jornal insurgência psol

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Bela Cruz, 28 de Setembro de 2016 Volume 1, Edição 0 Nesta edição: PSOL um partido Necessário 1 Por uma frente municipal contra o PL 193/2016, o mal chamado escola sem partido. 2 Por uma educação, livre laica e libertadora 3 O desafio de ser mulher negra 4 Quem somos 4 Uma organização marxista revolucionária, democrática, feminista, ecologista e libertaria que esteja a altura de nossos sonhos” Porque não lançamos candidaturas às eleições municipais de 2016 em Bela Cruz? Em primeiro lugar porque ainda somos um partido em formação, em crescimento e amadurecimento de ideias e de um projeto político sério para esse município que traduza necessariamente os anseios da população. Planos para conquista e manutenção do poder todos têm e tais planos jamais fariam parte de nosso programa. Não queremos o poder para o PSOL ou alguma liderança política que um dia o represente. Queremos trabalhadores e trabalhadoras organizados e combatentes, na luta diária pela cidadania. Para isso, é necessário trabalho árduo. Trabalho que passa pela reflexão teórica mas que também passa pelo contato com o povo, pela formação de núcleos de combate a desigualdade social em cada bairro, em cada associação e em cada categoria de trabalhador do município, servidores públicos, comerciantes, feirantes, ambulantes, autônomos, todos devem estar atentos e organizados para o exercício de sua cidadania. Esse é o trabalho do PSOL. Ocupar espaços públicos e formar a verdadeira base de sustentação de um governo decente e legítimo: o povo. Em segundo lugar, não poderíamos, como o fizeram alguns partidos, lançar candidaturas em meio a alianças políticas tão profundamente permeadas com aquilo que consideramos mais danoso para a população. Não buscamos a vitória ao custo da dependência política. Não buscamos galgar posições no cenário político para engrandecimento solitário. Buscamos antes a construção de um partido livre. Absolutamente livre de acordos, conchavos e da dependência financeira. As atuais opções, assim como a décadas, de fato possuem essa característica imoral e não condizente com a prática autenticamente democrática. Para finalizar, não se trata jamais de afirmar das atuais candidaturas que estas sejam, imorais ou deslegitimas no sentido jurídico da palavra, mas no sentido ético e na transparência com a população tão carente de quem os represente. O PSOL não apoia candidaturas milionárias onde votos são conquistados pelo poder econômico. Não apoia candidaturas e alianças pautadas na troca de favores. No nepotismo. Em perseguições políticas. O PSOL acredita no voto livre, no voto do povo organizado, no voto sem a interferência do poder econômico, na maioria das vezes oriundo de grandes empresários que nada mais fazem do que investir dinheiro para resgatar das formas mais tenebrosas imagináveis, perpetuando assim a cultura da corrupção nos interiores do país. Nossa postura durante a campanha? Neutra, honesta, sem interferir jamais no voto livre de cada cidadão. A razão do nosso texto de posicionamento? Apresentar-nos a cada cidadão de Bela cruz e convidá- los a conhecer o partido, as nossas ideias e construir um projeto limpo, transparente, com calma, tempo, participação popular e livre da interferência dos coronéis! O PSOL vota NULO! Nossa coerência e convicção de que as opções não nos representam! Nós somos de todas as cores e livre. É o que queremos para Bela Cruz no futuro. Paulo Cesar Filósofo e Presidente do PSOL—Bela Cruz PSOL um partido necessário

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Bela Cruz, 28 de Setembro de 2016 Volume 1, Edição 0

Nesta edição:

PSOL um partido

Necessário 1

Por uma frente

municipal contra o PL

193/2016, o mal

chamado escola sem

partido.

2

Por uma educação,

livre laica e libertadora 3

O desafio de ser

mulher negra 4

Quem somos 4

“Uma organização

marxista

revolucionária,

democrática,

feminista,

ecologista e

libertaria que

esteja a altura de

nossos sonhos”

Porque não lançamos candidaturas às eleições municipais de 2016 em Bela Cruz? Em primeiro

lugar porque ainda somos um partido em formação, em crescimento e amadurecimento de ideias

e de um projeto político sério para esse município que traduza necessariamente os anseios da

população. Planos para conquista e manutenção do poder todos têm e tais planos jamais fariam

parte de nosso programa. Não queremos o poder para o PSOL ou alguma liderança política que

um dia o represente. Queremos trabalhadores e trabalhadoras organizados e combatentes, na luta

diária pela cidadania.

Para isso, é necessário trabalho árduo. Trabalho que passa pela reflexão teórica mas que também

passa pelo contato com o povo, pela formação de núcleos de combate a desigualdade social em

cada bairro, em cada associação e em cada categoria de trabalhador do município, servidores

públicos, comerciantes, feirantes, ambulantes, autônomos, todos devem estar atentos e

organizados para o exercício de sua cidadania. Esse é o trabalho do PSOL. Ocupar espaços

públicos e formar a verdadeira base de sustentação de um governo decente e legítimo: o povo.

Em segundo lugar, não poderíamos, como o fizeram alguns partidos, lançar candidaturas em

meio a alianças políticas tão profundamente permeadas com aquilo que consideramos mais

danoso para a população. Não buscamos a vitória ao custo da dependência política. Não

buscamos galgar posições no cenário político para engrandecimento solitário. Buscamos antes a

construção de um partido livre. Absolutamente livre de acordos, conchavos e da dependência

financeira. As atuais opções, assim como a décadas, de fato possuem essa característica imoral e

não condizente com a prática autenticamente democrática.

Para finalizar, não se trata jamais de afirmar das atuais candidaturas que estas sejam, imorais ou

deslegitimas no sentido jurídico da palavra, mas no sentido ético e na transparência com a

população tão carente de quem os represente.

O PSOL não apoia candidaturas milionárias onde votos são conquistados pelo poder econômico. Não apoia candidaturas e alianças pautadas na troca de favores. No nepotismo. Em perseguições políticas. O PSOL acredita no voto livre, no voto do povo organizado, no voto sem a interferência do poder econômico, na maioria das vezes oriundo de grandes empresários que nada mais fazem do que investir dinheiro para resgatar das formas mais tenebrosas imagináveis, perpetuando assim a cultura da corrupção nos interiores do país.

Nossa postura durante a campanha? Neutra, honesta, sem interferir jamais no voto livre de cada cidadão.

A razão do nosso texto de posicionamento? Apresentar-nos a cada cidadão de Bela cruz e convidá-los a conhecer o partido, as nossas ideias e construir um projeto limpo, transparente, com calma, tempo, participação popular e livre da interferência dos coronéis!

O PSOL vota NULO! Nossa coerência e convicção de que as opções não nos representam! Nós somos de todas as cores e livre. É o que queremos para Bela Cruz no futuro.

Paulo Cesar

Filósofo e Presidente do PSOL—Bela Cruz

PSOL um partido necessário

POR UMA FRENTE MUNICIPAL CONTRA O PL 193/2016, o mal chamado

escola sem partido.

“É necessário

intensificarmo

s iniciativa,

abandonando

os velhos pré-

conceitos tão

comuns em

nossa cidade.

Página 2 Insurgência—Corrente Interna do PSOL

A tática da formação de frente no interior do movimento operário é tão antiga quanto a historia das lutas. Tais frentes tiveram objetivos difusos ,mas a sua constituição sempre foi presente,principalmente quando levadas a sua real essência, ou seja, o cumprimento de uma tarefa urgente que encontra em sujeitos proximidades maiores dos que os motivos para distanciá-los. A velha história de que o que nos une é mais forte do que o que nos separa.

Contudo, Bela Cruz parece fugir à regra de que possível encontrar em diferentes tradições dos trabalhado@s convergência, em torno pelo menos de temas imediatos e que exigem unidade. Nossa corrente foi a primeira na esquerda local a propor uma frente em defesa da Educação e seus servidores, na necessária FRENTE CONTRA O PL 193/2016 – PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO – Alertamos e denunciamos o ato golpista de pregar uma escola sem discussões.

Infelizmente setores honestos do campo da esquerda se recusam a compor frentes talvez pelo medo de construção de um ou outro setor ou por falta de real combatividade . Todavia, não nos permitimos esquecer que numa frente a chamada auto-construção é fator secundário, sob pena de seu ‘des-facelamento “ mesmo antes de cumprir seu objetivo maior.

As facilidades de comunicação hoje são parte de um processo de avanço do capital informacional. Pensando nisso, nossa corrente propôs a uma gama de militantes ligados ou não ao movimento sindical de uma FRENTE CONTRA O PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO do senador ultra-conservador Magno Malta de PR-RJ,chegamos a participar de uma reunião, esvaziada, mesmo depois de sete dias de intensa divulgação e debate via redes chamadas sociais.

A ideia era propor um lançamento oficial, com atividades de formação e informação acerca do nefasto projeto de lei. As dificuldades de organização de setores de esquerda em Bela Cruz é gritante e mostra o quanto estamos longe das lutas do povo. O grupo criado foi perdendo integrantes, que motivados ao rompimento e ao isolamento ou por ideologia ou por falta desta tornaram o espaço potencialmente mínimo na luta.

O momento político pelo qual passo nosso país é divisor de águas na recomposição da esquerda local com implicações para o próximo período. A desorganização ou o medo do debate não pode ser o combustível daqueles que reivindicam à luta em favor dos direitos humanos e populares, antes, é hora de procurarmos sínteses, unidade na luta contra os diversos atos golpistas do Governo de usurpação de Temer-PMDB/SP.

É necessário intensificarmos iniciativa, abandonando os velhos pré-conceitos tão comuns em nossa cidade. Reivindicamos que os setores que constituem uma frente sejam aliados táticos, com um objetivo maior claramente elucidado e potencializado pelos diversos setores.

Conclamamos aos ativistas de uma educação livre, plural e diversas a engrossar as fileiras da frente, para derrotar o projeto da mordaça e da perseguição, pois entendemos que um projeto como esse que tem um nomenclatura com aparência de democrático –ESCOLA SEM PARTIDO –seja na verdade a ponta de iceberg do conservadorismo brasileiro.

Está em marcha uma clara tentativa de endurecer o regime contra aqueles que lhes são adversários no complexo e antagônico jogo da luta de classes.

Com a palavra e a luta os que reivindicam posições de esquerda.

Carlos André Professor e Militante da Insurgência

“Ela virá, a revolução conquistará a todos o direito não somente ao pão mas, também, à poesia”.

Leon Trotsky

“O golpe da educação se concretiza com a sua Reforma anunciada esse mês, prevendo a exclusão das disciplinas Sociologia, Filosofia, Educação Física e Artes, o objetivo é tornar

a educação tecnicista voltada exclusivamente para a formação de um exército de contingente para o Mercado de Trabalho. “

Página 3 Volume 1, Edição 0

POR UMA EDUCAÇÃO LIVRE, LAICA E LIBERTADORA!

Após a consolidação do GOLPE o então presidente Michel Temer com seus comparsas

mostram a que veio: a implementação de um projeto ultraconservador, neoliberal e a retirada de Direitos dxs trabalhadorxs são suas principais metas. A composição ministerial sem nenhuma representatividade ou melhor com apenas uma representatividade: Homens, brancos, velhos (de pensamento), ricos e de direita mostram o verdadeiro retrocesso do Governo Golpista.

O Ataque à educação começou pela nomeação do ministro Mendonça Filho (DEM) citado nas operações lava jato e Castelo de Areia, faz parte de uns dos partidos mais corruptos do congresso, além de representar grupos que sempre tentaram barrar políticas de democratização na educação.

O projeto “escola sem partido” criado em 2004 retorna como pauta principal para a educação, o modelo neoliberal baseado na competitividade e na meritocracia é a principal defesa dos aliados: Alexandre Frota, “primeira personalidade recebida pelo Ministério da Educação” e MBL (Movimento Brasil Livre) “grupo que articulou politicamente o golpe nas ruas”. A PL 193/2016 é uma verdadeira afronta aos professores e a educação democrática, prevendo inclusive prisão para professores que debaterem autores como Karl Marx ou Paulo Freire em sala de aula.

O golpe da educação se concretiza com a sua Reforma anunciada esse mês, prevendo a exclusão das disciplinas Sociologia, Filosofia, Educação Física e Artes do currículo do Ensino Médio, o objetivo é tornar a educação tecnicista voltada exclusivamente para a formação de um exército de contingente para o Mercado de Trabalho. A frase “formar cidadãos críticos” antes somente escritas nos muros da escola, agora é apagada de vez da história da educação.

Em Bela Cruz a farsa da educação democrática reina desde os “tempos de tupiniquim”. O Governo Atual , candidato a reeleição, foi procurado por diversas vezes pelo SINSEMPMBC (Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Bela Cruz) para conversar sobre democratizar a escolha de diretores e coordenadores das escolas municipais, infelizmente nunca foi atendido, e essa não é exclusividade do governo atual, esse tema é bandeira de luta sindical belacruzense desde seu surgimento a mais de dez anos atrás.

O outro candidato à prefeitura de Bela Cruz, representa um verdadeiro retrocesso e já mostrou sua truculência aos movimentos sociais alguns anos atrás quando prefeito, na ocasião da greve dos servidores. Os professores que estavam naquela referida data nunca se esquecerão de como foram tratados. Em sua plataforma de governo defende a velha meritocracia educacional, premiando professores que derem resultados para o município. É preciso deixar claro que uma educação de qualidade se faz com investimento em estrutura e valorização dos professores através do seu plano de Cargos e Carreira e não com gratificações.

Concluindo, no sistema capitalista em que vivemos e após a contrarreforma

política aprovada pelo congresso nacional limitando ainda mais a participação de partidos

de esquerda como o PSOL, quase nenhuma mudança se faz através das urnas, é

preciso UNIDADE de Classe e LUTA, só a REVOLUÇÃO trará mudanças para a classe

trabalhadora.

Marcos Rubens Professor e Militante da Insurgência

Insurgência

Tendência Interna do

PSOL

Quem somos

A INSURGÊNCIA é constituída por militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que, reivindicando-se do marxismo revolucionário, têm como objetivo central a superação por via revolucionária do capitalismo e a construção de uma sociedade ecossocialista e libertária – entendida como a primeira fase da verdadeira emancipação humana, a sociedade comunista.

Neste sentido, pretende-se “uma organização marxista revolucionária, democrática, feminista, ecologista e libertaria que esteja a altura de nossos sonhos”, conforme aponta sua resolução política fundacional.

Fruto de um processo de meses de debates e sínteses políticas, entre o Coletivo Socialismo e Liberdade (CSOL), o Enlace, o Coletivo Luta Vermelha (CLV), e outros agrupamentos e militantes do PSOL, o Encontro Nacional de fundação da Insurgência ocorreu no Rio de Janeiro, de 4 a 6 de outubro de 2013.

A nova organização aposta na construção do PSOL como um partido de oposição de esquerda, um instrumento que contribua para organizar a juventude e a classe trabalhadora e seu processo de avanço de consciência, um instrumento a serviço das lutas sociais e mobilizações políticas.

Como mostra o seu processo de construção, a Insurgência aposta na necessidade de recomposição da esquerda brasileira e internacional, com o fortalecimento da luta e organização da classe trabalhadora e dos oprimidos, em prol da superação do capitalismo em escala mundial.

Insurgência

“Uma organização

marxista

revolucionária,

democrática,

feminista,

ecologista e

libertaria que

esteja a altura de

nossos sonhos”

O desafio de ser mulher e negra...

Mesmo com tantas transformações nas condições de vida e no papel das mulheres em todo Brasil, a mulher negra continua vivendo uma situação marcada por duas descriminações: ser mulher negra em uma sociedade machista e ser mulher negra em uma sociedade racista.

Sempre vista como um ser frágil e submisso ao homem, dependente do companheiro que infelizmente ainda existem muitas nessas situações nos dias atuais, o reflexo dos tempos que os homens tinham todo o poder nas mãos e as mulheres eram encarregadas apenas pelos trabalhos domestico e cuidar das crianças.

Deixando assim sua intendência de lado. Os anos passaram e mesmo assim ainda existe um grande índice de prostituição e condições precárias na saúde e educação. Com tudo vale a pena ressaltar que as mulheres negras e pobres das periferias sofrem duas vezes mais que as brancas de nível mais elevado, com empregos e salários, uma educação de qualidade e uma estrutura familiar e social bem mais equilibrada.

O gênero feminino não pode ser mais considerado como ser frágil, pois o mesmo já proveu que pode ser capaz de se superar a cada queda.

E é nas ruas lutando por mais diretos, melhores salários, e pós mais igualdade social, é que

nos provamos que somos iguais socialmente e humanamente diferente.

Janaina Militante Feminista