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Jornal mensário do território do Baixo Guadiana: Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António

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Page 1: Jbg julho2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº158

JULHO 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Manuel José

Desde 1991 que o projeto «Pré-Escolar Itinerante» tem enquadramento pedagógico e administrativo e combate o isolamento e assimetrias educativas no concelho de Alcoutim. Esta é uma aposta do Ministério da Educação que conta com o apoio incondicional da câmara municipal alcouteneja. Já foram quatro educadoras a percorrer o concelho e agora apenas duas têm a seu cargo este projeto, sendo que apenas uma está no terreno. Enquanto houver uma criança isolada o pré-escolar itinerante estará de pé. Essa é a convicção das entidades que todos os dias abraçam a causa.

Pré-Escolar Itinerante em Alcoutim combate isolamento há 22 anos

cANOístA PEDRO

LOURENÇO DO GRUPO

DEsPORtIVO DE

ALcOUtIM É VIcE-

cAMPEÃO NAcIONAL

MUNIcíPIO INtEGRA

LIstA DE LOcALIDADEs

NAcIONAIs «AMIGAs

DAs PEssOAs IDOsAs»

NOVAs fERRAMENtAs

DE cOMBAtE AO

DEsEMPREGO E BANcO

DE REsGAtE DO

sOBREENDIVIDAMENtO

1954 - 2013

P 5

António Rosa Mendes

aos 67 anos ainda tem muito paradar ao mundo do futebol

Grande Reportagem

Page 2: Jbg julho2013

2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Concordo com as greves. As greves só mostram que algo não vai bem. Devem ser feitas até que a tutela entenda de uma vez por todas que os seus princípios estão a ir contra aquilo que deve ser. Os professores fazem greve, mas o problema não é dos professores, mas sim do Ministério de Educação; se os alunos são prejudicados, a culpa é lá de cima e não dos docentes. O Ensino nunca esteve tão mal como agora e parece que não querem ver tais situações. Gente burra e estúpida é o que está mais distribuída por este País! Isto não pode continuar assim, o Ensino de qualidade é importante e não é o que se tem, será que o Nuno Crato não quer ver isso? Ou não lhe convém? O problema parte de lá e não dos professores... claro que o «Zé Povinho» não entende o que se vai passando. Em vez de culpabilizar os professores e ir fazer barulho para as Escolas, vá sim para o Ministério de Educação.

Nome: Jorge Ferro RosaProfissão: Professor de Filosofia

Nome: Dina Romana NogueiraProfissão: Doméstica

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaFrancisco AmaralGilda PereiraHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoMaria Celeste SantosPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Um dos centros da polémica política que se vem arrastando ao longo de meses tem sido protagonizada por professores e Ministro da Educação. Está em causa a dispensa de milha-res de professores, a degradação das condições de ensino, a escola pública. A polémica arrastou-se desembocando numa greve aos exames, decisão que suscitou aca-lorado debate, centrado na oportu-nidade de tal greve se realizar em prejuízo de alunos e pais. Muito se escreveu sem conhecimento, ati-rando o odioso para uma classe que ao longo de anos vem sendo mal-tratada e desrespeitada pelo poder político e a quem lhe assiste mais que razões para protestar.

A reportagem que lhe tra-zemos neste número sobre escola itinerante em Alcoutim desti-nada a alunos do pré-escolar cons-

titui um magnífico exemplo do que representa a escola pública, porque só ela cria condições a alunos, mesmo que isolados, a terem a oportunidade de receber formação. E porque assim é, sou conduzido a recordar o que significava há duas dezenas de anos atrás, quando o parque escolar neste concelho era praticamente inexistente, o sacri-fício que representava para alunos pré-adolescentes, partir de casa às 6h da manhã e regressarem às 8 da noite, para poderem ter a pos-sibilidade (que não a igualdade de oportunidades) de, com sucesso, prolongar a sua formação.

A entrevista que neste número inserimos sobre a figura humana de Manuel José, o seu percurso de vida , marcado pelos variadíssimos êxitos obtidos enquanto treinador de futebol, trazem-nos o retrato de um homem que não esqueceu as suas origens e continua a manifestar com desassombramento o que lhe vai na alma, com a coragem que distingue os homens bons. Conheci bem o seu pai, destacado dirigente

sindical e lutador antifascista, bem como acompanhei o importante papel que desempenhou na criação de um único sindicato da indústria conserveira no Algarve percurso que conduziu à conquista de um horá-rio de trabalho fixo de 8 horas e o direito a salário inscrito em contrato de trabalho.

O mês de Junho termina com uma greve geral marcada pelas duas cen-trais sindicais, facto de relevo a evidenciar quanto fundo está o des-contentamento que se verifica na sociedade. A retórica que se segue a estas manifestações de protesto sobre o seu valor e significado é recorrente. Importa talvez ter presente que embora centrada na participação dos trabalhadores do sector público e com menor adesão de quem trabalha no sector privado, tal não significa só por si que quem foi trabalhar estivesse contra a greve e os motivos que a justificaram. A reacção do Primeiro Ministro e do Ministro da Presidência sobre este direito constitucional, evidenciam na arrogância alguma falta de cul-

tura democrática, no momento em que é visível uma acumulação de tensões na sociedade. Os tempos são de inquietação e chumbo, resta saber se também de mudança e em que sentido.

Para além da homenagem que lhe é justificadamente prestada nesta edição, deixo aqui, em nome pessoal, o meu pesar pelo desapa-recimento do Dr. Rosa Mendes, per-sonagem que acabei por conhecer melhor nas funções que desempe-nho e das quais resultou a orga-nização de uma exposição sobre a história da cidade de VRSA que sob a sua direcção foi exposta ao público durante largos meses em vários locais do Centro Histórico e que agora vai ser reposta a ocupar em permanência boa parte da Rua da Princesa, na cidade pombalina, no âmbito do Projecto Jessica.

Carlos Luís Figueira

[email protected]

R: As pessoas devem zelar pelos seus direitos mas sem prejudicar os alunos. Con-cordo com a greve dos professores, mas deveria ter sido feita noutra altura.

Nome: Vânia Munhoz Pedro Profissão: Formadora de Estética

R: Sim, todos têm que lutar pelos seus direitos. Concordo com as greves.

R: Eu concordo plenamente, este Governo, é um rebanho de porcos de engorda, e o povo anda a sobreviver. Não sei qual será o futuro das crianças neste mundo…

Nome: Armando CaiadasProfissão: NR

ABERTURA

Que leitura faz das greves que marcaram o mês de Junho?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 3

CRÓNICAS

Com a chegada do Verão, muitos portugueses e estrangeiros procu-ram o Algarve para uns merecidos dias férias de qualidade e em segu-rança, ou não fosse a nossa a região mais turística do país, a par da Ilha da Madeira.

O que não é mesmo nada seguro, para quem nos visita nesta altura do ano, é circular na estafada e esbura-cada Estrada Nacional 125 que liga Lagos a Vila Real de Santo António, rebatizada de Estrada Regional 125, em especial no troço entre as Casas da Audiência e a Ribeira do Álamo no concelho de Castro Marim, onde o piso é uma manta de retalhos, de cujo pano original já resta muito pouco.

Após vários anúncios dos gover-

nos de José Sócrates, realizados em tendas revestidas a alcatifas, quais apresentações de provas de fórmula 1, que custaram ao país centenas de milhares de euros, prometendo a requalificação da famigerada Estrada Regional 125, o resultado não foi além da cons-trução de umas rotundas na zona de Vila do Bispo.

Em 2012, quando já não era possível continuar a viver mais de narrativas fantasmagóricas e com o cutelo das portagens na Via do Infante sobre as nossas cabeças, última benfeitoria de José Sócrates ao Algarve, porque Portugal perdeu

a soberania financeira e ficamos sem dinheiro, o governo de Pedro Passos Coelho teve de suspender as obras da Estrada Regional 125.

Não obstante, os continuados aler-tas da Câmara Municipal de Castro Marim à Estradas de Portugal S.A. sobre o estado deplorável do pavi-mento no troço Casas da Audiência / Ribeira do Álamo, o facto é que nada aconteceu e a ER 125 naquele local está quase intransitável, pondo em risco a segurança de pessoas e bens, ao mesmo tempo que constitui um péssimo postal ilustrado para uma região turística como é o Algarve.

Em face do estado de desleixo

e incúria a que a Estradas de Por-tugal votou este troço da Estrada Regional 125, no concelho de Castro Marim, como se os residentes e os turistas que circulam nesta via não contribuíssem para os 75% das receitas turísticas do país gerados no Algarve, importa questionar o Minis-tério da Economia e do Emprego, responsável pelo sector das obras públicas, se tem conhecimento desta situação. Em caso afirmativo, por que é que não mandou executar a reparação desta infraestrutura rodo-viária e que medidas pretende vir a desenvolver para resolver um pro-blema que é grave?

Porque não queremos que haja “O Algarve que o luar ilumina e o Algarve que o luar não ilumina”, como afirmou o saudoso jornalista Carlos Pinto Coelho, e porque ambi-cionamos uma região sustentável com futuro, exigimos que a Estradas de Portugal dê uma resposta urgente a esta questão no tempo certo, e que não tenha a displicência de, em pleno mês de Julho, época alta do turismo no Algarve, realizar qual-quer intervenção a nível do pavi-mento naquele troço.

Vitor Madeira

Nos idos anos de 1985 conheci a Sra. Senhorinha, por indicação da Professora Célia. Tinha eu iniciado a aventura de organizar a primeira Feira de Artesanato de Alcoutim. Era na altura vereador da oposição. Entendia (e entendo ainda hoje) que ser vereador da oposição não é para “chatear ou mandar bocas”, mas sim para “vergar a mola”. As minhas férias, o meu carro, a minha gasolina, ao ser-viço da comunidade. Assim é que é bonito. E estimulante.

Depois de um “forte” estímulo de um vereador do poder instituído –

Completei o meu trigésimo terceiro aniversário no dia do fune-ral de António Rosa Mendes, meu professor, orientador e amigo. Para trás ficaram discussões acesas, mar-cadas por antagónicos e obstinados pontos de vista. Para trás ficaram aulas bem-dispostas, autênticas odes à eloquência da cultura. Para trás ficaram jantaradas regadas de gar-galhadas, na companhia de outros

que fazia miniaturas em madeira, também do Fernandilho. O Sr. Ramos, que fazia artigos de cana, da Alcaria Queimada. O Sr. Tomás, sapateiro, de Giões. O Sr. Eugénio, que fazia miniaturas, de Martim Longo. O Sr. Virgílio, latoeiro, do Pessegueiro. O Sr. Faustino, das Cortes Pereiras, fazia esparrelas em miniatura. Os pescado-res Raimundo, de Guerreiros do Rio, e Ti Emídio, de Alcoutim, etc, etc.

E nos Penteadeiros fui encontrar a Sra. Senhorinha e o Sr.º Manuel Lopes. A Senhorinha no tear e o Sr. Lopes, na sua plantação de linho. Nunca tinha visto tal. A simpatia do casal irradiava. O entendimento entre eles era perfeito. A explicação das ativida-

“Não, não tenho. Os meus filhos são vocês!”. Encontrei tamanha beleza na simplicidade desta resposta que nunca mais esqueci tais palavras… E a verdade é que o paternalismo que tão bem o caracterizava não se circunscrevia à sala de aula ou à universidade; acompanhava-nos nos desafios profissionais e até mesmo pessoais.

O desaparecimento deste huma-

des, pormenorizada. A demonstração altamente profissional. Fiquei encan-tado. E acima de tudo a argumenta-ção para os convencer a ir à feira foi desnecessária. A resposta foi imedia-tamente “Vamos!”. A maior parte dos outros disseram “só vamos porque é o Sr. Dr., senão não íamos”. Dizia-lhes “mas é para vosso bem, vimos busca-los, fazem a demonstração e o vosso negócio e ainda recebem pela vossa presença”. Bem, a maioria vinha fazer o favor ao Sr. Dr. de vir à feira…

Não foi nada fácil organizar as pri-meiras feiras de artesanato. A ajuda monetária do IEFP foi de primordial importância. Contei com a ajuda dos jovens OTL (Ocupação dos Tempos Livres) e dos amigos de Alcoutim, onde pontificava o João Manuel, o José Tiago, o Abílio e outros.

Mas o casal Gonçalves salientava-se pelo à vontade, pela simpatia que irradiava, pelo seu ar dócil. Apete-cia sempre abraçá-los no peito, tal o

nista - que desde sempre pugnou na gesta em prol da fruição cultural no Algarve - é uma perda catastrófica e irreparável para a própria cultura algarvia. É certo que partiu dema-siado cedo e que deixou um vazio profundo, porém, deixou-nos a sua obra. Falava Camões daqueles que “por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”. Nesse sentido, o professor Rosa Mendes liber-

carinho que despertavam. Sempre com um sorriso nos lábios. Nunca os vi zangados ou mal dispostos. Porven-tura, lá na vida deles tal aconteceu. No fundo, o ex-libris do artesanato da serra algarvia. Representavam o município de Alcoutim em vários eventos no Algarve, em Lisboa e fora do país também. Em qualquer feira que participassem, eram uma atração.

O monte dos Penteadeiros foi sempre muito visitado por turistas que queriam ver ao vivo o casal. A Senhorinha foi a enterrar ontem e com ela uma parte do artesanato do nordeste algarvio.

Obrigado Senhorinha, pelo que foi, por tudo o que fez pelo artesanato, por Alcoutim e, acima de tudo, pela simpatia que irradiava, pelo ar dócil e frágil, que apetecia sempre abraçar, como o fiz muitas vezes, e apertadi-nho, como aperta agora a saudade de o fazer de novo.

tou-se da lei da morte; conseguiu a imortalidade, obteve-a através do seu legado, através dos livros que escreveu, através dos seus ensi-namentos. O pesar que senti com a sua partida dificilmente poderá ser expressado através de triviais tentames, de banais exercícios retóricos. Até sempre, professor. A saudade que fica não tem conta nem medida…

“Realizar uma feira de artesanato? Isso é uma estupidez, já não há arte-sanato nenhum, não vale a pena, é tempo perdido e dinheiro gasto” (textualmente) – ganhei ainda mais alento. Agradeci logo o “estímulo”. O outro vereador, também do poder, não sabia o significado da palavra artesanato e chamava-lhe “sarnato”. Enfim, mãos à obra! Calcorreei com o meu “carocha” montes e vales, des-cobrindo artesãos e artesanato. Tudo genuíno. Uma grande parte desco-nhecidos do público em geral. O Sr. Gonçalves, cadeireiro, das Madeiras. O Sr. Veríssimo, também cadeireiro, do Fortim. O Sr. Marta, cesteiro de palhi-nha, do Fernandilho. O Sr. Henrique,

professores e de outros colegas das lides historiográficas. E são tempos que nunca mais hão-de voltar… Este professor era mais do que um mero pedagogo; era um verdadeiro amigo para os seus alunos. Certa vez, numa visita de estudo a Niebla, no âmbito do mestrado em História do Algarve, perguntou-lhe uma das minhas colegas: “O professor não tem filhos?”, ao que ele respondeu:

Francisco Amaral

Fernando Pessanha

O insubmisso

O desleixo e a incúria das Estradas de Portugal na Estrada Regional 125 no concelho de Castro Marim

[email protected]

Senhora Senhorinha

Foi-se um professor, um orientador e um bom amigo

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

Universidade do Algarve não vai aumentar propinas em 2013/2014

VRsA recebeu encontro de cidadania e participação juvenil do Algarve

férias dos jovens com muitas atividades

Escutismo em Alcoutim comemora 16 anos

Escola de Alcoutim ganhou concurso de gestão de resíduos no Algarve

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

Os resultados demostraram que a Escola de Alcoutim produz por aluno 6.96 kg de resíduos recicláveis. Um patamar que teve o máximo desta-que no concurso «Vamos dar Vida aos Resíduos da Escola», promovido pela ALGAR e que englobou todas as escolas da região algarvia dos 2.º e 3.º ciclos.

A Escola de Alcoutim foi a grande vencedora deste concurso,

O Conselho Geral da Universidade do Algarve (UAlg) vai manter o valor da propina para as licenciaturas do próximo ano letivo.

A decisão foi tomada a 26 de Junho e o Conselho Geral aprovou, também, a não manutenção do Fundo de Apoio Social para 2013/2014.

O Fundo foi constituído com o

Entre 18 e 22 de Junho realizou-se em Vila Real de Santo António o «1º Encontro Internacional de Cidadania e Participação Juvenil do Algarve». Contou com a pre-sença de académicos, dirigentes autárquicos, dirigentes associa-tivos, entidades e especialistas em democracia participativa de diversos países da Europa. A organização foi da Coopera-tiva de Educação, Cooperação e Desenvolvimento, CRL «ECOS» que explica que o pretendido é que sejam abordados os dife-rentes desafios e oportunidades da participação cidadã a nível da governação local. A coope-rativa está confiante que este “é um espaço de excelência para o debate, participação e partilha de conhecimentos e de exemplos de casos sobre diversos instrumen-tos de promoção da democracia

As crianças e jovens estão já nas suas merecidas férias escolares. No Baixo Guadiana são diversas as iniciativas de cariz público que têm como obje-tivo ocupar os mais novos enquanto os encarregados de educação traba-lham . Com modelos diferentes, mas com o mesmo objetivo as autarquias desenvolvem esforços para levar a cabo um calendário preenchido com atividades desportivas, lúdicas e pedagógicas. Em Castro Marim são «Férias Ativas», em Alcoutim «Férias Desportivas» e em VRSA «Férias em Movimento».

No longínquo ano de 1994 o Padre Atalívio lançou o desafio para o Escutismo em Alcoutim. Durante dois anos os dirigentes fundado-res Epifânio Vicente e Filomena Vicente embrenharam-se na for-mação para ingressar no CNE - Corpo Nacional de Escutas - e, simultaneamente, iniciaram a preparação de um grupo de 30 jovens. Os primeiros escutas fize-ram as suas promessas no dia 8 de Junho de 1997, em Alcoutim.

Esta caminhada com 16 anos de vida. Ao longo deste ano os escutas de Alcoutim participa-ram ao nível regional no dia de «B. P.» a 23 de fevereiro e no acampamento regional de exploradores, em Paderne, nos dias 27 e 28 de abril, sendo que neste acampamento a Patrulha Águia classificou-se no grupo dos segundos classificados (Insígnia de Prata).

Para os dirigentes dos escutas alcoutenejos “tem sido uma honra coordenar e contribuir para o pequeno agrupamento de escutas, observando o seu crescimento desde crianças até ao período

aumento da propina adotado de 2011 para 2012 e destinava-se a apoiar os estudantes com carências econó-micas. O moderado sucesso deste Fundo determinou o seu encerra-mento.

A manutenção do valor da pro-pina anual - de 965 euros - e à seme-lhança do que foi adotado em várias

universidades públicas portuguesas, “foi decidido tendo por justificação a situação de crise por que passam as famílias portuguesas e a neces-sidade do Estado assegurar o seu compromisso, evitando que algum estudante fique de fora do ensino superior por carências económicas”, diz a UAlg em comunicado.

participativa na Europa”.No dia 20 realizou-se a «Confe-

rência Internacional “Poder Local e Democracia Participativa em Tempos de Mudança». Na mesma tarde, em paralelo, teve lugar a última Reunião Regional do Algarve 2020 no Salão Nobre da Câmara de Vila Real com os vários parceiros regionais do projecto - autarquias, direcções, entidades, associações e jovens do Algarve - onde se explorou as possibilidades de continuidade do processo iniciado por este projecto.

Estes encontros e conferên-cias são, na perspetiva da ECOS “fundamentais para a partilha de instrumentos e de práticas inova-doras que promovam uma maior participação dos cidadãos e cida-dãs no espaço de debate público e de tomada de decisão”.

da adolescência”. A atual direção não deixa a promessa de dirigir por mais 16 anos, mas acreditam

que ainda estarão presentes “em mais algumas atividades escutis-tas nos próximos tempos”.

que visava, entre outras ativida-des desenvolvidas, apresentar o melhor resultado ao nível da produção per capita no Ranking Escolas – Resíduos Recicláveis Recolhidos.

Na sequência desta vitória a Escola de Alcoutim foi palco da conferên-cia «Vida dos Recursos», organizada pela ALGAR a 5 de junho.

De acordo com a entidade pro-

motora do concurso esta iniciativa permitiu “que se obtivessem respos-tas para questões como a quanti-dade, tipo de resíduos produzidos na escola e aspetos a melhorar na sua gestão, por forma a aumentar a eficiência do desempenho ambien-tal da mesma”. Em comunicado a câmara municipal de Alcoutim já felicitou os alunos e professores distinguidos.

Os esforços na escola de Alcoutim permitem que por aluno sejam produzi-dos 6,96 kg de resíduos recicláveis.

O padre Atalívio lançou o desafio para o escutismo em 1994

Em Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António as autarquias promovem programas lúdico-despor-tivos para ocupar jovens

foram envolvidas todas as escolas da região algarvia, mas foi a de Alcoutim que saiu vencedora numa maratona de produção de resíduos recicláveis.

DR

DR

Ensino Superior

Page 5: Jbg julho2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 5

LOCAL

O Algarve e a cultura portuguesa ficaram mais pobres com o faleci-mento, a 4 de Junho, do vilarealense António Rosa Mendes. Natural de Vila Nova de Cacela Rosa Mendes, 59 anos, investigador e professor universitário, foi presidente de «Faro Capital Nacional da Cultura» em 2005. Atualmente desempenhava o cargo de director da Biblioteca da Universidade do Algarve e era coordenador do curso de mestrado em História do Algarve e respon-sável pelo Centro de Estudos de Património e História do Algarve (CEPHA). Como social-democrata exerceu diversos cargos públicos, sendo presidente da Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António entre 1985 e 1989 e vereador do mesmo município entre 1989 e 1993. Em 2009 foi mandatário da candidatura de Luís Gomes à câmara municipal de Vila Real de Santo António.

Centenas acompanharam Rosa Mendes até última morada

O funeral do Rosa Mendes teve lugar a 6 de Junho no cemitério de Cacela Velha e contou com cente-nas de pessoas que quiseram estar presentes no último adeus. Amigos, familiares, colegas, população e admiradores deste homem da cul-tura e do conhecimento.

Muitas foram as mensagens de pesar, tendo a Universidade do Algarve decretado três dias de luto académico.

Em declarações aos jornalistas o reitor da Universidade do Algarve lembrou que “António Rosa Mendes era um Académico na verdadeira aceção da palavra. Um homem que gostava de dar aulas, que investi-gava, que documentava com muita profundidade tudo o que fazia. Era diretor da Biblioteca, função que desempenhava com muito gosto”.

Por seu turno a delegada regional da cultura afirmou que ficou “um vazio, desde logo pes-soal, e na cultura portuguesa”.

Dália Paulo sublinhou ainda que António Rosa Mendes “era uma voz credível, ativa e sobretudo, ouvida”, evidenciando a sua faceta huma-nista. António Rosa Mendes era “alguém completamente humano e que gostava do Homem”.

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, lembra António Rosa Mendes como um homem “brilhante e ímpar”, referindo-se ainda a um conterrâneo que con-siderava como “um prestigiado intelectual”. Pela relevância do seu papel no Algarve, em geral, e no concelho de Vila Real de Santo António, em particular a câmara municipal colocou a 5 de Junho a Bandeira Municipal a meia-haste e apresentou aos familiares as mais sentidas condolências.

No dia do funeral, antes da ceri-mónia fúnebre final ouviu-se uma sentida salva de palmas a António Rosa Mendes.

Apelo para um acesso global ao conhecimento

A última apresentação de um livro feita por António Rosa Mendes foi em Fevereiro na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António. Tratou-se da obra «A Cidade Islâmica de Faro», de Fernando Pessanha que resultou de um trabalho de mestrado sob a sua orientação. Na ocasião as palavras do historiador ecoaram no auditório da biblioteca municipal Vicente Campinas quanto lembrou a importância da cultura, e do livro nomeadamente. Defendeu uma cultura de acesso livre e lembrou a importância de equipamentos como as bibliotecas. Nas palavras de A. Rosa Mendes as bibliotecas representam “a democratização da cultura e do conhecimento”, apelando ao acesso globalizado do conhecimento como ferramentas para “cada um pensar pela sua própria cabeça”.

O JBG apresenta as mais sen-tidas condolências à família de António Rosa Mendes.

1954 - 2013

António Rosa

Mendes

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Profesor Manuel Pecellín

La nueva estación de gasolina de Ayamonte

Programa europeo “turismo Activo del Guadiana”

critica literaria de la nueva obra sobre florbela Espanca

Exposición “En cuerpo y Alma” de Alicia Romano

Igualmente se rehabilitaran par-ques y espacios verdes para favo-recer las actividades físicas al aire libre, por parte de los ciudadanos.

Dentro de este programa se celebró la I Regata de Vela de la Eurociudad organizada por la Aso-ciación Naval del Guadiana de Vila Real de Sto.Antonio y el Club Náu-tico de Isla Canela así como por otras organizaciones afines.

El Guadiana, será de nuevo, el escenario de la misma, como sím-bolo de unión de estos municipios fronterizos.

Igualmente se celebró, dentro del programa “Turismo Activo” el Encuentro de Pintura Rápida Eurociodad/Eurocidade el día 23 de Junio, aunque se lamentó, la falta de asistencia de los pintores del país vecino.

nho da Silva”, la revista Encuentros/Encontros o el Fondo Bibliográfico Hispano-Portugués que enriquece la Biblioteca “Manuel Pacheco” de Oli-venza, tiene publicadas numerosas obras, todas las cuales se ocupan de asuntos “rayanos”. Es lógico que se sintiese atraído por la figura de su casi paisana Florbela Espanca , un mito de la literatura portuguesa. La calidad de su poesía, la indepedencia de criterio de esta mujer libre y las trágicas circunstancias que le tocó vivir, suicidio incluido, se conjugaron para hacerla justamente famosa.

“Charneca en flor es una selección de ochenta sonetos, de un total de

ciento cincuenta y siete que nos dejó en sus tres libros la poetisa alente-jana Florbela Espanca (1984-1930). En edición bilingüe, los sonetos no se ofrecen por orden cronológico, sino agrupados en torno a los tres eter-nos leit-motiv de la lírica de todos los tiempos: el Yo herido, el Amor y la Muerte. Precede a esta Antología Esencial una semblanza biográfica de la autora, realizada a partir de sus cartas, con bibliografía para el lector que quiera adentrarse en la vida apasionante y en la compleja obra de que fue última romántica de la literatura portuguesa”, leemos en la sinopsis de la ERE.

Dentro del Programa Europeo “Turismo Activo del Guadiana” cor-respondiente a la segunda convoca-toria del Poctep, y que se pondrá en marcha en los próximos meses, se invertirán mas de 300.000 euros a lo largo de estos años en Ayamonte.

Este programa estará coordinado por el Patronato Municipal de Depor-tes y la empresa municipal “TUASA”, de esta localidad fronteriza.

Se contemplan proyectos como la colocación de césped artificial de última generación en el campo de fútbol ”Ciudad de Ayamonte” para competiciones y actividades de mayor envergadura, así como la colocación de pantanales náuticos en el Guadiana, para poder acceder mas fácilmente al río para la prác-tica de deportes náuticos tales como remo, piragüismo etc…

Luis Alfonso Limpo Píriz (Olivenza, 1958), licenciado en Ciencias de la Información por la Universidad Autónoma de Bellaterra, archive-ro-bibliotecario del Ayuntamiento oliventino , cronista oficial de su pueblo, correspondiente de la Real Academia de Extremadura y la de Bellas Artes de San Fernando, es seguramente la persona más indi-cada para asumir este rescate edi-torial. Promotor de la recuperación de Puente Ajuda y de otras muchas iniciativas que han buscado el acer-camiento y diálogo entre las cultu-ras portuguesa y española, como el Centro de Estudios Ibéricos “Agosti-

“En Cuerpo y Alma” es el titulo de la nueva muestra pictórica de la artista plástica Alicia Romano, expuesta recientemente en el res-taurante Sociedad Gastronómica y Centro Cultural “Las Cañas”, situ-ado en el entorno de Ayamonte.

Las obras intentan plasmar la dicotomía cuerpo –alma, mate-ria - espíritu, no como conceptos antagónicos, sino como partes integrantes de un mismo todo en el momento de simbiosis.

Porque es durante esa comu-nión entre elementos opuestos, cuando nos entregamos en cuerpo y alma, solo entonces ocurre el milagro…

Alicia Romano, nacida en Buenos Aires es fotógrafa, escritora poeta y artista plástica.

Ha participado en varias anto-logías como “Dulce Primavera” o

“Palabras al Viento”…Ha trabajado igualmente en

diversas actividades en países

como Londres, Paris, Milan, y ha vivido y trabajado varios años varios años en el Algarve.

La nueva estación de combustible de la ciudad fronteriza de Aya-monte ha sido construida por la empresa catalana Benzin Trans-port i Petroli, en la entrada norte de la ciudad, lugar estratégico por ser la entrada de cientos de vecinos portugueses, que acuden a repostar combustible diaria-mente, atraídos por los precios mas económicos a este lado del Guadiana.

La construcción de esta nueva estación de servicio está gene-rando una gran polémica entre

los ciudadanos que viven en esta zona residencial de la ciudad, por su proximidad a las viviendas, a un Centro de Idiomas con mas de 200 alumnos, por existir infor-mes desfavorables de los técnicos de Consistorio…y muchos otros inconvenientes.

Los partidos políticos de la opo-sición: I Unida, P. Andalucista y P. Popular, se unen a la protesta de los vecinos, y alegan que el lugar no es adecuado por la proximidad a otra estación de combustible en el “Centro Comercial la Plaza” y

el colapso de circulación en la rotonda que se puede producir, sobre todo, en los meses de verano con la afluencia de visitantes.

Ayamonte cuenta, además con otras 6 estaciones de servi-cio repartidas por todo el casco urbano lo que hace que tenga trece veces mas gasolineras por habitantes que Manhattan !!!!

La Plataforma de Afectados ha realizado una recogida de firmas y han dirigido súplicas al Fiscal Superior de Andalucía y al Defen-sor del Pueblo Andaluz.

La construcción de esta nueva estación de servicio está generando una gran polémica entre los ciudadanos que viven en esta zona residencial de la ciudad

Este programa estará coordinado por el Patronato Municipal de Deportes y la empresa municipal “TUASA”, de esta localidad fronteriza.

Las obras intentan plasmar la dicotomía cuerpo –alma, materia - espíritu, no como conceptos antagónicos, sino como partes integrantes de un mismo todo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 7

LOCAL

(Da esq.ª para a d.tª) Viúva de António Rosa Mendes, arquiteto José Alegria, jornalista Almerinda Romeira e ciclista Ricardo Mestre foram condecorados pelo município. José Pereira da Costa apresentou o livro «Dos Fortes Reza a História» e Hugo Cavaco a obra «Vereações de Castro Marim à época do liberalismo (1818-1826)»

Era aguardado com expectativa aquele que foi o último discurso de José Estevens a presidir o feriado municipal de Castro Marim, que teve lugar a 24 de Junho. O autarca devido à restrição de mandatos não vai poder recandidatar-se a Castro Marim, situação que lamentou em dia também de despedidas. Foi o último Dia do Município a que presidiu e no seu discurso fez questão de lembrar projetos relevantes que “contribuíram

O município de Castro Marim atri-buiu este ano quatro condecorações. A título póstumo a medalha de honra grau ouro atribuída ao professor historiador António Rosa Mendes. Também a medalha de honra grau ouro distinguiu o arquiteto José Ale-gria, responsável por vários projetos no concelho, como são exemplo disso o Centro Multiusos do Azinhal e a biblioteca municipal. José Estevens atribuiu medalha de mérito cultu-ral grau ouro à jornalista Almerinda

O Município de Castro Marim aderiu ao «Projeto cIDADES», que tem por finalidade identificar as práticas e serviços em Portugal facilitadores da qualidade de vida das pessoas com mais de 55 anos. O projeto de investigação é de âmbito Nacional e promovido pela associação Vida, com co-financiamento da Direção Geral da Saúde e Fundação Calouste Gulbenkian. Este projeto integra um de escala mundial da Organização Mundial de saúde que dá pelo nome «Cidades Amigas das Pessoas Idosas» e no qual participaram 167 dos 308

decisavamente para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos cas-tromarinenses”. José Estevens garante que o executivo que lidera conhece bem “o valor do caminho percorrido” ao longo dos quatro mandatos, assu-mindo que o projeto a que se propôs foi “muito ambicioso”. Uma marca que o autarca considera que é indelével do seu trabalho é a proximidade com a população, nomeadamente no apoio às coletividades e no contributo do

concelhos portugueses. O Município de Castro Marim foi

eleito como uma das 167 «Cidades Amigas das Pessoas Idosas» depois de avaliadas as respostas que cons-tam num questionário a pessoas com 55 ou mais anos, em áreas tão distintas como: Espaços Exteriores e Edifícios; Transportes; Habitação; Participação Cívica e Emprego; Comunicação / Informação e Ser-viços Comunitários e saúde.

Executivo enumera políticas inclusivas

surgimento de diversas associações de desenvolvimento local, como a «Asso-ciação Terras do Baixo Guadiana» e «Odiana», bem como a criação da empresa municipal «NovBaesuris» e «Eurocidade Guadiana».

O autarca destacou como a sua “maior obra de todas” o aumento da qualidade de vida e autoestima da população castromarinense. E foi ao povo que representa que mais agrade-ceu. “Obrigada por me terem confiado

Romeira e a medalha de mérito des-portivo grau ouro a Ricardo Mestre, ciclista e vencedor da 73.ª edição da Volta a Portugal, Ricardo Mestre.

Apresentação de livros

A sessão solene contou com a apre-sentação de duas obras sobre Castro Marim. A primeira «Dos Fortes Reza a História», de António José Pereira da Costa. Uma obra que se dedica à principal e duradoura praça defen-

Em resposta a esta distinção o executivo do município liderado por José Estevens afirma que “é motivo de orgulho para Castro Marim, desde o dia 1 de Março de 2013, ser membro do WHO Global Network of Agefriendly Cities and Communities (GNAFCC)”. E recorda que estes resultados “são espelho de um conjunto de polí-ticas em prol do envelhecimento ativo”. “A recuperação e qualifi-cação de habitações degradadas a idosos, o Cartão do Idoso, o Bibliomóvel (biblioteca itine-

rante), o transporte para consultas ao médico, a rede de transportes coletivos do Município, o «Castro Marim Amigo» ou o programa «Ao Ritmo dos 60»” são iniciativas camarárias enumeradas por José Estevens como exemplos de um trabalho a pensar “no aumento da qualidade de vida da popula-ção sénior no concelho”.

Projeto internacional nasceu em 2005

“Cidades Amigas das Pessoas

Idosas” é um projeto global da autoria de Alexandre Kalache e Louise Plouffe, na sede da OMS em Genebra, resultado do XVIII Congresso da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (AIGG), realizado no Rio de Janeiro, em 2005, cuja génese radica na “estimulação do envelhecimento ativo das pessoas idosas através da criação de con-dições de saúde, participação e segurança, de modo a reforçar a qualidade de vida à medida que estas envelhecem”.

tão honroso papel”, terminou José Estevens.

Retrospetiva de 16 anos de governação

Coube a Filomena Sintra, vice-presi-dente da câmara municipal de Castro Marim apresentar uma retrospetiva que assinalou de forma bastante elu-cidativa as áreas e intervenções do executivo de José Estevens ao longo

siva da vila medieval. Depois Hugo Cavaco apresentou o livro “Vereações de Castro Marim à época do libera-lismo (1818 – 1826)”

Três dias de festa

De referir que as comemorações do Dia do Município tiveram início, dia 22 de Junho, às 21h30, com a peça de teatro «A Alegre História de Portu-gal em 90 minutos», pela Companhia de Teatro do Bocage, no Auditório

de quase duas décadas à frente do município de Castro Marim. Desde o património, passando pela educação, desporto, comunicação e acessibilida-des, turismo, lazer, ambiente, planea-mento, proteção civil e modernização administrativa. A autarca garantiu que a sustentabilidade financeira da autarquia, apesar dos diversas que-bras de receita “que se têm verificado desde 2007”, vai permitir “dar conti-nuidade aos projetos em curso”.

da Biblioteca Municipal. O cartaz festivo prosseguiu no

domingo com a realização do Grande Arraial de São João, na Praça 1º de Maio, e as participações musicais da Banda Vibrações e dos grupos Etno-gráfico de Castro Marim e Coral de Altura. Um dos atrativos do Arraial foi a cerimónia da entrega de pré-mios às associações participantes do XIV Concurso de Mastros do con-celho. Em primeiro lugar ficou a Junqueira, em segundo Alta Mora

e em terceiro Odeleite.No dia 24 de Junho, feriado

municipal, os festejos começam com a Alvorada pela Banda Musi-cal Castromarinense, seguindo-se o hastear da Bandeira no edifício dos Paços do Concelho. Às 10h, foi celebrada uma missa solene na Igreja matriz.

As comemorações encerraram, às 22 horas com o concerto pelos Deolinda que encheram o parque de estacionamento da vila.

“sentido de dever cumprido” marca discurso de José Estevens

castro Marim integra «cidades Amigas das Pessoas Idosas»

O Dia do Município de castro Marim foi comemorado com diversas iniciativas. Na sessão solene, que teve lugar na biblioteca municipal, esteve em destaque uma retrospetiva aos 16 anos da governação social-democrata de José Estevens. O edil diz ter “sentido de dever cumprido”.

De acordo com um trabalho de investigação realizado a nível nacional castro Marim é uma localidade amiga das pessoas idosas. A conclusão surge no relatório da associação «Vida».

condecorações municipais e apresentação de livros na sessão solene

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GRANDE REPORTAGEM

Pré-escolar itinerante em Alcoutim combate isolamento há 22 anos

Numa sala do edifício da junta de freguesia de Giões o Gabriel, de quatro anos, é o único menino que tem aulas com a professora Filomena Vicente. Este foi o segundo ano em que o petiz frequentou o pré-escolar itinerante. Para ele esta é uma sala normal, igual a tantas outras e onde encontra uma professora dedicada com muito para ensinar. A timidez própria da idade impõe-lhe um olhar fugidio, mas o sorriso de criança e a inocência feliz transmitem-nos a sensação de que para Grabriel tudo corre dentro da normalidade. E a verdade é que este é um processo natural por aqui, e que está de pé há mais de duas décadas para promover a formação desde tenra idade, proporcionando igualdade de oportunidades.

De 1991 a esta parte o projeto já conheceu realidades distintas. “O isolamento era maior e o número de crianças também”. Aquilo que pode parecer um paradoxo, na ver-dade, não é. Não obstante antes as povoações isoladas serem mais populosas, tinham menor acesso à centralidade, ao conhecimento e à cultura. As diversas iniciativas, nomeadamente da responsabilidade das entidades locais, sobretudo do município, têm contribuído para um incremento de hábitos que envolvem maior participação de todos. No último ano letivo as aulas do Pré-Escolar Itinerante decorreram na junta de freguesia do Pereiro e de Giões e também na casa de duas crianças na serra de Vaqueiros. Estas aulas ao domicílio são a expressão mais paradigmática da itinerância que se desdobra em soluções para dar resposta aos objetivos a que se propõe. No domicílio a sala de estar ou a cozinha da habitação das famílias envolvidas são transformadas em autênticas salas de aula. Sem dúvida que nestas circunstâncias os encarregados de educação são mais facilmente envolvidos nas atividades. Em qualquer circunstância promove-se, neste projeto, uma forte interação entre os pais e o pré-escolar, envolvidos em atividades várias. O pai da Laura, que hoje tem sete anos e que também foi aluna da aulas itinerantes, aponta uma grande vantagem ao projeto. “Os alunos vão mais bem preparados porque têm uma apoio mais personalizado do que se tivessem numa sala com 20 colegas”, diz-nos, afiançando que “se tem verificado que alguns dos melhores alunos do concelho foram frequentadores do ensino itinerante”. Ana Palma, mãe do Gabriel reconhece a qualidade do ensino. Já é o seu segundo filho que passa por este sistema e considera que é uma privilegiada. “Eles gostam de ir à escola e vêm de lá motivados e as

Desde 1991 que o projeto «Pré-Escolar Itinerante» tem enquadramento pedagógico e administrativo e combate o isolamento e assimetrias educativas no concelho de Alcoutim. Esta é uma aposta do Ministério da Educação que conta com o apoio incondicional da câmara municipal alcouteneja. Já foram quatro educadoras a percorrer o concelho e agora apenas duas têm a seu cargo este projeto, sendo que apenas uma está no terreno. Enquanto houver uma criança isolada o pré-escolar itinerante estará de pé. Essa é a convicção das entidades que todos os dias abraçam a causa.

Texto: Susana H. de SousaFotos: Gilda Pereira

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GRANDE REPORTAGEM

notas falam por si”, diz satisfeita.

Semana preenchida

Para conseguir chegar a todos os alunos dispersos no concelho, Filo-mena ministra o ensino em contexto de sala de aula uma vez por semana. Depois o tempo do pré-escolar itine-rante distribui-se ao longo da semana entre idas à escola primária para promover a integração naquele con-texto onde serão inseridos aos 6 anos de idade, visitas à Ludoteca - uma autêntica biblioteca e espaço lúdico que também se caracteriza pela iti-nerância, sendo transportada numa carrinha - e uma vez por semana vão à piscina municipal. Ao longo do ano a educadora cumpre uma planifi-cação que passa também por idas à praia, quando o tempo convida, visita a núcleos museológicos, que por vezes abrem as portas de propó-sito para estes homens e mulheres de amanhã, eventos culturais, cinema, entre outras atividades.

Há dois anos que Filomena Vicente está sozinha no que diz respeito ao percurso itinerante propriamente dito, uma vez que conta com outra colega afeta ao projeto, mas que desenvolve funções no órgão de gestão do agrupamento escolar. Educadora há cerca de 30 anos a «professora Mena», como também é carinhosamente apelidada, garante-nos que este é um projeto “bonito e com um sabor especial”. Tem mais tempo para dedicar a cada aluno com quem desenvolve atividades que, acredita, “de outro modo não seria possível”. Não denuncia quaisquer carências de material nem de equipa-mento. Conduz a «Ludoteca»; a carri-nha pedagógica que é a perdição dos mais pequenos. Ali transporta livros e material didático necessário para renovar o stock das salas de aula, tratando-se também de um impor-tante apoio às aulas ao domicílio. “Claro que se houvesse mais pro-fessores haveria mais tempo para cada criança”, diz-nos, evidenciando, ainda assim, que não se intimida com

as centenas de quilómetros que per-corre até aos cantos mais isolados do concelho, e onde estão crianças àvidas de conhecimento. Na serra de Vaqueiros, onde ministra dois domi-cílios, percorre 100 quilómetros. A distância inerente é uma confirma-ção de que este projeto pretende encurtar o caminho da integração.

Câmara Municipal apoia

Enquanto houver uma criança isolada em Alcoutim o projeto pré-escolar itinerante faz sentido. Por isso mesmo a câmara municipal é uma das grandes parceiras do Minis-tério da Educação neste projeto. O apoio dado pelo município vai desde o transporte das crianças, passando pela manutenção mecânica da Ludoteca, subsídio de refeição e atribuição de fruta suplementar. Mas já houve anos em que a autarquia financiava o combustível do pro-jeto. “Se atentarmos aos inúmeros montes espalhados em Alcoutim é fácil perceber que este pré-escolar iti-nerante tem um papel determinante na igualdade de oportunidades na Educação”, realça Francisco Amaral, presidente da câmara de Alcoutim. O autarca confirma “a maior vontade” no apoio cedido e que “não será pela câmara que o projeto cai”, afiança.

No pré-escolar itinerante, que é um totalmente gratuito para as famílias, quando surgem crianças com necessidades especiais como a terapia da fala, por exemplo, esse apoio é dado nas mesmas condi-ções que no ensino regular. De realçar, ainda, que aqui existem várias parcerias, nomeadamente com centro de saúde para a pro-moção da higiene oral e a boa alimentação, bem como são esta-belecidas ligações frutuosas com as diversas entidades do concelho que têm contribuído para o enriqueci-mento da formação dos alunos da itinerância.

Apesar de neste ano letivo terem sido nove as crianças abrangidas

e duas as educadoras afetas, este projeto inclusivo chegou a contar com 30 crianças e quatro educa-doras. O pré-escolar itinerante não funciona em economia de escala, mas antes em promoção de um desenvolvimento sustentável, partindo da educação para tudo o resto que subentende o desen-volvimento.

Objetivos sociais

O agrupamento de escolas de Alcoutim, com sede em Martin-longo, é a base do pré-escolar itinerante. Tal como refere o seu diretor, António Amorim os obje-tivos do ensino itinerante passam por “contribuir de forma deci-siva para assegurar condições de igualdade a todas as crianças, proporcionando a transição pro-gressiva e acompanhada entre os três níveis – Família/Pré-Escolar/ 1º Ciclo”. O Ministério de Educa-ção, por sua vez, recorda que a reduzida taxa de natalidade e a consequente redução do número de crianças inviabiliza económica e pedagogicamente a criação de instituições fixas de apoio sócio-educativo, bem como também acredita que a itinerância é uma forma de combater o abandono e insucesso escolar. O pré-escolar itinerante, abrangido, pelo artigo 15.º da lei 5/97, existe no Algarve em Alcoutim e Lagos. Em decla-rações ao JBG o diretor Regional da Educação confirma que “não existem indicações em contrário no que diz respeito à manutenção deste projeto de extrema importân-cia”, salvaguardando que o desta-camento de professores, que indica a afetação ao projeto, deverá sair “em breve”. Só aí é possível projetar o próximo ano letivo a este nível. Entretanto, por estes meses de Verão as crianças mais isoladas continuam com o apoio itinerante que se traduz numa ocupação pre-enchida por conhecimento e lazer das horas vagas das suas férias.

Pré-escolar itinerante em Alcoutim combate isolamento há 22 anos

1. Filomena Vicente é atualmente a única educadora do Pré-Escolar Itinerante2. O projeto também dá aulas no domicílio dos alunos em maior isola-mento3. As crianças deliciam-se na carrinha que transporta materiais didáti-cos 4. Nas férias escolares educadora acolhe em itinerância alunos de várias idades que ocupam tempos livres com atividades lúdico-pedagógicas

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POLÍTICA

A cDU já apresentou os seus candidatos a Vila Real de santo António (VRsA) e castro Marim. A primeira apresentação decorreu a 14 de Junho em VRsA e a 15 em castro Marim. As apresentações contaram com a presença de Vasco cardoso, membro da comissão Política do comité central do PcP. A apresentação dos candidatos a Alcoutim chegou a estar agendada para 22 de Junho, mas foi cancelada.

cDU apresentou candidatos a VRsA e castro Marim

O cabeça de lista à câmara de Vila Real de Santo António é José Cruz que defendeu que “preciso mudar de rumo para dar mais força à CDU”. O candidato defendeu “uma política económica que possa compensar o desmantelamento do setor das pescas e das conservas e ocupação dos solos agrícolas com outros projetos”. Para a CDU de VRSA repre-senta “fracasso” um turismo de sol e praia, defendendo “um turismo que sobreviva em harmonia com indústrias não poluentes e em novas zonas industriais”. José Cruz diz que é necessário “a revisão do Plano Diretor Muni-cipal, a resolução do problema dos esgotos que continuam a correr para o Guadiana sem tratamento, a reestruturação do saneamento básico da zona sul da cidade de Vila Real de Santo António e a reabilitação das estradas do interior do concelho”. No seu discurso de apresentação José Cruz advogou “um diálogo com a Administração Central para o aproveita-mento dos portos de pesca e recreio e reaber-tura da barra do Rio Guadiana; preservação da Mata das Dunas de Vila Real de Santo António e Monte Gordo e dos cordões dunares da Ria Formosa, na freguesia de Vila Nova de Cacela; ter em atenção os interesses e necessidades das populações que vivem na serra, dar apoio à reflorestação e promover a animação cultural nestes locais; defender os serviços públicos, as funções sociais do Estado, a água como bem comum e público, um serviço nacional

O Bloco de Esquerda (BE) apresentou, no dia 24 de junho, em Altura, os seus candi-datos à Câmara Municipal de Castro Marim, à Assembleia Municipal e às Assembleias de Freguesia de Altura e Castro Marim. Esta é a primeira vez que este partido apresenta uma candidatura no concelho. Num encon-tro de S. João, que contou com a presença de Alberto Matos, coordenador autárquico do BE, Pedro Tavares foi apresentado como candidato à presidência de Câmara de Castro Marim. Pedro Tavares, professor, 39 anos, é licenciado em Estudos Portugueses e pós-graduado em Promoção e Mediação pela Universidade do Algarve. Atualmente exerce funções de professor bibliotecário no Agrupa-mento de Escolas de Castro Marim. Por sua vez, Andreia Bringela, 33 anos, engenheira química, será a cabeça de lista à Assembleia Municipal. No que diz respeito às Assembleias de Freguesia, José Domingos, 52 anos, téc-nico de jardinagem, é o candidato a Altura e José Manuel Estevens, 60 anos, bancário reformado, é o candidato a Castro Marim.

«Bloco: Por Castro Marim»

O BE apresentou-se ao concelho com o manifesto “Bloco: Por Castro Marim” que está a ser elaborado em conjunto com

A candidata garante que a sua aposta nestas eleições decorre de um “desafio lançado por um grupo de cidadãos alcoutenejos, organizados em movimento cívico”. Miléne Nobre de 27 anos de idade, aceitou “com sentido de missão e sem receios, dar o seu rosto ao MAI, pois acredita que, com o apoio de todos, será possível fazer mais e melhor por um Concelho que é de todos e onde todos devem ser tomados em conta”, pode ler-se na nota de imprensa enviada em fecho de edição do JBG.

A jovem é formada em Gestão Hoteleira na ver-tente de Restauração e Bebidas (F&B) e em Cozinha e Pastelaria pela Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e tornou-se conhecida do grande público por vários prémios conquistados enquanto chef de cozinha.

“Conhecendo o Concelho, os desafios e as dificuldades com que estão confrontados os Alcoutenejos e tendo plena consciência das potencialidades e das capacidades destes”, Miléne Nobre acredita que “Alcoutim tem futuro e afirma que é necessário valorizar o que de positivo já foi feito no Concelho nos últimos anos mas acima de tudo corrigir erros e assimetrias, pelo que a sua estratégia assenta essencialmente na vertente social e económica como forma de ultrapassar as dificuldades existentes”.

Recolha de assinaturas

Em finais de Junho decorria por todo o concelho a fase de recolha de assina-turas tendo em vista a legalização da candidatura. Miléne Nobre exorta “todos os Alcoutenejos a juntarem-se ao MAI em defesa de uma Terra que lhes pertence para que, em conjunto, seja possível criarem as melhores condições de vida para todos aqueles que vivem e também para os que gostariam de vir a viver em Alcoutim”.

público de correios e telecomunicações, a manutenção das escolas e sua proximidade com os cidadãos, o serviço nacional de saúde e a proteção civil; apoiar os reformados e as suas estruturas, bem como o apoio à infância; apoiar a Associação dos Bombeiros Voluntários a partir do orçamento municipal; pagar a toda a gente dentro dos prazos acordados”. Por sua vez Filipe Parra Martins é o can-didato à Assembleia Municipal, Hélder Martins à Assembleia de Freguesia de Vila Real de Santo António, Paulo Conceição à Assembleia de Freguesia de Monte Gordo e João Tomaz à Assembleia de Freguesia de Vila Nova de Cacela.

CDU reivindica em Castro Marim um concelho produtivo

Em Castro Marim João Dias é o candidato à câmara municipal. Em discurso no passado dia 15 de Junho no Jardim Celorico Drago o cabeça de lista lembrou que “o PS e PSD têm governado este concelho há mais de 36 anos consecutivamente e ininterruptamente e são responsáveis pela situação a que este concelho, bem como região do Algarve e país chegaram”. Lembrou que em 20 anos o con-celho “perdeu quatro mil habitantes porque as políticas levada a cabo não defendem ver-dadeiros interesses da população”. João Dias reivindica um concelho produtivo assente na

os munícipes a partir do facebook e email. “Queremos um orçamento participativo para construirmos um con-celho democrático e inclusivo”, explica Pedro Tavares. O candidato apelou ao voto “no Bloco, um voto pela dife-rença”, criticando que “se candidate a Castro Marim pelo PSD um candidato que está em fim de ciclo [referindo-se a Francisco Amaral, atual presidente da câmara municipal de Alcoutim]. Disse também que a candidatura do PS [liderada por Carlos Nóbrega] “é uma candidatura que não se define e não mostra uma esquerda social e de coesão social”.

Por sua vez, o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda Alberto Matos apelou a “um cartão vermelho ao PSD e CDS” nas eleições autárquicas, acusando que o PS no Algarve “é o símbolo chapado da corrupção”, afirmando que o partido rosa ao nível nacional “está a combinar uma coligação com o CDS que está, por sua vez, a preparar a rutura com o PSD”.

pesca, agricultura e indústria. Condena a posi-ção “dos governantes locais que não defen-dem manutenção de serviços públicos. Não os vimos tomar posição contra as portagens na A22 nem defender ensino de qualidade. Nada fazem para que centro de saúde de Castro Marim tenha consultas de urgência e mais dias de consulta para as extensões nas várias freguesias”. O candidato lembrou também que “nem PS nem PSD mobilizaram populações para a construção da barragem da Foupana nem ponte pedonal que liga aldeia de Odeleite à sua barragem”, avançando que os autarca eleitos “deviam protestar com Governo e PT pela despesa que TDT veio trazer à vida dos mais idosos e com parcos rendimentos”.

Fixar população

Para que seja possível fixar a população a CDU em Castro Marim promete lutar “pela zona industrial que promova a produção e criação de emprego”. Defende que “é preciso concluir lar e centro de dia em Altura”, bem como considera imprescindível que haja um quartel de bombeiros em Castro Marim”. João Dias considera que é importante “construir instalações sanitárias com chuveiros nas sedes de freguesia e nos principais montes do con-celho”. Reivindica ao Governo “medidas de discriminação positiva e contrapartidas para o concelho de Castro Marim”, defendendo

que as salinas deviam estar ao serviço do concelho e com criação de postos de trabalho”. No que toca ao setor produ-tivo o candidato deixou pistas, afirmando que “os solos no concelho são propícios à fruticultura e horticultura intensiva, sobretudo em Altura e Castro Marim, e à produção de figos secos. Em Odeleite e Azinhal deve haver uma aposta forte na caprinicultura com a cabra de raça algarvia”, remata.

Quanto aos restantes cargos, Manuel António Pereira é o primeiro candidato à Assembleia Municipal. No que diz respeito às assembleias de freguesia Guiomar Pereira da Palma para o Azinhal, João Luís Veia para Castro Marim, Maria José Madeira para Altura e Bruno Costa para Odeleite.

(Da esq.ª para D.tª) Alberto Matos, José Manuel Estevens, Pedro Tavares e José Domingos

AUTÁRQUICAS 2013

Pedro tavares é candidato a castro Marim pelo Bloco de Esquerda

Miléne Nobre é candidata independente a Alcoutim

JOÃO CONCEIÇÃO

José Cruz é o cabeça-de-lista à câmara municipal de Vila Real de Santo António

João Dias candidato à camara em Castro Marim

A jovem alcouteneja pretende “valorizar o que de positivo já foi feito nos últimos anos em Alcoutim”

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 11

LOCAL

Em VRsA avançam três novas medidas sociais Num dia apenas o município de Vila Real de santo António apresentou três novas medidas de apoio social no concelho. O secretário de Estado da solidariedade e segurança social, Marco António costa, marcou presença e ao JBG deu nota sobre a nova geração de contratos Locais de Desenvolvimento social (cLDs).

No dia 13 de Junho e à chegada à biblioteca municipal de VRsA o secretário de Estado da solidariedade e segurança social tinha à sua espera manifestantes que contestaram as políticas sociais, económicas e financeiras do atual Governo.

tratos «serem trabalhados a partir das realidades locais» e focados “no combate à exclusão e pobreza

infantil”.O objetivo é que estes contra-

tos sejam polo dinamizadores de oportunidades no mercado de tra-balho, nos espaços associativos e na coesão familiar, adotando para o efeito medidas de apoio técnico, informação e transmissão de conhecimentos para criação de valências junto dos cidadãos.

Em VRSA, a implementação do CLDS será acompanhada pela criação de um espaço próprio para a prestação de atendimento e informações, bem como para a realização de ações de divulga-ção e formação.

Funcionará em articulação com o Instituto do Emprego e Forma-ção Profissional (IEFP) e com o Gabinete de Apoio ao Emprego, Empreendedorismo e à Economia de VRSA. Foi atribuido o nome ARRANCA. O CLDS+ de Vila Real de Santo António será constitu-ído por uma equipa multidiscipli-nar de quatro técnicos, sendo a Associação de Beneficência Mão

Amiga a coordenação local da parceria.

Banco de Resgate pretende apoiar famílias sobreendividadas

A 13 de Junho a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António lançou publicamente, e também na presença do Secretá-rio de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, o Banco de Res-gate de VRSA. É uma estrutura inovadora para ajudar as famílias a ultrapassar situações de insol-vência ou sobre-endividamento originadas pela crise económico-financeira.

A medida põe em prática as reco-mendações avançadas na II sessão do Fórum «Refundar a República» e responde ao repto lançado pelo presidente da autarquia de VRSA, Luís Gomes, a João Gil Pedreira, orador convidado e autor do livro «Resgate das Famílias e Empre-sas do Sobre-endividamento Crónico».

Para Luís Gomes, “mais do que atribuir apoios diretos, este banco de resgate pretende ativar

uma plataforma de proximidade e representa um projeto inovador que inicia um novo paradigma na forma de olhar a política e as pes-soas”.

Já para o Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, “esta nova estrutura de apoio consolida a imagem de Vila Real de Santo António como capital da inovação social, onde é possível desenvol-ver soluções integradas e eficazes entre o Estado e a administração local”.

Para garantir uma resposta inte-grada, o futuro Banco de Resgate será articulado com as valências sociais já em vigor na autarquia de VRSA e de que são exemplo a Agência de Combate à Crise (Agarra) - criada em 2008 para minorar as consequências da crise económica na vida dos munícipes-, a prestação de apoio alimentar, o apoio ao arrendamento habitacional ou adesão às medidas de apoio ao emprego, como é o caso dos Contra-

tos Emprego Inserção (CEI).

Gabinete ARRANCA promove emprego

Também a 13 de Junho, a autar-quia de Vila Real de Santo Antó-nio, em articulação com o Centro de Emprego de VRSA, apresentou publicamente o Gabinete de Apoio ao Emprego, Empreendedorismo e à Economia; o «Arranca».

Em funcionamento desde o início do ano já efetuou mais de 400 atendimentos e, em paralelo com o Centro de Emprego de VRSA, assegurou 134 colocações entre os meses de janeiro e abril de 2013, duplicando os dados homólogos de 2012.

Constituido-se numa ótica de maior proximidade, a estrutura apoia a integração ou reintegração de pessoas em situação de desem-prego ou à procura do primeiro emprego e acompanha os muníci-pes que pretendam apostar no seu próprio negócio.

Em termos de ofertas, as duas estruturas já puseram à disposição dos utentes, entre janeiro e abril de 2013, mais de 200 ofertas de emprego, o que representa uma igual duplicação dos valores face ao período homólogo de 2012; à data o Arranca ainda não se encontrava em funcionamento.

Localizado nos Paços do Concelho, o Arranca oferece serviços de divulga-ção e encaminhamento para medidas de apoio ao emprego e qualificação e proporciona aconselhamento no âmbito de medidas e programas de apoio ao empreendedorismo.

Com um acompanhamento totalmente personalizado desde o início até ao final do processo de cada utente, desempenha ainda um papel mediador entre o poten-cial ou efetivo empreendedor e as diversas instituições com as quais terá de estabelecer contacto para dar início à atividade económica da empresa.

Depois de uma primeira experiên-cia em Castro Marim e Alcoutim, agora é a vez do Ministério da Solidariedade aprovar um Con-trato Local de Desenvolvimento Social no concelho de Vila Real de Santo António, também no Baixo Guadiana. Enquanto que em Castro Marim e Alcoutim este projeto dedicou-se às pessoas em exclusão social, e das diferentes faixas etárias, em Vila Real de Santo António as atenções estão viradas para o combate ao desem-prego.

Em declarações ao JBG Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e Segu-rança Social lembrou que “esta é uma nova fase dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social; a pensar na empregabilidade”. No total são 10 milhões de euros para o combate ao desemprego.

O representante do Governo referiu ainda que a verba desti-na-se a zonas mais vulneráveis e carenciadas em que há um compromisso estabelecido com as autarquias e instituições de solidariedade social, sendo que os novos contratos têm a dura-ção de 24 meses. “O objetivo não é que estes contratos criem dependência financeira da parte das instituições, mas antes que sejam uma alavanca, um impulso para novos projetos”, esclareceu o secretário de Estado.

«Mão Amiga» coordena CLDS pombalino

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António assinou a 12 de Junho em Faro, com o Instituto da Segurança Social e a Associa-ção de Beneficência Mão Amiga, o protocolo de compromisso com vista à implementação do Con-trato Local de Desenvolvimento Social (CLDS+) de VRSA.

Marco António Costa salientou na ocasião o facto de estes con-

Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social considera que VRSA é capital da inovação social em Portugal

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

LOCAL

O professor Luís Amaro foi o primeiro presidente da Junta de Freguesia de Altura e “foi ele que batalhou para a localidade fosse elevada a fre-guesia”, recorda a atual presidente Nélia Mateus. A ideia da homenagem partiu da própria que colheu junto da população local grande apoio para o efeito. “Esta homenagem está pen-sada há já alguns anos e apenas não a fizemos o ano passado pela indefi-nição que surgiu com a extinção de freguesias”. A autarca em funções justifica este ato pelo “ legado que o professor Luís Amaro deixou, sobre-tudo, numa geração que agora vive os seus 40 anos”. Este docente altu-rense que desde o dia 11 de Junho dá nome à galeria do edifício da junta de freguesia de Altura foi professor da extinta «Telescola» e deu aulas de atletismo a muitos jovens “que ali encontraram uma motivação para o desporto e assim estiveram arreda-dos de caminhos menos positivos”. Nélia Mateus lembra que um dos jovens tornou-se campeão nacional de atletismo graças aos treinos do professor.

Alunos e população não pouparam elogios

No processo de homenagem a pre-sidente da junta recolheu um grande número de depoimentos. “Que ríamos alguns depoimentos para a exposição, mas tivemos de criar um arquivo próprio porque chegaram muitas declarações de admiração e carinho, tanto de alunos como de população em geral”.

Homenagem contou com grande adesão

No dia da inauguração a galeria «Luís Amaro» foi pequena para rece-

ber as 150 pessoas que ali se juntaram em memória do professor já falecido. Usaram da palavra Fialho Anastácio, antigo Governador Civil do Distrito de Faro e deputado na Assembleia da República na época em que Altura se tornou freguesia; uma aluna, em representação de antigos alunos fez um discurso que emocionou os pre-sentes; a vice-presidente da câmara municipal de Castro Marim também discursou, assim como a presidente da junta de freguesia de Altura e a viúva do professor.

Galeria apresenta memórias da localidade

A galeria «Luís Amaro» apresenta agora fotografias dos vários pre-sidentes da junta de freguesia de Altura até à data; com excepção da fotografia do presidente que antece-deu a autarca em exercício “porque não concordou com a opção de darmos mais destaque à fotografia do professor Luís Amaro”, explica Nélia Mateus.

Está também patente uma exposi-ção fotográfica que retrata as memó-rias da freguesia. “São os tempos em que se vivia da agricultura e da pesca”. Nélia Mateus lembra que “eram tempos de dificuldades, em que as pessoas viviam com pouco”, referindo, por último, que a inten-ção desta mostra fotográfica “é lem-brar as memórias de outrora, mas também dar a conhecer aos mais jovens as crises de outros tempos; crises que foram ultrapassadas”, remata em tom de esperança.

freguesia de Altura homenageou Prof.º Luís AmaroDesde o passado dia 11 de Junho que o edifício da Junta de freguesia de Altura, em castro Marim, tem uma galeria com o nome do professor Luís Amaro. No dia de inauguração 150 pessoas quiseram marcar presença em honra de um alturense que marcou gerações.

O grupo «Pr`ó futuro de Alcoutim» enviou um protesto ao presidente da Administração Regional do Algarve que foi subscrito por 55 membros.Reivindicam o regresso do médico retirado do centro de saúde.

Caras leitoras e caros leitores, nesta edição deixo-vos uma forma interessante e divertida de usar a fruta variada com que somos brindados na nossa região do Baixo Guadiana!

A nossa região é priviligeada pela abundância e diversidade de frutos, que consumimos nor-malmente frescos.

Podemos aproveitar a nossa fruta da época e fazer compotas que podem ser consumidas até seis meses depois da sua elabo-ração!

Começamos por guardar qualquer recipiente de vidro com tampa, que será mais tarde esterilizado. Para esterilizá-los (tampas incluidas) basta fervê-los durante 10 ou 15 minutos.

Para fazermos as nossas com-potas podemos usar qualquer fruta ou mesmo alguns vegetais como a abóbora ou o tomate.

Eu utilizo um quilo de fruta lavada e preparada e meio quilo de açucar. Pode adicio-nar hortelã picada, gengibre fresco ralado, canela, aniz estre-lado, casca ou raspa de limão, enfim... as possibilidades são imensas e os resultados sempre divertidos!

As minhas “misturas” favori-tas são: morango com hortelã, abóbora com aniz estrelado, toranja ou limão com gengibre.

Uma das compotas que eu mais gosto é a marmelada inglesa. Apesar do nome é apenas uma compota feita com laranjas, em que aproveitamos todo o fruto, casca incluida. É uma delícia em torradas ao pequeno almoço!

Aqui fica a receita:– um quilo de laranjas

pouco doces e de casca lisa;– lave bem as laran-

jas em água corrente com uma escova;

– pele as laranjas reti-rando apenas a parte brilhante da casca (a polpa branca torna a compota amarga), e pique a casca em “juliana”;

– com uma faca bem afiada retire a polpa da laranja, descartando a polpa branca e as membranas;

– Coloque casca e polpa na panela com o açucar e deixe cozinhar em lume brando mexendo com a colher de pau.

A “marmelada” está pronta quando já não escorre da colher de pau.

Coloque a marmelada nos frascos esterilizados, tape e aperte bem, vire os frascos com a tampa para baixo. Deixe arre-fecer e guarde no frigorífico ou num armário. Esta forma de embalagem aplica-se a qual-quer compota. Isto conserva o preparado durante vários meses, desde que o frasco não seja aberto.

Boa poupança e até à pró-xima edição!

Maria Celeste Santos

POUPANÇA CRIATIVA

Professor Luís Amaro marcou uma geração de alunos da telescola e muitos jovens a quem treinou no atletismo. Presidente de Junta de Altura diz que se trata de uma “merecida homenagem”

JOÃO CONCEIÇÃO

JOÃO CONCEIÇÃO

«Amigos de Alcoutim» protestam contra redução do atendimento no centro de saúde

Como noticiámos na passada edição, a retirada de um médico do Centro de Saúde de Alcoutim levou a uma drástica redução dos períodos de atendimento ao público. Foi comple-tamente suprimido o atendimento ao Domingo, o Centro de Saúde está fechado. Foi também suprimido o período de atendimento diário das 18 às 21 horas. O Centro de Saúde passa a fechar às 18 horas. Quem não tiver médico de família em Alcoutim só tem acesso ao Centro de saúde aos Sábados, das 9 às 16 horas.

Perante esta situação, o grupo de amigos «Pró Futuro de Alcoutim» enviou um veemente protesto ao Presidente da ARS Algarve, subscrito por 55 dos seus membros, muitos deles destacadas figuras nacionais, com ligação ao concelho. Começam por salientar, os signatários que “a retirada de um dos médicos que pres-tava serviço no Centro de Saúde de Alcoutim significa que, em matéria de cuidados de saúde, a população deste concelho sofre uma profunda e grave regressão”. Mais à frente, afirmam

que “os signatários vêm junto de V. Exa. manifestar o mais indignado e veemente protesto contra esta afron-tosa situação que fere brutalmente as condições de vida e saúde da popu-lação do concelho, especialmente da mais envelhecida e carenciada, e que compromete seriamente a aposta no turismo, que se apresenta como uma das vias mais promissoras do seu desenvolvimento. Pois, como é sabido, sem garantia de cuidados de saúde não há turismo consistente”.

O grupo «Pr’ó Futuro de Alcou-

tim conclui apelando à ARS para que “não se preste ao triste papel de contribuir para afundar um con-celho que quer com muita vontade sobreviver e desenvolver-se”. Os sig-natários esperam que “por si, e junto das devidas instâncias do Ministério da Saúde, promova uma reconside-ração da inaceitável situação criada e que seja rapidamente reposta a situação anterior, com o regresso de mais um médico ao Centro de Saúde de Alcoutim”.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 13

Manuel José é orgulhosamente vilarealense. Escrever sobre o treinador português com mais títulos internacionais é falar do futebol, mas é também conhecer algumas das suas memórias, as moti-vações, o amor por Vila Real de santo António e confirmar que aos 67 anos ainda não está nos seus planos reformar-se! Ao JBG avançou que após sair do Egito, terra de maior consagração para a sua carreira, teve cinco convites, mas que não agradaram. Mantém-se, por isso, na expectativa e recetivo para dar continuidade a um percurso do desporto-rei onde ao longo dos anos se foi engrandecendo.

Manuel José Aos 67 anos ainda tem muito para dar ao mundo do futebol

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

MANUEL JOSé afirma, sem qual-quer pejo, que estragou uma carreira de jogador de futebol que considera, hoje à luz da distância, “tinha tudo para ser brilhante”. Foi aos 16 anos (estávamos em 1962) que deixou a sua terra natal rumo aos juniores do Benfica. Um ano antes, recorda, já o clube o queria contratar, mas Manuel José esquivou-se. É que lá em casa eram todos sportinguistas e o jovem, de então, não queria de maneira nenhuma trair o seu amor clubístico. Jogar na equipa do maior rival dos Leões enfurecia-o, mas apenas conseguiu adiar por um ano a sua ida para o clube das águias. Conta-nos a propósito que foi com o dinheiro que o pai recebeu pela sua ida para o Benfica (cerca de 20 mil escudos, hoje 100 euros) que foi possível a família “construir em casa uma casa de banho”, dando nota das necessidades básicas impostas numa vida humilde.

O pai de Manuel José foi sempre o seu maior impulsionador. Queria que o filho se tornasse num bom futebolista e que começasse também ele a contribuir para os rendimen-tos da família. A pobreza era uma condição que a família de Manuel José vivia a par de muitas outras famílias na época. São dificuldades que pertencem ao passado, mas que servem para dar valor ao que este vilarealense foi conquistando pela vida fora. “Hoje tenho uma vida fan-tástica”, alude, lembrando tempos difíceis.

A primeira bola de futebol

A primeira bola de futebol a sério que recebeu, e de que não se esquece, tinha a marca «Gaviota» e veio do outro lado do Guadiana; Ayamonte, em Espanha, ali bem perto. Foi o pai que comprou “com muito sacri-fício”, recorda. Até ali os esféricos que conhecia e com que jogava com os amigos eram feitos com meias de nylon que se enchiam com folhas de jornal. Jogar à bola era das brinca-deiras que mais preenchiam as horas

livres dos rapazes da sua juventude; num tempo em que as crianças brin-cavam fora de portas. Apesar de na altura ser proibido jogar arbitraria-mente nas ruas (havendo espaços definidos para o efeito) os rapazes não resistiam a uma boa partida de futebol. Desafiavam a ordem pública e jogavam até as pernas aguentarem. “O meu pai era muito liberal e eu chegava a jogar até à meia-noite!”. Manuel José tinha também a sorte de a sua casa se situar perto de duas fábricas conserveiras que ficavam defronte uma da outra: os portões rapidamente eram transformados em autênticas balizas!

O jogador de futebol

A primeira equipa de futebol que Manuel José integrou foi a do Lazareto, par-ticipando num torneio popu-lar. Depois jogou na equipa da a n t i g a Escola Indus-trial e

também n o G r u p o D e s -po r t i vo P i c - N i c ; tudo clubes da terra. Este extremo-esquerdo desde cedo que mostrou muita aptidão para o futebol, destacando-se, rapidamente, também como melhor marcador. As suas aptidões convenceram desde logo o olheiro José Cavaco que o levou, então, para o Benfica, naquela que representou a primeira viagem fora do Algarve. Seria a primeira de muitas viagens graças ao desporto-rei.

O Sport Lisboa e Benfica foi, assim,

a primeira grande equipa que se inte-ressou pelo jovem Manuel José, que jogou no futebol profissional até aos 27 anos. Passou também pelo Bele-nenses, Tomar, Sporting de Espi-nho; Beira-Mar e Sporting Farense. Manuel José não fez da sua faceta de jogador o ponto alto. “A carreira enquanto jogador poderia ter sido brilhante, mas não o foi porque fiz muitas asneiras”. Admitindo tal facto Manuel José não se diz arrependido, constatando tão somente que não encarou a profissão de jogador com a seriedade que esta lhe merecia.

Irmão dá o impulso ao futuro treinador

Foi o irmão, mais velho, que o despertou para as lides de treinador. “Insistiu para que frequentasse uma

formação de treinador”. Esta não era, de todo, uma faceta que Manuel José gostasse, nem sequer acreditava, ao contrário de seu irmão, que para tal tivesse qualquer apetência. Acabou por se formar como treinador e desde aí a sua vida no futebol nunca mais foi a mesma!

Estávamos em 1975 quando recebeu o primeiro convite para treinar; foi do algarvio Sporting Clube Farense. Depois, aos 32 anos jogava e treinava, simultaneamente, o Sporting de Espinho, clube que fez ascender até à primeira divisão. Sob o comando técnico de Manuel José o Guimarães e Portimonense foram até à Europa.

Mais tarde veio o Sporting à frente do qual teve

uma ótima presta-ção na Taça UEFA.

Manuel José ficará sempre

recordado como o treina-dor do «7-1». Tra-ta-se a t é

hoje d a

maior g o l e -

ada da história do

Sporting ao Benfica; corria

o ano de 1986. Com sucessos e

insucessos, num mundo de treinador - em que se

tem de lidar com as alegrias e frustrações pessoais, dos jogadores, dirigentes e dos adeptos - a carreira de treinador de Manuel José levou-o de novo até Espinho, seguindo-se o Boavista onde fez cinco excelentes épocas. Seguiram-se o Marítimo, o Benfica e o União de Leiria.

O salto para o Egipto

Viria a dar o grande salto, mas para fora de Portugal. Manuel José coloca a um nível bem distinto aquilo que conseguiu em Portugal do que conquistou em África, no Egito. De resto, são sobejamente conhecidas as suas opiniões em relação ao futebol em Portugal. As suas considerações bem contundentes quando afirma que “há corrupção no futebol portu-guês”. Considera mesmo que a sua personalidade que afrontou sempre o poder instituído criou inimizades no seio do futebol português. Mas no Egito aconteceu o oposto. Naquele país Manuel José foi, literalmente, levado ao colo, abraçado e beijado pela comunidade.

A sua carreira egípcia teve início em 2001, tendo sido, interrompida por uma passagem pelo Belenenses (2002/2004) e pelo comando da seleção de Angola (2009/2010).

Escrever a história de Manuel José enquanto treinador do Al-Alhy do Egipto é, antes de mais, perceber que tal circunstância, que no total durou 8 anos, criou um fenómeno social que marcará para sempre a vida do treinador e a história daquele país. Com o povo egípcio Manuel José criou uma ligação que diz ser “inexplicável”. Tal como afirma, “não é fácil explicar que relação é essa” que gera espontâneas manifestações de carinho por parte de milhões de egípcios”. Conta-nos que tanto pelo falecimento da sua sogra como da sua mãe os egípcios fizeram um minuto de silêncio. O treinador vila-realense é idolatrado numa terra que por diversas vezes já lhe rendeu inú-meras homenagens. Conta-nos sem “qualquer falsa modéstia” que “não há nenhum treinador no mundo que tenha estabelecido uma relação tão forte com os adeptos e até rivais”.

Se olharmos para a sua história no Egipto são várias proezas que estão na origem de uma enorme gratidão daquele povo para com Manuel José. Ganhou 20 títulos no Al-Alhy e bateu inúmeros recordes de jogos conse-cutivos sem perder; tanto ao nível

“Esta homenagem é justa, é mere-cida, é uma honra e, apesar de tardia, reflecte o enorme orgulho que temos no seu percurso profis-sional e, acima de tudo, no ser

humano que é”

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António

In «Manuel José, Um FARAÓ de Vila Real de Santo António

Texto: Susana H. de SousaFotos: Gilda Pereira

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 15

mundial, como nacional e também Liga dos Campeões de África. Manuel José esteve também três vezes no Mundial de Clubes. E sem dúvida que a proeza maior de Manuel José, homem de personalidade forte e sem «papas na língua», foi conquistar de forma incomensurável o coração dos egípcios. “É normal que os adeptos idolatrem os jogadores, mas não o treinador”, constata, assegurando que em terras de África mudou men-talidades, impôs autoestima futebo-lística e lançou um campeonato que agora é visto com outros olhos.

A relação que estabeleceu com o povo egípcio ultrapassou o êxito desportivo. O antigo Presidente egípcio, Hosni Mubarak atribuiu-lhe em 2006 a medalha de ouro do Desporto, “tendo sido o único estran-geiro a quem foi atribuída esta dis-tinção”, frisa este português - ou «o Faraó de Vila Real de Santo António» como lhe chama o jornalista Neto Gomes, autor do livro sobre o trei-nador, e que foi apresentado a 13 de Maio em VRSA.

Viver um massacre: viver um limite

Em Fevereiro de 2012 o mundo assistia a um massacre em pleno jogo de futebol. Aconteceu em Port Said, no Egipto, num jogo entre Al-Masry e Al-Alhy. Manuel José lembra este como o dia mais triste que viveu ao longo da sua carreira no futebol. Morreram 79 pessoas e 1000 ficaram feridas após a invasão de campo. A notícia da tragédia correu mundo e chocou. Manuel José lembra que não se tratou de uma invasão, mas de um massacre preparado para “matar os adeptos do Al-Alhy” que seriam alegadamente promotores da revolução no país. A revolta e, natural, tristeza invadem os olhos de Manuel José ao recordar este momento trágico. Durante o mas-sacre, em pleno recinto o técnico por-tuguês, que não conseguiu a tempo ir para os balneários, levou socos e pontapés. Recordar aquela situa-ção limite em que se viu envolvido

é também constatar ao que foi pou-pado. “Passaram por mim indivíduos com espadas, punhais, pistolas, mas nunca me senti verdadeiramente em perigo”. Explica que recebeu “mais beijos do que socos e ponta-pés”. Talvez se tivesse entrado nos balneários a experiência tivesse sido bem diferente, pois ali dentro morreram cinco pessoas, porque, como recorda, “num local com capacidade para 40 estavam 300 pessoas refugiadas”. Manuel José conhecia muitas das pessoas que morreram naquela tragédia que determinou a interrupção do campeonato egípcio.

Depois do Egipto teve ainda uma rápida passagem pela Arábia Saudita, mais precisamente pelo Persepolis, entre Julho e Dezembro de 2012.

A revista fran-cesa « S o

Foot» inclui

Manuel José como um dos 100 melho-res treinadores do mundo graças aos inúmeros triun-fos à frente do Al-Alhy do Egipto.

A carreira internacional de trei-nador permitiu que este vilarea-lense tivesse passado por 70 países no mundo. Só em África foram 27. Foi neste continente, sublinha, que adquiriu “um manancial de conheci-mento e riqueza humana”. Não existe melhor aprendizagem do que aquela

que se adquire num contacto com os outros. De África trouxe os cheiros, os olhares, as vestes, as danças, a sim-plicidade de uma condição humana tantas vezes maltratada. “Na Europa fala-se de crise, mas em África sobre-vive-se e as pessoas mantêm o sorriso e a alegria”; uma forma de estar no mundo que contagiou o coração de Manuel José.

VRSA: Terra de reencontros

Natural de Vila Real de Santo A n t ó n i o reside há 35

anos em Espinho. Foi adotado por esta terra mais a norte e o município até já lhe atribuiu a medalha de ouro da cidade.

No passado dia 13 de Maio, foi a vez de Vila Real de Santo António, lhe atribuir a medalha de mérito da

cidade pombalina. Uma homenagem que contou também com a publica-ção de um livro sobre a sua vida escrito a 25 mãos, mãos de amigos, sob a coordenação e em co-autoria de Neto Gomes. É em Vila Real de Santo António que se reencontra com família e com os companheiros da infância e juventude, privando novos momentos de confraterniza-ção. Recordar os sítios em que viveu e vivenciou até à adolescência é conhecer muitos lugares que agora existem apenas na memória; nomea-damente as fábricas de conserva, os estaleiros e a zona ribeirinha muito mais preenchida por embarcações.

Lembra também as rotinas de uma ligação sempre próxima com

Espanha que o Guadiana intensificava “e que a

ponte veio afas-tar”, considera.

Hoje encontra uma Vila Real muito diferente. “O único p o n t o que se

mantém ina l te -

rável é o centro

histórico”, c o n f e r e

Manuel José que lamenta a

“degradação da orla marítima”. Este

vilarealense não quer arriscar “aos 67 anos dar

palpites para o desenvolvimento da cidade”; convicto que “vão soar a antiquados…”. Guarda para si, mas lamenta que se tenha “pago para destruir a pesca e a agricultura”. Num Algarve que mudou ao longo dos anos e que vive uma intensa pressão turística, Manuel diz lamenta encontrar a genuinidade “apenas

entre Vila Real de Santo António e Faro”.

Desde que iniciou uma carreira internacional que não tinha tido a mesma oportunidade, que está a ter este ano, de estar mais do que três dias em terras pombalinas. Porque “infelizmente há amigos que já par-tiram” perderam-se muitos rituais, mas os que cá estão mantêm as «jantaradas». Refugiado no seu mundo Manuel José elege a pesca e a leitura como hobbys. Em vista poderá estar umas partidas de golfe, anuncia-nos a terminar a nossa conversa.

“(…) Não lhe chamo biografia, nem é nosso desejo caracterizá-la como tal, embora seja de facto, pelos conteúdos que estão assentes na elaboração de qualquer biografia. Porém, esta não está caricaturizada, nem subjugada ao engenho exploratório e inflacionado, como

se algum homem valesse por dois. (…)”

Neto Gomes, jornalista e autor do livro «Manuel José, Um FARAÓ de Vila Real de Santo António»

In «Manuel José, Um FARAÓ de Vila Real de Santo António

PALMARÉS1 Taça de Portugal - 1991/92 (Boavista)

1 Supertaça Cândido de Oliveira - 1991/92 (Boavista)

4 Ligas dos Campeões Africanos

3 Supertaças de África - 2005, 2006 e 2007

4 Campeonatos do Egipto

2 Taças do Egipto - 2006 e 2007 (Al-Ahly)

3 Supertaças do Egipto - 2005, 2006 e 2007 (Al-Ahly)

Medalha de Bronze no Campeonato do Mundo de Clubes no Japão - 2006 (Al-Ahly)

Medal of Sport of First Class - 2006 (Al-Ahly)

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16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

LOCAL

«A Moira» apresentou Etnografia rica e diversificada

festas de Altura com música, etnografia, desporto e manifestações religiosas

O fim de semana de 15 e 16 de Junho teve o centro das atenções em Alcoutim para a 28.ª Feira de Artesanato e Etnografia. A organiza-ção foi da associação «A Moira» que está já habituada a uma afluência generosa de visitantes. A viagem é feita ao passado da serra algarvia e das raízes de Alcoutim .

Na praia fluvial de Alcoutim, cerca de 80 artesãos estiveram a trabalhar ao vivo, apresentando uma grande riqueza etnográfica. A feira de arte-sanato recriou o antigo dia-a-dia da

O grupo de Altura de cantares etnográficos, que nasceu no seio da Universidade de Tempo Livre, foi o primeiro momento de etnografia das festas de Altura, celebradas em mais uma edição. Antes o som da arruada da Banda Musical Castromarinense e a atuação do Duo de Acordeão «Inovação». Ainda a 7 de Junho o grupo Ahi-Nama animou pela noite dentro.

Foi no dia 8, sábado, que teve lugar a procissão em honra do Imaculado Coração de Maria que juntou os fiéis da freguesia e não só. Antes a cele-bração da eucaristia e a inauguração da paróquia de Altura; um momento alto do programa festivo. A 8 de Junho começou também a Feira de Artesanato palco central das festas. A noite recebeu um concerto dos já

serra algarvia. Com a colaboração do Grupo Etnográfico do Pereiro foram também reproduzidos antigos “ofí-cios”, hoje já debelados.

A animação de rua, com a «Ban-dinha da Alegria» e «Rancho Folcló-rico de Martim Longo», e as tapas de gastronomia regional completa-ram o evento. À noite houve espaço para dançar, com baile animado pelo «Duo José e Vítor Guerreiro».

No sábado, dia 15, o evento foi marcado por dois momentos: a entrega do prémio ao vencedor do

lendários UHF; a banda de Almada comemorou os 30 anos em Altura e contou com a presença de muitos admiradores.

40.º Aniversário do Clube Alturense

As festas de Altura foram também evento de comemoração do 40.º aniversário do Clube Recreativo Alturense. A celebração foi assi-

nalada pela prova de Atletismo «Memorial Adílio Gomes», que aconteceu a 10 de Junho, Dia de Portugal.

concurso «Doce Típico d’Alcoutim», uma iniciativa organizada pelo “Pro-jeto Alcoutim”, e a atuação do grupo de crianças que frequentam as aulas de guitarra, apoiadas pela Câmara Municipal de Alcoutim.

A Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim é um evento organizado pela Associação «A Moira», em cola-boração com a autarquia local.

Doce típico de Alcoutim Integrado no programa desta feira

esteve o concurso do Doce Típico de

Alcoutim, uma iniciativa organizada com a intenção de criar um doce único, feito a partir de produtos locais, como a amêndoa, o mel, o figo ou o queijo de cabra. A inicia-tiva foi do «Projeto Alcoutim» que acredita que “é importante que se valorizem os recursos endógenos e se proporcione uma experiência repleta de sabores inesquecíveis a todos aqueles que visitam Alcoutim”. O processo de escolha contou com a presença de um Júri composto por um represente da Escola de Hotela-

ria e Turismo do Algarve, a Câmara Municipal de Alcoutim, a Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, a Associação de Cozi-nheiros de Pasteleiros do Algarve e a LocalvisãoTV. A vencedora do desafio foi Maria Antónia Romeira Pires do Zambujal com uma queijada de leite de cabra. Ganhou 250€ e um fim-de-semana numa Pousada da Juventude à escolha. Depois de votado o nome escolhido para o doce foi o «Aleo» (ver na imagem abaixo).

Inauguração da Paróquia de Altura foi um dos momentos importantes das Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria

A Feira de Artesanato e Etnografia de Alcoutim cumpriu 28 anos de vida. Este ano contou com 80 artesãos ao vivo alvo da curiosidade de centenas de visitantes.

Alcoutim

A feira de artesanato de Alcoutim faz-se de muita vontade da associação alcouteneja «A Moira» em mostrar a etnografia de um lugar rico em saberes e sabores. O calor teima, por norma, em acompanhar este certame que tem um lugar cativo na praia fluvial de Alcoutim.

JOÃO CONCEIÇÃO JOÃO CONCEIÇÃO DR

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 17

DESENVOLVIMENTO

O stand do Baixo Guadiana, da responsabilidade da «Associação Terras do Baixo Guadiana», apresentou o ter-ritório e seus produtos de qualidade como a muxama, o sal e o mel. Os setores da saúde e dos transportes foram os mais afetados

Fibra ótica vai estar instalada até setembro de 2014

Desde o final de 2012 que a castreal, cooperativa agrícola para os concelhos de castro Marim e Vila Real de santo António fechou as portas. O JBG sabe que a crise arrastava-se há já quatro anos.

cooperativa de castro Marim e Vila Real de santo António enfrenta processo de insolvência

Associações promoveramBaixo Guadiana na feira de santarém

Governo de Passos coelho alvo de segunda Greve Geral

Alcoutim aposta na fibra ótica de nova geração como fator de atratividade e impulso à economia

É ao fenómeno da crise que José Antunes atribuiu a razão para o processo de falência e insolvên-cia da cooperativa criada para os concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Dos mais de 1000 sócios muitos já não faziam

A Associação Terras do Baixo Gua-diana (Alcoutim), em parceria com as Associações de Desenvolvimento Local ADPM (Mértola), Alcance (Alcoutim), e Odiana (Castro Marim), esteve a promover o território do Baixo Guadiana na 50.ª Feira Nacional de Agricultura / 60ª Feira do Ribatejo. O evento decorreu entre 8 e 16 de Junho no CNEMA (Centro Nacional de Expo-sições e Mercados Agrícolas),na cidade de Santarém. O objetivo foi promover os produtos do setor agroalimentar naquele que é um

No dia 27 de Junho a greve geral aconteceu em manifestação clara contra as políticas de austeridade do Governo que têm empobrecido os portugueses. Em balanço dos efeitos da greve o líder da UGT destacava os efeitos do protesto, em particular nos transportes públicos, mas também nos ser-viços da administração pública. “O setor empresarial do Estado, nomeadamente a área dos trans-portes, teve uma adesão massiva”. Na saúde muitas consultas fica-ram por se fazer e inúmeros uten-

Começou a ser instalada a meados de Junho em Alcoutim uma rede de fibra ótica de nova geração. Os trabalhos deverão ser concluídos no espaço de 15 meses e repre-sentam um investimento de 50 mil euros.

Em comunicado o município recorda que esta iniciativa “tem uma grande importância para o concelho de Alcoutim, uma vez que

a fibra ótica de nova geração cons-tituiu um fator de atratividade de investimento privado, permitindo dar maiores passos na moderni-zação da economia e criação de emprego”.

Uma rede com estas característi-cas vai permitir à população uma maior rapidez na acessibilidade aos serviços de televisão, voz e internet, o que trará inovações e melhora-

mentos na forma como são presta-dos alguns serviços públicos.

“É um investimento que que-ríamos ver realizado há já muito tempo porque acreditamos que a debilitação do fator isolamento, associado ao interior, passa em grande parte por este encurtar das distâncias que nos trazem as novas tecnologias”, concluiu Francisco Amaral, o edil de Alcoutim.

parte da vida da cooperativa e as dificuldades em gerar receita para pagar aos fornecedores e emprega-dos foram-se avolumando. A quebra consecutiva da produção agrícola foi deixando um vazio nesta entidade que ao fim “de quatro anos de extre-

mas dificuldades teve de colocar um ponto final” na atividade da Cas-treal. J. Antunes, o presidente que tinha sido eleito na cooperativa em 2009, garante “que foi feito de tudo o que estava ao alcance da direção” para manter em funcionamento esta

certame de referência ao nível nacional. O stand do Baixo Gua-diana apresentou produtos locais tão diversos como a muxama de atum, o sal, mel, queijo, vinho, ervas aromáticas, entre muitos outros. A prestação das Associa-ções foi enquadrada no Plano de dinamização do PACA (Plano de Aquisição e Competências e Anima-ção). Uma presença “bastante posi-tiva” de que é esperado retorno a curto-médio prazo, numa estratégia valorativa e comercial dos produtos de qualidade no território.

tes afetados. “O setor da saúde está com uma grande adesão nos hospitais, centros de saúde, repartições públicas, tribunais”, acrescentava este responsável sindical em jeito de balanço pro-visório.

Por sua vez, o líder da CGTP, Arménio Carlos destacou a adesão dos trabalhadores dos privados. “O balanço é extraordinário. Quer no plano da adesão do setor público, quer no que respeita ao setor privado, todos os dados são muito importantes”, sublinhou.

Por sua vez a Feira Nacional de Agricultura de Santarém bateu o recorde de visitantes na sua 50ª edição com a visita de mais de 170 mil pessoas no evento. De acordo com Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal e administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) esta foi a edição mais visitada de sempre, tendo os 600 expositores ali presentes batido, igualmente, o número recorde da história deste certame.

cooperativa. Esforços gorados e o tribunal tomou a sua posse admi-nistrativa e neste momento decorre o processo de insolvência. As dívi-das, tanto a fornecedores como a empregados estão agora nas mãos da justiça. Para o desemprego foram

três pessoas, tendo-se reformado os restantes dois funcionários. A Cas-treal tinha sede em Castro Marim, onde empregava quatro pessoas, e uma dependência em Vila Nova de Cacela, onde funcionava com um funcionário.

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

DESENVOLVIMENTO

Investimento da UE na educa-ção e na empregabilidade dos jovens compensa, segundo OCDEA Comissão Europeia saudou a publi-cação de «Education at a Glance 2013», um relatório anual da Organi-zação para a Cooperação e o Desen-volvimento Económico (OCDE), que analisa os sistemas de ensino dos 34 países membros da OCDE, incluindo 21 Estados-Membros da UE e a Argentina, o Brasil, a China, a Índia, a Indonésia, a Rússia, a Arábia Saudita e a África do Sul. O relatório identifica os desafios colocados aos sistemas educativos europeus que devem ser superados pela UE e os seus Estados-Membros em conjunto, e reitera a importância das políticas destinadas a modernizar os sistemas educativos e a melhorar as oportu-nidades de estudo e de formação no estrangeiro oferecidas aos jovens.Ajudar as empresas a aceder a financiamento da UE: portal único inclui agora fundos estruturaisA partir de agora, as empresas em toda a Europa passarão a ter um acesso mais fácil a um financiamento que lhes é muito necessário, uma vez que a Comissão Europeia alargou o portal único sobre o financiamento da UE, passando a incluir nele os fundos estruturais: o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e o Fundo Social Europeu.Nova campanha de informação sobre direitos dos passageirosPela primeira vez, os milhões de turis-tas que, este verão, irão viajar na UE beneficiarão de proteção ao abrigo dos direitos abrangentes concedidos aos passageiros – quer se trate de uma viagem de avião ou de comboio quer, a partir de agora, também de barco ou de autocarro. No entanto, as sondagens mostram que dois terços dos passageiros não têm consciência dos seus direitos. Por esta razão, a Comissão lança uma nova campanha de informação ao grande número de pessoas que se preparam para viajar este verão sobre os seus direitos enquanto passageiros e sobre o modo de fazer valer esses mesmos direitos, se necessário.Banda larga na Europa: consu-midores não recebem as velo-cidades de Internet que estão a pagarOs europeus os consumidores não estão a receber a débitos de descar-regamento em banda larga pela qual pagam. De acordo com um novo estudo da Comissão Europeia sobre o desempenho da banda larga fixa, recebem apenas, em média, 74 % da velocidade anunciada pela qual paga-ram.

«Perto daEuropa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

CLIENTES SEM FéRIAS E SEM DINHEIRO — A Independent Villas, uma sociedade que repre-sentava 33 proprietários de villas no Algarve, entrou em liquidação. Caíram as cerca de 60 reservas para essas propriedades que a locadora tinha em carteira, envolvendo apro-ximadamente 250 pessoas. Estas vão ficar sem férias e “provavelmente” também sem o dinheiro que avança-ram a título de sinal, de acordo com a imprensa britânica.

A BBC noticiou que a Indepent Villas, de Suffolk, estabelecida em 1995 e transformada em sociedade por quotas em 2009, chamou a empresa de contabilistas Larking Gowen para iniciar o processo de liquidação e que foram responsáveis desta firma que avançaram que os clientes com reservas “provavel-mente perdem o seu dinheiro”, à excepção, eventualmente, dos que pagaram com cartão de crédito, que ainda poderão tentar o cancela-mento do pagamento.

ALERTA DO BANCO ALIMEN-TAR — o Banco Alimentar Contra a Fome (BACFA) lançou um alerta para o uso indevido de camisolas e sacos com o seu logotipo em atos de recolha de alimentos ao domicílio durante a campanha do passado dia 1 e 2 de junho.

A instituição diz ter sido infor-mada da situação e divulgou um comunicado por considerar que o seu bom nome estará “a ser colo-cado em causa por quem pretende aproveitar a generosidade de quem doa alimentos”.

“A recolha de alimentos com a utilização de camisolas e sacos iden-tificadas com o logotipo/imagem de marca do Banco Alimentar ocorre exclusivamente em superfícies comerciais, precedidas da respetiva autorização da superfície comercial em causa”, refere o BACFA. O Banco Alimentar Contra a Fome recordou ainda que não procede à recolha de alimentos ao domicílio, solicitando que, sempre que qualquer ato do género seja verificado, o mesmo lhe seja denunciado ou à entidade poli-cial mais próxima.

TURISMO ALGARVIO EM VENDAS ON-LINE - a AHETA lançou o portal de vendas e reservas online, chamado Algarvebooking. O objetivo é contribuir para esba-ter um dos maiores problemas que o turismo e as empresas hote-leiras e turísticas do Algarve vem enfrentando desde há largos anos – redução de vendas e volume de negócios.

A algarvebooking, assim se chama o Portal, assume-se, claramente, como mais um canal complementar na comercialização e distribuição de férias ao serviço dos hotéis e empre-endimentos turísticos da região.

A plataforma não pretende con-correr com os canais de comerciali-zação já existentes, designadamente com os chamados operadores da net, surgindo antes como um complemento de outros parceiros comerciais, incluindo os operadores turísticos tradicionais.

Com o lançamento deste pro-jecto, o Algarve abre mais uma porta para comercializar os seus hotéis e empreendimentos turísticos quer no mercado interno quer junto dos principais mercados externos. A algarvebooking, para além de um portal de vendas, dispõe de conte-údos informativos sobre o Algarve, marcando uma diferença qualitativa relativamente a outros portais de vendas existentes, o que lhe confere, desde logo, uma capacidade compe-titiva difícil de combater pela con-corrência mais directa.

NO ALGARVE

José Cruz

Balões Google para disseminar a InternetO acesso à Internet, que a maioria de nós dá como garantido como um “direito”, não existe de forma sustentada em muitas áreas do planeta.

Está em curso o projeto «Loon» da empresa americana Google, conhecida de todos nós pelo motor de busca dos conteúdos Internet. Esta corporação pretende fornecer acesso à grande rede em zonas remotas da Terra com a utilização de balões de ar quente, equipados com o necessário para o poderem disponibilizar.

Os balões não vão ser controla-

dos de forma rigorosa. Ficam a pairar livremente, sendo controlados em altitude, para que sigam uma cor-rente de ar particular e, assim, um rumo pretendido.

Serão estacionários a uma altitude de cerca de 20km, o dobro da que os voos comerciais utilizam, ficando garantidas todas as premissas de segurança necessárias.

A bordo, transportam um painel solar, para alimentar de energia todo o equipamento necessário para a liga-ção à Internet e retransmissão.

A tecnologia envolvida neste pro-jeto tem de ser por um lado simples

de operar e manter, até porque estará a sobrevoar a terra, e por outro sufi-cientemente avançada para conseguir superar todos os problemas que se predispõe a ultrapassar.

Este tipo de iniciativas e de tec-nologia envolvida vão com certeza mudar o nosso mundo em locais onde o acesso à Internet é difícil e muitas vezes complicado de implementar.

Posto em prática na Nova Zelândia, se tiver o sucesso que se espera poderá ser alargado a outras regiões do Globo, tornando a Inter-net ainda mais abrangente e mais disseminada.

No passado dia 10 de Junho, dia de Portugal, o Turismo do Algarve e a Diputacion Provincial de Sevilla assinaram um protocolo com vista a reforçar as relações entre os dois países vizinhos. Os objetivos deste protocolo são a divulgação do talento, empreende-dorismo, capacidade de inovação e competitividade das empresas de ambas as regiões e propõe levar a cabo um conjunto de iniciativas do domínio cultural, académico e económico. O presidente da ATA e do Turismo do Algarve, Desidério Silva, reforça a importância deste protocolo, salientando “o relacio-

namento privilegiado entre as duas regiões, pela proximidade histó-rica, cultural e afetiva e pela con-vergência de interesses e objetivos sócioeconómicos comuns, que nos últimos anos têm sido aprofunda-dos e beneficiado a projeção de negócios bilaterais com assinalável sucesso”.

Para além da promoção turística da região junto deste target espe-cífico, a ATA procura igualmente através da realização deste evento, estreitar as relações com o trade, a imprensa e uma série de entidades oficiais da região andaluza, com o objetivo de promover e implemen-

tar ações que estimulem a atividade económica e o desenvolvimento do turismo, sector estratégico para a região algarvia.

Comemoração de Dia de Portugal em Espanha

O primeiro evento cultural no âmbito deste novo estreitar de rela-ções foi a comemoração do Dia de Portugal nos jardins do histórico Pavilhão de Portugal, em Sevilha. A iniciativa contou com a partici-pação de 17 empresas do Algarve, 104 agentes de viagens espanhóis e cerca de 210 entidades.

Algarve e sevilla assinam protocolo em prol da competitividade

Praias de VRsA têm «Qualidade de Ouro»

Governo distingue «cumeadas»

Pego fundo é Praia Acessível com Bandeira Azul

Todas as zonas balneares do muni-cípio de Vila Real de Santo António voltaram, em 2013, a ser classifi-cadas com «Qualidade de Ouro», de acordo com o balanço anual efetuado pela Associação Nacio-nal de Conservação da Natureza (Quercus).

Assim, Fábrica-Mar, Lota, Manta Rota, Monte Gordo e Santo António cumpriram os requisitos impostos pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, con-seguindo desta forma a atribuição

A praia fluvial do Pego Fundo, em Alcoutim, foi galardoada com a Bandeira Azul e, ostenta, à seme-lhança de anos anteriores, a Ban-deira «Praia Acessível, Praia para Todos!».

A bandeira azul é um certifi-cado de qualidade ambiental, já o galardão «Praia Acessível – Praia para Todos», conquistado consecu-tivamente há nove anos, distingue zonas balneares, marítimas e flu-viais, que cumpram os requisitos

do distintivo de qualidade.A insígnia de Ouro da Quercus

é entregue às praias com um his-tórico de boa qualidade das águas balneares, nos últimos cinco anos, com base na informação pública oficial disponibilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente.

Em comunicado de imprensa o executivo liderado por Luís Gomes diz que a distinção é “resultado do trabalho levado a cargo pela autar-quia de VRSA nos últimos anos, em diversas frentes”.

A Associação «Cumeadas» foi distinguida pelo Governo com o prémio «Dryland Champions 2013», entregue pelo Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural em Lisboa, como um reco-nhecimento especial à Associação Cumeadas por ser parte da solução para o combate à degradação do solo, à desertificação e à seca.

necessários em termos de acessibi-lidade e mobilidade condicionada. Neste sentido, a praia fluvial do Pego Fundo está equipada com uma rampa de acesso ao areal, passadei-ras de madeira até às sombrinhas e próximas da água, instalações sani-tárias adaptadas e meios auxiliares de banho. Os nadadores-salvado-res estão também sensibilizados e preparados para as dificuldades e necessidades das pessoas com mobilidade condicionada.

Abriu novo Snack-Bar

Entretanto, esta praia tem este

ano um novo snack-bar. Custou à autarquia de Alcoutim cerca de 40.000 euros e tem uma área de 135m2, com uma agradável vista sobre a praia fluvial.

A nova infraestrutura veio substi-tuir a anterior, que já não respondia, por ter uma pequena dimensão, à afluência da praia, atualmente um dos maiores atrativos turísticos à vila de Alcoutim. O snack-bar está equipado com cozinha e sala de refeições, permitindo agora uma exploração e um atendimento melhorados.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 19

CULTURA

Pedro Santos e Luís Cristina dedicaram uma tertúlia ao tema e falaram desde a origem da arte de palhaço até aos dias de hoje.

João Frizza integrou o espetáculo «O Melhor de La Feria»

A arte de palhaço foi pretexto para tertúlia

João Frizza soma e segue no mundo artístico

A 15 de Junho o Jornal do Baixo Guadiana juntou a companhia de teatro vilarealense «Fech’Ó Pano» e Luís Cristina que dá corpo e alma ao Palhaço Zequinha, numa tertúlia que fluiu dentro do tema da arte de Palhaço.

O palco foi o parque das merendas, em Monte Gordo e os «dedos de conversa» foram desde a origem do palhaço até à sua manifestação cultural nos dias de hoje. Independentemente do artista que lhe dá alma “a arte de palhaço é só uma”, concordaram Luís Cristina e Pedro Santos diretor artístico da Fech’Ó Pano. “Na essência de palhaço está a crítica social e só mais tarde se transformou numa arte para fazer rir as crianças”, recordou Pedro. Ambos os artistas lamentaram que correntemente o termo palhaço seja utilizado de forma pejorativa, criticando Pedro Santos “que o Presidente da República não tenha sabido gerir o assunto quando lhe chamaram de palhaço”. Para ambos os artistas Cavaco Silva revelou “falta de conhecimento e sensibilidade para o tema”.

A arte de palhaço, as suas manifestações, o trabalho e formação preencheram o final de tarde daquele sábado numa tertúlia organizada entre o Jornal do Baixo Guadiana e a companhia de teatro «Fech’Ó Pano».

Garante que desde sempre se lembra de querer ser ator. O mundo da representação é por isso um sonho tornado realidade e em Lisboa há alguns anos luta por conse-guir vingar num mundo onde existe muita gente apaixonada pela arte.

É já tido como um ator e cantor da nova geração e o grande salto deu-o quando integrou o espetáculo «O melhor de La Feria». “Foi uma experiência única”, conta ao JBG, confessando-se um apaixonado pelos musicais. Garante que “aprende-se bastante ao trabalhar com Filipe La Feria”, e lembrou a responsabilidade que foi par-tilhar o palco “com alguns dos maiores artistas do nosso país como a Alexandra, o Henrique, a Vanessa, a Paula que são pessoas que sempre admirei e agora tenho oportunidade de trabalhar, conviver e aprender com eles”. Como diz o próprio “o que ontem era um sonho, hoje é ver-dade”, mas João Frizza sabe que há muito trabalho na frente para crescer na sua arte. Quer sempre “fazer mais e melhor”. Em Lisboa tem tirado várias formações e participado em diversas produções.

Nomeadamente no musical «Fame», na sequência de uma formação que fez com Wanda Stuart, e em «Com Peso e Medida», tendo sido esta a sua primeira experiência profissional.

Encenar é “fascinante”

Para este jovem é “fascinante” encenar e esta é uma área que tem experimentado por várias oportunidades. “Permite criar e ima-ginar algo que sabemos que vai transmitir sentimentos ao público”, sublinha o artista que ainda com a menoridade produziu em VRSA um espetáculo para o Casino de Monte Gordo.

VRSA terra de regressos

João Frizza regressa a Vila Real de Santo António com regularidade. Aqui mantém a sua equipa do «II Acto Produções» e os espetácu-los a que vão dando seguimento. Também a VRSA João F. tem trazido artistas de renome, como foi o caso de Wanda Stuart, Vanessa e, mais recentemente, FF.

João Lopes é conhecido no mundo artístico por João frizza. Em Vila Real de santo António, sua terra-natal, o talento que possui não passa despercebido numa comunidade onde, desde tenra idade, integra vários espetáculos, seja nas funções de representar, bem como de encenar ou produzir. Em Maio foi alvo de uma homenagem da parte do executivo municipal. “Emigrado” em Lisboa luta por um lugar ao sol.

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DR

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

CULTURA

Sucesso marcou o «I Encontro Internacional de Coleccionismo»

Exposições marcam final de ano letivo de Universidades séniores no Baixo Guadiana

No passado dia 9 de Junho o Centro Cultural António Aleixo, na cidade de Vila Real de Santo António, recebeu o «I Encontro Internacional de Coleccionismo». A iniciativa foi da seção de colecionismo dos Bombeiros Voluntários da cidade.

Tal como nos confirmou Albano Santos, responsável deste núcleo, “o primeiro encon-tro correu muito bem, sendo que cativou para além dos colecionadores”. Muitos foram os curiosos que passaram ao longo do dia no Centro Cultural e muitos, claro, foram os aficionados do colecionismo que não arredaram pé até ao final do encontro. Albano Santos explica-nos “que a estratégia passou por se distribuir ao longo do dia as quatro novas coleções de pacote de açúcar alusivas a Vila Real de Santo António”.

Por Vila Real de Santo António passaram colecionadores de Pacotes de Açúcar, Selos, Moedas, Notas, Medalhas, Pins, Calendários de Bolso, Credifones, Porta-chaves, Canetas; Colecionadores portugueses e estrangeiros, sendo que os vizinhos espanhóis marcaram forte presença.

O JBG em contacto com vários colecionadores presentes pode constatar que a apre-ciação ao evento foi bastante positiva. Uma próxima edição a acontecer vai necessitar de um espaço maior, tal foi a afluência. I Feira Internacional de Floricultura

Por sua vez a Praça Marquês de Pombal recebeu a I Feira Internacional de Floricultura. Foi, igualmente, uma organização da seção de colecionismo dos Bombeiros Voluntários de VRSA que contou com o apoio da ACRAL.

No território do Baixo Guadiana existem duas Universidades seniores. Uma em Vila Real de Santo António e outra em Castro Marim.Ambas promoveram uma exposição para dar a conhecer trabalhos realizados pelos formandos ao longo do ano.Em terras pombalinas a Universidade dos Tempos Livres com a exposição no Centro Cultural António Aleixo. Por sua vez, em Castro Marim, a Universidade do Tempo Livre expôs no espaço do mercado municipal da vila.

VRSA

Equipa organizativa mereceu por parte dos participantes as mais variadas críticas positivas pela organização do evento

Castro Marim: exposição no Mercado Municipal da vilaVRSA: exposição no Centro Cultural António Aleixo

DR

Uma comitiva do Campesino Recreativo Futebol Clube, da localidade de Monte Francisco, no concelho de Castro Marim fez-se à estrada e marcou pre-sença nos «Dias Medievais» de Guèrande, localidade francesa geminada com Castro Marim. O evento anual decorreu a 1 e 2 de Junho. Para terras francesas

o clube levou diversas iguarias que deliciaram os visitantes e organização. Desde sopa, pastel de nata, florentinas até pão de queijo, entre outros, os sentidos foram despertados; de tal forma que ficou desde logo o convite para este clube marcar presença nos Medie-vais franceses em 2014.

Carlos do Carmo, presidente do

clube, diz mesmo que esta presença em Franca “superou todas as expec-tativas”, acreditando que “veio valo-rizar os laços fortes da geminação que já existem há largos anos”.

Recorde-se que anualmente uma comitiva de Castro Marim, liderada pelo presidente da câmara local, José Estevens, marca presença nos «Dias Medievais» de Guèrande.

Campesino do Monte Francisco cativou com iguarias em Guèrande

Dias Medievais em França

Comitiva levou até França sopa típica, salgados e doces variados

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CULTURA

«Aconteceu» em Alcoutim e na Marinha Portuguesa

«Encontros Improváveis» marca estreia de Fernando Pessanha na ficção

«Um amigo para o Inverno», o novo livro de José Carlos Barros

Na presença de 70 pessoas Fernando do Marmeleiro, assim é conhecido Fernando Dias, autor do livro, lançou a sua obra «Aconteceu». O lançamento que teve lugar a 15 de Junho, pelas 16 horas, no castelo de Alcoutim foi momento de convívio e explicação sobre este livro que fala das memórias do autor em relação à sua terra natal e aos tempos de trabalho na Marinha Portuguesa.

Entre os presentes estiveram muitos companheiros de mar. A apresentação do livro foi feita pelo autor, com a presença do presidente e vice-presidente da Câmara Muni-cipal de Alcoutim, Francisco Amaral e José Carlos Pereira, respetivamente. A publicação contou com o apoio da edilidade.

José Carlos Barros, que para além de vice-presidente e vereador da cultura na câmara municipal de Vila Real de Santo António, é escritor e também em Junho lançou mais um livro (ver peça acima), disse acerca do novo livro do jovem Fernando Pessanha que tinha “um encadeamento narrativo delicioso” onde “o sonho se mistura com a realidade”, e em que “a meteorologia vai acompanhando estados de alma”.

Coube a José C. Barros apresentar «Encontros Impro-váveis”, dizendo na ocasião que esta obra dá a conhecer “aquilo que de mais entusiasmante se espera de um escritor jovem”. O também escritor diz que ao ler esta obra se surpreendeu e entusiasmou, afirmando mesmo que “quem entra assim nos livros dificilmente sai da literatura”.

No que diz respeito à estética do livro, a cargo de Artur Filipe, José Carlos Barros descreve-a como “tec-nicamente fascinante” com um conjunto de imagens “que sabem acompanhar o ambiente”.

A obra foi publicada pelas Edições Mandil, uma chan-

O livro, escrito primorosamente, leva-nos a uma vila e a uma aldeia contígua do norte do país, nos anos 50 do século passado, em plena ditadura salazarista. Aí deparamos com vários resistentes ao fascismo, incluindo uma célula do Par-tido Comunista, constituída por três militantes que sonham transformar o país e o mundo.

Assistimos à prisão de dois deles, feita pela PIDE, sabemos da forma violenta com que foram tratados, das torturas a que foram submetidos. Um deles morre, em consequência, pouco depois de sair da prisão.

Voltamos a vila e à aldeia nos primeiros anos da década de setenta, já com Marcelo Caetano no lugar de ditador. Alguns dos resistentes tinham «arrumado as botas», outros persistem na luta, mas sentem-se cansados, desiludidos, desistentes. Um dos mais combativos suicida-se mesmo em 1973, o que mostram o isolamento em que se encontravam, pois este é um ano em que a crise da ditadura se aprofunda e em que movimento oposicionista se fortalece, bem como a convicção

de que o fascismo tinha os dias contados.José Carlos Barros trata com muito rigor os sentimentos

destes meios oposicionistas, que se reportam a factos histó-ricos que envolveram a sua própria família, como explicou na apresentação. Faz o mesmo ao recriar a mentalidade dos senhores do aparelho do poder ditatorial e dos apoiantes da ditadura, pondo em relevo o seu carácter liberticida e a naturalidade com que advogam a repressão.

O romance é, no entanto, muito mais que este conflito entre o poder e a oposição. Bem arquitectado, jogando com os tempos dentro do tempo, passa pelo interior das personagens, muito pouco pelo o seu aspecto exterior, numa profunda reflexão sobre a maravilhosa e tão difícil tarefa de viver.

É também um romance repassado de saudade, um regresso espiritual do autor à sua Boticas natal, donde espero, por vários indícios, que nos traga um novo romance sobre a festa do 25 de Abril em Trás-os-Montes, como me atrevi a dizer.

cela da editora algarvia «4 Águas».

Primeira obra de ficção

Trata-se da primeira obra de ficção de Fernando Pes-sanha. «Encontros Improváveis» compõe-se de estórias aparentemente distintas que acabam por estar inter-ligadas através de acontecimentos que influenciam a vivência dos vários personagens que compõem os distintos planos de ação. De um modo geral, o enredo apresenta-se como um “microcosmos” que tem como pano de fundo a complexidade das relações humanas e sociais e a maneira subtil como estas são determinantes na realidade de terceiros.

Tal como nos conta Fernando Pessanha, este livro surge de um convite que o editor Fernando Esteves Pinto lhe fez para escrever um texto para integrar uma antologia de autores algarvios. Obra que não chegou a ser publicada, mas que foi pretexto para F. Pessanha dar continuidade à escrita neste registo ate chegar ao

«Encontros Improváveis». Escrever funciona para este autor “como um escape”. Garante-nos que em breve vão surgir novidades na fição e também projeta publicar a sua dissertação de mestrado que se dedica à história da presença militar dos portugueses em Marrocos nos séculos XV e XVI.

Livro

tive o prazer de participar na apresentação pública do romance de José carlos Barros, com o título em epígrafe, que aconteceu no passado dia 14 de

Junho. foi no agradável ambiente de um turismo rural, chamado «casa de cacela», na presença de um largo auditório, interessado e animado, de amigos

e leitores do autor. O que escrevo a seguir sintetiza, no essencial, o que aí disse na altura.

Carlos Brito

Novo livro de José Carlos Barros teve apresentação a 14 de Junho e contou com a presença de muitos familiares, amigos e leitores do autor que foi finalista do prémio Leya 2012

Jovem escritor (à d.ta) prepara mais fição e historiografia

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CULTURA

POR CÁ ACONTECE A G E N D A26 e 27 de julhoFesta da BarradaLocal: Barrada Hora: a definir

27 de julhoFesta Tradicional do PereiroLocal: Pereiro Hora: a definir

Exposição “Bonecas da Flor d’Agulha”Mês de julho Local: Centro de Artes e Ofícios (Alcoutim) Hora: De segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 16h30

De 02 a 31 de julho Exposição de Pintura de Isa BarraLocal: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00

De 24 de junho a 2 de agostoFérias Desportivas Local: Concelho de Alcoutim

Castro Marim

13 de julhoFestival de Bandas17h - Arruada inaugural com partida da EB2,3 de Casto Marim com percurso até Casa da Música21h30 - Início Praça 1º de Maio

VRSA

Festival Juvenil de Folclore Data: 20 de julhoHora: 21h30 Local: Praça Marquês de Pombal

Workshop de Dança do CATL «A Idade de Ouro» com:Prof. Yuri Stroganov – Escola de Dança “A Idade de

Ouro” | VRSAProf. Evgeniy Belaev – Companhia de Dança do AlgarveProf. Alexandre Shshkin – Escola Contemporânea de MoscovoData: 22 de Julho a 3 de Agosto Horário: 9h00 >12h30 – 15h00 >18hLocal: Centro Cultural António AleixoInscrições: [email protected]

Exposição de escultura «Metáfora das formas» de Aldamir Soares Data: 2 a 31 de julhoHorário: segunda a sexta-feira 9h15 > 19h45Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Sessão de esclarecimento para grávidasData: 4 de julhoHora: 17h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSAOrg: APSI – Associação para a Promoção da Segu-rança InfantilApoio: Ministério da Administração Interna, no âmbito do concurso «Prevenção e segurança rodo-viárias – 2010» em parceria com a UCC Santo António de Arenilha – Centro de Saúde de VRSA

«O Património Cultural Imaterial no Baixo Guadiana» por Pedro PiresCiclo de aulas abertas do Curso de História do Algarve | UTL de VRSAData: 10 de julhoHora: 17h30Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Lançamento do livro «Atividade física, obe-sidade, alimentação e imagem corporal na população compreendida entre os 6 e os 10 anos de idade da zona circundante do Guadiana»Data: 5 de julhoHora: 17h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Apresentação do IV tomo de «Obras escolhi-das de Álvaro Cunhal»Data: 19 de julhoHora: 18h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA

Ciclo de passeios pedestres «Passos Conta-dos 2013» «Tradições alimentares no Algarve rural» com a socióloga da alimentação Maria Manuel ValagãoData: 6 de julhoPonto de encontro: 17h00 > Vila Real de Santo António

I Seminario Hispano- Luso: Patrimonio Industrial Conservero y Salazonero Data: 15 a 19 de julho (25 horas)Local: AyamonteInscrições + informação em www.uhu.es/cursos/ e www.fronteiras.es

Noites de Lua Cheia – Marcha Passeio Data: 23 de julhoHora: Ponto de Encontro: 21h30 Partida: 22h00Local: Av. da República – Junto à Marina

Noites de Lua Cheia - Percurso BTTData: 24 de julho Hora: Ponto de Encontro: 21h30 Partida: 22h00Local: Av. da República – Junto à Marina

Alcoutim

06 de julho XIII Sardinhada ConvívioLocal: Pereiro Hora: 11h30

06 de julho Festival de Folclores e Feira de Artesanato de Martim Longo Local: Martim Longo – Largo da Junta de Freguesia Hora: 16h00

13 de julho Festa de Aniversário do Grupo Desportivo de AlcoutimLocal: Centro Náutico de Alcoutim Hora: 22h00

13 e 14 de julhoFesta Tradicional do PessegueiroLocal: Pessegueiro Hora: a definir

Até dia 17 de julho Concurso de fotografia Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana

20 de julhoFesta Tradicional das Cortes Pereiras Local: Cortes Pereiras Hora: a definir

20 de julhoFesta dos Avós e Netos Local: Balurcos Hora: a definir

21 de julhoBaile de acordeão Local: Corte da Seda Hora: 21h00

26 de julhoBaile de acordeão Local: Balurcos de Cima Hora: 21h00

Mário Zambujal no auditório de

Guerreiros do RioO grupo «Pr’ó Futuro de Alcoutim» está a organizar um encontro para o próximo dia 6 de Julho dedicado à obra do jornalista e escritor Mário Zambujal. Vai ter lugar no

auditório do «Museu do Rio», na localidade de Guerreiros do Rio, em Alcoutim. Como oradora convidada vai estar Adriana Nogueira,

docente da faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve.Depois do encontro vai realizar-se um almoço convívio com a presença do autor no

«Guerreiros do rio River Hotel».De acordo com as últimas indicações da

organização as inscrições para o encontro devem ser feitas até dia 4 de Julho. Os contactos disponíveis são: [email protected] e 967224123

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 23

PATRIMÓNIO E PSICOLOGIA

Na gastronomia do Baixo Gua-diana o pão está presente em todas as refeições, quer seja como complemento do prato principal, ou na elaboração de pratos como a açorda, as migas, o gaspacho, os ensopados e a doçaria. O pão pode também ser guarnecido com banha branca, pimentão, toucinho, presunto, enchidos ou azeitonas.

Noutros tempos, o pão já chegava aos principais lugares do território através da distri-buição ambulante, oriunda de Odeleite, Bentos, Martinlongo, Pereiro, Espírito Santo ou Via Glória. Nos outros lugares, quem quisesse comer pão, tinha de o cozer.

A amassadura – preparação da massa – repetia-se de oito em oito dias. Na véspera, as amassadeiras preparavam o fermento com o “crescente”, água e farinha, que ficavam a fermentar durante a noite. O “crescente” – pequena porção de massa retirada da amassa-dura anterior – durava até 15 dias e quem não o tivesse pedia

emprestado a uma vizinha para poder amassar o pão.

No dia seguinte, mistu-ravam os ingredientes num alguidar de barro: farinha de trigo, água morna, fermento e sal. Amassavam durante uma hora, acrescentando água morna segundo a necessidade. Depois de bem amassada, benzia-se a massa em cruz e dizia-se “Deus te acrescente no alguidar como Jesus Cristo no altar”, e tapava-se com mantas para manter o calor.

Enquanto o pão levedava, as amassadeiras preparavam o forno, que tinha sido aque-cido previamente com lenha. Depois de varrer as cinzas do forno, atiravam um punhado de farinha para verificar se a temperatura do forno estava boa. Sobre um tabuleiro enfa-rinhado, tendiam a massa, for-mando pequenos pães que se colocavam sobre um “tendal”, até à hora de se deitar no forno.

Finalmente, os pães eram colocados no forno com a

A amassadura do pão

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

ajuda de uma pá de madeira com cabo comprido, arruma-dos sobre uma palma (folha de palmeira anã) para não se queimarem no solo do forno. Tapava-se a porta do forno e, para evitar o mau-olhado, fazia-se uma cruz na massa e outra no forno, repetindo a ladainha: “Deus te acrescente que é para muita gente”. O pão demorava mais ou menos uma hora a cozer.

A partir da massa do pão, faziam-se também os “fedéus”, com a forma de pequenas pevi-des, que secavam ao sol e eram utilizados em vários cozinha-dos como substituto da massa industrial. Na cozedura sema-nal, faziam-se ainda a “costas”, salgadas ou doces, que levavam anis na massa. Para as crian-ças, moldavam-se “pupias” com forma de passarinho ou argola, que se enfiavam num pau para arrefecer.

Pedro PiresTécnico de Património CulturalMembro do CEPHA / UALg

“Deus te acrescenteDeus te ponha a virtudeQue eu já fiz o que pude”

Atualmente tem-se vindo a presenciar nas escolas, um aumento de problemas relacionados com a discriminação, a exclusão, o bullying e o preconceito entre os alunos. Estes problemas influen-ciam de forma decisiva e marcante a vida tanto académica como pessoal de quem os sofre. Muitas vezes deixam marcas na auto-estima, auto-confiança, sentimentos de vazio, solidão, deses-perança, fracasso, descida das notas e em alguns casos, abandono esco-lar. Torna-se, desta forma, necessário desenvolver nos alunos uma atitude de combate à exclusão, à discriminação, ao bullying e aos conflitos existentes na escola, estimulá-los a mudarem a dinâmica da escola, as suas atitudes perante os outros, mostrando quem são, por detrás dos rótulos e estereóti-pos e estando disponíveis para conhecer melhor os outros, falando sobre muitos dos assuntos que tornam o dia-a-dia na escola um problema e arranjando alternativas para a resolução desses problemas. Assim, é preciso ajudar os alunos a entender sinais de si próprios,

os sentimentos dos outros, ouvir aten-tamente, comunicar de modo eficaz e respeitar as diferenças, podendo ajudar a prevenir comportamentos de risco, de forma a desenvolver relações sociais que levam a uma vida saudável.

Existem modelos de desenvolvimento positivo que incidem sobre a formação da identidade, a formação de caráter, promoção da saúde e aprendizagem emocio-nal e social. No que diz respeito à aprendizagem social e emocional, esta desenvolve nos jovens competências para reconhecerem e gerirem as suas emoções, compreenderem outros pontos de vista, estabelecerem objetivos posi-tivos, tomarem decisões responsáveis e lidarem eficazmente com situações interpessoais. No contexto escolar, a aprendizagem social e emocional envolve a integração de dois fatores inter-relacionados – desenvolvimento de competências e ambientes de apoio − a fim de promover um desempenho

escolar bem-sucedido e próprio desen-volvimento dos jovens. Esta estratégia reforça a ideia de que o que aprendemos é afetado pela forma como nos sentimos. Desta forma, aprender competências sociais e emocionais é semelhante a aprender outras competências acadé-

micas, uma vez que os efeitos da apren-dizagem inicial são aperfeiçoados com o tempo, permitindo aos alunos lidarem com situações cada vez mais complexas no desempenho acadêmico, nas relações sociais e em cidadania. A falta de progra-mas de educação afetiva, acompanhados da falta de estimulação emocional e afe-tiva no seio familiar, leva à incompetên-cia social e à incapacidade dos jovens para expressarem as suas necessidades e sentimentos de forma eficaz. Assim, para

além da importância do reforço destas competências na dinâmica familiar, seria necessário dar-se mais atenção nas esco-las aos aspetos emocionais e afetivos dos alunos. Para isso, foi desenvolvida uma ação de sensibilização na Escola Secundária de Vila Real de Santo Antó-

nio, baseada no programa americano “Be the Change”, onde foi possível proporcionar algumas dinâmicas de grupo com uma turma de 10º ano, no sentido de criar um espaço de reflexão onde os alunos puderam estar dispo-níveis para expressar o que sentem e o que pensam em relação a si e à

escola, mostrarem um pouco mais de si e conhecerem melhor os outros, de forma a promover competências de comuni-cação eficazes, gestão de emoções e de conflitos, comportamentos de maior cooperação, afeto, ajuda e interesse pelos outros. Neste sentido, estas dinâ-micas poderão ser úteis para minimizar e até mesmo eliminar problemáticas rela-cionadas com a exclusão e os conflitos entre pares, promovendo sentimentos e comportamentos de interajuda, coo-

peração e suporte emocional. No entanto, é de salientar que o com-

bate a estes problemas não se faz apenas na escola. Este é um trabalho que deve ser desenvolvido, principalmente pela família, devendo esta oferecer-se como modelo de identificação e ter uma ati-tude de promoção do diálogo e reflexão sobre aspetos como a “normalidade da diferença”, onde reflitam sobre a ideia de que as pessoas diferentes não devem ser motivo de gozo ou de exclusão.

Exclusão e Discriminação nas Escolas? Há soluções!

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Cle-

mente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos,

Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira,

Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos

[email protected]/NEIP.vrsa

Homenagem póstuma do presidente do

município de Alcoutim ao Prof. Dr. Rosa Mendes

Obrigado Rosa Mendes, pelo que fizeste pela história, pela cultura e pela sociedade de Alcoutim e do Algarve em geral. Obrigado Rosa Mendes, pelo apoio jurídico que deste ao presidente do município e sempre a título gracioso. Obrigado Rosa Mendes, pela tua amizade e pelo carinho que sempre dedicaste às pes-soas do nordeste algarvio. Obrigado por teres existido. Ficarás sempre na memória de Alcoutim.

Francisco AmaralPresidente do Município de Alcoutim

“Sejam a diferença que gostariam de ver

no mundo” M. Ghandi

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

PASSATEMPOS&LAZER

Porquê comprar, quando pode adotar? Visite o canil/gatil

Intermunicipal de VRSA/Castro-Marim

Em Portugal, cerca de 30% do desperdício alimentar é originado nos supermercados. Anualmente, cerca de 298 mil toneladas de alimen-tos têm como destino o contentor do lixo, aponta o estudo “Do campo ao garfo – desperdício alimentar em Portugal”, divulgado recente-mente pelo Projecto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar (PERDA), desenvolvido pelo Centro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade. A redução de preço de 25% a 50% face ao preço normal e a oferta de quantidade suplementar do produto, sem variação do preço, através da promoção “leve 2, pague 1” são as modalidades mais frequentes, é uma forma de os estabelecimentos eliminarem o desperdício, mas transfere a responsabilidade de consumo, dentro do prazo, para o con-sumidor.A identificação deste tipo de descontos varia consoante a loja. Na maioria dos casos, estes produtos apresentam uma etiqueta de cor forte, onde consta o preço promocional e as expressões “Aproximação fim do prazo validade”, “Produto com prazo de validade curto” ou “Por aproximação da data de validade”. O número de dias que decorre entre o momento da venda a preço promocional e o prazo limite de consumo varia consoante a categoria do produto e a loja. Por exemplo, nos pro-dutos de charcutaria e saladas a colocação da etiqueta promocional ocorre dois dias antes do fim do prazo. Já no caso dos iogurtes e bolos, a etiqueta é colocada até 6 dias antes do fim do prazo de validade dos produtos.O consumidor pode ser tentado a comprar um produto mais barato. Contudo, antes de comprar, deve ponderar se vai conseguir consumi-lo dentro do prazo de validade indicada. Caso não o faça, estará a des-perdiçar dinheiro e alimentos. O alimento que não foi desperdiçado no estabelecimento de venda, será desperdiçado pelo consumidor, con-trariando o objectivo da iniciativa. Em suma, apesar destas acções serem bem-intencionadas, visando reduzir o desperdício dos produtos alimentares nas cadeias de distri-buição, só uma atitude de compra, reflectida e racional é que traduzirá o benefício desta iniciativa.

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“Tenho verificado que alguns supermercados colocam

produtos alimentares com o prazo de validade próximo do fim em promoção. Será uma vantagem aproveitar

estes descontos?”

BONITO1. GRAVE2. FORTE3. FINO4. FALSO5. TORTO6. BOM7.

MAL8. BICUDO9. LARGO10. BEM11. ESTREITO12. CENTRAL13. CAMINHO14. BELO15. LEAL16. BANDO17. REDONDO18. FESTA19. AGUDO20.

Quadratim - n.º109

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Jogo da Paciência n.º 115

Os órgãos de soberania de Portugal sabem que os sub-sídios de férias e de Natal são um direito adquirido pelos trabalhadores com o seu trabalho, empenho e profissionalismo, assim como o é o valor das reformas. Não podem ser usurpados ou diminuídos ou desca-lendarizados. Os subsídios de férias dos funcionários públicos e reformados são pagos em Junho/Julho e os de Natal em Novembro e não a conta gotas. Também não é aceitável que estes trabalhadores deixem de o ser para passarem a ser «ESCRAVOS», pois aumentar o horário de trabalho sem aumentar o ordenado ou pagamento de horas extra é «ESCRAVATURA». Portugal foi o primeiro país a abolir a escravatura. Não trans-formem Portugal num país de escr avos (...). Haja respeito pelos oncidadãos. Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de «NÃO AO DESEMPREGO, MISéRIA, FOME E DOENÇA»

Soluções Jogo da Paciência - n.º114

O CEFOSAP (Centro de Formação Sindi-cal e Aperfeiçoamento Profissional) vai levar a cabo nas instalações da Asso-ciação Odiana Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD). Formações na área de informática acontecem em Castro Marim e na localidade de Altura.

As tecnologias e informática estão em crescente expansão e são atual-mente ferramentas indispensáveis no dia-a-dia, sobretudo no campo laboral. Como tal a Odiana disponibiliza a sua sala de formações para oito cursos que constam no Catálogo Nacional de Qualificações na área das ciências informáticas [processador de texto e folha de cálculo– básico e funcionali-dades, cada um, hardware e tipologias de rede, administração de redes, inter-net e criação de sites web].

A sublinhar que estas ações de for-mação são dirigidas a ativos e desem-pregados e são cofinanciadas, sendo que os formandos terão direito a cer-tificado e subsídio de alimentação. A carga horária varia entre as 25h e as 50 horas nas instalações da Associa-ção Odiana em Castro Marim e/ou na localidade de Altura na antiga escola primária. Mediante o número de inscri-ções.

Para se inscrever basta aceder à ficha de inscrição (também no site da Odiana) e enviar cópia do BI, NIF, NIB, Currículo e Certificado de Habilitações de forma legível para o email da Asso-ciação Odiana: [email protected].

Para outras informações consulte o site da Odiana www.odiana.pt , con-tacte através do 281 531 171 ou ainda no facebook

A DECO INFORMA...

Cursos de Informática na Odiana

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

[email protected]

«O Português»

A Guadi agradece aos voluntários e a todos os cidadãos que contribuíram na Campanha

de Recolha de Alimentação para Animais Abandonados, realizada nos dias 29 e 30 de

Junho no supermercado Lidl em VRSA.Obrigado pela vossa solidariedade!

Susana Correia jurista

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RUBI

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 25

DESPORTO

O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebeu, entre os dias 23 e 29 de junho, a I edição de «A Copa do Guadiana», o maior torneio nacional de futebol infantil. Em campo estiveram 129 equipas, repartidas por seis escalões (2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005-2006), que disputaram mais de 340 jogos nos relvados do Complexo Desportivo de VRSA e do campo do GD Beira Mar. o Sporting Clube de Portugal, Futebol Clube do Porto, SC Olhanense, SC Farense ou o Lusitano FC, entre outros, marca-ram presença neste torneio que ao longo de uma semana reuniu mais de 2000 pessoas (atletas e corpo

No final da iniciativa as crianças mostravam-se surpreendidas e enormemente satisfeitas com a preenchida semana intercultural e desportiva onde desfrutaram de inúmeras atividades que lhes proporcionaram momentos muito diferentes da rotina, bem como alargaram os seus horizontes.

O campus, designado por «Chal-lenger» é uma organização da p

arceria e projeto TAG – Turismo Ativo no Guadiana, uma ini-ciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Por-tugal – Espanha [POCTEP] 2007-2013. Contou com a parceria dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Mértola, Mancomunidad de Beturia e Aya-monte. O chefe de fila deste pro-jeto é a Associação Odiana.

técnico), que ficaram instaladas nas unidades de alojamento do concelho de VRSA, contribuindo desta forma para as boas taxas de ocupação hoteleira.

Para a vereadora com o pelouro do desporto, Conceição Cabrita, «a realização de mais um grande torneio mostra o potencial do Complexo Desportivo de VRSA e a capacidade do município para organizar uma prova que mobiliza centenas de jovens».

À semelhança de outras gran-des competições organizadas no Complexo Desportivo de VRSA, «A Copa do Guadiana» contou com a colaboração de dezenas de

Conhecimento e desenvolvimento humano

O grande objetivo foi uma semana intensa de atividades enri-quecedoras para o conhecimento, mas também para a componente humana de cada criança.

Foram selecionados meninos e meninas com desempenho esco-lar exemplar e estas mini-férias representaram, de certa forma, um prémio pelo esforço deposi-tado na escola.

Lista extensa de atividades

Kaiake, peddy papers, orientação,visionamento de estrelas, praia, piscina, teatro, dança, música, caminhada, visi-tas a monumentos, vela e muita

voluntários que guiarão atletas e equipas no recinto do torneio.

Duas linhas de autocarros estive-ram disponíveis durante 12 horas diárias para transportar as equi-pas e seus acompanhantes entre as unidades hoteleiras - onde se encontram instalados - e o Com-plexo Desportivo.

A I edição de «A Copa do Gua-diana» contou com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.

O torneio até à data de fecho da nossa edição ainda não tinha terminado pelo que na próxima edição daremos nota dos resul-tados.

animação compuseram a lista das atividades de que os mais novos desfrutaram entre 24 e 29 de Junho. Bernardo Parreira, de Altura, garante que se divertiu bastante e para o ano quer “par-ticipar outra vez”. Por sua vez David, de Ayamonte, e Adrian, de Beturia, fizeram “muitos amigos” e até já aprenderam “muitas pala-vras em português”.

Espetáculo de teatro encerrou iniciativa

Este campus desportivo e cultu-ral terminou a 28 de Junho com a apresentação aos pais de um espetáculo de teatro, que teve lugar no espaço cultural «Casa Grande» em Ayamonte.

* com Joana Germano

«Copa do Guadiana» reuniu 2000 em VRSA

Crianças participaram em campus transfronteiriço

terminou no passado dia 29 de Junho a primeira edição do «copa do Guadiana». O torneio começou no dia 23 e ao longo de uma semana foram jovens dos 6 aos 12 anos que disputaram os melhores resultados em Vila Real de santo António.

Ao longo da última semana do mês de Junho 40 crianças, de 10 e 11 anos, participaram num campus intercultural que proporcionou uma viagem pelo território transfronteiriço do Guadiana.

1800 crianças entre os 6 e 12 anos participaram nesta primeira edição

Crianças divertiram-se e aprenderam em simultâneo

Campus intercultural abarcou grupo de 40 crianças com 10 e 11 anos

Crianças entre os 6 e 12 anos participaram nesta primeira edição

O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebeu, entre os dias 16 e 22 de junho, o IV Campus de Guarda Redes da Associação Escolinha de Guarda –Redes de Futebol Luís Rodrigues.

O convidado especial para este evento foi Hugo Oliveira, treina-dor de guarda-redes do plantel sénior do Sport Lisboa Benfica.

Em simultâneo, de 17 a 21 de junho, decorreu a IV Clinic de Treinadores de Guarda-redes 2013.

VRSA recebeu IV Campus de Guarda Redes de Futebol

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CM VRSA

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

DESPORTO

Decorreu no passado dia 15 de Junho a final de mais um campeonato do Torneio Inter-zonas na localidade de Altura, concelho de Castro Marim. No escalão sénior a equipa «Cruz Vermelha» sagrou-se campeã e nos juvenis a equipa «Verde»

O pentacampeão nacional termi-nou «Baja Terras de Alcoutim» em 4:53.16 horas, deixando a dupla Hélder Oliveira/Filipe Palmeiro (BMW Serie 1 proto) a 5.18 minu-tos e Pedro Grancha/Inês Ponte (BMW Evo X1) a 18.55.

António Maio (Yamaha) con-quistou o primeiro triunfo da época em motos e relançou a

Decorreu no passado dia 15 de Junho um torneio que juntou equi-pas portuguesas e a equipa francesa de Guèrande e a equipa espanhola de Ayamonte. Do Algarve parti-ciparam coletivos dos concelhos de Loulé, Albufeira, Tavira, sendo

levou a melhor. Já a Taça teve lugar a 22 de

Junho. Nesta competição no escalão de juvenis a equipa «Os Verdes» venceram, num frente-a-frente com os «Azuis». Quanto aos seniores a equipa «Oeste» foi a vencedora sobre «Altura».

luta pelo título: após 225 quiló-metros cronometrados, concluiu a competição em 3:15.14 horas, batendo Mário Patrão (Suzuki) por 2.02 minutos e Luís Ferreira (KTM) por 2.11.

Contabilizadas quatro provas do campeonato, Patrão soma 69 pontos, Maio 67 e Luís Ferreira 55.

que de Vila Real de Santo António disputaram a prova o Lusitano e o Beira Mar de Monte Gordo. Em primeiro lugar ficou a equipa de Salir (Loulé). A organização foi do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António.

Ricardo Mestre foi reconhecido pelo município de Castro Marim. No pas-sado 24 de Junho, dia do município em Castro Marim, o «menino de ouro» do Baixo Guadiana foi distin-guido com a medalha de mérito des-portivo grau ouro [ver pág.7]. Castro Marim reconhece assim todo o traba-lho e dedicação que tem depositado ao serviço do ciclismo e que tão bons resultados tem dado, levando assim o nome do concelho a todo o país e além fronteiras.

Recordamos que R. Mestre tem no seu palmarés a grande vitória na Volta a Portugal de 2011 e que este ano integrou uma das equipas históri-cas do ciclismo mundiais; espanhola «Euskaltel Euskadi», equipa Protour. Formação esta que tem representado nas melhores provas do calendário do ciclismo mundial. Exemplo disso foi recentemente a sua participa-ção no «Giro de Itália» e no tour de Suisse, esta última ganha pelo portu-guês Rui Costa (Movistar).

Por todos estes feitos o JBG foi ao encontro das pessoas que melhor conhecem Ricardo Mestre e que com ele trabalham diariamente para que o descrevessem e para que possamos conhecer melhor o atleta e a pessoa.

Eis o resultado:

Vidal Fitas (antigo Dire-tor Desportivo de Ricardo Mestre)

“Enquanto Diretor Desportivo do Ricardo posso dizer que foi uma enorme honra fazer parte da evo-lução de um campeão. Pessoa, sim-ples, humilde, disciplinada, rigorosa; estes são, aliás, fatores fundamentais para atingir tal patamar. Os meus parabéns pelo reconhecimento pres-tado pelo Município de Castro Marim porque de facto trata-se de um atleta de grande categoria.“

Teixeira Correia (Spiker Volta a Portugal e jornalista radio Horizonte)

“A vitória do Ricardo Mestre na Volta a Portugal de 2011, foi o reflexo da correcta aposta do Tavira num corredor que se sabia com grande potencial, mas sempre tapado pelo colega David Blanco.

A partir de determinada altura da temporada, nomeadamente da Volta ao Alentejo que se disputou um Junho, percebeu-se que o Ricardo era o “trunfo” para a conquista da Volta. A presença nos Nacionais de Contra-relógio e quinto lugar, foi o grande teste. A vitória retumbante na 1ª etapa e depois no Grande Prémio Joaquim Agostinho, foram a confirmação.

No dia 10 de Julho de 2011, em Torres Vedras, aos microfones da Rádio Horizonte, disse e assumi que Ricardo Mestre era o candidato Nº 1 à vitória na Volta a Portugal.

A cidade da Guarda confirmou as minhas palavras e a minha aposta. “O algodão não engana!”

O Ricardo é um excelente ciclista e um cidadão exemplar, merece o reco-nhecimento do seu POVO.

Parabéns.”

Equipa Ciclista Euskaltel Euskadi

“Ricardo é um exemplo para muitos componentes da equipa Euskaltel Euskadi. É um ciclista que conquis-tou vitórias importantes, mas a sua carta de apresentação foi a humil-dade e o trabalho. Ele é um compa-nheiro que sempre soma e desde o primeiro momento procurou a inte-gração na equipa de uma tradição muito grande da que só fazem parte corredores bascos. Ele completou o Giro de Itália e infiltrou-se em três fugas, fazendo sempre um grande trabalho de equipa.

Na verdade o Ricardo é uma pessoa entranhável com as quais é muito fácil trabalhar, tanto ciclistas como direcção, auxiliares, imprensa …

Como dizemos aqui, ZORIONAK pela Medalha de Ouro!

(Zorionak significa felicidades em basco).

David Livramento (ex colega equipa e amigo pessoal)

“Da minha parte posso dizer que é uma pessoa calma; observador, reser-

vado e caseiro que gosta de estar com os seus. Às vezes chamavamos-lhe de «rasterinho», mas por ser pequeno e bruto a correr (risos).

Quando ganhou a Volta a Portugal, a primeira coisa que fez foi dedicar à filha a vitoria... isso mostra o seu carácter”

Samuel Caldeira (ex colega de equipa e amigo pessoal)

“A frase que tenho para descrever a amizade que tenho com o Ricardo é «companheiro de longas horas». A forma de estar do Ricardo dentro e fora de competição é a mesma; transparece muita calma e tranqui-lidade nunca mostra um sentimento de nervosismo ou ansiedade , num dos momentos mais altos da sua carreira que foi a vitória da Volta a Portugal manteve-se sempre muito calmo e tranquilo; até mais do que todos que o rodeavam .

Um momento que tivemos juntos, e que até hoje ainda recordamos, foi uma noite quando estávamos de férias na República Dominicana que uma hora após termos jantado começamos na brincadeira a comer hambúrgueres com salsicha no pão a ver quem comia mais! Chegámos aos 12 hambúrgueres cada um!!! Nessa noite só conseguimos dormir de barriga para cima (risos). Por-tanto quando se falar em comer não lhe olhem ao corpinho!”

Torneio Interzonas animou Altura

Miguel Barbosa (Mitsubishi Racing Lancer) venceu a Baja Terras de Alcoutim

Torneio juntou França, Portugal e Espanha

Futebolândia

Torneio juntou equipas portuguesas, espanholas e francesas

Campeonato e Taça terminaram em Junho. Cruz Vermelha venceu campeonato e «Verdes» a taça

O pentacampeão terminou a prova em 4:53.16 horas

«Eu gosto é do Verão, de passearmos de prancha na mão. Saltarmos e rirmos na praia, de nadar e apanhar um escaldão. E ao fim do dia, bem abraçados, a ver o pôr-do-Sol, patro-cinado por uma bebida qualquer!». Peço desculpa, fiquei empolgado com o verão.

Bom, esquecendo o verão, José Castelo Branco apagou da minha memória o meu sonho de menino que era ver a Pamela Anderson a correr na praia na série «Marés Vivas» em fato de banho vermelho, pois ele apareceu com um modelo rigorosa-mente igual naquele programa que a SIC transmite de uns saltos de tram-polim (pena que não seja para um chão de betão). «Splash« acho que é isso.

Se já tinha sido mau ver o Toy de fato do super-homem com um T em vez do S, ver o castelo Branco à «Marés Vivas» deixou-me maze-las para o resto da vida, apagou da minha memória a imagem da Pamela Anderson, só posso dizer que passei a ter insónias.

A Miss «Bumbum» (sim também há disso), qualquer dia há a Miss Orelha, nariz, “mamocas”, virilha, nádega esquerda e direita... Bom agora perdi-me, onde ia mesmo? Sim na Miss “Bumbum” que diz que Ronaldo a ameaçou de morte, não se sabe ao certo se a ia torturar com duas horas de madeirense, ou enfiá-la no buraco das contas da Madeira, ouvir os gritos da mãe Dolores ou a música da mana Cátia “obrigado mano” ou ainda o Alberto João Jardim a dançar samba. Não sabemos ao certo…certo é que todas elas, infligem grande dor e sofrimento.

Ruí Patrício, guarda-redes do Spor-ting, já deu mais voltas no mercado de verão, que uma sardinha no mer-cado do “Bulhão”, já foi do Benfica, do Porto, só falta vir como brinde no “Happy Meal” ou numa caixa de cereais “Chocapic”.

Nas Taças das Confederações as manifestações sucedem-se. Pelé até apelou ao povo brasileiro para deixar de protestar nas ruas e ir aos campos de futebol apoiar a seleção brasileira, agora vou explicar ao ex-jogador brasileiro:

Pelé se as pessoas não têm um euro para se deslocar nos transportes públicos, para comer, para educação ou para ir ao médico vão ter dinheiro para ir aos estádios?! E depois não queres que o Romário entre de pés juntos e diga que o Pelé calado é poeta e que só diz besteira - palavra retirada diretamente do dicionário brasileiro. (Podia ter retirado “longe para burro” mas não se adequava a este raciocínio!).

Bom Verão e não se esqueça das recomendações dos profissionais que estão nas praias para o proteger.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicaçã[email protected]

«Mestre é ouro em Castro Marim»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2013 | 27

DESPORTO

Decorreu a 22 e 23 de junho em Montemor-o-Velho o Campeonato Nacional de Pista onde o especial destaque vai para Pedro Lourenco, atleta do Grupo Desportivo de Alcoutim. O atleta sagrou-se vice-campeão Nacional em K1 1000 metros a escassas milésimas do titulo. Destaque também para todos os outros atletas que superaram cla-ramente os seus objetivos ao todos eles atingirem pelo menos uma final (13 finais em 14 possiveis). de realçar o 5º lugar colectivo, sendo ainda provisório pois os escalões mais velhos competem a meados de Julho.

A equipa de Infantis – atletas nasci-dos em 2000 – do Lusitano de Vila Real de Santo António sagrou-se campeã do Algarve e arrecadou o

melhor prémio do Torneio de San-tarém. É desta forma que a camada mais jovem do Lusitano se expressa no mundo do futebol. São também

muitas as esperanças da participa-ção desta equipa na «Copa Gua-diana» a decorrer à data de fecho de edição.

Resultados: 1000 metrosPedro Lourenço - K1 Iniciado -

Final A - VICE-CAMPEÃO NACIO-NAL

Andre Madeira - K1 Infantil - Final B -1ºlugar

Ricardo Martins / João Luis - K2 Infantil - Final B -4ºlugar

Andre Madeira / Bruno Ramos - K2 Infantil - Final A - 7ºlugar

João Melo / Ricardo Martins / Bruno Ramos / André Madeira - K4 Infantil - Final A - 4ºlugar

500 metrosBeatriz Ribeiros - K1 Iniciada -

Final B 9º lugar

Mariana Costa - K1 Iniciada - Final B - 8ºlugar

Joana Mestre - K1 Infantil -elimi-nada semi-final

Daniela Mestre / Barbara Teixeira - K2 Iniciadas -Final B

Mariana Costa / Beatriz Ribeiros - K2 Iniciadas - Final A 6ºlugar

Inês Vilão / Soraia Marques - K2 Infantil - Final B 9ºlugar

Filipa Simão / Joana Mestre - k2 Infantil - Final B 5º lugar

Joana / Filipa / Soraia / Inês - K4 Infantil - Final A 7ºlugar

Beatriz / Daniela / Mariana / Bárbara - K4 Iniciadas - Final A 4ºlugar

Pedro Lourenço é vice-campeão nacional de canoagem

Infantis do Lusitano campeões do Algarve e do Torneio de Santarém

À esquerda Pedro Lourenço no pódio a honrar Alcoutim

Camada juvenil está a granjear grandes expetativas no mundo desportivo

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«Mestre é ouro em Castro Marim»

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2013

Esta dica vai em especial para os mais pequenos que adoram dar largas à imaginação:«Usa os dois lados do papel quando estás a escrever ou a pintar. Assim o papel dura mais tempo antes de ir para o ecoponto azul».Hoje em dia em diversos suportes de comunicação podes ter acesso a informação importante acerca da importância de preservar o ambiente. Poupar no papel é, desde logo, um passo muito importante.

O Baixo Guadiana festejou o Santo António, o São João e, por último, o São Pedro. Muita alegria contagiou o território que não se demarca, pelo contrário, destas manifestações que em cada sítio se revelam à sua maneira.

Os bailaricos alegram muitos recantos e com o tempo quente tornou-se mais apetecível dar um pezinho de dança ao ar livre. E assim aconteceu um pouco pelos três concelhos do Baixo Guadiana.

A marcha da freguesia de Monte Gordo tem já mais de 15 anos de vida e é uma tradição que o presidente da junta não quer deixar cair “apesar das dificuldades financeiras”. Em 2012 não houve “por falta de verbas e porque não é fácil em época alta de turismo arranjar pessoas para integrarem a marcha”. Manuel António diz-se “satisfeito com a adesão” e conta-nos que no total a marcha dedicada aos pescadores contou com 20 crianças – a partir dos 6 anos - e 20 adultos.

Em Alcoutim saltou-se a fogueira de São João. Uma tradição recriada durante mais uma tertúlia «Palavra Sexta à Noite», na Casa dos Condes.

Por sua vez, de assinalar no concelho de Castro Marim o factos dos mastros terem vindo a ganhar cada vez mais adeptos. O concurso este ano foi ganho pela Junqueira. Como se tem evidenciado, os Santos são também muito populares no Baixo Guadiana.

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Centenas de pessoas renderam a sua homenagem ao homem da cultura António Rosa Mendes

Administração Regional de Saúde reduziu equipa médica e horário de atendimento em Alcoutim

Greve Geral de 27 de Junho foi expressão inequívoca de descontentamento dos portugueses com austeridade

Fogueira, mastros, bailaricos e marchas nos Santos Populares

sotavento algarvio

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