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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 13 - Nº156 MAIO 2013 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade Foi publicada em Diário da República a 18 de Abril a «Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas» (ENICC) com a União Europeia a lembrar que estas representam a maior minoria étnica da Europa ao mesmo tempo que são alvo de “graves dificuldades de integração e marginalidade”. Entretanto, em Vila Real de Santo António, o Centro Local de Ação Social (CLAS) já tinha definido como uma das suas prioridades o combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana residente no concelho. Uma medida considerada urgente de colocar em prática, sendo que unidas, nesta e noutras lutas, pela integração do povo cigano estão as inúmeras entidades locais que integram aquele CLAS. Por seu turno, o município conta desde 2011 com a colaboração de um mediador cigano para otimizar o diálogo intercultural. Carlos Luís Figueira assumiu a direção do Jornal do Baixo Guadiana em 2008. Um ano depois de o jornal ter sido comprado pela associação Odiana à associação Alcance, de Alcoutim. O mensário ganhou escala num território maior a que dá voz, fazendo eco dos seus problemas e sucessos. Cabe a este diretor assumir a cada mês que passa a responsabilidade por um trabalho de uma equipa, que pratica jornalismo de proximidade, contando, como enfatiza “com a elevada qualidade de cronistas e colaboradores que de forma voluntária e despretensiosa acompanham o jornal e o território”. MUNICÍPIO HOMENAGEOU CARLOS BRITO AULA DE ZUMBA SOLIDÁRIA JUNTOU 100 PESSOAS NOVO PÓLO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL ATÉ DEZEMBRO JBG faz 13 anos

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Edição de Maio do JBG com reportagem sobre a integração da comunidade cigana em VRSA e com o JBG a celebrar 13 anos de existência.

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Page 1: JBG Maio 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº156

MAIO 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade

Foi publicada em Diário da República a 18 de Abril a «Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas» (ENICC) com a União Europeia a lembrar que estas representam a maior minoria étnica da Europa ao mesmo tempo que são alvo de “graves dificuldades de integração e marginalidade”.Entretanto, em Vila Real de Santo António, o Centro Local de Ação Social (CLAS) já tinha definido como uma das suas prioridades o combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana residente no concelho. Uma medida considerada urgente de colocar em prática, sendo que unidas, nesta e noutras lutas, pela integração do povo cigano estão as inúmeras entidades locais que integram aquele CLAS. Por seu turno, o município conta desde 2011 com a colaboração de um mediador cigano para otimizar o diálogo intercultural.

Carlos Luís Figueira assumiu a direção do Jornal do Baixo Guadiana em 2008. Um ano depois de o jornal ter sido comprado pela associação Odiana à associação Alcance, de Alcoutim. O mensário ganhou escala num território maior a que dá voz, fazendo eco dos seus problemas e sucessos. Cabe a este diretor assumir a cada mês que passa a responsabilidade por um trabalho de uma equipa, que pratica jornalismo de proximidade, contando, como enfatiza “com a elevada qualidade de cronistas e colaboradores que de forma voluntária e despretensiosa acompanham o jornal e o território”.

MUNICíPIO hOMENAGEOU CARLOS BRItO

AULA DE ZUMBA SOLIDáRIA JUNtOU 100 PESSOAS

NOVO PóLO DE FORMAçãO PROFISSIONAL Até DEZEMBRO

JBG faz 13 anos

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JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: O JBG é um jornal muito importante, uma vez que faz um jornalismo sério, inde-pendente e atento aos interesses de uma comunidade. E fá-lo com isenção e objeti-vidade, sem ceder a interesses comerciais ou de outra espécie. 13 anos? que venham mais 130!

Nome: Tiago NenéProfissão: Advogado

R: Eu considero que o Jornal do Baixo Gua-diana tem muita importância porque dá-nos a atualidade da terra e de uma forma mais personalizada.

Nome: Vera ViegasProfissão: Estudante

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CP 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesAna Amorim DiasEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé GuedesMaria Celeste SantosPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

Ainda acossados pelos estilhaços do discurso do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril, na Assembleia da República, os partidos de esquerda vieram à liça produzir alguns dislates que não se compaginam com os valores da instauração da democracia no país, há 39 anos.

Do Partido Socialista, João Galamba afirmou que «Cavaco quer cumprir o Tratado Orçamental mas queixa-se da austeridade genera-lizada em toda a Europa. É ofi-cial: endoidou»; António Galamba comentou: «o que vimos foi um bombeiro incendiário» e Álvaro Beleza disse: «o PS deve continuar a trabalhar para ter um Governo, uma maioria e um Presidente, mas do 25 de Abril». João Semedo, do Bloco de Esquerda, referindo-se ao Chefe do Estado, disse: temos um

líder de «facção» e um Governo «de iniciativa presidencial».

Afinal, Cavaco Silva mais não disse do que aquilo que se espe-raria de um Chefe do Estado, ao afirmar a absoluta necessidade de estabilidade política e a procura de consensos partidários afim de Portu-gal recuperar a soberania financeira e reduzir o endividamento público, regressando aos mercados para financiar a economia.

Só quem não conhece o actual Presidente da República poderia imaginar que o mesmo tomasse a atitude peregrina de convocar elei-ções antecipadas, associando uma grave crise política a uma dramática crise económica que está a atirar para o limiar da pobreza muitos portugueses.

Nem o chumbo do Tribunal Cons-titucional de quatro normas do Orçamento Geral do Estado (OE), muito menos a realização do XIX Congresso do PS e as palavras infla-madas de António José Seguro, no encerramento da sessão magna dos socialistas, onde enunciou propostas avulsas que totalizam 20 milhões de euros (entre o apoio à economia e a redução da dívida pública), tudo

isto caldeado com demagogia e irrealismo, pode fazer esquecer o Governo socialista que negociou e os partidos da coligação PSD e CDS, que assinaram o resgate finan-ceiro com a troika para a redução do défice e a fixação de limites ao crescimento da dívida pública.

Neste mar de tormenta em que estamos mergulhados, onde a esperança e a confiança são muito frágeis face ao vento suão que vai sacudindo a vida dos portugueses, animam-nos as 13 velas do aniver-sário do Jornal do Baixo Guadiana, que queremos apagar com os nossos leitores.

Trata-se de uma edição especial - afinal não é todos os dias que fazemos anos - em que o líder da empenhada e dedicada equipa redactorial do JBG é notícia para mostrar por dentro e por fora a voz do Baixo Guadiana, que no primeiro dia de cada mês sai para as bancas, espalhando as notícias do território.

Carlos Luís Figueira é um inve-terado democrata, que procura de forma incessante a liberdade e o aprofundamento da democracia, valores pelos quais baliza a sua

vida, contagiando todos aqueles que com ele trabalham e o Jornal do Baixo Guadiana.

E a sua entrevista é absoluta-mente deliciosa, porque nos dá uma leitura muito lúcida do que é o jornalismo de proximidade e a importância do mesmo, quando de forma impressiva afirma: «este jornal vive de solidariedade de cola-boradores muito qualificados que permanecem e colaboram muito de perto de cada edição».

Outra das notas de realce nesta entrevista ao director é que o JGB, sendo um jornal dirigido em especial aos concelhos do Baixo Guadiana, nem por isso é menos rigoroso e exigente no produto que apresenta aos seus leitores, o qual se funda no esteio de um jornalismo sério e interventivo.

A terminar gostaria de destacar uma potentíssima reportagem do jornal denominada «Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade», que retrata fiel-mente e com densidade a luta do povo cigano pela sua integração na sociedade, trabalho que vai decerto conquistar irremediavelmente os nossos leitores.

Vitor Madeira

R: O JBG é muito importante pois dá-nos a conhecer o melhor do nosso concelho assim como dos concelhos vizinhos.

Nome: Célia PalmaProfissão: Auxiliar de serviços gerais

R: A importância reside no facto em que nos dá a conhecer todas as noticias relaciona-das com a nossa região.

Nome: Ricardo PenaProfissão: Hotelaria

ABERTURA

Em mês de 13.º aniversário do Jornal do Baixo Guadiana, qual a importância que considera que este jornal tem para o território?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

2012/2013

- TRANSF Jornal do Baixo Guadi, 04 Maio 2012, € 10,00 - TRANSF Alexandre Carlos, 1 Junho 2012, € 10,00

- TRANSF Maria Isabel Gois, 15 Janeiro 2013, € 20,00

Foram efetuadas transferências bancárias para validação de assinatura do Jornal do Baixo Guadiana cujo jornal desconhece a identidade do remetente/assinante. Agradecemos ao visado que contacte o JBG de modo a proceder à atualização e faturação da respetiva assinatura.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 3

CRÓNICAS

A açorda como exemplo de que a influência muçulmana, ao contrário do que reiteradamente se ensinou e realçou, não foi afinal tão decisiva como isso na moldagem do quadro cultural e paisagístico do Algarve; a platibanda como resultado da ine-xistência de uma nobreza de raiz nas fronteiras da Região e reflexo de um lastro cultural de irreverência e individuação; a tão rica biodiversi-dade como metáfora de um tapete que todos sujam e ninguém limpa e como contraponto da simplifica-ção que resulta da actual economia global e de um modelo turístico que apostou na terraplenagem devas-

tadora em vez da singularidade de elementos diferenciadores.

Jacinto Palma Dias, em “Algarve em 3D”1, volta a surpreender-nos com a desarmante redução a miúdos das complexas coisas. Jacinto tem essa qualidade de ver além do olhar; a de ligar elementos que parecem não ter relação nenhuma. E é por isso que não podemos olhar o Algarve do mesmo modo depois desta desmontagem: é como se não percebêssemos nada de mecânica e de súbito compreendêssemos que a válvula de um motor de combus-tão interna permite ou bloqueia a entrada ou a saída de gases dos cilindros do motor.

A açorda baseia-se no pão, no azeite e no alho. Só falta o vinho para que, num mesmo impulso, se possam reunir os quatro elementos essenciais da dieta mediterrânica.

Mas o vinho acaba por estar na açorda, se é certo que assim a pode-mos acompanhar, num brinde que os poetas muçulmanos, então aqui chegados, não haveriam de rejeitar, eles que no vinho tanto investiram em odes e elegias contra a norma islâmica que o rejeitava. Apenas isso, e o facto de a açorda ser tão avessa às misturas e especiarias (ao con-trário da harisa e do arjamolho, por exemplo, e num contexto em que o nosso país detinha o monopólio mundial das especiarias), parecem demonstrar o quanto a frugalidade que lhe está associada significa de resistência, de soberania, de identi-dade não contaminada pelo domínio muçulmano.

A platibanda, por seu lado, não existiria sem esse lastro cultu-ral de irreverência possibilitado pela ausência de pressão de uma

perene classe dominante. Delírio cenográfico, representa também a singularidade da afirmação de uma personalidade. A casa, ao contrário do que acontece em outros lugares, sai para a rua e afirma-se num exer-cício que é também de individuação, num processo em que a ampliação da consciência evolui de acordo com orientações próprias (do indivíduo em si-mesmo) sem a sujeição à per-manente pressão das condutas de um meio. A platibanda, portanto, é o resultado de uma livre afirma-ção individual e simultaneamente o resultado de um enraizamento na comunidade de que o indivíduo faz parte.

A inconsciência da importância da biodiversidade do Algarve, por sua vez, resultou em rendição: passámos a medir a importância das propriedades, não tanto pelo

interesse do aproveitamento dos recursos naturais que possibilitam (e que, apesar de tudo, a crise de 1929 acabaria por baralhar), mas pelas contas apressadas do betão e do valor inflaccionado e especula-tivo de apartamentos com garagem. Rendemo-nos por falta de auto-estima: e agora metemos as mãos ao ar e já ninguém, por desgraça, nos aponta sequer o revólver dos interesses.

O que Jacinto Palma Dias nos diz neste livro, no essencial, é isso mesmo: que perdemos a auto- estima. E perder a auto-estima é pior que rendermo-nos, porque nem sequer possibilita impor condições no momento da rendição.

José Carlos Barros

Pode parecer um choque, mas cá vai mesmo assim! Falo no masculino apenas por me dirigir aos dois géneros, está bem? Então vamos lá! Ninguém te pode achar belo se tu não te vires belo. Não por muito tempo, pelo menos. O derradeiro pináculo dos atribu-tos de beleza é a aceitação plena e ternurenta de ti; a confiança que demonstras por realmente a sen-tires. A tua componente mais atrativa

— Ó pai, no teu tempo usavam preservativo?

Antigamente só havia dois tipos de mulher: as difíceis e as impos-síveis, por isso quando a coisa se proporcionava era como se o Natal chegasse sem avisar, não havia lugar a esquisitices, tirava-se a tempo e estava o assunto arru-mado, mas é claro que a coisa tinha os seus quês, que o diga o Joca, que teve de levar umas mar-teladas para se livrar do esquenta-

mente amares o produto encanta-dor que resulta da conjugação do teu corpo com o teu espírito. Lembra-te que quanto mais natural te conseguires manter, mais verdade existe em ti e, claro, menos trabalho e despesa terás que suportar. Usa o teu corpo com a sapiência de quem é capaz de equilibrar res-peito e excessos, sem te esqueceres nunca que os cinco sentidos que nele existem são para ser usados com o máximo prazer!

do umbigo só mesmo a Petisqueira ou a Micas Cabra, que apesar de reformada continuava a fazer uns trabalhinhos para fora, mas era preciso coragem e graveto, e qui-nhentos escudos custavam muito a juntar para quem ainda não traba-lhava, que o dinheiro não estica e um homem também tem de fumar. Os espíritos mais contemplativos podiam sempre contar com a Gina ou a Tânia, mas a experiên-cia podia resultar frustrante por

Abusa do teu intelecto como se não tivesse limites. Porque não tem. Cabe-te no cérebro tudo o que nele estiveres disposto a enfiar! Pode parecer que os intelectuais líquidos se te evaporam ao mesmo ritmo que os vertes lá para dentro, mas não: tudo fica bem retido. Percebe de uma vez por todas que, à medida que a beleza exterior possa ir desfalecendo, uma muito mais poderosa se vai erguendo no teu fantástico interior. Treina-te para o amor. Absurdo.

serem pouco interativas, não dis-porem de 3D e faltar-lhes o registo áudio. Um gajo juntava-se então aos sábados à tarde em casa do Tito, na discoteca que ele tinha construído na cave, não faltava a luz negra nem a bola de espelhos, com um bocado de sorte alguém orientava uma garrafa e havia sempre um Arlindo de óculos e borbulhas que preferia ficar na cabina a passar música. O resto do pessoal arrastava as Sanjo pela

Absoluto. Admirável. Por ti e pelos demais. Treina-te para a positiva alegria que contagia o destino que vais depois atrair. Treina-te para a resistência a tudo o que te causa desconforto e dor porque não existem vidas sem isso. Aceita. Sente. Ultrapassa. Treina-te para aceitar desafios e para vencer. Não os outros, mas a ti mesmo. E de caminho, se puderes, torna-te um pouco mais imortal.

pista de dança a ganhar posição para os Barclays James Harvest, o child of the universe durava mais de cinco minutos, mas havia uma versão do poor man’s moody blues que quase chegava aos nove e lembro-me de que uma vez o Néu acabou com as Lois molhadas, foi mais gozado que eu sei lá e ainda hoje lhe chamam o Speedy Gonzalez.

— Estás parvo, ou quê?! Antiga-mente havia respeitinho...

e sensual é envergares o teu corpo e todo o seu conteúdo imaterial com uma coerência que diz: “sei que posso ser melhor, ando a fazer por isso, mas já me adoro inteira-mente.” Não faças dietas, tratamentos de beleza, ginástica e afins, para te mostrares mais belo aos outros. Faz tudo isso, se quiseres, mas apenas para melhorares um pouco aquilo que já é perfeito, atraente e encan-tador. Fá-lo, não para te suportares melhor, mas para mais profunda-

mento, e isto para já não falar no Mané, que casou à pressa com a Rosário e ainda hoje trabalha na drogaria que era do falecido sogro. Nesse tempo os beijos sabiam a chiclete gorila, o sexo acabava normalmente nas mamas e eram poucas as raparigas que consen-tiam avanços para lá da barricada dos sutiãs de armação, e ainda assim era preciso amansar-lhes o alter ego à força de tangos e panachés. Para vislumbrar o sul

Ana Amorim Dias

José Guedes

O revólver dos interesses

Lê. Vai fazer-te bem!

Antigamente

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

1“O ALGARVE EM 3D”. Jacinto Palma Dias, edições Fornalha, 2013.

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20 bolsas foram atribuídas a estudantes universitários

Algarve acolheu o I Encontro de Juventude

Castro Marim recebeu visita do Instituto do Desporto e da Juventude

Aula de Zumba solidária no combate à fome

Escola de hotelaria e turismo abriu portas à Europa

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

No início do mês passado, a 6 de Abril, a aula de Zumba que decorre, habitualmente, no Clube Recreativo Alturense foi solidária para combater a fome das crianças que vão para a escola sem tomar o pequeno-almoço. No agrupamento de escolas de Castro Marim, e de acordo com dados avançados pela Direção Regional da Educação do Algarve, são 31 as crianças nestas circunstâncias. Para estas, e para todas as crianças em Portugal, foi criado o «PERA» (Programa Esco-lar de Reforço Alimentar) que pre-tende ajudar a suprimir carências alimentares e também sensibilizar para a necessidade de uma dieta alimentar equilibrada, que deve começar com um pequeno-almoço.

A Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António recebeu alunos, professores e funcionários dos quatro cantos da Europa. Uma oportunidade que surge do projeto Comenius em que esta escola está envolvida há cerca de um ano e cujo principal objetivo é uma importante incursão dos alunos em Vila Real de Santo António pelas diversas culturas, tradições e línguas euro-peias, bem como na aquisição de novas competências profissionais. O peixe é o alimento que congrega nesta parceria um trabalho que se pretende que seja em rede. Para isso entre 15 e 19 de Abril a escola vila-realense recebeu comitivas vinda de três escolas parceiras: Trebon / República Checa, Skjervoy / Noruega e Guérande / França.

Uma vez que, conjuntamente com VRSA/Portugal, estas escolas são

No total as bolsas prefazem 20 mil euros e abrangem 20 jovens que veem, assim, a sua frequência no ensino superior mais facilitada.

Todos os anos a Câmara Municipal de Alcoutim atribui bolsas de estudo a munícipes economicamente desfavo-recidos, que queiram ingressar ou já frequentem o ensino superior.

Esta iniciativa já existe há mais de 10 anos e insere-se na estratégia de apoio à educação que esta autarquia tem levado a cabo. Além das bolsas de estudo, a Câmara Municipal de Alcoutim finan-cia os almoços a todas as crianças que frequentam as escolas e infantários do concelho, concede um subsídio de 300 euros a cada turma para compra de material escolar e financia ainda parte do custo dos manuais escolares aos alunos.

No passado dia 12 de Abril uma comitiva presidida por Luís Romão, diretor regional do Instituto do Desporto e da Juventude esteve na biblioteca municipal de Castro Marim para apresentar a entidade, bem como o trabalho desenvol-vido.

“Considerando os actuais desafios sentidos pelos jovens e associações do Algarve, o IPDJ está a desenvol-ver, em parceria com os municípios do Algarve, o projeto “O IPDJ no Algarve – Rota Associativa “, que visa a realização de um périplo pelo

Foram cerca de 160 jovens, dos 16 municípios do Algarve, que se juntaram nos dias 26, 27 e 28 de Abril, no complexo pedagógico do Campus da Penha, na Univer-sidade do Algarve. O objetivo foi debater e apresentar 20 propostas para o desenvolvimento da região sob o slogan «Se tivesses a opor-tunidade de mudar o Algarve, o que farias?».

O I Encontro de Juventude do Algarve foi organizado pela Coo-perativa de Educação, Coopera-ção e Desenvolvimento (ECOS) e a meta foi elaborar um documento que possa ser apresentado como uma estratégia regional para a juventude e criar uma Agenda 2020 Jovem, constituída por 20

distrito tendo em vista uma maior proximidade entre o IPDJ e o asso-ciativismo juvenil e desportivo”. O objetivo, diz Luís Romão é também chegar-se à definição de estraté-gias conjuntas entre os serviços da entidade, serviços autárquicos e o movimento associativo desportivo e juvenil que, de alguma forma, permitam transformar obstáculos em oportunidades nas áreas do desporto e juventude.

Ao longo dos próximos tempos o IPDJ vai estar a percorrer o Algarve.

propostas que possam ser imple-mentadas a nível regional. “É o culminar de um processo que con-templou várias consultas locais, realizadas aos jovens, dirigentes juvenis e aos técnicos de juven-tude e que procurou mapear as necessidades e dificuldades que os jovens encontram, ao nível das diversas áreas de políticas públicas”, refere Sofia Martins da ECOS.

A iniciativa contou com a cola-boração de várias associações e entidades e promoveu concertos, danças, workshops, sessões de esclarecimento, mesas de debate, entre outras.

Mais informações em www.algarve2020.ecos.pt.

O desenvolvimento deste projeto é feito em rede entre o Ministério de Educação, escolas, entidades sociais e empresas.

Zumba solidária

E assim surgiu a oportunidade de se realizar em Altura uma aula de Zumba em que os participantes ao invés de pagarem o habitual euro levaram leite e cereais que foram entregues à sede de agrupamento de escolas de Castro Marim. No total a aula contou com a adesão de 100 pessoas.

O professor de Zumba, Élio Viegas, explicou ao JBG que “a ideia partiu de um repto feito pelo Lions Clube de Faro que propôs à «Corporeus» que

especialistas na criação de peixe e/ou restauração o objetivo deste intercâmbio passou por partilhar conhecimentos. “O que se pretende é criar um grupo de estudantes bem qualificados, de espírito aberto e com conhecimentos abrangentes”, explica-nos David Murta, diretor da escola de hotelaria e turismo em VRSA.

Para além das deslocações inter-escolas vai surgir deste projeto um manual sobre a produção e confeção de diversas espécies de peixes, bem como um DVD dedicado ao peixe desde o mar até à mesa.

O projeto tem na totalidade quatro fases. Depois da ida a França e estadia em Portugal as diversas comitivas têm já agendadas uma deslocação à República Checa em Novembro de 2013 e à Noruega em Abril de 2014.

de pronto aceitou e decidiu dinamizar uma aula a favor das crianças e jovens que, devido a carências alimentares, vão para a escola sem tomar o peque-no-almoço”. Por sua vez, de forma solidária também, o Clube Recreativo Alturense prescindiu do habitual euro que recebe por participante para dar lugar à doação de géneros alimenta-res por uma boa causa. Na aula os praticantes fizeram energicamente Zumba ao ar livre.

Élio Viegas, o responsável da «Cor-poreus» garante que “sempre que for necessário” estará de mãA aula de Zumba em Altura acontece aos sábados às 18h15. O valor de parti-cipação é de um euro, que reverte na totalidade para o Clube Alturense. os dadas com iniciativas solidárias.

100 pessoas juntaram-se numa aula de zumba para onde levaram leite e cereais para o pequeno-almoço de 31 crianças

Portugal, França, Noruega e República Checa realizam intercâmbio em que o peixe é alimento de eleição desde o mar até à mesa

Comenius

160 jovens

Joana Germano

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 5

Vila Real de Santo António vai ter novo polo de formação profissional

Odiana e CCDR esclarecem microempresas

Zona Industrial de Alcoutim tem mais quatro lotes alienadosAlcoutim transita

ano sem dívidas e com lucro de 2 milhões de euros

LOCAL

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Vila Real de Santo António vai ter um polo de formação com seis salas de aula a partir do quarto trimestre de 2013.

A assinatura do protocolo para a criação da unidade foi formali-zada no início do mês de Abril na sede da Frusoal – Frutas Sotavento Algarve, o maior empregador pri-vado do concelho, e contou com a presença do Secretário de Estado do Emprego, Pedro Roque, e do presidente da Câmara Municipal

O Baixo Guadiana tem vindo a receber sessões de esclarecimen-tos aos empresários do Baixo Gua-diana acerca do SIALM – Sistema de Incentivos de Apoio Local a Microempresas. As mais-valias passam pelo apoio em 50% do investimento e na criação de postos de trabalho. A meta é dotar os empresários do Baixo Guadiana de mais ferramen-tas para a alavancagem do seu negócio. Em tempos de dificul-dades acrescidas foi criado um conjunto de oportunidades que pretendem apoiar as microempre-sas em zonas de baixa densidade com incentivos nas despesas de investimento e crédito na banca. Para dar a conhecer este sistema

A Câmara Municipal de Alcoutim alie-nou mais quatro lotes da Zona Indus-trial das Quatro Estradas de Alcoutim. Um dos lotes será usado na área da produção, comercialização e emba-lagem de produtos regionais (licores, vinhos, confeitaria, entre outros) e, os restantes três, na atividade de des-casca de pinha, para aproveitamento do pinhão e utilização dos resíduos para produção de biomassa.

Já instaladas na zona industrial estão uma empresa de construção civil e outra de produção de óleos essenciais. Por construir, mas já atri-buídos, estão também lotes destina-dos a um parque de gás, serralharia/carpintaria, posto de abastecimento de combustíveis, investigação, pro-dução e transformação de plantas aromáticas e medicinais, apicultura e exploração cinegética.

A Zona Industrial das Quatro

“Este foi um ano difícil, face à situação que o país atravessa, devido à quebra das receitas provenientes do estado e à diminuição de possibilidades de financiamento comunitário”, explicou o vice-presidente da autarquia, José Carlos Pereira, na reunião de assem-bleia, em que estiveram presentes 19 vogais, sendo o documento aprovado sem votos contra.

No ano de 2012, a autarquia de Alcoutim registou um saldo final

positivo de 2.168.769,00 euros, o que levou à transição do ano sem dívi-das, com todas as faturas liquidadas a credores. Com um investimento per capita de 1.062,79 euros, “o município de Alcoutim não comprometeu o seu futuro, mantendo a sua política equi-líbrio, prudência, rigor e controle nos gastos, respeitando os alcoutenejos de ontem, de hoje e de amanhã”, finalizava o vice-presidente da autarquia.

Estradas tem atualmente quatro lotes disponíveis, por um euros/ m2 e localiza-se fora do espaço urbano e próxima do IC27. As infraestrutu-

ras estão dimensionadas para insta-lação de unidades industriais com facilidade de acessos e circulação de camiões pesados.

de Vila Real de Santo António, Luís Gomes.

A obra está orçamentada em 350 mil euros, financiados pelo IEFF, e contempla uma oficina, uma sala de trabalho prático, duas salas de formação e duas salas de multimé-dia e informática.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, a construção deste polo de formação é uma das vertentes do Plano de Emprego de VRSA, uma estratégia pioneira desenvolvida em parceria

aos empresários, a Odiana, em colaboração com a CCDR, levou a cabo sessões de esclarecimento destinadas às microempresas do Baixo Guadiana.

O SIALM enquadra-se no pro-grama VALORIZAR e apoia exclu-sivamente as microempresas já existentes, situadas em territórios de baixa densidade com proble-mas de interioridade, enquanto territórios com menores opor-tunidades de desenvolvimento. Este sistema de incentivos apoia a realização de investimento e a criação líquida de postos de tra-balho.

Entre os principais atrativos constam o Reembolso de 50% das despesas de investimento e - Sub-

sídio até dois postos de trabalho, sendo que o projeto terá que ter duração máxima de 18 meses. A sublinhar que as empresas com projetos aprovados no âmbito do SIALM podem ainda aceder a uma linha de crédito INVESTE QREN para financiar a parte do seu investimento não comparti-cipado pelo SIALM.

A apresentação de candidaturas iniciou-se a 18 de Fevereiro e ter-mina a 9 de Dezembro de 2013, sendo que para o Algarve o mon-tante disponível é de 2 milhões de euros. Os principais destinatários são as micro e pequenas empresas em espaços de baixa densidade, portanto com menos de 10 tra-balhadores.

com associações e entidades públi-cas e privadas que visa a promoção do emprego e do empreendedo-rismo.

O polo ficará sediado na Urbani-zação das Amendoeiras, num edifí-cio cedido pela autarquia, e estará vocacionado para a formação nas áreas da eletricidade, eletrónica, manutenção industrial, hotela-ria, multimédia, geriatria, entre outras.

Contemplará ainda atividades de formação modular e outras que vierem a ser consideradas necessá-

rias pelo IEFP ou pelo tecido empre-sarial local.

O envolvimento da Câmara Muni-cipal na criação do futuro polo de formação é, para o autarca vila-realense, mais um exemplo de responsabilidade social, a que se juntará, em breve, a apresentação de novas ações para potenciar a cria-ção de emprego.

De acordo com o Secretário de Estado do Emprego, o município de Vila Real de Santo António tem sido um “excelente exemplo na criação de medidas ativas de emprego e no

desenvolvimento de políticas inclu-sivas”, ao abrigo das quais foram recentemente integradas cerca de 20 pessoas com deficiências e inca-pacidades.

A sua inclusão nos serviços autár-quicos teve por base a medida contato-inserção, a qual está a ser desenvolvida em parceria com as Instituições Par-ticulares de Solidariedade Social do Concelho (IPSS), nomeadamente a Associação de Beneficência Mão Amiga, a Santa Casa da Misericórdia de VRSA e a delegação de VRSA da Cruz Vermelha Portuguesa.

Zona Industrial tem já uma empresa de construção civil e outra de produção de óleos essenciais

Munícipio registou saldo final positivo de 2 milhões de euros

Até ao final do ano deverá estar a funcionar o novo polo de formação profissional de Vila Real de Santo António. O investimento nas obras de qualificação é de 350 mil euros.

No panorama de notícias que trazem a lume desempenhos muito negativos, eis que no Baixo Guadiana surge um exemplo de um cenário oposto. Alcoutim registou em 2012 um lucro de mais de dois milhões de euros.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

I ruta del Guadiana en Abril

Semana cultural en la escuela de idiomas de Ayamonte

El centro de exposiciones y congresos de Ayamonte…

medio, en el que se dispondrá de un avituallamiento con frutas y bebidas una vez recorrido el 65% de la longitud del mismo, pudién-dose continuar, a partir de dicha zona de avituallamiento con la opción guiada hasta su término o ampliarla optando por la segunda opción.

Opción 2 (Larga y libre):Serán un total de 57 km de

nivel alto, de los cuales los 18.5 km primeros serán guiados coin-cidiendo con la ruta corta, y a partir de ahí, el resto, será tramo libre competitivo con premios para los mejores resultados por categorías. Dispondrá de un avi-tuallamiento extra quien opte por esta opción.

El día 14 de Abril, se celebró en Ayamonte la I RUTA DEL GUA-DIANA, dentro del Circuito pro-vincial de Diputación de Huelva de Cicloturismo.

Esta actividad viene de la mano del Club Deportivo Ciclista “Ciudad de Ayamonte”, que es el organiza-dor del evento, y en el que colabo-ran además, el Ayuntamiento de Ayamonte, a través de su Patronato Municipal de Deportes, y la Dipu-tación Provincial de Huelva, y va dirigida a todos los aficionados a la BBT que quieran participar en dicha prueba, contando con dos recorridos de distinto nivel, medio y avanzado.

Opción 1 (Corta y guiada):Serán un total de 28 km de nivel

Como ya es habitual, se celebró la Semana Cultural en la Escuela de Idiomas de la ciudad fronte-riza, durante el mes de Abril con numerosas actividades y even-tos para el alumnado y público en general: cine, conferencias, música y tertulias en todos los idiomas que se imparten en este

centro. Al final de la misma se realiza

un certamen gastronómico donde los participantes muestran sus habilidades culinarias dentro de una simpática convivencia.

Dentro de este programa estu-vieron, invitados por el profesor de portugués Juan Horrillo de

dicha Escuela, los amigos escri-tores y poetas de Vila-Real: José Estevão Cruz, Antonio Cabrita y Pedro Tavares con lecturas en portugués de algunas de sus obras, ya publicadas y, a seguir, una interesante y amena tertulia, participativa, que se prolongó a lo largo de la tarde.

El Centro de Exposiciones y Con-gresos de Ayamonte (CECA), será la sede principal de la Eurociu-dad Ayamonte-Vila Real de Santo Antonio, aunque la localidad por-tuguesa contará con otra subsede en el municipio lusitano, según han informado desde el Consis-torio ayamontino. El Centro de Exposiciones y Congresos es una infraestructura que ha contado con un presupuesto de casi 11 millones de euros, y donde han intervenido, cofinanciada al 33 por ciento, tres administraciones: el Ayuntamiento de Ayamonte, la Consejería de Comercio, Turismo y Deportes de la Junta de Anda-lucía y la Diputación Provincial

de Huelva.Asimismo, cuenta con audito-

rio principal con capacidad para 1.000 personas, y diversas salas con capacidad para 550 personas y otras congresuales más pequeñas, así como cuatro oficinas técnicas para organización, sala de juntas, de exposiciones y una plaza cubierta multiusos.

El presidente de la Cámara de Vila Real, Luís Gomes, se ha mos-trado impresionado con el edifi-cio, después de una reciente visita al mismo, y ha señalado que este Centro de Exposiciones y Congre-sos “debe ser un ejemplo del buen funcionamiento de la Eurociudad”. Fuente: Huelva, noticias Será la sede principal de la Eurociudad Ayamonte-Vila Real de Santo Antonio

Al finalizar la actividad se disfruta de una comida de convivencia, entrega de premios y sorteo de regalos entre los participantes. Los amigos escritores y poetas de Vila-Real: José Estevão Cruz, Antonio Cabrita y Pedro Tavares

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 7

LOCAL

Marcelino, 37 anos, e Carla, 32, são pais de cinco crianças. Vivem acampados em Vila Real de Santo António, integrando um leque de cinco famílias de etnia cigana que no concelho vivem nestas condições.

Foi publicada em Diário da República a 18 de Abril a «Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas» (ENICC) com a União Europeia a lembrar que

estas representam a maior minoria étnica do continente ao mesmo tempo que são alvo de “graves dificuldades de integração e marginalidade”.Entretanto,

em Vila Real de Santo António, o Centro Local de Ação Social (CLAS) já tinha definido como uma das suas prioridades o combate ao

absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana residente no concelho. Uma medida considerada

urgente de colocar em prática, sendo que unidas, nesta e noutras lutas, pela integração do povo

cigano estão as inúmeras entidades. Por seu turno, o município conta desde

2011 com a colaboração de um mediador cigano para

otimizar o diálogo intercultural.

Integração da comunidade cigana em VRSA é uma prioridade

Mediação municipal existe há dois anos

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GRANDE REPORTAGEM

Rui Flores desenvolve há dois anos o trabalho de mediador cultural na câmara municipal de Vila Real de Santo António. Uma oportuni-dade profissional que agarrou com o objetivo de promover o diálogo intercultural entre as denominadas «comunidade maioritária» e «comuni-dade cigana» do concelho. No bairro «160 fogos» é o vizinho, o amigo, o técnico, o familiar e o sempre cigano. O sangue fala alto na sua formação pessoal e nos hábitos e costumes que preserva, mas todos os dias veste a pele de mediador, percorrendo o con-celho com a missão de aproximar a comunidade cigana das restantes. “Em sete anos não vai dar para fazer tudo, mas será um começo”. Rui vinca insistentemente esta ideia, desconfiando seriamente que o perí-odo temporal 2013-2020 em que vai vigorar a Estratégia Nacional de Integração da Comunidade Cigana (ENICC), que entrou em vigor recen-temente, não seja suficiente para se atingir uma integração plena do povo cigano na comunidade maioritária. Os dedos das duas mãos superam o número de mediadores ciganos em Portugal, havendo duas mulheres mediadoras a destacar no que toca à presença feminina nestas medidas. No Algarve Vila Real de Santo António é o único concelho em que se apostou num mediador, mas a aposta é “jus-tificada e tem sido muito positiva”, diz-nos Sílvia Madeira, a presidente do CLAS e, simultaneamente, verea-dora com o pelouro da ação social na câmara vilarealense. A responsável admite que o “complexo” processo de mediação “já teve de sofrer interna-mente alterações profundas porque não estava a resultar”. Agora a estra-tégia local de mediação passa muito mais por levar a cabo iniciativas que têm como público-alvo as crianças “e assim chegar por outra via também aos adultos”. A comunidade cigana em VRSA, maioritariamente natural do concelho, é constituída por 288 indivíduos, entre eles 130 crianças e jovens entre os 0 e os 20 anos. O combate ao absentismo escolar das crianças e jovens da comunidade cigana foi definida na última reunião da rede social como uma das priori-dades do «Plano de Desenvolvimento Social» deste CLAS. É preciso ter pre-sente que neste contexto, quando falamos em abandono precoce da escola, a principal razão prende-se a questões culturais, sendo que as entidades envolvidas “não preten-dem abafar a cultura, cigana, mas sim dotar de mais ferramentas os membros daquela comunidade para terem acesso a um maior número de oportunidades, nomeadamente, no mercado de trabalho”, enfoca Sílvia Madeira.

Em VRSA mais de metade da comu-nidade cigana está em idade ativa (52,08%) e dessa fatia cerca de 67% está desempregada. Apenas cinco elementos têm formação profissio-nal específica. O recenseamento da comunidade cigana, elaborado recen-temente em VRSA, mostra-nos que a esmagadora também que maioria das famílias ciganas residente no concelho é beneficiária de Rendimento Social de Inserção (RSI). Patrícia Rodrigues, chefe de divisão de ação social na câmara municipal pombalina, respon-sável pela elaboração deste estudo, explica que persiste o preconceito por

parte do empregador em dar oportu-nidades de trabalho a indivíduos da etnia cigana, mas também recorda os elevados índices de iliteracia dos mem-bros desta comuni-dade. Por sua vez Rui Flores, elucida, no entanto, que de a c o r d o com “os v a l o r e s mais atua-lizados que se conhe-cem [e remetem a 2008] a p e n a s 3,9% dos beneficiá-rios do RSI em Portu-gal eram ciganos”.

S í l v i a Madeira sublinha-nos que “a comu-n i d a d e cigana não é levada ao colo” pelos serviços sociais da câmara, lamen-tando que esta ideia seja veiculada devido “ao preconceito instalado”. A este nível refere que “os apoios por parte da câmara são dados de acordo com os direitos e quem não cumprir os seus deveres perde, automatica-mente, o acesso aos apoios conce-didos”.

O levan-tamento da equipa de Patrícia Rodrigues most ra -nos que em VRSA, e ao con-trário do que acon-tece na g r a n d e parte do país, a e s m a -g a d o r a maior ia das famí-lias ciga-nas têm habitação. 12 dos 67 ag rega -dos resi-dentes no concelho vivem em situação precária, entre eles cinco em acampa-mentos. E não está a ser fácil mudar o pano-rama. A câmara não tem casas dispo-níveis para arrendar e estas famílias, por sua vez, não conseguem arren-dar uma casa; desde logo porque são numerosas, e necessitam de habita-ções maiores, e por conseguinte com

rendas mais elevadas a que não con-seguem aceder. Depois porque “não é nada fácil encontrar arrendatários disponíveis para alugar casa a famí-

lias da comunidade cigana”, diz Sílvia Madeira, denunciando o preconceito que torneia a integração difícil da comunidade cigana na comunidade maioritária vilarealense.

Uma família em acampamento que anseia por uma habitação digna

Marcelino, 37 anos, e Carla, 32, são pais de cinco filhos; são uma família numerosa que há cinco anos anda de malas às costas. Ora despejados pelos proprietários dos terrenos, ora a fugir do mau tempo que literalmente já levou pelos ares a sua casa impro-

visada. Oportunidades de trabalho também não aparecem, garante-nos Marcelino que se mostra, a par da mulher, o mais disponível “para fazer

de tudo um pouco”. Atu-almente são pai e mãe a tempo inteiro de dois jovens adolescen-tes [15 e 13 anos], mais três crianças de tenra idade [7, 5 anos e 16 meses]. A mais pequena é asmática, condição que é acen-tuada pelo facto de viver numa tenda. Este agregado recebe RSI no valor de 530 euros por mês, sendo que “no máximo “poder i a pagar uma renda de

200 euros. Marcelino e Carla fazem contas à vida, ao mesmo tempo que lembram que apenas tiveram opor-tunidade de “viver numa casa a sério durante quatro anos”. Sem olhar para trás, mas antes com os olhos postos no futuro dos filhos, este casal anseia por uma casa condigna e trabalho. “Estou sempre no IEFP para ver se tenho

a l g u m a oferta, mas n a d a … ” , l a m e n t a Marcelino que traba-lhou como mecânico e bate-chapas ao longo de 10 anos, tendo sido esta a maior experiência profissional que teve. “Antes não havia RSI e havia tra-balho na apanha da a z e i t o n a e da alfar-roba”, lem-bra-se Carla também ela já a desespe-rar por um emprego.

“A discri-m i n a ç ã o contra os c i g a n o s existe por

todo o lado e a verdade é que por uns pagam todos”, desabafa Marcelino que faz questão de sublinhar que esta família é “grata” à câmara municipal e a todas as entidades de apoio social do concelho. Apesar de todas as difi-culdades na vida este casal garante

que se sente acarinhado e integrado em terras pombalinas e por isso está confiante que, mais cedo ou mais tarde vai conseguir mudar o rumo da sua vida. “As crianças querem ter uma casa, estão fartos de viver nestas condições e nós queremos dar-lhes um futuro com mais oportunidades do que aquelas que nós tivemos”. Esta é a máxima de vida desta família que é, de resto, bastante bem referenciada pelas várias entidades que a apoiam. “Na escola dizem que os nossos filhos nem parecem que vivem num acam-pamento por irem sempre limpinhos”, partilha-nos Marcelino cujo brilho do olhar é um misto de orgulho e de tris-teza. Não fazem planos casamentei-ros para a filha de 15 anos, nem para nenhum dos outros filhos. “Eles que estudem o máximo que conseguirem para terem bons lugares de emprego”. Marcelino e Carla estão atualmente a aprender a ler, pois não tiveram oportunidade de ir à escola em mais novos, refletindo um fenómeno cul-tural desta comunidade.

Comunidades mistas contrariam guetização

O presidente em exercício na câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, tem defendido desde sempre a intercultu-ralidade nos bairros sociais da câmara, de modo a contrariar a guetização do lugar. Por isso encontramos várias cul-turas, ou comunidades, nos bairros do concelho. Na casa de Fátima (nome fictício) vivem sete pessoas. O mais novo é o neto com apenas cinco anos a quem esta mulher dispensa a maior atenção, inclusivamente levando-o à escola várias vezes ao dia. Os filhos e a nora estão ocupados a estudar ou a tirar formações na Universi-dade dos Tempos Livres. Trabalho não há, mas todos estão ocupados. Não é fácil gerir um orçamento fami-liar com baixos rendimentos sociais, mas Fátima está impossibilitada de arranjar um trabalho porque a cul-tura cigana não vê com bons olhos que uma viúva trabalhe. Quando enfrentam a infelicidade da viuvez as mulheres devem recatar-se no seio do lar, e tampouco podem organizar festejos familiares, como o Natal, por exemplo - tarefas que ficam a cargo do filho mais velho. Fátima, na casa dos 40 anos, não vai contra as leis da sua cultura e conta com o RSI para ajudar nas despesas lá de casa.

Rui Flores faz a ponte entre nós e esta família e explica que “tem exis-tido por parte das entidades uma aceitação da cultura cigana neste e noutros pontos”. Há bastantes casos em que as mulheres ficam viúvas muito novas. Algumas optam por se afastar durante um tempo da vida ativa, sendo que o fazem com a intenção de voltar mais tarde. “Outras renunciam completamente a uma vida de trabalho. As entidades sociais respondem de acordo com a emergência das situações, tendo em conta cada caso e os particularismos da cultura. E é neste balanço que se chega a um equilíbrio.

Fátima estudou até à quarta classe. Para os seus filhos e netos quer mais. Sabe que “quanto mais estudarem mais hipótese terão de arranjar um trabalho melhor”. Tem uma filha a estudar no nono ano e dá-lhe “todo o apoio” para continuar o percurso

Câmara municipal de VRSA apostou há dois anos na mediação intercultural. Rui Flores (à d.ta) estabelece o diálogo entre comunidades maioritária e cigana

Em VRSA existem cinco famílias de etnia cigana a viver em acampamentos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 9

GRANDE REPORTAGEM

escolar. A aculturação à comunidade maioritária acontece de modo “natu-ral”, assegura-nos, dizendo que não se sente, nem à sua família, discrimi-nada. Da sua boca não saem críticas aos costumes dos outros, salvaguar-dando que ali “no bairro não há rixas e todos se dão bem”.

Projeto «Escolhas Vivas» promove inclusão pela arte

Em 2012 o projeto «Escolhas Vivas», em Vila Real de Santo António, foi distinguido pela União Europeia como um «Exemplo de Boas Práti-cas na Integração de Jovens e Imi-grantes». Este projeto está assim num leque restrito de programas europeus que são referência para muitos outros. O seu coordenador, Nuno Pinto Ribeiro, refere que esta distinção “é uma honra” e que, acima de tudo “vem trazer ainda mais responsabilidade ao projeto”. Um dos públicos-alvo do «Escolhas Vivas» é a comunidade cigana, que não correspondendo à maioria dos utentes, é tida, tal como acontece à escala portuguesa e europeia, como “alvo de acentuada discrimi-nação”. Desde há cinco anos que este projeto instalado no Bairro «160 fogos», mas com uma dinâ-mica de trabalho nas três fregue-sias do concelho de VRSA, trabalha na “integração pela arte”. Existem casos de sucesso de jovens de etnia cigana que decidiram fazer uma carreira artística. Esses ganharam asas e voaram.

Nuno Pinto Ribeiro, ativista dos direitos humanos, está também expectante em relação ao que vai ser possível fazer ao longo dos pró-ximos sete anos em que vai estar em vigor a ENICC. “Sem dúvida que é um grande avanço na pre-ocupação quanto à integração da comunidade cigana, mas será um processo moroso e complexo”. Este responsável que já esteve também a supervisionar os vários progra-mas «Escolhas» no Algarve, nota que em VRSA “não se regista um confronto direto de racismo, mas o racismo existe de forma subtil”.

No seio do «Escolhas Vivas» foi

criado um grupo de danças fla-mencas, dirigido pela bailarina e coreógrafa Gracia Diaz, que tem sido determinante para a inclu-são das crianças e jovens ciganos. Em Janeiro o projeto ganhou um dinamizador comunitário, também ele de etnia cigana e que está a dinamizar um grupo de dança com crianças ciganas de modo a promover pela arte um diálogo intercultural.

Plano Integrado de Educação e Formação permite acompanhamento escolar individualizado

Alguns dos principais pontos de vulnerabilidade da comuni-dade cigana, e que continuam a ter grande peso no processo de exclusão social, estão relacionados com a educação, nomeadamente o absentismo e abandono escolares. De acordo com a ENICC existem no território português entre 40 a 60 mil indivíduos da etnia cigana e o que é pedido a esta comunidade é que concilie as suas regras internas com a lei geral porque os fenó-menos de abandono precoce da escola estão intimamente ligados à cultura da comunidade cigana. Elas casam-se cedo e deixam de frequentar a escola e eles dedi-cam-se à venda ambulante ou sim-plesmente não encaram a escola como uma prioridade de vida. “Para além de ciganos e ciganas são portugueses e portuguesas”, pode ler-se no documento oficial que define vários passos para con-trariar esta tendência.

Na Escola D. José I, em Vila Real de Santo António, o profes-sor Nuno Martins tem em mãos pela primeira vez uma turma PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação). São atualmente 10 alunos, em que quatro são de etnia cigana. Conhecemos três deles. Suse, 17 anos, vai em breve ser mãe pela segunda vez. Teresa aos 18 anos já conheceu o casamento e o divórcio, e o mal-estar que daqui adveio, e Artur é um rapaz de 16 anos para quem a escola

é um lugar onde gosta de estar, mas pouco. Teresa é determinada e a única finalista da sala. O casa-mento, que não correu bem, foi, na altura, o grande motivo que a fez abandonar precocemente a escola. Mas esta regra para a jovem “não faz sentido nenhum”. Agora, de novo solteira, e com o apoio incondicional da mãe, afincou-se nos estudos e em pouco tempo concluiu o 9.º ano. Quer estudar para quem sabe um dia vir a ser cabeleireira. Já frequentou estágio num salão e adorou. Haja oportu-nidade que promete agarrar!

Suse vai ser mamã de «segunda viagem». Casou com 14 anos e pouco tempo depois foi mãe. “Depois de casada não se vem à escola, é assim”. A jovem confir-ma-nos que a cultura cigana dita estas regras. Suse viu-se forçada a regressar à escola para não perder o apoio social que recebe, mas “tem tudo para ser boa aluna”, elogia o professor Nuno Martins. Lá em casa a escola não é valorizada, mas o tempo que passa na sala de aula é diferente do restante. Aqui sabe que está a ganhar conhecimentos que de outra forma não teria e assim também está mais preparada para o seu papel de mãe. Para os filhos quer “o melhor futuro possí-vel” e garante-nos que “vão andar à escola até quererem”.

O jovem Artur gostaria de ser um futebolista à séria! Joga no Lusitano, o clube da terra, mas sonha mais alto. Conta com o apoio do professor que o desafia a superar-se sempre e manter-se na escola para ter uma formação de base que o ajude a ser melhor enquanto Homem. Ele responde com a convicção de que “estudar vai ajudar a arranjar trabalho”. Artur veio sinalizado pelo ele-vado número de retenções. Caso se torne um aluno assíduo tem todas as condições para integrar uma turma regular. Aliás, o mesmo acontece com Teresa e Suse. O per-curso é escolhido por eles e sabem que podem contar com um con-junto de profissionais que estão ali para os ajudar a ultrapassar metas importantes no plano da educação e formação. O que marca a dife-rença das turmas PIEF é que para cada aluno é definido um plano

A 27 de Março, sensivelmente um ano depois de ter sido colocada em discussão pública, foi aprovada em Conselho de Ministros a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC). São 347 milhões de euros, em que 80% deverá ser financiado por fundos comunitários. No topo das prioridades estão a educação, a habitação e a saúde. O documento que define a estratégia ressalva, no entanto, que a sua execução está dependente da disponibilidade de fundos por parte das entidades executoras. São sete anos para atingir diversas metas. Nomeadamente que 60% das crianças ciganas concluam a escolaridade obrigatória ou que 2% conclua a universidade. A esmagadora maioria da verba está destinada à habitação, com cerca de 332 milhões de euros para a qualificação dos realojamentos. Os municípios vão ser sensibilizados para as especificidades da cultura cigana e para o seu realojamento.

Entre outras iniciativas, estão previstas campanhas para o combate à discriminação e um estudo aprofundado sobre a comunidade. A ENICC é uma iniciativa da Comissão Europeia, que pediu aos Estados-Membros para desenharem uma estratégia nacional até 2020. Portugal começou a fazê-lo em Setembro de 2011, numa coordenação conjunta do secretário de Estado adjunto do ministro dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Barreiras Duarte, e o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI). O ACIDI coordenará a monitorização da ENICC, através de um grupo consultivo onde estarão representantes dos oito ministérios envolvidos e quatro representantes das comunidades ciganas.

específico de educação e formação. Cada caso é um mundo.

Acompanhamento intenso marca a diferença

Cabe a Tânia Gerardo acom-panhar, literalmente, todos os jovens da turma PIEF. Esta téc-nica de intervenção local faz um acompanhamento em contexto de sala de aula, em casa nas visita às famílias, nos locais de estágio, e sempre que é preciso. Um acom-panhamento intenso, mas necessá-rio para impedir que estes alunos desmotivem. “O que nem sempre é fácil”, garante. No caso dos alunos de etnia cigana, sem dúvida, que Tânia assiste a um fenómeno cul-tural associado ao abandono e absentismo escolar. Mas também frisa os casos de sucesso, consi-derando que Suse, Teresa e Artur

se encaixam nessas situações. “É muito importante motivá-los, sensibilizar as famílias e estarmos sempre disponíveis para perceber o que os pode desviar para inter-virmos a tempo”.

Os PIEF são último recurso no espaço escola e destinam-se a alunos com elevado índice de absentismo e abandono escolar. Integram estas turmas jovens a partir dos 16 anos sinalizados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e que aqui têm a possibilidade de fazer cinco anos em apenas três, até atingirem o 9.º ano. Também nestas turmas o papel do mediador municipal para a etnia cigana “tem-se mostrado fundamental”, admite Nuno Mar-tins que reconhece maior facili-dade em conhecer a cultura cigana e assim estabelecer melhor uma comunicação e diálogo intercul-tural.

Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas com 347 milhões até 2020

Projeto «Escolhas Vivas» é exemplo de boas práticas na Europa

Turma PIEF - Programa Integrado de Educação Formação - conta também com elementos da comunidade cigana que pretendem para já adquirir o 9.º ano de escolaridade

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POLÍTICA

tribunal rejeitou providência contra candidatura de José Estevens a tavira

Centenário de álvaro Cunhal celebrado em VRSA

“População de Castro Marim pode contar com o PCP”

Osvaldo Gonçalves é o candidato do PS de Alcoutim

Francisco Amaral em pré-campanha em Castro Marim

Candidato visitou mercado mensal, IPSS’s e EN125

Candidato socialista é vereador sem pelouro na câmara de Alcoutim desde o ano de 2009

Comemoração teve lugar na biblio-teca Vicente Campinas

Por considerar que caso aceitasse o pedido do movimento «Revolução Branca» o “procedimento caute-lar assumiria carácter definitivo e esvaziava de sentido uma ação principal com o mesmo objeto a apresentar posteriormente” a juíza do tribunal de Tavira decidiu rejei-tar a providência cautelar contra a candidatura, apoiada pelo PSD, do presidente da Câmara de Castro Marim, José Estevens, a Tavira.

Foi remetida “a apreciação de tal questão para o processo elei-

cumprir o terceiro mandato conse-cutivo na Câmara de Sintra.

A providência cautelar foi inter-posta pelo Movimento Revolução Branca. Segundo o movimento, a lei que estabelece limites à reno-vação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executi-vos das autarquias impede igual-mente as candidaturas de Luís Filipe Menezes ao Porto, Fernando Costa a Loures, Francisco Amaral a Castro Marim e Pedro Lancha a Estremoz.

O PCP assinalou no dia 6 de Abril, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em VRSA, o 100º aniversário do nasci-mento do antigo secretário-geral Álvaro Cunhal, já falecido. A sessão contou com a participação de Vasco Cardoso, membro da comissão política e respon-sável pela direção regional do Algarve, DORAL, e de José Capucho, membro da Comissão Política. Integrou-se na resolução do CC do PCP, segundo a qual “comemorar o centenário de Álvaro Cunhal é evidenciar o significado do seu

percurso de homem e revolucionário e o que ele traduz, não apenas como um exemplo a valorizar, mas como a atitude, o posicionamento, o projeto político que a situação de Portugal e do mundo exigem, nesta segunda década do século XXI”.

Confrontado com a questão de uma eventual saída do Euro, José Capucho lembrou que, desde o início, o PCP chamou a atenção para as dificulda-des que o país enfrentaria ao aderir ao Euro. Para este dirigente comunista,

a atual linha de preocupação é a da subserviência do Governo e da maioria, em relação aos países que dominam a Europa. O PCP “mantém o essencial da sua política em defesa dos interesses nacionais e, no Parlamento Europeu continuarem a apresentar propostas que impeçam que as medidas não sejam gravosas para Portugal e que os fundos estruturais sejam canalizados para políticas de desenvolvimento”.

Quanto ao Euro, lembrou que a adesão custou tanto ao povo português

que é preciso ver como se sai do Euro e quem são os protagonistas dessa saída, de forma que quem fique a beneficiar sejam os trabalhadores e o povo e não os monopólios.

José Capucho salientou as várias obras escritas por Álvaro Cunhal e a sua contribuição para a definição dos ideais de Abril e do futuro democrático de Portugal, que hoje se consubstan-ciam na proposta política do PCP de “uma democracia avançada rumo ao socialismo”, baseada nesses ideais.

Numa nota enviada às redações o Partido Comunista Português de Castro Marim afirma que “a população pode contar com o PCP”, elencando um conjunto de ideias para o desenvolvimento do concelho. Nomeadamente, na defesa de produção de sal. Os comunistas consideram que “as salinas de Castro Marim são do povo e devem estar ao serviço do povo”, considerando que não devem estar “entregues a negó-cios estranhos no concelho”. O PCP está convicto que a ativi-dade salineira pode produzir postos de trabalho e riqueza

A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Alcoutim elegeu Osvaldo Gonçalves como candidato do Partido às próximas eleições autárquicas.

Osvaldo Gonçalves, 45 anos, natural e residente no concelho, é casado, bancário e vereador sem pelouros atribuídos na Câmara de Alcoutim, cargo que ocupa desde 2009.

A escolha de Osvaldo Gonçalves, dizem os socialistas, “constitui uma alternativa credível e o garante da correta administra-

ção dos destinos do concelho”.Em nota enviada às redações

a concelhia rosa afirma que “Alcoutim é hoje, após 20 anos de gestão social democrata, o conce-lho mais pobre do Algarve e um dos mais pobres e desertificados do país. Alcoutim precisa urgen-temente de um novo impulso, um balão de oxigénio, que o faça emer-gir do marasmo em que se encon-tra. São necessárias novas políticas e estratégias de desenvolvimento para o concelho”. Os socialistas prometem “promover o desenvol-

vimento económico sustentável e travar o despovoamento e a deser-tificação a que se tem assistido nas duas últimas décadas constituem os grandes desafios estratégicos da candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Alcoutim”. “Os alcoutenejos merecem mais e melhor. Impõe-se uma mudança, baseada numa visão de futuro e numa estratégia de médio e longo prazo, capaz de potenciar as mais valias de um concelho fértil em valores humanos e naturais”, remata a nota de imprensa.

O candidato do PSD Francisco Amaral esteve em Castro Marim numa ação de pré-campanha. O candidato laranja, acompanhado de uma comitiva de cerca de 70 pessoas, e do líder do PSD local, José Estevens, visitou diversos espaços do concelho. Entre eles o mercado levante, a Unidade de Cuidados Continuados e o Centro de Dia da Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal, e diversas entidades ligadas aos produtos tradicionais deste muni-cípio.

O autarca esteve ainda nos troços acidentados da EN125 que atravessam o concelho castromari-nense, lamentando que a situação se perpetue no tempo.

toral”. A providência pedia que o tribunal considerasse ilegal a can-didatura de Estevens à Câmara de Tavira, pelo facto de o autarca, a concluir o seu terceiro mandato consecutivo na Câmara de Castro Marim, estar impedido de con-correr devido à lei de limitação mandatos. Por sua vez, a decisão da juíza do tribunal de Tavira é contraditória à tomada pelo Tri-bunal de Lisboa e que impediu a candidatura à autarquia da capi-tal de Fernando Seara, que está a

para o concelho. Outro ponto de destaque local

da comunicação do PCP de Castro Marim é a água em que o PCP questiona «como se explica a subida de 200% do preço da água em Castro Marim?», repu-diando “veemente este aumento brutal” e exigindo responsabili-dades, apelando a que os cida-dãos se manifestem.

No mesmo comunicado o PCP contesta “o facto de todo o con-celho ficar às escuras à noite”, exigindo que “sejam encontradas soluções e que se poupem nou-tros recursos”.

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LOCAL

“Esta iniciativa, que pretende mos-trar aos operadores turísticos e a imprensa internacional especiali-zada alguns dos tesouros naturais da região, vai passar em todos os concelhos algarvios até ao final do ano”, explica a entidade em comu-nicado.

A primeira viagem, também deno-minada «Fam Trip» contou com a participação de cerca de 20 pessoas que “espreitaram o município até não sobrarem segredos sobre ele”, revelou o Turismo do Algarve que recorda que a aposta no Turismo de Natureza, com esta e outras ações,

A pé, de bicicleta, de uma forma mais radical ou com os pés bem assentes na terra várias foram as formas em que muitos castromarinenses aproveitaram a abertura à população de moinhos tradicionais do município.

A iniciativa contou com quatro ativi-dades distintas, dedicadas aos amantes do desporto ao ar livre e da observa-ção da natureza, onde se incluíram as visitas culturais à Casa de Odeleite, ao Moinho das Pernadas e ao Moinho do Revelim de Santo António, promo-vendo o inestimável valor patrimonial destes moinhos tradicionais.

O ponto de encontro teve lugar às dez da manhã, na Casa de Odeleite, onde ciclistas e pedestrianistas ini-ciarão o percurso junto à ribeira de Odeleite, desfrutando da paisagem verdejante da serra algarvia. Junto ao

O Peddy Paper «Cumeada de Alta Mora» que decorreu a 14 de Abril juntou 270 participantes num total de 48 equipas que animadas per-correram 7 quilómetros em torno da Corte Pequena, no concelho de Castro Marim. Muitos foram os vizinhos espanhóis que mais uma vez acorreram a este evento que junta população local, mas também participantes de diversas partes do Algarve.

Os futuros apicultores em modo bio-lógico já começaram a ser formados, no primeiro de três cursos formativos promovidos em Castro Marim, numa parceria entre três associações, a Asso-ciação Terras do Baixo Guadiana, que promove e financia o curso, a Associa-ção de Defesa do Património de Mér-tola, que o ministra como entidade credenciada, e ainda a Odiana, res-ponsável pela organização, logística e sede desta formação.

Apesar de ter começado a forma-

A iniciativa da Associação, Cul-tural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) comemorou 10 anos de vida e contou com a rea-lização de diversos jogos tradicio-nais, artes e ofícios e saberes locais, pondo à prova o conhecimento e a sagacidade dos concorrentes.

O Peddy Paper finalizou com um almoço de confraternização para os participantes e a entrega de pré-mios, “destinando-se a promover a

ção no início de abril a grande aflu-ência fez os promotores projetarem já uma segunda edição.

O curso de iniciação à apicultura em modo de produção biológica vai decorrer até dia 4 de maio nas instalações da Odiana, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento, em Castro Marim. Em breve serão lan-çados cursos de inglês, castelhano e empreendedorismo feminino.

A iniciativa é promovida pela Associação Terras do Baixo Gua-

atividade física e a valorizar o meio natural e os aspetos panorâmicos da freguesia de Odeleite”.

A X Edição do Peddy Paper na “Cumeada de Alta Mora” contou com o apoio das câmaras munici-pais de Castro Marim e Alcoutim e a colaboração da Associação Odiana, do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Autarquia (CCD) e dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim.

diana, com financiamento através do PACA [Plano de Aquisição de Competências e Animação], subpro-grama 3 – dinamização das zonas rurais do programa PRODER. A ADPM (Associação de Defesa do património de Mértola) é respon-sável por ministrar a formação, sendo entidade creditada para tal, e à Odiana, coube a organização e logística da formação, sendo que disponibiliza o espaço da sede para realização da formação.

Parque Aventura de Odeleite, os mais audazes poderam praticar escalada, arborismo ou slide, e mais à frente, visitaram o antigo, mas reabilitado, Moinho das Pernadas, detentor de uma vasta memória cultural e etno-gráfica que atravessa várias gera-ções.

Com esta iniciativa a autarquia dinamizou o Dia Mundial Atividade Física, celebrado na mesma data, promovendo junto dos participan-tes formas saudáveis de ocupar os tempos livres e de praticar atividade física em família.

O Dia Nacional dos Moinhos tra-ta-se de uma iniciativa inserida no programa nacional da Rede Portu-guesa dos Moinhos e contou com o apoio das associações culturais e desportivas do concelho.

já havia sido destacada na Bolsa de Turismo de Lisboa, em Fevereiro.

“Queremos que os jornalistas e o trade da região vejam o Algarve de outro ângulo, porque eles ajudam a ‘vender’ o destino através da forma como o vivem e como escrevem sobre ele. Por isso desenvolvemos este projeto que vai revelar pro-dutos e pontos de interesse menos explorados, mas com potencial de atração junto dos turistas”, explicou o presidente do Turismo do Algarve Desidério Silva.

Segredos de Alcoutim

A comitiva convidada pelo Turismo do Algarve conheceu a gastrono-mia, o artesanato, a museologia, a natureza, os saberes e tradições de Alcoutim e reconheceu que “um dia é pouco para conhecer Alcoutim”.

Depois de Alcoutim, a iniciativa segue para Albufeira, concelho que já se sabe que irá acolher uma «Fam Trip» em maio. Seguem-se os restantes municípios, em data ainda a anunciar. Esta primeira visita é organizada em parceria com a Câmara Municipal de Alcoutim e a Direção Regional de Cultura do Algarve.

turismo do Algarve foi à descoberta dos segredos de Alcoutim

Castromarinenses foram convidados a visitar os moinhos

Peddy Paper «Cumeada de Alta Mora» juntou quase 300 pessoas

Formação de Apicultura em modo biológico colhe grande adesão no Baixo Guadiana

Turismo do Algarve conheceu a gastronomia, o artesanato, a museologia, a natureza, os saberes e tradições de Alcoutim

Centenas de pessoas participaram na iniciativa que juntou famílias e amigos

O Domingo 7 de Abril foi um dos primeiros dias quentes da Primavera deste ano. O bom tempo convidou muitos castromarinenses a saírem de casa e aproveitar a iniciativa municipal de promoção dos moinhos concelhios.

Alcoutim foi o primeiro destino para o turismo do Algarve visitar com o objetivo de dar a conhecer um outro Algarve. O título da iniciativa é «Redescobrir os Segredos do Algarve» e iniciou-se a 18 de Abril no concelho alcoutenejo, percorrendo o Algarve ao longo dos próximos meses.

A ribeira do Vascão, afluente do rio Guadiana, é uma zona pouco intervencionada, com grandes extensões de habitats e com grande valor estético, paisagístico e com imensa diversidade biológica. Apre-sentando galerias ripícolas e diver-sos ecossistemas que comportam uma grande variedade de espécies animais e vegetais. A ribeira do Vascão está classificada como um sítio RAMSAR à semelhança da Ria Formosa, do sapal de Castro

Marim e da Ria de Alvor também no Algarve. Estes sítios são reco-nhecidos a partir de critérios de representatividade do ecossistema, de valores faunísticos e florísti-cos e da sua importância para a conservação de aves aquáticas e peixes.

A relevância da conservação deste local, assim como a divulga-ção da biodiversidade presente em conjunto com o interesse que estas questões ambientais suscitam em

toda a comunidade foram o ponto de partida para a realização deste seminário que vai acontecer a 3 de Maio no Guadiana River Hotel, em Alcoutim, entre as 09h e as 15h, seguido por um passeio pedestre pela Ribeira do Vascão.

A organização do seminário é do «Projeto Alcoutim», Alcance, município de Alcoutim e Univer-sidade do Algarve.

Mais informação em: www.pro-jetoalcoutim.pt.vu

Seminário «Ribeira do Vascão, Património Internacional»

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LOCAL

Após mais uma sessão de atendimento de cidadãos, realizada em Castro Marim, o deputado Mendes Bota teve oportunidade de constatar “in loco” o “estado deplorável em que se encon-tram determinados troços da ER 125”. O deputado fez-se acompanhar pelos autarcas José Estevens (Castro Marim) e Francisco Amaral (Alcoutim).

A “evidente necessidade de repa-ração urgente antes da chegada da época estival”, motivou a interpelação de Mendes Bota ao Ministério da Eco-nomia e do Emprego, responsável pelo sector das obras públicas, em formato de Perguntas ao Governo. Na altura em que escreveu a carta o deputado referia que “estamos a meio de Abril, e o tempo será curto até ao início do Verão. A ER 125 encontra-se num estado deplorável em certos troços, a carecer de reparação urgente. Se o pavimento está impróprio para a cir-culação rodoviária actual, sendo de

A autarquia de Vila Real de Santo António está satisfeita com os resultados da implementação da Taxa Municipal de Proteção Civil, medida que está a contribuir para o equilíbrio financeiro dos Bombeiros Voluntários de VRSA e continua a garantir a deslocação e o acesso dos munícipes às consultas e serviços de saúde.

Para o presidente da Câmara Municipal de VRSA, Luís Gomes, a contribuição, posta em prática há um ano, permitiu “evitar os cená-rios difíceis que se vivem noutros pontos do país, em que as popula-ções com menores recursos estão agora mais afastadas dos cuidados de saúde devido à falta de meios financeiros das associações huma-nitárias de bombeiros para efetuar o transporte de doentes”.

Na nota enviada às redações, o autarca refere que “tal como na solidariedade social, a autarquia vila-realense abriu um novo para-digma, mantendo a estabilidade da proteção civil e garantindo, em paralelo com os serviços de ação social, o acesso à saúde a quem

O Serviço Municipal de Protecção Civil de Vila Real de Santo Antó-nio tem em curso o programa de autoproteção «Casas sem Fogo», destinado a aumentar a prevenção contra incêndios de habitações e edifícios localizadas em áreas florestais. A iniciativa possibilita, aos moradores em zonas de risco, uma visita técnica de aconselha-mento para posterior execução ou manutenção da faixa de proteção definida por lei, reduzindo assim as hipóteses de que um incêndio florestal chegue e alastre até às habitações. A medida conta com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e Flo-restas (ICNF) e da Guarda Nacio-nal Republicana (GNR) que, em caso de necessidade, disponibiliza gratuitamente meios técnicos e humanos.

Para ter acesso a este serviço, basta contactar o Serviço Munici-pal de Protecção Civil através do telefone 281 530 190 ou do email [email protected].

referir igualmente o estado das bermas da estrada, não é difícil imaginar como será com a intensificação do tráfico na época alta do turismo”, pode ler-se na missiva enviada ao responsável polí-tico. Mendes Bota lembra que “esta situação é agravada pelo impacto que o pagamento de portagens na Via do Infante tem no desvio que os conduto-res das viaturas fazem para a ER 125, uns por protesto, outros por necessi-dade de contenção de custos”.

Os troços em degradação

O signatário desta missiva teve oportunidade de verificar o estado de degradação do pavimento em dois troços: entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo (município de Castro Marim) e entre a Ribeira do Álamo e o sítio da Caiana (município de Vila Real de Santo António).

O deputado sublinha que “a

mais precisa». Luís Gomes reconhece que “não

foi uma medida pacífica de imple-mentar, há um ano atrás, mas hoje todos podemos comprovar que ficá-mos a ganhar com a aplicação de uma taxa municipal de proteção civil refletida na fatura da água dos consumidores, no valor sim-bólico de um euro, cujo exemplo foi seguido por outros municípios”.

A criação da Taxa Municipal de Proteção Civil em VRSA teve por base uma petição, entregue na Câmara Municipal, com mais de

500 assinaturas.É sustentada pela Lei n.º

53-E/2006, de 29 de dezembro, que prevê expressamente a possi-bilidade de criação de taxas pela prestação de serviços no domínio da prevenção de riscos e da proteção civil. Destina-se ainda a compensar investimentos realizados na defesa da floresta contra incêndios.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António serve simultane-amente os concelhos de VRSA e Castro Marim, caso único no país.

empresa Estradas de Portugal S.A. tem que tomar medidas urgentes para reparar esta situação, que coloca em sérios riscos a segurança rodoviária, e dá uma imagem muito negativa da região do Algarve”.

Mendes Bota questionou o Governo se a “Estradas de Portugal tem consci-ência, ou conhecimento, do estado de degradação em que se encontram os

troços entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo (município de Castro Marim), e entre a Ribeira do Álamo e o sítio da Caiana (município de Vila Real de Santo António), partes inte-grantes da ER 125”. O deputado quis saber se há mais troços identificados e quais, e quando, as medidas que o Governo pensar tomar para resolver esta situação.

Mendes Bota em Castro Marim ficou indignado com “estado deplorável” da Nacional 125

Financiamento dos Bombeiros mantém acesso da população aos serviços de saúde

Proteção civil ajuda a prevenir habitações contra incêndios florestais

No passado dia 12 de Abril Mendes Bota, deputado social-democrata eleito pelo Algarve, esteve em Castro Marim para uma sessão de atendimento de cidadãos. Viu “o estado deplorável” em que se encontra a EN125 e interpelou o Governo.

VRSA

Caros leitores e caras leitoras, nesta edição quero partilhar convosco mais uma sugestão de poupança.

Vou falar-vos de um produto que todos nós temos em casa: o vinagre! Pois bem, este produto pode ser o vosso melhor aliado na limpeza da casa.

Há algumas semanas tive de limpar as paredes e o chão da minha cozinha à volta do meu fogão ( um típico e tradicional fogão a gaz) e não queria usar o tradicional antigorduras que ainda tinha em casa, pois é bastante tóxico. Num pulverizador de 500ml (pode reutilizar um recipiente de lim-pa-vidros que já tenha terminado) deite 250ml de vinagre e 250ml de água da torneira. Adicione 1 colher de chá de detergente da loiça. Agite e está pronto a utilizar.

Pode utilizar este preparado para limpar os azulejos da cozinha e da casa de banho, as loiças da casa de banho, o fogão, o forno, as banca-das da cozinha... enfim, tudo o que necessite ser desengordurado! Não deixa qualquer cheiro a vinagre pois o detergente da loiça anula o cheiro ativo do vinagre. Este preparado fun-ciona também como limpa vidros, incluindo os párabrisas do carro! Na limpeza de vidros eu utilizo apenas toalhas de papel e o produto. Poupa tempo e esforço!

Quando utilizar como desengordu-rante basta pulverizar a superficie a limpar e passar de seguida um pano húmido. Toda a gordura desaparecerá sem esfregar e sem esforço. O vinagre é ótimo como produto para limpar o chão: junte uma chávena de “bica” de vinagre a meio balde de água e umas gotas de detergente da loiça. O chão fica limpo e desengordurado e sem as marcas desagradáveis da esfregona que deixam alguns detergentes. Com este produto o chão mantém-se limpo durante vários dias, sendo apenas necessário passar a vassoura ou o aspirador.

Se desejar que a sua casa fique com um cheirinho mais agradável pode sempre adicionar umas gotas de óleo essencial (não mais do que 3 ou 4 gotinhas!). Pode encontrar uma grande variedade de óleos essencias a bom preço em parafarmácias (entre 5€ a 7€). Eu uso óleo essencial de rosa ou de alfazema. A sua casa ficará limpa, desinfetada, bem cheirosa e estará a usar um produto amigo do ambiente!

Um litro de vinagre custa cerca de 0,50€!

Não deve usar o vinagre na lim-peza de mármores.

Divirtam-se e até à próxima edição.

Maria Celeste Santos

POUPANÇA CRIATIVA

Deputado eleito pelo Algarve questiona Governo

Autarquia faz balanço positivo do modelo de financiamento

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Votos de longa vida!

“Missão de informar, na procura incessante de um jornalismo de proximidadee solidário”

“Papel preponderante na identificação e na identidade do Baixo Guadiana”

“Jornal do Baixo Guadiana tornou-se uma verdadeira instituição e uma referência incontornável”

Há 13 anos, no dealbar do mês de Abril, era publicado o número zero do Jornal do Baixo Guadiana. Perante a desconfiança de alguns e o entusiasmo de muitos, saía para as bancas um novo mensário, com a tenacidade e o espí-rito de luta da Associação Alcance na defesa intransigente dos superiores interesses desta sub-região.

Aos poucos, e com alguns escolhos pelo caminho, o JBG tem vindo a cumprir a sua missão de informar, na procura incessante de um jornalismo de proximidade, solidário, mas nem por isso menos acutilante, com rigor e honestidade jornalística, relatando mensal-mente o que de mais importante acontece nos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Nas milhares de páginas já publicadas, noti-ciam-se factos, descrevem-se protagonistas e

Com 13 anos de vida, o Jornal do Baixo Gua-diana está este mês de parabéns. Ao longo do seu percurso, este jornal tem assumido um papel preponderante na identificação e na identidade do território Baixo Guadiana, defendendo e pro-movendo as suas gentes e os seus encantos, mas, sobretudo, criando laços e cruzando histórias entre as populações do Rio Guadiana.

Acompanhei este jornal desde a sua funda-ção. Sei das batalhas que travam e aplaudo as

Tenho o prazer de felicitar neste espaço o “Jornal do Baixo Guadiana” pelos seus 13 anos.

Estes quase três lustros de vida constituem já uma história densa, acompanhando as vicis-situdes da nossa história regional e nacional. Para Vila Real de Santo António, o “Jornal do Baixo Guadiana” tornou-se uma verdadeira instituição e uma referência incontornável.

Nesta feliz ocasião, quero endereçar-lhe os parabéns. No fundo, são parabéns para aqueles que dedicadamente dão o seu melhor para tecer as suas páginas em cada semana e para

contam-se histórias, narrando os sentimentos e o devir do povo do Baixo Guadiana que, cale-jado das agruras do tempo e da vida, continua a sonhar e a ter esperança num futuro melhor para a sua terra. Indiferente aos interesses corporativos ou poderes partidários nos três concelhos, o Jornal do Baixo Guadiana tem denunciado injustiças tais como o abandono e o isolamento a que estas terras foram votadas pelos sucessivos governos, o assoreamento do Guadiana, o grande rio do Sul, a construção da ponte que ligará Alcoutim a San Lucar del Guadiana ou a conclusão IC 27.

E tem divulgado briosamente projetos susten-táveis de que são exemplo o projeto de requalifi-cação da zona ribeirinha de Alcoutim, a Unidade de Cuidados Continuados de Castro Marim ou o projeto JESSICA em Vila Real Santo António.

Quando em 2008 o jornal definhava e sobre

suas conquistas, que têm contribuído sobre-maneira para o desenvolvimento do território Baixo Guadiana. Aqui estarei para ver crescer os dois, jornal e território, e trabalhando nesse sentido.

O esforço de muitos, e muitos voluntários e muitos amantes do Baixo Guadiana, faz deste meio de comunicação um espaço sério e credí-vel, mas simultaneamente próximo e afetuoso, onde nos encontramos ou reencontramos, onde

os seus fiéis leitores, pois estes são a sua razão de ser.

Há quem diga que a voz da região do Algarve e dos algarvios tem pouca ressonância a nível nacional e junto das instâncias governativas do país. Nesta perspetiva, este jornal tem um papel imprescindível que deve ser potenciado: ser cada vez mais a voz dos anseios desta região e do seu povo. Por isso, as suas páginas têm de ser de notícia, de reflexão e também de denúncia, quando tal tiver de ser.

Os tempos que vivemos são difíceis para todos. E também o são para quantos se dedi-

ele pairava a ameaça de fecho, num atitude de grande coragem e descomprometimento, a Asso-ciação Odiana adquiriu o JBG, operando uma profunda reestruturação do projeto, sem que o mesmo perdesse a sua matriz, transformando-o num projeto jornalístico moderno, de referência para o Baixo Guadiana e para o Algarve.

A finalizar a minha leitura de 13 anos do Jornal do Baixo Guadiana, gostaria de felici-tar com orgulho e enorme alegria esta voz das terras sulinas, e do Baixo Guadiana em particular, que com o denodo e empenho do seu diretor e do corpo redatorial tem sabido projetar este território a bem da informação e do futuro da imprensa regional, mantendo-se sempre no trilho da verdade.

nos lemos e onde nos queremos ler também, um espaço que é nosso.

A todos os que lutaram e lutam pelo Jornal do Baixo Guadiana, a todos os que contribuíram e contribuem para que hoje se conte uma história de 13 anos de existência, os meus Parabéns e o meu obrigado.

cam à comunicação social. Tenho conheci-mento das dificuldades próprias da imprensa regional e das pessoas que estão envolvidas neste sector. No entanto, é neste período que mais necessitamos de quem nos faça ver as luzes e as sombras deste presente que vivemos. É neste seguimento que desejo a maior força e vitalidade do “Jornal do Baixo Guadiana”. É necessário que as suas páginas nos ajudem a responder aos desafios do presente e a traçar as linhas do futuro.

No editorial do número fundador do Jornal do Baixo Guadiana, o número 0, publicado em Abril de 2000, podia ler-se: «Dar voz ao Nordeste é o nosso principal objectivo».

Treze anos passados, é uma evidência que este objectivo foi plenamente conseguido, apesar das vicissitudes do jornal e das vicissitudes do Nordeste Algarvio e do Baixo Guadiana.

O JBG não só tem sabido dar voz ao território e às populações que assumiu representar, como se tornou ele próprio uma voz indispensável à existência e ao futuro destas terras e das suas gentes.

Tal é o reconhecimento que quero juntar ao abraço de parabéns que lhe trago na festa do 13º aniversário!

O JBG nasceu entrelaçado com luta pela con-cretização de grandes aspirações destas popu-lações raianas: a ponte Alcoutim-Sanlúcar, o IC 27, o desassoreamento do Guadiana.

Diga-se, a título de exemplo, que o tema da ponte era a matéria dominante do número 0. Nessa altura, depois de uma manifestação fluvial em participaram mais de duas dezenas de embarcações portuguesas e espanholas, estava em curso a recolha de assinaturas para um abaixo-assinado a levar aos governos de Portugal e de Espanha. As perspectivas eram boas nesse momento, a ponte esteve quase a arrancar, mas mesmo quando essas perspectivas empalideceram, o jornal nunca abandonou o tema. O mesmo aconteceu com o IC 27, que teve um início muito incerto, depois arrancou, sempre acompanhado pelos incitamentos do JBG. Acabou por parar apenas com um terço do percurso feito, mas chegou a Alcoutim. Pior tem sido com desassoreamento do Guadiana, que nunca passou do campo das repetidas pro-messas, mas também neste caso a luta continua e JBG está alerta.

No entanto, o JBG não se ficou apenas pelas grandes causas. No mesmo número 0, que temos referido, dedicavam-se duas páginas a um inqué-rito a todos os Presidentes das Juntas de Fregue-sia para conhecer os principais problemas com que estas se debatiam e os problemas que mais afligiam as populações. Esta linha foi sempre continuada e optimamente desenvolvida.

O mesmo com a cultura, sempre acarinhada em todas as edições.

O JBG tornou-se numa espécie de fogueira a roda da qual se reúnem as comunidades do Baixo Guadiana: para fazerem as suas queixas pelo abandono de que são votadas; para insistir nas grandes aspirações que não esquecem; para reclamarem solução para os múltiplos problemas que as afectam; mas também para se regozi-jarem pelo que conseguem fazer de positivo nos diferentes domínios e pelo que conseguem avançar contra ventos e marés.

O JBG é um elo de ligação para os que estão longe e um inspirador de conversas para os que estão cá. Que assim continue! Votos de longa vida!

Carlos BritoFundador do Jornal do Baixo Guadiana

Luis GomesPresidente da CM de VRSA

Francisco AmaralPresidente da CM de Alcoutim

José Fernandes EstevensPresidente da CM de Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 15

JBG: Como gere a responsabi-lidade de dirigir o Jornal do Baixo Guadiana, um jornal de território que serve um público tão específico e hete-rogéneo?

Carlos Luís Figueira: Bom, em primeiro lugar, com um grande sentido de responsabilidade e uma grande aflição em relação à reper-cussão que pode ter cada número, dada a especificidade da editoria. Mas, simultaneamente, eu tenho tido uma grande ajuda. Primeiro porque este jornal vive de solida-riedade de colaboradores muito qualificados que permanecem e que colaboram muito de perto cada edição. Depois tenho uma equipa de jornalismo e design muito jovem e muito competente que assegura uma grande parte da responsabilidade de cada edição.

Temos também a prática de não deixarmos de fazer sempre uma reflexão crítica sobre cada número. Uma reunião que realizamos em coletivo, sempre com a preocupação em inovar naquilo que é possível. Hoje o jornal tem em cada edição novos elementos de atracção de novidade. Entrevistas, Histórias de Vida, Destaques... São fatores que nascem de uma ideia de conjunto, numa discussão livre e franca e que serve de base a cada edição. Temos o privilégio de ter ótimos cronistas que acrescentam a responsabilidade a quem o dirige. É um exercício que faço com muita alegria, e, simul-taneamente, com grande esforço porque ao longo do dia a minha atividade profissional é distinta, sendo que também escrevo para outros jornais.

Este é um projeto ao qual estou associado há muito tempo, mas que nasce de solidariedades locais. Começou por ser uma iniciativa agregada a um Projecto comuni-tário da responsabilidade da Asso-ciação Local Alcance do concelho de Alcoutim. Terminado o projeto foi possível, já com a minha pre-sença, transferir a propriedade do jornal para a Associação Odiana o que permitiu com novos apoios dar uma maior cobertura dos problemas e das pessoas que vivem no Baixo Guadiana.

Dá-me muita satisfação perceber a aceitação que o jornal tem na comunidade. Cumpre a sua princi-pal função que é ser lido e cumpre-a bem porque sabemos que é lido com gosto. O Jornal do Baixo Guadiana ao longo do mês selecciona os temas

mais importantes do território com mais profundidade, porque o facto de ser o mensário assim o permite, cobrindo um vazio que de outra forma não era possível cobrir.

JBG: A editoria que apre-senta hoje, e que lhe confere um elevado grau de proximi-dade, foi, desde logo, assumida em 2007, aquando da aquisi-ção deste jornal por parte da associação Odiana…

CLF: O facto de dispormos de maiores meios quando da passagem da propriedade para a Associação Odiana permitiu ampliar o caminho anteriormente traçado, porque acre-ditamos que é assim que damos eco dos problemas e sucessos do Baixo Guadiana que é constituído por três concelhos [Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António] do mesmo partido, sendo de sublinhar que em qualquer circunstância se verificou qualquer interferência na edição do Jornal.

JBG: Numa altura em que se fala tanto em pressões, como explica o que disse anterior-mente, ou seja, que não há pressões políticas associadas

à produção dos vários núme-ros que vão saindo?

CLF: Foi definida uma linha de editoria que é respeitada. Este é um jornal feito de uma multiplici-dade de opiniões que se exprimem livremente no jornal o que ajuda a compreender que é este o caminho que tem que ser trilhado. Transfor-mar o jornal num boletim de cada município seria a morte do jornal porque perderia interesse e leitores e também o prestígio de nele escrever gente de excelente qualidade.

JBG: É preciso sublinhar que o jornal não perdeu o patrimó-nio que trazia de Alcoutim…

CLF: Exactamente. Mantivemos a página de notícias de Espanha o que é também uma originalidade do jornal e que corresponde a uma rea-lidade sociológica do território a que pertence. É um jornal de fronteira e de algum modo teria de exprimir o que acontece do outro lado porque as vidas fazem-se numa constante ligação entre os dois países. Depois mantivemos um conjunto de colabo-radores e poetas que regularmente enviam os seus trabalhos; e só não publicamos mais pelas limitações

financeiras que temos, que por sua vez condiciona o espaço de que dis-pomos...

JBG: Nestes últimos anos, e apesar das limitações finan-ceiras, o Jornal conseguiu crescer, tendo aumentado o número de páginas, e por con-seguinte de cor...

CLF: Quando nos aproximamos tanto da realidade aumentam as notícias e o interesse em diversifi-car as colunas do jornal; o que nos conduziu ao aumento de páginas. Conhecemos melhor o território o que nos levou a abordá-lo de uma forma diferente. Há muitos contri-butos que nasceram deste aproximar à realidade e às ideias que surgem para nos ajudar a melhorar o contri-buto que prestamos à comunidade. E gostaria de, neste contexto, res-salvar que sou diretor deste jornal também pela equipa de colaborado-res que regularmente participa nas edições do JBG, de outra forma não tinha condições para o ser.

JBG: Ser diretor voluntário tem um gosto especial?

CLF: Tem, mas é preciso subli-nhar que o meu ato voluntário é

extensivo à esmagadora maioria dos colaboradores do jornal.

JBG: De algum modo espe-rava a adesão que o JBG tem tido no território, nomeada-mante junto da comunidade mais jovem?

CLF: Eu acreditava que quando o jornal se aproximasse e convidasse jovens também a participar esse processo teria êxito. Por questões financeiras tivemos de interromper a publicação do suplemento «JBG: Espaço Escola», mas esperamos que um dia o possamos retomar. Mas temos contado com a participação dos jovens a outros níveis e com elevada qualidade. Também a rea-lização de tertúlias no território tem sido muito importante para estarmos de uma forma diferente junto dos leitores, e não só. Estes ganhos devem-se à nossa persis-tência e pela nossa obrigação em combater a inércia.

JBG: Este jornal está também aberto a mais parcerias?

CLF: Sem dúvida que sim. As várias associações, grupos, entida-des e pessoas do território devem saber que temos as nossas portas abertas para que se juntem a nós na missão de ajudar ao desenvol-vimento do Baixo Guadiana.

JBG: O Baixo Guadiana tem neste jornal um importante ponto de unificação. Fazem falta ao território mais pro-jetos de unificação?

CLF: Eu creio que sim. E só pode-mos também aumentar a escala dos projetos se unificarmos este territó-rio até do ponto de vista institucio-nal. Já que a regionalização ficou mais longe considero que alguma reforma tinha que ser pensada do ponto de vista de dar uma maior elasticidade e capacidade de atuar no terreno e de erguer projetos que envolvam o conjunto do território através de uma maior participação dos municípios.

JBG: O que espera para o futuro do JBG?

CLF: O meu maior desejo é que estes 13 anos se prolonguem por muito mais porque o Baixo Gua-diana ficaria muito mais pobre sem este órgão de comunicação social. A Odiana tem, efetivamente, essa visão, disponibilizando meios finan-ceiros que em muitos casos pode-riam ser orientados para outros fins. Mas há a noção da importância que este órgão tem para o desenvolvi-mento económico e social do ter-ritório.

Carlos Luís Figueira assumiu a direção do Jornal do Baixo Guadiana em 2008. Um ano depois de o jornal ter sido comprado pela associação Odiana à associação Alcance, de Alcoutim. O mensário ganhou escala num território maior a que dá voz, fazendo eco dos seus problemas e sucessos. Cabe a este diretor assumir a cada mês que passa a responsabilidade por um trabalho de uma equipa, que pratica jornalismo de proximidade, contando, como enfatiza “com a elevada qualidade de cronistas e colaboradores que de forma voluntária e despretensiosa acompanham o jornal e o território”.

O JBG vive da solidariedade de colaboradores muito qualificados e de persistente jornalismo de proximidade

O diretor Carlos Luís Figueira realça a importância do Jornal do Baixo Guadiana na unificação do território

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LOCAL

Decorreu a 25 de Abril, em Alcoutim, no dia em que se comemora a «Revolução dos Cravos», uma homenagem a Carlos Alfredo de Brito, ex-dirigente do Partido Comunista Português e rosto incontornável na história da luta pela liberdade em Portugal.

Dia da Liberdade assinalado pela homenagem a Carlos Brito

Fórum «Refundar a República» iniciou contagem decrescente para celebrações dos 40 anos de Abril

Depois do içar da bandeira, decor-reu a sessão solene no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em que tomaram a palavra os representan-tes das bancadas PSD e PS, José Rosa e Francisco Xavier, respetiva-mente, o presidente da Assembleia Municipal de Alcoutim, Rui Cruz, o especial convidado para a homena-gem a Carlos Brito, o ex-militante comunista Carlos Luís Figueira, o homenageado Carlos Brito e o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral.

Nas palavras de Carlos Luís Figueira ficou patente o impor-tante e indiscutível papel social e político do ex-deputado Carlos Brito em prol do Algarve, nomeadamente de Alcoutim, para onde regressou e tem lutado contra o isolamento do interior. “É o dia certo para lhe fazer esta homenagem, porque toda a sua batalha de vida foi uma bata-lha pela liberdade, pelo progresso do seu país e pelo bem-estar do seu povo”, concluiu.

A cerimónia ficou marcada pelo sentido discurso de Carlos Brito, num profundo agradecimento à Câmara Municipal, promotora “desta homenagem na passagem dos meus 80 anos, o que me sen-sibiliza profundamente por vir de Alcoutim e ser feita no dia 25 de

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, em parceria com um conjunto de personalidades e membros da sociedade civil, iniciou, no dia 25 de Abril, o Fórum «Refun-dar a República», um projeto de âmbito nacional que tem por obje-tivo repensar o funcionamento das instituições e da democracia.

O primeiro encontro teve lugar na Biblioteca Municipal Vicente Campinas e contou com a parti-cipação do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, do advogado Nuno Morais Sarmento, do arquiteto Sidónio Pardal e do economista Rui Moreira de Carvalho.

A edição inaugural do Fórum, dedicada ao tema «A crise e o poder local», encheu por completo o auditório da Biblioteca Municipal e deu início a um ciclo de deba-tes inovadores, participativos e de cariz nacional que serão realizados sempre ao dia 25 de cada mês.

Para Luís Gomes, presidente da

Abril, de tão grande significado para o nosso país e para mim pes-soalmente”. O ex-dirigente do PCP realçou ainda o “raro sentido de abrangência democrática e capa-cidade de se colocarem acima de meros critérios partidários de que dão prova os responsáveis autárqui-

cos de Alcoutim ao destacarem os esforços feitos a bem do país e do concelho por alguém de outra área política, como é o meu caso”.

“Um alcoutenejo que nos honra, que nos orgulha”, referiu-se o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, a

Carlos Brito, acrescentando que o Portugal em que hoje vivemos não foi aquele pelo qual o ex-deputado lutou.

Depois da sessão de homenagem foi inaugurada a exposição foto-bio-gráfica, uma resenha dos 80 anos de vida social, política e literária de

Carlos Brito, que tem dedicado os últimos 15 anos a Alcoutim, o local que, apesar de não ter visto nascer, considera como seu. Carlos Brito estava muito satisfeito com a expo-sição onde identifica “um grande rigor de história e uma excecional conceção gráfica”.

Câmara Municipal de VRSA, “a data de 25 de Abril foi simbolicamente escolhida como o dia do arranque do Fórum - que só terminará a 25 de Abril de 2014 -, antecipando desta forma a comemoração dos 40 anos de Democracia em Portugal”.

Luís Gomes refere que foi inciado “em Vila Real de Santo António um movimento inovador, livre e de cida-dania que pretende dar voz a todas as forças vivas da sociedade, desde universidades e escolas a associa-ções, comerciantes, empresários, IPSS, representantes políticos, entre muitos outros convidados”.

Nesta, que foi a primeira inter-venção pública do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro destacou o papel que o poder local desempe-nhou, no período pós-25 de Abril, para a infraestruturação do terri-tório ao nível dos serviços básicos, educação e qualidade de vida.

Na mesma ocasião, anunciou que Governo está a trabalhar para ter

o processo da agregação de fre-guesias concluído até às próximas eleições autárquicas e desafiou os municípios a aumentarem os níveis de cooperação e a partilharem as redes locais de serviços públicos.

Opinião dentro e fora da rede

Durante um ano, todos os dias 25 de cada mês, os portugueses serão chamados a participar nestes Fóruns que terão lugar não só em Vila Real de Santo António, mas também se irão alargar a todo o país, quebrando as fronteiras geo-gráficas.

Todos os contributos e opiniões vão estar disponíveis em www.face-book.com/forum.refundar e serão divulgados na página do município de VRSA em www.cm-vrsa.pt.

As ideias para debate e outras sugestões podem ser enviadas para o email [email protected] ou colocadas via Facebook.

Cerimónia de homenagem foi levada a cabo pelo munícipio de Alcoutim. Para a efeméride foi concebida uma exposição sobre a vida e obra de Carlos Brito

Secretário de Estado da Administração Local destacou o papel do poder das autarquias do período pós 25 de Abril

VRSA

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DESENVOLVIMENTO

Levitação quântica

O nosso mundo está à beira da rea-lização de descobertas que, até há bem pouco tempo eram domínio de projetos futuristas dos autores da ficção científica.

Tem estado a ser testada, em diversos laboratórios mundiais a levitação quântica, baseada nas características dos materiais supercondutores, se mergulhados em nitrogénio líquido. Devido a um fenómeno chamado de flux pinning, podem flutuar sobre um campo magnético. É o que se dá pelo nome de levitação quântica.

Basicamente o material super-condutor permite que o campo magnético entre nele, ficando aprisionado acima da superfície. Não se move um milímetro até ser impulsionado e pode ficar em qual-quer posição, horizontal, vertical

ou aprisionado.Os investigadores entendem que,

num futuro próximo, poderá pen-sar-se em comboios e automóveis

que deslizem sem atrito por estradas magnéticas.

Os supercondutores aguentam objetos incrivelmente pesados.

Imagem da experiência realizada na Universidade de Tel-Aviv, Israel. A nuvem branca que se vê em volta do disco é nitrogénio em evaporação.

Proporção dos trabalhadores a tempo parcial em situação de subemprego sobe para 21,4% na UE em 2011

Dos 43 milhões de trabalhadores a tempo parcial que contava a UE em 2012, 9,2 milhões desejavam trabalhar mais horas, estavam disponíveis para o fazer e podiam, portanto, ser consi-derados como estando em situação de subemprego. Desde o início da crise eco-nómica, a proporção de trabalhadores a tempo parcial que desejavam trabalhar mais e estavam disponíveis para o fazer não parou de crescer, tendo passado de 18,5% em 2008 para 20,5% em 2011 e 21,4% em 2012.

Reforçar a preparação da Europa face às catástrofes natu-rais e de origem humana

A Comissão Europeia apresentou um pacote que consiste em duas partes: a estratégia da UE em matéria de adap-tação às alterações climáticas, que esta-belece um quadro e mecanismos para reforçar a preparação da UE para os impactos climáticos presentes e futu-ros, e, numa medida conexa, a Comis-são adotou igualmente um Livro Verde sobre seguros no contexto de catástro-fes naturais e de origem humana. Esta consulta pública lança um vasto debate sobre a adequação e a disponibilidade das opções existentes em matéria de seguros.

Tal como muitas outras regiões do mundo, a União Europeia é vulnerável a quase todos os tipos de catástrofes naturais. Estas não só causam perdas humanas como provocam anualmente prejuízos no valor de milhares de milhões de euros e afetam a estabilidade e o crescimento económico. As catástro-fes podem ter efeitos transfronteiras e ameaçar potencialmente regiões inteiras em países vizinhos. Mesmo nos casos em que os custos das grandes catástro-fes estão concentrados localmente, se a cobertura dos custos por seguros for ina-dequada, os Estados Membros podem ter de suportar uma grande carga fiscal, o que pode causar desequilíbrios inter-nos e externos. Por conseguinte, esta questão é de grande importância para os cidadãos, empresas e governos de toda a União.

A Europa está a ter um aquecimento mais rápido do que muitas outras regiões do mundo, sendo a temperatura terrestre europeia da última década em média 1,3 ºC mais elevada do que na era pré indus-trial, em comparação com um aumento mundial médio de 0,8º C. O impacto registado na UE varia, dependendo do clima e das condições geográficas e socioeconómicas, mas todos os Estados Membros estão expostos às alterações climáticas. O aumento destes fenómenos poderá fazer aumentar a magnitude das catástrofes, o que terá como resultado grandes perdas económicas, problemas de saúde pública e mortes. Na Europa, a bacia mediterrânica, as regiões monta-nhosas, as zonas alagadiças densamente povoadas, as zonas costeiras, as regiões ultraperiféricas e o Ártico são especial-mente vulneráveis ao impacto das altera-ções climáticas. Além disso, três quartos da população vivem em zonas urbanas que podem estar expostas a vagas de calor, inundações e subida do nível dos mares.

«Perto daEuropa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

José Cruz

LICENCIAMENTO HOTELEIRO — A Associação dos Hotéis e Empre-endimentos Turísticos do Algarve, por intermédio do seu presidente, Elidérico Viegas elogiou a inicia-tiva do Governo, relativamente à intenção de simplificar as taxas de licenciamento dos empreendimen-tos turísticos. Em declarações à TSF, sublinhou que o impacto da medida não será grande.

«Esta simplificação destas taxas ou a redução é naturalmente posi-tivo e conta sobretudo pela atitude e não propriamente pelo volume financeiro que está envolvido que não será muito significativo», disse.

Antes, Elidérico Viegas tinha declarado à agência Lusa disse à agência Lusa que o fim dos desig-nados “custos de contexto”, anun-ciados pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, “vem de encontro às preocupações manifestadas relativamente a uma série de questões que emperram o desenvolvimento e o funcionamento das empresas”. E ainda que “os custos de contexto constituem uma das razões para a perda da com-petitividade da economia e desig-nadamente da atividade turística”, acrescentando que “mais do que a questão financeira, porque os mon-tantes envolvidos não são grandes, o fim das taxas ajuda a simplificar processos que constituem entraves à atividade turística”.

PESCAS A CRESCER? — Sem adiantar números, o secretário de Estado do Mar disse que as pescas e o setor da transformação tiveram um “crescimento acentuado” nos últimos dois anos, o que, no seu entender, mostra a adaptação à modernidade, quando participou em Faro no seminário “A economia do mar no Algarve: contributos para uma visão estratégica”.

O governante considerou que o crescimento é sinal de que as pescas e o setor da transformação «não são um problema, antes pelo contrário, são uma das virtudes da economia nacional».

EUROMILHÕES EM LAGOS — Um português, residente em Lagos, arrecadou na última sexta-feira de Abril o primeiro prémio do euromilhões. Para o Estado fica 20 por cento dos 32 milhões de euros, ou seja, 6,5 milhões de euros.

O boletim vencedor foi registado numa papelaria do Centro Comercial da Marina, em Lagos, no Algarve. O prémio era de 32 milhões de euros, pelo que o totalista irá receber 25,9 milhões de euros, já que o Estado retém um imposto de 20 por cento, ou seja, 6,5 milhões de euros.

No mesmo sorteio, outros dois portugueses foram contemplados com o terceiro prémio, que terão de dividir com mais seis apostadores, no valor de 67 mil euros.

FARENSE REGRESSA À II DIVISÃO — Farense, Desportivo de Chaves e Académico de Viseu sagraram-se campeões nacionais da II Divisão nas respetivas zonas e estão de regresso ao patamar do futebol profissional da Liga.

Vários anos depois da ausência e queda nos distritais, por má gerência e infortúnio, entre outros problemas, que quase levaram à extinção dos emblemas, o trio histórico conse-guiu renascer das cinzas e dar mais brilho ao futebol português, com o regresso nas três regiões, Algarve, Trás-os-Montes e Beira Alta.

Merece especial destaque o facto de milhares de adeptos do Farense terem festejado a subida, após uma década de ausência. No Estádio de São Luís houve ‘casa cheia’.

NO ALGARVE

José Cruz

O Algarve região de excelência do mar e de pescado foi o local esco-lhido para relançar o tema e rea-firmar uma aposta num setor que muitos consideram esquecido pelas políticas governamentais. O tema foi incisivo: «A economia do mar no Algarve: contributos para uma visão estratégica» e contou com João Fon-seca Ribeiro, diretor-geral de Política do Mar, Teresa Rafael, diretora-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, e a encerrar a sessão, o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.

Numa economia do mar apelidada simbolicamente de «azul» o momento é de mudança e está a debater-se e preparar-se uma estratégia de orde-namento marítimo – estratégia nacio-nal para o mar 2007-2013 sob os

O Governo, em reunião do Conselho de Ministros realizada a 17 de abril, aprovou um diploma que procede à criação do Centro Hospitalar do Algarve, por fusão do Centro Hospi-talar do Barlavento Algarvio, EPE, e do Hospital de Faro, EPE.

As mais-valias decorrentes da criação do novo Centro Hospitalar do Algarve, EPE, diz o Governo “

situam-se aos níveis assistencial, de qualidade clínica, organizacional e gestionário, com particular enfo-que na racionalização e adequação de atos clínicos e referenciação de doentes”. O ministro da saúde que com esta decisão é concretizada uma política de maior equidade territo-rial, levando a cabo uma utilização mais racional e eficiente dos recursos

disponíveis”.Uma fusão que tem sido polémica

mais à esquerda, tendo o Bloco de esquerda visto ser aprovada uma audição parlamentar do da Admi-nistração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Martins dos Santos. A audição terá lugar em meados de Maio, não havendo data prevista até ao fecho de nossa edição.

slogans «Regresso ao mar» e «alargar Portugal». Segundo o diretor-geral de Política do Mar, o objetivo é «ir para além das 200 milhas náuticas, o que traz novas fronteiras e novas oportunidades», garante o dirigente referindo que «as potencialidades apontam para um crescimento expo-nencial», sendo que os recursos da terra e do mar «são ferramentas de criação de investimento e geração de riqueza».

Mar é aposta de futuro

Teresa Rafael, diretora-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, por sua vez reservou-se mais a números e valores apontando o PROMAR com estatísti-cas de «500 projetos aprovados em

51 milhões de investimento entre os quais 31 milhões na aquicultura e comercialização». Garantindo que Portugal é o 3º maior consumidor de pescado do mundo, a responsável garante que a Reforma da Política Comum de Pescas se encontra em fase de discussão para em 2014 entrar em vigor.

A encerrar o seminário esteve o Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu. «Portugal tem que repensar o mar de uma forma global e a visão geral tem que ser muito alargada», diz o governante que afiança que «temos que estar pron-tos a competir com o mundo para nos conseguirmos afirmar no mar», realçando que «a visão tem que ser integrada no todo nacional e não apenas no local e regional».

Algarve debateu o cluster do mar

Governo cria Centro hospitalar do Algarve por fusão

Os dirigentes e responsáveis do setor marítimo em Portugal reuniram-se no dia 26 de Abril em Faro na direção regional de Agricultura e Pescas do Algarve. O objetivo foi relançar um país de mar e na nova estratégia de ordenamento marítimo em curso.

Joana Germano

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CULTURA

cos de Alcoutim ao destacarem os esforços feitos a bem do país e do concelho por alguém de outra área política, como é o meu caso”.

“Um alcoutenejo que nos honra, que nos orgulha”, referiu-se o presidente da Câmara Municipal

de Alcoutim, Francisco Amaral, a Carlos Brito, acrescentando que o Portugal em que hoje vivemos não foi aquele pelo qual o ex-deputado lutou.

Depois da sessão de homenagem foi inaugurada a exposição foto-bio-

gráfica, uma resenha dos 80 anos de vida social, política e literária de Carlos Brito, que tem dedicado os últimos 15 anos a Alcoutim, o local que, apesar de não ter visto nascer, considera como seu. Carlos Brito estava muito satisfeito com a expo-

A Associação de fotoógrafos «1/4 Escuro» levou a cabo na associação Odiana uma for-mação de fotografia minis-trada por Agostinho Gomes. Esta niciativa surge através do projeto TAG [Turismo Ativo no Guadiana, uma iniciativa de coo-peração entre o Algarve – Alen-tejo – Andaluzia e financiado pelo

Programa de Cooperação Trans-fronteiriça Portugal – Espanha]. Muitas foram as aprendiza-gens adquiridas e daí nasceram também muitas vontades de explorar a arte de fotografar. Os formandos deste curso tiveram oportunidade de expôr algu-mas das imagens recolhidas no Baixo Guadiana numa exposição

que decorreu no «Dia Aberto do Sapal», no Centro Interpretativo da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

O JBG tem agora oportunidade de mostrar parte desses olhares que recaíram sobre a natureza do Baixo Guadiana, e que partilha com os leitores.

Formandos de curso de fotografia partilham olhares da natureza do Baixo Guadiana

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CULTURA

Algarve recebeu apresentação de«Mundo Pequenino» de Deolinda

Noites D’Encanto em Cacela Velha

Filatelia comemora

500 anos de Santo António

de Arenilha

A casa esteve praticamente cheia no passado dia 19 de Abril no Teatro Municipal de Faro em que a noite, já bastante amena, aqueceu ainda mais ao som dos «Deolinda». Este grupo que se constituiu há cinco anos apresentou, assim, no Algarve, o seu terceiro albúm. «Mundo Pequenino» é desde que nasceu uma estrela, pois no dia em que chegou às lojas ultrapassou as 10 mil unidades de vendas, de acordo com a editora Uni-versal Music. Tal feito valeu-lhes de imediato o galardão de ouro. Desde então, tem sido um somar de sucessos em digressão por todo o país, sendo que o terceiro albúm dos «Deolinda» era um dos mais aguardados para

A localidade de Cacela Velha vai receber entre 18 e 21 de Julho a iniciativa «Noites D’Encanto». A organização é conjunta entre o município de VRSA, aem-presa de eventos «Ibérica» e a ADRIP (Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela).

Vai haver lugar para um mer-cado al-Andaluz com restauração, comércio e artesanato e também concertos. “A tolerância e a convi-vialidade distinguiram a história

Integrado nas comemorações do dia da cidade, e no plano exposicional da Federação Portuguesa de Filatelia–APD , a Secção de Coleccionismo dos Bombeiros de Vila Real de Santo Antó-nio, vai realizar com a colaboração da Câmara Municipal, uma Mostra Filatélica comemorativa dos 500 anos da Carta de Privilégio concedida por D. Manuel, em 8 de Fevereiro de 1513, a António Leite, que determinou a construção da vila de Arenilha “nossa Villa darenilla que hora mandamos fazer e edifycar (…) e que nos praz que ha dita Villa seja couto assy e de maneira que ho he a nossa Villa de Castro Marym”.

Esta manifestação filatélica tem lugar no Centro Cultural António Aleixo, a sala de visi-tas da cidade, e é inaugurada pelas 11 horas do dia 11 de Maio de 1913, prolongando-se até ao dia 30 do mesmo mês e, tendo o seu ponto mais alto no dia 13 de Maio (Dia da Cidade), com a emissão de um selo personali-zado representando a “vila de Arenilha”, dese-nho do pintor Luís Mansinho Afonso. Vai estar em funcionamento no local a partir das 14H30 e até às 17H30, um Posto de Correio provido de um Carimbo Comemorativo, representando a primeira marca de correios de Vila Real de Santo António e que foi propositadamente con-feccionado para o efeito.

Vão estar patentes várias colecções de Portu-gal e de Espanha, algumas das quais premiadas internacionalmente, que de certo aliciarão os visitantes com peças filatélicas de elevada qua-lidade, algumas das quais com cerca de dois séculos e que ao Algarve muito dizem. Estarão ainda em exposição duas Cartas Geográficas do Século XVIII e várias imagens de Vila Real de Santo António de antigamente.

2013. «Que Seja Agora» foi o pri-meiro single do grupo que tem feito muito sucesso nas rádios e nos con-certos.

Mas na apresentação em Faro, à qual o JBG assistiu, as novidades e os clássicos do grupo mereceram os sinceros e efusivos aplausos do público. As palavras de intervenção, o olhar crítico, mas bem humorado, a acutilância e a cidadania ativa são ingredientes do grupo que somados à excelente execução musical e atra-tiva performance da vocalista Ana Bacalhau fazem dos «Deolinda» um grupo atual, renovador e promissor do panorama musical português. «Mundo Pequenino» é o sucessor de

do antigo al-Andalus. O Mediter-râneo e os territórios que em torno dele se organizam sempre tiveram a capacidade de atrair gentes de diferentes culturas e diferentes credos, e a localização geográfica do Algarve – o antigo Gharb – um anfiteatro natural virado para o mar, sempre facilitou, desde a Anti-guidade, uma situação de trocas culturais e comerciais”, recorda a organização que pretende revisitar esses tempos com música, gastro-nomia, mercado e a animação nas ruas de Cacela.

«Dois Selos e um Carimbo» (2010) e «Canção ao Lado» (2008).

Programação Teatro Municipal de Faro

O Teatro Municipal de Faro apresen-ta-se como “um espaço de difusão das artes performativas contemporâneas, apostado em construir uma relação con-tinuada e criativa com a comunidade onde se insere, ajudando a formar, a olhar, a pensar e a partilhar novas expe-riências artísticas, contribuindo para o desenvolvimento cultural da cidade, da região e do país”. A programação está disponível em: www.teatromunici-paldefaro.pt Os «Deolinda» estiveram a 19 de Abril no Teatro Municipal de Faro

Iniciativa integra gastronomia, artesanato e cinema

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CULTURA

Primavera trouxe mais «Passos Contados» ao territórioO Ciclo anual “Passos Contados”, passeios pedestres de interpretação da paisagem orientados por guias especializados (cientistas ou detentores de saberes particulares), tem vindo a explorar novas formas de interpretação e descodificação das paisagens culturais, dos seus valores naturais e elementos patrimoniais. Procura-se desta forma, promover alternativas criativas para o desenvolvimento dos territórios rurais, contribuindo para a diversificação e diferenciação da oferta cultural e turística.

Pela riqueza e diversidade de experiências que proporcionam, pela interrogação e diálogo entre os participantes e os guias, pela descodificação activa do património, pelo contacto próximo com os valores culturais e paisagísticos, os “Passos Contados” têm-se vindo a afirmar como uma forma válida e estimulante de interpretação patrimonial. A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta sétima edição já se descobriu em Abril as plantas e os seus antigos usos na medicina e alimentação mas há mais percursos previstos e noutros sentidos. Ouvir relatos de viajantes, escritores e poetas sobre Cacela e Vila Real de Santo António (Maio); revisitar elementos de um Algarve antigo, entre o sagrado e o profano (Junho); descobrir antigas tradições alimentares do Algarve rural (Julho); escutar, interpretar e reproduzir os sons nocturnos da natureza (Agosto); conhecer os saberes ligados à cal e seus usos na arquitectura vernácula (Setembro); e terminaremos seguindo as rotas do arqueólogo Estácio da Veiga em Cacela (Outubro).

POR CÁ ACONTECE A G E N D A socioeducativos De 13 a 31 de MaioCasa dos Condes

Concurso de fotografia «Gentes e Lugares da Freguesia de Giões»De 15 de Maio a 14 de Junho Org: Associação dos Amigos de Farelos e Clarines

Festa da Maia e «Aqui ao Lado – Saberes Partilhados»18 Maio, 15hPolidesportivo dos BalurcosOrg: Associação de Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos, Projeto “Somos Alcoutim” (CM Alcoutim), Projeto “Lado a Lado” (Junta Freguesia Almodôvar) e UAlg

Mercados 10 Maio, 09h - Vaqueiros 26 Maio, 09h – Pereiro

Castro Marim

Dia do Trabalhador1 MaioAldeia de Odeleite

Serões do Acordeão04 Maio – Corte Pequena18 Maio – Odeleite25 Maio – Rio Seco

Terra de Maio10 a 12 MaioCentro Multiusos Azinhal

Festival Internacional do Caracol17 a 19 MaioRevelim Sto. AntónioCastro Marim

VRSA

Clube de Leitura «Livros Mexidos»A mulher – literatura no feminino2 Maio, 18h Aquilino Ribeiro30 Maio,18h

Terapia da fala na infância 7 e 8 Maio, 18hBiblioteca VRSA

Apresentação do livro: «Algarve em 3D»De Jacinto Palma Dias10 Maio, 18h CIIPC – Santa Rita

Inauguração Exposição Fotografia: «Sous les pavês, la plage… sous la plage un autre Algarve ou a resiliência de um Algarve outro»De Filipe da Palma10 Maio, 18h até 30 JunhoCIIPC – Santa Rita

Comemorações Fundação da cidade de VRSA11,12 e 13 de maio10h/23h30Praça Marquês de Pombal

«Passos Contados 2013»Percurso «Relatos de viajantes, escritores e poetas entre Cacela e VRSA»Com o arquiteto paisagista José Carlos Barros19 Maio, 9h30Cacela Velha

Lançamento do livro «Ulisses de Homero» As aventuras e desventuras de um herói grego con-tadas em Banda Desenhada por um grupo de alunos da Escola D. José I de VRSA24 Maio, 18h30 Biblioteca VRSA

«O Algarve e o norte de África» por Fernando Pessanha Ciclo da aulas abertas do Curso de História do Algarve da UTL de VRSA29 Maio, 17h30 Biblioteca VRSA

Lançamento do livro «Atividade física, obe-sidade, alimentação e imagem corporal na população dos 6 aos 10 anos do Baixo Gua-diana»31 Maio às 18hBiblioteca VRSA

«13 MAIO - DIA DA CIDADE DE VRSA»

As comemorações alusivas ao dia da cidade de Vila Real de Santo António prolongam-se de 11 até 13 de Maio este não com feira histórica a completar o certame histórico e comemorativo.No dia 11 de Maio, pelas 10h, a abertura da Feira Histórica na Praça Marquês de Pombal e pelas 10h30 a inauguração da Exposição Filatélica alusiva aos 500 anos da fundação de Sto. António de Arenilha no Centro Cultural António Aleixo. À noite, pelas 21h30 o Encontro de Bandas Filarmónicas na Praça Marquês de Pombal. No dia 12 os festejos continuam até ao dia principal, o feriado municipal no dia 13 de Maio. 8h00 – Alvorada9h00 – Hastear das Bandeiras na Praça Mar-quês de Pombal9h30 – Sessão Solene comemorativa da Fun-dação de VRSA no Centro Cultural António Aleixo11h00 - Apresentação do selo e carimbos alusivos aos 500 anos da fundação de Santo António de Arenilha no Centro Cultural Antó-nio Aleixo18h – Cortejo Histórico e Etnográfico com início no Arquivo Histórico Municipal e tér-mino na Praça Marquês de Pombal

AlcoutimFins de Semana Doces – Mercado de Doces Típicos Todos os fins de semana de Maio, 10h às 18h

Comemorações do Dia do Trabalhador 01 Maio, 10h- Alcoutim (Cais da Vila), organizada pela Câmara Municipal de Alcoutim - Bentos, organizada pela Junta de Freguesia de Vaqueiros - Giões, organizada pela Associação Grito d’Alegria

Seminário «Ribeira do Vascão: Património Internacional»03 Maio, 09hGuadiana River Hotel - AlcoutimOrganização: Projeto Alcoutim O Cinema à Minha Porta 21h Dia 2 – Toma Lá Revista – TacõesDia 6 – Fátima – Vicentes Dia 7 – Amália – Serro da Vinha de BaixoDia 8 – Dot.com – Santa MartaDia 9 – Toma Lá Revista – Afonso Vicente Dia 13 – Filme da Treta – Cortes PereirasDia 14 – Fátima – Balurco de Cima Dia 15 – Amália – Balurco de Baixo Dia 16 – Fátima – Palmeira Dia 20 – Dot.com – Guerreiros do RioDia 21 – Amália – Laranjeiras Dia 22 – Fátima – Corte da SedaDia 23 – Toma Lá Revista – Cabaços Dia 27 – Fátima – Serro Dia 28 – Amália – Taipas Dia 29 – Toma Lá Revista – Alcarias Dia 30 – Dot.com – Fernandilho

Exposição «Homenagem 80 anos, Carlos Brito»Até 9 Maio Casa dos Condes

Exposição trabalhos cursos

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CULTURA

Vila Real de Santo António e Santo António de Arenilha– Duas fundações, uma estratégia

CO

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

«Sinónimos de Leitura» já fideliza público

A organização garante que este ano já sentiu “uma certa fidelização de público” para a segunda edição do certame do livro «Sinónimos de Leitura». De resto, tal como nos avançou Mariana Rego, “uma fidelização de público que se sente a outros níveis da biblioteca”. Esta coordenadora confirma que a adesão do público a este equipamento do conhecimento e da cultura é crescente o que permite uma aposta também em certames como o ciclo de leitura que se prolongou ao longo de uma semana em Vila Real de Santo António.

Por aqui passaram vários escritores que apresentaram as suas mais recentes obras. Foi o caso de Jacinto Dias que falou sobre o «Algarve em 3D». De acordo com o autor trata-se de um “levantamento dos recursos naturais e culturais do Algarve, bem como, da metodologia empregue para os destruir”. O Algarve 3D, focaliza três dimensões importantes do Algarve: a gastronómica, em que se dá o exemplo da açorda, também comum a todo o sul de Portugal e que é defi-nida como um prato de origem moçárabe (o vocábulo moçárabe diz respeito a todas as populações residentes na Hispânia antes da invasão muçulmana de 711, algumas delas já cristianizadas nessa altura e cujas entidades míticas prevalecentes eram S. Vicente e Sta. Iria). A segunda dimensão diz respeito à cenografia das habitações do Algarve antes do aparecimento do turismo como atividade eco-nómica, nomeadamente a arte das chaminés e das platibandas. O terceiro ponto diz respeito à enorme biodiversidade do Algarve que o Conde de Ficalho, líder dos “vencidos da vida” (Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, Antero de Quental etc.) identificou, ele como um excelso botânico que o foi, no Algarve dos fins do Séc. XIX, em que nada menos que cinco de cada de 100 plantas do Algarve são absolutamente endémicas.

Por sua vez, o professor João Caldeira Romão apresentou «O Valor das Coisas», que compila um conjunto de crónicas escritas pelo autor, ao longo de mais de duas décadas, no «Jornal do Algarve». Uma reflexão crítica sobre temas da nossa vida social, cultural, económica e política, “alguns dos quais permanecem hoje bastante

atuais, identificam problemas e apontam caminhos alterna-tivos, num exercício de escrita livre e responsável, perfeita-mente identificado com a personalidade do autor”, salientaram os convidados para apresentar esta obra Fernando Reis, da Viprensa que imprimiu a obra e o vereador da cultura José Carlos Barros.

No terceiro dia de os «Sinónimos de Leitura», Fernando Évora, professor e escritor, apresentou o seu livro Amor e Liberdade de Germana Pata-Roxa.

Animação à leitura

Pedro Leitão é autor e ilustrador de livros infantis e juvenis, criador de “As aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho”. Junta ao seu currículo a ilustração de livros para crianças de outros autores, em particular com Luísa Ducla Soares, a participação em várias revistas, jornais e programas de televisão como cartoonista e ilustrador, o fomento à leitura com a realização de vários ateliês, a colaboração com Paulo Lages na encenação de teatro infantil e a pintura. Esteve neste ciclo a animar os mais pequenos. A feira do livro, produzida pela livraria Lusíada, de Vila Real de Santo António, marcou uma vez mais presença, com uma oferta diversificada de livros; e até livros infantis com o preço simbólico de um euro num apelo à leitura desde tenra idade.

Tertúlia JBG

No dia 23 de abril comemorou-se o dia mundial do livro e uma das propostas dos Sinónimos de Leitura foi a tertú-lia “O livro: literatura e não só”, levada a cabo pelo JBG. Nele participaram editores, livreiros e escritores, bem como amantes da leitura.

O presente mês de Maio de 2013 assinala os 237 anos da maior e mais significativa edificação iluminista efectuada em Portugal: a fundação de Vila Real de Santo António. Contudo, também este ano de 2013 assinala uma data da maior importância para a Histó-ria local: os 500 anos da fundação de Santo António de Arenilha. Ora, se o nascimento de Vila Real resultou da estratégia polí-tica, económica e territorial concebida pelo Marquês de Pombal, em finais de 1773, visando a afirmação do Estado português face ao Estado espanhol, que dizer da fun-dação de Arenilha? Com efeito, a nova vila iluminista, inaugurada em 13 de Maio de 1776, pretendia reforçar a barreira natural que marca a divisão política e administrativa entre os dois reinos, para além de impedir o contrabando, a evasão fiscal e a livre pesca castelhana praticada no mar de Monte Gordo. Porém, não foram os mesmos motivos que levaram D. Manuel I a mandar construir “nossa Villa darenilla que hora mandamos fazer e edifycar”? Sim, se bem que a fun-dação de Arenilha também pretendesse aler-tar as povoações vizinhas das investidas da pirataria moura, bastante activa na centúria de quinhentos.

A verdade é que muito se tem enaltecido a acção reformista (e mesmo despótica) do Marquês de Pombal, seguramente devido ao património edificado pombalino, como à proximidade cronológica que nos aproxima do século XVIII. Todavia, este espírito refor-mista e pretensamente iluminado pelas luzes da razão, não foi exclusividade do ministro de D. José I. Já o reinado de D. Manuel I, “o Venturoso”, tinha sido pautado por um conjunto de acções que visavam fortale-cer o reino política e administrativamente, nomeadamente, através de conjuntos de reformas presentes nos forais manuelinos. Prova disso, para os concelhos do Baixo Guadiana, são a carta de foral de Castro Marim, de 1504, a carta de foral de Alcou-tim, de 1520, ou mesmo a carta de privilégio de 8 de Fevereiro de 1513, onde o monarca manda proceder à construção da vila de Arenilha. Efectivamente, a estratégia de D. Manuel I para a foz do Guadiana acabou por antecipar-se ao Marquês de Pombal em mais de dois séculos e meio, contudo, o avanço das águas do mar e a sistemática acção da pirataria berberesca acabaram por despo-voar a “vileta” no decurso do século XVII. Ora, não fosse o tratado de paz assinado entre Portugal e Marrocos, em 1774, e bem que Vila Real de Santo António poderia ter tido semelhante destino… Recordamos que D. José I faleceu em 1777, no ano seguinte à fundação da vila régia, pelo que o Marquês de Pombal e os seus ambiciosos projectos rapidamente foram votados ao abandono. Para a História ficam duas fundações, cada uma no seu respectivo século, mas unidas por uma estratégia tão comum quão intem-poral.

Fernando PessanhaFormador de História do Algarve

Decorreu entre 18 e 24 de Abril a segunda edição do ciclo de leitura «Sinónimos de Leitura». A organização foi da responsabilidade da biblioteca municipal de Vila Real

de Santo António. Ao longo de uma semana houve espaço para a apresentação de livros, sessões de contos, teatro, manualidades, uma feira do livro e muito mais.

Certame dedicado à leitura ofereceu ao longo de uma semana atividades diversas, sendo que o público, esse, também abrangeu as várias faixas etárias

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O Burro Manjerico

O Maio veio farto.Em meados já os trigais estavam maduros.No cercado do Senhor António Henriques faziam-se as medas, de trigo, de centeio e outras de cevada. As peras “mózinhas” começavam a ficar maduras e o seu amo não dormia para as acautelar.A meda de cevada tinha ficado ao conto do cercado mais para Sul/Poente. Dias depois, notava-se “alguém” abocanhava a cevada, ficando por isso, um desalinho assimétrico na meda.Guarda montada, depressa descobre o causador do prejuízo. No Enterreiro, ao romper da aurora os trabalhadores do forno de tijolos e telhas, iniciavam as tarefas: Escancararam as portas, regavam o barro, espalhavam cinza e soltavam o burro “Manjerico”. O “Manjerico” espreguiçava-se, zurrava, levantava o lábio superior e mostrava a dentuça. Por fim, respirou fundo, peidou-se e foi deixando uns bonicos esverdeados na esteira do seu caminho. O burrico, dono e senhor do seu à vontade, atravessou cercas e cercados, abeirou-se com quem não quer a coisa da meda da cevada que lhe servia de mata-bicho e ferra-lhe o dente.O Lavrador, preparado para o fresco da manhã, com umas grossas calças de serrobeco e botas caneleiras de pelica, passeava de cajado em punho numa das ameias do Forte, local de grande visibilidade para quem monta “guarda”.Horas passadas…Lá vem o ladrão.Observou tudo. Pensou, matutou e voltou para sua casa. No dia seguinte sai ainda o dia mal despontava. Cajado na mão direita e um papelão com uns escritos na mão esquerda. O “Manjerico” manso e mal avisado, deixou o estranho aproximar-se, não lhe passando pela cabeça a desgraça que lhe estava reservada.O amo da cevada atuou rápida e eficazmente: Antes de fazer o “serviço”, colocou-lhe ao pescoço o cartaz de papelão, pensado e escrito na véspera. E foi deste modo que o “Manjerico” chegou ao pé dos donos:Aqui me tens meu amoSem orelhas e sem raboE podes dar graças a DeusO meu corpo vir a salvoE assim:Diz o amo do pãoSe cá te apanhar outra vezVoltarás ou não!

Encarnadinho/Antº de Castro

A Nossa Memória

O que é feito da nossa IndústriaApelidada de Conserveira?

Nem uma chaminé para recordarComos e fosse uma “coisa” passageira!

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontadesDisse Camões com muita sapiência…

Mudaram-se os tempos e a vontade dos HomensSubstituíram as fábricas com bastante Ciência.

Cresceram os prédios como cogumelos“As varandas do Guadiana” À BEIRA DA ESTRADA

Quarteirões B, C e outros aindaE também “Guadiana Foz” tal uma cruzada!

E a nobre mulher da fábricaQuem a recorda hoje em dia?

Ela lavava, escolhia e arrumavaNa lata, o peixe que tanto valia.

E, assim, as conservas multiplicavam-seE o Mundo pouco a pouco as conhecia.

E Vila Real tornou-se soberanaNeste Reino de mais valia.

Mas hoje já nada existe:Nem a alta chaminé a fumegar

Nem uma estátua, nem uma lápideQue pudessem fazer sonhar!

Muito perto, em AyamonteQuem passar e quiser sonhar

Vê uma estátua de mulher em bronzePara contemplar e meditar!

Ela está vestida a rigorRodeada de sardinhas, a trabalhar.

Não lhe falta o lenço brancoNem a grelha para as arrumar…

Ó geração de IngratosQue é feito da tua memória?

Deverias fazer perdurar no TempoTodos, todos esses momentos de Glória!

Fernanda Mateus Pires

Meu Algarve, Cuida de ti !

De comboio a viajarpor este reino encantado,pela desgraça ao passar,

fiquei triste, amargurado.

Soltam gemidos, na curva,à vista da estação;

as rodas, na manhã turva,da velha composição.

Nos teus jardins multicoresoutrora à beira do cais,já murcharam as flores,

não desabrocharam mais.

As estruturas de apoiodormem o último sono;zurra o burro do saloio,

aos coices, atrás do dono.

Nas fachadas, os macacosdivertem a vadiagem;

suas vidraças em cacos,complementam a paisagem.

É o cartão de visitaque temos para mostrar,

ao exigente turistano comboio a passear.

Num trecho do percursotem as ventas que tapar;faz assim figura de urso,

tal o pivete no ar.

Perante este pano de fundocomeça a desconfiar,

que às Terras do fim do Mundoveio por descuido parar.

E lá vai ele de volta,fez a viagem errada,

vai bater a outra porta,isto aqui, não lhe diz nada.

Meu Algarve do turismo,o berço onde nasci,

na tua sorte eu cismo,meu Algarve, cuida de ti !...

Manuel Palma

COLABORADORES

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 23

PATRIMÓNIO&COLABORADORES

No início de Maio tinham lugar no Baixo Guadiana diversas tra-dições, como a Festa da Maia, que se celebrava no primeiro dia do mês em algumas localidades da serra e do litoral. Eram tradições comuns a outros locais do país, e que tiveram origem nas civiliza-ções gregas e romanas, há mais de 2000 anos. Muitas são apenas memórias, como a própria Festa da Maia, as cruzes floridas ou o Dia da Espiga. Outras, como o piquenique do 1º de Maio, con-tinuam a ser celebradas em todo o território.

No primeiro dia do mês, ainda de madrugada, as moças iam ao campo apanhar flores para enfei-tar a casa e o trono da Maia. Esta tarefa era feita antes do sol nascer para “não deixar entrar o Maio”, e conservar a possibilidade de casar nesse ano. No interior da casa, decorada com ramos de flores, colchas e lençóis, improvisavam um trono florido onde era sentada a Maia, representada pela menina mais bonita da aldeia, de entre 10 a 12 anos, e que estava vestida de noiva e embelezada com joias, fitas e flores. Por vezes, a mesma

criança representava o papel de Maia durante vários anos. Nou-tros casos, a Maia era uma boneca feita de palha e trapos.

Junto da casa construíam um mastro, revestido de murtas e flores, em roda do qual se dançava todo o dia, ao som da “flaita”, da “gaitinha de beços” ou da concertina. Durante o baile, a Maia, sentada no trono, tinha a difícil tarefa de não falar nem sorrir, embora fosse tentada com todo o tipo de conversas. Em terras maiores, havia mais do que uma, e todas competiam para que a sua fosse a mais bonita e luxuosamente vestida, e qual dos bailes seria o mais concorrido. A competição era tanta que, não poucas vezes, a disputa provocou escaramuças entre vizinhos.

No dia 3 de Maio, Dia da Cruz, era costume substituir a Maia por uma cruz de madeira forrada com flores. A cruz florida era colocada na porta e na parede do lugar onde se tinha realizado anterior-mente o baile.

O Dia da Espiga é celebrado quarenta dias após o Domingo de Páscoa, na Quinta-feira da Ascensão, que, segundo a Bíblia, coincide com a Ascensão do Senhor. De acordo com a sabe-doria popular, é nesse dia que a amêndoa coalha e se gera o pinhão. Por ser dia santo, nin-

As tradições de Maio

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

guém trabalhava, pois dizia-se que neste dia “havia uma hora em que tudo parava, as águas dos ribeiros não corriam, o leite não coalhava e o pão não levedava”. Tradicional-mente, as famílias almoçavam ou merendavam no campo e colhiam as plantas para compor o “ramo da espiga”: a espiga de trigo sim-bolizava o pão; os malmequeres, brancos ou amarelos, o ouro ou a prata; a papoila o amor; o ramo de oliveira o azeite, a luz e a paz; e, por último, a videira simboli-zava o vinho e a alegria. O ramo, a que podiam ser adicionadas outras plantas, como a romãzeira – que simbolizava o poder –, era sempre em número ímpar (três, cinco, sete ou nove raminhos), e habi-tualmente colhido às onze horas da manhã pois é a esta hora que as folhas de oliveira se cruzam. O ramo era pendurado atrás da porta principal da casa acompa-nhado duma moeda, até ao ano seguinte, para trazer paz e pros-peridade ao lar.

Pedro PiresTécnico de Património CulturalMembro do CEPHA / UALg

No passado mês de Março realizou-se em Vila Real de Santo António, a 3a edição do curso de desenvolvimento de competências parentais. Porquê desen-volver as competências parentais?

A psicologia tem vindo a compreen-der, ao longo do tempo, que muitas das problemáticas e necessidades das pes-soas não alcançam uma resolução plena numa abordagem individual. Algumas das dificuldades que muitas crianças atravessam deve-se não só às suas características individuais mas devem ser entendidas num modelo ecológico. Este modelo assenta em três eixos, onde as necessidades das crianças se cruzam com as competências parentais e com outros fatores familiares e ecológicos.

Com frequência o olhar dos responsá-veis educativos e técnico com interven-ção na infância tende a focar-se apenas nas deficiências de desenvolvimento das crianças, ao nível da sua saúde física, da educação, do seu comportamento, do relacionamento com os outros e resumir a isso a sua avaliação da criança, pro-pondo para tal intervenções individu-

ais e planos de intervenção geralmente votados ao fracasso.

Abordar desde logo, as competências

parentais e avaliá-las permitirá uma visão mais completa e uma identificação dos eventuais pontos a reforçar numa futura intervenção. As tarefas da parentalidade vão desde os cuidados básicos diários à capacidade de estabelecer regras e for-necer estabilidade à criança, bem como a estimulação e afetividade necessária ao seu desenvolvimento. O desafio para os pais é tanto maior, quanto maiores forem as necessidades das crianças. Vemos com frequência que pais que tiveram sucesso a educar os seus filhos mais velhos se vêm incapazes perante uma criança com uma perturbação de hiperatividade e

défice de atenção, ou perante um filho com deficiência.

Naturalmente, quanto maior for o

desafio a que os pais estão sujeitos, maiores serão as dificuldades que irão encontrar na tentativa de exercer uma parentalidade positiva.

Daqui surge a necessidade de capa-citar os pais através de programas de desenvolvimento das suas competên-cias, apoiando e orientando-os para que possam dar uma resposta adequada às necessidades das suas crianças. Por outro lado, o encontro de pais para debater as suas dificuldades e as estratégias que utilizam permite-lhes perceber que não estão sozinhos e que muitos outros pais atravessam as mesmas dificuldades e

podem apoiar-se mutuamente.Este ponto leva-nos ao terceiro eixo

desta abordagem, os fatores familiares e ecológicos: este permite avaliar o sistema familiar e social em que a família se insere, que recursos comu-nitários existem. Muitos dos planos de intervenção rea-

lizados não tem em conta, por exemplo, que a rede de cuidados de saúde infantil é escassa, o que dificulta ou impede o acesso das famílias mais carenciadas aos cuidados e intervenções específicas que a criança necessita. Uma boa parte das crianças com necessidades especiais de saúde ou educação não encontra resposta especializada na sua área de residência ou região. Assim, muitos pais passam ao lado das necessidades dos seus filhos não só por “incompetência” parental ou negligência, mas muitas vezes por falta de recursos comunitários. Por isso, devemos ter em conta nas avaliações que

realizamos e nas intervenções que pla-neamos, aquilo que estamos a exigir às famílias, e aquilo que realmente estará ao seu alcance executar.

Cabe-nos, enquanto psicólogos, inter-vir com as crianças, capacitar e orien-tar os pais, para os recursos existente e possíveis respostas e alertar a comuni-dade para os obstáculos que existem no acesso aos serviços de que necessitam.

[email protected]/NEIP.vrsa

O DESAFIO DAS COMPEtÊNCIAS PARENtAIS

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Cle-

mente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos,

Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira,

Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos

“Se puderes olhar vê, se puderes ver repara”

Livro dos Conselhos - Saramago

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Page 24: JBG Maio 2013

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2013

PASSATEMPOS&LAZER

Porquê comprar, quando pode adotar?

Visite o canil/gatil Intermunicipal de

VRSA/Castro-MarimDiariamente dezenas de pessoas sofrem acidentes relacionados com o incumprimento das regras de circulação rodoviária, pelo que consi-deramos importante desenvolver uma actividade, relacionada com o Direito de Mobilidade dos Consumidores, na semana em que se come-mora o Dia Europeu da Segurança Rodoviária. Alertar as crianças para as regras de circulação na via-pública para prevenir acidentes, como atropelamentos, são preocupações comuns a vários organismos. Pelo que cabe às entidades desenvolverem actividades que permitam alertar a comunidade. Neste sentido, a Delegação Regional do Algarve da DECO, em parceria com a PSP e a Câmara Municipal de Faro pretende realizar a Actividade “Circular em Segurança”. Esta actividade realizar-se-á no dia 29 de Abril na Escola de 1º ciclo de São Luís, em Faro. Considerando que esta aprendizagem deve ser transmitida desde cedo torna-se de especial relevância o desenvolvi-mento desta actividade junto dos grupos mais jovens da população, sendo por essa razão que acreditamos que a actividade deverá ser desenvolvida com crianças do 1º ciclo.As actividades envolverão duas turmas daquela escola e incluem uma apresentação teórica da PSP sobre as regras e cuidados a respeitar quando se circula na via-pública, seguindo-se um passeio pela cidade de Faro. O itinerário definido pela PSP de Faro passará pelas ruas João de Deus, Rua Mouzinho de Albuquerque, Largo do Mercado, Rua Dr. Cândido Guerreiro e Av. 5 de Outubro, locais que pelas suas caracterís-ticas de circulação obrigam a uma atenção reforçada, preparando-se, assim, as crianças para situações reais de circulação dos peões na rua. Qualquer escola que tenha interesse em desenvolver actividades deste tipo poderá contactar a DECO, através do e-mail formaçã[email protected] ou do telefone 289 863 103.

Susana Correia jurista

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“Ouvi falar de uma actividade que a DECO, juntamente com a PSP e a Câmara Municipal

de Faro, está a promover para dia 29 de Abril, sobre a circulação dos pões nas ruas. Será possível obter

mais informações sobre a actividade?”

1) Colos2) Relíquias3) Totenique4) Moitinhas5) Olivença6) Camachos7) Bicos8) Castelão

9) Troviscais10) Fataca11) Brejão12) Garvão13) Chaparral14) Algoceira15) Mal Lavado16) Baiona17) Castelão18) Castro Marim19) Galeado20) Almograve

Quadratim - n.º107

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 113

Baixar o IVA para 6% na restauração e similares e para 17% a taxa máxima. Baixar o IRC e isentar de IRS salários, pensões e reformas até 2 mil euros mensais. Devolver a usurpação feita em salários, pensões, reformas, subsídios de férias/Natal aos cidadãos afetados porque é um direito que lhes pertence. Aumentar o Salário Mínimo Nacional para € 600 euros mensais, assim como pensões e reformas. Cortar nas despesas com deslocações, viagens e mordomias aos membros dos órgãos de soberania, ministros e deputados, e assim a economia floresce, caso contrário é falta de inte-ligência.

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de «BAIXAR IMPOSTOS»

Soluções Jogo da Paciência - n.º112

As dificuldades económicas da Santa Casa da Misericórdia de VRSA andam a par e passo com a crise do país. Cada vez são mais os utentes carenciados a procu-rar ajuda nesta casa.

Recentemente teve lugar a tomada de posse dos órgão sociais, liderados por Joaquim Camacho Aguiã, e os apelos deixados na cerimónia foram claros. “É preciso a colaboração de todos”, frisou o responsável na instituição que conta já com 100 utentes – limite máximo – nas cantinas sociais.

No total são cerca de 900 utentes nas diversas valências desta Instituição Particular de Solidariedade Social em que os seus dirigentes se comprometem com muito “empenho e dedicação”.

“É muito difícil gerir esta instituição que se depara com um avolumar de situações de carência”, evidencia o provedor que salienta “o rigor nas contas e o melhor aproveitamento dos recursos” como bases para dar continuidade a um traba-lho de solidariedade social.

A DECO INFORMA...

Santa Casa da Misericórdia de VRSA apela à colaboração de todos

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

[email protected]

TAMMY (Gata adulta)

FELIX

ERRATANa última edição de Abril o título do Jogo da Paciência nº 112, por culpa do JBG, o título estava incorreto, dev-endo o mesmo ser «AVES», e não «Ilustres Portugueses» [Título da edição de Março]. Ao autor e leitores o JBG lamenta o sucedido.

Localidades Portuguesas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 25

DESPORTO

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dois de Abril de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e oito a folhas sessenta e nove verso do Livro de Notas para Es-crituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu:Claudina Rosa Gomes, solteira, maior, natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde reside, no Sítio dos Fortes, contribuinte fiscal número 106 095 110. Que declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, localizado no Sítio dos For-tes, na dita freguesia de Odeleite, composto por um edifício térreo, com logradouro, com a área total de trezentos e vinte seis metros quadrados, dos quais noventa e três vírgula vinte são de área coberta, a confrontar a Norte com a própria, a Sul com Manuel Gomes e Manuel Joaquim Mestre, a Nascente com Manuel Joaquim Mestre e Lumelino Teixeira e a Poente com Manuel Joaquim Mestre e Manuel Francisco, não descrito na Conser-vatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2284, com o valor patrimonial tributável e atribuído de mil setecentos e vinte e sete euros e dois cêntimos. Que o referido prédio entrou na posse da primeira outorgante por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil nove-centos e noventa e dois, feita com os demais interessados, por óbito de seus pais, José António Gomes e Arminda Rosa, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no já referido Sítio dos Fortes, na dita freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado a justificante na posse do referido prédio, habi-tando no mesmo, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a justificante adqui-riu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 2 de Abril de 2013.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de auto-rização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a

05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28

de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 9/04 Factura n.º 3462

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e quatro de Abril de dois mil e treze, foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e seis a folhas noventa e oito do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma es-critura de justificação, na qual compareceram:

a) Célia Pereira Domingos e marido, Jorge Ma-nuel de Jesus Mateus, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, ele da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, residentes no Largo do Mercado, 1º direito, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo An-tónio, contribuintes fiscais números 203 571 266 e 178 885 428.b) Manuela Pereira Domingos, solteira, maior, natural da mencionada freguesia de Vaqueiros, con-celho de Alcoutim, onde reside, na Avenida D. Maria Rosa Dias, Bloco 8, rés-do-chão esquerdo, na vila e freguesia de Moncarapacho, concelho de Olhão, con-tribuinte fiscal número 207 692 637. Que declaram ser donas e legítimas possuidoras, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos localizados na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho:UM - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de sessenta e dois vírgula vinte e cinco metros quadrados, dos quais quarenta e três vírgula setenta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Sul e Nas-cente com Via Pública e a Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1959, com o valor patrimonial tributável de 1.310,00 euros. DOIS - Prédio urbano sito no Cerro, composto por um edifício térreo com dois compartimentos destinado a arrecadações e arrumos, e logradouro, com a área total de setenta e seis vírgula noventa e cinco metros quadrados, dos quais cinquenta vírgula trinta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte e Sul com Herdeiros de João Pereira e Via Pública, a Nascente e Poente com Herdeiros de João Pereira, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1960, com o valor patri-monial tributável de 1.510,00 euros. Que atribuem aos referidos prédios os respectivos va-lores patrimoniais, pelo que somam os mesmos o valor global de dois mil oitocentos e vinte euros.Que os referidos prédios lhes pertencem, por os terem adquirido, ainda no estado de solteiras, a justificante identificada em a), maior, e a justificante identificada em b), menor, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil no-vecentos e noventa, por seus pais, João Domingos e Florinda Maria Pereira, casados sob o regime o regime da comunhão geral de bens, residentes no Serro, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado as justificantes na posse dos referidos prédios, cui-dando da sua manutenção, neles fazendo obras de reparação e restauro, pintando-os, suportando os seus encargos, trazendo pontualmente pagas as respectivas contribuições e impostos, utilizando-os para fins de armazenamento, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que, tendo-se iniciado ainda no estado de solteiras, é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que as justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos ex-trajudiciais normais capazes de provar o seu direito.

Está conforme o original. Castro Marim, aos 24 de Abril de 2013.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º

55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 65/04 Factura n.º 3500

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dez de Abril de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e sete a folhas setenta e oito verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Luís Manuel Roberto Norberto e mulher, Fernanda Maria Brito Gonçalves Norberto, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes no Sítio da Casa Alta, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, contribuintes fiscais números 135 705 215 e 135 705 207. Que declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Bernarda, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo de arrecadação e arrumos e logradouro, destinado a armazéns e actividade industrial, com a área total de novecentos e cinquenta metros quadrados, dos quais quarenta e nove são de área coberta, a confrontar a Norte com António Augusto, a Sul com José Joaquim e Ângela Norberto, a Nascente com Her-deiros de João do Carmo e a Poente com Estrada Municipal, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 4384, com o valor com o valor patrimonial tributável de dezoito mil e setenta euros, igual ao atribuído.

Que o referido prédio lhes pertence, por os primeiros outorgantes, já no estado de casados, o terem adquirido em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e um, ainda como prédio rústico, por compra verbal, e nunca reduzida a escrito, feita a Fernando Gonçalves dos Santos e mu-lher, Isaura da Conceição Rodrigues, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram no Sítio das Hortas, na freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, ambos já falecidos.

E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, tendo posteriormente nele construído e implantado o edifício acima identificado, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impos-tos, suportando os encargos de obras de construção e conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 10 de Abril de 2013.

A Colaboradora,(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de auto-rização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a

05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28

de Janeiro)Conta registada sob o n.º Factura n.º

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2013

Com a época já a decorrer em alta velocidade, o JBG sprintou ao lado do ciclista natural da Manta Rota que este ano veste de preto e amarelo pela OFM-Quinta da Lixa-Goldentimes.

Nesta edição fomos explorar um pouco mais quem é o Samuel de como o ciclismo surgiu na sua vida e o balanço do que levamos de época e dos objectivos deste ano. No final Samuel Caldeira ainda falou dos companheiros de profis-são e amigos da região que ruma-ram para estradas estrangeiras, Ricardo Mestre e Amaro Antunes.

As biciclietes sempre foram uma constante na vida de Samuel. De pequenino apenas como meio de transporte e de brincadeira, onde o Judo foi o seu primeiro desporto de eleição e onde mostrava algu-mas qualidades. Depressa a bici-cleta ocupou o lugar do quimono e do cinturão. Samuel Caldeira e quem o rodeava começaram a ver que este era o seu desporto e pelas mãos do seu primeiro trei-nador «Cavaco» integrou a equipa amadora do Centro de Ciclismo de Cacela. Clube este onde começou a ganhar as suas primeiras provas e a mostrar o sua enorme potencial como sprinter.

Em sub-23 passou pela equipa do Centro de Ciclismo de Loulé e posteriormente integrou a equipa profissional do Clube de Ciclismo de Tavira. Em 2004, vestiu a camisola da juventude, na Volta a Portugal do Futuro. Em 2006 já alcançava vitórias como profissional, e assim Samuel Caldeira foi somando triun-fos e pódios ano após ano, tornan-do-se num dos melhores sprinters portugueses da actualidade.

Agora aos 27 anos, está a enfren-tar as estradas numa nova equipa, mas sempre com o espírito de alegre, brincalhão e guerreiro, que tão bem o caracterizam.

Balanço

Com a época já a decorrer em pleno, Samuel Caldeira confessou-nos que “o início da época 2013 tem sido feito um pouco aos soluços, pois tem havido muito pouca com-petição. Tivemos a Volta ao Algarve e a Volta ao Alentejo como competi-ções mais importantes mas separa-das por um mês sem quaisquer dias de competição pelo meio o que leva a uma grande falta de ritmo com-petitivo, mas de qualquer forma a OFM-QUINTA DA LIXA-GOLDEN TIMES tem tido umas excelentes prestações. A equipa tem-se apre-sentado bastante competitiva e vencido classificações por equipas. Falta ainda a vitória individual mas vai surgir rapidamente com os dias de competição que vão surgir. Ao nível individual sente “falta de ritmo competitivo”, considerando que “já podia ter vencido alguma etapa mas por uma razão ou por outra esse objectivo ainda não foi

alcançado, mas sinto que estou muito perto de o conseguir”.

Antevisão

“Quanto ao calendário até à Volta ao Algarve vai estar na Volta as Asturias, a 11 e de 12 Maio, as clássicas da Taça de Portugal, Campeonatos Nacionais, seguidos do Prémio Torres Vedras Joaquim Agostinho e provavelmente mais alguma saída ao estrangeiro, ainda por definir. As provas para que vai apontar baterias serão “lutar pela Taça de Portugal , Campeonatos Nacionais e Volta a Portugal”, reve-lou o natural da Manta Rota.

Sobre Ricardo Mestre

De olhos postos ao que o seu grande amigo pessoal Ricardo Mestro tem feito, Samuel Caldeira disse-nos que “ele esta a passar por uma fase de adaptação que com o decorrer dos dias de competição ele tem ido ganhando mais confiança e vai-se adaptando melhor. Para já têm sido utilizado como um ciclista de trabalho e sacrifica-se em prol dos colegas, o que com isso faz que os resultados a nível indiví-dual tambem não surjam , acredito que vamos ver um “bom” Ricardo nas próximas corridas”.

Sobre Amaro Antunes

“O Amaro é um pouco diferente; também está a passar por uma fase de adaptação. No caso do Amaro é um pouco mais fácil pois é uma equipa de um escalão mais infe-rior igual ao Carmin-Tavira. A sua fase de adaptação passa mais pelo calendário que faz, pois é bem mais exigente que aquele que fazia pela Carmim-Tavira mas ao estar numa equipa Continental dá-lhe um pouco mais de liberdade e o Amaro tem aproveitado bem essa liberdade e tem tido excelentes desempenhos nas corridas que tem feito , mas também tenho certeza que têm muito mais e melhor para mostrar” finalizou o sempre bem disposto sprinter da equipa OFM-Quinta da Lixa-Goldentimes.

Samuel Caldeira, um dos lideres da OFM-Quinta da Lixa-Goldentimes

Samuel Caldeira é natural da Manta Rota

FAÇAPUBLICIDADE

NO JBG

Humberto Fernandes

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Page 26: JBG Maio 2013

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2013

DESPORTO

Foi no dia 29 de Março que este grupo de 12 membros da Associa-ção RODACTIVA/SEM ESPINHAS, impulsionados pela fé e pelo desafio às suas capacidades físicas decidi-ram montar nas suas bicicletas todo o terreno e rumarem até Fátima, unindo a Praça 1º de Maio de Castro Marim ao Santuário de Fátima.

Numa distância de 360Km, fase-ados em três dias, com a primeira paragem em Beja a segunda em Coruche e a terceira em Fátima, apesar da chuva e do vento, o grande espírito de grupo e a ami-

O Complexo Desportivo de Vila Real Santo António vai receber o maior Torneio de Futebol Infantil Nacional de sempre, entre os dias 23 e 29 Junho de 2013. A cerimó-nia de Abertura vai ter lugar a 23 de Junho às 21h no Estádio do Complexo Desportivo de Vila Real Santo António. A competição está marcada para 24 a 26 Junho de 2013 (Fase Qualificação); 27 e 28 Junho de 2013 (Fase Eliminatória) e 29 Junho de 2013 (Apuramento Campeão e Consolação).

Os leões do Sul marcaram presença no Triatlo de Quarteira no passado dia 7 de Março, na prova do Campeonato Nacional de Clubes. Nesta prova foram conseguidos atingir dois novos objeti-vos para o Clube. No escalão Sénior, o Atleta Nelson Mestre obteve o 3º Lugar. Na Geral por equipas, e apesar do atleta mais novo da equipa ter 33 anos, os «Leões do Sul» conseguiram, pela primeira vez, fechar esta classi-ficação no 18º lugar, sendo o terceiro elemento um Veterano 2.

Na classificação geral individual, ali-nharam na partida 231 atletas e obti-veram-se os seguintes resultados:

Nelson Mestre – 23º lugarDavid Costa – 111º lugarLuis Viegas – 145º LugarAmândio Norberto – 229º Lugar.

A dupla Joana Ramos/Ana Palma «deu cartas» no Campeonato Nacio-nal de Esperanças de canoagem, que decorreu a 21 de Abril na Mina de São Domingos, em Mértola.

As duas duplas de menores que Joana Ramos / Ana Palma venceram a sua prova sendo que, Ricardo Faus-tino / Alexandre Palma ficaram com o Bronze no sector masculino.

O GDA vai ter a próxima compe-tição em Abrantes em Agosto.

As classificações do GDA:K2 menor Fem: Joana Ramos /

Ana Palma 1º lugar

zade imperaram esta aventura. “A RODACTIVA/SEM ESPINHAS, neste ciclo peregrinação, contou com a incansável e permanente ajuda do seu staff composto por 7 elementos da associação, com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Beja, da Santa Casa da Misericórdia de Coruche, assim como a preciosa colaboração da Junta de Freguesia e da Camara Municipal de Castro Marim, que ajudaram a concreti-zar este Evento”, pode ler-se num comunicado enviado às redações pela associação.

A cerimónia de Encerramento com entrega dos prémios de clas-sificação e prémios de participação a todos os participantes no dia 29 de Junho às 17h30m no Estádio do Complexo Desportivo de Vila Real Santo António.

No total vão estar a competir seis escalões de Futebol 7 (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004); dois de Futebol 5 (2005/2006).

Estão confirmadas diversas equi-pas, entre elas o Porto, Sporting, Braga, Belenenses e o Farense.

K2 Menor Masc: Ricardo Faustino / Alexandre Palma 3º lugar

K2 Iniciado Fem: Daniela Mestre / Mariana Costa 4º lugar

K1 Iniciado Fem: Beatriz Ribeiros 6º lugar, Barbara Teixeira 9º lugar

K1 Iniciado Masc: Pedro Lourenco 5º lugar

K2 Infantil Fem: Filipa Simão / Soraia Marques 9º lugar

K1 Infantil Fem: Joana Mestre 19º lugar (virou), Inês Vilão 23º lugar

K2 Infantil Masc: Bruno Ramos / Ricardo Martins 5º lugar

K1 Infantil Masc: Andre Madeira 9º lugar, João Luis 28ºlugar

No próximo mês de Maio, o clube contará com mais atletas em três dis-tâncias diferentes. No dia 4 Maio, no Triatlo Sprint Sevilha (750m Natação + 20kms Ciclismo + 5kms Corrida) marcarão presença os atletas Pedro Ribeiro, Fernando Cardoso, Amândio Norberto e Lopo Faísca. No mesmo dia o Atleta Luis Viegas fará a sua estreia em Sevilha na distância Olímpica (1500m Natação + 40 Ciclismo + 10kms Corrida).

No dia 11 de Maio vai ser a vez dos atletas Nelson Mestre e David Costa alinharem na 1ª Prova do «Iberman World Series». Este evento desportivo vai ter lugar em Ayamonte e terá como distancias 1,9 km Natação + 108 Ciclismo + 21 kms Corrida.

Rodactiva uniu Castro Marim a Fátima

Vila Real de Santo António vai receber «Copa do Guadiana»

Canoagem de Alcoutim no 6.º lugar do Nacional de Esperanças

«Leões do Sul» subiram ao pódio no Campeonato Nacional de Triatlo

Futebolândia

Associação e BTT proporcionou um passeio diferente

A primeira edição da «Copa Guadiana tem lugar em junho

O clube tem já agendadas duas competições em Maio

Os atletas do GDA em competição trouxeram medalhas para casa

Olá e sejam bem-vindos á edição de Maio do «Futebolândia»! Esta é exclusiva sobre o Benfica-Sporting porque os adeptos do Sporting, mas principalmente do F.C. do Porto, ficaram indignados com a arbitragem de João Capela.

Infelizmente, os portugueses têm memória curta, esquecem facilmente as situações que ocor-rem em benefício próprio, porque apesar de pensarmos que nunca nos acontece a nós, acontece e aí ficamos indignados.

Após o dito jogo (refiro já que o Benfica jogou tão mal que pior que essa exibição só a barba do “Barbas” ou fato cor do rosa do tipo que está no «Big Brother»), Miguel Guedes adepto do Porto e comen-tador do programa «Zona Mista» da RTP1 ficou tão indignado que eu pensei que em vez do Sporting tivesse jogado o Porto contra o Benfica. Esse senhor que esqueceu o «fora de jogo» com que o Porto ganhou ao Benfica na época pas-sada, a bola dentro da baliza do Vítor Baía em pleno estádio da luz que não foi validado por Olegário Benquerença e muitos outros epi-sódios semelhantes ao longo da história que daria tantos volumes como a saga «Harry Potter» (que felizmente acabou. Os óculos do Harry Potter já estavam a passar de moda).

Mas o pior desse comentador foi quando o adepto do Benfica refe-riu as escutas do caso «Apito Dou-rado» e os mais de vinte anos que o Porto comprou tudo que havia para comprar. O dito comentador referiu que não era constitucional as escutas que fizeram ao Pinto da Costa, “Bobby” e “Tareco”.

Se eu entendi bem as suas pala-vras, a judiciária tinha que telefo-nar ao presidente do Porto e dizer qualquer coisa como isto:

«Senhor Pinto da Costa, viemos por este meio informar-lhe que vamos colocar escutas nos seus telefones, por isso se quiser com-prar árbitros e “fruta” (nome dado a prostituas do norte do país que são uma verdadeira fonte de vita-minas), faço-o por pombo-correio porque nós vamos gravar todas essas conversas, o mesmo se aplica ao Bobby e ao Tareco».

É essa memória curta e pensar que a indignação é exclusiva, quando nos acontece a nós que acabamos por esquecer que os outros também têm direitos.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicaçã[email protected]

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2013 | 27

DESPORTO

A Orientação é uma modalidade des-portiva exigente ao nível físico e inte-lectual, que consiste na escolha do melhor trajeto entre pontos marcados num mapa e materializados no terreno através de balizas de Orientação, pro-curando cumprir assim no mais curto espaço de tempo possível um percurso somente com o auxílio externo de uma bússola e do próprio mapa. A organi-zação do Campeonato Mundial Escolar de Orientação, que este ano decorreu em Castro Marim e Vila Real de Santo António, no Baixo Guadiana, está a cargo do Ministério da Educação e Ciência, através da Divisão do Desporto Escolar (DDE), estrutura que tutela as organizações de Desporto Escolar, em colaboração com a Direção Regional de Educação do Algarve (DREALG), a Federação Portuguesa de Orientação e os municípios de Castro Marim e Vila Real de Santo António. A competição juntou atletas da categoria Sub-17 anos, de ambos os sexos, de 14 países, com a participação das equipas da Áustria, Bélgica (Francófona e Flandres), China, Inglaterra, Nova Zelândia, Israel, Escó-cia, Eslováquia, Espanha, França, Suécia e, claro, Portugal.

Portugal organiza mundial desde 2010

A associação Animashow/Escola de dança Splash, de Vila Real de Santo António levou a cabo mais um Fes-tival Internacional de Dança, a que deu o nome de «Arte Sem Frontei-ras». Decorreu no Centro Cultural António Aleixo a 26 e 27 de Abril, tendo os espetáculos iniciado pelas 21h30.

Um conjunto de centenas de bai-larinos que esteve em terras pom-balinas a expressar a sua dança veio com vontade de partilhar as suas expressões num verdadeiro intercâmbio que transformou a cidade de Vila Real de Santo Antó-nio na capital da dança ao longo de dois dias.

Diferentes culturas e diversos grupos nacionais e estrangeiros, unidos pela arte, apresentarm um conjunto de coreografias que refle-tem as suas tradições, valores e ritmos.

Este Mundial é um dos pontos altos do Desporto Escolar no presente ano letivo de 2012-13, contando para isso, o reconhecimento da International School Sport Federation (ISF) que pela terceira vez, num curto espaço de três anos, (2010 –Andebol; 2012 -Badminton) delegou em Portugal a organização de mais um campeonato mundial, desta feita, Orientação – 2013.

As competições decorreram nas pro-ximidades de Santa Rita e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António realizaram-se a

nível individual, disputadas por jovens atletas integrados em equipa escola e equipa seleção, nos escalões de Iniciados e Juvenis, Masculinos Femininos, nas provas de distância média e distância longa. Houve lugar para mais uma prova com carácter não competitivo disputada por equipas de três elementos oriundos de diferentes países, a quem deu o nome «Friendship Team Event» que incorpora o espírito das competições da ISF onde, para além da forte vertente desportiva, assume também lugar de especial relevo, a vertente social e de convívio.

No dia 26 de abril as danças representaram Portugal, Espanha, Rússia e Ucrânia.

Já a 27 de abril estiveram em palco várias companhias com bailarinos profissionais e amado-res nas áreas da dança moderna, hip-hop e ballet clássico. A com-panhia ucraniana «Chas Pick», de Kirovograd, foi um dos convidados especiais da noite.

O espetáculo terminou com uma performance da Associação Cul-tural Dancenema (Lisboa), que combinou a dança contemporânea com a técnica de trapézio aéreo, modalidade ainda pouco desen-volvida em Portugal.

O «Arte sem Fronteiras 2013» é organizado pela associação Animashow / Escola de dança «Splash». Teve o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.

Mundial de orientação escolar reuniu 700 alunos

«Arte sem Fronteiras» juntou diversas danças em VRSAUma semana inteira foi espaço temporal para dar palco a um evento

mundial que escolheu as localidades de Vila Real de Santo António e Castro Marim para a prática da orientação ao nível escolar. No total estiveram cerca de 700 alunos de todo o mundo da categoria sub-17.

Centenas de bailarinos estiveram ao longo de três dias em VRSA

O certame acontece há três anos consecutivos em Portugal, mas pela pri-meira vez no Baixo Guadiana

CM VRSA

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2013

Tenha cuidado quando com-prar plantas para o seu jardim. As pessoas são um dos principais responsáveis pela introdução de espécies invasivas, especialmente da flora. Muitas espécies invasi-vas foram introduzidas para fins ornamentais. Procure saber se a planta que quer é indígena do seu ambiente.

varias vezes a ser considerada a prova mais dura do mundo, o Giro de Itália irá este ano, na sua 96ª edição, para a estrada , entre 4 e 26 de Maio.

3405 serão o numero de quilómetros que a Corsa Rosa, terá para percorrer, começando em Nápoles com 156 km no dia 4 de Maio, e terminando em Brescia, 26 de Maio, numa etapa de 197km terminando num circuito citadino. Durante estes 22 dias de prova os ciclistas terão sete chegadas em montanha mas também 88,9 km de contra-relogio divididos entre a segunda etapa, 17,4 km, contra-relogio por equipas, na ilha de Ischia, 55,5km, contra-relogio individual, ligando Gabicce Mare a Saltara na 8ª etapa e uma crono-escalada de 19,4km na 18ª etapa, no dia 23 de Maio.

Ricardo Mestre realiza assim o seu sonho de participar numa das «três grandíssimas». Mestre faz assim parte da equipa histórica, Euskaltel Eusakadi que irá ser liderada pelo ex-campeão Olímpico, Samuel Sanchez, que aos 35 anos aponta o Giro de Itália como um dos grandes objectivos da época depois de em épocas anteriores ter acumulando etapas e pódios na geral individual do Tour de França e Volta a Espanha. Com uma equipa de luxo Samuel Sanchez não quis abdicar do vencedor da Volta a Portugal 2011 e conta com ele para enfrentar as duras montanhas dos Alpes. Ao lado de Samuel Sanchez e Ricardo Mestre estarão também, Egoi Martinez, Jorge Azanza, Pablo Urtasun, Gorka Verdugo, Miguel Minguez, Ioannis Tamouridis e Robert Vrecer.

CartoonECOdica

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Formação de Apicultura biológica teve enorme adesão no Baixo Guadiana

Município de Alcoutim homenageia 80 anos de vida e obra de Carlos Brito

EN 125 que atravessa Baixo Guadiana está cada vez mais decadente

O sonho do menino de ouro do Baixo Guadiana concretiza-se

sotavento algarvio

Humberto Fernandes