licenciatura em biologia - zoologiaii geral e comparada

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ZOOLOGIA GERAL E COMPARADA II

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Page 1: Licenciatura em Biologia - ZoologiaII  Geral e Comparada

ZOOLOGIA GERAL E COMPARADA II

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ZOOLOGIA

GERAL ECOMPARADA II

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Zoologia Geral e

Comparada II

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Waldeck OrnelasRoberto Frederico MerhyReinaldo de Oliveira BorbaAndré PortnoiRonaldo CostaJane FreireJean Carlo NeroneRomulo Augusto MerhyOsmane ChavesJoão Jacomel

Gervásio Meneses de OliveiraWilliam OliveiraSamuel SoaresGermano Tabacof

Pedro Daltro Gusmão da Silva

♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦

Gerente de Ensino ♦ Jane FreireAutor (a) ♦ Claudia BorgesSupervisão ♦ Ana Paula AmorimCoordenação de Curso ♦ Letícia Machado

♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦

Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos

Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior,Israel Dantas, Lucas do Vale, Marcus Bacelar e Yuri FontesEditoração ♦ Fabio José Pereira GonçalvesIlustração ♦ Fabio José Pereira Gonçalves, FranciscoFrança Júnior, Cefas GomesImagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

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SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

07○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

INVERTEBRADOS SUPERIORES E PRIMEIROS VERTEBRADOS

ECTOTERMIA

07○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE

Introdução ao Grupo dos Artrópodos

Características Gerais dos Artrópodos

O Ambiente Aquático e os Peixes Primitivos

Os Peixes Cartilaginosos e Ósseos

08○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Modificações para a Vida na Terra

Anfíbios: Biologia e Classificação

Répteis: Biologia e Classificação

27○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

28○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

33○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

16○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

19○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ENDOTERMIA 49○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

EVOLUÇÃO DAS AVES

A Evolução das Aves e a Origem do Vôo

Características Gerais e Classificação

Diversidade das Aves

49○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

51○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

59○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Zoologia Geral e

Comparada II

MAMÍFEROS E O HOMEM

Características e Diversidade dos Mamíferos

Tamanho Corpóreo, Ecologia e Vida Social dos Mamíferos

Evolução dos Primatas e o Surgimento dos Humanos

Atividade Complementar

Glossário

Referências Bibliográficas

70○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

81○ ○

82○ ○ ○ ○

86○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

98○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

99○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Caro (a) graduando (a),

A Biologia é, hoje, um dos ramos da ciência que tem crescido emum ritmo bastante acelerado. A divulgação desse progresso através dosmeios de comunicação (jornais, televisão e internet) tem trazido paradentro das salas de aula assuntos que despertam muito o interesse dosalunos. Como exemplo, tem-se a terapia através do uso de células tronco.

Ao iniciarmos os nossos estudos de Zoologia II, temos comoobjetivo principal fornecer todas as informações necessárias para que odiscente de Licenciatura em Ciências Biológicas seja capaz de transmitira seus futuros alunos, noções básicas sobre o mundo vivo que nos rodeia.

O material didático desta disciplina foi estruturado parafundamentar seus conhecimentos, sendo aconselhado, portanto, a leiturae interpretação dos textos. No final de cada conteúdo são propostasatividades destinadas à fixação e à avaliação da aprendizagem, a fimde que se desenvolva uma reflexão orientada e crítica.

Esperamos que vocês encontrem neste módulo um bommaterial para estudo!

Profª. Cláudia Borges

Apresentação da Disciplina

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Zoologia Geral e

Comparada II

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ECTOTERMIA

INVERTEBRADOS SUPERIORES E PRIMEIROS

VERTEBRADOS

CONTEÚDO 1 - INTRODUÇÃO AO GRUPO DOS ARTRÓPODOS

O filo Arthropoda (do grego Arthros, articulação + podos, pés) contém a maioria dosanimais conhecidos. Mais de um milhão de espécies já foram descritas (83% do ReinoAnimalia), e as estimativas dão conta que esse número deve representar menos de 10% dototal de espécies. Pertencem ao filo Arthropoda: os insetos (borboletas, gafanhotos, moscas),os aracnídeos (aranhas, escorpiões, carrapatos), os crustáceos (caranguejos, camarões,siris, cracas) e outros subgrupos menores (centopéias, piolhos de cobra).

A enorme diversidade de adaptação dos artrópodos tem-lhes permitido sobreviverem quase todos os habitats; e eles são talvez, os animais que com mais êxito invadiram oambiente terrestre: há espécies marinhas, de águas doces, salobras e terrestres. Artrópodosocorrem em altitudes acima de 6.000 metros em montanhas e crustáceos a profundidadesque chegam a 9.500 metros no mar. Outras espécies são, ainda, ectoparasitas de plantase, sobretudo, endoparasitas de outros animais. Outras são gregárias, e vários tipos deinsetos coloniais desenvolveram organizações sociais, com divisão de trabalho entre osmembros de diferentes castas. Muitos artrópodos são economicamente importantes. Osgrandes caranguejos, lagostas e camarões são comidos pelo homem, crustáceos pequenossão os principais herbívoros no mar e a base da maioria das teias alimentares.

A maioria dos zoólogos concorda que os artrópodos representam a culminação dodesenvolvimento evolutivo nos protostômios. Estes animais tiveram origem a partir de umtronco comum de poliquetos ou, pelo menos, de um ancestral comum a ambos; as relaçõesentre os artrópodos e os anelídeos se manifestam nos seguintes aspectos:

Quase todos os seres vivos dependem de fontes externas de calor para manter atemperatura interna do corpo. Trata-se de um modo antigo, seguro e bastante econômicode viver. Ectotermia é o nome dado a esse estilo de vida e os organismos que o utilizamsão chamados de ectotérmicos. Plantas, fungos, micróbios e a grande maioria dos animaissão ectotérmicos.

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a) Os artrópodos, como os anelídeos, são metaméricos.b) Primitivamente, cada segmento de artrópodo é portador de um par de

apêndices. Observa-se esta mesma disposição nos poliquetos, nos quais cadametâmero possui um par de parapódios. Entretanto, a homologia exata entreparapódios e os apêndices dos artrópodos é incerta.

c) A organização do sistema nervoso segue, em ambos os grupos, umplano básico idêntico. Em ambos, o cérebro dorsal anterior é seguido de um cordãonervoso ventral com expansões ganglionares em cada segmento.

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Zoologia Geral e

Comparada II

As principais diferenças entre os anelídeos e os artrópodos refletem os diversosaspectos estruturais e fisiológicos associados ao corpo mole, hidraulicamente operadodos anelídeos, e o corpo duro, operado por um sistema de alavancas, dos artrópodos.Muitos aspectos, presentes nos artrópodos, mas não nos anelídeos, incluem:

CONTEÚDO 2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ARTRÓPODOS

Duas características ressaltam-se quando os aspectos gerais dos artrópodos sãoanalisados:

Além das características já mencionadas, existem outras, comuns a todos osartrópodos:

a) Grande redução do celoma.b) Presença de um exoesqueleto duro e não-flexível.c) Um sistema circulatório aberto, lacunar.d) Ausência de cílios em todos os sistemas de órgãos.e) Olhos compostos.

a) A presença de um esqueleto externo (ou exoesqueleto) constituídopor quitina, um polissacarídeo nitrogenado (C8H18O5N) bastante resistente einsolúvel em água, álcalis, ácidos diluídos, ou pelos sucos digestivos deoutros animais. Entretanto, a presença de uma carapaça limita o crescimentodo animal, o que foi solucionado com o desenvolvimento de um processoperiódico de substituição do exoesqueleto. Essa substituição periódica,chamada ecdise ou muda, permite que o animal cresça.

b) A presença de patas articuladas, apêndices de locomoção quefuncionam como um sistema de alavancas, potencializando a ação musculare transformando com mais eficiência a contração muscular em movimento.No entanto, os artrópodos não possuem apenas patas articuladas, mas, sim,todas as extremidades, como antenas e peças bucais.

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d) O desenvolvimento embrionário de alguns artrópodosapresenta, ainda, uma clivagem holoblástica determinada e omesoderma nestas formas tem origem no blastômero quatro d.

e) Outras características semelhantes incluem uma cutículaproduzida pela epiderme, um trato digestivo tubular desde uma bocaanterior até um ânus posterior e a concentração dos órgãos dossentidos na cabeça.

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c) A circulação é aberta, com um coração alongado dorsal, queapresenta orifícios (óstios) através dos quais o sangue entra ou sai: Nãoexiste cavidade pericárdica. Uma diferença importante entre o sangue dosartrópodos e os vertebrados é que, nesses últimos, há grande quantidadede células (glóbulos brancos e vermelhos), enquanto nos artrópodos essaquantidade é muito reduzida. Esse sangue de baixa celularidade éconhecido pelo nome de hemolinfa.

d) Os órgãos excretores podem ser genericamente denominadosglândulas renais, embora recebam nomes específicos, dependendo do

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2.1 Classificação dos Artrópodos

O filo dos artrópodos pode ser subdividido em cinco classes principais, usando comocritério o número de patas.

A Classe Insecta

Morfologia Externa

Possuem o corpo dividido em três segmentos (=regiões): cabeça, tórax e abdome. Acabeça na maioria dos insetos é orientada de tal forma que as peças bucais ficam dirigidaspara baixo (hipognatos). Em um inseto hipognato, as superfícies mais laterais e dorsais dacabeça apresentam um par de antenas (uma antena típica é formada por artículos ouantenômeros e apresenta 3 regiões distintas: escapo, pedicelo e flagelo), que são utilizadaspara orientação, e um conjunto de olhos que proporciona aos insetos uma excelente visão.Eles podem enxergar coisas que não são visíveis ao olho humano. Este conjunto está formadopor um par de olhos compostos (isto é, olhos formados por várias unidades denominadasomatídios), que permitem enxergar em várias direções ao mesmo tempo e três olhos simplestambém conhecidos como ocelos. O tórax, o qual forma a região média do corpo do inseto,é composto por três segmentos – um protórax, um mesotórax e um metatórax. Em cada umdestes três segmentos, há um par de pernas articuladas com a pleura. É ainda no tórax quese prendem as asas, existentes na maioria dos insetos. Quanto ao número de asas, existem3 tipos de insetos: sem asas (traças-de-livros, pulgas, piolhos) com um par de asas (comoé o caso das moscas) e com dois pares de asas (como as libélulas). O abdome é compostode 9 a 11 segmentos.

São os artrópodos com seis patas (= 3 pares). Os insetos são osmais numerosos e diversificados de todos os artrópodos, com cerca de1.500.000 espécies conhecidas e descritas.

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grupo: essas glândulas têm por característica filtrar as excretas do sangue,uma vez que não possuem cavidade celomática ampla. De acordo com oambiente ocupado por cada grupo, o seu principal resíduo metabólico podeser a amônia (crustáceos), o ácido úrico (insetos, diplópodos e quilópodos) oua guanina (aracnídeos). A eliminação de ácido úrico ou de guanina são asmais adequadas para a vida terrestre, pois são produtos pouco tóxicos e queexigem pouca diluição, representando uma boa estratégia de economia deágua.

e) O sistema nervoso dos artrópodos apresenta, em geral, gânglioscerebrais bem desenvolvidos, de onde parte o cordão nervoso ventral,ganglionar. As estruturas sensoriais dos artrópodos são eficientes ediversificadas. Há sensores químicos capazes de reconhecer a presença dealimentos ou de inimigos naturais; há receptores de paladar, como aqueleslocalizados nas patas das moscas; há sensores posturais semelhantes aosencontrados nos demais invertebrados (os estatocistos); receptores auditivos,receptores luminosos, etc.

Exemplos: baratas, besouros, moscas, cigarras, mariposas, etc.

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Zoologia Geral e

Comparada II

Reprodução e Desenvolvimento

Os insetos são animais de sexos separados (dióicos) e ovíparos. O sistemareprodutivo feminino típico consiste de dois ovários (um de cada lado) e de dois ovidutoslaterais. O par de ovidutos usualmente se reúne para formar um oviduto comum que leva auma vagina. O sistema reprodutor masculino inclui um par de testículos, um par de ductoslaterais e um ducto mediano que se abre em um pênis ventral.

Durante a copulação, o pênis do macho (freqüentemente extensível ou eversível) éinserido no orifício genital da fêmea. Os machos de muitas ordens – libélulas, moscasverdadeiras, borboletas, mariposas, para especificar uns poucos – possuem órgãosseguradores para agarrar o abdome da fêmea. Os órgãos seguradores (clásperes) derivam-se de partes dos segmentos terminais variando muito em estrutura.

Depois que os ovos são postos pelas fêmeas, eles se desenvolvem e formam umnovo inseto. Alguns insetos têm desenvolvimento direto, sem metamorfose (desenvolvimentoametábolo: a= sem; metábolo = mudança): do ovo nasce uma forma jovem, que já tem oaspecto do adulto, embora menor. É por exemplo, o caso da traça-de-livro. Odesenvolvimento da borboleta é indireto, com metamorfose completa (desenvolvimentoholometábolo: holo = total; metábolo = mudança): ela nasce diferente do adulto. Do ovoeclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período em que sealimenta ativamente, para depois entrar em estágio inativo e secretar um casulo que aenvolve. Este estágio é o de pupa, quando ocorre a metamorfose. Dentro do casulo, a larvatransforma-se no adulto ou imago. No imago, estão presentes todos os órgãos quecaracterizam um adulto da espécie. A designação imago não significa, obrigatoriamente,adulto sexualmente ativo, mas uma forma na qual as estruturas sexuais já se encontramformadas, ainda que imaturas e afuncionais. Depois de adulto, o inseto não sofre maismudas e, portanto, não cresce mais. Além das borboletas, outros insetos também possuemdesenvolvimento indireto. É, por exemplo, o caso das moscas e pulgas.

Alguns insetos holometábolos possuem fase larval aquática, como é o caso deimportantes mosquitos vetores de doença. Como exemplo temos: Culex, que transmite aelefantíase, Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue ea febre amarela.

Insetos Sociais

Figura 01 – Estrutura externa de um inseto.www.consulteme.com.br

Organizações sociais desenvolveram-se em duas ordens de insetos, osIsoptera que contém os cupins e os Hymenoptera que incluem as formigas, abelhase vespas. Em todos os insetos sociais nenhum indivíduo pode existir fora da colônianem pode ser membro de outra colônia senão aquela em que ele se desenvolveu.

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A abelha Apis mellifera é o inseto social melhor conhecido. Supõe-se que esta espécietenha-se originado na África e seja um invasor recente das regiões temperadas pois,diferentemente das outras abelhas e vespas de regiões temperadas, as colônias destasabelhas sobrevivem ao inverno e a multiplicação ocorre por divisão da colônia num processodenominado enxameamento. Estimulada em parte pela multidão de operárias (de 20.000 a80.000 em uma única colônia), a rainha-mãe abandona a colônia com um punhado deoperárias (um enxame) para fundar uma nova colônia. A colônia anterior é deixada comrainhas em desenvolvimento. Na eclosão, uma nova rainha faz vários vôos nupciais duranteos quais ocorre a copulação com os machos (zangões). Ela acumula espermatozóidessuficientes para o restante de sua vida. O macho morre após a copulação quando seusórgãos reprodutivos são literalmente explodidos para o interior da fêmea. Uma nova rainhapôde, eventualmente, partir com algumas das suas operárias com um pós-enxame, deixandoas operárias restantes para desenvolverem outra rainha. Eventualmente, a colônia antigaconsistirá de um terço do número original de operárias mais a sua nova rainha.

B Classe Crustacea

Morfologia Externa

O corpo dos crustáceos pode estar dividido em cabeça, tórax e abdome ou emcefalotórax e abdome, sendo que o cefalotórax corresponde à fusão de dois tagmas: acabeça e o tórax. Na cabeça, estão presentes, além de dois pares de antenas, um par deolhos compostos que, geralmente, situam-se na extremidade de dois pedúnculos; são porisso, chamados de olhos pedunculados. Esses olhos são movimentados pelos pedúnculos,permitindo assim, uma ampla exploração do ambiente. Ao redor da boca, há um par demandíbulas. Atrás das mandíbulas encontram-se dois pares de apêndices alimentaresacessórios: a primeira e a segunda maxilas. O tronco é muito menos uniforme que a cabeça.Na região torácica encontramos os cinco pares de apêndices (pernas torácicas),denominados periópodos, que são usados para locomoção. O abdome é formado pordiversos segmentos distintos e articulados. Seus apêndices (pernas abdominais) sãodenominados pleópodos, ajudam na respiração e carregam os ovos das fêmeas. Os últimossegmentos são estruturas achatadas; os dois laterais são denominados urópodos e o central,telso. Em conjunto eles formam um remo para natação.

Os crustáceos são artrópodos com 5 pares (= 10) de patas. Sãohabitualmente aquáticos ( marinhos ou de água doce), embora existamespécies terrestres, como o tatuzinho-de-jardim.

Existe um cuidado cooperativo na incubação e superposição de gerações. Todosos insetos sociais exibem algum grau de polimorfismo (do grego: muitas formas)sendo os diferentes tipos de indivíduos de uma colônia denominadas castas. Asprincipais castas são os machos, as fêmeas (ou rainhas) e as operárias. Osmachos funcionam na inseminação da rainha, a qual produz novos indivíduospara a colônia. As operárias fornecem o suprimento e manutenção da colônia. Adeterminação das castas é um fenômeno desenvolvimental regulado pela presençaou ausência de certas substâncias fornecidas aos estágios imaturos por outrosmembros da colônia.

Exemplos: siris, caranguejos, lagostas, camarões, etc.

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Zoologia Geral e

Comparada II

Caranguejo ou siri?Muita gente confunde caranguejo com siri. Eles podem, no

entanto, ser diferenciados facilmente por várias características; duasdelas muito evidentes:

- O corpo do siri é mais achatado do que o corpo docaranguejo, que é mais “arredondado”.

- As patas traseiras do siri são largas, como remos, aopasso que as patas do caranguejo são pontudas.

Você sabia?

Reprodução

A maioria dos crustáceos é dióica, mas as cracas e alguns membros de outros grupossão hermafroditas. As gônadas dos crustáceos são órgãos pares tipicamente alongados,que se encontram na porção dorsal do tórax ou do abdome, ou em ambos. Os ovidutos e osductos espermáticos são geralmente túbulos pares simples que se abrem na base de umpar de apêndices do tronco ou em um esternito. Entretanto, os segmentos portadores dosgonóporos podem variar de um grupo para outro.

Mesmo nas espécies hermafroditas, a fecundação é cruzada, envolvendo a copulação.O macho dispõe de uma série de apêndices modificados para segurar a fêmea que incubaos ovos em apêndices do corpo, como ocorre nas lagostas e nos caranguejos, ou em sacosovígeros formados quando os ovos são expelidos, como ocorre nos copépodos.

C Classe Arachnida

São artrópodos com oito (= 4 pares) de patas. De acordo com o registro fóssil, asformas primitivas eram aquáticas. Os representantes atuais, entretanto, ocupamprincipalmente o ambiente terrestre, sendo mais comuns em regiões quentes e secas. Agrande maioria dos membros do grupo tem tamanho reduzido. As aranhas, por exemplo,costumam medir menos de 25 milímetros de comprimento (as espécies avantajadas sãopoucas) e muitos ácaros não têm mais que 0,5 milímetros de comprimento.

Figura 02 – Estruturaexterna de umcrustáceo.www.consulteme.com.br

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Exemplos: aranhas, escorpiões, pseudo-escorpiões, ácaros, carrapatos, etc.

Morfologia Externa

Aranhas

As aranhas variam de tamanho desde pequeninas espécies com menos de 0,5 mmde comprimento até os grandes migalomorfos tropicais (chamados tarântulas,caranguejeiras ou aranhas-macaco em diferentes partes do mundo) que medem 9 cm,podendo a extensão das pernas ser muito maior.

O corpo é geralmente dividido em dois segmentos: o cefalotórax (cabeça fundida aotórax), coberto dorsalmente por uma carapaça sólida convexa, e o abdome. No cefalotórax,geralmente existem oito olhos anteriores e apêndices articulados. O par mais anterior é odas quelíceras, usadas na captura de alimento. Cada uma apresenta um acúleo em formade garra onde se abre o ducto de uma glândula de veneno. O segundo é o par de pedipalpos,que são curtos nas fêmeas e semelhantes a pernas, sendo usados no esmagamento doalimento; mas nos machos eles se modificam, formando estruturas copulatórias. Os quatropares restantes são as patas locomotoras, de tamanho variável; geralmente constam deoito segmentos: uma coxa basal, um trocânter pequeno, um fêmur longo, uma patela curta,uma tíbia longa e um metatarso, um tarso e um pequeno pré-tarso distal que termina emduas ou três garras. Não há antenas. As aberturas corporais, com exceção da boca, sãoabdominais e ventrais, com o destaque para a abertura genital, as aberturas respiratórias,as fiandeiras por onde saem os fios de seda para a construção da teia, e o ânus.

Figura 03 – Estrutura externa de um aracnídeo.BARNES, R. D. 1984.

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Zoologia Geral e

Comparada II

As aranhas possuem sexos separados (são animais dióicos) e,geralmente, são dotadas de um evidente dimorfismo sexual, ou seja, a fêmeae o macho são nitidamente diferentes. Habitualmente, os machos são menoresque as fêmeas. Na época da reprodução, o macho tece um casulo de seda,no qual deposita uma gotícula de líquido contendo os espermatozóides; estessão tomados nas cavidades de seus palpos, para mais tarde seremintroduzidos na cavidade genital da fêmea, onde ficam armazenados noreceptáculo seminal. Há espécies que se acasalam várias vezes durante a

vida; outras só realizam o acasalamento uma vez. A fêmea pode matar e comer o machoapós o acasalamento, mas isto é incomum. Mais tarde, a fêmea tece um casulo de sedaalmofadado no qual os ovos são postos (ooteca). Este casulo ou ooteca pode ficar preso àteia ou ser carregado pela fêmea. O desenvolvimento é direto, e não há passagem porestágio larval. Existem cuidados com a prole; após a eclosão, os filhotes são protegidospela mãe, podendo ser carregados sobre o abdome durante os primeiros dias de vida.

A seda das Aranhas

A seda das aranhas é uma proteína composta de glicina,alanina, serina e tirosina e é similar à seda das lagartas. É emitidacomo um líquido e o endurecimento não resulta da exposição aoar mas, provavelmente do processo real de estriamento. Um únicofio é composto de várias fibras, cada uma das quais procede deseda líquida produzida por um fuso. A maioria das aranhas produzmais de um tipo de seda e os vários tipos são secretados por doisa seis tipos diferentes de glândulas sericígenas.

A seda desempenha um importante papel na vida dasaranhas e é utilizada para diversos fins, mas todas as famílias dearanhas produzem teias para capturas presas. Uma função da sedacomum à maioria das aranhas é o seu uso como fio guia. As aranhasvão deixando, continuamente, um fio de seda seco atrás delas àmedida que se movem. A intervalos, esta seda atua como dispositivode segurança, similar ao utilizado pelos escaladores de montanhas.A cena comum de uma aranha suspensa no ar, após cair de algumobjeto, resulta da contínua retenção de seu fio de guia.

Você sabia?

Figura 04 – Aranha na ootecahttp://www.geocities.com/

apotecionegro/arac.html

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D Classe Chilopoda

Morfologia Externa

São artrópodos que apresentam o corpo alongado, contendo grande número desegmentos e sem uma nítida separação entre a cabeça, o tórax e o abdome. Em cadasegmento, encontram-se um par de pernas; sendo que o primeiro par é transformado emuma estrutura denominada fórcipula, na extremidade da qual se abre uma glândula de veneno,com o qual os quilópodos paralisam suas presas.

No último segmento, o par de pernas merece especial atenção, pois é algo diferentedos outros pares restantes que servem apenas para locomoção: é mais longo e em geraldotado de fortes e robustos espinhos. Quando a lacraia anda, é dirigido para tráshorizontalmente ou mesmo um pouco para cima, sempre um tanto aberto como uma pinçaprênsil que ajuda a captura das presas. Na cabeça, apresentam um par de antenas.

Reprodução

A reprodução dos quilópodos é sexuada. São animais dióicos, com desenvolvimentodireto (o jovem assemelha-se ao adulto, com o mesmo número ou um número menor desegmentos) ou indireto. A fecundação é interna: o macho deposita os espermatozóides nocorpo da fêmea, dentro da qual encontram as células sexuais femininas. Algumas centopéiaspõem ovos e outras são vivíparas.

Aranhas e Escorpiões de Interesse Médico

As espécies de aranhas perigosas para o homem pertencema quatro gêneros: Phoneutria, Loxosceles, Latrodectus e Lycosa.Outros gêneros podem picar o homem, mas a conseqüência é apenasuma forte dor local.

Os escorpiões que podem causar perigo ao homem pertencemprincipalmente ao gênero Tityus. Esses animais possuem uma quilhalongitudinal ao alongo do corpo e um espinho sob o ferrão doaguilhão. Os mais freqüentes no Brasil são o Tityus bahiensis ouescorpião marrom e o Tityus serrulatus ou escorpião amarelo.

O primeiro filme “Homem aranha” deveria ser, na verdade,“Homem opilião”, porque o símbolo no peito do herói não possuíao pedicelo, que é a sinapomorfia básica das aranhas. No segundofilme, os diretores corrigiram esse erro.

Os quilópodos são animais com 2 patas (= 1 par) por segmento do tórax.

Exemplos: centopéias ou lacraias.

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Zoologia Geral e

Comparada II

E Classe Diplopoda

Morfologia Externa

Os diplópodos têm corpo cilíndrico com muitos segmentos e a parede do corpo incluidepósitos de sais de cálcio. Não possuem forcípula. A cabeça dos diplópodos tende a serconvexa dorsalmente e achatada ventralmente, com dois grupos de muitos olhos simples eum par de antenas curtas e de mandíbulas. Uma estrutura em forma de placa (gnatoquilário)pode representar as maxilas fundidas. O tórax é curto, com quatro segmentos ímpares,todos menos o primeiro com um par de pernas. O longo abdome possui 9 a 100 segmentosduplos, cada um contendo dois pares de estigmas, ostíolos e gânglios nervosos e doispares de pernas com sete artículos.

Reprodução e Desenvolvimento

A fecundação é interna. Os ovos são fecundados no momento da postura e,dependendo da espécie, são produzidos de 10 a 300 ovos de uma só vez. Alguns depositamos ovos em grupos no solo ou no humo; outros, como o Narceus, regurgitam um materialque é moldado em forma de taça com a cabeça e as pernas anteriores. Um único ovo édepositado na taça, que depois é fechada e polida. A cápsula é depositada em humo efendas e é comida pelo jovem diplópodo ao eclodir. O diplópodo europeu Glomeris temhábitos similares, mas forma a cápsula com excremento.

Os ovos da maioria das espécies eclodem em várias semanas e os jovens recém-eclodidos geralmente possuem apenas sete segmentos e os três primeiros pares de pernassendo os outros adicionados na frente do segmento anal durante mudas sucessivas (até10) do crescimento. Muitos diplópodos sofrem ecdise (processo de mudança doexoesqueleto) dentro de câmaras de muda especialmente construídas, similares aos ninhos,e é dentro destas câmaras que muitas espécies tropicais sobrevivem na estação da seca.O exoesqueleto desprendido é geralmente comido, talvez para auxiliar na reposição decálcio. Os diplópodos vivem de 1 a 10 ou mais anos, dependendo da espécie.

CONTEÚDO 3 – O AMBIENTE AQUÁTICO E OS PEIXESPRIMITIVOS

Os primeiros vertebrados que surgiram na face da Terra eram provavelmente animaismarinhos de pequeno porte, com todas as características dos cordados. Já apresentavam,entretanto, um encéfalo simples e um esqueleto cartilaginoso, com crânio e vértebras aindanão completamente formados. Esses vertebrados primitivos não possuíam mandíbulasverdadeiras e foram, por isso, denominados agnathas ou ciclostomatos, pois possuíam aboca arredondada.

Os diplópodos são animais com 2 patas (=1 par)por segmento do tórax e 4 patas (2 pares) por segmentodo abdome.

Exemplo: piolhos de cobra ou gongolos.

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Figura 05 – Exemplo de um peixe primitivo:a lampreia.www. wikipedia.org

Os agnathas eram abundantes nos mares de eras geológicas passadas, mas nafauna atual estão representados por dois grupos: o das lampreias, com trinta espécies, e odas feiticeiras (ou peixes-bruxa), com vinte espécies.

A Petromyzoniformes

Morfologia Externa

A lampreia tem corpo cilíndrico e cauda lateralmente comprimida. As nadadeirassão pequenas, mas isso não restringe seus movimentos natatórios, executados porondulações do corpo. A boca é circundada por um grande funil ventral com forma de taça,sugador, com muitos dentes córneos cônicos e longa língua protrátil também armada comdentes córneos. A narina é medianodorsal na cabeça, seguida por pele fina sobre o órgãopineal. Os dois grandes olhos são laterais e cobertos com pele transparente, mas sempálpebras. Apresenta, lateralmente no corpo, sete pares de bolsas branquiais, abrindo-seseparadamente, por onde sai à água que banha estes órgãos respiratórios. O ânus abre-se ventralmente na base da cauda e, imediatamente atrás, há uma pequena papila urogenital,perfurada por um ducto. Todo o animal é coberto com um epitélio liso, contendo muitasglândulas, porém sem escamas.

Reprodução e Desenvolvimento

Quando as lampreias, tanto marinhas como de água doce, estão sexualmentemaduras, na primavera ou início do verão, as gônodas incham e ambos os sexos locomovem-se para os rios, às vezes “cavalgando” em peixes ou barcos que passam. Procuram águasclaras e rasas nos rios e usando o funil bucal movem pedras no fundo e varrem os detritospor movimentos rápidos do corpo até preparar uma depressão arredondada, rasa, livre delama, como ninho. A fêmea prende-se a uma pedra fazendo face à corrente, e o machoprende-se à fêmea, ambos usando seus funis bucais. Parcialmente entrelaçados, agitam-se para frente e para trás, quando óvulos e espermatozóides são eliminados, sendo afecundação externa. Os ovos são pequenos (1 mm na lampreia de rio) e adesivos; afundamrapidamente s são cobertos por areia e lodo. Uma fêmea de lampreia de rio pode conter2.00 a 65.00 ovos e a da grande lampreia marinha até 236.000 ovos. Alguns casaisgeralmente desovam próximos uns dos outros, às vezes no mesmo ninho. Todos os adultosmorrem depois da desova. Os jovens eclodem mais ou menos em um mês como pequenaslarvas; quando atingem 12 a 15 mm de comprimento, abandonam o ninho à procura deáguas calmas. Aí cada um constrói e habita um túnel em forma de U na areia e lodo, mas saido túnel para se alimentar do limo que cobre o fundo. A água entra pela boca por ação ciliar

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Zoologia Geral e

Comparada II

e sai através das fendas branquiais. O alimento é capturado no muco secretadopelo endóstilo do assoalho da faringe, como no anfioxo.

As larvas, conhecidas como amocetes, são muito parecidas com oanfioxo (cordado marinho, pequeno e pisciforme). São cegas, desprovidasde dentes e têm uma vida longa, de pelo menos 3 anos (Entosphenustridentatus) até mais ou menos 7 anos (Petromyzon). Durante a metamorfosesão seguidos dois caminhos por diferentes tipos de lampreias. No grupo maisprimitivo o trato digestivo funcional é mantido e desenvolvem-se dentes fortes

e afiado; tais lampreias alimentam-se de peixes, continuando a viver e a crescer no mar ouem grandes rios ou lagos, conforme a espécie. Depois de terem existido neaste estágiopor um ano (talvez mais tempo nas espécies maiores), sobem pequenos rios durante aprimavera, pra desovar e depois morrer. Membros do segundo grupo param de comer e decrescer após a metamorfose, de agosto a outubro; o tubo digestivo e os dentes degeneramparcialmente e após 4 a 11 meses os animais reproduzem-se e morrem. Tais lampreiasdegeneradas desenvolveram-se como ramos divergentes do tipo normal em diversos lugares,tanto no leste como no oeste dos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

B Myxiniformes

Morfologia Externa

Comparados com as lampreias, os membros da ordem Myxiniformes (feiticeiras)diferem de muitas maneiras:

Reprodução

Os peixes-bruxa são hermafroditas. Um único animal pode produzir espermatozóidesem uma época reprodutora e óvulos na seguinte. Óvulos e espermatozóides são eliminadospara a cavidade abdominal como nas lampreias e penetram nos ductos celomáticos situadosna parte posterior do abdome e que se unem com a cloaca. Os óvulos são poucos, commuito vitelo e uma casca córnea resistente; são ovais alongados e podem ser grandes (10por 30 mm). Nas extremidades existem terminais em forma de âncora, que prendem osovos a algas marinhas ou a outros objetos do fundo. O crescimento até a forma adultaaparentemente é direto, sem estágio larval.

3.1 História Natural

As lampreias vivem tanto em água doce como no mar de regiões temperadas. Asespécies ectoparasitas prendem-se a peixes e baleias. Por sucção do funil e uso dos dentes

(1) pela pequena boca sugadora mole, com 1 grande denteepidérmico dorsal e fileiras de pequenos dentes usados para arrancarpedaços do corpo da presa;

(2) vários pares de tentáculos ao redor da boca e aberturanasal;

(3) narina terminal e mediana com canal (e bolsa pituitária)abaixo do encéfalo até o teto da faringe, funcionando como canalpara a entrada de água para arejar as brânquias;

(4) olhos por baixo da pele (não-visíveis);(5) ovos grandes, com casca córnea formada no ovário.

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Figura 06: Quimerahttp://palaeo.gly.bris.ac.uk/Palaeofiles/Fossilgroups/Chondrichthyes/Modernforms/modernforms.html

bucais abrem orifícios na pele por onde é injetada uma substância que evita a coagulaçãodo sangue do hospedeiro enquanto este flui para dentro da boca da lampreia. Peixes ebaleias sadios são atacados e podem ser mortos. Esta é também uma forma de sedeslocarem. A ventosa bucal também lhes serve para se agarrarem a pedras ou vegetaçãoaquática para descansarem. Por esta razão, em alguns locais da Europa são conhecidaspor suga-pedra (“stone-sucker” em inglês). As lampréias, principalmente a larva ammocoetes,são usadas como isca na pesca. No entanto, em alguns países,os adultos são consideradosuma especialidade culinária. Em Portugal, a lampreia é comida sobretudo em arroz delampreia, com uma confecção próxima da cabidela. Alguns restaurantes e casas fazem-natambém assada no espeto. A lampreia é comida de finais de janeiro a meados de abril.

As feiticeiras não toleram luz forte e salinidades baixas. Procuram partes lodosas nofundo do mar, geralmente abaixo de profundidades de 24 metros onde cavam. Comemvermes e outros invertebrados que vivem sobre o fundo ou em seu interior e peixes mortos(necrófagos) ou doentes e outros animais que vão para o fundo.

CONTEÚDO 4 – OS PEIXES CARTILAGINOSOS E ÓSSEOS

Várias espécies de animais que vivem na água são chamados peixes desde ospeixes-boi até as estrelas-do-mar, mas o termo se aplica propriamente a vertebradosaquáticos inferiores. Os gregos conheciam os peixes como ichthyes, sendo a ictiologia oestudo científico dos peixes; o nome comum peixe deriva do latim, pisces.

Os tubarões, as raias e as quimeras são os vertebrados viventes mais inferiores quetêm vértebras completas e separadas, mandíbulas móveis e extremidades pares. Oscondrícties (ou peixes cartilaginosos) podem ser classificados em dois grupos: Holocephalie Elasmobranchii ou Selachii.

De acordo com a classificação científica tradicional, a classe Osteichthyes (Exemplos:sardinhas, atuns e bagres) agrupava os peixes ósseos, em contraposição comChondrichthyes, os peixes cartilaginosos. No entanto, de acordo com as descobertas maisrecentes sobre a filogenia dos animais, a classe Osteichthyes agrupa todos os animaiscom tecido ósseo e com dentes implantados nas maxilas. Esta classe inclui: os Sarcopterygii(Sarcos = carnoso; pterygium = nadadeira) e os Actinopterygii (actinos = raios).

A Holocephali

Estão representados pelas quimeras ou peixe coelho. São peixes grotescos do fundodas profundidades oceânicas (baixas latitudes) ou de águas rasas (altas latitudes). Têm umcomprimento de 0,5 a 2 metros. Possuem brânquiasprotegidas por um opérculo, cauda longa e flexível, olhosmuito grandes, corpo sem escamas e maxila fundidacom o crânio. Suas mandíbulas contêm grandesplacas achatadas. São ovíparos. As quimerasalimentam-se de algas marinhas, invertebrados epeixes.

B Elasmobranchii ou Selachii

Condrícties que possuem de cinco a setefendas branquiais, não recobertas por opérculos.Estão representados pelos tubarões e raias. É o maior

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grupo entre os condrícties, integrado por cerca de 760 espécies.Ao contrário dos agnatha e dos holocephali, os elasmobrânquios

possuem nadadeira caudal bem desenvolvida e o corpo recoberto porescamas placóides, cada uma com um espinho voltado para trás, coberto deesmalte e uma placa basal de dentina situada na derme. Essas escamas sãotambém chamadas de dentículos dérmicos.

B.1 - Tubarões

Morfologia Externa

Os tubarões possuem uma cabeça terminada em ponta arredondada (focinho), ondehá duas narinas ventrais e uma boca larga. Os olhos laterais, movidos por três pares demúsculos que prendem o globo ocular na sua base, não têm pálpebras. Como na maioriados peixes elasmobrânquios, a retina contém apenas bastonetes e os olhos parecem estaradaptados para pouca luz.

As narinas são dois orifícios localizados na região cefálica, que terminam em fundoscegos. Não se comunicam com a faringe, como ocorre na maioria dos peixes ósseos. Noscondríctes e na maioria dos osteícties, as narinas têm apenas a função olfativa: um dossentidos muito desenvolvidos nos tubarões. O odor é percebido por quimiorrecepção: umdos mecanismos sensoriais utilizados para a percepção de presas a grandes distâncias.Uma vez próximos da presa, esses animais passam a utilizar-se da visão. Seus olhosenxergam bem em baixa luminosidade.

O tronco é fusiforme, maior perto das nadadeiras peitorais, afilando para trás Háduas nadadeiras dorsais medianas separadas, uma nadadeira caudal mediana e dois paresde nadadeiras laterais, peitorais e pélvicas.

A nadadeira caudal é bilobada, sendo a parte superior mais estreita do que o loboventral que se prende ao longo da parte inferior da coluna vertebral. Quando a cauda semove de um lado para outro durante a natação, o lobo ventral fornece elevação. Em cadamovimento para dentro a superfície superior é inclinada em direção à linha mediana e olobo ventral segue atrás dela. A força resultante tem um componente para cima e a caudatende a elevar-se e a enviar as partes anteriores para baixo. As nadadeiras peitorais,entretanto, inclinam-se para cima e provocam a elevação das partes anteriores,contrabalançando a ação da cauda. O efeito combinado tende a elevar o peixe o que éimportante para um animal sem bexiga natatória e que é mais pesado que a água do mar.

Figura 07: Exemplos de peixes cartilaginosos. A. Tubarão:estrutura externa; B e C. Raia: estrutura externa. Fonte: STORER,T.I.; USINGER, R. L.; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J. W.;1984.

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Reprodução

Com relação à reprodução, os tubarões são animais dióicos, apresentandodimorfismo sexual. O macho diferencia-se extremamente da fêmea, pois as nadadeiraspélvicas foram transformadas em um órgão copulador denominado clásper.

A cópula frequentemente é cíclica, durante curto período. Os machos sãofrequentemente agressivos e alguns tubarões induzem as fêmeas a acasalar-se mordendo-as ou, em espécies menores, agarrando-as com as mandíbulas. Na cópula, os clásperessão colocados um junto do outro e os dois órgãos são inseridos na cloaca da fêmea.

As fêmeas geralmente têm filhotes apenas em anos alternados. Os tubarões podemreproduzir-se de duas maneiras diferentes:

Nos vivíparos forma-se uma placenta no saco vitelino. É aí que crescem os filhotesdurante um período que pode atingir dois anos. Quando nascidos, os tubarões bebê jáestão completamente formados. Por isso, a mãe tubarão não precisa tomar conta dos filhotesdepois do nascimento.

A maioria dos tubarões é ovovivípara, retendo os ovos no seu interior para odesenvolvimento, dando nascimento a filhotes vivos. Alguns meses depois, o tubarão bebêrompe a casca do ovo e nasce já pronto a viver sem ajuda.

Em muitos países, tubarões e raias são usados pelo homem comoalimento. No oriente as nadadeiras dos tubarões são secas e depois cozidaspara produzir um material gelatinoso usado para sopas.

Antigamente, no Velho Mundo, a pele de tubarão era curtida com asescamas (denominada pele-de-lixa) para fazer capas para livros finos, caixasde jóias e bainhas de espadas. Com as escamas destruídas, as peles serviamcomo couro para sapatos e bolsas.

Os tubarões também podem causar prejuízos ao homem. Em algumaspraias populares têm sido registrados inúmeros ataques. O Brasil abrigatrês das espécies de tubarões consideradas perigosas: o Tubarão Branco, oTubarão Tigre e o Tubarão Cabeça Chata – responsáveis pelos ataques nacosta do nordeste e sudeste. Leia a reportagem publicada no dia 19/06/2006 – Jornal O Globo.

Você sabia?

Ataque de tubarão faz rever prática de surf

O Comitê Estadual de Prevenção e Monitoramento de Incidentes com Tubarões sereúne nesta segunda-feira, em caráter extraordinário, em Recife, para discutir a ampliaçãodo trecho onde a prática de surf e outros esportes náuticos são proibidos. Isso porque oataque que matou no domingo o surfista Humberto Pessoa Batista, na praia de Punta DelChifre, em Olinda, estava liberado para o surf.

A limitação a surf e outros esportes existe desde 1994. Os ataques começaram a seintensificar em 1992 e desde então, já são quase 50 pessoas mordidas e mutiladas e 18mortos.

O ataque de tubarão neste fim de semana foi o terceiro do ano nas praiaspernambucanas, o primeiro com morte. No dia 9 de abril, o catarinense José Ivair Pereira,35 anos, foi mordido no joelho, na praia de Piedade. Em 21 de maio, a vítima foi ocaminhoneiro Rogério Antônio de Cardoso, 33 anos, atingido na perna esquerda, na coxae na panturrilha. Ele foi atacado em Boa Viagem e teve que fazer uma cirurgia.

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B.2 - Raias

Morfologia Externa

Apresentam um corpo muito achatado, com nadadeiras peitorais muitolargas e delgadas, unidas à cabeça e ao tronco, dando a estes peixes um

contorno rômbico ou em forma de disco. As brânquias, dispostas em cinco pares de fendasbranquiais, localizam-se na face ventral do corpo. A cauda é normalmente longa e afilada,com a aparência de um chicote. Na superfície dorsal encontram-se os espiráculos (aberturasque levam água às cavidades branquiais), um par de olhos bem desenvolvidos, masincapazes de enxergar colorido, uma vez que não possuem cones (células responsáveispela percepção de cor).

Reprodução

Diferentemente dos peixes ósseos, as raias copulam, sendo a fecundação interna.Posteriormente os ovos são liberados na água, envoltos em bolsas coriáceas. Odesenvolvimento dos ovos é muito lento, podendo demorar mais de um ano e meio, quandoentão eclodem os alevinos.

C Sarcopterygii

Os Sarcopterygii, como o próprio nome diz, são peixes que possuem nadadeirascarnosas, sustentadas por ossos semelhantes aos das patas tetrápodes. Em razão disso,acredita-se que os primeiros vertebrados terrestres – os anfíbios – teriam surgido de umgrupo de sarcopterígeo primitivo, que vivia em águas rasas, respirando por brânquias etambém pulmões. Os sarcopterígeos eram abundantes em períodos geológicos passados,mas na fauna atual estão representados por apenas quatro gêneros, classificados em doisgrupos: o dos Actinistias e o dos Dipnoi. Os sarcopterígeos que deram origem aos anfíbiosnão têm representantes na fauna atual.

No grupo dos actinístias está a Latimeria, peixe marinho que vive a,aproximadamente, 200 metros de profundidade, na costa da África. Sua característica maisimportante é a presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases sãopedúnculos que se assemelham aos membros dos vertebrados terrestres e se movem damesma maneira.

Os dipnóicos são peixes pulmonados. Corpo longo, delgado; sem pré-maxilas emaxilas; 3 pares de placas dentárias duras e nadadeiras pares. Vivem em rios de regiõestropicais e estão representados na fauna atual com apenas três gêneros: o Neoceratodusda Austrália, o Lepidosiren da América do Sul e o Protopterus da África.

Os peixes pulmonados possuem brânquias reduzidas, insuficientes para suasnecessidades respiratórias. A respiração aérea através do pulmão é obrigatória para eles.Ao contrário dos demais peixes, os dipnóicos possuem narinas em comunicação com afaringe através das coanas. Estas também estavam presentes nos sarcopterígeos primitivos(os crossopterígios que dera origem aos tetrápodos e permaneceram em todos osvertebrados terrestres.

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- O corpo é fusiforme, mais alto que largo, de corte oval o que facilita a deslocaçãoatravés da água. A cabeça estende-se da ponta do focinho até o canto posterior do opérculo, otronco deste ponto até o ânus e o resto é a cauda. A grande boca é terminal, com maxilas emandíbulas distintas que apresentam dentes finos. Na parte dorsal do focinho há duas narinasduplas (bolsas olfativas), os olhos são laterais, sem pálpebras, e atrás de cada um há umacobertura fina das brânquias, o opérculo, com margens livres embaixo e atrás. Por baixo decada opérculo existem quatro brânquias em forma de pente. O ânus e a abertura urogenitalprecedem a nadadeira anal.

- O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebral, crânio e raios dasbarbatanas. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral. Numerosos outrospequenos ossos sustentam os raios das barbatanas. O crânio é articulado com as maxilas emandíbulas, ambas bem desenvolvidas, e suporta os arcos branquiais. A articulação do crâniocom a coluna vertebral é tão forte que os peixes não podem virar a cabeça.

- A pele cobre todo o corpo e contém inúmeras glândulas mucosas, cuja secreçãofacilita o deslizar através da água e protege contra infecções, e escamas no tronco e cauda, devárias formas (ciclóide, ctenóide, ganóide) mas sempre de origem dérmica. Algumas espéciesnão apresentem escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte.

- As escamas são finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais,imbricadas como as telhas de um telhado. As extremidades livres das escamas estão cobertaspor uma fina camada de pele que protege de parasitas e doenças. Em algumas espécies, estacamada de pele ajuda a manter a umidade quando o animal está emerso. Cada escama estáfixa numa bolsa dérmica e cresce durante a vida do animal, o que geralmente origina anéis decrescimento (maiores no verão e muito pequenos no inverno). Estes anéis são mais notórios empeixes de regiões temperadas. Devido ao padrão de distribuição, forma, estrutura e número dasescamas ser quase constante em cada espécie, esta é uma importante característica sistemáticadesta classe.

- Um grande saco de paredes finas, a bexiga natatória, ocupa a porção dorsal da cavidadedo corpo. Ela é ligada à faringe por um ducto pneumático em alguns peixes, especialmente nasespécies de raios moles, porém não na perca ou nas formas de raios espinhosos. A bexiganatatória é preenchida por gases (O2, N2, CO2) e atua como órgão hidrostático para ajustar opeso específico do peixe ao da água em diferentes profundidades, permitindo que eles subam,desçam ou fiquem parados. Em diversos peixes a bexiga natatória pode ajudar na respiração ouservir como órgão de sentido ou na produção de sons. A bexiga natatória é semelhante a umpulmão nos peixes pulmonados e em alguns outros.

O peixe pulmonado brasileiro é a pirambóia (Lepidosiren paradoxa), que vive naregião amazônica. Este peixe foi descoberto no Brasil (Amazonas) pelo naturalista austríacoJohannes von Natterer, que esteve dezoito anos percorrendo nosso país a serviço da ciência.O nome “pirambóia” foi dado pelos indígenas e significa peixe-cobra/peixe-réptil.

D Actinopterygii

Os Actinopterygii, como o próprio nome diz, são peixes cujas nadadeiras sãosustentadas por raios, esqueleto interno tipicamente clacificado e aberturas branquiaisprotegidas por um opérculo ósseo É o grupo mais diversificado e que reúne mais de 27.000espécies. Tipicamente os peixes ósseos não são maiores que 1 m de comprimento, masexistem formas reduzidas e gigantescas. São exemplos de actinopterígeos: as sardinhas,o salmão, a truta, o baiacu, o arenque, entre inúmeros outros.

As suas características principais são:

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Reprodução

Os Actinopterygii possuem sexos separados e gônadas geralmente pares. Sãoprincipalmente ovíparos com fecundação externa, embora existam espécies com fecundaçãointerna e hermafroditas. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários mas comquantidade de vitelo muito variável. As espécies de mar alto produzem enormes quantidadesde ovos, pois a maioria não sobrevive.Algumas espécies cuidam dos ovos e/ou dos juvenis,guardando os ninhos e mantendo-os oxigenados com jorros de água. Outros incubam osovos na boca ou permitem que os jovens lá se recolham quando ameaçados. Várias espéciesmigram grandes distâncias (tanto de água salgada para doce, como algumas espécies desalmões, ou o inverso, como as enguias) para desovar.

4.1 Relações com o Homem

Os peixes têm sido importantes como alimento humano desde os tempos do homempaleolítico que deixou ossos de peixes nos seus sambaquis, até os dias presentes. A carneda maioria dos peixes é branca (ou avermelhada) e de textura flocosa. Contém 13 a 20%de proteínas e tem um valor alimentar de 660 a 3.500 kcal por kg, dependendo do conteúdoem óleo (até 17% no salmão). O Brasil possui uma indústria pesqueira em grandedesenvolvimento. Mas, como tem um litoral de mais de 9.000 quilômetros, além de muitosrios - maior bacia hidrográfica do mundo -, conta com possibilidade de ser um dos maioresprodutores mundiais de pescado e a garantia de alimentação de sua população.

A pesca é também uma recreação para milhares de pessoas. O sistema “pesque esolte” tem sido introduzido em diversas localidades do território brasileiro.

Muitos peixes como os Lebistes são utilizados como ferramenta de controle biológicopara combater os transmissores da Malária e da Febre Amarela. São também utilizadosem laboratórios, nos experimentos ecotoxicológicos, genéticos, comportamentais ereprodutivos.

Muitas espécies de peixes são mantidas e criadas em tanques e aquários poramadores ou por outras pessoas e muitas instituições públicas mantêm grandes aquárioscom paredes de vidro onde são expostos tanto peixes nativos como exóticos. Além disso,

Figura 08: Estrutura externa de um peixe ósseo.http://curlygirl.no.sapo.pt/osteites.htm

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estes animais têm sido mencionados em numerosas letras musicais. Como é observadona composição de Oswaldo Montenegro.

[[[[[ ]]]]]Agora é hora de

TRABALHAR

11111No aniversário da Cidade de Salvador, o RestauranteIemanjá promoveu um “Festival de Crustáceos”:lagosta, lula, camarão, ostra e mexilhão. Quais dessesanimais não deveriam estar incluídos no cardápio?Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22222O camarão e a abelha são animais pertencentes aomesmo filo, embora separados em classes distintas.Cite:

a) Duas características que permitam agrupá-los no mesmofilo:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Duas características que os separam em classes distintas:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

33333Descreva as estruturas presentes na cabeça de uminseto.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Aos Filhos de Peixes

Composição: Oswaldo Montenegro

É peixe quando pula e descortinaa clara possibilidade de mudar de opiniãoé peixe quando sem ligar a seta muda o rumoinverte a coisa, embola o pensamento e então ...é peixe quando o germe da loucurase transforma em claridade e anda pela contramãoé peixe quando anda no oceano de quarenta correntezassem nenhuma embarcaçãoé peixe quando salta o precipício da responsabilidadee tem uma queda pra ilusãoé peixe quando anda contra o vento, desafia osofrimentoe carrega o mundo com a mãoé peixe quando a luz do misticismose transforma na procura do princípio e da razãoé peixe quando anda no oceano de quarenta correntezassem nenhuma embarcação

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Zoologia Geral e

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44444Como os aracnídeos se reproduzem?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

55555Mencione aracnídeos que para o homem são:

a) Parasitas:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Peçonhentos:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________c) Causadores de alergia:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

66666Por que os vertebrados primitivos foram denominadosagnathas ou ciclostomatos?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

77777Descreva o ambiente e o modo de vida das:

a) Lampreias:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Feiticeiras:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

88888Resuma o processo de reprodução dos tubarões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

99999Caracterize os dipnóicos e dê exemplos dessespeixes.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1111100000Quais são as principais diferenças existentes entreos condrícties e os osteícties?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE

CONTEÚDO 1 – MODIFICAÇÕES PARA A VIDA NA TERRA

O primeiro grupo de vertebrados que invadiu o ambiente terrestre foi o dos anfíbios.A chamada saída da água ocorreu há mais ou menos 350 milhões de anos, quando algunscrossopterígeos subiram a terra, provavelmente a procura de áreas úmidas e assim devemter originado os anfíbios. Para se adaptarem à vida terrestre os primeiros vertebrados tiveramde desenvolver as seguintes características:

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1) Suporte do peso do corpo – que implica no desenvolvimento da estruturaóssea, ossificação da coluna vertebral e das costelas.

2) Novas formas de locomoção – desenvolvimento de membros, quatro(tetrápodes), a partir de barbatanas largas e carnudas. Os membros desenvolvidospossuem 5 dígitos (pentadáctilos). Contudo os anfíbios mantêm a habilidade e acapacidade de nadar, permanecendo ainda ligados ao meio aquático mesmo queseja apenas nas primeiras fases de vida (larvares) e épocas de reprodução.

3) Maior mobilidade, que permita não só a locomoção em terra comoagilidade para a captura de presas e, mais tarde, a fuga. Os anfíbios desenvolvemprocessos articulares no tronco e região anterior da cauda. Uma cintura entre ocrânio e o tronco (pescoço). Maior mobilidade da cabeça assim como lateral.

4) Respiração através do oxigênio aéreo, que é feita pelo desenvolvimentode pulmões e, em simultâneo, no caso dos anfíbios, pela respiração cutânea (perdade escamas). Em íntima conexão com a evolução dos mecanismos respiratóriosestá a evolução do sistema circulatório - vasos e coração. Com a progressivaadaptação ao meio terrestre e com a necessidade de tornar mais rentável oprocesso respiratório do O2 atmosférico, o sistema circulatório evolui no sentido daseparação do sangue oxigenado do não oxigenado. Isto faz-se pelacompartimentação do músculo cardíaco e pela existência de canais separados –artérias e veias – que asseguram a saída e retorno do sangue.

5) Capacidade de exploração de novos recursos alimentares. Umacaracterística dos anfíbios primitivos é o desenvolvimento muito maior da regiãoanterior às órbitas em relação à região posterior inversamente aos peixes. Odesenvolvimento do focinho parece estar relacionado com a eficiência domecanismo de predação, e com o maior desenvolvimento dos lobos olfativos.

6) Adaptação dos órgãos sensoriais – aquisição de órgãos sensoriaisfuncionais tanto no meio aquático como aéreo. Com a invasão do meio terrestre, oolfato, já importante nos peixes, desenvolve-se ainda mais. A visão teve de seadaptar no seu sistema de lentes, do ponto de vista óptico, e na presença deestruturas protetoras que protegem os órgãos da visão da dissecação, pálpebras(proteção física) e glândulas orbitais que segregam líquidos lubrificantes (proteçãoquímica). Há ainda modificações auditivas com o aparecimento de uma membrana,tímpano, sensível às vibrações do meio aéreo.

7) Adaptações Fisiológicas – um dos aspectos de índole bioquímica de maiorrelevância da adaptação dos vertebrados ao meio terrestre é o da eliminação de

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Zoologia Geral e

Comparada II

CONTEÚDO 2 – ANFÍBIOS: BIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO

Anfíbios (do grego aphi, ambos ou dois modos, e bios, vida) são vertebrados cujacaracterística fundamental é o desenvolvimento na fase larvária em meio aquático e na faseadulta em meio terrestre.

As principais características deste grupo são:

· A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos (são tetrápodos =dois pares de patas – andar/nadar/saltar) para locomoção em terra, lateralmenteorientadas. Nas cecílias faltam as patas, nos sirenídeos faltam apenas as anteriores.

· Pele úmida e lisa, com glândulas mucosas e venenosas, e sem escamasexternas, apta para respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importanteque a respiração pulmonar). A respiração cutânea é fundamental para essesanimais, pois seus pulmões são simples e insuficientes para suas necessidadesrespiratórias. Tanto a água como os gases passam facilmente através da pele dosanfíbios. A pressão osmótica interna é inferior à dos outros vertebrados (cerca de2/3 menor), os fluídos internos contêm menos sais. Os anuros do deserto, após aestação chuvosa, enterram-se absorvendo água do solo através da pele como sefossem uma planta aproveitando um gradiente de pressão osmótica entre o solo ea pele. Quando o gradiente deixa de ser suficiente param de excretar urina, o queeleva o potencial osmótico interior até 600 meq. Esse aumento de potencial permite-lhes continuar a absorver água. Impedidos de respirar pela pele estes animaispodem morrer.

· Cavidade bucal sem queixo: na maioria dos anfíbios a língua é bemdesenvolvida e extensível. Os dentes, quando presentes, são pequenos e situam-se nos maxilares ou no palato. O esqueleto é em grande parte ossificado. A cabeçaassenta numa única vértebra cervical, com a qual se articula através de doiscôndilos. As costelas, quando existem, não apresentam externo.

· São pecilotérmicos (animais de sangue frio);

· Coração com três cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. Osangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega aaurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulaçãodestes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta;

· Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculoque, nos peixes, protege as brânquias.

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produtos finais muito menos tóxicos que a amônia excretada pelospeixes. Desta forma, reduz-se o dispêndio de água, necessária emgrandes quantidades para dissolver os produtos tóxicos da excreção,o que proporciona uma economia hídrica.

8)Proteção das fases juvenis da dissecação – a proteção doembrião e juvenis é feita nos anfíbios através da metamorfose. Osprimeiros estágios de vida mantem-se ligados à água, os ovos sãoprotegidos apenas por uma substância gelatinosa e necessitam deágua para não desidratarem.

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Os anfíbios atuais podem ser divididos em três grupos pelo seu modo de locomoçãoembora haja outras características anatômicas, fisiológicas e de comportamento a separá-las:

A Ordem Anura

A ordem Anura ou Salienta está representada por anfíbios sem cauda: os sapos e asrãs. No Brasil, há sapos e rãs de diversos gêneros e grande quantidade de espécies, inclusivedendrobatídeos perigosamente peçonhentos e sapos de curiosas denominações regionais,como o sapo-boi ou sapo-gigante (Bufo paracnemis), o sapo-cururu (Bufo marinus), o sapo-canoeiro (Phrynohias hebes), o sapo-ferreiro (Hyla faber Wied) e o sapo-de-chifre ouuntanha, dos maiores, assim como a rã-pimenta (Leptodactylus pentadactylus), a rã-assobiadora, a rã-do-banhado, etc.

Morfologia Externa – a rã

Uma rã é inconfundível. Esteja onde estiver, reconhecemos sempre uma rã. Elaspossuem a pele mole, lisa e úmida. A cabeça apresenta uma ampla boca, pequenas narinasvalvulares, olhos grandes esféricos e salientes, fornecendo um amplo campo visual, quecompensa a falta de movimento rotatório e, atrás de cada olho, um tímpano achatado oumembrana timpânica. Cada olho possui uma pálpebra superior carnosa e opaca e umainferior menor. Internamente a elas existe uma terceira pálpebra transparente que seassemelha funcionalmente à membrana nictitante dos vertebrados superiores. Ela move-separa cima sobre o globo ocular para conservá-lo úmido no ar e para protegê-lo dentro daágua.

O corpo é compacto, com coluna vertebral curta e rígida; as vértebras estão ligadasde modo a restringir os movimentos laterais. A região pélvica é reforçada e firmementeligada à coluna vertebral. A vértebra posterior forma uma estrutura alongada e rígidadenominada uróstilo. A pélvis e o uróstilo conferem rigidez à parte posterior do tronco. Aspatas anteriores curta compõem-se de braço, antebraço, pulso e mão; esta tem quatrodedos e um polegar vestigial. O dedo interno espessa-se nos machos, principalmente naépoca da reprodução. As patas posteriores muito longas são empregadas para impulsionaro animal. Possuem membranas interdigitais que lhes permitem ainda atividade natatória.

Reprodução

Os Anuros possuem hábitos reprodutivos associados a vocalizações. Ao contráriodos ápodes e urodelos em que não existem vocalizações, nos Anuros a emissão de som éum fenômeno importante. O som é produzido pela deslocação do ar através das cordasvocais, situadas na laringe entre a boca e os pulmões. Os sons podem ainda serintensificados por um saco de ressonância interno ou externo.

Os chamamentos são diversos, variando com a espécie, e na mesma espécie existemvários tipos de vocalizações associadas a fins diferentes. As características do som podemidentificar a espécie e o sexo do indivíduo.

Estão identificados 5 tipos de sons:

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Zoologia Geral e

Comparada II

Figura 10: Metamorfose dos anuroshttp://miscelaneos.webcindario.com

Figura 09: Abraço Nupcial.

Quando uma fêmea atraída pelo canto, encontra um macho da mesma espécie, épor ele agarrada pelas costas, num abraço nupcial. A seguir, os ovos são postos em umlocal úmido, podendo ser dentro d´água, debaixo de pedras, no interior de uma toca nochão, sobre uma folha, na axila de uma bromélia, etc. À medida que a fêmea, estimuladapelo abraço nupcial, põe os ovos, estes vão sendo fertilizados pelo sêmen expelido pelomacho. Tanto o aspecto dos ovos como os arranjos queeles apresentam após a postura variam muito,dependendo da espécie considerada. Os ovos podemformar um cordão gelatinoso, que contem centenasde ovos; podem aderir-se a plantas, pedras, ou folhasenroladas, ou podem ficar protegidos dentro de umninho de espuma. Com a eclosão dos ovos, nascemos girinos, que representam a primeira fase da vidados anuros, conhecida como fase larval. Esta fase vaidesde uma semana até mais de dois anos. Os girinos vivemna água e se assemelham aos peixes, geralmente de cor escura.São providos de cauda, não têm patas e respiram por meio de brânquias. Para que atinjama forma adulta eles passam por uma transformação total do organismo conhecida comometamorfose. Durante essa transformação os animais adquirem patas, perdem a cauda,deixam gradualmente o ambiente aquático e passam a respirar através dos pulmões e dapele, o esqueleto é muito modificado e desenvolvem-se dentes na maxila superior.

a) “Courtship call” – produzido pelo macho para atrairas fêmeas;

b) “Territorial call” – produzido por machos residentes éum som de aviso e marcação de território;

c) “Reciprocation call” – produzido pelas fêmeasreceptivas em resposta ao chamado dos machos;

d) “Encounter call” – indica o reconhecimento específicode indivíduos;

e) “Distress call” – exibido em situações de stress.

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· Proteção da Prole

Diversos grupos de anfíbios desenvolveram meios de proteger seus filhotes. Algumasespécies podem guardar temporariamente os filhotes na boca, no estômago, ou em pregasda pele semelhantes às bolsas dos marsupiais. No sapo-aru (também conhecido comopipa), os ovos, depois de fecundados, são conduzidos pelo macho ao dorso da fêmea,onde ficam protegidos dentro da pele até o nascimento dos filhotes. A nossa rã mais comum,a rã-pimenta, monta guarda permanente desde a postura dos ovos até a metamorfose dosgirinos, tornando-se muito agressiva com os eventuais predadores.

B Ordem Urodela

A ordem Urodela está representada por anfíbios que apresentam cauda: são assalamandras e os tritões. A ordem Urodela só tem um único representante na fauna brasileira,Bolitoglossa altamazonica.

Morfologia Externa – a salamandra

As salamandras costumam ser confundidas com lagartos, sua silhueta tende a evocarum réptil. Mas, sua pele é muito mais fina e não possui escamas. São providos de quatropatas e uma cauda, com muitas vértebras. Possuem a cabeça e o pescoço diferenciados,o tronco largo e cilíndrico, por vezes achatado dorsoventralmente. A cintura pélvica é curta e

Todas as rãs são carnívoras, e tem um apetite voraz.Qualquer animal que caiba nas suas bocas serve de alimento.No entanto, esta dieta passa apenas por artrópodes e minhocas,uma vez que não há rãs suficientemente grandes para ingeriroutros vertebrados. Os girinos são vegetarianos, embora hajaos que comem invertebrados e outros girinos.

Substâncias secretadas pelas rãs poderão ajudar notratamento de herpes e de outras infecções. Dois pesquisadoresaustralianos descobriram que as rãs produzem compostosquímicos que podem ser a base de novos antibióticos eantivirais. Até agora já foram isolados 35 tipos de peptídios(compostos aminoácidos) secretados pelas glândulas de diversasespécies de rãs (glândulas das peles). O bioquímico John Bowiee o especialista em anfíbios Mike Tyler da Universidade deAdelaide começaram o estudo interessados na resistência queos batráquios têm a infecções. Eles descobriram que as rãstêm um verdadeiro coquetel de peptídeos que as protege daação de microorganismos patogênicos, como as bactérias.Segundo Bowie, um dos peptídeos isolados se mostrou eficientecontra o agente infeccioso Estafilococo dorado, resistente atodos os antibióticos conhecidos.

(www.consulteme.com.br/biologia/chordados/anfibios/anura.htm)

Você sabia?

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Zoologia Geral e

Comparada IIFigura 11: Salamandra salamandra

http://www.xtec.es

os músculos segmentados são conspícuos. Os olhos são pequenos, masfuncionais, podendo ter ou não pálpebras e não emitem sons.

Reprodução

A maior parte dos Urodelos utiliza a fertilização interna, embora duas faílias maisprimitivas, Hynobiidae e Cryptobranchidae, retenham a fertilização externa, na superfamíliaSalamandroidae a fertilização é sempre interna

A fertilização interna é realizada pela transferência de um pacote de esperma (oespermatóforo) do macho para a fêmea. O comportamento mais típico compreende asseguintes fases:

Trata-se de um comportamento que envolve estímulos visuais, táteis e químicos,frequentemente específicos de cada espécie. No mesmo charco pode haver muitasespécies a procriar e a variabilidade de comportamento ajuda no isolamento genético. Emalgumas espécies, vários machos depositam os espermatóforos, dos quais as fêmeasescolhem alguns.

As salamandras que criam na água põem geralmente os seus ovos neste meio. Osovos são postos isoladamente ou em uma massa gelatinosa. Formam-se larvas aquáticasbranquiadas que mais tarde darão origem a adultos terrestres. Algumas famílias dispensamo estado larvar aquático (Plethodontidae), neste caso os ovos são postos em locais muitoúmidos.

Algumas salamandras são ovovivíparas em situações de secura. Outrocomportamento de resistência à secura é a retenção do espermatóforo viável por 2 anos,até se obterem condições favoráveis à fecundação e postura.

1) o macho pressiona a região cloacal da fêmea com o focinho.Se esta está receptiva, monta-a e aperta-a com as patas traseiras.Glândulas hedônicas especiais no corpo do macho estimulam a fêmeadurante esta fase;

2) o macho liberta a fêmea e avança indicando-lhe umadireção, normalmente o fundo da massa de água. A fêmea segue-oaté ao fundo do charco, altura em que pressiona a região cloacal domacho induzindo-o a depositar um espermatóforo no fundo;

3) a fêmea passa então sobre o espermatóforo, apanha-o nasua cloaca, e o invólucro gelatinoso que reveste o espermatóforodissolve-se na cloaca libertando o esperma.

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C Ordem Apoda ou Gymnophiona

Morfologia Externa – a cecília

Os Ápodes (cecílias) são anfíbios de corpo alongado, vermiforme, sem extremidadesnem cinturas. A cauda está muito reduzida ou é ausente nos adultos, não existe um pescoçodistinto, a cabeça é extremamente contínua com o corpo, o crânio é compacto, não possuemcostelas nem membros.

A pele é lisa com pregas transversais, que se assemelham a anéis o que contribuipara o seu aspecto vermiforme. Possuem uma cobertura dérmica de escamasmesodérmicas, não perceptíveis exteriormente.

Os olhos são reduzidos, cobertos por uma pele pigmentada ou por uma placa óssea,permitindo uma visão deficiente ou não funcional. Possuem um par de tentáculos sensoriaispróximos dos olhos, que de certa forma deverão compensar a sua falta de visão.

Reprodução

Neste grupo as adaptações reprodutivas são muito especializadas. A fertilização éconseguida por um órgão masculino intromissor, protáctil, que sai junto à cloaca. Algumasespécies são ovovivíparas e transportam os ovos nos anéis do corpo, outras são vivíparas.Neste caso o crescimento do embrião no interior do corpo é suportado inicialmente pelaalbumina do ovo fertilizado. Mais tarde os embriões raspam o epitélio das paredes do ovidutocom dentes embrionários especializados, sendo uma parte do epitélio ingerida. As trocasgasosas são conseguidas por aposição das brânquias embrionárias às paredes do oviduto.Antes do nascimento, as brânquias desaparecem.

D Hábitos Alimentares

Os anfíbios adultos atuam apenas como carnívoros, alimentam-se de presas vivas.O seu comportamento de caça está muito dependente da visão, reagem só a objetos quese movam. Enquanto os adultos podem suportar jejuns prolongados, as larvas necessitamde uma alimentação contínua. Tanto uns como outros são em geral polifágicos, emboraexistam alguns casos de monofagia (por exemplo: os Microhylidae comem só formigas etérmitas). De uma forma geral, a natureza e o tipo das presas reflete:

CONTEÚDO 3 – RÉPTEIS: BIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO

Os répteis surgiram, a partir de um grupo primitivo de anfíbios, há cerca de 340milhões de anos. Apresentam uma série de características que lhes permitiram explorar oambiente terrestre; diferindo de seus ”primos” em três aspectos fundamentais:

1) as características da fauna do meio no qual o anfíbiovive(aquático, terrestre, solo, árvore, etc);

2) a dimensão da armadura bucal que determina otamanho de presas possíveis.

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Zoologia Geral e

Comparada II

Figura 12: Tuatara (Sphenodonpunctatum) http://miscelaneos.webcindario.com

Classificação dos Répteis

Embora em épocas remotas os répteis tivessem sido bastante comuns, atualmentea maior parte deles foi extinta, por razões que ainda não foram esclarecidas e que sãoobjetos de muito debate.

Estes representam apenas 4 das 16 ordens conhecidas que floresceram durante oMesozóico:

A Ordem Rhincocephalia

Representada por animais cuja cabeça é prolongada em forma de bico. Há atualmenteuma única espécie vivente que é o Sphenodon punctatus conhecido popularmente como“tuatara”, comprimento até 76 cm; vive na terra e na água e cava;come insetos, moluscos e pequenos vertebrados; as fêmeaspõem cerca de 10 ovos, com casca branca e dura que sãodepositados em buracos na terra, necessitam de 13 mesespara eclodir. São encontrados em uma das ilhas da NovaZelândia.

Morfologia Externa

À primeira vista é semelhante a um lagarto, masapresenta muitos caracteres primitivos incluindo

(1) dois arcos temporais no crânio,(2) uma boca com teto grande,(3) quadrado fixo,(4) dentes firmemente afixados aos bordos do maxilar emandíbula,(5) um olho parietal mediano,(6) costelas abdominais persistentes,(7) ausência de órgãos copuladores,(8) abertura anal transversal e(9) preferência por temperaturas baixas – 4 a 28°C, média de18°C – em experimentos de laboratório.

1) a pele era rija, sem glândulas mucosas, e recoberta porescamas de origem epidérmica, o que os protegia dodesgaste contínuo do movimento e da evaporação excessiva;

2) ovos com casca resistente à perda de água e contendouma câmara cheia de líquido, a cavidade amniótica que protegeo embrião em desenvolvimento contra a dessecação e lesõesmecânicas; além disso, a casca é porosa, permitindo a entradade oxigênio e a saída de gás carbônico, fundamentais para arespiração do embrião;

3) controle da temperatura corpórea. Os répteis aquecemseus corpos através de fontes externas de calor, como o sol ou asuperfície quente de uma rocha. Por isso, é comum vermos osrépteis expostos ao sol durante o dia. Quando muito aquecidos,eles, geralmente, procuram locais sombreados. Por meio dessecomportamento, conseguem manter praticamente constante atemperatura de seus corpos, em torno de 37°C.

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B Ordem Chelonia

Nesta ordem estão incluídas as tartarugas (marinhas), os cágados (água doce) e osjabutis (terrestres).

Morfologia Externa – Tartarugas

O corpo está encaixado numa concha oval, formada por uma camada de ossossemelhantes a placas com um padrão definido e intimamente suturado uns com os outros,havendo sobre elas placas cornificadas (= compactadas, cimentadas queratinizadas),também de arranjo regular. A porção dorsal convexa é a carapaça e a parte ventral é oplastrão. As vértebras torácicas e as costelas são geralmente soldadas com a carapaçaóssea. Tartarugas de concha mole apresentam tegumento coriáceo, não-dividido em placase a concha é fracamente ossificada. A cabeça, a cauda e as pernas das tartarugas aparecementre as duas partes da concha e na maioria das espécies podem ser retraídascompletamente para dentro de suas margens, como medida de segurança. Sua maxila emandíbula não têm dentes, mas apresentam lâminas cornificadas fortes, que servem paraesmagar o alimento. Os dedos terminam em garras córneas que são úteis para reptar ecavar. Nos jabutis os pés têm forma de tocos e nas tartarugas marinhas as pernas têmforma de remo, para a natação.

Reprodução

São ovíparos. As fêmeas procuram bancos de areia ou barrancos para escavarcavidades, cavando com as pernas posteriores, cobrindo os ovos mais tarde.

Projeto Tamar

O Projeto TAMAR (TartarugaMarinha) é um projeto criado em 1980 peloIBDF, atual IBAMA, com a finalidade deproteger as cinco espécies de tartarugasmarinhas que ocorrem no Brasil (Carettacaretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea,Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea).

No início foi feito o levantamento dareal situação das tartarugas no país. OBrasil já possuiu uma grande população detartarugas, que alimentou desde os índios àsfamílias de pescadores do último final de século, passando porcolonizadores, comerciantes jesuítas, etc. O hábito de matar asfêmeas que sobem às praias para a desova fez com que apopulação, outrora abundante, fosse quase extinta. Para reverteresse quadro, o Projeto TAMAR decidiu estabelecer campos detrabalho nos principais pontos de reprodução para garantir apreservação das espécies. Foram escolhidas, inicialmente, a Praiado Forte, na Bahia; Pirambu, em Sergipe, e Regência, no Espírito

Você sabia?

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Zoologia Geral e

Comparada II

Santo. De lá para cá se somam 21 estações que garantem onascimento aproximado de 350 mil filhotes por ano.

O que faz?

O Projeto TAMAR realiza importante trabalho deeducação ambiental junto aos turistas e as comunidades litorâneas,cumprindo também uma função social através do envolvimento destascomunidades no trabalho de preservação. Cerca de 300 pescadorestrabalham para o Projeto TAMAR em todo o país. Eles são ostartarugueiros, que patrulham as áreas de proteção, fiscalizando osninhos. Também desenvolve projetos sociais, como creches e hortascomunitárias, e outros que oferecem fontes alternativas de renda,como confecções, artesanato, programas de ecoturismo, programade guias-mirins e várias atividades de educação ambiental. Oferece,ainda, atividade de educação ambiental junto a escolas e instituições.

Nas áreas de desova há o monitoramento da praia pelostartarugueiros e pesquisadores. Eles marcam as nadadeiras anteriores,identificando o animal com um número individual e uma inscriçãocom o endereço do TAMAR e a solicitação de que seja notificadoquando e onde aquela tartaruga foi encontrada. Quando isso acontece,é possível estudar o comportamento da desova, as rotas migratórias,e fazer um controle da população. É feita, ainda, análise biométricapara cada espécie, medindo o comprimento e a largura do casco. Osninhos que estiverem em locais de risco são transferidos para trechos

mais protegidos ou para os cercadosnas bases do TAMAR, onde sãoreproduzidas as condiçõesnormais para a incubação dos

ovos. Quando os filhotes saemà superfície, são contados,identificados e soltos para

seguirem até o mar.Nas áreas de alimentação de juvenis e sub-

adultos de tartarugas marinhas, o TAMAR monitoraas redes de pesca e outras formas de armadilhas parapeixes que possam existir nos locais, para verificar a

incidência de captura acidental de tartarugas. Uma vez encontradas,essas são identificadas, muitas vezes recuperadas através dedesafogamento e ressuscitação cárdio-pulmonar, e então medidas emarcadas a fim de que se possa estudar seu ciclo de vida, padrão decrescimento e rotas migratórias.

O Projeto TAMAR desenvolve continuamente atividades depesquisa visando a aumentar os conhecimentos sobre ocomportamento das tartarugas marinhas e aprimorar técnicas quepossam contribuir para o trabalho de preservação das espécies. Paradescrever as populações de tartarugas marinhas são realizados

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C Ordem Crocodilia

Representada pelos jacarés e crocodilos, animais aquáticos que vivem nas regiõestropicais e subtropicais do mundo.

Morfologia Externa

O corpo compreende cabeça, pescoço, tronco e cauda distintos; cada uma das curtaspernas possui dedos terminados por garras córneas e com palmouras entre eles. A longaboca é marginada com dentes cônicos, situados em alvéolos. Perto da extremidade dofocinho existem duas pequenas narinas. Os olhos são grandes e laterais, com pálpebrassuperiores e inferiores e uma membrana nictitante transparente move-se para trás por baixodas pálpebras. A pequena abertura do ouvido situa-se atrás do olho, por baixo de umadobra móvel da pele. O ânus é uma fenda longitudinal, atrás das bases das pernasposteriores. O crânio maciço inclui um longo focinho e os ossos são geralmente rugosos noadulto velho. A longa mandíbula articula-se em cada lado da margem posterior do crâniocom um osso quadrado fixo.

Reprodução

Todas as espécies são ovíparas e carnívoras. Os ovos formam-se nos ovários epassam para dentro dos funis; nos ovidutos, cada um é fecundado e envolvido por albumina,membranas da casca e uma casca antes da ovipostura.

estudos genéticos (DNA mitocondrial) e outros que revelaminformações sobre comportamento de reprodução, condição deincubação de ninhos, distribuição espacial e temporal de ninhospara as diferentes espécies e áreas de reprodução, além decomparativos referentes a temperatura de ninhos e incubaçãoem locais diferentes.

Como ajudar?

Não compre, e denuncie quem capturar ou vender produtosoriundos das tartarugas marinhas, tais como: ovos, carne,enfeites, cremes, etc. Quando avistar uma tartaruga, mesmomorta, comunique imediatamente a base mais próxima doprojeto. Visite e ajude a divulgar o ProjetoTAMAR junto a seus amigos, parentes,colegas, etc. Nas bases do projeto vocêpoderá ver tartarugas vivas em tanques,assistir fitas de vídeo e exposições sobreo trabalho do Projeto TAMAR, além depoder adquirir camisetas, bonés e outrossouvenirs.

(www.geocities.com)

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Comparada II

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D Ordem Squamata

Enquadra animais recobertos por escamas ou pequenas placas. Dividem-se emduas subordens: Lacertilia e Ophidia.

Os primeiros são animais tetrápodas e citamos como exemplo os camaleões, asiguanas, as a lagartixas, os dragões voadores, as cobras-de-vidro, as cobra de duas cabeçase o monstro de Gila (Heloderma), que tem a forma de um lagarto, sendo um dos rarosexemplos de lagartos venenosos. Este lagarto pode ser encontrado no México e nos EstadosUnidos.

Os ofídios estão representados pelas cobras, as quais são todas ápodas (sem patas);embora existam algumas, como a jibóia e a sucuri, que apresentem membros rudimentares.Ao contrário dos demais répteis, as cobras não possuem tímpano nem cavidade do ouvidomédio. A columela está presente unindo um osso da mandíbula, o quadrado, ao ouvidointerno. Esses animais percebem com eficiência as vibrações no solo, mas praticamentenão percebem sons.

D.1 - Subordem Ophidia

As serpentes são notáveis pela emoção que despertam no homem; relacionadascom a arte de curar desde a pré-história, se tornaram símbolo das profissões médicas efarmacêuticas.

Os ofídios não constituem apenas os répteis mais numerosos, mas também os maisamplamente distribuídos; embora predominem nas regiões tropicais. A respeito delas, muitasnoções falsas e superstições foram inventadas, sendo por este razão necessário esclareceralguns pontos: elas não são viscosas e seu corpo é frio porque sua temperatura interna nãoé mais alta que a do ambiente; quando dão o bote, nunca saem do chão, pois necessitamde um ponto de apoio; as cascavéis não aumentam um guizo por ano, e sim, geralmente,dois ou três, dependendo do número de vezes que mudam de pele; a remoção das presasde uma cobra venenosa não a torna permanentemente inofensiva, pois nascer-lhe-ão novaspresas.

Podemos distinguir as cobras quanto aos dentes, em venenosas e não venenosas.Os dentes das venenosas têm um sulco ou canal que se comunica com a glândula de veneno(glândulas parótidas modificadas). De acordo com as características dentárias do maxilar,podemos classificar os ofídios na seguinte série:

· ÁGLIFAS (Aglifodonte) - desprovidas de dentes inoculadores deveneno. Todos os dentes são iguais. Não são cobras venenosas, como é ocaso da Sucuri, Jibóia, Falsas Corais.

A expressão popular derramar lágrimas decrocodilo, usada para dizer que alguém chora semrazão ou por fingimento, surgiu de um fato realque acontece com os crocodilos. Quando o animalcome uma presa, ele a engole sem mastigar. Paraisso, abre a mandíbula de tal forma que elacomprime a glândula lacrimal, localizada na baseda órbita, o que faz com que os répteis lacrimejem.E são as lágrimas que lubrificam o olho.

Você sabia?

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Além da presença dos “dentes de veneno”, outras características externas ajudam adistinguir as cobras venenosas das não venenosas. Como por exemplo:

D.1.1 - Tipos de Locomoção

As cobras usam quatros métodos de locomoção que lhes permitem uma mobilidadesubstancial mesmo perante a sua condição de répteis sem pernas.

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· OPISTÓGLIFAS (Opistoglifodonte) - Os dentes inoculadores deveneno se localizam na parte posterior do maxilar e são sulcados; poucaspossuem veneno realmente poderoso e, para usarem esses dentes, elasprecisam abrir muito a boca e segurar muito bem a vítima. Na realidade,essas serpentes são quase todas inofensivas para o homem, mas há uma ouduas delas que podem ser perigosas. Cobra-cipó.

· PROTERÓGLIFAS (Proteroglifodonte) - Apresentam os dentesinoculadores de veneno na posição anterior do maxilar superior. Esses dentessão sulcados (fendidos) e ocorrem em cobras venenosas. Coral verdadeira(Micrurus), Naja Indiana, Mamba.

· SOLENÓGLIFAS (Solenoglifodonte) - Apresentam os dentesinoculadores de veneno na porção anterior da maxilar superior, porém, ossulcos modificam-se em canais formando um excelente sistema de injeçãohipodérmica. Cascavel, Jararaca, Urutu, etc.

a) Locomoção ondulatória horizontal (ou lateral): é comumente usadaquando uma cobra rasteja com velocidade moderada a alta. O corpo forma curvas emS e o animal se impulsiona para frente por meio da pressão que as alças do corpoexercem para trás e para os lados contra irregularidades do substrato. Os lugarescontra os quais a pressão é aplicada são indicados por cristas do solo na parte posteriorde cada alça do corpo. A superfície ventral lisa da cobra reduz o atrito com o solo.

Figura 13: Outras características que diferenciam uma cobra peçonhenta de umanão-peçonhenta (LOPES,S. 1994)

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Zoologia Geral e

Comparada II

D.1.2 - Cobras Peçonhentas do Brasil

Existem no Brasil setenta espécies de cobras peçonhentas, pertencentes a doisgrupos: o dos crotalíneos e o dos elapíneos. No grupo dos crotalíneos estão os gênerosBothrops, Crotalus e Lachesis, e no dos elapíneos, o Micrurus. Observe as informaçõesdescritas abaixo que foram disponibilizadas pelo Instituto Butantã, São Paulo.

b) Locomoção retilínea (ou em “lagarta”): pode ser empregada aoaproximar-se lentamente de uma presa ou ao mover-se cautelosamente. A cobrarasteja lentamente, geralmente com o corpo quase reto. A pele frouxa do ventreavança em ondas ondulatórias que parecem passar da cauda até a cabeça Emvista lateral as ondulações baixas aparecem ao longo da superfície ventral quandoas escamas avançam em série progressiva, pressionadas contra o solo e ocorpo escorrega para frente dentro da pele. Ao contrário da locomoção ondulatóriahorizontal, o atrito entre a superfície ventral da cobra e o substrato é essencial.

c) Locomoção em sanfona: envolve a extensão e a retração do corpode um ou mais pontos de atrito ou âncora. Pode ser usada em superfícieachatada, ao rastejar através de um túnel ou ao trepar. Os movimentos docorpo em sanfona talvez sejam melhor vistos. A cobra ancora a parte anteriorde seu corpo pressionando-a contra as superfícies próximas por meio de alçasdo orpo. Puxa, então, suas partes posteriores, ancorando-as da mesma maneira.As partes anteriores são agora libertadas e estendidas (abrindo-se as alças)Às vezes há combinação de locomoção em sanfona com locomoção ondulatóriahorizontal.

d) Locomoção por meio de alças laterais: é uma forma especial delocomoção encontrada em diversas víboras africanas e do oeste da Ásia e nacascavel norte-americano Crotalus cerastes. Todas são espécies de zonasáridas. A locomoção por meio de alças laterais parece ser uma adaptação paraa movimentação rápida sobre superfícies sem obstáculos como areia ou terramuito dura. Evita escorregar e conserva energia. A velocidade atingida ajuda afugir de inimigos. A locomoção por meio de alças laterais foi considerada umaforma modificada de locomoção ondulatória horizontal. As alças de um lado docorpo são ligeiramente elevadas do substrato e a força exercida pelas alças dooutro lado impulsionam a cobra para o lado. A força propulsora não é maisexercida horizontalmente, mas em ângulo oblíquo em relação a superfície. Estaforça inclinada compensa a ausência de irregularidades da superfície,necessárias para a locomoção ondulatória horizontal. A locomoção por meio dealças laterais tem sido considerada um caso especial de locomoção em sanfona.

Jararacas (gênero Bothrops)

São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos registrados no país. Tambémconhecidas por “jaracuçu”, “urutu”, “jararaca do rabo branco”, “cotiara”, “caicaca”, “surucucurana”, “patrona”,“jararaca-pintada”, “preguiçosa” e outros.

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(Instituto Butantã – São Paulo. www.butantan.gov.br)

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Características: Coloração variada com padrão dedesenhos semelhantes a um “V” invertido. Corpo finomedindo aproximadamente um metro de comprimento.

Possui fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina). A cauda é lisa e afilada.

Habitat. É encontrada principalmente nas zonas rurais e periferia de grandes cidades, em lugares úmidos eem que haja roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha etc.).

Distribuição geográfica: Encontrada em todo o território brasileiro.

Sintomas após a picada: Dor, inchaço e manchas arroxeadas na região da picada. Pode haversangramento no local, e em outras partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos recentes e urina. Epode haver complicações, como infecção e morte do tecido (necrose) no local picado. Nos casos maisgraves, os rins podem parar de funcionar.

Tipo de soro: Antibotrópico ou antibotrópico-laquético.

Surucucu (gênero Lachesis)

Responsável por cerca de 1,5% dos acidentes ofídicos registrados no país. Também é conhecida como“surucucu pico de jaca”, “surucutinga”, “malha-de-fogo” e outros.

Características: É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, medindo ate 3,5m. Possui fossetaloreal. As escamas da parte final da cauda são arrepiadas, com a ponta lisa.

Habitat. Florestas densas.

Distribuição geográfica: Encontrada na Amazônia e nas florestas da Mata Atlântica, do Estado do Rio deJaneiro ao Nordeste.

Sintomas após a picada: Dor e inchaço no local; semelhante à picada da jararaca. Pode haversangramentos, vômitos, diarréia e queda da pressão arterial.

Tipo de soro: Antilaquético ou antibotrópico-laquético.

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D.1.2 - Como Prevenir Acidentes com Cobras

· Oitenta por cento das picadas atingem as pernas, abaixo dos joelhos. Use botas ou botinascom pederneiras de couro;

· Dezenove por cento das picadas atingem as mãos ou antebraços. Use luvas de aparas decouro para remexer em montes de lixo, folhas secas, buracos, lenhas ou palha. Afaste galhos comum pedaço de pau;

· Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer empilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;

· Onde tem rato, tem cobra. Não deixe amontoar lixo. Limpe paióis e terreiros. Feche buracosde muros, portas e janelas;

· Atenção ao calçar sapatos e botas. Animais peçonhentos podem se refugiar dentro deles;· Lembre-se: na natureza não há vilões. Não mate cobras simplesmente por estarem vivas.

Elas mantêm o equilíbrio natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nasplantações e paióis.

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Coral (gênero Micrurus)

É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no país.Também conhecida por “coral verdadeira”, “ibiboboca”, “boicorá” e outros.

Características: São as serpentes de pequeno e médio porte, com tamanho em torno de ummetro. Não possuem fosseta loreal. Seu corpo é coberto por aneis vermelhos, pretos, brancosou amarelos. Na Região Amazônica existem algumas espécies com padrão diferente, como,por exemplo, branco-e-preto. É importante prestar bastante atenção nas cores da coral. Emtodo o país existem serpentes não-venenosas com coloração semelhante a das coraisverdadeiras: são as falsas-corais.

Habitat. Vivem no solo sob folhagens, buracos, entre raíz de arvores, ambientes florestais epróximo de água.

Distribuição geográfica: Encontrada em todo o território brasileiro.

Sintomas após a picada: No local da picada não se observa alteração importante, porem avitima apresenta visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Pode haveraumento da salivação e insuficiência respiratória.

Tipo de soro: Antielapídico.

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D.2. - Subordem Sauria

Onde vivem os répteis?

- Dragão de Komodo:um réptil guloso ecarnívoro

O Dragão de Komodo é o maior de todos os lagartosatuais. Existente há centenas de séculos, este réptil já viviana Terra muito antes do surgimento do homem. É uma espécieendêmica da Indonésia, sendo visto nas ilhas Komodo, Rintja,Padar e Flores, habitando florestas e clareiras.

Aprecia bastante carniça e é capaz de devorar umacarcaça inteira de búfalo. Nada impede que o Dragão deKomodo coma animais vivos. Ele costuma derrubar a vítimacom a força de sua cauda e cortá-la em pedaços comos dentes. Possui a cabeça grande, ocorpo maciço e as patas poderosas,com fortes garras. São poderosospredadores que atacam e matamporcos selvagens, cabras, jovensbúfalos, cavalos, macacos, veados eaves.

O Dragão de Komodo chega a medir 3,5 m e a pesaraté 110 kg, vivendo, em média, 50 anos. A sua cor é cinzentae marrom. Ao terminar a estação das chuvas, a fêmea põecerca de 25 ovos na areia, que se abrem depois de 6 a 8semanas. Os filhotes ao nascerem, medem 20 a 25 cm decomprimento. Os jovens alimentam-se de lagartos, insetos,aves e pequenos mamíferos.

O Dragão de Komodo encontra-se ameaçado pela caça,por envenenamentos feitos pelas populações locais e peladiminuição das presas de que se alimenta. Padar e Rintjaforam classificadas como reservas pelo governo Indonésio,tanto para o dragão de Komodo como para as suas presas.

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Assim como os anfíbios, os répteis são animais ectotérmicos. Isto significa que elesnão produzem boa parte da temperatura de seu corpo, por isso, são dependentes de fontesexternas de calor. Por esta razão, eles são muito sensíveis às variações de temperatura, oque faz com que a maior concentração de répteis aconteça em locais próximos aos trópicose à medida que nos aproximamos dos pólos, encontraremos cada vez menos espécies.

Todavia, uma espécie bem resistente de lagarto e outra de serpente ocorrem acimado círculo ártico, na Escandinávia e em algumas montanhas existem lagartos que se situamnos bancos de neves em suas atividades diárias. Os Tuataras são conhecidos por caçarempássaros durante a noite, quando a temperatura do ar é de apenas 7ºC, com chuva forte eventos de 50 nós. Estes exemplos citados são incomuns e existem dois tipos de lugaresapenas onde os répteis são realmente abundantes: regiões tropicais e desérticas.

As tartarugas e crocodilos são, na sua maioria, aquáticos, enquanto os lagartos eserpentes são na maior parte terrestres e arborícolas. Existem exceções interessantes:algumas tartarugas não apenas vivem longe da água, mas vivem em regiões desérticas ealgumas serpentes marinhas têm uma existência totalmente aquática.

a) Répteis Terrestres

Pelo fato de que viver na terra é algo muito familiar aos humanos, adaptações paraoutros locais são sempre consideradas “especiais” e adaptações terrestres são meramenteconsideradas como normais. No entanto, a vida terrestre impõe condições únicas querequerem modificações na forma e funções muito maiores do que as relacionadas à vida naágua ou árvores. O esqueleto necessita ser forte o bastante para suportar o peso do corposem o suporte flutuante que a água oferece. A respiração é diferenciada e existe a necessidadede manter o corpo propulsionado ao longo do chão. A habilidade para enxergar à distânciatambém é importante. Pulmões, membros e olhos parecem ser equipamentos padrõespara os humanos, porque nós os possuímos e porque a maioria dos animais possui estruturassimilares. No entanto, num contexto totalmente biológico, estas estruturas são adaptaçõesextraordinárias!

Os membros dos répteis são fortemente adaptados ao tipo de ambiente em queeles vivem. Lagartos terrestres que se movimentam rapidamente geralmente possuem pataslongas com pés bem desenvolvidos e garras que ajudam na aderência ao solo. Algunslagartos que possuem patas muito longas costumam ter a habilidade de correr de maneirabípede, aumentando muito sua velocidade. Estas espécies possuem uma cauda muitolonga, que servem para dar equilíbrio durante a corrida do animal.

Serpentes terrestres, totalmente desprovidas de membros, possuem um tipo deadaptação diferente. Elas são capazes de se mover ao longo do solo através de movimentosespecíficos de seu corpo, aproveitando-se das irregularidades do solo. As escamas grandese transversais do ventre das serpentes são firmemente presas pelo seu centro, mas possuemas extremidades soltas, sobrepondo-se à escama seguinte. Essas extremidades soltasajudam na aderência ao solo, prevenindo a derrapagem do animal. Muitas serpentes terrestressão longas e estreitas e possuem caudas compridas. Essas características favorecem omovimento rápido e ágil pelo solo.

b) Répteis Arborícolas

Viver nas árvores requer uma habilidade para escalar galhos e troncos e ter ahabilidade de “saltar” de um galho para o outro. Muitos lagartos que escalam possuemgarras afiadas que podem ser “cravadas” nas árvores, auxiliando o movimento do animal.Outros, como os geckos, possuem patas expandidas com uma camada aderente, quepermite que eles escalem até mesmo superfícies lisas. A efetividade deste mecanismo ficaevidente quando você vê uma lagartixa andando pelo seu teto ou pelos vidros da sua casa.Outros lagartos arborícolas, como os camaleões, possuem os dedos dos pés similaresaos dos humanos, ou seja, capazes de agarrar as coisas. Os camaleões também possuemcauda preênsil, que podem servir como um quinto membro.

Em relação às serpentes, a falta de membros fez com que elas passassem pordiferentes adaptações. Muitas serpentes arborícolas são exímias escaladores, algumas

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capazes até mesmo de subir em troncos de árvores totalmente verticais, sem terque se enrolar em volta dele. Estas serpentes usam as fendas e rachas do troncopara conseguirem se firmar e se impulsionar. As serpentes conhecidas como VineSnakes são arborícolas e têm este nome por se parecerem muito com uma videira.Elas são longas e finas e têm facilidade de andar pelos galhos das árvores. Aaparência deste animal serve como camuflagem, mas também é muito útil no seuprocesso de locomoção.

Viver em um ambiente com muitas árvores requer grande habilidade emcalcular e estimar distâncias. Muitos lagartos e serpentes arborícolas possuem osolhos direcionados para a frente, de tal maneira que ambos os olhos possam ser

focados para a frente, possibilitando uma melhor precisão no cálculo de uma distância.Talvez a mais incomum adaptação de um réptil arborícola seja a habilidade de

“voar” ou “planar”. Um gênero de lagarto asiático (Draco), possui costelas estendidas, quesuportam o excesso de pele que existe nos flancos do animal, formando uma espécie deasa. Caso sejam molestados, estes “lagartos voadores” irão fugir de sua árvore “voando”por uma longa distância, ou para o chão, ou para outra árvore. Podemos encontrar tambémna Ásia as chamadas “Flying Snakes” ou serpentes voadoras, do gênero Chrysopelea.Ela costuma saltar das árvores e, aplainando seu corpo, pode “planar” e impedir suaqueda. Mas não existe nenhum réptil moderno que faça algo comparado ao vôo do extintoPiterodáctilo.

c) Répteis Subterrâneos

Algumas das modificações que ocorreram nos répteis subterrâneos não sãoverdadeiras adaptações, mas apenas perda de estruturas que não tinham mais uma funçãobiológica. Por exemplo, em um buraco escuro, onde a cabeça do animal está em contatodireto com o solo, os olhos não têm uma função útil, portanto, algumas serpentes elagartos subterrâneos possuem apenas olhos rudimentares. A falta de membros é tambémuma conseqüência comum da existência subterrânea. Embora os membros possam serúteis para escavar, sendo que muitos répteis terrestres usam seus membros para estepropósito, eles aumentam a fricção e fazem com que um animal que viva embaixo do solotenha que cavar muito mais do que não tendo os membros. Por isso, boa parte dosrépteis subterrâneos perdeu seus membros ao longo do tempo, ou tiveram os mesmosdrasticamente reduzidos.

Em contraste, outras características são adaptações à um estilo de vidasubterrâneo. Muitos lagartos e serpentes subterrâneas possuem os ossos do crâniofundidos em uma estrutura sólida e compacta, preparada para suportar fortes impactos.As cobras cegas (família Typhlopidae) possuem ponto afiado em suas caudas, que servecomo uma âncora, quando ela impulsiona seu corpo liso e polido através do solo. Osamphisbaenídeos utilizam outra tática: eles possuem ranhuras por todo o corpo que ajudamna tração, facilitando o processo de escavação.

A falta de membros nas serpentes é provavelmente uma herança de seus ancestraissubterrâneos. Acredita-se que as serpentes vieram dos lagartos subterrâneos que possuemmembros e olhos reduzidos. Os olhos das serpentes não possuem estruturas presentesna maioria dos vertebrados e parece terem sido desenvolvidos a partir de um rudimentarolho de lagarto. As serpentes modernas jamais recuperaram os membros funcionais e,como indicado anteriormente, esta condição conduziu a adaptação destes animais paraambientes arbóreos a terrestres de maneira diferente da ocorrida com os lagartos.

d) Répteis Aquáticos

Os ancestrais terrestres dos répteis modernos impuseram limitações em suasvidas na água. Sendo ovíparas, as fêmeas da maioria das espécies necessitavam ir paraa terra para postarem seus ovos; apenas algumas das serpentes marinhas dá a luz àseus filhotes na água e nunca emergem voluntariamente para a terra. A respiração é outrolimitante. Todos os répteis aquáticos precisam ir até a superfície periodicamente pararespirar, embora alguns sejam capazes de prolongar ao máximo o tempo que ficamsubmersos. As serpentes marinhas podem ficar submersas por uma ou duas horas, poispodem absorver oxigênio pela sua pele a um nível que as serpentes terrestres não podem.Elas podem mergulhar a até 100 metros de profundidade sem nenhum problema,

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provavelmente devido à permeabilidade da pele à gases; o excesso de nitrogênioabsorvido pelo sangue, sob pressão, pode passar pela pele para o ambiente externo.Para evitar que o ar saia do pulmão, a serpentes marinhas possuem válvulas que fechamas narinas quando o animal está submerso.

As narinas e olhos dos crocodilianos e serpentes aquáticas tendem a serlocalizados mais em cima, na parte superior do cabeça. Isto permite que o animal,estando na superfície, fique quase completamente submerso, mas com condições dever e respirar, enquanto se movimenta.

A locomoção dentro d’água é completamente diferente da locomoção na terra,principalmente pelo fato da pressão que o animal faz com seu corpo ter que ser aplicadacontra a água e não contra uma superfície. Os répteis se adaptaram à esta condição deduas maneiras. Aqueles que possuem membros desenvolveram pés como teias ou, nocaso das tartarugas marinhas, nadadeiras. Já as serpentes marinhas adaptaram suascaudas, deixando-as com um formato mais achatado. Os crocodilianos e alguns lagartossemi-aquáticos também possuem a cauda achatada, o que aumenta a superfície dacauda em contato com a água, facilitando a movimentação.

O principal problema encontrado pelos répteis marinhos é a salinidade da água.O rim destes animais não pode deparar com uma alta salinidade e a vida no mar só épossível para alguns répteis devido à presença de uma glândula excretora de sal. Algumasserpentes marinhas possuem uma de suas glândulas salivares modificadas em umaglândula excretora de sal. Ela fica localizada debaixo da língua, e o sal é expelido pelapele da língua. Quando a serpente coloca sua língua para fora da boca, o sal é levadode volta para o mar. Outro grupo de serpentes, habitantes de águas salgadas (asHomalopsines), possui uma glândula similar, mas que é localizada na frente do céu daboca do animal. As tartarugas marinhas possuem uma glândula lacrimal modificadaque excreta sal dos olhos.

Já os crocodilos marinhos possuem pequenas glândulas excretoras de salsituadas em baixo da superfície da língua. Muitas iguanas terrestres possuem umaglândula nasal que excreta o excesso de sal presente em sua dieta. A iguana marinha,das Ilhas Galápagos, que costuma mergulhar no mar e se alimentar de algas, possuemesta mesma glândula só que bem mais desenvolvida. O sal é excretado para a passagemnasal e quando o animal está na terra ele espirra, eliminando assim o sal de seu corpo.

Poucos animais são adaptados para se mover sobre superfície da água. Umdos poucos que possui esta habilidade é o lagarto Basilisco, da América Central. Elespossuem uma espécie de aba de pele, na lateral dos pés da pata traseira. Esta estruturaé dobrada quando o animal está andando na terra. Quando o animal se sente ameaçado,ele começa a correr de maneira bípede e abra as abas presentes em seus pés, criandouma superfície extra que possibilita que o animal consiga correr sobre a superfície daágua. Caso pare de correr, irá afundar, porém são exímios nadadores.

e) Répteis em Ilhas

Algumas ilhas oceânicas remotas geralmente possuem muito poucas espéciesde plantas e animais, especialmente aqueles capazes de sobreviver à longas viagens.Certos répteis, como os geckos, são geralmente bem representados, pelo fato demuitas adaptações terem contribuído para o animal estar presente em algumas ilhas econseguirem se estabilizar nelas.

Muitos lagartos vivem sob pedaços de madeiras flutuantes em algumas praias.A madeira é levada pela maré até longas distâncias, carregando com ela lagartos ouseus ovos. Alguns geckos possuem ovos resistentes ao sal, que são pegajosas quandopostados, mas após ficarem secos, aderem fortemente às fendas e rachas nas madeirasflutuantes.

O maior problema que um animal recém chegado à uma ilha encontra éestabelecer uma população. A dispersão pela água é um fenômeno relativamente raro euma segunda dispersão pode não chegar à uma ilha durante toda a vida de um réptil.Espécies partenogênicas (aquelas em que a fêmea pode postar ovos férteis sem tersido inseminada por um macho) costumam prosperar com mais sucesso em ilhasisoladas. É muito significante que a uma das características dos geckos encontradosem ilhas seja a partenogênese, sendo que nessas ilhas existem poucos ou nenhummacho.

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Talvez o réptil terrestre recordista em dispersão seja a Iguana dasIlhas Fiji e algumas outras ilhas vizinhas, do Pacífico. Seus únicos parentesestão na América do Sul e Central. Certamente, seus ancestrais vieram atravésdo Oceano Pacífico e, uma vez isolados, desenvolveram-se nas espécies quesão hoje.

11111Cite 3 adaptações sofridas pelos anfíbios durante aconquista do ambiente terrestre._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22222Cite as principais características dos anfíbios:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

33333Mostre que os répteis são vertebrados tipicamenteterrestres, através de suas característicasrelacionadas com:a) Pele

_______________________________________________________________b) Ovos

_______________________________________________________________c) Controle da Temperatura Corpórea

_______________________________________________________________

44444Cite os quatro grupos de répteis e seusrepresentantes._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

55555Caracterize morfológica e funcionalmente o ouvido dascobras._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

[[[[[ ]]]]]Agora é hora de

TRABALHAR

66666Classifique as cobras quanto à presença de dentes,de veneno e dê exemplos dos diferentes tipos._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

77777Diferencie as cobras peçonhentas das não-peçonhentas pelas características:a) da cabeça:

_____________________________________________________________________________________________________________________________b) da cauda:

______________________________________________________________________________________________________________________________c) das escamas:

______________________________________________________________________________________________________________________________

88888Faça uma lista de cobras peçonhentas brasileiras_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

99999Sobre acidentes com cobras, relacione:a) medidas de prevenção:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1111100000Onde vivem os répteis?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Figura 14: Archaeopterix (Fonte:http://curlygirl.naturlink.pt/aves.htm )

OS HOMENS, A SOCIEDADE EA ECONOMIA

CONTEÚDO 1 – A EVOLUÇÃO DAS AVES E A ORIGEM DO VÔO

Aves Ancestrais

Acredita-se que as aves evoluíram a partir dos dinossauros Therapoda a cerca de150.000 anos atrás, devido a diversas características comuns entre este grupo dedinossauros e as aves, como por exemplo, a presença de penas. A ave mais primitiva quese conhece é o Archaeopteryx (que significa “asa antiga”), que viveu no período Jurássico.Seu fóssil foi descoberto em 1861 em Baviera, ele tinha características de répteis, como aboca com dentes, ossos pesados, uma longa cauda, andar bípede e o corpo recobertopelas penas, sendo esta uma das características mais marcantes das aves. Muitasevidências sugerem que esta ave primitiva era capaz de voar, as proporções do seuesqueleto, por exemplo, eram semelhantes às dealgumas aves atuais que voam, possuíam umesterno retangular que, provavelmente, eraassociado a fortes músculos de vôo.

A descoberta de outros fósseis fornecedados da evolução subseqüente aoArchaeopteryx. Um grupo conhecido comoEnantiornithes, viveu entre 141 e 70 milhões deanos atrás (Período Cretáceo), a maioria era detamanho pequeno a médio e viviam em árvores,alguns tinham pernas longas, outros garraspotentes como as dos gaviões atuais. Muitascaracterísticas dos Enantiornithes estãoassociadas com o vôo: o pulso podia curvar-sefortemente para trás, como nas aves modernas,de tal forma que a asa podia ser dobrada contra o

EVOLUÇÃO DAS AVES

As aves e mamíferos são animais endotermos, ou seja, produzem grande quantidadede calor através das altas taxas metabólicas. Mas esse calor seria perdido para o ambientese não fosse à presença de pêlos e penas que funcionam como isolantes térmicos.Diferentemente, dos ancestrais ectotermos que dependem do calor do meio externo, umavez que suas taxas metabólicas são baixas. Além disso, apresentam pouco isolamentotérmico, o que permite que a troca de calor seja realizada. Assim, as duas característicasfundamentais para a endotermia seriam: alta taxa metabólica (que permite a produção decalor) associada ao isolamento térmico.

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corpo. Já os Ichthyornithiformes eram aves voadoras com uma quilha bemdesenvolvida no esterno, cauda e dorso curtos, e possuíam dentes, eram dotamanho de gaivotas e devem ter tido hábitos semelhantes. Outro grupo deaves do Cretáceo, os Hesperornithiformes, possuía dentes, eram nadadorase especializadas para o mergulho através de pés-propulsores. Essas avestinham o corpo e o pescoço alongados, o esterno não tinha quilha, os ossosnão eram pneumáticos (ossos ocos), e sim mais densos o que dava maior

peso, facilitando o mergulho. Os pés eram localizados próximos à cauda (posiçãocaracterística de muitas aves mergulhadoras com pés-propulsores) e essas aves não eramcapazes de andar em terra. Diferentemente das aves mergulhadoras modernas, osHesperornithiformes não possuíam asas.

Origem do Vôo

Existem duas hipóteses para explicar a origem do vôo das aves: a teoria arborícolae a teoria terrícola. De acordo com a teoria arborícola as aves ancestrais eram trepadorasde arvores, que pulavam de galho em galho e de árvore em árvore, de modo semelhante aalguns esquilos, lagartos e macacos. O lagarto arborícola Draco, por exemplo, utiliza asasde pele de cada lado do corpo para planar de uma árvore para outra. O vôo das aves teriaevoluído de estágios planadores, passando por estágios intermediários (com planeioauxiliado por um vôo batido, como em Archaeopteryx), até voadores com vôo batidototalmente desenvolvido. Por outro lado, os dromeossauros (dinossauros terópodosemplumados que se acredita ser o ancestral das aves) eram corredores bípedes terrestres,como explicar então a origem do vôo a partir de árvores? A teoria terrícola (ou teoria dochão-para-cima) postula que o vôo batido evoluiu diretamente dos corredores bípedesterrícolas, como os dromeossauros. Esses corredores bípedes utilizariam suas asas comoplanadores para aumentar a força de ascensão e aliviar o peso durante a corrida. Porém,em termos mecânicos, o batimento das asas não é um mecanismo eficiente para aumentara velocidade de corrida, o que levou a falha dessa teoria.

As características observadas em Archaeopteryx e vários dromeossauros sugeremque eles utilizavam os membros anteriores para capturar as presas e posteriormente teriamauxiliado nos saltos horizontais sobre a presa. Assim, Archaeopteryx seria um predadorcursor terrícola que poderia saltar no ar para capturar insetos voadores, além de voarrapidamente para escapar de seus predadores, correndo e batendo as asas para decolar(como fazem muitas aves grandes atualmente).

As aves que não voam possuem restrições mecânicas associadas à produção depotência para o vôo, mas mesmo assim o tamanho de seus corpos não se aproxima ao dosmamíferos. Além disso, as aves a apresentam uniformidade morfológica maior que osmamíferos, que é devido, em grande parte, as suas especializações para o vôo. O tamanhodo corpo, por exemplo, apresenta um limite máximo para que o vôo seja possível, pois, apotência muscular exigida para a decolagem aumenta com a massa corpórea. Outro fatorimportante é a freqüência da batida das asas. Portanto, as aves grandes necessitam decorridas mais longas para decolar do que as aves pequenas. A avestruz é a maior ave atualque não voa e pesa cerca de 150 Kg, entre as aves extintas a maior que se conhece é aave-elefante que estima-se que pesava 450 Kg. Contrariamente, o maior mamífero, a baleia-azul, pesa acima de 135.000Kg.

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CONTEÚDO 2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO

Características das Aves

As aves possuem modificações estruturais importantes para a realização do vôo;muitos ossos são pneumatizados (cheios de ar) e o crânio é leve. Em geral, a pneumatizaçãodos ossos é mais desenvolvida nas aves grandes que nas pequenas e, as mergulhadorascomo pingüins e mergulhões, por exemplo, têm pouca pneumatização. Em contrapartida osossos dos membros posteriores são mais pesados do que aqueles dos mamíferos. Assim,a massa total do esqueleto de uma ave é semelhante àquela de um mamífero de tamanhosemelhante, no entanto, a maior parte da massa está concentrada nos membros inferiores.As características de alguns órgãos das aves também reduzem a sua massa corpórea,elas não têm bexiga urinária, por exemplo, e a maioria das espécies têm somente um ovário.As gônadas dos machos e das fêmeas são, geralmente, pequenas, se hipertrofiam durantea estação reprodutiva e regridem quando a reprodução termina. Os corações são grandese a velocidade de fluxo sanguíneo é alta, os pulmões complexos usam fluxos de corrente-cruzada de ar e sangue para maximizar a troca de gases e dissipar o calor produzido pelosaltos níveis de atividade muscular durante o vôo. O encéfalo das aves é semelhante, emtamanho, ao dos roedores. Elas dependem bastante da informação visual e os lobos ópticossão especialmente grandes, sendo o olfato pouco desenvolvido na maioria.

As penas são estruturas epidérmicas peculiares, constituindo um revestimento docorpo leve e flexível, mas resistente. Além do vôo, as penas são responsáveis pelo isolamentotérmico necessário à endotermia, protegem a pele contra o desgaste e as penas finas,achatadas e sobrepostas das asas e da cauda formam superfícies para sustentar a avedurante o vôo. As penas sofrem mudas regulares, num processo gradual e ordenado, demodo que nunca se formam áreas nuas. A mudança de penas nunca se realiza em épocascríticas (de elevado investimento metabólico), como quando se reproduzem, migram oudurante condições adversas (escassez de alimentos ou secas, por exemplo). O crescimentode uma pena começa, com uma papila dérmica local, forçando para cima a epidermesobreposta. A base deste primórdio de pena aprofunda-se em uma depressão circular, ofuturo folículo, que manterá a pena na pele. Esses folículos a partir dos quais as penasdesenvolvem-se, geralmente estão arranjados em regiões chamadas pterilas, estas sãoseparadas por áreas de pele sem penas ou aptérias. Mas em algumas espécies, como ospingüins, por exemplo, as penas distribuem-se uniformemente sobre a pele. As penas sãocompostas em sua maior parte (cerca de 90%) por beta-queratina, uma proteína relacionadacom a queratina, 8% de água, 1% de lipídeos e o restante de pequenas quantidades deoutras proteínas e pigmentos, como a melanina, que conferem cores as penas. O conjuntode todas as penas de uma ave é chamado de plumagem e o processo de substituição daspenas é conhecido como muda. Uma pena completa é formada por um tubo transparente(cálamo) que, mergulhado no folículo (“poro” da pele), prolonga-se no raque. Em cada ladodo raque há uma série de barbas (“ramificações”) paralelas, cujo conjunto constitui o vexiloou estandarte. Cada barba, por sua vez, é provida de numerosas barbelas, que se unementre si por delgadas bárbulas em forma de gancho.

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Zoologia Geral e

Comparada II

São encontrados 5 tipos de penas: (1) rêmiges e rectrizes (penas de contorno queincluem as penas do corpo e as do vôo); (2) semiplumas; (3) plúmulas; (4) cerdas; e (5)filoplumas.

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· As rêmiges (penas das asas) e as rectrizes (penas da cauda) são grandes,rijas e modificadas para o vôo. As rêmiges mais internas são chamadas secundáriase as mais internas primárias. Estas últimas, em muitas espécies, são afiladasabruptamente, deixando espaços ou fendas entre elas quando as asas estão abertas.Isto permite torcer as pontas das penas quando as asas batem, agindo como secada uma delas fosse a pá de uma hélice.

· As semiplumas possuem estrutura intermediária entre as penas de contornoe as plúmulas. Geralmente estão escondidas sob as penas de contorno, fornecemisolamento térmico e ajudam a preencher o contorno do corpo da ave.

· As plúmulas fornecem isolamento térmico para as aves adultas de todasas espécies e no recém-nascido antecedem, usualmente, o desenvolvimento dasprimeiras penas de contorno. As plúmulas da glândula uropigial estão associadasà glândula sebácea grande, encontrada na base da cauda da maioria das aves, quepossui um tufo de plúmulas modificadas, em forma de pincel, que ajudam a transferira secreção oleosa da glândula para o bico, a fim de fornecer à plumagem umacobertura à prova d’água.

· As cerdas são penas encontradas na base do bico, ao redor dos olhoscomo pestanas e na cabeça. Estas penas repelem partículas estranhas, protegendoas narinas e os olhos de muitas aves, servem como olhos sensoriais tácteis e,possivelmente, auxiliam na captura aérea de insetos voadores.

· As filoplumas são penas finas, capilares e auxiliam na ação das outraspenas. Elas possuem numerosas terminações nervosas livres nas paredes de seusfolículos e aparentemente, transmitem informações sobre a posição e o movimentodas penas de contorno, através destes receptores. Este sistema sensorial tem,provavelmente, o papel de manter as penas de contorno no lugar, ajustando-asadequadamente para o vôo, isolamento térmico, banho ou exibição.

Figura 15: Pena típica da asa com suas principaiscaracterísticas estruturais. (Fonte: Pough et al.,1999).

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Diferentemente das asas fixas de um avião, as de uma ave funcionam não apenascomo superfície de ascensão, como também um propulsor de movimento para frente. Asrêmiges primárias, implantadas nos ossos da mão, executam a maior parte da propulsãoquando a ave bate suas asas e as secundárias, dispostas no antebraço, fornecem a forçade ascensão. As aves podem modificar a área a e forma de suas asas, assim como suasposições em relação ao corpo. Tais mudanças produzem alterações correspondentes navelocidade e na força de ascensão, que permite uma ave manobrar, mudar de direção,aterrissar e decolar.

A forma das asas e cauda também é importante para o vôo: aves que devem levantarvôo rapidamente para fugir a predadores têm asas largas e arredondadas, que lhes dãoaceleração. Aves que voam durante muito tempo têm asas longas, enquanto voadoresrápidos e poderosos (aves de rapina, por exemplo) têm asas longas e curvas, deextremidades pontiagudas para reduzir o atrito. Aves que mudam bruscamente de direçãoem pleno vôo terão, por sua vez, caudas profundamente bifurcadas.

Os segmentos da asa (mão, antebraço e braço) são alongados em graus diferentesa depender se a ave é, primariamente, uma potente voadora, ou uma forma que plana emaltitude. Os beija-flores, por exemplo, possuem os ossos da mão mais longos do que obraço e o antebraço juntos. A maior parte de sua superfície de vôo é formada pelas rêmigesprimárias e eles têm apenas seis ou sete rêmiges secundárias, assim, obtêm batidas deasas rápidas e potentes. Já as fragatas, espécies marinhas com asas longas e estreitaspossuem os três segmentos dos membros anteriores aproximadamente iguais em

Figura 16: Tipos de penas. (a) Semipluma. (b)Pena de contorno do corpo. (c) Cerda. (d)Filopluma. (Fonte: idem fig.14)

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comprimento e são especializadas tanto para o vôo potente quanto para ovôo planado. Os albatrozes, planadores de altitude, são as aves que possuemas asas mais longas: o braço é o segmento mais longo e na sua asa internapodem ser encontradas até mesmo 32 rêmiges secundárias.

Apesar das vantagens que o vôo mostra, muitas aves perderam essa capacidade,geralmente em locais onde a falta de predadores e abundância de alimento não o exigia.Outras aves optaram pela força e velocidade no solo, como as aves corredoras atuais(avestruzes, nandus e emas).

Sistema Respiratório e Circulatório

O sistema respiratório das aves é único entre os vertebrados atuais e ajuda a dissiparo calor gerado pelos altos níveis de atividade muscular durante e vôo, sendo composto porsacos aéreos e pulmão parabronquial. Os sacos aéreos garantem um fluxo de ar em sentidoúnico através dos pulmões, ao invés de fluxo e refluxo (entra e sai) como nos pulmões dosmamíferos. Eles ocupam uma porção considerável da parte dorsal do corpo e estendem-seaté os espaços pneumáticos de muitos ossos, são pouco vascularizados e a troca de gasessó ocorre no pulmão parabronquial. O volume de todos os sacos aéreos juntos é cerca denove vezes o volume do pulmão parabronquial.

Durante a inspiração o volume do tórax aumenta, conduzindo o ar pelos brônquios esacos aéreos torácicos posteriores e abdominais, bem como para o pulmão parabronquial.Simultaneamente, o ar do pulmão parabronquial é conduzido para os sacos clavicular etorácicos mais craniais. Na expiração, o volume do tórax diminui e o ar, dos sacos torácicosmais caudais e abdominais, é impelido para o pulmão parabronquial e o ar, dos sacosclavicular e torácicos, é expelido pelos brônquios.

Figura 17: Proporcões das asas. Comparacão dos comprimentos dossegmentos dos ossos das asas de um beija-flor (em cima), uma fragata

(no meio) e um albatroz (em baixo). (Fonte: idem fig.14)

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A troca de gases ocorre numa rede de capilares finíssimos com fundo cego, que seentrelaçam com os capilares sanguíneos igualmente finos. Os fluxos de ar e de sanguecaminham em direções opostas e os pares de capilares compõem assim um sistema detroca com corrente-cruzada. Este arranjo é mais eficiente nas trocas gasosas pulmonaresque nos mamíferos.

A segunda função do sistema respiratório é a vocalização. O órgão responsável échamado siringe e situa-se na base da traquéia onde os dois brônquios bifurcam-se. Omecanismo de produção do canto nas aves é controverso.

O sistema circulatório é composto de coração e vasos sangüíneos. O coração temquatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos, o sangue venoso não se mistura ao sanguearterial. Persiste apenas o arco aórtico direito, glóbulos vermelhos, ovais e biconvexos.

Sistema Digestório

O tubo digestivo das aves é completo, composto por boca, faringe, esôfago, papo,estômago glandular (proventrículo), estômago muscular (moela), intestino, cloaca e órgãosanexos como o fígado e o pâncreas. Existe ainda a adição de sucos digestivos noproventrículo. Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo dealimentação mais comum de cada espécie. À boca, segue-se a faringe e no esôfago éencontrada uma bolsa chamada papo.

A boca é rodeada por um bico pontiagudo, leve e flexível e com revestimento córneo(queratina) que cresce continuamente, para substituir possíveis desgastes. Quando aberto,tanto o maxilar inferior como o superior se deslocam, obtendo-se uma ampla abertura. Aforma do bico revela os hábitos alimentares da ave, pois a sua forma está a eles adaptada.O papo de algumas aves é simplesmente uma porção dilatada do esôfago, enquanto emoutras é uma estrutura unilobada ou bilobada. Sua função é estocar temporariamente os

Figura 18: Pulmão e sistema de sacos aéreosdo periquito australiano.

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alimentos e adicionalmente transportar alimento para os filhotes. Na rolas epombos o papo de indivíduos de ambos os sexos produz um fluido nutritivo(leite do papo) que alimenta os filhotes. O leite é produzido por células ricasem gorduras, que se destacam do epitélio escamoso do papo e ficamsuspensas em um fluido aquoso. O leite do papo é rico em lipídeos e proteínas,mas não contém açúcares.

A forma do estômago das aves está relacionada com a sua dieta. Asaves carnívoras e piscívoras (que comem peixes) precisam expandir as áreas

de estocagem para acomodar grandes volumes de alimentos moles. Já aquelas que comemsementes ou insetos precisam de um órgão muscular, que possa contribuir para a trituraçãomecânica do alimento. Normalmente o trato digestório das aves é composto por duas partesrelativamente distintas: o estômago glandular (proventrículo) e o estômago muscular (moela).O proventrículo contém glândulas que secretam ácido e enzimas digestivas e, em espéciesque ingerem alimentos grandes (como frutos inteiros), é especialmente desenvolvido. Amoela, além de poder estocar alimento, dar continuidade à digestão química iniciada noproventrículo, porém sua função mais importante é triturar os alimentos. As paredesmusculares espessas da moela esmagam o seu conteúdo e pequenas pedras, que sãomantidas nas moelas de muitas aves, ajudam a moer o alimento.

A digestão completa do alimento ocorre no intestino delgado, onde as enzimas dopâncreas e do intestino degradam o alimento em pequenas moléculas, que podem serabsorvidas através da parede intestinal. A mucosa do intestino delgado é modificada emuma série de dobras, lamelas e vilosidades que aumentam a sua superfície. O intestinogrosso é relativamente curto, normalmente menos que 10% do comprimento do intestinodelgado. Existe um par de cecos na junção entre os intestinos delgado e grosso, eles sãopequenos nas espécies carnívoras, insetívoras e granívoras (que se alimentam de grãos),porém grandes nas espécies herbívoras e onívoras.

A cloaca (saída comum aos aparelhos digestório e reprodutor) estoca,temporariamente, os produtos residuais enquanto a água é reabsorvida. A absorção daágua é realizada através da precipitação do ácido úrico, na forma de uratos, que dá acoloração branca a uma parte das fezes das aves.

Sistema Excretor

Os rins são metanéfricos, com dois ureteres que desembocam na cloaca, pois nãopossuem bexiga urinária já que não produzem urina líquida, isso reduz o peso total do animal.A água corporal é mantida pela reabsorção tubular e a excreção da maior parte doscompostos nitrogenados ocorre sob a forma de ácido úrico. Na cloaca, há uma reabsorçãoadicional de água e o ácido úrico é eliminado sob a forma de cristais brancos misturadosàs fezes.

Sistema Nervoso

Apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos.O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio parao vôo. Têm visão bem desenvolvida. Percebem cores nitidamente, pois a retina contémmuitos cones com gotículas de óleo. Os ouvidos abrem atrás dos olhos, protegidos porpenas especiais, e são igualmente eficientes. As narinas abrem no maxilar superior, mas aquimiorrecepção (olfato e gustação) é muito pobre, devido ao estilo de vida destes animais.Entretanto, muitas aves predadoras e espécies que vivem no chão têm um olfato bem

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desenvolvido. Por exemplo, o quivi noturno da Nova Zelândia tem narinas no ápice de umlongo bico e encontra minhocas pelo cheiro, quando fareja a terra.

Esqueleto

Totalmente ossificado, é simultaneamente delicado e forte, pois muitos ossos estãofundidos (o que diminui a necessidade de grandes músculos e tendões para uni-los) e muitosoutros são ocos. O fato de não conterem medula no seu interior poderia torná-los frágeis,porém eles são suportados internamente por uma rede de trabéculas ósseas. Muitos destesossos ocos contêm sacos aéreos no seu interior, associados ao sistema respiratório. Oesqueleto das aves é modificado de modo a que se adapte ao vôo, a locomoção é bípede. Opescoço é tipicamente longo e flexível, permitindo a alimentação e o tratamento das penas. Oesterno é grande e com quilha, onde se apóiam os poderosos músculos das asas, o queimpede a sua expansão durante a respiração. A cintura pélvica é largamente abertaventralmente, permitindo a passagem fácil dos ovos nas fêmeas. As vértebras caudais sãopouco numerosas e comprimidas.

As patas anteriores são transformadas em asas para voar, embora tenham o padrãotetrápode típico, estão bastante modificadas: o número de dedos está reduzido e muitosossos estão fundidos. As patas posteriores são muito fortes e resistentes, permitindo aoanimal lançar-se para o ar e amortecer a aterragem. Geralmente têm 4 dedos (3 viradospara a frente e um para trás, o sistema ideal para se empoleirar) com garras córneas erevestidas por escamas epidérmicas, adaptadas a andar ou nadar (neste caso commembranas interdigitais). No entanto, existem aves com apenas 2 dedos no total (avestruzes,por exemplo) ou com 2 dedos virados para a frente e dois para trás (pica-paus, por exemplo).

Reprodução

A grande maioria das aves é monogâmica (pelo menos aparentemente), formandocasais reprodutores. Os machos defendem um território e realizam complexos rituais deacasalamento, exibindo-se ou cantando para atrair as fêmeas. Todas as aves são ovíparase produzem ovos com muito vitelo e casca calcária. Os ovos são sempre depositadosexternamente (geralmente num ninho) para incubação. O ninho fornece segurança, calor eum local isolado e longe de predadores para cuidar das crias. Os materiais de construçãode ninhos dependem da disponibilidade local, podendo ser usados galhos, penas, pêlos,teias de aranha e até pele de réptil ou artefatos humanos.

Nas fêmeas, apenas um dos ovários embrionários se torna funcional no adulto, numesforço para reduzir o peso da ave durante o vôo. Um ovário maduro tem o aspecto de umcacho de uvas, podendo conter até 4000 óvulos, que podem potencialmente desenvolver-se em gemas. Cada um está ligado ao ovário através de uma fina membrana - folículo -coberta por uma rede de vasos sanguíneos. A gema é formada por deposição de camadassucessivas de vitelo. Após a ovulação, a gema é mantida íntegra pela membrana vitelina eé recolhido da cavidade abdominal pela extremidade em forma de funil do oviduto, designadafunículo ou infundíbulo, nesta zona do oviduto ocorre a fecundação, se os espermatozóidesa tiverem alcançado.

As restantes zonas do oviduto formam os componentes do ovo: no magnum a clara éacrescentada, estando a forma do ovo definida; no istmo, uma zona mais estreita do canal,formam-se as membranas da casca; no útero ou glândula da casca forma-se a casca, aetapa mais demorada da formação do ovo, e diferencia-se a calaza; na vagina o ovo recebeuma fina película anti-bacteriana e anti-partículas designada cutícula, impedindo-as de

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Figura 19: Estrutura do ovo de uma ave.(Fonte: http://curlygirl.naturlink.pt/aves.htm ).

penetrar através da casca porosa. Também na vagina o ovo é virado, poisdeverá ser posto com a extremidade arredondada primeiro.

Os ovos são geralmente pigmentados, devendo-se a sua cor à misturaem percentagens variáveis de apenas dois tipos de pigmento, um derivadoda hemoglobina e outro da bílis. O pigmento é adicionado à casca durante apassagem deste pelo oviducto da fêmea. Os ovos esbranquiçados pertencemgeralmente a espécies que os colocam em cavidades, como os pica-paus,permitindo-lhes identificar facilmente o ovo no escuro. Pelo contrário, ovos

pigmentados são geralmente colocados em ninhos abertos, permitindo-lhes passaremdespercebidos aos predadores.

Ao pôr o ovo, a fêmea everte parcialmente a cloaca, como se virasse uma luva aocontrário, impedindo, assim, que o ovo entre em contacto com o ânus e seja contaminadopor fezes. Os sistemas restantes são também bloqueados, impedindo descargas acidentaisdurante o esforço de postura do ovo.

O sistema reprodutor masculino mantém no adulto os dois testículos embrionários,ligados a um par de epidídimos e canais deferentes, que conduzem à cloaca osespermatozóides e as secreções espermáticas.

A fecundação é sempre interna, com a cópula resultando apenas do encosto dasaberturas das cloacas masculina e feminina - “beijo” cloacal. No entanto, existem aves(algumas espécies de patos e gansos, cisnes, avestruzes ou búfagos, por exemplo) queapresentam órgãos copuladores, embora sem vasos sanguíneos no seu interior. É comumque apresentem um sulco espiralado ao longo da sua superfície, por onde o esperma escorrepara o interior da cloaca e oviducto da fêmea.

As crias, pouco desenvolvidas ao nascer, são alimentadas e vigiadas pelos pais,após a eclosão. Na maioria das espécies, os pintos nascem cegos, sem penas e semcapacidade reguladora de temperatura corporal. Algumas espécies (principalmente avesaquáticas), no entanto, têm pintos um pouco mais desenvolvidos, com penas e capazes deprocurar alimento poucas horas após o nascimento.

Os ovos das aves, bem como dos répteis e mamíferos ovíparos, são telolecíticos einiciam a segmentação ainda no oviducto, antes de serem expulsos pela fêmea para oninho. Os principais componentes do ovo de uma ave, em tudo semelhante ao de um réptil,são:

Casca - formada por diversascamadas sobrepostas, neste caso éde natureza calcária, o que a tornaresistente, mas porosa. O seuexterior é coberto por uma finapelícula - cutícula - cuja função éimpedir a entrada de partículas emicrorganismos. Interiormente érevestida por duas membranas dacasca (interna e externa), queapenas podem ser diferenciadas nazona do espaço aéreo (parte maislarga do ovo). A função destasmembranas é controlar aevaporação do conteúdo hídrico dointerior do ovo.

Clara - também chamada albúmen, é formada por um material semi-sólidoou gelatinoso, com elevado conteúdo hídrico e protéico (albumina). Esta zona doovo protege o embrião dos choques e fornece uma reserva de água e nutrientes.

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Classificação das Aves

Na Classe Aves encontramos cerca de 9.000 espécies, divididas em dois grandesgrupos, que totalizam 27 ordens.

A. Ratitas

Apresentam asas atrofiadas ou ausentes e osso esterno sem quilha. Representadopor duas ordens: Apterigiformes, Rheiformes e Estrucioniformes.

B. Carinatas

Apresentam asas bem desenvolvidas e esterno com quilha. São representadas portodas as demais ordens.

CONTEÚDO 3 – DIVERSIDADE DAS AVES

- Apterigiformes: Quivi

O quivi ou kiwi é um tipo de aves encontrada comumente na Oceania e é o símboloda Nova Zelândia. O kiwi não voa e tem hábitos noturnos e vive em um buraco no solo. Oseu tamanho é aproximadamente o de uma galinha, tem a plumagem do corpo fofa,semelhante a pêlos, bico longo e delgado com narinas na extremidade, pés com garrasfortes e asas atrofiadas. Usam o olfato em busca de alimento. São onívoros, alimentado-sede frutas, sementes, pequenos vermes e larvas de insetos.São monogâmicos. Depois doencontro durante a estação do acasalamento ( março a junho), o par fica no ninho chocandoo ovo, só põem um ovo por ano, onde este é dez vezes maior que o ovo de uma galinha epesa aproximadamente 450 gramas. O kiwi põe os maiores ovos do mundo, tendo emconta o seu tamanho.

- Rheiformes: ema (Rhea americana)

Estão distribuídas apenas na América do Sul, são aves não voadoras, de grandeporte, adaptadas à vida terrícola. É a maior e mais pesada ave brasileira (~1,50m e até 100Kg). São onívoras, ou seja, comem de tudo (folhas, brotos, sementes, insetos e pequenasserpentes e animais), excelentes dispersores de sementes. .Além disso, a ema come muitaspedrinhas, que servem para facilitar a trituração dos alimentos. A ema é uma ave corredoraque vive nas planícies da América do Sul, do Brasil até o sul da Argentina, vive nas regiõescampestres e cerrados, em bandos. Embora possua grandes asas, ela não voa. Usa asasas para equilibrar-se e mudar de direção na corrida. Bebe pouca água. Suas penas sãousadas para decoração. A ema está na lista dos animais que estão em perigo de extinção.

No seu interior diferenciam-se dois cordões protéicos - calaza - que manterão agema no centro da clara, mas permitindo-lhe girar e oscilar;

Gema - corresponde ao óvulo propriamente dito, com grande quantidade devitelo disposto em camadas concêntricas e envolvido por uma membrana vitelina.

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Zoologia Geral e

Comparada II

- Estrucioniformes: avestruzes

O avestruz é uma ave não voadora originária da África que leva o nomecientífico Struthio camelus. Embora não voe, as longas, fortes e ágeis pernas,permitem que ele atinja até a velocidade de 120 km/h, pois em uma só passadacobre 4 a 5 metros. Os avestruzes são considerados a maior espécie vivadas Aves, normalmente pesam de 90 a 130 Kg, embora alguns avestruzesmachos tenham sido registrados com pesos de até 155 Kg. Na maturidade

sexual (entre 2 e 4 anos de idade), avestruzes machos podem possuir de 1,8 m a 2,7 m dealtura, enquanto as fêmeas alcançam de 1,7 m a 2 m. Possui dimorfismo sexual (ou seja,machos diferentes das fêmeas): nos adultos, o macho tem plumagem preta e as pontas dasasas são brancas, enquanto que a fêmea é cinza. O dimorfismo só se apresenta com umano e meio de idade. As pequenas asas vestigiais são usadas por machos como exibiçãopara fins de acasalamento.As penas são macias e servem como isolante térmico e sãobastante diferentes das penas rígidas de pássaros voadores. As pernas fortes do avestruznão possuem penas. Suas patas têm dois dedos, sendo que apenas um tem unha enquantoo maior lembra um casco. Seu aparelho digestivo é semelhante ao dos ruminantes e seusolhos, com grossas sobrancelhas negras, são os maiores olhos dos animais terrestres.

a) Raças de Avestruz

Existem, atualmente, três subespécies de avestruzes:

Blue Neck (pescoço azul) - habita o Nordeste africano, éa subespécie mais corpulenta, apresentando pele de um tomcinzento azulado.

Red Neck (pescoço vermelho) - habita o Quênia e parteda Tanzânia, é uma ave de corpo corpulento e apresenta a pelede um tom vermelho.

African Black - é um híbrido resultado do cruzamento entresubespécie da África do Sul e as subespécies do Nordeste daÁfrica, sendo normalmente a mais baixa de todas assubespécies. Possui como característica principala qualidade de suas penas, superior em relaçãoàs outras subespécies.

Obs: Não existe uma subespécie queproduza mais filhotes, ou que, seja maisdócil que a outra. O que existe são animaisdentro de uma subespécie que sedestacam na produtividade, e ganho depeso. Por isso o futuro criador deveadquirir seus reprodutores de uma fonteconfiável e que possua um rígido controlegenético e de aperfeiçoamento.

Você sabia?

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- Sphenisciformes: pingüins

O pingüim é uma ave que não pode voar, suas asas evoluíram para nadadeiras eeles praticamente voam pela água usando as patas carnudas como lemes. Chega a nadarcom uma velocidade de até 40 km/h e passa a maior parte do tempo na água. Os pingüinsexistem exclusivamente no hemisfério Sul. Apesar da maior diversidade de pingüins seencontrar na Antártida e regiões polares, há também espécies que vivem nos trópicos como,por exemplo, nas Ilhas Galápagos. A morfologia dos pingüins reflete várias adaptações àvida no meio aquático: o corpo é fusiforme; as asas atrofiadas desempenham a função debarbatanas e as penas são impermeabilizadas através da secreção de óleos. Os pingüinsalimentam-se de pequenos peixes e outras formas de vida marinha.

- Pelicaniformes: pelicanos, atobás, fragatas, biguás

Pelecaniformes é uma ordem de aves constituída por seis famílias e 67 espécies. Ogrupo está distribuído por todo o globo e habita sobretudo regiões costeiras marinhas eperto de grandes lagos ou estuários. São aves aquáticas de médio a grande porte que secaracterizam por patas onde todos os quatro dedos se encontram unidos por uma membranainterdigital. A plumagem tem coloração muito diversa de acordo com a espécie e variaentre negra e branca. O pescoço é comprido na maioria das espécies e as patas sãocurtas. O bico é bastante longo e em muitos casos termina num gancho.A maioria das

· Que a carne de Avestruz é recomendada pelasSociedades Brasileira e Americana de cardiologia, pois possuiÔmega 3, que faz muito bem para o coração?

· Que as avestruzes fêmeas possuem plumagemacinzentada?

· Que o avestruz não voa, mas pode chegar a umavelocidade de até 60km/h?

· Que o couro do avestruz é o 2º mais caro do mundo;só perdendo para o couro de crocodilo?

· Que a estimativa de vida do avestruz é de 70 anos?· Que existem registros da existência de avestruzes que datam de 5.500

a.C?· Que a carne do avestruz é livre do hormônios e aditivos?· Que os egípcios usavam a pluma de avestruz como leque?· Que os romanos usavam plumas de avestruz como adorno em seus

capacetes?· Que o avestruz é considerado a maior ave do planeta?· Que a prole do avestruz chega a ser de 30 a 60 por ano?· Que a aparência e o sabor da carne de avestruz é muito similar à carne

bovina?· Que o avestruz é considerado o ser vivo de maior resistência imunológica

do reino animal?· Que 1 ovo de avestruz equivale aproximadamente a 25 ovos de galinha?· Que o avestruz suporta bem baixas e altas temperaturas?· Que os bicos e unhas são utilizados na confecção de jóias e botões?· Que o avestruz pode botar até 100 ovos no período fértil?

b) Você sabia?

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Zoologia Geral e

Comparada II

espécies está especialmente adaptada para a pesca de peixes, cefalópodese crustáceos a partir do vôo. Não apresentam dimorfismo sexual (ouseja,machos e fêmeas são aparentemente iguais) e vivem habitualmente emgrupos, reproduzindo-se em colônias numerosas. Durante a época dereprodução a cor das patas e do saco torna-se mais intensa. Os ninhos sãofeitos no chão e a incubação leva entre 20 a 55 dias de acordo com a espécie.

- Ciconiformes: garça, cegonha, flamingo

Ciconiiformes é uma ordem de aves de médio a grande porte com distribuição mundial.O grupo habita preferencialmente zonas costeiras, ou perto de lagos, rios ou estuários, masinclui também aves terrestres. Alguns exemplos de ciconiformes são a cegonha, as garçase o íbis. As aves ciconiformes têm habitualmente patas longas e sem penas e pescoçocomprido. A forma do bico varia de acordo com os hábitos alimentares entre direito, encurvadoou espatulado. As patas terminam em quatro dedos, dispostos como três para a frente e umpara trás, sem membrana interdigital. As asas são grandes e alongadas. As cores daplumagem são bastante variáveis de acordo com a espécie.Os ciconiformes vivemnormalmente em grupos, que se reproduzem em colônias, mas que emitem pouca ou mesmonenhuma vocalização. Todas as formas de comunicação fazem-se através de exibiçõesrituais que podem ser muito elaborados. Os juvenis nascem indefesos e requerem o cuidadoparental de pelo menos um dos progenitores para sobreviver.Estas aves alimentam-se àbase de peixe, crustáceos ou insetos. Os ciconiformes não se alimentam por filtração, aocontrário dos flamingos, nem mergulham na água, o que os separa de outros grupos deaves aquáticas como os Anseriformes ou Gaviiformes.

- Anseriformes: pato, ganso, cisne

Anseriformes é uma ordem de aves aquáticas que contém 161 espécies, incluemanimais como o pato, o ganso e o cisne e têm distribuição cosmopolita. As aves anseriformeshabitam zonas aquáticas continentais como lagos, pântanos, rios e estuários, no entantoalgumas espécies mudam-se para habitats marinhos durante a época de reprodução. Sãoaves de médio a grande porte que medem entre 30 a 180 cm de envergadura e pesamentre 200 gramas e 20 kg. A plumagem destas aves é muito variada, sendo algumas espéciesmonocromáticas enquanto que outras bastante coloridas. Estas aves têm membranasinterdigitais nas patas, numa adaptação ao meio aquático. Os anseriformes são avesonívoras que se alimentam de folhas, frutos e raízes de plantas terrestres e aquáticas, mastambém de insetos e larvas e pequenos crustáceos. Muitas das espécies de anseriformessão migratórias.

- Falconiformes: urubu, falcão, águia, abutre, gavião.

A ordem Falconiformes é um grupo de cerca de 300 espécies que inclui as aves derapina diurnas. A ordem caracteriza-se pelas suas adaptações a predação, como um bicocurvo e garras afiadas. Enquanto animais diurnos, estas aves têm normalmente um sentidoda visão bastante apurado. Os falconiformes têm uma espectativa de vida média muito altapara as aves e levam muito tempo a atingir a maturidade sexual. Em geral a fêmea é maiordo que o macho e fica no ninho para proteger os filhotes. Muitas espécies estabelecemrelações monogâmicas.

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- Galiformes: codornizes, faisão, peru, galinha, perdiz.

Galliformes é uma ordem de aves muito diversa que integra 70 gêneros e cerca de250 espécies, conhecidas geralmente como aves galináceas. O grupo inclui animaisdomésticos como a galinha ou o peru e espécies caçadoras como as perdizes e faisões.As aves galiformes têm distribuição mundial e ocupam uma enorme variedade de habitats.Osgalináceos são aves de pequeno a médio porte, pesando entre cerca de 250 kg até 10 kg,robustas e com asas pequenas e arredondadas. A sua plumagem é bastante variada. Muitasespécies apresentam ornamentação na cabeça, que pode incluir papos e cristas coloridas.O dimorfismo sexual é comum e em algumas espécies pode ser extremo. O tamanho e tipode cauda é também bastante diverso no grupo, variando entre a quase inexistência a cercade um metro de comprimento no caso do pavão.

As estratégias de reprodução dos galiformes são bastante variadas e adaptadasaos ecossistemas ocupados por cada espécie. Os galináceos podem ser tanto migratórioscomo sedentários, solitários ou gregários (vivem em grupos). Em espécies que vivemsocialmente, os grupos mostram uma estrutura social hierarquizada.

Os galináceos são aves onívoras, que se alimentam pequenos invertebrados ematerial vegetal. Em nível ecológico, têm importância como dispersores de sementes efonte de alimento para diversos grupos de predadores, como aves de rapina, serpentes, ecarnívoros de pequeno porte. As espécies domesticadas de galináceos são de enormeimportância econômica como fonte de carne e ovos para consumo humano.

- Columbiformes: pombo.

Columbiformes é uma ordem de aves que inclui os pombos e rolas, assim como osextintos dodós. Apresentam distribuição cosmopolita (por todo o mundo). Possuem cabeçapequena e redonda, bico fraco (na base é coberto pela “cera”), corpo pesado, plumagemcheia e macia (rica em pó), glândula uropigiana, em geral, ausente, pernas e dedos molese hábitos arborícolas. Alimentam-se de grãos (granívoros) e frutas (frugívoros) sendo porisso importantes dispersores de sementes. Ambos os sexos são responsáveis por cuidardas crias e produzem o “leite de papo” (secreção rica em gorduras e proteínas, produzidaspelo epitélio do papo). Habitam regiões campestres, beneficiados pelo desmatamento eexpansão das culturas. Podem causar grandes prejuízos a plantações. O pombo doméstico(Columba livia domestica) é uma espécie introduzida e causa estragos nas cidades.

O pombo-correio é fruto de cruzamentos entre raçasbelgas e inglesas, efetuados na segunda metade do século XIX.

Foi seleccionado para apurar duas característicasprincipais:

- o sentido de orientação- robustez física-vivacidade- velocidade – chega a percorrer 700 a 1.000 km/dia, a mais de90 km/hora.- penas abundantes e brilhantes- rabo sempre pregueado- pescoço, fortemente implantado, muito erguido.- grande resistência à fadiga- peso médio - machos entre 425 e 525 g, fêmeas cerca de 480 g

Você sabia?

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Zoologia Geral e

Comparada II

- Psitaciformes: papagaios, periquitos, araras

Psittaciformes é uma Ordem de aves que inclui cerca de 350 espécies agrupadasem duas famílias: Psittacidae (papagaios, araras e piriquitos) e Cacatuidae (cacatuas).Ospsitacídeos caracterizam-se pelo bico encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobrea inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação à base de sementes e frutos.Estas aves são normalmente muito coloridas e algumas espécies são capazes de aprendera reproduzir sons de fala humana. As cacatuas são muito semelhantes aos papagaios (famíliaPsittacidae) no seu bico curvo e morfologia dos pés (dois dedos para a frente, dois paratrás). Como características distintivas, as cacatuas apresentam uma crista móvel e plumagemde cores simples. Apresentam distribuição geográfica restrita à Austrália e ilhas vizinhas.Há cerca de 20 espécies de cacatua.

A Aprendizagem

A aprendizagem do pombo-correio começa a partirdo seu nascimento, e tem como principais objetivos:

- Promover a ligação ao pombal- Proporcionar a preparação, para que, quando solto, regresse ao

seu pombal com rapidez e segurança.A capacidade que têm em regressar ao pombal manifesta-se tanto nos

machos como nas fêmeas, através de um treino cuidadoso:- borrachos com 25 dias que já se alimentam por si - separação dos pais

(designada pelos columbófilos por “desmame”)- borrachos com três meses de idade e mais de um mês de vôos livres -

começarem os vôos de reconhecimento em grupo nos arredores- depois do primeiro vôo - aumentar, progressivamente, as distâncias a

40, 75, 100, 150 km (borrachos em grupo)- segundo ano - os “pombos de ano” voam até 500 km, ou mais, começando

com treinos progressivos, até alcançar a distância desejada.- pombos adultos de mais de 3 anos – podem entrar nos grandes

concursos de fundo

Orientação

Os pombos correio sãotransportados a grandes distâncias equando soltos retornam invariavelmente aoseu pombal de origem.

As hipóteses mais aceitas para explicar estefenômeno, são as que consideram a conjugaçãode vários fatores:

- a posição do sol- o campo magnético terrestre- o olfato- a memória espacialEsta capacidade de orientação permanece ainda pouco conhecida pelos

cientistas.

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- Strigiformes: corujas

As corujas e os mochos são caçadoras eficientes, usando sobretudo seus olhosextremamente aguçados e movimentos rápidos. Além disso a coruja é extremamente atentaao ambiente podendo girar sua cabeça em até 270° e voar silenciosamente devido a penasespeciais muito macias e numerosas que compõem suas asas. Alimenta-se de pequenosvertebrados,principalmente ratos. A coruja é uma ave noturna e suas características fazemdela um dos caçadores mais sofisticados do mundo.

- Piciformes: pica-paus, tucanos

Piciformes é uma ordem de aves que inclui animais de médias dimensões quehabitam o meio arbóreo. O grupo tem cerca de 400 espécies, divididas em seis famílias einclui o tucano, cuitelão e o pica-pau.

- Passeriformes: passarinhos (cotovias, andorinhas, pardais, etc)

Os passerídeos (ou vulgarmente pássaros) são bastante numerosos e diversificados,com cerca de 5,400 espécies o que representa metade do total de aves. Geralmente, ospasserídeos são aves de pequenas dimensões, cantoras, com alimentação baseada emsementes, frutos e pequenos invertebrados.

- Casuariformes: casuares e emus

O emu vive principalmente nas planícies semi-áridas da parte oriental da Austrália.Depois do avestruz, ele é a maior espécie viva de ave. Não consegue voar, mas é umcorredor de primeira, capaz de manter uma velocidade de cerca de 50 quilômetros por horadurante um certo tempo. Os emus vagueiam pelos campos em grupos de três a seis, formandopares na estação do acasalamento, que vai de fevereiro a abril. O ninho é um simplesburaco no chão, ao pé de uma árvore, revestindo de capim e folhas. O macho choca osovos durante dois meses e continua a cobri-los por vários dias. O pai ainda toma conta dosfilhotes por algum tempo, embora estes logo se tornem capazes de se alimentarem e secuidarem por si mesmos.

O Casuar tem na testa uma crista óssea protuberante, de aspecto estranho eaparentemente sem utilidade. A cabeça e o pescoço são azuis, com barbelas (dobras degordura) vermelhas no pescoço. Esconde-se de dia em arbustos cerrados e, em geral, saià noite. Atravessa com rapidez as moitas mais densas, rompendo os galhos com as asas,que tem penas muito resistentes. Chega a saltar quase 1 m e nada bem.

- Gruiformes: saracuras, galinhas-dágua

Gruiformes é uma ordem de aves que engloba 11 famílias de características muitodistintas, estão distribuídas por toda a Terra, exceto na Antártida e algumas ilhas oceânicas.Habitam zonas de todos os climas e habitats diversos, desde zonas áridas ou desérticasaté áreas banhadas por lagos ou rios. A maioria das espécies é terrestre, mas existemtambém exemplos de gruiformes arborícolas.

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Zoologia Geral e

Comparada II

- Caradriformes: aves aquáticas (pernaltas, maçaricos,gaivotas, trinta-réis)

Aves de médio e grande porte muito diversificada. A maioria dos seusmembros vive nas zonas costeiras e correspondem, de modo geral, às avesmarinhas, embora também ocorram em florestas e desertos.

- Cuculiformes: cucos, anus

Cuculiformes é uma ordem de aves com três famílias, que inclui os animais conhecidoscomo cucos. De uma forma geral, a aves cuculiformes são de pequeno a médio porte, bicocurto e arqueado e patas curtas. As espécies do grupo não apresentam dimorfismo sexuale alimentam-se sobretudo de insetos e outros pequenos invertebrados. As estratégias dereprodução variam bastante, desde o assalto de ninhos alheios (típico dos cucos) à incubaçãonormal das posturas. O grupo tem distribuição global, mas vive sobretudo em climas tropicaisa temperados.

- Tinamiformes: inambus, codornas

Os tinamídeos são aves que se alimentam predominantemente de sementes.Diferentemente da maioria das aves, a incubação e o trato dos filhotes são tarefas exclusivasdos machos. Outra constante é a dominância do sexo feminino e a monogamia. Cabe àsfêmeas definir territórios, mantê-los, atrair e competir pelos machos que as fecundarão e,feita a postura, chocarão seus ovos e cuidarão de sua descendência. Existemaproximadamente 45 espécies de tinamídeos, divididos em 9 gêneros, conhecido, a maioria,como codornas ou inhambus.

- Gaviiformes: gavia, mergulhões

Gaviiformes é uma ordem de aves que contem apenas a família Gaviidae, o gêneroGavia e as suas cinco espécies. Estas aves aquáticas habitam sobretudo lagos de águadoce e rios, podendo deslocar-se para zonas costeiras durante a época de reprodução. Asua distribuição geográfica está limitada ao Norte da Europa e América do Norte.

Exteriormente, assemelham-se a patos, a sua plumagem é preta, branca e cinzenta,e em algumas espécies apresenta padrões reticulados muito complexos. O bico tem formade lança. Outra diferença importante é a estrutura óssea, bastante densa quando comparadacom outras aves. Alimentam-se de peixes, moluscos e crustáceos, que caçam debaixo d”água em mergulhos. São excelentes nadadoras mas deslocam-se em terra com grandedificuldade. As suas asas estão bem adaptadas ao vôo e podem percorrer longas distânciaspelo ar. No entanto a fase de descolagem e aterragem é complicada e requer, como nosaviões, uma “pista” sobre a água de algumas centenas de metros. É a ave nacional doCanadá e está representada nas moedas de 1 dólar canadense.

- Caprimulgiformes: bacuraus, curiangos

São animais conhecidos como noitibó e bacurau. Enquanto grupo, estãorepresentados em todos os continentes, exceto na Nova Zelândia, regiões polares e maioriadas ilhas oceânicas. As famílias têm distribuição mais limitada. A maior diversidade dogrupo encontra-se em regiões tropicais e semi-tropicais.

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Os caprimulgiformes são aves exclusivamente noturnas. Têm o bico muito pequenoe cabeça quadrada, com olhos muito grandes e adaptados à visão com pouca luz. As patase pés são pequenos e frágeis. As asas são relativamente grandes e alongadas e adaptadasa um vôo rápido e silencioso. O formato da cauda, de comprimento médio a longo, variaconforme a espécie. A plumagem é bastante diversa dentro do grupo, mas é normalmenteescura. Os caprimulgiformes alimentam-se exclusivamente de insetos, que caçam duranteo vôo, e representam um papel importante no controle das populações das suas presas.

- Podicipediformes: mergulhões, pescaparas

O grupo está presente em todos os continentes, exceto nas regiões polares e amaioria das ilhas oceânicas. Os podicipediformes são aves de médio porte, sobretudoaquáticas que habitam zonas de água doce como estuários, lagos e rios. A plumagem égeralmente castanha ou cinzenta, sendo a zona ventral mais clara. O dimorfismo sexual, sepresente, ocorre apenas na época de reprodução. O pescoço é alongado e termina numacabeça arredondada com bico curto, por vezes encurvado. O corpo é estreito, com as pataslocalizadas quase na zona terminal, uma adaptação à natação e ao mergulho que tornaestas aves bastante desajeitadas em terra. As asas são curtas, porém fortes e permitemvôo durante longas distâncias; algumas espécies são migratórias.

Os mergulhões alimentam-se de peixes, insectos, moluscos e crustáceos, que caçamdurante os mergulhos. São aves solitárias, mas formam casais durante a época dereprodução ou grandes grupos nas épocas de migração.

- Apodiformes: andorinhões, beija-flores

Apodiformes é uma ordem de aves de pequeno porte, caracterizadas pelo bico longoe asas afiladas. Estes animais têm um metabolismo muito acelerado, asas muito longas,músculos de vôo muito desenvolvidos, penas secundárias curtas, 10 penas caudais, pésmuito pequenos com garras recurvadas. A ordem é dividida em três famílias: Apodidae(andorinhão, gaivão), Hemiprocnidae e Trochilidae (colibri, beija-flor).

- Procelariiformes: albatrozes, procelárias

Procellariiformes (do Latim procella, tempestade) é uma ordem de aves marinhasde hábitos pelágicos, ou seja, que habitam o oceano aberto. Estas aves caracterizam-sepor terem as narinas inclusas em tubos situados no bico, que é normalmente longo eencurvado na ponta. Esta adaptação permite-lhes expulsar do corpo o sal adquirido poringestão de água do mar. Os procelariformes têm asas compridas e estreitas, o que lhes dáuma forma aerodinâmica e minimiza a energia gasta durante os seus longos vôos. A suaplumagem é normalmente branca, podendo apresentar tons de cinzento ou preto. Osprocelariformes têm os dedos dos pés unidos por membranas interdigitais, estando o dedoposterior ausente ou pouco desenvolvido. Estas aves alimentam-se no mar alto decefalópodes e pequenos peixes.

- Coliiformes: coliídeos

Coliiformes é uma ordem de aves, que representada atualmente pela família Coliidaee suas três espécies, classifcadas em dois gêneros. O grupo inclui os rabos de junco, avesde pequeno porte, nativas de África, caracterizadas por uma cauda longa e pela morfologia

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Zoologia Geral e

Comparada II

11111Por que se acredita que as aves surgiram a partir dosdinossauros? Quais as evidências?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22222Fale sobre as teorias que explicam a origem do vôodas aves, enfatizando as falhas de cada uma delas.______________________________________________________________________________________________________________________________

das patas traseiras. Os coliiformes distinguem-se das restantes aves pelacapacidade de inverter a orientação do primeiro e quarto dedo.

- Trongoniformes: surucuás

Trogoniformes é uma ordem de aves com 39 espécies pertencentesapenas a uma única família, Trogonidae. O grupo habita preferencialmente asflorestas tropicais da América Central e do Sul. No Brasil, estas aves são

chamadas de surucuá. As aves trogoniformes têm geralmente um bico curto e encurvado epatas também curtas. Os dedos têm uma distribuição distintiva do grupo, estando o primeiroe o segundo dirigidos para a frente enquanto que o terceiro e quarto apontam para trás. Asasas são curtas e arredondadas e embora sejam bem adaptadas ao vôo, estas aves nãotêm o hábito de voar grandes distâncias e preferem saltitar de árvore em árvore. A plumagemé bastante colorida e varia conforme a espécie entre tons de verde, azul, rosa e/ou encarnadocom brilho metálico. Os trogoniformes apresentam dimorfismo sexual, tendo as fêmeas umpadrão de cores semelhante ao machos, embora muito menos exuberante.Estas avesalimentam-se de insectos e outros pequenos invertebrados, por vezes de frutos.

- Coraciiformes: martins-pescadores, barrancolis, poupas, rolieiros

Coraciiformes é uma ordem de aves de médio a grande porte com onze famíliasoriundas da África e da Europa.

As aves coraciformes têm em geral um bico robusto e colorido, geralmente vermelhoou amarelo. As pernas são curtas e terminam em patas pequenas mas fortes. A plumagemé bastante variável de acordo com a família, assim como a presença ou ausência dedimorfismo sexual. As asas arredondadas e curtas são especialmente adaptadas ao vôocurto. A cauda varia entre dimensões médias a muito grandes. Os coraciformes são avesgeralmente arborícolas que preferem climas tropicais.

[[[[[ ]]]]]Agora é hora de

TRABALHAR

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33333Explique como se acredita que surgiu a capacidadede voar nas aves primitivas (Archaeopteryx).___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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44444Quais as adaptações das aves relacionadas a suacapacidade de vôo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

55555Quais as funções das penas? Explique qual o papeldelas no vôo._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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66666A maioria das aves tem hábitos diurnos, pode voar epossui olfato pouco desenvolvido. Considerando asaves que estudamos, responda:

a) Que tipo de ave mais se distancia dessas característicasgerais?

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b) Quais são suas características mais marcantes?

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Zoologia Geral e

Comparada II

CONTEÚDO 1 – CARACTERÍSTICAS E DIVERSIDADE DOSMAMÍFEROS

Introdução ao Grupo dos Mamíferos

Os mamíferos formam o grupo mais evoluído e mais conhecido dos cordados.Juntamente com os artrópodes, dominam completamente os ambientes terrestres atuais,embora também tenham colonizado o ar e a água. Contudo, a diversidade de suas espéciesé menor que a dos outros grupos de vertebrados como aves (cerca de 9.000 espécies),répteis (cerca de 6.800 espécies) e anfíbios (cerca de 4.900 espécies). Este grupo inclui osmaiores vertebrados viventes, aquáticos e terrestres. A baleia azul, por exemplo, é o maioranimal da atualidade e pesa cerca de 120 toneladas. Além disso, nenhum outro grupo devertebrados apresenta formas tão diferenciadas como, por exemplo, uma baleia e ummorcego ou uma topeira e uma girafa.

Todos (com raras exceções) apresentam o corpo coberto de pêlos, alimentam ascrias com leite produzido pelas glândulas mamárias (o que deu o nome à classe) e têmtemperatura interna constante. Os cuidados com a prole são os mais desenvolvidos doreino animal e atingem o seu clímax com a espécie humana. São, ainda, extremamenteadaptáveis, modificando o seu comportamento de acordo com as condições do meio. Algunsgrupos, principalmente primatas, formam sociedades muito complexas.

Os antepassados dos mamíferos foram um grupo de répteis designados terapsídeos.Estes animais eram pequenos carnívoros ativos e viveram no período Triássico (225 milhõesde anos atrás). Além de importantes diferenças em nível do crânio, os terapsídeosdesenvolveram um esqueleto mais leve e flexível, com os membros alinhados por baixo docorpo, tornando-os mais ágeis e rápidos.

A transição de réptil para mamífero terminou há cerca de 195 milhões de anos,coincidindo com a ascensão dos dinossauros, ameaçando os recém-formados mamíferosde extinção. No entanto, a sua capacidade de controlar a temperatura interna talvez expliqueporque os mamíferos sobreviveram ao arrefecimento global do fim do Mesozóico.

Classificação dos Mamíferos

Os monotremados são os mamíferos mais primitivos que existem. Eles botam ovose não possuem dentes na idade adulta. O nome do grupo, Monotremata, refere-se à presençade uma abertura única para eliminação das fezes e dos produtos urinários e genitais (acloaca). Seus representantes mais conhecidos são os ornintorrincos e as équidnas, ambosvivem na Austrália e na Tasmânia e as équidnas são encontradas também na Nova guiné.

MAMÍFEROS E O HOMEM

A classe Mammalia é dividida em três subclasses: Prototheria(monotremados), Metatheria (marsupiais) e Eutheria (placentários).

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As fêmeas carregam os ovos numa bolsa de pele ventral ou os mantêm aquecidos em umninho (donde nasce um minúsculo embrião que se desloca para a bolsa). Diferentementedos outros mamíferos, elas não possuem mamilos e os filhotes se alimentam do leite queescorre pelos pêlos da barriga da mãe. O ornitorrinco é uma espécie subaquática com péspalmados, pêlos curtos e um bico semelhante ao do pato, usado para cavar o lodo à procurade invertebrados de corpo mole. As garras foram mantidas e são usadas para cavar longostúneis nos bancos lamacentos. As équidnas têm grandes garras, um focinho longo adaptadopara ingerir formigas e muitos dos seus pêlos são modificados em espinhos.

Os marsupiais são caracterizados pela presença de uma bolsa de pele (marsúpio)no ventre das fêmeas. Os exemplares mais conhecidos deste grupo são os cangurus daAustrália e os gambás da América do Sul. Diferentemente dos monotremados, nos quais odesenvolvimento embrionário ocorre fora do corpo da mãe, os marsupiais iniciam odesenvolvimento embrionário no interior do útero materno. Aí se alimentam de substânciasarmazenadas no ovo e de líquidos nutritivos produzidos pela parede uterina. Após algumassemanas, o embrião ainda imaturo nasce, agarra-se nos pêlos da mãe e se desloca até omarsúpio, onde completa o seu desenvolvimento. Muitas vezes o período de vida dentro dabolsa é maior que o período de gestação. No interior do marsúpio estão localizados osmamilos, onde desembocam as glândulas mamárias, que nutrem os filhotes. As fêmeaspossuem um sistema reprodutor “duplo”, com dois úteros e duas vaginas laterais. As criasnascem através de um canal de nascimento central independente, que se forma antes decada parto, podendo ou não permanecer aberto. Por esse motivo, em algumas espécies opênis do macho é bifurcado.

Os placentários são mamíferos nos quais o embrião completa todo seudesenvolvimento no interior do útero materno, ao qual se liga por meio da placenta. Atravésda placenta o embrião recebe nutrientes e gás oxigênio do sangue da mãe e elimina gáscarbônico e excreções.

Os mamíferos placentários nascem num estágio mais maduro, mas esta maturidadeé derivada do considerável dispêndio de energia materna. Uma mãe placentária tem quecarregar seus embriões até o seu nascimento relativamente tardio, mesmo que alimento ououtras condições ambientais não estejam favoráveis. Se necessário, durante o período delactação, o filhote poderá ser abandonado, mas assim haverá uma perda dos consideráveisesforços reprodutivos da mãe. Os filhotes dos marsupiais são menos desenvolvidos e talvezmais vulneráveis no momento do seu nascimento prematuro, mas pouca reserva materna éinvestida nele. A vida da mãe dificilmente é afetada por eles. Se as reservas ambientaisforem escassas, o filhote dentro da bolsa pode ser facilmente abortado e a mãe terá perdidopoucos esforços reprodutivos. Ela terá maiores chances de sobreviver e reproduzir-senovamente. No entanto, os placentários são os maiores grupos de mamíferos, dominandototalmente a classe e os habitats terrestres atuais.

Características da Classe

Pele coberta de pêlos

Os pêlos têm uma variedade de funções, incluindo a camuflagem, a comunicação ea sensação por meio das vibrissas (bigodes), que crescem sobre o focinho ou ao redor dosolhos e possuem receptores tácteis associados. Características importantes da pelagemdos mamíferos são seu crescimento, sua substituição, sua cor e sua mobilidade. Um pêlo écomposto de queratina, e ele cresce a partir de uma invaginação profunda na epiderme,chamada folículo piloso. Os pêlos são sempre mudados periodicamente (cada pêlo émudado individualmente, formando-se um novo a partir do mesmo folículo). A cor do pêlo

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depende da qualidade e quantidade de melanina injetada, no pêlo emformação, por células especiais que estão na base do folículo piloso, chamadasmelanócitos.

A pele é formada por duas camadas principais: epiderme, mais externa,e derme, mais interna. Nesta camada mais interna estão presentes as glândulas(estruturas secretoras) que podem ser mamárias, sebáceas, sudoríparas eodoríferas. As glândulas mamárias produzem o leite necessário para aalimentação dos filhotes e são funcionais apenas nas fêmeas. As glândulas

sebáceas são encontradas em toda a superfície do corpo e produzem uma secreção oleosaque lubrifica e impermeabiliza o pêlo e a pele. As odoríferas apresentam uma distribuiçãorestrita na maioria dos mamíferos, e suas secreções são utilizadas na comunicação químicaentre os animais. A marcação por odor é utilizada para indicar a identidade do animal epara definir territórios. Já as glândulas sudoríparas auxiliam a regulação da temperatura e aexcreção de sais. Abaixo da derme, com os vasos sanguíneos que alimentam a epiderme enervos sensoriais, existe uma camada de gordura subcutânea mais ou menos espessa,dependendo do habitat do animal.

Alguns apêndices tegumentares estão envolvidos na locomoção, nas ofensivas e nadefesa. São estruturas como as garras, unhas e cascos (que crescem permanentemente apartir da base para compensar o desgaste), bem como chifres e cornos (com centro ósseoe permanentes) e armações (caem anualmente). O corno do rinoceronte é um caso particulardestas estruturas, pois apesar de não cair anualmente é composto por um emaranhadodenso de pêlos.

Esqueleto

Os mamíferos possuem um esqueleto desenvolvido, totalmente ossificado,permanecendo cartilagem apenas nas zonas articulares, sendo composto por:

Extremidades

Quatro patas (exceto cetáceos, onde não existem membros posteriores) com 5 dedos(ou menos) com garras, unhas, cascos ou almofadas carnudas e adaptadas variadamentea andar, correr, trepar, cavar, nadar ou voar. A marcha quadrúpede é a mais comum, masexistem muitas espécies bípedes, como os cangurus ou o Homem.

As extremidades localizam-se por baixo do corpo e não para o lado como nos répteis,o que não só sustenta melhor o peso do corpo mas também permite maior velocidade e

1) Crânio — protege o cérebro e pode ter um volume muito grande,apresenta uma arcada onde se alojam poderosos músculos, o que permitemovimentos complexos como a mastigação (capacidade exclusiva da classe).A mandíbula inferior é formada por apenas um osso - dentário - ligadodiretamente ao resto do crânio (noutros vertebrados essa ligação é sempreindireta, existindo pelo menos um outro osso a fazer a ligação), e onde seimplantam dentes em alvéolos.

2) Coluna vertebral — eixo formado por peças articuladas chamadasvértebras, que protegem a medula espinhal;

3) Costelas — formam a caixa torácica, muito eficiente nos movimentosrespiratórios, que protege os pulmões e o coração;

4) Ossos — formam as duas extremidades anteriores e as duas posteriores.Tais extremidades podem estar adaptadas a várias funções, como correr, cavar,voar ou nadar.

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reflexos. A velocidade está igualmente associada á flexibilidade da coluna vertebral (chita,por exemplo, acrescenta cerca de 30 Km/h à sua velocidade máxima devido ao efeito demola da sua coluna) e ao aumento do comprimento da zona inferior dos membros (gazelas,por exemplo).

Órgãos dos Sentidos e Cérebro

O olfato da maioria dos mamíferos é bastante apurado provavelmente devido ao seucomportamento primariamente noturno. Os primatas, no entanto, possuem olfação poucodesenvolvida uma vez que possuem hábitos diurnos. E nas baleias este sentido é reduzidoou ausente, em associação com sua vida aquática.

Os mamíferos evoluíram como animais noturnos, e a sensitividade visual (formaçãode imagens sob pouca luz) era mais importante do que a acuidade (formação de imagensprecisas). Assim, possuem retina formada por células que apresentam uma grandesensibilidade à luz, mas são relativamente fracas para uma visão acurada. Os olhos compálpebras móveis.

Os ouvidos possuem pavilhão auditivo externo carnudo e móvel que ajuda adeterminar a direção do som, sua acuidade auditiva é maior do que nos demais tetrápodes.O ouvido médio contém uma série de três ossos (estribo, martelo e bigorna), em vez de umúnico osso. Os mamíferos aquáticos utilizam sistemas inteiramente distintos para ouvir soba água, tendo perdido ou reduzido suas orelhas externas.

Sistema Nervoso

O cérebro dos mamíferos possui muitas circunvoluções ou dobras, que aumentam asuperfície do órgão e o número de células nervosas. Por esta razão, os mamíferosdesenvolveram um comportamento complexo, com alto grau de coordenação em todas asatividades, aprendizagem e memória retentiva. Isso pode ser percebido em atitudes comoas estratégias de caça, o cuidado com os filhotes, a adaptação a qualquer ambiente e osdiferentes sistemas de comunicação estabelecidos entre os indivíduos da mesma espécie.

Os mamíferos são considerados animais inteligentes, embora a inteligência sejadifícil de definir. Geralmente considera-se indicador de inteligência a capacidade deaprendizagem associada à flexibilidade de comportamento. Estas capacidades permitemsolucionar problemas relacionados com a invasão de novos habitats e de captura de presas,por exemplo.

Sistema Digestivo

Boca, separada da cavidade nasal pelo palato duro, com língua móvel e dentesgrandes e diferenciados, em relação aos hábitos alimentares.

a) Os dentesOs mamíferos apresentam uma grande variedade de dentes com funções específicas. Os incisivos

são planos e servem para cortar; os caninos são pontiagudos e são usados para desgarrar a carne. Osmolares são largos e com protuberâncias e servem para esmagar e triturar o alimento. O número e o tipo dedentes variam de acordo com a alimentação de cada espécie. Os carnívoros possuem os caninos e osmolares muito desenvolvidos; os herbívoros não têm caninos, já que não precisam deles para cortar opasto.

A maioria dos mamíferos possui dois conjuntos de dentição em suas vidas (diodonte). O primeiroconjunto, os dentes de leite, consiste somente de incisivos, caninos e pré-molares. A dentição adultapermanente consiste no segundo conjunto de dentes originais, com adição de molares. Os últimos molaresdos humanos são conhecidos como dentes do siso (ou do juízo), pois eles aparecem na idade quesupostamente atingimos a maturidade – final da adolescência.

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Sistema Respiratório

Exclusivamente pulmonar, laringe com cordas vocais (exceto girafas).O coração e pulmões são separados da cavidade abdominal pelo diafragmamuscular completo.

Sistema Circulatório

Nos mamíferos, a circulação do sangue percorre um duplo circuito. No primeiro, entreo coração e os pulmões, o sangue é oxigenado. No segundo, entre o coração e os tecidos,o sangue perde aos poucos o oxigênio. O coração está dividido em quatro cavidades: doisátrios e dois ventrículos. Desta forma, o sangue oxigenado não se mistura com o sanguerico em gás carbônico, o que aumenta o rendimento do animal. Os glóbulos vermelhos sãobicôncavos e anucleados.

Sistema Excretor

Rins metanéfricos; formados por unidades filtradoras chamadas néfrons. O néfrontermina em uma espécie de taca, denominada cápsula de Bowman, que remove asexcreções diretamente do sangue.

Regulação de Temperatura

Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhespermite permanecer ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Estefato justifica a sua larga distribuição em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualqueroutro animal (exceto as aves).

Uma zona do cérebro - hipotálamo - controla a temperatura do corpo, procedendoaos ajustamentos necessários. A temperatura do corpo pode ser alterada aumentando oudiminuindo o metabolismo, dilatando ou estreitando os vasos sanguíneos que irrigam apele, elevando ou baixando os pêlos de modo a que se forme ou não uma camada de arisoladora, tremendo ou transpirando. A temperatura também pode ser controlada com aajuda de comportamentos, como deitar-se ao sol ou em tocas frescas a certas horas do diae de coloração da superfície do corpo: os animais de regiões frias são escuros (cor absorvecalor) e os de regiões quentes são claros (cor reflete o calor). No entanto tal pode entrar emconflito com a necessidade de camuflagem, os ursos polares, por exemplo, vivem em regiõesfrias e têm a pelagem clara.

Reprodução

Os mamíferos têm reprodução sexuada e dividem-se em três grandes grupos emrelação à reprodução: monotremados, marsupiais e placentários (discutido anteriormente).Contudo, todos apresentam sexos separados, a fecundação é interna e as crias sãoalimentadas com leite secretado pelas glândulas mamárias da fêmea. O leite produzidopelas fêmeas de mamífero é muito rico em gorduras e proteínas, o que o torna altamentenutritivo, mas fornece igualmente anticorpos que ajudam o juvenil a desenvolver-se saudável.Dado que os jovens não necessitam de procurar o seu próprio alimento nas primeirassemanas, permite um início de vida mais seguro que nos outros grupos de vertebrados. Asninhadas podem ter até 20 crias ou apenas uma, com períodos de gestação de apenas 12dias (bandicute, um tipo de marsupial onívoro) até 22 meses (elefante africano). Os machos

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apresentam órgão copulador (pênis) e os testículos estão geralmente num escroto externoao abdômen.

Principais Grupos de Mamíferos

As principais ordens de mamíferos placentários e algumas de suas característicassão:

Chiroptera (morcegos)

São os únicos mamíferos voadores, devido à transformação de seus membrosanteriores em asas. Essa ordem possui atualmente quase 1.000 espécies, representandocerca de um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo. Esta ordem encontra-se divididaem duas subordens: Megachiroptera e Microchiroptera. A subordem Megachiroptera estárestrita ao Velho Mundo (África, Ásia e Oceania). Nesta subordem encontram-se os maioresmorcegos do planeta, conhecidos popularmente como “raposas voadoras”, podendo alcançaraté 2 metros de envergadura. A subordem Microchiroptera ocorre no Novo Mundo (asAméricas). Geralmente são menores, podendo medir de 10 a 80 cm de envergadura. Osmicroquirópteros dependem de um sistema de orientação noturna mais eficiente do que avisão dos megaquirópteros. No Brasil, existem aproximadamente 140 espécies demorcegos. Eles podem ser divididos em diferentes grupos de acordo com os hábitosalimentares:

InsetívorosAlimentam-se de mosquitos, mariposas, besouros, baratas e outros insetos,

capturando-os em pleno vôo. São os únicos predadores eficientes de insetos noturnos,desempenhando um importante papel no controle das populações destes insetos.

Polinívoros/NectarívorosAlimentam-se de néctar, pólen e, às vezes, de parte florais. São responsáveis

pela polinização de diversas espécies de plantas como: pequi, ingá, cuietê, unha-de-vaca, imbiriçu, dedaleira, merindiba, alguns maracujás e muitas outras.Dessa maneira, a sua atividade é muito importante na manutençãodos complexos ecossistemas tropicais.

FrugívorosAlimentam-se basicamente de frutas. São os mais

eficientes dispersores de sementes, pois chegam atransportar aproximadamente 500 sementes de plantastípicas de florestas. Sendo assim, estes morcegos sãoimportantes para a regeneração de hábitats fragmentados.

CarnívorosAlimentam-se de peixes, rãs, camundongos, aves e outros

morcegos. São importantes no controle das populações de pequenosvertebrados, inclusive de pequenos morcegos.

PiscívorosAlimentam principalmente de peixes, mas inclui também em sua dieta crustáceos

e insetos. Fazem o controle da população de pequenos peixes.

HematófagosAlimentam exclusivamente de sangue. Ao contrário do que a maioria das pessoas

pensa os morcegos-vampiros não chupam o sangue (fazendo dois furinhos na vítima),mas sim usam os dentes incisivos para fazer um corte (parecido com uma raspagem)

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Primata

Ordem da qual fazemos parte, e estão também incluídos os micos, macacos, gorilas,chimpanzés, orangotangos, lêmures e babuínos, vulgarmente chamados símios. O cérebroé bastante desenvolvido, visão binocular, mãos e pés com cinco dedos (primeiro dedo, oupolegar, geralmente oponível aos demais). Alguns macacos têm os polegares apenas nosseus pés e não nas mãos.

Carnivora

Alimentam-se de carne, os dentes caninos e incisivos são afiados e desenvolvidos.Ex: cães,lobos, gatos,leões, tigres, onças, hienas, focas, leões-marinhos, etc.

Proboscidea

É uma ordem de mamíferos placentários, à qual pertencem os elefantes, que secaracteriza pela presença de um nariz e lábio superior transformados em tromba e dentesincisivos superiores desenvolvidos (presas de marfim). São animais herbívoros de grandesdimensões, embora em algumas zonas isoladas, como na Ilha de Malta, desenvolveram-seespécies anãs. A ordem foi mais diversificada durante o Cenozóico e contou com cerca de170 espécies ao longo do registo fóssil, incluíndo animais agora extintos como o mamute.

Sirenia

São mamíferos marinhos herbívoros, de que faz parte o peixe-boi ou vaca-marinha.Estes animais passam toda a sua vida na água e, para isso, têm várias adaptações como:membros anteriores transformados em nadadeiras; membros posteriores reduzidos a umpelvis vestigial; e a cauda é alargada e achatada horizontalmente, formando um “remo”.

Algumas espécies atingem grande tamanho, pesando mais de uma tonelada. Oslábios são grandes e móveis, cobertos de cerdas rijas. As narinas estão localizadas naparte superior do focinho e fecham-se com válvulas. Os olhos não têm pálpebras, mas podemfechar-se por um mecanismo que funciona como um esfíncter. Os ossos são mais densosque o da maioria dos mamíferos, tornando-os mais pesados, o que facilita a sua posição naágua.

Os sirênios parecem ter um antepassado em comum com os elefantes. Conhecem-se fósseis deste grupo desde o Eoceno (há 20-30 milhões de anos) ,como o do gêneroProrastomus, mas, nessa altura já as famílias atuais estavam estabelecidas; pensa-se, porisso, que a sua origem tenha sido anterior a essa época. São herbívoros e sociais, podendoformar grandes grupos.

na pele do animal e usam a língua dobrada, em forma de tubo, para lamberemo sangue até se saciarem. A saliva tem um anticoagulante muito eficiente.Nos ecossistemas naturais, os morcegos hematófagos auxiliam no controledas populações de vertebrados herbívoros. Esse controle populacional ocorrenão somente pela sangria que os animais sofrem, mas também portransmissão de doenças, como a raiva.

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Perissodactyla

É o grupo de mamíferos terrestres ungulados com um número ímpar de dedos (umou três) nas patas, caminham sobre o casco (unha) do terceiro dedo, os demais dedos sãoreduzidos ou ausentes. O dedo médio é sempre maior que os outros e por ele passa o eixodo pé. Inclui os rinocerontes, as antas, os cavalos e as zebras.

Os perissodátilos têm um estômago simples, ao contrário dos artiodátilos, que o têmdividido em várias câmaras, e o seu ceco é grande e com divertículos, onde se dá umaparte da digestão bacteriana da celulose.

Artiodactyla

Essa ordem inclui os mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas,guarnecidos por cascos. É um grupo muito variado, com cerca de 220 espécies descritas,que incluem muitos animais com grande importância econômica para o homem, como bois,cabras, camelos, hipopótamos, porcos, lhamas, girafas, carneiros, entre outros.

Há espécies nativas de artiodátilos de todos os continentes, exceto da Austrália eAntártida. A maioria vive em habitats terrestres, incluindo savanas, montanhas e florestas,mas com um grupo semi-aquático, o dos hipopótamos. A maioria são herbívoros – e nestaordem se encontram os ruminantes, com o seu aparelho digestivo especializado -, masalguns são onívoros, como o porco. Entre estes animais se encontram alguns dos mamíferosmais rápidos.

Cetacea

São mamíferos marinhos cujos membros anteriores foram transformados emnadadeiras, membros posteriores ausentes, cauda desenvolvida utilizada para nadar. Onome da ordem deriva do grego ketos que significa monstro marinho. Os cetáceos estãodivididos em duas sub-ordens:

· As baleias sem dentes (subordem Mysticeti) são caracterizadas pelas barbas de baleia,que são estruturas parecidas com peneiras localizadas na parte superior da boca e são feitas dequeratina. As baleias utilizam as “barbas” para filtrar plâncton da água. Elas compreendem asmaiores espécies de animais.

· As baleias com dentes (subordem Odontoceti) têm dentes e se alimentam de peixes elulas. Uma habilidade notável deste grupo é a de localizar a suas presas por ecolocalização.

Os golfinhos também fazem parte desta ordem.

OrcaOrcaOrcaOrcaOrcaOrcinus orcaOrcinus orcaOrcinus orcaOrcinus orcaOrcinus orca

A orca é, por vezes, denominada injustamente “Baleia-

assassina”, devido aos seus hábitos alimentares, que incluempinípedes (focas, morsas e leões marinhos) e outros cetáceos,entre os quais, ocasionalmente, grandes baleias como a baleia-azul e a baleia-comum. No entanto, esta espécie, como qualqueroutro cetáceo, mata as suas presas para se alimentar e,portanto, não pode ser qualificada como “assassina”.

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Rodentia

Os roedores possuem dois pares de dentes incisivos adaptados para roer.. Ela é aordem mais numerosa dentre os mamíferos, contendo mais de 2000 espécies, o quecorresponde a cerca de 40% das espécies da Classe Mammalia. A maior parte são depequenas proporções, o camundongo-pigmeu Africano tem 6 cm de comprimento e pesa 7

As orcas são os maiores representantes da FamíliaDelphinidae, que inclui outras espécies como os golfinhos-pintados, roazes, moleiros, etc. As suas característicasparticulares tornam esta espécie de fácil identificação. Ospadrões de branco na parte inferior e a mancha brancaacima dos olhos, assim como o dorso negro e a cabeçacónica são característicos desta espécie.

O dimorfismo sexual, ou seja, a diferença na formado corpo entre machos e fêmeas, é bastante evidente notamanho desproporcional que a barbatana dorsal atinge nosmachos adultos, podendo chegar a medir quase 2m de altura.Nas fêmeas, a barbatana dorsal nunca cresce tanto. O tamanhoé outra diferença bastante evidente entre o sexos nestaespécie. Os machos adultos medem em média 9,5m e podempesar cerca de 8 toneladas, enquanto que as fêmeas sãobastante menores, tendo em média 5,6m e pesando4 toneladas.

As orcas são cosmopolitas, isto é, podemser encontradas em todos os oceanos e, emalguns casos as populações são residentes,mantendo-se fieis a uma área restrita deocupação.

Além de outros mamíferosmarinhos, as orcas predam grandespeixes como atuns e salmões,utilizando meios de caça cooperativa. Asua estrutura social é bem organizada ecomplexa, e sendo animais gregários formamgrupos que podem ter algumas dezenas deanimais.

As crias nascem com 208 a 220 cm pesando 180kg, apósuma gestação de 11 a 12 meses, e dependem da mãe por maisde um ano. O período entre gestações é muito variável e podeser de 3 ou3,5 anos ou até 8,3 anos. A maturidade sexual éatingida aos 15 ou 16 anos nos adultos e 8 a 10 anos nasfêmeas.

Esta espécie não é muito frequente nos Açores, masocasionalmente podem ser vistos grupos que ficam por curtosperíodos nas imediações das ilhas.

(http://www.horta.uac.pt/species/Cetacea/textos_especies/Odontocetes/Oor.htm)

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g. Por outro lado, o maior deles, a capivara, pode pesar até 45 kg. Acredita-se que o extintoPhoberomys pattersoni teria pesado 700 kg. Roedores são encontrados em grande númeroem todos os continentes, exceto a Antártida, na maioria das ilhas e em todos os hábitats,com exceção dos oceanos. Juntamente com os morcegos (Chiroptera), foram os únicosmamíferos placentários a colonizar a Austrália independentemente da introdução humana.Ex: marmotas, ratos,camundongos, cobaias,porcos-espinhos, capivaras.

Ecologicamente são muito diversos. Algumas espécies passam a vida inteira nodossel (região formada pela copa das árvores) das florestas, outras raramente deixam ochão. Algumas espécies apresentam um hábito marcadamente aquático, enquanto outrassão altamente especializadas para o ambiente desértico. Muitas são em certa medidaonívoras, assim como outras têm uma dieta bem específica, comendo, por exemplo, algumasespécies de fungos ou invertebrados.

No entanto, todos compartilham uma característica: uma dentição altamenteespecializada para roer. Todos os roedores possuem um par de incisivos na arcada dentáriasuperior e inferior seguidos por um espaço, o diastema, e por um ou mais molares e pré-molares. Nenhum roedor possui mais de quatro incisivos e nenhum roedor possui caninos.Seus incisivos não têm raiz e crescem continuamente. As superfícies anterior e laterais sãocobertas de esmalte, enquanto a posterior tem a dentina exposta. No ato de roer, os incisivosse atritam, desgastando a dentina, o que mantém os dentes bastante afiados. Esse sistemade “afiamento” é muito eficiente e é uma das chaves do enorme sucesso dos roedores.

Esses animais são importantes em muitos ecossistemas porque se reproduzemrapidamente, servindo de alimento para predadores, são dispersores de sementes e vetoresde doenças. Humanos usam roedores para testes laboratoriais, na alimentação e paraobtenção de sua pele.

Alguns grupos são comumente confundidos com roedores e erroneamente inclusosentre eles: Chiroptera (morcegos), Insectivora (toupeiras), Lagomorpha (coelhos, lebres).

Lagomorfa

Também possuem dois pares de dentes incisivos adaptados para roer e além disso,um par adicional de incisivos superiores pequenos, atrás do primeiro par. Ex: coelhos elebres.

Páscoa

As origens do Termo

A Páscoa é uma das datas comemorativasmais importantes entre as culturas ocidentais.A origem desta comemoração remonta muitosséculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origemreligiosa que vem do latim Pascae. Na GréciaAntiga, este termo também é encontrado comoPaska. Porém, sua origem mais remota é entreos hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujosignificado é passagem.

Você sabia?

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Entre as Civilizações Antigas

Historiadores encontraram informações que levam aconcluir que uma festa de passagem era comemorada entrepovos europeus há milhares de anos atrás. Principalmentena região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elasa grega, festejavam a passagem do inverno para aprimavera, durante o mês de março. Geralmente, esta festa

era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre ospovos da antiguidade, o fim do inverno e o começo da primaveraera de extrema importância, pois estava ligado a maiores chancesde sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava aEuropa, dificultando a produção de alimentos.

A Páscoa Judaica

Entre os judeus, esta data assume um significado muitoimportante, pois marca o êxodo deste povo do Egito,

por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionadospelos faraós durantes vários anos. Esta história

encontra-se no Velho Testamento da Bíblia,no livro Êxodo. A Páscoa Judaica tambémestá relacionada com a passagem doshebreus pelo Mar Vermelho, ondeliderados por Moises, fugiram do Egito.

Nesta data, os judeus fazem e comemo matzá (pão sem fermento) para lembrar a

rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempopara fermentar o pão.

A Páscoa entre os Cristãos

Entre os primeiros cristãos, esta data celebrava aressurreição de Jesus Cristo (quando, após a morte, sua almavoltou a se unir ao seu corpo). O festejo era realizado no domingoseguinte a lua cheia posterior al equinócio da Primavera (21 demarço).

Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é consideradacomo Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramosque marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.

A História do Coelhinho da Páscoa e os Ovos A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta

data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. Ocoelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entreos povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservaçãoda espécie e melhores condições de vida, numa época onde oíndice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo,o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.

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CONTEÚDO 2 – TAMANHO CORPÓREO, ECOLOGIA E VIDASOCIAL DOS MAMÍFEROS

Tamanho Corpóreo

Os mamíferos apresentam grande diversidade por ser um grupo que colonizou todosos ambientes da terra (terrestre, aéreo e aquático) seja em temperaturas muito baixas ouelevadas. O tamanho do corpo é uma característica que varia muito entre os grupos demamíferos indo desde animais muito pequenos, como os camundongos, que podem medir5 cm de comprimento e pesar alguns gramas, até animais muito grandes como as baleiasque podem alcançar 30 m de comprimento, sendo o maior mamífero conhecido. O tamanhodo corpo pode influenciar na vida social e nos hábitos alimentares. Entre os antílopesafricanos, por exemplo, as espécies pequenas geralmente vivem solitárias ou aos pares eescondem-se dos predadores. Eles utilizam alimentos mais nutritivos e energéticos, poisingerem uma quantidade menor de alimentos devido ao seu pequeno tamanho.Diferentemente, as espécies grandes vivem em bandos numerosos e se defendem emgrupo para intimidar os predadores, podem se alimentar de componentes com baixo teornutritivo e ingeri-los em grande quantidade para compensar.

Vida Social e Ecologia

Todos os animais têm que encontrar um lugar para viver, obter alimentos, evitar sercomido e reproduzir-se. Eles têm que desenvolver estas atividades de forma a perpetuarema espécie e, ao mesmo tempo, não interferindo com outras espécies com as quais interageme dependem em muitos aspectos. Dessa forma, os animais precisam interagir favoravelmentecom outros da mesma espécie e com outras espécies com as quais têm que conviver.

Um fator principal na determinação da estrutura social de uma espécie é a distribuiçãono hábitat dos recursos necessários a sua sobrevivência. Em um ambiente no qual osrecursos são limitados demais para permitir que mais de um indivíduo habite a área, hápouca chance que se desenvolvam agrupamentos sociais.

A maioria dos animais possui uma área domiciliar, isto é, uma área dentro da qualgasta a maior parte do tempo e encontra o alimento e abrigo que precisa. As áreasdomiciliares não são defendidas contra invasões de outros indivíduos (uma área defendidaé chamada de território). A área domiciliar é importante, pois permite maior familiarizaçãodo indivíduo com o ambiente, facilitando assim a localização de alimento e abrigo. O tamanhoda área domiciliar de um indivíduo depende das suas necessidades quanto aos recursos eda distribuição dos recursos no ambiente. Por exemplo, indivíduos que precisam de grandesquantidades de alimento devem possuir áreas domiciliares maiores que indivíduos quenecessitam de menos alimentos.

Mas o que a reprodução tem a ver com os significadosreligiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu quanto nocristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vidanova. Já os ovos de Páscoa (de chocolate, enfeites, jóias),também estão neste contexto da fertilidade e da vida.A figurado coelho da Páscoa foi trazido para a América pelosimigrantes alemães, entre o final do século XVII e início doXVIII.

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Comportamento Social

Um grupo social é uma associação de indivíduos da mesma espécieque se agruparam devido a algumas vantagens mútuas e são mantidos juntosatravés de uma troca de sinais. Os mamíferos comunicam ativamente entresi, seja por meio de odores produzidos pelas glândulas odoríferas (localizadasna face, patas ou virilhas), urina ou fezes, ou por posições do corpo, expressõesfaciais, tato e ruído, que podem formar mensagens complexas. As vantagens

comuns são a redução na predação ou um aumento na eficiência na busca do alimento. Umleão solitário, por exemplo, pode pegar uma zebra aproximadamente 15% das vezes, masum grupo de cinco leões é capaz de abater uma zebra em 40% das tentativas; a zebrafornece alimento para satisfação de muitos dias. Quando as zebras migram os leões têmde predar as gazelas, que são menores, e alimentam apenas um leão por um ou dois dias.Nesse caso, os leões caçam individualmente.

Os grupos sociais também apresentam desvantagens. A competição dentro do grupopor alimento, parceiros e outros recursos em geral é maior. As vantagens devem superar asdesvantagens para que o grupo possa ser formado.

A socialização tem início logo após o nascimento através de sinais entre progenitorese crias, continuando na juventude com a interação entre crias (brincadeiras). Algumasespécies apenas interagem para acasalar, mas a grande maioria forma grupos, permanentesou temporários.

Em algumas espécies, como as focas ou os elefantes, os sexos vivem separados amaior parte do ano, vivendo os machos isolados ou em pequenos grupos de solteiros. Nessecaso, a concorrência para acasalar é feroz, sendo os machos melhor sucedidos os maiores,mais fortes e melhor equipados (hastes, chifres ou presas).Outras espécies, como as zebras,formam pequenos haréns com um único macho, sendo os restantes expulsos para gruposde solteiros, a não ser que vençam o macho dominante em combate, roubando-lhe asfêmeas.

O tipo de grupo social mais complexo é formado por vários machos e várias fêmeas,e, quase sem exceção, é reservado a primatas e carnívoros sociais. Nos primatas formam-se geralmente uma hierarquia em permanente mudança, sendo os machos de posição maiselevada os primeiros a acasalar. Nos leões, os machos (geralmente irmãos) colaboram nadefesa das fêmeas, não competindo pelo acasalamento. Nos lobos, as alcatéias ou matilhassão formadas por um casal alfa, o único que acasala e pelos filhos de anos anteriores, queem vez de formarem novas alcatéias permanecem e ajudam a criar os irmãos mais novos.

Como em todos os aspectos, também na caça e na exploração os mamíferos estãono topo do reino animal. Certas espécies foram, e são perseguidas implacavelmente, querpor serem “nocivas”, quer pela beleza das suas plumagens ou por apresentarem presasimponentes, encontrando-se à beira da extinção.

CONTEÚDO 3 – EVOLUÇÃO DOS PRIMATAS E O SURGIMENTODOS HUMANOS

A ordem Primata é dividida em duas subordens: Prosimii (do grego pro, antes + dolatim símia, macaco) que compreende cinco famílias de primatas pequenos, na sua maioriaarborícolas do Velho Mundo e Anthropoidea (do grego anthropos, homem + oeides,semelhantes) em que se incluem a família dos hominídeos e a dos pongídeos, esta comimportantes espécies atuais (gorila, chimpanzé, orangotango e gibão).

Os macacos antropóides denominados pongídeos diferenciaram-se no Mioceno, hácerca de 25 milhões de anos. Como os fósseis dessa época não revelam estruturas tão

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especializadas quanto à das espécies vivas atuais, que têm braços longos e pernas curtas,há quem os suponha antecessores dos hominídeos, hipótese que ainda se discute. Paraalguns cientistas, os dentes já muito especializados que se observam em alguns fósseis deantropóides não poderiam ter evoluído para a dentadura humana.

De qualquer forma, considerando-se que a evolução atravessa incontáveisgerações até modificar de maneira perceptível determinadas características, é muito difíciltraçar um paralelo entre tipos pongídeos e hominídeos, devido à carência de fósseisdisponíveis: a maior parte são dentes e fragmentos de crânios nem sempre satisfatoriamentepreservados para mostrarem as adaptações em que as respectivas espécies sedistinguiriam claramente.

Na evolução do gênero humano é possível distinguir três etapas principais. Naprimeira, certas espécies de antropóides adaptaram-se ao meio; na segunda, o Homoerectus fabricou utensílios e ferramentas, passo decisivo para o aparecimento, na terceira,do Homo sapiens, que, por sua capacidade intelectual, dominou o habitat.

Os hominídeos constituíram uma família da ordem dos primatas cuja única espécieatual é o homem (Homo sapiens sapiens). Os fósseis indicam a existência, no gênero Homo,das espécies extintas H. habilis (“homem habilidoso”) e H. erectus (“homem ereto”), dassubespécies de H. sapiens de Neandertal e de Cro-Magnon e, em épocas mais remotas,de antecessores de outros gêneros, o Ramapithecus e o Australopithecus.

Os primatas experimentaram um processo de adaptação que começou no paleoceno,há cerca de 65 milhões de anos. Muitos constituíram linhas evolutivas que perduraram e, noconjunto, distinguiram-se os que podem ser considerados ancestrais do gênero humano.Assim, durante o mioceno e o início do plioceno, num intervalo de tempo de 18,4 milhões deanos que terminou há 5,3 milhões de anos, diferençaram-se os hominídeos, família deantropoídeos dotada de muitas peculiaridades evolutivas que a caracterizavam dentro desua ordem.

Em 1932 o paleontólogo inglês G. E. Lewis descobriu nas colinas de Siwalik, naÍndia, restos de mandíbulas e dentes de um primata que apresentava caracteres evolutivosdiferenciadores. O Ramapithecus, nome que lhe foi dado, foi considerado o elo entre osantropóides e os hominídeos evoluídos, mas algumas teorias discordam da afirmação eassociam esse gênero à evolução do orangotango.

Em 1924, ao ser dinamitada uma pedreira em Taung, na África do Sul, encontrou-sepor acaso um pequeno crânio com alguns traços do chimpanzé, embora prevalecessemoutras características que apontavam uma clara linha de hominização. Esse fóssil, oAustralopithecus africanus, conhecido como Baby Dart, em virtude dos estudos que lhededicou o paleontólogo inglês Raymond Arthur Dart, não possuía viseira frontal, própria dosmacacos antropóides, tinha uma capacidade craniana de 500cm3 (que, na idade adulta,teriam chegado a 600 ou 700cm3) e uma dentadura com apenas dois caracteres gorilóides,nenhum próprio do chimpanzé e vinte comuns com o homem. Pouco depois, Dart encontrououtros restos adultos semelhantes, com pelve de características 95% humanas, a que deu onome de Australopithecus prometheus. Achou nas imediações restos de fogo, assim comopedras talhadas esferoidais que indicavam a fabricação de alguns instrumentos. As váriasespécies de Australopithecus de que já se encontraram fósseis persuasivos incluem, alémde A. africanus, A. robustus, A. boisei e A. afarensis, esta a mais remota já estudada, comcerca de três milhões e meio de anos, e descoberta em 1974.

Apesar da aparência simiesca, o Australopithecus, cuja ocorrência alguns situamentre oito e pouco menos de dois milhões de anos atrás, é sem dúvida o mais antigo gêneroconhecido de hominídeos. Descobertas posteriores permitiram estabelecer duasramificações: um mais robusto, vegetariano, que se manteve nas florestas; e outro maisfrágil, pequeno e atarracado, bípede, ereto e onívoro, que vivia em terreno aberto e

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11111Quais os principais grupos que podemos classificaros mamíferos? E qual a principal diferença entre eles?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ornitorrinco

Qual é o animal que tem quatro patas e um bico?Lúcia Helena Salvetti De Cicco

É uma verdadeira charada ambulante. Tem quatro patas,um bico e dentes quando é pequeno. É peludo, mas aspatas dianteiras são como asas. As traseiras têmesporões venenosos. Bota ovos, choca-os e depoisamamenta os filhotes. É o ornitorrinco. Durante umséculo após sua descoberta, os cientistas quebrarama cabeça pensando em um modo de classificá-lo comoum mamífero numa ordem especial, a dosMonotremados. O ornitorrinco vive na Austrália e naTasmâmia, às margens dos rios e banhados.Tem patas palmadas e por isso é um bom nadador,capaz de ficar debaixo da água por cinco minutos. Dentro

relativamente seco. Alguns especialistas atribuem as diferenças de porte àhipótese de serem fósseis de machos e fêmeas, e outros incluem o ramomais frágil no gênero Homo.

Em 1960 descobriram-se em Olduvai Gorge, na Tanzânia, umamandíbula infantil com os parietais, uma clavícula e alguns ossos da mão e dopé, rodeados de objetos de pedra. Embora tais restos estivessem num nívelde solo inferior ao de fósseis do Australopithecus robustus, seus traçosanatômicos levaram à sua classificação dentro de uma nova espécie, mais

evoluída: a do Homo habilis, assim denominado em 1964 por L. S. B. Leakey. Os espécimesmais recentes de H. habilis têm aproximadamente dois milhões de anos.

Em consonância com as teorias de Darwin, o naturalista alemão Ernst Haeckel jáafirmava que certamente existiria um ser metade macaco (pithecos) e metade homem(anthropos). Em 1891, o cientista holandês Eugène Dubois procurou e achou em Trinil, nailha de Java, o tipo que denominou Pithecanthropus erectus. Era um ser totalmente bípede,com capacidade craniana de 900 cm3, quase o dobro da de seu ancestral, o Australopithecus,mas com a fronte, as órbitas e as mandíbulas semelhantes às dos macacos antropóides. Aantiga denominação, que compreendia também o chamado homem de Pequim, foisubstituída pela de H. erectus. Mais tarde se localizaram outros fósseis semelhantes a essena Europa (homem de Heidelberg) e na África (Atlanthropus). Tais variedades da espéciegenericamente H. erectus tiveram, segundo as diversas hipóteses paleontológicas, umperíodo de duração variável, entre 1,6 milhão a 130.000 anos atrás.

[[[[[ ]]]]]Agora é hora de

TRABALHAR

da água seus olhos e ouvidos fecham. Ele cavoca a lamacom seu bico, à procura de comida. O bico não é ósseo,mas coberto por uma membrana sensível. Alimenta-sede girinos, crustáceos, vermes e peixinhos. Emborapasse a maior do tempo na água, o ornitorrinco cavasua toca na margem. A fêmea cava uma toca de até 1,80m de comprimento, onde choca seus ovos. Elaamamenta os filhotes durante quatro meses. Os filhotestêm menos de 2,5 cm ao nascer, e chegam a 30 cm decomprimento antes de serem desmamados.

CARACTERÍRSTICAS:Comprimento do macho: 40 cm, mais 13 cm decauda. Esporões nas patas traseiras.Período de incubação: 10 diasOvos: 2 ou 3 de cada vezMaturidade: 1 anoTempo de Vida: 15 anoshttp://www.saudeanimal.com.br/curio9.htm

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22222Cite as características do ornitorrinco que permitemclassificá-lo como um mamífero.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

33333Durante o desenvolvimento embrionário das aves, oembrião é nutrido graças à grande quantidade de vitelopresente no ovo. Já nos mamíferos o ovo é pobre emvitelo. Como a grande maioria dos embriões demamíferos consegue obter os nutrientes necessáriospara seu desenvolvimento?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

44444Quais as características que diferenciam os humanosdos outros primatas?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

55555O que nós, humanos, temos em comum com os outrosprimatas?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

66666Explique como e porque os mamíferos formam grupossociais._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Baseado no texto responda:

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Comparada II

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 11111Coleta de Arthropoda (equipe).

Parte I

Partindo da grande diversidade de forma que os Arthropda apresentam, realize umacoleta de representantes desse filo, de modo que sejam demonstrados os padrões de cadauma das classes do filo.

Parte II

Realizada a coleta, identificação e fixação dos organismos as equipes deverão montarum quadro comparativo, agrupando os animais de acordo com as seguintes características:

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 22222Elaboração de um Jogo Didático (atividade lúdica)

Em equipe, os alunos, nessa etapa, deverão elaborar uma atividade lúdica queenvolva a caracterização dos representantes dos seguintes filos e suas respectivas classes:

AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada

Atenção!Atenção!Atenção!Atenção!Atenção!Sigam as orientações do roteiro de coleta aplicado na disciplina

Zoologia Geral e Comparada I

· Divisões do corpo· Número de patas· Número de antenas· Hábito· Habitat (ambiente onde foram coletados)· Classe· Ordem (se possível)

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Usando o texto anexo: Conservação de mamíferosno Brasil, as equipes deverão planejar,

apresentar e discutir estratégias voltadaspara a conservação de mamíferos da fauna

brasileira. Após a leitura do texto esistematização deste conhecimento elabore

uma Campanha Educativa direcionada apreservação da biodiversidade de mamíferos.

Lembre-se que esta campanha deverá serapresentada para a sua comunidade, seja

escolar ou extra-classe.

Perguntas e respostas (tipo Jogo do milhão) Bingo de animais Dominó Caça palavras Quebra cabeças

· Peixes Ósseos Cartilaginosos

· Anfíbios Anuros Caudata

Apoda· Répteis

Squamata Crocodilia Chelonia

· Aves

É importante que as equipes reúnam, anteriormente, as informações sobre os filos esuas respectivas classes para que durante a atividade orientada seja apenas confeccionadoo jogo. Lembrem-se, cada equipe deverá montar um jogo diferente. Algumas sugestões:

É fundamental que essa atividade seja planejada para ser aplicada em turmas deensino fundamental e médio. É preciso que haja uma adequação a essas realidadeseducacionais para que os objetivos de caracterizar e identificar os filos sejam alcançados.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 33333Preservação da fauna brasileira de mamíferos

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BLASTÔMERO: uma das primeiras células formadas pela divisão do ovo.

CHARCO: Um charco, ou charca, é uma massa de água de dimensões inferiores àde um lago.

CLIVAGEM HOLOBLÁSTICA: a segmentação envolve todo o ovo.

COANAS: um funil, especialmente a abertura entre as fossas nasais e a faringe (ouboca).

ESTIGMAS: aberturas externas para o sistema traqueal ou respiratório dos insetos.

GLÂNDULA UROPIGIAL: glândula que fica perto da cloaca e que produz uma secreçãooleosa capaz de tornar as penas impermeáveis.

GLÂNDULAS HEDÔNICAS: glândulas que estão presentes nos machos dassalamandras e servem para produzir substâncias que atraem as fêmeas durante o período dereprodução.

HARÉNS: grupo de fêmeas de uma espécie animal destinada a um único macho.

INVÓLUCRO: aquilo que cobre, que envolve; envoltório; cobertura; revestimento.

METAMÉRICOS: animais que possuem anéis formando o seu corpo; vermes ouartrópodes.

MONOGÂMICA: reprodução que ocorre em algumas espécies de aves onde os machospossuem apenas uma parceira. Exemplo: Jacutinga – ave encontrada na Floresta Atlântica.

PALATO DURO: céu da boca; teto da cavidade bucal.

PARAPÓDIOS: projeção muscular lateral, provida de muitas cerdas, característicados poliquetas, classe dos anelídeos.

PROTOSTÔMIOS: animais que possuem o tubo digestivo com abertura única

QUILHA: modificação do esterno das aves voadoras

TELOLECÍTICOS: são ovos nos quais a quantidade de vitelo é tão grande que ocupaquase todo o citoplasma (pólo vegetativo), enquanto que o núcleo ocupa um espaço mínimo naperiferia (pólo animal ou disco germinativo).

VITELO: substâncias nutritivas (gorduras e outras) armazenadas dentro ou com umovo para a nutrição do futuro embrião.

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

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FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

Democratizando a Educação.www.ftc.br/ead

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