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Língua Portuguesa Ensino Médio Sumário Episódio 5: O que é literatura? 1. Apresentação 2. Orientações sobre literatura 2.1. Sobre o conceito de literariedade Capítulo 1 1. Introdução 1.1 Objetivos 1.2. Conteúdos 2. Vídeo – Capítulo 1 2.1. Ficha Catalográfica 2.2. Sinopse 2.3. Orientações para o professor 2.4. Orientações para o aluno 3. Áudio – Capítulo 1 3.1. Ficha Catalográfica 3.2. Sinopse 3.3. Orientações para o professor 3.4. Orientações para o aluno 4. Suporte teórico 4.1. Sobre o Quinhentismo 4.2. Sobre o Barroco Bibliografia recomendada Capítulo 2 1. Introdução 1.2 Objetivos 1.3. Conteúdos 2. Vídeo – Capítulo 1 2.2. Ficha Catalográfica 2.3. Sinopse 2.4. Orientações para o professor 2.5. Orientações para o aluno 3. Áudio – Capítulo 1 3.2. Ficha Catalográfica 3.3. Sinopse 3.4. Orientações para o professor 3.5. Orientações para o aluno 4. Suporte teórico 4.1 Sobre o Arcadismo 4.2 Sobre o Romantismo Bibliografia recomendada

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Língua Portuguesa Ensino Médio

Sumário

Episódio 5: O que é literatura?

1. Apresentação 2. Orientações sobre literatura

2.1. Sobre o conceito de literariedade

Capítulo 1 1. Introdução

1.1 Objetivos 1.2. Conteúdos

2. Vídeo – Capítulo 1 2.1. Ficha Catalográfica 2.2. Sinopse 2.3. Orientações para o professor 2.4. Orientações para o aluno

3. Áudio – Capítulo 1 3.1. Ficha Catalográfica 3.2. Sinopse 3.3. Orientações para o professor 3.4. Orientações para o aluno

4. Suporte teórico 4.1. Sobre o Quinhentismo 4.2. Sobre o Barroco

Bibliografia recomendada Capítulo 2 1. Introdução

1.2 Objetivos 1.3. Conteúdos

2. Vídeo – Capítulo 1 2.2. Ficha Catalográfica 2.3. Sinopse 2.4. Orientações para o professor 2.5. Orientações para o aluno

3. Áudio – Capítulo 1 3.2. Ficha Catalográfica 3.3. Sinopse 3.4. Orientações para o professor 3.5. Orientações para o aluno

4. Suporte teórico 4.1 Sobre o Arcadismo 4.2 Sobre o Romantismo

Bibliografia recomendada

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Capítulo 3 1. Introdução

1.1. Objetivos 1.2. Conteúdos

2. Vídeo – Capítulo 1 2.1. Ficha Catalográfica 2.2. Sinopse 2.3. Orientações para o professor 2.4. Orientações para o aluno

3. Áudio – Capítulo 1 3.1. Ficha Catalográfica 3.2. Sinopse 3.3. Orientações para o professor 3.4. Orientações para o aluno

4. Suporte teórico 4.1. Sobre o Realismo/Naturalismo

Bibliografia recomendada

Episódio 5O que é literatura?

IntroduçãoOrientações sobre

literaturaSobre o conceito de

Literariedade

Capítulo 1IntroduçãoObjetivosConteúdos

Suporte TeóricoBibliografia

Capítulo 2Introd uçãoObjetivos

ConteúdosSuporte Teórico

Bibliografia

Capitulo 3IntroduçãoObjetivos

ConteúdosSuporte Teórico

Bibliografia

VídeoFicha Catalográfica

SinopseOrientações para o

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1. A presentação O quinto episódio da série “Língua Portuguesa – Ensino Médio”, intitulado “O que é literatura?” destina-se a contextualizar o ensino de literatura brasileira no Nível Médio. Os objetivos principais que perpassam os três capítulos em que se desdobra este episódio são: 1) tratar o conceito de literariedade em relação a forma, finalidade e convencionalidade; 2) relacionar o universo narrativo com estilos de época; 3) identificar marcas de valores e intenções em função de interesses políticos, ideológicos e econômicos. O foco é dirigido principalmente ao estudo de gêneros literários, épocas, estilos e valores. Entre os temas transversais e interdisciplinares, são abordados Pluralidade Cultural, Ética, História, Geografia e Artes. Os gêneros textuais escolhidos para compor os episódios de vídeo e áudio dão suporte ao tratamento da língua em uso, aproximando as situações de ensino-aprendizagem das práticas discursivas autênticas da linguagem. As situações interativas permeadas pelos gêneros propiciam o desenvolvimento de competências de uso da língua nas modalidades oral e escrita, a participação social e a interação por meio das mídias disponíveis em nossa cultura, bem como a tomada de consciência de fenômenos particulares da língua de forma contextualizada.

2. Orientações sobre Literatura Brasileira

Existem muitos modos de estudar a literatura brasileira. Oriente sempre seu aluno para observar essas diferentes possibilidades na condução de seus próprios estudos. O passaporte necessário para entrar na aventura literária por um país requer olhar atento a um conjunto de fatores dinâmicos que colaboram para o entendimento da esfera da literatura. Através dessa arte, eles aparecem num conjunto que permite compreender a organização do pensamento e das ações de um povo. Na ciranda literária, entra o estudo dos diversos saberes que movimentam uma sociedade: economia, política, cultura, sociedade, artes, etc. Uma vez integrados, esses fatores passam a fazer parte do material laborioso do escritor. Cada um, a seu tempo, organiza a realidade à sua maneira, colaborando, num percurso histórico e temporal para analisar, criticar e movimentar os olhares sobre a dinâmica do mundo. Cabe ao leitor, uma vez de mãos dadas com os escritores, percorrer o caminho, incluindo o seu olhar crítico e analítico no movimento das páginas do livro. Uma vez aberto, o material que compõe a literatura de um país perde a datação original para aproximar-se do tempo da leitura, um tempo neutro. Tendo por fim retratar a formação literária brasileira, esse estudo compreende as crônicas de viagem feitas a partir do olhar europeu sobre o Brasil; a literatura jesuítica que pretendia educar os nativos à maneira cristã ocidental da qual nosso país passa a fazer parte após ser tocado pelo colonizador; os sermões do Padre Vieira e a poesia viva de Gregório de Mattos; a ira e a lira dos inconfidentes árcades que foram as primeiras manifestações literárias do Brasil Colônia. Com a independência política de Portugal, os escritores brasileiros preocupam-se em estabelecer, ao lado de uma identidade política nacional, uma identidade literária que mostre sua condição multicultural. Para melhor compreender esse período, é necessário observar as relações de produção dos textos assim como os agentes que o produziram e o receberam. Nesse ponto, salienta-se a importância de estudar aprofundadamente a interação da produção literária com a vida social brasileira.

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Os capítulos deste episódio estão divididos em escolas literárias, mas outra forma interessante de pesquisa é o estudo dos gêneros que foram desenvolvidos no Brasil em cada escola literária. Como exemplo forte, tem-se a produção dos romances do Romantismo. O escritor cearense José de Alencar colabora para estabelecer firmemente as bases do gênero romance. Através dos folhetins, Alencar e os escritores românticos atiçaram a burguesia brasileira na construção de uma identidade nacional. Os versos e a prosa desse momento certificaram o índio, o escravo, o homem urbano, o sertanejo, as damas e as camponesas, os amores e a terra brasileira em seu esplendor natural. A roda da política estabeleceu as bases para a construção do centro brasileiro no Rio de Janeiro. A cidade passa a ser palco de um dos maiores escritores que dedicou sua vida a construir os arcabouços de uma literatura brasileira crítica e genial, Machado de Assis. 2.1 Sobre o conceito de literariedade

Em princípio, a literariedade traz para os estudos literários a questão da autonomia. O texto literário passa a ser visto através da sua potência, do princípio da ficcionalidade que requer dele algumas ferramentas específicas. A principal ferramenta do texto é a palavra. No sentido literário, ela se desdobra através da sua multissignificação, da utilização da metáfora, da caricatura, da alegoria, da verossimilhança, do discurso que pode estabelecer outros planos de realidade. Através da estrutura própria que a linguagem literária ganha, os significados variados das palavras são realçados. Para isso, é preciso um trabalho minucioso do escritor na seleção rigorosa das palavras e na combinação delas para a tessitura do texto. A linguagem ganha uma função estética e o texto se abre para outros textos, literários ou não-literários, artísticos e culturais, estabelecendo com eles um discurso intertextual. Aqui nos aproximamos do conceito de cultura. Um conceito que faz dialogar a ciência literária com outros discursos, somando outros saberes ao texto. Nessa medida, o texto gera um discurso que tem um momento específico de produção e outro de recepção. Colaboram para o entendimento do discurso, o autor e o leitor, distanciados no tempo por uma movimentação dinâmica da sociedade, construída pelas histórias das maiorias populares e da minoria elitista. O processo literário deve, portanto, ser estudado em consonância com um estudo da cultura para não se prender às lutas superficiais das correntes literárias. Como a literariedade é o conjunto de propriedades que caracterizam a linguagem literária, quanto melhor e mais apurada forem a seleção e a combinação das palavras, mais literário é o texto. Por conta de uma série de fatores, percebemos que o estudo do texto envolve dimensões muito complexas que se iniciam com a necessidade de comunicar vários sentimentos. As ações ganham múltiplos significados entre a força da palavra e o poder do seu discurso.

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CAPÍTULO 1

1. Introdução Seja bem vindo ao primeiro capítulo do episódio 5 da série “Língua Portuguesa – Ensino Médio”. Fazem parte do Capítulo 1, um recurso em áudio e um recurso de vídeo, ambos de duração de dez minutos cada e relacionados ao mesmo propósito pedagógico, podendo ser usados de maneira independente ou complementar. Neste guia de uso, você poderá encontrar, além da descrição de objetivos e conteúdos, sinopses dos episódios, orientações para professor e aluno, suporte teórico para o tratamento dos conteúdos de aprendizagem e bibliografia. Com vistas a dar suporte ao alcance dos objetivos, este capítulo contempla vários gêneros textuais que permeiam as nossas práticas sociais para atender a diferentes propósitos comunicativos. Nos recursos de vídeo e áudio são exploradas relações informais entre jovens estudantes e diálogos com um orientador de aprendizagem que os encaminha para diversas atividades de pesquisa e convivência com usos da Língua Portuguesa por meio de gêneros textuais. Desejamos que este material traga boas contribuições para o seu processo ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa! 1.1. Objetivos Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário com estilos de época, dando ênfase aos períodos quinhentista e barroco. 1.2. Conteúdos O foco deste capítulo está no conteúdo literário que contempla alguns dos recursos estilísticos da prosa e da poesia dos períodos quinhentista e barroco. Entre os conteúdos interdisciplinares, estão presentes História, Geografia e Artes. 2. Vídeo – Capítulo 1 2.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 1

Título: O que é literatura?

Subtítulo: Quinhentismo e Barroco

Tipo de Recurso: Vídeo

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase aos períodos quinhentista e barroco.

Descrição do Recurso: Este material em vídeo tem duração de cerca de dez minutos

e é acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico

em PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

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Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens.

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues, Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

Palavras-chave: Literatura Brasileira; Quinhentismo; Barroco.

2.2. Sinopse O Comandante Cícero envia uma mensagem enigmática a sua equipe de pesquisadores da língua portuguesa depois de ter encontrado uma carta de Pero Vaz de Caminha a Dom Manuel em um livro de literatura. A partir daí, coloca o seguinte desafio para Rodrigo e Daniel: Por que uma carta pode ser considerada literária? Ao mesmo tempo, Carol é enviada a Portugal de 1668, ao convento onde a freira Mariana Alcoforado escreve suas cartas de amor para um oficial francês. Na missão, identificam características da composição dos textos referentes ao momento histórico em que foram produzidos e diferenças entre texto literário e não literário. Venha também viajar no tempo e no espaço com a tripulação da Nave Paideia! 2.3. Orientações para o professor Caro professor, esta capítulo traz excelentes oportunidades para trabalhar a interdisciplinaridade por meio da História do Brasil, principalmente o processo de colonização portuguesa. Aproveite para abordar este assunto pelo ponto de vista da literatura, registrado nas cartas de navegação do período quinhentista e seiscentista. O eixo do capítulo reside no gênero “carta” e gira do mais literário para o menos literário, ajudando os alunos a identificar características recorrentes deste gênero e a construir o conceito de literariedade. Antes de exibir o vídeo pela primeira vez, explore isso com seus alunos. Pergunte a eles se escrevem cartas ou mensagens eletrônicas no seu dia a dia e os objetivos que têm para isso. Prossiga a discussão levando-os a explicitar o que sabem sobre as características mais recorrentes do gênero carta, que tipos de cartas podemos encontrar em circulação e se essas características podem ser encontradas em outros tipos de textos e de que maneira. A partir da discussão sobre gênero, uma sugestão é conduzir a discussão para a utilização das cartas em diversas épocas passadas e as possíveis modificações que o gênero pode ter sofrido ao longo do tempo. Finalize a discussão com a seguinte pergunta: uma carta pode ser considerada Literatura? O que é Literatura? Feito isso, exiba o vídeo uma vez sem interrupção para que os alunos verifiquem se as suas hipóteses sobre as questões anteriormente construídas podem ser comprovadas. A partir daí, prossiga com encaminhamentos acerca das paródias. Confirme com os alunos se eles percebem que a primeira carta recebida por Daniel e Rodrigo é uma paródia da Carta de Caminha e que, da mesma maneira, a primeira mensagem eletrônica recebida por Carol é uma paródia das Cartas Portuguesas. Analise com seus alunos as características do gênero em estudo por meio desses dois textos escritos: abertura, formato, desenvolvimento do texto, fechamento, objetivos e condições de produção. Para facilitar, você pode pausar a imagem mostrando esses dois textos quanto tempo que desejar. A partir daí, busque

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analisar nestes e em outros textos orais e escritos do material em vídeo, características que podem ser consideradas literárias e, assim, definir com eles o que podemos entender por Literatura. Leve os alunos a identificarem a estética dos períodos quinhentista e barroco comentada no material e prepare-os para continuarem pesquisando sobre o assunto. Que tal avançar o estudo do gênero “carta” em outros períodos literários? Outra sugestão é verificar se na correspondência eletrônica há algum traço de literariedade em alguns dos gêneros construídos por meio da internet. As possibilidades são inúmeras. Verifique seu contexto e prepare sua aula com muito sucesso!! 2.4. Orientações para o aluno Antes do vídeo:

1. Você conhece o gênero de texto “carta”? Como podemos reconhecer que um texto é uma carta? Liste as características de uma carta que consegue se lembrar.

2. Com quais objetivos as pessoas escrevem cartas no seu dia a dia? Que tipos de cartas podemos encontrar em circulação? Elas ainda têm as mesmas características ou diferem de alguma maneira? Podemos encontrar as características do gênero “carta” em outros gêneros de textos?

3. Você costuma se comunicar por meio de mensagens eletrônicas? Que tipo de mensagens eletrônicas podemos encontrar em circulação pela internet? Elas possuem as mesmas características?

4. Você acha que uma carta pode ser considerada Literatura? O que é Literatura afinal?

Durante o vídeo:

1. A carta recebida por Daniel e Rodrigo no inicio do capítulo é uma paródia. Você sabe de qual texto?

2. Da mesma forma, a mensagem eletrônica recebida por Carol é uma paródia de um outro texto. Você sabe de qual?

3. Quais características podemos identificar nos textos orais e escritos contidos no material que podem conferir a eles o valor literário?

4. Em relação aos períodos quinhentista e barroco, que características literárias poderíamos designar como estética do movimento?

Após o vídeo: 1. Que tal continuarmos pesquisando o gênero “carta” em outros períodos

literários? Verifique nos textos encontrados características que podemos classificar como pertencentes ao gênero de texto, a literariedade e a estética da época literária.

2. Outra sugestão é pesquisar a existência da literariedade em mensagens eletrônicas e a estética apresentada. Sucesso!!!

3. Áudio – Capítulo 1

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3.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 1

Título: O que é literatura?

Subtítulo: O Barroco do púlpito e da praça

Tipo de Recurso: áudio

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase aos períodos quinhentista e barroco.

Descrição do Recurso: Este material em áudio tem duração de cerca de dez

minutos, dividido em dois blocos de aproximadamente cinco minutos cada, e é

acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico em

PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues, Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

Palavras-chave: Literatura Brasileira; Quinhentismo; Barroco.

3.2. Sinopse Da praça ao púlpito: é percorrendo este caminho que os tripulantes da Nave da Aprendizagem identificam algumas características dos movimentos Quinhentista e Barroco no Brasil. Na praça eles conhecem a irreverência de Gregório de Mattos e Guerra, e do púlpito, ouvem os sermões do padre Tomas Antonio Gonzaga. Quem conduz o caminho para descobrir a literatura é o professor Adriano Espínola. Venha também viajar nesta aventura até o século XVII com Carol, Daniel e Rodrigo! 3.3. Orientações para o professor Caro professor, esta capítulo traz excelentes oportunidades para trabalhar a interdisciplinaridade por meio da História do Brasil, principalmente o processo de colonização portuguesa. Aproveite para abordar este assunto pelo ponto de vista da literatura sacra e profana do século XVII, que transita entre o púlpito, nos sermões do padre Antônio Vieira, e a praça, na poesia irreverente de Gregório de Mattos e Guerra. Antes de ouvir o material em áudio, prepare seus alunos para aproveitarem o máximo, discutindo com eles o conceito de literatura. Descubra se os seus alunos leem textos literários e o que eles já conhecem da literatura brasileira, as diferenças entre um texto literário e um texto não literário, e o que sabem sobre a começo da história da literatura brasileira.

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Feito isso, reproduza o primeiro bloco do material em áudio para que os alunos confirmem suas hipóteses. Prossiga discutindo as características principais do Barroco, mencionadas pelo professor Adriano Espínola no material. Peça que os alunos identifiquem essas características tanto na estrofe declamada pelo Comandante Cícero, no inicio do programa de áudio, extraída de um soneto de Camões, quanto no soneto de Gregório, no primeiro bloco, quanto excerto de um sermão de Antônio Vieira, trazido no segundo bloco. Discuta com os alunos as possíveis razões que levaram cada poeta a produzir os textos mencionados, como esses textos estão ancorados no momento histórico em que foram produzidos e os conflitos e contradições dentro de cada texto, assim como entre eles. Ao final, uma sugestão que damos é propor aos alunos uma pesquisa seqüencial sobre a biografia de cada poeta, o momento histórico em que viveram e outros textos que produziram. Para apresentação dos resultados da pesquisa, peça aos alunos para selecionarem outra obra, ou um excerto dela, apontando as características do movimento barroco discutidas durante a aula. As possibilidades são muitas! Observe as necessidades do seu grupo e tenha bastante sucesso!! 3.4. Orientações para o aluno Antes do áudio:

1. O que é literatura para você? Quais algumas diferenças entre textos literários e textos não-literários?

2. Você conhece a história da literatura brasileira? Quais foram os primeiros movimentos literários encontrados no Brasil?

3. Você gosta de ler textos literários? De que tipo? Durante o áudio:

1. Ouça o primeiro bloco do material em áudio e confirme as suas idéias anteriores.

2. Ouça o material novamente e tome notas sobre as características do movimento barroco na Europa e no Brasil.

3. Busque encontrar as características do Barroco, mencionadas pelo professor Adriano Espínola na estrofe declamada pelo Comandante Cícero, no início do primeiro bloco (que pertence a um soneto de Camões), no soneto de Gregório e no excerto do sermão do padre Antonio Vieira, do segundo bloco.

4. Quais as possíveis razões que levaram cada poeta a produzir tais textos? 5. Agora compare os três textos, podemos apontar conflitos e contradições

entre eles? Existe alguma justificativa para isso?

Após o áudio:

1. Que tal continuar pesquisando o Barroco e os poetas estudados: Camões, Gregório e Antônio Vieira? Pesquise a biografia de cada autor, o contexto histórico em que viveram e suas obras.

2. Escolha uma das obras do autor que você mais gostou para analisar as características do Barroco estudadas no material. Tenha uma excelente pesquisa!

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4. Suporte Teórico 4.1 Sobre o Quinhentismo À época dos descobrimentos marítimos, Portugal tinha uma situação estratégica em relação aos outros países europeus. Em meio ao século XV, fazia-se presente a preocupação em expandir o território lusitano, descobrindo e ocupando lugares nunca antes explorados. Posicionado estrategicamente em termos geográficos, Portugal desponta à frente dos outros países da Península Ibérica, aventurando-se em distintos pontos do globo terrestre. Não só o Brasil foi primeiramente explorado pelos portugueses, mas também a China, o Japão, a Índia.

O projeto colonial português tinha como mote expandir o império português ultramarino, conquistando novos territórios para a coroa e novas almas para a Igreja Católica. Nesse projeto, sobressaltavam aspectos ligados à exploração, ocupação e intercâmbio cultural dos novos territórios. Não se pode dizer o mesmo para o projeto literário, pois era visível a vontade de impor os valores portugueses aos nativos. No Brasil, ora os textos foram produzidos a serviço dos interesses da corte portuguesa, ora a serviço da Igreja Católica. Um novo tempo é inaugurado: há mudança de mentalidade também entre os portugueses por conta do contato com culturas e religiões tão diferentes das suas. O mote da viagem e a necessidade de expandir os domínios da Igreja Católica foram os responsáveis imediatos pelo estabelecimento de um olhar voltado para o Brasil. Representantes do teocentrismo medieval bem como da visão humanista do Renascimento, os navegadores a serviço da coroa e os padres jesuítas são sujeitos agentes da história literária brasileira. A descrição detalhada da terra desconhecida colocava a veracidade dos relatos dos viajantes à prova, pois as descrições dos costumes e dos rituais de outros povos tão diferentes eram sempre duvidosas ao olhar de quem as recebia. Chegavam à Europa, as informações sistematizadas de uma terra tão singular, por meio dos cronistas do mundo europeu. Os primeiros textos sobre o Brasil foram relatos de viagem ou crônicas históricas, escritos por portugueses a serviço da coroa, que tentavam enviar informações sobre uma terra desconhecida. A Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil – primeiro documento escrito da história do Brasil, que só veio a público no século XIX –, tem inestimável valor histórico por conter informações preciosas sobre a nova rota descoberta por viajantes, desbravadores, que buscavam de novos caminhos para as Índias, uma vez que Constantinopla, o acesso até então conhecido, havia sido tomado pelos turcos em 1453. Era necessário enviar notícias da descoberta aos financiadores das grandes expedições marítimas, principalmente portugueses e espanhóis. Os documentos enviados à corte portuguesa pelos escrivães eram descrições do que viam os navegantes quando aportavam em terras desconhecidas. Dessa forma, os textos foram escritos mais para descrever a paisagem geográfica e humana do que por pretensões literárias. Entretanto, o valor dos relatos é tamanho que, hoje, inicia-se por eles os estudos da história dos textos literários brasileiros. Para melhor compreender os textos desse período, é importante aproximar-se do Brasil da época de seu “descobrimento” e entender a dinâmica dos grupos que aqui se instalaram, pois estava em suas mãos a responsabilidade de produzir os relatos. No primeiro momento – o da literatura de informação – os escrivães-escritores da frota portuguesa documentaram em textos descritivos as maravilhas brasileiras que passavam agora a compor o ideário de um novo mundo descoberto. Esses cronistas deveriam ser fiéis em retratar o que aqui encontravam para que todos acreditassem naquilo que era retratado. Ao mesmo tempo, temos textos

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impressionantes no sentido de fazer vibrar a linguagem aos olhos de quem recebesse as novas enviadas diretamente do Brasil, capazes de atrair investidores. Os textos são valiosos para a busca da formação do nosso olhar cultural, com o qual se cumpre o sentido formador da literatura, além do sentido transformador registrado por essa arte. No segundo momento da formação da literatura brasileira feita por portugueses, encontramos uma realidade produzida com intuito missionário, assumindo uma função tanto religiosa quanto pedagógica, que afirmava a superioridade cultural e espiritual do povo português em relação aos nativos. Ao contrário das observações próprias da literatura de informação, a literatura de catequese foi capaz de emitir um juízo de valor sobre a realidade cultural encontrada no Brasil: a cultura dos índios, seu modo de vestir-se, comer, organizar-se. Nesse momento, a função pedagógica ganhava força com a encenação de autos teatrais, seja no palco ou no tablado, onde se encontravam o sagrado e o profano, o questionamento de valores metafísicos ou religiosos. 4.2 Sobre o Barroco Diante das mudanças provocadas pelos descobrimentos marítimos, outros fatores colocam a cultura em crise. O homem do seiscentos passa a ter uma visão descentrada da cultura. O Barroco surge diante da crise do homem e da reação católica ao protestantismo. Surge na Itália, espalha-se pela Europa e chega a algumas colônias como o Brasil. O movimento é ditado pela tensão em unir visões opostas de mundo, provocando no homem angústias e dúvidas existenciais. Há uma tendência em aproximar a esfera humana da divina. A história que envolve o nome de Mariana Alcoforado é típica do Barroco. Mariana Alcoforado foi uma freira que se apaixonou secretamente por um oficial francês em missão em Portugal. Tão sentimento arrebatador fez com que o oficial e sua amante tivessem encontros secretos no convento em que ela habitava. Descobertos os encontros, Mariana sofre presa a pena pela culpa que lhe reveste, por ter vivido uma paixão devassadora capaz de promover em seu “eu” uma necessidade tanto de expurgar como dimensionar seu sentimento. Assim, encontra-se com seu próprio sentimento através da escrita das cartas que envia ao oficial. São cinco as cartas que conhecemos hoje em um livro intitulado Cartas Portuguesas. À época do lançamento do livro, a autoria dessas cartas foi posta em questão, movimentando o mercado editorial. Considerado golpe de marketing, foi suprimido o nome do autor, colocando leitores à procura de uma solução para o enigma. A denominação barroco vem do espanhol “barrueco” usada pelos joalheiros para designar uma pérola irregular. A crise espiritual anuncia uma diferenciação com os traços perfeitos da existência defendidos no período do Renascimento. Nesse clima de instabilidade, os erros humanos são motes para a literatura feita de forma crítica e criativa no Brasil. Assim, igualam-se os governantes e os governados. Embora feita à imagem da metrópole, a literatura barroca brasileira nos mostra os diferentes fluxos de fora e de dentro do país. As chamadas “práticas literárias” do século XVII no Brasil estavam relacionadas à linguagem oral, ou escritos para serem lidos. Os textos faziam parte da vida social de algumas cidades da Colônia, e qualquer evento cotidiano podia ser mote para os versos, fossem em ambientes religiosos ou profanos. Entre o púlpito e a praça, um prosador e um poeta sobressaem-se por sua inteligência, persuasão e crítica em seus escritos: Padre Antônio Vieira e Gregório de Mattos. Sob o olhar do enigmático Gregório, a farsa vem à superfície e um nativismo crítico se revela. Vestindo máscaras, o poeta pode assumir diferentes papéis, tanto social

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como literário, e passear pela praça onde se encontra o povo, advindo desse contato traços literários como a ironia, a sensualidade, o jogo de interesses presentes na realidade da praça. Dentro da igreja, acreditava-se que o homem em sua fraqueza seria redimido pela bênção e pelo perdão incansável de Deus. Padre Antônio Vieira, um exímio pregador, usa a sua retórica para enriquecer os textos de nossa literatura. Vieira foi escritor e orador, além disso religioso e político. Ele não só escreveu os Sermões, elaborados com engenhosa argumentação e perfeita retórica, como encontrou na oratória o elemento próprio para persuadir seu público, convertê-lo à fé católica. O sucesso de seus sermões garantiu entrada nas cortes mais importantes da Europa e ao mesmo tempo, por defender os índios e os judeus convertidos ao cristianismo, tornou-o vítima da Inquisição. Em diferentes ambientes, a literatura barroca brasileira pode ser estudada também através do olhar de alguns cronistas e do aparecimento das academias. Esse movimento, que teve presença também na cidade de Pernambuco, contribuiu para um melhor conhecimento do Brasil e para o desenvolvimento de sua intelectualidade. É bem verdade que nessa etapa da dinâmica sócio-político-cultural do país encontram-se diversos elementos para analisarmos os desmantelos de hoje, a desordem e o movimento que o Brasil gera em torno de si e do mundo todo. Diante da visão geral que o movimento barroco nos permite ter, com seus procedimentos formais e ideológicos, evidenciam-se provas da atualidade desse movimento e da riqueza que os autores desse período legaram às futuras gerações de escritores que se produziriam diante da atribulada realidade social brasileira. Percebe-se que tanto na Europa como no outro lado do Atlântico, o movimento barroco acompanha uma revolução cultural e inicia os chamados tempos modernos. Bibliografia recomendada Para saber mais sobre Literatura Brasileira ABAURRE, Maria Luiza M. Literatura brasileira: tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005. O livro das professoras Maria Luiza Abaurre e Marcela Pontara, publicado em 2005, foi construído para o público do Ensino Médio e para pesquisadores da área da linguagem. O volume que trata da literatura aborda-a através de seus períodos históricos, as chamadas escolas literárias, atentando para as mudanças transcorridas no tempo, tanto com os leitores como com as leituras. Por último, traz ao lado dos textos históricos e dos comentários, textos críticos de professores renomados, uma sessão conectada com sites da internet, referência de livros, CDs e vídeos relacionados ao tema de cada unidade. À margem dos textos, os quadros interativos trazem curiosidades diversas sobre as obras e seus escritores. CASTELLO, José Aderaldo. A Literatura Brasileira: origens e unidade (1500-1960). São Paulo: EDUSP, 1999. v.1. O livro de José Aderaldo Castello mostra ao leitor atento, cada período da história literária brasileira em sua unidade e suas origens, abordando ao lado da questão história e estética, a perpectiva social e fatores que integram a dinâmica da literatura, principalmente em relação às configurações regionais de nossa literatura. COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Distribuidora de Livros Escolares Ltda., 1970.

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Embora se trate de um livro direcionado à introdução da literatura, o volume aborda de forma sistemática as relações históricas, sociais, políticas que montam um verdadeiro tratado panorâmico sobre a literatura em nosso país. É possível obter um mapeamento sintético de literatura e ao mesmo tempo revelador de nossa identidade. ESPÍNOLA, Adriano. As artes de enganar. Um estudo das máscaras poéticas e biográficas de Gregório de Mattos. Rio de Janeiro: Topbooks, 2000. Fruto de uma pesquisa de doutorado, o livro do professor, poeta e pesquisador Adriano Espínola, trata de máscaras, até então escondidas, do maior poeta do Brasil colonial, o escritor Gregório de Mattos. Além de elucidar questões pertinentes à biografia do “Boca do Inferno”, Adriano aponta caminhos entre o Barroco europeu e o Barroco brasileiro, para valorizar ainda mais os primeiros escritos críticos sobre as relações que formam a base da mentalidade brasileira. RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 2002. Embora o livro do professor Luiz Roncari aborde somente uma parte de nossa história literária, trata-se de um material verdadeiramente voltado para a formação do estudante de Ensino Médio. A cada capítulo, um período histórico é fundamentado teoricamente de forma esclarecedora e minuciosa e textos literários são comentados detalhadamente, despertando nos estudantes a importância cultural e estética da literatura nacional.

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CAPÍTULO 2

1. Introdução Seja bem vindo ao segundo capítulo do Episódio “O que é literatura?”. Fazem parte deste capítulo um recurso em áudio e um recurso em vídeo, ambos de duração de dez minutos cada e relacionados ao mesmo propósito pedagógico, podendo ser usados de maneira independente ou complementar. Neste guia de uso, você poderá encontrar, além da descrição de objetivos e conteúdos, sinopses dos episódios, orientações para professor e aluno, suporte teórico e bibliografia. Com vistas a dar suporte ao alcance dos objetivos, este capítulo contempla vários gêneros textuais que permeiam as nossas práticas sociais para atender a diferentes propósitos comunicativos. Nos recursos de vídeo e áudio são exploradas relações informais entre jovens estudantes e diálogos com um orientador de aprendizagem que os encaminha para diversas atividades de pesquisa e convivência com usos da Língua Portuguesa por meio de gêneros textuais. Desejamos que este material traga boas contribuições para o seu processo ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa!

1.1. Objetivos Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário com estilos de época, dando ênfase ao Arcadismo e ao Romantismo.

1.2. Conteúdos O foco deste capítulo está no conteúdo literário que contempla os recursos estilísticos da prosa e da poesia do Arcadismo e do Romantismo. Entre os conteúdos interdisciplinares, estão presentes História, Geografia e Artes.

2. Vídeo

2.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 2

Título: O que é literatura?

Subtítulo: Arcadismo e Romantismo

Tipo de Recurso: Vídeo

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase ao Arcadismo e ao Romantismo.

Descrição do Recurso: Este material em vídeo tem duração de cerca de dez minutos

e é acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico

em PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

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Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens.

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues, Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

Palavras-chave: Literatura Brasileira; Arcadismo; Romantismo.

2.2. Sinopse Fortaleza, 1888. A bordo de um trem a caminho de Messejana, Carol e o Comandante Cícero conversam a respeito da história do Arcadismo brasileiro. Nesse mesmo momento, Rodrigo e Daniel estão em Minas Gerais, conhecendo um pouco mais o período turbulento dos movimentos pela libertação do Brasil, nos quais os poetas árcades participaram ativamente. No final desta viagem, a tripulação se reúne para uma conversa com José de Alencar sobre o Romantismo brasileiro. O trem está partindo: só está esperando por você para viver esta jornada de aprendizagem que volta no tempo!

2.3. Orientações para o professor Caro professor, este capítulo traz uma excelente oportunidade para o tratamento da interdisciplinaridade na disciplina de Língua Portuguesa. Por meio do estudo da literatura árcade e romântica, você poderá explorar um pouco da História do Brasil, principalmente no período da Inconfidência Mineira e da Independência. Aproveite! Antes de exibir o vídeo pela primeira vez, converse com seus alunos sobre a História do Brasil. O que aconteceu em Minas Gerais em torno de 1785 e quais valores inspiravam os movimentos populares e literários da época até a Independência do país. Para ilustrar, mostre a bandeira de Minas Gerais e discuta os significados que ela representa. Feito isso, mencione que os movimentos literários correspondentes a esses dois momentos foram o Arcadismo e o Romantismo. Pergunte aos alunos se eles conhecem algum escritor árcade ou romântico e exiba o vídeo pela primeira vez, sem interrupção para que os alunos confirmem as suas hipóteses. Ao assistirem ao material em vídeo, peça para que os alunos anotem os escritores pertencentes a cada movimento e as características de cada um. Exiba o vídeo novamente e peça para que os alunos identifiquem essas características nos textos trazidos: nos poemas de Claudio Manuel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga, declamadas por Cícero e Carol dentro do trem, e no excerto das “Cartas Chilenas” de Tomas Antonio Gonzaga, lido por Daniel. Como atividade seqüencial, sugerimos aprofundar os estudos sobre José de Alencar, sua biografia, sua obra e as características da primeira fase do Romantismo Brasileiro. Verifique as condições específicas do seu contexto com base em nossas sugestões e tenha bastante sucesso!!

2.4. Orientações para o aluno Antes do vídeo:

1. Observe a bandeira de Minas Gerais. O que significa “Libertas quae será tamen”? Você se lembra o que aconteceu no Estado de Minas Gerais em torno de 1785?

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2. Quais valores inspiravam a população, de uma maneira geral, que levaram aos movimentos de independência?

Durante o vídeo:

1. Os movimentos literários correspondentes ao período da Inconfidência Mineira e da Independência foram o Arcadismo e o Romantismo, respectivamente. Assista ao material e identifique alguns autores da literatura brasileira de cada movimento literário mencionado.

2. Assista novamente e anote algumas características do Arcadismo e do Romantismo mencionadas. Busque identificar essas características nos textos trazidos: nos poemas de Claudio Manuel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga, declamadas por Cícero e Carol dentro do trem, e no excerto das “Cartas Chilenas” de Tomas Antonio Gonzaga, lido por Daniel.

Após o vídeo:

1. Como atividade seqüencial, sugerimos aprofundar os estudos sobre José de Alencar, sua biografia, sua obra e as características da primeira fase do Romantismo Brasileiro. Tenha bastante sucesso na sua pesquisa!!

3. Áudio

3.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 2

Título: O que é literatura?

Subtítulo: As faces do Romantismo brasileiro

Tipo de Recurso: Áudio

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase ao Arcadismo e ao Romantismo.

Descrição do Recurso: Este material em áudio tem duração de cerca de dez

minutos, dividido em dois blocos de aproximadamente cinco minutos cada, e é

acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico em

PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens.

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues, Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

Palavras-chave: Literatura brasileira; Arcadismo; Romantismo.

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3.2. Sinopse Nesta romântica aventura, os tripulantes da Nave da Aprendizagem, Carol, Rodrigo e Daniel, percebem que ser romântico não é apenas falar de amor. Entre versos e sentimentos que expressam a subjetividade humana, eles aprendem também que o momento histórico do movimento romântico também inspirava valores de libertação, democracia e vida simples e natural. Somado a isso, influencias européias conduziram alguns de nossos escritores a morbidez e ao inconformismo. Quer saber mais sobre isso? Embarque conosco em mais uma das aventuras da equipe liderada pelo comandante Cícero!

3.3. Orientações para o professor Caro professor, este capítulo trata das faces do Romantismo brasileiro. Em dois blocos, você poderá explorar com seus alunos um pouco de cada fase romântica, alguns de seus autores e características. Aproveite a oportunidade! Antes de ouvir o material, questione com os seus alunos o que significa ser romântico. Deixe-os verbalizar todas as suas idéias, anotando-as no quadro, sem censurá-los neste momento. Feito isso, reproduza o primeiro bloco do material em áudio ininterruptamente para que eles verifiquem se suas idéias são parecidas com as que estão contidas no texto em áudio. Converse com eles novamente sobre isso logo após a escuta. Feito isso, conduza a atenção dos alunos para os textos declamados, de Fagundes Varela, a paródia da “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, “Lembranças de Morrer”, de Álvares de Azevedo, o poema de Castro Alves, no segundo bloco. Busque com os alunos analisar e identificar a estética de cada fase do Romantismo, as características e os valores relacionados ao contexto histórico. Como atividade seqüencial, divida os alunos em pequenos grupos para que escolham um dos autores pertencentes a cada uma das fases para aprofundar as pesquisas sobre a biografia, a obra e as características do romantismo. As possibilidades são inúmeras! Observe o seu contexto para planejar as suas aulas e tenha bastante sucesso!!

3.4. Orientações para o aluno Antes do áudio:

1. Um dos movimentos literários do mundo ocidental é chamado Romantismo. O que significa para você “ser romântico”?

Durante o áudio:

1. Ouça o primeiro bloco do material em áudio e verifique se sua resposta dada a pergunta anterior é parecida com as explicações sobre o Romantismo contidas no texto em áudio.

2. Agora preste atenção nos textos declamados, de Fagundes Varela, a paródia da “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, “Lembranças de Morrer”, de Álvares de Azevedo, o poema de Castro Alves, no segundo bloco. Vamos analisar e identificar a estética de cada fase do Romantismo, as características e os valores relacionados ao contexto histórico em cada texto?

Após o áudio:

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1. Escolha um dos autores mencionados no material para continuarmos nossos estudos. Pesquise a sua biografia, o contexto histórico em que viveu e as características românticas de sua obra. Você pode descobrir mais sobre isso em livros e também pela internet. Desejamos a você uma excelente pesquisa!

4. Suporte Teórico 4.1 Sobre o Arcadismo A existência de uma relação de dependência colonial explica a relação entre o arcadismo brasileiro ou ultramarino e o arcadismo português, o chamado neoclassicismo. Em meio ao século XVIII, alguns países da Europa avançaram em questões ligadas à construção de uma nova civilização. Muitos voltavam seus olhares para o modo de viver clássico, com simplicidade em contraponto à ambição humana. Com isso, a classe aristocrática ia firmando sua posição, participando do amplo fenômeno de urbanização que significava a construção da civilização do mundo moderno, a ser movimentado pela Revolução Industrial e os ideários da Revolução Francesa. As mudanças ocorreram em vários locais como Itália, França, Espanha, Portugal e Brasil. Aqui, do outro lado do Atlântico, com a descoberta do ouro, trocaram-se a capital litorânea pelas cidades mineiras, construídas segundo os critérios de uma nova urbanidade. No século XVIII brasileiro, tem-se um importante período de transição e preparação para a independência. Floresce uma cultura brasileira urbana, voltada às cidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Junto à economia mineira, escritores com formação européia aliam as idéias iluministas, culturais, emancipacionistas e nacionalistas ao trabalho estético de seus escritos, entre as cidades de Outro Preto: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto; e do Rio de Janeiro: Silva Alvarenga. O arcadismo brasileiro foi um movimento de independência de idéias diante do qual alguns autores expressaram o sentimento de ser estrangeiro em sua própria terra, devido à imposição de costumes que a metrópole ainda pregava sobre as terras coloniais. Esse período foi de grande importância para a historiografia literária, pois nele se forja a literatura moderna desse país. Com os olhos voltados para a terra natal, os poetas árcades iniciaram o período de transformação da literatura brasileira, que se vai efetivar, realmente, no século XIX, com os românticos. Tomás Antônio Gonzaga escreveu Marília de Dirceu, uma poesia lírica, e Cartas Chilenas, poesia de teor satírico. Cláudio Manoel da Costa inspirou-se em Camões para escrever Obras Poéticas. Silva Alvarenga fez obras em forma clássica. Outros poetas como Basílio da Gama (O Uraguai) e Frei Santa Rita Durão (Caramuru) aparecem neste cenário. O Arcadismo estende-se didaticamente até o ano de publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães em 1836. 4.2 Sobre o Romantismo Sob o clima da liberdade, inicia-se o período romântico brasileiro. Liberdade política e liberdade estética. Diante de um grande desafio, inserir muitos elementos da imaginação na criação literária, os autores desse período começam a trabalhar para mudar o imaginário de nossa literatura. A mudança se dá em vários sentidos. O principal deles é a multiplicidade de temas que surgem em torno da valorização crítica do imaginário cultural nacional. A linguagem literária brasileira expande os sentidos da prosa e do verso, invadindo a selva e os salões burgueses. No trânsito

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entre interior e litoral, a construção de uma nova civilidade, que também esteve em pauta durante o período árcade na Vila Rica, em Minas Gerais, toma conta das ruas do Rio de Janeiro. A burguesia, cultuando sua inteligência, faz uso do jornal para alimentar a sua imaginação diária. Com isso, o chamado folhetim anuncia a propagação de um novo estilo literário que ganha força no Romantismo: o romance. Não ficam atrás as instâncias líricas da poesia, as vozes teatrais e a prosa gótica. A seu tempo, tentando romper com a racionalidade comum ao setecentos, o período oitocentista estica a crítica feita pelos árcades que aparecia nos versos tão formais com os quais eles trabalhavam. Os autores românticos trabalhavam os temas brasileiros, sejam voltados ao nativismo, sejam voltados à nova visão de cidade. A produção artística da primeira metade do século XIX tinha como projeto literário a formação de uma identidade nacional, a revelação do Brasil para os brasileiros, a apresentação de tipos e costumes regionais. Com a conquista da independência do Brasil em 1822, a construção de um projeto de identidade nacional instala-se em nosso país. É nesse momento que uma história literária para o Brasil inaugura-se fortemente. Temos uma vasta produção nesse período que acaba por desdobrar o período romântico em várias gerações, mais conhecidas como indianista, ultrarromântica e condoreira. Nesse período o artista se profissionalizou, a burguesia divulgou os seus valores morais, e o divertimento do público deveria ser levado em conta, pois a publicação de textos em veículos de grande circulação tinha um maior público leitor. Duas décadas depois da Proclamação da Independência, a nossa independência literária faz circular algumas revistas como Nitheroy; Minerva Brasiliense (1843-1845) e Guanabara (1849-1856). Conhecendo as divisões didáticas para as gerações, conseguimos entender melhor o projeto literário do Romantismo. A poesia da primeira geração procura afirmar a identidade brasileira com o resgate do índio e da natureza exuberante como símbolos da nacionalidade, e podemos ler o índio trabalhado de forma diferente entre José de Alencar e Gonçalves Dias. A segunda geração se move entre a idealização, a paixão e a morte até o extremo como sentimos nos textos de Álvares de Azevedo. A terceira geração, com sua poesia social, faz ecoar a voz do negro e é conhecida como condoreira. Ela é marca dos poetas abolicionistas que contrastaram sua visão de mundo com a das gerações anteriores. Para uma delimitação temporal do romantismo no Brasil, os estudos literários apontam como marco fundador a publicação do livro Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. Esse movimento teria terminado em 1881 com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis e com a advento do realismo. Muitos são os escritores que representam esse período literário: Joaquim Manuel de Macedo trabalhou o abrasileiramento das histórias de amor; José de Alencar participou com a criação de heroínas exemplares e fez um quadro de crítica aos costumes sociais; e Manuel Antonio de Almeida retratou o perfil da nova sociedade. Com um árduo trabalho, os autores românticos compuseram um panorama dos espaços brasileiros no início do século XIX, na mesma dimensão geográfica de nosso país. Inscrevia-se em nossas páginas literárias uma diversidade inigualável de personagens e lugares através das quais podemos adentrar no Brasil daquela época. Alencar escreveu O gaúcho, O sertanejo, Senhora, Lucíola, Iracema, O Guarani, O tronco do ipê, Til; Taunay debruçou-se sobre Inocência, A retirada da laguna; Bernardo Guimarães escreveu A escrava Isaura, O garimpeiro, O ermitão de muquém, O seminarista, A filha do fazendeiro, O pão de ouro e Franklin Távora participou com O cabeleira, O matuto, O sacrifício, Um casamento no arrabalde.

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Bibliografia recomendada Para saber mais sobre Literatura Brasileira ABAURRE, Maria Luiza M. Literatura brasileira: tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005. O livro das professoras Maria Luiza Abaurre e Marcela Pontara, publicado em 2005, foi construído para o público do Ensino Médio e para pesquisadores da área da linguagem. O volume que trata da literatura aborda-a através de seus períodos históricos, as chamadas escolas literárias, atentando para as mudanças transcorridas no tempo, tanto com os leitores como com as leituras. Por último, traz ao lado dos textos históricos e dos comentários, textos críticos de professores renomados, uma sessão conectada com sites da internet, referência de livros, CDs e vídeos relacionados ao tema de cada unidade. À margem dos textos, os quadros interativos trazem curiosidades diversas sobre as obras e seus escritores. CASTELLO, José Aderaldo. A Literatura Brasileira: origens e unidade (1500-1960). São Paulo: EDUSP, 1999. v.1. O livro de José Aderaldo Castello mostra ao leitor atento, cada período da história literária brasileira em sua unidade e suas origens, abordando ao lado da questão história e estética, a perpectiva social e fatores que integram a dinâmica da literatura, principalmente em relação às configurações regionais de nossa literatura. COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Distribuidora de Livros Escolares Ltda., 1970. Embora se trate de um livro direcionado à introdução da literatura, o volume aborda de forma sistemática as relações históricas, sociais, políticas que montam um verdadeiro tratado panorâmico sobre a literatura em nosso país. É possível obter um mapeamento sintético de literatura e ao mesmo tempo revelador de nossa identidade. ESPÍNOLA, Adriano. As artes de enganar. Um estudo das máscaras poéticas e biográficas de Gregório de Mattos. Rio de Janeiro: Topbooks, 2000. Fruto de uma pesquisa de doutorado, o livro do professor, poeta e pesquisador Adriano Espínola, trata de máscaras, até então escondidas, do maior poeta do Brasil colonial, o escritor Gregório de Mattos. Além de elucidar questões pertinentes à biografia do “Boca do Inferno”, Adriano aponta caminhos entre o Barroco europeu e o Barroco brasileiro, para valorizar ainda mais os primeiros escritos críticos sobre as relações que formam a base da mentalidade brasileira. RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 2002. Embora o livro do professor Luiz Roncari aborde somente uma parte de nossa história literária, trata-se de um material verdadeiramente voltado para a formação do estudante de Ensino Médio. A cada capítulo, um período histórico é fundamentado teoricamente de forma esclarecedora e minuciosa e textos literários são comentados detalhadamente, despertando nos estudantes a importância cultural e estética da literatura nacional.

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CAPÍTULO 3

1. Introdução

Seja bem vindo ao terceiro capítulo do Episódio “O que é literatura?” da série “Língua Portuguesa – Ensino Médio”. Fazem parte deste capítulo um recurso em áudio e um recurso em vídeo, ambos de duração de dez minutos cada e relacionados ao mesmo propósito pedagógico, podendo ser usados de maneira independente ou complementar. Neste guia de uso, você poderá encontrar, além da descrição de objetivos e conteúdos, sinopses dos capítulos de áudio e de vídeo, orientações para professor e aluno, suporte teórico para o tratamento dos conteúdos de aprendizagem e bibliografia. Com vistas a dar suporte ao alcance dos objetivos, este capítulo contempla vários gêneros textuais que permeiam as nossas práticas sociais para atender a diferentes propósitos comunicativos. Nos recursos de vídeo e áudio são exploradas relações informais entre jovens estudantes e diálogos com um orientador de aprendizagem que os encaminha para diversas atividades de pesquisa e convivência com usos da Língua Portuguesa por meio de gêneros textuais. Desejamos que este material traga boas contribuições para o seu processo ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa!

1.1. Objetivos Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário com estilos de época, dando ênfase ao Realismo e ao Naturalismo.

1.2. Conteúdos O foco deste capítulo está no conteúdo literário que contempla os recursos estilísticos que caracterizam a prosa e a poesia no Realismo e do Naturalismo. Entre os conteúdos interdisciplinares, estão presentes História, Geografia e Artes.

2. Vídeo

2.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 3

Título: O que é literatura?

Subtítulo: Realismo e Naturalismo

Tipo de Recurso: Vídeo

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase ao Realismo e ao Naturalismo.

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Descrição do Recurso: Este material em vídeo tem duração de cerca de dez minutos

e é acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico

em PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens.

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues, Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

Palavras-chave: Literatura Brasileira; Realismo; Naturalismo.

2.2. Sinopse

Na investigação da relação do indivíduo e o meio em que habita, os tripulantes da nave Paideia seguem os caminhos da literatura Realista e Naturalista e voltam no tempo, para o final do século XIX. Em Fortaleza, Carol, Rodrigo e Daniel se encontram com Adolfo Caminha e descobrem um movimento literário local chamado “Padaria Espiritual”. Encantados com as possibilidades de representação do meio, buscam encontrar Machado de Assis, o escritor que melhor retratou a então capital do Brasil, Rio de Janeiro. Venha viajar com nossos jovens aprendizes pelos caminhos da literatura brasileira!

2.3. Orientações para o professor

Caro professor, este capítulo traz uma excelente oportunidade para trabalhar com os alunos a interdisciplinaridade por meio do estudo da Literatura Brasileira. As disciplinas de História e Geografia podem ser contempladas por meio do estudo da época em que o Realismo e o Naturalismo se deram no Brasil e no mundo. Comece a explorar com os alunos como a Revolução Industrial pode ter modificado a sociedade. “É possível falarmos de uma revolução social?” Como isso pode ter influenciado o pensamento do homem no final do século XIX e início do século XX? Como a relação do homem e o espaço em que habita pode ser representada? Exiba o material em vídeo uma vez sem interrupção para que os alunos verifiquem como esses temas são tratados. Verifique com eles se as idéias que tiveram anteriormente são de alguma maneira contemplada nas discussões do material. Explore com os alunos as características dos movimentos nos textos de Adolfo Caminha e Machado de Assis, trazidos no vídeo. Como atividade seqüencial, sugerimos que um estudo aprofundado seja feito. Que tal buscarmos outros textos dos mesmos autores, ou de outros autores mencionados, para analisarmos as características do Realismo e do Naturalismo? As possibilidades são inúmeras. Observe o seu contexto e tenha bastante sucesso!!

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2.4. Orientações para o aluno

Antes do vídeo:

1. Como a Revolução Industrial pode ter modificado a sociedade? “É possível falarmos de uma revolução social?”

2. Como a Revolução Industrial pode ter influenciado o pensamento do homem no final do século XIX e início do século XX? Como a relação do homem e o espaço em que habita pode ser representada?

Durante o vídeo:

1. Verifique com eles se as suas respostas anteriores são de alguma maneira contemplada nas discussões do material.

2. Observe os textos de Adolfo Caminha e Machado de Assis, trazidos no vídeo. Quais características do Realismo e do Naturalismo podemos observar nos textos?

Após o vídeo:

1. Como atividade seqüencial, sugerimos que um estudo aprofundado seja feito. Que tal buscarmos outros textos dos mesmos autores, ou de outros autores mencionados, para analisarmos as características do Realismo e do Naturalismo? Tenha uma ótima pesquisa!

3. Áudio

3.1. Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica – Episódio 5 – Capítulo 3

Título: O que é literatura?

Subtítulo: Padaria Espiritual: Realismo e Naturalismo

Tipo de Recurso: Áudio

Objetivo: Este capítulo tem como objetivo específico relacionar o universo literário

com estilos de época, dando ênfase ao Realismo e ao Naturalismo.

Descrição do Recurso: Este material em áudio tem duração de cerca de dez

minutos, dividido em dois blocos de aproximadamente cinco minutos cada, e é

acompanhado de Guia do Professor com Suporte Teórico e Suporte Pedagógico em

PDF.

Observações (informações complementares):

Níveis de ensino: Ensino Médio

Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Temas: Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens.

Autores: Andreia Turolo da Silva, Bernardete Biasi Rodrigues; Cibele Gadelha

Bernardino, Fátima Maria da Rocha Souza e Larissa Pereira de Almeida.

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Palavras-chave: Literatura Brasileira; Realismo; Naturalismo.

3.2. Sinopse Vamos alimentar com pão nossos espíritos? É na Padaria Espiritual que os jovens aprendizes da Nave da Aprendizagem investigam a literatura do período realista e modernista brasileiro. Entre o sincretismo literário e a irreverência encontrados nos textos dos diversos membros desse movimento cearense, Carol, Rodrigo e Daniel descobrem as características literárias da época e definem o que é a literatura. Convidamos você para vir com eles colocar as mãos na massa!

3.3. Orientações para o professor Caro professor, este capítulo trata especificamente de um movimento cearense que aconteceu em Fortaleza no período do Realismo e Naturalismo brasileiro. Apesar de ter tomado este espaço no cenário brasileiro, você verá que a natureza da literatura produzida é hibrida, o que possibilitará uma oportunidade para tratar da literatura como algo não dimensionado pelo tempo, e que a divisão da história da literatura escolas literárias servem ao objetivo pedagógico. Antes de ouvir ao material em áudio, pergunte aos alunos se já ouviram falar da “Padaria Espiritual”. O que imaginam sobre isso. Feito isso, reproduza o primeiro bloco e confirme com os alunos o que puderam entender. Reproduza o segundo bloco e prossiga as discussões sobre as metáforas do movimento e dos textos, a irreverência dos membros desse movimento e a sua ligação com o momento histórico no cenário brasileiro. Como atividade seqüencial, sugerimos identificar os autores e as obras dos membros da “Padaria Espiritual”. Peça para que os alunos selecionem uma delas para analisar as características do Realismo e do Naturalismo nela contidas. Utilize o suporte teórico para saber mais e poder orientar seus alunos sobre esse importante movimento literário do Ceará, e tenha bastante sucesso!!

3.4. Orientações para o aluno Antes do áudio:

1. Você já ouviu falar na “Padaria Espiritual”? O que imagina sobre isso? Durante o áudio:

1. Ouça o primeiro bloco do material em áudio e confirme as suas respostas as questões anteriores.

2. Ouça o segundo bloco do material e busque identificar as características desse movimento literário cearense. Analise os textos literários contidos no material buscando identificar as características do Realismo e do Naturalismo.

Após o áudio: 1. Prossiga sua investigação sobre a “Padaria Espiritual” identificando os

autores que participaram deste importante movimento intelectual e literário do Ceará, assim como a sua obra. Tenha bastante sucesso!!

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4. Suporte Teórico 4.1 Sobre o Realismo/Naturalismo

Na segunda metade do séc. XIX, depois da Revolução Industrial, a sociedade ainda estava ajustando as contas com os avanços científicos que ela provocou. No século anterior, a Revolução Industrial provocou uma série de revoluções burguesas que colocaram em crise o antigo regime político, marcando a passagem do capitalismo comercial para o industrial. A era das máquinas permitiu que fosse tecido um olhar mais objetivo para a realidade. O que intensamente veio mudar a vida do homem desse século foi o desenvolvimento das cidades, agora transformadas pelas mãos dos trabalhadores assalariados e pelos costumes da burguesia. Por entre esse cenário, as estéticas estavam estreitamente ligadas ao estudo científico. Esses acontecimentos marcam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Machado é até hoje o escritor brasileiro que melhor retratou o Brasil e marcou o período realista da literatura brasileira. Machado foi, antes de tudo, um homem apaixonado pela cidade onde nasceu. O Rio de Janeiro era a capital do país e palco de mudanças e diversos acontecimentos. A segunda metade do século XIX exigia do Brasil um homem à altura do seu tempo, que levasse adiante o Brasil que foi construído nas narrativas de escritores como José de Alencar. Machado de Assis faz a perfeita tradução do signo de seu tempo. Desenvolve trabalhos em tipografia e jornal, garante seu salário como funcionário público e passeia pelas vielas do Rio de Janeiro com olhar crítico e atento às mazelas humanas que serão incorporadas de forma racional em seus contos. Machado lê a realidade nacional em consonância com a realidade estrangeira a essa terra. Literalmente, o escritor faz dos livros sua morada. Aprende a gostar de ler desde pequeno, vence todas as dificuldades que surgem em sua vida através do universo da escrita e devolve ao Brasil seu pensamento filosófico sobre a humanidade, de forma objetiva, analisando o indivíduo e a sociedade de seu tempo. A movimentação político-social-econômica de nosso país foi sentida em todas as ruas do Rio de Janeiro, de onde Machado nunca precisou sair. Para não ficar sozinho em suas reflexões, Machado de Assis inova no diálogo com seu interlocutor: o leitor. Junto com outros escritores levanta questionamentos sobre a corte, sobre a relação entre os indivíduos e sobre a cidade no momento em que o mundo ficou menor, principalmente por causa do uso do telégrafo. O período realista na nossa literatura foi bastante produtivo, visto que se desdobrou em outras correntes na prosa, o Naturalismo, e na poesia, o Parnasianismo. No caso da prosa, por exemplo, por ter uma visão tão objetiva da realidade, os escritores desse período ampliam a denúncia social em seus escritos a ponto de construir várias distorções daquilo que pretendem criticar. Esse exagero estabelecido em dimensões animalescas instaura o Naturalismo, ou seja, os escritores deixam as questões científicas invadirem a esfera literária. Os personagens são vistos pelos olhos do leitor com uma lupa racional, do instinto humano. O cientista Charles Darwin traz um estudo cientificamente significativo sobre as teorias criacionistas, revelando que o homem era fruto de um longo processo de evolução e adaptação, que evidenciam a teoria da evolução das espécies. Isso muda o foco para entender o homem como um animal qualquer, sem alusão à criação divina. Levando adiante esse pensamento que mudou o paradigma de uma época, intelectuais como Comte e Taine, influenciaram definitivamente a estética naturalista com suas teorias filosóficas: o positivismo e o determinismo. O ser humano passa a ter suas ações condicionadas pelo meio em que vive. A esfera

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coletiva passa a ter maior visibilidade que a esfera individual típica da burguesia romântica. O universo do proletariado salta aos olhos do escritor interessado em observar a relação entre a vida e o trabalho praticado. Espaços como o navio, a lavoura, o internato, são motes para escritores que se interessaram por uma realidade brasileira. Posicionados entre a estética literária realista e sua vertente naturalista, muitos escritores utilizaram sua pena no sentido de endossar o conturbado pensamento do final do séc. XIX. Machado de Assis adentrou pelo pensamento psicológico dos personagens em contos, crônicas e nos romances Quincas Borba, Dom Casmurro, Memorial de Aires, Memórias Póstumas de Brás Cubas; Domingos Olímpio escreveu Luzia-homem; Raul Pompéia pintou com cores impressionistas O Ateneu; Aluísio Azevedo participou com O mulato e O cortiço; Júlio Ribeiro com A carne; Adolfo Caminha com A normalista e O bom crioulo; Oliveira Paiva com Dona Guidinha do Poço e Rodolfo Teófilo com A fome. Mas, somados a esses, muitos outros escritores ampliaram a produção literária do Brasil Olhar a literatura a partir de seus registros regionais, permite ao leitor verificar movimentos literários pouco conhecidos hoje e que legaram ao país importantes escritores. Tomados por um olhar que parte do Nordeste do Brasil, podemos falar de uma cidade em que grêmios e associações literárias proliferam: Fortaleza. No final do séc. XIX, surge nessa cidade um movimento muito irreverente e inovador, diferente do que existia em todo o país, a Padaria Espiritual, que durou apenas quatro anos. Com a idéia de fornecer pão para o espírito, alguns rapazes de letras e artes reuniram-se em torno do Café Java, um dos quatro cafés instalados na Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza. Metaforizando uma padaria, os “padeiros” (escritores), sob o uso de pseudônimos, escreviam e entregavam “O Pão” (jornal onde publicavam suas idéias). A Padaria Espiritual teve duas fases e sempre manteve o humor, com poetas divulgando suas idéias políticas e sociais. O estatuto da agremiação literária foi escrito por Antônio Sales. O programa de instalação foi divulgado na sede da Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco. A distribuição do jornal espalhou-se por todo o país e os artigos repercutiram em outros estados brasileiros, divulgando a irreverência do movimento iniciado em Fortaleza, antes mesmo da Semana de Arte Moderna. Simbolistas, naturalistas, românticos revelam um período marcado pelo sincretismo de tendências literárias. Bibliografia recomendada Para saber mais sobre Literatura Brasileira ABAURRE, Maria Luiza M. Literatura Brasileira: tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005. O livro das professoras Maria Luiza Abaurre e Marcela Pontara, publicado em 2005, foi construído para o público do Ensino Médio e para pesquisadores da área da linguagem. O volume que trata da literatura aborda-a através de seus períodos históricos, as chamadas escolas literárias, atentando para as mudanças transcorridas no tempo, tanto com os leitores como com as leituras. Por último, traz ao lado dos textos históricos e dos comentários, textos críticos de professores renomados, uma sessão conectada com sites da internet, referência de livros, CDs e vídeos relacionados ao tema de cada unidade. À margem dos textos, os quadros interativos trazem curiosidades diversas sobre as obras e seus escritores.

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AZEVEDO, Rafael Sânzio de. A Padaria Espiritual e o Simbolismo no Ceará. 2ª. ed. Fortaleza: UFC - Coleção Alagadiço Novo, 1996. Com maestria e o cuidado minucioso de pesquisador, o professor Sânzio de Azevedo, em seu livro sobre a Padaria Espiritual e o Simbolismo no Ceará, nos mostra o panorama real desse movimento no Ceará e as possíveis denominações que surgem para nosso entendimento do período histórico do final do século XX. Além disso, aborda a importância de cada autor dentro do movimento e do quadro da literatura nacional. Elucida ainda questões referentes ao movimento surgido no Ceará e sua contribuição para nossa literatura. CASTELLO, José Aderaldo. A Literatura Brasileira: origens e unidade (1500-1960). São Paulo: EDUSP, 1999. v.1. O livro de José Aderaldo Castello mostra ao leitor atento, cada período da história literária brasileira em sua unidade e suas origens, abordando ao lado da questão história e estética, a perpectiva social e fatores que integram a dinâmica da literatura, principalmente em relação às configurações regionais de nossa literatura. COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Distribuidora de Livros Escolares Ltda., 1970. Embora se trate de um livro direcionado à introdução da literatura, o volume aborda de forma sistemática as relações históricas, sociais, políticas que montam um verdadeiro tratado panorâmico sobre a literatura em nosso país. É possível obter um mapeamento sintético de literatura e ao mesmo tempo revelador de nossa identidade. ESPÍNOLA, Adriano. As artes de enganar. Um estudo das máscaras poéticas e biográficas de Gregório de Mattos. Rio de Janeiro: Topbooks, 2000. Fruto de uma pesquisa de doutorado, o livro do professor, poeta e pesquisador Adriano Espínola, trata de máscaras, até então escondidas, do maior poeta do Brasil colonial, o escritor Gregório de Mattos. Além de elucidar questões pertinentes à biografia do “Boca do Inferno”, Adriano aponta caminhos entre o Barroco europeu e o Barroco brasileiro, para valorizar ainda mais os primeiros escritos críticos sobre as relações que formam a base da mentalidade brasileira. RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 2002. Embora o livro do professor Luiz Roncari aborde somente uma parte de nossa história literária, trata-se de um material verdadeiramente voltado para a formação do estudante de Ensino Médio. A cada capítulo, um período histórico é fundamentado teoricamente de forma esclarecedora e minuciosa e textos literários são comentados detalhadamente, despertando nos estudantes a importância cultural e estética da literatura nacional.