jornal da vila - n14 - novembro de 2006

8
Alexandre Macatrozzo Ribeirão Preto, novembro de 2006 - ano II - nº 14

Upload: fernando-braga

Post on 22-Mar-2016

229 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Jornal da Vila Tibério, bairro da zona oeste de Ribeirão Preto, tiragem de 10 mil exemplares com circulação também na Vila Amélia, Jardim Santa Luzia, Jardim Antártica, e parte do Sumarezinho e do Monte Alegre.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

AlexandreMacatrozzo

Ribeirão Preto, novembro de 2006 - ano II - nº 14

Page 2: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006 Valorize o que é seu. Compre no comércio da VilaOPINIÃO / GENTE

Informativo mensal comcirculação na Vila Tibério

Tiragem: 5 mil [email protected]

Braga & Falleiros Editora Ltda. MECNPJ 39.039.649/0001-51

Fone: 3011-1321Jornalista responsável:

Fernando Braga - MTb 11.575Impresso na FullGraphics

(16) 3965-5500 - Ribeirão Preto

Analisando...Relendo o artigo da leitora Letí-

cia, da Casa Loreto, (pág. 2 – “Jor-nal da Vila” edição nº 12), chego aconclusão, que ela apresenta umacolocação bastante clara quanto asituação, de um modo geral, do co-mércio na nossa Vila Tibério. Pri-meiro, devemos sim, abraçar o “slo-gan” estampado nas páginas do“nosso jornal”: “Valorizeo que é seu. Compre nocomércio da Vila”. A Vila,geograficamente, ocupauma área privilegiadadentro do município, quefaz dela uma passagempraticamente obrigatóriapara outros bairros, inclu-sive para o Centro da Ci-dade. De repente, esse ponto alta-mente favorável, se bem trabalha-do, poderá incentivar “os passan-tes”, a gradativamente acostuma-rem-se a prestigiar o nosso comér-cio e a usufruir de tudo que aqui éoferecido, dando volta e meia, aque-la “paradinha básica”, que podesim, fazer a diferença.

Aqui, eu endosso o artigo daLetícia, pois entendo que “estabola” deve ser levada pela força dospés da ACI , driblando com profis-sionalismo as falhas e as dificulda-des, como por exemplo, a falta decomunicação. Realmente, não é umtrabalho fácil, mas deve ser levadoem grande consideração, no senti-do de incrementar o potencial quetemos por aqui.

Caminhar a pé pelo nosso Bair-ro, torna-se uma verdadeira terapia.Encontramos pelas ruas, lojas detoda categoria, que oferecem seusprodutos, direcionados para osmais diversos segmentos. A cadadia que me aventuro a pé por aí (ado-ro fazer isso), volto, podemos di-

zer, deslumbrada com tudo quevejo. Além das inúmeras lojas, depequeno, médio e grande porte,podemos ver e comprovar, inúme-ros prestadores de serviços, beminstalados e especializados nasmais diversas necessidades donosso dia a dia.

Digamos que cabe à ACI , e já échegada a hora, de ar-regaçar as mangas epromover um trabalho,em torno da propaga-ção de todo potencialque temos “guardado”aqui neste maravilhosoespaço chamado VilaTibério . Deve-se ime-diatamente pensar em

ser trabalhado e desenvolvido pe-los “experts” no assunto, um meio“fatal”, de colocar em prática estesprocedimentos. Tenho certeza queo resultado haverá de ser “UMALISTA” imensa, dividida em váriossegmentos, onde sem dúvida algu-ma, se enquadrarão os mais diver-sos produtos e serviços. Muitagente haverá de se surpreender como resultado, creio mesmo que até aprópria ACI .

Vale lembrar ainda, que nosCampos Elíseos, tudo praticamen-te se aglomera na Avenida Sauda-de e Rua São Paulo, e no Ipiranga,tudo acontece na Avenida D. Pe-dro I. Isto faz com que tenhamos aidéia de que por ali, explode umsuper movimento, justamente por-que tudo se concentra naquele es-paço.

Na Vila Tibério, os fatos ocor-rem de uma forma bem mais aberta,ou seja, temos estabelecimentoscomerciais, espalhados por todo obairro. Aqui na Vila nada se con-centra, não existe uma artéria co-

mercial pré-determinada. Em todasas ruas encontramos espaços co-merciais à disposição dos consu-midores. Claro que, em algumas commaiores proporções, mas de formageral, todo o bairro é muito bemservido comercialmente, bem aocontrário do que ocorre nos anteri-ormente citados, onde como foidito, é apresentada uma veia deconcentração.

Observem. De repente, estefato, pode ser preponderante, per-mitindo que as pessoas aqui naVILA, sintam-se “meio perdidas”,o que foi, aliás, comprovado pela“pesquisa caseira” feita pela Letí-cia, onde muitos de seus clientesalegaram que não sabem onde es-tão localizadas as lojas que comer-cializam o que procuram, o que emcontrapartida, os levam a procuraroutros horizontes. O que falta, estábem claro, é a famigerada informa-ção.

Daí então pra terminar, convi-damos a equipe ACI, a estudar commuito carinho e dedicação, o quepode ser feito no sentido de rever-ter este quadro, e de repente, (quemsabe?) estar aí, despertando um gi-gante adormecido...

Maria Cleuza Garcia NaldiFã nº 1 do “Jornal da Vila”

Aqui na Vila nadase concentra,

não existe umaartéria comercialpré-determinada.Em todas as ruas

encontramosespaços comerciais

à disposição dosconsumidores

Requerimento nº 20098/2006

Esta Casa, com muito orgulho tomaconhecimento de que o JORNAL DAVILA está completando seu primeiroaniversário.

Em outubro do ano de 2005, circu-lava a primeira edição do jornal que, fru-to de um velho sonho, veio para contara história da nossa querida e pujanteVILA TIBERIO e de seus moradores.

Louve-aqui o trabalho dinâmico,criativo do jornalista Fernando Braga,um dos mais competentes na área, queao longo deste período transformou oJORNAL DA VILA, em mídia obriga-tória que aborda aspectos históricos dobairro, bem como também mostra o tra-balho de instituições e entidades comoa das Escolas Sinhá Junqueira e SantosDumont, Soc. Amiga dos Pobres, daEstação Mogiana, do Antigo Banco

Construtor, Circulo Operário, Botafo-go F. Clube, Estádio Luis Pereira, TupyFutebol Clube e tantos outros.

Parece que foi ontem que; ele mes-mo Fernando Braga veio a esta Casa deLeis trazer pessoalmente o primeiroexemplar do JORNAL DA VILA, econsigo a esperança e a certeza de su-cesso deste meio de comunicação queHOJE já faz parte do nosso dia a dia.Isto posto,

REQUEREMOS, na forma regi-mental, após aprovação desta Casa, sejainserido em Ata de nossos trabalhos,VOTOS DE CONGRATULAÇÕESaos diretores/funcionários e colabora-dores do JORNAL DA VILA, na pes-soa de Fernando Braga – jornalista res-ponsável, cumprimentando-o pelo pri-meiro aniversário deste já consagradoveiculo de informação.

Sala das Sessões, 31 outubro 2006.Vereador Corauci Neto

Congratulações com diretores,funcionários e colaboradores

do Jornal da Vila

Nosso Jornal da VilaNesta edição, o Jornal da Vila conta a história da Cerâmica São

Luiz que terminou com o um final feliz: no lugar dos antigos galpõesfoi construído um moderno hipermercado, com a criação de centenasde novos empregos e ainda preservando elementos históricos e ar-quitetônicos. Além disso, algumas empresas estão apostando no bair-ro, como a Smar APD, que constrói sua indústria de software naesquina das ruas Aurora e Conselheiro Saraiva.

Mas, por outro lado, a Vila Tibério tem problemas, como a crônicafalta d’água que afeta toda parte alta do bairro, e que atrapalha não sóos afazeres das donas de casa, mas também os bares e lanchonetes.

O JV taz também a apaixonante história do violonista OrlandoBernardi, a dos homens que preservam um campo de malha e nãodeixam o esporte desaparecer de nossas ruas, e a do músico, radialis-ta e publicitário Júlio Lopes. Tudo gente nossa.

Viajando no passado com os olhos voltados para o presente epara o futuro, o Jornal da Vila quer cumprir a sua caminhada com aajuda de seus leitores. Para isso conta com sua participação, escre-vendo, sugerindo, criticando. Afinal de contas, o jornal é da Vila.

Fernando Braga

Page 3: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006Valorize o que é seu. Compre no comércio da Vila CIDADE

Falta d’água na parte alta da VilaO problema é crônico, segundo moradores e comerciantesA falta d’água é um problema que vem se arrastando há muito tempo

e com a chegada de seca se agrava. É comum, na parte alta da Vila Tibério,a água sumir logo pela manhã e só voltar na madrugada, afetando mora-dores e comerciantes. Muitos já fizeram abaixo-assinado e requerimentos,que foram encaminhados ao Daerp, mas até agora o problema ainda nãofoi resolvido.

A professora Aparecida IsabelTornici , moradora da Paraíso comMonte Alverne, já fez abaixo-assinadocom mais de 300 nomes e acha “terrí-vel não ter água nas torneiras”.

A profissional de Recursos HumanosEliane Aparecida Pereira, moradorada Álvares de Azevedo, acha que “éuma falta de vergonha”.

Para Carlos Roberto Santana, apo-sentado que conserta garapeiras, “é umatristeza trabalhar fora o dia todo, che-gar em casa e não ter água”.

Derço do Prado, proprietário do Bar Paraíso já teve defechar o estabelecimento por não ter água

Para o representante comercial Ernesto Cicilini, na fotocom a filha Fernanda e a esposa, a funcionária da Bibliotecada USP Maria Aparecida Joaquim Cicilini , “falta água oano inteiro, mas na época da seca a coisa é pior. A água sóvolta de madrugada. Quando vem cedo chega às 23 horas”

Oswaldo Donizete Rossani, o Para-ná, proprietário do Bar São José, naMonte Alverne com a Dois de Julho,diz: “Estou há 12 anos aqui neste locale sempre faltou água, mas ultimamenteestá pior. Já fiz três requerimentos”.

Miguel Ibanes Benites, morador daDois de Julho, diz: “abro a torneira eem vez de água vem ar. Estamos pagan-do pelo ar, já que o hidrômetro acusa omovimento”.

Daerp perfura poço e acredita em solução“Acreditamos que em 40 dias vai normalizar a situação do abastecimen-to de água na parte alta da Vila Tibério com a perfuração de um poçojunto ao reservatório existente na av. Monteiro Lobato, na Vila Virgí-nia. Isso vai desobrigar a estação elevatória da avenida do Café a forne-cer água para eles, ficando com toda sua produção voltada para a VilaTibério”, afirmou Emílio Gerhardt, projetista do Daerp.

Jander HeberSilva de Al-meida, da Lim-per, na Paraíso.“Sempre falta”.

Page 4: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006 Valorize o que é seu. Compre no comércio da VilaGENTE

No meio de uma garotadafarrista e barulhenta que cir-culou pela Vila Tibério, naqueles quarteirões próximosà Igreja N.Sª do Rosário, no

início da década de 1920, um garotãobranquelo chamado Orlando Bernardi,era presença das mais constantes e es-peciais. Ele estava sempre participan-do das brincadeiras, dos diversos jo-gos, das noitadas dançantes, das quer-messes e, sobretudo, das peladas peloscampinhos de várzea, em que chegou aser um boleiro de razoável sucesso.Quem o conheceu afirma que ele jogavade ala e seus cruzamentos pela esquer-da eram tidos como primorosos.

Seu pai, Giuseppe Bernardi, italia-no de nascimento, foi um dos primei-ros comerciantes da Vila. Era proprie-tário do “Armazém Irmãos Bernardi”,situado na esquina da rua ConselheiroDantas com a Martinico Prado, bem aolado da igreja. Assim como seus irmãosOtelo, Meleto, Fernando, Ítalo e Caro-lina (Nininha), Orlando sempre ajudouo pai nas suas lidas comerciais. Massempre arranjava um tempinho para asmuitas molecagens da época: furtar fru-tas nos quintais vizinhos e principal-mente nadar e pescar nos córregos daredondeza.

Mas sua grande paixão seria outra.Orlando e seu irmão Meleto herda-

ram do avô paterno uma inclinaçãomuito forte pela música. A tal pontoque, um certo dia, o mais velho implo-rou ao pai para que lhe contratasse umprofessor de violino. Pois o Orlandonão perdeu tempo e foi logo se envol-vendo nas lições. Buscou depressa ummodo de acompanhar as aulas junto como irmão. Um pouco como ouvinte, umpouco como aluno disfarçado. Alémdisso, os dois não saiam de perto deuns parentes que tocavam flauta e vio-lão e várias vezes os acompanharampelas ruas do bairro, naquelas serena-tas românticas de antigamente.

Seu irmão seria logo um músicocompetente, membro fundador da Or-questra Sinfônica de Ribeirão Preto. EOrlando, seguindo suas trilhas, foi per-cebendo, aos poucos, que seu destinoestaria sempre atrelado ao som de um

Um violino, uma saudade

violino. E foi de um dos irmãos que eleganhou um instrumento de marca queo acompanharia pela vida afora.

Orlando Bernardi participou devários grupos musicais, sempre tocan-do música erudita e popular pelos qua-tro cantos da cidade. Foi maestro docoral da Igreja N.Sª do Rosário, na VilaTibério, abrilhantou festas, noivados,casamentos e, em pouco tempo, se igua-laria ao irmão, transformando-se numgrande músico profissional, membroparticipante de grandes conjuntos, in-cluindo a Orquestra Sinfônica.

Mas sua brilhante carreira foi, aospoucos, sendo cerceada por um diabe-tes complicado que acabou limitandoas suas andanças pelos caminhos dosucesso. Foi aí que decidiu dar aulas deviolino. E, forçado pelas circunstânci-as, o local seria, quase sempre, a suaprópria casa. Mas, o que nunca lhe fezfalta foram os alunos. E todos eles sem-pre demonstrando uma admiração enor-me pelo seu trabalho profissional. Ado-ravam o jeito descontraído e brincalhãocom que ele ministrava seus ensinamen-tos.

Quando algum deles resolvia per-guntar sobre “quanto tempo” ou a par-tir de “que momento” poderiam serconsiderados músicos de verdade, Or-lando Bernardi sorria, abraçava seu que-rido violino e executava com muita gar-ra, com alma e vibração, uma velha val-sa do Saint Clair Senna, “Misteriosoamor”, que, entre tantas outras, era asua música predileta:

“Misterioso amor, eu vi sentir anoite inteira,

Nos beijos que me deste cheios deânsia e de calor...”

Tocava o trecho principal da pri-meira parte da composição e depoiscomentava sorridente com os alunos:

– No dia que vocês conseguiremtocar essa música, com todos essesacordes insinuantes e com todo esse

envolvimentode alma, eu voudizer que vocêssão músicos de

verdade!E ria muito da cara

assustada dos moços.Aliás, Orlando vivia rin-

do. A gente não consegue imaginá-lo em momentos de tristeza ou aborre-cimento. Ninguém se lembra de rusgasou malquerenças. Ele parecia desconhe-cer o significado da palavra pessimis-mo. Com ele realmente não tinha tem-po ruim. Quando alguém lhe pedia umfavor, por mais complicado que fosse,ele se empenhava em atender, e quasesempre repetindo alegre um dístico queseu pai mantinha exposto no balcão doarmazém:

– “O impossível nós fazemos, mi-lagre demora um pouquinho mais!”

Nas rodas de amigos e nos encon-tros familiares era em volta dele que seformavam os grupos de piadistas e con-tadores de história. Tudo que ele narra-va tinha uma graça especial e ele eradono de um repertório de anedotas queparecia não ter fim. Mesmo nos reci-tais mais íntimos e formais, muitas ve-zes ele fazia uma pausa nas músicaspara contar uma história ou uma piada,que lhe vinha à mente. Para qualquerassunto ou tema que alguém mencio-nasse, ele tinha um caso ou uma anedo-ta das boas. Inclusive, foi uma das pri-meiras pessoas que nós conhecemos,que ousou contar piadas picantes, nomeio de familiares e até das crianças.Para o Orlando, tudo era natural e semmaldade. Estava sempre de bem com avida e em paz com a humanidade.

Mesmo quando a doença o foi de-finhando (primeiro teve que amputarum pé, depois uma perna, depois a ou-tra, passando a viver em uma cadeirade rodas), Orlando Bernardi continuouo mesmo moleque brincalhão de sem-pre. Dava inveja na gente ver o modonatural e altaneiro com que enfrentava

tantas adversidades. Para se avaliar otamanho de sua resignação, tem umahistória boa contada pela dona Ilde, suaesposa:

Ela tinha saído pra ir num mercadi-nho próximo e o deixou sozinho na sala,lendo uma revista, em sua cadeira derodas. Mas houve um momento em queele tentou alcançar um copo num cantoda mesa, a cadeira escorregou, ele caiuno chão e acabou preso no retorcidodas correias e fivelas. Como não tinha aquem recorrer, o jeito foi esperar que amulher voltasse para acudi-lo. Quandoela chegou, ficou desesperada e imagi-nou que ele estivesse espumando deódio pela sua demora.

Mas antes que ela comentasse qual-quer coisa ele foi logo rindo e caçoando:

– Véia, ocê sumiu! Se ocê demoraum pouquinho mais eu ia sair por aí,atrás de alguma namorada!

Aliás, os únicos momentos em queele parecia um pouco nostálgico, massem qualquer marca de tristeza, eraquando abraçado ao seu velho instru-mento musical relembrava umas valsasantigas de seus bons tempos de rapaznos bares boêmios da antiga Vila Tibé-rio.

Com seu coração cheio de amor ecom sua alma musical plena de entusi-asmo e confiança, Orlando atravessousereno esse nosso vale de lágrimas, sem-pre ao lado da família, de seus amigos ede seu inseparável violino. E, até seusderradeiros momentos, manteve acesaa chama da esperança e da alegria deviver. Nem mesmo nas mais adversascircunstâncias ele deixou de lado o seucarinho pela música, pela família e pe-los amigos.

Orlando Bernardi teve um filho

Quando Orlando partiu deste mun-do, reuniu à sua volta um númeroincontável de parentes, amigos e admi-radores que foram levar-lhe os últimosgestos da despedida.

Mas além do pranto e do adeuscomovido de sua companheira, dos fi-lhos, dos netos, parentes e amigos, ahomenagem mais tocante, naquelatristonha tarde de maio, viria de um blo-co de ex-alunos. Eles foram chegandosilenciosamente, todos em traje de gala,ou de trabalho, como se fossem tocarna Sinfônica. Em determinado momen-to, perfilaram-se ao lado do corpo doprofessor; cada um retirou da caixa oseu violino e juntos passaram a execu-tar, com emoção nunca vista, a valsa deque Orlando Bernardi tanto gostava:

– “Misterioso amor, eu vi sentir anoite inteira...”

Todos nós choramos copiosamen-te. Num misto de tristeza e de conten-tamento.

Tristeza imensa pelo adeus de umamigo tão querido, mas felicidade e or-gulho por aquela homenagem tão opor-tuna quanto inesquecível...

Inerte, com as mãos cruzadas so-bre o peito, Orlando parecia sorrir.

Se pudesse, com certeza teria ca-çoado mais uma vez de seus estimadosalunos:

– Quem diria! E não é que vocêsaprenderam um pouquinho!

E partiu, com Deus, o nosso Or-lando Bernardi! Sempre tão brincalhão!Coração de anjo e de menino!

Edson José de Senne (Edinho)Educador, autor do livro

“No Tempo dos Araçás Floridos”(Meleto) e mais cinco filhas:Maria, Graça, Rita Ana e Cecí-lia. Deixou uma seqüência dedoze netos, que ele amou muitoe curtiu com uma intensidade in-vejável. Pena que não tenha co-nhecido o Gabriel ou Biel, a rapado tacho, em tudo muito pareci-do com ele. Seja na alegria, nojeito de comer, nas piadas e, aci-ma de tudo, na grande inclinaçãopelos acordes musicais.

Orlando Bernardi

ORLANDOBERNARDI

APAREÇA NAVILA TIBÉRIO

Anuncie noJORNAL DA VILA

O jornal queconta a história

da gente

F.: 3011-1321

Page 5: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006Valorize o que é seu. Compre no comércio da Vila HISTÓRIA

A Cerâmica São Luiz acabou virando hipermercadoE o ex-gerante Alexandre Macatrozzo, vai todo dia visitar as antigas instalações

O prazer de Alexandre Maca-trozzo, de 88 anos, é passear noCarrefour da Via Norte. Quase todamanhã ele passa horas andando eobservando. O que a imensa maio-ria dos frequentadores não imagi-na é que o sr. Alexandre foi um dosresponsáveis pelo sucesso da Ce-râmica São Luiz, que ocupou ante-riormente naquele espaço.

Em meados de 1940, João Mar-chesi e seu genro Miguel Barillaribuscaram em Tambaú o ceramistaGiovanni Romeu Macatrozzo, pai deAlexandre, para encontrar o pontocerto na mistura das argilas queeram extraídas na fazenda dos pro-prietários, nas margens do Rio Par-do, em frente ao Clube de Regatas.

Em 1948, após a determinaçãodo ponto da mistura das argilas cin-za escura, cinza clara e amarela ecom a construção da primeira eta-pa, com três chaminés e 50 metrosde barracões, Romeu busca o filhoAlexandre, que nasceu e cresceuna Cerâmica São José em Tambaú,para juntos administrarem a fábricarecém-inaugurada. O pai ficou coma seção de manilhas, e o filho com ade telhas e tijolos.

Com o tempo, a fama da Cerâ-mica São Luiz atinge toda a regiãoe até Minas Gerais, que passam acomprar os produtos da fábrica quetinha mais de setenta funcionáriossomente na produção. Com trêsgalpões com 150 metros de exten-são, seis chaminés e dez caminhõespara transportar lenha e argila, além,das entregas, produzia cerca de 360mil unidades por mês.

- Dava gosto trabalhar na cerâ-mica. Tudo que a gente fazia eravendido, lembra “seu” Alexandre.

Você conhece fato oupessoa importante na

história da Vila Tibério,ou quer sugerir alguma

matéria, entre emcontato.

O Jornal da Vila é seu!

Fone 3610-4890 oue-mail: [email protected]

Com a morte de Miguel Barillarie a mudança na direção da empre-sa, Alexandre, já aposentado des-de 1964, mesmo ano da morte deseu pai, vai para uma cerâmica emSerra Azul, onde fica por dois anos.

Voltou quando Cristina, filha deMiguel Barillari, assume a fábricano início dos anos 80 e ficou pormais dois anos.

Nesta época, com a forte con-corrência, principalmente as cerâ-micas de sua terra natal, que tinhamum custo operacional muito menor,o negócio ficou inviável.

- A argila de Tambaú é retiradade barrancos e já está pronta. As deRibeirão precisam ser escavadas emisturadas no ponto certo, afirma.

“Seu” Alexandre saiu da SãoLuiz em 1984, acompanhando o en-cerramento das atividades.

Posteriormente, a área da cerâ-mica foi usada para leilões de auto-móveis e depois foi vendida parauma grande rede de hipermercados.

Alexandre “batepronto” todo dia

Todos os dias, AlexandreMacatrozzo, que mora a pou-co mais de 100 metros da portaprincipal da antiga CerâmicaSão Luiz, numa casa construí-da há quase 40 anos na rua Ba-rão de Cotegipe, caminha al-guns minutos e chega ao localonde trabalhou por 38 anos. Aolado das três chaminés origi-nais, Alexandre encontra anti-gos colegas de trabalho pararecordar os velhos tempos.

Alexandre Macatrozzomora com a esposa Maria Lui-za do Amaral Macatrozzo, comquem está casado há 65 anos,e com a filha, Maria Tereza. Suaoutra filha, Ana Elizabete, resi-de em Piracicaba.

Tem três netos e cinco bis-netos.

Patrimônio Artístico, Histórico e Ar-quitetônico conseguiram embargara obra. Quatro das sete chaminésjá haviam sido demolidas.

O caso foi parar no 2o DistritoPolicial e a demolição para cons-trução do hipermercado ficou pa-ralisada até que fosse fechado umacordo com o Ministério Público.Além da preservação das três cha-minés, a construtora refez um for-no (que já havia sido desmancha-do), manteve algumas das edifica-ções localizadas próximo ao por-tão de entrada da Cerâmica e, ain-da se comprometeu a reformar aantiga sede da UGT (União Geraldos Trabalhadores), na rua JoséBonifácio.

“Seu” Alexandre em frenteao forno, no Carrefour

Ministério Público conseguiupreservar chaminés

Graças ao Ministério Públicoque um pouco da história da Cerâ-mica São Luiz ficou preservada.Uma construtora fazia a demoliçãodos prédios quando o MinistérioPúblico e o Conselho de Defesa do

Funcionários da Cerâmica São Luizno início dos anos 50

Frota de caminhões daCerâmica São Luiz

no início dos anos 50

Alexandre na entrada preservada

Page 6: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006 Valorize o que é seu. Compre no comércio da VilaGENTE

Júlio Lopes Júnior, de 59 anos, na-tural de Jaboticabal, veio com os pais,Júlio Lopes e Lydia Abrahão Lopes, paraRibeirão Preto em 1956, dois dias antesda cidade comemorar o centenário.

Seu pai ficou sócio de uma casa defrutas chamada Ao Maracujá, na RuaGeneral Osório, próxima das LojasAmericanas, montando uma pastelaria.Moraram por uns três meses numa pen-são na Rua Visconde de Inhaúma. Logoem seguida alugaram uma casa na RuaPadre Feijó, entre a Dr. Loyolla e a Bar-tolomeu de Gusmão, onde residiram atéfinal de 1958. Ali nasceu seu irmão Ma-noel, que está completando 50 anos.

Em 1959 mudaram para a rua Gon-çalves Dias quase esquina com a RuaAurora.

- Meu pai e seu sócio Charles mon-taram uma filial do Ao Maracujá noMercadão, recorda Júlio.

Foi nessa época que, sempre apai-xonado por rádio, começou a ter umaproximidade com o rádio teatro atravésda diretora do cast infantil, Magda San-tos, da então PRA7, hoje Clube.

- Lembro bem das matinês aos do-mingos do Pedro II, a troca de gibis naesplanada depois da sessões, as figuri-nhas de futebol compradas e trocadasna Paulicéia que ficava na General Osó-rio, o refrigerante Douradinha, o sorve-te do Scarpino e o fantástico sanduíchede pernil do Urubatã, suspira Julinho.

No final de 1960 seu pai montou oAo Maracujá em Presidente Prudentee sua família se transferiu para lá. Com15 anos começou a trabalhar na RádioPresidente Prudente comandando umprograma de música jovem, participan-do e escrevendo novelas. Dois anos de-pois foi para Rádio Piratininga, recéminaugurada naquela cidade e montou,com amigos, o conjunto Os Sombras,que fez um enorme sucesso em todaregião.

Em 1967 voltou a Ribeirão Preto.Seu pai montou um fábrica de refres-cos com o nome de Bolão. Foram mo-rar no Sumarezinho. Pouco depois semudaram para um casa na Rio Grandedo Sul. Nessa época tocou contrabaixono conjunto Seven Sounds, com Bil na

guitarra, os dois irmãos Tarlá, guitarrae bateria e Giba nos teclados, além daOlésia como cantora. Participaram doprimeiro festival de música de RibeirãoPreto em 1969, pela Rádio Renascen-ça, defendendo duas composições suas.

- Uma delas ganhou o segundo lu-gar em música e o primeiro em letra e aoutra ficou em terceiro lugar. O festivalfoi apresentado no teatro de Arena commais de 5 mil pessoas presentes. Foiuma época muito boa, garante Júlio.

Em seguida tocou guitarra em umconjunto que se apresentava aos sába-dos na Recreativa que nunca teve nome.Com Olésia cantando, Wanderley Felca,já falecido, nos teclados, João AugustoPalma no contrabaixo e Wagner na bate-ria. Saindo de Recreativa foram se apre-sentar numa casa noturna chamada Cho-pe Center. Ali o conjunto se desfez e foiconvidado, junto com Olésia para inte-grar um grupo que tocou por alguns anosno Clube de Regatas: O Transassom(Nico, teclados; Valtinho Maia, contra-baixo; Bimbim, bateria; e Bilo, sax).

Em 1973 compraram a casa ondemora até hoje na Rua Paraíso, 693. Acasa foi comprada do Sr. Wilson de PaulaFerreira, pais do Dr. Wagner de PaulaFerreira e do saudoso William, criado-res do New Boys e que ali tinham o seulocal de ensaio.

- Talvez por força do destino, como falecimento de William e as modifica-ções com a saída do Wagner, fui convi-dado a integrar o conjunto que voltou aensaiar no mesmo local de antes, afir-ma Júlio.

Na mesma época foi contratadopela Decson, uma produtora de jinglespara dividir com o experiente Gervásio

Matos a criação de comerciais, spots ejingles. A gravadora tinha praticamen-te, fora os grandes centros como SãoPaulo e Rio de Janeiro, o mercado pu-blicitário de jingles nas mãos. A Decsonproduzia, em média, seis jingles e cercade 20 spots por dia.

Nesta época cursou Administraçãode Empresa na Unaerp se formando em1974.

Em 1981 foi gerenciar e tocar noantigo Restaurante do Bosque, na épo-ca comandado pelo seu amigo PauloBelíssimo. Ali ficou até 1988. Ao mes-mo foi contratado pela Rádio 79 comodiretor artístico ficando até 1992, quan-do saiu para, juntamente com WilsonToni, reativar a Rádio Cultura que logodepois se fundiu com a Renascença setransformando em CMN.

Em 1996 foi para a Rádio Showficando lá por dois anos e em seguidaser contratado para produzir e dirigiros programas de televisão do então ve-reador e hoje deputado estadual BaleiaRossi, com quem está até hoje.

Durante todo esse tempo sempreesteve ligado a agências de propagandaformando duplas de criação, entre elas:Duprat e Iobe, J. Vasquez, OfficinaPropaganda.

Casado em primeiras núpcias comMaria Martinha Coelho, a cantoraMartinha da Madeira Brasil, com quemteve duas filhas Juliana e Tatiana, quefaz parte da Banda Itinerantes. As duasfilhas sempre participaram de grava-ções de jingles.

Atualmente casado com Rosângelade Oliveira com quem tem dois filhos:Felipe, de 13 anos e Lucas, de 4.

- Quanto à “nossa querida Vila Ti-bério” acho que o melhor dela, sem dú-vida, são os seus moradores, talvez por-que a maioria são proprietários, estan-do no local por décadas, guardando bas-tante da amizade que ainda é comumentre os vizinhos, afirma Julinho.

Mas um coisa a Vila precisa me-lhorar:

- Em alguns lugares a distribuiçãode água pelo Daerp, principalmente emfinais de semana e feriados, é um tantoprecária, desbafa Júlio.

Júlio Lopes, compositor, criadorde jingles e apaixonado por rádio

Momentos da carreira de Julinho

Page 7: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006Valorize o que é seu. Compre no comércio da Vila

Célia Regina Fávero SilvérioFarmacêutica - Flor & Erva

Orientação Farmacêutica

GENTE/SAÚDE

Uma alimentação saudável é o pri-meiro passo para ter saúde e reduzir ataxa de gordura no organismo. Umadas correntes da medicina alternativa,a terapia ortomolecular, que tem comoobjetivo manter em equilíbrio as molé-culas que formam parte do organismo,garante que não adianta seguir as dietastradicionais e misturar carboidrato comproteínas e verduras. Tem de ser anali-sado o tipo de sangue da pessoa e veri-ficar quais são suas deficiências. Doismeses de dieta já se nota a diferença nocabelo, na pele e no organismo.

Quando as pessoas comem alimen-tos que são nocivos para o seu tipo desangue estão armazenando substânciasquímicas que não serão usadas pelo or-ganismo. Por isso existem casos depessoas que, mesmo comendo só vege-tais, apresentam problemas de excessode gordura. Até a porangaba pode en-gordar se for um alimento nocivo parao tipo de sangue. Problemas de estresse,dores de cabeça, psoríase, vitiligo e atéestéticos podem ser resolvidos com adieta sangüínea, que na verdade, é umareeducação alimentar para toda a vida.DIETA DO TIPO SANGÜÍNEO

Tipo O – Pertencem ao grupo ge-nético mais antigo e necessitam comercarne todos os dias para satisfazer seusgenes antigos de colhedor, caçador.Caso não coma carne pode apresentarquadro de anemia. Alimentos altamen-te benéficos: carne vermelha, verduras(rúcula, abóbora, espinafre, agrião, bró-colis e batata doce). Frutas como o aba-

Dieta do Tipo Sangüíneo.Saiba quais os alimentos que

podem fazer mal à saúdecaxi, figo e ameixa. Nocivos: Trigo,couve-flor, repolho, carboidratos.

Tipo A – É o segundo tipo de san-gue mais conhecido e tem problemascom carne. As pessoas com esse tiposangüíneo devem comer muitos vege-tais para diminuir a acidez estomacal.O tipo A tem propensão ao desenvol-vimento de câncer. Alimentos altamen-te benéficos: Arroz, queijo tofu (prote-ína de soja), couve-flor, alho poró ebrócolis. Nocivos: batata-doce, azeito-nas, tomate, cebola, carne vermelha,carne suína, camarão.

Tipo B – Para manter o equilíbrioda saúde as pessoas desse grupo devemcomer muitos ovos e laticínios. Estetipo de sangue e o mais equilibrado.Alimentos altamente benéficos: quei-jos, iogurtes, ovos, verduras (couve,brócolis, arroz, batata doce). Frutas emgeral. Nocivos: carne de frango, trigonormal e o sarraceno.

Tipo AB – Este tipo de sangue estámais adaptado aos alimentos moder-nos, como os refinados. No entantotambém deve evitar carne de qualquertipo. Alimentos altamente benéficos:proteína de soja, peixes, verduras, fru-tas, tapioca, arroz. Nocivos: carne ver-melha, laticínios normais (os lights,com menos teor de gordura, são per-mitidos). Repolho, carne suína, verme-lha e condimentos.

Mas, lembre-se que antes de come-çar qualquer dieta, é bom procurar seumédico para saber sobre a possibilidadede utilizar este recurso.

Dúvidas sobre medicamentos emanipulações podem ser esclarecidas

nas seguintes farmácias da Vila Tibério:

Camomila e Bem-me-Quer - Fone:(16) 3630-3598 - Rua Martinico Prado, 1.181

Flor & Erva - Fone: (16) 3636-8623Av. do Café, 375

Pharmacos - Fone: (16) 3625-5371Rua Conselheiro Dantas, 1.087

Doce Vida - Fone: (16) 3625-8172Rua Bartolomeu de Gusmão, 763

Ética - Fone: (16) 3610-6501Rua Luiz da Cunha, 839

Saudosa Vila TibérioFeliz este passadoQue chega a ser um mistérioPara mim, cidade é Ribeirão PretoE bairro é Vila Tibério

Aqui cheguei em 47Vim de uma cidade mineiraAqui plantei minhas raízesAqui vivi a vida inteira

Casei-me na matriz do RosárioFoi lá que meus filhos batizeiLá, casaram meus filhosBodas de prata e de ouroFoi lá que comemorei

Hoje relembro com saudadeDa bandinha, do correio e do jardimDe correio elegante, das quermessesE dos rapazes acenando para mim

Das porteiras da MogianaEstou sempre a relembrarDos trens e suas manobrasForçando o trânsito parar

Da cervejaria todos se lembramHomens e Mulheres indo trabalharProduzindo a tradicional “Faixa Azul”E o nosso melhor guaraná

A estação ferroviária,era a nossa tradiçãoA Antártica; o orgulho de RibeirãoE da fábrica de garrafas?Quem não se lembra?Mas o estádio: Luiz Pereira;esse era o nosso pulmão

Mas a vida é assim mesmoTudo um dia tem fimAte o apito da sireneDeixou saudades em mim

E a marca do progressoE o mundo em evoluçãoMas você, Vila TibérioContinua no meu coração

Maria Aparecida Genovêze Simões(Vó Cida)

Poesia enviadapor MariaAparecida

Genovêze Simões,a Vó Cida,de 71 anos,moradora

da ruaBartolomeu de

Gusmão

Em 2001 foi feita uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP),a Prefeitura de Ribeirão Preto e o Ministério Público (MP) para formação deum parque, previsto para ocupar área pública da USP e do Município, comárea de aproximadamente 140 mil m2, na pedreira Santa Luzia, que teriatrilhas para caminhadas, quadras poliesportivas, lago e um complexo de pré-dios para fins didáticos, culturais, de lazer, além de uma sede para o MP.Localizado entre as Avenidas do Café e Luigi Rosiello (que passa ao lado docampus da USP) e a Rua Alberto Einstein, no Jardim Antártica.

O projeto foi elaborado pela arquiteta Rita Maria de Martin, da Secreta-ria Municipal de Planejamento e Gestão Ambiental.

Uma pena que as coisas em Ribeirão Preto andem tão devagar!

Parque daPedreira Santa Luzia

não saiu do papel

A Smar APD, que tem sede na ruaSantos Dumont esquina com a Augus-to Severo aposta na Vila Tibério. Elaestá construindo novas instalações narua Aurora esquina com a ConselheiroSaraiva.

A empresa, formada por mais de80 profissionais especialistas, busca atecnologia mais avançada em softwarede gestão da informação para moderni-zar a administração pública, criando

soluções que atendam às suas necessi-dades mais específicas, desde a realiza-ção de uma folha de pagamento até aimpressão a laser de carnês de arreca-dação e boletos de cobrança bancária.Com mais de 25 anos de experiênciaatuando no setor público e mais de 200administrações municipais como clien-tes no país.

O novo edifício, com 2 mil m2 deconstrução, está em fase de cobertura.

Smar APD investe na Vila

Page 8: Jornal da Vila - n14 - novembro de 2006

Novembro de 2006 Valorize o que é seu. Compre no comércio da Vila

Se essa rua fosse minha...Barão de Cotegipe

ESPECIAL

João Maurício Wanderley(1815-1889). Eleito senador pelaprovíncia da Bahia, tomou pos-se em maio de 1856, tendo presi-dido o Senado de 1882 a 1885.

Foi deputado geral pela Bahiae presidente da província daBahia (1852-1855). Bacharelem Direito e diplomata, ocu-pou também os cargos de pre-sidente do Banco do Brasil, de juiz dosFeitos da Fazenda e de juiz municipal.Foi administrador da Santa Casa de Mi-sericórdia e fundador do Instituto Pas-teur e do Hospital Nossa Senhora daDores, para o tratamento de tuberculo-sos. Ministro da Fazenda, da Marinhae dos Estrangeiros, presidiu o Conse-lho de Ministros de 1885 a 1888.

Cotegipe defendeu a instituição do

A Barão de Cotegipe começa na ruaMaurício de Camargo e termina na Viado Café.

Na primeira quadra reside o sr. Ale-xandre Macatrozzo, sua esposa donaLuíza e a filha Maria Tereza. Nestamesma quadra reside a família Fernan-des com o Hermínio atendendo há maisde 50 anos no armazém na esquina coma Joaquim Nabuco.

Residiram o sr Anastácio, cervejeiroda Antarctica, o sr. Adolfo Paulim, funci-onário a Paulista, José Canova, maqui-nista da Mogiana, José Bozzola, cerve-jeiro. A família de Ivo Capretz, com aesposa dona Lili Gabaldo Capretz e osfilhos Antônio, o Cunhá (já falecido), aAparecida e o Ivinho, o Kaká da Lotéri-ca, onde seu pai tinha uma sapataria.

Moravam a família de José Branda-ni, a do sr. Bernardino Tamburus, paidos barbeiros Egydio (falecido) e Edison,que ainda hoje mora nesta rua, quase naesquina com a Martinico Prado,

Residiu a família de José RosárioCaminiti, que foi vereador, e com a es-posa, adotou diversas crianças.

Estão as famílias Santana, Defende,Azevedo, Pezzuto, Mattiusso, Gimenes,Ferreira, Zoeli, Zampollo, Tóffano, Ap-probato, Vanzo, Lopes, Squirópolis,Granato, Zanatto, Chiquinho e seu filho,o dentista Fábio Lorenzato.

Residiram o sr. Geraldo Diniz e a es-posa dona Hilda Cruz Diniz, pais do Ar-mando Diniz. O sr. João Creme, WaldemirFronza, Chiquinho Lopes, HumbertoVanzo, Ernesto Maria, o Saci, botafo-

voto direto e determinou a apli-cação da Lei, de 1870, que ins-tituía o registro civil para nas-cimentos, casamentos e óbitos,e foi favorável à indenização

dos senhores de escravos, paraevitar sua ruína econômicaque os tornariam adversáriosda monarquia. Foi um dos lí-deres do Partido Conserva-

dor, tendo levado a Lei dos Sexagená-rios à sanção de Dom Pedro II.

Como presidente do Conselho deMinistros, impulsionou a agricultura efavoreceu a grande imigração. Perten-ceu ao Gabinete que instituiu a TarifaBelisário, de 1887, que defendia os pro-dutores e industriais brasileiros da con-corrência estrangeira. Agraciado com otítulo de Barão em 1860.

guense doente, Jaime Mil Homens, JoséVieira, José Catarin, um dos sócios dafábrica de cadeiras São Pedro, AtanásioAlves, maquinista da Mogiana.

Foi morador o capitão PM JoãoGaldino Lopes, pai do dirigente da ACISérgio Lopes, que mora na mesma casa.

Temos as famílias Heck, Anelli, cu-jos filhos abriram várias oficinas mecâ-nicas pela Vila, Sacilotto, Mengel e a doex-presidente do Botafogo Tiaguinha.

Reside a família de Wilson dos San-tos, que trabalhava com transporte.

De comércio e prestação de servi-ços temos o Barsa, a Datafax, a Marka,a Escola de Enfermagem, a Iati Compu-tadores, do Sílvio César Camargo, a BalaBalão Buffet Festas, a Gráfica Canava-ci, fundada por José Canavaci e hojetocada pelos irmãos José, Cida e Afon-so, a Imobiliária Santos Dumont, aPimpinela Sorveteria, a Dely Dog, aMonisat Monitoria, o Pet Shop Buriti,a Line Flex, o Nasser Advogados, aCarlitos Sorveteria (onde antes era aPadaria da Mamãe), a Bebidas & Cia, aAuto Mecânica Ticar, o Tanubico Bar,a Unix Assessoria e a Drogaria Galo, naesquina com a Via do Café.

Reside a família de Joaquim e CidaRios, proprietários de box de alimenta-ção no Mercado Municipal.

Foi morador o escritor Prisco Pra-tes.

Se alguma pessoa ou família não foilembrada, favor enviar email para

[email protected] ou ligar para3011-1321 e falar com Fernando.

Barão de Cotegipe – a Rua

Os guardiões da Malha

Salvador administra o campo

A turma animada não perde domingo nem feriado para jogar

A Malha que já foi um esportepopular na zona rural e nos bairrosda cidade, ainda resiste e hoje é pra-ticada na Vila Tibério por um grupode jogadores entusiasmados.

O campo de Malhas, localizadopróximo à esquina das ruas Guilher-me Schmidt e Constituição, embai-xo de frondosas árvores e em fren-te à sorveteria Kuka Fresca, é com-posto por duas canchas, que têm33 metros de comprimento por1,60m de largura, cada uma, compiso de chão batido coberto poruma leve camada de britas miúdas.

Foi construído há cerca de dezanos pelo o sr. Geraldo Vaz que con-seguiu autorização do proprietáriodo terreno.

Há três anos, com a morte do sr.Geraldo, o campo ficou abandona-do e foi reativado há dois anos peloaposentado Salvador Ingissa Filho,de 65 anos, que passou a cuidar daárea.

- Desde que eu era moleque, nafazenda, meu pai, que era napolita-no, gostava de jogar malha, lembraSalvador.

O jogo é disputado em duplas,ficando os jogadores da mesmaequipe de lado opostos e dois ad-versários do mesmo lado, de formaque cada um lance o disco de me-tal alternadamente, primeiro o joga-dor de uma equipe e depois o daoutra, continuando do outro ladoaté atingir 24 pontos. O objetivo dojogo é aproximar ou derrubar o pinoque fica do outro lado da cancha.Valem dois pontos pela malha queficar mais próxima e quatro se der-rubar o pino.

Embora grande parte dos fre-qüentadores e mesmo a pequenatorcida, seja composta, em sua gran-

de maioria, por descendentes deimigrantes italianos, a malha é deorigem portuguesa.

Participam da turma os senho-res Oswaldo Marcolini, de 82 anos,Osmar Martelli, de 78 e Júlio Gran-dini, de 75. A maioria deles está nafaixa com mais 50 anos comoEtelvino Pereira Goulart, EurípedesPinheiro, Antônio Carlos Romano,Eurípedes Rosetti (Careca), PedroFilolta, Salazar Furloni e AntônioRezende. E os caçulas da turma:Hamilton Fernando Cremonez, de39 e Ricardo Vaz, de 32 anos.

O grupo se reúne todos os do-mingos e feriados, a partir das 10horas.

Em Ribeirão Preto são poucosos campos de malha que funcionamfora dos clubes desportivos da ci-dade.