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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 15 - Nº184 NOVEMBRO 2015 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE P 12 P 11 P 11 P 19 Feira da Perdiz e Festival Gastronómico revelam potencial Novo cais «devolve» população ao Rio Guadiana «VRSA Invest» é portal dedicado às oportunidades de investimentos no concelho ALCOUTIM CASTRO MARIM VRSA O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela instalado em Santa Rita comemorou 10 anos de vida Deputados eleitos pelo Algarve já tomaram posse P 13 a 15 JORNAL DO BAIXO GUADIANA MEDIA PARTNER

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Mensal do Baixo Guadiana Português e Espanhol

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Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 15 - Nº184

NOVEMBRO 2015

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

P 12

P 11

P 11

P 19

Feira da Perdiz e Festival Gastronómico

revelam potencial

Novo cais «devolve» população ao Rio

Guadiana

«VRSA Invest» é portal dedicado às oportunidades de investimentos no

concelho

ALCOUTIM

CASTRO MARIM

VRSA

O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela instalado em Santa Rita comemorou 10 anos de vida

Deputados eleitos pelo Algarve já tomaram posse

P 13 a 15

JORNAL DO BAIXO GUADIANA MEDIA PARTNER

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

JBGJornal do Baixo Guadiana

Não há que fugir aos momentos como se eles não existissem, seria, aliás, uma falta de respeito para com os nossos leitores. O País está no meio de uma crise polí-tica resultante do que o voto dos portugueses expressaram, sobre-tudo ao não darem uma maioria absoluta de mandatos (deputados eleitos) quer à coligação que até aí nos governava, quer ao maior partido da oposição.

O País tem já uma longa história democrática, de mais de 40 anos, e uma Constituição que modela as suas formas de funcionamento e nos tem dado a todos tranqui-lidade quanto à estabilidade do regime democrático que temos

vivido.O jogo democrático faz-se

de alternâncias e de diferen-ças, tendo presente o respeito pela vontade dos portugueses expresso em votos. É, portanto, a meu ver, nessa perspectiva, que temos de entender o que decorre do normal funcionamento da democracia, porque é nessa raiz que reside a sua virtude.

Nesse sentido, apesar da tensão que se vive, muitas vezes alimen-tada por órgãos de informação que têm de vender jornais ou disputar audiências televisivas, como cidadão, não estou nada preocupado com a situação da crise política presente porque as crises desta natureza só aconte-cem em democracia.

Seja qual for a solução que após 10 de Novembro, quando o Programa do actual Governo for a votos no Parlamento, porque é na Assembleia da Repú-blica que tudo de acordo com a

Constituição se decide, a solu-ção que vier a ser encontrada, e espero que a que for, seja pronta e duradoura, o que me preocupa realmente é que seja concreti-zada, tendo em conta o interesse do País, no respeito pelos seus compromissos internacionais e neles quanto à União Europeia, mas sobretudo que a solução tenha presente os interesses de Portugal e dos portugueses.

Estando claro para nós que os deputados eleitos independente-mente do círculo eleitoral porque se candidataram são deputados da nação, é nosso objectivo pro-curarmos estreitar ao longo desta nova legislatura que agora acon-tece, acompanhar, dar expressão, ao que cada um, ou ao conjunto de cada um dos nove deputados eleitos pelo círculo do Algarve, dispensa nas suas funções aos problemas da região.

Porque em muitas circunstân-cias da história do regime demo-

crático, independentemente de posições partidárias diferencia-das, foi possível unir esforços para que se concretizassem por decisão da Assembleia da Repú-blica, grandes aspirações dos algarvios e de tais decisões e empenhamento conjunto avulta a aprovação de uma Lei que tornou possível a Universidade do Algarve, a Via do Infante e a auto-estrada de ligação a Lisboa.

Adiadas ficaram as obras do IC 27 até Beja, os melhoramentos na EN 125, a nova ponte sobre o Guadiana, as Portagens, para não ir mais longe. Veremos o que acontece quanto ao Algarve e ao território do Baixo Guadiana, nesta nova legislatura. Que cada um honre os compromissos com os eleitores que os elegeram.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Alexandra GonçalvesAna Amorim DiasCarlos BrásCarlos CampaniçoEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzNuno Miguel AntónioMiguel GodinhoPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

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Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

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Vox Pop

R: Gosto que haja mudança porque só assim poderemos analisar o que podem fazer os partidos que não são do arco da dita governação. Há interesses insta-lados! É urgente removê-los! Abrem-se portas de esperança para que a demo-cracia funcione mais aberta, rompendo com a tradição que nos levou ao estado falido que estamos. A dívida é impagável! Há que reestruturá-la e é preciso alguém com coragem que derrube essa ver-dade: a dívida é impagável! A esquerda não me assusta. Sei que assusta a banca, porquê? Tudo que pagamos de imposto vai para banca para pagar os negócios ruinosos que eles arquitectaram. Estou farto que tal aconteça!

R: No fundo as expectativas serão as mesmas destes últimos quarenta anos: um país submetido a uma partidocracia de medíocres, que nunca se mostra-ram interessados no engrandecimento e valorização do seu país, mas tão só nos seus interesses pessoais e nos inte-resses dos partidos a que pertencem. Os exemplos são tão flagrantes que escuso de os enunciar, basta olhar para os dis-cursos alarmistas do nosso Presidente da República, que não consegue ser isento nem imparcial. O mesmo acon-tece com o PS, um partido de direita, cuja sede de poder o tornou capaz de fazer alianças com a esquerda. Temos sido governados por pessoas sem escrú-pulos, inseridas em organizações, a que chamam partidos políticos, mas que não passam de associações de gente pouco honesta e sobretudo anti-patriótica. O mais parecido com os partidos políti-cos são as organizações criminosas, do tipo mafioso, mas essas são geralmente escrutinadas pela justiça. Por conse-guinte, não tenho quaisquer esperanças no futuro. Caminhamos alegremente para o abismo. Perdemos tudo e não tardaremos a desaparecer como país, independente e universalista, com nove-centos anos de história, a mais velha nação da Europa.

Nome: Nelson MonizR: Vejo com muita preocupação, pois muitos cenários podem ocorrer pela pri-meira vez desde que vivemos em demo-cracia, ou seja, um partido ou coligação ganha as eleições e outro partido ou coli-gação é que governa. Nunca uma situação semelhante foi vista em Portugal, apesar de ser possível e constitucional, nas elei-ções legislativas elegemos deputados e são estes que elegem um governo.Apesar da incerteza sobre qual o cenário que irá vingar, creio que está a passar muito tempo sem que se saiba o que irá acontecer.Na minha opinião, estas incertezas em nada contribuem para a imagem do país e quanto mais tempo passar, pior será, porque está a gerar-se um certo clima de instabilidade política para os nossos parceiros externos, o que não é nada positivo, visto que infelizmente depende-mos e muito dos mercados externos e da imagem que têm de nós lá fora.

Nome: Jorge BentesNome: José Carlos VilhenaR: De tudo o que me desgosta no povo onde nasci, a “covardia” de tomar nas mãos as rédeas do próprio destino é a mais confrangedora. Interrogo-me; de que serviram 48 anos de ditadura se a minha gente ainda não aprendeu que a democracia quer dizer; o governo do povo. O resultado diz apenas isto; vivo num país que se recusa!

Nome: Manuel Neto Santos

Editorial

Como olha para o desenrolar do processo eleitoral das últimas legislativas. Que expectativas lhe traz?

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 3

CRÓNICAS

Numa altura em que a Europa vive um turbilhão por causa dos milhares de refugiados que fogem da Síria ou do Iraque ameaçados pela guerra e pela fome, um drama humanitário para o qual a União Europeia tarda em encontrar uma solução, o acti-vista luso-angolano Luaty Beirão terminou a greve de fome, ao fim de 36 dias, contra a repressão e a liberdade de expressão em Angola e a tralha socrática de Vila Velha de Rodão organizou uma conferência sobre justiça e política, tendo como orador principal José Sócrates, pro-curando ilibá-lo dos vários crimes de que é suspeito na Operação Mar-quês - tomou posse o XX Governo Constitucional liderado por Pedro Passos Coelho, que poderá ser o governo mais curto da história democrática em Portugal.

Neste quadro surrealista em que mergulhou a nossa democracia com as eleições de 4 de Outubro, que conferiram uma maioria relativa à Coligação Portugal à Frente e infligi-ram uma pesada derrota ao Partido Socialista, registando-se uma subida significativa do Bloco de Esquerda

e a manutenção do eleitorado por parte do Partido Comunista e dos Verdes, o derrotado António Costa teve a displicência de vir reclamar o cargo de primeiro-ministro, con-tando para o efeito com o apoio dos comunistas e dos neo-comunistas.

Devo confessar-vos a minha abso-luta incredulidade perante aquilo a que estou a assistir: o líder do Par-tido Socialista a negociar um acordo com os partidos radicais e anti-eu-ropeístas para tomar de assalto o aparelho de Estado, nas costas do povo. Não foi isso que os portugue-ses disseram nas urnas, antes pelo contrário, manifestaram de forma livre e democrática que queriam um governo liderado pela coligação e por Pedro Passos Coelho, ainda que sem a maioria de mandatos na Assembleia da República.

Se é verdade que a esquerda tem a maioria dos mandatos na Assem-bleia da República e formalmente pode constituir uma coligação de esquerda para governar, não é menos verdade que quem ganha as eleições é quem deve governar. Foi assim nos últimos anos 40 anos

da democracia portuguesa e tal não é vandalizar a democracia, como irresponsavelmente afirmou o Pre-sidente do Partido Socialista, Carlos César, a propósito da indigitação do novo Governo de Pedro Passos Coelho.

Mas vale a pena perceber as razões que levaram António Costa a usurpar e a fazer batota com os resultados eleitorais, traindo o seu partido e, ao mesmo tempo, afas-tando o Partido Socialista da sua matriz social- democrata e euro-peísta: a sede de poder, garantindo lugares para a corja que o segue e a necessidade de justificar ter mandado borda fora o camarada António José Seguro da liderança do partido, a quem acusou de ter alcançado uma vitória “poucochi-nha” nas eleições europeias, quando ele próprio arrecadou uma pesada derrota nas eleições legislativas de 2015.

António Costa foi intelectual-mente desonesto ao afirmar antes das eleições que chumbaria qual-quer Orçamento de Estado que a Coligação apresentasse, ainda que

não o conhecesse, e é politicamente irresponsável quando após conhe-cer a dimensão da sua derrota garantiu que não faria “coligações negativas”, para no dia seguinte ir mendigar apoio ao Partido Comu-nista e ao Bloco de Esquerda.

A mendicidade do líder socialista para chegar a primeiro-ministro, expressa num acordo com a extre-ma-esquerda que ainda não se conhece, é grave porque vai ter de acomodar as bandeiras do PCP e do Bloco Esquerda tais como: Revoga-ção do Tratado de Lisboa, Tratado Orçamental, União Bancária, Pacto de Estabilidade e Crescimento, Des-mantelamento da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro. Como disse o dirigente socialista António Galamba, “O que o Dr. António Costa fez ao PS e ao país é criminoso”.

Contrariamente ao que os dirigen-tes da esquerda afirmaram, que dar posse a Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro constituía uma perda de tempo para a democracia, o Presidente da República Cavaco Silva esteve bem ao empossar o

Governo da Coligação mais votada pelos portugueses, tendo assegu-rado que o “Governo que hoje (30 de Outubro) toma posse tem plena legitimidade para governar”.

Estou firmemente convencido que se António Costa, ancorado no PCP e no Bloco de Esquerda, tiver a coragem política de fazer cair quem ganhou estas eleições no Par-lamento, terá duas consequências: o fim do seu reinado à frente do Partido Socialista e a realização de novas eleições, onde os portugueses irão dar nas urnas a maioria abso-luta à Coligação Portugal à Frente.

Vítor Madeira

O país lá teve que assistir à tomada de posse de um governo com morte anunciada.

A cerimónia demoradamente transmitida pelas televisões foi, tudo o indica, uma mera formali-dade e a frustrada tentativa de dar vida a um nado morto. A maioria parlamentar de esquerda – PS, PCP, BE, PEV – tem anunciado repetida-mente que vai chumbar a tentativa da direita, quando esta se apresentar com o seu programa na Assembleia da República.

O país podia ter sido poupado a esta encenação que adia por cerca de um mês, pelo menos, a urgentís-sima necessidade da formação de um governo estável.

A culpa cabe por inteiro ao a Cavaco Silva e à direita que se recu-

jornal: «No dia 4 de Outubro, a opção é claramente entre continui-dade e mudança.»

Mudança significa hoje, no nosso país, parar a política de austeri-dade, com os tremendos estragos e o generalizado empobrecimento que provocou e provoca em todos os domínios da vida nacional e significa construir uma alternativa que revigore o regime democrático e abra perspectivas de crescimento e desenvolvimento.

Os partidos que combateram a continuidade oferecida pela direita e defenderam a mudança estão actu-almente, como mostrei, em maioria folgada na Assembleia da República e têm por isso toda a legitimidade para constituírem uma solução governativa que dê concretização ao objectivo

que firmemente defenderam.A direita reclama que quem ficou

à frente deve governar, mas a lógica

da democracia corrige: deve gover-nar se for capaz. Ora a coligação PSD/CDS-PP não é capaz de fazer as alianças que lhe garantam uma maioria para passar na Assembleia da República.

No nosso regime constitucional, é o parlamento que gera os governos de acordo com as maiorias que nele se constituem. Não é o Presidente da República.

Ora Cavaco Silva, com um dis-curso mais ou menos crispado (já teve que baixar o tom) quer forçar a manutenção da direita no governo, nem que seja em governo de gestão, recorrendo para isso acu-sações discriminatórias aos partidos à esquerda do PS. Exorbita, desta forma, as suas competências, avilta o seu estatuto de árbitro e promotor da unidade dos portugueses. No caso do governo de gestão, cometeria se fosse para frente, um gravíssimo atentado ao interesse nacional

A decisão límpida e democrática que o Presidente da República tem que acabar por adoptar, arrumadas as tentativas dilatórios que estão em curso, é indigitar e dar posse a uma governo chefiado por António Costa – a verdadeira solução gover-nativa estável, que objectivamente os portugueses levaram à urnas, a 4 de Outubro.

sam a aceitar o verdadeiro veredicto popular das eleições legislativas de 4 de Outubro.

Os resultados destas eleições trouxeram uma grande novidade. É certo que a coligação da direita, PAV, foi a formação mais votada. Mas simultaneamente os portugueses elegeram uma composição parla-mentar que dá a larga maioria ao PS e aos partidos à sua esquerda – 122 deputados, eleitos por mais de 2 milhões e 700 mil portugueses. Duas maiorias absolutas!

Ao contrário do que tem acon-tecido noutras legislaturas, os par-tidos que constituem esta maioria numérica decidiram abrir um pro-cesso de negociações para transfor-má-la numa maioria política e de governo.

É muito compreensível que isto esteja a acontecer.

Escrevi, na véspera das eleições, na edição de Outubro do nosso

Carlos Brito

O Insubmisso

A Solução Governativa

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Novo Governo de Pedro Passos Coelho nas mãos da esquerda “António Costa não tem carácter, não é homem de palavra, não olha a meios”

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

Curso de Educação Social da UAlg realizou III Semana de Campo no Baixo Guadiana

Lucas Teixeira leva o nome de Castro Marim para a passerelle da moda infantil

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

O pequeno Lucas Teixeira, castromarinense de sete anos, foi galardoado com o título «Príncipe Portugal 2015». Em representação da Zona Sul, e arrecadou também o título de «Príncipe Simpatia Portugal».

Aqui na foto está acompanhado por Jessica Chantre, também de sete anos, e eleita «Princesa de Portugal 2015».

A felicidade de Lucas e seus pais é “muita e esta foi uma vitória que surpreendeu e dá mais motivos para continuar este caminho do pequeno Lucas na moda”, conta-nos a mãe orgulhosa. A entidade organizadora foi «Parcela de Sorrisos», de Aveiro, que ajuda as crianças com necessidades especiais e com carências financeiras. A inscrição neste concurso reverteu para a associação.

A educação não se faz só na escola. Partindo deste princípio, que determina uma visão crítica da educação formal, docentes e estudantes do curso rumam aos territórios mais desfavorecidos do ponto de vista social e económico. A ideia, de que é pertinente a prática reiterada de mecanismos da educa-ção não formal no ensino superior, é decisiva para uma aprendizagem de saber-fazer e saber-ser, que dê subs-tância ao conjunto de competências pessoais e profissionais dos educado-res sociais enquanto profissionais de intervenção social e comunitária. Por essa razão, a partilha de conhecimen-tos das boas práticas nas instituições de solidariedade social, nas associações locais de desenvolvimento, nas esco-las e nas autarquias, assume particular relevância, sobretudo quando aquelas lutam com as dificuldades inerentes à sua periferia social e económica.

Desta forma, o programa da Semana de Campo foi organizado de modo a conhecer o trabalho desenvolvido pelo Lar de Idosos de Alcoutim, gerido pela Associação dos Bombeiros Voluntários, e no qual trabalham dois educadores sociais. A troca de experiências, sobre-tudo a partilha dos saberes dos seus utentes com os estudantes, constitui um conhecimento superlativo de como se desenrola o trabalho educa-tivo. Na verdade, o trabalho – quase sempre voluntário – das associações locais de desporto, cultura e recreio é a semente de grande parte das iniciati-vas de educação e de desenvolvimento das comunidades. Daí a importância de ouvirmos em debate as experiên-cias das associações dos Balurcos (em particular sobre o Lar de Idosos), da Intervivos de Martinlongo, da Estrela Pereirense, do Pereiro, e da associação

O curso de Educação Social da Universidade do Algarve realizou a sua III Semana de Campo nos concelhos de Alcoutim e de Castro Marim, entre os dias 5 e 8 de outubro passados. Depois de Quarteira, em 2007, e de Aljezur no ano passado, desta vez os dois concelhos do Baixo Guadiana foram os escolhidos para uma semana de contacto e de partilha entre a turma do 1º ano da licenciatura e as instituições políticas, sociais e educativas dos dois concelhos.

Alcance, mediadora deste momento de troca de ideias sobre a atividade associativa no concelho de Alcoutim. Destaco, em particular, os contributos da nossa educadora Patrícia Estêvão (estagiária em Balurcos) e do presi-dente da Alcance José Manuel Simão, mediador desta iniciativa, ele próprio

um educador comunitário formado na nossa universidade.

Jovens conheceram património do Baixo Guadiana

Tendo como base a ideia de que o conhecimento do território e do seu património é ponto fundamental para qualquer intervenção, o programa da semana incluiu também o contacto direto com espaços e momentos cul-turais obrigatórios. Estão neste caso o percurso pedestre da Lourinhã (inte-grado na Rota do Contrabandista), marco importante da economia local de fronteira, durante grande parte do

século XX; e ainda a visita à estação arqueológica do Montinho das Laran-jeiras, nos meandros do Rio Guadiana, ocupada sucessivamente desde o perí-odo romano; e também a visita ao Museu do Rio, em Guerreiros do Rio, centro de interpretação da atividade piscatória fluvial. No concelho de Castro

Marim, os estudantes e os docentes tiveram oportunidade de conhecer o trabalho de educação social e ambien-tal realizado pela Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e de Vila Real de Santo António. Para além da preocupa-ção de conservação e desenvolvimento das espécies da fauna e da flora locais, percebemos a estratégia de consensua-lizar mecanismos de desenvolvimento económico na agricultura e na pastorí-cia, sobretudo no caso paradigmático do sal artesanal, que tem como seu ex-libris a ‘flor de sal’.

Visitas culturais dos universitários

A aprendizagem constrói-se, ainda, de momentos culturais, vivenciados em colaboração partilhada com os agen-tes educativos que desenvolvem o seu trabalho nas escolas e nas associações. Foi esse o mote da tertúlia poética que decorreu na Casa do Sal em Castro Marim, com a presença de poetas do

Guadiana, de estudantes e professo-res da Escola Básica de Castro Marim e de representantes da autarquia local, iniciativa coordenada pelo professor e amigo Pedro Tavares. A palavra, ver-dadeiro veículo da comunicação e da solidariedade entre povos, foi deixada com forte impacte nas paredes da Casa do Sal, e trazida para fora, para a inter-venção social.

Mas a equipa de Educação Social tembém soube conviver, estabelecer laços de colaboração e de coesão social, na confeção de alimentos na Pousada de Juventude de Alcoutim ou nos banhos retemperadores na sua piscina, ou mesmo na atividade de canoagem de descoberta de troços do rio e da

ribeira de Cadavais, a qual contou com a colaboração do Grupo Desportivo do Guadiana. Os momentos de reflexão, realizados em assembleias espontâneas ou organizadas, permitiram a troca de ideias e de sugestões sobre a educa-ção, os seus processos e metodologias, e sobre a vida profissional do educador social.

Aos que apoiaram: Obrigado!

No almoço de convívio e de encer-ramento desta jornada, devemos des-tacar o acolhimento manifestado pelo senhor presidente da Câmara Muni-cipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçal-ves, autarquia que prestou um apoio técnico e financeiro decisivo, as pala-vras de felicitação do diretor da nossa escola, professor António Guerreiro, e a promessa da senhora vice-reitora da Universidade, professora Ana de Freitas, manifestando o interesse em desenvolver mais iniciativas deste teor no âmbito de outros cursos da Universidade do Algarve. Cabe aqui o agradecimento ao senhor presidente e à senhora vereadora da Câmara Municipal de Castro Marim, aos dire-tores e funcionários das Escolas Básica e Integrada de Alcoutim e Básica de Castro Marim, ao técnico da Câmara de Alcoutim Fernando Dias e a todos os que anonimamente colaboraram.

Por fim, é curial agradecer a todos os estudantes da turma do 1º ano do curso de Educação Social, pelos valo-res éticos demonstrados ao longo da semana, aos estudantes monitores con-vidados (André, Petra e Catarina) e aos meus colegas docentes, sabendo que estas experiências são parte integrante da nossa função de educadores.

Alunos partiram à descoberta do Baixo Guadiana

Lucas Teixeira foi eleito «Príncipe Portugal 2015». Aqui acompanhado pela «Princesa de Portugal»

Helder Faustino Raimundo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 5

EDUCAÇÃO

Europe Direct Algarve trouxe a Europa à comunidade mais nova

Melhores alunos de Castro Marim ganharam como prémio uma viagem aos Açores

Aulas de natação ensinam cerca de mil crianças

Instalado em Faro o Centro Europe Direct Algarve em levado a cabo inúmeras ações de informação e sensibilização para as questões europeias. O JBG acolhe com periodicidade uma coluna dedicada aos temas da União Europeia na óptica de facilitar a comunicação entre este Centro e a comunidade. Mas, a verdade é que muitas vezes os técnicos daquele gabi-nete sentem a necessidade de sair para o terreno e levar pessoalmente a informação disponível. Foi o caso de uma ação que decorreu em meados de Outubro na vila medieval de Castro Marim. Concebido pelo Centro Europe Direct Algarve/ CCDR Algarve, o projeto Europa nas Estórias teve como objetivo a divulgação dos valores da cidadania europeia junto do ensino pré-escolar, 1º e 2º ciclo, tendo sido apresentado por todo o Algarve nos últimos dois anos com a colaboração da Oficina Divertida de Faro com o seu projeto Danças do mundo e em praticamente todos os concelhos do Barlavento, com sessões em salas de aula, Bibliotecas escolares e em espaços museológicos. A 14 de outubro foi apresentado o Livro e a Exposição do projeto em Castro Marim numa sessão única na Praça 1º de maio. A sessão permitiu a participação de 100 crianças do concelho e seus educadores e professores numa atividade interativa de dança e teatro. Esta sessão destinou-se a crianças dos 4 aos 7 e a participação requer inscrição prévia da turma. A Exposição “Europa nas estórias, unidos na diversidade” ficará patente até 13 de novembro na Biblioteca Municipal de Castro Marim, podendo ser visitada e explorada individualmente ou em turma a partir dos materiais expostos e do Dossier Pedagógico de apoio. A referida Exposição está disponível para itinerância.O projeto conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e da Câmara Municipal de Faro.Para conhecer melhor o Projeto Europa junto do Centro Europe Estórias e o Livro.

De acordo com a câmara municipal de Castro Marim esta viagem premiou a “o mérito e a excelência” dos alunos do 2.º e 3.º ciclos.

Foram no total 15 alunos que pude-ram experimentar uma viagem até ao arquipélago dos Açores.Com 18 anos de existência esta distin-ção tem-se revelado “uma verdadeira motivação para os alunos e também um estímulo para a escola”, defende que sublinha que “é uma das estra-tégias que mais fortemente estimula os alunos para a conquista de melho-res resultados escolares, este prémio propicia à generalidade dos alunos participantes experiências inesquecí-veis e que mais tempo permanecem

A Iniciativa não é uma novidade e tem ensinado muitas crianças a nadar. Chama-se «1,2,3,4... Já sei nadar».

O grande objetivo da iniciativa desportiva é “transmitir aos alunos do 1º ciclo e pré-escolar noções básicas de natação, aumentando a sua confiança e segurança no meio aquático”.São já 38 turmas abrangidas, che-gando a 700 alunos do primeiro

na sua memória, proporcionando-lhes um maior enriquecimento cultural, um alargamento de conhecimentos e horizontes, perspetivas e sensações”, assegurou o Diretor do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, José Nunes.A viagem teve lugar entre 11 e 14 de setembro, sendo que o grupo de estudantes visitou os princi-pais atrativos turísticos da ilha de S. Miguel, como as Lagoas das Sete Cidades, Ponta da Ferraria, Lagoa das Furnas, Vulcão do Fogo e ainda visitas à fábrica de chá da Gorreana e às plantações de ananás.Recorde-se que a na sessão solene do Dia do Município de Castro Marim os alunos subiram a palco receberam, das mãos do execu-tivo castromarinense, diplomas de mérito, num reconhecimento do esforço e bons resultados alcança-dos.

ciclo. Vai estender-se a cerca de mais 300 crianças, desta feita do ensino pré-escolar. Totalmente gratuito proporciona a primeira experiência dentro de água e “no total, cerca de um milhar de crianças terá acesso à medida (durante seis anos conse-cutivos, caso tenham começado no pré-escolar), consolidando a aposta da autarquia no desporto escolar”, explica a autarquia pombalina.As aulas decorrem em sistema rotativo e têm lugar de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h15, nas Piscinas Municipais de VRSA, sendo cada grupo acompanhado por um professor responsável, dois profes-

sores de educação física e auxiliares educativos.

Aprendizagem feita ao ritmo de cada criança

Segundo a organização da ação “a aprendizagem é feita ao ritmo de cada criança, sendo efetuada uma avaliação inicial”. Para possibilitar a adesão de todas as escolas ao projeto, a autarquia disponibiliza transporte gratuito entre as pisci-nas e os estabelecimentos de ensino. Além de ensinar os alunos a nadar de forma correta, diminuindo os riscos associados aos acidentes ocorridos

em meio aquático, a iniciativa tem ainda como meta a promoção de estilos de vida mais saudáveis e o combate à obesidade infantil, áreas que já deram origem a programas específicos desenvolvidos pela Câmara Municipal de VRSA.

Castro Marim acolheu mais uma iniciativa do Centro Europe Direct, com delegação em Faro, e que pretendeu sensibilizar os mais pequenos para o tema da Europa.

Crianças do pré-escolar e 1º ciclo conheceram a temática Europa

Iniciativa abrange crianças do pré-escolar e 1º ciclo

Foi premiada a excelência e o mérito dos melhores alunos do 2º e 3º ciclos

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Exposicion de la ayamontina Beli Toscano en Oporto

Marcha contra el cancer

Fotografía y poesía se unen en el Molino del Pintado de Ayamonte

Muchas veces cualquier excusa es buena para conocer otros lugares, otras gentes o para descubrir la cre-ación de quienes cada día, buscan a través del estudio y la investi-gación nuevas formas de innovar en aquellas parcelas en las que se encuentran más cómodos o están más habituados. Este es el motivo que nos ha llevado, en esta oca-sión, hasta otra desembocadura menos salvaje y más urbanita que la nuestra. Hemos ascendido en el mapa y dejado atrás el Guadiana, para sucumbir ante la inmensidad del Duero. Oporto nos ha recibido en medio de una semana cargada de otoño.

“ Lufada de ar” es la muestra abierta al público en la sala de la Fundación PT de Oporto, en la Gale-ría Teniente Valadim y que estará visitable hasta el día 30 de este mes. Dos mujeres, dos historias, dos artes distintos pero casados para la oca-sión y un grito de admiración a la hora de traspasar la puerta principal de esta sala perfectamente dispuesta para el recreo visual de cada una de las obras. Amigas desde los años setenta, crearon su amistad en una

Abrió el día buscando dar un respiro al mal tiempo y dejar que las gentes salieran a disfrutar de todas y cada una de las actividades que se ofrecían en la ciudad. Y la pleamar se asomó de nuevo, con el ritmo de siempre y la velocidad de cada tramo, a esas maris-mas tan especiales y tan queridas por los ayamontinos. El Molino del Pintado transformó su silencio de cada día por el ritmo y las voces que le hacen tan especial cada cuatro domingos. Los puestos se fueron abriendo uno tras otro y los objetos se dejaron ver sin el menor de los rubores.

El cambio de hora no cambio en nada la actividad y así fue cada una de ellas

Ayamonte ha hecho un alto en la tormenta del día para dar salida al segundo paseo contra el cáncer. Una manifestación verde que ha recorrido las calles de la ciudad a lo largo de la mañana haciendo visible la solidaridad de los ayamontinos con quienes luchan con una enfermedad tan cruel.

A primeras horas de la mañana y aprovechando que la tormenta hizo un alto en el camino, se podía ver a la marea verde concentrándose en la Plaza de la Laguna, con presencia de muchísima otra gente dispuesta a mos-trar su apoyo y colaboración. Suelta de palomas, palabras de agradecimiento y

playa virgen que aun hoy lucha por mantenerse alejada del cemento y el bullicio. Isla Canela fue el argumento para cada verano, contar historias, fraguar sueños y buscar la ocasión para interpretar las inquietudes de entonces y convertirlas en leyendas de hoy. Isabel venida de Angola y Beli del internado de Huelva, pero con raíces próximas a sus inquietu-des, son los personajes.

Beli Toscano, ayamontina de naci-miento pero afincada en Sevilla, dominadora del color y provista de una imaginación en plena eferves-cencia, muestra su último trabajo a través de una serie de 13 cuadros en pequeño formato donde cuatro ele-mentos se disputan el protagonismo en cada una de las obras: el agua, la figura humana, la rosa de los vientos y el viejo velero. Un juego de colo-res, de luces y tamaños que pare-cen traer una secuencia de mensajes difuminados y distribuidos en tan corto espacio físico. Y una docena de obras en formato medio, donde muestra su amplia paleta, su técnica mixta novedosa y la figura humana como eje central de su discurso. Desde 2006 no veíamos la obra de

se fueron asomando con naturalidad. La puerta que da acceso al salón de actos se mostró reacia y no se dejó abrir, pero en el interior del mismo se dio por inaugurada la muestra fotográfica Tenderete”, de los autores Malia León y Cesar Carnacea. Malia es fotógrafa y diseñadora gráfica, que toma muchas molestias en la composición de la escena, el maquillaje de los protago-nistas y la expresión de sus caras para que todo salga a la perfección. Cuida al máximo los detalles y en la edición final deja todo impecable. Está espe-cializada en retratos artísticos, en los que intenta dar un toque emocional e imprimir un sentimiento subyacente en

de petición de una mayor ayuda institu-cional para quienes sufren su dolencia. A continuación se inicia la marcha que busca la Plaza de San Francisco, la zona más alta de la Villa para transcurrir hasta el estanque donde los caminantes se cruzan con el puesto de avitualla-miento y toman el perímetro exterior de la ciudad hasta llegar al pabellón municipal, desde donde encaminan sus pasos hasta la Plaza de España.

Ambiente de fiesta en el recinto, con exhibiciones deportivas a cargo de algún gimnasio de la localidad, música, paellas y lágrimas en los ojos de las responsables de esta iniciativa al

verse arropadas de una manera tan extraordinaria. Desde el templete de la música, Ana, presidenta de la asociación local, agradece el apoyo que han recibido así como el hecho de haber vendido las mil cuatrocientas camisetas que se pusieron a la venta, se agotaron y desfilaron por las calles de un Ayamonte que en esta mañana se ha vestido de fiesta. Felicidades.

cada fotografía, cuidando al máximo los detalles y la iluminación. Por su parte Cesar Carnacea, se muestra por primera vez en público y para él ha sido un honor hacerlo al lado de una profesional de enorme calado. Cesar se siente cómodo con la cámara paseando por la calle e imaginarse un cazador de imágenes, de las más inesperadas o más atrevidas. Observa, mira y cuando algo le llama la atención solo tiene que jugar con el mando de su cámara Sony nex 7. Y luego lo que más le atrae, es poder compartir sus trofeos fotográfi-cos en las redes sociales, donde intenta sorprender a todos con el resultado de su personal visión de lo cotidiano.

Minutos después de la hora prevista, Diego Mesa serio y responsable, sabe captar la atención del público que casi llena el salón de actos, para leer pau-sadamente el prólogo del poemario de Aurora Cañada “Retazos”, obra del escritor Manuel Flores Osuna. Aurora por su parte se muestra escueta, y deja el poemario que juguetee entre sus dedos mientras relata brevemente sus inquietudes poéticas que le vienen desde la infancia hasta estos mismos instantes. Quizás el hecho de ser su primer poemario en solitario hace

que las sensaciones sean inmensas por lo que recurre a leer alguno de los poemas y dejar con meridiana cla-ridad, su temática preferida. Es una denuncia de la injusticia, la opresión o la falta de solidaridad. Endulza los momentos con algún que otro poema amoroso para al final invitar al público de la sala que se atreva a ser su com-pañero de viaje y dejarse caer con una lectura improvisada que arranque nuevas sensaciones en quienes escu-chan. Voces distintas relatan poemas nuevos mientras sus voces se escapan

por entre los resquicios de estas viejas paredes, compañeras de mareas fieles en cada jornada marismeña.

Una nueva sensación que nos llega en esta ocasión de la mano de una mujer que se encuentra más cómoda escribiendo que enfrentándose a un público que la aprecia y le reconoce su trabajo. Y mientras en el exterior sigue sonando la música que nos trae Sebastián, fiel también a estas citas un domingo de mes que como buen caminante va cambiando de mes en mes.

esta mujer inquieta y creadora, que aquel entonces se mostraba en el Real Alcázar de Sevilla.

Isabel de Andrade, angoleña en su origen pero portuense de pro, se vuelca en la escultura y lo hace con igual destreza tanto en cobre como en papel. Sorprenden sus trabajos coloristas en papel, donde la forma y el tamaño dan vida a su creación y se deja llevar sin esfuerzo alguno. Sin embargo para esta exposición

se ha inclinado por el bronce y ha dejado en manos de los espectado-res la exclamación más adecuada o el gesto más natural. Sus trabajos se centran en el cuerpo humano y los trata con una enorme delica-deza y elegancia de una especial estética. Uno, que toda la vida ha estado sumergido por entre esce-narios deportivos, que ha rastre-ado el movimiento como la base de ejecución para cualquier prác-

tica deportiva y que ha utilizado el lenguaje corporal como arma de comunicación, no ha podido más que aplaudir a rabiar la traduc-ción tan magistral de semejantes obras, repletas de una coreografía gestual perfecta, de una elasticidad donde el movimiento se transforma en verso y donde los cuerpos se diseñan para que no tengan fin, que sean inmensos y prolongados hasta la eternidad. Esos bailes, o esos estiramientos y esa coordinación motora entre participantes, esos gestos, transforman las esculturas en obras maestras.

Ha sido un enorme acierto com-binar ambos estilos, ambas formas de expresarse y de mostrarse, como un todo que ha dejado un magni-fico sabor de boca en los porteños presentes y en los amigos y admira-dores de ambas, desplazados desde diversos puntos de la geografía tanto lusa como española. Una exposición que tenemos entendido que podremos disfrutar en el pró-ximo verano por tierras onubenses, lo que será una nueva excusa para disfrutar de estas dos mujeres crea-doras de estilos muy personales.

“ Lufada de ar” es la muestra abierta al público en la sala de la Fundación PT de Oporto,

Los autores Cesar Carnacea y Malia León

Ambiente de fiesta en el recinto, con exhibiciones deportivas a cargo de algún gimnasio de la localidad, música, paellas y lágrimas en los ojos

José Luis Rúa

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 7

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Tercera edicion del Iberman de larga distancia de la Eurociudad

Primer encuentro nacional de coleccionistas de muñecas antiguas de España

La tercera edición del Iberman de larga distancia de la Eurociu-dad del Guadiana, ha cumplido con las expectativas previstas en todos sus aspectos, destacando si cabe, el alto nivel de competición de los participantes, así como la afluencia de público a lo largo del recorrido, especialmente en la hora de salida en la playa de Montegordo y en la zona de llegada, amén del paso por las distintas poblaciones del recor-rido. Ha llamado la atención la presencia de unos 400 triatletas, cuando en la edición anterior lo hicieron unos doscientos, lo que demuestra el creciente interés a nivel internacional que ha des-pertado esta prueba única en el mundo, al compartir escenario en dos países de manera simultánea. En esta ocasión hubo presencia de deportistas de Portugal, España, Noruega, Reino Unido y México entre otros.

Jornada donde los deportistas estuvieron protegidos por nubes, lo que impidió tener que sopor-tar el calor de la edición anterior. Sin embargo el viento que se fue incrementando con el paso de las horas, ofreció mayor trabajo a los triatletas, obligándoles a trabajar mucho más y a la vez tener que saber dosificar el esfuerzo así como adecuar correctamente los

El Centro Cultural Casa Grande de Ayamonte, ha sido el punto de encuentro Nacional de Colec-cionistas de Muñecas Antiguas y han asistido ilusionados a su Primer Congreso, aquí en el Sur del Sur. Una convocatoria que ha sido capaz de reunir a coleccio-nistas procedentes de toda la geo-grafía nacional, dando una vida muy especial a una colección de ilusiones en las personas de los allí presentes, y que si cerrába-mos los ojos por un momento, nos sentíamos trasportados a un aula repletas de chiquillas y chiquillos especialmente sorprendidos ante una experiencia única y suma-mente interesante.

El acto comenzó tal como estaba previsto, con una sala donde más de medio centenar de coleccionis-tas, y numerosos acompañantes, mostraban su interés por el desar-rollo del mismo. Teresa Martín artífice del encuentro y Directora del Museo de Muñecas afincado en Ayamonte, tomaba la palabra no solo para hacer un amplio listado de agradecimientos, en especial al área de cultura del ayuntamiento

fronterizo, sino para hablar con enorme fluidez sazonada con algunos nervios, del papel de la muñeca desde el paleolítico, en sus orígenes, hasta mediados del siglo XX, concluyendo con el siglo de oro de la muñeca de porcelana. Su dimensión de experta restauradora de muñecas de todas las épocas, su colección expuesta en el Museo abierto en Ayamonte y su dominio sobre el coleccionismo, hicieron no solo atractiva su disertación, sino interesante y cargada de nueva documentación para tanto experto como se encontraba en la sala.

Carmen López de Lerma, afincada en Denia en los últimos años, viene de una vida plagada de creatividad, diseño, moda y decoración. Ha sido redactora de contenidos de moda y estilo de vida en revistas nacio-nales. Directora de arte y diseño gráfico en agencias de publicidad. Estilista de fotografía en revistas de decoración y arquitectura o diseña-dora de estampados textiles para teatro y ballet. Presentó su último libro “Muñecas Florido”, una edi-ción que sorprende por el enorme trabajo de investigación y su estu-

dio pormenorizado de esta fábrica tan especial en nuestro país. Por la magnífica presentación y docu-mentación que se puede ir descu-briendo en cada una de sus páginas y por el conocimiento tan intenso y profundo que dejó sobre el esce-nario, de esta personal fábrica de muñecas así como de algunas de las vivencias de su creador.

El público asistente en la sala, todo el vinculado de alguna manera al coleccionismo, no perdía detalle de cada una de las explicaciones de las ponentes, que desde el mismo escenario, relataban con gran maes-tría sus experiencias en el mundo de las muñecas antiguas. María Emilia Lira, afincada en Chiclana, con más nervios que muñecas en su

colección, pero con una sabiduría infinita sobre las mismas, habló de la muñeca española en el siglo XX. Restauradora de profesión durante muchos años, cambió de dirección y en 1997 inició su colección privada que en la actualidad alcanza la cifra nada despreciable de 500 ejempla-res, lo que viene a ser una muestra del enorme valor de la muñeca en nuestro país a lo largo de los tiem-pos. En la actualidad, María Emilia, se dedica a la investigación de la muñeca española, lo que le permite ser una eminencia en este terreno especialmente de una de ellas muy concreta, la muñeca Gisela.

Tras una exhibición tan impre-sionante sobre las muñecas y su valor tanto sentimental como cre-matístico, los participantes en este Primer Encuentro, visitaron las ins-talaciones del Museo de Ayamonte para posteriormente saborear la gastronomía de la ciudad en uno de los restaurantes emblemáticos de la ciudad. Una magnifica inicia-tiva que ha despertado interés en muy distintos sectores y organismos. Felicidades por la iniciativa y por la capacidad de convocatoria.

avituallamientos. Perfecta organi-zación, magnifica seguridad ofre-cida por los cuerpos de seguridad de los dos países y final feliz para una prueba que se hace hueco en el concierto internacional.

La prueba fue controlada de principio a fin por el triatleta del país vasco Iker Prieto con un tiempo de 9:33:12, seguido por el luso Marco Costa que invirtió 9:59:03 siendo la tercera plaza para el también luso, Paulo José Ferreira que marcó un crono de 9:59:44.

En la categoría femenina resultó vencedora absoluta MAari Carmen Peralta 11:15:02, (segunda en la edición anterior, y que rebajó su crono en cerca de una hora). Plata para María Jesús Sierra que acusó el cansancio de su reciente iberman en Mallorca y no pudo hacerse con el quinto iberman consecutivo, invirtió un tiempo de 11:28:21 mientras que Susana Cordero que entró en ter-cera posición hizo un tiempo de 13:54:50.

En el apartado de relevos la vic-toria fue para el equipo portugués formado por Costa-Rodríguez y Silva que invirtió un tiempo de 9:03:04

La competición tuvo como primer escenario la magnífica playa de Montegordo en su primer

sector de natación, con una dis-tancia de 3.8 kilómetros. En el sector bicicleta, con un trayecto de 180 klmts, tuvo su salida en Montegordo pasó por Azinhal, Foz de Odeleite, Alcoutin, Mer-tola y Pomarao para a continu-ación enfilar la “bajada” por el Granado, Villanueva, Villablanca y hacer el cambio T2 en Ayamonte, para enfilar su carrera de 42 kiló-metros, por el paso del puente internacional, transcurrir por el paseo marítimo de Villa Real de San Antonio y dar un par de vueltas por el corta mato de la ciudad lusa y hacer la entrada en meta.

Finalizada la prueba se pro-cedió a la entrega de premios, con presencia de las autoridades municipales de la Eurociudad y ante un numeroso público. Una prueba que se está asentando en el calendario de triatlón de los países luso y español y que cuenta con el respaldo organi-zativo de Iberman y los munici-pios protagonistas, así como de numerosos voluntarios, policía, guardia civil, protección civil y dan seguridad a los deportistas y a los vehículos que circulan por el mismo recorrido. En resumen decir que la prueba va a más y su capacidad de convocatoria crece por ediciones.

El Centro Cultural Casa Grande de Ayamonte, ha sido el punto de encuen-tro Nacional de Coleccionistas de Muñecas Antiguas

La tercera edición del Iberman de larga distancia de la Eurociudad del Guadiana

José Luis Rúa José Luis Rúa

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EM FOCO

A biblioteca municipal de Tavira mostrou-se pequena para acolher uma plateia muito interessada em conhecer melhor o património cul-tural imaterial do Algarve. Participa-ram, entre outros, diversos agentes culturais da região que demons-traram o quanto a diversidade da região a este nível é bem grande. E muitos deixaram-se surpreender. A antropóloga Cristiana Bastos, que comunicou sobre «O conhecimento do Infortúnio: a transmissão de ima-terialidades» focou a serra algarvia, nomeadamente, Alcoutim. Lembrou os tempos dos anos 80, a relação que conseguia estabelecer com as pessoas que na serra viviam num tempo dife-rente e lembrou que a ideia que se tinha da serra era que estava votada completamente ao abandono porque era lugar sem recursos, mas a antro-póloga frisou que “felizmente, apesar do êxodo, houve quem fizesse o per-curso diferente e viesse para a serra e empreendesse”. Outra das notas introdutórias que esta antropóloga fez foi a “intensa dinâmica cultural que se sente hoje no Algarve e que é muito diferente da que existia há 30 anos atrás…”.De referir que as Primeiras Jornadas para a salvaguarda do património cul-tural imaterial do algarve, organiza-das pela associação portuguesa para a salvaguarda do património cultural imaterial, contaram com o apoio da câmara municipal de Tavira e a cola-boração das câmaras municipais de Loulé, Silves, Castro Marim, Olhão, Vila Real de Santo António e Albufeira, Parque Natural da Ria Formosa, Rede de Museus do Algarve, Universidade do Algarve, Universidade Lusófona, Sociedade de Geografia de Lisboa, pportodosmuseus e Edições Colibri e pretenderam contribuir para a sal-vaguarda e para uma mais ampla percepção da riqueza e diversidade do património cultural imaterial do algarve.

As sugestões e preocupações que saíram destas jornadas

Os participantes que tiveram oportunidade de assistir às comuni-cações, debater e trocar experiências no âmbito do Património Cultural Imaterial, apresentaram sugestões e manifestaram algumas preocupações e propostas, entre as quais as seguin-

tes que reuniram consenso:

1. Reconhecer o trabalho meritório que neste domínio vem sendo reali-zado por várias Câmaras Municipais apelando, também, para que todas as autarquias intensifiquem acções de salvaguarda e valorização do Patri-mónio Cultural Imaterial;

2. Afirmar a urgência de criar no Algarve um Programa Operacional que institua o Plano Estratégico para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do Algarve;

3. Considerar a manifestação de religiosidade popular «Mãe Sobe-rana», como susceptível de vir a jus-tificar uma candidatura à UNESCO;

4. Dinamizar a componente ima-terial na prática museológica quo-tidiana, nomeadamente através de formação específica em Património Cultural Imaterial;

5. No domínio do «saber-fazer» alertar para as situações mais graves, como acontece com o mestre João Teodósio, o derradeiro abegão em Ferreiras – Albufeira e Renato Araújo, mestre escaiolador, habitante em Olhão. Tanto mais que estes não são casos isolados. Basta pensarmos no Senhor Sérgio Silva, mestre calafate e barqueiro, o único que ainda labora no Médio Tejo ou no Senhor José Encarnação, o último esparteiro da Beira Interior, sem esquecer a «Arte Chocalheira», exercida por apenas cerca de uma dezena de mestres cho-calheiros e que actualmente pretende ser reconhecida pela UNESCO como património cultural imaterial que necessita de medidas urgentes;

6. Promover a salvaguarda das oralidades tradicionais através de projectos ou actividades conduzidas por autarquias e outras entidades receptivas a esta temática;

7. Propor que as 2ªs Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do Algarve sejam realizadas em Loulé.

Esta sessão terminou com uma comunicação do presidente da Asso-ciação Internacional de Paremiologia, Runo Soares, que nos falou das pro-verbialidades populares algarvias.

O Baixo Guadiana esteve representado nas primeiras Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do Algarve

Decorreu no passado dia 17 de Outubro, na biblioteca municipal de Tavira, a primeira edição das Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural e Imaterial do Algarve. A iniciativa teve lugar ao longo de um dia que contou com as mais diversas abordagens de um Algarve que se demonstrou rico no plano imaterial e cultural. Do Baixo Guadiana as comunicações foram de Pedro Pires e Catarina Oliveira

Baixo Guadiana apresentou Sal e os Astros no Ciclo Agrário e FestivoO Baixo Guadiana esteve em destaque nestas jornadas. O técnico de Património da Novbaesuris, empresa municipal de Castro Marim, Pedro Pires, também regular colaborador do Jornal do Baixo Guadiana, fez uma comuni-cação dedicada à salicultura tradicional como património imaterial de Castro Marim, sendo que sublinhou que esta é uma atividade económica e que a sua valorização representa a manutenção e crescimento da economia deste con-celho. Por sua vez a arqueóloga Catarina Oliveira, que desenvolve o seu trabalho de coordenação no Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela levou para esta sessão o tema «Os astros no ciclo agrágrio festivo, nas práticas quotidianas e na tradição popular: uma aproximação da etno-astronomia no Algarve.

Primeiras Jornadas Nacionais

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EM FOCO

Rui Jerónimo mostrou-se indignado com “algum sensacionalismo por parte dos meios de comunicação social, sedentos de notícias frescas”. Promete “acompanhar o desen-volvimento dos acontecimentos, o cabal esclarecimento de toda esta situação, crentes na qualidade dos produtos” que a «Feito no Zambujal desenvolve.

Perante o alarmismo que se gerou face às últimas notícias da parte da Organização Mundial de Saúde (OMS)Rui J. lembrou que os animais que produz “crescem em liberdade, têm uma alimentação 100% natural, cumprem um ciclo de vida relativamente longo (18 a 20 meses), contrariamente aos ani-mais criados em regime intensivo, que vivem cerca de 6 meses, sem verem a luz do dia, apinhados em locais que lhes limita os movimen-tos e sem qualidade de vida” .

Enchidos sem estabilizantes

Rui explica que “enchidos e presuntos [que produz], são pro-duzidos sem estabilizantes, sem conservantes artificiais, sem qual-quer aditivo químico, sendo que provavelmente, o aprofundar destas questões, mostrarão que são estes conservantes os malefícios princi-pais para a saúde humana”.

O produtor diz-se, mesmo, “orgu-lho” por conseguir “no meio rural, no nordeste algarvio, colocar na mesa das famílias e clientes, pro-dutos hortícolas, carnes, enchidos, presuntos, naturais, com excelente qualidade”, recusando “comparar produtos tradicionais, que seguem o saber fazer milenar, no caso dos presuntos, já os romanos os produ-ziam, com produtos industriais...”. E lembrou “ a grande onda levan-tada há cerca de 14 anos, sobre a alimentação dos frangos com nitro-furanos... É bom que verifiquemos o que mudou nesta área ao longo dos últimos anos... A forma como estas aves crescem, o tempo que levam a ser colocados no mercado, a alimentação e aquilo que lhes é injectado... Curiosamente, hoje vimos referido a preferência pela carne de aves...”, reclama.

Sublinhou que cumprindo “todas as regras exigidas e dando conti-nuidade a um conhecimento mile-

nar” apreciado pelas empresas que fornece e conterrâneos que se tornaram os maiores compradores continua a “repensar, respeitar a natureza, produzir natural, sem pressas, aquilo que a nossa gente tem de mais genuíno e temos difi-culdade em aqui vislumbrar pro-blemas para a saúde...”.

Confragri exige “informação rigorosa do Estado”

Em comunicado à imprensa, por sua vez a Confragri - confede-ração Nacional Das Cooperativas Agrícolas De Portugal – lembrou que “a opinião pública portuguesa tem sido confrontada com notícias, algumas delas tratadas de forma alarmista, com origem na Agência Internacional para a Investigação em Cancro da OMS, referentes ao consumo de carnes vermelhas e processadas”.

Dado o impacto que tais notícias têm na população e em especial junto dos consumidores de carnes vermelhas e processadas, a CONFA-GRI e a sua Associada FENAPECU-ÁRIA – Federação de Cooperativas de Produtores Pecuários, entendem que os Ministérios da Agricultura e da Saúde devem desenvolver de imediato uma campanha de infor-mação e esclarecimento rigorosa e cientificamente suportada junto da população portuguesa. “Devemos realçar, que os hábitos alimentares dos portugueses fundamentalmente baseados numa equilibrada dieta mediterrânica são bem diferentes dos de outros países, nomeada-mente os que serviram de base a este estudo agora divulgado”.

A CONFAGRI recomendou, por isso, às autoridades portuguesas uma “imediata campanha de escla-recimento”.

Nutricionistas aplaudem decisão de classificar carnes processadas como cancerígenas

Entretanto, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas congra-tulou-se com o facto da Organiza-ção Mundial da Saúde classificar os alimentos processados como cancerígenos, e a carne vermelha como potencialmente cancerígena, considerando ser uma oportunidade para aumentar o consumo de hor-tofrutícolas. Recorde-se que coube

à Organização Mundial da Saúde (OMS) esta classificação, que coloca alimentos como o fiambre, bacon, salsichas ou presunto ao nível do tabaco, em termos de efeitos pre-judicais para a saúde de quem os consome.

O estudo da Agência Internacio-nal para a Investigação sobre o Cancro indica que a carne proces-sada é cancerígena para os seres humanos e alerta para o facto de a carne vermelha ser “provavel-mente” cancerígena.

O relatório referiu que a inges-tão diária de 50 gramas de carne processada - menos de duas fatias de bacon - aumenta a probabili-dade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.

Direção Geral de Saúde diz que carnes vermelhas e enchidos podem ser consumidos “com moderação”

O Diretor-geral da Saúde, Fran-cisco George, desdramatizou, entretanto, o estudo da Organi-zação Mundial de Saúde que asso-ciou o consumo destas carnes ao cancro, frisando que “as pessoas podem comer carnes vermelhas e enchidos, mas defendeu que “diversidade e moderação” na alimentação para a melhoria da saúde e redução dos índices de mortalidade. “Temos de ter uma alimentação distinta todos os dias e não podemos ultrapassar

os 500 gramas de carne vermelha por semana”, alertou Francisco George, em Coimbra.

Para tranquilizar os portugue-ses, Francisco George recomendou que as pessoas “devem comer esses alimentos, mas não só estes ali-mentos”, e incluir na dieta diária carnes brancas de aves, como “o famoso frango português”, frutas, legumes e sopa, entre outros ali-mentos saudáveis.

“Temos de melhorar os nossos hábitos alimentares e completá-los com a promoção do exercício físico. Muitos de nós comemos mal de uma maneira geral”, afir-mou.

A alimentação inadequada em Portugal, segundo o diretor-geral da Saúde, “representa uma carga de 19% nas questões ligadas à saúde, dando origem a doenças e a morte, sobretudo a morte pre-matura”, antes dos 70 anos.

“Os portugueses, como todos os outros cidadãos europeus, comem mal genericamente”, sublinhou, dando o exemplo dos tradicio-nais pequenos-almoços ingleses, à base de bacon, salsichas e ovos mexidos ou fritos, que “não são saudáveis”.

Os portugueses, em média, ingerem “todos os dias o dobro do sal que seria permitido”.

Além da redução do sal, importa baixar o consumo de açúcares e gorduras, sobretudo as de origem industrial e, de um modo geral, evitar uma alimen-tação com “calorias em excesso e também em défice”, frisou o responsável.

Produtores preocupados com “falta de informação rigorosa sobre a carne processada”

Rui Jerónimo defende que a informação tem de ser rigorosa

Diretor Geral da Saúde fala em consumo moderado de carnes vermelhas e enchidos

Rui Jerónimo é um dos sócios-gerentes da empresa start-up do Baixo Guadiana «Feito no Zambujal». Não há muitos meses, publicámos uma reportagem onde demos conta de como Rui mudou radicalmente de vida para conseguir vingar ao nível empresarial na terra que o viu crescer, no Interior do território, serra de Alcoutim. Agora, perante as notícias que relacionam os produtos transformados com cancro quisemos saber como se sente este empresário afectado num negócio que «ainda agora começou».

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LOCAL

A Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABESFA), sediada no concelho de Castro Marim, apresentou em Outubro um novo serviço de saúde. Trata-se de apoio domiciliário com realização de análises clínicas ao domicílio. “O objetivo é chegar à população mais isolada e envelhecida do interior do concelho, também com maiores problemas de mobilidade”, explica a asso A colheita de sangue é realizada por um técnico de análises todas as quintas-feiras e pode ser realizada nos dias úteis, entre as 09h30 e as 17h00, devendo ser marcada através do número 281 495 449.ciação em comunicado de imprensa.Recorde-se que a ABESFA tem a par deste serviço outros como são o caso de da Teleassistência ou o projeto «Sorrisos», que oferece cuidados de saúde diferenciados numa Unidade Móvel de Saúde, A ABESFA e pretende combater o isolamento e oferecer uma assistência familiar e continuada à comu-nidade.

Para assinalar o Dia Internacional do Idoso, que se comemora anualmente a 1 de outubro, o Município de Alcoutim promoveu, conjuntamente com as IPSS’s do con-celho, um evento onde participaram cerca de centena e meia de utentes dos lares e centros de dia do concelho. Tratou-se de uma iniciativa com muita animação musical, assim como atividades lúdicas e até desportivas. A iniciativa decorreu no Lar e Centro de Dia de Alcoutim e contou com a presença do Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, do presidente da Câmara Municipal, Osvaldo Gonçalves, e de diversas entidades locais.

Os idosos da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim tiveram este ano uma festa especial para assinalar o «Dia do idoso», a 1 de Outubro. Para assinalar a efeméride, e de forma a proporcionar novas vivências, foi organizado um passeio de barco pelo Rio Guadiana de Vila Real de Santo António até à Foz de Odeleite. “Para além desta nova expe-riência pelas águas algarvias, todo o ambiente se tornou único e especial neste dia em que reinou o convívio, a partilha e a boa disposi-ção”, lembrou a organização numa publicação na sua página oficial de facebook. O brilho no olhar de alguns utentes e as garga-lhadas de outros demonstraram a satisfação e o sucesso que este presente teve. “É de relembrar que este dia foi possível devido ao contributo de todos quantos colaboraram no bazar que decorreu na Festa em Honra da Nossa Senhora dos Mártires, assim como a venda de rifas”, sublinha a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim com a provedoria de José Cabrita .

Análises clínicas ao domicílio colmatam solidão e aumentam apoio na saúde

Bispo do Algarve participou no «Dia do Idoso» no concelho de Alcoutim

Idosos da Santa Casa de Castro Marim foram presenteados com um passeio de barco

Esta foi uma iniciativa realizada a pensar nos idosos e levada por uma equipa de onde fazem parte muitos jovens

Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas aceitou o convite para participar na festa

ABESFA - Azinhal

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 11

LOCAL

“Este cais é uma mais-valia para Castro Marim, tínhamos as costas voltadas para o rio Guadiana, afastando um dos principais motores de desenvolvi-mento do Baixo Guadiana”, sublinha o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, anunciando a conclusão desta obra que considerou já por dizversas vezes “estruturante” para o concelho que preside. De acordo com o município “a obra foi acompanhada pela Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e o seu funcionamento será protoco-lado com a Associação de Pesca de Castro Marim [APCM]”. Realizou-se uma visita de Francisco Amaral e José Carlos Nunes, presidente da APCM ao novo cais que “oferece agora condições adequadas, em termos de acessibili-dade e segurança, para o embarque e

desembarque dos utilizadores, além de minimizar o fundeamento desor-ganizado das embarcações ao longo do esteiro. Possibilitará ainda o desen-volvimento das atividades náuticas, tanto na vertente da pesca como na vertente de recreio e desportiva, nome-adamente a canoagem, e consequente-mente, sensibilizará a população para a proteção destas massas de água e ecossistemas”, sublinha F. Amaral.De referir que este empreendimento surgiu na sequência de um proto-colo de colaboração assinado entre a Câmara Municipal de Castro Marim e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. A obra representa um investimento de cerca de 92.000 euros e foi comparticipada em 75% pelo POCTEP (Programa de Cooperação Transfronteiriça - Portugal/Espanha).

O novo cais de Castro Marim já está concluído

Francisco Amaral e José Carlos Nunes, presidente da Associação de Pesca de Castro Marim que vai gerir novo cais

O edil Francisco Amaral frisou que “o novo cais visa redirecionar a terra para a sua mais riqueza endógena, o rio Guadiana”.

Vila Real de Santo António apresen-tou em Outubro no Salão Imobiliário de Portugal (SIL), na Feira Internacio-nal de Lisboa, o portal «VRSA Invest». Trata-se de um site que tem acesso na morada Online: www.vrsainvest.pt e foi “criado com o objetivo de divulgar as oportunidades de investimento em VRSA e de dar a conhecer os principais planos, ações e operações urbanísticas e de requalificação programadas ou em curso”, explicou o presidente da câmara municipal de VRSA.

Portal “facilitador da economia”

“De uma forma geral, o «VRSA Invest» pretende ser um facilitador da econo-mia do concelho, permitindo aceder a um portefólio de projetos em desen-volvimento ou em plano, como são os casos da requalificação da frente ribeirinha de VRSA, da praia de Santo António ou da frente de mar de Monte Gordo”, explica Luís Gomes.De referir que de acordo com infor-mação oficial esta página vai ser com-plementada por um balcão físico de

Em Outubro contavam-se dois meses apenas de existência, mas os números avançados pela Odiana afirmam que

atendimento, onde os interessados poderão encontrar um interlocutor que facilitará informações de uma forma personalizada e célere.“Além das oportunidades, são mos-trados casos de sucesso ao nível da promoção económica de VRSA, onde merecem destaque o Centro Comercial a Céu Aberto de VRSA, o programa «Realce», o programa «Jéssica» ou o Centro Médico Inter-nacional de VRSA”, pode ler-se num comunicado de imprensa.

Interactividade constante

Na descrição desta nova ferramenta municipal pode ler-se que será de grande interatividade que permitirá “a sua constante atualização, o que será levado a cabo à medida que os projetos forem avançando quer em termos de planeamento, quer de execução”.Será, inclusive, “um complemento aos processos de gestão urbanís-tica e às políticas de solos desen-volvidas pelo município, estando

cerca de 500 pessoas já tiveram acesso ao trabalho desenvolvido no terreno pelos três GIP instalados no Baixo Gua-diana e geridos pela associação.“Entre sessões coletivas várias, a aborda-gem descentralizada e de proximidade dos gabinetes tem garantido bons resul-tados”, Lê-se na nota à imprensa.O trabalho dos técnicos baseiam-se “numa metodologia descentralizadora, relembrando que estes gabinetes fun-cionam como suporte à intervenção dos serviços de emprego e cujas palavras-chave são: emprego, formação e empre-

assente numa base de informação e transparência”, garante a autarquia, que afirma que “disso são exemplo a publicação de um conjunto de planos de pormenor e de outros instrumentos de planeamento”.Segundo informação oficail o “VRSA Invest pretende contribuir para um amplo diálogo sobre a construção do futuro urbanístico de VRSA, não só na ótica dos gestores e promo-tores urbanísticos, mas também na perspetiva dos cidadãos, que encon-tram neste espaço a informação e documentação associada ao orde-namento municipal”. Sobre o SIL

O Salão Imobiliário de Portugal (SIL) tem a maior oferta do setor imobiliário no país, onde poderam ser encontradas mais de 200 mil casas e oportunidades desde imobi-liário de turismo e lazer, a mediadores e promotores imobiliários, passando também pelas agências promotoras regionais e pelas áreas da reabilitação urbana.

endedorismo”, explica esta Associação de Desenvolvimento Local (ADL).

Apoio à procura de emprego

O trabalho desenvolvido por esta nova geração GIP no Baixo Guadiana incidiu para já nas “ações de apoio à procura de emprego; ações de informação sobre medidas de emprego e formação, oportunidades de emprego/formação e programas comunitários de apoio à mobilidade no emprego/ formação”.

Ao que a Odiana indica terão sido já 15 as entidades que beneficiaram do trabalho do GIP.Comunicação Assertiva, Técnicas de Procura de Emprego, Tecnologias de Informação e Comunicação, Desen-volvimento Pessoal e Social, Relacio-namento Interpessoal, Competências Empreendedoras, Inglês e Geriatria, são algumas das ações desenvolvidas.“A meta é o desenvolvimento de ati-vidades de apoio à procura ativa de emprego, captação e divulgação de ofertas de emprego, apoio à colocação,

divulgação de medidas de emprego, formação profissional e empreen-dedorismo, entre outras”, escreve a Odiana.Neste trabalho privilegia-se “o estabele-cimento de contactos entre empresários e empregados, através da promoção de uma abordagem multidisciplinar e de grande proximidade com as popu-lações no território”. A natureza das funções desenvolvidas pelos técnicos GIP permite afirmar que este processo é um autêntico Centro de Emprego itinerante.

Vila Real de Santo António apresentou portal «VRSA Invest» no Salão Imobiliário de Portugal

Gabinetes de Inserção Profissional abrangeram já 500 pessoas

O novo portal dá a conhecer as oportunidades de negócio em VRSA

Os números oficiais da associação Odiana dão conta de que cerca de 500 pessoas já foram alvo do trabalho dos Gabinetes de Inserção Profissional (GIP) do Baixo Guadiana.

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LOCAL

Os produtos que levaram a que a Odiana aderisse à marca «Natural.PT» são: Rede de Percursos Pedestres, Grande Rota do Guadiana (GR15) e o Roteiro de Ornitologia. De acordo com a Odiana o objetivo “uma pro-moção integrada do território”.

A associação explica que “aderiu à marca na tipologia território e viu as suas três candidaturas aprovadas, nomeadamente a Rede de Percursos Pedestres da Odiana, com 135km distribuídos pelos 3 concelhos do território, nas imediações da Reserva Natural do Sapal (RNS) de Castro Marim e VRSA e da Mata Nacional Terras da Ordem. A Grande Rota do Guadiana (GR15), com aproxima-damente 65kms de distância inter-ligando Alcoutim, Castro Marim e VRSA, com passagem pela RNS. E ainda o Roteiro de Ornitologia com 50 pontos de observação de aves e abrangendo áreas do Parque Natu-ral da Ria Formosa, Mata Nacional

O pavilhão desportivo municipal de Martinlongo terá entrada gratuita para mais uma edição da Feira da Perdiz. O objetivo é “promover as extraordinárias condições cinegéticas do concelho de Alcoutim”, explica o município que leva a cabo esta organização em conjunto com a ADECMAR.

“No recinto da feira estarão presentes mais de meia centena de empresas e associações do setor, o visitante poderá

desfrutar de um leque variado de ati-vidades como demonstrações de caça com cães de parar, falcoaria, exposi-ções de espécies cinegéticas, concursos, uma corrida de galgos, um espetáculo equestre e atividades radicais. Nas tas-quinhas será possível degustar diversos pratos típicos da gastronomia da região nesta época do ano, com destaque para os pratos à base de caça”, antecipa a organização.

De referir que a abertura oficial da VIII Feira da Perdiz está marcada para as 10h00 de 7 de Novembro, mas antes terão inicio, fora do recinto da feira, a Taça de Portugal de Caça Prática, pelas 07h00, uma caçada aos coelhos, agendada para as 08h00, e o um passeio BTT, com partida mar-cada para as 09h00, junto ao Pavilhão Municipal. A Taça de Portugal de Caça Prática, organizada conjuntamente com o Clube Português de Canicultura,

decorrerá ao longo dos dois dias do evento na Zona de Caça Associativa de Castelhanos e Laborato e na Zona de Caça da Associação de Caçadores de Medronhais, já a caçada aos coelhos terá lugar na Zona de Caça Turística

de Pereiro.Do programa do certame desta-

ca-se também a animação musical que no sábado estará a cargo do grupo “Marafona”, com espetá-culo agendado para as 21h00, e

no domingo contará com a atuação dos “Moda Mãe”, às 18h30. O grupo “Al-Fanfares” será o responsável pela animação de rua ao longo dos dois dias de feira.

Haverá espaço para o debate com a realização, a partir das 11h30 de sábado, de dois colóquios subordi-nados aos temas «Apoios à Floresta e à caça no âmbito do PDR 2020» e «Evolução do Ordenamento Cine-gético do Algarve e no Concelho de Alcoutim», a cargo da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e da Federação de Caçadores do Algarve, respetivamente.

Festival Gastronómico

Destaque ainda para a apresenta-ção, pelas 20h da edição de outono do Festival Gastronómico do Con-celho de Alcoutim «Sabores da Serra ao Rio» que contará com uma demonstração gastronómica a cargo do Chefe Nuno Diniz, da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, e marcará o arranque do festival. Com uma periodicidade bianual, o festival decorrerá até dia 8 de Dezembro em 13 restaurantes do concelho.

das Dunas Litorais de VRSA, RNS, Mata Nacional Terras da Ordem e do Parque Natural do Vale do Gua-diana”.

Para esta associação esta é uma adesão natural visto que tendo uma atuação a valorização e promoção de recursos endógenos do terri-tório inserir-se nesta nova marca significa o reconhecimento, valori-zação, promoção e excelência dos seus produtos.

Em causa estão princípios de sus-tentabilidade, valorização da natu-reza e apoio ao desenvolvimento de base local e regional.

Recorde-se que a marca «Natural.PT – Património Vivo» foi lançada em 2014 e trata-se de uma estraté-gia gerida e operacionalizada pelo Instituto de Conservação da Natu-reza e das Florestas (ICNF) e ligada à Rede Nacional de Áreas Protegi-das do Sistema Nacional das Áreas Classificadas.

Odiana aderiu à «Natural.PT»

VIII Feira da Perdiz e Festival Gastronómico marcam início de Novembro em Alcoutim

Voluntários tiraram 100 kg de lixo da Ria Formosa

Adesão à marca é determinante para a dinamização dos recursos naturais da região

Foram vários voluntários que num dia de chuva limparam a Ria Formosa

Roteiro de Ornitologia e Percursos Pedestres: dois dos produtos Odiana que facilitaram acesso à marca

Feira da Perdiz terá lugar no pavilhão municipal de Martinlongo

“No fim de cada época balnear, as praias e sobretudo a ria por diversas razões necessitam de uma limpeza”, lembra-nos a Adrip que em Outubro pediu a colabo-ração de todos os que pudessem para limpar a Ria Formosa. A associação for-neceu sacos de plástico e luvas e mesmo tendo sido o dia 17 de Outubro chuvoso da parte da manhã, o resto do dia brindou com muito sol. Participaram 10 voluntá-rios e no total recolheram 100 kg de lixo, na maioria garrafas de plástico e vidro, cadeiras, sapatos, entre outros.

Esta é uma iniciativa que acontece anualmente.

São três produtos diferenciadores que permitiram com que a associação aderisse a esta marca de natureza.

A 7 e 8 de Novembro a cinegética terá como palco privilegiado o município de Alcoutim. O certame da Feira da Perdiz acontece na localidade de Martinlongo.

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10 anos de vida do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela fez renascer vida social de Santa RitaO Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela celebrou em Outubro 10 anos de vida. Um «Dia Aberto» assinalou a data com a devida pomba e circunstância que a efeméride exige. Um regresso ao passado, balanços e muitos sorrisos é possível encontrar nas palavras da coordenadora, a arqueóloga Catarina Oliveira que em entrevista faz uma viagem no tempo e resume-nos 10 anos deste trabalho com sede na aldeia de Santa Rita, concelho de VRSA.

Jornal do Baixo Guadiana (JBG): 10 anos de vida para um Centro de Investigação e Interpretação do Património de Cacela, localizado na aldeia de Santa Rita, é um percurso a assinalar com pompa e circuns-tância. Foi esse o objectivo do Dia Aberto que realizaram?!Catarina Oliveira (CO): É verdade, em Outubro o CIIPC fez 10 anos. 10 anos que passaram a correr o que me parece ser sinal do entusiasmo e gosto com que a equipa se envolve no trabalho. A ideia foi assinalar a data, recordar os momentos marcantes do seu percurso, reunir colaboradores, amigos, vizinhos, publico em geral e recebê-los com actividades várias, ligadas ao trabalho que vimos desen-volvendo e aos saberes-fazeres da comunidade próxima, num ambiente festivo e informal. Fizemo-lo com uma exposição retros-pectiva dos 10 anos com dezenas de fotografias a lembrar os muitos pro-jectos, actividades e momentos que vivenciámos, oficinas e jogos para os mais novos, artesãos partilhando os seus saberes (empreita, empa-lhamento de cadeiras com tabúa, figos-estrela), poesia, provérbios e calendário agrícola... No final, plan-támos uma árvore - uma figueira e devolvemos à natureza uma ave - um peneireiro - trazido pelo RIAS, dese-jando que o CIIPC mantenha as suas raízes bem firmes no território e que saiba voar em busca de novos cami-nhos e abraçar novas ideias! JBG: E que balanço que faz desde 10 anos?CO: O balanço é muito positivo. Desenvolvemos um trabalho enrai-zado no território, próximo da comu-nidade, com objectivos e estratégias definidos, e fizémo-lo procurando construir parcerias alargadas e, acima de tudo, para as pessoas e com as pessoas.Ao longo destes 10 anos temos procu-rado uma intervenção diferenciadora. Não repetimos receitas. Estruturámos o trabalho definindo áreas de inter-venção, objectivos, auscultando novos públicos com novas vontades. Procu-rámos partir do que nos diferencia,

dos valores patrimoniais que nos iden-tificam para a concepção e dinamiza-ção de actividades consistentes.Até aqui o trabalho tem-se desenvol-vido em torno de 4 eixos de inter-venção fundamentais: identificar e investigar; informar, interpretar e usufruir; educar para o património; e definir uma programação cultural de qualidade para Cacela. Temos dois grandes projectos de investigação em curso na área da arqueologia sobre a presença pré-histórica em Santa Rita e islâmica em Cacela, e estamos a assu-mir as recolhas de património cultu-ral imaterial como uma prioridade. Temos actividades regulares de valo-rização do património: exposições, conversas, conferências, percursos de interpretação da paisagem. Com a comunidade educativa desenvolve-mos um trabalho continuado com pro-jectos temáticos e oficinas de tempos livres. Procurámos também alargar, diversificar e qualificar a oferta cultu-ral, com especial incidência no núcleo histórico de Cacela Velha, com ciclos de conversas, cinema, teatro, música clássica, mercadinhos sazonais, mos-tras gastronómicas, Noites d’Encanto, Poesia na rua.

É verdade que fizemos muito, mas mais importante que fazer muito é fazer com um sentido, com ligações às nossas heranças culturais, sabendo onde se quer chegar, num verdadeiro envolvimento com o território e as pessoas que o habitam e /ou por ele passam. Esta estruturação da inter-venção (ao contrário da sucessão de actividades avulsas) tem ajudado à sua coerência, continuidade e reco-nhecimento pelos públicos.JBG: Tem existido um grande trabalho de proximidade com a comunidade residente e escolar para uma recolha intensa de património imaterial e cultu-ral do lugar. Mas a faceta da arqueologia está, igualmente, presente, nomeadamente com o túmulo megalítico de Santa Rita. Quer contar-nos como tem sido possível desenvolver este trabalho tão amplo, sendo que não podemos esquecer a geminação com outras cidades no âmbito do projeto «À des-coberta das quatro cidades»…CO: O que torna possível o desen-volvimento deste trabalho tão amplo é, repito, o facto que termos a nossa

actuação muito estruturada, e de estarmos sempre à procura de liga-ções entre as diversas áreas: inves-tigação, interpretação, divulgação, educação. A arqueologia é na verdade a matriz do trabalho no CIIPC. Foram as colec-ções de materiais arqueológicos de Cacela Velha, resultado de escavações entre os finas da década de 90 do e inícios de 2000 que começaram por justificar a reabilitação desta antiga escola primária de Santa Rita onde estamos deste 2005. A investigação arqueológica orientada para a Cacela medieval, onde voltámos a intervir com escavações no Largo da Forta-leza em 2007, e para a pré-historia em Santa Rita, com as escavações no túmulo megalítico em 2007 e 2008, continuam a ser estruturantes do nosso trabalho. Não só a investiga-ção continua em curso, como fazemos um esforço na comunicação em torno destes valores patrimoniais tornan-do-os acessível a diversos públicos, através de visitas orientadas, percur-sos temáticos, actividades pontuais como foi o assinalar no nascimento da Lua Cheia da Primavera no Túmulo em 2012, ou a recente proposta de

uma visita-jogo dirigida a grupos esco-lares “Desenterrar o passado Fazer falar pedras, ossos e cacos no túmulo megalítico de Santa Rita”.O nosso trabalho é, como disse, mais amplo e, de forma complementar à identificação e investigação, o traba-lho de educação e sensibilização para o património tem-se afirmado como um eixo de intervenção imprescin-dível.Desde 2006 que se concretizaram a partir do CIIPC projectos educativos com escolas do concelho (especial-mente do 1º ciclo) como “Mouras Encantadas e Encantamentos no Algarve” a partir de lendas reco-lhidas por Ataíde Oliveira, e mais recentemente em Cacela; “Velhos saberes, novos fazeres. Actividades profissionais no litoral, barrocal e serra Algarvia” envolvendo testemu-nhos materiais e imateriais (memó-rias, saberes, competências técnicas) relacionados com o trabalho; “Para que servem as plantas? Usos antigos da flora algarvia” explorando os seus usos na alimentação, medicina popu-lar, artesanato, construção tradicio-nal; “O que comiam os nossos avós? Alimentação no Sotavento Algarvio”, dando a conhecer antigas tradições alimentares, na sua ligação ao terri-tório, ciclo agrícola e calendário fes-tivo; ou, o mais recente “As casas dos nossos avós. A arquitectura popular Algarvia”. A metodologia passa pela motivação de alunos e professores com diaporama sobre o tema; concep-ção e entrega de materiais pedagógi-cos com vista ao trabalho de pesquisa que as crianças fazem junto dos seus familiares e vizinhos; saídas campo, oficinas artísticas e temáticas. A devo-lução dos resultados à comunidade tem estado na origem de diversas exposições temáticas e edições. Estes projectos temáticos têm possibilitado uma identificação e recolha intensa de património local, material e ima-terial, primeiro pela equipa do CIIPC, nas fases de fundamentação e depois, durante o processo, pelas próprias crianças e famílias. A ideia destes projectos é levar os mais novos a questionarem-se: Que luga-res são estes que habitamos? Como

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10 ANOS DE CIIPC

chegámos ao que somos hoje? O que nos diferencia e aproxima dos outros? Quem queremos ser? Desta forma reforça-se nas crianças, a cons-ciência de uma cultura material e de uma identidade que a diferenciam e distinguem num mundo cada vez mais uniformizado.Para além destes projectos desenvol-vidos à escala do concelho, temos assumido também a coordenação das acções educativas integradas no pro-jecto “À descoberta das 4 cidades” com uma metodologia de trabalho idêntica, desenvolvida ao longo de 3 anos, só que partilhada com escolas dos concelhos do Fundão, Marinha Grande e Montemor-o-Novo, com que estamos geminados. Começámos com “Patrimónios do nosso brincar”, uma aproximação ao património lúdico das infâncias e brincadeiras do tempo dos avós a partir de brin-quedos populares e das memórias orais; “Lugares e datas com estórias” em torno do património construído, personagens e datas com história; “Bicharada, ervas e companhia. À descoberta da fauna e flora das 4 cidades” orientado para a descoberta dos valores naturais, paisagísticos e culturais, procurando compreender as relações antigas que o homem vem estabelecendo com a natureza. Está agora em curso “De boca a orelha. Contos, lendas, provérbios, adivi-nhas, lengalengas… à descoberta do património oral das 4 cidades”. Aqui o território de cada um dos 4 concelhos, seus usos antigos e aque-les que o habitam têm sido pontos de partida para o desenvolvimento destas dinâmicas de aprendizagem e fruicção criativa a partir do patri-mónio, com as escolas e comunidade educativa.JBG: O projeto «Passos Con-

tados» está completamente cimentado neste território. Como surgiu a ideia e o que pretendem com estes percur-sos pedestres que têm sido muito diversos.CO: A ideia surge de uma necessi-dade de inovar nas formas de comu-nicação, interpretação e valorização dos valores patrimoniais e da paisa-gem. A ideia é tornar o património inteligível, questionar, tecer ligações, abri-lo a diferentes leituras, estabele-cer uma mediação entre os vestígios materiais e a curiosidade e expecta-tivas no presente. São desafios que se colocam hoje à interpretação do património. Na verdade, os Passos Contados – percursos pedestres temáticos de interpretação da paisagem (reali-zam-se de Março/Abril a Outubro, ao ritmo de um por mês), já a caminho da 10ª edição, são um dos nossos projectos mais participados. São, no fundo, uma experiência participada de descodificação das paisagens e dos seus elementos patrimoniais (património hidráulico, testemunhos megalíticos, vestígios arqueológicos, romanos e islâmicos, arquitectura tradicional, património geológico, fauna e flora). Uma interpretação que se faz em movimento, ao longo dos caminhos, mediada por arque-ólogos, historiadores, geólogos, astrónomos, zoólogos, botânicos, artesãos, ervanários, pescadores e mariscadores ... Pela riqueza e diversidade de experi-ências que proporcionam, interroga-ções e diálogo entre participantes e guias, pela descodificação activa do património e contacto directo com testemunhos materiais e imateriais, são uma forma diferente e estimu-lante de interpretação patrimonial,

como revela o número crescente de participantes.Ao longo de 10 anos conseguimos uma leitura muito interessante das nossas paisagens culturais, resultado dos vários olhares que sobre ela se debruçaram e múltiplas vivências que reavivámos. Gostávamos, para um ano, de editar um pequeno livro que reunisse pequenos textos que sinteti-zem estas diferentes abordagens ao nosso território. E foram tantos e tão variados os temas tratados: embar-cações, artes de pesca e mariscagem na Ria Formosa; fauna e flora; árvo-res centenárias; fósseis de Cacela; dietas alimentares a partir do registo arqueológico; túmulos megalíticos de Cacela; vestígios da presença romana; rituais funerários no perí-odo romano e medieval; heranças islâmicas nas formas de construir e habitar; arquitectura popular na serra e no barrocal; a cal na arqui-tectura vernácula; antigos cami-nhos, muros e valados; património hidráulico; a chaminé e a platibanda; hortas, sementes e sazonalidade; o figo, a amêndoa e a alfarroba no Barrocal; tradições alimentares no Algarve rural; plantas medicinais e aromáticas; saberes-fazeres da Serra Algarvia; lendas de mouras encan-tadas e tesouros; pesca e indústria conserveira em Vila Real de Santo António, entre outros.Com os Passos Contados estamos também a contribuir para a promoção de alternativas criativas para o desen-volvimento dos territórios rurais e para a diversificação e diferenciação da oferta turística no Algarve. JBG: Tem havido, igualmente, da parte do CIIPC a necessi-dade de se associar a outras entidades para a realização de atividades. Como é que olha

para essas parcerias. A rede existe, mesmo que informal? Está coesa? CO: Mais do que uma necessidade, tem sido uma vontade, pois acre-ditamos que o trabalho que desen-volvemos só faz sentido se tiver na base uma ampla rede de parcerias e colaborações. Não temos uma visão localista da nossa intervenção sobre o património, seja ela ao nível da inves-tigação, valorização ou na vertente pedagógica. Somos um Centro de Investigação e Informação orientado para o Património de Cacela, mas as heranças sobre as quais trabalhamos são, na sua grande parte, também comuns ao Algarve, às vivências entre o mar e a serra, ao histórico reencontro de culturas ancestrais, ao seu imaginário colectivo,… Temos estabelecido uma rede ampla de parcerias e colaborações, destaca-mos aqui algumas. Integramos a na Rede de Museus do Algarve desde 2008, com participação activa nos grupos de trabalho, formação de técnicos e projectos de investigação e museologia comuns; Desenvolve-mos uma estreita colaboração com a Universidade de Algarve, que se tem consubstanciado no envolvimento de alguns dos seus professores em actividade do CIIPC: percursos de interpretação, concepção de expo-sições, ciclos de conversas e de con-ferências. Organizámos em estreita parceria com a Fundação Hispano-Marroquina al-Idrisi, um congresso internacional sobre o grande geó-grafo al-Idrisi, e editámos uma obra sobre o poeta Ibn Darraj nascido em Cacela no sec. X, com informações valiosíssimas sobre a história de Cacela no período islâmico. Com a Universidade de Huelva temos uma parceria com vista ao estudo e valori-

zação do túmulo megalítico de Santa Rita que enquadrou os trabalhos arqueológicos e subsequente estudo de materiais. Com a Ibérica, eventos e espectáculos, co-organizamos as Noites de Encanto em Cacela Velha, a caminho da 4ª edição. Também com a ADRIP temos colaborado em diver-sos projectos como os mercadinhos sazonais em Cacela Velha, as mostras gastronómicas ou o jardim de plan-tas autóctones na zona da Várzea. Destaque ainda para colaboração no projecto TASA – Técnicas Ances-trais, Soluções Actuais que juntou artesãos, designers, investigadores e entidades locais.JBG: Na essência o que tem encontrado a equipa coorde-nada pela Catarina Oliveira no campo de intervenção, tendo em conta que é complexo o vosso âmbito: Investigação e Intervenção?CO: Na nossa área de interven-ção encontramos um património muito rico e diverso (formas de povoamento, monumentos históri-cos, arquitectura vernácula, patri-mónio hidráulico, testemunhos arqueológicos de diversos períodos, usos antigos dos recursos naturais, saberes-fazeres, tradições festivas e religiosas, património oral, …) ainda em bom estado de conversa-ção e vivo, no caso das manifesta-ções imateriais. Um património que urge ser registado, estudado e dado a conhecer, porque como se costuma dizer: “ Só se preserva aquilo que se ama e só se ama aquilo que se conhece.” Só assim, através de um trabalho sério na área da investiga-ção e divulgação, podemos pensar e construir planos de salvaguarda para o património. Nestes 10 anos, foram dados importantes passos, mas há

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certamente muito ainda por fazer, especialmente no que concerne à investigação (que exige muito em recursos humanos e financeiros), e à efectiva salvaguarda de alguns elementos patrimoniais. No lado da intervenção estão as pes-soas, com quem desejamos comuni-car. Há hoje um interesse crescente pelas questões do património, mas é necessário pensar novas formas de comunicar com os públicos, também ele diverso e com novas necessida-des e vontades. O conhecimento profundo do ter-ritório, sua história, seus valores culturais e naturais estão na base dos projectos e acções que desen-volvemos e uma boa parte das experiências de interpretação do património que oferecemos ao público situa-se num território de cruzamento e expansão dentro de um novo paradigma EDUTAINMENT (em português entretenimento edu-cacional), propiciando formas de entretenimento desenhadas tanto para educar como para divertir. A intenção é criar espaços de educação não formal, cada vez mais frequen-tes no contexto da oferta de museus e centros de interpretação.JBG: Sem um apoio de âmbito municipal seria muito difí-cil chegar ao conhecimento que têm hoje em dia, não é assim?CO: Sem dúvida. Antes de mais reforçar a ideia que o CIIPC é um serviço de património cultural mate-rial e imaterial da Câmara Munici-pal de Vila Real de Santo António, pertencente à Divisão de Cultura e Património. Temos, no trabalho que desenvolvemos, presentes as atri-buições e competências das autar-quias locais ao nível do inventário,

valorização, salvaguarda, que se têm vindo a alargar nos últimos anos com vista a uma maior articulação dos municípios com o Estado. E acreditamos também que prestamos um serviço público, sendo por isso uma das nossas grandes preocupa-ções devolver e tornar acessível ao público, à comunidade, o patrimó-nio sobre o qual investigamos.A Câmara Municipal tem assumido o património, seu conhecimento, interpretação, salvaguarda, divul-gação como uma das suas prio-ridades. Vejam-se as escavações arqueológicas em Cacela Velha e no túmulo megalítico de Santa Rita, a reabilitação do património, casos da Igreja de N. Sra da Assunção e Casa do Pároco em Cacela Velha com a abertura há pouco mais de um ano do Centro de Informação para aco-lhimento aos visitantes, as diversas edições (livros, materiais pedagógi-cos, brochuras, folhetos) que temos promovido com o intuito de dar a conhecer o património local. É também muito valiosa a colabo-ração mútua com outros serviços da câmara, desde a área da cultura, biblioteca, arquivo histórico, até ao ambiente e serviços gerais, com que vamos contando no desenvol-vimento de determinados projectos e actividades.JBG: Que materialização já foi feita ao longo destes 10 anos do conhecimento adquirido?CO: Este esforço de devolver à comunidade e públicos o trabalho realizado tem-se materializado de diferentes formas: exposições temá-ticas diversas (Mouras encantadas e tesouros; Patrimónios da água; Cerâ-micas islâmicas de Cacela; Fósseis de Cacela; Plantas que curam; entre outras), edições de materiais educa-

tivos, livros, folhetos, brochuras.Promovemos a edição da Carta do património de Cacela em livro, colaborámos na edição de um livro sobre Cacela Velha e o seu poeta Ibn Darraj al-Qastalli, editámos uma bochura e folhetos sobre o patrimó-nio de Cacela, uma coleção de pos-tais. Demos início a uma colecção Patrimónios de que saíram quatro números, um com lendas de Mou-rinhos e Mouras encantadas, outro sobre antigas tradições em Cacela e dois sobre história local de Vila Real de Santo António e Monte Gordo. Colaborámos na edição da belíssima VRSA- Revista de património cul-tura e ambiente de que saíram dois números. Orgulhamo-nos muito dos materiais educativos que temos con-cebido e publicado na sequência dos projectos desenvolvidos com as escolas. Vejam-se por exemplo: o livro “Patrimónios do nosso brin-car – brinquedos e jogos das 4 cida-des”; a colecção de 8 puzzles, com monumentos do Fundão, Marinha Grande, Montemor-o-Novo e Vila Real de Santo António; o Roteiro Patrimonial “Datas e lugares com estórias” composto por 8 mapas (um de concelho e um cidade) e um CDROM interactivo; o jogo da glória e o livro “Bicharada e Ervas das 4 Cidades”; o livro “O que comiam os nossos avós? A alimentação no sota-vento algarvio”; ou o jogo de memó-ria “Usos antigos da flora algarvia”. Estes materiais baseiam-se em reco-lhas feitas nas escolas, registam-nas, completam-nas e permitem, em momentos futuros, o renovar das aprendizagens de forma lúdica não só pelas crianças envolvidas, como junto de um público infanto-juvenil mais alargado.Temos também procurado divulgar

resultados de linhas de investigação e projectos através da participação em congressos nacionais e interna-cionais com apresentação de posters e comunicações e respectiva publi-cação em actas (fizemo-lo com o túmulo megalítico de Santa Rita, o sítio arqueológico do Poço Antigo em Cacela Velha e suas colecções, as tradições cerâmicas em Cacela, os projectos educativos diversos, entre outros). No nosso blog (https://ciip-cacela.wordpress.com/) procuramos sistematizar informações sobre o nosso trabalho, sobre o território e dar a conhecer textos importantes sobre o património e história local e regional. JBG: Santa Rita, caracterize-nos esta aldeia. CO: A aldeia histórica de Santa Rita, situa-se a cerca de 5 kms a Norte de Cacela Velha, entre o barrocal e a serra, na transição entre uma zona de hortas e pomares, cujo desenho muito deve à herança de romanos e árabes, e a serra com as suas espe-cificidades nas formas de construir, habitar e explorar o território. É uma povoação antiga, com as casas em torno de ermida setecentista dedi-cada à Santa das “causas impossí-veis”. É referida já em fontes do séc. XVII, mas o povoamento do local é certamente mais antigo. Guarda ainda memória da sua recente pro-dução oleira e dos fornos de cal que laboraram até há bem pouco tempo. É conhecida também pelas “curas de Santa Rita”, que aqui traziam centenas de pessoas durante o mês de Maio. Na envolvente da aldeia destaca-se a Norte, antigo forno de cal recuperado e, a Nascente, antiga fonte/santuário de Santa Rita, onde conta a lenda que a imagem da Santa terá aparecido pela primeira

vez. O túmulo pré-histórico de Santa Rita, a cerca de 1 km a Nascente da aldeia, próximo da antiga barragem romana da Ribeira das Hortinhas, representa um dos últimos testemu-nhos megalíticos melhor conserva-dos da região, com cerca de 5 mil anos de história. Actualmente, vivem na aldeia cerca de 25 famílias. Na sua maior parte são pessoas ligadas ao território, que vivem da agricultura, pastorí-cia, pequeno comercio, venda de lenha, artesanato, o que nos tem permitido estabelecer relações muito ricas ao nível da partilha de saberes-fazeres. E desde há 10 anos que aí, na sua antiga escola primária, entretanto reabilitada, abriu portas o Centro de Investigação e Informação do Patri-mónio de Cacela / CMVRSA, onde os habitantes locais e visitantes podem contar com um programa regular de exposições, percursos temáticos, oficinas artísticas e didácticas, entre outras actividades culturais.A verdade é que a abertura do CIIPC gerou uma série de novas dinâmi-cas no tecido social da aldeia. Não é raro que apareçam grupos de crianças a entrevistar antigos pro-fissionais (o barbeiro, a costureira, o pastor, o pastor, o agricultor, o antigo mestre caleiro) querendo conhecer os seus saberes-fazeres; grupos de passeantes em busca dos seus fornos de cal, das fontes, poços e noras, olhando as suas chaminés, em percursos sobre a arquitectura vernácula; equipas de filmagens registando o empalhamento de cadeiras, o amassar e cozer do pão, o pastoreio de cabras; ou famílias divertindo-se em peddypapers de descoberta do património em torno da aldeia,…

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 17

DESENVOLVIMENTO

A associação Odiana levou a cabo no passado dia 30 de Outubro um seminário onde foram apresentados resultados efetivos dos projetos que levou a cabo no anterior quadro comunitário de apoio ao nível da cooperação transfronteiriça. Neste encontro houve lugar para conhecer as novas oportunidades com atual quadro comunitário em vigor até 2020. Navegabilidade em segurança desde a Ponte Internacional até Alcoutim anunciada pela Direção Geral de Recursos Marítimos

Odiana levou a cabo Seminário onde foram apresentados resultados de Cooperação Transfronteiriça

Interior de Alcoutim inaugura ponte sobre a Foupana e troço de rede viária

Neste encontro, realizado no Mer-cado de Castro Marim, o presidente da câmara municipal de Castro Marim, vice-presidente da Odiana, Francisco Amaral recordou o que era o Baixo Guadiana há 20 anos atrás, antes da cooperação transfronteiriça. “Estamos a falar de uma das zonas mais depri-midas da União Europeia, que embora não tendo vencido a desertificação e o despovoamento conseguiu ver valo-rizado o território”, recordando que foram levadas a cabo “obras estrutu-rantes, que combateram assimetrias entre Portugal e Espanha e que deram mais qualidade de vida às populações”. O autarca frisou, ainda, a importância da Odiana na concentração dos parcei-ros, louvando, por isso o papel desta entidade.

G+A, TAG e Uaditurs

Da parte da Deputacion de Huelva foram apresentados os resultados do programa «Guadiana Mais Acessí-vel», lembrando José Parlon que este programa permitiu a intervenção em atividades culturais, económicas e des-portivas. Recordou que “hoje em dia a política de coesão está vincada nesta comunidade transfronteiriça” e que “apesar dos fundos serem desenhados em Bruxelas existe a responsabilidade dos políticos e técnicos conseguirem levar a bom porto projetos estruturan-tes localmente”.

Odiana liderou quase

Foram inaugurados a 30 de Outubro pelo presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, e pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Algarve, David Santos, a reabilitação da ponte sobre a Ribeira da Foupana, situada na estrada de ligação entre as povoações de Mestras e Barroso, e o troço de rede viária entre a EN 124 e a povoação das Mestras. A cerimónia contou com a presença de muitos populares e diversas entidades locais e regionais.

A ponte foi alvo de trabalhos de manutenção e reparação no sentido de a dotar de todas as condições de segurança em função da gravidade das anomalias estruturais detetadas, enquanto que na estrada foram efetuadas obras de alargamento e repa-vimentação e colocada sinalização. Tratou-se de um investimento de aproximada-mente 286 mil euros, comparticipado em 65 % por fundos comunitários no âmbito do Programa Operacional Regional do Algarve – PO Algarve 21.

totalidade dos projetos

Por sua vez, Valter Matias apresentou os resultados dos projetos Turismo Ativo Guadiana (TAG) e Uaditurs. O diretor executivo da Odiana lembrou que no âmbito da cooperação transfronteiriça “ a associação Odiana foi chefe de fila de cinco dos seis projetos existentes, sendo que no total no último quadro comunitário representou 14 milhões de euros”, desde Mértola até parte da Andaluzia. Agradecendo “todo o empe-nho da equipa”, Valter Matias falou de “um balanço muito positivo, e de uma execução que em ambos os projetos chegarão perto dos 100%”.

Navegabilidade da Ponte Internacional até Alcoutim já é realidade

Está prevista a conclusão da obra da navegabilidade do Rio Guadiana desde a Ponte Internacional do Guadiana até Alcoutim no dia 2 de Novembro, já depois do fecho da nossa edição. No seminário da Odiana participou Ale-xandre Santos Ferreira da Direção Geral dos Recursos Marítimos que explicou que a obra levada a cabo, e tão ambi-cionada pelas populações ribeirinhas, permite a melhoria da navegabilidade do rio Guadiana a montante da ponte e consiste no estabelecimento de um canal navegável com uma largura mínima de 30 metros e cota de serviço de -2.00m Zona Hidrográfica.

Recorde-se que o estabelecimento

deste canal implicou diversos estudos e intervenções de campo. Promoveu-se o levantamento topohidrográfico do rio, desde Vila Real de Santo António até Mértola, bem como a caracterização de sedimentos no troço a intervencionar inicialmente. Depois foi elaborado o projeto de assinalamento marítimo.

A obra constitui-se na colocação de 100 balizas, de 100 lanternas e

100 alvos, bem como a regularização de fundos, num volume de cerca de 5000m3. Trata-se de um investimento financiado pelo FEDER através do POCTEP e ascende a m valor de 600 mil euros, sendo 25% da responsabili-dade do Estado português.

CCDR apresentou INTERREG V A

Este seminário contou ainda com a participação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAl-garve) que deu conhecer o INTERREG V A. Sendo que a grande novidade deste programa é a possibilidade de as empresas se candidatarem aos fundos de coesão europeia.

Diretor Executivo da Odiana defendeu que é necessário dar continuidade à cooperação transfronteiriça

Presidente da CCDR com presidente da câmara alcoutenejo na inauguração das infraestruturas

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

DESENVOLVIMENTO

Unidade móvel de radiologia do Algarve permite poupança e rapidez de diagnóstico

Mais canais na TDT espanhola e em HD

Cadeia hoteleira RIU estende-se para a Ásia

A unidade móvel de radiologia que entrou em funcionamento a 27 de Outubro no Algarve vai, de acordo com a Administração Regional de Saúde do Algarve “permitir uma poupança financeira significativa e uma melhoria da gestão do tempo dos profissionais, indicou o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) da região”.

“Realização dos exames de radiologia digitais no local e o envio imediato das imagens para os centros de saúde con-fere maior segurança e melhor gestão de tempo dos profissionais”, disse o presidente da ARS do Algarve, João Moura dos Reis, durante a apresentação da unidade móvel no estabelecimento prisional de Silves, no Algarve.

Equipada com um sistema informá-tico, a Unidade Móvel de Radiologia permite a transmissão dos dados clí-

O motor de busca online «Tri-vago» colocou Monte Gordo no «top 10» dos destinos turísticos nacionais mais procurados por portugueses e espanhóis no Verão de 2015. De acordo com as esta-tísticas, Monte Gordo foi mesmo o quarto polo turístico do país mais procurado pelos portugue-ses (excluindo os valores por região) e o sexto na lista global nacional (incluindo os totais por região), posicionando-se perto de grandes destinos como Lisboa e Porto.

O Estudo de Tendências de

Já entrou em funcionamento o estacionamento pago em Vila Real de Santo António. Os vila-realenses e quem ali estaciona foram apanhados de surpresa porque não foi antecipada data para a entrada em vigor efetivo da medida. O JBG tentou obter essas informações sobre o tema junto do município, mas sem sucesso. Entretanto, depois de alvos de multas alguns utentes daquele estacionamento critica-ram a falta de informação por parte da câmara e da empresa que o gere.

Verão 2015 verificou ainda existirem indicadores globais de viagem que se mantêm nos últimos anos.

Exemplo disso é a grande afluên-cia de portugueses e estrangeiros à região do Algarve, nomeadamente Monte Gordo, que figura também como um dos destinos tipicamente procurados por espanhóis e britâ-nicos.

A análise foi feita com base nas pesquisas feitas no «Trivago», entre 21 de março e 23 de setem-bro, com vista a viagens de Verão realizadas de 21 de junho a 23 de

setembro. Recorde-se que Monte Gordo

vem também registando máximos consecutivos nas taxas de ocupação hoteleira do Algarve, durante a época baixa, facto que está relacionado com a aposta do município de VRSA no turismo desportivo e de saúde, e de que são exemplo os serviços ofere-cidos pelo Complexo Desportivo e Centro Médico Internacional de Vila Real de Santo António.

O «Trivago» é o maior motor de busca de hotéis do mundo e compara diariamente 901.869 hotéis de 278 sites de reserva.

Com a televisão de Portugal a nem sequer ter migrado a RTP Infor-mação para a TDT, o governo espanhol concedeu à Atresmedia, à Mediaset e ao Real Madrid mais canais de TDT, um canal a cada em alta definição, HD, e mais três canais padrão à 13 TV, propriedade da Conferência Episcopal espanhola, à Radio Blanca e à queGes-tioCom.

Ficam assim a ser 21 os canais privados que emitem em sinal aberto, com mais de metade dos canais dominados pela Mediaset (3) e a Atresmedia (6).

O grupo PRISA já contestou a atribuição destas licenças, por entender que «são contrárias a diversas diretivas comunitárias e a tratados da União Europeia». Considera também que estão em causa as bases do concurso, no que diz respeito à concorrência e ao pluralismo.

Estas licenças foram concedidas por um prazo de 15 anos, devendo as emissões começar num prazo máximo de seis meses. JC

A cadeia hoteleira RIU comprou os ilhotes de Kedhigandu y Maafushi, situados nas ilhas Maldivas. Aí tem a intenção de construir dois complexos hoteleiros, unidos por uma passarela de madeira. Estes ilhotes situam-se no Oceano Índico, a sul da Índia, a 780 quilómetros de Colombo, capital do Sri Lanka.

A empresa espanhola que tem implantação no território do Baixo Guadiana, na margem esquerda, comprometeu-se com a originalidade da construção e um investimento de 140 milhões de euros, entre o valor dos terrenos e o da construção dos edifícios.

O projeto está em fase de desenho,

prevendo-se a inauguração para o ano de 2018. Um dos hotéis terá 248 quartos e o outro 171, para serem explorados em regime de alojamento completo, incluindo bares, restauran-tes, teatro com espetáculos ao vivo, animação, centro de mergulho e ati-vidades aquáticas e balneário.

Já no próximo ano a cadeia RIU inaugura um hotel no Sri Lanka, dentro dos seus planos de expansão na Ásia.

Passarela entre duas ilhas

A RIU não receia o desafio da com-plexidade das comunicações entre as ilhas nem a falta de infraestruturas e

serviços, uma vez que pretende uni-las com a passarela.

A República das Maldivas é formada por cerca de 1200 ilhas, das quais só 203 estão habitadas. O País está orga-nizado em 26 atóis, sendo no atol de Dhaalu aquele onde se localizam os hotéis. A ilha povoada que fica mais perto é a de Kudahuvadho.

A cadeia RIU conta com mais de 100 hotéis repartidos por 19 países e posiciona-se como a número 30 da lista de maiores cadeias hoteleiras do mundo, sendo a primeira de Espanha em faturação e a terceira em número de quartos. No ano de 2014 fechou a carteira de negócios com 1.618 milhões de euros. JC

nicos diretamente através da rede 4G (tecnologia de quarta geração, que possibilita um maior número de utili-zadores em simultâneo sem perda de eficiência) para os serviços hospitalares e centros de saúde.

De acordo com João Moura dos Reis, o sistema digital bem como todo o equi-pamento informático custou cerca de 500 mil euros, “investimento que irá gerar uma poupança significativa dos recursos financeiros e profissionais”.

Além de flexibilizar o acesso aos dados clínicos, ao trabalhar em rede, o sistema possibilita aos profissionais de saúde a realização de “um número ilimitado de imagens de rastreio na uni-dade móvel de radiologia”, destacou o responsável pela ARS do Algarve.

Na opinião de João Moura dos Reis, “contorna-se o procedimento anterior

que implicava transferir fisicamente as imagens clínicas entre a unidade móvel e o centro de saúde, sem oder efetuar um diagnóstico imediato”.

“Com este novo programa informá-tico, o processo torna-se mais eficaz, imediato e racional em caso de dete-ção de patologias, tornando também a notificação médica e o tratamento do utente mais céleres”, enfatizou.

Por seu turno, o diretor do estabe-lecimento prisional de Silves, Ricardo Torrão, destacou a importância do novo equipamento móvel, “porque implica a utilização de menos recursos humanos e menos deslocações, bem como uma resposta rápida na triagem de patolo-gias como a tuberculose, para evitar a sua propagação”.

“É efetivamente uma grande pou-pança em termos de recursos humanos

e de despesas com as deslocações aos centros de saúde, sublinhou Ricardo Torrão acrescentando que “em média são efetuados entre 60 a 70 exames e rastreios mensais naquele estabelecimento prisional”. O presidente da ARS do Algarve disse ainda que o projeto-piloto ou seja, a Unidade Móvel de Radiologia da ARS do Algarve poderá no futuro ser utilizada no Alentejo, ao abrigo de um protocolo que está a ser preparado com a administração regional de saúde daquela região.

Nova unidade móvel vem colmatar grave lacuna na saúde do Algarve

Quem não pagar parquímetro já é multado

A unidade móvel de radiologia vai permitir uma poupança financeira significativa e uma melhoria da gestão do tempo dos profissionais, afiança Administração Regional de Saúde do Algarve.

A funcionar desde 27 de Outubro

Monte Gordo no «top 10» dos destinos turísticos do Verão 2015

Avançou estacionamento pago em VRSA

Dados Trivago

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 19

POLÍTICA

Já tomaram posse os novos deputados eleitos pelo Algarve

Paulo Sá, militante do Partido Comunista Português, de 50 anos, natural de Guimarães, professor na Universidade do Algarve, em Faro, e deputado na Assembleia da Repú-blica nestes quatro anos.

João Vasconcelos, de 59 anos, professor de His-tória em Portimão, de onde é natural.

José Apolinário, de 53 anos, natural de Pechão, concelho de Olhão, jurista, ex-secretário de Estado das Pescas, entre outros cargos, e Presidente do Conselho de Administração da Doca-pesca, em Lisboa

Jamila Madeira, de 40 anos, economista, natural de Alte, do concelho de Loulé;

António Eusébio, de 49 anos, natural de São Brás de Alportel, engenheiro e secretário da AMAL – Comu-nidade Intermunicipal do Algarve, em Faro;

José Carlos Barros, de 52 anos, sem filiação parti-dária, arquiteto paisagista, residente em Vila Nova de Cacela, do concelho de Vila Real de Santo António, onde foi vice-presidente da Câmara Municipal, e ex-Di-retor do Parque Natural do Parque Natural da Ria For-mosa, entre outros cargos;

Cristóvão Norte, de 39 anos, militante do PSD, jurista e economista. Foi deputado na Assembleia da República nestes quatro anos;

Teresa Caeiro, de 46 anos, militante do CDS-PP, jurista, natural e residente em Lisboa. Foi vice-presi-dente da Assembleia da República.

Luís Graça, de 43 anos, natural de Lagos, funcioná-rio do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, em Faro.

PS- 32,77% PSD/CDS- 31,47 %BE 14,13% CDU 8,68 %MRPP 1,58% PDR 1,2%LIVRE 0,75 %PNR 0,71%NÓS CIDADÃOS 0,7%MPT 0,64%AGIR 0,64%PURP 0,47%PPM O,4%BRANCOS 2,25%NULOS 1,62 %ABSTENÇÃO 48,62%

Recorde-se que o Governo já tomou posse e que o novo programa vai ser apresentado a 9 de Novembro com votação no dia seguinte.

Questionámos os cabeças de lista sobre os problemas algarvios que levariam para na Assembleia da República tentarem encontrar soluções. À pergunta responderam-nos da coligação PàF e CDU.

Paulo Sá (CDU): Nos últimos quatro anos, a CDU desenvolveu uma notável intervenção na frente parlamentar, assente no contacto com a realidade regional e em profunda ligação com os trabalhadores e as populações. Em particular, apresentámos na Assembleia da República 24 projetos de resolução visando resolver problemas que afetam a região algarvia. Entre outros, pro-pusemos a abolição das portagens na Via do Infante e a rápida conclusão das obras de

requalificação da EN 125, a melhoria dos cuidados de saúde nos hospitais e centros de saúde da região, a recuperação do apa-relho produtivo regional e a dinamização da atividade portuária como instrumento de desenvolvimento económico da região algarvia. Estas e outras iniciativas serão retomadas na próxima legislatura.

José Carlos Barros (PàF): Durante a campanha eleitoral assumimos com a Região

um conjunto de compromissos, nos termos do manifesto que apresentámos e debate-mos. As nossas prioridades estão aí defini-das, procurando dar resposta aos principais problemas identificados. A nossa actuação não poderá deixar de se orientar nesse sen-tido: na luta por mais e melhor emprego, no reforço da importância das actividades ligadas ao mar e à agricultura, na procura de maior coesão social, na redução do valor das portagens e na requalificação da EN

125, na continuação dos investimentos nos portos e na modernização da linha ferrovi-ária, na defesa do património... Estes são alguns exemplos das prioridades que defi-nimos com a Região e que, naturalmente, orientarão a nossa actuação. A verdade é que neste momento, em face da profunda crise política iniciada pelo Partido Socialista, não é razoável apontar grandes metas de trabalho, pois o horizonte é de incertezas e de instabilidade.

RESULTADOS

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

CULTURA

A G E N D A

terças e quintas-feiras às 18h30

Ginásio da EBI de Martinlongo

Horário: segundas e quartas-feiras às

19h00

Organização: Município de Alcoutim

Campeonato distrital de futsal –

infantis masculinos

De outubro a maio

Local: Pavilhão José Rosa Pereira -

Martinlongo

Organização Associação Inter-vivos

Apoio: Município de Alcoutim

Passeio “BTTrilhos na rota da

perdiz 2015”

7 de novembro - Martim Longo 09h00

Marcha corrida

08 de novembro - Martinlongo

partida às 10h00 junto ao Pavilhão

Desportivo Municipal

Exposição “YuRp Arte digital:

StrobeVJ ”, de Vinícius Almada

03 a 28 de novembro

Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de

Alcoutim)

“IV Concerto de Outono”, concerto

de piano e violino com Bob e Kate

Saudeck

20 de novembro - 18h00

Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de

Alcoutim)

Castro Marim

4 a 30 de novembro | Exposição

CRIANÇAS NO MUNDO – COM

DIREITOS

Casa do Sal – Castro Marim

Das 10h00h às 13h00 e das 14h00h às

18h00

6 e 7 de novembro | IV Encontro

Transfronteiriço de Profissionais

de Museus (ETPM)

Casa do Sal

De 6 a 30 de novembro | Exposição

de fotografia “Castelos: imagens

(re)encontradas”

*Da autoria dos fotógrafos Carlos Inácio,

Mariana Inácio e Pedro Inácio

Igreja do Castelo – Castro Marim

14 de novembro | Mercado Mensal

de Castro Marim

Castro Marim

15 de Novembro | São Martinho

em Alta Mora

8 de Novembro | X Milhas do

Guadiana

VRSA

II Meeting Internacional de

Natação

7 e 8 novembro - 14h30 > 17h00

Piscinas Municipais

X Milhas do Guadiana – XIV Edição

Evento Eurocidade

8 novembro - 11h00

Vila Real de Santo António > Castro

Marim > Ayamonte

Tertúlia no Baixo Guadiana

26 novembro

17h30

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Partilha de saberes

Atividades criativas para o público sénior

Local: Biblioteca Municipal Vicente

Campinas | VRSA

Biblioteca fora de portas

Atividades criativas para o público sénior

Centros de dia, Lares e Casas do Avô |

EXPOSIÇÕES

Quem foi quem na obra de

Cabanas?

Ciclo «Sítios, Lugares e suas Gentes»

Xilogravura do mês: n.º 341 - 1973 Os

Moinhos de Alburrica 2 > 30 novembro

Maquete com pista de comboio

elétrico (6,80 m2)

Exposição de Cesar Guerrero

2 > 30 novembro

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Burros Curiosos e Companhia

Exposição de Ana Martins

6 > 30 novembro

Arquivo Histórico Municipal António Rosa

Mendes

Cor

Exposição de Fotografias de Kärsti

Stiege

até 30 dezembro

CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa

Rita

Exposição de Automóveis Antigos

22 novembro - 9h30 > 13h00

Praça Marquês de Pombal

«A Ocupação Islâmica de Cacela-

a-Velha no contexto marítimo do

Golfo Ibero-marroquino» *

Conversa com Cristina Tété Garcia

7 novembro

15h30

Centro de Informação da Casa do Pároco |

Cacela Velha

Apresentação do livro «Deixei

palavras voar»

de Marinel Oxiela, pseudónimo de Maria

Manuel Aleixo Silva, com apresentação de

Hugo Cavaco

12 novembro - 17h30

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Arquivo entre Histórias «A

Salicultura Tradicional em Castro

Marim: História e Imaterialidade»

por Pedro Pires

20 novembro - 18h00

Arquivo Histórico Municipal António Rosa

Mendes

Clube de leitura

19 novembro - 18h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Apresentação dos livros

Por Pedro Tavares e António

Cabrita «Ahínco» de Eladio Orta

«Versos de color» de José Luis Rúa

27 novembro - 17h30

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Mercado Guadi

28 novembro - 8h30 > 13h00

Mercado Municipal | VRSA

Kings & Queens

Show Casinos Algarve

Domingos

Casino Monte Gordo

PARA OS MAIS NOVOS

Oficina para famílias*

Pintura de mandalas

Com Kärsti Stiege

8 novembro - 15h00 > 17h30

Pré-escolar e Jardim de infância:

«Um presente diferente» de Marta

Azcona, ilustrações de Rosa Osuna

1º Ciclo: «Come a Sopa, Marta!» de Marta

Torrão

2º Ciclo: «O livro que só queria ser

lido» de José Jorge Letria, ilustrações de

Daniel Silva

* Atividade por marcação na biblioteca |

281 510 050 | [email protected]

Alcoutim

Mercado do Pereiro

29 de novembro

Largo da Igreja - Pereiro

VIII Feira da Perdiz - DESTAQUE

7 e 8 de novembro

Pavilhão Desportivo Municipal - Martim

Longo

Festival Gastronómico do Concelho

de Alcoutim “Sabores da Serra ao

Rio” – Sabores de outono - DESTAQUE

7 de novembro a 8 de dezembro

Restaurantes do concelho de Alcoutim

Magusto

11 de novembro

Cais de Alcoutim - 18h00

Magusto

11 de novembro

Afonso Vicente

Convívio de São Martinho

14 de novembro

Giões

Encontro de Poesia

14 de novembro

Pereiro – sede da Associação Estrela

Pereirense - 17h00

Magusto

14 de novembro

Pereiro

Noite de Fados com Nádia Catarro e

Maria Matilde Larguinho

21 de novembro

Farelos - 21h00

Aulas de Aeróbica, Step, Ginástica

Localizada, GAP e Pilates

29 de setembro a 30 de junho

Pavilhão da EBI de Alcoutim

POR CÁ ACONTECE

Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo realizou 10.º EncontroDe 22 a 24 de Outubro nas cida-des de Almacelles e Lieida (Espa-nha) decorreu o 10º Encontro desta importante Associação cuja presidência do órgão executivo é exercida por Vila Real de Santo António. Como decorre do seu normal funcionamento a antece-der o Encontro realizou-se uma importante reunião de sócios na qual estiveram representados : VRSA, Barcelona, Es Castel, Carta-gena, Almacelles, Granja, o MUVI de Valência e a Covilhã que, como novo sócio, iniciou aqui funções na Associação.

Na reunião como aspectos mais relevantes aprovou-se a entrada de novo sócio – a Universidade de Coimbra -, aprovou-se a criação de um novo Site e em traços gerais ficou aprovada uma importante alteração nos Estatutos da Asso-ciação de forma a emprestar-lhe

maior operacionalidade.O Encontro que decorreu sobre

o lema “ As Cidades e o Seu Urba-nismo – Do Antigo Egipro ao Século WWI “ cumpriu a sua pri-meira sessão na Universidade de Lieida, presidida pelo seu Reitor com uma notável intervenção do Professor Guillermo Perez da Universidade de Saragoça sobre “ O Mundo Urbano no Século da Iluminismo “.

As sessões dos dias seguintes foram realizadas no Museu da cidade de Almacelles, das quais destaco a intervenção da Arqui-tecta Teresa Duarte que nos trouxe em grandes traços a proposta que Lisboa está elaborando para Patri-mónio da Humanidade na candi-datura que estão elaborando para a UNESCO e “ O Espaço Numa Unidade Fabril Mercantilista “ a cargo das Drªs. Telma Madaleno

e Sandra Ferreira da Câmara da Covilhã, tendo o encontro terminado com a apresentação de um vídeo organizado pelo Museu de Valência sobre “ A Aventura do Pensamento “ e por último a intervenção de Almancelles sobre a expansão da cidade e a sua fidelidade ao urbanismo quadricular.

Houve ainda tempo para se celebrar um Protocolo de Cooperação com a Universidade de Lieida com base no qual se abrem perspectivas importantes de trabalho.

Importante reunião decorreu em Almacelles e Lleida (Espanha)

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 21

CULTURA

Casa do Sal acolheu exposição “70 Cavaquinhos, 70 Artistas

Fernando Pessanha escreveu «A Devota e a Devassa»

Tratou-se de exposição coletiva nacional “70 Cavaquinhos, 70 Artistas”, produzida pela Associação Cultural Museu do Cavaquinho, e esteve patente na Casa do Sal, em Castro Marim, até ao final de Outubro. Depois de passar pelo Mosteiro dos Jerónimos e, seguidamente, em itinerância por dez cidades com ligações à prática do cavaquinho, esta exposição é agora recebida pela primeira no Algarve.A cerimónia inaugural, com a presença do executivo da Câmara Municipal de Castro Marim, foi marcada pelo concerto de Júlio Pereira, compositor, multi-instrumentista e produtor e presidente da Associação Cultural Museu do Cavaquinho. Casa cheia e um público interessado acolheu as 70 intervenções artísticas em cavaquinhos, assinadas por 70 artistas plásticos portugueses, entre eles estão Cristina Troufa, Luís Lázaro, Júlio Dolbeth, Joana Astolfi, Joana Rego, Carlos Zíngaro e Marta Madureira.

Obra foi apresentada por Vítor Gil Cardeira e José Carlos Barros.

No dia de inauguração Júlio Pereira deu concerto na Casa do Sal. Cavaquinhos ficaram expostos até final de Outubro.

A apresentação do mais recente livro de Fernando Pessanha acon-teceu em primeiro lugar em Vila Real de Santo António, no pas-sado dia 16 de Outubro na Biblio-teca Municipal de Vila Real de Santo António.

A apresentação coube a José Carlos Barros que falou da obra, que impressões reteve, dizendo que espera deste jovem algarvio “um livro de maior dimensão”, acreditando nas suas potenciali-dades para “um romance denso, de muitas páginas”.

Por sua vez o editor da 4Águas Edições, Vítor Gil Cardeira, este novo trabalho, que inaugura a nova colecção “Blokos / Narra-tiva”, apresenta-se como uma novela picaresca passada na centúria de setecentos. Com um conjunto de ingredientes que vão desde o erotismo ao humor e da ironia ao sarcasmo, o autor dá-nos a conhecer a sociedade e o país, as gentes e as represen-tações sociais da época.

Já a docente universitária Adriana Freire Nogueira, que prefaciou a obra, revela que “o cuidado histórico é notável, ou não fosse o autor um historiador de formação, podendo ser apre-ciado quer no tom da linguagem usada (...) quer nas explicações prestadas com naturalidade e sempre a propósito”.

Fernando Pessanha que é também colaborador assíduo do Jornal do Baixo Guadiana falou-nos da sua capacidade de produção e das mensagens que pretende passar como emissor literário.

Jornal do Baixo Guadiana (JBG): A tua capacidade de produção impressiona, não só pela qualidade, mas pela diversidade. Fernando Pes-sanha, o que levou agora até à história/tema de «A Devota e a Devassa»?

Fernando Pessanha (FP): Apenas a constatação de que a realidade do séc. XXI se asseme-lha, a vários níveis, ao que era a realidade do séc. XVIII, quer falemos da nobreza, do clero ou do povo. Tal como no séc. XVIII, continuamos a viver numa socie-dade de fachada onde nada cor-responde ao que se mostra. Se antes tínhamos fidalgotes aparen-temente distintos que viviam de esquemas e biscates, hoje temos uma classe média destruída por interesses neo-liberais e que vive numa pobreza dissimulada e envergonhada. Se o ouro do Brasil apenas serviu para encher

os bolsos de um punhado de nobres (sem que o povo tivesse lucrado com isso), também os fundos comunitários serviram para encher os bolsos de muitos empresários protegidos pelo apa-relho político (sem que o povo tivesse lucrado muito com isso). A História serve para que possamos compreender o mundo actual e para podermos tirar ilações sobre o porvir. Talvez por isso as classes instaladas no poder tenham pavor dos historiadores…

JBG: Tens uma opinião muito crítica em relação à sociedade dos nossos tempos. Que relação pre-tendes manter com quem te lê e com quem te ouve? Que mensagem preponde-rante queres fazer passar com a tua escrita e com a música?

FP: Tenho uma opinião crítica, é certo, mas o ideal seria que

todos os cidadãos da República tivessem uma atitude crítica em relação à sociedade e ao mundo que nos rodeia. Já o meu mestre António Rosa Mendes defendia “a não aceitação conformista e passiva das ideias feitas, o gosto pelo pensamento autónomo e isento de preconceitos” e natu-ralmente que o pensamento livre e crítico não é do agrado de muitos, nomeadamente, dos que pretendem conduzir os des-tinos de uma sociedade de uma maneira despótica e sem oposi-ção crítica. A minha intenção é manter uma relação de proximi-dade com quem me lê e me ouve. A minha mensagem passa pelo sonho utópico da democratização da cultura, de modo a podermos construir uma sociedade mais consciente e esclarecida, uma sociedade onde, efectivamente, sejam respeitados os princípios da igualdade, fraternidade e

liberdade. JBG: És um jovem. Como

imaginas, como sonhas, o teu percurso produtivo artístico/criativo?

FP: Não tenho quaisquer ilu-sões. Irei escrever mais alguns trabalhos, dar mais alguns con-certos e, eventualmente, gravar um par de discos. Como não sou um boy de nenhum partido, difi-cilmente terei um job. Claro que essa instabilidade irá condicio-nar fortemente a minha produção artística/criativa... Dou-me por satisfeito se, depois da minha morte, algum jovem encontrar algum dos meus livros na pra-teleira de alguma biblioteca e o partilhar com a sua família e amigos.

Como estão as vendas e a agenda de apresentação do teu mais recente trabalho. Contacto para aceder ao teu livro?

Antes do lançamento, na Biblio-teca Municipal Vicente Campinas, já tinha sido vendida metade da tiragem da primeira edição de “A Devota e a Devassa”. Acabou por esgotar com as apresentações em Vila Real de Santo António e em Faro. A 4Águas Edições teve de proceder à encomenda de uma nova tiragem, pois ainda faltam as apresentações em Tavira, Olhão, Castro Marim, Punta Umbria e Huelva. Para além destas estão ainda por confirmar as datas das apresentações em Lagoa, Beja, Lisboa e Leiria. As encomendas de “A Devota e a Devassa” podem ser feitas à 4Águas Edições através do e-mail [email protected]

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

CULTURA

O Signatário CERTIFICA

Para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que no dia vinte de outubro de dois mil e quinze, a folhas quarenta e oito e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número duzentos e seis deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que ANTÓNIO CASIMIRO MARTINS AFONSO e mulher ISABEL ROSA CALHAU SEGISMUNDO AFONSO, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Praceta Azedo Gneco, n.º 7, 1 esq, Faro, NIFs 137113617 e 137113781, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios: prédio Urbano, composto de morada de casas térreas com a área coberta e total de cinquenta e seis metros quadrados, sito em Corte Nova, Odeleite, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, a confrontar do norte com Joaquim Fernandes do sul com Maria Luísa Martins Afonso, do nascente com rua, do poente com António Manuel perpetuo Santana, com a área coberta de cinquenta e três metros quadrados e descoberta de nove metros quadrados, inscrito na respectiva matriz em nome da herança aberta por óbito de António Casimiro Afonso, sob o artigo 855, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de cinco mil e trezentos euros; prédio rústico, composto de cultura arvense, com a área de onze mil seiscentos e oitenta metros quadrados, sito em Moinho Branco, Vale Grande, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias, do sul com herdeiros de Almerinda pereira, do nascente com joao Francisco Afonso do poente com Joaquim Martins Afonso cavaco, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 11 Secção AX, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 95,97; prédio rústico, composto de cultura arvense, com a área de vinte e um mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, sito em Cerro do Castelo, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar a norte e sul com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias, a nascente com custodio Martins, a poente com herdeiros de Maria justina xavier, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 58 Secção AT, com valor patrimonial correspondente e atribuído de € 176,19; prédio rústico, composto de amendoeiras e cultura arvense, com a área de vinte e seis mil trezentos e sessenta metros quadrados, sito em Cerro da Figueira, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias, e sul com jose augusto gomes cavaco, do nascente com herdeiros de António Afonso André, do poente com herdeiros de Custodia pereira, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 68 Secção AT, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 235,19; prédio rústico, composto de cultura arvense, com a área de nove mil e oitocentos metros quadrados, sito em Moinho do Pinto, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte com barragem de Odeleite, sul com jose augusto gomes cavaco, nascente com herdeiros de António Afonso André, poente com herdeiros de Custodia pereira, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 80 Secção BO, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 32,86; prédio rústico, composto de mato e cultura arvense de sequeiro, com a área de treze mil e quatrocentos metros quadrados, sito em Moinho Preto, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte e sul com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias, do nascente com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias e Maria Antónia Afonso,do poente com António Francisco, inscrito na respectiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 146 Secção AB, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 89,62; prédio rústico, composto de mato, alfarrobeiras, amendoeiras, oliveiras e cultura arvense, com a área de sete mil seiscentos e oitenta metros quadrados, sito em Moinho Preto, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias, do sul com herdeiros de augusto quintino, nascente com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias e Antonio Francisco, do poente com custodio Afonso Teixeira guerreiro, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 149 Secção AB, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 309,86; prédio rústico, composto de mato e cultura arvense, com a área de onze mil cento e sessenta metros quadrados, sito em Vale Longo, freguesia de Odeleite, referida, a confrontar do norte com António jose da palma, sul com EN 505, nascente com estrada municipal Corte nova, poente com herdeiros de Casimiro Afonso cavaco dias e Isaura Afonso guerra, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 160 Secção AU, com o valor patrimonial correspondente atribuído de € 115,70; prédio rústico, composto de mato e cultura arvense, com a área de dezoito mil setecentos e sessenta metros quadrados, sito em Eira da Pereira, freguesia de Odeleite, referida, do norte com Sebastião António Beatriz e Martinho Fernandes, do sul com Manuel joao Fernandes e outro, nascente com Agro-Pecuária jose Afonso Henriques Lda e António vilão ,do poente com do poente com herdeiros de Maria justina xavier e de Ana Xavier, inscrito na respectiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 172 Secção AU, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de € 152,13, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim. Que adquiriram os prédios por partilha verbal com os restantes herdeiros, que terá ocorrido no ano de mil novecentos e oitenta e seis, por óbito do pai do justificante marido, ANTÓNIO CASIMIRO AFONSO, casado que foi com MARIA JOAQUINA, em comunhão geral e residente que foi em Corte Nova, Odeleite, Castro Marim. Que, por falta de título, não têm os justificantes possibilidade de comprovar, pelos meios normais, o seu direito de propriedade.Que no entanto, desde a referida data, portanto há mais de vinte anos, sempre os justificantes têm vindo a usufruir os identificados prédios, mantendo-os e reparando-os, cultivando-os e colhendo os respectivos frutos, no gozo pleno das utilidades por eles proporcionadas, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, continua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém.Que, dadas as características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por usucapião, o que para os devidos efeitos invocam.Está conforme na parte transcrita.Faro, vinte de Outubro de dois mil e quinze. PA2208/2015 O Notário,

(Luís Miguel Gonçalves Rodrigues Valente)

1 de Novembro de 2015Jornal do Baixo Guadiana

II Tributo aos Escritores “Apontamentos da Margem” apresentado na Casa dos Condes

Jornal do Baixo Guadiana retoma tertúlias. Cinema e Fundos Comunitários estiveram em destaque

Decorreu a 17 de Outubro mais uma sessão em volta da escrita e que em Farelos dinamizou um final e tarde muito acolhedor com direito a um convívio proporcionado pela Associação dos Amigos de Farelos e Clarines. Aconteceu na localidade de Farelos, concelho de Alcoutim, e contou com a presença, mais uma vez dos Poetas do Guadiana. Um segundo tributo aos escritores em que a literatura falou mais alto.

A Biblioteca Municipal de Alcoutim (Casa dos Condes) recebeu em mais uma sessão de tertúlia «Palavra Sexta à Noite» a a apresentação do livro “Apontamentos da Margem”, da autoria dos Poetas do Guadiana. A Apresentação decorreu no âmbito das tertúlias que mensalmente abrem à noite as portas da Biblioteca Municipal de Alcoutim com o objetivo de proporcionar serões de cariz cultural.

Associação de Farelos e Clarines proporciou mais um encontro

Tertúlia de Fado aqueceu com as vozes conterrâneas

A mais jovem voz foi a de Dânia e surpreendeu quem a ouviu, pois com apenas 11 anos e a cantar pela primeira vez encantou o público. Mas Castro Marim tem fadistas na terra que honram qualquer momento fadista. Foi também o caso de Ângela Mascarenhas, Fernando Sousa e César Correia, amantes e cantores amadores de fado. Acompanhados à guitarra portuguesa e viola fado, com grandes êxitos do Fado Português, os “nossos” fadistas amadores orgulharam a “alma lusitana”.

Foi uma tertúlia de fado que teve lugar na Casa do Sal e sob o especial cenário da exposição «A Guitarra Portuguesa» que ali esteve patente e que apresentou aos visitantes as origens deste do instrumento, também consagrador do Fado como Património Imaterial da Humanidade e tão intrinsecamente ligado à nossa história. O espólio em exibição, de José Paulo Costa, reuniu várias formas, modelos e tendências da guitarra portuguesa, fabricada pelos principais construtores, desde o século XIX até à atualidade.

A tertúlia dedicada à «Europa Criativa» e à «Produção Audiovisual no Algarve» foi o retomar no pós-verão da «Tertúlia no Baixo Guadiana» que é uma ação conjunta do Jornal do Baixo Guadiana e da Biblioteca Municipal Vicente Campi-nas, do município de Vila Real de Santo António e que se realiza há cerca de cinco anos . A 29 de Outubro dedicou-se atra-vés da apresentação feita pela associação Backup ao programa «Europa Criativa» e aos fundos disponíveis para os criativos e artistas. Uma apresentação feita por Jorge Machado e André Oliveira que explicaram os mecanismos disponíveis, tendo eles mesmo se mostrado dispostos para criar novas parcerias numa rede a que pertencem a nível europeu e que já conta com dezenas de outras entidades da Comunidade Europeia. De referir que a Backup tem entre Outubro de 2015 e Outubro de 2016 um voluntário europeu na área do cinema. Leandro Apolloni participou na tertúlia do Baixo Guadiana e deu-nos conta da sua vontade em cres-cer e ajudar a fazer crescer o concelho d o Vila Real de Santo António na área da produção da sétima arte.

Film makers do Algarve mostraram traillers em tertúlia

O JBG convidou também para esta

tertúlia autores do Algarve que através de meios audiovisuais têm levado a cabo a divulgação turística do Algarve, inclu-sivamente do Interior em que se inclui o território do Baixo Guadiana. Eduardo Soares Pinto, Pedro Matos, Patrício Faísca e Vico Ughetto deliciaram com as suas experiências e sua arte quem participou na tertúlia e não deixaram de focar as dificuldades da sétima arte no país, sendo que frisaram que o Algarve pode-ria promover-se muito mais e melhor se recorresse ao audiovisual criativo. Vico Ughetto mostrou um trailer do filme que realizou recentemente para o pro-jeto «Puro Algarve», da ACRAL, Patrício Faísca mostrou o making off da curta «Presa» protagonizada pelo ator portu-guês cada vez mais consagrado Diogo Morgado, por sua vez Pedro Matos levou até à tertúlia um conjunto de imagens de trabalhos que realizou, sendo de referir que foi Pedro Matos quem com a sua equipa da «Margem produções» ganhou recentemente o prémio internacional da «Arts&Tur» pelo filme dedicado à iniciativa «Algarve Nature Week». Edu-ardo Soares Pinto mostrou-se a sua arte através de dois trabalhos distintos: um documentário sobre a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim (que foi selecionado, entretanto, para participar no Finisterra) e um documentário dedi-cado a um projecionista ambulante.

Artistas locais cantaram em noite de tertúlia de fado

Foi uma tertúlia com umpúblico bastante interessante em debater ideias

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 23

CULTURA

O Terramoto de 1755 no Baixo Guadiana

– Foi há 260 anos…

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Já todos ouvimos falar do grande terramoto de 1755 e da maneira como este arrasou Lisboa, há exactamente 260 anos. Porém, esquecemo-nos frequentemente das repercussões que teve no Reino do Algarve e, mais concretamente, no Baixo Guadiana. Repercussões, aliás, que se estenderam ao território espanhol, onde a catástrofe ficou conhecida até aos dias de hoje como El Terremoto de Lisboa.

Com efeito, foi no barlavento algarvio, mais próximo do epicentro, que o sismo se fez sentir com maior intensidade, daí resultando o grande número de vítimas mortais verificado no Algarve ocidental. É certo que os danos foram diminuindo a partir do Cabo de Santa Maria, contudo, não se pense que o sotavento algarvio saiu ileso desta catástrofe. Pelo contrário. Um documento de 1756 intitulado Relaçam do terramoto do primeiro de Novembro do ano1755 com os efeitos, que particularmente cauzou neste Reino do Algarve, dá-nos conta danos patrimoniais na região do Baixo Guadiana. Em Cacela, por exemplo, ficaram arruinadas a igreja Matriz, a Misericórdia e as casas da Câmara Municipal. Da fortaleza caíram os baluartes com tal violência, que os respectivos canhões foram atirados para a praia. De acordo com o mesmo documento, em Castro Marim, caiu a “maior parte da fortificação, com as quatro torres, que guarneciam os seus lados”. Morreram sete pessoas e a Igreja Matriz ficou arruinada, tal como várias outras casas particulares. De salientar ainda a referência que este documento faz à torre de menagem do castelo – que podemos visualizar em O Livro das Forlalezas, de Duarte de Armas – que foi totalmente destruída. Também outros documentos atestam o lamentável estado em que ficou a vila de Castro Marim. As Memórias Paroquiais referem que apenas uma das paredes da igreja Matriz ficou em pé, que as torres da alcáçova foram demolidas “e as muralhas do mesmo com muita ruina”. No designado castelo grande, ficaram os baluartes arruinados, “imcapazes de se lhe tirarem artilheria deles”, assim como os aquartelamentos dos militares, as casas dos governadores da praça, e até mesmo o forte de S. Sebastião e a cerca seiscentista, ambos construídos ainda no século que antecedeu o terramoto. Para os interessados em aprofundar conhecimentos sobre o assunto deixamos ainda uma sugestão bibliográfica: a leitura de 1755 – Terramoto no Algarve, publicado em 2015 pelo Centro de Ciência Viva do Algarve.

Fernando PessanhaHistoriador

Cante Alentejano encheu «Espaço Guadiana»

Guadiana International Music Fest animou Alcoutim

Performance juntou arte de iluminação e música

O Espaço Guadiana, em Alcoutim, foi palco, na noite de 10 de outubro, de um espetáculo de cante alentejano dinamizado pelo Grupo Coral Os Caldeireiros de S. João, pelo Grupo Coral Feminino Estrelas do Alentejo de Sta. Vitória, pelo Grupo Coral Guadiana de Mértola e pelo Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Brinches.O evento foi organizado pelo Município de Alcoutim e pelo Teatro Experimental de Alcoutim (TEA) e teve casa cheia.

Foram três dias de muita música que só é possível graças a uma organização da Comunidade Estrangeira de Alcoutim, Município de Alcoutim e União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro. Teve lugar entre 23 e 25 de Outubro no Cais de Alcoutim. Com músicos estrangeiros e outros da terra a festa ao som de muitos sons fez-se e já se pensa na edição de 2016!

Vilma André e os «Manifestum Duo» apresentaram-se no auditório da Biblioteca Municipal Vicente Campinas e numa experiência artística surpreenderam o público. Vilma A. com os seus candeeiros feitos de cana e a partir de um trabalho de parceria com artesãos locais e os músicos João Bartolomeu e Henrique Pereira com trombone e tuba. Juntaram-se numa fusão de artes e criaram uma performance que traz um espetáculo intimista e de intensa qualidade de execução.

A iniciativa foi levada a cabo pelo município de Alcoutim e teatro Experimental de Alcoutim

Este é um festival que conta com a organização da comunidade estrangeira em Alcoutim

A arte na Iluminação de Vilma André uniu-se à música do duo de trombone e tuba de João Bartolomeu e Henrique Pereira

André Oliveira

DRDR

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

PASSATEMPOS&LAZER

Para metade dos portugueses, o dinheiro nem sempre chega ao final do mês, mesmo com hábitos de planeamento. Neste sentido, entrevistámos 1222 pessoas e verificámos que mais de metade nem sempre consegue chegar ao final do mês com dinheiro e para 12% dos inquiridos essa é uma realidade.

Segundo o nosso estudo, só 40% das pessoas inquiridas são bem-sucedidas na elaboração de um orçamento mensal. Contro-lar o saldo e/ou o extrato para verificar as entradas e saídas de dinheiro é das técnicas mais utilizadas pelos inquiridos.

Adicionalmente, segundo o nosso estudo, é mais difícil de orga-nizar um orçamento de um agregado familiar quando existem filhos. Esta dificuldade está associada aos custos extra, como o custo da educação, como seja a entrada na escola.

Se já é difícil esticar o dinheiro até final de mês, torna-se ainda mais com os créditos à habitação, o crédito automóvel e até mesmo os cartões de crédito. A situação de crise atual fez com que a percentagem de pessoas com dificuldade em fazer face às suas despesas subisse de 23% em 2011 para 76% em 2014.

Se os consumidores têm dificuldade em pagar as contas, poupar torna-se quase impossível. Apenas uma minoria, 3%, con-seguiu colocar algum dinheiro de parte que, em média, não vai além dos 1000€.

Quando realizámos o inquérito, um quinto dos agregados estava envolvido num programa de gestão de endividamento, maioritariamente no Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado da DECO. Esta difícil situação económica leva à deterioração do ambiente familiar, problema reportado por 76% dos inquiridos.

O estudo demonstrou ainda que os inquiridos têm consciência da importância de poupar, tendo 99% considerado que é impor-tante ter um pé-de-meia para os imprevistos e 93% considera-ram-se muito organizados na gestão diária do dinheiro.

Susana Correiajurista

“Qual é o panorama atual no que diz respeito à gestão financeira dos agregados familiares nacionais?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º136

Autor: João Raimundo

Jogo da Paciência n.º 142

Devemos periodicamente vigiar a nossa saúde em geral e a de todos os órgãos e membros em particular, desde os dedos dos pés até à ponta dos cabelos. Se eles existem é porque são necessários e para que funcionem na perfeição temos que cuidar de todos sem exceção porque todos trabalham em conjunto e se um não estiver em condições todo o conjunto corporal se ressente. Fazem-se análises clinicas com assiduidade e controla-se o coração, olhos, seios, etc. mas não observamos com regularidade o grau de audição dos nossos ouvidos, dentes, dentes (só quando doem), pele ( o maior órgão do nosso corpo humano ), próstata, garganta e estomago (azia e refluxo esofágico, intestinos, etc.) A insuficiência de audição não se sente ela vai acontecendo lentamente prejudicando gravemente a qualidade de vida principalmente a partir dos 40 anos de idade embora a perda de audição atinja qualquer faixa etária. Segundo estudos divulgados pela O.M.S. é negativo e de resultados irreversíveis poluição sonora superior a a 85 db ( ex: discotecas, aparelhos musicais nos ouvidos ou em qualquer local e profissionalmente devem-se usar nos ouvidos protetores adequados contra o ruido excessivo e constante. Controlar a audição é um exame simples, fácil e por vezes gratuito em centros auditivos de empresas do ramo, dura cerca de 10/15 minutos e de resultados imediatos. Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de – FAÇA TESTE AUDIÇÃO.

Organização Mundial de Saúde - Carnes processadas associadas ao

desenvolvimento de cancro

Estrelinha foi encontrada com os seus bebés completamente sozinha e desprote-

gida na serra Algarvia.Tem cerca de dois anos, e é uma menina

muito meiga, e sociável.Estrelinha é de porte médio/pequeno e

procura uma Família para a Vida heart emo-ticon

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Um relatório publicado recentemente pela OMS vem com -provar que existe relação direta entre o consumo de carnes processadas (bacon, salsichas, presunto, fiambre, etc.) e o aumento da probabilidade de desenvolvimento de cancro colo-retal. Segundo o relatório, um consumo de 50g diárias de carne processada aumenta em 18% o risco de vir a desen-volver cancro. Durante o processo de salgar, curar, fumar, ou acrescentar conservantes à carne, podem formar-se compostos químicos com capacidade de danificar o ADN, podendo dar origem posteriormente ao desenvolvimento de cancro. O relatório elaborado por 22 especialistas de 10 países teve como base a análise a mais de 800 artigos que relacionam o consumo de carne com vários tipos de cancro. Estima-se que 34 mil mortes anuais por cancro sejam devi -das a um consumo elevado deste tipo de carne. Por estar perfeitamente comprovado que o consumo deste tipo de ali -mento têm um papel no surgimento de cancro, as carnes processadas foram colocadas no grupo 1 – carcinogénico para humanos – juntamente com o tabaco, álcool, arsénico e o amianto. No entanto esta classificação não está rela -cionada com o nível de perigosidade do consumo/exposição à substância em questão, pois por exemplo o tabaco está associado a 1 milhão mortes anuais por cancro, ou o álcool a 600 mil mortes anuais por cancro. Relativamente às carnes vermelhas foram colocadas no grupo 2A – provavelmente carcinogénico para humanos – pois não existem ainda evi -dências científicas suficientes acerca do assunto que per-mitam afirmá-lo com certeza. Contudo os estudos apontam que o consumo diário de 100g de carne vermelha aumenta em 17% o risco de vir a desenvolver cancro. Um consumo moderado destes alimentos, acompanhados nas refeições por alimentos protetores (hortícolas e fruta) e um estilo de vida saudável em geral, incluindo a dieta, é essencial para diminuir a probabilidade de vir a desenvolver cancro.

Carlos BrásEng. Alimentar

Ideias a Conservar

«Vamos ao mercado»

Soluções Jogo da Paciência - n.º141

Flores1. Jornais2. Couves3. Pão4. Feijão (verde)5. Abóbora6. Cenouras7. Pimentos8. Alhos9. Massa10.

Arroz11. Carne12. Peixe13. Laranjas14. Oregãos15. Castanhas16. Pêras17. Azeite18. Leite19. Cereais20.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015 | 25

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

Como a oliveira, a alfarrobeira ou a figueira, a vinha terá chegado ao terri-tório algarvio por mão das civilizações mediterrâneas da antiguidade, e com ela o hábito de beber o vinho, elemento de natureza divina e propriedades liberta-doras, centro dos convívios à mesa, que, com a cristandade, se assume mesmo como símbolo do sangue de Cristo. Com o azeite e o pão, forma a trilogia base da milenar alimentação de raiz mediterrâ-nica. Sobre as principais linhas de água do Baixo Guadiana, as vinhas prosperam

em solos aluviais férteis ou, em menos número, nas ricas hortas delimitadas por muros de xisto. Sobre os barran-cos distantes das margens do rio, em terrenos mais frescos e profundos, existiam os parrões. Dessas pequenas vinhas, a uva, depois de espremida e fermentada, produz o tradicional vinho caseiro, de teor alcoólico elevado, que acompanhava o habitual convívio nas tabernas. Por alturas do São Martinho e da tradicional matança do porco cevão, entre Novembro e Dezembro, ainda se prova o vinho novo. Era frequente que se guardasse algum desse vinho caseiro para o Entrudo. Quando velho era conhecido por vinho judengo.

Nas castas, de toque acre, próprias da região, destaca-se a negra mole, tal como a asseria ou “assarias”, entre outras. O trabalho na vinha começa no Inverno, altura da cava e escava da terra junto da cepa, antes de cair a parra, que permite o arejamento dos terrenos e um melhor aproveitamento das chuvas. Nos primeiros meses do

Da vinha ao vinho: a vitivinicultura no Baixo Guadiana

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

ano faz-se a poda da videira, que volta a ser cavada em Abril. Nalguns casos, não se faz a empa depois da poda, que consiste em amarrar as extremi-dades das vides entre dois paus, para ajudar ao seu crescimento. A partir de Maio, depois de aparecer a folha e a flor, começa a maturação da uva, que se prolonga até Setembro, altura da vindima (ainda hoje momento de convívio entre a família do dono e os amigos e vizinhos que se juntam para ajudar).

Depois de colhidas, As uvas são guardadas no armazém ou no celeiro. Numa prática herdada dos romanos, os produtores colocavam a secar ao sol as uvas destinadas ao vinho, durante cerca de uma quinzena. Nos lagares, ou numa divisão da casa, o vitivinicultor produz o vinho. O pro-cesso, hoje mais simplificado com o uso de prensas, difere “do outro tempo” no momento da pisa das uvas

para obter o vinho, feito sobretudo manualmente ou também com os pés. No primeiro caso, as uvas eram colocadas no talego ou numa saca de adubo, que depois era espremido manualmente na “burra” ou na quei-jeira – própria ou emprestada pelo vizinho –, onde também se fazia o azeite. Nesta estrutura afunilada e inclinada, de três patas, em madeira de azinheira ou chaparreiro, o mosto escorria para um alguidar em barro e era depois esvaziado em potes de barro ou barris em madeira. As pipas eram previamente mergulha-das em água para inchar a madeira. Dentro do talego ficava o bagaço ou “engaço”, uma pasta formada pelo desperdício das uvas, utilizado para fazer as aguardentes. Na pisa com os pés, menos comum no Algarve, homens e mulheres pisavam as uvas dentro de pias, até o “engaço” afundar e o líquido vir ao de cima. O “engaço” era depois retirado e

iniciava-se a fermentação durante cerca de 3 semanas, em barris ou potes de barro.

Em ano de boa produção, separa-va-se o branco do tinto. Quando a produção era menos, juntam-se as uvas e produzem o vinho palheto. O vinho é mantido em barris ou dis-tribuído em garrafões de vidro ou plástico até à prova no dia de São Martinho.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

A principal forma de sobreviver ao sofrimento é dando-lhe um sentido. Todas as vidas são em determinado momento marcadas pela dor. Apesar disso nem todas as pessoas desenvolvem doenças mentais derivadas desses traumas.

É relativamente fácil detectar os factores que podem ter levado uma pessoa a deprimir-se ou a desenvolver outra doença mental. Se conhecermos ou dedicarmos algum tempo a conversar com essa pessoa, saberemos explicar com relativa clareza aquilo que a levou àquele ponto. A própria pessoa normalmente também o sabe.

O verdadeiro desafio para quem apoia não é o diagnóstico, mas sim o caminho da recuperação. Sobre isso sabemos todos pouco. Por isso, procuramos nas ciências psicológicas, compreender os meandros não só da doença mas também da saúde. O que leva a que uma pessoa, perante inúmeros problemas não desenvolva a depressão óbvia?

Essa questão foi colocada de forma muito pertinente por aqueles que estudaram os sobreviventes dos campos de concentração, exemplo paradigmático de outros tantos horrores da nossa história.

Como é que seres humanos que viveram em condições de degradação total da sua dignidade conseguiram sobreviver? Como é que foi possível para alguns não desenvolverem doenças mentais crónicas?

Vitor Frankl viveu enquanto psicanalista uma experiência única. Sobreviveu a Auschwitz, e contou-nos como o fez, no seu livro “O homem em busca de um sentido”, que escreveu em 9 dias. Em determinado momento conta-nos que se imaginou anos depois de sair do campo a dar palestras sobre aquilo que tinha vivido e a ensinar os seus alunos sobre a terapia por ele desenvolvida. Em suma, encontrou no seu sofrimento um significado. Uma missão. Compreendeu-se que o sentido da vida é uma das necessidades do ser humano.

Este é um dos marcos da psicologia humanista -existencialista. Se na dor mais profunda, compreendermos o sentido da nossa existência é quase certo que poderemos sobreviver. Para alguns, a religião

cumpre essa função de dar um sentido à vida de cada um. Porém esse sentimento tem de ser alimentado a partir do interior. Para cada um é necessário que a vida faça sentido, seja coerente, compreensível e tanto quanto possível significante.

Por vezes encontramos pessoas em crise existencial. Não estão necessariamente doentes, mas estão insatisfeitas sem motivo aparente. Teriam tudo, aos nossos olhos, para serem felizes. Saúde, família, trabalho, casa e carro mas, no entanto, não estão bem. Não conseguem encontrar um motivo para viver.

Já aqui o escrevemos que não basta com ter. É necessário procurar esse motivo dentro de nós, na nossa história e no nosso presente e, por vezes, recomeçar tudo de novo.

Só assim é se explica que milhões de pessoas atravessem meio mundo a pé, com os filhos ao colo. Só assim é possível levantarmo-nos depois de perdermos tudo, incluindo, a nossa família. Só assim teremos uma hipótese de sobreviver.

Procurar Um Sentido

NEIP (Núcleo de Estudos e Interven-ção Psicológica) – Adelaide Ruivinho,

Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Inês Morais, Patrícia Santos, Pedro Costa,

Sílvia Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário, Juliana Martins

www.facebook.com/[email protected]

“Se penetrássemos o

sentido da vida

seríamos menos

miseráveis.”

Florbela Espanca

* Ilustração feita por João Estevão – Projecto Escolhas Vivas (VRSA)

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COLABORADORES

Manuel Manero escreveu este livro que ensina a desen-har e concretizar uma vida feita de objetivos e ideais

As minhas origens

Sou filho da ruralidadeDesta vida campesina

Hoje olho com saudadeCumpro na vontade a minha sina

No campo sinto-me felizNão nego a vida campestreFoi Deus que assim o quis

Que a minha origem fosse silvestre

De botas cardadas, calçadoNa pastorícia com animais

Foram os tempos da minha infância

Hoje revivendo o passadoRecordo o ensinamento dos meus pais

E revejo na saudade os tempos de criança

Manuel Gomes

Paises Amigos

Entre Portugal y Españapor el Rio navegando,

aquel Pueblo, presenciaba,Castro Marin, es un encanto.

Antiguedad en su Castilloverde y tranquilo sus campos,

reflejando en el Rio,el Guadiana soñando.

Soñando sobre las aguassoñando siempre soñando,

entre dos lindos Paisesy nunca se están olvidando.

Porque sueña Portugaltambién España a, soñando,

las aguas del Guadianasiempre se van estrechando.

!Y es que España y Portugal se seguiran abrazando!.

Mabocruz

Somos Gente?De que terra sou feito mar?

De que rio é feito esta gente?Ó Atlântico!Ó Guadiana!Somos alma,Somos sal,

Somos serra,Somos vida na paisagem,

De rostos trilhados,Endurecidos pelo sol,

Somos raiz…Somos gente,

De que terra sou feito mar? … Nesta tormenta sem porto,

Para atracar,De que terra sou feito mar?

De que rio é feito esta gente?Ó Atlântico!Ó Guadiana!Somos alma,Somos sal,

Somos serra,Somos gente…

Carlos Agostinho Oliveira Ferreira

Manuel Manero apresentou livro e vai dar workshop gratuito

«From Splash with Love»

Workshop de castanholas

O auditório da biblioteca municipal de Vila Real de Santo António ficou sobrelotado num sábado à tarde para a apresentação do livro do vilarealense Manuel Manero que contou o processo que o levou até este livro e a uma vida em que segue os seus objetivos com vista a resultados. “Sonha primeiro e depois vive a tua realidade” foi a mensagem deixada por este autor que lembrou que em 2003 desenhou o caminho que o iria levar à escrita de um livro que tanto ambicionava. Teve um discurso totalmente impulsionador a todos os que marcaram presença, referindo que “existe uma grande lacuna na formação”, referindo que se “falha na comu-nicação dos nossos valores. Temos as hard skills, mas esquecemo-nos de trabalhar as soft skills”. O autor irá dar um workshop gratuito no próximo dia 7 de Novembro na biblioteca municipal Vicente Campinas na área do desenvolvimento pessoal.

Manuel Manero admite que “não é fácil pensar e agir fora da caixa” e lamenta que enquanto criança não tenha tido “um livro como este para ler e beber informação”, lembrando que “os nossos filhos precisam deste livro”.

A publicação da obra de Manuel Manero é uma publicação de Edições Mahatma.

A companhia de Dança Splash levou a cabo mais um espetáculo de dança. Teve lugar no passado dia 24 de Novembro e deu pelo nome «From Splash With Love». Juntou todos os alunos em palco e encheu o Centro Cultural António Aleixo.

A bailarina e coreógrafa Gracia Diaz (à direita) deu um workshop gratuito de castanholas no Mercadinho de Outono na fortaleza árabe de Cacela. A iniciativa juntou diversos curiosos que descobriram o segredo desta arte.Recorde-se que Gracia Diaz na sua academia de baile dá aulas de sevilhanas e flamenco para crianças (a partir dos 3 anos e adultos) em VRSA, Ayamonte e Olhão.

O vilarealense Manuel Manero acabou de lançar o livro «Pensar e Agir fora da Caixa: Manual prático de instruções para uma vida de sucesso». O evento teve lugar no sábado dia 31 de Outubro e encheu o auditório da biblioteca municipal Vicente Campinas.

João Conceição

Adriano Pena

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DESPORTO

Desportistas de Castro Marim e VRSA em destaque na Gala de Desporto de Ayamonte

Complexo Desportivo de VRSA integra rede de Centros de Alto Rendimento

Nelson Gonçalves participou em Mundial e apurou-se para Europeu 2016

Basquetebolista algarvia sagrou-se campeã andaluza

Núcleo sportinguista de VRSA consegue bom desempenho em BTT regional

Realizada há já 20 anos, a Gala de Desporto de Ayamonte, organi-zada pelo Patronato de Deportes de Ayamonte, visa homenagear os desportistas que mais se des-tacaram no ano desportivo e incluiu este ano os municípios de Vila Real de Santo António e Castro Marim, na qualidade de parceiros da Eurocidade do Guadiana. Nesta edição foi reconhecido o mérito de alguns

O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António foi oficialmente inte-grado pela Fundação do Desporto na rede nacional de Centros de Alto Ren-dimento Desportivo, estando vocacio-nado para as modalidades de atletismo, judo, futebol, triatlo e natação.

Com esta distinção, o Complexo Des-portivo amplia ainda mais a sua noto-riedade nacional e internacional e passa a constituir-se como uma instituição de excelência que agrega as valências de treino, investigação, medicina, psico-logia, fisioterapia e nutrição, sendo a única do género a sul do Tejo.

Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, “esta certi-ficação permite uma maior rentabiliza-ção dos equipamentos e infraestruturas do Complexo Desportivo Municipal, que passam a ter novos mecanismos de financiamento, potenciando ainda mais a sua internacionalização e criando con-dições para o desenvolvimento de uma verdadeira economia do desporto”.

De forma a assegurar esta parceria, a VRSA SGU – empresa municipal gestora do Complexo Desportivo – e a Fundação do Desporto vão assinar, esta quinta-feira, um protocolo de apoio desportivo que permitirá a concessão de uma comparticipação financeira ao projeto desportivo do Centro de Alto Rendimento de VRSA.

“Pela primeira vez, o Complexo Des-portivo de VRSA recebe um claro apoio institucional do Governo para promover o desporto ao mais alto nível e con-

Nelson Gonçalves treinado por Hélder Silva, uma dupla cujo JBG tem acom-panhado os resultados, marcou uma assinalável presença no Campeonato do Mundo de Atletismo IPC que durante 10 dias reuniu em Doha, Qatar, os melhores atletas da modalidade. No dardo atingiu a terceira melhor marca do ano, obtendo o quinto lugar e no disco atingiu o 13.º lugar. Na geral ficou em 40.º lugar o que lhe permitiu atin-gir os mínimos para o Campeonato da Europa de 2016.

Recorde-se que Portugal esteve pre-sente com 23 atletas que conquistaram cinco medalhas (duas de ouro, uma de prata e duas de bronze), para além de terem sido estabelecidos vários novos recordes.

No passado dia 18 de Outubro uma atleta algarvia sagrou-se campeã anda-luza pela seleção de Huelva, aconteceu no campeonato Andaluz de Basquete-bol, no escalão infantil feminino (sub14 femininos). Catarina Frederico antes de rumar ao clube baloncesto Lepe Alius representava o Juventude Bas-quetebol Clube, de Vila Real de santo António. Catarina ajudou, assim, a seleção de Basquetebol de Huelva a

vencer o campeonato de Andaluzia de seleções. De referir que para chegar à final Huelva no dia 16 de Outubro ganhou a Almeria por 77-73 e a 17 venceu Jaen por 85-63 e Granada por 79-69. No dia 18 outubro, na final defrontou Cádiz e venceu por 72-62, num jogo em que o equilíbrio foi a nota dominante. No terceiro Lugar ficou Sevilha que venceu Granada por 70-62.

Findada a 7ª e ultima prova a contar para a Taça do Algarve de XCO, a equipa do Núcleo Sportin-guista de Vila Real Santo Antonio teve uma excelente prestação.

Nesta última etapa a equipa venceu três categorias. Duarte Dias na categoria rainha, elites, Hugo Conceição em Master 30 e Adriana Gomes em Elites/Sub-23 Femininos para além dos bons desempenhos de Carlos Faustino, que foi 2º em Master 40. Já Diogo Afonso e Quim Conceição foram terceiros classifi-

desportistas castromarinenses e vilarealenses.

De Castro Marim na categoria de “Melhor Desportista do Ano”, o atleta Nelson Palma Mestre, em “Projeção Desportiva”, o atleta João Filipe Pires da Palma e na categoria de “Dedicação Despor-tiva”, o treinador Reinaldo Livra-mento Madeira Aquilino.

Atletas de VRSA

De Vila Real de Santo António Daniel Chagas, atleta do Grupo Desportivo Pic Nic, foi um dos homenageados na categoria «projeção desportiva», enquanto Mário Alpiarça foi destacado pelo seu contributo e dedicação desportiva ao ciclismo. Na cate-goria de «promoção desportiva», o troféu foi atribuído ao Lusitano Futebol Clube.

tinuar a sua estratégia de promoção internacional, vendo assim reconhecido o trabalho de especialização que está a ser feito, há alguns anos, pela autarquia, ao nível da medicina desportiva e de reabilitação”, prossegue o autarca.

A formalização deste protocolo segue-se a outro já assinado, em 2014, entre o Município de Vila Real de Santo António, a VRSA - Sociedade de Gestão Urbana, o Instituto Português do Des-porto e Juventude, a Federação Por-tuguesa de Atletismo, a Federação de Triatlo de Portugal, a Federação Portuguesa de Natação, a Federação Portuguesa de Judo e a Federação Por-tuguesa de Futebol, que estabeleceu as bases de funcionamento da comissão de gestão local do CAR de VRSA.

Os Centros de Alto Rendimento (CAR) são uma rede de infraestruturas desportivas com valências especializa-das e orientadas para a investigação, aperfeiçoamento e treino de pratican-tes de alto rendimento ou seleções nacionais e têm como objetivo pro-mover o desenvolvimento das várias modalidades desportivas segundo padrões de nível internacional.

A rede conta atualmente com 13 centros que procuram atender às necessidades das federações despor-tivas, detetar e potenciar talentos, possibilitar estágios, avaliar, con-trolar e otimizar o treino, auxiliar a investigação científica e monitorizar resultados.

A comissão de gestão local do CAR

cados em Elite e Sub-23, respecti-vamente. No final e reflexo destes bons resultados a equipa de Vila Real Santo Antonio foi a grande vencedora por equipas.

Num balanço final, após as 7 provas da Taça do Algarve de XCO 2015, o balanço é bastante positivo, tendo a equipa do Núcleo Sportin-guista VRSA colocado 8 atletas no pódio final.

Maria Romão - 2ª Infantis Femi-nino, Adriana Gomes vencedora em Elites/sub-23 Feminino, Quim Con-ceição - 3º em Sub-23 Masculino, Duarte Dias vencedor em Elites Mas-culino, Diogo Afonso - 2º em Elites Masculino. Hugo Conceição - 3º em

de VRSA tem ainda como missão cele-brar protocolos com o setor empresa-rial, escolas, universidades e outras instituições consideradas relevantes, em articulação com a Comissão Execu-tiva de Gestão dos CAR e a Fundação do Desporto. Sobre o Complexo Desportivo de VRSA

O Complexo Desportivo de VRSA é um centro de treino acreditado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), desde 2002, está classificado como Centro de Preparação Olím-pica, desde 2004, e faz agora parte da rede nacional de Centros de Alto Rendimento Desportivo.

Além de ter constituído um Centro de Treino Oficial do Euro 2004, é palco frequente de treino de seleções e for-mações nacionais e internacionais, recebendo ainda eventos periódicos como o «Mundialito» de futebol infan-til, a corrida internacional «X Milhas do Guadiana» ou a «Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo».

Carlos Marta, presidente da Funda-ção do Desporto, organismo ao qual compete a coordenação dos Centros de Alto Rendimento nacionais, já destacou as valências do Complexo Desportivo de VRSA, classificando-o como «um dos melhores do mundo na área do atletismo» e com «excelentes capacidades para atrair a receção de eventos e provas internacionais».

Master 30, Carlos Faustino - 2º em Master 40, Mário Alpiarça - 3º em Master 50.

No final o director da equipa e atleta, Carlos Faustino, entusias-mado revelou “estamos todos de parabéns, é um excelente motivo para continuar o nosso trabalho.”

Em Setembro realizou-se o Cam-peonato Regional do Algarve XCO 2015. Mais uma vez e apesar da presença de apenas quatro atletas, o saldo foi bem positivo mesmo não trazendo nenhuma camisola de campeão regional, num circuito bem duro fisicamente, os quatro corredo-res representaram com dignidade a camisola da equipa.

Em júniores, Filipe Martins conseguiu um belo 4ª lugar. Em sub-23 femininos, onde as atle-tas tinham como objetivo gerir a prova sem quedas e fazer o seu melhor, segundo o seu director desportivo, a azarada do dia, Adriana Gomes furou logo no início da prova, vendo-se obrigada a fazer todo o per-curso a pé e terminar a prova sem mostrar as suas qualidades, dado esta situação Beatriz Martins fez uma prova tranquila e alcançou a quarta posição, quanto Andreia Gomes teve de se contentar com o sexto lugar.

Carlos Faustino, por sua vez em Master 40, tinha uma missão mais difícil e a concorrência era forte, mas

Faustino soube controlar a sua corrida e no final sagrou-se vice-campeão regional da sua categoria.

Há cada vez mais desportistas a alcançarem pódios e a elevar o nome do Baixo Guadiana

Nelson Gonçalves com o seu treinador Hélder Gonçalves no Mundial em Doha, Qatar.

Humberto Fernandes

Adriano Pena

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2015

Continua em vigor a campa-

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A prova transfronteiriça «X Milhas do Guadiana» volta a ligar as cidades de Vila Real de Santo António e Ayamonte (Espanha), no dia 8 de novembro, Vai ser um percurso de 17,3 quilómetros que, como é seu exlibris tem a atração da travessia da Ponte Interna-cional sobre o rio Guadiana. A 24ª edição da corrida tem como ponto de partida o Complexo Desportivo de VRSA, às 11h00 (hora de Portugal), integra uma extensão à vila de Castro Marim, estando a meta situada no Estádio Blas Infante, em Ayamonte.

O facto de esta competição atravessar, no seu per-curso, uma ponte que une dois países confere-lhe um carácter internacional, único na modalidade, sendo esperada a presença de cerca de um milhar de parti-cipantes. Além da vertente desportiva, a prova está integrada no calendário de atividades da «Euroci-dade do Guadiana», estrutura que tem como objetivo a promoção turística e cultural das localidades fron-teiriças de VRSA, Castro Marim e Ayamonte.

Podem participar nesta corrida atletas com idade superior a 19 anos, inscritos individual ou coletiva-mente, federados ou não, que serão integrados numa das 10 categorias disponíveis.

As inscrições estão abertas até ao dia 5 de novem-bro e podem ser efetuadas na sede do Grupo Despor-tivo Pic-Nic (Portugal) ou no Patronato Municipal de Desporto de Ayamonte (Espanha).

As «X Milhas do Guadiana» são organizadas pela Comissão Mista Desportiva, constituída pelas Câma-ras Municipais de VRSA, Castro Marim e Ayamonte, pelo Patronato Municipal de Desporto de Ayamonte e pelo Grupo Desportivo Pic-Nic.

Recorde-se que a prova de atletismo «X Milhas do Guadiana» teve a sua primeira edição em 1992, numa organização conjunta dos Municípios de VRSA e Ayamonte (Espanha), tendo assinalado, à data, a construção da Ponte Internacional do Guadiana.

ECOdica

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Fim de taxas roaming a partir de 2017

Sinalização, balizamento e dragagem do Rio Guadiana concluídos até Alcoutim

Instabilidade política nacional

X Milhas do Guadiana a 8 de Novembro

Cartoon