livro guia para dissecação do cão

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MILLER GUIA PARA ,.", A DISSECÇAO ~r ,.", DOCAO TERCEIRA EDiÇÃO EVANS & de LAHUNTA

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MILLERGUIA PARA A DISSECAÇAO DO CÃOTERCEIRA EDIÇÃOEVANS & de LAHUNTA

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MILLER

GUIA PARA,.",

A DISSECÇAO~r ,.",

DOCAOTERCEIRA EDiÇÃO

EVANS & de LAHUNTA

-INfRODUÇAO

A anatomia é o estudo da estrutura e a fisiologia é o estudo dafunção. Estrutura e função são inseparáveis como a base da ciência e aarte da medicina. A anatomia deve conhecer primeiro determinadaspartes do corpo, para que a fisiologia possa apreciar como essas funcio­nam. A anatomia macroscópica é o estudo das estruturas que podemser dissecadas e observadas a olho nu, ou com o auxílio de lupas, e cons­titui o tema principal deste livro.

A anatomia de uma região com relação a outras regiões do corpoé designada como anatomia topográfica. A aplicação prática do co­nhecimento em anatomia no diagnóstico e no tratamento de condiçõespatológicas denomina-se anatomia aplicada. O estudo de estruturasextremamente pequenas, que para serem vistas requerem o emprego demicroscópio, refere-se à anatomia microscópica. A observação deta­lhada de estruturas só é possível por meio do microscópio eletrônico econstitui a anatomia ultra-estruturaI. Quando um animal adoece oualguns de seus órgãos funcionam de modo impróprio, a alteração doestado normal é estudada pela anatomia patológica. O estudo do de­senvolvimento do indivíduo desde o oócito fertilizado até o nascimento

é realizado pela embriologia, e aquele do zigoto até a fase adulta, pelaanatomia do desenvolvimento. A teratologia representa o estudo dodesenvolvimento anormal.

ETIMOLOGIA MÉDICA ENOMENCIATURAANATÔMICA

O estudante de anatomia confronta-se com uma variedade des­

conhecida de tern10S e nomes de estruturas anatômicas. Logo, uma in­terpretação melhor da linguagem empregada em anatomia faz com queo estudo seja mais compreensível e interessante. Para a publicação detrabalhos científicos e a comunicação entre profissionais, o conhecimentoda terminologia anatômica é uma necessidade. Com o intuito de asse­gurar o entendimento dos termos anatômicos básicos, um dicionáriomédico deve estar acessível e ser consultado freqÜentemente. É muitoimportante aprender a grafia, a pronúncia e o significado de todos ostermos novos encontrados. As estruturas dos vertebrados são numero­

sas e, muitas vezes, os nomes usuais não são viáveis, podem ser vagos ousem sentido. Uma vez que se entenda o porquê, é aconselhável ter umglossário de termos internacionais que possa ser compreendido por cien­tistas em todos os países. O aprendizado do vocabulário médico pode serauxiliado pela habilidade no emprego das raízes e afixos gregos e latinos.

Nosso vocabulário médico atual tem uma história de mais de 2.000

anos e reflete as influências de vários idiomas. Os primeiros escritos deanatomia e medicina foram quase que totalmente redigidos em latim e,como conseqÜência, a maioria das raízes dos termos anatômicos derivadessa língua clássica. Os termos latinos são comumente traduzidos parao vernáculo do profissional que os emprega. ConseqÜentemente, o la­tim hepar torna-se tiver em inglês,foie em francês, higado em espanhole leber em alemão."

Embora a terminologia anatômica procure ser o mais uniformepossível, uma disparidade nos termos tem-se originado entre os diver­os campos da pesquisa e entre os diferentes países. Em 1895, um grupo

composto principalmente de anatomistas germânicos sugeriu uma nova

. do T.: Fígad(, em português.

relação de termos, dos quais muitos estão em uso pelo mundo. Tal rela­ção, conhecida como Basle Nomina Anatomica (BNA), não foi aceitainternacionalmente, porém determinou a base para a presente NominaAnatomica (NA), que foi aprovada pelo Congresso Internacional de Ana­tomistas em Paris, em 1955. Dos 5.640 termos padronizados, mais de 80%foram mantidos da BNA. A revisão mais recente da Nomina Anatomica

é a quinta edição, publicada pela Editora Williams & Wilkins em 1983.Os preceitos de nomenclatura a serem seguidos, expressos na

Nomina Anatomica, são para não se fazerem alterações por motivospuramente pedantes ou etimológicos; manter termos curtos e simples;dar nomes similares a estruturas intimamente relacionadas; evitar o usode epônimos; empregar termos com algum·valor informativo ou descri­tivo; utilizar adjetivos diferenciais e opostos (por exemplo: superficiale profundo); adotar termos simples como regra geral e permitir alterna­tivas somente como exceções; resistir a nominar estruturas insignifican­tes, mesmo que descobertas ou descritas, e usar o latim para todos ostermos. Os anatomistas, reunidos em comissões, têm dedicado tempo ereflexão consideráveis, objetivando o aperfeiçoamento da terminologiaanatômica. O Comitê Internacional sobre a Nomenclatura Anatômica

Veterinária, indicado pela Associação Mundial de Anatomistas Veteri­nários, publicou a Nomina Anatomica Veterinaria dos animais domés­ticos em 1968. Essa Nomina foi revisada em sua terceira edição, de 1983,e serve como base para a nomenclatura utilizada neste livro.

TERMOS DE DIREÇÃO

A compreensão dos planos, posições e direções relativas ao cor­po do animal ou de suas regiões é necessária, a fim de atender aos pro­cedimentos das dissecções (Fig. I).

PLANO:é uma superfície, real ou imaginária, ao longo da qual doipontos quaisquer podem ser conectados por uma linha reta.

Plano mediano: divide longitudinalmente a cabeça, o corpo ouos membros em metades iguais, direita e esquerda.

Plano sagital: passa através da cabeça, do corpo ou dos membroJ.paralelamente ao plano mediano.

Plano transversal: corta transversalmente a cabeça, o corpo ou omembros em um ângulo reto ao longo do seu eixo maior, ou transver­salmente, através do eixo maior de um órgão ou de uma região anatô­nuca.

Plano dorsal: passa em ângulos retos aos planos mediano e trans­versal e, conseqÜentemente, divide o corpo, ou a cabeça, em porçõe"dorsal e ventral.

DORSAL:na direção ou relativamente próximo ao dorso e àsperfícies correspondentes da cabeça, do pescoço e da cauda; quantomembros, esse termo está indicado para a face superior do carpo. mer ••

carpo, tarso, metatarso e dedos (lado oposto ao dos coxins).VENTRAL:na direção de ou relati vamente próximo ao ventre

dome) e às superfícies correspondentes da cabeça, do pescoço. do tóra'te da cauda. Esse termo nunca deve ser empregado para os membros_

MEDlAL:na direção do ou relativamente próximo ao plano m...."<';~.no.

LATERAL:estrutura distante ou relativamente afastada do ,ç

mediano.

CRANIAL:na direção da ou relativamente próximo à cabe'-.membros, usa-se esse termo como proximal para o cafTV' eQuando se refere à cabeça. o termo é substituído Dor ro·

Plano mediano

2

Plano dorsal

INTRODUÇÃO

ca!Jdal -:>

Plano transversal ----.J

Fig. 1 Termos de direção.

ROSTRAL:na direção do ou relativamente próximo ao nariz; usa­do somente para a cabeça.

CAUDAL:na direção da ou relativamente próximo à cauda; nosmembros, aplica-se distal para o carpo e o tarso. O mesmo termo tam­bém é usado com relação à cabeça ..

Os adjetivos para os termos de direção podem ser modificados eutilizados como advérbios de modo, substituindo-se a terminação -al­pela terminação -mente-, como em dorsalmente ..

Certos termos, cujos significados são mais restritos, são empre­gados para a descrição de órgãos ou dos apêndices locomotores.

INTERNo:intimamente relacionado com, ou na direção do centrode um órgão, da cavidade corpórea ou de uma estrutura anatômica.

EXTERNO:afastado do centro de um órgão ou de uma estrutura.SUPERHOAL:relativamente próximo à superfície do corpo ou à

superfície de um órgão maciço (parenquirnatoso).PROFUNDO:relativamente próximo ao centro do corpo ou ao cen­

tro de um órgão maciço.PROXIMAL:relativamente próximo à raiz ou origem principal; uti­

lizado para a extremidade fixa dos membros e cauda unidos ao corpo.DISTAL:afastado da raiz ou origem principal; nos membros e cau­

da, usa-se para a extremidade livre.RADIAL:sobre o lado do antebraço em que o rádio está localiza­

do, logo medialmente nesta região.ULNAR:sobre o lado do antebraço em que a ulna está localizada,

logo lateralmente nesta região.TIBIALEFIBULAR:correspondendo aos lados da perna, o lado tibial

sendo medial e o fibular, lateral.No cão e nas espécies similares, a pata é a região dos membros,

torácico ou pélvico, distal ao rádio e à ulna ou à tíbia e à fi.bula, respec­tivamente. A mão e o pé no homem são homólogos às extremidadesdistais dos membros torácico e pélvico do cão, respectivamente.

PALMAR:face da mão em que os coxins estão localizados - a faceque entra em contato com o solo quando o animal encontra-se com osquatro membros em estação.

PLANTAR:a face do pé em que os coxins estão localizados, ou seja,face que entra em contato com o solo quando o animal encontra-se comos quatro membros em estação. A face oposta para mãos e pés é conhe­cida como. face dorsal.

EDm: a linha central do corpo ou de qualquer de suas .regiões.Ax!AL,ABAXIAL:do eixo, pertencente ou relativo ao eixo. Quando

se referir aos dedos, o eixo funcional dos membros deve passar entre oterceiro e o quarto dedos. A face axial de cada dedo volta-se para o eixo,enquanto a face abaxial afasta-se dele.

Os termos a seguir são aplicados a vários movimentos básicosexecutados por partes do corpo.

FLEXÃo:o movimento,de tim osso com relação a outro, de tal modoque o ângulo formado por sua articulação é reduzido. O membro estáretraído ou dobrado, e o dorso e os dedos encontram-se curvados dor­salmente.

EXTENSÃO:o movimento de um osso sobre outro, de maneira queo ângulo formado por sua articulação aumenta. O membro se alonga ouestende, e os dedos e o dorso estão alongados. A extensão além de 1800

é denominada hiperextensão.ABDUÇÃO:o movimenfo de uma porção do corpo afastando-se do

plano mediano.ADuçÃo: o movimento em direção ao plano mediano.C1RcuNDuçÃo:o movimento de uma porção do corpo ao descre­

ver a superfície de um cone (por exemplo: o braço estendido desenhan­do um círculo).

ROTAÇÃO:o movimento de uma porção ao redor do seu eixo lon­gitudinal (por exemplo: a ação do rádio no antebraço humano ao se usaruma chave de fenda). A direção de rotação de um membro ou do seg­mento de um membro sobre seu eixo longitudinal é designada pela di­reção do movimento de sua face cranial ou dorsal (por exemplo: na ro­tação medial do braço, a crista do tubérculo maior do úmero gira me­dialmente).

SUPINAÇÃO:rotação lateral de um apêndice, de maneira que asfaces palmar ou plantar das mãos e pés voltam-se em sentido medial oudorsal.

INTRODUÇÃO

Fig. 2 Esqueleto do cão adulto.

PRONAÇÃO: rotação medial de um apêndice da posição supina, demodo que as faces palmar ou plantar fiquem voltadas ventralmente.

Nas radiografias, a incidência é descrita com relação à direçãode penetração pelos raios X: desde o ponto de entrada até o ponto desaída de uma parte do corpo. Incidências oblíquas são descritas com umacombinação de termos (exemplo: uma incidência do carpo com o tubode raios X perpendicular à face dorsal e o filme na face palmar será umaincidência dorsopalmar. Se o tubo de raios X for posicionado na dire­ção da face dorsomedial do carpo e o filme, na face palmolateral, a in­cidência será oblíqua dorsomediopalmolateral).

DISSECÇÃO

O cão, quando indicado como uma espécie para dissecção, deveser preparado de modo humanitário. É anestesiado com pentobarbitalpor punção da veia cefálica, seguindo-se a exsangüinação por meio decânula introduzida na artéria carótida comum. Tal método permite a ação

de bombeamento do coração, com a finalidade de esvaziamento dosvasos sanguíneos, antes da injeção com o líquido conservador, consis­tindo em 8% de formalina e 2% de fenol em solução aquosa. O líquié então injetado sob cinco libras de pressão, por um período de aproxi­madamente 30 minutos. Após esse procedimento, as artérias são injerz­das utilizando-se uma seringa de 50 ml com látex vermelho, també~pela artéria carótida comum. O animal preparado representa um in\'e;;­timento considerável de material e trabalho e, por isso, deve ser man::­seado com cuidado, pois facilitará a dissecção e o estudo durante todoperíodo letivo. Uma gaze com 2% de fenoxietanol, 1% de fenol outro agente antifúngico e um envoltório plástico são indicados para ume­decer e envolver as extremidades distais dos membros e a cabeça, e cob;:_todo o cadáver entre os períodos de dissecção. A refrigeração é de gra.;;.­de auxílio para o armazenamento, porém não é essencial.

Há certas condutas e procedimentos que geralmente são reconhe­cidos como favoráveis ao aprendizado da anatomia. O propósito da cEs­secção é o entendimento bem definido das estruturas normais do cof?Ce uma apreciação da variação individual.

MILLER

GUIA PARA,.""

A DISSECÇAO'. ,.""

DOCAO-

TERCEIRA EDIÇAO

EVANS & de LAHUNTA••

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBROTORÁCICO

Inicialmente, faça uma incisão da linha médio-ventral, no níveldo membro torácico, até o lado medial da articulação do cotovelo direi­to. Faça uma incisão circular na pele na junta do cotovelo. Faça inci­sões na pele das linhas médio-ventral a médio-dorsal, no nível do umbi­go e na parte cranial do pescoço. Rebata a pele para o plano médio-dor­sal, deixando os músculos cutâneos e a fáscia superficial no cão.

Na dissecção seguinte de nervos e vasos, as artérias podem serreconhecidas pelo látex vermelho que foi injetado no sistema arterial. Asveias, às vezes, conterão coágulos sangüíneos, de coloração escura.

VASOS E NERVOS DO PESCOÇO

No cão, existem oito pares de nervos espinhais cervicais. O pri­meiro nervo cervical passa pelo forame lateral do atlas. Os nervos res­tantes passam através dos forames intervertebrais que se sucedem. Ooitavo nervo cervical emerge do forame intervertebral que fica entre aétima vértebra cervical e a primeira torácica. Imediatamente após dei­

xarem os forames, os nervos se dividem em ramos ventrais grandes eramos dorsais pequenos. Os ramos dorsais inervam estruturas dorsaisàs vértebras (ver Fig. 93) e não serão dissecados. Ao dissecar nervos, éútil separar, delicadamente, os tecidos mediante a inserção de uma te-oura e sua abertura posterior, para afastar os tecidos. Faixas fasciais de

tecido conjuntivo se romperão, mas os nervos em geral resistem. Outrométodo para expor nervos consiste em raspar os tecidos moles, seguin­do o caminho mais provável sobre a superfície de um músculo ou entremúsculos, com uma pinça de ponta fina. Logo que algum nervo sejavisível, siga-o em ambas as direções.

Palpe a asa do atlas e disseque a fáscia próxima à sua borda cau­doventral, para descobrir o ramo ventral do segundo nervo cervical (Fig.

9), que se encontra ao lado ou profundamente, com relação à bordaaudoventral do platisma, que é dorsal à veiajugular externa. Separe a

fáscia que encobre o nervo até encontrá-lo. Ele emerge entre os múscu­los cleidomastóideo e omotransverso. O ramo ventral do segundo ner­\'0 cervical divide-se em dois ramos cutâneos: (1) O grande nervo au­ricular estende-se em direção à orelha. Ele se ramifica e inerva a peledo pescoço, da orelha e atrás da cabeça com ramos sensoriais. Rastreieo nervo até o ponto permitido pelas reflexões musculares e cutâneaspresentes. (2) O nervo cervical transverso ramifica-se na pele da parteranioventral do pescoço, e não precisa ser dissecado.

A veia jugular externa (Fig. 90), bilateralmente no pescoço, éformada pelas veias linguofacial e maxilar. O corpo ovóide que se en­contra na bifurcação formada por aquelas veias é a glândula salivarmandibular (ver Fig. 13). Os linfonodos mandibulares (ver Fig. 13)encontram-se em ambos os lados da veia linguofacial, ventralmente àglândula salivar mandibular.

Aplique uma ligadura e seccione transversalmente a veia jugu­lar externa aproximadamente em sua metade, rebatendo cada extremi­dade. Em algumas espécies, as veias omobraquial e cefálica (Fig. 90)podem ser observadas entrando na veia jugular, após cruzarem o om­bro. Elas podem ser seccionadas e rebatidas. Livre o músculo ester­::locefálico e seccione-o a 3 cm de sua origem. Rebata o músculo cra­niodorsalmente, até um ponto cranial ao local onde o segundo nervo cer­ical o cruza. Seccione o braquiocefálico transversalmente, 1cm cranial-

mente à interseção clavicular. Rebata-o em direção a suas inserçõescervical e mastóidea.

Os linfonodos cervicais superficiais encontram-se em uma pe­quena área de tecido, cranial ao ombro. Eles se localizam profundamenteàs partes cervicais dos músculos braquiocefálico e omotransverso, erecebem drenagem linfática da área cutânea da cabeça, do pescoço e domembro torácico.

O nervo acessório ou 11." nervo craniano (Fig. 90) é um nervogrande, encontrado profundamente às partes craniais do músculo ester­nocefálico. À medida que ele emerge do cleidomastóideo, cruza o se­gundo nervo cervical, corre ao longo da borda dorsal do orno transversoe termina na parte torácica do trapézio. Disseque o espaço entre o trapé­zio e o cleidocervical e identifique esse nervo passando caudalmente aotrapézio. O nervo acessório é o único nervo motor do trapézio. Alémdisso, ele inerva, em parte, o orno transverso e as porções mastóidea ecervical çlo braquiocefálico e do estemocefálico.

Libere a borda ventral do omotransverso e a levante. Procure pelosramos ventrais dos terceiro, quarto e quinto nervos cervicais (Fig. 89),que estão distribuídos de maneira segmentar para os músculos e a peledo pescoço. O terceiro e o quarto nervos, após emergirem dos foramesintervertebrais, passam através da fáscia profunda e do omotransverso.Pode ser difícil identificar cada nervo cervical, e não é necessário fazê-lo.

Seccione o estemoióideo e esternotireóideo, que estão fundidos,a uns 2 cm de sua origem, e rebata-os até as suas inserções. Partes datraquéia, da laringe, da glândula tireóide, do esôfago e da bainha dacarótida estão expostas. Identifique essas estruturas em seu espécime.Note a artéria carótida comum dorsal ao estemotireóideo. Colado ao seu

lado medial, está o tronco do nervo vagossimpático. O linfonodo re­trofaríngeo medial (ver Fig. 13) encontra-se no lado oposto à laringe,ventrolateralmente à bainha da carótida.

TÓRAX

Vasos superficiais e nervosda parede torácica

Antes de dissecar as veias e nervos torácicos, estude as Figs. 91e 94, que mostram o padrão de distribuição dessas estruturas. Note quea artéria e o nervo de cada espaço intercostal dividem-se em ramos dor­sais e ventrais. Os ramos dorsais entram nos músculos epaxiais. Os ra­mos ventrais descem os espaços intercostais, junto à borda caudal de cadacostela. Os ramos arteriais dorsais e ventrais derivam das artérias inter­costais dorsais. As três primeiras artérias intercostais vêm de um ramodo tronco costocervical, e as nove restantes vêm da aorta. As attérias eveias intercostais dorsais têm ramos cutâneos laterais que perfuram osmúsculos intercostais e adjacentes para irrigar estruturas cutâneas, in­cluindo as glândulas mamárias torácicas. As artérias e veias intercos­tais dorsal passam ventralmente, onde se anastomosam com os ramose/ou tributárias intercostais ventrais da artéria e das veias torácicas in­

ternas, respectivamente. Na superfície ventral de cada espaço intercos­tal, ramos perfurantes dos vasos torácicos internos emergem e supremestruturas cutâneas e as glândulas mamárias torácicas.

68 PESCOÇO, TÓRAX E :MEMBRO TORÁCICO

(I

- - Esternocefálico

- - -Cleidomastóideo

IITronco

vagossimpáticoIIOmotransversal

Fig. 89 Ramos ventrais dos nervos espinhais cervicais que emergem da musculatura cervical.

Os ramos nervosos dorsais e ventrais derivam de cada nervo es­

pinhal, à medida que ele emerge do forame intervertebral. Os ramosventrais dos primeiros 12 nervos torácicos são nervos intercostais e têmramos cutâneos laterais e ventrais e ramos mediais. Estes é que vãomajoritariamente para os músculos.

Fileiras de ramos cutâneos laterais e dorsais dos nervos intercos­

tais, das artérias e veias emergem a intervalos regulares entre as costelase suprem o músculo cutâneo, o tecido subcutâneo e a pele. Os nervos dolado dorsal vêm dos ramos dorsais dos nervos torácicos. Uma fileira de

ramos cutâneos ventrais emerge pela origem do músculo peitoral profun­do, após penetrar as suas terminações ventrais nos espaços intercostais.Esses vasos são ramos perfurantes da artéria 'e da veia torácicas internas.Os nervos são ramos terminais dos nervos intercostais. Embora eles emer­

jam em intervalos regulares, nem todos serão vistos na dissecção.A mama torácica cranial é suprida pelos quarto, quinto e sexto

vasos cutâneos ventrais e laterais respectivos e nervos, bem como porramos dos vasos torácicos laterais. Os últimos são vasos suplementa­res, que serão dissecados mais tarde.

A mama torácica caudal é suprida de maneira semelhante àanterior, pelos sétimo e sexto nervos e vasos cutâneos torácicos. Alémdisso, ramos mamários dos vasos epigástricos superficiais craniais su­prem essa mama.

A axila é o espaço localizado entre o membro torácico e a paredetorácica. Suas delimitações ventrais são os músculos peitorais, e dor­salmente seu limite é a inserção do serrátil ventral na escápula. Cranial-

mente, estende-se abaixo dos músculos que vão do braço ao pescoçoCaudal mente, uma extensão semelhante é encontrada abaixo dos múculos grande dorsal e cutâneo do tronco.

A artéria, a veia e os nervos torácicos laterais emergem dEaxila, entre o grande dorsal e os músculos peitorais profundos. O nen',é motor para o cutâneo do tronco e pode ser encontrado em sua bordEventral. Consiste em fibras dos ramos ventrais do oitavo nervo cerviez

e do primeiro nervo torácico espinhal. Os vasos suprem o músculo. E

pele e os tecidos subcutâneos, incluindo a mama torácica crania!. Even­tualmente, se esses vasos e nervos não forem prontamente identific.a­dos em sua dissecção, você poderá encontrá-Ios mais tarde, quando 05'vasos auxiliares e o plexo braquial estiverem dissecados.

Seccione os músculos peitorais próximos ao estemo. Rebata-05'em direção ao membro torácico para expor a axila.

O linfonodo axilar encontra-se dorsalmente ao músculo peitcrral profundo e caudalmente à grande veia axilar, que vem do braço ..~~maioria dos vasos linfáticos da parede torácica e de estruturas prodas do membro drena para este nodo.

Cão vivo

Palpe as estruturas no pescoço, ventrais às vértebras cervicais ....•laringe e a traquéia são prontamente palpáveis. O esôfago é geralmen~muito mole para ser sentido, mas deve estar à esquerda da traquéia, c::região médio-caudal cervical. Tente palpar o pulso na artéria carótie

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÃCICO 69

N. grande auricular (cervical li)

- - N. radial, ramo superficial

N. cervicalI transversoIIV. jugular externa

- - - - - V. omobraquial

- - - - V. axilobraquial

- - - - - V. cefálica

- -- M. cleidobraql.!ial

N. acessório

A. e v. antebraquiais craniais superfiçiais

V. mediana cubital

- - -. N. cutâneo braquiallateralcranial (Axilar) - --

- - - V. cefálica

A. e v. cervicais superficiaisI

II

N. cervical, ramo cutâneo medial

N. antebraquial cutâneocaudal (Vlnar)

N. intercostal 111, ­ramo cutâneo

ventral

M. tríceps(cabeça lateral)

A. e v. circunflexasumerais caudais

N. torâcico li,ramo cutâneo lateral

N. intercostobraquial - ~ ..,

V. e a. subescapular,ramos cutâneos

V. e a. torác;cas internas,111ramo cutâneo ventral

A. e v. cervicais profundas, ­ramos cutâneos

Fig. 90 Estruturas superficiais da escápula e do braço, face lateral.

Ela costuma seguir juntamente ao lado dorsolateral da traquéia, mas estámuito profunda para permitir que se sinta um puIso regularmente. Cranial­mente, sinta a glândula salivar mandibular firme e ovalada e os linfono­dos mandibulares menores e mais soltos. Os últimos podem ser sentidossubcutaneamente, no ângulo da mandíbula. Caudalmente, no pescoço,sinta os linfonodos cervicais superficiais, craniais ao ombro e profundosaos músculos omotransverso e braquiocefálico. Estenda o pescoço e com­prima os vasos que entram no tórax, pelo acesso torácico, tentandodistender a veiajugular externa, para deixá-Ia visível. Isso é mais difícilde se observar em raças com pêlos longos, sem remover antes os pêlos.

Vasos e nervos profundos daparede torácica

Exponha as origens lombares e costais do oblíquo abdominalexterno e desprenda-as. Rebata o músculo ventralmente ao reto abdo-

mina!. Rebata a mama, se for necessário. Libere a fixação torácica doreto abdominal, perto do esterno, e a primeira cartilagem costa!. Rebatao reto abdominal caudalmente, notando e cortando quaisquer nervos ouvasos que entrem na face profunda do músculo, no nível de qualquerum dos espaços intercostais.

A artéria epigástrica cranial é um ramo terminal da artéria to­rácica interna, que emerge do tórax no ângulo entre o arco costal e oesterno. Ela passa caudal mente na face profunda do reto abdominal. Aartéria epigástrica cranial dá origem à artéria epigástrica cranial su­perficial (ver Fig. 125), que perfura o músculo reto e corre caudalmen­te sobre a sua superfície. Essa artéria supre a pele acima do reto abdo­minal e da mama abdominal crania!. Os vasos epigástricos craniais con­tinuam na superfície profunda do reto abdomina!. A maioria de seus ra­mos termina nesse músculo.

Faça incisões sagitais completas pela parede torácica, a I cm doplano mediano ventral de cada lado. Essas incisões devem estender-se

70 PESCOÇO, TÓRAX E lVIEMBRO TORÃCICO

Ramo cutâneo lateral

Ramo cutâneo lateral -

Intercostal interno --

- - - Aorta

A.intercostaldorsal

Fig. 91 Transecção esquemática da parede torácica para mostrar a distribuição de uma artéria intercostal.

//

Aorta

Ramos intercostais ventrais

A. intercostal

Ramo cutâneo lateral

A. torácica interna

//."

/

//

/

: r Ramo cutâneo lateral

~ / Intercostal interna

Ramos dorsais

Vértebra torácica VII

Intercostalinterna

Intercostal externa

Fig. 92 Artérias intercostais vistas no interior da caixa torácica.

PESCOÇO, TÓRAX E :MEMBRO TORÂCICO 71

II

Ramo comunicante

para o troncosimpático

Ramo cutâneo ventral

Ramo ventral - I;

N. intercostal --

Intercostal interno

Ramodorsal

Ramo lateral ,

Ramo cutâneolateral

Ramo cutâneo lateral --

Fig. 93 Esquema de um nervo espinhal torácico.

N. torácico, ramo cutâneo,e ramos cutâneos laterais

das a. e v. intercostais Tronco cutâneo

A e v. epigástricas craniaissuperficiais

N. intercostal,ramo cutâneo lateral

Ramos perfurantes da artéria e da veia torácicas,e n. intercostal, ramo cutâneo ventral

IIII1

A, v. e n. torácicos laterais

- - A e v. subescapulares,ramos cutâneos

N. intercostobraquial,h_ 2' n. intercostal,

ramo cutâneo lateral

Fig. 94 Vasos e nervos superficiais do tórax, face lateral direita.

72 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

2' vértebra torácica

Es6fago

A. subclávia esquerda

Tronco braquiocefálico

Cavidade pleural

Timo

3' esternebra

M. longo do pescoço

Traquéia

Veia cava cranial

Pulmão direito, lobo cranial

Pleura pulmonar

Pleura parietal costal

Pleura parielal mediastínica

Mediastino cranial

Fig. 95 Secção transversal esquemática do tórax através do mediastino cranial, face caudal.

Aorta

Mediastino dorsal

Lobo caudal

Ligamento pulmonar esquerdo

Mediastino médio

Lobo cranial do pulmão esquerdo, parte caudal

Pleura pulmonar

Pericárdio seroso parietal

Pericárdio fibroso

Pleura pericárdica mediastínica

Cavidade pericárdica

Pericárdio visceral seroso (epicárdio)

Esterno, 5"segmento

6' vértebra torácica

V. ázigos

Esôfago

Lobo caudal

Lobo acessório

Veia cava caudal

Prega da veia cava

Pleura pulmonar

Pulmão direito, lobo médio

Pleura parietal costal

Fig. 96 Secção transversal esquemática do tórax através do coração, face caudal.

PESCOÇO, TÓRAX E JYIEMBRO TORÂCICO 73

Brônquios

Superfície diafragmática __ ~. 1

Lobo caudal __ J

IIII1

L __

Parte cranial dolobo cranial

Parte caudal dolobo cranial

L __

A. pulmonar

Vv. pulmonares

r-I,

S A

r- ­I

I I, I,o alR

Sulco aórtico - - lIII

Ligamento pulmonar __ ,

R G E 'M

m

Fig. 97 Pulmão esquerdo, face media!.

- Baço

- - Diafragma

+.- - 13' costela

- - - - Estômago

Pulmão, lobo caudal

, Lobo acessório do pulmão direito

Coração

Pulmão, parte caudal do lobo cranial

6' costela-

Pulmão, parte cranialdo lobo cranial

Tronco costocervical _

. Fig. 98 Vísceras torácicas no interior da caixa torácica, face lateral esquerda.

a partir do acesso torácico, através da oitava cartilagem costa!. O mús­culo transverso torácico se encontra na superfície interna do esterno edas cartilagens costais. Conecte as terminações caudais das incisões to­rácicas sagitais direita e esquerda e libere o estemo, exceto na prega largae fina do mediastino, que é agora a única junção.

Na metade direita do tórax, limpe e seccione a origem do grandedorsal e rebata-a em direção ao membro torácico. Localize e seccione aporção caudal de origem do serrátil ventral, expondo as costelas. Co­meçando no arco costal e utilizando cortadores de osso, corte as coste­las próximo de suas articulações vertebrais com o tórax, sem danificaro tronco simpático. Rebata a parede torácica sem removê-Ia. À medidaque isso é feito, corte as junções do oblíquo abdominal interno do trans-

verso abdominal e do diafragma com as costelas, junto ao arco costa!.Rebata a parede torácica esquerda de maneira semelhante.

Na superfície interna da parede torácica, note os vasos e ner­vos intercostais, correndo junto à borda caudal das coste!as. Ventral­mente, os vasos se bifurcam e anastomosam com os ramos intercos­tais da artéria torácica interna, o mesmo ocorrendo com a veia cor­respondente. Os nervos intercostais suprem a musculatura intercos­tal. Seus ramos sensoriais foram considerados como ramos cutâneoslateral e ventral.

A pleura (Figs. 95, 96) é uma membrana serosa que cobre ospulmões e delineia as paredes do tórax. As pleuras formam sacos direi­to e esquerdo, que alojam as cavidades pleurais.

74 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

_ A. vertebral

~ ~ Pulmão, lobo craníal

--Impressão cardíaca

III

6ª costela

IIIPulmão, lobo médio

Pulmão, lobo caudal

II

Fígado' IDiafragma

IEstômago'

Fig. 99 Vísceras torácicas no interior da caixa torácica, face lateral direita.

A pleura pulmonar reveste as superfícies dos pulmões, seguin­do todas as suas pequenas irregularidades, bem como as fissuras quedividem os dois lobos.

A pleura parietal é ligada à parede torácica pela fáscia endoto­rácica e pode ser dividida em partes costal, diafragmática e mediastíni­ca. Cada uma dessas partes é denominada de acordo com a região ousuperfície que cobre. Todas são contínuas entre si. A pleura costal co­bre as superfícies internas das costelas e dos músculos intercostais. Aspleuras mediastínicas revestem os lados da divisão entre as duas cavi­dades pleurais. O mediastino inclui as duas pleuras mediastínicas e oespaço entre elas. Localizados no mediastino estão o timo, os linfono­dos mediastínicos, o coração, a aorta, a traquéia, o esôfago, os nervosvagos e outros nervos e vasos. A pleura mediastínica pericárdica é aporção que cobre o pericárdio e o coração.

O mediastino pode ser dividido em uma parte cranial, encontra­da cranialmente ao coração; uma parte média, que contém o coração; euma parte caudal, encontrada caudalmente ao coração. O mediastinocaudal é estreito. Ele se liga ao diafragma à esquerda do plano mediano.Cranialmente, é contínuo com o mediastino médio.

Note a passagem do esôfago pelo mediastino e pelo hiato esofá­gico do diafragma. No hiato esofágico, uma camada delgada de pleurae de tecido conjuntivo prende o esôfago ao músculo do diafragma.

A prega de veia cava é uma dobra frouxa de pleura derivada daporção mediastínica direita do saco pleural que circunda a veia caudal.A raiz do pulmão é composta pela pleural e pelos brônquios, vasos e ner­vos que entram ou saem do pulmão. Aqui, a pleura mediastínica parietalé contínua com a pleura pulmonar. Caudalmente ao hilo, essa conexãoforma uma borda livre, conhecida como ligamento pulmonar (Figs. 96,97), localizado entre o lobo caudal do pulmão e o mediastino, no níveldo esôfago. Observe esse ligamento. Em cirurgia torácica, o ligamentotem que ser seccionado, para rebater o lobo caudal do pulmão.

O timo (Figs. 98, 99, 105) é uma estrutura bilobar e compacta,situada no mediastino cranial. É maior no cão jovem e, geralmente, seatrofia com a idade, até que restem apenas traços de sua estrutura. Quan­do no pico máximo do seu desenvolvimento, a parte caudal do timo émoldada na superfície cranial do pericárdio.

A artéria torácica interna (Figs. 100-105) deixa a artéria sub­clávia, corre ventrocaudalmente no mediastino cranial e perde indivi­dualidade anatômica junto à borda crania! do músculo transverso torá­cico. Ela emite muitos ramos para estruturas adjacentes, tais como onervo frênico, o timo, a pleura mediastínica e os espaços intercostais.Têm sido observados ramos perfurantes para as estruturas superficiaisdo terço ventral do tórax. Anastomoses com as artérias intercostais, no

lado medial da parede torácica, foram vistas. Próximo à inserção do arcocostal com o estemo, a artéria torácica interna termina nas artérias mus­culofrênica e epigástrica cranial maior. A última foi dissecada juntamentecom o seu ramo epigástrico cranial superficial. A artéria musculofrê·nica corre dorsolateralmente, no ângulo formado entre o diafragma eparede torácica lateral. Disseque a sua origem. Corte o mediastinorebata o esterno cranialmente.

Os pulmões

O pulmão esquerdo (Figs. 97-99) é dividido em lobos cranialcaudal, por fissuras profundas. O lobo cranial é ainda subdividido elLpartes cranial e caudal. O pulmão direito (Figs. 98 e 99) é dividido elLlobos cranial, médio, caudal e acessório. Uma parte do lobo acessó­rio pode ser vista tanto através do medias tino caudal como junto à pre­ga da veia cava caudal, onde se encontra no espaço entre estas duas ec­truturas.

Examine a impressão cardíaca do pulmão direito, no quarto ~no quinto espaços intercostais. O ápice da impressão é contínuo com _fissura entre os lobos pulmonares cranial e médio. Uma área maiorconvexidade ventral do coração é exposta no lado direito. O ventrículdireito ocupa essa área do coração e é acessível à perfuração cardíanesse lado.

Remova os pulmões seccionando todas as estruturas que pene­tram o hilo. No lado direito, isso envolverá o desligamento do lobo aces­sível sobre a veia cava caudal. Faça a secção longe o suficiente do COr2.­

ção, para que os nervos que cruzam o coração não sejam cortados, fi;faça-a também perto o suficiente para que os lobos pulmonares não <:.~­

jam removidos individualmente.Examine as estruturas que se inserem nos pulmões. A traqué:­

bifurca-se em brônquios principais direito e esquerdo. A carina é :.partição entre eles, na sua origem da traquéia. Cada brônquio princidivide-se em brônquios lobares que suprem os lobos do pulmão. Enc'H'tre-os nos pulmões que foram removidos. Eles podem ser identificalpelos anéis cartilaginosos em suas paredes. Observe que, geralmen;:ohá uma única veia pulmonar de cada lobo, que drena diretamente no áIr..esquerdo do coração. (As veias pulmonares contêm látex vermelho poc­que a peça foi preparada injetando-se látex na artéria carótida. Mo";o-'do-se numa direção retrógrada, o látex numa volta completa preenca aorta, o ventrículo esquerdo, o átrio esquerdo e as veias pulmon=Normalmente, não há látex nas artérias pulmonares, porque o látex~­cruza os leitos capilares. Ocasionalmente, a pressão da injeção po

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO75

A. tireóidea caudaldireita

N. frênico

Primeira a. intercostal

A. vertebral

Tronco costocetvical

A. cetvical profundaI

I{

I

Tronco braquiocefáfico

I A. escapular dorsalII A. vertebral torácicar---,-I I

- A. subclávia direita

Ramo broncoesofágicoJ

IIIIiI

I

torácica interna

Ramo dorsal

'Diafragma

Esôfago "

Fig. 100 Artérias do tórax, face lateral direita.

76 PESCOÇO, TóRAX E MEMBRO TORÃCICO

Ramo dorsal

intercostal

I Ramo broncoesofágico esquerd:JI

IDiafragma

Veia cavacaudal

III

I

A. frênica

Ramo espinhal,,

I

A

Carótida comum

esquerda

A. tireóidea caudal "esquerda

Primeira a. intercostal

. Fig. 10 I Artérias do tórax, face lateral esquerda.

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO 77

V. jugular externa direita

A. subclávia direita

V. cervical superficial

V. cefálica

V. jugular interna

Tronco braquiocefálico

V. subclávia

V. tireóidea caudal

V. braquiocefálica direitaV. torácica interna

Tronco costocervicalvertebral direito

Veia cava cranial

Vv. hepáticas

Veia cava caudal

Aa. carótidas comuns direita e esquerda

Tronco costocervlcal

I D A. cervical superficial

A. axilar

A. vertebral

A. torácica interna

Ducto torácico

V. subclávia

V. braquiocefálica esquerda

A. subclávia esquerda

Tronco costocervicalvertebral esquerdo

Arco aórtico

Ligamento arterioso

Tronco pulmonar

Aorta torácica

Fig. 102Coração e grandes vasos, face ventral.

romper o septo interatrial, ou interventricular, do coração, inundandoas câmaras direitas com o látex e, portanto, enchendo as artérias, bemcomo as veias, pulmonares.)

O tronco pulmonar emite uma artéria pulmonar para cada pul­mão. Na raiz do pulmão, a artéria pulmonar esquerda em geral se situacranialmente ao brônquio esquerdo. A artéria pulmonar direita é ventralao brônquio direito. A artéria e os brônquios estão, bilateralmente, numnível mais dorsal que as veias pulmonares. Utilizando uma tesoura, oubisturi, abra alguns dos brônquios principais para observar o lúmen.

Observe os Iinfonodos traqueobrônquieos localizados na bifur­cação da traquéia e também externamente aos brônquios.

Determine que estruturas formam os vários sulcos e impressões,recolocando os pulmões no tórax. Observe a longa impressão aórticano pulmão esquerdo. As impressões mais acentuadas no pulmão direitoestão no lobo acessório. Este lobo está interposto entre a veia caudal, deum lado, e o esôfago, de outro, e ambos deixam impressões nele. Ob­serve as impressões vasculares nos lobos craniais dos pulmões, e asimpressões costais em cada pulmão.

Veias craniais ao coraçãoCuidadosamente, exponha as grandes veias craniais ao coração.

Rebata o esterno para um dos lados para facilitar a exposição.

A veia cava eranial (Figs. 100-102) drena para o átrio direito apóssua formação pela união das veias braquiocefálicas direita e esquerda,na entrada torácica. A veia braquioeefáliea é formada, de cada lado,pelas veias jugular externa e subclávia. Algumas vezes, o último ramoa entrar na veia cava cranial é a veia ázigos (Fig. 100), que pode pene­trar diretamente no átrio direito. Ela é vista à direita, no espaço medias­tínico, enrolando-se ventrocranialmente em volta da raiz do pulmãodireito. Origina-se dorsalmente no abdome e coleta todas as veias inter­costais dorsais, de cada lado, até o nível do terceiro ou quarto espaçointercostal.

O dueto torácieo é o canal principal para o retorno de linfa e dosductos e capilares linfáticos para o sistema venoso. Ele começa na re­gião sublombar, entre os pilares do diafragma, como uma continuaçãocranial da cisterna do quilo. A última é uma estrutura dilatada que re­cebe a drenagem linfática das vísceras abdominais e dos membros pél­vicos. O ducto torácico corre cranialmente à borda dorsal direita da aorta

torácica e à borda ventral da veia ázigos, no nível da sexta vértebra to­rácica. (O ducto torácico pode não ser visível.) Ele cruza a superfícieventral da quinta vértebra torácica e corre pelo lado esquerdo da pleuramediastínica média. Ele se continua cranioventralmente, pelo medias­tino cranial, em direção à veia braquiocefálica esquerda, onde costumaterminar (Fig. 102). O ducto torácico também recebe drenagem linfáti-

78 PESCOÇO, TÓRAX E NIEMBRO TORÁCICO

Subclávia direita

Aorta ascendente

Cervical superficial

Axilar

Torácica interna

Subclávia

esquerda

Arco aórtico

Aortadescendente

Fig. 103Ramos do arco aórtico, face ventral.

Intercostal

Escapular dorsal

Tronco costocervical

Carólida comum direita

Subclávia

Cervical

~ superficialAxilar

Tronco braquiocefálico

Fig. 104Ramos do tronco braquiocefálico, face lateral direita.

ca do membro torácico esquerdo e do ducto traqueal esquerdo (no ladoesquerdo do pescoço e da cabeça). A drenagem linfática do membrotorácico direito se faz pelo ducto traqueal direito (no lado direito dacabeça e do pescoço). Ele penetra o sistema venoso nas proximidadesda veia braquiocefálica direita. Costuma haver múltiplas terminaçõeslinfáticas de natureza complicada, que podem incluir dilatações ou anas­tomoses. Todos os canais linfáticos são de difícil visualização, a não serque estejam congestos com linfa rica em gordura, ou com refluxo desangue. Os canais linfáticos quase sempre são duplos.

Procure o dueto torácico. Ele nem sempre é visível, mas pode seridentificado pela cor marrom-avermelhada ou palha de seu conteúdo epelas numerosas constrições, observadas ao acaso em sua parede. Osduetos traqueais podem ser encontrados em cada bainha carotídea, ouparalelos à bainha e ao seu conteúdo.

Artérias craniais ao coraçãoA aorta (Figs. 100-105) é o grande vaso ímpar que emerge

ventrículo esquerdo, medialmente ao tronco pulmonar. Como aoascendente, ela se estende cranialmente, coberta pelo pericárdio. ~­tão, faz uma curva acentuada dorsalmente e para a esquerda comoaórtico; depois, corre caudalmente como aorta descendente, localizz:.­do-se ventralmente às vértebras. A parte cranial ao diafragma é a a~torácica e a parte caudal é a aorta abdominal. Craniais ao coração e~diversos ramos da aorta. Rebata as veias que estão dissecadas cr~ao coração e observe essas artérias.

As artérias coronárias direita e esquerda são ramos da aascendente e irrigam o músculo cardíaco. Elas serão estudadas cor;::coração.

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

Fig. 105 Nervos torácicos autônomos, face lateral esquerda, após remoção do pulmão.

79

1. Artéria e nervo vertebrais2. Ramos comunicantes do gânglio cervicotorácico para ramos ventrais de

nervos cervicais e torácicos

3. Gânglio cervicotorácico esquerdo4. Alça subc1ávia5. Artéria subc1ávia esquerda6. Nervo vago esquerdo7. Nervo recorrente laríngeo esquerdo8. Linfonodo traqueobrônquico esquerdo9. Tronco ganglionar simpático

10. Tronco simpáticoI!. Ramo comunicante12. Aorta13. Ramo dorsal do nervo vago14. Esôfago15. Tronco ventral do nervo vago16. Lobo acessório do pulmão (pelo mediastino caudal)

17. Nervo frênico para o diafragmal7a. Sulco interventricular paraconal18. Tronco pulmonar19. Artéria e veia torácicas internas

20. Tronco braquiocefálico21. Nervos cardíacos autônomos22. Timo23 . Veia cava cranial24. Gânglio cervical médio25. Veia subclávia esquerda26. Tronco costocervical

27. Veia jugular externa28. Tronco vagos simpáticoVD - Ventrículo direitoVE - Ventrículo esquerdo

80 PESCOÇO, TóRAX E MEMBRO TORÁCICO

o tronco braquiocefálico (Figs. 100-105), o primeiro ramo doarco aórtico, passa obliquamente à direita, pela superfície ventral da tra­quéia. Ele origina a artéria carótida comum esquerda e termina comoartéria carótida comum direita e artéria subclávia direita.

A artéria subclávia esquerda (Figs. 10 1-105) origina-se do arcoaórtico, abaixo do nível de origem do tronco braquiocefálico, e passaobliquamente, à esquerda, pela superfície ventral do esMago.

Os ramos das artérias subclávias direita e esquerda são semelhan­tes; será descrita apenas a artéria subclávia direita. Para cada artéria des­crita há uma veia comparável, com uma área de drenagem venosa seme­lhante à distribuição arterial. As terminações das veias,são variáveis e,portanto, não serão dissecadas. Remova-as quando necessário, paraexpor as artérias. A artéria subclávia direita tem quatro ramos quechegam medialmente à primeira costela ou primeiro espaço intercostal.Eles são a artéria vertebral, o tronco costocervical, a artéria cervical su­perficial e a artéria torácica interna. Não corte os nervos ou as artérias.

A artéria vertebral (Figs. 100-105) cruza a superfície medial daprimeira costela e desaparece dorsalmente entre os músculos longo dopescoço e escaleno. Ela passa pelos forames transversos das primeirasseis vértebras cervicais. Ela emite ramos musculares para ambos osmúsculos cervicais e também dá ramos espinhais em cada forame inter­vertebral para a medula espinhal e suas imediações. No nível do atlas,ela termina, entrando no canal vertebral pelo forame vertebral lateral, econtribui para a formação das artérias basilar e espinhal ventral. Estasserão vistas posteriormente, na dissecção do sistema nervoso.

O tronco costocervical (Figs. 100-105) fica distalmente à arté­ria vertebral, cruza o seu lado lateral e se estende dorsalmente até a ter­minação vertebral da primeira costela. Através de seus vários ramos, elesupre as estruturas dos primeiro, segundo e terceiro espaços intercos­tais, os músculos da base do pescoço e os músculos dorsais às primeirasvértebras torácicas. Esses ramos não precisam ser dissecados.

A artéria cervical superficial (Figs. 100-104) procede da sub­clávia, opostamente à origem de artéria torácica interna, medialmente àprimeira costela. Ela emerge da entrada torácica, vascularizando a basedo pescoço e a região escapular adjacente.

A artéria torácica interna já foi estudada.

Ramos da aorta torácica

O número e a origem das artérias brônquicas e esofágicas va­riam. Geralmente, a pequena artéria broncoesofágica deixa a quintaartéria intercostal direita, próximo à sua origem, e cruza a face esquer­da do esMago, que ela irriga. Ela termina pouco depois nas artériasbrônquicas, qUI::vascularizam o pulmão.

Há nove pares de artérias intercostais dorsais que saem da aor­ta (Figs. 91,94). Essas artérias começam como quarta ou quinta artériaintercostal e continuam caudalmente. Há uma artéria em cada um dos

espaços intercostais restantes. Cada artéria localiza-se próximo à bordacaudal das costelas. O tronco costocervical vasculariza os primeiros trêsou quatro espaços intercostais. A artéria costoabdominal dorsal correventrocaudalmente à última costela.

Os nervos frênicos (Figs. 100, 10 1, 105) inervam o diafragma.Encontra cada nervo à medida que ele passa pela entrada torácica. Onervo frênico é formado por ramos ventrais do quinto, do sexto e, geral­mente, do sétimo nervos cervicais. Siga os nervos frênicos até o diafrag­ma. Cada nervo frênico é tanto motor quanto sensorial para a metadecOITespondente do diafragma, exceto na periferia diafragmática. Esta par­te do músculo recebe fibras sensoriais dos nervos intercostais caudais.

INTRODUÇÃO AO SISTEMANERVOSO AUTÔNOMO

O sistema nervoso é altamente organizado, tanto em termos ana­tômicos quanto funcionais. É composto pelo sistema nervoso centrale pelo sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central inclui océrebro e a medula espinhal. O sistema nervoso periférico compreen­de os nervos cranianos, que conectam a base do cérebro (pedúnculocerebral) com estruturas da cabeça e do corpo, e os nervos espinhais,

que conectam a medula espinhal com estruturas do pescoço, do tronco.da cauda e das extremidades livres (apêndices locomotores).

O sistema nervoso periférico pode ainda ser classificado combases anatômica e funcional. Os nervos periféricos contêm axônios queconduzem impulsos para o sistema nervoso central - axônios senso­riais, aferentes - e axônios que conduzem impulsos do sistema ner­voso central para músculos e glândulas - axônios motores, eferentes.A maioria dos nervos periféricos tem ambos os axônios, sensoriais emotores. Quando se fala de um nervo motor, isto é uma indicação dafunção primária da maioria dos neurônios, mas se subentende que neu­rônios sensoriais também estão presentes. Da mesma forma, os chama­dos neurônios sensoriais também contêm motoneurônios. Tal dualida­

de é a base de regulação do tipo retroalimentação ou feedback. Todoos nervos espinhais que você dissecar são conjuntos de processos neu­ronais, pertencentes a ambos os neurônios, sensoriais e motores.

A porção motora do sistema nervoso periférico é classificadade acordo com o tipo de tecido que é inervado. Motoneurônios que su­prem músculos esqueléticos, estriados ou voluntários são os neurôniosomáticos eferentes. Somático refere-se ao corpo, parede corporal oupescoço, tronco e membros, onde os músculos estriados esqueléticoestão localizados. Aqueles neurônios que suprem músculos lisos, invo­luntários, de vísceras'e de vasos sangüíneos, o músculo cardíaco e asglândulas são neurônios viscerais eferentes.

Um neurônio é composto por um corpo celular e seus proces­sos. Comumente, um motoneurônio do sistema nervoso periférico temo seu corpo celular localizado na substância cinzenta da medula espi­nhal (ou pedúnculo cerebral), e seus processos longos, ou axônios, cor­rem pelo nervo espinhal periférico (ou craniano), para terminar no mús­culo inervado. Portanto, há apenas um neurônio cruzando a distânciado sistema nervoso central à estrutura inervada.

O sistema visceral eferente é a parte motora periférica do siste­ma nervoso autônomo. Ele difere anatomicamente dos outros sistemas

motores periféricos, por apresentar um segundo neurônio interposto entreo sistema nervoso central e as estruturas inervadas. Um neurônio tem oseu corpo celular, geralmente, localizado na substância cinzenta do sis­tema nervoso central. Seu axônio corre nos nervos periféricos apenasuma parte do caminho a ser percorrido, em direção à estrutura a ser iner­vada. Ao longo do trajeto do nervo periférico, há uma grande dilataçãchamada gânglio. Este é um conjunto de corpos celulares neuronaislocalizados fora do sistema nervoso central. Alguns gânglios têm um=.função motora, outros uma função sensorial. Grupos de corpos celula­res neuronais dentro do sistema nervoso central são os chamados nú­

cleos. Gânglios autônomos contêm os corpos celulares do segunmotoneurônio, no trajeto do sistema visceral eferente. Seus axôni~completam o caminho para a estrutura a ser inervada. Graças à sua rela­ção com os corpos celulares nos gânglios autônomos, o primeiro nemô­nio com o seu corpo celular no sistema nervoso central é chamado deneurônio pré-ganglionar. O corpo celular do segundo neurônio es;;:no gânglio autônomo. Seu axônio é pós-ganglionar. OcoITe uma sinap~entre os dois neurônios, quando o axônio pré-ganglionar encontra o corpocelular do axônio pós-ganglionar.

O sistema visceral eferente é dividido em duas subdivisões, corr:.base em características anatômicas, funcionais e farmacológicas. Ela;:são as divisões simpática e parassimpática. (Deve-se ter em mente qllEos nervos autônomos observados também possuam axônios visceraSaferentes, ou sensoriais, dentro deles.)

Na divisão simpática, os corpos celulares pré-ganglionares li­mitam-se aos segmentos da medula espinhal localizados aproximad2­mente do primeiro segmento torácico (TI) ao quinto lombar (L5).porção toracolombar. Os corpos celulares dos axônios pós-ganglion;res estão localizados em gânglios, que geralmente ficam a pequena dis­tância da medula espinhal. Na maioria das terminações nervosas pós­ganglionares dessa porção de sistema nervoso autônomo, uma substân­cia neurotransmjssora humoral, a noradrenalina, é liberada, o que cauma resposta nas estruturas inervadas. O efeito geral desse sistema eauxiliar o organismo a resistir a condições ambientais desfavoráveis, ocàs condições de tensão ou estresse.

Na divisão parassimpática, os corpos celulares pré-gangliona­res estão localizados em núcleos específicos do pedúnculo cerebral, as­sociando-se aos pares de nervos cranianos m, VII, IX, X e XI, e aos

PESCOÇO, TÓRAX E :ME1VffiROTORÂCICO 81

três segmentos sacrais da medula espinhal, caracterizando a porçãocraniossacral. Os corpos celulares dos axônios pós-ganglionares estãolocalizados geralmente em gânglios terminais, ou na parede da estrutu­ra que é inervada. Outros são encontrados nos gânglios próximos às es­truturas inervadas. Nas terminações nervosas pós-ganglionares, umasubstância neurotransmissora humoral, a acetilcolina, é liberada, o quecausa uma resposta nas estruturas inervadas. Esse sistema está associa­do com a atividade homeostática normal das funções viscerais, e com aconservação e restauração das fontes e das reservas corporais.

A anatomia da divisão simpática do sistema nervoso autônomorequer maiores descrições, antes de ser dissecada. Os corpos celularespré-ganglionares estão localizados na substância cinzenta dos segmen­tos torácicos (TI a TI3) e cinco primeiros segmentos lombares (LI aL5) da medula espinhal. Seus axônios deixam a medula espinhal junta­mente com os de outros neurônios-motores, nas raízes ventrais de cadaum desses segmentos da medula espinhal. Cada raiz ventral une-se coma raiz dorsal sensorial correspondente, no nível do forame interverte­bral, para formar o nervo espinhal. O ramo dorsal do nervo espinhalsepara-se imediatamente. Logo após esse ponto, um ramo nervoso dei­xa o ramo ventral do nervo espinhal, o ramo comunicante. Ele cursauma pequena distância ventralmente, para se unir ao tronco simpático,que corre numa direção craniocaudal, bem lateral à coluna vertebral. Emgeral, um gânglio está localizado no tronco, no ponto onde um ramo seune a ele. É o gânglio do tronco simpático e contém os corpos celula­res dos axônios pós-ganglionares.

Deixando as porções torácica e lombar do tronco simpático es­tão nervos que correm dentro da cavidade abdominal, os nervos esplânc­nicos, que formam p1exos em volta dos principais vasos sangüíneos dosórgãos abdominais. Gânglios simpáticos adicionais estão localizados emassociação com esses plexos e vasos sangüíneos. Os corpos celularesde axônios pós-ganglionares simpáticos estão localizados neles. Essesaxônios seguem a ramificação terminal dos vasos sangüíneos dos ór­gãos abdominais, para alcançar o órgão inervado. Esses plexos e gân­glios são denominados, geralmente, de acordo com a principal artéria àqual eles se associam. Eles serão dissecados posteriormente.

Cada axônio pré-ganglionar simpático tem que passar pelo ramocomunicante de seu nervo espinhal para alcançar o tronco simpático. Seudestino a partir do tronco é variável, e depende principalmente da estru­tura a ser inervada. Alguns exemplos irão ilustrar isso.

Os músculos lisos de vasos, músculos piloeretores e glândulassudoríparas são inervados por axônios simpáticos pós-ganglionares denervos espinhais. O axônio pré-ganglionar entra no tronco simpático,via o ramo comunicante. Ele pode fazer alguma sinapse no gânglio ondeentrou, ou passar acima ou abaixo do tronco simpático em alguns seg­mentos e fazer sinapse no gânglio desse segmento. O axônio pós-gan­glionar retoma então para o nervo espinhal segmentar, através do ramocomunicante, procedendo geralmente do segmento onde ocorreu a si­napse. O axônio pós-ganglionar cursa depois com a distribuição do ner­vo espinhal para um músculo liso ou glândula sudorípara. POltanto, osramos comunicantes dos segmentos da medula espinhal de TI a L5contêm ambos os axônios pré e pós-ganglionares.

Para os músculos lisos e glândulas da cabeça, os axônios pré­ganglionares entram no tronco simpático na região torácica cranial.Alguns podem fazer sinapse em gânglios, assim que entram no troncosimpático. Muitos outros continuam como axônios pré-ganglionaressubindo o tronco simpático no pescoço, onde ele con:e na mesma bai­nha fascial que a artéria carótida comum e o nervo vago. Na terminaçãocranial desse tronco, ventralmente à base do crânio, está localizado umgânglio nervoso: o gânglio cervical cranial. Todos os axônios pré-gan­glionares restantes para a cabeça farão sinapse nele. Os axônios pós­ganglionares são distribuídos com os vasos sangüíneos para as estrutu­ras da cabeça, inervadas pelo sistema simpático.

O tronco simpático está localizado junto ao eixo maior da colunavertebral bilateralmente. Nos níveis torácico, lombar e sacral, é acres­cido a cada nervo espinhal segmentar um ramo comunicante. Apenasaqueles nervos dos segmentos da medula espinhal de TI a L5 contêmaxônios pré-ganglionares.

Para o músculo liso e glândulas nas cavidades abdominal e pé l­vica, o axônio pré-ganglionar alcança o tronco simpático através do ramocomunicante. Ele pode fazer sinapse com um neurônio pós-ganglionar

em um gânglio do tronco simpático, porém, mais freqüentemente, con­tinua pelo gânglio sem fazer sinapse e penetra num nervo esplâncnico.O axônio pré-ganglionar (ou, ocasionalmente, pós-ganglionar) cursa pelonervo esplâncnico apropriado para os plexos abdominais e seus gângli­os. Axônios pré-ganglionares fazem sinapse em um desses gânglios como corpo celular de um axônio pós-ganglionar. Os axônios pós-gan­glionares seguem os ramos terminais de vasos sangüíneos abdominais,para os órgãos inervados.

DissecçãoPorções selecionadas do sistema nervoso autônomo serão disse­

cadas à medida que forem expostas nas regiões estudadas.Examine o aspecto dorsal do interior das cavidades pleurais (Fig.

105). Observe o tronco simpático se estendendo longitudinalmente pelasuperfície ventral do colo das costelas. As pequenas dilatações nessestroncos, em cada espaço intercostal, são gânglios do tronco simpático.Disseque uma porção do tronco e alguns gânglios em um dos dois la­dos. Note os finos filamentos que correm dorsalmente entre as vérte­bras para se unir ao nervo espinhal daquele espaço - são os ramoscomunicantes do tronco simpático.

Siga a porção torácica do tronco simpático cranialmente. Obser­ve a dilatação irregular do tronco medialmente à terminação distal doprimeiro espaço intercostal, no lado lateral do músculo longo do pesco­ço. Ela corresponde ao gânglio cervicotorácico (gânglio estrelado),formado por um conjunto de corpos celulares decorrentes da fusão dogânglio cervical caudal e dos primeiros dois ou três gânglios torácicos.Localize esse gânglio, em ambos os lados.

Muitos ramos deixam o gânglio cervicotorácico. Ramos comu­nicantes conectam os ramos ventrais do primeiro e do segundo nervosespinhais torácicos e os ramos ventrais do sétimo e do oitavo nervosespinhais cervicais. Esses nervos espinhais contribuem para a forma­ção do plexo braquial, e fornecem um caminho para que os axôniospós-ganglionares alcancem o membro torácico. Um ramo, ou plexo, dogânglio cervicotorácico segue a artéria vertebral pelo forame transver­so: o nervo vertebral. Este é uma fonte de axônios pós-ganglionarespara os demais nervos espinhais cervicais emitidos como ramos, em cadaespaço intervertebral, desde o nervo vertebral até o nervo cervical cor­respondente. Axônios pós-ganglionares podem deixar o gânglio cervi­cotorácico e seguir diretamente para o coração.

Cranialmente ao gânglio cervicotorácico, um ramo do tronco sim­pático, a alça subclávia, passa ventralmente à artéria subclávia. O tron­co simpático e a alça se reúnem e se juntam no gânglio cervical médio.Este gânglio localiza-se na junção da alça e do tronco vagossimpático,aparecendo como uma dilatação das estruturas combinadas. Localizeessas estruturas em ambos os lados. Numerosos ramos, os nervos car­díacos, deixam a alça e o gânglio cervical médio e prosseguem para ocoração.

O tronco vagossimpático no pescoço localiza-se na bainha ca­rotídea. Sua porção simpática carrega axônios pré e pós-ganglionaressimpáticos, destinados cranialmente a estruturas da cabeça. O gângliocervical cranial está localizado em sua terminação mais cranial. Ele ficano nível da base da orelha, caudo-medialmente à bula timpânica, e serádissecado posteriormente. O 10.° nervo craniano, ou nervo vago, con­tém axônios pré-ganglionares paras simpáticos que seguem caudalmen­te para o pescoço e para os órgãos torácicos e abdominais.

No nível do gânglio cervical médio, observe o nervo vago, àmedida que ele deixa o tronco parassimpático para continuar seu trajetocaudalmente. Nervos cardíacos deixam o nervo vago para inervar ocoração. Estude o trajeto caudal do nervo vago em cada um dos lados.

No gânglio cervical médio, ou algo caudalmente a ele, o nervolaríngeo recorrente direito sai do vago, curva-se dorsocranialmenteao redor da artéria subclávia direita, chega à superfície dorsolateral datraquéia e segue cranialmente para a laringe. Ele pode ser encontradono ângulo entre a traquéia e o músculo longo do pescoço. No lado es­querdo, o nervo laríngeo recorrente esquerdo sai do vago caudalmenteao gânglio cervical médio, curva-se medialmente ao redor do arco aór­tico e se toma relacionado com a superfície ventrolateral da traquéia e aborda ventromedial do esMago. Nessa posição, ele segue pelo pescoçopara chegar à laringe. À medida que ascende, ele alcança a superfície

82 PESCOÇO, TÓRAX E lVffilVffiROTORÁCICO

dorsolateral da traquéia. Cada nervo recorrente manda ramos para ocoração, a traquéia e o esMago, antes de terminar nos músculos larínge­os como nervo laríngeo caudal. Os nervos laríngeos serão dissecadosposteriormente.

Siga cada nervo vago à medida que ele passa sobre a base docoração e emite nervos cardíacos. Ramos são fornecidos aos brônquios,à medida que o nervo vago passa sobre as raízes dos pulmões. Entre aveia ázigos e o brônquio direito, à direita, e na área caudal junto à basedo coração, à esquerda, cada vago se divide em ramos dorsal e ventral.Os ramos ventrais direito e esquerdo logo se unem um ao outro paraformar o tronco vagar ventral, disposto junto ao esMago ventralmen­te. Os ramos dorsais de cada nervo vago não se unem até mais caudal­mente. Próximo ao diafragma, eles se unem e formam o tronco vagardorsal, que se localiza dorsalmente ao esMago. A terminação dessestroncos no abdome será estudada posteriormente.

CORAÇÃO E PERICÁRDIO

o pericárdio (Fig. 96) é a cobertura fibrosserosa do coração. Éuma camada delgada, consistindo em três componentes inseparáveis,localizada na parte média do mediastino, no nível da terceira à sextacostelas. O pericárdio fibroso é o tecido conjuntivo entre o pericárdioparietal seroso e a pleura mediastínica pericárdica adjacente. A conti­nuação do pericárdio fibroso para o esterno e o diafragma forma o liga­mento frenopericárdico. O pericárdio seroso é um saco fechado queenvolve a maior parte do coração. A camada parietal adere ao pericár­dio fibroso. Na base do coração, ela é contínua com a camada visceral,ou epicárdio, que adere firmemente ao miocárdio do coração. Entre ospericárdios seroso parietal e visceral está a cavidade periférica, que con­tém uma pequena quantidade de líquido pericárdico. lncise a pleuramediastínica pericárdica, o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso pa­rietal, que estão combinados, para expor o coração.

O coração (Figs. 105-107) consiste em uma base dorsal, onde osgrandes vasos se encontram presos, e um ápice que fica ventralmente,caudalmente e, em geral, voltado para a esquerda, dependendo do for­mato do tórax. O lado do coração voltado para a parede torácica esquer­da é chamado superfície auricular, porque as pontas das duas aurícu­Ias projetam-se nesse lado. O lado oposto, voltado para a parede toráci­ca direita, é a superfície atriaI. O ventrículo direito, de parede delgada,se insinua pela superfície cranial da superfície atrial do coração.

Rastreie o sulco coronário em volta do coração. Ele se localizaentre os átrios e os ventrículos, e contém os vasos coronários e gordura.Os sulcos interventriculares são as separações superficiais dos ventrí­culos direito e esquerdo. O sulco interventricular subsinuoso é umsulco curto que se localiza caudodorsalmente na superfície atrial e mar­ca a posição aproximada do septo interventricular. Ele contém a parteterminal da artéria coronária esquerda, o ramo interventricular subsinuo­so. Obliquamente transversal à superfície auricular do coração está osulco interventricular paraconal. Mais longo e distinto que o sulcosubsinuoso, ele se inicia na base do tronco pulmonar, onde é cobertopela aurícula esquerda. Ele contém o ramo interventricular paraconal daartéria coronária esquerda.

O átrio direito recebe o sangue das veias sistêmicas e a maiorparte do sangue do próprio coração. Ele se situa dorsocranialmente aoventrículo direito; divide-se numa parte principal, o seio venoso, e numaparte cranial cega, a aurícula direita.

Abre o átrio direito por meio de uma incisão longitudinal, pelasua parede cranial, desde a veia cava cranial até a veia cava caudal.Estenda um corte da metade da primeira incisão à ponta da aurícula.

Há quatro aberturas dentro do seio venoso do átrio direito. A veiacava caudal entra no átrio caudalmente. Ventralmente a essa abertura,está o seio coronário, o retorno venoso alargado para a maior parte dosangue drenado do próprio coração. O sulco interventricular subsinuo­so é ventral a esse seio, na superfície atrial do coração. A veia cava cra­nial entra no átrio direito dorsal e cranialmente. Ventral e cranialmente

ao seio coronário está uma grande abertura do átrio direito para o ven­trículo direito, o orifício atrioventricular direito. A valva será descri­ta com o ventrículó direjto.

Examine a parede dorsomedial do seio venoso, o septo intera­triaI. Entre as duas aberturas das veias cavas, está uma prega transver-

sal de tecido cardíaco, o tubérculo intervenoso. Ele desvia o sangueproveniente das veias cavas em direção ao orifício atrioventricular di­reito. Caudalmente ao tubérculo intervenoso, há uma depressão seme­lhante a uma fenda, a fossa oval. No feto, há uma abertura local da fos­sa, o forame oval, que permite que o sangue passe do átrio direito parao esquerdo. ,

A aurícula direita é a bolsa cega, com formato de orelha, do átriodireito que está voltada cranialmente. A superfície interna da parede daaurícula direita é reforçada por bandas musculares entrelaçadas, osmúsculos pectiniformes, também encontrados na parede lateral do átrio.A superfície interna do coração é delineada em toda a sua extensão poruma membrana fina e brilhante, o endocárdio, que se continua nos vasossangüíneos como túnica íntima. A crista terminal é a porção grossa dasuperfície lisa do músculo cardíaco, tendo a forma de uma crista semi­lunar localizada na entrada da aurícula direita. Bandas de músculos

pectíneos se irradiam dessa crista para dentro da aurícula.Localize o tronco pulmonar que deixa o ventrículo direito, no

ângulo craniodorsal esquerdo do coração. Comece uma incisão na ter­minação cortada da artéria pulmonar esquerda e a estenda pela parededessa artéria, até o tronco pulmonar e a parede do ventrículo direito, aolongo do sulco interventricular paraconal. Continue esse corte ao redordo ventrículo direito, seguindo o septo interventricular até a origem dosulco interventricular subsinuoso. Corte através do ângulo-caudal davalva atrioventricular direita e rebata a parede ventricular.

A maior parte da base do ventrículo direito se comunica com oátrio direito pelo orifício atrioventricular. Essa abertura contém a valvaatrioventricular direita (Figs. 106, 108). Há duas partes principais paraa valva no cão: uma dobra larga mas curta que vem da margem parietaldo orifício, a cúspide parietal, e uma dobra da margem septal, a cúspi.de septal, que é quase tão larga quando longa. Dobras subsidiárias sãoencontradas em cada terminação da dobra septal. Os pontos das dobrasda valva são contínuos com a parede septal do ventrículo pelas cordoa­lhas tendíneas. As cordoalhas tendíneas são presas à parede septal pormeio de projeções musculares cônicas, os músculos papilares, que seapresentam em número de três ou quatro. As trabéculas cárneas sãoas irregularidades musculares do interior das paredes ventriculares. Atrabécula septomarginal é uma faixa muscular que se estende atravésdo lúmen ventricular da parede septal à parede parietal. A fixação dosepto é feita geralmente no músculo papilar. O ventrículo direito passacruzando a superfície cranial do coração e termina com cone arterialafunilado, que dá origem ao tronco pulmonar. O cone arterial está na·face craniodorsal esquerda do coração. O sulco interventricular paraco­nal é adjacente à borda caudal do cone arterial, na superfície auriculaTdo coração.

Na junção entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar está avalva pulmonar, consistindo em três cúspides semilunares. Um pequenonódulo fibroso está localizado no meio da extremidade livre de cadz

cúspide ou válvula. O tronco pulmonar bifurca-se em artérias pulmona­res direita e esquerda, cada uma indo em direção ao pulmão respectim.

Abra o lado esquerdo do coração com um corte longitudinal pel!.parede lateral do átrio esquerdo; a valva atrioventricular esquerda eventrículo esquerdo estão a meio caminho entre os sulcos interventr:­culares subsinuosos. Estenda a incisão à aurícula esquerda.

O átrio esquerdo está situado na parede dorsocaudal esquerd:.da base do coração, dorsalmente ao ventrículo esquerdo. Cinco ou seisaberturas marcam a entrada das veias pulmonares no átrio esquerdo .. -'>.

superfície interna desse átrio é lisa, exceto pelos músculos pectíneCJiconfinados à aurícula esquerda. Uma aba fina de tecido está presenr=na parte cranial da parede septal interatrial. Esta é a valva do foramoval, um resquício da passagem de sangue entre o átrio direito e o átriesquerdo, existente no feto.

Observe a espessura da parede ventricular esquerda, quando com­parada à direita. A valva atrioventricular esquerda é composta de dU25cúspides principais, a septal e a parietal, mas a divisão não é distiIl~(Fig. 108). Cúspides secundárias estão presentes nas terminaçõesduas cúspides principais. Note os dois grandes músculos papilares e s~cordoalhas tendíneas, presas às cúspides. As trabéculas cárneas não ­tão numerosas no ventrículo esquerdo, quando no ventrículo direito.

Remova a gordura, a pleura e o pericárdio da aorta. Ao fazer i<isole o ligamento arterioso, uma conexão fibrosa existente entre o t

PESCOÇO, TÓRAX E :MEMBRO TORÁCICO 83

Arco aórtico

Veia cava cranial

Aurícula direita

Sulco coronário

Cúspides septais da valvaatrioventricular direita

Cúspides parietais da valvaatrioventricular direita

Músculos papilares

Tronco pulmonar

Aurícula esquerda

Válvula semilunar ventral

da valva pulmonar

Sulco interventricular

paraconal

Fig. 106 Interior do ventrículo direito, face ventral.

co pulmonar e aorta. No feto, ele era útil, como dueto arterioso, e ser­via para desviar o fluxo do sangue dos pulmões, não-funcionais, para aaorta. Observe o nervo recorrente laríngeo esquerdo, à medida que elese dobra ao redor da superfície caudal do ligamento arterioso. Isole asorigens do tronco pulmonar e da aorta.

Pelo ventrículo esquerdo, coloque uma tesoura dentro da válvulaaórtica, localizada abaixo da cúspide septal da valva atrioventricularesquerda, e corte a valva aórtica e o primeiro centímetro da aorta des­cendente. A valva aórtica, como a valva pulmonar, consiste em trêscúspides semilunares. Note os nódulos das cúspides semilunares, no meioQe suas bordas livres. Atrás de cada cúspide, a aorta está ligeiramenteexpandida, nos seios aórticos.

A artéria coronária direita (Figs. 102, 108) sai do seio aórticodireito. Ela circunda o lado direito do coração no sulco coronário e,geralmente, se estende ao sulco subsinuoso. Ela manda muitos peque­nos e um ou dois grandes ramos descendentes sobre a superfície doventrículo direito. Remova o epicárdio e a gordura de sua superfície esiga a artéria até sua terminação.

A artéria coronária esquerda (Figs. 102, 108) é aproximada­mente duas vezes mais larga do que a direita. É um tronco curto que saido seio coronário direito e imediatamente termina em: (I) um ramocircunflexo, que se estende caudalmente na parte esquerda do sulcocoronário, e (2) um ramo interventricular paraconal, que cruzaobliquamente a superfície auricular do coração no sulco interventricu­lar paraconal. Ambos os ramos enviam grandes ramos sobre a superfí­cie do ventrículo esquerdo. Exponha a artéria e seus grandes ramos re­movendo o epicárdio e a gordura. Um ramo septal corre dentro do sep­to interventricular, o qual vasculariza.

O seio coronário é a porção terminal dilatada de grande veiacardíaca. A grande veia cardíaca, que se inicia no sulco interventricu­lar paraconal, retoma o sangue distribuído ao coração pela artéria coro­nária esquerda. Limpe a superfície da grande veia cardíaca e abra o seio

coronário. Geralmente, uma ou duas válvulas francamente desenvolvi­das estão presentes no seio coronário.

Cão vivo

Observe o tórax e como ele se expande e contrai a cada inspira­ção e expiração, respectivamente. Coloque o dedo médio de uma dasmãos sobre a superfície dorsal do nono ou 10.0 espaço intercostal. Dêpancadinhas na terminação distal desse dedo, logo acima da unha, como dedo médio da outra mão. Ouça o som produzido por esse método depercussão. Compare esse som com o de uma área sobre os músculosepaxiais ou aquele sobre o abdome. Um som ressonante resultará, ondeo pulmão normal está abaixo da região percutida. Esse método de exa­me pode ser utilizado para definir a extensão do tecido pulmonar nor­mal no interior do tórax.

Coloque as suas mãos sobre o tórax ventralmente, e sinta o bati­mento cardíaco. Ele deve ser mais evidente à esquerda, para onde estádirecionado o ápice do coracão.

É importante saber-s~ a relação entre as câmaras cardíacas e asáreas das valvas para a auscultação. Uma simples regra manual podeser útil. Faça um punho fechado com a mão esquerda e estenda seu po­legar na articulação interfalangiana proximal. Seu punho representa oventrículo esquerdo e seu polegar é a aorta saindo dele. A articulaçãometacarpofalangiana do seu polegar está na posição da valva atrioven­tricular. Deixe a sua mão direita com os dedos estendidos. Coloque a

palma de sua mão direita contra os dedos fechados do seu punho esquer­do. Sobreponha os dedos de sua mão direita em volta da frente do seupunho esquerdo, e curve o segundo dedo de sua mão direita em volta deseu polegar esquerdo. Sua mão direita está na posição do ventrículodireito (lados direito e cranial do coração). Seu segundo dedo direitorepresenta a valva e o tronco pulmonares na face craniodorsal esquerdodo coração, à esquerda da valva aórtica. Seu polegar direito está na po-

84 PESCOÇO, TÓRAX E JYIEJYIBROTORÁCICO

Válvula semilunar septalda valva aórtica

Tronco braquiocefálico\ \.~,Nódulo da válvulasemilunar

Tronco pulmonar

Válvula semilunardireita da valva

aórtica

Gúspide septal davalva

atrioventricular

esquerda

Trabéculas cárneas

Arco aórtico

Vv. pulmonares esquerdas

A. coronária esquerda

Aurícula esquerda

Válvula semilunar esquerdada valva aórtica

Gúspide parietal davalva atrioventricular

esquerda

Mm. papilares

Fig. 107 Interior do ventrículo esquerdo, face lateral esquerda.

Valva pulmonar:Válvula semilunar direita

Válvula semilunar intermediária

Válvula semilunar esquerda

Ramo interventricular paraconal

Ramo septal

A. coronária esquerda

Ramo circunflexo

Trígono fibroso esquerdo

Valva atrioventricular esquerda

Ventrículo esquerdo

A. coronária direita

Válvula semilunar septalda valva aórtica

Ventrículo direito

Gúsplde angular ]

Gúsplde panetal

Gúsplde septal

Trígono fibroso direito

Ramo interventricular subsinuoso

Valvaatrioventriculardireita

Fig. 108 Valvas atrioventriculares, aórtica e pulmonar, face dorsoventral.

PESCOÇO, TÓRAX E 1\1EMBRO TORÁCICO 85

Vasos primários do membro torácico

VASOS E NERVOS DO MEMBROTORÁCICO

sição da valva atrioventricular direita. O sulco interventricular paraco­nal está entre as terminações de seus dedos direitos e as articulações me­tacarpofalangeanas de seu punho esquerdo. O sulco interventricularsubsinuoso está entre a base das palmas de suas duas mãos.

A attéria principal para o membro torácico chega do tórax comoum ramo terminal da artéria braquiocefálica no lado direito, e direta­mente da croça da aorta no lado esquerdo. Ela se divide em três partes.A que se estende de sua origem à primeira costela é a artéria subclávia(Fig. 105). Da primeira costela aos tendões unidos dos músculos redon-

O plexo braquial (Fig. 110) é formado pelos ramos ventrais dossexto, sétimo e oitavo nervos cervicais e primeiro e segundo nervos to­rácicos. Em alguns cães, há uma pequena contribuição do ramo ventraldo quinto nervo cervical. Esses ramos passam entre as vértebras, emer­gem junto à borda ventral do músculo escaleno e se estendem, atravésdo espaço axilar, para o membro torácico. Na axila, numerosos ramosdos nervos comunicam-se entre si para formar o plexo braquial. Do plexosaem nervos, de origens mistas, que inervam as estruturas do membrotorácico, os músculos adjacentes e a pele (Fig. 110)." O padrão de permuta de fibras nervosas no plexo braquial é variá­vel, mas a composição específica dos ramos espinhais dos nervos quese continuam no membro torácico e adjacências é consistente. Tais ner-

Plexo braquial

do maior e grande dorsal, o vaso é a artéria axilar. O vaso de lá até aattéria mediana terminal, distal ao cotovelo, denomina-se artéria bra­quial.

A artéria cervical superficial (Figs. 98-104, 109) é emitida pelasubclávia para dentro da entrada torácica. Ela corre dorsocranialmenteentre a escápula e o pescoço. Ela supre os músculos superficiais da basedo pescoço, os linfonodos cervicais superficiais e os músculos da escá­pula e do ombro.

Há geralmente dois linfonodos cervicais superficiais, que sesituam cranialmente ao músculo supra-espinhoso, cobertos pelos mús­culos transverso e braquiocefálico. Esses nodos recebem os vasos lin­fáticos aferentes da parte mais externa da superfície lateral do pescoço,da superfície caudal da cabeça, incluindo a orelha e a faringe, e da su­perfície lateral do membro torácico.

BraquiaisColateral ulnar

Braquial superficialInteróssea comum

UlnarInteróssea cranialInteróssea caudal

Antebraquial profundaMediana

Radial

Arco palmar superficial

SubcláviosVertebralCostocervicalTorácico interno

Cervical superficialAxilares

Torácica externaTorácica lateralSubescapular

ToracodorsalCircunflexa umeral caudal

Circunflexa umeral cranial

V. cervical superficial

V. jugular externa

A. carótida comum

Ramos ascendentes

A. cervical superficial

M. peitoral profundo

Ramo deltóideo

Linfonodos cervicais superficiais

M. esternocefálico

M. peitoral superficial

M. omotransverso

A. supra-escapular

M. deltóideo

Ramo dista I

Ramo pré-escapular

M. trapézio

V. cefálica

Membro anterior

Ramo proximal

M. supra-espinhoso

Ramo acromial

Fig. 109 Ramos da artéria cervical superficial

86 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

vos incluem o supra-escapular, o subescapular, o axilar, o musculocu­tâneo, o radial, o mediano, o ulnar toracodorsal, o torácico lateral e ospeitorais. Exponha o plexo braquial na axila.

Rebata os músculos peitorais profundos e superficiais em dire­ção à sua inserção, para expor os vasos e nervos na superfície medial dobraço.

Artéria axilar

A artéria axilar (Figs. 110-112) é a continuação da subclávia eestende-se da primeira costela para os tendões combinados do redondomaior e grande dorsal. Ela tem quatro ramos: artéria torácica externa,artéria torácica lateral, artéria subescapular e a artéria circunflexa ume­ral cranial.

Na dissecção seguinte, poderá ser encontrada alguma variabili­dade na origem de vasos sangüíneos e dos nervos específicos. Emboraa origem possa variar, a área ou estrutura suprida é consistente.

Para o nervo frênico

N. subescapular

N. supra-escapular

Para o m. braquiocefálico

Para o m. peitoral superficial

M. supra-espinhoso

N. musculocutâneo

Para o m. coracobraquial

A. axilar

M. coracobraquial

A. circunflexa umeral cranial

Para o m. bíceps braquial

M. tríceps, cabeça acessória

M. bíceps braquial

A. colateral ulnar

A. braquial superficial

N. radial superficial, ramo medial

M. extensor carporradial

N. cutâneo antebraquial medial

1. A artéria torácica externa (Figs. 111, 112) sai de artéria axi­lar proximal à sua origem. A artéria torácica externa curva-se em voltada borda craniomedial do peitoral profundo com o nervo para os peito­rais superficiais e se distribui quase que inteiramente para os peitoraissuperficiais. Ela pode surgir de um tronco 'comum com a artéria toráci­ca lateral, ou de um ramo deltóideo da artéria cervical superficial.

2. A artéria torácica lateral (Figs. 94, 111, 112) corre caudal­mente sobre a superfície lateral do linfonodo axilar, junto à borda dor­sal do peitoral profundo, ventralmente ao grande dorsal. Em geral, sur­ge da artéria axilar distalmente à artéria torácica externa. O vaso pode­se dispor distalmente à artéria subescapular. Ela supre partes dos mús­culos grande dorsal, peitoral profundo e cutâneo do tronco e as mamastorácicas.

3. A artéria subescapular (Figs. 111, 112) é maior que a conti­nuação da artéria axilar no braço. Apenas uma pequena parte da artériasubescapular é visível agora. Ela passa caudodorsalmente, entre osmúsculos subescapular e redondo maior, e se torna subcutânea próxi­mo ao ângulo caudal de escápula. Cada osso é suprido pelo menos por

Para o mm. peitoral profundo

M. subescapular

N. axilar

Para o m. pei/oral profundo

Para os mm. subescapular e redondo maior

toracodorsal

Nn. mediano e ulnar

Para o m. tríceps, cabeça longa etensor da fáscia do antebraço

M. tensor da fáscia antebraquial

N. ulnar

N. mediano

M.. ifíceps, cabeçálonga

M. tríceps, cabeça medial

N. cutâneo antebraquialcaudal

Ramo anastomótico

Ramo articular

M. flexor carporradial M. flexor digital superficial

Fig. 110 P1exo braquial, membro torácico direito, face medial.

Car'aco,--­braquial

PESCOÇO, TÓRAX E MEJVIBRO TORÁCICO

A. e n. supra-escapulares

A. e n. axilares

A. tarácica externa

A. e v. subescapulares

A. e v. taracadarsais

A. circunflexa umeral caudal

A. e v. tarácicas laterais

A. e v. circunflexas umerais craniais

A. e v. braquiais profundas

A. e v. bicipitais

A. e v. calaterais ulnares

Fig. 111 Vasos da região axilar direita, face media!.

87

uma artéria principal, que penetra no forame nutriente no córtex do osso.A artéria nutriente é um ramo de uma artéria adjacente, que para a escá­pula é a artéria subescapular. Disseque os seguintes ramos da artéria su­bescapular:

A artéria toracodorsal (Figs. 111 e 112) deixa a superfície dor­sal da artéria subescapular próximo de sua origem. Ela supre uma partedos músculos redondo maior e grande dorsal, e termina na pele. É total­mente visível na superfície profunda do grande dorsal. Seccione o re­dondo maior e rebata suas duas extremidades para expor a artéria su­bescapular.

A artéria circunflexa umeral caudal (Figs. 111, 112) deixa aartéria subescapular oposta à artéria toracodorsal e corre lateralmenteentre a cabeça do úmero e o músculo redondo maior. Puxe a artéria su­bescapular medialmente para ver esse ramo cursando lateralmente.Exponha a artéria circunflexa umeral caudal, do lado lateral, onde osramos ficam superficiais na parte dorsal da cabeça lateral do tríceps.Seccione a inserção do músculo deltóideo e rebata proximalmente.Observe o nervo axilar e, caudal mente, a artéria circunflexa umeral cau­dal entrando na superfície profunda do deltóide. Note o grande ramo daveia axilobraquial (Fig. 90) que transita com a artéria e o nervo axila­res. O nervo circunflexo umeral caudal inerva os músculos tríceps, del­tóide, coracobraquial e infra-espinhoso e a cápsula da articulação doombro. Seccione a cabeça longa do tríceps em sua origem. Rebata-a esiga a continuação da a11éria subescapular dorsalmente, junto à superfí­cie caudal da escápula. Numerosos ramos suprem os ossos e muscula­turas adjacentes.

4. A artéria circunflexa umeral cranial (Figs. 111, 112) chega daartéria axilar proximal ou distalmente à artéria subescapular. Ela con-ecranial­mente para suprir o bíceps braquial e a cápsula da articulação do ombro.

Artéria braquial

A artéria braquial (Figs. 111-113) é a continuação da artéria axi­lar, junto aos tendões combinados dos músculos redondo maior e gran­de dorsal. Ela cruza a metade distal do úmero, para alcançar a superfí­cie craniomedial do cotovelo, passa embaixo do músculo pronador re­dondo, origina seu ramo maior, a artéria interóssea comum e seu menor

ramo, a artéria antebraquial profunda. Torna-se depois a artériamediana, na metade proximal do antebraço. As artérias braquial e bici­pital profunda são ramos musculares da artéria braquial no braço. Elassão variáveis e não precisam ser dissecadas. Disseque os seguintes ra­mos da artéria braquial:

1. A artéria colateral ulnar (Figs. 112-114) é um ramo caudalda artéria braquial, no terço distal do braço. Ela supre o tríceps, o nervoulnar e o cotovelo.

2. A artéria braquial superficial (Figs. 112, 113) faz uma voltaem torno da superfície cranial da terminação distal do músculo bícepsbraquial, profundamente à veia cefálica. Ela continua no antebraço comoartéria antebraquial cranial superficial. Um ramo medial chega daúltima, e ambos correm distalmente em um dos lados da veia cefálica,acompanhados pelos ramos medial e lateral do nervo radial superficial.Esses vasos vascularizam o dorso da pata dianteira (ver Fig. 120).

A artéria cubital transversa supre o cotovelo e os músculos adja­centes, e não precisa ser dissecada. A artéria braquial corre profunda aoflexor carporradial e ao pronador redondo. Seus ramos no antebraço serãodissecados posteriormente.

Nervos da região escapular e do braço

Todos os nove nervos descritos a seguir contêm neurônios efe­rentes somáticos para os músculos estriados e neurônios aferentes dosmúsculos. Neurônios aferentes somáticos cutâneos são encontrados

apenas nos nervos musculocutâneo, axilar, radial, mediano e ulnar.1. Nervos peitorais craniais (Fig. 110) são derivados de ramos

ventrais dos sexto, sétimo e oitavo nervos cervicais. Eles inervam o mús­culo peitoral superficial. Esses nervos não precisam ser dissecados.

2. O nervo supra-escapular (Fig. 110) deixa os sétimo e oitavonervos cervicais e corre entre os músculos supra-espinhoso e subesca­pular próximo do colo da escápula. Ele passa junto à incisura escapulare inerva os músculos supra-espinhoso e infra-espinhoso. Seccione osupra-espinhoso em sua inserção e rebata a sua extremidade distal. Ras­treie os ramos do nervo supra-escapular para esse músculo. Note a con­tinuação do nervo para a espinha escapular, onde ele entra no músculoinfra-espinhoso.

88 PESCOÇO, TÓRAX E MEJVIBRO TORÁCICO

Cervical

superficial

Torácica externa

Subescapular

Circunflexa umeralcranial

Bicipital

Braquial superficial

Antebraquial superficial cranial iRamomedial

Interóssea comum

Interóssea caudalMediana

Radial

Toracodorsal

Circunflexa umeral caudal

Braquial profunda

Colateral ulnar

Cubital transversa

Recorrente ulnar

Ulnar

Interóssea cranial

Antebraquial profunda

Ulnar

Arco palmar profundo

Arco palmar superficial

Fig. 112 Artérias do membro torácico direito, face media!.

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

\

~

89

A e v. braquiais

N. musculocutâneo

A braquial superficial

V. e a. braquiais

A antebraquial cranial superficial

V. mediana cubital

N. radial, ramo superficial, ramo medial

A antebraquial cranial superficial,ramo medial

N. cutâneo medial antebraquial

A e v. antebraquiais profundas

V. e a. interósseas comuns

A e v. radiais

A, v. e n. medianos

N. ulnar

N. mediano

v. e a. colaterais ulnares

N. cutâneo caudal

antebraquial

M. pronador redondo

M. flexor carporradial

M. flexor digital profundo,cabeça umeral

M. f1exor carpoulnar, cabeça ulnar

A interóssea caudal

M. f1exor digital superficial

M. f1exor digital profundo,cabeça umeral

Tendâo do f1exor carporradial

A radial, ramo carpiano dorsal

Fig. 113 Estruturas profundas do antebraço e do cotovelo direitos, face media!.

90 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

M. triceps, cabeça lateral

M.. ifíceps, cabeça longa

2º n. intercostal,ramo cutâneo lateral

A. colateral radial

M. braquiorradial

M. ancôneo

Ramo para o espaço interósseo

Para o m. extensor carpoulnar

A. colateral ulnar

A. interóssea cranial

N. cutâneo caudal --­

antebraquial

M. f1exor carpoulnar, cabeça ulnar

M. extensor carpoulnar

N. ulnar

M. f1exor carpoulnar, cabeça umeral

Ramopalmar

Ramo dorsal

M. extensor digital lateral

M. flexor digital profundo

Ramo da a. interóssea palmar

M. deltóideo

tríceps, cabeça acessória

_ 7 N. cutâneo lateral cranial do braço

iJf " b . "1'IVI. raqUlocela ICO

M braquial

Para o m. extensor carporradial

N. cutâneo lateral antebraquial

Para o m. supinador

Para o m. extensor digital comum

Para o m. extensor digital lateral (cortado)

Para os mm. abdutor longo do polegar,extensor longo do polegar e próprio do índice

M. abdutor longo do polegar

M extensor carporradial

M. extensor digital comum

M extensor longo do polegar e próprio do índice

Fig. 114Estruturas profundas do antebraço e do cotovelo direitos, face lateral.

3. O nervo subescapular (Fig. 110) é um ramo dos sexto e séti­mo nervos cervicais para o músculo subescapular. Algumas vezes, doisnervos entram no músculo.

4. O nervo musculocutâneo (Figs. 110, 113, 115) procede dossexto, sétimo e oitavo nervos cervicais. Através do braço, o nervo mus­culocutâneo se situa entre o bíceps braquial cranialmente e os vasosbraquiais caudalmente. Ele inerva os músculos coracobraquial, bícepsbraquial e braquial. Um ramo comunica-se com o nervo mediano, pro­ximalmente à superfície flexora do cotovelo. O nervo musculocutâneocorre profundamente à inserção do bíceps. Ele inerva a extremidade distaldo braquial e dá origem ao nervo antebraquial cutâneo medial (Figs.110, 113), que é geralmente removido com a pele. Esse nervo é senso­rial à pele da superfície medial do antebraço.

5. O nervo axilar (Figs. 90, 110) surge como um ramo dos séti­mo e oitavo nervos cervicais, combinados entre si. Ele penetra no espa­ço entre o subescapular e o redondo maior, nivelado com o colo da es­cápula. Os seguintes músculos são supridos pelo nervo axilar: o redon­do maior, o redondo menor, o deltóide e parte do subescapular. O ner­vo braquial cutâneo lateral cranial (Figs. 90, 114) aparece subcuta-

neamente na superfície lateral do braço. Ele supre a pele sob a 5 _

cie lateral do braço e a região escapular caudal. Há ramos antebratr=cutâneos craniais, que inervam a pele da superfície cranial do ar:.reço. Os últimos sobrepõem-se com ramos antebraquiais cutâneos dosuperficial do nervo radial, lateralmente, e com ramos do nervolocutâneo, medialmente.

6. O nervo toracodorsal (Fig. 110) procede primariame;:;;=oitavo nervo cervical. Ele inerva o músculo grande dorsal e cor:<:'_os vasos toracodorsais na superfície medial do músculo.

7. O nervo radial (Figs. 90, 110, 113, 114, 116) procede dosúltimos nervos cervicais e dois primeiros nervos torácicos, caminh::pequena distância, distalmente, com o tronco dos nervos medinar, e entra distalmente no tríceps e no redondo maior. O nervomotor para todos os músculos extensores das articulações do co:cárpicas e falangianas. Os músculos do braço inervados pelo fi;

dial são o tríceps, o tensor da fáscia do antebraço e o ancôneo. 0:'-­os ramos para o tríceps. O nervo radial faz uma espiral em \'úmero, na extremidade caudal e, depois, na superfície lateral do10 braquial. Na face lateral do terço distal do braço, o nervo 1"'.=-'

N. musculocutâneo

Nervo musculocutâneoI. Coracobraquial2. Bíceps braquial3. Braquial4. Pele medial do antebraço

Nervo mediano5. Pronador redondo6. Flexor carpolTadial7. Pronador quadrado8. Flexor digital superficial9. Flexor digital profundo,

cabeças umeral, ulnar e radial10. Pele caudal do antebraço e da

pata palmar

4

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

10

91

1. Tríceps braquial2. Tensor da fáscia do antebraço3. Ancôneo4. Extensor carpolTadial5. Supinador6. Extensor digital comum7. Extensor digital lateral8. Ulnar lateral9. Abdutor longo do polegar

10. Pele cranial e lateral do antebraçoe da pata dorsal

Fig. 115Distribuição esquemática dos nervos musculocutâneo e mediano parao membro torácico direito, face medial.

mina como um ramo profundo e outro superficial. Seccione a cabeçalateral do tríceps em sua origem e a rebata para expor esses ramos ter­minais. A distribuição no antebraço será dissecada posteriormente.

8. Os nervos mediano e ulnar (Figs. 90, 110, 113-115, 117)surgem de um tronco comum do sétimo nervo cervical e dos primeiro esegundo nervos torácicos. O tronco comum localiza-se na cabeça me­dial do tríceps, entre a veia braquial, caudalmente, e a artéria braquial,cranialmente. O nervo mediano, a divisão cranial do tronco comum,corre para o antebraço em contato com a superfície caudal da artériabraquial. Ele recebe um ramo do nervo musculocutâneo no nível docotovelo. Seus ramos para vários músculos do antebraço e para a peledo lado palmar da pata serão dissecados posteriormente.

O nervo ulnar, a divisão caudal do tronco comum, separa-se donervo mediano no braço distalmente e cruza o cotovelo caudal mente aoepicôndilo medial ao úmero. Rastreie-o juntamente com a artéria cola­teral ulnar, até a borda seccionada da pele. O nervo cutâneo antebra­quial caudal (Figs. 90, 110, 114) sai do nervo ulnar perto da metade dobraço e corre caudodistalmente, cruzando a superfície medial do trícepsao olécrano. Ele inerva a pele da superfície medial-distal do braço e asuperfície caudal do antebraço.

Fig. 116 Distribuição esquemática do nervo radial para o membro torácicodireito, face lateral.

9. Nervos peitorais caudais são derivados dos ramos ventraisdo oitavo nervo cervical e dos primeiro e segundo nervos torácicos. Elesinervam o músculo peitoral profundo e estão freqüentemente combina­dos com o nervo torácico lateral em sua origem. Eles não precisam serdissecados. O nervo torácico lateral foi previamente dissecado, em suaterminação no músculo cutâneo do tronco.

Vasos e nervos do membro torácico estão listados no Quadro 1.Incise a pele do olécrano até a superfície palmar do terceiro dedo.

(Passe pelas almofadilhas carpiana, metacarpiana e digital terceira.)Remova a pele do antebraço e da pata, deixando os vasos e nervos napeça sempre que possível.

A veia cefálica (Figs. 90, 113, 118-121) começa na face palmarda pata, a partir do arco palmar venoso superficial. Este não precisa serdissecado. A veia cefálica acessória junta-se à veia cefálica na superfí­cie cranial do terço distal do antebraço. Ela surge de pequenas veiaslocalizadas no dorso da pata. Na superfície flexora do cotovelo, a veiamediana cubital forma uma conexão entre as veias cefálica e braquial.Dessa conexão, a veia cefálica continua proximalmente na superfíciecraniolateral do braço, num sulco entre o braquiocefálico, cranialmen­te, e a origem da cabeça lateral do tríceps, caudalmente. No meio do

92 PESCOÇO, TóRAX E MEMBRO TORÁCICO

braço, a veia cefálica con'e profundamente ao braquiocefálico e entrana veia jugular externa, próximo à entrada do tórax. A veia axilobra­quial continua proximalmente e passa profundamente à borda caudaldo deltóide, para se juntar à veia axilar. A veia omobraquial origina-seda veia axilobraquial e continua, subcutaneamente, pela superfície cra­nial do braço e do ombro, antes de entrar na veiajugular externa, cranial­mente à veia cefálica.

Artérias do antebraço e da pata anterior

Faça uma incisão longitudinal através da porção medial da fás­cia do antebraço, a meio caminho entre as suas bordas cranial e caudal.Estenda essa incisão até o carpo. Remova a fáscia do antebraço. Seccio­ne o pronador redondo e o flexor carporradial, próximo às suas origens,e rebata-os para descobrir a artéria braquial.

A artéria braquial (Figs. 112, 113), no antebraço, dá origem àsartérias interósseas comuns e antebraquial profunda, e depois se conti­nua como artéria mediana. A artéria mediana estende-se até o arco pal­mar arterial superficial, na pata.

I. A artéria interóssea comum (Figs. 112 e 113) é curta e passapara a porção proximal do espaço interósseo, entre o rádio e a ulna. Puxea artéria braquial medialmente para ver os ramos da artéria interósseacomum. As artérias interósseas comum e ulnar podem chegar juntas daartéria braquial.

A artéria ulnar corre caudalmente. Separe os músculos na facecaudomedial do antebraço, para expor o seu trajeto. Um ramo recorren­te estende-se proximalmente, entre as cabeças umeral e ulnar do flexordigital profundo. A artéria ulnar continua distalmente com o nervo ul­nar, entre a cabeça umeral do flexor digital profundo e do flexor car­poulnar. Ela supre as cabeças ulnar e umeral do flexor digital profundoe do flexor carpoulnar.

A artéria interóssea caudal situa-se entre as superfícies acola­das do rádio e da ulna. Na face medial do antebraço, exponha o múscu­lo pronador quadrado entre o rádio e a ulna. Corte as fixações desse mús­culo, entre os dois ossos, e raspe-o com o cabo do bisturi para removê­10 do espaço interósseo. A artéria interóssea caudal situa-se profunda­mente nesse espaço. Em seu trajeto, descendo o antebraço, a artéria for­nece muitos ramos pequenos para estruturas adjacentes. Ela passa pelaface lateral do canal cárpico e, na região carpometacárpica, se junta comramos das artérias radial e mediana, para formar arcos que vasculari­zam a superfície palmar da pata dianteira (Figs. 112, 121), que não se­rão dissecados.

A artéria interóssea cranial passa pela parte proximal do espa­ço interósseo, cranialmente, para vascularizar os músculos que se loca-

lizam cranialmente e lateralmente no antebraço. Essa artéria não serádissecada.

2. A artériaantebraquial profunda (Figs. 112, 113), é um ramotennináícÍa artéria braquial. Siga-a profundamente ao flexor carporra­dial e\eccione a cabeça umeral do flexor digital profundo, que cobre ovaso. A artéria antebraquial profunda vasculariza o flexor carpOlTadial,o flexor digital profundo, o flexor carpoulnar e o flexor digital superfi­cial.

A artéria mediana (Figs. 112, 113, 121) é a continuação da ar­téria braquial, após a origem da antebraquial profunda. Ela origina a ar­téria radial, no antebraço, e se continua na pata. É a principal fonte desangue para a pata, e acompanhada pelo nervo mediano, junto à cabeçaumeral do flexor digital profundo. A artéria mediana passa pelo canalcarpiano, entre os tendões dos flexores digitais profundo e superficial.Seccione o retináculo dos flexores e o tendão do flexor digital superfi­cial. Rebata-os e siga essa artéria pelo canal cárpico, até a extremidadeproximal do metacarpo, onde ela forma o arco palmar superficial comum ramo da artéria interóssea caudal. Esse arco dá origem às artériasdigitais palmares comuns, que correm para a superfície palmar da patadianteira, as quais não precisam ser dissecadas.

A artéria radial (Figs. 112, 113, 120, 121) provém da artériamediana, na parte média do antebraço. Ela segue a borda medial do rá­dio. No carpa, se divide em ramos cárpicos dorsal e palmar, que forne­cem os vasos profundos da pata dianteira, os quais não precisam serdissecados.

Nervos do antebraço e da pata dianteira

A pe8 do antebraço é inervada por quatro nervos. A superfíciecranial é inervada pelos nervos radial e axilar; a superfície lateral, pelonervo radial; a superfície caudal é inervada pelo nervo ulnar; e a super­fície medial recebe o nervo musculocutâneo. Há uma considerável su­perposição nas áreas cutâneas de distribuição dos nervos.

1. O nervo radial (Fig. 116) inerva os extensores das articula­ções do cotovelo, do carpo e dos dedos, e um flexor do carpo. Rebataa cabeça lateral do tríceps. Observe o nervo radial próximo ao coto­velo, onde ele se divide em ramos superficial e profundo. Seccione o ex­tensor carporradial e rebata a sua extremidade proximal. O ramo pro­fundo do nervo radial cruza a superfície medial do extensor carpor­radial, no seu trajeto em direção ao antebraço com o músculo braquial.Seccione o supinador, que se localiza sobre o nervo radial. O nervoradial inerva o extensor carporradial, o extensor digital comum, osupinador, o extensor digital lateral, o abdutor longo do polegar e oulnar lateral.

Quadro 1 VASOS E NERVOS DO MEMBRO TORÁCICOÁrea

Músculos Laterais da Escápula e do OmbroEstabilizadores, flexores e extensores do ombro:

Supra-espinhoso, infra-espinhosoMúsculos Caudais da Escápula e do Ombro

Flexores do ombro:Deltóideo, Redondo maior, Redondo menor

Músculos Craniais do BraçoFlexores do cotovelo, extensores do ombro:

Bíceps braquial (Braquial)Músculos Caudais do Braço

Extensor do cotovelo:Tríceps braquial

Músculos Craniais do AntebraçoExtensores carpianosExtensores digitais

Músculos Caudais do AntebraçoFlexores carpianosFlexores digitais

Superfície Dorsal da Pata

Superfície Palmar da PataMediana,

Suprimento Arterial

Cervical superficial

Subescapular

Cervical superficial,Axilar, Braquial

Axilar, Braquial

Braquial: cranialInteróssea

Braquial: interósseacomum, Antebraquial profundaBraquial superficial,Rede dorsal carpianaMediano e UlnarInteróssea caudal

Suprimento Nervoso

Supra-escapular

Axilar

Musculocutâneo

Radial

Radial

Mediano e Ulnar

Radial

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO 93

I. Flexor carpoulnar, cabeças umeral e ulnar2. Flexor digital profundo, cabeças ulnar e umeral3. Interósseo

4. Pele caudal do antebraço5. Pele da pata palmar6. Pele do quinto metacarpiano, superfície lateral do dedo

Fig. 117 Distribuição esquemática do nervo ulnar para o membro torácico direito, face medial.

o ramo superficial divide-se em um nervo antebraquial cutâ­neo lateral e em ramos medial e lateral. O ramo medial é pequeno esegue o ramo medial da artéria antebraquial cranial superficial, conti­nuando-se distalmente no antebraço, junto à face medial da veia cefáli­ca. O ramo lateral associa-se à face lateral da veia cefálica, e entra noantebraço com a artéria antebraquial cranial superficial. Esses ramoscontinuam em direção à pata, de cada lado da veia cefálica acessória.Estes ramos medial e lateral são sensoriais para a pele da superfície la­teral e cranial do antebraço e das superfícies dorsais do carpa, do meta­carpa e dos dedos (Fig. 122). Eles terminam nos nervos digitais comunsdorsais da pata (Fig. 123). Não disseque esses nervos.

2. O nervo mediano (Figs. 113,115, 121) corre distalmente emdireção ao antebraço, junto com a artéria braquial. Ele inerva os múscu­los pronador redondo, pronador quadrado, flexor carporradial, flexordigital superficial e a cabeça radial e partes das cabeças umeral e ulnardo flexor digital profundo.

Rebata o flexor carporradial e a cabeça umeral do flexor digitalprofundo e observe o trajeto do nervo. O nervo mediano passa pelo canalcarpiano, com a artéria mediana, e dá ramos para a inervação sensorial dasuperfície palmar da pata dianteira. Note o trajeto do nervo pelo canalcarpiano, mas não disseque seus ramos terminais no metacarpo (Fig. 121).

3. O nervo ulnar (Fig. 117) diverge caudalmente do nervo me­diano no terço distal do braço. Nesse ponto, o nervo cutâneo antebra­quial caudal sai do ulnar. O nervo ulnar penetra nos músculos ante­braquiais caudalmente à extremidade distal do úmero e é distribuídopara o flexor carpoulnar e partes das cabeças ulnar e umeral do flexordigital profundo. Na metade do antebraço, o ramo dorsal do nervoulnar aparece e torna-se subcutâneo na superfície lateral. É distribuí­do para a superfície lateral do metacarpo e para o quinto dedo (Fig.120).

Seccione e rebata as cabeças ulnar e umeral do flexor carpoul­nar. O nervo ulnar situa-se na superfície caudal do flexor digital pro­fundo, profundamente à cabeça umeral do flexor carpoulnar.

Rastreie o ramo palmar do nervo ulnar no interior da pata dian­teira. O nervo situa-se na superfície profunda do flexor carpoulnar, logoacima do carpo. Ele penetra na face lateral do canal carpiano, onde sedivide em um ramo superficial e outro profundo (Fig. 121). Rebata oflexor carpoulnar e o retináculo flexor para expor o nervo no canal car­piano. No metacarpo, os ramos superficial e profundo se dividem mais,para suprir inervação sensorial à superfície palmar da pata dianteira einervação motora para os músculos intrínsecos da mesma (Fig. 122).Esses ramos não serão dissecados.

94

Jugular externa

Omobraquial

Cervicalsupenicial

Cefálica

Subclávia

Axilar

Axilobraquial

Veia cava cranial

Torácica interna

Mediana

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

Fig. 118Veias do pescoço e dos ombros, face cranial.

Jugular interna

Omobraquial

Subescapular

Vv. tireóideas caudais

Braquiocefálica esquerda

Costocervical

Omobraquial

Cefálica

Axilobraquial

Braquial

Mediana cubital

Cefálica

Embora a distribuição cutânea dos nervos no membro torácicoseja difícil de dissecar, é importante conhecer tanto as áreas cutâneasquanto as zonas autônomas dos nervos, para procedimentos anestésicoslocais e/ou para o diagnóstico de lesões nervosas. A área cutânea é todaa região da pele inervada por um nervo periférico. A zona autônoma éaquela área da pele inervada unicamente por um nervo periférico espe­cífico, sem superposição de nervos adjacentes. A Fig. 122 mostra aszonas autônomas para os nervos da pata dianteira e regiões adjacentesdo pescoço e do tronco.

A distribuição dos vasos e nervos para os dedos não será disse­cada, mas deve-se entender a terminologia pertinente (Fig. 123). Nometacarpo, há ramos superficiais e profundos em ambas as faces, pal­mar e dorsal, mas não há nervos profundos dorsalmente. Ramos super­ficiais são chamados de nervos ou vasos digitais comuns palmares oudorsais e os ramos profundos são chamados de vasos e nervos meta­cárpicos paI mares ou dorsais. Esses quatro ramos são orientados atra­vés de um plano sagital, que passa entre os ossos metacarpianos. Naarticulação metacarpofalangiana, os ramos digital comum e metacarpia­no se unem para formar um tronco comum nas superfícies dorsal e pal­mar. Cada tronco comum depois se divide em ramos medial e lateral

para os dedos. Esses ramos digitais são chamados vasos ou nervos axiaisou abaxiais dorsais ou digitais próprios, dorsal ou palmar. Axial ouabaxial refere-se à posição, se eles estão na superfície do dedo que sedireciona para o eixo (axial) ou opostamente ao eixo (abaxial) da pata.O eixo da pata passa entre os dedos 3 e 4. Geralmente, os maiores vasosdigitais são os digitais próprios palmares. (Ver no Quadro 2 a disposi­ção desses vasos e nervos na pata dianteira.)

Cão vivo

Na face medial do braço, sinta os vasos e os nervos correndo dis­talmente, entre o bíceps braquial, cranialmente, e a cabeça medial do trí­ceps braquial, caudalmente. Palpe o pulso na artéria braquial. Injeções arte­riais visando obter preparados anatômicos podem ser feitas nessa artéria.

Palpe o epicôndilo medial do úmero. Os vasos braquiais e o ner­vo mediano correm cranialmente àquele e passam embaixo do músculopronador redondo. Eles não podem ser sentidos aqui. O nervo ulnar correcaudalmente ao epicôndilo medial e pode ser palpado acariciando a pelenum sentido caudal para cranial, em direção ao epicôndilo media!. Onervo ulnar será sentido quando ele escorregar sob seus dedos.

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

(

95

Axilar

v. omobraquial para a jugular externa

Subescapular

Circunflexa umeral cranial

V. cefálica para ajugular externa

Bicipital

Cefálica

Mediana cubital

Interóssea comum

Mediana

Radial

Cefálica

Cefálica acessória

Axilobraquial

Circunflexa umeral caudal

Braquial

Braquial profunda

Colateral ulnar

Interóssea cranial

Antebraquial profunda

Interóssea caudal

Arco venoso palmar proximal

- Arco venoso palmar distal

Fig. 119 Veias do membro torácico direito, face media!.

96 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

v. celálica

A. antebraquial cranial superficial

v. celálica acessória

N. radial superficial, ramo lateral

N. ulnar, ramo dorsal

N. digital dorsal comum, 4

A. e v. digitais dorsais comuns, 4

v., a. e n. digitais dorsaispróprias axiais, 5

A. antebraquial cranial superficial, ramo medial

N. radial superficial, ramo medial

A. radial, ramo carpiano dorsal

v. celálica

N. digital dorsal comum, 1

A. digital dorsal comum, 1

A. digital palmarprópria axial, 3

Fig. 120 Artérias, nervos e veias superficiais da mão direita, face dorsal.

PESCOÇO, TóRAX E MEMBROTORÁCICO 97

v., a. e n. palmarespróprios axiais, 4

v. digital palmar comum, 4

Arco palma r superficial

N. ulnar, ramo superficial

A. e v. digitais palmares comuns, 4

N. digital palmar abaxial, 5

Arco palmar profundo

A. interóssea caudal

v. cefálica

~A. mediana -----11 \\ \\\ I I N. mediano

A. radial, ramo carpiano palmar

N. digital palmar comum, 3

N. digital palmar próprio abaxial, 2

v., a. e n. digitais palmares axiais

Arco venoso palma r superficial

v., a. e n. para a almofadilha metacarpiana

Fig. 121 Artérias, veias e nervos superficiais da mão direita, face palmar

98 PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÁCICO

C5, ramo cutâneoventral

N. braquiocefálico

N, musculocutâneo

N, radial

Ramos cutâneos dorsais

T2, ramo cutâneolateral

N, axilar

T3, ramo cutâneolateral

N, ulnar

N. radial

Fig, 122 Regiões autônomas de inervação cutânea do membro torácico,

A, v, e n. digitais dorsaispróprios axiais

A, v, e n. metacarpianos dorsais

A, v, e n, digitais dorsais comuns

31111 4

A, v, e n. digitaispalmares comuns

A, v, e n. metacarpianos palmares

A, v, e n. digitais palmares próprios axiais

A, v, e n. digitais dorsais comuns

A, v, e n, metacarpianos dorsais

A, v, e n, digitais dorsais próprios axiais

Fig, 123 Esquema da vascularização e da inervação dos dedos,

PESCOÇO, TÓRAX E MEMBRO TORÃCICO

Quadro 2 SUPRIJ.VIENTO SANGUÍNEO E Il\TERVAÇÃO DOS DEDOS DO J\ffiMBRO TORÁCICO

Superocie Dorsal

99

Artérias

(Superficiais)

(Profundas)

Nervos

(Apenas supelficiais)

Artérias

(Superficiais)

(Profundas)

Nervos

(Supelficiais)

(Profundos)

A. braquiaJ superficial:Antebraquial cranial superficialRamo medial da antebraquial cranial

superficialRede carpiana dorsal:

A. radial, ramo carpiano dorsalA. interóssea caudal

R. superficial do n. radial,ramos medial e lateral;N. ulnar, ramo dorsal

Superocie Pahnar

Arco pai mar superficial,A. medianaRamo da a.interóssea caudal

Arco palmar profundo,A. interóssea caudal;A. radial, ramo carpiano palmar

N. mediano;N. u]nar, ramo superficial

N. ulnar, ramo profundo

A. digitalcomumdorsal

A. metacarpianadorsal

N. digitalcomum dO.QaJ

A. digitalpalmarcomum

A. metacarpianapai mar

Nn. digitaispalmares comuns

Nn. metacarpianospalmaresI-IV

A. digitaldorsal,axialouabaxial

N. digitaldorsal,axialouabaxial

A. digitalpalmarprópria,axialouabaxial

N. digitalpalmarpróprio,axialouabaxial

Na face lateral do braço distalmente, o nervo radial pode ser sen­tido quando ele emerge de baixo da borda distal da cabeça lateral dotríceps, junto ao músculo braquial, e divide-se em ramos superficial eprofundo. Pressione firmemente a pele sobre o músculo braquial aqui epalpe de proximal para dista!. O ramo superficial será sentido à medidaque escorrega para fora, debaixo de seus dedos.

Coloque os seus dedos cruzando a superfície flexora do cotoveloe comprima essa área. Isso irá distender a veia cefálica no antebraço,

que é comumente utilizada para punção venosa. Lembre-se de que umapequena artéria e um nervo sensorial acompanham essa veia, em ambosos lados. Punções venosas repetidas podem injuriá-Ias e contribuir parahemorragias subcutâneas, o que pode ser uma experiência dolorosa parao paciente. Em algumas raças de pêlos curtos, as veias cefálica, axilo­braquial e omobraquial podem ser visíveis no braço e na região do ombro.

Revise a localização das zonas autônomas dos nervos periféri­cos no membro torácico do cão.

MILLER

GUIA PARA"""

A DISSECÇAO. """

DOCAOTERCEIRA EDiÇÃO

EVANS & de LAHUNTA

ABDOME, PELVE E MEMBROPÉLVICO

A anatomia da superfície do abdome está dividida em regiões cra­nial, média e caudal (Fig. 124). Rebata a pele da parede abdominal di­reita, deixando as papilas mamárias na fêmea, o prepúcio no macho eos troncos cutâneos. Estenda uma incisão perpendicular da linha medi­ana ventral até a metade da superfície medial da coxa direita e daí à suaborda cranial. Continue essa incisão dorsalmente ao longo da borda cra­nial da coxa após a crista do ílio, até a linha média dorsa!. Começandona superfície medial da coxa, rebata ou remova a pele do lado direito doabdome.

VASOS E NERVOS DAS REGIÕESVENTRAL E IA1ERAL DA PAREDEABDOMINAL

As artérias que irrigam a parte superficial da parede abdominalventral são ramos das artérias epigástricas superficiais (Fig. 125). Aartéria epigástrica cranial superficial origina-se da artéria epigástricacranial (Fig. 146).

O tecido subcutâneo da parede abdominal ventral contém asmamas abdominais e inguinais, e os vasos e nervos que as suprem. Nafêmea, os vasos epigástricos craniais superficiais são vistos subcutane­amente, junto à papila mamária abdominal crania!. Através de dissec­ção, separe a fileira direita de mamas da fáscia e volte-as lateralmente.

Disseque a artéria pudenda externa (Figs. 80, 125, 146), queemerge do anel inguinal superficial. Sua origem do troncopudendoepigástrico, um ramo da artéria profunda da coxa, será vista maistarde. A artéria pudenda externa segue caudoventralmente à borda cra­nial do grácil. A artéria epigástrica caudal superficial é grande e apa­rece como um prolongamento direto da artéria pudenda externa, dorsal­mente ao linfonodo inguinal superficial. A artéria epigástrica caudalsuperficial (Fig. 125) segue cranialmente à superfície profunda da mamainguinal e fornece os ramos mamários. A artéria prossegue, indo irrigara mama abdominal caudal, e faz anastomose com ramos da artéria epi­gástrica cranial superficial. No macho, supre o prepúcio. Um pequenoramo da artéria pudenda externa segue caudalmente para suprir os lábi­os pudendos na fêmea e o escroto no macho.

Exponha os linfonodos inguinais superficiais (ver Fig. 153), queficam adjacentes aos vasos epigástricos caudais e craniais superficiaisjunto à sua origem dos vasos pudendos externos. Os linfáticos aferentesdesses linfonodos drenam as mamas, o prepúcio, o escroto e a paredeabdominal ventral, cranialmente até o nível do umbigo.

A parede abdominal recebe seu suprimento vascular principal­mente de quatro vasos (ver Fig. 146); a artéria abdominal cranial (cra­niodorsal), a artéria epigástrica cranial (cranioventral), a artéria epigás­trica caudal (caudoventral) e a artéria circunflexa profunda do ilíaco(caudodorsal) .

Rebata a fáscia superficial da parede abdominal lateral. Emergin­do da parede abdominal dorsolateral, caudalmente à última costela,encontram-se ramos superficiais da artéria abdominal cranial (ver Fig.146). Esta nasce de uma origem comum com a artéria frênica caudal, apartir da aorta, e perfura a musculatura abdominal para chegar à pele.

Os nervos cutâneos do abdome diferem um pouco daqueles dotórax. Os ramos cutâneos laterais dos últimos cinco nervos torácicos não

acompanham a convexidade do arco costal, mas seguem numa direçãocaudoventral e inervam a maioria das partes ventral e ventrolaterais daparede abdominal (Fig. 126). Os ramos cutâneos dos três primeiros ner­vos lombares pelfuram a parte lateral da parede abdominal e, como pe­quenos nervos, seguem caudoventralmente. Inervam a pele da paredeabdominal lateral caudal e a coxa, na região do joelho. Não disseque es­ses nervos cutâneos. Cranialmente à crista ilíaca cranioventral, o nervocutâneo lateral da coxa (Fig. 126) e a artéria e a veia circunflexasprofundas do i1íaco (ver Fig. 146) perfuram o músculo oblíquo internodo abdome e aparecem superlicialmente. O nervo origina-se do quarto nervolombar e é cutâneo às superfícies cranial e lateral da coxa. A artéria origina-seda aorta e irriga a parede abdominal caudodorsal. Disseque esses vasos e acom­panhe o nervo, até onde permitir o rebatimento da pele aí presente.

Seccione a origem lombar do músculo oblíquo externo do abdo­me e rebata-o ventralmente.

Seccione o músculo oblíquo interno do abdome na origem de SU2S

fibras musculares na fáscia toracolombar. Prolongue a incisão caudal­mente até o nível dos vasos circunflexos profundos do ílio e do nervocutâneo lateral da coxa. Isole o músculo oblíquo interno do abdomemúsculo transverso subjacente, e rebata-o ventralmente para expor 05

ramos ventrais dos últimos nervos torácicos e os quatro primeiros ne;:­

vos lombares. Esses são paralelos entre si e inervam as partes ventrais elaterais das paredes torácica e abdominal. Os quatro primeiros nerv~lombares formam os nervos iIioipogástrico cranial, ilioipogástricaudal, iIioinguinal e cutâneo lateral da coxa, respectivamente. PüC=ser difícil diferenciar os ramos ventrais de Tl3 e LI sem acompanM­10saté os forames intervertebrais, o que não é necessário. De modo ge1"22..o ramo ventral de T13 segue ao longo da face caudal da 13: costela.

Os nervos ilioipogástricos cranial e caudal e o ilioinguinal (Fi~126) passam através da aponeurose de origem do músculo transve:do abdome. Cada um deles possui um ramo medial, que desce entremúsculos transverso do abdome e oblíquo interno do abdome, até o reu:do abdome. Os ramos mediais inervam esses músculos, o peritônio sut­jacente e a pele da parede abdominal ventral. Os ramos laterais desses;nervos perfuram o oblíquo interno do abdome, e descem entre os ml~"'"culos oblíquos. Podem ser vistos na superfície profunda do músc:oblíquo externo do abdome. Cada ramo lateral supre esses músculn­perfura o oblíquo externo do abdome e termina subcutaneamente coramo cutâneo lateral para a parede abdominallatera!.

Estruturas inguinaisNo macho, disseque as estruturas que passam através do

inguinal e do anel inguinal superficial (Fig. 80). Reveja as páginas 1:-­115, onde há referência a essa área.

Macho

A artéria e a veia pudendas externas deixam o anel inosuperficial caudalrnente às estruturas que suprem o testículo. Seus __mos foram dissecados.

ABDOlVIE, PELVE E :MEMBRO PÉLVICO 101

Regiãopeitoral

t\ b~I z I<;; i I I ,',

f - i -.!;~-]-Arco costa!

;;7--( II 11 I _,,I + - ',; I- - - - Reglao xtfoldeI~\l 111~~ "" .

: "':;-;;1' Região hipocondríaca esq

''G-- :(: -~ Umbigo

v' ",,'

+- _: i--Região lateral esq.: - ~' - Região umbilical

--j"':\\~+- : /~ - - Região inguinal esq.

,Y - - - \"'"'" ""-

~'V \'-

Fig. 124 Regiões topográficas do tórax e do abdome,

o nervo genitofemoral (Figs. 126, 166, 168, 172) origina-se dosramos ventrais do terceiro e do quarto nervos lombares. É ligado porfáscia à veia pudenda externa, medialmente ao cordão espermático. 1­nerva a pele que reveste a região inguinal e a coxa proximal, medial­mente em ambos os sexos, e parte do prepúcio no macho,

A fáscia espermática, um prolongamento das fáscias abdomi­nal e transversal, envolve as estruturas emergentes do anel inguinal su­perficiaL Isto inclui o cordão espermático e o músculo cremaster (Figs.127 e 128),

O músculo cremaster é envolto por essa fáscia espermática, àmedida que segue ao longo da parte caudal da túnica vaginal. O múscu­lo cremaster origina-se da borda livre caudal do oblíquo interno do ab­dome e liga-se à túnica vaginal próximo ao testículo (Fig, 80), Rebata afáscia espermática, para expor a túnica vaginal, que pode ser observadaestendendo-se de sua emergência, através do anel inguinal superficial,até o testículo,

O processo vaginal (Figs, 127, 128) é um divertículo do peri­tônio presente em ambos os sexos, No macho, envolve o testículo eas estruturas do cordão espermático e é conhecido como túnica vagi­naL É composto pela túnica vaginal, com suas lâminas parietal e vis­ceraL

A lâmina parietal da túnica vaginal, a camada externa do pro­cesso vaginal, estende-se do anel inguinal profundo à base do escroto,Corte essa lâmina parietal ao longo da parte mais ventral do testículo eao longo da borda cranial da túnica vaginal até o anel inguinal superfi­cial, para expor a lâmina visceraL A cavidade atingida é um prolonga­mento da cavidade peritoneal.

A lâmina visceral da túnica vaginal fica firmemente unida aotestículo e ao epidídimo, e envolve o ducto deferente e os vasos e ner­vos que têm origem ou terminam no testículo e epidídimo. O mesór­quio é parte da lâmina visceral da túnica vaginal e contém os vasos enervos do testículo. O mesodueto deferente é a parte da lâmina visce­ral que se liga ao ducto deferente.

O cordão espermático (Figs. 127, 128) é alTastado e desce atra­vés do canal inguinal pelo descenso dos testículos e é composto de duaspartes distintas: o ducto deferente e a artéria e a veia testiculares,

O dueto deferente transporta os espermatozóides do epidídimopara a uretra. Origina-se da cauda do epidídimo, na extremidade caudaldo testículo e une-se ao mesórquio pelo mesoducto deferente. As pe­quenas artéria e veia deferenciais acompanham o ducto deferente.

A artéria e veia testiculares, assim como os vasos linfáticostesticulares e o plexo testicular de nervos autônomos, são intimamenteassociados entre si. Esses vasos e nervos são revestidos por uma pregada lâmina visceral da túnica vaginal, o mesórquio, que é contínua coma lâmina parietal da túnica vaginaL A artéria é tortuosa e, entremeadosao seu redor, ficam o plexo nervoso e o plexo venoso. O plexo venosoé o plexo pampiniforme. A artéria e a veia testiculares são ramos daaorta e da veia cava caudal, respectivamente. Entram no testículo emsua extremidade craniaL O plexo nervoso é autônomo e contém axôni­os simpáticos pós-ganglionares, que se originam do terceiro ao quintogânglios simpáticos lombares.

O testículo e o epidídimo (Figs, 80, 128) são intimamente re­vestidos pela lâmina visceral da túnica vaginaL Na extremidade caudaldo epidídimo, o peritônio visceral deixa a cauda do epidídimo, numângulo agudo, e torna-se a lâmina parietaL Portanto, há uma pequenaárea circunscrita no epidídimo não revesti da por peritônio. O tecidoconjuntivo que liga o epidídimo à túnica vaginal e à fáscia espermática,neste ponto, é o ligamento da cauda do epidídimo. Rahata a pele doescroto caudalmente para observá-Io.

O epidídimo (Figs. 80, 128) fica voltado mais para a face lateraldo testículo do que para a sua borda dorsaL Para fins descritivos, é divi­dido numa extremidade cranial, ou cabeça, onde o epidídimo se comu­nica com o testículo; uma parte intermediária, ou corpo; e uma extre­midade caudal, ou cauda, que é contínua com o ducto deferente. A cau­da epididimária é ligada ao testículo pelo ligamento próprio do testí­culo e à túnica vaginal e à fáscia espermática pelo ligamento da cauda

102

A. e v. epigástricas _superficiais craniais

M. obliquo _externo do abdome

A. e v. epigástncas __superficiais caudais

ABDOlVIE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

__ Papila abdominalcranial

- - 13' costela

Fig. 125 Veias e 311érias superficiais do abdome. Processo vaginal esquerdo exposto.

do epidídimo. O dueto deferente passa cranialmente sobre o testículo,medialmente ao epidídimo.

Coloque novamente a pele, previamente rebatida, sobre a regiãoinguinal e examine o escroto. O escroto é uma bolsa dividida por umarafe externa e um septo mediano interno, em duas cavidades. Cada umadelas é ocupada por um testículo, um epidídimo e a paJ1e distal do cor­dão espermático do mesmo lado.

Fêmea

Na fêmea, localize os vasos sanguíneos pudendos externos e onervo genitofemoral emergindo do anel inguinal superficial. O proces­so vaginal (Fig. 125) é o divertículo peritoneal que acompanha o liga­mento redondo do útero. (A origem desse ligamento do mesométriono interior do abdome será vista mais tarde.) Essas duas estruturas, en­voltas em fáscia e cercadas por tecido adiposo, podem estender-se até avulva.

o canal inguinalO canal inguinal (Fig. 128) é uma pequena fissura cheia de teci­

do conjuntivo entre os músculos abdominais. Estende-se entre os anéis

inguinais profundo e superficial. É limitado lateralmente pela aponeu­rose do oblíquo externo do abdome, cranialmente pela borda caudal dooblíquo interno do abdome, caudalmente pela borda caudal da aponeu­rase do oblíquo externo do abdome (ligamento inguinal) e medialmen­te, em parte, pela face superficial do reto do abdome. A túnica vaginal eo cordão espermático no macho e o processo vaginal e o ligamento re­dondo da fêmea passam oblíqua e caudoventralmente através do canalEm ambos os sexos, os vasos pudendos externos e o nervo genitofemo­ral atravessam o canal. Observe o máximo possível desses limites antesde abrir o abdome.

Cavidades abdominal e peritoneal

A cavidade abdominal é fonnada pelos músculos da parede ab­dominal, pelas costelas e pelo diafragma. É revestida por peritônio, queenvolve a cavidade peritoneal.

A cavidade peritoneal, como as cavidades pleural e pericárdié um espaço fechado. É revestida por uma membrana serosa. Membra­nas serosas são finas camadas de tecido conjuntivo frouxo revestidas pocuma camada de mesotélio. O peritônio é derivado das camadas somátie mesodénnica esplâncnica que revestem o celoma embrionário.

ABDmlE, PELVE E NlEMBRO PÉLVICO 103

o peritônio parietal é a camada que reveste a parede corpórea,sendo incisado para abrir a cavidade peritoneal. É contínuo dorsalmentecom o peritônio visceral, que suspende e envolve os órgãos da cavidadeabdominal (Fig. 129). Não existem quaisquer órgãos na cavidade pel1to­neal, porque todos os órgãos são revestidos por peritônio visceral.

A fáscia transversa reforça o peritônio e fixa-o aos músculosabdominais e diafragma. Faça uma incisão sagital através da paredeabdominal de cada lado dorsal ao reto do abdome, do arco costal até onível do canal inguinal. Una as extremidades craniais dessas incisões erebata a parede abdominal ventral. Observe as seguintes estruturas:

O ligamento falciforme é uma prega de peritônio que passa doumbigo ao diafragma. Une-se também ao fígado, entre os lobos medialesquerdo e quadrado. Em espécimes obesos, encontra-se um grandeacúmulo de tecido adiposo nesse remanescente do mesentério ventralembrionário. Em animais jovens, o ligamento redondo do fígado ain­da pode ser visível na borda livre do ligamento falciforme. Caudal aoumbigo, a prega do peritônio é o ligamento mediano da bexiga. Nofeto, a veia umbilical segue cranialmente na borda livre do ligamentofalciforme para entrar no fígado, enquanto o úraco e as artéIias umbili­cais ficam na borda livre do ligamento mediano da bexiga.

Examine a face caudoventral do interior da cavidade peritonealno nível do canal inguinal e observe o anel vaginal.

O anel vaginal (Fig. 128) é formado pelo peritônio parietal quan­do deixa o abdome e entra no canal inguinal para formar o processo outúnica vaginal. Marca a posição do anel inguinal profundo, que é for-

mado pela reflexão da fáscia transversa para fora do anel vaginal. Emgeral, há um depósito de tecido adiposo na fáscia transversa ao redor doanel vaginal.

No macho, o ducto deferente é ligado às paredes abdominal epélvica por uma prega de peritônio, o mesoducto deferente. No anelvaginal, essa prega une-se ao mesórquio, que contém a artéria e a veiatesticulares e os plexos nervosos testiculares. O ducto deferente seguecaudalmente do anel vaginal para a uretra, além do colo da bexiga. Nafêmea, uma prega de peritônio do mesométrio, que suspende o útero,entra no anel vaginal. Essa prega contém o ligamento redondo do útero.

A artéria e a veia epigástricas caudais seguem cranialmente naface profunda da parte caudal do reto do abdome. A origem da artériado tronco pudendoepigástrico da artéria profunda da coxa será disseca­da mais tarde (ver Fig. 146).

VÍSCERAS ABDOMINAIS

O omento maior (Figs. 129-132) é a primeira estrutura observa­da após rebater-se a parede abdominal. É um prolongamento caudo­ventral das duas camadas de peritônio visceral que passam da paredeéorpórea dorsal para a curvatura maior do estômago, o mesogástriodorsal. À medida que o estômago se forma e gira para sua posição defi­hitiva no embrião, esse mesogástrio cresce de maneira extensiva e formauma bolsa de dupla camada, que se estende caudoventralmente sob

III,I

I\

\

\

\

\

\

13ª costelaRamo dorsal de T 13

IIII

Ramo ventral de T 13\\

\

N. ilioipogástrico cranial (L 1)\

"iocostallombar

Ramo cutâneo dorsal

N. ilióipogástric; caudal (L2) \\ \

\ \

\ \

\

\

N. ilioinguinal (L3)\\L5

~/'-1/V,I

Ramos para o reto do abdome

N. genitolemora.!.

/

Fig. 126 Vista lateral dos quatro primeiros nervos lombares.

104 ABDOME, PELVE E l\1EMBRO PÉLVICO

;\\ - - Anel inguinal superficial

Oblíquo ext. abd

Túnica vaginal - - -

Fêmea

Fig. 127 Diagrama da transecção do processo vaginal no macho e na fêmea. (As linhas pontilhadas indicam a fáscia espermática. No macho, não estão demonstradosos conteúdos da túnica vaginal. Ver Fig. 128.)

EpidídimoI

- Corte transversal

Anel inguinal profundoII

Túnica par/e tal

Túnica visceral

Dueto deferente

A. e v. deferentes

Lâmina parietal da túnica vaginal" "-"-

"- "

Fáscia abdominal superf.e profunda - -

A. e v. testiculares

Fig. 128 Esquema da túnica vaginal no macho.

ABDOlVIE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 105

muitos dos órgãos abdominais. O espaço contido no mesogástrio pre­gueado é a bolsa do omento. A prega adjacente à parede corpórea ven­tral é a camada superficial. A camada profunda fica adjacente aos ór­gãos abdominais. O omento maior tem um aspecto rendilhado, comdeposições de tecido adiposo ao longo dos vasos. O omento maior re­veste o jejuno e o íleo, deixando o cólon descendente exposto à direita.Rebata o omento e, com os dedos em lados opostos, separe suas pare­des superficial e profunda para expor sua cavidade, a bolsa do omento.Acompanhe o omento maior de sua fixação ventral na curvatura maiordo estômago até sua fixação dorsal à parede corpórea dorsal. O baço estáincluso na porção superficial do omento maior no lado esquerdo, e o loboesquerdo do pâncreas está incluso na camada profunda.

Três órgãos no abdome capazes de considerável variação no ta­manho são o estômago, a bexiga e o útero. Se um ou mais deles estive­rem dilatados, as relações dos órgãos serão alteradas.

A bexiga (Figs. 130, 132, 133), quando vazia, contrai-se e ficano assoalho da entrada pélvica. Quando dilatada, fica no assoalho doabdome, e seu formato adapta-se à parte caudal da cavidade abdominal,uma vez que desloca todas as vísceras livremente móveis. Com freqüên­cia, atinge um plano transversal através do umbigo.

O útero não-grávido (Figs. 130, 133) é notavelmente pequeno,mesmo numa cadela que tenha tido várias ninhadas. O útero é constitu­ído por um colo (cérvix), um corpo e dois cornos. O útero grávido ficano assoalho do abdome durante o segundo mês ou a última metade daprenhez. À medida que o útero aumenta, as partes intermediárias doscornos gravitam cranial e ventralmente e passam a ficar mediais aos arcos

costais; assim, o útero dobra-se sobre si próprio, pois as extremidadesovárica e vaginal movem-se muito pouco durante a dilatação.

O baço (Figs. 130, 134) fica na camada superficial do omentomaior, ao longo da curvatura maior do estômago. Sua posição, formatoe grau de distensão são variáveis. Sua superfície lateral fica contra operitônio parietal da parede abdominal lateral esquerda e o fígado. Suaparte caudal pode atingir um plano transversal através da região lombarcentral. Seu limite cranial geralmente é marcado por um plano que pas­sa entre a 12.' e a 13: vértebras torácicas. Pode atingir o assoalho doabdome. A parte do omento maior que une o baço ao estômago é o liga­mento gastroesplênico. Se seu espécime foi anestesiado com um bar­bitúrico, o baço pode estar anormalmente dilatado.

O diafragma (Fig. 135), divisão muscular entre as cavidadestorácica e abdominal, é músculo de inspiração. Possui uma extensa pe­riferia muscular e um pequeno centro tendíneo em forma de V. A par­te muscular do diafragma pode ser dividida em três partes, de acordocom suas fixações: lombar, costal e esternal. A parte lombar forma osramos esquerdo e direito, que se unem aos corpos da terceira e da quar­ta vértebras lombares por fortes tendões. O ramo direito é maior do queo esquerdo. A parte costal do diafragma origina-se das superfíciesmediais da oitava à 13: costelas. Interdigita-se com o músculo trans­verso do abdome. A parte esternal origina-se da superfície dorsal doesterno cranial à cartilagem xifóide. Os prolongamentos do centro ten­díneo em forma de V seguem dorsalmente entre as partes lombar e cos­tal de cada lado. O medias tino caudal pode ser rompido para expor aparte tendínea do músculo.

Lobo esquerdodo pâncreas Mesocólon transverso

Sínfise

Úteror

I

Bexiga

Cólon descendenteI

I

I

IIIIBolsa omental

MesentérioIII

I

r

r

IIIr

IOmento maior, camada profundae camada superlicial

Cólon transverso

Peritônio

parietal

Linfonodos

I

Estômago

Omentomenor

Fígado

Ligamentocoronário

Fig. 129 Diagrama das reflexões peritoneais. secção sagitaJ.1. Fossa pararretal2. Escavação retogenital3. Escavação vesicogenital4. Escavação pubovesical

106 ABDOME, PErVE E l\ffi~ffiRO PÉLVICO

Fig. 130 Vísceras do cão.

A. Vísceras do macho, vista lateral esquerdaI. Pulmão esquerdo2. Coração3. Fígado4. Estômago5. Rim esquerdo6. Ureter

7. Bexiga8. Uretra9. Reto

10. Omento maior revestindo o intestino delgado11. Baço12. Cólon descendente13. Dueto deferente

14. Testículo esquerdo15. Próstata16. Timo

B. Vísceras da fêmea, aspecto lateral direitoI. Pulmão direito

2. Coração3. Fígado4. Estômago5. Rim direito6. Ureter

7. Bexiga8. Uretra9. Reto

10. Omento maior revestindo o intestino delgado11. Duodeno descendente12. Corno uterino direito13. Ovário direito

14. Vagina

ABDOME, PELVE E :MEMBRO PÉLVICO107

Peritônio parietal --

IRim direito

Esquerda

Baço

\Cólon descendente

Fig. 131 Mesentérios abdominais. Secção transversal esquemática no nível do baço.

Fígado --

Duodeno descendente - -

Localização do ceco - -

Reto -

A.

- Estômago

- - Baço

- - Rim esquerdo

- - Omento maior revestindo

intestino delgado

~ Ureter

e v. epigástricas profundas caudais

Fig. 132 Vísceras abdominais, face ventral no macho.

108 ABDOME, PELVE E MEl\1BRO PÉLVICO

Glândula adrenal - -

Ligamento suspensordo ovário --

A. e v. ováricas -

Ligamento próprio - ­do ovário

Ligamento redondo do útero - - -

Como- -

Corpo --

Veia cava caudal II

I Aorta

- Rim esquerdo

- V.ovárica

. - Ovário dentro da bolsa

- - - - - - A. uterina

---- Bexiga

Fig. 133 Relações topográficas do rim, da glândula adrenal, do ovário e do útero não grávido, face ventral.

O hiato aórtico é um corredor dorsal entre os ramos para a aor­ta, a veia ázigos e o ducto torácico. O hiato esofágico, localizado maiscentralmente, fica na parte muscular do ramo direito e conduz o esôfa­go, os troncos nervosos vagais e os vasos esofágicos. O forame da veiacava localiza-se na junção das partes tendínea e muscular do lado direi­to do diafragma. A veia cava caudal o atravessa.

O fígado (Figs. 130, 132, 136) tem seis lobos, e sua superfícieparietal adapta-se à superfície abdominal do diafragma. A superfícievisceral do fígado relaciona-se, à esquerda, com o estômago e, às ve­zes, com o baço; à direita, com o pâncreas, o rim direito e o duodeno;ventralmente com o omento maior e, por meio deste, com o intestinodelgado. Sua parte mais caudal cobre a extremidade cranial do rim di­reito e atinge um plano transversal através da 13.a vértebra torácica. Ofígado raramente salienta-se caudal ao arco costa!. Sofre leve movimentolongitudinal a cada respiração.

O lobo medial direito do fígado contém uma fossa para a vesí­cula biliar. O lobo lateral direito, que é menor, situa-se junto ao lobocaudado, que envolve a extremidade cranial do rim direito. O lobo qua­drado é estreito e localiza-se entre os lobos mediais direito e esquerdo.Forma o limite esquerdo da fossa da vesícula biliar. O lobo medial es­querdo é separado por uma fissura dos lobos medial direito e quadra­do. A veia umbilical penetra no fígado através dessa fissura. O lobolateral esquerdo é separado do lobo medial esquerdo por uma fissura.A borda livre do lobo lateral esquerdo é freqüentemente chanfrada. Asuperfície visceral do lobo lateral esquerdo é côncava onde fica em con­tato com o estômago. O lobo caudado é indistintamente separado damassa central do fígado, que é cranial a ele. Fica de modo tranverso,mas está principalmente à direita e dorsal à parte principal do órgão. Écontraído em seu centro, onde a veia porta entra no fígado ventral a elee a veia caudal cruza-o dorsalmente. Suas extremidades estão na forma

de dois processos. O processo caudado cobre a parte mais alta da ex-

tremidade cranial do rim direito e contém assim a profunda impressãlrenal. O processo papilar pode ser observado através do omento me­nor, se o fígado for inclinado para a frente. Fica na curvatura menorestômago.

Vias biliares

Grande parte do sistema de dueto biliar no fígado é microscóp,­ca. A bile, que é secretada pelas células hepáticas, é coletada nos cana­lículos, que drenam nos duetos interlobulares. Os duetos interlobula.re:sde cada lobo se unem para formar duetos hepáticos (Fig. 137), queemergem de cada lobo. A disposição dos duetos hepáticos é variáveL

A vesícula biliar (Fig. 137) localiza-se numa fossa entre os lo­bos quadrado e medial direito do fígado. A vesícula biliar repleta este;:;­de-se através do fígado e fica em contato com o diafragma (que freqüentemente está manchada de verde em espécimes preservados). O colo ê.:.vesícula biliar continua como o dueto cÍstico.

O principal ducto formado pela união dos ductos hepáticos educto cístico da vesícula biliar é o dueto biliar (dueto colédoco). Se­gue pela parede do duodeno descendente e termina na papila duodeC:::maior, ao lado do ducto pancreático. Não existem quaisquer válvul2snos ductos biliares, e a bile pode fluir em qualquer direção. Observe ­sistema de ductos em seu espécime.

O estômago (Figs. 130, 134, 138) é dividido em partes que semisturam imperceptivelmente entre si. A parte cardíaca é a menor pa:--=do estômago e localiza-se mais perto do esôfago. O fundo tem foru:::.de cúpula e fica à esquerda do cárdia e dorsal a ele. O corpo do estô~go é a grande porção central. Estende-se do fundo à esquerda até a pa=pilórica à direita. O corpo une-se à parte pilórica na incisura, que é ­ângulo relativamente agudo na pequena curvatura. A parte pilórica -

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO109

Papila duodenal maior

Papila duodenal menor

Lobo dir. do pâncreascobrindo o rim dir.

Cólon ascendente

Linfonodos ­mesentéricos

Duodeno

Camada profunda }Camada super!o Omento maior (cortado)

Estômago

Logo esquerdo dopâncreas

Cólon transverso

Cólon descendente

Fig. 134 Duodeno e cólon transverso com relação à raiz do mesentério. Pâncreas in s/tu e posição dos rins indicada por linha pontilhada.

Parte esternal do diafragma

Forame da v. cava

Parte costa I

Hiato aórtico

(Aorta, v. ázigos edueto torácico)

1ª vértebra lombar

Ramo direito

4' vértebra lombar ·fHWL> +~,.·y1l· .. ·:r···.:..} 713

Fig. 135 Diafragma, face abdominal.

Cartilagem xifóide

Cartilagens costais

Hiato esofágico(Esôfago etroncos vagais)

Ramo esquerdo

Psoas maior

110 ABDOlVIE, PELVE E lVIEMBRO PÉLVICO

terço distal do estômago, quando medido ao longo da curvatura me­nor. A porção inicial de paredes finas é o antro pilórico, que se es­treita num canal pilórico, antes de se unir ao duodeno no esfíncter, opiloro.

O estômago é inclinado de tal maneira que sua curvatura maiorapresenta-se principalmente à esquerda e sua curvatura menor, prin­cipalmente à direita; sua superfície parietal está voltada ventralmentepara o fígado, e sua superfície visceral dorsalmente faz face à massaintestinal. Sua posição muda, dependendo de sua repleção.

O estômago vazio é completamente inacessível à palpação e àobservação, devido ao fígado e ao diafragma cranioventralmente e àmassa intestinal caudal mente. Fica à esquerda do plano mediano. Oestômago vazio é cranial ao arco distal e agudamente curvado, de talmodo que tem mais o formato de V do que de C. A curvatura maiorapresenta-se ventralmente, caudalmente e à esquerda. Essa curvatura ficaacima e à esquerda da massa do intestino delgado. A curvatura menor éfortemente curvada ao redor do processo papilar do fígado e apresenta­se craniodorsalmente e à direita. O lobo esquerdo do pâncreas e o cólontransverso são dorsocaudais a ele.

O estômago cheio fica em contato com a parede abdominal ven­tral e projeta-se além dos arcos costais. Desloca a massa intestinal. Abrao estômago ao longo de sua superfície parietal, remova o conteúdo eobserve as pregas longitudinais da mucosa.

O duodeno (Figs. 130, 132, 134, 138) é a parte mais fixa do in­testino delgado. É suspenso pelo mesoduodeno, que será estudado maistarde. Rebata o omento maior cranialmente e o jejuno de cada lado paraexpor o duodeno. O duodeno começa no piloro à direita do plano medi­ano. Após um curto trajeto dorsocranial, volta-se como a flexura duo­denal cranial. Continua caudalmente à direita como a parte descen­dente, onde fica em contato com o peritônio. Mais caudalmente, o du­odeno volta-se, formando a flexura duodenal caudal, e prossegue cra­nialmente como a parte ascendente. A parte ascendente fica à esquer­da da raiz do mesentério, onde forma a flexura duodenojejunal.

O jejuno forma as espirais do intestino delgado (Figs. 130, 131,132, 134), que ocupam a parte ventrocaudal da cavidade abdominal.Recebem sua nutrição da artéria mesentérica cranial, que fica na raiz domesentério. A raiz do mesentério fixa o jejuno e o íleo à parede corpó­rea dorsal. Os linfonodos mesentéricos ficam ao longo dos vasos nomesentério. O jejuno começa à esquerda da raiz do mesentério e é aporção mais longa do intestino delgado. Acompanha-o a flexura duo­denojejunal à esquerda até o seu final no íleo, no lado direito do abdo­me. O íleo é a porção terminal do intestino delgado. É curto, passa cra­nialmente ao lado direito da raiz do mesentério e une-se ao cólon ascen­

dente no orifício i1eocólico. Não existe qualquer demarcação nítida entreo jejuno e o íleo, desde o ceco até o jejuno. Este aproxima-se do com­primento do íleo (10 cm).

O ceco (Figs. 132, 134, 139), uma parte do intestino grosso, é umtubo cego em forma de S, localizado à direita do plano mediano, najun­ção do íleo com o cólon. É ventral à extremidade caudal do rim direito,dorsal ao intestino delgado e medial à parte descendente do duodeno. Oceco comunica-se com o cólon ascendente no orifício cecocólico. Abra

o ceco, o íleo terminal e o cólon ascendente adjacente e observe os ori­fícios ileocólico e cecocólico.

O cólon (Figs. 134, 139) localiza-se dorsalmente no abdome,suspenso por um mesocólon. Divide-se num curto cólon ascendente,que fica à direita da raiz do mesentério; um cólon transverso, cranial àraiz do mesentério; e um longo cólon descendente, em seu início à es­querda da raiz do mesentério. O ângulo entre os cólons ascendente etransverso é conhecido como a flexura cólica direita, e aquele entre oscólons transverso e descendente é conhecido como a flexura cólica

esquerda. O cólon descendente termina num plano transversal atravésda entrada pélvica. Continua-se como o reto.

O pâncreas (Figs. 134,137) é lobulado e composto de um corpoe dois lobos. O corpo fica no pilora. O lobo direito fica dorsomedial àparte descendente do duodeno, envolta pelo mesoduodeno. É ventral aorim direito. O lobo esquerdo do pâncreas fica entre as camadas perito ..neais que formam o folheto profundo do omento maior. É caudal aoestômago e ao fígado, e cranial ao cólon transverso. Rebata o omentomaior cranialmente e o intestino delgado caudalmente, para observar opâncreas.

O sistema ductal pancreático (Figs. 134, 137) é variável. A maio­ria dos cães tem dois duetos, que se abrem separadamente no duodeno,mas comunicam-se na glândula. O ducto pancreático é o menor dosdois duetos e, às vezes, está ausente. Abre-se junto ao dueto biliar napapila duodenal maior. Faça uma incisão através da borda livre da partedescendente do duodeno. Raspe a mucosa com o cabo do bisturi e iden­tifique a papila duodenal maior. Esta encontra-se do lado onde o meso­duodeno se fixa. O ducto pancreático acessório, maior, abre-se no duo­deno na papila duodenal menor, cerca de dois ou três centímetros cau­dal à papila maior. Localize o dueto acessório por dissecção no meso­duodeno, entre o lobo direito do pâncreas e o duodeno descendente.

As glândulas adrenais (Figs. 133,140, 143) são branco-amare­ladas e localizam-se na face cranial de cada rim. Cada glândula é atra­vessada pelo tronco comum das veias frênica caudal e abdominal crani­aI, que deixa um sulco profundo em sua superfície ventral.

A glândula adrenal direita fica entre a veia cava caudal e o lobocaudado do fígado ventralmente e os músculos sublombares dorsalmente.Exponha a glândula por dissecção entre a veia cava caudal e o rim cra­nial à veia renal. A glândula adrenal esquerda fica entre a aorta e orim esquerdo. Corte cada adrenal e observe o córtex.

Os rins (Figs. 130-133, 140, 141) são castanho-escuros. Eles sãoparcialmente rodeados por tecido adiposo e cobertos por peritônio emsua superfície ventral. A borda lateral é fortemente convexa, e a medial.quase reta. No meio da borda medial, encontra-se uma abertura, o hilodo rim, onde os vasos e nervos renais e o ureter comunicam-se com oórgão.

O rim direito fica oposto às três primeiras vértebras lomba­res. É mais cranial do que o rim esquerdo pela extensão de metade deum rim. O rim direito tem uma relação mais extensa com o fígado doque qualquer outro órgão. Seu terço cranial é coberto pelo processocaudado do lobo caudado do fígado. A superfície ventral restante re­laciona-se com o duodeno descendente, o lobo direito do pâncreas. oceco e o cólon ascendente. A veia cava caudal fica na borda medial dorim direito.

O rim esquerdo fica oposto à segunda, à terceira e à quarta vér­tebras lombares. Relaciona-se ventralmente com o cólon descendente e

o intestino delgado. O baço relaciona-se com a extremidade cranial dorim. A borda medial fica junto à aorta.

A parte dilatada do ureter dentro do rim é a pelve renal. O ure­ter segue caudalmente na região sublombar. Abre-se na parte dorsal docolo da bexiga. Durante todo o trajeto, é envolto por uma prega de peri­tônio da parede corpórea dorsal. Acompanhe o trajeto do ureter. O seiorenal é o espaço cheio de tecido adiposo que contém os vasos renais erodeia a pelve renal.

Libere o rim esquerdo de seu peritônio e sua fáscia de revesti­mento. Não corte sua ligação vascular. Faça um corte longitudinal dorim esquerdo desde sua borda lateral até o hilo, dividindo-o em meta­des dorsal e ventral. Observe o aspecto granuloso da porção periférido parênquima renal. Este é o córtex renal, que contém principalmenü:os corpúsculos renais e as porções convolutas dos túbulos. O parênqui­ma situado mais centralmente é a medula. Possui um aspecto estriado.devido aos numerosos duetos coletores. Os vasos aparentes na junçãlcorticomedular são os ramos arqueados dos vasos renais. A saliênci~longitudinal que se projeta na pelve renal é a crista renal, através d.::qual os túbulos coletores do rim excretam urina na pelve renal. Façasegundo corte longitudinal paralelo ao primeiro e observe as pirâmi­des renais formadas pela medula. Os recessos pélvicos da pelve ren~projetam-se para fora entre as pirâmides renais.

Libere o rim direito de seu peritônio e sua fáscia e faça um corretransversal através dele. Observe o córtex renal, a medula, a crista e =pelve.

Os ovários localizam-se junto ao pólo caudal dos rins. O ováridireito fica cranial ao ovário esquerdo e ~ dorsal ao duodeno descedente. O ovário esquerdo fica entre o cólon descendente e a parede ab­dominal. Cada ovário está contido numa bolsa peritoneal de parede5finas, a bolsa ovárica (Fig. 142), formada pelo mesovário e mesossalpirge. A bolsa ovárica abre-se para a cavidade peritoneal via um orifí ..semelhante a uma fenda na superfície mediana.

A tuba uterina segue cranial e depois caudal mente pela paree=lateral da bolsa em seu trajeto para o corno uterino. Examine a superã-

ABDOME, PELVE E lVIEMBRO PÉLVICO 111

Lig. falciforme

Veia cava caudal

Lig. coronário

Vesicufa biliar

Lig. triangular dir.

Área nua do figado

V. hepática

Processo caudado dolobo caudado

Fig. 136a. Fígado, face diafragmática.

cie da bolsa e observe o pequeno espessamento semelhante a um cor­dão em sua parede. Isto é a tuba uterina. Abra a bolsa por uma incisãolateral dorsal à tuba uterina e examine o ovário e o infundíbulo. O in­fundíbulo é a extremidade ovariana dilatada da tuba uterina. Tem uma

borda fimbriada e funciona para tragar os ovos após a ovulação. Obser­ve que várias das fímbrias projetam-se na cavidade perioneal a partir daabertura da bolsa ovárica. Durante a vida, essas fímbrias funcionam parafechar a abertura para a cavidade peritoneal na época da ovulação e, dessamaneira, evitam migração transperitoneal de ovos. A entrada do infun­díbulo na tuba uterina é conhecida como o óstio abdominal, e é nestaregião que ocorre a fertilização. A tuba uterina é curta e fina. Abre-seno corno uterino muito mais largo na junção tubouterina. Esta regiãotem importância fisiológica, pois é aí que os espermatozóides e os ovosão regulados em seu trânsito.

Os ligamentos largos do útero (Fig. 142) são as pregas peritone­ais de cada lado, que se fixam à região sublombar lateral. Suspendemtoda a genitália interna, exceto a parte caudal da vagina, que não é re­vestida por peritônio. Cada ligamento divide-se em três partes: omesométrio origina-se da parede lateral da pelve e da parte lateral daregião sublombar e fixa-se à parte lateral da extremidade cranial da va­gina, ao colo (cérvix) uterino e ao corpo uterino, bem como ao comouterino correspondente. O mesovário, um prolongamento domesométrio, é a parte cranial do ligamento largo. Começa num planotransversal através da extremidade cranial do como uterino e fixa o ovário

e os ligamentos associados com o ovário à parte lateral da região sub­lombar. O mesossalpinge é o peritônio que fixa a tuba uterina ao meso­vário e forma com o mesovário a parede da bolsa ovárica.

O ligamento suspensor do ovário une-se à fáscia transversamedial à extremidade dorsal da última costela (Fig. 142). Sua função émanter o ovário numa posição relativamente fixa. Na ovário-histerec­tomia, esse ligamento é solto de sua união à parede corpórea, para fa-

cilitar a remoção do ovário. O ligamento próprio do ovário é curto efixa o ovário à extremidade crania! do como uterino. A partir desse pontocaudolateralmente ao cana! inguinal, há uma prega da camada lateraldo mesométrio, que contém o ligamento redondo do útero em sua bordalivre (ver Fig. 168). O ligamento redondo, um homólogo do gubemácu­10 embrionário, não tem função no adulto. Passa pelo canal inguinal e éencoberto pelo processo vaginal e pelo tecido adiposo (Fig. 127).

Peritônio

O peritônio reveste as cavidades abdominal, pélvica e escrotal, ereflete-se ao redor de seus órgãos incluídos. O peritônio parietal cobrea superfície interna das paredes das cavidades abdominal, pélvica e es­crotal; o peritônio visceral cobre os órgãos dessas cavidades.

No embrião, o mesentério comum dorsal é uma camada dupla deperitônio, que vai da parede abdominal dorsal ao tubo digestivo. Servecomo uma rota pela qual os vasos e nervos atingem os órgãos. No cão,o mesentério comum dorsal persiste como o omento maior,mesoduodeno, mesentério e mesocólon.

Um omento (epíplon) fixa o estômago à parede corpórea ou aoutros órgãos:

O omento maior (ver Figs. 129, 131, 132) fixa a curvatura mai­or do estômago à parede dorsal do corpo. Da curvatura maior do estô­mago, estende-se caudalmente como a camada superficial sobre o asso­alho do abdome. Volta-se dorsalmente sobre si próprio, próximo à en­trada da pelve, e retoma como a camada profunda dorsal ao estômago,onde contém o lobo esquerdo do pâncreas entre suas camadas peritone­ais. Fixa-se à parede dorsal do abdome. Caudal e à esquerda do fundodo estômago encontra-se o baço, que fica em grande parte numa evagi­nação da camada superficial do omento maior.

112 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

A. gástrica dir.

Veia cava caudal A. gastroduodenal

Fig. 136b. Fígado, face visceral.

O omento menor estende-se frouxamente sobre a distância en­

tre a curvatura menor do estômago e a porta do fígado. Entre o fígado eo cárdia do estômago, fixa-se por uma curta distância ao diafragma. OI?rocesso papilar do fígado é frouxamente envolto pelo omento menor.A direita da borda livre do omento menor, encontra-se o ligamentohepatoduodenal, que une o fígado ao duodeno. Contém a veia porta, aartéria hepática e o ducto biliar.

A bolsa omental é formada pelos omentos e os órgãos adjacen­tes. Possui um forame omental (epiplóico) que se abre na principalcavidade peritoneal. Essa abertura fica dorsalmente à direita do planomediano, no nível da flexura cranial do duodeno, caudomedial ao lobocaudado do fígado. É limitada dorsalmente pela veia cava caudal, ven­tralmente pela veia porta, caudalmente pela artéria hepática nomesoduodeno e cranialmente pelo fígado. Encontre esse foram e e insi­ra um dedo através dele.

O mesoduodeno origina-se na parede dorsal do abdome e na raizdo mesentério, estendendo-se até o duodeno. No lado direito, passa parao duodeno descendente e envolve o lobo direito do pâncreas entre suascamadas. Cranialmente, é contínuo com o omento maior, através dasuperfície ventral da veia porta. Caudalmente, o mesoduodeno passa daraiz do mesentério para a flexura caudal do duodeno. À esquerda, fixa­se ao duodeno ascendente, e na flexura duodenojejunal é contínuo como mesentério do jejuno. O duodeno ascendente liga-se ao mesocólon docólon descendente pela prega duodenocólica.

O mesentério (mesojejunoíleo) fixa-se à parede abdominal opostaà segunda vértebra lombar por um pequeno ligamento peritoneal conhe­cido como a raiz do mesentério. Vasos e nervos passam no mesentériopara suprir os intestinos grosso e delgado. A borda periférica do mesen­tério liga-se ao jejuno e ao íleo. Na junção ileocólica, o mesentério écontínuo com o mesocólon ascendente.

Os mesocólons ascendente, transverso e descendente ligam oscólons ascendente, transverso e descendente à parede corpórea dorsal.São contínuos entre si da direita à esquerda.

Há algumas pequenas pregas peritoneais que servem mais paramanter órgãos em posição do que como canais para vasos sanguíneos.Elas denominam-se ligamentos:

O ligamento triangular direito estende-se do pilar direito dodiafragma acima do centro tendíneo ao lobo lateral direito do fígado.

O ligamento triangular esquerdo estende-se do pilar esquerdodo diafragma ao lobo lateral esquerdo do fígado.

O ligamento coronário é uma lâmina de peritônio que passa en­tre o diafragma e o fígado, ao redor das veias cava caudal e hepáticas. Àdireita, é contínuo com o ligamento triangular direito, e à esquerda, como ligamento triangular esquerdo. Ventralmente, partes direita e esquerdado ligamento coronário convergem para formar o ligamento fa1ciforme.

O ligamento falciforme estende-se do fígado ao diafragma e daparede ventral do abdome ao umbigo. O ligamento redondo do fígado.que é o resquício da veia umbilical do feto, pode ser encontrado noanimal jovem como um pequeno cordão fibroso que fica na borda livredo ligamento fa1ciforme. Entra na fissura para o ligamento redondo dofígado entre os lobos quadrado e medial esquerdo. Em cães adultos, oligamento fa1ciforme está cheio de tecido adiposo e persiste apenas dodiafragma ao umbigo.

Vasos e nervos das vísceras abdominais

Nervos vagaisOs nervos vagos (Figs. 105, 143) transportam fibras eferente:

paras simpáticas pré-ganglionares e aferentes viscerais para todos o

ABDOME, PELVE E MElVIBRO PÉLVICO 113

Orifício do dueto colédoco

- Esfíncter da papila duodenal maior

Vesícula biliar

Papila duodenal menor

Dueto cístico

Dueto colédoco

} Dueto pancreático

Dueto pancreático acessório

Papila duodenal maior

Dueto pancreático

Duodeno

Dueto colédoco intramural

orifício

esfíncter

-,\IIII

~

\

I

B

Fig. 137 Duetos biliares e pancreáticos. A, Relações topográficas, face ventral. B, Interior do duodeno com a túnica mucos a removida para mostrar o músculopróprio com relação aos duetos e à papila duodenal maior (segundo Eichom e Boyden, [955).

Dueto colédoco

Duetos hepáticos

Porção intramural do dueto

Papila duodenal maior

Duetos pancreáticos

Papila duodenal menor

Canal pilórico

Fig. 138 Secção longitudinal do estômago e do duodeno proximal.

114 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Cólon ascendente

Folículos linfáticos solitários

Orifício cecocólico

Orifício íleocólico em. esfíncter

Ceco

Fig. 139 Secção longitudinal através da junção ileocólica mostrando o orifício cecocólico.

órgãos torácicos e a maioria dos abdominais. Os nervos vagos direito eesquerdo dividem-se caudalmente às raízes dos pulmões em ramosdorsais e ventrais. Os ramos dorsais unem-se perto do diafragma paraformar o tronco vagal dorsal. Os ramos ventrais unem-se caudalmenteàs raízes dos pulmões para formar o tronco vagal ventral. Esses troncosficam nas superfícies dorsal e ventral da parte terminal do esôfago. Dostroncos, bem como dos ramos dorsais e ventrais dos vagos, originam-senervos para suprir o esôfago. Os troncos vagais passam pelo hiato esofá­gico do diafragma e seguem ao longo da curvatura menor do estômago.

Seccione o pilar esquerdo do diafragma no hiato esofágico e re­bata-o para expor os troncos vagais. Observe o tronco vagal ventral. Estesupre o fígado, a superfície parietal do estômago e o pilara. Os ramosterminais não precisam ser dissecados.

O tronco vagal dorsal (Fig. 143) emite um ramo celíaco que passadorsocaudalmente e contribui para a formação dos plexos celíaco emesentérico cranial. Estes plexos são redes nervosas que ficam sobre,ao redor e passam ao longo dos três vasos abdominais, em razão dosquais são denominados. Os componentes simpáticos dos plexos têmsinapses nos gânglios associados. Axônios parassimpáticos estão sim­plesmente atravessando. Os ramos nesses plexos acompanham a ra-

Veia cava caudal

V. renal

Ureter

4" vértebra lombar

mificação terminal dos respectivos vasos sanguíneos para os intestino~no mínimo tão caudal mente quanto a flexura cólica esquerda. O troncovagal dorsal continua ao longo da curvatura menor do estômago parzsuprir a superfície visceral do pilara. ~

Tronco simpático

Para expor as partes torácica caudal e lombar do tronco simpáti­co do lado esquerdo, rebata as paredes abdominal e torácica caudal. tktal modo que o rim e os pilares do diafragma fiquem livremente acessi­veis. Rebata o rim em direção ao plano mediano. A artéria e a veia ilí~­cas circunflexas profundas originam-se da aorta e da veia cava cauch.na parte caudal da região lombar, e podem ser seccionadas e desviadasEsses vasos serão descritos posteriormente, com os ramos da aorta ar~dominal e da veia cava caudal.

O músculo psoas menor origina-se da fáscia do músculo dorsa:_ele, o quadrado lombar, e dos últimos corpos vertebrais torácicos e cir;­co primeiros lombares. É ventral e medial ao músculo quadrado lom~e ao músculo psoas maior (Figs. 143, 172). Insere-se no ílio, no tuk-

Tronco comumA. frênica caudalA. abdominal cranial

Glândula adrenal

A. renal

Rim esquerdo

Fig. 140 Rins e glândulas adrenais, face ventral.

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Pirâmide renal

A. e v. interlobares

Cápsula renal

A. e v. arqueadas

V. renal

115

Tecido adiposo no seio renal

Pelve renal

Medula

B

Medula

c

o

"].N.

E

Recesso pé/vico

Pelve renal

--- Ureter

Fig. 141 Detalhes da estrutura do rim.A) Seccionado em plano dorsal, distante do centro.B) Seccionado em plano dorsal médio.C) Secção transversa!.D) Disposição da pelve renal, face dorsal.E) Disposição da pelve renal, face media!.

116 ABDUME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Lig. suspensor do ovário

Mesovário

Lig. próprio do ovário

Corno uterino esquerdo

Mesométrio

A

Abertura da bolsa ovárica

ástio abd. da tuba uterina

Ovário (rebatido medialmente)

Fímbrias doinfundíbulo

Bolsa ovárica

Tuba uterina ascendo

V Ovário

,~ --// ~ ~ Mesossalpinge~ Tuba uterina descendoO Ligamento largo

(mesovário)

c

Abertura dabolsa ovárica

Fig. 142 Relações do ovário e da bolsa ovárica esquerdos.A) Face lateral.B) Face lateral, bolsa aberta.C) Face medial.D) Secção através do ovário e da bolsa.

culo do psoas menor dorsal à eminência iliopúbica. Seccione o tendãodo músculo psoas menor caudal aos vasos circunflexos profundos doíleo. Remova o músculo de suas origens vertebrais. Examine o psoasmaior e sua união com o ilíaco para formar o músculo iliopsoas.

Nervos esplâncnicos

Identifique as partes torácica e lombar do tronco simpático aopassar ao longo dos corpos vertebrais. Como muitos dos axônios pré­ganglionares no tronco simpático nos níveis TIO a TI3 seguem no ner­vo esplâncnico maior, em vez de na região lombar do tronco, há umestreitamento distinto do tronco caudal ao nervo esplâncnico maior. Otronco dilata-se caudalmente, à medida que componentes esplâncnicoslombares nele penetram.

Os nervos esplâncnicos contêm neurônios simpáticos, que se­guem entre o tronco simpático e os gânglios autônomos abdominais.

O nervo esplâncnico maior (Fig. 143) deixa o tronco simpáticono nível do 12.0 ou 13.0 gânglio simpático torácico. Passa dorsal ao pi-

lar do diafragma, entra na cavidade abdominal e segue para os gânglie plexos adrenais e celiacomesentéricos.

Os nervos esplâncnicos menores (Fig. 143), quase sempre do'em geral deixam os últimos gânglios simpáticos torácicos e primeirlombares. Suprem nervos para a glândula, o gânglio e o plexo adren~­e terminam nos gânglios e plexo celiacomesentéricos. Disseque agem dos nervos e seu trajeto para a glândula adrenal.

Os nervos esplâncnicos lombares (Fig. 143) originam-se jsegundo ao quinto gânglios simpáticos lombares. Em geral, distribue=­se para os gânglios e plexos aorticorrenais, mesentéricos crania:, •mesentéricos caudais. Observe a origem desses nervos.

Plexos e glânglios nervosos abdominaisNo abdome, ramos dos nervos vagos e esplâncnicos mistur=­

se ao redor das principais artérias abdominais, para formar plexos ~­vosos, que são denominados de acordo com o vaso onde se encontr=Os plexos inervam a musculatura da artéria e as vísceras irrigadasramos dessa artéria.

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

12

117

34 33 32 31

Fig. 143 Exposição do sistema nervoso autônomo abdominal, lado esquerdo.

1. Estômago2. Tronco ventral do n. vago3. Esôfago4. Tronco dorsal do n. vago5. Aorta6. A. e n. intercostais7. Ramo comunicante

8. Tronco simpático9. A. celíaca

10. Quadrado lombarlI. N. esplâncnico maior12. A. mesentérica cranial

13. Gânglio simpático lombar em L214. N. esplâncnico menor15. Tendão do pilar esquerdo do diafragma16. Psoas maior

17. N. esplâncnico lombar

18. Psoas menor seccionado

19. A. circunflexa profunda do ilíaco20. A. mesentérica caudal

21. N. hipogástrico esquerdo22. Plexo mesentérico caudal

23. Gânglio mesentérico caudal24. A. e v. testiculares25. Cólon descendente26. A. ureteral cranial

27. Jejuno28. Veia cava caudal29. Omento maior

30. A. e plexo renais31. Glândula adrenal

32. Tronco comum para v. frênica caudal e abdominal cranial33. Plexo adrenal

34. Gânglios e plexo celíacos e mesentéricos craniais

118 ABDOME, PELVE E MEJI.'IBRO PÉLVICO

1. As artérias lombares pares (Figs. 144-146) deixam a superfí­cie dorsal da aorta. Cada uma delas estende-se dorsalmente e termina

em um ramo espinhal e um dorsal. Os ramos espinhais atravessam osforames intervertebrais e anastomosam-se com a artéria espinhal ven­tral, que se encontra no canal vertebral e irriga parte da medula espinal.Os ramos dorsais irrigam os músculos e a pele acima das vértebras lom­bares.

2. A artéria celíaca (Figs. 143-145) é curta e origina-se da aor­ta, entre os pilares do diafragma. Possui três ramos: a artéria hepática, aartéria gástrica esquerda e a artéria esplênica (lienal). O plexo celíacode nervos cobre a artéria em seu trajeto através do mesentério.

A artéria hepática (Figs. 144, 145) é o primeiro ramo a deixar acelíaca. Encontre sua origem da celíaca. Acompanhe este vaso dorsalao piloro, entre a curvatura menor do estômago e o fígado. Um a cincoramos deixam a artéria hepática e entram no fígado. (Esses ramos sãocobertos com nervos.) A artéria cística deixa o último ramo hepático eirriga a vesícula biliar. Não precisa ser dissecada. Após emitir ramos parao fígado, a artéria hepática termina como as artérias gástrica direita egastroduodenal. Isto ocorre no omento menor.

A artéria gástrica direita é uma pequena artéria que se estendedo piloro em direção ao cárdia, para irrigar a curvatura menor no estô­mago. Anastomosa-se com a artéria gástrica esquerda. Não precisa serdissecada.

A artéria gastroduodenal irriga o piloro e termina como as ar­térias gastroepiplóica direita e pancreaticoduodenal cranial.

A artéria gastroepiplóica direita entra e segue no omento mai­or, ao longo da curvatura maior do estômago. Irriga o estômago e oomento maior. A artéria gastroepiplóica direita anastomosa-se com agastroepiplóica esquerda, um ramo da artéria esplênica (lineal).

A artéria pancreaticoduodenal cranial acompanha a bordzmesentérica do duodeno descendente, onde irriga o duodeno e O lobodireito adjacente do pâncreas. Anastomosa-se com a artériapancreaticoduodenal, que é um ramo da artéria mesentérica cranial.

A artéria gástrica esquerda (Figs. 144, 145) segue para a cur­vatura menor do estômago, próximo ao cárdia, e irriga ambas as super­fícies do estômago. Um ou mais ramos esofágicos passam cranialmen·te sobre o esôfago. Estende-se em direção ao piloro, onde se anastomo­sa com a artéria gástrica direita.

A artéria esplênica (lienal), um dos três principais ramos dzartéria celíaca, cruza a superfície dorsal do lobo esquerdo do pâncreas eaproxima-se do hilo do baço perto do seu meio. Emite ramos maiorespara cada extremidade do órgão e ramos menores para o pâncreas e asporções centrais do baço. Ramos gástricos curtos vão do baço para :;:curvatura maior do estômago no ligamento gastroesplênico (gastrolie­nal). A artéria esplênica continua até a curvatura maior do estômago.como artéria gastroepiplóica esquerda. Esse vaso irriga o omenmaior e segue em direção à extremidade pilórica do estômago, ondeanastomosa com a gastroepiplóica direita, um ramo da artéria hepáti

3. A artéria mesentérica cranial (Figs. 144, 145) deixa a aocaudal à artéria celíaca. É cercada proximalmente pelo plexo mesenté­rico cranial de nervos e, em parte, pelo gânglio mesentérico craniPeriféricos ao gânglio encontram-se os linfonodos mesentéricos e I~

mos da veia porta. Rebata-os do vaso. Observe os ramos da artéria fi::­sentérica cranial.

As artérias média, direita e ileocólica originam-se de um trocomum da artéria mesentérica cranial. Rebata o intestino delgadodalmente e exponha o cólon cranial à raiz do grande mesentério. Disg­que sua irrigação sanguínea no mesocólon.

A artéria cólica média, o primeiro ramo de troncos comsegue cranialmente no mesocólon até a borda mesentérica da fiecólica esquerda e parte descendente do cólon. Bifurca-se junto à fJra cólica esquerda. Um ramo segue distalmente no mesocólon ddente, supre o cólon descendente e depois anastomosa-se com a ar:=cólica esquerda, um ramo da artéria mesentérica caudal. O outro IC.::::.

segue para a direita e forma uma arcada com a artéria cólica di:r=menor, irrigando o cólon transverso.

A artéria cólica direita segue no mesocólon direito em di:;:e ­à flexura cólica direita, emitindo ramos para a parte distal do cólcendente e o cólon transverso adjacente. Forma arcadas com acólica média e o ramo cólico da artéria ileocólica.

Ramos da aorta abdominal

Aorta abdominalTronco comum

A. frênica caudalA. abdominal cranial

Aa. lombaresA. celíaca

A. hepáticaRamos hepáticos

A. cística

A. gástrica direitaA. gastroduodenal

A. gastroepiplóica (gastroomental) direitaA. pancreaticoduodenal cranial

A. gástrica esquerdaRamos esofágicos

A. esplênica (lienal)Aa. gástricas curtasRamos pancreáticosA. gastroepiplóica (gastroomental) esquerda

A. mesentérica cranialTronco comum

A. cólica médiaA. cólica direitaA. ileocólica

Ramo cólicoRamo ileal mesentéricoA. cecal

Ramo ileal antimesentérico

A. pancreaticoduodenal caudalAa. jejunaisAa. ileais

Aa. renaisAa. testiculares e ováricasA. mesentérica caudal

A. cólica esquerdaA. retal cranial

Aa. circunflexas profundas dos ilíacos

Vários gânglios simpáticos localizam-se no abdome, em íntimaassociação com os plexos. Tais gânglios são coleções de corpos celula­res de axônios pós-ganglionares. Os axônios pré-ganglionares devemfazer sinapse em um desses gânglios. Os axônios vagais pré-gangliona­res (parassimpáticos) não fazem sinapse aí, porém passam através dosplexos para a parede do órgão inervado, onde fazem sinapse num corpocelular de um axônio pós-ganglionar.

Os gânglios celíacos (Fig. 143) ficam nas superfícies direita eesquerda da artéria celíaca, perto de sua origem. Freqüentemente sãointerligados, e inúmeros nervos dos gânglios acompanham os ramosterminais da artéria celíaca como um plexo.

O gânglio mesentérico cranial (Fig. 143) situa-se caudal ao gân­glio celíaco nos lados e na superfície caudal da artéria mesentérica cra­nial, a qual rodeia parcialmente. Muitos de seus nervos continuam dis­talmente na artéria mesentérica cranial, como o plexo mesentérico cra­nial. Devido à íntima relação dos plexos e gânglios celíacos e mesenté­ricos craniais, são designados como gânglio e plexo celiacomesen­téricos.

O gânglio mesentérico caudal (Fig. 143) situa-se ventral à a­orta, ao redor da artéria mesentérica caudal, que é um ramo ímpar daaorta caudal dos rins, que supre o cólon. Nervos esplâncnicos lomba­res entram no gânglio de cada lado. Os ramos também podem vir dosplexos aórtico e celiacomesentérico. Alguns dos nervos que deixamo gânglio continuam ao longo da artéria como o plexo mesentéricocaudal.

Os nervos hipogástricos direito e esquerdo deixam o gânglio eseguem caudalmente junto aos ureteres. Seguem no mesocólon, incli­nam-se lateralmente e entram no canal pélvico. Suas ligações com osplexos pélvicos serão descritas mais tarde.

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 119

A. hepática

Vv. hepáticas

A. mesentérica cran.

Tronco comumV. abdominal cranialV. frênica caudal

A.

V. cava caudal

V. testicular

(V. ovárica)

A. testicular

(A. ovárica)

V. circunflexa profunda do ilíaco ----

V. illaca comum

V. illaca interna

V. illaca externa

esplênica

A. cellaca

1ª vértebra lombar

e v. abdominais craniais

V. renal esq.

A. renal esq.

Aorta

A. testicular

(A. ovárica)

A. mesentérica caudal

A. circunflexa profunda do ilíaco

A. ilíaca interna

A. e v. sacrais medianas

Fig. 144 Ramos da aorta abdominal e tributárias da veia cava caudal, aspecto ventral.

A artéria ileocólica (Fig. 147) irriga o íleo, o ceco e o cólon as­cendente. O cólon ascendente é irrigado pelo ramo cólico. A artériacecal atravessa a superfície da junção ileocólica e irriga o ceco e a faceantimesentérica do íleo. A artéria ileocólica continua como o ramo ileal

mesentérico, para anastomosar-se com artérias ileais da artéria mesen­térica cranial.

A artéria pancreaticoduodenal caudal (Fig. 145) origina-se daartéria mesentérica cranial, próximo ao tronco comum para o cólon. Se­gue para a direita no mesoduodeno até a porção descendente do duodeno,perto da flexura caudal. Irriga o duodeno descendente e o lobo direito dopâncreas, e anastomosa-se com a artéria pancreaticoduodenal cranial.

As artérias jejunais originam-se da face caudal da artéria me­sentérica cranial. Formam arcadas no mesentério, junto ao jejuno.

A artéria mesentérica cranial termina pelas artérias ileais, a úl­tima das quais se anastomosa com um ramo da artéria ileocólica.

4. O tronco comum das altérias frênicas caudal e abdominal cra­

nial (Fig. 146) é par e origina-se da aorta entre as artérias mesentéricacranial e renal. Este tronco comum atravessa a superfície ventral dosmúsculos psoas, dorsal à glândula adrenal. A artéria frênica caudal se­gue cranialmente para irrigar o diafragma. A artéria abdominal cranialcontinua na parede abdominal e ramifica-se entre o transverso do abdo­me e o oblíquo interno do abdome, onde foi dissecada previamente.

A glândula adrenal pode receber ramos da aorta ou da artéria frê­nica caudal, renal ou lombar.

5. As artérias renais (Figs. 140, 144, 145) deixam a aorta emníveis diferentes. À direita, origina-se cranial à esquerda, de acordo coma posição mais cranial do rim direito. É mais longa do que a esquerda efica dorsal à veia cava caudal.

6. A artéria ovárica (Figs. 133, 144, 146) da fêmea é homólogaà artéria testicular do macho. Este vaso par origina-se da aorta aproxi­madamente a meia distância entre as artérias renal e ilíaca externa. A

artéria ovárica varia em tamanho, posição e tortuosidade, dependendodo grau de desenvolvimento do útero. Cada artéria ovárica divide-se emdois ou mais ramos no mesovário medial aos ovários. Os ramos irrigamo ovário e sua bolsa, e a tuba e o como uterinos. O ramo para o cornouterino anastomosa-se com a artéria uterina, que segue cranialmente nomesométrio.

A artéria testicular (Fig. 143) deixa a aorta na região lombarmédia e atravessa a superfície ventral do ureter. A artéria testicular, aveia e o plexo nervoso ficam numa prega peritoneal, o mesórquio, quepode ser acompanhado no nível do anel vaginal. Seu trajeto no cordãoespermático foi dissecado.

As veias testicular e ovárica direitas entram na veia cava caudal

próximo à origem da artéria oriunda da aorta. Entretanto, as veias testi­cular e ovárica esquerdas, geralmente, entram na veia renal esquerda.Isto é importante do ponto de vista cirúrgico.

7. A artéria mesentérica caudal (Figs. 144-146) é ímpar e origina-sepróximo ao final da aorta. Entra no mesocólon descendente e segue

120 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Gastroduodenal

Ramo ileal -,antimesentérico

Fig. 145 Ramos das artérias celíaca e mesentérica cranial com suas principais anastomoses.

caudoventralmente para a borda mesentérica do cólon descendente, onde ter­mina em dois ramos de tamanho similar. A artéria cólica esquerda acompa­nha a borda mesentérica do cólon descendente cranialmente, para se anasto­mosar com a artéria cólica média. A artéria retal cranial desce ao longo doreto e anastomosa-se com a artéria retal caudal oriunda da pudenda interna.

8. A artéria circunflexa profunda do ilíaco (Fig. 146) é par eorigina-se da aorta, junto à origem da artéria ilíaca externa. Atravessaos músculos sublombares lateralmente, e na borda lateral do psoas mai­or irriga a musculatura da porção caudodorsal da parede abdominal. Aartéria circunflexa profunda do ilíaco perfura a parede abdominal e tor­na-se superficial ventral à tuberosidade coxal. Irriga a pele da área ab­dominal caudal, o flanco e a coxa cranial. Esse vaso foi seccionadoquando o músculo psoas menor foi removido.

Sistema venoso portaA veia porta (Figs. 148, 149) conduz sangue venoso para o fíga­

do, proveniente de vísceras abdominais: o estômago, o intestino delga­do, o ceco, o cólon, o pâncreas e o baço. Isole o processo caudado dofígado da parte descendente do duodeno e encontre a veia porta na bor-

da ventral do forame epiplóico (omental). Rebata o peritônio e o tecirladiposo da superfície da veia tão caudalmente possível, como até a .do mesentério, e exponha os seus ramos.

1. A veia gastroduodenal é um pequeno ramo proximal da \'porta. Entra na veia porta pelo lado direito, próximo ao corpo do pb­creas, e drena o pâncreas, o estômago, o duodeno e o omento maior.

2. A veia esplênica (lienal) entra na veia porta pelo lado esqueroexatamente caudal ao ramo gastroduodenal. É um ramo grande, que :;:­cebe sangue do baço, do estômago, do pâncreas e do omento maior. Rece­be a veia gástrica esquerda, que drena a curvatura menor do estômago.

3. As veias mesentéricas cranial e caudal são os ramos tem:::,

nais distais da veia porta. A veia mesentérica cranial ramifica-se no ID:'­

sentério e coleta sangue do jejuno, do íleo, do duodeno caudal e do Iot-­direito do pâncreas. A veia mesentérica caudal drena o ceco e o cólolI..

VÍSCERAS PÉLVICAS, VASOS E NERVO~

Para rebater o membro pélvico esquerdo, rebata primeirame~o pênis e o escroto para a direita. Seccione a sínfise pélvica com

ABDOME, PELVE E "MEMBRO PÉLVICO 121

Torácica interna

Musculofrênica

li' a. intercostal

Tronco comumFrênica caudalAbdominal cranial

l'a. lombarRenal dir.

Circunflexa profunda do ilíaco

Mesentérica caudal

Epigástrica caudal

Epigástrica superf. caud.

llíaca externa dir.

Pudenda externa

lIíaca interna dir.

Femoral profunda

Fig. 146 Parte abdominal da aorta com relação às artérias epigástricas, face lateral.

Cólon ascendente

Ceco

Ramo ileal antimesentérico

A. ileocólica

Fig. 147 Ramos terminais da artéria ileocólica.

122 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

bisturi de cartilagem, serra ou cortadores de osso. Localize a asa do íleoesquerdo e rompa todos os músculos que se fixam em suas superfíciesmedial e ventral. Aplique pressão suave, mas constante, ao osso coxalesquerdo, abduzindo o membro, e ao mesmo tempo seccione a face cra­nioventral da articulação sacroilíaca. Corte o ligamento do pênis ao tú­ber isquiático. Deixe o membro imóvel. Todas as estruturas acompa­nhadas mais facilmente pela esquerda devem ser dissecadas por esselado.

O músculo levantador do ânus (Figs. 150, 157, 159, 172) ficamedial ao músculo coccígeo. É um músculo delgado e amplo, que seorigina na borda medial da haste de íleo e na superfície dorsal do púbise na sínfise pélvica. Cobre a parte cranial do músculo obturador inter­no. O músculo apresenta-se caudal ao coccígeo, onde se insere na ter­ceira à sétima vértebras caudais. Seccione esse músculo do lado esquer­do, próximo à sua origem, e rebata-o.

O músculo coccígeo (Figs. 150, 157, 159) fica lateral ao múscu­lo levantador do ânus. É mais curto e mais espesso, origina-se da espi­nha isquiática e insere-se nos processos transversos da segunda à quar­ta vértebras caudais. Seccione o músculo em sua origem e remova o ramopélvico esquerdo. Os músculos levantador do ânus e coccígeo de cadalado formam um diafragma pélvico, através do qual os tratos genituri­nário e digestivo abrem-se para o exterior.

O plexo pélvico (Fig. 150) fica caudal a um plano que passa pelaentrada da pelve e dorsal à próstata. Encontra-se firmemente aderido àsuperfície do reto e pode ser identificado acompanhando-se o nervohipogástrico esquerdo até ele. Às vezes, os gânglios são suficientemen­te grandes para serem identificados no plexo. O plexo pélvico contémfibras simpáticas do nervo hipogástrico e fibras parassimpáticas do ner­vo pélvico.

O nervo pélvico (Fig. 150) é formado por axônios pré-ganglio­nares que deixam os nervos espinhais sacrais. Encontre o nervo pélvicoesquerdo na parede lateral da porção distal do reto. Acompanhe-o pro­ximalmente até a sua origem. Ele emite ramos para os órgãos urogeni­tais, o reto e o cólon descendente.

A extensão da cavidade peritoneal dorsal ao reto de cada lado domesorreto é a fossa pararretal (Figs. 129, 154). Caudalmente, esten­de-se até cerca do plano da segunda vértebra caudal (ver Fig. 154). Afossa pararretal é contínua ventralmente com o espaço peritoneal comumentre o reto e o útero ou a próstata. Esta é a escavação retogenital. Nafêmea, a escavação retogenital comunica-se ventralmente de cada ladodo útero com a bolsa vesicogenital, entre o útero e a bexiga. A escava­ção vesicogenital na fêmea e a retogenital no macho comunicam-se coma pequena escavação pubovesical entre a bexiga e a parede corpóreaventral e o púbis. É dividida pelo ligamento mediano da bexiga.

Artérias ilíacas

Artérias ilíacasIlíaca interna

A. umbilical

A. pudenda internaA. vaginal

A. uterinaA. vesical caudal

A. retal média

A. prostáticaArtéria do ducto deferente

A. vesical caudalA. retal média

A. uretral

A. perineal ventralA. retal caudalA. escrotal ou labial dorsal

Artéria do pênis ou artéria do clitórisArtéria do bulbo do pênisArtéria profunda do pênisArtéria dorsal do pênis

A. glútea caudal

As artérias ilíacas pares (Figs. 144, 146, 150) irrigam a pelve eo membro pélvico. A ilíaca externa segue ventrocaudalmente e torna­se a artéria femoral ao deixar o abdome através da lacuna vascular. A

ilíaca interna origina-se caudal à ilíaca externa e seguecauda lateralmente na pelve.

A artéria ilíaca interna e a artéria sacral mediana, menor e ím­par, terminam a aorta. Encontre a origem desses vasos. A artéria ilíacainterna emite a artéria umbilical rudimentar e termina cranial à articula­

ção sacroilíaca, como as artérias glútea caudal e pudenda interna. A glú­tea caudal irriga principalmente músculos na parte externa da pelve ena coxa caudal. A pudenda interna distribui-se para as vísceras pélvicase genitália externa no arco isquiático. Disseque os seguintes vasos dolado esquerdo.

No feto, a artéria umbilical é um grande vaso par, que conduzsangue da aorta para a placenta através do umbigo. Encontre o resquí­cio desse vaso. Origina-se próximo à origem da artéria ilíaca interna esegue até o ápice da bexiga em seu ligamento lateral. Em alguns espé­cimes, permanece patente até então e supre a bexiga com artérias vesi­cais craniais. Distal à bexiga, o vaso está obliterado.

Encontre a origem da artéria pudenda interna (Figs. 150-152),a partir da ilíaca interna e disseque seus ramos. É o ramo menor, maisventral, que segue caudalmente no tendão terminal do psoas menor. Nonível da articulação sacroilíaca, a pudenda interna dá origem à artériavaginal ou prostática.

A artéria vaginal ou prostática forma um ângulo de aproxima­damente 45" com a pudenda interna. Passa ventralmente num arco etermina em ramos cranial e caudal. Na fêmea, o ramo cranial é a arté·ria uterina. A artéria uterina emite uma artéria vesical caudal para abexiga; esta artéria tem ramos ureteral e uretral. A artéria uterina seguecranialmente ao longo do corpo e do corno do útero no ligamento largoe anastomosa-se com o ramo uterino da artéria ovárica no mesométrio.

O ramo caudal da artéria vaginal é a artéria retal média, que emiteramos para o reto e a vagina. No macho, a artéria prostática passacaudoventralmente da pudenda interna para a glândula da próstata. Seuramo cranial é a artéria do dueto deferente, que emite uma artériavesical caudal para a bexiga, com ramos ureteral e uretral. Continua,em seguida, ao longo do ducto deferente, o qual irriga. O ramo caudal éa artéria retal média, que irriga o reto, a próstata e a uretra.

Rebata a pele e o tecido adiposo da fossa isquion'etal direita. Aartéria pudenda interna (Figs. 150, 153, 174) passa obliquamente atra­vés da incisura isquiática maior. Continua ao longo da borda dorsal daespinha isquiática, lateral ao músculo coccígeo e medial aos músculosglúteos e ligamento sacrotuberal. Segue, então, medialmente para a fossaisquiorretal. Termina aí como uma artéria perineal ventral, uma artériauretral variável e uma artéria do pênis ou c1itóris. Estes vasos podemser dissecados de qualquer lado.

A artéria perineal ventral pode ser vista passando caudalmen­te. Emite uma artéria retal caudal para o reto e o ânus e termina na peledo períneo e no escroto ou na vulva.

A artéria do pênis (Figs. 152, 153) segue caudoventralmentetermina no nível do arco isquiático, como três ramos. A artéria do bulbodo pênis ramifica-se no bulbo e continua para irrigar o corpo esponjosoe a uretra peniana. Observe essa artéria ao entrar no bulbo. A artériaprofunda do pênis origina-se próximo à artéria do bulbo e entra no cOIJXIcavernoso na raiz, isto é, no nível do arco isquiático lateral ao bulbo dopênis. A artéria dorsal do pênis segue sobre a superfície dorsal até cnível do bulbo da glande, onde se divide e emite ramos para o prepúcioe a parte longa da glande. As artérias penianas são acompanhadas po:­veias que têm um papel importante no mecanismo de ereção (Fig. 153

Na fêmea, a artéria do clitóris segue caudoventralmente parzÍlTigar o clitóris e o bulbo vestibular.

Vísceras pélvicas

A bexiga (Figs. 154-156) tem um ápice, um corpo e um colo. Tréspregas peritoneais, ligamentos, refletem-se da bexiga sobre as pared5pélvica e abdominal. O ligamento mediano da bexiga (Fig. 156) deix:.a superfície ventral da bexiga e fixa-se à parede abdominal tão cr~quanto o umbigo. No feto, contém o úraco e as artérias umbilicais.

ABD01Vrn, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 123

Pancreaticoduodenal cran.

Cólon ascendente

o

\Gástrica esq.\

Retal cran.

Fig. 148 Tributárias da veia porta, face ventral.

ligamento lateral da bexiga segue para a parede pélvica e freqüente­mente contém um acúmulo de tecido adiposo, junto com o ureter e aartéria umbilical.

Observe o tipo dos feixes de músculo liso na superfície da bexi­ga. Passam obliquamente pelo colo da bexiga e pela origem da uretra.O músculo é inervado pelo nervo pélvico (neurônios paras simpáticossacrais). Não existe qualquer esfíncter anatômico na bexiga.

O músculo uretral é estriado e fica restrito à pelve, onde envol­ve a uretra pélvica e serve como um esfíncter voluntá.1io para reter a urina.É inervado pelo nervo pudendo (neurônios aferentes somáticos sacrais).O músculo liso na uretra funciona como um esfíncter e é basicamente

inervado por neurônios eferentes viscerais simpáticos. Faça uma inci­são ventral média através da parede da bexiga e da uretra. No macho,ela deve incluir a próstata.

Examine as mucosas da bexiga e da uretra. Se a bexiga estivercontraída, sua mucosa irá projetar-se em inúmeras pregas, ou rugas,como conseqüência de sua inelasticidade.

Observe a entrada dos ureteres na bexiga. Ficam opostas uma aoutra próximo ao colo do órgão. O trígono da bexiga é a região trian­gular dorsal situada dentro de linhas que ligam as aberturas uretrais nabexiga e a saída uretral dela.

O reto (Figs. 154, 162) é a continuação do cólon descendenteatravés da pelve. Começa na entrada pélvica. O canal anal é um pro­longamento do reto até o ânus. É constituído de três zonas e começa coma zona co1unar, onde a mucos a do reto forma pregas longitudinais. Ascristas longitudinais denominam-se colunas anais, que terminam nazona intermediária, ou linha anocutânea, onde se formam pequenasbolsas, os seios anais, entre as colunas. Distal a essa linha fica a zonacutânea maior do canal anal, a qual possui delicados pêlos, glândulascircum-anais microscópicas e, de cada lado, a proeminente aberturaventrolatera1 do saco anal (seio parana1). O canal anal é rodeado porum músculo esfíncter interno liso e um externo estriado (Figs. 157,158). A abertura externa do canal anal é o ânus. Seccione o esfíncterexterno à esquerda e rebata-o do saco anal. Esse músculo recebe seu

124 ABDOME, PELVE E JYIEMERO PÉLVICO

Fig. 149 Esquema do sistema venoso, face lateral direila.

1. Veia cava caudal2. Veia cava cranial

3. Ázigos4. Vertebral

5. Jugular interna6. Jugular externa7. Linguofacial8. Facial

8a. Angular do olho9. Maxilar

10. Temporal superficial11. Seio sagital dorsal12. Axilar

12a. Axilobraquial12b.Omobraquial13. Cefálical3a. Cefálica acessória

14. Braquial15. Mediana16. Ulnar17. Torácica interna18. Plexo venoso vertebral interno direito19. Intervertebra!20. Intercostal

21. Hepática

22. Renal22a. Testicular ou ovárica

23. Circunflexa profunda do ilíaco24. Ilíaca comum25. Ilíaca interna direita26. Sacra! mediana

27. Vaginal ou prostática28. Caudal lateral29. Glútea caudal30. Pudenda interna31. I1íaca externa direita32. Profunda da coxa

33. Tronco pudendoepigástrico34. Femoral35. Safena medial

_~ 36. Tibial cranial37. Safena lateral38. Porta39. Gastroduodenal

40. Esplênica41. Mesentérica caudal42. Mesentérica cranial

43. Jejuna!

ABDOIVIE, PELVE E ~1EMBRO PÉLVICO

Fig. 150 Nervos autônomos e vasos (artérias) da região pélvica, face lateral esquerda.

125

1. Plexo mesentérico caudal2. Nervos hipogástricos direito e esquerdo3. Artéria mesentérica caudal4. Gânglio mesentérico caudal5. Aorta6. Psoas menor7. Nervo cutâneo lateral da coxa8. Músculos oblíquos abdominais9. Artéria circunflexa profunda do ílio

10. Artéria ilíaca externa11. Artéria ilíaca interna12. Quadrado lombar13. Iliopsoas14. Nervo femoral15. Articulação sacroilíaca16. Artéria glútea caudal17. Nervos lombares 6 e 718. Primeiro nervo sacral19. Segundo nervo sacral20. Terceiro nervo sacral21. Nervo pélvico

suprimento nervoso do nervo retal caudal (pudendo) e sua irrigaçãosanguínea da artéria perineal ventral.

Observe o saco anal (Figs. 157, 158), exponha o seu dueto e en­contre a abertura da zona cutânea do canal anal. Na parede desse sacohá glândulas microscópicas, cuja secreção acumula-se na luz do saco.A secreção é lançada através do dueto do saco anal. Abra o saco e exa­mine seu interior.

O músculo esfíncter interno do ânus é uma dilatação do reves­timento muscular circular liso do canal anal. Não é tão nítido quanto oesfíncter externo.

O músculo retococcígeú (Figs. 157, 159) continua o revestimentolongitudinal do reto até a superfície ventral da cauda. Rebata os múscu­los levantador do ânus e coccígeo do lado esquerdo do reto. Observe omúsculo retococcígeo originando-se da superfície dorsal do reto, crani­ai aos músculos esfíncteres. Acompanhe-o caudalmente até sua inerva­ção nas vértebras caudais.

22. Nervo cutâneo caudal da coxa23. Nervo pudendo24. Coccígeo25. Levantador do ânus26. Nervo e artéria perineais27. Plexo pélvico28. Artéria e nervo para o clitóris29. Uretra30. Vagina31. Ramo uretral da artéria vaginal32. Artéria vesical caudal33. Bexiga34. Artéria vaginal35. Artéria vesical cranial36. Artéria pudenda interna37. Ureter e ramo uretral da artéria vaginal38. Artéria umbilical39. Artéria uterina40. Corno uterino41. Cólon descendente

Macho

A próstata (Figs. 154, 155) circunda completamente o colo dabexiga e o início da uretra. Examine a superfície, a forma, o tamanho ea localização da próstata em vários espécimes. O tamanho e o peso nor­mais da próstata variam muito. O órgão geralmente fica na entrada pél­vica. É maior e estende-se mais além no abdome em cães mais velhos.

A próstata é achatada dorsalmente e arredondada ventralmente e doslados. É fortemente encapsulada. Fibras musculares da bexiga seguemcaudalmente em sua superfície dorsal. Um septo longitudinal sai da parteventral da cápsula e atinge a uretra, dividindo, assim, parcialmente, a glân­dula ventralmente em lobos direito e esquerdo. Isto é indicado na super­fície ventral por um sulco raso, porém distinto. Observe que a uretra se­gue através do centro da glândula. Abra a uretra e examine a sua luz.

A uretra masculina é composta de uma parte péIvica dentro dapelve e uma parte esponjosa dentro do pênis. A crista uretraI projeta-

126 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Glútea cran.

Ramo espinhal sacra I

Caudal ventral

Caudal mediana

Caudallal. ventral

Caudal Ia I. dorsal

Caudal Ia I.

Pudenda int.

Retal caudal

Perineal ventral

A. do bulbo do vestíbulo

A. do clitóris

Ramo uretral

Retal médiaCérvix

lIiolombar

Sacral mediana

llíaca inl. dir.

lIíaca ext. dir.

Aa. lombares

Circunflexa profunda do i/íaco

Aorta

Mesentérica caud.

Umbilicalr-- Ureter

Cólica esquerda

Pudenda interna

Vesical cranial

Vesical caudal

Fig. 151 Artérias das vísceras pélvicas da fêmea, face lateral direita.

se na luz a partir da parede dorsal da parte prostática da uretra pélvica.Perto do seu meio, e projetando-se na luz da uretra, há uma pequena sali­ência, o colículo seminal. De cada lado dessa saliência, abrem-se os due­tos deferentes. Há muitas aberturas prostáticas em ambos os lados da cristauretral e geralmente podem ser vistas, se a glândula for comprimida.

PÊNIS

O pênis é composto de uma raiz, um corpo e uma glande (Figs.153, 154, 160). A superfície dorsal do pênis faz face à sínfise pélvica eà parede abdominal. No estado não ereto, a glande fica inteiramente con­tida no prepúcio ..

O prepúcio é uma bainha tubular ou prega de tegumento, que écontínua com a pele da parede abdominal ventral e reflete-se sobre àglande. Tem uma camada interna lisa e uma camada exte.rna peluda, quese encontram no orifício prepucial. Em seu recesso mais profundo, ofórnice do prepúcio, a camada interna reflete-se sobre a glande comoa pele da glande. No estado ereto, o fórnice é eliminado, uma vez que acamada interna do prepúcio fica firmemente aderida ao corpo do pênis.Abra o prepúcio por uma incisão ventral média, desde o orifício até ofórnice. Continue a incisão cutânea ventral média até o ânus, para ex­por todo o comprimento do pênis.

A raiz do pênis é formada pelos ramos direito e esquerdo, que seoriginam no túber isquiático de cada lado. A raiz termina onde os ra­mos fundem-se um ao outro na linha média, para formar o corpo. Cadaramo é composto de tecido cavernoso, corpo cavernoso do pênis, irri­gado pela artéria profunda do pênis e rodeado por uma espessa túnicafibrosa, túnica albugínea. Examine a raiz. O ramo esquerdo foi secci­onado quando o membro foi rebatido. As trabéculas e os espaços vas­culares podem ser vistos na superfície do corte. Observe a firme fixa­ção do ramo direito ao túber isquiático.

O músculo isquiocavernoso (Figs. 159, 160) origina-se do tú­ber isquiático, cobre a origem do ramo e insere-se distalmente a ele.

O músculo retrator do pênis (Figs. 159, 160) origina-se da sperfície ventral do sacro, ou das primeiras duas vértebras caudais, une­se com o esfíncter anal externo e estende-se distalmente na superfíciEventral do pênis até o nível da glande, onde se insere. Na região do (:5­

fíncter anal, há uma troca de fibras musculares entre o músculo retraIdo pênis e o esfíncter anal externo. Observe o músculo retratar no ca:-­po do pênis.

O músculo bulboesponjoso (Figs. 159,160) salienta-se entre~músculos isquiocavernosos, ventral ao esfíncter anal externo. As fibdo bulboesponjoso são transversais proximalmente, onde cobrem (l!;

bulbos do pênis, e longitudinais distalmente, onde passam sobre o coc­po do pênis.

Entre os ramos, fica o bulbo do pênis, que é um prolongame.do corpo esponjoso do pênis que envolve a uretra. Essa expansão cr-=

forma o bulbo peniano localiza-se no arco isquiático. É irrigada pe.::artéria do bulbo e coberta caudalmente pelo músculo bulboesponjObserve o bulbo peniano e sua relação com a uretra na raiz do pênis..

O corpo do pênis estende-se da raiz, onde os ramos fundem-=um ao outro, até a glande, que cobre o osso peniano na porção caUl(Fig. 153). Observe que a região no começo do corpo do pênis é Cai::­primida de um lado ao outro e envolta por uma túnica espessa. É c~de ser inclinado sem torcer quando o macho desmonta durante o coiro =

permanece "travado" por um período variável.O corpo cavernoso do pênis de cada ramo converge para

equivalente na face dorsal do corpo do pênis, e os dois corpos esdem-se lado a lado por todo o corpo até o osso peniano. Um septo 0;'­diano separa completamente os dois corpos, e cada um deles é cobe.:=por uma cápsula branca (túnica albugínea) em toda a sua extensão. ~dois corpos cavernosos formam um sulco ventralmente, que conté:;:. ~uretra e o delicado corpo esponjoso circundando a uretra. Efetue y' ­secções transversais pelo corpo do pênis, para estudar essas estru

A glande do pênis é composta de duas partes, o bulbo dade proximal e a parte longa da glande mais alongada, distal (Figs. ~160). O bulbo da glande, rodeando a extremidade proximal do

ABDOME, PELVE E lVffiMBRO PÉLVICO 127

Caudal Ia I. dorsal

Caudallat.

Pudendaint.

Retal caudal

A. do pênis

Uretral

Perineal ventral

A. do bulbo

A. profunda do pênis

A. dorsal dir. do pênis

Glútea cran.

Ramo espinhal sacral

Prostática

lfiolombar

Dueto deferente

Vesical caudal

A. do dueto deferente

/líaca ext. dir.

Aa. lombares

Circunflexa profunda do ilíaco

Aorta

Mesentérica caudal

Umbilical

Ureter

Cólica esquerda

Pudenda interna

Fig. 152 Artérias das vísceras pélvicas do macho, face lateral direita.

peniano, é uma estrutura vascular dilatável, que é responsável, em grandeparte, pela retenção do pênis na vagina durante a cópula. A parte longada glande é uma estrutura de tecido cavernoso que se sobrepõe à meta­de distal do bulbo da glande e continua até a extremidade distal do pê­nis, circundando parcialmente o osso peniano e a uretra. A parte longada glande não tem nenhuma comunicação vascular com o corpo espon­joso do pênis e fica separada do bulbo da glande por uma camada detecido conjuntivo. Canais venosos drenam a parte longa da glande parao bulbo da glande através dessa camada. Faça uma incisão longitudinalno dorso do pênis, através da glande, para observar essa estrutura.

O osso do pênis (Figs. 160,161) é um longo osso sulcado ven­tralmente, que fica quase que inteiramente dentro da glande peniana. Abase dilatada, áspera e truncada do osso origina-se na túnica albugínea,na extremidade distal dos corpos cavernosos. Desenvolve-se como umaossificação das extremidades distais fundidas dos corpos cavernosos. Ocorpo do osso peniano estende-se através da glande do pênis. A base eo corpo são sulcados ventralmente pelo sulco uretral, que rodeia a ure­rra e o corpo esponjoso em três lados. O osso termina como uma fibro­::artilagem longa e pontiaguda na ponta da glande, dorsal à aberturauretral.

No nível do bulbo, em forma de colar da glande do pênis, há uma;::omunicação entre o corpo esponjoso do pênis e o bulbo da glande..\ artéria dorsal do pênis segue para a glande, onde irriga o prepúcio, o:orpo esponjoso e a parte longa da glande.

Fêmea

O colo (ou cérvix) (Figs. IS I, 162) é a porção caudal comprimi­da do útero. O canal cervical fica numa posição quase vertical, com aJ.bertura uterina (óstio uterino interno) em posição dorsal e a abertura"aginal (óstio uterino externo) em posição ventral.

A vagina (Fig. 162) localiza-se entre o colo (cérvix) uterino e ovestíbulo. A parte mais cranial da vagina é o fórnice (ou fórnix), que seestende cranial ao colo (cérvix), ao longo de sua borda ventral. O reves­timento mucoso da parte restante da vagina projeta-se em pregas longi­tudinais, que têm pequenas pregas transversais. São evidências de suacapacidade para aumentar tanto no diâmetro, como no comprimento. Aspregas longitudinais terminam dorsalmente, no nível do orifício uretral,onde a vagina une-se ao vestíbulo. Uma prega longitudinal dorsal sali­ente na vagina cranial obscurece o óstio uterino externo e torna difícil ocateterismo.

O vestíbulo (Fig. 162) é a cavidade que vai da vagina à vulva.Abra o vestíbulo e a vagina por uma incisão através da parede dorsal. Otubérculo uretral projeta-se do assoalho da parte cranial do vestíbulo.A uretra abre-se nesse tubérculo, que fica no nível do arco isquiático.Observe sua relação com a vulva, situada mais ventralmente.

No assoalho do vestíbulo, profundamente à mucosa, encontram­se duas massas alongadas de tecido erétil, os bulbos vestibulares. Sãohomólogos aos bulbos do pênis do macho e ficam em íntima proximi­dade com o corpo do clitóris. É difícil distingui-Ios.

O cIitóris é o homólogo feminino do pênis. É uma pequena es­trutura localizada no assoalho do vestíbulo, perto da vulva. É compostode dois ramos, um corpo curto e uma glande clitoriana, difíceis de iden­tificar. A glande do clitóris é uma estrutura erétil muito pequena que ficana fossa do cIitóris. A fossa é uma depressão no assoalho do vestíbuloe não deve ser confundida com a abertura uretral. A parede dorsal dafossa cobre parcialmente a glande do clitóris e corresponde ao prepúciomasculino. Identifique a fossa e a glande do clitóris. Apenas raramentese encontra presente um osso clitoriano na glande.

O músculo retratar do clitóris (Fig. 163), um homólogo do retratardo pênis no macho, origina-se nas duas primeiras vértebras caudais. une­se ao esfíncter anal externo, funde-se com o constritar da vulva e conti­nua na superfície ventral do clitóris.

128 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Glútea caudalA. e v. femorais

A.

A.

A. e v. retais caudais

V. dorsal com. do pênis

A. e v. perineais

Artéria do bulbo

Ramo direito do pênis

Corpo do pênis

Ramo superficial da a.

Ramo profunda da a. dorsal

Ramo prepucial da a. dorsal

Região do bulbo da glande

Região da parte longa da glande

Veia superficial da glande

Prepúcio

Fig. 153 Vasos do pênis e do prepúcio (modificado de Christensen, 1954).

Sacro

Escavação retogenital

Dueto deferente

Bexiga

ABDOME, PELVE E ~IEMBRO PÉLVICO

Fossa pararretal

Fig. 154 Secção mediana através da região pélvica do macho

Abertura do saco anal

Uretra

Raiz do pênis

129

A vulva inclui os dois lábios e o orifício urogenital que eles li­mitam, a rima do pudendo. Os lábios fundem-se acima e abaixo da rimado pudendo, formando as comissuras dorsal e ventral. A comissuradorsal é ventral a um plano dorsal através da sínfise pélvica. A comissuraventral está direcionada caudoventralmente.

Observe o trajeto da uretra feminina, introduzindo uma sondaflexível através dela. Estende-se da bexiga caudodorsalmente sobre aborda cranial da sínfise pél vica, até o trato genital caudal à junçãovaginovestibular. Termina no orifício uretral externo, no tubérculo ure­traI, que é dorsal à rima do pudendo.

Cão vivo

A palpação abdominal é uma arte que requer considerável expe­riência para ser desenvolvida. Depende do seu conhecimento da anato­mia topográfica dos órgãos abdominais. Nem todos os órgãos são pal­páveis, e alguns não podem ser sentidos em todos os cães. No cão emestação, prenda delicadamente o abdome caudal com uma das mãos epalpe a bexiga ventralmente e o cólon descendente acima dela. Na fê-

mea, O útero não grávido às vezes pode ser sentido entre eles. À medidaque o útero dilata-se com o avanço da gestação, será percebido no ab­dome ventral. Dorsal ao cólon, podem ser sentidos linfonodos lomba­res e ilíacos dilatados por enfermidade.

Fique sobre ou ao lado do cão em estação e palpe os dois ladossimultaneamente, começando cranialmente no arco costal e progredin­do caudalmente. O fígado, em geral, não é sentido. Do lado esquerdo, oestômago vazio não é palpável, mas o estômago cheio será percebido.O baço deve ser sentido à esquerda, atrás do arco costal. O rim esquer­do é mais profundo, mas geralmente palpável. Cranialmente, à direita,nenhum órgão específico é palpável. Se for provocada dor, os órgãos aserem considerados como uma fonte de irritação incluem o fígado, opâncreas, o piloro e o rim direito. Às vezes, o duodeno descendente podeser sentido à direita. O rim direito, em geral, não é sentido. Lembrar­se de sua íntima relação com o processo caudado do lobo caudado dofígado. O cólon descendente pode ser sentido à esquerda. Na regiãoabdominal média ventral, é possível sentir as alças do intestino del­gado deslizarem entre os dedos. O íleo e o ceco geralmente não sãopalpáveis. Profundamente na região abdominal média, é possível sen-

Ureter

Dueto deferente

UretraB

{Orifícios dosduetos deferentes

Colíeulo seminal

Fig. 155 Bexiga, próstata e estruturas associadas.

130

Í1io

Bexiga

Peritônio visceral

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

1ª vértebra caudal

Fossa pararretal

Escavação retogenitalLigamento largo do útero

Escavaçnao vesicogenital

Ligamento lateral da bexiga

Escavação pubovesical

Ligamento mediano da bexiga

Fig. 156 Transecção esquemática da cavidade pélvica da fêmea.

tir linfonodos mesentéricos, mas apenas se estiverem dilatados por en­fermidade.

No macho, palpe a raiz do pênis. Sinta os músculos isquiocaver­nosos revestindo os ramos de cada lado do músculo bulboesponjoso quecobre o bulbo do pênis. Sinta o corpo do pênis, firme e levemente com­primido, formado pelos dois corpos cavernosos e o sulco ventralmente,que contém a uretra e o corpo esponjoso do pênis. Incline o corpo e ob­serve sua flexibilidade. No cruzamento canino normal, o macho sobe nafêmea com um membro pélvico e volta-se na direção oposta enquantoainda está cobrindo a fêmea. O pênis inclina-se sem torcer no nível docorpo peniano. Palpe ajunção dos corpos cavernosos do pênis com o ossopeniano. Às vezes, esse é o local de obstrução da uretra com cálculos. Palpeo comprimento do osso peniano e as duas partes da glande do pênis queo cobrem. Palpe os linfonodos inguinais superficiais na prega cutânea quesuspende o pênis no nível do bulbo da glande. Normalmente, são achata­dos e difíceis de sentir. Palpe o cordão espermático a partir do anel ingui­nal superficial até os testículos. Palpe os testículos e o epidídirno no escroto.

Na fêmea, abra a vulva e observe a fossa do clitóris. A abertura uretralem seu tubérculo fica dorsal a ela no nível do arco isquiático e não é visível.

Reto

Retratar do pênis, parte retal

Estenda delicadamente a cauda e observe a zona cutânea do ca­

nal ana!. Encontre as aberturas dos sacos anais de cada lado da partecranial dessa zona.

VASOS E NERVOS DO MEMBROPÉLVICO (QUADRO 3)

Artéria iliaca interna

Artéria ilíaca internaA. umbilicalA. pudenda internaA. glútea caudal

A. iliolombar

A. glútea cranialA. lateral caudalA. perineal dorsal

Esfíncter anal externo

(rebatido)

Esfíncter anal interno

Saco anal (seio paranal)

Retratar do pênis

Bulboesponjoso

Fig. 157 Músculos da região anal, face lateral esquerda.

Áreas

Músculo Cranial da Coxa

Extensor do joelho:Quadríceps da coxa

Músculos Mediais da Coxa

Adutores do membro pélvico:Grácil, Adutor, Pectíneo

Músculos Caudais da Coxa

Flexores e extensores do joelho:Bíceps da coxaSemimembranáceoSemitendíneo

Músculos Craniais da PernaFlexores do tarso:

Tibial cranial,Fibular longo

Extensor dos dedos:Extensor longo dos dedos

Músculos Caudais da Perna

Flexor do joelho:Poplíteo

Extensor do tarso:Gastrocnêmio

Flexores dos dedos:Flexor superficial dos dedosFlexores profundos dos dedos

Superfície Dorsal do PéSuperficialProfundo

Superfície Plamar do PéSuperficialProfundo

ABDONIE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Quadro 3 VASOS E NERVOS DO MEMBRO PÉLVICO

Suprimento Arterial

Circunflexa lateral da coxa

Profunda da coxaCaudais da coxa

Profunda da coxaGlútea caudalCaudais da coxa

Tibial cranial

PoplíteaCaudal distal da coxa

SafenaDorsal do pé

SafenaDorsal do pé

(ramo perfurante)

Suprimento Nervoso

Femoral

Obturador

Ciático

Fibular

Tibial

Fibular

Tibial

131

A artéria glútea caudal (Figs. 148, 150-153, 164, 166, 174) é omaior dos dois ramos terminais da artéria ilíaca interna. Origina-se opostaà articulação sacroilíaca e segue caudalmente através da incisura isqui­ática maior e sobre a espinha isquiática lateral ao músculo coccígeo,paralela à artéria pudenda interna. Os ramos da glútea caudal são as ar­térias iliolombar, glútea cranial, artérias caudal lateral e perineal dorsal(Fig. 164). As veias (Fig. 165) não serão dissecadas. Observe a origemda artéria glútea caudal na face medial do ílio direito, na entrada pélvi­ca. Afaste a artéria glútea caudal do ílio e observe o ramo iliolombarseguindo cranial à asa do ílio e o ramo glúteo cranial, que segue caudalà asa do ílio, através da incisura isquiática maior (Fig. 164).

Faça uma incisão cutânea na superfície medial da coxa direita atéo joelho. Circunde o joelho e rebata a pele lateral da pelve, quadril ecoxa.

Exponha a inserção do glúteo superficial profundamente à bordaproximal do bíceps da coxa. Seccione a inserção nesse nível. Rebata aporção proximal do glúteo superficial até sua origem. Seccione o mús­culo glúteo médio a 1 cm da crista do ílio. Comece na borda cranial doosso e desprenda o músculo da superfície glútea.

A artéria e o nervo glúteo craniais (Figs. 164, 166, 167) pas­sam pela parte cranial da incisura isquiática maior do ílio e entre osmúsculos glúteos médio e profundo, os quais suprem. O nervo glúteocranial também continua no tensor da fáscia lata e o inerva.

A artéria iliolombar (Figs. 151, 166, 174) origina-se próximo àorigem da artéria glútea caudal ou diretamente da ilíaca interna. Seguepela borda cranioventral do ílio e supre os músculos psoas menor, ili­opsoas, sartório, tensor da fáscia lata e glúteo médio. Na face lateral,observe sua distribuição terminal para a superfície profunda da extre­midade cranial do glúteo médio.

Seccione o bíceps da coxa a meia distância entre sua origem e ojoelho. Seccione o semitendíneo I cm dista1 à secção transversal atra­vés do bíceps. Volte ambos os músculos em direcão às suas origens. Aartéria glútea caudal fica na face ventrocranial do ligamento sacrotube­ral e, nesse local, emite vários pequenos ramos para músculos adjacen­tes: a artéria caudal lateral para a cauda e a artéria perineal dorsal para operíneo, que não precisam ser dissecadas.

Acompanhe a artéria glútea caudal ao passar sobre a espinha is­quiática com o nervo ciática ventral ao ligamento sacrotuberal (Fig. 167).Aí, a artéria irriga os glúteos superficial e médio, os rotadores do coxa1e o músculo adutor. Divide-se em diversos ramos, que irrigam os mús­culos bíceps da coxa, semitendíneo e semimembranáceo. Volte o bícepsda coxa caudalmente, para expor a artéria glútea caudal, que fica pro­funda a ele, perto do ligamento sacrotuberal e do túber isquiático.

Artéria iliaca extema e ramos principaisA. Ilíaca externa

A. profunda da coxaTronco pudendoepigástrico

A. epigástrica caudalA. pudenda externa

A. circunflexa medial da coxaA. femoral

A. circunflexa superficial do ílioA. circunflexa lateral da coxaA. caudal proximal da coxaA. safena

A. genicular descendenteA. caudal média da coxaA. caudal distal da coxa

A. poplíteaA. tibial cranial

A. dorsal do péA. arqueada

Aa. metatársicas dorsais

Ramo perfuranteA. tibial caudal

A artéria ilíaca externa direita (Figs. 144, 146, 164, 166) ori­gina-se da aorta, em nível com a sexta e a sétima vértebras lombares.Segue caudoventra1mente e relaciona-se lateralmente, próximo à suaorigem, com a veia ilíaca comum e o músculo psoas menor. Bem mais

132 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

M. glúteo profundo

M. glúteo médio

Prostáticas cJ

Vaginais 9 A. e v.N. isquiático

A. e v. glúteas caudais

ílio

Fáscia glútea

M. glúteo superficial

M. levantador do ânus

Esfíncter anal externo

Dueto do saco anal

Zona cutânea do ânus

Abertura do ducto do saco anal

Zona columir do ânus

Tecido adiposo nafossa isquiorretal

Fig. 158 Secção dorsal através do ânus. (Corte lateral direito em nível inferior através do dueto do saco anal.)

distalmente, fica sobre o músculo iliopsoas. A ilíaca externa" ao passarpela parede abdominal, torna-se a artéria femoral. A abertura por ondepassa a artéria ilíaca externa é a lacuna vascular, localizada entre o li­gamento inguinal e a pelve.

A artéria profunda da coxa é o único ramo da artéria ilíacaexterna e origina-se no abdome, perto da lacuna vascular, seguindo cau­dalmente. Dois vasos deixam a superfície ventral da artéria profunda dacoxa dentro do abdome, por um pequeno tronco pudendoepigástrico.São as artérias pudenda externa e epigástrica caudal. A artéria pudendaexterna atravessa o canal inguinal e já foi dissecada.

A artéria epigástrica caudal (Fig. 168) origina-se do troncopudendoepigástrico e segue cranialmente na superfície dorsal do retodo abdome. Irriga a metade caudal do reto do abdome e as partes ven­trais dos músculos oblíquo e transverso.

Exponha a artéria e a veia femorais e o nervo safeno no trígonofemoral. Este trígono é limitado cranialmente pelo sartório, lateralmentepelo vasto medial e pelo reto da coxa, e caudalmente pelo pectíneo epelo adutor da coxa.

Após emitir o tronco pudendoepigástrico, a artéria profunda dacoxa continua como a artéria circunflexa medial da coxa (Figs. 166,168), que deixa o abdome pela lacuna vascular. Prossegue caudalmen­te entre os músculos quadríceps da coxa e pectíneo e entra no adutor.Seccione o pectíneo em sua origem e rebata-o. Seccione a origem dográcil e rebata o músculo caudalmente. Seccione a origem do adutor.Poupe os ramos da artéria circunflexa medial da coxa e o nervo obtu­rador, que entram em sua face cranial. Remova porções do músculoadutor, para acompanhar a distribuição da artéria circunflexa medialda coxa.

A

M. coccígeo

M. levantadordo ânus

Túber isquiático

Fig.159 Períneo do macho. A, Músculos superficiais, face caudal. B, Corte dorsal através da cavidade pélvica. O bulbo bilobado do pênis está seccionado e a porçãoproximaI, removida.

ABDOi.\'IE, PELVE E MENIBRO PÉLVICO 133

A

M. bulboesponjoso

Extremidade fibrocartilagmosado osso peniano

E

AUretra

Corpo esponjoso

Bulbo da pênis

M. bulboesponjoso

M. retrator do pênis

c~ Corpo cavernoso...• ~ Túnica albugínea

~Uretra-.t,?,--.'-...... Corpo esponjoso

M. retratar do pênis

D

Bulbo do glande

Osso peniano

{ Anast. do bulbo da glandee corpo esponjoso

Corpo esponjoso

E E' 'I'- .•• pite 10 escamoso

Parte longa da glande

Osso peniano

Ramo do corpo cavernoso

M. isquiocavernoso

Uretra

Corpo esponjoso

M. bulboesponjoso

M. retratar do pênis

B

Fig. 160 Secções mediana e transversal do pênis (de Christensen, 1954).

À medida que a artéria circunflexa medial da coxa aproxima-sedo grande músculo adutor, emite um ramo profundo que desce distal­mente entre os músculos adutor e vasto medial, irrigando ambos. Pe­quenos ramos da circunflexa medial da coxa suprem os músculos obtu­radores e a cápsula da articulação coxofemoral. O ramo transversopassa caudalmente pelo músculo adutor, o qual irriga, e termina nomúsculo semimembranáceo.

A artéria femoral (Figs. 164, 166-171) é a continuação da arté­ria ilíaca externa além do nível da lacuna vascular. Os ramos da artéria

femoral, na ordem de origem, são: circunflexa superficial do ílio, cir­cunflexa lateral da coxa, caudal proximal da coxa, safena, geniculardescendente e caudal média e distal da coxa.

A artéria circunflexa superficial do ílio é um pequeno ramo quese origina da face lateral da artéria femoral, perto ou com a artéria cir­cunflexa lateral da coxa. A artéria circunflexa superficial do ílio seguecranialmente e irriga ambas as partes do sartório, o tensor da fáscia latae o reto da coxa. Toma-se superficial na espinha ilíaca ventral cranialda tuberosidade coxa!. Seccione ambas as partes do sartório acima dovaso e observe seus ramos.

A artéria circunflexa lateral da coxa (Figs. 164, 166) é umgrande ramo, que passa entre o reto da coxa e o vasto media!. Embora amaior parte do vaso ramifique-se no quadríceps, irriga também o tensorda fáscia lata, os glúteos superficial e médio e a cápsula da articulaçãocoxofemoral.

A artéria caudal proximal da coxa (Fig. 164) deixa a supetfíciecaudal da femoral, dista! à origem da circunflexa lateral da coxa na re­gião média da coxa. Estende-se distocauda!mente sobre os músculos pec­tíneos e adutor, os quais irriga, e entra na superfície profunda do gráci!.

Faça uma incisão cutânea do joelho até a unha do segundo dedo.Remova a pele tão distalmente quanto o coxim metatársico. Tente dei­xar os vasos subcutâneos no membro.

A artéria safena (Figs. 164, 170), a veia e o nervo continuamdistalmente entre as bordas convergentes da parte caudal do sartório e ográci!. Observe que a artéria safena origina-se da femoral, proximal aojoelho. A artéria safena irriga a pele na face medial do joelho e terminanum ramo cranial e num caudal.

O ramo cranial (Figs. 164, 170, 176) da artéria safena origina­se oposto à extremidade proximal da tíbia, cuja superfície medial cruza

134 ABDONIE, PELVE E l\IEi\ffiRO PÉLVICO

Ápice

Base

 -tt"'"

/ ,Sulco uretral ", '+ i

Fig. 161 Osso peniano com secções transversais, face lateral esquerda,

obliquamente, e passa distalmente sobre o músculo tibial crania!. Atra­vessa a superfície flexora do tarso com esse músculo. Na parte proxi­mal do metatarso, termina como as artérias digitais comuns.

O ramo caudal (Figs. 164, 178) da artéria safena Oligina-se naextremidade proximal da tíbia. Fica entre a cabeça medial dogastrocnêmio e a tíbia. Distalmente, relaciona-se com os flexores dosdedos e com o nervo tibial, cruza a superfície plantar medial do tarsopara entrar no metatarso. O vaso emite ramos para o tarso e as estrutu­ras profundas da extremidade proximal do metatarso. No metatarso, ir­riga o pé por meio de ramos profundos, que contribuem para um arcoplantar profundo, do qual se originam as artérias metatársicas planta­res, e termina nas artérias digitais comuns plantares. Esses ramos nãoprecisam ser dissecados ..

Em alguns espécimes, as veias safenas (Fig. 165) podem estarsuficientemente congestionadas para serem identificadas. A veia safe­na medial é semelhante à artéria em sua Oligem no pé e terminação naveia femora!. A veia safena lateral não tem qualquer artéria correspon­dente. É formada pelos ramos cranial e caudal na perna, que se origi­nam de arcadas venosas na pata. Termina na veia femoral caudal dista!.O ramo cranial da veia safena lateral é utilizado com freqüência parapunção venosa. Origina-se de uma anastomose com o ramo cranial daveia safena medial na face cranial do tarso e segue proximocaudalmentepela superfície lateral da perna.

Cólon

Colo

( ~stio uterino externoOstio uterino interno

Corpo do útero

Corno dir.do útero

Peritônio visceral

Após a artéria safena originar-se da femaral, a última desaparecelateral ao semimembranáceo. Seccione e vire a extremidade distal do

semimembranáceo craniomedialmente e acompanhe a artéria femara!até o músculo gastrocnêmio.

A artéria genicular descendente (Figs. 164, 170) origina-se dafemoral, distal à origem da safena, e irriga a superfície medial do joelho.

A artéria caudal média da coxa (Figs. 164, 170) origina-se dis­tal às artérias genicular descendente e safena, ramificando-se nas partesdistais dos músculos adutor e semimembranáceo.

A artéria caudal distal da coxa (Figs. 164, 169, 170) é um grandevaso que se origina da superfície caudal do último centímetro da femo­ra!. A femoral continua-se como artéria poplítea ao entrar nogastrocnêmio. Rebata as inserções dos músculos grácil,semimembranáceo e semitendíneo, para descobrir a cabeça medial dogastrocnêmio. Seccione a cabeça medial do gastrocnêmio e rebata-o. Issoirá expor a artéria caudal distal da coxa e os seus ramos, que irrigam obíceps da coxa, o semimembranáceo, o semitendíneo, o gastrocnêmio eos flexores dos dedos.

A artéria poplítea (Figs. 164,169,170), um prolongamento dafemoral, passa entre as duas cabeças do músculo gastrocnêmio, cruza asuperfície medial do músculo flexor superficial dos dedos e segue sobrea superfície flexora do joelho e pela incisura poplítea da tíbia. Inclina-selateralmente sob o músculo poplíteo e perfura o flexor lateral dos dedos.

Uretra

Clitóris

Fossa do clitóris

Fig. 162 Vísceras pélvicas da fêmea, secção mediana, face lateral esquerda.

ABDONlE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 135

M. sacrocaudal ventral/aI.

M. retrator do clitóris

M. esfíncter ana/ ext.

M. constritor do vestíbulo

M. constritor da vulva

IRamo dojtlitóris M. isquiocavernoso

M. levantador do ânus

M. uretral cobrindo a uretra

Sínfise pélvica

Fig. 163 Músculos do períneo da fêmea, face lateral direita.

para atingir o espaço interósseo. A artéria poplítea irriga o joelho, osmúsculos gastrocnêmio e poplíteo, e termina como artérias tibiais crania!e cauda!. A artéria tibial caudal é um pequeno vaso que deixa a superfíciecauda! da poplítea no espaço interósseo. Não precisa ser dissecada.

Seccione o poplíteo onde cobre a artéria poplítea e acompanhe aartéria até o espaço interósseo.

A artéria tibial cranial (Figs. 164, 169, 170, 177) passa entre atíbia e a fíbula. Rebata a fáscia na face cranial do joelho e da perna, ondeserve para a inserção do bíceps da coxa. Separe os músculos tibia1 cra­nial e extensor longo dos dedos em toda a sua extensão. Observe a arté­ria tibial cranial entre esses dois músculos. Seccione o músculo fibular

longo em sua origem e rebata-o para expor a artéria tibial cranial emer­gindo do espaço interósseo entre a tíbia e a fíbula. Ela irriga os múscu­los fibular longo, extensor longo dos dedos e tibial crania!. O términoda artéria será dissecado com os nervos fibulares.

O plexo lombossacral (Fig. 172) é composto pelos ramos ven­trais dos nervos lombares e sacrais. Dos nervos que se originam desseplexo, os ilioipogástricos cranial e caudal, o i1ioinguinal, o cutâneo la­teral da coxa e o genitofemoral foram dissecados. O restante será disse­cado segundo sua acessibilidade.

1. O nervo obturador (Figs. 168, 172, 173) origina-se do quar­o, quinto e sexto nervos lombares. É formado na porção caudomedial

do músculo iliopsoas. Deixa o músculo dorsomedia1mente, segue cau­doventralmente ao longo do corpo do ílio, penetra na face medial do mús­culo levantador do ânus e deixa a pelve, atravessando a parte cranial doforame obturador. Supre os músculos adutores do membro: o obturadorexterno, o pectíneo, o grácil e o adutor. Localize esse nervo na face me­dial do ílio direito. Observe-o quando emerge ventralmente do forameobturador e se ramifica nos músculos adutores com os ramos da artéria::ircunflexa media! da coxa.

2. O nervo femoral (Figs. 172, 173) origina-se fundamentalmente~o quarto, quinto e sexto nervos lombares. Encontre o nervo femoral;::oma artéria circunflexa lateral da coxa. Observe sua emergência do;núsculo iliopsoas, dentro do qual o nervo safeno se origina da face cra­;:;ia!do nervo femora!. O safeno ou femoral inerva o músculo sartório.

A porção cutânea do safeno supre a pele na face medial da coxa, o joe­:io. a perna, o tarso e o pé. Acompanhe esse nervo tão distalmente quanto

UU'so.

O nervo femoral emite ramos para o músculo iliopsoas, penetra-- músculo quadríceps, entre o reto da coxa e o vasto media1, e supre

as as quatro cabeças do quadríceps da coxa.

Na fossa isquiorretal direita, identifique o músculo coccígeo.Seccione as origens dos músculos glúteos superficial e médio, e rebata­os para suas fixações, a fim de descobrir a incisura isquiática maior.Seccione e rebata a fixação sacral do ligamento sacrotubera!. Isso ex­põe a artéria glútea caudal e o nervo isquiático. Profundamente a eles,ficam a artéria pudenda interna e o nervo pudendo, bem como os ramosventrais dos nervos sacrais. Tais ramos emergem dos dois forames sa­crais pélvicos e do forame intervertebral sacrocauda!.

3. O nervo pudendo (Figs. 172, 174) origina-se de todos os trêsnervos sacrais. Passa caudolateralmente, onde fica lateral aos músculoslevantador do ânus e coccígeo, medial ao músculo glúteo superficial, edorsal aos vasos pudendos internos. Aparece superficialmente na fossaisquiorretal, após emergir da face medial do músculo glúteo superfici­al, e segue caudomedialmente para a sínfise pélvica, no arco isquiático.Os seguintes ramos originam-se do nervo pudendo:

a. O nervo retal caudal pode originar-se de nervos sacrais,ou deixar o nervo pudendo na bordacaudal do músculo le­vantador do ânus. Inerva o esfíncter anal externo. Não pre­cisa ser dissecado.

b. Os nervos perineais originam-se da superfície dorsal donervo pudendo. Suprem a pele do ânus e o períneo, conti­nuando até o escroto ou lábio. Pequenos nervos oriundos dosnervos pudendo ou perineal suprem os músculos do pênisou o vestíbulo e a vulva.

c. O nervo dorsal do pênis no macho (ou do clitóris na fê­mea) curva-se ao redor do arco isquiático e atinge a superfí­cie dorsal do pênis, onde segue cranialmente. Prossegue atra­vés da glande do pênis e termina na pele que cobre o ápiceda glande. Emite nervos sensoriais para a pele da glande. Nafêmea, o nervo dorsal menor do clitóris segue ventralmenteaté a comissura ventral da vulva, onde termina no clitóris.

4. O nervo cutâneo caudal da coxa (Figs. 172. 174) origina-sedo plexo sacral e fica unido ao pudendo durante a maior parte de seutrajeto intrapélvico. O nervo cutâneo caudal da coxa acompanha a arté­ria glútea caudal até o nível do túber isquiático, onde se torna superfici­al junto à fixação do ligamento sacrotuberal, e termina na pele, na me­tade caudal proximal da coxa.

Os ramos ventrais do sexto e do sétimo nervos lombares e os dois

primeiros nervos sacrais unem-se para formar um tronco lombossacraladjacente à incisura isquiática maior. Os nervos que se originam dessetronco são: o glúteo caudal, o glúteo cranial e o ciático.

136 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

ProstáticalVaginal

Ramo caudal da safena

Ramo

perfurante"""""

Circunflexa med.da coxa

Caudal proxima/ da coxa

Dorsal do pé

Safena

Femoral

Tibial cranial

Poplítea

Genicular descendente

Aorta

Circunflexa lat. da coxa

Profunda da coxa

Tronco pudendoepigástrico

llíaca int. esquerda e direita

llíaca ext. esquerda e direita

Fig. 164 Artérias do membro pélvico direito, visão esquemática da face media!.

ABDOME, PELVE E MElVillRO PÉLVICO 137

Sacral mediana

lIíaca comum

esquerda e direita

Veia cava caudal

Tronco pudendoepigástrico

Circunflexa lal. da coxa

Femoral

Genicular descendente

Tibia! cranial

Ramos craniais dasafena medo e lal.

Glútea caud.

Pudenda int.

Caudal proximal da coxa

Tibial caudal

Fibular

Ramos caudais dasafena medo e lal.

Fig. 165 Veias do membro pélvico direito, visão esquemática da face media!.

138 ABDOME, PELVE E :MEMBROPÉLVICO

Obturador

Glúteo cranial

Pélvico

Glúteo caudal

Glúteocaud.

Femoral

Circo medo da coxa

Profunda da coxa

Circo lat. da coxa

Glútea cranial

lIeolombar

Circunf. superf. do illaco

Umbilical

IIlaca externa

llíaca interna

Circunflexa profunda do ilíaco

Glútea caud.

Pudenda interna

N. genitofemoral

N. femoral

Ciática

Obturador

Fig. 166 Nervos (à esquerda) e artérias (à direita) lombossacrais, face ventral.

ABDOME, PELVE E ]VIEMBRO PÉLV1CO 139

N. e a. glúteos caud.Ramo de S2

N. para o obturador interno,gêmeos e quad. da coxa

Biceps da coxa

Adutor

Semitendíneo

Semimembranáceo

Abd. caudal da coxa

N. cutâneo lal. da sura

N. cutâneo caud. da sura

N. fíbular comum

Bíceps da coxa

Glúteo superficial

Glúteo superficial

Glúteo médio

Glúteo prot.

Tensor datáscia lata

Sat1ório

A. cran. da coxa

A. circunflexa lal. da coxa

Fig. 167 Nervos. artérias e músculos da região coxal direita, face lateral.

140

21

20

19

ABDOME, PELVE E MEl\1BRO PÉLVICO

9

~'li

8

"'..

Fig. 168 Artéria femoral profunda, face medial, após remoção do músculo pectíneo e secção do músculo adutor.

1. Ureter esquerdo 12. Ramos profundos da a. e v. circunflexas mediais da coxa2. Artéria ilíaca externa 13. A. e v. pudendas externas

3. A. e v. profundas da coxa 14. Anel inguinal profundo4. Tronco pudendoepigástrico 15. Artéria epigástrica caudal5. Lacuna femoral 16. Ligamento redondo do útero6. Ramo transverso da a. e da v. circunflexas mediais da coxa e n. obturador 17. Nervo genitofemoral7. Adutor 18. Intestino delgado8. Grácil 19. Bexiga9. Parte caudal do sartório 20. Reto

10. Parte cranial do sartório 21. Corno uterinolI. A. e v. femorais

5. O nervo glúteo caudal (Figs. 166, 167, 172) passa sobre aincisura isquiática, medial ao músculo glúteo médio, e entra na superfí­cie medial do músculo glúteo supelficial. É a única inervação para oglúteo superficial. Tem uma origem variável do sétimo nervo lombar edos dois primeiros sacrais.

6. O nervo glúteo cranial (Figs. 166,172) passa sobre a incisu­ra isquiática maior, cruza a superfície lateral do ílio na origem do mús­culo glúteo profundo e inerva os músculos glúteos médio e profundo eo tensor da fáscia lata. Origina-se do sexto e sétimo nervos lombares eprimeiro sacral. Foi dissecado com a artéria glútea cranial.

7. O nervo ciático (Figs. 166, 167, 170, 172, 174, 175) origina­se dos dois últimos nervos lombares e dois primeiros sacrais. Isole onervo ao passar sobre a incisura isquiática maior. Pequenos ramos saemde dentro da pelve, para suprir os músculos obturador interno, gêmeose quadrado da coxa. Não disseque esses ramos. O nervo ciático passacaudalmente sobre o coxal, medial ao trocânter maior, e depois distal­mente, caudal ao fêmur na face lateral do músculo adutor da coxa. Umramo deixa o nervo no nível do coxal e inerva os músculos bíceps dacoxa, semitendíneo e semimembranáceo.

Existem nervos cutâneos laterais e caudais da coxa (Fig. 167),que se originam dos componentes fibular e tibial, respectivamente, donervo ciático da coxa e suprem a pele nas superfícies lateral e caudal daperna. Não precisam ser dissecados.

O nervo ciático termina na coxa, como os nervos fibular comume tibial. O nervo fibular comum origina-se basicamente de L6 e L7(Figs. 169, 174, 175). É menor e passa lateralmente, profundo à parteterminal delgada do músculo bíceps da coxa. Cruza a cabeça lateral do

músculo gastrocnêmio e a fíbula, seguindo entre o músculo flexor late­ral da coxa caudalmente e o músculo fibular longo cranialmente, paraentrar nos músculos na face cranial da perna. Aí, o fibular comum divi­de-se em nervos fibulares superficial e profundo, que inervam os mús­culos flexores do tarso e extensores dos dedos, que incluem os múscu­los tibial cranial, fibular longo e extensor longo dos dedos.

O nervo fibular superficial (Figs. 175, 176) deixa a porção donervo original abaixo do joelho, onde fica entre o flexor lateral dos de­dos caudal mente e o fibular longo cranialmente. Exponha o nervo eacompanhe-o ao se curvar distalmente, profundo à parte distal do fibu­lar longo. No início do terço distal da perna, torna-se subcutâneo e acom­panha o ramo cranial da artéria safena. Distal ao tarso, o nervo fibularsupetficial forma nervos digitais comuns dorsais que inervam o pé (Fig.176) e não serão dissecados.

O nervo fibular profundo (Fig. 175) origina-se da supetfíciecranial do nervo primitivo. Entra nos músculos na parte cranial da per­na e segue distalmente, junto com a artéria tibial cranial. Na metadeproximal do tarso, ambos ficam num sulco formado pelos tendões domúsculo extensor longo dos dedos, lateralmente, e pelo músculo tibialcranial medialmente. Exponha-os, cortando o retináculo extensor. Notarso, o nervo divide-se em nervos metatársicos dorsais, que prosseguemdistalmente para inervar o pé (Fig. 176). Acompanhe o nervo fibularprofundo à medida que o final da artéria tibial cranial é agora disseca­do. Os nervos metatársicos dorsais terminais não serão dissecados.

A artéria tibial cranial continua oposta à articulação talocruralcomo a artéria dorsal do pé (Figs. 176, 177). Ramos irrigam o tarso, ea artéria dorsal do pé termina na artéria arqueada. A última segue trans-

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

~

~- --~\23

3

4

6

21

20

19

18

Fig. 169 Artérias e nervos da coxa e da perna direitas, face lateral.

I. A. glútea caudal 13. Fibular longo2. A. glútea superficial 14. Tibial cranial3. Vasto lateral 15. A. tibial cranial

4. Adutar 16. Extensor longo dos dedos5. Semimembranáceo 17. Fibular longo6. Semitendíneo ] 8. Extensor lateral dos dedos7. N. tibial 19. Flexor lateral dos dedos

8. N. fibular 20. Flexor superficial dos dedos9. A. femoral 21. Gastrocnêmio, cabeça lateral

10. A. caudal distal da coxa 22. Bíceps da coxa (rebatido)11. A. poplítea 23. Abdutor caudal da coxa]2. Gastrocnêmio, cabeça medial

141

142 ABDO~IE, PELVE E ~IEMBRO PÉLVICO

A. e v. femorais

N. safeno

Sartório

Reto da coxa

Vastomed.

A. genicular desc.

Semimembranáceo

Gastrocnêmio medo

Côndilo medo da tíbia

A. tibial cranial

Pectíneo

Adutor

A. safena

Grácil

Semimembranáceo

femoral caudal médio

N. isquiático

A. caudal distal da coxa

Bíceps da coxaN. tibial

N. cutâneo caudal da sura

Flexor superf dos dedos

A. tibial caudal

Flexor lateral dos dedos

Gastrocnêmico med.

N. e a. safenos

Fig. 170 Artérias da região poplítea direita, face media!.

versa e lateralmente através do tecido ligamentoso, na extremidade pro­ximal do metatarso. Emite artérias metatársicas dorsais, que seguemdistalmente para irrigar o pé. Não precisam ser dissecadas.

Um ramo perfurante deixa a artéria metatársica dorsal lI, umramo da artéria arqueada, e segue distalmente no espaço entre o segun­do e o terceiro ossos metatársicos. Esse ramo perfurante vai da superfí­cie dorsal à superfície plantar do metatarso na extremidade proximaldesse espaço. Anastomosa-se com os ramos do ramo caudal da artériasafena, para contribuir para as artérias metatársicas que irrigam o pé.Esta é a maior fonte de sangue para os dedos do pé. Exponha a artériaarqueada e o ramo perfurante. Remova a metade proximal do músculointerósseo que reveste a face plantar do segundo osso metatársico, paraobservar a artéria metatársica perfurante que emerge entre o segundo eo terceiro ossos metatársicos (Fig. 178).

O nervo tibial origina-se principalmente de L7 e S 1, e é a por­ção caudal do nervo ciático (Figs. 169, 179, 174, 175). Separa-se do nervofibular comum da coxa. No joelho, passa entre as duas cabeças do mús­culo gastrocnêmio. O nervo tibial supre os músculos caudais à tfbia e àfíbula, que incluem os extensores do tarso e flexores dos dedos, e emiteramos para o joelho. Inerva ambas as cabeças do músculo gastrocnêmioe os músculos flexor superficial dos dedos, poplíteo e ambos os flexo­res dos dedos. O nervo tibial continua, além desses ramos, no músculoflexor lateral dos dedos. Emerge da superfície profunda da cabeça me­dial do gastrocnêmio e prossegue distalmente ao longo da face medialda superfície caudal da tíbia. Proxima1 à articulação talocrural, o nervo

tibial divide-se em nervos plantares medial e lateral. Cruzam o tarsomedial à tuberosidade calcânea e terminam como os nervos digital co­mum plantar e metatársico plantar, que são sensoriais para o pé.

A irrigação sanguínea e a inervação dos dedos do membro pélvi­co estão resumidas no Quadro 4.

Cão vivo

Coloque a palma da mão sobre a parte cranial da coxa, com osdedos na face medial, e palpe as bordas do trfgono femoral. Sinta o pulsona artéria femora!. Este é o local mais comum para determinar a freqüên­cia e a qualidade do pulso num exame físico. O pulso também pode sersentido em dois outros pontos no membro pélvico. Um fica onde o ramocranial da artéria safena cruza a face medial do terço médio da tíbia. Tantoo osso como a artéria são subcutâneos nesse local. O outro é a artéria

dorsal do pé, onde cruza a superfície dorsal do tarso.Acompanhe o trajeto do nervo isquiático e verifique onde o ner­

vo fica junto a ossos que podem fraturar e lesá-Ia. O nervo fibular co­mum é palpável, onde cruza a extremidade proximal da fíbula. Sinta acabeça da fíbula e passe a mão sobre a pele em sentido proximal a dis­tal, para deslizar o nervo sobre o osso nesse ponto. O nervo tibial podeser sentido proximal ao tarso, entre as camadas subcutâneas craniais aotendão calcâneo comum. É acompanhado aí por vasos safenos.

Estude a Fig. 179 e identifique as zonas autônomas dos nervosno membro pélvico do cão vivo.

Circunflexa medoda coxa

Circunflexa lal.da coxa

Ramo profundo, circunflexamedial da coxa

A. e V. femorais

Caudal proximalda coxa

M. pectíneo

Caudal médioda coxa

Genicular desc.

ABDO~IE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Fig. 171 Estruturas profundas da coxa direita, face media!.

M. pectíneo

Ramo muscular

Ramo obturador

Ramo para músculos e paraa. nutricia do fêmur

143

144 ABDOME, PELVE E lVIElVIBROPÉLVICO

Quadro 4 IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA E INERVAÇÃO DOS DEDOS DO MElVIBRO PÉL VICO

Superucie DorsalVasos

(Superficiais)

(Profundos)

Nervos

(Superficiais)

(Profundos)

Vasos

(Superficiais)

(Profundos)

Nervos

(Superficiais)

(Profundos)

Ramo cranial da safena

Tibial cranial

Dorsal do pé - Arqueada

Fibular superficial

Fibular profunda

Ramo caudal da safenaPlantar media!

Arco plantar profundoRamo perfurante dorsal dopé; plantar lateral do ramocauda] da safena

Tibial - Plantar media]

Tibial - Plantar lateral

Digitais comunsdorsais

Metatársicosdorsais

Digitais comunsdorsais

Metatársicosdorsais

Superfície Plantar

Digitais comunsplantares

Metatársicos

plantares

Digitais comunsplantares

Metatársicos

plantares

N. para m. piriforme N. pélvico

A. e v. digitais dorsaisaxiais ou abaxiais

N. digital dorsalaxial ou abaxial

A. e v. digitais plantaresaxiais ouabaxiais

N. digital plantaraxialouabaxia]

N. glúteo cranial

Ramo vent., I' n. sacralRamo vent., 7' n. lombar

N. obturador

Ramo para o quadríceps da coxa

Vasto medo

N. para levantador do ânus

caudal

Levantador do ânus

Ramos cutâneos

N. cutâneo caud. da coxa

Levantador do ânus

Ramo para o obturador ext.

Ramo para adutor,pectíneo, grácil

Grácil

Pectíneo

Fig. 172 Plexo lombossacro, face medial esquerda.

Nervo obturador5. Obturador externo

6. Adutor longo7. Pectíneo

8. Adutor magno e curto9. Grácil

ABDOME, PELVE E JYIEMBRO PÉLVICO

N.

Ramo cutâneo

Fig. 173 Distribuição dos nervos safeno, femoral e obturador do membro pélvico direito, esquema da face media!.

Músculos inervados por nervos numeradosNervo femoral

1. Iliopsoas2. Quadríceps da coxa

Nervo safeno

3. Sartório, parte cranial4. Sartório, parte caudal

145

146 ABDOJVIE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

A.

V. e a. caudais lat.

V. e a. retais caud.

A. e n. perineais

A. do bulbo do vestíbulo

A. e V. do c/itóris

N. cutâneo caud. da coxa

N. isquiático

M. semimembranáceo

N. tibial

N. cutâneo caud. da sura

V. safena lat.

Ligamento, sacrotuberat M. glúteo superficialA. e v. glúteas caudais

A. e v. glúteas craniais

, M. glúteo medial

N. glúteo cranial

A. e V. iliolombares

A. e v. circunflexalateral da coxa

M. cutâneo lat. da sura

M. quadríceps da coxa

N. fibular comum

M. gastrocnêmio

Fig. 174 Vasos e nervos da coxa e do períneo direitos, face lateral.

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 147

N. fibular profundo

N. fibular comum

Músculos inervados por nervos niimeradosNervo glúteo cranial

1. Glúteo médio

2. Glúteo profundo3. Tensor dafáscia lata

Nervo glúteo caudal4. Glúteo superficial

Nervo isquiático5. Gêmeos, obturador im. e quadrado da coxa6. Bíceps da coxa7. Semimembranáceo8. Semitendíneo

Nervo tibial9. Gastrocnêmio

10. Flexor superficial dos dedoslI. Poplíteo12. Flexores profundos dos dedos13. Músculos plantares

Nervo fibular superficial14. Extensor lateral dos dedos15. Fibular curto

Nervo fibular superficial16. Fibular longo

Nervo fibular profundo17. Tibial cranial e extenso r longo dos dedos18. Extensor longo do dedo19. Extensor curto dos dedos

"

Fig. 175 Distribuição dos nervos glúteos cranial e caudal e do nervo ciático do membro pélvico direito, visão esquemática da face lateral.

148 ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

A. digital dorsal abaxiallll

A. digital plantar axial /lI

N. digital dorsalabaxiall/l

Nn. metatársicos dorsais

N. digital dorsal abaxial /I(Safeno)

N. fibular profundo

Ramo perfurante da a. metatársica dorsal /I

Aa. metatársicas dorsais

Aa. digitais comuns dorsais

N. fibular superficial

N. digital dorsal abaxial V --

Nn. digitais comuns dorsais

A. dorsal do pé

A. arqueada

A. tibial cranial

A. safena, ramo cranial

Fig. 176 Artérias e nervos do pé direito, face dorsal.

ABDOlVlE, PELVE E MEMBRO PÉLVICO

Fig. 177 Artéria tibia! crania! do membro pélvico direito, face crania!.

149

Tibia

Tibial cranial

Retinácufo proximafde extensores

Ramo perfurante

Aa. metatársicas dorsais

A. dorsal do pé

Ext. longo dos dedos

A. tibiaf cran.

A. arqueada

Ramo superf. da ­a. tibial cran.

Ext. curto dos dedos

Tendão do fibufar longo -

Anast. com aa. digitaiscomuns dorsais

Ext. longo dos dedos

Anastomose com a. safena,ramo craniaf

150

N. tibial

N. plantar medial

N. digital plantarabaxial"

ABDOME, PELVE E lVIEl\1BRO PÉLVICO

-- N. cutâneo caudalda sura

N. plantar lateral

Nn. metatársicos plantares

N. digital plantarabaxiallV

Ramo profundo

Ramo perfurante,a. metatársica

dorsal"

A. digital plantar axial "

Fig. 178 Artérias e nervos do pé direito, face plantar.

A. plantar lateral

A. plantar medial

Aa. metatársicas plantares

Aa. digitais comuns plantares

I

ABDOME, PELVE E MEMBRO PÉLVICO 151

Fig. 179 Zonas autônomas de inervação cutãnea do membro pélvico. Faces medial, lateral e caudal. Cutãneo caudal da coxa (CCC), genitofemoral (Gf), cutâneolateral da coxa (CLC), fibular (Fib), safeno (Sa), ciático (Ci), tibial (Tib). Os asteriscos indicam limites palpáveis dos ossos - côndilos tibiais medial e lateral,trocânter maior e extremidade lateral do túber isquiático (de R. L. Kitchell). A zona autônoma do nervo ciático é para lesões proximais ao trocânter maior e incluias zonas para os nervos fibular e tibial. Para lesões do nervo ciático caudais ao fêmur, a zona autônoma varia, dependendo de quantos de seus ramos cutâneosencontram-se acometidos.

MILLER

GUIA PARA,.""

A DISSECÇAO. ,.""

DOCAO-

TERCEIRA EDIÇAO

EVANS & de LA.HUNTA

ACABECA

CRÂNIO

o crânio é um complexo de ossos moldados em membrana e emcartilagem ao redor do encéfalo, dos órgãos dos sentidos e entradas paraos sistemas digestivo e respiratório. A caixa encefálica é formada porum teto ósseo dérmico, a calvária, unido a paredes e assoalho osteo­cartilagíneos. Articulados com a caixa encefálica encontram-se os os­sos da face, da mandíbula e do palato, os ossículos da orelha e o apare­lho hióide.

Diversos elementos cranianos fundem-se durante o desenvolvi­

mento ou perdem-se filogeneticamente, o que faz com que cada espéciepossua características distintas, que podem não estar presentes em ou-

Fissura pala tina

Forame infra-orbitário

Canal lacrimal

Processo zigomáticodo frontal

Processo frontal do

zigomático

Processo zigomáticodo temporal

Linha temporal

tras. o formato do crânio do cão varia mais entre as diferentes raças dque o crânio de outras espécies de animais domésticos.

Superucies dorsal e lateral do crânio(Figs.180-182)

Caixa encefálica (craniana). Os ossos pares frontal e pariera:formam o dorso da caixa encefálica ou calvária. O osso parietal une-c~ao osso frontal rostralmente e ao seu par, medialmente. Caudalmente.osso parietal une-se ao osso occipital, que forma a superfície caudal dcrânio. O osso interparietal ímpar funde-se com o osso occipital no pe­ríodo pré-natal e apresenta-se como um processo que se estende roc-

Incisivo

Lacrimal

Pala tino

Temporal

Occipital

Fig. 180 Ossos do crânio, face dorsal.

A CABEÇA 153

tralmente. A borda ventral do osso parietal une-se aos ossos temporalescamoso e basisfenóide. Rostral ao osso parietal fica o osso frontal,que forma a parte dorsomedial da órbita.

A crista sagital é uma crista mediana, formada pelos ossos parie­tais e interparietal. Varia em altura e pode estar ausente.

Na maioria das raças braquicefálicas, a crista sagital é substituí­da por um par de linhas temporais. Cada uma delas vai da protube­rância occipital externa ao processo zigomático do osso frontal. Acrista nucal é uma crista transversal que marca a transição entre as su­perfícies dorsal e caudal do crânio. A protuberância occipital externafica em posição mediana na extremidade caudal da crista sagital.

De cada lado do dorso do crânio está a fossa temporal. A fossaé convexa. É limitada medialmente pela crista sagital ou pela linha tem­poral, caudalmente pela crista nucal e ventralmente pelo processo zigo­mático do osso temporal. A fossa temporal é contínua rostralmente coma órbita. O músculo temporal origina-se dessa fossa temporal nos ossosirontal e parietal.

Ossos da face. A parte facial da superfície dorsal do crânio éformada por partes dos ossos frontal, nasal, maxilar e incisivo. Todossão pares. O osso nasal une-se ao seu par na linha média, ao osso fron­::il caudalmente e à maxila e ao osso incisivo lateralmente. A maxila::ontém os dentes molares superiores. O osso incisivo sustenta os três

ntes incisivos e tem um longo processo nasal, que se articula com aila e o osso nasal. A abertura nasal é limitada pelos ossos incisivo

:: nasal. É quase circular em raças braquicefálicas e é oval nas raças.:olicocefálicas.

uperficie lateral d? crânioCaixa encefálica (craniana). As porções laterais dos ossos frontal

_ ?arietal formam a superfície lateral (Figs. 181, 182) da caixa encefá­A parte caudoventral da superfície lateral do crânio é composta em

_ ::.nde parte pelo osso temporal. Este osso composto é constituído deLeS escamosa, timpânica e petrosa.

A parte escamosa forma a porção ventral da fossa temporal e~~enta um processo zigomático, que forma a parte caudal do arcomático. Articula-se dorsalmente com o osso parietal, rostralmente

asa do basisfenóide e caudalmente com o osso occipital.Rostral à parte escamosa do osso temporal, a superfície ventro­da caixa encefálica é formada pelas asas do basisfenóide e do·enóide. A asa do basisfenóide se articula caudalmente com a parte

osa do osso temporal, dorsalmente com os ossos frontal e parie­'= rostralmente com a asa do pré-esfenóide.

Ossos daface. A órbita é a cavidade onde fica o olho. Uma par­é óssea. A margem orbitária é formada pelos ossos frontal, la-

Lacrimal

Maxila

crimal e zigomático. A margem lateral da órbita é formada pelo li­gamento orbitário, que vai do processo frontal do osso zigomático aoprocesso zigomático do osso frontal. A parede medial da órbita é for­mada pelas superfícies orbitárias dos ossos frontal, lacrimal, pré-esfenóidee palatino.

O arco zigomático é formado pelo processo zigomático da ma­xila, pelo osso zigomático e pelo processo zigomático do osso tempo­ral. O arco forma o osso malar e serve de origem para o músculomasseter, que fecha a boca.

A fossa pterigopalatina situa-se ventral à órbita. A maxila, o ossopalatino e o osso zigomático limitam a parte rostral. A parte caudal élimitada pelos ossos palatino e pterigóide e pelas asas dos ossos esfe­nóides. Os músculos pterigóides originam-se dessa fossa.

As três abelturas na parte caudal da órbita são, de rostral paracaudal, o canal óptico, a fissura orbitária e o forame alar rostral. Ocanal óptico atravessa o pré-esfenóide e o forame alar rostral atravessao basisfenóide. A fissura orbitária é formada na articulação entre os ossosbasisfenóide e pré-esfenóide. O nervo óptico passa pelo canal óptico.Atravessando a fissura orbitária, encontram-se os nervos oculomotor,trodear, abducente e oftálmico, bem como alguns vasos. Emergindo doforame alar rostral, estão a artéria maxilar e o nervo maxilar.

Na parte rostral da fossa pteligopalatina, existem diversos fora­mes. O forame palatino caudal e o forame esfenopalatino são aber­turas intimamente relacionadas, do mesmo tamarrho, localizadas na parterostromedial da fossa. O forame esfenopalatino fica dorsal ao palatinocaudal. A artéria palatina maior, a veia e o nervo entram no canal pala­tino através do forame pala tino caudal e, juntos, seguem para o palatoduro. A artéria e a veia esfenopalatinas e o nervo nasal caudal entramna cavidade nasal via o forame esfenopalatino. Rostrolateral a esses,encontra-se o forame maxilar, a abertura caudal do canal infra-orbitá­rio. A artéria, a veia e o nervo infra-orbitários seguem rostralmente poresse canal. Uma pequena parte da parede rostromedial da fossa pterigo­palatina, exatamente caudal ao forame maxilar, com freqüência apre­senta uma abertura que normalmente é ocupada por uma fina lâminaóssea, a qual serve como a Oligem do músculo oblíquo ventral do olho.Caudal ao forame maxilar, há uma série de pequenas aberturas, a maio­ria delas para os pequenos nervos e vasos que atravessam seus respec­tivos canais alveolares até as raízes dos dois últimos dentes molares ea raiz caudal do último pré-molar. Acima do foram e maxilar no ossolacrimal, encontra-se a rasa fossa para o saco lacrimal. A fossa se con­tinua pelo canal nasolacrimal para o ducto nasolacrimal.

A parte facial da superfície lateral do crânio rostral à orbita in­clui a superfície lateral da maxila e o osso incisivo. Dorsal ao terceirodente pré-molar fica o foram e infra-orbitário, a abertma rostral do canalinfra-orbitário. As raízes dos dentes molares formam elevações laterais,os jugos alveolares.

Parietal

Temporal

Zigomático(cortado)

PalatinoPterigóide

Fig. 181Ossos do crânio, face lateral, após remoção do arco zigomático.

154

Mandíbula

A CABEÇA

Zigomático

Ceratoiáide

Fig. 182 Crânio, aparelho hióide e laringe, face lateral.

Cartilagemcricáidea

Superficie ventral do crânio (Figs. 183, 184)

Caixa encefálica (craniana). O aspecto ventral da caixa encefá­

lica consiste na parte basilar do osso occipital, nas partes timpânica epetrosa do osso temporal, no osso basisfenóide e no osso pré-esfenóide.A parte basilar do osso occipital forma o terço caudal da base do crânio.

Articula-se lateralmente com as partes timpânicas e petrosa do osso tem­poral e rostralmente com o corpo do basifenóide. Caudal mente, o côn­dilo occipital articula-se com o atlas. O processo jugular, uma proje­ção ventral do osso occipital, articula-se com a parte cauda lateral da

bolha timpânica. O músculo digástrico origina-se do processo jugular.A p~rte timpânica do osso temporal tem uma dilatação bulbo­

sa, a bolha timpânica, que circunda a cavidade da orelha média (Fig.185). Na face lateral da bolha, fica o meato acústico externo. Em vida,

a membrana timpânica fecha essa abertura e a cartilagem anular da ore­lha externa fixa-se ao redor de sua periferia.

A parte petrosa do osso temporal contém os labirintos mem­

branáceos e ósseo da orelha interna (Fig. 185). A maior parte desse ossoé visível dentro da cavidade craniana. A bolha timpânica foi removida

em um lado, expondo uma saliência cilíndrica, o promontório, na su­

perfície ventral da parte petrosa do osso temporal. O promontório con­

tém a janela da cóclea, que em vida é fechada por uma membrana. Ajanela do vestíbulo fica dorsal ao promontório e contém a base do es­tribo. O estribo articula-se com a bigorna, que por sua vez articula-se

com o martelo. O martelo fixa-se à face medial da membrana timpâni­

ca. O processo mastóideo é a única porção da parte petrosa do ossotemporal a atingir o exterior. É pequeno e fica caudal ao meato acústico

externo, lateral e dorsal à raiz do proeminente processo jugular. Os

músculos c\eidomastóideo e esternomastóideo terminam no processomastóideo.

O basisfenóide articula-se caudal mente com a parte basilar do

osso occipital e rostralmente com os ossos pré-esfenóide e pterigóide.O forame oval. o forame redondo e o canal alar atravessam o osso ba­

sisfenóide. O pré-esfenóide articula-se caudalmente com o basisfenóide

e o pterigóide. lateralmente com a parte perpendicular do palatino e

'rostralmente com o vômer. Apenas uma pequena porção mediana dopré-esfenóide fica exposta na superfície ventral da caixa ence-

fálica. Os canais ópticos passam através da asa orbitária do pré-esfe­nóide.

O forame alar rostral, caudoventral à fissura orbitária, é a aber­

tura rostral do canal alar. A abertura caudal desse pequeno canal é oforame alar caudal. O forame redondo abre-se, a partir da cavidade

craniana, no canal alar. O nervo maxilar, derivado do nervo trigêmeo,entra no canal alar da cavidade craniana por esse forame. O nervo se­

gue rostralmente e deixa o canal alar pelo forame alar rostral. Além dis­so, a artéria maxilar cruza toda a extensão do canal alar.

O foram e oval, uma abertura direta na cavidade craniana, fica

caudolateral ao forame alar caudal. O nervo mandibular, derivado donervo trigêmeo, deixa a cavidade craniana através dessa abertura.

O forame lacerado localiza-se na borda rostromedial da bolha

timpânica. Uma alça da artéria carótida interna projeta-se através dessa

abertura. Essa alça fica entre a parte da carótida interna que está seguin­do rostralmente no canal carotídeo e a parte que volta pelo forame lace­rado e entra no seio cavernoso, no assoalho da cavidade craniana.

O canal musculotubário situa-se lateral ao forame lacerado e

caudal ao forame oval. É o revestimento ósseo de uma conexão tubular.

a tuba auditiva, que vai da orelha média até a faringe.

A fissura timpanoccipital é uma depressão oblonga entre a par­

te basilar do osso occipital e a parte timpânica do osso temporal. O ca­nal petroccipital e o canal carotídeo deixam as profundezas da fissuraaproximadamente no mesmo local. O canal carotídeo conduz a artéria

carótida interna. O canal petroccipital conduz o seio venoso petrosoventral. Nenhum canal pode ser adequadamente demonstrado num crâ­

nio articulado. Os nervos glossofaríngeo, vago e acessório seguem pe­rifericamente do forame jugular pela fissura timpanoccipital. Passandotambém através dessa fissura, encontram-se a artéria carótida interna.

radículas venosas das veias vertebral e jugular interna. bem como axé\­

nios pós-ganglionares simpáticos do gânglio cervical cranial.

O canal do hipoglosso, para a passagem do nervo hipoglosso.fica caudal à fissura petroccipital no osso occipital.

A fossa mandibular do processo zigomático do osso temporalarticula-se com o côndilo da mandíbula, para formar a articulação tem­

poromandibular. O processo retroarticular forma a parede caudal dafossa mandibular. O foram e retroarticular caudal a esse processo con­

duz a veia retroarticular do seio venoso temporal.

A CABEÇA 155

Forame alar rostral

Forame alar caudal.

Forame oval

Fossa mandibular

Processo retroarticular

Fossa para o tensor do tímpano

Incisura intercondilar

Fissura pala tina

Processo pala tino da maxila

Alvéolo do quarto dente pré-molar

Espinha nasal caudal do pala tino

Alvéolo do primeiro dente molar

Forame caud., canal pterigóideo

Forame espinhoso

Processo muscular

Canal musculotubal

Forame lacerado

Fissura petrotimpânica

Bolha timpânica

Forame estilomastóideo

Fissura timpanoccipital

Fig. 183 Crânio, vista ventral com remoção da ampola timpânica direita.

Entre a bolha timpânica e o processo mastóideo do osso tempo­ral fica o forame estilomastóideo. Esta é a abertura do canal facial queconduz o nervo facial perifericamente através da parte petrosa do ossotemporal.

Ossos daface. A superfície ventral da parte facial do crânio carac­teriza-se pelos dentes e palato duro. Há uma arcada dentária superior(maxilar) e uma inferior (mandibular). Cada dente fica num alvéolo oucavidade. Septos interalveolares separam os alvéolos de dentes adjacen­tes. Um alvéolo é subdividido por septos inter-radiculares para aquelesdentes com mais de uma raiz. Na arcada dentária superior, existem alvéo­los individuais nos ossos incisivos para os dentes incisivos e na maxilapara o canino e o primeiro dente pré-molar. Há dois alvéolos na maxilapara o segundo pré-molar e dois para o terceiro. O quarto pré-molar eos dois molares têm, cada um, três alvéolos na maxila. O palato duro écomposto pelas partes horizontais dos ossos palatinos, dos maxilares edos incisivos. Uma abertura, a fissura palatina, localiza-se de cada ladoda linha média entre os dentes caninos.

Os ossos palatinos formam o terço caudal do palato duro. O fo­rame palatino maior é medial ao quarto dente molar. Caudal a este,fica o forame palatino menor. A artéria palatina maior, a veia e o ner­vo e seus ramos emergem por esses forames. As coanas são as abertu­ras das' cavidades nasais direita e esquerda, na parte nasal da faringe

. (nasoÚlringe). Situam-se na extremidade caudal do palato duro, onde ovômer articula-se com os ossos palatinos.

Superficie caudal do crânio (Figs. 182, 183)Durante o desenvolvimento, o osso occipital é formado por par­

tes laterais (exoccipitais) pares (que apresentam os côndilos), uma par­te escamosa (supra-occipital) e a parte basilar do occipital (basioccipital).As bordas laterais formam uma crista nucal, onde o occipital une-se aoosso parietal e à parte escamosa do temporal. Centrodorsalmente, for­ma-se uma protuberância occipital externa, onde o osso interparietalune-se ao occipital na extremidade caudal da crista sagital. O foramemagno é a grande abertura na cavidade craniana, através da qual amedula espinhal continua como a'base do cérebro. O forame mastói­deo localiza-se na sutura occipitotemporal, dorsolateral ao côndilo oc­cipital. Conduz a artéria e a veia meníngeas caudais. O resto da superfí­cie caudal do crânio é rugoso para fixação muscular.

Se houver um crânio desarticulado disponível para estudo, tentelocalizar cada um dos ossos no crânio inteiro. A capacidade de visualizarum osso em relação a outro ajuda a interpretação radiográfica de carac­terísticas normais. Vários dos ossos cranianos sobrepõem-se mutuamentenuma considerável proporção, razão pela qual nem sempre é possívelver os limites de um determinado osso in situo O osso pré-esfenóide, cujasasas orbitárias dão passagem aos nervos ópticos, constitui um bom exem­plo. Identifique o canal óptico de um crânio intacto e observe o contor­no das suturas pré-esfenóides com ossos adjacentes. Oriente um ossoesfenóide específico numa posição semelhante. Faça o mesmo com rela-

156 A CABEÇA

Zigomático

Pré-esfenóide

Parietal

Tempora'/

Occipital

Vômer

Frontal

Pterigóide

Basisfenóide

Fig. 184 Ossos do crânio, face ventral.

ção ao osso basisfenóide, mais caudalmente localizado, com suas asastemporais e a parte basilar do osso occipital, que faz parte do anel occi­pital. Esses três ossos formam o eixo da base do crânio, sobre o qual oencéfalo repousa. A lâmina crivosa (cribriforme), com os etmoturbinadosassociados, localiza-se na extremidade rostral do eixo da base do crânio.

Com o auxílio do diagrama do crânio desarticulado (Fig. 186),localize os outros ossos no crânio intacto.

Mand1õula

A mandíbula (Fig. 187), ou maxila inferior, contém os dentesinferiores e articula-se com o osso temporal. As duas mandíbulas unem­se rostralmente na sínfise. Cada mandíbula pode ser dividida num cor­po, ou parte horizontal, e um ramo, ou parte perpendicular. A bordaalveolar da mandíbula contém alvéolos para as raízes dos dentes. Osincisivos, o canino, o primeiro pré-molar e o terceiro molar têm umaraiz cada. Os últimos três pré-molares e os primeiros dois molares têmduas raízes cada.

Na superfície lateral do ramo da mandíbula, fica a fossa masse­térica triangular para a inserção do músculo masseter. A metade dorsaldo ramo é o processo coronóide. Sua superfície medial possui umadepressão rasa para inserção do músculo temporal. Ventral a essa, ficao forame da mandíbula. Este forame é a abertura caudal do canal damandíbula, que se localiza no ramo e no corpo da mandíbula, conduza artéria e a veia alveolares inferiores e o nervo alveolar inferior. Abre­se rostralmente nos três forames mentonianos, onde nervos mentonia­nos emitem inervação sensorial para o lábio inferior e o queixo adjacen­tes. Os músculos pterigóideos inserem-se na superfície medial da mandí­bula e no processo angular, ventrais à inserção do músculo temporal.

O processo condilar entra na formação da articulação tempo­romandibular. Entre o processo condilar e o processo coronóide, en­contra-se uma depressão em forma de D, a incisura da mandíbula.Ramos motores do nervo mandibular atravessam essa incisura para iner­var o músculo masseter.

O processo angular é uma saliência curva ventral ao processocondi lar. Serve para a fixação dos pterigóideos medialmente e domasseter lateralmente.

Ossos hióides

O aparelho hióide (Figs. 188, 197) é composto pelos ossos hiói­des, que mantêm fixas a língua e a laringe. O aparelho vai do processomastóide do crânio à cartilagem tireóidea da laringe. É constituído pelapequena cartilagem timpanoióidea e pelos seguintes ossos articulados:o estiloióide, o epiióide, o ceratoióide, o basióide e o tireoióide. Todosos ossos são pares, exceto o basióide, que une os elementos dos doislados na raiz da língua. Examine-os nos espécimes conservados úmi­dos fornecidos, como também em seu próprio espécime.

Dentes

Os dentes ficam dispostos em arcadas (superior e inferior) opos­tas uma à outra. A arcada inferior é mais estreita do que a superior (Figs.181, 183, 187).

Os dentes superiores estão contidos nos ossos incisivos e maxi­lares. Aqueles com as raízes encravadas nos ossos incisivos são conhe­cidos como dentes incisivos. Caudal a estes e separados deles por um

A CABEÇA 157

Duetos semicirculares

Dueto endolinfático

Bolsa endolinfática

Rampa do vestíbulo

Bolha timpânica

Parte petrosa do osso temporal

Espaço perilinfático do vestíbulo

Membrana timpânica

Fig. 185 Diagrama da orelha média e interna.

Parietal

Supra-occipital

~:~'. Exoccipitaf

f ..~~..

Mandíbula

Fig. 186 Ossos desarticulados do crânio de um filhote, face lateral esquerda.

158 A CABEÇA

Processo ~condi/ar I

Forame mandibul'!rl Sínfise

.+

Forame mentoniano rostral/

Forame mentoniano médio

Processo coronáide

Incisura mandibular

Processo condi/ar

Fossa massetérica

Processo angular

Forame mentoniano caudal

Fig. 187 Mandíbula esquerda, faces medial e lateral.

A dentição temporária ou decídua ("dentes de leite") pode serexpressa pela fórmula:

O primeiro dente incisivo (central) fica próximo ao plano media­no e é seguido pelos segund0'(intermediário) e terceiro (de canto) inci­sivos. Na dentição permanente, os dentes pré-molares e molares sãonumerados de rostral para caudal; portanto, o dente mais próximo aocanino é o número um. O quarto pré-molar é o maior dente molar da

Ceratoiáide

y.•..-..-- Tímpanoiáide

Tíreoiáide

Basiáide

Fig. 188 Ossos hióides, face ventral.

maxila; o maior dente da mandíbula é o primeiro molar. Ambos sãoconhecidos como dentes carniceiros ou cortantes.

O primeiro pré-molar no cão não tem qualquer antecessor decí­duo. Os dentes do conjunto permanente são muito maiores do que os doconjunto decíduo. O último dente permanente irrompe aos seis ou setemeses.

Cada dente possui uma coroa e uma raiz (ou raízes), a(s) qual(is)fica(m) embutida(s) nos alvéolos das mandíbulas. Ajunção da raiz coma coroa é o colo do dente.

As raízes dos dentes são bem constantes. Os incisivos e cani·nos de ambas as arcadas dentárias têm uma cada. Na arcada dentária

superior, o primeiro pré-molar tem uma raiz; o segundo e o terceirotêm duas cada; o quarto pré-molar e o primeiro e o segundo molarestêm três cada. Os dentes molares inferiores têm duas raízes cada, ex­ceto o primeiro pré-molar e o terceiro molar, que têm uma. O dentecortante superior, que é o quarto pré-molar, possui duas raízes ros­trais num plano transversal e uma grande raiz caudal. Observe que asraízes laterais do quarto pré-molar ficam ventrolaterais ao canal infra­orbitário e que o par rostral da raiz medial fica ventromedial ao fora­me infra-orbitário.

~ ' total (direito e esquerdo) = 28

= ~~, total (direito e esquerdo) = 42

C Pm M142I 4 3

I C Pm3 I 33 I 3

espaço encontra-se o dente canino. Atrás dele ficam os dentes mola­res, divididos em pré-molares e molares. Os dentes inferiores, geral­mente, são semelhantes aos superiores. Existe um dente- molar a maisem cada mandíbula, com relação à maxila correspondente. Alguns dosdentes - os incisivos, o quarto pré-molar e os molares - em geralencontram os da arcada oposta, quando as mandíbulas estão cerradas.O quarto pré-molar superior e o primeiro molar superior cortam junta­mente com o primeiro molar inferior. Os três primeiros pré-molares nãose tocam durante o fechamento normal e a abertura entre os dentes édenominada espaço do transporte pré-molar. Em cães com focinhoslongos, pode haver um intervalo considerável entre os dentes, podemestar presentes dentes extranumerários e não haver oclusão de algunspré-molares. Em raças de focinho curto, os dentes costumam ficar com­primidos, têm raízes superficiais e estão todos em uso. Além disso, amaioria dos dentes dispõe-se obliquamente.

A fórmula da dentição para os dentes permanentes do cão é:

ISuperiores 3Inferiores 3"

SuperioresInferiores

A CABEÇA 159

A superfície externa dos dentes é a superfície vestibular e a su­perfície interna é a superfície lingual. As faces de um dente que ficamem contato com um dente adjacente ou voltam-se para ele são as super­fícies de contato. A superfície do dente que faz face à arcada dentáriaoposta é conhecida como superfície oclusal ou mastigatória.

Cavidades do crânio

Cavidade craniana

A cavidade craniana (Figs. 189, 190) contém o encéfalo e seusrevestimentos e vasos. O teto da caixa encefálica, a cal vária, é formadopelos ossos parietais e frontais. Os dois terços rostrais da base do crâniosão formados pelos ossos esfenóides. O terço caudal é formado pelosossos occipital e temporais. A parede caudal é o osso occipital, e a pare­de rostral é a lâmina crivosa (cribriforme) do osso etmóide. As paredeslaterais são formadas pelos ossos temporais, parietais, frontais e esfe­nóides. O interior da cavidade craniana contém impressões formadaspelos giros e sulcos do cérebro. Artérias saem de sulcos na superfíciecerebral dos ossos, enquanto muitas das veias ficam na díploe, entre osplanos externo e interno dos ossos. A base da cavidade craniana divide­se em fossas rostral, medial e caudal.

A fossa rostrallocaliza-se na frente dos canais ópticos. O asso­alho dessa fossa é formado pelo osso pré-esfenóide e pela lâmina crivo­sa (cribriforme) do etmóide. É limitada lateralmente pelo osso frontal.Os bulbos olfatórios e as partes rostrais dos lobos frontais do cérebroficam nessa fossa. Os inúmeros forames na lâmina crivosa (cribriforme)conduzem vasos sanguíneos e nervos olfatórios do epitélio olfatório dacavidade nasal para os bulbos olfatórios do cérebro. A lâmina crivosamuito perfurada do osso etmóide separa a caixa encefálica da cavidadenasal. (Pode ser a rota de microrganismos invasivos via a cavidade na­sal.) É côncava em sua superfície caudal e pode ser vista num crânio

Forame infra-orbitário

Parte lal. do seio frontal

Sulco quiasmático

Processo clinóide rostral

Fossa hipofisária

Processo clinóide caudal

Dorso da sela

Canal para o seio transverso

Fossa cerebelar

Canal do hipoglosso

através do forame magno. Em sua face rostral, tem muitas espiraisetmoturbinadas, que se projetam na parte caudal da cavidade nasal, en­chendo-a. Em vida, essas finas espirais ossificadas são revestidas pormucosa olfatória. O canal óptico é uma pequena passagem em cada asaorbitária do osso pré-esfenóide, por onde passa o nervo óptico.

A fossa média do crânio estende-se caudal mente dos canais

ópticos até as cristas petrosas e o dorso da sela. Situa-se num nível maisbaixo do que a fossa rostral do crânio. Há vários forames pares no asso­alho dessa fossa. Caudal ao canal óptico, fica a fissura orbitária. Osnervos oculomotor, troclear e abducente, bem como o nervo oftálmicooriginário do nervo trigêmeo, deixam a cavidade craniana por meio dessaabertura. Caudal e lateral à fissura orbitária, encontra-se o forame re­dondo, que transmite o nervo maxilar, originário do nervo trigêmeo, parao canal alar. Cauda lateral ao forame redondo está o forame oval, queconduz o nervo mandibular oriundo do nervo trigêmeo, e a artéria me­níngea média, que entra na cavidade craniana, proveniente da artériamaxilar.

A sela turca, na superfície dorsal do basisfenóide, contém ahipófise. É composta de uma fossa hipofisária rasa, que é limitadarostralmente pelo osso pré-esfenóide e limitada caudalmente por umprocesso quadrilateral elevado, o dorso da sela. A parte caudal da fos­sa média é a parte mais larga da cavidade craniana. Os lobos parietais etemporais do cérebro localizam-se aí.

A fossa caudal do crânio contém o cerebelo, a ponte, a medulaoblonga e a parte dos lobos occipitais do cérebro. Vai das cristas petrosase do dorso da sela até o forame magno. O assoalho dessa fossa é forma­do pela parte basilar do occipital e pelas partes petrosas dos ossos tem­porais.

Estude os forames e canais no assoalho e nos lados da caixa ós­

sea (Fig. 190). A abertura do canal carotídeo localiza-se sob a extremi­dade rostral da parte petrosa do osso temporal.

O canal para o nervo trigêmeo fica na extremidade rostral daparte petrosa do osso temporal. O gânglio trigêmeo situa-se no canal.

Fissura pala tina

Fossa para o saco lacrimal

Forames alveolares

Canal óptico

Fissura orbitária

Forame redondo

Forame oval

Canal para o n. trigêmeo

Forame jugular

Fig. 189 Crânio após remoção da cal vária, face dorsal.

160

Tentório ósseo

Sulco transverso

ACABECA

Sulco para a a. meníngea média

Fossa cerebelar

Forame mastóideo

Canal do hipoglosso

Meato acústico int.

Fissura petroccipital

Canal para o n. trigêmeo

Forameoval

Canal óptico

Fissura orbitáriaForame redondo

Parte medial do seio frontal

Entrada para o recesso maxílar

Forame esfenopalatino

Fig. 190 Secção sagital do crânio, face media!. Os algarismos romanos indicam os endoturbinados; os algarismos arábicos, os ectoturbinados.

Caudal a ele, encontra-se o meato acústico interno, através do qualpassam os nervos facial e vestibulococlear. Dorsocaudal ao meato acús­tico interno, encontra-se a fossa cerebelar, que contém uma pequenaporção lateral do cerebelo.

O forame jugular está localizado entre a parte petrosa do ossotemporal e o osso occipital. Abre-se no lado externo, através da fissuratimpanoccipital e conduz os nervos cranianos glossofaríngeo, vago eacessório, bem como o seio venoso sigmóide. Caudomedial ao foramejugular, encontra-se o canal do hipoglosso, para o nervo hipoglosso.Dorsal a esse forame, fica o canal condilar, que conduz um seio venoso.

Projetando-se rostroventralmente da parede caudal da cavidadecraniana, encontra-se o tentório ósseo, composto de processos dos os­sos parietal e occipital. A membrana dural, o tentório do cerebelo, une­se às cristas petrosas e ao tentório ósseo, separando o cérebro do cere­belo. Um forame para o seio sagital dorsal relativamente mediano lo­caliza-se na superfície rostral do osso occipital, dorsal ao tentório ós­seo. Abre-se nos canais transversos pares. Esse forame conduz o seiovenoso sagital dorsal para o seio transverso, no canal transverso. O seiotransverso continua ventrolateralmente através do sulco transverso do

osso occipital. Em seguida, como o seio temporal, cruza o osso tempo­rallateral à porção petrosa. No forame retroarticular, o seio temporalcomunica-se com a veia maxilar.

Cavidade nasal

A cavidade nasal é a parte facial das vias respiratórias. Começana abertura nasal óssea e é constituída de duas metades simétricas,separadas por um septo nasal mediano. As aberturas caudais das cavi­dades nasais são as coanas. Num crânio seccionado ao meio, estude asespirais ósseas, as conchas, que ficam na fossa nasal. Compare-as comas conchas revestidas de mucosa de uma cabeça embalsamada cortadaao meio.

As conchas (Figs. 190, 191) projetam-se em cada metade da ca­vidade nasal e, com sua mucosa, funcionam como defletores para aque­cer e limpar o ar inspirado. Suas porções caudais também contêm neu-

o rônios olfatórios, cujos axônios seguem para os bulbos olfatórios docérebro, através da lâmina crivosa.

A concha nasal dorsal origina-se como a espiral mais dorsal nalâmina crivosa e estende-se rostralmente como uma plataforma unidaao longo da superfície medial do osso nasal.

A concha nasal ventral consiste em várias espirais alonga­das, que se unem a uma crista na superfície medial da maxila. Fica nomeio da cavidade nasal, mas não entra em contato com o septo nasal me­diano.

O labirinto etmoidal é constituído de muitas espirais delicadas,que se unem à lâmina crivosa caudalmente e ocupam o fundo da cavi­dade nasal. Dorsalmente, as espirais estendem-se como ectoturbinadosna porção rostral do seio frontal. Ventralmente, como endoturbinados,as espirais unem-se ao vômer, que separa todo o labirinto etmoidal daparte nasal da faringe (nasofaringe).

O complexo do osso etmóide localiza-se entre a caixa encefálicae a parte facial do crânio. É composto pelo labirinto etmóide, pela lâmi­na crivosa e pela lâmina perpendicular óssea mediana do septo nasal. Ocomplexo do osso etmóide é cercado pelo osso frontal dorsalmente, pelamaxila lateralmente e pelo vômer e pelo palatino ventralmente. O labi­rinto etmoidal, constituído de ecto e endoturbinados ligados à lâminacrivosa, possui uma lâmina orbitária de cada lado, que forma a paredemedial do recesso maxilar.

O septo nasal separa as cavidades nasais direita e esquerda. Écomposto de cartilagem e osso. A parte cartilagínea, a cartilagem sep­tal, forma os dois terços rostrais dessa divisão mediana. Articula-se comoutras cartilagens nas narinas, o que impede o colabamento das nari­nas. Ventralmente, a cartilagem septal encaixa-se num sulco formadopelo vômer, e dorsalmente articula-se com os ossos nasais, onde se en­contram na linha média. A parte óssea do septo nasal é formada pelalâmina perpendicular do osso etmóide, pelos processos septais dos os­sos frontais e nasais e pela porção sagital do vômer.

Em cada cavidade nasal, a concha nasal dorsal semelhante a umaplataforma e as espirais da concha nasal ventral dividem a cavidade emquatro passagens primárias, conhecidas como meatos (Fig. 191). Omeato nasal dorsal fica entre o osso nasal e a concha nasal dorsal. O

pequeno meato nasal médio fica entre a concha nasal dorsal e a conchanasal ventral, enquanto o meato nasal ventral fica dorsal ao palato duro.Como as conchas não atingem o septo nasal, forma-se um espaço verti­cal, o meato nasal comum, de cada lado do septo nasal. Esse espaço

A CABEÇA

Processo nasal do osso incisivo

Vestíbulo

Lábio

Processo pala tino do osso incisivo Cartilagem vomeronasal

Concha nasal ventral

Dueto nasolacrimal

Cartilagem do septo nasal

Meato nasal ventral

Plexo vascular do palato duro

161

Fig. 191 Secção transversal da cavidade nasal.

estende-se da abertura nasal até as coanas numa direção longitudinal, edo osso nasal ao palato duro numa direção vertical.

Seios paranasais

Há três seios frontais (Figs. 189, 190) localizados entre as facesexterna e interna do osso frontal. São designados lateral, rostral e medi­aI. O seio frontal lateral é muito maior do que os outros. Ocupa o pro­cesso zigomático e estende-se caudalmente, limitado lateralmente pelalinha temporal e medialmente pelo septo mediano. Pode ser parcialmentedividido por septos ósseos que se estendem nele. O seio frontal rostralé pequeno e fica entre o plano mediano e a órbita. O labirinto etmoidalsalienta-se nesse seio. O seio frontal medial fica entre o septo medianoe as paredes dos outros dois seios. É muito pequeno e pode estar ausen­te. Todos os três seios comunicam-se com a cavidade nasal.

O recesso maxilar (Fig. 190) comunica-se com a cavidade na­sal. Sua abertura fica num plano transversal, através das raízes rostraisdo quarto dente pré-molar superior. O recesso continua caudalmente atéum plano através do último dente molar. As paredes do recesso maxilarsão formadas, lateral e ventralmente, pela maxila e medialmente pelalâmina orbitária do osso etmóide. A glândula nasal lateral ocupa esserecesso.

Cavidade timpânica

A cavidade timpânica é a cavidade da orelha média. Aloja osossículos auditivos e comunica-se com a parte nasal da faringe (na­sofaringe) via a tuba auditiva. É limitada ventralmente pela bolha tim­pânica e dorsalmente pela parte petrosa do osso temporal. Lateralmen­te, o meato acústico externo é fechado pela membrana timpânica (Figs.183, 185).

Articulações da cabeça

A articulação atlantoccipital foi descrita com as vértebras. A ar­ticulação temporomandibular fica entre o processo condilar da man­díbula e a fossa mandibular do osso temporal. A articulação é alongadatransversalmente. Há um fino menisco cartilagíneo, o disco articular,que separa as superfícies articulares de cada osso e divide a cápsula ar­ticular em dois compartimentos. Ligamentos laterais e caudais reforçama cápsula articular.

A sÍnfise da mandíbula é uma sincondrose com uma superfícieinterdigitada, que persiste por toda a vida no cão.

Cão vivo

Palpe as caracteósticas do crânio da cabeça do cão. A parte maislarga da cabeça é o arco zigomático palpável. Palpe o processo zigo­mático do osso frontal (seu ponto mais largo) e o ligamento orbitárioentre ele e o processo frontal do osso zigomático. Esse ligamento formaa borda lateral da parte rostral da órbita. Acompanhe o osso frontal cau­dalmente, até a linha temporal e a crista sagital. Sinta a protuberânciaoccipital externa e acompanhe a crista nucal ventralmente, de cada lado,até o processo mastóide do osso temporal. Flexione e estenda a articu­lação atlantoccipital. Acompanhe os ossos frontais rostralmente até onariz e os ossos maxilares. Sinta o forame infra-orbitário do lado da

maxila, no nível das raízes rostrais do quarto pré-molar. Rebata o lábioe estude as coroas e colos dos dentes de cada arcada dentária. Encontreos dentes cortadores e observe como entram em contato entre si.

Palpe o processo coronóide da mandíbula, medial ao arco zigo­mático, e o processo angular ventralmente. Sinta o corpo da mandíbulae movimente a articulacão temporomandibular, abrindo a boca.

ESTRUTURAS DA CABEÇA

Para facilitar a dissecção da cabeça, ela deve ser removida e di­vidida no plano mediano. Com a utilização de uma serra, efetue um cortetransversal completo do pescoço, no nível da quarta vértebra cervical.

Seccione a cabeça e a porção unida do pescoço no plano media­no, usando uma serra de fita. Lave a superfície do corte, para removerpó de osso e pêlos.

Tire a pele de ambas as metades, deixando os músculos no lugar.Deixe uma estreita margem de pele ao redor da borda das pálpebras ena borda dos lábios. Preserve o nariz e o filtro, que é o sulco mediano,separando as partes direita e esquerda do lábio superior. Retire a peleapenas da base da orelha.

O lado direito da cabeça será usado para a dissecção de vasos enervos, enquanto o lado esquerdo será usado para músculos. Ao finalde cada peóodo de dissecção, enrole a cabeça numa gase grosseira dealgodão, umedecida com água fenólica a I %, ou fenoxietanol a 2%, antesde cobrir seu espécime. Para evitar dessecamento, é útil um saco plás­tico.

Músculos da face

Os músculos da face funcionam para abrir, fechar ou movimen­tar os lábios, as pálpebras, o nariz e a orelha. São todos inervados pelonervo facial (sétimo craniano).

162 A CABEÇA

Bochechas, lábios e nariz. O platisma (Fig. 192) é um músculo.cutâneo que vai da rafe mediana dorsal do pescoço até o ângulo da boca,·onde se irradia no orbicular da boca. É o músculo mais superficial, re­vestindo a superfície ventrolateral da face. Seccione esse músculo erebata-o.

O orbicular da boca fica próximo às bordas livres dos lábios eestende-se de um lábio ao outro ao redor do ângulo da boca. As fibrasde cada lado terminam no plano mediano, nas regiões incisivas do inci­sivo e da mandíbula.

O músculo bucinador é um músculo fino e largo que forma abase da bochecha. Liga-se às bordas alveolares da mandíbula e à maxi­la, bem como à mucos a bucal adjacente. Pode ser encontrado entre aborda rostral do músculo masseter e o orbicular da boca. Coloque o dedono interior da bochecha e comprima para fora. Isso ajudará a definir obucinador. Uma porção do bucinador fica profunda ao músculo orbicularda boca e é difícil separá-Ia dele. Funciona para retornar alimento dovestíbulo para a superfície oclusal dos dentes.

O levantador nasolabial é um músculo achatado, que fica em­baixo da pele, na superfície lateral do osso maxilar. Origina-se do ossomaxilar, segue rostroventralmente e fixa-se à borda do lábio superiorna parte externa da narina, dilatando-a e erguendo o lábio superior.

Pálpebras. Antes de dissecar as pálpebras, observe suas carac­terísticas externas. As pálpebras superior e inferior limitam a fissura

palpebral. Unem-se em cada extremidade da fissura, formando as co­missuras palpebrais medial e lateral. Cada comissura une-se por li­gamentos ao osso adjacente. O ligamento palpebral medial é bem de­senvolvido e une a comissura medial ao osso frontal, próximo à suturanasomaxilar. O ligamento palpebrallateral é pouco desenvolvido e une­se ao osso zigomático no ligamento orbitário.

A pálpebra superior apresenta cílios em sua borda livre. A pálpe­bra inferior não tem cílios. A superfície cutânea ou externa da pálpebraé coberta por pêlos. A superfície posterior ou interna é coberta por umamembrana mucosa, a conjuntiva palpebral (ver Fig. 206). Acompa­nhe a conjuntiva palpebral posteriormente até sua reflexão das pálpe­bras sobre o bulbo do olho, que é a conjuntiva bulbar. O ângulo for­mado por essa reflexão denomina-se fórnice. A cavidade potencial as­sim formada, o saco conjuntival, é limitada posteriormente pelaconjuntiva bulbar e pela córnea, e anteriormente pela conjuntiva palpe­bral.

Na comissura medial, observe a saliência triangular da pele compêlos finos, a carúncula lacrimal. O ponto lacrimal (ver Fig. 203) decada pálpebra é o início dos ductos lacrimais dorsal e ventral. Cada umdeles é uma pequena abertura na borda conjuntival da pálpebra, a pou­cos milímetros da comissura medial. Pode ser difícil ver os pontos semo auxílio de ampliação. A glândula lacrimal, situada ventral ao pro­cesso zigomático do osso frontal, secreta através de muitas aberturas

Espinha da hélice

Escutuloauricular superficial dorsal

Escutuloauricular superficial médio

Retratar do ângulo lateral do olhoLevantador do ângulo medial do olho

Orbicularis oculi

Levantador nasolabial

Esfíncter profundo do pescoço - parte palpebral

Platisma

Zigomático

Esfíncter profundo do pescoço - parte intermediária

Fig. 192 Músculos superficiais da cabeça, face lateral esquerda.

A CABEÇA 163

Glândulas salivares

Volte a língua medialmente e observe a elevação levemente sa­liente, que fica bem adjacente ao frênulo lateralmente e projeta-se doassoalho da cavidade oral, denominada carúncula sublinguaI. Esten­dendo-se caudalmente da carúncula, encontra-se a prega sublinguaI.O ducto mandibular e o ducto sublingual maior (Fig. 194) encon­tram-se nessa prega. Seguem rostralmente e abrem-se na carúnculasublingual, ou ao seu lado, separadamente ou através de uma aberturacomum. lncise cuidadosamente a mucos a acima desses ductos, dacarúncula à raiz da língua, no arco palatoglosso. Rebata cegamente amucosa para expor os ductos e o tecido salivar associado. O ducto su­blingual maior está ligado caudalmente à glândula sublingual monos to­mática, que fica intimamente associada à glândula salivar mandibular.Existem também lóbulos glandulares sublinguais (a glândula sublingual

Epiglote

Pregaglossoepiglótica

Papi/as cônicas

Papi/as vaIadas

Área de papi/asfoliadas

Sulco mediano

Frênulo lingual

Fig. 193 Língua, face dorsal.

Arco

palotoglosso

modificada, formando vários tipos de papilas. Um microscópio de dis­secação facilitará o exame dessas éstruturas. São identificados cinco tiposde papilas, por seu fomato. As papilas filiformes são encontradas pre­dominantemente no corpo e no ápice da língua. Dispõem-se em fileirascomo pedregulhos, com suas múltiplas extremidades pontiagudasdirigidas caudalmente. Na raiz da língua, as papiJas filiformes são subs­tituídas por papilas cônicas, que têm apenas uma extremidade pontia­guda. As papilas fungiformes têm uma superfície redonda e lisa, sen­do em menor quantidade. Localizam-se entre as papilas filiformes. Al­gumas podem estar espalhadas, caudalmente, entre as papilas cônicas.As papilas foliadas são encontradas nas margens laterais da raiz da lín­gua, rostrais ao arco palatoglosso. São foliformes, mas aparecem comouma fileira de sulcos paralelos no espécime fixado. As papilas vaiadaslocalizam-se na junção do corpo com a raiz da língua. Há quatro a seisno cão e dispõem-se na forma de um V com o ápice dirigido caudal­mente. São maiores do que as outras, possuem uma superfície circular esão rodeadas por um sulco. Há botões gustatórios nas papilas vaiadas,foliadas e fungiformes.

A língua une-se rostralmente ao assoalho da cavidade oral poruma prega mediana ventral de mucosa, o frênulo da língua (Fig. 194).Examine a superfície de corte medial do ápice da língua. Na linha mé­dia, exatamente sob a mucosa, fica a Iissa (Fig. 195), uma espícula fi­brosa fusiforme que vai do ápice até o nível da fixação do frênulo. Ex­ponha a lissa.

Examine a língua (Fig. 193). É um órgão muscular composto deentrelaçados de músculos intrínsecos e extrínsecos, que serão

ados mais tarde. Divide-se numa raiz, que compõe o seu terço; um corpo, que é a longa parte rostral fina da língua; e uma ex­

_;:;:lldade livre, o ápice. A mucosa que reveste o dorso da língua é

Cavidade oral

Língua

A cavidade oral, ou boca, divide-se em vestíbulo e cavidade oral,'ropriamente dita. O vestíbulo é a cavidade que fica do lado de fora dos

entes e gengivas e dentro dos lábios e bochechas. Os ductos da parótidae das glândulas salivares zigomáticas abrem-se na parte dorsocaudal do,-estíbulo. (; ducto parotídeo abre-se através da bochecha, numa pe­,uena papila situada em oposição à extremidade caudal do quarto pré­molar superior, ou dente cortante. Os ductos da glândula zigomática::brem-se no vestíbulo, laterais ao último dente molar superior.

A cavidade oral propriamente dita é limitada dorsalmente pelo•.~ato duro e por uma pequena parte do palato mole adjacente; lateral e;-astralmente pelas arcadas dentárias; e ventralmente pela língua e pelai::iucosa adjacente. Seu limite caudal, ventralmente, é o corpo da língua,-o arco palatoglosso. Afaste a língua de uma das mandíbulas e observe_ prega de tecido que se estende do corpo da língua ao início do palato

ale; este é o arco palatoglosso (Fig. 193). Comunica-se livremente:em o vestíbulo por numerosos espaços interdentais e continua-se cau­,.:..:Jmentepela parte oval da faringe (orofaringe).

ductais na parte dorsolateral do saco conjuntival. Após esse líquido se­roso ter passado pela córnea, é coletado pelos pontos e segue, em se­qüência, através do ducto lacrimal de cada pálpebra, do saco lacrimale do ducto nasolacrimal, para o meato nasal ventral da cavidade nasal.Aí, ocorre a evaporação da secreção lacrimal. Uma contribuição signi­ficativa para a secreção de lágrimas vem da glândula da terceira pálpe­bra, das células conjuntivais em cálice e das glândulas tarsais da pálpe­bra superior. A glândula lacrimal e a abertura rostral do ducto nasola­crimal serão 'vistas mais tarde.

A prega semilunar, ou terceira pálpebra (Fig. 203), é uma pregacôncava de conjuntiva palpebral e cartilagem, que se projeta do ângulomedial do olho. A cartilagem estende-se ventralmente na órbita e é cer­cada por um corpo de tecido adiposo e tecido glandular, a glândulasuperficial da terceira pálpebra, que será dissecada logo. Sua secre­ção serosa entra no saco conjuntival sob a terceira pálpebra, na comis­sura medial. Afaste a terceira pálpebra da conjuntiva bulbar e examinesua superfície medial. Observe o tecido linfóide levemente elevado.

Há diversos músculos associados às pálpebras. O orbicular doolho (Fig. 1'92) fica parcialmente nas pálpebras e une-se medialmenteao ligamento palpebral medial. Lateralmente, as fibras do músculo fun­dem-se com as do retrator do ângulo do olho, que cobre o ligamentopalpebrallateraL A ação do músculo é fechar a fissura palpebral. O le­vantador da pálpebra superior tem uma origem profunda no interiorda órbita e será dissecado com os músculos do bulbo do olho. Ele levan­ta a pálpebra superior.

A orelha externa. Os músculos auriculares rostrais (Fig. 192)incluem aqueles músculos que ficam na fronte caudal à órbita e conver­gem para a cartilagem auricular. Seccione os músculos em suas origense volte-os para a cartilagem auricular. Observe que a parte dorsal médiaorigina-se de seu par do lado oposto.

A cartilagem escutiforme é uma pequena lâmina cartilagínea,em forma de bota, localizada nos músculos rostrais e mediais à orelha

externa. É uma cartilagem isolada interposta nos músculos auriculares.Os músculos auriculares caudais constituem o maior grupo. A

maioria desses músculos origina-se da rafe mediana do pescoço e une­e diretamente à cartilagem auricular. Seccione os músculos auricularesaudais e volte a orelha externa ventralmente, para expor o músculo

temporal.Os outros músculos superficiais da face, todos inervados pelo

nervo facial, não serão dissecados. São todos designados coletivamenteorno músculos miméticos ou músculos de expressão facial.

164

Localização da tonsila palatin

Ducto parotideo

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A CABEÇA

M. temporal

Arco zigomático

M. pterigóideo med.

Glândulas pala tinas

Glândula zigomática

Óstio do ducto zigomático maior

Óstio do ducto sublingual

M. genioglosso

M. esternotireói<... o

M. cricotireóideo

M. esternoióideo

Glândula mandibularM. tireoióideo

M. miloióideo

M. digástrico

Glândula sublingual

M. estiloióideo

Fig. 194Glândulas salivares: parótida, mandibular, sublinguaJ e zigomática.

polistomática), profundos à mucosa da prega sublingual. Possuem duc­tos microscópicos independentes, que se abrem na cavidade oral. Acom­panhe os ductos mandibular e sublingual maior até a raiz da língua. Suaorigem será vista quando essas glândulas forem dissecadas da face late­ral da cabeça.

Exponha a glândqla salivar mandibular (Fig. 194) na face la­teral da cabeça, exatamente caudal ao ângulo da mandíbula, onde ficaentre as veias maxilar e linguofacial. Érevestida por uma espessa cápsula,que também inclui a parte caudal da glândula sublingual monostomática(Figs. 194, 196). lncise a cápsula que envolve essas duas glândulas elibere a porção caudal, elevando-a da cápsula. Localize a divisão entrea glândula sublingual situada rostralmente, que é levemente triangular,e a glândula mandibular ovóide, maior. Os ductos de ambas as glându­las deixam a superfície rostromedial e entram no espaço entre os mús­culos masseter e digástrico. Lóbulos da glândula sublingual continu­am na cavidade oral, onde podem ser vistos embaixo da mucos a oral.

A glândula salivar parótida (Fig. 194) fica entre a glândulamandibular e a orelha. Está firmemente aderida à base da cartilagemauricular da orelha. O ducto parotídeo é formado por duas ou trêsradículas convergentes, que se unem e deixam a borda rostral da glân­dula. Faz um sulco na superfície lateral do músculo masseter, ao seguir

para a bochecha. Abre-se no vestíbulo, numa pequena papila, no nívelda borda caudal do quarto pré-molar superior. Revire o lábio superiorperto da comissura e encontre a pequena abertura no vestíbulo. Os duc­tos da glândula salivar zigomática abrem-se no vestíbulo, junto ao últi­mo molar, caudais ao ducto parotídeo. A glândula será dissecada maistarde (ver adiante).

Palato

Examine o teto da cavidade oral. O palato duro é atravessadopor aproximadamente oito cristas transversais (Fig. 195). Uma peque­na saliência, a papila incisiva, fica exatamente caudal aos dentes in­cisivos centrais. A fissura de cada lado dessa papila é a abertura oraldo ducto incisivo. O dueto incisivo passa pela fissura palatina e abre­se no meato nasal ventral. Estendendo-se caudalmente do ducto inci­

sivo, junto à sua entrada na cavidade nasal, está o órgão vomerona­sal (Fig. 191). Essa estrutura tubular, com cerca de 2 cm de compri­mento, localiza-se na base do septo nasal, dorsal ao palato duro, e éum receptor olfatório de estímulos sexuais. Pode ser visto, às vezes,ao corte sagital da cabeça.

56

A CABEÇA

7

165

34

Fig. 195 Secção sagital da cabeça.

1. Áxis2. Dente3. Atlas

4. Longo da cabeça5. Parte basilar do occipital6. Basisfenóide7. Pré-esfenóide8. Seio frontal9. Labirinto etmoidal

10. Concha nasal dorsallI. Concha nasal ventral12. Meato nasal médio13. Meato nasal dorsal14. Meato nasal ventral

15. Cartilagem nasal lateral dorsal16. Prega alar17. Óstio do ducto nasolacrimal18. Lissa19. Palato duro

20. Genioglosso21. Gênioióideo22. Miloióideo

23. Osso pterigóide24. Tensor do véu palatino25. Óstio faríngeo da tuba auditiva26. Pterigofaríngeo27. Levantador do véu palatino28. Palato mole

29. Palatofaríngeo30. Basióide

31. Epiglote32. Cartilagem tireóidea33. Prega vocal34. Esternoióideo

35. Cartilagem cricóidea36. Parte laríngea da faringe37. EsMago38. Longo do pescoço

166 A CABEÇA

FaringeA faringe (Figs. 195, 196) é uma passagem comum aos sistemas

respiratório e digestivo. Divide-se em partes oral, nasal e laríngea. Aparte oral da faringe (orofaringe) vai do nível dos arcos palatoglossosaté a borda caudal do palato mole e a base da epiglote, na extremidadecaudal da raiz da língua. Os limites dorsal e ventral da orofaringe são opalato mole e a raiz da língua. A parede lateral da parte oral da faringe(orofaringe) contém a tonsila palatina na fossa tonsilar.

A tonsila palatina (Figs. 193, 194 e 196) é alongada e localiza­se caudalmente ao arco palatoglosso. A parede medial da fossa, que cobreparcialmente a tonsila, é a prega semilunar. A tonsila é fixa lateralmenteem toda a sua extensão. Rebata a tonsila da fossa.

A cavidade nasal estende-se das narinas às coanas. É dividida em

metades direita e esquerda pelo septo nasal. Cada metade divide-se emquatro meatos, que foram descritos com os ossos da cavidade nasal edevem ser revistos agora. No assoalho da extremidade rastro lateral domeato ventral, encontre o óstio do dueto nasolacrimal. Pode ser ne­

cessário remover a extremidade rostral do septo cartilagíneo, para ver aabertura. Esse dueto vem do saco lacrimal, na comissura medial do olho.

A parte nasal da farlnge (nasofaringe) estende-se das coanas àjunção dos arcos palatofaríngeos. Um arco palatofaríngeo estende-se

caudalmente de cada lado, da borda caudal do palato mole à parededorso lateral da parte nasal da faringe (nasofaringe). É uma prega demucosa que reveste o músculo palatofaríngeo. Na parede lateral da par­te nasal da faringe (nasofaringe), dorsal ao meio do palato mole, há umaabertura em forma de fenda, oblíqua, o óstio faríngeo da tuba auditiva(Fig. 195).

A parte laríngea da faringe (Iaringofaringe) é dorsal à laringe.Vai dos arcos palatofaríngeos até o início do esMago. O esMago come­ça num estreitamento anular, no nível da cartilagem, o limite larin­goesofágico.

Laringe

Cartilagens da laringe

Estude as cartilagens da laringe (Fig. 197) em espécimes cujosmúsculos foram removidos. Visualize sua topografia em seu espécimeseccionado em duas partes e palpe-as através da mucosa laríngea. Ascartilagens laríngeas que serão dissecadas incluem as cartilagens arite­nóideas pares e a epiglótica, a tireóidea e a cricóidea, ímpares.

Fig. 196 Transecção da cabeça através da tonsila palatina.

1. Díploe2. M. temporal3. M. pterigóideo lateral4. Processo zigomático do osso temporal5. Processo condi lar

6. Tensor do véu palatino7. M. pterigóideo media!8. M. pterigofaríngeo9. M. palatino

10. Mandíbula11. M. masseter12. Veia facia!

13. M. digástrico14. M. estiloglosso15. M. hioglosso16. M. miloióideo

17. M. genioióideo18. A. e v. linguais19. N. hipog!osso20. Ducto mandibular

21. Ducto sublingual maior22. Glândula salivar sublingual23. Tonsila palatina na fossa tonsilar24. A. e v. alveolares inferiores

25. Nn. miloióideo, alveolar inferior e lingual26. A., v. e n. maxilares no canal alar27. A. carótida interna do seio cavernoso28. Nervos cranianos m, IV, e VI e divisão oftálmica de V29. Círculo arterial do cérebro - a. comunicante caudal

A CABEÇA 167

APARELHO HIÓIDEO

Timpanoióide

Articulação tireoióidea

EPIGLOTE

TlREÓIDE

Lâmina tireóidea

Processocomiculado

Cartilagem sesamóide

Cartilagem interaritenóidea

CRICÓIDEARITENÓIDE

Fig. 197 Cartilagens da laringe desarticulada com o aparelho hióideo intacto, face lateral esquerda.

A cartilagem epiglótica (epiglote) fica na entrada da laringe. Sua

superfície lingual está unida ao osso basióide e opõe-se à parte oral da

faringe (orofaringe). O ápice fica exatamente dorsal à borda do palato

mole. A borda lateral une-se por mucosa ao processo cuneiforme daaritenóidea, formando a prega ariepiglótica. Caudalmente, a epiglote

une-se ao corpo da cartilagem tireóidea.A cartilagem tireóidea forma uma vala profunda, que se abre

dorsalmente. O corno rostral articula-se com o osso tireoióide; o cor­

no caudal articula-se com a cartilagem cricóidea. Ventralmente, a bor­da caudal é marcada por uma incisura tireóidea caudal mediana. O

ligamento cricotireóideo une a borda caudal ao arco ventral da cartila­gem cricóidea.

A cartilagem cncóidea forma um anel completo, que fica parcial­mente na vala da cartilagem tireóidea. Possui uma larga placa dorsal, ou

lâmina, e um estreito arco ventral. Próximo à borda caudal najunção da

lâmina e do arco, há uma faceta lateral para articulação com o corno cau­

dal da cartilagem tireóidea. Na borda cranial da lâmina, há um par salien­te de facetas laterais para articulação com as cartilagens aritenóideas.

A cartilagem aritenóidea é par, tem um formato irregular e lo­

caliza-se num plano sagital. Cada uma articula-se medialmente com uma

M. ventricular,

Epiglote

Ventrículo laríngeo

faceta na borda rostral da lâmina cricóidea e possui um processo mus­

cular lateral e um processo vocal dirigido ventralmente. A prega vo­cal fica presa entre o processo vocal da aritenóidea e a cartilagem tireói­

dea. A cartilagem aritenóidea apresenta um processo corniculado dor­

salmente. Rostral a esse processo, o processo cuneiforme une-se à ari­tenóidea (Fig. 197). A prega vestibular fica ligada à porção ventral do

processo cuneiforme e forma o limite rostral do ventrículo laríngeo. Oventrículo da laringe é um divertículo da mucosa laríngea, limitado

lateralmente pela cartilagem tireóidea e medialmente pela cartilagemaritenóidea. Abre-se na laringe, entre a prega vestibular rostralmente e

a prega vocal caudalmente. Observe essas pregas e o ventrículo da la­ringe na face medial de seu espécime (Figs. 198-200).

A glote é constituída pelas pregas vocais, pelos processos vocais

das cartilagens aritenóideas e pela rima da glote, que é a estreita passa­

gem através da glote.

Músculos da laringe (Figs. 198-200)O músculo cricotireóideo fica ventral à inserção do músculo

estemotireóideo e vai da cartilagem cricóidea à lâmina tireóidea. Estica

Iprocesso comiculado da cartilagem aritenóidea

M. aritenóideo transverso

.W=LM. cricoaritenóideo dorsalo.' •• ~ Cartilagem cricóidea

Articulação com acartilagem tireóidea

M. cricoaritenóideo lat.

Fig. 198 Músculos larfngeos, após reflexão da cartilagem tireóidea, face lateral esquerda.

168

Epiglote

Processo cuneiforme da

cartilagem aritenóidea

M.

A CABEÇA

M.

Fig. 199Músculos laríngeos, face lateral esquerda, após remoção da cartilagem tireóidea e dos músculos tireoaritenóideo, aritenóideo transverso e cricoaritenóideodorsal.

Prega ariepiglótica _

Corno rostral da cartilagem tireóidea _t+

Ventrículo da laringe

Processo comiculado da

cartilagem aritenóidea

Ventrículo da laringe

M. ventricular

-- M. tireoaritenóideo

M. aritenóideo transverso

M. cricoaritenóideo dorsal

~como caudal da cartilagem tireóidea

Fig. 200 Músculos laríngeos, face dorsal.

a prega vocal indiretamente, puxando as partes ventrais das cartilagenscricóidea e tireóidea juntas, E inervado pelo nervo laríngeo cranial, umramo do vago. Observe isso na face lateral.

Na face medial do espécime, rebata a mucos a da laringofaringe apartir da face dorsal da laringe. Separe a lâmina tireóidea das cartila­gens cricóidea e aritenóidea, para expor os músculos.

O cricoaritenóideo dorsal origina-se da superfície dorsolateralda cartilagem cricóidea e insere-se no processo muscular na superfícielateral da carti lagem aritenóidea. Gira a aritenóidea para que o processovocal mova-se lateralmente, abrindo a glote. É o único músculo larín­geo que funciona principalmente para abrir a glote. Seccione o músculoe examine a superfície articular da articulação cricoaritenóidea. No es­pécime intacto de cartilagens laríngeas, prenda o processo muscular daaritenóidea com pinça e tracione-o caudomedialmente, como seriatracionado pelo músculo cricoaritenóideo dorsal em atividade. Observea abdução do processo vocal e da prega, o que alarga a abertura da glote.

O cricoaritenóideo lateral origina-se da superfície lateral dacartilagem cricóidea e insere-se na cartilagem aritenóidea, entre o cri­coaritenóideo dorsal e o vocal. Sua função é fechar a glote. Exponhaesse músculo, rebatendo a cricóidea medialmente para longe da lâminatireóidea.

O tireoaritenóideo é o músculo primitivo que dá origem aomúsculo vocal medialmente e ao músculo ventricular, rostralmente.Origina-se ao longo da linha média interna da cartilagem tireóidea einsere-se na cartilagem aritenóidea. Age relaxando a prega vocal e con­traindo a glote.

O vocal é uma divisão medial do músculo tireoaritenóideo. Ori­

gina-se na linha média interna da cartilagem tireóidea e insere-se noprocesso vocal da cartilagem aritenóidea. Corte a mucosa laríngea daprega vocal e observe a face medial desse músculo. Fixado ao longo dasua borda rostral, encontra-se o ligamento vocal.

Os músculos cricoaritenóideos dorsal e lateral, bem como o ti­reoaritenóideo, são inervados pelo nervo laríngeo caudal oriundo donervo laríngeo recorrente.

O ventricular e o aritenóideo transverso não serão dissecados.

Observe a relação do ventrículo da laringe com os músculos la­ríngeos. A partir de sua abertura laríngea, segue rostralmente entre alâmina tireóidea e o tireoaritenóideo lateralmente e a prega vestibular,o processo cuneiforme e o ventrlcular medialmente.

A orelha extema

A orelha externa (Fig. 201) é constituída pelo pavilhão (orelha) epelo meato acústico externo. O meato acústico externo é principalmen­te cartilagíneo, mas possui uma pequena parte óssea. Faz uma volta emângulo reto na parte mais profunda de seu trajeto e estende-se até amembrana timpânica.

Exceto por uma pequena cartilagem anular adjacente ao crânio,a orelha externa é constituída de uma única cartilagem do pavilhão, quese enrola, formando um tubo ventromedialmente. A parte tubular tor­na-se o meato acústico externo. Remova a pele da base da cartilagemdo pavilhão. A cartilagem do pavilhão é afunilada. Sua superfície con­vexa externa apresenta-se caudalmente; a superfície côncava interna,rostralmente. Possui uma borda medial e lateral levemente pregueada,denominada hélice. A cartilagem do pavilhão é fina e flexível, excetoproximalmente, onde se espessa e enrola-se formando um tubo. Em suaparede côncava interna, no nível do começo do meato acústico, há umacrista transversal, a anti-hélice. Oposto à anti-hélice, o limite rostral daparte inicial do meato acústico é formado por uma placa quadrangularespessa da cartilagem do pavilhão, o trago. Projetando-se caudalmentedo trago e completando o limite lateral do meato acústico externo, en-

A CABEÇA 169

Borda lateral da hélice -..........

Lateral_

Bolsa marginal cutânea

Processo lal. do antitrago

Processo medo do antitrago

Ápice

Escafa

/ Borda medial da hélice

-+Medial

Espinha da hélice

Anti-hélice

Ramo lat. da hélice

#/~ -Sulco pré-trágicoRamo medo da hélice

Fig. 20 I Orelha externa direita.

contra-se uma fina peça alongada de cartilagem, o antitrago. O sulcointertrágico separa as duas partes da cartilagem do pavilhão.

A porção lateral da hélice é marcada proximalmente por uma

incisura. Neste ponto, a pele forma uma saculação, a bolsa cutâneamarginal.

A hélice medial é quase reta. Um ângulo abrupto nessa borda, em

sua extremidade proximal, forma a espinha da hélice. Entre a espinha

da hélice e o trago, a borda medial do meato acústico é formada por duas

porções curvas da cartilagem, as hastes medial e lateral da hélice.Ambas terminam lateralmente numa borda livre separada do trago pelo

sulco pré-trágico.Seccione a parte lateral do meato acústico por meio de duas inci­

sões paralelas, começando nos sulcos intertrágico e pré-trágico. Rebata

a parte isolada da parede lateral, para observar o trajeto do meato acús­tico até a membrana timpânica.

Interposta entre a cartilagem do pavilhão e o meato acústico ex­terno do osso temporal, fica a cartilagem anular. Esta é uma tira de

cartilagem que se sobrepõe à projeção óssea do meato.

Músculos da mastigação e músculosrelacionados

Na metade esquerda da cabeça, corte todas as fixações dos mús­

culos temporal e masseter ao arco zigomático e remova o arco.O músculo temporal (Figs. 194, 196) origina-se da fossa tem­

poral e insere-se no processo coronóide da mandíbula. Remova o mús­

culo de sua ampla origem, raspando-o do osso com um instrumentorombo, como um cabo de bisturi, e rebata-o. Os músculos temporal emasseter fundem-se entre o arco zigomático e o processo coronóide.

O músculo masseter (Fig. 196) origina-se do arco zigomático,

onde sua porção profunda intercala-se com as fibras do músculo tem­poral. Insere-se na fossa massetérica, na superfície ventrolateral do

ramo da mandíbula e no processo angular. O músculo é revestido poruma forte aponeurose brilhante e contém muitas estrias intermuscu­lares tendíneas.

Seccione o músculo temporal o mais perto possível de sua inser­

ção. Com cortadores de osso, remova o processo coronóide e os múscu-

Ias fixados restantes. Observe a superfície dorsal dos músculos pteri­góideos, que agora se encontram expostos na órbita ventral.

Entre o bulbo do olho e os músculos pterigóideos, fica a glându­la salivar zigomática (Figs. 196,212). É coberta lateralmente pelo osso

zigomático. A glândula abre-se no vestíbulo, por um ducto principal evários duetos menores laterais ao último dente molar superior.

Os músculos pterigóideos medial e lateral (Figs. 196,212)

originam-se da fossa pterigopalatina e inserem-se na superfície me­dial e na borda caudal do ramo da mandíbula e do processo angular,

ventrais à inserção do músculo temporal. Os músculos não precisamser diferenciados entre si. A maior parte da massa muscular é o pteri­

góideo medial. Na face medial de seu espécime, corte a mucosa na

parte oral da faringe, desde a extremidade rostral da tonsila palatinaaté a linha média, na junção dos palatos mole e duro. Rebata as bor­

das cortadas, para expor a superfície ventral do músculo pterigóideomedia!.

Os músculos temporais, masseteres e pterigóideos têm como fun­

ção cerrar as manillbulas. São inervados pelo nervo mandibular, um ramodo nervo trigêmeo (V nervo craniano).

Rebata as glândulas salivares mandibular e parótida, para expor

o músculo digástrico.

O di gástrico (Figs. 194, 196) origina-se do processo jugular do

osso occipital e insere-se no corpo da mandíbula. Uma intersecção ten­dínea cruza seu ventre e o divide em partes rostral e caudal. Seccione-o

e exponha suas fixações. Sua ação é abrir as mandíbulas. A porção ros­

traI é inervada pelo nervo mandibular (trigêmeo), enquanto a parte cau­dal recebe inervação do nervo facial (VII nervo craniano).

Músculos linguais

Os músculos da língua (Figs. 195,202) podem ser divididos emgrupos extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos entram na

língua. Os músculos estiloglosso e hioglosso são mais bem expostos na

face lateral; o genioglosso, na face media!.O estiloglosso origina-se do osso estiloióide, segue rostroventral­

mente lateral à tonsila palatina e insere-se no meio da língua. Retrai eeleva a língua.

170 A CABEÇA

o hioglosso origina-se do tireoióide e do basióide e vai para araiz da língua. Fica medial ao estiloglosso, retrai e deprime a língua.

O genioglosso origina-se da sínfise e da superfície adjacente docorpo da mandíbula. Junta-se ao seu par no plano mediano e é limitadolateralmente pelo genioióideo e pelo hioglosso. Suas fibras caudais pro­jetam a língua e as rostrais retraem o ápice. Fica parcialmente no frênulo. Todosesses músculos são inervados pelo nervo hipoglosso (XII nervo craniano).

Músculos hióideosOs músculos hióideos (Fig. 202) estão associados ao aparelho

hióideo, que suspende a laringe e fixa a língua. Funcionam na degluti­ção, na colocação da língua para fora, no ato de lamber e nos esforçospara vomitar. Todos os músculos desse grupo têm nomes com o sufixo­hióideo. Os prefixos dos músculos hióideos designam o osso ou a partede onde se originam. Disseque os seguintes músculos hióideos da facelateral.

O esternoióideo, de sua origem no esterno e na primeira cartila­gem costal, funde-se ao esternotireóideo mais profundo pelo primeiroterço çie seu comprimento. Em seguida, s~para-se desse músculo e se­gue um trajeto independente, para inserir-se no osso basióide. Sua ori­gem foi dissecada previamente.

O tireoióideo é um pequeno músculo que fica dorsal ao ester­nóideo. Vai da cartilagem tireóidea da laringe ao osso tireoióideo.

Os músculos esternoióideo e tireoióideo são inervados por ramosventrais de nervos cervicais e do nervo acessório (XI nervo craniano).

O miloióideo ocupa o espaço intermandibular. Origina-se como_uma fina lâmina de fibras transversais oriundas da superfície medial docorpo da mandíbula. Insere-se em seu par na rafe ventral mediana. Cau­dalmente, insere-se no basióide. Forma um laço que ajuda a sustentar alíngua. É inervado pelo nervo mandibular do trigêmeo.

O genioióideo tem uma localização profunda ao miloióideo. Éuma tira muscular que se origina na sínfise mandibular e adjacente a ela.Fica paralelo ao seu par ao longo do plano mediano e une-se ao basióideo.A contração do genioióideo traciona o aparelho hióideo e a laringerostralmente. É inervado pelo nervo hipoglosso.

Músculos faringeosOs músculos faríngeos (Figs. 195, 202) atuam diretamente na

deglutição. O cricofaríngeo origina-se da superfície lateral da cartila-

gem cricóidea. Suas fibras inserem-se na rafe dorsal mediana da partelaríngea da faringe (Iaringofaringe). Caudalmente, suas fibras fundem­se com o esôfago.

O tireofaríngeo origina-se da face lateral da lâmina tireóidea einsere-se na rafe dorsal mediana da faringe. Esse músculo é rostral aocricofaríngeo e caudal ao hiofaríngeo.

O hiofaríngeo apresenta-se em duas partes ao originar-se da su­perfície lateral do osso tireoióideo e do osso ceratoióideo. Essa origemfoi previamente seccionada. As fibras, de ambas as partes, formam umaplaca muscular, que segue para cima sobre a laringe e a faringe, indoinserir-se na rafe dorsal mediana da faringe, com o seu par do lado oposto.Todos esses músculos faríngeos são inervados por ramos faríngeos dosnervos glossofaríngeo e vago.

Os músculos faríngeos restantes e os músculos do palato aquicitados não precisam ser dissecados (ver Figs. 195,202).

O palatofaríngeo passa do palato mole para as paredes lateral edorsal da faringe. Sua borda está no arco palatofaríngeo. O pteri­gofaríngeo origina-se do osso pterigóide, passa caudalmente e insere­se na parede dorsal da faringe. Esses músculos contraem e encurtam afaringe.

O estilofaríngeo origina-se do osso estiloióideo e passa caudo­lateralmente, profundo aos músculos hiofaríngeo e tireofaríngeo, parainserir-se na parede dorsolateral da faringe. Age dilatando a faringe.

O levantador do véu palatino origina-se da parte timpânica doosso temporal e segue ventralmente para entrar no palato mole, cau­dal ao osso pterigóide. Dá origem à extremidade caudal do palato mole(Fig. 195).

O tensor do véu palatino origina-se principalmente da paredecartilagínea da tuba auditiva e insere-se no osso pterigóide e medialmenteno palato mole.

o olho e estruturas associadas

A órbita é uma cavidade cônica, que contém o bulbo do olho eanexos oculares. A margem orbitária é formada pelos ossos frontal,maxilar, lacrimal e zigomático, e pelo ligamento orbitário, lateralmen- ­te. A parede medial da órbita é formada por partes dos ossos frontal,pré-esfenóide e lacrimal. A parede ventral inclui a glândula salivarzigomática e os músculos pterigóideos. As paredes dorsal e lateral sãoformadas principalmente pelo músculo temporal. Para estudar a periór-

(Cartilagem tireóidea

Esternoióideo

Tensor do véu palatino

Levantador do véu pala tino

sternotireóideo

Estiloióideo

Miloióideo

Fig. 202 Músculos da faringe e da língua, após remoção da mandíbula esquerda, face lateral esquerda.

A CABEÇA 171

bita e os músculos extra-oculares, é necessário remover todo o arco zi­

gomático e o processo coronóide da mandíbula, com os músculos uni­dos a ele, o que se consegue melhor com uma serra de Stryker ou torta­dores de osso ..

A periórbita é uma bainha cônica de tecido conjuntivo, que en­

volve o bulbo do olho e seus músculos, vasos e nervos. Onde a periór­bita fica em contato com o osso medialmente, é o periósteo da órbita.Seu ápice é caudal onde une-se à borda óssea do canal óptico e à fissura

orbitária. Rostralmente, estende-se e funde-se ao periósteo da face. Pode­

se observar tecido adiposo orbitário em ambos os lados da periórbita.Rebata o ligamento orbitário e a periórbita da superfície dorso la­

teral do bulbo do olho. A glândula lacrimal (ver Figs. 194, 214) é uma

pequena estrutura lobular achatada que fica na fac.e medial do ligamen­

to orbitário dentro da periórbita. Pequenos duetos, que não podem servistos sem um microscópio, lançam sua secreção na bolsa conjuntivalno fórnice dorsal. .

Seccione a periórbita longitudinalmente em sua face lateral e

rebata-a para expor os músculos do bulbo do olho e o levantador dapálpebra superior (Fig. 203).

O levantado r da pálpebra superior (Fig. 203) é estreito e su­

perficial. Começa no ápice da órbita, estende-se sobre o reto dorsal e

dilata-se, inserindo-se como um tendão achatado na pálpebra superior.Há sete músculos extrínsecos do bulbo do oiho (Figs. 203, 204,

214): dois músculos oblíquos, quatro músculos retos e o retrator dobulbo. Todos esses músculos extrínsecos inserem-se na túnica fibrosa

do bulbo do olho, a esclera, junto ao equador do bulbo do olho. Os

músculos retos inserem-se mais perto da junção corneoescleral do queos músculos retratores.

Os quatro músculos retos são o reto dorsal, o reto medial, o refoventral e o reto lateral. À medida que seguem rostralmente a partir de

sua pequena área de origem ao redor do canal óptico e da fissura orbitá­ria, divergem e fixam-se na esclera, numa linha imaginária que rodeia o

bulbo do olho em seu equador. Nos espaços entre os músculos retos,

podem ser vistas partes do retrator do bulbo. O músculo retrator dobulbo é constituído de quatro fascículos que circundam o nervo óptico,

um par dorsal e um par ventral.O oblíquo dorsal sobe na face dorsomedial dos músculos extra­

oculares, dorsal ao reto medial. Gire a face dorsal do bulbo do olho la­

teralmente para expor esses músculos. O oblíquo dorsal é um músculo

estreito que forma um longo tendão rostralmente, que atravessa um sul-

M. Oblíquo ventral

M. reto ventral

co na tróclea. A tróclea é uma placa cartilagínea unida, no nível do

ângulo medial do olho, à parede da órbita. O tendão do músculo oblí­

quo dorsal volta-se e segue lateralmente, após passar ao redor da tró­clea, unindo-se à esclera sob o tendão de insercão do músculo reto dor­

sal. É difícil distinguir essa inserção e não é preciso dissecá-Ia (Fig. 203a).

O oblíquo ventral origina-se da borda rostral do osso palatino,

no nível do forame maxilar, segue ventral ao reto ventral e insere-se naesclera, na inserção do reto lateral.

Para entender a ação desses músculos individuais, considerar o

bulbo do olho como tendo três eixos imaginários que se cruzam no cen­tro do bulbo (Fig. 204). Os músculos retos dorsal e ventral girariam o

bulbo do olho ao redor de um eixo horizontal através do equador, de

medial para lateral. Os músculos retos medial e lateral o girariam ao redorde um eixo vertical através do equador, de dorsal para ventral. Os mús­

culos oblíquos girariam o bulbo do olho ao redor de um eixo longitudi­

nal, passando de rostral a caudal através do centro do bulbo do olho.Amplie a abeltura da fissura palpebral por uma incisão através

da comissura lateral e da conjuntiva subjacente até o bulbo do olho. Isto

facilitará a exposição da terceira pálpebra no ângulo medial. Eleve aterceira pálpebra e observe os linfonodos em sua superfície conjuntival

bulbar e a glândula superficial da terceira pálpebra (Fig. 205).

Bulbo do olho

Na dissecção a seguir, deixe o bulbo do olho, ou globo ocular, naórbita. Muitas dessas estruturas são mais bem observadas num olho fres­

co sob um microscópio de dissecção. As preparações secadas por con­gelação do bulbo do olho a:)erto também são instrutivas. Os termos di­

recionais utilizados com relação ao bulbo do olho são anterior e poste­

rior, e superior e inferior. A parede é composta de três camadas: umatúnica fibrosa, uma túnica vascular 'e uma túnica interna que inclui aretina (Figs. 206, 207).

\.1. A túnica fibrosa externa é constituída pela córnea, que for­

ma o quarto anterior, e a esclera, que forma os três quartos posteriores.A córnea é transparente e circular. Une-se à esclera opaca e densa peri­

fericamente na junção corneoescleral, ou limbo, da córnea. A esclera é

branco-acinzentada opaca. Anteriormente, é revestida pela conjuntivabulbar. Posterior a esta, os músculos extrínsecos do olho inserem-se em

sua parede, e é penetrada por vasos sanguíneos e nervos, incluindo o

Tróclea

M. oblíquo dorsal

M. levantador da pálpebra

M. retratar dobulbo

M. reto dorsal .

-- M. reto dorsal

Fissura orbitária

Fig. 203 A. Músculos extrínsecos do globo ocular esquerdo, face dorsolateral. B. Exposição do músculo retrator do bulbo, face lateral.

172

MEDIA L

ANTERIOR

(5) M. reto medial -

M. oblíquoventral (4)

A CABEÇA

DORSAL

POSTERIOR

-- M. reto dorsal (1)

LATERAL

VENTRAL

Fig. 204 Esquema dos músculos oculares extrínsecos e de suas ações sobre o globo ocular.

3' pálpebraBorda livre

Cartilagem

Fig. 205 Terceira pálpebra do olho esquerdo.

Fig. 206 Secção sagital do globo ocular.

15

/6

17

/8

1. Tapete lúcido2. Não-tapetal negro3. Lente

4. Corpo ciliar5. Câmara posterior6. Câmara anterior7. Íris8. Córnea

9. Pálpebra superior10. Conjuntiva palpebral

I!. Conjuntiva bulbar12. Fórnice13. Esclera14. Coróide15. Retina

16. Veia retiniana superior17. Disco do nervo óptico18. Nervo óptico19. Dura-aracnóide20. Veia retiniana medial inferior

21. Terceira pálpebra

A CABEÇA 173

Fig. 207a Secção do globo ocular no nível do ângulo iridocorneal.

Extremidades

de processosciliaresmaiores

Fibraszonu/aresposteriores

Equadordalente

Fibraszonularesanteriores

Extremidade de processos ciliares menores

Fig. 207b Superfície interna de um segmento do corpo ciliar.

Bordaserreadã

(ora serrata)

pela rede trabecular no ângulo iridocorneal, onde passa para o siste­ma venoso via o seio venoso da esclera. O ângulo iridocomeal (Fig.207) é atravessado por uma rede de fibras com espaços interpostos. Estarede do ângulo é conhecida como ligamento pectíneo. A integridadedesse ângulo é crítica na drenagem de humor aquoso proveniente dobulbo do olho. A falha da drenagem resulta num aumento da pressãointra-ocular, o que é conhecido como glaucoma. Remova a lente. Ob­serve as fibras zonulares à medida que se esticam e rompem-se.

3. A túnica interna do olho é constituída pela retina e seus vasossanguíneos e nervos associados que circundam o corpo vítreo. Aquelaporção da retina contendo os bastonetes e cones fotossensíveis, as célu­las bipolares e as células ganglionares, é a parte óptica da retina. Reves­te a superfície interna da coróide, do ponto onde entra o nervo ópticoaté o nível do corpo ciliar. A partir desse limite, denominado bordaserreada (ora serrata) (Fig. 207), há uma fina porção não-fotossensívelda retina que passa anteriormente acima do corpo ciliar como a parteciliar da retina e continua na superfície posterior da íris como a parteirídica da retina. A porção ciliar da retina tem duas camadas de espes­sura e forma a barreira hemoaquosa, através da qual é secretado o líqui­do aquoso para a câmara posterior. A porção irídica da retina também éuma camada celular dupla constituída por células pigmentadas, queconferem à íris a sua cor, e por células mioepiteliais, que formam odilatador da pupila. (As porções ciliar e irídica da retina são designadascoletivamente como a parte cega da retina.)

Fig. 207c Fibras zonulares passando ao longo de processos ciliares antes de fi­xarem-se à lente, face anterior.

íris

Câmaraanterior

Câmara

posterior

Processo ciliar

Seiovenoso

esc/era/

grande nervo óptico posteriormente. Seccione e rebata as fixações dosmúsculos reto lateral e retrator do bulbo no bulbo do olho e observe o

nervo óptico na superfície posterior do bulbo.2. A túnica bascular média (a úvea) é profunda à esclera e é

constituída por três partes contínuas, de posterior para anterior: a coróide,o corpo ciliar e a íris. A íris, que possui músculo liso circular e radial,pode ser vista através da cómea como um diafragma pigmentado comuma abertura lateral, a pupila. Enquanto o bulbo do olho estiver na ór­bita, utilize um bisturi agudo ou uma lâmina de barbear para fazer umcorte sagital através do bulbo do olho, do pólo anterior ao posterior, eremova a metade lateral do bulbo do olho.

A coróide é a porção posterior da túnica vascular e encontra-sefIrmemente unida à esclera. É pigmentada e reveste a superfície internada esclera tão anterior quanto o corpo ciliar posterior à lente. A junçãoda coróide e do corpo ciliar é vista como uma linha ondulante na retinasobrejacente, denominada borda serreada (ora serrata) (Fig. 207). Ofundo é a porção posterior ou profunda do bulbo do olho. A área refle­tiva levemente colorida na parte dorsal do fundo é o tapete lúcido (Fig.206) da coróide. É uma camada especializada de células que reflete rai­os luminosos.

A túnica vascular forma uma espessa saliência circular no níveldo limbo, denominada corpo cHiar (Fig. 207). O corpo ciliar, locali­zado entre a íris e a coróide, contém inúmeros feixes musculares queatuam na regulação do formato da lente. A superfície interna do corpociliar é marcada por pregas longitudinais, os processos cHiares. Obser­ve-os na porção lateral do bulbo do olho que foi removida. Estes pro­cessos rodeiam a lente em seu equador, mas não se unem a ela. Consis­tem em várias centenas de pregas pigmentadas alternando-se em com­primento, uma vez que são pequenas em sua borda posterior perto daborda serreada, mas aumentam de tamanho à medida que se aproximamda lente.

A zônula é o aparelho suspensor da lente. É composta de inúme­ras estrias fInas, as fibras zonulares, que passam da região da bordaserreada ao longo dos processos ciliares até o equador da lente. A lenteé suspensa dos processos ciliares pelas fIbras zonulares. A contração dosmúsculos ciliares traciona o corpo ciliar e os processos ciliares em dire­ção à lente, relaxando assim a tensão nas fibras zonulares unidas à len­te, o que permite qúe a lente tome-se mais esférica e acomodada para avisão de perto. (Em outras palavras, é necessário que haja contração damusculatura ciliar para a visão de perto.)

A lente num espécime fixado é firme e opaca. Em vida, é trans­parente e elástica. É limitada posteriormente pelo corpo vítreo gelati­noso e transparente, que ocupa a câmara vítrea posterior à lente. Ante­riormente, é limitada pela íris e pelo humor aquoso. O humor aquosoocupa o espaço entre a córnea e a lente, espaço dividido pela Ílis emduas câmaras. A câmara anterior é o espaço entre a cómea e a íris. Acâmara posterior é uma estreita cavidade entre.a íris e a lente. O hu­mor aquoso, produzido pelo epitélio ciliar que reveste os processosciliares, circula através das fibras zonulares para a câmara posterior.Passa, em seguida, através da pupila para a câmara anterior e é drenado

174 A CABEÇA

No espécime embalsamado, a camada nervosa da parte óptica daretina tem um aspecto branco-acinzentado e solta-se facilmente da ca­mada única de células epiteliais pigmentadas em sua superfície poste­rior, que permanece aderida à coróide. Esta camada pigmentada da re­tina e o pigmento da coróide dão ao interior do bulbo do olho um aspec­to castanho a preto, exceto onde localiza-se a camada especializada dacoróide, o tapete lúcido. Essa área apresenta uma série de cores brilhan­tes, de prateada a azul, a verde ou laranja. Nessa área, não existe pig­mento nas células epiteliais pigmentadas da retina que revestem o tape­te lúcido. A porção castanho-escuro do interior do bulbo do olho é de­signada às vezes área não-tapetal ou não-tapetal negra.

Observe a entrada do nervo óptico na face posterior do bulbo doolho, que é o disco do nervo óptico. Com cuidadosa observação dodisco, podem-se ver os vasos retinianos que entram com ele para irrigara superfície interna da retina. A porção posterior do bulbo do olho, queinclui a área do disco do nervo óptico, o tapete lúcido e a área não-tapetalnegra adjacente, é conhecida como o fundo do bulbo do olho. O discodo nervo óptico pode ser encontrado na região inferior do tapete lúcido,ou em sua borda inferior ou abaixo dela. Isso varia com a raça canina.

Veias superficiais da cabeçaA veia jugular externa (Figs. 208, 209). é formada pela confluên­

cia das veias linguofacial e maxilar, caudal à glândula salivar mandibu­lar, que fica entre as duas veias.

A veia lingual (Fig. 209) é a primeira grande tributária que entrana veia Iinguofacial ventralmente. Suas radículas drenam sangue da lín­gua, da laringe e de parte da faringe. Essas radículas não serão dissecadas.

A veia facial é a outra tributária da linguofacial. As radículas queformam a veia facial ficam na superfície dorsal do focinho. Uma delas,a dorsal do nariz, segue caudal mente das narinas, enquanto uma outra,a angular do olho, segue rostralmente a partir da face medial da órbita.O sangue pode drenar da face em qualquer direção através da angular

Ramo'auricular medial

A. auricular profunda

A. auricular caudal

V. maxilar

A. occipitalA. carótida int.

A. carótida ext.

do olho. Identifique essas veias. Os ramos restantes não serão disseca­dos, pois isso sacrificaria nervos e artérias. Tais ramos drenam a partelateral do focinho eos lábios superior e inferior.

A veia maxilar drena a orelha, a órbita, o palato, a cavidade na­sal, a bochecha e a mandíbula, como também a cavidade craniana. Nãoserá dissecada.

Nervo facial

O nervo facial ou sétimo nervo craniano (Fig. 210) inerva to­dos os músculos superficiais da cabeça e da face, bem como a partecaudal do digástrico e o platisma do pescoço. O nervo entra na par­te petrosa do osso temporal via o meato acústico interno, segue pelo ca­nal facial daquele osso e deixa o crânio no forame estilomastóideo exa­tamente caudal ao meato acústico externo, onde se divide em váriosramos.

Rebata a glândula parótida. Disseque profundamente entre asglândulas parótida e sublingual, para expor o nervo facial originário doforame estilomastóideo, caudal à porção horizontal do meato acústicoexterno. A veia maxilar pode ser seccionada ao cruzar a superfície late­ral do nervo nesse ponto. Disseque os seguintes ramos do nervo facial.

O nervo auriculopalpebral orIgina-se quando o nervo facialcurva-se rostralmente ventral à base da orelha. Disseque profundamen­te a borda rostral da glândula parótida, para localizar o nervo. Ramosauriculares rostrais seguem através da glândula parótida e distribuem­se para os músculos auriculares rostriÜs. O nervo auriculopalpebral cruzao arco zigomático, emite ramos para o plexo auricular rostral e conti­nua até a órbita, para emitir ramos palpebrais para o orbicular do olho.Além disso, um ramo passa medial à órbita e prossegue rostralmente nonariz, para inervar os músculos do nariz e do lábio superior.

Dois ramos bucais seguem através do músculo masseter, parainervar os músculos da bochecha, o lábio superior e o inferior e a super­fície lateral do nariz. Um é dorsal ao dueto parotídeo. O outro, ventral

Ramo auricular intermediário

Ramo auricufar lateral

V. angulardo olho

N. hipoglosso

A. lingual

V. linguofacial

N. hipoglosso, ramo descendente

Fig. 208 Vasos e nervos da orelha externa.

Auricular lat.

Facial transversa

/'T/oral superf.

Retroarticular

Auricular profunda

Veia do plexopala tino

A CABEÇA

Canal alar

Fissura orbitária

Plexo pala tinoPlexo pterigóideo

FaclalAlveolar inferior

Laríngea cranial

Lingual

Fig. 209 Veias superficiais da cabeça, face lateral direita.

175

ao ducto parotídeo, fica perto da borda ventral do masseter. Identifiqueesses dois ramos e o ducto parotídeo.

Um ramo do nervo mandibular originário do trigêmeo ou quin­to nervo craniano, conhecido como nervo auriculotemporal é evidente

no campo de dissecção do ramo auriculopalpebral do nervo facial. Onervo auriculotemporal emerge entre a borda caudal do músculo mas­

seter e a base da orelha externa abaixo do arco zigomático. Pode ser

encontrado profundamente à origem do nervo auriculopalpebral. O nervoauriculotemporal emite ramos sensoriais para a pele da orelha externa e

para as regiões temporal, zigomática e massetérica.

Estruturas cervicais

A glândula tireóide (Fig. 216) tem uma coloração escura e, em

geral, é constituída de dois lobos separados, que ficam laterais aos cin­

co primeiros anéis traqueais. Ocasionalmente, está presente um istmode conexão.

Há duas glândulas paratireóides associadas a cada lobo tireói­

deo. São corpos esféricos de coloração clara. A paratireóide externa

fica mais comumente na fáscia, no pólo cranial do lobo tireóideo. Pode

estar totalmente separada do tecido tÍreóideo ou inclusa no pólo cranialda tireóide, externa à sua cápsula. A paratireóide interna situa-se pro­

fundamente à cápsula tireóidea na face medial do lobo. Ocasionalmen-

te, fica embutida no parênquima da tireóide, sendo difícil localizá-Ia. A

localização dessas glândulas está sujeita a variação.A porção cervical do esôfago estende-se da faringe à porção

torácica do esôfago na entrada do tórax. Começa em oposição ao centrodo áxis dorsalmente e à borda caudal da cartilagem cricóidea ventral­

mente. Uma saliência pregueada de mucos a, o limite faringoesofági­

co, marca o limite entre a parte laríngea da faringe (laringofaringe) e oesôfago. O esôfago inclina-se para a esquerda, de tal maneira que a en­

trada do tórax geralmente fica à esquerda da traquéia.A traquéia estende-se de um plano transversal através do centro

do áxis até um plano entre a quarta e a quinta vértebras torácicas. É com­posta de aproximadamente 35 cartilagens traqueais em forma de C.

São abertas dorsalmente e o espaço é atravessado pelo músculo traqueal.

Artéria carótida comum

A. carótida comumA. tireóidea caudal

A. tireóidea crania!A. carótida interna

A. carótida externa

A. occipitalA. laríngea cranial

176 A CABEÇA

N. auricularint. rostral

Auricular caudal

Ramo para o platisma

Caudal

Ramosauriculares

V. jugular ext. /

Para o parotidoaurícular

Para o m. estiloióideo

Ramo cervical

N. auriculopalpebral

Para o m. escutuloauricular superl. dorso

Para o m. escutuloauricular prot. maior

N. zigomaticotemporal

Ramo bucal dorsal

Nn. para pêlos tácteis + sinusais

Fig. 210 Ramos superficiais dos nervos facial e trigêmeo.

A. lingualA. facial

A. sublingualA. auricular caudal

A. temporal superficialA. maxilar

Do lado direito, exponha a artéria carótida comum na bainhacarotídea e observe os seguintes ramos.

1. A artéria tireóidea caudal tem uma origem variável dos ra­mos arteriais maiores na entrada do tórax. Passa cranialmente sobre a

traquéia, irrigando-a, bem como o esôfago e a glândula tireóide.2. A artéria tireóidea cranial (Fig. 211) origina-se da superfí­

cie ventral da carótida comum, no nível da laringe. Irriga as glândulastireóide e paratireóides, os músculos faríngeos, os músculos laríngeos ea mucosa, as partes cervicais da traquéia e esôfago e as porções adja­centes do esternocefálico e cleidomastóideo. Limpe a origem desse vaso.

O grande linfonodo retrofaríngeo medial (ver Fig. 13) ficadorsal à artéria carótida comum na laringe e ventral à asa do atlas. Va­sos aferentes originam-se da língua, da cavidade nasal, da faringe, dasglândulas salivares, da orelha externa, da laringe e do esôfago. O ductotraqueal de cada lado origina-se desse linfonodo.

Identifique as artérias carótidas interna e externa, que são os ra­mos terminais da artéria carótida comum.

3. A artéria carótida interna fica intimamente associada à arté­

ria occipital, o primeiro ramo da carótida externa. Uma dilatação bul-

bosa na origem da artéria carótida interna é o seio carótico, um baror­receptor. (O corpo carótico, um quimiorreceptor, fica na bifurcação dasartérias carótidas.) Depois disso, a artéria carótida interna sobe atravésda superfície lateral da faringe, medial à artéria occipital. Nenhum ramodeixa a carótida interna em seu trajeto extracraniano. Entra no canalcarótico profundamente na fissura timpanoccipital. Seu trajeto a partirdaí na cavidade craniana foi descrito. Seus ramos para o encéfalo serãodissecados mais tarde.

4. A artéria carótida externa (Fig. 211) segue cranialmentemedial ao digástrico. Na borda caudal da mandíbula, rostroventral à car­tilagem anular da orelha, o vaso termina dividindo-se nas artérias tempo­ral superficial e maxilar. A maxilar é o prolongamento direto da caró­tida externa. Disseque os seguintes ramos da carótida externa. Seccioneo músculo digástrico e remova a porção caudal.

a. A artéria occipital deixa a carótida externa adjacente à caróti­da interna e segue dorsalmente, para irrigar os músculos naface caudal do crânio e as meninges. Não acompanhe essaartéria.

b. A artéria laríngea cranial é um ramo ventral que irrigaos músculos adjacentes esternomastóideo e faríngeo. En­tra na laringe entre o osso tireoióideo e a cartilagem tireói­dea, para irrigar a mucosa e os músculos laríngeos.

c. A artéria lingual deixa a superfície ventral da carótida ex­terna e segue rostralmente, para irrigar a tonsila e a língua.

d. A artéria facial deixa a carótida externa além da lingual.Um ramo, a artéria sublingual, fica medial ao músculo di-

A CABEÇA

Anastomótico Oftálmica ext.

177

Auricular caudal--

Temporal superficial

Carótida externa

Faríngea ascendente

Occipital

Carótida interna _

Carótida comum

Tireóidea cran. ~ Lingual

Canal alar

Meníngea média

Temporal profundacaudal,.

I Alveolar inferior

Maxilar

Facial

I/nfra-orbitána•....

Esfenopalatina

- Palatina maior

Pala tina menor

Laríngea cranial

Fig. 211 Ramos da artéria carótida comum direita.

gástrico e é acompanhado pelo nervo miloióideo. Segue ros­trai mente para a língua.

A artéria facial segue rostralmente entre os múscu­los digástrico e masseter, indo atingir a bochecha lateral àmandíbula, onde irriga os lábios e o nariz.

e. A artéria auricular caudal geralmente origina-se da ca­rótida externa na base da orelha e sobe sob os músculos au­

riculares caudais. Rebata a parte caudal da glândula caróti­da para expor a artéria auricular caudal e seus ramos, quenão precisam ser dissecados. As artérias auriculares late­ral, intermediária e medial seguem distalmente na superfí­cie convexa da orelha. Ocasionalmente, essa artéria origi­na-se mais perto do início da carótida externa.

f. A artéria temporal superficial origina-se rostral à base da car­tilagem auricular, na borda caudodorsal da mandíbula e seguedorsalmente. Irriga a glândula parótida, os músculos mas se­ter e temporal, os músculos auriculares rostrais e as pálpebras.

g. A artéria maxilar é o maior ramo terminal da artéria ca­rótida externa. Tem uma localização profunda e está inti­mamente associada a uma série de nervos cranianos. De sua

origem com a temporal superficial, segue rostromedialmen­te sob a articulação temporomandibular, medial ao proces­so retroarticular em seu trajeto para o canal alar.

Remova os músculos auriculares e rebata a orelha caudalmente.

Seccione através da origem do músculo temporal ao longo de sua bor­da. Com um instrumento rombo, remova-o da fossa temporal. Corte asfixações dos músculos temporal e masseter em ambos os lados do arcozigomático. Corte o ligamento orbitário no arco. Com cortadores de osso,solte cada extremidade do arco zigomático e remova-o. Seccione omúsculo temporal o mais perto possível de sua inserção no processocoronóide. Seccione o processo coronóide abaixo do nível da bordaventral do arco zigomático com cortadores de osso. Remova todo omúsculo temporal, para expor os tecidos periorbitários e os músculospterigóideos. Os vasos e nervos que entram no músculo temporal de­vem ser rompidos. Afrouxe a articulação temporomandibular, forçan­do a extremidade da sínfise da mandíbula medialmente. Gire a mandíbu­

la, a fim de que o coto do processo coronóide seja forçado lateralmente.Na cavidade oral, rebata a mucosa desde o nível da rafe da lín­

gua até o frênulo ao longo da prega sublingual.

Nervo mandibular

Os ramos do nervo mandibular originários do trigêmeo ou quintonervo craniano foram expostos por essa dissecção (Fig. 212). O nervo

mandibular deixa a cavidade craniana via forame oval (Fig. 213). Osramos originam-se na superfície dos músculos pterigóideos, ventrais elaterais ao ápice da periórbita. Esses ramos incluem os nervos pterigói­deos, temporal profundo e massetérico, que contêm neurônios motoressomáticos que inervam os músculos da mastigação. Muitos desses ra­mos foram rompidos pela dissecção. O nervo bucal cruza os músculospterigóideos e entra na bochecha lateral à glândula salivar zigomática.Remova a glândula zigomática para obter uma exposição melhor. Essenervo é sensorial para a mucosa e a pele da bochecha.

Gire o coto do processo coronóide lateralmente, para observar osnervos lingual, alveolar inferior e miloióideo, que cruzam a superfíciedorsal do músculo pterigóideo medial.

O nervo lingual (sensorial) é o maior e o mais rostral dos três.Pode ser observado seguindo através dos músculos pterigóideos e pas­sando entre o estiloglosso e o miloióideo. No lado medial do espécime,tracione a língua medialmente e observe o nervo entre estes músculos eo local onde cruza a face lateral dos duetos mandibular e sublingual eentra na língua. É sensorial para os dois terços rostrais da língua.

O nervo alveolar inferior (sensorial) entra no forame mandibu­lar na face medial do ramo da mandíbula. Segue através do canal man­dibular, emitindo nervos sensoriais para os dentes. Os nervos mentoni­anos que emergem pelos forames mentonianos e suprem o lábio infe­rior são ramos desse nervo.

O nervo miloióideo (motor) é um ramo caudal do alveolar infe­rior. Atinge a borda ventral da mandíbula, emite um ramo para a parterostral do músculo digástrico e continua no músculo miloióideo. Ob­serve-o emergindo na face medial do ângulo da mandíbula lateral aomiloióideo. É motor para o miloióideo e sensorial para a pele entre asmandíbulas.

O nervo auriculotemporal (sensorial) deixa o nervo mandibu­lar no forame oval, passa caudal ao processo retroarticular do osso tem­poral e emerge entre a base da cartilagem auricular e o músculo mas se­ter, onde foi visto previamente.

Artéria maxilar

Artéria maxilarA. alveolar inferior

A. temporal profunda caudalA. meníngea médiaA. oftálmica externa

Ramos anastomóticosRamos muscularesA. etmoidal externa

178

N. massetérieo

M. pterigóideo lal.

Corda do tímpano

Ramo mandibular do V

N. aurieulotemporal

M. estilofaríngeo

Osso estiloióideo

M. esternomastóideo

Gânglio mandibular-

Glândula mandibular

M. tireoióideo

N. laríngeo eran.

Glândula sublingual monostomátiea

A CABEÇA

N. alveolar inferior

Ramo eomunieante para ogânglio mandibular

N. e gânglio sublinguais

M. genioglosso

Dueto sublingual

Dueto mandibular

M. hiofaríngeo

N. hipoglosso

Para os mm. estiloglosso e hioglosso

Para o m. genioióideo

1M. hioglosso

Fig. 212 Músculos, nervos e glândulas salivares medi ais à mandíbula direita, face lateral.

V/I

IX

X

XI

XII~I'ICanal do hipoglosso

Fissura timpanoccipital

Forame estilomastóideo

Bolha timpânica

N. maxilar, V

N. mandibular, V

'Forame oval

/lI

N. oftálmico, V

Fissura orbitária

Forame alar rostral

Fig. 213 Nervos cranianos emergindo do crânio, face ventrolateral.

A CABEÇA 179

N. oculomotor

Palatina descendente

A. palatina menorA. palatina maiorA. esfenopalatina

A. infra-orbitária

Complete a desarticulação da articulação temporomandibular eremova o músculo pterigóideo lateral. Rebata o ramo da mandíbula late­

ralmente e identifique os seguintes ramos da artéria maxilar (Figs. 211,214). Os três primeiros Oliginam-se antes de a artéria maxilar entrar nocanal alar.

1. A artéria alveolar inferior (Fig. 211) entra no forame man­dibular com o nervo alveolar inferior e segue pelo cana1 mandibular:

Emite ramos para as raÍzes dos dentes na mandíbula.2. A artéria temporal profunda caudal origina-se perto da ar­

téria alveolar inferior e entra no músculo temporal. Apenas a origem

desta artéria pode ser vista .3. A artéria meníngea média passa pelo forame oval e segue

dorsalmente num sulco na parte interna da calvária. Será acompanhada

numa dissecção posterior até a dura-máter sobre os hemisférios cere-·

brais. Não disseque sua origem.4. A artéria oftálmica externa origina-se da maxilar em sua

emergência do canal alar e penetra no ápice da periórbita, adjacente àfissura orbitária. A artéria oftálmica externa dá. origem aos vasos que

irrigam as estruturas dentro da periórbita.Faça uma incisão longitudi-'nal na periórbita ao longo de sua borda dórsolateral e rebata-a.

Os ramos da artéria oftálmica externa não precisam ser disseca­

dos. Um ramo anastomótico passa caudal mente através da fissura orbi­tária, indo unir-se às artérias carótida interna e menÍngea média no inte­rior da cavidade craniana. Outro ramo anastomótico une-se à artéria

oftálmica interna, emergindo do canal óptico no nervo óptico. A partirdessa anastomose, são emitidas artérias ciliares posteriores para o bul­

bo do olho. Os ramos da artéria oftálmica externa inigam os músculos

extrínsecos do bulbo do olho e a glândula lacrimal. A artéria etmoidalexterna passa dorsal aos músculos extra-oculares e entra num forameetmoidal. Na cavidade craniana, une-se à artéria etmoidal interna e irri­

ga a lâmina crivosa, o labirinto etmoidal e o septo nasal.

N. Giliar longo

Para o m.

N. etmoidal e a.

N. troclear (cortado

M. retratar do bulbo

(dors. lat. e dorso med.)

Para o reto dorso

Para o m.

5. Entre os ramos terminais da artéria maxilar, estão as artérias

palatinas menor e maior e a esfenopalatina. Em geral, originam-se da ar­

téria palatina descendente ao seguir rostroventralmente sobre o músculo

pterigóideo medial. Apenas a origem desses vasos precisa ser observada.Sua origem pode ser vista na borda rostral do músculo pterigóideo medial,

profundqmente à glândula salivar zigomática, que deve ser removida.A artéria palatina menor passa ventralmente, caudal ao palato

duro, e distribui-se para os palatos mole e duro adjacentes. Limpe a muco­

sa do palato exatamente medial ao último molar e veja os ramos desse vaso.A artéria pala tina maior entra no forame palatino caudal e atra­

vessa o canal palatino maior para irrigar o palato duro.

A artéria esfenopalatina passa pelo forame esfenopalatino parao interior da cavidade nasal.

" .~'\-

6. A artéria maxilar termina como a artéria infra-orbitária, queemite ramos dentais para os dentes molares caudais através dos canaisalveolares; entra no farame maxilar e atravessa o canal infra-orbitário.

. Dentro do canal, originam-se ramos dentais, que irrigam os pré-mola­res, os dentes caninos e os dentes incisivos. A artéria infra-orbitária

emerge do forame infra-orbitário e termina como as artérias nasais late­

ral e dorsal rostral, que irrigam o nariz eo lábio superior.

.Nervos cranianos'

Há f2 pares de nervos cranianos (Figs. 213-216). Cada par énumerado e denominado. Os números indicam a ordem rostrocaudal em

que se originam do encéfalo; seus nomes são descritivos. Alguns des­ses nervos já foram dissecados, outros serão dissecados agora.

1. O nervo olfatório ou primeiro nervo craniano é constituído

de numerosos axônios que se originam no epitélio olfatório da mucosanasal caudal e atravessam os forames crivosos (cribriformes) para os

bulbos olfatórios. Eles incluem axônios do órgão vomeronasal que seguem

ao longo do septo nasal. Não há necessidade de qualquer dissecção.2. O nervo óptico ou segundo nervo craniano (Fig. 214) é ro­

deado pelo músculo retratar do bulbo da periórbita. Observe o nervo na

periórbita e quando entra no canal óptico. É envolto por uma extensão

de meninges da cavidade craniana.

M. obliquo dorso

N. infratroclear

~/M. reto dorso (cortado)N. lacrimal (cortado)

Glândula lacrimal

_ Para o m. obliquo ventoPara o m. reto vent.-----

M. retratar do bulbo (vent. lat. e vento med.)

M. reto ventral

Fig. 214 Nervos e músculos do globo ocular, face lateral.

180 A CABEÇA

11

111

IV

VI/.

VIII

IX.

X

XI

XII

IIC.

A. etmoidal int.

cerebral rostral

A. oftálmica int

A. cerebral média

A. carótida interna

A. comunicante caudal

A. cerebral caud.

A. cerebelar rostral

A. do labirinto

A. cerebelar caud.

A. basilar

A. espinhal ventral

Fig. 215 Vasos e nervos do encéfalo e os dois primeiros segmentos cervicais da medula espinhal, face ventraL

A CABEÇA 181

A. carótida interna

N. hipoglosso, XII

carótida int.

M. tireofaríngeo

M. esternoióideo

M. cricofaríngeo

M. cricotireóideo

Para o m. trapézio

N. vago, X

Gânglio dista I de X

A. occipital

N. acessório, XI.

Para os mm. esternomastóideoe cleidomastóideo.

M. esternomastóideo

M. cleidomastóideo

Ramo do gânglio cervo cran.

Tronco vagossimpático

A. carótida comum

Fig. 216 Emergência dos nervos através da fissura timpanoccipital, após remoção do músculo digástrico, face lateral direita.

3. O nervo oculomotor ou terceiro nervo craniano (Fig. 214)passa pela fissura orbitária e entra na periórbita com o nervo óptico. Ex­ponha a metade proximal do nervo óptico. Levante-o delicadamente eobserve o nervo oculomotor em sua face látero-ventral. Não dissequeseus ramos individuais. O nervo oculomotor inerva os músculos retos

dorsal, medial e ventral, o oblíquo ventral e o levantador da pálpebrasuperior. O gânglio cHiar é uma dilatação irregular no final do nervooculomotor na superfície ventral do meio do nervo óptico. Esse gângliocontém corpos celulares paras simpáticos de axônios pós-ganglionaresque inervam o esfíncter pupilar da íris.

4. O nervo troclear ou quarto nervo craniano entra na periór­bita pela fissura orbitária. Inerva o músculo oblíquo dorsal; não precisaser dissecado.

5. O nervo trigêmeo ou quinto nervo craniano divide-se em trêsnervos ao emergir do canal do trigêmeo na parte petrosa do osso tempo­ral: o oftálmico, o maxilar e o mandibular. O nervo mandibular já foidissecado.

O nervo oftálmico (sens0l1al) atravessa a fissura orbitária e emitenervos sensoriais que entram na periórbita, os quais não precisam serdissecados. Os nervos frontal e infratroclear passam rostralmente entreos músculos oblíquo dorsal e reto dorsal, para inervar a face medial daspálpebras superior e inferior. Longos nervos cHiares acompanham onervo óptico e inervam o bulbo do olho. O nervo etmoidal atravessaum forame etmoidal e a lâmina crivosa, para inervar a mucosa nasal e apele do nariz.

O nervo maxilar (sensorial) (Fig. 214) entra no canal alar via oforame redondo. Emerge do forame alar rostral e cruza a fossa pterigo­palatina dorsal aos músculos pterigóideos e ventral à periórbita, acom­panhado pela artéria maxilar. Disseque os seguintes ramos.

a. O nervo zigomático (sensorial) entra na periórbita e divi­de-se em dois ramos que passam rostralmente na superfí-

cie interna da parte lateral da periórbita, para inervar aglândula lacrimal e a porção lateral das pálpebras superior einferior.

b. O gânglio pterigopalatino fica dorsal ao nervo maxilar,na superfície do músculo pterigóideo medial. Contém cor­pos celulares de axônios parassimpáticos pós-gangliona­res, que suprem as glândulas lacrimal, nasal e palatina. Osaxônios pós-ganglionares seguem os ramos do nervo ma­xilar até suas terminações. Rebata a periórbita dorsalmentee o nervo maxilar ventralmente, para ver esse pequeno gân­glio achatado no músculo pterigóideo.

c. O nervo pterigopalatino origina-se além do nível do gân­glio pterigopalatino, da superfície ventral do nervo axilar, edivide-se em três nervos: os nervos palatinos menor e maiordo palato e o nervo nasal caudal da mucosa nasal. Disse­que apenas sua origem.

d. O nervo infra-orbitário (sensorial) é a continuação do nervomaxilar na fossa pterigopalatina. Entra no canal infra-orbi­tário via o forame maxilar. Ao longo do seu trajeto pelo canalinfra-orbitário, emite ramos alveolares superiores, qu,esuprem as raízes dos dentes via os canais alveolares. Amedida que o nervo infra-orbitário emerge do forame infra­orbitário, divide-se numa série de fascículos, que se distri­buem para a pele e as estruturas adjacentes do lábio supe­rior e do nariz. Disseque esses ramos à medida que emer­gem do forame infra-orbitário.

6. O nervo abducente ou sexto nervo craniano (Fig. 214) atra­vessa a fissura orbitária e entra na periórbita. Inerva os músculos retratordo bulbo e o reto lateral. Observe esse pequeno nervo entrando na bordadorsal do músculo reto lateral, perto da sua origem.

7. O nervo facial ou sétimo nervo craniano entra no meato acús­

tico interno da parte petrosa do osso temporal. Segue pelo canal facial e

182 A CABEÇA

emerge através do forame estilomastóideo, onde seus ramos motores paraos músculos faciais foram dissecados (ver antes).

8. O nervo vestibulococlear ou oitavo nervo craniano entra nomeato acústico interno e termina no labirinto membranáceo da orelha

interna. É o nervo envolvido no equilíbrio e na audição. Será dissecadocom o encéfalo.

A observação do nono, do 10.0 e do 11.0 nervos cranianos e dogânglio do tronco simpático na base do crânio é facilitada pela remoçãoda origem do músculo digástrico para uma visão lateral. Da mesma for­ma, a remoção da inserção do músculo longo da cabeça proporciona umavisão medial. Essas estruturas neurais encontram-se bem mediais e ven­

trais à bolha timpânica, perto da fissura timpanoccipital.Localize o tronco simpático onde se une ao vago. Siga-o cranial­

mente até um nível ventral e medial à bolha timpânica, onde os doisnervos separam-se. O tronco simpático fica ventral ao vago. O gângliodistal do vago localiza-se dorsalmente a essa separação e caudalmenteao gânglio cervical cranial. Acompanhe o tronco simpático cranialmenteà separação e observe uma dilatação, o gânglio cervical cranial. Este éo grupo mais crani'al de corpos celulares de axônios pós-ganglionaressimpáticos. Esses axônios distribuem-se para os músculos lisos e glân­dulas da cabeça via vasos sanguíneos e outros nervos. Na face lateral,observe a artéria carótida interna seguindo dorsocranialmente acima dasuperfície lateral do gânglio cervical cranial. Observe o denso plexo queesses nervos formam nas vizinhanças imediatas do gânglio.

9. O nervo glossofaríngeo ou nono nervo craniano (Fig. 216)passa pelo forame jugular e pela fissura timpanoccipital. Além da fissu­ra, o glossofaríngeo cruza a superfície lateral do gânglio cervical craniale divide-se em ramos faríngeo e lingual, que são sensoriais para a mu­cosa faríngea e motora para o músculo estilofaríngeo e outros músculosfaríngeos. Além disso, alguns ramos seguem para o seio carótico e ou­tros contribuem para o plexo faríngeo, juntamente com ramos do nervovago. Observe o nervo onde ele cruza o gânglio.

10. O nervo vago ou 10.0 nervo eraniano (Fig. 216) passa peloforame jugular e pela fissura timpanoccipital. Segue ao longo da artériacarótida comum no pescoço com o tronco simpático e através do tóraxsobre o esMago, até ramos terminais no tórax e no abdome (que já fo­ram dissecados). Os seguintes ramos distribuem-se para estruturas cer-....vlcals CraillaIS.

Há dois gânglios associados a esse nervo. O gânglio proximaldo vago fica no forame jugular e não pode ser visto. O gânglio distaldo vago fica do lado de fora da fissura timpanoccipital, ventral e medialà bolha timpânica. São gânglios sensoriais. Encontre o gânglio distal como nervo vago caudal ao gânglio cervical cranial no tronco simpático. Ogânglio distal contém os corpos celulares dos neurônios aferentes vis­cerais que se distribuem para a maioria das vísceras do corpo. Caudalao gânglio distal, o vago une-se ao tronco simpático, com o qual perma­nece associado durante todo o seu trajeto cervical até a entrada torácica.Ramos dos nervos vago e glossofaríngeo e o gânglio cervical cranialfonnam um plexo faríngeo, que inerva os músculos faríngeos caudaise o esMago cranial. O nervo laríngeo cranial deixa o nervo vago nogânglio distal e passa ventralmente para a laringe, onde inerva o mús­culo cricotireóideo e a mucosa laríngea. Identifique esse nervo. A ori­gem do nervo laríngeo recorrente foi vista na entrada torácica. Inerva oesMago cervical em seu trajeto até o pescoço e termina como o nervolaríngeo caudal, que entra na laringe sob a borda caudal do músculocricofaríngeo. Inerva todos os músculos da laringe, exceto o cricoti­reóideo.

11. O nervo acessório ou décimo-primeiro nervo craniano (Fig.216) atravessa o forame jugular e a fissura tímpano-occipital junto como nono e o décimo nervos cranianos. Segue caudalmente e por um ramoventral inerva os músculos esternomastóideo e cleidomastóideo. O ramo

dorsal inerva o cleidocervical e o trapézio.12. O nervo hipoglosso ou 12.0 nervo craniano (Fig. 216) atra­

vessa o canal do hipoglosso. Segue ventron'ostralmente, lateral ao tron-

co vagos simpático e às a11érias carótidas. Fica medial à glândula sali­var mandibular, ao digástrico e à mandíbula. O nervo hipoglosso estáintimamente associado à artéria lingual. Profundamente ao miloióideo,inerva os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua.

Cão vivo

Examine os lábios e as bochechas e o vestíbulo que limitam.Everta a parte caudal do lábio superior e encontre a abertura do ductoparotídeo no nível do quarto pré-molar superior. Tente sentir o ductoparotídeo através do p]atisma, quando o ducto cruza o centro do mús­culo masseter. Pa]pe a porção ventral do meato acústico externo. Este écoberto pela glândula salivar parótida, mas é difícil sentir a glândula.Palpe a firme glândula salivar mandibular ovóide ventral à parótida. Aglândula sublingual monostomática fica na extremidade rostra] da man­dibu]ar, mas não pode ser identificada por pa]pação. Abra a boca e exa­mine a cavidade oral. Observe o frênulo da língua e a carúncu]a sublin­gual, onde se abrem os ductos salivares mandibular e sublingual. Exa­mine a superfície do corpo e o ápice da língua. Reconheça e sima aspapilas fi]iformes. Observe a saliente veia lingual na superfície ventral.No cão anestesiado, essa veia pode ser utilizada para injeções intrave­nosas. Puxe a língua para um lado, a fim de ver o arco palatoglosso, ondea cavidade ora] continua pela parte oral da faringe (orofaringe). P\lxe alíngua para a frente e veja a raiz da língua no assoalho da parte ora] dafaringe, a epiglote caudal a ela, as tonsilas palatinas parcialmente co­bertas pelas pregas semilunares de cada lado da parte ora] da faringe e opalato mole, dorsalmente.

Observe o filtro no nariz. Sinta as partes cartilagíneas do nariz,rostrais aos ossos incisivos e nasais.

Examine as pálpebras e observe a carúncula na comissura me­dial. Everta as pálpebras levemente e procure os pontos lacrimais ao lon­go de suas bordas, perto da comissura medial. Considere o fluxo lacri­mal desde sua origem na glândula lacrimal, sobre a córnea e ao longodos sacos conjuntivais, bem como através de seu sistema coletor para omeato ventral, onde geralmente evapora. Observe a borda da terceirapálpebra. Com delicadeza, comprima o bulbo do olho caudalmente den­tro da periórbita na órbita, empurrando-o através da pálpebra superior.Observe a protrusão passiva da terceira pálpebra sobre a córnea. Identi­fique as conjuntivas palpebral e bulbar, a esclera, o limbo, a córnea, aíris, a pupila e a câmara anterior. Movimente a cabeça de um lado parao outro e observe os rápidos movimentos horizontais involuntários dosbulbos dos olhos. A rápida adução, em direção ao nariz, é uma funçãodo reto medial e de sua inervação pelo nervo ocu]omotor (III). A rápidaabdução para longe do nariz é uma função do reto lateral e de sua iner­vação pelo nervo abducente (VI). Pa]pe ao longo do arco zigomático etente sentir o ramo palpebral do nervo auriculopa]pebra] (VII), onde cruzao arco para inervar o músculo orbicular do olho.

Palpe os músculos temporal e masseter acima e abaixo do arcozigomático, respectivamente. Palpe caudal e ventralmente ao masseter,para sentir o digástrico.

Pa]pe a cartilagem escutiforme nos músculos auricu]ares, media]­mente à orelha externa. Examine a orelha externa. Acompanhe a hélicee identifique a bolsa cutânea lateralmente. Na abertura para o meato acús­tico externo, identifique os ramos da hélice medialmente, a incisura pré­trágica, o trago rostralmente à incisura intertrágica e o antitrago lateral­mente.

Identifique a anti-hélice na parede cauda] do meato acústico ex­terno, em oposição ao trago.

Palpe a traquéia desde a entrada torácica até a laringe. Sinta ascartilagens cricóidea e tireóidea da laringe. Pa]pe o osso basióide e ten­te sentir os outros ossos hióides. Norma]mente, a glândula tireóide e olinfonodo retrofaríngeo media] não podem ser pa]pados. Pa]pe os pe­quenos linfonodos mandibulares subcutâneos achatados no ângulo damandíbula.

MILLER

GUIA PARA,.""

A DISSECÇAO,.""

DOCAO-

TERCEIRA EDIÇAO

EVANS & de LAHUNTA

SISTEMA NERVOSO

o sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso cen­tral, que consiste no encéfalo e na medula espinhal, e sistema nervosoperiférico, composto dos nervos periféricos cranianos e espinhais.

MENINGES ENCEFÁLICAS

o encéfalo e a medula espinhal são recobertos por três membra­nas de tecido conjuntivo, as meninges (Fig. 217). A dura-máter, ou pa­quimeninge, é a mais espessa e mais externa delas. Na maior parte docanal vertebral, a dura é separada do periósteo do canal ósseo pelo tecido con­juntivo frouxo do espaço epidural, o qual freqüentemente contém gordura.

À medida que a medula espinhal se aproxima do tronco encefá­lico, a dura-máter adere ao periósteo nas duas primeiras vértebras cer­vicais e à membrana atlantoccipital. No interior da cavidade craniana, adura e o periósteo estão fundidos. Iniciando pela margem dorsal, libere

o encéfalo hemisseccionado do crânio dividido sagitalmente. Na meta­de da cabeça, será encontrada uma prega da dura se estendendo ventral­mente, a partir da linha média, na fissura cerebral longitudinal, entreos dois hemisférios cerebrais. Ela é a foice do cérebro, que deve serremovida para permitir a reflexão do hemisfério cerebral. Remova a dura,que adere os ossos frontal, parietal e temporal.

A pia-máter e a aracnóide (as leptomeninges) são os outros doistecidos conjuntivos que recobrem o sistema nervoso central. A pia-máteradere à superfície externa do tecido nervoso. A aracnóide, no animal vivo,repousa adjacente à dura e envia delicadas trabéculas para a pia. Essas

. trabéculas envolvem intimamente os vasos sanguíneos que percorrem asuperfície da pia. O espaço entre a pia e a aracnóide é o espaço subarac­nóideo, que é preenchido pelo líquido cerebroespinhal. Em vida, existeum espaço fechado potencial entre a aracnóide e a dura. Em um espéci­me embalsamado, a aracnóide está colabada com a pia-máter do siste­ma nervoso central.

18

Fig. 217 Meninges e ventrículos encefálicos, plano mediano. (As setas indicam o fluxo do líquido cerebroespinhal.)

I. Extremidade cortada do septo pelúcido2. Corpo caloso3. Plexo coróideo, ventrículo lateral4. Fórnice do hipocampo5. Dura-máter6. Membrana e trabéculas aracnóideas

7. Espaço subaracnóideo8. Pia-máter9. Vilo aracnóideo

10. Seio sagital dorsal11. Grande veia cerebral12. Seio reto

13. Seio transversal14. Cisterna cerebelomedular

15. Abertura lateral do quarto ventrículo16. Canal central

17. Plexo coróideo, quarto ventrículo18. Aqueduto mesencefálico19. Cisterna intercrural

20. Hipófise21. Aderência intertalâmica

22. Nervo óptico23. Ventrículo lateral

184 SISTEMA l\TERVOSO

As cisternas subaracnóideas ocorrem em áreas onde a aracnóide

e a pia estão separadas. A cisterna maior é a cisterna cerebelomedu­lar, localizada no ângulo entre o cerebelo e a medula. O líquido cere­broespinhal pode ser obtido dessa cisterna (Fig. 217), por meio de pun­ção com agulha através do espaço atlantoccipital.

ARTÉRIAS

Examine as artérias do encéfalo do espécime em que foi injetadolátex (Fig. 215). As artérias do cérebro e do cerebelo são ramos dos vasosna superfície ventral do encéfalo. A artéria basilar é formada pelos ra­mos terminais das artérias vertebrais, as quais entram no assoalho docanal vertebral, através do farame vertebral lateral do atlas. Ela é contí­

nua caudalmente com a artéria espinhal ventral da medula espinhal. Aartéria basilar cursa ao longo da linha média da superfície ventral damedula oblonga e da ponte, e então se divide em dois ramos, que formama porção caudal do círculo arterial do encéfalo (Fig. 215).

As artérias carótidas internas são as outras fontes principais desangue para o circuito arterial do encéfalo. Após passar pelo canal caro­tídeo na parte timpânica do osso temporal e formar uma alça no foramelácero, cada artéria carótida interna entra na fossa craniana média, sob aextremidade rostral da ponte petrosa do osso temporal. Ela cursa ros­tralmente através do seio venoso cavernoso, ao lado da fossa hipofi­sária e da hipófise. Entre a hipófise e o quiasma óptico, ela emergeatravés da dura sobre o seio e divide-se em artérias cerebral média,cerebral rostral e comunicante caudal. A pequena artéria comunican­te caudal corre caudalmente e une-se aos ramos terminais da artéria

basilar. Rostralmente, as duas artérias cerebrais rostrais se anasto­mosam, completando o círculo arterial, na superfície ventral do en­céfalo.

O círculo arterial do cérebro circunda a glândula hipófise, a qualrecebe pequenos ramos do círculo, bem como diretamente da artéria ca­rótida interna. Coloque juntas as duas metades do encéfalo, injetado comlátex, para observar esse círculo arterial. Utilizando o encéfalo hemis­seccionado injetado com látex, identifique e desenhe os vasos descritos aseguir.

A artéria cerebral rostral é um ramo terminal da artéria caróti­

da interna, no aspecto rostral do círculo. Ela corre dorsalmente, sendo

Seio sagital dorsal

Grande veia cerebral

lateral ao quiasma óptico, e continua dorsalmente entre os dois lobosfrontais, na fissura longitudinal. Ela corre sobre as fibras que conectamos dois hemisférios cerebrais (corpo caloso) e, caudalmente, se estendeao longo da superfície dorsal do corpo caloso, adjacente aos giros cerebrais.

As artérias etmoidal interna e oftálmica interna se ramificam apartir da artéria cerebral rostral. A artéria etmoidal interna se anasto­mosa com a artéria etmoidal externa e deixa a cavidade craniana atra­

vés do osso etmoidal, para irrigar estruturas da cavidade nasal. A arté­ria oftálmica interna se anastomosa com um ramo da artéria oftálmica

externa na estrutura do nervo óptico, sendo a fonte das longas artériasciliares que seguem o nervo óptico em direção aos olhos, os quais sãoirrigados por elas. Não disseque essas artérias.

A artéria cerebral média se origina do círculo arterial, no níveldo aspecto rostral da glândula hipófise. Ela corre lateralmente, rostralao lobo piriforme, na superfície ventral do pedúnculo olfatório. Conti­nua dorso lateralmente sobre o hemisfério cerebral, onde se ramifica parairrigar a superfície lateral do cérebro.

A artéria cerebelar caudal origina-se da artéria comunicantecaudal, no nível do aspecto caudal da glândula hipófise, rostralmenteao nervo oculomotor. A artéria corre em sentido caudodorsal, seguindoo trato óptico sobre o aspecto lateral do tálamo em direção à fissura lon­gitudinal. Ela passa rostralmente no corpo caloso, para irrigar a superfí­cie medial da porção caudal do hemisfério cerebral. Também irriga odiencéfalo e o mesencéfalo rostral.

A artéria cerebral rostral deixa o terço caudal do círculo arte­rial do cérebro e segue um trajeto dorsocaudal ao longo da ponte dopedúnculo cerebelar médio, em direção ao hemisfério cerebelar lateral.Irriga o mesencéfalo caudal e a metade rostral do cerebelo.

A artéria cerebelar caudal é um ramo da artéria basilar, próxi­mo à metade da medula oblonga. Ela corre dorsalmente para irrigar aporção caudal do cerebelo.

VEIAS

Os seios venosos (Figs. 218, 219) da dura-máter craniana sãocorredores venosos localizados no interior da dura ou dos canais ósseos

do crânio. Tais seios recebem as veias que drenam o encéfalo e os ossosdo crânio. Eles carregam sangue venoso para os pares de veias maxila-

V. meningea média

Fissura orbitária

Fig. 218 Seios venosos cranianos, face lateral direita (modificado de Reinhard, Miller e Evans, 1962).

SISTElVIA l\TERVOSO

Anast. com o seio sagital dorsal

Anast. com o seio petroso dorsal dir.

Seio intracavernoso rostral

Ramo anastomótico

V. cerebral ventral

Seio petroso dorsal

Forame jugular

Seio sagital dorsal (cortado)

Confluência dos seios

Anast. das vv. oftálmicas dir. e esq.

Seio cavernoso

Forame oval

Seio intercavernoso caudal

Para o forame lácero

V. meníngea média

Seio petroso ventral nocanal petroccipital

Seio temporal

Forame jugular

Seio sigmóideoVeia emissária occipital

185

Fig. 219 Seios venosos cranianos, após remoção da calvária f~ce dorsal (modificado de Reinhard, MilIer e Evans, 1962).

res, jugulares internas e vertebrais, bem como para os plexos venososvertebrais internos ventrais. Os seios venosos descritos a seguir devemser localizados.

O seio sagital dorsal está localizado na margem fixa da foicecerebral, a qual é uma prega da dura que se estende ventralmente na fis­sura longitudinal, entre os dois hemisférios cerebrais. Caudalmente, oseio penetra o forame para o seio sagital dorsal, no osso occipital, ondese prende ao tentório do cerebelo. Neste local, ele encontra os seios trans­versos direito e esquerdo.

Cada seio transverso corre lateralmente através do sulco e docanal transversos. Na extremidade distal do sulco, na borda dorsal do

osso petroso, o seio se divide em um seio temporal e outro sigmóide.Correndo em direção caudolateral ao osso petroso, o seio temporal seestende para o forame retroarticular, de onde emerge como veia retro­articular e encontra a veia maxilar.

Cada seio sigmóideo forma uma curva em forma de 5, à medidaque corre sobre a face dorsomedial do osso petroso. Passa através doforame jugular em direção à fissura timpanoccipital. No interior da fis­sura, o seio petroso ventral penetra rostralmente do canal petroccipitale se anastomosa com o seio sigmóideo. A partir dessa anastomose, asveias vertebral e juguJar interna se originam, deixam a fissura timpa­noccipital e correm caudalmente. A veia vertebral desce no pescoçoatravés do forame transverso das vértebras cervicais. A veia jugularinterna era vista previamente na bainha cm,ótica. Um ramo do seio sig­móideo continua caudal mente através do canal condilóideo, em direçãoao plexo venoso vertebral interno no canal vertebral.

O seio cavernoso repousa em cada lado do soalho da fossa cra­niana média, desde a fissura orbitária até o canal petroccipital. Veiasemissárias conectam cada seio cavernoso com o plexo das veias oftál­micas, rostralmente, e com a veia maxilar, lateralmente. Esses seios sãoambos contíguos caudalmente com o seio petroso ventral, que repousano canal petroccipital. Dois ou três seios intercavemosos conectam os seioscavernosos direito e esquerdo, rostral e caudal, à glândula hipófise. Aartéria carótida interna foi vista cursando através do seio cavernoso.

Os plexos venosos vertebrais internos ventrais são vasos pa­reados, que repousam no soalho do canal vertebral, no tecido conjunti­vo epidural. Eles se estendem, a partir dos seios venosos do crânio, portodo o canal vertebral. Em cada forame intervertebral. veias interver­

tebrais conectam o plexo venoso vertebral com as veias vertebrais dopescoço, as veias intercostais do tórax (veias ázigos e costocervical) e as

veias lombares (veia cava caudal) no abdome. Este plexo será visto pos­teliormente, quando a medula espinhal for removida do canal vertebral.

Existe uma via venosa contínua da veia angular do olho. atravésda veia oftálmica externa, do plexo oftálmico. do seio cavernoso, do seiopetroso ventral, do seio sigmóideo e da veia emissária occipital para oplexo venoso vertebral interno ventral. Essa via pode ser demonstradaradiograficamente, pela compressão das veias juguJares externas e pelainjeção de uma solução radiopaca na veia angular do olho, na face pró­xima ao ângulo medial do olho. Tal procedimento pode ser utilizadoclinicamente para diagnosticar lesões compressivas que interferem comessa via. Ela também pode ser utilizada anatomicamente para injetarvários materiais no sistema venoso.

ENCÉFALO

O encéfalo é composto do tronco encefálico, ou cerebral. embrio­logicamente segmentado. e de duas porções supra-segmentares. o cére­bro (telencéfaJo) e o cerebelo (metencéfalo dorsal). O tronco cerebralinclui o mielencéfalo (medula oblonga), o metencéfalo ventral (ponte),o mesencéfalo (encéfalo médio) e o diencéfalo (intercéfalo - epitála­mo, tálamo e hipotálamo).

Disseque e identifique as estruturas citadas, no encéfalo intactoque foi fornecido ..

Cérebro - estruturas de superucie

O cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais pela fissuralongitudinal. Cada hemisfério cerebral possui pregas protuberantes(circunvoluções) denominadas giros e depressões conhecidas como sul­cos. Identifique os seguintes giros e sulcos (Figs. 220, 221): partes ros­trai e caudal do sulco rinallateral: fissura pseudo-silviana: giros silvia­nos rostral e caudal: sulco e giro ectossilvianos: sulco e giro supra-sil­vianos; sulco cruciformes: giros pós-cruciformes e pré-cruciformes;s'ulco corona!: giro e sulco marginais: e giro ectomarginal.

Cada hemisfério cerebral pode ser dividido em lobos denomina­dos pela ponJIO correspondente da cal vária que os recobre. A relaçãonão é precisa e varia entre as espécies.

O lobo fJ'(lIltal é aquela porção de cada hemisfério cerebral ros­trai ao sulco cruciforme. O giro pré-cruciforme é parte desse lobo e fun-

186 SISTEMA l\TERVOSO

Fig. 220 Sulcos do cérebro, face lateral direita.

Fig. 221 Giros do cérebro, face lateral direita.

PedúncUloolfatório

Bulbo .olfatório !

--1-->-

.~

cio na como parte do córtex motor. O lobo parietal é caudal ao sulcocruciforme e dorsal aos giros silvianos. Ele se estende em sentido cau­dal até aproximadamente o terço caudal do hemisfério cerebral. Os gi­ros pró-cruciforme e supra-silviano rostral são encontrados neste lobo efuncionam como parte do córtex cerebral motor e somestésico senso­rial. O lobo occipital inclui o terço caudal do hemisfério cerebral. Asporções caudais desse lobo, tanto na face lateral quanto na medial, fun­cionam como o córtex visual. O lobo temporal é composto dos giros esulcos da superfície ventrolateral do hemisfério cerebral. Partes dos gi­ros silvianos estão localizadas aí e funcionam como o córtex auditivo.

O sulco rinal separa o cérebro filogeneticamente novo, o neopáliodo cérebro olfatório mais antigo, ou paleopálio, localizado logo abaixo.As porções do paleopálio que são diretamente visíveis são o bulbo 01­fatório, que está apoiado na placa cribriforme, e o pedúnculo olfató­rio, que se junta ao bulbo olfatório no hemisfério cerebral (Fig. 222). Opedúnculo olfatório corre caudalmente com uma faixa de fibras ner­vosas na sua superfície ventral. Caudalmente, essa faixa divide-se emtratos olfatórios lateral e media!. Observe o trato olfatório lateral pas-

sando caudalmente ao lobo piriforme,.o qual forma uma saliência ven­tral, imediatamente lateral à glândula hipófise e medial ao lobo tem­poral do neopálio. O trato olfatório medial não pode ser observado diretamente.

Cada giro contém substância cinzenta superficialmente e subs­tância branca em seu centro. A substância cinzenta, ou córtex cerebraldo neopálio, é composta de seis camadas de corpos celulares neuronais.A substância branca, ou coroa radiada, contém os processos dos neu­rônios dirigidos para o córtex superjacente e/ou desse para outras estru­turas do sistema nervoso central.

Cerebe10

O cerebelo é derivado da porção dorsal do metencéfalo e repou­sa caudalmente ao cérebro e dorsalmente ao quarto ventrículo. A fissu­ra cerebral transversa separa-o do cérebro. O tentório dural do cere­belo está localizado nessa fissura. O cerebelo está conectado ao tronco

cerebral por três pedúnculos cerebelares em cada lado do quarto ventrí­culo e por porções do teto do quarto ventrículo.

III

22

IV

V

VIVII

VI rr

I. Bulbo olfatório2. Pedúnculo olfatório3. Trato olfatório medial

4. Substância perfurada rostral5. Trato olfatório lateral6. Giro olfatório lateral7. Sulco rinal rostral8. Túber cinéreo

9. Lobo piriforme10. Corpos mamilares11. Sulco rinal caudal12. Pedúnculo cerebral

13. Ponte, fibras transversais

SISTEMA l\TERVOSO

Fig. 222 Vista da face ventral do encéfalo e nervos cranianos.

14. Paraflóculo ventral15. Flóculo16. Paraflóculo dorsal17. Lóbulo ansiforme

18. Corpo trapezóide19. Pirâmides20. Fissura mediana ventral

21. Decussação das pirâmides22. Substância perfurada caudal na fossa interpeduncular23. Infundíblllo

24. Trato óptico25. Quiasma óptico

10

12

14

15

1617

lI. Nervo ópticoIII. Nervo oculomotorIV. Nervo trodear

V. Nervo trigêmeoVI. Nervo abdllcente

VII. Nervo facialVIII. Nervo vestibulococlear

IX. Nervo glossofaJingeoX. Nervo vago

XI. Nervo acessório

XII. Nervo hipoglossoC I. Primeiro nervo cervical

187

188 SISTEMA "i\!ERVOSO

o plexo coróideo é uma massa compacta de pia-máter, vasossanguíneos e epêndima. Um plexo coróideo desenvolve-se onde o neu­roepitélio do tubo neural não prolifera para formar parênquima, mas semantém como uma única camada de células neuroepiteliais, formandouma placa tectal. Essas áreas são encontradas na medula oblonga (placatectal do quarto ventrículo), no diencéfalo (placa tectal do terceiro ven­trículo) e no telencéfalo (placa tectal do ventrículo lateral). Nesses lo­cais, os vasos da pia, que recobrem a camada única de células neuroepi­teliais, proliferam para formar um plexo denso de capilares intimamen­te relacionados com as células neuroepiteliais. Estas células e os vasossanguíneos estão envolvidos em uma secreção ativa e passiva de líqui­do cerebroespinhal, no interior do sistema ventricular. O plexo corói­deo do quarto ventrículo se protrai no interior do lúmen do quarto ven­trículo e é visível caudolateralmente ao cerebelo, na superfície dorsalda medula oblonga.

Identifique as fibras transversas da ponte na superfície ventraldo tronco cerebral. Siga essas fibras lateralmente, à medida que elascorrem dorsocaudalmente em direção a cada lado do cerebelo, comopedúnculo cerebelar médio (Figs. 222, 223, 230). No ponto em queelas penetram no cerebelo, corte esse pedúnculo com um bisturi. Conti­nue o corte levemente rostral e caudal ao pedúnculo cerebelar médio edestaque o cerebelo da ponte, naquele lado. Isto irá cortar o pedúnculocerebelar rostral, o qual se prende rostralmente, e o pedúnculo cere­belar caudal, que se fixa caudalmente. Esses também podem servisualizados caudalmente, levantando-se o verme do cerebelo dorsal­mente à medula oblonga. Isto expõe a superfície caudal do pedúnculocerebelar caudal. Corte esses pedúnculos no lado oposto e remova ocerebelo. O pedúnculo cerebelar rostral contém principalmente axô­nios eferentes do cerebelo para o tronco cerebral. Os axônios aferentespara o cerebelo a partir do tronco cerebral e da medula espinhal passamprimariamente através dos pedúnculos cerebelares médio e caudal.

O cerebelo é composto dos hemisférios cerebelares laterais euma porção média, o verme. Os giros do cerebelo são conhecidos comofolhas. Estas estão agrupadas em três lobos e em numerosos lóbuloscerebelares, que possuem nomes específicos. O verme é composto detoda a porção média do cerebelo, diretamente acima do quarto ventrí­culo. Alguns de seus lóbulos são encontrados na superfície ventral do

cerebelo, de frente para a placa tectal do quarto ventrículo. Cada hemis­fério projeta-se sobre os pedúnculos cerebelares e tronco cerebral adja­cente. Um componente lateral repousa na fossa cerebelar da parte pe­trosa do osso temporal.

Faça uma incisão mediana através do verme, hemisseccionandoo cerebelo. Examine a superfície de corte. Note o padrão da substânciabranca, como se ramifica e arboriza, a partir da medula do cerebelo, emfolhas (ver Figs. 228, 230). A medula do cerebelo é a substância bran­ca na sua porção central, que contém núcleos e se conecta com todas asfolhas do pedúnculo cerebelar. Observe as lâminas de substância bran­ca folheada e o córtex cerebelar. Faça uma secção transversa de umametade do cérebro, através da sua medula, para observar a extensão la­teral da substância branca medular (ver Fig. 228).

Tronco encefálico - estruturas dasuperficie

Para expor as estruturas da superfície dorsal do tronco encefálico,o cérebro esquerdo será removido pela seguinte dissecção.

Separe os dois hemisférios cerebrais na fissura longitudinal. Ex­ponha a faixa de fibras que correm transversalmente de um hemisfériopara o outro, no fundo da fissura. Essa estrutura é o corpo caloso. Divi­da completamente o corpo caloso longitudinalmente, ao longo do planomediano, no fundo da fissura longitudinal. Corte profundo o suficientepara incluir a comissura do hipocampo e o corpo do fómice, mas nãocorte o tálamo (Fi2:s. 224, 225, 230). Continue a cortar rostral e ventral­niente através da ~omissura rostral, imediatamente dorsal ao quiasmaóptico e rostral ao tálamo. Na superfície ventral, siga o trato óptico emuma direção dorsocaudal ao quiasma óptico, e corte as fibras da cápsulainterna, rostral e medialmente a esse trato. As fibras da cápsula internafixam o hemisfério cerebral ao tronco cerebral. Cuidadosamente, liberedo tálamo a face medial do cérebro e continue esta separação sobre oaspecto dorsal do diencéfalo. Corte todas as fixações restantes e liberedo diencéfalo o hemisfério cerebral.

Examine a superfície do tronco cerebral e localize as estruturascitadas (Figs. 222, 223).

II

16

Fig. 223 Vista da face dorsal do tronco encefálico.

1. Estria habenular talâmica2. Tálamo3. Comissura habenular4. Núcleo geniculado lateral5. Núcleo geniculado medial6. Colículo rostral7. Comissura do colículo caudal8. Colícul0 caudal9. Cruzamento das fibras do nervo troclear no véu

medular rostral10. Pedúnculo cerebelar médio11. Pedúnculo cerebelar caudal12. Pedúnculo cerebelar rostral13. Núcleo coclear dorsal na estria

acústica14. Sulco mediano no quarto ventrícul0

15. Núcleo cuneiforme lateral16. Fascículo cuneiforme17. Fascículo grácil18. Trato espinhal do nervo trigêmeo19. Fibras arciformes superficiais20. Núcleo coclear ventral esquerdo21. Braço do colículo caudal22. Trato áptico23. Braço do colículo rostral24. Superfície cortada entre o cérebro e o tronco

cerebral25. Corpo pineal11.Nervos ápticos

IV. Nervo troclearV. Nervo trigêmeo

VIII. Nervo vestibulococlear

SISTEMA NERVOSO 189

Diencéfalo

O diencéfalo consiste no tálamo grande e localizado centralmente,no hipotálamo menor e ventral e no epitálamo muito pequeno localiza­do na linha mediodorsal.

Os segundos nervos cranianos, ou ópticos, formam o quiasmaóptico do diencéfalo, rostral à hipófise (Figs. 222, 224). Os tratos óp­ticos correm lateral e dorso caudal mente ao quiasma, passam pela su­perfície lateral do diencéfalo e penetram no núcleo geniculado lateraldo tálamo. Nessa via, cada trato curva-se ao redor da extremidade cau­dal da cápsula interna.

Caudalmente ao quiasma óptico, no plano mediano, está a hipó­fise, fixada ao túber cinéreo do hipotálamo pelo infundíbulo. Quandoa glândula está ausente, o lúmen do infundíbulo estará bem evidente.Este lúmen comunica-se com o terceiro ventrículo, suprajacente, dodiencéfalo.

Os corpos mamilares do hipotálamo se protraem ventralmente,caudalmente ao túber cinéreo. Eles demarcam a extensão mais caudal

do hipotálamo, na superfície ventral do diencéfalo.A cápsula interna delimita o diencéfalo lateralmente e foi corta­

da quando o cérebro esquerdo foi removido. O tálamo e o epitálamopodem ser vistos na face dorsal do diencéfalo (Figs. 223, 224).

Três estruturas compõem o epitálamo. Todas elas estão locali­zadas adjacentes ao plano mediano. As estrias habenulares repousamem ambos os lados da linha média, correndo dorsal e caudal mente àsuperfície rostroventral do hipotálamo, sobre o tálamo, até a superfíciedorsocaudal do diencéfalo. Aí, a estria penetra no núcleo habenular.Caudalmente ao núcleo habenular está o corpo pineal, pequeno e ím­par. Esta projeção caudal do diencéfalo é pequena no cão, mas muitoproeminente nos grandes mamíferos domésticos.

Entre as estrias habenulares, de cada lado, um espaço pode co­mumente ser encontrado. Ele conesponde à parte dorsal do terceiroventrículo (Fig. 226). O terceiro ventrículo é recoberto por um rema­nescente delgado da placa tectal do tubo neural, uma camada deepêndima que se estende de uma estria habenular à outra. Ramos daartéria cerebral caudal correm sobre o diencéfalo e formam o plexocoróideo do terceiro ventrículo. Em geral, ele é arrancado quando oencéfalo é removido da cavidade craniana. Rostralmente, o plexocoróideo do terceiro ventrículo é contíguo com o plexo coróideo doventrículo lateral, no forame interventricular. Este forame situa-se cau­dalmente à coluna do fórnice, no nível da comissura rostral. Tais estru­turas serão vistas na dissecção do telencéfalo.

O tálamo repousa entre as estrias habenulares medialmente e acápsula interna lateralmente. Uma eminência lateral na superfície caudo-

dorsal do tálamo é o corpo geniculado lateral, o qual recebe fibras dotrato óptico e funciona no sistema visual. O corpo geniculado lateral estáconectado com o colículo rostral do mesencéfalo. Caudoventralmente ao

corpo geniculado lateral está o corpo geniculado medial do tálamo. Essenúcleo funciona no sistema auditivo e está conectado ao colículo caudal

do mesencéfalo pelo braço do colículo caudal.No terceiro ventrículo, entre as estrias habenulares de cada lado,

observe a aderência intertalâmica entre os lados direito e esquerdodo tálamo. Essa área mostra-se arredondada na secção mediana decorte, porque o terceiro ventrículo a envolve. Na secção transversa, oterceiro ventrículo, estreito e orientado verticalmente, mostra-se comouma fenda perpendicular, logo abaixo da aderência intertalâmica. Suasparedes lateral e ventral são formadas pelo hipotálamo. A porçãodorsal do terceiro ventrículo é pequena e tubular. Ele passa sobre aaderência intertalâmica, mas sua placa tectal delgada, que está fixadade cada lado pelas estrias habenulares, não pode ser observada ma­croscopicamente.

Mesencéfalo

Entre os corpos mamilares do hipotálamo e as fibras transversaisda ponte está a superfície ventral do mesencéfalo (encéfalo mediano).As fibras transversais da ponte encobrem parte do mesencéfalo, ventral­mente. Os tratos descendentes, que conectam porções do córtex cere­bral com os centros inferiores do tronco cerebral e a medula espinhal,correm na superfície ventral do mesencéfalo. Esses tratos estão agrupa­dos em conjunto, de cada lado, como pedúnculos cerebrais (Fig. 227).O terceiro nervo craniano, ou oculomotor, deixa o mesencéfalo medi­almente ao pedúnculo cerebral (Fig. 222).

As estruturas mesencefálicas dorsais ao aqueduto mesencefálicoformam o teto mesencefálico (Fig. 224). O aqueduto mesencefálico éum tubo estreito e curto, derivado do canal neural do mesencéfalo, queconecta o terceiro ventrículo, rostralmente, com o quarto ventrículo, cau­dalmente. Quatro protuberâncias dorsais, os tubérculos quadrigêmeos,são evidentes na face dorsal. O par rostral corresponde aos colículos ros­trais, que funcionam com o sistema auditivo (Fig. 223).

O quarto nervo craniano, ou troclear, emerge lateralmente ao tetodo quarto ventrículo, adjacente ao colículo caudal. Ele continua rostro­ventralmente na superfície lateral do mesencéfalo.

O lemnisco lateral (ver Figs. 230, 231) é uma faixa de axôniosdo sistema auditivo localizada na superfície lateral do mesencéfalo. Elecorre em sentido rostrodorsal, do núcleo coclear até o colículo caudal, etem origem medial no pedúnculo cerebelar médio. Muitas dessas fibrasoriginam-se do núcleo coclear. O braço do colículo caudal (Figs. 223,

Teto do mesencéfalo

} H!pó'"

~'" ~Aquedut

",' ._~ . o mesencefá/ico",.<\.

Corpo mamilar

Adeno-hipófise

Neuro-hipófise

Forame interventricular

Habênula

Ouiasma ópt~co---- ~Tuber cinéreo/

Infundíbulo

Fenda hipofisária

Estria habenular talâmica

Fig. 224 Diencéfalo, secção mediana.

190 srSfEMA l\TERVOSO

Fig. 225 Diencéfalo e hemisférios cerebrais. (Nesta e nas próximas secções transversais, a substância branca está corada com hematoxilina férrica e aparece negranas fotografias.)

1. Coroa radiada2. Corpo caloso3. Ventrículo lateral4. Pilar do fórniceS. Cápsula interna6. Estria habenular7. Terceiro ventrículo (com a placa tecta!)8. Tálamo

230, 231) corre rostroventralmente, do colículo caudal até o corpo ge­niculado medial do tálamo. Na superfície dorsal, a comissura do colí­culo caudal (Fig. 223) pode ser vista cruzando por entre essas duasestruturas. O colículo rostral está conectado ao corpo geniculado lateraldo tálamo por um curto braço do colículo rostral (Fig. 223).

Metencéfalo ventral

A porção metencefálica do rombencéfalo inclui um segmentoventral do tronco cerebral, a ponte, e o desenvolvimento metencefálicodorsal, o cerebelo. A supelfície ventral da ponte inclui as fibras trans­versais da ponte, que correm lateralmente, em direção aos pedúnculoscerebelares médios. Essa grande faixa de fibras margeia caudal mente ocorpo trapezóide da medula oblonga. Sua borda rostral cobre parte dasuperfície ventral do mesencéfalo. O nervo trigêmeo está associado àponte e pode ser encontrado ·penetrando-a, ao longo do aspecto caudo­lateral das fibras pontinas transversais (Figs. 222, 230). As fibras des­cendentes do pedúnculo cerebral penetram na ponte dorsalmente às fi­bras transversais, onde são denominadas de fibras longitudinais daponte. Estas fibras longitudinais são recobertas ventralmente pelas fi­bras transversais. As fibras longitudinais, que não terminam nos núcle­os pontinos, continuam caudalmente na superfície ventral do corpo tra­pezóide da medula oblonga como as pirâmides. Muitos dos axônios nopedúnculo cerebral, nas fibras longitudinais da ponte e a maioria daquelesnas fibras transversais da ponte compõem uma grande via cerebelopon-

9. Aderência intertalâmica10. Núcleo lentiforme11. Sulco rinallateral12. Trato óptico13. Hipotálamo14. Amígdala15. Lobo piriforme16. Giro do cíngulo

tinocerebelar. As sinapses ocorrem no núcleo pontino, que está cobertopelas fibras transversais, através das quais o cruzamento OCOlTe.Assim,os impulsos que se originam no cerebelo esquerdo são projetados parao hemisfério cerebelar direito.

O véu medular rostral forma o teto do quarto ventrículo, entreo colículo caudal do mesencéfalo, rostralmente, e a superfície ventralmédia do cerebelo, caudalmente. As fibras cruzadas do nervo troclearcorrem através desse véu (Fig. 223). O véu, no espécime preservado,repousa no soalho do quarto ventrículo e recobre a abertura caudal doaqueduto mesencefálico. Insira uma cânula abaixo da borda caudal cor­tada e levante o véu para demonstrar sua fixação e a continuação doquarto ventrículo com o aqueduto.

Mielencéfalo (medula oblonga)

O mielencéfalo, ou medula oblonga, se estende das fibras trans­versais da ponte até o nível dos fascículos radiculares ventrais do pri­meiro nervo cervical. O corpo trapezóide é uma faixa transversal defibras rostrais, que corre paralela e caudal mente às fibras transversaisda ponte (Figs. 222, 230, 231). É contínuo lateralmente com o nervovestibulococlear e os núcleos cocleares na superfície lateral da medulaoblonga, e tem função no sistema auditivo. As pirâmides são um feixede fibras que correm longitudinalmente, em ambos os lados do planomediano ventral. Elas emergem das fibras transversais, como continua­ções caudais dos axônios das fibras longitudinais da ponte, que não ter-

SISTEMA NERVOSO 191

Ventrículo lateral

Cavidade do bulbo olfatório

Aqueduto mesencefálico

Forame interventricular

Recesso suprapineal, 111ventrículo

Corno rostral, ventrículo lateral

Cavidade do bulbo olfatório

Corno caudal, ventrículo lateral

Canal central

Recesso lateralRecesso infundibular

Corno ventral (temporal), ventr. lal.

Fig. 226 VentrÍculos encefálicos. A direção das setas indica o fluxo de líquido cerebroespinhal (de de Lahunta, 1983).

192 srSfEJVIA l\.TERVOSO

Fig. 227 Mesencéfalo e hemisférios cerebrais. (A substância branca está corada com hematoxilina fénica e aparece negra na fot0grafia.)

I. Yentrículo lateral2. Hipocampo3. Colículo rostral4. Aqueduto mesencefálico

minam nos núcleos pontinos. Elas correm caudalmente através do cor­po trapezóide. para continuar na superfície ventral da medula oblonga.As pirâmides são separadas pela fissura mediana ventral. Esta fissurapode ser seguida caudal mente até que seja obliterada, por uma curtadistância. pela decussação das pirâmides localizada no nível da emer­gência das fibras do nervo hipoglosso. A decussação em si é difícil deser visualizada. pois ocorre à medida que as fibras piramidais penetramdorsalmente no parênquima da medula oblonga. Os axônios piramidaiscontinuam na medula espinhal como tratos corticoespinhais.

O sexto nervo craniano, ou abducente, deixa a medula oblongaatravés do corpo trapezóide, localizado lateralmente na borda de cadapirâmide.

Os nervos cranianos VII e VIII estão localizados na face lateral

da medula oblónga. O nervo craniano VII, nervo facial (Fig. 222), émenor e deixa a superfície lateral da medula oblonga através do corpotrapezóide, caudal mente ao nervo trigêmeo e rostroventralmente ao oi­tavo nervo craniano.

O nervo craniano VIII, nervo vestibulococlear (Figs. 222, 223,228). está na face lateral da medula oblonga na extensão mais lateral docorpo trapezóide. sendo lateral ao nervo facial. Parte do nervo vestibulo­coclear contribui COI11 fibras para o corpo trapezóide. Parte dele penetradiretamente na medula oblonga e a outra paJ1e cotTe sobre a supetfíciedorsal oa medula oblonga e do pedúnculo cerebelar caudal, indo para onúcleo acústico (Fig. 223). Isto ocorre logo caudal mente no local onde opedúnculn cerebelar caudal penetra dorsalmente no cerebelo. Os núcleoscodeares são adicionados a esse nervo. à medida que ele corre sobre assupcrl Ícies lateral e dorsal da medula oblonga (Figs. 223, 228, 230).

O ncrvo craniano XII. nervo hipoglosso, emerge como um nú­mero de fascículos radiculares finos, a partir da face ventrolateral domielencéfalo. caudal mente ao corpo trapezóide. Observe que essas fi-

5. Braço do colículo caudal6. Pedúnculo cerebral7. Formação reticular8. Núcleo oculomotor

bras estão no mesmo plano sagital que o terceiro e o sexto nervos crania­nos, rostralmente, e no dos fascículos radiculares da medula espinhal,caudalmente. Todos esses nervos contêm neurônios eferentes somáti­

coso A junção do mielencéfalo com a medula espinhal está entre as fi­bras do hipoglosso e os fascículos ventrais do primeiro nervo espinhalcervical. O nervo hipoglosso, fora do crânio, é muito maior devido àadição de componentes de tecido conjuntivo.

Dorsolateralmente à emergência das fibras do nervo hipoglossoe das fibras da raiz ventral do primeiro nervo espinhal cervical, um ner­vo cor;'e de ponta a ponta, ao longo da superfície lateral da medula espi­nhal. E o 11.o nervo craniano, o nervo acessório (Figs. 216, 222, 232).Seus fascículos radiculares espinhais emergem da superfície lateral damedula espinhal. tão caudal mente quanto o sétimo segmento cervical.Eles emergem entre os níveis dos fascículos radiculares dorsal e ventraldos nervos espinhais cervicais e con'em cranialmente. através do canalvertebral e do forame magno. Alguns fascículos radiculares cranianosemergem da face lateral da medula oblonga caudal mente ao 10.0 nervocraniano e se juntam ao nervo acessório, à medida que este transita pelamedula (Fig. 222). Esses são comumente arrancados da medula oblon­ga, durante a remoção do encéfalo para dissecção. O nervo acessóriodeixa a cavidade craniana através do forame jugular e a fissura timpa­noccipital, juntamente com o nono e o 10. o nervos cranianos.

Os nervos cranianos IX e X, os nervos glossofaríngeo e vago,deixam a face lateral do mielencéfalo. caudal mente ao oitavo nervo cra­niano e rostralmente ao nervo acessório. Esses fascículos radiculares são

pequenos e raramente estão preservados no encéfalo. quando este é re­movido.

Examine a superfície dorsal da ponte e ela meelula oblonga (Fig.223). Em ambos os lados do quarto ventrículo estão as extremidadescortadas dos três pedúnculos cerebelares. O pedúnculo cerebelar ros-

SISTEMA J'-.TERVOSO

Fig. 228 Cerebelo e mielencêfalo. (A substância branca está corada com hematoxilina fêrrica e aparece negra na fotografia.)

193

I . Lobo occipital2. Verme cerebelar3. Hemisfério cerebelar4. Núcleo cerebelar5. Quarto ventrículo6. Núcleo coclear e nervo vestibulococlear7. Corpo trapezóideo

traI é medial e corre rostralmente pelo mesencéfalo; o pedúnculo ce­rebelar médio é lateral e se origina das fibras transversais na face late­ral da ponte; e o pedúnculo cerebelar caudal está no meio, proceden­do do mielencéfalo, após passar abaixo do núcleo acústico.

O sulco no centro do soalho do quarto ventrículo é o sulco me­diano. Na parede lateral, o sulco longitudinal é o sulco Iimitante. Ime­diatamente lateral a esse último sulco, no nível do núcleo acústico, existeuma leve proeminência dorsal na medula oblonga, que demarca a loca­lização dos núcleos vestibulares. A maioria dos neurônios vestibula­res do nervo vestibulococlear termina nesse local.

O teto do quarto ventrículo, caudalmente ao cerebelo, é o véu me­dular caudal, que consiste em uma camada fina, composta de epêndi­ma, que reveste o quarto ventrículo, e uma camada de suporte de pia­máter, vascularizada. O véu medular se fixa ao cerebelo rostralmente,ao pedúnculo cerebelar caudalmente e ao fascículo grácillateral e cau­dai mente. Sua fixação caudal mente no ápice é conhecida como óbex.Neste nível. o quarto ventrículo é contínuo com o canal central da me­dula espinhal.

No nível do oitavo nervo craniano. existe uma abertura no véu

medular caudal. conhecida como abertura lateral do quarto ventrícu­10 (ver Fig. 217). O líquido cerebroespinhal. produzido no sistema ven­tricular. comunica-<;e com o espaço subaracnóideo das meninges. atra­vés dessa abertura. Ele então percorre. através do espaço subaracnói­de0. toda a superfície do encéfalo e da medula espinhal e é ahsorvidopelo sistema venoso. A maior parte dessa absorção ocorre quando a arac­n(\idc cstá em íntima apusição com os seios venosos cerebrais e ondeS,lO formadas estruturas cspecializ.adas conhecidas como vilosidadesaracn6ideas. O líquido cerebroespinhal também é absorvido do espaço

8. Trato piramidal9. Fibras do nervo abducente

10. Fibras descendentes do nervo facial11. Núcleo vestibular12. Pedúnculos cerebelares caudais13. Flóculo14. Trato espinhal do nervo trigêmeo

subaracnóideo, onde os nervos espinhais deixam o canal vertebral, atra­vés dos forames intervertebrais e ainda ao longo dos nervos olfatório eóptico.

O plexo coróideo do quarto ventrículo protrai-se no lúmen ven­tricular, em cada lado da linha mediodorsal. Cada plexo se estende parao exterior através de abertura lateral, onde esta foi vista caudal mente aocerebelo, antes que ele fosse removido.

Examine a superfície dorsal do mielencéfalo caudal ao quartoventrículo. As estruturas a serem observadas podem ser mais facilmen­te reconhecidas se a pia-aracnóide for removida e a medula oblonga forexaminada sob um microscópio de dissecção. O sulco mediano é o sul­co mediano dorsal. A estreita protuberância longitudinal que forma aparede do sulco é o fascículo grácil (Fig. 223). Esse trato longitudinalascende por todo o comprimento da medula espinhal, nessa posição. Naextremidade caudal do mielencéfalo, ele termina no núcleo grácil. Estenúcleo está localizado na extremidade caudal do quarto ventrículo. ondeo fascículo grácil se alarga e termina. Esse fascículo e o núcleo funcio­nam primariamente na propriocepção dos membros pélvicos.

O sulco lateral ao fascículo grácil é o sulco intermédio dorsal.A protuberância longitudinal lateral a ele é o fascículo cuneiforme. Estetrato também ascende pela face dorsal da medula espinhal. começandona região mesotorácica. O fascículo cuneiforme diverge lateralmente naextremidade caudal do quarto ventrículo e termina em uma leve protu­berância. que representa o núcleo cuneiforme lateral e é conhecidacomo tubérculo cuneiforme. Rostralmente, o núcleo cuneifonne late­ral é contíguo com o pedúnculo cerebelar caudal. O fascículo e o nú­cleo cuneiformes funcionam primariamente na propriocepção dos mem­bros torácicos.

194 SISTEMA NERVOSO

O sulco na superfície caudodorsal do mielencéfalo, lateral ao fas­cículo cuneiforme, é o sulco dorsolateral. A proeminência longitudinallateral ao sulco é o trato espinhal do nervo trigêmeo. Os axônios nessetrato são provenientes dos corpos celulares sensoriais do gângliotrigeminal, que inervam a cabeça. O trato trigeminal se estende caudal­mente no nível do primeiro segmento cervical da medula espinhal, devi­do ao grande número de corpos celulares que servem à sua extensa distri­buição periférica na cabeça. Esse trato emerge na superfície lateral domielencéfalo caudal, junto à faixa de fibras ascendentes oblíquas, as fi·bras arciformes superficiais. As fibras arciformes conectam estruturasda medula oblonga com o pedúnculo cerebelar caudal.

Os fascículos radiculares dorsais dos nervos espinhais penetramatravés do sulco dorso lateral da medula espinhal.

Telencéfalo (cérebro)O cérebro esquerdo foi previamente removido (ver Fig. 230), pelo

corte da comissura rostral, corpo caloso e comissura do hipocampo; se­paração das duas metades do corpo do fómice no plano mediano e secçãoda cápsula interna, que fixava o cérebro ao tálamo do tronco encefálico.

Existem três vias comissurais que se cruzam entre os hemisfé­rios, uma para cada divisão filo genética do cérebro. O corpo caloso co­necta as porções neoplásicas de cada hemisfério e é a maior das três vias.A comissura rostral conecta os componentes paleopálicos, ou olfatórios,de cada hemisfério. A comissura hipocampal é pequena, está localizada

imediatamente caudal à junção da cruz de cada fórnice, e conecta oscomponentes arquipálicos de cada hemisfério. A cápsula interna consis­te na projeção das fibras que correm entre o tronco cerebral e o hemis­fério cerebral. As fibras de associação permanecem nos hemisférios, cor­rendo entre giros adjacentes ou distantes.

O corpo caloso (Figs. 224, 225, 229, 230) consiste em joelho ros­trai, corpo mediano e esplênio caudal. É a via comissural para os axô­nios que cruzam entre o neopálio de cada cérebro. A cápsula interna(Fig. 231) contém fibras de projeção que correm entre o telencéfalo e odiencéfalo e descem do telencéfalo para o tronco encefálico e a medulaespinhal. As fibras que foram previamente vistas no mesencéfalo comoo pedúnculo cerebral descem através da cápsula interna. A via de proje­ção da maioria das modalidades sensoriais para o cérebro, destinadas àpropriocepção consciente, envolve sinapses no tálamo. Os axônios des­ses corpos celulares talâmicos, então, penetram na cápsula interna, paraalcançar o cérebro.

Examine o hemisfério cerebral esquerdo isoladamente. Na suasuperfície medial, localize as porções do corpo caloso e note a fina ca­mada vertical de tecido nervoso ventral ao corpo caloso. Ela correspon­de ao septo pelúcido, mais desenvolvido rostralmente, onde se estendedo joelho para a comissura rostral. Um espessamento no septo dorsal erostral à comissura representa os núcleos septais. Caudalmente à co­missura rostral, o septo fixa o corpo caloso a uma coluna de fibras quecorrem rostralmente e, então, descem, fazendo uma curva rostroventralpor trás da comissura rostral. Tais fibras são parte do fórnice, e conec-

Fig. 229 Telencéfalo. (A substância branca está corada com hematoxilina férrica e aparece negra na fotografia.)

I. Coroa radiada2. Giro do cíngulo3. Corpo caloso4. Ventrículo lateral5. Núcleo caudado6. Cápsula interna7. Corpo do fórnice

8. Forame interventricular9. Terceiro ventrículo10. Núcleo lentifonne11. Comissura rostral12. Nervo óptico13. Trato olfatório lateral

SISTEMA NERVOSO

Fig. 230 Superfície medial do hemisfério cerebral direito e superfície lateral do tronco encefálico

195

1. Sulco ectogeniculado2. Sulco geniculado2'. Giro geniculado3. Joelho do corpo caloso4. Giro do cíngulo5. Sulco caloso6. Sulco cruciforme

7. Corpo do corpo caloso8. Sulco cruciforme

9. Esplênio do corpo caloso10. Sulco calcarino

10'. Giro do esplênio (esplenial) do corpo calosolI. Ramo horizontal caudal do sulco do esplênio12. Sulco supra-esplenial

13. Giro occipital14. Superfície cortada entre o cérebro e o tronco cerebral15. Trato óptico no corpo geniculado lateral16. Colículo rostral

17. Corpo geniculado medial18. Colículo caudal19. Árvore da vida do cerebelo20. Pedúnculo cerebelar rostral21. Pedúnculo cerebelar caudal22. Pedúnculo cerebelar médio23. Fascículo cuneiforme

24. Trato espinhal do nervo trigêmeo25. Núcleo cuneiforme lateral

26. Fibras arciformes superficiais

6

27. Núcleos cocleares

28. Corpo trapezóide29. Lemnisco lateral

30. Fibras transversais da ponte31. Braço do colículo caudal32. Trato crural transversal33. Pedúnculo cerebral

34. Trato óptico esquerdo35. Quiasma áptico36. Comissura rostral

37. Giro paraterminal38. Septo pelúcido39. Giro pró-reanolI. Nervo óptico

IlI. Nervo oculomotorIV. Nervo troclear

Fig. 231 Vista da face lateral do encéfalo, com exposição da cápsula interna.

I. Bulbos olfatórios

2. Hemisfério cerebral esquerdo3. Cápsula interna (face lateral)4. Pedúnculo cerebral

5. Radiação acústica6. Núcleo geniculado medial7. Colículo rostral

8. Braço do colículo caudal9. Colículo caudal

10. Lemnisco laterallI. Cerebelo

12. Localização do núcleo dorsal do corpo trapezáide

13. Localização dos núcleos olivares14. Pirâmide

15. Corpo trapezóide16. Fibras transversais da ponte17. Tratos piramidais e corticopontinos (fibras longitudinais da ponte)18. Trato crural transverso

19. Lobo piriforme20. Trato óptico21. Quiasma áptico (cortado para mostrar a cápsula interna)lI. Nervo óptico

IlI. Nervo oculomotor

196 SISTEMA NERVOSO

tam o hipocampo com o diencéfalo e o cérebro rostralmente. O hipo­campo é uma região especializada do córtex cerebral, que será vista embreve. Corte o septo pelúcido para separar o corpo calos o do fórnice. Ofórnice começa caudalmente pelo acúmulo de fibras na face lateral dohipocampo, as quais formam, bilateralmente, o pilar do fórnice. Os pi­lares se unem rostralmente ao hipocampo e dorsalmente ao tálamo, paraformar o corpo do fórnice.

O corpo do fórnice corre rostralmente e, então, desce rostroven­tralmente como coluna do fómice. Na comissura rostral, algumas fibrascursam dorsal e rostralmente à comissura rostral, mas a maioria descecaudalmente à comissura e continua caudoventralmente, em situaçãolateral ao terceiro ventrículo, para alcançar os corpos mamilares do hi­potálamo. Essa coluna descendente pode ser mais evidente no hemisfé­rio cerebral direito intacto. Perfure o septo pelúcido e separe o corpocaloso da coluna e do corpo do fómice.

A cavidade curva exposta lateralmente ao septo pelúcido e ven­tralmente ao corpo caloso é o ventrículo lateral. Ele se comunica como terceiro ventrículo do diencéfalo, através do forame interventricu­lar (Fig. 224), o qual está localizado caudalmente à coluna do fórnice,no nível da comissura rostral. A parede caudodorsal desse forame é aplaca tectal e o plexo coróideo do terceiro ventrículo, geralmente arran­cado e perdido quando o encéfalo é removido.

Localize a parte caudal do sulco rinallateral, no lobo temporalesquerdo. Corte esse sulco até o ventrículo lateral. A protuberância lisae curva, exposta na parede do ventrículo, é a superfície caudal dohipocampo, à medida que ele ascende em uma curva dorsorrostral. Pararemover o hipocampo intacto do ventrículo lateral, corte a coluna dofórnice dorsalmente à comissura rostral. Segure o fómice com uma pin­ça e, com a ponta cega da lâmina de bisturi, retire cuidadosamente ohipocampo do ventrículo lateral. Sua fixação ventral no corno temporalpode ser cortada para liberar o hipocampo completamente.

Filogeneticamente, o córtex cerebral pode ser dividido em trêsregiões: paleopálio, neopálio e arquipálio. O paleopálio consiste nocórtex do pedúnculo olfatório, separado do neopálio lateralmente pelosulco rinal. O neopálio inclui todos os giros na superfície externa docérebro. O hipocampo pertence ao arquipálio, e é um giro interno dotelencéfalo, que foi deslocado para o ventrículo lateral pela expansãolateral do neopálio. Note que o hipocampo começa ventralmente no lobotemporal e se curva, primeiro caudodorsalmente e depois rostrodorsal­mente, sobre o diencéfalo, para alcançar sua face caudodorsal. Nesseponto, o hipocampo termina e uma comissura hipocampal o conectacom cada hemisfério do cérebro. As fibras do hipocampo continuamrostralmente como o corpo e a coluna do fórnice. Note o pilar do fórni­ce na sua superfície lateral. Coloque o hipocampo, previamente remo­vido, sobre o diencéfalo esquerdo exposto, para ver sua relação normalcom esta estrutura.

Fixada às extremidades livres laterais do pilar do fórnice está umamalha de vasos sanguíneos, cobertos pelas meninges e epêndirna. É o plexocoróideo do ventrículo lateral. Esta estrutura anatõmica tem a mesma

natureza do plexo coróideo do terceiro e do quarto ventrículos. A super­fície do plexo coróideo que está direcionada para o lúmen do ventrículo éa camada ependimária, derivada do tubo neural embrionário. Essa cama­da de epêndirna está fixada em um lado das extremidades livres do fórni­ce. Para completar a parede do lúmen do ventrículo lateral, ela deve estarfixada em seu lado oposto. Tal fixação se dá por um pequeno trato, a estriaterminal, no sulco entre o tálamo e o núcleo caudado. Essa camada deepêndima do sulco do fórnice forma parte da parede medial do ventrí­culo lateral. Ramos das artérias cerebrais média e caudal, cobertos pelapia, empurram essa camada de epêndima para o lúmen do ventrículolateral. O resultado é a formação de um plexo coróideo contínuo com odo terceiro ventrículo, no nível do forame interventricular.

Examine a comissura rostral (Figs. 224,229,230). Em cada lado,essa comissura se conecta rostralmente aos pedúnculos olfatórios e cau­dalmente aos lobos piriformes.

Em cada hemisfério cerebral, os corpos celulares neuronais es­tão localizados tanto na superfície do córtex cerebral, quanto profun­damente em um dos núcleos basais. Examine o soalho do ventrículo

lateral do hemisfério esquerdo removido. A protuberância que aumentarostralmente é o núcleo caudado, um dos núcleos subcorticais do te­lencéfalo, sendo parte do corpo estriado. Sua extremidade rostral é a

cabeça. Caudalmente à cabeça, o corpo do núcleo caudado rapidamentese adelgaça em uma pequena cauda, que corre sobre as fibras da cápsu­la interna no soalho do ventrículo lateral. Com a ponta cega de uma lâmi­na de bisturi, libere o núcleo caudado da face medial da cápsula interna.

Dorsolateralmente ao núcleo caudado, a cápsula interna forma oângulo lateral do ventrículo lateral. No ângulo dorsolateral do ventrículolateral, as fibras da cápsula interna se encontram com as do corpo caloso.Esta interdigitação de fibras é conhecida como coroa radiada, que seirradia em todas as direções para alcançar a substância cinzenta do córtexcerebral. Uma secção longitudinal do hemisfério cerebral no nível dessainterdigitação no plano dorsal revela uma massa de substância branca nocentro do hemisfério. Essa massa é denominada de centro semi-oval.

Remova a pia-máter e a aracnóide do hemisfério cerebral direi­to. Exponha a coroa radiada pela remoção da substância cinzenta, ocórtex cerebral, com o cabo do bisturi. (Após a fixação, o encéfalo foicongelado e, depois, descongelado. Tal procedimento dissocia os cor­pos celulares dos tratos de fibra e possibilita a remoção da substânciacinzenta sem danificar a coroa radiada.)

Comece a remoção da substância cinzenta pela face medial dohemisfério. O giro do cíngulo está localizado dorsalmente ao corpo ca­loso. Remova a substância cinzenta do giro do cíngulo para expor as suasfibras, que formam o cíngulo. Muitas das fibras no cíngulo são fibrasde associação longas que correm longitudinalmente de uma extremida­de do hemisfério à outra. Demonstre isso pela liberação de algumas fi­bras rostrais ao joelho do corpo calos o e removendo-as caudalmente.Remova o cíngulo e demonstre o curso transverso das fibras do corpocaloso, pela remoção delas através de suas extremidades cortadas emdireção ao hemisfério.

Remova a substância cinzenta dos giros na superfície lateral da me­tade rostral do hemisfério. Examine a substância branca dos giros. Fibrasde associação curtas, as fibras arciformes, correm entre giros adjacentes.

A cápsula interna está situada lateralmente ao núcleo caudado.Exponha a superfície lateral da cápsula interna (Fig. 231).

Quando você tiver completado a dissecção do hemisfério cere­bral direito, tudo o que restará será o corpo caloso, a cápsula interna eparte da coroa radiada.

Remova o corpo caloso do hemisfério cerebral direito para expor oventrículo lateral, estando o núcleo caudado rostralmente e o hipocampocaudalmente no soalho. A cápsula interna forma a parede lateral (Fig. 231).

Faça uma secção mediana no tronco cerebral, desde o quiasmaóptico até a medula oblonga (Fig. 224). Observe a aderência intertalâ­mica e note a superfície suave do terceiro ventrículo que a envolve. Oventrículo está limitado dorsalmente pela placa tectal, entre cada estriahabenular. Ele se conecta rostralmente com cada ventrículo lateral atra­

vés do forame interventricular, o qual está localizado caudalmente àcoluna do fórnice e dorsalmente à comissura rostral. Caudalmente, eleé contínuo com o aqueduto mesencefálico. Rostroventralmente ao fora­me interventricular, o terceiro ventrículo está limitado pela lâmina termi­nal. A lâmina terminal demarca a extensão mais rostral do tubo neural

embrionário, no plano mediano. (A partir desse ponto, cada hemisfériocerebral desenvolve-se lateralmente.) O terceiro ventrículo estende-se parao infundJ.bulo da glândula hipófise, como recesso infundibular (Fig. 226).

Siga o sistema ventricular caudalmente a partir do terceiro ven­trículo em direção ao aqueduto mesencefálico e ao quarto ventrículo.Note que o teto do quarto ventrículo consiste no véu medular rostral,cerebelo e véu medular caudal. O plexo coróideo do quarto ventrículo éformado pelo véu medular caudal. O quarto ventrículo continua em di­reção ao canal central da medula oblonga no óbex.

As correlações funcionais e estruturais do sistema nervoso estãorelacionadas no Quadro 5.

MEDUIA ESPINHAL

Se uma dissecção preparada da medula espinhal não estiver dis­ponível, remova todos os arcos vertebrais e músculos relacionados a elesde seu espécime, para expor a medula espinhal. Observe a medula espi­nhal com sua cobertura dural. Entre a dura da medula espinhal e o peri­ósteo das vértebras está o espaço epidural, que contém tecido conjun­tivo frouxo, gordura e vasos sanguíneos.

SISTEMA 1\TERVOSO

Quadro 5 CORRELAÇÕES ESfRUI1JRAIS E FUNCIONAIS DO SISfEMA NERVOSO

19/

Estmtura Neuroanatômica

Lobo frontal

Lobo frontoparietal(Córtex sensorimotor)

Lobo temporal

Lobo occipitalBulbo, pedúnculo e trato olfatórios; lobo piriformePonte - Fibras transversais

Pedúnculo cerebelar médioPedúnculo cerebelar rostralPedúnculo cerebelar caudal

Corpos mamilaresPedúnculo cerebral

Cápsula interna

Hipotálamo

Núcleo geniculado lateralColículo rostral

Núcleo geniculado medialColículo caudal

Braço do colículo caudalLemnisco lateral

Corpo trapezóideEstria acústicaNúcleos cocleares

Pirâmide

Tratos corticoespinhaisFascículo grácilNúcleo grácilFascículo cuneiforme

Núcleo cuneiforme media!Núcleo cuneiforme lateral

Trato espinhal do nervo trigêmeoNúcleos septaisFórnice - HipocampoCínguloNúcleo caudadoNúcleo lentiformeEstria habenularNúcleo habenular

Função

ComportamentoNeurônio motor superior (sistema motor central)

Percepção consciente de sensaçôes somáticas, viscerais e proprioceptivasComportamentoVisão

Olfação - Cheiros (odores)Via do cerebelo para o tronco cerebral e o cérebro

Via do cerebelo para o tronco cerebral e o cérebroVia da medula espinhal e da medula oblonga com sistemas proprioceptivos

vestibulares para o cerebelo

Sistema límbico (comportamento)Via do cérebro para o tronco cerebral e a medula espinhal - Neurônio

motor superiorVia entre o cérebro e o tronco cerebral- Neurônio motor superior

e projeçôes talamocorticais - Sensoriais e motorasFunçôes visceraisSistema nervoso autônomoSistema límbico

Controle hipofisárioSistema visual (percepção consciente)Sistema visual (reflexos)

Sistema auditivo (percepção consciente)

Sistema auditivo (reflexos)

Neurônio motor superior

Membros pélvicos - Via consciente da propriocepção geral

Membros torácicos - Propriocepção geralVia da percepção conscienteVia cerebelar

Via da projeção de sensação aferente somática da cabeçaSistema límbico

Sistema límbico

Neurônio motor superior

Sistema límbico

A medula espinhal é dividida em segmentos (Fig. 232). Grupos defascículos radiculares dorsais e ventrais deixam cada segmento da medu­la espinhal, em ambos os lados, e se combinam entre si para formar o nervoespinhal, no nível do forame intervertebral. Note os gânglios espinhaisno nível dos forames intervertebrais.

Existem oito segmentos da medula espinhal cervical, 13 torácicos,sete lombares, três sacrais e aproximadamente cinco caudais. As raízesdo primeiro nervo espinhal cervical deixam o canal vertebral através doforame vertebral lateral, no arco do atlas. As segundas raízes cervicaisemergem caudal mente ao atlas. As raízes cervicais dos segmentos 3 até 7deixam o canal vertebral através dos farames intervertebrais craniais às

véttebras de mesmo número. As raízes do oitavo segmento cervical pas­sam caudal mente à sétima (última) vértebra cervical. As raízes de todosos outros segmentos da medula espinhal passam através do forame inter­vertebral caudalmente à vértebra de mesmo número.

Na região cervical caudal, por volta da quinta até a sétima vérte­bras cervicais, existe um alargamento da medula espinhal que quasepreenche todo o canal: a intumescência cervical. Sua presença é devi­da a um aumento de substância branca e corpos celulares, que estãoassociados à inervação dos membros torácicos. A intumescência ocorredo sexto segmento cervical da medula espinhal até o primeiro segmen-

to torácico. Outro alargamento ocorre na região vertebral mesolombar,para a inervação dos membros pélvicos. A intumescência lombar come­ça por volta do quarto segmento lombar e se estreita gradualmente emsentido caudal, à medida que a medula espinhal avança para uma extre­midade próxima ao espaço intervertebral entre a sexta e a sétima vérte­bras lombares. A extremidade terminal estreita do parênquima da medu­la espinhal é conhecida como cone medular. A medula espinhal terminano filamento terminal, que consiste em um cordão estreito de meningesque fixa o cone medular às vértebras caudais. A cauda eqüina inclui ocone medular juntamente com as raízes lombares e sacrais adjacentes, quese estendem caudalmente no canal vertebral.

Observe a relação dos segmentos da medula espinhal com asvértebras cOtTespondentes. Os únicos segmentos da medula espinhal quesão encontrados inteiramente no interior de suas vértebras correspon­dentes são os dois últimos torácicos e os primeiros dois (ou, ocasional­mente, três) segmentos lombares. Todos os outros segmentos da medu­la espinhal estão localizados no canal vertebral, cranialmente às vérte­bras de mesmo número (Fig. 232). Isto é mais evidente nos segmentoslombares caudais e sacrocaudais da medula espinhal. Em geral, os trêssegmentos sacrais estão no interior da quinta vértebra lombar e os cincosegmentos caudais, no interior da sexta vértebra lombar.

198 SISTEMA NERVOSO

4

4

2

6

3

5

2

3

12

13

LI

Til

Cdl

Filamento espinhal __

Raiz dorsal do 11."nervo torácico

I.• Segmento \/.'\' )y llllf~'?·IH\"\\/-y5caudal

5.• Segmento

caudal

N.7L

N. IS

Cauda eqüina

v. "~tlt~lml~rt~' ,"."{S

6

2

5

3

5

3

7

9

7

8

4

4

6

2

1i

TI

10

CI

N. IT

N. IC

N. acessóri

Raiz dorsal do 4.•nervo craniano

(n. troclear)

Gânglio espinhal do8.. nervo craniano

(n. vestibulococlear)

N. 2C [ramo ventral--­ramo dorsal

Fig. 232 Raízes dorsais dos nervos espinhais e segmentos da medula espinhal. Face dorsal, com os arcos vertebrais removidos. (Os números à direita represen­tam os níveis dos corpos vertebrais.)

SISTEMA l\TERVOSO 199

As raízes nervosas dos primeiros 10 segmentos torácicos e da­quelas caudais ao terceiro segmento lombar são longas, devido à dis­tância entre sua origem na medula espinhal e sua passagem através dosforames intervertebrais.

MeningesA dura-máter é espessa e fibrosa, podendo ser cortada longitudi­

nalmente, ao longo de toda a extensão da superfície dorsal da medulaespinhal, revelando os fascículos radiculares dorsais e seus comprimen­tos em diferentes níveis.

As finas aracnóides e a pia-máter estão aderi das uma à outra noespécime embalsamado, e permanecem junto à medula espinhal. Na su­perfície lateral da medula espinhal, a pia torna-se mais espessa e formaum cordão longitudinal de tecido conjuntivo denominado ligamentodenticulado. Este ligamento se fixa à aracnóide e à dura lateralmente,na metade da distância entre as raízes dos segmentos adjacentes damedula espinhal. Em cada forame intervertebral, a dura forma uma for­te fixação ao forame, e os espaços subdural e subaracnóideo terminam.

Vasos

Existe uma artéria espinhal ventral longitudinal e uma ou duasartérias espinhais dorsais na medula espinhal. Elas são formadas pelosramos espinhais dos pares de artérias vertebrais na região cervical, arté­rias intercostais na região torácica e artérias lombares na região lombar.A artéria espinhal ventral é contínua cranialmente com a artéria basilar.

Existem plexos venosos vertebrais internos ventrais no soalho docanal vertebral, no nível do espaço epidural. Foram vistos previamentena região atlantoccipital como sendo contíguos cranialmente com umramo do seio sigmóideo. Ocorrem anastomoses entre os plexos de cadalado e os ramos das veias ázigos e vertebral e da veia cava caudal.

Secções transversais

Estude as secções transversais da medula espinhal nos segmen­tos C4, C8, T4, TI2, L2, L6 e SI com um microscópio de dissecção.Compare a forma da substância cinzenta desses segmentos e relacione­a às suas áreas de inervação (Fig. 233.)

A substância cinzenta da medula espinhal, na secção transversal,possui a forma de uma borboleta, ou da letra H. Ela consiste primaria­mente em corpos celulares neuronais. A extremidade dorsal de cada ladoé o corno dorsal, o qual recebe os fascículos radiculares dorsais (sen­soriais). A extremidade ventral é o corno ventral, que envia axôniosatravés dos fascículos radiculares ventrais (motores). Na região toraco­lombar, o corno lateral projeta-se lateralmente, a partir da substânciacinzenta, na metade da distância entre os cornos cinzentos dorsal e ven­tral. Esse corno lateral contém os corpos celulares dos neurônios sim­páticos pré-ganglionares. No centro da substância cinzenta da medulaespinhal está o canal central. Este remanescente do tubo neural embrio­nário é contínuo, rostralmente, com o quarto ventrículo.

A substância branca da medula espinhal pode ser dividida em trêspares de funículos. Dorsalmente, um sulco longitudinal e superficialpercorre todo o comprimento da medula espinhal: é o sulco medianodorsal. O sulco longitudinal, ao longo do qual os fascículos radicularesdorsais penetram a medula, é o sulco dorso lateral. Entre esses doissulcos está o funículo dorsal da medula espinhal.

Entre o sulco dorsolateral e a linha de emergência dos fascículosradiculares ventrais, o sulco ventrolateral, está localizado o funículolateral. O funículo ventral é a substância branca entre a linha de emer­

gência dos fascículos radiculares ventrais e o sulco longitudinal na faceventral da medula espinhal, denominado fissura mediana ventral. Emalgumas espécies, os funículos foram subdivididos topograficamente emtratos ascendentes e descendentes específicos. Tal informação anatômicanos animais domésticos ainda está incompleta.

C8

Fig. 233 Secção transversal da medula espinhal: segundo segmento cervical (C2), oitavo segmento cervical (C8), 12.0 segmento torácico (TI2) e sexto segmentolombar (L6).

I. Septo mediano dorsal2. Fissura mediana ventral3. Canal central4. Funículo dorsal5. Funículo lateral6. Funículo ventral

7. Caluna cinzenta dorsal8. Coluna cinzenta ventral9. Coluna cinzenta intermediária

10. Fascículos radiculares dorsais11. Fascículos radiculares ventrais