juan valera ensayos

7/26/2019 Juan Valera Ensayos

http://slidepdf.com/reader/full/juan-valera-ensayos 1/305



i

8 5

с ^

f

if

ь

^ • ? Л ч /

'

>

-

l ?

\



• л

V .

v <

I

л

í

r y

>

tí

i

^



OBR S ESCOGID S

D E

JU N V LER

I L U S T R A D A S P O R F E R N A N D O M A R C O

Y E D I T A D A S P O R L A B I B L I O T E C A N U E V A

T O M O I . —J U A N I T A L A L A R G A .

T O M O I I . — D O N A I A J Z .

TOMO

m.—PEPITA

J I M É N E Z .

T O MO I V . — E L C OM E ND A DO R M E N D O Z A .

T O M O V . — P A S A R S E D E L I S T O .

T O M O V I . — G E N I O Y F I G U R A .

T O M O V H . —M O R S A M O R .

T O M O S V I I I Y I X . —I , A S I L U S I O N E S D E L D O C T O R F A U S T I N O .

T OM O X . — D A F N I S Y C L O E .

NOVELAS

OTRAS OBRAS

T O M O X I . —C U E N T O S E S C O G I D O S .

TOMO

xn.—POESUS

ESCOGIDAS.

T O M O S x m, x iv Y X V . — E N S A Y O S E S C O G ID O S .



E S P R O P I E D A D

COPYRIGHT 1929 BY

C A R M E N V A I i E R A



T AL LE RE S E S P A S A - C A L P E , S . A . , Bios E O SA S , 24. — M A D R I D



De la filosofía española (1)

I

Aunque sea repet ir lo que 'nadie ignora, lo que

a todos nos a f l ige y lo que yo mismo he repet ido

m i l v e c e s , e s t am os a t r as ad os ; y s i b i e n , a p e s ar

d e t an t os t r as t or n os y l u c h as , v am os s a l i e n d o d e l

a t r as o , e s m u y l e n t o e l ad e l an t ar , c om p ar ad o a l

d e o t r as n ac i on e s , y t i e n e ad e m ás m u c h o d e e x

traño en e l impulso .

En la c iv i l i zac ión europea hay un no sé qué

de ine xp ug na ble , de res is tente y de inm or tal .

( 1) C o n o c a s i ó n d e l t o m o d e l a B i b l i o t e c a d e A u t o r e s

E s p a ñ o l e s , t i t u l a d o Obras escogidas de filósofos, c on un

d i s c u r s o p r e l i m i n a r d e l E x o r n o , e l i m o . S r . D . A d o l f o

d e C a s t r o , i n d i v i d u o c o r r e s p o n d i e n t e d e l a s A c a d e m i a s

E s p a ñ o l a y d e l a H i s t o r i a . M a d r i d : M . K i v a d e n e y -

r a , 1873 .

9



J U A N V A L E R A

E s t o m e t r an q u i l i z a ; e s t o m e h ac e c om p r e n d e r

que no es pos ib le que España se hunda , y que

s u s c i u d ad e s v e n ga n a s e r c om o P a l m i r a , N í n i v e

y B ab i l on i a . E n m e d i o d e l a h or r i b l e d e c ad e n c i a

pol í t ica , hay ad ela nt o; ¡pero no s l lev an a rem ol

que y

no-

¡nos m ov e m os c on p r op i o m ov i m i e n t o .

Nace de aqu í e l remed io inháb i l que nos saca

de lo basto par a ca er en lo cursi. E s t a f e a p a

labra t i ene ap l i cac ión a todo , desde e l ar te de

cocina hasta la f i losofía. El que quiere comer a

l a f r an c e s a y n o t i e n e b as t an t e d i n e r o p ar a c os

t e ar u n c oc i n e r o f r an c é s , t om a c oc i n e r a e s p añ o

la , de las que es tán en e l per íodo de trans ic ión

y remedo , y en lugar de los gu i sotes ord inar ios ,

p e r o s ab r os os , q u e an t e s c om í a , s e d e j a e m p on

z oñ ar c on b od r i o s ab om i n ab l e s . L o p r op i o s u c e

d e c on l o s m u e b l e s , v e s t i d os , m od a l e s , c on v e r s a

c i ón f am i l i ar , am e n a l i t e r a t u r a y h as t a p o l í t i c a .

L a i m i t ac i ón t or p e n o s p o n e e n r id í c u l o , y e n n e

goc i o s d e i m p or t an c i a t i e n e , ad e m ás , c on s e c u e n

c ias fa ta les .

P or o t r a p ar t e , e l m a l é x i t o d e n u e s t r os e s

fuerzos nos induce a la desconfianza. En f i loso

f ía no a t ina e l vu lgo de los morta les a compren

der cas i nada y a dar su parecer; pero como

no ta que s e g u i sa m al , que n o s e t e je b ien , que se

politiquea p i c ar am e n t e y q ue e s t a m os d e j ad o s d e

la mano de Dios en todo , se a treve a in fer i r de

lo conocido y claro lo desconocido y obscuro, y

af i rma por inducc ión y analog ía que nues tras es

peculaciones f i losóf icas, s i se rasga el velo mis-

10



E N S A Y O S

ter ioso que las encubre , han de ser un cursilo-

nismo f ren ét i co y va no .

A ficio na do y o a la f ilosofía, ¡me si en to ta n in

c l u i d o e n e s t e an a t e m a c om o l o s p r o f e s or e s , y

as í he tratado s i empre de ca lmar la desconf ian

za de l vu lgo , y de amansar le o domest i car le para

la filosofía.

E l mejor med io para es to es e l probar y dar a

conocer qu e h a y un pe nsa m ien to pr op io filosó

f i co en España y que en med io de los progresos

que se hacen en f i losofía, como en las demás

c ienc ias , e s te pensamiento prop io no debe des

ap ar e c e r . A n t e s d e b e m os t r a r s e , ap r e n d i e n d o l o

q u e d i j e r on n u e s t r os s ab i o s an t i gu os , y e n l az án

dolo con lo que ahora pensamos y dec imos has ta

donde se pueda . Me l i son jeo , pues , de ser uno

de los e scr i tores españoles que , s i b i en en obr i -

l las l i geras y s in fundamento , ha in s i s t ido con

m ayor p e r s e v e r an c i a e n q u e s e e s t u d i e l a h i s t o

r ia de nuestros f i lósofos , en que se expongan de

n u e v o s u s o l v i d ad as d oc t r i n as , y , e n s u m a , e n

que reanudemos con los pasados nues tros pen

s am i e n t os d e ah or a .

No p oc os am i gos m e h an p r e c e d i d o o m e h an

segu ido' en es t e em peño , s i e nd o los m ás ben em é

r i tos D . "Víctor A m á u , D. Gumers indo Laiverde ,

D .

L u i s V i d ar t , e l m a l ogr ad o y d i s c r e t o D . J u

l ián Sánchez Ruano , D . Feder ico de Castro y

D .

F r an c i s c o d e P au l a Can a l e j a s . E l m i s m o Cá

novas del Cast i l lo , escr ib iendo su curioso y eru

d i to es tud io sobre los po l í t i cos españoles de l

1 1



J U A N V A L E R A

t i e m p o d e l a d i n as t í a au s t r í ac a , h a d e s p e r t ad o

m u c h o l a c u r i o s i d ad p ú b l i c a h ac i a d i c h a m at e

r ia , inc i tando a las gentes a conocer la c i enc ia

fundiamental en que d ichas doctr inas pol í t icas se

ap oyab an .

Hasta ahora , con todo , no se han hecho sobre

la f i losof ía española , propiamente d icha, s ino

t r a b a j o s p a r c i a l e s o r e s e ñ a s g e n e r a l e s m u y l i g e

ras , c om o l a d e D . L u i s V i d ar t y l a I n t r od u c c i ón

a l l i b r o d e q u e v am os a d ar c u e n t a e n e s t e e s

c r i t o . L os f r an c e s e s y l o s a l e m an e s s e n os h an

ad e l an t ad o e n e s t o , e s c r i b i e n d o p r i n c i p a l m e n t e

so br es nu es t ro s filósofos ju d ío s y m ah om eta no s .

I I

An t e s d e e n t r ar e n e l e x am e n d e l a ob r a d e

D . A d o l f o d e C a s t r o m e i m p o r t a h a c e r a l g u n a s

observac iones o ac larac iones , inú t i l e s qu izá para

l o s d oc t os , m u y c on d u c e n t e s p ar a l a ge n e r a l i d ad

de lo s l ec tores . E s la pr im era que , s i b i e n la filo

sof ía , s i e s verdad y c i enc ia , debe ser la misma

en to¡das partes , no por eso ha de negarse que

pu eda ha be r o que h a y a un a filosofía esp añ ola ,

c om o h a y u n a f il o so f ía a l e m an a , gr i e ga , f r an c e

s a o e s c oc e s a . M ás s e gu r o e s t á e l c a t ó l i c o d e s u s

dogmas que e l f i lósofo más dogmát ico lo e s tá de

s u f ilosofía, y ac ep ta, con to do , que tome el cato

l i c i s m o c i e r t o c ar ác t e r p e c u l i ar y e x c l u s i v o e n

cada uno de los pueb los que l e admi ten y profe -

12



E N S A Y O S

s a n .

Be l lamente exp l i ca es to Manzon i en sa i oda

a l a P e n t e c os t é s , c om p ar an d o c on l a l u z l a v e n i

da de l Esp ír i tu Santo , pues s i endo la luz una ,

susc i ta d iversos co lores según las superf i c i e s en

que se posa , y por semejante , aunque más a l to

m i n i s t e r i o , p u e d e l a l u z d e l a v e r d ad m os t r ar s e

d i v e r s am e n t e e n l o s p u e b l os e n q u e s e d i f u n d e ,

p e r m a n e c i e n d o s i e m p r e l a m i s m a .

As í , p u e s , s i n d e t e n e r n os e n m ás e x p l i c ac i ón ,

bas te con la dada para que se crea que puede ha

b er m u c h a s filosofías, o d íg a se filosofías m acio-

raales, s in qu e p o r es o s e a m á s de u n a la fi losofía

verdadera y sana de que todas e l las conv iene que

e s t é n i n f o r m a d a s y c o m o n a c i d a s .

O t r a c u e s t i ó n i m p o r t a n t e y t a m b i é n p r e v i a e s

la de resolver s i hay o no una f i losof ía española .

P ar a e l lo s e h a d e e m p e z ar h ac i e n d o u n a d i s t i n

c i ó n . S i p or filosofía esp añ ola he m os de en ten de r

e l desenvolv imiento f i losóf i co de l pensamiento es

pañol en una d irecc ión marcada , l l evado a cabo

p or u n a s e r i e o s u c e s i ón d e p e n s ad or e s , c u yos

t r a b a j o s s e e n l a z a n y s e c o m p l et a n , f o r m a n d o t o

dos e l los un conjunto d ia léc t i co , con caracteres

propios , a ¡pesar de la d ivers idad , e l cual des

e n v o l v i m i e n t o n o p u e d e m e n os d e e j e r c e r , y e j e r

c e e f e c t i v am e n t e , u n i n f l u j o e x t r aor d i n ar i o e n l a

h is to ri a gen er al de la f ilosofía, cre o y o qu e n o

exis te n i ha ex is t ido jamás ta l f i losof ía español-

la .

G r a n d e e s m i a m o r p a t r i o

1

; p e r o n o m e c i e ga

hasta e l punto de sos tener que haya hab ido en

E sp añ a na da pa re cid o a lo que s e l lam a filoso-

1 3



J U A N V A L E R A

f í a f r an c e s a , d e s d e De s c ar t e s h as t a e l d í a ; a

lo qu e se llam a filosofía a lem ana , desd e K an t

hasta los ú l t imos d i sc ípu los de Hege l , por un

•lado,

y h as t a s u s m ás r e c i e n t e s c on t r ad i c t or e s ,

por o tr o ; y de lo que s e l lam a fi losofía gr ie ga ,

m á s c o m p l e t a , m á s g r a n d e , m á s ú n i c a , m á s e n

lazada d ia léc t i camente en su desarro l lo , desde

T a l e s y P i t ágor as h as t a S óc r a t e s , y d e s d e S óc r a

te s a los ú l t i m os filósofos a le jan dr ino s . C onsolé

monos; , con todo, de esta fa l ta con que otras

n a c i o n e s , q u e h a n t e n i d o y t i e n e n m á x i m a p a r t e

en la obra de la c iv i l i zac ión de l mundo , no pue

den jac tarse tampoco de tener , en d icho sen t ido ,

•una filosofía. En dicho sentido, si no hay filoso

f ía espa ñola , ta m po co h a y filosofía i ta l ian a.

H as t a l a e d ad m od e r n a , h as t a d e s p u é s d e r o t a

la ut i l idad catól ica de las naciones de Europa por

el esfuerzo^ de Miartín Lutero, no hubo, en el sen

t id o m enc io nad o , n i ng un a filosofía nac io nal . Y

no só lo e l pr inc ip io re l ig ioso común contr ibu ía a

e st a un id ad de la f ilosof ía , s in o tam bi én la unid ad

de la lengua en que se f i losofaba, que era la

lat ina*. Parece que no, a pr imera v is ta , pero s i

con atenc ión se cons idera , se advert i rá que aca

so la índole de la lengua len que

s e

filosofa pro

v oc a y d e s p i e r t a e n e l án i m o p e n s am i e n t os e

ideas y qu izá has ta s i s temas que de o tra suerte

n o h u b i e r an n ac i d o . Y n o s e n os ac u s e p or e s t o

de d iar sobrada importancia a la palabra, que en

s í no

íes

m á s q u e u n s i g n o ; p or q u e l a p a l ab r a f u é

h e c h u r a e s p on t án e a d e l a m e n t e h u m an a , y an -

14



E N S A Y O S

tes es natura l y nada t i ene de mis ter ioso e l que

v u e l v a l a m e n t e h u m an a p or l a r e f l e x i ón y p or

el d iscurso a expl icar y completar lo que a l

pr inc ip io creó de un modo espontáneo y dejó en

e m b r i ón e n e l h ab l a v u l gar , c om o p or i n s t i n t o

pr ofét ico . Se a co m o se a , la s esc ue las filosóficas ,

que l l evan e l ep í te to patron ímico de una nac ión ,

t i e n e n p or c ar ác t e r e x t e r i o r q u e c as i t od os c u an

t o s t r ab aj os p e r t e n e c e n a d i c h a e s c u e l a e s t án e n

e l i d i om a d e l a n ac i ón m i s m a . Y c on s e r e x t e r i or

e s t e c ar ác t e r , d e t e r m i n a , s i n e m b ar go , d i c h as

es cu el as fi losóficas; pr ue ba ci er ta de que se fu n

da en a lgo de in ter ior y más profundo: as í , por

ejemploi , cuando se habla de f i losofía alemana,

a n ad i e s e l e oc u r r e p e n s ar e n A l b e r t o M agn o

o en Reuchlin , y cuando de f i losofía francesa,

n ad i e p i e n s a e n S an B e r n ar d o , e n Ab e l ar d o o e n

P e d r o Ram u s . L as f i l o s o f í a s a l e m an a y f r an c e

s a , prop iamente 'd ichas , son modernas , y e s tán

e n a l e m án y e n f r an c é s . An t e s , F r an c i a y A l e

m an i a t u v i e r on f i l ó s o f os , m as n o t u v i e r on p e c u

l iar . f i losofía. Tal es , s i no la razón, una de las

r az on e s p or q u é n o l a t u v o E s p añ a . P os t e r i or

m e n t e , n u e s t r o a t r as o y d e c ad e n c i a , c on r e l ac i ón

a las demás nac iones , no han consent ido que la

t e n g a m o s .

E s t o n o ob s t a p ar a a f i r m ar q u e s i e m p r e , y

p r i n c i p a lm e n t e e n t ie m p o s a n t i g u o s , h a y a m o s t e

n id o filósofos, lo s cua les , s i ng ul ar y a i s lad am en

te ,

h an e j e r c i d o i n f l u j o e n e l p e n s am i e n t o ge n e

ral y en e l desarrol lo de la c iv i l i zac ión europea.

15



J U A N V A L E R A

Si esto puede l lamarse f i losofía española, hay-

una f i losof ía española; pero en su h is tor ia se

da poca un idad y trabazón , s i no se toma como

un ida d el lugar, del n a ci m ie nt o de los fi lósofos,

o e l to ta l .desenvolv imiento in te lec tua l de Espa

ñ a ,

de que d icha f i losof ía forma parte . Sólo como

filosofía, ca da perío do de la hi st or ia d e la e s

p a ñ o l a e s u n s u p l e m e n t o q u e n u e s t r o a m o r p a

tr io de be pon er , or a a la h i s to r ia de la filosofía

c r i s t i an a e n l o s p r i m e r o s s i g l o s d e l a I g l e s i a , o r a

a la historia de la f i losofía rabínica, ora a la de

l o s p u e b l os m ah om e t an os , or a a l a e s c o l á s t i c a y

ora a la de l renac imiento y a la e sco lás t i ca nue

v a . E n l o s t i e m p o s m á s m o d e r n o s , a l g o e s t im a b l e

se ha escr i to . ; pero ya peca por anacrón ico y an

t i cuado , ya es remedo y aun s i se qu iere buena

im ita c ió n d e filosofías ex tra ña s . L a francesia y

l a e s c oc e s a h an t e n i d o n o p oc os p r os é l i t o s e i m i

t a d o r e s e s p a ñ o l e s ; h o y t o c a s u t u r n o d e p r i v a n

za , favor y auge a la f i losof ía a lemana. Krause ,

sobre todo , e s e l rey , e l ído lo , e l numen de nues

t r as e s c u e l a s .

No n i e go yo , c on t od o , q u e , e s t u d i ad os d e t e n i

damente nuestros f i lósofos , para lo cual habría

q u e r e v o l v e r y l e e r m u c h os i n f o l i o s y e x t r ac t ar

de e l los la substanc ia , no se ha l lase a lgo de ca

racter í s t i co en todos que d iese c i er ta un idad a la

h istor ia de la f i losof ía española , la cual debiera

com pren der as im ism o a los filósofos p ort ug ue

s e s .

E s t e t r ab aj o e s t á p or h ac e r c om o e s d e b i

d o,

y n o d e b e e x t r añ ar s e , ya q u e h as t a d e u n a

16



E N S A Y O S

buena h i s tor ia po l í t i ca y genera l de España ca

l e c e m o s .

E l l i b r o d e l S r . V i d ar t , t i t u l ad o m od e s t am e n t e

La fisolofía, española, Indicac iones bibliográfi

cas, c u m p l e m u c h í s i m o m ás d e l o q u e e l t í t u l o

p r o m e t e ; pero s i querem os co ns iderar le , a pes ar

de la modes t ia de l au tor , como una h i s tor ia de

la f i losof ía en España, deja que desear bastante .

Mucho más deja que desear aun , fuerza es con

fesar lo , e l Discurso preliminar qu e h a pu es to e l

S r .

D . Ad o l f o d e Cas t r o a l t om o L XV d e l a B i

b l io teca de Rivadeney .ra , que cont i ene Obras es

cogidas de filósofos.

S o b r e la e l e c c ió n m i s m a d e e s t a s o b r a s e s c o g i

das hay no poco que .decir . Sin duda que la

sig nif i ca ció n de la pa lab ra fi losofía es elá st ic a.

P ar a m u c h os , t od o l o q u e n o e s c i e n c i a e x p e r i

m enta l , n i nov e la , n i h i s tor ia , n¡i poe s ía , n i ju r i s

prudencia , n i medic ina, pasa por f i losof ía . F i lo

s o f í a , s i h e m os d e a t e n d e r a l v a l or e t i m o l óg i c o

de la pa labra , e s amor a l saber; de suerte que

todo el que no sabe y desea saber es f i lósofo, y

filosofía lo qu e es cr ib e. T o m a d a la filosofía en

este sent ido lato , son obras f i losóf icas a lgunas

de las que e l Sr . Castro ha recop i lado . En otro

sent ido , no lo ser ían qu izá .

Desde luego , cua lqu iera convendrá en que la

pol í t ica y la economía soc ia l no son f i losof ía , s ino

c ienc ias segundas que pueden b ien fundairse en

pr in cip io s filosóficos, pe ro que tam bié n pu ede n

f u n d ar s e e n l a m u n d an a e x p e r i e n c i a , e n e l s e n t i -

E N S A Y O S . — T . I I I . 2

1 7



J U A N V A L E R A

d o c om ú n o e n i d e as t om ad as d e u n a r e l i g i ón p o

s i t i v a . As í , p u e s , l a s ob r as d e F r . B ar t o l om é d e

l a s C as as d e b ie r an h ab e r s e d e j ad o , l o m i s m o q u e

l o s t r a t ad os d e A l b or n oz De la limosna y De la

esclavitud, y e l d e L u i s V i v e s Del socorro de los

pobres pa ra un a co lecc ión de obr as de po l í t i cos

y d e e c on om i s t a s , q u e b i e n p u d i e r a p u b l i c ar t am

b i é n l a B i b l i o t e c a d e R i v ad e n e yr a . No e s e s t o

ne ga r que e n d ic ho s tra tad os ha ya a lgo de filoso

f ía ; pe ro n o so n , en r eal id ad , fi losofía.

Menos f i lósofo aun me parece Fr . Anton io de

G u e v ar a , ob i s p o d e M on d oñ e d o . M as b i e n p u d i e

ra cons iderarse como po l í t i co , y más b ien aun

como pol ígrafo , dec lamador , re tór ico y erud i to .

N o n eg ar é yo que la m or al e s pa rt e de la filo

s o f í a ; p e r o l o e s c u an d o s e t r a t a l a m or a l c on

fundamento f i losóf ico , y no como tej ido de de

c l a m a c i o n e s y l u g a r e s c o m u n e s , m á s o m e n o s

e l e gan t e m e n t e e n t r e l az ad os .

L a s

Centellas de varios conceptos,

d e D . J o a

q u í n S e t an t i , i n c l u i d as t am b i é n e n e l t om o d e

filósofos, son e le ga nt es y d i sc re ta s ; pero , se v e

ra y prop iamente en tend ido e l asunto , • tampoco

son f i losof ía . Es tar ían mejor en un tomo de

m or a l i s t a s o d e p o l í t i c o s . A s a l v o d e j o , n o ob s

t an t e , e l m é r i t o d e t a l e s Centellas, y p a r a m o s

t r ar l e c i t ar é aq u í a l gu n as , q u e p ar e c e n e s c r i t a s

h oy p or e l m ás d e s e s p e r ad o d e n u e s t r os p o l í t i

c o s : " L os n e goc i o s q u e t oc an d i r e c t am e n t e a l a

conservac ión y b ien de la repúb l i ca , no son tra

tad os con la fidelidad y d i l ige nc ia que r eq uie re n;

1 8



E N S A Y O S

porque son muchos los que en e l los in terv ienen ,

y h an l l e gad o ya l o s t i e m p os a t an gr an d e r o t u

ra ,

que los hombres , por só lo una onza de in

terés part i cu lar , sue len echar a perder c i en arro

bas de benef ic io públ ico ." "Desdichada es la c iu

d ad o l a p r ov i n c i a c u ya e n c am i n ad a p e r d i c i ón e s

c on oc i d a d e t od os ge n e r a l m e n t e , y n ad i e t om a

la mano para e l remed io de e l la ; porque de es to

se conoce la fa l ta de v i r tud que hay en los hom

bres que la gob iernan , de que nace la to ta l ru ina

de la cosa públ ica ." "La ambic ión y la codic ia

desbarataron la máqu ina de l buen gob ierno , y

e l las sus ten tan agora e l desorden , s im esperanza

d e r e m e d i o h u m an o . " E s t o s e e s c r i b í a a p r i n c i

p ios del s ig lo xv i l , en 1614 , en la edad de oro

d e E s p añ a , e n e l ap oge o d e n u e s t r a gr an d e z a y

poder . B ien es verdad que , s i en tonces aún no se

hab ía inventado la doctr ina de l progreso , y por

lo común se cre ía en la ve jez de l mundo , ya Se -

t an t i c o l u m b r ab a d i c h a d oc t r i n a e n e s t o s p e n s a

m i e n t os : " E s b u r l a p e n s ar y d e c i r q u e e l m u n d o

es tá ya de l todo perd ido , porque s i b i en cons i

d e r am os l a s c os as p as ad as , h a l l ar e m os q u e u n as

h an e m p e or ad o y o t r as r e c i b i d o m e j or í a ; d e q u e

p od r e m os s ac ar l a s c on d i c i on e s d e l t i e m p o y

compensar los males con los b ienes , para no que

j ar n o s t an t o d e é l c om o s o l e m os . " " L a m ay or

par te de lo s ho m br es ju zg an Ha m uda nza de los

t i empos só lo por lo que han v i s to en e l d i scurso

de su v ida , y con es to l e s parece que va de mal

e n p e or ; p e r o s i t od os p u d i é s e m os t e n e r p r e s e n -

19



J U A N V A L E R A

t e l a m e m or i a d e l a s c os as s u c e d i d as , d e s d e e l

pr inc ip io de l mundo ¡has ta agora , s in fa l ta que

t op ar í am os c on t i e m p os t an p e r d i d os , q u e é s t e ,

s i n c om p ar ac i ón , n os p ar e c e r í a e l s i g l o d e or o . "

También inser ta e l Sr . Castro en su co lecc ión

algunas Obras de Grac ián , su t i l , arch icu l to , con

c e p t u os o y a f e c t ad í s i m o p r os i s t a . S i n d u d a q u e

e s t e e s c r i t o r o r i g i n a l m u e s t r a a v e c e s c i e r t a s s ú

b i tas i lum ina c ion es de f i losof ía , pero e l con junto

d e s u s agu d e z as y d e s c r i p c i on e s n o t i e n e n m u c h o

de filosófico. N o es es to dec ir que n o s e a G racián

u n a u t o r d e s i n g u l a r í s i m o m é r i t o , a d m i r a d o e n

u t i e m p o , i m i t a d o y t r a d u c i d o e n F r a n c i a , A l e

m a n i a y o t r a s n a c i o n e s .

E n r e s o l u c i ón , y s i n s e gu i r e x am i n an d o y p e

s an d o u n o p or u n o

1

lo s m ér it o s d e lo s fi lósofos y

d e l a s ob r as e s c og i d as p or e l S r . Cas t r o , m e p a

re ce que n o d ej an b i en par ad a la filosofía es pa

ño la , n i nos hacen conceb ir de e l la muy aventa

j ad o c on c e p t o .

E l S r . Cas t r o t i e n e d i s c u l p as b as t an t e s , y yo

n o l e c e n s u r o . M e l i m i t o a c on s i gn ar u n h e c h o .

E n t r e l a s d i s c u l p as p u e d e n d ar s e l a s s i

gu i e n t e s :

1 .

a

Que a no tra du c ir de l la t ín , en tre la s

ob r as e s c r i t a s e n c as t e l l an o , o t r ad u c i d as ya a

e s t e i d i om a , n o s e c u e n t an l a s m e j or e s d e n u e s

tros filósofos; y

2 .

a

Q u e t a l v e z s e an n u e s t r os m í s t i c o s n u e s

tros más e levados y or ig inales f i lósofos; pero,

c o m o y a l o s m á s n o t a b l e s m í s t i c o s h a n s i d o p u -

2 0



E N S A Y O S

bl icados en o tros tomos de la B ib l io teca , e l se

ñor Castro no ha quer ido inc lu ir o tros menos

fa m os os en su colec ción d e o br a s fi losóficas.

P u d i e r a , s i n e m b ar go , r e p l i c ar s e q u e h ay l i

br os de m á s a lt a filosofía e n castellano^ qu e lo s

pub l i cados en e l vo lumen . S i rvan de e jemplo e l

Cuzari d e J e u d a L e v i t a , t r ad u c i d o p or e l H a

chan Rab í Jacob Aber idaña , y los Diálogos de

amor de León Hebreo , que tradujo e l inca Garc i -

l a so . Mas es to no prueba nada en contra d ie l

S r .

Cas t r o : s ó l o p r u e b a l a c on v e n i e n c i a d e q u e

n o s e a ú n i c o e l t om o d e Obras escogidas de filó

sofos, y de que , y a que se h a em peza do la co lec

c ión , s i b i en con poco orden y método , se aumen

te a lgo con l ibros que lo merezcan .

T a m p o c o h a l l o m u y d i f í c i l , n i j u z g o m u y d i s

pend ioso para e l ed i tor Rivadeneyra , e l hacer

traducir a lgo de lo mucho bueno que sobre f i lo

sof ía hay escr i to en la t ín por autores españoles

o p or t u gu e s e s . E l e g i d o e s t o c on c r i t e r i o , p u d i e

r an p u b l i c ar s e o t r os d os v o l ú m e n e s , q u e d i e r an

idea más a l ta de la f i losof ía española que e l vo

lumen ya pub l i cado .

I I I

Ré s t am e h ab l ar ah or a d e l Discurso 'prelimi

nar, l l eno de cur iosas not i c ias y de a t inadas y

j u i c i o s as ob s e r v ac i on e s s ob r e l o s h om b r e s m á s

notables que haai cu l t ivado en España la f i lo-

2 1



J U A N V A L E R A

sof ía . Claro es tá que e l Sr . Castro no ha pen

sado escr ib ir una h is tor ia de la f i losof ía en Es

paña . Por tan to , no se l e puede acusar , n i por

la fa l ta de método , mi por la omis ión de no

p oc os e n t r e e s os h om b r e s m ás n o t ab l e s , n i p or

l a m u c h a e x t e n s i ón y e n c om i os c on q u e t r a t a

a lg un os qu e n o lo son , a l m e n o s com o filósofos.

I m p or t a , n o ob s t an t e , h ac e r c i e r t a s ob s e r v ac i o

nes sobre es to , no para acusar n i censurar , s ino

para comple tar y rec t i f i car has ta donde sea po

s ib le en un breve ar t í cu lo de per iód ico , e scr i to

a v u e l ap l u m a , s i n r e p os o y s i n t i e m p o p ar a c on

su l tar au tores .

De la f i losof ía musl ímica y rabín ica habla

poco el Sr. C astro , y en v er da d qu e fu é fi loso

f í a t an e s p añ o l a o m ás e s p añ o l a q u e l a d e S é

n e c a . A v e r r o e s , M a i m ó n i d e s , A v i c e b r ó n , J e h u d a -

ben-Lev í de Toledo y o tros muchos nac ieron en

E spa ña , com o Sé neca , y sus do ctr ina s filosófi

cas t i enen más de or ig ina l y cas t i zo que la de l

est o ic o ge nt i l y gre cor ro m an o. C om o filosofía ,

h an t e n i d o t am b i é n l a s ob r as d e l o s j u d í os y

m a h o m e t a n o s c i t a d o s m a y o r i n f l u j o e n e l m u n

d o q u e l a s d e c l am ac i on e s m or a l e s d e l m ae s t r o

d e N e r ó n .

La cultura f i losóf ica, c ientíf ica y poética de los

j u d í o s e n l a E d a d M e d i a , e n E s p a ñ a , t u v o s o

br e tod o un florecimiento ta n ex tra or di na rio y

de ta l va lor , que merec ía que nosotros nos em

p leáse m os en dar le a cono cer ia nu es tr os com pa

t r i o t a s . E n F r an c i a y e n A l e m an i a s e p u b l i c an ,

2 2



E N S A Y O S

s e c om e n t an , s e t r ad u c e n y ¡se e n c o m i an l a s ob r as

de los jud íos españoles .

En España poco se hab la de e l las . Se d ir ía

q u e c u an d o l o s e x p u l s am os l o s q u i s i m os e x p u l

s ar p ar a s i e m p r e , y b or r ar h as t a s u m e m or i a

d e e n t r e n os o t r os .

P a ra d ar a conocer en re su m en la filosofía

j u d a i c a e s p añ o l a e n l a E d ad M e d i a n o s e n e c e

s i ta , con todo , acud ir a las pr imi t ivas fuentes .

L os t r ab aj os d e M u n k , F r an k , S ac h s , G e i ge r y

Oasse l pueden bas tarnos .

No me incumbe en es te ar t í cu lo , y as í como

p or i n c i d e n c i a , e x t e n d e r m e s ob r e e s t o ; p e r o n o

puedo res i s t i r a l deseo de hacer l i geras ind ica

c iones , que despertarán la cur ios idad y e l in te

rés del que no sepa, y recordarán a nuestros eru

d i t o s c os as q u e ya t i e n e n o l v i d ad as d e p u r o s a

b i d a s . P or l o d e m ás , e n t i é n d as e q u e yo n o p r e

sumió de escr ib ir para los sab ios , s ino para los

ignorantes , y a f in de poner a lgunas cosas a l

a lcance de l vu lgo .

S a l om ón b e n J e u h d ah G ab i r o l , n ac i d o e n M á

laga en 1035 (1) , es qu izá e l más profundo y or i

ginal de los f i lósofos judíos. Hay en su Fuente

de la vida m u c h o d e P l a t ón y Ar i s t ó t e l e s c om

b i n ad o y ar m on i z ad o c om o e n P l o t i n o y e n o t r os

(1)

Die religiöse poesie der Juden in Spanien,

v o n

d o c t o r M i c h a e l S a c h s : B e r l i n , 1 8 4 5 . —

G e s c h i c h t l i c h e E n -

twikelwng,

p á g . 2 1 3 .

Etudes orientales,

p a r A d o l p h e

F r a m c k : P a r i s , 1 8 6 1 , p á g . 3 6 8 .

2 3



J U A N V A L E R A

ecléct icos de Alejandría; ipero s io ibre estos e le

m e n t os r e s a l t a e l p e n s am i e n t o p r op i o d e l au t o r

d e u n a m an e r a or i g i n a l í s i m a y p oé t i c a . . Cu a l

qu iera ver ía en su obra la de un d igno precur

so r d e H eg el , s i n o hu bie se a lg o en e l filósofo

m a l a g u e ñ o q u e v a m á s a l l á d e H e g e l , q u e p r o

fe t iz a u n a filosofía del po rv enir , a sa b er : la te n

ta t iva . , e l conato de reun ir y concordar pr inc i

p ios hege l ianos don la idea de un Dios personal

y todopoderoso

1

, c u ya v o l u n t ad e s l a c au s a e f e c

t i va de los seres . Para Ben Gab iro l , l a lóg ica

y l a m e t a f í s i c a s on l o m i s m o . S i l a c i e n c i a p r i

mera , s i l a metaf í s i ca no conf i rma lo que su

p on e l a l óg i c a , é s t a e s u n a c i e n c i a v ac í a , u n

c on j u n t o d e q u i m e r as v an as y s i n r e a l i d ad . L a

r e a l i d ad y l a v e r d ad s on t é r m i n os i d é n t i c os . E l

gé n e r o , p u e s , e s l a m at e r i a ; l a d i f e r e n c i a e s l a

f o r m a . L o s s e r e s s e d i s t i n g u e n , s e d i f e r e n c i a n

por la forma. En e l género se confunden y se

reducen a la unidad de la substancia única (1)*

E s t a s u b s t an c i a , e s t e s e r , e s t a m at e r i a p r i m a e

i n d e t e r m i n ad a e s e l or i ge n d e t od as l a s c os as e s

p ir i tua les y corpóreas . Las formas son las que

i n t e r v i e n e n p ar a p r od u c i r l u e go l a d i v e r s i d ad y

l a s d i f e r e n c i a s . L a m a t e r i a p r i m a e s , s i n f o r m a ,

u n a m e r a p os i b i l i d ad : e l s e r e n p o t e n c i a . P e r o

l a s f or m as m i s m as s e i d e n t i f i c an e n u n a s o l a

(1)

De la philosophie seolastique,

p a r B . H a u r é a u :

P a r í s , 1 8 5 0 , p á g . 3 7 2 y s i g u i e n t e s .

2 4



E N S A Y O S

forma, en una so la idea , que es tá en la in te l i

ge n c i a : e n D i os .

E s t a i n t e l i ge n c i a , e s t a id e a , e s t a f or m a p u r a .

y ún ica se d i funde por todo e l ser en poten

c ia , y l e abarca y comprende y penetra . Es como

u n a l u z c u yo f u l gor d i s m i n u ye a m e d i d a q u e s e

aleja de su centro- . Esta luz saca e l un iverso de

la mater ia pr ima, de l caos , de la pos ib i l idad de l

ser , de un ser que se equipara con la .nada. La

esenc ia de es ta luz es una e invar iab le ; pero pro

duce la d ivers idad de las cosas , br i l lando más in

t e n s a m e n t e e n unías que en o tra s . L a in te l ige nc ia ,

por tanto , la idea , esa luz mareada, es e l so lo

p r i n c i p i o d e l o s s e r e s ; l a e x i s t e n c i a d e u n a c os a

e s s u f or m a; l a v e r d ad e r a r e a l i d ad e s l a i d e a .

E l m u n d o s e n s i b l e e s u n a i m age n d e l i n t e l i g i

ble . Lo que sucede en e l un iverso sucede con

m á s p u r e z a e n e l a l m a h u m a n a , y e s , p e r m a n e

ce y no sucede en la mente d iv ina . La creac ión

e s ,

por cons igu ien te , como un l ibro l l eno de s ig

nos y l e tras y c i f ras , que representan e l pensa

m i e n t o d e D i o s : l a id e a . " C u a nd o l a v i s t a — d i c e

nues tro f i lósofo— perc ibe los caracteres y s ig

nos de es te l ibro , e l a lma recuerda su sen t ido

verdadero ." (1 ) .

E s t e s e n t i d o e s u n a c os m ol og í a y u n í s t e od i -

( 1 ) F r a n c k ,

Etudes,

p á g i n a s 3 7 3 y 3 7 4 . E s d e n o t a r

c ó m o t o d a e s t a d o c t r i n a s e a s e m e j a a l a e x p u e s t a p o r

o t r o p r e c u r s o r d e H e g e l , e l f a m o s o z a p a t e r o m í s t i c o J a -

c o b o B o e h m e n , e n s u l i b r o t i t u l a d o

De signatv/ra rerum,

2 5



J U A N V A L E R A

c e a e l e v ad í s i m as , d e d on d e h an t om ad o m u c h o ,

s in duda , a lgunos f i lósofos esco lás t i cos y has ta

gr an d e s p oe t as d e l a E d ad M e d i a .

. P or c im a del m und o de los cuer pos es tá la p o

t e n c i a ac t i v a y c i e ga q u e s e l l am a n a t u r a l e z a ;

por c im a de la natu ra leza es tá e l e sp ír i tu , fuer

za genera l que la an ima, compenetrándola , y

c om p r e n d i e n d o n a t u r a l e z a y e s p í r i t u e s t á l a i n

t e l i ge n c i a ( 1 ) .

dast ist, Bezeichn ung aller Bingen , wie das Innere von

Ensere bezeichnet wird. I m p r e s o e n 1 6 3 5 , s i n l u g a r .d e

i m p r e s i ó n .

(1 ) E l s i s t e m a « s i n o l ó g i c o e x p l i c a d o p o r D a n t e (Pa

raíso, c a n t o I I ) , t íen e m u c h o d e l a d o c t r i n a d e B e n

G a b i r o l :

I I c i e l , c u i t an t i lumi f anno be l l o ,

D a l l a m e n t e p r o f o n d a , c h e l u i v o l v e ,

P r e n d e l ' i m a g e e f a s s e n e s u g e l l o .

E c o m e l ' a l m a d e n t r o a n o s t r a p o l v e

P e r d i f f e r e n t i m e m b r a e c o n f o r m a t e

A d i v e r s e p o t e n z i e s i r i s o l v e ,

C o s i l a i n t e l l i g e n z i a s u a b o n t a t e ,

M u l t i p l i c a t a p e r l e s t e l l e , s p i e g a ,

G i r a n d o s e s o v r a s u a u n i t a t e .

V i r t ù d i v e r s a f á d i v e r s a l e g a

C o l p r e z i o s o c o r p o c h e e l l a a v v i v a .

N e l q u a i , s i c o m e v i t a i n v o i , s i l e g a .

P e r l a n a t u r a l i e t a , o n d e d e r i v a ,

L a v i r t ù m is ta- pe r lo corp-> lu ce

C o m e l e t i z i a p e r p u p i l l a v i v a .

S e r i a c u r i o s o el c o m p a r a r t a m b i é n l a d o c t r i n a d e B e n

G a b i r o l c o n l a d e A l e j o d e V e n e g a s

(Diferencias de li

bros,

e t c . : T o l e d o , 1 5 4 0 ) , d o n d e h a y , s i n d u d a , m u c h o p a -

26



E N S A Y O S

Todavía , empero , no es la in te l igenc ia , en e l

s i s t e m a d e B e n G ab i r o l , l a p r i m e r a c au s a : l a

p r i m e r a c au s a , p ar a é l , c om o p a r a e l m od e r n o

filósofo Se hope nhau er , e s la vo lunta d . S ehop en

hauer , con todo, funda en esa . voluntad u n s i s t e

m a p e s i m i s t a y a t e o , y B e n G ab i r o l u n s i s t e m a

op t i m i s t a y t e í s t a . L a c om p ar ac i ón e n t r e am b os

s i s t e m as e x i g i r í a , au n t r a t an d o e l a s u n t o l i ge r í -

s i m a m e n t e , m á s e s p a c i o d e l q u e t e n e m o s . H a y ,

además , qu ien supone que nos fa l tan datos para

juzgar toda la doctr ina de Ben Gab iro l . E l com

p lemento de e l la parece que deb ía es tar en o tro

l ibro su yo , que se ha perd ido , y que de s ig na G ui

l l e r m o d e Au v e r gn e c on e l t í t u l o De verbo Dei

agente omnia. L o qu e s í podr ía com ple tar y ac la

r ar s u s d oc t r i n as s on s u s m u c h as c om p os i c i on e s

poét icas , f i losóf icas o re l ig iosas las más , las cua

l e s s e c on s e r v an e s p ar c i d as e n l o s l i b r os l i t ú r g i

cos de los jud íos de todos los pa í ses , desde Po lo

n i a h as t a T r í p o l i ( 1 ) .

L a m ejor , la m ás .bella de es ta s com pos ic ion es ,

s e l l am a

Keter M alchut

(Co rona re al ) , "donde e l

esp ír i tu pensador del poeta , d ice Sachs , y su án i

mo p iadoso han empleado toda la luz y todo e l

r e c a d o . E l u n i v e r s o e s u n l i b r o , c o p i a d e l l i b r o o r i g i n a l o

a r q u e t i p o , q u e e s e l c o n o c i m i e n t o da l a d i v i n a e s e n c i a ,

q u e e n g e n d r a a l V e r b o e t e r n o , en el cual y por el cual

<nia Dios todas las cosas.

L a m a t e r i a t a m b i é n e s u n a ,

i n d e t e r m i n a d a , p a r a V e n e g a s ; l a f o r m a l a d e t e r m i n a y

l a d i f e r e n c i a .

( 1) S a c h s , p á g . 2 2 2 .

2 7



J U A N V A L E R A

fuego que encerraban; donde e l f i lósofo luce , en

r ica man i fes tac ión , todo e l e s fuerzo menta l de su

v ida , y donde la sab idur ía de su s ig lo y e l e ter

n o p e n s a m i e n t o f u n d a m e n t a l d e l j u d a i s m o s e

juntan y un i f i can , formando un todo que e l poeta

mismo reconoce como la f lor y la corona de sus

can tares ." "A l lí t e j e , como- en g lor ios a gu irn al

d a p ar a s u D i os , c u an t o s u p r op i o p e n s am i e n t o

l e s u ge r í a , c u an t o l a e x p e r i e n c i a l e e n s e ñ ab a ,

c u an t o l a s ab i d u r í a d e s u t i e m p o l e i n f u n d í a

y c u an t o l o s s agr ad os l i b r os l e r e v e l ab an . "

S e r í a u n a p r o f a n a c i ó n e x t r a c t a r a q u í r á p i d a

m e n t e , o t r ad u c i r e n m a l a p r os a , p ar t e o tod o d e

e s t e h i m n o i n m o r t a l , d e e s t e e x t e n s o p o e m a m e -

t a f í s i c o . T r ad u c i d o e n v e r s o a l e m án , p or S ac h s ,

c on t i e n e oc h oc i e n t os c u ar e n t a y s e i s v e r s os .

Según Ben Gab iro l , D ios ha dado a l hombre los

o j os p ar a q u e v e a l a s m ar av i l l a s d e l u n i v e r s o ,

r e v e l ac i ón d e D i os e n l a n a t u r a l e z a ; l o s o í d os

para que o iga los hechos de l E terno , su reve la

c ión en la h i s tor ia , y e l hab la para que enc ierre

y ordene en las pa labras lo que ha v i s to y o ído .

H ay , no obs ta nte , pa ra nu es t ro filósofo m ala gu e

ño una reve lac ión in ter ior , que es an tes y es tá

por c ima de las o tras reve lac iones . "Lo que con

v i e n e e s t u d i ar an t e s q u e n ad a — . d i c e , p r e s ag i an

d o a De s c ar t e s — e s l a e s e n c i a d e l a l m a , s u s f a

cu l tades y acc identes ; porque e l a lma perc ibe las

cosas por sus facu l tades , que todo lo penetran ."

Y no se orea que es to s ign i f i ca só lo que la ps i c o lo

g í a e s p ar a B e n G ab i r o l

unía

proped éut i ca de la

28



E N S A Y O S

cienc ia exper imenta l , que en tra por los o ídos y

los o jos y que se formula en e l hab la . Por c ima

d e e s t o h ay u n a c i e n c i a p r i m e r a , u n a i n t u i c i ón

soberana de l en tend imiento , "que es e l lazo que

a D i os n os u n e . " " Q u i e r e s — d i c e — d e s c u b r i r l o s

pr inc ip ios abso lu tos , ser uno con e l los y domi

n ar l o s m e n t a l m e n t e : p u e s e l e v a t u p e n s ar a l ú l

t i m o objeto- d e todo pe n sa r ; l im piarte y pu ri f íc a

te de la impureza de lo sens ib le ; l ibér tate de la

p r i s i ón d e l a n a t u r a l e z a , y c on t od a l a e n e r g í a

d e t u m e n t e p e n e t r a e n l a v e r d ad d e l a s u b s t an

c i a d e l e s p í r i t u y c om p r é n d e l a e n c e r r an d o , e n

v o l v i e n d o y e s c on d i e n d o t od o e l u n i v e r s o e x t e

r i or e n u n r i n c ón d e t u a l m a . E n t on c e s c on oc e r ás

la pequenez de lo empír ico y lo sens ib le con re la

c ión a la gra nd eza y e l evac ión de la idea , y v er ás

l a s e x i s t e n c i a s e s p i r i t u a l e s c om o s i l a s t u v i e s e s

d e l a n t e d e t u s o j o s y ab ar c ad as e n t u m an o , y t e

r e c on oc e r ás c om o s e r s e m e j a n t e a e l l a s , y t od o l o

c or p ór e o n ad ar á e n l a i n m e n s i d ad d e l e s p í r i t u , ,

como la nave en e l mar y e l pájaro en e l a i re ."

E n s u m a : B e n G a b i r o l e s p a r a c u a n t o s h a n

l e í d o a l g u n a d e s u s o b r a s n n o d e l o s m á s g r a n

des f i lósofos y poetas que ha hab ido en e l mun

d o .

N o s e e x t r a ñ e q u e m e h a y a d e t e n i d o e n h a

b lar de é l más de lo que era prop io de es te ar

t í cu lo ,

s i endo , además , andaluz , y , por tan to , mi

pa i sano (1 ) .

( 1) S e g ú n e l d e s c u b r i m i e n t o d e o t r o j u d í o a l e m á n ,

J . M o s e r , B e n G a b i r o l n a c i ó e n Z a r a g o z a y e s t á e n t e -

2 9



J U A N V A L E R A

L os d e m ás p oe t as j u d í o - e s p añ o l e s , c u yas ob r as

pub l i ca y t raduce Sachs en su l ibro , y cuyas v i

das ref iere , cuentan todos o cas i todos como f i ló

s o f o s ;

t a l e s s on : J os e f - b e n - Ab i t u r , d e Cór d ob a;

I saac-ben-G iat , de L uc en a; Bechaii -ben-Jose f-

b e n - B a c e d a h . A b r a h a m y M o i s é s - b e n - E s r á , t o l e

dano e l uno y gr an ad in o e l o tro , y e l m ís t i co Mod-

sés -ben-Nachman , méd ico y f i lósofo , natura l de

Gerona .

Sobre todos éstos descuel lan otros dos rabi

n o s , q u e y a h e m o s c i t a d o . E s e l u n o M a i m ó n i -

des , o s e a M oi s é s - b e n -M ai m u n , n ac i d o e n Cór d o

ba en 1135 . Franck ha escr i to su Vida y doctri

na; M unck , aux i l iado por e l bar ón R othsch i ld ,

ha pub l i cado e l or ig ina l y la t raducc ión francesa

d e s u

Guía de los extraviados,

o m á s b i e n

de los

perplejos. R e m i t i m os a l l e c t or a l o s t r ab aj os d e

e s t o s or i e n t a l i s t a s .

En cuanto a l o tro , que es Jehuda Lev i ta , ya

h e m os d i c h o q u e h ay e n c as t e l l an o u n a t r ad u c

c i ón d e s u ob r a c ap i t a l , a c om p añ ad a d e c om e n

t ar i o ( 1 ) . T am b i é n e n a l e m án h a t r ad u c i d o y c o -

r r a d o e n O c a ñ a ; m a s y o n o q u i s i e r a c r e e r l o , p o r n o

p r i v a r a M á l a g a d e e s t a g l o r i a .

( 1 ) Cuzari, l i b r o d e g r a n c i e n c i a y m u c h a d o c t r i

n a , e t c . F u é c o m p u e s t o e s t e l i b r o e n l a l e n g u a a r á b i g a

p o r e l d o c t í s i m o R . J e u d a L e v i t a , y t r a d u c i d o e n l a l e n

g u a s a n t a p o r e l f a m o s o t r a d u c t o r R . J e u d a A b e n T i b o n ,

y a g o r a n u e v a m e n t e t r a d u c i d o d e l h e b r a i c o e n e s p a ñ o l ,

y c o m e n t a d o p a r e l H a c h a n R . J a a e o b A b e n d a ñ a . C o n

e s t i l o f á c i l y g r a v e . A m s t e r d a m , a ñ o 5 4 2 3 ( 1 6 6 3 ) .

3 0



E N S A Y O S

m e n t a d o l a m i s m a o b r a , a n t e p o n i e n d o u n a e x

tensa in troducc ión y pub l i cando e l t ex to hebra i

co de Aben T ibon e l Dr . Dav id Gasse l (1 ) .

E l Cuzari es una de fens a y ex po s ic ió n de la

re l ig ión juda ica; pero cont i ene prec iosos docu

m e n t os s ob r e h i s t or i a , e x é ge s i s b í b l i c a y c r e e n

c i a s y op i n i on e s d e l m i s m o e n q u e s e c om p u s o ,

y a s i m i s m o n o c or t a c an t i d ad d e e l e v ad os p e n

samientos f i losóf icos (2) .

J e u d a- b e n - L e v í e r a , ad e m ás , u n e m i n e n t e p oe

ta , y , a pesar de la doble traducción , aquel la ca

l idad se descubre en e l es t i lo de su prosa .

Como poeta re l ig ioso no t i ene Jehuda qu ien

compi ta con é l en tre sus corre l ig ionar ios s ino

Ben Gab iro l . Sus versos son encomiados por

E n i an u e l Ab oab e n l a

Nomología,

d ic i endo que

"todos son en alabanza del Señor bendi to , y que

no puede desearse mayor melod ía , n i du lzura , n i

propiedad en e l dec ir de la que é l usa ." V ia es te

d i v i n o p o e t a — a ñ a d e — c o l i g a n d o e l m u n d o s u

premo angél ico con e l ce leste y con e l e lemental

infer ior , y ob l igando a todos a loar y g lor i f icar

a s u O m n i p ot e n t e Cr i ad or c on ar t i f i c i o m ar av i

l loso." E n s u m a : s o n t o d o s s u s v e r s o s d e a l t a

(1 ) Das Buch Kusari des Jehuda ha-Levi nach dem

hebräischen Texte des Jehuda Ibn Tibbon, herausgege

ben, übersetz und mit einem Com mentar, so -wie: mit

einer allgemeinen Einleitung versehen vo n Dr. David

Cassel.

L e i p z i g , 1 8 5 3 .

(2 ) V é a s e l o s

Estudios sobre los judíos de Españ a,

die A m a d o r d e l o s R í o s , p á g i n a s 2 5 4 y 6 1 8 y s i g u i e n t e s .

3 1



J U A N V A L E R A

d oc t r i n a , d e s u av í s i m os c on c e p t os y d e r ar í s i m a

e x c e l e n c i a ( 1 ) .

Y n o l o s e l og i a s ó l o Ab oab : t od os l o s j u d í os

l o s t i e n e n y t u v i e r on e n gr an d e e s t i m ac i ón e n t o

d o s l o s t i e m p o s . R a b í S a l o m ó n A l -C a r i s i c o n s a

gr a u n a p oe s í a b e l l í s i m a , q u e s e c on s e r v a , e n

a l ab an z a d e n u e s t r o p oe t a , y e n n u e s t r os d í a s

E n r i q u e H e i n e l e h a t om ad o p ar a a s u n t o d e u n o

d e s u s m e j o r e s p o e m a s , d e m á s d e m i l v e r s o s .

E n e s t e p o e m a d i c e : " Y J e h u d a - b e n - H a l e v i n o

f u é s ó l o u n s ab i o e n l a s e s c r i t u r as , s i n o t am b i é n

e l m ae s t r o d e l a p oe s í a , s i n o t am b i é n u n gr an

poeta . S í ; fué un igran poeta , es tre l la , faro , luz

y ¡g loria d e su t i e m po y d e su pu eb lo; m ar av i l losa

y gran co lumna de fuego que a la do l i en te cara

vana de I srae l preced ía y gu iaba en e l des i er to

de l des t i erro . Puro , verdadero , immacu lado fué

su canto como su a lma. Cuando e l Creador la

f or m ó , c on t e n t o d e s í m i s m o , b e s ó e l a l m a h e r

mosa , y e l b lando eco de l beso pa lp i ta en cada

canto de l poeta , consagrado por es ta grac ia .

Como en la v ida , e s en la poes ía la grac ia e l

m ás a l t o b i e n . Q u i e n l a t i e n e n o p u e d e p e c ar n i

e n v e r s o n i e n p r os a . A p oe t as c om o é s t e , p or l a

gr ac i a d e D i os , l o s l l am am os ge n i o s . E s e l r e y

irresponsab le de l re ino de l pensamiento . Só lo a

D i os d e b e d ar c u e n t a ; a l p u e b l o , n u n c a . E n e l

ar t e , c om o e n l a v i d a , e l p u e b l o p u e d e m at ar n os ,

( 1) A m b o s e s c r i t o r e s , S a c h s y A m a d o r d e l o s R í o s ,

c i t a n e s t e m i s m o p a s a j e d e l a

Nomología.

3 2



E N S A Y O S

p e r o n u n c a j u z g a m o s . " E n o t r a p a r t e d e l p o e

m a d i c e H e i n e q u e s i é l t u v i e r a e l Nar t e c i o o

c a j i t a q u e h a l l ó A l e j an d r o e n t r e l o s d e s p o j os d e

Dar í o y d on d e e n c e r r ó l a Ilíada, no pon dr ía a l l í

la Ilíada n i la s r i cas per las que hab ía an tes , s in o

las per las "que brotaron de aque l la hermosa

a l m a h u m an a , m ás p r o f u n d a q u e l o s ab i s m os d e

l a m ar ; l a s p e r l a s q u e J e h u d a- b e n - H a l e v i l l or ó

por la des trucc ión de Jerusa lén ; per las de l lan to

que , engarzadas en e l áureo h i lo de la r ima, en

la fragua sonora de la poes ía , resp landecen en

u n h i m n o . E s t e h i m n o é s l a f a m o s í s i m a l a m e n

tac ión , que fué y será cantada en todas las t i en -

das de I srae l , e sparc idas por e l mundo , e l no

v e n o d í a d e l m e s l l am ad o Ab , an i v e r s ar i o d e l a

d e s t r u c c i ón d e J e r u s a l é n p or T i t o Ve s p a -

s i a n o " ( 1 ) .

L as p oe s í a s t an c e l e b r ad as d e J e h u d a L e v i t a

e s t á n t r a d u c i d a s t o d a s e n a l e m á n p o r A b r a h a m

G e i ge r ( 2 ) .

¡

L ás t i m a e s q u e n o h ay a o t r o j u d í o o

j u d a i z an t e q u e l a s t r ad u z c a a l c a s t e l l an o

Perdone e l l ec tor la d igres ión , o mejor d icho ,

ep isodio un poco largo acerca de los judíos , que

he inj eri do en m i ar tícu lo sobre los f ilósofos.

F i l ó s o f os y e s p añ o l e s e r an e s t o s j u d í os q u e h e

c i t ad o , a s í c om o o t r os m u c h os d é q u e h ab l an e n

<1) H. Heines samm tliche Werke. T o m o X V I I I .

(2 )

Divan des Castiliers Abu 'l-Hassan Judo, ha-Levi

von Abraham Geiger, Nebts Biographie und Am merteum,-

gen: B r e s l a u , 1 8 5 1 .

E

' T S A Y O S .

— T .

I I I . 3

3 3



J U A N V A L E R A

sus obras e l l erud i to D . José Amador de los Ríos ,

Kayser l ing (1 ) , Bédarr ide (2 ) y o tros .

T a l v e z c on v e n d r í a d ar a c on oc e r ap ar t e e s t a

gr an r i q u e z a e s p e c i a l , q u e e n gr an m an e r a n os

p e r t e n e c e , y p u b l i c ar e n l a B i b l i o t e c a d e R i v a -

d e n e y r a u n t o m o e x c l u s i v a m e n t e d e e s c r i t o r e s

j u d í os e s p añ o l e s .

P or n o d i l a t ar m u c h o e l ar t í c u l o , d e j o d e h a

b la r d e lo s filósofos ar áb igo his pa no s .

I V

Ya he d icho que e l l ibro de D. Luis Vidart (3)

y e l Discurso preliminar de l Sr . D . A do l fo de

Castro pueden serv ir de base para escr ib ir la

h i s t or i a d e l a F i l o s o f í a e s p añ o l a ; p e r o n i n gu n o

de es tos dos t rabajos t i ene n i puede tener la pre

t e n s i ón d e s e r e s a h i s t or i a . P ar a e l l o s e n e c e

s i t ar í a h ac e r u n e s t u d i o d e l a s ob r as d e n u e s

tros f i lósofos , y no hab lar , como hacemos nos

o t r o s ,

p or o í d as o p or e x t r ac t os y n o t i c i a s t o

m ad as d e o t r os au t or e s , o p or h ab e r h o j e ad o , a

l o m ás , a l gu n as d e d i c h as ob r as .

(1 )

Kayserling. Spardin. Romanische Poesien der Ju

den in Spanien, e t c . L e i p z i g , 1 8 5 9 . — D ie Juden in Na

varra, den Baskenlaen der und auf den Balearen: B e r

l i n ,

1 8 6 1 .

<2) Les Juifs en France, en Italie et en Espagn e:

P a r i s , 1 8 6 7 .

( 3 ) L a

Filosofía española.

I n d i c a c i o n e s b i b l i o g r á f i c a s

p o r d o n L u i s V i d a r t , e t c . : M a d r i d , 1 8 6 6 .

3 4



E N S A Y O S

3 5

Hasta la cues t ión de s i ha hab ido o no a lgo

que en cie rto se n ti d o .pueda l la m ar se fi losofía

e s p añ o l a q u e d a s i n r e s o l v e r d e f i n i t i v am e n t e .

Ap u n t ad as q u e d an l a s r az on e s p or d on d e e n

t iendo yo que no ha habido ta l f i losof ía espa

ño la , en e l sen t ido que se d ice haber hab ido una

filosofía g ri eg a, un a f ilosofía a le m an a y h a st a

un a filosofía f ran cesa . E n ot ro sen t ido , que ta m

bi én ex pl i qu é ya , n o n eg ué que hub iese filosofía

e s p añ o l a . M i am i go e l s e ñ or L av e r d e

(Ensayos

críticos),

t o m a n d o u n t é r m i n o m e d i o e n t r e a m

bo s se nt id os , n o du da d e que h a y filosofía es

pañola con carácter prop io , con una c i er ta ra

zón genera l de un idad que se c i erne sobre todas

l a s e s c u e l a s . " N o s e n e c e s i t a — d i c e — m u c h a

p e r s p i c ac i a p ar a d e s c u b r i r e l e s t r e c h o p ar e n t e s

c o q u e m e d i a e n t r e l a s e s c u e l a s ar áb i gas y h e

b r a i c as , p ar t i c u l ar m e n t e e n t r e e l averroísmo y

el maimonismo, e s o s d o s g r a n d e s m o v i m i e n t o s

rac ional i s tas para le los , d igámos lo as í , en la en

s e ñ a n z a m u s l í m i c a y r a b í n i c a d e E s p a ñ a ; n i e s

d i f íc i l notar su inf lujo en e l lulismo, conf luencia

de las doctr inas esco lás t i cas y de las or i en ta les ,

q u e t u v o n u m e r os o s p ar t i d ar i o s ( K i r c h er , Ce

p e d a , Nú ñ e z De l gad i l l o , R i e r a , M ar z a l , G u e v a

ra ,

Ciruelo , ¡Sánchez de Lizarazu , e tc . ) y cáte

d r as p r op i as e n v ar i a s u n i v e r s i d ad e s n ac i on a l e s

y e x t r an j e r as , y t am p oc o ap ar e c e v i o l e n t a l a

t r an s i c i ón d e é s t a a l suarismo, co n él cua l se

tocan a la vez en muchos puntos , b i en que en

otros l e sean opues tos , e l vivismo (O liva, G él ida,



J U A N V A L E R A

P e d r o d e Va l e n c i a , M ayan s , F or n e r , V i e yás , e t

c é t e r a ) , e l gómez-pereirismo (e l Br óce nse , G uz-

m á n ,

M ar t í n M ar t í n e z , F e i j oo , A l m e i d a , e t c . ) y

e l huartismo ( d oñ a O l iv a S ab u c o d e N an t e s , V e -

l áz q u e z , Ac e b e d o , P u j o l , B on e t , I gn ac i o Rod r í

guez , e tc . ) , e scue las que , con las ec léc t i cas in

t e r m e d i as y m e n os d e f i n i d as , c om p on e n l a i n

mensa r iqueza f i losóf i ca de España . Ahora b ien ,

e l v as t o c on j u n t o d e v e r d ad e s p or e l l a s d e s e n

v u e l t o y p r op agad o e s l o q u e n os o t r os l l am am os

Filosofía española."

Ingen ioso , erud i to y d i scre to es todo e l pá

r r a f o c i t ad o , c on s u s c om b i n ac i on e s h ab i l i d os as

y s u s a r t í s t i c o s a g r u p a m i e n t o s d e n o m b r e s b a j o

s e n d as b an d e r as ; p e r o n o p u e d o p ar t i c i p ar d e l

patr io t i smo f i losóf i co de mi amigo e l Sr . Laver-

de. P ar a a f i r m ar e l e n c ad e n am i e n t o d e u n as

d oc t r i n as e n o t r as e s m e n e s t e r an t e s d ar a l a s

doctr inas la importanc ia , eco , séqu i to , e s truendo

y favor , que muchas de e l las n i t i enen n i han

ten ido . La l iber tad y e l desenfado con que e l

S r . L a v e r d e l a s

ismifica

no se pue den acep tar .

B u e n o q u e h a y a

lulismo

y

averroísmo;

pe ro el

huartismo,

e l

gómez-pereirismo

y e l

vivismo

n o

p as an . N i H u ar t e , n i G óm e z P e r e i r a , n i s i q u i e r a

L u i s V i v e s t u v i e r o n e l v a l e r y l a f o r t u n a i n d i s

p e n s a b l e s p a r a a ñ a d i r u n ismo a s u s ape l l idos y

c on v e r t i r l o s e n s e c t a s o e s c u e l a s . P ar a l ogr ar

es to n o ba st a se r f i lósofo or ig in al n i filósofo

gr an d e : e s m e n e s t e r s e r gr an d í s i m o f i l ó s o f o , p o

s e ye n d o t a l or i g i n a l i d ad y n ov e d ad , q u e p on ga

3 6



E N S A Y O S

e n e l s i s t e m a a l go h as t a e n t on c e s e x c l u s i v o y

personal del f i lósofo , transfundiéndolo del a lma

s u ya a l a s d e s u s c on t e m p or án e os y a i a p os t e

r idad , y grabando e l se l lo indeleb le y c laro del

p r op i o p e n s am i e n t o e n ob r as y e n d oc t r i n as , p or

t a l ar t e , q u e e l m e j or m od o d e d i s t i n gu i r l a s y

d e t e r m i n ar l a s s e a c on e l n om b r e p r op i o d e l a

persona. Y es tan c ierto lo d icho, que e l uso

genera l , cas i in fa l ib le en mater ia de l enguaje ,

e s c a t i m a l o s

ismos

en fi losofía d e u n a m a n er a

p as m os a . Ap e n as s i e n e s t e s i g l o , e n q u e t an t o

s e fi losofa y s e h a filosofado, h a y m á s que h e

g e l i a n i s m o y k r a u s i s m o . H a s t a a l a d o c t r i n a d e

Kant nad ie o cas i nad ie la l lama kantismo, y e s

e v i d e n t e q u e n o s e d i c e cousinismo, n i fichtels-

mo, n i condillaquismo, n i comteísmo. N o s e p r o

h ibe por eso que se invente lo que se qu iera . Yo

he inventado , pongo por caso , e l püsmo, y o tr os

p od r án i n v e n t ar , s i gu s t an , e l balmesismo y el

donosismo, que t i en en m á s razón de se r que e l

huartismo.

La verdad es que , a f in de hacer va ler nues

t r a s c o s a s , i m p o r t a m u c h o n o e x a g e r a r s u m é r i t o

n i dar les cons i s tenc ia que no tengan en s í .

S i hay a lguna época en la cua l e l pensamiento

español se levantó .hasta la or ig inal idad en f i lo

s o f í a y t u v o p r i m ac í a o h e ge m on í a , ya q u e n o

p leno imper io sobre e l de a lgunas o tras nac iones ,

f u é d e s d e m e d i ad os d e l s i g l o x v i h as t a p r i n c i

p ios de l xv i l . Nues tros sab ios br i l laron en tonces

y e n s e ñ ar on e n P ar í s , e n T r e n t o y e n Rom a y

3 7



J U A N V A L E R A

e n l a s u n i v e r s i d ad e s d e B é l g i c a y H o l an d a . L os

sab ios , pues , de aque l la época son los que con

v i e n e e s t u d i ar p r o f u n d am e n t e , s i h e m os d e j u s

t i f icar nu es tr a pr ete ns ión de ha be r ten id o filoso

f í a p r o p i a . E s t e e s t u d i o d i s t a m o s m u c h o d e h a

b e r l e h e c h o . M ás b i e n p u e d e d e c i r s e q u e e m p i e

z an a h ac e r l e l o s e x t r a n j e r os . J o s é K l e u t ge n , p or

e j e m p l o , e n s u Filosofía antigua,, expuesta y de

fendida, to m a por gu ía , cas i a pa r de a Sa nto

Tomás , a l doctor ex imio Suárez , a qu ien c i ta y

cop ia a menudo , y a Melchor Cano l e a tr ibuye

u n a i n n ov ac i ón e n t e o l og í a , q u e t r as c i e n d e a l a

filosofía, y qu e es de la m e n ta r qu e la filosofía

e s c o l á s t i c a n o h a y a i m i t a d o . S u s Lugares teoló

gicos s o n u n a c r í t i c a d e n u e s t r o s m e d i os o f a

cu l tades de conocer .

Lo que haya o pued ia haber de más a l to , de

m ás prop io y de m á s be l lo en e l pe nsa m ien to filo

sóf ico español (no excluyendo

1

a l o s p or t u gu e s e s

q u e s e g u í a n e l m i s m o m o v i m i e n t o ) , d e b e c o n t e

n e r s e e n l o s ya c i t ad os Can o y S u ár e z ; e n Do

m i n go d e S o t o , q u e e s c r i b i ó s ob r e l a s c a t e gor í a s

de Ar i s tó te les y pred icab les de Porf i r io ; en Go-

v e a , q ue d e f e n d i ó a A r i s t ó t e l e s c on t r a R am u s ;

en e l ¡ cordobés Franc i sco Toledo , pasmo de

Roma, gran ¡ar i s to té l i co , a qu ien l lamaron

espí-

ritu monstruoso; e n P e d r o F o n s e c a , au t or d e

u n a D i a l é c t i c a y t r ad u c t or y c om e n t ad or d e l a

m e t a f í s i c a d e Ar i s t ó t e l e s , y e n F ox M or c i l l o y

Ben i to Pere ira , que , a juzgar por los t í tu los de

s u s ob r as , t r a t ar on d e r e s o l v e r l o s gr an d e s p r o -

3 8



E N S A Y O S

b l e m as q u e ag i t an , b a j o u n a f or m a u o t r a , l a s

m en te s d e lo s filósofos desd e h a s i g lo s ha sta

ah or a , y d e i n v e s t i gar e l or i ge n d e l u n i v e r s o y

la naturaleza de la f i losof ía , conoi l iando a Aris

t ó t e l e s c on P l a t ón . E l e s c é p t i c o p or t u gu é s F r an

c isco Sánchez , con su conciso y agudo l ibro De

muVtum nobüi et prima universali scientia, quod

nihil scitur, m e r e c e r í a t a m b i é n e s t u d i a r s e y c i

tarse .

Y a h e d i c h o , ad e m ás , q u e e n n u e s t r os m í s t i

cos , e n n u e s t r os l i b r os d e v o t os , h ay e s c on d i d o

un r ico tesoro de f i losof ía que algunos escr i to

r e s t r a t am os d e d e s e n t r añ ar ah or a .

E l S r . D . Ad o l f o d e Cas t r o , c on v e r t i d o d e s u s

an t i gu as i d e as d e l i b r e p e n s ad or a u n f e r v or os o

cato l i c i smo, l l ega a defender la Inqu i s i c ión en e l

Discurso preliminar. Y o oreo que t i e ne razó n en

u n p u n t o . E n l o s b u e n o s t i e m p o s d e l a m o n a r

q u í a e s p añ o l a e s v an o y d e c l am at or i o s u s t e n t ar

que d icho terr ib le t r ibunal e s taba compuesto de

i g n o r a n t e s ,

obscurantistas

y e n e m i go s d e l a c u l

tura . Todos los hombres que en tonces sab ían , o

cas i todos a l m en os , er an de la Inq uis ic ión o f a

m i l i ar e s d e l a I n q u i s i c i ó n ;

preferían,

s e g ú n l a

f r as e d e u n d i s c r e t o d e n u e s t r a e d ad ,

ser coci

neros a ser po llos.

A s í e s q u e p a s m a a v e c e s l a

l ibertad con que 'escr iben y se despachan a su

gus to

1

;

p e r o e s t e m on op o l i o d e l p e n s am i e n t o y l a

c on s i gu i e n t e c om p r e s i ón p ar a q u i e n n o l e e j e r

c ía tuvo que (produc ir a la larga e fec tos mal í

s i m o s s o b r e n u e s t r o d e s e n v o l v i m i e n t o i n t e l e c -

39



J U A N V A L E R A

tual , parándole , secándole y a i s lándole de la co

rr i en te c iv i l i zadora de los o tros pueb los . Cas i

desde pr inc ip ios de l s ig lo xv i l se puede a fanar

que lia c iv i l i za c ió n esp añ ola se a i s la y em piez a

a ¡hund irse , mien tras que la de o tros pueb los de

E u r o p a s e d e s e n v u e l v e y s e l e v a n t a . A l a I n

q u i s i c i ón , e s t o e s , a n u e s t r o f an a t i s m o , s ob e r

b i a y e n gr e i m i e n t o , q u e l a I n q u i s i c i ón p e r s on i

f i ca , e s imputab le tan to mal .

H a l l o ,

por ú l t imo , en e l Discurso preliminar

d e l S r . Cas t r o u n d e f e c t o m u y ge n e r a l e n l o s

b ib l ió f i los : una como a luc inac ión que l e s hace

m u l t i p l i c ar l o s gr ad os d e l m é r i t o p or l a r ar e z a

d e u n a ob r a . As í e s q u e c i t a m u c h as q u e n o s é

p or qu é h a n d e s e r filosofía, co m o filosofía n o

sea ( todo, y s in duda en c ierto modo lo es . Y no

se contenta e l Sr . Castro con sacar a re luc ir e s

tos inesperados f i lósofos , s ino que les cuelga la

v e n e r a d e h ab e r i n v e n t ad o a l go q u e l u e go o t r o

filósofo ex tr an je ro ex p la na y po ne e n m oda . D e

e s t a s u e r t e , i m ag i n a q u e u n s e ñ or Cam p o- r as o ,

q u e e s c r i b i ó u n a

faceda,

c u yo t í t u l o e s

El elo

gio de la nada,

e s u n p r e c u r s or d e H e ge l y s u

i m p u gn ad or e n p r o f e c í a , b u s c an d o e n l o s d i s

cre teos y ch i s tes de ta l Campo-raso a lgo que se

p ar e z c a a l a s p r o f u n d as d oc t r i n as y a l s i s t e m a

marav i l loso ( sea o no erróneo) de la mente f i lo

s ó f i c a m ás a l t a , m ás c om p r e n s i v a y m ás b r i o s a

q u e h a h ab i d o ac as o d e s d e Ar i s t ó t e l e s h as t a e l

d í a p r e s e n t e .

Cuenta que yo no censuro e l u so , s ino e l abu-

4 0



E N S A Y O S

4 1

s o i n m od e r a d o d e e s t a r e i v i n d i c ac i ón d e i n v e n t os

h e c h os p or e s p añ o l e s y a t r i b u i d os l a e x t r an j e

r o s .

Y o m i s m o h e t r a t a d o d e h a l l a r y d e m o s

trar en Ben Gab iro l a lgo .de Hege l y a lgo de

Descartes . E l Sr . D . Adol fo de Castro es tá , pues ,

m u y e n s u l u gar , e n m i s e n t i r , ad j u d i c an d o a

S er v et e l descubr im iento de la c i rcu lac ión de la

s a n g r e ; a G ó m e z P e r e i m , b a s t a n t e s o p i n i o n e s

c ar t e s i an as ; a H u ar t e y a P u j as o l , l o s p r i n c i

p i o s f u n d am e n t a l e s d e l a c r an e os e op i a ; a E s p i

n o,

e l e s p í r i t u c r í t i c o y l a s r az on e s c on q u e P as

ca l a tacó más tarde a los j e su í tas , y a o tros ,

o t r o s t r i u n f o s y m e r e c i m i e n t o s . N a d a h a y q u e

ob j e t ar c on t r a e s t o ; an t e s h ay q u e ap l au d i r e n

e l S r . D . Ad o l f o d e Cas t r o s u r ar o c on oc i m i e n

to de nues tras cosas , e l no escaso que t i ene de

las l i t eraturas ex tranjer ías y de la c i enc ia mo

derna y e l acer tado empleo que hace de todo

e s t e t e s o r o d e e r u d i c i ón , c om p on i e n d o u n D i s

c u r s o p r e l i m i n ar q u e h a d e s e r ú t i l í s i m o p ar a

q u i e n c on m ás v agar e s c r i b a e n l o f u t u r o l a

h i s t or i a d e l p e n s am i e n t o e s p añ o l e n t od as s u s

m a n i f e s t a c i o n e s e s p e c u l a t i v a s . E n t i é n d a s e , p u e s ,

q u e e s t i m a m o s e n m u c h o y h a c e m o s l a d e b i d a

jus t i c ia a l ú t i l t rabajo de l Sr . D . Adol fo de Cas

t ro ,

y n o s e i m ag i n e q u e l e m e n os p r e c i e m os e n

n a d a p o i q u e h a g a m o s a l g u n a s o b s e r v a c i o n e s a d

v e r s as , h oy q u e s i e m p r e s u e l e s e r l a ge n t e e x

tremada , as í en e l e log io como en la censura , o

p o r q u e m o s t r e m o s , p o r m o m e n t o s , c i e r t o b u e n

h u m or d e q u e n o ac e r t am os a p r e s c i n d i r c u an d o



J U A N V A L E R A

e s c r i b i m os y , s ob r e t od o , c u an d o e s c r i b i m os d e

p r i e s a , y n o s e n os d a t i e m p o p ar a r e v e s t i r n os

d e t od a l a gr av e d ad y c om p os t u r a q u e p or l o

c o m ú n s e e x i g e .

De c u a l q u i e r a m od o q u e s e a , n o e s e n b r om a ,

s ino muy por lo ser io , la duda que me asa l ta

sobre los l ími tes y e las t i c idad de lo que se l lama

filosofía, y sob re el p u n to y co nd ició n que debe

tener una obra para pasar por f i losóf ica . Por lo

p r on t o , s e m e oc u r r e q u e h ay y p u e d e h ab e r m u

c h as e s c r i t a s c on filosofía y qu e n o se an de filo

sofía; p e r o d e l a s q u e s o n a s í , c om o , p o r e j e m

plo , de l Ginecepaenos o Diálogo en laude de las

mujeres, d e J u a n d e E s p i n o s a ( 1 ) ; d e l a Disputa

( 1) E s t e d i á l o g o , l l a m a d o

Ginecepaenos,

e s , s in du da ,

u n d i s c r e t í s i m o l i b r o ; t a n t o q u e y o t e n g o e m p e ñ o , t i e m

p o h a , e n q u e l e p u b l i q u e D u r a n e n t r e s u s

Libros de

antaño.

E l a m o r y v e n e r a c i ó n d e J u a n d e E s p i n o s a a

l a s m u j e r e s m e e n c a n t a . L a m u j e r , s e g ú n é l , e s , e n t o d o ,

u n s e r s u p e r i o r a l h o m b r e . E n t r e l a s p r u e b a s q u e t r a e

h a y u n a s i n g u l a r , a s a b e r : q u e e l h o m b r e f u é h e c h o d e

t o d o , y l a m u j e r d e l h o m b r e ; l o c u a l d e m u e s t r a l a s u

p e r i o r p e r f e c c i ó n d e l a r m i j e r. A p e s a r d e t o d o , n o h a

b í a y o s o s p e c h a d o q u e e s t e

Ginecepaenos

p u d i e r a c o lo

carse entre los l ibros de f i losof ía , y no me acabo de

c o n v e n c e r a ú n .

S i p o r q u e t r a t a d e • m o r a l y d e m u j e r e s e s l i b r o d e

filo so fía , e l c a t á lo go d e l ib r os d e e s t a c l a s e pu d i e r a e n

n u e s t r a l i t e r a t u r a a u m e n t a r s e d e s m e d i d a m e n t e . ¿ P o r

q u é , p o r e j e m p l o , n o h a b í a n d e s e r e n t o n c e s l i b r o s d e

filosofía los

Casos raros de vicios y virtudes,

d e l P . L a

g u n a , y l o s

Estragos de la lujuria,

d e l P . A r b i o l ? H a s t a

t i e n e n l a v e n t a j a d e n o s e r g a l a n t e s , c o m o E s p i n o s a ,

4 2



J U A N V A L E R A

am e n o , d e l i c i o s o y c an d or os o e x p r ov i n c i a l d e c a

p u c h i n o s , n o e s e x t r a ñ o q u e l o a d i v i n a s e t o d o .

S i yo t u v i e s e t i e m p o y c a l m a p ar a e l l o , p r ob a

r í a f ác i l m e n t e q u e ap e n as h ay d e s c u b r i m i e n t o

m od e r n o d e Dar w i n , d e M ol e s c h o t t , d e B ü c h n e r ,

de los preh i s tór ic os , de los .pos i t i v i s tas , de los e s

p ir i t i s tas , de los magnet i zadores , e tc . , e tc . , que

n o e s t é p r e v i s t o y p r e d i c h o e n El ente dilucida

do,

c on l a s c or t ap i s as c on v e n i e n t e s p ar a q u e s e

a j u s t e y c u ad r e y e n c a j e c on l a v e r d ad c a t ó l i c a .

I n t e r e s an t e s e r í a , y au n d ar í a a s u n t o d e s ob r a

p ar a u n t om o , e l c om p ar ar l a c i e n c i a n ov í s i m a-

con la de es te ex prov inc ia l de capuch inos , y e l

p r ob ar l o m u c h o q u e l a c i e n c i a n o v í s i m a l e d e b e ;

m as ya q u e n o m e s e a d ab l e e s c r i b i r e s t e t om o ,

me l imi taré a hacer aqu í , por v ía de apénd ice ,

a l gu n as i n d i c ac i on e s y ap u n t e s .

Creyeron los an t iguos que desde la natura leza

i n or gán i c a a l a or gán i c a h ab í a u n a v e r d ad e r a

s o l u c i ón d e c on t i n u i d ad ; q u e e n t r e l a m ás p e r

fec ta cr i s ta l i zac ión y la v ida más pobre y e l ser

que es té más bajo en la e sca la de la v ida , med ia

u n ab i s m o . L os m od e r n os n o c r e e n t a l d i f e r e n

c i a : p on e n l a v i d a e n t od o . P ar a l o s k r a u s i s t a s ,

p o r e j e m p l o , t o d o v i v e . P u e s b i e n ; e s t o m i s m o

as e gu r a e l p ad r e F u e n t e d e l a P e ñ a . E n s u l i b r o

h a y o r o m a c h o y h e m b r a , d i a m a n t e s v a r o n e s y

d i am an t e s f e m e n i n os , y t od o e n ge n d r a y p ar e

s in la menor d i f icu l tad .

L os m aq u i n i s t a s d e ah or a an d an c av i l an d o e l

modo de que vue le e l hombre con d irecc ión . E l

4 4



E N S A Y O S

P . F u e n t e d e l a P e ñ a , d e s d e 1677 , d e j a i n v e n t ad a

esta ¡máquina, expl icándola con toda prec is ión

( p ág i n as 4 72 y 4 73 ) , s i n q u e f a l t e s u p ar ac a í d as

y d e m á s m e n e s t e r e s . N o d u d a q u e s e v a y a v o

l an d o e n s u m áq u i n a ad on d e s e q u i e r a ; p e r o r e

c om i e n d a a l o s n ov i c i o s m u c h a p r u d e n c i a p ar a

no desca labrarse .

Se pensaba antes que Dios creó e l mundo y se

paró a l sép t imo d ía . Hoy se p iensa que la crea

c ión es cont inua , que nacen o pueden nacer nue

v a s e s p e c i e s d e a n i m a l e s y d e p l a n t a s . L o m i s

m o a fi rm a n u e s t r o P ad r e . " L a E s c r i t u r a ( p ág i

na 420) só lo nos d ice que cesó Dios y puso f in

a las obras que hab ía produc ido; pero no nos

d i c e q u e n o p r od u c i r í a e n ad e l an t e m ás . "

E n c u an t o a l a ge n e r ac i ón e s p on t án e a , c l ar o

es tá que e l Padre la de f i ende y demuestra . Los

d u e n d e s n ac e n d e l v ap or y s on u n os animales

trasteadores e invisibles secundum quid (1) .

( 1) O r a s e a n s u e ñ o s , o r a v e r d a d e s d e m o s t r a d a s , o r a

h i p ó t e s i s p r o b a b l e s , l a g e n e r a c i ó n e s p o n t á n e a y l a t r a n s

f o r m a c i ó n d e l a s e s p e c i e s s o n i d e a s m u y a n t i g u a s ; , s ó l o

q u e a n t e s n a d i e e r a . t i l d a d o d e i m p í o o d e a t e í s t a p o r

s e g u i r d i c h a s d o c t r i n a s . L o s a r t í c u l o s d e l a f e n o s e

h a b í a n a u m e n t a d o i n d e f i n i d a m e n t e , co m o e n e l d í a . P r a -

c a s t o r o , e n s u p o e m a

De morbo gallico,

q u e d e d i c ó a l

c a r d e n a l P e d r o B e m b o , g r a n v a l i d o d e l P a p a L e ó n X ,

e x p o n e a l a s c l a r a s l a s d o c t r i n a s m e n c i o n a d a s , e n v a r i o s

p a s a j e s ; v e r b i g r a c i a :

Usque adeo verum causae atque exordio, prima

Et coelo variare et longo tempore possunt.

4 5



E N S A Y O S

q u i e r a p e r s on a . L o p r op i o s i e n t e e l P . F u e n t e d e

l a P e ñ a , s ó l o q u e l o p r u e b a m as i n ge n i os am e n t e

en la exp l i cac ión que hace de l

microcosmos.

L o s

r íos son la sangre que corre por nues tro cuerpo ,

d i c e e l P ad r e ; n u e s t r os m e t e or os s on l a s l ágr i

m a s y d e m á s d e s t i l a c i o n e s ; n u e s t r o s t e r r e m o t o s

l o s t e n e m os e n l a c a l e n t u r a ; t e n e m os r oc í o , gr a

n i z o y n i e v e ; n u e s t r os c om e t as s on l a e r i s i p e l a ;

n u e s t r os r e l ám p agos , r ayos , e s t r e l l a s c ad e n t e s y

v o l c an e s s on e l m agn e t i s m o an i m a l , d e q u e t r ae

c u r i o s í s i m o s c a s o s ; c r i a m o s p l a n t a s t a m b i é n , y ,

p or ú l t i m o , añ ad e , " s e e n ge n d r an e n e l h om b r e

an i m a l e s ; l u e go c on t od a p r op i e d ad e s m u n d o

m e n or " ( p ág . 4 39 ) .

L os t i m or a t os d e l d í a an d an h e c h os u n os b as i -

f u e r o n e x t i n g u i e n d o d e l t o d o , s i n q u e d a r u n o s ó l o . E n

p a s a n d o e l m a r n o h a y e u r o p e o q u e l o s c r í e . C i e r t o q u e

e s u n a m a r a v i l l a r a r a . D e m í p u e d o c o n t o d a v e r d a d

a f i r m a r q u e , e n v e i n t i s é i s a ñ o s q u e e s t u v e p o r t o d a s

l a s p a r t e s q u e i r é r e f i r i e n d o , j a m á s c r i é a l g u n o . D e s p u é s

q u e p a s é d e P o r t u g a l a C a s t i l l a , r e v i v i ó e l a n t i g u o hu

m or . ¡ N o a l c an z o e s t a filo so fía "

E l m é d i c o L e m n i o , e n s u o b r a

De ocultis naturae mi-

raculis

( F r a nc f o r t , 15 93 ) , s í c r e e a l c a n z a r e s t a filo so fía .

T o d o c o n s i s t e e n u rna c o s a m u y s e n c i l l a : e n q u e

horra

rles a sordibus non abluant; e n q u e l o s h o m b r e s n o s e

l a v e n , y s e a n , a d e m á s , m u y v i c i o s o s y d e s a r r e g l a d o s e n

e l c o m e r . P a r a l i b e r t a r s e , p u e s , d e e s t o s b i c h o s y d e

l o s q u e i n f e s t a n l a s c a s a s , r e c o m i e n d a l a l i m p i e z a , l a

c a s t i d a d y l a t e m p l a n z a . C o n e s t e m o t i v o , e l o g i a e l m é

d i c o a F e l i p e I I p o r l o a s e a d o , s o b r i o y c a s t o , d e q u i e n

a ñ a d e q u e

propter amp lissimas naturae dotes, divinum

quoddan virtutis simulacru m mortalibus exibet.

47



E N S A Y O S

c óm o d e l a m on s t r u os i d ad q u e ad q u i e r a o c on

que nazca un Ind iv iduo de una espec ie puede

o r i g i n a r s e e s p e c i e n u e v a . U n h o m b r e c o n c o l a

p u e d e d ar or i ge n a m u c h os h om b r e s c on c o l a s ;

una cabra a qu ien se l e a largue e l pescuezo pue

d e s e r r a í z y e s t i r p e d e l a s j i r a f as . E l P ad r e l l e

ga e n e s t e p u n t o h as t a a c r e e r q u e h ay o h a

h a b i d o h o m b r e s p e c e s , h o m b r e s r a n a s , h o m b r e s

con un p ie y hombres s in cabeza . En cuanto a l

t am añ o , l o s h ay o h a h ab i d o m e n or e s q u e u n a

av i s p a ; y t an e n or m e s , q u e p or e l h u e c o d e l f é

mur de uno de e l los en tró a cabal lo un cazador ,

p e r s i gu i e n d o a u n a c i e r v a , y t ar d ó s e i s m i n u t os

en sal ir por e l otro lado, a todo galope (1) .

Nac e d e aq u í u n a c u e s t i ón q u e Dar w i n y s u s

d i sc ípu los se de jan en e l t in tero , y que e l Padre

d i l u c i d a , a s ab e r : ¿ l o s m on s t r u os s on e l l o s o l o

s om os n o s o t r os ? C l aro e s t á q u e s i h a d e s a l i r e s -

(1) E l g i g a n t e c u y o « r a d i c h o f é m u r e s t á a v e r i g u a d o

q u e f u é c o n t e m p o r á n e o d e M o i s é s . N o e r a M o i s é s p e

q u e ñ o t a m p o c o . T e n í a d o c e c o d o s d e e s t a t u r a ; i b a a r m a

d o c o n u n a l a n z a d e d o c e c o d o s , y h a b i e n d o d a d o u n

b r i n c o d e o t r o s d o c e c o d o s , n o l o g r ó t o c a r a l g i g a n t e e n

e l t ob i l l o .

D e l o s p i g m e o s h a b l a e l p r o f e t a E z e q u i e l . E n T i r o

t e n í an urnas c u an t a s c amip añ ías d e e s t o s há b i l e s fleche

r o s ,

n o m a y o r e s q u e p e r d i c e s , e n t r e l a s t r o p a s d e l a

g u a r n i c i ó n , y a q u e l l a p o d e r o s a r e p ú b l i c a e s t a b a m u y

s o b e r b i a d e p o s e e r t a l e s a u x i l i a r e s . P a r e c e q u e d e r e s u l

t a s d e l a p e r p e t u a g u e r r a q u e l a s g r u l l a s h a c í a n a l o s

p i g m e o s , e s t a r a z a s e h a e x t i n g u i d o , c o m o s e e x t i n g u i r á n

l o s p i e l e s r o j a s , g r a c i a s a l o s yankees.

E K S A T O S . — T . I I I . 4

49



J U A N V A L E R A

p e c i e n u e v a d e l a m on s t r u os i d ad , p ar a t od os l o s

i n d i v i d u os d e l a n u e v a e s p e c i e l o s m on s t r u os l o

s e r e m o s n o s o t r o s .

E n c u a n t o a q u e el h om b r e p r ov e n ga o n o p r o

v e n ga d e l m on o , n o s e d e c l ar a b i e n e l P ad r e ;

p e r o e s t am os s e gu r as d e q u e e s t e or i ge n n o l e

r e p u gn ar í a , ya q u e c on c e d e r az ón , d i s c u r s o y

agu d e z a a l o s an i m a l e s , y e n p ar t i c u l ar a l o s

m on os . M on os h ay , s e gú n é l , q u e s ab e n l e e r y

e s c r i b i r , y q u e b a i l an y t oc an i n s t r u m e n t os ; y

o t r os t an t ah ú r e s y f u l l e r os , q u e j u e gan e n l a

I n d i a a l o s n a i p e s c on l o s p or t u gu e s e s , l o s d e s

p luman , y luego , para conso lar los , i os l l evan a

l a t ab e r n a , l o s c on v i d an y e m b or r ac h an ( 1 ) .

S ob r e e l n ac e r d e l o s s e r e s s i n s e m i l l a n i ge

n e r a c i ón d e o t r o s d e s u e s p e c i e , t r ae e l P ad r e m i l

c a s o s . B as t a l a c or r u p c i ón , e l f e r m e n t o d e l a

m a t e r i a p a r a q u e b r o t e l a v i d a . L e j o s d e p e n s a r

{ 1 ) E s p o r t e n t o s a l a m u l t i t u d d e c a s o s q u e e n p r u e

b a d e l a n a c i o n a l i d a d d e l o s a n i m a l e s , d e s u m o r a l y

j u s t i c i a y d e m á s v i r t u d e s t r a e e l p a d r e . C i t a r é s ó l o e l

d e u n c i g ü e ñ o , q u e d e s c u b r i ó q u e s u c i g ü e ñ a l e g í t i m a l e

h a b í a s i d o i n f i e l . L a a c u s ó a n t e u n t r i b u n a l d e c i g ü e

ñ o s , l a p r o c e s a r o n , l a s e n t e n c i a r o n y l a d e s p l u m a r o n

v i v a , e n t o d a r e g l a . N o c r e o y o q u e e l D r . J o n a t a n

F r a n k l i n t r a i g a n a d a m e j o r e n s u Vida d e los animales.

¿ N i c ó m o h a n d e c o m p e t i r l o s m o d e r n o s c o n l a s o b r a s

q u e y o h e p o s e í d o y p e r d i d o

d e l r e v e r e n d o p a d r e V a l d e c e b r o ,

q u e e n e s c r i b i r h i s t o r i a s d e a n i m a l e s

s e c a l e n t ó e l c e r e b r o ?

50



E N S A Y O S

que con es to o fende a Dios , en t i ende que l e g lo

rif ica. La mayor ¡prueba de la ¡bondad de Dios y

d e s u om n i p o t e n c i a e s , e n s u s e n t i r , e s t a c i r c u

lac ión de la v ida por todo e l un iverso . "Cuando

c r i a m o s — d i c e — a n i m a l e s p a r á s it os , n o de be m o s

l am e n t ar n os . S i n o s e c r i a s e n , aq u e l l o s h u m or e s

d e q u e p r o v i e n e n n o s m a t a r í a n : d i c h o s a n i m a

les nos t raen la sa lud; es cosa , pues , de cantar

u n Te Deum cuando cualqu iera se ha l la con

el los ."

Y n o s e e n t i e n d a q u e e l P ad r e c on c e d a

s ó l o q u e e s t o s p ar ás i t o s s e an s i e m p r e d e e s p e c i e s

c on oc i d as . P u e d e n s e r d e m i l gé n e r o s . H as t a

d u e n d e s p od e m os c r i ar e n e l v i e n t r e ( 1 ) .

S e r í a c u e n t o d e n u n c a ac ab ar s i s i gu i e r a yo

c i t an d o l o s r ar os d e s c u b r i m i e n t os d e e s t e p r e d e

c e s or d e Ne w t on , s e gú n D . Ad o l f o d e Cas t r o , y

d e c as i t od os l o s s ab i o s d e l d í a , s e gú n m i p r op i o

parecer .

H a g o , pues , punto aqu í , para no pecar de pro

l i j o , l i m i t á n d o m e a a ñ a d i r , s i n l a m e n o r i r o n í a ,

que yerran los que sacan argumento de l l ibro de

El ente dilucidado par a probar la pe rv ers ión de l

gu s t o y d e l a s d oc t r i n as e n E s p añ a , c u an d o e l

l ibro se e scr ib ió . L ibros por e l e s t i lo se e scr ib ían

entonces , y qu izá se e scr iben ahora , por lo se -

(1) El ente dilucidado. D i s c u r s o ú n i c o n o v í s i m o , q u e

m u e s t r a h a y e n n a t u r a l e z a a n i m a l e s i r r a c i o n a l e s i n

v i s i b l e s y c u á l e s s e a n , p o r e l R i n o . P . F r . A n t o n i o d e

F u e n t e d e l a P e ñ a , e x p r o v i n c i a l d e C a s t i l l a , e t c . : M a

dr id , 1677 .

5 1



Del influjo de la Inquisición y del fanatismo re

ligioso en la decadencia de la literatura

española

(1)

S e ñ o r e s : T e n g o t a l s a t i s f a c c i ó n e n c o n t e s t a r

a l Sr . Núñez de Arce , que , pon iendo a un lado

t o d o s m i s o t r o s q u e h a c e r e s y v e n c i e n d o m i n a t u

ra l des id ia , me he apresurado a cumpl ir , en e l

t é r m i n o m ás b r e v e , c on e l e n c ar go q u e e s t a Re a l

Ac ad e m i a m e h a c on f i ad o .

C orre l ig iona r io en po l í t i ca de l S r . N úñez- de

Arce , y un ido a é l desde hace años por lazos

d e p ar t i c u l ar am i s t ad , c on s u s t r i u n f os e s t oy d e

e n h or ab u e n a . No c r e o , c on t od o , q u e e l a f e c t o

m e c i e gu e a l j u z gar l o s m e r e c i m i e n t os d e l n u e v o

ac ad é m i c o . Com o au t or d r am át i c o h a s ab i d o c on

q u i s t ar s e e n v i d i ab l e c e l e b r i d ad , y c om o p r os i s t a

t i e n e p r e n d as q u e t od os e n c om i an , r e s p l an d e

c i endo en tre e l las la energ ía de su es t i lo y la

c lar idad y tersura de d icc ión , con que da mayor

( 1) C o n t e s t a c i ó n a l d i s c u r s o d e l E x c m o . S r . D . G a s

p a r N ú ñ e z d e A r c e e n s u r e c e p c i ó n d e l a R e a l A c a d e m i a .

E s p a ñ o l a , e l d í a 2 1 d e m a y o d e 1 8 7 6 .

5$



J U A N V A L E R A

re alce a lo f irme d e su s con v icc ion es y a la f ijeza

y seren idad de sus ideas y propós i tos .

P or c i m a d e e s t a s c u a l i d ad e s , e x p r e s ad as aq u í

harto a la l i gera , sobresa le una que por s í so la

le hace d igno de l pues to que v i ene a ocupar . E l

S r .

Nú ñ e z d e Ar c e b r i l l a y d e s c u e l l a e n t r e l o s

m ás n o t ab l e s p oe t as l í r i c o s e s p añ o l e s d e l s i g l o

p r e s e n t e , d u r an t e e l c u a l n o s ó l o e n E s p a ñ a , s i n o

en tod a E ur op a, la po es ía l ír i ca h a florecido

c om o n u n c a .

A m á s de la e l ev ad a insp ira c ión y de l br ío y

nob leza de sen t imientos que las poes ías de l señor

N ú ñ e z d e A r c e a t e s o r a n , l a A c a d e m i a n o p u e d e

m e n o s d e c o n s i d e r a r l a s y e s t i m a r l a s c u al p r e

c ioso dechado de vers i f i cac ión y de l enguaje .

Au n q u e n o p u d i e r a p r e s e n t ar e l q u e v a a s e n

t ar s e e n t r e v os o t r os t í t u l o s t an l e g í t i m os y v a l e

d e r o s , m e p ar e c e

1

que bas tar ía e l d i scurso que

ac ab á i s d e o í r p ar a h ac e r l e m e r e c e d or d e h on r a

t an s e ñ a l ad a .

€on abundanc ia de datos y ¡ razones , que en

m a n e r a a l g u n a d e s t r u y e n l a a m e n i d a d y a g r a d o

de l e scr i to , e l Sr . Núñez de Arce ha tratado de

d e m os t r ar , y a m i v e r h a d e m os t r ad o , e l i n f l u j o

q u e l a i n t o l e r an c i a r e l i g i o s a y l a c on s t an t e y

terr ib le compres ión in te lec tua l de e l la nac ida

h an e j e r c i d o e n n u e s t r a gr an l i t e r a t u r a .

N o y a aqu í, 'donde no es to y l lam ado a co ntra

dec ir le , pero n i fuera de aqu í impugnar ía yo , en

l o s u b s t an c i a l , d i s c u r s o t an b i e n m e d i t ad o , y c u

yos a s e r t o s m e p ar e c e n e v i d e n t e s .

5 4



E N S A Y O S

Mi contes tac ión deb iera , pues , l imi tarse a un

e log io de lo d icho y a a lgunos comentar ios , de

ducc iones y notas , que b ien se pueden añad ir ,

porque s i endo e l asunto tan vas to , no hay p luma,

por conc i sa que sea , que ac ier te a agotar le en

u n a b r e v e d i s e r t ac i ón ; p e r o , s i n q u e yo c on t r a

d i ga a m i n u e v o c om p añ e r o , n o h e d e n e gar q u e

s u d i s c u r s o s u s c i t a c u e s t i on e s y d u d as d i f í c i l e s

de reso lver , por lo cua l , s in que asp ire yo a re

s o l v e r l a s , n ad i e e x t r añ ar á m i d e s e o d e p l an t e ar

y d e e x p o n e r la s m á s i m p o r t a n t e s .

Y o n o t r a t o d e i n v a l i d a r a r g u m e n t o s y d e d u c

c i on e s . Yo c r e o t am b i é n q u e e l f an a t i s m o ah ogó

y m ar c h i t ó an t e s d e t i e m p o e n E s p a ñ a l a loz an í a

y el f lorecim iento de un a g r a n cu ltu ra pr op ia y

cas t i za . Tanto fué as í que , en los ú l t imos años

de l s ig lo x v i i y ipr imeros años de l

x v m ,

d i c h a

c u l t u r a p e r e c i ó c on s u n t a , h e c h i z ad a y c as i s i n

d e j ar s u c e s i ón d i r e c t a , a s e m e j an z a d e l a d i n as

t ía bajo cuyo cetro había f lorec ido, a par de la

gr an d e z a y c r é d i t o d e aq u e l i m p e r i o v as t í s i m o ,

d e n t r o d e c u yos t é r m i n os e s t ab a s i e m p r e e l s o l

v e r t i e n d o s u l u m b r e . •

Después de la . guerra de suces ión , con la nue

v a d i n as t í a f r an c e s a , E s p añ a s e a l i v i ó , s e r e s

t a u r ó , d e s p e r t ó d e s u d e s m ayo . A l r e s t a u r a r s e

E s p añ a , b r o t ó e n e l l a n u e v a c u l t u r a ; p e r o m ás

b i e n q u e r e t oñ ar d e l an t i gu o t r on c o , ar r a i gad o

en nues tro sue lo , se d ir ía que fué un in jer to

exót ico lo que 'reverdeció con e l jugo y la savia

de lo cas t i zo .

65



J U A N V A L E R A

N u e s t r a a d m i r a c i ó n d e l o e x t r a n j e r o n o s h i z o

i m i t ad or e s , h ar t o s e r v i l e s a v e c e s , y l l e gam os ,

p or ú l t i m o , c on h u m i l d ad l a s t i m os a , a m e n os

p r e c i ar l o p r op i o , e x age r an d o n u e s t r as f a l t a s y

o lv idando o no reconoc iendo nues tros ac i er tos .

S i n d u d a q u e e l l e v an t am i e n t o n ac i on a l c on

tra los f ranceses , durante las guerras mapoleó-

n i c a s ,

nos devo lv ió la conc ienc ia de nues tro gran

ser como en t idad po l í t i ca , y a lgo nos dejó co

l u m b r ar d e n u e s t r o v a l e r an t i gu o p or e l p e n s a

m i e n t o y p or l a i d e a ; p e r o e s t e c on c e p t o d e

n u e s t r a p as ad a c i v i l i z ac i ón q u e d ó c on f u s o . S e

f u n d ab a m ás e n l a s ob e r b i a , e n e l s e n t i m i e n t o ,

e n e l am or p r op i o p a t r i ó t i c o q u e e n r az on e s c l a

r a s . T od av í a , au n d e s p u é s d e l a gu e r r a d e l a

I n d e p e n d e n c i a , l o s q u e s e j ac t ab an d e m ás i l u s

t r ad os s e gu í an c on p oc o d i s i m u l o d e s d e ñ an d o

n u e s t r a l i t e r a t u r a y t i l d án d o l a d e b ár b ar a , t a

s a n d o n u e s t r a s a r t e s e n m u c h o m e n o s d e s u j u s

t o p r e c i o y n e gan d o t od a i m p or t an c i a a n u e s

tr a s ci en ci as y a n u es tr a fi losofía.

L a sum is ió n , el- va sa l la je , la obed ienc ia de los

españoles a Franc ia no tuvo , en lo in te lec tua l ,

n i Ba i l en , n i Zaragoza , n i Gerona , n i Dos de

M ayo e n aq u e l l a é p oc a . S e gu i m os t an p ac a t os y

t an h u m i l d e s , q u e e r a m e n e s t e r , p ar a q u e c e l e

b r ás e m os a l go n u e s t r o , s i n p as ar p or p r e s u n

t u os os y r i d i c u l am e n t e v an os , q u e l o s e x t r an j e

r os n os d i e s e n e l e j e m p l o , l a v e n i a y h as t a l a

not i c ia .

S in que dec idamos aqu í s i e s ca l idad buena o

56



J U A N V A L E R A

Wolf J or ge K e i l , H a l m , M an u e l G e i b e l , P ab l o

H e y s e , L e o p o l d o S c h m i d t , D o h r n , H a i n , S c h l ü -

t e r , S t or c k , G e i ge r , H e r d e r , G oe t h e , H of f m an n ,

R e g í s ,

F a s t e n r a t h y e l m i s m o H e g e l , p a r a t r a e r

a l a m e m o r i a d e l o s a m a n t e s d e l a s l e t r a s c u a n

p od e r os am e n t e h an c on t r i b u i d o a s ac ar n os d e

n u e s t r o ab a t i m i e n t o l a s a l ab an z as c r í t i c a s , l a s

t r ad u c c i on e s , l a s b e l l a s e d i c i on e s y h as t a i o s c o

m e n t a r i o s d e n u e s t r o s c l á s i c o s h e c h o s p o r e s t o s

au t or e s .

N u e s t r o d e s c u i d o , n u e s t r a p o s t r a c i ó n y n u e s

t r a f a l t a d e gu s t o h a b í an si d o t an gr an d e s , q u e

h as t a e l añ o d e 182 9 n o t u v i m os e n c as t e l l an o

u n a m e d i a n a h i s t o r i a d e n u e s t r a l i t e r a t u r a . A n

t e s ,

s a l v o e l e n s ayo d e Ve l áz q u e z , s ó l o h u b o e s t u

d i o s p ar c i a l e s c om o l o s d e S ar m i e n t o y S án c h e z ,

l a

i n d i g e s t a m o l e d e l o s P a d r e s M o h e d a n o s , l a

ap o l og í a a l go p e d an t e s c a d e L am p i l l a s , l a s n o t as

d e M ar t í n e z d e l a R os a a l Arte poética, y los ju i

c ios de Mend iv i l , S i lve la y Qu in tana . La h i s tor ia

de nues tra l i t eratura aparec ió a l f in , pero fué

t r ad u c c i ón d e o t r a , e s c r i t a e n a l e m án v e i n t i c i n

c o añ os an t e s . B ou t e l w e k l a h ab í a p u b l i c ad o e n

s u l e n gu a y p a t r i a e n 1804 .

Cu an d o l o s S r e s . D . J os é G óm e z d e l a Cor

t i n a y D . N i c o l á s H u ga l d e y M ol l i n e d o p u b l i

caron en 1829 d icha traducc ión , dec lararon que

l o h ac í an deseosos de suplir con ella la obra ori

ginal de que carecíamos, po r e l descu ido de ta n

út i l e s tud io , deb ido a las guerras y t ras tornos y

a

la falta general de buena educación; r u d a

58



J U A N V A L E R A

c ad a p or D . M an u e l R i v ad e n e yr a , c u ya g l or i a y

m e r e c i m i e n t o s c o m p a r t e u n o d e n u e s t r o s c o m

pañeros por haber logrado de las Cortes que e l

G ob i e r n o l e c on c e d i e s e s u i n d i s p e n s ab l e p r o t e c

c i ón ( 1 ) . D i c h a Biblioteca, a m á s d e l t e x t o b i e n

enmendado y correg ido de los au tores , cont i ene

un tesoro de not i c ias b iográf i cas y b ib l iográf i cas

y no pocos d i scursos pre l iminares y ¡br i l lan tes

i n t r od u c c i on e s , q u e b i e n p u e d e n f or m ar u n i d os

l a h i s t or i a d e n u e s t r a li t e r a t u r a , o a l m e n o s u n a

ab u n d an t e y r i c a c o l e c c i ón d e m at e r i a l e s p ar a

e s c r i b i r l a . De e s t o s e h a e n c ar gad o u n au t or i n

fa t iga b le y d i l i g en te , l leno de l e sp ír i tu cr í t i c o

m á s s a n o y e l e v a d o ; p e r o s u t r a b a j o n o e s t á t e r

minado aún , fa l tando en é l la época en que se

p r e s e n t a e l f e n óm e n o c u yas c au s as q u i s i é r am os ,

exp l i car aqu í (2 ) .

L o q u e n ad i e n i e ga , l o q u e n o p u e d e s e r a s u n

to d e di sc us ió n, e s que la ed ad m á s floreciente

d e n u e s t r a v i d a n ac i on a l , a s í e n p r e p on d e r an c i a

p o l í t i c a y e n p od e r m i l i t ar c om o e n c i e n c i a s , l e

t r as y ar t e s , e s l a e d ad d e l m ayor f e r v or c a t ó

l i co ,

d e l a m a y o r i n t o l e r a n c i a r e l i g i o s a : l o s s i

g los xv i y XVII . Pero s i queremos c i rcunscr i

b i r n os m ás y s e ñ a l a r e l s i g l o d e . m ay or au ge ,

fecund idad y ex ce len c ia de las l e tr as y de l id iom a

.patr ios , marcar su s ig lo de oro , me parece que

s i n q u e m e t i l d e n d e ar b i t r ar i o , p or m ás q u e s e

( 1 ) D . C á n d i d o N o c e d a l .

( 2) D . J o s é A m a d o r d e l o s R í o s .

6



J U A N V A L E R A

Re c i e n t e m e n t e , p or e j e m p l o , h a ap ar e c i d o t od a

una escue la que , en contrapos ic ión de aque l aba

t i m i e n t o q u e n os h ac í a d e s d e ñ ar n u e s t r o p as a

d o,

l e e s t i m a e n l o q u e v a l e y au n q u i z á e x age r a

a lgo su va lor en lo l i t erar io y c i en t í f i co ; pero

s ob r e e s t a a f i r m ac i ón e v i d e n t e , o a l m e n os p l au

s i b l e , l e v an t a u n c ú m u l o d e a s p i r ac i on e s y p r o

p ós i t o s , a m i v e r , p oc o r az on ab l e s . Cr e o q u e

p ar a qu e re na zc a aquel florecimiento l i te ra rio ,

aq u e l m ov i m i e n t o i n t e l e c t u a l , aq u e l l a p r i m ac í a

d e E s p añ a , c on v e n d r í a q u e v o l v i e s e l a n ac i ón a l

m i s m o e s t ad o p o l í ti c o , s oc i a l y r e l i g i o s o . E s c o m o

s i l o s gr i e gos , m i r an d o s u p os t r ac i ón y s u r e l a

t i va in fer ior idad en e l d ía presente con respecto

a o t r a s n ac i on e s d e E u r op a , r e c or d an d o q u e e r a n

e l p r i m e r p u e b l o d e l m u n d o e n t i e m p o d e P e n

d e s , y s u b or d i n an d o l o s a l t o s i n t e r e s e s t r as c e n

d e n t a l e s d e l a r e l i g i ón a c on s i d e r ac i on e s e s t r e

c h as d e i n t e r é s n ac i on a l , v o l v i e r an a ad or ar a

J ú p i t e r y a M i n e r v a y r e n ov as e n l o s m i s t e r i o s

e leus inos .

No p oc os s ab i o s i t a l i an os d e l a é p oc a d e l Re

n ac i m i e n t o , r e s p l an d e c i e n d o e n t r e e l l o s e l i m p í o

M ac h i av e l l i , i n c u r r i e r on e n t an e x t r añ a m an í a .

A l v e r h u m i l l ad a a I t a l i a , h o l l ad a y e n s an gr e n

t ad a p or l o s e x t r an j e r os , y a l p r e s e n t ar s e v i v as

e n l a m e m or i a d e e l l o s l a s gr an d e z as d e Rom a , ,

l l e gar on a ab or r e c e r e l c r i s t i an i s m o y a s oñ ar

c on l a r e l i g i ón d e J an o b i f r on t e y c on l a s i n s

t i t u c i o n e s l i t ú r g i c a s d e N u m a y d e T a r q u i n o

P r i s c o . E s t o , p or u n l ad o , e s i n f i n i t am e n t e m ay or

62



E N S A Y O S

tes tantes o rac ional i s tas los más , que por od io a

l a r e l i g i ón c a t ó l i c a y h as t a p or e n v i d i a p os t u m a

de nues tro poder ío de en tonces , procuran den i

gr ar l o t od o , p on d e r an d o n u e s t r os ye r r os , i m p u

tánd ono s m i l m alda des y encubr iendo' no poc as

e x c e l e n c i a s y g l or i a s . L ar g a e s l a l i s t a d e l o s au

tor es que no hab lan de E sp a ñ a sino' pa ra de c ir

i n j u r i a s c r u e l e s . L i m i t é m o n o s a c i t a r c o m o m o

de los en es te género a l amer icano Draper y a l

i n g l é s B u c k l e .

Hasta en los benévolos y laf ie ionados a nues

tras cosas se descubre a veces e l e s trecho esp ír i

t u d e p r o t e s t an t i s m o y e l ab or r e c i m i e n t o a l a

c iv i l i zac ión cató l i ca que perturban su ju ic io , y

los l l evan ora a no comprender b ien mucho de lo

q u e t u v i m os d e b u e n o o d e h e r m os o , or a a e n c a

recer lo feo y lo horrib le .

A pesar de l respeto y grat i tud que debernos a l .

am e r i c an o J or ge T i c k n or , au t or d e l a h i s t or i a

l i t e r ar i a d e E s p añ a m ás c om p l e t a q u e s e h a e s

cr i to has ta ahora , no se ha de negar que peca

b a s t a n t e e n e l m e n c i o n a d o s e n t i d o . P o n g a m o s

c om o m u e s t r a d e q u e n o c om p r e n d i ó b i e n lo b u e

no y hermoso' , e l fr ío , pobre y somero ju ic io que

f or m a y e m i t e ac e r c a d e Los nombres de Cristo

de Fr . Lu i s de León . En una parte , no ac ier ta a

ver en este Qibro más que una ser ie de largos

discursos declamatorios; e n o t r a p ar t e , j u z g án

d o l e a l go m ás d e t e n i d am e n t e , p on e d i c h o l i b r o

c o m o

singular testimon io de la devoción, elo

cuencia y ciencia, teológica de los españoles de

E N S A Y O S . — T. I I I . 5

65



E N S A Y O S

ficador y buen habl i s ta , pero indecente , inmoral ,

c h oc ar r e r o , d e s h on e s t o y e x t r av agan t e .

Por los e jemplos c i tados se puede ca lcu lar lo

p oc o q u e l e v an t a e l v u e l o e l e n t u s i a s m o d e T i c k -

n or p ar a e n c om i ar a n u e s t r os au t or e s . T r ad u z

c am os y c om p e n d i e m os , p ar a q u e l a f r i a l d ad o

e l desdén de T icknor resa l te más , a lgo de lo

que d ice- .Schack de Tirso en las 57 páginas ,

cas i todas de a labanzas , que l e ded ica: "S i b ien

t e n e m o s q u e l a m e n t a r l a p é r d i d a d e m u c h a s

ob r as d e l f e c u n d o M ae s t r o , au n n os q u e d an b as

t an t e s p ar a q u e c on e l l a s s e c on c i b a ago t ad a l a

m á s d é b i l f u e r z a p r o d u c t i v a d e m u c h o s f a m o

sos poetas y para que nos l l ene de pasmo la in

e x h a u s t a i n v e n t i v a d e q u i e n l a s c o m p u s o . L a

ab u n d an c i a y v ar i e d ad d e e s t a s ob r as e s t an

grande , que es empresa d i f i c i l í s ima e l caracter i

zar las y c las i f i car las . T irso es un encantador que

s a b e t o m a r l a s m á s d i v e r s a s f i g u r a s . A p e n a s

cre em os qu e no s ap od er am os d e su fisonomía,

cuando toma otra . E l br i l lo de su poes ía forma

m i l i r i s y c am b i an t e s , y b u r l a n u e s t r o e m p e ñ o

por re f l e jar le en e l e spejo de la cr í t i ca . Las mis

mas fa l tas ide l au tor , que no pueden negarse ,

e s t án c i r c u n d ad as y c om o v e s t i d as d e t an d e s

lum brad ores d es te l los poét i cos , que es fuerza

ap oyar s e e n t od a c i r c u n s p e c c i ón p ar a n o e n t r e

gar s e a u n a ad m i r ac i ón s i n l í m i t e s p or s u s d r a

m a s . E l t eatro de T irso se parece a aque l pa í s

d e l a s h ad as , q u e n os p i n t an l o s p oe t as r om án t i

cos , donde caut ivan los sen t idos y e l corazón de l

6 7



J U A N V A L E R A

p e r e g r i n o s o n e s m i s t e r i o s o s y e m b r i a g a d o r e s

p e r f u m e s ; d on d e s e r p e n t e an m i l s e n d as q u e ya

l e l l e v an p or l oz an os v e r ge l e s , ya p or am e n os

v a l l e s ,

d e s d e ab i s m os q u e c au s an v é r t i gos h as t a

montañas que tocan e l c i e lo , y donde se oye en

¡ las grutas la voz burlona de los gnomos y de

los ¡duendes' , y los s i l fos se mecen en el aire, y el

s o l d e l a p oe s í a , h as t a s ob r e l o s c am i n os e x t r a

v i ad os , h as t a s ob r e l o s d e r r u m b ad e r os y p r e c i

p ic ios , v i er te su lumbre encantadora . Por c i er to

que debe de ser muy fr ío e l cr í t i co que no s i en ta

deseo de abandonarse s in reparo a poes ía tan

h e r m os a , y m u y p oc o c ap az d e s e n t i r l a y c om

prender la e l que no conozca que has ta aque l lo

que pasa por defec to , según reg las ru t inar ias ,

es ¡bel leza re lat iva , cons iderado como parte nece

s a r i a d e u n g r a n d e o r g a n i s m o y c o m o e m a n a d o

de un al to esp ír i tu •poét ico , gen ial y espontáneo."

S c h ac k , c om o T i c k n or , v e e n T i r s o u n p oe t a

cómico , pero no grosero n i chabacano , s ino todo

l o c o n tr a r io . " ¡ C u a n d i s t i n t o — d i c e — e s e l c h i s te

s i e m p r e p oé t i c o d e T i r s o d e l a s s e c as f r i a l d ad e s

q u e s u e l e n l l a m a r s e c h i s t e s e n t r e n o s o t r o s

Com o ab e j a e n t r e r os a l e s v aga v o l an d o e l ge n i o

del poeta en el jardín florido de la férti l .poe

s ía . Es verdad que , como la abeja , t i ene agu i

j ó n ,

p e r o t am b i é n t i e n e m i e l . T i r s o n o p e r d on a

a los poderes de l c i e lo n i a los de la t i erra; pero

con e l du lce bá l samo de la poes ía sana a l punto

q u e h i e r e . E l a t r e v i m i e n t o d e s u s ar r an q u e s s a

t í r i cos contra los grandes de la t i erra , contra la

6 8



J U A N V A L E R A

imát ico a lo d iv ino, cas i le pone Schack por c ima

d e t od os l o s d e m ás p oe t as a l e x am i n ar s u Con

denado por desconfiado,

obr a que "en ra sgo s de

f u e g o l l e v a i m p r e s a l a h u e l la de l e s p í r i t u r e l i g i o

s o d e e n t on c e s ; e x t r añ o e s p í r i t u , ap e n as c om

prens ib le para los hombres de ahora ." "Aunque

T i r s o — d i c e S c h a c k a l t e r m i n a r e l a n á l i s i s — n o

h u b i e r a e s c r i t o m á s q u e e s t e d r a m a m a r a v i l l o s o

y h on d am e n t e c on m ov e d or , n ad i e p od r í a n e gar l e

e l t í tu lo de gran poeta ."

Con lo d icho se ve la contrapos ic ión . Para

T i c k n or , T i r s o n o p as a d e s e r u n f r a i l e i n ge n i o

s o , des lenguado' y verde , sa in et i s t a chocarrero y

s a t í r i c o ; p ar a S c h ac k , e s u n gr a n p oe t a p or t od os

e s t i l o s . D u d a m os d e qu e e n e l og i o d e S h ak e s p e a r e

pud iera 'dec ir mucho más que lo que en e log io de

T i r s o d i c e . L a d i v e r ge n c i a q u e s e ad v i e r t e e n

e s t e c as o p ar t i c u l ar s e p u d i e r a ad v e r t i r y s e ñ a

lar en o tros muchos , por lo cua l , s i aun conoc i

dos los hechos cada uno los juzga a su modo ,

¿q u é e s p e r an z a h ay d e q u e s e c on v e n ga e n l a s

c au s as ?

E n a l go , s i n e m b ar go , e s m e n e s t e r c on v e n i r .

P on gam os , p u e s , c om o f u e r a d e d u d a q u e l a s

d os m ás b e l l a s m an i f e s t ac i on e s d e l i n ge n i o e s

pañol en los s ig los xv i y xvn son la poes ía ép ico-

p op u l ar y l a p oe s í a d r am át i c a : l o s r om an c e s y

e l t e a t r o . Añ ad am os a e s t o l a n ov e l a e n p r os a ,

p u e s au n q u e n o t u v i é s e m os m ás q u e e l Quijote,

e c l i p s ar í am os aú n t od as l a s o t r as l i t e r a t u r as .

No s e p u e d e n e gar , ad e m ás , q u e e n p oe s í a é p i c a

70



E N S A Y O S

ar t i f i c i a l y e r u d i t a t e n e m os u n a c op i a a s om b r os a

d e ob r as e s t i m ab l e s ; e n l a l í r i c a n o s om os i n f e

r i or e s a n i n gu n a o t r a n ac i ón d u r an t e e l m i s m o

p e r í od o; n u e s t r os h i s t or i ad or e s d e e n t on c e s t a l

vez venzan a ios de los demás pueb los en ca l idad

y en número , y poseemos , por ú l t imo , , notab les

jur i sconsu l tos y escr i tores po l í t i cos , y un r i co

tesoro de mís t i cos y de ascé t i cos .

Importa dec larar , no obs tante , que de todo

e s t o m ás s e h a e s t u d i ad o , h as t a ah or a , l a f or m a

q u e e l f on d o . Ya t e n e m os h i s t or i a d e l a am e n a

l i t e r a t u r a , d e l a s ob r as d e e n t r e t e n i m i e n t o ; p e r o

la substanc ia de la cu l tura española y e l des

envo lv imiento in te lec tua l de ¡nues tro esp ír i tu es

t án p oc o e s t u d i ad os .

¿Por qué negar lo? Cas i nad ie l ee en e l d ía

nues tros l ibros de devoc ión . S i los hojea a lgún

af i c ionado a las l e tras , sue le presc ind ir de las

i d e a s , y só lo se para en lo sonoro de las f rases ,

en lo cas t i zo de los g i ros y en la r iqueza y pr i

m or d e l a l e n gu a . Y , s i n e m b ar go , ¡ q u é an á l i s i s

p s i c o l óg i c o m ás s u t i l y a t i n ad o , q u é m e t a f í s i c a

más profunda , qué admirab les in tu ic iones de lo

inf inito en su relación con lo f in ito no suele ha

be r en e l los E l señor E ousse lo t , un fra ncé s , ha

s i d o e l p r i m e r o q u e c r í t i c am e n t e h a d e s e n t r añ a

do y expues to a lgo de aque l las doctr inas , y , aun

que su obra deje mucho que desear , debemos in

c l inarnos agradec idos , pues nad ie en España lo

h ab í a h e c h o m e j or , n i ac as o d e n i n gú n m od o ,

antes de que é l lo h ic i era .

7 1



J U A N V A L E R A

la amena l i teratura de entonces nos es ¡b ien co

noc ida, y te nd re m os un f lorecim iento int ele ctu al

asombroso y adecuado a nues tra grandeza po l í

t i c a c om o n ac i ón .

Pero lo d icho , en vez de reso lver la duda , la

compl ica y la hace más d i f í c i l . ¿Qué causa hubo

p ar a q u e t an t a f e c u n d i d ad , t an t a e x u b e r an c i a ,

t an t a v i r t u d e s p e c u l a t i v a , t an t a v i d a d e l a l m a s e

s e c as e d e s ú b i t o , y h as t a s e o l v i d as e , au n e n t r e

n os o t r o s , q u e l a h ab í am os t e n i d o , v i n i e n d o a c a e r

E s p a ñ a e n u n m a r a s m o m e n t a l , e n u n a s e q ue d a d

y e s t e r i l i d ad m i s e r ab l e d e p e n s am i e n t o ,

1

e n e x

trav íos bajos y r id ícu los , de todo lo cua l no sa l i

m o s s i n o p a r a s e g u i r h u m i l d e m e n t e a l o s e x t r a n

j e r o s ,

c o m o s a t é l i t e s s i n e s p o n t a n e i d a d , c o m o

ad m i r ad or e s c i e gos y c om o i m i t ad or e s c as i s e r

v i l e s ? ¿ Qué causa hubo par a ta l ab at im iento , de l

q u e n o h e m os s a l i d o d e l t od o? L a p e r v e r s i ón

v i n o p r i m e r o y l a d e gr ad ac i ón d e s p u é s . De s d e

las obras de ambos Lu i ses , de San Juan de la

Cr u z y S an t a T e r e s a , d e s c e n d i m os a l a s d e l p a

dre Boneta y a las de o tros más dep lorab les , que

s i r v i e r on d e m od e l o a F r a y G e r u n d i o ; d e l a s c o

med ias de Calderón , pasando por Cañ izares y

Zamora , l l egamos a Corne l ia , Lu i s Moncín y Fer

m í n d e l Re y , ar q u e t i p os d e D . E l e u t e r i o ; d e s

d e G ar c i l a s o , R i o j a y l o s Ar ge n s o l a , b a j am os a

Montoro , a Benegas i y a l ¡ cura de Fru ime; y des

de e l ¡romancero del Cid , que Hegel pone por lo

más noble , be l lo , real e ideal a la vez que ha ins

p i r ad o l a m u s a é p i c a d e s p u é s d e l o s p oe m as d e

76



E N S A Y O S

nutra y robustezca con e l las , s in perder su esen

c ia inm orta l y su , pro p io cará cter .

B i e n p od r e m os e n t on c e s e s t ar s e gu r os d e q u e

s i im i ta m os a los filósofos m ode rnos a lem an es

pondremos al cabo en sus f i losofías un sel lo tan

c as t i z o q u e l a s h ar e m os p r op i as , a l m od o q u e

n u e s t r os gr an d e s m í s t i c o s , l i m i t an d o y c i t an d o

t a m b i é n a l o s m í s t i c o s a l e m a n e s c o m o S u s o , T a u -

l e r y Ru ys b r oe c k , f u e r on or i g i n a l í s i m os ( 1 ) ; y

( 1) E s t a i m i t a c i ó n d e l o s m í s t i c o s a l e m a n e s p o r l o s

m í s t i c o s e s p a ñ o l e s , p r u e b a q u e l a g r a n d e o r i g i n a l i d a d

n o p r o v i e n e d e a i s l a r s e , s i n o d e . c o n o c e r l o q u e l o s o t r o s

d i j e r o n y a ñ a d i r a l g o d e l c a u d a l p r o p i o . R o u s s e l o t n i e

g a q u e l o s m í s t i c o s a l e m a n e s h a y a n e j e r c i d o l a m e n o r

i n f l u e n c i a e n l o s e s p a ñ o l e s , y a p o r q u e e s c r i b i e r o n e n a l e

m á n ,

y a p o r q u e s u s o b r a s , m e n o s l a s d e R u y s b r o e c k ,

f u e r o n c o n d e n a d a s p o r p a n t e í s t i c a s . " N o s e e n c u e n t r a ,

d i c e R o u s s e l o t , v e s t i g i o a l g u n o e n l o s e s c r i t o s d e l o s

e s p a ñ o l e s p o r d o n d e s e p u e d a . s u p o n e r q u e s e h a n i n s p i

r a d o e n l o s a l e m a n e s . " P e r o R o u s s e l o t , a m i v e r , a f i r m ó

e s t o m u y d e l i g e r o . Y o , a l a v e r d a d , n o r e c u e r d o h a b e r

h a l l a d o j a m á s c i t a d o a l m a e s t r o E c k a r t , H e g e l y S c h e -

l l i n g , a l a v e z d e a q u e l l a e s c u e l a , e n n i n g ú n m í s t i c o

e s p a ñ o l ; p e r o l a s d o c t r i n a s d e E c k a r t d e b i e r o n s e r ¡ m e

d i a t a m e n t e c o n o c i d a s , m e r c e d a D i o n i s i o C a r t u j a n o , q u e

l a s r e p r o d u c e . Y e n c u a n t o a l o s o t r o s m í s t i c o s a l e m a

n e s ,

q u e s o n c o m o d i s c í p u l o s d e E c k a r t , y p r e d e c e s o r e s

d e H e g e l , n o s ó l o h a n s i d o l e í d o s p o r n u e s t r o s m í s t i c o s ,

s i n o c i t a d o s a c a d a ¡ p a s o c o n e x t r a o r d i n a r i o s e l o g i o s . E l

í l j u i m i n a d o y e x t á t i c o P . F r . M i g u e l d e l a F u e n t e d a t e s

t imonio d e lo d i ch o en su s Tres vidas del hombre. S u s o ,

T a u l e r , R u y s b r o e c k , H a r p h y o tr o s a l e m a n e s v i e n e n

c i t a d o s p o r é l c o m f r e c u e n c i a . Y e n p r u e b a d e q u e c o n -

8 7



J U A N V A L E R A

bien podremos es tar seguros de que , más hoy que

en e l s ig lo xv i l , todo español de jado en p lena l i

ber tad en tre Lutero y San Ignac io , pre fer i rá a

f e s a b a e l i n f l u j o d e l o s a l e m a n e s , n o y a s ó l o e n é l , s i n o

e n o t r o s m í s t i c o s e s p a ñ o l e s d e m á s f a m a , d i r e m o s ] o c j u e

p o n e a l h a b l a r d e l a s u s p e n s i ó n d e l h o m b r e í n t i m o :

" T o d o e s t o q u e h e m o s d i c h o l o d i j o a l K s i m a m e n t e R u s -

b r o c h i o , v a r ó n g r a v í s i m o y m u y i l u s t r a d o d e D i o s , e n

u n l i b r o q u e i n t i t u l ó De los grados del amor. N u e s t r a

S a n t a M a d r e T e r e s a d e J e s ú s , e n s u

Vida,

l o c o m e n t ó

d i v i n a m e n t e . " E l m i s m o i l u m i n a d o y e x t á t i c o F r . M i

g u e l d e s c r i b e l o q u e e s e l c e n t r o d e l a l m a , c o n p a l a b r a s

t o m a d a s d e R u y s b r o e c k y d e S u s o : " L o s u b s t a n c i a l d e l

a l m a , d i c e , e s l a p a r t e m á s e x c e l e n t e q u e h a y e n e l l a ,

l a c u a l p e n d e d e l m i s m o D i o s : e s i n m ó v i l ; m á s a l t a s i n

c o m p a r a c i ó n q u e e l c i e l o m á s s u p r e m o , m á s p r o f u n d a

q u e e l a b i s m o d e l m a r , m á s a n c h a y m á s e x t e n d i d a q u e

e l m u n d o t o d o , p o r q u e l a n a t u r a l e z a e s p i r i t u a l e x c e d e

i n c o m p a r a b l e m e n t e a t o d o l o c o r p ó r e o ; y e s t a e s e n c i a o

s u b s t a n c i a d e l a l m a e s e l r e i n o n a t u r a l d e D i o s , t é r m i n o

y f i n d e l a s o p e r a c i o n e s d e l a l m a , y n o h a y c r i a t u r a d e

l a s e s p i r i t u a l e s y c e l e s t i a l e s q u e p u e d a l l e n a r s u c a p a

c i d a d , s e g ú n e s i n m e n s a , s i n o s ó l o D i o s , q u e e s l a e s e n

c i a d e s u e s e n c i a y l a v i d a d e s u v i d a . "

¡C on l o e x p u e s t o s o b r a p a r a p r o b a r q u e s e e q u i v o c a

R o u s s e l o t a l a f i r m a r q u e n o h a y v e s t i g i o e n n u e s t r o s - ,

m í s t i c o s d e q u e i m i t a s e n a l o s a l e m a n e s . Y c o n l o e x

p u e s t o , y c o n m i l c i t a s m á s q u e p u d i é r a m o s h a c e r , s e

p r o b a r í a q u e n i l a I n q u i s i c i ó n n i n a d i e e r a e n t o n c e s e n

E s p a ñ a t a n a s u s t a d i z o c o m o a h o r a d e q u e n o s i n f i ec i o -

n a s e n l o s a l e m a n e s c o n s u p a n t e í s m o o p a n e n t e í s m n .

E l P . F r . M i g u e l d e l a F u e n t e n a c i ó e n 1 5 7 3 y m u r i ó

e in 162 5 . V iv ió y . e s c r ib ió , por l o t ant o , e n e l s i g lo da

o r o d e m u e s t r a l i t e r a t u r a .

8 8



J U A N V A L E R A

gu s t o t r ab aj ar on l o s m ad r i l e ñ os e n l e v an t ar e l

t a b l a d o , a n i m á n d o s e c o n d e v o t a s e x h o r t a c i o n e s ;

c o n m e j o r v o l u n t ad ac u d i e r on l a c or t e y 85 gr a n

d e s d e E s p añ a , y c on m ás d e l e i t e p r e s e n c i ó t od o

el pueblo e l auto de fe de 1680, en que fueron

condenadas 120 personas , y de e l las 21 quema

d a s v i v a s .

9 0



J U A N V A L E R A

h ab í a yo p r e s t ad o u n gr an s e r v i c i o e c h an d o p or

t i erra un ído lo popu lar , reduc iendo a su verda

d e r o v a l or u n a r e p u t ac i ón u s u r p ad a .

A t an l i s on j e r as f e l i c i t ac i on e s h e c on t e s t ad o

s i e m p r e q u e n o l a s m e r e z c o . P or e l c on t r ar i o ,

algo

1

, aunque sea poco , debo yo de haber contr i

bu ido a l evantar e l ído lo , e scr ib iendo un e log io

de l -Sr . Campoamor , que se impr imió var ias veces

y hoy s i rve de pró logo a la ed ic ión comple ta de

las obra s po ét i ca s de l acusado , hech a en P ar í s re

c i e n t e m e n t e . E n aq u e l e l og i o n ad a e s c a t i m ab a yo

menos a l Sr . 'Campoamor que la or ig ina l idad .

— P u e s y a s e h a b r á u s t e d c o n v e n c i d o d e q u e

no es tan or ig ina l como us ted pensaba —roe han

d icho las personas a qu ienes yo negaba haber

escr i to la acusac ión y recordaba e l e log io .

E s t o m e ob l i gab a e n t on c e s a r e p l i c ar , a f i rm an

d o q u e l a s c i e n f r as e s t om ad as a V í c t or H u go

y o t r a s c i e n t o m á s q u e s e m e c i t e n n o m e h a c e n

v ar i ar d e op i n i ón , s i n o q u e s i go t e n i e n d o a l s e

ñ or Cam p oam or e n e l m i s m o c on c e p t o e n q u e

an t e s l e t e n í a . Cas i l e t e n go ah or a e n m e j or c on

cepto ,

p or q u e yo n o l e h u b i e r a p e r d on ad o j am ás

que de su propia 'Cosecha hubiese sacado las ab

s u r d as r ar e z as o l o s p e n s am i e n t os h u e r os e h i n

c h ad os q u e s e c i t an , m i e n t r a s q u e , s i e n d o d e V í c

t or H u go , ya s e l o s p e r d on o c om o u n a n i ñ ad a

disculpable . Al f in , la g lor ia de tan ce lebrado es

c r i t o r p u d o d e s l u m h r a r h a s t a e s e e x t r e m o . I n

ventar , ,por e jemplo , la f rase

nada hay que

mor

ree tanto como maniobrar en lo insondable, ac r e -

9 2



E N S A Y O S

Di c e G ón gor a e n o t r a p ar t e d e l a s Soledades:

L as que e l c i e l o 'me r c e de s

h i z o a m i f o r m a , j o h , d u l c e m i e n e m i g a ,

l i s o n j a n o , s e r e n i d a d lo d i g a

d e l i m p i a c o n s u l t a d a y a l a g u n a .

T am b i é n e s i m i t ac i ón d e V i r g i l i o ( é g l oga I I ) ,

qu ien a su vez imi tó o cop ió a Teócr i to en e l

Id i l io del Cíc lope .

E n s u m a , G ón gor a h a c op i ad o d e t od os l o s

p oe t as l a t i n os , d e m u c h os gr i e gos y d e n o p oc os

i ta l ianos , entre los que descuel la e l Cabal lero

M a r i n i .

P e r o s e m e d i r á : l a s Soledades s o n u n p oe m a

pedantesco y detes tab le , donde , a par que no hay

verso n i idea que no es tén imi tados o cop iados

de a lgún c lás i co , la or ig ina l idad se funda en lo

v io lento , art i f ic ioso y archicu l to del est i lo .

P u e s t o m e m o s a l p o e t a m á s d u l c e , m á s n a t u

r a l , m á s s e n c i l l o q u e h a h a b i d o e n E s p a ñ a : a l

que puede pasar cas i por renovador de nues tra

p oe s í a l í r i c a ; t om e m os a G ar c i l a s o . L o m e j or ,

l o m ás p op u l ar , l o m ás e n c om i ad o d e G ar c i l a s o

e s l a é g l o g a I . E x a m i n é m o s l a . A p e n a s h a y u n

p e n s am i e n t o , u n a i m age n , u n a s e n t e n c i a q u e n o

sea cop ia , imi tac ión o remedo de un poeta la t ino .

S ó l o d e e s t a é g l oga I p u e d e n s ac ar s e t an t os h u r

t o s c om o t od os l o s q u e l o s S r e s . Váz q u e z y Ná-

k e n s h an s ac ad o d e Cam p oam or . H ay , c on t od o ,

u n a d i f e r e n c i a e n f av or d e Cam p oam or y e n c on -

9 7

E N S A Y O S — T . I I I .



J U A N V A L E R A

tra de Garc i laso . Los hurtos de l poeta ¡moderno

n o p as an d e f r as e s o s e n t e n c i a s b r e v e s y a i s l a

d a s ;

los de l an t iguo poeta sue len ser pasajes lar

gos d e ¡ m u c h os v e r s os . As í , p or e j e m p l o :

C u a l s u e l e e l r u i s e ñ o r c o n t r i s t e c a n t o

q u e j a r s e , e t c .

e s d e l a s

Geórgicas

d e V i r g i l i o :

Qualis populea m& rens Philomela sub timbra,

omisos queritur fmtus quos durus arator

observans nido implum es detraxit; at illa

flet noctem, ramoque sedens,

e tc .

D e s p u é s q u e n o s d e j a s t e , n u n c a p a c e

e n h a r t u r a e l g a n a d o y a , n i a c u d e

a l c a m p o e l l a b r a d o r , e t c .

E s t a m b i é n d e V i r g i l i o , é g l o g a V :

Postquam te fata tulerunt

Ipsa Palles agros, atque ipse reliquit Apollo.

lia.

m a l a h i e r b a e l t r i g o a h o g a , y n a c e

e n l u g a r s u y o l a i n f e l ic e a v e n a .

Infelix lolium et steriles noscuntur avente.

Virg i l io , a su vez , imi tó o cop ió de Teócr i to

l o s m i s m o s p e n s a m i e n t o s.

B i e n c l a r o c o n s u v o z m e l o d e c í a

l a s i n i e s t r a c o r n e j a .

»8



E N S A Y O S

E s d e V i r g i l i o t a m b i é n :

Ssepe sinistra cava predixit ab Hice cornix.

¿ Q u é n o s e e s p e r a r á d e a q u í a d e l a n t e

¡por d i f í c i l qu e s e a ? , e t c .

E s o t r o l a r g o p a s a j e d e V i r g i l i o , é g l o g a V I H :

Quid non speremus amantes?

Jungen tur jam gryphus equis...,

e t c .

S i e m p r e d e n u e v a l e c h e e n e l v e r a n o

y e n e l i n v i e r n o a b u n d o .

Lac mihi non ¡estáte novum, non frigore defit.

No s i go c i t an d o p ar a n o f a t i gar a l o s l e c t or e s .

Baste lo d icho para prueba de que Garc i laso era

m ás p l ag i ar i o q u e G am p oam or .

P u e s ¿ q u é d i r e m o s d e F r . L u i s d e L e ó n ? E n

l a f or m a , e n l a t r az a ge n e r a l d e s u s m ás n o t a

b l e s c om p os i c i on e s , La Vida del Campo y La

Profecía del Tajo, c op i a a H or ac i o . E l s e n t i

m i e n t o c r i s t i a n o y m í s t i c o q u e s u e l e h a b e r e n

s u s c om p os i c i on e s , ¿n o p u e d e a f i r m ar s e q u e t am

b i é n e s t á t o m a d o d e o t r o s a u t o r e s ?

As í , p or e j e m p l o , F r . L u i s e n s u od a a l a

V i r g e n , i m i t a l a c a n c i ó n V I I I d e l P e t r a r c a (In

morte di Laura) a l a V i r g e n t a m b i é n . E n la

od a a S a l i n as , q u e e m p i e z a

E l c i e l o s e s e r e n a ,

9 9



J U A N V A L E R A

t o m a p e n s a m i e n t o s d e P l a t ó n e n e l Fedon y e n

e l Fedro; d e S a n A g u s t í n , De música, y de San

B u e n a v e n t u r a ,

Iter mentís in Deum .

E n l a od a

a l n ac i m i e n t o d e l a h i j a d e l m ar q u é s d e A l c a -

f i ices imita a Horacio en las odas 5 del l i

bro I , 17 del II , 5 del III y Carm en sseculare. E n

la oda A Felipe Ruiz, De la avaricia, i m i t a a H o

r a c i o ,

odas 2 de l l ibro I I , pr imera de l I I I , 16

del I I I y l a s á t i r a I . E n o t r a od a A Felipe Ruiz,

q u e e m p i e z a

C u á n d o s e r á q u e p u e d a ,

l i b r e d e e s t a p r i s i ó n , v o l a r a l c i e l o ,

i m i t a F r . L u i s a H or ac i o e n d os e p í s t o l a s , a P l a

tón en e l

Fedon y

a V i r g i l i o e n l a s

Geórgicas.

L a t an c e l e b r ad a d e s c r i p c i ón d e l a t e m p e s t ad e s

d e V i r g i l i o . H as t a c u an d o d i c e F r . L u i s :

E n t r e l a s n u b e s m u e v e

s u c a r r o D i o s l i g e r o y r e l u c i e n t e .

H o r r i b l e s o n c o n m u e v e ,

r e l u m b r a f u e g o a r d i e n t e ,

t r e m e l a t i e r r a , h u m í l l a s e l a g e n t e ,

n o h ac e m ás q u e r e p r od u c i r , d i c h o s e a c on f r an

q u e z a , m e n o s e n é r g i c a m e n t e :

?Ipse pater media nimborum in nocte, corusca

fulmina m olitur dextra: quo máxima motu

térra tremit, fugere ferse, et mortalia corda

per gentes hum ilis stravit pavor.

1 0 0



J U A N V A L E R A

Vos exemplaria gresca

nocturna vérsate man u, vérsate diurna.

E n F r a n c i a , ©1 f am os o p r e c e p t i s t a B o i l e au l l e

gó a dec ir que el poeta que no imite a los anti

guos no será imitado de nadie, pon iendo as í por

cond ic ión de que un poeta va lga a lgo e l que sea

i m i t ad or d e o t r os .

E n m i s e n t i r , e l m ás n o t ab l e p oe t a l í r i c o q u e

han ten ido ios f ranceses , y s in d i sputa e l creador

d e l a m od e r n a p oe s í a l í r i c a d e aq u e l l a n ac i ón ,

e s A n d r é s C h é n i e r . V í c t o r H u g o m i s m o r e c o n o

c e e s t e m é r i t o c u an d o , e n aq u e l l o s e x t r añ os v e r

s os t i t u l ad os

Le cheval,

supo ne que e l P eg as o ha

t e n i d o s i e m p r e u n p a l a f r e n e r o d i v i n o , y q u e An

drés Chén ier ha s ido e l ú l t imo de es tos pa la

freneros :

Son écurie, où vit la fée,

veut un divin palefrenier;

le premier s'appelait Orph ée;

et le dernier, And ré Chén ier.

P u e s b i e n : e s t e ú l t i m o p a l a f r e n e r o d i v i n o e s

e l m ás gr an c op i s t a d e p oe t as gr i e gos y l a t i n os

q u e h a e x i s t i d o j am ás d e s d e q u e e l m u n d o e s

m u n d o . P ar a d e m os t r ar l o b as t a r e c u r r i r a l a

e d i c i ón c r í t i c a d e s u s

Poesías,

hec ha por L . Becq

d e F ou q u i é r e s . H as t a e n l a ad m i r ab l e y v a l i e n t e

o d a A Carlota Corday h a y i m i t a c i o n e s d e H o

r a c i o ,

d e H om e r o , d e E u r í p i d e s y d e J u v e n a l , y

e n l a e l e g í a

La jeune captive,

lo m á s ¡bello y se n

t i d o q u e s e h a e s c r i t o ta l v e z e n ye r s os f r an c e s e s ,

1 0 2



E N S A Y O S

dimita el po eta a E ur íp id es , a T ibu lo, a S ta cio , a

E s q u i l o y a s u c om p at r i o t a Rac i n e .

Tal vez sos tendrá a lgu ien , vo lv i endo a la ya

casa o lv idada d iv is ión de los poetas en c lás icos y

románt icos , que s i b i en no puede menos de con

c e d e r m e q u e l o s c l á s i c os s on u n os gr an d e s p l a

g i ar i o s , l o s r om án t i c os , e n c am b i o , s on or i g i n a l í -

s i m o s ,

se de jan arrebatar só lo de su in sp irac ión

y no imi tan o cop ian a nad ie .

A c u d a m o s a l p r í n c i p e d e l o s p o e t a s r o m á n t i

cos , a l i n s i gn e S h ak e s p e ar e , y é l s e e n c ar gar á d e

desment ir ta l aser to . Acaso no f igure o tro en

toda la caterva de poetas que haya robado con

m e n os e s c r ú p u l o c u an t o s e e n c on t r ab a a l a

m a n o .

E n l o s t e a t r os d e L on d r e s h ab í a m u l

t i t u d d e t r age d i as d on d e m u c h os h ab í an e s c r i t o .

S h ak e s p e ar e l a s t om ab a , l a s ar r e g l ab a o r e f u n

d ía , y as í pasaban por suyas . Los cá lcu los e in

v e s t i gac i on e s d e M al on e d e m u e s t r an q u e ap e n as

t i e n e S h ak e s p e ar e u n s o l o d r am a d on d e t od o

l e p e r t e n e z c a . E n l a t r i l og í a d e E n r i q u e VI , p on

go por caso , de 6 .043 versos , 1 .771 son de un

autor desconoc ido , an ter ior a l gran poeta; 2 .373

es tán arreg lados o correg idos por é l sobre los ya

c om p u e s t os p or o t r os p r e d e c e s or e s s u yos , y s ó l o

1 .899 son de l prop io Shakespeare por en tero .

De t od os e s t o s p l ag i o s d e S h ak e s p e ar e n o

c r e an m i s l e c t or e s q u e s ó l o s e h ac e c ar go a l gú n

d e t r ac t or s u yo , s i n o t am b i é n s u s e n c om i ad or e s

más h iperból i cos , en tre los que descue l la e l ame

r i c a n o E m e r s o n .

103



J U A N V A L E R A

E s t e p e n s ad or t i e n e i d e as t e os ó f i c as , p an t e í s

t i c a s y u n t an t o d e s a t i n ad as , au n q u e m u y p oé

t i c a s ,

c om o e l f am os o S w e d e n b or g y e l z ap a t e r o

J ae ob o B oe h m : c r e e q u e h ay a l go q u e é l l l am a

s ob r e a l m a o a l m a s u p r e m a , y q u e e s t a s ob r e -

a l m a m u e v e y c on c i e r t a t od as l a s c os as y l a s or

dena a un 'buen f in: de suerte que los grandes

h o m b r e s y h é r o e s v i e n e n a s e r c o m o lo s r e s p i r a

deros por donde sale a re luc ir y da razón de s í

l a t a l s ob r e a l m a , m an i f e s t án d os e e n e l m u n d o

c on p e n s am i e n t os y ob r as . E m e r s on t i e n e , e n t r e

otros l ibros , uno que se t i tu la Hom bres represen-

tativos, q u e s on l a s e p i f a n í as , e n c ar n ac i on e s , h i -

p ós t a s i s , o c om o q u i e r an l l am ar s e , d e l a m e n

c ionada sobrea lma. Algo se parece e l ta l l ibro de

lo s

Hom bres representativos

a otr o del in gl és

Oar ly le , t i tu lado Adoración de los héroes. E n

s u m a , y s i n m e t e r n os e n h on d u r as y d e j an d o

ap ar te la s in tr i nc ad as filosofías de esto s au tor es ,

e s lo c i er to que ambos de i f i can a var ios persona

j e s d e u n m od o h ar t o p om p os o .

E m e r s o n , s u p o n g o q u e a r b i t r a r ia m e n t e , o b i e n

l l evado de la v i r tud cabal í s t i ca de l número s i e te ,

p o n e s i e t e h o m b r e s r e p r e s e n t a t i v o s , c o m o h a y

s i e t e ar c án ge l e s , y s i e t e v i r t u d e s , y s i e t e p e c a

dos cap i ta les , y s i e te cande leros de oro , y s i e te

h e r m a n o s m á r t i r e s e n m u c h í s i m o s m a r t i r i o s .

L o s s i e t e h o m b r e s r e p r e s e n t a t i v o s d e E m e r s o n

s o n :

e l filósofo , P la tó n ; e l m ís t i co , S w ed en bo rg ;

e l e s c é p t i c o , M on t a i gn e ; e l h om b r e d e m u n d o ,

Napoleón; e l e scr i tor , Goethe , y e l poeta , Sha-

1 0 4



E N S A Y O S

kespeare . Claro es tá que no es menos arb i tra

r ia que la d iv i s ión de los of ic ios en s iete la e lec

c ión de personajes para cada uno de los s i e te

o f i c i o s . L o m i s m o p od r í am os h ac e r o t r o l i b r o ,

pon iendo por f i lósofo a Ar i s tó te les ; por mís t i co ,

a San Juan de la Cruz; por escépt i co , a Sán

c h e z ; a A l e j an d r o M agn o o a Co l ón p or h om b r e s

de acc ión o de mundo; por escr i tor , a Cervantes ,

y por poeta , a Dante , a Calderón o a Lope . Sea

es to d icho de paso , y perdóneseme la d igres ión .

A q u í n o t r a t o d e i m p u g n a r a E m e r s o n , s i n o s ó l o

d e d e c i r q u e p ar a E m e r s on S h ak e s p e ar e e s e l

p oe t a p or e x c e l e n c i a ; el poeta, con todo e l én fa

s i s que e l art ícu lo the puede dar y da a la expre

s i ón e n l e n gu a i n g l e s a . P ar a E m e r s on , e n p u n t o

a p od e r d e l a m e n t e , a e n t e n d i m i e n t o , a i n ge

n i o , e l m u n d o d e l o s h om b r e s n o o f r e c e n ad a

i gu a l a S h ak e s p e ar e . S h ak e s p e ar e e s u n a e s p e

ranza , o mejor d icho , una amenaza de que sa l

drá al f in otra casta de seres superiores a los

h u m a n o s : e s c o m o l a p r i m e r a m u e s t r a , c o m o e l

precursor de esa nueva cas ta , que nos va a de

j ar t am añ i t o s . P u e s b i e n : e s t e p r e c u r s or , p or

d e c l ar ac i ón d e E m e r s on , h a c op i ad o y p l ag i ad o

c om o n ad i e . De aq u í l a t e or í a d e E m e r s on d e

q u e l o s gr an d e s h om b r e s , y s ob r e t od o l o s gr an

d e s p oe t as , n o s on or i g i n a l e s : s on r e c e p t i v os y

c o m p r e n s i v o s . U n g r a n p o e t a n o e s u n a a r a ñ a

que fabr ica su te la de su prop ia substanc ia , n i

a l gu i e n q u e n o s e p ar e c e a l o s d e m ás h om b r e s

y an d a s i e m p r e d e v an án d os e i o s s e s os p ar a s a -

105



J U A N V A L E R A

car de a l l í cosas que a nad ie se l e hayan ocurr i

d o .

E l gr an p oe t a t i e n e c or az ón y e n t e n d i m i e n t o

en perfec ta consonanc ia con su pa í s y con su

época, y d ice lo que todos d icen en su época y

e n s u p a í s , s i b i e n l o d i c e m e j or y m ás l i n d a

m e n t e , y c on e l e n c an t o i n e f ab l e y m i s t e r i o s o d e

quien pone en e l lo toda e l a lma.

Com o o t r a p r u e b a d e e s t e m od o d e s e r gr an

poeta , tan opues to a esa or ig ina l idad que ahora

s e r e q u i e r e , E m e r s on c i t a a Ch au c e r . Ch au c e r

t om ó t am b i é n d e t od as p ar t e s : s aq u e ó a G u i d o

d e Co l on n a , a Dar e s , a O v i d i o , a E s t ac i o , a B o -

cacc io , a Petrarca y a los poetas proven ía les .

Su in f luenc ia , en cambio , fué grand ís ima en la

p os t e r i or l i t e r a t u r a i n g l e s a , n o t án d os e aú n r as

tros de e l la en Pope y en Dryden .

Debo hacer notar aqu í que a menudo no se

descubren hue l las de imi tac ión no porque un

poeta sea más or ig ina l , s ino porque aque l lo que

d ice es una co lecc ión de lugares comunes, e s t o

e s ,

q u e e l p oe t a n o i m i t a a n ad i e p or q u e i m i t a a

t od o e l gé n e r o h u m an o; n o c op i a a u n au t or d e

terminado porque lo que d ice lo d icen todos los

autores y todos los que no son autores .

Es ta carenc ia de ser y de cons i s tenc ia en e l

p e n s am i e n t o s e s a l v a , s i n e m b ar go , e n oc as i on e s

p or l a b e l l e z a d e l a e x p r e s i ón . No s oy yo e n t on

c e s t an s e v e r o c om o H or ac i o : n o d e s d e ñ o t an t o

como é l ,

versus inopes rerum, nugseque canorm.

106



E N S A Y O S

S í r v an os d e m u e s t r a u n t r oz o c u a l q u i e r a d e

l a s E p í s t o l a s d e M or at í n .

Y a e l c r u d o i n v i e r n o q u e a u m e n t ó l a s o n d a s

d e l T r i b e , e n s u s o r i l l a s m e d e t i e n e ,

d e R o m a h a b i t a d o r . ¡ F u é s e m e d a d o

v a g a r p o r e l l a , y d e s u g l o r i a a n t i g u a

c o n t i g o e x a m i n a r l o s a d m i r a b l e s

r e s t o s q u e e l t i e m p o , a c u y a f u e r z a n a d a

r e s i s t e , q u i s o p e r d o n a r A l u m n o

t ú d e l a s m u s a s y l a s a r t e s b e l l a s ,

o r á c u l o v e r a z d e l a a l m a h i s t o r i a ,

¡ c u á n t a d o c t r i n a a i a f l u e n t e l a b i o

d i e r a s , y c u á n t a s , i n f l a m a d o e l n u m e n ,

i m á g e n e s s u b l i m e s h a l l a r í a s

e n l o s ' d e s t r o z a s d e l m a y o r I m p e r i o

C a y ó l a g r a n c i u d a d q u e l a s n a c i o n e s

m á s b e l i c o s a s d o m i n ó , y c o n e l l a

a c a b ó e l n o m b r e y e l v a l o r l a t i n o ;

y l a q u e o s a d a , d e s d e e l N i l o a l B e t i s ,

s u s á g u i l a s l l e v ó , p r o l e d e M a r t e ,

a d o r n a d o d e b á r b a r o s t r o f e o s

e l C a p i t o l i o , c o n d u c i e n d o a t a d o s

a l c a r r o d e m a r f i l r e y e s a d u s t o s ,

e n t r e e l s o n i d o d e t o r c i d a s t r o m p a s

y e l r o n c o a p l a u s o d e l o s a n c h o s f o r o s ,

la que d io l eyes a Ja t i erra , horr ib le

n o c h e l a c u b r e , p e r e c i ó . N i e s p e r e s

d e l a n t i g u o v a l o r h a l l a r s e ñ a l e s .

T od o e s t o e s t an c om ú n p or e l p e n s am i e n t o ,

qu e se l e oc urre y s e l e ha ocu rr id o a cua lqu iera .

No h ay q u e b u s c ar d e d ón d e l o t om ó M or at í n .

Lo tomó de todas partes . Lo que rea lza y da va

l or a t a l e s l u gar e s c om u n e s e s l o e l e v ad o y e l e -

107



J U A N V A L E R A

gan t e d e l a e x p r e s i ón : i o q u e l l am an l a d i c c i ón

poét i ca; en la cua l , a más de l conoc imiento ma

g i s t r a l d e m u e s t r o i d i om a , s e n o t a l a i m i t ac i ón

de l e s t i lo de Par in i y de o tros poetas i ta l ianos .

D e n o t a r e s t a m b i é n q u e n o s o n l o s p e n s a

m i e n t o s p e r e g r i n o s l o s q u e h a c e n a m e n u d o

grande a un poeta , s ino e l br ío de l sen t i r , que

sólo se manif iesta en la forma, en la d icc ión , en

e l m od o d e e x p r e s ar s e . Y a u n e n e s t o h ay a l go d e

mis ter ioso o de harto d i f í c i l de exp l i car . Lo más

s u b l i m e , l o m ás b e l l o s u e l e s e r l o m ás n a t u r a l y

lo más senc i l lo : lo que , l e jos de no ocurr írse le a

nad ie s ino a l poeta , se l e ocurre a todo e l mun

do.

S i v a m o s , p o r e j e m p l o , a e x a m i n a r t o d a l a

doctr ina de Quin tana en su poes ía l í r i ca , no sa

c am os m ás q u e u n p a t r i o t i s m o gr an d e , l a c r e e n

c ia en e l progreso de la humanidad y las ideas

m á s d i v ul ga da s po r los filósofos f ra nc ese s del

s i g l o x v i l l . L a e x p r e s i ón e n é r g i c a , q u e p r u e b a

c u an h on d am e n t e e s t á s e n t i d o t od o e l l o , e s s ó l o

l o q u e av a l or a aq u e l l a s m agn í f i c a s p oe s í a s . De

s e r l a or i g i n a l i d ad l o q u e v u l gar m e n t e s e s u p o

n e ,

y d e e x i g i r s e ad e m ás a c u an t os e s c r i b e n , s e

r ía cosa ca lami tosa .

Hay mi l lones de l ibros escr i tos . S i e l poeta ,

p ar a c on s e r v ar s u or i g i n a l i d ad , n o l o s l e ye s e , s e

e x p on d r í a a c o i n c i d i r c on a l gu n os d e e l l o s y a

r e p e t i r , p or c o i n c i d e n c i a y m a l , l o q u e m u c h o an

t e s q u e é l h ab r í an d i c h o ya m e j or y m ás ga l l ar

d am e n t e . S i l o s l e ye s e , s e r í a s ó l o p ar a e v i t ar e l

i m i t ar l o s . Cad a n u e v o i n ge n i o q u e ap ar e c i e r a e n

1 0 8



E N S A Y O S

el ¡mundo, le jos de poner en c irculac ión , por de

c i rl o a s í , n u e v a s y h e r m o s a s e x p r e s i o n e s , g r a c i o

s a s o s u b l i m e s i m á g e n e s , i d e a s o s e n t i m i e n t o s

d e l i c ad os o e gr e g i o s , l o q u e h ar í a s e r í a am or t i

zar los , sacar los de l comerc io in te lec tua l , pues to

que nad ie podr ía repet i r los s in incurr ir en la

n o t a d e p l ag i ar i o .

r

I I I

L o c on t r a r i o e s , n o ob s t an t e , l o q u e s e ob s e r v a

e n t od a l a h i s t or i a d e l a c u l t u r a h u m an a , y s i n

gu l ar m e n t e d e l a p oe s í a . L a t r an s m i s i ón , l a c o

p i a , e l r e m e d o e s u n h e c h o c on s t an t e . L o v e r d a

deramente or ig ina l , o e s más escaso de lo que por

l o c om ú n s e c r e e , o s e p i e r d e e n f u e n t e s d e s c o

noc idas a l lá en la noche de los t i empos . De aqu í

l a m an í a , o l a e x age r ac i ón a l m e n os , c on q u e

c ier tos erud i tos , cada cua l según su a f i c ión y la

í n d o l e d e s u s e s t u d i os , b u s c an e l or i ge n d e t od o

ya e n E g i p t o , ya e n l a I n d i a , ya e n o t r a c i v i l i

zac ión pr imi t iva , de donde para e l los proceden

ciencias , f i losof ía , re l ig ión , artes e industr ia .

C l ar o e s t á q u e s e r í a u n a l oc u r a n e g ar l a or i g i

n a l i d ad . A l gu i e n i n v e n t ó , a l gu i e n p e n s ó y d i j o

las cosas an tes de que nad ie las d i jese . Lo que

aqu í se hace es a f i rmar que las cosas nuevas ,

p e n s ad as y d i c h as , s on m u c h as m e n os d e l o q u e

s e i m a g i n a . S a l o m ó n , o q u i e n f u e r a , h a c e y a m u -

109



J U A N V A L E R A

chos s ig los d i jo , no s in razón , que no hab ía deba

jo de l so l nada nuevo .

P ar a e s p í r i t u s p e r e z os os a p ar q u e c u r i o s os ,

c om o e l m í o , e s e s t o u n a gr an c on s o l ac i ón . S e

r í a p ar a d e s e s p e r ar s e s i c r e ye r a u n o q u e e n t r e

los mi l lones de l ibros que se han escr i to hay más

or i g i n a l i d ad d e l a q u e h ay . S i u n o n o e s t u v i e r a

convenc ido de que los au tores no hacen cas i

s i empre s ino repet i rse o cop iarse , se a f l ig i r ía

mucho de no poder leer los a todos , y la idea de

s u i gn or an c i a s e r í a a t e r r ad or a . P or f or t u n a , l o s

h o m b r e s s o m o s m u y c h a r l a t a n e s , y l a m a n í a d e

e s c r i b i r e s ge n e r a l y c on t ag i o s a . E s c r i b i r c on

conc i s ión es más d i f í c i l que escr ib ir ampl i f i can

d o . De aqu í que se e scr iba tan to para dec ir tan

p o c o :

a m e n u d o p ar a n o d e c i r n ad a .

S e am os f r an c os . S i n os o t r os , l o s q u e e s c r i b i

m o s , h i c i é r a m o s v o t o d e n o v o l v e r a t o m a r l a

p l u m a e n l a m an o h as t a q u e s e n os oc u r r i e s e a l g o

n u e v o , v e r d ad e r am e n t e n u e v o , q u e e s c r i b i r , n os

p a s a r í a m o s l a v i d a e n p e r p e t u a h o l g a n z a ; u n a

m u l t i t u d d e i n d u s t r i a s , c om o l a s d e l i m p r e s or ,

de l fabr icante de pape l , de l encuadernador y de l

l i b r e r o , v e n d r í an a ar r u i n ar s e , p r od u c i e n d o c i e r

t a p e r t u r b ac i ón e c on óm i c a e n e l m u n d o , h as t a

que los hombres que a esas cosas se ded ican ha

l lasen o tro modo de ganar e l sus ten to cot id iano .

En nada ha s ido tan fecundo e l e sp ír i tu de l

hombre , de un s ig lo a es ta parte , como en las

c i e n c i a s d e ob s e r v ac i ón . De m os d e b ar a t o q u e

so n flamantes, nu ev as , to d a s las c i en c ia s nu ev as

11



E N S A Y O S

que hace poco se han inventado , pero confese

m os t am b i é n q u e l o s h e c h os i m p or t an t e s e n

que

se funda cualqu iera de es tas c i enc ias , las verda

d e s i n d i s p u t ab l e s q u e c on t i e n e y h as t a l a s h i p ó

tes i s que construye , caben en tres o cuatro p l i e

gos de pape l , aunque sobre la más ru in de es tas

c i e n c i a s n u e v a s s e h a y a n e s c r i t o y a r e s m a s

y

r e s m as . E s d e n o t ar , ad e m ás , q u e e n e s t a s c i e n

c ias , como no se da la invenc ión en e l sen t ido

de

creac ión de la mente , s ino la expos ic ión de

he-

chos de los cuales se in f ieren o se inducen leyes ,

t e or í a s e h i p ó t e s i s , c ab e e s c r i b i r m ás s i n r e p e

t i r s e ; pe ro lo que e s e n la poes ía , s i tod o hu bie ra

d e s e r i n v e n t ad o e i n au d i t o , ya p u d i e r an e n m u

d e c e r c u an t os c ar am i l l o s , ar p as , l i r a s , t r om p as

y

d e m ás i n s t r u m e n t os q u e h an s e r v i d o a l o s p oe t as .

E n l o s t i e m p o s a n t i g u o s y s e m i b á r b a r o s ,

en

e l a lbor de las c iv i l i zac iones , era cuando e l poeta

i m p e r ab a; c u an d o e r a o ap ar e c í a or i g i n a l .

Su

i n v e n t i v a y s u m e m or i a s e c on f u n d í an e i d e n t i

ficaban en e l con cepto d e la m uche dum bre ig no

ran te y de bu en a fe que l e pres tab a aten to o ído .

Cu an t o e l p oe t a h ab í a a t e s or ad o e n s u m e m or i a

e n e x t r a ñ a s r e g i o n e s ; c u a n t a s s e n t e n c i a s h a b í a

o ído , i n i c i án d os e t a l v e z e n l o s m i s t e r i o s e g i p

c i o s , c a l d e os , d e E l e u s i s o d e S am ot r ac i a ; c u an t o

h ab í a ap r e n d i d o c on v e r s an d o c on s ac e r d ot e s y

h i e r o f an t e s , t od o l o i n j e r í a e n s u s v e r s os , sin

q u e n ad i e s e m e t i e s e a av e r i gu ar s i e r a p l ag i o o

n o e r a p l a g i o . L o s m i s m o s p r i m o r e s , e n s u e ñ o s ,

l e ye n d as , f áb u l as e h i s t or i a s p r od i g i o s as que su

111



J U A N V A L E R A

pueb lo hab ía inventado , e l poeta , pres tándoles

forma inmorta l , l os repet ía a l pueb lo , que los e s

c u c h a b a g u s t o s o . E s m á s : y o d u d o m u c h o d e q u e

e l poeta de en tonces se a trev iese en es te punto a

s e r o r i g i n a l ; t u v i e s e l a d e s v e r g ü e n z a d e i n v e n t a r

c os a a l gu n a q u e ya e l p u e b l o i n c on s c i e n t e m e n t e

n o h u b i e s e i n v e n t ad o , t e n i é n d o l o p or c i e r t o .

As í nac ieron la poes ía ép ica , la d idáct i ca y la

s e n t e n c i o s a d e l a s p r i m e r a s e d a d e s. H o m e r o , H e -

s i o d o ,

l o s s i e t e s ab i o s y l o s d e m ás p oe t as gn ó

m i c os , q u e t an or i g i n a l e s n os p ar e c e n , d e b i e r on

d e s e r , e n c i e r t o s e n t i d o , u n os gr an d í s i m os p l a

g i ar i o s .

Los pr imeros f i lósofos gr i egos , a lgunos de los

cuales , o los más de e l los , poetas , e s to es , e scr i

t o r e s e n v e r s o , t r a j e r o n m u c h í s i m o t a m b i é n

ap r e n d i d o d e s u s l ar gas p e r e gr i n ac i on e s . P l a t ón

d ice , no recuerdo b ien dónde , que los gr i egos to

m a r o n d e t o d a s p a r t e s p e n s a m i e n t o s , s i s t e m a s ,

i d e a s , e t c . ; p e r o q u e t u v i e r on s i n gu l ar h ab i l i d ad

p ar a a s i m i l ár s e l o y ap r op i ár s e l o , y c on v e r t i r l o

t od o e n l a s u b s t an c i a d e s u f e c u n d a c i v i l i z ac i ón .

L a G r e c i a e s t ab a d i c h os am e n t e s i t u ad a p ar a r e a

l i zar es te t rabajo , cercana , y cas i rodeada , de

E g i p t o , F r i g i a y F e n i c i a .

S e c u e n t a q u e D e m ó c r i t o c o n s u m i ó s u p i n g ü e

p at r i m on i o v i a j an d o e i n s t r u yé n d os e . Cu an d o

volv ió a Abdera , su patr ia , l e condenaron , en

v i r t u d d e l e ye s m u y s e v e r as q u e t e n í a aq u e l l a

r e p ú b l i c a c on t r a l o s p r ód i gos . E n t on c e s ac u d i ó

é l a la Asamblea popu lar , y l eyó a l l í l a obra más

112



J U A N V A L E R A

gnómico o sen tenc ioso ha descend ido , pues , a ser

en e l d ía un pedagogo . Le ha suced ido lo que se

cuenta de Dion i s io T irano , que , no pud iendo ya

m an d ar a l o s h om b r e s , ac ab ó c on e s c u e l a d e p ár

v u l os e n Cor i n t o . E n v e z d e l o s v e r s os áu r e os d e

P i t ágor as , y d e l a s s e n t e n c i a s d e S o l ón , T e ogn i s ,

F o c i l i d e s , M i m n e r m o , S i m ó n i d e s y t a n t o s o t r o s ,

s ó l o p o d e m o s t e n e r h o y l a s m á x i m a s d e l B a r ó n

de And i l la .

Y n o s e m e d i g a q u e e l B a r ó n e s m e n o s o r i g i

n a l q u e S o l ón , T e ogn i s y l o s d e m ás gn óm i c os c i

t a d o s .

Las sen tenc ias de aque l los sab ios an t iguos

deb ieron de es tar de an temano en la mente de l

pueb lo . E l los só lo tu v ier on e l m ér i to de fijarlas

y preservar las con la pa labra r í tmica , pero con

est i lo senci l lo , natural y poco d is tante de lo co

mún y más usado . Lo que e l los tuv ieron , y lo que

no tuvo e l Barón de And i l la , fué la oportun idad ,

e l ven ir a t i empo, la for tuna de componer sus

m á x i m a s p a r a u n p ú b l i c o c a n d o r o s o , r e v e r e n t e

y que las tomaba por lo ser io .

Resu l ta , pues , que los poetas pr imi t ivos , los

grandes educadores y reve ladores de l l inaje hu

mano., f u e r on y n o p od í an m e n os d e s e r m u y

p oc o or i g i n a l e s . P r e c i s am e n t e e s t ab a t od a l a

fuerza de e l los en la poca or ig ina l idad , en que

eran e l eco sonoro de l verbo de la muchedumbre ,

los que f i jaron e inmortal izaron su pensar y su

s e n t i r m á s p u r o :

L a p a l a b r a v e l o z q u e a n t e s h u í a .

1 1 4



E N S A Y O S

Más que de esp ír i tu creador , aque l los hombres

e s t u v i e r on d o t ad os d e e s p í r i t u c r í t i c o . S i n i n v e n

t ar n ad a , e s c og i e r on l o m e j o r d e l o y a i n v e n t ad o

o pensado por e l vu lgo . Conf

uc io ,

p or e j e m p l o ,

a l Libro de los versos, e n q u e h ab í a t r e s m i l c an

t o s ,

n o l e añ ad i ó u n c an t o m ás p ar a q u e f u e s e n

tr es m i l y uno , s ino que ' supr im ió la m ay or parte ,

d e j án d o l os r e d u c i d os a t r e s c i e n t os . De p u r an d o ,

no creando , enseñó la buena doctr ina . ¿Qué v i r

t u d n o s e r í a l a s u ya p ar a h ab e r e x t e n d i d o s u

in f lu jo sobre más de la cuarta parte de l l inaje

h u m an o , q u e l e v e n e r a e n m i l l ar e s d e t e m p l os

h ac e m ás d e d os m i l añ os ?

S in duda para imi tar a Confuc io , un cé lebre

l i t e r a t o e s p añ o l q u e e s t u v o d e m i n i s t r o p l e n i p o

t e n c i ar i o e n e l Ce l e s t e I m p e r i o h i z o l a s e gu n d a

e d i c i ón d e s u s ob r as , n o c om o l o s au t or e s i n m o

d e s t o s , corregida y aumentada, s i n o a l a c h i n e s

ca , corregida y disminuida.

Y t a l v e z p as ar í a p or r e m e d o d e C on f u c i o t am

b i é n , s i la cronología no se opusiese , aquel lo que

s u c e d i ó e n Rom a e n t i e m p o d e An c o M ar c i o o

de Serv io Tu l io con los l ibros de las S ib i las .

Qu ien trataba de vender los presentó nueve , p i

d ió c i er ta cant idad , y como no se la pagasen , re

dujo los l ibros a se i s y p id ió e l doble . No le pa

garon tampoco , y redujo a t res sus l ibros , au

mentando otra vez e l prec io . Por d icha se los

p agar on e n t on c e s ; q u e s i n o , p i d e m ás , d i s m i n u

yendo de nuevo la co lecc ión de sen tenc ias y

orácu los que vend ía .

1 1 5



J U A N V A L E R A

¿Q u é p r u e b a e s t o s i n o q u e l o m e j or y m ás

trascendenta l que se ha escr i to se ha escr i to por

r e s t a y n o p or s u m a , s u b s t r aye n d o c on e l j u i c i o

y n o ad i c i on an d o c on l a f an t as í a? L os l l am ad os

genios, s ob r e t od o e n c os as d e m e t a f í s i c a , d e m o

ra l y de poes ía , l e jos de inventar y de fan tasear ,

lo que han hecho es d i scern ir , e scoger , tomar lo

bueno y lo bel lo donde quiera que lo hal laban, y

d e p u r ad o ya y l i m p i o d e t od a m an c h a , t e j e r c on

el lo u na gu irn ald a de d i v in as flores.

As í , p u e s , yo d oy p or s e gu r o q u e S ak ya- m u n i

n o i n v e n t ó n ad a t am p oc o . T a l v e z s e l i m i t ó a

d i v u lg ar especu lac ion es filosóficas d e m á s an t i

gu os s ab i o s ; i d e as y d oc t r i n as q u e , p or n o h ab e r

s a l i d o d e la s e s c u e l a s , n i e n t u s i a s m ab a n a l a m u l

t i t u d n i i n f u n d í an t e r r or a l o s b r ah m an e s ; p e r o

S ak ya- m u n i l l e gó a t i e m p o , s e ap od e r ó d e aq u e

l las doctr inas e ideas , puso en e l las e l fuego del

amor y l e s pres tó e l br ío f ervoroso que las t rans

f or m ó e n r e l i g i ón e h i z o b r o t ar e n e l l a s l a s a l a s

de l prose l i t i smo.

¿ E s m á s o r i g i n a l e l K o r a n ? ¿ N o s e p o d r á d e

m o s t r a r q u e M a h o m a p l a g i ó m u c h o d e l i b r o s j u

d a i c o s y c r i s t i a n o s ? E n s u m a : d e e s t a m á s a l t a

y p r i m i t i v a f or m a d e p oe s í a , d e l a s e n t e n c i a ,

n ad a h ay q u e u n e r u d i t o n o p u e d a ac u s ar d e

cop ia o remedo .

U n i s r a e l i t a c o n t e m p o r á n e o h a h e c h o i m p í a

m e n t e e l m i s m o a n á l i s i s d e l Sermón de la mon

taña q u e N a k e n s y Váz q u e z d e a l gu n as ob r as d e

Cam p oam or . Aq u e l l a b u e n a n u e v a , aq u e l l a m o-

116



E N S A Y O S

ral inaud i ta , aque l idea l sub l ime de la v ida hu

mana aparece en e l l ibro de l jud ío Cohén como

una co lecc ión de sen tenc ias de an t iguos sab ios y

r ab i n os , d on d e n o h ay n ad a or i g i n a l n i n ad a

nuevo . Y en verdad que s i damos razón a es te

m od o m e z q u i n o d e c r i t i c ar , n ad a h ay q u e v a l ga

a lgo que no sea un p lag io en sus pormenores .

Qu ien hab ía ven ido no a abrogar la l ey n i los

p r o f e t a s , s i n o a d ar l e s c u m p l i m i e n t o , n o t e n í a

n e c e s i d a d t a m p o c o d e i n v e n t a r m á x i m a s n u e v a s

n i peregr inas . Demos por c i er to , con Cohén , que

e l perdón de las in jur ias , e l amor de los enemi

g o s , la car idad más ard ien te , la conf ianza más

i l i m i t ad a e n n u e s t r o P ad r e q u e e s t á e n l o s c i e

los ,

t od o e s t á a i s l ad am e n t e e n l o s an t e r i or e s t e x

tos que Cohén c i ta ; todo se enseñaba ya , cas i

e n l o s m i s m o s t é r m i n o s , e n l a s i n a g o g a ; p e r o e l

e s p í r i t u m ar av i l l o s o q u e an i m a e l c on j u n t o , ¿e n

d ón d e e s t ab a an t e s ? ¿Dón d e e s t ab a an t e s l a

fuer za qu e con v ir t ió en sa l de la t i er ra e l desabr i

d o i n ge n i o d e u n os p ob r e s p e s c ad or e s ; q u e s ac ó

de aque l los ignorantes la luz de l mundo , que en

cendió la antorcha y no la puso debajo del ce

l emín , s ino sobre e l cande lero para que a todos

a l u m b r as e , y q u e f u n d ó s ob r e e l m on t e l a n u e v a

c iudad para que no pud iera esconderse nunca?

Ci e r t o q u e d e u n a c o l e c c i ón d e m áx i m as , t om a

das de aquí y de a l l í , y reunidas como al acaso ,

no se saca , por exce len tes que sean , aque l la v i r

tud super ior que bas ta a apoderarse de los án i

mos de la más nob le porc ión de la humanidad»

11T



J U A N V A L E O R A

q u e i n f or m a , d u r an t e c e r c a d e v e i n t e s i g l o s , l a

más a l ta de las c iv i l i zac iones , y que da e l pr i

mado o la hegemonía a los pueb los que la acep

t a n .

H ay , s i n d u d a , a l go e n e l Sermón de la m on

taña que se e scapó a l aná l i s i s erud i to de l Sr . Co

h é n ,

y q u e n o s e h a l l a e n n i n gú n l i b r o an t e r i or

a l E v a n g e l i o .

En pequeña proporc ión , b ien puede a f i rmarse

Jo m is m o de o t ra s cr í t i c as y de o tro s anál i s i s de

o b r a s h u m a n a s , n a t u r a l m e n t e m e n o s i m p o r t a n

t e s ,

t i ldadas de cen tones y de cop ia de lo ya d i

c h o p or o t r os . E l an a t óm i c o y e l q u í m i c o h ar án

l a d i s e c c i ón d e u n s e r or gan i z ad o , m os t r ar án l o s

te j idos de que se compone , probarán que las

s u b s t an c i a s t od as d e q u e c on s t a n ad a t i e n e n d e

s i n g u l a r e s , a n t e s b i e n s o n l a s m i s m a s q u e e s t á n

e n l o s d e m ás s e r e s ; p e r o e l p r i n c i p i o m i s t e r i o s o

de la v ida se ha escapado a l e sca lpe lo de l anató

m i c o , y n o h a q u e d ad o e n n i n gu n a d e l a s am p o

l l e tas y re tor tas de l qu ímico , n i convert ido en

esenc ia o ex tracto ha sa l ido por la p iquera de

s u a l am b i q u e .

I V

E n l o s a s u n t os p ar a l a n ar r ac i ón , e n l o s ar gu

mentos , en la mater ia ép ica , los au tores se han

c op i ad o m ás aú n q u e e n l a s m áx i m as .

M ax M ü l l e r , y o t r os m i l , h an e s c r i t o ya s ob r e

1 1 8



E N S A Y O S

l a e m i gr ac i ón d e l a s f áb u l as . ¿Q u é añ ad i r é yo a

lo que e l los d i jeron?

E m p e z a n d o p o r l o q u e m á s c o m ú n m e n t e s e

l lama fábula , es to es , por aquel la acc ión senci l la

en que in terv ienen a menudo seres i rrac ionales ,

y de la cua l se in f iere o se pre tend e in fe r ir u n a

e n s e ñ an z a m or a l , ¿q u i é n n e gar á q u e S am an i e go

h a c op i ad o a L a f on t a i n e , L a f on t a i n e a F e d r o ,

Fedro a Esopo , y Esopo , s in saber lo qu izá , e l

Hitopadesa y el Pantchatantra?

Con m u c h as f áb u l as s e p od r í a h ac e r l o m i s m o

que Max Mül ler ha hecho con la fábu la de La

lechera, s igu iénd ola de la Ind ia a la P ers ia , de

l a P e r s i a a l a Ar ab i a y d e m ás p u e b l os m u s l í m i

cos y , por ú l t imo , a l occ idente de Europa , empe

zando por España, donde f igura en la traducción

d e Calüa y Dimna y en El conde Lucanor, y ac a

bando en la Perrete del cé lebre fab ul i s ta de

F r a n c i a .

C on los cue nto s popu lares o vu lga res se podr ía

h ac e r o t r o t an t o . A p e n a s s e c om p r e n d e c óm o h an

ido pasando de unas l enguas en o tras l enguas , y

d e u n as l i t e r a t u r as e n o t r as l i t e r a t u r as . L a f on

ta ine tomó e l Jocondo de Ar ios to , Ar ios to o i r ía

contar e l cuento a l vu lgo , y e l cuento v ino, s in

duda , de Or ien te , ya que en substanc ia es e l mis

mo que s i rve de in troducc ión a

Las m il y una no

ches.

E l cuento de

Los tres burladores,

q ue A n -

dersen nos da com o popu lar d inam arqu és , e s tá

r e f e r i d o e n

El conde Lucanor,

cuy o au tor l e

t o m ó ,

s in duda, de los árabes , qu ienes ta l vez le

119



J U A N V A L E E A

tomaron de los persas , y los persas de los ind ios .

K a l i d as a t om ó ya e l a s u n t o d e S ac u n t a l a d e u n

p oe m a; e n e l p oe m a e s t ar í a t om ad o d e l a t r ad i

c ión oral ; y e l asunto de Sacuntala es aún e l de l

cuento de Doña Guiomar, q u e c u e n t an e n A n d a

luc ía . Conon , so f i s ta gr i ego , t rae la h i s tor ia de l

mal deudor, que puso dentro de la caña e l d ine

ro para jurar que se l e hab ía dado a l acreedor;

este

1

m i s m o c u e n t o s e c o n v i e r te e n l a E d a d M e

d i a e n u n m i l agr o d e S an N i c o l á s , y p u e s t o e n

versos la t inos es tá en la co lecc ión de Du Mér i l ;

Cervantes , por ú l t imo , l e t ras ladó a l Quijote, e n

t r e l o s j u i c i o s d e S an c h o P an z a , gob e r n ad or d e

l a í n s u l a B ar a t ar í a .

L os c u e n t os d e h ad as , d e a s om b r os y d e p r o

d i g i o s n o t e n d r án p i e s n i c ab e z a , s e r án u n a s ar

ta de desat inos , parecerá a pr imera v i s ta que

cualqu iera , en pon iéndose a e l lo , puede inventar

c u an t os s e l e an t o j e . S i n e m b ar g o , n o h a y c u e n t o

de és tos , s i en é l hay a lgo de marav i l loso y es

de mera invenc ión , que no resu l te nec io y s in

gr ac i a a l gu n a . E s e v i d e n t í s i m a l a i m p ot e n c i a d e

t od o s i n gu l ar p oe t a p ar a i n v e n t ar l o s . As í e s q u e

P e r r a u l t , G r i m m , A n d e r s e n , M u s á u s , m a d a m e

D ' A u l n o y y M m e . P r i n c e d e B e a u m o n t l o s h a n

tomado de los lab ios de l vu lgo . S i a lgo añaden ,

e s c om o ad or n o o b or d ad o; l a t r am a , la t e l a e s t á

ya te j ida por e l pueb lo , sabe Dios desde cuántos

s i g l o s h ac e .

¿S e r á t am b i é n f u n d ad a aq u e l l a o t r a q u e j a d e l

d e s e s p e r a d o L e o p a r d i :

120



E N S A Y O S

O caro imagina r, da te s'apparta

nostra mente in eterno?

Cu an d o n i c u e n t os p od e m os i n v e n t ar , ¿c óm o

h a n d e i n v e n t a r s e y a O l i m p o s n i W a l h a l a s ? ¿ D e

dónde han de sa l i r n in fas , n i gen ios , n i d ioses

n u e v os , au n q u e s e an p e q u e ñ u e l os y d e m a l a

m u e r t e ? ¿No d e l i r an l o s q u e c r e e n p os i b l e u n a

r e l i g i ón d e l p or v e n i r ? L o m ar av i l l o s o d e l d í a

es tá só lo en e l l ími te en tre lo exp lorado y lo in

e x p l or ad o d e l a s c i e n c i a s n a t u r a l e s . J u l i o Ve m e

e s e l H om e r o y e l H e s i od o .

L o q u e e s e n e l e s p i r i t i s m o , s a l v o l o q u e t am

b ién se funda en ade lantos de las c i enc ias de ob

s e r v ac i ón , ¿q u é h ay e n s u b s t an c i a q u e n o e s t e

mos hartos de saber desde que la p i ton i sa de

E n d or e v oc ó l a s om b r a d e S am u e l p r o f e t a? E l

e s p i r i t i s m o e s l a n i gr om an c i a , c on oc i d a e n t od os

los pa í ses de la t i erra . Pausan ias evocó e l e sp í^

r i tu de Cleon ice y hab ló con é l , y Per iandro con

s u l t ó a l a s om b r a d e s u e s p os a M e l i s a , ye n d o a

evocar la en un c lub de esp ir i t i s tas que hab ía es

tab lec ido en Threspot ia , a or i l las de l Aqueronte .

S i e s t o s u c e d e c on e l e s p i r i t i s m o , ¿q u é n o s e

p o d r á d e c i r d e l o s d i o s e s m i s m o s q u e e m i g r a n

también como los cuentos y las supers t i c iones de

unos pueb los a o tros pueb los

?

L a m i t o l o g ía g r i e

ga es , s in duda , la más be l la de todas ; pero ¿qué

no debe a los ar ios pr imi t ivos , a los pueb los de l

As i a M e n or , a l o s e g i p c i o s y a l o s f e n i c i o s ? L a

máquina , pues , de la epopeya , lo sobrenatura l o

121



J U A N V A L E R A

m ar av i l l o s o d e l o s p oe m as , n o s ab e s i n o r e p e

t i r s e : e s i m p os i b l e in v e n t ar l o . C u an t o s e i n v e n

ta hoy v i ene a convert i rse en una ins íp ida a lego

r ía : no v ive , carece de ser y de cons i s tenc ia

propia .

Con lo l egendar io sucede lo mismo que con lo

mi to lóg ico . ¿Qué poeta carece de ju ic io has ta e l

p u n t o d e p on e r s e a i n v e n t ar u n a l e ye n d a? E l

la adornará , la hermoseará con su es t i lo , pero la

l e ye n d a e s t á ya i n v e n t ad a .

Teóf i lo , protot ipo de Fausto , e s tá en las obras

d e l a m on j a H r os w i t a , e n G on z a l o B e r c e o , e n l a s

Cantigas d el R e y S a b i o ; Margarita la Tornera

de Zorri l la , en e l Quijote de A ve l lan eda , en la s

Cantigas, e n m i l p a r t e s ; D on J u an y L i s ar d o e l

e s t u d i an t e , q u e v e s u p r op i o e n t i e r r o , e n r om an

ces popu lares , en las Soledades de la vida, d e L o

z a n o , e tc . ; y los v ia jes a l Para í so terrenal , la

h i s tor ia de l monje o de l san to ermi taño , que se

queda embelesado oyendo cantar un pajar i to , y

cree es tar un d ía o un minuto oyéndole , y re

su l ta luego que ha es tado dosc ien tos o t resc i en

tos años , no hay l engua en que no es té re fer ida

m i l v e c e s . L o s d e s p o s o r i o s m á s o m e n o s m í s t i

cos de un hombre o de una mujer con un d ios o

con una d iosa , con un santo o una santa , con

Cri s to o con la Virgen , se rep i ten y se suceden

d e s d e E n d i m y o n y D i a n a , A n q u i s e s y V e n u s ,

At i s y Cibe les , has ta e l mozo de las Cantigas

que da su an i l lo a la devota imagen , y la devota

im ag en c i erra sus dedos de m árm ol y no sue l ta

122



E N S A Y O S

el an i l lo , haciendo as í aquel lazo ind isoluble ,

e

inquebrantab le aque l voto .

Nad a p ar e c e m ás or i g i n a l , p ar a q u i e n n o s e

para a pensar lo , que e l gran poema de l Dante .

O z an an , s i n e m b ar go , e n s u e r u d i t o d i s c u r s o So

bre las fuentes poéticas de la Divina Com edia,

nos presenta un s innúmero de v ia jes a l in f i erno ,

de donde pudo tomar y tomó a manos l l enas e l

vate florentino. Facilis est descensus averni. U l i -

ses baja 'al inf ierno en la Odisea y E n e as e n l a

Eneida. D an t e h a i m i t ad o , ad e m ás , e l s u e ñ o d e

Sc ip ión , la v i s ión de l abate Giovacch ino , la v i

s i ón d e A l b e r i c o , l o s Fioretti de San Francesco

y otra inf in idad de obras por e l es t i lo , que han

hecho escr ib ir a Lab i t te un es tud io cr í t i co t i tu

l ad o La Divina Com edia antes del Dante. " M as

n o s e c r ea — d i c e O z a n a n — q u e D a n t e s ea m e n o s

grande por eso . Nos parece , a l contrar io , que e l

p r i m e r s i gn o d e l ge n i o n o e s s e r n u e v o , s i n o s e r

an t i g u o ; t r ab aj a r s ob r e a l gu n o d e aqu e ll o s a s u n

t o s q u e j am ás c e s ar on d e i n t e r e s ar a l o s h om

b r e s . No es c i er to que e l ar te no in terese s ino

p or l o i m p r e v i s t o . Nad a s e r e p i t e t an t o c om o

la e locuenc ia . Bossuet no t i ene un so lo mov i

miento orator io que no deba a los padres de la

Ig les ia ."

Y l u e g o a ñ a d e O z a n a n : ¿ Qué le qu eda, pu es ,

a l gen io y por qué se e l eva sobre la mul t i tud?

Por e l asunto de sus obras , que pertenece a todo

el mundo, e l poeta se confunde con e l pueblo .

E l poeta se e l eva sobre la mul t i tud por e l t raba-

12 3



J U A N V A L E R A

j o ,

que es suyo , y por la in sp irac ión , que rec ibe

d e D i os . "

Con es te cr i t er io , ya podemos l ibrarnos los que

escr ib imos de la nota de p lag iar ios . Con e l de

l o s S r e s . Váz q u e z y Nak e n s c ae r á Cam p oam or ,

pero no quedará en p ie ídolo a lguno.

¿ Q u é s e r í a e n t on c e s d e V i r g i l i o , a q u i e n J e r ó

n i m o V i d a , u n o d e s u s m á s f e r v i e n t e s a d m i r a d o

res ,

p i n t a

magni exuvias indutus Hom eri;

y s i n q u e d e e l l o s e av e r gü e n c e : neo pudet? L a

h i s t or i a p oé t i c a d e A l e j an d r o M agn o s e h a r e p e

t i d o y c op i ad o e n m u c h as l e n gu as d e E u r op a y

de As ia , en persa , en gr iego , en la t ín , en a lemán

y en francés , an tes de que Lorenzo de Segura la

pus iese en cas te l lano . Los sueños y poemas de

los an t iguos bardos , a lgo transf igurados por e l

c r i s t i an i s m o , y r e n ov ad os c on m ás e s p l e n d or

c u an d o G u i l l e r m o el Bastardo v e n g ó d e l o s a n -

g l o s a l o s v e n c i d os b r e t on e s , s e d i f u n d i e r on p or

t o d a E u r o p a y f u e r o n c o n s t a n t e a l i m e n t o d e t o

d as l a s l i t e r a t u r as . M e r l i n y V i v i an a , T r i s t án e

I s e o , Lanzarote y Ginebra v iven en los cantos ,

d e l o s t r ov ad o r e s y d e l o s minnesinger, e n l o s a n

t i gu os r om an c e s d e Cas t i l l a , y h as t a h oy e n l o s

i d i l i o s d e T e n n ys on . L as m i l h i s t or i a s d e l c i c l o

c a r l o v i n g i o n o h a n s i d o m e n o s r e p e t i d a s . A r i o s

to cop ió , tomó de todas partes para escr ib ir su

Orlando. Y no só lo puso en é l tutta la romanze

rà



E N S A Y O S

ria,

s i n o q u e i m i t ó y t r ad u j o l a s f áb u l as , l a s d e s

c r i p c i on e s y lo s p e n s am i e n t os d e l o s an t i gu os c l á

s i cos .

Au n q u e Cam oe n s , c on s u ar r ogan c i a d e p oe t a ,

y de poeta portugués , exc lame a l pr inc ip io

Cesse tudo o que a Musa antigua canta,

que outro valor mais alto se alevanta,

no fué bas tante poderosa la novedad de l asunto

pa ra que no re p i t i e se a l ca nta r le m uch o de lo que

l a m u s a a n t i g u a h a b í a y a c a n t a d o . E n C a m o e n s

s e n o t a t am b i é n l a i m i t ac i ón d e l o s c l á s i c os ,

au n q u e n o t an t o c om o e n S á d e M i r an d a y e n

F e r r e i r a , e gr e g i o s m ae s t r os d e l a p oe s í a l u s i

tana .

M i l v ec es se ha repet ido aque l lo de que e l robo

l i t e r ar i o n o s e p e r d on a s i n o c u an d o v a u n i d o a l

a s e s i n a t o ; p e r o t am p oc o e s e s t o v e r d ad . V i r g i l i o

n o m a t ó a H o m e r o c o n s u Eneida, n i a T eócr i to

c o n s u s Bucólicas.

L o c on t r ar i o s u c e d e a m e n u d o . E l p oe t a m u e r

t o ,

es to es , o lv idado , resuc i ta merced a l robo

que hace de su hac ienda otro poeta . S i rva de

e j e m p l o J a c o b o M a s e n i u s . S u

Sarcothea

vo lv ió a

l a v i d a y q u e d ar á ya s i e m p r e e n l a m e m or i a d e

l o s h om b r e s p or l a e x t r aor d i n ar i a c an t i d ad d e

p e n s a m i e n t o s , d e i m á g e n e s , d e p i n t u r a s y d e s

cr ipc iones que tomó de e l la Mi l ton a l componer

su

Paraíso perdido.

L a ac u s ac i ón d e l e s c oc é s L au d e r c on t r a M i l -

12 5



JUAN VALEÍRA

t o n ,

t i ldándole de p lag iar io , no menoscaba , a mi

v e r , l a g l or i a d e H om e r o b r i t án i c o ; p e r o , d í gan

s e e n c on t r a c u an t as s u t i l e z as s e p u e d an i n v e n

t ar , e s e v i d e n t e q u e M i l t on c op i ó a M as e n i u s ,

y no só lo a Masen ius , s ino a o tros au tores , como

a G r ot i u s e n s u Ada/mus exul a T a u b m a n n e n

s u Bellum angelicum, a Barlseus , a R an se y y a

R o s s e .

En cuanto a la c iencia , a la f i losof ía , a la doc

tr ina que e l poeta d ivulga en sus obras , aun suele

s e r m e n or l a or i g i n a l i d ad .

Rem Ubi Socraticx poterunt ostendere chartm:

verbaque provisam rem non invita seqventur,

h a d i c h o H or ac i o .

Los f i lósofos darán al poeta la doctrina, y , una

vez adqu ir ida la doctr ina , las pa labras para ex

presar la se presentarán con fac i l idad .

E n e f e c t o ,

¿

qué ha brá d icho Da nte en su a d

m i r ab l e p oe m a q u e n o e s t é ya e n S an t o T om ás

d e Aq u i n o , e n S an B u e n av e n t u r a , e n e l M ae s t r o

de las sen tenc ias y en tan tos o tros sab ios de la

E d a d M e d i a ?

Cu an d o u n i d i om a e s t á e n s u p e r í od o d e f or

mac ión cabe que luzca e l poeta su or ig ina l idad

i n v e n t an d o a l m e n os f r as e s y g i r os . E s t o e s d i

f í c i l cuando e l id ioma es tá ya formado .

La pa labra aun es más d i f í c i l de inventar que

la frase . Só lo es dab le tomar pa labras de o tros

id iomas o hacer pa labras compuestas de dos o

126



E N S A Y O S

m á s s e n c i l l a s . A u n e n e s t o m i s m o e s m e n e s t e r

q u e s e a m u y p ar c o e l i n v e n t or , s i n o q u i e r e h a

cerse r id ícu lo o pesado . Lo que es la pa labr a sen

c i l la nueva rara vez se inventa como no sea en

e s t i l o p i c a r e s c o y b a j o ; v e r b i g r a c i a : cursi, gua

sa

y filfa.

P as ó ya e l t i e m p o d e l a i n v e n c i ón d e l l e n gu a

j e ,

como pasó e l de la apar ic ión de las l eyendas ,

m at e r i a é p ic a , r e l i g i on e s y m i t o l og í a s . L os q u e s e

m e t e n a i n v e n t o r e s d e e s t a s c os as c ae n e n l o gr o

t e sco ,

com o una sec ta herét i ca , que hubo poco ha ,

o q u e h ay aú n e n I n g l a t e r r a , c u yos i n d i v i d u os ,

c r e yé n d os e i n f l am ad os d e l E s p í r i t u S an t o , a s e

mejanza de los Apósto les en e l Cenácu lo , rompen

a h ab l ar e n l e n gu as d e s c on oc i d as y t od as i n v e n

tadas por e l los .

E l asunto de es tos ar t í cu los es inagotab le s i

n o s e m p e ñ a m o s e n s e g u i r c i t a n d o . P o n g a m o s y a

término a las c i tas para no fa t igar a los l ec tores ,

y v e n gam os a u n a c on c l u s i ón .

Pues to que todos los poetas se cop ian , ¿en qué

c on s i s t e l a or i g i n a l i d ad ?

P r i m e r a m e n t e d i r é q u e l a or i g i n a l i d ad p u e d e

t om ar s e a m a l a p ar t e . L l ám as e a v e c e s or i g i n a l

a l e x t r av agan t e , r ar o y d i s p ar a t ad o . De e s t a or i

g ina l idad ped imos a Dios que nos l ibre .

La verdadera y buena or ig ina l idad n i se p ier

de n i se gana por cop iar pensamientos , ideas o

i m áge n e s , o p or t om ar a s u n t o d e o t r os au t or e s .

L a v e r d ad e r a or i g i n a l i d ad e s t á e n l a p e r s on a ,

c u an d o t i e n e s e r f e c u n d o y v a l e r b as t an t e p ar a

12 7



J U A N V A L E R A

tras ladarse a l pape l que escr ibe , y quedar en lo

e s c r i t o , c om o e n c an t ad a , d án d o l e v i d a i n m or t a l

y carácter prop io .

Para ser , pues , or ig ina l en e l buen sen t ido , no

h ay q u e a f an ar s e m u c h o n i p oc o e n d e c i r y p e n

s ar c os as r ar as . B as t a c on p e n s ar , s e n t i r y e x

p r e s ar l o q u e s e p i e n s a y s e s i e n t e d e l m od o m ás

senc i l lo . Entonces sa le re tratada e l a lma de l que

e s c r i b e e n l o q u e e s c r i b e ; y c om o e l a l m a e s or i

g ina l , or ig ina l e s lo e scr i to .

N i s e c r e a q u e e s t o e s t an f ác i l . L os au t or e s

v u l gar e s ap e n as t i e n e n a l m a , y s u a l m a n i s a l e

re tratada n i queda en e l e s t i lo . B ien podrán no

i m i t a r a n a d i e , p e r o n o s e r á n o r i g i n a l e s ; s e r á n

cualqu ier cosa: lo que todo e l mundo es .

E l esti lo* sen ci l lo y n at ur al es di f íc i l , au nq ue

no lo parezca . En cualqu iera época hay un es t i lo

d e c on v e n c i ón , u n e n j am b r e d e f r as e s h e c h as ,

u n a manera, e n s u m a , a l a q u e s e ad ap t a l a tu r

b am u l t a d e l o s p oe t as . P ar a e s c r i b i r c on e s t i l o

p r o p i o e s m e n e s t e r d e s e c h a r e s t a m a n e r a ; s e r

u n o , e n s u m a , c om o D i os l e h i z o . E l q u e l ogr e

s e r l o e s c r i b i e n d o e s e s e r á or i g i n a l , d i ga l o q u e

d i ga . S u s v e r s os n o p od r án m e n os d e t e n e r c i e r

to encanto , porque en

ello

S e s t a r á y v i v i r á l o

m e j o r y l o m á s h e r m o s o d e s u a l m a .

P o r e s o H o r a c i o , V i r g i l i o , S h a k e s p e a r e , M i l -

t o n ,

G ar c i l a s o , Ar i o s t o , Dan t e y o t r os m u c h os ,

de cuyos p lag ios pueden l l enarse l ibros en teros ,

v i v e n c o m o a l t í s i m o s p o e t a s e n l a m e m o r i a d e

l o s h om b r e s , m i e n t r as d e o t r os , q u e j am ás c o -

1 2 8



E N S A Y O S

p i ar on n ad a d e n ad i e , n o h ay s e r h u m an o q u e

se acuerde , o que los lea , o que , leyéndolos , los

su fra .

P or ú l t i m o , v a l e m ás c op i ar u n a d i s c r e c i ón o

una cosa be l la que dec ir una sandez , una fr ia l

dad o un desat ino prop io , dado que sandeces ,

f r i a l d ad e s y d e s a t i n os n o s e an t am b i é n c op i ad os .

L o q u e n ad a v a l e n o t i e n e d u e ñ o; m as n o p or

eso se ha de suponer que lo crea o engendra

q u i e n l o t om a . D i s c u r r i r a s í s e r í a c om o s i a l

gu i e n i m ag i n as e q u e e r an h i j o s s u yos t od os l o s

muchachos de la Inc lusa .

E é s t a m e s ó l o a ñ a d i r q u e e n e s t e e s c r i t o , m o

t i v ad o p or l a s ac u s a c i on e s d i r i g i d a s c on t r a e l s e

ñ or Cam p oam or , t am p oc o d i go yo n ad a q u e s e a

or ig ina l , nada que no es té d icho y repet ido de

m i l m o d o s d i v e r s o s . N o s e e s c r i b e s i e m p r e p a r a

d e c i r c os as n u e v as , s i n o p ar a r e c or d ar l a s y a s a

b idas a los que las t i enen o lv idadas , o para en

señárse las a los que , por no acud ir a las fuentes ,

l a s i gn or an p or c om p l e t o .

Re p i t o l o ya d i c h o . S i t u v i é s e m os t an t o h or r or

a l p l ag i o ; s i n o n os d e c i d i é s e m os a e s c r i b i r s i n o

c u an d o c on t ás e m os c on a l go i n au d i t o q u e c o

m u n i c a r a n u e s t r o s s e m e j a n t e s , r e v i s t a s , d i a

r ios , semanar ios y l ibros acabar ían cas i de l todo .

¡ Ay e n t on c e s d e l o s l i b r e r os , i m p r e s or e s y f a

b r i c an t e s d e p ap e l

S i t u v i é s e m os t an t o h or r or a l p l ag i o ; s i j u z

gás e m os l o s l i b r os c on e l c r i t e r i o s e v e r í s i m o d e

hal lar en e l los s i empre lo nuevo e inaud i to , en

E N S A Y O S . — T . I I I . 9

1 2 9



J U A N V A L E R A

vez de ser b ib l ió f i los , deb iéramos ser biblioclas-

tas.

E l ca l i fa O rnar, e l carde nal J im éne z de C i s -

n e r os y e l p r i m e r ar z ob i s p o d e M é j i c o , D . J u an

d e Z u m ár r aga , q u e m an d o e l p r i m e r o l i b r os gr i e

g o s , e l segundo l ibros aráb igos y e l t ercero h ie -

rogl í f icos , sa ldrían just i f icados .

¿ Q u é q u e m ar í an d e i m p or t an t e y q u e n o h a ya

quedado en o tros l ibros? Cas i se puede a f i rmar

que nada . En es te sen t ido , pues , deben cons ide

r ar s e l o s p e r s on aj e s c i t ad os c om o b i e n h e c h or e s

d e l a h u m an i d ad , ya q u e q u i t ar on d e e n m e d i o

tanto inút i l quebradero de cabeza .

M a d r i d , 1 8 7 6 .

1 3 0



De la perversión moral de la España de nuestros

días

(1)

I

Cuenta la h i s tor ia que , después de la comida ,

e l duque y Don Qui jote se fueron a dormir la

s i es ta , y Sancho acud ió a dar conversac ión a la

duquesa , que es taba con sus dueñas y donce l las .

L a d u q u e s a ob l i gó a S an c h o a s e n t ar s e j u n t o a

s í en una s i l la baja , rogándole que se sen tase

c om o gob e r n ad or y h ab l as e c om o e s c u d e r o .

Sancho declaró a l l í que é l ten ía a su amo por

loco ,

m e n gu ad o y m e n t e c a t o . Y l a d u q u e s a l e

c on t e s t ó , e n m i s e n t i r c on m u c h a d i s c r e c i ón :

— P u e s D on Q u i jo t e d e l a M an c h a e s l oc o ,

m e n g u a d o y m e n t e c a t o , y S a n c h o P a n z a , s u e s

cudero, lo conoce , y con todo eso le s irve y le s i

g u e , y v a a t e n i d o a l a s v an as p r om e s as s u yas ,

( 1) C o n m o t i v o d e l l i b r o

Todo el mundo,

p o r d o n

S a n t i a g o d e L i n i e r s .

1 3 1



J U A N V A L E . R A

ve z se a l i s ta en. un pa rt ido o en v ar io s y log ra

e levarse y hacer for tuna . Por e l ' contrar io , las

a f i r m ac i on e s y d i a t r i b as d e l S r . De L i n i e r s t i e

nen ta l carácter de genera l idad , que condenan

a c u an t os aq u í s e e l e v an o s e d i s t i n gu e n . E l s e

ñor De L in iers , s i empre en sen t ido i rón ico , ha

e s c r i t o u n ar t e d e e l e v ar s e e n E s p a ñ a p or m e d i o

d e la po l ít ica , del cual se inf iere -que e st a ele v a

c ión ha de ser a cos ta de una larga ser i e de v i l e

zas apenas conceb ib les . E l que pone la mira en

la cumbre y asp ira a t repar a e l la , empieza

d e s d e s u p r i m e r a j u v e n t u d a c om e t e r a t r oc i d a

d e s . Se nota , además , en los personajes que e l se

ñ or De L i n i e r s n os d e s c r i b e u n e n c ar n i z am i e n t o ,

un ah inco , un desve lo cr iminal para e levarse por

la po l í t i ca , como s i se t ratase de conqu is tar to

d os l o s d e l e i t e s y t od os l o s b i e n e s ; d e n ad ar e n

la opu lenc ia ; de ser un Creso , o cuando menos

un Rothsch i ld .

Di s tan tan to de la verdad es tas p in turas , que

yo , por mi parte , declaro que , dando por lo

pronto por ev idente que a lgunos de los persona

j e s p o l í t i c o s d e p r i m e r a m agn i t u d q u e h e c on o

c ido h ic i eron p icard ía sobre p icard ía para l l egar

a la a l tura , e s menes ter confesar que todos e l los

f u e r on i l u s os , d i s p ar a t ad os e i gn or an t e s d e l a s

cosas del mundo, por lo cual se l levaron e l chasco

más so lemne . Creyeron , s in duda , que iban a

s e r u n os S ar d an áp a l os , y v i v i e r on y m u r i e r on

c om o u n os , p ob r e s e s t u d i an t on e s . ¿P or q u é n o

c i t ar e j e m p l os ? P as t or D í az v i v i ó s i e m p r e c on l a

134



E N S A Y O S

m a y o r m o d e s t i a , c a s i e n l a p o b r e z a . F u i m u y s u

a m i g o , y j a m á s s e a t r e v i ó a c o n v i d a r m e a c o

m e r p o r t e m o r d e m a t a r m e d e h a m b r e . V i v i ó

e n c o m p a ñ í a d e s u e x c e l e n t e y c a r i ñ o s a m a

dre ,

d e l a q u e n o s e av e r gon z ab a , c om o s u p on e

e l S r . De L i n i e r s q u e h a d e av e r gon z ar s e e l p e r

s on aj e p o l í t i c o ; y c u an d o P as t or D í az m u r i ó , n o

d e j ó u n r e a l , y f u é m e n e s t e r v e n d e r s u s l i b r os

p ar a p agar e l p ob r e e n t i e r r o . R í os Ros as , d e

q u i e n t a m b i é n m e h o n r a b a y o c o n l a a m i s t a d ,

j am ás e s t u v o e n l a ab u n d an c i a . E n 1867 l e v i s i

t ab a yo e n P ar í s , c u an d o é l e s t ab a a l l í e m i gr a

d o ;

y c om o e n s u c u ar t i t o ap e n as c ab í an l a c a m a ,

tres s i l las , la mes i ta de escr ib ir y e l lavabo , nos

í b am os a l a c a l l e p ar a p od e r h ab l ar c on an c h u

ra .

E n E s p a ñ a v i v í a R í o s R o s a s c o m o u n e r m i

t a ñ o , en la ú l t ima casa de l barr io de Sa lamanca .

E s v e r d ad q u e s i e m p r e t e n í a e l c oc h e d e l t r an

vía a la puerta . Con todos esos desp i l farros no

e x t r añ o q u e a l m or i r n o d e j as e s i n o s i e t e d u r os

en su cómoda .

S e r í a i n t e r m i n ab l e l a l i s t a d e l o s p e r s on aj e s

po l í t i cos que he conoc ido que v iv i eron y mur ie

ron s in 'de jar de es tar a la cuarta pregunta ,

como sue le dec irse . Y e l que l l ega a min i s tro ,

t i e n e a l c ab o s u s t r e i n t a m i l r e a l i t o s d e c e s an t í a ;

pero e l que no l lega , t iene e l d ía y la noche .

E s t e p a í s e s p ob r í s i m o; l a ge n t e d e l e v i t a y d e

c i e r t a e d u c a c i ó n n o t i e n e e n q u é e m p l e a r s e : d e

cada diez o doce señores de levita, 'Sobramos, ,

s i n d u d a , n u e v e u on c e ; n u e s t r a t i e r r a e s e s t é -

135



J U A N V A L E R A

¡ri l y ¡no puede sustentar tanto caballero. Todo

e s t o e s v e r d a d ; p e r o ¿ qué cu lpa adqu iere porq ue

seamos tan pobres e l que ha nac ido en e l seno

ide nu es tr a m en es t er os a c lase m ed ia , y en lu ga r

de ponerle a of ic io o de cr iar le robusto para que

vaya a cavar con un azadón a l hombro , ha rec i

b ido de sus padres e l don funes to de una educa

c i ó n l i t e r a r i a , m á s o m e n o s e s m e r a d a ? ¿ Q u é

q u i e r e e l S r . De L i n i e r s q u e h aga e s t e i n f e l i z ?

S i se consagra a la po l í t i ca , ¿no es natura l que

as p i r e a oc u p ar u n d í a l o s p r i m e r os p u e s t o s ?

¿P or q u é f or m ar a n ad i e p or t an n a t u r a l y

l e g í t i m a am b i c i ón u n c ap í t u l o d e c u l p as ? P or

l o d e m ás , e s e f u r or p or l l e gar , e s e i n c e s an t e

t r ab aj o d e i n t r i ga p ar a e l e v ar s e , ap e n as e x i s t e

s i n o e n l a f an t as í a a t r ab i l i ar i a d e l S r . De L i

niers .

T a l v e z s e r í a m e j o r q u e h u b i e s e e n E s p a ñ a

u n a c l a s e gob e r n an t e , r i c a , ar i s t oc r á t i c a y m e

n os n e c e s i t ad a . P e r o ¿ s on l o s s e i s u oc h o m i l t u

n o s , d e s c am i s ad os y p l e b e yos y s u b i d os l u e go a

m ayor e s , l o s q u e s e op on e n a q u e e x i s t a e s a c l a

se? S i e sa c lase ex i s te y carece de esp ír i tu de

c lase , ¿es cu lpa de los p icaros? ¿Cuántas veces

no han tratado los p icaros de in fund ir a esa c la

se e l e sp ír i tu co lec t ivo que ha menes ter , y no lo

h an c on s e gu i d o? ¿Dón d e , ad e m ás , s i n e n v i d i a y

s i n b a j e z a , s e h a h e c h o j a m ás m ás lad o y s e h a

rec ib ido mejor en cua lqu ier part ido a toda per

s on a d i s t i n gu i d a p or s u n ac i m i e n t o o p or s u p o

s i c i ó n ? N o n e g a m o s e l m é r i t o d e c i e r t o s d u q u e s ,

136



E N S A Y O S

m ar q u e s e s y c on d e s d e an t i gu o c u ñ o , c u yos n om

bres es inú t i l c i tar aqu í ; pero tampoco se puede

negar que todo o tro su je to , con igua l mér i to , hu

b i e r a n e c e s i t ad o d i e z v e c e s m ás e s f u e r z o p ar a

e levarse a donde e l los , en fama, en domin io o en

inf lujo , se han e levado.

Con v i e n e , ad e m ás , ad v e r t i r q u e e n l a v i d a p o

l í t i ca , aun para los que se encumbran , no son

t od os t r i u n f os y goc e s . De b e d e s e r r ar í s i m o e l

h om b r e p o l í t i c o q u e e n v e i n t e añ os d e v i d a e s t á

m ás d e c i n c o c on e m p l e o y m e n os d e q u i n c e

c e s an t e . S i p on e m os e l t é r m i n o m e d i o , y e s m u

cho poner , de los sue ldos que ha d i s fru tado

en 48 .000 rea les , t endremos que toda su ac t iv i

dad po l í t i ca l e ha va l ido 12 .000 rea les anuales .

Conf i ese , pues , e l Sr . De L in iers que parece in

v e r os í m i l q u e , i m p u l s ad o n ad i e p or t an m e z

q u i n o i n c e n t i v o , h aga t an t a i n f am i a c om o é l s u

p on e q u e e s c o s t u m b r e h ac e r . Y n o h ay d e n u e s

t r a p ar t e e x age r ac i ón e n e s t o . De n o s e r b an d i

d os o l ad r on e s , n o e s p rob ab l e q u e n u e s t r o s h om

b r e s p o l í t i c o s m ás a f or t u n ad os ( p r e s c i n d i e n d o

de la cesant ía de min i s tros , s i l l egan a ser lo ) sa

q u e n m ás d e l a p o l í t i c a q u e l o s m e n c i on ad os

12 .000 rea les un año con otro .

H ay q u e t e n e r e n c u e n t a , ad e m ás , q u e l o s p r o

v ec ho s i l íc i to s se pon der an m uc ho o se fingen

a menudo por la mordac idad o por la env id ia .

S ob r e e s t o n ad a h ay m ás gr ac i o s o q u e aq u e l l o

que se re f i ere de un su je to e locuente , grac ioso ,

de buen humor , d i scre to y ameno , pero que

137



J U A N V A L E R A

s i e m p r e h a v i v i d o e n l o s m a y o r e s a p u r o s p e c u

n i ar i o s .

E r a u n a v e z m i n i s t r o , y l a s g e n t e s a s e g u r a

ba n que aque l M in i s ter io es t ab a vend ido a l oro

i n g l é s . Nu e s t r o m i n i s t r o , b a j o e l p e s o d e l a t r e

m e n d a ac u s ac i ón , y q u i z á ap r e m i ad o p or l a s n e

ces idades de su fami l ia y por los acreedores que

d u r an t e l ar gos p e r í od os d e c e s an t í a h ab r í a t e n i

do que proporc ionarse , d i cen que exc lamaba , pa

s e án d os e a l ar gos p as os p or s u d e s p ac h o y ten-

dens ad sidera palmas: — ¿ D ó n d e e s t á s , o r o i n

g l é s , que no te veo?— Con la cua l ¡broma con

tes taba a la r id icu la ca lumnia y se desahogaba

a l m i s m o t i e m p o c ó m i c a m e n t e d e l a m o l e s t i a q u e

l e c au s ab an s u s ap u r os .

No se s igue de todo lo d icho que en España no

h aya c or r u p c i ón . No a f i r m o yo q u e s e am os t o

d o s m á r t i r e s o s a n t o s . A s í c o m o p o dr í a e x t e n d e r

la rg a l i s t a de lo s probos , as í tam bié n podr ía fo r

m ar o t r a d e l o s q u e h an h e c h o s u n e goc i o s i n e s

c r ú p u l o . P e r o e s t a s e gu n d a l i s t a n o e x c e d e r í a e n

p r op or c i ón a la q u e s e p u d o f or m ar e n E s p a ñ a

en otra época cualquiera , o a la que puede for

m ar s e f u e r a d e E s p añ a , e n c u a l q u i e r a n ac i ón d e

Europa, en la época presente . De e l lo se in f iere

que la corrupción es propio defecto de la peca

d or a y d e c a í d a n a t u r a l e z a h u m an a , c om ú n a t o

d os l o s s i g l o s y p a í s e s d e s d e q u e Ad án y E v a

p e c a r on ; e s l o q u e l l am ar í a H e ge l l a s i m p u r e z a s

d e l o r e a l . S i e n d o a s i m i s m o m u y d e t e n e r e n

cuenta que aque l los a qu ienes más seña la hoy la

138



E N S A Y O S

opin ión púb l i ca como poco escrupu losos en punto

a incautac iones o d i s locac iones de metá l i co o de

cosa que lo va lga , o de s ig no s que lo repr esen ten ,

s o n ,

p or lo genera l , no los adal ides y m á s i lu s tre s

personajes , s ino las partes de por med io .

E s t as r e f l e x i on e s , o m e j or d i c h o r e f u t ac i o

n e s , han acud ido de trope l a mi mente , y con e l

m i s m o d e s or d e n c on q u e h an ac u d i d o , v an aq u í

e s t am p ad as ; p e r o , a s í p ar a d ar i d e a d e l l i b r o

d el S r . D e L i n i e r s c o m o p a r a i m p u g n a r s u s a s e r

to s ,

co nv ien e pro ceder con m étodo' y reposo , y

v oy a v e r s i l o c on s i go .

Tal vez pecaré de cansado , pero e l asunto lo

merece . E l l ibro de l Sr . De L in iers e s tá escr i to

con notab le ingen io y ch i s te , y susc i ta dudas de

s u m a gr av e d ad q u e i m p or t a p on e r e n c l ar o .

Para e l lo , an tes de empezar con las dudas , e s

m e n e s t e r d e j ar s e n t ad o aq u e ll o e n q u e t od o s c on

v i e n e n .

Todos conv ienen en que España , soc ia l , po l í t i

c a y e c on óm i c am e n t e c on s i d e r ad a , e s t á b as t an t e

mal . Sa lvo la Turqu ía , qu izá no haya en Europa

otro pueb lo que en es to nos gane . En punto a

e s t ar m a l , s om os p o t e n c i a d e p r i m e r or d e n .

Sobre las causas de es te 'males tar se d i sputa

mucho . Dicen unos que prov iene todo de lo poco

que l lueve; y o tros , de los resab ios que dos o

t r e s s i g l o s d e f an a t i s m o

1

y de abso lu t i smo nos

han dejado en la sangre; y o tros , de que nues tro

gr an s e r , n u e s t r a p r op i a e x c e l e n c i a , n u e s t r a h i

d a l gu í a h e r o i c a s e op on e a q u e m e d r e m os e n

139



E N S A Y O S

m e d i an o p a l ad ar q u e t u v i e s e , u n s i m p l e Ch a

t e au b r i an d c on t r u f a s q u e c om i e r a e n c as a d e

L h ar d y , c u an d o h as t a e n t on c e s n o h ab í a gu s t ad o

s i n o d e v a c a e s t o f a d a y r o p a v i e j a ? L o s n o m

b r e s e x ó t i c os d e l o s gu i s o s t r an s p i r e n a i c os s e

a g o l p a r í a n e n m o n t ó n a s u m e m o r i a p a r a h a c e r

l e desdeñar la a lboron ía , e l puchero , e l sa lmore

jo y la pep i tor ia , que hab ían s ido s i empre su

m ayor r e ga l o . H oy ya n o e s m e n e s t e r q u e e l j o

v e n v e n ga a M ad r i d . A l go , au n q u e p oc o , d e l a

cu l tura cu l inar ia se in f i l t ra y penetra has ta en

l o s l u gar e s . E s t a l e n t a d i v u l gac i ón d e l a s ar t e s

d e l d e l e i t e e s u n m a l e s p an t os o . P e r o ¿ c ó m o e v i

t ar l e ?

Nu n c a m e o l v i d ar é d e q u e , c u an d o e l f e r r oc a

r r i l d e An d a l u c í a n o l l e gab a m ás q u e a De s p e -

ñaperros , hab ía a l l í un fond ín donde los pasaje

r os d e s c an s ab an y c om í an an t e s d e t om ar c oc h e s ,

cabal los , mulos o d i l i genc ias . Era dueño de l fon

d í n u n d i g n o s u c e s o r y c o f r a d e d e J u a n P a l o m e -

que , e l zurdo tan ce lebrado por Cervantes . E l

f on d i s t a , n o ya v e n t e r o , an d a l u z m u y j aq u e , m u y

h ab l ad or y m u y c om u n i c a t i v o , v e n í a a h ab l ar

con los v ia jeros , so l ía sen tarse a su lado s in ce

r e m on i a , e n m an gas d e c am i s a y c on e l v e l l u d o

p e c h o d e s c u b i e r t o , y e n c om i ab a s i e m p r e e n t é r

m i n os h i p e r b ó l i c os e l b u e n t r a t o q u e s e d ab a e n

su casa . Pero cuando é l se l l enaba de en tus ias

m o ; c u an d o ap u r ab a t od a s u e l oc u e n c i a ; c u an d o

se conoc ía la s incer idad fervorosa de su admi

r ac i ón , s i n t r as t i e n d a , s i n r e c ám ar a , s i n p r op ó-

1 4 1



J U A N V A L E R A

si to de dar va lor a su es tab lec imiento , s ino por

sent ir lo as í , era cuando hablaba de un p lato que

en c i er tas ocas iones so l ía serv ir a sus huéspedes ,

hecho con .pechugas de ga l l ina , jamón , l eche , ha

r ina de f lor y nuez moscada . Nunca terminaba

e l encomio s in añad ir , para i lu s trac ión de su

aten to aud i tor io , que e l p la to se l lamaba cro

quetas.

Imagine , pues , e l l ec tor s i en una época en que

h as t a e n u n a v e n t a d e De s p e ñ ap e r r os s e h ac e n

y a croquetas, es pos ib le vo lve r a aque l los t i e m

pos en que

N o h a b í a v e n i d o a i g u s t o l i s o n j e r a

l a ( p i m i e n t a a r r u g a d a , n i d e l c l a v o

l a a d u l a c i ó n f r a g a n t e f o r a s t e r a ,

y en que

... c o n r o j o s p i m i e n t o s y a j o d u r o s

t a n b i e n c o m i ó e l s e ñ o r c o m o e l e s c l a v o .

L a d i f u s i ón d e l l u j o d a t a e n E s p añ a d e h ac e

t r e i n t a o c u ar e n t a añ o s . Y o r e c u e r d o aú n c u a n d o

en casa de los pr inc ipa les r i cach os and aluc es de

los lugares comían todos en e l p la to de l med io , y

c u a n d o a p e n a s h a b í a u n v i d r i o e n l a s v e n t a n a s ;

pero ¡qué mucho , s i en Madr id los v idr ios eran

v e r d e s y l l e n os d e b u r b u j as , y n o m ayor e s q u e

u n a c u ar t i l l a d e p a p e l H ac e c u a r e n t a añ o s c as i

n ad i e t e n í a c h i m e n e a e n M ad r i d , s i n o b r as e r o ;

14 2



E N S A Y O S

cada porta l era un muladar; y en las casas , fue

ra de los palac ios de los ¡grandes , apenas había

m ás q u e s i l l a s d e V i t or i a y e s t e r as d e e s p ar t o .

S i l a d é c i m a p ar t e d e l o s h ab i t an t e s d e M ad r i d

hub iera ten ido en tonces e l capr icho de lavarse ,

hub iera fa l tado e l agua para beber y para cocer

los garbanzos .

E n t on c e s e r a u n p r od i g i o , u n a r ar e z a h ab e r

ido a Francia o a I ta l ia . Hoy, ¡gracias a l perverso

ferrocarr i l , cua lqu ier perd ido va a Par í s , y has ta

l l eva a su mujer en su compañía . ¡ In fe l i z de l

q u e t i e n e a s u m u j e r e n P ar í s t r e s o c u a t r o m e

se s y e l la l e to m a e l gu s t o a aq ue l lo Y a todo

l e p ar e c e r á cursi c o m o n o v e n g a d e P a r í s ; t o d o

cursi, i n c l u s o s u c ar a y l e g í t i m a m i t ad . ¿Cóm o

r e t r o t r ae r a e s t a s e ñ or a a l a s e n c i l l e z m on t ar az

de l s ig lo de oro , para poder exc lamar en su a la

b an z a c on e l p r o f an o:

Sed potando, ferens infantibusubera mag nis

et ssepe horridior g landem métan te marito?

Si de l in f lu jo de la cu l tura mater ia l pasáse

mos a l de la in te lec tua l , fuerza nos ser ía conve

n ir en que no es menos perturbador y , por lo

p r on t o , f u n e s t o . S i n m e t e r n os e n h on d u r as ; s i n

d i luc idar aqu í s i l a moderna c iv i l i zac ión es tuer

ta o derecha , va por e l buen camino o se ha ex

trav iado; s in reso lver nosotros ¡ s i e l mundo se

ha dado a todos los d iab los o s igue su marcha

14 3



J U A N V A L E R A

gl or i o s a y p r ogr e s i v a e n a s c e n s i ón c on s t an t e h a

c ia e l b i en , e s lo c i er to que cuando un pueb lo ,

c as t a o t r i b u s e h a p ar ad o

en ,

e l desar rol lo de su

c iv i l i zac ión ind ígena y cas t i za , se ha quedado

at r as ad o , c om o v u l gar m e n t e s e d i c e , y l u e go s e

p on e e n í n t i m o y f r e c u e n t e c on t ac t o c on n ac i on e s

o c as t a s d e ge n t e m ás ad e l an t ad a , e s t e c on t ac t o

e s p e l i gr os í s i m o , a m e n u d o d e l e t é r e o y a v e c e s

has ta morta l . S i e l desn ive l de las c iv i l i zac iones

q u e s e t oc an e s m u y gr an d e , o s i l a r az a m ás

a t r a s a d a n o t i e n e b a s t a n t e b r ío p a r a e n c a r a m a r

se de un sa l to a l n ive l de la raza más ade lan

tada , o e l Es tado perece , como qu izá perecerá

Turqu ía dentro de poco , o la raza se ex t ingue ,

c om o ac on t e c e c on l o s h ab i t an t e s d e l a P o l i n e

s ia , a qu ienes la t r i s teza y e l fas t id io , s in nece

s i d a d d e m a l o s t r a t o s , v a n c o n s u m i e n d o y m a

t an d o h as t a q u e n o q u e d e u n o .

N o t e m o y o q u e E s p a ñ a , a u n q u e e l d e s n i v e l

n o e s p e q u e ñ o , p e r e z c a c o m o E s t a d o a s e m e j a n

za de Turqu ía , o se quede s in h i jos , como no po

cas i s las de l mar de l Sur; pero la cr i s i s por que

p a s a m o s e s t e r r i b l e d e v e r a s , y a ú n s e r á n m e

n e s t e r m u c h o s d i s g u s t o s , m u c h a s p e r t u r b a c i o n e s

y m u c h a s f a t i g a s p a r a q u e s a l g a m o s d e e l l a

t r i u n f a n t e s .

Vi s tas as í las cosas , no cabe duda en que e l

m a l e s t a r d e E s p a ñ a e s g r a n d e y c i e r t o ; p e r o

debe a tr ibu irse a la natura leza misma, a l eyes

fata les o prov idenc ia les de la h i s tor ia , y a

todo

el mundo, y n o a un grupo exiguo de ambiciosos,

1 4 4



E N S A Y O S

de aventureros y de necios, que a sí propio se lla

ma todo el mundo, s e gú n e l S r . De L i n i e r s .

E x a m i n e m o s a h o r a su l i b r o c on a l g u n a d e t e n

ción.

I I

Al exponer las pr inc ipa les ideas de l l ibro de l

S r .

De L i n i e r s y a l t r a t ar d e r e f u t ar l a s , m e

p r op on go h ac e r d e u n m od o i m p l í c i t o u n a t í m i

da apolog ía de l grupo exiguo de ambiciosos, de

aventureros y de necios; e s t o e s , d e l o s p e r s on a

je s po l í t i cos m ás notab les . Y h ar ía yo- su apolo

g ía , aunque los ta les personajes po l í t i cos me

f u e s e n m e n os s i m p át i c os q u e a l S r . De L i n i e r s ,

porque s i d i ese créd i to a las acusac iones toda la

n ac i ón q u e d ar í a m u y m a l p ar ad a: y e s t o m e

af l ige mucho, y n i lo quiero n i lo puedo creer .

Cier to es que hay graves males que sa l tan a los

o j o s ; pero cuando la cu lpa no es del conjunto

y ser de las cosas mismas , y super ior , por tan

to ,

a l in f lu jo de la vo luntad humana, la cu lpa

es tá muy repart ida y no cae só lo sobre e l grupo

exiguo, s e gú n e l S r . D e L i n i e r s p r e t e n d e .

Daré var ias razones de por qué la cu lpa no

es só lo de l grupo exiguo.

P r i m e r a . P o r q u e s i e l grupo exiguo p e ca e m

p leándose en la po l í t i ca para medrar , no es me

nor pecado e l de los varones probos , e l de l resto

de los d iec iocho m i l lones d e españ oles , en no pe n-

14 5

E N S A Y O S . — T . I I I . 10



J U A N V A L E R A

sar en la pol í t ica , y en dejar , por des id ia , por co

bardía o por compl ic idad , que e l grupo exiguo

m an d e s i e m p r e . Con t r a e s t o p u e d e ob j e t ar s e q u e

ha y un p art ido que n o ha podido- m an da r n un

c a ,

y que en é l es tá lo bueno, lo santo y lo v ir

t u o s o .

P e r o s e r e p l i c a c on d os ar gu m e n t os : e s

uno , q u e d i c h o p ar t i d o s e r á m e n or e n n ú m e r o o

m ás t on t o , c u an d o n o l l e ga n u n c a a m an d ar ; y

es o tro , que todos los t ránsfugas de l grupo exi

guo,

idos de él por despecho de mo figurar o de no

m e d r ar b as t an t e , h an s i d o r e c i b i d os c on l o s b r a

zos ab ier tos y co locados en eminente lugar por

el partido^ de los santos y de ios buenos.

S e g u n d a . P or q u e e l grupo exiguo, no se pro

crea a s í mismo, s ino que permanece y dura re -

c lu tando a los más l i s tos o d ichosos de en tre los

as p i r an t e s . E s t o s u p on e u n a t u r b a d e a s p i r an t e s ,

lo menos de c i en mi l . Los que no en tran en e l

grupo exiguo no es por fa l ta de ga na s , s ino p or

f a l t a d e h ab i l i d ad . L u e go ya t e n e m os aq u í u n a

r a l e a e v i d e n t e m e n t e m ás v i l q u e e l grupo exiguo.

L a v i l e z a d e e s t a r a l e a s e r á t an t o m ayor c u an t o -

mayor cap í tu lo de cu lpas contra e l

grupo exiguo

s e f or m u l e .

Y terce ra . P orq ue s i lo s -del

grupo exiguo y

l o s a s p i r an t e s a f or m ar p ar t e d e é l s e c on s agr an

a la pol ít ica es porque no t ienen otro recurso- ,

lo cual no es cu lpa de nadie o es cu lpa de todos .

Y a l o h e m o s d i c h o : s o b r a m o s l a s n u e v e d é c i m a s

partes de los señores de l ev i ta que hay en Es

paña . Pero ¿de qué suerte d i sminu ir es ta c lase

146



E N S A Y O S

•med ia? Tal vez convendr ía que los exámenes

f u e s e n m u y r i g u r o s o s e n l o s I n s t i t u t o s y U n i v e r

s idades , a f in de que los ch icos de cortos a lcances

o poco es tud iosos se desesperasen y se ded icasen

a a l g u n a f a e n a m e c á n i c a ; p e r o s i c o n s i d e r a m o s

q u e e n E s p añ a p r e s u m i m os c as i t od os d e h i d a l

g o s , se v erá que es to es imp os ib le . Lo m ás que

se lograr ía es que no hub iese tan to t í tu lo pro

f e s i on a l ; pero , s in d icho t í tu lo , la gen te de l ev i ta

segu ir ía de l ev i ta , y , desprov i s ta de t í tu lo profe

s ional , ¡se de dic aría con m á s fu ro r a la po l í t ica .

Cor r e r í am os , ad e m ás , u n gr av e p e l i gr o . L os q u e

es tud ian o hacen como que es tud ian en Jas Un i

vers idades , cobran , por lo menos , c i er ta a f i c ión

a la l i teratura, y , y ia que no sepan de leyes , sue

l e n d ar s e a l a s m u s as y e n t r e t i e n e n e l h am b r e

e s c r i b i e n d o v e r s os , o s e e n a m or a n d e l a s b e l le z as

del esti lo- y hac en o procu ran ha ce r d is cu rso s

e locuentes y f lor idos , y art ícu los o l ibros , como

e l S r . De L i n i e r s o c om o yo ; p e r o l a ge n t e q u e

no es de carrera , n i pre sum e de l i t era ta , sue le

m e t e r s e e n l a s p r o f u n d i d ad e s d e l a H ac i e n d a ,

como trasqu i lado por ig les ia . Resu l tar ía , pues ,

d e l a s e v e r i d ad e n l a s Un i v e r s i d ad e s u n a e n or m e

plaga de hacend i s tas , que ser ía , a mi ver , la ca

l am i d ad m ás h or r i b l e . Nó t e s e b i e n q u e l o s p o l í

t i c o s r om an c i s t a s s on ya , au n c on t e n e r l a m an

g a t a n a n c h a l o s e x a m i n a d o r e s d e l a s U n i v e r s i

dades , los que s e cons ag ra n con m á s ah inco; a la

H ac i e n d a .

O t r os m i l ar b i t r i o s s e i m ag i n an p ar a a l i ge r ar

147



J U A N V A L E H A

d e ge n t e e s t a c l a s e m e d i a l e t r ad a o enlevitada.

T od os m e p ar e c e n i n f r u c t u os os . E l r e s t ab l e c í -

amen i to de las comunidades re l ig iosas , por e jem

plo , n o t e n d r í a m u c h o é x i t o e n e s t e p u n t o , p or

i o au t on óm i c os e i n d i v i d u a l i s t a s q u e n os v am os

vo lv iendo , y sobre todo , porque e l conoc imiento ,

e l s e n t i m i e n t o o e l p r e s e n t i m i e n t o d e q u e h ay

foie gras i n d u c e a d e s p r e c i ar l a c h an f a i n a , p or

abundante y b ien condimentada que la f in ja o la

f a n t a s e e l a i m a g i n a c i ó n m á s v i v a .

En suma, una l ey fa ta l , ine lud ib le , arras tra a

l a p o l í t i c a a e s t a s u p e r ab u n d an t e c l a s e m e d i a l e

t r ad a o enlevitada. N o y a só lo e l abo gad o s in

pleitos , s ino- el que quiere tenerlos y es capaz de

tener los , se lanza a la po l í t i ca para adqu ir i r no

tor iedad y fama y c l i en te la . No

1

d igo nada de los

l i t eratos . S i e l l i t erato no es po l í t i co , t endrá que

ser un porten to para l lamar la a tenc ión . Y aun

qu e la l lam e , ¿ ga n ar á e s c r i b i e n d o p ar a v i v i r , s a l

vo s i e s au tor dramát ico , como no def i enda con

su p luma los in tereses de un part ido po l í t i co?

S i mañana o e l o tro van a . empadronar a l señor

De L in iers , ¿d irá que es l i t erato? Lo dec laro con

e n t e r a s i n c e r i d a d : e l S r . D e L i n i e r s p u d i e r a d e

c i r lo , p or q u e e s c r i b e l i n d a , p r i m or os a y d i s c r e

t a m e n t e ; pero no lo d irá , porque la pol ic ía ten

dr ía derecho a sospechar , s i l o d i jese , que se va

l í a d e m a l a s a r t e s p a r a s o s t e n e r ia s u f am i l i a .

E l Sr . De L in iers d irá , probab lemente , que es

propietar io ' . Luego cas i todos los que no lo son

tendrán que ser per iod i s tas , empleados o por lo

148



E N S A Y O S

m e n os c e s an t e s ; e s t o e s , p o l í t i c o s s i e m p r e . Yo ,

por mi parte , conf i eso con humi ldad que no he

ganado aún con la l i t eratura , durante toda mi

v i d a , l o q u e n e c e s i t o p ar a v i v i r d u r an t e s e i s m e

s e s ; y au n as í , s i a lg o he gan ado , ha s ido escr i

b iendo de pol í t ica en la redacción de un perió

dico.

Y no se me d iga que es só lo por nues tra inca

pac idad o flojera . D ep en de mucho' del m ezq uin o

valor o prec io en e l mercado de aque l lo que pro

duc imos , comparado con lo que en o tros pa í ses

producen . Aunque sea negoc io part i cu lar mío ,

voy a poner como e jemplo e l que yo qu iera obse

q u i ar a m i m u j e r c on u n v e s t i d o b u e n o d e W or t h

p ar a b a i l e . No e s m e n e s t e r q u e e l v e s t i d o t e n ga

encajes r iqu í s imos , n i sa lga de los l ími tes de lo

bueno , para que cues te 8 .000 rea les . Ahora b ien ,

yo he ten ido la d icha de escr ib ir una nove la

t i t u l a d a Pepita Jiménez, que h a s ido' cele bra da ,

q u e h a t e n i d o gr an d e é x i t o . ¿P od r é c om p r ar

el vest ido' d e W or th c on e l producto' to ta l de Pe

pita Jiménez? E n m a n e r a a lg u n a . Pepita Jimé-

nez

no ha l legado a valerme 8.000 reales . Si al

gún consue lo fuese la común miser ia , me la

dar ía e l cons iderar que en e l mismo desn ive l se

ha l la en tre nosotros e l prop ie tar io ' t erraten ien te .

P on gam os u n o q u e v a a c om p r ar e l v e s t i d o d e

Worth con e l producto de sus v iñedos . A no ser

e n J e r e z , e n n i n gu n a o t r a p ar t e d e E s p añ a p o

d e m os l i s on j e am os d e v e n d e r e l v i n o , u n o c on

o t r o , más caro que a 10 rea les la arroba . Se ne -

14 9



J U A N V A L E I R A

ces i tan , pues , 800 arrobas de v ino . Cada fanega

de t i erra de v iña regu lar podrá produc ir por

t é r m i n o m e d i o 100 ar r ob as a l añ o . L u e go s on

i n d i s p e n s ab l e s oc h o f an e gas . P e r o c om o l ab r ar

e s t a s oc h o f an e g as ( c av a , b i n a , r e b i n a , az u f r a

d o,

v i ñ ad or , v e n d i m i a , m u gr on e s , p od a , e t c . , y

contr ib uc ion es ) qu iz á co s tar á 6 .000 rea les , re

su l ta que el producto' l íqu ido d e la s och o fa n eg a s

no es más que de 2 .000 , y que es ind i spensab le

s e r p r op i e t ar i o d e 32 f an e g as d e b u e n a v i ñ a , y

emplear todo e l producto en e l ves t ido , s i uno

s e q u i e r e d ar e s e gu s t o y m os t r ar s e ga l an t e . S i

en vez de v iñas posee e l que va a comprar e l ves

t ido una de esas t i erras que lo que producen es

esparto- , neces i tará , ta l vez , consumir la produc

c ión de una l egua cuadrada de terreno por cada

m etr o cu adrado o no cuadrado- d e la t e la que e n

v u e l v a e l c u e r p o d e s u m u j e r y q u e l e ar r as t r e

f or m an d o c o l a . P or ú l t i m o , s i e l m ar i d o e l e gan t e

y generoso es ren t i s ta , como no l e pagan e l cu

p ó n ,

t e n d r á q u e v e n d e r t r e s e s p ar a c om p r ar e l

vest ido; y suponiendo que e l d ía de l ia venta la

cot i zac ión es favorab le y que e l in ter ior es tá

a 13 , t endrá , para adqu ir i r e l ves t ido , que des

prenderse de un cap i ta l de 61 .538 rea les ve l lón ,

m ás d os o t r e s p e r r os c h i c os .

Queda , pues , demostrado , s i no me engaña e l

am or p r op i o , q u e s om os u n os m i s e r ab l e s . E l p o

l i t iqueo de l grupo exiguo y de los que a sp ir an a

entrar en é l e s l ey ine lud ib le por ahora . Es tas

c i r c u n s t an c i a s e x c i t an m u c h o a l a p e r v e r s i ón .

150



E N S A Y O S

V e a m o s , s i n e m b a r g o , c ó m o , a p e s a r d e t a n m a

l a s c i r c u n s t an c i a s , l a p e r v e r s i ón n o e s gr an d e .

Como prueba de la pervers ión , empieza e l se

ñor De L indé i s por sos tener que en o tras edades ,

•en que la palabra patriotismo aun no se ha b ía

i n v e n t ad o , e s t e s e n t i m i e n t o , c r e ad or d e ge n e r o

s as y gr an d e s ac c i on e s , v i v í a e n m u c h as a l m as ,

mientras que en esta edad , en que la palabra pa

triotismo h a sal ido a re lu c ir y s e h a pu esto e n

m oda , no- ha y ya verd ade ros pa tr io ta s .

La escue la po l í t i co -c ler i ca l e spañola es muy

af i c i on ad a a e s t o s ar gu m e n t os , q u e p u d i é r am os

l lam ar filo lógicos . P a ra dem ostra r , po ng o po r

c a s o , c u an p r op i o d e n u e s t r o s e r e s e l c a t o l i c i s

m o , he o ído yo dec ir con formal idad a a lgu ien

de la menc ionada escue la que , cuando se l e pre

gunta a un español cómo es tá de sa lud , y é l no

e s t á m u y b i e n , r e s p o n d e s i e m p r e : No estoy muy

católico; prueba de que e l ca to l i c i sm o es n ues tra

e s e n c i a , n u e s t r a n a t u r a l e z a , t od o e n n os o t r os .

P o r des gra c ia , a ¡e sto s e p uede co nte s ta r que

cuando dos h ida lgos , embozad i tos en sus capas ,

sa len , por e jemplo , a

tomar el sol y hacer tiem

po,

se encuentran a l revo lver de una esqu ina , en

u n l u g ar d e An d a l u c í a , y l o s d os s e s i e n t e n r e gu

lar de sa lud (en su es tado norm al , com o s i d i jé

r am os ) , c a si s i e m p r e s e s a l u d an y e m p i e z an l a

c o n v e r s a c i ó n d e e s t a m a n e r a : — ¿ C ó m o v a , c o m

p a d r e ? — T r a m p e a n d o , c o m p a d r e . ¿ Y u s t e d ?

— T a m b i é n t r a m p e a n d o . L a p a l a b r a

trampeando

p ar a d e s i gn ar e l e s t ad o n or m al n o e s m e n os u s a -

1 5 1



J U A N V A L E R A

da que la de no estar muy católico p ar a d e s i g

n ar e l an d ar a l go m a l u c h o; c on q u e s aq ú e s e l a

consecuenc ia .

E l m ás r az on ab l e d e e s t o s d i s c r e t e os e p i gr a -

mát ieo-p iadosos , fundados en la f i lo logía , es , s in

du da , el qu e d is t i n gu e la f ilantropía de la ca ri

dad , y se bur la de la pr imera para rea lzar la se

gunda. En efecto, la caridad y la f i lantropía son

dos v i r tudes harto d i ferentes . La car idad es e l

amor de Dios , y por e l amor de Dios e l de los

h o m b r es ; la fi lantropía, por el co nt ra rio , e s el

am or d e l a h u m an i d ad , n o ya p or am or d e D i os ,

s i n o a p e s ar d e l o s d i o s e s m i s m os , s i e s n e c e s a

r io .

En la f i lantropía hay mucho de impiedad, de

rebe l ión , de soberb ia t i tán ica contra los e ternos

dec reto s . P o r eso la F ue rza , cuando- en la t ra

ged ia de Esqu i lo manda a Vu loano que a te a

P ro m ete o a la roca firmísima con ca de na s de d ia

mantes , d i ce que aque l cas t igo es para que e l

t i t á n aprenda a magnificar la tiranía de Júpiter

y se deje de ser filántropo.

E l p a t r i o t i s m o e s p a l ab r a n u e v a ; n o e s p a l a

b r a an t i q u í s i m a , c om o l o e s

filantropía;

y el pa

t r i o t i s m o , a d e m á s , n o e s t á e n o p o s i c i ó n c o n n i n

gu n a v i r t u d t e o l oga l n i c on n i n gú n s e n t i m i e n t o

r e l i g i o s o . S i e m p r e h a h ab i d o p a t r i o t i s m o y s e

h a l l am ad o am or d e p a t r i a o a l go s e m e j an t e . L a

novedad de l vocab lo patriotismo i m p l i c a , n o ob s

tante , que ya que la idea que representa no sea

n u e v a e s m ás f r e c u e n t e ah or a q u e e n o t r as e d a

d e s . S i n o h u b i e s e ah or a m ás p a t r i o t i s m o , n o s e

1 5 2



E N S A Y O S

hubiera formado nuevo vocab lo para s ign i f i car

e l m e n c i on ad o s e n t i m i e n t o

1

. Yo inf iero, al revés

del Sr . De Lin iere , que la novedad del vocablo

i m p l i c a n o l a au s e n c i a d e l s e n t i m i e n t o , s i n o s u

m ayor c on s i s t e n c i a y s e r e n n u e s t r o s i g l o .

O t r os s e n t i m i e n t os ge n e r os os p od r í an s e r , e n

s i g l o s p as ad os , c au s as d e gr a n d e s p r oe z as , e x t r a

ord inar ias b izarr ías y cos tosos sacr i f i c ios ; pero

s i"a l héroe o a l márt i r no se l e l lamaba patr io ta

e r a , s e n c i l l am e n t e , p or q u e n o e r a p a t r i o t a . V é a n

se, s i n o , l o s e j e m p l os d e p a t r i o t i s m o an t i gu o

que aduce e l Sr . De L in iers . Apenas hay uno

s o l o d e e s t o s e j e m p l os d on d e n o s e p u e d a d i s p u

t ar y au n n e gar q u e e l p a t r i o t i s m o h aya e n t r ad o

p or a l go . G ar lo s V h ar í a a E s p a ñ a p od e r os a y

temida por amor a la g lor ia , por amor a su d i

nas t ía , por ambic ión , y has ta , s i se qu iere , por

c ier to a fec to que pud iera tener a los e spañoles ,

cuyo rey era ; pero no por 'amor a su patria, que

no era España . Fe l ipe V ser ía todo lo bueno que

s e q u i e r a s u p on e r y h ar í a m i l p r i m or e s ; p e r o

e r a f r an c é s , y p or p a t r i o t i s m o n ad a p u d o h ac e r

e n f a v o r d e E s p a ñ a .

Nadie se ha atrevido toda

vía a llamar gran patriota a Pelayo, d ic e e l se

ñor De L in iers , y t i ene razón . Pe layo no pod ía

s e r p a t r i o t a . L o p r i m e r o q u e s e n e c e s i t a p ar a

ser patr io ta es t ener patr ia , y Pe layo no la t e

n ía . Puede suponerse que la fundó , como Rómulo

a Rom a , D i d o a Car t ago o e l Con d e D . E n r i q u e

a P or t u ga l . P e r o é s t o s n o s e l l am an p a t r i o t a s ,

c om o n o s e l l am a am an t e d e u n a m u j e r a l q u e e s

153



J U A N V A L E R A

s u p ad r e . T r as l ád e s e

©1

S r . D e L i n i e r s

ai

la épo

ca de D . Pe layo , y p iense en e l patr io t i smo po

s i b l e e n t on c e s . ¿Q u é p a t r i a am ab a D . P e l ayo?

¿ E r a E s p a ñ a a n t e s d e é l m á s q u e u n a e x p r e s i ó n

geográf i ca? ¿Qué patr ia quer ía res taurar? ¿La

E s p a ñ a s o m e t i d a a l i m p e r i o r o m a n o ; l a E s p a ñ a

d i v i d i d a e n c o l on i a s gr i e gas , c ar t ag i n e s as y f e

n i c i a s , y r e p ú b l i c as d e ge n t e i n d í ge n a , e n e m i

g a s e n t r e s í ; l a E s p a ñ a d o m i n a d a p o r d i v e r s a s

r az as d e l Nor t e q u e h u m i l l ab an a l o s h i s p an os

la t inos y con e l l i tora l de Or ien te su je to a l im

per io de B izanc io , o la España de los ú l t imos

t i e m p os d e l a m on ar q u í a v i s i god a , t an p oc o c on

venc ida de su nac ional idad autonómica , que bas

t ar on s e i s o s i e t e m i l ár ab e s p ar a q u e ac ab as e n

con e l la an tes de que l l egase e l famoso y pro

v e r b i a l m or o M u z a? Don P e l ayo , s i , c om o e l

nombre lo ind ica , era más la t ino que godo , se

m ov e r í a a s u s h az añ as p or am or a l o s d e s u c as

ta y re l ig ión , lo cua l , s i e s patr io t i smo, e s pa

t r i o t i s m o h ar t o c on f u s o y v ago ; s i e r a d e l a

nob leza v i s ig od a , e l sen t im iento ' de su d ign idad ,

la ambic ión y e l amor de la 'g lor ia pud ieron en

t r ar p or m u c h o e n s u p r op ós i t o ; p e r o l l am ar p a

t r i o t i s m o a l s e n t i m i e n t o q u e l e i m p u l s ó e s a l go

improp io aún , dentro de l sen t ido de la e s tr i c ta

r e a l i d ad h i s t ór i c a . E s t o n o ob s t a p ar a q u e n os

otros ,

v i s t a s l a s c o s as d e c i e r t o m od o p oé t i c o y

l e ge n d ar i o , p r e s t e m os a D . P e l ayo l a s i d e as y

s e n t i m i e n t o s d e h o y , y le h a g a m o s a m a r l a p a

t r i a c om o s i ya h u b i e s e e x i s t i d o , c om o s i n o e s -

1 5 4



E N S A Y O S

t u v i e s e aú n e n t r e t o s f u t u r os c on t i n ge n t e s , h a

c i éndole dec ir co n Qu in tana :

¿ N o h a y p a t r i a , V e r e m u n d o ? ¿ N o l a t i e n e

t o d o

buen español

d e n t r o d e l p e c h o ?

E n s u m a , p ar a n o i n v o l u c r ar l a s c u e s t i on e s ,

yo creo que por patr io t i sm o o- am or de la p atr ia

debe en tenderse e l amor de un c iudadano por la

R e p ú b l ic a , E s t ad o o R e i n o a q u e p e r t e n e c e ; am or

que ta l vez le l leva hasta sacr i f icarse . Así , pues ,

s i Car los V o Fe l ipe V no pueden l lamarse pa

tr io tas s in que se r ía la gente de o ír lo , b i en pue

d e n l l am ar s e , y s e l l am an , p a t r i o t a s l o s n u m an -

t i n o s y l o s s a g u n t i n o s q u e m u r i e r o n p o r N u m a n -

c ia y Sagunto , patr ia de e l los , y los t resc i en tos

d e l a s T e r m op i l a s q u e m u r i e r on p or E s p ar t a , y

l o s De c i o s , q u e p or Rom a s e v o t ab an a l o s d i o

s e s i n f e r n a l e s y s e l an z ab an a m or i r e n l o m ás

r e c i o d e l a p e l e a , y aq u e l l o s m agn at e s c ar t ag i

n e s e s o aq u e l l o s E m p e r ad or e s az t e c as q u e p or

Cartago o por Méj ico se hac ían sacr i f i car a los

ídolos a f in de tenerlos propic ios .

P a r a q u e h a y a p a t r i o t i s m o e s m e n e s t e r q u e

h aya p a t r i a ; q u e e l q u e l e s i e n t e f or m e p ar t e d e

la c iudad , se reconozca ind iv iduo de la asoc ia

c ión po l í t i ca y la ame . E l patr io t i smo es , pues ,

una v i r tud o un sen t imiento de los l ibres y no de

l o s s ie r v os o e sc l av os . P or e s o ap e n a s h a y p a t r i o

t i s m o e n l o s s i g l o s m e d i os e n t r e l a p l e b e . Un

p u ñ ad o d e n or m an d os c on q u i s t a a I n g l a t e r r a ;

155



J U A N V A L E R A

ot r o p u ñ ad o d e m or os c on q u i s t a a E s p añ a . Un

aventurero , audaz y robusto , bas ta a veces a po^

n e r e n f u g a , a p a l e a r o m a t a r e n j a m b r e s d e v i

l lanos , fundando imper ios o re inos y hac iendo

posib les los portentos de los l ibros de cabal le

r ías . E n c a m b i o , m e d i o m i l l ó n d e f r a n c e s e s , i m

p u l s ad os p or u n o d e l o s m ayor e s ge n i o s m i l i t a

r e s d e q u e h ab l a l a h i s t or i a , v i n i e r on a E s p añ a

en es te s ig lo y mord ieron e l po lvo antes de poner

e l yugo a un pueb lo capaz ya de ser patr io ta .

E l p a t r i o t i s m o n o s ó l o i m p l i c a l i b e r t ad , s i n o

t am b i é n , p or m u y e x t r añ o q u e p ar e z c a , c i e r t a

c u l t u r a . E n lo an t i gu o , c u an d o l a p a t r i a s e l i m i

t ab a p or l o s m u r os d e l a c i u d ad , c om o e n At e

n a s , Rom a y E s p ar t a , n o n e c e s i t ab a e l c i u d ad an o

s a b e r m u c h a g e o g r a f í a ; p e r o e n l a e d a d m o d e r

n a , m i e n t r a s n o s e fo r m a n g r a n d e s n a c i o n a li d a

d e s y so n del pueblo con ocid as , ¿ cómo- h a d e s e r

e l pueb lo patr io ta s i i gnora qué es la patr ia?

T od av í a d u d o yo m u c h o d e q u e e l m on t añ é s d e

Ca l ab r i a s e c r e a m u y c om p at r i o t a d e l gon d o l e r o

v en ec ia no y s e co ns ide re l igad o a é l por -los la

z os d e u n a m i s m a n ac i ón y E s t ad o , q u e l l am an

I t a l i a . E n t i e m p os d e F e l i p e I I , d u d o i gu a l m e n t e

de que un cata lán o un ga l l ego , como no fuese h i

da lgo o le trado-, en ten d ie se que E sp añ a e ra patr ia

común de todos y se juzgase conc iudadano de l

an d a l u z o d e l e x t r e m e ñ o . L os q u e h ac í an e n t on

c e s l a s gr an d e s p r oe z as e r an p oc os : l o s d e m ás

v e ge t ab an s i n p a t r i o t i s m o y s i n v i r t u d p o l í t i c a .

Y l o s p oc os q u e h ac í an l a s gr an d e s p r oe z as , b i e n

156



E N S A Y O S

puede .d i sputarse s i e s taban muy seguros de que

J as h ac í an p or am or d e l a p a t r i a o p ar a s e r v i r

a l Rey y a la re l ig ión , ganar honra y provecho ,

y m e d r ar , gar b e ar y b u s c ar l an c e s y av e n t u r as .

E n l a p l e b e ap e n as h ab í a p a t r i o t i s m o; ap e n as

hab ía no d iré amor , s ino conc ienc ia de la patr ia ,

a n o e n t e n d e r s e p or p a t r i a e l l u gar o c om ar c a

donde se ha nac ido , y no todo e l cuerpo de la

Repúbl ica , un ida sólo por e l lazo personal del

M on ar c a , q u e e r a Re y d e Cas t i l l a , d e L e ón , d e

Córdoba , de Murc ia y demás re tah i la .

Otra prueba de que e l patr io t i smo era , has ta

h ac e p oc o , s e n t i m i e n t o ar i s t oc r á t i c o y n o d i v u l

g a d o , es la fac i l idad y escaso miramiento con

q u e s e i n c or p or ab an o s e gr e gab an E s t ad os p ar a

d ot e s d e P r i n c e s as o h e r e d ad e s d e P r í n c i p e s ,

s in que n inguna idea de nac ional idad lo coho

n é s t a s e , n i p or m e d i o d e l s u f r ag i o u n i v e r s a l ,

aunque sea fa l sedad h ipócr i ta , t ratase nad ie de

jus t i f i car lo y l ega l i zar lo . ¿Qué patr io t i smo s in

gu lar y zamorano qu iere , por e jemplo , e l señor

De L in iers que nazca en los de Zamora no b ien

Don F e r n an d o I d e j a aq u e l l a c i u d ad c om o s e ñ o

r í o a u n a d e s u s h i j a s ? ¿Q u é p a t r i o t i s m o h ab í an

d e t e n e r l o s d e Nas s au o l o s d e B e s s e - Cas s e l ?

P u e s n o d i go n ad a d e l o s d e H om b u r go , q u e h a

s i d o u n E s t ad o , q u e h a s id o u n a p a t r i a h as

ta 1866 .

A u n q u e u n a n a c i ó n s e a g r a n d e y t e n g a h i s t o

r ia g lor iosa , la ignoranc ia y la serv idumbre ha

cen que e l pueb lo o lv ide d icha h i s tor ia y p ierda

157



J U A N V A L E R A

el patr io t i smo. S i a lgu ien l e conserva es la c lase

pr iv i l eg iada , la ar i s tocrac ia , compuesta de los

ú n i c o s q u e m e r e c e n l l a m a r s e c i u d a d a n o s . E j e m

p lo marav i l loso de es to fué e l imper io gr iego a l

c ae r e n p od e r d e l o s t u r c os . M ás d e d os c i e n t os

c i n c u e n t a m i l h o m b r e s m a n d a b a e l S u l t á n . N a

d ie sos ten ía a l ú l t imo Paleó logo s ino cuatro mi l

gu err ero s se le c to s y fie le s, de su s m á s a l l ega dos ,

y o t r os t an t os m e r c e n ar i o s y e x t r an j e r os , q u e l e

aba ndo naro n a l fin ; pero en to nc es e l Em per ad or

de B izanc io s in t ió que representaba a la vez la

g l or ia y la gra nd eza ¡de gr ie go s y d e rom ano s , y

pe leó y mur ió con los suyos , como los t resc i en tos

d e l a s T e r m o p i l a s y c o m o l o s D e c i o s d e R o m a .

P o c a s c a t á s t r o f e s r e g i s t r a l a h i s t o r i a m á s t r á g i

c am e n t e s u b l i m e s q u e l a t om a d e Con s t an t i n op l a

y la ca ída .de l con harta frecuenc ia l lamado Bajo

Imper io ; pero es to no se deb ió , por c i er to , a l pa

t r i o t i s m o d e l v u l go .

E l p a t r i o t i s m o d i v u l gad o e s p r op i o d e n u e s t r a

e d ad , e n q u e h a y m á s i l u s tr ac i ón , m á s l ib e r t ad y

m ás c on c i e n c i a e n e l p u e b l o d e l a d i gn i d ad h u

mana y de l ser co lec t ivo de la soc iedad po l í t i

ca .

S i s e h ab l a , p u e s , t an t o d e p a t r i o t i s m o e s

porque l e hay y no para ' encubr ir que no l e hay .

Cas i e s toy por a f i rmar , lamentándolo , que en

E s p a ñ a t e n e m o s p l é t o r a d e p a t r i o t i s m o . D e m o s

de barato que los e spañoles son , por lo común ,

m ás am i gos d e e c h ar s e a l a v i d a a i r ad a q u e d e

trabajar ' en paz en sus casas ; pero todav ía se

m e c on c e d e r á q u e p or a l go d e b e d e h ab e r e n t r a -

158



E N S A Y O S

do e l deseo del engrandecimiento de la ¡patr ia y

de es tab lecer en e l la e l gob ierno que más l e con

v iene o de l iber tar la de la t i ran ía , en la g lor iosa

gu e r r a d e l a I n d e p e n d e n c i a ; e n l a s d os gu e r r as

c iv i l e s , que han durado once años , y en las gue

r r a s d e M é j ic o , d e M a r r u ec o s , d e S a n t o D o m i n g o

y de l Pac í f i co , en que nos hemos arru inado y en

q u e t a l v e z h a m u e r t o d e m u e r t e v i o l e n t a m e d i o

m i l lón de esp añ oles . ¿ Cree , adem ás , e l S r . D e

L in ier s qu e no- só lo los que ha n m uer to pe leando ,

s ino los que mur ieron en e l pat íbu lo o fus i lados

p or c au s as p o l í t i c a s e r an t od os u n os t u n os y

d i e r on o e x p u s i e r on l a v i d a p or gar b e ar o m e

drar? Só lo .bajo e l poder de Fernando VII , el

Deseado, f u e r on a l a h or c a o m u r i e r on r e t or c i d o

e l pescuezo por e l garrote o fus i lados por razo

n e s p o l í t i c a s u n os s e i s m i l d e n u e s t r os c on c i u d a

d an os . S i añ ad i m os l o s d e p or t ad os , l o s e x p a t r i a

dos, los enviados a pres id io ' , los muertos de mi

s e r i a y l o s s u i c i d ad os d e r ab i a y d e s e s p e r ac i ón

en los ca labozos , la c i f ra sube a muchos mi les .

¿

Cóm o su p on e r q u e t a n t a v í c t i m a s e av e n t u r ó y

expuso con e l ún ico in ten to de ver s i lograba

f or m ar p ar t e d e l grupo exiguo? 'Conv énzase el

S r.

D e L i n i e r s : m u c h o d e p a t r i o t i s m o , e x t r a v i a

do ¡s i se quiere , debe de haber habido en todo

esto.

Después de caer sobre e l patr io t i smo, cae e l

azote sa t í r i co de l Sr . De L in iers sobre la opinión

pública,

que no es , segú n é l , l a op in ión de

todo el

mundo, s i n o l a op i n i ón d e l grupo exiguo; esto es ,

159



J U A N V A L E E A

l o q u e c on v i e n e a u n os c u an t os t u n an t e s . Con

t r a e s t a b u r l a 'hay l o s m i s m os ar gu m e n t os ya e x

pues tos . S i no hay o tra op in ión que la de unos

c u an t os p i c ar os p e r i od i s t a s , ¿p or q u é l o s h om

bres de b ien no fundan también per iód icos y l l e

v an l a op i n i ón p ú b l i c a p or m e j or e s c am i n os ?

¿L os p i c ar os p e r i od i s t a s p od r í an , ad e m ás , s o s t e

ner sus per iód icos s in subscr ip tores? Luego no

s on l o s p e r i od i s t a s , s i n o l o s s u b s c r i p t or e s t am

b i é n ,

los que concurren a crear la op in ión púb l i

c a . De donde se deduce que en España y en e l

d ía la op in ión púb l i ca la forman , como en cua l

qu ier o tro pa í s y en cua lqu iera o tra época , los

que más va len y saben , los que op inan a lgo .

P or d e s gr ac i a , e s t a op i n i ón p ú b l i c a n o s u e l e

m os t r ar s e c om o d e b i e r a , n i e n l a s u r n as e l e c t o

ra les n i por o tros med ios que hay dentro de la

l e ga l i d ad . De e s t o t am p oc o t i e n e l a c u l p a e l gru

po exiguo. L os e s p añ o l e s n o s h a l l am os t an m a l

de todo , que no hay Gob ierno de que no mur

muremos , después de votar le los 'd iputados que

pide .

L a m u r m u r a c i ó n y e l c l a m o r e o i n e r m e v a n

s u b i e n d o d e p u n t o m i e n t r as m ás d u r a u n G o

b i e r n o , o d í g a s e situación. T odos acu den a los

mi l i tares , ún ica fuerza organ izada y ac t iva , para

que l iberten a la patr ia de aquel la p laga, para

que la saquen de l caut iver io . Ora los l i son jean ,

or a l o s in s u l t an d i c ié n d o l e s q u e m e r e c e n e n a gu as

en vez de un i forme y rueca en vez de espada ,

porque no se pronunc ian , y ora las damas más

160



E N S A Y O S

e l e gan t e s y b on i t a s l o s e n t e r n e c e n , c on m u e v e n

y e n t u s i a s m an p ar a q u e n os s a l v e n d e l a an ar

qu ía , de la i rre l ig ión y de o tra mul t i tud de ca la

m i d ad e s . Yo , d i go l a v e r d ad , h a l l o p av or os a y

v i t an d a t od a r e v o l u c i ón v i o l e n t a , y d e t e s t o , s o

bre todo , un mot ín de so ldados; pero s i no d i s

culpo ,

exp l i co y a tenúo bas tante la fa l ta de los

ge n e r a l e s q u e c on t an t a f r e c u e n c i a s u e l e n p r o

n u n c i ar s e e n E s p añ a . No e l grupo exiguo, s ino

m e d i a n a c i ó n o m á s l o s e m p u j a s i e m p r e a q u e

la armen, sa lv o e l dec ir a poco que so n gen íza-

ros o pretor iano-s . S in duda que la ambic ión y e l

deseo de hacer gran pape l pueden induc ir a los

g e n e r a l e s a q u e s e p r o n u n c i e n ; p e r o ¿ c ó m o n e

gar , e n v i s t a d e t an t as e x c i t ac i on e s , q u e n o p o

cos de estos adal ides l leguen a creer de buena fe

q u e D i os s u s c i t a e n e l l o s r e d e n t or e s y s a l v ad o

res ,

como aque l los jueces de I srae l que susc i taba

Dios para sa lvar a su pueb lo de l yugo de los

a m or re os o d e lo s fi li steos?

Cuanto d ice e l Sr . De L in iers contra los mot i

n e s o p r on u n c i am i e n t os m i l i t ar e s e s c h i s t o s o , y

So se r í a m á s s i e l -asunto no fue se ta n g r a v e ;

pero e l ch i s te y la sá t i ra es tán fundados en a lgo

s o f í s t i c o y p r op e n d e n a p r ob ar u n a c os a e v i d e n

t e m e n t e f a l s a : q u e u n

grupo exiguo

s e p r on u n c i a

o despronunc ia de cont inuo , per turbándolo todo .

N o e s a s í . Cóm p l ic e s e i n s t i gad or e s d e t od o p r o

n u n c i a m i e n t o s o n s i e m p r e g r a n m u l t i t u d d e p a i

s a n o s .

T od av í a n o h a t r i u n f ad o u n s o l o m ot í n

m i l i t ar q u e n o h aya t e n i d o a s u l ad o , e m p u j án -

1 6 1

E N S A Y O S . — - T . I I I . u



J U A N V A I / E R A

dolé, a un partido pol ít ico- , a mucha parte de la

nac ión , a lo que , en rea l idad y no en sen t ido i ró

n i c o ,

puede l lamarse op in ión púb l i ca en cua l

qu ier pa í s .

Otro cap í tu lo consagra e l Sr . De L in iers a los

hombres serios. E l res u l ta do f inal de tod os su s

e s t u d i os s ob r e e s t e p u n t o e s q u e p ar a s e r hom

bre serio e n E s p a ñ a s e r e q u i e r e u n a dosis infi

nitesimal de vergüenza y amor propio y orgullo

a discreción. E s t o , p a r a h a c e r g r a c i a , c o n f e s a

mos que excede ya los l ími tes de lo cómico . Y s i

e s t o e s l a r u d a e n u n c i ac i ón d e u n a v e r d ad , t e n

d r e m os q u e r e p e t i r c on o t r as p a l ab r as l o m i s m o

q u e y a h e m o s e x p u e s t o . S i e n E s p a ñ a , p a r a p a

s a r p o r hombre serio, b as t a c on s e r p r e s u m i d o ,

soberb io y desvergonzado , e s to es , un detes tab le

pil lo , ¿q u é s e r án e n E s p añ a l o s h om b r e s j oc os os

o bur lescos? Serán unos id io tas , y todo e l con

j u n t o d e l a n ac i ón n o p od r á m e n os d e s e r u n a

e s t ú p i d a c an a l l a . S i n e m b ar go , e l S r . De L i n i e r s

n o s e c o n t e n t a c o n p i n t a m o s e n c a r i c a t u r a t a n

cruel a l

hom bre serio.

V a m á s a l lá . N o s d e s c r ib e

t a m b i é n l o s

grandes caracteres,

que sa len no

m á s l i s o n j e a d o s .

S u l i b r o c on s t a d e t r e s p ar t e s . Com o e s d i d ác -

t ico-drónieo' , enseña al hombre lo que debe sa

b e r p ar a v i v i r c or r e c t am e n t e e n l a p a t r i a , e n

l a s oc i e d ad y e n l a f am i l i a . De l a s á t i r a p o l í t i c a

a q u e d a l u gar e s t e m é t od o ya h e m os d i c h o l o

m ás e s e n c i a l . L a s á t i r a c on t r a l a s c os t u m b r e s

n o e s m e n o s a g r i a y d u r a .

1 6 2



E N S A Y O S

De es te ¡modo h iperból i co y v io len to de escr i

b i r s e or i g i n an v ar i o s m a l e s .

Mal para e l au tor , que , s i endo un mozo de ta

l ento ,

agu d o , b u e n ob s e r v ad or y gr ac i o s o , h ac e

u n l i b r o m e n os d i v e r t i d o y am e n o d e l o q u e h u

biera podido 'ser; pues, al cabo, lo cómico- está

e n l a s d e b i l i d ad e s y m i s e r i a s q u e n o t r as p as an

c ier tos l ími tes , y que no l l egan a una pervers i

dad consumada, la cua l no hace re ír n i d iv i er te

a nadie .

Males para la soc iedad , que es te a fán de p in

t ar s u s v i c i o s , a t r i b u yé n d o l os t od os a u n grupo

exiguo, n o c or r i ge n i m e j o r a a n ad i e , an t e s e m

peora y perv ier te , e s t imulando e l od io , la en

v i d i a y o t r as m a l as p as i on e s c on t r a l o s p oc os

que , s i no han s ido más capaces , han s ido , por

lo menos , más fe l i ces , y que , a l l eer l ibro se

mejante , a lgu ien que no acepte e l so f i sma de

que to do s son- bu en os m en o s un puñado- de ho m

bres que t i enen embaucados y suped i tados a los

d e m ás , f or m ar á d e l a p ob r e E s p añ a , q u e e s t á

m u y m a l s i n d u d a , e l c on c e p t o m ás b a j o y h u

m i l l an t e q u e p u e d e i m ag i n ar s e .

J a m á s h e l e í d o n a d a c o n m a y o r d i s g u s t o y

enojo que una co lecc ión de ar t í cu los que pub l i

c ó c o n t r a E s p a ñ a l a Gaceta de Augsburgo, e s

t an d o yo e n A l e m an i a . De e l l o s r e s u l t ab a q u e

n u e s t r o s g e n e r a l e s e r a n u n o s a m b i c i o s o s , i g n o

r an t e s y s i n c on c i e n c i a ; n u e s t r os or ad or e s , u n os

charlatanes , que des l íen un átomo de idea, en

u n p i é l ago t u r b i o y r e v u e l t o d e p a l ab r as h u e c as

163



J U A N V A L E R A

y r e s o n a n t e s ; n u e s t r o s h o m b r e s de E s t ad o , u n os

p r e s u m i d o s , que no q u i e r e n más que m e d r ar y

m a n t e n e r s e

en el

p o d e r

o

t o m a r le

por

cua lqu ier

m e d i o b u e n o o m a lo , etc. etc. En reso luc ión , los

a r t í c u l o s de la Gaceta

de

Augsburgo e r an c om o

c om p e n d i o p r o f é t ic o del l i b r o del Sr. De L i n i e r s .

M i .enojo , no- ob sta nte , t u v o que d i s i p a r s e c u a n

d o n o t é que el c a c h a z u d o a l e m á n , a u t o r del ar-

t í cu lo ,

n ad a d e c í a sin au t or i d ad y t e x t o .

H a b í a t o m a d o t o d a s las i n v e c t i v a s de los pe-

r i ó d i c o s de c ad a p ar t i d o c on t r a los p r o h o m b r e s

d e los p ar t i d os c on t r ar i o s , y así h a b í a h e c h o su

Obra t i z n a n d o l a s t i m o s a m e n t e a todo

el

mundo

v e r d a d e r o ; p o r q u e , d e s e n g á ñ e s e el Sr. De Li-

n i e r s , es m u c h a s u t i l e z a m e t a f í s i c a para cre ída

p o r n a d i e

eso de que

h a y a

un

grupo exiguo

de

g a l o p i n e s , que a c i e n c i a y p a c i e n c i a de todo el

mundo, se a t r i b u y a la in f luencia , el v a l e r y el

p od e r que a

todo

el

mundo

pertenece .

El .libro del Sr. De L i n i e r s p u e d e p r od u c i r

m u c h o s e f e c t o s c o n t r a r i o s a los que el Sr. De

L i n i e r s

se

p r op on e . P on d r é aq u í a l gu n os .

L a e m p l e o m a n í a

es un mal

g r a v í s i m o , n a c i d o

d e n u e s t r a p ob r e z a , de la a b u n d a n c i a de c lase

m e d i a sin oficio ni beneficio, y h a s t a de los e n o r

m e s t r i b u t o s que a g o b i a n a la n ac i ón , p u e s mu-

c h o s de los c o n t r i b u y e n t e s que dan al E s t a d o la

m i t a d o más de la m i ta d del producto l íqu ido de

su cap i ta l y t r ab aj o , n ad a h a l l an más natura l

q u e d e s e ar q u e a l go

de eso que dan

v u e l v a , c u an

d o no a e l los , a sus h i j o s , s o b r i n o s o ah i j ad os ,

164



E N S A Y O S

bajo la forma de sue ldo o de o tros provechos o f i

c ia l e s .

Contra e l deseo de sue ldo mi l i ta aun e l

p u d or d e d e s e m p e ñ ar m a l u n p u e s t o p or f a l t a d e

capac idad o de es tud ios , y co ntra e l dese o de pro

vechos e l t emor de ser ' cas t igado o in famado a l

menos; pero s i se a f i rma y se rep i te que los que

d e s e m p e ñ a n l o s p u e s t o s s o n i g n o r a n t e s y t o n

to s ,

y que t i enen vergüenza in f in i tes imal , y que

a mansa lva se puede hacer lo que se qu iera ,

e l pudor y e l t emor de que hemos hab lado aca

b ar án p or e x t i n gu i r s e . No h ab r á n ad i e q u e n o

se juzgue capaz y d igno de ser empleado . E l re

loj de la of ic ina ganará e l sueldo por é l . La ad

m i n i s t r a c i ó n b i e n m o n t a d a e s u n a m á q u i n a q u e

cas i anda sola .

Por ú l t imo , é l l ibro de l Sr . De L in iers , o lo

que hay en é l de más substanc ia l , puede l l egar

a las c lases ín f imas , a lo que l laman cuarto es

t a d o . ¿Q u é s e n t i m i e n t o m or a l i z ad or p r od u c i r á

en los ind iv iduos de ese cuarto es tado e l creer

q u e h ay u n grupo exiguo d e t u n a n t e s q u e e x

p lota e l país , le chupa e l jugo y v ive r ico y col

m a d o d e h o n o r e s a e x p e n s a s d e t o d o s ? L o p r i

m e r o q u e h ar á e l v u l go s e r á e n s an c h ar e l grupo

exiguo p or u n p r oc e d i m i e n t o d i a l é c t i c o b as t an

te jus t i f i cado . Toda es ta gente nueva , d i rá , que

se ha e levado por la po l í t i ca rec i en te , y va en

c oc h e , y s e l l am a P e ñ ón - T aj ad o y Cas a - F r an c i s

co o Casa-Diego , ¿por qué ha de ser d i s t in ta de

lo que fueron en su or ige n dos señ or es an t ig uo s?

La ún ica d i ferenc ia , añad irá , cons i s te en que és -

165



J U A N V A L E i R A

tos han hecho para s í lo que para los o tros h i

c i e r on l o s p ad r e s , ab u e l o s o t a t ar ab u e l os . Re g l a

ge n e r a l , p u e s : t od a r i q u e z a , t od a d i s t i n c i ón , h e

redada o conqu is tada , ha s ido mal adqu ir ida y

con poco trabajo . Dada la reg la genera l , l a con

s e c u e n c i a e s e v i d e n t e : l a c oc i n e r a t e s i s ar á c on

m e n o s e s c r ú p u l o d e c o n c i e n c i a ; e l a d m i n i s t r a

dor de tus b ienes , que sabe e l d iab lo cómo los

adqu ir i s te o los adqu ir ió tu padre , t ratará de

dejarte pobre y de enr iquecerse é l ; tu cochero ,

en v i s ta de que tu coche y tus cabal los son , como

af irma e l Sr . De Lin iers , ¡un milagro de química

administrativa que s e obra e n e l sec re t o de la

v i d a p r i v ad a , t r a t ar á t am b i é n d e s e r m i l agr e r o

y t e m at ar á l o s c ab a l l o s d e h am b r e ; e l j or n a l e

ro que l l evas a cavar a tu hac ienda ca lcu lará

que tú en la secre tar ía t e ganas o t e ganaste e l

d i n e r o c h ar l an d o y f u m an d o y m an o s ob r e m an o ,

y q u e r r á i m i t a r t e y g a n a r d e l m i s m o m o d o s u

j or n a l , y a l gu n os m ás a l e n t ad os y b r i o s os s o l

t ar án e l az ad ón y t om ar án e l t r ab u c o y s e

echarán a l camino , d ic i endo e l an t iguo re frán

d e

quien roba al ladrón tiene cien años de

perdón.

P ar a m í , e s d e t od a e v i d e n c i a q u e e s t e m od o

de exp l i car e l males tar soc ia l y po l í t i co que nos

aq u e j a , a t r i b u yé n d o l e a l a p e r v e r s i ón m or a l d e

l o s q u e m ás s e d i s t i n gu e n , t i e n e l a s c on t r as ya

r e f e r i d a s : o b l i g a y m u e v e a l e n t e n d i m i e n t o d i s

curs ivo a creer que esa pervers ión moral se ex

t iende sobre todo e l cuerpo de la repúbl ica , como

166



E N S A Y O S

lepra asquerosa , y contr ibuye en rea l idad a que

d icha l epra se ex t i enda , en vez de curar la .

Creo ,

por ú l t imo , que e l males tar puede y debe

e x p l i c ar s e d e o t r a s u e r t e : t i e n e c au s as m ás h on

das . H a s t a l a m i s m a p e r v e r s i ó n m o r a l , s i l a

hub iese y fuese tan terr ib le como de la l ec tura

de l l ibro de l Sr . De L in iers puede conje turarse ,

s e r í a u n s í n t om a d e l a e n f e r m e d ad , y n o l a e n

f e r m e d a d m i s m a , y m e n o s s u s c a u s a s .

L as c au s as e s t án p a t e n t e s y b as t an a e x p l i

c a r l o t o d o . N u e s t r o a t r a s o e n l a c u l t u r a m a t e

r i a l e s h ar t o gr an d e aú n p ar a q u e n o p od am os

v i v i r s i n o a d u r a s p e n a s c om o' l a s d e m ás n ac i o

n e s c u l t a s d e E u r op a , y , s i n e m b ar go , s e n t i m os

l a n e c e s i d ad d e v i v i r c om o e l l a s .

Y e l c on t ac t o d e l a m od e r n a c i v i l i z ac i ón h a

in jer tado en la nues tra , cas t i za y prop ia , pero

a t r as ad a y e n t e c a e n s u d e s ar r o l l o , t a l f e r m e n

to de doc tr in as nu ev as , ¡de ut op ía s auda ces y

d e c i e n c i a d e ú l t i m a m od a , q u e n o e s d e m ar a

v i l lar la ag i tac ión y desasos i ego de todo e l ser

d e e s t a n ac i ón d e s v e n t u r ad a . E l p e n s am i e n t o an

t i g u o ,

c as i c i e go y o l v i d ad o d e s í m i s m o , l u c h a

p or u n l ad o ; l a i d e a n u e v a p or o t r o . ¡ Cuánto no

t ienen que afanar y sudar , acaso en ¡balde , los

que procuran la paz , la transacción y e l equi

l ibrio-

Añ ád an s e a e s t o a l gu n as f a l t a s n ac i d as d e

n u e s t r a c on d i c i ón n a t u r a l d e e s p añ o l e s , y a l gu

n os e x t r av í o s q u e s u r ge n f a t a l m e n t e d e l a s e n

trañas de nues tra h i s tor ia , y se exp l i cará todo .

1 6 7



J U A N V A L E R A

No b i e n s e n t i r n os a l i v i o e n n u e s t r a m i s e r i a ,

n o b i e n t e n e m o s a l g u n o s a p u r i l l o s m e n o s , y a

q u e r e m o s m e t e r n o s e n t o d o : c a r e c e m o s d e p a

c i e n c i a p ar a agu ar d ar m e j or é p oc a ; n os ac or d a

m os d e O t u m b a , L e p an t o y P av í a , y n os l an z a

m o s e n e m p r e s a s l o c a s .

D e n t r o t a m p o c o a t i n a m o s a v i v i r t r a n q u i l o s .

Con t e r q u e d ad h e r o i c a y r u i d o s a s o s t e n e m os p or

l a s ar m as n u e s t r as i d e as , y l a s gu e r r as c i v i l e s

d u r an añ os .

N u e s t r a s i n v e c t i v a s s o n f e r o c e s y p r o v o c a n a

od io y rebelión; pe ro nu es tr a s a la ba nz as son

t a n p o m p o s a s , e s t u p e n d a s y e x a g e r a d a s , q u e ,

por esp ír i tu de contrad icc ión , provocan a la in

v e c t i v a .

Lo conf i eso con franqueza . Yo gusté más que

nad ie de la revo luc ión de 1868; pero cuando o ía

d e c i r q u e l a E u r op a n os c on t e m p l ab a p as m ad a

y e n é x t as i s , q u e n u e s t r a e l oc u e n c i a y n u e s t r a

s ab i d u r í a t e n í an a s om b r ad o a l m u n d o , y q u e n o

h ab í a m ás q u e d e s e ar q u e aq u é l l o , m e d ab an ga

n as d e h ac e r m e r e ac c i on ar i o ; a s í c om o ah or a ,

c u an d o o i go d e c i r a a l gú n m i n i s t r o o a a l gú n

m i n i s t e r i a l q u e d e b e m os e t e r n a gr a t i t u d a e s t e

Gob ierno porque ha tra ído e l orden y la paz y

otros mi l b i enes y gus tos , y p ienso en que no se

p agan l o s t r e s e s y e n q u e p agam os l a m i t ad o

m ás d e l o q u e p r od u c e n n u e s t r o s ár i d os t e r r e n os ,

y e n q u e t od o e s t á t an m a l c om o s i e m p r e , c u an

do no peor , no sé lo que me dar ía gana de ser

s i no fuera porque acudo a l razonamiento , ca l -

1 6 8



E N S A Y O S

m an t e y m ás q u e s ab i d o , d e l a v i e j e z u e l a d e S i -

racusa . Sea como sea , no in f i ero nunca lo que

in f i ere e l Sr . De L in iers , a pesar de su c laro in

g e n i o ,

del cual , por otra parte , da mi l pruebas

en su b ien escr i to y en tre ten ido l ibro . Lo que yo

i n f i e r o e s q u e s om os m ás i n f e l i c e s y d i s p ar a t a

dos que perversos . La esperanza , con todo , e s lo

ún ico que se p ierde . A veces imagino que nues

tros males , aunque profundos , no son d i f í c i l e s

de curar . Tal vez se curen con d iez o doce años

d e p az i n t e r i or y e x t e r i or , s i n p r on u n c i am i e n t os

n i guerras c iv i l e s , y con un Gob ierno menos que

m e d i an o . P e r o ¿ s e r á p os i b l e e s a p az ? ¿S e r á p o

s i b l e y v i ab l e e s e G ob i e r n o m e n os q u e m e d i an o?

Lo dudo.

Lo que, s in duda alguna, rep i to es que no se

r e m e d i an l o s m a l e s d e l a p a t r i a i n f am an d o e n

m as a a c u an t os p or s u e r t e o p or m ayor c ap ac i

dad toca d ir ig i r sus negoc ios . Los malos ¡ repú

b l i cos no se corr igen con sát i ras como las de l

S r .

De L i n i e r s ; an t e s s e r í e n y au n s e ap r ov e

chan de todo . Nad ie es tan a f i c ionado a contar

escándalos y a hab lar de los

chanchullos

de lo s

o t r os c om o aq u e l l o s q u e t i e n e n f am a d e h ab e r

chanchulle ado. Lo que ans ian es que se af irme la

creenc ia de que todos hacen lo mismo. E l Sr . De

L i n i e r s t r ab aj a , p u e s , s i n q u e r e r e n f av or d e

e l los . Los personajes po l í t i cos de l género que des

cr ibe e l Sr . De L in iers se parecen en es te punto

a l a s m u j e r e s ga l an t e s , l a s c u a l e s n o gu s t an s i n o

169



J U A N V A L E R A

d e t i z n ar a l a s d e m ás m u j e r e s y h ac e r l a s p as ar

p o r u n a s p e r d i d a s .

Re c u e r d o q u e c u an d o s e d i v u l gó h ac e añ os

c i e r t o s on e t o d e u n am i go m í o , t i t u l ad o Los be

lenes, p r e c i s a m e n t e e n t r e l a s m u j e r e s g a l a n t e s

f u é d on d e e l s on e t o a l c an z ó m ás f av or y ap l au

s o . Todas ped ían con ans ia e l soneto , y l e l e ían

c on fr u i c i ón . H ab í a e n e l s on e t o d i e z o d oc e n om

b r e s p r op i os c i t ad os ; p e r o e s t o n ad a i m p or t ab a .

Cuando e l hombre de a lguna de las que ped ía

el soneto f iguraba en él , se ¡borraba y se ponía

en lugar suyo e l nombre de o tra , a f in de que

e l la l e l eyese s in darse por a lud ida .

Ni a es te recurso hay que ape lar con e l l ibro

del S r De L i n i e r s , q u e n o c i t a n om b r e a l gu n o .

N a d i e s e t o m a r á l a m o l e s t i a d e d a r s e p o r a l u

dido , y l o s am b i c i o s os , n e c i o s y t u n an t e s h a l l a

rán conso lac ión y de le i t e con la l ec tura de un

l ibro que trata de probar que cuanto aqu í sobre

sale , se d i s t i ng ue y . ad quie re poder e in f luencia ,

e s d e l a m i s m a c on d i c i ón d e s a f or ad a e i n d i gn a .

No es pos ib le que la

caquistoeracia

s e e n t r o

n ice y dure cuarenta años en una nac ión l ibre , a

no suponer lo contrar io de lo que supone e l

S r . D e L i n i e r s : q u e e l

grupo exiguo

co nsta de

s an t os y d i s c r e t os , ar r i n c on ad os y op r i m i d os p or

u n a i n m e n s a m a y o r í a d e m a l v a d o s y d e t o n t o s .

M a d r i d , 1 8 7 6 .

1 7 0



Sobre el "Fausto" de Goethe

Den lieb' ich, der Unm ögliches.

{Fausto, s e g u n d a p a r t e , a c t o I I . )

Dif íc i l e s dec ir a lgo nuevo y bueno sobre Goe

the ,

de qu ien tan to se ha escr i to . Hacer aqu í un

extracto de ju ic ios y op in iones de o tros no nos

parece b ien , y no se av iene además con la cond i

c ión de nues tra tarea , que ha de ser breve , no

ha de abarcar en su to ta l idad a Goethe y sus

obras y ha de concretarse a una: e l Fausto. S i n

e m b ar go , au n q u e n o p u b l i c am os e l Fausto c o m

pleto ,

s ino la pr imera parte , no es pos ib le ha

b lar de e l la s in hablar de la segunda, n i es po-

f

s i fo le tampoco hablar de todo e l poema s in dar

a lguna not i c ia sobre e l ingen io , los e s tud ios , la

índole y demás prendas de l au tor de d icha obra ,

l a m ás i m p or t an t e , s i n d u d a , d e c u an t as G oe

the compuso, y aquel la por . la cual v ino a ser

m ás i l u s t r e y a m e r e c e r m ás a l ab an az s y ap l au

s os e n t od as l a s n ac i on e s c i v i l i z ad as .

1 7 1



J U A N V A L E R A

N o h a b l a re m o s , p u e s , e x c l u s i v a m e n t e d el Faus

to;

pe ro del Fausto h a b l a r e m o s p r i n c i p a l m e n

t e ,

y , p r oc u r an d o p r e s c i n d i r d e l o s j u i c i o s e x t r a

ñ o s , ta l vez se logre que los prop ios t engan a l

guna novedad , s in que , por e l prur i to de bus

c ar l a , n os e x t r av i e m os .

E l Fausto e s u n a ob r a d r am át i c a , y l a p r i m e

ra parte , con e l arreg lo ind i spensab le para la

e s c e n a , s e r e p r e s e n t a e n l o s t e a t r os a l e m an e s ;

pero as í d i cha pr imera parte a i s lada , como e l

c on j u n t o q u e d e am b as t r age d i as o p ar t e s r e s u l

ta , a s p i r a n a t e n e r m u y s u p e r i o r i m p o r t a n c i a .

No basta para cal i f icar e l todo

i

af irmar que es

u n p oe m a . T od a n ar r ac i ón o ac c i ón e s c r i t a e n

v e r s o e s p o e m a t a m b i é n . P a r a d e t e r m i n a r a q u e

l lo a que el

Fausto

a s p i r a s e r e q u i e r e u n a p r e v i a

e x p l i c ac i ón .

E n l a au r or a d e t od a c u l t u r a h u m an a , an t e s

d e q u e h u b i e s e gr an d e s c i u d ad e s y d e q u e s e

ed i f i casen y aun se inventasen teatros , nac ió la

poes ía; nació quizá a l nacer e l habla , y la poe

s ía fué de dos modos pr inc ipa les : l í r i ca y ép ica .

Un h imno, un cantar , una mera cop la , donde e l

au t or m u e s t r a s u am or , s u v e n e r ac i ón , s u i r a , o

d on d e n os t r an s m i t e l a e x p r e s i ón q u e d e l m u n

do ex ter ior rec ibe , o donde expresa sus deseos ,

t emores o esperanzas , se l lama poes ía l í r i ca , y se

l lama ép ica cuando cuenta e l poeta bata l las , lan

ces de amor y fortuna, sucesos , en f in , de la

v i d a d e l o s h om b r e s .

Ya s e e n t i e n d e q u e l a t a l d i v i s i ón e s m u y

172



E N S A Y O S

poster ior a lo d iv ino . Hubo poes ía l í r i ca y ép i

ca s ig los an tes de que a nad ie se l e ocurr iese d i s

t i n gu i r l o s gé n e r os c on l o s n om b r e s q u e aq u í l e s

damos o con otros .

E s d e ad v e r t i r a s i m i s m o q u e , e n l a m an e r a d e

hacer la demarcac ión y des l inde de ambos gé

n e r o s ,

h a h ab i d o gr an d e s d i f e r e n c i a s , s e gú n e l

punto de v i s ta de los cr í t i cos en es ta época o en

aquélla.

No sat i s face , a la verdad , dec ir que lo narrat i

vo es ép ico , y l í r i co lo no narrat ivo . Odas , can

c iones , id i l i os , ég logas hay , donde se cuentan he

chos , y nadie af irma resuel tamente que - sean ép i

c as t a l e s c om p os i c i on e s . S e d an r om an c e s , c án t i

c os t r i u n f a l e s , e p i t a l am i os , h i m n os e n l oor d e

d i os e s , s e m i d i o s e s , h é r oe s o s an t os , d on d e t am

b ién se narra , y no son ép icos puros . L lamar

ép ico- l í r i cas a es tas poes ías porque t i enen en s í

ios dos car acte res , no resu e lve la d i f icu l tad . D en

t r o d e l a e p op e ya m ás t e n i d a p or e p op e ya h ay a

v e c e s m u c h o l i r i s m o .

L a e x i s t e n c i a d e u n o y o t r o gé n e r o e s e v i

d e n t e

;

pero n o aq u ie ta a l e sp ír i tu e l pon er por

f u n d am e n t o d e l a d i s ti n c i ón a l g o d e t an e x t e m o

como e l narrar o e l no narrar . ¿Qué poes ía no

n ar r a? ¿E n q u é ob r a e s c r i t a n o s e c u e n t a a l go ,

a n o i m ag i n ar l a c om p u e s t a d e aye s , s u s p i r os e

i n t e r j e c c i on e s ?

Lo ép ico , por cons igu ien te , qu izá se pueda

d i s t ingu ir con más profund idad de lo l í r i co , s i

e n e s t e ú l t i m o gé n e r o v e m os l a p e r s on a l i d ad d e l

173



J U A N V A L E R A

poeta , su s ingu lar in sp irac ión , y en e l o tro gé

n e r o c on s i d e r am os a l p oe t a c om o s ab i o p op u l ar ,

ar c h i v o c on v oz y c on v i d a , y p e r e gr i n o ob s e r v a

dor y colector , que recoge , guarda y en laza en e l

t e s or o d e s u m e m or i a , . y d i v u l ga l u e g o l a s t r ad i

c iones hero icas y re l ig iosas , las ideas sobre e l

u n i v e r s o y l o s d i o s e s , y c u an t as d oc t r i n as , e n

s u m a , t od o p u e b l o i m p e r s on a l m e n t e h a i d o

creando en e l árbol de las c iv i l i zac iones .

E n e s t e c as o , l o s l i b r os s agr ad os s e r í an é p i

c o s , y más aún los de aque l los pa í ses donde es tos

l ibros no se for jan y cus tod ian en e l seno de

u n a c as t a s ac e r d ot a l , s i n o q u e n ac e n e s p on t á

n e a m e n t e , y p o r i m p u l s o i m p r e m e d i t a d o y d i

v i n o d e l s e n o d e l a m u c h e d u m b r e . Y e n e s t e c as o ,

n o s e r í an é p i c os s ó l o l o s p oe m as q u e n ar r an ,

s i n o t am b i é n l o s q u e e n s e ñ an , ya t od a u n a r e l i

g i ó n , ya t od a u n a m or a l , ya p or m e d i o d e r e g l a s

o s e n t e n c i a s d e s l i gad as y p or e s t i l o d e r e f r an e s ,

c on t a l d e q u e s e p i e r d a o s e e s f u m e l a p e r s on a

l idad del poeta , y e l conten ido substancial de la

ob r a ap ar e z c a c om o d i c t ad o p or e l p u e b l o m i s

m o o p or u n n u m e n q u e v i e n e a s e r l a p r op i a

conc ienc ia de l pueb lo , la cua l toma ser en la fan

tas ía como persona super ior y de l c i e lo .

En e l pr inc ip io de toda c iv i l i zac ión , e l v iv i r

de l pueb lo aparece hero ico y d iv ino , e s to es , con

s i s t e e n e m p r e s as gu e r r e r as , e n av e n t u r as y e n

h az añ as , d on d e i n t e r v i e n e n l o s d i o s e s ( q u e v i v e n

e n t on c e s c on f u n d i d os c on l o s m or t a l e s y q u e s e

ap as i on an p or e l l o s ) , c om o au x i l i ar e s u n os y

1 7 4



E N S A Y O S

como "Contrarios otros; de donde resulta el ca

rácter d i s t in t ivo de la ipoes ía ép ica , aque l lo que

c on s t i t u ye l a u n i d ad d e t od o gr an c on j u n t o o

p oe m a . E s t e c ar ác t e r e s gu e r r e r o y r e l i g i o s o a

l a v e z , y p or l o c om ú n é l ar gu m e n t o d e l p oe m a

viene a ser una empresa fe l i z de l pueb lo para

q u i e n s e e s c r i b e , c u yas v i r t u d e s , e x c e l e n c i a s y

e n e r g í a s c ap i t a l e s e s t án c i f r ad as y p e r s on i f i c a

das en un héroe cast izo , de su raza, s i b ien con

n o p oc o d e d i o s , e n ge n d r o , c on c e p c i ón o e n c ar

nac ión ' de a lguna de idad , como Aqu i lea o Rama.

La epopeya , as í en tend ida , requ iere , como se

v e, e l m om e n t o d i c h os o e n q u e ap ar e c e e l e n t e n

d i m i e n t o c o l e c t i v o d e u n p u e b l o ; e s l a p r i m e r a

f lor de su cu l tura , y p ide para abr irse la pr ima

vera . Y s i endo además ind i spensab le , a f in de

que la epopeya logre v ida inmorta l y c lara , gran

pr im or de fo rm a y n i t id ez y flexib ilidad d e e x

p r e s i ón , e s i n d i s p e n s ab l e t am b i é n l a r ar í s i m a

co inc idenc ia de que , en ese momento in ic ia l , en

ese f lorecer intu i t ivo de la in te l igencia y de la

f an t as í a d e l a m u c h e d u m b r e , p os e a é s t a u n i d i o

m a f or m ad o , r i c o y h e r m os o , c om o ac on t e c i ó e n

Grec ia cuando- surg ió por pr imera vez la Ilíada

o fueron aparec iendo los d iversos cantos de que

más tarde hubo de te jerse toda e l la .

De aq u í q u e s e c u e n t e n m u y p oc as e p op e yas

c on e s t a p e r f e c c i ón ge n u i n a y l e g í t i m a . E n u n as ,

l a r u d e z a o d e f or m i d ad d e l l e n gu aj e a f e a t or

pemente la obra , y no permi te que su be ldad in

t e r i or s e e x p r e s e c on l i m p i e z a y b r í o . E n o t r as ,

1 7 5



J U A N V A L E R A

cuando e l pueb lo no ha de lograr en lo fu turo

un a l to desarro l lo in te lec tua l , tampoco se dan

los gérmenes a l pr inc ip io , y de aqu í lo vano o

r as t r e r o d e l c on t e n i d o é p i c o . Y e n o t r as i n t e r

v i e n e u n a c as t a s u p e r i or s ac e r d ot a l , o s i n o c as

ta ,

congregac ión o c lase , que qu i ta a la epopeya

m u c h o d e l o p op u l ar , e s p on t án e o y c an d or os o .

En suma, e s d i f í c i l o fué d i f í c i l que la epopeya ,

a s í e n t e n d i d a , s e d i e s e d e u n m od o d i gn o . Ap e

n as s e p u e d e n c on t ar m ás q u e l a s h om é r i c as .

I m p or t ab a , ad e m ás , q u e e l p u e b l o d on d e l a

e p o p e y a i b a a n a c e r t u v i e s e e l g e r m e n d e u n a

gr an c i v i l i z ac i ón p r op i a , n o o f u s c ad a p or r e c u e r

d os d i s t i n t o s d e o t r a c i v i l i z ac i ón p as ad a o e x

t r añ a; y q u e , s i a l go o m u c h o t om ab a d e o t r as

c i v i l i z ac i on e s , f u e s e c on t a l b r í o p l a s m an t e , c on

ta l fuerza de as imi lac ión , que lo d i so lv i ese todo ,

m e z c l án d o l o c on e l j u go d e s u s e n t r añ as , y q u e

todo lo derr i t i e se y fund iese con su ca lor natu

ra l , y que luego es ta masa , fund ida y hecha subs

t an c i a p r op i a , l a v ac i a s e e n m o l d e , p r op i o t am

b i é n , de donde sa l i era a luz , re luc ien te , nueva ,

c on f or m a ad e c u ad a y c as t i z a , y c on s e l l o p e c u

l iar , indeleb le .

De e s t a s u e r t e p u e d e a f i r m ar s e c on f u n d am e n

t o q u e l a M i n e r v a gr i e ga s a l i ó gr an d e y ar m ad a

del cere bro de H o m er o ; es to es , que filosofía ,

h i s tor ia , ideas re l ig iosas y po l í t i cas , ar tes de la

guerra y de la paz , t eatro , todo , en una pa labra ,

s e m u e s t r a n o ya s ó l o c om o ge r m e n f e c u n d o ,

s ino como f lor que va a abrir e l cál iz y a dar

176



E N S A Y O S

fruto sabroso y semi l la abundante , en los versos

d iv inos -de la Ilíada y la Odisea.

Cuando un cr í t ico i ta l iano, a f in de ensalzar a

Dan t e , i gu a l án d o l e a H om e r o , d i c e q u e l a M i

n e r v a i t a l i an a s a l i ó d e l m i s m o m od o d e l a c ab e

za de l vate f lorent ino , incurre en error ev iden

te ,

h as t a p ar a q u i e n m i r a e s t a s c os as d e l m od o

m ás s u p e r f i c i a l . L a M i n e r v a i t a l i an a e s t ab a ya

nac ida y harto crec ida . Toda la l i t eratura de los

r om an os d e I t a l i a e r a y e n l a m e m or i a d e l o s

h om b r e s v i v í a . Un a r e l i g i ón c on m o l d e s d e f i n i

dos e . in f l ex ib les , con s i s tema moral comple to ,

h ab í a s i d o ad op t ad a v i n i e n d o d e f u e r a ; s ob r e e s

tos fun da m en tos ha b ía n razonado y filosofado

s ab i os e n c i c l op é d i c os c om o A l b e r t o M agn o y

S a n t o T o m á s d e A q u i n o ; y , p o r ú l t i m o , n o s e

i gn or ab a l a an t i gu a c u l t u r a h e l é n i c a , an t e r i or y

p os t e r i or a l c r i s t i an i s m o . T od o e s t o f or m ab a ya

u n c on j u n t o d e c on oc i m i e n t os , u n s i s t e m a e n t e

ro, i n f or m an d o u n a c i v i l i z ac i ón i t a l i an a y c a t ó

l i ca . Dante ser ía un hombre capaz de abarcar lo

en su mente , háb i l para expresar lo y re f l e jar lo

e n s u s v e r s os , h as t a d on d e e r a p os i b l e q u e t an t o

a s u n t o e n s u s v e r s o s c u p i e s e ; p e r o D a n t e n o

produc ía un documento in ic ia l , s ino un re f l e jo

br i l lan te de l saber y de l sen t i r de muchas gene

rac iones , re f l e jo que s in duda podr ía i luminar y

encender e l án imo de los hombres de su edad

y de los ven ideros . N i se a legue que toda aque

l la doctr ina era antes prop iedad de pocos erud i

tos ,

q u e e s t a b a e n l a t í n o e n o t r a l e n g u a m u e r t a ,

177

E N S A Y O S . — T . I I I .

1 2



J U A N V A L E R A

y q u e Dan t e l a d i v u l gó e n l e n gu a v i v a , c r e an d o

c as i l a l e n gu a o h ac i é n d o l a ap t a p ar a e x p r e s ar

ta les conceptos : lo cua l impl i ca , s in duda , mér i to

extraord inar io , pero no tan sub ido que con e l

m é r i t o y v a l e r d e H om e r o p od am os e q u i p ar ar l e .

Y es to con p lena independenc ia de l va ler de

c ad a p oe ta , p or q u e p r ov i e n e d e l a m i s m a n a t u r a

leza de las cosas .

En la edad pr imi t iva , e l poeta es profe ta ,

s ac e r d ot e , l e g i s l ad or , t e ó l ogo , a s t r ón om o , m or a

l i s t a , ge ógr a f o , y t od o a l a v e z ; o m ás b i e n n o

e s n a d a d e e s t o : a p e n a s s i e s p e r s o n a ; s u p e r s o

n a l i d ad s e e s f u m a y d e s v an e c e e n l a p e n u m b r a

c r e p u s c u l ar d e l a h i s t or i a . H om e r o , V i as a y V a l -

m i k i c a s i s o n mitos; s o n c om o l o s p a t r i ar c as n o

ya de la substanc ia corpórea , s ino de l e sp ír i tu

d e l a s n ac i on e s ; s on c om o l o s h é r oe s e p ón i m os

no de la aso c iac ión p o l í ti ca , s i n o d e la com unid ad

m e n t a l ; s on , e n s u m a , e l e c o i n m or t a l y s on or o

de l verbo creador y de l e sp ír i tu fecundo de un

noble pueblo que nace . Su obra abarca c ie lo y

t i erra . En e l la se reúne la candorosa enc ic lope

d ia de la edad ' d iv ina . Nada fa l ta . Todo es tá a l l í

p o r m o d o e m i n e n t e .

P or e s p ac i o d e m u c h os s i g l o s n o s e e n t e n d i ó

as í l a e p op e ya ; an t e s b i e n , c on c r í t i c a m ás e x t e

r ior que ín t ima, y f i jándose en e l asunto o t ra

m a , y m ás q u e e n l a s u b s t an c i a e n l a f or m a , s e

creó la epopeya ar t i f i c ia l , s egún c i er tas reg las , y

cantando las hazañas de a lgún héroe o de var ios .

178



E N S A Y O S

A s í V i r g i l i o e s c r i b i ó La Eneida, C a m o e n s Los

Luisiadas, y La Jerusalén, T as s o .

C i e r t o q u e s e h an d ad o a l gu n as e p op e yas e s

p on t án e as e n é p oc as n o d e p r i m e r a j u v e n t u d

para un pueb lo o raza , s ino ha l lándose és ta , por

s i g l o s ,

des trozada y ca ída; pero ta les epopeyas ,

sea cua l sea e l encanto que haya sab ido dar les

un s ingu lar poeta , en lo e senc ia l , más que nac i

d a s , parecen desenterradas y resuc i tadas con

oc as i ón d e gr an d e s e s p e r a n z as q u e s e d e s p i e r t an

en e l pueb lo venc ido no b ien sus vencedores y

op r e s or e s s on a s u v e z v e n c i d os y op r i m i d os p or

otros .

Así brotó , t ransf igurado y esp lendente , todo e l

c i c lo de l Rey Arturo y de la Tab la Redonda ,

c u an d o l o s n or m an d os , v e n c i e n d o a l o s an g l os ,

v e n g a r o n a l o s b r e t o n e s ; e l Shah-Nameh, d e F i r -

duss i , cuando los turcos , venc iendo a los árabes ,

v e n gar on a l o s p u e b l os d e l I r án ; y h as t a e l K a-

l e w a l a , au n q u e m á s p or e s f u e r z o d e m e r a e r u d i

c ión que por f lamante insp iración poét ica , cuan

d o F i n l an d i a p as ó a l d om i n i o d e Ru s i a , v e n c i

d os l o s s u e c os , s u s d om i n ad or e s an t i gu os .

Reconoc iendo otros poetas , o por v i r tud cr í t i

ca o por a t inado ins t in to , que e l t i empo de la

gr an e p op e ya h ab í a p as ad o ya , y v i e n d o q u e h ay

t e s or os d e m at e r i a é p i c a , d i f u s a e i n f or m e , q u i

s i e r on r e u n i r l o s e n ar m ón i c o c on j u n t o ; p e r o ,

careciendo ya de fe en aquello- que cantaban, pu

s i eron en e l canto c i er ta d i scre ta i ron ía y bur la

y r i s a m ás o m e n os d i s i m u l ad a . As í , p or e j e m -

179



J U A N V A L E R A

pío, A r i o s t o e s c r i b i ó El Orlando, y W i e l a n d El

Oberon, ya, c as i e n n u e s t r os d í a s .

Cons ideraron otros que , s i b i en la epopeya he

r o i c a t i e n e h o y q u e s e r an a c r ón i c a , n o d e b e s e r l o

l a r e l i g i o s a ; y c on e s t a i d e a m ás e q u i v oc ad a aú n ,

p or q u e l o é p i c o a l o d i v i n o i m p l i c a m u c h o d e

in fant i l en e l concepto de la d iv in idad , o b ien

a l g o d e t a n m e t a f í s i c o y d e s n u d o d e i m á g e n e s

q u e n o e s p oe s í a o e s p oe s í a n ar c ó t i c a , e s c r i b i e

r o n p o e m a s é p i c o s r e l i g i o s o s , c o m o M i l to n El Pa

raíso perdido y K l o s p t o c k La M esiada.

L os m ás ac e r t ad os , e n n u e s t r o s e n t i r , f u e r on

aque l los que , presc ind iendo de la epopeya gran

de y comple ta , donde todo se qu iere exp l i car o

r e p r e s e n t ar , r e d u j e r o n l a p oe s í a é p i c a a m e n or e s

p r op or c i on e s y e l i g i e r on p or h é r oe s y a s u n t os

d e l a n ar r ac i ón n o l o f u n d am e n t a l , s i n o l o d e r i

v ad o d e l f u n d am e n t o ; n o e l m i s t e r i o r e l i g i o s o y

d og m át i c o , s i n o a l gú n p r od i g i o q u e r e a l z a e l m i s

t e r i o ; n o l a r e l i g i ón o e l mito, s i n o l a l e ye n d a o

e l c u e n t o . E n e s t e gé n e r o , ac u d i e n d o s i e m p r e a

l a t r ad i c i ón , s e h an e s c r i t o ob r as m u y b e l l a s , y

q u i z á u n a d e l a s m e j o r e s s e a d e u n e s p a ñ o l :

El

estudiante de Salamanca. O t r os p o e t a s h a s t a d e

l a t r ad i c i ón h an p r e s c i n d i d o , d e s e c h an d o l a c o

laborac ión de l pueb lo en su obra , y han escr i to

c u e n t os , o b i e n t om an d o e l ar gu m e n t o d e l a h i s

tor ia más o menos anecdót i ca , o b ien creándolo

t o d o e n l a f a n t a s í a ; a s í B y r o n , e n El corsario,

Parisina, Lara, E l Giaour y La novia, de Abidos.

D e t o d o s m o d o s , d e s d e e l R e n a c i m i e n t o h a s t a

180



E N S A Y O S

m á s d e m e d i a d o e l s i g l o X V I I I , preva lec i endo e l

gus to l lamado c lás i co , que se fundaba en precep

t o s j u i c i o s os , p or m á s q u e e n a l gu n os p u n t os f u e

sen superf i c ia les , y has ta rayasen en arb i trar ios

(preceptos que Vida y Bo i l eau hab ían sacado de

l a i n t e r p r e t ac i ón d e Ar i s t ó t e l e s y d e H or ac i o ) ,

la epopeya , en la práct i ca a l menos , no se asp iró

a que fuese t rascendenta l , enc ic lopéd ica n i muy

docente, y s e r e d u j o a n a r r a r u n a ac ci ón g l or i o

s a d e a l gú n h é r oe n ac i on a l , o d e t od a E u r op a , o

d e t od o e l h u m an o l i n a j e , agr u p an d o e n t or n o ,

c o m o o r n a m e n t o y c o n s i m é t r i c a e c o n o m í a , v a

r i o s e p i s od i o s b i e n t r a í d os y n o i m p e r t i n e n t e s ,

q u e n o r om p i e s e n l a u n i d ad d e l p oe m a n i e m b a

r az as e n d e m as i ad o l a m ar c h a d e l a ac c i ón , l a

cual hab ía de i r con e l deb ido crec imiento de ce

l er idad hac ia su término y f ina l desen lace .

L o docente e n gr a d o s u p e r l a t i v o q u e d ó d e s

echado y aun fué ob je to de bur las . Parec ía , en

efec to , que , dado e l desarro l lo ac tua l de la c i en

c i a , q u i e n t r a t as e d e e n s e ñ ar m u c h o e n s u p oe

m a h ab í a d e s e r u n d e l i r an t e . T od av í a M or a-

t í n ,

a l dar consejos bur lescos a un poeta r id ícu

lo ,

l e d ice que ponga en c i f ra en su epopeya

t o d o s l o s c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s :

B o t á n i c a , b l a s ó n , c o s m o g o n í a ,

s a c r a , profana universal h i s t o r i a ,

cuanto pueda hacinar

t u

fantasía

e n

concebir delirios

e m i n e n t e .

Sin embargo , aun antes que se rompiera e l .

181



J U A N V A L E R A

y u g o elasicista, el fi losofismo fr a n cé s del si g lo

p as ad o h ab í a m ov i d o a l o s p oe t as d e m ás a l i e n

tos a crear e l poema que todo lo enseñase; pero

l o s m ás d e s e c h ar on l a ac c i ón , s e l i m i t ar on a l gé

nero- d idáct i co , y t ra tar on de escr ib ir e l nu ev o

p o e m a

De la naturaleza de las cosas.

E n e s t e s e n

t i d o h u b o t e n t a t i v a s d e L e B r u n , F o n t a n a s , A n

d r é s Ch é n i e r y m u c h os o t r os .

S e h ac í an p or e n t on c e s e s t u d i os m ás c om p l e

tos sobre e l ar te en genera l ; hab ía nac ido y hubo

d e d i v u l gar s e u n a a m od o d e c i e n c i a m od e r n a ,

l la m ad a f ilosofía de lo bel lo, es tét ica o ca lolog ía,

y l l e gar on a c om p r e n d e r s e c on m ás p r o f u n d i d ad

c r í t i c a l a s d i v e r s as l i t e r a t u r as . E s t o t r a j o gr an

d í s i m a s v e n t a j a s ; p e r o io v i d a a e x t r a ñ a s a s p i

r ac i on e s , i n s p i r ó s ob r ad o m e n os p r e c i o d e r e g l a s

q u e , p or e s t ar f or m u l ad as d e u n m od o e m p í r i c o ,

no de ja n de se r razonab les y pru den tes , y av ivó

en muchos e l deseo , y engendró e l impos ib le pro

p ós i t o n o ya d e e n s e ñ ar u n a c i e n c i a e n u n p oe m a

didáct i co s in acc ión , s ino de enseñar lo todo en

l a ac c i ón d el p oe m a , ac c i ón m ar a v i l l o s a y s i m b ó

l i c a , c ad a u n o d e c u yos m om e n t os h ab í a d e e n

t r a ñ a r m i s t e r i o s p r o f u n d o s .

N u e s t r a c i e n c i a m e t ó d i c a , d i v i d i d a e n m u l t i

t u d d e c i e n c i a s q u e e n t r e sí s e e n l az an , f u n d ad a

e n u n i n m e n s o c ú m u l o d e h e c h os q u e l a ob s e r v a -



E N S A Y O S

finición, del le n g u a je técn ico , de u na árid a y

eno josa c las i fi cac ión , y de un a nom enc la tura ta n

út i l como arras trada y prosa ica , se opon ían y se

oponen a la pretens ión de ta les poetas . Los que

han ten ido d icho in ten to , y no han s ido pocos ,

h an d ad o a l u z p or l o c om ú n m on s t r u os os e n

ge n d r os . A n u e s t r o v e r , l a e p op e ya t r as c e n d e n

ta l , menos rea l i zab le que la cuadratura de l c í rcu

lo ,

q u e e l m ov i m i e n t o c on t i n u o y q u e e l ar t e d e

h ac e r or o , e s u n a m a l a t e n t ac i ón , m u y c e r c an a

de la locura.

El e jemplo de los ¡metaf ís icos ha seducido y

e x t r a v i a d o a i o s p o e t a s ; p e r o l o s m e t a f í s i c o s t i e

nen d i scu lpas . Al lá , en las edades pr imeras , los

h u b o t am b i é n q u e ab ar c ar on t od a s l a s c os as v i s i

b l e s e i n v i s i b l e s , d i v i n as y h u m an as , y s e p u s i e

ron a exp l i car las . En es to resp landece e l candor

d e l a n i ñ e z . As í l a s e s c u e l a s d e E l e a , d e P i t ágo -

ras y de o tros . En e l d ía se conc ibe e l mismo

propós i to , aunque por más d i f í c i l y largo ca

mino'. De c l am e n c u an t o gu s t e n l o s p os i t i v i s t a s ,

e s innegab le que e l más comple to conoc imiento

d e l o s s e r e s o d e s u s c a l i d ad e s a l m e n os , l a e x

per ienc ia ac t iva de s ig los , y e l haberse e l evado

e l sab io , de la observac ión y es tud io de los he

chos , a l e ye s ge n e r a l e s d e c e r t i d u m b r e n o t or i a ,

h an i n f u n d i d o l a n a t u r a l e i n e v i t ab l e am b i c i ón

d e r e u n i r y e n l az ar d i c h as l e ye s b a j o u n p r i n c i

p io ún ico de donde emanen , de someter lo todo a l

m i s m o f i n y a l m i s m o c om i e n z o , y d e f u n d ar l o

sobre base inconcusa , encerrando , con la exp l i -

183



E N S A Y O S

rantes por demas iado honda , y que ta l vez por

d e m as i ad o s om e r a p r ov oc ar á l a d e s d e ñ os a s on

risa del f i lósofo y del hombre científico.

S i n e m b ar go , d e l a m an í a d e c om p on e r u n a

obra poét i ca de d icho género no han adolec ido

só lo los locos , s ino también hombres de ju ic io ,

de reposo y de peso , entre los cuales , s in duda,

descuel la Goethe .

S i l a e m p r e s a n o f u e r a i m p os i b l e , n ad i e m e j or

que é l , de un s ig lo a es ta parte , hub iera pod ido

r e a l i z ar l a e n E u r op a . Ve am os q u é p r e n d as t e

n í a , c on q u é e l e m e n t os c on t ab a , y e x am i n e m os

l u e go l a ob r a m i s m a , e l Fausto, donde preten d ió

rea l i zar su descomunal y t i tán ico propós i to .

G oe t h e n o e s p oe t a s ó l o ; e s e l e s c r i t or p or e x

ce lenc ia . Se comprende , s in que por eso se aprue

be, q u e E m e r s o n , s u p o n i e n d o u n a l m a s u p r e m a

a q u i e n r e p r e s e n t a e n e l m u n d o , e n d i v e r s as y

e l e v ad as f u n c i on e s , c i e r t o n ú m e r o d e v ar on e s

egregios , haga de P latón e l f i lósofo , de Montai

gne e l e scépt i co , de Napoleón e l hombre de ac

c ión , y e l escr i tor , de Goethe .

L a m e n t e d e G o e t h e e r a t e r s o y m á g i c o e s p e

jo donde se ref lejaban e l mundo v is ib le y e l in

v is ib le , la naturaleza y la h is tor ia , lo real y lo

idea l , con br i l lan tez y c lar idad no comunes . Y

n o e r a e s p e j o m e r am e n t e p as i v o , s i n o q u e or d e

n ab a l a s i m áge n e s y r e p r e s e n t ac i on e s , l a s i l u

m i n ab a d e l m od o m ás ar t í s t i c o y h ac í a q u e u n as

r e s a l t a s e n m ás y o t r as s e p e r d i e s e n o d e s v an e

c i e s e n e n l o s ú l t i m os t é r m i n os d e l c u ad r o , s e gú n

185



J U A N V A L E R A

c on v e n í a a l a e v i d e n t e d e m os t r ac i ón d e l a v e r

dad o a la apar ic ión ce les t ia l y l imp ia de la be

l leza.

Sab io a par que poeta , toda insp irac ión suya

v a p r e c e d i d a , m od e r ad a y t e m p l ad a p or l a r e

flexión. S u an he lo 'constante d e la v er da d h ac e

que a veces se l e pueda t i ldar de ind i ferente y

f r í o ; pero la seren idad no l e abandona nunca .

S in fe v iva en nada sobrenatura l , f i jo y con

cre to ,

no es fác i l que se e l eve Goethe a super io

res e s feras , a no ser por e l ordenado empuje de l

e n t e n d i m i e n t o d i s c u r s i v o . T a l v e z n o p e r c i b e l a

u n i d ad s ob e r an a; t a l v e z n o e s h on d o e n é l e l

s e n t i m i e n t o m or a l ; t a l v e z l a s m ás n ob l e s c u e r

d a s f a l t a n a s u l i r a . E s c r i t o r e s m u c h o m á s p o

b r e s d e i n ge n i o t i e n e n ac e n t os m ás p e n e t r an t e s

y t oc an y h i e r e n m e j or e l a l m a h u m an a . P e r o

Goethe se ade lanta a los demás poetas de su épo

ca y aun a no pocos de las pasadas , porque todo

l o c om p r e n d e y d e t od o s e v a l e h áb i l m e n t e p ar a

su poes ía . Sus ú l t imas creac iones parecen e l re

su l tado de ochenta años de observac ión y de es

t u d i o .

H e c h o s i n c o n e x o s , d o c t r i n a s , e x p e r i m e n

t o s y e s p e c u l ac i on e s ; t od o s e b ar a j a y s e agr u p a

c on c i e r t o or d e n e n t or n o d e u n a i d e a c ap i t a l :

la equ iva lenc ia de los t i empos , la a f i rmac ión de

q u e l a s d e s v e n t a j as d e u n a é p oc a e x i s t e n s ó l o

para los e sp ír i tus déb i l es y en fermizos , la nega

c ión de que nu es t ra eda d se a la edad de la razón

por contrapos ic ión a la edad de la f e , y e l con

venc imiento de que la f e y la razón v iven en per-

1 8 6



E N S A Y O S

petuo s incron i smo; de que la poes ía y la prosa

de la v ida se compenetran y funden; de que e l

m u n d o e s j ov e n y l a h u m an i d ad c as i n i ñ a , y d e

que los patr iarcas , v identes y profe tas se en t i en

den con nosotros a t ravés de las edades , y nos

s a l u d an y n os a l ar gan l a m an o , y n os an i m an a

tener conf ianza y a escr ib ir nuevas B ib l ias y a

unir la t ierra con e l c ie lo .

Como se ve , Goethe no era un creyente , s i por

c r e ye n t e e n t e n d e m os e l q u e c r e e e n r e l i g i ón d e

t e r m i n a d a ; p e r o d i s t a b a m u c h o d e s e r u n e s c é p -

t i co . Nos i n c l i n am os a a f i r m ar q u e e r a op t i m i s

ta , como cas i todos ios grandes pensadores a le

m an e s , d e s d e L e i b n i t z h as t a q u e ap ar e c e n S c h o -

p e n h au e r y H ar t m an . Y e n l o t oc an t e a l a b on

dad de l e sp ír i tu de l s ig lo , no y a de cre yen te , s in o

de apóstol conviene cal i f icarle .

Añádase a lo d icho o tra cond ic ión esenc ia l de

s u m e n t e q u e E m e r s on s e ñ a l a m u y b i e n , y q u e

e l m i s m o G oe t h e p a t e n t i z a c on c om p l ac e n c i a e n

Poesía y Verdad, q u e e s s u au t ob i ogr a f í a . P ar a

G oe t h e l a v i d a v a l e m ás c om o teoría que com o

práctica.

L a esp ecu lac i ón es m á s nob le y a l to fin

que la acc ión . Hasta la acc ión por lo que más

.s ign i f ica y vale es porque la especulac ión vuelve

sobre ¡el la y la toma por objeto. ¿ D e q ué s e r v i

r ía , de qué valdría todo este universo , a qué la

pompa de los as tros , la armonía de las e s feras ,

la armonía de las p lantas y de los an imales , los

sucesos de la h i s tor ia , la vocac ión de las razas ,

la fundac ión y des trucc ión de los imper ios , las

1 8 7



J U A N V A L E R A

pas iones , los b ienes y los males , los amores y los

o d i o s ,

s i no hubiese urna inte l igencia que lo com

prend iese todo , que lo p in tase en su cen tro , y

h as t a q u e l o r e p r od u j e s e c on m ás p r i m or , or d e n ,

sen t ido y hermosura que e l lo t i ene de por s í?

Esto pensaba Goethe , e scr i tor por todos los

p o r o s ,

y en es te pensar , has ta nues tros prop ios

a c t o s ,

f a l t a s , e x t r av í o s , d o l ore s y m i s e r i a s , s o n

objetos d e l a teoría:

P r oc e d e n d e l m e n c i on ad o c on c e p t o , q u e l a

gente , por lo común , forma de Goethe , raras acu

s a c i o n e s y d e f e n s a s n o m e n o s r a r a s .

S e s u p on e q u e h ay c i e n c i a s y ar t e s c u yas p e r

f e c c i on e s y c u l t i v o r e q u i e r e n t e r r i b l e s e x p e r i

m e n t os . S e c u e n t a d e a l gú n p i n t or q u e s e h i z o

b an d i d o y a s e s i n o p ar a e s t u d i ar b i e n c óm o m u e

r e n v i o l e n t a m e n t e l o s h o m b r e s ; d e c i r u j a n o s y

n a t u r a l i s t a s q u e , ia f i n d e p r o f u n d i z ar l o s m i s t e

r ios de l v iv i r y de l mor ir , comet i eron crue les

a n a t o m í a s y d i s e c c i o n e s e n p e r s o n a s v i v a s ; y

au n d e l m é d i c o Ve s a l i u s q u e , ap r ov e c h án d os e d e

s u v a l i m i e n t o y p r i v a n z a c o n e l S u l t á n A m u r a -

t e s ,

lograba que a menudo cortasen cabezas hu

m a n a s d e l a n t e d e é l p a r a e n t e r a r s e a f o n d o d e

la contracc ión de los múscu los , de los ráp idos

e s t e r t or e s d e l a agon í a y e n c i e r t o m od o d e

cómo se desprende e l pr inc ip io v i ta l de l cuerpo

q u e e s t á a n i m a n d o .

S e n os an t o j a q u e , gr ac i a s a D i os , t a l e s e s t u

d i o s e x p e r i m e n t a l e s n o h a n d e s e r m u y n e c e s a

r ios para que nad ie ade lante en su o f i c io ; pero s i

188



E N S A Y O S

lo fuesen , s i a tan ta cos ta hub iese de ganarse la

maestr ía , va ldr ía más quedarse de s imple o f i c ia l

o de aprend iz que l l egar a maes tro .

Com o q u i e r a q u e e l l o s e a , n o n os a t r e v e m os a

c r e e r q u e G oe th e , au n q u e n o p o r m e d i os t an s an

gu inar ios , se complac iese en causar do lores , en

e x c i t a r s e n t i m i e n t o s t i e r n o s y f e r v o r o s o s , y e n

p agar l o s m a l l u e go , e n a t or m e n t ar a a l gu n as

m u j e r e s s e n c i l l a s y e n am or ad as , y e n o t r as l i n

dezas del mismo orden , a f in de estudiar b ien

e n l a n a t u r a l e z a l o s i n f or t u n i os , l a s an gu s t i a s ,

la desesperac ión y has ta la muerte por corazón

des trozado , que luego hab ía de descr ib ir en sus

m á s s i m p á t i c a s h e r o í n a s .

No n os i n c u m b e e s c r i b i r aq u í l a v i d a d e G oe

t h e

;

pero de se gu ro que , b i e n es tud ia da y escr i ta ,

n o h a b í a d e d a r m o t i v o n i p r e t e x t o p a r a t a n

d u r a ac u s ac i ón .

Por o tra parte , aunque la bondad o maldad

moral sea independ ien te de los e scr i tos , e s to es

s ó l o e n c i e r t o gr ad o y d e c i e r t a m an e r a . L a d i f e

renc ia , por e jemplo , en tre e l héroe o e l márt i r

y e l poeta que l e canta es tá en que e l uno t i ene

constante y perpetua voluntad, y e l ot ro qu izá

no la t iene .

F i gu r é m on os q u e t a l p oe t a s e e c h a a t e m b l ar

s i v e u n a e s p ad a d e s n u d a y h as t a s e a s u s t a d e

un ratón; y todav ía , s i descr ibe y representa con

h on d o s e n t i r y c on v e r d ad e r a e x p r e s i ón a l m ár

t i r o a i héroe , hemos de creer le capaz de hero i

c i d ad y d e m ar t i r i o . E s m ár t i r o h é r oe , s i n o

189



J U A N V A L E R A

perpetuo , fug i t i vo y momentáneo , ipues s i no lo

fuera , se r ía m en t ir os a y . v an a su poes ía , y to da

p e r s on a d e b u e n gu s t o l a r e c h az ar í a c om o s e

r e c h az a l a m on e d a f a l s a .

In fer imos de lo expues to que , aun creyendo lo

peor de un buen poeta , só lo podremos creer que

peque por deb i l idad y no por maldad . Qu ien

s ien te y expresa lo bueno , lo nob le , lo hero ico y

lo santo , puede . ser débi l , pero nunca será impío ,

n i crue l , n i v i l , n i perverso .

Para qu ien es to escr ibe , la prueba cr í t i ca de l

va ler es té t i co de una obra de poes ía impl i ca un

cert i f i cado de va ler moral para e l au tor . 0 la

po es ía es m ala o no- es m alo e l aut or de la po es ía .

Lo que d i jo de l orador e l precept i s ta h i spano-

la t ino , un autor gr iego lo d i jo de l poeta: que ha

b ía de ser an te todo varón bueno.

P e r o n o t od os p on e n p or c on d i c i ón i n d i s p e n s a

b le en e l buen poeta la bondad moral ; y as í ,

c u an d o n o ac u s an a G oe t h e d e d u r o y s i n e n t r a

ñ a s , l e ac u s an d e e go í s t a e n gr ad o s u p e r l a t i v o :

so st ie ne n qu e todo 1» sacr i f icaba al cu l t iv o de

la prop ia in te l igenc ia , a su seren idad y o l ím

p i c o r e p os o , m i r án d os e a s í m i s m o c om o ob j e t o

p r e c i o s í s i m o q u e e x i g í a e l m ás c u i d ad os o e s

m e r o .

La defensa que hacen a lgunos de Goethe en

e s t e p u n t o e s p e or q u e l a ac u s ac i ón . P r e s u p on e

una doctr ina más absurda que la de aque l los que

creen que para ade lantar en c i er tos o f i c ios se

n e c e s i t an t e r r i b l e s e x p e r i m e n t os . E s d oc t r i n a

190



E N S A Y O S

s e m e j an t e a o t r a q u e e s t á e n m od a , y q u e c on

s i s te en a f i rmar que es to que l lamiamos gen io es

u n a e n f e r m e d ad q u e p r ov i e n e d e l m a l d e a l gu n a

entraña, o de la atrof ia de todo un aparato , a ex

pensas del cual se desarrol la e l cerebro, o de a l

guna perturbac ión de todo o parte de nues tro

or gan i s m o . Af i r m an , p u e s , q u e e l genio es como

una d iv in idad que res ide en e l a lma de quien le

posee , y a cuyo cu l to y man i fes tac ión debe e l

poseedor consagrar su v ida y sacr i f i car lo todo:

am i s t ad y am or d e l a s m u j e r e s , p a t r i o t i s m o y

l e y m or a l . As í l o s s i n gu l ar e s d e f e n s or e s d e G oe -

thes a qu ien a lud imos , suponen que e l poeta sa

cr i f i có nob les a fecc iones y has ta sagrados debe

r e s ;

pero , l e jos de condenar le , l e encomian por

el lo . S u genio lo ex ig ía , de su er te que tod os los

e go í s m os , f r i a l d ad d e c or az ón e i n gr a t i t u d e s ,

que a tr ibuyen a l poeta , se conv ier ten en un re

medo de l sacr i f i c io de Abraham, s i b i en hecho a l

genio, d ios im placab le y que no ce ja como J eho -

v á ,

sa lvando a I saac y contentándose con un

cordero.

Lo cómico de es ta apolog ía no la sa lva de lo

pe l igroso ' . ¡Pues no fa l taba más s ino que bas

t a s e s e r

genio,

o creérse lo , para no cumpl ir con

las ob l igac iones , ponerse por c ima de todo pre

cepto y de toda l ey , desechar de l corazón todo

s an t o y p u r o e n t u s i a s m o y h ac e r s e u n e go í s t a

fr ío y repugnante , añad iendo a todo e l lo la in so

lenc ia de asegurar que es as í por devoc ión y sa

crificio costoso 'al

genio

m i s m o y qu e m á s b i e n

191



J U A N V A L E R A

q u e c e n s u r a s e m e r e c e ad m i r ac i ón , a l ab an z a y

p a s m o

L o j u i c i o s o e s c r e e r l o c on t r ar i o : q u e l o q u e

el genio p i d e p ar a s u c u l t o , e d u c ac i ón y m an i

fes tac ión es la v i r tud y las be l las pas iones y e l

verdadero sacr i f i c io . Y es to no es a f i rmar que

h ayan s i d o s an t os t od os l o s h om b r e s c a l i f i c a

dos de genios, s ino

1

q u e f u e r on genios, no a cau

s a d e s u s e go í s m os , m e z q u i n d ad e s y m i s e r i a s , y

s i , a pesar de todos es tos v i c ios , porque s i no

l o s h u b i e r an t e n i d o , n o s ó l o h u b i e r an v a l i d o m ás

c om o p e r s on as m or a l e s , s i n o c om o ge n i os .

P or ú l t i m o , l a d e f e n s a , a m ás d e s e r s o f í s t i

ca , e s i n ú t i l p ar a G oe t h e , e n q u i e n n o v e m os

e s as m a l as c u a l i d ad e s q u e l e s u p on e n , c on v i r

t i é n d o l as e n b u e n as o c oh on e s t án d o l as p or l a

inmoral doctr ina de l cu l to de l genio.

G oe t h e n ad a h i z o p ar a l ogr ar s u e l e v ac i ón ,

y s u p r i v an z a c on e l d u q u e Car l o s Au gu s t o d e

W e i m ar , q u i e n l e am ó t an t o c om o G oe t h e p u d o

amarle , y l e admiró y l e l i son jeó más de lo que e l

gran poeta l e l i son jeaba . En la corte de aque l

am ab l e p r í n c i p e , G oe t h e , m ás q u e c or t e s an o , p a

recía e l pr íncipe , e l genio, a qu ien todos serv ían

y adoraban . Tan a l ta pos i c ión no l e ensoberbec ió

nunca , y se va l ió de e l la para hacer b ien a no

p oc as p e r s on as , y s i n gu l ar m e n t e a o t r os s ab i o s ,

l i t eratos y poetas , con nob le emulac ión a veces ,

c on e n v i d i a n u n c a . L a m i s m a , am i s t ad p r o f u n d a

y d u r ab l e q u e G oe t h e s u p o i n s p i r ar a m u l t i t u d

d e p e r s on as , c om p ar t i é n d o l a , p r u e b a q u e h ab í a

192



E N S A Y O S

calor y t ernura en su a lma. Por mucho que se

sepa, por e levadas ¡que sean das prendas del en

t e n d i m i e n t o , n o s e gan an as í l a s v o l u n t ad e s

cuando no se t i ene corazón . E l car iño que supo

insp irar a Gle im, a Herder , a Wdeland , a Meroh ,

a Kestner y a tan tos o tros , prueba que Goethe

e r a d i gn o m or a l m e n t e d e aq u e l c ar i ñ o y c ap az

de sen t i r l e . De su devoc ión y ce lo en e l serv i

c io de l pr ínc ipe dan tes t imon io los e scr i tos pr i

vados y los documentos o f i c ia les en que d icho

pr ínc ipe hab la de é l . E l amor fraternal con que

Goethe se unió a Schi l ler; e l in f lujo benéf ico que

e j e r c i ó e n é l ; e l m ayor y m ás a l t o i n f l u j o q u e

Sch i l l er , por repet idas confes iones de Goethe

m i s m o , e j e r c i ó e n s u a l m a ; l a s Xenias, q u e e s

c r i b i e r on j u n t os ; l a s m ás b e l l a s ob r as d e l u n o y

d e l o t r o , q u e m u t u am e n t e s e c on s u l t ab an , s e c o

r r e g í an y h as t a s e i n s p i r ab an , p r u e b an q u e G oe

the no era ego í s ta , o a l menos que , s i l o era ,

e r a e l m ás am ab l e y e x c e l e n t e d e l o s e go í s t a s .

En sus lámares hay que a tender a la nada se

vera moral idad de la época en que v iv ía . Y aun

as í , l o ún ico censurab le es e l abandono de Fe

d e r i c a B r i on , c u ya ap o t e os i s h i z o l u e go e l p oe

ta en la Clara de

Egmont,

e n a m b a s M a r í a s d e

Clavijo y

d e

Goetz,

en la M ign on de

Willhem

Meister y

e n l a M ar gar i t a d e

Fausto.

P er o la

v e r d ad e r a ap o t e os i s d e F e d e r i c a y l a d e f e n s a

de Goethe las h izo e l la misma, cuando rehusó

la mano de Re inhoid Lenz , d i c i endo que " la que

h ab í a s i d o am ad a p or G oe t h e n o p od í a p e r t e -

E N S A Y O S . — T . I I I 3 3

193



J U A N V A L E R A

neeer a o tro ¡hombre"; y cuando , más tarde , e s

t an d o ya G oe t h e e n l a c u m b r e d e s u g l or i a , d e

c í a e l l a a l o s q u e l a c om p ad e c í an : " E r a m u y

g r a n d e p a r a m í , e s t a b a l la m a d o a m u y a l t o s d e s

t i n o s ;

yo n o t e n í a d e r e c h o a ap od e r ar m e d e s u

e x i s t e n c i a . " P a l ab r as d e s an t a r e s i gn ac i ón y d e

amor a toda prueba , que ennob lecen a Feder i

c a ,

pero que dan a la vez c laro tes t imon io de

q u e G oe t h e n o f u é t an m a l o ; n o d e s t r oz ó d u

r am e n t e aq u e l c or az ón , d on d e d e j ó t an s u b l i m e

concepto de s í propio y tan dulce recuerdo.

Con t r a l a s oñ ad a i m p as i b i l i d ad d e G oe t h e

p r o t e s t an o t r os am or e s , y s i n gu l ar m e n t e l o s q u e

l e i n s p i r ó Car l o t a Buff.

No s e m at ó p or e l l a ; p e r o Werther fu é e l pre

c io de su rescate y de su v ida . La poes ía l e l ibró .

Aq u e l l a t r e m e n d a y ap as i on ad a n ov e l a , p or m ás

q u e e n G oe t h e e s t é s i e m p r e e l p oe t a objetivo,

que se pone fuera de su obra , que juzga y sen

t e n c i a a s u s p e r s on aj e s s i n c om p ar t i r s u s e x

t r av í o s , q u e l o s m u e v e q u e d an d o é l i n m óv i l ,

c om o e l p r i m e r c i e l o m u e v e l a s o t r as e s f e r as ,

c on t i e n e t am b i é n e n s u p r o t agon i s t a a l o t r o

G oe t h e , ap as i on ad o y v e h e m e n t e , q u e e l G oe

the cr í t i co y severo logró parar a l borde de l

a b i s m o .

E n o t r as r e l ac i on e s am i s t o s as o am or os as c on

m u j e r e s m u e s t r a s i e m p r e G o e t h e p a s i ó n y n o

cá lcu lo , fuego y no fr ia ldad , t ernura y no ego í s

m o .

L a m u j e r d e l p r o f e s o r B o e h m e l e c e n s u r a

b a s u s j u v e n i l e s c om p os i c i on e s , l a s e n m e n d ab a y

1 9 4



E N S A Y O S

podaba s in p iedad , y l e convenc ía a l cabo de

q u e e r an m a l as y h ac í a q u e é l l a s q u e m as e .

¿Qué poder y qué autor idad no debe e jercer

u n a m u j e r s ob r e u n p oe t a p ar a ob l i gar l e a t a

m añ o s ac r i f i c i o? Cat a l i n a S c h ón k op f r om p i ó c on

Goethe , no por la f r ia ldad , s ino porque la a tor

m e n t a b a c o n c e l o s . A n a I s a b e l S o h ó n m a n n i n s

p i r a a G oe t h e l a s l i n d as c om p os i c i on e s A Luí, y

ta l vez es e l la qu ien l e de ja . A la baronesa de

S t e i n r i n d i ó G oe t h e u n c u l t o e s p i r i t u a l d e am i s

tad y de es t imac ión , y , ya en todo e l goce de

s u c e l e b r i d ad , l a h i z o j u e z d e l m é r i t o d e s u s

obras e in sp iradora de a lgunas . Por ú l t imo , s i

G oe t h e s e ap as i on ó d e Cr i s t i n a Vo l p i u s y v i v i ó

con e l la en un ión inmoral y e scandalosa , enmen

dó al cabo la fa l ta , casándose . Su idea del amor,

unido al deber , de la v ida santa y respetable del

hogar y de todo lo be l lo que pueda encerrarse en

dos ex i s tenc ias humi ldes y honradas , queda para

s iempre en e l más puro de los id i l i os , en su

p o e m a Herm ann y Dorotea, d on d e n o s d e j ó a s i

m i s m o l a e x p r e s i ón s i n c e r a d e s u am or a l a p a

t r i a a l e m an a , d u r am e n t e h u m i l l ad a e n t on c e s p or

las conqu is tas napoleón icas .

Ya h e m os d i c h o q u e n o n os i n c u m b e e s c r i b i r

aquí lia v id a de G oethe . B a st e lo ap unta do rá

p i d am e n t e p ar a d e s v an e c e r i n f u n d ad a s c e n s u r a s .

Que é l d i ese cu l to a su c lara in te l igenc ia y a

sus o tras facu l tades no se debe censurar , s ino

ap laud ir . E s un deb er cu idar de los ta len tos que

Dios nos conf ía . Lo contrar io , e l no ganar nada

195



J U A N V A L E R A

p or e l l o s o e l d i s i p ar l o s m a l am e n t e e s u n a i n g r a

t i tud y un abuso de conf ianza.

Goethe supo cumpl ir con es te deber que sus

prendas in te lec tua les requer ían . Su insac iab le y

s i e m p r e d e s p i e r t a c u r i o s i d ad l e l l e v ó a e s t u d i ar

lo y a aprender lo todo: be l las ar tes , l i t eratura

de cuantos pueb los la han ten ido o la t i enen ,

c i en c ias na tur a les , t eo log ía , filosofía y ha s t a m a

g ia y o tras c i enc ias ocu l tas . -Su mente se enr i

quec ió con todo l inaje de conoc imientos .

Y n o e s t u d i ó y ap r e n d i ó s o l am e n t e e n l o s

l ibros , s ino en e l seno de la natura leza y en la

r e v u e l t a c or r i e n t e d e l a v i d a h u m an a .

S u l ar ga v i d a , s u ac t i v i d ad i n f a t i gab l e , s u i n

exhausta fecund idad hacen que e l conjunto de

s u s ob r as s e a gr an d í s i m o y v ar i ad o . F u é p oe t a

l í r i co ,

é p i c o , d r am át i c o y d i d ác t i c o , n ov e l i s t a ,

filósofo, bo tá ni co , zo ólo go , fi lólogo, a ut o r d e ca r

t a s y d e m e m or i as , d e ob r as d e e s t é t i c a y d e ar

q u e o l og í a , y ap e n as p ar e c e q u e h aya m at e r i a s o

b r e l a c u a l n o d e j as e a l go e s c r i t o . L os n a t u r a l i s

t a s l e c o l oc ar án s i e m p r e e n m u y e l e v ad o l u gar a l

es cr ib ir lo s an al es d e s u cie nc ia, y lo s fi lósofos,

a l redactar la h i s tor ia de la suya , no pueden n i

deben o lv idar le .

G oe t h e s i gu i ó c on h on d a p e n e t r ac i ón y c on

v ivo in terés e l gran mov imiento f i losóf i co , que

s e v e r i f i c ó e n A l e m an i a d u r an t e s u v i d a . Con

s e r v an d o s u i n d e p e n d e n c i a , s e ap r op i ó i d e as d e

unos y o tros , según se adaptaban más a l i a índole

196



E N S A Y O S

de su pensamiento' , pero coordinándolas en é l , y

p on i é n d o l e s e l s e l l o s i n gu l ar d e s u p e r s on a .

S ob r e e l d e s l u m b r an t e h e c h i z o d e t od o n u e v o

s i s t e m a , d e s d e K an t h as t a H e ge l , p u s o G oe t h e

s u a l t o e s p í r i t u c r í t i c o , s u j u i c i o s o e s c e p t i c i s

m o, u n m a l l l a m a d o sentido común, p o r q u e m á s

b i e n e r a r ar o y e x q u i s i t o ; c i e r t a s t e or í a s l e i b n i -

z i an as , y u n ar r a i gad o s e n t i m i e n t o r e l i g i o s o q u e

j am ás l e ab an d on ó e n é p oc a d e t an t a i n c r e d u l i

dad y d e ta n ta fer m en ta ció n y florecimiento de

m e t a f í s i c a s n u e v a s .

Goethe cre ía en Dios , pero su inc l inac ión na

tural le l levaba a buscarle , no en e l centro del

a l m a , s i n o d e r r am an d o e l a l m a e n l a n a t u r a l e

za ,

d on d e D i os s e l e r e v e l ab a . E r a , p u e s , m ás t e ó

s o f o q u e m í s t i c o . As í p r op e n d í a m ás h ac i a l a s

doctr inas de Brumo, de Esp inosa y de Sche l l ing ,

q u e h ac i a l a s d e F i c h t e ; p e r o , d e l m i s m o m od o

q u e n o s e d e j ó l l e v ar j am ás d e l s e n s u a l i s m o , h a s

t a p e n s ar q u e l a r e a l i d ad d e l a s c os a s y l a i m p r e

s ión que causan en nosotros pueden dar ser a la

c i e n c i a , t am p oc o s u s e n t i d o c om ú n c on s i n t i ó

nunca en dar créd i to a la creac ión de lo rea l por

l o i d e a l . A d m i t e a m b o s e l e m e n t o s , y v a g a m e n t e

l o s c on c i e r t a e n u n m é t od o q u e l l am a e m p i r i s m o

inte lectual , donde la in tu ic ión ejerce e l of ic io de

la observac ión de l sensual i s ta y de la e specu la

c ión del ideal i s ta .

H e ge l a t r ae y r e p u gn a a l a v e z a n u e s t r o p oe

ta .

L e e n am or a e l e t e r n o d e s e n v o l v i m i e n t o d e l a s

ideas y su conc ienc ia rechaza e l cambio perpe-

197



J U A N V A L E R A

t u o , y e l p e n s am i e n t o d e q u e p r ov e n ga y n az c a

l o m ás d e l o m e n os , l o c on s c i e n t e d e l o i n c on s

c i en te , e l ser de l no ser . Para a f i rmar en su men

te la ex i s tenc ia de un Dios personal y de la in

m or t a l i d ad d e l a l m a , v u e l v e c on am or a l a s m ó

n ad as d e L e i b n i t z . D i o s l e p ar e c e l a m ón ad a

e t e r n a e i n f i n i t a . E l a l m a h u m an a , u n a m ón a

da super ior e indes truct ib le , aunque l imi tada .

L a m or a l d e G oe t h e e s p oc o s e v e r a , m as n o

por re lajac ión , s ino por .bondad propia , y por

firme creencia en la bondad divina y en la f la

q u e z a h u m an a . E l D i os d e G oe t h e e s b l an d o , i n

d u l ge n t e y b e n i gn o , y a v e c e s h ac e c as i u n m é

r i to de l error en e l hombre que yerra , porque

ye r r a e l q u e a s p i r a .

P ac í f i c o , am an t e d e l or d e n , e n e m i go d e l a gr o

ser ía , toda revo luc ión parece a Goethe un acon

t e c i m i e n t o p av or os o . L os h or r or e s d e F r an c i a l e

i n d i g n a n y a t e r r a n .

Y , s i n e m b ar go , e s t e c on s e r v ad or , e s t e am i go

de los ^poderes legí t imos y justos , t iene fe en la

l iber tad y en e l progreso y comprende la rebe

l ión contra la t i ran ía y no cree en la durac ión

d e n i n gú n gob i e r n o t i r án i c o y v i o l e n t o .

Su sed de re l ig ión es grande y perpetua . Se

crea una re l ig ión natura l y no l e bas ta . S in fe

e n e l c r i s t i an i s m o , s u e ñ a c on u n a n u e v a r e l i g i ón

p os i t i v a . T a l v e z s e f i n ge m ón ad as i n t e r m e d i as

entre las que son a lmas humanas y la que es

D i o s ,

y e n e s t a s m ón ad as v e ge n i o s , e s p í r i t u s

e l e m e n t a l e s , demiurgos, i n t e l ig e n c i a s m i s t e r i o -

198



E N S A Y O S

s as y oc u l t a s , q u e m u e v e n l o s a s t r os ,

q u e

dan

v i d a a l a s p l an t as , q u e s on l a n a t u r a l e z a m i s m a

con personal idad y conc ienc ia . A veces se inc l i

na G oethe po r es ta senda a u n neo p la ton i sm o fla

m an t e y a u n p agan i s m o e s p i r i t u a l i z ad o; a v e c e s

vue lve con ans ia de fe a la doctr ina de Cr i s to y

l e e f e r v or os am e n t e l o s E v an ge l i o s y l o s l i b r os

d e v o t os .

Sus doctr inas sobre es té t i ca , de acuerdo con

su filosofía fun da m en tal y con la na tur al co ndi

c ión de su esp ír i tu , t i enen no escaso va ler en la

h i s t or i a d e e s t a c i e n c i a n u e v a , y p r e p ar an l a

gr an r e f or m a y e l d e s e n v o l v i m i e n t o q u e S c h i l l e r

l l evó a cabo , bajo los ausp ic ios y s igu iendo las

hue l las de Kant .

D i d e r o t y W i n k e l m an n s on l o s d os au t or e s q u e

más in f lu jo e jercen en las t eor ías de Goethe so

bre e l arte y que más re lac ión t ienen con e l las .

Goethe debe más , no obs tante , a su prop io sen t i r

y pensar , i luminados , desde su v ia je a I ta l ia , por

la in te l igen te y f ervorosa contemplac ión de los

t e s or os ar t í s t i c o s q u e e n aq u e l h e r m os o y p r i

v i l e g i ad o p a í s s e c on s e r v an .

Goethe , que en un pr inc ip io hab ía s ido

román

tico,

c om o e l r om an t i c i s m o s e e n t e n d í a e n t on c e s

en su nac ión , y com o lo- m ue str an sus dos ob ras

cap i ta les e scr i tas an tes de i r a I ta l ia , e l

Werther

y e l

Goetz de Berlischingen,

vo lv ió de a l l í com

p l e t a m e n t e clásico, aunque c lás i co a su m an era , y

no con e l c las i c i smo sensual i s ta de los f ranceses .

S u c l a s i c i s m o e s u n t é r m i n o m e d i o e n t r e e l d e

199



E N S A Y O S

todo en uno y expresar lo in f in i to en forma

finita.

Goethe rechaza , en v i r tud de es ta doctr ina , la

d i v i s i ón , e n t on c e s t an e n m od a , d e l ar t e e n c r i s

t i an o y p agan o . P ar a é l n o h ay m ás q u e u n ar t e ,

cuyo fondo , cuya substanc ia , por in f in i ta y sub l i

m e q u e q u i e r a s u p on e r s e , d e b e e n t r ar y a j u s t ar

se , c on n ú m e r o y m e d i d a , y e x ac t i t u d y p r e c i

s i ó n , d e n t r o d e u n a f or m a l i m i t ad a e i n d i v i d u a .

L a i m i t ac i ón b u s c a a t r av é s d e l a s c os as l a

idea pr imord ia l , l a idea madre , que en e l las se

rea l i za impuramente , y que debe en e l ar te rea

l i zarse con mayor pureza . En es te sen t ido , e s lo

ar t í s t i c o s u p e r i or a l o n a t u r a l . L o e s t am b i é n

porque de lo ar t í s t i co se aparta todo lo impert i

nente y lo in s ign i f i cante que en la natura leza

es tá mezc lado . Por lo demás , para Goethe , e l

ar te t i ene su f in prop io: la creac ión de la be l l e

za .

B i e n e s v e r d ad q u e e n e s t a c r e ac i ón v a i m p l i

cado un fin m or al y soc ia l , ú t i l í s im o y ben éf ico :

lo que l lam ó A r i s tó t e le s la ipur i fioac ión de las pa

s iones ; lo que Goethe l lama e l rescate , la reden

c ión o la l ibertad .

E s e v i d e n t e q u e l o característico, lo que se

toma por imi tac ión de la natura leza , puede y

sue le ser pas ión do lorosa , acc ión l l ena de tumul

to y de pen a, (algo qu e e n la rea l idad last im a, h i e

re , mata o a f l l i ge , en vez de causar de le i t e . E l

ar te , a l reproduc ir lo y t ransformarlo , cambia en

c on t e n t am i e n t o l a am ar gu r a , y e n c a l m a- l a - d e s

e s p e r a c i ó n . A s í e l t e r r o r y l a p i e d a d ^ % S e í t a i v



J U A N V A L E R A

gu s t os os s e n t i m i e n t os , l l e n os d e i n e f ab l e d u l z u

ra .

E s t e c am b i o s e d e b e a l p r i n c i p i o suavizante

de la 'bel leza, a la gracia, a la s imetría, orden y

• m e d i d a d e l a f or m a . D e aq u í q u e p a r a G oe t h e e l

t ipo idea l de l ar te en es ta tuar ia no fuese e l Apo

lo ,

s ino e l Laoconte , donde e l dolor , la compa

s i ón y e l e s p an t o e s t án s u av i z ad os p or l a gr ac i a

d iv ina de la be l l eza , has ta e l punto de trocarse

en soberano y tranqu i lo de le i t e .

Con arreg lo a es te pr inc ip io , Goethe se l iber

tab a de su s pa s io ne s desgra c iad as , de los recuer

dos que más pesar l e t ra ían , de los deseos que

m á s l e a t o r m e n t a b a n y h a s t a d e s u s r e m o r d i

m i e n t os , t om án d o l os p or ob j e t o d e s u ob s e r v a

c ión ,

h ac i é n d o l os a s u n t o d e s u i m i t ac i ón , b u s

cando en e l los lo

característico,

y acud iendo lue

g o c on l a p od e r os a f a n t a s í a a b or d ar s ob r e aq u e

l l a t r az a p r i m e r a u n p oe m a , u n a l e ye n d a o u n

drama, una obra de poes ía , que l e de jaba conso

lado y l ibre , y que deb ía e jercer sobre los demás

hombres e l mismo benéf i co in f lu jo que sobre é l

e jerc ía .

E n e s t e se n t i d o , b i e n p u d o a s e gu r a r y a s e g u r ó

G oe t h e q u e t od as s u s ob r as d e i m ag i n ac i ón e s

t á n c o m o f r a g m e n t o s d e s u s c o n f e s i o n e s . F u é ,

p u e s , p o e t a

subjetivo,

s i se at ien de a que , po r de

c larac ión prop ia , no hay una so la de sus fábu

las que no forme parte de su autob iograf ía , y ob

j e t i v o , p or q u e é l m i s m o s e p on í a c om o ob j e t o d e

su observac ión , y , con o tro

yo

i n d e p e n d i e n t e ,

creaba la obra , juzgaba y condenaba a sus hé -

2 0 2



E N S A Y O S

roes ,

y absolv ía a l cabo o consolaba al menos con

e l b á l s am o c e l e s t i a l , c on e l c a l m an t e m ar av i l l o s o

de la be ldad poét i ca . Es ta v i r tud conso ladora y

pur i f i cadora de l ar te se logra hermoseando o su

b l imando , cuando e l ob je to , la pas ión o la acc ión

s e p r e s t an a s e r s u b l i m ad os o h e r m os e ad os .

Cuando no se pres tan , e l ar te t i ene o tro recurso:

lo cómico o lo r id ícu lo . As í , por e jemplo , un do

lor de v i en tre o de muelas , la s impl i c idad que se

deja engañar , e l miedo , e l no tener d inero su f i

c iente , las enfermedades , e l ser feo o cani jo y

o t r as c os as p or e l m i s m o or d e n , n o t i e n e n m ás

p oe s í a n i m ás c on s u e l o q u e l a r i s a , m i e n t r as n o

pasan de c i er to grado in fer ior . Cuando pasan de

c i e r t o gr ad o y t oc an e n l o t r ág i c o s on m a l as r e

p r e s e n t ac i on e s ar t í s t i c a s , p or q u e s on p as i on e s ,

defec tos y do lores impur i f i cab les que no se her

m os e an . No p r od u c e n ya l o c óm i c o , n i m e n os l o

p a t é t i c o , s i n o l o d e f or m e y l o r e p u gn an t e y a s

queroso: rea l i smo dep lorab le de que hoy pade

c e n e l d r am a y l a n ov e l a . Nad a m ás c on t r ar i o a

la verdadera poes ía que e l hambrien to , e l men

d i g o ,

e l t í s i co o é l jorobado . Es tas son impure

zas de lo real , que n i en la poes ía trágica n i en

la cómica pueden ha l lar consue lo . Búsquese e l

consue lo en la car idad y e l remed io en la c i enc ia

hasta donde fuere pos ib le .

Ta l , en resumen , fué e l hombre y ta les las

prendas pr inc ipa les de l hombre que conc ib ió y

produjo e l poema de

Fausto.

L a i d e a d e Fausto l e a c o m p a ñ ó s i e m p r e : f u é l a

2 03



J U A N V A L E R A

m ayor p r e oc u p ac i ón d e s u v i d a . S u r e a l i z ac i ón

c o m p l e t a c o m p r e n d e t a m b i é n s u v i d a t o d a . E n

s u p r i m e r a m oc e d ad , G oe t h e e m p i e z a a e s c r i b i r

e l Fausto; e n s u e x t r e m a v e j e z , y a d e oc h e n t a

a ñ o s ,

es cu and o le ter m in a, o> m ej o r d icho, n o

l e t e r m i n a : a u n d e s p u é s d e s u m u e r t e d e j a p e

dazos ,

pwralipomenos, que al Fausto p e r t e n e c e n ,

q u e s on l a p ar t e p os t u m a d e l gr an p oe m a .

L a m i s m a e n e r g í a d e G o e th e p a r a d e s p r e n d e r

se de sus personajes , aunque los saque de su

p r op i o s e r y p ar a ap as i on ar l o s y m ov e r l o s , p e r

m an e c i e n d o é l i m p as i b l e y s e r e n o , l e h i z o p r e f e

r i r a l p o e m a n a r r a t i v o u n a f o r m a m á s objetiva,

p e r f e c t a e i m p e r s on a l au n : e l d r am a . E n e l d r a

m a , e l p oe t a d e s v an e c e p or c om p l e t o s u p e r s o

n a l i d ad . L os p e r s on aj e s s ó l o s i e n t e n , p ad e c e n , s e

m u e v e n y l l e v an a t é r m i n o l a ac c i ón .

D r a m a s c o m p r e n s i v o s , c o m o l a s e p o p e y a s d e

que hab lamos a l empezar , se hab ían dado ya en

la h i s tor ia de la poes ía . ¿Qué otra cosa era e l

Prometeo

d e E s q u i l o , q u e e l m i s m o G oe t he t r a

tó de escr ib ir de nuevo y del que escr ib ió , en efec

t o ,

t r oz os n o t ab l e s ? Ad e m ás , p r e s c i n d i e n d o d e

l a s d i f i c u l t ad e s m at e r i a l e s ; c on t an d o p ar a t r a

m o y i s t a y p i n t o r e s c e n ó g r a f o c o n u n a e x u b e r a n

t e y v o l ad or a i m ag i n ac i ón ; c on s t r u ye n d o e n e l

seno de l e spac io s in l ími tes un teatro idea l , don

de quepan cielo, ¡ inf ierno y creación entera, y

p r o p o r c io n á n d o s e u n a c o m p a ñ í a d e c o m e d i a n t e s ,

donde haya ánge les , d iab los , ond inas , s í l f ides ,

Oberon , T i tan ia , Ar ie l , d ioses de l Ol impo, d ioses

2 0 4



E N S A Y O S

s u b t e r r án e os , t od os l o s b i e n av e n t u r ad os d e l a

c or t e c e l e s t i a l , e l P ad r e E t e r n o , l a V i r ge n M a

r í a , b r u j as , m on os y ga t os , y h as t a e s t r e l l a s ,

r í o s , m o n t e s y t e r r e m o t o s q u e h a b l e n y a c c i o

n e n ,

e l e s t r e c h o c u ad r o d r am át i c o s e e n s an c h a

hasta l l enar la inmens idad , y todo cabe en é l

con ho lgura .

E s t o n o q u i t a , s i n e m b ar go , q u e e l Fausto, e n

s u c on j u n t o , s e a t an gr an d e q u e n o s e p u e d a r e

presentar . Hasta para l e ído es d i f i cu l toso . La

s ín tes i s de la obra no se abarca as í como qu iera .

F i gu r é m on os u n c u ad r o a l ó l e o d e m e d i a l e gu a

d e l ar go . S e r í a m e n e s t e r , o v e r l e d e s d e m u y l e

jos con un te lescop io , o i r l e recorr iendo a caba

l lo,

a todo ga lope , para conservar 'b ien la impre

s i ón d e l o q u e h u b i e s e p i n t ad o e n u n e x t r e m o

c u an d o a l o t r o e x t r e m o s e l l e gas e .

No s e e x t r añ e , p u e s , q u e v ac i l e m os s ob r e e l

m é t o d o q u e h e m o s d e s e g u i r p a r a d a r u n a i d e a

del Fausto, y q u e , p o r ú l t i m o , n o s d e c i d a m os p or

hacer .una d iv i s ión .

C o n s i d e r e m o s p r i m e r o e l

Fausto

c om o d r a m a

s e n c i l l o , c o m o d r a m a h u m a n o ; e s t o e s , n o v e a

mos en é l s ino la pr imera parte , descartando de

el la todo aquel lo que just i f ica , p ide y ex ige la

c r e ac i ón d e l a s e gu n d a . Y h ab l e m os d e s p u é s d e

la segunda parte y de todo aque l lo que hace de l

Fausto

u n poe m a m is ter ioso , enc ic lopéd ico , filo

sóf i co y con pretens iones o rea l idades de arch i -

profundo .

De aqu í ade lante vamos a cerrar todos los l i -

2 0 5



J U A N V A L E R A

foros, m en os e l Fausto m i s m o , y a e m i t i r n u e s t r o

parecer , s in dejarnos gu iar por e l de nad ie . Só lo

d iremos que los pareceres de los cr í t i cos son d i

v e r s os y au n e n c on t r ad os , y q u e l o s e x t r an j e r os

s u e l e n s e r l o s m á s e n t u s i a s t a s e n c o m i a d o r e s d e

l a s e gu n d a p ar t e , c om o B l az e d e B u r y y L e r m i -

n i e r , m i e n t r as q u e a l gu n os c r í t i c o s e h i s t or i ad o

r e s a l e m an e s d e l a l i t e r a t u r a a l e m an a , d e gr an

n ot a , c om o , p or e j e m p l o , G e r v i n u s y K u r z , n o

e s t i m a n l a s e g u n d a p a r t e : l l e g a n h a s t a u n a i n

jus ta sever idad con e l la , y aun ven en e l la una

ca ída . Comparando a Goethe con Mi l ton , a f i rman

q u e e l p r i m e r Fausto e s a l s e g u n d o Fausto lo qu e

es e l Paraíso perdido a l Paraíso reconquistado.

Adoptando' , por lo pronto , la comparac ión ,

e m p e c e m o s p o r e l

Paraíso perdido.

G oe t h e t u v o e l t i n o d e n o i n v e n t a r a s u n t o y

p r o t agon i s t a p ar a s u d r am a: e l p u e b l o s e l o s io

c r e ad os . L a l e ye n d a d e Fausto er a popu lar , no

s ó l o e n A l e m an i a , s i n o e n o t r os p a í s e s d e E u r o

p a . S u s l an c e s y av e n t u r as s e r e p r e s e n t ab an e n

t e a t r os d e m u ñ e c os , e n f e r i a s y m e r c ad os , y e n

c an t ab an a l p u e b l o . P oe t as d e v a l e r h ab í an ya

gustado de l asunto y de l personaje l egendar io ,

y h ab í an t r a t ad o d e e s c r i b i r o h ab í an e s c r i t o

d r a m a s s o b r e Fausto. E l i l u s t r e L e s s i n g h a b í a

d e j a d o e m p e z a d o u n Fausto, e n d r am a .

S i p r e s c i n d i m os d e l n om b r e y d e l f u n d am e n t o

h i s tór ico de l personaje , que es cen tro de la l e

ye n d a , l a l e ye n d a e s aú n m u c h o m ás p op u l ar ,

m ás an t i gu a y m ás c on oc i d a y ap l au d i d a e n t o -

2 0 6



E N S A Y O S

d os l o s p u e b l os c r i s t i an os . No h ay n ac i ón d e

Europa donde no ex i s ta la h i s tor ia de l sab io que

s e h a r t a . d e e s t u d i ar s i n h on r a n i p r ov e c h o; q u e

ren iega de l saber , que no l e proporc iona goces ,

y que , exc i tado por la rab ia , por los desengaños ,

por la ambic ión o por la sed de de le i t es , acaba

por hacer pacto con e l d iablo , a f in de d ivert irse

y tener d inero , y lo que l laman ahora pos ic ión ,

au n q u e d e s p u é s h aya d e p agar l o t od o e n i o s p r o

fundos in f i ernos . E l sab io , en e fec to , se d iv i er te

merced a l d iab lo que l e s i rve b ien , y , por ú l t imo ,

por in terces ión de a lgún santo ' o por bondad de

l a V i r ge n M ar í a o p or l a i n f i n i t a m i s e r i c or d i a d e

D i o s , s u e l e d e j ar b u r l ad o a l e n e m i go m a l o , y l o

gr a i r s e a l c i e l o . E n n u e s t r a l i t e r a t u r a t e n e m os

e s t a l e y e n d a e n

Las Cantigas

d el R e y D o n A l

f on s o y e n G on z a l o B e r c e o , y a l go s e m e j an t e d a

as u n t o a Ca l d e r ón p ar a s u f am os a c om e d i a El

mágico prodigioso.

El asunto es taba muy b ien e leg ido y no pod ía

s e r m ás ad e c u ad o p ar a G oe t h e , q u e e r a u n s a

b i o c om o F au s t o , y q u e , s i b i e n m ás d i c h os o , h a

br ía ten ido , como todos los sab ios , no pocos in s

t an t e s d e am ar gu r a e n q u e s e d e s e s p e r an d e

pedantear y de querer enseñar a los o tros lo

que e l los mismos no saben , y dudan de l va ler y

de la u t i l idad de sus escr i tos y exc laman , reme

d an d o a Doñ a M ar i q u i t a : " S i yo l l or ar a p e r l a s ,

e s to es , s i yo tuv iese d inero , no tendr ía neces i

dad de escr ib ir d i sparates"; y se ha l lan , en

s u m a , m u y p r e d i s p u e s t o s a d ar s e a l d i ab l o , s i

2 0 7

http://harta.de/

http://harta.de/



J U A N V A L E R A

el d iab lo qu iere tomarse e l t rabajo de apoderar

se de e l los y de comprar les e l a lma.

E l m é r i t o y l a s i gn i f i c ac i ón d e t a l e s h i s t or i a s

s e p a t e n t i z an e n s u m i s m a u n i v e r s a l i d ad . No

s ó l o l a s l e ye n d as , s i n o t am b i é n l o s h e c h os h i s t ó

r i cos ,

q u e t i e n e n l a h e r m os u r a d e l a s l e ye n d as ,

es tán repet idos var ias veces . No es Hernán Cor

tés e l ún ico , por e jemplo , que echa a p ique las

n a v e s .

L o m i s m o h a b í a n h e c h o a n t e s A g a t o c l e s

e n Á f r i c a , l o s m u l ad í e s c or d ob e s e s

en

Creta y

los aragoneses y cata lanes en Gal ípo l i . No es

tampoco Gui l l ermo Te l l e l pr imero que , ob l igado

a e l lo por e l t i rano , qu i ta la manzana con un

flechazo de la ca be za de su h i jo . E s t o s lan ces , o

r e a l e s o i n v e n t ad os p or l a f an t as í a p op u l ar , v a

gan pr imero de acá para a l lá , s in acabar de

fijarse

b i e n ,

s i n que adq u iera g ra n cons i s te nc ia y

glor ia e l héroe del lance .

Después a t ina e l pueb lo con un héroe a qu ien

e l lance cuadra y se a jus ta como hecho a su me-

dida. Y ya este héroe ec l ipsa a los otros , y la le

ye n d a s e e n c ar n a e n é l y c ob r a m ayor r e a l c e y

v i d a . As í F au s t o , an t e s d e q u e G oe t h e l e ad op t a

se por h i jo de su esp ír i tu , hab ía ya obscurec ido

a todos los sab ios que se han dado al d iablo , des

de que hay d iab los y sab ios en e l mundo .

P e r s on aj e s , p u e s , p or e l e s t i l o d e F a u s t o , c om o

e n n u e s t r a E s p a ñ a , v e r b i g r a c i a , D o n J u a n T e n o

r io y L i sardo e l Es tud iante , e s tán l lamados a

s e r j oyas p r e c i o s as d e t od as l a s l i t e r a t u r as y a

i n s p i r ar l o s m e j or e s d r am as , óp e r as , n ov e l a s y

2 0 8



E N S A Y O S

p o e m a s q u e p u e d e n c o m p o n e r s e . P a r a r e c o r r e r

e l mundo en tr iunfo só lo esperan que l l egue un

genio

que de e l los se apo dere , y de m at er ia ép ic a

a lgo in forme que son todav ía , los conv ier ta en

seres ar t í s t i cos , con más rea l idad y s ign i f i cac ión

y b r í o , p ar a v i v i r e n e l a l m a y e n l a m e m or i a

de los hombres que los héroes más rea les y cono

c i d os d e l a h i s t or i a ; p ar a c on v e r t i r s e e n p e r s o

n a j e s r e a l e s , au n q u e n o h ayan e x i s t i d o j am ás ,

c om o s u c e d i ó c on S e m í r am i s y c on t an t os o t r os ,

d e q u i e n e s l a c r í t i c a h a v e n i d o a av e r i gu ar m ás

t ar d e q u e n u n c a e x i s t i e r on .

P ar a e l h é r oe l e ge n d ar i o e s u n a gr an f or t u n a

que un poeta de mér i to se apodere de é l , pero

m ayor f or t u n a au n e s l a d e l p oe t a q u e l ogr a d ar

con e l héroe . Don Juan debe mucho a T irso y

T i r s o m á s a D o n J u a n ; L i s a r d o a E s p r o n c e d a y

E s p r o n c e d a a L i s a r d o . D e l m i s m o m o d o d e b e

m u c h o F a u s t o a G o e t h e y G o e t h e a F a u s t o . N o

e s e x t r a ñ o q u e G oe t h e s e ap o d e r a s e d e é l e n s u

p r i m e r a j u v e n t u d y n o l e d e j as e d u r an t e m ás d e

c i n c u e n t a añ os , h as t a c u m p l i r oc h e n t a y d os .

¿ C u án t o n o e s c r i b i ó G oe t he e n e s t e m e d i o s i g l o

largo? ¿Qué asuntos no trató? ¿Qué género de

l i t e r a t u r a n o c u l t i v ó c on é x i t o? L i m i t án d on os

s ó l o a l t e a t r o , G oe t h e c om p u s o d r am as h i s t ór i

cos , c o m o Egmont, Goetz y Tasso; c o m e d i a s s e n

t i m e n t a l e s , c o m o Clavijo; c o m e d i a s a r i s t o f á n i -

c a s ; t r age d i as a l a gr i e ga , c om o Ifigenia; f a r

s a s ,

a lgo semejante a lo que l lamamos por aqu í

zarzue las ; comed ias sa t í r i co- l i t erar ias , por e l

2 0 9

E N S A Y O S . —

T.

I I I

1i



J U A N V A L E R A

or d e n d e El

Café

de Morat ín , e tc . , e tc . ; pero

todo es to lo pensaba , lo e scr ib ía , lo abandonaba

y q u i z á l o o l v i d ab a l u e go , m i e n t r as q u e e n e l

Fausto e s t u v o t r ab a j an d o t od a s u v i d a . Con c r e

t é m on os ah or a , c om o h e m os d i c h o , y c on l a s r e s

t r i c c i on e s q u e h e m os d i c h o , a l a p r i m e r a p ar t e

s o l a . E s e v i d e n t e q u e , s ob r e l o s u m i n i s t r ad o p or

e l pueb lo , Goethe ha creado una obra admirab le .

Del est i lo , de l lenguaje , de la vers i f icac ión no

h ay a l e m án d e gu s t o q u e n o s e p as m e y q u e n o

asegure que es un dechado e l Fausto. Hablemos¡

nosotros de la d i spos ic ión de la fábu la y de los

c ar ac t e r e s .

I m a g i n e m o s , p o r u n i n s t a n t e , q u e F a u s t o v e

a M ar gar i t a y s e s i e n t e e n am or ad o d e e l l a an t e s

d e r e m oz ar s e ; q u e p or am or d e M ar gar i t a , a p ar

que por ambic ión y deseo de goces , hace e l pac

t o ;

que lo que luego sucede , sucede de l mismo

m o d o , y que después de la muerte crue l de Mar

gar i ta , Fausto la l lora , se arrep ien te , hace pen i

ten cia , bur la a M ef is tóf e le s y se v a a l c ie lo . A s í

t e n d r í am os l a l e ye n d a t od a e n u n a s o l a t r age

d ia y no en dos . La obra ganar ía as í en regu lar i

dad y en un idad , s i b i en perder ía en grandeza .

E r a m e n e s t e r , p or t an t o , q u e e l am or d e u n a

m u j e r , p or l i n d a y p or c an d or os a q u e f u e s e , n o

d i e r a e l m ot i v o p r i n c i p a l d e q u e s ab i o t an gr an

d e c om o F au s t o s e e n d i áb l as e d e aq u e l m od o .

Y e r a m e n e s t e r q u e e n l a p r i m e r a t r age d i a s e

d i e s e n ya c os as q u e p r e s u p u s i e s e n y p r e p ar as e n

la segunda , de jando no pocos cabos sue l tos que

2 1 0



E N S A Y O S

enlazasen después la una con la otra . No nos f i je

mos ahora en es tos cabos .

A i s l ad a l a f áb u l a d e l o s am or e s d e F au s t o y

M a r g a r i t a , s u d i s p o s i c i ó n y d e s e n v o l v i m i e n t o

m e r e c e n m ás e l og i o q u e c e n s u r a . F au s t o , c on

todo e l ardor y e l ímpetu de su renovada juven

t u d ,

se apas iona de la senc i l la y l inda mucha

cha , y qu iere lograr la pronto , s in que l e arre

dren obstácu los n i re f l ex ione en malas conse

cuenc ias . Mef i s tó fe les , fuera de las joyas que l l e

v a d e p r e s e n t e a M ar gar i t a , ap e n as e m p l e a m ás

med ios para ayudar a la seducc ión que los que

p od r í a e m p l e ar u n l ac ayo l i s t o d e n u e s t r as an

t ig ua s com ed ias de ca pa y espad a . A s í e s y as í

d e b e s e r . S i e n e l am or q u e F au s t o i n s p i r a i n t e r

v in iese a lgún art i f i c io o pres t ig io d iaból i co , la

be l l eza de es te amor , cas i toda su poes ía , y más

aun su u l ter ior v i r tud , redentora y sant i f i cante ,

h ab r í an d e d e s v an e c e r s e . E l n ac e r d e e s t e am or ,

e l desenvolverse y l legar a su colmo en e l a lma

c a n d o r o s a d e M a r g a r i t a s o n h e c h o s m e r a m e n t e

h u m a n o s , p r o f u n d a m e n t e o b s e r v a d o s e n l a r e a

l i d ad y e x p r e s ad os l u e go c on s u p e r i or h e r m os u

ra en la f i cc ión dramát ica , La senc i l l ez y natu

ra l idad de l l enguaje y la prec i s ión y conc i s ión

del est i lo de Goethe , donde nada huelga, donde no

h ay r e d u n d an c i a , n i v an a p om p a , n i f a l s o y s o

b r e c ar gad o l i r i s m o , d an a c u an t o d i c e M ar gar i

t a s e d u c t o r e n c a n t o . E n e s t e e n c a n t o e s t á e l m i s

ter io de que Margar i ta , desde las pr imeras esce

n a s , adqu iera ta l v ida y se des taque con ta l ver -

2 1 1



J U A N V A L E R A

dad del cuadro y del a lma del poeta que la crea ,

q u e t e n ga s e r p r op i o y s e gr ab e d e u n m od o i n

d e l e b l e e n t od a m e m or i a , c om o s i h u b i e r a e x i s

t ido .

Su madre no aparece . Goethe t i ene e l buen

gu s t o d e n o d e j ár n os l a v e r ; p e r o s u m ad r e e x i s

t e .

N o s u c e d e c o m o e n n u e s t r a s a n t i g u a s c o m e

d i a s , donde cas i nunca hay madre . En lugar de

l a m ad r e , p on e e l p oe t a a u n p e r s on aj e m u y c ó

m i c o y b i e n c ar ac t e r i z ad o: a u n a v e c i n a , ya d e

a ñ o s , vu lgar , af ic ionada a conversación , fa ls ía de

vota y con otras malas cua l idades , que la hacen

ap t a p ar a m e d i ar e n c u a l q u i e r i n t r i ga ga l an t e .

Los d iá logos de Mef i í s tófe les con Marta , que as í

s e l l am a e s t a m u j e r , t i e n e n gr an f u e r z a c óm i c a :

ora cuando Mef i s tó fe les t rae a Marta la nueva

de la muerte de su mar ido , ora cuando la requ ie

b r a y e n am or a .

E n e l j ar d í n d e M ar t a s e v e n y s e h ab l an

F a u s t o y M a r g a r i t a . M a r g a r i t a q u e d a y a c a u t i

v a , her ida en e l corazón , in flam ada por un afe c to

irres i s t ib le e inext ingu ib le .

S i gu e a e s t o u n b e l l í s i m o s o l i l oq u i o d e F au s

to en un bosque . Fausto vac i la . ' Orgu l loso de ver

se amado, a pesar del ardor v io lento- de los sen

t i d o s ,

p i e n s a , p or e l am or q u e M ar gar i t a l e i n

funde, que debe apartarse de e l la , a f in de no

perder la y engañar la . Conoce que só lo puede

d ar l e u n a l m a e s c é p t i c a y gas t ad a , e n c am b i o d e

su a lma juven i l y pura . Menes ter es de la in

tervenc ión e locuente de l d iab lo para sacar a

212



E N S A Y O S

F a us to de su v ac i lac ión . M ef istóf e les le hac e ¡pre

sen te que e l mal e s tá ya hecho , que e l amor de

v or a ya e l a l m a d e M ar gar i t a y q u e n o s a t i s

facer le , después de haber lo encend ido , ser ía la

mayor de las crue ldades .

L a h e r m o s a c a n c i ó n q u e c a n t a M a r g a r i t a

m i e n t r as q u e e s t á h i l an d o e n s u c u ar t o , d e j a v e r

en segu ida e l e s tado de su a lma; muestra que se

ha l la pose ída , comple tamente dominada por su

ga lán amigo , y que no t i ene más vo luntad que la

s u y a . L a c a n c i ó n p r e p a r a m a g i s t r a l m e n t e l a e s

cena que v i ene luego . Margar i ta , que ya es toda

d e F a u s t o , q u i e r e q u e F a u s t o s e a d e D i o s , y m a

n i f i e s ta su pesar de ver le poco re l ig ioso . Fausto

la aqu ie ta m á s con car iño que con raz one s , y , p or

ú l t imo , conc ier ta con e l la una c i ta .

Aq u í h ay p or m e n or e s s u b r e c u yo v a l e r n o n os

atrevemos a dec id ir . S in duda es admirab le la

fuerza creadora de Goethe , que tan real nos pre

s e n t a a M ar g ar i t a y q u e p o r t a l ar t e la c i r c u n

da de candor, que , a pesar de todas sus fa l tas ,

s i gu e p ar e c i é n d on os i n oc e n t í s i m a , c om o s i h u

b iese en e l la un numen maléf ico , que le roba res

ponsab i l idad y l ibre a lbedr ío . E l amor ha s ido

obra del amor y no del d iablo; pero en la d irec

c ión que toma tan be l la pas ión ya e l d iab lo in ter

v i e n e . No e n b a l d e h a l ogr ad o d e l m i s m o D i os e l

p e r m i s o d e p r ob ar a F au s t o ; n o e n b a l d e h a h e

c h o p ac t o c on é l . S on n e c e s ar i o s l o s d e l i t o s ; i m

p or t a q u e n az c a y v aya e n au m e n t o e l t e r r or t r á

g i c o

;

pero , a p es ar de esto , y a pes ar de que m u-

2 1 3



J U A N V A L E R A

cho de d iaból ico ha de haber en la h is tor ia en

que tan importante pape l hace e l d iab lo , ¿no se

p u d i e r a h ab e r e x c u s ad o e l p or m e n or d e l n ar c ó

t i co , d ad o p or M ar gar i t a a s u m ad r e p ar a q u e

durante la noche no se desve le y la sorprenda en

l o s b r az os d e s u q u e r i d o? Au n q u e M ar gar i t a

tenga la cer t idumbre de que e l narcót i co no hará

mal a su madre , ¿no es todav ía horr ib le que se

le dé y que luego la tenga a su lado, en aquel

sueño v io len to , en aque l remedo de la muerte ,

mientras e l la se goza con e l hombre a qu ien

am a? E n t od o l i n a j e d e p e c ad os h ay s u m ás y

s u m e n os . No f a l t an m u j e r e s q u e b u r l e n a s u s

m ad r e s , y a s u s m ar i d os ; p e r o e s t am os c i e r t o s

de que , de cada c i en to , apenas habrá una que

no deseche e l recurso de l narcót i co . Hasta los

l ibert inos más s in conciencia se nos f igura que

apurarán antes todos los med ios , y , aunque no

h a l l e n n i n gu n o , s e d e t e n d r án e s p an t ad os an t e s

d e p r op on e r a s u s am i gas e s t e m e d i o d e ad or

mecer a la madre o a l mar ido para tener las lue

go con toda tranqu i l idad . Por o tra parte , Mar

gar i ta , que iba so la en casa de Marta , mujer

poco escrupu losa , y que a todo se pres taba , ¿ qué

n e c e s i d ad t e n í a d e i n f u n d i r a s u m ad r e s u e ñ o

p r o f u n d o?

Se nos d irá que e l in fant i c id io es peor; que

e l in fant i c id io es e l más od ioso de los cr ímenes ;

p e r o e l i n f an t i c i d i o e r a n e c e s ar i o p ar a m ot i v ar

e l sup l i c io de Margar i ta , cuya bondad queda a

sa lvo merced a l de l i r io . Loca , arroja a su h i jo

2 1 4



E N S A Y O S

a u n e s t an q u e , d on d e s e ah oga; m i e n t r as q u e a

s u m ad r e l e d a e l n ar c ó t i c o d e l i b e r ad am e n t e , e n

todo e l despejo de su ju ic io , y s in que e l narcó

t i co qu i te n i ponga a l argumento o desarro l lo de

la acc ión . Es un re f inamiento de diablura y de

r e a l i s m o p e c am i n os o e n t e r am e n t e i n ú t i l y q u e

es tá de sobra .

Cr i m e n e s p an t os o t am b i é n e s l a m u e r t e d e

Va l e n t í n , d ad a a m an s a l v a p or F au s t o ; p e r o e r a

i n e v i t ab l e : s e j u s t i f i c a e s t é t i c am e n t e . Ad e m ás ,

aqu í se perdonar ía cua lqu iera defec to en e l poe

t a , en caso de que le hubiese , en gracia del carác

t e r d e l r u d o y h on r ad o m i l i t ar , h e r m an o d e M ar

gar i ta . E l orgu l lo y la jac tanc ia que l e in sp ira

ba e l la antes de su caída; la rabia que le causa

la pérd ida de su honra; las pa labras todas que

pronunc ia an tes y durante e l due lo , y sus t err i

b l e s r e c on v e n c i on e s a M ar gar i t a c u an d o e s t á ya

moribundo, todo esto es real y bel lo a la vez . Goe

t h e , en tr e s o cuatro ho ja s , lev an ta un a figura

v iva , que no se borra nunca de la mente de na

d i e . H ab l an d o c on f r an q u e z a , Don D i e go d e P as -

trana queda muy por bajo de Valen t ín , en ser

ind iv idual y prop io .

Lo que ocurre en e l aquelarre , donde Mef is tó-

f e l e s l leva a Fa us to par a d i s traer le se r ía en gr an

p ar t e , n o ya i m p e r t i n e n t e , s i n o t am b i é n i n c on

v e n i e n t e , s i e l d r am a f u e s e s ó l o d r am a , y n o d r a

m a y p oe m a t r as c e n d e n t a l . Ch oc a v e r a F au s t o

ba i lando con una bruja joven , en indecente ja leo

y cantando cop las p icarescas y lasc ivas , después

2 1 5



J U A N V A L E R A

d e h a b e r m u e r t o t r a i d o r a m e n t e a l h e r m a n o d e

su quer ida y ha l lándose és ta en e l mayor pe l i

g r o ,

d e s c on s u e l o y ab an d on o .

E l in termed io que l l eva por t í tu lo Las bodas

de oro de Oberon y Titania e s m ás e x t r añ o a l

d r am a , y e s t am os p or d e c i r q u e a t od o e l p oe m a

t r as c e n d e n t a l , q u e El curioso' impertinente a l

Quijote y que el Canto a Teresa al Diablo M un

do,

con la diferencia de ¡que El curioso imperti

nente y el Canto a Teresa so n dos ob ras de gra n

valer , y que las ta les Bodas de oro va len poqu í

s i m o .

S on u n os e p i gr am as a l u s i v os a c u e s t i on e s

l i t er ar ias y c i en t íf i cas de en t on ces , que sos pe ch a

mos no perder ían su fr ia ldad , aunque se cono

c i ese n ha s ta los áp ice s de las c i rc un stan c ia s y ra

zones que mov ieron a Goethe a escr ib ir los .

D e s p u é s d e e s t e m a l t r a í d o intermedio, la ac

c ión se ace lera y prec ip i ta , como debe , l l egando

a s u t é r m i n o e n l a e s c e n a m ás p a t é t i c a , s u b l i m e ,

apas ionada , l l ena de verdad y de poes ía , y más

h o n d a m e n t e c o n m o v e d o r a q u e j a m á s e s c r i b i ó

p oe t a d r am át i c o e n e l m u n d o: l a e s c e n a d e l c a

l ab oz o . S h ak e s p e ar e l o h ar í a t an b i e n ; p e r o m e

j or , j am ás p u d o h ac e r l o . E l t e r r or d e l a p r óx i m a

m u e r t e e n u n p a t í b u l o , l o s r e m or d i m i e n t os , l a

v e r gü e n z a c om b at e n e l a l m a d e M ar gar i t a . A

t od o s e s ob r e p on e e l am or ap e n as v u e l v e a v e r

a Fausto . La lucha de sus a fec tos , su du lzura ,

e l ex trav ío de su razón , la vac i lac ión en tre que

d ar a ll í p a r a m or i r o s e gu i r a s u am ad o y s a l v ar

l a v i d a , t od o r e s a l t a n a t u r a l , ap as i on ad a y d i v i -

2 1 6



E N S A Y O S

ñ ám e n t e e n s u s p a l ab r as . Q u ie r e s e gu i r a F au s

to-,

y c r e e n o t ar q u e l a m an o d e é l e s t á m an c h a

d a c on l a s an gr e d e Va l e n t í n ; q u i e r e s a l v ar s e ,

y se o frece a su pensamiento que e l la ha ases i

nado a su madre y ahogado a su h i jo . En todo

e l d iá logo , cada exc lamac ión , cada frase es una

joya poét i ca . E l t i empo pasa , y crece e l pe l igro

en la demora . Mef i s tó fe les aparece para dar

priesa . Margari ta se l lena de espanto a l ver le ,

y pref i ere la muerte a aque l la l iber tad espanto

sa . M a r g a r i t a s e e n t r e g a r e s i g n a d a a l a s j u s

t i c ias d iv ina y humana, y p ide a los ánge les que

la prote jan contra su amado , que v i ene a sa l

v ar l e l a v i d a . E l h om b r e a q u i e n t an t o h a am a

do l e in sp ira en tonces horror . Los ánge les d i

c e n d e s d e l a s a l t u r as : " ¡ E s t á s a l v ad a " M e f is

tó fe les se l l eva a Fausto so lo , y e l drama o la

p r i m e r a t r a g e d i a t e r m i n a .

L o s c a r a c t e r e s m e r a m e n t e h u m a n o s d e l d r a

m a e s t án t r az ad os y au n ac ab ad os d e m an o m ae s

tr a

:

pa rec en m á s rea les que la rea lidad . M ar ta

y e l f ám u l o W agn e r s on d os p e r s on aj e s c óm i c os

q u e p u e d e n s e r v i r d e m od e l os . M ar ga r i t a y s u

hermano es tán l l enos de a l ta poes ía , y no por

eso dejan de pertenecer a una humi lde pos ic ión

s oc i a l y a u n a é p oc a e n q u e n o e s t ab a t an e x t e n

d ida como ahora la cu l tura .

La senc i l l ez y natura l idad de ambos hace más

d i s t i n t a , v i v a , h on d a y p e r s i s t e n t e l a i m p r e s i ón

que dejan .

F a u s t o e s y a criatura h a r t o m ás c om p l i cad a .

2 1 7



J U A N V A L E R A

Lo sobrenatura l y lo t rascendenta l in f luyen en

la formac ión de su carácter , y en tran en é l como

e l e m e n t os l o a l e gór i c o y l o s i m b ó l i c o ; p e r o , d e s

p o j á n d o s e i m a g i n a r i a m e n t e d e e s t a s c o n d i c i o n es ,

queda un ser verdadero , nob le , rea l y s impát i

co,

a pesar de sus errores y de l i tos . Se d ir ía que

Goethe , cuya defensa hemos hecho , y a qu ien

n o c r e e m os m a l o , a l l á e n l o s m om e n t os d e m ayor

s e v e r i d a d c o n t r a s í m i s m o , c u a n d o m á s d e s c o n

ten to se ha l laba de su pensamiento y de su co

razón , hund ió en é l la mirada aguda y escudr i

ñadora , h i zo crue l examen de conc ienc ia y sacó

de a l l í l as malas pas iones , las i ras , las env id ias ,

las concup i scenc ias , los demás apet i tos v i c iosos ,

las t empestades , los desórdenes y las o tras ne

gras t in tas con que traza la f igura moral de su

héroe . Claro está que , por c ima de todo e l lo ,

hay c i er ta esenc ia l nob leza , c i er ta rad ica l exce

l enc ia en e l a lma de Fausto , y ta l abundanc ia

d e m o t i v o s p a r a a t e n u a r h u m a n a m e n t e s u s p e

c a d o s ,

que nos mueven a desear e l perdón de l

c i e lo para e l los y a conservar a l pecador nues tra

s i m p at í a . Y c l ar o e s t á i gu a l m e n t e q u e p ar a q u e

es te perdón se logre , dada la v io lenc ia in i c ia l

con que sa le d i sparada e l a lma de Fausto en su

extrav ío , e s menes ter aun mucho , a f in de que

descr iba la curva que debe descr ib ir en su mov i

m i e n t o . As í , p u e s , a l t e r m i n ar l a p r i m e r a p ar t e ,

se ve que no termina más que un ep i sod io . E l

d r am a q u e d a aú n a gr a n d i s t a n c i a d el d e s e n l ac e .

Mef i s tó fe les , por ú l t imo , e s un personaje ex-

2 1 8



E N S A Y O S

tranatural. G o e t h e n o c r e e m o s q u e t u v i e s e tr a

tos con é l ; pero l e p in ta tan a lo v ivo que cua l

quiera d ir ía que le conoció de cerca . La índole

de es te d iab lo y su consecuenc ia en pa labras y

en acc iones , desde e l Prólogo en el cielo has ta e l

f in de la segunda parte, acreditan la f irmeza con

que Goethe trazó su imagen y a t inó a pres tar le

v ida . Mef i s tó fe les t i ene , además , e l mér i to de

ser el d iablo f ino de nuestra edad, el d iablo que

corresponde a un Dios benévolo , e l d iablo de los

opt imis tas y de los progres i s tas pac í f i cos y por

m e d i os l e n t os y l e ga l e s .

L e j os d e s e r u n m on s t r u o h or r e n d o , s i b i e n

con toda la majes tad de qu ien es tuvo cerca de

D i o s , y con toda la soberbia de quien asp iró a

v e n c e r l e ; l e j o s d e s e r u n r e v o l u c i on ar i o t i t án i c o ,

cas i un ant id iós , como e l Satán de l Mi l ton , ape

nas es malo de veras . Es un tuno , un ga lop ín ,

un buf onzue lo y poc o m ás . E l P ad re E ter no con

f iesa que no le odia, que le tolera y hasta que

se d iv i er te con é l . En vez de creer le dañ ino , l e

cons idera ú t i l para los hombres , los cua les se

e c h ar í an a d or m i r y n o h ar í an n ad a m e m or ab l e

n i poét i co s i no se en tregasen a l d iab lo con fre

cuenc ia . Mef i s tó fe les , como Dios gus ta o ír de

sus ep igramas y ch i s tes , y l e emplea en sus a l tos

d e s i gn i o s d e p r om ov e r l a ac t i v i d ad h u m an a ,

an d a b i e n av e n i d o c on D i os ; s u e l e h ac e r l e v i

s i t a s ,

y s a l e m u y s a t i s f e c h o d e q u e D i os l e t r a

te con cordial idad y conf ianza.

Por lo que se ve , e l mal para nues tro poeta es

2 1 9



J U A N V A L E R A

chico m al y es tá sub ord in ado a l b i en , a l cua l con

curre , a pesar suyo . As í , Mef i s tó fe les e s ch ico

d iab lo . Aunque sabe y puede bas tante , e s tá en

u n a p os i c i ón r e l a t i v am e n t e h u m i l d e , e n l a j e r ar

qu ía de los e sp ír i tus .

S e c o l u m b r a q u e G oe th e c om p r e n d e a D i os p or

c ima de la natura leza , l l enándola toda e in fun

d iendo en e l la la hermosura y la v ida . Para es to

n i p a r a n a d a n e c e s i t a m i n i s t r o s ; p e r o e s m a y o r

r iqueza y magn i f i cenc ia t ener los , y as í hay esp í

r i t u s , i n t e l i g e n c i a s y g e n i o s , m ó n a d a s m á s o

m e n os p od e r os as , u n i d as p or l az os d e am or d i

v i n o , q u e c r e a n , m u e v e n y c a m b i a n l o s m u n d o s

y cua nto en e llos ha y . C ualqu iera de es to s ge

n i o s v a l e y p u e d e m i l v e c e s m ás q u e L u c i f e r y

que todos sus d iab los . No es e l gen io de l Un i

v e r s o , no es e l Esp ír i tu de l Macrocosmos e l que

se parece a Fausto . E l que cede a su evocac ión

y se le aparece es só lo e l esp ír i tu de este nuestro

pequeño p laneta . Y con todo , e s te e sp ír i tu es tan

superior , tan inadecuado a la f laqueza del esp í

r i t u h u m a n o m á s v a l i e n t e y a t r e v i d o q u e F a u s

to ,

a l sen t i r l e , se a terra , e s tá a punto de mor ir

y reconoce que no puede en trar en re lac ión con

é l . E l Esp ír i tu de la t i erra es qu ien da a Fausto

la desesperada conc ienc ia de su deb i l idad y qu ien

le provoca a l su ic id io . Los cánt i cos por la resu

rrecc ión de l S a lva dor l e t ra en de nue vo a la v id a .

T o d a e s t a p a r t e d e l a t r a g e d i a , m i e n t r a s n o a p a

r e c e M e f i s t ó f e l e s , e s t á c om o e n m ás a l t a s e s f e

r a s . La apar ic ión de Mef i s tó fe les t rae las cosas

2 2 0



E N S A Y O S

a una es fera más te ja . No se t rata ya de in f in i

t a s a s p i r ac i on e s , d e s e n t i r y d e c om p r e n d e r e n

a m b i c i o s a m e n t e h u m a n a a l a n a t u r a l e z a , a s u s

g e n i o s y a D i o s , s i n o s e t r a t a d e a l g o m á s p r á c

t i co y t erreno .

M e fi st ó f e l e s n o e s s ob r e n at u r a l ; e s , s e gú n h e

m os d i c h o , extranatural. N o e s u n e s p í r i t u d o

minador , creador y super ior a todo o parte de

l a n a t u r a l e z a , s i n o u n e s p í r i t u , s e m e j an t e a l h u

m a n o ,

e n l o q u e t i e n e d e m ás v u l gar ; a s t u t o ,

t r av i e s o , gr os e r o , c u ya m i s m a gr os e r í a n o l e

d is trae de lo que es út i l y le l leva a burlarse de

lo be l lo y de lo sub l ime . Por eso domina a los e s

p í r i t u s h u m an os q u e n o s e e l e v an ; p e r o a l o s

q u e s e e l e v an j am ás l o s d om i n a , au n q u e l o s s i r

v a ,

deseoso de dominar los .

E n v e z d e an on ad ar a F au s t o , c om o l e an on a

dó e l Esp ír i tu dé la t i erra , Mef i s tó fe les l e hace

reír con su aparic ión , a l sa l ir del cuerpo del pe

rro , rend ido a los conjuros y amenazas . Cuando

Fausto l e ob l iga a que é l mismo se def ina , Me

fistófeles s e de fine

una parte de aquella fuerza

que siempre quiere el mal y que haee el bien

siempre.

Mef i s tó fe les qu iere des tru ir , v i c iar y corrom

p e r ; m a s c om o s ó lo p u e d e h ac e r e s t o al p or m e

nor , concurre a l b ien general y a la creación en

tera y cont inua , muy contra su gus to .

F au st o , a l f irmar con é l un pa cto , le tr at a com o

super ior a in fer ior , como un amo a un lacayo ,

y está cas i seguro de que e l d iablo no ganará

2 2 1



J U A N V A L E R A

nunca la apues ta; no l e dará lo que é l desea . No

sólo no cae , por dec ir lo as í , bajo la jur isd icc ión

y poder del .d iablo mucho de lo deseado por

F au sto , per t . n i s iqu iera e s tá com prend ido por

el ¡esp ír i tu d iaból ico , porque está en regiones su

per iores , nas ta donde d icho esp ír i tu jamás se

e n c u m b r a . E n e l n u m e n , q u e v i v e e n F au s t o , h ay

u n a f u e r z a i n t e r i or m i l v e c e s m ás p u j a n t e q u e t o

das las potenc ias de l d iab lo . Lo malo es que es ta

f u e r z a n o s e e j e r c e f u e r a d e F au s t o m i s m o . E n

é l crea de un modo idea l cuanto qu iere ; fuera ,

no puede nada . Pero de esas cosas idea les que

Fausto ¿rea en s í , concibe y apetece , e l d iablo

s ó l o l a s m í n i m a s y d e m e n o s v a l í a p u e d e r e a l i

z ar e n e l m u n d o e x t e r i or ; o t r as , n i s i q u i e r a l a s

en t i ende .

A un qu e M ef i s tó fe les, g rac ias a la fa n t as ía de l

p oe t a , t i e n e s e r p r op i o y p e r s on a l i d ad i n d e p e n

d i e n t e t od av í a p ar a c on c e b i r n os o t r os m e j or s u

ese nc ia , po de m os figurárnosle com o un resu l ta

do de l aná l i s i s p s i c o lóg ico del a lm a de F au sto .

Es la parte bes t ia l y t errena de d icha a lma, la

p ar t e a s t u t a y l i s t a q u e s i r v e p ar a p r op or c i on ar

se goces , r iqueza, poder , autoridad e in f lujo en

e s t e m u n d o; p ar t e q u e F au s t o h ab í a d e s c u i d a

do y ha st a atrof iado y desec had o, a fin d e e ntr e

gar s e a s u s a l t a s s ab i d u r í a s . De s e n gañ ad o d e e s

tas a l tas sab idur ías y ans ioso de todo lo que por

e l las hab ía desprec iado , se d ir ía que vue lve a é l

aq u e l l a p ar t e m ás r u i n d e s u a l m a b a j o l a f or m a

y con e l ser de d iablo .

2 2 2



E N S A Y O S

E s t a i n f e r i or i d ad d i ab ó l i c a r e s p e c t o a F au s t o

y respecto a los demás esp ír i tus super iores , no

se desmiente nunca . La c i enc ia , e l progreso , la

s u b i d a d e n i v e l d e l a s a l m as h u m an as h an h e

cho de l d iab lo un personaje de poco más o me

n o s . Su poder incontras tab le no se e jerce ya s ino

e n u n m u n d o r u i n , e n t r e b r u t os , q u e s e e m p e

ñ an e n j u gar y e n gan ar d i n e r o p ar a p ar e c e r

hombres , y en que por casual idad l e s sa lga a lgo

b ien para que se d iga que t i enen en tend imiento ,

y e n t r e v i e j e c i l l a s i gn or an t e s y v i c i o s as , q u e p o

seen a lgunos secre tos y rece tas , i gnorando e l

porqué y e l cómo de los mismos prod ig ios que

ob r an , c om o s on l a b r u j a y l o s ga t os y l o s m o

nos que la s i rven y acompañan .

Fausto se s i en te tan rebajado de ape lar a la

inmunda poción de la bruja , a f in de recobrar

la mocedad , que cas i e s tá a punto de quedarse

v ie jo y de romper desde e l pr inc ip io e l pacto

con Mef is tófe les , sospechando lo poco que e l d ia

b lo puede y vale y lo más poco que de é l puede

esperar un nob le esp ír i tu .

El b ien del d iablo vale tan poco como e l mal .

Por c ima de l d iab lo , as í como hay b ien , hay mal

i n m e n s am e n t e m ayor d e q u e M e f i s t ó f e l e s n o p o

d r á j a m á s c u r a r e l a l m a d e F a u s t o . F a u s t o , p a r a

rec ib ir a lgún b ien del d iablo , as í como para so

m e t e r s e a s u d om i n i o , t i e n e q u e ah o gar e s a a s p i

rac ión super ior de su a lma. Cuando v ive y a l i en

t a co n e l la , e l d iablo no le d a e l m en or a l iv io par a

l o s t or m e n t o s q u e p r od u c e ; p e r o t am b i é n e l a lm a

22a



J U A N V A L E R A

se substrae por completo a todo inf lujo del d ia

b lo y se r íe de todos los pactos .

En la rara teogonia de Goethe , e l d iablo , no

só lo es tá por bajo de lo sobrenatura l , t érmino y

m i r a d e l a s a s p i r a c i on e s d e l a lm a d e F au s t o , s i n o

también muy por bajo de lo natura l , en cuanto

lo natura l t i ene de creador y de d iv ino . Por es to

en la p lebeya y estúpida soc iedad del aquelarre ,

donde Fausto por un momento se encanal la , Mie -

fis tófe les s e pa vo ne a y tr iu n fa ; per o en la se

gunda parte , cuando por e l e s fuerzo de la vo

luntad y por los mi lagros de l saber y de la in te

l i ge n c i a d e F au s t o , ap ar e c e n l o s ge n i o s an t i gu os ,

que imaginó Grec ia , todos aque l los poderes per

son i fi cados de la natu ra leza crea dora e in te l igen

t e ,

Mef i s tó fe les se encoge , se humi l la y cas i se

acobarda; Mef i s tó fe les t i ene que esconderse y

d i s f r az ar s e b a j o l a f e a ap ar i e n c i a d e u n a d e l a s

F or q u i ad as . N o s ó l o e n p od e r, s i n o h a s t a e n f e a l

dad , superan a Mef i s tó fe les aque l las creac iones .

Au n q u e s e a r áp i d am e n t e , s i n l a d e t e n c i ón q u e

tan grande asunto rec lama, y a f in de no ex tra

l i m i t ar n os y d ar a e s t e t r ab aj o u n a e x t e n s i ón

improp ia de l ob je to a que se des t ina , a lgo debe

mos dec ir de la segunda parte de l

Fausto.

Var i as p e r s on as h an l l am ad o a l Fausto c o m

pleto la Biblia del panteísmo. N ad a n os p ar e c e

m ás i n j u s t o . G oe t h e n o e r a r e s u e l t o p an t e í s t a ;

p e r o ,

s i en a lguna obra suya se inc l ina a l pan

te í smo, no es por c i er to en e l

Fausto,

d on de m ás

bien le contradice .

2 2 4



E N S A Y O S

Es verdad que para a f i rmar es to debemos dar

p or s e n t ad o q u e e n t e n d e m os l a s e gu n d a p ar t e , y

e s op i n i ón m u y c om ú n q u e n ad i e l a e n t i e n d e . T a l

v e z l o s m i s m os q u e l a l l am an Biblia de l panteís

mo, lo cua l , en buena lóg ica , presupone que la

ent i enden , la ape l l idan libro de los siete sellos,

d e l i r i o , l ab e r i n t o , e n i gm a p e r p e t u o . Nos o t r os ,

au n q u e p ar e z c a p ar ad oj a y s e n os i m p u t e a

ar r ogan c i a , a f i r m am os l o c on t r ar i o : q u e t od o

e s t á c l ar í s i m o e n l a s e gu n d a p ar t e .

¿Dón d e , s i n o , e s t á l a ob s c u r i d ad ? ¿E n q u é

c on s i s t e ? ¿De q u é p r oc e d e ? E l e s t i l o t e r s o , c on

c i so , lap idar io , ep igráf i co y l l eno de prec i s ión de

Goethe l l ega , en es ta segunda parte , a l ú l t imo

l ími te de la n i t idez , de la e l eganc ia desnuda de

hojarasca e inú t i l e s adornos y de la sobr iedad

s i gn i f i c a t i v a e i n t e n c i on ad a . ¿ Cóm o, pues , dec ir

con ta l e s t i lo lo vago , lo inc ier to , lo indec i so ,

lo que nadie ent iende n i ta l vez e l poeta que lo

escr ib ió? Esto no puede ser .

L a s u p u e s t a n o i n t e l i ge n c i a d e l a s e gu n d a p ar

te só lo puede exp l i carse por dos maneras . Y

p or am b as n o ya e l

Fausto,

s i n o l a o b r a m á s

c lara y más l lana , vendrá a ser in in te l ig ib le . E l

Quijote, p o n g a m o s p o r c a s o .

Au n q u e n o c r e e m os e n l a e p op e ya t r as c e n d e n

t a l , c om p r e n s i v a y om n i - d oc e n t e , c r e e m os q u e

e l poeta canta a veces lo que no se d ice : va más

al lá del punto a que l lega e l hombre c ient í f ico

con la ref lex ión y con e l es tudio; y ad iv ina y

vat i c ina , y se e l eva a es feras inexp loradas , a

2 2 5

E N S A Y O S . •— T . n i . ir .



J U A N V A L E R A

d on d e e l s ab e r h u m an o n o l l e gó t od av í a ; p e r o

s i todo está en e l r i tmo o en la poes ía pura, es

i n ú t i l t r ad u c i r l o e n p r os a . No e s i n ú t i l , e s i m

pos ib le . En prosa será ine fab le . Ser ía tan nec ia

p r e t e n s i ón c om o l a d e q u e r e r e x p l i c ar e l e f e c t o

d e l a m e j or s i n f on í a , y au n p r od u c i r l e i gu a l ,

h ac i e n d o u n d i s c u r s o s ob r e l a s i n f on í a . P e r o s i

lo importante no es tá en e l r i tmo, y d ia léc t i ca

mente se reve la en la f rase , todo e l mundo lo

e n t e n d e r á s i n q u e s e t r ad u z c a o c om e n t e . A l q u e

no le ent ienda podrá decírse le lo que e l h idalgo

manchego o e l cura d i jo una vez a l barbero , que

se quejaba de no en tender a c i er to poeta: "Ni

e s m e n e s t e r q u e le e n t i e n d a v u e s a m e r c e d , s e ñ o r

r ap i s t a . "

La poes ía y aun obras en prosa de carácter

p oé t i c o p u e d e n e n c e r r ar h on d as v e r d ad e s , b a j o

e l ve lo de la a legor ía o de l s ímbolo; pero , una

de dos : o e l s ímbolo y la a legor ía son transpa

rentes , o no lo son . S i lo son , todo se ve c laro .

S i no lo son , podrán escr ib irse mi l y mi l comen

t o s , y c ad a c om e n t ad or i m ag i n ar q u e e l p oe t a

qu i so dec ir e s to , aque l lo , lo de más a l lá , y aun

cosas que a l pobre poeta no se l e ocurr ieron en

la v ida .

Com e n t os t a l e s s e h an h e c h o ya d e l Quijote.

¿ P or q u é e x t r a ñ a r q u e s e h a ga n d el Fausto ? Y

si al Fausto se le cu lp a por esto de in in te l ig ib le ,

¿por qué a l Quijote n o se l e pon e defec to ig ua l?

No es tá , pues , lo in in te l ig ib le de una obra en

l o m i s t e r i o s o , esotérico o recó nd i to qu e se as p ir e

226



E N S A Y O S

a hal lar en e l la . Basta con que lo esotérico, e l

sen t ido d irec to , t enga un va lor y un s ign i f i cado .

Y l a s e gu n d a p ar t e d e l

Fausto

l e t i ene .

¿

E s i n

in te l ig ib le , e s obscuro , e s t enebroso e l Cantar

de los cantares? P ar a u n p r o f an o c u a lq u i e r a

n a d a h a y m á s i n t e l i g i b l e . E l Cantar de los can

tares es un id i lio , un a églo ga , uní po em a de a m or

donde e l amado y la amada se requ iebran de lo

l i n d o ,

se d icen mi l t ernuras , se hacen mi l f ine

z a s , s e e n s a l z an y d e s c r i b e n m e n u d am e n t e y c on

m or os a d e l e c t ac i ón l o s p r i m or e s y gr ac i a s c or

pora les de é l y de e l la , y se p in tan los goces que

h an d e l ogr ar o ya l ogr an am b os , b e s án d os e ,

ab r az án d os e y q u e r i é n d os e m u c h o . P e r o , s i e s t o

es tan c laro , en tend ido as í , búsquese e l sen t ido

m í s t i c o q u e d an a l

Cantar de los cantares

e x é -

ge tas y t eó logos , y e l Cantar de los cantares h a

b r á m e n e s t e r d e c om e n t o , y au n c on e l c om e n t o

n os q u e d ar e m os a ob s c u r as , y ap e n as h ab r á

q u i e n e n t i e n d a u n a p a l ab r a . ¿P or q u é n o a f i r

m a r l o m i s m o d e l a s e g u n d a p a r t e d e l

Fausto,

s i

e s l í c i to equ iparar en a lgo lo sagrado con lo pro

f a n o ?

No e s d e s u p on e r t am p oc o q u e l a d i f í c i l i n t e

l i g e n c i a d el Fausto depe nda de la erud ic ión pre

v ia que para en tender le se requ iere . Bas ta , a

n u e s t r o v e r , c on u n a c u l t u r a m e d i an a . E l c om e n

t o e r u d i t o e s i n ú t i l . T od os l o s p e r s on aj e s m í s t i

cos es tán caracter izados tan b ien , que e l i gno

r an t e p od r á gan ar a l go , a l l e gar u n c au d a l d e

erud ic ión , s i , con mot ivo de l eer e l Fausto, a d -

2 2 7



J U A N V A L E R A

quiere y ¡hojea a lgún d icc ionario manual de la

f áb u l a ; p e r o lo q u e ap r e n d a e n d i c h o d i c c i on ar i o

añ ad i r á p oc o a l a c om p r e n s i ón d e l p oe m a . L o

m i s m o p u e d e d e c i r s e d e l a s d o c t r i n a s c o s m o g ó

n i c a s ,

geológicas, f i losóficas, etc. , a que el Fausto

alude . Lo que Goethe qu iere dec ir lo d ice por

e n t e r o , y n o e s m e n e s t e r ac u d i r a o t r os l i b r os

para exp l i car lo , a no ser que se desee saber de

qu ién lo tomó o por qué lo d i jo . En es te caso es

d ab l e d e c i r d e l c om e n t o e r u d i t o l o m i s m o q u e

del f i losóf ico, a saber: que dicho comento cabe

tanto como en e l Fausto en e l Quijote. T a m b i é n

en e l Quijote h a y q u i e n i n v e s t i g u e s i t a l p as a j e

s e t om ó d e l Amadas o del Orlando; s i ta l cue nto

o sen tenc ia prov iene de Conon sof i s ta o de la

Leyenda áurea.

Ve am os , p u e s , s e n c i l l am e n t e , n o l o q u e s e s u

pone o co lumbra en e l Fausto, s i no lo que se

d ice , y e s to en resumen y en c i f ra brev í s ima,

porque- t em em os que no s t i lden de pro l i jo s . P a ra

m a y o r p r o n t i t u d y c l a r i d a d , m a r c a r e m o s c a d a

u n o d e l o s c i n c o ac t os e n q u e e s t a s e gu n d a t r a

ged ia es tá d iv id ida .

ACTO

I . — E l d e s t i n o d e F a u s t o n o p u e d e e n c e

r r ar s e e n e l d e M ar gar i t a . F au s t o t i e n e aú n

m u y l a r g a c a r r e r a . A s p i r a a t o d o , y p a r a s a t i s

f ac e r s u s a s p i r ac i on e s c u e n t a - c on v ar i a s p o t e n

c ias .

Cuenta con Mef i s tó fe les , e s to es , con e l e s

p ír i tu de as tuc ia y de conducta para la v ida ,

q u e ya l e d e v o l v i ó l a j u v e n t u d y q u e au n p od r á

dar le r iqueza , poder , fama y de le i t es mater ia -

228



E N S A Y O S

•les.

Y cuenta , por c ima de Mef i s tó fe les , porque

l a m ag i a n a t u r a l t oc a p u n t os m ás a l t o s q u e l a

m ag i a n e gr a o h e c h i c e r í a , c on l a c i e n c i a , q u e l e

reve lará los arcanos de l un iverso , y con la poe

s ía y e l arte , que real izarán para é l la ideal her

m o s u r a .

No b i e n F au s t o s e r e c ob r a d e s u s v i o l e n t as

e m oc i on e s , m e r c e d a u n s u e ñ o m ág i c o , ar r u l l ad o

por cantos de gen ios y de n in fas , en un fér t i l í

s i m o y am e n o v e r ge l , l a s m e n c i on ad as a s p i r ac i o

n e s e m p i e z a n s u c e s i v a m e n t e a r e a l i z a r s e h a s t a

donde la condic ión f in i ta de Fausto y del mun

do lo cons iente .

Fausto br i l la en la corte de l emperador , y en

cuentra que en e l la puede ser lo que se l e an toje ,

merced a su prop io mér i to y a l d iab lo .

E s t o , no obs tante , no l e sa t i s face . De las da

m as n o h ay u n a s o l a q u e l e h aga i m p r e s i ón , y

se enamora de E lena , person i f i cac ión de la her

m os u r a c or p or a l p e r f e c t a .

E l d iab lo no t i ene poder para proporc ionar le

a E l e n a . L l e n o d e t u r b ac i ón l e h ab l a d e l a s M a

d r e s ,

o d ígase de las ideas e jemplares , de las

f o r m a s p u r a s a n t e s d e u n i r s e a l a m a t e r i a p r i

m a y p r od u c i r l o s d i v e r s os s e r e s ; l a s c u a l e s M a

d r e s , c u yos m i s t e r i o s e l d i ab l o n o e n t i e n d e , v i

ven en e l vac ío e terno , fuera de l t i empo y de l

e s p ac i o , y s ó l o p or m e d i o d e h on d í s i m a y s o l i t a

r i a c on t e m p l ac i ón , r e c on c e n t r án d os e e n e l m e

d i t ar y ar r o j án d os e e n h or r i b l e s ab i s m os , p u e d e

l l e gar a e l l a s u n án i m o a t r e v i d o . L a e m p r e s a e s

2 2 9



J U A N V A L E R A

tal , que e l prop io d iab lo no se a trever ía a acome

t e r l a . F au s t o , s i n e m b ar go , l a ac om e t e , y e l d i a

b lo l e ve part i r con asombro , y duda de que

v u e l v a d e l s e n o t e n e b r os o , i n f i n i t am e n t e m ás

profundo que e l in f ierno, a donde se ha lanzado.

E n e s t e v i a j e d e F au s t o a v e r a l a s M ad r e s

es tá la c lave de l poema, e l núc leo de la segunda

p ar t e . Nos o t r os c r e e m os q u e e l d i ab l o t i e n e r a

z ó n , y que Goethe no la t i ene . Fausto no vue lve

e n r e a l i d ad . E l F au s t o v i v o y h u m an o , e l d oc t or

melancó l i co , e l remozado por la beb ida mágica ,

e l am an t e n a t u r a l , c om o s on t od os l o s am an t e s ,

de la natura l , v iva y rea l Margar i ta , se queda

por a l lá con las Madres , y só lo vue lve su som

bra , su idea pura , un s ímbolo , una a legor ía tan

d iáfana y c lara , que más no puede ser .

De aqu í que toda la segunda parte sea poes ía ,

en v irtud del est i lo bel l í s imo del poeta , de la r i

q u e z a l í r i c a y gn óm i c a q u e d e r r am a , d e m i l p r i

m or e s d e t od os gé n e r os q u e s ab e d i f u n d i r e n

l o s p or m e n or e s ; p e r o e n e l c on j u n t o , l a s e gu n d a

parte , o no es poes ía o es poes ía a l revés .

S in duda que e l poeta , a l lá en los t i empos an

t i gu os , c on i n s p i r ac i ón i n c on s c i e n t e , c on e s t r o

d iv ino , ag i tado por un furor que l e v i ene de l

cie lo ,

crea 'personajes y acc iones que en trañan

y s i m b o l i z a n g r a n d í s i m a s v e r d a d e s . M á s t a r d e

v iene e l cr í t i co , e l pensador d ia léc t i co , e l hom

bre fr ío y ref lex ivo , y va desnudando del s ímbolo

las verdades en é l ocu l tas , y deshace la poes ía

y crea la c iencia .

2 30



E N S A Y O S

Este , en nues tro sen t i r , e s e l ¡proced imiento

natura l .

P e r o G oe t h e p r oc e d e d e l m od o c on t r ar i o . E n

l a s e gu n d a p ar t e d e l Fausto es un po eta a l re

v é s ; d e m u e s t r a p r ác t i c am e n t e l o q u e a l p r i n c i p i o

d i j i m os : q u e l a e p op e ya t r as c e n d e n t a l y c om

p r e n s i v a e s i m p os i b l e ah or a ; q u e e s d e l i r i o q u e

rer real izarla .

P or l o e x p u e s t o , n os p as m a t an t o e l e n c ar n i

z am i e n t o c on q u e c e n s u r an m u c h os d e p oc o i n

te l ig ib le la segunda parte de l Fausto. E l d e f e c t o

n os p ar e c e q u e e s t á e n l o c on t r ar i o : e n q u e s e

e n t i e n d e d e s ob r a ; e n q u e t od o e s s í m b o l o ; e n

q u e e s u n a l ar ga p ar áb o l a d e m i l l ar e s d e v e r s os ;

en que n inguno de aque l los personajes nos puede

ya i n t e r e s ar , p or q u e n o s on t a l e s p e r s on aj e s ,

s ino f iguras a legór icas , que representan pensa

m ie nt os re l ig ios os , m or al es , filosóficos, f í s ic os ,

qu ímicos y geo lóg icos de l au tor . Y , f rancamente ,

u n a p ar áb o l a , u n a a l e gor í a t an c on t i n u ad a s e r í a

insu fr ib le s i no fuese de 'Goethe . Parecer ía , ade

m á s , una puer i l idad enojosa y cansada . ¿A qué

es as im ág ene s , e so s m is te r io s , e s e e s t i lo figura

do, p ar a e x p on e r d oc t r i n as ? Au n q u e s e v e n a

l a s c l ar as b a j o e l v e l o t r an s p ar e n t e d e l a a l e go

r ía , aun se ver ían mejor s in ese ve lo .

L a p oe s í a s e a s e m e j a e n e s t o a l a r e l i g i ón .

I m ag i n e m os p or u n i n s t an t e , y D i os n os l o p e r

done , que la de Cr i s to es como la exp l i ca Hege l .

Será as í muy f i losóf ica , muy profunda, muy in

t e r e s a n t e ; pero n o b ie n se ac epte la ex p l i ca c ión

2 3 1



J U A N V A L E R A

d e H e ge l , t e n d r e m os u n i n ge n i os o y d i a l é c t i c o

t r ab aj o , y l o q u e e s r e l i g i ón n o t e n d r e m os . H e

ge l , no obs tante , e s tá en su derecho (en t i éndase

q u e s om os p ar t i d ar i o s d e l a ab s o l u t a l i b e r t ad d e

p e n s a r ) ; H e g e l p u e d e e x p o n e r r a c i o n a l m e n t e t o

dos los dogmas y reducir los a f i losof ía .

L o ab s u r d o s e r í a q u e d e s p u é s , e m p r e n d i e n d o

l a m i s m a c a m i n a t a , e n d i r e c c i ó n i n v e r s a , a g a

r r ás e m os l a I d e a , e l Yo , e l No - Yo , e l S e r , e l No -

Ser , e l L legar-a-Ser , e l Prur i to , la Voluntad , la

V i d a , l a M u e r t e , e l Un o y e l T od o , y c on v i r t i é n

do los en personas , f raguásemos la re l ig ión de l

porven ir , ya con las f i losof ías de Hege l , ya con

l as d e H ar t m an n , ya c on l a s d e o t r o c u a l q u i e r a .

¿Q u i é n h ab í a d e c r e e r e n r e l i g i ón s e m e j an t e ?

¿Q u é ap ós t o l e s , q u é c on f e s or e s , q u é m ár t i r e s

tendr ía? Y no es e s to negar que la c i enc ia , la

doctr ina , la a f i rmac ión , despojada de l s ímbolo

inút i l , sobrepues to y anacrón ico , no puede te

ner los .

Con v e n i m os e n q u e e n r e l i g i ón , p or r az on e s

l ar gas d e e x p on e r aq u í , r e s a l t a m ás l o ab s u r d o

d e t om ar a l r e v é s e s t o s c am i n os ; c on v e n i m os e n

que cabe en poes ía lo a legór ico , como ga la de

i m a g i n a c i ó n , c o m o j u e g o i n g e n i o s o , y h a s t a c o m o

m e d i o gr á f ic o d e q u e h a ga n l a s v e r d ad e s m á s

i m p r e s i ón e n e l án i m o , y h as t a c om o r e c u r s o

m n e m o t é c n i c o p a r a q u e d u r e n c o n m á s p e r s i s

t e n c i a y d i s t i n c i ón e n l a m e m or i a . P e r o au n as í ,

no se comprende , parece producto de l f renes í ,

parece una pesad i l la tan larga a legor ía .

2 3 2



E N S A Y O S

No ob s t an t e , l a s e gu n d a p ar t e d e l Fausto, por

cima de todo lo a legado en contra , se lee con

i n t e r é s . E s t o c on s i s t e e n q u e l a a l e gor í a p oé t i c a

t i e n e y s e gu i r á t e n i e n d o s i e m p r e a l gu n a r az ón

d e s e r . L a v e r d ad , v e l ad a e n l a i m age n o s í m b o

lo ,

s e g u i r á s i e m p r e g r a b á n d o s e m e j o r e n e l a l m a

d e l a s m u c h e d u m b r e s q u e l a v e r d ad o l a t e or í a

q u e p r e t e n d a p as ar p or t a l e x p u e s t a c on m é t o

d o d i d ác t i c o r i gu r os o . As í l a p oe s í a s e r á m e n os

p oe s í a , s e r á m e n os b e l l a , s e r á m ás f r í a y m ás

s i n a l m a; p e r o p od r á s e r ú t i l . I n t e r e s a ad e m ás ,

e i n t e r e s a p r i n c i p a l m e n t e l a s e gu n d a p ar t e d e l

Fausto, po rqu e e l l ec tor , aca so s i n pe rc ata rse de

el lo , l a c on v i e r t e e n u n a e n or m e p oe s í a l í r i c a ,

en una ser i e de d i t i rambos , en una obra no ép i

c a y ob j e t i v a , s i n o s u b j e t i v a e n gr ad o s u m o ,

d on d e ya n o h ay m ás h é r oe q u e G oe t h e ; G oe t h e ,

d i s fr a z a d o d e F a u s t o , y e m p e ñ a d o e n a l g o m o n s

truoso , descomunal e impos ib le . Sa ludemos , pues ,

a l a l t í s i m o p oe t a c on l a s m i s m as p a l ab r as c on

q u e s a l u d ab a a F au s t o l a p r o f e t i s a M an t o :

Den lieb' ich, der Unm ögliches begehrt

Yo amo a aque l que desea lo impos ib le .

F au s t o , e n e s t e s e n t i d o , e s t o e s , l a s om b r a d e

Fausto , su idea , que Goethe l l eva en s í , vue lve

d e l s e n o d e l a s M ad r e s . E n u n a f an t as m agor í a

semirrea l , en un teatro , de lante de l emperador y

d e t od a s u c or t e , F au s t o h ac e q u e E l e n a y P a

r i s ap ar e z c an . Cu an d o P ar i s r ob a a E l e n a , F au s -

2 33



J U A N V A L E R A

to t i ene ce los , no puede contenerse , qu iere qu i

tar a Par i s la be ldad que l l eva en los brazos , y

deshace e l encanto con una exp los ión , cayendo

é l c om o m u e r t o .

ACTO

I I . — T od o e s t e ac t o e s u n aq u e l ar r e p a

gano y c lás i co en contrapos ic ión con e l aque la

r r e r om án t i c o y c or r e s p on d i e n t e a l c r i s t i an i s m o

que se l ee en la parte pr imera . S i a lguna vez

n os o l v i d am os d e l a a l e gor í a , y h as t a n os p ar e c e

que deja de haber la y que tocamos a lgo rea l , e s

p or q u e G oe t h e, e n v i r t u d d e s u s m ón a d as , d e

sus gen ios y esp ír i tus e l ementa les , de sus in te l i

g e n c i a s m i s t e r i o s a s q u e m u e v e n l a s c o s a s n a t u

ra le s , cas i cree en los seres que evoca , por don

de los seres que evoca toman cuerpo y dejan de

ser f iguras re tór icas so lamente .

P ar a e x p l i c ar l a d oc t r i n a d e e s t e s e gu n d o ac t o

s e r í a m e n e s t e r e s c r i b i r t an t o a l m e n os c om o e l

ac to cont i ene . Goethe es conc i so , y , por cons i

gu i e n t e , d i f í c i l d e e x t r ac t ar . B as t e s ab e r q u e ya

e l d iab lo , según hemos d icho , hace aqu í muy

t r i s t e p a p e l . H a s t a Homúnculos, e l eng end ro ra

qu í t i co de la c i enc ia pedantesca de Wagner , sabe

más que é l y l e s i rve de gu ía .

F au s t o , l l e v ad o d e s u an h e l o i n c e s an t e , p e

n e t r a e n e l s e n o d e l a Nat u r a l e z a , q u i e r e d e s e n

trañar sus arcanos y e l or igen de los seres . Su

amor a E lena , e s to es , su a fán de poes ía y de

h e r m o s u r a , n o s e e n t i b i a , s i n e m b a r g o . N a d a d i s

t r ae a F au s t o d e e s t e am or . H a l l a a l c e n t au r o

Ch i r on , m on t a s ob r e s u s e s p a l d as y c or r e e n

2 3 4



E N S A Y O S

busca de E lena . La profe t i sa Manto l e ind ica e l

modo de dar con e l la : l e d ice por qué sendas

debe bajar a l re ino sombrío de P lu tón , en las

más hondas ra íces de l Ol impo, a donde ya bajó

y d e d on d e n u n c a v o l v i ó O r f e o ; F au s t o , c on n o

m e n os b r í o q u e O r f e o y c on m e j or f or t u n a , d e s

c i ende a l Orco en busca de su amada .

ACTO

I I I . — A q u í s e a d v i e r t e m á s a ú n e l d e

fec to de la rea l idad , lo f r ío de la a legor ía . Nada

m ás b e l l o , s i n e m b ar go , c om o f or m a . E s t od o d i

c h os a i m i t ac i ón d e l a p oe s í a gr i e ga an t i gu a ,

c o m b i n a d a m a g i s t r a l y a r m ó n i c a m e n t e c o n l o

cabal l eresco , t rovadoresco y ga lante de la poe

s ía de los s ig los med ios .

F au s t o t i e n e u n c as t i l l o e n l a c i m a d e l T a i ge -

t e s ,

y es cap i tán y pr ínc ipe de guerreros sa l idos

d e l s e n o d e l a n oc h e c i m e r i an a . E l e n a , h u ye n d o

de Menelao, que la quiere sacr i f icar , se refugia

en e l cas t i l lo de Fausto , qu ien la rec ibe como

Am ad í s h u b i e r a r e c i b i d o a B r i o l an j a o a o t r a

p r i n c e s a m e n e s t e r os a q u e v i n i e s e a q u e l a s oc o

r r i e r a e n s u c u i t a . F au s t o , c on s u s gu e r r e r os ,

des troza e l e jérc i to de Mene lao , y con sus moda

les re f inados enamora a E lena en segu ida , que ,

p or o t r a p ar t e , c om o e s s ab i d o , n o e r a u n a r oc a

de f i rme n i un mármol de fr ía .

De s p u é s d e e s t e d ob l e t r i u n f o , F au s t o y E l e n a

se re t i ran a Arcad ia , donde hacen v ida bucó l i ca .

A l l í t i e n e n u n h i j o : E u f o r i ó n . R e m e d o d e H e r -

m e s ,

apenas nace inventa y toca la l i ra , y qu iere

2 3 5



J U A N V A L E R A

sometérse lo y aprop iárse lo todo y sub ir a los

c ie los .

Eufor ión se lanza en e l a i re y cae despeñado ,

cual nuevo I caro . Goethe ce lebra en Eufor ión

a l or d B yr on , y l am e n t a s u m u e r t e . E s u n e p i

s od i o d e e x t r aor d i n ar i a b e l l e z a . E u f or i ón , ad e

má s ,

es s ímbolo de la poes ía moderna , nac ida de

la an t igua be l l eza c lás i ca y de la c i enc ia re f l ex i

va de nues tra edad .

M u e r t o E u f or i ón , e l l az o q u e u n e a F au s t o c on

E l e n a q u e d a d e s h e c h o . E l e n a v u e l v e a l O r c o ;

pero antes de part i r abraza a su esposo y l e de ja

c om o p r e n d a d e am or l a t ú n i c a , y e l v e l o . E s t a s

v e s t i d u r as n o s on l a m i s m a d e i d ad , p e r o s on

d iv inas y t i enen la fuerza de e levar a qu ien las

p os e e p or c i m a d e l a s c os as v u l gar e s . E n e f e c t o ,

e s t a s v e s t i d u r as e n v u e l v e n a F au s t o y l e s u b e n

h ac i a l a s r e g i on e s e t é r e as .

ACTO

I V . — P r o s i g u e e n é l l a a l e gor í a , y e n

n u e s t r o s e n t i r e s e l m e n os d i v e r t i d o d e t od os . E l

e m p e r ad or l u c h a c on u n an t i e m p e r ad or , y c on

aux i l io de Fausto y de Mef i s tó fe les l e derrota .

F au s t o , q u e h a t r a t ad o ya d e c a l m ar s u an h e l o

inf in i to con la c iencia , con la poes ía , en e l seno

de la Naturaleza y en e l seno de la bel leza ideal ,

procura ahora sat i s facer le con e l poder y e l do

m i n i o .

ACTO

V . — T o d a v í a , y a e n u n a e x t r e m a v e j e z ,

F a u st o bu sca e l b ie n sup re m o en la filantropía ,

en hacer la f e l i c idad de sus semejantes , en los

ad e l an t am i e n t os s oc i a l e s . Con e s t e e m p e ñ o d e

236



E N S A Y O S

ad e l an t am i e n t os , c om o e l s on i d o d e l a s c am p an as

le fast id ia , hace que e l d iablo queme la cabana

d e B a u c í s y F i l e m ó n , e m b l e m a d e l a v i d a a n t i

gu a , y q u e m e ad e m ás l a e r m i t a , q u e e s t ab a a l

l ado ,

y d on d e s on ab an l a s c am p an as ; e s t o e s ,

acaba con la re l ig ión , en nombre de lo cómodo y

p r o g r e s i v o .

A p e s ar d e s u p od e r í o , c om od i d ad y b i e n e s

t ar , s i b i e n F au s t o i m p i d e q u e e n t r e n a v i s i t ar l e

e n s u p a l ac i o l a De u d a , l a Ne c e s i d ad y l a M i s e

r ia , no impide que e l Cuidado entre y le af l i ja y

l e c on s u m a .

En med io de sus proyectos benéf i cos de hacer

la d ic ha de los ho m bres , de crear un pueb lo l ibre ,

i n d u s t r i o s o y l l e n o d e v i r t u d e s , F au s t o m u e r e .

L a a l e gor í a n o p u e d e s e r m ás c l ar a . F au s t o h a

d e s e ad o , h a b u s c ad o c u an t o h ay o p u e d e h ab e r

de be l lo en la soc iedad humana, en la mente , en

la fan tas ía , en e l ar te y en la Natura leza . Só lo

n o h a ac e r t ad o a e l e v ar s e p or c i m a d e t od o e s t o ,

en a las de la f e , y no ha buscado jamás en Dios

e l b i e n s u p r e m o . P e r o M ar gar i t a ( y aq u í c e s a

l a a l e gor í a , y p r e c i s am e n t e e n l o m ás s ob r e n a

tura l vue lve e l poema a parecer rea l y a ser , por

t a n t o ,

m ás p oé t i c o ) , p e r o M ar gar i t a , r e p e t i m os ,

q u e s e h a s a l v ad o , h a i n t e r c e d i d o p or F au s

t o c e r c a d e l a V i r ge n S an t í s i m a , y F au s t o s e

salva , a pesar del pacto con Mef is tófe les , e l cual

queda bur lado , aunque no muy desesperado , a

la verdad. Mef is tófe les era un d iablo de buen hu

mor , y sus bufoner ías y ch i s tes duran has ta lo

2 3 7



J U A N V A L E R A

ú l t i m o . L o s á n g e l e s , t a n b o n i t o s , q u e v i e n e n v o

lando para l l evarse e l a lma de Fausto , l e hacen

m u c h í s i m a gr ac i a , y , s i b i e n e l p i c ar o n o s e s i e n

te in f lamado de amor esp ir i tua l , l o que es pro- '

f an a y l a s c i v am e n t e l e s e c h a m i l p i r op os y l e s

d i c e s u s m á s a t r e v i d o s p e n s a m i e n t o s y s e n t i

mientos . E l ac to , no b ien desaparece Mef i s tó fe -

l e s ,

t e r m i n a c o n u n a e s c e n a m í s t i c a , e n u n a T e

ba ida ce les t ia l , donde los Padres de l yermo, la

M a g d a l e n a , l a S a m a r i t a n a , S a n t a M a r í a E g i p

c i a c a , l a m i s m a M a r g a r i t a , y l o s D o c t o r e s e x t á

t i c o s , seráf i cos y profundos , cantan d ignamente ,

de la car idad , de la redención , de la g lor ia y del

a m o r d i v i n o , m i e n t r a s e l a l m a d e F a u s t o s u b e

al c ie lo en v irtud de lo femenino eterno: e x p r e

s ión f i losóf ica con que Goethe des igna a la Ma

dre de Dios o a l concepto de que procede , y con

q u e p on e f e a d i s c or d an c i a e n l o s d i c h os c an t ar e s

re l ig iosos .

T a l e s , e n c om p e n d i o , t od o e l p oe m a d e Faus

t d e l c u a l s ó l o l a p r i m e r a p ar t e v a aq u í t r a

duc ida .

S e r í a t a r e a i n t e r m i n a b l e s i n o s p u s i é r a m o s a

h ab l ar d e c ad a u n a d e s u s e s c e n as y a b u s c ar

i n t e r p r e t a c i o n e s .

S i n i n t e r p r e t a c i ó n a l g u n a , c o m o y a h e m o s d i

c h o ,

t od o t i e n e u n s e n t i d o s i m b ó l i c o i n m e d i a t o

p o r d e m á s t r a n s p a r e n t e . N o h a y q u e i n t e r p r e t a r

e l poema, bas ta l eer le .

S u s d e f e c t o s e s t án s ob r e p u j ad os p or s u s b e l l e

z a s . El sabio, el poeta, el f i lósofo, el corifeo del

2 3 8



E N S A Y O S

gr an s i g l o d e or o d e l a s l e t r as a l e m an as , s e

muestra en es te poema en todo su poder , y todo

é l c on s u s i n m e n s as f ac u l t ad e s .

E l s ó l o p u d o ac om e t e r e m p r e s a t an gr an d e

s in caer en a lgo d igno de r i sa . ¡ A y de l poe ta in

experto e i lu so que , s in med ir sus fuerzas , s in

tener e l gen io , la c iencia , la habi l idad y la pers

p icac ia cr í t i ca de l poeta a lemán , se a treva a se

gu ir le a l seno de las Madres y qu iera traernos

d e a l lí a o t r o F au s t o y a o t r a E l e n a L o m ás q u e

nos traerá , con menos ar te y pac ienc ia que Pa-

r ac e l s o o q u e W agn e r , s e r á u n Homúnculus r i

d ícu lo , que jamás sa ldrá de su redoma, cuya luz

n o gu i ar á a n ad i e p or l o s c am i n os d e l o i d e a l ,

y

c u yo f u e go am or os o , e x c i t ad o p or G a l a t e a , n o

d e r r e t i r á y f u n d i r á e l v i d r i o , d e r r am án d os e e n

el seno del Océano.

S ó l o n os q u e d a q u e añ ad i r q u e e n u n a t r ad u c

c ión , por f ie l que sea , se p ierden las dos terceras

partes de las be l l ezas que es tr iban y se sos t i e

nen en la energ ía y t ersura de la expres ión de l

or i g i n a l . Con t e n t é m on os , p u e s , c on q u e e n n u e s

tra f ie l traducción pers is ta toda aquel la bel leza

ín t ima, que res ide en e l fondo , y no en la forma,

y que e l l ec tor a ten to sabe ha l lar y gus tar , aun

que la l imp ia y esp lénd ida es tructura , e l metro

r e s on an t e y e l h e c h i z o d e l a r i m a h ayan d e s ap a

rec ido .

M a d r i d , 1 8 7 8 .

2 3 9



"Historia, de los heterodoxos españoles"

Por don M arcelino M enéndez Pelo/yo

I

Hará un año , en 1879 , v io la luz púb l i ca e l pr i

m e r t om o , y h ac e p oc o h a ap ar e c i d o e l t om o s e

gu n d o , d e l a ob r a c u yo t í t u l o m e s i r v e d e e p í

gr a f e . Nad i e h a h ab l ad o d e e l l a h as t a ah or a , q u e

yo s e p a , c on e l d e t e n i m i e n t o q u e m e r e c e . E s t o

me inc i ta a hab lar , sa l tando por c ima de l rece lo

de que por mi notor ia amis tad con e l au tor se

e n t i e n d a o s o s p e c h e q u e m i c r í t i c a s e a s ob r ad o

b e n i g n a .

E s c i e r t o q u e m i am i s t ad h ac i a e l au t or e s

grande , pero es tá fundada en e l a l to aprec io que

d e é l h i c e an t e s d e s e r s u am i go . L a am i s t ad

aqu í más b ien es e fec to que causa , y as í nada

hay que temer de que tuerza en es ta ocas ión mi

j u i c i o .

S ob r e l a am i s t ad e s t án i gu a l m e n t e l a s

op in iones y doctr inas d iversas que a l Sr . Me-

2 4 0



E N S A Y O S

néndez y a mí nos separan , y en v i r tud de las

cuales , a pesar de ser é l .mi amigo , no ha de ser

s i empre la ¡ben ign idad la que caracter ice mi cr í

t i c a . An t e s m e t e m o q u e , e n l o s p u n t os e s e n c i a

l e s ,

ha de parecer cr í t i ca de contrar io .

Digna de a labanza y has ta env id iab le es la f i r

me y arra igada fe cató l i ca de l au tor en es ta

época de descre imiento , dudas y vac i lac iones .

Guárdeme Dios de censurar le por es to ; .pero yo

n o p u e do m e n o s d e c e n s u r ar l e p or c i e r t a s c on v i c

c iones , que é l supone como ine lud ib les conse

cuen c ias de d icha f e ; conv icc ion es , en m i se n t i r ,

erróneas , as í como su en lace con la f e e s fa l so y

s o f í s t i c o . L a gr an d i s c r e p an c i a e n t r e e l S r . M e -

néndez y yo es tá en que para é l no hay d i feren

c ia en tre ser cató l i co y ser lo que vu lgarmente

¡han dado en l lamar neo-cató l i co , mien tras que

para mí la d i ferenc ia es c lara y no pequeña .

Du r an t e a l gu n os añ os , e l n e o - c a t o l i c i s m o e s

pañol fué una semi - lherej ía : fué e l sensual i smo

t r ad i c i on a l i s t a d e B on a l d y d e M a i s t r e , e x age

rado y pues to en moda , de l lado acá de los P ir i

n e o s ,

p or e l e l oc u e n t e m ar q u é s d e Va l d e gam as .

F u n d án d os e e n u n a p s i c o l og í a q u e d e s p o j ab a a l

a l m a h u m an a d e s u s m ás n ob l e s f ac u l t ad e s , y e n

un escept i c i smo rad ica l que no só lo sos ten ía que

i gn or am os ' n a t u r a l m e n t e t od a v e r d ad t r as c e n

denta l , s ino que somos incapaces de descubr ir la ,

p u e s p ar a n u e s t r a r az ón l a v e r d ad e s l a m e n t i

ra ,

y lo malo es lo bueno , Donoso Cortés se re

fug iab a en la f e y sos ten ía que lo que sab em os lo

E N S A Y O S . — T . I I I 1 6

2 4 1



J U A N V A L E R A

s ab e m os p or e n s e ñ an z a m at e r i a l , q u e h a e n t r a

do por los o ídos y por los ojos , y que ha ido

t r an s m i t i é n d os e d e s i g l o e n s i g l o y d e ge n t e e n

ge n t e , c u a l d e j o d e v ar i a s r e v e l ac i on e s s ob r e n a

tura les .

Ta l doctr ina , por for tuna , pasó ya de moda .

E l S r . M e n é n d e z P e l ayo , c on l a d e s e n f ad ad a j u s

t i fi cac ión que l e e s prop ia , pon dr á s in dud a e n t re

los he terodoxos a Donoso Cortés y a los que fue

r on s u s p ar c i a l e s ; p e r o , s i p as ó e s t a m od a d e

ser neo-cató l i co , lo que es e l neo-cato l i c i smo s i

g u e ,

y de é l creemos que e l Sr . Menéndez está

inf ic ionado.

A s e g u r a n a l g u n o s q u e l o s r a c i o n a l i s t a s , o s o

lapa dos o desc ub ie r tos , a f in de a ta car la re l ig ió n

c a t ó l i c a s i n p r o m o v e r g r a v e e s c á n d a l o , e m p i e

z an p or l l am ar l a n e o - c a t o l i c i s m o , y d e s p u é s l a

a t ac an . No m e d e f e n d e r é yo d e ap e l ar a e s t e

ard id , n i me enredaré en su t i l ezas para probar

que una cosa es cato l i c i smo y o tra neo-cato l i c i s

m o . D i r é s ó l o q u e , s i e s m e n e s t e r s o s t e n e r , p ar a

ser buen cató l i co , que la re l ig ión debe imponerse

por fuerza; que la Inqu i s i c ión es o fué d igna de

e l og i o ; q u e l a l i b e r t ad d e p e n s am i e n t o , d e i m

prenta y de cu l tos es mala; y que es abominabl ie

e l pa rla m en tar ism o, esto- es , e l gob iern o que s e

funda en la d i scus ión de los asuntos púb l i cos por

los e l eg idos de l pueb lo para que l e representen ,

yo s oy u n c a t ó l i c o m a l o y s o s p e c h os o . E n s u m a ,

yo no creo que e l ser catól ico impl ique ser car

l i s ta , o , por lo menos , abso lu t i s ta .

2 4 2



E N S A Y O S

Au n q u e e l S r . M e n é n d e z P e l ayo e s a f e r r ad o y

p e r t i n az e n s u s i d e as , t od av í a t e n go yo a l gu n a

esperanza de que en es te punto cambie . Su neo

cato l i c i smo puede desaparecer , y é l en tonces ga

n ar á m u c h o . P or ah or a h ay , a m i v e r , e n c u an t o

escr ibe , su poco de neo-catol ic i smo, lo cual le

p e r j u d i c a b as t an t e .

E n l a ob r a d e q u e v am os a d ar c u e n t a s e n o t a ,

más que en nada de lo que e l Sr . Menéndez ha

b ía escr i to an tes , e l menc ionado preju ic io . En

p r i m e r l u gar , s i n o l a n e gac i ón t e r m i n an t e d e

l a d oc t r i n a d e l p r ogr e s o , c i e r t a v e r g ü e n z a p u e r i l

de confesar que en e l la se cree , y c i er ta man ía

de lanzar de vez en cuando dardos sa t í r i cos con

t r a l a e d ad p r e s e n t e , d e p o j an a e s t a h i s t or i a d e

u n i d ad y p r op ós i t o . P ar e c e u n a f an t as m agor í a

de casos y de f iguras y de ac tos , donde s i la Pro

v idenc ia puso a lgún f in o a lguna in tenc ión , e l

h i s t or i ad or n i l o s o s p e c h a . De e s t o n o ac u s ar í a

m os a l S r . M e n é n d e z P e l ayo s i f u e s e r ac i on a l i s

t a , e s c é p t i c o y d e s c r e í d o . No c u i d án d os e D i os d e

l a h u m an i d ad , n o e s e x t r añ o q u e l a h u m an i d ad

c am i n e a l a v e n t u r a ; p e r o c u i d án d os e D i os d e

e l la , y s i endo prov idente , a lgún p lan han de se

gu i r l o s s u c e s os , y a l gú n or d e n h a d e s a l i r d e l

c on j u n t o d e l a s ac c i on e s d e l o s h om b r e s , d e s u s

p e n s a m i e n t o s y h a s t a d e s u s e x t r a v í o s . E l h i s t o

r iador no t i ene ob l igac ión de es tar en e l secre to;

puede a legar que Dios no l e ha conf iado sus ines

c r u t ab l e s d e s i gn i o s ; p e r o d e b e a f an ar s e p or av e

r i gu a r l o s , h a s t a d on d e s e a p os i b l e , c on h u m i l d ad

2 4 3



J U A N V A L E R A

y respeto , y , sobre todo , creer que los hay y que

son para b ien .

En la h i s tor ia de un suceso po l í t i co o de un

p e r í od o c u a l q u i e r a d e l a v i d a e x t e r n a d e u n a n a

ció n ca be pr es cin di r de ta le s f ilosofías; pe ro e n

u n a h i s t or i a c om p l e t a d e t od as l a s ab e r r ac i on e s

d e l p e n s am i e n t o h u m an o , s i e n u n s o l o p a í s , r e l a

c ionada con la de l res to de l mundo , y durante

m á s d e m i l o c h o c i e n t o s a ñ o s , c r e e m o s q u e e l a u

tor no debe ser tan parco y tan prudente , y debe

d e s e m b o z a r s e a l g o m á s . E n e s t o , c o m o e n o t r a s

c o s a s , e l S r . M e n é n d e z e s t á i n t i m i d ad o p or s u

neo-cato l i c i smo, de l cua l brota a veces la contra

d icc ión en su esp ír i tu .

E s u n a d e s u s p r i n c i p a l e s c on t r ad i c c i on e s l a

q u e n a c e d e s u a m or a l a s c i e n c i a s e s p e c u l a t i v as .

P or e s t e am or , e l S r . M e n é n d e z P e l ayo , s i n p o

d e r r e m e d i ar l o , gu s t a d e l o s h e t e r od ox os . E n t r e

l o s q u e e n t i e n d e n q u e e n E s p a ñ a h a y u n a c i e n

c i a c as t i z a , e n t r e l o s q u e a f i r m an q u e h ay a l go

que pu ed e l lam ar se filosofía esp añ ola , e l señ or

M e n é n d e z e s d e i o s p r i m e r o s . A h o r a b i e n ; t o d a

n u e s t r a c i e n c i a e s p e c u l a t i v a 'no e s or t od ox a . D e

m os d e b ar a t o q u e l o m e j or d e e l l a l o e s o l o f u é ;

p e r o au n q u e d ar á u n a gr an c an t i d ad d e c i e n c i a

h e t e r o d ox a d on d e l o s e s p añ o l e s h a ya n d ad o p r u e

b as d e s u a l t u r a d e e n t e n d i m i e n t o , d e s u or i g i

nal idad y de sus bríos . En aquel la parte del 'a lma

d o n d e e l S r . M e n é n d e z P e l a y o e s c l á s i c o , h u m a

n i s t a , e n am or ad o d e l a an t i gü e d ad ge n t í l i c a y

entusiasta del saber y de la f i losofía, hay hasta

2 4 4



E N S A Y O S

am or p ar a l o s h e t e r od ox os e s p añ o l e s . A l l í e l s e

ñ or M e n é n d e z l e s p r e s t a m ás v a l e r y m ás i m p or

tanc ia de los que t i enen . Pero en o tra parte de l

a l m a , d on d e e l S r . M e n é n d e z P e l ayo e s s e c t ar i o

e intolerante , se a lza una voz que contradice la

pr im era a f i rmac ión y que tra ta de per sua d ir de

q u e n u e s t r os h e t e r od ox os v a l e n m u y p oc a c os a :

son só lo eco , remedo , pá l ido trasunto de lo que

e n o t r as n ac i on e s s e h a p e n s ad o y e s c r i t o : c a

r e c e n d e p e n s am i e n t o p r op i o . Y s i e n d o a s í , l a

Historia de los heterodoxos, s i b i en no deja r ía

jamás de ser una co lecc ión y ser i e de not i c ias

s i n gu l ar e s y c u r i o s as , p e r d e r í a l o m ás d e s u v a

le r : se r ía buen a pa ra en tre ten er a l a f i cionado a

c as os r ar os , p e r o n o m e r e c e r í a f or m ar p ar t e d e

l a h i s t or i a u n i v e r s a l d e l p e n s am i e n t o .

E n e l discurso preliminar nos dec la ra e l señor

M e n é n d e z q u e l a reforma e n E s p añ a e s s ó l o u n

ep i sod io cur ioso y de no grande trascendenc ia , y

q u e t od a h e r e j í a v i n o d e f u e r a ; q u e aq u í n ad a

s e h a c r e ad o e n e s t e gé n e r o q u e t e n ga e l m e n or

s e l l o o r i g i n a l : e l g n o s t i c i s m o v i n o d e E g i p t o ;

l a s t e or í a s d e S e r v e t s on n e o - p l a t ón i c as ; l a s d e

Av e r r oe s y d e Av i c e b r ón , d e j u d í os y d e ár ab e s ,

e s t o e s , q u e t am b i é n l a s e x t r añ a y desnacionali

za;

e l m o l i n os i s m o e s i t a l i an o , y h as t a l a b r u j e

r í a e s e x t r an j e r a . F u e r a d e e s t a s ge n e r a l e s d i

recc io nes — -añade e l Sr . M ené nde z— , ¿qué no s

p r e s e n t a l a h e t e r o d o x i a e s p a ñ o l a ? N o m b r e s o b s

curos . . .

e x t r a v a g a n c i a s , e r r o r e s p a r t i c u l a r e s : e l

in f lu jo inev i tab le de pa í ses ex traños , e l jansen i s - .

245



J U A N V A L E R A

m o , e l e n c i c l op e d i s m o y e l p os i t i v i s m o f r an c e

s e s ;

e l i d e a l i s m o , e l p an t e í s m o y e l p an e n t e í s m o

a l e m an e s . E l S r . M e n é n d e z , m ov i d o d e s an t o f u

ror , no só lo condena lo pasado , s ino también lo

p r e s e n t e y l o f u t u r o , c om o n o s e a or t od ox o . No

es pos ib le para é l que haya l ibro a lguno español

y h e t e r od ox o q u e v a l ga a l go . T od os h an p as ad o

o p as ar án a l a h on r ad a c a t e gor í a d e rarezas. N o

s e p u e d e l l e v ar m ás a l l á e l e n v i l e c i m i e n t o , e l

descréd i to que arroja e l Sr . Menéndez sobre e l

asunto de que va a t ratar , y de que va a t ratar , o

e s t á ya t r a t an d o , n ad a m e n os q u e e n t r e s gr u e

s os t om os d e e d i c i ón c om p ac t a y d e 800 a 900 p á

g inas cada uno . ¿Cómo, s i todo e l lo se reduce a

e x t r a v a g a n c i a s , r a r e z a s , n o m b r e s o b s c u r o s , c u

r i o s i d ad e s s i n t r as c e d e n c i a , y ad e m ás c óm o , s i

t od o c ar e c e d e or i g i n a l i d ad , p or q u e e s t á t om ad o

de acá y de acul lá y nada hay español y cast izo ,

l l enar con todo e l lo 2 .700 pág inas de 34 ó 36 l í

neas cada una? En v ir tud de l buen es t i lo y de la

gr ac i a e n e l n ar r ar s e r á ob r a d i v e r t i d a c om o

una nove la , pero su va lor c i en t í f i co será corto .

S i t od a d oc t r i n a h e t e r od ox a e s i m p or t ac i ón ,

h ab r á o t r o i n c on v e n i e n t e e n e s t a h i s t o r i a . O b i e n

e l h i s t or i ad or t e n d r á q u e d e c i r q u e t a l h e r e j e

e s p añ o l f u é gn ós t i c o ; t a l o t r o , ar r i an o ; t a l o t r o ,

i c on oc l a s t a ; t a l o t r o , an t i t r i n i t ar i o , y r e m i t i r n os

a l a s h i s t or i a s d e d i c h as h e r e j í a s e s c r i t a s ya e n

p a í s e x t r an j e r o , o t e n d r á q u e h ac e r u n e x t r ac t o

o u n a n u e v a h i s t or i a d e c ad a u n a d e d i c h as h e

r e j í a s ,

d on d e s ó l o p or e l i d i om a h ab r á a l go d e

2 4 6



E N S A Y O S

español , para añad ir luego que ta l rey suevo o

v i s igodo , que ta l presb í tero u ob i spo , o que ta l

cabal l ero part i cu lar , o que ta les c iudadanos tu

v i e r on e n E s p añ a e l an t o j o d e ad op t ar aq u e l l o s

e r r or e s y d e d i v u l gar l o s e n t r e n u e s t r o s c om p a

t r i o t a s . E n t e n d i d a la Historia de los heterodoxos

españoles de es t a suerte , pod r ía se r am ena , pero

p e r d e r í a n o p o c o m é r i t o : s e r í a u n a n u e v a H i s

tor ia genera l de las herej ías cr i s t ianas con ap l i

c a c i ó n a E s p a ñ a . L a p a r t e m á s i m p o r t a n t e , e l

pensamiento , la doctr ina, la f i losof ía del asunto

carecer ía de novedad y de ser or ig ina l y prop io

d e E s p añ a: l o ú n i c o n u e v o , or i g i n a l y p r op i o s e

r ía la v ida s ingu lar de l fanát i co , de l loco , de l a l

b or o t ad or o d e l av e n t u r e r o q u e i m p or t ó l a i d e a

h e t e r od ox a e n E s p añ a , y q u e p or e n d e f u é c as

t i gad o , o ya q u e m ad o o ya p as e ad o c on c or az a

l l ena de l lamas o de demonios .

L a h i s t or i a d e l o s h e t e r od ox os e s p añ o l e s , au n

s i e n d o é s t o s ge n t e d e t an p oc a c u e n t a p or l o e s

p e c u l a t i v o , s e r í a d e l m ayor i n t e r é s s i h u b i e s e n

s u s i m p or t ad a s h e r e j í a s t r as c e n d i d o a l a p o l í ti c a

y c au s ad o t r as t or n os , r e v o l u c i on e s y gu e r r as c i

v i l e s ;

p e r o e l i n t e r é s e s t ar í a e n e s t a s gu e r r as ,

r e v o l u c i on e s y t r as t or n os q u e n o c r e e m os q u e

e l S r . M e n é n d e z t oq u e s i n o s om e r am e n t e , c on c r e

tándose a profund izar las doctr inas y los hechos

m ás i n m e d i a t os e n r e l ac i ón c on e l l a s .

En suma, s i desde que Sant iago , s i e s que San

t ia go v in o a E spa ña , y s i desde que Sa n P ab lo ,

ya que .San Pab lo parece que v ino , y s i desde

2 4 7



J U A N V A L E R A

q u e l o s v ar on e s ap os t ó l i c o s , e n v i ad os p or S an

P e d r o , d i f u n d i e r on e n n u e s t r a t i e r r a l a l u z d e

la buena doctr ina cató l i ca , e l e sp ír i tu español se

bañó de ta l suerte en d icha luz que nada o poco

va le y produce cuando de e l la se aparta , e l asun

t o d e e s t a h i s t or i a d e l o s h e t e r od ox os e s u n

a s u n t o i n g r a t í s i m o .

P or d e s gr ac i a p ar a n u e s t r a r e p u t ac i ón d e c a

tól icos f irmes y por fortuna para e l l ibro del se

ñ or M e n é n d e z P e l ayo , n o s u c e d e t a l c o s a . An t e s

s e n o t a q u e e l f e r v or c a t ó l ic o , i n t r an s i ge n t e , n a

c i on a l y e x c l u s i v o , ap e n as s e m os t r ó e n l a p e n

ínsu la ibér ica s ino en e l s ig lo

XV,

y no obró todos

s u s e f e c t o s , b u e n os y m a l os , s i n o d u r an t e l o s s i

g l o s X V I y x v i l . Lo que es an tes b ien se puede

a f i r m ar q u e E s p añ a f u é u n o d e l o s p a í s e s m e n os

c a t ó l i c o s d e t od a l a E u r op a c i v i l i z ad a . L a r e l i

g i ón y s u p e r s t i c i on e s ge n t í l i c a s d u r ar on s i g l o s

en tre la gente rús t i ca , a pesar de la pred icac ión

d e l E v an ge l i o . E n e l l ar go p e r í od o v i s ogó t i c o ,

a u n q u e p e r s e g u i d o s y m a l t r a t a d o s , h u b o m u c h o s

j u d í os , m ás q u e e n n i n gu n a o t r a n ac i ón d e E u

r op a . L a r az a d om i n ad or a s i gu i ó s i e n d o ar r i an a

p or l ar go t i e m p o . S i e s t a r az a s e d e c l ar ó c a t ó

l i c a m ás t ar d e y t r a t ó d e d ar a l p a í s u n i d ad r e

l i g i o s a o f i c i a l , d i s t ó m u c h o d e l ogr ar l o ; l a s d i s

c or d i as c i v i l e s , l a s gu e r r as y r e b e l i on e s , y au n

l os c on at o s d e h a c e r ap o s t a t a r d e s d e e l t r on o

m i s m o , d e m u e s t r a n q u e e l a r r i a n i s m o s o b r e v i

v í a . M as s e d e m u e s t r an aú n l a f a l t a d e c on c i e r

to po l í t i co y re l ig ioso y e l d i sgusto o la ind i fe -

2 4 8



E N S A Y O S

r e n d a d e l p u e b l o , p or l a p r on t i t u d a s om b r os a y

p or l a f ac i l i d ad c on q u e l a c on q u i s t a m ah om e t a

na se h izo . No se conc ibe que un pa í s de unos

c u an t os m i l l on e s d e a l m as s e e n t r e gu e a d i e z o

d oc e m i l e x t r an j e r os , s i n o e s t á m u y d e s c on t e n t o

de l yugo que sobre é l pesa y s i no l lama a l ex

t r an j e r o p ar a q u e l e l i b e r t e . As í e s q u e l o s m a

h om e t an os v i e n e n l l am ad os p or p r í n c i p e s d e

s an gr e r e a l , p or m agn at e s y h as t a p or ob i s p os ,

lo s cuales no só lo los l lam an, s ino , que com bate n

al lado de e l los contr a la ban dera nac ion al y con

t r a e l c a t o l i c i s m o . ¡ B u e n os y f e r v or os os c a t ó l i

cos ser ían , pues , Don Opas , Don Ju l ián y los h i

j o s d e W i t i z a P r i n c e s a s , r e i n a s y , p o r c o n s i

gu i e n t e , m u j e r e s c a t ó l i c a s d e t od as c l a s e s p as an

l u e g o ,

s in res i s tenc ia y has ta con gusto , a l 'ha

rén de los cap i tanes , emires y so ldados árabes y

a f r i c an os , q u i e n e s d e f i j o n o t r a j e r on m u j e r e s

de por a l lá .

E l p a í s , e n gr an p ar t e , ac ab a p or h ac e r s e m u s -

l i m . S i h u b o m u z ár ab e s , t am b i é n h u b o m u l ad i e s .

¿ Q u i é n d u d a q u e h a s t a r e y e s m a h o m e t a n o s y

d i n as t í a s e n t e r as h u b o e n E s p añ a q u e n o t r a í an

s u e s t i r p e d e B e r b e r í a n i d e Ar ab i a , s i n o q u e

e r an d e r az a gó t i c a o h i s p an o- l a t i n a c i r c u n c i

dada?

L a gu e r r a s e c u l ar q u e s e s i gu i ó d e s p u é s , d e s

d e Cov ad on ga a G r an ad a , n o t i e n e s ó l o c ar ác

t e r r e l i g i o s o n i d e e s p añ o l e s c on t r a i n v as or e s

e x t r a n j e r o s : e s c a s i s i e m p r e y m e r a m e n t e g u e

r r a d e u n os E s t ad os c on t r a o t r os d e l o s v ar i o s

2 4 9



J U A N V A L E R A

en que la Pen ínsu la se d iv id ía . C ier to es que lu

c h a b a n m á s a m e n u d o c r i s t i a n o s c o n t r a m u s l i

m e s ;

p e r o t am p oc o d e j ab an d e l u c h ar c on f r e

c u e n c i a u n os c r i s t i an os c on t r a o t r os . Y c i e r t o e s

as i m i s m o q u e , a p e s ar d e l a d i v e r s i d ad d e c r e e n

c ias y de pertenecer unos a un Estado y o tros a

o t r o s ,

h ab í a e n t r e l o s e s p añ o l e s u n l az o d e n a

c i on a l i d ad m ás e s t r e c h o a v e c e s q u e e n o t r os

p a í s e s d e E u r op a d on d e t od os e r an c a t ó l i c o s .

H as t a l a l e ye n d a y l a p oe s í a é p i c a d an t e s t i

m on i o d e e s t o q u e l l am an ah or a e s p añ o l i s m o ,

s e n t i m i e n t o q u e s e p on e p or c i m a d e l a d i f e r e n

c ia de re l ig ión . La epopeya de Roncesva l l e s ,

¿qué s ign i f i ca más que es to? Bernardo de l Car

p ió ahoga a Roldan , a l héroe cató l i co , para im

p e d i r q u e v u e l v a a c r i s t i a n i z a r s e l a E s p a ñ a m u s

l í m i c a . L os v as c os p e l e an t am b i é n , e n p r o d e l

i s l am i s m o , c on t r a e l f u n d ad or d e l S ac r o I m p e r i o

Rom an o . E n l a i m ag i n ac i ón p op u l ar , an t e s d e

s e r m u s l i m e s y an t e s d e s e r c r i s t i an os , t od os ,

d e l l ad o ac á d e l P i r i n e o , s e t i e n e n p or c om p at r i

c i o s y c o m o p o r h e r m a n o s , y c o m b a t e n c o n t r a

Garlo-Magno y las fuerzas de l cato l i c i smo, que

v e n í an d e f u e r a .

Desde que acabó e l ca l i fa to de Córdoba , todos

aq u e l l o s r e ye z u e l o s m or os s on t o l e r an t e s e n p u n

t o a r e l i g i ón , c u an d o n o s on i n d i f e r e n t e s . L os

p r í n c i p e s c r i s t i an os s e s e ñ a l an t am b i é n p or s u

to leranc ia , cuando no por su ind i ferenc ia . E l fa

n a t i s m o y l a i n t o l e r an c i a r e l i g i o s a t i e n e n q u e

v e n i r d e p a í s e x t r a n j e r o : e n t r e l o s m u s l i m e s ,

2 5 0



E N S A Y O S

p or m e d i o d e s u c e s i v as i n v as i on e s a f r i c an as , d e

b ár b ar os f an á t i c os ; e n t r e l o s c r i s t i an os , p or m e

d i o d e f r an c e s e s , a l e m an e s y o t r os av e n t u r e r os ,

que acuden como cruzados , y a qu ienes nues tros

m i s m os c om p at r i o t a s c a t ó l i c o s t i e n e n q u e r e p r i

mir y expu lsar con frecuenc ia , por harto feroces

c o n t r a i s r a e l i t a s y m u s l i m e s .

E n r e s o l u c i ón , n o s e ad v i e r t e e s a u n an i m i d ad

c a t ó l i c a e n E s p añ a h as t a b i e n e n t r ad o e l s i

g l o

XV.

Y m u c h o m e n os s e ad v i e r t e q u e e l p e n s a

m i e n t o e s p añ o l s e a m ás p od e r os o y f e c u n d o

cuando cató l i co y or todoxo que cuando hetero

d o x o . A n t e s b i e n , ac on t e c e , p r e s c i n d i e n d o d el v a

lor in tr ínse co de las cosas y a tend ien do só lo a

su fama y a su in f lu jo , que e l pensamiento espa

ñol ha dado más c lara muestra de s í y ha im

p or t ad o m ás e n l a h i s t or i a u n i v e r s a l d e l p e n s a

m i e n t o h u m a n o c u a nd o n o er a c a t ó l ic o q u e c u a n

do lo era . Las cuatro f iguras que en la c iencia

es pe cu lat iv a, en la fi losofía, se h a n lev an ta do en

E s p a ñ a y h a n e n t r a d o m á s e n e l m o v i m i e n t o t o

ta l de la e specu lac ión humana han s ido Séneca ,

A v e r r o e s , A v i c e b r ó n y M a i m ó n i d e s . S ó l o h a y

una f igura que compite con estas cuatro , y es ca

tó l i ca , pero su tr iunfo apenas se funda en lo e s

pecu lat ivo y t eór ico , s ino que debe mucho a la

ac c i ón : I gn ac i o d e L oyo l a .

H a s t a l o s s a b i o s de m á s n o t a , q u e p e r m a n e c e n

or t od ox os , v i v e n e n E s p añ a e n é p oc a d e h e t e r o

dox ia , e s to es , en época en que hay c i er ta l iber

t ad d e p e n s am i e n t o ; e n é p oc a e n q u e l a u n an i -

2 5 1



J U A N V A L E R A

m i d ad e n l a c r e e n c i a n o ac ab a p or i m p on e r s e d e

u n m od o t i r án i c o y ah oga l a or i g i n a l i d ad , a s í

p a r a l o o r t o d o x o c o m o p a r a l o h e t e r o d o x o . T o

d a v í a R a i m u n d o L u l i o , e n m e d i o d e s u s e x t r a -

ñezas y de l i r ios , ha e jerc ido más in f lu jo en las

n a c i o n e s y h a l o g r a d o m á s f a m a q u e c a s i t o d o s

nu es tr os t eó log os y f i lósofos de los s ig los X V I

y X V I I .

E n t e n d i d as a s í l a s c o s as , l a Historia de los he

terodoxos españoles t i e n e a l t í s i m a i m p o r t a n c i a :

e s l a h i s t or i a d e gr a n p ar t e d el p e n s am i e n t o e s

p añ o l : n o e s l a h i s t or i a d e u n as c u an t as c r i a t u

r a s e s t r a f a l a r i a s , r a r a s , m o n s t r u o s a s y f e n o m e

n a l e s q u e c oge n a l go f ab r i c ad o e n p a í s e x t r an

jero y lo in troducen en España , a pesar de la

p r oh i b i c i ón y a m od o d e c on t r ab an d i s t a s .

C laro es tá que los he tero do xo s españ oles t i e

n e n q u e s e r p an t e í s t a s , o e m an at i s t a s , o e s c é p t i -

cos , o m í s t i c o s , o m at e r i a l i s t a s , o i d e a l i s t a s , e t c . ;

p e r o s i p or e s t o f u é s e m os a n e gar l e s or i g i n a l i

d ad , ¿q u i é n h ab r í a q u e l a t u v i e s e ? L a h i s t or i a

tot al de la filosofía se r í a u n a ete rn a rep et ic ión

desde que en la Ind ia empezaron a f i losofar los ;

br ah m an es ha s ta lo s m á s flamantes esc r i to s de

K u n o V i s c h e r o d e c u a l q u i e r p o s i t i v i s t a i n g l é s .

La or ig ina l idad es tá en e l método , en la su t i l eza ,

d e l o s a r g u m e n t o s y e n l a m a n e r a d e e n c a d e

n ar l o s .

E n l o e s e n c i a l, ¿ q u é e n t e n d i m i e n t o h u m a n o

p o d r á i m a g i n a r p a r a c a d a u n o d e l o s m á s o b s

c u r os p r ob l e m as a l g u n a n u e v a s o l u c i ón a m á s

2 5 2



E N S A Y O S

de la que desde que se d i scurr ió la vez pr imera

se l e o f r e c i e r o n ? ¿ H a y m á s , e n s u m a , p a r a c a d a

p r ob l e m a q ue d os t é r m i n os e x t r e m os y l o s t é r

m i n os m e d i os q u e e n t r e l o s d os e x t r e m os p u e d e n

c o l oc ar s e ? S i s e t r a t a d e D i os y d e l m u n d o , o

D i os e s t od o o D i os e s n ad a , p an t e í s m o y a t e í s

m o , y t é r m i n o s m e d i o s r a z o n a b l e s , m i e n t r a s q u e

los ex tremos se tocan y se tocan en lo absurdo .

S i se t rata de l or igen de las ideas , o todo v i ene

p or l o s s e n t i d os o t od o e s c r e ac i ón d e l a m e n t e :

i d e a l i s m o y s e n s u a l i s m o . E n e l t é r m i n o m e d i o

es tá , s in duda , lo jus to . Y as í de lo demás; pero

s i n p o d e r n u n c a l a m e n t e h u m a n a m á s p r e n d a

d a d e l o n u e v o , i m ag i n ar a l go q u e r ad i c a l m e n t e

d i s c r e p e d e t a l e s s o l u c i on e s .

P or e s t o h a l l am os i n j u s t o a l S r . M e n é n d e z P e -

l ayo c u an d o ac u s a d e p oc o or i g i n a l e s a l o s h e t e

r od ox os e s p añ o l e s . S i l o s h e t e r od ox os n o s on or i

g ina les , ¿qué d iremos de la or ig ina l idad de nues

t r o s p e n s a d o r e s o r t o d o x o s ? E s t o s p o d r í a n s e r

m ar av i l l o s os , s u b l i m e s , m e r e c e d or e s p or e l e s t i l o

d e l o s m ayor e s e n c om i os ; p e r o e n e l f on d o e r a

c a s i i m p o s i b l e q u e f u e s e n m u y o r i g i n a l e s . P r e

v a l e c i e n d o e n E s p añ a l a m ás r u d a i n t o l e r an c i a

re l ig iosa , toda e levada especu lac ión ca ía abat ida

p or e l t e r r or ; t od o p e n s am i e n t o t r as c e n d e n t a l

m or í a d e m i e d o a l n ac e r .

As í , l os que def i enden como los que censuran

la Inqu i s i c ión yerran , a nues tro ver , en un pun

t o i m p o r t a n t e . P a r a e n m e n d a r e s t e y e r r o t e n e

m o s que hac ern os ahora , com o y a en o tro s caso s ,

2 53



E N S A Y O S

robustecida y educada luego por l ia f i losofía, por

la ind i ferenc ia y por e l rac ional i smo.

En e l in s tante en que empieza a f lorecer e l Re

nac imiento en todos los pueb los de Europa , l l ega

España a l apogeo de su poder , rea l i za su un idad ,

y es reg ida por los ce tros un idos de un rey y de

u n a r e i n a , i n t e l i ge n t e s y ac t i v os , q u i e n e s s e ap o

yan en e l pueblo , as í para acabar con e l ún ico

E s t a d o m a h o m e t a n o q u e a u n q u e d a ba , c o m o p a r a

vencer y domar e l orgu l lo turbu len to de los gran

d e s s e ñ or e s . E s t a d e m oc r ac i a , d i r i g i d a p or l o s

r e y e s , y en qu ien los reyes c i f raban su fuerza ,

t om ó p or l e m a d e s u b an d e r a e l m ás i n t o l e r an t e

c a t o l i c i s m o; j u z gó q u e , t an t o e l d i f u n d i r l e p or

l a s m ás ap ar t ad as r e g i on e s , m e r c e d a l a c on s

t an c i a y a l d e n u e d o d e n u e s t r os m i s i on e r os , gu e

r r e r os y m ar i n os , c om o e l c on s e r v ar l e e n t od a

su pureza en e l suelo de la patr ia , merced a los

i n q u i s i d or e s , e r a n u e s t r a m i s i ón p r ov i d e n c i a l , a

c u yo c u m p l i m i e n t o i b an u n i d as l a gr an d e z a y

la g lor ia , y cuyo término hab ía de ser ta l vez la

creac ión de un imper io más ex tenso , f lorec ien te ,

poderoso y capaz de durac ión que todos aque l los

q u e h ab í an e x i s t i d o an t e s .

Es ta idea , que fué poco a poco apoderándose

d e l án i m o d e l o s e s p añ o l e s , t e n í a m u c h o d e e s

p a n t o s a m e n t e s u b l i m e y a l g o d e semítico; E s p a

ña era un pueb lo de Dios , y hab ía de pe lear por

D i o s ,

y D i os h ab í a d e p e l e ar p or E s p añ a e n

a l i an z a d e f e n s i v a y o f e n s i v a c on t r a t od as l a s

2 5 5



J U A N V A L E R A

n ac i on e s , t r i b u s y l e n gu as d e l a t i e r r a q u e n o

le reconoc iesen y acatasen .

Au n q u e n o e s t u v i e s e f or m u l ad a c on l a c l a

r i d ad c on q u e l a f or m u l am os ah or a d e u n m od o

fr ío y re f l ex ivo , la ta l idea ag i taba a los e s

pañoles de f ines del s ig lo xv y del s ig lo

x v i ,

y si

b ien con bur i l confuso , hab ía s ido honda e inde

l e b l e m e n t e gr ab ad a e n l a m e n t e d e e l l o s , s i e n d o

causa e f i caz de sus ac tos y or igen de nues tro

p o r t e n t o s o e n g r a n d e c i m i e n t o , a p a r q u e d e n u e s

t r a d e c ad e n c i a y p os t r ac i ón i n m e d i a t a .

M u c h o d i s t am os d e n e gar l a r e s p on s ab i l i d ad

m or a l d e l o s i n d i v i d u os ; p e r o e n l a s gr an d e s c o

l e c t i v i d a d e s q u e s e l lam an n a c i on e s , y s ob r e t od o

en e l papel que del r ico y variado drama de la

h i s t or i a t i e n e q u e d e s e m p e ñ ar c ad a u n a , h ay a l go

q u e n ac e d e u n m od o i n e v i t ab l e d e l or d e n m i s m o

c on q u e l o s c as os v an s ob r e v i n i e n d o y e n l a

z án d os e .

E s t e e n l ac e d e c as os y c i r c u n s t an c i a s i m p u s o

a E s p a ñ a d u r a n t e m á s d e d o s s i g l o s e l g r a n d e ,

aunque pel igroso , papel de ser adal id de la re

l i g i ón c a t ó l i c a e n l a oc as i ón d e m ás e m p e ñ o y

d i f i cu l tad cuando la re forma, e l pagan i smo rer

suc i tado y las imp iedades f i losóf i cas se l evanta

r on a c om b at i r l a a l m i s m o t i e m p o .

E n t o n c e s n o e r a n l o s h o m b r e s t a n m i r a d o s y

e s c r u p u l os os c om o ah or a e n l a e l e c c i ón d e m e

d ios para lograr un f in . Los corazones no eran

t an b l an d os . E l d o l or f í s i c o y l a m u e r t e n o m o

v í a n t a n t o a p i e d a d . L a v i d a h u m a n a e r a m e

ase



E N S A Y O S

n os r e s p e t ad a . L os p r í n c i p e s s e c on s i d e r ab an

c on d e r e c h o a m at ar p or r az ón d e E s t ad o . J u z

g a b a n m u c h o s g r a n d e z a d e c o r a z ó n v e n g a r s e ,

au n q u e f u e s e a p u ñ a l ad as y c on v e n e n o . L a t or

tura se ap l i caba en todos los t r ibunales . Los

c as t i gos s o l í an s e r a t r oc e s . H ab í a ya r e f i n am i e n

to y e l eganc ia , pero aun no hab ía du lzura en las

c o s t u m b r e s .

E n e l e n t e n d i m i e n t o d e u n h om b r e s d e e n t on

ces ,

s i e r a c a t ó l i c o , t e n í a i n v e n c i b l e f u e r z a e s t a

s e r i e d e r ac i oc i n i o s : s e c au t e r i z a u n a l l aga p ar a

q u e n o c om u n i q u e l a gan gr e n a y d e s t r u ya l o q u e

es tá sa no en u n cuerpo , luego,- con no m eno r ra

z ó n , s e d e b e q u e m ar a l h e r e j e p ar a q u e n o c on

t am i n e l a p ar t e s an a d e l a r e p ú b l i c a ; u n p oc o

d e l e v ad u r a h ac e f e r m e n t ar t od a l a m as a , l u e go

d e b e ar r an c ar s e o s e p ar ar s e l a l e v ad u r a , l u e go

l a e x p u l s i ón e s j u s t a y c on v e n i e n t e y d e b e m os

e c h ar a l o s m or i s c os y a l o s j u d í os ; s i c a s t i ga

m os a l ad ú l t e r o , c on m ás r az ón d e b e m os c as t i

gar a l após tata , que adu l tera contra Dios , y s i

i m p on e m os s e v e r í s i m as p e n as a l q u e f a l s i f i c a u n

d oc u m e n t o d e i n t e r é s t e m p or a l , ¿q u é p e n a n o

m e r e c e r á e l q u e f a l s i f i c a o i n t e r p r e t a m a l l a s

S a g r a d a s E s c r i t u r a s , q u e s o n d o c u m e n t o s d e i n

terés e terno? Hasta por car idad , y no só lo por

j u s t i c i a y c on v e n i e n c i a , i m p or t ab a e l c a s t i go d e

l o s h e r e j e s . P or él s e e v i t ab a q u e c au s as e n d añ o s

i n m e n s o s , y a u n l o s h e r e j e s m i s m o s p o d í a n s a

l i r gan an d o; ya q u e p or u n s u p l i c i o d e c or t a d u

rac ión , por crue l que fuese , ta l vez ev i taban una

E N S A Y O S . — T . I I I . 1 7

2 57



J U A N V A L E R A

etern idad de do lores , un in f in i to sup l i c io en o tra

v i d a .

La Inqu i s i c ión , pues , fué un med io de acc ión

m u y p r op i o d e aq u e l l o s t i e m p os ; f u é p op u l ar í -

s i m a e n E s p añ a , y s i a l go n os c h oc a , n o e s s u

fiereza, s i n o su b lan da m an sed um br e . E n v i s t a

d e l a s r az on e s s ob r e q u e s e f u n d ab a , d e b í a h a

b e r s i d o m ás f e r oz . E l S r . M e n é n d e z P e l ayo e s t á

muy en lo jus to a l hacer de e l la la br i l lan te apo

l og í a q u e t an t o l e h a gu s t a d o a l au t o r d e l a ap r o

b ac i ón e c l e s i á s t i c a d e s u l i b r o , D . V i c e n t e L a -

f u e n t e .

E l S r . O r t í y L ar a , c a t e d r á t i c o t am b i é n d e l a

Un i v e r s i d ad Ce n t r a l , d e f i e n d e l a I n q u i s i c i ón c on

no menos br ío , y t i ene razón que l e sobra . S i l ee

m os ah or a , p or e j e m p l o , e l l i b r o d e A l f on s o d e

Cas t r o , t i t u l ad o De justa hsereticorum punitione

o el Tratado de la religión del Príncipe, del p a

d r e R i v ad e n e i r a , y n os e m p ap am os e n aq u e l l a

l e c t u r a , c a s i n os e n t r an gan as y s e n t i m os e l

p r u r i t o d e m ov e r p l e i t o a T or q u e m ad a y a

l o s d e m ás i n q u i s i d or e s p or s ob r ad o l ax os y r e

m i s os e n e l c u m p l i m i e n t o d e s u d e b e r : p or c u l

pab le conn ivenc ia con la imp iedad y con la

h e r e j í a .

Pero aunque todo e l lo sea as í , s in que haya

asomo de i ron ía en lo que dec imos , ¿cómo negar

que la in to leranc ia y la Inqu i s i c ión , que era uno

d e s u s e f e c t o s , ah ogar on e l p e n s am i e n t o e s p a

ñ o l , p r i m e r o c u an d o s e e x t r av i ab a f u e r a d e l a s

v ías cató l i cas , y a l cabo has ta dentro de esas

2 5 8



E N S A Y O S

m i s m as v í a s ? E l m i e d o a s a l i r s e f u e r a d e e l l a s ,

au n q u e f u e s e i n v o l u n t ar i am e n t e , y e l r e c e l o d e

incurr ir en errores , que en es ta v ida pud ieran

l levarnos a los lóbregos ca labozos de l Santo Of i

c i o y d ar n os l a i n f am i a d e l s am b e n i t o y l a m i s e

r i a p ar a n u e s t r os h i j o s e n v i r t u d d e l a c on f i s c a

c ión y muerte de hoguera , y más a l lá de l sepu l

cro las l lamas inext ingu ib les de l in f i erno , fué

apartando poco a poco a todos los e sp ír i tus de

las e specu lac iones e l evadas , y fué hac iéndoles

c on s i d e r ar c om o c u r i o s i d ad p e l i gr os a e l e s t u d i o

de la natura leza y de sus l eyes , sobre las cua

l e s e s t á s i e m p r e l a v o l u n t ad d e D i os .

N o h a d e e x t r añ ar s e , p u e s , q u e e n E s p añ a q u e

dasen cas i abandonados .por impíos los exper i

m en to s o inv es t i ga c io ne s de la filosofía natu ra l

y desechado todo d i scurso l ibre , t rascendenta l y

m e t a f í s i c o , p or e x p u e s t os a p e r d e r l a s a l u d t e m

pora l en la humedad de una mazmorra o en e l ar

dor de una hoguera , y la sa lud e terna en lagos

d e p e z h i r v i e n t e , e n l a s e n t r añ as d e n u e s t r o g l o

b o, ¡habi tadas por los d iablos .

S i no se torc ió de l todo e l carácter español ,

v o l v i é n d os e f a l s o , e m b u s t e r o e h i p óc r i t a , s e d e

b ió a la invenc ib le bondad y exce lenc ia de l gran

ser de nues tra raza; pero a lgo in f luyó aque l s i s

t ema en c i er to impío desdén de todo lo idea l

y t e ór i c o ; e n c i e r t o p e d e s t r e p os i t i v i s m o q u e r e

sal ta en la condic ión del vu lgo y de que dan

m u e s t r as t an t os r e f r an e s y c u e n t os e s p añ o l e s ,

c u ya i m p i e d ad b u r l on a d e j a a t r ás l a s b u r l a s m ás

2 5 9



E N S A Y O S

n at i s m o e r a i n v e n c i b l e e s t or b o y e l e m e n t o s e

guro de des trucc ión .

T a l ar gu m e n t o n ad a t i e n e d e s e r i o s i a t e n

t a m e n t e s e e x a m i n a . H a s t a l a f i e b r e m á s m a l i g

na ace lera la c i rcu lac ión y parece como que du

p l i c a l a v i d a an t e s d e p r od u c i r l a m u e r t e . A t a

cado ya por la f iebre del fanat i smo, no por eso

muere e l e sp ír i tu español , s ino que da c lara ra

zón de s í y luc ien tes muestras de su va ler y

ac t i v i d ad , au n q u e c om p r i m i d o . S i l a h i e d r a s e c a

e l t ro nc o a qu e s e en laza , tard a en secar le , y , por

lo pronto , l e rev i s te de verdura y l e pone más

v i s toso y be l lo .

E s , a d e m á s , s e g u r o , s e g ú n a n t e s h e m o s d i c h o ,

que n i aun durante e l s ig lo

XVI,

c u a n d o E s p a ñ a

s e m u e s t r a t an gr an d e e n l a ac c i ón , i m p or t am os

e in f lu imos tan to en e l mundo por la grandeza

y o r i g i n a l i d a d d e l p e n s a m i e n t o c o m o e n e d a

des de heterodox ia o de l iber tad de pensar . Fue

ra de los mís t i cos , ún icos que parece que p ier

den e l miedo por aquel valor y conf ianza que su

f a m i l i a r i d a d y t r a t o í n t i m o c o n D i o s l e s i n f u n

den ,

y q u e s e e s c ap an d e l a c om p r e n s i ón i n t e

l e c t u a l d e l f an a t i s m o , b u s c an d o a s i l o s agr ad o e n

e l cen tro recónd i to de l a lma, donde e l mismo

Dios as i s te , no hay sabio n i f i lósofo español cuyo

n o m b r e , p o r m á s q u e n o s o t r o s q u e r a m o s m a g

n i f icarle ahora, tenga e l mismo inf lujo y la re~

so na nc ia que lo s no m br es de sa b i os y filósofos

e x t r a n j e r o s d e l a m i s m a é p o c a . E s m á s : d e r e

su l tas de aque l e s tado pato lóg ico-menta l en que

2 6 1



J U A N V A L E R A

e l f a n a t i s m o n o s p u s o , n o s q u e d a m o s c i e g o s y

s or d os , y n o ac e r t am os a v e r e l e x t r aor d i n ar i o

m o v i m i e n t o i n t e l e c t u a l q u e e n E u r o p a s e r e a

l i z ab a . H as t a n u e s t r a p r op i a c u l t u r a , h as t a

n u e s t r o m ás p u r o c a t o l i c i s m o , q u e i n s p i r a e n u n

p r i n c i p i o a am b os L u i s e s , h u m i l l a p r on t o s u

f u e r z a i n s p i r ad or a , y cae en lo bajo , en lo pue

r i l y en lo cu l terano. Ya en e l s ig lo XVII no te

n e m o s a n a d i e q u e o p o n e r a B o s s u e t y a F e n e -

l ó n . N u e s t r a s a r t e s , l a s c r e a c i o n e s d e l a m e n t e

m ás e x e n t a d e l c au t i v e r i o d ogm át i c o , s e r e s i e n

t e n d e e s t e c au t i v e r i o . O r a m u e s t r an u n a s e q u e

d a d a u s t e r a e x t r e m a n d o l o a s c é t i c o , o r a r a y a n

e n l o h or r i b l e y a s q u e r os o , c om o e n a l gu n os c u a

dros de Valdés y de Morales , y rara vez l l egan

a la perfecc ión ideal de la forma, a la bel leza

p l ás t i c a , d e l e i t án d os e e n c op i ar l a n a t u r a l e z a

h u m an a , l a c ar n e d e c a í d a y p e c ad or a , m ás f e a

y suc ia de lo que era en tonces en rea l idad , sa l

vo en casos sobrenatura les , en que un rayo de

luz ce les t ia l la i lumina y hermosea , o en que la

s an t i d ad d e l e s p í r i t u , e n c e r r ad o e n n u e s t r o m í

s e r o c u e r p o , e s c l ar e c e e l r o s t r o c on ar r e b o l e s d e

g lor ia , l e da pasmosa y cas i d iv ina expres ión , l e

envue lve en luz d i fusa o l e cerca de un n imbo

c om o d e or o .

¿Q u i é n h a d e n e gar , p or ú l t i m o , l a gr an d e z a

d e n u e s t r a b e l l a l i t e r a t u r a d e e n t on c e s ? ¿H e m os

d e r e p e t i r aq u í l o q u e t an t os o t r os y t an t as v e

c e s h an d i c h o y r e p e t i d o? C i e r t o e s q u e t u v i m os

u n a r i c a p oe s í a é p i c o - p op u l ar e n n u e s t r os r o -

2 6 2



E N S A Y O S

m an e e s : u n a p oe s í a l í r i c a , b as t an t e ar t i f i c i o s a ,

notab i l í s ima por su abundanc ia , aunque , sa lvo

J o r g e M a n r iq u e , f r a y L u i s d e L e ó n , S a n J u a n

de la Cruz y pocos o tros , más d igna de a labanza

p or s u s i n ge n i os i d ad e s , s u t i l e z as y p r i m or e s q u e

por la e l evac ión de l pensar y la hondura de l sen

t i m i e n t o : d os l i b r os ú n i c os , l o s m e j or e s l i b r os

e n p r os a d e e s t o s q u e l l am an d e e n t r e t e n i m i e n t o

o p as a t i e m p o q u e s e h an e s c r i t o e n e l m u n d o:

la Celestina y e l Quijote; b u e n o s h i s t o r i a d o r e s ;

a l gu n os n ov e l i s t a s d e gr an v a l e r , e m p e z an d o p or

e l au tor de Amadís, qu e cr eem os español , y un

teatro que por lo f ecundo vence a todos y por

lo or ig ina l y hermoso só lo t i ene dos que con é l

c om p i t an : e l i n g l é s y e l gr i e go . P e r o t od a e s t a

l i t e r a t u r a e s t á v i c i ad a p or e l f an a t i s m o r e l i g i o

s o , q u e ac ab ó p or s e c ar l a y m at ar l a .

¿Cóm o h e m os d e i n c u r r i r n os o t r os e n l a c an

d idez de a f i rmar que la Inqu i s i c ión la persegu ía?

E n e s t o t am b i é n d am os l a r az ón a l S r . M e n é n d e z

P e l ayo c on t r a L l ór e n t e . E n e s t o d e f e n d e m os

t am b i é n a l a I n q u i s i c i ón . A p oc os l i t e r a t os , y n o

d e m u c h a c u e n t a , p e r s e gu i r í a c u an d o c as i t od os

l o s l i t e r a t os e r an f r a i l e s , i n q u i s i d or e s , f am i l i a

res del Santo Of ic io , y estaban inf ic ionados por

las ideas de in to leranc ia que preva lec ían en

t on c e s .

E n e s t e s e n t i d o , n o d e b e s u p on e r s e u n a t i r a

n í a m at e r i a l , m u y d e s t r u c t or a , p or q u e n o h ab í an

d e e j e r c e r l a c on t r a e l l o s m i s m os l o s t i r an os . L a

t i ran ía menta l e in tang ib le de l e sp ír i tu fué la

2 6 3



J U A N V A L E R A

que nos perdió , as í como ¡h izo inút i les todas las

proezas y b izarr ías de los e spañoles en las c inco

p ar t e s d e l m u n d o , t r ayé n d on os a l e s p i r ar e l s i

g lo xv i l , cuando no se pon ía aún e l so l en nues

t r os d om i n i os , a s e r l a n ac i ón m ás p ob r e y d e s

p ob l ad a d e E u r op a , y t an p oc o am ad a , e s t i m a

d a y t e m i d a , q u e q u e r í an d i v i d i r l a l a s o t r as p o

t e n c i a s c o m o d i v i d i e r o n m á s t a r d e l a P o l o n i a .

De las causas apuntadas aqu í a l correr de la

p l u m a n ac e n l a e v i d e n t e i n f e r i or i d ad , e s c as o v a

l e r y c or t o n u m e r o d e n u e s t r os s ab i o s , a s í or t o

d o x o s c o m o h e t e r o d o x o s , d u r a n t e l a d o m i n a c i ó n

d e l o s r e ye s d e l a c as a d e Au s t r i a .

E l Sr . Menéndez Pe layo , n i en la obra que exa

m i n am os n i e n o t r o l i b r o s u yo , La ciencia espa

ñola,

l ogr a m e j or ar e s t e p ob r e c on c e p t o , a p e s ar

d e s u agu d o i n ge n i o y d e s u e r u d i c i ón e x t r aor

d i n ar i a . N o l o h ab í an logr ad o t am p oc o n i D . L u i s

V i d ar t , n i D . Ad o l f o d e Cas t r o , n i D . G u m e r

s i n d o L av e r d e , n i o t r os e s c r i t or e s q u e , m ov i d os

d e l au d ab l e p a t r i o t i s m o , s e h ab í an a f an ad o an

t e s e n t a l e m p e ñ o . P or c i m a d e l p a t r i o t i s m o e s t á

l a v e r d ad . M e n e s t e r e s c on f e s ar l o : c a s i d e s d e

p r i n c i p i o s d e l s i g l o x v i h ay e n n u e s t r a c i v i l i z a

c i ón u n ge r m e n d e l e t é r e o q u e l a c or r om p e y

m a r c h i t a . E s t e g e r m e n e s e l f a n a t i s m o r e l i g i o

so ,

y n o p or q u e e n o t r os p a í s e s n o e x i s t i e r a , s i n o

p or q u e aq u í e x i s t í a u n i d o , u n án i m e , y e n o t r os

países d iv id ido y luchando. Por a l lá , en la f iera

l u c h a , ac ab ó p or an u l ar s e , m i e n t r as q u e e n t r e

n os o t r os ap e n as h u b o l u c h a , y v i v i ó . P or e s t e

2 6 4



E N S A Y O S

l ado ,

p od e m os t am b i é n s e gu i r a l o s S r e s . M e

n é n d e z P e l ayo y O r t í y L ar a , y h ac e r d e u n

modo sof í s t i co la apolog ía de la Inqu i s i c ión . En

e f e c t o , t od a l a s an gr e q u e d e r r am ó , t od as l a s

l ág r i m as q u e ob li gó a v e r t e r , tod a l a c ar n e h u

m an a q u e t o s t ó y t od as l a s v í c t i m as q u e h i z o

d u r an t e d os s i g l o s n o e q u i v a l e n a l n ú m e r o d e

p e r s on as q u e p e r e c e n v i o l e n t am e n t e e n e l m i s

mo per íodo h i s tór ico y durante pocos años , en

c u a l q u i e r a d e l a s gu e r r as r e l i g i o s as d e A l e m a

n ia , Franc ia o Ing laterra; pero a l l í , por la lucha

d e f an a t i s m os op u e s t os , n ac e l a l i b e r t ad y m u e

r e n l o s f a n a t i s m o s , m i e n t r a s q u e , e n t r e n o s

o t r o s , con poca lucha y , por cons igu ien te , con

m e n os h or r or e s y c r u e l d ad e s , p e r o c on u n a c om

p r e s i ón l ar ga , c on s t an t e y s i s t e m át i c a , l a l i b e r

t ad m u e r e y e l p e n s am i e n t o s e agos t a y e s t e

r i l i za .

Com o e l l i b r o d e l S r . M e n é n d e z P e l ayo e s t á

e s c r i t o c on s u m a d i l i ge n c i a p ar a r e c oge r d a t os

y not i c ias , con un buen sen t ido que sa le por

c ima de las preocupac iones de sec ta , y con la

mejor fe , resu l ta que prueba lo contrar io de lo

q u e p r e t e n d e p r ob ar , y p or e s o p r e c i s am e n t e e s

e l l ibro tan d igno de a labanza . Trata de probar

e l Sr . Menéndez que e l gen io español e s eminen

temente cató l i co , y que fuera de l cato l i c i smo ape

n as s e h a m os t r ad o , y , s i n e m b ar go , m ás b i e n

e s l o c on t r ar i o l o q u e p r u e b a : q u e m á s q u e n u n c a

se ha mostrado e l gen io español a l sa l i r fuera

de l cato l i c i smo, no ya porque e l ca to l i c i smo se l e

2 65



J U A N V A L E R A

oponga , s ino porque se l e ha opues to la in to le

r a n c i a d e l i r a n t e , e j e r c i d a e n s u n o m b r e . E l m i s

m o li b r o d e l S r . M e n é n d e z v a l d r í a m i l v e c e s m ás ,

s e r í a l a ad m i r ac i ón d e l o s s ab i o s d e E u r op a , s i

la in to leranc ia no l e a feara .

A f in de probar todo es to en sus pormenores ,

y para dar , en resumen , una idea de l ordenado

tesoro de not i c ias que la obra de l Sr . Menéndez

P e l a y o e n c i e r r a , h a r e m o s a ú n u n r á p i d o a n á l i

s i s de los dos tomos que van pub l i cados , lo cua l

d ar á a s u n t o ab u n d an t e , p or c om p e n d i os os q u e

asp iremos a ser , para o tros dos ar t í cu los que pu

b l i c ar e m os p r on t o , s i e s t o n o f a t i ga l a a t e n c i ón

de los lectores .

I I

Au n q u e f u e s e e x ac t o l o q u e e n m om e n t os d e

v i v í s i m o f e r v o r c a t ó l i c o a f i r m a e l S r . M e n é n

dez de que e l gen io español e s tá de ta l suerte

v iv i f i cado por e l ca to l i c i smo, que nada crea s in

é l d i gn o d e e s t i m ac i ón , t od av í a l a ob r a q u e e x a

m i n a m o s s e r í a c u r i o s a y a m e n a , p o r m á s q u e e n

i m p or t an c i a p e r d i e s e n o p oc o .

M ayor i n c on v e n i e n t e , y c a s i i n e v i t ab l e , s e or i

g i n a d e e n c e r r ar d e n t r o d e l í m i t e s e t n ogr á f i c os

l a h i s t or i a d e i d e a s , d oc t r i n as y c r e e n c i a s , q u e

h a n te n i d o d i f u s i ó n u n i v e r s a l . E l S r . M e n é n d e z

q u e d a é l m i s m o e n c e r r ad o d e n t r o d e l o s t é r m i n o s

d e e s t e d i l e m a: o b i e n h a d e a t e n e r s e a h ab l ar

266



E N S A Y O S

sólo de los he terodoxos españoles , y en tonces

sobra , acaso , bas tante más de la t ercera parte de

lo que ha escr i to , o b ien ha de exponer doctr i

n as q u e n o h an n ac i d o e n E s p añ a y q u e p e r t e n e

cen a la h i s tor ia genera l de l cr i s t ian i smo, de la

filosofía , de la m a g ia o de ot ra s sup er st ic io ne s .

Yo d i s c u l p o y h as t a ap l au d o q u e e l S r . M e n é n -

d e z h a ya op t a d o p or e l s e gu n d o t é r m i n o . D e o t r a

s u e r t e , n o l e e n t e n d e r í a l a m ayor p ar t e d e s u s

lec tores . S in embargo , de aqu í resu l ta a lgo que

turba la armonía y las proporc iones de su obra ,

a s ab e r : q u e a m e n u d o e s e n e l l a m ás i n t e r e

sante lo que sa le fuera de l asunto que lo que en

é l e s tá inc lu ido .

E l asunto de la obra de l Sr . Menéndez se ve ,

ad e m ás , l i m i t ad o , n o s ó l o e t n ogr á f i c am e n t e , s i n o

por la mater ia de que debe tratar , según lo que

e l t í tu lo reza . La obra debe tratar de heterodo

x i a ; pero , como para hab lar de heterodox ia ' tan

f u n d a m e n t a l m e n t e e s m e n e s t e r d e c i r m u c h o d e

or t od ox i a y d e o t r as c os as , r e s u l t a q u e t am b i é n

p or e s t e l ad o e l S r . M e n é n d e z t i e n e q u e s a l i r

fuera de l asunto .

M i e n t r as m e n os i n t e r e s an t e e s e n u n p e r í od o

l a h e t e r od ox i a e s p añ o l a , m ás t i e n e e l S r . M e n é n

dez que hab lar , en e l l ibro que cont i ene la h i s

tor ia de aque l per íodo , de o tros asuntos impor

tantes , pero que no son los que a é l l e toca d i lu

c idar . As í , por e jemplo , en e l l ibro I hay una

e x t e n s a e x p os i c i ón d e l a s d oc t r i n as gn ós t i c as y

o t r a n o m e n os e x t e n s a d e l a s s u p e r s t i c i on e s ge n -

2 6 7



J U A N V A L E R A

t f l i c a s d e gr i e gos , r om an os y o t r os p u e b l os . L o

que después de es to se re f i ere , concretándose a

E s p a ñ a , e s y a d e e r u d i c i ó n m á s r e c ó n d i t a , p e r o

e s m e n o s e i m p o r t a m e n o s , a u n a l o s m i s m o s e s

p añ o l e s .

L o m á s i m p o r t a n t e d e l p e r í o d o , c u y a h i s t o r i a

t r az a e l l i b r o I , e s l a h e r e j í a d e P r i s c i l i an o , m e z

c l a i n f o r m e y s i n c r é t i c a d e m a n i q u e í s m o y d e

g n o s t i c i s m o , d o n d e a p e n a s h a y n a d a o r i g i n a l .

D i os n o e s t r i n o e n p e r s on a p ar a P r i s c i l i an o .

E n s u e l e v a c i ó n s u p r e m a e s U n o ; p e r o d e s u

e s e n c i a e m an an s e r e s , d i o s e s o ge n i o s , q u e s e l l a

m a n eones. De é s t o s , i n f e r i or e s t od os a l Un o ,

l o s h ay b u e n os y l o s h ay m a l os . E n t r e l o s p e or e s

de e l los , verdadero demonio , se cuenta e l creador

y c on s e r v ad or d e e s t e m u n d o q u e v i v i m os . L a

m at e r i a , c om o c r e ac i ón s u ya , e s , p u e s , i m p u r a y

p e c am i n os a . E n c am b i o , l a s a l m as s on c r e ac i ón

d e l S e r S u p r e m o . E l , a l c r e ar l a s , l e s p on e s u

s e l l o ; pero como les de ja e l l ibre a lbedr ío , las a l

m as p e c an , y e n c as t i go d e e s t e p e c ad o or i g i n a l

e x t r a m u n d a n o , l a s a l m a s v a n c a y e n d o d e c i e l o

e n c i e l o h as t a p ar ar e n e s t a b a j a y m í s e r a t i e

rra , y en poder de l demonio que la ha creado

y la d ir ige , e l cua l las rev i s te de cuerpo y las

h a c e p o r e n d e s u s e s c l a v a s . D u a l i s m o c o m p l e t o

e n t r e c u e r p o y a l m a , c a r n e y e s p í r i t u . N i e g a n ,

p or c on s i gu i e n t e , l o s p r i s c i l i an i s t a s l a r e s u r r e c

c i ón d e l a c ar n e . E l a l m a p u e d e d e s e c h ar l a i m

pureza de l cuerpo , e l evarse de nuevo has ta e l

S e r S u p r e m o q u e l a h a c r e ad o y ad q u i r i r l a v e r -

2 6 8



E N S A Y O S

d ad e r a c i e n c i a . E n e s t e c as o l l e ga a s i m i s m o a l a

i m p e c ab i l id ad . T od o e s t o , c om b i n ad o c on a l go d e

as t r o l og í a , t e u r g í a y m e t e m p s i c os i s , c on s t i t u í a e l

d ogm a d e P r i s c i l i an o . E n c u an t o a m or a l , s i b i e n

l o s p r i s c i l i an i s t a s s e j ac t ab an d e p r o f e s ar l a m u y

s e v e r a , c om o s u s r i t o s y c e r e m on i as s o l í an h a

c e r s e e n s e c r e t o , f u e r on ac u s ad os , c om o o t r as

m u c h a s s e c t a s c r i s t i a n a s , d e l a i n m o r a l i d a d m á s

fea y abominab le . La ig les ia de e l los era de l todo

d e m oc r á t i c a . Nad a d e j e r ar q u í a . N i l e gos n i m u

j e r e s e r an e x c l u i d os d e l a l t ar .

H u b o t a m b i é n e n E s p a ñ a e n a q u e l l o s p r i m e

r os t i e m p os o t r a h e r e j í a n o t ab l e : l a d e l o s d os

A v i t o s , q u e s i g u i e r o n e n p a r t e l o s e r r o r e s d e

O r í ge n e s s ob r e l a e t e r n i d ad d e l m u n d o y l a n o

e t e r n i d ad d e l a s p e n as e n l a o t r a v i d a .

L a I g l e s i a or t od ox a y c a t ó l i c a , c om o c u l t u r a ,

v a l i ó e v i d e n t e m e n t e m u c h o m á s , d u r a n t e l a d o

m i n a c i ó n r o m a n a , q u e l a s h e r e j í a s ; y e l S r . M e -

n é n d e z t i e n e q u e e x t e n d e r s e y s e e x t i e n d e h a

b l a n d o d e O s io , d e O r os i o y s ob r e t od o d e l ad m i

r ab l e p oe t a Au r e l i o P r u d e n c i o , a q u i e n , ap oyán

d os e e n l a p oc a s o s p e c h os a au t or i d ad d e V i l l e -

main , ca l i f i ca de l más in sp irado y e legante l í r i co

q u e h a h ab i d o e n e l m u n d o , d e s d e H or ac i o h as

t a D a n t e .

E l p e r í od o v i s i gó t i c o , c om p r e n d i d o t am b i é n

e n e l l i b r o I , t i e n e aú n m e n os q u e h i s t or i ar e n

p u n t o a d o c t r i n a s e x c l u s i v a s d e E s p a ñ a . E l

ar r i an i s m o e s h e r e j í a q u e i n f i c i on ó t od a l a I g l e

s i a . E n E s p a ñ a p r e v a l e c i ó p r i n c i p a l m e n t e e n t r e

2 6 9



J U A N V A L E R A

l os b ár b ar os c on q u i s t ad or e s . L a h i s t or i a d e s u

lucha con e l ca to l i c i smo en aque l la Edad es cas i

t od a o t od a l a h i s t or i a p o l í t i c a d e E s p añ a . P or

e s t a l u c h a s e r e b e l a d os v e c e s H e r m e n e g i l d o c on

tra su padre , e l cual , a l f in , t iene que condenar

l e a m u e r t e . P or e s t a l u c h a h ay a m e n u d o gu e

r r as e n t r e v i s i god os y f r an c os . Y c as i , p or e s t a

l u c h a , l o s d e s h e r e d ad os h i j o s d e W i t i z a l l am an

l o s m a h o m e t a n o s e n s u a u x i l i o y a c a b a n c o n

aq u e l l a b ár b ar a m on ar q u í a .

L a c u l t u r a m u n d an a e s t ab a e n t on c e s d e l l ad o

de l cato l i c i smo, que era la re l ig ión de l pueb lo

h i s p a n o - r o m a n o . E l c a t o l i ci s m o t r i u n f ó p o r q u e

n o p o d í a m e n o s d e t r i u n f a r . L o s h é r o e s c a t ó l i

c o s , l o s s an t os d oc t or e s q u e a e s t e t r i u n f o m ás

c o n t r i b u y e r o n s o n , j u s t a m e n t e , e n c o m i a d o s p o r

e l S r . M e n é n d e z , m os t r an d o e n s u e n c om i o e l

m á s c o m p l e t o c o n o c i m i e n t o d e a q u e l l o s P a d r e s

d e n u e s t r a I g l e s i a y d e t od os s u s e s c r i t o s : d e

S an L e an d r o , d e S an I s i d or o , d e S an J u l i án , d e

S a n B r a u l i o , d e S a n E u g e n i o , d e S a n I l d e f o n s o

y d e T aj ón , a q u i e n h ac e p r e d e c e s or d e P e d r o

L om b ar d o , y n o m e n os d i gn o q u e é l d e s e r ap e

l l idado maestro de las sentencias.

L a h e r e j í a d e u n o b is p o m a t e r i a l i s t a q u e h u b o

e n M á l a g a e n a q u e l l o s t i e m p o s , t i e n e c o r t í s i m o

valer , y e l Sr . Menéndez , en mi sen t i r , se de ja

ar r e b at ar d e l a p as i ón c u an d o c om p ar a t an b a j o

y an t i c i e n t í f i c o m at e r i a l i s m o c on l a s d oc t r i n as ,

s i m a l as , i n ge n i os as y c i e n t í f i c a s y d i a l é c t i c a

m e n t e or d e n ad as , q u e e n e l d í a l l e v an e l m i s m o

2 70



E N S A Y O S

n om b r e ; p e r o e s t o d a oc as i ón a l S r . M e n é n d e z

para exponer la be l la re fu tac ión que de las de l

O b i s p o m a l agu e ñ o h i z o L i c i n i an o , l a c u a l r e f u

t ac i ón e s u n e l oc u e n t e y p r o f u n d o e s t u d i o p s i c o

lóg ico , que honra a l au tor y da a l ta idea de l sa

ber de la edad y pa í s en que ta l e s tud io pudo

e s c r i b i r s e . L i c i n i an o n o e n c i e r r a n i l oc a l i z a e l

a lma en e l cuerpo , s ino que la cons idera como

s u c on t i n e n t e , c om o a l go q u e l e c i ñ e y l e p e n e t r a

a la vez , e s tando toda e l la en cada punto de l

c u e r p o c om o D i os e n e l m u n d o .

S o b r e l a m a g i a y o t r a s s u p e r s t i c i o n e s e s p a ñ o

l a s d e e s t a é p oc a t r ae t am b i é n e l S r . M e n é n d e z

c u an t as n o t i c i a s h a p od i d o r e c oge r . S on d e ad

m i r ar e n e s t o s u e r u d i c i ón y d i l i ge n c i a . L o m ás

i m p o r t an t e q u e p u e d e c o l e g i r s e d e l o s h e c h os q ue

c i t a e s q u e e l p agan i s m o p e r s i s t i ó l ar go t i e m p o

e n t r e l o s r ú s t i c os , y q u e E s p añ a t ar d ó n o p oc o

en acabar de cr i s t ian izarse . Todav ía , cuando la

i n v as i ón d e l o s ár ab e s , h ab í a d e h ab e r b as t an t e s

ge n t i l e s .

L a l e ye n d a d e l o s s an t os M ar c i an o y L u c i an o ,

fueran o no españoles , e s la repet i c ión de la l e

yenda de Cipr iano de Cartago y de Cipr iano de

An t i oq u í a , q u e

io

a r g u m e n t o a l h e r m o s o d r a m a

d e Ca l d e r ón t i t u l ad o El mágico prodigioso. E l

S r .

M e n é n d e z h a c e c o n s t a r e s t a s e m e j a n z a , p e r o

r e f i e r e l a l e ye n d a . Am b os e r an m ág i c os y ge n t i

l e s ,

am b os s e v a l í an d e ar t e s d i ab ó l i c as p ar a s e

d u c i r m u j e r e s ; y , b u r l a d o s a m b o s e n u n c o n a t o

d e s e d u c c i ón , m e r c e d a l f av or d e D i os y a s u

2 7 1



J U A N V A L - E R A

am pa ro a la ¡mujer ¡que qu er ían e l los ha ce r v íc t i

m a , am b os s e c on v i r t i e r on a l a f e c r i s t i an a y

p ad e c i e r on e l m ar t i r i o .

A p e s ar d e t an t a c u l t u r a , s u p e r i or e n t on c e s e n

E s p a ñ a a l a d e o t r o s r e i n o s b á r b a r o s d e E u r o p a ,

y a pe sa r del s i n g u la r f lorecim iento de la Ig le

s i a e s p añ o l a , l a s oc i e d ad h i s p an o- r om an a e s t ab a

e n ge n e r a l v i c i ad í s i m a y c or r om p i d í s i m a , y l oa

d om i n ad or e s ( p u e b l os d e l Nor t e n o v i n i e r on p or

c i e r t o a m e j or ar l a . S u c e d i ó l o q u e c as i s i e m p r e

s u c e d e : q u e l o s b á r b a r o s e m p e z a r o n p o r t o m a r

todos los v i c ios re f inados de la cu l tura antes de

d e s e c h ar l a b ar b ar i e n a t i v a q u e d e s u s b os q u e s

d e l N o r t e h a b í a n t r a í d o . S e h i c i e r o n a m i g o s d e l

l u j o , de la mol i c i e , de la oc ios idad y de los de le i

t e s m á s a l a m b i c a d o s , a n t e s de h a c e r s e c u l t o s . N o

e s ,

p u e s , d e e x t r a ñ a r n i d e l a m e n t a r q u e t a n f á

c i l m e n t e s e a r r u i n a r a e l i m p e r i o v i s i g ó t i c o . E n

é l nada hab ía de español . Los Cód igos y las ac

tas de los Conc i l ios , son a pesar de los v i s igodos .

Nad a , o p u n t o ¡ m e n os q u e n ad a , h ay d e v i s o -

gó t i c o o ge r m án i c o e n l a c i v i l i z ac i ón e s p añ o l a .

E n e s t o e s t a m o s c o m p l e t a m e n t e d e a c u e r d o c o n

e l S r . M e n é n d e z P e l ayo . L a c i v i l i z ac i ón e s p a

ñola es grecorromana, de p ies a cabeza , con a lgo

d e s e m i t i s m o .

N u e s t r a n a c i o n a l i d a d n a c e e n A s t u r i a s . E l h é

roe que la person i f i ca a l nacer l l eva nombre en te

r a m e n t e l a t i n o : s e l l a m a P e l a y o .

P r os i gu i e n d o e l S r . M e n é n d e z e n s u h i s t or i a ,

e n c i e r r a e n e l l i b r o I I l o s p r i m e r os s i g l o s d e s -

2 72



E N S A Y O S

p u e s d e l a c on q u i s t a m ah om e t an a . As í e n e l p a í s

que hab ía quedado o se iba hac iendo l ibre de la

i n v as i ón , c om o e n t r e l o s c r i s t i an os s u j e t o s a l

i m p e r i o m u s l í m , h a b r í a m u c h a v i r t u d g u e r r e r a

o m u c h a p ac i e n c i a , p e r o n o p od í a h ab e r m u c h o .

r e p os o y h o l gu r a p ar a e n t r e gar s e a e s t u d i os y

e s p e c u l ac i on e s t e o l óg i c as . De aq u í q u e , t an t o l a s

h e r e j í a s d e E s p a ñ a e n t o n c e s c u a n t o l a s a p o l o

g ías que de la f e cató l i ca se h ic i eron , fuesen bas

tante rudas , s i b i en no desmerec ían de lo que

por lo común se pensaba y se e scr ib ía en e l res to

d e E u r o p a , a l a s a z ó n n o m e n o s b á r b a r o . A n t e s

h a l aga a l go e l am or p r op i o n ac i on a l v e r c óm o e n

e d ad t an ob s c u r a y c a l am i t os a h ab í a e n E s p añ a

q u i e n c on c i e r t a agu d e z a p e n s as e y e s c r i b i e s e ,

n o e x t i n g u i d a a u n , n i p o r e s t a n u e v a i n v a s i ó n

d e b ár b ar os d e l S u r , d e s p u é s d e t an t as i n v as i o

nes de los bárbaros de l Norte , la cu l tura y e l

s ab e r gr e c o l a t i n os , q u e h ab í an h e c h o a E s p añ a

g l o r i o s a m a d r e d e S é n e c a s , L u c a n o s , P r u d e n c i o s

e I s i d or os . L a e s c u e l a i s i d or i an a d e r r am ab a au n

s u luz en med io de las t in i eb las , y no só lo a lum

b r ab a a E s p añ a , s i n o q u e , s a l v an d o l o s P i r i n e os

y l o s m ar e s , e n v i ab a a l gú n r e s p l an d or d e s u c l a

r i d ad a o t r os p u e b l os d e E u r op a .

L a p r i m e r a h e r e j í a d e e s t a é p o c a e s l a d e

u n

t a l M i ge c i o , q u i e n i m ag i n a , a l o q u e p u e d e e n

t e n d e r s e , q u e, a s í c om o e n J e s ú s s e e n c ar n ó e l

H i j o ,

D a v i d f u é e l P a d r e y S a n P a b l o e l E s p í r i

t u S an t o . E l m e t r op o l i t an o d e T o l e d o , E l i p an d o ,

r e f u t ó e s t a h e r e j í a ; p e r o é l m i s m o c ayó a . p oc o

2 7 3

E N S A Y O S . — T . n i . 1 8



J U A N V A L E R A

en otra , l lamada e l adopcionismo, y f u n d ad a p o r

F é l i x , ob i s p o d e Ur ge l . Con s i s t í a e l ad op c i on i s -

m o e n s u p on e r a J e s u c r i s t o , e n c u an t o a l a h u

m a n i d a d , h i j o a d o p t i v o y n o m i n a l d e D i o s . C o n

t r a e s t a s u p os i c i ón s e e s c r i b i ó e n As t u r i a s , t a l

v e z e n e l r e i n ad o d e M au r e ga t o , u n a ap o l og í a

de la f e cató l i ca , tan l l ena de sanas y a l tas ideas

filosóficas, d e con oc im iento de las S ag ra da s E s

cr i turas y de rec to ju ic io , que pasma, por c i er to ,

en aque l per íodo obscuro , cuando cas i toda la

P e n í n s u l a i b é r i c a y a c í a b a j o e l y u g o m u s u l m á n .

A u t or e s d e e s t a ap o l og í a , d e l a c u a l d a e l S r . M e

n é n d e z c u e n t a c i r c u n s t an c i ad a , f u e r on B e a t o ,

p r e s b í t e r o d e L i é b an a , y H e t e r i o , ob i s p o d e

O s m a .

E l ad op c i on i s m o , s a l i d o d e Ur ge l , s e d i f u n d i ó

p or t od a F r an c i a , d on d e f u é c on d e n ad o e n u n

Con c i l i o . L u e go p e n e t r ó e n A l e m an i a , d on d e

t am b i é n h u b o e n Rat i s b on a o t r o Con c i l i o p ar a

c on d e n ar l e , i m p e r an d o Car l o - M agn o . F é l i x , ob i s

p o d e Ur ge l , ab j u r ó p r i m e r o e n e s t e Con c i l i o , y

m ás t ar d e r a t i f i c ó e n Rom a s u ab j u r ac i ón . L os

e s c r i t o s d e B e a t o y H e t e r i o e n c on t r a d e l ad op

c i on i s m o s e e x t e n d i e r on c on e s t e m ot i v o p or t od a

l a c r i s t i a n d a d , y f u e r o n m u y l e í d o s y e n c o m i a

d o s .

P or s u p ar t e , E l i p an d o d e T o l e d o s e gu í a

s os t e n i e n d o s u s op i n i on e s ad op c i on i s t a s y d i r i

g i e n d o a e s t e f i n c ar t as a Car l o - M agn o . E l e m

p e r ad or t u v o , p u e s , q u e r e u n i r n u e v o Con c i l i o

e n F r an c f or t s ob r e e l M e i n , e n e l añ o d e 794 ,

y aque l los padres , que pasaban de 300 , conde-

2 7 4



E N S A Y O S

naron la herej ía de l arzob i spo de Toledo y de l

obispo de Urg>el.

Es te , que hab ía re inc id ido en su herej ía , ab

j u r ó p or t e r c e r a v e z e n Aq u i s gr án . Cas i t od a

E u r op a s e c on m ov i ó c on aq u e l l a d i s p u t a , s u s c i

t ad a p or d os p r e l ad os e s p añ o l e s . E l f am os o A l -

c u i n o e s c r i b i ó e x t e n s am e n t e c on t r a l a h e r e j í a

de el los .

E l S r . M e n é n d e z t r a t a e x t e n s a m e n t e t o d a l a

h i s t o r i a d e e s t a c u e s t i ón , con e r u d i c i ón a s om b r o

s a y c l ar i d ad d e e x p os i c i ón d i gn a d e l m ayor e l o

g i o y d e m e n o s i n gr a t o a s u n t o . E l a s u n t o , s i n

e m b ar go , t a l c om o e s , d e r r am a ab u n d an t e l u z s o

bre aquel la edad bárbara, y e l re lato del Sr . Me

n é n d e z f or m a ac ab ad í s i m o c u ad r o d e l a s c os t u m

b r e s d e l a ge n t e d e l e t r as y d e l a v i d a y m ov i

m i e n t o i n t e l e c t u a l e s d e E u r op a e n e l s i g l o

VIH.

No e s t á b os q u e j ad a c on m e n os t a l e n t o y c o

p ia de datos la s i tuac ión po l í t i ca y soc ia l de los

m u z ár ab e s e n l o s p r i m e r os s i g l o s , s a l v o q u e e l

S r . M e n é nd e z , q u e t a n f a v o r a b l e s e m u e s t r a

s i empre a la in to leranc ia re l ig iosa , has ta a la

más feroz , con ta l de que por los cató l i cos sea

e j e r c i d a , e x age r a y c u l p a d e m as i ad o l a d e l o s

m u s l i m e s . Yo e n t i e n d o , p or e l c on t r ar i o , q u e

para la época en que v iv ían los ca l i fas cordobe

se s ,

la in to leranc ia rara vez fué desmed ida , n i

muy crue l la persecuc ión , la cua l e s tuvo cas i

s i e m p r e p r ov oc ad a p or l o s c r i s t i an os . No p or e s t o

h e m os d e n e gar n u e s t r a ad m i r ac i ón a aq u e l l o s

h om b r e s e n é r g i c os q u e b u s c ab an e l m ar t i r i o y

2 7 5



J U A N V A L E R A

q u e a r r o s t r a b a n l o s m a y o r e s t o r m e n t o s y l a

muerte , in su l tando la re l ig ión de los vencedor-

r e s .

E s t a v i o l e n t a e n e r g í a s i r v i ó , n o s ó l o p ar a

c o n s e r v a r e n t r e l o s m u z á r a b e s l a r e l i g i ó n d e

C r i s t o , s i n o t a m b i é n p a r a d e m o s t r a r l a v i t a l i

d ad p e r s i s t e n t e d e l a r az a h i s p an or r om an a y l a

s u p e r i or i d ad d e s u c u l t u r a s ob r e l a c u l t u r a s e -

m í t i c oor i e n t a l . E n t od os l o s q u e m u r i e r on p or l a

f e ,

b a j o e l i m p e r i o d e l o s c a l i f a s , e l f e r v or r e l i

g i o s o v a u n i d o a l am or d e u n a c i v i l i z ac i ón y a l

od i o y d e s p r e c i o d e o t r a . A s om b r a , e n e f e c t o , q u e

A l v a r o C o r d o b é s y S a n E u l o g i o s e j a c t e n c a s i

t an t o c om o d e c on s e r v ar l a p u r e z a d e l a f e c a

tó l i ca , d e luc ir e n su pro sa el estilo de Tito Livio,

el ingenio de Dem óstenes y la elegancia de Quin-

tilia.no,

y d e c o m p o n e r , a d e m á s , h e r m o s o s v e r s o s

l a t i n os .

L a f or t a l e z a d e a l m a y e l d e n u e d o q u e e s m e

n e s t e r p a r a b u s c a r e l m a r t i r i o n o s o n v i r t u d e s

m u y c o m u n e s n i a u n e n t r e l a s r a z a s d e h o m b r e s

m á s v a l e r o s a s y r e c i a s d e c o r a z ó n . D e p r e s u m i r

e s ,

p u e s , q u e , s i b i e n h u b o m u c h os m ár t i r e s , n o

f u é p e q u e ñ o e l n ú m e r o d e l o s ap ós t a t as , y au n

f u é m a y o r e l d e l o s t r a n s i g e n t e s . .

De t od os m od os , h on r a p or i gu a l a l p u e b l o

m u s u l m án y a l p u e b l o m u z ár ab e e l Con c i l i o d e

ob i s p os , c e l e b r ad o e n 852 y p r e s i d i d o p or Re c a -

f r e d o ,

m e t r o p o l i t a n o d e l a B é t i c a . D i c h o C o n

c i li o d a c l a r o t e s t i m o n i o d e l a b e n i g n i d a d m u s u l

m a n a , y a q u e f u é d i s p u e s t o p o r e l c a l i f a m i s

m o , a fin de qu e lo s pre lado s a t aj as en e l fur or de

2 7 6

http://tilia.no/

http://tilia.no/



E N S A Y O S

s e r m a r t i r i z a d o s q u e s e h a b í a a p o d e r a d o d e m u

c h o s ,

y que los l l evaba a in su l tar la re l ig ión de l

p u e b l o d om i n an t e y a c om e t e r d e s ac a t os q u e n o

e r a . p os i b l e d e j ar i m p u n e s , y d a a s i m i s m o c l ar o

t e s t i m on i o d e l b r í o y d e s p r e c i o d e l a v i d a d e l o s

q u e b u s c a b a n e s p o n t á n e a m e n t e s e r m á r t i r e s .

S in duda que en los pueb los , representantes

d e u n a c i v i l i z ac i ón q u e a l gu i e n q u i e r e e x t i n gu i r

e n l a s e r v i d u m b r e , i m p or t a q u e e l e n t u s i a s m o

r aye e n d e l i r i o p ar a q u e l a c i v i l i z ac i ón am e n a

z a d a l o g r e s a l v a r s e . E n t r e l o s m u z á r a b e s r a y ó

a v e c e s e n d e l i r i o d i c h o e n t u s i a s m o , y p or e l l o

son .d ignos de que la h i s tor ia l e s dé a l ta a laban

z a . M as n o c r e o q u e d e b am os c u l p ar t an t o a

l o s m u s l i m e s c om o e l S r . M e n é n d e z l o s c u l p a .

H a r t o m á s c r u e l e s e s t u v i e r o n l o s c r i s t i a n o s c o n

l os m u s l i m e s , a l gu n os s i g l o s d e s p u é s y e n n u e s

tr a pro p ia t i er ra . •

E l d e s e o , m ás o m e n os i n c on s c i e n t e , d e t r an

s i g i r c on e l i s l am i s m o , h u b o d e d ar or i ge n e n

t r e l o s m u z á r a b e s a v a r i a s h e r e j í a s . E n l a d e

lo s

acéfalos,

c u y a

iglesia

t e n í a po r cen tro a la

c i u d ad d e Cab r a o E gab r o , s e au t or i z ab an l a b i

g a m i a y e l m a t r i m o n i o d e c r i s t i a n a s c o n m u s l i

m e s .

I gu a l m e n t e s e d i f u n d i ó u n a d oc t r i n a c on

trar ia a la Tr in idad . Y por ú l t imo , los errores

d e u n ob i s p o d e M ál aga , l l am ad o H os t e ge s i s ,

c o n m o v i e r o n a t o d a s l a s i g l e s i a s m u z á r a b e s d e

E s p a ñ a , d u r a n t e la s e gu n d a m i t ad d e l s i g l o I X .

S a b i d o e s q u e l o s c on t r ov e r t i s t a s d e l a s e d ad e s

p a s a d a s e r a n d u r í s i m o s c o n s u s a d v e r s a r i o s . E l

2 7 7



J U A N V A L E R A

p e r i o d i s t a m á s p r oc az d e n u es tr o ' t i e m p o n o s u e

l e d e s a t a r s e j a m á s e n i m p r o p e r i o s , n i l a v i g é s i

m a p ar t e i gu a l e s p or l a f e r oc i d ad , a l o s d e c u a l

q u i e r a h e r e j e o c u a l q u i e r a s i e r v o d e D i os , q u e

d i s p u t ab a e n l o an t i gu o s ob r e u n m i s t e r i o o s o

bre un punto de teo log ía . As í , pues , a l ta l ob i s

po'

H os t e ge s i s , a q u i e n n os p i n t a s u c on t r a r i o e l

ab ad S an s ón , o e s m e n e s t e r c r e e r l e u n m on s t r u o

d e i n i q u i d ad e i m p u r e z a , o b i e n e s m e n e s t e r s u

p on e r q u e e l ab ad S an s ón e r a u n c a l u m n i ad or

y u n d e s v e r g o n z a d o . P u e d e t a m b i é n a d o p t a r s e

e l t é r m i n o m e d i o d e d ar p or c i e r t o q u e e l ab ad

e x age r ar í a a l go , c on l a p r oc ac i d ad e n u s o , y q u e

a l go h ab r í a d e c i e r t o e n s u s a f i r m ac i on e s . Au n

as í , au n r e b a j an d o m u c h o d e l o q u e e l ab ad S an

són d ice , resu l ta que e l ob i spo era un ser cas i

i n v e r os í m i l d e p u r o ab om i n ab l e . No h ay v i c i o

que no p ose ye se , y la «torpeza y lo s de sen fre no s

en que incurr ía eran ta les , que e l Sr . Menéndez ,

o no los pone o los de ja en la t ín para recreac ión

de los doctos . Quédense , pues , en la t ín y d iga

m o s s ó l o q u e H o s t e g e s i s e r a , s e g ú n t e s t i m o n i o

de l abad , s imon iaco , ases ino , ladrón , crue l y t i

rano.

L a h e r e j í a d e e s t e n e f an d o p e r s on aj e c on s i s t i ó

e n c r e e r q u e D i o s t e n í a f o r m a h u m a n a y q u e

n o e s t a b a e n l a s c o s a s p o r e s e n c i a , s i n o p o r s u

t i l e z a . T od av í a n i p or s u t i l e z a q u e r í a H os t e ge

s i s q u e e s t u v i e s e D i os , s i n o e n l a s c os as l i m p i as .

Añ ad í a , ad e m ás , t a l v e z c om o c or o l ar i o d e e s t a

doctr ina , d e lo l im p io y lo no' l im p io , que J es ús

2 7 8



E N S A Y O S

fué concebido, no en e l ú tero , s ino en e l corazón

d e M ar í a .

N o f u é , c o n t o d o , H o s t e g e s i s m u y t e n a z e n

sos tener nada de es to , s ino que mod i f i có sus op i

n i on e s y au n l a s c on t r ad i j o e n p ar t e o e n t od o .

E n l o q u e m ás t e r c o an d u v o , d e s p u é s d e c on v e

n i r e n l a om n i p r e s e n c i a d i v i n a , e s e n n o q u e r e r

p e r s u ad i r s e d e q u e D i os e s t u v i e s e e n l o s c e r d os ,

gu s an os , d e m on i os , í d o l o s y o t r os s e r e s o c os as

p o r e l m i s m o o r d e n .

D e s p u é s d e m u c h o e s c á n d a l o , j u n t a s , p e r s e c u

c i on e s y d i c t e r i o s , s e e x t i n gu i ó l a h e r e j í a d e

H os t e ge s i s , y , c om o d i c e e l S r . M e n é n d e z , s e s a l

v ó n u e s t r a I g l e s i a d e e s t e n u e v o p e l i gr o .

E l c am p e ón q u e l a s a l v ó f u é e l ab ad S an s ón

en una apolog ía que escr ib ió a es te propós i to y

que nues tro autor ex tracta . En e l la , s i b i en hay

p oq u í s i m o d e or i g i n a l y p r o p i o d e l ab ad S a n

s ó n , se v e que la c i en ci a te ol óg ic a y fi losófica

d e l o s p r i m e r os s i g l o s d e l a I g l e s i a y l a e r u d i

c i ón c l á s i c a s e c on s e r v an e n t r e l o s m u z ár ab e s .

P u e d e i n f e r i r s e d e a q u í l o m u c h o q u e l o s m u z á

rabes deb ieron de contr ibu ir a l desarro l lo y f lo

r e c i m i e n t o e n E s p añ a d e l a c u l t u r a d e l o s m ah o

m e t an os , l o s c u a l e s , c u an d o l a c on q u i s t a , e r an

a g r e s t e s y r u d o s t o d a v í a . E s a s i m i s m o d e a d m i

rar en la apología del abad Sansón la f irme y

c l a r a m a n e r a d e e x p o n e r y s o s t e n e r l a d o c t r i n a

or t od ox a ac e r c a d e p u n t o t an m e t a f í s i c o y d i

f í c i l como e l de las re lac iones de Dios con e l

m u n d o .

2 79



J U A N V A L E R A

D e s p u é s d e S a n E u l o g i o , A l v a r o C o r d o b é s y

e l a b a d S a n s ó n , s e d i r í a q u e l o s m u z á r a b e s e n

m u d e c e n . Nad a q u e d a d e e l l o s q u e v a l ga p ar a r e

c o n s t r u i r s u h i s t o r i a c o n a l g u n o s p o r m e n o r e s .

P u e d e q u e v i e r t a l u z s ob r e e s t e ob s c u r o p e r í od o

u n p r e c i o s o t r a b a j o d e l S r . D . F r a n c i s c o J a v i e r

S i m o n e t , p r e m i a d o t i e m p o h a p o r l a R e a l A c a

d e m i a d e l a H i s t or i a , y q u e p e r m an e c e i n é d i t o ,

s i n q u e a c e r t e m o s a c o m p r e n d e r l a s e x t r a ñ a s

r az on e s q u e s e d an p ar a q u e n o s e p u b l i q u e .

Los muzárabes , que , a l f in , bajo los ca l i fas y

b a j o e l i m p e r i o d e l o s r e ye s d e T a i f a s , n o d e b i e

r on d e v i v i r p e or q u e l o s j u d í os y m ah om e t an os ,

h u b i e r on d e s u f r i r m u c h o c u an d o s e r e n ov ó y s e

e m b r a v e c i ó e l f a n a t i s m o m u s l í m i c o c o n l a s s u

c e s i v a s i n v a s i o n e s a f r i c a n a s . T a l v e z l a i n v a s i ó n

d e l o s f e r oc e s a l m or áv i d e s b as t ó p ar a ac ab ar c on

a q u e l p u e b l o c r i s t i a n o : u n o s r e n e g a r í a n , o t r o s

s e r í an d e s t e r r ad os a Á f r i c a y o t r os s e p as ar í an

a l o s r e i n os c r i s t i an os d e Ar agón , P or t u ga l y

Cas t i l l a . L o c i e r t o e s q u e c u an d o S an F e r n an d o

c on q u i s t ó a Cór d ob a , S e v i l l a y J aé n , ap e n as s e

e n c o n t r ó m u z á r a b e s .

E n e l s i g l o

IX

v i v i ó u n s u j e t o s i n g u l ar q u e , p o r

ser español y heterodoxo , en tra en e l cuadro que

e l S r . M e n é n d e z s e h a p r o p u e s t o t r az ar . D e s u s

e s c r i t o s , d oc t r i n as y s u c e s os h ab l a n u e s t r o au t or

e x t e n s am e n t e . C l au d i o , Ar z ob i s p o d e T u r í n , f u é ,

s i n d u d a , v ar ón e m i n e n t í s i m o p or s u s ab e r , p or

su ta len to y por la energ ía de su vo luntad . En

Occ idente se dec laró e l ada l id de la herej ía i co -

2 8 0



E N S A Y O S

noc las ta y aun de o tros pr inc ip ios contra e l cu l

to de los santos , contra la adorac ión de la Cruz ,

c on t r a l a v e n e r ac i ón d e l a s r e l i q u i a s y c on t r a l a

supremacía de Roma, que ¡hacen de é l un d igno

p r e d e c e s or d e L u t e r o . T od as s u s d i s p u t as e s t án

n ar r ad as e n l a ob r a d e q u e d am os c u e n t a , a s í

c om o s e d a e n e l l a n o t i c i a d e l o m u c h o q u e C l au

d io escr ib ió .

T e r m i n a e l S r . M e n é n d e z e l l i b r o I I d e s u h i s

t or i a d an d o am p l i a s n o t i c i a s d e o t r o s ab i o e s

p añ o l l l am ad o P r u d e n c i o G a l i n d o , q u e f u é O b i s

p o d e T r oye s , y r e f u t ó b r i l l an t e m e n t e l a s d oc

t r i n a s p a n t e í s t a s d e l f a m o s o i r l a n d é s S c o t o E r í -

ge n a . L a ob r a d e P r u d e n c i o G a l i n d o e s d i gn a

d e l ad v e r s ar i o q u e c om b at e , y f u é m u y e n s a l

z ad a e n t od a l a c r i s t i an d ad .

De todo es to deduce y deja ver a las c laras e l

S r . M e n é n d e z q u e j am ás h u b o s o l u c i ón d e c on

t i n u i d ad e n t r e l a c i v i l i z ac i ón c l á s i c a an t i gu a y

l o s r e n ac i m i e n t os d e l o s s i g l o s XIII y

XV.

L a c i e n

c ia y las l e tras de l Lac io br i l laron has ta en los

m ás n e b u l os os s i g l o s d e l a E d ad M e d i a , y t a l

v e z b r i l l ar on c on m ás r e s p l an d or q u e e n p ar t e

a l g u n a e n E s p a ñ a y e n t r e l o s e s p a ñ o l e s , m e r -

c e r a l m o v i m i e n t o q u e i m p r i m i ó e n l o s e s p í r i

t u s e l s ab e r d e l o s P ad r e s d e n u e s t r a I g l e s i a

d u r an t e l a d om i n ac i ón d e l o s v i s i god os .

E l l ibro I I ha l la t érmino natura l en e l año

d e 1085 , e n q u e A l f on s o VI c on q u i s t a a T o l e d o .

La c iv i l i zac ión española adqu iere desde aque l

p u n t o c a r á c t e r m u y d i s t i n t o . H a s t a e n t o n c e s , l a

2 8 1



J U A N V A L E R A

t r ad i c i ón y l a v i d a d e l a e s c u e l a isidoriana h a

b í a n c o n s e r v a d o e n l a E s p a ñ a c r i s t i a n a , s o b r e

t od o e n Cat a l u ñ a , y s i n gu l ar m e n t e e n B ar c e l o

n a ,

un gran foco de i lu s trac ión y de ac t iv idad

in te lec tua l , donde ven ían a beber y es tud iar los

h om b r e s d e o t r os p a í s e s q u e am ab an l a c i e n c i a .

As í G e r b e r t , q u e f u é l u e go P ap a , b a j o e l n om

b r e d e S i l v e s t r e I I .

De s p u é s d e l a c on q u i s t a d e T o l e d o , e n t r ar on

e n l a c u l t u r a c r i s t i an a e s p añ o l a d os e l e m e n t os

r i c o s y op u e s t os q u e l a h i c i e r on f e c u n d a , p on i é n

d o l a m ás e n c on t ac t o c on e l r e s t o d e E u r op a; l a

c u l t u r a q u e t r a j e r on d e F r an c i a l o s c r u z ad os , y

e l c l ero y sus monjes que de a l l í v in ieron , y la

c i e n c i a y l a s d oc t r i n as d e j u d í os y d e m ah om e

t a n o s ,

m ás e n r e l ac i ón d e s d e e n t on c e s c on l o s

r e c on q u i s t ad or e s .

No s ó l o p or p a t r i o t i s m o , s i n o p or r az ón , d a e l

S r . M e n é n d e z p oc a i m p or t an c i a , y n o b u e n a , a l

i n f l u j o d e aq u e l l a i n v as i ón d e m on j e s y c l é r i gos

f r an c e s e s , q u e s e r e p ar t i e r on l o s ob i s p ad os y

las abad ías y e l gob ierno esp ir i tua l de España ,

d e s p u é s d e l a c on q u i s t a d e T o l e d o . Nad a t r a j e

r on p ar a l a c i e n c i a q u e s u b s t i t u ye s e l a t r ad i c i ón

i s i d or i an a , y , e n c am b i o , p e r j u d i c ar on a l go c i e n

t í f i c am e n t e a l a or i g i n a l i d ad d e l i n ge n i o e s p a

ñ o l . E n l i t e r a t u r a , m e n e s t e r e s c on f e s ar l o , t u v i e

r o n ,

no obs tante , benéf i co in f lu jo . La forma de

l a s canciones de gestas; l a m at e r i a é p i c a , c om ú n

a t o d a E u r o p a e n l o s s i g l o s m e d i o s ; l a s l e y e n

das y c i c los de la tab la redonda de Grec ia y

2 82



E N S A Y O S

d e Rom a , y b as t an t e s ob r as d i d ác t i c as y p oé t i

cas de la baja la t in idad , todo penetró o se d ivu l

g ó e n E s p a ñ a c o n l a v e n i d a e i m p e r i o d e l o s

m o n j e s d e C l u n y . N u e s t r a l i t e r a t u r a , t a n o r i g i

na l desde e l pr inc ip io en e l Poema de l Cid , por

e l e s p í r i t u q u e l a an i m a , n ac e , c om o ar t e , e d u

c ad a p or l a l i t e r a t u r a f r an c e s a , d e q u e m ás t ar

d e s e e m an c i p a .

O t r a v e n t a j a p r od u j o e l f r e c u e n t e t r a t o c on

F r a n c i a ; p e r o e s t a v e n t a j a f u é m a y o r q u e p a r a

E s p a ñ a p a r a e l r e s t o d e E u r o p a . A e s t e f r e

cuente t rato se deb ió la d i fus ión por e l Occ iden

t e c r i s t i a n o d e la c i e n c i a se m í t i c o - or i e n t a l , d e q u e

se h izo cen tro y ac t iva o f i c ina Toledo recon

qu i s tada .

N a t u r a l m e n t e , e l S r . M e n é n d e z e m p i e z a s u

l ibro I I I dando una suc in ta not i c ia de l desenvol

v imiento de la f i losof ía juda ica y mus l ímica , s in

g u l a r m e n t e e n E s p a ñ a . A u n q u e s o b r e e s t e p u n

t o t i e n e q u e s e r b r e v e , l e t r a t a c on am or y m u y

b i e n ,

y , v a l i é n d os e d e l o s t r ab aj os d e Re n án ,

G os c h e , M u n c k , F r an c k , G e i ge r , S ac h s , G u ge n -

h e i m e r y o t r o s m o d e r n o s , n o d e j a d e m o s t r a r

q u e ac u d e c on f r e c u e n c i a a l a s f u e n t e s p ar a d ar

a c on oc e r y p ar a j u z gar , p or m ás q u e s e a d e p a

s ad a , l a s d oc t r i n as d e M a i m ón i d e s , Av e r r oe s ,

A v ice br on y de m ás sab io s y filósofos sem í t i co -

e s p añ o l e s .

L a i n t r od u c c i ón d e l a c i e n c i a s e m í t i c a e n

E u r op a s e d e b e a l a t o l e r an c i a d e l o s r e ye s y

hasta del c lero y arzobispos de Toledo, que a l l í

2 83



J U A N V A L E R A

la cu l t i van y desde a l l í l a d ivu lgan , fundando

u n a e s c u e l a d e t r ad u c t or e s e i m i t ad or e s .

E l h on or d e e s t a i n t r od u c c i ón , q u e , s e gú n Re -

n á n ,

divide la- historia científica y filosófica de

la Edad M edia en dos épocas enteramente dis

tintas, s e l e l l e v a p r i n c i p a l m e n t e e l ar z ob i s p o d e

T o l e d o , D . Ra i m u n d o , c an c i l l e r d e Cas t i l l a , d e s

de 1130 a 1150 . A más de la a lus trada protec

c ión de l arzob i spo , contr ibuyó e f i cazmente a l f lo

r e c i m i e n t o c i e n t í f i c o t o l e d an o l a f r an c a b e n i g

n i d ad c on q u e f u e r on ac og i d os e n T o l e d o l o s s a

b i o s e x p u l s ad o s d e l a s e s c u e l a s d e C ór dob a y L u -

c e n a p or e l f an a t i s m o d e l o s a l m oh ad e s .

P ar a t od o e s t o s i r v e d e gu í a a l S r . M e n é n d e z

l a ob r a f r an c e s a d e u n S r . J ou r d a i n , t i t u l ad a

Investigaciones sobre las antiguas traducciones

latinas de Aristóteles, ob ra a la cua l pro d ig a los

e l o g i o s m á s e x t r a o r d i n a r i o s ; p e r o e l S r . M e n é n

d e z n o s e c on t e n t a c on e r u d i c i ón d e s e gu n d a

m a n o , y , s i gu i e n d o l a s h u e l l a s d e J ou r d a i n , e s t u

d ia en las

1

B i b l i o t e c as , y s ob r e t od o e n l a Nac i o

n a l d e P ar í s , c ód i c e s y m an u s c r i t o s , c on oc i d os

u n o s y o t r o s j a m á s h a s t a a h o r a c o n o c i d o s y e s

t u d i ad os .

No p u d i e n d o s e gu i r a l au t or e n t an l ab or i o

s a s i n v e s t i g a c i o n e s , n o s l i m i t a r e m o s a d e c i r q u e

d e e l l a s s e i n f i e r e s e r l o s p r i n c i p a l e s i n t r od u c t o

r e s d e l a c i e n c i a or i e n t a l e n e l m u n d o l a t i n o l o s

e s p a ñ o l e s D o m i n g o G u n d i s a l v o y J u a n H i s p a l e n

se .

E l l o s h an h e c h o c on oc e r e n E u r op a l o s l i b r os

d e A l gaz e l , d e Av i c e n a , d e Av i c e b r on y d e o t r os

2 8 4



E N S A Y O S

s ab i os m u s u l m an e s y j u d í os . G u n d i s a l v o , p or ú l

t i m o ,

no contento con ser t raductor e in i c iador

d e l a c i e n c i a or i e n t a l , s e h ac e au t or d e ob r as

or i g i n a l e s . De e l l a s , c on oc i d as ya y j u z gad as p or

J ou r d a i n , n o s e c on t e n t a e l S r . M e n é n d e z c on

d ar r az ón c u m p l i d a , s i n o q u e p u b l i c a p or v e z

p r i m e r a ( en u n ap é n d ic e ) e l t r a t ad o De proces-

sione mundi, q u e e s , s e g ú n J o u r d a i n , uno de los

más antiguos e importantes docum entos de la

filosofía española, influida por la musulmana.

G u n d i s a l v o s e p on e , c on h ar t a r az ón , e n t r e l o s

h e t e r o d o x o s e s p a ñ o l e s . I n s p i r a d o p o r l a Fuente

de la vida, de A v ice br on o B en GabJrol, aun que

s a l v a l a p e r s on a l i d ad d e D i os y p r oc u r a s a l v ar

e l d ogm a d e l a c r e ac i ón , a f i r m a l a u n i d ad d e

s u b s t an c i a , h ac e e t e r n as e i n c or r u p t i b l e s l a m a

t e r i a y l a f o r m a , y s o s t i e n e u n e m a n a t i s m o o

p a n t e í s m o m í s t i c o , a l g o s e m e j a n t e a l d e l o s a l e

j an d r i n os n e op l a t ón i c os .

E l f lorecim iento cien tíf ico d e T ole do a tr a jo a

e s t a c i u d ad a n o p oc os e x t r an j e r os , s e d i e n t os d e

c i e n c i a , c om o G e r ar d o d e Cr e m on a , M i gu e l S c o t o

H e r m á n e l a l e m á n , c u y o s t r a b a j o s r e l a t a y

ap r e c i a e l S r . M e n é n d e z .

L a i n f l u e n c i a s e m í t i c a s e d e j ó s e n t i r p r on t o e n

l a s e s c u e l a s d e P ar í s , d an d o n ac i m i e n t o a l d e s

c ar ad o p an t e í s m o d e Am al r i c o d e Ch ar t r e s , e l

c u a l s o s t e n í a q u e " t od o e s D i os , q u e D i os e s

t o d o ; que e l Cr iador y las cr ia turas son idént i

c o s

;

q u e l a s i d e as c r e an y s on or e ad as

;

q u e D i o s

es e l f in de todo , porque todas las cosas han de

2 8 5



E N S A Y O S

p óc r i t a , y d e m os t r ar c i e r t o v a l or m or a l , e m p i e

ce ya a hacer e l e log io de la Inqu i s i c ión , que se

c r e ó c on t r a e s t a s h e r e j í a s , c on t r ad i c i e n d o a s í

y

c au s an d o r e p u gn an c i a a t od as l a s a f e c c i on e s

f i lan tróp icas , a toda la to leranc ia y la du lzura

y

a todo e l respeto que se debe a l a lma, a la v ida

y a l a l i b e r t ad y d i gn i d ad h u m an as . Ap e n as s e

c om p r e n d e q u e u n h om b r e d e l s ab e r , d e l t a l e n

to y de la buena índole de l Sr . Menéndez , o por

am or a l a p ar ad oj a , o p or q u e l e c i e gan y s e d u

c e n c i e r t o s ap l au s os , s e h aga p r op u gn ad or d e l a

b ar b ar i e m ás c r u e l y e s t ú p i d a y d e s a f í e y o f e n d a

lo más nob le , e senc ia l y g lor ioso de la c iv i l i za

c ión de su s ig lo .

E n e l siglo x m s e e x p l i c a q u e h u b i e s e h o m

b r e s e m i n e n t e s , c o m o S a n t o D o m i n g o , q u e f a v o

r e c i e s e n l a I n q u i s i c i ón . E n e l s i g l o x i x , ap e n as

s e c om p r e n d e q u e l a d e f i e n d a n ad i e , c om o e s t é

e n s u j u i c i o y n o an h e l e s i n gu l ar i z ar s e p a t r oc i

n an d o l oc u r as , a l go q u e c r i s p a l o s n e r v i o s , p r o

v o c a a n á u s e a s y o f e n d e e l s e n t i d o m o r a l d e t od a

p e r s on a s e n s a t a y d e c i e r t a e d u c ac i ón y d e l i r

cadeza.

C l ar o e s t á q u e l a I n q u i s i c i ón f u é m u y p op u l ar ,

p e r o e s o p r u e b a s ó l o e l n i v e l m or a l b a j í s i m o

y

perverso de aque l los en tre ¡qu ienes lo era . Y c la

r o e s t á t am b i é n q u e s i n I n q u i s i c i ón s e q u e m a

b a ,

se torturaba, se confiscaba y se perseguía t i

r á n i c a m e n t e e l p e n s a m i e n t o ; p e r o t o d o e s t o e x

p l i ca y no jus t i f i ca la Inqu i s i c ión y d i sminuye

s ó l o o a t e n ú a l a v e r gü e n z a d e q u e e n E s p añ a d u -

2 8 7



E N S A Y O S

ben i lu s trar la y gu iar la para que no incurra de

nuevo, y no es ¡buen modo dejarse l levar del

esp ír i tu de part ido y cohones tar y aun g lor i f i

c a r m o n s t r u o s i d a d e s . N o c r e e m o s q u e n o s m u e

va a l dec ir e s to preocupac ión re l ig iosa n i po l í t i

ca .

L o m i s m o q u e c e n s u r am os l o s ap l au s os d ad os

por e l Sr . Menóndez a la Inqu i s i c ión , censura

r í am os a l d e m óc r a t a r ac i on a l i s t a q u e e n c om i as e

l o s h or r or e s d e Dan t on , M ar at y Rob e s p i e r r e ,

o a l c i smát ico , que aprobase las persecuc iones de

los rusos contra los po lacos que profesan e l ca

t o l i c i s m o .

La horr ib le guerra de los cruzados de l norte

d e F r an c i a c on t r a l o s c on d e s d e T o l os a y F o i x

y c on t r a o t r os s e ñ or e s d e L an gu e d oc v i e n e r e

l a t ad a d e s p u é s , a s í c om o l a b a t a l l a d e M u r e t ,

d on d e t an h e r o i c a y d e s as t r ad a m u e r t e t u v o

D . P e d r o , r e y d e Ar agón , n o p or d e f e n d e r a

los a lb igenses . , s ino por defender a sus deudos .

D e t o d o s m o d o s , F r a n c i a r e d o n d e ó e n t o n c e s s u

t e r r i t or i o , e n n om b r e d e l a i n t o l e r an c i a r e l i g i o

s a ,

y en defensa de la l iber tad ver t i eron su san

gr e e l r e y d e Ar agón y l o m ás b i z ar r o y b r i l l an

te de su hero ica nob leza .

De s p u é s d e l a b a t a l l a d e M u r e t e l e s p í r i t u i n

t r an s i ge n t e y f i e r o p e n e t r ó e n Ar agón , y , gr a

c i a s a l ar z ob i s p o d e T ar r agon a y a S an Ra i m u n

do de Peñafort , se fundó la Inqu i s i c ión en Ca

t a l u ñ a , e n v i r t u d d e u n a b u l a d e G r e gor i o I X .

L a p r av e d ad h e r é t i c a d e l o s a l b i ge n s e s s e d i

fund ió por e l re ino de Cast i l la . Don Lucas de

BNBAYOS, — X, I I I . 19

289



J U A N V A L E R A

T u y l a i m p u gn ó e n u n t r a t ad o . Y e l s an t o r e y

D . F e r n an d o I I I l a p e r s i g u i ó c on m á s e f i cac ia .

Du r os y s i n e n t r añ as e r an e n aq u e l l a e d ad

h a s t a l o s v a r o n e s m á s v i r t u o s o s . E l f a n a t i s m o

l o s h a c í a m á s c r u e l e s . S a n F e r n a n d o , p o r t e s t i

m on i o d e M ar i an a , e r a t an e n e m i go d e l o s h e

re jes que , "no contento con haceHos cas t igar por

s u s m i n i s t r os , é l m i s m o , c on s u p r op i a m an o , l e s

ar r i m ab a l a l e ñ a y l e s p e gab a f u e go" ; e n l o s

f u e r os q u e io a v a r i a s c i u d a d e s s i e m p r e i m p o

n ía a los herejes pena de muerte y conf i scac ión

de b ienes , y los Anales Toledanos d ic en de é l en

son de e log io que enforcó muchos homes é coció

muchos en calderas.

T r ae e l S r . M e n é n d e z t od av í a e n e l p r i m e r

v o l u m e n d e s u h i s t or i a u n e s t u d i o d e t e n i d í s i m o

y muy b ien hecho sobre e l cé lebre Arnaldo de

V i l a n o v a , u n o d e l o s m á s s i n g u l a r e s s a b i o s e n c i

c lopéd icos de la Edad Med ia , que lo era todo ,

m é d i c o , j u r i s c on s u l t o , p oe t a , a s t r ó l ogo , a l q u i m i s

t a ,

f i lósofo , teólogo, hereje , míst ico , seudo-pro-

fe ta , po l í t i co y d ip lomát ico a la vez . E l examen

de sus ' e scr i tos y doctr inas , sus aventuras y pe

r e g r i n a c i o n e s , s u s r a r e z a s y a t r e v i m i e n t o s e s t á n

contados con hab i l idad y ameno es t i lo , y prue^

b an l a m ar av i l l o s a d i l i ge n c i a , f e l i c i d ad y f ac i l i

d ad d e l S r . M e n é n d e z p ar a b u s c ar y h a l l ar n o

t i c i a s p e r e gr i n as . C l ar o e s t á q u e l o p r i m e r o q u e

d e m u e s t r a e l S r . M e n é n d e z e s q u e A m a l d o d e

Vi l an ov a e r a e s p añ o l .

' E n t r e o t r a s c u r i o s i d a d e s e x t r a ñ a s , p a r e c e q u e

290



E N S A Y O S

Arnaldo trató de hacer e l hombre ar t i f i c ia l o

q u í m i c o , c om o d e s p u é s l o i n t e n t ó P ar ac e l s o y

c o m o G o e t h e s u p o n e q u e l o c o n s i g u i ó W a g n e r .

A r n a l d o e s c r i b i ó m u c h o e n l a t í n y m u c h o t a m

b i é n . e n l e n gu a c a t a l an a . Nu e s t r o au t or s ac a d e l

o l v i d o e n q u e yac í an a l gu n as d e s u s ob r as .

E s t a n r i c a e n a s u n t o s , t a n e x t e n s a y t a n i m

portante la de l Sr . Menéndez , que no es pos i

b le .dar de e l la un somero ex tracto n i hacer un

l i ge r í s i m o j u i c i o s i n d e t e n e r n os m ás d e l o q u e

p e n s á b a m o s . '

Au n n os q u e d a m u c h o q u e e x t r ac t ar p ar a q u e

a l m e n os s e p a q u i e n n o h a l e í d o a l S r . M e n é n

d e z l a s m at e r i a s p r i n c i p a l e s d e q u e t r a t a , y n os

q u e d a a s i m i s m o b a s t a n t e q u e c e n s u r a r , p o r l a

d i v e r ge n c i a ac as o d e n u e s t r as i d e as p o l í t i c or r e -

l i g i o s as , y m u c h í s i m o q u e e n c om i ar , ap l au d i r

y s e ñ a l ar c om o d i gn o h as t a d e ad m i r ac i ón p or

t od as l a s d e m ás r az on e s .

M a d r i d , 1 8 8 0 .

2 9 1



INDICE

P á g i n a s

D e la filosofía e s p a ñ o la 9

D e l i n f l u j o d e l a I n q u i s i c i ó n y d e l f a n a t i s m o r e l i

g io so e n l a d ec a d en c i a d e la ü iteraitu ir ia ¡e spaño la . 53

L a o r i g i n a l i d a d y e l p l a g i o 9 1

D e l a p e r v e r s i ó n m o r a l d e l a E s p a ñ a d e n u e s

t r o s d í a s 1 3 1

S o b r e e l

Fausto

d e G o e t h e 1 7 1

Historia de los heterodoxos españoles,

p o x d o n

M a r c e l i n o M e m é n d ez y P e l a y o 2 4 0

292



OBR S COM PLET S DE JU N V LE R

P U B L I C A D A S P O R C A R M E N V A L E R A

T O M O S P U B L I C A D O S

D I S C U R S O S A C A D É M I C O S

I . — L a p o e s í a p o p u l a r c o m o e j e m p l o d e l p u n t o en q u e d e b e r í a n

c o i n c i d i r l a I d e a v u l g a r y l a i d e a a c a d é m i c a s o b r e l a l e n g u a c a s t e

l l a n a . — S o b r e e l

Quijote

y s o b r e l a s d i f e r e n t e s m a n e r a s d e c o m e n t a r l e

y j u z g a r l e . — L a l i b e r t a d en e l a r t e . — S o b r e l a c i e n c i a d e l l e n g u a j e . —

L a s C a n t i g a s d e l R e y S a b i o . — D e l i n f l u j o d e l a I n q u i s i c i ó n y d e l f a n a

t i s m o r e l i g i o s o e n l a d e c a d e n c i a d e l a l i t e r a t u r a e s p a ñ o l a . — E l o g i o d e

S a n t a T e r e s a .

I I . — D e l m i s t i c i s m o e n l a p o e s í a e s p a ñ o l a . — S o b r e el D i c c i o n a r i o

d e l a R e a l A c a d e m i a E s p a ñ o l a . — E l p e r i o d i s m o e n l a l i t e r a t u r a . —

R e n a c i m i e n t o d e l a p o e s í a l í r i c a e s p a ñ o l a . — L a n o v e l a e n E s p a ñ a . —

L a l a b o r l i te r a r i a d e D . J o s é O r t e g a M u n i l l a . — E l o g i o d e l e x c e l e n t í s i m o

S r .

D . G a s p a r N ú ñ e z d e A r c e . — E l o g i o d el E x c m o . S r . D . A n t o n i o

C á n o v a s d e l C a s t i l l o . — C o n s i d e r a c i o n e s s o b r e e l

Quijote.

N O V E L A S

I I I .

Doña Luz.

— I V .

Pepita Jiménez.

— V y V I .

Las ilusiones del

doctor Faustino.

—VII .

El Comendador Mendoza.

—VIII .

Pasarse de

listo.

— I X .

Juanita la Larga.

— X .

Genio y figura...

— X I .

Morsamor.—

X I I .

Dafnis y Cloe.

—XIII .

Mariquita y Antonio.—E lisa la Mala

gueña.— Don Lorenzo Tostado.

( F r a g m e n t o s . )

C U E N T O S

X I V . — P a r s o n d e s . — E l p á j a r o v e r d e . — E l b e r m e j i n o p r e h i s t ó r i c o . —

E l e s p e j o , — E l p e s c a d o r c l t o ü r a s h i m a . — E l h e c h i c e r o . — L a m u ñ e -

q u i t a . — L a b u e n a f a m a .

X V . — E l c a b a l le r o d e l a z o r . — E l d o b l e s a c r i f i c i o . — L o s c o r d o b e s e s

e n C r e t a . — E l d u e n d e b e s o . — E l ú l t i m o p e c a d o . — E l S a n V i c e n t e

F e r r e r d e t a l l a . — E l c a u t i v o d e D o ñ a M e n c l a . — E l m a e s t r o R a i m u n -

d l c o . — G a r u d a o l a c i g ü e ñ a b l a n c a . — C u e n t o s y c h a s c a r r i l lo s a n d a l u c e s .

T E A T R O

X V I . — L a v e n g a n z a d e A t a h u a l p a . — A s c l e p i g e n i a . — L o m e j o r d e

t e s o r o . — G o p a . — L o s t e l e f o n e m a s d e M a n o l i t a . — E s t r a g o s d e a m o r y

c e l o s . — A m o r p u e s t o a p r u e b a .

P O E S Í A S

X V I I y X V I I I .

C R Í T I C A L I T E R A R I A

X I X ( 1 8 5 4 - 1 8 5 6 ) . — D e l r o m a n t i c i s m o e n E s p a ñ a y d e E s p r o n c e d a .

S o b r e l o s c a n t o s d e L e o p a r d i . — D e l a p o e s í a d e l B r a s i l . — L a s e s c e

n a s a n d a l u z a s d e E l S o l i t a r i o . — O b r a s p o é t i c a s d e C a m p o a m o r . — L a

b o l a d e n i e v e , d e D . M a n u e l T a m a y o y B a u s . — C o n s i d e r a c i o n e s s o b r e

e l D i c c i o n a r i o E t i m o l ó g i c o d e l a L e n g u a C a s t e l l a n a , d e D . F e l i p e

M o n l á u . — R e v i s t a d e M a d r i d .

X X ( 1 8 5 7 - 1 8 6 0 ) . — L a s e ñ o r a R i s t o r i . — O b r a s p o é t i c a s d e l M a r

q u é s d e M o l i n s . — O b s e r v a c i o n e s s o b r e e l d r a m a t i t u l a d o « B a l t a s a r ,

d e d o ñ a G e r t r u d i s G ó m e z d e A v e l l a n e d a . — « D e V i l l a h e r m o s a a l a

C h i n a» , p o r D . N i c o m e d e s P a s t o r D í a z . — P o e s í a s d e D . F r a n c i s c o

Z e a . — R e f l e x i o n e s c r i t i c a s s o b r e l o s d i s c u r s o s d e C a ñ e t e y S e g o v i a . —

E l « A n f i tr i ó n », d e P l a u t o , y l a « A n d r l a n a » , d e T e r e n c i o . — E l t í o J u a n



y e l t i o P e d r o . — R e v i s t a d e M a d r i d . — L a h i s to r i a d e l a l i t e r a t u r a e s p a

ñ o l a e n l a E d a d M e d i a . — D e u n p o e m a y d e u n a c r i t i c a . — R e v i s t a d e

t e a t r o s .

X X I ( 1 8 6 0 - 1 8 6 1 ) . — D e l a n a t u r a l e z a y c a r á c te r d e l a n o v e l a . — « L a

p o e s í a p o p u l a r » , d e D . M . M i l á y F o n t a n a l s . — « C u e n t o s y í á b u l a s i , d e

D . J u a n E u g e n i o H a r t z e n b u s c b . — B i b l i o t e c a s e l e c t a d e a u t o r e s a n t i

g u o s e s p a ñ o l e s q u e e s c r i b i e r o n e n l e n g u a l a t i n a y á r a b e d e s d e la d o m i

n a c i ó n r o m a n a h a s t a e l s i g l o x i v d e n u e s t r a e r a — « F r a n c i s c o P i z a r r o> ,

d r a m a d e D . A n t o n i o F e r r e r d e l R í o . — Q u é h a s i d o , q u é e s y q u é d e b e

s e r e l a r t e e n e l s i g l o x i x . — « O r i e n t a l e s » , d e D . P e d r o L a h i t e . — « E l

t a n t o p o r c i e n to » , d e D . A b e l a r d o L ó p e z d e A y a l a . — O b r a s c o m p l e t a s

d e F e r n á n C a b a l l e r o . — P o e s í a s d e D . J u l i á n R o m e a . — R e v i s t a d r a

m á t i c a .

X X I I ( 1 8 6 1 - 1 8 6 3 ) . — E l « M a n fr ed o » , d e L o r d B y r o n . — D e la p r o

t e c c i ó n d e l o s g o b i e r n o s a l a l i t e r a t u r a d r a m á t i c a . — L a U n i v e r s i d a d

d e S a l a m a n c a . — S o b r e l a « E s t a f e t a d e ü r g a n d a » . — S o b r e l o s d i s c u r

s o s l e í d o s e n l a R e a l A c a d e m i a E s p a ñ o l a e n l a r e c e p c i ó n p ú b l i c a d e

D . R a m ó n d e C a m p o a m o r . — « L o s m i s e r a b le s » , d e V í c t o r H u g o . — D n a

e x c u r s i ó n d e c u a r e n t a y c i n c o d í a s p o r A l e m a n i a . — C a r t a s a D . F r a n

c i s c o d e P a u l a C a n a l e j a s . — C o n s i d e r a c i o n e s a c e r c a d e l d r a m a r e l i g i o so

e s p a ñ o l . — N e c r o l o g í a d e D . N i c o m e d e s P a s t o r D í a z . — « L a m u e r t e d e

C é s a r », d e D . V e n t u r a d e l a V e g a .

X X I I I ( 1 8 6 4 1 8 7 1 ) . — P r ó l o g o a « P o e s í a s h a s t a c i e r t o p u n t o » , d e

D . C a r l o s M e s l a d e l a C e r d a . — P r ó l o g o a « E n s a y o s c r í t i c o s » , d e D . O u

m e r s i n d o L a v e r d e . — S o b r e S h a k e s p e a r e . — P o e s í a s l í r i c as d e d o ñ a G e r

t r u d i s G ó m e z d e A v e l l a n e d a . — P o e t a s l í r i c o s d e l s i g l o x v m . — O b r a s

d e l D o c t o r F a s t e n r a t h . — « T r a g e d i a l l a m a d a J o s e f i n a » , s a c a d a d e l a

p r o f u n d i d a d d e l a S a g r a d a E s c r i t u r a y t r o v a d a p o r M i c a e l d e C a r

v a j a l . — « F u e r o d e S a l a m a n c a » . — « P o e s í a s s e r i a s y h u m o r í s t i c a s » , d e

D . P e d r o A . d e A l a r c ó n . — G l o s a r i o d e p a l a b r a s e s p a ñ o l a s y p o r t u

g u e s a s d e r i v a d a s d e l á r a b e . — D e l o c a s t i z o d e n u e s t r a c u l t u r a e n el

s i g l o x v m y e n e l p r e s e n t e .

X X I V ( 1 8 7 3 - 1 8 7 8 ) . — « V i d a d e L o r d B y r o n » , p o r D . E m i l i o C a s -

t e l a r . — C o n s i d e r a c i o n e s c r i t i c a s s o b r e « G r i to s d e l c o m b a t e » , d e d o n

G a s p a r N i i ñ e z d e A r c e . — L a o r i g i n a l i d a d y e l p l a g i o . — « S e n t i r y s o ñ a r » ,

v e r s o s d e D . E n r i q u e R . d e S a a v e d r a , D u q u e d e R i v a s . — « H i s t o r i a

s o c i a l , p o l í t i c a y r e l i g i o s a d e l o s J u d í o s d e E s p a ñ a y P o r t u g a l » , p o r

D .

J o s é A m a d o r d e l o s R í o s . — « I I c a n c i o n e r e p o r t o g h e s e d e l la b i b l i o

t e c a v a t i c a n a » . — S o b r e el « A m a d i s d e G a u l a » . — « H o r a c i o e n E s p a ñ a » ,

p o r D . M a r c e l i n o M e n é n d e z y P e l a y o . — « S o l e d a d e s » , p o r D . E u s e b i o

B l a s c o . — « R i m a s » , d e D . V i c e n t e W . Q u e r o l . — D e l a m o r a l y d e l a

o r t o d o x i a e n l o s v e r s o s . — P r ó l o g o a « D n a d o c e n a d e c u e n t o s » , d e d o n

N a r c i s o C a m p i l l o .

X X V ( 1 8 7 8 - 1 8 8 2 ) . — S o b r e e l « F a u s to » , d e G o e t h e . — P o e s í a s d e

D . J o s é A m a d o r d e l o s R í o s . — « H i s t o r i a d e l o s h e t e r o d o x o s e s p a ñ o l e s » ,

p o r D . M a r c e l i n o M e n é n d e z y P e l a y o . — V e n t u r a d e l a V e g a . E s t u d i o

b i o g r á f i c o - c r l t i c o . — P o e s í a s d e D . M a r c e l i n o M e n é n d e z y P e l a y o .

X X V I ( 1 8 8 6 - 1 8 8 7 ) . — A p u n t e s s o b r e e l n u e v o a r te d e e s c r i b ir n o

v e l a s .

X X V I I ( 1 8 8 7 - 1 8 8 9 ) . — P o e s í a s d e l D u q u e d e A l m e n a r a A l t a . — C o n

m o t i v o d e l a s n o v e l a s r u s a s . — F i g u r a s d e l a A l e m a n i a c o n t e m p o r á

n e a . — D . Á n g e l R . d e S a a v e d r a , D u q u e d e R i v a s . — D . P e d r o C a l d e r ó n

d e l a B a r c a . — C a n c i o n e r o . — « E l g u s a n o d e l uz » , n o v e l a a n d a l u z a d e

D . S a l v a d o r R u e d a . — L a p o e s í a e s p a ñ o l a c o n t e m p o r á n e a e n F r a n c i a . —

A n t o l o g í a d e p o e t a s l í r i c o s i t a l i a n o s .

X X V I I I ( 1 8 8 9 - 1 8 9 6 ) .— « M o r r i ñ a » , p o r d o ñ a E m i l i a P a r d o B a z á n . —

« L a f i l o s o f í a p l a t ó n i c a e n E s p a ñ a » , p o r D . M a r c e l i n o M e n é n d e z y

P e l a y o . — D e l c h i s t e y d e l a a m e n i d a d d el e s t i l o . — S o n e t o s d e D . M a

t í a s d e V e l a s c o y R o j a s . — P o e s í a s d e D . J u a n A n t o n i o C a v e s t a n y . —

E l r e n a c i m i e n t o c l á s i c o e n l a l i t e r a t u r a c a t a l a n a » , p o r D . A n t o n i o

R u b i o y L l u c h . — « P o r t u g a l c o n t e m p o r á n e o » , p o r D . R a f a e l M a r í a d e

L a b r a . — « V i a g e m s n a G a l i z a» , p o r D . I . F . S i l v e l r a d a M o t t a . — « V e r

d a d e s p o é t i c a s » , p o r D . M e l c h o r d e P a l á u . — « E l v e r b o d e D i o s » , p o r

D . P e d r o S a l a y V i l l a r e t . — « L a s e d d e o r o» , p o r D . J o s é M a n u e l H i

d a l g o . — D e l o s a u t o r e s p o r t u g u e s e s q u e e s c r i b i e r o n e n c a s t e l l a n o . —

D i s o n a n c i a s y a r m o n í a s e n t r e l a m o r a l y la e s t é t i c a . — « P e q u e n e c e s . . . » ,



C u r r i ta A l b o r n o z al P a d r e L u i s C o l o m a . — L a s m u j e r e s y l a s A c a d e

m i a s . — C o l e c c i ó n d e m a n u s c r i t o s y o t r a s a n t i g ü e d a d e s d e E g i p t o

p e r t e n e c i e n t e s a l A r c h i d u q u e R a n i e r o . — L a s r a r e z a s d e l « F a u s t o » . —

T e a t r o l i b r e .

X X I X ( 1 8 9 6 Í 8 9 8 ) . — « L a l i t e r a t u r a e s p a ñ o l a e n e l s i g l o x i x » , p o r

e l P . B l a n c o G a r c í a — « A n t o l o g í a d e p o e t a s l í r i c o s c a s t e l la n o s » , p o r

D . M . M e n é n d e z y P e l a y o . — L a o b r a p o s t u m a d e J u a n M o n t a l v o . —

E l r e g i o n a l i s m o f i l o l ó g i c o e n G a l i c i a . — F i n e s d e l a r t e f u e r a d e ) a r t e . —

L a m o r a l e n e l a r t e . — « E l e x t r a ñ o » , ú l t i m a m o d a d e P a r í s . — « E l p r o

c u r a d o r Y e r b a b u e n a » y « El t e s o r o d e G a s t ó n » . — S o b r e l a n o v e l a d e

n u e s t r o s d i a s . — D e l p r o g r e s o e n el a r t e d e l a p a l a b r a . . — E l s u p e r h o m

b r e . — S o b r e l a p r i m e r a r e p r e s e n t a c i ó n d e « C l e o p a t r a » . — T r e s r e c i e n t e s

r e p r e s e n t a c i o n e s t e a t r a l e s . — « L a d u d a » , d r a m a d e D . J o s é E c h e g a -

r a y . — P r i m e r a r e p r e s e n t a c i ó n d e «E l p a d r e J u a n i c o » . — P r ó l o g o a l a

t r a d u c c i ó n d e «L a E n e i d a » , d e D . L u i s H e r r e r a . — S o b r e la e d i c i ó n

d e l « Q u i jo t e» q u e s e p u b l i c a e n E d i m b u r g o . — P l e i t o l i t e r a r i o .

X X X ( 1 8 9 9 1 9 0 1 ) . — H o m e n a j e a P . M a r c e l i n o M e n é n d e z y P e -

l a y o . — « J i r o n e s » , p o e s í a s d e D . R a m ó n A . U r b a n o . — L a i r r e s p o n s a

b i l i d a d d e l o s p o e t a s y l a p u r i f i c a c i ó n d e l a p o e s í a . — D . R a m ó n d e l a

C r u z . — D . J u a n M e n é n d e z V a l d é s . — « D . C r i s tó b a l d e M o u r a , p r i m e r

M a r q u é s d e C a s t e l R o d r i g o » , p o r D . A l f o n s o D a n v i l a . — E l e s p e c

t á c u l o m á s n a c i o n a l . — - N u e v a e d i c i ó n d e « L a C e l e s t i n a » . — B i b l i o t e c a

d e f i l o s o f í a y s o c i o l o g í a . — « E l f i l ó s o f o a u t o d i d á c t i c o » , p o r A b u b é q u e r

A b e n t o f a i l . — S o b r e la d u r a c i ó n d e l h a b l a c a s t e l l a n a , c o n m o t i v o d e

a l g u n a s f r a s e s d e l S r . C u e r v o . — E l r e g i o n a l i s m o l i t e r ar i o e n A n d a -

l u c i a . — L a s i n d u c c i o n e s d e l S r . D . P o m p e y o G e n e r . — « E l b u e n p a ñ o . . .» ,

p o r D . J . F . M u ñ o z P a v ó n . — « L a s n o v e l a s e j e m p l a r e s d e C e r v a n t e s » ,

p o r D . F . A . d e I c a z a . — « L a G o l e te r a » , p o r D . A r t u r o R e y e s . — P o e s í a s

d e D . J . L . E s t e l r l c h . — « L u l l y A r j o n a » , n o v e l a p o r D . A l f o n s o D a n v i l a .

« M a r i q u i t a L e ó n » , n o v e l a o r ig i n a l d e D . J o s é N o g a l e s . — « H u e l l a d e

a l m a s » , p o r d o n F r a n c i s c o A c e b a l . — D i s c u r s o p r o n u n c i a d o p o r d o ñ a

E m i l i a P a r d o B a z á n e n l o s J u e g o s f l o r a l e s d e O r e n s e e n l a n o c h e d e l 7 d e

u n i ó d e 1 9 0 1 . — « I s a a c » , p o r D . J a v i e r L a s s o d e l a V e g a . — « A v e n t u r a s ,

n v e n t o s y m i x t i f i c a c i o n e s d e S i l v e s t r e P a r a d o x » , n o v e l a d e D . P í o

B a r o j a . — P o e s í a s d e D . J u a n A i c o v e r . — « E l ú l t i m o p a t r io t a » , n o v e l a

d e D . J o s é N o g a l e s .

X X X I ( 1 9 0 1 - 1 9 0 5 ) . — « L a u r e l e s » , p o e s í a s d e D . Á n g e l d el A r c o . —

« C a r ta s d e m u j e r e s » , p o r D . J a c i n t o B e n a v e n t e . — « L a c o n q u i s t a d e l a

e l e g a n c ia » , n o v e l a d e D . A . D a n v i l a . — N o v e l a s r e c i e n t e s . — L a S o c i e

d a d H e l e n o - L a t i n a . — S o b r e « C u e st ió n d e a m b i e n t e » . — P r ó l o g o a « R e

m i n i s c e n c i a s t u d e s c a s » , d e D . S a n t i a g o P é r e z T r i a n a . — P r ó l o g o a

« G e o m e t r í a m o r a l » , d e D . J u a n M o n t a l v o . — « L a E s p a ñ a l i te r a ri a » ,

p o r B o r r i s d e T a n n e n b e r g . — U n a p o e t i s a i t a l o h i s p a n a . — L a t e r a p é u t i c a

s o c i a l y l a n o v e l a p r o f é t i c a . — « A l t r a v é s d e l a E s p a ñ a l i te r a r i a» , p o r

D . J o s é L e ó n P a g a n o . — S o b r e l a j u v e n t u d i n t e l e c t u a l . — D e s d e e l c a s

t i l l o d e M o s . — H o m e n a j e a D . J o s é E c h e g a r a y . — L a g r a m á t i c a h i s

t ó r i c a .

X X X I I y X X X I I I ( 1 9 0 1 - 1 9 0 5 ) . — L a p o e s í a l ír i ca y é p i c a e n la

E s p a ñ a d e l s i g l o x i x . C o n n o t a s b i o g r á f i c a s y c r í t i c a s .

E S T U D I O S C R ÍT I C O S S O B R E F I L O S O F Í A Y R E L I G I Ó N

X X X I V ( 1 8 5 5 - 1 8 6 3 ) . — « E n s a y o s o b r e e l c a t o l i c i s m o , e l l i b e r a l i sm o

y el s o c i a l i s m o , c o n s i d e r a d o s e n s u s p r i n c i p i o s f u n d a m e n t a l e s » , p o r

D . J u a n D o n o s o C o r t é s , M a r q u é s d e V a l d e g a m a s . — D e la d o c t r i n a

d e l p r o g r e s o . — O b r a s d e D . F r a n c i s c o d e Q u e v e d o y V i l l e g a s . — E l d i o s

Y o . — C a r t a d e R o q u e a P e t r a . — F r a g m e n t o s f i l o s ó f i c o s . — R e c e p c i ó n

d e D . P e d r o d e M a d r a z o e n l a R e a l A c a d e m i a d e l a H i s t o r i a . — L a

e n s e ñ a n z a d e l a f i lo s o f ía e n l a s U n i v e r s i d a d e s . — C a r t a s t r a s c e n d e n

t a l e s a c e r c a d e l f u n d a m e n t o f i l o s ó f i c o d e l o s p a r t i d o s p o l í t i c o s e n

E s p a ñ a .

X X X V ( 1 8 6 3 - 1 8 8 8 ) . — C a r t a s a l S r . D . R a m ó n d e C a m p o a m o r

s o b r e s u l i b r o d e « L o a b s o l u t o » . — « E s t u d i o s s o b r e l a E d a d M e d i a » ,

p o r D . F . P i y M a r g a l l . — E l r a c i o n a l i s m o a r m ó n i c o . — O b r a s d e d o n

A n t o n i o A p a r i s i y G u i j a r r o . — D e l a f i lo s o f í a e s p a ñ o l a . — P s i c o l o g í a

d e l a m o r .



X X X V I ( 1 8 8 3 - 1 8 8 9 . — M e t a f í s i c a a l a l i g e r a . — L a m e t a f í s i c a y la

p o e s í a .

X X X V I I ( 1 8 5 9 - 1 8 6 8 ) . — L i t e r a t u r a a r á b i g a . — E s p e r a n z a . — O b s e r v a

c i o n e s l u m i n o s a s s o b r e l o s v a r i o s m o d o s q u e h a y a h o r a d e e n t e n d e r

l a h i s t o r i a o d e e x p l i c a r l a , a u n q u e n o s e e n t i e n d a . — D e la r e v o l u c i ó n

e n I t a l i a . — E s p a ñ a y P o r t u g a l . — S o b r e e l l i b r o t i t u l a d o « E l P a p a y

l o s g o b i e r n o s * p o p u l a r e s » , p o r D . M i g u e l S á n c h e z , p r e s b í t e r o — S o b r e

l o s d i s c u r s o s l e í d o s e n l a R e a l A c a d e m i a E s p a ñ o l a p o r l o s S r e s . D . L u i s

G o n z á l e z B r a v o y D , C á n d i d o . N o c e d a l . — S o b r e l a p o l í t i c a d e «E l C o n

t e m p o r á n e o » . — « D i e z a ñ o s d e c o n t r o v e r s i a p a r l a m e n t a r i a » , p o r D . N i c o -

m e d e s P a s t o r D í a z . — S o b r e e l c o n c e p t o q u e h o y s e f o r m a d e E s p a ñ a .

X X X V I I I ( 1 8 6 9 - 1 8 8 7 ) . — R e v i s t a p o l í t i c a — L a r e v o lu c i ó n y l a l ib e r

t a d r e li g i o s a e n E s p a ñ a . — H i s t o r i a d e l a c i v i l i z a c i ó n i b é r i c a .

X X X I X ( 1 8 9 2 - 1 8 9 8 ) . — E l C e n t e n a r i o . — L a A t l á n t i d a . — D o s t r e

m e n d a s a c u s a c i o n e s c o n t r a E s p a ñ a d e l a n g l o a m e r i c a n o D r a p e r . — L o s

E s t a d o s U n i d o s c o n t r a E s p a ñ a . L a s a l i a n z a s . — Q u e j a s d e l o s r e b e l d e s

d e C u b a . — A u n a s e ñ o r a c u b a n a . — M é r i t o y f o r t u n a . — F e e n l a

p a t r i a . — L a s d o s r e b e l i o n e s . — E l p a í s d e l a c a s t a ñ e t a . — L a p a z d e s e a

d a . — L a m e d i a c i ó n d e l o s E s t a d o s U n i d o s . — L e t r a s y a i m a s .

X L ( 1 8 9 6 - 1 9 0 3 ) . — L o s j e s u í t a s d e p u e r t a s a d e n t r o . — N o t a s d i p l o

m á t i c a s . — O p i n i o n e s y j u i c io s a c e r c a d e C á n o v a s . — P r ó l o g o a l a « V id a

d e C a r l o s I I I » , d e l C o n d e d e F e r n á n N ú ñ e z . — L a C o n f e r e n c i a d e la

P a z . — D i s c u r s o l e í d o en l o s J u e g o s f l o r a l es d e S e g o v i a e l 2 1 d e s e p

t i e m b r e d e 1 9 0 2 . — D i s c u r s o l e íd o e n l o s J u e g o s f l o ra l e s d e C ó r d o b a

e l 2 9 d e m a y o d e 1 9 0 3 .

X L I ( 1 8 8 8 ) . — C a r t a d e d i c a t o r i a . — S o b r e V í c t o r H u g o . — E l p e r fe c

c i o n i s m o a b s o l u t o . — P o e s í a a r g e n t i n a . — U n l i t e ra t o e s p a ñ o l e n C h i l e . —

E l P a r n a s o C o l o m b i a n o . — A z u l . — E l t e a t r o e n C h i l e .

X L I I ( 1 8 8 9 - 1 8 9 0 ) . — D e d i c a t o r i a . — N u e v a r e l i g i ó n . — E s p a ñ a d e s d e

C h i l e . — V o c a b u l a r i o r i o p í a t e n s e r a z o n a d o . — N o v e l a p a r i s i e n s e m e j i

c a n a . — L a p o e s í a y l a n o v e l a e n E l E c u a d o r . — U n p o l íg r a f o a r g e n t i

n o . — T a b a r é . — T r a d i c i o n e s p e r u a n a s . — N o v e l a p r o g r a m a .

X L I I I ( 1 8 9 1 - 1 8 9 7 ) . — C a r t a s a l a « R e v i s t a I l u s tr a d a » , d e N u e v a

Y o r k . — C a r t a s a « E l C o r r e o d e E s p a ñ a » , d e B u e n o s A i r e s .

X L I V ( 1 8 9 7 - 1 9 0 0 ) . — C a r t a s a «E l C o r r e o d e E s p a ñ a » , d e B u e n o s

A i r e s ( c o n t i n u a c i ó n ) . — C a r t a s a « La N a c i ó n » , d e B u e n o s A i r e s .

X L V . — R e v i s t a d e M a d r i d . — A p o l o g í a d e l a s c o rr i d a s d e t o r o s . —

U n p o c o d e c r e m a t í s t i c a . — D e la p e r v e r s i ó n m o r a l d e l a E s p a ñ a d e

n u e s t r o s d í a s . — L a c o r d o b e s a .

X L V I . — L a P r i m a v e r a . — J u n i o . — C a r t a d e M a e s e J a i m e . — A l g o

s o b r e la P a d m i n i . — V e l á z q u e z . — M i s v i s i t a s . — M e d i t a c i o n e s u t ó p i c a s

s o b r e e d u c a c i ó n .

X L V I I . — C o r r e s p o n d e n c i a I .

X L V I I I . — C o r r e s p o n d e n c i a I I .

E S T U D I O S C R Í T I C O S S O B R E H I S T O R I A Y P O L Í T I C A

C A R T A S A M E R I C A N A S

M I S C E L Á N E A

D E V E N T A E N T O D A S L A S L I B R E R Í A S ,

* C U A T R O P E S E T A S T O M O



ft Ir

^

ь

.^ ^гШ}^^мт^^^^^тш:

.. .. ... .....„ .„„....

Ал

3

v

^ .

t

Л

j

Л ^ /

^

'

-



Ч

ms. ?—

N A C I O N A L

D E

E S P A N A

e

juan valera ensayos

Documents