lewis sperry chafer - teologia sistemática - livro iii

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    Lewis Sperry CHAFER

    _ TEOLOGIA SISTEMTICA

    VOLUMES CNCO E SEiS

  • _ TEOLOGIA SISTEMTICA Lewis Sperry Chafer

    vol u m e s c i n c o e seis

    Lewis Sperry Chafer D.D.,Litt.D.,Tri.D.

    Ex-presidente e professor de Teologia Sis : ntica Seminrio Teolgico era Dallas

    M A Z I N K D RODRIGUES

    % MAGNOS

  • Copyright 1948, 1976 por Dallas Theological Seminary Originalmente publicado por Kregel Publications

    Ttulo Original

    Systematic Theology

    Projeto grfico Atis Produo Editorial

    Traduo Heber Carlos de Campos

    Reviso Edna Batista Guimares

    Coordenador de produo Mauro W. Terrengu

    1" edio - Maro 2003

    Impresso e acabamento Imprensa da F

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira cio Livro, SP, Brasil)

    Chafer, Lewis Sperry Teologia Sistemtica / Lewis Sperry Chafer ; (traduo Heber Carlos de Campos).

    -- So Paulo: Hagnos, 2003.

    Ttulo original: Systematic theology

    1. Teologia - Estudo e ensino I. Ttulo.

    03-0105 CDD-230

    ndices para catlogo sistemtico: 1. Teologia sistemtica: Cristianismo 230

    ISBN 85-89320-06-5

    Contedo da obra: LIVRO 1: VOL. 1 Prologmenos, Bibliologia, Teontologia

    VOL. 2 Angelologia, Antropologia LIVRO 2: VOL. 3 Soteriologia, Eclesiologia

    VOL. 4 Escatologia LIVRO 3: VOL. 5 Cristologia

    VOL. 6 Pneumatologia. LIVRO 4: VOL. 7 Sumrio Doutrinrio

    VOL. 8 ndices Biogrficos

    Todos os direitos desta edio reservados EDITORA H A G N O S

    Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108 So Paulo - SP - 04809-270 Tel/Fax: (xxl l ) 5666-1969 e-mail: [email protected] www.hagnos.com.br

    mailto:[email protected]://www.hagnos.com.br
  • Dedicatria

    Esta obra de Teologia Sistemtica dedicada com profunda afeio ao corpo discente de todas as pocas do Seminrio Teolgico em Dallas.

  • NDICE

    VOLUME 5

    CRISTOLOGIA 13 CAPTULO I - O VERBO PR-ENCARNADO - O FILHO DE D E U S 13

    Introduo 13 I. A Divindade de Cristo 16 II. Cristo e a Criao 31 III. O Pacto Eterno 34 IV. O Messias no Antigo Testamento 35 V. O Anjo de Jeov 38 VI. Implicaes Bblicas Indiretas 40 VIL Afirmaes Bblicas Diretas 40

    Concluso 45

    CAPTULO II - INTRODUO DOUTRINA D O VERBO ENCARNADO 46 I. A Doutrina Como um Todo 46 II. As Predies do Antigo Testamento 50

    CAPTULO III - O NASCIMENTO E A INFNCIA DOVERBO ENCARNADO 54

    I. O Nascimento 54 II. A Infncia 59

    CAPTULO IV - O BATISMO D O VERBO ENCARNADO 62

    I. O Batizador 62 II. A Necessidade 65 III. O Modo _ 68 IV. O Batismo de Cristo e o Batismo Cristo 74 V. Outros Batismos 75

    CAPTULO V - A TENTAO D O VERBO ENCARNADO 78

    I. Trs Fatores Fundamentais 78 II. A Relao de Cristo com o Esprito Santo 83 III. O Teste de Cristo Feito por Satans 84

    CAPTULO VI - A TRANSFIGURAO DO VERBO ENCARNADO 88

    I. A Importncia 89 II. A Razo 90 III. A Realidade 93 IV. Uma Apresentao do Reino 93 V. A Aprovao Divina 96

    CAPTULO VII - Os ENSINOS D O VERBO ENCARNADO 97 I. Os Principais Discursos 98

    Concluso 158 II. Parbolas 158 III. Ensinos Especiais 160 IV. Conversas 161

    5

  • NDICE

    CAPTULO IX - Os SOFRIMENTO: I. Nos Tipos II. Na Profecia III. Nos Sinticos IV. Nos Escritos de Joo V Nos Escritos de Paulo VI. Nos Escritos de Pedro VII, Na Carta aos Hebreus

    CAPTULO VIII - Os MILAGRES DO VERBO ENCARNADO 162 Concluso 168

    VIORTE DO VERBO ENCARNADO 169 169 173 179 180 191 212 213

    CAPTULO X - A RESSURREIO DO VERBO ENCARNADO 218 I. A Doutrina no Antigo Testamento 221 II. A Doutrina no Novo Testamento 225

    Concluso 243

    CAPTULO XI - ASCENSO E INTERCESSO DO VERBO ENCARNADO 244 I. A Ascenso 245 II. A Intercesso 256

    CAPTULO XII - O SEGUNDO ADVENTO DO VERBO ENCARNADO 261

    CAPTULO XIII - O REINO MESSINICO DO VERBO ENCARNADO 293 I. Assegurado pelos Pactos de Jeov 295 II. Suas Vrias Formas 309

    CAPTULO XIV - O REINO ETERNO DO VERBO ENCARNADO 331 I. A Soltura de Satans 332 II. A Revolta Sobre a Terra 332 III. O Passamento do Cu e da Terra 333 IV. O Julgamento do Grande Trono Branco 334 V. A Criao do Novo Cu e da Nova Terra 336 VI. A Descida da Cidade-Noiva 337 VIL A Renncia do Aspecto Mediatorial 339

    VOLUME 6

    PNEUMATOLOGIA 351 Prefcio (que todo estudante deveria ler) 351

    CAPTULO I - O N O M E D O ESPRITO SANTO 354 I. O Trplice Nome da Divindade 355 II. Ttulos Descritivos 366

    CAPTULO II - A DIVINDADE DO ESPRITO SANTO 370 I. Atributos Divinos 371 II. Obras Divinas 373

    Concluso 392 CAPTULO III - T I P O S E SMBOLOS DO ESPRITO SANTO 393

    I. leo 393 II. gua 396

  • NDICE

    III. Fogo IV Vento V Pomba VI. Penhor VIL Selo VIII. Servo de Abrao

    Concluso

    397 398 399 400 400 401 401

    CAPTULO IV - O ESPRITO SANTO E A PROFECIA 402

    I. O Autor da Profecia 402 II. O Sujeito da Predio 405

    Concluso 411 CAPTULO V - O ESPRITO SANTO NO A N T I G O TESTAMENTO 412

    I. De Ado a Abrao 412 II. De Abrao a Cristo 416

    CAPTULO VI - O CARTER DISTINTIVO DA PRESENTE E R A 426 I. Uma Intercalao 427 II. Um Novo Propsito Divino 427 III. Uma Era de Testemunho 428 IV Israel Dormente 428 V. O Carter Especial do Mal 429 VI. Uma Era de Privilgio Gentlico 429 VII. A Obra do Esprito Santo no Mundo 430

    CAPTULO VII - A OBRA D O ESPRITO SANTO NO M U N D O 431 I. O Restringidor do Cosmos 431 II. O Que Convence os No-salvos 434

    Concluso 442

    O ESPRITO SANTO EM RELAO AO CRISTO 444

    CAPTULO VIII - INTRODUO OBRA DO ESPRITO SANTO XO CRENTE 444 CAPTULO IX - A REGENERAO E O ESPRITO SANTO 448

    I. A Necess dade 448 II. A Comunicao da Vida 450 III. Aquisio da Natureza de Deus 452 IV Introduo na Famlia de Deus 453 V Herana da Poro de um Filho 454 VI. O Propsito de Deus para a sua Eterna Glria 454 VII. A Base da F 456

    Concluso 465 CAPTULO X - HABITAO DO ESPRITO SANTO 466

    I. De Acordo com a Revelao 468 II. Em Relao Uno 475 III. De Acordo com a Razo 476 IV Em Relao ao Selo 478

    CAPTULO XI - O BATISMO NO ESPRITO SANTO 480

    I. A Palavra BAIITIZfi 480

    7

  • INIUO!

    II. Os Textos Determinantes 482 III. A Coisa Realizada 492 IV. A Clareza 497

    Concluso 499

    A RESPONSABILIDADE DO CRENTE 501

    CAPTULO XII - INTRODUO RESPONSABILIDADE D O CRENTE 501 I. Motivos Inteligentes 501 II. Obrigaes Prescritas 503 III. Dependncia do Esprito 505 IV. Palavra de Deus 506 V. Uma Transformao Espiritual 510 VI. A Terminologia Usada 511

    CAPTULO XIII - O P O D E R PARA VENCER O M A L 514 I. O Mundo 516 II. A Carne 519 III. O Diabo 529

    Concluso 530 CAPTULO XIV - O P O D E R PARA FAZER O B E M 532

    I. O Fruto do Esprito 533 II. Os Dons do Esprito Santo 547 III. A Oferta de Louvor e Ao de Graas 552 IV. O Ensino do Esprito 553 V. A Direo do Esprito 556 VI. AVidadeF 559 VIL A Intercesso do Esprito 560

    Concluso 561 CAPTULO XV - CONDIES EXIGIDAS PARA A PLENITUDE 562

    I. "No Entristeais o Esprito de Deus" 563 II. "No Extingais o Esprito" 577 III. "Andai no Esprito" 587

    CAPTULO XVI - DOUTRINAS RELACIONADAS 593 I. A Participao do Crente na Morte de Cristo 598 II. A Perfeio 605 III. A Santificao 606 IV. O Ensino Sobre a Erradicao 607

    Concluso 610 CAPTULO XVII - U M A ANALOGIA 611

    I. O Estado de Perdio 611 II. O Objetivo e o Ideal Divinos 612 III. O Dom de Deus 612 IV A Obra da Cruz 613 V O Lugar da F 614

    Concluso 615

    NOTAS 619

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  • ^TEOLOGIA SISTEMTICA Lewis Sperry Chafer

    Volume 5

    Cristologia

    Lewis Sperry Chafer D.D.,Litt.D.,Th.D.

    Ex-presidente e professor de Teologia Sistemtica no Seminrio Teolgico em Dallas

  • CRISTOLOGIA

  • CRISTOLOGIA

    CAPTULO I

    0 Verbo1 Pr-encarnado - 0 Filho de Deus

    Introduo

    ACRISTOLOGIA, (XpiaTs, Xyos), qual este volume todo dedicado, a doutrina que fala sobre o Senhor Jesus Cristo. Na tentativa de escrever sobre esta pessoa digna de adorao ou a respeito de suas realizaes incomparveis - realizaes essas quando concludas traro redeno perfeita, exercida para a sabedoria infinita do atributo da graa divina, que manifestou o Deus invisvel s suas criaturas, e subjugou um universo rebelde no qual ao pecado foi permitido demonstrar a sua muitssima malignidade s limitaes de uma mente finita que est enfraquecida por uma percepo errnea de que tudo aparente demais. Samuel Medley expressou este senso de restrio quando escreveu:

    Ah! se eu pudesse falar do valor inigualvel; Ah! seu eu pudesse anunciar publicamente as glrias Que em meu Salvador brilham; Eu me elevaria, e tocaria os instrumentos celestiais, E competiria com Gabriel, enquanto ele cantasse Em notas quase divinas.

    Assim, alm disso, a mesma incapacidade sentida e expressa por Carlos Wesley: Ah! se milhares de lnguas cantassem O louvor do meu grande Redentor; As glrias de meu Deus e rei, Os triunfos de sua graa.

    Deste Incomparvel Ser dito que "no princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. E ele estava no princpio com Deus"; todavia, esse Incomparvel Ser que ocupou o lugar mais elevado da divindade em companhia do Pai e do Esprito Santo "se fez carne, e habitou entre ns".

    Aquele que de eternidade a eternidade, mas foi nascido de uma mulher e morreu numa cruz. Aquele que, de acordo com a mente do Esprito, Maravilhoso, mas foi cuspido pelos homens. Aquele que, pela mesma mente, Conselheiro, mas foi rejeitado pelos homens. Aquele que o Deus Forte, mas foi crucificado em fraqueza profunda. Aquele que o Pai da Eternidade, mas foi um

    13

  • CRISTOLOGIA

    Filho que aprendeu a obedincia pelas coisas que sofreu. Aquele que o Prncipe da Paz, mas teve de pisar o lagar da fria e da ira do Deus Todo-Poderoso; porm, o "dia da vingana" est em seu corao e quebrar as naes com um cetro de ferro e ir parti-las em pedaos como a um vaso de oleiro. Aquele que disse: "Sou entre vs como aquele que serve", tambm disse: "No penseis que vim para trazer paz terra: Eu no vim para trazer paz, mas a espada". Aquele que inocente, o amante dos Cnticos de Salomo e o Rei da glria, mas que poderoso nas batalhas. Aquele que criou todas as coisas, mas ocupou o bero de uma criana. Aquele que santo, inocente, imaculado e separado dos pecadores, mas foi feito pecado em favor de outros. Aquele que o Po da Vida, mas Ele mesmo teve fome. Aquele que o doador da Agua da Vida sobrenatural, mas teve sede. Aquele que o Dom da Vida que Deus deu para um mundo perdido, mas foi Ele mesmo morto. Aquele que morreu, mas agora est vivo para sempre.

    O alcance da vida e da influncia de Jesus Cristo, como est revelado na Escritura, tal que pode compreender as coisas infinitas e finitas, de Deus e dos homens, do Criador e da criatura, das coisas no cu e na terra, da eternidade e do tempo, da vida e da morte, do superno, da glria celestial e dos sacrifcios e sofrimentos deste mundo. Nenhuma difuso maior das realidades pode ser concebida do que aquela que feita quando se fala da pessoa que ambos, verdadeiro Deus e verdadeiro honrem. Pode perguntar-se como Deus poderia nascer da forma humana e morrer, como poderia crescer em sabedoria e estatura, como poderia ser tentado, como poderia estar sujeito lei, como poderia ter necessidade de orar, como o poder lhe poderia ser dado, o qual no possua antes, e como poderia ser exaltado, alm do que era antes.

    Assim, tambm, pergunta-se como um homem visvel e identificado sobre a terra poderia curar todas as espcies de doenas por Sua prpria autoridade, como poderia parar as ondas com uma palavra de sua ordem, como poderia discernir os pensamentos de todos os homens, como poderia final e normativamente perdoar pecados, como poderia ter domnio completo sobre as esferas angelicais, como poderia estar associado com o Pai e o Esprito Santo em atribuies majestosas da glria celestial, como poderia ser ligado aos ttulos, aos atributos e adorao pertencentes divindade. A resposta encontra-se na verdade de que Aquele que, como nenhum outro jamais poderia ser, era tanto Deus quanto homem, uma pessoa passvel de ser adorada. Ningum precisa ficar surpreso de que este Ser diferente e, pela ausncia de um paralelo na histria do universo, seja incompreensvel para as mentes finitas. Se Ele fosse somente um homem, mesmo o maior dentre eles, Seus companheiros poderiam apreend-lo; mas, primeiramente, Ele o Deus de toda eternidade; e por causa desse aspecto de sua pessoa incompreensvel, a mente finita nunca pode sondar as profundezas imensurveis ou medir as alturas ilimitadas do seu Ser.

    Um nmero incontvel de homens devotos e mesmo aqueles que carecem de um reconhecimento devido da autoridade divina, tem disputado uns com os outros no esforo de definir ou circunscrever a pessoa de Cristo. A Cristologia se prope a apresentar essa pessoa mpar; mas a verdadeira Cristologia,

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  • INTRODUO

    diferentemente do tratamento restrito imposto pela Teontologia, deveria se estender vida, s atividades de Cristo, e acima de tudo mais para a redeno que Ele operou, e para o seu eterno poder e glria.

    Nenhuma apologia apareceu no curso de um sistema completo de doutrina, oferecida para a reconsiderao numa tese conectada de verdades que j foram estudadas, em sua ordem apropriada. H benefcio suficiente para justificar o esforo em juntar numa dissertao os aspectos essenciais da revelao divina a respeito da Pessoa e obra da Segunda Pessoa da Trindade como h igual vantagem num estudo abrangente da Pessoa e obra da Terceira Pessoa da Trindade. Se esses grandes temas fossem alargados para incorporar a histria dessas doutrinas, a matria haveria de transcender em muito o plano desta obra. Os aspectos histricos aqui, como em toda parte desta coleo, so eliminados na grande expectativa de que eles venham a ser explicados numa outra disciplina no curso do estudante, ou seja, a Histria da Doutrina Crist.

    A diviso mais ampla e usual da Cristologia dupla - a Pessoa de Cristo e Sua obra. A obra de Cristo, por ser geralmente restrita redeno que Ele realizou, no inclui outros aspectos essenciais - sua vida sobre a terra, seus ensinos, sua manifestao dos atributos divinos, seus ofcios como Profeta, Sacerdote e Rei, ou seus relacionamentos com as esferas angelicais. E com esta considerao mais ampla da Cristologia em mente, que buscaremos uma diviso stupla deste extenso tema: (1) O Verbo pr-encarnado (cap. I), (2l o Verbo encarnado (caps. II a VIII), (3) Os sofrimentos e a morte do Verbo encarnado (cap. IX), (4) a ressurreio do Verbo encarnado (cap. X), (5) a ascenso e sesso do Verbo encarnado (cap. XI), (6) o segundo advento e o reino do Verbo encarnado (caps. XII-XIII), e (7) o reino eterno do Verbo encarnado (cap. XI\ I.

    Uma avaliao verdadeira e digna da Pessoa de Cristo o fundamento de uma Cristologia adequada. A medida ou a avaliao superficial de Cristo que no se estende muito mais do que dizer que Ele comeou com o seu nascimento humano, que viveu 33 anos sobre a terra, que morreu crucificado, ressuscitou e ascendeu ao cu, , luz da histria humana que os evangelhos apresentam, uma deduo natural. Tal inferncia , no obstante, incomensurvel e , portanto, enganosa. Os efeitos danosos de tal compreenso restrita de Cristo so sentidos no somente no campo da verdade que se estende meramente s questes temporais e deste mundo; ela envolve o reconhecimento prprio que o homem tem de seu Deus e Criador. Em tais esferas, nenhuma avaliao com respeito ao efeito pode ser colocada sobre a enormidade do erro.

    A diferena grande na verdade, se um homem altamente capacitado e divinamente favorecido comeou a existir, quando Cristo nasceu de uma mulher, ou se uma pessoa da Trindade eterna se tornou encarnada em forma humana. A disposio natural da mente humana para pensar de Cristo como um homem a quem os elementos divinos incomuns foram acrescentados, talvez inconscientemente, faa parte de muita coisa do pensamento religioso moderno. Que Cristo Deus no sentido mais absoluto e que atravs da encarnao um membro da Trindade digno de adorao entrou na raa humana e tornou-se

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  • CRISTOLOGIA

    parte dela, uma proposio muito diferente. A questo sobre quem Jesus Cristo se torna a questo fundamental na Cnstologia. Se verdadeiro Deus, como Ele o , ento o seu nascimento, sua vida sobre a terra, seus ensinos, sua morte, sua ressurreio, sua presena no cu, e seu retorno assumem propores que so to ilimitadas como infinitas.

    Por outro lado, se a Cristologia se ocupa meramente com um homem, seja Ele para sempre exaltado e favorecido de Deus, estes aspectos com respeito a Ele no so mais do que detalhes dessa exaltao humana. Portanto, essencial, antes de qualquer investigao digna das grandes realidades que compem o empreendimento divino em Jesus Cristo e atravs dele possa ser feita, que a mente e o corao do estudante possam estar conscientes num grau que controle todo o seu pensamento, isto , de que Cristo Deus. A declarao absoluta e dogmtica de que Cristo Deus a premissa bsica em toda lgica a respeito da Pessoa e obra de Cristo. Sem um reconhecimento completo de Sua divindade, cada aspecto da Cristologia deve estar errado no grau fatal. Como acontece num grande nmero e variedade de temas, a nica fonte da qual pode ser extrada uma infonuao a respeito da Pessoa de Cristo o Texto Sagrado.

    Neste Texto, Deus falou a respeito da divindade e da existncia eterna de Cristo - isto, tambm, no de um modo limitado, mas em cada ponto onde o assunto corretamente aparece na Palavra de Deus; e no muito como uma passagem, quando propriamente exposta, implica o contrrio. Aqueles que tm questionado a verdade de que Cristo Deus o tm feito atravs de um entendimento limitado daquilo que est escrito, ou atravs de uma rejeio atrevida daquilo que , sem dvida, a mais clara de todas as revelaes. Para o telogo cuja tarefa descobrir, harmonizar e defender a verdade de que Deus falou, a tarefa relativa divindade absoluta de Cristo simples, na verdade. A ligao da doutrina da humanidade de Cristo com o ensino de sua divindade cria um problema que exige a considerao mais exata e cuidadosa; mas a doutrina a respeito da divindade de Cristo, quando isolada, sem complicaes.

    As divises gerais da revelao divina a respeito da preexistncia do Verbo podem ser compreendidas sob um arranjo stuplo da verdade: (1) Cristo Deus, da a sua preexistncia; (2) Cristo o Criador, da a sua preexistncia; (3) Cristo uma das partes do pacto eterno, da sua preexistncia; (4) a predio que o Antigo Testamento faz do Messias que corresponde a Cristo a de que Jeov Deus, da a sua preexistncia; (5) o Anjo de Jeov do Antigo Testamento Cristo, da a sua preexistncia; (6) afirmaes bblicas indiretas declaram Cristo ter preexistido; (7) afirmaes bblicas diretas declaram que Cristo existiu previamente.

    I. A Divindade de Cristo

    A linha de evidncia que demonstra a preexistncia de Cristo com base na verdade afirmada acima - de que Ele Deus, totalmente simples. Por ser Deus, Ele existiu desde toda eternidade e ser o mesmo de ontem, hoje

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  • A DIVINDADE DE CRISTO

    e eternamente. Para o crente mentalizado espiritualmente, o procedimento que empreende provar a divindade de Cristo redundante; todavia, para o incrdulo, a reafirmao desta evidncia esmagadora sempre ser vantajosa, se porventura houver uma sinceridade suficiente para receb-la. Tal declarao da divindade de Cristo exigida em qualquer tentativa de desenvolver uma Cristologia digna. A linha de argumento a ser seguida deve ser clara, a saber, que, como a divindade de Cristo verificada, tanto a sua preexistncia quanto a sua existncia eterna so asseguradas. Neste assunto, a suposio dos arianos, a qual afirma que Cristo preexistiu, mas era uma criao de Deus e, portanto, no igual a Deus, deve ser refutada. Sobre Deus, a Confisso de f de Westminster declara:

    I. H um s Deus vivo e verdadeiro, o que infinito em seu ser e perfeies. Ele um esprito purssimo, invisvel, sem corpo, membros ou paixes; imutvel, imenso, eterno, incompreensvel, ompotente, onisciente, santssimo, completamente livre e absoluto, e faz tudo segundo o conselho da sua prpria vontade, que reta e imutvel, e misericordioso, longnimo, muito bondoso e verdadeiro galardoador dos que o buscam, e, contudo, justssimo e terrvel em seus |uzos, pois odeia todo pecado; de modo algum ter por inocente o culpado.

    II. Deus tem, em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glria, bondade, e bem-aventurana. Ele todo-suficiente em si e para si, pois no precisa das criaturas que trouxe existncia; no deriva delas glria alguma, mas somente manifesta a sua glria nelas, por elas, e para elas e sobre elas. Ele a nica origem de todo ser; dele, por ele e para ele so todas as coisas e sobre elas tem Ele soberano domnio para tazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas esto patentes e manifestas diante dele; o seu saber infinito, infalvel e independente da criatura, de modo que para Ele nada contingente ou incerto. Ele santssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe so devidos todo culto, todo servio e toda obedincia, que Ele houve por bem requerer deles.2

    provvel que nenhuma outra declarao mais abrangente a respeito de Deus tenha sido formulada do que esta; todavia, esta infinidade do Ser que as Escrituras atribuem a Cristo. Nada h mencionado ser verdadeiro de Deus que no seja dito ser verdadeiro de Cristo no mesmo grau de perfeio infinita. E verdade que Ele tomou sobre si a forma humana e que, ao fazer isso, problemas importantes surgem com respeito Pessoa teantrpica que Ele veio a ser. Estes problemas foram considerados sob Teontologia e ainda sero retomados mais tarde, quando estudarmos a encarnao e a vicia terrena do Salvador. A questo fundamental que Cristo Deus. Isto j foi provado anteriormente e ser demonstrado novamente. O estudante ordenado a no se esquecer dessas provas e a conseguir uma convico profunda da divindade de Cristo. Se ele vacilar a respeito desta verdade fundamental, deveria reexaminar cada argumento

    17

  • CRISTOLOGIA

    e tentar no caminhar at que esta crena esteja adquirida definitivamente, pois, parte desta convico, nenhum verdadeiro progresso ser feito.

    Se, por outro lado, tal convico no adquirida, o estudante est fundamentalmente errado e pode, sob tal incredulidade anormal e falta de obedincia s Escrituras, no ser digno de tornar-se um expositor do Texto Sagrado. O prprio Senhor declarou que "todos honrem o Filho, assim como honram o Pai" (Jo 5.23). O Filho desonrado quando lhe atribudo um lugar inferior do que o do Pai. Tal desonra ao Filho no agradvel ao Pai, e um ministrio vo, mesmo que sincero, quando se desenvolve sob o desprazer do Pai. A divindade do Pai plena e universalmente admitida, assim tambm a divindade do Esprito Santo, mas a divindade do Filho contestada. Tal dvida no teria surgido se o Filho no tivesse se encarnado. E a sua entrada na esfera humana que proporcionou um campo para a descrena. Assim, exigido que o testemunho mais exato da Palavra de Deus seja dado em sua plena autoridade.

    Gomo se o Autor divino antecipasse a tentao para a incredulidade que haveria de existir atravs do entendimento errneo da Pessoa teantrpica, tambm a evidncia mais firme suprida com respeito divindade de Cristo. As Escrituras so to claras e conclusivas em suas expresses a respeito da divindade de Cristo como elas so a respeito da sua humanidade. A sua humanidade revelada pelo mtodo natural de atribuir-lhe ttulos e atributos humanos, aes humanas e relacionamentos humanos. Semelhantemente, a sua divindade revelada na mesma maneira por atribuir a Cristo ttulos divinos, atributos divinos, aes divinas e relacionamentos divinos.

    1. Os N O M E S DIVINOS. O S nomes encontrados na Bblia - especialmente aqueles aplicados s pessoas divinas - so muito mais do que ttulos vazios. Definem as pessoas a quem eles pertencem. O nome Jesus sua designao humana, mas ele tambm incorpora o propsito redentor total da sua encarnao (cf. Mt 1.21). Ttulos semelhantes como "o Filho do homem", o filho cie Maria, "o filho de Abrao", o "filho de Davi", asseveram a sua linhagem humana. De igual modo, as designaes "Verbo" ou Logos, "Deus", "Senhor", "Deus Forte", "Pai da Eternidade", "Emanuel", "Filho de Deus", dizem respeito sua divindade. Entre esses nomes divinos, alguns so concludentes em suas implicaes.

    A. DESIGNAES DO RELACIONAMENTO ETERNO: Logos (Ayos). Como a linguagem expressa o pensamento, assim Cristo a Expresso, o Revelador e o Manifestador de Deus. O termo Logos - usado somente pelo apstolo Joo como um nome da Segunda Pessoa - indica o carter eterno de Cristo. Como Logos, Ele era no princpio, Ele estava com Deus, e Ele era Deus (Jo 1.1). Ele igualmente se fez carne (Jo 1.14) e assim - de acordo com as funes divinas - a manifestao de Deus ao homem (cf. Jo 1.18). Em sua manifestao, tudo o que pode ser revelado relativo Pessoa de Deus no estava somente residente em Cristo - "porque nele habita corporalmente toda a plenitude (nAt]pu)[ia) da divindade" (Cl 2.9) mas todas as coisas da competncia de Deus - conhecimento insupervel, de fato - estavam residentes nele. Nenhuma

    18

  • A DIVINDADE DE CRISTO

    declarao mais estranha da divindade de Cristo pode ser feita alm da que est indicada pelo cognome Logos.

    Sem o uso deste ttulo especfico, o apstolo Paulo tambm escreveu em Colossenses e em Hebreus [conforme o entendimento do autor, a carta aos Hebreus de autoria do apstolo Paulo] sobre a mesma preexistncia de Cristo; e a respeito da origem deste ttulo e do fato de que o apstolo Joo o emprega sem explicao - a fim de sugerir um entendimento geral de seu significado - uma leitura paralela pode ser feita (cf. Dean Alford, M. R. Vincent, e a International Standard Bible Encyclopaedia, s.v. Alexander.).

    O bispo Lightfoot, em seu comentrio sobre Colossenses, captulo 1, versculo 15 e seguintes, declarou o significado de Logos e de seu uso no Texto Sagrado. Ele escreve.

    Como a ideia do Logos subjaz a totalidade desta passagem, embora o termo em si no aparea, umas poucas palavras explicativas deste termo sero necessrias como uma espcie de prefcio. A palavra ,\yo; ento, que denota tanto "razo" quanto "linguagem", era um termo filosfico adotado pelo judasmo alexandrino antes de Paulo ter escnto, para expressar a manifestao do Deus Invisvel, o Ser Absoluto, na criao e no governo do mundo. Ela inclua todos os modos pelos quais Deus faz-se a si mesmo conhecido do homem. Como Sua razo, eia denotava seu propsito ou desgnio; como Sua linguagem, ela sugeria sua revelao. Se este Xyos' foi concebido meramente como a energia divina personificada, ou se a concepo tomou uma forma mais concreta, eu no preciso parar agora para perguntar; mas espero dar uma narrativa mais plena do assunto num volume posterior. E suficiente para o entendimento do que se segue dizer que os mestres cristos, quando adotaram este termo, exaltaram e fixaram o seu significado por lhe atribuir duas ideias precisas e definidas: (1) "O Verbo uma pessoa divina", Xyo r\v rrp TV Qev KCU 0e ijy Xyo ; e (2) "O Verbo se tornou encarnado em Jesus Cristo", Xyo ap yveTO. bvio que estas duas proposies devem ter alterado materialmente a significao de todos os termos subordinados conectados com a ideia de Xyo; e que, portanto, o uso deles nos escritores alexandrinos, tal como Filo, no pode ser tomado para definir, embora possa ser trazido para ilustrar, o significado deles em Paulo e Joo. Com estes cuidados a fraseologia alexandrina, como uma preparao providencial para o ensino do Evangelho, propiciar importante ajuda para o entendimento dos escritos apostlicos/ Unignito (\iovoyevr\s) -Joo 1.14,18. Este, um dos mais elevados dos

    ttulos jamais empregados, porta uma indicao da relao eterna existente entre o Pai e o Filho. Aqui R. Govett declara:

    Esta glria era do "unignito do Pai". Estas palavras, ento, refutam as ideias de alguns dos "homens mais inteligentes", de que h muitas como que emanaes procedendo de Deus. No! Ele o Unignito. Ele est relacionado ao Pai, como o filho nico est relacionado ao pai terreno.

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    file:///iovoyevr/s
  • CRISTOLOGIA

    Ele "gerado, no feito", participante em plenitude da divindade de seu Pai. "Mas se assim, voc no introduz outra dificuldade? Se Ele o unignito de Deus, procedendo do Pai, voc no est sugerindo, que Ele no eterno, mas tem um comeo, aps o Pai?" A esta altura dois erros podem querer entrar: "Jesus Cristo Deus; portanto, no um Filho de Deus". Ento surge o tritesmo, ou a doutrina de trs deuses. Ou, "Jesus Cristo Filho - portanto, ele no Deus". Ento, entra o arianismo. Testificamos de forma contrria, ento, usando a Escritura, e dizemos que Jesus Cristo o Eterno Filho de Deus, e Deus. A expresso "decretos eternos" contm a mesma dificuldade que "Filho Eterno". A eternidade introduz dificuldades, alm de nossa linha de compreenso. Jesus o "Unignito" em relao aos muitos figurativos "filhos de Deus". Os anjos so filhos de Deus por criao; mas no sentido em que Cristo , eles no so filhos de forma alguma. Ele permanece nico. Num outro sentido, aqueles gerados de novo pelo Esprito se tornam filhos adotados de Deus. Mas eles comeam a ser assim, aps terem se tornado homens. Cristo era Filho desde toda a eternidade. Ainda mais, para colocar a matria de um modo claro, o Esprito de Deus acrescenta "Unignito do Pai", como distinto do Pai eternamente, e o enviado do Pai. Jesus usa esta frase em referncia a si prprio (Jo 3.16-18). A palavra, ento, deve ser tomada no sentido mais elevado de que ela capaz, pois o fato de Jesus ser dado alegado ser o maior dom que possvel. Quanto mais elevada a pessoa de Cristo, maior a glria de Deus no dom de seu Filho.4

    Imagem (eiKwy) - Colossenses 1.15. Imagem conta mais do que mera semelhana; ela implica que h um prottipo e que a imagem a sua realidade revelada. Sobre este termo Dean Alford pode ser citado:

    ...a imagem do Deus invisvel (o adjunto invisvel de peso total para o entendimento da expresso). O mesmo fato sendo o fundamento da totalidade como em Filipenses 2.6 e seguintes, de que o Filho subsistia em forma de Deus, que este aspecto do fato destacado aqui, que aponta para o Seu ser a manifestao visvel de que em Deus que invisvel: a palavra do silncio eterno, o brilho da glria que nenhuma criatura pode suportar, a marca expressa daquela pessoa que incomunicavelmente de Deus; em uma palavra, o declarador do Pai, a quem ningum jamais viu. Assim, enquanto o epteto invisvel inclui nele no somente a invisibilidade, mas a incomunicabilidade de Deus, o termo imagem tambm no deve ser restrito a Cristo corporalmente visvel na encarnao, mas que se entenda Dele como a manifestao de Deus em sua Pessoa total e obra - preexistente e encarnado. Est bvio que nesta expresso o apstolo aborda bem de perto a doutrina alexandrina do Logos ou Verbo; quo prximo por ser visto por um extrato de Filo: "Como aqueles que no podem olhar para o sol, que olhem para os raios solares opostos a ele como ele mesmo, e para as fases mutantes da lua como sendo ele prprio:

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  • A DIVINDADE DE CRISTO

    assim os homens apreendem a imagem de Deus, Seu Anjo, a Palavra, como sendo Ele prprio". Paulo est, na verdade, como Joo esteve, adotando a linguagem daquela erudio medida que representava a verdade divina, e resgatando-a de ser usada a servio do erro.s

    Imagem Expressa (xapaKTf|p) - Hebreus 1.3. M. R. Vincent afirma: "Aqui o ser essencial de Deus concebido como estabelecendo a sua marca distintiva sobre Cristo, vindo numa expresso definida e caracterstica em sua pessoa, de modo que o Filho porta a impresso exata da natureza e do carter divinos.6

    Unignito (rrpojTTOKog). Este ttulo - algumas vezes traduzido como Primognito indica que Cristo Primognito, o mais velho em relao a toda criao; no a primeira coisa criada, mas a antecedente a todas as coisas assim como a causa delas (cf. Cl 1.16).

    Deste ttulo, o Dr. John F. Walvoord escreve: "Este termo usado duas vezes no Novo Testamento, sem se referir a Cristo (Hb 11.2S; 12.23), e sete vezes como Seu ttulo. Um exame dessas referncias revelar um uso trplice: (a) Antes de toda criao (Rm 8.29; Cl 1.15). Como o "primognito de toda criao" (Cl 1.15), o ttulo obviamente usado, a fim de esclarecer que Cristo existia antes de toda criao; da, eternamente auto-existente. (b) Primognito de Maria (Mt 1.25; Lc 2.7; Hb 1.6). Aqui a referncia claramente ao fato de que Cristo era o primeiro filho nascido de Maria, um uso em contraste ao que fala de sua filiao eterna. O termo usado, ento, de sua pessoa pr-encarnada, e tambm da sua pessoa encarnada, (c) Primognito pela ressurreio (Cl 1.18; Ap 1.5). O significado aqui que Cristo o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos na vida ressurrecta; da, 'o primognito dos mortos' (Cl 1.18). Em relao eternidade de Cristo, este ttulo outra prova de que Cristo auto-existente, Deus mcriado mencionado em Romanos S.2Ci. Colossenses 1.15, e que, em vista de sua pessoa eterna, Ele tambm tem a honra de ser o primeiro a ser ressuscitado dos mortos na vida ressurrecta".'

    Um estudo destes nomes no pode seno imprimir na mente devota a verdade de que o Senhor Jesus Cristo existiu como Deus desde toda a eternidade, e que Ele assim existir por toda a eternidade vindoura.

    B. DESIGNAES PRINCIPAIS DA DIVINDADE: Deus. Embora em poucos exemplos o nome Deus seja usado com uma aplicao inferior, ele quase universalmente uma referncia divindade. Quando aplicado a Cristo, como muitas vezes acontece, ele O declara ser da divindade e, portanto, como tendo existido desde toda a eternidade. O uso dessa designao para Cristo comea no Antigo Testamento e continua por todo o Novo. Uma evidncia abundante pode ser citada que faz com que Isaas 40.3 venha a ser uma antecipao do ministrio do primeiro advento de Cristo como anunciado por Joo. A passagem diz: "Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus". Neste texto, o Esprito Santo assevera que o Messias, ou Cristo, tanto Jeov quanto Elohim. Do mesmo modo, o mesmo profeta, por inspirao, escreve: "Porque um menino nos nasceu, um

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    filho se nos deu; e o governo estar sobre os seus ombros; e o seu nome ser: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Prncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz no haver fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retido e em justia, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exrcitos far isso" (Is 9.6,7).

    Cristo somente o membro da divindade, de quem poderia ser dito que Ele seria nascido e que se assentaria no trono de Davi. Assim, tambm, Isaas declara que esse Ser vindouro seria Emanuel, e o identifica como Aquele que seria nascido de uma virgem (Is 7.14). Mateus interpreta o nome Emanuel como o "Deus conosco" (Mt 1.23). A importncia deste ttulo mais do que Deus estando presente com seu povo; que, pela encarnao, Deus se tornou um membro da raa humana. Lucas registra o anjo dizendo de Cristo que Joo converteria muitos ao Senhor seu Deus (Lc 1.16); e isto quer dizer que ele os converteria ao Messias. Assim, tambm, em oposio a toda revelao relativa humanidade de Cristo que o Novo Testamento apresenta, a revelao no mesmo Testamento sobre a verdade de Sua divindade absoluta, feita pela aplicao repetida a Ele do nome Deus.

    Como foi visto acima, o apstolo Joo, quando introduzia Cristo como o sujeito de seu evangelho, afirma que o Logos Deus, e imediatamente acrescenta que este mesmo Logos (que Deus) foi quem criou todas as coisas. Quando Tom viu as feridas do Salvador, ele disse: "Senhor meu e Deus meu" (Jo 20.28). Tal declarao, se fosse inverdica, sena idolatna e um pecado repreensvel; todavia, Cristo no o reprovou, mas antes afirma que, por causa disso, Tom veio a crer o que era verdadeiro a respeito clEle. To certamente como Cristo que vir novamente, assim certamente Ele porta o ttulo de grande Deus e nosso Salvador (Tt 2.13). Foi Deus que derramou seu sangue para comprar a Igreja (cf. At 20.28). Quando o Salmo 45.6 citado em Hebreus - claramente referindo-se a Cristo - a mensagem afirma: "O teu trono, Deus, para todo sempre". ; assim, nos termos mais expressos, que Cristo dito ser Deus, e a razo assevera que, se Ele Deus, Ele existiu desde toda eternidade. Ele o "verdadeiro Deus", o "Deus bendito", e o "Deus que sobre todos".

    Jeov. Por ltimo, deve ser observado que o mais elevado de todos os nomes da divindade, que o de Jeov, livre e constantemente aplicado a Cristo. Do carter exaltado desse nome est escrito: "Eu sou o Senhor, este o meu nome; a minha glria, pois, a outrem no a darei, nem o meu louvor s imagens esculpidas" (Is 42.8). O nome Jeov prprio a apenas um; ele nunca pode ser corretamente aplicado a outro. Outros ttulos da divindade, como Elohim, implicam uma correspondncia com outros. "Para que saibam que s tu, cujo nome o Senhor (JEOV), s o Altssimo sobre toda a terra" (SI 83.18). Jeov que fala em Zacarias 12.10, todavia, somente Cristo poderia ser identificado como Aquele que foi traspassado. Assim o profeta escreve: "Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalm, derramarei o esprito de graa e de splicas; e olharo para aquele a quem traspassaram, e o prantearo como quem pranteia por seu filho nico; e choraro amargamente por ele, como se chora pelo primognito".

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  • A DIVINDADE DE CRISTO

    Joo parecia considerar este texto, quando disse: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o ver, at mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentaro sobre ele" (Ap 1.7). Ter tanto a divindade quanto a humanidade em vista como declara Jeremias 23.5,6, uma evidncia certa de que de Cristo que o profeta escreve, quando diz: "Eis que vm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinar e proceder sabiamente, executando o juzo e a justia na terra. Nos seus dias Jud ser salvo, e Israel habitar seguro; e este o nome de que ser chamado: "O SENHOR JUSTIA NOSSA". Custo que feito para o crente justia (1 Co 1.30; 2 Co 5.21). No Salmo 68.18, Jeov aparece novamente. A passagem diz, "Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e at dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles".

    E com este prprio texto que, quando citado pelo apstolo em Efsios 4.8-10, ele se refere definitivamente a Cristo. O Salmo 102. onde o nome Jeov aparece ao menos oito vezes, citado em conexo com Cristo em Hebreus 1.10 e seguintes, assim "Tu, Senhor, no princpio fundaste a terra, e os cus so obra de tuas mos...". Assim, tambm, em Isaas 8.13,14 Ele dito ser a Pedra de tropeo: "Ao Senhor dos exrcitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro. Ento ele vos ser por santurio; mas servir de pedra de tropeo, e de rocha de escndalo, s duas casas de Israel: de armadilha e de lao aos moradores de Jerusalm". Desta profecia sobre Cristo. Pedro escreve: "E assim para vs, os que credes, a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeo e rocha de escndalo; porque tropeam na palavra, sendo desobedientes; para o que tambm foram destinados" i 1 Pe 2.7,8). Sobre esta importante passagem - Isaas 6.1-13, em sua relao com Joo 12.41, o Dr. William Cooke escreve:

    Em Joo 12.41, o evangelista, ao falar de Cristo, diz: "Estas coisas disse Isaas, quando ele viu sua glria, e falou dele". As coisas que Isaas falou esto afirmadas no versculo anterior, e vemos esta profecia revelada em Isaas 6. O evangelista afirma que o profeta viu a glria de Cristo no tempo da revelao; e ali vemos a manifestao sublime a que ele se refere, e os serafins cobriam suas faces diante de sua majestade terrvel. Mas aquele de quem o evangelista fala como o Cristo, em seu estado de humilhao, encarnado, o profeta identifica em sua glria preexistente como Jeov, e os serafins o adoram como Jeov dos exrcitos. Esta passagem importante demais para ser omitida: "No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os ps e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo o Senhor dos exrcitos; a terra toda est cheia da sua glria" (Is 6.1-3). A evidncia de que Cristo aqui chamado de Jeov dos Exrcitos, muito fulgurante para ser resistida, e a autoridade sacra

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  • CWSTOLOGIA

    demais para ser impugnada. Ora, que o leitor se lembre da declarao que previamente apresentamos da Palavra de Deus, que proclama que "Aquele cujo nome somente Jeov o Altssimo sobre toda a terra", e ento compai"e essa afirmao com o fato diante de ns, de que o nome "Jeov", e suas vrias combinaes, como "Jeov Deus", "Jeov nossa justia", e "Jeov dos exrcitos", so aplicados a Cristo, e o leitor ter diante de si uma demonstrao completa da prpria divindade de Cristo. O Novo Testamento escrito em grego, e o nome Jeov, que hebraico, no ocorre nele; a palavra no usada pelos evangelistas ou apstolos em referncia mesmo ao Pai, Filho ou ao Esprito. Na verdade, esse nome havia cessado de ser pronunciado, exceto pelo sumo sacerdote no templo. Na verso da Septuaginta, a palavra Kpios, Senhor, est em seu lugar, seja esse nome aplicado ao Pai, Filho ou Esprito Santo; e, na verdade, em suas prprias composies essa palavra constantemente aplicada divindade, seja qual for a pessoa que possa estar em mente. Esta palavra, em seu significado radical, significa existncia, como a palavra Jeov; e embora os costumes no a tenham restringido a Deus somente, todavia, quando aplicada a ele, deve ser entendida como apresentando o significado pretendido pelo nome Jeov. Isto no ser discutido em referncia ao Pai; mas, como mostramos abundantemente que a palavra Jeov, com todas as suas combinaes sagradas, aplicada a Cristo, segue-se necessariamente que a palavra Kpios, Senhor, tambm aplicvel a ele em seu sentido mais elevado - como o substituto de Jeov, no mesmo sentido em que ele aplicado ao Pai, e , assim, aplicado a ele numa multido de casos. As numerosas passagens citadas no Antigo Testamento, e aplicadas pelos apstolos a Cristo, estabelecem plenamente isto para mostrar que os nomes "Jeov" e "Senhor" so termos permutveis quando aplicados a Cristo, e a palavra "Senhor" aplicada ao Redentor cerca de mil vezes no Novo Testamento. Algumas vezes, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a perfrase usada para expressar a mesma ideia de Jeov - a saber, diversas palavras so empregadas como explicativas do seu significado. Uns poucos exemplos deixaro isto bem claro: "Escuta-me, Jac, e tu, Israel; a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, e tambm o ltimo" (Is 48.12); "Eu, o Senhor, que sou o primeiro, e que com os ltimos sou o mesmo" (Is 41.4); e ainda: "assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exrcitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o ltimo, e fora de mim no h Deus" (Is 44.6). Destas passagens, fica claro que os termos "O Primeiro e o Ultimo" so no somente ttulos da divindade, mas so explicativos do nome Jeov - so expressivos daquele que eterno em sua existncia e imutvel em sua natureza. Ora, estes ttulos divinos so atribudos a nosso Senhor e Salvador: "Eu sou o Alfa e o mega, o princpio e o fim, o Primeiro e o Ultimo". (Ap 22.13); "Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas"

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  • A DIVINDADE DE CRISTO

    (Ap 22.16); "Quando o vi, ca a seus ps corno morto; e ele ps sobre mim a sua destra, dizendo: No temas; eu sou o primeiro e o ltimo, o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos sculos dos sculos" (Ap 1.17,18); "Eu sou o Alfa e o Omega, diz o Senhor Deus, aquele que , e que era, e que h de vir, o Todo-poderoso" (Ap 1.8). As duas primeiras passagens muito claramente se referem a Jesus; e o que a terceira faz, altamente provvel, vem tanto do contexto quanto da fraseologia. Visto, ento que o ttulo, "o Primeiro e Ultimo", a perfrase para Jeov no Antigo Testamento, e isto aplicado a Jesus no Novo, ele fornece uma declarao adicional de sua prpria divindade. Nos textos a que j nos referimos, diversos outros termos so introduzidos que so expressivos do mesmo significado. Ele chamado Alfa e Omega. Alfa a primeira e Omega a ltima letra no alfabeto grego, e a importncia disto que Ele a origem e o objeto de todas as coisas. Ele chamado de "Aquele que , que era e que h de vir"; e isto apenas outra perfrase para Jeov - outro modo de expressar a sua natureza eterna e imutvel. Parece que ele tambm chamado de Todo-poderoso, cuja palavra se explica como um nome adequado para ele somente que no mais alto sentido Deus. A palavra Todo-Poderoso (TTavTOKpp) frequentemente usada, e ela sempre significa, como Schleusner diz: "o Ser ompotente, que tem todas as coisas sob seu prprio poder, e de cuja vontade e prazer todos os seres criados so dependentes". E (est nomem soli Deo proprium] - " um nome prprio somente para Deus". A seguinte passagem ilustra e confirma esta ideia: "Grandes e admirveis so as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso; justos e verdadeiros so os teus caminhos, Rei dos sculos. Quem no te temer, Senhor e no glorificar o teu nome.' Pois s tu s santo" (Ap 15.3,4),8

    Muita coisa pode ser dita dos ttulos Jeov do Templo e Jeov do Sbado, quando aplicados a Cristo. Para o judeu, o templo era maior do que tudo mais, exceto Aquele que se agradava em habitar ali. Malaquias declarou que Jeov viria para o seu templo (3.1), e Cristo cumpriu essa predio. Do templo, Cristo disse: "Vs tornastes a minha casa em covil de salteadores", e "minha casa ser chamada casa de orao". O templo no poderia ser a casa de Cristo, a menos que fosse verdade que Cristo Jeov. De igual modo, o sbado era o dia de Jeov. Ele o ordenou e Ele deveria ser honrado pelo sbado; mas Cnsto chamou-se a si mesmo tambm "Senhor do sbado". O sbado era o dia de Jeov tambm no sentido em que ele veio para ser Seu atravs da sequncia de seis dias da criao. Assim, quando Cristo anunciou que era Senhor tambm do sbado Ele, atravs disso, assumiu o lugar do Criador de todas as coisas. Todavia, mais pode ser dito do nome que Cristo traz. A salvao atravs do seu nome (cf. At 4.12); e todos os ajuntamentos do povo de Deus so feitos em Seu nome, que, portanto, Deus.

    Fica assim demonstrado que todo nome divino atribudo to livremente a Cristo como ao Pai, e se estes ttulos no asseveram a divindade do Filho ento, com sinceridade, eles no asseveram a divindade do Pai. Visto que est

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  • CRISTOLOGIA

    declarado por esses nomes que Cristo Deus, ento segue-se que Ele existiu como Deus antes de sua encarnao.

    2. Os ATRIBUTOS EVIDENCIAIS. Igualmente conclusivo de que Cristo Deus a evidncia retirada de seus atributos. Somente uma poro deste material precisa ser indicada.

    Eternidade. Deveria ser mantida uma distino entre aquilo que meramente estendido e indefinido com respeito ao tempo e aquilo que eterno no sentido absoluto. Milhes de eras podem ter acontecido, mas nenhuma multiplicao de eras pode jamais perfazer uma eternidade. De Cristo est dito que "as suas sadas so desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5.2). No texto de nossas tradues a expresso "no princpio" serve tanto para iniciar o livro de Gnesis quanto o de Joo. O comeo de Gnesis, contudo, comparativamente uma histria moderna quando comparado ao mencionado por Joo. Gnesis relata a origem das coisas materiais, enquanto Joo pressiona a linguagem para ela atingir o seu ltimo grau de expresso e declarar aquilo que eterno. Num comeo que antedata todos os atos criadores, o Logos ali estava. Ele no comeou a existir ali, mas Ele prprio era to antigo e to todo-suficiente naquela poca como agora.

    Este Logos que era tem sido identificado como o Senhor Jesus Cristo. Ele quem Joo apresenta como o Sujeito de seu evangelho. Assim, tambm, pela aplicao do nome Jeov "Eu Sou" (Jo 8.58), Cristo alegou a respeito de si mesmo que Ele Jeov, e nenhuma afirmao to forte poderia ser feita por Ele a respeito de sua eternidade do que assumir essa designao. Que Ele Jeov uma verdade qual nenhuma criatura poderia fornecer uma evidncia conclusiva. Ele d testemunho de Si prprio, e isto poderia ser, como na verdade foi, confirmado pelo Pai e pelo Esprito Santo. O testemunho que Cristo d de si mesmo sustentado pelo seu carter inatacvel. Nisto ele no foi nem auto-enganado nem ignorante. Semelhantemente, e pela autoridade da inspirao do Esprito Santo, dito por Isaas que Cristo o Pai Eterno, declarao essa que melhor traduzida como Pai da Eternidade. O apstolo declara que "ele antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas" (Cl 1.17).

    Aquele que existia antes de qualquer coisa ter sido criada necessariamente em si mesmo incriado e eterno. Joo afirma que Cristo "o Primeiro e o Ultimo". Esta uma das mais fortes declaraes de Jeov a respeito de si mesmo (cf. Is 41.4; 44.6; 48.12). As eras passadas e futuras esto includas nesta proclamao. Na verdade, como poderia o Salvador ser a fonte da vida eterna a todos que crem e Ele prprio no ser eterno? Com referncia ao comeo de Sua humanidade, Ele est relacionado ao tempo, embora sua humanidade nunca venha a conhecer um fim.

    Imutabilidade. A imutabilidade da divindade atribuda a Cristo. Quando Jeov anuncia: "Eu sou o Senhor, eu no mudo" (Ml 3.6), Ele afirma aquilo que pertence divindade somente. Tudo mais est sujeito mudana. Portanto, significativo que de Cristo esteja escrito: "Eles perecero, mas tu permaneces; e todos eles, como roupa, envelhecero, e qual um manto os enrolars, e como

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  • A DIVINDADE DK CRIKT< )

    roupa se mudaro; mas tu s o mesmo; os teus anos no acabaro... Jesus Cristo o mesmo ontem, e hoje e para sempre" (Hb 1.11, 12; 13.8).

    Onipotncia. O Todo-poderoso um nome que pertence somente divindade. Todavia, de Cristo se diz que Ele tem "eficaz poder de at sujeitar a si todas as coisas" (Fp 3.21), e no final do Milnio, vai vencer todos os inimigos angelicais "e todas as coisas sero submetidas a ele" (1 Co 15.28). Nenhuma referncia particular ao poder mostrado em suas obras poderosas enquanto aqui na terra necessria quando nos lembramos de que repetidamente se diz que Ele o Criador de todas as coisas.

    Oniscincia. Alm disso, outro atributo que pertence somente divindade est em vista, e em muitos exemplos direta e indiretamente esta competncia ilimitada atribuda ao nosso Senhor Jesus Cristo. Que a oniscincia uma caracterstica da divindade, est revelada em muitas passagens do Antigo Testamento: "...(pois tu, s tu conheces o corao de todos os filhos dos homens)" (1 Rs 8.39); "Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o corao; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto de suas aes" (Jr 17.10; cf. 11.20; 20.12). De Cristo se diz que Ele conhecia a mente e os pensamentos de todos os homens. Ele no precisava que algum lhe desse testemunho sobre o que havia no homem. "Ele conhece os pensamentos dos homens." No uma contradio desta grande verdade quando Cristo disse de si prprio: "Quanto, porm, ao dia e hora, ningum sabe. nem os anjos no cu nem o Filho, seno o Pai" (Mc 13.32). Estaria totalmente dentro da esfera da pessoa teantrpica conhecer perfeitamente, olhando do seu lado divino e, ainda no conhecer do lado humano.

    Como poderia Ele conhecer e, todavia, no conhecer, est alm do entendimento humano, mas no impossvel como Deus; contudo, provvel que o Salvador tenha empregado uma forma de linguagem que seja comum Palavra de Deus. Como o apstolo disse aos Corntios: "Porque nada me propus saber entre vs, seno a Jesus Cristo, e este crucificado" (1 Co 2.2), assim Cristo pode ter falado. Nesta afirmao aos Corntios o apstolo declara que ele determinou limitar a sua mensagem a um tema. Certamente, ele no se tornou ignorante daquela hora em diante de tudo mais o que havia conhecido. facilmente crido que no era e no o propsito de Deus revelar o dia e a hora do retorno de Cristo. Ao falar da glria, Cristo disse: "...e todas as igrejas sabero que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os coraes; e darei a cada um de vs segundo as suas obras" (Ap 2.23). Joo 10.15 muito conclusivo a respeito da oniscincia de Cristo assim como Mateus 11.27: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ningum conhece plenamente o Pilho, seno o Pai; e ningum conhece plenamente o Pai, seno o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar".

    Onipresena. De Jeov est escrito: "Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o cu, e at o cu dos cus, no te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei" (1 Rs 8.27); "Sou apenas Deus de perto, diz o Senhor, e no tambm Deus de longe? Esconder-se-ia algum em esconderijos, de modo

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    que eu no o veja? Diz o Senhor. Porventura no encho eu os cus e a terra? diz o Senhor" (Jr 23.23,24). Do mesmo modo Cristo se apresenta como Aquele que estaria presente onde quer que dois ou trs se reunissem em Seu nome, e que estaria com eles at a consumao dos sculos. Igualmente prometeu que Ele com seu pai viriam e fanam morada com todos os que os amam (Jo 14.23).

    Pode ser assinalado de uma forma definitiva que os atributos divinos do amor infinito, santidade, justia e verdade so predicados de Cristo como so de seu Pai. Cada atributo divino pertencente a Cristo uma evidncia inquestionvel de que Cristo Deus e, portanto, aquele que existiu desde toda a eternidade.

    3. As OBRAS PODEROSAS EVIDENCIAIS. Estes aspectos da prova a respeito da divindade e da preexistncia de Cristo no precisam incluir os seus milagres enquanto Ele estava aqui sobre a terra, tema esse que ser visto posteriormente. Os muitos empreendimentos, que o homem nem mesmo pode compreender, so atribudos a Cristo. Alguns deles so:

    Criao. Embora de acordo com a Bblia a obra da criao seja atribuda a cada uma das pessoas da divindade por sua vez, isso no diminui o escopo dessa obra no caso de qualquer uma delas. Alguns tm argumentado que Joo 1.3 assevera que o Pai criou atravs do Filho como Agente, e que o Filho no foi, portanto, a causa original da criao. Sobre esta distino importante, o Dr. William Cooke escreveu assim:

    A fim de neutralizar a fora deste argumento para a divindade do Salvador [de que Ele criou o universo], tem sido alegado que a nossa traduo de Joo 1.3 "todas as coisas foram feitas por ele", forte demais para o original, e que a preposio grega 8i' denota mais propriamente o instrumento atravs de quem uma coisa feita, do que o agente por quem ela feita; que, portanto, embora Cristo possa ser a causa instrumental, ele no pode ser a causa eficiente; e era apoio a esta ideia eles nos remetem ao texto de Hebreus 1.2: ..."por quem fez tambm o mundo". Mas esta crtica no passar pelo teste do exame; pois, em primeiro lugar, 8LC, como um genitivo, evidentemente usado para a causa eficiente em numerosas passagens. Assim, aplicado ao Pai, cuja agncia eficiente no ser questionada; consequentemente, lemos: "Fiel Deus pelo qual (V ov) fostes chamados para a comunho de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" (1 Co 1.9; veja tambm Rm 11.36; Hb 2.10, onde 8i expressa a agncia direta do Pai). Se, ento, a palavra denota eficincia quando aplicada ao Pai, devemos admitir que ela denota a mesma coisa quando aplicada ao Filho, a menos que estejamos preparados para violar os princpios comuns de linguagem, para sustentar um sistema decadente. Mas deveria ser observado que i no a nica preposio empregada em referncia operao do poder do Salvador. A preposio ev usada, e esta, tambm, expressiva de agncia imediata e eficiente, como em Colossenses 1.16,17. Com relao a essa passagem, "por quem tambm ele fez os mundos", enquanto isto implica a agncia do Pai, ela no exclui a agncia do Filho, mas denota a agncia unida deles, porque

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  • A DIVINDADE DE CRISTO

    a obra da criao atribuda eficientemente s trs pessoas na trindade gloriosa; e talvez a passagem sugira que a agncia do Filho era, de alguma forma inefvel, especialmente mostrada nesta obra.'' Deixando de lado a verdade de que a criao em toda parte somente

    um empreendimento divino, pertinente observar que h quatro afirmaes diretas no Novo Testamento, as quais afirmam que Cristo criou todas as coisas. Estas passagens dizem: (1) "Todas as coisas foram feitas por ele, e nada do que foi feito sem ele se fez" (Jo 1.3). Num sentido positivo, todas as coisas foram criadas por Ele, e, num sentido negativo, nada sem Ele se fez. (2) "Ele estava no mundo; e o mundo foi feito por ele, mas o mundo no o conheceu" (Jo 1.10). Um relacionamento estranho asseverado aqui: Ele est no mundo que Ele havia feito. (3) "Porque nele foram criadas todas as coisas nos cus e na terra, as visveis e as invisveis, sejam tronos, sejam dominaes, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele" (Cl 1.16). De Cristo se diz que Ele no somente o Criador, mas o Objeto de toda criao. Tudo foi criado por Ele e para Ele. (4) "Tu, Senhor no princpio fundaste a terra, e os cus so obra de tuas mos" (Hb 1.10). Este texto serve para selar tudo o que foi dito antes, e luz destes textos ningum com sinceridade haver de negar que Cristo o Criador de todas as coisas. Se Ele cria, Ele Deus; se Ele Deus, Ele existiu como Deus eternamente.

    Preservao. Quem quer que tenha construdo este vasto universo tambm o sustenta e o preserva. Tudo isto atribudo a Cristo. Em Hebreus 1.3 dito que Cristo "sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder". Semelhantemente, o apstolo, em Colossenses 1.17, afirma que "Ele antes de todas as coisas; nele tudo subsiste". Assim, o sistema ilimitado dos mundos dito ser sustentado por algum que no o Salvador da raa, aquele que foi alimentado nos braos de uma me humana.

    Perdo de Pecado. Ningum sobre a terra tem direito ou autoridade para perdoar pecado. Ningum poderia perdoar exceto Um contra quem todos pecaram. Quando Cristo perdoou pecado, como certamente aconteceu, Ele no exercia uma prerrogativa humana. Jeov que "apaga as nossas transgresses", e se diz que Cristo era o Prncipe e Salvador exaltado que d arrependimento a Israel e perdo de pecados (At 5.31). O apstolo escreve: "...suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vs tambm" (Cl 3.13). Visto que ningum exceto Deus pode perdoar pecados, fica demonstrado conclusivamente que Cristo, visto que perdoou pecados, Deus, e, por ser Deus, existe desde sempre.

    A Ressurreio dos Mortos. Cristo atribuiu a si mesmo o ttulo divino e exaltado de A Ressurreio e a Vida. Deus quem levanta os mortos e, portanto, Cristo anunciou-se a si mesmo como Deus. Est escrito: "Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora , em que os mortos ouviro a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem vivero. Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim tambm deu ao Filho ter vida em si mesmo; e deu-lhe autoridade

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  • CRISTOLOGIA

    para julgar, porque o Filho do homem. No vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que esto nos sepulcros ouviro a sua voz e sairo: os que tiverem feito o bem, para a ressurreio da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreio do juzo" (Jo 5.25-29); "Porque, assim como por um homem veio a morte, tambm por um homem veio a ressurreio dos mortos" (1 Co 15.21).

    Todo Julgamento, Em vista da verdade de que se assentar para julgar a mais elevada funo de qualquer governo, isto uma indicao de que todo julgamento est entregue ao Filho. Em tal exerccio de autoridade e poder, o Juiz deve conhecer os segredos de todos os coraes e a histria de cada criatura, Ele prprio deve ser o Justo que sustenta todos os padres de seu justo governo. No Salmo 9.7,8 est escrito a respeito de Jeov: "Mas o Senhor est entronizado para sempre; preparou o seu trono para exercer o juzo. Ele mesmo julga o mundo com justia; julga os povos com equidade". Todavia, est afirmado que o Pai no julga algum, mas confiou todo julgamento ao Filho (Jo 5.22), e tambm est escrito: "Porquanto determinou um dia em que com justia h de julgar o mundo, por meio do varo que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (At 17.31). De conformidade com esta grande revelao, fica visto que o julgamento das naes desempenhado pelo Rei sobre o trono de Davi (cf. SI 2.7-9; Is 63.1-6; Mt 25.31-46; 2 Ts 1.7-10; Ap 19.15), que Ele julga Israel (cf. Mt 24.37-25.13), que Ele julga as obras dos crentes (cf. 2 Co 5.10), e que Ele ainda julgar todos os poderes angelicais (cf. 1 Co 15.25, 26). Visto que Ele Deus e que todo julgamento lhe entregue, Ele que vai se assentar sobre o grande trono branco no julgamento dos mpios mortos (cf. Ap 20.12-15). Como sua consorte, sua Noiva tambm se assentar no julgamento com Ele.

    As poderosas obras, como seus nomes e atributos, apontam para a verdade de que Cristo Deus, e, por ser Deus, eterno.

    4. O RELACIONAMENTO NA TRINDADE. Como uma evidncia adicional e final a ser desenvolvida na prova da divindade de Cristo, pode ser observado que em toda revelao a respeito do relacionamento tnnitrio, o Filho ocupa um lugar de igualdade essencial com o Pai e com o Esprito Santo. Para o Filho, so atribudas a mesma adorao, a mesma honra e a mesma glria. No h base para qualquer suposio de que o Pai ou o Esprito Santo so mais reverenciados do que o Filho. Qualquer coisa que seja verdadeira do Pai e do Esprito Santo neste relacionamento , em cada caso, o mesmo e verdadeiro do Filho. As Escrituras sustentam este testemunho a despeito da condescendncia imensurvel do Filho na encarnao, e a despeito da verdade de que Ele permanece encarnado em forma humana por toda a eternidade vindoura. A humanidade de Cristo, como j foi visto, embora perfeita, tem as limitaes daquilo que humano; mas em nenhum caso a sua humanidade restringe a sua divindade.

    Ele permanece o que Ele , a saber, no Deus mutilado pela carne, mas Deus manifesto em carne. O fato de que Cristo deve ser adorado, e isto com a autoridade do Texto Sagrado e inspirado, indicativo do que Ele no

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  • CRISTO E A CRIAO

    relacionamento da divindade. Ele aceitou a adorao de homens, e Ele, tanto quanto o Pai ou o Esprito Santo, deve ser adorado. Quando abordado pelo jovem rico como "Bom Mestre", perguntou-lhe: "Por que me chamas bom?" O significado total desta pergunta depende do lugar onde colocada a nfase. Evidentemente, Cristo no disse: "Por que me chamas bom?", mas declarou: "Por que me chamas bom?" Com isso conseguiu, tanto quanto pde, a estima em que este administrador de riquezas o tinha. No h base aqui para a alegao unitariana de que Cristo no acreditava na sua prpria divindade. Aqueles que pensam principalmente nos termos da humanidade de Cristo, naturalmente recuam diante do que parece ser a adorao de um homem. A correo desta impresso pode vir somente quando se d a devida ateno verdade, que perfeitamente estabelecida, de que Ele Deus.

    Para aqueles que crem no testemunho da Bblia a respeito do modo trino da existncia divina, no pode haver dvida de que Cristo a Segunda pessoa nessa Trindade; nem pode dvida ser nutrida com razoabilidade sobre se a Segunda Pessoa , em cada aspecto, igual Primeira ou Terceira.

    Concluindo esta diviso que trata da divindade de Cristo, pode ser reafirmado que a quarta prova - seus nomes, atributos, suas obras poderosas, e o seu lugar legtimo na Trindade - estabeleceu a verdade de que Cristo Deus, e, visto que Ele Deus, existiu desde toda a eternidade.

    II. Cristo e a Criao

    De longo alcance em seu valor evidenciai a respeito da divindade de Cristo, a verdade de que Cristo o Criador que deve reaparecer nesta discusso. A criao j foi listada entre as Suas obras poderosas. Nesta altura, o tema apresentado como uma prova importante sobre a preexistncia de Cristo. Enquanto quatro passagens principais que ensinam sobre Cristo como Criador j foram citadas acima, somente uma destas deve ser desenvolvida posteriormente sob esta diviso deste trabalho.

    Em si mesmo, o ato criador um empreendimento incomparvel. Em sua criao das coisas materiais, Deus chamou-as existncia do nada. Tal declarao est muito longe da noo de que o nada produziu alguma coisa. bvio que do nada, nada pode surgir. A declarao da Bblia antes que dos recursos infinitos de Deus tudo veio existncia. Ele a Fonte de tudo que existe. A vontade autodeterminadora de Deus causou a existncia do universo material, como est afirmado em Romanos 11.36: "Porque dele, e por ele, e para ele, so todas as coisas; glria, pois, a ele eternamente. Amm". Neste texto, a criao de todas as coisas atributo de Deus; mas em Colossenses 1.16,17 est asseverado nos mesmos termos gerais que todas as coisas foram criadas por Cristo e para Ele, que Ele existe antes de todas as coisas e por meio dele todas as coisas se compem.

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  • CRISTOI.OGIA

    Este um pronunciamento razovel somente ao grau em que Cristo Deus. O poder de criar seja a produo de um universo, de uma nova criao, ou de um novo cu e de uma nova terra - pertence somente a Deus, e predicado semelhante de cada uma das trs pessoas da Trindade. E certo que se Cristo Deus, Ele capaz de criar todas as coisas. Contudo, a afirmao que diz respeito a esta diviso do tema que, visto que se diz que Cristo criou todas as coisas, Ele por um raciocnio correto nada alm do que prprio Deus.

    A nica passagem a ser considerada agora Colossenses 1.15-19. Por ter declarado a redeno que proporcionada atravs do sangue de Cristo e a remisso de pecados com base nesse sangue (cf. Cl 1.14), o apstolo penetra numa descrio extensa e reveladora do Filho que faz essa redeno. Este contexto todo deveria ser comparado com Hebreus 1.2-12 e distintivo no sentido em que ele apresenta a divindade do Filho sem referncia direta sua humanidade. Esta proclamao exaltada da divindade de Cristo, como em Hebreus 1, seguida de uma poro do texto que anuncia a sua humanidade. Estes versculos de Colossenses 1.15-19 sero considerados separadamente.

    Versculo 15: "O qual a imagem do Deus invisvel, o primognito de toda a criao".

    H pouco, numa discusso anterior, os dois ttulos eternos empregados neste versculo j foram considerados. A isto pode ser acrescentado que, para asseverar, como faz o apstolo a esta altura, Cristo o eiKv ou imagem de Deus e equivalente afirmao de Joo com respeito ao Xyo - que Ele no somente a manifestao de Deus, mas que Ele Deus. Nenhuma afirmao maior a respeito de Cristo poderia ser feita do que esta aqui que diz que Ele a imagem exata de Deus. Assim, alm disso, em Hebreus 1.3 est declarado que Cristo o resplendor da glria do Pai e que toda a plenitude divina - TT\r|pt|i,a est nele.

    Versculo 16: "Porque nele foram criadas todas as coisas nos cus e na terra, as visveis e as invisveis, sejam tronos, sejam dominaes, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele".

    'Neste versculo, a razo dada para atribuir a Cristo o ttulo encontrado no versculo 15, ou seja, "Primognito de toda criao". Como esta designao coloca Cristo num ponto de tempo, antes de toda criao, Ele deve ter existido antes de todas as coisas. Esta passagem, como o bispo Lighfoot assinala, no ensina que Cristo foi em si mesmo criado antes de todas as outras criaturas; ela antes assevera "a absoluta preexistncia do Filho".10 A respeito de uma revelao tal como esta que atribui a Cristo a causao de todas as coisas - que muito distante da ideia de que Ele em si mesmo uma dessas coisas criadas - e inclui coisas celestiais e coisas terrestres, e coisas visveis e invisveis, deve ser esperado que os estudiosos de todas as geraes tenham escrito tanta coisa. A exegese exata deste versculo deveria ser seguida; contudo, para o presente propsito nesta obra, ser suficiente afirmar, como acima, que o texto atribui a Cristo a origem de todas as coisas.

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  • CRISTO E A CRIAO

    A sugesto de que Cristo foi meramente um agente atravs de quem Deus operou na criao, recusada por todos que no so preconceituosos a respeito da preexistncia absoluta e da obra criadora de Cristo. Sobre a regra bem estabelecida de que a repetio de uma verdade no Texto Sagrado para nfase, muitssimo significativo que a frase "todas as coisas foram feitas por ele" ocorra duas vezes neste mesmo versculo. A enumerao das coisas que foram criadas por Cristo atinge as esferas celestiais. H coisas visveis no cu assim como as invisveis e h coisas invisveis - como as almas dos homens assim como as visveis na terra. Na verdade, embora as coisas mundanas sejam mencionadas apenas por uma rpida meno das coisas que esto na terra, aqui a contemplao basicamente das coisas que esto no cu. Unia proporo devida provavelmente preservada neste ponto com relao importncia relativa destas duas esferas.

    No h desprezo pelas coisas deste mundo. E somente que as coisas celestiais so mais extensas. Assim, acentuada a obra criadora insupervel do Filho de Deus. Se fosse esta a nica referncia na Bblia obra criadora de Cristo, naturalmente, ela seria apenas uma declarao isolada; mas, como foi afirmado anteriormente, esta mesma revelao ocorre em outros textos, notadamente, Joo 1.3,10; 1 Corntios 8.6; Efsios 3.9; Hebreus 1.10. A enumerao das coisas celestiais fica restrita aos seres celestiais. A passagem em Hebreus 1.10 atribui a Cristo o lanamento dos fundamentos da terra. Diferentemente, aquilo que permanece primeiro na avaliao divina no so as coisas materiais, mas as criaturas vivas; e as criaturas vivas do cu parecem exceder em muito a importncia dos seres vivos da terra. Neste contexto, ser observado que no assunto dos julgamentos de Cristo de todos os seres vivos, o tempo designado para as duas esferas - terra e cu - muito desigual. O julgamento dos povos da terra judeus e gentios - quando muito um assunto de um dia ou dias, enquanto que o julgamento dos imprios angelicais, de acordo com 1 Corntios 15.24-26, pode exigir todo o perodo milenar.

    O apstolo registrou duas vezes as vrias posies ou divises dos seres celestiais. Em Efsios 1.21, ele revela que, quando Cristo ascendeu ao cu, foi exaltado direita do Pai "muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domnio". Esta enumerao qudrupla no totalmente idntica de Colossenses 1.16, o que sugere que a lista em cada caso parcial, e que os itens so mencionados somente para satisfazer a um propsito geral. O mesmo apstolo lista os grupos angelicais quando declara o remo subjugador de Cristo (cf. 1 Co 15.24-26). Ali, ele fala do governo, da autoridade, do poder, e sugere que estes so "inimigos" que devem ser colocados sob os ps de Cristo. Entre esses inimigos, est a morte - um fator que em si impessoal e de nenhum modo deve ser classificado com as criaturas racionais. Assim, amplo , de fato, o estudo dos inimigos do reino de Deus.

    A mui importante afirmao de Colossenses 1.16 sintetizada na segunda declarao, a saber, "tudo foi criado por ele". O ato foi dele e com a viso de glorific-lo. Cristo o fim da criao. Foi para ele. Neste contexto, duas

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  • CRISTOLOGIA

    passagens em Apocalipse apresentam uma verdade acrescida: "O anjo que vi em p sobre o mar e sobre a terra levantou a mo direita ao cu, e jurou por aquele que vive pelos sculos dos sculos, o qual criou o cu e o que nele h, e a terra e o que nela h, e o mar e o que nele h, que no haveria mais demora" (Ap 10.5,6); "Digno s, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glria e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas" (Ap 4.11).

    Versculo 17: "Ele antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas". Esta poro do contexto acrescenta a revelao importante de que pela

    aplicao direta e incessante do poder de Cristo, que todas as coisas existem, ou, mais literalmente, subsistem. Alm disso, h um paralelo a esta verdade em Hebreus 1.3, onde dito que "ele sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder". A revelao , assim, feita para que Ele que criou todas as coisas incessantemente as sustente.

    Versculo 18: "Tambm ele a cabea do corpo, da igreja; o princpio, o primognito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminncia".

    No somente Cristo a Cabea de toda a criao, mas ele a Cabea sobre a nova criao - a Igreja. Com respeito Igreja, Cristo o seu comeo e o Primognito dentre os mortos. 1 Corntios 15.20,23 proclama Cristo como as primcias dos que dormem. Apocalipse 3.14 chama-o de "o princpio da criao de Deus". Isto , sem dvida, uma referncia nova criao, na qual Ele uma parte. Por causa de tudo isto, a Ele seja a preeminncia! A Ele, que criou todas as coisas, que sustenta sua criao, que a Cabea de todas as criaes, pertence a preeminncia.

    Versculo 29: "Porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude". E, de acordo com o desgnio e propsito do Pai, que a preeminncia deve ser

    dada ao Filho. No Filho, todo o Tr\f|poU.a habita (cf. Cl 2.9). Assim, o propsito do Pai realizado e assim o Pai glorificado no Filho.

    A declarao de que Cristo preexistia sustentada no grau mais elevado pela revelao de que Ele criou todas as coisas.

    III. O Pacto Eterno

    Os expositores no tm concordado sobre a natureza exata do pacto que est mencionado em Tito 1.2, que diz: "...na esperana da vida eterna, a qual Deus, que no pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos" (cf. 2 T m 1.1,9). crido por alguns que a referncia aqui feita a um acordo entre as Pessoas da Trindade que envolveu e providenciou tudo para o plano da redeno, que atribudo a cada um Sua parte no empreendimento . Para outros o texto indica no mais do que a prescincia de Deus a respeito da promessa que o Evangelho haveria de proclamar.

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  • O MESSIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

    Sobre este ltimo ponto Dean Alford escreve, "A soluo da dificuldade, que nenhuma promessa foi realmente feita at que a raa do homem existisse, deve ser encontrada por considerar, como em 2 Timteo [1.9], a construo como uma mistura - composta da promessa real feita no tempo, e com o propsito divino do qual essa promessa fluiu, fixada na eternidade. Assim, como dito que Deus nos deu graa em Cristo desde as eras eternas, para significar que o dom aconteceu como o resultado de um propsito divino fixo desde a eternidade, assim mencionado aqui que Ele prometeu a vida eterna antes dos tempos eternos, para significar que a promessa deu-se como o resultado de um propsito fixo desde a eternidade".11

    Sobre o tema geral de um pacto feito antes do tempo, o Dr. A. A. Hodge apresenta sete pontos: "Primeiro. Gomo foi mostrado na abertura deste captulo [XXII], tal Pacto est virtualmente implcito na existncia de um plano eterno de salvao mutuamente formado pelas trs pessoas e executado por elas; Segundo. Que Cristo representou seus eleitos nesse Pacto, est necessariamente implcito na doutrina da eleio pessoal soberana para a graa e salvao. Cristo diz de suas ovelhas: "Eram teus, e tu mos deste", e "guarda-os no teu nome, os que me deste" etc. (Jo 17.6, 12). Terceiro. As Escrituras declaram a existncia da promessa e de condies de tal Pacto, e as apresentam em conexo (Is 53.10, 11). Quarto. As Escrituras expressamente afirmam a existncia de tal Pacto (Is 52.6; SI 89.3). Quinto. Cristo faz constante referncia a uma comisso prvia que Ele havia recebido do Pai (Lc 22.29; Jo 10.18). Sexto. Jesus alega uma recompensa que havia sido condicionada ao cumprimento dessa comisso (Jo 17.4). Stimo. Cristo constantemente assevera que o seu povo e a sua glria esperada so dados a Ele como uma recompensa pelo seu Pai (Jo 17.6, 9, 24; Fp 2.6 -11).::

    E certo que a Trindade existia desde a eternidade, que todas as coisas foram predestinadas, e que um acordo existiu entre as pessoas da divindade concernente parte a ser executada individualmente por elas. Se a Trindade existia desde a eternidade, a Segunda Pessoa existia e Cnsto, sendo essa Pessoa, existia desde toda a eternidade.

    IV. O Messias no Antigo Testamento

    O que frequentemente esquecido o fato de que o Messias predito no Antigo Testamento repetidamente declarado ser Jeov. Deve tambm ser observado que, dentro do mistrio da Trindade, Jeov e o Messias so duas pessoas separadas. No Salmo 2.2, dito que os reis e governantes da terra "juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido". (Aqui ungido melhor traduzido como 'Messias'). Embora a mente finita hesite por falta de capacidade de entender o que est declarado, h muitas passagens de interpretao inquestionvel nas quais se diz que o Messias Jeov. Na verdade, isto verdadeiro na grande maioria das predies messinicas. Algumas destas podem ser indicadas aqui.

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  • CRISTOLOGIA

    Deuteronmio 30.3: "O Senhor teu Deus te far voltar do teu cativeiro, e se compadecer de ti, e tornar a ajuntar-te dentre todos os povos entre os quais te houve espalhado o Senhor teu Deus".

    Nesta passagem, que a primeira meno dentro do Texto Sagrado do segundo advento, Jeov Elohim, o qual proclama que Ele retornar; mas no pode retornar, se no estivesse antes ali. Isto somente verdadeiro a respeito de Cristo, que estava aqui e depois partiu, e ento retornar, e quando Ele retornar, como est afirmado nesta passagem, reunir Israel, e reinar sobre a terra. Nenhuma interpretao opcional est disponvel. E Cristo somente que satisfaz esta descrio e Ele aqui identificado como Jeov Elohim.

    Jeremias 33.14-17: "Eis que vm os dias, diz o Senhor, em que cumprirei a boa palavra que falei acerca da casa de Israel e acerca da casa de Jud. Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi um Renovo de justia; ele executar juzo e justia na terra. Naqueles dias Jud ser salvo e Jerusalm habitar em segurana; e este o nome que lhe chamaro: O SENHOR E NOSSA JUSTIA. Pois assim diz o Senhor: Nunca faltar a Davi varo que se assente sobre o trono da casa de Israel".

    Desta profecia pode ser visto que o Renovo, ou o Filho, de Davi completar a promessa de que a Davi nunca faltar quem se assente no seu trono. A linhagem dos reis legtimos continuou desde Davi at Cristo, mas nenhum outro rei precisa surgir, e nenhum outro rei surgir. De Cristo est declarado que o seu reino eterno (cf. Dn 7.14), e Ele reinar para sempre e sempre (Ap 11.15). No seu anncio a Maria sobre o nascimento do Messias, o anjo lhe disse que o menino seria Filho do Altssimo, que Ele se sentaria no trono de Davi, e que Ele reinaria para sempre. Este Filho, por no ter pai humano, o Filho de Deus (Lc 1.31-35). Fica assim conclusivamente demonstrado que Cristo Jeov.

    Isaas 9.6,7: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estar sobre os seus ombros; e o seu nome ser: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno e Prncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz no haver fim, sobre o trono de Davi e no seu remo, para o estabelecer e o fortificar em retido e em justia, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exrcitos far isso".

    T tulos incomparveis so aqui atribudos a essa pessoa singular que nunca dupl icada no cu ou na terra, que junta, a humanidade como uma criana nascida e a divindade como um Filho que dado. Aqui dito que Ele Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Prncipe da Paz; todavia, este Aquele Jeov que, como declarado acima, se assentar no t rono de Davi. Tudo o que pode ser atr ibudo a Jeov Elohim designado t ambm a Cristo; portanto, Cristo Jeov.

    Zacarias 9.9: "Alegra-te muito, filha de Sio; exulta, filha de Jerusalm; eis que vem a ti o teu rei; ele justo e traz a salvao; ele humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta".

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  • O MESSIAS NO ANTIGO TISTAMKNTO

    No cumprimento desta predio, registrado em Mateus 21.1-14 e Joo 12.12-15, Cristo proclamado como o Filho de Davi que vem em nome do Senhor (Jeov); e quando entrou no templo, expulsou os vendilhes, e disse que haviam transformado a sua casa .em covil de salteadores, quando devidamente a chamou de "casa de orao". Malaquias predisse que Jeov assim viria ao seu templo. Era o templo de Jeov, e Cristo assevera que Ele Jeov quando chamou o templo de "minha casa". Assim Zacarias 9.9 uma predio messinica que faz o Messias ser Jeov, e Cristo cumpriu esta profecia. A concluso que Cristo Jeov.

    Zacarias 1.4,9,16: "No sejais como vossos pais, aos quais clamavam os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor dos exrcitos: Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas ms obras; mas no ouviram, nem me atenderam, diz o Senhor... Ento perguntei: Meu Senhor, quem so estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei o que estes so... Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me, agora, para Jerusalm com misericrdia; nela ser edificada a minha casa, diz o Senhor dos exrcitos, e o cordel ser estendido sobre Jerusalm".

    As predies da Bblia conhecem apenas um Rei, um trono, e um Filho de Davi que reinar para sempre sobre o trono de Davi. Que Cristo esse Rei e, portanto, o Messias no precisa ser demonstrado novamente; mas Zacarias distintamente declara que o Messias-rei no outro seno Jeov. Ele ser adorado porque Jeov.

    Isaas 40.1-3: "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalm, e bradai-lhe que j a sua malcia acabada, que a sua iniquidade est expiada e que j recebeu em dobro da mo do Senhor, por todos os seus pecados. Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus".

    Joo Batista cumpre a predio daquele que, como preparao para o advento do Messias, uma voz que clama no deserto. Ele prprio disse que era essa voz (Jo 1.22,23; cf. Mt3.3 ;Mc 1.3; Lc 3.4-6). No importa que, por causa da rejeio do Rei, o cumprimento completo desta expectativa seja retardado at o Seu segundo advento. Joo era a voz que preparava o caminho para o Messias e a profecia de Isaas assevera que a voz era para preparar o caminho a Jeov.

    Jeremias 23.5,6: "Eis que vm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinar e proceder sabiamente, executando o juzo e a justia na terra. Nos seus dias Jud ser salvo, e Israel habitar seguro; e este o nome de que ser chamado": O SENHOR JUSTIA NOSSA".

    O Rei que reinar e prosperar o Messias, o Filho de Davi. Ele quem executar juzo e justia na terra. Ele quem salvar tanto Jud quanto Israel (cf. Is 63.1; Rm 11.26,27). Ele quem ser chamado Jeov nossa Justia - no um ttulo sem significado, mas porque Ele Jeov.

    Embora apenas uma seleo limitada de passagem tenha sido introduzida aqui, ser visto que o Messias sempre declarado como Jeov, e visto que Ele Jeov, existe desde a eternidade.

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  • CRISTOLOGIA

    V. 0 Anjo de Jeov

    Uma das provas mais atraentes e indiscutveis de que Cristo preexistiu encontrada na verdade de que Ele o Anjo de Jeov cujas vrias aparies esto registradas no Antigo Testamento. Sobre esta doutrina o Dr. John F. Walvoord escreveu uma anlise que bem pode ser includa neste texto:

    Definio. Uma teofania uma manifestao de Deus em forma visvel e corprea antes da encarnao. Usualmente, o termo teofania limitado s aparies de Deus na forma de homem ou anjos, e outros fenmenos, como a glria do Shekinah, no so considerados uma teofania. As teofanias so principalmente aparies do Anjo de Jeov, que claramente distinto dos seres angelicais.

    O Anjo defeov Identificado como feov. Um estudo das referncias ao Anjo de Jeov no Antigo Testamento revelar que Ele frequentemente identificado como o prprio Jeov. Quando o Anjo de Jeov falou a Agar (Gn 16.7-13), Ele se identificou como Jeov (v. 13). A narrativa do sacrifcio de Isaque (Gn 22.11-18) permite a mesma identificao do Anjo de Jeov e o prprio Jeov. Outras passagens confirmam esta interpretao (Gn 31.11-13; 48.15,16; cf. 45.5; x 3.1ss; cf. At 7.30-35; x 13.21; 14.19; Jz 6.11-23; 13.9-20).

    O Anjo de Jeov como uma Pessoa Distinta de Jeov. Enquanto muitas passagens identificam o Anjo de Jeov como Jeov, outras passagens com quase igual nmero distinguem o Anjo de Jeov como uma pessoa distinta. Em Gnesis 24.7, por exemplo, Jeov descrito como o que envia o "seu Anjo". O servo de Abrao testifica para a realidade disto em Gnesis 24.40. Moiss fala de Jeov que envia um anjo para gui-los (Nm 20,16). Um exemplo claro encontrado em Zacarias 1.12, 13, onde o Anjo do Senhor fala a Jeov: "Ento o anjo do Senhor respondeu, e disse: O Senhor dos exrcitos, at quando no ters compaixo de Jerusalm, e das cidades de Jud, contra as quais estiveste indignado estes setenta anos? Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras". Outras passagens fazem uma distino semelhante (x 23.20; 32.34; 1 Cr 21.15-18; Is 63.9; Dn 3.25-28). H algumas passagens que afirmam a divindade do Anjo de Jeov, mas no o identificam especificamente com Jeov ou com uma pessoa distinta de Jeov (Jz2.1-5;2Rs 19.35).

    O Anjo de Jeov a Segunda Pessoa da Trindade. Enquanto para a mente natural a aparente disparidade na terminologia e no uso do termo Anjo de Jeov irreconcilivel, a dificuldade facilmente eliminada quando se percebe que Cristo o Anjo de Jeov. Como tal, Cristo Jeov, e ao mesmo tempo, como uma Pessoa, Ele distinto na Trindade, como a Segunda Pessoa. Assim, quando o Anjo de Jeov identificado como Jeov, uma declarao de sua divindade. Quando o Anjo de Jeov distinto de Jeov, a distino das Pessoas na divindade, e com toda a

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  • O ANJO DE JEOV

    probabilidade o Pai em distino do Filho. Esta soluo se mantm com a doutrina da Trindade revelada na totalidade das Escrituras. Ao admitir que o Anjo de Jeov Deus, relativamente um problema menor, para provar que Ele a Segunda Pessoa, no o Pai nem o Esprito.

    A prova de que Cristo o Anjo de Jeov apoiada por quatro linhas de evidncia: (a) A Segunda Pessoa o Deus Visvel do Novo Testamento. Quando nos voltamos para o Novo Testamento, a Segunda Pessoa vista no Deus encarnado, que possui um corpo humano; portanto, visvel. Enquanto a voz do Pai ouvida do cu, e o Esprito Santo visto na forma de pomba, Cristo, a Segunda Pessoa, a manifestao plena de Deus em forma visvel. Seria lgico que a mesma pessoa da divindade, que visvel no Novo Testamento, tambm devesse ser a escolhida para aparecer na forma do Anjo de Jeov no Antigo Testamento, (b) O Anjo de Jeov do Antigo Testamento No Mais Aparece aps a Encarnao do Verbo. O Anjo de Jeov muitssimo ativo por todo o perodo do Antigo Testamento, e aparece a muitas pessoas em perodos bem separados. No Novo Testamento, conquanto haja referncias a anjos, em nenhum caso encontrado onde o Anjo de Jeov aparece. E uma interncia natural que Ele agora aparece como o Filho encarnado, (c) Ambos, o Anjo de Jeov e Cristo So Enviados pelo Pai. O Antigo Testamento revela o Anjo de Jeov como enviado por Jeov para revelar a verdade, para conduzir Israel, e para defender e julg-los. No Novo Testamento, Cristo enviado por Deus para revelar Deus em carne, para revelar a verdade, e para se tornar o Salvador. Na natureza da Trindade, o Pai que envia o Filho e o Esprito; a Primeira Pessoa nunca enviada. O carter similar de ministrio do Anjo de Jeov e de Cristo serviria para identific-los. (d) O Anjo de Jeov No Poderia Ser o Pai nem o Espirito Santo. Pelo processo de eliminao, pode ser demonstrado que o Anjo de Jeov deve ser a Segunda Pessoa. De acordo com Joo F18, "Ningum jamais viu a Deus. O Deus unignito, que est no seio do Pai, esse o deu a conhecer". Este versculo de fato afirma que somente Cristo era visvel ao homem, e no h outro ser capaz de ver Deus o Pai ou o Esprito Santo em sua glria, seno Cristo. Como o Anjo de Jeov o Enviado, Ele no poderia ser o Pai, a Primeira Pessoa. Como o Anjo de Jeov Deus em forma corprea, Ele no poderia ser o Esprito Santo, j que o atributo da imaterialidade sempre possudo pelo Esprito Santo, e seu ministrio nunca caracterizado por atributos fsicos. No h uma simples razo vlida para negar que o Anjo de Jeov a Segunda Pessoa, e todo fato conhecido aponta para a Sua identificao como o Cristo do Novo Testamento.

    Aparies de Cristo Alm do Anjo de Jeov. Um nmero de ilustraes admitido no Antigo Testamento de aparies de Cristo em outra forma alm do da forma do Anjo de Jeov. Em Gnesis 18.1-33, Jeov aparece como um homem, acompanhado por dois outros homens que so

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  • CKI.STOI.

  • AHRMAES BBLICAS DIKKTAS

    Joo 1.1