jornal municipal - abr | mai | jun

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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. junho 2015 .ano 15.n.º56 Qualidade a perder de vista Setúbal Mais Bonita junta 1500 voluntários e Bela Vista surpreende com projeto pág. 28 Conselho de opinião dá contributo de desenvolvimento Independente marcha para a vitória Convento reabre com arte Monumento nacional encerrado há vinte anos devolvido à cidade após obras de reabilitação págs. 4 e 5 À prova de sismo págs. 14 e 15 págs. 10, 11 e 27 pág. 18 Cidadania exemplar pág. 19 Setlog 2015 prepara meios de resposta

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Edição de abril, maio e junho de Setúbal - Jornal Municipal

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Page 1: Jornal Municipal - abr | mai | jun

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.junho 2015.ano 15.n.º56

Qualidade a perder de vista

Setúbal Mais Bonita junta 1500 voluntários e Bela Vista surpreende com projeto

pág. 28Conselho de opinião dá contributo de desenvolvimento

Independentemarcha para a vitória

Conventoreabrecom arte

Monumento nacional encerrado há vinte anos devolvido à cidade após obras de reabilitação

págs. 4 e 5

À prova de sismo

págs. 14 e 15

págs. 10, 11 e 27

pág. 18

Cidadaniaexemplar

pág. 19

Setlog 2015prepara meiosde resposta

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2SETÚBALabril|maio|junho15

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: SMCI/Serviço Municipal

de Comunicação e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Marco Silva,

Pedro Moreira, Raquel Proença

Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque

Paginação: Humberto Ferreira

Impressão: PROS – Promoções e Serviços

Publicitários, Lda.

Redação: SMCI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 8000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

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l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Geral, Finanças e Recursos [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício do Banco de PortugalRua do Regimento de Infantaria 11, n.º 7265 545 180Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorGabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Luísa Todi, 165Mercado do Livramento, 1.º andar265 545 390

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeCasa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 [email protected]

TURISMOCasa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoPraça da República, 47212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAISBiblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Casa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 168

Museu de Setúbal/Convento de JesusPraça Miguel Bombarda265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Galeria Municipal do Banco de PortugalAv. Luísa Todi, 119265 545 180

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

EQUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipal de AtletismoEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.junho 2015.ano 15.n.º56

Qualidade a perder de vista

Setúbal Mais Bonita junta

1500 voluntários e Bela Vista

surpreende com projeto

pág. 28

Conselho de opinião dá contributo de desenvolvimento

Independentemarcha para a vitória

Conventoreabrecom arte

Monumento nacional encerrado há vinte anos devolvido à cidade após obras de reabilitação

págs. 4 e 5

À prova de sismo

págs. 14 e 15

págs. 10, 11 e 27

pág. 18

Cidadaniaexemplar

pág. 19

Setlog 2015prepara meiosde resposta

4 PRIMEIRO PLANO O Convento de Jesus reabriu parcialmente, graças a obras em que a Autarquia se substituiu ao Estado. A recuperação geral do monumento depende agora da vontade do Governo. 6 LOCAL O Nosso Bairro, Nossa Cidade já leva três anos a dar o exemplo ao País em matéria de cidadania. A pensar nos mais novos, todos os parques infantis municipais foram recuperados.10 ESPECIAL O Setúbal Mais Bonita esteve no terreno no início de junho em nova jornada de participação cidadã. Mais de 1500 voluntários envolveram-se em 130 intervenções de requalificação do espaço público.12 FREGUESIA O Parque Urbano de Brejos de Azeitão nasceu num baldio e já deu fruto. No Bairro 25 de Abril, a opção foi um espaço de lazer e atividade física e o Polo Operacional de Vanicelos ficou pronto.13 AMBIENTE Um plano estratégico de comunicação estimula comportamentos individuais a favor da qualidade de vida do coletivo. Tudo num concelho que aposta no crescimento sustentado.14 PLANO CENTRAL Duzentas pessoas viveram 24 horas como desalojadas num exercício de um sismo de elevada magnitude. O Setlog Azeitão 2015 testou os procedimentos de proteção civil.16 TURISMO O FlaminGO Fest é um novo evento de aposta no enquadramento paisagístico do Estuário do Sado. Igualmente na primeira edição, a Festa do Morango aumenta a oferta em Azeitão.17 ECONOMIA A excelência dos néctares de Portugal e Espanha tem como palco privilegiado o Festival Ibérico do Vinho. Uma rede cheia de iniciativas foi o resultado do Dia Nacional do Pescador.18 CULTURA O Festival de Música de Setúbal promoveu 16 eventos durante quatro dias. As Marchas Populares e a primeira edição da Festa da Ilustração são outros pontos fortes da atividade cultural.21 DESPORTO Uma das mais modernas pistas portuguesas de BMX, com uma área de 11 mil metros quadrados, está instalada na Bela Vista. A Feira de Pesca de Setúbal continua a atrair multidões.22 JUVENTUDE Bocage inspirou 22 fotógrafos amadores na busca das melhores imagens para disputa dos prémios de um concurso. Os jovens de Setúbal mostram repúdio pela violência no namoro e no casal.23 EDUCAÇÃO As famílias bem que se divertiram no Há Festa no Parque, com um fim de semana repleto de atividades. Um roadshow deu a conhecer as oportunidades geradas pelo ensino profissional.24 ACADEMIA Uma tese de doutoramento sobre robótica, de um professor da Escola Superior de Tecnologia, ganhou um prémio nacional. Um projeto da Escola Superior de Educação valoriza o Moinho da Mourisca.25 RUMOS Samuel Simão, aliás BC Trezor, usa a poesia e a música para expressar o que lhe vai na alma. Os problemas dos jovens mas também os afetos e os sentimentos são assuntos que interessam ao rapper.26 RETRATOS O gosto de Carla Souto pela costura vem da meninice, incutido pela avó. Na Lojinha dos Bordados, um pequeno espaço localizado no coração do Troino, consegue dar asas à sua grande paixão.27 INICIATIVA Moradores da Bela Vista transformam o velho em novo. O projeto Garrrbage aproveita mobiliário deixado junto de contentores e peças de vestuário estragadas para dar uma vida nova aos artigos.28 PLANO SEGUINTE A Autarquia criou o Conselho de Opinião Setúbal XXI, um fórum da sociedade para discussão de rumos de desenvolvimento. A Setúbal Bay e a Feira de Sant’Iago estão a caminho.

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edit

oria

lA reabertura do Convento de Jesus ao público no passado dia 20 de junho representa,

para a Câmara Municipal de Setúbal, enorme responsabilidade.

A responsabilidade de honrar meio milénio de história; de respeitar e valorizar a nossa

memória coletiva depois de 23 anos de encerramento da mais valiosa joia do nosso

património local.

A responsabilidade de, perante Setúbal e o País, nos comprometermos a continuar

a trabalhar na requalificação deste que é um dos mais importantes monumentos

portugueses. Até que esteja totalmente reabilitado com a ajuda do magnífico projeto

do arquiteto Carrilho da Graça.

Responsabilidade que queremos continuar a assumir com a partilha do dever que temos,

no Poder Local e no Poder Central – ou melhor, na Câmara Municipal de Setúbal e no

Governo da República –, de recuperar este importante pedaço da nossa memória coletiva.

Foi a Autarquia que assumiu a responsabilidade de impedir a ruína irremediável deste

monumento.

Fizemo-lo num momento em que o Poder Central poderia

ter abandonado a candidatura a fundos comunitários do

PORLisboa já aprovada para a recuperação do monumento.

Tal como noutras situações, aceitámos substituir o Poder

Central nas suas responsabilidades e assumimos a posição

contratual do Estado nesta candidatura e o pagamento da comparticipação nacional de uma

obra que, para já, custou mais de três milhões e seiscentos mil euros.

Agora, precisamos que o Governo caminhe connosco e nos ajude a acabar esta obra.

O que falta para cumprir o projeto do arquiteto Carrilho da Graça é concluir a recuperação

das alas norte e leste do Convento, recuperar totalmente o Coro Alto, bem como o seu teto

e a torre sineira, recuperar a estrutura da Igreja de Jesus e respetiva cobertura e construir

um edifício de apoio com mil metros quadrados para acomodar funções científicas,

técnicas e administrativas do museu.

E, claro, responder a uma justa – mais do que justa – aspiração dos setubalenses, que

é a necessária reformulação do Largo de Jesus e do seu pavimento, ainda que esta seja

uma obra que terá de ser enquadrada de outra forma.

Eis o que falta. E também seis milhões de euros.

Estamos disponíveis para assumir metade deste valor, pelo que é necessário que o Governo

crie condições para que a outra metade possa ser financiada por fundos europeus, sem que,

com este financiamento, se prejudiquem outros investimentos municipais apoiados por

fundos comunitários na área metropolitana de Lisboa.

O nosso trabalho no Executivo municipal é feito, dia após dia, de muitas alegrias,

de desilusões e choques com a realidade.

Mas é também isto que nos faz sonhar, porque todos os que ocupam transitoriamente

lugares de topo nas autarquias e todos os que os acompanham nas vereações vivem destes

sonhos.

De imaginadas cidades; de sonhadas vidas melhores para todos os que as povoam.

É o que nos move: sonhar e fazer uma cidade melhor, uma cidade entendida muito para lá

das suas estruturas viárias, edifícios, equipamentos, jardins.

Uma cidade justa, de todos e para todos...

A reabertura do Convento ajuda-nos a realizar um pouco mais da cidade que sonhamos.

Responsabilidade

A reAberturA do Convento AjudA-nos A reAlizAr um pouCo

mAis dA CidAde que sonhAmos

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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prim

eiro

plan

o

Convento de Jesus, monumento nacional encerrado ao público há mais de duas décadas, foi devolvido a Setúbal após a conclusão da pri-meira fase de intervenções de rea-bilitação geral do edifício, reaberto parcialmente a 20 de junho com uma nova galeria de arte.As obras, iniciadas no final de 2012, foram impulsionadas pela Câma-ra Municipal, que, ao chamar a si a responsabilidade de travar a degra-dação do imóvel do século XV, assu-miu as contrapartidas financeiras que deveriam ser suportadas pelo Estado, proprietário do patrimó-nio, para reabilitar o edifício.A primeira fase de intervenções de beneficiação incluiu a substituição da totalidade da cobertura e a res-tauração das paredes de pedra e de alvenaria, a par da proteção geral, através da criação de sistemas de drenagem no alçado norte.O restauro completo da ala poen-te, para instalação de uma galeria expositiva do Museu de Setúbal, é uma das ações de maior visibilidade no requalificado imóvel, que cons-titui um dos principais marcos do período Manuelino em Portugal e está classificado como Monumento Nacional desde 1910.As intervenções, implementadas com um conceito de simplicida-de e que aproximam o edifício da conceção original, centraram-se na cobertura, nos alçados e, posterior-mente, em ações de consolidação estrutural.Entre os trabalhos executados des-taca-se a colocação de uma cober-tura totalmente em madeira, assim como a reconstrução dos pavimen-tos dos pisos superiores, igualmen-te com vigas em madeira e tabuado,

Convento devolvido à cidade

OA mais valiosa joia do património local, com mais

de 500 anos de história, está, de novo, ao dispor de Setúbal. O Convento de Jesus reabriu com arte,

com uma nova galeria que expõe peças do século XIV ao XX. Mas o esplendor da referência manuelina ainda não foi totalmente devolvido, com o futuro

a reservar uma segunda fase de intervenções

soluções que permitem libertar peso do imóvel e assegurar a inte-gridade estrutural.Na ala poente, além da recuperação de um vão de escadas e de dois te-tos, destaque para a criação de uma galeria expositiva, projetada com linhas simples para servir de pano de fundo às obras de arte que in-tegram uma exposição temporária com peças de coleções do acervo do Museu de Setúbal.A mostra, numa espécie de roteiro cronológico espaciotemporal entre o final do século XIV e o século XX, inclui, entre outras, a pintura “Bo-cage e as Musas”, de Fernando San-

tos, assim como a obra “Calvário – Cristo Crucificado, Nossa Senhora, São João e Santa Madalena”.

Património renascido

Os trabalhos dinamizados na primei-ra fase de reabilitação do Convento de Jesus asseguraram a colocação de um elevador interior, a construção de um novo edifício técnico e a recupe-ração da zona do Claustro e de outras áreas do convento, nomeadamente a Sala do Capítulo.A Sala do Capítulo, criada num con-ceito arquitetónico do estilo do Alto Renascimento, entre os séculos XVI

e XVII, com paredes forradas a azu-lejo e um teto em madeira pintada, é composta por elementos que con-trastam com a maioria dos espaços do convento.Destaque ainda para um conjunto de trabalhos de restauro realizados no interior do edifício, nomeada-mente de acabamentos dos espaços cobertos, como telhas cerâmicas, frescos e pinturas em madeira, in-tervenções asseguradas por uma empresa especializada.Foi também concretizada uma ação de proteção contra inundações, uma vez que o imóvel está situado num ponto baixo da cidade. Além

O Convento de Jesus foi projetado pelo mestre Diogo de Boitaca, em desenho de ins-piração divina. A construção foi iniciada em 1490 e terminada em 1496.

MARCOS HISTÓRICOS DO MONUMENTO NACIONAL

O Tratado de Tordesilhas, com a divi-são do mundo entre Portugal e Espanha, foi ratifi cado no ano de 1494 no Convento de Jesus, pelo rei D. João II.

O imóvel, instalado numa zona de Setúbal conhecida à época por Sapal do Troino, foi fundado por Justa Rodrigues Pereira, ama--de -leite de D. Manuel I.

A Igreja de Jesus, instalada no convento, é considerada o primeiro ensaio em Portugal de igreja-salão, um espaço unitário e isótropo, ou seja, homogenea mente iluminado.

Com a extin-ção das ordens religiosas em Portugal, em 1888 o conven-to é entregue à Misericórdia, para ser conver-tido em hospital, que ali funciona até 1959.

Em 1961, nasce o Museu de Setúbal, espaço instalado em todo o edifício conventual que possui valiosas co-leções de arte de di ferentes períodos.

Classificado como Monu-mento Nacional desde 1910, recebeu a Marca de Patrimó-nio Europeu em 2009 pela importância no contexto históri-co europeu.

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Convento devolvido à cidade

A necessidade de partilhar res-ponsabilidades para assegurar a concretização da reabilitação total do Convento de Jesus, com uma segunda fase de obras, mais abran-gente, foi realçada pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, a 20 de junho, na cerimónia de rea-bertura do monumento nacional.“Assumimos uma grande responsabi-lidade, a de honrar meio milénio de história e a de respeitar e valorizar a nossa memória coletiva depois de 23 anos de encerramento da mais va-liosa joia do nosso património local”, vincou Maria das Dores Meira so-bre a obra que permitiu a reaber-tura do edifício. Contudo, o processo está a “meio do caminho”, frisou Maria das Dores

Futuro com compromisso

da impermeabilização das lajes, foi criado um muro em redor para des-viar águas pluviais e instalada uma estação de bombagem.A primeira fase de reabilitação do imóvel integra o projeto “Recupe-ração e Valorização do Convento de Jesus”, incluído no programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal, candidatura liderada Autarquia que incluiu a execução de um conjunto de obras estruturantes para a cidade.O investimento no Convento de Je-sus, da ordem dos 3,6 milhões de euros, foi comparticipado por fun-dos comunitários com uma taxa de

Meira, ao reiterar a necessidade de mais intervenções. “Vamos continuar a trabalhar até que o convento esteja totalmente reabilitado com o projeto do arquiteto Carrilho da Graça, até que possa ser devolvido, no seu esplendor, a Setúbal, a Portugal.”Para o restauro total da pérola ma-nuelina são necessários mais seis milhões de euros. “Queremos con-tinuar a assumir a responsabilidade com a partilha do dever que temos, na Câmara Municipal de Setúbal e no Governo da República”, e, para isso, afirmou, a Autarquia “está disponível para assumir metade do valor”.Agora, alertou, “é preciso que o Go-verno crie condições para que a outra metade possa ser financiada por fun-dos europeus, sem que, com este fi-

65 por cento, através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, com os restantes encar-gos assumidos pela Autarquia.O Município chamou a si a lideran-ça deste processo após receber, por protocolo, a posição de beneficiá-rio da candidatura que pertencia ao IGESPAR, por este instituto da administração central, atualmente integrado na Direção-Geral do Pa-trimónio Cultural, alegar incapaci-dade orçamental.Neste âmbito, a Câmara Municipal assegurou, num protocolo assinado

com a Direção-Geral do Patrimó-nio Cultural em fevereiro de 2012, a cedência temporária do Convento e da Igreja de Jesus e respetivos bens culturais para a instalação do Museu de Setúbal por um período de vinte anos, revogáveis.

Restauro total

Para garantir a renovação total do Convento de Jesus e a implemen-tação integral do projeto de arqui-tetura proposto por Carrilho da Graça, até 2017/2018, o Município tenta garantir junto do Governo os fundos nacionais e comunitários

necessários, no valor global de seis milhões de euros.A Europa Nostra, organismo de de-fesa do património, integrou o Con-vento de Jesus na restrita lista dos sete monumentos europeus mais ameaçados, decisão que reconhece a importância histórica do imóvel e que coloca pressão no proprietário para a reabilitação total.A segunda fase de obras prevê a conclusão da recuperação das alas norte e leste do convento e a reabi-litação da estrutura da Igreja de Je-sus e da respetiva cobertura, assim como a construção de um edifício de apoio para acomodar funções

científicas, técnicas e administrati-vas do Museu de Setúbal.A recuperação total do Coro Alto, da estrutura ao teto, bem como da torre sineira é outro dos objetivos programados na segunda fase de intervenções, que inclui a benefi-ciação da Praça Miguel Bombarda, com a criação de um jardim, e a ins-talação de um equipamento térmico na totalidade do convento.Com as intervenções concluídas será possível expor uma seleção dos cinco mil objetos e peças de arte que compõem o Museu de Setúbal, maioritariamente em torno da zona dos claustros.

nanciamento, se prejudiquem outros investimentos municipais apoiados por fundos comunitários na área me-tropolitana de Lisboa”.O secretário de Estado da Cultu-ra, Jorge Barreto Xavier, salientou que este “foi um trabalho com um desfecho que inspira confiança no fu-turo” e mostrou-se disponível para “trabalhar em encontrar uma solução adequada a um património que é de Setúbal e da Europa”.A cerimónia de inauguração, com a presença de vereadores e de várias individualidades, como o presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, contou com momentos musicais, uma visita guiada à nova galeria e uma recriação histórica.

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O comércio de flores feito no exte-rior do Cemitério da Paz transitou para o interior, nas instalações do Complexo Fúnebre de Setúbal, o qual conta com uma peça escultórica no “Jardim da Memória”.A mudança dos comerciantes de flo-res para o interior do equipamento fúnebre teve como principal fina-lidade criar condições mais con-dignas tanto para vendedores como para utilizadores do sepulcrário.Os dois serviços de florista disponi-bilizados estão instalados no edifício

A Câmara Municipal de Setúbal está a percorrer, até ao final do ano, vá-rios locais do concelho para, através do Gabinete da Participação Cidadã, recolher sugestões da população que possam contribuir para a resolução de questões.A iniciativa “CMS está perto de si”, mais um projeto no âmbito do espí-rito de município participado, trans-versal a todo o trabalho da Autarquia, consiste no atendimento descentra-lizado de munícipes, na última sema-na de cada mês, até ao final do ano,

Bela Vista mostra trabalho

Autarquia mais perto

Cemitério com floristas e escultura

O programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” está a transformar a zona

da Bela Vista com um exemplo que inspira todo o concelho.

A festa dos três anos mostrou a vitalidade deste programa

municipal protagonizado pelos moradores

A importância do trabalho do “Nos-so Bairro, Nossa Cidade” para a transformação dos bairros da zona da Bela Vista foi destacada numa cerimónia que assinalou o terceiro aniversário do programa munici-pal, inédito a nível nacional.A celebração e a construção de uma vida melhor deram a tónica ao encontro, que levou no dia 28 de abril ao Salão Nobre dos Paços do Concelho, completamente lotado, moradores da Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo António e Man-teigadas, bairros que, desde 2012, se uniram em torno de uma causa comum“Vocês estão a fazer a obra mais im-portante do concelho, que é a transfor-mação das vossas vidas”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira. “Tudo o que estão a fazer tem reper-cussões, não só hoje mas também no futuro, para as novas gerações.”A festa contou com dança, com duas jovens do grupo “Mudar o Olhar” a soltar movimentos ao som de rit-mos africanos, e com música clássi-ca, com uma atuação da formação de

violinos “Paganinus”, do Conserva-tório Regional de Setúbal.Mas serviu principalmente para fazer um balanço do trabalho di-namizado ao longo dos três anos de “Nosso Bairro, Nossa Cidade” e constatar a evolução das propostas lançadas pelos moradores no se-gundo encontro do programa mu-nicipal, realizado em novembro.“É com grande satisfação que sinto que todos caminhamos na mesma di-reção, que todos comungamos da mes-ma forte vontade de, com as nossas próprias mãos, assumir a construção dos nossos futuros”, frisou a presi-dente da Câmara Municipal.Maria das Dores Meira salientou que o “Nosso Bairro, Nossa Cidade” é um programa único, que materia-liza uma “ação sem precedentes em Setúbal”, singularidade “geradora de uma profunda transformação” e impulsionada pelos próprios mo-radores, “que assumiram a tarefa de mudar, de transformar, de fazer”.

Projetos avançam

Das 81 propostas avançadas pelos moradores dos cinco bairros no 2.º

sões da autoria de Jorge Pé-Curto. A obra de arte, de género realista, é composta por um fragmento de um rosto humano do qual emana, do seu interior, uma árvore cipreste.A escultura, que simboliza a passa-gem para a outra vida, entre outras leituras possíveis de acordo com as crenças individuais, foi executada ao longo de cerca de três meses. Pesa mais de três toneladas e materializa um dos trabalhos de maior dificul-dade realizados até agora pelo escul-tor português.

principal do Complexo Fúnebre de Setúbal, localizado logo após a en-trada do Cemitério da Paz.No edifício principal encontram-se ainda um marmorista, o forno cre-matório, instalações sanitárias, uma sala para crianças e outra designa-da de “Última Despedida”, além do “Jardim da Memória”, espaço ajardi-nado no exterior onde é possível de-positar as cinzas dos entes queridos.No “Jardim da Memória”, a Câmara Municipal de Setúbal instalou uma peça escultórica de grandes dimen-

Encontro Nosso Bairro, Nossa Ci-dade grande parte encontra-se em andamento.Na Alameda das Palmeiras, com um total de 17 propostas para este ano, destaca-se a conclusão de duas ações, uma das quais incidiu na re-moção de árvores na Avenida Belo Horizonte e o asfaltamento. A implementação do projeto “Garrrbage” (ver reportagem na pág. 27), para recolha, recuperação e reutilização de artigos obsoletos, é uma das principais ações con-

Já na Quinta de Santo António, en-tre as 18 propostas sugeridas, de que faltam iniciar apenas cinco, destacam-se a criação de um espa-ço no qual os canídeos podem fazer as suas necessidades e a limpeza regular dos contentores de resí-duos sólidos urbanos existentes no bairro.“Contamos convosco para este traba-lho imenso que está a ser feito, com propostas realistas e todas perfeita-mente ao alcance de serem concreti-zadas”, adiantou o vereador Carlos Rabaçal. Alertou contudo que, apesar do “êxito alcançado em três anos, há ainda um longo caminho a percorrer”.Já o presidente da Junta de Fregue-sia de S. Sebastião, Nuno Costa, destacou a “entrega, o empenho e o compromisso dos moradores em assu-mir responsabilidades para a constru-ção de uma vida melhor”.

com interrupção nos meses de julho e agosto.Com estas sessões, em todas as fre-guesias, a Câmara Municipal aproxi-ma a população da gestão autárquica, em particular os munícipes que não usam as tecnologias de informação ou com dificuldades de acesso ao centro da cidade e população idosa.Todas as informações sobre o atendi-mento descentralizado do Gabinete da Participação Cidadã, nomeada-mente datas e locais, estão disponí-veis em www.mun-setubal.pt.

cretizadas pela Bela Vista. Das 11 propostas avançadas, apenas uma está por iniciar, sendo que a atri-buição de nomes aos 19 pátios do bairro com a promoção de anima-ção regular é a que mais estimula a população.No Forte da Bela Vista, das 21 pro-postas, 13 estão em curso. Concre-tizado foi o intercâmbio de jovens monitores e de utilizadores do programa “Férias no Bairro”, ação impulsionada com o objetivo de partilhar experiências e fomentar o convivo entre os moradores dos cinco bairros da zona da Bela Vista.A realização de festas temáticas, como a celebração do Dia da Mu-lher e do 25 de Abril, de promoção do convívio multicultural no Bairro das Manteigadas, foi uma das prin-cipais ações já alcançadas entre as 14 propostas avançadas, das quais 11 estão também curso.

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Obra requalifica terrenoUm espaço a poente da Rua Gonçalves Zarco é requalificado numa interven-ção liderada pela Câmara Municipal de Setúbal para melhoria das condições de mobilidade, acessibilidade e conforto ur-bano daquela área habitacional. A obra, iniciada em meados de maio, materializa um investimento camarário de 23.326,35 euros para dotar um terreno com cerca de 700 metros quadrados de novas con-dições de conforto e usufruto urbano. Os trabalhos, com conclusão prevista para breve, incluem a construção e reconstru-ção de acessibilidades pedonais, a conso-lidação de taludes na zona envolvente e o reforço da iluminação pública.

Operação repara cicloviaA ciclovia da Avenida Luísa Todi foi re-parada no início de maio, numa operação sem custos para a Câmara Municipal, a cargo do empreiteiro responsável pela execução original. A intervenção foi exe-cutada no âmbito da garantia da obra, acionada após verificação da degradação acelerada do piso que foi instalado du-rante a requalificação geral daquela ave-nida. A operação incluiu a demolição e remoção das camadas de pavimento que se encontravam deterioradas e a aplica-ção de novo pavimento nas zonas inter-vencionadas da ciclovia, com um total de 2350 metros. Em junho, noutra interven-ção, a Autarquia reparou a parte elétrica.

Pinturas ganham visibilidadeUma empreitada a decorrer até julho está a proceder à pintura de sinalização hori-zontal em perto de trinta ruas, avenidas e estradas de todo o concelho, para melho-ria das condições de circulação, conforto e segurança rodoviária. A intervenção, num investimento superior a 15 mil euros, in-cide na pintura de eixos de via e bermas, com a Câmara Municipal a proceder, nalguns casos, à execução complementar de passadeiras. As avenidas Bento Jesus Caraça, D. João II, Infante D. Henrique, Álvaro Cunhal, Jaime Cortesão e Manuel Maria Portela, os Quatros Caminhos, a Estrada de Algeruz e o eixo viário da Bre-joeira são algumas das vias envolvidas.

Parque integrado na cidade

Ciprestes alteraesquema de trânsito

O fluxo de trânsito na cidade é otimizado com um

esquema renovado a zona da Avenida dos Ciprestes.

A solução viária, a funcionar desde maio, é impulsionada

por uma via criada na Várzea, com novos acessos

de circulação giratória

A zona da Avenida dos Ciprestes tem um novo esquema de circulação, uma alteração que re-sulta da estratégia da Autarquia de melhoria da mobilidade e das acessibilidades urbanas e enquadrada na obra de instalação do emissá-rio Ciprestes/Bonfim.A Avenida dos Ciprestes, anteriormente com dois sentidos de trânsito, funciona agora so-mente no sentido sul/norte a partir da inter-seção com a Avenida da Europa e até o acesso a uma nova via na zona da Quinta da Inveja.No sentido inverso, na circulação norte/sul, o trânsito passa a ser realizado nessa nova via, paralela à Avenida dos Ciprestes e com ligação à Avenida da Europa, via que garante

a distribuição de trânsito em ambos os sen-tidos. Os automobilistas que circulem no sentido sul/norte da Avenida dos Ciprestes e pretendam aceder à Avenida da Europa de-vem prosseguir até à ligação a essa nova via, que, como referido, assegura o acesso à Ave-nida da Europa.A nova via paralela à Avenida dos Ciprestes é apoiada por dois acessos transversais àquelas duas artérias, que garantem a circulação gira-tória em torno de dois quarteirões urbanizá-veis.O trânsito, agora sem regulação semafórica, apresenta novas prioridades na circulação, em concreto na Avenida dos Ciprestes, que perde

a prioridade nas confluências com as avenidas da Europa e Antero de Quental. Já os veículos a circular na Avenida da Europa cedem a passagem na confluência com o trân-sito proveniente da nova via, enquanto a Ave-nida Antero de Quental, no sentido nascente/poente, ganha prioridade no movimento des-cendente em relação à Avenida dos Ciprestes.Neste caso, os automobilistas que circulem no sentido nascente/poente da Avenida Antero de Quental passam a ter de virar à direita na interseção com a Avenida dos Ciprestes, op-tando, depois, por circular na direção de Pal-mela ou do centro da cidade, neste caso atra-vés da nova via.

A fruição e a imagem urbana do Parque do Bonfim saem melhoradas com a remoção in-tegral da vedação que circundava o perímetro daquele espaço verde, um dos mais utilizados por setubalenses e visitantes, solução que permite a instalação de novos serviços na en-volvência. Os trabalhos, executados em abril por meios técnicos e humanos da Câmara Municipal, enquadram-se numa operação de beneficia-ção urbanística da zona, que torna o espaço público mais apelativo e com novos esquemas de circulação viária.

Uma nova bolsa de estacionamento para mais de uma dezena de veículos é criada num ter-reno baldio na zona dos Quatro Caminhos, obra que inclui beneficiações de embeleza-mento urbano. A intervenção, com conclusão prevista para breve, incide na requalificação de um terreno com cerca de 500 metros quadrados, locali-zado entre as avenidas do Alentejo e Nuno Álvares. A empreitada, um investimento camarário de 12.282,70 euros, engloba ainda a beneficiação urbanística da zona envolvente, com a cons-trução de passeios e de uma passadeira.Além da preservação da árvore existente no local e da plantação de cinco novos espéci-mes, é instalado mobiliário urbano, como bancos de jardim, para usufruto da população daquela zona habitacional.

Reabilitaçãode baldio

A medida, facilitadora da permeabilidade e fruição do parque, com ganhos ao nível da segurança na zona, surge na sequência das obras de requalificação na Praça Vitória Fute-bol Clube e nas avenidas República da Guiné--Bissau e Alexandre Herculano.Nesta via, além do reordenamento do fluxo de trânsito e da criação de mais bolsas de esta-cionamento, as intervenções visaram o alar-gamento da área de passeio junto do Parque do Bonfim, com primazia à circulação pedo-nal e criação de uma ciclovia, e que no futuro recebe quiosques com esplanadas.

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Maria das Dores Meira socorreu-se, na ses-são solene comemorativa da Assembleia Municipal de Setúbal, das palavras do can-tautor Fausto para referir que “outros tem-pos hão de vir”, diferentes dos vividos pelos portugueses nos últimos anos, com os pro-blemas verificados, entre outros, ao nível do emprego, dos salários e dos direitos e pres-tações sociais.“Este é, pois, o tempo de apostar na mudança, de impedir que outros, que não os mesmos que nos governam hoje, repitam os mesmos erros de sempre com diferentes e gastas explicações”, ad-vertiu a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, num apelo a uma conjugação dos es-forços de todos “para que aí venham melhores tempos”.A autarca alertou para a necessidade de re-futar o “fanatismo político dos que apenas sa-bem da vida o valor dos números e esquecem que

Em nome da LiberdadeSetúbal comemorou os 41 anos do 25 de Abril sob o signo da mudança. O momento foi de festa um pouco por todo o concelho, mas a presidente da Autarquia alertou que é tempo de mudar de políticas no País

Cuba debatida em encontroA cultura cubana e o fim anunciado do em-bargo económico dos Estados Unidos foram debatidos numa sessão especial realizada a 11 de abril na Casa da Cultura. Além da exi-bição de um filme de tributo à bailarina Loi-pa Araújo, a tarde contou com uma conversa da presidente da Autarquia e da embaixado-ra Johana Tablada de La Torre com o públi-co. A autarca referiu que ”Cuba tem proble-mas, como qualquer país”, mas defendeu que “essas questões devem ser os próprios cubanos a resolver”, sem “que vá outro país subjugá-los e dizer-lhes o que devem fazer”.

Marcha lembra queda naziMais de 130 pessoas marcharam no dia 9 de maio em comemoração dos setenta anos da derrota do regime nazi e consequente fim da 2.ª Guerra Mundial, num programa com diversas atividades. A celebração do 70.º Aniversário da Vitória sobre o Nazi-Fascis-mo teve como ponto alto um cordão humano do Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, na Praça Almirante Reis, até ao Largo da Misericórdia. O evento, organizado pelo núcleo de Setúbal do Conselho Português para a Paz com parcerias, incluiu ainda um debate público na sede da Capricho.

Fé pedala até ao VaticanoSeis ciclistas ligaram a Praça de Bocage, em Setúbal, à Praça de S. Pedro, no Vaticano, onde foram recebidos pelo Papa, numa peregrinação de quase três mil quilómetros, realizada entre 16 de abril e 12 de maio, que distribuiu uma palavra de esperança e cora-gem aos doentes oncológicos. A iniciativa “Dar voz à esperança, por caminhos nunca antes pedalados”, foi realizada com o apoio do Núcleo Regional do Sul da Liga Portugue-sa Contra o Cancro e da Câmara Municipal, e passou por diversos locais, como Fátima, em Portugal, e Lourdes, em França.

Cidade celebra aniversário A passagem dos 155 anos da elevação de Se-túbal a cidade, a 19 de abril, foi assinalada com um programa comemorativo que in-cluiu um concerto pelo Coro do Município Afina Setúbal, após uma cerimónia proto-colar, nos Paços do Concelho, edifício-sede que esteve de portas abertas aos visitantes para dar a conhecer alguns dos seus espa-ços mais emblemáticos. As comemorações incluíram ainda, no dia 22, a conferência “Setúbal em Movimento – Mobilidade para Todos”, com a apresentação de alguns proje-tos municipais no setor das acessibilidades.

por trás dos cifrões estão pessoas concretas, que veem, ouvem e leem”.Estava dado o mote para as comemorações do 25 de Abril no concelho. O que se viu daí em diante, além da animação e do convívio próprios dos festejos da Revolução dos Cra-vos, foi a mudança operada localmente com

que esta é a melhor forma de evidenciar as ca-pacidades dessa força geradora de progresso que é o Poder Local Democrático instituído com a re-volução de Abril”, sublinhou.Parte das comemorações foi pontuada por momentos de chuva, o que não impediu que a festa se realizasse ao longo do dia. Maria das Dores Meira, em cerimónia no Monumento à Resistência, período em que se registaram aguaceiros mais persistentes, recordou com humor uma observação de um elemento da Brigada Victor Jara no concerto que o grupo deu em Setúbal na noite do dia 24: “Esta chu-va ainda é pública. Temos de usufruir dela antes que o Governo a torne privada.”As comemorações do 25 de Abril decorreram até 1 de maio um pouco por todo o concelho, num programa proporcionado pela Câmara Municipal e pelas juntas de freguesia, em parceria com o movimento associativo.

vista à melhoria da qualidade de vida das po-pulações.A autarca destacara, na sessão solene da Assembleia Municipal de Setúbal, o prota-gonismo dos municípios na criação de me-lhores condições de vida para os cidadãos. “Somos, nas autarquias, responsáveis por novos tempos, pelo Portugal melhor que ajudamos a construir, o Portugal que é obra do Poder Local Democrático nascido em Abril e que todos nos orgulhamos de continuar a construir, dia após dia, no mais recôndito canto dos nossos conce-lhos.”Esse rumo ficou à vista neste 25 de Abril, com inaugurações de equipamentos sociais, de desporto, de lazer e de apoio a serviços (ver outras páginas). “Muitos podem pergun-tar porque escolhemos o 25 de Abril para inau-gurar obras, apresentar novidades, abrir novos equipamentos. Fazemo-lo porque entendemos

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Mais apelativos e seguros para as brincadeiras. Mais de duas dezenas de espaços de jogos e recreio

do concelho foram beneficiados numa operação impulsionada pela Autarquia, num investimento

que ascende aos 600 mil euros

Os parques infantis da responsa-bilidade da Câmara Municipal no concelho foram recuperados e me-lhorados numa empreitada que os tornou mais apelativos e seguros para o usufruto da população, so-bretudo dos mais novos.A operação camarária foi concreti-zada, no total, em 25 espaços de jo-

gos e de recreio, dos quais pratica-mente todos são parques infantis.Os trabalhos, terminados no início de maio após a conclusão das re-parações dos parques da Algodeia e do Bonfim, num investimento global da ordem dos 600 mil euros, foram executados por duas empre-sas especializadas.

“Dolce Vita” é o nome da escultura que embeleza, desde meados de maio, o renovado desenho urbanístico do Largo da Misericórdia, espaço requalificado pela Autarquia com a introdução de elementos con-temporâneos que reforçam a atra-tividade daquela área da Baixa.A peça escultórica de bronze, de João Duarte, retrata um corpo femini-no com formas generosas. A obra de arte, com conceção artística na posição sentada, está colocada num dos novos bancos instalados na zona central do Largo da Misericórdia.A escultura tem cerca de 1,60 metros de altura e meia tonelada de peso. Foi fundida por uma empresa espe-

A Autarquia está a realizar uma ação de sensibilização e fiscalização em restaurantes, até setembro, para a correta deposição dos resíduos re-sultantes da atividade comercial.A iniciativa, da campanha “Setúbal em Bom Ambiente”, incide em cerca de 150 restaurantes, em particular dedicados ao peixe, com especial in-cidência nas zonas das Fontainhas, da Avenida Luísa Todi e da Fonte Nova.O objetivo é intensificar a cultura de boas práticas ambientais no que toca ao acondicionamento de dejetos como vísceras, brasas, restos de co-mida e embalagens e posterior de-posição em contentor ou ecoponto.

Arte senta no largo

Resíduosna ordem

cializada, em Eibar, Espanha, e re-sulta da ampliação de uma das peças do acervo artístico do escultor, esco-lhida pela Câmara Municipal para o embelezamento do largo.A instalação da escultura culminou

Parquesinfantis

renovadosSaúde pelo coraçãoRastreios de risco cardiovascu-lar e conselhos para um estilo de vida saudável foram disponibili-zados à população no “7 Dias do Coração”, iniciativa do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Setúbal. Mais de 600 rastreios foram realizados na quinta edição do evento dinamizado na Avenida Luísa Todi com o apoio da Autar-quia e que incluiu uma corrida.

Azeitão evoca poetaSebastião da Gama foi evocado a 10 de abril, data em que faria 91 anos, com um programa cultural que incluiu a deposição de flores na sua estátua em Vila Nogueira de Azeitão e a leitura por alunos do poema “Pelo sonho é que vamos”. A homenagem ao poeta da Arrábi-da englobou ainda uma exposição e uma palestra, a par de declama-ções e apontamentos musicais.

Enfermeiros ativosO Dia Internacional do Enfer-meiro, a 12 de maio, foi celebrado numa iniciativa do Serviço de En-fermagem do Hospital de Santia-go em parceria com a Secundária Sebastião da Gama. A celebração incluiu um rastreio para avalia-ção do índice de massa corporal, conselhos para um estilo de vida saudável e informações para a prevenção da obesidade infantil.

Pisos melhoradosUma reparação da ciclovia da Praia da Saúde e do pavimento do Parque Urbano de Albarquel, a cargo dos empreiteiros respon-sáveis pelas execuções originais, decorreu em junho. As interven-ções são executadas no âmbito das garantias das obras. No par-que, paralelamente, a Autarquia instalou um corrimão que reforça a segurança.

As intervenções incidiram na repa-ração ou, inclusivamente, na subs-tituição integral dos equipamentos existentes e que, na maioria dos casos, se encontravam num estado de degradação acentuado, sem reu-nir as condições de segurança ade-quadas ou em conformidade com a legislação em vigor.

Além dos trabalhos de melhoria e requalificação dos equipamentos de recreio, as empresas procede-ram à substituição ou instalação do piso amortecedor sempre que as condições assim o exigiam.As reparações incluíram, também, os cinco parques infantis construí-dos em 2013 em diferentes locais da cidade de Setúbal.De forma a evitar que os espaços de jogos e de recreio voltem a ficar degradados, a Câmara Municipal celebrou com as empresas respon-sáveis pela instalação dos equipa-mentos, a Soinca e a Play Planet, contratos de manutenção para a realização de inspeções às condi-ções dos equipamentos.As empresas procedem a avaliações trimestrais e semestrais para aná-lise do estado de conservação dos espaços com vista à manutenção e eventual reparação.Entre outros serviços, os contratos de manutenção, um investimento anual próximo dos 20 mil euros, incluem a limpeza dos pavimentos e dos equipamentos, a reparação e substituição das peças de desgaste e a elaboração de relatórios de ins-peção.

a requalificação do largo, da ordem dos 110 mil euros, que dota aquele espaço de uso coletivo de novas va-lências de fruição e socialização para comerciantes e, sobretudo, utiliza-dores do centro histórico.

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O concelho foi palco de nova demonstração de participação cidadã, com mais de 1500 voluntários a contribuírem, entre 5 e 7 de ju-nho, para o embelezamento de vários locais através do “Setúbal Mais Bonita”.Agora na quinta edição, o projeto munici-pal que desafia munícipes a envolverem-se ativamente na requalificação de espaços públicos continua tão apaixonante como da primeira vez em que se realizou, em 2011. Quem o garante é a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Mei-ra. “Passados cinco anos, o ‘Setúbal Mais Bo-nita’ tem a mesma dinâmica, move as pessoas com a mesma paixão, como na altura em que se realizou pela primeira vez.”Com 130 ações selecionadas para todo o ter-ritório municipal, envolvendo 10 mil litros de tinta e abrangendo as cinco freguesias, a autarca sublinha que é visível “como a cidade está cada vez mais bonita, em parte devido ao contributo de um projeto como este”.Quem saiu de casa deparou-se nas ruas, vielas, esquinas ou estradas com t-shirts alusivas ao “Setúbal Mais Bonita”. Sinal de que voluntá-rios, incluindo autarcas, beneficiavam espa-ços da via pública para que no final da jornada de trabalho tudo ficasse mais agradável à vista.

É trabalho voluntário e feito com prazer. O “Setúbal Mais Bonita” voltou a transformar, para melhor, o concelho. A iniciativa deu litros de cor a locais onde a passagem do tempo se fazia notar e que agora recuperaram uma nova vida. Quem os requalificou voltou para casa com um sorriso colorido

Como é habitual, a Câmara Municipal sele-cionou um conjunto de intervenções pro-postas pela população e pelos serviços da Autarquia e de juntas de freguesia.E como também já é hábito, salienta Ma-ria das Dores Meira, “os serviços camarários ficam cheios de propostas e de candidaturas para voluntariado ainda antes do período de divulgação do projeto”, algo sintomático de uma iniciativa “claramente enraizada na co-munidade e que apela ao que de melhor as pes-soas têm para oferecer em prol do que é comum a todos”.

Pais mudam tradição

Seguindo uma tradição que vem desde a primeira hora, o “Setúbal Mais Bonita” de 2015 teve início marcado para uma sexta-feira, dia em que os trabalhos incidem nos estabelecimentos de ensino, envolvendo a comunidade escolar. Esta é a tradição, sem que, porém, tivesse um pouco menos de in-tensidade do que em anos anteriores.Facto nada alarmante. O registo de inscri-ções de pais para pintarem as escolas dos filhos subiu exponencialmente e, para fa-cilitar a participação de todos, várias inter-

venções foram reagendadas para o sábado.Ainda assim, o Jardim de Infância das Amo-reiras viu novas cores revestirem as paredes do pátio logo na sexta-feira.Paula Silva, da associação de pais, é peren-tória sobre os objetivos da iniciativa: “É uma excelente ideia. Faz com que as pessoas sintam que os espaços de instituições também sejam seus”, defende durante uma pausa na pintura do cor-de-rosa de um portão.No pátio, o Pedro, a Maria e o Simão são alguns dos meninos que correm até aos bal-des para buscar mais tinta para a decoração de um pneu, de um vaso, de uma parede.Com um arco-íris caótico espalhado pelas calças, mãos e ponta do nariz, a sorridente Maria, 5 anos, diz com alegria que a mesa co-lorida é obra sua e de outros colegas.Em paralelo, na sexta-feira teve início uma iniciativa tão expressiva de participação cidadã como as outras ações previstas no “Setúbal Mais Bonita”.Uma brigada de oito reclusos a cumprir pena em regime aberto dá início a um trabalho de requalificação do muro exterior do Estabeleci-mento Prisional de Setúbal. Aos dias de sema-na, eles são responsáveis pela limpeza de ar-bustos e picagem, arranjo e pintura da parede.

O chefe Jorge Sobral, guarda prisional res-ponsável pela coordenação dos trabalhos, salienta que a ação só traz benefícios. “Além da evidente vantagem na recuperação e melho-ria estética do muro exterior do estabelecimento, a iniciativa acaba por ter um significado forte para estes homens. Deixam de estar confinados por umas horas ao espaço do estabelecimen-to prisional da Quinta da Várzea. Além disso, muitos deles nunca tiveram hábitos de trabalho e atividades como esta ajudam a mudar essa mentalidade.”

Setúbal pinta a alma

Ainda o centro histórico está a acordar na manhã de sábado, 6 de junho, quando as primeiras estruturas e tintas chegam à Rua Arronches Junqueiro para o início daquela que é uma das principais intervenções.Ao longo daquela rua da Baixa são pintadas 21 fachadas de edifícios, na maioria dos ca-sos com o trabalho voluntário de funcioná-rios da Câmara Municipal e de munícipes.Por intermédio de patrocínios e de parcerias institucionais, a Autarquia conseguiu que os proprietários dos imóveis adquirissem as tintas a preços muito mais vantajosos.

Cidadania alinda concelho

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No total foram destacados oito veículos com barquinhas, três da Câmara Municipal e cin-co da EDP, para facilitar a pintura das áreas mais altas das fachadas.As amigas Helena Pereira e Cristiana Sardi-nha, a quem se juntou Joana Gomes, há mui-to que queriam participar no “Setúbal Mais Bonita”.“Ficámos a saber da edição deste ano há já bas-tante tempo através das redes sociais”, explica Cristiana SardinhaJoana Gomes viu a pintura de fachadas na Arronches Junqueiro como uma forma de colmatar um desejo antigo. “Participar numa ação boa para a cidade e, em especial, no centro histórico, que me diz muito.”Noutro local histórico, fora do centro, quase uma centena de pessoas contribui para que o Pavilhão Antoine Velge seja pintado por dentro e por fora.A iniciativa é conduzida pela Associação An-dgerações e nada fica sem levar uma demão de tinta fresca. Tanto as paredes exteriores, como bancadas e paredes interiores ganham uma nova alma vitoriana.Carlos Silva, presidente da associação criada em abril, sublinha que foi com naturalida-de que a organização se associou ao “Setúbal

Mais Bonita”, juntando a iniciativa de pintar aquele equipamento à “Missão Pavilhão”, projeto atualmente a decorrer com o obje-tivo de melhorar as instalações desportivas.Já na Alameda das Palmeiras, Bela Vista, moradores daquela zona da cidade juntam esforços e arranjam espaços verdes.Eduardo Marques participa pela primeira vez no projeto e vê o esforço recompensa-do. “Nunca tinha feito nada pelo bairro e estou a gostar. O ambiente é de festa, estamos entre vizinhos e a trabalhar para uma coisa que é de todos. Isso também ajuda a que a rua fique mais bonita durante ainda mais tempo.”

De ponta a ponta

Desde a freguesia da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra até à de Azeitão, passando pelo centro da cidade, como o hospital, o “Se-túbal Mais Bonita” dá cor a todo o território do concelho.Para que o projeto fosse possível, além do contributo de voluntários, a Câmara Mu-nicipal contou com o apoio mecenático de várias empresas e instituições, nomeada-mente Barbot, EDP, Águas do Sado, TST, JVR Construções, Refrige, Jumbo de Setúbal,

Alegro, Pingo Doce, Farmácia Leão Soro-menho, Remax, SPM Construções e jornais Sem Mais e Setúbal Mais.Na freguesia do Sado, o Campo Júlio Tavares fica com muros pintados. Jorge Santana, vi-ce-presidente da União Cultural, Recreativa e Desportiva Praiense, recorda que há mais de 15 anos que o campo não recebia novas cores, mesmo que de branco se tratasse.O mesmo se regista no Alto da Guerra Sport Clube, na freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, onde um muro pintado de fresco dá nova imagem ao campo de futebol.No outro extremo do concelho, em Azeitão, a sede do clube de ténis de Brejos de Azeitão é pintada e os escoteiros do Grupo 231 pintam e realizam obras de requalificação na futura sede, a ser formalmente cedida, em breve, pela Câmara Municipal.Pelo meio, já na cidade, a Liga dos Amigos da Terceira Idade tem as bancadas do anfiteatro pintadas e a Avenida Manuel Maria Porte-la ganha muros rejuvenescidos, tal como o Hospital de S. Bernardo, onde, com a ajuda do ator Gonçalo Diniz, se dá uma nova cara ao muro envolvente.E estes são apenas alguns exemplos de uma Setúbal que está, a cada ano, mais bonita.

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Os 20 mil metros quadrados do Parque Ur-bano de Brejos de Azeitão estão abertos à população como espaço de lazer desde o 25 de Abril, com centenas de pessoas a marcar presença na inauguração oficial no Dia da Li-berdade.Espaços relvados, parque infantil, auditório para eventos culturais, equipamentos para exercício físico e um quiosque com zona de esplanada, numa área recuperada urbanisti-camente, ocupam agora um terreno que até há pouco tempo era baldio.A presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, sublinhou no dia da inaugu-ração que “o que era uma lixeira foi agora recu-

‘Morango’ nasce em baldioO Parque Urbano de Brejos de Azeitão já está ao dispor da população. Muitos tratam-no por “Parque do Morango”, graças a um apontamento decorativo que evoca a história local. Mas, se calhar, porque agora dá ainda mais gosto visitar Azeitão

perado para usufruto e prazer de toda a popula-ção”.O espaço já é carinhosamente tratado pelos populares por “Parque do Morango”, graças a uma peça escultórica de grandes dimensões que homenageia a história de Brejos de Azei-tão, antigamente conhecida como “Terra dos Morangos”.A transformação do antigo terreno baldio num moderno parque urbano de lazer, com capacidade inclusivamente para receber fei-ras, mercados e outros eventos, representou um investimento financeiro da ordem dos 200 mil euros.A intervenção contemplou, igualmente, áreas

adjacentes ao parque, caso de um antigo so-breiro, com uma copa com alguns metros de circunferência. A árvore recebeu tratamento apropriado e, ao nível urbanístico, foi colo-cado um banco de jardim ao redor do tronco, arranjado o pavimento e instalado um siste-ma de iluminação para decoração noturna.O “Parque do Morango” desenvolvido pela Junta de Freguesia de Azeitão, sublinhou Ce-lestina Neves, só foi possível devido ao en-volvimento de várias instituições e empresas locais, bem como da Câmara Municipal de Setúbal, à qual dirigiu “um agradecimento es-pecial por todo o apoio que deu na construção do parque”.

Os serviços técnicos da União das Freguesias de Setúbal estão mais eficientes com a entra-da em funcionamento, em abril, do novo Polo Operacional de Vanicelos.O investimento, de 42 mil euros, valor que engloba empreitada e aquisição de equipa-mentos, foi executado a pensar na melhoria dos serviços das equipas operacionais da jun-ta de freguesia com atuação em setores como varredura, tratamento de espaços verdes e apoio a estabelecimentos de ensino em zonas como os bairros do Liceu, das Amoreiras, da Urbisado e de Vanicelos.“Este polo é agora o quartel-general das equipas com intervenção nestas áreas da freguesia. Ga-

Operacionalidade ganha polonha-se muito tempo útil com esta medida. Os funcionários apresentam-se diretamente no polo em vez de se deslocarem primeiro à sede da junta de freguesia para se equiparem e terem transporte para as respetivas zonas de intervenção”, expli-cou o presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, na inauguração do Polo Operacional, no dia 25 de abril.O novo equipamento, localizado na Rua Con-de Ferreira, num terreno cedido pela Câmara Municipal de Setúbal, tem capacidade para acomodar até vinte trabalhadores e inclui balneários, refeitório e um parqueamento destinado a veículos técnicos da junta de fre-guesia.

Um espaço de lazer e de atividade física nas-ceu num logradouro do Bairro 25 de Abril, após intervenção da Junta de Freguesia de S. Sebastião, através da qual recuperou um ter-reno com problemas de insalubridade.“Ouvimos os moradores e, com o apoio da Câ-mara Municipal, resolvemos o problema”, re-cordou o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Costa, no dia da inauguração, durante as comemorações do feriado da Revolução dos Cravos.O autarca explicou que a praceta interven-cionada, localizada próximo da Rua António

Insalubridade cede ao lazerAleixo, era um local “muito degradado e onde se verificavam problemas de higiene pública”.As obras, executadas por administração dire-ta pela junta de freguesia, ficaram na ordem dos 18 mil euros, dos quais aproximadamente 2800 euros foram canalizados para a aqui-sição de equipamentos para atividade física geriátrica.O projeto, desenhado pela Câmara Munici-pal, que também cedeu material, contemplou igualmente a requalificação do piso do logra-douro, recuperando urbanisticamente todo o espaço.

O novo Parque Urbano de Brejos de Azeitão, salientou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na inauguração, “é, acima de tudo, o resultado de uma parceria bem--sucedida entre a câmara e a junta de freguesia, que soube rentabilizar um terreno desaproveitado e transformá-lo no que é, agora, um espaço agra-dável”, através de uma parceria que considera “mais uma desmonstração da vitalidade do Po-der Local Democrático”.Com o novo espaço de recreio e de lazer de Brejos e o Azeitão Bacalhôa Parque, em Vila Nogueira, ambos localizados junto da EN 10, Celestina Neves não tem dúvidas de que “a en-trada em Azeitão está agora muito mais bonita”.

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Um conjunto de ferramentas informativas que visa incutir novos hábitos e comporta-mentos cívicos na população integra o Plano Estratégico de Comunicação Ambiental do Município de Setúbal, apresentado publica-mente no final de abril no Café Concerto do Fórum Municipal Luísa Todi.O plano estratégico impulsionado pela Autar-quia é um dos componentes da campanha em curso “Setúbal em Bom Ambiente” e incluiu o lançamento de novas ferramentas comunica-cionais, em concreto páginas de internet, um

Crescimentosustentadotem via verde

Cidade ambientalA preservação do ambiente

é uma responsabilidade comum e que deve ser partilhada por

todos. A Autarquia assume o compromisso e dinamiza

um plano estratégico comunicacional com várias ferramentas para estimular

comportamentos em prol de mais qualidade de vida

guia de práticas ambientais e folhetos infor-mativos.“Setúbal é uma cidade ambiental e exige uma ação correspondente a esta valorização”, pelo que os novos instrumentos constituem “uma importância extrema para o município e a popu-lação”, salientou o vereador do Ambiente da Autarquia, Manuel Pisco.Do plano faz parte uma nova página de inter-net, disponível em www.ambiente-setubal.pt, que compila informações legais e normas gerais, assim como campanhas de sensibili-zação e artigos de fundo relacionados da cam-panha “Setúbal em Bom Ambiente”.O vereador Manuel Pisco reforçou que as “ações ambientais são uma questão de cultura das sociedades e que devem começar nas escolas e com os mais novos”.Para tal foi lançado o sítio “Ambiente Júnior”, em www.ambientejunior-setubal.pt, com in-formações para as crianças, jogos didáticos e vídeos educativos.Destaque, igualmente, para a publicação “Se-túbal em Bom Ambiente – Guia de Boas Prá-ticas Ambientais”, com um conjunto de ideias para poupar e ajudar a natureza, da eficiência energética e qualidade do ar à recolha de en-tulhos, monos e óleos alimentares usados.

Para cada freguesia, foi preparada uma brochu-ra, com conteúdos informativos elaborados de acordo com as especificidades dessas áreas, a colocar nas caixas de correio dos munícipes e a disponibilizar em equipamentos públicos. Para a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, “o ambiente está na ordem do dia e continuará enquanto as sociedades não forem capazes de mudar hábitos”, nomeadamente no que respeita aos consumos de água e de ener-gia elétrica e à salubridade urbana.“O Plano de Comunicação Ambiental é uma das iniciativas com que contamos contribuir para a imprescindível mudança de hábitos. Com estas ferramentas procuramos informar e sensibilizar os munícipes sobre o que se passa em matéria de questões ambientais em cada freguesia e no con-celho”, salientou a autarca.Maria das Dores Meira afirmou que, “com educação e mais comunicação, é possível intro-duzir a mudança de atitudes e comportamentos” e assim melhorar a “qualidade ambiental do concelho”, naquele que é mais um contributo para a salvaguarda do futuro do planeta. “Agora, queremos que todos colaborem e façam também a sua parte, respeitando e preservando o ambiente, ajudando a preservar esta nossa casa comum”, apelou a autarca.

Qualidade distingue praiasA Praia da Figueirinha ostenta, pelo sétimo ano consecutivo, a Bandeira Azul, distinção europeia que atesta a qualidade de excelên-cia desta zona balnear da orla marítima de Setúbal, a qual foi ainda considerada Praia com Qualidade de Ouro 2015, neste caso pela associação ambientalista Quercus. O mesmo galardão, atribuído às praias portuguesas com melhor qualidade de água, foi também entre-gue a Galapos e ao Portinho da Arrábida.

Energia debate eficiênciaUma ação de informação sobre eficiência energética, com enfoque nas oportunidades de financiamento nacionais e comunitá-rias, foi dinamizada a 26 de maio, na Casa da Baía, numa organização da ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida e da Câmara Municipal. A sessão incluiu a entrega de pré-mios aos vencedores do concurso Edifício ++, que distingue imóveis com classificação má-xima no Sistema de Certificação Energética.

Iniciativa protege florestasJogos pedagógicos e a oferta de plantas e ár-vores à população foram ações do “Dá a mão à floresta”, realizado a 13 de abril, projeto do grupo Portucel Soporcel com a parceria da Autarquia que visa sensibilizar a população para a importância da preservação dos espa-ços florestais. O louro, a alfazema e o alecrim foram algumas das espécies distribuídas ao longo da quinta edição do evento, que contou com um jogo da glória gigante.

Substituição de contentoresNovos contentores enterrados para recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos foram instalados em diversos locais da Avenida Luísa Todi, equipamentos que melhoram a imagem urbana da cidade e que beneficiam a sustentabilidade ambiental. Os novos con-tentores para recolha de papel/cartão, vidro e embalagens, com três metros cúbicos de ca-pacidade, substituem uma bateria de conten-tores para resíduos indiferenciados.

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A importância de um crescimento urbano sus-tentado, num território ordenado e integrador de mais infraestruturas verdes, foi defendido a 9 de maio no seminário “Infraestruturas Ver-des e Resiliência Territorial”, organizado pela Autarquia e pela Faculdade de Ciências e Tec-nologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa.“É fundamental que as cidades cresçam de forma sustentada e em harmonia com as necessidades das populações”, destacou o vereador do Am-biente da Câmara Municipal, Manuel Pisco, na abertura do encontro, dinamizado no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal.Para o autarca, as pessoas, juntamente com o Ambiente, são as principais beneficiárias da adoção de “infraestruturas verdes nas cidades”, porque se traduz num “aumento da qualidade de vida das populações, não apenas as atuais, mas também para as gerações futuras”.Manuel Pisco indicou que o investimento na criação de infraestruturas verdes nas cidades, como parques, zonas ajardinadas, corredores arborizados e equipamentos ecológicos, ma-terializa uma “renaturalização do espaço urbano” com amplos benefícios para as sociedades.Para José Carlos Ferreira, docente FCT, “tra-balhar o ambiente é trabalhar a várias dimensões, em conjunto e para as pessoas, e, também, saber aproveitar aquilo que a natureza tem para oferecer e valorizar essas mais-valias disponíveis”.O académico vincou que a “estrutura ecológica é fundamental para encontrar um modelo de orde-namento mais correto”, com orientações e reco-mendações que permitam uma ligação urbana “mais natural e integradora” às próprias geogra-fias e características dos territórios.Vasco Raminhas, da Câmara Municipal, de-fendeu que a “estrutura ecológica deve ser vista como um instrumento de valorização do território e que permita uma gestão integrada dos recursos” e salientou que a estratégia camarária assenta numa abordagem sistémica.“Setúbal tem conseguido garantir na malha ur-bana ruas com corredores arbóreos com espécies adaptadas às características da cidade, pequenas zonas ajardinadas dispersas por vários locais do território e parques verdes de maior dimensão”, afirmou o técnico municipal.O seminário contou com intervenções de um vasto painel de especialistas que explanaram várias temáticas, incluindo o projeto do futuro Parque Urbano da Várzea e a estratégia a im-plementar para controlo de cheias na cidade.

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Aos poucos, chegam os participan-tes/atores de um “filme” intitulado Setlog Azeitão 2015, levado muito a sério. O argumento é simples e semelhante a acontecimentos reais que, em forma de notícias, nos en-tram em casa pela televisão.Carregados com mochilas, sacos--cama e colchões, os protagonistas do exercício de simulação dos efei-tos de um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter, com epicentro na falha da Ribeira de Coina, en-chem de boa disposição o Azeitão Bacalhôa Parque, num sábado, 23 de maio, que se prevê soalheiro e quente.Às dez da manhã, arranca o simu-lacro e a partir desse momento as duas centenas de pessoas passam, durante 24 horas, à condição de desalojados, representativas de um total de 3500 cidadãos nestas condi-ções por efeito de um terramoto que causa ainda 16 mortos e 750 feridos, além de provocar danos severos em cerca de duzentos edifícios.Depois de agrupados, tendo em conta as relações de parentesco e de amizade, os voluntários são dividi-dos em seis grupos, guiados por es-cuteiros até à Escola Básica de Vila Fresca de Azeitão. Antes de partirem, tendo em conta a forte componente educativa do exercício, todos têm oportunidade de aprender como proceder peran-te este ou outro desastre natural.Um dos pontos de informação está equipado com uma plataforma que simula um sismo, o que desperta o interesse óbvio da maioria.“Numa situação real, sabem como de-vem fazer?”, questiona a formadora. “Devem lembrar-se destes quatro pas-sos: baixar, para ficarem mais perto do chão; agarrar, segurar alguma coisa que esteja fixa; proteger, debaixo de uma mesa, por exemplo, cobrindo a cabeça; e, finalmente, aguardar aju-da.” Devidamente instruídos, os de-salojados caminham durante uma hora até chegar à zona destinada ao registo individual, onde é feito um rastreio de saúde e elaborado um cadastro fotográfico de todos.A família Pinheiro Castanho é das primeiras a chegar ao destino e a fa-zer o registo. Paulo e os dois filhos, Nuno e Daniel, não escondem a satisfação pela forma como o simu-lacro está a decorrer. Para Paulo “o importante nestes exercícios é, princi-palmente, poder perceber o que se pode

Resposta real em exercício

com sismo

Vinte e quatro horas a viver o que os

desalojados passam durante um sismo de

grande magnitude. Duzentas pessoas

participaram no Setlog Azeitão 2015. O exercício

ajudou a afinar os procedimentos do sistema

de proteção civil em caso de necessidade real e a

preparar a população para essa eventualidade.

O sentimento de dever cumprido sobrepôs-se

ao cansaço

melhorar para que numa situação real nada falhe”.Depois de recuperarem a energia, os participantes têm uma sessão de esclarecimento relacionada com o quotidiano num campo de des-locados, ministrada por Marinela Velloso, da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias.Após uma breve introdução, expli-ca a razão, natural, por que foi es-colhida para abordar o tema. “Vivi seis meses num campo de refugiados, na África do Sul, com a minha mãe e o meu irmão, quando fugimos da guerra em Angola.”Ao longo da intervenção, Marine-la relata a experiência pessoal, de como teve de se adaptar. E deixa uma mensagem para quem, de uma forma ou de outra, é forçado a sair de casa. “Viver num campo de refu-giados/deslocados como se vive numa cidade ou num prédio, respeitando os outros e fazendo parte daquela peque-na sociedade.”

Treino entusiasma

Dezena e meia de elementos do Su-bagrupamento Ribat, constituído pela equipa de busca e resgate urba-no da Companhia de Bombeiros Sa-padores de Setúbal e elementos do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR, são chamados a intervir num edifício colapsado, na sequência de um abalo sísmico.Com a ajuda de um cão, conseguem localizar três pessoas que se encon-tram no interior. Depois de esta-bilizada a parede onde será feita a passagem de acesso até às vítimas, começam a cortá-la. No estaleiro desativado da empresa Ramos e Va-rela, os participantes, entusiasma-dos, são convidados a ver de perto esta atuação. “Subam as escadas jun-to da parede”, adverte um operacio-nal, enquanto os encaminha para o local onde dois elementos abrem uma passagem.Apoiada por sete viaturas, o suba-grupamento conta com o apoio lo-gístico de dois contentores, dotados de equipamento de última geração para este tipo de operações. O co-mandante da Companhia de Bom-beiros Sapadores de Setúbal, Paulo Lamego, mostra-se muito satisfei-to com a forma como os elemen-tos reagem à ocorrência. “Como se pode verificar, estes operacionais estão preparados para qualquer eventuali-dade.”

diferença numa situação real de ca-tástrofe. A cantar pela rua fora e com sorrisos estampados nos rostos, ligeiramente queimados pelo sol, os participantes começam, às seis da tarde, a chegar ao recinto onde, mensalmente, se realiza o mercado de Azeitão.Sob a direção da Associação Nacio-nal dos Alistados das Formações Sanitárias, é instalado um campo de deslocados, provido de todas as va-lências necessárias para receber os que ficam a pernoitar, espaço com capacidade para 1800 pessoas, com todos os elementos básicos para assegurar a sobrevivência da popu-lação durante o período de crise de uma catástrofe natural real. Os ou-tros locais previstos no concelho de Setúbal são o Parque Sant’Iago, nas Manteigadas, e as oficinas munici-pais de Poçoilos.

E porque o Setlog não serve apenas para testar o nível de prontidão do sistema de proteção civil, mas tam-bém para transmitir à população noções e procedimentos básicos de segurança, o aquartelamento de Azeitão dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, localizado no Choilo, disponibiliza as instalações e ope-racionais para ensinarem como se deve manusear um extintor. Tam-bém a Cruz Vermelha Portuguesa, através da delegação de Setúbal, for-nece alguns elementos para a trans-missão de noções de suporte básico de vida.

Cumprimento de regras

Apesar de o dia já ir longo, a boa disposição continua inabalada neste sábado repleto de emoções e ensi-namentos, capazes de fazer toda a

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Com a definição da situação de catástrofe sísmica, a Comissão Municipal de Proteção Civil de Setúbal reuniu a 22 de maio, na Escola Básica de Azeitão, em Vila Nogueira, para assegurar que to-das as 35 entidades representadas nesse órgão, com ação relevan-te nas operações de proteção e socorro, emergência e assistência, garantem os meios e os procedi-mentos considerados adequados à correta gestão da ocorrência.O Setlog Azeitão 2015, organiza-do pela Câmara Municipal de Se-túbal, através do Serviço Munici-pal de Proteção Civil e Bombeiros, no âmbito do Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico, contou com o envolvimento de um vasto conjunto de entidades, al-gumas delas com assento naquela comissão, num total de duas cen-tenas e meia de meios humanos.As câmaras municipais de Se-túbal, Palmela, Sesimbra e Caldas da Rainha e as juntas de freguesia de Azeitão, Setúbal, S. Sebastião e Gâmbia, Pontes e Alto da Guer-ra foram algumas das envolvidas nesta segunda edição do Setlog.Os serviços municipais de Prote-ção Civil de Setúbal, Palmela, Se-simbra, Almada e Cascais também participaram, à semelhança da Companhia de Bombeiros Sapa-dores de Setúbal, dos Bombeiros Voluntários de Setúbal e da GNR

Todos envolvidos

CONVÍVIO. As entidades responsáveis pelo Setlog Azeitão 2015 promoveram no domingo, 24 de maio, após o final do exercício, um almoço-convívio no campo de deslocados montado no recinto do mercado mensal de Azeitão, com a presença de todos os voluntários participantes, bem como do dispositivo operacional presente no simulacro.

À entrada, os participantes são in-formados das regras de funciona-mento, nomeadamente em relação aos horários de entrada e saída, e, posteriormente, é feito um novo registo e são distribuídas senhas de refeição.Ao final da noite, com as tendas de campanha já montadas, os desaloja-dos, agrupados por famílias e outras relações de proximidade, são reen-caminhados para as suas “casas”. O cansaço é tanto que a distribuição das camas não gera qualquer nego-ciação. Um aroma a fastfood invade o am-biente. Dentro de uma das tendas, três jovens deliciam-se com batatas fritas e hambúrgueres. Esta pode ser a simulação de uma catástrofe, mas, pelo sim pelo não, o melhor é fazer uma pausa neste “filme” e aproveitar o que a realidade tem para oferecer.

(Posto Territorial de Azeitão e Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro).As formações realizadas no de-curso desta operação de larga es-cala tiveram a participação da Fa-culdade de Ciências de Lisboa e da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias, a qual dirigiu ainda o campo de desloca-dos montado para o efeito.O acolhimento, registo e triagem de saúde contou com os contri-butos do Centro Hospitalar de Setúbal, do Agrupamento dos Centros de Saúde da Arrábida, da Escola Superior de Saúde do Ins-tituto Politécnico de Setúbal, da Delegação de Setúbal da Cruz Ver-melha Portuguesa e da Segurança Social. Houve ainda a presença da Rede dos Emissores Portugueses (rádios amadores), do Agrupa-mento Vertical de Escolas de Azei-tão, do Corpo Nacional de Escutas e da Associação dos Escoteiros de Portugal.Para a realização do exercício, no-meadamente no que respeita às questões de logística, foi funda-mental o apoio dado pelas empre-sas Delta Gás, Jumbo de Setúbal, LIDL, Continente, Pingo Doce, Recheio, AKI e Alegro, a par do Fundo Social, Cultural e Despor-tivo do Pessoal da CBSS e da Asso-ciação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Setúbal.

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O turismo de natureza, com especial destaque para passeios e observação de aves na Reserva Natural do Estuá-rio do Sado, foi o principal atrativo da primeira edição do FlaminGO Fest, que decorreu no início de abril.O Moinho de Maré da Mourisca serviu de cenário para o certame promovido pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, com os passeios de bar-co, caiaque, bicicleta e pedestres a serem algumas das atividades mais concorridas.A observação de aves, atividade habitualmente conhecida pela de-signação de birdwatching e cada vez mais popular no Estuário do Sado, contou com vários momentos es-peciais durante o festival, o qual, no decorrer dos três dias, recebeu mais de três mil visitantes.As viagens de barco a caminho do

Gastronomia, artesanato, música, teatro e visitas turísticas preenche-ram, nos dias 22, 23 e 24 de maio,

Festa na terra dos flamingosO enquadramento natural do Estuário do Sado viu nascer um novo evento de turismo. O FlaminGO Fest oferece passeios, observação de aves e degustações gastronómicas de produtos regionais

COOPERAÇÃO. A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, esteve em Almendralejo no final de março, no âmbito do acordo de cooperação entre os municípios, a convite do alcaide espanhol, José García Lobato. A autarca visitou vários espaços inaugurados recentemente, como a Sala do Município de Almendralejo, inspirada na de Setúbal.

Sabor tradicional em Azeitão

galeão do sal, fundeado no rio para visitas, permitiram a observação de muito perto de diferentes espécies de aves, como por exemplo flamin-gos.Durante o FlaminGO Fest, os visi-tantes que passaram pela Herdade da Mourisca, onde se localiza o Moinho de Maré, estiveram em permanente contacto com a natureza, podendo usufruir de um espaço próprio para piqueniques e merendas e provar alguns produtos gastronómicos com sabores tipicamente regionais e de produção artesanal.A organização contou com as par-cerias da Associação da Baía de Se-túbal, do Clube Naval Setubalense, da Associação de Atletismo Lebres do Sado, do Clube de Canoagem de Setúbal, do Ginásio ProFitness, da Jomara, da TroiaCruze, da Sado Ar-rábida, da Vertigem Azul, da Amaro-bom e de Paula Lima.

a sexta edição do certame “Tradi-ções, Sabores e Aromas de Azeitão”, realizado em Vila Nogueira.

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Cerca de cinco mil pessoas pas-saram pelo certame, que, além de tasquinhas gastronómicas com queijo, mel, doçaria e sopa cara-mela, bem como, naturalmente, de produtores vitivinícolas, reuniu perto de seis dezenas de exposito-res de artesanato.O certame, organizado pela Jun-ta de Freguesia de Azeitão, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, apresentou o melhor dos produtos regionais do concelho.A mascote Manel da Horta foi pre-sença constante no evento, que reservou também jogos didáticos de sensibilização ambiental, bem como uma exposição e venda de ar-tigos de chita e crochet.

A Festa do Morango regressou em meados de junho a Brejos de Azei-tão, vinte anos depois, com três dias de animação no novo parque urba-no local.Apesar das condições meteorológi-cas adversas, o certame atraiu mi-lhares de pessoas ao Parque Urbano de Brejos de Azeitão, em particular na noite de abertura, com um con-certo de UHF. A iniciativa, uma organização da

Morangode Brejosrecuperaencanto

País mostra produtos

Junta de Freguesia de Azeitão, com apoio da Câmara Municipal, contou com tasquinhas gastronómicas e de expositores, com sabores e ar-tesanato da região da Arrábida e de Azeitão, a par de produtores de mo-rango da zona de Brejos. Destaque,

além dos frutos, para espumante e doces de morango.A Festa do Morango ficou ainda marcada pela dinamização do “1.º Concurso de Aventais”, iniciativa popular que teve a participação de quatro dezenas de candidatos.

A Mostra de Artesanato e Produtos Regionais divulgou, de 5 a 10 de maio, no Largo José Afonso, pro-dutos regionais de vários pontos de Portugal, numa iniciativa orga-nizada pela Câmara Municipal de Setúbal que incluiu momentos mu-sicais.Os visitantes tiveram oportunidade de contactar de perto com artesãos com criações bastante diversas, desde a bijutaria às rendas de bil-ros, passando por peças de barro e gastronomia, e de participar em degustações de produtos regionais.Vinte e quatro expositores marca-ram presença na Mostra de Artesa-nato e Produtos Regionais, oriun-dos de localidades como Fundão, Moncarapacho, Cuba, Vila do Con-

de, Silves, Leiria, Barcelos e Ponte de Lima. Da região estiveram pre-sentes Setúbal, Azeitão, Quinta do Anjo, Sesimbra, Foros da Amora e Fernando Pó.

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Cerca de cinco mil visitantes pas-saram pelo Festival Ibérico do Vi-nho, certame que decorreu no final de maio na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal com alguns dos mais conceituados produtores viti-vinícolas de Portugal e Espanha.O Moscatel de Setúbal foi uma das principais descobertas para as três dezenas de jornalistas, profissio-nais e especialistas do setor que acompanharam os quatro dias da segunda edição do certame bienal e que vieram não apenas do territó-rio nacional e espanhol, mas tam-bém de países como Israel, França, Reino Unido, República da China,

O novo sistema de frio do Mercado do Livramento, com duas câmaras frigoríficas e uma fábrica de gelo, inaugurado a 27 de maio, constitui um passo derradeiro ao nível da modernização do equipamento co-mercial e a conclusão da nova área técnica.A exploração dos equipamentos de frio é da responsabilidade da Asso-ciação dos Comerciantes do Merca-do do Livramento, ao abrigo de um contrato de comodato que assinou com a Autarquia.Os comerciantes podem usufruir das câmaras frigoríficas median-

Vinho sem fronteiras

Trinta e quatro expositores exaltaram a qualidade dos néctares de Portugal e Espanha, mas também de diversos produtos gastronómicos, O Festival Ibérico do Vinho contribui para o aumento da visibilidade da excelência

Hungria e Lituânia. Principalmen-te para os profissionais estrangei-ros, que habitualmente associam os vinhos generosos portugueses ao Porto, o moscatel setubalense acabou por superar as expectativas e está, neste momento, a servir de embaixador da região e do País em diversas publicações internacio-nais.A presidente Maria das Dores Mei-ra sublinhou, na abertura, que o certame, com 34 expositores de diversos produtos vínicos e gas-tronómicos e que incluiu várias provas de vinhos e apresentações de cozinha ao vivo, tem grande

Pescaria de atividades

Mercado aumenta

condições de frio

Moagem de cereais reabre em SetúbalA empresa do ramo alimentar Moa-gens Cereais Setúbal, na Quinta dos Ciprestes, inaugurada a 29 de maio, num investimento de seis milhões de euros com a criação de cinquenta postos de trabalho diretos, reativa uma antiga unidade industrial en-tretanto encerrada, alvo de profun-das obras de requalificação. Com capacidade para produzir 350 toneladas diárias de fa-rinhas de trigo, a em-presa está, numa pri-meira fase, apostada na exportação dos produtos para o continente africa-no, nomeadamente para abastecimento de uma fábrica de massas ali-mentares em Angola, a que se seguirá a comer-

cialização de farinhas também para uso doméstico.A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, realçou, na inauguração, que a concretização deste investimento “comprova a ca-pacidade de atração que Setúbal con-tinua a ter, fruto da centralidade e das condições que fazem desta uma das mais importantes cidades do País”.

te o pagamento do espaço ocupado pelas caixas de transporte dos pro-dutos. O valor a pagar é também variável de acordo com o tempo de utilização.Já a fábrica de gelo tem capacidade para produzir seis toneladas diárias de gelo, o que ajuda na conservação dos produtos nos locais de venda, em particular com calor.

“importância cultural, económica e turística, pois, pela divulgação dos vinhos, atraem-se mais visitantes, mais turistas, geram-se mais negó-cios e mais interesse numa região que tem dos melhores vinhos do País e na qual este setor tem um peso económico considerável”.A autarca, salientando a projeção internacional crescente do festival, convidou os representantes espa-nhóis presentes a abraçarem o de-safio de partilhar a organização do certame, de maneira a que se rea-lize todos os anos, alternadamente entre Setúbal e uma localidade es-panhola.

Setúbal comemorou o Dia Na-cional do Pescador com um vasto programa, organizado pela Câma-ra Municipal com parcerias, que incluiu, entre 23 e 31 de maio, en-contros, demonstrações e ativida-des gastronómicas, entre outras, grande parte centrada no Mercado do Livramento.Um dos pontos altos foi a celebra-ção de um protocolo para a ges-tão e dinamização da embarcação “Maravilha do Sado”, recuperada pela Autarquia para o desenvolvi-mento de iniciativas pedagógicas educativas, bem como de valori-zação das atividades relacionadas com o mar e com a preservação ambiental.Uma evocação no Memorial ao Pescador Setubalense Desapare-cido, no Cemitério de Nossa Se-nhora da Piedade, culminou um

programa que incluiu ainda almo-ços de confraternização de maríti-mos e uma Semana da Cavala em restaurantes.Este peixe e o carapau foram alvo de uma aula de cozinha ao vivo do chef Vasco Alves com alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.Os mais novos tiveram outra lição, sobre a história de vida do choco, e assistiram a uma demonstração da arte de entrilhar as redes de pesca.Uma sessão das Tertúlias no Mer-cado destacou a importância da “Economia do Mar” nomeada-mente para o crescimento econó-mico e a criação de emprego.O programa do Dia Nacional do Pescador incluiu ainda exposições e a apresentação de projetos rela-cionados com o mar e perspetivas de financiamentos.

Na cerimónia de inauguração, in-tegrada nas comemorações do Dia Nacional do Pescador (ver mais ati-vidades nesta página), a vereadora das Atividades Económicas, Carla Guerreiro, realçou que está é “mais uma forma de apoiar os comerciantes, dando-lhes excelentes condições para a conservação dos produtos, acaute-lando toda a sua qualidade”.

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Dezasseis eventos, entre concertos, debates, poesia e exposições, em vários equipamentos e espaços públicos do concelho, inspirados no tema “Clima”, preencheram, entre 28 e 31 de maio, o Festival de Música de Setúbal 2015.O certame promoveu a cultura e o patrimó-nio musical do concelho, conjugando artistas consagrados com projetos da comunidade local, numa organização da A7M – Associa-ção Festival de Música de Setúbal, com apoio da Câmara Municipal, da The Helen Hamlyn Trust e da Fundação Calouste Gulbenkian.A quinta edição do evento começou com “As Quatro Estações”, espetáculo realizado no dia 28 à noite, no Fórum Municipal Luísa Todi, com a Orquestra de Câmara Portuguesa a di-vidir o palco com jovens músicos da Acade-mia de Música e Belas-Artes Luísa Todi e do Conservatório Regional de Setúbal.O concerto, com direção do violinista sueco Hugo Ticciati, incluiu interpretações de “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, e de “As Quatro Estações de Buenos Aires”, de Astor Piazzola, com arranjos de Altube e Desyat-nikov.Na manhã de dia 29, perto de mil crianças e jovens de escolas e grupos comunitários de Setúbal encheram o Auditório José Afonso com uma demonstração de percussão, dirigi-da por Fernando Molina, e depois espalharam ritmos num desfile pela Avenida Luísa Todi.De tarde, na Casa d’Avenida, escritores e poe-tas da editora Douda Correria partilharam a sua obra com alunos de escolas do concelho,

Festival em bom climaO Festival de Música de Setúbal juntou diversas artes em prol de um projeto inclusivo que já vai na quinta edição. Nomes consagrados juntaram-se a projetos locais para quatro dias em que a cultura gozou de bom clima

evento integrado na exposição “Poética do Tempo”.O programa prosseguiu, ao final da tarde de dia 29 com o espetáculo “AIME! Do Ritual à Profanação”, no Fórum Municipal Luísa Todi, que juntou em palco grupos de diferentes origens e culturas para ilustrar a relação do Homem com a Natureza ao longo dos tempos.O evento, com direção musical de Fernando Altube e projeto de Elsa Mobilha e Filome-na Vargas, contou com as participações das classes Orff e do Coro Juvenil da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, da Associa-ção Cabo-Verdiana de Setúbal, da APPACDM de Setúbal e do Universe Gong.O certame apresentou o espetáculo multidis-ciplinar “Tempestade (num copo de água?)”, dia 29 à noite, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que juntou a cantora e atriz Ana Brandão e o pianista João Paulo Esteves da Silva ao Coral Infantil de Setúbal.

Ensemble em estreia

A programação de dia 30 começou em Vila Fresca de Azeitão, com a Quinta da Bacalhôa a receber, de manhã, “Música no Palácio”, em que participaram a Banda de Música da Sociedade Filarmónica Capricho Setubalen-se, os BelaBatuke, o tocador de carnyx John Kenny e o quarteto de metais Pandora’s Box.Diversos grupos de jovens do Conservatório Regional de Setúbal partilharam, igualmente de manhã, sonoridades pelas ruas do centro

histórico da cidade no concerto itinerante “Há Música no Ar”. A exposição “Poética do Tempo” da Casa d’Avenida voltou a servir de pretexto para um evento do Festival de Música de Setúbal, à tarde, desta feita para uma conversa com Luís Pessanha, presidente da Associação Portu-guesa de Meteorologia e Geofísica, e António Sampaio Correia, neurocientista e psiquiatra, a par de apontamentos poéticos.Ali perto, o Coreto da Avenida Luísa Todi re-cebeu um concerto da Banda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, que in-terpretou temas do seu reportório.Num dos pontos altos, o novo Ensemble Ju-venil de Setúbal, criado no âmbito do Festival de Música de Setúbal, com jovens músicos do concelho que interpretam várias sonori-dades musicais, fez a estreia na programação do certame, dia 30 ao fim da tarde, no Fórum Luísa Todi, com o espetáculo “A Tempo”, diri-gido por Rui Borges Maia.

Tempestade e bonança

“A Terra Tremeu” à noite, ou pelo menos na Igreja de Santa Maria da Graça, com um con-certo de música sacra, com peças inspiradas em desastres naturais ou criadas no espírito da ira divina, a cargo do Officium Ensemble, acompanhado do quarteto de metais Pando-ra’s Box e do coro do Conservatório Regional de Setúbal.Depois da tempestade, a bonança, a manhã

de dia 31 começou com a “Suite da Maré”, no Moinho de Maré da Mourisca, em que os sons da natureza se misturaram com os dos ins-trumentos tradicionais do Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal, do Externato Rumo ao Sucesso e de John Kenny, sob direção de António Laer-tes e Pedro Condinho.À tarde houve “Mudanças de Clima”, com novas canções criadas e interpretadas por centenas de crianças de Setúbal, acompanhadas dos músicos de fado Tiago Oliveira, guitarra clássica e direção musical, Miguel Batista, guitarra portuguesa, Rui Silva, contrabaixo e baixo elétrico, e Diogo Melo de Carvalho, percussão.O espetáculo, no Fórum Municipal Luísa Todi, com coordenação de Carlos Barreto Xavier, juntou classes da APPACDM e coros de escolas do 1.º ciclo do concelho e do Coral Infantil de Setúbal, com direção do maestro Nuno Batalha.Antes, ainda houve clima para um pré-con-certo, na entrada da sala de espetáculos, com o Ensemble de Saxofones do Conservatório Regional de Setúbal.A quinta edição do Festival de Música de Se-túbal acabou com “Maré Alta”, com o trio Pe-dro Jóia, na guitarra, João Frade, no acordeão, e Norton Daiello, no baixo elétrico, a juntar--se a jovens percussionistas do Ensemble Ju-venil de Setúbal e a Rui Borges Maia, na flau-ta, em espetáculo realizado, dia 31 à noite, no Fórum Luísa Todi.

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O Grupo Desportivo Independente venceu as Marchas Populares 2015, em decisão to-mada pelo júri após os desfiles a concurso, realizados nos dias 19 e 20 de junho, na Pra-ça de Touros Carlos Relvas.Além do primeiro lugar, a coletividade con-quistou os prémios de melhor letra e música nesta edição de um concurso que contou com a Grande Marcha “Isto é Setúbal”, com letra de Idaliano Batista e música de Artur Jordão.O júri, presidido pela atriz Florbela Queiroz, atribuiu a segunda posição ao Grupo Des-portivo Setubalense “Os 13”, que arrecadou ainda o prémio de cenografia.O terceiro lugar foi ocupado pelo Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, enquanto no quarto posto ficou a União Desportiva e Recreativa das Pontes, distinguida também como melhor figurino.Os prémios para melhor coreografia e me-

A chuva do desfile de apresentação na avenida não

esmoreceu as nove coletividades concorrentes das Marchas

Populares de Setúbal 2015. Na Praça de Touros Carlos Relvas, nos desfiles a concurso, o brio

bairrista voltou a falar alto. No final, o título mais desejado

coube ao Independente

lhor madrinha, Ivone Dias, foram ganhos pelo Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, coletividade que se classificou no quinto posto, imediatamente à frente da ou-tra representante de Azeitão, a Sociedade Fi-larmónica Perpétua Azeitonense, em sexto. O Núcleo Bicross de Setúbal ficou em sétimo lugar, a ACTAS – Academia Cultural de Tea-tro e Artes de Setúbal, em oitavo, e a Coope-rativa de Habitação e Construção Económica “Bem-Vinda a Liberdade”, em nono.

Esta última coletividade foi penalizada com dois pontos, conforme disposto na alínea a) do ponto 4 do artigo 17.º, por incumprimen-to do ponto 2 do art.º 6.º do Regulamento do Concurso das Marchas Populares de Setúbal, referente à observância do tempo máximo de atuação de cinco minutos na primeira apresentação.O prémio de melhor desfile, atribuído de acordo com as prestações na apresentação das marchas na Avenida Luísa Todi, não será

angariação de fundos para o Serviço de Onco-logia do Hospital de S. Bernardo e, a 8, a gala “Dança para Todos”, para apoio da APPACDM de Setúbal. A voz de António Zambujo fez-se ouvir a 9 no encerramento do Ciclo de Concertos Íntimos, com o músico a apresentar o mais recente tra-balho, “Rua da Emenda”.O Coral Anaconda, grupo da comunidade lati-no-americana a residir em Bruxelas, Bélgica, deu um concerto no dia 15, comemorativo dos 800 anos da língua portuguesa, espetáculo or-ganizado pelo Coral Luísa Todi, que também atuou.Da música ao teatro, o ator José Pedro Gomes desmultiplicou-se em oito personagens hila-riantes na comédia “Estamos Todos?”, a 22, peça com narrativa centrada em redor de um casamento.No dia seguinte, a Orquestra Metropolitana de Lisboa voltou a Setúbal para um concerto com obras de Maurice Ravel, Jacques Ibre e Franz Schubert.Em junho, o Conservatório Regional de Se-túbal deu dois espetáculos no Fórum, a 1 e a 7, enquanto Celina da Piedade prestou homena-gem à música alentejana no dia 6, com a acor-deonista a juntar em palco as melhores “Vozes do Cante”.Três dias depois, a 9, foi a vez de o músico Fer-nando Fernandes, conhecido por FF, apresen-tar o novo disco de originais “Saffra”.Num regresso, a atriz Ana Bola surgiu sem fil-tro no dia 13, para criticar o que considera ser a falta de respeito pelos artistas.

Fórum de todos os ritmosA música é a nota dominante na programação do Fórum Municipal Luísa Todi. Contudo, a principal sala de espetáculos setubalense tam-bém é feita de dança e de teatro, de cinema e de eventos de variedades por causas solidárias.Além de noites de cinema de um ciclo de clás-sicos italianos e de sessões especiais dedica-das ao “Música no Coração” e a Orson Welles, o programa do segundo semestre, na área da música, começou, a 4 de abril, com Joseph Haydn a seduzir em “As Sete Últimas Palavras – Concerto de Páscoa”, que juntou a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat. De volta a Setúbal, os Deolinda não desiludiram na atuação de dia 11. A banda apresentou “Mundo Pequenino”, no segundo de três espetáculos do Ciclo de Concertos Íntimos. O “Esplendor da Zarzuela” foi partilhado pelo Coro Juvenil de Lisboa, a 18, num concerto dedicado a obras do género lírico-dramático característico de Espanha.Já o Dia Mundial da Dança foi celebrado pela Pequena Companhia da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal em dois espe-táculos, a 29 e 30. Destaque para “Histórias de Mábi”, uma viagem pelo imaginário de crianças e adultos.Maio começou com “Fado para Setúbal”. O pú-blico pediu e, depois da atuação de novembro, o quarteto de Deolinda de Jesus regressou ao Luísa Todi, no dia 2, para uma noite de fados com vários convidados.Seguiu-se, a 6, um espetáculo solidário para

entregue este ano, por o júri ter entendido que algumas coletividades foram especial-mente prejudicadas pela chuva que caiu na noite de 13 de junho.A entrega dos prémios do concurso, organi-zado pela Câmara Municipal de Setúbal, com os apoios da Aplaudir e da Europrol, realiza--se a 26 de julho.A cerimónia, com atuação das madrinhas e a presença dos marchantes, tem lugar na Feira de Sant’Iago, na Praça do Mundo, às 21h30.

Independente vence Marchas

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Setúbal transformou-se na ca-pital da ilustração com um novo certame de artes, em junho, com exposições de autores como An-dré Carrilho, João Abel Manta, Maria Keil, Lima de Freitas e Ma-nuel João Vieira e outros eventos.A edição de arranque da Festa da Ilustração abriu aos primeiros minutos de 1 de junho, na Casa da Cultura, com a inauguração da exposição “Ver ao Longe”, de André Carrilho.“Deixemos os desenhos falarem, que eles são capazes de dizer mui-to mais do que nós alguma vez se-remos”, afirmou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na sessão de abertura do evento, organiza-do numa parceria com o atelier DDLX, com o lema “É preciso fazer um desenho?”.Teófilo Duarte, da DDLX, desta-cou o contributo da programação da Festa da Ilustração para uma maior e melhor oferta cultural da cidade. “A ilustração dá cartas no mundo inteiro e não é uma coi-

Cante abraça cidadeUm espetáculo de cante alentejano no Largo da Misericórdia, a 16 de maio, foi o culminar de mais um encontro, o décimo, do evento “Alentejo Abraça Setúbal”, que incluiu ain-da a exibição do filme “Alentejo, Alentejo”, no Cinema Charlot. Os cinco grupos corais participantes na iniciativa da Autarquia em parceria com o Grupo Desportivo Indepen-dente entoaram cânticos, em passo vaga-roso e trajando indumentária a rigor, pelas ruas da Baixa.

Sai um desenho!A Festa da Ilustração, em edição de estreia, trouxe a Setúbal alguns dos principais autores portugueses, de diferentes gerações. Os desenhos, mas também a música e a literatura, invadiram equipamentos culturais e o espaço público

sa pacífica. Não foi por acaso que aconteceu o atentado ao Charlie Hebdo”, realçou, concluindo que “a festa tem pernas longas para andar”, uma vez que a ilustração “é um mundo por explorar”.Os desenhos e cartoons de An-dré Carrilho percorrem, com humor, temas nacionais e in-ternacionais dos últimos anos. “Sempre que se tem a oportunidade de ser engraçado, é muito difícil resistir”, confessou este que é um dos ilustradores portugueses com maior dimensão interna-cional.

O certame, com João Paulo Co-trim como curador, inclui ou-tras exposições, nomeadamente “Ilustração”, de Maria Keil, na Galeria Municipal do Banco de Portugal, “Shakespeariana”, no Fórum Municipal Luísa Todi, e “Cartoons da Revolução de Abril”, no Palácio Fryxell, ambas de João Abel Manta, “Ilustrador”, de Lima de Freitas, na Galeria Municipal do 11, e “Bocage Por-no”, de Manuel João Vieira, na Casa Bocage.Os largos da Fonte Nova, da Mi-sericórdia e da Ribeira Velha

Poesia marcha na ruaCerca de quatrocentos alunos das escolas de Setúbal leram em público, a 14 de abril, tex-tos de autores portugueses durante um tra-jeto pela Avenida Luísa Todi e ruas da Baixa. A iniciativa “Setúbal: uma Baía a Ler”, dina-mizada no âmbito da IX Semana da Leitura, juntou miúdos e graúdos por uma causa co-mum. Em uníssono, defenderam a paixão pela leitura e a importância da literatura para um melhor conhecimento do mundo.

Feira propõe leiturasMilhares de títulos de várias editoras, do romance ao técnico, passando pela litera-tura infantojuvenil, estiveram disponíveis na Feira do Livro de Setúbal, certame rea-lizado em março e abril, na placa central da Avenida Luísa Todi. A iniciativa promovida pela Autarquia contou com animações de leituras, sessões de autógrafos e encontros com autores, como foi o caso de Patrícia Ribeiro, que lançou o romance “Pijama de Gata”.

Museus fora de horasDe cultura se fez a Noite Europeia dos Mu-seus. A efeméride, assinalada a 16 de maio, foi celebrada em Setúbal com um vasto programa nos museus do Trabalho Michel Giacometti e Sebastião da Gama. Além do documentário “Setubalense? Sim, Claro”, houve um debate com temas sobre “His-tória, Identidade e Memória Setubalense”, música e literatura dedicada ao Sado e à ci-dade e uma palestra que juntou momentos de história e de política.

mostram trabalhos de todos os autores presentes no festival, como Beatriz Manteigas, que expõe “Arte & Ciência”, na Casa d’Avenida, e André Letria, com “Mar”, no Museu Sebastião da Gama e nos Lavadouros de Azei-tão.Realce ainda para trabalhos de escolas de artes, no Palácio Fryxell, e de escolas secundárias do concelho, na Casa da Baía, e para a mostra “Pelos Olhos Den-tro”, com quarenta imagens do 25 de Abril, no Museu do Trabalho Giacometti, local escolhido para a festa de encerramento, a 27 de junho, às 21h30, que inclui um concerto de Manuel João Vieira.Outros eventos da Festa da Ilus-tração são uma Feira do Livro Ilustrado, na Casa d’Avenida, a apresentação de um livro de Car-los Rodrigues e Gonçalo Duarte, na Barbearia da Baixa, a exibi-ção de um filme de André Car-rilho e concertos de Equations, Kilimanjaro, Jibóia e João Maio Pinto.

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As primeiras pedaladas, mais intensas, dão o impulso neces-sário para a entrada do percurso em terra batida. Velocidade adquirida na reta, rampa com saltos e curva para o treino de uma habilidade. A saída é feita com estilo, com mais rapidez e novos desafios a enfrentar na nova pista de BMX de Setúbal.A pista, uma das mais modernas de Portugal e com caracte-rísticas para receber provas internacionais, está localizada ao lado do Parque Verde da Bela Vista. Foi inaugurada por deze-nas de atletas de várias equipas portuguesas e espanholas no feriado do 25 de Abril.Com uma área total com mais de 11 mil metros quadrados, o novo equipamento municipal, num investimento da ordem dos 60 mil euros, materializa a oitava pista de BMX a ser cria-da em Portugal e, na ótica do presidente da Assembleia-Geral

BMX voa para Setúbal

Emoção em duas rodas. Setúbal conta desde o final de abril com uma das mais modernas pistas portuguesas de BMX. Em terra batida e com características para receber provas internacionais, ocupa uma área com 11 mil metros quadrados na Bela Vista

da Federação Portuguesa de Ciclismo, Artur Lopes, “talvez a melhor do País”, como frisou na abertura.A oportunidade de construir a pista teve origem no projeto municipal de participação cidadã “Ouvir a População, Cons-truir o Futuro”, depois de munícipes terem manifestado junto da Autarquia a importância da instalação de um equipamento desta natureza no concelho.Para a implementação do projeto, o Município, numa parceria com a Junta de Freguesia de S. Sebastião, contou com a cola-boração da Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal e da Federação Portuguesa de Ciclismo.A Autarquia contou igualmente com o empenhamento e o en-volvimento próximo do Núcleo Bicross de Setúbal e do BMX Clube de Setúbal, que contribuíram na elaboração do traçado

e nos pormenores técnicos da pista, bem como do Regimento de Engenharia n.º 1 do Exército, responsável pela maioria dos trabalhos de terraplenagem.A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, sublinhou na cerimónia de inauguração que a pista represen-ta “um passo importante para o desenvolvimento desportivo desta vertente do ciclismo e coloca Setúbal no mapa do BMX nacional”.A pista, em terra batida, como é característico dos circuitos destinados à prática do BMX, tem um traçado com 350 metros, curvas “verticais” que atingem alturas de quatro metros e vá-rias rampas para saltos, entre os quais o maior chega a atingir nove metros de distância entre cumes.A Autarquia vai celebrar em breve um protocolo com o Núcleo Bicross de Setúbal para a gestão do espaço.

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Pesca partilhada à beira-rioA interação entre pescadores e os vários intervenientes da pesca lúdica e desportiva esteve em destaque, entre os dias 17 e 19 de abril, na quinta edição de um certame dedicado às modalidades piscatórias, com exposições, workshops diver-sos e concursos de mar. Cerca de 10 mil pessoas passaram pela 5.ª Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, cer-tame que voltou a constituir um ponto de encontro para im-portadores, lojistas, clubes, associações, federações, sítios de internet, revistas da especialidade e pescadores das mais variadas técnicas de pesca em estuário e mar.

Catamarãs competem no SadoA dupla Luís Santos e João Duarte foi a vencedora do Sadocat 2015 – XV Raid Bicasco, prova de catamarãs do programa dos 13.os Jogos do Sado, realizada a 23 e 24 de maio, com cerca de trinta tripulações provenientes de diversos pontos do País. Joaquim e Carla Rubio, António Santos e Rui Duarte, Miguel e Inês Galvão, João Sarmento e Francisco Melo e António Jesuí-no foram os restantes distinguidos nas diferentes classes em prova. O Sadocat 2015, organizado pela Câmara Municipal, pelo Clube de Vela do Sado e pela Bicasco, é uma das compe-tições da Península Ibérica com mais tripulantes.

Aquatlo junta 600 em provaMais de seis centenas de atletas participaram, a 9 de maio, no III Aquatlo de Setúbal, iniciativa realizada no Parque Urbano de Albarquel, com uma competição oficial e duas provas aber-tas, em natação e corrida, em vários escalões. O evento des-portivo, integrado no calendário dos 13.os Jogos do Sado e or-ganizado pela Câmara Municipal de Setúbal em parceria com o Remo Clube Lusitano, com o apoio da Federação Portuguesa de Triatlo, incluiu uma jornada do Campeonato Nacional Jo-vem de Clubes e as provas de Sprint e Super Sprint, com com-petições em várias distâncias consoante os escalões.

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A vida e obra de Bocage inspirou

22 amantes da fotografia.

Durante um dia, captaram

imagens por toda a cidade.

Uma jovem de 27 anos

foi a grande vencedora. Mas

houve mais galardoados

nesta iniciativa comemorativa

do Mês da Juventude

A irreverência estu-dantil deu a tónica ao IV FATuM – Festival Académico de Tunas Mistas, realizado nos dias 17 e 18 de abril em vários locais de Setúbal, com boa dis-posição e animação musical.Um espetáculo com a participação de cinco tunas de Setúbal, Lis-boa, Beja e Coimbra abriu o arraial aca-démico, com mais de duas centenas de es-tudantes presentes no Fórum Municipal Luísa Todi.Em disputa estiveram os prémios “melhor pandeireta”, “me-lhor estandarte”, “melhor instrumental”, “melhor solista” e “FATuM” (melhor tuna), neste caso entregue à Tuna Acadé-mica de Enfermagem de Beja.O evento, organizado pela SemperT’unos com o apoio da Au-tarquia, no âmbito do programa municipal m@rço.28. Incluiu, no dia seguinte, momentos de convívio entre a comunidade de estudantes das várias escolas do País, com uma arruada pelas ruas da cidade e com uma serenata no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Ana Castela, com o primeiro lugar na categoria digital e duas fotografias galardoadas com menções honrosas, foi a grande vencedora da 12.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal, cuja entrega de prémios decorreu a 9 de maio, na Casa da Cultura.A prova, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, com o apoio e patrocínio de várias entidades, contou com a participa-ção de 22 fotógrafos amadores, que, no dia 7 de março, percor-reram o concelho à procura das melhores imagens para ilustrar o tema principal, “Bocage: Vida e Obra”.Ana Castela, 27 anos, natural de Setúbal, a participar no con-curso municipal há três anos consecutivos, arrecadou o melhor conjunto de fotografias nos 12 subtemas a concurso dedicado

Festa estudantilcom irreverência

Jovens repudiamviolência no casal

Semana dedicadaa debate de ideias

Bocage inspira fotografiaao poeta setubalense, num ano em que se celebram os 250 anos do aniversário de Bocage.“De todas as participações, esta foi a mais difícil. O tema era com-plicado, mais abstrato, e não bastava fazer fotografias mais óbvias”, afirma a jovem fotógrafa, que apostou num conjunto de ima-gens captadas a cores e a preto e branco. “Não tive nenhuma es-tratégia em especial.”A aventura de Ana Castela na Meia Maratona Fotográfica de Setúbal é sempre feita a três, na companhia do irmão e de um amigo. “Todos os anos, há sempre algo diferente a descobrir na ci-dade. Um recanto que não é tão conhecido, um ângulo ou uma pers-petiva menos reparada.”

Jovens setubalenses debateram ideias e identificaram ques-tões sobre temas como os bairros onde vivem, a educação e as relações com os amigos e a família, em sessões realizadas a 8 de maio na Semana Europeia da Juventude. No final, apresentaram propostas em diversas áreas, das mu-danças nas estruturas dos programas curriculares do secun-dário à melhoria no atendimento no Serviço Nacional de Saú-de, incluídas em documentos destinados a várias entidades.A Semana Europeia da Juventude contou ainda, no dia 6, com uma ação na Escola Secundária D. Manuel Martins de divulga-ção do programa “Erasmus + Juventude em Ação”, com incen-tivos às parcerias transnacionais de fomento da aproximação dos mundos do ensino e do trabalho.

Na 12.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal, integrada no programa municipal m@rço.28, Ana Castela obteve ainda duas menções honrosas com imagens específicas.Sofia Jorge, com três distinções, arrebatou o segundo lugar do pódio e o novo Prémio Jovem Revelação, enquanto Marta Ban-za, com duas menções honrosas, ficou em terceiro.Sofia Jorge, 20 anos, teve uma estreia de sonho com vários pré-mios conquistados. “Foi um dia de inspiração, apesar da dificul-dade do tema, que me fez puxar muito pela criatividade.”A fotografia é uma presença constante no quotidiano da setu-balense, estudante universitária. “Ando sempre de máquina à procura de novas coisas para fotografar.”

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de

O Fórum da Juventude de Setúbal aprovou em sessão plenária, a 14 de abril, uma moção de repúdio a qualquer ato de violên-cia nos casais.O encontro, realizado na Escola Profissional de Setúbal, dedi-cado à “Violência no Namoro | Violência Doméstica”, contou com representantes da Associação de Apoio à Vítima, da PSP, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e do Gru-po para Implementação do Plano de Igualdade de Género no Centro Hospitalar de Setúbal.A moção alerta que “a violência no namoro e a violência domésti-ca são um problema que afeta ainda um grande número de jovens” e que “o silêncio que ainda existe em torno destas relações tóxicas e destrutivas tem de ser quebrado”.Os jovens condenam atitudes como perseguição, chantagem, controlo, ameaça, maus-tratos, intimidação, humilhação e insultos, as quais “não podem ser romantizadas e entendidas como expressões de amor”.

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edu

caçã

o

Milhares de crianças animaram, no último fim de semana de maio, o Jardim do Bonfim durante a quinta edição do “Há Festa no Parque”, com um programa repleto de iniciativas.A comemoração do Dia Mundial da Criança e do final do ano letivo ser-viu de mote a dois dias de grande

Mostra do ensino profissionalA aposta no ensino profissional como forma mais eficaz de integra-ção de jovens no mercado de traba-lho foi defendida, a 29 de abril, na abertura do “Roadshow do Ensino e Formação Profissional”.“A formação profissional é uma opção estruturante no ensino em Portugal, até porque fomenta a ligação entre a

escola e o mercado de trabalho”, su-blinhou o vereador Manuel Pisco, da Câmara Municipal, na mostra de dois dias que deu a conhecer cursos e profissões de dupla certificação, no Largo José Afonso.O “Roadshow do Ensino e Forma-ção Profissional”, uma iniciativa da Agência Nacional para a Qualifica-

Famílias convivem no parque

Mais de cinco mil pessoas passaram pela quinta edição do “Há Festa no Parque”.

No último fim de semana de maio, o Jardim do Bonfim encheu-se

de miúdos e graúdos

animação, com diversas atividades direcionadas para as famílias.A pintura de um mural, modelagem de balões, insufláveis, animação em tendas, dynamic bungee, jogos tradi-cionais, exposição de projetos es-colares, música, dança, teatro, mo-dalidades desportivas e peddy paper

foram algumas das propostas para as cerca de cinco mil pessoas que passaram pelo “Há Festa no Parque”. O programa organizado pela Câma-ra Municipal de Setúbal conciliou os aspetos lúdicos com as componen-tes pedagógicas, com experiências no Espaço Ciência, do Instituto Po-

ção e o Ensino Profissional, organi-zada pelo segundo ano consecutivo, percorre em 2015 todas as capitais de distrito de Portugal continental e marca presença pela primeira vez em Setúbal.O certame, dinamizado localmente com o apoio da Autarquia, destina-se, principalmente, a alunos fina-listas do 9.º ano de escolaridade, que, nos mais de dez expositores presentes no recinto instalado no Largo José Afonso, puderam co-nhecer opções de escolha para o prosseguimento dos estudos.Da mecânica à automação, da saú-de pública à análise laboratorial, a escolha de uma carreira é facili-tada no roadshow, com jovens dos vários estabelecimentos de ensino representados na iniciativa a mos-trar alguns dos projetos profissio-nais, que abrangem ainda vertentes como eletrotecnia, informática, restauração e hotelaria.

litécnico de Setúbal, com a recria-ção de jogos medievais, no Espaço AnimArq, e com recomendações para uma alimentação saudável, através de jogos didáticos e conse-lhos de uma nutricionista, no Clube de Nutrição, uma novidade no “Há Festa no Parque”.

Os estabelecimentos de ensino do Agrupamento Vertical de Escolas Lima de Freitas abriram às portas à Semana da Segurança e Educação Rodoviária, no final de abril, com diversas atividades.A demonstração dos meios opera-cionais das forças de segurança e de socorro, logo no início, na Es-cola Básica e Secundária Lima de

Aulas de segurançaFreitas, despertou a curiosidade dos alunos.O vereador com o pelouro da Edu-cação da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, alertou, na ocasião, a necessidade de “andar na rua sempre com muito cuidado” e de “respeitar as forças de autoridade e prestar atenção às indicações que fornecem”.

O programa, organizado pela Au-tarquia com diversas parcerias, abordou todas as vertentes relacio-nadas com a segurança, passando pelo bullying e cyberbullying, pelos procedimentos a adotar em caso de terramoto e pelos cuidados a ter no percurso no caminho até à escola, entre muitos outros de interesse para os alunos.

A recriação da entrega do foral a Se-túbal e a demonstração de aves de rapina foram os pontos altos de um evento comemorativo dos 500 anos do Foral Manuelino, realizado a 23 de maio, na Praça de Bocage.“A Festa do Foral”, organizada pela Autarquia, através do Arquivo Mu-nicipal de Setúbal, com diversas parcerias, foi povoada de tendas,

Era assim há 500 anoscom venda de artesanato, peças em pele, bijutaria e vestuário.O certame, a funcionar todo o dia, acolheu exposições, exibição de falcões, corujas e póneis, encena-ção de marionetas, demonstração de esgrima histórica, recriação da entrega do foral manuelino, música, dança, pinturas faciais, modelagem de balões e jogos tradicionais.

Entre outras atividades, o Jardim do Bonfim dispôs de ateliers, de um espaço de literatura, de uma mostra de cursos e profissões e de modalidades desportivas, em que se incluiu um circuito de educação e prevenção rodoviária, e até de uma escola de samba.

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Estudantes partem à descoberta do moinhoac

adem

iaO património material e imaterial do Moinho de Maré da Mouris-ca é valorizado e preservado num projeto dinamizado por alunos da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal que fortalece a relação da comu-nidade local com o equipamento através da dinamização de várias atividades.O “Moinho Convida” foi impul-sionado pelos alunos do 2.º ano da licenciatura em Animação e Inter-venção Sociocultural, no âmbito da unidade curricular de Design, Desenvolvimento e Avaliação de Projetos, que a cada ano letivo promove um projeto que relaciona o património e a população.O primeiro semestre é dedicado à conceção do projeto, da realiza-ção de contactos à planificação das iniciativas, da calendarização ao ensaio das várias propostas a de-senvolver. Depois, já no segundo semestre, é tempo de pôr em prá-tica as ideias definidas.Nesta edição, foram iniciativas de

Robótica desenvolve

inteligência

Um docente da Escola Superior de Tecnologia contribui para a evolução da robótica, numa tese de doutoramento galardoada com um prémio nacional. Um projeto de animação e intervenção sociocultural por alunos da Escola Superior de Educação valoriza a relação do Moinho de Maré da Mourisca com a comunidade local

caráter lúdico e pedagógico, com jogos tradicionais, percursos de orientação, encenações e recriações históricas, oficinas, visitas guiadas a exposições e até um acantonamen-to noturno. Tudo dinamizado entre abril e maio.O projeto procura, por um lado, “valorizar aquilo que é a memória e a identidade do património” e, por ou-tro, fomentar “um maior envolvimen-to da comunidade local” no quotidia-

no do Moinho de Maré da Mourisca, adianta a professora Carla Cibele, uma das coordenadoras do projeto. “É uma promoção turística local, não para massas, mas direcionada para as gentes da região, que procura cativar novos públicos a usufruir do equipa-mento”, possivelmente originário do século XVII, afirma a docente que liderou o projeto deste ano junta-mente com Sandra Cordeiro.Crianças em idade escolar, cidadãos

portadores de deficiência e popu-lação sénior foram o público-alvo definido no âmbito deste trabalho, centrado também na transmissão de saberes e de tradições, nomea-damente na moagem de cereais, no fabrico do pão e na produção do sal.A dinamização da iniciativa, em parceria com a Câmara Municipal e o Instituto da Conservação da Natu-reza e das Florestas, proporcionou, ao longo de dois meses, “momentos

Como tornar os equipamentos ro-bóticos mais autónomos e eficien-tes? Um contributo para dar respos-ta à necessidade tecnológica surge na investigação científica de Bruno Damas, professor que desenvolveu novos algoritmos de aprendizagem automática para robots.O objetivo até parece simples, mas a complexa linguagem de padrões e regras criada pelo docente da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal demorou cer-ca de cinco anos a maturar no âmbito de uma tese de doutoramento.Os novos algoritmos de aprendiza-gem estatística permitem que um robot possa, em tempo real, apren-der a mover-se com base no fluxo de informação captada por sensores e melhorar progressivamente o de-sempenho na execução de uma ta-refa enquanto, simultaneamente, a tenta realizar.“A aprendizagem para robótica é um ambiente muito fértil, em constante desenvolvimento e que procura dotar os robots de uma maior autonomia”, afir-ma o docente, autor da investigação

galardoada “Learning and Sensori-motor Coordination of Anthropo-morphic Robotic Systems”.O grande objetivo “é dotar os robots de capacidade para aprender tarefas, ou seja, sem necessidade de programar todos os detalhes”, adianta. “O desafio é colocar os robots, quer por tentativa e erro e quer por experiência acumulada, a desenvolver melhor e com mais auto-nomia as tarefas.” A base de aprendizagem que se pre-tende desenvolver nos equipamen-tos robóticos é exemplificada pelo docente com recurso ao processo de descoberta verificado durante as primeiras semanas de vida de um bebé, com o mapeamento visual do ambiente para depois concretizar as tarefas.“Pegando neste paradigma, em vez de um engenheiro passar dias e dias a fio a programar, porque não deixar um robot aprender tal e qual como faz um ser humano?”, desafia Bruno Damas, que acrescenta que “aprendizagem é um dos campos em que a robótica e a inteligência artificial se cruzam”.Os algoritmos de aprendizagem de-

de partilha de um património que é de todos”, sublinha Liliana Martins, uma das alunas envolvidas.Para a jovem, o trabalho consti-tuiu também uma “oportunidade de descoberta, tanto para os par-ticipantes, como para os próprios estudantes, que não conheciam o moinho, as histórias e as funções dos vários materiais” que integram o equipamento localizado na Her-dade da Mourisca.Outro dos alunos do “Moinho Convida”, João Pereira, destaca as características singulares do espa-ço. “Está inserido na Reserva Natural do Estuário do Sado e disponibiliza um conjunto de valências naturais que convivem em harmonia com a ocupação humana.”O projeto culminou com uma tarde intercultural, para recriar a vida no Moinho de Maré da Mourisca. Das ações abertas à população, desta-que para uma encenação por dois “padeiros” alunos e uma ativida-de de fabrico de pão. Tudo o mais aproximado do antigamente.

senvolvidos pelo docente não são completamente uma novidade. São, antes, um aperfeiçoamento, ou me-lhor, “mais um contributo para a evolu-ção tecnológica e um passo para o alar-gamento da fronteira do conhecimento”.Ainda assim, a investigação cientí-fica do docente traz uma novidade que se destaca. “Estes algoritmos tra-balham em tempo real, ou seja, o robot não precisa de ser treinado previamente e aprende enquanto tenta realizar a ta-refa, sempre com um fluxo contínuo de informação.”

Investigação galardoada

O trabalho científico desenvolvido por Bruno Damas em ambiente aca-

démico, no Instituto Superior Téc-nico, em Lisboa, foi premiado como a melhor tese de doutoramento em robótica no País, em 2014, distinção atribuída pela Sociedade Portuguesa de Robótica.O galardão, disputado entre mais de uma dezena de candidatos, foi en-tregue durante o Festival Nacional de Robótica 2015, promovido por aquela entidade em abril, na Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real.“É um reconhecimento muito grati-ficante. É a cereja no topo do bolo e o culminar de uma longa investigação”, sublinha o docente, para quem este trabalho é também uma confirmação da “qualidade geral do corpo docente”

da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal.A paixão pela robótica surgiu ainda nos tempos da licenciatura em En-genharia Eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico. “Foi durante o se-gundo ano, depois de optar pelo ramo de Controlo e Robótica. No fundo, foi seguir através do imaginário de ficção científica.” Na instituição setubalense, na qual leciona há 12 anos, a área do ensino é repartida entre as cadeiras de Con-trolo, Sinais e Sistemas, mas sem nunca perder a robótica de vista, com o futuro a apontar ao desenvol-vimento de projetos em colaboração com alunos. “Há trabalhos muito inte-ressantes que podem ser desenvolvidos.”

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rum

os

O rap e o hip hop podem vestir muitas for-mas. Que tipo de agressividade há na música de BC Trezor? Tem muita intervenção. Não seria um verda-deiro lirista se tapasse os olhos ao que aconte-ce à minha volta. Não posso ignorar os proble-mas das drogas, da criminalidade ou da falta de iniciativa nos jovens. Também falo sobre afetos e sentimentos. Se me apontarem uma pistola não quer dizer que tenha de disparar de volta. Não é preciso alimentar o fogo. Mos-tro a minha garra ao microfone. É isso que se quer, fazer mover as pessoas.

O álbum “Eu & Tu (Saber Amar) Vol. 1” fala do amor, quando começa, cresce e termina. É um trabalho instrumental. O amor rou-ba-lhe as palavras?Rouba. A palavra amor é um ingrediente mui-to doce. Demasiado para ser saboreado de uma forma banal. Quando o dizemos sem o sentir é porque estamos vazios. Sou contra a banalização do “amo-te”.

O livro e os álbuns lançados nascem de fi-nanciamento próprio. Foi difícil decidir apostar no próprio talento?

Foi complicado. Só para o livro estive a juntar cerca de um ano para pagar a entrada. Conse-gui vender os 500 exemplares. Passou pelas escolas e com a ajuda da poetisa Alexandrina Pereira chegou ao Brasil. Também o consegui mandar para Angola. Quero transmitir a mi-nha mensagem e fazê-la chegar às pessoas. Tenho uma vontade grande de chegar aos jo-vens, de partilhar a minha vida, do que alcan-cei com os caminhos que escolhi.

O livro “Sobrevivente” e o álbum “Aquilo que Sou” foram biografias lançadas aos 26 anos. Uma vida tão jovem tem tanto para partilhar?Se calhar sou uma pessoa profunda. As difi-culdades por que passei, o facto de me inter-rogar por não ter crescido com a minha mãe biológica, de ter tido uma outra mãe. Penso muito nas coisas e sou algo idealista. A vida levou-me a crescer muito rápido, houve mui-tos obstáculos a superar.

Não conheceu a mãe e o afastamento do pai foi quase um abandono. Rapidamente sou-be o que era trabalhar logo pela madrugada. Cada projeto é uma batalha. No entanto,

as letras e a poesia que faz falam de amor e harmonia. Que força é essa? Há quem precise de bater com a cabeça no fundo para perceber que a violência e a an-gústia não levam a lado nenhum. A minha na-tureza não é essa. A minha “avó” dizia que as ações no presente têm consequências no fu-turo. A dona Idália é a Mulher Deslumbrante de que falo nos meus textos. Foi ela quem me criou a mim, outras crianças e ainda a filha e os netos de sangue. Tirando aquilo que nasceu comigo, devo a minha forma de ver o mundo à minha educação.

O pai ausente na infância continua distante na idade adulta?Não tanto. Ele tem a sua vida, mas já há con-tacto. Não quero rancor dentro mim. As pes-soas merecem sempre uma segunda chance. Uma chance verdadeira.

Rapper e poeta. Neste quadro onde encaixa o auxiliar de fisioterapia? Na estabilidade. Fiz o curso com a ajuda da Cáritas e acabei com 17 valores. Quero ver se consigo entrar no mercado. A fisioterapia nasceu com a minha “avó”. Queria ajudá-la

“A minha arte é a minha terapia”A vida arranca-o da mãe quando mal sabia andar e de uma Luanda em guerra. Em França, em trânsito para Lisboa, o pai trata-o por trésor. Mas o pequeno “tesou-ro”, já em Setúbal, é entregue aos cuidados de uma mu-lher. Aí recupera família e chega a adulto no regaço da dona Idália, a mãe e o pai que a vida lhe negara. A “Mu-lher Deslumbrante” dos textos que escreve ficou “avó” e é por ela que nutre um profundo sentimento de grati-dão. Samuel Simão, hoje com 28 anos, acredita que a sua história daria um filme, ideia que espera concretizar.

quando as pernas lhe falhavam. Falaram-me no curso profissional, disseram-me que não tinha matemática – só me dou bem com pala-vras – e resolvi arriscar.

E a estabilidade ansiada está ao alcance?Está sempre ao alcance. Basta trabalhar. Quando a minha “avó” faleceu, em 2010, é que entrei em crise. Fui abaixo emocional-mente, deixei de trabalhar, assaltaram-me a casa. Passei fome. Mas dei a volta e lancei o “Sobrevivente” passado um ano. Queria que os jovens conhecessem o Samuel. Quando o escrevi era para o oferecer nos anos da minha “avó”. Mesmo sem ela saber ler, queria que visse o meu reconhecimento de que foi por causa dela que sou assim.

Um livro, com outro no horizonte, e três álbuns, mais outro a caminho, e um curso profissional. Qual o rumo seguinte? A poe-sia, a música ou a fisioterapia?A minha arte, a minha escrita, o meu rap, os meus beats são a minha terapia. Posso ter de ter um emprego normal para pagar contas, mas nunca viverei sem a música. Sem os pho-nes parece que me falta uma parte do corpo.

Com o suor dos empregos, como o atual no McDonald’s, financia a paixão pelas artes, em particular a poesia e a música, o hip hop. Foi assim que BC Trezor – assinatura artística inspirada no remoto carinho do pai – publicou o livro de poesia “Sobrevivente” e lançou três álbuns, sendo o mais recente o instrumental “Eu & Tu (Saber Amar)”. Na procura da estabilidade e para ajudar a saúde da “avó” também tirou um curso de auxiliar de fisiotera-pia. “Paz”, “amor”, “esperança” substituem “rancor” no dicionário deste rapper.

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retr

ato

s

O som da emissão da rádio local quebra o silêncio dos bordados e das costuras. As tarefas são feitas num dos recantos da Lojinha dos Bordados, sentada, na companhia de uma máquina de costura elétri-ca, a mais moderna. A antiga Oliva, ainda a pedal, está guardada noutra sala.A música nem sempre marca o compasso da agulha que percorre o desenho tracejado no pano, mas ajuda a mente a descontrair e a ga-nhar a concentração para a execução de mais um ponto que não pode ter falhas, qualquer que seja o estilo, bago de arroz, ponto cruz ou borda-do inglês.Quando a iluminação natural que irrompe entre algumas das pe-ças em exibição na loja não chega, acende-se uma pequena lâmpada que espreita de lado. A atenção dis-persa, por breves momentos, para um cordial cumprimento a um co-nhecido ou uma conversa mais pro-longada com amigos. O gosto de Carla Souto pelos borda-dos vem dos tempos de miúda. Foi a avó que incutiu o desejo de apren-der a bordar. Partilhou com a neta décadas de sabedoria para que, anos depois, alguém pudesse dominar

Arte bordada com paixão

As agulhas e as máquinas

de costura são companheiras

inseparáveis do quotidiano de Carla

Souto. Na Lojinha dos Bordados,

a funcionar há pouco mais de

dois anos num pequeno espaço no

Bairro do Troino, dinamiza uma

arte ornamental antiga que insiste

em não cair no esquecimento

um conjunto de técnicas ancestrais e que atualmente perpetua num ne-gócio próprio, que inclui venda de artigos. “É a minha paixão”, revela.Para Carla Souto, os “bordados são intemporais” e não estão associados a uma moda ou a uma tendência. É uma arte que atravessa os tempos. Vinca, contudo, que é um estilo que não agrada a todos, mas “quem gosta dá muito valor a este tipo de trabalho”.Natural de Almada, fixou raízes em Setúbal vai para 16 anos. Teve várias ocupações profissionais mas nunca se permitiu a deixar de bordar nos tempos livres. Em casa, tal como antes, também se dedica aos borda-dos e à costura, depois do horário de expediente na loja e nos intervalos da azáfama familiar.Quando se decidiu dedicar a tem-po inteiro a este ofício teve de abrir uma loja. “Em casa era complica-do, não só em termos de espaço, mas também porque havia sempre gente a entrar e a sair. Depois, não tinha como mostrar da melhor forma os trabalhos”, recorda. A escolha pelo número 77 da Rua Fran Paxeco não foi aleatória. É uma das ruas mais castiças do Troino e também uma das mais movimenta-das, tanto por moradores como por

visitantes da cidade. A proximidade de familiares com outros negócios também facilitou a escolha.Para apurar as técnicas, algumas ex-ploradas na vertente de autodidata, investiu em cursos e formações, ex-periência que ganha um novo sen-tido na panóplia de trabalhos que executa diariamente, dos clássicos bordados rendilhados em forma de toalhas ou naperons, a criações de fusão mais arrojadas. As almofadas bordadas com insíg-nias de clubes são dos artigos mais procurados. Os mais solicitados são os emblemas dos três grandes e, como não podia deixar de ser, do Vitória Futebol Clube. Mas também há quem queira o brasão da seleção.A Lojinha dos Bordados está aberta de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00. Aos sábados, o trabalho faz-se só no pe-ríodo da manhã, mas o telefone com o número 963 306 195 está sempre disponível para aceitar encomendas.

Primeiro enxoval

O trabalho artesanal disponível na Lojinha dos Bordados não se re-sume aos tradicionais ornamentos feitos à agulha ou cosidos à má-

quina. Das mãos de Carla Souto nascem acessórios criativos para o quotidiano de bebés, peças dife-renciadoras e que podem ser per-sonalizadas ao gosto do cliente.A ideia surgiu um pouco por acaso. “Há oito anos bordei todo o enxoval do meu filho mais velho. Achei que ficou bonito. Quem viu achou o mesmo e co-meçou a espalhar que eu fazia este tipo de trabalhos. Assim foi”, relembra.De fraldas com apontamentos de bordado e pintadas à mão a babe-tes, de fitas para o cabelo a almofa-das, molduras e quadros, de várias cores e feitios. O difícil é escolher com tantos artigos disponíveis, de preços variados, harmoniosamente exibidos nos vários mostruários da loja.“São artigos que estão muito na moda e que têm cada vez mais procura, so-bretudo devido à possibilidade de personalização, o que torna os artigos muito mais pessoais. São pequenos mimos que deixam, sobretudo, pais e familiares ainda mais babados pelo bebé”, afirma.

Negócio itinerante

A arte de Carla Souto não está confi-nada às quatro paredes da pequena

loja situada no coração do Bairro do Troino. Todos os meses, sempre que pode, a artesã sai para o espaço público para participar em mostras regulares ou pontuais dinamizadas na cidade.“Gosto muito do meu cantinho, mas sempre que tenho oportunidade faço as feiras de artesanato. É aliciante, não só pelo contacto mais próximo com o público, mas também porque possibi-lita a divulgação do meu trabalho. E os extras do negócio também dão jeito”, confessa Carla Souto, sem esconder um sorriso.É presença assídua no Mostr’Arte, certame dinamizado mensalmente pela Câmara Municipal de Setúbal no Atlantic Retail Park, durante o período de inverno, e na placa cen-tral da Avenida Luísa Todi, no resto do ano, com o intuito de apoiar os pequenos negócios e de promover os produtos locais.No negócio itinerante tenta ter um pouco de tudo para cativar os clien-tes. Dos tradicionais bordados, se-jam naperons ou cobertas de mesa, aos pequenos apontamentos em panos, da panóplia de peças artesa-nais aos acessórios de moda e arti-gos para bebés. Tudo tem de caber na banca.

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Ao entrar no pátio circundado por pré-dios, o cheiro a tintas e verniz e o ruído frenético da lixa denunciam o armazém onde funciona o Garrrbage, mais um projeto de moradores da zona da Bela Vista.Na oficina, o trabalho e a criatividade andam de mãos dadas. As paredes estão pintadas de várias cores, em jeito de rea-proveitamento de material oferecido. As latas de tinta, alinhadas por tamanhos e tons, encontram-se arrumadas em pra-teleiras improvisadas, estrategicamente posicionadas.Móveis, muitos móveis, delimitam um caminho estreito. Amontoam-se pe-ças de vários tamanhos e cores, umas cobertas por panos, como sinal de dis-ponível para venda, outras, mais desa-jeitadas, cheias de riscos e num estado demasiado tosco, a aguardar a vez nesta linha de montagem de embelezamento. No final do corredor improvisado, sen-tado numa pequena cadeira, o Dinis, 3 anos, acompanha a mãe, Lúcia Joaquim, e o avô, Domingos Nunes, na aventura diária de transformar o velho em novo, nesta que é também a sua gruta do te-souro, onde gosta de brincar. Lúcia e o sogro são dois dos voluntários que dedicam uma parte do tempo a dar uma nova vida aos “monos” que, para os antigos proprietários, não passavam de lixo. O trabalho é oferecido como forma de contribuir na defesa do ambiente. A Câmara Municipal disponibilizou um espaço na Bela Vista e deu algum apoio logístico para que moradores do bairro pudessem avançar e pôr mãos à obra neste projeto inovador.Os membros do grupo têm funções

E do velho se faz novodefinidas. Luís e Helena dedicam-se à promoção e divulgação das peças con-cluídas. Lúcia tem como função decorar os móveis já concluídos. A parte elétrica fica a cargo de José Carlos. Domingos e Paulo têm a responsabilidade de repa-rar, lixar e pintar.As receitas das peças comercializa-

inic

iati

va

O mobiliário abandonado junto dos contentores e as peças de vestuário estragadas ou fora de moda são a matéria-prima de moradores da Bela Vista. Com mestria e vontade, devolvem às peças a utilidade e o esplendor de outros tempos

rosto

das pagam o material necessário para a construção e reparação de outros ar-tigos, numa linha contínua de investi-mento em consumíveis, sejam tintas, pincéis, pregos, parafusos, madeiras ou qualquer outro material.Depois de dedicarem tanto trabalho e criatividade, o resultado é um orgulho

enorme em ver as pessoas levarem os móveis já recuperados. “Uma senhora de Almada entrou em contacto connosco para vir ver um móvel que tinha encontrado no OLX à venda. Quando cá chegou, gostou tanto do nosso trabalho que acabou por le-var três móveis”, conta Domingos Nunes.O projeto Garrrbage saiu da oficina numa edição do STB Urban Market, um mercado que se enquadra na filosofia de dinamização da zona ribeirinha da cida-de e que aposta num conceito de comér-cio alternativo. “Vendemos dois móveis, um bar e uma mesa de cabeceira, daquelas antigas, com uma porta para se guardar o penico”, adianta Domingos.Apesar de só ter rendido 60 euros, con-sidera que a presença no certame foi bastante positiva, uma vez que consti-tuiu uma boa oportunidade para dar a conhecer o projeto e o trabalho desen-volvido.Uma das maiores ambições dos ele-mentos do Garrrbage é encontrar, além de uma carrinha e mais voluntários, um espaço para expor os trabalhos concluí-dos e utilizar a oficina apenas como local de trabalho. A falta de espaço obriga a que os artigos arranjados coabitem com outros por reparar, com o risco de, na movimentação do mobiliário, danificar uma peça pronta para entrega.O grupo de voluntários é sensível à com-ponente solidária em relação aos mo-radores do bairro que atravessam difi-culdades financeiras. “Há algumas peças que nós doamos. Ainda há dias trouxemos um sofá, mas apenas precisava de um ‘pé’ e acabei por doá-lo a uma senhora”, salienta Domingos, embora sublinhe que a filo-sofia do projeto é vender as peças para poder reparar outras.

Programa municipal conta com aliadoLúcia Joaquim, São Xavier, Domingos Nunes e Patrocínia Nunes são apenas alguns dos voluntários do projeto Garrrbage – Grupo de Ação pela Reciclagem, Reabilitação e Reenca-minhamento de Bens Aproveitáveis – Geração Ecologista, apresentado no final do ano passado no âmbito do segundo encontro do programa mu-nicipal Nosso Bairro, Nossa Cidade.Esta iniciativa de moradores da Bela Vista tem como objetivo reapro-veitar os mobiliários abandonados,

recuperando-os e dando-lhes uma nova vida. O projeto começa também a contribuir para a mudança de per-ceção em relação à Bela Vista operada pelo Nosso Bairro, Nossa Cidade. “Uma senhora, de Almada, veio aqui para comprar algumas peças às 9 da noite, saiu uma hora depois e não houve problema nenhum. As pessoas começam a perceber que aqui vivem pessoas boas e pessoas más como em todo o lado”, des-creve um dos envolvidos no Garrrba-ge, Domingos Nunes.

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Dezenas de expositores, espaços de restauração, muita diversão e espe-táculos todas as noites, entre outras atividades, compõem a edição 2015 da Feira de Sant’Iago, entre 24 de julho e 2 de agosto.“Bocage: o génio nasceu há 250 anos” é o tema principal, patente no pavilhão da Câmara Municipal, numa grande exposição que evoca a

A prova de natação em águas aber-tas FINA/HOSA 10 Km Marathon Swimming World Cup regressa a Setúbal com uma etapa a realizar a 27 de junho, com 78 atletas de cerca de vinte países.O desafio nas águas do Sado, a par-tir do Parque Urbano de Albarquel, leva a elite da modalidade a disputar a sexta etapa da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas de 2015,

Génio de Bocagepassa pela feira

arte de um dos maiores poetas por-tugueses de todos os tempos, natu-ral de Setúbal.Com dois palcos de espetáculos, o cartaz inclui dezenas de concertos, com nomes como Diogo Piçarra, Ana Moura e Amor Electro.Mais informações sobre o progra-ma disponíveis em www.facebook.com/feiradesantiagooficial.

Elite mundial nada no Sadocom alguns dos melhores atletas do ranking internacional e uma equipa portuguesa, com Rafael Gil e Angé-lica André, atuais campeões nacio-nais, Hugo Ribeiro, Tiago Oliveira, Vânia Neves e Vasco Gaspar.A etapa da Taça do Mundo de Nata-ção em Águas Abertas de 2015, inte-grada nos 13.os Jogos do Sado, numa parceria entre a Federação Interna-cional de Natação, a Federação Por-

tuguesa de Natação e a Câmara Mu-nicipal de Setúbal, é iniciada com a prova masculina, às 16h00, seguida, dez minutos depois, da partida da etapa feminina.A “Setúbal Bay”, competição com um orçamento que ronda os 120 mil euros, é antecedida de uma prova aberta, às 11h00, na distância de 1500 metros, para maiores de 14 anos, na qual são esperadas quatro centenas de atletas. O evento está integrado no projeto “Portugal a Nadar”, lançado recentemente pela Federação Portuguesa de Natação com vista à promoção do desporto aquático e que já conta com cerca de 45 mil filiações.Setúbal integra pela oitava vez o ca-lendário do circuito mundial da dis-ciplina. No próximo ano, a cidade acolhe, à semelhança de 2012, uma qualificação olímpica, com a FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2016, derradeira oportunidade de apuramento para a maratona de natação em águas abertas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil.

plan

o

segu

inte

Arquitetos, empresários, enge-nheiros, dirigentes associativos, clérigos, responsáveis de institui-ções de solidariedade social, entre muitas outras personalidades, for-mam o Conselho de Opinião Se-túbal XXI, criado para que a Câmara Municipal partilhe com líderes de opinião estratégias para o desen-volvimento local.Através de reuniões periódicas, o “Setúbal XXI” debate diferentes temáticas relacionadas com o fu-turo do município, para apresentar a personalidades com voz ativa na sociedade sadina objetivos e polí-

Conselho ouve opiniões

A Câmara Municipal tem

uma visão para Setúbal e quer

partilhá-la. Porque o futuro não se constrói

apenas a uma voz, a Autarquia ouve individualidades

para reforçar apostas ou ajustar

rumos. Está criado o Conselho

de Opinião Setúbal XXI

ticas de desenvolvimento traçadas pela Autarquia e recolher sugestões e críticas para que o progresso seja feito em consonância com as ne-cessidades da população.Meia centena de individualidades partilhou, a 18 de junho, com o Executivo municipal, visões estra-tégicas para o desenvolvimento do concelho, na primeira sessão do Conselho de Opinião Setúbal XXI.“Valorizamos a opinião dos setu-balenses. Consideramos que o nosso trabalho só pode ser enriquecido se conhecermos em profundidade, se conhecermos ainda melhor o que se

pensa na cidade e no concelho”, su-blinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na abertura do encontro, realizado no Salão Nobre dos Paços do Con-celho.A primeira sessão, na qual marca-ram presença os vereadores com pelouros atribuídos, focou o tema “Visão Estratégica de Setúbal”.O vereador do Urbanismo, André Martins, que frisou ser “extrema-mente importante para os eleitos ouvir contributos e perspetivas de outros que também pensam o concelho”, desta-cou que os serviços autárquicos da

área que conduz foram alvo de pro-funda revolução no paradigma de funcionamento desde 2006.“Durante anos, as áreas do Urbanis-mo, não só de Setúbal, mas das câ-maras municipais pelo País, viviam de quem queria investir nos conce-lhos. A partir de 2006, 2007, inverte-mos esse paradigma. Deixámos de ir a reboque de quem quer investir, para sermos nós a definir as estratégias de crescimento do concelho e a delinear quando, onde e como é que o concelho vai crescer”, afirmou o autarca sobre a política, que, assegura, “está a dar frutos”.

A primeira reunião do Conselho de Opinião Setúbal XXI incluiu uma apresentação detalhada do planea-mento estratégico que a Câmara Municipal definiu a médio e longo prazo para o território.Perante a exposição, várias per-sonalidades deram ao Executivo municipal opiniões e sugestões de pontos a melhorar, espírito, de resto, que está na génese da criação do conselho de opinião.A próxima reunião do “Setúbal XXI” está programada para o final do ano e será dedicada ao tema Ambiente.