livros poeticos - instituto belém - moisés carneiro

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    Instituto Belm- Desejando o Conhecimento de Deus

    Faa sua Doao: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal

    Proibida a comercializao

    Instituto Belm

    Viso

    O Instituto Belm pretende ser uma instituio de

    ensino superior associada viso afetiva e comprometidada nossa igreja que se esfora para proclamar uma men-sagem centrada em Deus, que busca glorificar a Cristo, eao Esprito Santo. Que se utiliza das Santas Escrituras paraauxiliar na formao espiritual de homens e mulheres eq-uipando-os para cumprir os propsitos do Reino de JesusCristo no sculo 21 e forjar discpulos fiis para ele de todaraa, tribo, lngua, povo e nao.

    Propomos espalhar o conhecimento de Deus, quedesperta no apenas o intelecto, ou o conhecimento in-

    telectual, mas principalmente o amor e o desejo de vivernuma intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta arazo da existncia da nossa escola. E esta a viso quedesejamos compartilhar com todos.

    AutorMoiss Carneiro

    Voc pode fazer uma doao para ajudar a manteresse projeto. Deposite o valor que desejar! Caixa E.

    Federal - Ag. 0314 - Op. 013 - C.P. 119429-0em nome de Moiss P. Carneiro

    Direitos Reservados ao Instituto Belm

    Livros PoticosCurso Bsico em Teologia

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    Curso bsico de Teologia Pastor Moiss Carneiro

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    Aplicao no estudo deste livro

    Voc deve estar perguntando qual a melhor maneira de es-tudar este livro e extrair o mximo possvel de proveito. Ao pensarnisso, elaboramos alguns mtodos que podero lhe ser teis.Seja Motivado Motivao um princpio peculiar na vida de todos os queanseiam alcanar um objetivo. impossvel algum atingir o picede um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivao.

    Muitos j iniciaram alguma coisa, mas s obtiveram o xito aque-les que se mantiveram motivados at o final.

    Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-quisar, para elaborar trabalhos e estudos bblicos. Se sentir-se semmotivao busque-a atravs do Esprito Santo. Faa peties aDeus e leia sua Palavra, pois so fontes inesgotveis para sua reno-

    vao, e por final procure mant-la acesa at findar o curso.Se no existe esforo, no existe progresso. Fredrick Douglas

    Seja Organizado e Disciplinado a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e pea que lhe ajude a terum maior proveito do assunto em pauta. b) Estude em lugares reservados. c) Evite ambientes com sons, rudos e falatrios. Pois voc podeperder sua concentrao no estudo. d) Procure adicionar outros importantes materiais cada lio aser estudada, como por exemplo:

    Bblias de Estudos: se possvel, com tradues que sejam difer-entes. Dicionrios. Concordncia Bblica.

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    Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de cada lio. Lpis e bloco para anotaes.

    e) Leia e estude cada matria durante a semana, reserve pelomenos 1 hora por dia para fazer isso.

    f) Faa anotaes, especialmente quelas que lhe causaremdvidas.

    g) Responda aos questionrios assim que terminar de es-tudar cada lio. Eles iro fortalecer o assunto em sua mente.

    h) Reserve perodos da semana para voc elaborar trabalhosvoltados matria estudada em cada ms.

    i) Formule perguntas ao professor, assim tanto voc como ele fi-caro cada vez mais abalizados no aprendizado.

    Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamentepelo departamento de pedagogia do IB, so de um valor ines-timvel para voc, desde que procure segui-los conforme se seg-uem.

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    ndice

    Introduo

    Lio 1Introduo a Poesia e Poesia Hebraica...........................................06

    Lio 2Livros Hnicos....................................................................................18

    Lio 3Livros Hnicos - cont.........................................................................26

    Lio 4Livros Sapienciais...............................................................................32

    Lio 5Livros Sapienciais - cont...................................................................37

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    I- Introduo Poesia e a Poesia Hebraica

    25% da Bblia Sagrada foi escrito em forma potica. Porisso, Deus mesmo pode ser considerado o maior de todos os po-etas. Os poemas bblicos vo da simples e singela adorao atas imprecaes aos mpios e profecias acerca do Messias, nossoSenhor Jesus Cristo. Os Livros Poticos (J, Salmos, Provrbios,Eclesiastes e Cntico dos Cnticos) so escritos em poesia em

    praticamente toda a sua totalidade, e torna-se necessrio o en-tendimento acerca da arte potica para compreend-los. Veremosalguns pontos principais, pertinentes ao nosso estudo sobre es-ses livros. A princpio, utilizamos alguns exemplos provenientesda nossa bela e rica poesia brasileira, entendendo que podemosnos utilizar do princpio de interpretao dessas mesmas poesias,porque o poeta, independentemente de onde esteja e em quecultura esteja inserido, no muda escreve seu sentimento damesma maneira, mudando apenas algumas caractersticas.

    O que poesia?

    A arte de exprimir oralmente, ou por escrito, em forma mtrica,pensamentos sublimes e encantadores, carregados de emoo,exaltao e imaginao. Orlando Boyer (Pequena EnciclopdiaBblica)

    Expressar poesia no simplesmente expressar sobre ver-sos. Pelo contrrio, a poesia no est na forma, mas na sensibili-dade do poeta (LUFT, 1995), tanto que h outras formas de texto

    em poesia, at mesmo textos em prosa. Havendo muitos significados diferentes, como mostra Pe-dro LYRA (1986), talvez possamos dizer que a poesia , em linhasbem gerais, a:

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    expresso de um sentimento por meio de palavras.

    Notamos isso nos livros poticos, principalmente noshnicos (veja mais adiante a diferenciao), e, em particular, nosSalmos, onde o sentimento dos poetas refletido das mais difer-entes formas. Veja o exemplo abaixo, um poema do brasileiro CARLOS

    DRUMMOND DE ANDRADE.

    Fazer 70 anos

    A Jose Carlos LisboaFazer 70 anos no simples.A vida exige, para o conseguirmos,perdas e perdas no ntimo do ser,como, em volta do ser, mil outras perdas.Fazer 70 anos fazercatlogo de esquecimentos e runas.Viajar entre o j-foi e o no-ser., sobretudo, fazer 70 anos,alegria pojada de tristeza. Jos Carlos, irmo-em-Escorpio!Ns o conseguimos...E sorrimosde uma vitria comprada por que preo?Quem jamais o saber? sombra dos 70 anos, dois mineiros

    em silncio se abraam, conferindoa estranha felicidade da velhice.(Carlos Drummond de Andrade, in Amar se aprende amando).

    Observe atentamente como o sentimento do aniversari-

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    ante sobrepuja na reexo sobre o que fazer 70 anos. Implica na

    lembrana de vitrias, runas, uma longa e demorada camin-hada uma alegria pojada de tristeza. Analise a fora das pala-vras e expresses. Por exemplo, viajar entre o j-foi e o no-ser.Pense nisso: quantas situaes experimenta uma pessoa (j-foi) equantas gostaria de ter vivido, mas no viver (no-ser) depoisdos setenta anos. A poesia tende a levar o leitor a gastar o tempo refletindo,

    analisando, saboreando um poema. A meditao sobre o Salmo23 nos leva a pensar em campinas, ovelhas, festas e no cuidado deDeus para conosco.

    Rima e ritmo

    Rima e ritmo so duas caractersticas que marcam a poesia, mas

    no precisam estar necessariamente juntas nos livros poticos,por exemplo, embora haja ritmo, no h rima. Consistem de pa-ralelismo, isto , em vez dos versos rimarem, repete-se uma linhaem outras palavras, o que foi escrito na linha anterior.Por rima entende-se o emprego de sons harmoniosos, ou seja, pa-lavras com fontica similar. Observe este poema de Jorge Cama-rgo, uma linda cano crist.

    AjuntamentoVem e sopra sobre ns teu soproReunidos neste ajuntamentoHonra e santifica este momentoCom a tua igreja, que teu povoFaz teu rio de paz correr no meio

    destes que, por f, vm bendizer-teE a uma voz oferecer-teSeus louvores, splicas e anseiosT s o Senhor de toda a glria

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    Hoje, sempre e como foste outroraNo correr da histria, revelando o teu amorDeus bendito, Rei e Salvador(Jorge Camargo, in 20 anos de estrada).

    A fontica das ltimas slabas das ltimas palavras de cadaverso assemelham-se a outros versos, mas esse som agradvel.H, porm, rimas que so to usadas que soam artificiais e ruins(Eu amo Jesus, porque ele minha luz...). O ritmo comparado por ELISSEN (1993) como a regu-laridade do movimento em composio literria, desenvolvidapela recorrncia da batida, pausa e acento. tambm conhecidocomo mtrica. Talvez o melhor exemplo didtico em lngua portuguesapara a compreenso do que seja ritmo seja o poema Trem de

    ferro, de MANUEL BANDEIRA, onde as palavras so utilizadasde tal forma que a declamao do poema lembra o som de umtrem em movimento. (* Adaptado pelo IBADESP).

    Trem de Ferro

    Caf com po

    Caf com poCaf com poNosso Pai que foi isso maquinista?Agora simCaf com poAgora simVoa, fumaa

    Corre, cercaAi seu foguistaBota fogoNa fornalha

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    Que eu precisoMuita foraMuita foraMuita forao...Foge bichoFoge povoPassa pontePassa postePassa pastoPassa boiPassa boiadaPassa galhoDe ingazeiraNo riacho

    Que vontadeDe cantar!o...Quando me prenderamNo canaviCada p de canaEra um ofici

    o...Menina bonitaDo vestido verdeMe d tua bocaPara mat minha sedeo...Vou mimbora vou mimbora

    No gosto daquiNasci no sertoSou de Ouricurio...

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    Vou depressaVou correndo

    Vou na todaQue s levoPouca gentePouca gentePouca gente...

    Figuras de linguagem

    H abundantes figuras de pensamento ou de linguagem devrios tipos na poesia: smile, metfora, personificao, hiprbole,apstrofe, etc. Elas so, em primeiro lugar, uma outra forma deexpresso. Mas tambm visam desafiar o leitor na interpretao,conseguida por meio de relacionamentos.Uma gura de linguagem ocorre quando utilizamos uma palavracom um sentido secundrio.

    Os cus se espreguiam. (Raul Bopp)

    Alguns tipos de figuras de linguagem encontradas nos liv-ros poticos esto listadas abaixo.

    - Metfora: uma comparao por representao, mas no for-mal, isto , no tem a palavra como. O Senhor o meu pastor.(Sl 23:1).

    - Smile: comparao por semelhana em vrios pontos. H a pa-lavra como. Ele como a rvore... (Sl 1:3).

    - Alegoria: metforas reunidas em torno de um tema central. DoSalmo 80, vv. 8 e seguintes, Israel descrito como uma videirado Egito.

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    - Metonmia: uma palavra substituda por outra. A sua lngua(= palavra) percorre a terra. (Sl 73:9).

    - Sindoque: emprega-se uma palavra em lugar de outra, mas nocomo na metonmia. A diferena o emprego no lugar de umapessoa. Amas todas as palavras devoradoras, lngua fraudu-lenta! (Sl 52:4 note que a lngua representa a prpria pessoa).

    - Hiprbole: exagero perceptvel, que visa a nfase. Todas asnoites fao nadar o meu leito. (Sl 6:6).

    - Personificao: objetos e seres inanimados so formados porseres vivos. Todos os meus ossos diro: Senhor, quem Contigo seassemelha? (Sl 35:10).

    - Apstrofe: semelhante personificao, mas se dirige a pessoasausentes ou objetos inanimados ausentes. Que tens, mar, queassim foges?... (Sl 114:5-7).

    - Antropomorfismo: a Deus so atribudas caractersticas fsicashumanas. Levanta-te, Senhor! Deus, ergue a Tua mo! (Sl10:12).

    - Antropopatia: ao invs de caractersticas fsicas, a Deus atribui-se sentimentoshumanos. Senhor, no me repreendas na Tua ira, nem me cas-tigues no Teu furor. (Sl 6:1).

    Poesia hebraica

    A caracterstica mais forte da poesia hebraica o paralelis-mo. No paralelismo hebraico enfatiza-se o ritmo da idia, como de praxe na cultura oriental, que preza mais pela idia que pelos

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    Proibida a comercializaoartifcios da literatura. A primeira linha paralela segunda ou s seguintes. Isto

    , elas combinam. Por exemplo, Os cus proclamam a glria deDeus e o rmamento anuncia as obras de suas mos (Sl 9:1). Contudo, h um interessante detalhe a respeito do pa-ralelismo: a permissividade que d traduo para outros idi-omas, sem que se perca a idia central do texto. Nas poesias atuaisisso no ocorre, e, no processo de traduo, acaba-se perdendoalguma coisa ou a rima, ou o ritmo, ou a idia.

    H vrios tipos de paralelismo hebraico, de acordo com R.LOWTH, 1753, apud ELISSEN, 1993.

    - O sinnimo: onde a segunda linha repete ou reproduz o que estdito na primeira.Senhor, quem habitar no teu santurio? Quempoder morar no teu santo monte? (Sl 15:1).

    - O antittico: vem de anttese, contrrio. Na segunda linha, aidia oposta primeira linha, como em um contraste. Pois oSenhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos mpiosperecer. (Sl 1:6).

    - O sinttico: na segunda linha completa-se ou amplifica-se a idiada primeira. A lei do Senhor perfeita e restaura a alma; o teste-

    munho do Senhor el e d sabedoria aos smplices. (Sl 19:7).

    H ainda trs tipos de paralelismo sinttico.

    - A concluso. Eu, porm, constitui o meu rei sobre o meu santomonte Sio. (Sl 2:6).

    - A comparao. Melhor buscar refgio no Senhor do que con-ar em princpes. (Sl 118:9).

    - A razo. Beijai o Filho para que no se irrite, e no pereais no

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    caminho; porque dentro em pouco lhe inflamar a ira. Bem aven-turados todos os que nele se refugiam. (Sl 2:12).

    Existem outros tipos de paralelismo menos importantesque esses, mas que tambm precisam de ateno.

    - O analtico: a segunda linha conseqncia da primeira. OSenhor o meu pastor: nada me faltar. (Sl 23:1).

    - O climtico: a segunda linha repete a primeira, mas a expande,chegando a um clmax. Tributai ao Senhor, lhos de Deus, trib-utai ao Senhor glria e fora. (Sl 29:1).

    - O emblemtico: a segunda linha ilustra a figura que apresenta-da na primeira. Pois quanto o cu se alteia acima da terra, assim grande a sua misericrdia para com os que o temem. (Sl 103:11).

    - O quiasmo: a segunda linha repete a primeira, mas de formainversa, como em um x (a palavra quiasmo vem do grego chi-asms, que significa ao de dispor em cruz). Compadece-te demim, Deus, segundo a tua benignidade; e segundo a multidodas tuas misericrdias, apaga as minhas transgresses. (Sl 51:1).

    Classificao dos livros poticos

    Para o povo hebreu, os livros que podem ser classificadoscomo poticos so: J, Salmos e Provrbios. A Vulgata acrescentaa eles Eclesiastes e Cntico dos Cnticos (ou simplesmente Cnti-cos, ou Cantares). Atualmente, porm, os livros poticos dividem-se em doisgrupos:

    - Os Hnicos, aqueles livros que apresentam cnticos (Salmos eCnticos);

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    - Os Sapienciais, aqueles que tratam do ensino acerca da vida: J,Provrbios eEclesiastes.

    Classes de poesia hebraica

    Drama potico: vrias cenas apresentadas em verso, como em J.

    Versos lricos poticos: poemas que tm o intuito de serem canta-dos. Os Salmos possuem a maioria dos tipos de poesia lrica: odes,cnticos, elegias, intercesses, monlogos, vises e rituais.

    Didtica potica: poemas destinados a ensinar. Ainda nessa classeh dois grupos. Poemas

    de didtica prtica (Provrbios); poemas de didtica losca(Eclesiastes).

    Idlios poticos: cenas campestres ou pastoris, em forma de ver-so. Por exemplo, Cnticos.

    Elegias poticas: poemas de pesar ou lamentao, como Lamen-

    taes de Jeremias.

    Questionrio

    Marque C para certo e E para errado

    ____ 1) - 25% da Bblia Sagrada foi escrito em forma potica. Porisso, Deus mesmo pode ser considerado o maior de todos os po-etas.

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    ____ 2) Poesia a arte de exprimir oralmente, ou por escrito, emforma mtrica, pensamentos sublimes e encantadores, carregadosde emoo, exaltao e imaginao, conforme afirma Myer Pearl-man.

    ____ 3) - Rima e ritmo so duas caractersticas que marcam a po-esia, mas no precisam estar necessariamente juntas nos livrospoticos, por exemplo, embora haja ritmo, no h rima. Consis-tem de paralelismo, isto , em vez dos versos rimarem, repete-seuma linha em outras palavras, o que foi escrito na linha anterior.

    ____ 4) O ritmo comparado por ELISSEN (1993) como a reg-ularidade do movimento em composio literria, desenvolvidapela recorrncia da batida, pausa e acento.

    Assinale com X a alternativa correta

    5) Emprega-se uma palavra em lugar de outra, mas no comona metonmia. A diferena o emprego no lugar de uma pessoa.Amas todas as palavras devoradoras, lngua fraudulenta! (Sl

    52:4 note que a lngua representa a prpria pessoa):

    ___a. Apstrofe.___b. Metonmia.___c. Hiprbole.___d. Sindoque.

    6) A caracterstica mais forte da poesia hebraica :

    ___a. o paralelismo.___b. o dualismo.

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    ___c. a rima.

    ___d. o ritmo.

    7) H ainda trs tipos de paralelismo sinttico:

    ___a. o sinnimo.___b. o antittico.

    ___c. o sinttico.___d. todas as alternativas esto corretas.

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    II - Livros HnicosSalmos

    O Livro dos Louvores, como conhecido o livro de Sal-mos, foi durante muitos sculos o hinrio nacional de Israel e oda Igreja, at bem pouco tempo. Alm da beleza nele expressa, h

    ainda outras caractersticas, como lies, conforto e profecias. oprimeiro e o mais comprido livro dos livros do Hagigrafo, a ter-ceira diviso da Bblia, e composto de 150 captulos, abrangendovrios sentimentos, ocasies e momentos histricos. Foi escritono de uma vez, mas compilado gradualmente atravs dos anos.A nota mais importante no estudo do Livro de Salmos com-preender o que significa adorao. A despeito das muitas opin-

    ies a respeito do que seja adorar a Deus, os Salmos ensinam queador-lo expressar o mais profundo e sincero sentimento a res-peito Dele. Profundo, pois se cr seriamente no que se est expres-sando. Sincero, pois s pode adorar a Deus quem tem uma vidavoltada para ele, seguindo seus preceitos e Caminho. Ou seja, avida do adorador devecorresponder ao seu sentimento. Pelo fato de ter tantas palavras sobre o louvor a Deus,

    chegou a ser conhecido por Sepher Tehillim, o Livro dos Lou-vores. Com a traduo para o grego, ganhou o nome Psalmoi, quese aplica a algo como poemas adaptados msica ou hinos paraserem acompanhados por instrumentos musicais. A traduo emlatim chamada Liber Psalmorum, O Livro dos Salmos, que como o conhecemos hoje.

    Autoria e poca

    O Livro dos Salmos apresenta vrios autores, porm, mui-

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    Proibida a comercializaotos outros salmos so annimos.

    A maior parte de Salmos foi escrita por Davi. A poca em

    que foi escrito abrange um perodo de cerca de aproximadamente1000 anos. Compreende o espao de tempo desde Moiss (cercade 1410 a.C.) at o ps-exlio (quando Israel voltou da Babilniapara sua terra, como narrado nos livros de Esdras e Neemias, cer-ca de 430 a.C.). Por isso, inicialmente o livro composto por cincolivros, compilados depois em um livro maior, que a forma atual.Essa compilao foi feita por Davi (1 Cr 15:16) e Ezequias (2 Cr

    29:30). A tabela 2.1 mostra os autores , poca e quantidade de sal-mos escritos por cada um.

    Caractersticas e classificao

    Os Salmos so, como dito acima, divididos em cinco liv-ros, cada um deles escrito em uma poca diferente, contendo umtema diferente. Veja a tabela 2.2.

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    Notamos tambm, ao ler o livro de Salmos, que eles po-dem ser agrupados em dez ou onze classes, conforme a Bblia deEstudo das Profecias (op. cit.2). Para facilitar a visualizao, adap-tamos outra tabela desta mesma obra, a tabela 2.3.

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    Essa ltima classe, Salmos messinicos no compreen-dida pela classificao adotada na obra, embora seja tratada sepa-

    radamente.

    Acrsticos

    muito comum na poesia hebraica. Sua nfase est nouso das 22 letras do alfabeto hebraico e pode ser construdo emversculos seguidos, ou em grupos de dois ou trs versculos (Pv.

    31.10-31; Lm 1-4). No Salmo 119, cada letra usada para cadaseo de oito versculos, comeando cada um deles com a letrarespectiva da seo. Os oito primeiros versculos comeam com aletra lefe no texto hebraico e assim por diante.Diviso dos SalmosPor volta de 450 a.C. , Esdras reuniu os salmos e os ps em formaordenada. Os Salmos formam esto divididos em cinco livros:Alguns rabinos antigos comparam os Salmos com o PentateucoOs versculos no Cnon Judaico.

    1. Os salmos so contados a partir da sua epgrafe, por isso essesSalmos possuem um versculo a mais. Por exemplo:Salmo 92 Mizmor shir yom shabath: Salmo e cntico para o diade Sbado.2. As vezes a epgrafe funde-se com o primeiro versculo do SalmoPor exemplo:

    Salmo 23 Mizmor LeDavid: Salmo de Davi, O Senhor meu Pastor e nada me faltar

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    Gneros Literrios do livro de Salmos

    Os Salmos dividem-se em trs gneros: Hinos, Splicas eAes de Graas.Hinos

    So os salmos 8; 19; 29; 33; 46-48; 76; 84; 87; 93; 96-100;103-106; 113; 114; 117; 122; 122; 135; 136; 145-150.

    Estes salmos comeam com uma exortao a louvar aDeus. O corpo do salmo descreve os motivos deste louvor, osprodgios realizados por Deus na natureza, especialmente suaobra criadora, e na histria, particularmente a salvao conce-dida a seu povo. A concluso repete a frmula da introduo ouexprime uma petio. Neste conjunto de Salmos destacam-se:

    Os Cnticos de Sio (Sl 46;48; 76; 87;) exaltam a cidadesanta Jerusalm morada do Altssimo. Os Salmos do Reino de Deus, especialmente Sl 47; 93; 96-98,celebram o reino universal de Yahweh.

    Splicas

    So os salmos de sofrimento ou lamentaes. No cantamas glrias de Deus, mas dirigem-se a eles. Geralmente as splicas comeam com uma invocao,acompanhada de um pedido de socorro, de um pedido ou deuma expresso de confiana. No corpo do Salmo procura-se co-mover a Deus descrevendo-lhe a triste situao dos suplicantes,com metforas como (guas do abismo; laos da morte; inimigos,fera, ossos que se secam etc.). H protestos de inocncia (Sl 7, 17;26) e consses de pecado (Sl 51) e outros salmos de penitncia.Recordam-se de a Deus seus benefcios antigos ou se lhe faz uma

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    Proibida a comercializaocensura de parecer esquecimento do ausente (Sl 9-10; 22; 44). Masarma-se a convico de que se mantm nele (Sl 3; 5; 42-43; 55-

    57; 63; 130), Muitas vezes a splica termina repentinamente, pelacerteza de que Deus atendeu o pedido (Sl 6; 22; 69; 140).As splicas podem ser Coletivas os individuais:a) Splicas Coletivas ( Sl 12; 44; 60; 74; 79; 80; 83; 106; 123;129;.137)

    Sua ocasio um desastre nacional, derrota ou destruio,ou uma necessidade comum; pede-se ento a salvao e restau-rao do povo. O Salmo 74 reete a as conseqncias da destru-io de Jerusalm em 586 a.C.b) Splicas Individuais ( Sl 3; 5-7; 17; 22; 25; 26; 28; 31; 35; 38;42-43; 51; 54-57; 59; 63; 64; 69-71; 77; 86; 102; 120; 130; 140-143.

    So pedidos de libertao da morte, do exlio, da doena; dacalnia; do pecado.Aes De Graa ( Sl 18; 21; 30; 33; 34; 40; 65-68; 92; 116; 118; 124;129; 138; 144).

    Raramente so coletivos, mas quando so o povo d graaspela libertao de um perigo, pela abundncia das colheitas, pelosbenefcios concedidos ao rei.

    Os individuais recorda os males sofridos e a orao at-endida, exprimem reconhecimento e exortam os fis a louvar aDeus.

    Principais Ttulos, Epgrafes e PalavrasCntico dos Degraus: cantados pelos peregrinos em visita a Je-rusalm em festividades, por detrs da Arca, ou subindo as esca-

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    darias do templo. (Sl 120-134).

    Yedhutum: CONFISSO, provavelmente Salmo de consso oupenitncia (Sl 39; 62; 77).

    Maskil: SALMO DIDTICO apresentando introspeces divinasinstrutivas, tanto ao povo como pessoalmente.

    Miktam: HINO ESCRITO? De sentido difcil a LXX sugere poe-ma escrito em tabletes, cuja noo de Lamentao (Sl 16; 56-60).

    Neghinth: MSICA DE INSTRUMENTOS DE CORDAS(HARPA) (Sl 6; 54; 55; 67).

    Sel: ELEVAO; Deveria signicar um PONTO PARA SE EL-EVAR A VOZ, como ALELUIA , AMM, BENDITO SEJA YAH-WEH para sempre. Parecido com uma pausa musical.

    Jesus Cristo nos Salmos

    No Salmo 2; 72; 110 ele aparece como Rei Sacerdote e JuizDivino Ideal, reinando com perfeita justia e paz.

    No Salmo 22 e 69 ele aparece como Servo Sofredor emprol da humanidade. Podemos ver ainda a correlao dos Salmos com trechosdo Novo Testamento

    QuestionrioMarque C para certo e E para errado

    ____ 8) - O Livro dos Louvores, como conhecido o livro de Sal-

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    mos, foi durante muitos sculos o hinrio nacional de Israel e o daIgreja, at bem pouco tempo.

    ____ 9) A nota mais importante no estudo do Livro de Salmos compreender o que significa orao.

    ____ 10) - A maior parte do Livro de Salmos foi escrita por Sa-lomo.

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    III - Livros Hnicos - Continuao

    Cntico dos Cnticos

    O Maior Cntico o signicado mais apropriado para ottulo Cntico dos Cnticos (Shir Hashirim, em hebraico, ou Can-ticles, em latim), ou Cantares de Salomo. mais conhecido pela

    primeira palavra de seu nome, e um livro singular; uma verda-deira obra de arte literria, pois, alm da bela poesia nele encon-trada, permite duas interpretaes: tanto literal quanto teolgica,sendo que as duas so saudveis. No entanto, importante ressal-tar que o livro tem, em primeiro lugar, a interpretao literal. Interpretar este livro literalmente simplesmente l-locom o sentido primrio para o qual foi escrito: apresentar a re-alidade e a intensidade do ato conjugal, nos padres divinos. Poroutro lado, se o livro lido sob o ponto de vista teolgico, v-se arelao entre o amor de Cristo (o amado) e a Igreja (a amada).No entanto, deve-se ter o cuidado de no utilizar versculos isola-dos, porque todo o contexto do livro revela essa abordagem. Porexemplo, corrente nas igrejas dizer que Jesus o Lrio dos valese a Rosa de Sarom. Mas na verdade quem fala isso a esposa, eno o esposo (Ct 2:1). Cantares no apresenta nenhum trao de politesmo4, oque tambm pode ser interpretado como o casamento realmentepuro, sem interferncias. Alm disso, a mulher no meno-sprezada de forma alguma, nem tampouco o homem exaltado emrelao a ela. Ambos tm sua importncia e igualdade na relao.

    Na literatura atual, a mulher freqentemente uma vtima frgil,mas em Em Cntico ela saudvel, bela e amada. O amor entre ocasal expresso lindamente, atravs de muitas alegorias. Cada um

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    declara ao outro seu amor em poemas com figuras de linguagem

    prprias do povo judeu. Na tabela 2.4 pode ser vista a relao dealguns animais mencionados no livro com o seu significado. Masas frutas e metais preciosos tambm so usados.

    A canonicidade de Cantares

    Cntico dos Cnticos um livro inspirado? Por que nocita nenhuma vez o nome de Deus? O sbio judeu e Filo de Alex-andria no faz nenhuma citao desse livro em seus escritos. Para dirimir esse conito e admiti-lo no cnon, os judeustradicionais encobriram-no de alegorias e tipologia. Uma porodo MISHN (coletnea de tradies judaicas); no TAANITH

    declaram que o livro de Cantares era lido como parte do ritual dafesta da Pscoa, celebrando a libertao do Egito. Os cristos tambm apelaram alegoria para explic-lo ouno mnimo para toler-lo. Cristos sinceros como os pais da Igreja

    Adaptado de A BBLIA DA MULHER, 2003. p. 855.

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    Proibida a comercializaoAgostinho e Orgenes, alegorizavam-no com o fim de aplic-lo aprtica da vida crist.

    A maior defesa feita pela inspirao do livro foi feita pelorabino Akba, praticamente foi o nico que resolveu o problemadas muitas discusses sobre a canonicidade. Ele disse: Nenhumhomem em Israel jamais tem contestado que o Cntico de Sa-lomo no profana as mos. Por que no mundo inteiro no existenada a igualar o dia no qual o Cntico de Salomo foi dado a Is-rael. Todos os escritos so santos, mas o Cntico dos Cnticos

    Santssimo.... MISHNA YADAIM 3.5.Escolas de Interpretao de Cnticosa. Literal

    Consideram o poema como um cntico de amor, sem tra-

    tar de uma mensagem espiritual. E. J. Young e H. H. Rowley de-fensores dessa teoria dizem que esse poema uma sano divinaao relacionamento do amor humano, em contraste com as per-verses degeneradas. Mesmo sendo literal o livro pode ser con-siderado cannico pois foi o prprio Deus quem criou o sentidodo amor e do prazer mtuo, instituindo o casamento. Essa escolaacredita ainda que o texto no defende a monogamia mas o amor

    de um casal apaixonado. Nessa escola ainda existe a teoria de Zoecler e Delitzch.Eles dizem que Salomo levou para o seu harm a jovem Sulamita,mas a sua concupiscncia transformou-se em amor.Essa escola ainda apresenta a teoria de que a Sulamita era noiva depastor de ovelhas e atribuem os trechos mais ntimos a ele (Cap.4). Salomo entremete-se nesse relacionamento, eles atribuem os

    v. 1-7 a Salomo e 8-15 ao pastor. Os defensores dessa teoria soJacobi, Umbreit e Ewald.b. Tipolgica

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    Acredita que a histria real, mas v o amor de Deus por

    Israel (esposa) ou de Cristo pela Igreja (a noiva). Essa escola nod muita importncia para a histria, o que importa so as liesespirituais. Raven e Unger defendem que a Sulamita diferia dasdemais moas do harm, por ser a mais bela e espirituosa e queensinou a Salomo o verdadeiro sentido monogmico. Este po-ema representa o ideal amor sagrado. Da a tipificao, o espososeria Cristo Rei Pastor Milenal, a esposa seria a Igreja Noiva do

    Cordeiro desfrutando a alegria do seu amor e comunho esper-ando a realizao futura do eterno casamento.c. Alegrica

    Esta teoria prevalecia desde os tempos antigos at a che-gada de estudos modernos. Os judeus alegorizam Salomo com

    Yahweh e a Sulamita com o povo de Israel. Os pais da Igreja alego-rizavam Salomo com Cristo e a Sulamita com a Igreja. A diferen-a desse mtodo para o tipolgico que neste a histria no real,mas propositadamente inspirada para uma lio. Os defensoresdessa teoria baseiam-se em trechos de Is 54.6; 61.10 que alegori-zam o casamento de Yahweh com Israel e Jr 3.1; Ez. 16.23; Os 1-3que alegorizam a apostasia como adultrio.

    Objetivo de Cantares

    O propsito maior mostrar que Deus quer que o casaldesfrute da alegria sincera do amor fsico dentro dos limites desuas leis. Num mundo onde o casamento no valorizado, ondea libertinagem, as unies ilcitas tem, o adultrio, o sexo antes do

    casamento tem aumentando, esse livro vem dar fora ao verda-deiro amor.Provrbios 5.18 diz: Alegra-te com a mulher da tua mocidade.

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    Proibida a comercializaoCnticos e as igrejas atuais

    No correto encarar o relacionamento sexual como umacoisa mundana e impura, algo que tem sido comum para tantas etantas igrejas. Para outras, o sexo serve apenas como um mtodode reproduo. Sem contar as inmeras igrejas que preferem noabordar sobre tal assunto, omitindo dessa forma o propsito idealde Deus para homem em seu relacionamento sexual.

    A Bblia nos mostra, em Cantares de Salomo, que o rela-

    cionamento sexual entre marido e mulher saudvel e belo, e deveser desfrutado pelo casal. Ressaltamos, com isso, a importnciade ter a Bblia como regra de f e prtica, acima dos costumes etradies eclesisticas. Tal como homem e mulher tornam-se uma s carne apssua unio, assim tambm Deus Pai, Deus Filho e Deus EspritoSanto so um.

    A virgindade em Cantares

    O livro de Cantares ressaltada a importncia da virgindadeaos jovens (no desperteis o amor, at que queira, direcionados filhas de Jerusalm, e repete-se quatro vezes no livro). Alis, olivro foi escrito para os jovens as filhas de Jerusalm , embora

    os rabinos da poca intertestamentria5 proibissem a leitura aosmenores de 30 anos. O refro ensina que os jovens precisam seacalmar e esperar o casamento. Isso faz coro com o Novo Testa-mento (1 Co 7:1-9).

    Com isso, praticar o sexo antes do casamento pecado,pois contra os ideais mais elevados de Deus para nossas vidas.Se, no entanto, isso j ocorreu, para o jovem h esperana de obter

    o perdo de Deus, disponvel para todos atravs do Senhor Jesus(1 Jo 1:5-10), que pode restaurar a comunho perdida com Deus.

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    Questionrio

    Assinale com X a alternativa correta

    11) Ovino de pelagem negra e lisa, provavelmente encontradoainda hoje na regio:

    ___a. cabrito.___b. ovelha.___c. gado.___d. nenhuma das alternativa esto corretas.

    12) Escola de interpretao do livros de Cnticos que acredita

    que a histria real, mas v o amor de Deus por Israel (esposa)ou de Cristo pela Igreja (a noiva). Essa escola no d muita im-portncia para a histria, o que importa so as lies espirituais:

    ___a. alegrica.___b. tipolgica.___c. literal.

    ___d. nenhuma das alternativas esto corretas.

    13) Segundo Cntico dos Cnticos, o sexo deve ser encarado daseguinte maneira:

    ___a. coisa mundana e impura.___b. meio de reproduo.

    ___c. saudvel e belo.___d. pode ser feito antes do casamento.

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    IV - Livros Sapienciais

    J

    Este livro, seja qual for o juzo dos crticos sobre ele, uma das maisgrandiosas obras que se tm escrito. Toms Carlyle

    Provavelmente o mais antigo livro da Bblia o livro de J(Iyyob, em hebraico; Iob, em grego e latim) que tem como prin-cipal tema o sofrimento e a provao do servo de Deus. Emborao livro tenha, curiosamente, afirmaes cientficas precisas e atmesmo parea situar os dinossauros juntamente com os homens(40:15-24), busca primeiramente revelar uma luz acerca do sofri-mento.

    O sofrimento de J foi muito grande, em apenas dois diasele perdeu tudo o que tinha, inclusive sua famlia, e ainda ficou so-bremaneira doente, a ponto de tornar-se desprezvel vista. Masno teve resposta para a causa do seu sofrimento, embora seusamigos viessem consol-lo. Porm, a Bblia explica, nos captulos1 e 2, que Satans o afligiu, por permisso de Deus. Assim, sabe-mos a causa do sofrimento de J, mas o prprio J nunca soube.

    No fim, Deus restaura a dignidade de J, e todos os seus bens, emdobro. Praticamente todo o livro de J escrito em poesia, o qued ainda mais fora intensidade dos argumentos e expresses.

    Autoria

    No se sabe sobre o autor do livro, a autoria ainda desconhecida, embora possa-se especular quem foi. Pensa-se emJ, Eli, Moiss, Salomo, Isaas, Ezequias, Jeremias, Baruque e

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    Proibida a comercializaoEsdras. Mas as mais fortes opinies so aquelas que atribuem olivro a Moiss ou a Salomo. A Moiss, pois viveu mais prximo poca de J (veja tpico seguinte), na poca em que viveu emMidi (Ex 2:15) regio vizinha terra de Uz, onde J morava, eteve acesso aos registros dessa histria. Se foi Salomo, a autoria apoiada pelo estilo potico do livro, similar aos escritos dessapoca. De qualquer forma, a existncia de J e de sua histria verdadeira, e a Bblia a apoia em outros lugares (Ez 14:14,20; Tg5:11).

    Data

    Com muita cautela conseguimos definir a poca em queJ viveu, por meio de evidncias internas do livro. Essa poca apoca dos patriarcas (Abrao, Isaque e Jac), porque:

    1. -nos dada a informao de que J viveu mais 140 anos depoisque Deus lhe restaurou os bens. Nos primeiros captulos do livro,a Bblia diz que os filhos de J eram j crescidos, e tinham suasprprias casas e famlias. Portanto, J j devia ter uma idade javanada para nossa poca. Desse modo, provvel que J tenhavivido cerca de 200 anos, como Abrao, que viveu 175 anos;

    2. J tinha sua riqueza contada em animais, no em moeda, exata-mente como na poca patriarcal;

    3. Ele era o prprio sacerdote de sua famlia, e sacrificava por ela.

    4. No h nenhuma referncia lei e nem aos costumes religiososda poca de Moiss.

    Os amigos de J

    Em sua aflio, J recebe a preciosa visita de quatro ami-

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    gos, que vm para consol-lo:

    Elifaz, Bildade, Zofar e Eli (o mais novo dos quatro).Cada um deles tenta, de uma forma bem particular e filosfica,descobrir a causa do sofrimento de J. Mas percebe-se que tmuma falsa teologia da prosperidade, que curiosamente similar que ouvimos tanto atualmente.

    Insistiam que J confessasse um pecado que ele no com-etera, para livrar-se do sofrimento e receber a beno divina. Peloteor do seu conselho, eles tentaram J a voltar-se para Deus visan-do ao proveito pessoal. Se J tomasse o conselho deles, teria (a)invalidado a conana de Deus nele, e (b) conrmado a acusaode Satans, de que J temia a Deus apenas em troca de bnos evantagens. (Bblia de Estudo Pentecostal, p. 811).

    Eli pareceu mais honesto e sincero que os outros, vistoque Deus no o repreendeu. Ele procurou mostrar que o sofri-mento de J traria a ele um relacionamento mais profundo comDeus.Mas tambm viu em J, como outros, um pecador inconfesso.

    J foi paciente?

    Tiago nos ensina (Tg 5:11) que J foi um homem paciente.Mas essa pacincia consiste na esperana da salvao que Deusdaria a ele, um dia (J 19:25-27). J lamentou, sim, e muito, o seusofrimento, a ponto de amaldioar o prprio dia do nascimento.Deus, entretanto, no condenou a J por isso, entendendo a dor

    que ele sentia. Em algumas igrejas se ouve muitas pregaes que o cristono deve lamentar seu sofrimento, mas ignor-lo. Ora, isso no fcil, e, na verdade, no podemos faz-lo. Esse tipo de atitude , de

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    certa forma, impossvel em certos casos, como o de J. A Bblia,no entanto, faz uma distino entre murmurao e lamento. J

    expressou a angstia de sua alma lamentando suas dores e falandotudo o que se passava em sua alma. No fingiu ser aquilo que noera. O povo de Israel, no deserto, murmurou, pois, a despeito detudo o que Deus j tinha feito, no creram na Providncia, comofez J, mas reclamavam sempre, a cada dificuldade. A diferenaentre J e o povo de Israel essa: J encarou o problema, confi-ando no seu Redentor; Israel se acovardava diante do problema,

    murmurando contra Deus, a despeito de Sua ao. Essa ltimaatitude, a de murmurao, devemos evitar. Mas em nossas oraespodemos expressar a angstia que sentimos a Deus, que pode ou-vir nosso clamor.

    O desfecho da histria

    O desfecho da histria de J comea com um debate, oumelhor, um aprendizado, com o prprio Deus, falando de den-tro de uma tempestade. Deus faz a J setenta e duas perguntas,as quais ele no pode responder. Mas ao fim do discurso divino,J admite que no conhecia a Deus antes. Ento, orou pelos seusamigos e teve seu cativeiro restaurado. O escopo da mensagem deste livro pode ser resumido noseguinte conceito: nem sempre nosso sofrimento pode ser com-preendido, mas Deus sempre vir nos socorrer.

    O livro de J , provavelmente, a obra-prima da mentehumana. V. Hugo

    Questionrio

    Marque C para certo e E para errado

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    Proibida a comercializao____ 14) - O mais antigo livro da Bblia o livro de J (Iyyob, emhebraico; Iob, em grego e latim) que tem como principal tema o

    sofrimento e a provao do servo de Deus.

    ____ 15) -nos dada a informao de que J viveu mais 140anos depois que Deus lhe restaurou os bens.

    ____ 16) - Em sua aflio, J recebe a preciosa visita de quatroamigos, que vm para consol-lo: Elifaz, Bildade, Zofar e Eli.

    ____ 17) - Eli pareceu mais honesto e sincero que os outros, vistoque Deus no o repreendeu. Ele procurou mostrar que o sofri-mento de J traria a ele um relacionamento mais profundo comDeus.

    ____ 18) J no lamentou o seu sofrimento, nem amaldioou

    o prprio dia do nascimento. Deus, contudo, no louvou a J porisso, mas por fim entendeu a dor que ele sentiu.

    ____ 19) - A diferena entre J e o povo de Israel essa: J enca-rou o problema, confiando no seu Redentor; Israel se acovardavadiante do problema, murmurando contra Deus, a despeito de Suaao.

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    V - Livros Sapienciais - Continuao

    Provrbios

    O livro de Provrbios um livro singular na Bblia. Possuitrinta e um captulos repletos de provrbios (em hebraico, mashal) frases curtas que afirmam uma verdade, e no procuram debat-la. Conhecido tambm como Provrbios de Salomo, porque so,em maior parte escritos por Salomo, e em minoria, outros au-tores. Consiste de 375 mximas, e so expressas em curtas frases,so adgios de sabedoria cujo seu principal objetivo estimular oleitor a busca pela sabedoria. Essa sabedoria obtida, primeira-mente, temendo a Deus (1:7). Sendo escrito pelo homem maissbio de todos os tempos (1 Re 3:12), o livro tem a autoridade

    necessria para aconselhar. interessante que voltado aos maisjovens, mas contm conselhos para todos.Em Provrbios notamos uma importante distino. Es-

    timula-se a buscar o conhecimento, mas eleva-se a sabedoria aum patamar especial. Isso porque o livro deixa claro que acumularconhecimentos no igual a ser sbio. Sabedoria, em primeirolugar temer ao Senhor, e depois, aplicar o conhecimento obti-

    do. Ou seja, o Livro de Provrbios um livro de conhecimentoemprico (prtico), onde Deus nos ensina preceitos excelentespara a vida diria, mas no deixa de abordar questes teolgicas.Como exemplo, podemos ver o captulo 8, onde a sabedoria apersonicao do prprio Deus (compare este captulo com Jo 1).A importncia deste livro estar na Bblia mais que evidente. Deusno se preocupa apenas em se revelar a ns e nos dar experin-

    cias sobrenaturais. Ele tambm quer que tenhamos uma vida fe-liz, e por isso, deixou conselhos a serem seguidos. Veja o captulo5: nele, Salomo ensina o jovem a no buscar se relacionar coma mulher imoral. Poder contrair uma doena venrea e gastar

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    Proibida a comercializaotodo o seu dinheiro com medicina, sem ver resultados. Ou entoo captulo 31, onde uma me ensina o filho a procurar a mulher

    ideal, descrevendo as caractersticas dessa mulher.Provrbios vem acompanhado de muitas e intensas medi-taes sobre a vida prtica. A preguia condenada e advertida,os tolos so convidados a aprender, os pais aconselhados a disci-plinar os filhos e os filhos a ouvirem seus ais etc. Chama atenotambm a quantidade de menes negativas que so feitas a re-speito da soberba. Ela condenada e desprezada. Deus a odeia.

    A humildade muitssimo mais importante. Isso serve de alertapara ns: quando algo se repete muito em um livro da Bblia, querdizer que tem grande importncia. Portanto, devemos procurara humildade (isso sbio), e no sermos soberbos jamais. Outroponto o cuidado com os pobres. Oprimir ao pobre ultrajaro seu Criador, mas tratar com bondade o necessitado honrar aDeus. (14:31, NVI). Parece no ser necessrio dizer mais nen-

    huma palavra a respeito disso.

    Autoria

    A autoria armada em vrios pontos. Salomo (1:1)comps a grande maioria do livro, mas h tambm ditados deoutros sbios (22:17-24:34), um captulo escrito por Agur, lho

    de Jaque (30) e um escrito pelo rei Lemuel (31), dos quais no sesabe mais nada.

    Eclesiaste O Livro do Pregador o ltimo livro dos livros poticos.Em grego Ekklesiastes, traz o seguinte sentido: o que fala a uma

    assemblia, o pregador, o orador, um livro de profunda sabedo-ria prtica. Assim como o livro de J, Eclesiastes uma coleo deprofundos pensamentos filosficos, ao passo que diferencia-se deProvrbios por ter uma idia que se repete em todo o livro: tudo

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    Proibida a comercializao vaidade ou tudo intil. Provrbios representa a sabedoria davida madura, e Eclesiastes registra os sentimentos da vida con-

    templada com a sua velhice. A autoria do livro atribuda ao Pre-gador (em hebraico, Qoheleth, o pregador, literalmente, o quefala a uma assemblia), provavelmente um homem j idoso e ex-periente. A tradio diz, corroborada nas evidncias internas dolivro, que este pregador Salomo. Porque:

    - lho de Davi, rei em Jerusalm (1:1);

    - muito rico (2:7-8);

    - compositor de muitos provrbios (12:9);

    - pelo teor da mensagem que transmite, compatvel com a vidaque Salomo levou, de acordo com 1 Reis.

    Desse modo, ainda muito forte a tradio da autoria deSalomo, ainda que Lutero mesmo a tenha questionado.

    Assunto

    O tema do livro pode ser resumido em tudo intil (ou,

    tudo vaidade), pois assim que se sente o escritor aps umalonga vida de trabalho, esforo e cansao. Podemos dizer que um livro de concluses, pois em Eclesiastes o autor sempre tirauma concluso a respeito do que diz e que, geralmente, tudo intil. Salomo no consegue entender o porqu tanto trabalho.No final de tudo, no ficaremos com nada, e os outros vo brigar

    pela herana. Por que juntar riqueza, se ela no ser nossa? Porque se esforar? Por que os justos sofrem tanto quanto os mpios?Por qu? Por qu? Por qu? um livro de pura filosofia prtica. Aofim do livro porm, Salomo entende que a nica coisa plausvel

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    que o homem pode fazer de sua vida temer (= respeitar, amar)a Deus e obedecer os seus mandamentos. (12:13).

    CONCLUSO

    De tudo o que vimos a respeito dos livros poticos,podemos retirar deles lies nicas para as nossas vidas. Desdeo Livro de J at Cntico dos Cnticos, so ricos em sabedoriae conhecimento. Ambos so aliados. Atualmente as igrejas bra-

    sileiras tm negligenciado o conhecimento, o estudo da Bblia, esua leitura diria. Os resultados so simplesmente catastrficos.Enquanto que as igrejas crescem em tamanho, seus membros gan-ham espritos atrofiados, pois ficam vulnerveis a qualquer tipode doutrina que seja pregada. Doutrinas essas que, alis, tm refu-tao nos prprios livros poticos. Como exemplo, tomamos a Teologia da Prosperidade.Essa teologia diz que o homem deve desfrutar os bens de Deusna Terra, ter o bom e o melhor. Deus obrigado a nos abenoar,e no teremos que sofrer de forma alguma, pois somos filhos doRei (ver discusso sobre o Livro de J). Em Eclesiastes, captulos5 e 6, essa idia contradita, pois quem ama o dinheiro jamaister o suficiente; no captulo 9, tambm, dizendo que tanto m-pios como justos sofrem do mesmo jeito. O livro de J tem au-toridade suficiente para refletir isso. Enquanto que, nos Salmos,o objetivo maior adorar a Deus, independentemente do que sepossui materialmente. Deus digno de adorao de todos os seresvivos, simplesmente por ser o Criador (Sl 150). importante ressaltarmos a importncia mxima dos liv-ros poticos: a aplicao pessoal.

    De nada adianta nos admirarmos com a sabedoria doslivros, se no aplicarmos suas lies nossa vida diria. Essa aPalavra de Deus, no qualquer livro religioso ou de auto-ajuda.A Bblia no mente sobre o que ns somos: fracos e pecadores,carentes de ajuda. Somente em Deus podemos conseguir essa aju-

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    Proibida a comercializaoda, por meio de Seu Filho Jesus Cristo (Jo 14:6). Os livros poticosfazem coro com o apelo do Novo Testamento, pois apontam para

    Jesus como a fonte da Sabedoria (compare Pv 8 com Jo 1). A Bblia a nossa regra de f e prtica, portanto, ela quemdeve ditar nossa prtica diria, e a funo do pastor ou pregador esclarecer o que Bblia diz, e torn-la de mais fcil entendimentoao povo, e ajud-lo a seguir os princpios contidos l, atravs deuma vida abnegada, amor e aconselhamento. O povo, no entanto,deve procurar saber se o que os lderes dizem condizente com

    o que Deus diz. Em Atos 17:10-15, Paulo e Silas estavam pregan-do em Beria, e os judeus bereanos, a cada dia, se admiravam dadoutrina, mas iam at as Escrituras, para saber se o que era ditoera verdadeiro. Assim devemos fazer tambm. A vida se sem Deus, intil, absurda, sem objetivo, va-zia, uma realidade triste. Essa talvez seja a grande concluso aque chegamos das reflexes de Eclesiastes. Se o , de fato, ento

    maravilhosamente denuncia um grito parado no homem, por umDeus-Salvador. o propsito de concluir que vaidade de vaid-ade, tudo vaidade (1.2).

    Terminamos com uma poesia de Joo Alexandre, Tudo vaidade, e pedimos ao leitor que reflita nas palavras desse po-eta cristo, e seja desafiado por elas a amar ainda mais a BbliaSagrada.

    Tudo Vaidade

    Vaidade no comprimento da saiaNo cumprimento da LeiVaidade exigindo prosperidadePor ser o filho do Rei

    Vaidade se achando a igreja da histriaVaidade pentecostalVivendo e correndo atrs do ventoTudo vaidade

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    Vaidade juntando a f e a vergonhaChamando todos de irmosVaidade de quem esconde a verdadePor ter o povo nas mosVaidade buscando Deus em si mesmoQuerendo fugir da cruzNo crendo e sofrendo perdendo tempoTudo vaidadeOs falsos chamados apostolados do lado oposto da fDinheiro, sade, felicidade: aquele que tem contra aquele que Rdios, TVs, auditrios lotados ouvindo o evangelho da marcharA morte se esconde atrs dos templosTudo vaidadeAonde est a honra dos orgulhosos?

    A sabedoria mora com gente humilde.Liberdade...(Joo Alexandre, in Voz, Violo e Algo mais).

    Questionrio

    Marque C para certo e E para errado

    ____ 20) - O livro de Provrbios um livro singular na Bblia.Possui trinta e seis captulos repletos de provrbios (em hebraico,mashal) frases curtas que afirmam uma verdade, e no procuramdebat-la.

    ____ 21) Deus no se preocupa apenas em se revelar a ns e nosdar experincias sobrenaturais. Ele tambm quer que tenhamosuma vida feliz, e por isso, deixou conselhos a serem seguidos.

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    ____ 22) - Em sua aflio, J recebe a preciosa visita de quatro

    amigos, que vm para consol-lo: Elifaz, Bildade, Zofar e Eli.

    ____ 23) - O mais antigo livro da Bblia o livro de J (Iyyob, emhebraico; Iob, em grego e latim) que tem como principal tema osofrimento e a provao do servo de Deus.

    ____ 24) Provrbios vem acompanhado de muitas e intensas

    meditaes sobre a vida prtica. A preguia condenada e adver-tida, os tolos so convidados a aprender, os pais aconselhados adisciplinar os filhos e os filhos a ouvirem seus ais etc.

    ____ 25) - Assim como o livro de J, Eclesiastes uma coleo deprofundos pensamentos filosficos, ao passo que diferencia-se deProvrbios por ter uma idia que se repete em todo o livro: tudo

    vaidade ou tudo intil.

    ____ 26) A tradio diz, corroborada nas evidncias internasdo livro, que este pregador Salomo. Porque: filho de Davi, reiem Jerusalm (1:1); muito rico (2:7-8); compositor de muitosprovrbios (12:9); pelo teor da mensagem que transmite, com-patvel com a vida que Salomo levou, de acordo com 1 Reis.

    ____ 27) - Ao m do livro porm, Salomo entende que a nicacoisa plausvel que o homem pode fazer de sua vida temer (=respeitar, amar) a Deus e obedecer os seus mandamentos. (12:13).

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