jbg fevereiro 2014

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 13 - Nº165 FEVEREIRO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Eurocidade do Guadiana: 1 ano, 100 atividades, aposta no futuro Vamos à descoberta das pessoas que compõem a comunidade do Baixo Guadiana. Heróis das suas vidas, seres individuais, com particularidades, gostos, hobbies ou missões; que se transferem de uma conversa intimista para as páginas do jornal. Debate sobre presente e futuro do desporto com projeção de maior dinâmica e mais estruturas Reforço na terapia da fala e na fisioterapia, com mais verba e mais horas Atribuída distinção nacional de «cidade de excelência» na mobilidade

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Edição de Fevereiro do Jornal do Baixo Guadiana

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Page 1: Jbg fevereiro 2014

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº165

FEVEREIRO 2014

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Eurocidade do Guadiana: 1 ano, 100 atividades, aposta no futuro

Vamos à descoberta das pessoas que compõem a comunidade do Baixo Guadiana. Heróis das suas vidas, seres individuais, com particularidades, gostos, hobbies ou missões; que se transferem de uma conversa intimista para as páginas do jornal.

Debate sobre presente e futuro do desporto com projeção de maior

dinâmica e mais estruturas

Reforço na terapia da fala e na fisioterapia, com mais

verba e mais horas

Atribuída distinção nacional de «cidade de excelência» na

mobilidade

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Não. Nunca ouvi falar. Considero que pode ser interessante de acordo com o que me diz que representa, mas penso que seria importante os jovens estarem mais a par desse tema e para isso considero essencial maior divulgação nas escolas.

Nome: Anabela RodriguesProfissão: Telefonista

R: Não tenho grande conhecimento acerca da Eurocidade, mas pelo que percebo servirá para o desenvolvimento da região. E sendo assim é um projecto positivo, concerteza.

Nome: Andreia CiprianoProfissão: Gestora de Cinegética

Após a eleição da nova direcção da Associação Nacional de Municipios têm vindo a ser tomadas posições que reflectem uma dupla preocupa-ção: a revisão da Lei das Finanças Locais de forma a dotar os municí-pios de recursos que lhes permitam atender em melhores condições às múltiplas solicitações que hoje lhes são colocadas, sobretudo em áreas de assistência social, dado o reflexo que as políticas de austeridade têm tido em amplos sectores da popula-ção, a par de uma maior descentrali-zação de serviços hoje concentrados no poder central ou delegados em correspondentes órgãos regionais sob a sua tutela, porque entendem e bem que a prestação de serviços de proximidade é mais eficiente e

com menores custos.Ora o que se tem até aqui verifi-

cado é um movimento no sentido inverso. Ou seja, uma gestão fun-dada em cortes sobre cortes, em centralização de serviços, decisões afastadas da realidade do País e das pessoas, traduzida no encerramento de delegações de finanças, de postos de correio, de serviços de saúde, tribunais, entre outros. Chega-nos agora a notícia do encerramento dos núcleos de apoio à agricultura em Aljezur, Alcoutim e Silves, bem como as extensões de Lagos e Mon-chique, ficando tais serviços con-finados a Portimão, Faro e Tavira. Sabe-se quanto importante é para uma agricultura do interior o apoio, o aconselhamento, para uma popu-lação envelhecida predominante-mente de pequena propriedade, cuja produção é maioritariamente para o seu auto sustento, que assim ficam sem meios de transporte, nem recur-sos correspondentes às suas neces-sidades. Abre-se mais um fosso no isolamento do interior o que por sua vez conduzirá ao natural abandono de importantes parcelas do País.

O que se verifica com a situação que ocorre na Escola Secundária

de Vila Real de Santo António que aqui já tínhamos dado conta e que motivou não só ao protesto de alunos e pais aos quais se associa-ram os Presidentes de VRSA e Castro Marim, face aos enormes atrasos nas obras em curso, o que motivou que os Presidentes de Câmara decidis-sem que alunos e professores deve-riam ocupar salas de aulas desde há muito em condições de serem utilizadas. Tal medida teve como resposta o autoritarismo centralista do Parque Escolar, fazendo regressar alunos e professores a improvisa-das salas de aulas em contentores degradados, sobre o pretexto que as novas instalações ainda não tinham sido objecto de fiscalização é, sob qualquer ponto de vista, inaceitável e profundamente desrespeitosa da população e de autarcas, cujo cargo resulta da sua eleição pelos eleitores dos respectivos concelhos.

Mas, neste plano infelizmente, os exemplos tendem a multipli-car-se. A forma arrogante como o Presidente do concelho de admi-nistração do Hospital Central do Algarve, estrutura que resulta de uma centralização de meios e servi-ços que correspondiam aos hospitais

de Faro, Portimão e Lagos, responde à carta que lhe foi enviada por 80% dos médicos que trabalham nos respectivos hospitais, alertando-o para a degradação de serviços que se está a verificar, preocupação a que se associaram os 16 Presidentes de Câmara do Algarve, é também um sintoma de autoritarismo auto satisfatório.

Comemora-se um ano da consti-tuição da Eurocidade do Guadiana, estrutura que integra os municípios de VRSA, Castro Marim e Ayamonte. Está aberto um desafio à comple-mentaridade de estruturas e ser-viços, a novos modelos de gestão, bem como à promoção destes ter-ritórios. Anuncia-se para Março a edição de um «Cartão do Cidadão» que permitirá, entre outras vanta-gens, beneficiar da frequência de equipamentos existentes em cada município como acesso a serviços de saúde. Trata-se de uma medida que ao chegar às pessoas lhes fornecerá uma maior informação e compreen-são sobre as vantagens que no futuro se podem abrir com base nesta estru-tura para os cidadãos e a economia dos respetivos concelhos. Será esse o seu principal desígnio.

Carlos Luis [email protected]

R: Sim, já ouvi falar, mas não estou bem dentro do assunto. Sobre esse assunto li algo, mas muito superficial. Deveria de haver maior promoção sobre a Eurocidade, nomeadamente através de sessões de escla-recimento junto das populações. Considero que é uma estrutura muito importante para dar escala e um impulso muito vantajoso para a nossa cidade.

Nome: Débora BonançaProfissão: Estudante

R: Sim, já ouvi falar da Eurocidade. Mas não estou muito informado sobre as ativi-dades que realizam.

Nome: Adriano FerreiraProfissão: - NR

ABERTURA

Tem conhecimento sobre a Eurocidade do Guadiana? Considera que é uma estrutura importante no Baixo Guadiana?

Ex.mo Senhor Director do Jornal do Baixo Guadiana,Quero agradecer por fazer a minha imagem chegar a todo o mundo, nomeadamente à Alemanha onde minha família leu minha entre-vista no jornal e ficou muito contente. Foi a melhor maneira da minha família saber de mim e da avó que sou. Mais uma vez muito obrigada pela oportunidade.

Maria Emília Pereira Rosa

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Eusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 3

CRÓNICAS

Num tempo em que somos sacudidos pela psicose das redes sociais, qual vento suão que nos abafa a racionalidade e a espiritualidade, os partidos de esquerda suam as estopinhas a esgrimir um argu-mentário estafado contra o Governo de Pedro Passos Coelho, porque o país apesar dos pesados sacrifícios infligidos aos portugueses está a recuperar como espelham todos os indicadores económi-cos com a despesa do Estado, em 2013, a ficar nos 5%, abaixo de todas as previ-sões, gostaria de reflectir sobre as praxes académicas quando estas desacreditam a sua função integradora e humilham estudantes universitários.

A tragédia da praia do Meco, na madrugada do dia 15 de Dezembro, em investigação, que tirou a vida a seis jovens, alegadamente no cumprimento

do ritual de praxe académica, deve levar-nos a pensar que mulheres e homens estamos a formar nas nossas universi-dades.

Tanto quanto conseguimos perceber, para explicar a tormenta que já fez correr rios de tinta e cobriu de dor e sofrimento seis famílias a quem o mar roubou os filhos naquela fatídica madrugada, é preciso ouvir o único sobrevivente da tragédia, João Miguel Gouveia, aluno de Informática de Gestão na Faculdade de Humanidades e Tecnologias da Uni-versidade Lusófona e líder da Comissão de Praxe daquela academia.

Tal facto não nos inibe de avaliar de modo sério e despido de quaisquer pre-conceitos as praxes académicas e a sua utilidade, mas também a responsabili-dade que assiste a quem as patrocina.

Do meu ponto de vista, as praxes académicas, quando realizadas civili-zadamente no respeito pela dignidade humana e pela integridade física e moral são positivas, pois contribuem para a inte-gração dos novos alunos no meio aca-démico e marcam, decerto, um período importante da sua formação pessoal e intelectual.

Todavia, quando as praxes ultrapassam os limites da decência e da razoabilidade, arrastando os caloiros para rituais acadé-micos violentos, que consubstanciam a humilhação e atitudes animalescas que colocam em risco a sua própria vida como parece ter sido o caso da praia do Meco, devem ser liminarmente proibidas e os responsáveis severamente punidos, pois o facto de terem superioridade moral ou qualquer outra, não lhes dá o direito de

atentar contra a vida dos seus colegas. Os problemas das praxes académicas

motivaram uma reunião entre as associa-ções de estudantes das universidades e o ministro da educação, Nuno Crato, para debater a questão e propor um Estatuto do Estudante, que sancione os abusos e excessos cometidos.

Compreendendo todas as acções levadas a cabo para combater a violên-cia sobre a integridade física dos estu-dantes nas praxes académicas, entendo que a questão é bem mais profunda, isto é, a situação de emergência e de perda da soberania financeira para a qual o país foi atirado em Abril de 2011, não é indiferente.

Hoje, os portugueses confrontados por um conjunto de dificuldades, que se pren-dem com uma enorme crise de valores,

uma acentuada quebra de rendimentos e a falta de emprego, faz com que estejam menos disponíveis para compreender e aceitar os sacrifícios impostos, ficando assim mais vulneráveis, sem tolerância e com uma maior disponibilidade para actos de violência.

É no mínimo surpreendente, se não criticável, a atitude de uma certa classe política em Portugal, que à boleia da vio-lência registada nas praxes académicas vem à liça demonstrar as suas preocu-pações, propondo projectos de resolução sobre a praxe académica no parlamento, quando são os mesmos que patrocinam e incendeiam atitudes reaccionárias e de desacato à ordem pública para fomen-tar a ingovernabilidade e o caos no país, entre eles o democrata e “pai da demo-cracia” Mário Soares.

Vítor Madeira

Em 1921 os governos sucedem-se à média impressionante de mais de um governo por cada dois meses, como se sucedem as sublevações, os escânda-los, os atentados à bomba ou a tiro. Um desses atentados visa o presidente do Ministério, António Granjo, que é assassinado na noite de 19 de Outubro. Embora a chefiar um governo liberal, Granjo vinha a ser frequentemente inju-riado por facções anticlericais extremis-

O piropo é, acima de tudo, uma forma de comunicação. E se o engate é uma “arte”, o piropo é a sua inicial expres-são.

Existem piropos para todos os gostos e emitidos pelos mais variados tipos de homens (e mulheres), sendo que o dito piropo e a forma como é proferido, nos podem dizer muitas coisas sobre o seu emissor.

“Ai menina, que me faz cair dos andaimes!”, não é, à partida, frase que seja dita por um oftalmologista.

que duas edições do semanário A Foz do Guadiana. Mas percebe-se que as posi-ções estão extremadas e que o assunto anima e sobressalta as pessoas nas ruas e nos salões da Vila.

Na edição de 11 de Setembro de 1921, um texto assinado por Arnaldo Freitas descreve a grandiosidade a que se elevaram as festas em honra de Nª Srª da Encarnação. Mas, concluído o panegírico, lamenta o articulista a ocor-rência infeliz de, no dia 4, decorrendo as festividades, se terem distribuído panfletos com um alerta aos liberais: «Está à vista a guarda avançada da seita jesuítica! Precavei-vos se tendes amor à

se tornam rudes e antipáticas quando confrontadas com robustos piropos.

Como deve então uma mulher enfrentar esse momento sem perder a sensualidade, a segurança e a boa disposição? Como podem as mulheres tolerar certas frases sem se tornarem antipáticas ou perderem a classe?

O mau humor, o ar ofendido e a falta de gratidão de muitas mulheres, costu-mam deixar-me estupefacta. Reagem a um piropo como alguém a quem é arrancado um pedaço, sem perceber que no fundo se trata, quase sempre e apenas, de um visceral elogio. Mulher

liberdade». Assim começa o texto, que conclui com um corrosivo poema de Junqueiro contra os jesuítas.

No número seguinte, num texto assi-nado por Alp. Salustio, retoma-se o tema. O articulista insurge-se com o facto de «o bispo do Algarve», logo depois das festas que se realizaram em Vila Real, se ter deslocado a Monte Gordo para escolher o local «onde deve ser edificada a nova igreja». Salustio, embora considerando «razoável que os católicos procurem dar expansão à suas crenças», acha «extra-ordinário que das fortunas dos católicos desta vila não tenha saído uma pequena parcela para auxílio da instrução ou do

que fique ofendida é porque não com-preende o rudimentar funcionamento de certos homens cujo cortejo adquire formas algo trogloditas. Mulher que responda mal ou fique indisposta para o resto do dia é porque não tem os níveis de confiança e amor próprio no lugar.

A verdade é que lidar com estas situ-ações com leveza e compostura é muito simples: se o piropo é de mau gosto, basta ignorar por completo e seguir caminho; se é um “clássico” inofensivo, um sorriso divertido de agradecimento fica sempre bem e deixa um rasto de

hospital», e que a construção do templo seja a preocupação dominante. Como pode, pois, o senhor Arnaldo Freitas estranhar «que se espalhassem no dia da procissão uns manifestos chamando a atenção do povo liberal para o carácter jesuítico dessas festas»?

Polémicas à parte, as Festas da Vila, como se pode ler em outro texto não assinado, foram de arromba e sem atro-pelos à ordem. Parece, pois, legítima a conclusão do articulista anónimo: «O nosso público, mais uma vez se prova, é por índole bom, respeitador e crente, qualidades estas próprias da raça portu-guesa que difícil será destruir.»

boa disposição; se é uma pérola de ori-ginalidade e graça, pode até guardar-se como uma boa memória. E mais: não é o facto de se aceitar o cumprimento com uma simpatia sorridente que torna quem o recebe numa presa oferecida. Pelo contrário, a atitude segura e agra-decida, faz os emissores entenderem que o assunto acaba ali.

E tudo isto me faz voltar muitos anos atrás no tempo e recordar uma noite em que, ao sair de uma discoteca em Espanha, um homem se virou para o Ricardo e lhe disse: “No puede ser, tanta suerte!”

tas, que o acusam de reaccionarismo e de se ter vendido à igreja. Numa cerimónia, poucos dias antes de ser assassinado de forma bárbara, é alvo de insultos enquanto se ouvem gritos de morte à reacção e aos jesuítas.

Em Vila Real de Santo António, apa-rentemente tão longe de Lisboa, o jornal A Foz do Guadiana mostra-nos como afinal as mesmas convulsões fazem agitar as águas locais. A igreja, de um lado, e os elogios à «oratória sagrada do Rev.º Baptista de Paderne»; os liberais, do outro, e os alertas contra a «guarda avançada da seita jesuítica».

A polémica não se prolonga por mais

“Anda cá que eu não te aleijo!”, demonstra uma falta de originalidade a toda a prova.

“Éh, gaja boa!!”, leva-nos a concluir muito pouco, excepto que a pessoa tem descaramento q.b. e deve estar bem disposta.

Mas o que me levou a escrever esta crónica, não foi divagar sobre espécies de piropos e quem os verbaliza, foi precisamente o oposto: perceber como as mulheres os recebem!

Talvez seja um mecanismo de defesa mas tenho constatado que, por vezes, até as mais bem educadas mulheres

Ana Amorim Dias

José Carlos Barros

Quando as praxes académicas custam a vida humana

Um Manifesto Liberal

“No puede ser tanta suerte”

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

Jovens estudam turismo, comércio e ambiente do Baixo Guadiana

Aulas de guitarra mantêm-se gratuitas em Alcoutim

Lucas: de Castro Marim para o mundo da Popota

Crianças do pré-escolar e 1.º ciclo recebem fruta gratuita na escola

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

A escola secundária em Vila Real de Santo António tem desde o início do ano letivo 2013/2014 um curso voca-cional que dá pelo nome «Turismo, Comércio e Ambiente». Trata-se de um curso de um ano para os alunos que estão a passar por uma fase de desânimo em relação à escola. Expli-ca-nos Margarida Marques, professora responsável pelo curso, que, tal como o nome indica, o mesmo “tem como objetivo ajudar os alunos a percebe-rem as suas vocações”. Mas este é também um espaço de encontro de jovens que procuram um ensino dife-rente. “Não temos manuais, embora cumpramos o programa para o 9.º

Depois da câmara municipal de Alcoutim renovar o acordo de cooperação com a Associação de Guitarra do Algarve (AGA) os jovens vão poder continuar a ter as aulas gratuitas. O apoio ascende ultrapassa os 14 mil euros e vai permitir o ensino da música a crianças e jovens, com base na guitarra clássica.

Desde que esta cooperação está estabelecida que o grupo de crian-ças e jovens que frequentam as aulas de guitarra, tanto em Alcou-tim como em Martim Longo, tem participado em vários encontros entre os polos algarvios, sendo que este ano tem já agendada a participação num encontro inter-nacional em Paris.

Formação e dinamização cultural

De acordo com o formador musical, Rui Martins, este projeto

O pequeno Lucas tem 6 anos, mas é já uma pequena grande estrela. Depois de participar num concurso da Popota, a famosa hipopótamo cor-de-rosa, foi um dos vencedo-res ao nível nacional e por isso uma das três crianças que com a ajuda de família e amigos tive-ram direito a participar numa sessão fotográfica com a Popota e a conhecida atriz Diana Chaves.

ano no que diz respeito às disciplinas base”. A responsável não tem dúvidas que cursos como este “fazem todo o sentido”. Aqui aprende-se mais sobre turismo, comércio e ambiente, sendo que há um esforço evidente de inte-grar os alunos no território do Baixo Guadiana – concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Experiência-pioneira

Este curso foi criado no ano letivo 2012/2013 e de forma quase pio-neira ao nível nacional abriu este ano em terras pombalinas. No entanto, o

tem evoluído “muito bem conse-quência da dedicação dos alunos ao estudo da guitarra”, e acres-centa que alguns, na Orquestra Juvenil de Guitarras do Algarve, já atuaram nos principais tea-

Depois de muitos votos e uma frase certeira Lucas e sua mãe rumaram até Lisboa para a 18 de Janeiro serem as estrelas do dia.

A sessão fotográfica Popostyle aconteceu, como não podia deixar de ser, em grande estilo! De Castro Marim para o mundo da Popota o pequeno Lucas é o orgulho do seu grupo de amigos, dos pais e restantes familiares.

facto de ser uma iniciativa que prima pela inovação acarreta algumas difi-culdades, tal como nos dá conta a esta diretora de turma. Conta-nos a docente que não está ainda definido o plano de estágio dos alunos, sendo que está atualmente a ser estabele-cida uma comunicação nesse sentido com entidas e empresas que podem ser potenciais locais de acolhimento dos jovens que na totalidade vão ter de realizar 210 horas de estágio nos três eixos do curso e pelo território. “Esta está a ser a nossa grande difi-culdade porque à parte de uma das alunas que está neste momento a frequentar um estágio na associação

tros da região, como o Teatro das Figuras e o Teatro Lethes, em Faro, ou o Centro Cultural de Lagos.

Por sua vez o vereador com o pelouro da cultura afirma que

“este projeto tem assumido uma grande importância no conce-lho, não apenas na formação dos nossos jovens, mas também ao nível da dinamização da vida cultural local”.

Odiana, em Castro Marim, os restan-tes ainda não têm lugar definido”. No total são cerca de 18 alunos entre os 15 e os 18 anos, sendo que na sua maioria são raparigas que fazem parte da pauta daquela turma.

Falta transporte

O maior obstáculo aos estágios está a ser a falta de transporte. “A frequência dos estágios está pre-vista que decorra em tempo pós-aulas e quando não há transporte para determinados locais mais distantes da escola ou das resi-dências dos alunos tudo se torna

A câmara municipal de Castro Marim iniciou em janeiro a distri-buição gratuita de fruta aos alunos do ensino pré-escolar e 1º ciclo do concelho. A autarquia recorreu ao «Regime de Fruta Escolar», o pro-grama comunitário promovido pelo Instituto de Financiamento da Agri-cultura e Pescas (IFAP).

No total são abrangidas 360 crian-ças entre os 3 e os 10 anos, sensi-velmente, alvo de uma distribuição diversificada de fruta; desde maçãs, bananas ou laranjas.

De acordo com a câmara municipal este é um investimento que ascende aos 4 mil euros e prevê a distribuição de fruta, nas escolas, duas vezes por semana, nomeadamente às terças e quintas-feiras, “contribuindo ati-vamente para a sensibilização das nossas crianças e respetivas famí-lias e a necessidade de cultivarem hábitos alimentares saudáveis que se traduzam num bom desempenho intelectual e num desenvolvimento físico adequados”.

mais complicado de resolver”. A docente mostra-se empenhada em tentar superar este problema, nomeadamente, num contacto mais incisivo junto das entidades que aco-lham estagiários “já que nem escola nem câmara municipal têm hipótese de disponibilizar meios para trans-portar os alunos”.

Ainda não é possível saber se para o ano este curso vai abrir novamente ou até mesmo se se vai prolongar pelos anos seguintes. “É tudo novo, agora o nosso maior empenho é estabelecer parcerias para os está-gios que devem iniciar em Maio”, esclarece a professora.

Pequeno Lucas fotografou divertido com Popota e Diana Chaves

Protocolo de colaboração entre autarquia e Associação de Guitarra do Algarve ascende aos 14 mil euros

Escola Secundária tem pelo primeiro ano o curso vocacional de 9.º ano dedicado ao Turismo, Comércio e Ambiente. Experiência pioneira mostra vantagens, mas também fragilidades. Responsável do curso faz de tudo para proporcionar estágio a todos os alunos em igualdade de circunstâncias, apesar da dificuldade de transporte.

Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 5

“Pesadelo” de escola secundária de VRSA com difícil fim à vista

EDUCAÇÃO

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António desaconselha a utiliza-ção das instalações da Escola Secun-dária de Vila Real de Santo António, tendo em consideração os resultados divulgados a 29 de Janeiro, da inspe-ção de urgência efetuada pela Autori-dade Nacional de Proteção Civil.

“Após duas semanas de espera, já temos nas nossas mãos o relatório que prova a falta de condições da escola e onde são apontadas dezenas de defici-ências graves em matéria de segurança contra incêndio em edifícios que nunca foram acauteladas pela Parque Esco-lar”, revela Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.

Entre outras deficiências, o relatório aponta a obstrução dos caminhos de evacuação dos edifícios, a ausência de condições de segurança de todos os contentores que atualmente funcio-nam como salas de aulas e refeitório, o deficiente funcionamento dos equi-pamentos de iluminação de emergên-cia e alarme em todos os edifícios, o armazenamento de líquidos e de gases combustíveis, a deficiente instalação e manutenção dos extintores de incên-dio, ou a inexistência de plantas e sinalizações de segurança.

“Este relatório tardiamente divul-gado reconhece o perigo para o qual há muito a autarquia e a associação de pais vinham a alertar e constitui uma vitória para o movimento de cidadania ao qual a Câmara Municipal se asso-ciou”, lembra Luís Gomes.

Tendo em consideração a falta de condições apontadas pelo principal organismo nacional responsável pela Proteção Civil, a autarquia de VRSA responsabiliza também, a partir de hoje, a Parque Escolar e o Empreiteiro por quaisquer acidentes que venham a ocorrer no recinto da escola ou nos contentores que já não apresentam níveis básicos de segurança.

O relatório agora divulgado resulta da inspeção de urgência solicitada pela Câmara Municipal de VRSA, no início de janeiro, à Autoridade para as Con-dições de Trabalho, à Proteção Civil, ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Educação por entender que os mono-blocos que atualmente se encontram a funcionar como salas, reprografia, papelaria, cantina e bar estão a colocar em risco alunos, professores e funcio-nários.

Parque Escolar retalia ocupação de salas de aula prontas

A 3 de Fevereiro o executivo muni-cipal vilarealense encabeçou um movi-mento a que se juntaram comunidade escolar e geral no sentido de ocupar as 21 salas de aula prontas. No entanto

um funcionário da «Parque Escolar» retaliou essa ocupação, travando a ocupação das salas de aula e devol-vendo aos contentores as mesas e cadeiras que autarcas, encarregados de educação e alunos tinham trans-portado para as novas salas. Depois disso houve uma manifestação à porta da escola promovida, mais uma vez, pelos pais, alunos, autarcas e comuni-

dade em geral. A manifestação contou com a cobertura mediática de vários meios de comunicação social nacional, nomeadamente, as televisões.

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de VRSA falou numa atitude de “burrocracia” da parte da Parque Escolar e afiançou que o município que lidera “não descansará enquanto os alunos não tiverem aulas em segu-rança”.

Na manifestação de dia 3 de Janeiro Luís Gomes anunciou que uma vez que o pavilhão desportivo da Escola Secun-dária também já se encontra concluído

e pronto a utilizar, a autarquia de VRSA irá deixar de facultar as suas infraes-truturas desportivas municipais para as aulas de educação física, medida que estava em vigor há três anos e que já representou para a Câmara Munici-pal um encargo na ordem dos 150 mil euros. Para o autarca “não é razoável que os alunos tenham de continuar a percorrer mais de um quilómetro para

fazer aulas de educação física quando temos uma escola com um pavilhão e com campos desportivos já terminados e prontos a utilizar”.

Edil de Castro Marim condena atitude de «Parque Escolar»

O presidente da câmara municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, juntou-se à manifestação. Indignado, o autarca castromarinense considera inaceitável tal comportamento da Parque Escolar e do Ministério da

Educação que, tendo prontas a uti-lizar as novas salas de aula da escola da cidade pombalina, obrigam que um milhar de alunos dos concelhos de Vila Real de Santo, Castro Marim e Alcoutim continue alojado em contentores, sem condições para a prática do ensino.

Francisco Amaral diz-se “solidário” com as manifestações e garante estar

atento ao desenrolar da situação.

Alunos testemunham “perigo”

À porta da escola o JBG recolheu diversos testemunhos de alunos e a maioria não se furtou a lembrar os episódios mais marcantes que têm vivido ao longo dos últimos anos nesta escola. Desde “água nos pés quando chove” até “portas tranca-das por dentro”. Foram já vários os sustos vividos pelos jovens que estão “desejosos de ver as aulas transferi-

das para as novas instalações”. A associação de pais liderada por

Ernesto Ramos também promete “não arredar pé desta luta”. Em declarações ao JBG, Ana Silveira, diretora do agrupamento de escolas de VRSA, está confiante que no início do mês de fevereiro os alunos vão ser transferido para as novas salas. “Já tiveram lugar as vistorias às salas novas e acreditamos que está para muito breve esta transferência que tanto desejamos”.

Atraso e obra tem três anos

A requalificação da Secundária de

VRSA, em funções desde 1963, foi integrada no Projeto de Modernização das Escolas Secundárias, promovido pela tutela e desenvolvido pela EPE. A empreitada foi orçamentada em 12 milhões de euros, tendo como dura-ção prevista de execução o prazo de dezasseis meses.

As intervenções deveriam ter ficado concluídas no final de 2011, mas a falta de pagamentos ao empreiteiro, os processos de redução de custos durante a obra, bem como o atraso na emissão de ordens de execução – por parte da Parque Escolar – provocaram o atraso das obras e a paragem dos trabalhos durante quase um ano.

Além dos estudantes de VRSA, a

Escola Secundária recebe os alunos do ensino secundário provenientes dos concelhos vizinhos de Alcoutim e Castro Marim.

PCP diz que é “inadmissível”

Também o PCP se juntou a esta manifestação global. O deputado Paulo Sá, eleito pelo círculo de Faro já visitou a escola e em comunicado diz que “é inadmissível que o bloco F (instalações desportivas) esteja con-cluído, mas continue encerrado, ao mesmo tempo que as aulas práticas de Educação Física não se realizam. É inadmissível que o bloco C (salas de aulas) esteja parcialmente concluído, mas não seja disponibilizado, pelo que os alunos continuam a ter as suas aulas em contentores”.

Em nota às redações o PCP afirma que “o arrastamento deste processo – que responsabiliza diretamente o Governo e os partidos , PSD e CDS, que o suportam - com elevados prejuízos para esta comunidade escolar, tem vindo a merecer a denúncia do PCP que no seguimento de diversas visitas efectuadas à escola já colocou o pro-blema ao Governo, à Assembleia da República e à Câmara Municipal”.

A degradação dos contentores é visível. A indignação é generalizada na comunidade do Baixo Guadiana

Depois de na edição de janeiro termos anunciado que a câmara municipal de Vila Real de Santo António iria ocupar as salas de aula da escola secundária já vários os episódios decorreram. Mais recentemente foi divulgado um relatório da Proteção Civil que denuncia o perigo em que decorrem as aulas naquela escola que acolhe alunos do 3.º ciclo e ensino secundário.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Irene de Figueira

La tarjeta de eurociudadano: una realidad próxima

Tiempo de Carnaval en Ayamonte con la novedad del coro

La Eurociudad del Guadiana sigue trabajando para conseguir su principal objetivo: Eliminar las barreras transfronterizas y agru-par servicios para que puedan ser utilizados por los ciudadanos de los municipios que forman el Ente

Llegados al mes de Febrero, llegan puntuales los Carnavales. Esta trai-ción, típica en todos los rincones de España, tiene en Andalucía un expo-nente singular, con sus Comparsas, Chirigotas, Coros… Dice la tradición que el Carnaval es la oportunidad que tiene el pueblo de utilizar la sátira y el disfraz para criticar de manera divertido aquello que no nos gusta, y reírse hasta de nosotros mismos si hace falta.

En Ayamonte, se reúnen un buen grupo de Comparsas Chirigotas y, por primera vez, un Coro, en las Fiestas del Carnaval que darán comienzo el 1 de febrero con la presentación de los actos, y finalizando el 9 de marzo, “domingo de piñatas” con la entrega de premios a los mejores participan-tes del Carnaval.

El teatro Cardenio de la localidad Ayamontina es, junto con la Calle Enrique Villegas Vélez y el Audito-rio Amador Jiménez, el principal escenario de los actos que organiza la ACA (Asociación de Carnavale-ros de Ayamonte), la organización vecinal que se fundó en el año 2009 como apoyo al Ayuntamiento para la organización del carnaval, y que es la encargada de todo el proceso de estas divertidas fiestas en los últi-mos años.

Nos reunimos con Francisco Javier Sánchez Gómez, “Chanchi”, quien nos ayuda a entender un poco más la historia y desarrollo de los Car-navales de la localidad transfronte-riza. “Chanchi”, junto con Emilio Flores Mestre, son los creadores e impulsores de una página web: www.carnaval-ayamonte.com dedicada a la divulgación de todo lo que concierne a estas fiestas popu-lares y que sirve para seguir la actu-alidad carnavalera desde cualquier parte del mundo. Además, “Chanchi” es el director de una Chirigota que este año lleva por nombre “Los cho-rizos al Infierno” y que participará junto con otras en el Concurso Local de Agrupaciones.

Para participar en el Carnaval de Ayamonte, los únicos límites son la

creado hace un año.En estos momentos, los miem-

bros de la comisión de la Euro-ciudad están trabajando en la elaboración de una Tarjeta de Eurociudadano, que permitirá obtener descuentos en determi-

imaginación para componer e inter-pretar las letras (y eso lleva unos buenos meses de preparación...) además de aquellos que están esta-blecidos en las normas del Propio Carnaval.

Este año, participan en el Carnaval siete Chirigotas, dos comparsas y una Chiricomparsa callejera. La principal novedad en 2014 es la actuación por vez primera de un Coro (Dueños de la Calle), que ha despertado bastante expectación ante los Ayamontinos que, sin duda volverán a volcarse un año más con sus fiestas más atrevidas y divertidas.

Especial interés tiene el Gran des-file de Cabalgata, el día 2 de Marzo, ya que desde principios de los años 80 es conocida por toda Andalucía, por su elegancia y creatividad de los disfraces y carrozas.

Los Protagonistas

Comparsas: Grupo Carnavalero que canta temas más poéticos, más “serios” aunque también críticos.

- Chirigotas: Grupo Carnavalero que canta y escenifica temas con más humor y con crítica más directa.

- Coro: Los coros son más grandes y llevan más instrumentos musicales. Al igual que las comparsas y chirigor-tas interpretan presentación, cuplés y popurrí pero sustituyen los pasodo-bles por tangos, composición genuina de esa modalidad. Son los únicos que cantan tangos aunque también cantan otros tipos de coplas.

- Corte infantil y juvenil con sus correspondientes reinas del carnaval, Carnavalero del Año y Pregonero/a: Los distintos protagonistas del Car-naval elegidos por la ACA.

El Dato

El presupuesto aproximado para una Chirigota puede rondar los 4.500 euros que se recaudan durante todo el año y que sirven para costear el “atrezzo” y puesta en escena de los participantes del grupo. Las compar-sas tienen un gasto superior.

nados servicios de salud así como usufruir de diversos equipamien-tos deportivos y culturales.

Este tipo de tarjeta ya existe en la otra Eurocidad de Chaves-Verín, situada al norte de País; es gratuita, y a través de ella, los

ciudadanos de ambos municipios pueden por ejemplo acceder direc-tamente a las respectivas bibliote-cas municipales, o tener acceso a las acciones formativas organizadas por ambos ayuntamientos.

Además, la Eurociudad del

Guadiana, trabaja para mejorar la movilidad entre los tres municipios, por lo que la creación de esta tar-jeta será sin duda una importante noticia para los ciudadanos de Aya-monte, Castro Marim y Vila Real de Santo Antonio.

Primer premio Chirigotas del Carnaval 2012

Lubina a la ayamontina Recetas Ayamontinas

Ingredientes para 4 personas: * 6 Lubinas de 1/4 Kg. cada una;

* 150 g. de jamón;

* 1/2 Kg. de cebollas;

* 1/2 Kg. de patatas;

* 4 dientes de ajo;

* 1 vasito de vino blanco;

* sal, perejil y pimienta.

Preparación

Limpiar y sazonar las lubinas, le echamos pimienta y rellenamos de jamón serrano. Poner en una placa de horno un poco de aceite, cebollas, ajos, tomate y perejil picados. Colo-car sobre este preparado las lubinas e intro-ducir al horno. Una vez doradas se riegan con vino blanco, sacándolas con cuidado cuando estén hechas. Pasar por un pasapurés la salsa, cubriéndolas.

Servir con patatas al vapor.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 7

LOCAL

A bandeira de excelência foi hasteada junto à fachada da câmara

O autocaravanismo é cada vez mais uma prática turística no Baixo Guadiana

No espaço fronteiro à fachada da câmara municipal de Vila Real de Santo António, na Praça Marquês de Pombal, foi hasteada mais uma bandeira. Desta vez verde e o com o orgulho da mobilidade. Trata-se da «Bandeira de Excelência», um galar-dão que pretende distinguir a evolu-ção positiva ao longo dos anos que o município pombalino tem sofrido no que toca às acessibilidades dos cidadãos.

Paula Teles, presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, destacou em terras pombalinas “o trabalho pioneiro que Vila Real de Santo António tem desenvolvido no melhoramento das acessibilidades e mobilidade, sendo um exemplo de sucesso e pioneirismo ao nível

A sessão foi promovida pelo exe-cutivo da câmara municipal de Castro Marim, liderada por Fran-cisco Amaral, e teve como grande objetivo ouvir os castromarinen-ses sobre esta temática de grande acuidade, procurando encontrar as melhores soluções para o par-queamento de autocaravanas no concelho. Trata-se de um meio para combater “o parqueamento selvagem, designadamente, junto à frente de mar de Altura, ouvindo os munícipes sobre as formas de solucionar este problema, entre as quais, a possibilidade de insta-lação de uma área específica para autocaravanas”, explicou a câmara em comunicado. Ainda de acordo com o município “não obstante a

nacional”. A responsável falou mesmo em “compromisso público e de cidadania”, referindo-se à rede de ciclovias criadas no município e que atualmente representa mais de 30 quilómetros e na requalificação e pedonalização de múltiplos espaços urbanos.

VRSA integra rede pioneira

Através deste reconhecimento, VRSA junta-se ao grupo de muni-cípios pioneiros que integra uma rede nacional que desenvolve um programa estruturado de abolição das barreiras arquitetónicas, dando assim seguimento aos planos local e municipal de promoção de aces-

existência de duas áreas de serviços para autocaravanas no concelho, em Castro Marim e Almada D’Ouro, verificam-se inúmeras situações de parqueamento selvagem, um pro-blema que importa resolver, através da criação de um parque de aco-lhimento com infraestruturas que permitam o abastecimento de água e a descarga de esgotos e, ainda, o ordenamento da área urbana”.

Na sessão teve lugar a apresenta-ção de estudos acerca do fenómeno do autocaravanismo na região do Algarve e do seu impacto na econo-mia local ao nível do ordenamento, bem como, a apresentação de solu-ções passíveis de desenvolver, com-paginando as questões técnicas e os custos inerentes à sua execução.

sibilidade. “Esta distinção coloca igualmente em destaque a aposta do município nas políticas de «mobi-lidade para todos» que levaram à criação da brigada «Passo a Passo», um projeto de proximidade que, desde 2010, procede à correção dos problemas de mobilidade em todo o concelho», explicaou já Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.

De referir que o programa «Rede de Cidades e Vilas de Excelência», coordenado pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, tem como objetivo estabelecer uma plataforma de partilha de experiências e de exem-plos de boas práticas urbanas, promo-vendo um desenvolvimento integrado e sustentável do território.

VRSA distinguida como «cidade de excelência» em matéria de mobilidade

Câmara Municipal de Castro Marim quer ordenar autocaravanismo

O Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade distinguiu recentemente o município de Vila Real de Santo António como «cidade de excelência». Trata-se de um galardão pelo trabalho de melhoramento da mobilidade em que o executivo liderado pelo social-democrata Luís Gomes tem apostado.

No passado dia 1 de Fevereiro decorreu no Centro Escolar de Altura uma sessão pública dedicada ao autocaravanismo. São cada vez mais os turistas que escolhem o Baixo Guadiana para passar temporadas com as suas autocaravanas, desfrutando do clima e da cultura deste território. As lacunas no ordenamento deste turismo são alvo de discussão para serem ultrapassadas.

Pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade

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Tiago e Ana: terapias alternativas para saúde do corpo e mente

Susana H. de Sousa

Os olhares de João Conceição pairam por muitos espaços. Desde a Internet, sobretudo o facebook, as páginas dos jornais, inclusivamente capas, e é inimaginável a quantidade de fotografias que o seu computador compila quase em género de diário de uma vida. Uma vida presa à máquina fotográfica que não é longa, pois apenas tem três anos de idade. Mas falamos de amor e quando assim é sabe-se que é intenso.

Este jovem de Monte Gordo desenvolve um hobby que lhe ocupa muitas horas de uma rotina que ao fim ao cabo não é previsível. Estar no sítio certo à hora certa é a premissa do seu desempenho, mas se se pode tratar de um episódio agen-dado também pode muito bem ser algo completamente em «cima da hora» como mandam as regras do fotojornalismo. João lembra-se perfeitamente de umas fotografias que uma rádio nacional lhe pediu para fazer. “Assim de repente toca o telefone. Era para fazer as imagens de uma tragédia que teve lugar na Quinta do Sobral, em Castro Marim. Poucos minutos depois as imagens já estavam no site!”.

Ao longo do tempo o amor pela fotografia tem crescido dentro do coração de João que também tem tido a hipó-tese de ir evoluindo no equipamento dos seus cliques. As máquinas vão sendo melhores e as imagens atingem maior perfeição.

Por onde passa João Conceição fica com a impressão na sua máquina digital. E muitas vezes é generoso e publica as imagens para todos verem. “É curioso que quando revejo as imagens lembro-me perfeitamente do que senti na altura em que as fiz; às vezes momentos bons e outros menos bons…”.

O concelho de Vila Real de Santo António é aquele onde está mais presente devido à proximidade, mas o Algarve vai sendo cada vez mais palco para este amante da fotografia. “Lembro-me que comecei graças ao impulso do jornalista Manuel Luís, do Algarve Press, e de Horácio David, da rádio Gilão, que desde sempre são daquelas pessoas graças a quem tenho feito muitos trabalhos”.

Uma das coisas que destaca desta prática fotográfica é “o facto de conhecer pessoas e lugares que de outra forma seria muito difícil”. João Conceição já amealha diversas situações que marcarão para sempre a sua memória. “É o caso de um concerto de Miguel Ângelo em Loulé onde estava difícil entrar porque não tinha qualquer credenciação, mas onde demonstrei que queria muito fazer fotografias e onde acabei por as fazer e ainda por cima enviar a pedido da esposa do cantor que as destacou como as melhores da noite…”. Orgulho e espírito de sacrifício marcam o discurso de João Conceição que já nos habituou à sua presença na vida política, social e cultural do Baixo Guadiana, na esmagadora maioria das vezes a título voluntário.

Conciliar família, trabalho e hobbie

João Conceição e a máquina fotográfica: momentos

inseparáveisComeça por «F» o nome do amor

de que nos fala João Conceição. É a fotografia e neste campo há já algum tempo a esta parte que a sua presença

para reportagens fotográficas vai sendo uma constante também no Baixo Guadiana. Não é (ainda) o seu «ganha-pão», mas um hobbie a que se dedica

incondicionalmente.

Ao contrário do que possa à primeira vista parecer pela sua constante presença o trabalho de João não é a fotografia. O seu «ganha-pão» é uma empresa que tem em sociedade com o irmão. “Depois da crise da construção civil avançámos para os pequenos serviços domésticos”. A fotografia vem nas horas livres. Conciliar tudo isto com a família, para João, pode ser fácil. A solução que encontrou foi levar a esposa para muitos dos eventos e às vezes os filhos de ambos. “Vamos dar um passeio! Eu faço as fotos e eles assistem”, diz-nos graciosamente.

Um dia se for possível viver da fotografia será “um dos dias mais felizes” da sua vida. Para já esse dia é apenas uma miragem. Mas como nos transmite «o caminho faz-se caminhando» e João Conceição garante que está pronto para muitos desafios.

A vida dos outros interessa ao olhar deste fotógrafo amador que está atento às vidas mais difíceis, mas também às alegrias quotidianas

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Ana e Tiago são nómadas… Ou, melhor, eram nómadas até descobri-rem com afinco o Baixo Guadiana. Desde há cerca de um ano que estão por estes lados e nesta fase decidiram mesmo assentar por cá. Jovens, pais de três crianças estão num espírito comunitário a envolver-se pelo terri-tório e são já várias as experiências que nos podem contar. Para já ficámos a saber que vão fixar-se depois de uma experiência “muito enriquecedora na Quinta da Fornalha”, em São Barto-lomeu do Sul. Naquela unidade de agroturismo passaram algum tempo num regime de trabalho em troca de alojamento até que acabaram por arrendar uma das sete casas ali dis-poníveis.

Ana é psicóloga clínica de formação e dedicou-se à especialização de tera-pias que ajudam a combater medos, fobias, stress e outros obstáculos a uma vida saudável. Tiago é professor de Pilates e desenvolve meditação e rela-xamento com as vibrantes taças tibeta-nas. Técnicas terapêuticas para a alma e para o corpo que muitos já conhecem e comprovam a sua eficácia. O casal considera que tem a missão “de devol-ver a felicidade aos outros”. Tivemos oportunidade de assistir a uma sessão de Yoga do Riso que desenvolvem há algum tempo a título voluntário na Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim. Os utentes foram unânimes em afirmar que se sentem “mais leves”, com “menos dores”, “mais calmos”. Para este casal contribuir para estes efeitos “é a melhor recompensa”.

Viver longe do stress

A opção de viverem distantes de uma vida de stress foi tomada com convicção e tanto Ana como Tiago garantem que esta foi “uma aposta ganha”. Conseguem impor por onde passam tanto a alegria como a sere-nidade. Na sessão de yoga do riso, por exemplo, tanto Ana como Tiago permitem a passagem de momentos de euforia para o relaxamento total. “As pessoas procuram cada vez mais estas terapias para recuperar equilí-brio emocional, paz interior e alegria”. Ana não tem dúvidas que no Baixo Guadiana vai conseguir “ser feliz na sua profissão sempre focalizada na ajuda ao próximo”. Apesar de ter um preço de tabela para as suas terapias ambos garantem estar sensibilizados para o facto de que “muitas pessoas sem possibilidades financeiras pre-cisam de ajuda”, por isso, afiançam, quando assim é “cada um dará o que pode”. Este espírito comunitário tem feito com que a sua integração seja mais facilitada e graças a isso já vão tendo uma carteira de clientes por cá, para além dos já fiéis clientes por outras partes do Algarve, em Lisboa e Coimbra.

Aliás, foi em Coimbra que este casal teve a oportunidade de frequentar a «Escola do Riso» e aí aprender muitas das técnicas aplicadas nas terapias.

“Desde criança que me recordo de querer uma profissão que passasse pela ajuda às pessoas. Idealizava uma

casa com uma farmácia”, conta-nos Ana é também hipno terapeuta clínica, formada pela Escola Britânica de Hipnose Clínica (LCCH). Há 18 anos que está nesta sua “missão”. Gosta de lembrar que “muitas vezes as pessoas não estão deprimidas, mas sim distraídas”, salientando que “cada vez mais chega-se à conclusão que as doenças físicas têm uma causa emocional, que pode vir de um ressentimento, um perdão que não foi feito. É preciso as pessoas libertarem-se disso”, exorta.

Futuro

O futuro para Ana, Tiago e seus três filhos vai passar pelo Baixo Guadiana. O projeto da sua vida passa por terem um espaço próprio para desenvolverem o seu trabalho. No presente já são várias as solicitações que vão tendo e garantem não baixar os braços, apesar das dificuldades que vão encontrando em tempos de crise financeira global.

Tiago e Ana: terapias alternativas para saúde do corpo e mente

Há terapias alternativas que cada vez mais são também

a via procurada por muitos dos que

querem recuperar saúde emocional,

psicológica e física. Descobrimos um casal

que se complementa na oferta diferenciada

e que transportou o seu saber para

o Baixo Guadiana. Dedicam-se também

ao voluntariado na ajuda a quem mais

precisa.

Vamos à descoberta das pessoas que compõem a comunidade do Baixo Guadiana. Heróis das suas vidas, seres individuais, com

particularidades, gostos, hobbies ou missões que se transferem de uma conversa intimista para as páginas do jornal.

O Yoga do Riso que Ana leva aos utentes da Santa Casa de Castro Marim fazem autênticos milagres a estes idosos

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LOCAL

Durante os próximos seis meses os moradores do Sertão de Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, vão assistir à cons-trução da segunda e quinta fases da obra das redes de saneamento e distribuição de água. Em comu-nicado a autarquia explica que se trata da continuidade das interven-ções iniciadas no ano de 2008. As obras que se seguem representam um valor de 800 mil euros, num total de 5 milhões, e deverão estar finalizadas no final de Junho.

“Com esta intervenção, toda a zona do Sertão de Monte Gordo ficará 100% coberta com novas redes de água e esgotos, concluin-do-se assim uma das maiores obras já realizadas nesta localidade”, pode ler-se na nota de imprensa à reda-ção. A câmara esclarece que “para minimizar os incómodos colocou equipas na rua a distribuir informa-

No início de Janeiro mais de 40 candeeiros de iluminação do jardim da Colina do Revelim de Santo António, em Castro Marim, foram vandalizados durante uma noite. A autarquia fez queixa às autoridades e denunciou pubicamente o que considera ser um alegado roubo de cobre.

Num comunicado à imprensa o município mostrou-se lesado “em milhares de euros” e frisa que este ato ilegal levou à “destruição do património”. “Esta ação criminosa perpetrada pelos amigos do alheio contra a iluminação pública daquela estrutura mili-tar mandada construir por D. João IV, um dos mais belos elementos do património histórico da vila, está estimada em milhares de euros de prejuízo”, oficializa o gabinete de comunicação.

Recorde-se que a Colina do Revelim de Santo António, com uma localização privilegiada junto à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/ Vila Real de Santo António, foi recentemente objeto de uma intervenção de reabilitação da autoria do arquiteto José Alberto Alegria, que teve por finalidade transformar a colina do Revelim num espaço de lazer e cultura.

Foi aprovado em reunião de câmara um protocolo entre a Associação Cumeadas e a Câmara Municipal de Alcoutim, para garantir o desenvolvimento de ações no âmbito da conservação e valorização do património natural e florestal, designadamente a manutenção de uma equipa de Sapadores Florestais. Segundo o protocolo, a autarquia de Alcoutim apoiará a Cumeadas com 10 mil euros anuais, investidos em ações de silvicultura preventiva, que reduzam o risco de incêndios, ações de vigilância de incêndios e apoio ao combate (primeira intervenção, ações de rescaldo e vigilância após o rescaldo) e ações de sensibilização das populações.

Cumeadas: desde o ano de 2000 a apoiar produção florestal

Recorde-se que a associação Cumeadas está sediada na aldeia do Pereiro e apoia, desde 2000, os produtores florestais alcoutenejos, sendo a sua principal missão dinamizar o investi-mento sustentável em Alcoutim, procurando descomplicar os projetos de desenvolvimento. A Cumeadas é hoje, também, um parceiro na defesa da floresta e dos seus recursos e na gestão e ordenamento do seu território.

ção para esclarecer as populações sobre as ruas afetada”, sendo que a obra vai ser “efetuada de forma gradual, tendo sido preparado um cuidadoso planeamento para garan-tir o acesso às habitações e estabe-lecimentos comerciais”.

Obras financiadas por Quadro Comunitário

De acordo com o departamento de relações públicas da câmara “estes trabalhos fazem parte de um conjunto de operações inseridas no Programa Operacional Temático de Valorização do Território (POVT) e desenvolvidas ao abrigo do Quadro de Referência Estratégica Nacional”. No concelho de VRSA durante o ano de 2014, vão ser levadas a cabo diversas intervenções para expandir os sistemas atuais de saneamento e abastecimento de água. “Desta

forma, o município dá cumprimento às exigências das Leis Comunitárias, protege os aquíferos e melhora a sua qualidade ambiental, garan-

tindo à população a construção de um futuro mais sustentado e com mais qualidade de vida”, remata a nota de imprensa.

Um milhar de moradores beneficia de obra de cinco milhões de euros em água e saneamento

Roubo de cobre em Castro Marim representa milhares de euros de prejuízo

Autarquia de Alcoutim investe na prevenção de incêndio com apoio a Cumeadas

Empresa Municipal SGU anunciou que as obras no Sertão de Monte Gordo vão ter lugar, sensivelmente, até o próximo mês de Julho

Foram vandalizados 40 candeeiros no Revelim de Santo António

Associação Cumeadas está sediada na localidade do Pereiro

A 9 de janeiro foi assinado um protocolo entre a associação Cumeadas e a câmara municipal de Alcoutim em que a autarquia investe 10 mil euros no combate a incêndios.

Sertão de Monte Gordo em VRSACâmara Municipal de Castro Marim repavimenta acesso à Praia Verde

Atenta à necessidade de garantir uma política de infraestruturas viá-rias de qualidade e segurança para os residentes, mas também para quem nos visita, a Câmara Municipal de Castro Marim lançou concurso para a empreitada de repavimentação do acesso à Praia Verde.

A intervenção visa a repavimenta-ção do piso danificado e a remoção das raízes das árvores existentes junto às bermas das faixas de rodagem, que são em grande parte responsá-veis pela degradação acentuada do mesmo.

O custo da obra de acesso a uma das praias mais frequentadas do sotavento algarvio, candidata ao galardão bandeira azul em 2014, está estimado em 90 mil euros e um prazo de execução de um mês.

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LOCAL

Foi convidada como palestrante a médica neurologista Isabel Valente do Hospital Central do Algarve. A especialista alertou para a neces-sidade de preparar a velhice e de cultivar hábitos de vida saudáveis, observando que o declínio cognitivo começa a partir dos 30 anos e que os fatores de risco como a diabetes, a hipertensão ou o tabagismo são os grandes responsáveis pelos qua-dros de demência. Fez, igualmente, uma caracterização científica do Alzheimer, apontando os comporta-mentos e as angústias dos doentes que vivem com esta doença neuro-degenerativa e salientando a impor-tância do diagnóstico precoce e a tomada de consciência da mesma.

A Câmara Municipal de Alcoutim apro-vou um reforço dos serviços gratuitos de fisioterapia e terapia da fala no con-celho. Mais horas de atendimento das especialidades para a população em geral num apoio anual de cerca de 40 mil euros protocolados entre o muni-cípio e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim. Esta verba destina-se também a abran-ger cuidados de enfermagem.

Cobertura completa no território

De acordo com o serviço de relações públicas da câmara existe uma “cober-tura completa” no concelho no que diz respeito à fisioterapia, sendo uma valên-cia prestada por dois fisioterapeutas. “São agora abrangidos pelos cuidados de fisioterapia os utentes dos Centros de Dia de Vaqueiros e Martim Longo e dos Lares de Alcoutim e Balurcos, a população em geral e ainda, através de cuidados ao domicílio, doentes cuja condição não lhe permita a deslocação. O objetivo é facilitar o acesso a estes cuidados de saúde, melhorando a inde-pendência funcional e a qualidade de vida de todos os doentes”, concretiza a autarquia em comunicado.

Terapia da fala para população em geral

No que diz respeito à terapia da fala que começou por se dirigir a crianças e jovens a frequentar infantários, edu-cação itinerante e escolas do concelho, “ganhou agora maior capacidade para responder a outras situações já referen-ciadas na população em geral”, nota o município em comunicado.

Os idosos que vivem sozinhos ou iso-lados estão a ser alvo de uma campa-nha de segurança levada a cabo pela Guarda nacional Republicana (GNR) que dá pelo nome «Operação Censos Sénior 2014».

Trata-se de uma campanha nacional que tem como objetivos atualizar o registo dos idosos que vivem sozinhos e/ ou isolados e identificar novas situ-ações, informando as entidades com-petentes, nomeadamente a Câmara Municipal, das situações de potencial perigo. Durante a operação estão a ser levadas a cabo ações de sensibi-lização para que a população idosa adote comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se

Os formandos do curso de empreendedorismo e animação cultural promovido pela fundação da Juventude, e ministrado na Odiana, levou no passado dia 20 de Janeiro animação ao lar de Castro Marim. Tratou-se de uma manhã com música e baile com o voluntariado do grupo «+2» e muitos jogos e convívio à mistura.

Os formandos e formador mostravam-se satisfeitos com a atividade. Luís Santos formador, garante “que iniciativas destas são para repetir sempre que possível”, dizendo-nos que se trata sempre de “uma oportu-nidade para quem está no desemprego elevar a sua auto-estima e contacto com a comunidade”.

Fisioterapia tem novos horários

Os horários de atendimento ao público do serviço de fisioterapia sofre-ram alterações:

Em Martim Longo, as sessões decor-rem no Centro de Fisioterapia, agora às segundas, terças e quartas-feiras, entre as 16h00 e as 19h00, e às quintas-feiras, entre as 10h30 e as 13h30.

Na vila de Alcoutim, as sessões têm lugar na sala de fisioterapia do Lar de Idosos, às terças e quintas-feiras, entre as 15h00 e as 18h30.

Para usufruir deste serviço os municí-pes devem dirigir-se à Divisão de Ação Social, Saúde e Educação da Câmara Municipal de Alcoutim e levar compro-vativo de residência no concelho e uma declaração do médico de família a com-provar a necessidade do tratamento. Mais informações - 281 540 500 ou [email protected].

tornarem vítimas de crimes.

«Residência segura»

Durante a operação está a ser divul-gado o programa «Residência Segura», com o intuito de motivar a população idosa ao preenchimento de uma «ficha de residência» que permite recolher os elementos necessários para ela-boração do mapa da região, com a localização georreferenciada de todas as residências aderentes ao projeto. O objetivo é que a GNR direcione de forma mais eficaz os seus recursos humanos e materiais, aplicando-se o policiamento de pro-ximidade e segurança comunitária

como modelo de policiamento, para que a população aderente ao pro-grama consiga identificar cada um dos militares responsáveis pelo pro-grama, possibilitando uma melhor troca de informações, aumentando assim o sentimento de segurança.

Anterior operação sinalizou idosos em risco

No concelho de Alcoutim, a GNR está a desenvolver esta operação através dos militares colocados nos postos de Alcoutim e Martim Longo. Nas ações anteriores, a Operação Censos Sénior permitiu a sinalização de vários idosos a residirem sozinhos e/ou em locais isolados, que são visi-tados regularmente pelos militares, e de alguns casos problemáticos que estão a ser acompanhados pelos ser-viços municipais de Ação Social.

A médica destacou o papel fun-damental do cuidador do doente de Alzheimer, para que o paciente tenha qualidade de vida e encare a doença com dignidade, visto que o seu tempo útil de vida, de acordo com estudos científicos elaborados, não ultrapassa os 15 anos.

Monólogo «Alice»

Esta palestra promovida pela autar-quia castromarinense iniciou-se com a apresentação em palco da peça de teatro «Alice», em que a protagonista foi Lourdes Martins, da Companhia Teatro Experimental de Alcoutim. A encenação da peça foi de Francisco Brás. O monólogo narra a história

de uma mulher a quem o Alzheimer roubou o gosto de viver.

Residência de Alzheimer apresentada ao público

Houve ainda espaço para a técnica Carminda Ferreira, da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, efetuar uma abordagem da doença de Alzheimer na ótica do cuidador desta patologia e das repercussões da mesma no seio familiar. Aproveitou ainda esta oportunidade para dar a conhecer o projeto de uma Estrutura Residencial para Doentes de Alzhei-mer, que a Irmandade pretende vir a construir brevemente.

No final, o presidente da câmara municipal, Francisco Amaral, mostrou-se satisfeito pela adesão da comunidade castromarinense à iniciativa, tendo feito um agradeci-mento especial à neurologista Isabel Valente, pela disponibilidade em deslocar-se a Castro Marim e pelos contributos e esclarecimentos que trouxe a propósito de uma doença que, nos últimos anos, tem conhecido um crescimento muito significativo junto da população, em especial, a partir dos 65 anos.

Aumentou a oferta gratuita de serviço de fisioterapia e terapia da fala em Alcoutim

GNR realiza«Censos Sénior 2014»

Formandos levaram animação ao lar

Neurologista Isabel Valente foi a palestrante que contou com uma plateia bastante atenta às causas, sintomas e cuidados a ter com Alzheimer

No passado dia 22 de Janeiro decorreu na biblioteca municipal de Castro Marim uma conferência dedicada à doença de Alzheimer. Desde a evolução da doença, sintomas e cuidados. Diabetes, hipertensão ou tabagismo são fatores de risco.

Prevenção e cuidados de Alzheimer foram destacados em conferência

Agora há mais horas de fisioterapia

Os formandos integram cursos ministrados pela Fundação da Juventude

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

LOCAL

Bombeiros em VRSA comemoraram 124 anos de vida

Ricardo Cipriano assume liderança de PS em VRSA

Em dia de festa houve lugar a promoções e palavras de louvor aos soldados da paz que servem VRSA e Castro Marim e aos que se estão a formar

O novo líder socialista acompanhado pela anterior presidente e pelo atual presidente do PS Algarve

Teve lugar no passado dia 16 de Janeiro a tomada de posse de Ricardo Cipriano enquanto presidente da Comissão Política do Partido Socialista em Vila Real de Santo António (VRSA).

A festa decorreu no passado dia 15 de Janeiro e reuniu bombei-ros, familiares, amigos, entidades várias e comunidade em geral. Um dia de festa para a corporação que o festejou com diversas atividades. Começou pelas oito da manhã com o içar das bandeiras e pelo meio-dia houve lugar para o toque de sirene de saudação à cidade.

Às 18h teve lugar a sessão solene comemorativa dos 124 anos da cor-poração onde marcaram presença o comandante distrital da Proteção Civil, o Presidente da Associação Humanitária aniversariante, bem como os representantes de Vila Real de Santo António e Castro Marim,

Após a eleição da Comissão Politica Concelhia de Vila Real de Santo Antó-nio do Partido Socialista, no passado mês de Dezembro, com a moção de estratégia politica «Construir o Futuro», liderada por Ricardo Cipriano, reali-zou-se no passado dia 16 de Janeiro a sessão pública de tomada de posse, perante uma casa cheia de militantes e simpatizantes, com a presença do Presi-dente da Federação António Eusébio. A moção de estratégia politica «Construir o Futuro» “assume-se como primordial para o Partido Socialista reconquistar

a confiança dos cidadãos do concelho de Vila Real de Santo António, fazer do Partido Socialista um partido de ação, capaz de despertar a atenção e o reconhecimento da sociedade civil do concelho”, afirmou Ricardo Cipriano na ocasião.

O líder recentemente empossado diz que “é fundamental criar um Par-tido Socialista sólido, unido, composto por uma equipa capaz de construir um projeto sério e bem delineado sendo esta a única via para, reconquistar a confiança, dos militantes e dos muníci-

pes do concelho de Vila Real de Santo António”.

Ricardo Cipriano quer “redefinir a política a desenvolver no âmbito do concelho. Tal será feito à luz dos Prin-cípios do Socialismo Democrático, não esquecendo as posições até agora assu-midas e respeitando sempre os inte-resses de Vila Real de Santo António, e acima de tudo nunca esquecendo o passado autárquico do PS – aquilo a que chamaremos a MARCA PS no Concelho de Vila Real de Santo Antó-nio, esclarece.”

municípios que são servidos por estes soldados da paz.

Promoções em dia de festa

No seguimento do 124º Aniversá-rio deste Corpo de Bombeiros houve lugar para a promoção de 15 bom-beiros às categorias de Bombeiro de 2ª e de Sub-Chefe.

Nos vários discursos proferidos pelos responsáveis presentes várias foram as palavras de incentivo a esta corporação comandada por Paulo Simões. Em representação do muni-cípio de Vila Real de Santo António João Rodrigues falou mesmo num

“grande orgulho quando leva pelo país o nome desta corporação”. Todos os bombeiros, profissionais e voluntários, bem como os jovens em formação – Infantes e Cadetes – foram alvo das mais valorativas críticas.

Coube ao comandante Paulo Simões salientar o “espírito de entrega” destes soldados da paz, que “contra todas as adversidades” se assumem de olhos postos na comu-nidade que servem, e que contempla os concelhos vizinhos de Vila Real de Santo António e Castro Marim.

Ao início da noite teve lugar um desfile motorizado pelos concelhos numa saudação à população.

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A Eurocidade do Guadiana, que integra os municípios de Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte, celebrou um ano de existência e projeta já para março a emissão do «Cartão Eurocidadão». Até

aqui terão sido realizadas cerca de uma centena de atividades ligadas à cultura, ao desporto e às dinâmicas institucionais dos municípios-membros. No mês de Janeiro cumpriu-se um ano desta nova estrurura de escala

europeia. No presente faz-se o balanço do passado, mas, essencialmente, os olhos estão postos no futuro.

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Depois de em Janeiro de 2013 ter sido celebrada a união que formalizou a primeira versão da euro-

cidade do Guadiana com os municí-pios de Vila Real de Santo António e Ayamonte, mais tarde, em Maio de 2013, a estrutura teve a adesão de Castro Marim compondo-se, assim de três municípios que se unem numa estrutura de dimen-são europeia.

Ao longo do último ano a Euro-cidade viu-se envolvida em even-tos, conferências, parcerias e em reuniões permanentes cujo grande objetivo passa por ganhar escala e importância numa União Europeia heterogénea e repleta de assime-truias.

Desde logo a projeção da Euro-cidade passou pela elaboração de uma agenda comum que englobou atividades tão diferentes como eventos musicais, encontros des-portivos, concertos, encontros filatélicos, feiras de artesanato, encontros intergeracionais, entre outros.

2014: ano de saúde, educação, turismo e mobilidade

Com balanço “positivo” a Euro-cidade e os seus membros seguem elegendo para 2014 “os domínios da saúde, educação, turismo e

mobilidade como as áreas prioritá-rias para desenvolver e estabelecer parcerias, no âmbito das ativida-des de cooperação fronteiriça”, pode ler-se num comunicado de imprensa.

De acordo com os autarcas de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António estes serão também os domínios a enquadrar

De forma a maximizar recursos, os municípios estão empenhados em avançar, ainda este mês, com a partilha de cuidados de saúde, tendo já sentado à mesma mesa as entidades regionais de saúde do Algarve e da Andaluzia, bem como os prestadores privados de saúde.

Para colocar em prática este pro-

no Programa de Cooperação Trans-fronteiriça Espanha – Portugal, através do qual os municípios da Eurocidade irão candidatar-se a um conjunto de verbas para ope-racionalizar os projetos calenda-rizados.

Cartão Eurocidadão lançado até Março

cesso, as autarquias de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António estão já a constituir o diretório de serviços de saúde da Eurocidade, permitindo aos residentes de cada um dos três municípios beneficiar de um conjunto de descontos e vanta-gens mediante a apresentação do «Cartão do Eurocidadão».

O cartão, que será lançado no primeiro trimestre de 2014, per-mitirá aos eurocidadãos recorre-rem aos prestadores privados de saúde dos dois lados da fronteira com um conjunto de vantagens e descontos.

Partilha de equipamentos comuns como as bibliotecas

O cartão «Eurocidadão» vai pos-sibilitar também aos munícipes das três localidades iniciarem a parti-lha de equipamentos comuns como bibliotecas ou infraestruturas des-portivas municipais, independen-temente da sua residência ser em Portugal ou em Espanha.

Rádio bilingue divulga eurocidade

Na área da divulgação em Agosto de 2013 foi inaugurada a Rádio e Agenda Eurocidade, um projeto bilingue dedicado à divulgação de

ESPECIAL

Uma das mais recentes reuniões com autarcas de Castro Marim, VRSA e Ayamonte onde se projeta ano de 2014

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notícias e conteúdos relacionados com a Eurocidade.

Desassoreamento: promessa por cumprir

No âmbito da euroregião Alentejo-Algarve-Andaluzia e, por conseguinte, da eurocidade do Guadiana, foi feita a promessa por parte do seu presidente, David Santos, que o desassorea-mento do Guadiana teria início ainda em 2013. Esta é uma obra fulcral para o território do Baixo Guadiana, mas que tem sido pro-telada ao longo do tempo. Tal cir-cunstância tem feito com que as populações não usufruam, desde logo, economicamente das poten-cialidades económicas do «Grande Rio do Sul».

Têm «chovido» duras críticas da parte dos autarcas de Alcoutim, Castro Marim e VRSA que recla-mam por uma navegabilidade que ainda é apenas uma miragem.

População quer mais informação sobre a eurocidade

Nesta edição do Jornal do Baixo Guadiana dedicámos a rubrica «Vox Pop» ao tema da eurocidade. Fomos à procura de respostas numa amostra aleatória, mas que pode ser relevante quando falamos

no conhecimento que a população tem ou não tem acerca desta estru-tura. Deparámo-nos com um forte desconhecimento sobre a cons-tituição da eurocidade, para que serve e como funciona.

Quem não sabe do que se trata-lança o repto para que a informação chegue mais perto da comunidade em geral, nomeadamente, através

de contactos assertivos com os vários públicos.

Atividades realizadas

Ao longo do último ano tem sido visível nas várias páginas do JBG vários exemplos de diversas iniciativas que se têm realizado com o selo eurocidade. Resul-

tado da criação de uma agenda de atividades conjunta entre os três municípios que envolve as mais variadas entidades ligadas à cultura, ao desporto, à saude, ao património, à informação, às empresas, entre outros.

Referimos, a título de exemplo, o caso da festa dos Reis Magos de Ayamonte que visitaram este ano

Castro Marim e VRSA, também a Prova internacional X Milhas do Guadiana que uniu Portugal e Espanha através da corrida com o selo eurocidade, teve lugar o encontro de cultura cubana que percorreu os três municípios, a limpeza do rio para praias com maior qualidade também foi uma responsabilidade partilhada, os empresários conheceram exemplos de cooperação transfronteiriça, a eurocidade do Guadiana asso-ciou-se, igualmente, ao Encontro Transfronteiriço de Jovens, teve lugar o seminário ibérico para avaliar soluções para revitalizar património conserveiro, e foi ainda no âmbito da eurocidade apoiada a constituicão da asso-ciacão transfronteirica de empre-sários.

Na presente edição avançamos em primeira mão a possibilidade do Juventude Basquetebol Clube de VRSA criar um núcleo de for-mação em Castro Marim. Neste caso o mini-basquet para crianças entre os 6 e os 11 anos que teria também o apoio da eurocidade de modo a facilitar a partilha de recursos.

O grande objetivo com iniciati-vas como estas passa por desenvol-ver um espírito de eurocidadania, de modo a que os habitantes dos vários concelhos aproveitem o potencial que os une.

ESPECIAL

A Eurocidade do Guadiana tem uma agenda conjunta nas áreas desportiva, cultural, social, empresarial e municipal

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DESENVOLVIMENTO

Desde o início de janeiro que a está aberta a guerra entre 80% dos médicos e a administração do Hospital Central do Algarve. São várias as denúncias que surgem numa carta aberta. O presidente da administração já desmentiu médicos. Os presidentes dos 16 municípios estão “apreensivos” com estado da saúde no Algarve

Pedro Nunes «debaixo de fogo» após carta aberta de médicos

Governo não vai avançar com requalificação da EN 125

O Algarve vive em sobressalto devido a uma carta aberta assinada por médi-cos-especialistas do Hospital Central do Algarve (Faro, Portimão e Lagos) e que foi divulgada pela comunicação social regional. Nessa carta os médicos falam em “reflexão” dos sete meses passados sobre a fusão das unidades hospitalares da região na estrutura designada como Hospital Central do Algarve. Nessa missiva os signatários denunciam “degradação dos cuidados de saúde da população Algarvia”. Afir-mam que “frequentemente são adia-das cirurgias programadas, por falta de material cirúrgico, aumentam as faltas às consultas médicas pela nova organização do Centro Hospitalar e pelos constrangimentos que têm sido (im) postos aos doentes”

Na carta é afirmado também que “com frequência são confrontados os profissionais e os doentes com faltas de medicamentos (doentes oncológi-cos e com doenças autoimunes, por ex.) com graves reflexos na saúde destes (aumento da morbilidade e provável aumento da mortalidade a curto/médio prazo) e com repercus-sões diretas negativas sobre os indi-cadores hospitalares, como a demora média de internamento e aumento dos reinternamentos. São ainda habituais as faltas de material de uso corrente, como seringas, agulhas, luvas”, consi-derando os signatários que “está em curso todo um processo que leva ao descrédito dos Serviços Hospitalares, por parte de quem os utiliza”.

Para além da denúncia de degra-dação dos serviços de saúde os pro-fissionais médicos dizem que são “confrontados com ameaças e chan-tagens” por parte da Administração

A melhoria do acesso marítimo e instalações nos portos de Portimão e Faro (55 milhões) e a moderni-zação e eletrificação da Linha do Algarve (55 milhões) são os dois únicos investimentos previstos para a região algarvia na lista dos 30 projetos prioritários escolhidos pelo Grupo de Trabalho para as infraestruturas de elevado valor, criado pelo Governo.

Dos 5.100 milhões de euros previstos para esses 30 projetos prioritários, apenas 110 milhões de destinam a investimentos no Algarve, ou seja, 2,1% do total. Ainda assim, são projetos com menor prioridade neste «bolo»

do Centro Hospital do Algarve, “des-considerando por completo a Direção Clínica.

Administração diz que é “falso”

Passada uma semana da polémica ter surgido e depois da Comunidade Intermunicipal do Algarve ter-se reunido para debater o assunto e definir atuação perante o problema o presi-dente da administração do Hospital Central do Algarve, Pedro Nunes, fez as primeiras declarações sobre o assunto. Num comunicado à comu-nicação social o responsável esclarece que “é falso que, para além de algum incó-modo, tenha havido prejuízo para doentes fruto de falta de medicamentos ou consu-míveis”, acrescentando que “todas as faltas foram, logo que detectadas, de imediato resolvidas quer transferindo de Faro para Portimão quer no sentido inverso. Muitas faltas pontuais, de consumíveis, foram de imediato resolvidas pelos profissionais de enfermagem, nomeadamente a enfermagem de coordenação a quem aqui se presta o necessário agradecimento”.

Agradecendo a médicos, farmacêuti-cos e enfermeiros que desenvolveram “trabalho abnegado até altas horas da noite e ao fim de semana”, Pedro Nunes explica que as faltas registadas devem-se “às imposições da União Europeia, quer no que respeita à Lei dos Compromissos, quer no que res-

As obras nos portos de Portimão e Faro em 20º lugar e a moderni-zação da ferrovia em 26º. De fora destes projetos, fica a Requalifi-cação da Estrada Nacional 125, bem como outros investimentos necessários na rede de portos de pesca e de náutica do Algarve.

Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermu-nicipal do Algarve, que reúne os 16 presidentes das Câmara Muni-cipais da região, disse já que a protelação da requalificação da EN125 “é vergonhosa para os algarvios e para o país”, consi-derando” um investimento fun-damental” no Algarve.

peita ao Código dos Contratos Públi-cos, provoca uma pressão burocrática excepcional sobre os serviços de apoio à prática clínica, nomeadamente os serviços financeiros e todos os que se relacionam com as compras, quer de consumíveis, quer de medicamentos. O mês de janeiro é o mês particular-mente dramático dado que têm de

ser lançados todos os procedimentos (neste caso cerca de sete mil artigos e moléculas diferentes) e não é possível o abastecimento prévio em quanti-dade suficiente”. De acordo também com a administração desta estrutura a situação foi piorada devido à cen-tralização absoluta do processo de compras que começou a funcionara 1 de Dezembro. “Os médicos notaram as dificuldades mas não têm possibili-dade de avaliar o esforço e abnegação

de todos os que tornam em cada dia possível a sua ação”, advoga Pedro Nunes.

Considerando que muitos dos médicos signatários da carta estavam “bem intencionados” aquando da sua assinatura, Pedro Nunes considera que à mistura poderá haver médicos com “puro oportunismo político”. O

respondável considera “ina-ceitável que médicos que desempenharam elevadas funções de administração nestes hospitais (em gover-nos com que se identifica-vam politicamente), e que se conformaram com vinte anos de doentes internados nos corredores dos serviços de internamento, e com o terceiro mundista corredor de urgência onde durante anos, tantos doentes sofreram inutilmente, venham agora patrocinar ações do mais puro oportunismo político. Este ato é incompreensível, quando a reformulação da urgência no Hospital de Faro permite pela primeira vez no Algarve atravessar o período grave das doenças respirató-

rias com tranquilidade e reconhecida qualidade, sendo, das poucas urgên-cias do País que não entrou em rutura, segundo a Comunicação Social.

O Conselho de Administração garante que tomou conhecimento do conteúdo da carta que lhe terá sido dirigida “pela comunicação social”. E critica que “a única cadeia televisiva que se interessou pelo caso entrevistou exclusivamente uma autarca socialista que se tem distinguido nas críticas ao

Hospital de Portimão e ao processo de fusão. O porta voz dos médicos foi assim um líder local da oposição sem curso de medicina que se lhe reconheça”, repudia Pedro Nunes. Sem querer entrar em lutas político-partidárias Pedro Nunes afirmou que “a desconfiança gerada nos hospitais públicos não só é injusta para quem nele trabalha e penosa para quem a ele recorre como destrói em horas o trabalho de anos de todos aqueles que se empenham em atrair residentes e turistas para o Algarve”.

Autarcas apreensivos com situação

Entretanto, os presidentes das câmaras municipais dos 16 muni-cípios do Algarve já demonstraram “apreensão” quanto à situação instá-vel que se vive na saúde da região. Em nota à comunicação social os autarcas dizem que não podem “ficar indife-rentes à grave falta de médicos que se verifica tanto no Hospital de Faro como do Barlavento, bem como assis-tir impávidos a relatos de adiamento de consultas médicas, intervenções cirúrgicas, atrasos na marcação de exames complementares de diagnós-tico e falta de material corrente nos serviços, com prejuízo da saúde dos utentes”.

Os autarcas condenam a forma como foi desenvolvido o processo de criação do Centro Hospitalar do Algarve, apelando ao Governo o aumento de recursos aos vários níveis para este centro Hospitalar. Os autar-cas exigem a melhoria dos serviços de saúde no Algarve aconteça “num curto espaço de tempo”.

Presidente do Conselho de Administração já desmen-tiu médicos que escreveram carta a denunciar casos de rutura

A Estrada Nacional 125 não está nas prioridades do Governo

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DESENVOLVIMENTO

Ministério da Agricultura diz que fechos devem-se a reforma de funcionários

Matança para autoconsumo foi autorizada desde 1 de janeiro

Autorização de abate para autoconsumo entrou em vigor no primeiro dia do ano

Ministério da Agricultura fecha serviços em Alcoutim, Aljezur, Lagos, Monchique e Silves

Centro Europe Direct do Algarve promove sessões-debate sobre Eleições Europeias

A autorização da matança de ani-mais fora dos estabelecimentos aprovados para o efeito passou a ser possível a partir de 1 de Janeiro de 2014, com a publicação do Despacho n.º 14535-A/2013.

É, assim, autorizada a matança para autoconsumo de bovinos, ovinos e caprinos com idade infe-rior a 12 meses, de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes obtidas se des-tinem exclusivamente ao consumo doméstico do respectivo produtor, bem como do seu agregado fami-liar, e sejam respeitadas deter-minadas condições estabelecidas no referido despacho. O volume de abate deve ser proporcional à dimensão do agregado familiar;

Este despacho é também apli-cável às matanças de animais realizadas nos empreendimen-tos de turismo de habitação em zonas rurais e nas casas de campo e empreendimentos de agrotu-rismo classificados como empre-endimentos de turismo no espaço

O Ministério da Agricultura e do Mar fechou os núcleos de Aljezur, Alcou-tim e Silves e as extensões de Lagos e Monchique da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, sendo que os serviços de Agricultura no Algarve ficaram confinados a Por-timão, Faro e Tavira.

Este fecho foi conhecido através da denúncia do PS/Algarve. Em comu-nicado. António Eusébio condena esta atitude governamental, que, na sua opinião, “revela um profundo desprezo pelos empresários do setor agrícola e prejudica gravemente os concelhos mais afastados dos servi-ços desconcentrados de Faro”.

Diretor Regional justifica-se com reforma de funcionários

Em ano de Eleições Europeias, que vão decorrer em Portugal a 25 de Maio, o Centro Europe Direct do Algarve está a promover ses-sões de esclarecimento sobre este tema chamando a atenção para a importância da nossa participação enquanto cidadãos europeus.

A Europa está a passar por gran-des transformações e a palavra crise “anda na boca de toda a gente”. Mas é também esta “crise” que contribui para despertar nos cidadãos a consciência de que as suas condições de vida tocam no “coração” da Europa. “As eleições dão a oportunidade a todos os cidadãos de escolher a Europa que querem e o voto de cada um poder fazer a diferença”, pode ler-se num comunicado do Centro Europe Direct.

Conhecer melhor o trabalho do Parlamento Europeu e o essen-cial das tomadas de decisão que afetam a vida diária dos cidadãos, é o objectivo das seis sessões que se vão realizar entre fevereiro e abril de 2014 na região.

Mais informação sobre os locais de realização, programa e inscri-ções serão disponibilizados em http://www.ccdr-alg.pt/site/eventos, na proximidade da data das sessões-debate.

Acompanhe os debates nas redes sociais facebook e twitter e em http://www.elections2014.eu/pt

Sessões:-14 de fevereiro, Faro - CCDR

Algarve“(Re)enamore-se pela Europa”

(Ação simultânea em 19 cidades do país).

-21 de fevereiro, Loulé Europa espaço de emprego e

mobilidade -24 de fevereiro, Faro - CCDR

AlgarveA Europa no mundo - 21 de março, Lagos Europa espaço sustentável - 3 de abril, Universidade do

Algarve Na Europa 30 anos depois-11 de abril, Vila Real de St.º

António A Europa dos cidadãos

rural, desde que estes possam ser incluídos no conceito de consumo doméstico, atendendo à natureza familiar em que são servidas as refeições, ou seja, em todas as situações em que o proprietá-rio ou a entidade que explora o

empreendimento resida naquele e as refeições sejam partilhadas com os clientes deste tipo de oferta turística.

É ainda autorizada a matança tradicional de suíno, organizada por entidades públicas ou priva-

das, desde que as carnes se desti-nem a ser consumidas em eventos ocasionais, mostras gastronómi-cas ou de carácter cultural, res-peitando também determinadas condições estabelecidas no des-pacho.

O diretor regional de Agricultura do Algarve justificou, entretanto, que estes fechos ficam a dever-se a saída acentuada de funcionários para a reforma.

“Estes núcleos não têm fechado propriamente, tem havido uma

falta de pessoal gradual e conforme há essa falta vai-se diminuindo a intensidade das visitas”, explicou Fernando Severino, sublinhando que os pontos de atendimento deixaram de ter horário fixo mas que os téc-nicos vão deslocar-se sempre que

necessário aos pontos onde havia atendimentos.

Entretanto, a agência noticiosa Lusa ouviu Natividade Correia, do Movimento de Pequenos Produtores Agrícolas de Lagos, que referiu que a situação reflete “o afastamento dos serviços de proximidade”, que facilitavam a vida dos agricultores, e o “desincentivo da pequena agri-cultura”, lembrando que muitos agricultores já têm idade avançada e dificuldade nas deslocações.

Alcoutim mantém técnico

Alcoutim perdeu um funcionário para a vereação do município, mas mantém o atendimento regular de um engenheiro técnico agrário, assegurou o diretor regional da Agricultura.

Desde o passado dia 1 de Janeiro que está autorizada a matança para autoconsumo de bovinos, ovinos e caprinos com idade inferior a 12 meses, de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos,

Alegando reforma de funcionários

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 19

CULTURA

«Jornadas de História do Baixo Guadiana» arrancaram com casa cheia

Mulheres falaram numa pausa que fazia falta

O primeiro encontro, que decorreu a 24 de Janeiro, teve como convidada Maria Antó-nia Moreno Flores, do Ayuntamiento de Aya-monte, que abordou o tema «Portugal - o exílio ayamontino». A comunicação retratou a época em que vários moradores da vizinha Ayamonte tiveram de cruzar a fronteira do Guadiana para encontrar abrigo em terras lusas.

Seguidamente, foi efectuada uma visita ao centro histórico de Ayamonte, para conhecer de perto alguns casos reais e mais de perto o passado desta cidade.

As Jornadas de História do Baixo Guadiana

«As mulheres fazem uma pausa». A tertúlia decorreu a 16 de Janeiro pelas 17h30, na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António, e prolongou-se até pelas 21h já nos extras - nas conversas que ficam sempre para depois, sendo essa uma magia destes encontros!

Deram mote à conversa - São Cabrita, Cláudia Fonseca e Dália Paulo que foram muito generosas e genuínas. Os tertulianos escutaram e partilharam as suas experiências. Falou-se do papel da mulher, mas também do papel do homem. Focaram-se mutações sociais e necessidades atuais.

Esta tertúlia do JBG contou, uma vez mais com o apoio incondi-cional da biblioteca municipal Vicente Campinas, em VRSA, nas pes-soas das coordenadoras Mariana Ornelas do Rego e São Constantino. A 13 de Fevereiro à mesma hora vamos falar de amor. «O amor ao longo dos tempos». Não perca, se puder!

são organizadas pelo Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António e contam com comunicações de investigadores como Cristina Garcia, Hugo Cavaco, Fernando Pessanha, Pedro Pires, Andreia Fidalgo e Madalena Guerreiro.

A iniciativa está dividida em três sessões, durante as quais investigadores de diferen-tes áreas historiográficas irão partilhar com o público temas subordinados à história do Baixo Guadiana, onde o Grande Rio do Sul assume um papel central.

As próximas sessões estão agendadas para

os dias 21 de Março e 16 de Maio.As Jornadas de História do Baixo Gua-

diana estão inseridas na programação da Eurocidade do Guadiana, projecto que envolve os municípios fronteiriços de VRSA, Castro Marim e Ayamonte e tem como missão a partilha de equipamentos e a realização de eventos comuns em ambos os lados da fronteira.

Programa completo em : http://www.cm-vrsa.pt/portal_autarquico/vila_real_sto_antonio/v_pt-PT/pagina_ini-cial/noticias/jornadas+historia.htm

As jornadas dedicadas à história do Baixo Guadiana é uma organização do arquivo histórico municipal. A próxima sessão vai ter lugar a 21 de Março e a terceira sessão vai acontecer a 16 de Maio.

A tertúlia contou com São Cabrita, Dália Paulo e Cláudia Fonseca como convidadas. A próxima tertúlia vai ter lugar a 13 de fevereiro pelas 17h30 na biblioteca municipal Vicente Campinas, em VRSA, e a entrada é livre. Apareça, se puder!

São três sessões no total. A primeira decorreu a 24 de Janeiro e as próximas têm lugar em Março e Maio.

Com o título em epígrafe, Helena Machado trouxe a público um romance inspirado no Guadiana fronteiriço - paisagens, gentes, tra-dições e estórias - na localidade dos Guerreiros do Rio, onde há uns anos passou férias.

Esta circunstância não foi, com cer-teza, indiferente à curiosidade que despertou a apresentação do livro na Casa dos Condes, em Alcoutim, no passado dia 6 de Dezembro, e que se traduziu numa sessão animadíssima de debate e afluência de público.

O livro centra-se na problemática da emancipação da mulher e acção tem por pano de fundo a Guerra Civil de Espanha e a sua bárbara violência.

São as recordações da principal personagem feminina – Amélia – que nos conduzem através duma com-plexa trama romanesca.

Conhecemo-la em menina guar-dadora de cabras, cheia de inveja das outras raparigas que andam na escola; acompanhamo-la mais tarde, quando o marido emigra para a Ale-manha e ela se torna contrabandista para assegurar o sustento dos filhos; assistimos a sua ardente paixão por um anarquista fugido da Guerra Civil e que vive escondido numa casa na margem espanhola do rio; vimo-la numa situação dramática, quando o anarquista consegue fugir através de Portugal e a deixa grávida e sujeita a tremendo escândalo, pois o filho não pode ser do marido.

Tudo isto e o mais que se abate sobre uma mulher só, ela enfrenta com saudável rebeldia e enorme determinação.

É recompensada, no final do livro e quase a morrer, ao receber um mensageiro com a notícia de que o amante espanhol nunca a esqueceu e sempre venerou a sua lembrança.

Anote-se que se trata do primeiro romance da autora e que esta, sem procurar efeitos estilísticos, conta a sua estória com grande desenvoltura proporcionando uma leitura muito agradável.

É uma edição da «Chiado Editora» e pode ser comprada nas livrarias.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográ-fico

ESTE ANO NÃO HÁ NATAL

deHelena Machado

L I V R O Spor Carlos Brito

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CULTURA E AGENDA

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

01 de fevereiro Passeio TT “Por Maus Caminhos”Local: Pessegueiro Hora: 07h30

Castro Marim

“Quem manda aqui sou eu”! é um documentário de 52 minutos, o primeiro episódio de uma série sobre música popular local, de Tiago Pereira que tem o mesmo nome que o seu programa de rádio na Antena 1 “O O povo que ainda canta”.Biblioteca Municipal de Castro Marim – 9 de fevereiro – 15.00 horas

Encontro para bebés na piscina municipal22 – fevereiro

Noites de Fado Alta Mora – 14 de fevereiro – Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora

VRSA

Palestra |”Além das Influências” Data: 15 de fevereiroHora: 15h00

Clube de Leitura: “As grandes his-tórias de amor na literatura”Data: 27 de fevereiroHora: 18h00 Local: Biblioteca Municipal Vicente Cam-pinas | VRSA

Hora do conto «Conta lá!» *Data: segunda a sexta-feira

Hora: 11h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Cam-pinas | VRSA

“Cosmos” – Exposição de escultura em terracota de Sara NavarroData: de 15 de fevereiro a 31 de marçoHora: 9h00 > 13h00 | 14h00 > 18h00Inauguração: 15 de fevereiro – 16h00«O Lugar do Primeiro Amor»de Vanda PalmaData: até 10 de janeiroHorário: segunda a sexta-feira - 9h00 > 13h00 | 14h00 > 18h00Local: CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa Rita

Exposição de gravura “Sol na Arte”Curadoria de Arlindo ArezAcervo da Cuneo Sularte, Associação CulturalData: de 7 a 28 de fevereiro de 2014Hora: 14h30Piso 1 do Arquivo Histórico

Visualização de dvds sobre a temá-tica das pescas e da indústria con-serveira Dia: 13 - Barcos do Algarve um Litoral em MudançaPraia de Monte Gordo/ Praia da Lota Documentário de Sofia Trincão e Óscar Clemente1999-2000Dia: 20 – O Labirinto do AtumDocumentário de João Romão e Vico UghettoDia: 27 - Praia de Monte GordoDocumentário de Sofia Trincão e Óscar Clemente*Marcações prévias através do endereço

[email protected]. Mínimo 5 pessoas

Programa Nacional de Marcha Corrida Data: 2 de fevereiroCastro Marim - Pavilhão Municipal. P1 – 3,5 kms – Visita Real; P2 – 10 kms – Percurso pela Reserva do Sapal de Castro Marim e VRSA.

Visita da Peace Run à Eurocidade do GuadianaData: 26 de fevereiroHora: 9h00 > 9h30Local: Praça Marquês de Pombal

Mostras de artesanatoData: dias 1, 15 e 28 de fevereiroHora: 10h00 >18h00Praça Marquês de PombalOrg.: Associação Cultural de Vila Real de Santo AntónioApoio: Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Escola de iniciação à viola (gui-tarra)Horário:segundas, quartas e sextas-feiras: 17h00 > 20h00terças e quintas-feiras: 17h00 > 19h00sextas-feiras: 21h00 > 22h30sábados: 15h00 > 17h00Local: Edifício da Junta de Freguesia| VRSA

Freguesia em movimentoSeniores a partir dos 55 anosData: terças e quintas-feiras (até final do ano letivo)Hora: 9h00 > 09h45 / 09h45 > 10h30

/ 10h30 > 11h15Local: Ginásio nº2 do Complexo Despor-tivo | VRSAWorkshop de Flamenco e Tango ArgentinoData: 23 de fevereiroHorário: 16h00 > 18h00 (Flamenco)18h30 > 20h30 (Tango Argentino)Local: Academia de baile Gracia Diaz

Alcoutim23 de fevereiro Mercado do Pereiro Local: Largo da Feira – Pereiro Hora: 09h00

15 de fevereiro Torneio Municipal de Sueca Local: Martim Longo (Sede da Associação Inter-Vivos)Hora: 14h00Local: Farelos (Sede da Associação dos Amigos dos Farelos e Clarines)Hora: 14h00

15 de fevereiro Torneio de Matraquilhos Local: Centro Náutico de Alcoutim Hora: a definir

22 de fevereiro Aniversários da Associação Inter-VivosLocal: Martim Longo (Sede da Associação Inter-Vivos)Hora: a definir

28 de fevereiro Desfile de Carnaval Local: Alcoutim e Martim Longo Hora: a definir

De 04 a 28 de fevereiro Exposição Mimar & Partilhar Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 17h30

21 de fevereiroA Palavra Sexta à NoiteLer e ContarLocal: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de AlcoutimHora: 21h00

Tertúlia «O Amor com o passar do tempo»

1º Encontro Ibérico de Dança animou matiné

«Fech’ó Pano» celebra protocolo com «Idade

de Ouro» para a formação de teatro

junto dos mais pequenos

No passado dia 26 de Janeiro amantes de passos de dança foram até ao Clube Recreativo Alturense para participar no 1º Encontro Ibérico de Dança Eurocidade. Foi uma matiné dançante que decorreu entre as 15h e as 17h ao som dos acordeonistas António Emídio, Francisco Conceição e Miguel Pereira, da Mito Algarvio (Associação de Acordeonistas do Algarve). Concretizou-se a amizade, cultura e tradições populares das gentes de Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte, tendo como fio condutor, o Guadiana, também conhecido como «Grande Rio do Sul».

O Encontro Ibérico de Dança Eurocidade foi, assim, um espaço de convívio aberto a toda a população. Uma organização da Eurocidade do Guadiana, da qual fazem parte os Municípios de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António, e o apoio do Clube Recreativo Alturense.

A Companhia de Teatro «Fech’ÓPano», de Vila Real de Santo António, e o Centro de Ativida-

des de Tempo Livre «Idade de Ouro», da mesma cidade, fizeram uma parceria e vão assinar um

protocolo de colaboração, estendendo esse pro-tocolo a Ayamonte e Castro Marim, no âmbito

da Eurocidade. O acordo entre as entidades insere-se numa “política de democratização do

acesso à arte teatral”, tal como nos diz Pedro Santos, diretor da companhia, que anunciou

este protocolo em primeira mão ao JBG. “Come-çamos de imediato esta parceria com os cursos

de Teatro, Robertos e Palhaços. “Vamos comemo-rar o «Dia Mundial do Teatro» com a estreia da

Peça «Pai por acaso, filha por acidente», que terá lugar dia 27 de Março, pelas 22 horas no Centro

Cultural António Aleixo. Às escolas e infantá-rios vão ser levados os espetáculos de teatro

de manhã e à tarde com a peça «O palhaço e a boneca». “Vamos também organizar o «A.R.P.A.

(Artes de Palco) - Festival Internacional de teatro», igualmente dentro do âmbito da

Eurocidade”, anuncia Pedro Santos.Tratou-se de uma iniciativa integrada na eurocidade do Guadiana

Já está agendada mais uma tertú-lia no Baixo Guadiana. Desta vez o tema é o amor já que vai ter lugar no dia 13 de Fevereiro, véspera de Dia de São Valentim.Como é habitual vai ter lugar na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António.O objetivo da tertúlia é falar do Amor e a sua existência prolongada nas relações, mas também do amor que é visto de maneiras diferentes entre gerações.Falar de amor, do que ele consti-tui, como se revela, como se pre-serva, como se extingue, como nos move...Venha estar connosco a 13 de Feve-reiro pelas 17h30. A entrada é livre, como sempre.A organização é conjunta entre o Jornal do Baixo Guadiana e a biblioteca vilarealense.

13 Fev - 17h30Biblioteca VRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 21

CULTURA

«O tempo por entre as fendas» de Miguel Godinho

Jornal do Baixo Guadiana: Começando pelo título. O que ele nos quer dizer?

Miguel Godinho: O tempo por entre as fendas. Quer dizer que cada vez mais tenho a noção que a vida é um jogo de cintura, que o mundo e as pessoas têm um lado negro e um lado luminoso, que o tempo tem uma dinâ-mica própria, ou que nós lhe atribuí-mos uma noção que se vai alterando ao longo dos tempos; que à medida que vamos envelhecendo, tendo filhos e contas para pagar, ganhamos outro tipo de preocupações que não apenas deixarmos o tempo correr, e então tendemos a ver a vida com outros olhos, tentando aproveitar todos os minutos e tirar dela o máximo pos-sível, porque sabemos que caminha-mos em contraciclo, sabemos que não tarda já vivemos tudo aquilo a que tínhamos direito.

JBG: O que este livro, também, nos quer dizer?

MG: Este livro quer dizer o que dele quisermos extrair. Um pouco como a vida (e a poesia é vida): reti-ramos dela o que quisermos retirar, olhamo-la a partir do ângulo que qui-sermos. No fundo acho que se há uma mensagem central no livro é a de que devemos aproveitar todos os segun-dos da vida porque isto é tudo uma passagem. Não tarda, já se acabou. E muito provavelmente, temos coisas celestes ao nosso lado e ainda não lhes demos a atenção devida. A felicidade, se calhar, está mesmo ali ao virar da esquina.

JBG: Quando escreves nova poesia sentes que é nova, efec-tivamente? Ou seja, regista-se uma evolução para um caminho diferente e de que te orgulhas ou há uma continuidade, de que também te orgulhas…!?

MG: Quando escrevo, não me preocupo em «inovar». Ou seja: para mim, a escrita não é um exercício de modernidade, de novidade ou de renovação. Poderei eventualmente, através da escrita, aperceber-me das transformações emocionais que estão constantemente a ocorrer e que essa mesma escrita depois reflecte atra-vés das alterações estéticas que daí invariavelmente decorrem no modo de escrever, mas nunca o contrário. Escrever para ser ou tentar parecer moderno, nunca.

JBG: Há quanto tempo espe-ravas que este livro fosse uma realidade?

MG: Escrevo praticamente todos os dias mas quando o faço, inicial-mente, nunca tenho consciência se aquilo “serve” realmente para alguma coisa. Em todo o caso, este livro terá começado a ganhar forma no Verão do ano passado. Há pouco tempo li uma afirmação de um escritor de quem gosto muito que dizia que percebemos que estamos a escrever

um novo romance quando andamos há uma semana a acordar às 7 da manhã com vontade de escrever sobre os mesmos assuntos. Comigo também é mais ou menos assim.

JBG: Qual a necessidade e qual é a sensação de escrever um livro de poesia?

MG: Escrever, para mim, é gerir emoções. A palavra traduz a emoção, a palavra é a própria emoção. É quase como a respiração, ainda que em con-vulsão. Porque escrever é de facto um exercício muito duro, muito exigente. É muito difícil sentirmos que aquilo que escrevemos corresponde efecti-vamente ao que queremos dizer. Há uma distância muito grande entre uma e outra coisa.

JBG: Muitos poemas fica-ram na gaveta ou em outros locais?

MG: Há sempre poemas na gaveta. Aliás, a poesia é uma gaveta que abri-mos sempre que queremos vestir uma peça de roupa lavada.

JBG: Quais os temas que mais gostas de trabalhar na tua poesia?

MG: A vida, a vidinha, o dia-a-dia, as rotinas, os afectos, a importância dos afectos, a violência do mundo de agora, a adolescência, as febres adolescentes, o tempo que não volta para trás, o facto de estarmos a ficar velhos e não termos as ferramentas emocionais para lidar com isso.

JBG: Pelo que te sentes ins-pirado?

MG: Sinto-me inspirado pela vida, por esta coisa que chamamos vida, pelas relações humanas, pelo amor, pela família, pelos amigos, e, por outro lado, pelas rotinas, pela sujeição, pelas nossas fragilidades, pela dificuldade em gerir os nossos mundos.

JBG: Tens poetas que te ins-piram?

MG: Tenho vários poetas que me inspiram, principalmente os portu-gueses. Temos muito bons poetas em Portugal. E depois há os outros poetas que nem sequer escrevem, que nem sequer têm consciência que são poetas. Conheço muitas pessoas que são poetas assim, desta forma. Ser poeta é ser capaz de olhar a vida de

frente e de inspirar os outros com as nossas palavras, com as nossas atitu-des. Ser poeta é ser autêntico, ainda que hoje em dia, esse conceito pareça estar a cair em desuso.

JBG: Como encaras o fenó-meno de haver cada vez mais jovens escritores, inclusiva-mente de poesia, terem opor-tunidade de lançar os seus livros?

MG: Por um lado, acho que já houve uma certa desmistificação da Poesia. As novas gerações conseguem já olhá-la, senti-la, apropriar-se dela de outra forma. A Poesia não é já aquela coisa indecifrável, impene-trável, insondável, ao alcance apenas de alguns iluminados. A poesia é a vontade de dizer, de fazer, de nos exprimirmos. Há tantas formas de poesia. A poesia está presente em tudo e as novas gerações são já bas-tante descomplexadas em relação a isso, felizmente. E isso vê-se na quan-tidade de jovens (e bons poetas) que por aí andam. Por outro lado, deve dizer-se que publicar um livro por si só não quer dizer nada. Há editoras que podiam ser empresas de fotocó-pias. As editoras devem fazer selec-ções, ter critérios editoriais e depois fazerem revisão de textos, divulgar, promover, apoiar os seus autores e não apenas editar tudo quanto lhes aparece à frente. Se não, mais vale dedicarem-se à impressão de docu-mentos.

JBG: Quando vamos poder assistir ao lançamento deste teu livro no Baixo Guadiana?

MG: Não sei. Para dizer a verdade, no que toca à Poesia, cada vez gosto menos de apresentações institucio-nalizadas, das chamadas «sessões de apresentação públicas». Gosto de coisas mais desalinhadas. Gosto mais da poesia que se faz chegar às pes-soas por vias menos óbvias, através de canais alternativos, dos momentos que acontecem em lugares insuspei-tos e unicamente para quem gosta mesmo de participar, e não para quem quer ser visto. Isto para dizer que este meu novo livro, por enquanto, só pode ser encomendado por e-mail ou entregue em mão. É uma poesia de proximidade.

Miguel Godinho editou o seu terceiro título literário. Tem, para além disso, participado em diversas antologias poéticas. Um jovem que nos traz poesia demonstrativa que “a vida é um

jogo de cintura”, sendo que ao escrever sente-se um gestor de emoções.Vila Real de Santo António recebeu exposição de xilogravuras de Manuel Cabanas há 60 anos

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Foi no passado dia 8 de Janeiro de 1954, há 60 anos, que o Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Vila Real de Santo António, recebeu a exposi-ção de xilogravuras do mestre Manuel Cabanas. A inauguração do mostruá-rio artístico teve lugar às 17:00, e nela estiveram presentes o presidente da Câmara, Manuel Fernandes Vargas, e os vereadores do município, entre outras individualidades.

De acordo com o jornal Notícias do Algarve, (Ano I, Nº 31, p.1) tratou-se da exposição “mais valiosa e aquela que mais projecção alcançou”. Com efeito, já anteriormente tinha o insigne artista exposto em Lisboa, Porto e Faro, porém, a exposição apresentada na cidade pombalina foi pautada pela apre-sentação integral da obra de Cabanas, incluindo ainda material inédito. É neste contexto que merece especial referên-cia o busto do Marquês de Pombal ou a cabeça de Victor Hugo, peças que, indiscutivelmente, revelam a mestria do autor no domínio da xilogravura. A crítica à supra citada exposição aparece publicada no número seguinte do jornal Notícias do Algarve (Ano I, Nº 33, pp.1 e 4), onde Álvaro Magno Guerreiro tece rasgados elogios à obra de Cabanas, “tão esplêndida como inesperada”. De resto, estas notícias também se encontram referenciadas na louvável obra da autoria de Luís Romão, Manuel Cabanas - Vida e Obra, um trabalho que muito contribuiu para dar a conhecer o percurso e o legado do artista natural de Vila Nova de Cacela.

É do conhecimento público as multi-facetadas valências de Cabanas. Nesse sentido, não podemos deixar de assina-lar que, no dia seguinte à inauguração da referida exposição, em 9 de Janeiro de 1954, foi proferida pelo próprio uma conferência intitulada “A Fundação de Vila Real de Santo António”, palestra onde o artista expôs as razões subja-centes à fundação da vila régia e os acontecimentos mais relevantes da sua História. Também esta sessão, que teve lugar no Cine-Foz, foi presidida pelo edil vila-realense, tendo a apresentação do orador ficado a cargo de José Barão, então redactor do jornal “O Século”.

Com efeito, passaram 60 anos sobre a inauguração da exposição no Salão Nobre dos Paços do Concelho, porém, nunca é demais recordar que parte da mesma se encontra patente ao público no Espaço Manuel Cabanas, no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António. Alea jacta est.

Fernando PessanhaHistoriador

Jovem Miguel Godinho é uma promessa da poesia no Algarve. Já tem três livros editados e integrou diversas antologias.

Trinta e quatro anos. Nascido e criado no Algarve. Licenciado em Património Cultural, mestrando em História do Algarve.

Autor de vários trabalhos de investiga-ção, colabora frequentemente em alguns jornais com artigos de opinião e crónicas. Em termos literários, está representado nas antologias “Algarve: 12 poetas a sul do séc.XXI”, “Os dias do Amor”, "Alquimia de la tierra – Antología heterogénea de poesia, prosa poética y micrirrelato”, e em várias revistas nacionais e estrangeiras. Publicou os livros de poesia “Os nossos dias seguido de Os lugares Antigos” pela Ed. 4 Águas (2009), “Poemário prostibular”, ed. de autor (2012) e "O tempo por entre as fendas", Ed. 4Águas (2014).

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CULTURA

Certificado

Certifico, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que em nove de Dezembro do ano de dois mil e treze, foi exarada neste Cartório Notarial em Olhão, na Rua Miguel Torga, Bloco Norte, loja um - B, no Livro número Cento e Treze – A de notas para escrituras diversas, de folhas sessenta e nove a folhas setenta verso, uma escritura de Justificação, na qual, José Jacob e mulher, Maria Luísa Graça Garraz Jacob, ambos naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Brancanes, caixa postal 212-Z, freguesia de Quelfes, concelho de Olhão, contribuintes fiscais números: 156 973 308 e 145 502 996, portadores dos Bilhetes de Identidade números 4538691 de 14.04.2000 e 5579656 de 11.11.2005, emitidos pelos S.I.C de Lisboa.

Declararam: Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: Urbano, sito em Santa Justa, freguesia de Martim Longo, con-celho de Alcoutim, composto de prédio térreo com duas divisões, com a área de trinta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 967, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de 190,66€, confrontando: a Norte com António Constantino, a Sul e Nascente com Via Pública, a Poente com José Cavaco Jacob, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.

Que, adquiriram este prédio em data que não sabem precisar do ano de mil nove-centos e oitenta, por partilha, meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, com os demais interessados na herança de Manuel Martins Caçador e mulher, Maria José, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Santa Justa, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim.

Que desde aquela data, portanto há mais de vinte anos, possuem o dito prédio em nome próprio, sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o seu início, posse que exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pública, pacífica e contínua, pagando as respectivas contribuições e impostos, tratando da manutenção e reparações do imóvel, pelo que o adquiriram por usucapião, não podendo provar pelos meios normais o seu direito.

Está conforme o original.Cartório Notarial em Olhão, a Cargo da Notária Ângela Maria Guerreiro Relvas,

aos nove de Dezembro do ano dois mil e treze.

A Notária,(Ângela Maria Guerreiro Relvas)

Conta registada sob o nº. 1052/2013

Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Fevereiro de 2014

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje, nes-te Cartório Notarial, a folhas cento e vinte e oito do Livro de Notas para Es-crituras Diversas número “trinta e três – D”, Ricardo Cavaco Rodrigues, NIF 145 131 530, natural da freguesia e concelho de Alcoutim, e mulher, Maria Custódia Romba Rodrigues, N.I.F. 145.131.548, natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, e residentes em Balurcos de Baixo, freguesia de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim:

Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos sitos na freguesia e concelho de Alcoutim e inscritos na matriz cadastral em nome do justificante marido, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a que atribuem valores iguais aos patrimoniais:

a) Rústico, sito em Cercado do Burro, composto de alfarrobeiras, cultura arvense, figueiras, oliveiras, pomar de amendoeiras, mato e leitos de curso de água, com a área de cinco mil e quatrocentos metros quadrados, confronta do norte com barranco, do sul com herdeiros de Lucinda Maria Feliciano, do nascente com Francisco Afonso e do poente com Douglas Roy Beny e Dale Winfield, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 25 da secção 112, com o valor patrimonial tributário de quinhentos e cinquenta euros e trinta e oito cêntimos, anteriormente inscrito na matriz não cadastral sob o artigo 2350.

b) Rústico, sito em Varzea do Barranco do Poço, composto de citrinos, horta, oliveiras, cultura arvense, figueiras e leitos de curso de água, com a área de mil e cinquenta metros quadrados, confronta do norte com herdeiros de Maria Luisa, do sul com José Manuel Silvestre, do nascente com caminho e do poente com barranco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 224 da secção 100, com o valor patrimonial tributário de trezentos e dez euros e sessenta cêntimos, anteriormente inscrito na matriz não cadastral sob o artigo 2374.

Que os referidos prédios lhes pertencem, por os haverem adquirido, já no estado de casados entre si, no ano de mil novecentos e setenta e quatro, e portanto há mais de vinte anos, por compra verbal e nunca reduzida a escrito feita a José Faustino Costa e mulher Joaquina Maria Afonso, casados sob o regime da comunhão geral, residentes em Vila Blanca, Espartil, Ayamonte, Espanha.

Que eles justificantes não dispõem de título formalmente válido que comprove tal compra. Que no entanto desde que a mesma foi efetuada até à presente data, sempre eles justificantes entraram na posse e fruição dos citados prédios, ininter-ruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisas exclusivamente suas, adquiridas dos anteriores proprietários, pagando as respetivas contribuições e impostos, fazendo sementeiras e plantações, amanhando-os e cultivando-os, enfim, extraindo todos os seus normais frutos, produtos e utilidades.

Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública, continua e de boa-fé, adquiriram os ditos prédios por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos treze de janeiro de dois mil e catorze.A Adjunta do Notário, em substituição legal,

(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20.º n.º 4.5.......€ 23,00São: Vinte e três euros. Conta registada sob o n.º

Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Fevereiro de 2014

«Hotel Anaidaug» inspira escritor vilarealense e ilustrador farense

O Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António recebeu a 10 de Janeiro a apresentação do conto «Hotel Anaidaug», de Fernando Pessanha, e a inauguração da exposição de ilustrações «Hotel Anaidaug/Encontros Improváveis», do designer gráfico Artur Filipe. A exposição esteve patente até 31 de Janeiro e consistiu no conjunto de ilus-trações que o artista produziu para as obras de ficção de Fernando Pessanha.

Por sua vez, Fernando Pessanha lançou com a editora algarvia «4 Águas» o conto «Hotel Anaidaug» que “consiste num breve enredo inspirado na história do mais antigo hotel do Algarve, Hotel Guadiana, porém, uma história alternativa, já que tem lugar numa realidade paralela”, diz o autor.

O lançamento contou com a apresentação de Luís Romão, presidente da Junta de Freguesia de VRSA e do editor Fernando Esteves Pinto.

Conto causa controvérsia

“A estória tem gerado alguma controvérsia entre os leitores. As interpretações têm sido variadas e algumas apontam mesmo para a utilização de mensagens subliminares por parte do autor (crítica ao estado em que actualmente se encontra o Hotel Guadiana; Crítica a uma cidade que, tal como o Hotel, ficou parada no tempo; Tentativa de colocar o hotel no mapa dos destinos turísticos “alternativos”?)”, conta-nos Fernando Pessanha. O autor pouco revela, deixando a interpretação a cargo de cada leitor.

Entretanto, o JBG soube que uma produtora cinematográfica, cuja identidade ainda não pode ser revelada, está interessada em conver-ter o «Hotel Anaidaug» para cinema.

Próximas apresentações

As próximas apresentações do «Hotel Anai-daug» vão ser na Biblioteca Provincial de Huelva, no próximo dia 7 de Fevereiro, pelas 20 horas espanholas, e na Biblioteca Municipal de Faro, no próximo dia 21 de Fevereiro, pelas 18h. Esta última apresentação vai estar a cargo de Adriana Freire Nogueira.

São dois jovens que já se juntaram mais do que uma vez no percurso da escrita e ilustração. Depois de «Encontros Improváveis» é a vez do conto «Hotel Anaidaug». Fernando Pessanha e Artur Filipe encheram Arquivo Histórico de Vila Real de Santo António para apresentação de conto e exposição.

Fernando Pessanha, Artur Filipe, Luís Romão e Fernando Esteves Pinto na apresentação do conto «Hotel Anaidaug»

Uma das ilustrações de Artur Filipe no conto «Hotel Anaidaug»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 23

PATRIMÓNIO&COLABORADORES

A piteira – também conhecida por pita ou agave – é uma planta muito resistente, típica de regiões quentes e secas, como é o caso do Baixo Guadiana. Destaca-se na paisagem pela altura do “pau de pita”, que pode atingir entre os oito e os doze metros de altura. O seu crescimento era acompanhado e corrigido para ficar direito. Ao seu redor, crescem desde o solo as folhas de pita: agudas, esguias e carnudas, verdes e amarelas ou apenas esverdeadas, com espinhos grossos de quase dois centímetros nas extremida-des. A piteira floresce apenas uma única vez, ao fim de muitos anos.Da folha carnuda da piteira, obtinha-se o sisal, uma fibra têxtil que depois de extraída servia para fazer a corda de pita ou de sisal, fundamental no quotidiano rural, quer no seu uso para a realização de trabalhos agrícolas, quer na produção de objectos de uso diário.

As cordas de pita eram utilizadas para tirar água dos poços com o balde, para fazer as travas que prendiam os animais,

para confeccionar os arreios para as mulas, para fazer as fundas de três ou quatro ramais com que os cabreiros controlavam e protegiam o rebanho, bem como todas as cordas indispensá-veis à vida rural. Com o sisal também cosiam as albardas, fabricavam as cilhas que prendiam a sela ou a albarda ao dorso dos animais, confeccionavam as sobrecargas para apertar as canga-lhas e a carga das bestas, ou faziam os assentos das cadeiras de madeira e até o caniço em que se secavam os queijos. Na construção, a corda de pita servia, por exemplo, para fixar as canas que compunham o caniço que revestia o teto das casas.

O processo para obter o sisal e fazer a corda era manual e aprendido com “os antigos”. A folha de pita é ini-cialmente batida com um maço de madeira, para amolecer. Depois, é colocada em cima de uma tábua de madeira, onde é ripada com um instru-mento em ferro que separa a polpa – ou carne – do sisal e retira toda a água. As fibras eram deixadas a secar alguns minutos, para que a corda, depois de torcida e entrelaçada, ficasse rija e resistente. Esta, dependendo do uso a que era destinada, podia ter uma ou três vergas. A corda de sisal podia ser feita nos intervalos dos afazeres diários ou ao serão, entre conversas à luz de uma candeia.

Contudo, as folhas e o “pau de pita” tinham outros usos. Nas hortas,

A piteira no Baixo Guadiana Multicultularismoe Integração

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

os agricultores enrolavam as folhas de pita em redor das “casolas” dos toma-teiros. A sua espessura e flexibilidade permitiam proteger, de forma eficaz e barata, as plantas dos raios solares mantendo a humidade dos solos. Para beber água nas bicas, bastava usar uma folha de piteira que estivesse à mão, para com facilidade canalizar a água para os cântaros ou para as infusas. Nos meses de Abril e Maio, os longos e grossos bicos que rematavam a folha da piteira podiam ser usados para comer os caracóis

Por sua vez, o “pau de pita”, longo e esponjoso, era utilizado para o suporte das coberturas dos galinheiros e pocil-gas. Pela altura dos Santos Populares, alguns mastros eram construídos com um “pau de pita”, por se tratar de um material leve e fácil de transportar. Por último, referir ainda que muitos terrenos dispersos pelo território do Baixo Guadiana são delimitados pelos “volados” de pita, nome dado ao ali-nhamento de várias piteiras. Estas cercas naturais, alinhadas por acção humana, evitavam a entrada de estra-nhos que pudessem destruir o interior das propriedades.

Desde a década de 70, que o Algarve tem vindo a ser uma região de forte atração populacional, contribuindo para uma grande expansão populacional, facto para o qual também contribuiu a enorme valorização da atividade turística.

Atendendo à inescapável dimensão cosmopolita crescente da região algarvia, em consequência destes elevados fluxos migrató-rios, deve-se entender a promoção da tolerância, da compreensão da diversidade e o combate à exclusão social, através de políticas de proximidade, atribuindo aos movimentos de cidadãos e asso-ciativos um papel fundamental na estruturação de uma região aberta à diversidade, criando mecanismos de diálogo intercultural, reforçando também a oferta programática e a integração.

A diversidade cultural, muitas vezes é vista como ameaça à identidade de uma nação, de uma região ou mesmo de uma localidade, muitas vezes levando ao desprezo e à indiferença, o Algarve, tem sido apesar de tudo uma espaço de integração e ponto de encontro de vários povos, religiões e culturas, devendo apostar neste facto como caracterizador e diferenciador da sua história e contemporaneidade. A criação de um “Fórum da Interculturali-dade”, com sede num dos concelhos onde esta multiplicidade é mais evidente, seria importante, como forma de desenvolver uma rede de associações ou de comunidades, promovendo a cooperação e de forma a contribuir para um melhor conhecimento, promoção e visibilidade das expressões culturais das várias nacionalidades que fixaram residência na região, estabelecendo um vínculo entre os locais e os estrangeiros, sobretudo nas escolas e entre os mais jovens, promovendo novas sociabilidades. Pedro Pires

Técnico de Património Cultural. Centro de Estudos de

Património e História do Algarve da Universidade do Algarve

CEPHA/UAlg

Miguel Peres dos Santos Gestor Cultural / Historiador

[email protected] - http://facebook.com/miguelapdsantos

Nos passados dias 16 e 17 de Janeiro foi realizada uma forma-ção direccionada para cuidadores informais de pessoas dependen-tes, com o propósito de discutir questões como o que é cuidar, que impacto tem essa tarefa no cui-dador e, principalmente, formas de lidar com o stress e procurar encontrar formas de “cuidar de si”.

Quando nos deparamos com uma situação de doença necessi-tamos de ajuda, de um acompa-nhamento especializado e de um apoio incondicional para que con-sigamos ultrapassar tal momento da nossa vida. No entanto, situa-ções de doença crónica implicam cuidados adicionais, continuados e/ou paliativos, que permitam ao doente não a cura ou tratamento dos sintomas, mas a procura do bem-estar físico e psicológico no momento em que lida com as con-sequências da doença.

Neste sentido, se pensarmos na forma como cuidamos das pes-soas que são portadoras de doen-ças crónicas, concluímos que em Portugal a maioria dos cuidados são efectuados no âmbito familiar. Na sua maioria os cuidadores são

mulheres, entre os 45 e os 60 anos. Habitualmente são as espo-sas ou as filhas que assumem este papel, muitas vezes em detrimento de uma vida profissional que as preencha, e prestam este tipo de cuidados durante vários anos.

Aceitarmos cuidar de alguém que apresenta algum tipo de depen-dência não é algo que planeemos ou possamos antecipar. Quando surge essa necessidade podemos assumir este papel por vários motivos, sendo exemplos disso a necessidade de retribuir de alguma forma o que essa pessoa já fez por nós, ou o facto de ser habitual, para o cuidador, os cuidados serem prestados por familiares ou ainda a recusa, por parte do doente ou dos próprios cuidadores, em insti-tucionalizar a pessoa dependente. Neste sentido, os cuidados que mais se verificam relacionam-se com as Actividades de Vida Diária, como cuidados de higiene pessoal, vestir, alimentar, mobilidade, etc. Os cuidadores auxiliam ainda em actividades como o transporte, compras, actividades domésticas, preparação de refeições, admi-nistração e gestão financeira ou administração de medicamentos.

Devemos então reflectir na forma como este papel interfere no quotidiano de quem cuida e que consequências acarreta para a sua vida, sendo que a família tem que reorganizar-se para poder lidar com a situação, pois a prestação de cuidados implica um processo de readaptação a novos papéis, tanto por parte do cuidador como por parte do alvo dos cuidados.

Esta readaptação a um novo papel, a novas responsabilidades normalmente é acompanhada de sentimentos de elevada realização pessoal. Quem cuida procura dar o melhor de si em prol do bem-estar de quem é cuidado e quando cumpre este objectivo o cuidador sente-se útil, há uma troca mais intensa de afectos e experiências, que aproximam de forma evidente a pessoa dependente e o seu cui-dador. Esta aproximação provoca orgulho pelos cuidados prestados, prazer por ver o familiar bem cui-dado, sentimento de dever cum-prido, etc.

Por outro lado, importa também evidenciar que ao assumir-se como cuidador principal de um familiar, quem cuida vai a curto prazo sofrer considerável desgaste físico e emo-

cional, devido às exigências que o novo papel impõe. Assim sendo, podem surgir questões relaciona-das com as dificuldades financeiras que uma doença crónica acarreta ou com as exigências de tempo e energia que o doente possa fazer. Por outro lado, o quotidiano do cuidador é alterado, sendo que muitas vezes não encontra tempo para si ou para dedicar à família e outras relações interpessoais. Do ponto de vista emocional também se podem verificar algumas alte-rações, como é o caso do apareci-mento de sentimentos de culpa do cuidador, vergonha, baixa auto-estima e preocupação excessiva com o familiar dependente.

Podemos então concluir que o acto de cuidar, embora uma tarefa pesada e difícil, é um acto de humanismo, de demonstração de amor perante um familiar ou amigo que se depara com uma situação em que necessita de ajuda.

Cuidar de quem cuida

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) –

Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres,

Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia

Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Inês Morais,

Andreia Guerreiro, Andreia Alves

“Não há heroísmo maior que o de amar e tratar dos outros”

Pam Brown, N . 1928

www.facebook.com/[email protected]

Como cuidar de si:Descansar e ter uma alimentação adequada.•Procurar ter tempo livre.•Desabafar, falar dos problemas com alguém.•Praticar exercício físico.•Estar informado sobre os processos da doença •de quem cuida.Encontrar soluções para acalmar-se em momentos •de maior stress.Planear com antecedência e estar preparado para •o que possa acontecer.Experimentar várias soluções até encontrar a •que resulte.

Page 24: Jbg fevereiro 2014

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

PASSATEMPOS&LAZER

Apelo à doação de Latas de comida para gato e cão, que podem ser entregues no Posto de Turismo de VRSA (Torreão sul do Centro Cultural)

ou através do telm: 919395094.

Foi decidida favoravelmente a exposição entregue pela DECO em tribunal sobre os contadores de electricidade e foi publicado um anúncio nos jor-nais, no dia 20 de Janeiro para citação dos consumidores que pretendam intervir na acção. O prazo termina a 4 de Fevereiro.

Considerando que a publicação do anúncio em Diário da República não era suficiente para informar os consumidores prejudicados com o desfasa-mento dos contadores, a DECO entregou em Dezembro uma exposição ao tribunal, solicitando ao juiz que ordenasse a publicação de tal anúncio em, pelo menos, dois jornais de grande tiragem.

O juiz atendeu à pretensão da DECO e foi publicado no dia 20 do cor-rente mês o anúncio, começando, por isso, a decorrer um novo prazo, que termina a 4 de Fevereiro.

Os consumidores que se pretendam constituir como contra-interes-sados devem manifestar esta intenção junto do Tribunal. Decorrido este prazo, caso os consumidores se tenham constituído como contra-interes-sados, terão de contestar, até 30 dias, a acção intentada pela EDP contra a ERSE, apresentar todos os factos e juntar os documentos de prova. É obrigatória a constituição de advogado.

Antes de decidir avançar, a DECO aconselha a ponderar os custos e benefícios em causa. Para tal, consulte o quadro disponível no nosso site com as compensações fixadas pela Directiva. Ainda assim, para a DECO, trata-se da aplicação de um acto administrativo que beneficia os consu-midores e protege os seus interesses. O acto administrativo corresponde à decisão decorrente da Directiva 7-A/2013 de 13 de maio, a qual deter-mina a atribuição de uma compensação financeira aos consumidores com contador bi e tri-horário e excluídos anteriormente pela outra Directiva da ERSE.

Caso não existam contra-interessados ou os mesmos não contestem a acção da EDP, o tribunal apreciará livremente os factos alegados por esta.

Quanto à possibilidade de a associação se vir a constituir como contra-interessada em representação dos consumidores afectados, a DECO con-sidera que não é necessária a sua intervenção. Os consumidores, ao serem abrangidos pela Directiva já são, de certa forma, representados pela ERSE, à qual cabe a protecção dos interesses dos consumidores nesta matéria.

A DECO acompanhará este processo e continuará disponível para escla-recer os consumidores.

Susana Correiajurista

“Penso que já existem novas actualizações sobre a questão dos contadores de electricidade, qual foi o

resultado da acção da DECO?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º116

Auto

r: Jo

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Jogo da Paciência n.º 122

Novas freguesias de Lisboa

Não é correcto, nem admissível que nas selecções de qualquer modalidade de qualquer país façam parte atle-tas que genuinamente são indígenas de outros países e que, por força de um papel passam a ter a nacionalidade dos países onde estão e que não sentem a sua história, as tradições, o amor aos símbolos nacionais, ao intelecto e não só desses países e apenas para aparecerem numa «montra» internacional para servirem os seus interesses porque pelos seus países de origem não são seleccioná-veis. Não aos estrangeiros nas selecções portuguesas de qualquer modalidade mesmo «aportuguesados» porque Portugal é uma nação que deve brilhar e honrar-se com a denominada «prata da casa» e há bastante, basta que os descubram e lhes deem oportunidade, o mesmo pode acontecer nos clubes portugueses. Pelo caminho correcto do quadratim vá ao encontro de – Descobrir Portugal.

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oferta n.º 588164153Contrato a termo certo /12meses/capaci-dades informáticas na óptica da comuni-cação em redes sociais, gestão de páginas

sociais e empresariais e gestão de redeVila Real S. António

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Contrato sem termo / com experiência mínima de 36 meses - Requisitos no âmbito da Medida Estímulo 2013

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Belém11. Ajuda12. Alcântara 13. Benfica14. Carnide15. Lumiar16. Olivais17. Marvila18. Beato19. Arroios20.

Page 25: Jbg fevereiro 2014

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 25

COLABORADORES

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e nove de Janeiro de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e trinta e dois a folhas cento e trinta e quatro do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e seis - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Gracinda Maria Serafim Romeira e marido, Casimiro Romeira Serafim, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes no Sítio do Encalhe, Cooperativa Chasfa, Bloco J, rés-do-chão esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 109 648 781 e 109 648 749.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste Concelho:a) Prédio rústico sito em Arraia, composto por terra de mato, amendoal, cultura arvense e construção rural, com a área total de três mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Custódio Belchior, a Sul com José Rodrigues, a Nascente com Herdeiros de Manuel Gonçalves Dias e a Poente com Estrada, Manuel Bento Serafim e José António, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 85, da secção EI, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de sessenta e um euros e trinta e quatro cêntimos, igual ao atribuído;b) Prédio rústico sito em Caganita, composto por terra de cultura arvense, com a área total de cinco mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Alzira Isabel, Sul com Herdeiros de Virgílio Fernandes Rodrigues, Fernando da Cruz Gonçalves e Abílio Gonçalves, e a Nascente com Virgílio Gonçalves Rosa e a poente com Herdeiros de Virgílio Fernandes Rodrigues, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 235, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de quarenta e três euros e trinta e três cêntimos, igual ao atribuído;c) Prédio rústico sito em Eira da Barriga, composto por terra com alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense e oliveiras, com a área total de vinte e um mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Armando Custódio e outros, a Sul com Herdeiros de Martinho Jacinto, Herdeiros de Maria Alberto Bárbara Afonso e Laurinda Custódia Gonçalves, a Nascente com Armando Custódio e a Poente com Laurinda Custódia Gonçalves e outros, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 7, da secção EL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de trezentos e quarenta e dois euros e vinte e três cêntimos, igual ao atribuído;d) Prédio rústico sito em Caganita, composto por terra com vinha, com a área de cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte, Sul e Poente com Fernando da Cruz Gonçalves e a Nascente com Elizabete Maria Horta Pereira Rodrigues, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 237, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de dezanove euros e setenta e dois cêntimos, igual ao atribuído.Que os referidos prédios entraram na posse dos justificantes, já no estado de casados, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, feita pelos pais da primeira outorgante mulher, Manuel António Romeira e Maria Claudina, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram na Corte Pequena, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. ______________________________________________________________________________________

Está conforme o original.Castro Marim, aos 29 de Janeiro de 2014.

A Colaboradora,

_______________________________(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da

Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 62/01Factura n.º 4033

Jornal do Baixo Guadiana - 1 de Fevereiro de 2014

Quem se esqueceu de ti, Constança?

(Constança, Constança, Constança…Vieste casar o amor em PortugalNa tua inocência, como criança, tiveste – para ti – tanta paixão desleal)

Quem se preocupou contigo no desejo?Quem te acendeu as eternas luzes dos séculos?Quem te levou, afastou, o medo, o medo?Foste sozinha no longo caminho da históriaSofrida andança, pés em sangue a percorrer…Quem ouviu o que tinhas para nos dizer?Os sentimentos, sempre tão vivos, seguem-teNão te deixam cair no infinito chão da glóriaMulher, mãe, companhia da noite acordada…Com os teus olhos tristes, a esquecida imagemAdormecida na mágoa, foste do amor castigada.Constança Manuel, quem te apagou as luzes?Era uma vez de quem a história se esqueceuFoi há tanto que o suspiro bem aconchegado adormeceu

Pedro Tavares

Quando se pára para pensar é sinal de que se está consciente do mundo que nos rodeia, das dificuldades da época e dos desafios que se apresentam no nosso cami-nho. A Mulher do século XXI, ciente desta problemática e reconhecendo que cada um de nós é um centro de energia, a partir do qual muitas coisas podem começar a mudar à nossa volta, não abdica da conciliação da vida familiar, profissional e social, pois não são pontos opostos nem antagónicos, mas sim complementares e influenciadores de mais auto-estima, equilíbrio e felicidade.

Conscientes do seu lugar na sociedade e da responsabilidade que lhes acresce na construção de um mundo mais humano, mais solidário, onde a família possa voltar a ser a alavanca dum futuro mais promissor, mais afectivo, partilhado e luminoso, quatro Mulheres corajosas fizeram uma pausa, não para tomar um café ou fumar um cigarro, mas para em conjunto, reflectirem e partilharem expe-riências, ideias, ou perspectivas de como fortalecerem o seu papel duma forma cada vez mais empenhada, activa, responsável, participada e partilhada.

Ao encontro/tertúlia foram chamados todos os que de boa vontade - homens e mulheres - aceitem o desafio desta epopeia, não só pertinente, como necessária e imprescindível, de construir uma trajectória de vida integrada, em uníssono, rumo a um futuro que a todos pertence e de todos depende.

Como disse Einstein:”O problema do homem não é a bomba atómica, mas o seu coração”.

Junto às margens do Mondego imperturbável,rodeada dos filhos ainda crianças, a bela Inês estava,naquela antiquíssima Coimbra memorável,à espera de Pedro, seu grande amor, que já tardava.

Empunhando a espada nua, um bando de assassinos,irrompe no paço, em Santa Clara e, acerca-se de Inês, estarrecidaque, temendo o pior, acolhe no regaço os pequeninos,a quem ama muito mais que a própria vida.

Cobardes matadores de uma mulher, na ausência do seu anjo-da-guarda,numa invernosa madrugada, que as brumas do tempo nunca irão ocultar,tomam de assalto os aposentos de uma fidalga horrorizadae, com requintes de malvadez, a vão friamente assassinar.

Não os comovem as lágrimas de sangue que derrama;jamais se viu tanta crueza em seres humanose, o aço rijo da lâmina, degola num só golpe, a infeliz dama,dando-lhe morte imediata, os sanguinários tiranos.

De, entre aqueles ímpios e gélidos carrascos de Inês,à ira desmedida de D. Pedro, um deles com astúcia se escapouquando, em Santarém, por suas mãos justiça feze, impune, durante a vida, que foi longa, assim ficou.

D. Afonso, o “Bravo”, monarca reinante, neste torrão imortal,a vida lhe roubou, indo além do poder absoluto que mantinhae, porque odiava Inês, em Conselho, secreto, condena-a à pena capitalmas, ao subir ao trono, D. Pedro a fez, de Portugal Rainha.

Esta dama inocente, que el-rei condena por alta traição,os únicos crimes que cometeu, foram amar Pedro, o príncipe reale, conceber e dar ao mundo, filhos que seus netos são,gente de sangue azul, infantes de Portugal !

Parar e pensar para melhor agir…

Um crime em Santa Clara

Maria Susana Mexia

Manuel Palma

Page 26: Jbg fevereiro 2014

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

DESPORTO

“Constitui para mim uma enorme satisfação, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, poder reunir neste auditório um tão grande número de castromarinenses para, em conjunto, discutirmos o des-porto no concelho de forma franca e aberta. Não conheço nada mais eficaz para combater as toxi-codependências, o alcoolismo e o tabagismo, do que o desporto, muito desporto! O desporto e o exercício físico fazem bem a todas as compo-nentes da vida humana: física, psíquica, social, afetiva, hormo-nal, bioquímica, etc. Só vejo bene-fícios na prática do exercício físico, por exem-plo num simples baile de acordeão as pessoas fazem sem se aperceber muito exercício físico.”

Foi deste modo, que Francisco Amaral saudou os muitos dirigentes associativos e munícipes que parti-ciparam, ativamente, no debate “O Presente e o Futuro do Desporto e da Atividade Física em Castro Marim”, no passado dia 18 de janeiro, no audi-tório da Biblioteca Municipal.

O debate começou com a apresen-tação de um relatório técnico acerca da política de desporto do município

A Câmara Municipal de Alcoutim celebrou, com o Clube Karaté de Alcoutim e Martim Longo, um contrato-programa de Desenvolvimento Desportivo. Este contrato vai garantir a abertura do clube nas duas localidades, destinado a formar, inicialmente, cerca de 50 crianças e jovens.

O contrato é válido por um ano e, segundo o mesmo, o Clube de Karaté receberá da autarquia de Alcoutim 8500 euros, que garantem o pagamento de 50% do valor das mensalidades dos praticantes e o desenvolvimento de alguns eventos desportivos, nomeadamente um festival lúdico-juvenil, previsto para o mês de fevereiro, um Torneio de Karaté, calendarizado em novembro, e o estágio associativo de início de época. O acordo estabelece ainda a organi-zação e dinamização de um atelier de karaté durante o mês de julho, aberto a toda a comunidade e direcionado para a defesa pessoal. As aulas de karaté vão decorrer às terças e quintas, decorrendo entre as 17h00 e as 18h00 em Alcoutim (pavilhão da Escola Básica Integrada) e entre as 18h45 e as 19h45 em Martim Longo (ginásio da escola). As inscrições já estão abertas e decorrem nas escolas de Alcoutim e Martim Longo.

e uma avaliação do desempenho do associativismo local, organizado pelo técnico superior de Educação Física da autarquia, Jorge Neves, que deu a conhecer a oferta desportiva no concelho e o papel das associações

na democratização do fenómeno desportivo.

Ao longo de mais de quatro horas de debate, estiveram sobre a mesa uma multiplicidade de questões ligadas ao desporto no concelho tais como: a construção de duas ciclovias, uma na EN 122 entre Castro Marim e V.R.S.A e a outra na EM. 125 – 6, de Castro Marim ao cruzamento da Praia Verde, a criação de um Centro de BTT no concelho, a colocação de relvado sintético no campo de futebol muni-cipal; a dinamização da canoagem

ou o desenvolvimento do desporto aventura na freguesia de Odeleite, assim como o aproveitamento da bar-ragem localizada naquela freguesia para desportos náuticos. Em Altura constatou-se a necessidade de reali-

zar obras de beneficiação no campo de futebol e na pista de atletismo. A construção do pavilhão e da piscina e o aproveitamento da praia para a prática desportiva (voleibol, futebol) também foram reivindicadas.

Público rico em opinião

Do público foram várias as opiniões e ideias manifestadas e que enriquece-ram o debate. Desde o facto de Castro Marim, em termos desportivos, dever afirmar-se como uma alternativa a

outros projetos desportivos já existentes “pelas condições excecionais que dispõe para a prática desportiva e nunca cair na tentação de copiar ninguém”, como afirmou José Valentim, da Associação Rodactiva.

Entre outros apelos, João Gomes realçou a importân-cia do golfe como desporto disponível no concelho, consi-derando que “não é aproveitado em parceria como teria de ser”, sublinhando “falta de visão local perante empreendi-mentos disponíveis e que investiram milhões no conce-lho”.

Jorge Martins relembrou as parce-rias pioneiras cele-bradas pela ARDA do Azinhal, nome-adamente, com o “Campesino Fute-bol Clube do Monte Francisco”, referindo

a importância da realização de ativida-des que envolvem a comunidade.

Luís Romão destaca proximidade

Por seu turno, Luís Romão, Diretor Regional do Instituto Português do Des-porto e da Juventude (IPDJ)congratu-lou-se, dizendo que “é um privilégio abrir este ciclo de debates de Castro Marim. É bom termos presidentes de câmara que se preocupam em ouvir os munícipes, antes de decidir”.

Castro Marim debateu presente efuturo do desporto no concelho

Karaté em Alcoutim e Martim Longo vai formar 50 crianças

Debate contou com executivo e diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude

Futebolândia

Ano 2014 cá estamos nós neste país à beira-mar plantado, Portugal de seu nome e ao que dizem vai ter uma saída à irlandesa na ajuda financeira (deve ser sair com uma “Guiness” na mão, digo eu). Mas nesse mesmo país onde o primeiro-ministro diz que as dificuldades e as exigências vão con-tinuar é pena as viagens para a Marte estarem demoradas, senão ia e ficava por lá, porque já não há pachorra para aturar tanta mentira e tantos deva-neios como neste país.

Falando em devaneios, mais uma vez Pinto da Costa que é fértil nesta matéria, chegando a apelidar, e passo a citar, “de vergonhosa” a arbitragem do Benfica-Porto e fala como se tivesse toda a razão do mundo. Mas entendo que o “Sildenafil” substância ativa do “Viagra” em sobredosagem provoque este tipo de alucinações... Mas Paulo Fonseca com quarenta anos, também as ter já é mais preocupante... (não sei se me faço entender).

O mais grave disto tudo é que ao longo de mais de trinta anos, ainda tenha efeito estes devaneios, esta pressão sobre a arbitragem. Em menos de duas semanas o F.C. do Porto bene-ficiou de situações no mínimo estra-nhas: mais gritante no caso da Taça da Liga, com o atraso no começo do jogo e aquele penalti no fim com o Marítimo foram exemplos mais que suficientes para ver ainda o “poder do apito” do Pinto da Costa em Portugal nessa matéria. Sobre o penalti já não ria tanto desde a entrevista de Vítor Pereira na Arábia Saudita - não por irritar-se com o assessor de imprensa do clube, mas pelo seu inglês, que é pior do que o do José Mourinho!

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, finalmente falou de um tema de extrema importância (porque sou sincero até agora não tinha acertado uma, era tipo bla bla bla “whiskas” saquetas). Falou da transparência na arbitragem portuguesa, referindo que têm que ser do conhecimento público os relatórios dos árbitros; temos que saber de uma vez por todas a verdade Além de pedir a Pedro Proença para não dizer disparates, quando disse que o futebol português é que não merece os árbitros que tem e logo ele que tem realizado arbitragens, quase sempre, prejudicando o Benfica e beneficiando o F.C. do Porto, mas é amigo do Pinto da Costa e há que valorizar as amiza-des... (aqui fui, como se diz agora, bué de sarcástico)

Finalizando os devaneios: Luís Felipe Viera e Jorge Jesus falam em apostar nas camadas jovens do clube e logo a seguir aparecem notícias que André Gomes vai ser vendido e outros jogadores com qualidade que só jogam para a Taça da Liga. Já há muitos anos que não via um onze inicial do Benfica com tantos portugueses como aquele frente ao Gil Vicente que se jogou no Restelo (porque o relvado da luz está a ser aproveitado para plantar bata-tas, cenouras e afins, porque os legu-mes fazem parte de uma alimentação variada e saudável!!!).

É caso para dizer, meu Deus, tantos devaneios!

Eusébio Costa, técnico superior na área da

comunicação da junta de freguesia de VRSA

[email protected]

Dirigentes associativos, atletas, amantes do desporto, docentes, responsáveis políticos e comunidade em geral marcaram presença na conferência «O presente e o futuro do desporto em Castro Marim». Um debate de mais de quatro horas onde vários projetos futuros foram inventariados para o concelho.

O protocolo estabelecido é válido por um ano. As inscrições estão abertas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | FEVEREIRO 2014 | 27

DESPORTO

O escalão feminino sub-19 do Juven-tude basquetebol Clube de Vila Real de Santo António sagrou-se campeão regional na fase final do campeonato em que defrontou as equipas de Por-timão e de Albufeira. A 8 de fevereiro estas vitoriosas vão começar a disputar a Taça Nacional que se prolongará até Abril. Mas primeiramente será dispu-tada a primeira fase Sul do Tejo. “Há grandes possibilidades nesta competi-ção”, diz confiante António Palermo.

O presidente do clube refere que “os bons resultados surgem graças a muito esforço, companheirismo, dedicação”, para além de referir que “o apoio

A equipa de futsal dos «Inter-Vivos», de Martim Longo, colocou três dos seus atletas - Jorge Guerreiro, Tiago Mestre e Rui Silva - na Seleção de Sub-18 de Futsal do Algarve, que está entre as quatro melhores do país. Recentemente, a seleção algar-via qualificou-se para a fase final do Torneio de Interassociações, que teve lugar em Oliveira de Azeméis a 11 e 12 de janeiro. Nesta competição a seleção con-

A autarquia de Vila Real de Santo António promoveu no passado Sábado dia 18 de Janeiro um encontro de futebol entre os alunos da Fundação ReALMAdrid/Escola sócio despor-tiva de Vila Real de Santo António e Castro Marim. O encontro aconteceu no complexo desportivo e contou com a presença de 80 jovens pertencentes às equipas da Fundação ReALMAdrid de VRSA e de Monte Gordo e das equipas mais jovens do Lusitano. A autarquia aproveitou a ocasião para oferecer a todos os seus jovens da

Em Janeiro a seção de Atletismo do Padel Clube de Vila Real de Santo António conquistou a meda-lha de bronze depois de alcançar o 3.º lugar na categoria dos 3 mil metros no Campeonato Regional de Inverno que teve lugar em Vila Real de Santo António a 18 e 19 de Janeiro.quistou a medalha de bronze,

subindo ao pódio.Depois de ultrapassar a fase

zonal sul, o Algarve foi, assim, um dos quatro finalistas da prova, a par das seleções de Lisboa, Porto e Aveiro.

De referir que o alcoutenejo Luís Conceição é o treinador das várias seleções de Futsal do Algarve e o treinador do fustal do clube Inter-Vivos, de Martim Longo.

fundação um equipamento completo do Real Madrid.

A 15 de Fevereiro terá lugar em Castro Marim um encontro de bas-quetebol da mesma fundação.

Recordamos que este projeto é uma parceria com a Fundação madrileña que existe desde 2011 e é gratuito para os alunos. Conta com a colabo-ração dos agrupamentos escolares do concelho de VRSA e de Castro Marim. O grande objetivo é promover a inte-gração social dos alunos através do desporto.

Experiência e liderança, velocidade e irreverência, juventude e afirma-ção. Estes podiam ser os adjectivos de qualificação dos três ciclistas do Baixo Guadiana: Ricardo Mestre, Samuel Caldeira e Amaro Antunes, para a nova época velocipédica 2014.

Entramos no mês de Fevereiro e mais uma época dá início. Novas corridas novas equipas a represen-tar, novos objectivos e novas ilu-sões pautam o dia-a-dia destes três atletas que delas se alimentam para chegarem à excelência do dever cumprido no final de cada prova.

O JBG analisa cada um deles e espelha as suas reacções.

Ricardo Mestre30 anos Equipa: Efapel Glassdrive

Profissional desde 2005Calendário Fevereiro:16 Fev. Prova de Abertura19 a 23 Fev. 40ª Volta ao Algarve

“Neste momento a preparação está a correr dentro do esperado. A minha época só começa na Prova de Aber-tura em meados do mês de Fevereiro e depois segue-se a «Volta ao Algarve» onde estarão as melhores equipas do ciclismo mundial. Provavelmente irei acusar a falta de ritmo na «Volta ao Algarve», mas vou tentar estar atento e poder dar nas vistas numa etapa já que a geral será difícil lutar por ela. Depois disto temos previsto ir correr a Volta a Argélia mas ainda não sei irá concretizar-se.”

Samuel Caldeira28 anos Equipa: OFM-Quinta da Lixa

Profissional desde 2006Calendário Fevereiro:9 a 16 Volta a São Paula (Brasil)19 a 23 Fev. 40ª Volta ao Algarve

“Este ano vou começar a época em terras brasileiras. Vamos disputar a «Volta a São Paulo» uma prova de oito dias essencialmente com etapas a rolar que variam entre os 100 e os 150 quilómetros e que terá um contra-relógio de cerca de 28 quilómetros. Será uma prova em que o objectivo principal será apanhar ritmo para a Volta ao Algarve mas em que vou tentar aproveitar as minhas oportunidades ao sprint.” Disse o natural da Manta Rota, acrescentando que a Volta ao Algarve é a grande prova do calendário mundial do mês de Fevereiro e onde espera estar a um bom nível.

Amaro Antunes24 anos Equipa: Banco BIC-Carmim

Profissional desde 2011Calendário Fevereiro:Tour Dubai (Dubai)16 Fev. Prova de Abertura

“Estou a poucos dias de começar a minha época e vai ser no «Tour do Dubai», que este ano será uma competição com um pelotão de altíssima qualidade e um percurso pouco selectivo, segundo os gráficos da prova. Os objectivos que levo para esta prova assim como para a prova de Abertura passam basi-camente por dignificar da melhor forma a camisola que envergo e ser útil a todas as missões que a equipa se propuser”.

incondicional da câmara municipal de Vila Real de Santo António, dos encarregados de educação e do maior patrocinador «Laranja Tours» e outros patrocinadores têm sido determinan-tes”. O responsável afiança mesmo que “o prestígio do clube tem crescido muito, tendo sido notável o cresci-mento nos últimos três anos”.

Dificuldades financeiras

António Palermo recorda que “a vida financeira do clube não está saudável, fruto desta crise”, e apela a potenciais patrocinadores para

“olharem mais para o desporto em geral, e neste caso para basque-tebol”.

O Juventude Basquetebol Clube tem seis equipas. Três participam no campeonato regional e outros três no campeonato nacional. No total em competição estão 100 atletas.

O clube tem apostado também na aposta da formação com moda-lidade de mini-basquet com 40 jovens entre os 6 e 11 anos.

Formação para Castro Marim

António Palermo avançou ao JBG que está a ser estudada a hipótese de ser criada uma formação de mini-basquet no concelho vizinho de

Castro Marim. “Estamos a concer-tar esta possibilidade, no âmbito da Eurocidade do Guadiana”, explica o responsável.

Humberto Fernandes

Juventude Basquetebol Clube sagra-se uma vez mais campeã regional

«Inter-Vivos» colocou três atletas na Seleção de Sub-18 de Futsal do Algarve

Alunos da Fundação ReALMAdrid participaram em encontro de futebol

Seção de atletismo do padel em VRSA conquista pódio

Ciclistas do Baixo Guadiana iniciam nova época

Equipa realizou feito inédito ao nível nacional

Próximo encontro será de basquetebol e vai ter lugar a 15 de Fevereiro em Castro Marim

É um feito “inédito”, tal como salienta ao JBG António Palermo, presidente do Juventude Basquetebol Clube de Vila Real de Santo António. Desde há seis anos que as jovens basquetebolistas se sagram campeãs regionais.

Equipa de futsal está entre as quatro melhores ao nível nacional

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |FEVEREIRO 2014

A Associação Oncológica do Algarve está a angariar tampinhas, mas também garra-fas e garrafões de plástico para a reciclagem de modo a criar valor para a construção de uma residência para doentes oncoló-gicos. Conheça esta iniciativa e colabore neste projeto e na pre-servação do ambiente.

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A Câmara Municipal de Alcoutim atribuiu um apoio financeiro de 3.600 euros anuais à Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim, para assegurar a gratuidade das aulas de tai chi e yoga à comunidade alcouteneja.

O tai chi e o yoga são conhecidos por serem práticas muito benéficas para o corpo, para a mente e para o espírito. Segundo Irma dos Anjos, instrutora das modalidades em Alcou-tim, “os resultados são ótimos, apesar de terem origens diferentes e de terem por base filosofias distintas, ambas as modalidades melhoram a flexibilidade e trazem benefícios a todos os sistemas do corpo humano, do cir-culatório ao sensorial”.

As aulas de tai chi e yoga realizam-se duas vezes por semana, na Escola Básica Integrada de Alcoutim e estão adaptadas a todas as idades. Atualmente, são frequenta-das por pessoas com idades compreendidas entre os 30 e os 70 anos.

CartoonECOdica

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Bombeiros de Vila Real de Santo António celebraram 124 anos de existência. Promoções e palavras de louvor marcaram aniversário.

Eurocidade celebra primeiro ano. Mostra-se dinâmica e com muitas inovações para 2014

A saúde no Algarve está doente. 80% dos especialistas do Hospital Central do Algarve denunciam “rutura de serviços”

Tai Chi e Yoga gratuitos em Alcoutim