jornal caracol n27

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Projeto Semeando O FUTURO Informativo semestral do Caracol Escolinha n.º 27 • julho 2015 Editorial A matéria de capa e da página 2 desta edição aborda o Projeto Semeando o Futuro, com destaque para os passeios realizados à Praça Gustavo Langsh, aproveitando o tradicional “veranico” de maio. Por três dias consecutivos, as crianças visitaram esse lugar privilegiado, participaram de atividades e contemplaram a natureza e toda a sua magia. A Biblioteca do Caracol é o destaque da página 3, em que a Coordenadora Pedagógica, Deise Lunardi, apresenta a importância que este espaço tem para os alunos, bem como as atividades desenvolvidas. Acerca da retirada de livros, ela reconhece como é importante e significativo esse momento, “pois o retorno das crianças nos mostra o quanto contar histórias é prazeroso e gratificante”. Na sequência, página central, duas entrevistas ocupam o espaço carinhosamente chamado de “As mulheres dos livros do Caracol”. Liane Hickmann, Professora, Supervisora e responsável pela Biblioteca da Escola, fala sobre o acervo, a organização e principais rotinas desenvolvidas. Maria Luiza Custódio dos Santos Souto, Consultora Literária do Caracol, apresenta como é feita a seleção de livros, os critérios utilizados e se encanta ao comentar que, em dois anos e quatro meses, já fez oito vezes o envio de livros pelo correio, totalizando 330 livros. A página 6 é dedicada ao brincar e à alimentação da criança, oportunidade em que a Nutricionista do Caracol e da Nutrir, Cynthia Striebel, destaca o trabalho da Escola nessa área, em que se procura trazer os conceitos de alimentação saudável e o gosto por alimentar-se também pela brincadeira. Na página 7, as Teachers Neca e Aura discorrem sobre o aprendizado do inglês no Caracol, que completa o segundo ano com resultados extremamente satisfatórios. Até mesmo fora do espaço das aulas, as crianças são observadas utilizando palavras, cantando ou fazendo as brincadeiras que aprenderam. E na contracapa, o texto “Brincando de ser Brincadeiro” apresenta o Projeto desenvolvido com as turmas de Maternais II e Jardins A, que estudaram a tipologia textual poesias, com as obras de Mario Pirata, culminando com a visita do artista à Escola. Foram três semanas de pura diversão e muita imaginação. E como já notaram, desenvolvemos tantas atividades maravilhosas que foi preciso acrescentar mais quatro páginas a esta edição. Temos certeza que vão gostar. Uma boa leitura! Valesca Karsten e Ieda Luiza Minuscoli Diretoras do Caracol Escolinha “Estamos todos na mesma barca e dela precisamos cuidar como sendo parte de nós mesmos. Precisamos interagir com todos os demais seres vivos em busca de recuperar a harmonia planetária. Não há outra possibilidade para se viver, nem há também caminho mais lindo e desafiador que esta busca pela felicidade do sistema e da própria vida.” Francisco Milanez Livro Ecoalfabetização - Manual de sobrevivência em um planeta em extinção Leia matéria na página 2.

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Page 1: Jornal Caracol n27

Projeto

Semeando O FUTURO

Informativo semestral do Caracol Escolinha • n.º 27 • julho 2015

EditorialA matéria de capa e da página 2 desta edição aborda o Projeto Semeando o Futuro, com destaque para os passeios realizados à Praça Gustavo Langsh, aproveitando o tradicional “veranico” de maio. Por três dias consecutivos, as crianças visitaram esse lugar privilegiado, participaram de atividades e contemplaram a natureza e toda a sua magia.

A Biblioteca do Caracol é o destaque da página 3, em que a Coordenadora Pedagógica, Deise Lunardi, apresenta a importância que este espaço tem para os alunos, bem como as atividades desenvolvidas. Acerca da retirada de livros, ela reconhece como é importante e significativo esse momento, “pois o retorno das crianças nos mostra o quanto contar histórias é prazeroso e gratificante”.

Na sequência, página central, duas entrevistas ocupam o espaço carinhosamente chamado de “As mulheres dos livros do Caracol”. Liane Hickmann, Professora, Supervisora e responsável pela Biblioteca da Escola, fala sobre o acervo, a organização e principais rotinas desenvolvidas. Maria Luiza Custódio dos Santos Souto, Consultora Literária do Caracol, apresenta como é feita a seleção de livros, os critérios utilizados e se encanta ao comentar que, em dois anos e quatro meses, já fez oito vezes o envio de livros pelo correio, totalizando 330 livros.

A página 6 é dedicada ao brincar e à alimentação da criança, oportunidade em que a Nutricionista do Caracol e da Nutrir, Cynthia Striebel, destaca o trabalho da Escola nessa área, em que se procura trazer os conceitos de alimentação saudável e o gosto por alimentar-se também pela brincadeira.

Na página 7, as Teachers Neca e Aura discorrem sobre o aprendizado do inglês no Caracol, que completa o segundo ano com resultados extremamente satisfatórios. Até mesmo fora do espaço das aulas, as crianças são observadas utilizando palavras, cantando ou fazendo as brincadeiras que aprenderam.

E na contracapa, o texto “Brincando de ser Brincadeiro” apresenta o Projeto desenvolvido com as turmas de Maternais II e Jardins A, que estudaram a tipologia textual poesias, com as obras de Mario Pirata, culminando com a visita do artista à Escola. Foram três semanas de pura diversão e muita imaginação.

E como já notaram, desenvolvemos tantas atividades maravilhosas que foi preciso acrescentar mais quatro páginas a esta edição. Temos certeza que vão gostar.

Uma boa leitura!

Valesca Karsten e Ieda Luiza Minuscoli Diretoras do Caracol Escolinha

“Estamos todos na mesma barca e dela precisamos cuidar como sendo parte de nós mesmos. Precisamos interagir com todos os demais seres vivos em busca

de recuperar a harmonia planetária. Não há outra possibilidade para se viver, nem há também caminho mais lindo e desafiador que

esta busca pela felicidade do sistema e da própria vida.”Francisco Milanez

Livro Ecoalfabetização - Manual de sobrevivência em um

planeta em extinção

Leia matéria na página 2.

Page 2: Jornal Caracol n27

Biblioteca doCaracol

Na retomada do Projeto da Escola relacionado ao meio ambiente, “Projeto Semeando o Futuro”, que neste ano teve como ênfase o Aquecimento Global, as turmas pesquisaram e conversaram sobre os diversos motivos que levaram a Escola a instalar os aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula.

Nas rodas de estudo, se discutiu sobre o que está acontecendo com o nosso planeta e o porquê de, a cada ano que passa, sentirmos mais calor. A descoberta dos vários tipos de lixo, a coleta seletiva, o desmatamento, as geleiras que estão derretendo foram alguns dos tópicos estudados desde o Pré-Maternal até o Jardim B, por meio de atividades como: rodas de histórias, atividades plásticas, jogos de trilha, jogos matemáticos, saco surpresa, confecção de mini-hortas, entre outras.

Dentre os livros que nos referenciaram, salientamos o “Ecoalfabetização”, do Francisco Milanez, “Chega de degradação do solo”, de Josep Palau e Rosa M. Curto, “Abra este pequeno livro”, de Jesse Klausmeier, “O livro do Planeta Terra”, de Todd Parr, “10 coisas que eu posso fazer para ajudar meu planeta”, de Melanie Walsh, “Na Floresta com o bicho-preguiça”, de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud, “O Homem da chuva”, de Gianni e Nicoletta Costa, “Bichos de todos os reinos”, de Breno Camargo Serafini, e também alguns sites que contribuíram para ilustrar ainda mais o

nosso Projeto.

Destacamos, entre as atividades que propusemos, os passeios realizados à Praça Gustavo Langsh. Aproveitamos o tradicional “veranico” de maio e, por três dias consecutivos, fomos com aproximadamente 100 crianças visitar esse lugar maravilhoso e privilegiado que temos no nosso Bairro. Nesses passeios, contemplamos o caminho até chegar na Praça, os cuidados que devemos ter quando andamos a pé, a atenção ao atravessarmos a rua, além de aproveitar a delícia que foi fazer um passeio com os colegas e as professoras.

Ao chegarmos no local, a alegria da gurizada nos contagiou. Sempre é uma experiência sublime poder presenciar a sensação de liberdade que um espaço assim desperta nas crianças. Acompanhados dos adultos, eles correram, deram gargalhadas, exploraram o espaço, juntaram galhos e folhas espalhadas pelo chão, brincaram com os colegas de outras turmas, cumprimentaram pessoas que estavam na Praça, lancharam e brincaram na pracinha. Passada a euforia da chegada, as professoras propuseram uma roda e, no primeiro dia do passeio, dia 19 de maio, tiveram uma aula com o Engenheiro Agrônomo Miguel Flores da Cunha sobre os cuidados com o solo, visitaram o bosque para conhecerem os diferentes tipos de plátanos que lá estão plantados e exploraram as sementes de algumas espécies.

Incrível ver a emoção do Miguel ao conversar com as crianças, que fizeram muitas perguntas. Foi um momento intenso e de muitas trocas. Nesse dia, além de mim, também esteve presente o nosso Professor de música, o Andrei, com seu violão. Fizemos uma roda, cantamos o “Velho Plátano”, do Claudio Levitan, entre outras do repertório da gurizada. O auge foi quando o Andrei subiu numa árvore e, depois, pacientemente, ajudou aqueles que desejavam subir.

No segundo dia, foram as turmas do Maternal II e Jardim A do turno da manhã. Nessa ocasião, o pessoal da Prefeitura estava fazendo o corte de grama e limpeza da Praça, o que foi muito interessante, pois os alunos puderam observar o trabalho e conversar com um dos trabalhadores, o Marcelo, que adorou ter participado da atividade, falou do prazer que sente ao ver as crianças desfrutando do espaço e da satisfação de realizar esse trabalho.

No último dia, quinta-feira, foi a vez do outro Maternal II e dos Jardins B, também emoldurado pelo sol, temperatura amena e céu azul, o que torna tudo ainda mais bonito. Nessa tarde, a aula de Capoeira, do Professor Rodrigo, foi na Praça. O Mestre propôs uma roda e, de posse do seu berimbau, convidou a turma para jogar.

Depois do piquenique, foi a vez de conhecermos o Seu Danilo Todeschini, que tem um cantinho seu na parte de cima da Praça, no qual, diariamente, pela manhã e pela tarde, alimenta com frutas e água os passarinhos. As crianças se encantaram com as histórias e ficamos sabendo que até papagaios visitam esse lugar. O silêncio foi total quando o Seu Danilo mostrou como chama os passarinhos, com um assobio muito peculiar. É claro que todos tentamos imitar.

Chegou a hora de voltarmos para o Caracol, com muitas histórias para contar. Nas pequenas mãos, folhas, galhos, lembranças da natureza e grandes aprendizagens. Juntamente com tudo isso, o cansaço e um gostinho de quero mais.

Ainda na programação desse Projeto, recebemos a Professora e Artista Plástica Suzane Wonghon, que veio de São Leopoldo durante dois dias para fazer oficinas relacionadas ao Projeto. Suzi, como é chamada no Caracol, já fez oficinas conosco em anos ante-

riores, também é envolvida em questões ambientais e fez parte do planejamento do Projeto deste ano, idealizou e sonhou conosco a possibilidade de levar as crianças para a Praça. Como educadora, sabe da importância dessas experiências para os pequenos

Pensamos que, ao propormos assuntos tão importantes na vida dos nossos alunos, a arte nos ajuda, mas, mais importante ainda, é quando podemos ter a vivência fora dos livros, como foram as tardes na Praça.

Encerramos o Projeto com a exposição sobre os conhecimentos pesquisados e a experiência do passeio.

Valesca KarstenDiretora do Caracol Escolinha

"A biblioteca escolar bem utilizada funciona como uma potente ferramenta para o desenvolvimento do aluno, de sua autonomia intelectual e também do processo de ensino e aprendizagem."

Marcelo SoaresDiretor de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para a Educação Básica, do Ministério da Educação (MEC)

Page 3: Jornal Caracol n27

Biblioteca doCaracol

Na retomada do Projeto da Escola relacionado ao meio ambiente, “Projeto Semeando o Futuro”, que neste ano teve como ênfase o Aquecimento Global, as turmas pesquisaram e conversaram sobre os diversos motivos que levaram a Escola a instalar os aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula.

Nas rodas de estudo, se discutiu sobre o que está acontecendo com o nosso planeta e o porquê de, a cada ano que passa, sentirmos mais calor. A descoberta dos vários tipos de lixo, a coleta seletiva, o desmatamento, as geleiras que estão derretendo foram alguns dos tópicos estudados desde o Pré-Maternal até o Jardim B, por meio de atividades como: rodas de histórias, atividades plásticas, jogos de trilha, jogos matemáticos, saco surpresa, confecção de mini-hortas, entre outras.

Dentre os livros que nos referenciaram, salientamos o “Ecoalfabetização”, do Francisco Milanez, “Chega de degradação do solo”, de Josep Palau e Rosa M. Curto, “Abra este pequeno livro”, de Jesse Klausmeier, “O livro do Planeta Terra”, de Todd Parr, “10 coisas que eu posso fazer para ajudar meu planeta”, de Melanie Walsh, “Na Floresta com o bicho-preguiça”, de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud, “O Homem da chuva”, de Gianni e Nicoletta Costa, “Bichos de todos os reinos”, de Breno Camargo Serafini, e também alguns sites que contribuíram para ilustrar ainda mais o

nosso Projeto.

Destacamos, entre as atividades que propusemos, os passeios realizados à Praça Gustavo Langsh. Aproveitamos o tradicional “veranico” de maio e, por três dias consecutivos, fomos com aproximadamente 100 crianças visitar esse lugar maravilhoso e privilegiado que temos no nosso Bairro. Nesses passeios, contemplamos o caminho até chegar na Praça, os cuidados que devemos ter quando andamos a pé, a atenção ao atravessarmos a rua, além de aproveitar a delícia que foi fazer um passeio com os colegas e as professoras.

Ao chegarmos no local, a alegria da gurizada nos contagiou. Sempre é uma experiência sublime poder presenciar a sensação de liberdade que um espaço assim desperta nas crianças. Acompanhados dos adultos, eles correram, deram gargalhadas, exploraram o espaço, juntaram galhos e folhas espalhadas pelo chão, brincaram com os colegas de outras turmas, cumprimentaram pessoas que estavam na Praça, lancharam e brincaram na pracinha. Passada a euforia da chegada, as professoras propuseram uma roda e, no primeiro dia do passeio, dia 19 de maio, tiveram uma aula com o Engenheiro Agrônomo Miguel Flores da Cunha sobre os cuidados com o solo, visitaram o bosque para conhecerem os diferentes tipos de plátanos que lá estão plantados e exploraram as sementes de algumas espécies.

Incrível ver a emoção do Miguel ao conversar com as crianças, que fizeram muitas perguntas. Foi um momento intenso e de muitas trocas. Nesse dia, além de mim, também esteve presente o nosso Professor de música, o Andrei, com seu violão. Fizemos uma roda, cantamos o “Velho Plátano”, do Claudio Levitan, entre outras do repertório da gurizada. O auge foi quando o Andrei subiu numa árvore e, depois, pacientemente, ajudou aqueles que desejavam subir.

No segundo dia, foram as turmas do Maternal II e Jardim A do turno da manhã. Nessa ocasião, o pessoal da Prefeitura estava fazendo o corte de grama e limpeza da Praça, o que foi muito interessante, pois os alunos puderam observar o trabalho e conversar com um dos trabalhadores, o Marcelo, que adorou ter participado da atividade, falou do prazer que sente ao ver as crianças desfrutando do espaço e da satisfação de realizar esse trabalho.

No último dia, quinta-feira, foi a vez do outro Maternal II e dos Jardins B, também emoldurado pelo sol, temperatura amena e céu azul, o que torna tudo ainda mais bonito. Nessa tarde, a aula de Capoeira, do Professor Rodrigo, foi na Praça. O Mestre propôs uma roda e, de posse do seu berimbau, convidou a turma para jogar.

Depois do piquenique, foi a vez de conhecermos o Seu Danilo Todeschini, que tem um cantinho seu na parte de cima da Praça, no qual, diariamente, pela manhã e pela tarde, alimenta com frutas e água os passarinhos. As crianças se encantaram com as histórias e ficamos sabendo que até papagaios visitam esse lugar. O silêncio foi total quando o Seu Danilo mostrou como chama os passarinhos, com um assobio muito peculiar. É claro que todos tentamos imitar.

Chegou a hora de voltarmos para o Caracol, com muitas histórias para contar. Nas pequenas mãos, folhas, galhos, lembranças da natureza e grandes aprendizagens. Juntamente com tudo isso, o cansaço e um gostinho de quero mais.

Ainda na programação desse Projeto, recebemos a Professora e Artista Plástica Suzane Wonghon, que veio de São Leopoldo durante dois dias para fazer oficinas relacionadas ao Projeto. Suzi, como é chamada no Caracol, já fez oficinas conosco em anos ante-

riores, também é envolvida em questões ambientais e fez parte do planejamento do Projeto deste ano, idealizou e sonhou conosco a possibilidade de levar as crianças para a Praça. Como educadora, sabe da importância dessas experiências para os pequenos

Pensamos que, ao propormos assuntos tão importantes na vida dos nossos alunos, a arte nos ajuda, mas, mais importante ainda, é quando podemos ter a vivência fora dos livros, como foram as tardes na Praça.

Encerramos o Projeto com a exposição sobre os conhecimentos pesquisados e a experiência do passeio.

Valesca KarstenDiretora do Caracol Escolinha

"A biblioteca escolar bem utilizada funciona como uma potente ferramenta para o desenvolvimento do aluno, de sua autonomia intelectual e também do processo de ensino e aprendizagem."

Marcelo SoaresDiretor de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para a Educação Básica, do Ministério da Educação (MEC)

Um dos espaços que os alunos do Caracol frequentam com muito en-tusiasmo e alegria é a Biblioteca. Lá po-dem escolher e se deliciar com as mais diferentes leituras oferecidas.

Existe uma preocupação im-portante em garantir que o acervo de livros infantis, informativos e também pedagógicos aumente a cada ano. Para que isso aconteça, estamos sempre pesquisando, conversando e selecionan-do o que tem de melhor na literatura brasileira e internacional.

A biblioteca escolar desem-penha dois papéis importantes: em pri-meiro lugar, é o recurso de informação prioritário da Escola; em segundo, é o local privilegiado para desenvolver nas crianças as competências e habilidades leitoras e o prazer em ler, ouvir e con-templar as ilustrações.

A seleção para o nosso acervo bibliográfico acontece de diferentes for-mas. A partir da sugestão de profes so res, coordenação, direção, pais e, também, dos alunos. Além dessa forma, também contamos com a participação de uma equipe de São Paulo, que nos recomen-da e oferece o que tem de melhor em lançamentos e clássicos infantis.

Toda semana, as professoras reservam um horário em suas manhãs

ou tardes para oferecerem a seus alunos uma história retirada da Biblioteca. Tais histórias podem fazer parte de algum projeto trabalhado, de uma atividade preparada ou somente para uma roda, em que o prazer pela leitura se apresen-ta pura e simplesmente.

Essas rodas ocorrem todos os dias nas salas e em outros espaços da Escola. Em alguns momentos, a profes-sora responsável pela Biblioteca, Liane, realiza Horas do Conto, com livros no-vos que encantam os pequenos, além de utilizar os recursos virtuais oferecidos pelas editoras.

Os alunos de Maternal II, Jar -dim A e Jardim B fazem as retiradas de livros para levarem para casa. Essa ati-vidade acontece uma vez por semana, também sob a supervisão da Liane, que organiza e oferece as histórias apropria-das para cada faixa etária. Percebemos, ao longo dos anos no Caracol, como é importante e significativo esse momen-to, pois o retorno das crianças nos mos-tra o quanto contar histórias é prazero-so e gratificante.

Deise Lunardi Coordenadora Pedagógica do Caracol

Page 4: Jornal Caracol n27

No Caracol há 23 anos, és conhe­cida como uma professora muito brinca­lhona. O que representa a literatura e a brincadeira na tua vida?

O fato de eu ser uma pessoa brincalho-na nasceu na minha infância, que aproveitei mui-to, brincando com meus amigos(as) e irmãos(ãs). Criá vamos nossas brincadeiras e regras, que eram seguidas por todos os participantes. No verão, brincávamos muito na rua até a mãe chamar para jantarmos.

Minha mãe, que sempre foi professora, a grande incentivadora de nossas brincadeiras, nos ensinava as que ela brincava quando cria n ça. Nos momentos de descanso em casa, nos reu-níamos todos na sala, onde minha mãe contava histórias de coleções de livros e criava outras de sua própria cabeça. Momentos esses que sempre ficarão guardados em nossas memórias.

Tanto a literatura quanto a brincadeira têm um papel muito importante na infância. Am-bas devem ser apresentadas e incentivadas desde muito cedo, para que as crianças possam apreciar e se apropriar de forma prazerosa. Os temas estão interligados, pois as crianças, durante suas brinca-deiras do jogo simbólico, representam situa ções vividas no cotidiano, incluindo, nesses momen tos, histórias e personagens que conhecem. A partir do mundo do faz de conta, vão construindo co-nhecimentos. Por meio das histórias infantis e brincadeiras, vão elaborando os vínculos afetivos e, futuramente, serão adultos felizes.

Como é feita a seleção dos livros da Escola? Qual o acervo do Caracol?

Temos uma pessoa de São Paulo (livreira) que nos envia listagens de livros infantis, selecio-nados por ela, para atender às nossas diferentes faixas etárias. Também escolhemos pelas pesquisas de editoras na Internet.

Nosso registro e criação da Biblioteca da Escola começou em 1999. De lá pra cá, já forma-mos um acervo de mais de 2.500 livros infantis, in-

cluindo livros em inglês. Também possuímos livros didáticos para pesquisa dos professores.

Como funciona a retirada e devolução dos livros?

O projeto de retirada de livros começa a partir do Maternal II (4 anos), segue no Jardim A (5 anos) e no Jardim B (6 anos).

Essas turmas retiram os livros da Biblio-teca uma vez por semana, em dias específicos e horários diferenciados. Esses livros ficam com as famílias durante uma semana para serem lidos pe-los pais e explorados pelas crianças.

Antes da primeira retirada do ano, vou às salas de aulas e converso com as crianças, mo-mento em que explico sobre a importância dos cuidados que devemos ter ao manusearmos um livro e a responsabilidade que elas têm que ter na conservação dos mesmos, devolvendo sempre na pasta personalizada que receberam. Também re-forço a importância da devolução do livro no dia certo, para que possam levar outro para casa.

Os alunos conversam contigo so­bre os livros? E entre eles?

Essa parte é muito interessante, pois observo que geralmente as crianças menores es-colhem os li vros pela capa que mais lhes atraem (bichos, cores, personagens...). As crianças maiores pegam o livro na mão, folheiam, perguntam para mim sobre o conteúdo da história e, mais tar-de, trocam informações com os amigos, ou seja, sugerem uns aos outros, demonstrando satisfação e fazendo breves resumos da história. É muito le-gal observar a troca de diálogos entre eles e o prazer que eles de monstram ao escolher o livro.

Existe algum projeto novo em andamento?

Comecei a realizar contações de histórias usando recursos audiovisuais com as crianças de Pré-Ma ternais e Maternais I, que ainda não têm acesso à Biblioteca. Este Projeto está sendo rea-l i zado uma vez por semana nas próprias salas de aula. Está sendo um sucesso!

Liane HickmannProfessora, Supervisora e responsável pela Biblioteca do Caracol

As mulheres dos livros do

Maria Luiza Custódio dos Santos SoutoConsultora literária do Caracol

CARACOL

Page 5: Jornal Caracol n27

Como a senhora conheceu a nos­sa Escola?

“Conheci” a Escola Caracol por meio da Valesca, quando ela esteve em São Paulo acompa-nhando o seu marido, o escritor Celso Gutfreind, que veio à nossa Livraria dar uma palestra para pais e ed u cadores. Na ocasião, ficou evidente o interesse da Valesca pela Literatura Infantil, que é o foco de nossa livraria, pois, no curto espaço de tem po em que esteve conosco, não parou de o l har, folhear, admirar e “saborear” os livros de nosso acervo.

Bem, não conheço a Escola de verdade (ainda...)! Meu contato é por meio de sua Diretora.

Quais são os critérios que a se­nhora utiliza ao selecionar os livros para o Caracol?

Levo em consideração o conteúdo do livro, se apresenta uma boa história (ou bons po-emas...), beleza e graça das ilustrações, qualidade do texto, cuidados na edição (capa, tipo de papel, projeto gráfico), a estética do livro. Mas posso dizer que é também muito subjetivo: o livro me agrada por algum motivo, me conquista, me toca, me encanta, então passo a indicá-lo tanto para os clientes da Livraria como para as escolas. Feliz-mente, os bons livros são muitos! Por isso, toda vez que esco lho os livros para a Escola Caracol, deixo livros encantadores fora da lista, aguardando a próxima “viagem”! É uma alegria quando chega o momento de enviar mais livros!

Como é feita a pesquisa dos títulos das obras que são sugeridas ao Caracol?

Meu contato com a Literatura Infantil é muito intenso! A Livraria Companhia Ilimitada completou este mês 18 anos de atividade. O livro infantil faz parte do meu dia a dia. Leio muito. Es-tou sempre acompanhando os últimos lançamen-

tos, atenta aos principais autores, já bem conheci-dos, mas também às novidades, tanto de autores nacionais como estrangeiros traduzidos. Algumas editoras nos mantêm informados por meio de e-mails que divulgam os lançamentos ou visitas de divulgadores que nos apresentam as novidades (pre firo assim: ver os livros ao vivo e a cores!).

Além disso, adoro ler, adoro livros e adoro frequentar livra rias! E também não perco a Bienal do Livro, na qual há exposição de várias editoras... e lá vou eu “à caça” de livros novos e belos!

A parte cultural da Livraria Cia Ilimitada em São Paulo é rica e intensa, assim como a do Caracol. Na sua opi­nião, é essa sintonia que faz com que o resultado, que é o amor que os alunos do Caracol têm pelos livros, aconteça?

Com certeza! É muito bom encontrar uma escola que se empenha em passar para seus alunos a riqueza cultural que pertence a todos e, infelizmente, muitos não aproveitam... Sinto que trabalhamos na mesma direção. Na nossa Livra-ria, realizamos várias atividades ligadas à literatu-ra, como encontros com autores, lançamentos de livros, sessões de narração de histórias, tardes e noites musicais, não só para crianças, mas também para adultos. No encontro com as pessoas que frequentam a Livraria, temos a oportunidade de observar crianças, adolescentes, suas famílias e po-demos perceber o quanto o livro pode enrique-cer a vida de todos! Crianças que ouvem histórias, que experimentam o prazer de ouvir seus pais lerem ou narrarem suas próprias histórias, têm a possibilidade de criar vínculos profundamente enriquecedores em suas vidas. Isto refletirá no

amadurecimento, na sensibilidade, nos futuros re-lacionamentos. Estamos plantando sementes e es-perando que esse amor pelos livros nasça, cresça, amadureça e dê frutos

Para quantas escolas a senhora faz esse tipo de consultoria no Brasil?

Em São Paulo, são 12 escolas e a expec-tativa é que esse número aumente! São escolas principalmente da Região Norte da Cidade, onde está situada a Livraria. Fora de São Paulo, além da Escola Caracol, já fizemos esse tipo de trabalho para uma creche em Brasília e para uma escola em São João Del Rey, em Minas Gerais. Mas não é um trabalho sistemático como o que acontece com a Escola Caracol, para onde já enviamos livros pelo correio oito vezes, isto em dois anos e quatro meses! E já foram 330 livros!

Liane HickmannProfessora, Supervisora e responsável pela Biblioteca do Caracol

As mulheres dos livros do

Maria Luiza Custódio dos Santos SoutoConsultora literária do Caracol

CARACOL

Page 6: Jornal Caracol n27

O brincar e a alimentação da criança

“Os momentos em que o adulto permite que a criança participe das situações ou a convida a participar

sabendo que será capaz de obter sucesso com sua atuação, servem para estimular o desenvolvimento

(...). Desta forma, a pessoa adulta está oferecendo-lhe um contexto compartilhado, no qual ela possa fazer

coisas sozinha que lhe permitam avançar nas suas capacidades, partindo daquilo que já sabe.”

Bassedas, 1999

O processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança na pré-escola não é apenas uma apresentação de conteúdo. Sua expressão e relações passam pelo ato de brincar. Na maior parte do tempo, as crianças se comunicam por meio das brinca-deiras, que é uma das maneiras de se expressarem. É também uma forma de os adultos trazerem novas situações para elas.

Essa comunicação “brincada” é cada vez mais enriquecedora na medida em que novas brincadeiras e instrumentos são apresenta-dos a elas. No Caracol, procuramos trazer os conceitos de alimentação saudável e o gosto por alimentar-se também pela brincadeira.

Para que essa atividade esteja o mais próximo possível da realidade, em que temos que buscar nossas opções de alimen-tação a cada dia, o Caracol criou a Nutrir. Ela é uma empresa, uma cozinha industrial, vinculada exclusivamente à Escola. Além de produzir todos os alimentos utilizados no Caracol, a Nutrir também é o local onde as crianças, a partir do Mater-nal 2, brincam de “fazer comidinha”, mas de verdade.

Ali temos um ambiente preparado para receber crianças, com utensílios e mobiliários de cozinha, adequados para o tamanho dos pequenos. Com uniforme próprio para a

tarefa, elas se transformam em cozinheiros.

Poder conhecer os alimentos por meio da manipulação, ver ingredientes se transformarem em um produto mais complexo, comestível e saboroso, serve também como uma via para provar algo novo, diferente. E é o que muitas vezes acontece no momento em que elas vão lanchar o que prepararam no dia da oficina culinária.

É uma brincadeira que estimula as habilidades motoras de cortar, amas-sar e modelar. Quando uma criança quebra pela primeira vez um ovo e utiliza-o numa receita, podemos observar no seu olhar um misto de perplexidade, alegria e satisfação de executar uma nova tarefa. Nesta

verdadeira diversão, podemos levá-la à percepção de suas capaci-dades.

A pré-escola tem o papel de desenvolver a autonomia da criança com brincadeiras e jogos. Assim, quanto mais desafiadoras forem essas atividades, mais ela estará auxiliando no desenvolvimento das habilidades!

Cynthia StriebelNutricionista do Caracol e da Nutrir

O Inglês no Caracol

Page 7: Jornal Caracol n27

O brincar e a alimentação da criança

“Os momentos em que o adulto permite que a criança participe das situações ou a convida a participar

sabendo que será capaz de obter sucesso com sua atuação, servem para estimular o desenvolvimento

(...). Desta forma, a pessoa adulta está oferecendo-lhe um contexto compartilhado, no qual ela possa fazer

coisas sozinha que lhe permitam avançar nas suas capacidades, partindo daquilo que já sabe.”

Bassedas, 1999

O processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança na pré-escola não é apenas uma apresentação de conteúdo. Sua expressão e relações passam pelo ato de brincar. Na maior parte do tempo, as crianças se comunicam por meio das brinca-deiras, que é uma das maneiras de se expressarem. É também uma forma de os adultos trazerem novas situações para elas.

Essa comunicação “brincada” é cada vez mais enriquecedora na medida em que novas brincadeiras e instrumentos são apresenta-dos a elas. No Caracol, procuramos trazer os conceitos de alimentação saudável e o gosto por alimentar-se também pela brincadeira.

Para que essa atividade esteja o mais próximo possível da realidade, em que temos que buscar nossas opções de alimen-tação a cada dia, o Caracol criou a Nutrir. Ela é uma empresa, uma cozinha industrial, vinculada exclusivamente à Escola. Além de produzir todos os alimentos utilizados no Caracol, a Nutrir também é o local onde as crianças, a partir do Mater-nal 2, brincam de “fazer comidinha”, mas de verdade.

Ali temos um ambiente preparado para receber crianças, com utensílios e mobiliários de cozinha, adequados para o tamanho dos pequenos. Com uniforme próprio para a

tarefa, elas se transformam em cozinheiros.

Poder conhecer os alimentos por meio da manipulação, ver ingredientes se transformarem em um produto mais complexo, comestível e saboroso, serve também como uma via para provar algo novo, diferente. E é o que muitas vezes acontece no momento em que elas vão lanchar o que prepararam no dia da oficina culinária.

É uma brincadeira que estimula as habilidades motoras de cortar, amas-sar e modelar. Quando uma criança quebra pela primeira vez um ovo e utiliza-o numa receita, podemos observar no seu olhar um misto de perplexidade, alegria e satisfação de executar uma nova tarefa. Nesta

verdadeira diversão, podemos levá-la à percepção de suas capaci-dades.

A pré-escola tem o papel de desenvolver a autonomia da criança com brincadeiras e jogos. Assim, quanto mais desafiadoras forem essas atividades, mais ela estará auxiliando no desenvolvimento das habilidades!

Cynthia StriebelNutricionista do Caracol e da Nutrir

O Inglês no Caracol

O inglês no Caracol está completando o segundo ano com re-sultados extremamente satisfatórios. Observamos as crianças em algu-mas situações, até mesmo fora do espaço das aulas, utilizando palavras, cantando ou fazendo as brincadeiras que aprenderam. O que também nos gratifica é a receptividade e o carinho com os quais, nós, as Tea-chers Neca e Aura, somos recebidas pelas crianças.

Algumas famílias nos contam que os filhos, em casa, falam pala-vras e cantam, o que nos sinaliza que o Projeto está no caminho certo e alinhado com a proposta da Escola, que é despertar a criatividade e a curiosidade em relação à aprendizagem de línguas.

A implantação do inglês no Caracol envolveu muito cuidado, pesquisa e observação, pois não queríamos apenas uma aula de inglês, mas um trabalho integrado com a proposta da Escola e aos projetos previstos para cada grupo. Assim, durante um longo período, o traba lho

cotidiano e o planejamento do Caracol foram acompanhados por meio de observações dos professores e alunos, a fim de obter elementos para a elaboração do Projeto.

Os recursos utilizados para trabalhar com as crianças também foram cuidadosamente pensados e selecionados. Os livros de Literatura e o material pedagógico foram encomendados do exterior. Temos tam-bém uma assessoria literária em São Paulo, que nos auxilia em manter a Escola atualizada sobre os lançamentos dos livros. Os vídeos e músi-cas são constantemente pesquisados e renovados, embora as crianças gostem de revê-los. Muitas vezes, pedem “aquele vídeo de quando eu era pequeno”. Então, atendemos às solicitações.

O uso dos recursos virtuais nessa faixa etária nos auxilia como instrumento de encantamento para a aquisição da língua. Nas aulas de inglês, utilizamos diferentes recursos: tecnológicos, músicas, jogos, brin-cadeiras, literatura; geralmente, iniciamos com um vídeo relacionado ao assunto do projeto que está acontecendo e, no segundo momen-to, complementamos com jogos, contação de histórias ou brincadeiras também integradas ao projeto que está em andamento. O importante é que as crianças registrem esse momento de forma positiva, pois através do vínculo e do afeto é que as aquisições se efetivam.

Quanto às brincadeiras e atividades lúdicas realizadas nas aulas, são feitas pesquisas e seleções em diferentes livros, blogs e workshops, com o intuito de proporcionar às crianças contato com brincadeiras

tradicionais da cultura britânica e norte-americana, além de atividades adaptadas para o conteúdo que está sendo trabalhado, com o apoio de recursos como cartas com figuras, brinquedos e objetos.

O lúdico na aprendizagem de idiomas é fundamental. Além de fazer parte do universo infantil aproximando-se de suas realidades, é um momento em que as crianças têm a oportunidade de colocar em prática o vocabulário que aprendem, exercitando a pronúncia e relacionando momentos em que podem contextualizar expressões e palavras.

Acompanhar o desenvolvimento das aquisições das crianças ao longo desses dois anos possibilita adequações, ajustes no planejamento e estabelecimento de novos desafios. Essa flexibilidade e esse olhar pe-da gógico é o que nos diferencia. Por tudo isso, não somos apenas uma aula especializada, nem um curso de inglês, mas um projeto integrado à proposta pedagógica do Caracol.

Recentemente, participamos do III Encontro Nacional sobre a Linguagem da Criança, promovido pela UFRGS, nos aprofundando na aquisição da segunda língua na infância. Ao mergulharmos na teoria, nos damos conta de que a forma como estamos encaminhando a introdução de outra língua na vida das crianças é a mais adequada.

Teacher and coordenator Maria Leonor SilvaPedagoga

Teacher Aura CamposProfessora de Inglês formada em Licenciatura em Letras pela FAPA

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No mês de junho, as turmas de Mater-nais II e Jardins A estudaram a tipologia textual poesias, com as obras de Mario Pirata. O Projeto nos levou para o mundo do “Brinca-deiro”, autodenominação dada pelo próprio poeta. Foram três semanas de pura diversão e muita imaginação. Mário é um artista muito solícito, tanto que, quando entramos em contato pelo Skype, fez questão de saber o nome de cada um e, conforme o aluno se apresentava, uma rima ele realizava. Também, quando foi indagado sobre se haveria algum problema em antecipar sua visita à Escola, Mario respondeu que “não tem problema, eu faço poema”. Que delícia! Se uma resposta do Mario já é uma brincadeira, suas obras então encantam a todos os públicos, principalmente nossas crianças, que adoraram.

Aprenderam como brincar com as palavras, interpretar poesias e se divertir com as rimas e trava-línguas. As horas do conto foram recheadas de brincadeiras das quais nós também fizemos parte. Rimamos nomes com palavras diversas e colocamos uma pitada de alegria em cada momento do Projeto. As produções gráficas também foram enriquecidas, como por exemplo, as ilustrações lúdicas das obras. O bicho-poesia foi representado de várias formas e nos acompanhou em cada leitura. Foi como se cada um tivesse ficado com um bicho-poesia dentro de si e quando ele aparecia... Criatividade e diversão na certa.

Durante o Projeto, brincamos muito, brincamos de ser “brincadeiros” e aprimora-mos o prazer pela leitura, brincamos de ser escritores e descobrimos rimas e palavras engraçadas. Descobrimos e criamos! Criamos com prazer e com envolvimento. Compreende-mos que a poesia é um tipo de texto diferente, no qual até a forma de escrever as palavras pode ser do jeito que o escritor quiser, como por exemplo, em círculo, de cabeça pra baixo, uma palavra abaixo da outra, seguindo caminhos que só a imaginação pode nos levar. A poesia tem esse fascínio e, como o próprio “Brinca-deiro” diz em um de seus poemas: “A magia da poesia é plantar alegria”.

No dia 19 de junho, Mario passou o dia na Escola. Fizemos roda de poesia, cantamos e dançamos ao som do seu pandeiro. Realizamos um sarau com os pais no final da manhã e outro no final da tarde. O poeta nos encantou com sua poesia e deixou a seguinte mensagem aos pais: “Banhem seus filhos com ritmo e histó-rias”.

Flaviane AnchietaProfessora do Jardim A

Janaina SilvaProfessora do Maternal II

“BRINCADEIRO”Brincando de ser