre grande – os preparativos, comprar

passagens, decidir o itinerário; tudo tem que estar

adequadamente organizado.

Quando finalmente chega o dia da viagem, é aquela

alegria! Tudo pronto, malas, passagens, passaportes,

sacolas, em resumo: “toda tranqueira”. Tudo estava

POR RABINO DAVID AZULAY

jdko

enig

Page 43: Lubavitch Magazine

43 LUBAVITCH MAGAZINE

Venezuela, boarding now gate 21.” O vôo está saindo

daqui a alguns minutos, o coração bate mais rápido;

você não pára quieto, cada segundo é precioso,

pois um vacilar e você perde o avião. Você corre e

finalmente entra no avião… Ah! Que alívio!

O Rebe sabia que o povo está esperando Mashiach

há cem anos, porém anunciou que Mashiach já está

chegando mesmo, mamash. Então mexa-se, prepare-

se! Logo irão anunciar: “Flight Yerushaláyim, Boarding

Now!” Você não vai querer ficar fora desta, vai?

livros sagrados estão aí. O que restou? O homem deve

preparar seu “ego” e, com suas ações, conscientizar-

se desse grande dia quando Mashiach “pintar na área”.

Sempre me questionei: o que o Rebe quis dizer com

“Mashiach está chegando”? Afinal, Mashiach sempre

esteve “chegando”; cem anos atrás também.

A resposta é simples (voltando ao nosso “vôo”): há

dez, cinco, dois dias eu sabia que o avião decolaria na

quarta-feira às 11h50 para a Venezuela. Porém já no

aeroporto escuto aquela voz: “Flight number 745, to

Page 44: Lubavitch Magazine

44LUBAVITCH MAGAZINE

P R Á T I C A J U D A I C A

CAMPANHADAS MITSVOT

Amar ao próximo

Rabi Akiva (um dos grandes Sábios do Talmud)

explicou que amar o irmão judeu é “um dos princípios

mais importantes da Torá”. Uma campanha para

Ahavat Yisrael significa fazermos um esforço para que

nosso pensamento, palavra e ação seja permeado

com um real interesse e sensibilidade pelo bem-estar

de nossos irmãos judeus. O Báal Shem Tov ensinou

que o indivíduo deve ter Ahavat Yisrael até por um

judeu que nunca viu na vida. O raciocínio por trás

disso é explicado no capítulo 32 do Tanya.

No judaísmo ação é o principal. Fazer deve vir antes de entender. Para este fim incluímos aqui um breve

resumo da campanha de mistvá do Rebe. A campanha se concentra em dez mitsvot específicas, por cujo

cumprimento o indivíduo e a família poderão avaliar melhor o seu legado judaico.

Page 45: Lubavitch Magazine

45 LUBAVITCH MAGAZINE

Educação judaica

A campanha para a educação de Torá procura envolver

toda criança judia num programa educacional que

ensinará o que significa viver como judeu. A educação

não é somente para crianças; os adultos são encorajados

a se matricularem em grupos de estudo e seminários

de acordo com sua educação e conhecimento.

Estudo de Torá

A Torá é o meio de comunicação através do qual

D’us permite ao homem conhecê-Lo e servi-Lo. A

campanha pelo estudo de Torá encoraja cada indivíduo

a estabelecer um horário fixo para estudar Torá todos

os dias, de modo que nosso crescimento espiritual

possa ser sistemático e dirigido.

Rabi Shneur Zalman de Liadi explicou que o estudo

de Torá deveria ser fixo não apenas no tempo mas

também na alma. Seria um eixo ao redor do qual gira

todo o espectro da nossa experiência do dia-a-dia.goldenK

B

Um lar repleto de livros judaicos

Ambiente ensina. Aquilo que você tem em casa ajuda

a determinar que tipo de lar você terá. Ao ter livros

judaicos à vista em casa, sua família e os visitantes serão

motivados a usá-los. Além disso, sua própria presença

nos lembra seu conteúdo e a importância dos valores

judaicos. Obviamente, quanto mais livros, melhor. No

entanto, sugerimos um mínimo de um Chumash (os

Cinco Livros de Moshê), um Tehilim (Livro dos Salmos)

e um Sidur (livro de orações).

Page 46: Lubavitch Magazine

46LUBAVITCH MAGAZINE

Mezuzá

“E vocês os inscreverão nos batentes de suas casas e

sobre os seus portões.” (Devarim 6:9, 11:20)

Uma mezuzá casher é um pequeno rolo de pergaminho,

escrito à mão por um escriba especializado, contendo

duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael.

No lado oposto do pergaminho estão escritas as três

letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud. Isso é um acrônimo

para as palavras hebraicas que significam: “Guardião

das portas de Israel”. Uma mezuzá é afixada do lado

direito de toda porta da casa (exceto a do banheiro), e

protege seus habitantes ao entrarem e saírem de casa.

Uma mezuzá designa uma casa (ou aposento) como

judaica, lembrando-nos da nossa conexão com D’us e

nosso legado.

Ao colocá-la no batente, declaramos que esta é uma

casa ou aposento onde a palavra de D’us e Sua Torá

influenciam nosso comportamento, assim tornando a

morada sagrada.

Os tefilin e as mezuzot precisam ser certificadas

como casher por um escriba autorizado. Precisam

também de uma conferência periódica. Em muitos

casos, quando o Rebe recebia um pedido de bênção

(especialmente em questões de saúde), ele sugeria

que os tefilin e mezuzot fossem examinados.

P R Á T I C A J U D A I C A

Comida casher

Comer comida casher permite que nos identifiquemos

com nosso Judaísmo num nível básico e fundamental.

Quando nosso envolvimento judaico está limitado à

prece, estudo ou atos rituais específicos, ele é espiritual,

acima da nossa realidade do dia-a-dia. Mas quando

você se alimenta de maneira diferente porque é judeu,

seu compromisso é não apenas metafísico, mas uma

parte integrante de seu próprio ser.

A observância da Cashrut consiste em comer apenas

alimentos casher em casa e fora dela. Significa também

não comer juntos laticínios e alimentos à base de carne,

e separar louças, talheres e utensílios para carne e leite.

Page 47: Lubavitch Magazine

47 LUBAVITCH MAGAZINE

Tsedacá

Devemos doar aos outros por um senso de

responsabilidade, entendendo que aquilo que temos

também é um presente de D’us, confiado a nós com

um propósito: ajudarmos os outros.

Nossa prosperidade é um fundo que devemos dirigir e

generosamente partilhar com aqueles que precisam.

A campanha de tsedacá clama por um aumento na

doação, bem como a colocação de uma caixa de

tsedacá visível para servir de lembrete para doar com

freqüência, todos os dias da semana, exceto Shabat

e Yom Tov, quando antecipamos este ato colocando

tsedacá antes do horário de acendimento das velas.

Nossos Sábios disseram: “A tsedacá é notável, porque

aproxima a Redenção.”

Tefilin

A Torá descreve o tefilin como um sinal, uma

declaração pública do compromisso judaico. Ao

colocar tefilin diariamente, um indivíduo expressa seu

sentimento básico de identidade judaica. Os tefilin são

colocados no braço, de frente para o coração, e sobre

a cabeça. intelectuais do homem ao serviço de D’us.

As correias, que vão do braço até a mão e da

cabeça até as pernas, significam a transmissão da

energia intelectual e emocional para as mãos e pés,

simbolizando a ação.

Nossos Sábios explicam que o versículo: “E todas as

nações do mundo verão que o nome de D’us está

sobre vocês, e eles os temerão”, aplica-se ao tefilin.

Os tefilin são um meio de trazer segurança aos judeus

na era atual e apressar a vinda da suprema segurança,

que será vivenciada quando Mashiach chegar.

Rebe instituiu esta campanha na véspera da Guerra

dos Seis Dias, e requisitou especificamente que os

soldados das Forças de Defesa Israelenses colocassem

tefilin, pois isso os protegeria na batalha.

Page 48: Lubavitch Magazine

48LUBAVITCH MAGAZINE

Acendimento das velas

Shabat é um dia de luz; um dia com padrão

diferente dos demais dias comuns da semana.

Todo Shabat é um precursor da Era de Mashiach.

O acendimento das velas 18 minutos antes

do pôr-do-sol introduz e inspira este estado

de conscientização. A responsabilidade pelo

acendimento das velas e por induzir esta mudança

de perspectiva cabe à mulher. É ela também que

dá as boas vindas à Rainha Shabat ao lar. Meninas

a partir dos três anos também são encorajadas

a acenderem sua própria vela, para que tomem

parte na criação deste ambiente.

Pureza Familiar

Taharat Hamishpachá – as atitudes e práticas que

a Torá prescreve para a vida conjugal – ajudam a

desenvolver uma comunicação genuína e o amor entre

marido e mulher, e trazem ao mundo filhos saudáveis e

amorosos. Casais de todas as esferas da vida adotaram

esta mitsvá como um meio para realçar e enriquecer

sua vida conjugal. É necessário consultar um rabino

para saber os detalhes destas leis.

Jalfim EventosEmpório das Locações

Simon BlumSushi Drive

O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem

Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização

do Evento de 30 anos

Denis R

aev

P R Á T I C A J U D A I C A

Page 49: Lubavitch Magazine

49 LUBAVITCH MAGAZINE

Jalfim EventosEmpório das Locações

Simon BlumSushi Drive

O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem

Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização

do Evento de 30 anos

Page 50: Lubavitch Magazine

50LUBAVITCH MAGAZINE

P R Á T I C A J U D A I C A

PRÁTICA JUDAICA: MEZUZÁHoje em dia, e sempre, a mezuzá, uma mitsvá que tem

acompanhado o povo judeu ao longo dos anos, mais

do que nunca constitui o sinal de que nesta residência

ou estabelecimento se encontra um judeu, e em sua

porta sua maior proteção: D’us. “Mezuzá” é a palavra

hebraica para designar umbral. Consiste em um

pequeno rolo de pergaminho (klaf) que contém duas

passagens bíblicas, manuscritas, “Shemá” e “Vehaiá”. A

mezuzá que deve ser afixada no umbral direito da porta

de cada dependência de um lar ou estabelecimento

judaico, obedece ao seguinte mandamento da Torá:

“Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa, e em teus

portões” (Deuteronômio VI:9, XI:20)

É no conteúdo, guardado em seu interior, que reside o

verdadeiro valor da mezuzá, e não em seu invólucro. A

mezuzá não deve ser julgada pela sua aparência. Para

ser casher deve ser escrita à mão, sobre pergaminho,

e por um sofer (escriba) temente e observador dos

mandamentos divinos, habilitado para esta função,

o que é fator essencial para tornar o pergaminho

sagrado. No momento em que é afixada no batente da

porta, ela atrai a santidade de D’us que pairará sobre

a casa ou estabelecimento. No verso do pergaminho

estão escritas as letras hebraicas Shin, Dalet e

Yud, que forma o acróstico das palavras hebraicas

“Shomer Daltot Israel” – “Guardião das casas de

Israel”. A mezuzá tem uma função semelhante à do

capacete. Ao usá-lo, um possível acidente é evitado

ou amenizado. Do mesmo modo, quando é casher,

a mezuzá tem o poder de proteger os moradores da

casa e evitar infortúnios.

Page 51: Lubavitch Magazine

51 LUBAVITCH MAGAZINE

CONTEÚDO

A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que

mencionam o mandamento Divino de afixá-la nos

umbrais das portas: “Shemá” e “Vehaiá” (Devarim

6,4-9 e 11,12-21). O “Shemá” proclama a unicidade do

D’us único e nosso eterno e sagrado dever de servi-

Lo, e somente a Ele. O “Vehaiá” expressa a garantia

Divina de que nossa observância dos preceitos da

Torá será recompensada e nos previne sobre as

consequências se os desobedecermos. A mitsvá da

mezuzá demonstra claramente que não somente

a sinagoga ou qualquer outro local de estudo são

sagrados, como também nosso lar.

SIGNIFICADO

Embora atualmente existam centenas de sofisticados

equipamentos de vigilância (câmeras, aparatos

eletrônicos, entre alarmes e até cercas elétricas)

para o povo judeu a mezuzá afixada na porta sempre

constituirá sua maior proteção. Ao entrar ou ao sair

seremos sempre lembrados de quem é o verdadeiro

“Guardião das casas de Israel.”

CUIDADOS NA AQUISIÇÃO

É importante lembrar que o componente principal

da mezuzá é o pergaminho, e não o estojo. Deve-se

tomar cuidado na hora da compra da mezuzá, pois ela

é um objeto sagrado. Deve ser escrita por um escriba

autorizado, com tinta e pena apropriadas sobre um

pergaminho de um animal casher. Mesmo que na

hora de sua compra a mezuzá esteja casher, ela pode,

com o tempo, tornar-se inválida por várias razões.

Uma única trinca numa pequena letra pode tornar a

mezuzá não-casher, imprópria para uso; por isso ela

deve ser periodicamente verificada por um escriba

competente.

PROCEDIMENTO NA COLOCAÇÃO

A mezuzá deve ser afixada nas portas da casa o

mais cedo possível, pois ela é uma mitsvá que nos

dá proteção. No caso de uma casa alugada, ela pode

ser colocada até o prazo de 30 dias.Antes de afixá-

las, porém, é aconselhável mandá-las para uma

verificação, com um rabino versado (sofêr), para

assegurar que elas não tenham nenhum erro. Segue

aqui o procedimento e bênção ao afixar uma mezuzá.

Cada entrada de uma dependência necessita de

uma mezuzá, não somente a porta principal. Em

termos gerais, a mezuzá é afixada no umbral direito

da entrada do aposento, no final do primeiro terço

superior. É aconselhável verificar com um rabino qual

o lado correto da porta para afixar a mezuzá, pois há

muitos detalhes a serem levados em conta.Ao afixar

várias mezuzot numa mesma casa, uma só bênção

vale para todas.

ANTES DE AFIXAR A MEZUZÁ, RECITA-SE:

“Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam,

asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu licbôa

mezuzá.” Tradução: (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso

D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus

mandamentos, e nos ordenou afixar uma mezuzá.)

Page 52: Lubavitch Magazine

52LUBAVITCH MAGAZINE

P R E C E

Um Psicoterapeuta em Auschwitz A Prece de Shema Yisrael

Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad…

Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.

Essas palavras são o ponto alto das nossas preces

diárias, expressando poderosas pérolas de fé. Essas

palavras têm sido murmuradas no decorrer dos

tempos, em épocas de grave desafio, em porões

escuros, por aqueles que exalavam seu último suspiro,

POR CHANA WEISBERG

num auto-da-fé, na Espanha, ou numa câmara de

gás na Alemanha nazista. Há também palavras de

esperança e felicidade, entoadas com alegria ao

celebrar importantes acontecimentos.

Porém eu não esperava ler essas palavras hebraicas

num clássico campeão de vendas, um livro de

Page 53: Lubavitch Magazine

53 LUBAVITCH MAGAZINE

psicologia que foi considerado pela Biblioteca do

Congresso como um dos dez livros mais influentes nos

Estados Unidos.

“A Busca do Homem por um Significado”, por Viktor

Frankl, vendeu mais de doze milhões de cópias em

todo o mundo. Frankl descreve suas experiências

nos campos de concentração nazistas, porém mais

que as suas provações, ele escreve como psicólogo

sobre o que lhe deu força para sobreviver. Frankl

descreve pungentemente como os prisioneiros que

desistiram da vida e da esperança por um futuro

eram inevitavelmente os primeiros a morrer. Eles

morreram menos pela falta de comida que pela

falta de algo pelo qual viver. Em contraste, Frankl se

manteve vivo pensando em sua mulher, e sonhando

em fazer palestras sobre como as suas experiências

reforçaram aquela que já era uma parte importante de

sua tese antes de entrar nos campos – que a força de

motivação fundamental de toda pessoa é a busca por

um significado. A autobiografia de Frankl é seguida

por um esboço de sua doutrina terapêutica de cura

da alma encontrando significado na vida. Sua teoria

ganha credibilidade a partir do pano de fundo de suas

experiências pessoais nos campos de concentração e

como ele encontrou significado enquanto enfrentava

seu sofrimento. Um forte encadeamento implícito

em todo o livro é a força e o amor que ele extraiu

não somente das lembranças de sua mulher, como

também de sua fé.

Como ele declara em seu livro, “A Busca do Homem

por um Significado Definitivo”: “D’us não está morto,

nem mesmo depois de Auschwitz.” Pois a crença em

D’us é incondicional, ou então não é crença. Se for

incondicional, enfrentará o fato de que seis milhões

morreram no Holocausto; se não for incondicional,

então vai desmoronar se apenas uma única criança

inocente tiver de morrer… Não adianta barganhar com

D’us, ele diz e argumenta: ‘Até o ponto de seis mil ou

até um milhão de vítimas no Holocausto eu mantenho

minha fé em Ti; porém acima de um milhão nada

mais pode ser feito, e sinto muito mas devo renunciar

à minha fé em Ti… Uma fé fraca é enfraquecida por

provações e catástrofes, ao passo que uma fé forte

fica ainda mais fortalecida por elas.”

Pouco depois de chegar a Auschwitz, Frankl foi

privado do objeto mais precioso que possuía – um

manuscrito que era a obra de sua vida, e que tinha

escondido no bolso do casaco. Percebendo que

as chances de sobreviver eram pequenas, “não

mais que uma em vinte e oito”, ele teve aquela que

descreve como “talvez a experiência mais profunda

nos campos de concentração.” “Eu tive de passar e

superar a perda de minha criança mental. E parecia

como se nada nem ninguém fosse sobreviver a mim;

nem uma criança física nem uma mental que fosse

minha. Portanto fui confrontado com a questão de que

sob tais circunstâncias minha vida, em última análise,

estava vazia de significado.

“Eu ainda não tinha percebido que uma resposta a essa

pergunta com a qual eu lutava tão apaixonadamente

já estava reservada para mim, e que pouco depois

essa resposta me seria dada. Foi isso que aconteceu

Page 54: Lubavitch Magazine

54LUBAVITCH MAGAZINE

quando tive de entregar minhas roupas e por minha

vez recebi os trapos rasgados de um interno que já

tinha sido enviado à câmara de gás… Em vez das

muitas páginas do meu manuscrito, encontrei no

bolso no casaco recém-ganho uma única página de

um livro de preces em hebraico, contendo a prece

mais importante, Shema Yisrael. Como poderia eu ter

interpretado tamanha “coincidência” como não sendo

um desafio para viver meus pensamentos em vez de

meramente colocá-los no papel?”

E então na sentença que

conclui este livro campeão

de vendas que foi traduzido

em vinte e quatro idiomas,

Frankl novamente expõe essa

eterna proclamação de fé.

“Nossa geração é realista,

pois chegamos a conhecer o

homem como realmente é.

Afinal, o homem é aquele ser

que inventou as câmaras de

gás de Auschwitz; no entanto, ele é também aquele ser

que entrou naquelas câmaras de cabeça erguida com

a oração do Shemá Yisrael nos lábios.” O que há na

prece Shemá Yisrael que tem inspirado tantos através

das maiores dificuldades e tem conferido tamanho

significado e propósito para nos ajudar a sobreviver

até mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras?

Creio que além da simples afirmação de fé num

único poder Superior e o profundo significado místico

oculto nas palavras dessa prece especial, há quatro

elementos psicológicos vitais que fizeram dela nosso

alicerce da fé:

Relevância: Ouve, ó Israel – Uma religião ou estilo de

vida não pode começar e terminar com teorias; deve

também dirigir-se à parte humana dentro de nós.

O Shemá não começa no âmbito da ideologia, nos

céus, com uma declaração de fé despersonalizada.

Fala endereçando todos e cada um de nós. Ouve, ó

Israel, ouve essa mensagem, e faz dela uma parte do

teu ser, porque não está falando

sobre ti, não para ti, mas está te

chamando.

Pertencer: A prece Shemá está

no plural (“nosso D’us” e não

“meu D’us”), falada como um

grupo coletivo, dirigindo-se a nós

todos como Israelitas. Os seres

humanos têm uma necessidade

de se identificarem uns com os

outros. O senso de fazer parte.

Recebemos força uns dos outros

e a fortaleza de sermos parte de algo maior que

nós mesmos. Mais atraente que a ideologia é uma

sensação de pertencer a uma família expandida –

apesar das barreiras. Aquele senso de comunidade é

um dos nossos alicerces mais fortes.

Personalização: D’us é nosso D’us. D’us é “nosso”.

D’us que é transcendental e infinito é também

nosso D’us pessoal que está conosco em todos os

momentos, segurando nossa mão tanto em tempos de

celebração quanto nas horas de desespero. D’us não

BENDITO SEJA O NOME DA GLÓRIA

DE SEU REINO PARA TODA A ETERNIDADE.

P R E C E

Page 55: Lubavitch Magazine

55 LUBAVITCH MAGAZINE

é apenas um governante objetivo, que cria e regula o

cosmos. Ele é “nosso”, está perto de nós, entendendo

subjetivamente a parte mais profunda de nós mesmos,

mais do que a entendemos; Ele está conosco em

tempos de necessidade, júbilo e sofrimento.

Individualidade: Por mais que precisemos todos de um

senso de pertencer e de comunidade, não devemos

negar nossas diferenças individuais. A declaração

do Shemá termina com as palavras “D’us é um” (em

vez de D’us é “singular” ou “sozinho”). A unicidade de

D’us está presente na diversidade do mundo. Como

disseram os mestres chassídicos: “Não há nada além

d’Ele.” Enquanto a conformidade tolhe o crescimento,

a “unicidade de D’us” deveria nos possibilitar descobrir

e cultivar a unicidade e unidade Divina dentro de cada

um de nós.

Uma base da teoria de Frankl é que forças além do

nosso controle pode levar tudo que possuímos exceto

uma coisa – nossa liberdade de escolher como vamos

reagir à situação.

Após descrever a angústia de suas experiências em

Auschwitz, Frankl conclui suas memórias pessoais: “A

experiência mais elevada, para o homem que regressa

ao lar, é a maravilhosa sensação de que após tudo

que ele sofreu, não há nada de que precise temer –

exceto seu D’us.” Esta pode tornar se nossa crença

mais poderosa:

Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad.

(Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam

vaed. Veahavtá et A-do-nai E-lo-hê-cha, bechol levave-

chá uvchol nafshechá uvchol meodêcha. Vehayu ha-

devarim haêle, asher Anochi metsavechá hayom al

levavêcha. Veshinantam levanêcha vedibartá bam,

beshivtechá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech uv-

shochbechá uvcumêcha. Ucshartam leot al yadê-cha

vehayu letotafot ben enêcha. Uchtavtam al mezuzot

betêcha uvish’arêcha.

Tradução: (Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-

nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória

de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-

nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras

que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração.

Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás

a respeito delas, estando em tua casa e andando por

teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-

las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios

entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua

casa e em teus portões.)

Page 56: Lubavitch Magazine

56LUBAVITCH MAGAZINE

VA L O R E S U N I V E R S A I S

Após o Dilúvio e a saida de Nôach (Noé) e sua família

da arca, D’us os abençoou e estabeleceu uma aliança

assegurando-lhes de que jamais haveria outro dilúvio

para destruir a terra.

Fez surgir no céu o primeiro arco-íris que selaria para

sempre esta aliança e forneceu um Código de sete leis

sobre as quais uma nova civilização seria construída.

Estas leis representam o reconhecimento de que

a moralidade – na verdade, a própria civilização –

deve ser baseada na crença em D’us. A menos que

reconheçamos um Poder Mais Alto perante quem

somos responsáveis, e quem observa e conhece as

nossas ações, não transcenderemos o egoísmo de nosso

caráter e a subjetividade de nosso intelecto. Se o próprio

homem é o árbitro do certo e errado, então o “certo”

para ele será aquilo que deseja, independentemente das

conseqüências para os outros habitantes da terra.

“As Sete Leis” são uma herança sagrada para toda a

humanidade e para cada um em particularde como

deve conduzir sua vida espiritual, moral e pragmática.

São intemporais, não restritas a locais geográficos e

jamais podem ser alteradas ou modificadas, guiando a

humanidade a perceber seu potencial máximo.

Chegará um tempo em que todos estarão preparados

para incorporar este caminho. Será então o início de um

novo mundo de sabedoria e paz.

AS LEIS DE NOÉ

Corbis

Page 57: Lubavitch Magazine

57 LUBAVITCH MAGAZINE

As Sete Leis

1.Reconheça que existe apenas um D’us

que é Infinito e Supremo acima de todas as

coisas. Não substitua este Ser Supremo por ídolos

finitos, seja você mesmo ou outros seres. Esta ordem

inclui atos como prece, estudo e meditação.

2.Respeite o Criador. Por mais frustrado ou

furioso que você possa estar, não dê vazão a

isto blasfemando contra o seu Criador.

3.Respeite a vida humana. Todo ser humano é

um mundo inteiro. Salvar uma vida é salvar o

mundo inteiro. Destruir uma vida é destruir um mundo

inteiro. Ajudar outros a viver é uma ramificação deste

princípio. (inclui saúde)

4.Respeite a instituição do casamento. O

matrimônio é um ato Divino. O casamento de

um homem e uma mulher é um reflexo da unicidade

de D’us e Sua criação. A deslealdade no casamento é

um ataque àquela unicidade. (inclui família, honrar os

pais, educação)

5.Respeite os direitos e a propriedade

dos outros. Seja honesto em todos os seus

negócios. Ao confiar em D’us em vez de em nosso

próprio julgamento, expressamos nossa confiança

Nele como Provedor da Vida.

6.Respeite as criaturas de D’us. A princípio, o

homem foi proibido de consumir carne. Depois

do Grande Dilúvio, ele foi autorizado – mas com uma

advertência: não causar sofrimento desnecessário a

qualquer criatura. (inclui toda a Natureza)

7.Promova a justiça. A justiça é um assunto de

D’us, mas recebemos o encargo de fazer as leis

necessárias e fazê-las valer sempre que pudermos.

Quando corrigimos os erros da sociedade, estamos

agindo como parceiros no ato de sustentar a Criação.

(inclui liberdade, democracia, paz, esperança).

57

Alexander Shalam

ov

Page 58: Lubavitch Magazine

58LUBAVITCH MAGAZINE

São os Votos de Renato, Beatriz, Bruno e Carlo Stifelman

NESTE CHANUCÁ, MUITA LUZ, PAZ E ALEGRIA

Page 59: Lubavitch Magazine

59 LUBAVITCH MAGAZINE

Axelrud Arqui te tos Associados, Mixmidia Comunicação e Sondes Consul t ing.

Uma homenagem de

Alicia , Karen e Ricardo Sondermann

Page 60: Lubavitch Magazine

60LUBAVITCH MAGAZINE

S H O F A R C E N T E R

UM PRESENTE PARA PORTO ALEGRE:Conheça o projeto de Daniel Libeskind, um dos mais conceituados arquitetos do mundo, que promete unir cultura judaica e universal, tecnologia e arte na capital gaúcha.

Page 61: Lubavitch Magazine

61 LUBAVITCH MAGAZINE

Imagem

: Studio D

aniel Libeskind

Page 62: Lubavitch Magazine

62LUBAVITCH MAGAZINE

S H O F A R C E N T E R

A PEDRA FUNDAMENTAL DE UMA JOIA ARQUITETÔNICA

ano seguinte. Desejava-se que a programação

contemplasse com mais ênfase o foco das artes.

Músicos, dramaturgos, cineastas, escultores,

escritores... Um arquiteto, também, claro! Sim, a

cidade precisa ouvir um grande arquiteto, logo disse

alguém.

Porto Alegre preparava-se para acolher a

inauguração do prédio da Fundação Iberê Camargo,

projeto premiado do português Álvaro Siza. Mais

Coincidências, acasos: é como muitas vezes as

pessoas explicam o encadeamento fortuito de

acontecimentos na vida da gente. Talvez... Ou quiçá

alguns eventos, tais como fios desgarrados de uma

elaborada tapeçaria, a encontrarem outras linhas,

que lá estavam, também viúvas, como por mágica,

lavrem dessa união novo desenho, imantando de

significado o que jazia solto. Se olharmos sobre o

ombro, para traz, trilhas, por vezes caprichosas,

convergem em encontros. Ecos esfumados

subitamente timbram. Sobre pequenas surpresas, ou

dissabores, ou experiências que pareciam pontuais,

revigorada luminosidade incide, realçando nuances,

desvelando sentidos.

Foi em 2007. Debatíamos, no âmbito da curadoria

do seminário Fronteiras do Pensamento, da qual

então eu participava, o conceito para a edição do

POR GUNTER AXT

Foto

s: d

ivul

gaçã

o

Page 63: Lubavitch Magazine

63 LUBAVITCH MAGAZINE

tradição conceitual, da qual é testemunho, entre outros

exemplos, a elegante sede do Jóquei Clube, projetada

pelo uruguaio Román Siri e inaugurada em 1959. Como

se sabe, a partir da segunda metade dos anos 1960,

a arquitetura modernista

local precipitara-se em

desgaste, diante da

banalização de soluções

e de um funcionalismo

como um fim em si

mesmo.

O momento era

propício, com debates

ventilados no horizonte,

como aquele em torno

da perspectiva de

revitalização do cais da

Mauá. Entendia-se, assim, que o seminário poderia

agregar alguma parcela de contribuição. Mas jamais

imaginamos os desdobramentos que estariam por vir.

Esboçada uma relação de nomes sonhados, nos

pusemos a campo para tentar localizar os contatos.

Daniel Libeskind, pela sua importância, evidentemente,

estava dentre aqueles logo considerados.

Por uma coincidência de trajetória própria, eu nutria

curiosidade especial pelo trabalho de Libeskind,

torcendo, no íntimo, para que ele fosse um dos primeiros

a responder acedendo ao convite. Daniel estava

dentre os que, desde os anos 1980, questionavam o

convencionalismo da arquitetura moderna e, inspirados

numa leitura de Derrida, apostavam na desconstrução

das formas, percebendo a arquitetura também como

linguagem.

Daniel começara a sua carreira com o icônico Museu

Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na curvinha da

Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg, em Berlim,

distante, em linha quase retilínea, umas doze pequenas

quadras do local onde

morei por um tempo,

em 1990. De todos os

destinos de Berlim, eu me

sentia emocionalmente

atado àquele antigo

bairro operário,

arrasado durante a

Segunda Grande Guerra,

reconstruído nos anos

1960 e pulsando, nos

anos 1980, com suas

fachadas coloridas e

etnias diversas, como o coração intercultural da velha

metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade

murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto

e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas

do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a

todo instante, mas sem deixar por um só segundo de

acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um

Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde

se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para

o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de

Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses,

em alusão a sua forma característica, foi um marco na

base da história da urbe reunificada e um importante

agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo

tempo em que encarou e frente a complexa dimensão

da memória trágica.

Feira do Livro de Porto Alegre

Page 64: Lubavitch Magazine

64LUBAVITCH MAGAZINE

do que um fato isolado, nutria-se a expectativa

de que o edifício contribuísse para reconciliar a

cidade com sua sólida tradição conceitual, da qual é

testemunho, entre outros exemplos, a elegante sede

do Jóquei Clube, projetada pelo uruguaio Román

Siri e inaugurada em 1959. Como se sabe, a partir

da segunda metade dos anos 1960, a arquitetura

modernista local precipitara-se em desgaste, diante

da banalização de soluções e de um funcionalismo

como um fim em si mesmo.

O momento era propício, com debates ventilados

no horizonte, como aquele em torno da perspectiva

de revitalização do cais da Mauá. Entendia-se,

S H O F A R C E N T E R

Foto

s: C

llebe

r P

assu

s

Daniel Libeskind

assim, que o seminário poderia agregar alguma

parcela de contribuição. Mas jamais imaginamos os

desdobramentos que estariam por vir.

Esboçada uma relação de nomes sonhados,

nos pusemos a campo para tentar localizar os

contatos. Daniel Libeskind, pela sua importância,

evidentemente, estava dentre aqueles logo

considerados.

Por uma coincidência de trajetória própria, eu

nutria curiosidade especial pelo trabalho de

Libeskind, torcendo, no íntimo, para que ele

fosse um dos primeiros a responder acedendo

ao convite. Daniel estava dentre os que, desde os

Page 65: Lubavitch Magazine

65 LUBAVITCH MAGAZINE

anos 1980, questionavam o convencionalismo da

arquitetura moderna e, inspirados numa leitura de

Derrida, apostavam na desconstrução das formas,

percebendo a arquitetura também como linguagem.

Daniel começara a sua carreira com o icônico

Museu Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na

curvinha da Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg,

em Berlim, distante, em linha quase retilínea, umas

doze pequenas quadras do local onde morei por um

tempo, em 1990. De todos os destinos de Berlim,

eu me sentia emocionalmente atado àquele antigo

bairro operário, arrasado durante a Segunda Grande

Guerra, reconstruído nos anos 1960 e pulsando, nos

anos 1980, com suas fachadas coloridas e etnias

diversas, como o coração intercultural da velha

metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma

cidade murada, uma espécie de ilha comprimida

pelo concreto e pelo aparato militar, com mobilidade

restrita, marcas do passado sangrento a rasgarem

o tecido urbano a todo instante, mas sem deixar por

um só segundo de acreditar num futuro alvissareiro.

Eu ainda conheci um Portão de Brandemburgo

arruinado, cujo vão por onde se dava originalmente

a passagem da Pariser Platz para o Tiergarten o

muro bloqueava. O dramático prédio de Libeskind,

logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses, em

alusão a sua forma característica, foi um marco na

base da história da urbe reunificada e um importante

agente propulsor da revitalização do bairro, ao

mesmo tempo em que encarou e frente a complexa

dimensão da memória trágica.

Filho de sobreviventes do Holocausto, Libeskind

nasceu na Polônia, em 1946, e tornou-se cidadão Ground Zero

estado-unidense em 1965. Formou-se em 1970.

Em 1989, com a esposa e os filhos, mudava-se para

Berlim, depois de vencer o concurso para o Museu

Judaico. Embora o prédio tenha sido dado por

concluído em 1999, a exposição permanente, com

cerca de quatro mil objetos, foi inaugurada apenas

em... 11 de setembro de 2001!

Em 2003, Daniel Libeskind venceu o concurso para

desenhar e coordenar o conjunto do projeto para a

reurbanização do Ground Zero, a pavorosa cratera

surgida depois do ataque às Torres Gêmeas do

World Trade Center, que eu visitara uns quatro ou

Page 66: Lubavitch Magazine

66LUBAVITCH MAGAZINE

cinco dias antes do fatídico 11 de setembro.

Lembro-me ainda hoje daquela enlutada manhã, a

incredulidade inicial diante das imagens se repetindo

na TV substituída pelo choque e, depois, por corrosiva

angústia. Para alguém que acabara de chegar de uma

Nova Iorque plena de atitude e pujança e vivera, 11

anos antes, o contexto vertiginoso da queda do Muro

de Berlim, um evento parecia a face negativada do

outro. A derrubada das Torres ceifava milhares de

vidas e calava fundo a compreensão de que o mundo,

dali para diante, mudaria substancialmente. Tudo

indicava que uma nova guerra se instalaria, lenta,

difusa, sofrida. Senti como se ruísse ali aquela que

talvez tenha sido a última grande utopia do século

XX, amplificada com a queda do muro: a de que um

mundo com fronteiras permeáveis seria possível.

Pode parecer tolo para quem é jovem nos dias de

hoje, mas era uma visão estimulante para quem

crescera no clima de intolerância da Guerra Fria e

numa era pré-internet.

O projeto de Daniel para o Ground Zero é, sem

exagero, titânico. Distribuiu cerca de um milhão

de metros quadrados de escritórios em cinco

diferentes torres, numa área total de 16 acres, para

onde também foram previstos memoriais, espaços

culturais e uma nova estação de metrô.

Instigava-me, então, ouvir o que tinha a dizer este

arquiteto, que interpretara eventos tão dramáticos,

em projetos que divisavam o futuro com otimismo,

sem jamais perder de vista os silêncios e os ruídos

da memória.

Foi, assim, uma agradável surpresa quando a

assessoria de Daniel prontamente respondeu ao

nosso estímulo, concordando com os termos do

Daniel Libeskind

Foto: Clleber Passus

S H O F A R C E N T E R

Page 67: Lubavitch Magazine

67 LUBAVITCH MAGAZINE

A organização do Fronteiras do Pensamento tinha o

costume de manter um receptivo no aeroporto de São

Paulo, de sorte que a dificuldade foi logo detectada.

Em pouco tempo, estávamos nos comunicando com

Daniel e Nina pelo celular. Mas o problema não era

nada fácil de resolver. Pelo contrário! Descobrimos,

enfim, que o Itamaraty admite o instituto de um visto

de trânsito no Brasil, concedido em situações muito

especiais, sob autorização da cúpula da Presidência

da República ou do Ministério das Relações

Exteriores. Por agravante, todavia, tratava-se de um

domingo e, ainda por cima, feriado de finados! Uma

tarefa já em si árdua parecia inexequível!

Mas a equipe de produção se mobilizou. Decidimos

não medir esforços para contornar o obstáculo

que inviabilizaria a estada dos Libeskind em Porto

Alegre. De telefonema em telefonema, depois de

várias horas, durante as quais o casal permaneceu

acomodado na sala da Polícia Federal no aeroporto

de Guarulhos, conseguimos chegar às altas

autoridades da República, sensibilizando-as, e um

visto extraordinário para uma semana, salvo engano,

foi, milagrosamente, concedido!

Quando o casal finalmente aterrissou em Porto

Alegre, esperávamos encontrá-los tensos,

incomodados, abatidos. Mas não! Embora

fatigados, o que era perfeitamente compreensível,

transmitiam bom humor e simpatia, declarando-

se impressionadíssimos por termos resolvido algo

que lhes parecia intangível. Nos Estados Unidos,

garantiram, uma exceção como aquela seria

inimaginável, ainda mais num espaço de tempo tão

curto!

convite, sem tergiversar ou formular exigências,

traduzindo espontaneidade e disponibilidade em

partilhar experiências e conceitos. Agendamos a

conferência para o dia 21 de julho de 2008.

Poucos dias antes da data aprazada, entretanto,

um telefonema dos escritórios de Libeskind, de

Nova Iorque, trouxe inquietação. Sua querida

esposa Nina, que sempre lhe acompanha, tivera

um contratempo de saúde e a viagem precisaria

ser adiada. Confirmado o seu restabelecimento e

após um exercício de engenharia para conciliar as

disponibilidades da disputada agenda de Daniel com

a do salão de atos da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, que abrigava o ciclo de palestras, a

fala de Libeskind foi transferida para a noite de 3 de

novembro.

Daniel e Nina, destarte, chegariam ao Brasil no dia 2,

um domingo. E partiriam de Porto Alegre com destino

ao Rio de Janeiro no dia 4. Era a primeira vez do

casal no Brasil e eles se mostravam entusiasmados

com a visita.

Mas um novo susto nos espreitava. Ao embarcar

de Nova Iorque para São Paulo, Daniel apanhara

por distração o passaporte americano. Eis que para

cidadãos estado-unidenses a política de reciprocidade

do Governo Brasileiro exige a concessão de vistos

para ingressos no País. E Daniel não solicitara um

visto brasileiro... Assim, ao desembarcar em São

Paulo, a Imigração logo detectou a falha e, seguindo

o procedimento padrão para casos de tal natureza,

reteve-o em uma sala da Polícia, programando o

seu reembarque no primeiro voo de volta para Nova

Iorque.

Page 68: Lubavitch Magazine

68LUBAVITCH MAGAZINE

Daniel e Nina puderam, enfim, registrar-se na

recepção do hotel por volta das 18 horas daquele

domingo, dia 2 de novembro de 2008.

Cabe aqui, talvez, o registro de mais uma

curiosidade. A organização do seminário garantia

aos seus convidados hospedagem em hotéis de

padrão superior, previsão que constava, inclusive,

em cláusula contratual. As reservas eram feitas com

um ano de antecedência, para se garantirem as

vagas desejadas. Porém, com a mudança da data da

conferência, perdeu-se a preferência. Casualmente,

na época em que a nova palestra aconteceria, Porto

Alegre acolhia grandes eventos, de sorte que não

havia acomodações disponíveis. Eu fui a todos os

hotéis da cidade. O

único lugar vago era a

antiga suíte presidencial

do Hotel Plaza São

Rafael. Foi lá, assim,

que hospedamos,

excepcionalmente, o

casal Libeskind! E eles

puderam repousar,

depois da estafante

jornada, com uma

bela vista para o Lago

Guaíba.

O dia seguinte seria

agitado. Dentre os

únicos pedidos que

Daniel e Nina nos

haviam feito estavam

um city tour e uma

visita à Fundação Iberê Camargo: a fama do prédio

de Álvaro Siza às margens do Guaíba corria o mundo!

Numa luminosa manhã de outubro, guapuruvús e

jacarandás espargindo as calçadas de amarelo e lilás,

fomos à Fundação Iberê Camargo, especialmente

aberta numa segunda-feira para receber o casal: “é o

melhor de Siza”, exclamou Daniel, exultante, ao final

da visita.

De volta ao Centro Histórico, logo depois de um giro

pela cidade, Nina, curiosa com as barraquinhas que

vira pela janela da van espremidas entre o Margs e

o Santander Cultural, quis saber do que se tratava:

“é nossa feira do livro”, respondi. Daniel e Nina,

amantes dos livros e donos de uma biblioteca com

S H O F A R C E N T E R

Museu Judaico de Berlim

Page 69: Lubavitch Magazine

69 LUBAVITCH MAGAZINE

eu adoraria desenvolver um projeto!”

À tarde, levamos o casal Libeskind ao Porto da

Capital, região para a qual se discutia há 12 anos um

projeto de revitalização. E até passeamos de barco.

“Pedra Fundamental”. Foi o título que Daniel deu

para a sua conferência, proferida à noite, no salão

de atos da Universidade lotado, com cerca de

1.300 pessoas. Daniel comentou com vivacidade

vários de seus projetos. Especialista na criação de

museus, sustentou que a

cidade pode se transformar a

partir de um prédio. Disse que

a arquitetura contemporânea

está mais pluralística, mais

democrática. Ele, a propósito,

nega-se a trabalhar em países

não democráticos. Construir

um edifício, para Daniel, é

como contar uma estória.

A arquitetura, assim, seria

uma classe de narrativa,

porque fala sobre o passado

e sobre o momento presente.

Ela confere identidade e descortina um futuro,

operando uma combinação de poesia, de filosofia,

de música, de dança, de astronomia, de todas

as coisas, enfim, que matizam a civilização. Eis

porque sua arquitetura não é apenas construção,

mas, sobretudo, uma forma de transmissão de

experiência cultural. Daniel se declarou interessado

em eliminar categorias: “os museus precisam ser

bem-sucedidos comercialmente, ao passo que os

espaços comerciais precisam ter uma dimensão

mais de 10 mil volumes, perguntaram-me então se

não seria possível trocar o almoço com autoridades,

previsto para acontecer numa badalada churrascaria,

por um passeio na aprazível feira. Claro!, acedi. E lá

se foram os dois, percorrendo as alamedas da Praça

da Alfândega, circulando por entre os estandes,

furungando nos balaios.

Havia uma barraca que homenageava a Polônia!

Daniel entrou, fascinado por encontrar um pedacinho

da sua pátria de origem, ali,

tão longe, no Brasil tropical.

A surpresa foi ainda maior

quando o livreiro reconheceu-o

prontamente e dirigiu-se a ele

em bom polonês: era um dos

muitos gaúchos descendentes de

imigrantes.

Nina adorou a sineta do Xerife

e impressionou-se com a

quantidade de crianças. Expliquei-

lhes que se tratava da maior feira

do livro ao ar livre da América

Latina e que se dirigia, sobretudo,

para os leitores. Como a promoção já acontecia há

54 anos, quase todo o porto-alegrense, ou gaúcho

em visita à Capital, trazia impressa na memória a

lembrança de, quando criança, ser trazido à Feira

pelos pais, pelos tios, pelos avós, para comprar pelo

menos um livro, para encontrar os amigos, para ver

de perto os autores. Frequentar a Feira tornara-se um

hábito incorporado às rotinas familiares. Foi quando

Daniel, que escolhe a dedo os convites profissionais

que aceita, me disse: “esta é uma cidade para a qual

ESTA É UMA CIDADE PARA A QUAL EU ADORARIA

DESENVOLVER UM PROJETO!

DANIEL LIBESKIND

Page 70: Lubavitch Magazine

70LUBAVITCH MAGAZINE

cultural, um componente cultural”. Justamente por

causa da globalização, registrou, é preciso que cada

lugar possa contar a sua história e emular uma

identidade. Criticando o modernismo, revelou-se

incrédulo na possibilidade de repetir experiências do

Humano. Eis porque os museus não devem existir

apenas para eles mesmos, mas sim atender as

necessidades éticas de uma comunidade. Otimista,

avaliou que a arquitetura pode gerar crescimento

para uma cidade, e não apenas econômico, mas

também cultural.

Terminada a conferência, sob entusiásticos aplausos

da plateia, dirigimo-nos para um jantar. Fazia parte

da sistemática do Fronteiras do Pensamento receber

os convidados com uma apurada ceia de boas vindas

em um dos bons restaurantes locais, na véspera da

conferência. Seguíamos, nesse sentido, orientação

estabelecida pelo idealizador do seminário, o então

Superintendente da Copesul, empresa patrocinadora

do evento, Dr. Luis Fernando Cirne Lima, que

entendia esses momentos como uma oportunidade

de interação para algumas pessoas da comunidade

cujos interesses e trajetórias dialogassem com as

do conferencista convidado. A intenção era que as

ideias pudessem frutificar em convívio mais íntimo,

deitando raízes no entorno comunitário.

A confraternização, contudo, tinha sido transferida

para a segunda-feira, pois como o casal ficara o dia

inteiro retido no aeroporto de Guarulhos, isso depois

de longa viagem de Nova Iorque para São Paulo,

todos entenderam que eles precisariam repousar na

noite de domingo. O problema foi que os restaurantes

com os quais estávamos acostumados a operar

fechavam nas segundas-feiras e estava difícil localizar

uma alternativa. Percebendo minha aflição, a querida

amiga Sandra Axelrud Saffer, uma das convidadas

para a ceia, ofereceu-se para recepciona-los em sua

residência. Assim, Sandra, que também é arquiteta,

recebeu-nos depois da conferência com um delicioso

salmão.

A solução revelou-se providencial, pois o clima

instaurado foi descontraído e doméstico. Nina e

Daniel, que inclusive trabalham juntos, são muito

ligados à convivência familiar. Recordo-me que,

depois do jantar, todos ainda à mesa, Nina ergueu-

se com uma taça na mão e propôs um brinde de

agradecimento aos anfitriões, sublinhando residir a

mais agradável surpresa daquela viagem no sentir-

se tão vivamente em família. Eles tinham vindo de

tão longe para se sentirem tão em casa, exclamou,

manifestando certeza de que ali se iniciava uma bela

e duradoura amizade.

Já não me lembro se foi antes ou depois da refeição.

Em pé, na sala, com drinques, formou-se uma

animada roda de bate-papo com Daniel. Quando

então alguém lhe perguntou se havia algo que ele

desejasse construir sem tê-lo ainda feito. Sim, ele

respondeu, observando que ainda não aparecera

a oportunidade para erigir algo na América Latina.

Participava da conversa Ricardo Sondermann, que

imediatamente transmitiu-nos saber estar em curso

em Porto Alegre a intenção de construção de uma

S H O F A R C E N T E R

Page 71: Lubavitch Magazine

71 LUBAVITCH MAGAZINE

ao Rabino Mendel Liberow e a sua esposa Mimi,

instalando-se pronta sintonia entre todos. Aos

poucos o conceito evoluiu para um centro cultural de

inédita concepção. Nina apelidou o projeto em curso

de “Joia Arquitetônica” e passamos a chama-lo de

novo centro cultural voltado à história judaica. Os

olhos de Libeskind brilharam e um sorriso iluminou-

se em sua face...

Nos meses seguintes, as conversas avançaram.

Ricardo e Sandra introduziram o casal Libeskind

Museu Judaico de Berlim

Page 72: Lubavitch Magazine

72LUBAVITCH MAGAZINE

S H O F A R C E N T E RIm

agem: S

tudio Daniel Libeskind

Imagem interna do projeto de Libeskind para Porto Alegre

Page 73: Lubavitch Magazine

73 LUBAVITCH MAGAZINE

“little pearl”: estávamos todos, enfim, engajados na

lapidação de uma joia. Daniel, finalmente, batizou

o projeto conceitual de Centro Cultural Shofar, em

alusão aos poderosos significados do chifre de

carneiro – um dos mais antigos instrumentos de

sopro de que se tem notícia – tocado na cerimônia

de celebração do Ano Novo judaico.

Escrevo este texto pouco depois de chegar de

uma viagem a Berlim, cidade aonde não retornava

há 21 anos. Pude finalmente caminhar pela Unten

den Linden, avenida que ficara em Berlim Oriental,

respirando o frescor das tílias, e passei sob as

imponentes colunatas do Portão de Brandemburgo,

em direção à Grosse Stern. Conheci o refinado

palácio rococó de Sansouci, erguido por Frederico

o Grande no século XVIII, na vizinha Potsdam –

antes localizada na Alemanha Oriental, a DDR, que

ao exigir um complicado visto inviabilizava a visita

para estrangeiros como eu. Vi o Reichstag renovado,

agora com uma magistral cúpula de vidro. E fui,

também, ao prédio que Libeskind concebeu para o

Museu Judaico.

Eu conhecia a edificação por fotos. Mas visitá-la

representou uma experiência sensorial inusitada.

Muito mais do que ser visto, é um prédio para ser

vivido e sentido. Poderíamos encher páginas e

páginas sobre os detalhes que compõem o conjunto,

sobre as sensações que suscitam, tais como a

instigante maneira como as aberturas, vislumbradas

de fora, remetem-nos a uma estrela de David

estilhaçada. Mas um espaço, em particular, me

chamou muito a atenção: o Jardim da Diáspora é

acessado por uma porta pesada, ao final do Eixo do

Exílio. É um jardim incomum, como se estivesse de

cabeça para baixo. Belas oliveiras, que não podem ser

tocadas, crescem no topo de desconcertantes blocos

de concreto alinhados geometricamente. Caminhar

por entre esses blocos, de igual proporção, causa

certa desorientação, pois o piso tem inclinações. A

experiência sugere a imponderabilidade da História,

cujos desafios, muitas vezes opressores, enfrentam-

se coletivamente. Mas a mensagem é otimista, pois

se lançarmos os olhos para o alto, veremos o verde

das oliveiras projetando-se para o céu, num registro

claro de esperança.

Impossível não lembrar aqui da pomba que trouxe

um ramo de oliveira no bico para o patriarca Noé,

anunciando a terra tão sonhada, depois da longa

deriva pelas torrentes sem fim do dilúvio, cujas

águas purificaram a matéria física e ampliaram a

consciência dos homens no Divino. Para os judeus,

o azeite extraído das olivas era medicinal, ajudava a

cicatrizar. O seu uso indicava o sentimento de alegria,

ao passo que a sua falta, tristeza e humilhação. Um

pequeno jardim, no museu, condensa experiências

tão arrebatadoras.

Quando Daniel concebeu o seu prédio, em 1988,

ninguém imaginaria que o muro cairia em novembro

do ano seguinte e a Berlim dividida se reunificaria tão

rápido. Quando morei em Berlim, naqueles tempos,

ninguém imaginaria que um dia Porto Alegre pudesse

sonhar com um prédio de Daniel Libeskind.

Page 74: Lubavitch Magazine

74LUBAVITCH MAGAZINE

S H O F A R C E N T E R

SHOFAR CENTERCULTURA JUDAICA E UNIVERSALO Shofar nos chama para acordarmos de nossa

letargia mental, clama para que possamos despertar e

nos envolver com as necessidades de nossa alma. Um

chamado para o nosso interior. Para o conhecimento.

Com este espírito, o Rabino Mendel Liberow e sua

esposa Mimi iniciaram a missão de deixar um legado

para nossa cidade. Algo que contemple a comunidade

gaúcha e não seja apenas para os porto-alegrenses de

Visão Interna do Projeto

Imagens: S

tudio Daniel Libeskind

origem judaica. Algo universal. Para todos.

O objetivo deste centro é dividir cultura judaica

e universal com todos os gaúchos. Compartilhar,

propagar e semear conhecimento. Um ponto

importante deste projeto é o fato de não ser apenas

voltado para a comunidade judaica, todos poderão ter

acesso ao centro.“Queremos que seja um lugar onde

qualquer pessoa possa aprender. Teremos espaço

Page 75: Lubavitch Magazine

75 LUBAVITCH MAGAZINE

intenção é ter interatividade total”, destaca. O local

também estará aberto para manifestações artísticas

e culturais gerais. Palestras, cursos e exposições,

terão espaço no centro. E estas

manifestações poderão ser de etnias

variadas.

Ainda não há uma previsão de início

para as obras, porém elas só serão

possíveis com a ajuda de toda a

comunidade gaúcha. “Este projeto, é

para toda Porto Alegre. Precisamos

do envolvimento de todos que

moram e amam esta cidade. Todos

que puderem ajudar, de todas as

formas, serão bem vindos. Acredito

que, em breve, poderemos presentear nossa cidade

com o Shofar Center”, finaliza o Rabino.

AERIAL VIEW FROM SOUTHWESTTHE SHOFAR | PORTO ALLEGRE, BRASILCONCEPT PRESENTATION

Jardim no topo do prédio é um dos destaques do projeto idealizado por Libeskind

para todos. Sem restrições, os visitantes poderão

interagir com todos os serviços do local”, destaca o

Rabino Mendel. Na sua essência ele será um centro

multicultural, voltado para o conhecimento.

Com um projeto arquitetônico único, certamente

será um ponto de referência para a capital

gaúcha. “O arquiteto, Daniel Libeskind, entendeu

perfeitamente nossa ideia. A sua formatação está

em sintonia com a figura do Shofar. O Shofar tem

a finalidade de chamar a pessoa para o seu interior.

Um chamamento de dentro para fora”, explica o

Rabino.

Uma grande atração para os visitantes do centro

será o museu interativo de valores. Embora a

formatação ainda esteja em desenvolvimento, o

conteúdo será separado em temas e o visitante

poderá selecioná-los com um simples toque na

tela. O usuário poderá ir aprofundando-se nos temas

de acordo com sua vontade. Depois de concluído, o

Shofar Center, irá desenvolver diversas temáticas

históricas. “Estes assuntos não serão

somente abordados superficialmente.

Vamos aprofundar o conhecimento”,

comenta.

O museu terá seu conteúdo

permanente, mas também poderá

abordar temas ligados aos períodos

históricos do ano. “Vamos aproveitar

as datas históricas e festivas para

desdobrarmos diversos conteúdos.

Por exemplo, na época da Pessach,

a Páscoa Judaica, faremos uma

exposição da matsá, do pão azimo. Montaremos uma

pequena fábrica, onde as crianças farão a matsá. A

Page 76: Lubavitch Magazine

76LUBAVITCH MAGAZINE

SHOFAR CENTERPOR DANIEL LIBESKIND

S H O F A R C E N T E R

Arquiteto explica alguns conceitos aplicados no projeto

Você fez muitos projetos diversificados, de grande e pequena escala, o que levou você a

aceitar esta proposta?

Daniel Libeskind: Primeiro, eu conheço bem o

Chabad. Tenho muito conhecimento das tradições

judaicas. Poder trabalhar em um projeto judaico tão

profundo, compreendendo o aspecto espiritual do

significado do Chabad, é algo único. É uma mensagem

para o mundo e, não apenas para o povo local. É uma

mensagem da humanidade para a humanidade. Fui

atraído pelos valores da comunidade judaica, contadas

de uma forma contemporânea, de uma forma eterna.

E acima de tudo é sobre vocês – porque eu conheci

vocês! É sempre sobre as pessoas.

Você acredita na ideia que a arquitetura se comunica com a cidade, ela sendo algo receptivo às pessoas. Apesar de ter visitado Porto Alegre uma única vez, por poucos dias, como você imagina esta construção inserida

na capital gaúcha?

DL: Eu pensei muito sobre isso. Porto Alegre é um

lugar com muita luminosidade, um lugar belíssimo,

histórico, que possui muita luz natural e diversidade

cultural. Pensei um projeto que atendesse aos

padrões da cidade, que possuísse um contexto

histórico de sua arquitetura. Também pensei em

algo que desse movimento para a cidade, algo que

a impulsionasse para o futuro. Será uma construção

luminosa, um lugar muito agradável e convidativo.

Tive a ideia de fazer o *pardess abraçando o prédio,

algo que dará movimento ao projeto. Ele será coberto

por vidro aproveitando a luz natural ao seu máximo.

Funciona tanto como jardim, quanto como uma forma

Foto

: Clle

ber

Pas

sus

Page 77: Lubavitch Magazine

77 LUBAVITCH MAGAZINE

diciplinada de entender os textos que são muito mais

que sua tradução literal, pois têm muitas e muitas

camadas de entendimento. Isto também se aplica a

Porto Alegre porque é uma cidade na história.

* Pardess: Jardim ou pomar em hebraico. No projeto

este jardim terá a forma das quatro letras hebraicas

que formam a palavra pardess, abraçando o prédio.

Esta palavra possui acróstico de quatro letras em

hebraico. No projeto cada letra indicará um nível de

estudo, cada dimensão mais profunda, dando o sentido

de conhecimento aprimorado a cada nível estudado.

Como você considera este projeto entre tudo

que você já fez, tem algo especial nele?

DL: Muito especial! Acho que eu nunca fiz um projeto

como este. Eu diria que no núcleo do projeto tem

uma luz própria, nunca vista em nenhuma outra

construção. É um prédio muito específico, mas ao

mesmo tempo universal. Este não é um prédio que

eu já havia feito. Não é um museu, não é apenas

sobre história, sobre memória, é sobre “abraçar” a

alegria que esta construção trará para todos. Acho

que também representa a mensagem do Chabad para

a humanidade, a mensagem da sua verdade.

Sobre o Museu Interativo de Valores:

É na verdade sobre o engager da alma humana,

não apenas o corpo, não apenas a pessoa envolvida

nas atividades, mas é a imersão completa em algo

positivo, algo interessante. Vivenciar algo do qual ela

possa se beneficiar como indivíduo por ser baseado

na escala humana, baseado em luz. Não apenas uma

luz externa mas a luz interna que é parte do prédio.

Pensei em uma criança ou uma família ou alguem que

possa estar distante disso que vai entrar em um lugar

cheio de vida e um lugar que não é possível exaurir.

Tem muitas e muitas dimensões, é um espaço que

é profundo em todos os sentidos da palavra. Penso

em acender a chama da imaginação que, na verdade,

sustenta o espírito das pessoas. Isso será parte deste

palco interativo para aprender, para lembrar, para ler,

para desfrutar, para encontrar outras pessoas, para

abrir portas novas, para recuperar conhecimento

perdido, para convidar novos horizontes na tua vida.

Acho que será um lugar que não é apenas intelectual

mas também emocional.

Fruto de sabedoria milenar em busca de significado na

vida, este espaço extenderá os conceitos e vivências

do Judaísmo para a sociedade mais ampla. O projeto

abrange um museu interativo de valores que tem

por objetivo oferecer ao visitante uma experiência

que o fará pensar e rever a sua pessoa, o seu meio

e o mundo todo com uma apreciação mais otimista.

A tecnologia de ponta será um instrumento principal

em despertar ideias e energia, engajando-as em um

processo de transformar este mundo em um lugar

melhor. Valores como a compreensão e a compaixão,

alegria e humor, justiça social e democracia, família

e educação, esperança, fé, criatividade e honestidade

serão exploradas nesta ala do Centro. Ateliers,

biblioteca, áreas de pesquisa e jardins oferecerão

ambientes de descoberta e reflexão.

Page 78: Lubavitch Magazine

78LUBAVITCH MAGAZINE

E S P I R I T U A L I D A D E

A PRINCESA E O CAMPONÊSConta-se uma parábola sobre uma princesa que

desposou um camponês. Seu pai, o rei, tinha

entrevistado diversos pretendentes, mas nenhum foi

aprovado. Finalmente ele disse: “O primeiro homem

que entrar por aquela porta será seu marido.” Ela

concordou. O próximo a entrar foi o jardineiro das

propriedades do rei, e eles tiveram de se casar.

Ele estava muito feliz, mas ela estava desolada. Mas

esta era a situação. Eles se casaram, e ele preparou

a casa, colocou palhas no chão para dormirem, e ela

estava infeliz.

No dia seguinte ele trouxe batatas para ela, e ela não

estava feliz. Ele trouxe os melhores tomates do campo,

e ela não estava feliz. Ela voltou ao pai e disse: “Olhe,

como posso explicar a ele que fui criada num palácio?

Ele não pode me dar o que preciso, porque nem

imagina que isso exista.” Esta é uma parábola da alma

que se casou com o corpo. O corpo é o camponês,

oferecendo-nos Bolsa de Valores, condomínios,

sucesso e poder, e todos os outros tipos de batatas e

tomates. A alma vai até D’us e diz: este camponês não

está me dando o que preciso.

POR TZIPORAH TZUKERNIK

Page 79: Lubavitch Magazine

79 LUBAVITCH MAGAZINE

transcende completamente. Chegar àquele ponto

abalou meu intelecto. Até então, eu sabia que poderia

haver uma pessoa que era como eu, porém mais

inteligente, ou como eu, porém mais sensível. Mas

quando fui exposto aos ensinamentos do Rebe,

foi a primeira vez que encontrei alguém num nível

completamente diferente.

Lembro-me de sentar em aulas nas quais os discursos

do Rebe eram ensinados, e sair dali não conseguindo

dirigir meu carro de volta para casa. O Rebe abalou

meus axiomas sobre o mundo. Ninguém mais fez isso.

Era uma mudança em toda a consciência da pessoa;

mudar o modo de agir de alguém era apenas o começo.

Embora eu não soubesse o que estava se passando

no meu interior, de alguma forma percebi que esta

árvore pode ser plantada em meu próprio solo, que

isso dará certo com meu próprio funcionamento

interior. Aquilo estava num nível intuitivo. Em mais

de um nível intelectual, o importante era ter acesso

aos ensinamentos do Rebe, e ver que estas perguntas

começavam aonde todas as minhas respostas tinham

acabado.

Creio que no decorrer de nossa vida sempre há essas

questões essenciais, que nem sequer percebemos

que estamos perguntando. São questões raízes, mas

estamos conscientes apenas dos ramos. Fazemos

uma pergunta e as palavras que saem são os ramos.

Se nós não soubéssemos que há uma raiz, seríamos

levados a pensar que podemos nos dirigir ao ramo.

E jamais seremos felizes, porque sempre haverá

outro ramo brotando para fora da raiz. Precisamos

de mentores espirituais para nos fazer conscientes de

quais são nossas perguntas raízes…

Muitos vivem pensando que são o camponês. É por

isso que, não importa o quanto se possua, nunca é o

suficiente. Porque estão se alimentando com as coisas

erradas. Pode ser tudo aquilo com que o camponês

jamais sonhou, mas ainda não é o bastante, porque a

princesa foi criada com coisas mais refinadas.

Os ensinamentos dos mestres da Chassidut nos

permitem acessar a consciência da princesa. Eles

abrem nossos olhos para o fato de que muitas vezes

passamos pela vida pensando que somos alguma

coisa que não somos, e portanto buscamos coisas que

não nos proporcionarão satisfação.

Tenho estado muito envolvido no pensamento

acadêmico e quando ouvi pela primeira vez os

ensinamentos do Lubavitcher Rebe, percebi pela

primeira vez que poderia haver alguém que me

Foto

: Fili

pe S

amor

a

Page 80: Lubavitch Magazine

80LUBAVITCH MAGAZINE

E S P I R I T U A L I D A D E

COMO MUDAR O PASSADO

“Eu não devia…” ou “Se pelo menos eu soubesse…”

Seja algo obviamente errado, seja uma decisão infeliz

ou uma oportunidade perdida, nós seres humanos

tendemos a nos concentrar no passado, muitas vezes

em detrimento de nossos esforços presentes e futuros

potenciais.

Alguns nos aconselham a deixar o passado onde está,

e seguir em frente com a vida. Somos seres físicos,

e as leis da Física (pelo menos até o momento) ditam

que o tempo corre apenas em uma direção. Então,

por que não deixar simplesmente o passado para

trás, especialmente porque o passado está atrás de

POR YANKI TAUBER BASEADO NOS ENSINAMENTOS DO REBE

Page 81: Lubavitch Magazine

81 LUBAVITCH MAGAZINE

nós, quer o deixemos ou não para trás?

Este é um conselho que não seguimos. Continuamos a

nos sentir responsáveis pelo que ocorreu, continuamos

a tentar reescrever nossa história, continuamos a

considerar nosso passado como algo que ainda, de

alguma forma “faz parte de nós”. Alguma coisa em

nossa natureza se recusa a abrir mão, se recusa a

reconciliar-se com o fluxo unidirecional do tempo.

Sim, somos seres físicos; porém existe algo em nós

que transcende o físico. O homem é um amálgama de

matéria e espírito, um casamento de corpo e alma. É

nosso ser espiritual que persiste na crença de que o

passado pode ser resgatado. É nossa conexão com a

essência espiritual de nossa vida que nos concede a

capacidade para teshuvá – a capacidade de “retornar”

e transformar retroativamente o significado das ações

e experiências passadas.

Qual é esta “essência espiritual” com a qual buscamos

uma conexão? E como isso nos permite literalmente

mudar o passado?

Não apenas o homem, mas todo objeto, força ou

fenômeno tem tanto um “corpo” quanto uma “alma”.

A alma de um objeto é seu significado mais profundo –

as verdades que expressa, a função que desempenha,

o propósito ao qual serve.

Como exemplo, consideremos as duas ações

seguintes: numa viela escura, um bandido armado

com faca ataca um membro de uma gangue rival; a

uma centena de metros de distância, um cirurgião se

inclina sobre um paciente sedado que está na mesa de

operações. O “corpo” dessas duas ações é bastante

similar: um ser humano usando um objeto afiado de

metal que abre a barriga de outro ser humano. Porém

um exame da “alma” desses dois eventos – os desejos

que os motivam, os sentimentos que os inundam, os

objetivos que procuram atingir – revelam que são

ações bem diferentes.

Foto

: dcu

billa

s

Page 82: Lubavitch Magazine

82LUBAVITCH MAGAZINE

E S P I R I T U A L I D A D E

Em outras palavras, o homem é uma criatura

espiritual no sentido em que confere significado aos

seus atos e experiências. As coisas não simplesmente

acontecem – elas acontecem por uma razão, têm um

significado, procuram um certo objetivo. O mesmo

evento portanto pode significar coisas diferentes para

pessoas diferentes; como prova disso, dois eventos

muito diversos podem servir ao mesmo propósito

e provocar sensações idênticas,

imbuindo-as com almas análogas

apesar da dessemelhança em seus

corpos.

O corpo de nossas vidas está

totalmente sujeito à tirania do

tempo – os “fatos difíceis” não

podem ser desfeitos. Um vôo

perdido não pode ser retomado;

uma palavra dura a um ente

querido não pode ser desfalada.

Porém a alma desses eventos

pode ser mudada. Aqui podemos

literalmente viajar de volta no

tempo para redefinir a importância

daquilo que aconteceu.

Você dormiu demais, perdeu aquele vôo, e não

apareceu para a reunião importante. O significado inicial

daquele evento; seu chefe está furioso, sua carreira

sofre um sério revees, sua auto-estima despenca.

Porém você se recusa a “deixar o passado para trás”.

Você fica remoendo o que aconteceu. Pergunta a si

mesmo: O que isso significa? O que isso me diz sobre

mim mesmo? Percebe que não se importa realmente

com seu emprego, que seu verdadeiro chamado está

em outra parte. Você resolve começar de novo, num

esforço menos rentável porém mais realizador. Você

voltou no tempo para transformar aquela hora de

cochilo num chamado para acordar.

Ou você teve uma discussão, perdeu a calma, e

disse aquelas palavras imperdoeaveis. Na manhã

seguinte faz as pazes, concordando em ‘esquecer

o acontecido.” Porém você não

esquece. Está horrorizado pelo grau

da sua insensibilidade; você sofre pelas

distância que as palavras colocaram

entre vocês dois. Seu horror e agonia

fazem você perceber como são

sensíveis um ao outro, o quanto você

deseja a proximidade com a pessoa

que ama. Você voltou no tempo para

transformar uma fonte de distiancia

e desarmonia num catalisador para

maior intimidade e amor.

Na superficie material de suas vidas,

a lei do tempo é absoluta. Porém

no interior, espiritual, o passado

nada mais é que uma outra visão da vida, aberto

a explorações e desenvolvimento com o poder

transformador da teshuvá.

AS COISAS NÃO SIMPLESMENTE

ACONTECEM – ELAS ACONTECEM POR UMA RAZÃO, TÊM UM SIGNIFICADO, PROCURAM UM

CERTO OBJETIVO.

Page 83: Lubavitch Magazine

83 LUBAVITCH MAGAZINE

Locação

Vendas

Seguros Imobiliários

Gen. Joao Telles 377 F:(51)3311.2184www.schotkis.com.br

Especializado em locações

A Imobiliária Schotkis parabeniza a

Família Liberow pelos trinta anos de dedicação

ao Ishuv gaúcho

Tenha fé e caminhe

para frente

Page 84: Lubavitch Magazine

84LUBAVITCH MAGAZINE

C I C L O D A V I D A

DANDO NOME AO BEBÊ POR ARON MOSS

Foto

: Den

ys D

olni

kov

Page 85: Lubavitch Magazine

85 LUBAVITCH MAGAZINE

PERGUNTA:

Minha mulher entrou no sétimo mês de gravidez, e

começamos a discutir nomes para nosso bebê. Ela

deseja algo tradicional, mas eu quero que meu filho seja

um indivíduo e estou pensando em algo mais exótico. O

que diz o Judaísmo sobre dar nome a um filho?

RESPOSTA:

Escolher um nome não é tarefa fácil. O nome da pessoa

não é uma mera etiqueta, pois expressa a essência do

portador. As letras que formam seu nome, seu som e

seu significado são descrições de sua alma. Somente um

profeta tem a visão e a perspicácia para saber que nome

combina com a alma de seu filho. Você é este profeta.

A Cabalá ensina que os pais recebem uma profecia

temporária para escolher o nome certo para o filho,

Este lampejo de perspicácia pode chegar a qualquer

hora, mas quando vem, você sabe que escolheu

o nome certo. Um determinado nome começa a

aparecer na sua cabeça e gradualmente o influencia.

É uma inspiração Divina, levando-o a dar o nome que

realmente pertence ao seu filho.

Para uma alma judia, o nome da alma está em

hebraico. O hebraico é o idioma original, sagrado, o

idioma que D’us usou para criar o mundo. Os nomes

hebraicos têm significados elevados, têm múltiplas

camadas, há tantas pessoas com o mesmo nome

mas mesmo assim cada qual é única, dependendo de

qual camada de significado sua alma expressa. Ser

chamado pelo seu nome hebraico desperta a alma

para ser mais manifesta em sua vida diária.

Examine os nomes dos grandes personagens da

História Judaica, ou nomes de avós falecidos. Se algum

desses nomes “saltar” para você, isso pode indicar que

a criança tem uma centelha da alma daquela pessoa,

e vai imitar os traços positivos daquela pessoa. A alma

tende a continuar na mesma família, e uma criança

que recebe o nome de um ente querido que se foi

continuará a carregar aquela chama.

A originalidade não deveria ser um fator decidivo na

escolha de um nome. Tentar ser diferente de todo

mundo significa basear sua escolha em todo mundo.

Isso não pode ser chamado de individualidade. Porém

dar ao seu filho um nome hebraico com o qual tanto

você quanto sua mulher concordam, significa dar um

nome que é verdadeito para a alma única de seu filho.

Lembre-se você não está apenas dando nome a um

bebê. Está também dando nome a um adolescente,

um adulto e um cidadão idoso. Os nomes da moda de

hoje estarão ultrapassados quando seu bebê estiver

ganhando os dentinhos. Os nomes hebraicos têm

permanecido em voga por 4 mil anos. Use sua chance

de ser profeta por um dia, e escolha um nome que

descreva a alma de seu filho.

Page 86: Lubavitch Magazine

86LUBAVITCH MAGAZINE

BRIT MILÁ

C I C L O D A V I D A

(In)Decisão

Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem

atravessado tantas eras e vencido tantas

perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra,

tem sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de

hoje.

TRAUMA OU ALEGRIA?

Atualmente, no entanto, muitos judeus têm deixado de

realizar a mistvá de Brit Milá em seus bebês, um dos

mais antigos preceitos ordenados por D’us na Torá.

Alegam as mais diversas razões para isto, indo desde

trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor até

a diminuição do desejo sexual.

Sem base científica, ou fatos que apontem para

qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido

desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em

desafios onde a única lógica na decisão a tomar é a

proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e

ao bem estar de seus filhos.

Page 87: Lubavitch Magazine

87 LUBAVITCH MAGAZINE

“Porque eu deveria fazer o brit milá em meu filho? É

cruel. Não posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria

psicologicamente para o resto da vida!”

“Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?”

“Este procedimento é arcaico, fora de moda e

arriscado.”

“Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo

hipócrita!”

Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou

decisão, não escutam o outro lado da questão? Afinal,

deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente

ainda há muitos, arriscariam a vida emocional de seus

filhos submetendo-os ao Brit Milá.

Então, que tal dar uma chance?

Do ponto de vista médico

Um estudo no New England Journal of Medicine (1990)

registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19%

quando a circuncisão é realizada por um médico.

Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%,

aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma

complicação, geralmente trata-se de sangramento

excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum

outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de

operações livres de complicações. Um estudo mostrou

que em torno do oitavo dia, os níveis de protombina

atingem 110 por cento do normal.

Uma razão pela qual há tão poucas complicações

envolvendo o sangramento deve-se aos agentes

coaguladores mais importantes, a protombina e a

vitamina K, quando não atingem os níveis máximos

no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de

protombina são normais ao nascer, caem a níveis

muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal

no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou

que por volta do oitavo dia, os níveis de protombina

atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick,

autor de diversas obras sobre controle de hemorragia,

“Não parece acidental que o ritual da circuncisão

fosse adiado até o oitavo dia pela Lei Judaica.” Além

disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção

praticamente completa contra o câncer peniano.

Segundo um recente artigo no New England Journal

of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com

este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados

na infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen

e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos

Estados Unidos é “praticamente zero” entre homens

circuncidados.

Diversos estudos relataram que meninos circuncidados

tinham de 10 a 39 vezes menos probabilidade de

desenvolver infecções do trato urinário durante a

infância que meninos não circuncidados. Além disso,

a circuncisão protege contra bactérias, fungos e

infecções parasitárias, além de uma série de outros

problemas relacionados com a higiene. A taxa

extremamente baixa de câncer cervical em mulheres

judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres

não-judias) é atribuída à prática da circuncisão.

Page 88: Lubavitch Magazine

88LUBAVITCH MAGAZINE

Como resultado de estudos como esses, diversas

organizações médicas de prestígio reconheceram os

benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da

Califórnia tem endossado a circuncisão como uma

“efetiva medida de saúde pública.”

No entanto, não é por nenhuma destas razões que

realizamos a mitsvá de Brit Milá.

Uma conexão espiritual

A circuncisão tem sido praticada

em judeus do sexo masculino

há quase 4.000 anos, desde que

Avraham assim foi ordenado

por D’us. A verdade é que não

há argumento “lógico” para

cortar um pedaço de carne de

um bebê indefeso.

Em lugar algum a pessoa tem

mais potencial para expressar

comportamento “bárbaro” que

no desejo sexual. É por isso que

o Brit é feito neste órgão específico. Se trouxermos

santidade em nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa

de trazer santidade em todas as outras partes de nosso

ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros

donos de nossos impulsos e emoções e a controlar

nossos desejos mais primitivos direcionando-os a

buscas espirituais.

Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma

barreira que impede o crescimento. Quando a Torá

fala sobre aproximarmo-nos de D’us, nos conclama

a “remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração”

(Devarim 10:16).

Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99

anos, D’us adicionou a letra “heh” ao seu nome. “Heh”

é parte do próprio nome de D’us, significando que

por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma

dimensão de espiritualidade ao corpo físico.

Médico ou mohel?

A escolha não é tão difícil se

você conhecer os argumentos.

Os métodos são diferentes, as

circunstâncias são diferentes, e os

resultados são diferentes.

A circuncisão feita no hospital,

longe da mãe da criança, é

realizada com tenazes dolorosas e

pode demorar até 15 minutos. Em

contraste, o trabalho de um mohel

é completado em segundos.

No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente

frio, uma equipe de estranhos “homens de branco”

debruçados, mãos e pezinhos do bebê amarrados

numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num Brit

ele repousa no colo tranquilo de um vovô carinhoso,

em um ambiente aquecido e familiar.

Estas e outras diferenças foram registradas em

1997 pela Associated Press, que relatou serem as

OS MÉTODOS SÃO DIFERENTES, AS

CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DIFERENTES, E

OS RESULTADOS SÃO DIFERENTES.

C I C L O D A V I D A

Page 89: Lubavitch Magazine

89 LUBAVITCH MAGAZINE

“circuncisões judaicas mais suaves” que aquelas

realizadas em ambientes seculares, e que os

“mohels, hábeis praticantes do antigo ritual judaico da

circuncisão, parecem infligir menos dor nos recém-

nascidos que a maioria dos médicos.”

Cicatrizes psicológicas, anestesia, barbarismo e

crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do

hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, “Se

eu tivesse de fazer um brit usando a técnica hospitalar,

não desejaria ser um mohel.”

Uma livre escolha?

“E quanto à livre escolha de

nossos filhos, podemos nos

impor sobre este direito?”

Como pais, é nossa obrigação

nos impor a nossos filhos. E na

verdade, é isso que fazemos.

Escolhemos seu quarto (antes

mesmo de nascerem!) suas

roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente

para que não estejam expostos a riscos e contraiam

doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos

padrões de comportamento! Como pais responsáveis

nos sentimos no dever de incutir em nossos filhos

valores, na esperança de que quando eles crescerem,

também os adotarem. Não deveríamos fazer o

mesmo com a identidade e valores judaicos? Se o

brit é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não

podemos “impô-lo,” com tudo aquilo que representa,

ao nosso filho recém-nascido?

Alguém poderia argumentar: “Mas a circuncisão é

diferente, porque possui caráter permanente.”

Certo, mas as impressões feitas na mente e no coração

de uma criança também são permanentes. Tudo na

verdade que os pais fazem afeta profundamente os

filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um significativo

espaço em suas vidas, então a responsabilidade de

introduzi-lo e torná-lo desde cedo familiar a seus filhos

passa a ser fundamental. O Brit é apenas o primeiro

passo na direção destes

valores. Do contrário, jamais

poderão reivindicar uma

posição judaica no futuro.

Fomos o povo instruído a

utilizar nosso corpo e toda

a matéria existente a fim de

elevá-los a níveis espirituais.

Não sabemos até aonde estes

níveis são capazes de nos

conduzir, mas com certeza,

ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-

lo por segundos nas mãos hábeis de um mohel pode

ser justamente este o único gesto que garantirá nossa

identidade mais íntima como judeus e nossa mais

profunda e eterna relação com D’us.

“E QUANTO À LIVRE ESCOLHA DE NOSSOS

FILHOS, PODEMOS NOS IMPOR SOBRE ESTE

DIREITO?”

Page 90: Lubavitch Magazine

90LUBAVITCH MAGAZINE

BAR E BAT MITVÁ

Bar-mitsvá

A expressão “Bar-Mitsvá” se origina parcialmente

do aramaico, a língua do Talmud. “Bar” significa

literalmente “filho de”, e “mitsvá” significa

“mandamento”. Assim, um “bar-Mitsvá” é um “filho

do mandamento”. A ocasião mais importante na vida

de um judeu chega quando ele atinge a idade para

entrar na aliança com D’us e no compromisso de

manter, estudar e praticar todos os mandamentos da

Torá, aos treze anos de idade.

O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo

terceiro aniversário de um menino, a alma Divina é

revelada com maior intensidade, e exerce uma maior

influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos

a responder pelo cumprimento das mitsvot. Esta é a

razão de se fazer uma comemoração especial neste

dia. Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão

e carne) é preparada por ocasião do Bar-Mitsvá.

Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá

(um breve, mas profundo comentário sobre algum

aspecto da Torá).

B A R E B A T M I T Z V Á

E N T R A N D O N A I D A D E A D U L T A

Foto

: rya

nrod

rickb

eile

r

Page 91: Lubavitch Magazine

91 LUBAVITCH MAGAZINE

Costumes

• A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin

diariamente (exceto em Shabat, Yom Tov e Chol

Hamoêd) e cumprir todas as leis judaicas.

• Jovem deve ser chamado à Torá para recitar as

devidas bênçãos, na primeira oportunidade.

• Após a cerimônia faz-se uma refeição, denominada

Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne.

• Nesta refeição, o jovem faz um discurso baseado na

Torá.

• Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon,

a Bênção de Graças.

• É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais

fazerem maior doação do que o habitual para caridade,

para que este ato lhes traga uma bênção especial.

Bat-mitsvá

“Bat” significa literalmente “filha de”, e “mitsvá”

significa “mandamento”. Assim, uma “Bat-Mitsvá”

representa uma “filha do mandamento”. Uma das

ocasiões mais importante na vida de uma menina

judia chega quando ela atinge a idade para entrar

na aliança com D’us e no compromisso de manter,

estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos

doze anos de idade.

O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo

segundo aniversário de uma menina, a alma Divina

é revelada com maior intensidade, e exerce uma

maior influência. Neste momento as jovens tornam-se

aptas a responder pelo cumprimento das mitsvot. No

caso da menina é positivo, não uma obrigação, reunir

suas amigas e familiares onde algumas palavras de

Torá deverão ser proferidas, seguida de uma seudat

mitsvá, refeição festiva. Ao contrário da cerimônia

de Bar-Mitsvá do menino, que implica na colocação

dos tefilin e sua chamada pela primeira vez à Torá,

esta data não requer nenhum ato religioso específico,

já que o Bat-Mitsvá ocorre um ano antes do menino,

pois D’us abençoou as mulheres com um grau maior

de compreensão e ligação com o Criador.

Costumes

• As meninas, ao completarem doze anos, chegam

à idade da maturidade, e têm a responsabilidade de

assumir o cumprimento das mitsvot.

• É uma mitsvá fazer uma refeição festiva no dia do

Bat-Mitsvá, de forma discreta, conforme nossos sábios

explicam que a discrição é uma das maiores virtudes

da mulher.

• É costume no dia do Bat-Mitsvá a jovem e seus pais

aumentarem a doação que habitualmente reservam

para caridade, ato que lhes traz uma bênção especial.

Page 92: Lubavitch Magazine

92LUBAVITCH MAGAZINE

C I C L O D A V I D A

Pergunta:

Compreendo que o motivo para eu quebrar um copo

ao final da cerimônia de casamento é para comemorar

a destruição do Templo em Jerusalém há cerca de

2.000 anos. Este de fato foi um evento relevante

na história judaica, mas não parece ter qualquer

relevância para mim. O que um edifício destruído tem

a ver com meu casamento?

Resposta:

A destruição do Templo Sagrado tem extrema

relevância pessoal. Aconteceu a você. É verdade que

quebrar o copo basicamente comemora a queda de

Jerusalém; no entanto, é também um lembrete de

outro estraçalhamento cataclísmico – o do seu próprio

templo, sua alma.

POR QUE QUEBRAR UM COPO NUM CASAMENTO JUDAICO?

POR ARON MOSS

Foto

: Lei

n D

e Le

ón Y

ong

Page 93: Lubavitch Magazine

93 LUBAVITCH MAGAZINE

Amtes de nascer, você e sua alma gêmea eram uma,

uma única alma.

Então, quando se aproximou a hora de você entrar

neste mundo, D’us quebrou aquela única alma em

duas partes, uma feminina e uma masculina. Essas

duas metades de alma então nasceram para o mundo

com a missão de tentar encontrar a outra parte e se

reunirem.

Na época, a separação parecia trágica e

incompreensível. Por que criar fragmentação onde

antes havia plenitude? Por que quebrar algo apenas

para que pudesse ser consertado? E se vocês

deveriam ficar juntos, por que D’us não deixou os

dois juntos?

É sob a chupá, a canópia nupcial, que essas perguntas

podem ser respondidas. Com o casamento, duas

metades estão se unindo, para jamais se separarem

outra vez. Não apenas isso, mas você pode olhar para

trás, para a dolorosa experiência de ser separado

e realmente celebrá-la. Pois agora está claro que a

separação trouxe vocês mais perto do que teria sido.

Ironicamente, foi somente por se separarem e levarem

vidas longe uma da outra que vocês puderam se

desenvolver como indivíduos, amadurecer e crescer.

Sua união é algo que vocês tiveram de conseguir e

escolher, e portanto é profundamente valorizada.

Com a alegre reunião no casamento, fica claro que

sua alma somente foi partida para reunir-se e tornar-

se uma num nível mais elevado e mais profundo.

E portanto você quebra o copo sob a chupá e

imediatamente expressa o desejo de Mazal Tov!

Porque agora, em retrospecto, até a separação

das almas é motivo para ficar alegre, pois deu à

sua conexão a possibilidade de real profundidade e

significado.

Vemos uma história paralela na destruição do Templo

em Jerusalém. O Templo não era meramente um

edifício; era o local de encontro de céu e terra, o

ideal e o real, D’us e a criação. Quando o Templo foi

perdido, também o foi o relacionamento entre D’us e

o mundo. Nossas almas foram arrancadas de nossa

Alma Gêmea.

O único antídoto para a fragmentação é a unidade. E

a unidade mais profunda é sentida num casamento.

Todo casamento é uma cura, um conserto de uma

alma fragmentada, uma reconstrução de Jerusalém

em miniatura. Nossos Sábios nos ensinam: “Quem

celebra com os noivos, é como se reconstruísse uma

das ruínas de Jerusalém.” Quando almas gêmeas

se reúnem num casamento sagrado, uma energia

de amor e unidade é gerada, elevando o mundo e

aproximando-o do conserto de seu relacionamento

rompido com D’us.

Portanto veja, sua história pessoal e a história da

destruição de Jerusalém estão intimamente ligadas.

A destruição que aconteceu a Jerusalém aconteceu

à sua alma; e a alegria que você está sentindo agora

será um dia sentida também em Jerusalém. Um dia,

em breve, quando o Templo for reconstruído, nossas

almas se reunirão com D’us, nossa Alma Gêmea,

num verdadeiro relacionamento que construímos

juntos. Não prantearemos mais a destruição, mas

olhando para trás finalmente entenderemos seu

propósito, e iremos celebrar.

Page 94: Lubavitch Magazine

94LUBAVITCH MAGAZINE

C I C L O D A V I D A

Pergunta:

Sempre pensei que Mazal Tov significasse “parabéns”.

Ouvi recentemente que na verdade significa “boa

sorte”. Mas eu achei que os judeus não acreditassem

em sorte…

Resposta:

Sua confusão é compreensível. O Talmud – a antiga

enciclopédia da sabedoria judaica – parece contradizer-

se sobre isso. Em um local declara: “No seu aniversário,

sua mazal é forte.” Em outro local o Talmud diz: “O povo

judeu não está sujeito a mazal”!

A palavra mazal significa literalmente “uma gota do

alto”. Pode ter diferentes conotações dependendo do

contexto, mas todas estão conectadas a essa definição

básica – algo caindo de cima.

Os signos do Zodíaco são chamados mazalot. A tradição

judaica vê as constelações no alto como dirigindo o

destino dos indivíduos e das nações aqui em baixo.

Portanto mazal é a influência pingando dos astros para

baixo. (No decorrer dos anos, boa ou má mazal passou

O QUE SIGNIFICA

MAZAL TOV? POR ARON MOSS

Mazal Tov ao Rabino Mendel Liberow e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre

Marcos e Clara MaltzMoyses, Sirlene Abensur e FamíliaBenamy, Marisa Turkienicz e Família

Marcelo, Céres Bin e Família

Foto

: dev

on

Page 95: Lubavitch Magazine

95 LUBAVITCH MAGAZINE

a significar sorte, mais que destino.) Quando o Talmud

diz que não estamos sujeitos a ela, isso quer dizer que

não estamos limitados ao nosso destino, mas sim que

nossas próprias ações determinam nosso destino.

Há um outro significado da palavra mazal que é mais

relevante à expressão Mazal Tov. Mazal é o termo usado

no misticismo judaico para descrever a raiz da alma. Os

místicos afirmam que somente um raio da nossa alma

habita realmente o nosso corpo. A parte principal da

alma, nossa mazal, permanece acima, reluzindo sobre

nós a distância.

Você já teve uma sensação de intuição espontânea,

onde sem mais nem menos você de repente sente-

se em paz consigo mesmo e com o universo? Ou um

súbito lampejo de inspiração que faz você enxergar a

vida sob uma nova luz?

Ocasionalmente podemos receber um fluxo extra

de energia da nossa alma acima. Pode acontecer a

qualquer tempo, mas é mais comum numa hora de

celebração – um nascimento, aniversário, brit, bar/bat

mitsvá ou casamento. É especialmente nestas horas de

alegria que somos capazes de ver além do mundano e

do corriqueiro, e sentir as verdades mais profundas da

vida.

Quando dizemos Mazal Tov a alguém, estamos lhe

dando uma bênção. Que essa gota de inspiração de sua

alma acima não se dissipe, mas sim tenha um efeito

positivo e duradouro, que a partir desse evento você

possa levar a vida com consciência mais elevada. Você

deveria estar consciente das bênçãos em sua vida

e estar pronto para receber mais e mais. Em outras

palavras: Bom Mazal!

Mazal Tov ao Rabino Mendel Liberow e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre

Marcos e Clara MaltzMoyses, Sirlene Abensur e FamíliaBenamy, Marisa Turkienicz e Família

Marcelo, Céres Bin e Família

Page 96: Lubavitch Magazine

96LUBAVITCH MAGAZINE

C I C L O D A V I D A

CONFORTANDO OS QUE SOFREM POR ARON MOSS

“Eu não sabia o que dizer”, escreveu minha amiga,

“portanto não disse nada.”

No dia anterior, eu tinha escrito para perguntar: Eu

estava ficando paranóica ou ela estava se afastando

de mim? Eu acabara de passar pelo período que talvez

fosse o mais doloroso da minha vida (até então), e

minha amiga – uma amiga leal, carinhosa, dedicada –

simplesmente tinha desaparecido.

Durante anos, não tínhamos passado mais que uns

poucos dias sem um e-mail ou telefonema entre nós

– ela sempre transbordante de calor, bom humor e

amizade. E então – puff! – ela sumiu, oculta sob um véu

de silêncio. Justo na ocasião em que eu mais precisava

do seu apoio e proximidade, ela sumiu.

“Eu sabia como você deveria estar sofrendo”, escreveu

ela pedindo sinceras desculpas – “mas eu não sabia o

que fazer.”

Foto

: Ste

phen

Ors

illo

Page 97: Lubavitch Magazine

97 LUBAVITCH MAGAZINE

Não entendi.

Minha amiga é uma pessoa bondosa e tem

consideração. Pois não é quando alguém está sofrendo

que é mais importante demonstrar amizade? Porém, é

uma reação bastante humana fazer o contrário; afastar-

se. Não porque você não se importa, mas porque você

simplesmente não sabe o que fazer.

Ceder ao medo do “o que dizer” ou “o que fazer” com

certeza é mais confortável a curto prazo, mas, diz o

Judaísmo, é abdicar da obrigação humana de consolar

quem está sofrendo. Até o próprio D’us consolou

Yitschac pela morte do pai. Fácil para Ele, certo? Afinal,

D’us sabe o que dizer!

Mas a tradição judaica dá orientações sobre como

confortar aqueles que sofreram uma perda. Não

apenas os enlutados que perderam um ente querido,

mas também o fim de um relacionamento, a perda de

um emprego, ou qualquer uma das muitas flechadas

e pedradas que fazem da vida uma experiência tão

interessante…

Faça uma visita

Em primeiro lugar, faça contato.

Resista à vontade de evitar a cena dolorosa que é ver

alguém sofrendo. O senso de isolamento e solidão que

acompanha qualquer perda séria pode ser esmagador.

Você é necessário.

No caso de luto, vamos à casa onde a pessoa está

sentando shivá. Ninguém gosta de fazer “visitas de

shivá”, mas reconhecemos a obrigação de aliviar os

enlutados da indizível solidão que acompanha a perda

que sofreram. Com o simples ato de fazer contato com

alguém que sofre, você alivia o fardo. Combate a solidão

daquela pessoa simplesmente pelo fato de estar ali.

Dependendo das circunstâncias, você talvez queira

levar seu amigo para jantar, assistir a um filme, ou

encontrá-lo para tomar um café. Mas nem precisa

tanto. Telefone. Deixe uma mensagem dizendo: “Estou

pensando em você.” Ou então envie um cartão ou

e-mail, dizendo: “Saiba que estou pensando em você e

espero que esteja se sentindo melhor.”

Deixe-o Falar

Obviamente, quando você planeja uma visita, entra em

pânico: “O que vou falar?”

Há um bom motivo para isso: a maioria de nós tende

a dizer algo idiota. A tradição judaica instrui: Não fale

com enlutados até que eles falem primeiro com você.

Deixe-os falar se quiserem, ou apenas os conforte com

sua presença. Deixe-os estabelecer o tom e o ritmo da

conversa. Resista à vontade de preencher o silêncio

com palavras.

Aplique a mesma regra a outros cenários desagradáveis.

Afinal, o que você diz a alguém que acaba de perder o

emprego? Ou que está passando por um divórcio?

Ou lutando contra uma doença?

Page 98: Lubavitch Magazine

98LUBAVITCH MAGAZINE

A maioria de nós não é composta de rabinos ou

psicólogos que podem oferecer as palavras certas aos

amigos que sofrem. Mas pode-se oferecer um ouvido,

um ombro, ou dar um abraço. E isso geralmente basta.

Uma palavrinha aos inteligentes: não force alguém a se

abrir com você. É maravilhoso dizer: “Se você quiser

conversar, estou aqui.” Porém não ajuda muito dizer:

“Você teve um aborto? Venha, vamos falar a respeito,

você se sentirá melhor.”

Todo mundo deseja e precisa

de coisas diferentes para

consolo. Uma pessoa pode

querer que você a ouça

chorar. Outra pode querer que

você a anime. Deve-se usar a

sensibilidade e o bom senso

em uma hora tão delicada.

Ofereça aquilo que as pessoas

desejam.

Aquilo que você precisa numa situação dessas pode

ser totalmente diferente daquilo que o outro precisa.

Tenha humildade para entender que aquilo que você

acha que eles precisam, talvez não seja realmente o

que precisam.

A conversa séria, o discurso encorajador que parece

fazer tanto sentido para você pode ser devastador

para alguém muito frágil. Tente perguntar o que ele

precisa de você: “Como posso ajudá-lo?” ou então: “O

que posso fazer para dar apoio?” “O que você gostaria

que eu fizesse?” Talvez seja sair para pagar uma conta,

ajudar com alguns arranjos, ou dar uma mão nas tarefas

domésticas.

Respeite os estágios do luto

Reconheça que a única coisa que pode ajudar seu

amigo é o tempo. Isso é aplicado no judaísmo através

dos diferentes períodos de luto pelas quais um enlutado

passa, até o término de um ano (para os pais). À medida

que o tempo passa, as restrições do luto relaxam e os

enlutados aos poucos retornam ~a

vida social. Passar por qualquer

processo de sofrimento envolve

inevitáveis altos e baixos. Seu

amigo pode estar bem num dia

e totalmente deprimido no outro,

calmo uma hora e desesperado

na hora seguinte.

Conheça a perspectiva

Tente ser paciente, até mesmo

enquanto está pensando: “Durante

quanto tempo ele vai ficar assim?” ou “Quantas vezes

vou escutar a mesma coisa?” É fácil calcular o sofrimento

de alguém quando você tem a perspectiva que falta a

ele. Você não está passando por aquilo.

Ao mesmo tempo, a tradição judaica adverte contra o

luto excessivo. Se alguém não consegue passar esta

fase de sofrimento, talvez precise de ajuda. Se você

acha que seu amigo está nesse caso, fale com um

conselheiro ou rabino para ajudá-lo a avaliar a situação.

Você pode sugerir delicadamente que talvez seja bom

A TRADIÇÃO JUDAICA INSTRUI: NÃO FALE COM

ENLUTADOS ATÉ QUE ELES FALEM PRIMEIRO

COM VOCÊ.

Page 99: Lubavitch Magazine

99 LUBAVITCH MAGAZINE

seu amigo conversar com alguém treinado para lidar

com o sofrimento, para ajudá-lo a se sentir melhor e

adquirir outra perspectiva sobre a situação.

Você tem o tempo

Mais ou menos na metade do meu caminho rumo

ao equilíbrio, falei sobre as maneiras que as pessoas

reagiram com outro amigo que passara por uma

experiência semelhante. Eu sabia que eu tinha

desenvolvido uma lealdade para

toda a vida com três ou quatro

amigas que tinham sido bondosas,

pacientes e carinhosas enquanto

eu tentava achar meu caminho de

volta à normalidade.

O que elas fizeram? Não muito.

Me telefonaram e me convidaram

para sair. Uma delas comprou-me

um chapéu engraçado num dia em

que eu me sentia especialmente

deprimida. Basicamente, fizeram

um esforço tendo em mente

que eu estava passando por algo e quiseram que eu

soubesse que estava na mente delas. Minha amiga

contou-me tristemente que seus sentimentos tinham

mudado em relação aos amigos que não tinham se

incomodado de contactá-la.

Pensando em minha amiga bem intencionada mas

desnorteada, lembrei a ela que as pessoas têm suas

próprias vidas e talvez fiquem tão envolvidas no seu

dia-a-dia que podem ter se esquecido de ligar, ou não

sabiam o que dizer. Não é que não tenham carinho por

ela.

“Você tem razão”, disse ela tristemente. “Mas não

estou pedindo que me dediquem muito tempo, ou que

carreguem sozinhos o meu fardo. Estou pedindo um

telefonema de três minutos. Ou um e-mail que leva três

segundos para escrever e enviar.”

A Torá nos diz “não oprima o

estrangeiro, pois vocês foram

estranhos no Egito.” É fácil

repousar sobre os louros da

auto-satisfação. O supremo

desafio é domar nosso

sofrimento e aprender com

ele.

Quando esta amiga e eu

tivermos passado pelos

desafios e voltarmos “ao

normal”, nos lembraremos

da incrível maravilha que

foram aqueles telefonemas e e-mails? Quando outra

pessoa está sofrendo, saberemos ter mais paciência?

Saberemos escutar?

Pois são justamente estes pequenos atos que fazem

com que uma pessoa se sinta lembrada e querida e faz

com que a gente possa passar pelo próprio sofrimento

tirando lições dele para a nossa vida.

AQUILO QUE VOCÊ PRECISA NUMA

SITUAÇÃO DESSAS PODE SER TOTALMENTE

DIFERENTE DAQUILO QUE O OUTRO PRECISA.

Page 100: Lubavitch Magazine

100LUBAVITCH MAGAZINE

V I D A & S O C I E D A D E

TRANCADO POR FORA

Você ficou trabalhando até tarde no escritório. Vai

até o estacionamento e nota como está deserto.

Olha em torno, nervosamente, Pelo menos não há

muitos carros, tudo está visível. Ou então você ficou

fazendo compras até o shopping fechar. Quando

chegou, o estacionamento estava cheio. Agora está

praticamente vazio. Você pode ver seu carro, sozinho

naquela ala, e alguns poucos carros espalhados.

Qualquer que seja o caso, você chega ao carro e

procura a chave. Nervoso, mexe no chaveiro, tentando

encontrar a chave certa. Sem conseguir. E de repente

percebe que a deixou no escritório – e não pode entrar

lá até a manhã seguinte. Ou então você vê a chave no

banco do motorista, onde a deixou cair.

POR ARON MOSS

Foto

:Pet

r K

ovar

Page 101: Lubavitch Magazine

101 LUBAVITCH MAGAZINE

trancados para fora. As palavras parecem tão

estranhas, ocas, artificiais. Olhamos em volta e

vemos os outros de olhos fechados, concentrados,

expressões de júbilo; ouvimos a alegria, ou pelo

menos o sentimento expresso na canção. E tudo aquilo

parece vir do outro lado de uma parede, um lugar onde

não temos permissão de ir. Temos vontade de dar as

costas, de rejeitar aquilo que parece nos excluir, negar

uma impotência que não podemos refutar.

Nossos Sábios nos dizem que os portões da prece

estão sempre abertos. E há muitas histórias que

demonstram e enfatizam o poder da prece simples

dita com sinceridade.

O mesmo se aplica ao estudo de Torá, ou às mitsvot.

Rabi Akiva, o erudito mais notável do seu tempo,

somente começou a estudar aos quarenta anos. E

ele aprendeu e observou uma letra, uma mitsvá, um

passo por vez.

D’us não nos tranca para fora. Nós nos trancamos

para fora. Mas Ele nos dará a chave, se O deixarmos.

Tudo que temos de fazer é pedir.

Quando Mashiach vier, “nenhum judeu será deixado

para trás”. Não importa o que somos, espiritualmente,

a Redenção abre suas portas. Pois D’us nunca nos

tranca para fora.

Você está trancado para fora.

Talvez você chegue tarde em casa, vindo de uma

viagem de negócios. Está com a chave. Mas quando

chega à porta, percebe que há uma corrente a

fechando.

Você está trancado para fora.

Você pode usar o celular para chamar alguém ou

acordar um membro da família. Mas por um instante,

sente um certo desespero. É diferente do medo que

talvez sinta até chegar ao carro ou à casa, um temor do

desconhecido. Mas isso que sente agora é frustração.

É seu carro, sua casa. Por que não consegue entrar?

Você se sente indefeso, sente que ficar trancado para

fora é muito pior que o medo que sentiu minutos atrás.

É como se você tivesse sido rejeitado, barrado

daquilo que lhe pertence. Não está certo. Ninguém

deveria ser barrado daquilo que lhe pertence. Às

vezes, infelizmente, sentimo-nos trancados para fora

de nossa vida, fora de nossa alma – ou seja, fora do

Judaísmo. Talvez seja porque não recebemos aquela

educação. Sentimo-nos ignorantes quando entramos

na sinagoga, furiosos ou constrangidos por não

sabermos hebraico. Sentimo-nos desajeitados ao

cumprir uma mitsvá pela primeira vez; deveríamos

saber isso. Quando nos sentamos numa aula ou

assistimos a uma palestra, e o rabino está fazendo

uma citação do Talmud, Torá ou Maimônides e não

sabemos qual é qual, não nos sentimos bem.

E quando rezamos, é aí que nos sentimos mais

Page 102: Lubavitch Magazine

102LUBAVITCH MAGAZINE

V I D A E S O C I E D A D E

É IMORAL ESTAR ACIMA DO PESO?

O bem-estar físico não é importante?

Em nosso mundo atual, estamos vendo a saúde como

a nova moralidade. Bom e mau agora são medidos

em calorias. Minha caixa de cereal me convida a

“saboreie a bondade” – não um valor moral, mas sim

nutricional. As balanças do mérito não se encontram

mais no céu, mas bem aqui no chão do banheiro, e o

julgamento diário é pronunciado em quilos e gramas.

As balanças do mérito não se encontram mais no céu,

mas estão bem aqui no chão do banheiro.

Isso tudo faz sentido se você vir o ser humano

como apenas um corpo sem uma alma. Se a carne

está toda ali, a saúde se torna o ideal mais elevado.

Como treinador de academia, fico me perguntando: saúde e boa forma física têm um lugar no Judaísmo?

Parece que o mundo secular encoraja uma vida saudável mais do que o mundo judaico o faz. Ouço rabinos

falarem sobre problemas espirituais, mas acho difícil ouvi-los se eles próprios estão acima do peso.

POR ARON MOSS

Page 103: Lubavitch Magazine

103 LUBAVITCH MAGAZINE

Porém sob a perspectiva judaica, a alma é o nosso

verdadeiro ser, e o corpo seu veículo. O corpo e sua

saúde são importantes apenas porque através deles

expressamos nosso ser mais

elevado. Além disso, embora

nosso corpo abrigue nossa alma,

é um presente do Criador para

usarmos enquanto estamos

aqui neste mundo. Como é

um empréstimo e portanto

não pertence realmente a nós,

devemos sempre tratá-lo com

respeito.

O grande pensador judeu,

Maimônides, escreveu no

Século 12: “Cuidar da saúde e do bem-estar do corpo

é uma das maneiras de servir a D’us.”

E ele imediatamente explica por que:

“A pessoa é incapaz de pensar claramente e entender

a verdade se não estiver bem.”

A tradição judaica não dá desculpas para não ser

saudável.

Se a sua mente está nublada, você pode não ter a

clareza moral para saber o que é certo. Enquanto

batalhamos com a doença, podemos não encontrar

a força para lutar contra as doenças do mundo. É por

isso que precisamos cuidar do nosso corpo. Um corpo

sadio não é por si mesmo o propósito de nossa vida;

ele nos ajuda a cumprir nosso objetivo. É um veículo

que nos transporta na direção do bem, mas não

é o destino.

A tradição judaica não dá desculpas para

não ser saudável. Pelo contrário, dá os

melhores motivos possíveis para viver de maneira

sadia: a vida tem significado e propósito, e cada dia

é precioso. Somente se a vida tiver um significado

vale a pena ser cuidada. Os

riscos de colesterol alto, fumo

excessivo e uso de drogas

são uma preocupação apenas

para quem valoriza a vida.

A ameaça de uma vida mais

curta nada significa para

alguém que vê a vida como

inútil. Somos a geração mais

saudável na história recente,

e nossa expectativa de vida

está atingindo proporções

bíblicas. Isso significa que temos mais tempo e energia

para cumprir nosso objetivo – elevar nossa parte do

mundo, e fazer as balanças se inclinarem na direção

do verdadeiro bem.

Foto

:Irin

a B

ukre

jeva

Page 104: Lubavitch Magazine

104LUBAVITCH MAGAZINE

V I D A & S O C I E D A D E

COMEÇAR COM O FIM EM MENTE

POR ARON MOSS

Foto

:Pak

hnyu

shch

yy

Page 105: Lubavitch Magazine

105 LUBAVITCH MAGAZINE

Os campeões esportivos têm um método que praticam

antes do evento, especialmente se estão para jogar

contra um time que ainda não conhecem. Eles

visualizam o jogo na mente; imaginam-se vencendo

e os torcedores aplaudindo-os freneticamente.

Vivenciam todas as emoções e os bons sentimentos

associados com a vitória. Repassam esta cena na

mente durante algum tempo até se sentirem à vontade

e aquilo parecer real. Então eles saem e jogam em

campo, já tendo sentido a vitória dentro da mente.

Os grandes líderes têm uma visão para seus

seguidores. Eles têm a capacidade de visualizar

o futuro numa maneira que a pessoa comum não

consegue, e inspiram a pessoa comum a tomar parte

na sua visão e transformá-la em realidade.

Encontrei recentemente um casal que estava passando

pelo sofrimento de um casamento problemático.

Quando eu sugeri que, com esforços de ambos os

lados, eles poderiam chegar a um relacionamento

significativo, a mulher disse: “Isso é impossível. Estou

casada há 14 anos, e os últimos dez têm sido apenas

sofrimento. Isso jamais mudará!”

Ela não estava preparada para acreditar que o futuro

poderia ser diferente do passado. “Se é assim” –

disse eu – “então o futuro provavelmente será uma

repetição do passado. Você está feliz por as coisas

continuarem do jeito que estão?”

“Nós queremos um futuro melhor” – veio a resposta.

Eu os aconselhei assim: comecem com o fim em

mente. Feche os olhos e imaginem vocês estando

em casa um ano a partir de agora e desfrutando um

relacionamento carinhoso. Descrevam totalmente

esta atmosfera de amor e harmonia, com todos os

detalhes, e façam anotações – no tempo presente,

como se já tivessem se tornado reais. Mantenham

contato com os sentimentos de amor e prazer gerados

por este maravilhoso relacionamento.

Em seguida, examinem os passos que foram dados

para chegar a este ponto. Ainda visualizando o

resultado, volte uma etapa e descreva como seu

relacionamento está daqui a 11 meses, e o que vocês

fizeram para levá-lo até este ponto. Volte mês a mês,

até o presente. Então programe em seu diário o tempo

em que você estará fazendo estas coisas, e como vão

celebrar suas pequenas vitórias ao longo do caminho.

Ao começarem com o fim em mente, seu subconsciente

pode começar a acreditar que a mudança é possível,

e ajudará vocês a trabalhar para consegui-la. Ajam

e sintam como se já tivessem uma relacionamento

maravilhoso. Ajam como um casal amoroso age,

mesmo que ainda não tenham chegado lá. Em outras

palavras, finjam até conseguirem. Se pensam que

estão sendo fingidos, não pensem – o fingimento é

fazer a coisa verdadeira.

Esta é a chave para o sucesso em nossos

relacionamentos, criar os filhos e praticamente tudo

que fazemos: Entrar em ação faz a diferença. Quando

uma área de sua vida não está funcionando da

maneira que você gostaria que fosse, comece com o

fim em mente. Ponha em prática um plano de ação,

trabalhe e desfrute um novo nível de felicidade mesmo

quando você ainda está a caminho de conseguir o seu

objetivo. Tente – dá certo!

Page 106: Lubavitch Magazine

106LUBAVITCH MAGAZINE

A ARTE DE VIVER Moshê e os AnjosO Talmud relata que quando Moshê ascendeu ao céu

para receber a Torá - um evento celebrado anualmente

durante a Festa de Shavuot - os anjos protestaram

veementemente a D’us. “Tu estás compartilhando

Teu segredo mais prezado com os seres humanos,

que abusarão dele,” disseram. “Deixa que Tua graça

permaneça no céu conosco,” clamaram eles.

D’us ordenou a Moshê, relembra o Talmud, segurar

Seu trono e dar aos anjos uma resposta. Moshê

respondeu ao lamento deles demonstrando quantos

dos mandamentos e episódios da Torá aplicam-se

exclusivamente à raça humana e não aos anjos, como

“Não matarás” e “Respeitarás teu pai e tua mãe.”

Os anjos concordaram e Moshê retornou com a Torá,

um projeto Divino para o povo judeu e para toda a raça

humana.

Quem eram aqueles anjos com os quais Moshê lutou?

Os anjos não são criaturas físicas de asas brancas

que voam pelo mundo, descansando em galáxias

afastadas, ou algo semelhante ao herói Superman

das histórias em quadrinhos. No Judaísmo, um anjo

é visto como um ser criado inteiramente de matéria

espiritual. Um anjo é uma conscientização, uma

forma de energia, separada de um corpo físico e da

experiência física.

POR YOSEF Y. JACOBSON

V I D A & S O C I E D A D E

Foto

:Ale

xey

Siz

ov

Page 107: Lubavitch Magazine

107 LUBAVITCH MAGAZINE

milhões de dólares.”

“Por quê?” perguntou o Rebe. “Não parece justo. A

foto acurada deveria custar mais dinheiro, não?”

“Porque a maioria das fotografias,” explicou o jovem,

“são itens inanimados, sem vida. Uma foto capta e

congela uma pessoa ou uma cena como é. Por outro

lado, uma pintura contém a riqueza da imaginação

humana, a profundidade da emoção humana e a

estética da criatividade humana. É isso que dá à

pintura seu grande valor. É o que chamamos de arte.”

O Rebe sorriu e disse: “Esta é a resposta à sua

pergunta. Anjos são fotos, enquanto que os seres

humanos são peças de arte.”

Os anjos são criaturas impecáveis; como as fotos,

são reproduções perfeitas das realidades espirituais.

Como as fotos, jamais erram. Porém é exatamente

o drama flutuante da existência humana, o perpétuo

conflito entre nossa luz interior e as trevas, e o vazio

interior humano procurando significado e verdade -

que torna nossa vida, a todo momento, uma obra de

arte.

O Báal Shem Tov ensinou que tudo que fazemos

é significativo. Cada ação nossa, cada palavra que

dizemos, até um simples pensamento que temos,

provoca um efeito que reverbera em todos os mundos

e através de toda a história. Com todo pensamento e

ação, você é capaz de transformar sua vida em arte.

Somente nas câmaras atormentadas do coração

humano D’us pode descobrir obras de arte genuínas

e inspiradoras. São a bondade e o idealismo que

emergem da dúvida e do conflito humano que

concedem à humanidade uma dignidade e esplendor

que o mais elevado dos anjos jamais pode atingir.

Estes seres espirituais sentiam que a Torá pertencia a

eles. D’us discordou. Por quê?

Lamentos de um AdolescenteDeixe-me compartilhar uma história com você: Um

adolescente certa vez visitou o Rebe, Rabi Menachem

Mendel Schneerson, e expressou angústia porque sua

vida estava repleta de conflito e desapontamento. “Por

que não pode ser apenas simples e fácil?” perguntou

o sofrido rapaz.

“Porque os seres humanos não são anjos,” respondeu

o Rebe. Os anjos são impecáveis e sem falhas, sempre

corretos. Os seres humanos, por outro lado, são

fragmentados e dualísticos, vacilando entre extremos

e abalados por conflitos. Por causa da composição

multi-facetada e dicotomizada do homem, ele deve

lutar para chegar a um acordo com sua alma.

O adolescente continuou a sondar o coração do

mestre. “Mas por que D’us nos criou de maneira tão

complicada?” perguntou ele. “Ele não teria gostado

mais de nós se fôssemos como os anjos?”

A Alma da ArteO Rebe, um educador nato, perguntou ao jovem se

ele tinha um passatempo. O rapaz disse que gostava

de pinturas. O Rebe então perguntou: “O que é mais

preciso, uma fotografia ou uma pintura?”

“Claro que é uma foto,” disse o rapaz. “Uma foto capta

exatamente qualquer cena, algo que uma pintura

jamais poderia fazer.”

“Qual delas vale mais?” continuou o Rebe a inquirir.

“Uma pintura. Enquanto uma foto custa alguns dólares,

uma pintura de uma cena idêntica pode chegar a

Page 108: Lubavitch Magazine

108LUBAVITCH MAGAZINE

Vayicrá 19:18

Em nossa “Era de Baixa Autoestima”, este versículo

pode parecer problemático a muitos que simplesmente

não amam a si mesmos.

Se eu não amar a mim mesmo e se vejo apenas o

(geralmente imaginário) negativo em mim mesmo, como

posso implementar esta mitsvá tão importante? Amando

meu próximo como amo a mim mesmo? Livre-me deste

amor!

Como posso compartilhar algo que não tenho? Como

posso aceitar o outro se não aceito a mim mesmo? Como

posso dar a outro o benefício da dúvida se não o concedo

a mim mesmo? Como diz o ditado: “Você não pode doar

um centavo que não tem!”

Fica claro que a mitsvá de amar o próximo [como a si

mesmo] deve começar alimentando um verdadeiro

amor e respeito por si mesmo.

“ A M A T E U P R Ó X I M O C O M O A T I M E S M O ”

POR LEVI AVTZON

V I D A & S O C I E D A D E

AME-SE! Rabi Yosef Yitschak Schneersohn, o sexto Rebe

de Chabad-Lubavitch, dizia que a proibição contra

maledicência inclui a de menosprezar a si mesmo. Você

não pode falar mal de si mesmo! Nem sequer pode pensar

que é mau. Não importa o quanto suas ações possam ser

negativas e prejudiciais, isso não o torna mau.

Não deixe jamais que seus erros manchem a sua auto-

perspectiva. Você é sempre um filho de D’us’ você é

bom.

Ame a si mesmo e ame o seu próximo.

Eis aqui um desafio:

1 – Pegue um pedaço de papel e desenhe duas colunas,

Na coluna da direita escreva dez dos seus atributos

positivos; no lado esquerdo, escreva dez características

negativas.

2 – Marque o tempo para ver quanto demora para

encher cada coluna.

3 – Repita até que a coluna da direita vença.

Foto

:Vla

dim

ir V

oron

in

Page 109: Lubavitch Magazine

109 LUBAVITCH MAGAZINE

V I D A & S O C I E D A D E

“I’m a Jew for a Living”

Querendo contribuir com esta publicação, tenho

interesse em abrir um diálogo que desenvolvesse

praticamente comigo mesmo. Frequentemente,

surge de forma discreta a pergunta clássica: “No que

eu pretendo trabalhar no futuro?” Honestamente,

no momento eu não me preocupo com isso, pois

não convém no presente prever o futuro. Afinal, não

sabendo onde e com quem estaremos, então não é

possível estabelecê-lo. Da mesma forma, nunca se

sabe o que o momento exigirá especificamente de

cada pessoa, portanto resta deixar-se em aberto à

essa incógnita.

Page 110: Lubavitch Magazine

110LUBAVITCH MAGAZINE

Deve-se moldar de forma mais concreta e definitiva

por aquilo que se conhece. Porém, avaliando o caso de

uma perspectiva mais essencial, acaba ficando espaço

para pensamentos e dúvidas: “Será que essa atitude

é correta?” Isso acontece principalmente quando

existe um vão em aberto, e a pergunta continua não

respondida. Partindo desse ponto, ampliou-se em

minha mente o aspecto essencial que concluí pelo

meu raciocínio.

É fundamental saber que o estudo e a educação no

ambiente judaico são completamente distantes e

direcionados, diferentemente daquilo que a formação

e o diploma profissional oferecem. Neste último,

mesmo quando raramente aprecia-se e temde tirar

prazer em seu rumo e ocupação, não é visto como

sentido de vida e sim uma auto-satisfação. Ou seja, a

influência resultante na profissão é considerável dentro

do possivel como um efeito emotivo, e menos fruto de

princípios. Ausente fica a vida individual em relação

à conduta de ação e pensamento, o que a pessoa há

inicialmente de ser: superior da existência de tudo

ao seu redor. O que fornece o rumo e conteúdo para

guiar a pessoa honestamente de acordo com o que

ela individualmente é, e o que é esperado de si em

atingir seu pleno potencial. Ao extrair do abstrato,

é nessessario abordar a corrente e continuidade

dos conceitos, ampliandos extremos existentes: o

intelectual e a ação.

Em relação ao nível intelectual no caso do conteúdo da

Torá, existe o risco de ser visualisado somente como

matéria ideológica, e em nenhum ponto expressar-se

em qualquer que fosse resultado prático. E no outro

extremo da ação, não é pelo fato do indivíduo reagir

automaticamente de forma correta mas sem intenção

qualquer (no melhor dos casos) ou às vezes direcionado

negativamente ao menos que esteja cumprindo seu

dever. Essas perspectivas não pertencem a dimensão

da Torá. Longe de querer desvalorizar e menos

ainda desencorajar o entusiasmo e envolvimento de

qualquer um.

É minha intenção despertar para desenvolver a semente

interior para que floreça, e não permaneça superficial.

A constituição interna dessa linha de pensamento

ésua realização e o momento em que concretiza-se

aideologia. Portanto, atingindo a próxima categoria,

existe a regra e o fundamento de que qualquer

conteúdo, ideia ou conceito intelectual elaborado,

sendo e pertencendo a expressão da Torá, é na prática

uma forma de conduta, é um jeito de comportamento,

envolvendo todas suas dimensões com as quais possa

atingir o desejado relativo ao alcance da pessoa.

Mais amplamente, a Torá e seu conteúdo de infinito

ensinamento, é essencialmente direcionada a atingir

a ação e comportamento, sendo educativamente de

diciplina individual. Incrível é sua beleza, alcançando

seu aspecto “personalizado”, quando exercida com a

base adequada e corretamente fundada. Cabe a cada

indivíduo, como um caso a parte, se aprofundar e

concentrar-se em extrair o ensinamento que pertence

a ele individualmente, influenciando então cada passo,

envolvendo-o completamente e acompanhando

em toda e qualquer oportunidade a vida da pessoa.

Formando, assims, detalhadamente tudo a fazer parte

do conteúdo da Torá. Parecendo uma perspectiva

não muito prática e realista, em outras palavras, o

conteúdo devido fornecido pela Torá e seu efeito, não é

de ser aceita o posicionadao como de forma adicional

à existência particular da pessoa. Deve ser aplicado

Page 111: Lubavitch Magazine

111 LUBAVITCH MAGAZINE

a cada etapa do cotidino, pois sua existência original

e essencial é o que nos envolve, e ao permanecer

em estágio ideológico (diferente de todo outro tipo

de estudo, seja qual for) estaríamos nos-trocar por: o

afastando de seu pertencente espaço.

De fato, o mundo foi criado a partir da Torá, e

posteriormente ela foi entregue ao povo judeu, e

desde então vem nos acompanhando, sendo por

nós abraçada e praticada num modo de viver. Como

prova, a própria Outorga da Tora nos fornece a clara

e direta indicação de que ela pertence ao mundo físico

e não dentre os anjos celestiais. Ao elevar o aspecto

da ação e comportamento, estaremos incluindo seu

ponto mais bruto e afastado da Divindade, envolvendo

as necessidades pessoais do corpo humano. Nesse

caso, cabe a nós agir superficialmente, paralelo ao

comportamento selvagem da natureza inferiorizando-

nos ao nível animal. Em contra partida, podemos

aproveitar e elevar cada detalhe da fisicalidade,

enquadrando no efeito e conteúdo da Torá, ampliando

o espaço e extensão dela, fornecendo o alcance da

Torá de forma em que cada detalhe do mundo se

complete e revele a sua própria dimensão.

Podemos comparar dois indivíduos ao saírem de

uma loja de eletrônicos. O primeiro exibe-se com um

caro investimento de um aparelho muito sofisticado.

Ao usá-lo, mal conhece as diversas funções da sua

mercadoria, enquanto o segundo sujeito sai da

loja com um aparelho relativamente simples, mas

estuda o manual de instruções, resultando em um

aproveitamento máximo e mais avançado que o

primeiro cliente. O mesmo ocorre nas nossas vidas.

Vivendo ao redor do mundo cujo criação acontece

através de Hashem, D-us, e pertencendo ao povo

judeu, podemos reagir e comportar-se igual aos

sujeitos anteriormente mencionados.

Em nosso caso, seria aceitar e asumir a nossa

obrigação, de abrir e estudar o manual de instruções,

a Torá, aproveitando a oportunidade de extrair o

conteúdo nela contida em potencial e desenvolvê-

la. Em resumo, pelo ponto de vista pessoal como do

estudo da Torá, deve-se atingir uma união entre ambos,

com a tendência de constantemente complementarem

um ao outro. Assim, a Torá se transforma em um

elemento prático da vida, e a vida numa expressão da

Torá, onde a percepção é mais profunda, e a sensação

mais intensa. Concluindo finalmente a questão “no que

eu pretendo me ocupar..” Dentro de uma perspectiva

mais aprofundada, honesta e realista, eu duvido

primeiramente quanto espaço a dúvida realmente

possui. Pois deve estar ausente ou ao menos sendo

trabalhado a “coluna vertebral” humana.

Tentando me posicionar de forma mais elevada e

podendo reelaborar do ponto de vista pessoal, Na

prática, ao considerar alguma ocupação profissional, a

Torá não proíbe nem impede, muito pelo contrário, ela

admira profundamente e considera de alta importância

e nessessidade de se sustentar. O único grande porém

seria o ponto de referência, o enfrentar, e finalmente a

conduta adotada pelo indivíduo.

Até a próxima!

Page 112: Lubavitch Magazine

112LUBAVITCH MAGAZINE

C O M P O R T A M E N T O

SOPAFRIA

Se você perguntar a alguém saindo da igreja num

domingo: “Você acredita em D’us?” a pessoa ficará

chocada. “Que espécie de pergunta é essa? É claro

que acredito!” Se você perguntar: “Você se considera

religioso?” qual será a resposta? “Certamente. É por

isso que estou aqui!”

Se você for a uma mesquita numa sexta-feira e

perguntar a qualquer pessoa lá: “Você acredita em

D’us?” qual será a resposta? “Com toda a certeza.”

“Você se considera religioso?” “Bem, é óbvio.”

Isso é normal. Essas conversas fazem sentido.

Agora vá a uma sinagoga em Yom Kipur. Pergunte

ao judeu sentado na sinagoga em Yom Kipur,

jejuando: “Você acredita em D’us?”

Você não vai conseguir uma resposta direta. “Hum,

depende do que você quer dizer com “D’us”. Isso

se ele for do tipo filosófico. Caso contrário ele

simplesmente dirá: “O que eu sou? Um rabino? Não

sei.”

Então pergunte: “Você se considera religioso?”

Você já perguntou a um judeu americano se ele é

religioso? Eles começam a rir. E garantem a você

que são tudo, menos religiosos.

“Está brincando? Sabe o que eu como no café da

manhã?”

Então cada um deles vai dizer: “Tive um avô, pelo lado

da minha mãe, que era um homem religioso... Mas

eu…?”

POR MANIS FRIEDMAN

Page 113: Lubavitch Magazine

113 LUBAVITCH MAGAZINE

SOPAFRIA

Então você faz aquela que parece uma pergunta

lógica. “Então por que está aqui?”

Por algum motivo, este judeu, que não acredita em

D’us e é muito não-religioso, olhará para você como

se você fosse louco e dirá: “O que quer dizer? É Yom

Kipur!”

Isso não é normal.

Vamos analisar por um momento. O que este judeu na

verdade está dizendo?

Você perguntou se ele acredita em D’us e ele disse

“Não”. Ou “Quando eu era mais jovem, costumava

acreditar.” Ou então: “Quando ficar mais velho,

começarei a acreditar.”

“Então você não acredita em D’us?”

“Não.”

“Você é religioso?”

“De maneira alguma.”

“Então por que está aqui?”

“Porque é Yom Kipur!”

O que ele está dizendo é: “Por que estou aqui? Porque

D’us deseja que um judeu esteja na sinagoga em Yom

Kipur. Então onde mais eu poderia estar?”

Então você diz: “Mas você não acredita em D’us.”

Ele diz; “E daí?” e ele não entende o seu problema.

Ele está dizendo: “Hoje é Yom Kipur mesmo que eu

não tenha um calendário. Esta é uma sinagoga mesmo

que eu não goste dela. Sou um judeu mesmo que não

seja religioso, e D’us é D’us mesmo quando eu não

acredito nele. Então qual é o seu problema?”

Ora, isso pode ser desconsiderado, e infelizmente

muitos de nós o desconsideramos, como pura

hipocrisia. Dizemos: “Você não acredita em D’us e

não é religioso – não vá à sinagoga. Não venha aqui

apenas para mostrar o quanto é judeu.”

O Rebe de Lubavitch tinha uma abordagem

diferente. Esta insanidade é que nos torna judeus.

É isso que mostra como somos especiais em nosso

relacionamento com D’us. Isso se chama verdade.

Não se trata de mim. Não quero ser religioso. Não

quero acreditar em D’us. Não quero ouvir falar disso.

Mas Ele me quer aqui, portanto aqui estou.

O mesmo acontece em Pêssach. Todo judeu se

senta para um Sêder. Pergunte ao judeu médio num

Sêder: “Você acredita em D’us?” Resposta: “Deixe-

me em paz”. Mais uma pergunta: “Você é religioso?”

Ele engasga com a matsá, rindo. “Então você

está celebrando o Êxodo do Egito há 3.300 anos?”

Resposta: “A história não é para mim...” As perguntas

seguem... “Então por que está aqui?” seguido de

“Onde eu deveria estar? É Pêssach!” É isso que é tão

magnífico sobre o judeu.

Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele vai encontrar? Sopa fria?

Agora vamos colocar tudo no contexto. Há mais

três mil e trezentos anos D’us nos perguntou se

queríamos casar com Ele. Tivemos uma cerimônia

de casamento extraordinária, com fabulosos efeitos

especiais – fomos prometidos. Após o casamento Ele

disse: “Tenho algumas coisas que gostaria que você

cuidasse para Mim, por favor… Voltarei logo.” Ele

não foi mais visto desde então. Durante mais de três

mil e trezentos anos. Ele tem enviado mensageiros,

mensagens, cartões postais… você sabe, escrevendo

nos muros… mas não ouvimos uma palavra Dele

Page 114: Lubavitch Magazine

114LUBAVITCH MAGAZINE

C O M P O R T A M E N T O

durante todo esse tempo.

Imagine, um casal se casa, e o homem diz à esposa:

“Você faria alguma coisa para eu comer, por favor?

Volto logo.” Ela começa a preparar. O sujeito volta

3.300 anos depois, entra em casa, vai até a mesa,

direto para a sua cadeira favorita, senta-se e saboreia

a sopa que está sobre a mesa. A sopa está fria.

Qual será sua reação?

Se ele for um homem sábio, não reclamará. Em vez

disso vai pensar que é um milagre a casa ainda estar

ali, que sua mesa e cadeira favorita ainda estejam ali.

Ficará encantado ao ver uma tigela de sopa à sua

frente. A sopa está fria? Bem, sim, após 3.300 anos, a

sopa pode esfriar.

Agora estamos esperando Mashiach. O Rebe

apresentou essa noção radical de que Mashiach está

para chegar agora. O que a torna tão radical? Significa

que ele vai chegar sem um aviso de duas semanas.

Sempre pensamos que haveria algum aviso, para

que pudéssemos nos recompor antes que ele venha.

Mashiach, chegando agora? Mas agora eu não estou

pronto. Não quero ser julgado da maneira que sou.

Preciso de um pouco de antecedência. Um pouco

mais de tempo...

Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele

vai encontrar? Sopa fria?

Se Mashiach vier agora, diz o Rebe, ele encontrará

um povo judeu incrivelmente saudável. Após 3.300

anos estamos preocupados em sermos judeus, o

que significa que estamos preocupados com o nosso

relacionamento com D’us.

Sim, se Mashiach chegar hoje, ele encontrará nossa

sopa fria. Sofremos com a ansiedade da separação.

Sofremos de uma perda de conexão com nossos

ancestrais. Sofremos de uma perda de conexão até

mesmo com nossa família próxima. A sopa está fria. A

sopa está muito fria. Mas de quem é a culpa? E quem

recebe o crédito pelo fato de que há sopa, afinal?

Somos um milagre. Tudo que precisamos é entrar

nele. Nós somos a cura. Não apenas para nós

mesmos, mas também para o mundo inteiro. Através

de nós a cura é holística, é natural, é orgânica. Nosso

relacionamento com D’us é orgânico. Não é uma

religião que praticamos – trata-se de nós, quem nós

somos, é isso que somos.

Portanto o Rebe nos diz que a maneira de ir é direto

para D’us. Pule todos os passos, pule a Cabalá, vá

direto até D’us e fique em contato com o seu objetivo.

O objetivo não é cabalístico. O objetivo é pessoal. D’us

precisa que você cumpra uma mitsvá. Ele enviou você

a este mundo para ser quem você é, porque somente

você pode fazer este tipo de mitsvá. Sim, as mitsvot

são as mesmas para todos nós. Mas quando você a

cumpre, é diferente, porque é holística. É com suas

emoções, com seus problemas passados, com sua

origem familiar, com seu conhecimento e com sua

ignorância. Tudo que vem junto torna a sua mitsvá

holisticamente única.

Portanto, que Mashiach venha agora e nos encontre

aqui com nossa sopa fria, porque não temos nada para

nos envergonhar. Somos realmente incríveis. Quando

D’us decidiu casar conosco, Ele sabia que estava

realmente fazendo um bom negócio.

Page 115: Lubavitch Magazine

115 LUBAVITCH MAGAZINE

Rabino Mendel e Mimi

Que D’us continue a iluminá-los, na difusão da palavra da Torá.Com alegria, comemoramos seus 30 anos em nossa comunidade.

Mazel Tov

ANDRADAS • BOM FIM • IGUATEMI

Graças à visão do Rebe de Lubavitch, tivemos o privilégio e a benção Divina de contar com a vinda do Rabino Mendel e da

Morá Mimi para Porto Alegre. Podemos dizer que com eles

estamos vivenciando o judaísmo que manteve o povo judeu através

da História. Assim, juntos, teremos a certeza da sua continuidade.

À família Liberow as nossas homenagens.

Daniel RuwelFernando Steinbruch

Gilberto RaskinJacob BurdJair Segal

Jairo MoscovichJames Kravetz

José ScharcanskyJúlio Katz

Júlio RatzkowskiLeandro Kolodny

Milton Luis Wainberg Moacir GalbinskyNewton BirmannRenato StifelmanRoberto SchotkisSidney Ochman

Page 116: Lubavitch Magazine

116LUBAVITCH MAGAZINE

I D E I A S E C O N V I C Ç Õ E S

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Você mora no deserto. O pão que te alimenta cai dos

céus. O cesto que você coleta está em sua atitude.

Agarre fortemente seu cesto e seu maná não terá lugar

para cair. Abra-o e olhe para os céus, e seu cesto estará

sempre repleto. Você tem a refeição de hoje à sua

frente na mesa, e senta-se e se aflige sobre o que será

amanhã — e alega que está apenas sendo “prático.”

Isso não é ser prático — isso é confusão.

Todos os dias você é alimentado diretamente de Sua

mão cheia, aberta e transbordante. Tudo o mais — todo

seu trabalho e registros e contas e recibos e clientela

e prospectos e investimentos — tudo é apenas uma

nuvem de interface entre Sua mão que concede e sua

alma, uma interface com nenhuma substância real que

Ele curva e flexiona à vontade.

Se assim é, se Ele está alimentando você hoje, e Ele tem

alimentado e fornecido tudo que você precisa e mais

por todos estes dias, que preocupação você poderia ter

sobre o amanhã? Por acaso existe algo que pudesse

ficar em Seu caminho? Seria possível que Ele tivesse

esgotado os meios para cuidar de você?

Concentre-se nos canais uniformes pelos quais você

recebe e coloque seus olhos sobre a Infinita Fonte de

Doação. A Fonte não carece de canais.

O motivo pelo qual você tem um negócio é para

reconectar todos esses fragmentos de volta ao Criador

POR TZVI FREEMAN

Page 117: Lubavitch Magazine

117 LUBAVITCH MAGAZINE

o sustento.” Uma carreira não faz nada. Aquilo que

você recebe é gerado acima, num reino espiritual. Seu

negócio é estabelecer um canal para permitir que tudo

aquilo flua para o mundo material.

Todo negócio é o negócio de um alfaiate: fazer roupas

para as bênçãos que vêm ao seu encontro.

Você não pode alterar o tamanho de suas bênçãos

colocando-as em roupas maiores — pelo contrário, elas

simplesmente podem ser afugentadas. Mas as roupas

também não devem ser pequenas demais. Porque este

é todo o objetivo: que milagres e bênçãos não venham

ao mundo completamente nuas, mas sim revestidas no

mundo natural. E nós somos os alfaiates.

deles. E o medidor de seu sucesso é sua atitude.

Se você se considera uma vítima das circunstâncias,

dos competidores, mercados e tendências, que seu

pão está em mãos de carne e osso… então seu mundo

ainda está separado de seu D’us.

Mas se você tem a confiança de que Ele está sempre

com você em tudo que você faz e o único que tem

poder para mudar seu destino é você mesmo por meio

de seus próprios atos de bondade…então sua terra está

conectada aos céus, e como nos céus nada falta, assim

também será em seu mundo.

A concepção comum de como funciona o sistema é

falha. As pessoas vêem uma carreira como “ganhar

Foto

:Mar

is Z

emga

lietis

Page 118: Lubavitch Magazine

118LUBAVITCH MAGAZINE

A 26 de setembro de 1991, uma tripulação de quatro

homens e quatro mulheres entraram no Biosfera II,

um ambiente hermeticamente selado, construído

por cientistas como um modelo funcional da biosfera

(a camada ao redor da terra que sustenta a vida).

O Biosfera II - que desde então foi convertido num

hotel/abrigo e centro de conferências - encerrado

numa área de 3,15 acres e que incluía um deserto,

um pântano, uma savana, uma floresta tropical e

um oceano com 4 milhões de litros. Abrigava mais

de 3.000 espécies, a maioria plantas e insetos, mas

também peixes, répteis, pássaros e mamíferos. Foi

isolada da terra por uma lâmina de aço inoxidável de

500 toneladas, e da atmosfera por 6.000 painéis de

vidro. Os custos da construção excederam US$ 150

milhões.

Os oito “biosferianos” passaram dois anos

encerrados na estrutura, extraindo alimentos, água

e oxigênio de seu eco-sistema selado. Emergiram

a 26 de setembro de 1993. A experiência produziu

dois casamentos e sonhos de dados científicos que,

acreditamos, têm ajudado nosso entendimento de

como funciona nossa macro-biosfera.

Se os cientistas que dirigiram o projeto tivessem

tido uma inclinação mais bíblica, poderiam ter

denominado a estrutura de “Tevá II.” A Tevá (caixa,

em hebraico) era uma arca de três andares, 11.500

metros quadrados, construída em madeira e “selada

interna e externamente com piche,” que Nôach (Noé)

construiu por ordem de D’us. Não sabemos qual foi

o custo da Tevá, mas nossos Sábios contam que

Nôach trabalhou por 120 anos em sua construção.

A 17 de Cheshvan do ano 1656 da Criação (2105

A.E.C.), quatro homens e quatro mulheres (já

casados) entraram na Tevá. Levaram com eles um

macho e uma fêmea de cada espécie de mamífero

VIVENDO NUMA CAIXAPOR YANKI TAUBER

I D E I A S E C O N V I C Ç Õ E S

Foto

: Mat

thia

s P

ahl

Page 119: Lubavitch Magazine

119 LUBAVITCH MAGAZINE

e ave, sementes e mudas de vários tipos de plantas,

e suprimento de comida e ração animal. O objetivo

não era o de estudar a vida na terra, mas preservá-la

do Dilúvio provocado por um mundo corrupto.

Por muitos meses, a Tevá flutuou sobres as águas

que engolfaram a terra; quando o Dilúvio começou

a amainar, parou sobre o pico do Monte Ararat. A

27 de Cheshvan de 1657, após 365 dias dentro de

sua biosfera encaixotada, os oito “Tevianos” e seus

companheiros animais e vegetais emergiram da Arca

para reconstruir um mundo novo e melhor sobre os

alicerces do antigo.

Nôach precisou enfrentar uma situação extrema - a

destruição iminente de todos os seres vivos - e agiu

prontamente, construindo uma enorme caixa que

manteria e preservaria amostras de todo o espectro

da vida na terra. Em escala menor mas não menos

significativa, fazemos o mesmo, todos os dias de

nossa vida.

Nós também enfrentamos “dilúvios” que ameaçam

destruir tudo que é vital em nosso universo pessoal.

E nós também reagimos construindo “caixas” para

manter e preservar espécimes preciosas de nosso

mundo interno.

Somos arrebatados diariamente pelas preocupações

e exigências da vida material. Se não estamos

nos escravizando a nossos empregos ou nos

preocupando com contas a pagar, sempre há um

aparelho eletrônico para consertar, limpeza para

fazer ou o lixo que precisamos pôr para fora. Uma

torrente de materialidade inunda a vida do homem

moderno, preenchendo nossas horas e minutos,

consumindo nossas habilidades, subvertendo nossas

emoções, e quase fazendo submergir a centelha de

espiritualidade em nossa vida.

Por isso construímos caixas. Uma caixa de tempo

dedicada à prece a cada manhã; uma porcentagem

de nossos ganhos dedicados à caridade; um pouco

de energia reservado para alguma obra voluntária na

comunidade. Selamos estas caixas, ciumentamente

preservando estas ninharias de propósitos mais

elevados em nossa vida da torrente de água que

busca engolfá-las e as clama para si mesma.

Às vezes, o esforço parece um tanto fútil. Na

mente consumida por seus negócios, apenas uma

pequena porção do raciocínio é dirigida por alguns

poucos minutos à Torá. De um coração agitado por

preocupações financeiras, apenas um cantinho é

reservado a sentimentos puros de amor a um ente

querido. E quanto sobra para caridade após as

contas terem sido pagas? Na melhor das hipóteses,

apenas minúsculas “amostras” de nossos recursos

são dedicadas a propósitos mais elevados.

Aí repousa a eterna lição da Arca. Nôach não

pôde salvar o mundo todo - não tinha espaço,

capacidade ou ordem para construir um abrigo de

tais proporções. Por isso, construiu um santuário

para uma amostra das várias formas de vida na

Criação. Estas, entretanto, eram mais que simbólicas

representações: por doze meses, tudo que havia

da humanidade estava concentrado nos oito seres

humanos dentro da Tevá; toda espécie de animal

ou planta residia nas representações individuais

trazidas para dentro de suas paredes. E quando a

caixa selada foi aberta, seus ocupantes tornaram-se

as sementes de um mundo novo e revitalizado.

A Divina ordem “Venha para a arca!” foi seguida,

doze meses mais tarde, pelo comando Divino “Saiam

da arca!” Este é nosso desafio: nutrir sementes de

espiritualidade em meio a um mundo material, e

então libertá-las para que exerçam influência em

todas as áreas de nossa vida.

Page 120: Lubavitch Magazine

120LUBAVITCH MAGAZINE

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Comércio

No Shabat seu emprego não existe. Seja você é um estudante ou um homem de negócios, no Shabat sua presença na lista de chamada e seu trabalho não existe. Além disso, nada de compras ou qualquer outra transação comercial neste dia.

O Shabat é uma ilha no tempo. Do pôr-do-sol da sexta-feira até o anoitecer do sábado, transcendemos as preocupações e cuidados da vida material. D’us criou por seis dias e descansou no sétimo; ao descansar no Shabat, testemunhamos a criação do mundo e sincronizamos nossa vida com o ciclo Divino de criação e repouso. O “trabalho”, quando relacionado ao Shabat, não é esforço físico, mas aquilo que a Torá considera trabalho criativo. Por exemplo, escrever ou cozinhar é proibido; carregar um móvel pela sala não é.

SHABAT

Page 121: Lubavitch Magazine

121 LUBAVITCH MAGAZINE

O LarTelefone, TV, computadores, microondas e lava-louças ficam em silêncio, pois nenhum aparelho elétrico é ligado no Shabat. Luzes, aquecedores e aparelhos de ar condiciondo são ligados antes do Shabat (podem ser usados timers para ligá-los ou desligá-los em horários pré-estabelecidos).

Cozinhar e assar são feitos antes do Shabat, e a comida é mantida aquecida em chapa elétrica ou sobre uma chapa especial colocada sob o fogão com uma ou mais chamas acesas antes do Shabat.

Limpeza pesada, jardinagem ou consertos também estão fora. Além disso, evitamos manusear objetos associados com atividades da semana, como dinheiro, fósforos e canetas.

Transporte

Não viajamos de carro, ônibus, trens ou aviões. Também não podemos carregar um objeto a partir de uma área fechada, como uma casa ou um quintal cercado, para uma área aberta, ou vice versa, ou cerca de 1,20m numa área aberta.

Emergências

Todas as leis do Shabat são suspensas em caso de emergência ou risco de vida. Por exemplo, se uma pessoa adoece e houver a mínima chance de que a condição ameace a vida, chamamos um médico, dirigimos até o hospital, e assim por diante.O espírito do descanso no Shabat não é menos importante que sua observância técnica. Evite falar sobre negócios ou outros assuntos dos dias da semana. O Shabat é um tempo para buscas espirituais – estudo de Torá, prece e tempo especial dedicado à família. Um tempo para tocar a base com nossa alma.

Velas do Shabat - A Luz FemininaO que é

Toda mitsvá traz luz ao mundo, Com algumas mitsvot, a luz que geramos pode realmente ser vista e apreciada. Acender velas para recepcionar o Shabat é uma dessas mitsvot: as velas que emprestam uma atmosfera suave e pacífica para o sagrado Dia de Descanso.

Quem

As velas do Shabat são tradicionalmente uma mitsvá para as mulheres. A mulher cria o clima da família; é sua tarefa e habilidade concedida por D’us assegurar que a luz e a harmonia prevaleçam em seu lar.Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Meninas começam a acender velas de Shabat quando conseguem pronunciar a bênção (aprox. aos três anos de idade). Um homem deve acender as velas se não houver uma mulher adulta presente.

Quando

Acenda as velas dezoito minutos antes do pôr-do-sol.

Como

Meninas pequenas acendem antes da mãe. Coloque as velas sobre ou próximo da mesa de jantar do Shabat. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Antes de se casarem, meninas e mulheres acendem uma vela. Depois do casamento, as mulheres acendem duas velas. Algumas acrescentam uma vela para cada filho. Ex.: uma mulher com três filhos acende cinco velas.

Page 122: Lubavitch Magazine

122LUBAVITCH MAGAZINE

O procedimento

Acenda as velas. Estenda as mãos, faça movimentos circulares em sua direção e cubra os olhos.Recite: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat côdesh. (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do santo Shabat.)A hora do acendimento das velas é auspiciosa para a prece particular. Enquanto seus olhos estão cobertos, reserve um momento para rezar por aquilo que seu coração deseja. Descubra os olhos e deseje toda sua família: “Shabat Shalom!”

Notas técnicas

Depois que a mulher recita a bênção, ela introduziu o Shabat. A partir desse momento ela não pode fazer nenhuma atividade que seja proibida no Shabat. As velas e castiçais não podem ser movidos até a conclusão do Shabat. Lâmpadas elétricas podem ser usadas como vela do Shabat onde não é possível acender uma chama, como num hospital.

Kidush - Vinho Antes de JantarO Shabat começa com palavras de louvor sobre o vinho, para cumprir o versículo: “Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo”. Nós o chamamos de kidush, um ritual de palavras e bebida, uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso. Tão encantados ficamos pelo kidush que o repetimos novamente em formas diferente a cada dia. O kidush serve como o ponto de partida para as refeições do Shabat da noite e do dia.

O kidush da noite consiste de três partes: 1) Três versiculos de Bereshit que relatam como D’us descansou no sétimo dia e o santificou.2) A bênção para o vinho.3) Uma bênção agradecendo a D’us por nos dar o Shabat.

Uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso O kidush durante o dia consiste de vários versículos de Shemot seguidos pela bênção sobre o vinho.

Kidush – como fazer:

Na noite de sexta-feira, cante Shalom Aleichem para receber os anjos do Shabat e Eshet Chayil, Uma Mulher de Valor. Enxague e seque o copo do kidush. Encha-o até a borda com vinho casher. Reúna todos ao redor da mesa do Shabat. Levante o copo cheio de vinho na sua mão direita (a menos que você seja canhoto) e recite o kidush em voz alta. Na sexta-feira à noite, contemple as velas do Shabat enquanto você pronuncia as primeiras quatro palavras. Então olhe para o vinho no copo enquanto recita a bênção do vinho. Todos os presentes respondem “Amen” na conclusão do kidush. Beba pelo menos 50 ml do copo. Todos devem beber um gole.

Detalhes técnicos

O vinho é preferível, mas suco de uva casher também pode ser usado. Não coma ou beba antes do kidush –sexta-feira ao por-dpo-sol e após as preces de Shabat de manhã. Se não há vinho ou suco de uva disponível, recite o kidush sobre chalá ou pão. No Sidur, você deve recitar a bênção, trocando a do vinho pela bênção do pão – e lave as mãos antes do kidush. Depois que todos beberam do copo de vinho, o vinho restante não deve ser usado para kidush a menos que vinho fresco seja acrescentado ao copo.

Após o kidush, faça a lavagem ritual das mãos para o pão. O chefe da família pega as chalot, corta uma dela com uma faca, recita a bênção Hamotzi e corta uma fatia. Cada um come um pedaço de chalá mergulhado no sal.

Confira ao lado o quadro com o horário de acendimento das velas.

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 123: Lubavitch Magazine

123 LUBAVITCH MAGAZINE

Horários de acendimento das velas de Shabat e Yom Tov

2011-2012/5772-5773

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Kodesh.

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat veshel Yom Tov.

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu le-hadlik ner shel Yom Tov.

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Hazicaron.

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Yom Hakipurim.

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam shehecheyanu vekiyemanu vehiguianu lazman haze.

1

2

3

4

BÊNÇÃOS

5

6

Véspera do 1º dia 06/04 ..... 17:57 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6 Véspera do ..º dia 07/04 ..... 18:50 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do 7º dia 1../04 ..... 17:50 ...... B.n..o ..B.n..o ..Véspera do 8º dia 1../04 ..... 17:49 ...... B.n..o ..B.n..o ..Véspera do 1º dia ..6/05 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do ..º dia ..7/05 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do 1º dia 16/09 ..... 18:00 ...... B.n..os 4 e 6B.n..os 4 e 6Véspera do ..º dia 17/09 ..... 18:54 ...... B.n..os 4 e 6B.n..os 4 e 6Véspera ..5/09 ..... 18:05 ...... B.n..os 5 e 6B.n..os 5 e 6Véspera do 1º dia ..0/09 ..... 18:08 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do ..º dia 01/10 ..... 19:0.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera 07/10 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera 08/10 ..... 19:06 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6

Festividades Judaicas:

Pessach

Shavuot

Rosh Hashaná

Yom Kipur Sucót

Shemini Atzeret Simchat Torá

Dez 0.. ... 18:54 09 ... 18:59 16 ... 19:04 .... ... 19:08 ..0 ... 19:11Jan 06 ... 19:1.. 1.. ... 19:1.. ..0 ... 19:11 ..7 ... 19:08Fev 0.. ... 19:04 10 ... 18:59 17 ... 18:5.. ..4 ... 18:46Mar 0.. ... 18:..9 09 ... 18:..1 16 ... 18:.... .... ... 18:14 ..0 ... 18:05

Abril ..0 ... 17:4.. ..7 ... 17:..5Maio 04 ... 17:..9 11 ... 17:..4 18 ... 17:19 ..5 ... 17:16Jun 01 ... 17:14 08 ... 17:1.. 15 ... 17:14 .... ... 17:15 ..9 ... 17:17Jul 06 ... 17:..0 1.. ... 17:.... ..0 ... 17:..7 ..7 ... 17:..1Ago 0.. ... 17:..5 10 ... 17:..9 17 ... 17:4..

..4 ... 17:47 ..1 ... 17:51Set 07 ... 17:55 14 ... 17:59 ..1 ... 18:0.. ..8 ... 18:06Out 05 ... 18:10 1.. ... 18:15 19 ... 18:..0 ..6 ... 18:..5Nov 0.. ... 18:..0 09 ... 18:..6 16 ... 18:4.. .... ... 18:47 ..0 ... 18:5..Dez 07 ... 18:59 14 ... 19:04 ..1 ... 19:08 ..8 ... 19:10Enquanto vigorar o horário de ver.o, acrescente uma hora a esta tabela

Shabat - Recitar a b.n..o 1:

Horários de acendimentodas velas de Shabat e Yom Tov

2011-2012/5772-5773

Page 124: Lubavitch Magazine

124LUBAVITCH MAGAZINE

SEMPRE DOCE!HASHANÁ

ROSHC A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 125: Lubavitch Magazine

125 LUBAVITCH MAGAZINE

NA ÁGUA

No primeiro dia de Rosh Hashaná há uma tradição

antiga de ir até um reservatório de água que contenha

peixes vivos e cumprir a cerimônia chamada Tashlich,

que significa “jogar fora”. Recitamos uma pequena prece

e balançamos os cantos de nossas roupas, pedindo a

D’us que jogue fora e perdoe todos nossos pecados.

A água é uma metáfora para bondade, e os olhos sem

pálpebras dos peixes simbolizam nossa esperança de

que o olho vigilante de D’us esteja sempre sobre nós.

Se o primeiro dia de Rosh Hashaná cair no Shabat,

Tashlich é realizado no segundo dia. Perdeu a cerimônia

em Rosh Hashaná? Você ainda tem até o último dia do

feriado de Sucot para jogar seus “pecados fora”.

SHOFAR - UM CHAMADO À AÇÃO

O shofar é um chifre de um animal casher com o tutano

removido. Sopre em um shofar e você terá um toque

especial. Toque a sequência de sons na ordem correta

na época certa do ano e terá cumprido uma grande

mitsvá. Na Torá, Rosh Hashaná é chamado “O Dia

do Toque do Shofar”. Esta é a mitsvá do dia: ouvir os

toques do shofar.

Como Rosh Hashaná dura dois dias na diáspora,

precisamos ouvir o toque do shofar durante as horas

diurnas daqueles dois dias – a menos que o primeiro

caia no Shabat, e neste caso tocamos o shofar somente

no segundo dia.

Sua mensagem é singular e tocante: é época de nos

livrarmos de nosso sono espiritual e reconectarmo-nos

com a nossa fonte.

Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, é uma festa que

dura dois dias. As manhãs são passadas na sinagoga

rezando, pedindo a D’us que nos conceda um ano

bom e doce, e ouvindo os toques do shofar (chifre

de carneiro), Aqui estão mais algumas tradições que

completam a experiência de Rosh Hashaná:

COSTUMES

As velas são acesas nas duas noites de Rosh

Hashaná. O kidush é recitado e refeições saborosas

são apreciadas reunindo a família e amigos. Nestes

dois dias (celebrado em um único dia em Israel) não

trabalhamos, dirigimos, escrevemos, ou ligamos

aparelhos elétricos, como no Shabat. Temos permissão

de cozinhar (tranferindo o fogo de uma chama pré

acesa e de carregarmos objetos necessários, como o

Machzor de Rosh Hashaná, Livro de Preces.

SEMPRE DOCE

Há muitos costumes simbólicos. Na primeira noite de

Rosh Hashaná comemos uma fatia de maçã mergulhada

em mel, para termos um ano bom e doce. Ingerimos

um pedaço da cabeça de um peixe, pedindo a D’us

que sejamos cabeça e não a calda, no ano vindouro.

Comemos romãs, com uma prece para que este ano seja

repleto de mitsvot como a romã repleta de sementes. E

para adocicar ainda mais os próximos meses, durante

todas as refeições de Rosh Hashaná, a chalá (pão) é

mergulhada em mel. Se não bastasse o simbolismo,

verbalizamos nossos desejos transmitindo à família e

aos amigos um Shaná Tová: um ano bom e doce.

Page 126: Lubavitch Magazine

126LUBAVITCH MAGAZINE

YOM KIPUR:MAIS UMA CHANCE

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Foto: webking

Page 127: Lubavitch Magazine

127 LUBAVITCH MAGAZINE

1) As preces noturnas, que começam com o solene Kol

Nidrei.

2) Prece Matinal.

3) Mussaf, que inclui uma descrição do serviço de Yom

Kipur no Templo Sagrado (Avodá).

4) Prece Vespertina, na qual é lido o Livro de Yoná.

5) Neilá, recitada quando o dia está acabando e o

veredicto para o novo ano é selado.

As primeiras quatro preces incluem uma confissão

(privada) dos pecados a D’us. Muitas leis e costumes

estão associados com os serviços de prece; o rabino de

sua sinagoga lhe dará a orientação que precisa.

FINAL DO JEJUM.

Neilá conclui-se com a congregação proclamando

o Shemá em uníssono, e então um toque do shofar

assinala o final do dia. Yom Kipur é seguido por uma

refeição festiva. Nós nos alegramos, confiantes de que

D’us perdoou nossos pecados.

Quarenta dias após receberem a Torá no Monte Sinai e

se comprometerem a ser o povo escolhido de D’us, os

Filhos de Israel adoraram um Bezerro de Ouro. Moshê

implorou a D’us para que Ele não destruísse Sua nação

errante, e a 10 de Tishrei D’us disse: “Eu perdoei.”

Desde então, observamos esta data como um “Dia da

Expiação” – uma celebração de nosso relacionamento

indestrutível com D’us. É o dia mais sagrado do ano,

quando nos reconectamos com nossa própria essência,

que permanece fiel a D’us independentemente de nosso

comportamento.

COMPORTAMENTO ANGELICAL

Yom Kipur é um dia de jejum: do pôr-do-sol da véspera

de Yom Kipur até o anoitecer do dia seguinte não

comemos ou bebemos (se você está doente, consulte

um rabino). Também nos abstemos de certos prazeres

físicos: usar sapatos de couro, tomar banho ou lavar-

se, aplicar loções ou cremes, ter relações conjugais. É

também um “dia de repouso” no qual todo trabalho é

proibido (como no Shabat).

* CINCO PRECES

Usamos roupas brancas em imitação aos anjos

celestiais, e passamos a maior parte do dia na sinagoga,

engajados em arrependimento e prece. Há cinco

serviços de prece:

A família de Nelson Castan celebra os 30 anos da Família do

Rabino Mendel entre nós.

Nelson, Yara, Juliana, Tiago, Paula, Daniel

Mazal Tov!מזל טוב!

Page 128: Lubavitch Magazine

128LUBAVITCH MAGAZINE

SUCOT A FESTA DA CABANA

Assim que termina Yom Kipur, começamos a nos

preparar para o próximo feriado, a alegre festa de

Sucot. A mitsvá principal dessa data é a sucá. Ela é

uma cabana construída para proporcionar sombra.

É por isso que muitos se sentam sob o céu aberto

– não sob um deque no pátio ou sob os galhos de

uma árvore. As paredes podem ser feitas de qualquer

material, desde que sejam seguras e não voem com

o vento. O teto, no entanto, (chamamos de s’chach)

deve ser feito de materiais não processados que

tenham crescido no solo. Estacas de bambu, ripas de

madeira e galhos de sempre-viva são algumas opções

populares. Certifique-se de usar s’chach suficiente

para que o interior da sucá tenha mais sombra que

luz do sol.

Aqueles que não têm muito tempo podem adquirir

uma sucá pré-fabricada e galhos de bambu. Durante

oito dias, transforme a sucá em seu lar oficial. Não

entre em pânico: você só precisa fazer as refeições

ali. Porém, tente incluir outras atividades que você

normalmente faz em sua casa – como ler um livro

ou conversar com um amigo. Sentamo-nos na sucá

a partir do pôr-do-sol em 14 de Tishrei até o anoitecer

de 22 de Tishrei.

É uma mitsvá fazer todas as refeições na sucá (uma

“refeição” é definida como mais de 56 gramas de

cereal – ex., pão, bolo, massa). Algumas pessoas têm

o costume de fazer lanches também na sucá. Antes

de comer na sucá, é recitada a seguinte bênção:

“Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do universo,

que nos santificou com Seus mandamentos e nos

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 129: Lubavitch Magazine

129 LUBAVITCH MAGAZINE

ordenou habitar a sucá.”Esta bênção é feita quando

sua refeição ou lanche inclui um alimento baseado em

cereal.

Está chovendo? Se for realmente desconfortável,

não há obrigação de sentar ali. Volte quando o

tempo melhorar. Esta linda mitsvá é tradicionalmente

cumprida pela família inteira, embora, como ocorre

com todas as mitsvot relacionadas ao tempo, a

obrigação de comer na sucá se aplique a homens

acima dos 13 anos.

A sucá comemora as Nuvens de Glória que cercavam

e protegiam nossos ancestrais durante a jornada de

40 anos no deserto, após o Êxodo do Egito. Nossa

disposição em deixar a segurança de nosso lar e

passar oito dias numa cabana precária demonstra

nossa fé em D’us e em Sua benevolência.

AS QUATRO ESPÉCIES - EXPRESSANDO NOSSA UNIDADE

Em todos os dias de Sucot (exceto no Shabat)

seguramos os Arba Minim, também conhecidos

como “As Quatro Espécies”.Sucot é uma festa com

duração de sete dias, começando em 15 de Tishrei e

terminando em 21 de Tishrei.

O QUE SÃO AS QUATRO ESPÉCIES?

Um ramo de palmeira (lulav), dois de salgueiro (aravot),

um mínimo de três galhos de murta (hadassim) e

um cítrico (etrog). As primeiras três espécies são

arrumadas juntas. Nem todos os jogos de Arba Minim

à venda são casher. Confira com seu rabino. E trate

seu conjunto com todo o cuidado – são bem frágeis!

Arba Minim é ogrigação do homem. Para as mulheres

é opcional, mas encorajado. O melhor lugar para

cumprir essa mitsvá é a sucá, a cabana ao ar livre.

Segure o lulav na mão direita (a menos que seja

canhoto) com a espinha de frente para você. Fique

de frente para o leste e recite: “Bendito és Tu, Eterno

nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com

Seus mandamentos e nos ordenou segurar o lulav.

No primeiro dia de Sucot (ou na primeira vez que você

faz isso em Sucot) acrescente: “Bendito és Tu, Eterno

nosso D’us, que nos concedeu vida, nos susteve e

nos permitiu chegar a essa ocasião.” Junte o lulav e o

etrog e balance-os – você cumpriu essa mitsvá!

Apesar disso, o costume é balançar os Arba Minim em

todas as seis direções – norte, sul, leste, oeste, para

cima e para baixo. Leve seus Arba Minim à sinagoga

para os serviços matinais. Nós os balançamos durante

a prece de Halel e então os carregamos em torno da

bimá durante a cerimônia de hosha’anot.

A unidade judaica é um dos temas mais importantes

de Sucot. As quatro espécies que você está segurando

simbolizam quatro tipos de judeus, com níveis

diferentes de conhecimento e observância de Torá.

Juntá-los representa nossa unidade como nação –

apesar de nossas diferenças externas. Portanto nesse

espírito de unidade, certifique-se de compartilhar seus

Arba Minim com seus amigos e vizinhos judeus!

Page 130: Lubavitch Magazine

130LUBAVITCH MAGAZINE

PORQUE É DIFÍCILSE DESPEDIR

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 131: Lubavitch Magazine

131 LUBAVITCH MAGAZINE

Logo após a Festa de Sucot, vêm os alegres dois

dias de Shemini Atseret e Simchat Torá (em Israel, a

festa é “compactada” num único dia). Isso é análogo a

um rei que convidou os filhos para um banquete que

dura alguns dias. Quando chega a hora de partirem,

o rei diz: “Meus filhos! Por favor, fiquem mais um dia;

é difícil para mim, separar-me de vocês!” (Midrash).

Velas são acesas nas duas noites de Yom Tov, e o

kidush e refeições são apreciados nas noites e dias do

feriado. Não trabalhamos, dirigimos, escrevemos nem

acionamos aparelhos elétricos. Mas temos permissão

de cozinhar e carregar para fora.

SHEMINI ATSERET

Em Shemini Atseret ainda comemos na sucá (segundo

o costume da maioria das comunidades), mas sem

recitar a bênção sobre a sucá. As “Quatro Espécies”

não são mais balançadas neste dia.

O serviço matinal de Shemini Atseret inclui Yizkor,

bem como a prece especial pela chuva, lançando

oficialmente a estação chuvosa no Mediterrâneo

(a prece silenciosa, Amidá, é alterada neste trecho.

De “morid a tal”,(“Faz cair o orvalho”) para “Mashiv

haruach umorid hagueshem” (“Faz soprar o vento e

cair a chuva”).

SIMCHAT TORÁ

O segundo dia é chamado Simchat Torá (“Alegrando-

se com a Torá”). Não comemos mais na sucá.

Neste dia concluímos, e começamos novamente,

o ciclo anual de leitura da Torá, um ato que produz

incomparável alegria. O ponto principal de Simchat

Torá são as hacafot, na qual marchamos, cantamos

e dançamos com os Rolos de Torá ao redor da bimá,

mesa de leitura da Torá na sinagoga. As hacafot são

feitas duas vezes, à noite e na manhã de Simchat

Torá, e em algumas comunidades, também na noite

de Shemini Atseret. Todos recebem uma aliyah em

Simchat Torá, até as crianças. As hacafot são um

evento imperdível! Informe-se sobre os horários na

sua sinagoga.

Page 132: Lubavitch Magazine

132LUBAVITCH MAGAZINE

CHANUCÁ Latkes, Donuts & Blintzes de Queijo

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Chanucá comemora um milagre baseado no azeite – o que explica por que comemos alimentos fritos no óleo

para celebrá-lo. Alguns comem panquecas de batata, os latkes, outros sufganiot – sonhos fritos em óleo. Alguns

comem ambos. A maioria sobrevive ao feriado!

Sim, a comida pode ser perigosa. Uma das mais notáveis vitórias dos macabeus foi resultado de alimentarem o

inimigo com queijo – também comemos laticínios em Chanucá. Mais uma vez, sobrevivemos.

Foto

: Rom

an S

igae

v

Page 133: Lubavitch Magazine

133 LUBAVITCH MAGAZINE

CHANUCÁ GUELT

Durante Chanucá é costume dar guelt (dinheiro) às

crianças, para que possamos ensinar a elas como

fazer caridade – e ajudar a manter o espírito festivo

e alegre. Alguns têm o admirável costume de dar

guelt em todas as noites de Chanucá. Estes também

sobrevivem.

DREIDEL

Os opressores gregos baniram as escolas de Torá,

portanto as crianças estudavam nas florestas,

colocando uma sentinela para alertar sobre as

patrulhas gregas. Quando chegava um alerta, as

crianças escondiam os textos e começavam a brincar

com seus dreidels (piões giratórios). Nós, também,

jogamos dreidels para comemorar a coragem dessas

crianças heroicas. As quatro letras hebraicas sobre o

dreidel são um acrônimo para “Nes Gadol Haya Sham”

– “um grande milagre aconteceu lá”. Portanto jogar

dreidels nos mantém conscientes sobre os milagres

de Chanucá mesmo durante as horas de divertimento

e brincadeiras.

AS PRECES

A cada dia de Chanucá agradecemos a D’us recitando

o Halel completo durante o serviço matinal. Também

inserimos uma prece especial de agradecimento, V’al

Hanissim, nas preces e Graças Após as Refeições.

Toda manhã lemos na Torá sobre as oferendas

de inauguração levadas em honra à dedicação do

Tabernáculo – reminiscência da rededicação do

Templo profanado feita pelos macabeus.

SHABAT DE CHANUCÁ

Na tarde da sexta-feira, acenda a menorá antes de

acender as velas do Shabat. As velas da noite de

Chanucá na sexta-feira devem arder pelo menos por

1h30 – portanto você precisa de mais azeite ou velas

maiores. Na noite de sábado, acenda a menorá após

escurecer, depois da cerimônia de Havdalá que marca

o término do Shabat.

A Menorá - Produza Luz!

O acendimento da Menorá foi instituído como uma

estratégia de publicidade: anunciar ao mundo inteiro

que D’us faz milagres para aqueles que defendem

a verdade e a justiça. Os macabeus expulsaram as

forças das trevas com espadas; nós o fazemos com

velas. É por isso que acendemos a menora pouco

após o pôr-do-sol. Duas exceções: na sexta-feira à

noite, acenda as velas antes do pôr-do-sol. No sábado

acenda-a após escurecer.

OndeOnde quer que você esteja vivendo na ocasião.

Coloque a menora num batente central, perto do

batente oposto à mezuzá. Alguns têm o costume de

colocá-la sobre o parapeito de uma janela de frente

para a rua.

QuemQualquer judeu, homem, mulher ou criança. Em

muitas casas, o chefe da família acende uma menorá

para todos recitando a bênção. Em outras, cada um

Page 134: Lubavitch Magazine

134LUBAVITCH MAGAZINE

acende a sua própria. Alguns acendem uma vela e

deixam as crianças acenderem as outras.

A MenoráO milagre de Chanucá envolveu azeite de oliva,

portanto este é o óleo escolhido. Porém você pode

usar qualquer vela que queime até meia-hora após

o anoitecer. As menorot elétricas podem parecer

bonitas para decoração, mas não servem para cumprir

a mitsvá.

Como fazerReúna todos ao redor da menorá. Acenda o shamash

(vela auxiliar). De pé, recite as bênçãos encontradas

no livro de preces. Acenda as velas. Na primeira noite,

coloque uma vela no canto direito mais distante da

menorá e a cada noite acrescente uma à esquerda.

A cada noite, acenda primeiro a vela mais nova e

continue acendendo da esquerda para a direita.

Coloque o shamash em seu lugar na menorá e cante

os hinos “Hanerot Halalu” e/ou “Mao Tzur”. Fique

próximo das velas por cerca de meia-hora. Partilhe

algumas histórias de Chanucá com sua família, aprecie

um jogo de dreidel e sirva-se de alguns latkes quentes!

Foto

: Elis

heva

Mon

asse

vitc

h

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 135: Lubavitch Magazine

135 LUBAVITCH MAGAZINE

Quando foi a última vez que você desejou Feliz Ano

Novo a uma árvore?

O 15º dia do mês hebraico de Shevat é uma grande

oportunidade; é conhecido como Tu B’Shevat, o Ano

Novo das Árvores.

Por que as árvores celebram seu Ano Novo tão depois

do nosso?

Isso tem a ver com a estação chuvosa em Israel,

que começa com a Festa de Sucot. São necessários

quatro meses para as chuvas saturarem o solo, nutrir

as árvores e levá-las a produzir frutos. Na época do

Templo Sagrado de Jerusalém o povo judeu levava seu

dízimo de frutas. A Torá afirma: “O homem é uma árvore

do campo.” Somos nutridos por raízes profundas, que

datam a Avraham e Sarah; atingimos o alto na direção

dos céus enquanto temos os pés firmemente plantados

no solo; e quando fazemos tudo isso com retidão e

emuná, fé sincera, produzimos frutos que beneficiam o

mundo – ou seja, nossas boas ações.

Costumes

Nesta data costuma-se consumir algumas daquelas

frutas pelas quais Israel é famosa: lembre-se da

palavra FRUTA (figo, romã, uva, tâmaras e azeitonas).

Recite a bênção sobre a fruta

“Baruch Atá A-donai, Eloheinu Melech Ha’Olam bore

pri há-etz.” - Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do

Universo, que cria o fruto da árvore.

Ao saborear pela primeira vez um fruto da estação,

recite a bênção “Shehecheyanu” antes da bênção

da fruta: “Ba-ruch A-tá Ado-nai E-lo-hei-nu Me-lech

Ha’olam she-heche-ya-nu ve-ki-yi-má-nu ve-higi-a-

nu liz-man há-zeh.” - Bendito seja, Eterno nosso D’us,

Rei do Universo, que nos concedeu vida, nos susteve

e nos permitiu chegar a essa ocasião.

Alguns têm o costume de comer alfarroba. O mestre

cabalista Arizal comia quinze tipos de frutas neste dia!

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

ANO NOVO DAS ÁRVORES

Page 136: Lubavitch Magazine

136LUBAVITCH MAGAZINE

PURIMPurim, celebrado a 14 de Adar, é o dia mais animado

e repleto de ação do ano judaico. Há 2.400 anos,

Haman, primeiro ministro persa, ordenou o genocídio

dos judeus. Seu plano foi frustrado por Esther e

Mordechai – e nós celebramos!

Eis aqui um breve guia:

Escute sobre o milagre

Vá à sinagoga e escute a Meguilá inteira. A Meguilá,

também conhecida como “O Livro de Esther, é o rolo

que conta a história de Purim. Ouça duas vezes a

leitura feita em público: uma vez na noite de Purim e

novamente durante o dia de Purim. Preste atenção – é

vital escutar cada palavra, do início ao final. Quando o

nome de Haman é mencionado na leitura, as crianças

sacodem graggers (maracas ruidosas) e os adultos

batem o pé para erradicar seu nome perverso.

Partilhe alguma comida

Purim trata de amizade, comunidade, e carinho. Envie

um pacote contendo pelo menos dois tipos diferentes

de alimentos prontos e/ou bebidas a pelo menos um

amigo judeu durante o dia de Purim.

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Page 137: Lubavitch Magazine

137 LUBAVITCH MAGAZINE

Doe aos necessitados

Purim é sobre carinho. Doe comida ou dinheiro a

pelo menos duas pessoas necessitadas durante o dia

de Purim. Caso você não encontre nenhuma pessoa

necessitada, solicite a sua sinagoga para que o faça

em seu nome. Pelo menos, coloque duas moedas

numa caixa de caridade. A caridade é uma mitsvá

que devemos cumprir durante o ano inteiro, mas em

Purim devemos doar a quem pedir.

Festeje e alegre-se

Purim é sobre compartilhar a sua alegria. Durante as

horas do dia de Purim, reúna amigos e família para

uma festa com carne e vinho. Cante, ria, divirta-se.

Tradicionalmente, o banquete de Purim inicia antes do

pôr-do-sol e dura até bem após o anoitecer.

Agradeça a D’us

Acrescente V’al Hanissim, uma breve seção de

agradecimento pelo milagre de Purim, às preces diárias

e às Graças Após as Refeições. Tradicionalmente as

crianças se fantasiam – uma alusão ao milagre de

Purim que foi disfarçado em eventos naturais. Vista

suas crianças como presonagens bons e alegres,

como Mordechai e Esther.

Page 138: Lubavitch Magazine

138LUBAVITCH MAGAZINE

PESSACH: LIBERDADE VERDADEIRA“O que estamos celebrando? Por que estamos todos aqui?”

Estamos aqui para celebrar nossa liberdade. É por isso

que o feriado é chamado “A Festa de Nossa Libertação”.

Éramos escravos no Egito, agora somos livres. Portanto,

vamos à refeição e à celebração.Estou contente por eles

se sentirem tão livres. Quanto a mim, ainda sou um

escravo e o Faraó, rei do Egito, nunca morreu. Trabalho

para ele a semana toda. Ele me levou a isto: Primeiro,

ele me deixa possuir todas estas coisas boas que eu

realmente queria sem pagar nada. Depois ele começa

a exigir dinheiro em troca delas. Quando, certa vez, não

paguei todo o dinheiro, ele exigiu ainda mais dinheiro.

Precisei então trabalhar ainda mais para dar a ele todo o

dinheiro que exigia. Levo uma foto do Faraó em sua atual

encarnação na minha carteira. Há um nome assustador

gravado sobre ela. Ele se chama “MasterCard”.

“Somos todos prisioneiros. O ato da existência é nosso

crime. O universo é nossa prisão. Nosso corpo e nossa

pessoa é nossa cela. As chaves para a libertação estão

firmemente guardadas nos punhos de nosso próprio

ego.” Consultei o Tanya, a clássica obra chassídica do

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

Foto

: Sel

f-H

elp

Gur

u

BASEADO NO ARTIGO DE TZVI FREEMAN

Page 139: Lubavitch Magazine

139 LUBAVITCH MAGAZINE

Rabi Shneur Zalman de Liadi, capítulo 47. Ali ele afirma

que quando D’us nos deu a Torá, deu-nos a infinitude.

Conectamo-nos a Ele por intermédio da Torá e somos

livres porque então somos infinitos e livres como Ele.

E ele escreve: “… e portanto não há nada impedindo

ninguém, exceto sua própria vontade”

Este é o conselho prático do Rebe, numa palestra

proferida num Pêssach:

“Torne uma parte de sua vida uma ação que o leve além

de seus limites, ajudando pessoas que não são parte

de sua família ou círculo de amigos, fazendo alguma

coisa que não se encaixe em sua própria auto-definição.

Convide alguém com quem você não se sente à vontade

para seu sêder. A princípio, talvez você não se sinta

muito bem. Mas você se libertou.”

Portanto, mais uma vez este ano, chego ao meu sêder.

Deixo meu pequeno mundo particular do meu minúsculo

eu e passo pela porta rumo a algo infinito, intemporal e

eterno, porque está conectado ao infinito, intemporal e

eterno D’us. Não faço mais parte de mim. Sou parte de

nós e parte de Sua Torá, e portanto, parte d’Ele.

Eu me libertei. Este ano, devemos todos nos libertar.

Não apenas no sêder, mas em todos os momentos da

nossa vida. Para sempre.

Este ano em Jerusalém!

Ingredientes do Sêder

As principais mitsvot do Sêder são: comer matsá; narrar

a história do Êxodo ao recitar a Hagadá e explicar o

significado de três itens: Pêssach (cordeiro pascal),

matsá e maror (ervas amargas); beber quarto taças

de vinho; comer maror; e recitar o Halel (cântico de

louvores a D-us).

Page 140: Lubavitch Magazine

140LUBAVITCH MAGAZINE

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

A FORÇA DO ARCOLAG BAOMERLag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º

dia da “Contagem do Ômer” que tem a duração de 49

dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a

jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao

Monte Sinai. No calendário

judaico, este corresponde ao 18º

dia do mês de Iyar. Lag Baômer

celebra a vida e os ensinamentos

de dois dos mais notáveis Sábios

da história judaica: Rabi Akiva e

Rabi Shimon bar Yochai.

Arco e Flechas

É costume levar as criancas a

passeios a parques e espaços

abertos para brincar com arcos

e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon

nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo

de falha humana: conforme relatado em Gênesis, D’us,

após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que

mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora

Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu

voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas

enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi

suficiente para assegurar que

D’us não se arrependeria de Sua

criação.

O ensinamento chassídico

vê outra ligação do arco: ele

funciona sob o princípio de

“recuar para poder avançar” -

ao empurrar a flecha para trás,

rumo ao próprio coração, o

arqueiro a impele a uma grande

distância, para golpear o coração

do inimigo. A essência mística

da Torá, disseminada por Rabi

Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve

mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência

e lá descobrirá a “centelha Divina” que possui. Esta

descoberta confere o poder de derrotar o adversário

mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.

A PESSOA DEVE MERGULHAR EM SI

MESMA, RECOLHER-SE A SUA ESSÊNCIA E LÁ

DESCOBRIRÁ A “CENTELHA DIVINA” QUE POSSUI.

Page 141: Lubavitch Magazine

141 LUBAVITCH MAGAZINE

o casamento eternoSHAVUOT

Shavuot é a festividade que comemora o aniversário da

união de D-us com o povo judeu, há mais de 3.300 anos,

em uma humilde montanha chamada Sinai.

Foi a primeira e única vez (até hoje) que o Criador do

Universo revelou Sua presença e Sua filosofia para toda

uma nação.

Cinquenta dias após deixar o Egito, o povo judeu recebeu

a obra-prima de D-us: a Torá. Eles deixaram de ser uma

nação de escravos para se transformar no povo ao qual

foi confiada a missão cósmica de levar a luz Divina para

todo o mundo.

Em Shavuot celebramos este momento e nos

rededicamos ao cumprimento de nossa tradição.

Costumes de Shavuot

- Reviva a experiência do Monte Sinai ouvindo a leitura

dos Dez Mandamentos em sua sinagoga. Não deixe de

levar as crianças.

- Decore sua casa com flores relembrando o milagroso

florescimento do Monte Sinai.

- Coma laticínios, recordando, entre outras coisas, os 40

dias e 40 noites que Moshe passou no Sinai (em hebraico,

a palavra “leite” tem o valor numérico equivalente a 40).

- Fique acordado durante toda a primeira noite de

Shavuot estudando Torá, preparando-se para recebê-la

no dia seguinte.

- Recite Yizcor, a prece pela alma dos entes queridos

que não estão mais entre nós.

Foto

: Dav

id R

ose

Page 142: Lubavitch Magazine

C A L E N D Á R I O J U D A I C O

O STB Trip & Travel cuida de todos os detalhes para uma viagem de sucesso:

MELHORES TARIFAS AÉREASHOTELARIA SELECIONADA

ROTEIROS PERSONALIZADOSCURSOS NO EXTERIOR

VIAGENS PELO BRASIL E PELO MUNDO

Unidades STB em Porto Alegre:

Quintino, 267 > (51) 4001-3000Anita, 1515 > (51) 4001-3010

Wenceslau, 3112 > (51) 4001-3030

Grand Tours STBViagens culturais com acompanhamento

de Beto Conte desde Porto Alegre

Índia ∆ Croácia ∆ ChinaAustrália ∆ Interior da França

Escandinávia

www.stbrs.comMais informações:

Page 143: Lubavitch Magazine

Homenagem aos meus avós

pela educação e princípios judaicos transmitidos.

RBC

LEIB BRAUDE Z”L e WALDEMAR CANTERJI Z”L

Page 144: Lubavitch Magazine

UN-038-11 Planejamento Servicos.pdf 1 14/10/11 15:24

Page 145: Lubavitch Magazine

Dr. Victor Dubin Wainberg

Rua Soledade, 569, Sala 912, Torre Alfa Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RSFones: (51) 3013-5274 ou 3013-5709 w w w. v i c t o r d u b i n w a i n b e r g . c o m . b r

[email protected]

Assistente Técnico para Advogados

em Processos Envolvendo Questões de

Saúde

Perícias Médicas

CREMERS 27935

Urgências 24hs: (51) 9999-0631

Cirurgia OrtopédicaOmbro, Cotovelo, Mão,

Pé, Quadril, Joelho, Fraturas,

Coluna, Infantil e Adulto

SER FIEL É MAISECONÔMICO.

SER FIEL É MAISVANTAJOSO.

SER FIEL É MAIS ECOLÓGICO.

SER FIEL É MAISPRÁTICO.

O cliente que não pede sacola plática ganha mais 4 pontos no programa.

Você nem precisa estar com o seu cartão em mãos. Basta cadastrar uma senha para usar na hora das compras.

* Consulte o regulamento.

Cadastre-se e aproveite.www.panvel.com

Você ganha descontos exclusivos em medicamentos e produtos de higiene e beleza, em todas as lojas.

Todas as suas comprasviram pontos, que viram produtos de higiene e beleza*.

Vale a pena ser fiel.Vale a pena ser fiel.Programa Fidelidade Panvel

PNA_0029_11AK_Anuncio_105x135.indd 1 11/11/11 4:21 PM

Page 146: Lubavitch Magazine

Uma homenagem da Impermade nos 30 anos do Rabino Mendel Liberow e do Beit Lubavitch em Porto Alegre.

www.impermade.com.br(51) 3332.5511

Datas que valorizam nossa cultura são como água: a Impermade nunca deixa passar.

Em Homenagem à

Chemia e Elena Pocztaruc

Abrão Pocztaruc e Família

Mário Pocztaruc e Família

Page 147: Lubavitch Magazine
Page 148: Lubavitch Magazine
Page 149: Lubavitch Magazine
Page 150: Lubavitch Magazine

Sandra Axelrud Saffer e Axelrud Arquitetura e

Assessoria

O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem o esforço e dedicação incasável de

Page 151: Lubavitch Magazine

151 LUBAVITCH MAGAZINE

Goldsztein CyrelaInstituto JAMA Pró EducaçãoLilian & Meyer Joseph Nigri

Marcos & Clara MaltzNara & Nelson Pacheco Sirotsky

Anônimo

HONRAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Sandra Axelrud Saffer e Axelrud Arquitetura e

Assessoria

O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem o esforço e dedicação incasável de

Page 152: Lubavitch Magazine

Incorporadora e Construtora RossiImobiliária Crédito Real

Isac Turkienicz IN MEMORIAM Luiza Turkienicz e Família

Zaffari Bourbom

PLATINAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Abrahão Steimbruch IN MEMORIAM Alberto Matone Família

Alessandro Saffer Halfin FamíliaChaskiel & Guita Slud IN MEMORIAM

Gerson Chanin Família e Adélia MatoneIda Luíza Knijnik Steimbruch IN MEMORIAM

Imobiliária SchotkisRede Master de Hotéis

Tática Asset ManagementAnônimo

RUBI

Page 153: Lubavitch Magazine

Incorporadora e Construtora RossiImobiliária Crédito Real

Isac Turkienicz IN MEMORIAM Luiza Turkienicz e Família

Zaffari Bourbom

PLATINAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Abrahão Steimbruch IN MEMORIAM Alberto Matone Família

Alessandro Saffer Halfin FamíliaChaskiel & Guita Slud IN MEMORIAM

Gerson Chanin Família e Adélia MatoneIda Luíza Knijnik Steimbruch IN MEMORIAM

Imobiliária SchotkisRede Master de Hotéis

Tática Asset ManagementAnônimo

RUBI

Incorporadora e Construtora RossiImobiliária Crédito Real

Isac Turkienicz IN MEMORIAM Luiza Turkienicz e Família

Zaffari Bourbom

PLATINAAbrahão Steimbruch IN MEMORIAM

Alberto Matone FamíliaAlessandro Saffer Halfin FamíliaChaskiel & Guita Slud IN MEMORIAM

Gerson Chanin Família e Adélia MatoneIda Luíza Knijnik Steimbruch IN MEMORIAM

Imobiliária SchotkisRede Master de Hotéis

Tática Asset ManagementAnônimo

RUBIAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Page 154: Lubavitch Magazine

AEL Sistemas S/AArcádia Urbanismo

Blue BayEfraim, Iehudit e Libby Rose Lavinsky

Lojas OtelloMaurício Estrougo e Márcia Estrougo e Família

Renato & Beatriz Stifelman e FamíliaRicardo & Karen Sondermann e Família

Rodrigo EtlisYomacama Empreendimentos Ltda.

Anônimo

OUROAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Abraão Isakiel Charchat e FamíliaAbrão Pocztaruc e Família

Ari Traub & Lisete Levitan e FamíliaAspis e Palmeiro da Fontoura Advogados Associados

ColiseuDenver Impermeabilizantes

Eduardo Suslik Igor e Beno IgorEMI EmpreendimentosFamília Szachnowicz

Gilberto Raskin e FamíliaJacques & Sílvia Heller

Jeny & Abraham Birmann IN MEMORIAM

PRATA

Page 155: Lubavitch Magazine

AEL Sistemas S/AArcádia Urbanismo

Blue BayEfraim, Iehudit e Libby Rose Lavinsky

Lojas OtelloMaurício Estrougo e Márcia Estrougo e Família

Renato & Beatriz Stifelman e FamíliaRicardo & Karen Sondermann e Família

Rodrigo EtlisYomacama Empreendimentos Ltda.

Anônimo

OUROAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Abraão Isakiel Charchat e FamíliaAbrão Pocztaruc e Família

Ari Traub & Lisete Levitan e FamíliaAspis e Palmeiro da Fontoura Advogados Associados

ColiseuDenver Impermeabilizantes

Eduardo Suslik Igor e Beno IgorEMI EmpreendimentosFamília Szachnowicz

Gilberto Raskin e FamíliaJacques & Sílvia Heller

Jeny & Abraham Birmann IN MEMORIAM

PRATAClínica Goldman

Fábio Cipele e FamíliaIldo Meyer e Família

Júlio & Jussara Grinblat e FamíliaMilton Burd e Família

Nelson Castan e FamíliaRelojoaria e Óptica SafiraRosa Hermann e Família

Túlia Guinsburg Ochman IN MEMORIAM

BRONZEJosé Scharcansky e FamíliaMPD Engenharia Ltda.

Farmácias PanvelPorto Alegre Clínicas

Rafael Braude CanterjiRosane Dubin Wainberg IN MEMORIAM

Sérgio Sclovsky e Família Solidus S. A.

STB Trip & TravelUniair Serviços AéreosVitacon Participações

Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo

PRATAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Page 156: Lubavitch Magazine

Clínica GoldmanFábio Cipele e FamíliaIldo Meyer e Família

Júlio & Jussara Grinblat e FamíliaMilton Burd e Família

Nelson Castan e FamíliaRelojoaria e Óptica SafiraRosa Hermann e Família

Túlia Guinsburg Ochman IN MEMORIAM

BRONZEAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

José Scharcansky e FamíliaMPD Engenharia Ltda.

Farmácias PanvelPorto Alegre Clínicas

Rafael Braude CanterjiRosane Dubin Wainberg IN MEMORIAM

Sérgio Sclovsky e Família Solidus S. A.

STB Trip & TravelUniair Serviços AéreosVitacon Participações

Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo

PRATAAEL Sistemas S/AArcádia Urbanismo

Blue BayEfraim, Iehudit e Libby Rose Lavinsky

Lojas OtelloMaurício Estrougo e Márcia Estrougo e Família

Renato & Beatriz Stifelman e FamíliaRicardo & Karen Sondermann e Família

Rodrigo EtlisYomacama Empreendimentos Ltda.

Anônimo

OUROAbraão Isakiel Charchat e Família

Abrão Pocztaruc e Família Ari Traub & Lisete Levitan e Família

Aspis e Palmeiro da Fontoura Advogados AssociadosColiseu

Denver ImpermeabilizantesEduardo Suslik Igor e Beno Igor

EMI EmpreendimentosFamília Szachnowicz

Gilberto Raskin e FamíliaJacques & Sílvia Heller

Jeny & Abraham Birmann IN MEMORIAM

PRATAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Page 157: Lubavitch Magazine

Clínica GoldmanFábio Cipele e FamíliaIldo Meyer e Família

Júlio & Jussara Grinblat e FamíliaMilton Burd e Família

Nelson Castan e FamíliaRelojoaria e Óptica SafiraRosa Hermann e Família

Túlia Guinsburg Ochman IN MEMORIAM

BRONZEAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

José Scharcansky e FamíliaMPD Engenharia Ltda.

Farmácias PanvelPorto Alegre Clínicas

Rafael Braude CanterjiRosane Dubin Wainberg IN MEMORIAM

Sérgio Sclovsky e Família Solidus S. A.

STB Trip & TravelUniair Serviços AéreosVitacon Participações

Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo

PRATA

Page 158: Lubavitch Magazine

APOIOAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Alberto Luíz ZamelAlfredo & Inez Richter IN MEMORIAM

Aron Lejba Katz IN MEMORIAM

Breno Kor e Família e Ilton KorDaniel Schwetz e Família

Del Turista BrinquedosDrogaMaster Farmácia de Manipulação

Edison Cohen e FamíliaFamília Goldfajn

Fiação e Tecelagem GaúchaGericenter Lar e Pousada

Gilberto & Monica Spiguel e filhosGildo Irineu Coifman

APOIOIsac & Ester SzajmanIsy Helale e Família

Moacir Sibemberg e FamíliaMordko Meyer e FamíliaMoysés Tornaim IN MEMORIAM Pampack Embalagens

Pizza HutPonto Kresil

Sérgio Raskin e FamíliaSzlama Zamel e Mário Zamel IN MEMORIAM

3E Engenharia Estrutural Ltda.Anônimo

APOIOAlberto Luíz Zamel

Alfredo & Inez Richter IN MEMORIAM

Aron Lejba Katz IN MEMORIAM

Breno Kor e Família e Ilton KorDaniel Schwetz e Família

Del Turista BrinquedosDrogaMaster Farmácia de Manipulação

Edison Cohen e FamíliaFamília Goldfajn

Fiação e Tecelagem GaúchaGericenter Lar e Pousada

Gilberto & Monica Spiguel e filhosGildo Irineu Coifman

APOIOAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Isac & Ester SzajmanIsy Helale e Família

Moacir Sibemberg e FamíliaMordko Meyer e FamíliaMoysés Tornaim IN MEMORIAM Pampack Embalagens

Pizza HutPonto Kresil

Sérgio Raskin e FamíliaSzlama Zamel e Mário Zamel IN MEMORIAM

3E Engenharia Estrutural Ltda.Anônimo

Page 159: Lubavitch Magazine

APOIOAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Alberto Luíz ZamelAlfredo & Inez Richter IN MEMORIAM

Aron Lejba Katz IN MEMORIAM

Breno Kor e Família e Ilton KorDaniel Schwetz e Família

Del Turista BrinquedosDrogaMaster Farmácia de Manipulação

Edison Cohen e FamíliaFamília Goldfajn

Fiação e Tecelagem GaúchaGericenter Lar e Pousada

Gilberto & Monica Spiguel e filhosGildo Irineu Coifman

APOIOIsac & Ester SzajmanIsy Helale e Família

Moacir Sibemberg e FamíliaMordko Meyer e FamíliaMoysés Tornaim IN MEMORIAM Pampack Embalagens

Pizza HutPonto Kresil

Sérgio Raskin e FamíliaSzlama Zamel e Mário Zamel IN MEMORIAM

3E Engenharia Estrutural Ltda.Anônimo

APOIOAlberto Luíz Zamel

Alfredo & Inez Richter IN MEMORIAM

Aron Lejba Katz IN MEMORIAM

Breno Kor e Família e Ilton KorDaniel Schwetz e Família

Del Turista BrinquedosDrogaMaster Farmácia de Manipulação

Edison Cohen e FamíliaFamília Goldfajn

Fiação e Tecelagem GaúchaGericenter Lar e Pousada

Gilberto & Monica Spiguel e filhosGildo Irineu Coifman

APOIOAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH

Isac & Ester SzajmanIsy Helale e Família

Moacir Sibemberg e FamíliaMordko Meyer e FamíliaMoysés Tornaim IN MEMORIAM Pampack Embalagens

Pizza HutPonto Kresil

Sérgio Raskin e FamíliaSzlama Zamel e Mário Zamel IN MEMORIAM

3E Engenharia Estrutural Ltda.Anônimo

Page 160: Lubavitch Magazine

“A Providência Divina conduz cada um a seu lugar de residência com o propósito de fortalecer e difundir a Torá.

Quando ara-se e semeia-se, as coisas crescem.”

Cheskel, Reisel & Shmuel, Chana & Mendy, Dina & Mendy, Saadia, Ari, Muci & Menachem Mendel, Chaia, Kika, Sheina, Brochi, Shaie, Boruch, Shlomo Aharon, Yosef e Risya Liba

Das Palavras do Rebe de Lubavitch Hayom Yom 25 de Cheshvan