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INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL NAS ÁREAS URBANAS DAS CAPITAIS B R A S I L (COBERTURA VACINAL 2007)

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APOIO e FINANCIAMENTO

Ministério da SaúdeOrganização Pan-Americana da Saúde

EXECUÇÃO

Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG)

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COORDENADOR GERAL

José Cassio de Moraes

COORDENADORES DO PROjETO

Expedito de Albuquerque Luna Helena Barbosa

Ione Aquemi GuibuManoel Carlos S. de Almeida Ribeiro

Maria Amélia Mascena Veras Maria Josefa Penon Rujula

Maria Lucia Rocha de MelloOziris Simões

Paulo Carrara de CastroRita Barradas Barata

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ArAcAju

Supervisores locaisGiselda Melo Fontes SilvaSandala Maria T. Santos de Oliveira

Belém

Supervisores locaisConsuelo Silva de Oliveira Rute Leila dos Reis Flores Sandra Helena Melo Monteiro

Belo Horizonte

Coordenadores locaisElizabeth Barbosa Franca Maria da Conceição J. Werneck Côrtes Deise Campos Cardoso AfonsoSupervisores locaisAdelaide Maria Sales Bessa Angela Pereira Guimarães Gisele Lúcia Nacur Vianna Lenise Westin maciel Dornas Lúcia Maria Miana Mattos Paixão

BoA VistA

Supervisores locaisEliana de Fátima PauloNáiade Bezerra Martins Lima

cAmpo GrAnde

Supervisores locaisClarice Souza PintoKátia M. Barbosa Lima

cuiABá

Supervisor localValéria Benedita Santos de Oliveira

curitiBA

Supervisores locaisFides SbardellottoKarin Regina LuhmRaquel Jaqueline FarionRegina Maria Yamaguti SatoRenato Rocha da CruzSusane Carolina Luhm Crivellaro

distrito FederAl

Supervisores locaisIvone Perez de CastroPriscila Maria Araújo OliveiraRosilene RodriguesSuzana Ilha

FloriAnópolis

Supervisores locaisLaura Cavalcanti de FariasLeonor Gamba Proença

FortAlezA

Supervisor localMaria de Fátima Fonseca Mota

GoiâniA

Supervisores locaisAna Karina Marques SalgeAna Luiza Neto JunqueiraKarina Machado SiqueiraKarina SuzukiLizete Malagoni de Almeida C. OliveiraRuth Minamisava FariaSandra Maria Brunini de SouzaSheila Araújo Teles

joão pessoA

Supervisores locaisBárbara Maria S. Pereira WanderleyClaudia Luciana de Sousa M. VerasEsterlândia Bezerra de SouzaLucineide Alves Vieira Braga

mAcApá

Supervisor localSandra Regina Garcia

mAceió

Supervisores locaisDenise Leão CiríacoJanaína de Albuquerque Torres

mAnAus

Supervisor localFátima Tereza Praia Garcia

nAtAl

Supervisores locaisErotides Maria Garcia JustinoHelena Gomes Santanna

pAlmAs

Supervisores locaisJuliana Araújo de SouzaPatricia Fereira Nomellini

porto AleGre

Coordenador localSotero Serrate MengueSupervisores locaisTatiane da Silva Dal PizzolMônica Maria Celestina de Oliveira

porto VelHo

Supervisores locaisMaria Goreth M. F. de LimaNúbia Virginia D’Avila Limeira de Araújo

reciFe

Coordenador localMaria Bernadete de Cerqueira AntunesSupervisores locaisMaria Lindomar da SilvaRita Barbosa da Silva

rio BrAnco

Supervisores locaisPaulo da Costa MoreiraAna Paula Alves dos SantosLuciana Gregório Lopes Freire

rio de jAneiro

Coordenadores locaisMaria do Carmo LealSilvana Granado Nogueira da GamaSupervisores locaisCarla Lourenço Tavares de AndradeElaine Fernandes Viellas de OliveiraMariza Miranda Theme FilhaPaulo Roberto Borges de Souza JúniorSônia Duarte de Azevedo Bittencourt

sAlVAdor

Coordenadores locaisRaimunda Maria Campos dos SantosSusan Martins PereiraSupervisores locaisGoya PitágorasMilena Carneiro NunesOrgali Maria Gomes Soares MarquesRosângela Maria Vargas MagalhãesVera Fonseca Reis

são luiz

Supervisores locaisCláudia Teresa Frias RiosLena Maria Barros FonsecaMaria Lúcia Holanda LopesSirliane de Souza PaivaElba Gomide MochelAna Hélia de Lima Sardinha

são pAulo

Supervisores locaisMargaret Harrison de Santis DominguezMariangela Pereira NepomucenoSandra Regina Garcia

teresinA

Supervisores locaisRaimunda Ferreira Damasceno VieiraDeusamar Cesar Meneses

VitóriA

Supervisores locaisClaudia S. Ferreira de Oliveira BeloniaMichele GarciaRosângela Helena PessotiSimone Lacerda PotonYeda Célia Silva Eugênio

equipe de trABAlHo nAs cApitAis

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INDICEIntrodução .................................................................. 05

Síntese do Estado da Arte ....................................... 05

Objetivos .................................................................... 08

Metodologia ............................................................... 09

Resultados do Inquérito - Brasil ............................. 15

Município de Belém .................................................. 42

Município de Boa Vista ............................................ 64

Município de Macapá ............................................... 86

Município de Manaus ............................................. 110

Município de Palmas ............................................... 130

Município de Porto Velho ..................................... 154

Município de Rio Branco ....................................... 176

Distrito Federal ........................................................ 200

Município de Campo Grande ............................... 220

Município de Cuiabá ............................................... 244

Município de Goiânia ............................................. 266

Município de Aracaju ............................................. 288

Município de Fortaleza ........................................... 308

Município de João Pessoa ...................................... 330

Município de Maceió .............................................. 350

Município de Natal ................................................. 370

Município de Recife ................................................ 392

Município de Salvador ............................................ 414

Município de São Luís ............................................ 438

Município de Teresina ............................................ 460

Município de Belo Horizonte................................ 482

Município de Rio de Janeiro .................................. 504

Município de São Paulo .......................................... 526

Município de Vitória ............................................... 550

Município de Curitiba ............................................. 572

Município de Florianópolis.................................... 594

Município de Porto Alegre .................................... 616

Anexos ...................................................................... 636

Referências Bibliográficas ...................................... 640

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ACRÔNIMOS

BCG Bacilo de Calmette e Guérin, usada como vacina contra a tuberculose

CRIE Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

CV Cobertura Vacinal

DA Dados Administrativos

DPT Vacina Tríplice Bacteriana clássica ou celular contra: a difteria, o tetano e a pertussis (coqueluche).

FA Vacina contra a febre amarela

HVB Vacina contra hepatite B

Hib Vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICV Inquérito de Cobertura Vacinal

LS Limite superior

LI Limite inferior

MS Ministério da Saúde

PNAD Pesquisa Nacional por amostra de domicílio

PNI Programa Nacional de Imunização

POLIO Vacina contra a poliomielite, Sabin

PSF Programa de Saúde da Família

SCR Vacina tríplice viral, contra o sarampo, a caxumba e a rubéola

SI - API Aplicativo do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização

SINASC Sistema de Informação de Nascidos Vivos

TETRA Vacina DPT + Hib

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INTRODUÇÃOO controle de doenças transmissíveis tem nos programas de imunizações e de vigi-

lância epidemiológica dois componentes fundamentais. O Programa Nacional de Imunização, com mais de três décadas de existência, tem

desempenhado papel fundamental no controle de importantes doenças imunoprevení-veis, atingindo atualmente altas taxas de cobertura vacinal em praticamente todo território nacional. Esta situação instaura a necessidade de se aprimorar as estratégias de avaliação do programa, tanto na busca de indicadores mais precisos, quanto na mensuração e no entendimento das desigualdades sociais relacionadas à cobertura vacinal.

Entende-se que a efetividade do programa de imunização, mensurada através da cobertura vacinal de uma população, está condicionada pelo sistema de saúde, pelo próprio programa de imunização e pelas características da população. Inquéritos domi-ciliares se colocam como uma das melhores estratégias para aprofundar o estudo das desigualdades.

A cobertura vacinal tem sido estimada no país a partir dos dados registrados pelas unidades básicas de saúde, estando sujeita a importante erro de registro, transcrição, esti-mativa de população alvo e outros. A ocorrência de epidemias na vigência de estimativas de coberturas altas, bem como os inquéritos domiciliares realizados, tem demonstrado a imprecisão dessas estimativas. A heterogeneidade de cobertura, nem sempre corretamen-te evidenciada através dessas estimativas, representa risco de acúmulo de suscetíveis em estratos populacionais capazes de determinar a introdução e a manutenção da circulação de agentes infecciosos. A epidemia de sarampo que em 1997 surpreendeu o programa de vigilância epidemiológica pode servir de alerta para a importância de conhecer correta e oportunamente a cobertura vacinal em menores de um ano.

SÍNTESE DO ESTADO DA ARTENo Brasil, especialmente a partir de 1973, quando o Ministério da Saúde criou o

PNI (Programa Nacional de Imunizações), têm sido realizadas pesquisas de avaliação da cobertura vacinal no intuito de monitorar o cumprimento da meta de vacinar 100% das crianças menores de 1 ano com todas as vacinas do esquema básico (Brasil, 1993) . No início da década de 80, as coberturas vacinais no Brasil estavam bem abaixo da meta preconizada. Na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1981, dentre as crianças de 1 a 4 anos, 74,1% estavam vacinadas contra o sarampo, 65,9% tinham re-cebido a BCG, 74,9% receberam 3 doses da vacina DPT (difteria, coqueluche e tétano) e 94,4% haviam tomado 3 doses da vacina contra poliomielite. Apenas 38,3% das crianças tinham recebido todas estas citadas vacinas e completado o esquema básico de vacinação (Becker RA, 1984). Em 1996, na Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (Benfam, 1996), mostrou-se que as coberturas vacinais aumentaram, comparando-se com a década anterior, atingindo 92,6% para BCG, 80,3% para 3 doses da vacina DPT, 80,7% para 3 doses da vacina contra poliomielite, 87,2% para a vacina anti-sarampo; 72,5% tomaram todas as vacinas. Apesar da melhoria observada, uma parcela das crianças continua sem ser vacinada adequadamente, mesmo em locais com ampla disponibilidade de serviços de saúde (Silva, 1999).

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Outro aspecto relevante é a diversidade das condições de vida existente no país, que poderia estar se refletindo em diferentes coberturas vacinais, não reveladas pelas médias estaduais. É possível que nas áreas com piores condições de vida o acesso ao programa de imunizações seja diferenciado em relação a outras áreas das grandes metrópoles. Cer-tamente, os dados dos serviços próprios poderiam dar uma idéia dessas diferenças, entre-tanto, estariam excluídas as informações de crianças atendidas em outras modalidades tais como clínicas particulares de vacinação e convênios, além daquelas que embora residindo na área de influência do serviço tivessem recebido suas vacinas em serviços localizados em outras áreas, visto que não há adscrição de clientela estabelecida.

Rotineiramente, os dados de cobertura vacinal são obtidos a partir dos dados de produção dos serviços de cada uma das unidades de vacinação e das estimativas popula-cionais do IBGE, ou então pelo número de recém-nascidos do SINASC. Essa informa-ção é consolidada nas esferas municipal, estadual e federal, pelo aplicativo SI-API desen-volvido pelo Ministério da Saúde.

Os dados disponíveis para 2006 nos indicam, com algumas exceções, uma cobertu-ra vacinal excelente em todas as unidades federativas, e com freqüência ultrapassa 100% (Moraes, 2000). Contudo, a construção desse indicador apresenta vários problemas. Al-guns são derivados da concepção do sistema de informação e outros do processo de coleta.

Finalmente, a tendência, reiteradamente verificada, de coberturas baixas nas cama-das com melhores condições de vida, representa um desafio a ser enfrentado na garantia do controle das doenças imunopreveníveis.

INQUÉRITO POPULACIONAL

Por sua vez, é importante que os gestores ao avaliarem o impacto de intervenções em saúde pública na melhora das condições sanitárias da população, não o façam somente por meio da análise de indicadores globais, mas tentando verificar se os mesmos, de fato, são acompanhados da diminuição das desigualdades entre os estratos mais pobres e os mais ricos da população.

A inexistência de séries históricas com dados de boa qualidade relativos a indica-dores sócio-econômicos e de saúde e a ausência de ao menos duas avaliações seqüenciais em uma mesma comunidade mediante o uso de metodologias comparáveis são obstáculos para tal avaliação. Moraes (Waldman, 2008) aponta a relevância de inquéritos periódicos de âmbito nacional com a finalidade de avaliar a cobertura e as desigualdades sociais, mostrando inclusive que esse tipo de estudo pode contribuir para identificar possíveis mudanças na adesão à vacinação em determinados estratos da população, indicando a necessidade de um melhor exame das hipóteses explicativas plausíveis por meio de outras estratégias metodológicas, como a análise qualitativa.

Contudo, a escolha da forma de mensurar a desigualdade dá-se em função dos objetivos do estudo. Assim, pode-se tanto avaliar como a vacinação se distribui na popu-lação sem distinguir grupos sociais, quanto estimar as desigualdades relativas e absolutas concernentes a grupos socioeconômicos. Por exemplo, os inquéritos de cobertura vacinal realizados em 1998 e 2002 no município de São Paulo, além de mensurarem um ligeiro aumento da cobertura vacinal no período, possibilitaram avaliar que as desigualdades em função de estratos socioeconômicos se modificaram sensivelmente. Em 1998 os estratos

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mais rico e mais pobre apresentavam as coberturas mais baixas. Em 2002, diferentemente, houve uma clara tendência de aumento da cobertura conforme a piora do estrato sócio-econômico.

QUESTÕES FUNDAMENTAIS A SEREM RESPONDIDAS

Qual é a cobertura vacinal real para crianças aos 12 e aos 18 meses de idade resi- dentes nas capitais das unidades federadas e no Distrito Federal?

Qual é o acesso dessas crianças ao programa nacional de imunizações e como se comporta a adesão ao mesmo até os 18 meses de idade?

Qual é á diferença entre a cobertura vacinal estimada pelos inquéritos e os dados administrativos obtidos pelo sistema de informação do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (API)?

De que maneira as condições de vida interferem na cobertura vacinal?

JUSTIFICATIVA

O estudo das coberturas vacinais segundo condições de vida fornece uma oportu-nidade para a investigação acerca da concretização de políticas públicas compensatórias, isto é, intervenções programadas e executadas, preferencialmente pelo Estado, buscando diminuir as diferenças entre os grupos sociais produzidas por diferentes inserções na or-ganização social.

Idealmente as políticas públicas de corte coletivo deveriam ser capazes de compen-sar, na esfera do consumo de bens e serviços, as desigualdades geradas no processo de produção e reprodução social. Entretanto, uma série de condicionantes concretos rela-tivos à existência e funcionamento dos serviços, possibilidades reais de utilização, com-portamentos familiares e outros acabam por determinar o cumprimento apenas parcial dos objetivos visados por tais políticas. Assim sendo, é possível que ao passar do plano de elaboração para o da execução, mesmo as intervenções que se pretendem universais, ten-dam a se concretizar repetindo os mesmos padrões de desigualdade, embora de maneira atenuada.

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OBJETIVOSO objetivo geral do inquérito é estimar a cobertura vacinal na população de 18 a

30 meses de idade em três momentos de sua vida, a saber: em menores de um ano, aos 18 meses e no momento da entrevista, residentes nas áreas urbanas das capitais de todas as unidades federativas do Brasil. Além de obter a cobertura para a capital o inquérito estudará a cobertura vacinal em cada um dos estratos de condições de vida existentes. As estimativas ponderadas permitirão também avaliar a cobertura vacinal dos residentes nas capitais por macro região e para o país.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estimar as coberturas vacinais relativas a BCG, Polio, DTP, sarampo, tríplice viral, Haemophilus influenzae, hepatite B e primeiro reforço para DPT e Polio;

Estudar o acesso aos serviços para obtenção da primeira dose de vacina avaliada através da cobertura para a primeira dose de DPT no primeiro ano;

Analisar o cumprimento do calendário proposto levando em conta as idades pre- conizadas e os intervalos corretos entre as doses (doses válidas);

Verificar a adequação do esquema vacinal realmente aplicado às normas ideais (comparação entre doses aplicadas e doses válidas);

Comparar as doses aplicadas, válidas e os dados de produção dos serviços de atenção básica;

Estimar a proporção de crianças que utilizam serviços privados para imunização;

Estudar as coberturas vacinais, esquema completo, as condições de vida predo- minantes nas áreas ou estratos correspondentes e dados socioeconômicos das famílias.

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METODOLOGIAFoi realizado um inquérito epidemiológico domiciliar com o objetivo de estimar a

cobertura vacinal de crianças residentes na zona urbana das capitais dos 26 estados bra-sileiros e do Distrito Federal. Para tanto, foi selecionada uma amostra representativa da população de menores de um ano, baseada na estimativa da população de 1 a 4 anos des-tes municípios, pelo censo de 2000. Os domicílios incluídos na amostra foram visitados procurando-se identificar uma criança pertencente à coorte de nascidos em 2005, e neles foi identificado um informante que respondeu a uma entrevista estruturada, abordando questões relativas à vacinação da criança identificada e às condições socioeconômicas da família. Neste item serão apresentados os procedimentos metodológicos adotados no cál-culo e seleção da amostra, na execução do trabalho de campo, na organização dos dados, bem como em sua análise, e os cuidados éticos relacionados à realização do estudo.

1. AMOSTRA

A coorte do estudo foi formada pelas crianças nascidas no ano de 2005 que em primeiro de julho de 2007 estavam com idade entre 18 e 30 meses.

Os parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra foram: proporção esperada de crianças vacinadas = 0,80; nível de significância de 0,05; precisão da estimati-va = 0,07; efeito do desenho = 1,5 e perdas estimadas de 0,10. Com base nesses va-lores, estimou-se o tamanho da amostra em 210 crianças por inquérito ou 7 (sete) crianças por conglomerado.

O processo de amostragem por conglomerados seguiu a metodologia preconizada pela Organização Mundial da Saúde para a realização de inquéritos de cobertura vacinal, que pressupõe o sorteio de 7 crianças na faixa etária estabelecida em cada conglomerado, num total de 30 conglomerados por inquérito.

O número de inquéritos de cobertura vacinal realizados em cada capital e no Dis-trito Federal variou entre 2 e 5, conforme o tamanho da população.

O quadro abaixo mostra o número de inquéritos por capital:

Capital Nº inquéritos Capital Nº

inquéritos Capital Nº inquéritos

Aracaju 3 Fortaleza 5 Porto Velho 2

Belém 3 Goiânia 5 Recife 5

Belo Horizonte 5 João Pessoa 3 Rio Branco 2

Boa Vista 2 Macapá 2 Rio de Janeiro 5

Campo Grande 3 Maceió 3 Salvador 5

Cuiabá 3 Manaus 3 São Luiz 3

Curitiba 5 Natal 3 São Paulo 5

Distrito Federal 5 Palmas 3 Teresina 3

Florianópolis 3 Porto Alegre 5 Vitória 3

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Para obter uma amostra representativa e probabilística das crianças residentes na área de cada inquérito foram executados os seguintes procedimentos:

Aquisição junto ao IBGE dos mapas dos setores censitários e suas respectivas populações para cada uma das capitais. Classificação dos setores censitários em 5 estratos sócio-econômicos, represen- tando quintis elaborados com base na renda e na escolaridade dos chefes de família.Agrupamento dos setores em cada estrato, de forma a constituir conglomerados com no mínimo 56 crianças menores de 4 anos. Embora a metodologia consista em entrevistar 7 crianças da coorte de interesse em cada um dos 30 conglome-rados, optou-se por considerar como unidade mínima, o conjunto de setores que contivesse pelo menos 56 crianças na faixa etária de interesse, onde seriam entrevistadas as primeiras 7 encontradas de acordo com a metodologia adotada, considerando-se que passados 7 anos da realização do censo demográfico bra-sileiro, parte das famílias poderia não ser localizada por mudança de endereço ou morte. Além disso, têm sido observadas mudanças na dinâmica demográfica brasileira, com clara redução das taxas de natalidade.

2. CONSTRUÇÃO DOS ESTRATOS SOCIOECONÔMICOS.Para a construção dos estratos socioeconômicos foram utilizadas as seguintes va-

riáveis:

Renda: % de responsáveis pelo domicilio particular com renda acima de 20 salários míni- mos;Renda nominal média dos responsáveis pelo domicilio;

Escolaridade: % de chefes de família com 17 anos ou mais de escolaridade;

Os estratos foram construídos da seguinte maneira:Ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável escolaridade e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido, setor por setor. Em caso de empate atribuiu-se o mesmo posto aos setores.Ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda acima de 20 salários mínimos e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido, setor por setor. Ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda no- minal média e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido setor por setor.A pontuação correspondente aos postos obtidos com cada uma das variáveis foi somada, resultando num escore socioeconômico. Os setores censitários foram, então, ordenados da menor para a maior pontuação. Foram identificados os quintis segundo a pontuação total. Em cada estrato definido com base nos quintis, os setores censitários contíguos foram agrupados, de modo a formar conglomerados com pelo menos 56 crianças na faixa de 1 a 4 anos.

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Sorteio dos conglomerados e do ponto de partida em cada estrato:Sorteio sistemático dos mesmos, de acordo com a fração amostral correspon- dente. Para as capitais com 5 inquéritos foram sorteados 30 conglomerados em cada um dos 5 estratos (objetivo de entrevistar 1.050 crianças), para as capitais com 3 inquéritos foram sorteados 18 conglomerados (630 crianças) e para as capitais com dois inquéritos, 12 conglomerados (420 crianças).Após o sorteio dos conglomerados correspondentes, obtiveram-se os mapas di- gitalizados dos setores sorteados que possibilitaram a execução da próxima etapa do processo, que foi o sorteio da quadra de início e a definição dos itinerários. As quadras foram numeradas em ordem seqüencial, foi sorteada de forma casual a quadra de início e o lado a ser percorrido, em busca das crianças pertencentes à coorte de interesse.

3. SELEÇÃO E TREINAMENTO DE SUPERVISORES E ENTREVISTADORES

Concluída a fase de amostragem, foram selecionados e capacitados os supervisores de campo, em cada capital, com especial ênfase na estrita aplicação da orientação dos iti-nerários, do lado da rua a ser percorrido e da aplicação dos questionários.

Em situação de difícil acesso à população (por exemplo, os condomínios fechados), com vários intermediários entre o entrevistador e o potencial sujeito da pesquisa, foi ne-cessário fazer o rastreamento prévio para otimizar o desempenho do trabalho de campo, enviando, antes dos entrevistadores, uma equipe que identificou a presença ou não de crianças na faixa etária de interesse no local.

4. BANCO DE DADOS

O banco de dados tem como base o instrumento de coleta e a definição prévia de critérios de crítica para o processo de digitação (Instrumento de coleta de dados - anexo II). O banco foi construído em Epi-Info, versão 6.04d e análise Epi Info Windows versão 3.4.3.

Os questionários foram inicialmente revisados pelos supervisores de campo. Antes da digitação, cada coordenador de área revisou todos os formulários certificando-se de que o preenchimento dos dados de identificação estava correto e de que cada criança per-tencia efetivamente à coorte de interesse.

Após dupla digitação, seguida de compatibilização eletrônica, os bancos de dados foram submetidos ao programa de crítica para identificação de erros de preenchimento e/ou digitação. Somente após a correção dos problemas encontrados os bancos foram considerados prontos para processamento e análise.

5. PROCESSAMENTO DE DADOS

O processamento dos dados foi feito levando em conta as seguintes definições utilizadas no inquérito:

Doses aplicadas: doses de cada uma das vacinas registradas na caderneta de va-cinação, sem se levar em conta idade ou intervalo entre as doses. Esta análise tem por objetivo a comparação com os dados oficiais de cobertura vacinal.

Dados de produção: informações de cobertura vacinal para o ano de 2005, para menores de 1 ano.

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Doses válidas:BCG: dose aplicada em qualquer momento;DPT: primeira dose com pelo menos 45 dias de idade, requerendo-se in-tervalo mínimo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e entre esta e a terceira. O primeiro reforço foi considerado válido quando aplicado com intervalo mínimo de 168 dias;Poliomielite: adotou-se o mesmo critério utilizado para a DPT;Tríplice viral (SCR): dose aplicada a partir dos 12 meses de idade;Haemophilus influenzae tipo B (Hib): o mesmo critério utilizado para as três primeiras doses de DPT, ou qualquer dose aplicada a partir dos 12 meses;Hepatite B (HVB): primeira dose aplicada a partir do nascimento, segunda dose após 30 dias da primeira e terceira dose com intervalo mínimo de 120 dias após a segunda dose e aplicada a partir de 6meses de idade. Febre amarela: dose aplicada com 9 meses ou mais.

Doses corretas: o critério de dose corretas aqui adotado leva em consideração o calendário preconizado pelo PNI que objetiva a imunização da criança no menor interva-lo de tempo possível:

A) DPT, Hib e PÓLIO1a dose: aplicada com menos de 60 (+ -15) dias de idade.2a dose: aplicada entre 120 (+ -15) dias de idade e com intervalo pelo menos 45 dias da 1a dose.3a dose: aplicada entre 180 (+ -15) dias de idade e com intervalo pelo menos 45 dias da 2a dose. 1a reforço: aplicada entre 440 e 470 dias de idade e com intervalo maior ou igual que 168 dias da 3a dose. Para o reforço só se considerou a DPT e a Pólio.B) Contra febre amarela: dose aplicada a partir dos 8 meses e quinze dias de idade e antes de 9 meses e 15 dias.C) Tríplice viral: dose aplicada acima de 365 dias de idade.D) HVB:1a dose: aplicada até o 2o dia de vida.2a dose: aplicada de 28 a 45 dias de idade e com intervalo de pelo menos 30 dias da 1ª dose. 3a dose: aplicada entre 180 e 195 dias de idade com intervalo mínimo de 120 dias da 2a dose.

Dose oral: informação não documentada para cada uma das doses de cada uma das vacinas nas idades previstas pelo calendário vacinal.

Esquema vacinal básico: doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para o primeiro ano de vida.

Esquema básico completo:doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para o primeiro ano de vida, acrescentada a Tríplice Viral.

Esquema vacinal completo: composto pelo esquema básico completo mais o primeiro reforco de DPT e Pólio.

Observação: para vacina contra a Febre Amarela foi levada em consideração a inclusão no calendário oficial do estado.

Situação aos 18 meses: refere-se ao cumprimento do calendário de vacinação aos 18 meses de idade.

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Situação no momento da entrevista: corresponde à situação de vacinação da criança no momento da entrevista.

6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para o cálculo dos intervalos de confiança foram levados em conta os valores cor-respondentes ao efeito do desenho, ou seja, o efeito decorrente da utilização de uma amostra por conglomerados em múltiplos estágios. O efeito do desenho é o valor obtido pelo cálculo da razão da medida da variabilidade entre os conglomerados e a variabilidade entre os indivíduos interna a cada conglomerado, refletindo assim o grau de homoge-neidade/heterogeneidade existente em cada inquérito considerado, para cada uma das informações obtidas.

As estimativas para capitais consideram, além do efeito do desenho, os pesos cor-respondentes aos diferentes tamanhos de população em cada estrato.

Os pesos foram calculados usando a seguinte fórmula:

N estrato x ∑ n estratoPeso do estrato = ∑ N estrato x n estrato

Nestrato = população alvo no estrato (censo 2000)

Nestrato = número de crianças entrevistadas

A identificação de diferenças estatísticas foi feita através do Intervalo de Confiança (IC95%) calculado a partir da seguinte fórmula:

IC95% = Estimativa ± 1,96 x Erro Padrão x Efeito do Desenho

O cálculo das coberturas e do intervalo de confiança foi feito tendo como base as crianças efetivamente incluídas na amostra e pelo módulo “complex tables” do EPI-INFO versão Windows.

7. ASPECTOS ÉTICOS:O projeto do inquérito foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Santa Casa de São Paulo. O termo de consentimento está apresentado no anexo II.

8. PLANO DE ANÁLISE:O relatório ora apresentado contemplará os seguintes pontos:8.1. Descrição do contexto do Programa Nacional de Imunizações em cada um dos

municípios incluídos no estudo (unidades de saúde com salas de vacina; equipes de PSF; CRIE).

8.2. Descrição da amostra estudada, segundo estrato amostral e município (quan-tificação das entrevistas realizadas, número de entrevistados, perdas, recusas e crianças não localizadas; % de informação verbal; idade média, mediana, máxima e mínima das crianças entrevistadas; distribuição segundo sexo, cor, ordem de nascimento e número de filhos; % de mães com < 4 anos de escolaridade e mais de 11 anos; % de mães que traba-lham fora; % de companheiros vivendo junto; aglomeração (>2 pessoas por cômodo); % de crianças que vivem no mesmo município há mais de 2 anos.

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8.3. Coberturas vacinais em cada um dos estratos e em cada município, e seus inter-valos de 95% de confiança, para cada uma das variáveis abaixo relacionadas:

Esquema básico completo válido aos 18 meses para:a. DPT, i. Pólio, ii. Hib, iii. HVB iv. BCGv. SCRvi. Febre amarelavii. Conjunto das vacinasviii.

Esquema básico completo aplicado aos 18 mesesb. DPTi. Hibii. HVBiii. Poliomieliteiv. SCRv. Conjunto das vacinasvi.

Esquema básico completo correto aos 18 mesesc. DPTi. Hibii. SCRiii.

8.4. Comparação dos resultados do ICV com os dados administrativos para o mu-nicípio, considerando as seguintes variáveis:

Esquema básico aplicado com menos de um ano de idade para:d. BCGiv. DPTv. Hibvi. HVBvii. Pólioviii. Febre amarelaix.

Esquema básico completo aplicado parae.

SCRi.

Participação na última campanha por estrato e por municípiof.

8.5. Análise da cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado, conside-rando as seguintes variáveis independentes:

Presença da avóa. Presença do companheirob. Aglomeraçãoc. Mãe que trabalha forad. Ordem de nascimento da criançae. Sexo da criançaf.

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Cor da criançag. Escolaridade da mãeh.

8.6. Uso do serviço privado de vacinação por estrato e por município:Percentual em cada estratoa. Uso do serviço privado de acordo com esquema básico com doses válidasb. Uso de serviços privados segundo comparecimento na última campanha de c. vacinas.

8.7. Uso de vacinas não disponíveis na rotina da rede pública de saúde:Vacina contra meningococo Ca. Vacina contra pneumococob. Vacina contra hepatite Ac. Vacina contra varicela.d.

RESULTADOS DO INQUÉRITO

BRASIL

O inquérito de cobertura vacinal para coorte de nascidos em 2005 foi realizado no período de agosto de 2007 a junho de 2008. Em fevereiro de 2008 já estava concluído o estudo em 25 capitais faltando somente Brasília e Salvador. O atraso na primeira foi de-vido ao envolvimento da equipe de coleta de dados na vacinação contra a febre amarela. Na segunda, o atraso se deu por motivos logísticos.

Das 20.370 entrevistas previstas foram realizadas 17.749 (87%). O principal motivo da não realização de entrevistas foi a não localização de crianças nos conglomerados sor-teados. Este fato ocorreu em todas as regiões com exceção da região Norte.

O percentual de perdas por casa fechada e de recusa foi em geral inexpressivo. A tabela 1 mostra o percentual de entrevistas realizadas segundo capital e região. A

região Norte foi a que teve o melhor desempenho com 97% das entrevistas realizadas. A região sudeste foi a de pior desempenho, sendo que o município de Vitória realizou 2/3 das entrevistas previstas.

Tabela 1. Entrevistas segundo capital e região, Inquérito de Cobertura Vacinal, Brasil 2007.

CAPITAL PREVISTAS ENTREVISTAS % REALIZADAS

Palmas 630 585 92,9

Rio Branco 420 419 99,8

Porto Velho 420 420 100,0

Belém 630 621 98,6

Manaus 630 625 99,2

Boa Vista 420 419 99,8

Macapá 420 380 90,5

Norte 3570 3469 97,2

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CAPITAL PREVISTAS ENTREVISTAS % REALIZADAS

Salvador 1050 761 72,5

Aracaju 630 601 95,4

Recife 1050 875 83,3

Maceió 630 603 95,7

João Pessoa 630 572 90,8

Natal 630 604 95,9

Fortaleza 1050 1006 95,8

Teresina 630 564 89,5

São Luís 630 561 89,1

Nordeste 6930 6147 88,7

São Paulo 1050 778 74,1

Rio de Janeiro 1050 765 72,9

Vitória 630 418 66,3

Belo Horizonte 1050 941 89,6

Sudeste 3780 2902 76,8

Curitiba 1050 899 85,6

Florianópolis 630 531 84,3

Porto Alegre 1050 812 77,3

Sul 2730 2242 82,1

Brasília 1050 998 95,1

Goiânia 1050 815 77,6

Cuiabá 630 548 87,0

Campo Grande 630 628 99,7

Centro Oeste 2310 1991 86,2

Brasil 20370 17749 87,1

II. CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Apresentaremos em seguida algumas características das famílias entrevistadas. O gráfico 1 mostra a proporção de mães com mais de 11 anos de estudo. Cerca de

30% das mães entrevistadas possuíam essa característica. Destacam-se Campo Grande, Manaus, Salvador e Natal com menos de 20% e Palmas e Fortaleza com mais de 40% de mães com maior escolaridade.

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Gráfico 1: Proporção de mães com mais de 11 anos de escolaridade, segundo capital. Brasil, 2007.

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O gráfico 2 mostra a cor auto-referida das crianças avaliadas. Cerca de 60% das crianças no Brasil foram consideradas brancas. Destacam-se Salvador e Teresina com valores abaixo de 30% e Curitiba e Florianópolis com valores acima de 80% de crianças com esta característica.

Gráfico 2: Proporção de crianças auto-referidas como brancas, segundo capital, Brasil, 2007.

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No gráfico 3, observa-se que aproximadamente 45% das mães exerciam trabalho remunerado fora de casa. Os maiores percentuais foram encontrados nas capitais da Re-gião Sul e em Belo Horizonte e Cuiabá

Gráfico 3: Proporção de mães que trabalham fora de casa, segundo capital. Brasil, 2007

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O gráfico 4 apresenta o percentual de famílias que vivem em situação de aglomera-ção domiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo). Cerca de 50% das famílias do Brasil vi-viam nesta situação. Destacam-se as capitais da região Norte como as de piores condições e as da região Sul com as melhores condições.

Gráfico 4: Proporção de famílias com aglomeração domiciliar, segundo capital, Brasil, 2007.

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III. COBERTURA VACINAL

As coberturas vacinais apresentadas se referem aos dados coletados diretamente das cadernetas de vacinação ou, quando esta não estava disponível, do registro de vacinas das unidades de saúde. Nesta análise não estão consideradas as doses informadas pela mãe, ou pelo responsável pela criança, e não registradas na caderneta. A proporção de crianças com informação documentada se aproxima a 100% no Brasil. Somente Campo Grande apresentou um percentual inferior a 90% (gráfico 5).

Gráfico 5: Proporção de entrevistas com informação documentada, segundo capital, Brasil, 2007.

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Os resultados, que apresentados a seguir, se referem ao esquema básico completo (3 doses para as vacinas contra poliomielite, DPT, hepatite B e Hib e uma dose para o BCG, contra SCR e febre amarela) com doses válidas (cumprem os critérios de início e de intervalos entre as doses de acordo com o calendário nacional de imunização) e doses aplicadas. A cobertura vacinal se refere à situação vacinal da criança apurada aos 18 meses de idade (gráfico 5).

1. Vacina BCGA cobertura vacinal com BCG foi alta para o Brasil, 97%. Somente Campo Grande

e Macapá apresentaram valores abaixo de 90% (gráfico 6).

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Gráfico 6: Cobertura vacinal com a vacina BCG, segundo capital, Brasil, 2007.

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2. Vacina DPT Cerca de 92% das crianças do Brasil tinham recebido pelo menos 3 doses de vacina

DPT antes de completarem 18 meses de idade. Um percentual um pouco maior (94%) recebeu 3 doses. A maioria das capitais apresentou cobertura superior a 90% tanto com doses válidas como doses aplicadas. Macapá destaca-se com cobertura inferior a 80% (gráfico 7).

Gráfico 7: Cobertura vacinal com esquema básico completo, vacina DPT, segundo tipo de dose e capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas

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3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo BA cobertura com a vacina Hib é ligeiramente menor do que a com a vacina DPT,

principalmente em Recife onde somente 2/3 das crianças receberam as três doses da va-cina. Uma hipótese para explicar essa baixa cobertura é o registro da vacina tetravalente na coluna da vacina DPT na caderneta de vacinação, pois na época já estava disponível a vacina tetravalente (gráfico 8).

Gráfico 8: Cobertura vacinal com esquema básico completo, vacina Hib, segundo tipo de dose e capital, Brasil, 2007.

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4. Vacina contra hepatite B A cobertura com a vacina contra a hepatite B foi a menor observada tanto com do-

ses válidas quanto com doses aplicadas. Cerca de 85% das crianças receberam 3 doses até 18 meses de idade. Observou-se também a maior diferença entre doses aplicadas e doses válidas, 91% e 85%, respectivamente (gráfico 9).

As maiores diferenças entre doses aplicadas e válidas foram encontradas em Ma-naus e São Luís com diferenças superiores a 15% e as menores em Porto Alegre e Tere-sina com menos de 6%.

Válidas Aplicadas

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Gráfico 9: Cobertura vacinal com esquema básico completo, vacina HVB, segundo tipo de dose e capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas

5. Vacina contra poliomieliteA cobertura foi calculada com doses recebidas na rotina e nas campanhas nacionais.

A cobertura com doses aplicadas atingiu 96% e com doses válidas 94%. Somente Goi-ânia, Campo Grande, Porto Velho e Macapá apresentaram coberturas inferiores a 90% (gráfico 10).

Gráfico 10: Cobertura vacinal com esquema básico completo, vacina contra poliomielite, segundo tipo de dose e capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas Válidas Aplicadas

Válidas Aplicadas

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23

6. Vacina SCRA vacina SCR apresenta, assim como as demais, coberturas vacinais mais baixas

quando se consideram as doses válidas. O único critério que separa as doses válidas e aplicadas é o fato de não considerarmos válidas as doses aplicadas com menos de um ano de idade. No Brasil a cobertura vacinal com doses válidas e aplicadas foi respectivamente 84% e 91%. Macapá alcançou cobertura para doses válidas inferior a 70%. Somente Curi-tiba, Brasília e Teresina mostraram coberturas superiores a 90% (gráfico 11).

As maiores diferenças entre as doses válidas e aplicadas foram observadas em Rio Branco, Boa Vista e Manaus com valores superiores a 12%. As menores, foram em Vitória e Brasília com diferenças inferiores à 5%.

Gráfico 11: Cobertura vacinal com esquema básico completo, vacina SCR, segundo tipo de dose e capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas

7. Vacina contra febre amarelaA vacina contra febre amarela é aplicada rotineiramente nos estados da Região Nor-

te e do Centro Oeste. Fazem exceção a esta regra Belo Horizonte, Teresina e São Luís. Brasília, Cuiabá, Boa Vista e Teresina foram as únicas cidades que apresentaram

coberturas acima de 90% (gráfico 12).

Válidas Aplicadas

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24

Gráfico 12: Cobertura vacinal com esquema básico completo, dose válida, vacina contra a febre amarela, segundo capital, Brasil, 2007.

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ão

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IL

8. Esquema de vacinação completoConsiderou-se esquema completo quando a criança recebeu todas doses das vaci-

nas do esquema básico. Nos estados onde a vacina contra febre amarela está incluída na rotina esta foi levada em conta. Quando se consideram doses válidas, somente 68% das crianças apresentaram este esquema completo. Esse percentual se eleva para 81% ao levar em conta as doses aplicadas. Manaus e Macapá apresentaram cobertura com doses váli-das abaixo de 50%. Com cobertura entre 80% e 90%, estão Brasília, Teresina e Curitiba (gráfico 13).

As maiores diferenças entre esquemas completos com doses válidas e aplicadas foram obsservadas em Manaus e São Luís, com valores acima de 40%, indicando um descumprimento do calendário de vacinação. Teresina e Vitória apresentaram as menores diferenças.

Page 30: INQUÉRITOD E COBERTURAVACINAL NASÁREAS URBANAS …bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal... · Sônia Duarte de Azevedo Bittencourt sA l VA d o r Coordenadores

I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Gráfico 13: Cobertura vacinal com esquema básico completo, conjunto de vacinas, segundo capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas

IV. COMPARECIMENTO À ULTIMA CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA POLIOMIELITE

Cerca de 92% das crianças compareceram à última campanha de vacinação. Cuiabá, Rio Branco, Belém, Porto Velho, Salvador e João Pessoa mostraram coberturas inferiores a 90% (gráfico 14).

Gráfico 14: Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, segundo capital, Brasil, 2007.

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Válidas Aplicadas

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26

V. COMPARAÇÃO COM DADOS ADMINISTRATIVOS A cobertura vacinal com os dados do inquérito baseou-se em doses aplicadas com

menos de um ano de idade com exceção da vacina SCR e o dado administrativo, nas in-formações de cobertura obtidas no site do Datasus para 2005.

1. Vacina BCGNa maior parte das capitais a cobertura com dados administrativos é maior do que

a encontrada no inquérito de cobertura vacinal. Nas capitais da região Sul os resultados são semelhantes. A comparação com a vacina BCG é complicada porque pode ocorrer uma “invasão” de nascimentos nas capitais por serem um pólo de atendimento médico. Entretanto no conjunto da amostra somente 36% das crianças receberam a vacina nos primeiros três dias de vida, o que de certa maneira minimiza o papel dessa “invasão” (gráfico 15).

Gráfico 15: Cobertura vacinal com BCG em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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ICV MS

2. Vacina DPTOs dados do MS para vacina DPT foram calculados pela soma das doses apli-

cadas da vacina tetravalente e da DPT aplicada de forma isolada. Em 8 estados os resultados foram semelhantes. Em 5, os resultados do inquérito

foram maiores, destacando-se Aracaju e Palmas. Nos demais, os resultados foram meno-res. As maiores diferenças foram observadas em Recife e em São Luís (gráfico 16).

ICV MS

Page 32: INQUÉRITOD E COBERTURAVACINAL NASÁREAS URBANAS …bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal... · Sônia Duarte de Azevedo Bittencourt sA l VA d o r Coordenadores

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Gráfico 16: Cobertura vacinal com DPT em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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ICV MS

3. Vacina HibComo era de se esperar, as diferenças observadas foram semelhantes à vacina DPT.

Em Recife, como foi comentado anteriormente, o registro na caderneta de vacinação da vacina tetravalente ocorreu na coluna DPT e em consequência a cobertura com dados administrativos é bem maior (gráfico 17).

Gráfico 17: Cobertura vacinal com Hib em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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ICV MS

ICV MS

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28

4. Vacina contra poliomieliteEm Aracaju e Palmas, os resultados do inquéritos foram bem superiores aos dados

oficiais. Em Cuiabá, Recife e Rio de Janeiro as diferenças foram em sentido contrário, ou seja, bem inferiores às do MS. Nas capitais dos estados da Região Sul os resultados foram semelhantes (gráfico 18).

Gráfico 18: Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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5. Vacina contra hepatite B Macapá e Aracaju foram as capitais que apresentaram as maiores diferenças mas

em sentidos opostos. Em Porto Alegre e Florianópolis os resultados do inquérito foram superiores ao registro oficial, diferente do resultado das demais vacinas que eram seme-lhantes (gráfico 19).

ICV MS

Page 34: INQUÉRITOD E COBERTURAVACINAL NASÁREAS URBANAS …bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal... · Sônia Duarte de Azevedo Bittencourt sA l VA d o r Coordenadores

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Gráfico 19: Cobertura vacinal com HVB em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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ICV MS

6. Vacina contra febre amarela No estados onde a vacina faz parte do calendário oficial os resultados do inquérito

foram sempre inferiores aos registros oficiais, com exceção de Palmas, Teresina e Belo Horizonte (gráfico 20).

Gráfico 20: Cobertura vacinal com vacina contra febre amarela em menores de um ano, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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30

7. Vacina SCRA vacina contra SCR é aplicada em dose única e não deve sofrer as mesmas influên-

cias dos pólos de atenção médica, como ocorre com o BCG. Palmas, Aracaju, Belo Hori-zonte e Curitiba apresentaram resultados mais favoravéis no inquérito. As demais capitais apresentaram resultados inferiores aos do MS, exceto Porto Alegre onde os resultados foram semelhantes (gráfico 21).

Gráfico 21: Cobertura vacinal com SCR, segundo a fonte de informação e capital, Brasil, 2007.

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VI. AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO.

Além do indicador de resultado mostrado no item III apresentamos mais dois indi-cadores: o de acesso e o de seguimento.

1. Indicador de acessoA acessibilidade é medida pela cobertura da primeira dose da vacina DPT. O cálculo

foi feito com a vacina tetravalente ou DPT aplicada de forma isolada. Cerca de 4% das crianças não tiveram acesso ao programa de acordo com esse

critério. Três capitais apresentaram um acesso aos serviços de vacinação abaixo de 90%: Campo Grande, Macapá e Goiânia. Essas cidades merecem uma avaliação mais detalhada do programa com a finalidade de facilitar o acesso das crianças ao programa nacional de imunização. Quinze estados apresentaram acesso superior a 95% (gráfico 22).

ICV MS

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Gráfico 22: Cobertura vacinal com primeira dose de DPT, segundo capital, Brasil, 2007.

86,9 87,1

89,8

92,6 92,8 92,9 93,2 93,3 93,6 93,6

94,1

95,0 95,2

96,2 96,5

97,0 97,1 97,1 97,2 97,5 97,7 97,8 98,1

98,4 98,6 99,0

99,6

95,9

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IL

2. Indicador de seguimentoO seguimento do programa foi analisado mediante as taxas de abandono entre a

primeira e a terceira dose para as vacinas DPT, contra hepatite B e contra a poliomielite e a taxa de abandono entre a primeira dose de DPT e a vacina SCR.

a) Vacina DPTA taxa de abandono para a vacina DPT é considerada baixa para o Brasil: 2%.

Somente duas capitais, Macapá e Manaus, tiveram uma taxa superior a 5%, cujo valor é considerado inaceitável. A situação do programa em Macapá é preocupante pois além de ter a menor acessibilidade ao programa apresenta a maior taxa de abandono. Em contra-posição em Teresina, Brasília, Curitiba e Porto Alegre quase 100% da população que tem acesso ao serviço conclui o esquema com doses aplicadas (gráfico 23).

Gráfico 23: Taxa de abandono entre primeira e terceira dose de vacina DPT, segundo capital, Brasil, 2007.

6,1

5,1

4,3 4,1 4,0

3,8 3,7

3,0 3,0

2,7

2,4 2,2

2,0 1,9 1,9 1,8 1,7 1,5 1,5 1,5

1,3 1,1 1,1

0,5 0,4 0,4 0,4

2,0

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32

b) Vacina contra hepatite B A taxa de abandono com a vacina contra hepatite B é o dobro da observada para

vacina DPT, mas ainda abaixo de 5%. Macapá apresenta uma situação preocupante pois apresenta taxa superior a 10%. Além de Macapá, mais dez capitais apresentam taxa de abandono superior a 5%: Campo Grande, Manaus, Boa Vista, Rio de Janeiro, Rio Branco, João Pessoa, Maceió, Belém, Porto Alegre e Salvador (gráfico 24).

Gráfico 24: Taxa de abandono entra primeira e terceira dose da vacina HVB, segundo capital, Brasil, 2007.

13,3

7,7 7,6 7,5

7,1

6,6 6,5

5,8 5,6 5,5

5,3

4,7 4,6 4,5 4,5 4,4 4,2 4,2

3,6

3,1 2,8

2,4 2,3

1,8

1,1

0,6

0,2

4,3

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IL

c) Vacina contra poliomielite A taxa de abandono com a vacina contra poliomielite no Brasil é de apenas 1%.

Esta menor taxa reflete, provavelmente, o papel das campanhas nacionais de vacinação contra poliomielite. Em Macapá, a taxa de abandono cai para 3,5% indicando que quan-do se melhora o acesso ao programa, pela existência de um número maior de postos de vacinação, a taxa de abandono cai a níveis aceitáveis (gráfico 25).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

33

Gráfico 25: Taxa de abandono entre primeira e terceira dose da vacina contra poliomielite, segundo capital, Brasil, 2007.

3,5

2,4 2,3

1,9 1,8

1,5 1,5 1,4

1,2 1,0 1,0 1,0 1,0

0,9 0,9 0,8

0,7 0,7 0,6 0,6

0,5 0,5 0,5 0,5 0,3

0,2 0,0

0,9

Macapá

Salv

ador

Flo

rianópolis

Maceió

Rio

Bra

nco

Manaus

São L

uís

Rio

de J

aneiro

Fort

ale

za

Vitória

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l

Cuia

João P

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Belo

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Goiâ

nia

Belé

m

Port

o A

legre

Boa V

ista

Bra

sília

Ara

caju

São P

aulo

Curitiba

Palm

as

BR

AS

IL

d) Taxa de abandono entre a primeira dose de DPT (acesso) e a vacina de SCR (término do esquema básico).

Cerca de 5% das crianças no Brasil iniciam seu esquema de vacinação mas não o concluem. Macapá novamente se destaca negativamente por ter taxa superior a 10%. Rio de Janeiro, Belém Maceió apresentaram taxas próximas de 10% e Manaus, São Luís, Porto Velho, João Pessoa e Salvador com valores maiores de 5% indicando urgente reavalia-ção do funcionamento do programa de imunização. Destacam-se positivamente Brasília, Curitiba, Teresina e Porto Alegre com taxas inferiores a 2% (gráfico 26).

Gráfico 26: Taxa de abandono entre a primeira dose da vacina DPT e a vacina SCR, segundo capital, Brasil, 2007.

12,4

9,7 9,5

8,8

8,1 7,8 7,7

7,4

6,8

4,9 4,6 4,5 4,5

4,3 4,3

3,9

3,2 3,2 3,1 3,0

2,3 2,3 2,0

1,6 1,6 1,3

0,9

5,2

Ma

ca

Rio

de

Ja

ne

iro

Be

lém

Ma

ce

Ma

na

us

o L

uís

Po

rto

Ve

lho

Jo

ão

Pe

sso

a

Sa

lva

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r

Ara

ca

ju

Vitó

ria

Rio

Bra

nco

Re

cife

Fo

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leza

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Pa

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Be

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nte

Go

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mp

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Flo

ria

po

lis

Cu

iab

á

Po

rto

Ale

gre

Te

resin

a

Cu

ritib

a

Bra

sília

BR

AS

IL

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34

3. Oportunidade perdida de vacinaçãoPara medir a oportunidade perdida de vacinação consideramos o recebimento das

vacinas DPT e da vacina contra a Hepatite B. As crianças, segundo as normas do progra-ma de imunização, devem receber na mesma sessão as duas vacinas. Como a cobertura vacinal contra hepatite B é a menor entre todos os agentes imunizantes, comparamos a cobertura entre as que receberam concomitantemente as duas vacinas e entre as que rece-beram em sessões diferentes. A cobertura quando a vacina foi concomitante foi significa-tivamente maior do que quando aplicada em momentos diferentes: 95,6% (IC95% 95-96) e 89,6% (IC95% 85-95), respectivamente..

VII. SERVIÇO PRIVADO E VACINAÇÃO

1. Uso do serviço privadoNo Brasil 84% das crianças utilizam exclusivamente serviços públicos de vacinação

enquanto 16% combinam o uso do serviço privado com o público ou usam exclusiva-mente o serviço privado. Em Belo Horizonte esse percentual cai para 65%. Os maiores percentuais de uso exclusivo do serviço público ocorrem nas capitais da Região Norte. Estes dados são coerentes com o grau de desenvolvimento socioeconômico das capitais. (gráfico 27)

Gráfico 27: Uso exclusivo de serviço público de vacinação, segundo capital, Brasil, 2007.

00

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

São P

aulo

Rio

de J

aneiro

Vitória

Belo

Horizonte

Curitiba

Flo

rianópolis

Port

o A

legre

Bra

sília

Goiâ

nia

Cuia

Cam

po G

rande

Palm

as

Rio

Bra

nco

Port

o V

elh

o

Belé

m

Manaus

Boa V

ista

Macapá

Salv

ador

Ara

caju

Recife

Maceió

João P

essoa

Nata

l

Fort

ale

za

Tere

sin

a

São L

uís

BR

AS

IL

2. Cobertura vacinalA cobertura vacinal com esquema básico completo de vacinação com doses válidas

entre as crianças que usaram exclusivamente o serviço público foi maior que as que usam o serviço privado, quer seja de forma exclusiva ou combinada, 70% contra 65%.

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35

Em Cuiabá, Belém e Manaus a cobertura das que usam o serviço privado é maior, entretanto, nessas cidades a população que se serve desse tipo de serviço é pequena.

Em Vitória, Belo Horizonte e Salvador os valores são semelhantes. São Paulo, Flo-rianópolis, Goiânia e Fortaleza, que tiveram utilização do serviço público exclusivo infe-rior a 90% (gráfico 27), apresentaram diferenças de cobertura superiores a 10% entre as crianças que usam exclusivamente os serviços públicos em relação às que fazem a utiliza-ção mista (combinada) (gráfico 28).

Gráfico 28: Cobertura vacinal, esquema básico completo, doses válidas, segundo tipo de serviço e capital, Brasil, 2007.

00

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

o P

au

lo

Rio

de

Ja

ne

iro

Vitó

ria

Be

lo H

orizo

nte

Cu

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a

Flo

ria

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Po

rto

Ale

gre

Bra

sília

Go

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ia

Cu

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á

Ca

mp

o G

ran

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Pa

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Rio

Bra

nco

Po

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Ve

lho

Be

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Ma

na

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Bo

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Ma

ca

Sa

lva

do

r

Ara

ca

ju

Re

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Ma

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Jo

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Pe

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Na

tal

Fo

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leza

Te

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a

o L

uís

BR

AS

IL

PUBLICO MISTO

VII. COBERTURA VACINAL E CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS

Em cada capital os setores censitários foram agrupados em 5 estratos socioeconô-micos segundo a escolaridade e a renda do chefe de família. A estratificação baseou-se na distribuição dos indicadores utilizados em cada capital. Assim o estrato A de Macapá poderá corresponder a um estrato mais baixo em outra capital com maior grau de desen-volvimento socioeconômico. Os resultados por estratos são mostrados abaixo.

O estrato A mostrou uma cobertura vacinal sgnificativamente menor que a do Bra-sil e dos demais estratos. O estrato B por sua vez apresentou uma cobertura significativa-mente maior que a média brasileira, 85% contra 81% (gráfico 29).

PÚBLICO MISTO

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36

Gráfico 29: Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas, segundo estrato socio-econômico, Brasil, 2007.

60

65

70

75

80

85

90

95

100

lS 78,8 87,0 84,6 83,2 82,5 82,3

lI 73,9 83,2 80,1 79,8 78,3 80,5

CV 76,3 85,1 82,3 81,5 80,4 81,4

a b C d e braSIl

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Com a finalidade de compararmos a cobertura vacinal segundo condições socioe-conômicas utilizando critérios uniformes para todas as capitais, usamos uma classificação adaptada da Associação Brasileira de Mercado que leva em conta a posse de bens duráveis e a escolaridade da mãe. As famílias foram classificadas em 5 estratos. Os critérios utiliza-dos foram os seguintes:

Quadro 1: Pontuação das famílias segundo a posse de bens duráveis e escolaridade da mãe

BENS DURÁVEIS/ESCOLARIDADE PONTOS

Rádio 1

Geladeira 2

Videocassete/DVD 2

Máquina de lavar roupa 1

Microondas 1

Telefone 1

Carro 4

0 a 3 anos de estudo 0

4 a 7 anos de estudo 1

8 a 10 anos de estudo 2

11 a 16 anos de estudo 3

17 anos ou mais de estudo 5

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

37

Em função do número de pontos, as famílias foram classificadas de acordo com a seguinte tabela:

Quadro 2

ESTRATO PONTUAÇÃOA 13-18B 9-12C 6 - 8D 3 - 5E 0 - 2

As diferenças socioeconômicas entre as regiões geográficas são bastante evidentes. Na região Norte, 14% pertencem ao estrato A, enquanto na região Sul esse percentual se eleva para 47%. Da mesma forma o estrato E representa 27% das famílias na região Norte e na região Sul somente 7%. (gráfico 30)

Gráfico 30: Distribuição percentual dos estratos socioeconômicos* segundo região, Brasil, 2007.

00

05

10

15

20

25

30

35

40

45

50

NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO OESTE DISTRITO FEDERAL BRASIL

A B C D E

*baseado na classificação adaptada da Associação Brasileira de Pesquisa de Mercado

As coberturas vacinais com esquema básico completo com doses aplicadas segundo estrato socioeconômico definido de acordo com a Associação Brasileira de Pesquisa de Mercado mostra comportamentos diferentes entre as diferentes regiões (gráfico 31).

Na região sul que apresenta maior cobertura, observam-se dois patamares: um com 95%, para os estratos A, B e C, e outro de 90%, para os estratos D e E.

Na região Centro-Oeste as coberturas decrescem à medida em que pioram as con-dições de vida, apesar do gradiente ser suave. No estrato A, a cobertura foi de 83% e no estrato E, 78%.

A B C D E

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38

Na região Norte os extremos ocorrem nos estratos A e D com 78% e 72%, respec-tivamente.

No Nordeste, o estrato C apresentou uma cobertura de 81% e o D de 76%. Na região Sudeste, os estratos polares foram o estrato E e D com coberturas de

82% e de 77% respectivamente.

Gráfico 31: Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas, segundo estrato socioeconômico* e região, Brasil, 2007.

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

norte nordeste sudeste sul coeste BRASIL

%

REGIÃO

A B C D E TOTAL

*baseado na classificação adaptada da Associação Brasileira de Pesquisa de Mercado

VIII. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os inquéritos de cobertura vacinal nas 26 capitais e no Distrito Federal, com exce-ção do Rio de Janeiro, realizaram-se sem registro de qualquer ocorrência. No Rio de Ja-neiro, em virtude da violência urbana, alguns conglomerados tiveram que ser substituídos e os resultados não refletem a situação de todo o município.

A localização das crianças nascidas em 2005 nos conglomerados sorteados foi preju-dicada principalmente nos estratos de melhores condições econômicas devido ao tempo transcorrido entre o último censo realizado pelo IBGE (2000) e realização do trabalho de campo (2007). Observamos uma redução importante da taxa de natalidade para a maioria dos estados entre 2000 e 2005 que, aliada a mudanças das cararcterísticas de ocupação do conglomerado sorteado (de residencial para comercial), dificultaram a localização dessas crianças.

As coberturas vacinais apresentadas não levaram em conta as informações orais e somente consideramos as informações documentadas.

Na maioria das capitais as coberturas vacinais analisadas de forma individualizada encontram-se acima de 90%. No entanto, a cobertura com esquema completo para o con-junto das vacinas com doses válidas em nenhuma delas atingiu este patamar.

O comparecimento a última campanha nacional de vacinação contra a poliomielite foi satisfatório com cobertura em torno de 90%. Essa estratégia ainda é útil, principal-mente para as capitais onde há maiores deficiências no programa de imunização.

A B C D E TOTAL

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Na maioria das capitais a cobertura vacinal não variou segundo as condições so-cioeconômicas definidas ecológicamente e nem com as variáveis da mãe e da família das crianças entrevistadas confirmando, assim, a universalidade de acesso ao programa nacio-nal de imunização. Somente em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Florianópolis e Recife o estrato A apresentou coberturas vacinais menores para algumas vacinas.

Essa universalidade no entanto não garante o cumprimento do esquema de vacina-ção com doses válidas indicando a necessidade de aprimorar o treinamento das equipes de vacinação sobre as normas do programa.

Em várias capitais constatou-se a existência de erro de registro das doses aplicadas, pois as diferenças entre a cobertura vacinal medidas pelo inquérito e as calculadas pelo Sistema de Informação – API não ocorrem no mesmo sentido. Nas capitais onde as diferenças são sempre no mesmo sentido, elas podem ser explicadas por problemas na estimação do denominador. Essa constatação reforça a necessidade de concientizar as equipes de vacinação da importância de registrar adequadamente as doses aplicadas.

Outro aspecto importante é a diferença de cobertura vacinal com esquema com-pleto com doses válidas entre as crianças que utilizam exclusivamente o serviço público e as que usam de forma combinada ou exclusivamente o serviço privado, observada em algumas capitais. A divulgação das normas de vacinação para os profissionais de saúde resssaltando a importância do cumprimento calendário poderia reduzir essa diferença.

Algumas capitais devem merecer atenção especial por parte do Ministério da Saúde como Campo Grande e Macapá onde o acesso ao programa é inferior a 90%. Macapá apresenta ainda taxas de abandono inaceitáveis.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L B E L É M

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mUnIcÍpIo de BelÉm

I. IntrodUção

O município de Belém em 2005 tinha uma população estimada em 1.405.871 habi-tantes sendo 96.018 de 1-4 anos de idade.

O município conta com 96 equipes do Programa de Saúde da Família e 7 progra-mas de Agentes Comunitários. Existem 83 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

II. caracterÍstIcas da amostra

A Tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação reali-zada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nos parâmetros socioeconômicos mais nítido na proporção de domicílios com chefes de família com rendimento superior a 20 salários mínimos.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Belém, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 235 10.543 2.187,00 5,79 18,44

B 235 15.698 851,50 1,11 2,63

C 235 19.664 523,83 0,36 0,86

D 235 22.814 396,20 0,24 0,23

E 237 27.299 310,50 0,07 0,06

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Belém, 2000

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 31 1436 2318,23 5,45 18,21

B 23 1802 890,08 0,93 2,21

C 28 1958 534,13 0,36 0,80

D 23 2211 388,68 0,30 0,27

E 20 2298 305,09 0,06 0,17

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

43

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Realizadas 118 126 125 126 126 621Perdas 6 1 7Recusas 2 0 0 0 0 2Não localizadas 0 0 0 0 0 0

A B C D E Belém

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Das 630 entrevistas previstas, foram realizadas 621 (98,6%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A (6,3%) das entrevistas previstas. Nos estratos B, D e E atingiu-se 100% da amostra e no estrato C, 99,2% (gráfico 1).

O principal motivo para não ser atingida a meta prevista foi perda de 7 crianças (1,11%) , sendo 6 do estrato A e 1 no estrato C, e apenas 2 recusas (0,32%) também no estrato A.

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação, 98,6% (IC95% 98 - 100). Nos estratos A e E os percen-tuais foram ligeiramente inferiores: estrato A, 97,5% (IC95% 95 – 100) e estrato E, 97,6% (IC95% 95 – 100). Nos estratos B, C e D observou-se percentuais pouco maiores que a média do município, ou seja, 99,2% (IC95% 98 – 100).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresen-tados no tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. Em todos os estratos, a cor parda predomina e a proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 46,6% são brancas en-quanto no estrato E esse percentual é de 26,4%. O inverso se observa para os pardos.

O número médio de filhos foi de dois. Observa-se tendência de aumento do tama-nho da prole dos estratos de melhores condições socioeconômicas para os de pior, sendo significativa a diferença entre o estrato A e o E. A ordem de nascimento das crianças sofre interferência do tamanho da prole nos estratos.

Realizadas

Perdas

Recusas

não localizadas

118 126 125 126 126 621

6 1 7

2 0 0 0 0 2

0 0 0 0 0 0

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44

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Belém, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E BELÉM

Sexo % % % % % %

Masculino 50,8 48,4 46,4 55,6 57,9 52,7

Feminino 49,1 51,6 53,6 44,4 42,1 47,3

Cor

Branca 46,6 36,8 33,6 29,0 26,4 32,2

Preta 1,7 3,2 1,6 4,8 7,2 4,3

Amarela* 0,8 - - 2,4 - 0,7

Parda 50,8 60,0 64,8 62,2 66,4 62,4

Vermelha** - - - 1,6 - 0,4

Ordem denascimento

Primeiro 51,3 56,3 57,6 46,1 39,7 48,8

Segundo 35,0 27,8 28,0 31,7 38,1 32,5

Terceiro ou mais 13,7 15,9 14,4 22,2 22,2 18,7

Número de filhos

Média 1,7 1,8 1,8 2,0 2,2 2,0

* 4 crianças ** 2 crianças

A idade média das mães em todo município foi de 26,2 anos, sendo maior no estrato A (30,1 anos) e menor no estrato E (25,5 anos). No estrato B a média foi de 26,9, no C de 25,64 e no D ela foi de 25,5 anos. Houve diferença estatisticamente significante entre as mé-dias por estrato, ou seja, as mães do estrato A são mais velhas que as dos demais estratos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa (tabela 4) foi bem maior no estra-to A (54,2%); em segundo lugar está o estrato B (32,5%). Os estratos C, D e E encontram-se abaixo da média da cidade, que é de 30,4%.

A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi de 3,5% em Belém. O maior diferencial entre os estratos observa-se com a escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual de mães com mais de onze anos de estudo, signi-ficativamente maior do que os demais.

A presença do companheiro é alta em todos os estratos sociais, sendo mais alta no A e menor no C, porém sem diferenças significantes.

A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) aumen-ta com a piora das condições sociais, sendo significantes as diferenças entre os estratos. Aproximadamente, 70% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração.

Em Belém, a proporção de famílias residindo há menos de 3 anos no domicílio sorte-ado variou em torno de 25% (IC95% 22 – 28), porém nos estratos B e C as proporções foram maiores que nos demais. Não há diferença entre os estratos em relação a esta variável.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

45

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Belém, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E BELÉM

Trabalho materno

Sim 54,2 32,5 24,8 28,6 26,4 30,4

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos - 2,4 3,2 3,2 5,7 3,5

4 a 10 46,2 70,4 76,6 81,7 68,9 71,6

11 e mais 53,8 27,2 20,1 15,1 25,4 24,9

Companheiro

Sim 81,4 73,0 68,0 76,2 75,4 74,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 33,6 48,0 62,9 72,4 69,4 61,7

Anos de residência

0 a 2 anos 26,3 28,7 30,3 20,8 21,4 24,7

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. Em relação às vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. Na tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, quando forem múltiplas doses, se houve intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado entre uma e outra dose.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT considerou-se as doses da vacina tetrava-lente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Belém apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 91,2% (IC95% 88 – 94).Na estimativa por ponto, os estratos A e E apresentaram cobertura abaixo de 90%, e fora do intervalo de confiança de 95% de Belém, enquanto a maior cobertura pertence ao estrato C, podendo indicar diferenças estatisticamente significativas entre estes estratos (gráfico 2).

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46

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

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50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 95,2 98,0 99,9 98,4 95,5 94,1LI 79,3 90,9 93,7 81,0 80,7 88,3CV 87,3 94,4 96,8 89,7 88,1 91,2

A B C D E Belém

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consi-deradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Belém verificou-se uma cobertura de 93,9% (IC95% 91 – 94). Na estimativa de ponto, os estratos A e D apresentaram coberturas muito próximas ao limite inferior do intervalo de confiança su-gerindo necessidade de se realizar um teste de hipótese para verificar com certeza se pode haver diferença entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,0 100,0 99,9 97,3 99,2 93,9LI 81,7 92,9 93,7 85,2 88,1 91,4CV 89,8 96,8 96,8 91,3 93,7 93,9

A B C D E Belém

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada se a criança recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi considerada no cálculo a vacina tetravalente ou de forma isolada. A cobertura para o município de Belém foi de 89,6% (IC95% 87 – 93). Os dados para esta vacina são semelhantes à vacina contra poliomielite e, portanto, as mesmas observações podem ser feitas: os estratos A e E têm coberturas menores do que o C, único estrato onde a cobertura vacinal supera 95% (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,0 96,4 99,3 96,4 94,0 92,5LI 77,8 87,7 92,7 78,2 79,0 86,6CV 86,4 92,1 96,0 87,3 86,5 89,6

A B C D E Belém

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B, de 82,6% (IC95% 80 - 86), é inferior à observada com as vacinas DPT e Hib, com a menor proporção no estrato A (75,4%) e a maior no B, como se nota no gráfico 5.

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Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 84,5 93,7 91,1 94,2 87,3 85,6LI 66,3 82,5 80,1 75,7 68,3 79,6CV 75,4 88,1 85,6 84,9 77,8 82,6

A B C D E Belém

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior do que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Belém 98,0% (IC95% 97 – 99) receberam a vacina BCG. Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,1LI 94,5 94,9 96,1 96,1 94,9 96,9CV 97,5 97,6 98,4 98,4 97,6 98,0

A B C D E Belém

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Belém foi de 79,1% (IC95% 75 – 84). O estrato D foi o que apresentou menor cobertura 72,2% (IC95% 62 – 83), diferença estatisticamente significante quando comparado ao estrato C (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 84,0 90,3 94,3 82,4 87,6 83,7LI 66,9 76,3 84,9 62,0 64,8 74,5CV 75,4 83,3 89,6 72,2 76,2 79,1

A B C D E Belém

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte. No município de Belém a cobertura foi de 87,1% (IC95% 85 – 89). O estrato C apresentou a maior cobertura e os estratos A e E ficaram pouco abaixo da média do município. Também nesta vacina, houve diferença significante entre as coberturas dos estratos C e A (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 88,4 94,4 99,3 90,1 95,5 89,3LI 69,2 84,9 92,7 73,4 77,6 84,9CV 78,8 89,7 96,0 81,7 86,5 87,1

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8. Esquema básico completo para o conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi 64,8% (IC95% 61 – 69). Na es-timativa de ponto, as menores coberturas ocorreram nos estratos A e D, enquanto que a maior foi de 76,0% (IC95% 71 – 81) no estrato C. Para essa vacina também a diferença entre os estratos C, A e D foi estatisticamente significante (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 68,3 80,9 81,4 67,8 73,3 69,0LI 48,7 62,0 70,6 49,6 47,3 60,6CV 58,5 71,4 76,0 58,7 60,3 64,8

A B C D E Belém

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b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas incluindo a vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município eleva-se para 92,9% (IC95% 90 – 96). O estrato C apresentou a maior cobertura, 97,6% (IC95% 94 – 100), mas não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10). Apesar do pequeno incremento, em todos os es-tratos a cobertura praticamente atinge os 90% na estimativa de ponto.

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Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,7 98,7 100,0 99,3 97,8 95,6LI 83,9 91,8 94,9 81,7 84,8 90,1CV 89,8 95,2 97,6 90,5 91,3 92,9

A B C D E Belém

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi seme-lhante ao anterior (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

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90

100

Estrato

%

LS 95,8 98,0 100,0 99,3 96,9 95,1LI 82,1 90,9 94,9 81,7 82,5 89,3CV 89,0 94,4 97,6 90,5 89,7 92,2

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3. Vacina contra a hepatite B

A cobertura vacinal considerando qualquer dose aplicada é de 92,2%, isto é, houve um aumento de 12% a mais que a proporção de doses válidas. Foi observada diferença es-tatisticamente significativa entre os estratos A e C. Importante destacar que o incremento no estrato E supera em 19% em relação a cobertura de doses válidas (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 92,3 98,7 99,3 98,7 98,4 94,9 LI 73,8 91,8 92,7 80,6 87,3 89,5 CV 83,1 95,2 96,0 89,7 92,9 92,2

A B C D E Belém

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas, na estimativa de ponto, está acima de 95% em todos os estratos (gráfico 13), valor ideal para manter a eliminação da circulação do poliovírus selvagem, atingindo 100% no C, e no município como um todo 98,7% (IC95% 97 – 100).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0LI 92,5 97,5 100,0 97,5 94,0 97,2CV 96,6 99,2 100,0 99,2 97,6 98,7

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas até 18 meses de idade a cobertura para a vaci-na SCR é 17,6 pontos percentuais a mais que nas doses válidas para o município como um todo, chegando a 87,9% (IC95% 85 – 91), como mostra o gráfico 14. Mesmo considerando-se as doses aplicadas, todos os estratos apresentam estimativa de ponto abaixo de 95%, sendo que esse valor só está incluído no intervalo de confiança nos estratos B e C. Merece ser destacado ainda que o incremento no estrato D foi de 14,3 pontos percentuais, ou seja, quase 20% a mais que nas doses válidas.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,9 95,6 97,2 94,4 93,5 90,8LI 76,9 87,0 88,4 78,6 76,3 84,9CV 83,9 91,3 92,8 86,5 84,9 87,9

A B C D E Belém

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando são computadas as doses aplicadas, ou seja, há um aumento de 16,4 pontos per-centuais, sendo que em todos os estratos o aumento foi superior a 10 pontos percentuais e nos estratos D e E chegou a 18,3 pontos. Em Belém, 81,2% (IC95% 77 – 86) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. Para as doses aplicadas, a diferença de cobertura foi estatisticamente significante entre os estratos A e C (gráfico 15).

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Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 83,2 92,2 94,0 87,4 89,5 85,6LI 65,9 80,8 83,6 66,6 67,6 76,8CV 74,6 86,5 88,8 77,0 78,6 81,2

A B C D E Belém

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido no calendário oficial e o in-tervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1.Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Belém somen-te foi feito por 23,9% (IC95% 21 – 27). No estrato C, o cumprimento foi maior e difere significativamente dos estratos D e E, bem como do geral do município, sendo a menor proporção pertencente ao estrato E (gráfico 16).

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Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 33,3 41,6 41,9 25,5 24,5 27,0LI 14,2 20,3 28,5 11,0 8,9 20,8CV 23,7 31,0 35,2 18,3 16,7 23,9

A B C D E Belém

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2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos, não há diferença significativa entre eles. Uma parcela importante de crianças fica por um determinado tempo não imune podendo, se houver circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 42,0 44,4 46,9 39,8 35,3 35,9LI 24,1 25,4 28,3 18,9 15,5 26,5CV 33,1 34,9 37,6 29,4 25,4 31,2

A B C D E Belém

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56

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas, independentemente de sua validade, e no denominador a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita, portanto, com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às do registro oficial. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG. Os dados oficiais mostram coberturas acima de 100% para poliomielite, tríplice viral, além da BCG.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de estimativa dos de-nominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Belém, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Imunobiológico

%

DA 162,6 106,4 94,8 94,8 88,6 98,5 110,1CV 98,0 90,8 87,1 87,0 86,4 78,0 87,9

BCG Poliomielite DPT Hib HVB Febre Amarela SCR

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Imunobiológico

MS

ICV

162,6 106,4 94,8 94,8 88,6 98,5 110,1

98,0 90,8 87,1 87,0 86,4 78,0 87,9

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação, foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi alta, ficando entre 89,9% a 93,4%, e não houve diferença estatisticamente significante entre os estratos. Entretanto, observa-se que o comparecimento no estrato A é um pouco menor (gráfico 19) que nos demais estratos.

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Belém, 2007.

0

10

20

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50

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70

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90

100

Estrato

%

LS 94,8 94,4 95,9 96,5 98,2 93,4LI 76,4 84,9 84,9 82,9 84,3 86,3CV 85,6 89,7 90,4 89,7 91,3 89,9

A B C D E Belém

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal.

O fato de mães que trabalhavam fora de casa poderia indicar uma dificuldade para levarem seus filhos aos serviços de saúde para serem vacinados, entretanto, em Belém, não se detectou diferença significativa entre aquelas que trabalham das que não trabalham fora de casa.

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode se associar com menor cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afir-mar a existência de diferença.

Houve diferença estatisticamente significante entre as coberturas vacinais de acor-do com a ordem de nascimento, isto é, a cobertura vacinal foi diminuindo conforme au-

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mentava a ordem de nascimento. Já em relação ao sexo da criança não houve interferência na cobertura vacinal.

Em relação à cor, não houve diferença estatisticamente significante das coberturas vacinais entre os principais grupos: brancos, pretos e pardos. O número de índios e ama-relos foi muito pequeno e não foi considerado no cálculo das diferenças.

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Belém, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 81,4 74,9 87,9

Não 81,0 76,6 85,3

Presença do companheiro

Sim 81,4 77,0 85,8

Não 81,3 73,5 89,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 79,9 74,1 85,7

Não 83,4 77,1 90,5

Mãe trabalha fora de casa

Sim 77,7 70,0 85,5

Não 82,9 78,2 87,7

Escolaridade materna

0 a 3 anos 65,9 41,7 90,2

4 a 11 anos 82,3 77,6 87,0

12 e mais 80,4 73,9 87,0

Ordem de nascimento

Primeiro 90,3 85,7 95,0

Segundo 74,5 66,2 82,9

Terceiro ou mais 69,0 61,7 76,3

Sexo da criança

Masculino 83,7 78,3 89,2

Feminino 78,3 74,1 82,7

Cor da criança

Branca 82,8 74,7 91,0

Preta 74,7 56,8 92,6

Amarela** 84,7 59,7 100,0

Parda 81,2 76,3 86,2

Indígena *** 50,0 0,0 100,0

* intervalo de confiança **só 4 crianças *** só 2 crianças

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VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou combinada com os serviços públicos. Para o município de Belém 5% (IC95%:3 – 7) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 15,4% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 3,2% nos estratos C, D e E. Conforme o esperado a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 24,1 11,5 6,3 7,1 7,8 6,8LI 6,7 2,8 0,1 0,0 0,0 3,3CV 15,4 7,1 3,2 3,2 3,2 5,0

A B C D E Belém

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público é bastante dife-rente, ou seja, é menor para quem usa os serviços privados. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 45,4% (IC95%:25 – 66) e nos demais o valor estimado foi de 73,5% (IC95%:70 -78). A participação na última campanha de vacinação foi igual para as crianças que usam serviços público ou privado. Neste último grupo a participação foi de 88,8% (IC95%:81 - 97). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 89,9% (IC95%:86 – 94), o que pode ser observado na tabela 6.

Tabela 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas,

e uso de serviço privado e comparecimento na última campanha da

coorte de nascido em 2005, Belém 2007

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 45,4 25,1 65,7

Não 73,5 69,5 77,5

Comparecimento na última campanha e uso do setor privado

Sim 88,8 80,5 97,1

Não 89,9 86,4 93,5

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VIII. Usos da VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas a aplicação da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior no estrato A. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois apenas 11% das crianças pertencentes a este estrato receberam esta vacina. Nos demais estratos o uso não atingiu 1% das crian-ças entrevistadas (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belém, 2007.

0

10

20

30

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 18,3 0,0 2,5 0,0 2,5 2,4LI 3,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6CV 11,0 0,0 0,8 0,0 0,8 1,5

A B C D E Belém

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, en-tretanto, foi ainda menor do que aquela observada para a contra meningococo. No estrato A menos de 7,6% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida o uso não chega a 1% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 15,1 0,0 2,5 0,0 2,5 2,1LI 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2CV 7,6 0,0 0,8 0,0 0,8 1,1

A B C D E Belém

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor com pouco mais de 4% das crianças do estrato A vacinadas. Nos demais estratos o uso é muito baixo, menor que 1%, sendo que nos estratos B e D nenhuma criança recebeu essa vacina (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 8,5 0,0 2,5 0,0 2,5 1,6LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 4,2 0,0 0,8 0,0 0,8 0,8

A B C D E Belém

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com uso pouco maior do que aquela observada para a hepatite A. Das crianças do estrato A ape-nas 5,9% foram vacinadas, enquanto que em D e E nenhuma criança foi vacinada para varicela (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belém, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 12,3 2,5 5,1 0,0 0,0 2,2LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2CV 5,9 0,8 2,4 0,0 0,0 1,2

A B C D E Belém

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IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Belém foi excelente, com uma proporção de entrevistas não realizadas de apenas 1,4% do núme-ro programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais precisas.

Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população de Belém. O estrato A, de melhor nível socioeconômico, apresentou maior proporção de brancos, de mães mais velhas, com maior escolaridade e maior porcentagem com trabalho fora de casa.

Quanto às coberturas vacinais, o estrato A apresentou de um modo geral menor cobertura em quase todas as vacinas, separada ou isoladamente, enquanto o inverso ocor-reu no estrato C. Este fato é coerente com trabalhos anteriores que demonstram que a cobertura vacinal nos melhores segmentos sociais sofre interferência de outros fatores que não exclusivamente econômico ou de acesso aos serviços de saúde, principalmente se for considerado a maior proporção de utilização de vacinas que não fazem parte do calendário oficial, como a vacina contra meningococo e outras.

Em relação aos indicadores de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais houve associação apenas com a ordem de nascimento da criança da coorte pesquisada, isto é, quanto maior a ordem, menor a cobertura vacinal.

De um modo geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas em Belém situaram-se em níveis adequados para as vacinas BCG, contra DPT, contra po-liomielite, mas não atingiu o ideal, tanto na estimativa por ponto ou incluindo o intervalo de confiança de 95% , nas vacinas contra hepatite B, tríplice viral e contra febre amarela que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil.

Entretanto, observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 me-ses com seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 64,8% (IC95% 61 - 69), ou seja, aproximadamente 35% das crianças de Belém aos 18 meses tinham o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma proporção dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do ca-lendário vacinal completo com doses aplicadas de 81,2% (IC95% 77 – 86), portanto muito acima das doses válidas.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, mostram uma cobertura muito baixa e, portanto, demonstram que há necessidade de aprimorar o programa de imunizações de Belém.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L B O A • V I S T A

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mUnIcÍpIo de Boa VIsta

IntrodUção

O município de Boa Vista em 2005 tinha uma população estimada de 242.179 ha-bitantes sendo 25.304 de 1-4 anos de idade.

O município conta com 53 equipes do programa de saúde da família. Existem 26 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

caracterÍstIcas da amostra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográfica, Boa Vista, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 51 2.978 R$ 1.617,28 2,2 10,8

B 50 2.479 R$ 956,25 1,5 3,3

C 49 3.906 R$ 639,25 0,4 1,3

D 51 5.327 R$ 478,71 0,3 0,4

E 49 5.820 R$ 374,39 0,1 0,1

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato, Boa

Vista, 2000

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 18 942 1.467,85 2,6 9,2

B 17 1.085 1.014,13 1,8 3,4

C 14 1.212 623,76 0,5 1,2

D 11 1.450 451,71 0,3 0,5

E 12 1.698 373,47 0 0

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 0 0 0 0 0 0Recusas 0 0 0 0 0 0Perdas 1 0 0 0 0 1Realizadas 83 84 84 84 84 419

A B C D E Boa Vista

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0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0

1 0 0 0 0 1

83 84 84 84 84 419

não localizadas

Recusas

Perdas

Realizadas

estrato

Das 420 entrevistas previstas foram realizadas 419 (99,76 %). A única entrevista não realizada ocorreu no estrato A (gráfico 1).

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 98% (IC95% 96-99). No estrato D, o percentual foi ligeiramente inferior: 96% (IC95% 92-100). Nos estratos C e E observou-se um comporta-mento semelhante à média do município e no estrato B, o percentual foi de 100%.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresen-tados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 46,3% são brancas, enquanto que no estrato E, esse percentual é de 23,8%. Observa-se que a cor parda apresentou um percentual de 65% no município. A proporção de crianças auto-referidas como pardas aumenta à medida que pioram as condições so-ciais. No estrato A, 50% são pardas, enquanto que no estrato C esse percentual é de 76%. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,4, sem diferença entre os estratos.

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento, número de filhos e estrato socioeconômico,

Boa Vista, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EBOA

VISTA

Sexo % % % % % %

Masculino 48,2 57,1 59,5 44,0 47,6 50,4

Feminino 51,8 42,9 40,5 56,0 52,4 49,6

Cor

Branca 46,3 42,9 21,4 26,2 23,8 29,4

Preta 1,2 1,2 2,4 3,6 8,3 4,1

Amarela* - - - 1,2 - 0,3

Parda 50,0 54,8 76,2 67,9 66,7 65,1

Vermelha** 2,4 1,2 - 1,2 1,2 1,1

Ordem denascimento

Primeiro 45,8 38,1 40,5 39,3 32,1 38,1

Segundo 37,3 35,7 31,0 29,8 25,0 30,4

Terceiro ou mais 16,9 26,2 28,6 31,0 42,9 31,5

Número de filhos

Média 2,0 2,4 2,2 2,4 2,7 2,4

*01 amarela ** 05 vermelhas

A idade média das mães no município foi de 27 anos, sendo ligeiramente maior no estrato A, 29 anos.

Apesar da diferença não ser estatisticamente significativa, a proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato B, ligeiramente menor no estrato A. No es-trato A, a proporção de mães com 11 anos ou mais de escolaridade foi maior do que nos demais, superando o estrato D em mais de 4 vezes. A presença do companheiro é elevada e semelhante em todos os estratos sociais. Os estratos C e E apresentaram proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodos) maior do que os demais. A proporção de famílias residindo menos de 3 anos em Boa Vista foi semelhante em todos os estratos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Boa Vista ,2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EBOA

VISTA

Trabalho materno

Sim 51,8 53,6 35,7 34,5 34,5 39,6

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 3,6 1,2 2,4 6,0 7,1 4,6

4 a 10 54,2 79,3 86,9 84,5 73,8 77,5

11 e mais 42,2 19,5 10,7 9,5 19,0 17,8

Companheiro

Sim 79,5 71,4 66,7 77,4 82,1 76,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 39,8 63,9 73,8 60,5 68,7 63,4

Anos de residência

0 a 2 anos 29,7 28,6 28,4 24,3 36,6 29,9

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para a imunização. No caso do BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, 3 doses. No caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT, considerou-se as doses da vacina tetrava-lente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Boa Vista apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 94% (IC95% 91-97). Todos os estratos apresentaram cobertura acima de 90%, sendo que o estrato B apresentou cobertura de 100% (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,8 100,0 102,1 96,4 100,1 96,9LI 84,3 100,0 90,8 84,6 85,6 90,7CV 91,6 100,0 96,4 90,5 92,9 93,8

A B C D E Boa Vista

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Boa Vista ve-rificamos uma cobertura superior a 90% em todos os estratos, sendo que o estrato B apresentou cobertura superior a 95% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,7 102,1 97,7 98,7 101,2 96,9LI 89,3 90,8 85,6 89,4 89,3 91,7CV 94,0 96,4 91,7 94,0 95,2 94,3

A B C D E Boa Vista

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

69

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi consi-derada no cálculo a vacina tetravalente ou a aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Boa Vista foi de 91% (IC95% 86-95). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Boa Vista, 2007.

0

10

20

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50

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Estrato

%

LS 96,0 101,2 98,9 96,6 99,4 95,1LI 82,3 94,1 84,5 79,6 81,5 86,9CV 89,2 97,6 91,7 88,1 90,5 91,0

A B C D E Boa Vista

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4. Vacina contra a Hepatite B

Em Boa Vista, a cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à cobertura observada para as vacinas DPT e Hib, 80% (IC95% 75-84), (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 89,0 94,6 93,2 89,2 89,9 84,2LI 74,8 81,6 71,1 58,4 67,3 75,4CV 81,9 88,1 82,1 73,8 78,6 79,8

A B C D E Boa Vista

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Boa Vista, 98% (IC95% 97-100) receberam a vacina BCG. Os estratos B e D apresentaram cobertura de 100%. O estrato E, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura 96% (IC95% 90-102), (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, 2007.

0

10

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90

100

Estrato

%

LS 101,2 100,0 101,4 100,0 102,1 100,0LI 94,0 100,0 96,2 100,0 90,8 96,9CV 97,6 100,0 98,8 100,0 96,4 98,5

A B C D E Boa Vista

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6. Vacina SCR

A vacina Tríplice Viral contra o sarampo, caxumba e rubéola (SCR) é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Boa Vista foi de 83% (IC95% 77-88). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 92,4 95,8 91,7 92,8 94,6 88,7LI 73,8 73,3 65,4 69,1 81,6 77,9CV 83,1 84,5 78,6 81,0 88,1 83,3

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

71

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte. No município de Boa Vista a cobertura foi de 91% (IC95% 88-94). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

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40

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,4 99,0 95,9 97,7 97,6 94,1LI 83,3 86,7 77,9 85,6 88,1 88,1CV 90,4 92,9 86,9 91,7 92,9 91,1

A B C D E Boa Vista

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas.

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 65% (IC95% 58-71). Não hou-ve diferença significativa entre os estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 76,3 88,2 77,6 77,5 74,9 71,2LI 58,6 59,4 43,8 46,3 53,7 58,3CV 67,5 73,8 60,7 61,9 64,3 64,7

A B C D E Boa Vista

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72

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município se eleva para 96% (IC95% 93-98). No estrato B, todas as crianças receberam o esquema básico (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista 2007.

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10

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30

40

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100

Estrato

%

LS 100,1 100,0 102,9 97,6 100,5 98,2LI 85,5 100,0 92,4 88,1 92,3 93,4CV 92,8 100,0 97,6 92,9 96,4 95,8

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT, o resultado foi se-melhante ao da vacina anterior (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

73

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Boa Vista 2007.

0

10

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30

40

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60

70

80

90

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Estrato

%

LS 100,1 101,4 102,1 97,7 101,2 97,6LI 85,5 96,2 90,8 85,6 86,9 91,3CV 92,8 98,8 96,4 91,7 94,0 94,4

A B C D E Boa Vista

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3. Vacina contra a hepatite B.

Mesmo levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal não atinge 90% no município. A estimativa para os estratos D e E ficou abaixo de 90% (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,8 102,9 99,8 96,6 94,8 91,9LI 85,4 92,4 83,5 65,3 71,8 82,8CV 91,6 97,6 91,7 81,0 83,3 87,4

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74

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas foi de 98% (IC95% 96-99), acima do preconi-zado para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista 2007.

0

10

20

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40

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100

Estrato

%

LS 99,7 100,0 102,9 100,5 101,4 99,5LI 90,7 100,0 92,4 92,3 96,2 95,9CV 95,2 100,0 97,6 96,4 98,8 97,7

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5. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura aumenta para a vacina SCR em 12% para o município, chegando a 95% (IC95% 93-97), (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista 2007.

0

10

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30

40

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90

100

Estrato

%

LS 96,0 101,2 101,2 100,1 102,1 97,2LI 82,3 94,1 94,1 88,0 90,8 93,4CV 89,2 97,6 97,6 94,0 96,4 95,3

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75

6. conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 83% (IC95% 78-88) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. A cobertura do estrato B foi significativamente maior do que a do estrato E (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

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Estrato

%

LS 93,5 100,1 99,6 94,3 86,7 87,8LI 75,2 88,0 79,0 62,9 65,7 78,0CV 84,3 94,0 89,3 78,6 76,2 82,9

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido no calendário oficial e o in-tervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Boa Vista so-mente foi realizado por 28% (IC95% 22-33) das crianças. No estrato E (32%) e A (30%) o cumprimento foi maior. Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 16).

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76

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

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Estrato

%

LS 41,1 38,8 39,5 29,8 42,5 33,4LI 19,1 18,3 12,9 15,4 21,8 22,2CV 30,1 28,6 26,2 22,6 32,1 27,8

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2. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta foi inferior à obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por um determinado tempo não imune, podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 56,9 53,3 49,4 53,9 51,5 46,0LI 29,8 25,3 22,0 34,2 34,2 36,7CV 43,4 39,3 35,7 44,0 42,9 41,3

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77

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta no denominador as doses aplicadas independentemente de sua validade e no denominador a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas a cobertura a partir do inquérito foi inferior à do registro oficial. As maiores diferenças ocorreram com as vacinas BCG e SCR, 11% e 13% respectivamente. Os dados oficiais mostram coberturas sempre acima de 100%.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de esti-mativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Boa Vista, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

%

ICV 97,9 89,0 89,0 79,8 93,6 83,1 95,3DA 108,9 98,0 98,0 86,8 103,3 98,7 118,8

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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Inquérito

MS

97,9 89,0 89,0 79,8 93,6 83,1 95,3

108,9 98,0 98,0 86,8 103,3 98,7 118,8

Imunobiológico

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78

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município foi de 91% (IC95% 88-94). Nos estratos A, D e E o comparecimento foi acima de 90%, (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,8 92,4 96,1 97,7 100,1 93,8LI 85,9 79,0 82,4 85,6 88,0 87,9CV 90,4 85,7 89,3 91,7 94,0 90,9

A B C D E Boa Vista

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar não apresentam qualquer associação com a cobertura vacinal. As crianças, cujas mães não trabalhavam fora de casa. apresentam cobertura vacinal menor, porém não significativa. Na estimativa por ponto a cobertura das crianças cujas mães têm menor escolaridade foi maior, no entanto a diferença não foi significativa.

A ordem de nascimento e o sexo não interferiram na cobertura vacinal. A cobertura foi menor para as crianças indígenas quando comparadas com as outras etnias, porém é de se ressaltar o número reduzido de crianças nesta categoria.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

79

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Boa Vista, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 80,3 65,2 95,3

Não 83,8 79,9 87,8

Presença do companheiro

Sim 83,0 78,2 87,8

Não 82,5 73,0 92,0

Aglomeração intradomiciliar

Sim 85,2 78,3 92,1

Não 82,7 78,1 87,3

Mãe trabalha fora de casa

Sim 85,4 80,9 90,0

Não 81,1 74,3 87,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 95,1 84,0 106,2

4 a 10 anos 81,9 75,6 88,1

11 e mais 83,9 67,8 100,0

Ordem de nascimento

Primeiro 88,9 81,7 96,1

Segundo 79,7 69,6 89,8

Terceiro ou mais 78,8 69,6 88,0

Sexo da criança

Masculino 85,0 77,7 92,3

Feminino 80,8 71,5 90,1

Cor da criança

Branca 84,1 74,8 93,4

Preta 88,1 68,4 107,8

Amarela 100,0 100,0 100,0

Parda 82,1 77,1 87,2

Indígena 69,6 14,6 124,6

* intervalo de confiança

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Boa Vista, 3% (IC95% 0-6) das crianças utilizam

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80

serviços do setor privado. Não se detectou a utilização de serviços privados no estrato D. Não houve diferença significativa entre os demais estratos, ressaltando-se que o número total de crianças foi muito pequeno (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 13,6 5,9 3,8 0,0 15,0 6,2LI 1,0 -1,2 -1,4 0,0 -3,1 0,0CV 7,3 2,4 1,2 0,0 6,0 3,1

A B C D E Boa Vista

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas no grupo que uti-liza o setor privado foi de 85% (IC95%: 67-101) e no que não se utiliza deste serviço foi de 73% (IC95%: 67-78). Apesar do número limitado de crianças, nos estratos B e C a cobertu-ra foi de 100% nas crianças que utilizam o serviço privado (tabela 6).

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007,

Boa Vista.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Boa Vista

Sim

CV % 83,3 100,0 100,0 .... 80,0 84,6

Limite Inferior 47,2 100,0 100,0 ..... 54,0 67,3

Limite Superior 119,5 100,0 100,0 ..... 106,0 101,8

Não

CV % 71,1 84,1 77,1 69,0 67,1 72,5

Limite Inferior 60,4 72,4 63,8 54,1 56,1 66,7

Limite Superior 81,7 95,9 90,4 84,0 78,1 78,4

Total

CV % 72,0 84,5 77,4 69,0 67,9 72,9

Limite Inferior 62,4 73,3 64,3 54,1 57,5 67,2

Limite Superior 81,5 95,8 90,5 84,0 78,2 78,6

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

81

Quanto à participação na última campanha de vacinação, não houve diferença sig-nificativa no comportamento das crianças dos estratos A e E em função da utilização ou não dos serviços privados. A participação na ultima campanha foi de 100% para as crianças do estrato B e C que utilizam o serviço privado, apesar do número pequeno de crianças nessas categorias. Nesses estratos as crianças que utilizam exclusivamente o ser-viço público apresentaram comparecimento significativamente menor (tabela 7).

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico Inquérito de Cobertura

Vacinal, 2007, Boa Vista.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Boa Vista

Sim

CV % 89,2 100,0 100,0 80,0 84,6

Limite Inferior 72,9 100,0 100,0 54,0 67,3

Limite Superior 105,6 100,0 100,0 106,0 101,8

Não

CV % 91,1 85,4 89,2 91,7 94,9 72,5

Limite Inferior 87,7 78,3 82,1 85,6 88,6 66,7

Limite Superior 94,5 92,4 96,2 97,7 101,3 78,4

Total

CV % 91,0 85,7 89,3 91,7 94,0 72,9

Limite Inferior 87,9 79,0 82,4 85,6 88,0 67,2

Limite Superior 94,1 92,4 96,1 97,7 100,1 78,6

VIII. Usos da VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

VacInação

Foram consideradas a aplicação da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

O uso da vacina contra meningococo só foi detectado no estrato A, 2,4% (IC95%: 0-6), (gráfico 21):

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82

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 6,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,72LI -1,21 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,14CV 2,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,29

A B C D E Boa Vista

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Para a vacina contra pneumococo, foi detectado o uso nos estratos A e B, conforme o gráfico 22.

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 3,89 5,91 0,00 0,00 0,00 1,06LI -1,48 -1,15 0,00 0,00 0,00 -0,08CV 1,21 2,38 0,00 0,00 0,00 0,49

A B C D E Boa Vista

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

83

O uso da vacina contra a hepatite A só foi observado no estrato A (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 3,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,47LI -1,48 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,18CV 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15

A B C D E Boa Vista

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O mesmo comportamento foi observado para a vacina contra a varicela, 3,6% (IC95%:0-8), (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Boa Vista, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,82 3,81 0,00 0,00 0,00 1,18LI -0,59 -1,43 0,00 0,00 0,00 0,03CV 3,61 1,19 0,00 0,00 0,00 0,61

A B C D E Boa Vista

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84

IX consIderaçÕes fInaIs

A realização do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal no município de Boa Vista foi adequado e satisfatório. Das 420 entrevistas previstas, praticamente to-das foram realizadas. A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 98%. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam muito precisas.

Em Boa Vista não foram observadas associações entre os indicadores empregados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Conforme foi mostrado, a estra-tégia de seleção e estratificação da amostra apresentou bons resultados, tendo garantido a inclusão dos diversos segmentos dos habitantes residentes no município. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, bem como com as variáveis estudadas de caracterização das famílias pertencentes à amostra.

O município de Boa Vista apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade acima de 90% para quase todas as vacinas que fazem parte do ca-lendário de vacinação da criança no Brasil, com exceção da cobertura com a vacina contra hepatite B e SCR que apresentaram cobertura em torno de 80%.

Contudo a cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o con-junto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi 65% (IC95% 58-71). Não havendo diferença significativa entre os estratos.

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 83% (IC95% 78-88) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. A cobertura do estrato B foi significativamente maior do que a do E.

Os exemplos apresentados para as vacinas DPT e SCR levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido no calendário oficial e o intervalo correto entre as doses demonstra que, apesar do programa de imunizações no município de Boa Vista apresentar um desempenho satisfatório, ainda pode ser aperfeiçoado.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L M A C A P Á

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86

mUnIcÍpIo de macapá

I. IntrodUção

O município de Macapá em 2005 tinha uma população estimada de 355.405 habi-tantes e sendo 38.259 de 1-4 anos de idade (IBGE).

O município conta com 49 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). Exis-tem 20 salas de vacina e conta com um Centro de Referência de Imunobiológico Especial. Não houve alteração no número de salas de vacina. No entanto, em 2005, existiam 23 equipes de PSF. O programa de vacinação de recém-nascidos está implantado nas mater-nidades existentes no município, com aplicação diária das vacinas BCG e, contra Hepatite B, de 2ª a 6ª feiras na maternidade pública e três vezes por semana na privada.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação reali-zada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Macapá, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 3 3.034 1.626,48 2,6 10,6

B 42 4.841 958,36 0,7 3,8

C 44 5.870 685,33 0,3 1,6

D 60 9.894 512,33 0,1 0,6

E 31 4.819 357,56 0,0 0,2

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

evidenciando a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Macapá, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 13 1.122 1.462,63 2,3 9,5

B 12 1.371 927,82 0,7 3,7

C 12 1.665 686,00 0,5 1,3

D 12 1.926 492,19 0,2 0,8

E 12 1.907 385,10 0,0 0,2

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

87

Das 420 entrevistas previstas foram realizadas 380 (90,5%). O estrato A teve o maior percentual de entrevistas não realizadas (27%), tendo sido a não localização de crianças na coorte definida o principal motivo para a não realização das entrevistas (24%). Em 3% dos casos houve recusa dos responsáveis em responder o questionário. Nos estratos B, C e D a não localização de crianças da coorte foi o principal motivo, porém com magnitude bastante inferior. A perda, entendida como a impossibilidade de agendar o encontro com os pais ou responsáveis pela criança identificada, foi responsável por 1,4%, variando de 1,2 a 2,4% nos estratos B a E. Exceto no estrato A. O percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 20 3 5 3 0 31Recusas 3 0 0 0 0 3Perdas 0 1 2 2 1 6Realizadas 61 80 77 79 83 380

A B C D E Macapá

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20 3 5 3 0 31

3 0 0 0 0 3

0 1 2 2 1 6

61 80 77 79 83 380

não localizadas

Recusas

Perdas

Realizadas

estrato

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação, 89% (IC95% 86-92) para o município. Apesar de não ter havido diferença significativa, o estrato A apresentou percentual inferior aos demais, 77% (IC95% 68-86). Os estratos B e C tiveram um comportamento semelhante, pouco abaixo da média do município (87% e 84% respectivamente). Nos estratos D e E, esses percentuais foram discretamente maiores: 94% e 95%.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas por sexo, cor da pele, ordem de nas-cimento e tamanho da prole. Os dados são apresentados na tabela 3. Os estratos não mostraram diferença significativa segundo esses atributos.

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MACAPÁ

Sexo % % % % % %

Masculino 52,5 48,8 59,7 53,2 59,0 54,7

Feminino 47,5 51,3 40,3 46,8 41,0 45,3

Cor

Branca 44,3 36,3 49,4 31,6 34,9 38,0

Preta 3,3 6,3 2,6 3,8 3,6 3,9

Amarela ---- 1,3 2,6 2,5 ---- 1,6

Parda 52,5 56,3 45,5 60,8 60,2 55,9

Vermelha ---- ---- ---- 1,3 1,2 0,6

Ordem denascimento

Primeiro 41,0 42,5 44,2 46,8 39,8 43,7

Segundo 31,1 30,0 16,9 26,6 22,9 25,0

Terceiro ou mais 27,9 27,5 39,0 26,6 37,3 31,3

Número de filhos

Média 2,3 2,3 2,5 2,2 2,7 2,4

A idade média das mães foi de 27 anos, sendo ligeiramente maior nos estratos A, B e C. A média foi de 29 anos no estrato A e 28 anos nos estratos B e C. Nos estratos D e E, foi de 26 anos, sem diferença significativa.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A e menor no estrato E, a diferença foi significativa apenas entre esses estratos. A proporção de mães analfabetas funcionais foi de 5,4% em Macapá. O maior diferencial entre os estratos observa-se com a escolaridade mais elevada. A diferença é significativa entre os estratos A e E. Enquanto o estrato A apresenta um percentual de 54% de mães com mais de onze anos de estudo, no estrato E, apenas 14,5%. Também foi significativa a diferença entre os estratos A e E para mães com escolaridade entre 4 e 11 anos de estudo. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração domiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo) foi semelhante em todos os estratos. A proporção de famílias residindo há menos de três anos na residência sorteada foi semelhante em todos os estratos, no entanto, das famílias entrevistadas, 96% moravam em Macapá há pelo menos 2 anos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

89

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MACAPÁ

Trabalho materno

Sim 58,3 41,3 32,5 37,2 27,7 37,5

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,7 2,5 6,5 6,4 7,2 5,4

4 a 10 44,1 67,5 64,9 60,3 78,3 63,9

11 e mais 54,2 30,0 28,6 33,3 14,5 30,7

Companheiro

Sim 73,8 81,3 62,3 76,9 81,9 75,2

Aglomeração intradomiciliar

Sim 50,0 52,5 63,6 59,0 69,9 59,7

Anos de residência

0 a 2 anos 36,1 31,3 35,1 34,2 31,3 33,6

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo válido aos 18 meses

Definiu-se esquema básico completo aquele em que a criança tenha recebido as doses necessárias para imunização, a saber:

BCG e Tríplice viral - 1 dose; DPT, contra hepatite B, poliomielite e Hemófilos B - 3 doses. Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de

múltiplas doses, levando-se em conta também o intervalo mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade foi de 81% (IC95%76-86) no município de Macapá. Os estratos C, D e E apresentaram cobertura significativa-mente maior do que o A. O estrato A apresentou cobertura abaixo da média do município (gráfico 2).

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90

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 72,6 93,1 93,7 95,7 90,1 85,9LI 55,3 66,9 72,6 73,9 71,4 75,6CV 63,9 80,0 83,1 84,8 80,7 80,7

A B C D E Macapá

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2. Vacina contra poliomielite

Na cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. Em Macapá, verificamos uma cobertura de 83% (IC95%78-89). Em todos os estratos a cobertura foi inferior a 90%. Não houve dife-rença significativa entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 82,0 96,1 92,3 98,6 95,3 88,8LI 59,0 68,9 71,3 76,1 75,8 77,8CV 70,5 82,5 81,8 87,3 85,5 83,3

A B C D E Macapá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

A cobertura para o município de Macapá foi de 79% (IC95% 72-86). Os estratos apre-sentaram valores semelhantes, excetuando-se o estrato A que apresentou cobertura de 61% (IC95%50-71), significativamente menor do que a cobertura do município (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 71,4 93,7 91,3 96,2 89,8 85,7LI 49,9 63,8 69,7 70,9 66,8 71,9CV 60,7 78,8 80,5 83,5 78,3 78,8

A B C D E Macapá

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura de Macapá foi de 67% (IC95% 60-74). Em todos os estratos a cobertura foi inferior a 75% (gráfico 5). A cobertura no município da vacina contra a Hepatite B foi significativamente inferior à cobertura da vacina DPT.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 71,3 83,1 82,7 85,8 72,8 74,1LI 46,7 54,4 60,1 55,9 42,9 60,2CV 59,0 68,8 71,4 70,9 57,8 67,2

A B C D E Macapá

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92

5. Vacina BCG

Em Macapá 90% (IC95% 88-93) receberam a vacina BCG. O estrato A apresentou a menor cobertura: 79% (IC95% 69-88). Significativamente menor do que a dos estratos D e E (gráfico 6). A cobertura observada com a vacina BCG aos 18 meses foi maior do que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Além disso, não reflete o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 88,0 98,6 97,8 101,1 100,6 93,5LI 69,4 76,4 76,3 88,7 92,2 87,6CV 78,7 87,5 87,0 94,9 96,4 90,5

A B C D E Macapá

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6. Vacina SCR

A cobertura observada em Macapá foi de 70% (IC95% 65-76). Os estratos A e B apresentaram as menores coberturas, sendo que no A ela ficou ligeiramente abaixo do intervalo de confiança do município. Em todos os estratos a cobertura observada foi inferior a 80% (gráfico 7).

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93

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

0

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Estrato

%

LS 64,7 78,1 91,3 87,0 84,9 75,8LI 36,9 44,4 67,1 62,4 59,7 64,9CV 50,8 61,3 79,2 74,7 72,3 70,4

A B C D E Macapá

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte. No município de Macapá a cobertura foi de 78% (IC95% 73-83). Para esta vacina todos os estratos apresentaram cobertura abaixo de 85% (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 77,2 95,5 88,9 90,2 91,3 82,7LI 54,0 67,0 66,9 69,3 63,0 72,6CV 65,6 81,3 77,9 79,7 77,1 77,7

A B C D E Macapá

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94

8. Esquema básico completo para todas as vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas no município foi de 50% (IC95% 44-57). Não houve diferença significativa entre os estratos. Nos estratos A, B e E a cobertura ficou abaixo de 50% (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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100

Estrato

%

LS 54,2 64,9 76,8 67,7 57,2 56,7LI 21,2 25,1 47,8 38,6 27,1 43,6CV 37,7 45,0 62,3 53,2 42,2 50,2

A B C D E Macapá

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b) Esquema básico completo aplicado aos 18 meses

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado levam em conside-ração todas as doses de vacina recebidas sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção às crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, Po-liomielite, SCR e o esquema básico completo com a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município foi de 83% (IC95% 78-88). Não houve diferença significativa entre os estratos e, em todos, a cobertura foi inferior a 90% (gráfico 10).

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Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 79,3 95,4 94,4 96,6 92,9 87,6LI 61,6 69,6 74,4 75,6 73,4 78,4CV 70,5 82,5 84,4 86,1 83,1 83,0

A B C D E Macapá

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina contra Hemófilo B é aplicada, geralmente, junto com a vacina DPT. Os resultados foram bastante semelhantes aos dessa última, apesar de ligeiramente infe-riores (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 78,2 94,9 92,3 98,8 95,2 88,3LI 56,2 67,6 71,3 73,4 68,7 75,1CV 67,2 81,3 81,8 86,1 81,9 81,7

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3. Vacina contra Hepatite B

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge 76% (IC95% 71-81) para o município (gráfico 12). As diferenças entre os estratos não são signi-ficativas, embora nos estratos A e E as coberturas tenham ficado abaixo de 70%.

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 74,1 90,2 88,3 94,6 79,5 80,8LI 53,7 62,3 67,6 70,0 55,5 71,0CV 63,9 76,3 77,9 82,3 67,5 75,9

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas foi de 91% (IC95% 89-94). O estrato E apresentou a maior cobertura: 93% (IC95% 86-99). Todos os estratos apresentaram cober-tura abaixo do valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus sel-vagem, mesmo tendo sido consideradas as doses aplicadas em campanhas (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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10

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60

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Estrato

%

LS 84,9 98,6 93,4 98,6 99,1 90,9LI 62,6 76,4 72,8 83,7 86,4 83,7CV 73,8 87,5 83,1 91,1 92,8 87,3

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em cerca de 8% para o município, chegando a 78% (IC95% 72-84), diferença estatisticamente significativa. Mesmo assim, os estratos A, B e E não atingiram 80% de cobertura (gráfico 14). É de se destacar ainda que os estratos A e B tiveram incremento de 10% e 16% em suas coberturas.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 77,8 89,3 93,4 95,3 84,9 84,2LI 43,5 65,7 72,8 69,2 64,5 71,9CV 60,7 77,5 83,1 82,3 74,7 78,0

A B C D E Macapá

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 64% (IC95% 58-70) receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de imunização, incremento de 14%, estatisticamente significativo. Destaca-se que, em todos os estratos, o incremento foi superior a 9%, chegando a 17 pontos percentuais no estrato D (gráfico 15).

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Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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100

Estrato

%

LS 68,8 79,5 84,2 83,5 64,0 70,2LI 36,2 48,0 58,7 55,7 39,6 58,1CV 52,5 63,8 71,4 69,6 51,8 64,1

A B C D E Macapá

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação, segundo o calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológi-co, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Macapá somente foi alcançado por 19% (IC95% 15-23) das crianças, não houve diferença significativa ente os estratos (gráfico 16).

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Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 28,0 27,0 44,0 24,7 28,4 22,9LI 1,5 8,0 18,3 3,2 7,8 14,9CV 14,8 17,5 31,2 13,9 18,1 18,9

A B C D E Macapá

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2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas: 28% (IC95% 22-34). A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo adoecer, caso haja circulação de qualquer um dos vírus (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 38,9 44,0 50,6 32,8 39,1 33,6LI 16,8 21,0 24,7 7,7 13,9 22,0CV 27,9 32,5 37,7 20,3 26,5 27,8

A B C D E Macapá

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100

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os administrativos apresenta um pa-drão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às do registro oficial (gráfico 18). A maior diferença ocorreu para a vacina BCG, com 27 pontos percentuais. Para todas as demais vacinas a diferença é de no mínimo 10%.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Macapá, 2007.

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Imunobiológico

%

ICV 90,3 80,5 72,8 73,2 71,6 66,8 78,0DA 116,9 93,1 88,3 88,3 88,5 81,3 87,9

BCG Polio DPT Hib HVB FA SCR

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Inquérito

MS

90,3 80,5 72,8 73,2 71,6 66,8 78,0

116,9 93,1 88,3 88,3 88,5 81,3 87,9

Imunobiológico

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101

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 90% (IC95% 88-93). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Macapá, 2007.

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Estrato

%

LS 99,0 101,3 99,0 99,1 99,0 93,1LI 74,7 86,1 85,4 80,6 76,9 87,6CV 86,9 93,7 92,2 89,9 88,0 90,4

A B C D E Macapá

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa, a presença ou não do companheiro, a aglomeração domiciliar, a mãe trabalhar fora de casa, a escolaridade da mãe, a ordem de nascimento ou o gênero da criança.

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102

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Macapá, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 63,9 53,6 74,2

Não 65,0 56,2 73,7

Presença do companheiro

Sim 64,0 57,1 71,0

Não 65,3 52,6 78,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 63,3 54,8 71,8

Não 65,4 58,5 72,3

Mãe trabalha fora de casa

Sim 64,7 53,1 76,3

Não 64,8 57,2 72,4

Escolaridade materna

0 a 3 anos 59,5 49,9 69,1

4 a 11 anos 69,1 56,2 82,0

12 e mais 66,7 57,7 75,6

Ordem de nascimento

Primeiro 79,6 59,0 100,3

Segundo 63,3 56,3 70,3

Terceiro ou mais 64,9 55,7 74,1

Sexo da criança

Masculino 62,1 54,3 69,8

Feminino 66,6 57,5 75,8

Cor da criança

Branca 63,4 55,5 71,3

Preta** 83,2 59,0 107,3

Parda 63,5 55,9 71,0

Amarela*** 56,5 28,4 84,6

Indígena **** 68,3 -2,0 138,7

* intervalo de confiança ** 13 crianças *** três crianças **** uma criança

Resultado semelhante foi observado em relação à cor da criança, porém vale ressal-tar que crianças pretas, amarelas e indígenas foram treze, três e uma, respectivamente.

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103

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso de serviços privados de vacinação de forma exclusiva ou combinada com os serviços públi-cos. Para o município de Macapá, 6% (IC95% 3-10) das crianças utilizam serviços do setor privado. Não se observou diferença significativa entre os estratos (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Macapá, 2007.

0

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Estrato

%

LS 15,7 11,5 11,5 12,6 12,1 9,7LI 4,0 -1,5 -1,1 0,0 -0,1 2,7CV 9,8 5,0 5,2 6,3 6,0 6,2

1 2 3 4 5 Macapá

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi maior entre as crianças que usam o setor público de vacinação, embora sem significância estatística. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi de 40% (IC95% 21-60) e dentre os que utilizam o setor público o valor estimado foi de 57% (IC95%:50-64), (tabela 6).

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007,

Macapá.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Macapá

Sim

CV % 66,7 50,0 50,0 20,0 40,0 40,5

Limite Inferior 22,4 9,4 9,4 -11,9 1,0 21,2

Limite Superior 110,9 90,6 90,6 51,9 79,0 59,8

Não

CV % 43,6 58,7 65,8 60,8 44,9 57,0

Limite Inferior 25,9 42,9 52,1 46,7 30,8 50,3

Limite Superior 61,4 74,4 79,4 75,0 58,9 63,7

Total

CV % 45,9 57,5 64,9 58,2 44,6 55,9

Limite Inferior 26,6 42,3 52,0 43,5 29,9 49,0

Limite Superior 65,2 72,7 77,9 73,0 59,3 62,7

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104

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para as crianças que utilizam serviços do setor privado e para as que utilizam exclusivamente o setor pú-blico. Neste grupo a participação foi de 90% (IC95%:87-93). Para as crianças que utilizam o setor privado esta proporção foi de 97% (IC95%:89-100). Vale lembrar que o número de crianças em cada estrato que utiliza o setor privado é muito pequeno (tabela 7).

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico Inquérito de Cobertura

Vacinal, 2007, Macapá.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Macapá

Sim

CV % 100,0 75,0 100,0 100,0 100,0 96,6

Limite Inferior 100,0 39,8 100,0 100,0 100,0 89,5

Limite Superior 100,0 110,2 100,0 100,0 100,0 103,6

Não

CV % 85,5 94,6 91,8 89,2 87,2 89,9

Limite Inferior 72,3 86,8 84,8 79,3 75,7 86,8

Limite Superior 98,7 102,4 98,7 99,0 98,7 93,0

Total

CV % 86,9 93,7 92,2 89,9 88,0 90,4

Limite Inferior 74,7 86,1 85,4 80,6 76,9 87,6

Limite Superior 99,0 101,3 99,0 99,1 99,0 93,1

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

O uso das vacinas que não fazem parte do calendário oficial de imunização foi bas-tante pequeno. Foram aplicadas vacinas: contra meningococo, com apenas 4 crianças imu-nizadas; contra hepatite A, apenas 1 criança; contra varicela, apenas 2 crianças imunizadas, e vacina contra pneumococo, 4 crianças imunizadas. Estas vacinas não estão disponíveis na rotina da rede de serviços de atenção básica, no entanto, foram aplicadas em 3 crianças no estrato A e 2 no estrato D.

O uso das vacinas contra meningococo e contra pneumococo foi semelhante nos estratos A e D, e não foi detectado nos demais estratos (gráficos 21 e 22).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

105

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,9 0,0 0,0 8,1 0,0 3,2LI -1,4 0,0 0,0 -3,0 0,0 -0,7CV 3,3 0,0 0,0 2,5 0,0 1,2

A B C D E Macapá

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Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,9 0,0 0,0 8,1 0,0 3,2LI -1,4 0,0 0,0 -3,0 0,0 -0,7CV 3,3 0,0 0,0 2,5 0,0 1,2

A B C D E Macapá

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A utilização da vacina contra a hepatite A foi ainda menor: 0,4% das crianças do município foi vacinada, limitando-se ao estrato D com 1,3% (IC95%:0-4), (gráfico 23).

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Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 0,0 0,0 0,0 4,0 0,0 1,4LI 0,0 0,0 0,0 -1,5 0,0 -0,5CV 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,4

A B C D E Macapá

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Para a vacina contra a varicela observou-se o mesmo perfil de distribuição. Das crianças do estrato A, apenas 1,6% (IC95% 0-5) foram vacinadas e no D, 1,3% (IC95% 0-4). Não tendo sido registrada a utilização desta vacina nos estratos B, C e E (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Macapá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 5,2 0,0 0,0 4,0 0,0 1,6LI -1,9 0,0 0,0 -1,5 0,0 -0,4CV 1,6 0,0 0,0 1,3 0,0 0,6

A B C D E Macapá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Macapá foi satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas de aproximadamente 10% do número programado, no entanto, no estrato A esse percentual foi de 73%, basi-camente devido à não localização de crianças. Nos demais estratos, o percentual de reali-zação de entrevistas foi superior a 90%.

Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. Não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeco-nômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de carac-terização do núcleo familiar.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses aplicadas em Macapá situaram-se abaixo dos níveis adequados para todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. Para o conjunto das vacinas, no entanto, a estimativa de ponto foi de 64% (IC95% 58-70). Exceto no estrato A, as coberturas de DPT e Hib atingiram a proporção de 90%, na estimativa de ponto ou incluindo esse valor nos intervalos de confiança. Para a vacina contra a poliomielite a cobertura, mesmo incluindo o intervalo de confiança, fica abaixo de 95% nos estratos A e C. Com a tríplice viral, apenas os estratos C e D podem atingir a cobertura de 95% em seus intervalos de confiança.

Entretanto, observa-se que uma proporção menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema comple-to foi de 50% (IC95% 44-57), ou seja, metade das crianças de Macapá aos 18 meses estava com o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A diferença é particularmente expressiva para a tríplice viral e a vacina contra a hepatite B.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados mostram que o programa de imunizações em Macapá consegue o cumprimento estrito por parcela muito pequena das crianças, mostrando que há margem para a ampliação da cobertura bem como da melhoria do desempenho no cumprimento do calendário vacinal.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L M A N A U S

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110

mUnIcÍpIo de manaUs

I. IntrodUção

O município de Manaus em 2005 tinha uma população estimada de 1.644.688 habi-tantes, sendo que 156.086 eram da faixa étaria de 1-4 anos de idade.

O município contava em 2006 com 156 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 138 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação reali-zada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Manaus, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 308 15.419 2.006,13 3,94 14,95

B 308 22.942 762,24 0,68 2,06

C 308 27.257 529,31 0,44 0,66

D 308 32.109 414,52 0,27 0,25

E 308 34.731 322,88 0,09 0,05

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Manaus, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 36 1.844 1.771,57 4,08 13,09

B 25 1.732 780,64 0,65 1,83

C 25 1.775 528,21 0,53 0,56

D 18 1.735 420,85 0,20 0,26

E 18 1.968 317,84 0,10 0,09

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

111

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 625 (99,2%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato B, onde 3,17% das crianças não foram localizadas (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 0 4 0 0 0 4Recusas 0 0 1 0 0 1Perdas 0 0 0 0 0 0Entrevistas 126 122 125 126 126 625

A B C D E Manaus

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0 4 0 0 0 4

0 0 1 0 0 1

0 0 0 0 0 0

126 122 125 126 126 625

não localizadas

Recusas

Perdas

entrevistas

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 99,48% (IC95% 99-100). No estrato A, o percentual foi ligeiramente menor: 98,8% (IC95% 96-100).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela abaixo. A proporção de meninos é maior que das meninas no estrato A, embora não haja diferença estatisticamente significativa entre os estratos. Quanto à cor não há diferenças significativas entre os estratos. Existe uma predominância da cor parda (59,2%), segui-da da branca, com 37,1%. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,5 com pequenas diferenças entre os estratos (tabela 3).

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MANAUS

Sexo % % % % % %

Masculino 64,3 54,1 52,0 59,5 53,2 56,1

Feminino 35,7 45,9 48,0 40,5 46,8 43,9

Cor

Branca 35,7 42,6 37,6 37,3 33,3 37,1

Preta 1,6 2,5 3,2 4,8 4,0 3,4

Amarela 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Parda 62,7 54,9 58,4 57,1 62,7 59,2

Vermelha 0,0 0,0 0,8 0,8 0,0 0,4

Ordem denascimento

Primeiro 44,4 44,6 40,0 34,9 39,7 40,1

Segundo 36,5 29,8 29,6 31,0 24,6 29,6

Terceiro ou mais 19,0 25,6 30,4 34,1 35,7 30,3

Número de filhos

Média 2,2 2,2 2,5 2,7 2,7 2,5

A idade média das mães foi de 27 anos, sendo ligeiramente maior nos estratos A e B (28 e 28,2 anos) e menor nos estratos C, D e E com 26,3; 26,5 e 26,6 anos respectiva-mente.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e E, ligei-ramente menor no estrato B e semelhante nos estratos C e D. A proporção de mães anal-fabetas funcionais foi muito pequena em Manaus. O maior diferencial observa-se com a escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual mais de 11 vezes maior que o estrato E de mães com mais de onze anos de estudo. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Dois terços das famílias do estrato E viviam em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de 3 anos na residência atual apresentou pequenas dife-renças entre os estratos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

113

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MANAUS

Trabalho materno

Sim 38,1 36,4 30,6 31,2 38,1 34,6

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 2,4 1,7 10,5 4,8 7,9 5,9

4 a 10 70,4 73,6 68,5 80,2 89,7 77,7

11 e mais 27,2 24,8 21,0 15,1 2,4 16,4

Companheiro

Sim 74,6 72,7 76,8 75,4 77,0 75,5

Aglomeração intradomiciliar

Sim 44,8 57,9 68,5 72,2 76,8 66,5

Anos de residência

0 a 2 anos 17,4 30,5 13,1 21,7 27,3 22,2

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo válido aos 18 meses

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, 3 doses. No caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses levou-se em conta um intervalo igual ou maior que o mínimo reco-mendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT considerou-se as doses de tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Manaus apresentou uma cobertura vacinal, para DPT, com doses válidas e aos 18 meses de idade de 91% (IC95% 88 - 94). Não se observou uma cobertura significativamente diferente entre os estratos socioeconômicos. Apesar de não ser signifi-cativamente diferente, os únicos estratos que apresentaram coberturas menores que 90% foram os estratos C e D (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,7 97,1 96,4 94,4 98,0 93,7LI 87,6 88,2 82,8 78,6 89,3 88,2CV 93,7 92,6 89,6 86,5 93,7 91,0

A B C D E Manaus

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2. Vacina contra poliomielite

Na cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Manaus verificamos uma cobertura superior a 91% em todos os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,4 97,3 99,1 98,8 96,3LI 88,9 90,8 85,1 85,1 90,1 90,4CV 94,4 95,1 91,2 92,1 94,4 93,3

A B C D E Manaus

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

115

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi considerada no cálculo a vacina tetravalente ou a vacina aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Manaus foi de 78% (IC95% 72 – 83). O estrato D foi o que apresentou cobertura mais baixa 69% (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,1 90,0 88,3 78,9 90,2 83,2LI 74,1 77,3 65,3 59,2 70,1 72,7CV 84,1 83,6 76,8 69,0 80,2 78,0

A B C D E Manaus

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as va-cinas DPT e Hib. Em Manaus, 70,5% (IC95% 65 - 75). O estrato C mostra uma cobertura de 65,6 % (gráfico 5).

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116

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 78,5 84,8 75,3 79,9 79,1 75,5LI 62,8 64,3 55,9 61,4 63,7 65,4CV 70,6 74,6 65,6 70,6 71,4 70,5

A B C D E Manaus

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi a maior dentre as demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Além dis-so, não reflete o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Manaus, 98% (IC95% 97 – 99) receberam a vacina BCG. Não houve grandes variações entre os diferentes estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,7 99,8 100,3 100,7 100,9 99,3LI 92,9 93,6 94,9 96,1 97,5 96,6CV 96,8 96,7 97,6 98,4 99,2 97,9

A B C D E Manaus

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

117

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Manaus foi de 74,7% (IC95% 71 – 78). O estrato A foi o que apresentou maior cobertura 76% (IC95% 91-69), (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 91,1 85,9 82,8 81,8 79,9 77,9LI 69,2 69,8 66,0 64,3 63,0 71,5CV 80,2 77,9 74,4 73,0 71,4 74,7

A B C D E Manaus

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte. No município de Manaus a cobertura foi de 82,3% (IC95% 86-78). O estrato C apresentou a menor cobertura (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 91,8 89,0 85,0 88,3 94,2 85,9LI 76,5 74,9 67,0 73,6 82,0 78,7CV 84,1 82,0 76,0 81,0 88,1 82,3

A B C D E Manaus

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118

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas foi de 47,6% (IC95% 43-52). No estrato E, cobertura foi a mais alta entre os estra-tos de 50,8%, (IC95% 41-61), (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 63,2 55,9 57,0 53,0 60,9 52,2LI 36,8 34,3 37,4 37,4 40,7 43,1CV 50,0 45,1 47,2 45,2 50,8 47,6

A B C D E Manaus

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b) Esquema básico completo aplicado aos 18 meses

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado consideram todas as doses de vacina recebidas sem levar em consideraçãoos intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo incluindo a vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município se eleva para 92% (IC95% 89 - 94). O estrato E apresentou a maior cobertura 95,2% (IC95% 92-97) e os estratos C e D, as menores coberturas. Não houve diferenças significativas entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

119

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,7 97,9 96,4 94,7 98,7 94,8LI 87,6 90,6 82,8 81,5 91,8 89,2CV 93,7 94,3 89,6 88,1 95,2 92,0

A B C D E Manaus

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2. Vacina contra Hemófilo B

Apesar da vacina de hemófilos ser aplicada geralmente junto com a vacina DPT, o resultado não foi semelhante, apresentando cobertura menor 80,9% (IC95% de 86–76). Mesmos menores, as variações entre os diferentes estratos socioeconômicos foram seme-lhantes as da DPT (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,2 92,3 89,6 81,2 93,2 86,0LI 76,3 79,9 67,2 66,4 73,5 75,7CV 85,7 86,1 78,4 73,8 83,3 80,9

A B C D E Manaus

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120

3. Vacina contra a hepatite B Mesmo levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal não chega

a 90% no município. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 94,6 96,3 90,3 94,7 95,7 91,7LI 80,0 82,4 74,5 81,5 88,4 84,3CV 87,3 89,3 82,4 88,1 92,1 88,0

A B C D E Manaus

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4. Vacina contra a poliomielite

Manaus apresenta cobertura vacinal de 97,6% (IC95% de 96– 99), com doses aplica-das acima de 95% em todos os estratos socioeconômicos (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,8 100,7 100,1 100,3 100,9 98,8LI 91,3 96,0 91,9 94,9 97,5 96,4CV 96,0 98,4 96,0 97,6 99,2 97,6

A B C D E Manaus

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

121

5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em 15% para o município, chegando a 89,4% (IC95% 86 – 93), (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,6 94,1 94,5 97,6 94,7 92,6LI 78,6 84,6 83,1 86,5 81,5 86,2CV 88,1 89,3 88,8 92,1 88,1 89,4

A B C D E Manaus

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 71,5% (IC95% 65-78) receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 87,0 83,0 82,2 75,4 83,3 77,8LI 60,6 62,9 57,0 61,1 64,3 65,2CV 73,8 73,0 69,6 68,3 73,8 71,5

A B C D E Manaus

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122

c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Manaus somen-te foi feito por 8,1% (IC95% 6 – 11). Nos estratos A, B e C o cumprimento foi maior, no entanto sem diferença estatisticamente significativa em relação aos estratos D e E (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 15,0 16,6 20,5 8,2 9,0 10,6LI 4,1 4,7 5,1 1,3 0,5 5,6CV 9,5 10,7 12,8 4,8 4,8 8,1

A B C D E Manaus

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune po-dendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

123

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 48,0 46,2 36,3 42,2 33,4 35,8LI 26,6 24,3 21,3 21,3 20,6 26,8CV 37,3 35,2 28,8 31,7 27,0 31,3

A B C D E Manaus

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IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às do registro oficial, com exceção da Pólio. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG. Os dados oficiais mostram coberturas sempre acima de 100% (gráfico 18).

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito.

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

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124

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Manaus, 2007.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

ICV 97,6 78,1 78,1 75,6 91,0 70,5 89,4DA 121,3 83,2 82,5 79,1 81,9 86,4 98,7

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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Inquérito

MS

97,6 78,1 78,1 75,6 91,0 70,5 89,4

121,3 83,2 82,5 79,1 81,9 86,4 98,7

Imunobiológico

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento, para o município como um todo, foi alta, ficando entre 89,5 e 95,2% . Para os estratos B, C, e E, o comparecimento superou os 90%. No estrato A, o limite superior do intervalo foi de 96% e a estimativa por ponto igual a 88,9%, mostrando assim um comparecimento, apesar de menor, não significantemente diferente (gráfico 19).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

125

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 96,0 99,4 98,0 97,3 98,0 95,2LI 81,8 90,8 89,2 82,1 89,3 89,5CV 88,9 95,1 93,6 89,7 93,7 92,3

A B C D E Manaus

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo apli-cado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do compa-nheiro e aglomeração domiciliar não apresentou qualquer associação com a cobertura vacinal. O fato de a mãe trabalhar fora de casa também não interferiu na cobertura vacinal (tabela 5).

O sexo e a cor da criança não interferem na cobertura vacinal. A cobertura foi sig-nificantemente menor para as crianças cujas mães tinham menor escolaridade, apesar do pequeno número de crianças nessa condição (tabela 5).

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126

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Manaus, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 72,3 64,8 79,9

Não 70,9 63,1 78,7

Presença do companheiro

Sim 72,9 65,7 80,1

Não 68,1 57,4 78,9

Aglomeração intradomiciliar

Sim 70,9 63,9 77,9

Não 73,6 65,9 81,3

Mãe trabalha fora de casa

Sim 72,0 63,2 80,9

Não 71,5 65,2 77,7

Escolaridade materna

0 a 3 anos 41,8 25,2 58,3

4 a 10 anos 74,0 67,4 80,5

11 e mais 70,6 62,6 78,7

Ordem de nascimento

Primeiro 79,0 73,6 84,4

Segundo 72,5 60,6 84,4

Terceiro ou mais 60,8 50,0 71,7

Sexo da criança

Masculino 70,7 62,5 78,9

Feminino 72,5 65,4 79,6

Cor da criança

Branca 71,8 65,4 78,2

Preta 79,1 63,4 94,9

Parda 71,3 63,0 79,5

Indígena ** 100,0 100,0 100,0

* intervalo de confiança **só duas crianças

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Manaus, apenas 2,3% (IC95% 0,6-4) das crianças uti-

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

127

lizam serviços do setor privado. Apesar da diferença não ser estatisticamente significante o estrato B, apresentou a maior estimativa de uso dos serviços privados, mas mesmo assim o uso é pequeno 4,9%. No estrato E, ninguém faz uso do setor privado (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Manaus, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

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Estrato

%

LS 6,2 11,1 7,2 3,9 0,0 4,0LI 0,1 -1,2 -0,8 -0,7 0,0 0,6CV 3,2 4,9 3,2 1,6 0,0 2,3

A B C D E Manaus

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. Lembrando que o uso do setor privado em Manaus é pequeno. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 63,3% (IC95% 25-102) e nos demais, o valor estimado foi de 56,6% (IC95% 51–62).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante: 95,4% (IC95% 88–103) para as crianças que utilizam serviços do setor privado. Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 92,6% (IC95% 90–95).

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Para este item foram consideradas apenas a aplicação da vacina contra meningoco-co, da hepatite A, da varicela e da vacina contra pneumococo, que não estão disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

No município de Manaus, a análise dos questionários das entrevistas mostrou que apenas duas crianças, uma do estrato A e outra do B, receberam cada uma delas a vacina contra meningococo e a vacina contra pneumococo.

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128

IX. consIderaçÕes fInaIs

Manaus apresentou um desempenho do trabalho de campo do inquérito de cober-tura vacinal excelente; foram realizadas 99,2% das entrevistas previstas, o que faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais precisas.

A estratégia de seleção e a estratificação da amostra foram bem sucedidas, garantin-do a inclusão dos distintos segmentos da população de Manaus. Não houve associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais, exceto para as crianças cujas mães eram analfabetas funcionais.

Observou-se uma boa cobertura vacinal (esquema vacinal completo para todas as vacinas aos 18 meses) quando analisamos as doses aplicadas (doses de vacina recebidas sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação) de aproximadamente 90%. Exceção feita à vacina contra o hemófilo que apresentou o limite superior do intervalo de confiança inferior a 90% nos estratos C e D. As maiores coberturas são para o BCG (97,9%), Pólio (97,6%) e DPT (92%).

Entretanto, ao estudarmos o esquema vacinal com doses válidas observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 47,6% (IC95% 43-52), ou seja, metade das crianças de Manaus aos 18 meses tinha o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas.

Ao analisarmos as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e res-peitando os intervalos recomendados, vemos que a situação não é adequada, pois só 31% das crianças estavam adequadamente vacinadas com a vacina Tríplice Viral, situação que é ainda pior ao analisarmos a vacina DPT com a qual somente 8,1% das crianças estavam corretamente vacinadas.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L P A L M A S

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130

mUnIcÍpIo de palmas

I. IntrodUção

O município de Palmas em 2005 tinha uma população estimada de 208.168 habitan-tes e sendo 20.081 de 1-4 anos de idade (IBGE).

Em 2005, o município contava com 41 equipes do Programa de Saúde da Família, 8 equipes de PACS e 33 salas de vacina. Em 2008, estão em funcionamento 10 equipes de PACS, 43 de Saúde da Família e 34 salas de vacina. A Secretaria Estadual de Saúde man-tém um Centro de Referência de Imunobiológico Especial que atende às solicitações da rede municipal. A vacinação dos recém-nascidos é feita na rotina da maternidade pública, geralmente quando a criança ainda se encontra na unidade obstétrica. Nos dois hospitais privados, uma equipe da secretaria municipal de saúde realiza a vacinação diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação rea-lizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se nítido gradiente decrescente da renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Palmas, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 26 1.664 2.025,01 4,09 14,78

B 25 1.700 1.057,51 1,29 4,32

C 24 2.632 597,31 0,47 1,26

D 26 3.120 447,33 0,09 0,42

E 23 3.650 347,99 0,09 0,14

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis ao universo, evi-

denciando a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Palmas, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDA-

DE >17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 24 1.486 2.065,75 3,75 15,23

B 22 1.625 1.049,04 1,46 4,11

C 18 2.144 602,17 0,43 1,15

D 18 2.528 435,90 0,08 0,45

E 18 2.995 348,19 0,06 0,16

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

131

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 585 (93%). O estrato A e B tiveram o mesmo percentual de entrevistas não realizadas (9,5%), no entanto, a recusa no estratro A foi o principal motivo para a não realização das entrevistas (7,9%), enquanto que no estrato B e D foi a perda, entendida como a impossibilidade de agendar o encontro com os pais ou responsáveis pela criança identificada (5,6% e 4,8%, respectivamente). Nos estratos C, D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 92% (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 0 0 0 0 0 0Recusas 10 5 5 2 1 23Perdas 2 7 5 6 2 22Realizadas 114 114 116 118 123 585

1 2 3 4 5 Palmas

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A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação, 95% (IC95% 93-97) para o município. O estrato A apresentou percentual ligeiramente inferior aos demais, 89% (IC95% 83-94). Os estratos B e C tiveram um comportamento semelhante, pouco abaixo da média do município (91% e 93%, respectivamente) e nos estratos D e E, esses percentuais foram discretamente maiores, 97% e 99%.

A idade média das crianças entrevistadas foi de 25 meses, com intervalo entre 19 e 33 meses de idade, com pequenas variações, um a dois meses, entre os estratos.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas por sexo, cor da pele, ordem de nas-cimento e tamanho da prole. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de me-ninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor da pele, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas nos estrato A e B é significativamente maior do que nos demais. Nos estratos C, D e E, o percentual de pardos está em torno de 50% enquanto que no estrato A é de 27% (IC95% 20-34), signifi-cativamente menor do que o C, D e E. O número médio de filhos foi de 2,1, tendo havido tendência de aumento da média de filhos do estrato A para o E, de 1,7 para 2,5. A ordem de nascimento das crianças sofre interferência do tamanho da prole nos estratos.

0 0 0 0 0 0

10 5 5 2 1 23

2 7 5 6 2 22

114 114 116 118 123 585

não localizadas

Recusas

Perdas

Realizadas

estrato

a b C d e Palmas

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132

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E PALMAS

Sexo % % % % % %

Masculino 52,6 53,5 50,9 60,2 50,4 53,6

Feminino 47,4 46,5 49,1 39,8 49,6 46,4

Cor

Branca 66,7 62,3 33,9 40,2 36,6 44,3

Preta 3,5 2,6 6,1 6,8 9,8 6,5

Amarela 1,8 0,9 5,2 2,6 0,8 2,3

Parda 27,2 34,2 53,9 48,7 49,6 45,3

Vermelha 0,9 - 0,9 1,7 3,3 1,6

Ordem denascimento

Primeiro 60,5 56,6 52,2 48,3 32,5 47,3

Segundo 28,1 24,8 21,2 24,6 36,6 27,8

Terceiro ou mais 11,4 18,6 26,5 27,1 30,9 24,9

Número de filhos

Média 1,7 1,9 2,1 2,2 2,5 2,2

A idade média das mães foi de 27 anos sendo ligeiramente maior no estrato A e B, com média de 29 anos, enquanto que nos estratos C e E, 27 anos, e no estrato D, de 26, sem diferença significativa.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A, menor nos estratos B e C, porém semelhantes entre si. Nos estratos D e E, esta proporção di-minui ainda mais em relação aos anteriores, mantendo a semelhança entre as classes. A mãe trabalhar fora foi significativamente menor nos estratos D e E, quando comparados com o estrato A. A proporção de mães analfabetas funcionais foi de 3,6% (IC95% 2-5) em Palmas. O maior diferencial entre os estratos observa-se na escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual de 74,3% de mães com mais de onze anos de estudo, enquanto o estrato E, 21,1%. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração domiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo) foi semelhante em todos os estratos, excetuando-se o A. Mais da metade das famílias nos estratos B e E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de três anos na residência sorteada foi semelhante nos estratos A e E, e ligeiramente menor nos estratos B, C, e D. Das famílias entrevistadas, 92% moravam em Palmas há pelo menos 2 anos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

133

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E PALMAS

Trabalho materno

Sim 62,3 49,1 46,6 33,9 36,6 43,0

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos - 3,5 0,9 4,2 6,5 3,6

4 a 10 25,7 43,9 62,6 69,5 72,4 59,8

11 e mais 74,3 52,6 36,5 26,3 21,1 36,6

Companheiro

Sim 75,2 80,7 76,7 83,9 82,1 80,4

Aglomeração intradomiciliar

Sim 16,7 50,4 60,5 56,8 53,7 50,6

Anos de residência

0 a 2 anos 36,0 45,6 47,4 44,9 39,0 42,7

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo válido aos 18 meses

Definiu-se esquema básico completo aquele em que a criança tenha recebido as doses necessárias para imunização, a saber:

BCG e Tríplice viral - 1 dose DPT, contra hepatite B, poliomielite e Hemófilos B - 3 doses. Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de

múltiplas doses levando-se em conta, também, o intervalo mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade foi de 93% (IC95% 91-94) no município de Palmas. Não se observou cobertura significativamente diferente entre os estratos socioeconômicos. Apesar de não serem significativamente diferentes, os estratos A e B apresentaram cobertura abaixo de 90%. O estrato A apresentou cobertura significativamente menor do que o E (gráfico 2).

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134

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 92,5 96,7 97,5 98,5 99,3 94,5LI 79,5 82,3 85,3 91,3 92,6 90,7CV 86,0 89,5 91,4 94,9 95,9 92,6

A B C D E Palmas

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2. Vacina contra poliomielite

Na cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. Em Palmas, verificamos uma cobertura de 92% (IC95% 89-95), mas nos estratos A e B, inferior a 90% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,4 97,5 98,6 100,8 99,9 96,0LI 82,8 84,9 87,6 92,5 93,6 92,4CV 88,6 91,2 93,1 96,6 96,7 94,2

A B C D E Palmas

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

135

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

A cobertura para o município de Palmas foi de 90% (IC95% 88-92). Os estratos apresentaram valores semelhantes, excetuando-se o estrato A que foi significativamente menor do que o estrato E (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,5 95,2 96,5 95,8 99,4 92,1LI 74,4 82,0 77,6 85,5 90,8 87,6CV 82,5 88,6 87,1 90,7 95,1 89,9

A B C D E Palmas

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura de Palmas foi de 86% (IC95% 82-89). O estrato A apresentou cobertura próxima dos 80% (gráfico 5). A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi significa-tivamente inferior à cobertura da vacina DPT.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 86,2 89,1 93,0 97,5 94,0 89,2LI 71,7 74,1 76,0 82,2 81,6 82,1CV 78,9 81,6 84,5 89,8 87,8 85,6

A B C D E Palmas

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5. Vacina BCG

Em Palmas, 94% (IC95% 92-96) receberam a vacina BCG. O estrato A, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura: 89% (IC95% 83-94) (gráfico 6). A cobertura observada com a vacina BCG aos 18 meses foi maior do que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Além disso, não reflete o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,4 97,5 98,6 100,8 99,9 96,0LI 82,8 84,9 87,6 92,5 93,6 92,4CV 88,6 91,2 93,1 96,6 96,7 94,2

A B C D E Palmas

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6. Vacina SCR

A cobertura observada em Palmas foi de 86% (IC95% 82-89). Os estratos A e B apresenta-ram as menores coberturas, sendo que no B ela ficou abaixo de 80% (IC95% 72-85), (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Estrato

%

LS 75,8 76,9 84,7 83,3 84,7 76,5LI 61,1 58,2 61,8 62,5 68,1 68,9CV 68,4 67,5 73,3 72,9 76,4 72,7

A B C D E Palmas

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

137

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte. No município de Palmas a cobertura foi de 91% (IC95% 88-93). Para esta vacina os estratos A, B, e C apresentaram cobertura abaixo de 90% (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,0 93,3 94,8 96,2 98,0 93,1LI 79,6 78,6 82,8 88,6 90,7 88,1CV 86,8 86,0 88,8 92,4 94,3 90,6

A B C D E Palmas

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8. Esquema básico completo para todas as vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vaci-nas foi 73% (IC95% 69-77). Nos estratos A e B, a cobertura ficou abaixo de 70% (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 75,8 76,9 84,7 83,3 84,7 76,5LI 61,1 58,2 61,8 62,5 68,1 68,9CV 68,4 67,5 73,3 72,9 76,4 72,7

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138

b) Esquema básico completo aplicado aos 18 meses

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nessa condição nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção às crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, Po-liomielite, SCR e o esquema básico completo com a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município manteve-se em 93% (IC95% 91-95). O estrato E apresentou a maior cobertura: 98% (IC95% 95-100). O estrato A mostrou diferença significativamente menor do que o estrato E (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,4 97,2 97,5 98,5 100,4 95,1LI 80,3 83,6 85,3 91,3 94,8 91,5CV 86,8 90,4 91,4 94,9 97,6 93,3

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi muito semelhante ao da anterior (gráfico 11).

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Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,1 96,2 96,8 97,8 100,4 94,0LI 77,1 82,8 80,8 88,7 94,8 90,0CV 85,1 89,5 88,8 93,2 97,6 92,0

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3. Vacina contra Hepatite B

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge 91% (IC95% 88-94) para o município (gráfico 12). As diferenças entre os estratos não são significativas.

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,4 93,6 95,6 98,6 98,8 93,7LI 80,3 78,4 78,5 89,5 89,9 87,6CV 86,8 86,0 87,1 94,1 94,3 90,7

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140

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas foi de 94% (IC95% 93-96). O estrato E apresentou a maior cobertura: 98% (IC95% 95-100). O estrato A mostrou cobertura signi-ficativamente menor do que o E. Os estratos A, B e C apresentaram cobertura abaixo do valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem, mesmo tendo sido consideradas as doses aplicadas em campanhas (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,4 97,5 98,6 99,8 100,4 96,1LI 82,8 84,9 87,6 93,4 94,8 92,7CV 88,6 91,2 93,1 96,6 97,6 94,4

A B C D E Palmas

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em cerca de 5% para o município, chegando a 91% (IC95% 89-94), diferença estatisticamente significativa (gráfico 14). Mesmo assim, os estratos A e B não atingiram 90% de cobertura. É de se destacar ainda que os estratos B e E tiveram incremento de 9% em suas coberturas.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

141

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,7 94,4 96,5 98,2 99,3 93,7LI 77,7 81,1 84,6 86,5 92,6 88,9CV 84,2 87,7 90,5 92,4 95,9 91,3

A B C D E Palmas

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 85,5% (IC95% 81-90) receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de imunização, incremento de 8%, estatisticamente significativo. Destaca-se que, exceto no estrato C, o incremento foi superior a 10 pontos percentuais, chegando a 17 pontos no estrato E, sendo também significativo nesse estrato (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 88,5 91,1 92,1 93,9 97,9 89,7LI 71,2 73,8 68,3 79,0 87,5 81,4CV 79,8 82,5 80,2 86,4 92,7 85,5

A B C D E Palmas

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142

c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Palmas somente foi alcançado por 34% (IC95% 29-38) das crianças. Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 38,3 42,2 49,9 40,3 43,2 38,2LI 21,3 26,2 27,7 19,0 26,7 29,1CV 29,8 34,2 38,8 29,7 35,0 33,7

A B C D E Palmas

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2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, adoecer (gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

143

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 60,9 53,5 58,3 55,0 61,7 52,5LI 40,9 41,3 36,5 33,1 39,1 43,2CV 50,9 47,4 47,4 44,1 50,4 47,9

A B C D E Palmas

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IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os administrativos apresenta um pa-drão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sem-pre superiores às do registro oficial (gráfico 18). A maior diferença ocorreu para a vacina SCR, com 26 pontos percentuais.

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144

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Imunobiológico

%

ICV 94,2 92,5 88,2 87,9 87,6 85,6 91,3DA 85,1 76,9 75,9 75,9 71,4 68,3 65,4

BCG Polio DPT Hib HVB FA SCR

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Imunobiológico

Inquérito

M. Saúde

94,2 92,5 88,2 87,9 87,6 85,6 91,3

85,1 76,9 75,9 75,9 71,4 68,3 65,4

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi alta, entre 95% e 98%. Em todos os estratos o comparecimento superou 94% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,4 100,4 99,9 98,7 100,7 98,4LI 94,3 94,3 93,3 89,4 96,0 95,0CV 97,4 97,4 96,6 94,1 98,4 96,7

A B C D E Palmas

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

145

VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa, a presença ou não do companheiro, a aglomeração domiciliar, a mãe trabalhar fora de casa, a escolaridade da mãe, a ordem de nascimento ou o gênero da criança.

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas segundo

características das famílias, das mães e das crianças, Palmas, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 82,9 75,1 90,7

Não 86,2 81,9 90,6

Presença do companheiro

Sim 86,5 82,0 91,0

Não 82,2 72,5 92,0

Aglomeração intradomiciliar

Sim 85,8 80,7 90,9

Não 85,5 80,9 90,1

Mãe trabalha fora de casa

Sim 84,2 78,5 89,8

Não 86,5 82,0 91,0

Escolaridade materna

0 a 3 anos 91,7 79,7 103,6

4 a 11 anos 85,3 80,2 90,3

12 e mais 85,5 81,3 89,6

Ordem de nascimento

Primeiro 84,6 80,3 89,0

Segundo 89,7 84,5 94,8

Terceiro ou mais 83,7 76,7 90,7

Sexo da criança

Masculino 86,0 80,4 91,5

Feminino 85,1 79,8 90,3

Cor da criança

Branca 81,5 74,6 88,3

Preta 92,8 84,8 100,8

Parda 87,7 82,5 93,0

Amarela** 87,1 66,0 108,2

Indígena *** 100,00 100,0 100,0

* intervalo de confiança ** onze crianças *** oito crianças

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146

Resultado semelhante foi observado em relação à cor da criança, porém vale ressal-tar que amarelas e indígenas foram apenas onze e oito, respectivamente.

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação de forma exclusiva ou combinada com os serviços públi-cos. Para o município de Palmas, 7% (IC95%: 5-9) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 29% (IC95%: 18-39) no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 2% (IC95% 0-5) no estrato E, o de pior condição de vida (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 38,6 15,7 8,8 5,5 5,2 9,2LI 18,5 3,8 -0,1 -0,3 -0,3 5,1CV 28,6 9,7 4,3 2,6 2,4 7,2

A B C D E Palmas

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi maior entre as crianças que usam o setor público de vacinação, embora sem significância estatística. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 61% (IC95% 47-76) e dentre os que utili-zam o setor público, o valor estimado foi de 77% (IC95% 73-81), (tabela 6).

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147

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007,

Palmas.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Rio Branco

Sim

CV % 71,9 45,5 60,0 66,7 33,3 61,4

Limite Inferior 53,2 3,5 6,5 7,6 -25,8 47,3

Limite Superior 90,6 87,4 113,5 125,8 92,4 75,6

Não

CV % 68,8 72,5 76,6 78,9 81,7 77,4

Limite Inferior 60,3 62,0 64,5 70,0 74,7 73,4

Limite Superior 77,2 83,1 88,7 87,9 88,6 81,5

Total

CV % 69,6 69,9 75,9 78,6 80,5 76,3

Limite Inferior 61,6 60,0 63,5 70,2 73,5 72,1

Limite Superior 77,7 79,8 88,2 87,1 87,5 80,5

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para as crianças que utilizam serviços do setor privado e para as que utilizam exclusivamente o setor pú-blico. Neste grupo a participação foi de 97% (IC95% 95-99). Para as crianças que utilizam o setor privado esta proporção foi de 98% (IC95% 95-100, (tabela 7).

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Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico Inquérito de Cobertura

Vacinal, 2007, Palmas.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Rio Branco

Sim

CV % 96,9 100,0 100,0 100,0 100,0 98,4

Limite Inferior 90,2 100,0 100,0 100,0 100,0 95,0

Limite Superior 103,5 100,0 100,0 100,0 100,0 101,8

Não

CV % 97,5 98,0 96,4 94,7 98,3 96,9

Limite Inferior 93,9 95,1 93,0 90,1 95,9 95,0

Limite Superior 101,1 101,0 99,8 99,4 100,7 98,7

Total

CV % 97,3 98,2 96,6 94,9 98,4 97,0

Limite Inferior 94,3 95,7 93,3 90,3 96,0 95,2

Limite Superior 100,4 100,8 99,9 99,4 100,7 98,7

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foi considerada apenas a aplicação da contra meningococo, contra hepatite A, va-ricela e conta pneumococo, não disponíveis na rotina na rede de serviços de atenção básica.

Não se detectou a utilização de nenhuma destas vacinas nas crianças do estrato E. A vacina contra hepatite A e contra varicela não foram utilizadas nos estratos C e D.

Para a vacina contra meningococo, a cobertura foi significantemente maior no es-trato A, de melhores condições de vida. Entretanto, a cobertura pode ser considerada baixa, pois menos de 16% das crianças pertencentes a esse estrato receberam essa vacina. Nos estratos B, C, D e E, a cobertura foi ainda menor, 8%, 3%, 1% e 0%, respectivamente (gráfico 21).

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Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Palmas, 2007.

0

10

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70

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100

Estrato

%

LS 22,9 15,1 5,6 2,6 0,0 5,2LI 8,7 0,7 -0,4 -0,9 0,0 2,5CV 15,8 7,9 2,6 0,8 0,0 3,8

A B C D E Palmas

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. No estrato A, menos de 16% das crianças receberam esta vacina (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 23,1 11,6 7,8 2,6 0,0 5,3LI 8,5 0,7 -0,9 -0,9 0,0 2,3CV 15,8 6,1 3,4 0,8 0,0 3,8

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A vacina contra a hepatite A apresentou cobertura ainda menor: 1,5% das crianças do município foi vacinada, limitando-se às crianças dos estratos A e B (gráfico 23).

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Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Palmas, 2007.

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20

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40

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 13,3 8,9 0,0 0,0 0,0 2,4LI 0,8 -0,1 0,0 0,0 0,0 0,6CV 7,0 4,4 0,0 0,0 0,0 1,5

A B C D E Palmas

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição. Das crian-ças do estrato A, apenas 6% foram vacinadas. Não tendo sido registrada a utilização desta vacina nos estratos C, D e E (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Palmas, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 11,0 8,9 0,0 0,0 0,0 2,2LI 1,2 -0,1 0,0 0,0 0,0 0,6CV 6,1 4,4 0,0 0,0 0,0 1,4

A B C D E Palmas

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151

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Palmas foi satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas de 7% do número pro-gramado, variando de 9,5% nos estratos A e B, e inferior a 8% nos demais. Este desempe-nho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais precisas.

Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. Não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeco-nômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de carac-terização do núcleo familiar.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses apli-cadas em Palmas situaram-se em níveis adequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. Apenas a cobertura com a vacina tríplice viral não atingiu a proporção de 95%, na estimativa de ponto ou incluindo esse valor nos intervalos de 95% de confiança. Para o conjunto das vacinas, no entanto, a estimativa de ponto foi de 85,5% (IC95% 81-90).

Entretanto, observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 72,7% (IC95% 69-76), ou seja, aproximadamente 27% das crianças de Pal-mas aos 18 meses estavam com o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A diferença é particularmente expressiva para a tríplice viral e a vacina contra a hepatite B.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, mostram que o programa de imunizações em Palmas apresenta um desempenho satisfatório, no entanto, ainda há margem para o seu aprimoramento.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L P O R T O • V E L H O

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154

mUnIcÍpIo de porto Velho

I. IntrodUção

O município de Porto Velho em 2005 tinha uma população estimada de 373.917 habitantes sendo 24.074 de 1 a 4 anos de idade.

O município conta com 25 equipes do Programa de Saúde da Família na zona ur-bana e 16, na área rural. Existem 32 salas de vacina (duas delas em maternidades) e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 apresenta algumas características sociodemográficas da estratificação rea-lizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Cen-so Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Porto Velho, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 59 3.261 1.842,27 3,7 13,7

B 61 4.165 1.114,24 1,1 4,8

C 60 4.945 775,63 0,6 2,3

D 61 5.189 553,57 0,5 0,8

E 61 6.514 421,48 0,2 0,2

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato, Porto

Velho, 2000

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 20 1.356 1.813,88 3,8 14,1

B 17 1.393 1.109,85 1,2 4,5

C 15 1.347 777,56 0,6 2,2

D 16 1.525 572,10 0,4 0,9

E 14 2.048 433,89 0,2 0,3

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

155

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

entrevistas 100 100 100 100 100A B C D E

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Das 420 entrevistas previstas foram realizadas 100%, em todos os estratos (gráfico 1), sem recusas e sem perdas.

A grande maioria das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação, 98,3% (IC95% 96,2 - 100) no município como um todo, sem diferenças entre os estratos.

A idade média das crianças entrevistadas foi de 28,7 meses, com intervalo entre 22,5 a 34,9 meses de idade, com pequenas variações entre os estratos.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significa-tivamente diferente entre os estratos, embora no estrato E seja bem maior o número de meninos que de meninas.

Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. Em todos os estratos a cor parda predomina e a proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui, de um modo geral, à medida que pioram as condições sociais, ressaltando-se que o estrato D apresenta maior proporção de pretos e pardos. No estrato A, 41,7% são brancas, en-quanto que no estrato D esse percentual é de 19,0% e no E, 22,6%. Em todo inquérito de Porto Velho, foram entrevistadas apenas três crianças indígenas e uma de cor amarela.

Em relação à ordem de nascimento, não houve diferença entre os cinco estratos, porém o número médio de filhos aumenta do estrato A para o E de forma significativa (tabela 3).

entrevistas 100 100 100 100 100

estrato

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156

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Porto Velho 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EPORTOVELHO

Sexo % % % % % %

Masculino 48,8 51,2 53,6 47,6 59,5 52,8

Feminino 51,2 48,8 46,4 52,4 40,5 47,2

Cor

Branca 41,7 40,5 34,5 19,0 22,6 30,0

Preta 3,6 4,8 7,1 2,4 4,8 4,6

Amarela* - - - - 1,2 0,3

Parda 54,8 53,6 57,1 78,6 70,2 64,4

Vermelha** - 1,2 1,2 - 1,2 0,8

Ordem denascimento

Primeiro 48,8 41,7 44,0 38,1 32,1 39,8

Segundo 32,1 33,3 23,8 28,6 27,4 28,6

Terceiro ou mais 19,0 25,0 32,1 33,3 40,5 31,6

Número de filhos

Média 2,0 2,1 2,4 2,5 2,5 2,3

* 1 criança ** 3 crianças

A idade média das mães em todo município foi de 26,7 anos, sendo maior no es-trato A, de 28,1 anos (IC95% 27 – 30), e menor no estrato E, cuja média foi de 26,0 anos (IC95% 24 – 28). Há uma tendência de diminuir a média de idade à medida que pioram as condições socioeconômicas.

A proporção de mães que trabalham fora de casa (tabela4) foi maior no estrato A (51,2%) e diminuiu gradativamente, sendo menor no estrato D (22,6%), apresentando diferença significativa entre os estratos. Na cidade como um todo, 37,5% das mães traba-lham fora (IC95% 32 – 43).

A proporção de mães analfabetas funcionais (< 4 anos de estudo) foi de 4,7% em Porto Velho, e apresenta diferença significante entre os estratos. O estrato A apresentou um percentual de mães com mais de onze anos de estudo 2,6 vezes maior que o estrato E.

A presença do companheiro é alta em todos os estratos sociais, sendo mais alta no B e menor no C, porém não há diferença estatística entre eles. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais, confirmando a diferença entre os estratos. A maior proporção ocorreu no estrato E (69,0%) e a menor no A (34,5%). A proporção de famílias residindo menos de 3 anos em Porto Velho variou em torno de 37,3% (IC95% 33 – 42), e não houve dife-rença significativa entre os estratos.

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157

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EPORTOVELHO

Trabalho materno

Sim 51,2 45,2 49,4 22,6 28,6 37,5

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 4,8 4,8 7,2 2,4 4,8 4,7

4 a 10 51,2 70,2 65,1 78,6 78,5 70,7

11 e mais 44,0 25,0 27,7 19,0 16,7 24,6

Companheiro

Sim 72,6 78,6 65,1 75,0 76,2 73,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 34,5 58,3 59,5 66,7 69,0 60,1

Anos de residência

0 a 2 anos 39,3 41,7 29,8 35,7 40,5 37,3

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. Em relação às vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. E na tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, se houve intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado entre cada uma das doses.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT considerou-se as doses da vacina tetra va-lente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Porto Velho apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 88,7% (IC95% 85 – 93). Não se observou uma cobertura signifi-cativamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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158

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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10

20

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40

50

60

70

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100

Estrato Social

%

LS 94,1 100,0 98,9 98,9 92,7 92,9LI 79,7 78,3 84,5 84,5 76,4 84,5CV 86,9 89,3 91,7 91,7 84,5 88,7

A B C D E Porto Velho

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram conside-radas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. Em Porto Velho verificou-se uma cober-tura de 88,0% (IC95% 84 – 92), sendo que nos estratos A e E as proporções foram menores, 86,9% e 84,5%, porém não se constatou diferença significativa entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

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Estrato Social

%

LS 95,9 98,2 97,5 100,0 92,7 92,2LI 77,9 78,0 83,4 80,7 76,4 83,8CV 86,9 95,9 90,5 90,5 84,5 88,0

A B C D E Porto Velho

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159

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo BConsiderou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com

menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi considerada no cálculo a vacina tetravalente ou a aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Porto Velho foi de 84,9% (IC95% 81 – 89). Os estratos não apresentaram valores com dife-rença estatística, sendo a melhor cobertura no estrato B e a pior no estrato E (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Porto Velho, 2007.

0

10

20

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Estrato Social

%

LS 94,4 100,0 95,2 97,4 85,8 89,3LI 77,1 77,6 76,2 78,7 71,3 80,6CV 85,7 89,3 85,7 88,1 78,6 84,9

A B C D E Porto Velho

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B, de 79,0% (IC95% 74 - 84), é inferior à

observada com as vacinas DPT e Hib, com menor proporção de vacinados no estrato E, como se nota no gráfico 5, porém não há diferença entre os estratos sociais.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

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60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 86,8 94,0 88,4 90,9 84,6 84,0LI 70,4 67,9 68,7 75,8 65,4 74,1CV 78,6 81,0 78,6 83,3 75,0 79,0

A B C D E Porto Velho

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160

5. Vacina BCGA cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as demais vacinas. Ela é

aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida, porém não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Porto Velho, 94,7% (IC95% 92 – 98) receberam a vacina BCG. O estrato A, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura 90,5% (IC95% 82 – 99), conforme gráfico 6.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 98,5 100,0 100,0 100,0 100,0 97,6LI 82,4 90,8 92,3 88,2 88,0 91,8CV 90,5 96,4 96,4 95,2 94,0 94,7

A B C D E Porto Velho

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6. Vacina SCRA vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando

aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Porto Velho foi de 77,6% (IC95% 73 – 82). O estrato E foi o que apresentou menor cobertura, 72,6% (IC95% 64 – 82), mas não houve diferença significante entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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100

Estrato Social

%

LS 86,5 94,4 88,0 90,7 81,7 82,3LI 61,1 74,7 66,8 71,2 63,6 72,9CV 73,8 84,5 77,4 81,0 72,6 77,6

A B C D E Porto Velho

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

161

7. Vacina contra febre amarelaA vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte.

No município de Porto Velho a cobertura foi de 78,5% (IC95% 76 – 81). O estrato A apre-sentou a maior cobertura e os estratos C e E ficaram abaixo da média do município (grá-fico 8). Não se constatou diferença significativa entre as coberturas vacinais dos estratos.

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 90,9 92,1 88,0 87,9 85,3 81,4LI 73,4 69,8 66,8 71,6 64,7 75,6CV 82,1 81,0 77,4 79,8 75,0 78,5

A B C D E Porto Velho

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8. Esquema básico completo para o conjunto das vacinasA cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das

vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi baixo, 58,8% (IC95% 54 – 64). As menores coberturas ocorreram nos estratos A e C, enquanto que a maior foi de 65,5% (IC95% 51 – 80) no estrato B (gráfico 9). Estas proporções dos estratos sociais não apre-sentaram diferenças significativas entre elas.

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 67,9 79,7 72,0 66,5 72,3 64,1LI 44,0 51,3 37,5 50,2 46,8 53,6CV 56,0 65,5 54,8 58,3 59,5 58,8

A B C D E Porto Velho

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162

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, serão apresentadas as coberturas vacinais para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se for considerada qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o mu-nicípio aumentou pouco, para 89,6% (IC95% 86 – 94). Os estratos C e D apresentaram as maiores coberturas, 91,7% (IC95% 85 – 99), mas não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 96,1 100,0 97,5 98,5 90,9 92,4LI 82,4 79,3 83,4 82,4 75,8 84,4CV 89,3 90,5 90,5 90,5 83,3 88,4

A B C D E Porto Velho

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como esta vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi semelhante ao anterior (gráfico 11).

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Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 96,1 100,0 97,5 98,5 90,9 92,4LI 82,4 79,3 83,4 82,4 75,8 84,4CV 89,3 90,5 90,5 90,5 83,3 88,4

A B C D E Porto Velho

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3. Vacina contra a hepatite BA cobertura vacinal considerando qualquer dose aplicada é de 89,0%, tendo au-

mentado 10,0% em relação às doses válidas. As diferenças entre os estratos não são sig-nificativas, embora a menor proporção de vacinados pertença ao estrato A e a maior, ao D (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 92,4 97,4 97,1 100,0 95,9 93,6LI 79,0 78,7 81,4 86,9 77,9 84,3CV 85,7 88,1 89,3 94,0 86,9 89,0

A B C D E Porto Velho

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164

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está acima de 90% em quatro estratos, exceto no A (89,3%). No município como um todo esta proporção foi de 92,4% (IC95% 88 – 97), 4,4% a mais do que a cobertura apenas com doses válidas, porém não atingiu o valor ideal para manter a eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

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Estrato Social

%

LS 96,1 100,0 100,0 100,0 98,5 96,7LI 82,4 88,0 86,9 86,9 82,4 88,2CV 89,3 94,0 94,0 94,0 90,5 92,4

A B C D E Porto Velho

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade a cobertura para a vacina SCR aumenta em 7,3% para o município como um todo, chegando a 85,2% (IC95% 81 – 89), como mostra o gráfico 14.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

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Estrato Social

%

LS 92,4 97,5 91,8 97,1 91,7 89,2LI 79,0 76,3 74,8 81,4 72,6 81,2CV 85,7 86,9 83,3 89,3 82,1 85,2

A B C D E Porto Velho

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando são computadas as doses aplicadas, ou seja, há um aumento de 22,1% a mais. Em Porto Velho, 80,9% (IC95% 76 – 86) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização e não há diferença estatisticamente significan-te entre os cinco estratos (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 88,0 89,9 87,9 95,1 89,2 86,1LI 73,9 67,3 71,6 78,7 68,0 75,8CV 81,0 78,6 79,8 86,9 78,6 80,9

A B C D E Porto Velho

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido no calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Porto Velho so-mente foi feito por 28,8% (IC95% 22 – 36). No estrato C, o cumprimento das normas téc-nicas foi maior, entretanto não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 16).

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166

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 33,2 37,0 49,4 50,2 32,7 35,7LI 12,0 15,4 22,0 18,8 14,9 22,0CV 22,6 26,2 35,7 34,5 23,8 28,8

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2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos e não há diferença significativa entre eles. O estrato com maior porcentagem de doses corretas é o D. É importante ressaltar que esta situação possibilita que uma parcela importante de crianças fique não imune por um determinado tempo podendo, se houver circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 54,8 52,9 48,9 61,1 53,3 47,5LI 19,0 30,4 34,5 29,4 22,9 34,1CV 36,9 41,7 41,7 45,2 38,1 40,8

A B C D E Porto Velho

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

167

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas, independentemente de sua validade, e no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita, portanto, com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos mostra que as coberturas a partir dos dados oficiais são sempre superiores, exceto na vacina contra hepatite B.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e a cobertura superior a 100% para os dados registrados podem apontar as inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Vacinas

%

DA 99,5 92,8 92,2 92,2 82,3 88,7 100,4CV 94,7 88,1 83,3 83,3 85,9 75,5 85,2

BCG Poliomielite DPT Hib HVB FA SCR

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Imunobiológico

MS

CV

99,5 92,8 92,2 92,2 82,3 88,7 100,4

94,7 88,1 83,3 83,3 85,9 75,5 85,2

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação, foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento, para o município como um todo, foi boa, ficando entre 83,6% a 90,9%, ocorrendo diferença estatisticamente significante entre os estratos, ou

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168

seja, aqueles com melhores condições sociais (estratos A e B) tiveram comparecimento menor. O Estrato B apresentou a menor participação na campanha (76,2%) enquanto que no estrato E esta proporção foi de 90,5% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estratos Sociais

%

LS 95,9 88,0 97,7 96,1 99,4 90,9LI 77,9 64,4 83,1 82,4 81,5 83,6CV 86,9 76,2 90,4 89,3 90,5 87,2

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe

e da crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar igualmente não apresentaram qualquer associação com a cober-tura vacinal.

O fato de mães que trabalham fora de casa poder indicar uma dificuldade para leva-rem seus filhos aos serviços de saúde para serem vacinados não foi comprovado em Porto Velho, pois não há diferença significativa entre as coberturas vacinais.

Quanto à escolaridade materna, os dados do inquérito mostraram que os intervalos de confiança nas três categorias apresentaram pequena sobreposição, em especial, ao se comparar o grupo de 0 a 3 anos de estudo com o de maior número de anos estudados. Este dado pode indicar que quanto maior a escolaridade maior deve ser a cobertura va-cinal. Do total de mães entrevistadas, apenas 4,7% possuíam 3 anos ou menos de escola-ridade.

Não houve diferença estatisticamente significante entre as coberturas vacinais de acordo com a ordem de nascimento das crianças e igualmente em relação ao sexo. Quan-to à cor, não houve diferença estatisticamente significante das coberturas vacinais entre os principais grupos: brancos, pretos e pardos. O número de amarelos e de indígenas foi muito pequeno, portanto não foi considerado no cálculo das diferenças.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

169

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Porto

Velho, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 84,0 76,9 91,1

Não 79,2 73,8 84,7

Presença do companheiro

Sim 80,9 74,8 87,0

Não 82,6 77,3 88,0

Aglomeração intradomiciliar

Sim 80,7 73,7 87,8

Não 81,2 75,2 87,2

Mãe trabalha fora de casa

Sim 80,1 73,1 87,0

Não 82,1 75,3 88,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 71,7 55,3 88,2

4 a 11 anos 78,6 71,9 85,3

12 e mais 90,3 84,7 95,9

Ordem de nascimento

Primeiro 85,8 80,0 91,7

Segundo 77,6 70,2 85,1

Terceiro ou mais 77,8 67,5 88,1

Sexo da criança

Masculino 79,5 72,1 87,0

Feminino 82,5 76,1 88,9

Cor da criança

Branca 82,5 75,7 89,3

Preta 73,0 50,0 96,0

Amarela* 100,0 100,0 100,0

Parda 80,4 72,4 88,5

Indígena ** 100,0 100,0 100,0

*só 1 criança ** 3 crianças

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os ser-viços públicos. Para o município de Porto Velho apenas 1,5% (IC95% 0,0 – 3,1) das crianças

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170

utiliza serviços do setor privado. Esta proporção chega a 2,4% no estrato A e B, porém no estrato C ocorreu a maior porcentagem de utilização do setor privado, 3,6%. Tanto no estrato D quanto no E não foram utilizados serviços privados (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Velho, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 5,9 7,6 7,7 0,0 0,0 3,1LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 2,4 2,4 3,6 0,0 0,0 1,5

A B C D E Porto Velho

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público é bastante dife-rente, ou seja, é menor para quem usa os serviços privados. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 58,7% (IC95% 19 – 97) e nos demais o valor estimado foi de 66,4% (IC95%:62 – 70). A participação na última campanha de vacinação foi igual para as crianças que usam serviços públicos ou privados. Neste último grupo a participação foi de 89,0% (IC95% 67 – 100). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 87,2% (IC95% 84 – 91), o que pode ser observado na tabela 6.

Tabela 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas,

segundo uso de serviço privado e comparecimento na última campanha,

Porto Velho 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 58,3 19,2 97,4

Não 66,4 62,4 70,3

Comparecimento na última campanha e uso do setor privado

Sim 89,0 67,0 100,0

Não 87,2 83,6 90,8

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

171

VIII. Uso da VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

A utilização da vacina contra meningococo em Porto Velho é pequena, 0,6% (IC95%:0 – 2), mesmo no estrato A, de maior poder aquisitivo. Nos estratos B, D e E ne-nhuma criança pesquisada recebeu esta vacina (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Velho, 2007.

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70

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90

100

Estrato Social

%

LS 5,9 0,0 3,8 0,0 0,0 1,5LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 2,4 0,0 1,2 0,0 0,0 0,6

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Perfil semelhante pode ser observado para a vacina contra pneumococo. No estrato A, B e C, 1,2% das crianças recebeu esta vacina enquanto nos estratos D e E nenhuma criança a recebeu (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Velho, 2007.

0

10

20

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60

70

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90

100

Estrato Social

%

LS 3,8 3,8 3,8 0,0 0,0 1,6LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 1,2 1,2 1,2 0,0 0,0 0,6

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A vacina contra a hepatite A apresenta igualmente pouco uso assim como as duas anteriores, apenas no estrato A (2,4 %) e no C (1,2%). Nos demais estratos nenhuma criança recebeu esta vacina (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Velho, 2007.

0

10

20

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70

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90

100

Estrato Social

%

LS 5,9 0,0 3,8 0,0 0,0 1,5LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 2,4 0,0 1,2 0,0 0,0 0,6

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Para a vacina contra a varicela observa-se perfil de distribuição semelhante às ante-riores. Das crianças do estrato A apenas 2,4% foram vacinadas, sendo que nos estratos D e E nenhuma recebeu esta vacina (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Velho, 2007

0

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20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato Social

%

LS 5,9 3,8 3,8 0,0 0,0 1,8LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0CV 2,4 1,2 1,2 0,0 0,0 0,8

A B C D E Porto Velho

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

173

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Porto Velho foi excepcional, pois a proporção de entrevistas realizadas foi 100%, conforme número programado.

A estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, pois garantiu a inclusão dos diversos segmentos da população do município. O estrato A, de melhor nível socioeconômico, apresentou maior proporção de brancos, mães com maior escolaridade e maior porcentagem com trabalho fora de casa. Além disso, o número médio de filhos aumenta do melhor ao pior estrato social.

Em relação aos indicadores de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais houve uma tendência de apresentar maior cobertura vacinal quanto maior escolaridade da mãe.

As coberturas vacinais por doses válidas aos 18 meses foram abaixo do considerado ideal para todas as vacinas, exceto BCG, em todos os estratos sociais. A cobertura é bem menor ao se analisar o esquema completo básico doses válidas, apenas 58,8% (IC95% 54 – 64). Isto significa que, em Porto Velho, aproximadamente 41% das crianças aos 18 meses tinham o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas.

A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma pro-porção maior dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 80,9% (IC95% 76 – 86).

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, mostram uma cobertura muito abaixo do esperado e, portanto, demonstram que há necessidade de aprimorar o programa de imunizações em Porto Velho.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L R I O • B R A N C O

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mUnIcÍpIo de rIo Branco

I. IntrodUção

O município de Rio Branco em 2005 tinha uma população estimada de 305.730 habitantes e sendo 30.287 de 1-4 anos de idade (IBGE).

O município conta com 54 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 70 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial, criado no ano 2000. Em 2005, existiam 67 salas de vacina em atividade no município.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação rea-lizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se nítido gradiente decrescente da renda média do responsável pelo domicílio, bem como da porcentagem de chefes de domicílio com mais de 17 anos de escolaridade e com renda superior a 20 salários mínimos, do estrato A para o B.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Rio Branco, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 44 2.760 R$ 1.492,91 2,22 9,69

B 44 3.675 R$ 896,57 0,73 3,71

C 44 4.956 R$ 505,23 0,34 0,96

D 42 5.130 R$ 398,81 0,20 0,30

E 43 5.495 R$ 301,47 0,02 0,04

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada (tabela 2) mostram resultados comparáveis com o

universo, evidenciando a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Rio Branco, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 17 1.115 R$ 1.451,51 1,99 9,60

B 13 1.345 R$ 858,06 0,59 3,61

C 13 1.468 R$ 475,32 0,38 0,83

D 12 1.680 R$ 382,95 0,32 0,22

E 12 2.015 R$ 295,60 0,05 0,04

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

177

Das 420 entrevistas previstas foram realizadas 419 (99,8%). Só não se conseguiu entrevistar uma criança no estrato E, por recusa do responsável (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Estrato

%

Não localizada 0 0 0 0 0 0Recusa 0 1 0 0 0 1Perda 0 0 0 0 0 0Realizadas 84 83 84 84 84 419

A B C D E Total

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A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante con-sulta às cadernetas de vacinação, 94% (IC95% 91-97) para o município. Embora sem signi-ficância, a estimativa do estrato A foi maior do que a dos demais, e em todos os estratos a informação documentada foi superior a 90%.

A idade média das crianças entrevistas foi de 28 meses, variando entre 22 e 34 me-ses, com pequenas variações, de um mês, entre os estratos.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas por sexo, cor da pele, ordem de nas-cimento e tamanho da prole. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. A proporção de crianças brancas nos estratos C e E é menor do que nos demais. Nesses estratos, o percen-tual de pardos está em torno de 70%, superior à média do município. O número médio de filhos foi de 2,4, tendo havido tendência de aumento da média de filhos do estrato A para o E, de 2,0 para 2,8. A ordem de nascimento das crianças sofre interferência do tamanho da prole nos estratos.

0 0 0 0 0 0

0 1 0 0 0 1

0 0 0 0 0 0

84 83 84 84 84 419

não localizadas

Recusas

Perdas

Realizadas

estrato

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178

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ERIO

BRANCO

Sexo % % % % % %

Masculino 54,8 53,0 45,2 52,4 46,4 49,7

Feminino 45,2 47,0 54,8 47,6 53,6 50,3

Cor

Branca 39,3 38,6 29,8 36,9 25,0 32,9

Preta 3,6 1,2 ---- 2,4 1,2 1,5

Amarela 2,4 2,4 ---- 2,4 2,4 1,9

Parda 54,8 57,8 70,2 58,3 69,0 63,2

Vermelha ---- ---- ---- ---- 2,4 0,6

Ordem denascimento

Primeiro 46,4 44,6 38,1 36,1 36,7 39,5

Segundo 31,0 30,1 27,4 30,1 24,1 28,1

Terceiro ou mais 22,6 25,3 34,5 33,7 39,2 32,4

Número de filhos

Média 2,0 2,2 2,3 2,4 2,8 2,4

A idade média das mães foi de 27 anos sendo ligeiramente maior no estrato A, com média de 28 anos, enquanto que no C e E foi de 26 e no B e no D de 27, sem diferença significativa.

A proporção de mães que trabalham fora de casa diminuiu progressivamente do estrato A, com melhores condições, para o E, com pior situação, passando de 55% (IC95% 40-70) para 23% (IC95% 13-32). A proporção de mães analfabetas funcionais no município foi de 9% (IC95% 5-14), no entanto, o estrato C apresentou percentual acima da média municipal. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração domiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo) mos-trou-se semelhante em todos os estratos, excetuando-se o A, que se mostrou menor do que a aglomeração do município, e a dos estratos C e E. Mais da metade das famílias nos estratos C, D e E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de três anos na residência sorteada foi semelhante em todos os estratos, no en-tanto, das famílias entrevistadas 93% moravam em Rio Branco há pelo menos 2 anos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

179

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ERIO

BRANCO

Trabalho materno

Sim 54,8 49,4 41,7 29,8 22,6 37,0

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 2,4 7,2 8,4 6,0 17,9 9,3

4 a 10 48,8 44,6 57,8 67,5 60,7 57,4

11 e mais 48,8 48,2 33,7 26,5 21,4 33,3

Companheiro

Sim 71,4 73,5 69,0 67,9 66,7 69,2

Aglomeração intradomiciliar

Sim 33,7 44,6 64,3 56,0 62,2 54,7

Anos de residência

0 a 2 anos 29,6 35,8 32,5 33,8 38,2 34,4

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo aquele em que a criança tenha recebido as do-ses necessárias para imunização. Para o BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilos B, 3 doses. E para a tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses levou-se em conta um intervalo igual ou maior que o mínimo reco-mendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses de tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Rio Branco apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 88,6% (IC95% 84-93). Não se observou diferença significativa entre os estratos socioeconômicos. Apesar de não ser significativamente diferente, os es-tratos C e E apresentaram cobertura abaixo de 90% (gráfico 2).

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180

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

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80

90

100

Estrato

%

LS 100,1 97,7 92,7 101,6 95,1 93,5LI 88,0 85,5 76,4 77,0 78,7 83,7CV 94,0 91,6 84,5 89,3 86,9 88,6

A B C D E Rio Branco

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2. Vacina contra poliomielite

Na cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Rio Branco verificamos uma cobertura de 89,2% (IC95% 84-94) e nos estratos C e E inferior a 90% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,7 97,7 94,4 101,0 95,7 94,3LI 89,4 85,5 74,7 80,0 80,5 84,0CV 94,0 91,6 84,5 90,5 88,1 89,2

A B C D E Rio Branco

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181

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacina se a criança recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consi-deradas no cálculo a vacina tetravalente ou as doses de Hib aplicadas de forma isolada. A cobertura para o município de Rio Branco foi de 85,5% (IC95% 81-90). Não houve dife-rença significativa entre os estratos, porém o estrato A foi o único a apresentar estimativa no ponto superior a 90% (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio

Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

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90

100

Estrato

%

LS 99,0 94,4 92,5 98,2 92,1 90,4LI 86,7 81,5 71,8 78,0 69,8 80,6CV 92,9 88,0 82,1 88,1 81,0 85,5

A B C D E Rio Branco

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B (gráfico 5) foi inferior à observa-da com as vacinas DPT e Hib. Para o município foi de 80,7 (IC95% 77-85). O estrato A apresentou cobertura de 91,7% (IC95% 87-96) significativamente superior ao E, que foi de 71,4% (IC95% 57-85).

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182

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

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80

90

100

Estrato

%

LS 96,3 91,1 87,9 95,1 85,4 84,8LI 87,0 80,0 71,6 69,2 57,5 76,5CV 91,7 85,5 79,8 82,1 71,4 80,7

A B C D E Rio Branco

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5 . 5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi a maior de todas as vacinas (gráfi-co 6). Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Mas a cobertura não reflete o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Rio Branco, 93,3% (IC95% 90-96) recebe-ram a vacina BCG. O estrato A, apesar da diferença não ser significativa, apresentou a maior cobertura 98,8 (IC95% 96-100).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

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100

Estrato

%

LS 101,4 98,9 100,1 99,4 100,1 96,2LI 96,2 86,6 85,6 81,5 88,0 90,5CV 98,8 92,8 92,9 90,5 94,0 93,3

A B C D E Rio Branco

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada válida quando aplicada com 12 meses de idade ou mais. A cobertura observada em Rio Branco foi de 78,7% (IC95% 72-85). Os estratos B e E apresentaram coberturas abaixo da média do município (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,2 86,8 91,1 96,4 85,1 85,1LI 76,2 62,6 66,0 72,6 60,1 72,3CV 85,7 74,7 78,6 84,5 72,6 78,7

A B C D E Rio Branco

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7. Vacina contra febre amarelaA vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Norte.

No município de Rio Branco a cobertura foi de 85,2% (IC95% 80-91). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

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90

100

Estrato

%

LS 94,6 93,6 90,7 98,9 95,1 90,8LI 81,6 75,1 71,2 79,7 74,0 79,7CV 88,1 84,3 81,0 89,3 84,5 85,2

A B C D E Rio Branco

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184

8. Esquema básico completo conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas foi 65,0% (IC95% 59-71). Embora não tenha havido diferença significativa, a esti-mativa para o estrato E foi menor do que a dos demais estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

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50

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100

Estrato

%

LS 81,7 77,8 79,7 82,8 66,3 71,0LI 61,2 54,8 53,6 57,7 43,3 59,0CV 71,4 66,3 66,7 70,2 54,8 65,0

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b) Esquema básico completo aplicado aos 18 meses

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e à idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção às crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, Polio-mielite, SCR e o esquema básico completo que nos estados da região Norte inclui a vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município eleva-se para 89,4% (IC95% 85-94). Não se observou diferença significativa en-tre os diferentes estratos socioeconômicos, embora na estimativa os estratos C e E fica-ram abaixo de 90% (gráfico 10).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

185

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

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Estrato

%

LS 100,1 97,7 92,7 102,9 95,7 94,2LI 88,0 85,5 76,4 80,4 80,5 84,7CV 94,0 91,6 84,5 91,7 88,1 89,4

A B C D E Rio Branco

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi seme-lhante à anterior, apesar de a cobertura ficar um pouco abaixo (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

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100

Estrato

%

LS 99,0 94,8 92,1 99,4 95,8 92,1LI 86,7 83,6 69,8 81,5 73,3 81,7CV 92,9 89,2 81,0 90,5 84,5 86,9

A B C D E Rio Branco

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186

3. Vacina contra Hepatite B

Mesmo levando-se em conta qualquer dose aplicada a cobertura vacinal não atinge para o município 90% (gráfico 12). O estrato A obteve cobertura significativamente maior do que o estrato E, respectivamente, 96,4%(IC95% 92-100) e 76,2%(IC95% 61-91).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 100,5 98,9 94,1 102,9 90,8 91,5LI 92,3 86,6 79,7 78,0 61,5 82,9CV 96,4 92,8 86,9 90,5 76,2 87,2

A B C D E Rio Branco

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas foi de 92,0% (IC95% 88-96). Com exceção do estrato A, todos os demais apresentaram cobertura abaixo do valor ideal para manu-tenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem, mesmo tendo sido considera-das as doses aplicadas em campanhas (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 101,2 98,9 98,5 101,9 97,1 96,3LI 94,1 86,6 82,4 83,8 81,4 87,7CV 97,6 92,8 90,5 92,9 89,3 92,0

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187

5. Vacina SCRSe acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura

para a vacina SCR aumenta em 9% para o município (gráfico 14), chegando 88,5% (IC95% 83-94). Mesmo assim, os estratos C e E não atingiram 90% de cobertura. É de se destacar ainda que todos os estratos tiveram incremento superior a 6% em suas coberturas, sendo que nos estratos B e E o incremento foi de 15% e 10%, respectivamente.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

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Estrato

%

LS 99,7 97,4 97,5 100,2 92,7 93,8LI 90,8 83,3 76,3 80,7 74,0 83,1CV 95,2 90,4 86,9 90,5 83,3 88,5

A B C D E Rio Branco

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No municipio, 78,0% (IC95% 73-83) receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de imunização. Destaca-se que o incre-mento foi superior a 9% em todos os estratos, chegando a 19 pontos no estrato B (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

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20

30

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90

100

Estrato

%

LS 92,7 92,2 90,5 95,6 81,3 83,1LI 76,4 78,9 64,3 68,7 52,0 72,9CV 84,5 85,5 77,4 82,1 66,7 78,0

A B C D E Rio Branco

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188

c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Rio Branco so-mente foi feito por 20,1% (IC95% 15-25) das crianças, não houve diferença significativa entre os estratos, embora as estimativas mostrem tendência de queda do estrato A para o E (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

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Estrato

%

LS 39,3 32,1 28,0 29,3 26,0 25,4LI 15,5 13,6 10,1 11,2 4,9 14,8CV 27,4 22,9 19,0 20,2 15,5 20,1

1 2 3 4 5 Rio Branco

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189

2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoece (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

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Estrato

%

LS 47,0 40,1 40,9 43,8 32,0 33,1LI 22,0 20,2 23,4 22,9 10,8 26,3CV 34,5 30,1 32,1 33,3 21,4 29,7

1 2 3 4 5 Rio Branco

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IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às do registro oficial. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG (gráfico 18).

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190

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Rio Branco, 2007.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Imunobiológico

CV 93,3 82,5 82,2 82,1 86,5 74,0 88,5DA 120,8 97,7 97,7 88,5 102,1 83,4 101,6

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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Imunobiológico

Inquérito

M Saúde

93,3 82,5 82,2 82,1 86,5 74,0 88,5

120,8 97,7 97,7 88,5 102,1 83,4 101,6

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se a criança havia sido levada para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 83% (IC95% 79-87). Apenas no estrato A o comparecimento superou 90%. Houve diferença significativa na participação das crianças dos estratos A e C e as do estrato E, sendo que o comparecimento nesse es-trato foi de 69% (IC95% 60-78), também inferior à média do município (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,7 93,4 95,7 98,9 78,4 87,3LI 85,6 77,7 80,5 77,3 59,7 79,3CV 91,7 85,5 88,1 88,1 69,0 83,3

A B C D E Rio Branco

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

191

VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa, a presença ou não do companheiro ou a aglomeração domiciliar. Trabalhar fora de casa também não mostrou diferença sig-nificativa para a cobertura vacinal. No entanto, ser o primeiro filho mostrou cobertura significativamente maior do que os demais (tabela 5).

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Rio Branco, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 82,9 75,9 89,9

Não 75,7 68,8 82,6

Presença do companheiro

Sim 76,7 70,6 82,7

Não 81,1 70,7 91,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 71,3 63,7 79,0

Não 86,4 78,5 94,4

Mãe trabalha fora de casa

Sim 78,4 71,3 85,6

Não 78,0 72,8 83,2

Escolaridade materna

0 a 3 anos 65,1 49,7 80,5

4 a 11 anos 76,9 69,4 84,3

12 e mais 84,2 78,3 90,1

Ordem de nascimento

Primeiro 89,9 84,5 95,2

Segundo 75,2 70,4 80,0

Terceiro ou mais 69,6 60,6 78,5

Sexo da criança

Masculino 80,0 72,7 87,3

Feminino 76,1 70,5 81,7

Cor da criança

Branca 78,3 68,9 87,7

Preta* 51,7 11,9 91,4

Parda 78,6 71,8 85,4

Amarela** 68,9 35,3 102,4

Indígena *** 100,0 100,0 100,0

* seis crianças ** quatro crianças *** duas crianças

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192

A estimativa por ponto sugere melhor cobertura vacinal entre as crianças cujas mães têm escolaridade maior, no entanto, sem significado estatístico. O gênero e a cor da criança não interferem na cobertura vacinal.

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso de serviço privado de vacinação de forma exclusiva ou combinada com os serviços públicos. Para o município de Rio Branco, 5,0% (IC95%:1-9) das crianças utilizam serviços do setor privado, não tendo diferença significativa entre os estratos. Esta proporção foi de 9,5% no estrato A, o de melhor condição de vida, e no Estrato E, o de pior condição de vida, 8,3% (IC95%:-5-21).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 16,6 7,8 3,8 7,7 21,4 9,3LI 2,5 -0,5 -1,4 -0,5 -4,8 0,7CV 9,5 3,6 1,2 3,6 8,3 5,0

A B C D E Rio Branco

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi maior entre as crianças que usam o setor público de vacinação, apesar da diferença não ser significativa, e do número extremamente reduzido de crianças em cada estrato com utilização do setor privado (tabela 6). No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 60% (IC95% 35-85) e dentre os que utilizam o setor público, o valor estimado foi de 72% (IC95% 66-79).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

193

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007,

Rio Branco.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Rio Branco

Sim

CV % 75,0 66,7 100,0 100,0 28,6 60,0

Limite Inferior 37,0 4,1 100,0 100,0 -0,3 34,8

Limite Superior 113,0 129,2 100,0 100,0 57,5 85,1

Não

CV % 77,6 78,8 71,1 72,8 66,2 72,4

Limite Inferior 68,8 71,3 56,9 59,8 49,7 66,0

Limite Superior 86,4 86,2 85,2 85,9 82,8 78,8

Total

CV % 77,4 78,3 71,4 73,8 63,1 71,8

Limite Inferior 69,2 71,1 57,5 61,1 47,9 66,0

Limite Superior 85,6 85,6 85,4 86,5 78,3 77,6

Embora a diferença não seja significante, a participação na última campanha de vacinação foi maior entre as crianças que utilizam serviços do setor privado, 90% (IC95% 80-99). Para as crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 83% (IC95% 79-87). No entanto, cabe ressaltar o pequeno número de crianças em cada uma das categorias de utilização do setor privado (tabela 7).

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194

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura

Vacinal, 2007, Rio Branco.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Rio Branco

Sim

CV % 100,0 66,7 100,0 100,0 85,7 90,0

Limite Inferior 100,0 4,1 100,0 100,0 74,2 80,5

Limite Superior 100,0 129,2 100,0 100,0 97,2 99,4

Não

CV % 90,8 86,3 88,0 87,7 67,5 83,0

Limite Inferior 84,3 78,8 80,4 76,6 58,5 79,0

Limite Superior 97,3 93,7 95,5 98,7 76,6 86,9

Total

CV % 91,7 85,5 88,1 88,1 69,0 83,3

Limite Inferior 85,6 77,7 80,5 77,3 59,7 79,3

Limite Superior 97,7 93,4 95,7 98,9 78,4 87,3

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas as aplicações da vacina contra meningococo, contra hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rotina na rede de serviços de atenção básica.

Só se detectou a utilização da vacina contra meningococo nos estratos A e B, e mesmo nesses estratos por pequena parcela de crianças, três e uma respectivamente (gráfico 21).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

195

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 9,2 3,9 0,0 0,0 0,0 1,4LI -2,1 -1,4 0,0 0,0 0,0 -0,1CV 3,6 1,2 0,0 0,0 0,0 0,6

A B C B E Rio Branco

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A utilização da vacina contra pneumococo foi detectada em todos os estratos, em-bora nos estratos B, C, D e E por apenas 1,2% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 13,3 3,9 3,8 5,9 3,8 3,7LI 1,0 -1,4 -1,4 -1,2 -1,4 0,7CV 7,1 1,2 1,2 2,4 1,2 2,2

A B C B E Rio Branco

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A vacina contra a hepatite A foi utilizada em menos de 1% das crianças do municí-pio, limitando-se às crianças dos estratos A, B e C (gráfico 23).

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196

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 5,9 3,9 3,8 0,0 0,0 1,5LI -1,2 -1,4 -1,4 0,0 0,0 0,0CV 2,4 1,2 1,2 0,0 0,0 0,8

A B C B E Rio Branco

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A vacina contra a varicela foi utilizada por 1,2% (IC95% 0-2) das crianças de Rio Branco, não tendo sido detectado seu uso no estrato E (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio Branco, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,7 3,9 3,8 3,8 0,0 2,2LI -0,5 -1,4 -1,4 -1,4 0,0 0,2CV 3,6 1,2 1,2 1,2 0,0 1,2

A B C B E Rio Branco

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

197

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Rio Branco foi excelente, com uma proporção de entrevistas não realizadas inferior a 1% do número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo in-quérito sejam mais precisas.

Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. Não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeco-nômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais. Em relação às variáveis estudadas de ca-racterização do núcleo familiar, apenas a ordem de nascimento das crianças apresentou associação com o cumprimento do calendário vacinal.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses aplicadas em Rio Branco situaram-se abaixo dos níveis adequados para todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. A cobertura da SCR ficou abaixo do nível preconizado, mesmo considerando-se o intervalo de confiança, enquanto que as demais vacinas podem ter atingido os níveis preconizados. Para o con-junto das vacinas, no entanto, a estimativa de ponto foi de 78% (IC- 73-83).

Observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 65% (IC95% 59-71), ou seja, aproximadamente 35% das crianças de Rio Branco aos 18 meses estavam com o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. As maiores diferenças foram observadas para a tríplice viral e a vacina contra a hepatite B.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, mostram que o programa de imunizações em Rio Branco tem muito em que aprimorar seu de-sempenho no que diz respeito ao aumento da cobertura, mas principalmente em que esta possa produzir o maior impacto epidemiológico possível no controle das doenças envolvidas.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L D I S T R I T O • F E D E R A L

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200

dIstrIto federal

I. IntrodUção

A população do Distrito Federal, em 2005, era estimada em 2.333.109 habitantes, dos quais 182.236 na faixa etária de 1 a 4 anos. Naquele ano, foram notificados 45.917 nascidos vivos ao SINASC.

O Distrito Federal em 2005 tinha 215 equipes do Programa de Saúde da Família. Havia 92 salas de vacina na rede pública e 4 centros de imunobiológicos especiais.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 apresenta algumas variáveis sociodemográficas utilizadas para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados referem-se ao Censo Demográfico de 2000. Pode-se observar um gradiente nítido de ordenamento dos valores de renda e escolarida-de do responsável pelo domicílio, do estrato A ao estrato E.

Tabela 1. Características da estratificação sóciodemográficas,

Distrito Federal, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 504 16.375 3.853,49 11,6 45,9

B 504 24.998 1.519,33 1,7 10,4

C 504 32.993 832,51 0,4 2,7

D 504 40.271 526,86 0,2 0,7

E 504 45.513 376,72 0,1 0,1

Fonte: IBGE,2000Os setores que compõem a amostra sorteada apresentam distribuição semelhante

ao universo em relação a essas variáveis, demonstrando a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Distrito Federal, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 66 2.434 3.702,81 9,9 43,2

B 39 1.990 1.455,55 1,7 9,5

C 41 3.012 817,29 0,5 2,9

D 32 2.825 502,36 0,3 0,7

E 33 3.443 370,88 0,1 0,1

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

201

Das 1.050 entrevistas programadas, 998 (95%) foram realizadas. Mais da metade das entrevistas não realizadas localizava-se no estrato A (32/52). Nesse estrato, 15,2% das entrevistas não foram realizadas. Nos demais, a proporção de entrevistas realizadas foi superior a 90%.

O principal motivo de não realização das entrevistas foi a não localização de crian-ças elegíveis, após visita a todos os domicílios dos setores sorteados (73% das entrevistas não realizadas). O número de recusas foi baixo (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças não

localizadas, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 20 15 0 3 0 38Recusas 8 0 1 0 0 9Perdas 4 1 0 0 0 5Realizadas 178 194 209 207 210 998

A B C D E Brasília

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20 15 0 3 0 38

8 0 1 0 0 9

4 1 0 0 0 5

178 194 209 207 210 998

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

estrato

Quase a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação (99%), não existindo variação importante entre os estratos amostrais.Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de nascimento

e número de filhos e estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E DF

Sexo

Masculino 53,9 51,5 46,2 50,2 48,6 49,5

Feminino 46,1 48,5 53,8 49,8 51,4 50,5

Cor

Branca 78,9 69,9 52,4 44,0 45,7 53,7

Preta 0,6 2,1 3,3 4,8 3,8 3,4

Amarela 1,1 1,0 1,4 1,9 1,0 1,3

Parda 19,4 26,9 42,9 48,8 48,1 41,1

Vermelha - - - 0,5 1,4 0,5

Ordem de nascimento

Primeiro 59,6 48,7 44,0 45,6 33,8 43,8

Segundo 27,0 32,6 30,6 33,8 34,3 32,4

Terceiro ou mais 13,5 18,7 25,4 20,6 31,9 23,8

Número de filhos

Média 1,7 2,0 2,1 2,1 2,5 2,2

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202

A tabela 3 apresenta algumas características das crianças e famílias amostradas. Com pequena variação, a distribuição das crianças segundo o sexo ficou próxima à igualdade, com uma distribuição eqüitativa entre os estratos. A distribuição segundo cor da pele re-ferida foi distinta entre os estratos, a proporção de autodefinidos como brancos foi maior nos estratos mais favorecidos e, inversamente, a proporção de pardos maior nos estratos menos favorecidos. O número médio de filhos das famílias amostradas aumentou do es-trato A ao estrato E e, dentre as crianças amostradas, a maioria era de primogênitos no DF, enquanto um todo, em quase todos os estratos socioeconômicos, exceto no estrato E.

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E DF

Trabalho materno

Sim 68,5 51,0 44,8 39,6 40,2 45,5

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,6 0,5 1,0 5,4 3,4 2,7

4 a 10 20,3 54,7 78,4 79,0 91,3 72,7

11 e mais 79,1 44,8 20,7 15,6 5,3 24,6

Companheiro

Sim 80,2 81,4 75,2 73,4 71,0 75,0

Aglomeração intradomiciliar Sim 11,3 30,1 45,2 51,2 60,6 45,3

Anos de residência

0 a 2 anos 27,1 25,5 21,5 17,4 22,9 21,9

A idade média das mães incluídas na amostra era de 29 anos, sendo maior no estrato A (31,7) e menor no estrato D (26,9). A proporção de mães que trabalham fora de casa decresceu do estrato A aos estratos D e E, que apresentam valores muito próximos. Dis-tribuição semelhante observou-se também em relação à escolaridade das mães, com maior proporção no estrato A de mães com 11 anos ou mais de estudo. A presença do compa-nheiro no domicílio foi mais freqüente nos estratos A e B do que nos demais. A proporção de famílias com aglomeração intradomiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo, em média) foi diretamente proporcional às condições socioeconômicas. A proporção de famílias residin-do há pouco tempo no DF foi ligeiramente maior nos estratos A e B(tabela 4).

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se como esquema básico completo quando a criança recebeu as doses de vacina necessárias à sua imunização: uma dose de BCG; três doses das vacinas contra po-liomielite, contra hepatite B, DTP e contra Haemophilus influenzae tipo B (ou tetravalente); uma dose da vacina tríplice viral e uma dosa da vacina contra febre amarela. Definiram-se

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

203

como doses válidas, aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado. As crianças vacinadas com vacinas aplicadas na rede privada e rede de CRIE, foram incorporadas ao numerador para o cálculo das co-berturas vacinais de cada vacina ou antígeno específico dos que fazem parte do esquema básico.

1. Vacina DPT

No cálculo das coberturas da vacina DTP consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses da vacina DTP aplicadas de forma isolada, além daquelas aplicadas na rede privada. No Distrito Federal, a cobertura vacinal com DTP foi de 98,1% (IC95% 99-97), quase não se observando diferenças significativas entre os estratos. A menor cobertu-ra pontual foi observada no estrato B (96,4%), como se pode observar no gráfico 2.

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 100,0 99,7 99,6 100,0 100,0 99,1LI 96,4 93,1 95,6 97,7 97,0 97,2CV 98,3 96,4 97,6 99,0 98,6 98,1

A B C D E Brasília

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo das coberturas vacinais contra poliomielite, foram consideradas as do-ses aplicadas na rotina e nas campanhas, além daquelas aplicadas na rede privada (vacina inativada). A cobertura vacinal do Distrito Federal foi de 98,1%, não havendo diferença entre os estratos (gráfico 3).

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204

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito

Federal, 2007.

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LS 100,0 100,0 99,9 100,0 99,9 99,2LI 95,8 93,3 96,3 98,5 96,3 97,4CV 98,3 96,9 98,1 99,5 98,1 98,3

A B C D E Brasília

%

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3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

No cálculo das coberturas da vacina Hib consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses da vacina Hib aplicadas de forma isolada, além daquelas aplicadas na rede privada. No Distrito Federal a cobertura vacinal com Hib foi de 96,5% (IC95% 98-95), não se observando diferenças significativas entre os estratos. As menores coberturas pon-tuais foram observadas nos estratos A e B (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Distrito Federal, 2007.

0

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LS 98,8 98,0 99,3 99,6 99,0 97,7LI 92,2 90,7 95,0 95,5 94,4 95,3CV 95,5 94,3 97,1 97,6 96,7 96,5

A B C D E Brasília

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

205

4. Vacina contra a Hepatite B

As coberturas vacinais contra hepatite B foram inferiores às demais vacinas do esquema básico. A cobertura média do Distrito Federal foi de 91,4%, não se observando diferenças significativas entre os estratos (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito

Federal, 2007.

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LS 93,4 93,4 98,6 95,5 95,3 93,4LI 83,0 83,9 92,9 87,1 86,7 89,4CV 88,2 88,7 95,7 91,3 91,0 91,4

1 2 3 4 5 6

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5. Vacina BCG

De forma semelhante às vacinas contra poliomielite e DTP, a cobertura vacinal aos 18 meses no Distrito Federal com a vacina BCG também era superior a 98%. Não se observaram diferenças entre os estratos amostrais (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 100,0 100,0 100,0 100,0 99,6 99,3LI 97,3 96,7 97,7 97,7 95,6 97,8CV 98,9 98,5 99,0 99,0 97,6 98,5

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6. Vacina SCR

A cobertura vacinal com a vacina tríplice viral, com doses válidas (94,7%), no Dis-trito Federal, era próxima ao nível recomendado para a interrupção da transmissão das doenças às quais ela se dirige (95%). Observaram-se pequenas diferenças, não significati-vas, entre os estratos, sendo o estrato E aquele de menor cobertura (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 97,6 97,0 99,9 98,1 96,5 96,1LI 90,1 89,6 96,3 92,2 89,3 93,2CV 93,8 93,3 98,1 95,2 92,9 94,7

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7. Vacina contra febre amarela

Na região Centro-Oeste a vacina contra febre amarela faz parte do calendário de va-cinação da criança. A recomendação nacional é de aplicação da vacina aos 9 meses de ida-de. No Distrito Federal, a primeira unidade federada a incorporar esta vacina no calendário de vacinação infantil, ela é aplicada a partir dos 12 meses de idade. A cobertura com doses válidas no Distrito Federal era de 94,3%. Não houve diferença significativa entre os estra-tos amostrais, porém o estrato B apresentou as menores coberturas pontuais (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito

Federal, 2007.

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LS 96,0 94,6 100,0 98,5 98,6 96,1LI 87,1 85,8 94,2 91,9 91,0 92,6CV 91,6 90,2 97,1 95,2 94,8 94,3

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207

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas.

A cobertura vacinal aos 18 meses de idade, com doses válidas, para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 83,6% (IC95% 87-81). Não se observaram diferenças significativas entre os estratos amostrais, mas o estrato A apresen-tou a menor cobertura pontual (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 82,9 86,0 94,5 89,8 89,0 86,5LI 71,0 71,7 84,5 79,3 77,8 80,6CV 77,0 78,9 89,5 84,5 83,4 83,6

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b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadasAs coberturas vacinais para o esquema básico completo aplicado referem-se a todas

as doses de vacina recebidas, sem levar em consideração os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nessas situações, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, serão apresentadas as coberturas vacinais com as vacinas DTP, Hib, HVB, poliomielite, SCR, e para o conjunto das vacinas. Os gráficos 10 a 14 apre-sentam as coberturas vacinais e seus intervalos de 95% de confiança, para as vacinas que compõem o esquema básico, utilizando as doses aplicadas. O gráfico 15 apresenta a co-bertura vacinal para todas as vacinas, com doses aplicadas.

1. Vacina DPT

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,5LI 97,3 94,7 96,9 97,7 97,7 97,8CV 98,9 97,4 98,6 99,0 99,1 98,7

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Distrito Federal, 2007.

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LS 100,0 99,3 100,0 100,0 100,0 99,3LI 96,4 92,4 98,6 97,7 97,0 97,6CV 98,3 95,9 99,5 99,0 98,6 98,4

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3. Vacina contra a hepatite B.

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito

Federal, 2007.

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LS 97,9 97,9 100,0 99,6 100,0 98,3LI 90,8 90,7 98,6 95,5 95,2 96,1CV 94,4 94,3 99,5 97,6 97,6 97,2

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209

4. Vacina contra a poliomielite

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito

Federal, 2007.

0

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LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8LI 98,3 95,4 100,0 98,5 97,7 98,7CV 99,4 97,9 100,0 99,5 99,1 99,2

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5. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 99,9 100,0 100,0 100,0 99,7 99,0LI 95,6 94,7 98,6 96,9 94,6 97,2CV 97,8 97,4 99,5 98,6 97,2 98,1

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210

6. Conjunto das vacinas

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 95,6 97,5 98,9 98,1 97,4 96,0LI 86,4 90,2 94,4 92,2 90,2 93,0CV 91,0 93,8 96,7 95,2 93,8 94,5

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De uma maneira geral, as coberturas vacinais com doses aplicadas, para quase todas as vacinas, foram superiores a 98%, exceto para a vacina contra hepatite B (97,2%). Em relação aos estratos amostrais, todos apresentaram coberturas superiores a 95% para to-das as vacinas, exceto os estratos A e B com a vacina contra hepatite B. A proporção de crianças com o esquema básico completo eleva-se de 83,6% para 94,5% quando se utiliza o numerador de doses aplicadas, em comparação às doses válidas.

c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido pelo calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a vacinação resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição das doenças na população. A cobertura com doses corretas indica também o grau de compromisso da família e do serviço de saúde com o cumprimento do calendário de vacinação. A título de exemplo, serão apresentadas nos gráficos 16 e 17 as coberturas vacinais com doses corretas para as vacinas DTP e SCR.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário vacinal correto para a vacina DPT, incluindo a quar-ta dose, no Distrito Federal, foi feito por 86,2% das crianças (IC95% 88-84). Não foram observadas diferenças significativas entre os estratos amostrais.

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211

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 93,6 89,7 90,3 91,3 90,8 88,3LI 85,1 78,3 82,1 82,7 79,8 84,1CV 89,3 84,0 86,2 87,0 85,3 86,2

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2. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Já a cobertura vacinal com a vacina tríplice viral, com doses corretas, foi de 70,9% (IC95% 74-68). Também não se observou diferença significativa entre os estratos amostrais.

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal, 2007.

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LS 71,1 80,2 79,0 79,3 75,8 73,7LI 54,7 67,2 67,7 66,6 61,6 68,1CV 62,9 73,7 73,3 72,9 68,7 70,9

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No entanto, as coberturas com doses corretas para ambas as vacinas eram nitida-mente inferiores quando comparadas às coberturas com doses válidas ou doses aplicadas.

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212

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numera-dor, as doses aplicadas, independentemente de sua validade, e no denominador, a popula-ção menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que o inquérito produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta padrões distintos: as coberturas com a vacina BCG e tríplice viral, calculadas a partir dos dados administrativos foram maiores que as verificadas pelo inquérito, o que talvez indi-que a “invasão” de coberturas vacinais, com crianças vacinando-se na rede pública do DF, mas não residindo no DF. Para as demais vacinas, as coberturas aferidas pelo inquérito ficaram acima das obtidas com os dados administrativos. Esse resultado talvez possa ser explicado pela utilização de serviços privados de vacinação, pela proporção de crianças vacinadas fora do DF que hoje nele residem, ou ainda por problemas no registro das informações de doses aplicadas. Em relação à vacina contra febre amarela, o calendário vacinal do DF tem uma diferença do calendário nacional, com a vacinação das crianças com a vacina contra febre amarela a partir dos 12 meses de idade, o que explica as baixas coberturas observadas a partir de ambas fontes de dados (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Distrito Federal, 2007.

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ICV 98,2 96,2 96,1 94,6 98,5 7,2 98,1DA 109,3 88,2 89,2 85,4 94,3 0,1 101,1

BCG DPT Hib HVB POLIO FA SCR

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Fonte: MS/DATASUS, HTTP://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/cpnidf.def acessada em 18/07/2008.Obs: O Calendário de Vacinação da Criança no DF recomenda a vacina contra febre amarela a partir dos 12 meses de idade.

ICV

MS

Imunobiológico

98,2 96,2 96,1 94,6 98,5 7,2 98,1

109,3 88,2 89,2 85,4 94,3 0,1 101,1

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

213

V. partIcIpação na últIma campanha nacIonal de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação, foi perguntado a cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A propor-ção de participação foi elevada, 96,5% no Distrito Federal como um todo. Não houve di-ferença significativa entre os estratos amostrais. Apenas o estrato A apresentou cobertura pontual inferior a 95% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra

a poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Distrito Federal,

2007/2008

0

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30

40

50

60

70

80

90

100

LS 95,5 99,6 99,3 99,9 99,7 97,6LI 88,6 92,2 93,1 96,2 94,6 95,4CV 92,1 95,9 96,2 98,1 97,2 96,5

A B C D E Brasília

%

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Estes resultados demonstram que as coberturas vacinais no Distrito Federal não so-frem influência de variáveis relacionadas à mãe, como a escolaridade materna ou o fato da mãe trabalhar fora de casa. Da mesma forma, a presença na casa, do pai ou companheiro e/ou da avó, também não apresentou associação com as coberturas vacinais. Ainda, a cor da criança, o sexo, e a sua posição na ordem de nascimento entre os irmãos também não apresentaram associação com as coberturas vacinais (tabela 5).

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214

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas,

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Distrito

Federal, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 93,4 90,7 96,1

Não 94,9 93,3 96,6

Presença do companheiro

Sim 95,1 93,7 96,6

Não 92,5 88,8 96,2

Aglomeração intradomiciliar

Sim 95,4 93,5 97,4

Não 94,1 91,5 96,8

Mãe trabalha fora de casa

Sim 95,3 93,0 97,7

Não 93,7 91,7 95,8

Escolaridade materna

0 a 3 anos 95,3 86,8 100,0

4 a 10 anos 94,5 92,9 96,1

11 e mais 94,1 91,0 97,2

Ordem de nascimento

Primeiro 94,4 91,7 97,1

Segundo 96,1 94,1 98,1

Terceiro e mais 92,2 88,9 95,6

Sexo da criança

Masculino 95,8 94,1 97,6

Feminino 93,2 90,8 95,6

Cor da criança

Branca 94,4 92,4 96,4

Preta 100,0 100,0 100,0

Amarela 89,8 72,4 100,0

Parda 94,3 92,0 96,6

Indígena** 100,0 100,0 100,0

* intervalo de confiança **Apenas quatro crianças

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças incluídas no estudo se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva, quer combinada com os serviços públicos. No Distrito Federal a proporção de uso do setor privado foi de apenas 12,3% (IC95% 14-10). Entretanto, a distribuição da utilização de serviços privados apresen-ta diferenças entre os estratos amostrais, chegando a 57,6% no estrato A, e apenas 1% no

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

215

estrato E (gráfico 20). A proporção de uso exclusivo do setor privado foi pequena (3,1%), chegando a 6,8% no estrato A e com valores inferiores a 1% nos estratos D e E.

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Distrito Federal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 69,0 33,4 10,8 6,4 2,3 14,3LI 46,3 15,3 3,5 1,4 0,0 10,3CV 57,6 24,4 7,2 3,9 1,0 12,3

A B C D E Brasília

%

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Não se observou diferença significativa entre a cobertura vacinal daqueles que utili-zam serviço privado e dos que não os utilizam. Para os primeiros, a cobertura vacinal com o esquema básico completo com doses válidas foi de 81% (IC95% 74-88), enquanto que para os últimos foi de 88,5% (IC95% 86-91). Também não houve diferença significativa em relação à participação na última campanha de vacinação entre os que utilizam serviços pri-vados e os que não utilizam. Entre os que utilizam, a proporção de participação na última campanha foi de 94,8% (IC95% 92-98) e entre aqueles que não utilizam o setor privado foi de 96,8% (IC95% 96-98).

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

VacInação

Foram incluídas nesta análise apenas as vacinas contra meningococo, contra hepa-tite A, contra varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de atenção básica. Como se pode verificar nos Gráficos 21 a 24, a cobertura vacinal com essas vacinas foi baixa, considerando o Distrito Federal enquanto um todo. Mais uma vez, são observadas diferenças importantes entre os estratos amostrais.

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Distrito Federal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 54,9 23,3 7,1 6,1 0,0 10,2LI 36,2 9,7 1,4 0,6 0,0 7,4CV 45,5 16,5 4,3 3,4 0,0 8,8

A B C D E Brasília

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216

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Distrito Federal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 43,5 16,8 5,0 5,1 0,0 7,9LI 23,9 5,8 0,7 0,7 0,0 5,0CV 33,7 11,3 2,9 2,9 0,0 6,5

A B C D E Brasília

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Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Distrito Federal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 37,9 14,9 4,4 2,3 0,0 6,4LI 20,5 4,7 0,4 0,0 0,0 3,9CV 29,2 9,8 2,4 1,0 0,0 5,2

A B C D E Brasília

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Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Distrito Federal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 53,2 29,4 17,9 12,8 4,8 16,0LI 34,4 17,0 9,7 3,6 0,0 11,2CV 43,8 23,2 13,8 8,2 2,4 13,6

A B C D E Brasília

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

217

A cobertura vacinal com a vacina contra doença meningococo no Distrito Federal foi de 8,8%. No entanto, no estrato A ela chegou a 45,5%. No outro extremo, no estrato E a cobertura foi de 0%. Observou-se o mesmo padrão também para a vacina contra pneumococo, com cobertura no Distrito Federal de 6,5%, variando entre 33,7% (estrato A) e 0% (estrato E), e para a vacina contra hepatite A, com cobertura no Distrito Federal de 5,2%, indo de 29,2% no estrato A a zero no estrato E. A cobertura vacinal contra varicela foi superior às outras três vacinas já comentadas, 13,6% no DF, chegando a 43,8% no estrato A e a 2,4% no estrato E.

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal no Distrito Federal foi satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas inferior a 5% do número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais precisas.

No Distrito Federal não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Como foi demonstrado, a estraté-gia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do DF. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses vá-lidas no Distrito Federal situaram-se em níveis adequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. Apenas a cobertura com a vacina contra hepatite B não atingiu a proporção de 95%, na estimativa de ponto ou incluindo esse valor nos intervalos de 95% de confiança.

Entretanto, observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 83,6% (IC95% 81-87), ou seja, aproximadamente 1/5 das crianças do DF aos 18 meses tinha o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma proporção dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 94,5% (IC95% 93-96).

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados demonstram que, apesar do programa de imunizações do Distrito Federal apresentar um desempenho satisfatório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L C A M P O • G R A N D E

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220

mUnIcÍpIo de campo Grande

I. IntrodUção

O município de Campo Grande em 2005 tinha uma população estimada de 749.770 habitantes sendo 54.054 de 1-4 anos de idade.

O município conta com 60 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 58 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas utilizadas para a obten-ção da amostra. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média e escolaridade do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características sociodemográficas da estratificação,

Campo Grande, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 136 5.351 2.371,95 3,65 19,26

B 135 7.449 1.067,94 2,05 4,79

C 134 9.188 652,67 1,08 0,88

D 135 11.512 466,48 0,46 0,37

E 134 13.051 338,98 0,12 0,07

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Campo Grande, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 32 1.379 2.189,69 3,76 17,22

B 25 1.334 1.182,44 2,08 5,49

C 26 1.870 632,55 1,26 0,73

D 21 2.213 437,40 0,49 0,3

E 20 2.049 344,10 0,11 0,06

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 628 (99%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A, onde houve uma perda e uma criança não localizada. Nos estratos B, C, D e E, 100% das entrevistas foram realizadas (gráfico 1).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

221

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico,

Campo Grande, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 1 0 0 0 0 1Recusas 1 0 0 0 0 1Perdas 0 0 0 0 0 0Realizadas 124 126 126 126 126 628

A B C D E Campo Grande

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A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 87% (IC95% 92-81). Os estratos B e D apresentaram percentual menor que a do municipio: 79%. No estrato A foi observado o maior percen-tual: 95% (IC95% 90-99).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas apresenta pequenas variações entre os estratos, sem uma tendência. Essa proporção é absolutamente igual no estrato B. Quanto à cor, as diferenças não são significativas. A proporção de crianças auto-referidas como brancas tem o mesmo comportamento em quase a totalidade dos estratos, com ex-ceção do estrato E, onde diminui para 64%. Observa-se comportamento inverso para os pardos, em que o estrato E apresenta proporção mais elevada que o conjunto dos outros. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao D, voltando a uma discreta elevação no estrato E. O número médio de filhos foi de 2,1, sem diferença significativa entre os estratos.

1 0 0 0 0 1

1 0 0 0 0 1

0 0 0 0 0 0

124 126 126 126 126 628

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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222

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Campo Grande, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ECAMPO

GRANDE

Sexo

Masculino 44,4 50,0 56,3 51,6 52,8 51,8

Feminino 55,6 50,0 43,7 48,4 47,2 48,2

Cor

Branca 79,8 77,8 80,2 80,8 64,0 75,4

Preta 0,8 1,6 3,2 1,6 3,2 2,3

Amarela* 0,8 0,8 ---- ---- ---- 0,2

Parda 17,7 19,8 16,7 17,6 32,8 22,0

Vermelha** 0,8 ---- ---- ---- ---- 0,1

Ordem denascimento

Primeiro 50,8 47,6 44,4 41,3 52,4 47,1

Segundo 35,5 31,7 26,2 27,0 24,2 27,8

Terceiro ou mais 13,7 20,6 29,4 31,7 23,4 25,1

Número de filhos

Média 1,8 1,9 2,1 2,2 2,1 2,1

*Duas crianças **Uma criança

A idade média das mães foi de 26 anos, sendo ligeiramente maior no estrato A (28 anos) e menor no estrato E (24 anos).

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A e seme-lhante nos estratos B, C e D. O estrato E foi o que apresentou a menor proporção de mães que trabalham fora: 39,2%. A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi de 4,7% em Campo Grande. O estrato A foi o que apresentou a menor proporção (0,8%). Os estratos B, C e D apresentaram comportamentos semelhantes. O estrato E apresentou a maior proporção (7,3%). O maior diferencial se observa em rela-ção à escolaridade mais elevada. O percentual de mães com mais de onze anos de estudo é mais de 29 vezes maior no estrato A que no estrato E. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições socio-econômicas. Mais da metade das famílias no estrato E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de 3 anos em Campo Grande foi maior no estrato E.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

223

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ECAMPO

GRANDE

Trabalho materno

Sim 58,9 49,2 49,6 51,6 39,2 48,2

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,8 4,0 4,8 4,0 7,3 4,7

4 a 10 51,6 68,3 86,5 87,2 91,1 81,0

11 e mais 47,6 27,8 8,7 8,8 1,6 14,3

Companheiro

Sim 83,7 80,2 81,7 84,1 79,4 81,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 13,9 32,5 48,8 51,6 55,2 44,7

Anos de residência

0 a 2 anos 33,3 27,0 28,8 35,2 40,8 34,0

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

O cálculo da cobertura da vacina DPT considerou as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Campo Grande apresentou uma cobertura vacinal com doses váli-das e aos 18 meses de idade de 85% (IC95% 79-91). Apesar de não serem significativamente diferentes, os estratos A e E apresentaram cobertura acima de 90% (gráfico 2).

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224

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,0 87,5 96,4 91,4 98,6 91,0LI 86,9 56,9 81,4 67,4 85,5 79,2CV 91,9 72,2 88,9 79,4 92,1 85,1

A B C D E Campo Grande

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Campo Grande verificamos uma cobertura de 84% (IC95% 79-90). Os estratos B e D apresentaram cobertura inferior a 80%, e os estratos A e E apresentaram uma cobertura superior a 90% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Campo

Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,8 88,2 97,3 91,1 98,2 90,3LI 84,9 57,8 78,9 66,1 84,3 78,6CV 90,3 73,0 88,1 78,6 91,3 84,5

A B C D E Campo Grande

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

225

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo BConsiderou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com

menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi considerada no cálculo a vacina tetravalente ou as doses aplicadas de forma isolada. A cobertura para o município de Campo Grande foi de 83% (IC95% 77-89). Não houve diferença significa-tiva entre os estratos, mas os estratos A e E apresentaram valores pontuais de cobertura superiores a 88% (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,5 87,0 93,6 89,3 96,5 89,0LI 81,9 55,8 79,4 66,3 82,9 77,1CV 88,7 71,4 86,5 77,8 89,7 83,1

A B C D E Campo Grande

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi de 70% (IC95% 63-76), inferior à

observada com as vacinas DPT e Hib. Apesar de não ter havido diferença significativa, a cobertura dos estratos A, C e E apresentou valores superiores ao do município (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 86,9 74,5 83,2 71,6 91,4 76,1LI 71,2 38,2 66,0 45,9 67,4 63,1CV 79,0 56,3 74,6 58,7 79,4 69,6

A B C D E Campo Grande

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi a maior dentre as demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. No município de Campo Grande, 88% (IC95% 82-94) receberam a vacina BCG (gráfico 6). O estrato D, apesar da diferença não ser signi-ficante, apresentou a menor cobertura 79% (IC95% 66-92). O estrato A apresentou a maior cobertura 95% (IC95% 90-99).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

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Estrato

%

LS 99,4 95,6 96,9 92,5 99,4 93,7LI 90,9 71,1 82,5 66,2 86,3 81,6CV 95,2 83,3 89,7 79,4 92,9 87,6

A B C D E Campo Grande

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6. Vacina Tríplice Viral - SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR) é considerada válida quando apli-cada aos 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Campo Grande (gráfico 7) foi de 77% (IC95% 72-82). O estrato B foi o que apresentou menor cobertura 67% (IC95% 55-79).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 90,0 79,3 87,4 82,2 93,8 82,3LI 74,6 55,6 69,7 57,4 77,6 71,8CV 82,3 67,5 78,6 69,8 85,7 77,1

A B C D E Campo Grande

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

227

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Centro-Oeste. No município de Campo Grande, a cobertura foi de 80% (IC95% 73-86). O estrato B foi o que apresentou a menor cobertura: 68% (IC95% 53-83). Os estratos C e E apresen-taram as maiores coberturas, com valores iguais, 87% (IC95% 79-95), (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 88,8 83,0 95,0 84,8 95,0 86,0LI 72,5 53,5 79,6 59,7 79,6 73,5CV 80,6 68,3 87,3 72,2 87,3 79,8

A B C D E Campo Grande

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas.

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi 56% (IC95% 50-62). Não houve diferença significativa entre os estratos, mas nos estrato B e D a cobertura pontual ficou abaixo de 50% (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 65,8 59,2 71,7 60,5 77,1 61,8LI 50,3 28,1 52,2 34,7 53,1 50,0CV 58,1 43,7 61,9 47,6 65,1 55,9

A B C D E Campo Grande

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228

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo incluem todas as doses de vacina recebidas sem levar em consideração os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se para 86% (IC95% 80-91). O estrato E apresentou a maior cobertura: 93% (IC95% 86-99). O estrato B apresentou a menor cobertura: 73% (IC95% 57-88). Não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

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Estrato

%

LS 97,0 88,4 97,3 91,4 99,4 91,4LI 86,9 57,6 82,1 67,4 86,3 79,8CV 91,9 73,0 89,7 79,4 92,9 85,6

A B C D E Campo Grande

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi se-melhante à anterior (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

229

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Campo Grande, 2007.

0

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Estrato

%

LS 96,0 87,3 97,3 91,4 97,8 90,5LI 83,1 57,1 82,1 67,4 84,8 79,1CV 89,5 72,2 89,7 79,4 91,3 84,8

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3. Vacina contra a hepatite B

Mesmo levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal não atinge 80% no município. As diferenças entre os estratos não são significativas, mas são menores nos estratos B e D (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

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Estrato

%

LS 92,9 83,8 89,7 78,3 92,7 81,4LI 78,0 47,9 72,2 53,4 72,3 70,1CV 85,5 65,9 81,0 65,9 82,5 75,8

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230

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas foi de 86% (IC95% 80-92), abaixo do preconi-zado para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 97,8 89,3 97,3 91,4 99,4 91,6LI 87,7 58,4 82,1 67,4 86,3 80,0CV 92,7 73,8 89,7 79,4 92,9 85,8

A B C D E Campo Grande

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5. Vacina Tríplice Viral - SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em 8% para o município chegando a 85% (IC95% 79-90), (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 98,7 90,3 93,8 88,7 98,6 89,8LI 88,4 65,3 77,6 62,1 85,5 79,4CV 93,5 77,8 85,7 75,4 92,1 84,6

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

231

6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 72% (IC95% 67-77) das crianças receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 86,3 78,3 87,3 75,2 90,7 77,2LI 66,9 42,3 68,3 51,8 71,2 67,2CV 76,6 60,3 77,8 63,5 81,0 72,2

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c) Esquema básico completo - doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido no calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da família e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR, a título de exemplo.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Campo Grande foi realizado por 19% (IC95% 14-22). No estrato C, o cumprimento foi maior, cerca de 23% (gráfico 16).

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232

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 29,9 28,8 31,5 26,6 27,3 24,0LI 12,0 7,7 14,5 9,9 9,2 15,0CV 21,0 18,3 23,0 18,3 18,3 19,5

A B C D E Campo Grande

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2. Vacina Triplice Viral - SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por um determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

0

10

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80

90

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Estrato

%

LS 40,2 49,8 40,2 39,8 43,3 38,1LI 25,9 24,8 21,8 26,9 25,0 29,3CV 33,1 37,3 31,0 33,3 34,1 33,7

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

233

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às do registro oficial. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG, para a qual o dado oficial mostra cobertura acima de 100% no município de Campo Gran-de. As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de estimativa dos denomina-dores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Campo Grande, 2007.

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40

60

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ICV 87,6 80,9 80,9 73,0 83,2 75,3 84,6DA 103,0 95,6 95,6 88,0 95,8 86,0 95,3

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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Imunobiológico

Inquérito

M Saúde

87,6 80,9 80,9 73,0 83,2 75,3 84,6

103,0 95,6 95,6 88,0 95,8 86,0 95,3

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234

V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município foi elevada, sendo superior a 95% para os estratos B, C, D e E. No estrato A, o limite superior do intervalo foi de 97% e a estimativa por ponto igual a 91%, mostrando assim um comparecimento, apesar de menor, não sig-nificantemente diferente (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Campo Grande, 2007.

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Estrato

%

LS 97,1 100,7 100,7 99,5 100,1 97,6LI 86,8 96,1 92,8 91,0 92,0 94,2CV 91,9 98,4 96,7 95,2 96,0 95,9

A B C D E Campo Grande

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vaci-nal. As mães que trabalham fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal um pouco menor, embora a diferença não seja significativa estatisticamente. Os resultados poderiam indicar uma dificuldade das mães em levarem seus filhos para vacinar. A ampliação do horário de funcionamento poderia contribuir para aumentar a cobertura vacinal. A esti-mativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode estar associada a uma menor cobertura, que foi menor nos extremos de escolaridade. A ordem de nascimento e o sexo não interferem na cobertura vacinal A cobertura foi significantemente menor para as crianças amarelas do que para as pardas. No entanto, a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

235

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Campo

Grande, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 69,3 59,9 78,7

Não 73,5 67,4 79,6

Presença do companheiro

Sim 72,1 66,7 77,4

Não 72,6 64,0 81,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 73,1 66,2 79,9

Não 72,0 67,2 76,8

Mãe trabalha fora de casa

Sim 70,7 63,2 78,3

Não 73,4 66,0 80,8

Escolaridade materna

0 a 3 anos 61,5 40,6 82,5

4 a 10 anos 74,7 70,2 79,2

11 e mais 60,2 47,2 73,2

Ordem de nascimento

Primeiro 73,8 66,7 81,0

Segundo 73,1 64,3 81,9

Terceiro ou mais 67,7 60,9 74,6

Sexo da criança

Masculino 73,7 67,9 79,6

Feminino 70,4 63,7 77,2

Cor da criança

Branca 71,7 65,8 77,6

Preta 73,1 51,7 94,5

Amarela 57,8 -17,0 132,7

Parda 74,3 64,1 84,4

Indígena ** 100,0 100,0 100,0

* intervalo de confiança **somente 1 criança

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236

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso de serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município, 6% (IC95% 3-9) das crianças utilizam serviços do setor privado. Essa proporção chega a 16% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 2% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado está diretamente asso-ciada ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Campo Grande, 2007.

0

10

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40

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100

Estrato

%

LS 27,1 28,7 5,1 6,2 6,0 9,0LI 5,1 -3,3 -0,3 0,1 -1,3 2,6CV 16,1 12,7 2,4 3,2 2,4 5,8

A B C D E Campo Grande

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas não foi semelhante entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor pú-blico. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi de 35% (IC95% 17-52) e nos demais, o valor estimado foi de 64% (IC95% 58-70), no entanto houve muita diferença de comportamento entre os estratos além de o número de crianças em cada categoria ter sido pequeno (tabela 6).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

237

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007,

Campo Grande.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Campo Grande

Sim

CV % 50,0 ---- 100,0 50,0 33,3 34,6

Limite Inferior 22,3 ---- 100,0 -4,3 -0,8 17,0

Limite Superior 77,7 ---- 100,0 104,3 67,4 52,3

Não

CV % 73,1 55,0 65,9 52,5 74,0 64,0

Limite Inferior 62,1 39,5 55,1 40,1 61,5 57,7

Limite Superior 84,0 70,6 76,6 64,8 86,4 70,3

Total

CV % 69,4 47,6 66,7 52,4 73,0 62,2

Limite Inferior 59,2 31,3 55,8 40,0 60,1 55,8

Limite Superior 79,5 64,0 77,6 64,8 85,9 68,6

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para as crianças que usam serviços do setor público e do setor privado (tabela 7). Entre as crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 96% (IC95% 94-98). No grupo que utiliza o serviço privado de forma exclusiva ou combinado a participação foi de 95% (IC95% 90-99).

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238

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico Inquérito de Cobertura

Vacinal, 2007, Campo Grande.

Serviço Privado

Estrato

A B C D E Campo Grande

Sim

CV % 85,0 100,0 100,0 100,0 100,0 95,2

Limite Inferior 70,9 100,0 100,0 100,0 100,0 90,5

Limite Superior 99,1 100,0 100,0 100,0 100,0 99,9

Não

CV % 93,3 99,1 96,7 95,1 95,9 96,1

Limite Inferior 88,0 97,2 92,6 90,7 91,8 94,3

Limite Superior 98,5 101,0 100,7 99,4 100,1 97,8

Total

CV % 91,9 98,4 96,7 95,2 96,0 95,9

Limite Inferior 86,8 96,1 92,8 91,0 92,0 94,2

Limite Superior 97,1 100,7 100,7 99,5 100,1 97,6

VIII. Uso da VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo, o uso foi maior no estrato A, de melhores con-dições de vida, embora apenas 5% das crianças pertencentes ao estrato tenham recebido esta vacina. Nos estratos C, D e E, não foi observado o uso da vacina contra meningoco-co (gráfico 21).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

239

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 9,80 2,47 0,00 0,00 0,00 1,28LI -0,13 -0,88 0,00 0,00 0,00 0,08CV 4,84 0,79 0,00 0,00 0,00 0,68

A B C D E Campo Grande

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O uso da vacina contra pneumococo foi um pouco maior do que o observado para a vacina contra pneumococo. No estrato A, 6% das crianças receberam esta vacina. Já nos estratos C e D, o uso não chega a 1% das crianças. Não foi detectado o uso nos estratos B e E (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 11,55 0,00 2,47 2,47 0,00 1,78LI 1,36 0,00 -0,88 -0,88 0,00 0,41CV 6,45 0,00 0,79 0,79 0,00 1,09

A B C D E Campo Grande

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240

A vacina contra a hepatite A apresentou comportamento semelhante ao observado para a vacina contra pneumococo nos estratos A e C, diferindo desta no estrato D, onde seu uso não foi detectado (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 13,56 0,00 2,47 0,00 0,00 1,74LI -0,65 0,00 -0,88 0,00 0,00 0,05CV 6,45 0,00 0,79 0,00 0,00 0,90

A B C D E Campo Grande

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O uso da vacina contra varicela foi identificado em todos os estratos socioeconômi-cos, e sua utilização em Campo Grande foi maior do que a da vacina contra meningococo (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Campo Grande, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 13,68 5,11 7,24 2,47 7,07 4,92LI 2,45 -0,34 0,69 -0,88 -0,72 1,44CV 8,07 2,38 3,97 0,79 3,18 3,18

A B C D E Campo Grande

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

241

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal no municí-pio de Campo Grande foi satisfatório, com uma proporção de 1% de entrevistas previstas não realizada. Entretanto, as informações sobre as vacinas aplicadas obtidas mediante a consulta às cadernetas de vacinação foi de 87% (IC95% 92-81).

Conforme foi mostrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra apre-sentou bons resultados, tendo garantido a inclusão dos diversos segmentos da população residente no município. Em Campo Grande não se observaram associações entre os in-dicadores empregados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amos-trais, bem como com as variáveis estudadas de caracterização das famílias pertencentes à amostra.

O município de Campo Grande apresentou uma cobertura vacinal com doses vá-lidas e aos 18 meses de idade acima de 80% para quase todas as vacinas, com exce-ção da cobertura com a vacina contra hepatite B e SCR que apresentaram cobertura de 70% e 77% respectivamente. A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi 56% (IC95% 50-62). Não houve diferença significativa entre os estratos, entretanto nos estrato B e D a cobertura ficou abaixo de 50%.

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se em 16% quando consideramos as doses aplicadas. No município, 72% (IC95% 67-77) das crianças recebe-ram todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de vacinação. A cobertura vacinal com doses aplicadas para a vacina contra a poliomielite foi de 86% (IC95% 80-92), abaixo do preconizado para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem.

Os exemplos apresentados para as vacinas DPT e SCR levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido no calendário oficial, e o intervalo corre-to entre as doses, evidenciam que o programa de imunizações no município de Campo Grande ainda necessita de ajustes e aprimoramento, inclusive no tocante ao incremento das coberturas vacinais.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L C U I A B Á

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244

mUnIcÍpIo de cUIaBá

I. IntrodUção

O município de Cuiabá em 2005 tinha uma população estimada de 533.801 habitan-tes sendo 38.634 de 1-4 anos de idade e com 9.601 nascidos vivos.

O município conta com 31 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 61 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas utilizadas para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demo-gráfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Cuiabá, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 102 4.030 2.515,05 5,27 22,31

B 101 5.380 1.318,75 2,04 7,67

C 102 6.291 785,48 0,77 2,49

D 100 7.408 602,43 0,77 1,10

E 102 11.668 422,80 0,52 0,25

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Cuiabá, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 31 1.394 2.710,17 6,57 24,52

B 25 1.420 1.313,42 2,35 7,59

C 20 1.430 804,14 0,85 2,34

D 23 2.286 540,51 1,01 0,98

E 19 2.697 392,17 0,51 0,08

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

245

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Estrato

%

NÃO LOCALIZADAS 23 21 18 6 2 70RECUSAS 1 2 3 1 0 7PERDAS 3 1 1 0 0 5REALIZADAS 99 102 104 112 131 548

A B C D E Cuiabá

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Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 548 (87%). O maior percentual de entrevistas não efetuadas ocorreu nos estratos A e B onde foram feitas 80% das entrevis-tas previstas. Nos estratos D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não locali-zação das crianças 70/82 (85%). As recusas foram 7 (10%) e as perdas, um total de 5 entrevistas.

Praticamente a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 99% (IC95% 98-100).

A idade média das crianças entrevistadas foi de 30 meses, com intervalo entre 23 e 36 meses de idade com pequenas variações entre os estratos.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e o número de filhos tido pela mãe. Os dados são apresentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é sig-nificativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 59% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 36%. O inverso é observado para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas observando-se uma ligeira tendência de diminuição da propor-ção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O numero médio de filhos foi de 2,1 sem diferença entre os estratos (tabela 3).

23 21 18 6 2 70

1 2 3 1 0 7

3 1 1 0 0 5

99 102 104 112 131 548

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

estrato

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246

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E CUIABÁ

Sexo

Masculino 51,5 54,9 52,9 45,5 47,3 49,6

Feminino 48,5 45,1 47,1 54,5 52,7 50,4

Cor

Branca 58,6 46,1 43,3 33,9 35,9 40,9

Preta 5,1 1,0 5,8 3,6 3,8 3,8

Amarela 1,0 0,0 1,0 0,9 0,0 0,5

Parda 35,4 52,9 50,0 61,6 60,3 54,8

Vermelha

Ordem denascimento

Primeiro 54,0 61,6 56,4 54,9 48,3 49,7

Segundo 35,0 42,7 45,1 36,3 42,2 37,1

Terceiro ou mais 10,0 24,1 21,9 35,2 34,5 24,6

Número de filhos

Média 1,8 1,7 1,9 2,3 2,3 2,1

A idade média das mães foi de 29 anos, não havendo diferença entre os estratos.A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e B, li-

geiramente menor no estrato D e inferior no estrato E. A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) foi muito pequena em Cuiabá. O maior diferencial observa-se com a escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um per-centual mais de 2 vezes maior que o estrato E de mães com mais de onze anos de estudo. A presença do companheiro é alta com menor percentual no estrato B. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 60% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração (> 2 pessoas por dormitório). A proporção de famílias residindo há me-nos de 3 anos em Cuiabá foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

247

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E CUIABÁ

Trabalho materno

Sim 59,6 58,8 51,0 56,3 47,7 53,2

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,0 1,0 1,0 1,8 3,1 1,8

4 a 10 41,4 56,4 58,7 72,1 76,0 65,1

11 e mais 58,6 42,6 40,4 26,1 20,9 33,1

Companheiro

Sim 80,8 67,6 77,9 69,6 71,0 72,5

Aglomeração intradomiciliar

Sim 21,4 35,3 31,7 50,0 63,4 45,8

Anos de residência

0 a 2 anos 35,4 38,6 30,8 35,7 31,3 33,7

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, 3 doses. No caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT considerou-se as doses da vacina tetra va-lente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Cuiabá apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade de 95% (IC95% 92-98). Não se observou uma cobertura significativamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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248

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,0 100,0 98,8 99,4 97,8LI 96,9 91,2 95,2 83,4 89,9 92,3CV 99,0 95,1 98,1 91,1 94,7 95,0

A B C D E Cuiabá

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Cuiabá verifica-mos uma cobertura superior a 95% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,0 101,2 100,0 99,5 98,4LI 96,9 91,2 96,9 89,3 91,4 94,1CV 99,0 95,1 99,0 94,6 95,4 96,2

A B C D E Cuiabá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

249

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foi considerada no cálculo a vacina tetravalente ou as aplicadas de forma isolada. A cobertura para o mu-nicípio de Cuiabá foi de 95 (IC95% 93-97). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,2 100,0 98,1 98,8 96,8LI 95,1 87,1 93,7 85,8 90,5 92,5CV 98,0 93,1 97,1 92,0 94,7 94,7

A B C D E Cuiabá

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vacinas DPT e Hib em Cuiabá, 86% (IC95% 83-88). O estrato E mostra uma cobertura próxima dos 80% (gráfico 5).

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250

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,6 93,8 98,6 91,3 86,1 88,3LI 85,2 78,7 86,0 78,3 75,7 83,4CV 91,9 86,3 92,3 84,8 80,9 85,8

A B C D E Cuiabá

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a cobertura das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Cuiabá, 92% (IC95% 88-95) receberam a vacina BCG (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,8 97,1 100,0 95,5 96,2 95,3LI 86,0 87,2 93,7 84,8 83,9 88,4CV 91,9 92,2 97,1 90,2 90,1 91,9

A B C D E Cuiabá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

251

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada aos12 meses ou mais de idade. O gráfico 7 mostra a cobertura observada em Cuiabá para a vacina SCR: 88% (IC95% 84-92). O estrato B foi o que apresentou menor cobertura 81% (IC95% 72-91).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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100

Estrato

%

LS 92,3 91,2 96,6 98,1 93,0 92,3LI 83,5 71,5 88,0 85,8 79,6 83,7CV 87,9 81,4 92,3 92,0 86,3 88,0

A B C D E Cuiabá

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Centro-Oeste. No município de Cuiabá a cobertura foi de 92% (IC95% 88-95), (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

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70

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100

Estrato

%

LS 97,8 97,1 100,0 95,5 96,2 95,3LI 86,0 87,2 93,7 84,8 83,9 88,4CV 91,9 92,2 97,1 90,2 90,1 91,9

A B C D E Cuiabá

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252

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 74% (IC95% 69-79). No estra-to E, a cobertura foi de 68% (IC95% 60-76), (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 83,1 82,4 92,8 83,9 76,3 79,1LI 72,5 62,7 78,3 60,7 59,5 68,6CV 77,8 72,5 85,6 72,3 67,9 73,8

A B C D E Cuiabá

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado levam em consi-deração todas as doses de vacina recebidas sem se ater às informações sobre intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nessa condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo com a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município se eleva pouco 96% (IC95% 94-98). O estrato A apresentou a maior cobertura 99% (IC95% 97-100). Não se observa diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

253

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 100,0 99,7 100,0 99,8 100,0 98,3LI 96,9 92,5 95,2 87,7 90,7 93,7CV 99,0 96,1 98,1 93,8 95,4 96,0

A B C D E Cuiabá

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi seme-lhante ao anterior (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 99,8 100,0 98,2LI 96,9 91,4 93,7 87,7 92,3 94,0CV 99,0 96,1 97,1 93,8 96,2 96,1

A B C D E Cuiabá

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254

3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge mais de 95% para o município. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 100,0 97,5 99,4 100,0 100,0 97,6LI 88,8 89,2 91,3 94,3 92,3 93,8CV 95,1 93,3 95,4 97,3 96,2 95,7

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 96%, valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 100,0 99,1 99,4 100,0 100,0 97,7LI 88,8 91,4 91,3 92,1 92,3 93,9CV 95,1 95,2 95,4 96,4 96,2 95,8

A B C D E Cuiabá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

255

5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura no município aumenta em 8% para a vacina SCR (gráfico 14), chegando 96% (IC95% 94-98).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 100,0 99,7 100,0 100,0 100,0 98,3LI 96,9 92,5 93,7 91,0 89,4 93,7CV 99,0 96,1 97,1 95,5 94,7 96,0

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6. conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 93% (IC95% 90-95) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 99,7 96,2 97,0 98,7 99,2 95,3LI 86,7 84,8 88,2 85,2 88,5 90,0CV 93,2 90,5 92,6 92,0 93,9 92,6

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256

c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas podem dar uma idéia do que ocorre com as demais vacinas.

1. Vacina DPT

No município de Cuiabá, o cumprimento do calendário para vacina DPT, incluindo a quarta dose, somente foi feito por 24% (IC95% 20-28) das crianças da coorte (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 32,6 27,2 35,7 33,9 31,5 28,2LI 15,9 12,0 20,1 16,1 14,3 19,6CV 24,2 19,6 27,9 25,0 22,9 23,9

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune po-dendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

257

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 43,9 46,8 69,3 56,9 52,5 49,8LI 26,9 27,7 46,1 39,6 31,5 39,5CV 35,4 37,3 57,7 48,2 42,0 44,6

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IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que o mesmo produz informações referentes ao numerador e ao de-nominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG. Para as vacinas DPT e Hib os valores das duas fontes são similares. No caso da vacina da hepatite B a cobertura foi superior para o inquérito e no caso da febre amarela ocorreu o inverso.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

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258

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Cuiabá, 2007.

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Imunobiológico

%

CV 97,1 95,0 92,0 92,0 92,4 82,0 96,0DA 119,0 83,6 92,8 93,3 73,6 91,9 100,0

BCG POLIO DPT Hib HVB FA SCR

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V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi inferior a 90%, ficando entre 84% e 90% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 90,8 91,2 94,3 92,7 95,4 90,3LI 78,9 79,4 80,7 80,5 81,7 83,7CV 84,8 85,3 87,5 86,6 88,6 87,0

A B C D E Cuiabá

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CV

MS

97,1 95,0 92,0 92,0 92,4 82,0 96,0

119,0 83,6 92,8 93,3 73,6 91,9 100,0

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

259

VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe

e da crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal. As mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhan-te à das que trabalham.

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode se associar com maior cobertura, entretanto o tamanho da amostra não permite afirmar a existência de diferença.

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança não interferem na cobertura vacinal (tabela 5).

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas segundo

características das famílias, das mães e das crianças, Cuiabá, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avóSim 95,5 92,2 98,8Não 93,2 89,7 96,7

Presença do companheiroSim 95,2 92,3 98,1Não 91,2 86,7 95,7

Aglomeração intradomiciliarSim 93,0 88,5 97,5Não 95,0 92,2 97,9

Mãe trabalha fora de casaSim 93,4 89,9 97,0Não 94,8 91,0 98,6

Escolaridade materna0 a 3 anos 91,4 72,7 100,04 a 10 anos 93,1 90,0 96,211 e mais 96,1 92,0 100,0

Ordem de nascimento 91,6Primeiro 95,5 92,6 98,4Segundo 95,0 91,4 98,6Terceiro e mais 89,7 82,4 97,0

Sexo da criançaMasculino 95,1 91,8 98,4Feminino 93,1 89,5 96,8

Cor da criançaBranca 92,5 89,0 96,0Preta 97,0 90,5 100,0Amarela** 100,0 100,0 100,0Parda 95,1 92,1 98,0

* intervalo de confiança **3 Crianças

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260

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Cuiabá apenas 8% (IC95% 5-10) das crianças utili-zam os serviços do setor privado. Esta proporção chega a 27% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 2% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 39,3 19,2 9,5 11,0 3,7 9,9LI 15,2 2,3 0,1 1,5 0,0 5,1CV 27,3 10,8 4,8 6,3 1,5 7,5

A B C D E Cuiabá

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 91% (IC95% 83-99) e nos demais o valor estimado foi de 81% (IC95% 79-85).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois grupos. No grupo que usa o setor privado a participação foi de 88% (IC95% 78-97). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 87% (IC95% 83-91).

VIII. Uso das VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois so-mente 20% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C, D e E a cobertura não atingiu nem 5% das crianças entrevistadas.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 29,7 14,5 7,3 7,9 2,4 6,9LI 10,7 1,2 0,3 0,0 0,0 3,5CV 20,2 7,8 3,8 3,6 0,8 5,2

A B C D E Cuiabá

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquela observada para a vacina contra meningococo. No estrato A, menos de 15% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida, o uso não chega a 3% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 18,3 11,5 4,6 5,8 0,8 4,7LI 3,9 0,0 0,0 0,0 0,0 1,6CV 11,1 4,9 1,9 2,7 2,4 3,2

A B C D E Cuiabá

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262

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 10% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos a cobertura é muito baixa mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Cuiabá, 2007.

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Estrato

%

LS 16,7 9,1 4,7 2,8 0,0 3,2LI 3,5 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0CV 10,1 2,9 1,9 0,9 0,0 2,1

A B C D E Cuiabá

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso um pouco maior do que aquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A apenas 17% foram vacinadas (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Cuiabá, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 28,6 13,2 4,7 5,8 0,0 5,0LI 5,7 0,0 0,0 0,0 0,0 2,2CV 17,2 4,9 1,9 2,7 0,0 3,6

A B C D E Cuiabá

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

263

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Cuiabá foi prejudicado pela não localização das crianças nos conglomerados sorteados.

De uma maneira geral as coberturas vacinais com doses válidas foram superiores a 90%. A vacina contra hepatite B foi a que apresentou o valor mais baixo e a BCG, a cobertura mais elevada chegando a 98%. A cobertura vacinal praticamente não se altera quando se considera a dose aplicada com exceção para a vacina contra hepatite B e para vacina SCR em que se observou um aumento de 10% .

Entretanto observa-se uma proporção bem menor de crianças aos 18 meses de idade com esquema vacinal completo com doses válidas. A cobertura com esquema com-pleto foi de 74% (IC95% 69-79), ou seja, 1/4 das crianças de Cuiabá deixaram de receber alguma vacina. A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que 19% das crianças completaram seu esquema de vacinação com alguma dose não válida. A cobertura com esquema completo com doses aplicadas passa para 93% (IC95% 90-95).

Em Cuiabá, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de con-dições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a dis-tribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estu-dadas de caracterização do núcleo familiar.

Os resultados do inquérito foram semelhantes aos registrados pelo Ministério da Saúde para DPT e Hib, menores para BCG, poliomielite e SCR e maior para hepatite B.

Os exemplos apresentados utilizando como denominador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, demons-tram que apesar do programa de imunização de Cuiabá apresentar um desempenho satis-fatório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L G O I Â N I A

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266

mUnIcÍpIo de GoIÂnIa

I. IntrodUção

O município de Goiânia em 2005 tinha uma população estimada de 1.201.007 ha-bitantes sendo 80.026 de 1-4 anos de idade e 19.621 nascidos vivos.

O município conta com 131 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 71 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifi-cação realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio e da proporção de chefes de família com renda superior a 20 salários mínimos.

Tabela 1. Características sociodemográficas da estratificação, Goiânia, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 216 8.630 2.732,81 6,44 25,96

B 215 10.513 1.094,17 1,53 5,45

C 215 13.974 720,98 0,26 2,15

D 215 18.258 531,42 0,41 0,82

E 216 21.455 362,14 0,11 0,21

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Goiânia, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 53 2.310 2.766,03 6,57 26,42

B 45 2.194 1.049,95 1,34 5,3

C 38 2.653 742,30 0,6 1,99

D 31 3.501 509,75 0,47 0,81

E 33 3.753 349,32 0,12 0,22

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

267

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 58 20 22 0 1 101Recusas 40 26 19 19 10 114Perdas 8 4 1 2 5 20Realizadas 104 160 168 189 194 815

A B C D E Goiânia

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Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 815 (78%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A, onde foi realizada metade das entrevistas previstas. Nos estratos D e E, o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localiza-ção das crianças: 101/235 (43%), sendo de 55% no estrato A. As recusas foram 114 (49%) e as perdas, 20. No estrato A, as recusas também contribuíram para o baixo desempenho das equipes de campo.

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 94% (IC95% 91-96). No estrato C o percentual foi ligeiramente inferior: 90% (IC95% 81-99). Nos estratos A e D, observou-se um comporta-mento semelhante à média do município e nos estratos B e E, um percentual um pouco maior: 95%.

A idade média das crianças entrevistadas foi de 25 meses, com intervalo entre 19 e 32 meses de idade, com pequenas variações entre os estratos.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é signifi-cativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são sig-nificativas. A proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 81% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 45%. O inverso se observa para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas, observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O numero médio de filhos foi de 1,9, sem diferença entre os estratos.

58 20 22 0 1 101

40 26 19 19 10 114

8 4 1 2 5 20

104 160 168 189 194 815

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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268

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Goiânia, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E GOIÂNIA

Sexo

Masculino 49,0 50,9 51,8 55,9 50,5 52,0

Feminino 51,0 49,1 48,2 44,1 49,5 48,0

Cor

Branca 81,4 70,6 61,9 55,7 45,3 58,9

Preta 2,9 3,9 4,2 8,6 5,2 5,4

Amarela 4,9 1,3 1,2 1,6 4,7 2,8

Parda 10,8 22,9 32,7 34,1 44,8 32,7

Vermelha 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 0,2

Ordem denascimento

Primeiro 65,0 53,2 52,4 51,9 51,0 53,5

Segundo 25,2 28,8 36,3 28,6 28,9 29,8

Terceiro ou mais 9,7 17,9 11,3 19,5 20,1 16,7

Número de filhos

Média 1,6 1,9 1,8 1,9 2,0 1,9

A idade média das mães foi de 27 anos, sendo ligeiramente maior no estrato A (31 anos), e menor no estrato E (26 anos). Nos estratos B, C e D, a idade média foi de 27 anos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A, ligeira-mente menor no estrato B e semelhante nos Estratos C, D e E. A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi muito pequena em Goiânia. O maior di-ferencial é observado em relação à escolaridade mais elevada. No estrato A, o percentual de mães com mais de onze anos de estudo é mais de 4 vezes maior que no estrato E. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições socioeconômicas. Mais da metade das famílias no estrato E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de 3 anos em Goiânia foi semelhante em todos os estratos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

269

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E GOIÂNIA

Trabalho materno

Sim 67,3 51,9 39,5 39,5 38,7 44,3

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,0 2,0 0,6 3,3 3,6 2,3

4 a 10 35,2 59,7 59,3 76,3 82,3 68,0

11 e mais 64,8 38,3 40,1 20,4 14,1 29,7

Companheiro

Sim 79,8 75,2 77,8 74,7 73,7 75,7

Aglomeração intradomiciliar

Sim 8,8 29,4 32,3 37,2 51,6 36,1

Anos de residência

0 a 2 anos 43,1 46,1 45,3 41,9 40,7 42,9

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, 3 doses. E no caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

O cálculo da cobertura da vacina DPT considerou as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Goiânia apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 71,5% (IC95% 75-67). Não se observou uma cobertura significativa-mente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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270

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

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Estrato

%

LI 54,7 55,9 58,0 56,1 63,5 67,5LS 72,2 71,6 75,3 73,0 77,7 75,4CV 63,5 63,8 66,7 64,6 70,6 71,5

A B C D E Goiânia

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas, foram consi-deradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Goiânia, verifica-mos uma cobertura média inferior a 80%. Nos estratos A e B, a cobertura é inferior a 70%. O estrato E atingiu a maior cobertura no município, aproximadamente 78% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

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50

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100

Estrato

%

LI 56,9 58,4 61,7 61,2 71,7 68,9LS 79,6 76,6 80,0 79,5 83,9 75,1CV 68,3 67,5 70,8 70,4 77,8 72,0

A B C D E Goiânia

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

271

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacina a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consi-deradas no cálculo a vacina tetravalente e a vacina aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Goiânia foi de 87% (IC95% 84-90). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Goiânia, 2007.

0

10

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90

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Estrato

%

LI 80,6 80,9 72,4 80,3 85,7 83,5LS 94,4 92,8 90,7 92,2 93,7 89,7CV 87,5 86,9 81,5 86,2 89,7 86,6

A B C D E Goiânia

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi de 81% (IC95% 77-85), inferior à observada com as vacinas DPT e Hib em Goiânia. Embora sem diferenças estatistica-mente significantes, o estrato E apresentou a maior cobertura (gráfico 5).

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272

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

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100

Estrato

%

LI 72,9 78,1 62,3 73,5 79,8 76,9LS 86,7 89,4 82,9 87,4 90,3 84,6CV 79,8 83,8 72,6 80,4 85,1 80,7

A B C D E Goiânia

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a cobertura das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Goiânia, 90% (IC95% 87-93) receberam a vacina BCG (gráfico 6). O estrato C, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura 85% (IC95% 76-94).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

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Estrato

%

LI 85,6 89,1 75,6 83,9 89,7 87,5LS 97,1 95,9 93,5 94,9 96,9 93,1CV 91,3 92,5 84,5 89,4 93,3 90,3

A B C D E Goiânia

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273

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando apli-cada com 12 meses ou mais de idade. O gráfico 7 mostra a cobertura observada em Goiânia: 83% (IC95% 79-86). O estrato A foi o que apresentou menor cobertura 76% (IC95% 65-87).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

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10

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30

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50

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100

Estrato

%

LI 65,4 78,1 72,7 75,9 80,3 78,8LS 86,6 89,4 90,4 88,1 90,9 86,2CV 76,0 83,8 81,5 82,0 85,6 82,5

A B C D E Goiânia

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para a região Centro-Oeste. No município de Goiânia, a cobertura foi de 84% (IC95% 80-87). Novamente o estrato C apresentou a menor cobertura (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

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20

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Estrato

%

LI 68,5 81,2 67,6 75,1 84,5 80,0LS 89,1 92,5 87,2 88,9 93,9 87,1CV 78,8 86,9 77,4 82,0 89,2 83,6

A B C D E Goiânia

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274

8. Esquema básico completo conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi 68% (IC95% 63-73). No estrato A, cobertura foi de 60% (IC95% 47-73), (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

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30

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Estrato

%

LI 56,2 65,0 58,3 62,4 70,4 67,3LS 78,4 83,8 77,4 78,3 84,2 77,0CV 67,3 74,4 67,9 70,4 77,3 72,2

A B C D E Goiânia

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b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem considerações em relação aos intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas, sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura vacinal no município eleva-se para 88% (IC95% 85-92). O estrato E apresentou a maior cobertura: 92% (IC95% 89-96). Não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

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Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LI 80,8 84,8 74,9 80,2 88,7 85,0LS 94,2 94,0 93,0 93,4 95,8 91,7CV 87,5 89,4 83,9 86,8 92,3 88,3

A B C D E Goiânia

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT, o resultado foi se-melhante ao anterior (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI 82,3 83,6 74,3 81,6 87,1 84,9LS 94,7 93,9 92,4 93,0 95,3 91,2CV 88,5 88,8 83,3 87,3 91,2 88,1

A B C D E Goiânia

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276

3. Vacina contra a hepatite B

Mesmo levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal não chega a 90% no município. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI 78,1 82,6 71,3 79,7 84,9 82,9LS 91,1 93,6 89,4 92,8 94,5 89,5CV 84,6 88,1 80,4 86,2 89,7 86,2

A B C D E Goiânia

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em torno de 90%, abaixo do valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

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70

80

90

100

Estrato

%

LI 86,7 87,0 75,6 81,0 89,7 86,6LS 97,9 95,6 93,5 93,6 96,9 92,8CV 92,3 91,3 84,5 87,3 93,3 89,7

A B C D E Goiânia

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

277

5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade (gráfico 14), a cobertura para a vacina SCR aumenta em 4% para o município, chegando a 87% (IC95% 84-91).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI 81,4 84,4 73,8 79,9 85,4 83,9LS 95,5 94,3 91,7 91,6 94,0 90,5CV 88,5 89,4 82,7 85,7 89,7 87,2

A B C D E Goiânia

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6. Conjunto das vacinas A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente

quando consideramos as doses aplicadas. No municipio de Goiânia, 81% (IC95% 76-85) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI 67,3 75,7 66,8 75,7 82,2 78,4LS 86,6 90,6 86,8 90,5 93,1 86,6CV 76,9 83,1 76,8 83,1 87,6 82,5

A B C D E Goiânia

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278

c) Esquema básico completo - doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido no calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT, incluindo a quarta dose, no muni-cípio de Goiânia, somente foi feito por 18% (IC95% 14-22). Nos estratos D e E o cumpri-mento foi maior e difere significativamente do estrato A (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI -0,7 2,9 10,0 14,1 13,8 13,8LS 12,2 14,6 26,9 32,5 30,6 21,9CV 5,8 8,8 18,5 23,3 22,2 17,9

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por um determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

279

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LI 31,2 34,4 36,5 43,1 42,4 42,5LS 49,6 50,6 55,2 57,4 54,5 50,7CV 40,4 42,5 45,8 50,3 48,5 46,6

A B C D E Goiânia

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IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores às coberturas do registro oficial. A maior diferença ocorreu para a vaci-na BCG, para a qual os dados oficiais mostram cobertura acima de 100%. Também acima de 100% são as coberturas administrativas para as vacinas pólio e SCR.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados apontam inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

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280

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Goiânia, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

140

Imunobiológico

%

CV 89,4 86,5 84,9 84,3 84,5 79,3 87,2DA 123,3 100,2 101,8 101,9 87,6 104,1 110,1

BCG POLIO DPT Hib HVB FA SCR

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V. partIcIpação na últIma campanha de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento, para o município como um todo, foi alta ficando entre 93% e 96%. Para os estratos B, C, D, o comparecimento superou os 95%. No estrato A, o limite superior do intervalo foi de 97% e a estimativa por ponto igual a 88%, mos-trando assim um comparecimento, apesar de menor, não significativamente diferente (gráfico 19).

ICV

MS

89,4 86,5 84,9 84,3 84,5 79,3 87,2

123,3 100,2 101,8 101,9 87,6 104,1 110,1

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

281

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Goiânia, 2007.

0

10

20

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50

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80

90

100

Estrato

%

LS 96,8 98,4 99,2 99,1 97,0 95,9LI 79,9 91,2 92,2 94,2 90,5 92,7CV 88,4 94,8 95,7 96,7 93,8 94,3

A B C D E Goiânia

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar também não apresentam qualquer associação com a cobertura vacinal. As mães que trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal signi-ficativamente menor. Os resultados podem indicar uma dificuldade das mães em levarem seus filhos para vacinar. A ampliação do horário de funcionamento poderia melhorar a cobertura vacinal.

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode estar associa-da a uma menor cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença.

A ordem de nascimento e o sexo não interferem na cobertura vacinal. A cobertura foi significantemente maior para as crianças amarelas do que para as brancas.

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282

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Goiânia, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 79,6 72,7 86,6

Não 81,9 77,3 86,6

Presença do companheiro

Sim 80,7 76,3 76,4

Não 82,2 85,1 88,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 81,6 76,1 87,1

Não 81,1 76,2 85,9

Mãe trabalha fora de casa

Sim 76,0 69,7 81,6

Não 85,3 82,2 89,0

Escolaridade materna

0 a 3 anos 80,2 59,8 100,0

4 a 10 anos 84,2 80,1 88,3

11 e mais 75,8 68,3 83,4

Ordem de nascimento

Primeiro 79,4 74,3 84,5

Segundo 83,8 78,5 89,2

Terceiro ou mais 82,3 75,7 88,9

Sexo da criança

Masculino 82,8 78,2 87,4

Feminino 78,6 72,6 84,5

Cor da criança

Branca 79,7 74,8 84,7

Preta 83,8 69,3 98,2

Amarela 94,5 84,5 100,0

Parda 82,1 76,2 88,0

Indígena ** 100,0 100,0 100,0

* intervalo de confiança **somente duas crianças

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

283

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Goiânia, apenas 18% (IC95% 15-20) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 65% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 7% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utiliza os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Goiânia, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 74,8 28,0 19,5 10,2 11,4 20,0LI 55,3 14,9 10,4 4,1 2,0 15,0CV 65,0 21,4 15,0 7,1 6,7 17,5

A B C D E Goiânia

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 69% (IC95% 60-78) e nos demais, o valor estimado foi de 74% (IC95% 69-79).

A participação na última campanha de vacinação foi menor para as crianças que usam serviços do setor privado. Neste grupo, a participação foi de 89% (IC95% 83-95). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 95% (IC95% 94-97). Os dados sugerem que a freqüência a campanhas é menos valorizada entre os in-divíduos dos estratos socioeconômicos mais altos, provavelmente, por orientação médica ou por conhecimento das mães de que estando com o esquema completo considera que não há necessidade de participar nas campanhas.

VIII. Usos das VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo, o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois menos

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284

de 40% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C, D e E, o uso não atingiu nem 10% das crianças entrevistadas (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Goiânia, 2007.

0

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Estrato

%

LI 20,9 5,3 4,0 -0,5 -0,5 5,2LS 42,6 12,2 11,5 4,7 1,6 9,1CV 31,7 8,8 7,7 2,1 0,5 7,2

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo. No estrato A, menos de 30% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida, o uso não chega a 5% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22: Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Goiânia, 2007.

0

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70

80

90

100

Estrato

%

LI 17,5 4,2 3,0 -0,1 0,1 5,3LS 40,2 12,1 11,3 5,4 4,1 9,1CV 28,8 8,1 7,1 2,6 2,1 7,2

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

285

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 25% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos, o uso é muito baixo, mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23: Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Goiânia, 2007.

0

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Estrato

%

LI 11,9 0,9 1,9 -0,5 -0,5 3,1LS 34,2 6,6 8,8 2,6 1,6 6,3CV 23,1 3,8 5,4 1,1 0,5 4,7

A B C D E Goiânia

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Para a vacina contra a varicela, observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso pouco maior do que aquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A, apenas 28% foram vacinadas (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Goiânia, 2007.

0

10

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40

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70

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100

Estrato

%

LI 16,1 1,9 4,1 0,7 -0,5 4,0LS 39,7 9,4 11,4 5,6 1,6 9,0CV 27,9 5,6 7,7 3,2 0,5 6,5

A B C D E Goiânia

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286

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Goiâ-nia foi prejudicado pela não localização das crianças nos conglomerados sorteados.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais com doses válidas foram inferiores a 90%. A vacina contra poliomielite foi a que apresentou o valor mais baixo e a BCG a cobertura mais elevada, superando os 90%. A cobertura vacinal se altera quando se consi-dera a dose aplicada para as vacinas contra hepatite B e contra a poliomielite.

Entretanto, observa-se uma proporção bem menor de crianças aos 18 meses de ida-de que tinha o esquema vacinal completo com doses válidas. A cobertura com esquema completo foi de 68% (IC95% 63-73), ou seja, 1/3 das crianças de Goiânia deixou de receber alguma vacina. A análise utilizando no numerador as doses aplicadas demonstra que 12% das crianças completaram seu esquema de vacinação com alguma dose não válida. A co-bertura com esquema completo com doses aplicadas passa para 81% (IC95% 76-85).

Em Goiânia, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar com exceção das mães que trabalham fora de casa onde a cobertura vacinal foi significativamente menor. Os resultados do inquérito foram sempre inferiores aos registrados pelo Ministério da Saúde.

Os exemplos apresentados utilizando como denominador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, os índices de cobertura vacinal demonstram que o programa de imunização de Goiânia apresenta um desempenho insatisfatório, devendo melhorar em muito para garantir um nível de proteção adequado.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L A R A C A J U

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municíPio de aracaJu

i. introdução

O município de Aracaju em 2005 tinha uma população estimada de 498.618 habi-tantes, sendo 35.664 de 1-4 anos de idade.

O município conta com 126 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 44 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do res-ponsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Aracaju, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 101 3.646 2.090,38 4,74 18,55

B 101 5.086 1.152,93 2,15 6,33

C 100 7.343 721,55 0,80 2,90

D 100 8.590 421,73 0,21 0,47

E 100 8.603 401,80 0,48 0,87

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Aracaju, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 36 1.621 2.198,54 5,31 19,51

B 31 1.769 1527,88 2,81 11,44

C 26 1.687 788,14 0,65 2,57

D 18 1.529 511,34 0,37 0,87

E 19 2.126 362,16 0,25 0,28

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

289

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não encontradas 0 0 0 0 0 0Perdas 22 6 0 0 1 29Recusas 0 0 0 0 0 0Entrevistadas 104 120 126 126 125 601

A B C D E Total

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Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 601 (95,4%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A, no qual foram realizadas 82,5% das entrevistas previstas. Nos estratos C, D e E o percentual de entrevistas realizadas foi praticamente 100% (gráfico 1).

As perdas foram responsáveis por 100% da não realização de entrevistas em Araca-ju, principalmente nos estratos A e B. Não houve recusas.

Praticamente a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 97,8% (IC95% 96-99).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No es-trato A, 51,9% são brancas enquanto que no estrato E esse valor é de 18,5%. O inverso se observa para os pardos e, com exceção do estrato A, a maioria das pessoas se declara par-da. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas, observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,1, com um aumento do valor do estrato A para o E (tabela 3).

0 0 0 0 0 0

22 6 0 0 1 29

0 0 0 0 0 0

104 120 126 126 125 601

não localizadas

Perdas

recusas

realizadas

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290

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E ARACAJU

Sexo % % % % % %

Masculino 50,0 52,5 52,4 50,8 44,0 48,7

Feminino 50,0 47,5 47,6 49,2 56,0 51,3

Cor

Branca 51,9 47,5 27,8 25,4 18,5 28,2

Preta 1,0 1,7 3,2 4,0 4,8 3,6

Amarela - - - - - -

Parda 47,1 50,8 69,0 70,6 76,7 68,2

Vermelha - - - - - -

Ordem denascimento

Primeiro 59,2 50,8 47,7 46,2 48,3 48,9

Segundo 24,3 34,2 31,7 29,8 23,8 28,1

Terceiro ou mais 16,5 15,0 20,6 24,0 27,9 23,0

Número de filhos

Média 1,79 1,86 1,99 2,17 2,26 2,10

A idade média das mães foi de 27,8 anos com diminuta variação entre os estratos.A proporção de mães que trabalham fora de casa foi significativamente maior no

estrato A comparado com os estratos C, D, e E. A proporção de mães analfabetas fun-cionais (com menos de 4 anos de estudo) foi pequena em Aracaju. O maior diferencial observa-se em relação à escolaridade mais elevada. O estrato A se destaca pois apresentou um percentual mais de 2 vezes maior que o estrato C de mães com mais de onze anos de estudo e mais de 4 vezes maior que os estratos D e E. A presença do companheiro é alta: praticamente mais de 70% em todos os estratos, com maior percentual no estrato A. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 50% das famílias nos estratos D e E viviam em condições de aglomeração. A proporção de famílias, em Aracaju, residindo há menos de 3 anos no domicílio sorteado foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

291

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Aracaju,2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E ARACAJU

Trabalho materno

Sim 59,2 47,5 36,0 32,5 32,0 37,0

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 2,0 1,7 8,1 7,4 4,8 5,4

4 a 10 39,6 60,0 64,5 80,3 81,5 72,0

11 e mais 58,4 38,3 27,4 12,3 13,7 22,6

Companheiro

Sim 79,6 75,0 75,2 77,0 69,6 73,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 27,2 26,7 45,6 56,1 58,4 48,9

Anos de residência

0 a 2 anos 29,1 35,3 29,3 35,7 36,0 34,1

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG: uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra Haemófilo B: três doses. E no caso da tríplice viral: uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT foram consideradas as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Aracaju apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 93,4% (IC95% 91-96). Todos os estratos apresentam cobertura acima de 90%, não havendo diferença significativa entre eles (gráfico 2).

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292

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 99,5 97,7 98,4 98,0 98,6 95,7LI 85,1 87,3 87,3 90,9 88,6 91,2CV 92,3 92,5 92,9 94,4 93,6 93,4

A B C D E Aracaju

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Aracaju verifi-camos que todos os estratos apresentam uma cobertura superior a 90% (gráfico 3), sendo para o município de 95,3% (IC95% 93-98).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 99,9 99,3 99,5 98,0 100,8 97,7LI 92,4 89,0 91,0 90,9 91,2 92,8CV 96,2 94,2 95,2 94,4 96,0 95,3

A B C D E Aracaju

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

293

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com me-nos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram incluídas no cálculo a vacina de forma isolada ou a tetravalente. A cobertura para o município de Aracaju foi de 93,4% (IC95% 91-96). Novamente não há valores de cobertura significativa-mente diferente entre os estratos (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 99,5 97,7 99,2 97,3 98,6 96,0LI 85,1 87,3 88,1 90,0 88,6 90,7CV 92,3 92,5 93,7 93,7 93,6 93,4

A B C D E Aracaju

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4. Vacina contra a Hepatite B

Em Aracaju, a cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vacinas DPT e Hib: 84,8 (IC95% 82-88). Não há diferença entre os estratos. Porém, na estimativa de ponto, nenhum ultrapassa 90,0% de cobertura (gráfico 5).

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294

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 93,2 92,5 87,8 92,6 93,0 87,8LI 81,8 77,5 74,1 78,8 78,2 81,8CV 87,5 85,0 81,0 85,7 85,6 84,8

A B C D E Aracaju

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação já que uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Aracaju, 96,2% (IC95% 94-98) receberam a vacina BCG. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 100,5 99,3 98,8 99,3 101,3 97,9LI 93,8 89,0 90,1 92,8 93,9 94,4CV 97,1 94,2 94,4 96,0 97,6 96,2

A B C D E Aracaju

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

295

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Aracaju foi de 85,7% (IC95% 83-89). Não há diferença entre os estratos, chamando a atenção a maior cobertura apresentada pelo estrato A (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 95,8 91,5 92,4 89,7 94,1 88,8LI 84,9 78,5 77,4 75,4 80,3 82,5CV 90,4 85,0 84,9 82,5 87,2 85,7

A B C D E Aracaju

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para o estado de Sergipe, havendo cobertura pouco expressiva e sem importância.

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 7,5 2,6 0,0 7,1 0,0 2,0LI 0,2 -0,9 0,0 -0,7 0,0 0,3CV 3,8 0,8 0,0 3,2 0,0 1,1

A B C D E Aracaju

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296

8. Esquema básico completo – conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que faz parte do esquema básico completo foi de 74,8% (IC95% 71-79). As meno-res coberturas encontram-se nos estratos C e D, não havendo, porém, diferença significa-tiva entre os estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 87,9 86,8 79,9 83,8 85,0 78,8LI 71,8 68,2 66,2 60,7 65,4 70,8CV 79,8 77,5 73,0 72,2 75,2 74,8

A B C D E Aracaju

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado levam em conside-ração todas as doses de vacinas recebidas, sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nessa condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Mesmo levando em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura no município não se altera, mantendo-se 94,0% de cobertura. Não há diferenças significati-vas entre os estratos (gráfico 10).

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297

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 99,5 97,7 98,0 98,7 99,4 96,1LI 85,1 87,3 89,3 91,8 89,4 92,0CV 92,3 92,5 93,7 95,2 94,4 94,0

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Os resultados para a vacina Hib são semelhantes aos da DPT, já que elas são ge-ralmente aplicadas em conjunto (gráfico 11). Há uma diminuta elevação dos valores de cobertura, todavia sem significância.

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 99,5 97,7 98,8 98,7 100,1 96,7LI 85,1 87,3 90,1 91,8 90,3 92,2CV 92,3 92,5 94,4 95,2 95,2 94,5

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3. Vacina contra a hepatite B

Considerando qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal para Hepatite B atinge quase 92% para o município. Há uma elevação de mais de 7% da cobertura em relação às doses válidas. O aumento na cobertura ocorre principalmente nos estratos B, C e E. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 98,8 97,7 96,9 95,6 98,6 94,3LI 85,0 87,3 84,0 83,8 88,6 89,2CV 90,4 92,5 90,5 89,7 93,6 91,7

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está acima de 95%, valor ideal para manu-tenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem. O aumento de cobertura, em relação às doses válidas, é insignificante. Da mesma forma, são insignificantes as diferen-ças as diferenças entre os estratos (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 101,0 100,1 100,0 100,3 100,8 98,4LI 97,0 89,9 92,0 94,9 91,2 94,5CV 99,0 95,0 96,0 97,6 96,0 96,5

A B C D E Aracaju

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299

5. Vacina SCRSe acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura

para a vacina SCR aumenta em 5,4% para o município chegando a 90,9%. Isso ocorre em todos os estratos, a despeito da cobertura do estrato D ser bem menor que as dos estratos A e E. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 14).Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 97,7 95,0 96,0 93,0 99,4 93,8LI 88,8 85,0 83,3 78,4 89,4 88,0CV 93,3 90,0 89,7 85,7 94,4 90,9

A B C D E Aracaju

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6. Conjunto das vacinas A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se cerca de 12%,

aumento considerável quando se compara com as doses válidas. No município, 86,7% (IC95% 83-90) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. Ainda assim, a cobertura do estrato D permanece mais baixa que a dos demais estratos (gráfico 15).Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 93,0 94,0 93,6 89,2 96,4 89,9LI 78,1 84,4 79,4 69,6 84,4 83,4CV 85,6 89,2 86,5 79,4 90,4 86,7

A B C D E Aracaju

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300

c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses. Assim, é a informação de cobertura com maior poten-cialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica tam-bém o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Aracaju somente foi feito em 40,6% (IC95% 38-44) das vezes. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 43,5 44,4 49,9 50,9 52,0 43,7LI 27,7 27,3 29,5 34,8 32,8 37,5CV 35,6 35,8 39,7 42,9 42,4 40,6

A B C D E Aracaju

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas. A cobertura para o município é de 47,9% (IC95% 45-51). A situação é semelhante para todos os estratos. O fato é que uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circu-lação de qualquer um dos vírus cobertos pela vacina, vir a adoecer (gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

301

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 53,7 60,9 62,9 53,9 52,0 50,9LI 40,5 42,4 45,0 38,1 37,6 44,9CV 47,1 51,7 54,0 46,0 44,8 47,9

A B C D E Aracaju

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iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. Assim, a comparação será feita com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

Na comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos, as cobertu-ras são sempre bem maiores segundo as informações obtidas no primeiro, com exceção da BCG. A maior diferença ocorreu para as vacinas Antipoliomielite e Tríplice viral.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, alguma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

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302

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Aracaju, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

%

CV 96,0 88,2 93,2 89,2 90,9MS 101,1 73,2 75,5 67,6 72,6

BCG Tetra Polio HVB SRC

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Fonte: Programa Nacional de Imunizações

V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. O com-parecimento foi relativamente homogêneo, superior a 85% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 96,2 99,4 99,4 98,8 100,7 95,7LI 82,2 90,5 89,2 72,4 76,5 84,1CV 89,2 94,9 94,3 85,6 88,6 89,9

A B C D E Aracaju

%

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CV

MS

96,0 88,2 93,2 89,2 90,9

101,1 73,2 75,5 67,6 72,6

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

303

Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram associação com a cobertura vacinal. As crianças cujas mães não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhante à daquelas que trabalhavam.

A estimativa por ponto, em Aracaju, não sugere que a maior escolaridade materna pode ser associada a maior cobertura.

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança também não mostraram interferir na cobertura vacinal (tabela 5).

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Aracaju, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 89,3 83,8 94,7

Não 85,4 81,3 89,6

Presença do companheiro

Sim 87,1 83,5 90,7

Não 85,3 79,8 90,7

Aglomeração intradomiciliar

Sim 84,7 81,5 88,0

Não 88,9 79,8 93,7

Mãe trabalha fora de casa

Sim 85,0 79,8 90,1

Não 87,6 83,3 91,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 81,4 56,6 106,2

4 a 10 anos 86,3 82,2 90,4

11 e mais 87,1 83,9 90,2

Ordem de nascimento

Primeiro 85,1 81,1 89,2

Segundo 90,3 85,1 95,5

Terceiro ou mais 87,1 83,9 90,2

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304

Sexo da criança

Masculino 86,3 82,0 90,6

Feminino 87,0 81,6 92,4

Cor da criança

Branca 84,2 77,5 90,9

Preta 81,6 61,5 101,7

Amarela - - -

Parda 87,9 84,2 91,6

* intervalo de confiança

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os ser-viços públicos. Para o município de Aracaju, só 4,5% (IC95% 2-7) das crianças utilizaram, em algum momento, serviços do setor privado. Esta proporção varia de 17,0% no estrato A, a 2,4% nos estratos C, D e E (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 27,1 19,5 5,2 5,1 6,1 6,7LI 6,0 0,5 -0,3 -0,3 -1,3 2,2CV 17,0 10,0 2,4 2,4 2,4 4,5

A B C D E Aracaju

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utilizou o setor privado a cobertura foi 84,3% (IC95%:67-102). No grupo que utilizou exclusivamente o setor público, o valor estimado foi de 78,7% (IC95%:75-83).

A participação na última campanha de vacinação foi um pouco menor para os usuários exclusivos dos serviços públicos, embora a diferença não seja significativa. No grupo que usa o setor privado, a participação foi de 95,9% (IC95% 91-101). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 89,5% (IC95% 83-96).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

305

Viii. uSo daS VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foi considerada apenas a aplicação das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Mas seu uso não pode ser considerado alto, pois só 12% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos D e E não houve menção de aplicação desta vacina nas crianças entrevistadas.

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Aracaju, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 19,6 10,3 2,5 0,0 0,0 2,7LI 5,4 1,4 -0,9 0,0 0,0 0,9CV 12,5 5,8 0,8 0,0 0,0 1,89

1 2 3 4 5 6

%

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Para as demais vacinas proporcionadas pelo setor privado e não incluídas no esque-ma vacinal oficial as coberturas foram acentuadamente inexpressivas. Para a vacina contra pneumococo, a cobertura para o município foi de 0,3%, para Hepatite A de 0,7% e para Varicela de 0,8%. Nos três casos, os únicos estratos que tiveram crianças vacinadas foram o A e o B.

iX. conSideraçÕeS finaiS

O trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Aracaju foi bastante produtivo, com uma proporção de entrevistas não realizadas inferior a 5% do número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito se-jam mais precisas.

Em Aracaju não se observaram associações entre os indicadores utilizados de con-dições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. Não se verificou associação entre a dis-tribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estu-dadas de caracterização do núcleo familiar.

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306

De uma maneira geral, em Aracaju, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas situaram-se em níveis adequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. A cobertura com a vacina contra hepatite B ficou abaixo de 90% nas estimativas de ponto em todos os estratos, embora esse valor só não esteja incluído no intervalo de confiança de 95% no estrato C. A cobertura para a tríplice viral ficou abaixo de 95% em todos os estratos na estimativa de ponto e apenas o estrato A inclui esse valor no intervalo de confiança de 95%.

Observa-se também que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 74,8% (IC95% 71-79), o que significa que aproximadamente 1/4 das crian-ças do município aos 18 meses tinha o seu esquema com doses válidas incompleto para al-guma das vacinas. A análise através das doses aplicadas mostra que uma proporção dessas crianças completou o esquema básico, pois a cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas sobe para 86,7% (IC95% 83-90).

Na análise, utilizando como numerador as doses corretas quando as vacinas são aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados observa-se que, apesar do programa de imunizações de Aracaju apresentar um desempenho satisfa-tório, ainda há bastante margem para o seu aprimoramento.

A comparação com os dados administrativos mostra que, com exceção da BCG, as demais vacinas têm subestimação de informações administrativas, o que deve ser estuda-do, particularmente quanto às estimativas populacionais usadas.

Quanto às vacinas não incluídas no calendário, sua participação na coorte estudada foi muito pequena.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L F O R T A L E Z A

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308

municíPio de fortaleza

i. introdução

O município de Fortaleza em 2005 tinha uma população estimada de 2.374.944 habitantes, sendo que 182.288 eram da faixa étaria de 1-4 anos de idade.

O município contava, em 2005, com 77 equipes do Programa de Saúde da Família. Em 2006, as equipes do Programa de Saúde da Família eram 234. Existem 119 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A Tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação re-alizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do respon-sável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Fortaleza, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 266 10.336 2.862,96 7,45 27,70

B 282 14.169 1.156,36 1,82 5,32

C 392 23.945 683,00 0,66 1,68

D 387 42.430 442,08 0,26 4,45

E 697 73.466 279,01 0,12 0,05

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Fortaleza, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 65 2.406 2.861,24 7,28 27,47

B 58 2.819 1.114,33 1,89 5,71

C 53 3.060 690,23 0,62 1,87

D 42 3.477 436,53 0,35 0,39

E 40 4.086 277,16 0,13 0,05

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

309

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças não

localizadas, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 32 0 3 2 0 37Recusas 7 0 0 0 0 7Perdas 0 0 0 0 0 0Realizadas 171 210 207 208 210 1006

A B C D E Fortaleza

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32 0 3 2 0 37

7 0 0 0 0 7

0 0 0 0 0 0

171 210 207 208 210 1006

Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 1.006 (95,8%). O maior percentual de recusas e não localizadas ocorreu no estrato A onde foram efetuadas 81,4% das entre-vistas previstas (gráfico 1).

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 95,74% (IC95% 91-100). No estrato E, o percentual foi ligeiramente inferior 92% (IC95% 85-100) e no estrato A as informações foram 100% obtidas das cadernetas de vacinação. Foi observado um comportamento similar à média do município nos demais estratos.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, existe uma predominância da cor parda (46,5%), seguida da branca com 43,7%. A proporção de brancos é maior nos estratos A e B, sendo menor no estrato D. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas, observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O numero médio de filhos foi de 2,1 com pequenas diferenças entre os estratos (tabela 3).

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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310

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E FORTALEZA

Sexo % % % % % %

Masculino 43,90 41,4 53,1 53,8 57,6 53,7

Feminino 56,1 58,6 46,9 46,2 42,4 46,3

Cor

Branca 52,4 53,6 41,6 39,9 43,5 43,7

Preta 3,6 6,2 3,4 3,8 4,8 4,3

Amarela 5,4 4,3 5,8 5,3 5,7 5,5

Parda 38,7 35,9 49,3 51,4 45,9 46,5

Vermelha 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Ordem denascimento

Primeiro 53,2 54,1 16,9 54,6 35,6 45,7

Segundo 31,6 26,3 15,0 24,2 32,2 29,2

Terceiro ou mais 15,2 19,6 10,2 21,3 32,2 25,1

Número de filhos

Média 1,77 2,0 1,97 1,98 2,35 2,13

A idade média das mães foi de 27,5 anos sendo ligeiramente maior no estrato A, 28,7 anos, e menor no estrato D com 26,9 anos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A, ligeiramen-te menor no estrato B e semelhante nos estratos C e D. O estrato E foi o que apresentou a menor proporção (28,5%) de mães que trabalham fora de casa. A proporção de mães analfabetas funcionais foi muito pequena em Fortaleza. O maior diferencial se observa com a escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual duas vezes maior que o estrato E de mães com mais de onze anos de estudo. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. No estrato E, 67,3% das famílias viviam em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de três anos em Fortaleza apresentou pequenas diferenças entre os estratos (tabela 4).

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311

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E FORTALEZA

Trabalho materno

Sim 48,2 44,3 38,2 38,5 28,6 35,1

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 4,1 2,9 5,3 1,9 6,7 4,8

4 a 10 34,3 43,9 40,1 57,9 60,3 53,7

11 e mais 61,5 53,1 54,6 40,1 33,0 41,5

Companheiro

Sim 71,2 76,2 72,5 74,0 77,17 75,27

Aglomeração intradomiciliar

Sim 27,9 45,1 50,2 56,8 67,3 57,7

Anos de residência

0 a 2 anos 26,6 22,8 33,5 33,2 31,4 31,1

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemófilo B, três doses e no caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, levou-se em conta um intervalo igual ou maior que o mínimo reco-mendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses de tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Fortaleza apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 93,3% (IC95% 90 – 96). Não se observou uma cobertura signifi-cativamente diferente entre os estratos socioeconômicos. Apesar de não ser significativa-mente diferente, o único estrato que apresentou cobertura um pouco abaixo de 90% foi o estrato B (gráfico 2).

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312

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 96,35 94,04 99,28 98,60 98,24 96,20LI 88,44 84,06 92,99 89,86 87,48 90,46CV 92,40 89,05 96,14 94,23 92,86 93,33

A B C D E Fortaleza

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2. Vacina contra poliomieliteNa cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consideradas as

doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Fortaleza verificamos uma cobertura inferior a 95% e, exceto o estrato A, os demais apresentaram coberturas acima de 90% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

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Estrato

%

LS 92,27 96,50 100,20 99,45 99,95 97,26LI 77,32 89,22 96,90 91,90 90,52 92,68CV 84,80 92,86 98,55 95,67 95,24 94,97

A B C D E Fortaleza

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

313

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consi-deradas no cálculo ou as vacinas tetravalentes de as de forma isolada. A cobertura para o município de Fortaleza foi de 92,9% (IC95% 90 - 96). Todos os estratos apresentaram valores acima de 90% ou próximo deste valor (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Fortaleza, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 97,30 94,16 98,87 99,17 96,28 95,83LI 89,83 84,89 92,44 92,17 85,62 89,96CV 93,57 89,52 95,65 95,67 90,95 92,90

A B C D E Fortaleza

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4. Vacina contra a Hepatite B

Em Fortaleza, a cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vacinas DPT e Hib (81,8% com IC95% de 78 – 86). No estrato E, a cobertura foi 78,1% (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

10

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80

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100

Estrato

%

LS 87,26 88,79 91,11 91,76 84,47 85,63LI 76,48 73,11 81,84 80,36 71,72 78,09CV 81,87 80,95 86,47 86,06 78,10 81,86

A B C D E Fortaleza

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que para as demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Além disso, não reflete o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Fortaleza 98,6% (IC95% 97 – 100) receberam a vacina BCG. Todos os estratos apresentaram coberturas acima de 95% (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 100,30 100,20 100,51 100,40 100,80 99,89LI 96,19 96,94 98,53 97,67 95,39 97,30CV 98,25 98,57 99,52 99,04 98,10 98,60

A B C D E Fortaleza

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando apli-cada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Fortaleza foi de 86% (IC95% 83 – 89). Os estratos A e C foram os que apresentaram as maiores coberturas (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 94,92 94,07 94,40 90,61 90,03 89,40LI 86,37 83,07 87,24 79,58 77,59 82,61CV 90,64 88,57 90,82 85,10 83,81 86,00

A B C D E Fortaleza

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315

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para a região Nor-deste, sendo indicada para deslocamento para áreas endêmicas do Brasil e do exterior, por isso as coberturas no município de Fortaleza são baixas (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 4,59 1,45 1,47 1,46 6,40 3,23LI 0,09 -0,50 -0,51 -0,50 -0,69 0,09CV 2,34 0,48 0,48 0,48 2,86 1,66

A B C D E Fortaleza

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas foi 71,4% (IC95% 67 – 76). Os estratos A e E foram os que apresentaram as cober-turas mais baixas (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 75,04 79,38 83,78 84,34 73,99 76,06LI 59,46 64,43 70,81 70,46 59,34 66,90CV 67,25 71,91 77,30 77,40 66,67 71,48

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316

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se para 95% (IC95% 92 - 98). Todos os estratos apresentaram coberturas acima de 92%, observando-se diferença significativa entre os estratos B e C, pois não há superposição dos intervalos de confiança (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 98,72 97,00 100,41 99,06 99,64 98,05LI 91,92 88,71 97,66 90,36 88,93 92,01CV 95,32 92,86 99,03 94,71 94,29 95,03

A B C D E Fortaleza

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2. Vacina contra Hemófilo BComo a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi se-

melhante à anterior, embora os intervalos de confiança dos estratos B e C apresentem pequena superposição (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

317

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Fortaleza, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 98,86 97,47 100,73 99,17 98,71 97,85LI 92,95 89,19 96,37 92,17 87,96 91,87CV 95,91 93,33 98,55 95,67 93,33 94,86

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3. Vacina contra a hepatite BLevando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal para o município é

de 91,4%. As diferenças entre os estratos não são significativas e, com exceção dos estra-tos B e E, que apresentam coberturas de 89,05% (IC95% 82 – 96) e 89,52% (IC95% 84 – 95) respectivamente, os demais estratos têm coberturas superiores a 90% (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 96,16 96,28 98,94 97,41 94,56 94,43LI 83,96 81,81 94,30 88,17 84,49 88,36CV 90,06 89,05 96,62 92,79 89,52 91,39

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas é de 96,5% (IC95% 94 – 99). A proporção foi acima de 92% em todos os estratos socioeconômicos (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 97,30 98,89 100,00 100,69 100,39 98,75LI 87,50 92,54 100,00 93,54 91,04 94,23CV 92,40 95,71 100,00 97,12 95,71 96,49

A B C D E Fortaleza

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade (gráfico 14), a cobertura aumenta para a vacina SCR em 5,8 pontos percentuais para o município, chegando 91,8% (IC95% 89-94).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

319

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 97,72 97,70 97,75 96,55 96,14 94,89LI 90,58 88,96 92,59 86,15 84,82 88,84CV 94,15 93,33 95,17 91,35 90,48 91,86

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6. conjunto das vacinas A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente

quando consideramos as doses aplicadas. No município, 84,8% (IC95% 81-89) receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 89,99 90,89 95,64 90,97 88,87 88,50LI 73,75 75,78 88,90 79,23 76,85 81,07CV 81,87 83,33 92,27 85,10 82,86 84,79

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320

c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Fortaleza somente foi feito por 26,6% (IC95% 23 – 30), sendo que as coberturas foram semelhantes entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 29,26 29,47 40,52 35,03 31,47 30,31LI 15,18 18,15 25,18 21,70 18,05 22,95CV 22,22 23,81 32,85 28,37 24,76 26,63

A B C D E Fortaleza

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2. vacina SCRApesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito

menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune, podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer(gráfico 17).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

321

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

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Estrato

%

LS 44,00 43,48 47,64 42,88 42,00 40,39LI 29,68 29,85 31,58 27,31 27,53 31,31CV 36,84 36,67 39,61 35,10 34,76 35,85

A B C D E Fortaleza

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iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos mostra, para as vacinas BCG e SCR, coberturas mais baixas no inquérito. Para as demais vacinas, em Fortaleza os dados do inquérito eram superiores aos dados administrativos. A maior di-ferença ocorreu para a vacina BCG, os dados oficiais mostram coberturas sempre acima de 100% (gráfico 18).

Em relação à vacina BCG, as discrepâncias entre as duas fontes e coberturas su-periores a 100% para os dados registrados apontam para inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito.

As diferenças continuam na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas

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322

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Fortaleza, 2007.

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ICV 98,246 95,322 95,906 90,058 92,398 2,924 91,862MS 122,61 81,94 81,94 79,20 89,92 0,09 96,18

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município, como um todo, foi alta, ficando em 92,1%. Com exceção do estrato D (89,4%), os demais estratos tiveram coberturas acima de 91% (gráfico 19).

ICV

MS

98,246 95,322 95,906 90,058 92,398 2,924 91,862

122,61 81,94 81,94 79,20 89,92 0,09 96,18

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

323

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Fortaleza, 2007.

0

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Estrato

%

LS 96,2 97,7 96,4 93,4 97,2 94,3LI 87,3 89,9 91,0 85,4 88,5 89,9CV 91,8 93,7 93,7 89,4 92,9 92,1

A B C D E Fortaleza

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar também não apresentam qualquer associação com a cobertura va-cinal. O fato de a mãe trabalhar fora de casa também não interferiu na cobertura vacinal. Além disso, escolaridade materna, o sexo e a cor da criança não interferem na cobertura vacinal (tabela 5).

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324

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas,

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Fortaleza, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 83,969 78,583 89,355

Não 85,189 81,332 89,047

Presença do companheiro

Sim 83,91 79,945 87,876

Não 87,567 81,802 93,332

Aglomeração intradomiciliar

Sim 84,55 80,60 88,50

Não 84,75 79,92 89,58

Mãe trabalha fora de casa

Sim 82,655 77,332 87,979

Não 85,987 81,748 90,226

Escolaridade materna

0 a 3 anos 89,637 78,483 100,792

4 a 10 anos 81,769 76,532 87,006

11 e mais 88,113 84,22 92,005

Ordem de nascimento

Primeiro 86,031 81,855 90,207

Segundo 84,486 78,539 90,433

Terceiro ou mais 83,358 76,247 90,468

Sexo da criança

Masculino 83,07 78,057 88,083

Feminino 86,778 82,72 90,837

Cor da criança

Branca 81,664 76,374 86,954

Preta 78,57 61,757 95,384

Parda 81,235 66,691 95,779

Amarela 88,586 83,598 93,575

* intervalo de confiança

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

325

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Fortaleza apenas 7,4% (IC95% 5 – 10) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 30,2% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 4,8% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacional, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 42,7 14,0 11,4 9,5 8,6 9,6LI 17,7 5,3 4,1 1,2 1,0 5,1CV 30,2 9,7 7,7 5,3 4,8 7,4

A B C D E Fortaleza

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi menor entre as crianças que usam o setor privado de vacinação quando comparado com as que usam ex-clusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 61,6% (IC95% 49 - 74) e nos demais o valor estimado foi de 77,8% (IC95% 73 – 83).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante: 92% (IC95% 86 – 98) para as crianças que utilizam serviços do setor privado. Entre as crianças que utilizam exclusivamente o setor público, esta proporção foi de 92,3% (IC95% 90 – 94).

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326

Viii. uSo de VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foram consideradas apenas a aplicação da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo a cobertura foi significantemente maior nos es-tratos de melhores condições de vida. Entretanto, a cobertura pode ser considerada baixa, pois menos de 15% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos es-tratos B,C, D e E a cobertura não atingiu nem 5% das crianças entrevistadas(gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 23,91 7,47 4,46 1,46 2,31 3,25LI 5,33 1,11 0,37 -0,50 -0,40 1,13CV 14,62 4,29 2,42 2,00 0,95 2,19

A B C D E Fortaleza

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. A cobertu-ra, entretanto, foi ainda menor do que aquela observada para a vacina contra meningoco-co. No estrato A, apenas 15,1% das crianças receberam esta vacina. A cobertura foi bem inferior nos estratos de piores condições de vida, a cobertura do município de Fortaleza foi de apenas 1,65% (IC95% 0,9– 2,4) (gráfico 22).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

327

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 24,28 7,68 1,47 0,00 1,45 2,41LI 6,13 1,85 -0,51 0,00 -0,50 0,89CV 15,21 4,76 0,48 1,00 0,48 1,65

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A vacina contra a hepatite A apresenta cobertura cerca de 18% para as crianças do estrato A. Nos demais estratos, a cobertura é muito baixa mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida, sendo que nos dois estratos piores a cobertura é nula (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 26,78 7,68 3,10 0,00 0,00 2,54LI 8,31 1,85 -0,20 0,00 0,00 0,92CV 17,54 4,76 1,45 0,00 0,00 1,73

A B C D E Fortaleza

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Para a vacina contra a varicela, observa-se o mesmo perfil de distribuição com cobertura semelhante à observada para a hepatite A, para todos os estratos socioeconô-micos (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Fortaleza, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 26,78 7,68 3,10 0,00 0,00 2,54LI 8,31 1,85 -0,20 0,00 0,00 0,92CV 17,54 4,76 1,45 0,00 0,00 1,73

A B C D E Fortaleza

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iX. conSideraçÕeS finaiS

O inquérito de cobertura vacinal apresentou uma proporção de entrevistas realiza-das superior a 95% das entrevistas previstas, mostrando o bom desempenho do trabalho de campo, o que faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais preci-sas.

A estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, garantindo a inclusão dos distintos segmentos da população de Fortaleza. Não houve associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais.

Quando analisamos as doses aplicadas (doses de vacina recebidas sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação) por vacina, observa-se uma boa cobertura vacinal. O esquema vacinal completo para todas as vacinas aos 18 meses é aproximadamente 85%.

Entretanto, ao estudarmos o esquema vacinal com doses válidas observa-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 71,4% (IC95% 67 - 76), ou seja, aproximadamente 30% das crianças de Fortaleza aos 18 meses tinham o seu esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas.

Ao utilizarmos como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados demonstramos que o programa de imunizações de Fortaleza, apesar de um desempenho satisfatório, tem de se aprimorar, uma vez que é o esquema básico completo que mostra uma efetiva imunização, além do compromisso das mães e dos serviços com a questão da imunização apropriada.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L J O Ã O • P E S S O A

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330

municíPio de João PeSSoa

i. introdução

O município de João Pessoa tinha, em 2005, uma população estimada em 660.797 habitantes, dos quais 46.047 entre 1 e 4 anos de idade (DATASUS).

O inquérito de cobertura vacinal foi realizado com base em uma amostra represen-tativa das crianças nascidas vivas em João Pessoa, no ano de 2005.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde, referentes a maio de 2008, indicam que o município conta com 180 equipes do Programa de Saúde da Família, 160 salas de vacina e um (01) Centro de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

ii. caracteríSticaS da amoStra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas dos estratos construí-dos para seleção dos setores censitários que compõem a amostra. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do res-ponsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, João Pessoa, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 119 5.112 2.402,86 8,6 21,6

B 112 6.075 898,00 2 3,3

C 121 8.366 522,74 0,9 0,5

D 111 10.555 375,83 0,5 0,2

E 119 11.534 261,03 0,1 0,02

Os setores sorteados para a amostra são comparáveis com o conjunto do estrato, demonstrando a representavidade do processo amostral, como apresentado na tabela 2.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

João Pessoa, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 25 1.377 2191,2 8,3 18,8

B 23 1.283 907,9 1,6 3,4

C 23 1.491 530,0 0,8 0,4

D 19 2.017 370,1 0,4 0,3

E 22 1.766 265,0 0,1 0,02

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

331

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 572 (91%). O maior percentual de entrevistas não efetuadas (11%) ocorreu no estrato A onde foram realizadas 89% das entre-vistas previstas. Nos estratos B e C o percentual de entrevistas realizada foi igual a 90% e os estratos D e E tiveram 96% e 97% de entrevistas realizadas, espectivamente (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 11 8 9 4 4 36Recusas 7 3 1 0 0 11Perdas 6 2 2 1 0 11Realizadas 102 113 114 121 122 572

A B C D E João Pessoa

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A não localização das crianças no conglomerado foi um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista. Das 58 crianças não entrevistadas em João Pessoa, 36 não foram localizadas, correspondendo a 62%. Isto significa que a equipe percorreu todo o conglomerado, casa a casa, e constatou que não havia as sete crianças previstas na amostra. As recusas foram maiores no estrato A, onde corresponderam a 5,5% da amos-tra. Não houve recusas nos estratos D e E. No Município, considerando todos os estratos, houve 11 perdas, isto é, havia informação da existência de uma criança na faixa etária, mas os entrevistadores visitaram a casa 2 vezes e a encontraram fechada, ou não havia uma pessoa adulta responsável pela criança que pudesse responder.

As informações sobre as vacinas aplicadas foram documentadas mediante a con-sulta às cadernetas de vacinação em 95% (IC95% 93-97) dos casos. Em 5% das vezes a informação obtida foi verbal.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele (auto-referida), ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas varia entre os estratos. Há um predomínio de meninos, no município e nos estratos, exceto no estrato B. O estrato A é o que apresenta a maior proporção de meninos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. Há um predomínio de crianças brancas nos estratos A e C, enquanto as par-das apresentam as maiores proporções nos estratos D e E. As crianças amarelas aparecem em proporções muito pequenas atingindo o máximo de 2,5% no estrato E. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas em relação ao primeiro filho, observando-se um aumento da proporção do primeiro filho no estrato A e na proporção de terceiro filho na ordem de nascimento nos estratos D e E. O número médio de filhos foi de 2,0, sem diferença entre os estratos, como pode ser visto na tabela 3.

11 8 9 4 4 36

7 3 1 0 0 11

6 2 2 1 0 11

102 113 114 121 122 572

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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332

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos por estrato socioeconômico, João

Pessoa, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E JOÃO PESSOA

Sexo % % % % % %

Masculino 61,8 46,0 57,0 56,2 54,1 55,0

Feminino 38,2 54,0 43,0 43,8 45,9 45,0

Cor

Branca 72,3 57,5 71,1 43,0 46,7 55,4

Preta 3,0 6,2 ---- 7,4 6,6 5,0

Amarela 1,0 ---- 1,8 ---- 2,5 1,2

Parda 23,8 36,3 27,2 49,6 44,3 38,5

Vermelha --- --- --- --- --- ---

Ordem denascimento

Primeiro 52,9 43,4 49,1 45,8 43,4 46,3

Segundo 34,3 38,9 39,5 29,2 30,3 33,6

Terceiro ou mais 12,7 17,7 11,4 25,0 26,2 20,0

Número de filhos

Média 1,8 2,0 1,7 2,1 2,2 2,0

A idade média das mães foi de 29 anos, não havendo diferença significativa entre os estratos, embora a estimativa por ponto sugira que as mães do estrato A têm idades um pouco mais elevadas (32 anos).

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e C e ligeiramente menor no estrato E. A proporção de mães analfabetas funcionais (com me-nos de 4 anos de estudo) não é insignificante em João Pessoa, e atinge níveis superiores a 10% nos estratos D e E. Os estratos A e B apresentam proporções entre 2 e 4%. Quando se considera o percentual de mães que possuem mais de 11 anos de estudo, no estrato A o valor é aproximadamente 15 vezes maior que o valor do estrato E. A presença do companheiro vivendo junto é alta em todos os estratos, sendo discretamente menor no estrato E.

A aglomeração intradomiciliar (mais de 2 pessoas por cômodos) é inversamente proporcional aos níveis de escolaridade e renda. Mais de 50% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração e apenas 14 no estrato A. Quanto ao tempo de residência no município, a proporção de famílias residindo há menos de 3 anos em João Pessoa foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

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333

Tabela 4. Características das mães e da família das crianças entrevistadas,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E JOÃO PESSOA

Trabalho materno

Sim 49,0 33,6 38,6 32,2 27,9 34,6

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 2,0 4,5 ---- 13,4 14,8 8,4

4 a 10 35,6 77,5 80,4 76,5 81,1 73,7

11 e mais 62,4 18,0 19,6 10,1 4,1 17,9

Companheiro

Sim 83,3 76,1 81,6 75,2 73,8 77,2

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidasDefiniu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias

para imunização. No caso da vacina BCG, 1 dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra Haemophilus B, 3 doses e no caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada, e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT foram consideradas as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de João Pessoa apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 87% (IC95% 84-90). Não se observou uma cobertura significati-vamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 96,0 97,1 95,5 90,3 91,6 89,9LI 84,4 83,4 81,7 76,7 78,9 83,7CV 90,2 90,3 88,6 83,5 85,2 86,8

A B C D E João Pessoa

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de João Pessoa verificamos uma cobertura inferior a 95% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

10

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30

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60

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100

Estrato

%

LS 99,0 100,0 97,7 96,1 99,4 95,8LI 89,2 91,2 84,7 85,7 90,8 90,6CV 94,1 95,6 91,2 90,9 95,1 93,2

A B C D E João Pessoa

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3.Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consi-deradas no cálculo a vacina tetravalente ou a vacina contra Haemophilus ministrada de forma isolada. A cobertura para o município de João Pessoa foi de 78,3% (IC95% 75 -82). Os estratos apresentaram valores de cobertura vacinal entre 72% a 86%, tendo o estrato B a maior cobertura e os estratos C e D, as menores proporções, além de intervalos de confiança que indicam haver diferenças entre eles (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

João Pessoa, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 88,3 93,5 83,1 82,3 93,3 82,1LI 70,6 78,1 60,8 61,5 75,5 74,6CV 79,4 85,8 71,9 71,9 84,4 78,3

A B C D E João Pessoa

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4.Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as va-cinas DPT e Hib em João Pessoa: 76% (IC95% 72-80). Embora o estrato B apresente uma cobertura ligeiramente acima de 80%, o intervalo de confiança indica que esta cobertura pode ser bem mais baixa, como pode ser visto no gráfico 5.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

10

20

30

40

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 89,3 91,3 84,9 83,5 82,9 80,3LI 69,5 73,3 65,9 63,7 67,9 72,5CV 79,4 82,3 75,4 73,6 75,4 76,4

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5.Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada válida. A cobertura ob-tida com esta vacina não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em João Pessoa, 96% (IC95% 94-98) das crianças da coorte receberam a vacina BCG e não há diferença entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100,0 100,7 98,7 99,4 101,3 97,6LI 90,2 95,7 85,5 90,7 93,8 93,7CV 95,1 98,2 92,1 95,0 97,5 95,6

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336

6.Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em João Pessoa foi de 77% (IC95% 73-81). O estrato D foi o que apresentou menor cobertura, 72% (IC95% 62-82), embora não haja diferenças significativas entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

10

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50

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90

100

Estrato

%

LS 85,5 92,1 89,5 81,7 85,1 81,5LI 69,4 74,3 71,9 62,1 69,0 73,3CV 77,5 83,2 80,7 71,9 77,0 77,4

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7.Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para o Estado da Paraíba. Pouquíssimas crianças fizeram uso desta vacina que, portanto, não será conside-rada nas análises apresentadas.

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de aproximadamente 54% (IC95% 49-58). O estrato D apresentou uma cobertura inferior a 50%, atingindo apenas 48,8 (IC95% 35-62) de cobertura (gráfico 8), porém não há diferenças entre os estratos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

337

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 68,2 72,0 65,5 62,1 62,7 58,2LI 43,5 50,1 45,1 35,4 40,6 48,9CV 55,9 61,1 55,3 48,8 51,6 53,5

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas, sem considerar se os intervalos entre as doses foram adequa-dos e nem a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção entre as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, HVB, po-liomielite e o esquema básico completo (sem a vacina contra a febre amarela).

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se de 87% com as doses válidas para 91% (IC95% 98-94). O estrato B apresentou a maior cobertura 95% (IC95% 90-99), mas não se observa diferença estatisti-camente significante entre os diferentes estratos socioeconômicos.

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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Estrato

%

LS 98,1 99,2 96,9 93,0 98,6 94,1LI 88,2 90,2 83,8 80,5 89,9 88,9CV 93,1 94,7 90,4 86,8 94,3 91,5

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338

2. Vacina contra Haemophilus influenzae B

Apesar de ser geralmente aplicada junto com a vacina DPT, a cobertura da vacina de Hib não apresenta o mesmo incremento (gráfico 10), observando-se apenas um discre-to aumento, de 78% para 81% (IC95%78-85).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

João Pessoa, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 90,1 95,1 85,3 85,8 95,6 84,8LI 74,6 80,1 63,8 66,2 78,2 77,6CV 82,4 87,6 74,6 76,0 86,9 81,2

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada a cobertura vacinal atinge 88% (IC95%85-91) para o município. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 96,0 97,5 92,4 93,5 95,3 90,8LI 84,4 86,6 76,0 80,1 81,7 85,0CV 90,2 92,0 84,2 86,8 88,5 87,9

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

339

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 95%, valor que assegura uma cobertura suficiente para manter eliminado da circulação o poliovírus selvagem, embora o limite inferior do intervalo de confiança indique que o valor verdadeiro pode ser um pouco menor (93%), como mostra o gráfico 12.

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

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Estrato

%

LS 99,0 100,7 98,7 97,9 101,3 97,5LI 89,2 95,7 85,5 88,9 93,8 92,7CV 94,1 98,2 92,1 93,4 97,5 95,1

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade (gráfico 13), a cobertura para a vacina SCR aumenta em 9% para o município chegando a 86,5% (IC95% 84-89). O estrato B apresenta a cobertura mais alta no município, 96% (IC95% 91-100).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 93,4 100,0 93,1 88,6 94,4 88,9LI 79,1 91,1 77,1 73,4 81,0 84,0CV 86,3 95,6 85,1 81,0 87,7 86,5

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340

6. Esquema básico completo aplicado, conjunto das vacinas

Tendo em vista que no esquema com doses aplicadas não se leva em consideração o intervalo entre as doses e a idade das crianças, seria esperado que a cobertura fosse bem mais elevada. Apenas no estrato B, o limite superior do intervalo fica em torno de 90% (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

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Estrato

%

LS 80,5 89,3 74,2 79,0 83,6 73,9LI 60,7 70,0 53,9 53,3 59,0 65,4CV 70,6 79,6 64,0 66,1 71,3 69,7

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido pelo calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é o esquema com maior potencialidade de ser efetivo, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades, que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre a distribuição da doença na população. Indica também o grau de compro-misso dos responsáveis pela criança e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As coberturas observadas para estas vacinas podem dar uma idéia do que acontece com outras vacinas e servir para dimensionar a intervenção necessária para uma vacinação de melhor qualidade no município.

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de João Pessoa foi de apenas 6% (IC95% 4 - 7,4), sendo mais elevado no estrato A (gráfico 15).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

341

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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Estrato

%

LS 16,9 10,9 14,7 7,5 7,4 7,4LI 4,6 -0,3 1,1 0,8 -0,8 3,8CV 10,8 5,3 7,9 4,1 3,3 5,6

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Em relação à vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas, 28% versus 77%, respectivamente. Na estimativa por ponto, o estrato A apresenta a maior cobertura municipal (gráfico 16). A situação é semelhante em todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica, por determinado tempo, não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer.

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007.

0

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Estrato

%

LS 53,8 41,7 38,0 30,6 33,3 33,9LI 30,6 20,3 19,9 14,0 19,2 23,0CV 42,2 31,0 28,9 22,3 26,2 28,4

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342

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, João Pessoa, 2007.

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Imunobiológico

%

Inquérito 95,2 89,9 81,1 71,6 82,5 86,5MS 196,1 96,7 93,5 93,5 94,6 109,7

BCG Polio DPT Hib HVB SCR

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De um modo geral, a cobertura obtida com dados administrativos é maior do que a aferida pelo inquérito. No entanto, não há homogeneidade quanto à magnitude das dife-renças entre os diversos imunobiológicos. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG, em que a cobertura administrativa atinge quase 200%, o dobro da obtida pelo inquérito.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas. As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Inquérito

MS

95,2 89,9 81,1 71,6 82,5 86,5

196,1 96,7 93,5 93,5 94,6 109,7

Imunobiológico

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343

V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município como um todo foi inferior a 90% (IC95% 86-91) e pontual-mente foi maior no Estrato E, embora não estatisticamente significante (gráfico 18).

Gráfico 18. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, João Pessoa, 2007

0

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Estrato

%

LS 93,5 94,6 94,2 93,8 96,3 91,4LI 77,1 84,2 82,8 81,4 87,3 86,4CV 85,3 89,4 88,5 87,6 91,8 88,9

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não esteve associada a nenhuma das variáveis selecionadas, que foram: presença da avó na casa, companheiro morando junto e aglomeração intradomiciliar. As crianças filhas de mães que não trabalhavam fora de casa foram vacinadas em proporções semelhantes às das crianças cujas mães trabalham fora de casa.

Também não foram observadas diferenças na cobertura vacinal quando consideradas a escolaridade materna, a ordem de nascimento das crianças e a cor da criança (tabela 5).

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344

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado segundo

características das famílias, das mães e das crianças, João Pessoa, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 68,8 62,8 74,8

Não 70,1 63,2 77,0

Presença do companheiro

Sim 69,8 64,7 75,0

Não 69,1 60,9 77,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 71,4 66,9 75,9

Não 66,1 58,3 73,9

Mãe trabalha fora de casa

Sim 64,6 56,0 73,1

Não 72,3 68,1 76,4

Escolaridade materna

0 a 3 anos 71,8 59,6 83,9

4 a 10 anos 68,2 62,9 73,5

11 e mais 73,7 67,0 80,4

Ordem de nascimento

Primeiro 72,6 68,4 76,9

Segundo 72,6 65,3 79,9

Terceiro ou mais 57,5 44,9 70,1

Sexo da criança

Masculino 69,9 63,5 76,2

Feminino 69,4 63,8 75,0

Cor da criança

Branca 68,2 63,0 73,4

Preta 81,3 70,5 92,1

Parda 84,7 57,3 112,1

Amarela 69,7 61,7 77,7

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

345

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de João Pessoa, 8% (IC95% 5-10) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 28% no estrato A, o que apresenta maior renda e escolaridade, mas se reduz drasticamente no estrato B, que também se en-contra entre os de melhores condições de vida. Em João Pessoa, a imunização das crian-ças em todos os níveis socioeconômicos baseia-se fundamentalmente na rede pública, como pode ser visto no gráfico 19.

Gráfico 19. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, João Pessoa, 2007.

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Estrato

%

LS 38,3 8,8 9,9 9,6 7,5 10,1LI 18,6 0,0 0,6 2,0 0,7 5,5CV 28,4 4,4 5,3 5,8 4,1 7,8

1 2 3 4 5 João Pessoa

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 62% (IC95% 51-73) e nos demais, o valor estimado foi de 60% (IC95% 54-65).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois gru-pos, embora a estimativa por ponto tenha indicado que o grupo que utiliza exclusivamen-te o setor público tenha tido maior participação na última campanha, que o grupo que também utiliza os serviços privados. No grupo que usa exclusivamente o setor público, a participação foi de 89% (IC95% 87-92). Nas crianças que utilizam também o setor privado esta proporção foi de 82% (IC95% 70-94).

Viii. uSo daS VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foram consideradas apenas a aplicação da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

O uso da vacina contra meningococo ocorreu quase que exclusivamente no estrato A, mas ainda em um percentual muito baixo, inferior a 10%, como pode ser visualizado no gráfico 20.

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346

Gráfico 20. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, João Pessoa, 2007.

0

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Estrato

%

LS 15,6 0,0 0,0 2,6 0,0 2,2LI 2,1 0,0 0,0 -0,9 0,0 0,4CV 8,8 0,0 0,0 0,8 0,0 1,3

A B C D E João Pessoa

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O mesmo pode ser observado para a vacina contra pneumococo (gráfico21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, João Pessoa, 2007.

0

10

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 17,1 0,0 0,0 2,6 0,0 2,4LI 2,5 0,0 0,0 -0,9 0,0 0,5CV 9,8 0,0 0,0 0,8 0,0 1,4

A B C D E João Pessoa

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com menos de 3% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Para o município, o percentual de uso é inferior 1% (gráfico 22)

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

347

Gráfico 22. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, João Pessoa, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

estrato

%

LS 7,4 0,0 0,0 2,6 0,0 1,2LI -1,5 0,0 0,0 -0,9 0,0 -0,1CV 2,9 0,0 0,0 0,8 0,0 0,6

A B C D E João Pessoa

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso um pouco maior do que aquela observada para a hepatite A. Das crianças do estrato A aproximadamente 14% foram vacinadas. No município, cerca de 2% receberam este imunobiológico (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, João Pessoa, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 21,6 2,7 2,7 2,6 0,0 3,6LI 5,9 -1,0 -1,0 -0,9 0,0 0,8CV 13,7 0,9 0,9 0,8 0,0 2,2

A B C D E João Pessoa

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iX. conSideraçÕeS finaiS

O desempenho do trabalho de coleta de dados deste inquérito de cobertura vacinal foi satisfatório. Das entrevistas previstas, 91% foram realizadas, assegurando estimativas com alto grau de representatividade e boa precisão para João Pessoa. Além disso, 95% das informações obtidas foram documentadas, garantindo a fidedignidade das informações analisadas.

Como demonstrado, a estratégia de seleção da amostra garantiu a inclusão dos dis-tintos segmentos populacionais de João Pessoa. É interessante destacar que não foram

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348

observadas diferenças entre os indicadores de condição socioeconômicas utilizadas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vaci-nais segundo estratos socioeconômicos amostrais, nem com as características sociodemo-gráficas ou familiares estudadas.

De um modo geral as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas são inferiores ao desejado, exceto para a vacina BCG que atinge 96% de cobertura. As es-timativas de ponto das coberturas vacinais contra haemophilus, hepatite B e tríplice viral são inferiores a 80%.

Quando se considera a cobertura vacinal com doses válidas com o esquema básico completo para o conjunto das vacinas, a cobertura é ainda menor, atingindo apenas 54%, ou seja, quase a metade das crianças de João Pessoa, aos 18 meses, encontrava-se com o esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A cobertura vacinal aos 18 meses com doses aplicadas, atinge aproximadamente 70% (IC95% 65-74), demonstran-do que uma parcela das crianças completa o seu esquema mais tarde.

Os exemplos destacados demonstram que ainda há necessidade de um esforço im-portante para que as coberturas vacinais atinjam os níveis capazes de assegurar proteção contra doenças imunopreveníveis às crianças de João Pessoa.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L M A C E I Ó

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350

municíPio de maceiÓ

i. introdução

O município de Maceió, em 2005, tinha uma população estimada de 903.464 habi-tantes sendo 74.598 de 1 a 4 anos de idade.

O município conta com 72 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 60 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifi-cação realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os refe-rentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido na porcentagem de domicílios cujo chefe tem escolaridade superior a 17 anos e renda maior de 20 salários mínimos.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Maceió, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 133 8.485 1.724,29 3,66 11,75

B 133 11.742 698,73 1,79 4,48

C 133 14.360 537,14 0,89 2,00

D 133 14.159 449,65 0,55 0,78

E 134 15.347 463,36 0,30 0,58

Fonte: IBGE,2000Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo,

garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Maceió, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 36 1.621 1.695,10 4,05 12,3

B 31 1.769 798,44 0,95 1,96

C 26 1.687 436,60 0,36 0,66

D 18 1.529 325,68 0,52 0,27

E 19 2.126 286,50 0,10 0,04

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

351

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Recusas 2 0 0 0 0 2Não encontradas 12 7 2 2 0 23Perdas 2 0 0 0 0 2Entrevistadas 110 119 124 124 126 603

A B C D E Maceió

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Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 603 (95,7%). O maior percentual de entrevistas não efetuadas ocorreu no estrato A, no qual foram realizadas 87,3% das entrevistas previstas. Nos estratos C, D e E o percentual de entrevistas realizadas foi pra-ticamente 100% (gráfico 1).

O principal motivo da não realização de entrevistas deveu-se a crianças não encon-tradas, particularmente nos estratos A e B.

Praticamente a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 98,7% (IC95% 98 - 100).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas é significativamente maior no estrato A quando compara-do com os estratos B e C. As crianças que se auto-referenciaram pardas estão em segundo lugar. Chama atenção a similitude da proporção das declarações sobre a raça nos estratos A e E. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas, observan-do-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,1, com um aumento do valor do estrato A para o E (tabela 3).

2 0 0 0 0 2

12 7 2 2 0 23

2 0 0 0 0 2

110 119 124 124 126 603

recusas

não localizadas

Perdas

realizadas

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos por estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MACEIÓ

Sexo % % % % % %

Masculino 54,5 48,7 50,8 55,6 54,0 53,1

Feminino 45,5 51,3 49,2 44,4 46,0 46,9

Cor

Branca 74,5 54,6 52,1 54,1 67,4 61,2

Preta 0,9 1,7 0,8 2,4 1,6 1,6

Amarela - - 1,6 - 0,8 0,6

Parda 24,6 43,7 45,5 41,9 29,4 37,0

Vermelha - - - 1,6 0,8 0,6

Ordem denascimento

Primeiro 50,9 43,7 49,2 43,5 46,0 46,1

Segundo 33,6 29,4 30,6 30,6 29,4 30,3

Terceiro ou mais 15,5 26,9 20,2 25,8 24,6 23,5

Número de filhos

Média 1,71 2,15 2,00 2,24 2,16 2,11

A idade média das mães foi de 27,1 anos, com diminuta variação entre os estratos.A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A e decresce

até os estratos D e E. A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) é relevante em Maceió, quase atingindo 10,0%. O maior diferencial é obser-vado em relação à escolaridade mais elevada. O estrato A destaca-se, pois apresentou um percentual quase 2 vezes maior que o estrato B de mães com mais de onze anos de estudo e quase 6 vezes maior que o estrato E. A presença do companheiro é alta, praticamente mais de 70% em todos os estratos, com maior percentual no estrato A. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 50% das famílias nos estratos D e E viviam em condi-ções de aglomeração (> 2 pessoas por dormitório). A proporção de famílias residindo há menos de 3 anos no domicílio sorteado, em Maceió, foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

353

Tabela 4. Características das mães e das famílias das crianças entrevistadas,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E MACEIÓ

Trabalho materno

Sim 52,7 34,5 34,6 25,0 29,4 32,3

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos - 10,1 7,3 11,3 11,9 9,4

4 a 10 34,3 52,1 52,4 66,9 76,2 62,0

11 e mais 65,7 37,8 40,3 21,8 11,9 28,6

Companheiro

Sim 73,6 76,5 71,8 75,8 77,0 75,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 19,4 48,7 42,7 63,7 56,3 50,9

Anos de residência

0 a 2 anos 25,6 26,9 32,3 37,9 28,6 31,0

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso da vacina BCG, uma dose, no caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra Hemófilo B, 3 doses e no caso da tríplice viral, 1 dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo de cobertura da vacina DPT consideraram--se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Maceió apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 92,0% (IC95% 89-92). Todos os estratos apresentam cobertura acima de 90%, não havendo diferença significativa entre eles (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,3 97,5 96,4 98,2 98,9 95,3LI 86,3 84,0 89,1 84,0 86,8 88,7CV 91,8 90,8 92,7 91,1 92,9 92,0

A B C D E Maceió

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2. Vacina contra poliomielite No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consi-

deradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina (gráfico 3). No município de Maceió verificamos que todos os estratos apresentam uma cobertura superior a 90% sendo para o município de 94,4% (IC95% 92-97).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,2 98,6 99,9 97,9 100,8 97,1LI 87,2 89,7 93,7 84,4 91,3 91,7CV 92,7 94,1 96,8 91,1 96,0 94,4

A B C D E Maceió

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

355

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo BConsiderou-se adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com me-

nos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram incluídas no cálculo, as vacinas aplicadas de forma isolada ou a tetravalente. A cobertura para o município de Maceió foi de 90,8% (IC95% 87-94). Novamente não há valores de cobertura significativamente diferentes entre os estratos (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na coorte

de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 94,4 95,6 97,2 97,3 97,8 94,3LI 82,0 82,6 89,9 85,0 83,2 87,2CV 88,2 89,1 93,5 91,1 90,5 90,8

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi 85,5 (IC95% 82-89), inferior à

observada com as vacinas DPT e Hib, em Maceió. Não há diferença significativa entre os estratos, e, além de nenhum ultrapassar 90,0% de cobertura, o estrato A apresenta um valor inferior a 80% (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 88,7 88,4 95,4 91,6 96,4 88,9LI 69,5 76,3 82,0 74,5 81,4 82,1CV 79,1 82,4 88,7 83,1 88,9 85,5

A B C D E Maceió

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, já que uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Maceió, 98,7% (IC95% 98-99) receberam a vacina BCG. Não há diferença significativa entre os estratos (Gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,3 100,7 99,9 100,9 100,0 99,5LI 94,2 95,9 93,7 97,5 100,0 97,9CV 97,3 98,3 96,8 99,2 100,0 98,7

A B C D E Maceió

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6. Vacina SCRA vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando

aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Maceió foi de 78,7% (IC95% 75 - 82), considerada insuficiente. Não há diferença entre os estratos, no entanto, chama atenção as menores coberturas nos estratos D e E (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 88,6 87,9 91,5 84,3 85,2 82,0LI 75,0 73,4 76,2 62,4 70,4 75,3CV 81,8 80,7 83,9 73,4 77,8 78,7

A B C D E Maceió

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357

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para o estado de Alagoas, havendo cobertura pouco expressiva e sem importância.

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que faz parte do esquema básico completo foi de 67,4% (IC95% 63-72), uma cober-tura bem aquém do esperado. A menor cobertura se encontra no estrato A, não havendo, porém, diferença significativa entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 72,6 77,0 79,7 79,0 78,0 72,1LI 49,3 57,4 67,1 51,7 56,9 62,7CV 60,9 67,2 73,4 65,3 67,5 67,4

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Mesmo levando em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura pouco se altera para o município, subindo para 94,3% (aumento de 2,3%). Não há diferenças significativas entre os estratos (gráfico 9).

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Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,5 97,9 98,6 99,8 100,1 97,1LI 88,0 85,3 91,7 87,3 92,0 91,5CV 92,7 91,6 95,2 93,5 96,0 94,3

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo BOs resultados para a vacina contra Haemophilus influenzae são semelhantes aos resulta-

dos encontrados na vacina DPT, já que elas são geralmente aplicadas em conjunto (gráfico 10). Há uma pequena elevação dos valores de cobertura, todavia, sem significância.

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,5 95,6 99,3 98,7 98,7 96,1LI 88,0 82,6 92,7 88,4 88,6 90,5CV 92,7 89,1 96,0 93,5 93,7 93,3

A B C D E Maceió

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359

3. Vacina contra a hepatite B.

Considerando qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal para Hepatite B atinge qua-se 90% para o município, e todos os estratos têm esse valor dentro do intervalo de confiança de 95%. Ocorre uma elevação de mais de 6% da cobertura, em relação às doses válidas, prin-cipalmente nos estratos A e B. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 94,9 98,2 98,6 97,8 99,5 94,3LI 79,7 86,7 85,3 81,3 91,0 89,8CV 87,3 92,4 91,9 89,5 95,2 92,1

A B C D E Maceió

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4. Vacina contra a poliomieliteA cobertura vacinal com doses aplicadas está acima de 95%, valor ideal para ma-

nutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem. Considerando-se as doses aplicadas, todos os estratos atingem na estimativa de ponto essa meta. Não há diferenças significativas entre os estratos (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,7 99,8 99,9 100,9 100,0 99,5LI 92,0 93,5 93,7 97,5 100,0 97,2CV 96,4 96,6 96,8 99,2 100,0 98,4

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360

5. Vacina SCR

A cobertura obtida com as doses aplicadas para a vacina Tríplice Viral sofre um aumento substancial, da ordem de 10%, atingindo quase 90%. Isso ocorre em todos os estratos, sobretudo no estrato E, no qual o acréscimo é superior a 16%. Quando se con-sideram as doses aplicadas, os estratos C e E passam a ter a cobertura de 95% em seus intervalos de confiança. Não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,9 92,5 95,0 93,2 98,8 92,0LI 82,4 82,3 82,4 77,8 90,1 87,1CV 88,2 87,4 88,7 85,5 94,4 89,6

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se cerca de 13%, aumento considerável em relação às doses válidas. No município, 80,9% (IC95% 78-84) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. Chama atenção o incremento de 18% na cobertura do estrato A, e de 17% no E. Ainda assim a cobertura do estrato D permanece mais baixa que a dos demais estratos (gráfico 14).

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361

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 88,9 87,4 91,9 86,4 89,5 83,8LI 69,2 73,9 75,8 63,6 78,7 77,9CV 79,1 80,7 83,9 75,0 84,1 80,9

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses. Assim é a informação de cobertura com maior potencia-lidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica tam-bém o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Maceió atingiu somente 11,1% (IC95% 7-16) de cobertura. É um valor expressivamente baixo. O estrato A foi o que apresentou menor valor, mas não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 15).

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362

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 15,6 17,3 22,5 15,8 20,1 15,7LI 4,4 6,2 6,6 3,6 2,1 7,0CV 10,0 11,8 14,5 9,7 11,1 11,4

A B C D E Maceió

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2. Vacina SCRApesar de a vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-

nor que a cobertura obtida com doses válidas. A cobertura para o município é de 29,1% (IC95% 26-32). A situação é semelhante para todos os estratos. O fato é que uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circu-lação de qualquer um dos vírus cobertos pela vacina, vir a adoecer (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 43,4 49,2 31,8 36,2 35,4 32,3LI 23,9 29,8 19,8 18,7 17,0 25,9CV 33,6 39,5 25,8 27,4 26,2 29,1

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363

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e no denominador a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

Na comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos, as cobertu-ras são maiores nas informações obtidas no primeiro para as vacinas com múltiplas doses e menores para as de dose única, como BCG e Tríplice Viral. Além do que as maiores diferenças ocorreram com essas vacinas.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento di-ferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, alguma inconsistência de registro das doses aplicadas, especialmente no registro de doses múltiplas (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Maceió, 2007.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

%

Inquérito 98,7 85,5 94,4 92,0 78,7MS 124,1 77,6 84,0 84,9 101,5

BCG HVB Polio DTP SCR

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Fonte: Programa Nacional de Imunizações

Inquérito

MS

98,7 85,5 94,4 92,0 78,7

124,1 77,6 84,0 84,9 101,5

Imunobiológico

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364

V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. O com-parecimento foi relativamente homogêneo, superior a 90% (gráfico 18).

Gráfico 18. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,6 97,7 97,9 94,0 100,7 95,5LI 84,6 88,7 90,8 83,4 92,9 91,4CV 92,6 93,2 94,4 88,7 96,8 93,5

A B C D E Maceió

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram associação com a cobertura vacinal. As crianças com mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal seme-lhante àquelas cujas mães trabalhavam fora.

A estimativa por ponto, em Maceió, apesar de não haver significância estatística, sugere que a maior escolaridade materna pode se associar com maior cobertura.

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança também não mostraram interferir na cobertura vacinal (tabela 5).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

365

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas,

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Maceió, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 80,9 77,1 84,7

Não 80,9 76,9 84,8

Presença do companheiro

Sim 81,3 77,8 84,8

Não 79,4 73,0 86,0

Aglomeração intradomiciliar

Sim 79,9 75,2 84,5

Não 81,8 77,5 86,2

Mãe trabalha fora de casa

Sim 81,3 74,8 87,7

Não 80,7 77,3 84,1

Escolaridade materna

0 a 3 anos 69,0 56,5 81,6

4 a 10 anos 80,0 75,5 84,5

11 e mais 86,6 80,7 92,6

Ordem de nascimento

Primeiro 81,1 77,4 84,8

Segundo 86,3 80,8 91,7

Terceiro ou mais 73,4 64,7 82,1

Sexo da criança

Masculino 80,0 75,0 84,1

Feminino 81,8 76,9 86,7

Cor da criança

Branca 85,1 81,5 88,8

Preta 80,1 48,0 118,1

Amarela 100,0 100,0 100,0

Parda 73,8 69,6 78,1

Vermelha 70,1 33,2 106,9

* intervalo de confiança

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366

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Maceió, 4,3% (IC95% 2-7) das crianças utilizaram, em algum momento, serviços do setor privado. Esta proporção varia de 26,4% no estrato A até a não utilização no estrato E. É significativa a diferença de utilização pelo estrato A comparado aos demais (gráfico 19).

Gráfico 19. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Maceió, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 36,0 8,8 7,2 3,9 0,0 5,6LI 16,7 1,3 -0,7 -0,7 0,0 3,0CV 26,4 5,0 3,2 1,6 0,0 4,3

A B C D E Maceió

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Em que pese o número reduzido de crianças que utilizam o setor privado, a cober-tura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante entre as crianças que usam o setor privado de vacinação e as que usam exclusivamente o setor público. No grupo que utilizou o setor privado a cobertura foi 74,3% (IC95% 52-82) e no segundo grupo o valor estimado foi de 74,3% (IC95% 70-78).

A participação na última campanha de vacinação foi um pouco menor para os usuários exclusivos dos serviços públicos, mas sem que haja diferença significativamente detectável. No grupo que usa o setor privado, a participação foi de 91,7% (IC95% 82-100). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público, esta proporção foi de 93,5% (IC95% 92-95).

Viii. uSo daS VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Somente crianças dos estratos A e B (deste último em número mínimo), receberam essas vacinas. Nos estratos C, D e E não houve relato de crianças vacinadas com esses imu-nobiológicos. A tabela abaixo resume a utilização dessas vacinas apenas pelo estrato A.

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367

Tabela 6. Utilização de vacinas não incluídas no calendário oficial por tipo de

vacina, estrato A, coorte de nascimento de 2005, Maceió, 2007

Imunobiológico % de Utilização Limite inferior Limite superior

Vacina contra Meningococo 4,5 -0,2 9,4

Vacina contra Pneumococo 3,6 0,0 7,3

Vacina contra Hepatite A 9,1 2,7 15,5

Vacina contra Varicela 8,2 2,4 14,0

iX. conSideraçÕeS finaiS

O trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Maceió foi bastante produtivo, com uma proporção de entrevistas não realizadas inferior a 5% do número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito se-jam mais precisas.

Em Maceió não se observaram associações entre os indicadores utilizados de con-dições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. Não se verificou associação entre a dis-tribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estu-dadas de caracterização do núcleo familiar.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses vá-lidas em Maceió situaram-se em níveis adequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. A cobertura com a vacina contra hepatite B ficou abaixo de 90% nas estimativas de ponto em todos os estratos, em-bora este valor só não esteja incluído no intervalo de confiança de 95% nos estratos A e B. A cobertura para a Tríplice Viral ficou abaixo de 95% em todos os estratos. Em relação à vacina contra a poliomielite, na estimativa de ponto, os estratos A, B e D estão abaixo, mas incluem-se no intervalo de confiança de 95%.

Observa-se também que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 67% (IC95% 63-72), o que significa que aproximadamente 1/3 das crianças do município aos 18 meses tinha o seu esquema com doses válidas incompleto para algu-ma das vacinas. A análise através das doses aplicadas mostra que uma proporção dessas crianças completou o esquema básico, pois a cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas sobe para 80,9% (IC95% 78-84).

Na análise, utilizando como numerador as doses corretas, quando as vacinas são aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados observa-se que, apesar do programa de imunizações de Maceió apresentar um desempenho satisfató-rio, ainda há bastante margem para o seu aprimoramento.

A comparação com os dados administrativos mostra que, com exceção da BCG e da tríplice viral, as demais vacinas têm subestimação de informações administrativas, o que deve ser estudado, particularmente quanto ao registro de doses de vacinas com múl-tiplas doses e às estimativas populacionais usadas.

Quanto às vacinas não incluídas no calendário, sua participação na coorte estudada foi muito pequena.

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370

municíPio de natal

i. introdução

O município de Natal em 2005 tinha uma população estimada de 778.030 habitan-tes sendo 55.962 entre 1 a 4 anos de idade

O município conta com 102 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 78 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A Tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação re-alizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do res-ponsável pelo domicílio, porcentagem de domicílios cujos chefes têm mais de 17 anos de escolaridade e mais de 20 salários mínimos de renda.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Natal, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 110 5.693 2.262,06 2,5 21

B 108 6.917 984,25 1,0 4,3

C 109 10.117 531,35 0,4 0,7

D 108 12.351 389,93 0,2 0,2

E 108 16.903 286,48 0,0 0,0

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato, Natal,

2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 28 1.722 2.482,78 2,4 23,7

B 22 1.550 957,53 1,2 3,6

C 20 1.850 521,00 0,4 0,7

D 18 2.653 386,42 0,2 0,2

E 18 4.009 275,41 0,1 0,0

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371

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 604 (96%). O percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A onde foram realizadas 79% das entrevistas previstas. Nos estratos B, C, D e E o percentual de entrevistas realizadas foi de 100% (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 26 0 0 0 0 26Recusas 0 0 0 0 0 0Perdas 0 0 0 0 0 0Realizadas 100 126 126 126 126 604

A B C D E Natal

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O motivo para não atingirmos a meta prevista no estrato A foi a não localização das crianças.

Praticamente a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação (98%).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresen-tados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Apesar das diferenças quanto à cor referida não serem significativas, observou-se a tendência de diminuição de brancos do estrato A para o E. É de se ressaltar a pequena quantidade de crianças nas categorias preto e amarelo, não tendo sido identifi-cado nenhuma criança indígena. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 62% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 43%. Observa-se o inverso para os pardos. Embora as diferenças não sejam significativas, observa-se uma tendência de aumento da proporção de terceiros filhos ou mais do estrato A para o E. O número médio de filhos foi de 2,0 com tendência de aumento do tamanho da prole à medida que pioram as condições socioeconômicas dos estratos, sendo significativa a diferença da média de filhos do estrato E quando compara-do com os estratos A e B. Essa diferença pode ter interferido na ordem de nascimento da criança entrevistada(tabela 3).

26 0 0 0 0 26

0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0

100 126 126 126 126 604

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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372

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos por estrato socioeconômico, Natal, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E NATAL

Sexo % % % % % %

Masculino 50,0 44,4 56,3 56,3 47,6 51,2

Feminino 50,0 55,6 43,7 43,7 52,4 48,8

Cor

Branca 62,0 52,4 46,8 44,4 42,9 47,0

Preta* 3,0 1,6 2,4 0,8 1,6 1,7

Amarela** ---- 0,8 0,8 ---- 0,8 0,5

Parda 35,0 45,2 50,0 54,8 54,8 50,8

Vermelha ---- ---- ---- ---- ---- ----

Ordem denascimento

Primeiro 57,6 66,7 54,0 55,6 37,9 51,1

Segundo 29,3 23,0 27,0 22,2 30,6 26,7

Terceiro ou mais 13,1 10,3 19,0 22,2 31,5 22,2

Número de filhos

Média 1,6 1,5 2,0 2,0 2,4 2,0

*11 pretos **03 amarelos

A idade média das mães foi de 28 anos não havendo diferença significativa entre os estratos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e B, e me-nor nos estratos C, D e E, onde o percentual variou de 30% a 36%. A diferença foi signi-ficativa entre o estrato B e os estratos C e E. A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) foi elevada em Natal: 8% (IC95% 2-14). Essa proporção aumenta à medida que pioram as condições sociais, variando de zero nos estratos A e B para 21% no estrato E. O mesmo é observado em relação à escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual oito vezes maior do que o estrato E de mães com mais de onze anos de estudo. A presença do companheiro é alta com menor percentual no estrato C. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) foi 4,6 vezes maior no estrato E quando comparado com o A, não tendo havido diferença significativa nos demais estratos. Mais de 50% das famílias viviam em condições de aglo-meração (> 2 pessoas por dormitório) nos estratos C, D e E. A proporção de famílias resi-dindo há menos de 3 anos no domicílio selecionado foi semelhante em todos os estratos, sendo que 97% delas moravam em Natal (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

373

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistas, segundo

estrato socioeconômico, Natal, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E NATAL

Trabalho materno

Sim 48,0 51,6 30,2 36,5 32,5 37,1

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos ---- ---- 1,6 3,2 21,0 8,1

4 a 10 49,0 75,4 85,7 93,7 72,6 78,6

11 e mais 51,0 24,6 12,7 3,2 6,5 13,3

Companheiro

Sim 76,0 76,2 69,0 69,8 78,4 74,0

Aglomeração intradomiciliar

Sim 12,1 40,8 55,2 54,0 55,7 49,2

Anos de residência

0 a 2 anos 17,6 19,6 21,5 19,6 22,5 20,8

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para a imunização. No caso da vacina BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepa-tite B, contra poliomielite e contra hemófilo b, três doses e no caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior do que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Natal apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 96% (IC95% 93-98). Não se observou diferença significativa entre os estratos socioeconômicos. A estimativa em todos os estratos foi superior a 90% (gráfico 2).

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374

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimento de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,5 100,0 99,5 100,7 102,0 98,3LI 84,5 88,9 91,0 92,9 91,6 93,2CV 92,0 94,4 95,2 96,8 96,8 95,8

A B C D E Natal

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram consi-deradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Natal, verificamos uma cobertura superior a 95% (IC95% 93-98). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,5 100,0 99,5 100,7 102,0 98,3LI 84,5 88,9 91,0 92,9 91,6 93,2CV 92,0 94,4 95,2 96,8 96,8 95,8

A B C D E Natal

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

375

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram considera-das no cálculo a vacina tetravalente e a vacina aplicada isoladamente. A cobertura para Natal foi de 95% (IC95% 93-97). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na coorte

de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,2 99,2 100,1 98,8 98,8 96,6LI 88,8 88,1 92,0 90,1 90,1 92,6CV 94,0 93,7 96,0 94,4 94,4 94,6

A B C D E Natal

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi de 84% (IC95% 81-88), inferior à ob-servada com as vacinas DPT e Hib, em Natal. A estimativa no ponto foi superior a 80% em todos os estratos, exceto o A, apesar de não haver diferença significativa entre eles (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 87,6 94,0 95,3 92,1 89,2 88,1LI 60,4 79,0 79,3 82,5 75,8 80,7CV 74,0 86,5 87,3 87,3 82,5 84,4

A B C D E Natal

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376

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi semelhante à cobertura das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Natal, 96% (IC95% 93-98) das crianças receberam a vacina BCG. Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,1 99,2 99,5 100,1 100,7 97,7LI 86,9 88,1 91,0 92,0 92,9 93,4CV 93,0 93,7 95,2 96,0 96,8 95,5

A B C D E Natal

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6. Vacina Tríplice Viral - SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada válida quando aplicada aos 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Natal foi de 86% (IC95% 83-89). Não houve diferença significativa entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 92,3 90,1 93,4 90,0 94,2 88,5LI 75,7 75,0 78,0 78,2 82,0 82,6CV 84,0 82,5 85,7 84,1 88,1 85,5

A B C D E Natal

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

377

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial em Natal. A co-bertura para esta vacina foi de 3,5% (IC95% 0,4-6,5), como mostra o gráfico 8.

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 4,8 2,5 10,8 12,5 7,1 6,5LI -0,8 -0,9 -2,8 -1,4 -0,7 0,4CV 2,0 0,8 4,0 5,6 3,2 3,5

A B C D E Natal

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 73% (IC95% 69-77). Não hou-ve diferença significativa entre os estratos. Em todos eles a cobertura foi inferior a 80% (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato soioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 81,9 81,4 86,8 81,4 81,5 77,4LI 54,1 64,6 67,2 64,6 63,0 68,7CV 68,0 73,0 77,0 73,0 72,2 73,0

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378

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se para 97% (IC95% 95-99). O estrato D apresentou a maior cobertura: 98% (IC95% 96-100). Não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,1 100,0 100,7 100,7 101,3 98,6LI 86,9 88,9 92,9 96,1 94,0 95,0CV 93,0 94,4 96,8 98,4 97,6 96,8

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi seme-lhante ao anterior (gráfico 11).

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379

Gráfico11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina Haemophilus influenzae, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,2 100,7 101,3 100,3 100,7 98,4LI 88,8 89,8 94,0 94,9 92,9 95,0CV 94,0 95,2 97,6 97,6 96,8 96,7

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada a cobertura vacinal atinge mais de 94% para o município. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,5 98,1 99,3 100,7 98,4 96,8LI 76,5 86,0 92,8 92,9 87,3 90,4CV 85,0 92,1 96,0 96,8 92,9 93,6

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380

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas chega a 98%, valor acima do recomendado para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem. O estrato A foi o único que apresentou cobertura inferior a 95% (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,1 100,7 100,7 100,7 101,8 99,2LI 86,9 89,8 96,1 96,1 95,1 95,7CV 93,0 95,2 98,4 98,4 98,4 97,5

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5. Vacina Tríplice Viral - SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade (gráfico 14), a cobertura da vacina SCR aumenta em 8% para o município, chegando a 94% (IC95% 92-97).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,1 99,5 98,8 99,3 100,0 96,8LI 85,9 84,7 90,1 92,8 88,9 91,8CV 92,0 92,1 94,4 96,0 94,4 94,3

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381

6. Conjunto das Vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 90% (IC95% 86-93) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 91,5 96,3 97,3 97,9 96,0 93,4LI 70,5 79,9 88,5 87,8 81,8 86,2CV 81,0 88,1 92,9 92,9 88,9 89,8

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela obtida levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epide-miológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário da vacina DPT, no município de Natal, somente foi realizado por 15% (IC95% 11-19) das crianças (gráfico 16). No estrato D a cobertura foi significativamente menor do que nos demais estratos, 9% (IC95% 4-13).

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382

Gáfico 16. Cobertura vacional com esquema básico completo, doses corretas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 28,6 26,5 38,3 13,0 17,9 18,6LI 11,4 6,8 17,3 4,4 2,7 11,3CV 20,0 16,7 27,8 8,7 10,3 14,9

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2. Vacina Tríplice Viral - SCR

Apesar de a vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor do que a obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacional com esquema básico completo, doses corretas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 51,3 44,8 42,8 41,4 38,9 37,1LI 24,7 23,5 23,9 22,1 18,2 26,6CV 38,0 34,1 33,3 31,7 28,6 31,9

A B C D E Natal

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383

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG: 38% a mais nos dados administrativos. Para as vacinas DPT, Hib e HVB os valores das duas fontes são muito próximos. No caso da vacina contra poliomielite a cobertura pelo inquérito foi inferior e no caso da febre amarela ocorreu o inverso. Para a tríplice viral, a diferença entre as duas fontes foi de 4,7%.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica, além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

As diferenças são mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Natal, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

140

Imunobiológico

%

Inquérito 97,6 93,1 87,6 87,6 87,5 1,7 94,3MS 135,8 95,8 86,9 86,9 88,2 3,4 98,8

BCG Polio DPT Hib HVB FA SCR

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Inquérito

MS

97,0 93,1 87,6 87,6 87,5 1,7 94,3

135,8 95,8 86,9 86,9 88,2 3,4 98,8

Imunobiológico

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384

V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 93% (IC95% 90-96). Não houve diferença significativa entre os estratos. O estrato B apresentou a maior proporção de comparecimento: 96% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,6 100,1 97,3 97,8 98,9 96,4LI 86,1 92,0 90,0 87,8 86,8 90,1CV 90,8 96,0 93,7 92,8 92,9 93,3

A B C D E Natal

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa, a presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar. As crianças cujas mães não trabalhavam fora de casa apresenta-ram cobertura vacinal semelhante à das demais.

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode estar asso-ciada a uma maior cobertura.

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança não interferem na cobertura vacinal (tabela 5).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

385

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Natal, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 93,1 87,9 98,2

Não 88,1 83,9 92,4

Presença do companheiro

Sim 88,6 84,2 93,1

Não 93,0 88,3 97,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 89,3 84,4 94,2

Não 90,6 87,4 93,8

Mãe trabalha fora de casa

Sim 87,9 82,6 93,1

Não 90,9 87,4 94,4

Escolaridade materna

0 a 3 anos 86,7 76,6 96,8

4 a 11 anos 89,7 85,8 93,6

12 e mais 91,7 86,2 97,2

Ordem de nascimento

Primeiro 91,7 86,8 96,6

Segundo 88,6 82,4 94,8

Terceiro ou mais 86,9 82,5 91,3

Sexo da criança

Masculino 90,5 85,3 95,8

Feminino 89,0 84,8 93,2

Cor da criança

Branca 89,9 84,4 95,3

Preta 88,0 70,5 105,5

Parda 89,9 86,8 93,1

Amarela* 71,8 16,3 127,2

Indígena 0,0 0,0 0,0

* três crianças

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386

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. No município de Natal, 10% (IC95% 7-12) das crianças utilizam serviços do setor privado. Houve diferença significativa na utilização de serviços privados entre as crianças do estrato A e as demais. No estrato A, de melhor condição de vida, esta propor-ção chega a 33% (IC95% 21-45) e se reduz a 5% (IC95% 0,5-15) no Estrato D (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacionação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 44,7 16,2 12,8 9,0 15,3 12,1LI 21,3 4,4 1,6 0,5 0,5 7,1Estimativa 33,0 10,3 7,2 4,8 7,9 9,6

A B C D E Natal

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 82% (IC95% 67-96) e nos demais, o valor estimado foi de 81% (IC95% 70-89).

Quanto à participação na última campanha de vacinação, o grupo que utiliza exclu-sivamente o setor público foi de 94% (IC95% 91-97). Para as crianças que utilizam o setor privado esta proporção foi de 89,5% (IC95% 83-96).

Viii. uSo daS VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foram consideradas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, va-ricela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior no estrato A, de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois so-mente 26% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C, D e E menos de 4% das crianças entrevistadas fizeram uso da vacina.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 38,4 9,1 7,1 3,9 2,5 6,1LI 13,6 2,0 -0,7 -0,7 -0,9 2,6CV 26,0 5,6 3,2 1,6 0,8 4,4

A B C D E Natal

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entre-tanto, foi ainda menor do que o observado para a vacina contra meningococo. No estrato A, 20% das crianças entrevistadas receberam esta vacina, no estrato B a proporção cai para 3%, enquanto que nos estratos D e E não se detectou o uso desta vacina (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 31,1 6,2 2,5 0,0 0,0 3,4LI 8,9 0,1 -0,9 0,0 0,0 1,4CV 20,0 3,2 0,8 0,0 0,0 2,4

A B C D E Natal

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 13% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos estratos C, D e E, o uso da vacina não foi detectado (gráfico 23).

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Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Natal, 2007.

0

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20

30

40

50

60

70

80

90

100

estrato

%

LS 20,5 3,9 0,0 0,0 0,0 2,1LI 5,5 -0,7 0,0 0,0 0,0 0,7CV 13,0 1,6 0,0 0,0 0,0 1,4

A B C D E Natal

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição da vacina contra o meningoococo (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Natal, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 36,8 9,9 7,1 5,1 2,5 6,3LI 13,2 1,2 -0,7 -0,3 -0,9 2,6CV 25,0 5,6 3,2 2,4 0,8 4,5

A B C D E Natal

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iX. conSideraçÕeS finaiS

A realização do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Natal foi adequado e satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas inferior a 5% do número previsto para o município. O motivo para não atingirmos a meta prevista no

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

389

estrato A foi a não localização das crianças, onde foram realizadas 79% das entrevistas previstas. Cerca de 98% das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação. Este desempenho faz com que as estimativas pro-duzidas pelo inquérito sejam mais precisas.

Conforme foi mostrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra apresen-tou bons resultados, tendo garantido a inclusão dos diversos segmentos dos habitantes do município. Em Natal, não foram observadas associações entre os indicadores empregados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, bem como com as vari-áveis estudadas de caracterização das famílias pertencentes à amostra.

O município de Natal apresentou uma cobertura vacinal com doses aplicadas e aos 18 meses de idade acima de 95% para quase todas as vacinas que fazem parte do calen-dário de vacinação da criança no Brasil, com exceção da cobertura com a vacina contra hepatite B e SCR.

Entretanto, a cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 73% (IC95% 69-77), sem diferença significativa entre os estratos. A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 90% (IC95% 86-93) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização.

Os exemplos apresentados para as vacinas DPT e SCR, que levam em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido no calendário oficial e o intervalo correto en-tre as doses, demonstram que, apesar do programa de imunizações do município de Natal apresentar um desempenho satisfatório, ainda há margem para o seu aperfeiçoamento.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L R E C I F E

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392

municíPio de recife

i. introdução

O município de Recife tinha em 2005 uma população estimada em 1.528.489 habi-tantes, dos quais 101.489 de 1-4 anos de idade.

O inquérito de cobertura vacinal foi realizado com base em uma amostra represen-tativa das crianças nascidas vivas em Recife, no ano de 2005.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde, referentes a maio de 2008, indicam que o município conta com 240 equipes do Programa de Saúde da Família, distribuídas em 112 Unidades de Saúde, 159 salas de vacina e um Centro de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

ii. caracteríSticaS da amoStra

A Tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas dos estratos construí-dos para seleção dos setores censitários que compõem a amostra da cidade de Recife. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio. Em relação à proporção de chefes de família com mais de 17 anos de escolaridade, os estratos D e E não se diferenciam, ambos com uma proporção muito baixa de pessoas que atendem a esta condição.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Recife, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 242 10.856 2.789,20 9,1 28

B 240 14.100 1.047,00 2 4,2

C 240 19.238 537,00 0,6 1

D 241 23.847 342,00 0,2 0,2

E 241 26.406 252,60 0,03 0,02

O gradiente de renda verifica-se igualmente nos setores amostrados. Ooutros indica-dores mostram-se comparáveis com o conjunto do estrato, como apresentado no tabela 2.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Recife, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 48 2.289 3.524,30 12 38

B 35 2.163 1.183,30 2,4 5,3

C 32 2.966 554,00 0,6 1,2

D 31 2.903 351,40 0,2 0,2

E 241 26.406 R$ 252,60 0,03 0,02

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

393

Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 875 (83%). O maior percentual de en-trevistas não efetuadas ocorreu no estrato A, onde foram realizadas 56% das entrevistas previstas. Nos estratos B e C, o percentual de entrevistas realizadas foi 81% e 90% res-pectivamente e os estratos D e E tiveram 96% e 95% de entrevistas realizadas, respecti-vamente (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 49 19 13 3 5 89Recusas 5 0 0 0 0 5Perdas 39 22 9 5 6 87Realizadas 117 169 188 202 199 875

A B C D E Recife

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A não localização das crianças no conglomerado foi um dos principais motivos para não atingir a meta prevista. Das 175 crianças não entrevistadas em Recife, 89 (51%) não foram localizadas. Muitas áreas tiveram mudança de uso e em outras não havia o número de crianças estimadas. As recusas foram quase insignificantes, correspondendo a apenas 0,5% da amostra. Houve um número significante de perdas, especialmente nos estratos A e B, em que a maior dificuldade foi encontrar horários disponíveis para atender aos entrevistadores, especialmente em períodos de férias.

As informações sobre as vacinas aplicadas foram documentadas mediante a con-sulta às cadernetas de vacinação em 97% (IC95% 96-98) dos casos. Em apenas 3% das entrevistas a informação obtida foi verbal.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele (auto-referida), ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela 3.

Não se observam diferenças entre os sexos nos diversos estratos, nem no município.Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças

brancas diminui com a diminuição dos níveis de renda e escolaridade. No estrato A, as crianças brancas representam aproximadamente 70%, enquanto no estrato E este percen-tual é de menos de 40%. Crianças referidas com pretas, amarelas e vermelhas representam menos de 10% do total do município. Pardas representam cerca de 25% do estrato A e se aproximam de 50% no E.

49 19 13 3 5 89

5 0 0 0 0 5

39 22 9 5 6 87

117 169 188 202 199 875

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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394

Há um predomínio de primeiros filhos em todos os estratos, mais acentuado no estrato A, enquanto a proporção de terceiro filho na ordem de nascimento é maior nos estratos D e E.

O número médio de filhos foi de 2,0, sem variações significativas entre os estratos.

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Recife, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E RECIFE

Sexo % % % % % %

Masculino 50,4 52,1 45,2 50,5 49,2 49,2

Feminino 49,6 47,9 54,8 49,5 50,8 50,8

Cor

Branca 69,2 59,2 53,7 39,3 38,7 48,0

Preta 2,6 1,8 4,8 6,0 9,0 5,7

Amarela 1,7 ---- 0,5 2,5 1,5 1,3

Parda 24,8 39,1 40,4 51,7 47,2 43,5

Vermelha 1,7 ---- 0,5 0,5 3,5 1,4

Ordem denascimento

Primeiro 61,2 49,7 49,5 48,8 43,7 48,7

Segundo 25,0 33,1 29,8 25,9 29,4 28,8

Terceiro ou mais 13,8 17,2 20,7 25,4 26,9 22,5

Número de filhos

Média

As mães entrevistadas têm média de idade de 28 anos, mas a idade difere com o nível de renda e escolaridade. As mães são significativamente mais jovens no estratos E (aproximadamente 25 anos) e mais velhas no estrato A (31 anos) quando comparadas aos demais estratos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa decresce com o nível socioeco-nômico.

A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) é de aproximadamente 6% em Recife, e atinge níveis mais elevados nos estratos D e E. Quan-do se considera o percentual de mães com mais de 11 anos de estudo, no estrato A, essa população é seis vezes maior que no estrato E.

A presença do companheiro vivendo junto é alta em todos os estratos. O único estrato com valor inferior a 70% é o estrato D.

A aglomeração intradomiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo) é superior a 45% no município e aumenta na medida em que diminuem renda e escolaridade, portanto, é menor no estrato A e maior no E.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

395

Quanto ao tempo de residência no município, a proporção de famílias residindo há menos de três anos em Recife não variou substancialmente entre os estratos, com exceção do estratos A que apresentou uma proporção um pouco menor (tabela 4).

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Recife, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E RECIFE

Trabalho materno

Sim 55,6 40,2 31,9 29,4 22,1 31,8

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,8 3,6 2,7 6,0 10,1 5,7

4 a 10 28,1 51,5 69,7 69,2 77,4 65,4

11 e mais 70,2 45,0 27,7 24,9 12,6 28,9

Companheiro

Sim 81,2 74,6 72,9 67,2 70,4 71,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 14,5 35,3 46,5 52,2 59,3 47,1

Anos de residência

0 a 2 anos 24,8 30,8 34,6 30,6 38,7 33,4

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra Haemophilus B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Recife apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 88% (IC95% 85-91). Não se observou uma cobertura significativa-mente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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396

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,6 93,8 94,1 96,2 93,8 91,0LI 73,5 80,2 83,6 85,0 81,0 84,8CV 82,1 87,0 88,8 90,6 87,4 87,9

A B C D E Recife

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Recife verifica-mos uma cobertura um pouco abaixo de 95%. A estimativa por ponto no estrato A é bem menor que nos outros estratos, principalmente em relação ao estrato E e seus intervalos de confiança que apresentam área de sobreposição muito pequena. A poliomielite está erradicada no Brasil, o último caso foi em 1989, mas se as coberturas não se mantiverem altas, tal condição não se mantém assegurada (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,4 98,5 98,0 97,6 98,0 95,2LI 77,5 90,8 90,3 87,6 91,9 91,5CV 85,5 94,7 94,1 92,6 95,0 93,3

A B C D E Recife

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397

3.Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consideradas no cálculo tanto a vacina tetravalente quanto a vacina contra Haemophilus ministrada de forma isolada. A cobertura para o município de Recife foi de 66% (IC95% 61-72), menor do que a observada para a DPT, o que chama atenção, pois desde 2003 as duas vacinas são oferecidas em conjunto, associadas na vacina tetravalente. Há a possibili-dade de que haja erro de anotação na carteira de vacina. Os estratos apresentaram valores diferentes, mesmo entre os dois com melhores condições socioeconômicas: o estrato A apresentou a menor cobertura de 56,4% com intervalo de confiança que não se sobrepõe com o estrato B (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 68,8 86,2 76,8 76,9 76,6 71,7LI 44,0 71,2 49,8 54,7 53,0 60,6CV 56,4 78,7 63,3 65,8 64,8 66,1

A B C D E Recife

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4. Vacina contra a Hepatite B

Em Recife, a cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior às coberturas observadas com as vacinas DPT e Hib: 83% (IC95% 81-86). As estimativas por ponto apontam os estratos A e E como os de mais baixa cobertura (gráfico 5).

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398

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 85,3 92,6 88,1 93,6 85,7 86,0LI 68,6 81,4 77,9 83,6 73,1 80,7CV 76,9 87,0 83,0 88,6 79,4 83,3

A B C D E Recife

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada válida. A cobertura ob-tida com esta vacina não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Recife, 97% (IC95% 95-98) das crianças da coorte receberam a vacina BCG. Novamente, a estimativa pontual indica valores menores no estrato A (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 96,7 100,6 98,8 100,4 98,9 97,9LI 84,5 98,2 93,8 95,6 94,0 95,5CV 90,6 99,4 96,3 98,0 96,5 96,7

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399

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Recife foi 81% (IC95%77-84), menor no estrato A, com diferença significativa entre os estratos, pois o intervalo de confiança do estrato A não coincide com os dos estratos B e D (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 75,4 87,9 84,0 93,5 89,5 84,2LI 61,4 75,4 70,3 80,7 74,3 77,5CV 68,4 81,7 77,1 87,1 81,9 80,9

A B C D E Recife

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7.Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário de rotina em Recife e, por esta razão, será excluída das análises aqui apresentadas.

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade, para o conjunto das vaci-nas que fazem parte do esquema básico completo foi de apenas 49,8% (IC95% 45-55) no muni-cípio de Recife. O estrato A apresenta cobertura significativamente mais baixa (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 47,8 66,5 59,8 65,4 56,2 54,6LI 30,8 48,3 37,0 43,5 36,3 45,0CV 39,3 57,4 48,4 54,5 46,2 49,8

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400

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacinas recebidas, sem considerar se os intervalos entre as doses foram ade-quados e nem levar em conta a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condi-ção, nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção entre as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, HVB, po-liomielite e o esquema básico completo (sem a vacina contra a febre amarela).

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município sofre pouca alteração, de 88% com doses válidas para 90%, com doses apli-cadas. Não se observa diferença estatisticamente significante entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

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40

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100

Estrato

%

LS 93,5 95,6 96,6 97,4 95,7 93,1LI 79,2 81,9 86,4 86,8 83,2 87,1CV 86,3 88,8 91,5 92,1 89,4 90,1

A B C D E Recife

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B A cobertura da vacina de Hib apresenta o mesmo incremento, um aumento da

ordem de 2%, saindo de 66% para 68%, porém há diferença significativa entre os estra-tos, sendo o estrato A o que apresenta a cobertura mais baixa e o B a melhor cobertura vacinal (gráfico 10).

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401

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 70,7 89,0 78,9 78,2 78,5 73,6LI 45,6 73,1 50,9 56,5 55,2 62,3CV 58,1 81,1 64,9 67,3 66,8 68,0

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge 91% (IC95% 89-93), representando o maior aumento entre doses válidas e aplicadas no município. O estrato A apresenta a menor cobertura e seu intervalo de confiança sobrepõe-se pouco aos limites inferiores dos estratos B e D, podendo indicar diferenças entre eles (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

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70

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90

100

Estrato

%

LS 92,4 98,6 95,7 99,0 94,4 93,2LI 76,9 90,7 86,2 90,1 83,5 89,2CV 84,6 94,7 91,0 94,6 88,9 91,2

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402

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 96%, valor que assegura uma co-bertura suficiente para manter eliminado da circulação o poliovírus selvagem. Apenas o estrato A apresenta uma taxa menor que 95% (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

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90

100

Estrato

%

LS 92,4 98,6 95,7 99,0 94,4 93,2LI 76,9 90,7 86,2 90,1 83,5 89,2CV 84,6 94,7 91,0 94,6 88,9 91,2

A B C D E Recife

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura da vacina SCR aumenta em 9% para o município chegando a 90%. Para esta vacina, existe diferença significante entre o estrato A com os demais. Nesse estrato, a cobertura fica bem abaixo quando comparada com as dos demais e o limite superior do intervalo de confiança fica abaixo ou próximo aos limites superiores dos demais estratos (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 84,8 94,3 95,4 97,5 96,8 92,4LI 70,7 83,3 84,4 87,6 89,2 88,0CV 77,8 88,8 89,9 92,6 93,0 90,2

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403

6. Esquema básico completo aplicado - conjunto das vacinas

Tendo em vista que no esquema com doses aplicadas não se leva em consideração o intervalo entre as doses e a idade das crianças, ocorre o que é esperado, ou seja, que a cobertura seja mais elevada. Neste conjunto de vacinas aplicadas, novamente o estrato A apresenta estimativa por ponto muito abaixo dos demais e seu intervalo de confiança não se sobrepõe ao intervalo do estrato B, indicando uma diferença estatisticamente signifi-cante entre estes dois estratos socioeconômico (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 56,7 78,4 69,6 74,4 67,9 64,9LI 37,4 61,3 44,3 51,4 46,7 54,3CV 47,0 69,8 56,9 62,9 57,3 59,6

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é o esquema com maior potencialidade de ser efetivo, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre a distribuição da doença na população. Indica também o grau de compro-misso dos responsáveis pela criança e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As coberturas observadas para estas vacinas podem dar uma idéia do que acontece com outras vacinas e servir para dimensionar a intervenção necessária para uma vacinação de melhor qualidade no município. O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Recife é de apenas 9% (IC95% 6-12). Os limites inferiores dos intervalos demonstram que essa proporção pode ser ainda mais baixa em todos os estratos (gráfico 15).

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404

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 14,3 15,6 13,1 17,6 12,5 11,8LI 1,1 2,1 0,7 5,2 3,6 5,6CV 7,7 8,9 6,9 11,4 8,0 8,7

A B C D E Recife

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Em relação à vacina SCR, aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas: 40% versus 81%, respectivamente. Embora não haja diferença significante entre os estratos, as proporções são maiores nos estratos D e E. É importante destacar que uma parcela importante de crianças fica, por determi-nado tempo, não imune ao sarampo, caxumba e rubéola, podendo caso haja circulação de qualquer um dos vírus vir a adoecer (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 42,0 46,9 41,4 53,8 50,1 43,7LI 24,6 28,8 26,7 38,2 34,3 36,1CV 33,3 37,9 34,0 46,0 42,2 39,9

A B C D E Recife

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405

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numera-dor, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a popula-ção menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Recife, 2007.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

Imunobiológico

%

Inquérito 96,6 91,2 81,4 60,2 87,0 90,2MS 158,53 127,81 109,6 109,6 98,7 111,21

BCG Polio DPT Hib HVB SCR

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De um modo geral, a cobertura obtida com dados administrativos é maior do que a aferida pelo inquérito. No entanto, não há homogeneidade quanto à magnitude das diferenças entre os diversos imunobiológicos. As maiores diferenças ocorreram respec-tivamente paras as contra a Poliomielite, contra Haemophilus influenzae e BCG, em que a cobertura administrativa é 1,6 vezes maior que a obtida pelo inquérito.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas. As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Inquérito

MS

96,6 91,2 81,4 60,2 87,0 90,2

158,53 127,81 109,6 109,6 98,7 111,21

Imunobiológico

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406

V. ParticiPação na ultima camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi de 93% (IC95% 90-95), sem diferença significativa entre os estratos (gráfico 18)

Gráfico 18. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 95,0 97,1 97,0 98,5 98,0 94,8LI 81,6 83,5 91,2 84,4 91,9 90,4CV 88,3 90,3 94,1 91,5 94,9 92,6

A B C D E Recife

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não esteve associada a nenhuma das variáveis selecionadas, que foram: presença da avó, companheiro morando junto e aglomeração intradomiciliar. As crianças filhas de mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram proporções de vacinação semelhantes às das crianças cujas mães trabalham fora de casa.

As estimativas por ponto sugerem diferenças entre a cobertura nos diversos estra-tos de acordo com a escolaridade materna. Este fato fica claro ao se comparar o grupo de mães com até 3 anos de estudo em relação às mães com 12 anos ou mais de escolaridade, pois seus intervalos de confiança não se sobrepõem. Os dados indicam uma tendência de maior cobertura entre os filhos de mães de com mais anos de escolaridade.

As crianças que são primeiras na ordem de nascimento são mais vacinadas que as terceiras. Não foram observadas diferenças em relação à cor. Há uma menor cobertura nas crianças de cor vermelha, entretanto, trata-se um número muito pequeno.

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407

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Recife, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 58,3 51,5 65,1

Não 60,4 54,7 66,1

Presença do companheiro

Sim 61,0 55,2 66,9

Não 55,9 49,0 62,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 58,7 51,4 66,0

Não 60,6 55,6 65,6

Mãe trabalha fora de casa

Sim 61,0 54,8 67,3

Não 59,0 53,0 65,0

Escolaridade materna

0 a 3 anos 40,4 22,5 58,2

4 a 11 anos 58,0 51,1 65,0

12 e mais 67,3 60,8 73,8

Ordem de nascimento

Primeiro 63,3 56,8 69,9

Segundo 60,7 52,4 69,0

Terceiro ou mais 49,9 42,8 57,1

Sexo da criança

Masculino 59,0 53,3 64,8

Feminino 60,1 54,1 66,1

Cor da criança

Branca 61,5 56,1 67,0

Preta 59,4 42,0 76,8

Amarela 55,9 24,2 87,6

Parda 58,8 52,0 656

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408

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Recife, 11% (IC95% 9-13) das crianças utilizam ser-viços do setor privado. Esta proporção chega a 53% no estrato A, o que apresenta maior renda e escolaridade, mas reduz-se significativamente nos demais estratos.

Os dados do inquérito mostram que em Recife, excetuando-se o estrato A, a imu-nização das crianças dos demais níveis socioeconômicos baseia-se fundamentalmente na rede pública, como pode ser visto no gráfico 19.

Gráfico 19. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 67,3 18,9 14,1 10,1 6,3 13,2LI 38,9 6,3 4,1 2,9 0,7 9,2CV 53,1 12,6 9,1 6,5 3,5 11,2

1 2 3 4 5 Recife

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza também o setor privado, a cobertura com o esquema básico com-pleto válido foi 54% (IC95% 43-65). No que utiliza exclusivamente o público, a cobertura estimada foi de 53% (IC95% 48-58).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois gru-pos, embora a estimativa por ponto tenha indicado que o grupo que utiliza exclusivamen-te o setor público tenha tido uma participação na última campanha, um pouco maior que o grupo que também se utiliza de serviços privados. No grupo que usa exclusivamente o setor público, a participação foi de 90% (IC95% 84-96). Nas crianças que utilizam também o setor privado esta proporção foi de 93% (IC95% 90-95).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

409

Viii. uSo de VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

Vacinação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

O uso da vacina contra meningococo ocorreu quase que exclusivamente no estrato A, cerca de 8%. Para o município essa proporção fica em cerca de 1%, como pode ser visualizado no gráfico 20.

Gráfico 20. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 15,6 100,0 100,0 2,6 100,0 1,9LI 2,1 100,0 100,0 -0,9 100,0 0,4CV 8,8 100,0 100,0 0,8 100,0 1,3

A B C D E Recife

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O mesmo pode ser observado em relação à vacina contra pneumococo, com per-centuais bem semelhantes (gráfico21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 17,1 100,0 100,0 2,6 0,0 2,4LI 2,5 100,0 100,0 -0,9 0,0 0,5CV 9,8 100,0 100,0 0,8 0,0 1,4

A B C D E Recife

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410

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor com menos de 3% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Para o município, o percentual de uso é de 0,6% (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,4 100,0 100,0 2,6 100,0 1,2LI -1,5 100,0 100,0 -0,9 100,0 -0,1CV 2,9 100,0 100,0 0,8 100,0 0,6

A B C D E Recife

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso quase exclusivo no estrato A, porém em proporções um pouco mais elevadas. No mu-nicípio apenas 2% das crianças da coorte receberam este imunobiológico (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Recife, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 21,6 2,7 2,7 2,6 100,0 3,6LI 5,9 -1,0 -1,0 -0,9 100,0 0,8CV 13,7 0,9 0,9 0,8 100,0 2,2

A B C D E Recife

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

411

iX. conSideraçÕeS finaiS

Das entrevistas previstas, 83% foram realizadas. As perdas ocorreram principal-mente no estrato A, onde foram realizadas 56% das entrevistas previstas, devido princi-palmente a não existência do número de crianças esperadas em parte dos conglomerados. No estrato B, o percentual de entrevistas realizadas foi 81%. Nos demais estratos, pelo menos 90% das entrevistas foram realizadas, assegurando, no conjunto, uma boa repre-sentatividade. As recusas, representaram apenas 0,5% das entrevistas não realizadas.

Para o município, 97% das informações obtidas foram documentadas, garantindo a fidedignidade das informações analisadas.

Como demonstrado, a estratégia de seleção da amostra garantiu a inclusão dos dis-tintos segmentos populacionais do Recife.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não esteve associada a nenhuma das variáveis selecionadas para caracterizar o núcleo fa-miliar. A distribuição da cobertura vacinal, segundo estratos socioeconômicos amostrais, sugere uma cobertura menor no estrato A, 39% (IC95% 31-48), versus 50% (IC95% 45-55) para o município.

De um modo geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas são inferiores ao desejado, exceto para a vacina BCG que atinge 97% de cobertura, e a pólio, próxima a 95%.

Quando se considera a cobertura vacinal com doses válidas com o esquema básico completo para o conjunto das vacinas, a cobertura é ainda menor, atingindo apenas 49,8% ou seja, a metade das crianças do Recife aos 18 meses encontrava-se com o esquema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas. A cobertura vacinal aos 18 meses com doses aplicadas atinge aproximadamente 60% (IC95% 64-65), demonstrando que uma par-cela das crianças completa o seu esquema mais tarde.

Os exemplos destacados demonstram que ainda há necessidade de esforços im-portantes para que as coberturas vacinais atinjam os níveis capazes de assegurar proteção contra doenças imunopreveníveis às crianças de Recife.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L S A L V A D O R

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414

municíPio de SalVador

i. introdução

Em 2005, foram registrados 166.516 nascidos vivos na cidade de Salvador. As crian-ças cujas informações foram obtidas no inquérito são uma amostra representativa desta coorte de recém nascidos. O município de Salvador conta, atualmente, com 109 equipes do Programa de Saúde da Família que são responsáveis pelo atendimento a 15,08% da população residente. Existem na cidade 57 unidades básicas de saúde que realizam ativida-des rotineiras de vacinação, além das 33 unidades do programa de saúde da família. Existe ainda um Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais localizado no Hospital Couto Maia.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação rea-lizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Salvador, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 361 11.045 2.992,88 8,73 28,43

B 307 12.135 1.201,12 2,17 4,71

C 355 19.135 736,06 0,71 1,40

D 640 46.725 471,31 0,43 0,39

E 841 77.476 317,09 0,16 0,08

Fonte: IBGE,2000Foram excluídos os setores não residenciais. Os setores sorteados apresentam ca-

racterísticas semelhantes àquelas dos estratos dos quais foram obtidos.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Salvador, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 77 2.442 3.139,21 9,11 28,58

B 59 2.703 1.203,26 2,14 4,82

C 48 2.458 724,98 0,75 1,24

D 44 3.018 460,79 0,29 0,46

E 37 3.235 318,74 0,17 0,10

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

415

O gráfico 1 mostra que a proporção de crianças efetivamente entrevistadas foi ex-tremamente baixa no estrato A (40%). O principal motivo para o pequeno número de entrevistas realizadas foi o fato de não existir, entre os residentes do conglomerado de setores sorteados, o número previsto de sete crianças (aproximadamente 18% no total da amostra e cerca de 35% no estrato A). As taxas de recusa e perdas foram inferiores a 10% em todos os estratos, exceto no estrato A onde alcançaram respectivamente 13,3% e 11,4%.

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 75 41 31 18 23 188Recusas 28 2 4 5 1 40Perdas 24 15 11 12 2 64Realizadas 83 152 164 175 184 758

A B C D E Salvador

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75 41 31 18 23 188

28 2 4 5 1 40

24 15 11 12 2 64

83 152 164 175 184 758

Para apenas 1,2% das crianças entrevistadas foram utilizadas as informações orais fornecidas pelas mães ou responsáveis. Nas demais, as informações foram obtidas dire-tamente a partir da caderneta de vacina. O número de crianças que não tinham caderneta de vacina aumentou proporcionalmente nos estratos com piores condições de vida. No estrato A, todas as crianças possuíam caderneta, enquanto no estrato E, 8,7% das crianças não tinham.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela abaixo. As diferenças na distribuição de meninos e meninas não são estatisticamente significantes entre os estratos A, B e C. Nos estratos D e E há uma menor proporção de meninos e maior proporção de meninas que nos demais estratos. Quanto à cor, as diferenças são significativas em relação à distribuição de brancos e pardos, mas não há diferenças em relação à proporção de pretos. Há maior proporção de crianças brancas no estrato A, proporções semelhantes e inferiores nos estratos B e C e proporção seme-lhante e ainda menores nos estratos D e E. O inverso é observado para a distribuição dos pardos. A ordem de nascimento apresentou distribuição semelhante em todos os estratos e o número de filhos tidos pelas mães foi significante menor nos estratos A e B.

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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416

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Salvador, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E SALVADOR

Sexo % % % % % %

Masculino 52,4 51,0 57,8 48,3 47,8 49,6

Feminino 47,6 49,0 42,2 51,7 52,2 50,4

Cor

Branca 53,8 30,9 29,4 18,0 19,3 23,2

Preta 13,8 11,4 15,6 22,1 19,9 19,0

Amarela 0,0 0,7 1,9 1,2 2,3 1,6

Parda 32,5 57,0 52,5 58,1 58,0 55,7

Vermelha 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,5

Ordem denascimento

Primeiro 60,7 57,5 50,3 47,4 51,1 51,1

Segundo 28,6 26,8 32,1 28,3 24,5 26,9

Terceiro ou mais 10,7 15,7 17,6 24,3 24,5 22,1

Número de filhos

Média 1,7 1,8 2,0 2,2 2,1 2,1

A idade materna também mostrou diferenças entre os estratos. As médias da idade materna foram inversamente proporcionais às condições de vida e a idade média foi signi-ficantemente mais alta entre as mães dos estratos A e C. Não houve diferença significante na média de idade das mães residentes nos estratos B e D e ambas foram menores do que a média para os estratos A e C. No estrato E, foram encontradas as mães em média mais jovens.

A proporção de mães que trabalham foi maior no estrato A, semelhante nos estra-tos B e C e menor nos estratos D e E. No estrato D, há maior proporção de mães com menos de 4 anos de escolaridade. A proporção de mães com 4 a 10 anos de escolaridade aumenta à medida que pioram as condições de vida nos diferentes estratos, enquanto a proporção de mães com 11 anos e mais de escolaridade aumenta à medida que melhoram as condições de vida (tabela 4).

A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais, exce-to no estrato D onda há menor proporção de mães com companheiro. A proporção de famílias vivendo em condições de aglomeração intradomiciliar é semelhante nos estratos B, C e D; menor no estrato A e maior no estrato E. A proporção de famílias vivendo há menos de 2 anos na residência atual foi semelhante em todos os estratos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

417

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Salvador , 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E SALVADOR

Trabalho materno

Sim 58,3 45,4 42,4 34,9 29,9 35,7

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,2 4,8 2,5 4,7 3,4 3,6

4 a 10 43,9 72,4 71,4 89,3 94,4 85,4

11 e mais 54,9 22,8 26,1 5,9 2,2 11,0

Companheiro

Sim 81,0 75,8 77,1 67,8 75,5 73,9

Aglomeração intradomiciliar

Sim 23,8 49,0 47,9 61,0 61,9 56,4

Anos de residência

0 a 2 anos 23,9 24,8 20,4 22,0 18,4 20,4

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses de idade –

doses válidas

O esquema básico completo com doses válidas corresponde à aplicação de todas as vacinas previstas no calendário com os intervalos apropriados entre as doses.

Nos gráficos que seguem serão apresentadas as coberturas com doses válidas para cada uma das vacinas que compõem o calendário e para o esquema como um todo, segun-do os estratos de condições de vida.

1. Vacina DPT

Para a vacina DPT (difteria, pertussis e tétano) a cobertura na cidade é inferior a 90%. A cobertura foi significativamente mais alta no estrato A superando, inclusive, a co-bertura para o município como um todo. Nos demais estratos os intervalos de confiança se confundem. As estimativas por ponto mostram menores coberturas nos estratos com piores condições de vida.

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 100,0 93,4 96,8 92,1 89,8 89,7LI 92,6 84,4 87,5 82,6 75,4 83,2CV 96,4 88,9 92,2 87,4 82,6 86,4

A B C D E Salvador

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2.Vacina contra poliomielite

A vacina contra a poliomielite alcança cobertura semelhante àquela observada pela DPT. A cobertura está entre 86 e 92% no município, não apresentando diferenças entre os estratos com exceção dos estratos D e E cujas coberturas são significantemente me-nores. Apesar do intervalo de confiança ser amplo no estrato E a estimativa de cobertura ficou abaixo dos limites inferiores dos demais para os dois estratos com piores condições de vida.

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 100,0 98,4 98,3 94,1 92,8 92,3LI 92,5 89,8 90,8 84,0 78,9 85,9CV 96,4 94,1 94,6 89,1 85,9 89,1

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419

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Em Salvador a cobertura pela vacina Hib contra o Haemophilus influenzae está entre 74 e 83%, portanto abaixo dos valores protetores. As estimativas para todos os estratos estão abaixo dos 90%, entretanto as diferenças não são estatisticamente significantes, dado as amplitudes dos intervalos de confiança. Entretanto, as estimativas por ponto es-tão todas acima do limite superior do intervalo para a cobertura do município como um todo sugerindo que a cobertura baixa está fortemente influenciada pelos valores obtidos no estrato E.

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 95,9 93,7 93,3 89,4 83,1 82,9LI 77,9 82,7 82,6 78,4 65,8 74,3CV 86,9 88,2 88,0 83,9 74,5 78,6

A B C D E Salvador

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4. Vacina contra a Hepatite B

A vacina contra a hepatite B (HVB) apresenta cobertura menor do que 90% no município como um todo. Considerando as estimativas de cobertura (ponto médio do intervalo) observa-se um gradiente inverso do estrato A ao E, com exceção do estrato C. A menor cobertura é observada para o estrato E. Entretanto as diferenças não são esta-tisticamente significantes.

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Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 94,5 90,6 93,7 85,1 83,1 82,9LI 79,3 74,1 82,3 72,3 65,8 74,3CV 86,9 82,4 88,0 78,7 74,5 78,6

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5. Vacina BCG

Para a vacina BCG a cobertura no município é alta, estando em torno de 90%. As diferenças observadas entre os estratos não são estatisticamente significantes. Os limites inferiores dos intervalos de confiança estão todos acima de 90%, exceto para o estrato E. Portanto, podemos afirmar que para essa vacina não se observa diferença de cobertura segundo condições de vida. Como a maioria dos recém-nascidosN recebe a vacina ainda na maternidade essas coberturas não espelham o acesso e utilização dos serviços da rede de atenção básica. As altas coberturas independentes do estrato provavelmente estão rela-cionadas com a alta freqüência de partos hospitalares na cidade, provavelmente em menor proporção no estrato E, de piores condições de vida.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

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ESTRATO

%

LS 100,0 99,7 98,2 98,8 94,5 94,9LI 94,4 91,2 90,9 90,8 83,7 89,9CV 97,6 95,4 94,6 94,8 89,1 92,4

A B C D E Salvador

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

421

6. Vacina SCR

Para a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR) a cobertura também foi inferior a 80% na cidade. Praticamente não há diferença entre os estratos, embora para o estrato A e o estrato B o ponto médio do intervalo esteja na faixa entre 80 e 85 %, en-quanto os demais estão na faixa entre 75% e 80%.

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

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100

ESTRATO

%

LS 91,8 88,0 84,5 85,3 85,0 82,6LI 74,9 76,7 67,3 69,9 69,3 73,3CV 83,3 82,4 75,9 77,6 77,2 77,9

A B C D E Salvador

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário básico de vacinação em Salvador, embora a cidade não se encontre em área endêmica para a doença. Cerca de 81% dos menores receberam a vacina contra a febre amarela. Embora as diferenças não sejam significantes, chama a atenção o fato das estimativas serem menores para os Estratos A e E.

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422

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

0

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100

ESTRATO

%

LS 92,1 90,2 92,9 90,7 85,7 85,0LI 65,1 77,1 80,6 75,9 69,7 76,7CV 78,6 83,7 86,7 83,3 77,7 80,8

A B C D E Salvador

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas.

Mais de 1/3 das crianças em Salvador não completou o esquema de vacinação com doses válidas. Os estratos A e B apresentaram as maiores coberturas com cerca de 70% de crianças com esquema completo.

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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100

ESTRATO

%

LS 82,4 78,2 75,2 71,1 71,6 68,7LI 55,7 63,0 56,1 49,6 51,2 56,9CV 69,0 70,6 65,7 60,3 61,4 62,8

A B C D E Salvador

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423

Considerando a cobertura para cada vacina no município de Salvador, independen-temente do estrato socioeconômico, observa-se que a maior cobertura é alcançada para a BCG. As coberturas para DPT e pólio são semelhantes e ficam abaixo dos 90%. Em seguida vem a cobertura para a vacina contra a febre amarela, na faixa dos 80% seguindo-se Hib, HVB e SCR entre 75 e 80%.

As coberturas como um todo, podem ser consideradas insatisfatórias, predispondo à ocorrência de surtos e epidemias sempre que houver circulação dos agentes infecciosos na população. A única vacina a alcançar cobertura maior do que 90% foi a BCG que deve ser administrada logo após o nascimento, nas próprias maternidades.

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, na coorte de nascimentos de 2005, segundo

imunobiológico, Salvador, 2007.

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VACINA

%

LS 94,9 89,7 92,3 82,9 82,9 82,6 85LI 89,9 83,2 85,9 74,3 74,3 73,3 76,7Média 92,4 86,4 89,1 78,6 78,6 77,9 80,8

BCG DPT POLIO Hib HVB SCR FA

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluemtodas as doses de vacinas recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e à idade da criança no momento da aplicação. Portanto, esses dados referem-se ao total de doses recebidas até os 18 meses sem considerar a possível efetividade dessas doses nem a aplicação na idade indicada pelo calendário.

Apenas a título de exemplo, serão apresentadas as doses aplicadas para DTP, Hib e SCR, Pólio e HVB.

1. Vacina DPT

Em comparação com o esquema válido, observam-se valores ligeiramente mais al-tos para DPT sugerindo assim que a proporção de doses não válidas é relativamente pe-quena, ou seja, a maior parte das doses aplicadas tem possibilidade de ser efetiva. Apenas para o estrato A, o percentual de cobertura alcançado com doses válidas coincide com a cobertura das doses aplicadas demonstrando assim, que nessa camada social todas as doses foram aplicadas nas idades apropriadas e com intervalos corretos. Para os demais estratos as coberturas ficam 2% a 3% menores com doses válidas.

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424

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

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LS 100,0 94,6 98,2 95,9 91,9 92,2LI 92,6 87,1 89,8 86,9 77,7 85,6CV 96,4 90,9 94,0 91,4 84,8 88,9

A B C D E Salvador

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

No caso da vacina Hib as diferenças são um pouco maiores na comparação entre doses válidas e doses aplicadas em todos os estratos e no município como um todo. Indicando assim, alguma perda de efetividade para coberturas que já são relativamente baixas.

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Salvador, 2007.

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ESTRATO

%

LS 96,6 94,4 95,3 92,3 89,0 88,5LI 79,6 86,0 85,5 81,3 74,1 81,6CV 88,1 90,2 90,4 86,8 81,5 85,1

A B C D E Salvador

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425

3. Vacina contra a hepatite B.

Para a vacina contra o vírus da hepatite B observa-se o mesmo padrão descrito an-teriormente. Todas as coberturas são relativamente mais altas quando são consideradas as doses aplicadas ao invés das doses válidas.

Considerando-se as doses aplicadas, a cobertura pela vacina anti-HVB alcança pa-tamares acima de 90% para os estratos A, B e C e inferiores para os estratos D e E, onde as estimativas por ponto são respectivamente de 87% e 81%. Entretanto, dada a menor precisão do intervalo de confiança para este último estrato, as diferenças não são signifi-cantes. Assim, mesmo considerando as doses aplicadas, as coberturas são insatisfatórias.

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

%

LS 99,2 96,7 96,5 92,1 88,8 89,3LI 86,5 86,4 86,7 82,7 73,1 81,8CV 92,9 91,5 91,6 87,4 81,0 85,5

A B C D E Salvador

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4. Vacina contra a poliomielite

Para a vacina contra a poliomielite a diferença na cobertura comparando-se doses aplicadas e doses válidas não é muito acentuada. Quando se consideram as doses aplicadas todos os estratos apresentam coberturas acima de 95% com limites inferiores próximos a 90%, com exceção do estrato E que apresenta cobertura inferior. O mesmo não ocorre quando se consideram apenas as doses válidas.

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426

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

%

LS 100,0 98,6 99,3 97,7 94,3 94,6LI 96,5 91,0 92,3 89,6 80,7 88,3CV 98,8 94,8 95,8 93,7 87,5 91,5

A B C D E Salvador

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5. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Para a vacina SCR as diferenças são marcantes na comparação entre doses válidas e doses aplicadas. Sendo essa uma das vacinas com menor cobertura, a maior proporção de doses aplicadas não válidas adquire maior importância, pois sugere que pelo menos parte das doses aplicadas terá menor possibilidade de ser efetiva. Outro agravante neste caso é o fato dessa vacina ser aplicada em dose única, o que indica que as diferenças se referem à idade apropriada para a aplicação.

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

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LS 97,0 95,0 92,3 92,7 91,8 90,2LI 86,3 84,1 76,4 82,0 77,8 82,4CV 91,7 89,5 84,3 87,4 84,8 86,3

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

427

6. conjunto das vacinas

Para o conjunto de vacinas que compõem o esquema básico completo aos 18 meses, considerando-se as doses aplicadas, observa-se cobertura insatisfatória em praticamente todos os estratos, com os limites superiores dos intervalos de confiança ficando abaixo de 90% exceto para os estratos A e B. Embora, novamente o intervalo de confiança seja pou-co preciso e não permita afirmar diferenças significantes com a cobertura observada nos outros estratos, a estimativa por ponto é superior, ficando mais próxima a 85%. Tendo em vista que a análise por doses aplicadas não leva em conta nem os intervalos preconizados nem as idades mais adequadas, era de se esperar coberturas próximas a 100% ou pelo me-nos acima de 90%. Isto, entretanto, não foi observado para nenhum dos estratos.

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

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LS 93,0 91,4 87,6 82,8 81,3 80,2LI 71,3 77,2 70,2 67,7 64,4 71,2CV 82,1 84,3 78,9 75,3 72,8 75,7

A B C D E Salvador

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c) Esquema básico completo – doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

A cobertura correta para DPT não atinge os 60%, representando assim um valor muito inferior ao observado para as doses válidas. Isto sugere que parte considerável das doses foi aplicada fora da idade recomendada ou com intervalos diferentes dos preconi-zados. Entre os estratos as diferenças não são significantes, mas as estimativas por ponto mostram pior situação no estrato E.

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428

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

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LS 74,1 70,5 65,4 65,3 62,0 61,5LI 49,7 56,3 52,7 49,6 43,4 50,9CV 61,9 63,4 59,0 57,5 52,7 56,2

A B C D E Salvador

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2. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Apesar da SCR ser uma vacina aplicada em dose única a cobertura correta é muito menor do que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante em todos os estratos.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

%

LS 45,7 42,2 46,0 43,0 39,2 38,0LI 23,3 28,4 28,7 28,3 23,9 29,7CV 34,5 35,3 37,3 35,6 31,5 33,8

A B C D E Salvador

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

429

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Em relação aos dados administrativos registrados rotineiramente pelos serviços de saúde, os dados obtidos no inquérito de cobertura vacinal têm a vantagem de não depen-der de estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador da taxa. Por outro lado, os dados do inquérito são provenientes de uma amostra enquanto os dados administrativos são censitários, ou seja, referem-se ao registro de todas as crianças atendidas.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as informações ora indicam maior cobertura a partir do inquérito, ora indicam maior cobertura a partir dos dados regis-trados. Para as vacinas Pólio e HVB as coberturas obtidas pelo inquérito são superiores àquelas obtidas através do registro rotineiro de informações pelo programa. Para BCG, Hib, febre amarela e SCR os dados obtidos pelo inquérito apontam menor cobertura do que os dados registrados.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito.

Gráfico 19. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Salvador, 2007.

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%

ICV 92,0 87,8 79,5 77,0 80,9 69,8 86,3MS 114,7 85,8 80,4 80,0 77,3 80,9 98,4

BCG Polio DPT Hib HVB FA SCR

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ICV

MS

92,0 87,8 79,5 77,0 80,9 69,8 86,3

114,7 85,8 80,4 80,0 77,3 80,9 98,4

Imunobiológico

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

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430

V. ParticiPação na última camPanha nacional de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município como um todo foi de 86%. Apenas para o estrato C o comparecimento superou os 90%. Para os demais estratos a propor-ção de comparecimento foi menor, destacando-se o estrato A com a menor estimativa por ponto.

Gráfico 20. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Salvador, 2007.

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ESTRATO

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LS 91,5 90,0 96,9 92,4 90,4 89,0LI 72,4 81,8 86,8 81,2 78,7 82,9CV 81,9 85,9 91,9 86,8 84,6 86,0

A B C D E Salvador

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado foi semelhante para as crianças cujas avós viviam na mesma casa. A presença ou não do companheiro não apresentou qualquer associação com a cobertura vacinal. A aglomera-ção domiciliar e o trabalho da mãe também não interferem na cobertura vacinal.

A escolaridade materna e o sexo não interferem na cobertura vacinal. A cobertu-ra foi maior para as crianças que eram primeiras ou segundas na ordem de nascimento, sugerindo que com o aumento do número de irmãos a cobertura tende a diminuir, pos-sivelmente pela maior dificuldade das mães. A cobertura foi semelhante para as crianças pretas, brancas e pardas. As crianças amarelas ou indígenas foram apenas 13, não permi-tindo comparações adequadas.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

431

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Salvador, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 73,8 67,7 79,9

Não 76,5 70,7 82,2

Presença do companheiro

Sim 75,4 70,3 80,6

Não 76,3 67,8 84,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 76,0 69,3 82,8

Não 75,8 70,8 80,8

Mãe trabalha fora de casa

Sim 77,1 70,8 83,4

Não 74,8 68,1 81,5

Escolaridade materna

0 a 3 anos 80,2 60,9 99,5

4 a 10 anos 75,2 70,1 80,3

11 e mais 80,6 70,4 90,9

Ordem de nascimento

Primeiro 76,7 71,3 82,0

Segundo 78,2 70,2 86,1

Terceiro ou mais 70,1 60,1 80,0

Sexo da criança

Masculino 74,7 69,2 80,3

Feminino 76,6 70,4 82,8

Cor da criança

Branca 77,6 69,5 85,7

Preta 71,5 63,2 79,9

Amarela** 66,6 29,5 100,0

Parda 77,2 71,2 83,1

Indígena ** 100,0 100,0 100,0

* intervalo de confiança **apenas 13 crianças

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432

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família já havia utilizado serviços privados de vacinação. Para o município de Salvador, apenas 9,5% (IC95% 7-12) das crianças já haviam recebido alguma vacina em serviços do setor privado. Esta proporção chega a 47% no estrato A, o de melhor condição de vida e se reduz a 3% no estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que já utilizou os serviços do setor privado diminui à medida que pioram as condições de vida nos estratos de residência.

Gráfico 21. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

LS 66,8 23,4 27,4 7,6 6,9 12,2LI 27,2 7,9 8,9 0,8 0,4 6,8CV 47,0 15,6 18,1 4,2 3,7 9,5

A B C D E Salvador

%

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A cobertura pelo esquema básico completo com doses válidas foi semelhante para as crianças que utilizaram ou não utilizaram os serviços de vacinação do setor privado. No grupo que já utilizou os serviços do setor privado a cobertura estimada foi de 76,9% (IC95% 66-88) e nos demais o valor estimado foi de 72,3%(IC95% 67-77).

A participação na última campanha de vacinação foi menor para as crianças já vaci-nadas anteriormente em serviços do setor privado. Neste grupo, a taxa de participação foi de 74,2% (IC95% 64-84). Nas crianças que não utilizam os serviços do setor privado esta proporção foi de 89,6% (IC95% 87-93). Os dados sugerem que a freqüência a campanhas é menos valorizada entre os indivíduos dos estratos socioeconômicos mais altos, prova-velmente por orientação médica ou por conhecimento das mães de que estando com o esquema completo não há necessidade de participar nas campanhas.

Viii. uSoS da VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

Vacinação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

433

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, tal uso pode ser considerado baixo, pois me-nos de 50% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos D e E, o uso não atingiu nem 5% das crianças entrevistadas.

Gráfico 22. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 52,2 19,2 19,2 5,1 3,5 8LI 19,2 4,3 3,7 0 0 3,9CV 35,7 11,8 11,4 2,3 1,6 5,9

A B C D E Salvador

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo. No estrato A, menos de 30% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida o uso não chega a 5% das crianças.

Gráfico 23. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 42,5 10,2 7,3 2,8 3,5 5,5LI 14,7 1,6 0 0 0 2,2CV 28,6 5,9 3,6 1,1 1,6 3,8

A B C D E Salvador

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434

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 24% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos a proporção de uso é muito baixa, mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida.

Gráfico 24. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 36,8 9,8 6,1 1,8 1,7 3,9LI 10,9 1,9 0 0 0 1,6CV 23,8 5,9 3 0,6 0,5 2,8

A B C D E Salvador

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com utili-zação um pouco maior do que aquela observada para a hepatite A. Das crianças do estrato A, apenas 28% foram vacinadas.

Gráfico 25. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Salvador, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESTRATO

%

LS 43,9 11,6 8 3,7 2,6 5,2LI 13,3 2,8 0,4 0 0 2,6CV 28,6 7,2 4,2 1,7 1,1 3,9

A B C D E Salvador

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

435

iX. conSideraçÕeS finaiS

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Salva-dor foi satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas de 12% em relação ao número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais ou menos precisas. Cerca de 7% das entrevistas apresentaram perdas de informação principalmente pela ausência de caderneta e 5% foram recusas.

Em Salvador, de modo geral, pode ser observado um gradiente diretamente pro-porcional entre as coberturas vacinais e as condições socioeconômicas ainda que as am-plitudes dos intervalos de confiança, algumas vezes, não permitam afirmar diferenças estatisticamente significantes. Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratifica-ção da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população. O principal motivo para a perda de precisão dos intervalos foi a inexistência de crianças da coorte de 2005. O fato de o inquérito ter sido realizado 8 anos após o le-vantamento realizado pelo censo determinou que não fossem encontradas tantas crianças como as esperadas.

Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais e as variá-veis estudadas de caracterização do núcleo familiar, exceção feita à ordem de nascimento. As coberturas pelo esquema completo foram significantemente mais altas para crianças que eram ou primeiro ou segundo filho.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses váli-das em Salvador situaram-se em níveis inadequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. Apenas a cobertura com a vacina BCG atingiu a proporção de 90 a 95%. Para as demais, a cobertura foi sempre insatisfatória ficando em torno de 85 a 90% para DPT e Pólio, e entre 75% e 85% para todas as outras vacinas do calendário.

Entretanto, observa-se uma proporção bem menor de crianças aos 18 meses com o esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 62,8% (IC95% 57-69), ou seja, aproximadamente 40% das crianças aos 18 meses tinham o seu esquema com doses válidas incompleto. A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma proporção dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 75,7% (IC95% 71-80). De todo modo, a cobertura alcançada está muito abaixo dos níveis considerados protetores.

O fato de, sistematicamente, as crianças do estrato E apresentarem coberturas mais baixas, considerando-se doses válidas ou aplicadas, agrava ainda mais o quadro, uma vez que, estas crianças apresentam maior vulnerabilidade face às doenças infecciosas tendo em vista suas condições de vida.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, demons-tram que o programa de imunizações em Salvador apresenta desempenho bastante insa-tisfatório, com menos de 50% das crianças tendo recebido as doses de vacina conforme as recomendações do programa.

Não houve grande discrepância entre as informações de cobertura presentes nos dados administrativos e aquelas obtidas pelo inquérito, exceto para BCG, SCR e febre

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Amarela. Para estas vacinas os dados administrativos apontam coberturas marcadamente mais altas do que aquelas obtidas pelo inquérito, denotando os problemas reiteradamente assinalados de denominadores subestimados.

A participação nos dias nacionais de imunizações foi de 86% mostrando boa adesão da população com exceção das crianças do estrato A, para as quais o comparecimento foi significativamente menor.

Parcela muito pequena das crianças em Salvador utilizou os serviços privados para obtenção de alguma das vacinas do calendário ou aquelas não incluídas no calendário. Apenas no estrato A observou-se um uso mais freqüente dos serviços privados (47%). Menos de 10% das crianças da amostra havia recebido as vacinas contra meningococo, penumococo, hepatite A e varicela disponíveis exclusivamente nos serviços privados. Para as crianças do estrato A, a aplicação dessas vacinas chegou a cerca de 30%.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L S Ã O • L U Í S

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438

municíPio de São luíS

i. introdução

O município de São Luís tinha, em 2005, uma população estimada em 978.822 ha-bitantes, dos quais 76.045 na faixa etária de 1-4 anos de idade.

O inquérito de cobertura vacinal foi realizado com base em uma amostra represen-tativa das crianças nascidas vivas em São Luís, no ano de 2005.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde, referentes a maio de 2008, indicam que o município conta com 89 equipes do Programa de Saúde da Família, 19 equipes do Pro-grama de Agentes Comunitários de Saúde, 81 salas de vacina e um (01) Centro de Imuno-biológicos Especiais (CRIE).

ii. caracteríSticaS da amoStra

A Tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas dos estratos construí-dos para seleção dos setores censitários que comporiam a amostra. Os dados são referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio. Em relação à proporção de chefes de família com mais de 17 anos de escolaridade, os estratos D e E não se diferenciam, ambos com uma proporção muito baixa de pessoas que atendem a esta condição.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, São Luís, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 156 8.117 2.081,0 4,2 15

B 155 11.006 725 0,8 2,0

C 155 14.087 430 0,3 0,5

D 155 16.458 321 0,2 0,2

E 156 17.925 235 0,2 0,04

O gradiente de renda verifica-se igualmente nos setores amostrados que também, sob os outros indicadores, mostram-se comparáveis com o conjunto do estrato, como apresentado na tabela 2.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

São Luís, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 18 1.539 1.591,0 3,5 11,2

B 18 1.463 681,0 0,8 1,8

C 18 1.795 420 0,4 0,6

D 17 1.996 311 0,1 0,2

E 18 2.009 244 0,1 0,06

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

439

Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 561 (89%). O maior percentual de entrevistas não efetuadas ocorreu no estrato A onde foram realizadas 74% das entrevistas previstas. Nos estratos B e C o percentual de entrevistas realizadas foi 90% e 89% res-pectivamente. Os estratos D e E tiveram 95% e 98% de entrevistas realizadas, respectiva-mente (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localiza 23 6 11 5 2 47Recusas 3 1 0 0 0 4Perdas 7 6 3 1 1 18Realizadas 93 113 112 120 123 561

A B C D E São Luís

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A não localização das crianças no conglomerado foi um dos principais motivos para não atingir a meta prevista. Das 69 crianças não entrevistadas em São Luís, 47 (68%) não foram localizadas. Especialmente na área mais central do município, classificada majori-tariamente como estrato A, houve uma mudança substancial no uso, tendo passado de residencial, de acordo com o censo de 2000, para comercial. As recusas foram pequenas. No Município, considerando todos os estratos, houve 18 perdas, isto é, havia informação da existência de uma criança na faixa etária, mas os entrevistadores visitaram a casa 2 ve-zes e a encontraram fechada ou não havia uma pessoa adulta responsável pela criança que pudesse responder.

As informações sobre as vacinas aplicadas foram documentadas mediante a con-sulta às cadernetas de vacinação em 94% (IC95% 92-96) dos casos. Em 6% das vezes a informação obtida foi verbal.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele (auto-re-ferida), ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresen-tados na tabela abaixo. A proporção de meninas é maior nos estratos D e E, nos demais estratos há um discreto predomínio de meninos e, quando considerado o município, não há diferença.

Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. Há um predomínio de crianças brancas nos estratos A e B, enquanto as pretas e pardas apresentam as maiores proporções nos estratos C, D e E, ou seja, nos níveis de escolaridade e renda mais altos predomina a cor branca. As crianças amarelas e vermelhas são menos de 1% da amostra.

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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440

As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são pequenas em relação ao primeiro filho, observando-se um percentual mais elevado no estrato B. A proporção de terceiro filho na ordem de nascimento é maior nos estratos D e E. O número médio de filhos foi de 2,0, com discreto aumento entre os estratos à medida em que níveis de escolaridade e renda diminuem.

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

São Luís, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E SÃO LUÍS

Sexo % % % % % %

Masculino 50,5 51,3 52,7 48,3 43,9 49,1

Feminino 49,5 48,7 47,3 51,7 56,1 50,9

Cor

Branca 51,6 44,2 25,9 25,8 26,8 33,5

Preta 3,2 8,9 11,6 9,2 12,2 9,3

Amarela -- -- -- 2,5 -- 0,6

Parda 45,2 46,0 62,5 62,5 60,2 56,3

Vermelha -- 0,9 -- -- 0,8 0,3

Ordem denascimento

Primeiro 54,3 63,4 49,1 45,8 45,8 50,9

Segundo 35,9 25,9 32,7 29,2 29,2 30,6

Terceiro ou mais 9,8 10,7 18,2 25 25 18,5

Número de filhos

Média 1,7 1,8 2,0 2,1 2,2 1,9

As mães entrevistadas têm média de idade de 27 anos, mas a idade difere com o nível de renda e escolaridade. As mães são significativamente mais jovens nos estratos D e E (aproximadamente 25 anos), que as dos A, B e C (27 anos).

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e C e ligeiramente menor no estrato D, sem nenhuma tendência entre o conjunto dos estratos.

A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) é de 2% em São Luís, e atinge níveis mais elevados nos estratos D e E. Quando se considera o percentual de mães que possuem mais de 11 anos de estudo, no estrato A o valor é o dobro do estrato E.

A presença do companheiro vivendo junto é mais alta nos estratos A e B. O único estrato com valor inferior a 70% é o E.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

441

A aglomeração intradomiciliar (mais de 2 pessoas por cômodo) é maior nos estratos C, D e E. Mais de 50% das famílias no município vivem em condições de aglomeração.

Quanto ao tempo de residência no município, a proporção de famílias residindo há menos de 3 anos em São Luís não variou substancialmente entre os estratos, sendo os estratos A e D os que apresentaram proporções um pouco maiores (tabela 4).

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E SÃO LUÍS

Trabalho materno

Sim 47,3 35,4 41,1 26,7 32,5 36,0

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,1 0,9 -- 4,2 3,3 2,0

4 a 10 47,3 67,3 65,2 79,2 71,5 67,1

11 e mais 51,6 31,9 34,8 16,7 25,2 30,9

Companheiro

Sim 80,6 77,9 70,5 74,2 66,7 73,5

Aglomeração intradomiciliar

Sim 29,3 46,0 62,5 62,5 62,5 54,1

Anos de residência

0 a 2 anos 29,1 35,3 29,3 35,7 36,0 34,1

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra Haemophilus B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de São Luís apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 86% (IC95% 82-89). Não se observou uma cobertura significativa-mente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,2 94,5 94,4 93,5 91,8 89,2LI 81,3 75,4 77,0 74,9 77,3 82,0CV 89,2 85,0 85,7 84,2 84,6 85,6

A B C D E São Luís

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de São Luís verifi-camos uma cobertura inferior a 95%. Embora considerada erradicada no Brasil, o último caso foi em 1989, se as coberturas não se mantiverem altas, tal condição não se mantém assegurada (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 97,1 94,7 95,2 96,7 96,2 92,9LI 85,7 80,5 79,8 81,6 85,9 85,8CV 91,4 87,6 87,5 89,2 91,1 89,4

A B C D E São Luís

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443

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consi-deradas no cálculo as vacinas tetravalente ou as vacinas contra Haemophilus ministradas de forma isolada. A cobertura para o município de São Luís foi de 82% (IC95% 75-82). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

São Luís, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 92,7 86,8 93,0 91,0 92,0 86,1LI 77,2 69,0 73,1 77,4 75,5 79,8CV 84,9 77,9 83,0 84,2 83,7 82,9

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4.Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior a observada com as vacinas DPT e Hib em São Luís, 74% (IC95% 70-77). Apenas o estrato D apresenta uma cobertura que se aproxima de 80%. O limite inferior dos intervalos de confiança em todos os estratos indica que esta cobertura pode ser bem mais baixa, como pode ser visto no gráfico 5.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 84,7 83,0 78,3 87,5 80,1 77,2LI 68,0 65,7 53,9 70,9 64,7 70,0CV 76,3 74,3 66,1 79,2 72,4 73,6

A B C D E São Luís

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5.Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada válida. A cobertura ob-tida com esta vacina não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em São Luís, 93% (IC95% 90-95) das crianças da coorte receberam a vacina BCG (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 99,9 97,1 96,3 99,9 99,2 95,5LI 89,4 85,2 82,3 93,5 87,8 90,8CV 94,6 91,2 89,3 96,7 93,5 93,1

A B C D E São Luís

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6.Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em São Luís (gráfico 7) foi abaixo de 80% em todos os estratos: 77% (IC95% 72-80).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 86,3 85,4 84,2 84,2 82,9 80,4LI 68,5 70,3 69,4 69,2 65,0 72,4CV 77,4 77,9 76,8 76,7 74,0 76,4

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

445

7.Vacina contra febre amarela

A cobertura da vacina contra febre amarela não foi diferente ente os vários estra-tos. A cobertura para o município de São Luís evidencia que cerca de 20% das crianças encontram-se não imunizadas (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 92,2 88,0 89,1 94,3 86,8 85,5LI 73,4 73,1 71,6 82,3 72,5 79,5CV 82,8 80,5 80,4 88,3 79,7 82,5

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade, para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de apenas 51% (IC95% 46-56) no município de São Luís, sem diferença significativa entre os estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 59,3 61,1 60,5 64,6 59,5 56,3LI 39,7 46,9 37,7 45,4 38,1 46,2CV 49,5 54,0 49,1 55,0 48,8 51,3

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446

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas, sem considerar se os intervalos entre as doses foram adequa-dos, nem a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar proteção entre as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, HVB, po-liomielite e o esquema básico completo (sem a vacina contra a febre amarela).

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se para 89% (IC95% 86-92) versus 86% com as doses válidas. Não se ob-serva diferença estatisticamente significante entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 97,1 95,4 95,2 95,7 95,9 92,4LI 85,7 78,0 79,8 84,3 84,6 86,1CV 91,4 86,7 87,5 90,0 90,2 89,2

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Apesar de ser geralmente aplicada junto com a vacina DPT, a cobertura da vacina de Hib não apresenta o mesmo incremento (gráfico 11), observando-se apenas um au-mento da ordem de 3%, saindo de 83% para 86% (IC95%83-89).

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447

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 94,4 87,2 94,5 95,8 94,6 89,1LI 82,0 70,3 75,2 80,9 81,0 82,7CV 88,2 78,8 84,8 88,3 87,8 85,9

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge 87% (IC95% 83-90) para o município. As diferenças entre os estratos não são significativas (grá-fico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 96,1 93,0 93,1 95,8 93,9 90,0LI 78,1 80,5 76,6 80,9 78,5 83,3CV 87,1 86,7 84,8 88,3 86,2 86,6

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448

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 92%, valor que não assegura uma cobertura suficiente para manter eliminado da circulação o poliovírus selvagem (gráfico 13). O limite inferior do intervalo de confiança indica que o valor verdadeiro pode ser um pouco menor (89%).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 99,9 97,1 96,4 98,7 97,1 95,2LI 89,4 85,2 82,2 89,6 86,7 89,2CV 94,6 91,2 89,3 94,2 91,9 92,2

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade. a cobertura para a vacina SCR aumenta em 10 pontos percentuais para o município chegando 86% (IC95% 82-89), como mostra o gráfico 14.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 99,9 97,1 96,4 98,7 97,1 95,2LI 89,4 85,2 82,2 89,6 86,7 89,2CV 94,6 91,2 89,3 94,2 91,9 92,2

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449

6. Esquema básico completo aplicado, conjunto das vacinas

Tendo em vista que no esquema com doses aplicadas não se leva em consideração o intervalo entre as doses e a idade das crianças, é esperado que a cobertura seja mais elevada (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 81,2 78,2 84,6 85,8 82,1 76,4LI 58,5 59,8 61,8 65,8 57,7 67,2CV 69,9 69,0 73,2 75,8 69,9 71,8

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é o esquema com maior potencialidade de ser efetivo, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades, que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre a distribuição da doença na população. Indica também o grau de compro-misso dos responsáveis pela criança e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As coberturas observadas para estas vacinas podem dar uma idéia do que acontece com outras vacinas e servir para dimensionar a intervenção necessária para uma vacinação de melhor qualidade no município.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de São Luís é de ape-nas 7% (IC95% 4-10). Nenhuma das crianças entrevistadas no estrato D recebeu a vacina DPT na idade e respeitando os intervalos adequados entre as doses (gráfico 16).

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450

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 18,7 17,1 13,7 0,0 14,6 9,7LI 0,6 2,4 2,4 0,0 3,3 4,2CV 9,7 9,7 8,0 0,0 8,9 6,9

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2. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Em relação à vacina SCR, aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas, 29% versus 76%, respectivamente (gráfico 17). Não há diferença entre os estratos. É importante destacar que uma parcela importan-te das crianças fica, por determinado tempo, não imune ao sarampo, caxumba e rubéola, podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer.

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 42,2 44,6 36,7 37,6 36,8 34,3LI 20,2 17,3 18,6 19,1 18,5 23,6CV 31,2 31,0 27,7 28,3 27,6 29,0

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

451

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, São Luís, 2007.

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ICV 93,1 86,5 80,2 76,5 81,9 72,1 85,6DA 151,96 103,62 105,08 105,08 94,3 105,64 118

BCG Polio DPT Hib HVB FA SCR

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De um modo geral, a cobertura obtida com dados administrativos é maior do que a aferida pelo inquérito. No entanto, não há homogeneidade quanto à magnitude das diferenças entre os diversos imunobiológicos. As maiores diferenças ocorreram respec-tivamente para a vacina BCG, em que a cobertura administrativa é 1,6 vezes maior que a obtida pelo inquérito, febre amarela e tríplice viral.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas. As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

ICV

da

93,1 86,5 80,2 76,5 81,9 72,1 85,6

151,96 103,62 105,08 105,08 94,3 105,64 118

Imunobiológico

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452

V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi 91% (IC95% 89-94), sem diferença significativa entre os estratos, embora a estimativa por ponto indique a menor participação no estrato E (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 98,5 98,2 97,5 99,3 93,4 93,7LI 84,3 85,4 87,6 88,9 78,5 88,6CV 91,4 91,8 92,5 94,1 86,0 91,1

A B C D E São Luís

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não esteve associada a nenhuma das variáveis selecionadas, que foram: presença da avó, companheiro morando junto e aglomeração intradomiciliar. As crianças filhas de mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram proporções semelhantes às das crianças cujas mães trabalham fora de casa.

Também não foram observadas diferenças entre os estratos na cobertura vacinal, quando consideradas a escolaridade materna, a ordem de nascimento das crianças e a cor da criança. No entanto, ao se observar as estimativas pontuais, em relação à escolaridade da mãe, os dados sugerem uma tendência de maior cobertura entre os filhos de mães de com maior escolaridade.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

453

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

São Luís, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 72,8 66,0 75,6

Não 72,5 66,1 78,9

Presença do companheiro

Sim 72,1 66,7 77,4

Não 71,2 64,3 78,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 71,5 63,1 79,8

Não 72,8 67,7 77,9

Mãe trabalha fora de casa

Sim 70,4 63,1 77,6

Não 72,5 68,3 76,7

Escolaridade materna

0 a 3 anos 64,1 30,9 97,4

4 a 11 anos 69,4 63,7 75,2

12 e mais 77,5 69,6 85,4

Ordem de nascimento

Primeiro 73,8 66,8 80,8

Segundo 70,2 64,2 76,2

Terceiro ou mais 70,6 61,5 79,6

Sexo da criança

Masculino 71,5 66,7 76,3

Feminino 72,1 65,8 78,5

Cor da criança

Branca 71,5 65,9 77,2

Preta 68,0 52,6 83,3

Parda 72,2 66,4 78,0

Obs.: Excluídas desta análise as crianças referidas como sendo de cor vermelha ou amarela por serem em

número muito pequeno (duas em cada categoria).

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454

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de São Luís, 8% (IC95% 5-10) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 25% no estrato A, que apresenta maior renda e escolaridade, mas reduz-se a menos de 10% em todos os outros estratos.

Os dados do inquérito mostram que, em São Luís, a imunização das crianças em to-dos os níveis socioeconômicos baseia-se fundamentalmente na rede pública, como pode ser visto no gráfico 20.

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, São Luís, 2007.

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Estrato

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LS 25,2 15,6 9,3 13,1 7,6 10,2LI 7,1 6,2 -0,1 -1,4 0,8 5,5CV 16,1 10,9 4,6 5,8 4,2 7,9

1 2 3 4 5 São Luís

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 60% (IC95% 35-65) e nos demais o valor estimado foi de 60% (IC95% 55-66).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois gru-pos, embora a estimativa por ponto tenha indicado que o grupo que utiliza exclusivamen-te o setor público tenha tido uma participação na última campanha um pouco maior que o grupo que também se utiliza de serviços privados. No grupo que usa exclusivamente o setor público, a participação foi de 92% (IC95% 89-94). Nas crianças que utilizam também o setor privado, esta proporção foi de 90% (IC95% 79-99).

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455

Viii. uSoS de VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

Vacinação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

O uso da vacina contra meningococo ocorreu quase que exclusivamente no estrato A, mas ainda em um percentual muito baixo, aproximadamente 6%, como pode ser visu-alizado no gráfico abaixo (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 11,4 5,6 0,0 0,0 0,0 2,6LI 1,5 -0,3 0,0 0,0 0,0 0,5CV 6,5 2,7 0,0 0,0 0,0 1,5

A B C D E São Luís

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O mesmo pode ser observado em relação à vacina contra pneumococo, em que a cobertura é ainda mais baixa (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Luís, 2007.

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Estrato

%

LS 11,4 5,6 0,0 0,0 0,0 2,6LI 1,5 -0,3 0,0 0,0 0,0 0,5CV 6,5 2,7 0,0 0,0 0,0 1,5

A B C D E São Luís

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456

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com menos de 3% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Para o município, o percentual de uso é inferior 1% (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Luís, 2007.

0

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Estrato

%

LS 8,5 4,3 0,0 0,0 0,0 2,1LI 0,1 -0,8 0,0 0,0 0,0 0,0CV 4,3 1,8 0,0 0,0 0,0 1,0

A B C D E São Luís

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso quase exclusivo no estrato A, no qual aproximadamente 5% das crianças foram vaci-nadas. No município, apenas 1% recebeu este imunobiológico (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacional, São Luís, 2007.

0

10

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 10,1 2,7 0,0 0,0 0,0 2,0LI 0,6 -1,0 0,0 0,0 0,0 0,1CV 5,4 0,9 0,0 0,0 0,0 1,1

A B C D E São Luís

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

457

iX. conSideraçÕeS finaiS

O desempenho do trabalho de coleta de dados deste inquérito de cobertura vacinal foi satisfatório. Das entrevistas previstas, foram realizadas 561 (89%). O maior percentual de entrevistas não efetuadas ocorreu no estrato A, onde foram realizadas 74% das entre-vistas previstas. A não realização das entrevistas foi quase que exclusivamente devida ao fato de não terem sido localizadas as crianças esperadas, especialmente no estrato A, onde foi evidente uma grande mudança no uso dos imóveis, especialmente na região central da cidade. De um modo geral, o percentual obtido assegura estimativas com alto grau de re-presentatividade e boa precisão para São Luís. Além disso, 94% das informações obtidas foram documentadas, garantindo a fidedignidade das informações analisadas.

Como demonstrado, a estratégia de seleção da amostra garantiu a inclusão dos dis-tintos segmentos populacionais de São Luís.

É interessante destacar que não foram observadas diferenças entre os indicadores de condição socioeconômicas utilizadas e as coberturas vacinais. Não se verificou as-sociação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos socioeconômicos amostrais, nem com as características sociodemográficas ou familiares estudadas.

De um modo geral as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas são inferiores ao desejado, exceto para a vacina BCG que atinge 96% de cobertura. As es-timativas de ponto das coberturas vacinais contra hepatite B e tríplice viral são inferiores a 80%.

Quando se considera a cobertura vacinal com doses válidas com o esquema básico completo para o conjunto das vacinas, a cobertura é ainda menor, atingindo apenas 51%, ou seja, quase a metade das crianças de São Luís, aos 18 meses, encontrava-se com o es-quema com doses válidas incompleto para alguma das vacinas.

A cobertura vacinal aos 18 meses com doses aplicadas atinge, aproximadamente, 72% (IC95% 67-76), demonstrando que uma parcela das crianças completa o seu esquema mais tarde.

Os exemplos destacados demonstram que ainda há necessidade de um esforço im-portante para que as coberturas vacinais atinjam os níveis capazes de assegurar proteção contra doenças imunopreveníveis às crianças de São Luís.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L T E R E S I N A

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460

municíPio de tereSina

i. introdução

O município de Teresina, em 2005, tinha uma população estimada em 788.773 habitantes sendo 57.683 de 1 a 4 anos de idade.

O município conta com 219 equipes do Programa de Saúde da Família e possui 68 salas de vacina, além de um Centro de Referência de Imunobiológicos (CRIE), situado no Hospital Infantil Lucídio Portela.

ii. caracteríSticaS da amoStra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação reali-zada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio do estrato A para o E. Da mesma forma, reduz a proporção de escolarida-de maior que 17 anos de um estrato para o outro.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Teresina, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 132 11.371 1.787,38 4,82 15,48

B 129 9.073 689,42 0,63 2,20

C 130 11.114 426,63 0,23 0,50

D 131 13.645 296,38 0,11 0,12

E 129 12.480 211,02 0,03 0,01

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Teresina, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 19 2.247 2.167,82 5,66 21,45

B 20 1.719 634,26 0,67 2,46

C 19 1.910 413,85 0,16 0,60

D 18 2.731 293,15 0,06 0,21

E 22 2.618 209,49 0,04 0,00

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

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Gráfico 1. Distribuição percentual entrevistas realizadas, segundo estrato

socioeconômico, Teresina, 2007.

0

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A B C D EEstrato Social

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Das 630 entrevistas previstas, foram realizadas 564 (89,5%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A, em que 31,7% das entrevistas previstas não foram realizadas. Nos estratos C e E mais de 95% das entrevistas foram realizadas e somente no estrato D, 100% da amostra foi entrevistada (gráfico 1).

O principal motivo para não ser atingida a meta prevista foi a perda de 64 crianças (10,2%), sendo 38 do estrato A, 15 no B, seis crianças no estrato C e cinco no estrato E. Ocorreram apenas 2 recusas, também, no estrato A.

A quase totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas em Teresina foi ob-tida mediante a consulta às cadernetas de vacinação 99,2% (IC95% 98 - 100). Nos estratos A e D os percentuais foram ligeiramente inferiores: estrato A, 98,8% (IC95% 96 – 100) e estrato D, 98,6% (IC95% 96 – 100). Nos estratos B e C, 100% apresentaram as cadernetas de vacinação e no estrato E, 99,2% (IC95% 98 - 100).

A idade média das crianças entrevistadas foi de 27,7 meses com intervalo entre 21,4 a 35,5 meses de idade, com pequenas variações entre os estratos.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significati-vamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significati-vas. Em todos os estratos, a cor parda predomina e a proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui, de um modo geral, à medida que pioram as condições sociais, ressaltando-se que o estrato C apresenta maior proporção de pretos e pardos do que em D e E. No estrato A, 40,7% são brancas, enquanto que no estrato C esse percentual é de 19,2% e no E, 20,7%. Em todo inquérito de Teresina, não foram entrevistadas crianças indígenas e apenas duas crianças de cor amarela.

Quanto à ordem de nascimento, percebe-se uma tendência de aumento da propor-ção do terceiro filho ou mais do estrato A ao E, ou seja, este último estrato apresenta uma maior proporção de famílias com mais de dois filhos. O número médio de filhos foi de 2,0, sem diferença entre os estratos (tabela 3).

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E TERESINA

Sexo % % % % % %

Masculino 46,5 50,5 52,5 47,6 53,7 50,1

Feminino 53,5 49,5 47,5 52,4 46,3 49,9

Cor

Branca 40,7 30,0 19,2 29,4 20,7 27,9

Preta 1,2 3,6 3,3 4,0 5,0 3,4

Amarela* - - - 1,6 - 0,4

Parda 58,1 66,4 77,5 65,1 74,4 68,3

Vermelha** - - - - - -

Ordem denascimento

Primeiro 53,5 49,6 48.3 42,1 42,9 46,9

Segundo 36,0 29,7 31,7 33,3 33,6 33,0

Terceiro ou mais 10,5 20,7 20,0 24,6 23,5 20,1

Número de filhos

Média 1,7 1,9 1,9 2,1 2,2 2,0

* apenas 2 crianças ** nenhuma criança

A idade média das mães em todo município foi de 27,3 anos, sendo maior no estra-to B (29,2 anos) e menor no estrato E (25,7 anos). No estrato A, a média foi de 28,9, no C de 27,2 e no D ela foi de 26,1 anos. Não houve diferença estatisticamente significante entre as médias por estrato.

A proporção de mães que trabalham fora de casa (tabela 4) foi maior no estrato A (41,1%) e diminuiu gradativamente sendo menor no estrato E (29,8%), porém não há diferença significativa entre os estratos. Na cidade como um todo, 36,0% das mães traba-lham fora (IC95% 31 – 41).

A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi de 4,1% em Teresina, e apresenta diferença significante entre os estratos. O estrato A apresentou um percentual de mães com mais de onze anos de estudo 5,4 vezes maior que o estrato E.

A presença do companheiro é alta em todos os estratos sociais, sendo mais alta no D e menor no E, porém não há diferença estatística entre eles. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. A maior proporção ocorreu no estrato D (52,4%) e tanto no A quanto no B este índice foi menor que o da cidade (41,7%). A proporção de famílias residindo há menos de três anos em Teresina variou em torno de 25,4% (IC95% 23 – 28), e não houve diferença significativa entre os estratos.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

463

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E TERESINA

Trabalho materno

Sim 41,1 38,2 36,1 31,0 29,8 36,0

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,2 1,8 1,7 6,3 8,3 4,1

4 a 10 32,6 60,0 69,1 73,1 79,3 63,6

11 e mais 66,2 38,2 29,2 20,6 12,4 32,3

Companheiro

Sim 80,0 80,9 71,7 81,7 70,2 76,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 22,6 30,6 50,4 52,4 47,9 41,7

Anos de residência

0 a 2 anos 22,9 31,5 31,4 20,0 24,0 25,4

iii. cobertura Vacinal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso da vacina BCG, uma dose. Em relação às vacinas DPT, Hepati-te B, contra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. Para a tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e se forem múltiplas doses se houve intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Teresina apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 96,5% (IC95% 95 – 98). Não se observou uma cobertura significati-vamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

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LS 99,3 100,0 100,0 100,0 100,0 98,2LI 89,1 94,3 94,7 94,9 91,6 94,8CV 94,2 97,3 97,5 97,6 95,9 96,5

A B C D E Teresina

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2. Vacina contra poliomieliteNo cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-

sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. Em Teresina verificou-se uma cobertura de 98,1% (IC95% 97 – 100) e em todos os estratos esta proporção foi maior que 96% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

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LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,3LI 92,2 97,2 95,9 97,5 94,7 96,9CV 96,5 99,1 98,3 99,2 97,5 98,1

A B C D E Teresina

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

465

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram conside-radas no cálculo tanto as doses aplicadas com a vacina tetravalente, quanto as aplicadas de forma isolada. A cobertura para o município de Teresina foi de 93,7% (IC95% 92 – 96). Os estratos não apresentaram valores com diferença estatística, sendo a melhor cobertura no estrato C e a pior no estrato A (gráfico 4).Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Teresina, 2007.

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Estrato

%

LS 96,5 99,1 100,0 99,5 97,5 95,6LI 84,9 91,9 91,6 91,0 86,0 91,9CV 90,7 95,5 95,8 95,2 91,7 93,7

A B C D E Teresina

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B, de 91,3% (IC95% 88 - 95), é um pouco

inferior às observadas com as vacinas DPT e Hib, com menores proporções nos estratos A e C, como se nota no gráfico 5.Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

%

LS 95,2 99,9 96,1 97,6 99,3 94,6LI 81,6 87,5 80,5 86,5 89,1 88,1CV 88,4 93,7 88,3 92,1 97,6 91,3

A B C D E Teresina

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5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Teresina, 98,7% (IC95% 98 – 100) receberam a vacina BCG. O estrato A, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura 96,5% (IC95% 92 – 100), conforme gráfico 6.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

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LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8LI 92,2 97,2 95,9 97,5 100,0 97,6CV 96,5 99,1 98,3 99,2 100,0 98,7

A B C D E Teresina

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6. Vacina SCRA vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando

aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Teresina foi de 91,6% (IC95% 89 – 95). O estrato D foi o que apresentou menor cobertura 88,9% (IC95% 83 – 95), como mostra o gráfico 7.

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

%

LS 97,2 100,0 97,7 94,6 96,7 94,6LI 86,5 92,0 87,3 83,1 83,5 88,6CV 91,9 96,4 92,5 88,9 90,1 91,6

A B C D E Teresina

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para o estado do Piauí. No município de Teresina a cobertura foi de 91,7% (IC95% 87 – 95). O estrato B apresentou a maior cobertura e o estrato E ficou pouco abaixo da média do município (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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Estrato

%

LS 99,7 98,7 96,2 97,9 83,2 94,7LI 81,7 90,5 88,8 87,8 83,2 88,6CV 90,7 94,6 92,5 92,9 88,4 91,7

A B C D E Teresina

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8. Esquema básico completo para o conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 83,7% (IC95% 80 – 88). As menores coberturas ocorreram nos estratos A e D, enquanto que a maior foi de 90,1% (IC95% 84 – 97) no estrato B (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

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90

100

Estrato

%

LS 88,9 96,7 94,1 91,8 91,9 87,8LI 69,2 83,5 74,2 73,2 76,7 79,7CV 79,1 90,1 84,2 82,5 84,3 83,7

A B C D E Teresina

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468

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar, mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se para 97,9% (IC95% 97 – 99). O estrato D apresentou a maior cobertura, 99,2% (IC95% 98 – 100), mas não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,4LI 92,2 97,2 95,9 97,5 93,6 96,5CV 96,5 99,1 98,3 99,2 96,7 97,9

A B C D E Teresina

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Como esta vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi semelhante ao anterior (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

469

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Teresina, 2007.

0

10

20

30

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70

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100

Estrato

%

LS 100,0 100,0 99,8 100,0 100,0 98,9LI 90,5 97,2 93,5 97,5 93,6 95,9CV 95,3 99,1 96,7 99,2 96,7 97,4

A B C D E Teresina

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3. Vacina contra a hepatite B.A cobertura vacinal considerando qualquer dose aplicada é de 96,4%, tendo au-

mentado 5,1% em relação às doses válidas. As diferenças entre os estratos não são signi-ficativas, embora a menor proporção de vacinados pertença ao estrato A e a maior ao E (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,3 100,0 100,0 100,0 100,0 98,2LI 89,1 89,5 91,6 94,0 96,0 94,6CV 94,2 95,5 95,8 97,6 98,3 96,4

A B C D E Teresina

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470

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está acima de 96% em todos os estratos, atin-gindo 100% no B, e no município como um todo esta proporção foi de 98,6% (IC95% 97 – 100), valor ideal para manter a eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

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60

70

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100

Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8LI 92,2 100,0 95,9 97,5 97,4 97,4CV 96,5 100,0 98,3 99,2 99,2 98,6

A B C D E Teresina

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em 5,3% para o município como um todo, chegando a 96,9% (IC95% 95 – 99), como mostra o gráfico 14.Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 98,8LI 92,2 95,6 91,6 92,9 94,7 95,0CV 96,5 98,2 95,8 96,8 97,5 96,9

A B C D E Teresina

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

471

6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando são consideradas as doses aplicadas, ou seja, há um aumento de 11,0% a mais. Em Teresina, 94,7% (IC95% 92 – 97) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização e não há diferença estatisticamente significan-te entre os cinco estratos (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,4 100,0 99,1 100,0 99,2 97,1LI 87,6 88,5 87,6 91,3 92,5 92,2CV 93,0 94,6 93,3 96,0 95,9 94,7

A B C D E Teresina

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c). Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido no calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Teresina somente foi feito por 40,0% (IC95% 35 – 45). No estrato C, o cumprimento das normas técnicas foi maior, no entanto não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 16).

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472

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 45,8 46,4 53,5 53,2 49,2 44,7LI 21,7 29,3 36,5 34,1 28,4 35,3CV 33,7 37,8 45,0 43,7 38,8 40,0

A B C D E Teresina

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2. vacina SCRApesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito

menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos, e há diferença significativa entre eles. Conforme diminui a situação socioeconô-mica, aumenta a proporção de doses corretas. É importante ressaltar que esta situação possibilita que uma parcela importante de crianças fique não imune por um determinado tempo podendo, se houver circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 57,1 53,5 60,7 66,5 73,7 58,0LI 31,3 40,2 44,3 46,2 55,3 48,9CV 44,2 46,8 52,5 56,3 64,5 53,4

A B C D E Teresina

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

473

iV. comParação doS reSultadoS do inquÉrito de cobertura Vacinal

com oS dadoS adminiStratiVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta no numerador as doses aplicadas, independentemente de sua validade, e no denominador a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes, uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita, portanto, com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta as coberturas do inquérito, para cada uma das vacinas, ligeiramente superiores aos do regis-tro oficial, exceto para a vacina BCG, cuja diferença é muito grande.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados apontam inconsistências de registro e de estimativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Teresina, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

140

Imunobiológicos

%

MS 125,2 93,6 91,5 91,8 86,7 89,3 93,4CV 98,7 96,7 93,5 93,2 94,2 89,5 96,9

BCG Poliomielite DPT Hib HVB FA SCR

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V. ParticiPação na última camPanha de Vacinação contra a

Poliomielite

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação, foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi alta, ficando entre 93,2%

MS

CV

125,2 93,6 91,5 91,8 86,7 89,3 93,4

98,7 96,7 93,5 93,2 94,2 89,5 96,9

Imunobiológico

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474

a 97,2%, e não houve diferença estatisticamente significante entre os estratos, embora o comparecimento no estrato E tenha sido um pouco menor (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,3 99,3 99,9 96,9 97,0LI 92,3 89,9 92,4 93,8 86,6 93,2CV 96,4 94,6 95,8 96,8 91,7 95,1

A B C D E Teresina

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Vi. comParação entre a cobertura Vacinal Para o eSquema báSico

comPleto aPlicado e alGumaS caracteríSticaS da família, da mãe e da

criança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar igualmente não apresentaram qualquer associação com a cober-tura vacinal.

A característica “Mães que trabalham fora de casa” pode indicar uma dificuldade de acesso das crianças aos serviços de saúde para ser vacinada, como visto em Teresina, pois apesar de não haver diferença significativa entre as coberturas vacinais, a cobertura é me-nor para as crianças cujas mães trabalham fora de casa em relação às que não trabalham.

Quanto à escolaridade materna, os dados do inquérito não mostraram associação com a cobertura vacinal. Do total de mães entrevistadas, apenas 4% possuíam 3 anos ou menos de escolaridade.

Não houve diferença estatisticamente significante entre as coberturas vacinais de acordo com a ordem de nascimento das crianças e igualmente em relação ao sexo, em-bora a estimativa por ponto apresente uma cobertura discretamente maior entre crianças do sexo feminino. Quanto à cor, não houve diferença estatisticamente significante das coberturas vacinais entre os principais grupos: brancos, pretos e pardos. O número de amarelos foi muito pequeno e há inexistência de indígenas, portanto não foi considerado no cálculo das diferenças.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

475

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Teresina, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 94,5 91,0 98,1

Não 94,7 91,6 97,8

Presença do companheiro

Sim 95,0 92,7 97,4

Não 93,4 88,4 98,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 95,6 91,8 99,4

Não 94,1 91,0 97,2

Mãe trabalha fora de casa

Sim 90,4 85,1 98,5

Não 97,0 94,5 99,4

Escolaridade materna

0 a 3 anos 100,0 100,0 100,0

4 a 11 anos 94,1 90,4 97,8

12 e mais 95,0 91,1 98,9

Ordem de nascimento

Primeiro 94,9 91,8 97,9

Segundo 94,7 91,6 97,7

Terceiro ou mais 94,0 89,2 98,9

Sexo da criança

Masculino 93,3 89,2 97,3

Feminino 96,1 93,6 98,5

Cor da criança

Branca 93,7 89,6 97,8

Preta 94,8 84,2 100,0

Amarela** 100,0 100,0 100,0

Parda 95,0 92,4 97,6

Indígena*** - - -

* intervalo de confiança **apenas duas crianças *** nenhuma criança

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476

Vii. uSo de VacinaS do Setor PriVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Teresina apenas 7,7% (IC95% 4 – 11) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 25,9% no estrato A, o de me-lhor condição de vida, e se reduz a 0,8% no estrato E. Conforme o esperado a proporção de crianças que utiliza os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Teresina, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 44,3 13,7 7,5 3,9 2,6 11,4LI 7,5 2,7 0,0 0,0 0,0 4,1CV 25,9 8,2 4,2 1,6 0,8 7,7

A B C D E Teresina

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público é bastante dife-rente, ou seja, é menor para quem usa os serviços privados. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 72,8% (IC95% 62 – 84) e nos demais o valor estimado foi de 88,8% (IC95% 85 – 93). A participação na última campanha de vacinação foi igual para as crianças que usam serviços público ou privado. Neste último grupo a participação foi de 94,8% (IC95% 88 – 100). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 95,3% (IC95% 93 – 97), o que pode ser observado na tabela 6.

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso de serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Teresina 2007

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 72,8 61,6 84,0

Não 88,8 85,2 92,5

Comparecimento na última campanha e uso do setor privado

Sim 94,8 87,9 100,0

Não 95,3 93,3 97,3

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

477

Viii. uSo daS VacinaS que não fazem Parte do calendário oficial de

imunização

Foram consideradas apenas a aplicação das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meninogococo, o uso foi significantemente maior no estrato A. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois apenas 9,3% das crianças pertencentes a este estrato receberam esta vacina. No estrato B, 3,6% receberam a vacina e nos demais estratos este uso não atingiu 1% das crianças pesquisadas. Nenhuma criança do estrato E recebeu esta vacina (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Teresina, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 18,3 7,0 0,0 2,5 0,0 4,3LI 0,3 0,2 0,0 0,0 0,0 0,9CV 9,3 3,6 0,0 0,8 0,0 2,6

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Perfil semelhante pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, en-tretanto, foi ainda menor do que aquela observada para a vacina contra meningococo. No estrato A, 9,3% das crianças receberam esta vacina enquanto nos demais, esta proporção foi bem menor, não havendo nenhuma criança com esta vacina nos estratos D e E (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Teresina, 2007.

0

10

20

30

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 19,3 4,4 2,6 0,0 0,0 4,3LI 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3CV 9,3 1,8 0,8 0,0 0,0 2,3

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478

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso maior que as duas anteriores, porém apenas no estrato A (16,3%) e no B (4,5%). Nos estratos C, D e E nenhuma criança rece-beu esta vacina (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Teresina, 2007.

0

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Estrato

%

LS 30,0 8,1 0,0 0,0 0,0 6,8LI 2,5 0,9 0,0 0,0 0,0 1,1CV 16,3 4,5 0,0 0,0 0,0 3,9

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição, com um uso pouco maior do que aquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A apenas 16,1% foram vacinadas (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Teresina, 2007.

0

10

20

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40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 29,6 5,7 2,6 0,0 2,6 6,7LI 2,6 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2CV 16,1 2,7 0,8 0,0 0,8 4,0

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

479

iX. conSideraçÕeS finaiS

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Tere-sina foi razoável, pois a proporção de entrevistas não realizadas foi de 10,5% do número programado, porém no estrato A, 31,7% do planejado não foram executados.

Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos diferentes segmentos da população do municí-pio. O estrato A, de melhor nível socioeconômico, apresentou maior proporção de bran-cos e mães com maior escolaridade e maior porcentagem com trabalho fora de casa.

Em relação aos indicadores de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais, houve associação apenas com o fato de que crianças cujas mães trabalham fora de casa possuem menor cobertura vacinal.

Quanto às coberturas vacinais por doses válidas aos 18 meses foram excelentes para DPT, pólio, Hib, HVB e BCG e pouco abaixo do ideal para a tríplice viral e febre amarela, em todos os estratos sociais. Entretanto, quando se analisa o esquema completo básico com doses válidas, a cobertura cai para 83,7% (IC95% 80 – 88), menor do que o desejável, portanto, aproximadamente 16% das crianças em Teresina aos 18 meses tinham o esque-ma com doses válidas incompleto para alguma das vacinas.

A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma pro-porção maior dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 94,7% (IC95% 92 – 97).

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, mostram uma cobertura muito baixa e, portanto, demonstram que há necessidade de aprimorar o programa de imunizações em Teresina.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L B E L O • H O R I Z O N T E

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482

mUnIcÍpIo de Belo HorIzonte

I. IntrodUção

O município de Belo Horizonte em 2005 tinha uma população estimada de 2.375.329 habitantes sendo 151.579 de 1 a 4 anos de idade.

O município conta com 503 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 148 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas,

Belo Horizonte, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 511 14.090 3.365,33 44,34 34,80

B 511 20.067 1.391,38 21,18 7,91

C 510 28.496 779,15 10,67 2,06

D 510 37.833 554,17 5,86 0,62

E 510 42.360 395,10 2,14 0,11

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Caracteristicas sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Belo Horizonte, 2000

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 31 1.394 3.610,65 46,75 37,28

B 25 1.420 1.221,67 18,06 6,24

C 20 1.430 871,01 11,84 2,98

D 23 2.286 562,79 4,64 1,19

E 19 2.697 453,17 4,15 0,63

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

483

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico,

Belo Horizonte, 2007

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não encontradas 2 6 5 3 3Perdas 32 10 3 4 1Recusas 31 6 8 1 0Entrevistadas 145 188 194 202 206

A B C D E

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Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 935 (89,7%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu nos estratos A e B onde foram realizadas 79,3% das entrevistas previstas. Nos estratos D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 95% (gráfico 1).

As perdas e as recusas foram responsáveis por 83,5% da não realização de entrevis-tas em Belo Horizonte, principalmente nos estratos A e B.

Praticamente a totalidade das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 97,7% (IC95% 96,4-99,4).

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significati-vamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significa-tivas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 89,6% são brancas enquanto que no estrato E esse valor é de 35,4%. O inverso observa-se para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento entre os estra-tos são pequenas, observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,0 sem diferença entre os estratos (tabela 3).

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484

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Belo Horizonte, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EBELO

HORIZONTE

Sexo % % % % % %

Masculino 45,9 41,8 53,6 48,5 47,1 48,4

Feminino 54,1 58,2 46,4 51,5 52,9 51,6

Cor

Branca 89,6 67,5 53,6 43,5 35,4 49,6

Preta 2,1 9,6 10,3 5,0 13,1 8,8

Amarela 0,7 0,5 1,5 3,5 6,3 3,5

Parda 7,6 21,9 34,5 47,5 44,7 37,8

Vermelha - 0,5 - 0,5 0,5 0,3

Ordem denascimento

Primeiro 59,6 54,5 52,6 50,0 41,3 49,1

Segundo 31,2 34,8 26,3 30,2 30,1 29,7

Terceiro ou mais 9,2 10,7 21,1 19,8 28,6 21,2

Número de filhos

Média 1,6 1,7 1,9 1,9 2,3 2,0

A idade média das mães foi de 27,7 anos, com diminuta variação entre os estratos.A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A e B, ligei-

ramente menor no estrato D e inferior no estrato E. A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) foi muito pequena em Belo Horizonte. O maior diferencial observa-se com a escolaridade mais elevada. O estrato A destaca-se, pois apresentou um percentual mais de duas vezes maior que o estrato B de mães com mais de onze anos de estudo e mais de 10 vezes que o estrato E. A presença do companheiro é alta, mais de 70% em todos os estratos, com maior percentual no estrato A. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 50% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração (> 2 pessoas por dormitório). A proporção de famílias residindo há me-nos de 3 anos em Belo Horizonte foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

485

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EBELO

HORIZONTE

Trabalho materno

Sim 68,1 61,7 59,4 56,4 48,1 54,8

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos - 0,5 1,5 0,5 7,4 2,9

4 a 10 27,9 75,4 74,8 89,9 86,3 77,8

11 e mais 72,1 24,1 24,2 9,6 6,4 19,3

Companheiro

Sim 83,7 72,3 73,2 73,8 70,9 73,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 7,8 20,4 30,9 43,1 55,3 39,2

Anos de residência

0 a 2 anos 28,1 25,3 30,9 31,8 35,1 31,9

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemófilo B, três doses e no caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso, de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Belo Horizonte apresentou uma cobertura vacinal com doses váli-das e aos 18 meses de idade de 95,2% (IC95% 94 - 97). No estrato A, observou-se uma co-bertura significativamente menor que os estratos socioeconômicos C,D e E e em relação ao município como um todo (gráfico 2).

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486

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 83,9 94,2 98,4 99,2 97,9 94,5LI 69,6 81,9 93,3 91,9 89,5 90,5CV 76,7 88,1 95,9 95,5 93,7 92,5

A B C D E Belo Horizonte

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Belo Horizonte verificamos uma cobertura inferior a 90% no estrato A e significativamente menor que o município, que foi de 94,0% (IC95% 92 - 96), (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belo

Horizonte, 2007

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 89,3 94,0 98,9 99,7 98,1 95,6LI 76,5 81,1 93,9 93,4 92,1 92,3CV 82,9 87,6 96,4 96,5 95,1 94,0

A B C D E Belo Horizonte

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

487

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com me-nos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram incluídas no cálculo a vacina de forma isolada ou a tetravalente. A cobertura para o município de Belo Horizonte foi de 90,2% (IC95% 87,9-92.5). Novamente o estrato A apresentou valores de cobertura significativamente menores que o município (gráfico 4).Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

CV 75,3 82,9 90,2 92,6 94,7 90,2LI 67,4 75,4 86,4 87,3 91,0 87,9LS 83,3 90,4 94,0 97,8 98,3 92,5

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vaci-nas DPT e Hib em Belo Horizonte 86% (IC95% 83 - 88). O estrato E mostra uma cober-tura próxima dos 80% (gráfico 5).Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 80,3 90,1 91,0 89,5 87,5 84,9LI 58,0 77,8 79,1 78,8 73,6 78,3CV 69,2 83,9 85,1 84,2 80,6 81,6

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488

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém disso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação já que uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Belo Horizonte, 95,2% (IC95% 94 - 97) receberam a vacina BCG. Neste caso não há diferença significativa entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 94,5 95,4 99,9 100,1 97,7 96,6LI 83,6 82,9 96,0 95,0 91,6 93,8CV 89,0 89,1 97,9 97,5 94,7 95,2

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Belo Horizonte foi de 87,4% (IC95% 85 - 90). O estrato A novamente foi o que apresentou menor cobertura 79%, significativamente menor que a cobertura do município (gráfico 7).

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Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 84,6 87,8 93,8 96,8 91,4 90,1LI 72,9 73,9 85,6 87,3 80,4 84,7CV 78,8 80,8 89,7 92,1 85,9 87,4

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela faz parte do calendário oficial para o estado de Minas Gerais. No município de Belo Horizonte a cobertura foi de 90,3% (IC95% 88 - 92), sem diferenças significativas entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte

de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belo

Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 87,3 90,1 94,8 96,2 97,5 92,4LI 73,0 76,7 85,6 89,0 88,9 88,2CV 80,1 83,4 90,2 92,6 93,2 90,3

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490

8. Esquema básico completo conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 70,5% (IC95% 67 - 74). As menores coberturas encontram-se nos estratos A e E, sendo que no primeiro a cobertura é significativamente menor que a do município como um todo (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 65,7 80,0 81,2 81,4 76,5 73,9LI 45,3 64,0 65,2 68,1 62,4 67,0CV 55,5 72,0 73,2 74,8 69,4 70,5

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b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Levando-se em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município sofre uma pequena elevação para 93,3%, cerca de 0,8%. O estrato A continuou sendo o de menor cobertura: 78,8% e significativamente diferente em relação ao municí-pio (gráfico 10).

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491

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

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60

70

80

90

100

%

LS 86,0 94,8 98,4 99,7 98,6 95,3LI 71,5 82,4 93,3 93,4 90,7 91,3CV 78,8 88,6 95,9 96,5 94,7 93,3

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2.Vacina contra Haemofilo B

Os resultados para a vacina contra o Haemophilus influenzae é semelhante à DPT, já que elas são geralmente aplicadas em conjunto (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

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90

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%

LS 85,3 91,9 94,6 98,6 99,3 93,6LI 69,5 77,0 86,9 89,5 92,9 89,5CV 77,4 84,5 90,7 94,1 96,1 91,5

A B C D E Belo Horizonte

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3. Vacina contra a hepatite B.

Considerando qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal para Hepatite B atinge quase 90% para o município. Há uma elevação de mais de 8% da cobertura em relação às doses válidas. Ainda assim o estrato A continua a apresentar cobertura significativamente mais baixa que a do município (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

10

20

30

40

50

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%

LS 86,3 91,7 95,5 96,1 95,5 91,6LI 67,2 79,3 84,9 88,0 85,1 86,4CV 76,7 85,5 90,2 92,1 90,3 89,0

A B C D E Belo Horizonte

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em torno de 95%, valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem. Mesmo assim, o estrato A destoa dos demais e apresenta uma cobertura de 83,6%, que é significativamente menor que a do município (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

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%

LS 89,5 94,4 99,2 100,4 99,0 96,4LI 77,7 81,8 94,6 95,6 93,3 93,5CV 83,6 88,1 96,9 98,0 96,1 94,9

A B C D E Belo Horizonte

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

493

5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em 5,6% para o município chegando 84%. Neste caso, não há diferença significativa entre os estratos, apesar do estrato A ainda ser o de cobertura mais baixa (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

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100

%

LS 90,5 92,0 96,6 98,5 94,7 93,3LI 78,0 78,0 90,0 90,6 86,9 89,3CV 84,2 85,0 93,3 94,6 90,8 91,3

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando são consideradas as doses aplicadas. No município, 80,4% (IC95% 77- 84) rece-beram todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imu-nização. Ainda assim a cobertura do estrato A é significativamente mais baixa que a do município (gráfico 15).

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494

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

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90

100

%

LS 76,9 86,4 87,9 89,4 88,1 83,6LI 54,6 70,0 75,0 78,9 75,0 77,2CV 65,8 78,2 81,4 84,2 81,6 80,4

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação, segundo o estabelecido pelo calendário oficial, e o intervalo correto entre as doses. Assim é a informação de cobertura com maior potencia-lidade de ser efetiva uma vez que se observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica tam-bém o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Belo Horizonte somente foi feito por 28,4% (IC95% 24 – 34). No estrato A, a cobertura só alcançou 11,0%, um valor muito baixo e significativamente menor que o do município (gráfico 16).

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495

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

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100

%

LS 16,2 43,5 36,4 36,6 40,1 32,4LI 5,7 23,8 22,3 19,8 24,9 24,4CV 11,0 33,7 29,4 28,2 32,5 28,4

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas. A cobertura para o município é de 54,2% (IC95% 50 - 59). A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qual-quer um dos vírus cobertos pela vacina, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

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50

60

70

80

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100

%

LS 51,5 52,8 57,8 68,3 64,0 58,7LI 34,8 37,3 42,2 52,5 50,6 49,7CV 43,2 45,1 50,0 60,4 57,3 54,2

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496

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no numerador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e no denominador a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A maior diferença ocorreu para as vacinas DPT e contra poliomielite. Os valores obtidos no inquérito vacinal foram sempre maiores que aqueles registrados no DATASUS para 2005 em Belo Horizonte.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, alguma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Belo Horizonte, 2007.

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100

ICV 95,2 89,1 92,3 86,4 91,3 83,2ADM 87,9 77,5 78,5 72,1 79,4 78,8

BCG Tetra Polio HVB SCR F.Amarela

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497

V. partIcIpação na ÚltIma campanHa de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para ser vacinada na última campanha. Com exceção do estrato A, cujo valor foi significativamente menor, a proporção de com-parecimento para o município como um todo foi superior a 90% (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Belo Horizonte, 2007.

0

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%

LS 87,8 98,7 98,8 100,2 99,3 96,7LI 71,7 90,7 92,0 96,8 93,8 93,3CV 79,7 94,7 95,4 98,5 96,6 95,0

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar não apresentaram associação com a cobertura vacinal. As crianças cujas mães não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhante às das que trabalhavam (tabela 5).

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode se associar com maior cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afir-mar a existência de diferença.

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança também não mostraram interferir na cobertura vacinal (tabela 5).

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498

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Belo

Horizonte, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 81,3 75,1 87,6

Não 80,4 77,0 83,8

Presença do companheiro

Sim 80,1 76,8 83,4

Não 82,2 76,7 87,7

Aglomeração intradomiciliar

Sim 82,2 78,8 85,7

Não 78,2 72,6 83,9

Mãe trabalha fora de casa

Sim 79,0 74,7 83,3

Não 82,7 78,4 86,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 70,3 45,3 95,3

4 a 10 anos 82,1 78,4 85,7

11 e mais 76,5 69,1 83,9

Ordem de nascimento

Primeiro 83,0 79,2 86,8

Segundo 78,7 73,3 84,2

Terceiro ou mais 78,0 70,6 85,4

Sexo da criança

Masculino 80,6 76,8 84,3

Feminino 80,4 76,1 84,6

Cor da criança

Branca 79,0 74,8 83,3

Preta 83,8 75,2 92,4

Amarela 67,4 50,8 84,0

Parda 83,3 79,0 87,7

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

499

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Belo Horizonte, 28,5% (IC95% 5 - 10) das crianças utilizaram, em algum momento, serviços do setor privado. Esta proporção varia de 79,3% no estrato A, a 11,7% no estrato E (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Belo Horizonte, 2007.

0

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%

LS 87,8 53,4 40,0 30,2 17,4 32,2LI 70,8 34,9 23,9 15,3 6,0 24,9CV 79,3 44,1 32,0 22,8 11,7 28,5

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi 73,0% (IC95% 68 - 78) e nos demais, o valor estimado foi de 72,4% (IC95% 68 - 77).

A participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois grupos. No grupo que usa o setor privado, a participação foi de 93,3% (IC95% 90 - 93). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 95,9% (IC95% 94 - 98).

VIII. Uso das VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo, o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Além disso, seu uso pode ser considerado alto, pois cerca de 69% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos D e E a cobertura não atingiu 20% das crianças entrevistadas (gráfico 21).

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500

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belo Horizonte, 2007.

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%

LS 78,7 44,7 33,5 22,3 13,6 26,4LI 59,6 26,8 18,1 9,4 3,9 19,2CV 69,2 35,8 25,8 15,8 8,7 22,8

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo. No estrato A, 57,5% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores con-dições de vida ao uso não chega a 10% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belo Horizonte, 2007.

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%

LS 67,5 27,6 12,0 11,0 4,9 13,9LI 47,5 12,8 3,5 1,9 -0,1 9,8CV 57,5 20,2 7,7 6,4 2,4 11,9

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

501

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso bastante semelhante ao da vacina contra meningococo, com a maior cobertura no estrato A e tendo os estratos D e E co-berturas abaixo de 10% (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belo Horizonte, 2007.

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%

LS 61,9 22,8 16,9 13,3 6,5 15,8LI 43,5 12,4 6,8 2,6 0,3 9,8CV 52,7 17,6 11,9 7,9 3,4 12,8

A B C D E Belo Horizonte

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso um pouco maior do que aquela observada para a hepatite A. Das crianças do estrato A, mais de 60% foram vacinadas (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Belo Horizonte, 2007.

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%

LS 73,3 33,6 25,2 14,7 10,0 20,0LI 52,7 17,2 11,9 5,1 1,6 14,4CV 63,0 25,4 18,6 9,9 5,8 17,2

A B C D E Belo Horizonte

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502

IX. consIderaçÕes fInaIs

O trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Belo Horizonte foi bastante produtivo, com uma proporção de entrevistas não realizadas em torno de 10% do número programado. As maiores dificuldades concentraram-se no estrato A, no qual o número de entrevistas atingiu cerca de 70% da meta proposta. Isto acarretou uma maior imprecisão nas informações obtidas sem que haja comprometimento das análises produzidas.

Em Belo Horizonte não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Como foi demonstrado, a estra-tégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população do município. O estrato A apresentou diferença significativa de cobertura vacinal com doses válidas em menor proporção em relação ao total do município para todas as vacinas, com exceção da vacina contra Hepatite B e da BCG. Não houve diferença significativa com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L R I O • D E • J A N E I R O

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504

mUnIcÍpIo de rIo de JaneIro

I. IntrodUção

O município de Rio de Janeiro em 2005 tinha uma população estimada de 6.094.182 habitantes sendo 373.156 de 1 a 4 anos de idade. A cidade conta com 86 salas de vacina e CRIE.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas,

Rio de Janeiro, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 1629 30.103 3.426,81 2,0 37,1

B 1629 47.629 1.452,05 2,3 9,2

C 1629 68.233 847,86 1,5 2,5

D 1631 96.901 573,49 0,8 1,0

E 1629 115.661 444,12 0,4 0,6

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Rio de Janeiro, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 85 1.725 3.443,86 2,0 35,8

B 55 1.811 1.426,59 2,1 9,1

C 42 1.863 892,02 1,4 2,7

D 35 2.058 501,64 0,8 0,4

E 30 3.665 411,23 0,4 0,3

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

505

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e

crianças não localizadas, segundo estrato socioeconômico,

Rio de Janeiro, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizadas 50 42 26 27 21 166Recusas 23 8 5 3 0 39Perdas 28 21 18 10 3 80Realizadas 109 139 161 170 186 765

A B C D E Rio de Janeiro

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Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 765 (73%). O maior percentu-al de não efetuadas ocorreu no estrato A onde foram realizadas 52% das entrevistas previstas. Nos estratos D e E o percentual de entrevistas realizada foi superior a 80% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localização das crianças, um total de 166 (58%). As recusas foram 39 (14%) e as perdas, 80 (28%).

É preciso ressaltar que 26 setores censitários foram substituídos durante a realização do campo. Isto ocorreu em função da impossibilidade dos entrevistadores percorrerem as áreas selecionadas, dadas as precárias condições de segurança enfretadas pela equipe, mesmo contando com apoio de profissionais de saúde do Programa de Saúde da Família e do controle da dengue.

A grande maioria das informações sobre as vacinas aplicadas , 97% (IC95% 96-99), foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No es-trato A, 85% são brancas, enquanto que no estrato E esse percentual é de 46%. O inverso observa-se para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento das crianças entrevis-tadas entre os estratos são pequenas. Observa-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção da criança pesquisada ser o primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,1 com os dados sugerindo um aumento do número médio conforme pioram as condições socioeconômicas (tabela 3).

50 42 26 27 21 166

23 8 5 3 0 39

28 21 18 10 3 80

109 139 161 170 186 765

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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506

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças por sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos por estrato socioeconômico,

Rio de Janeiro, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ERIO DE

JANEIRO

Sexo % % % % % %

Masculino 52,3 43,2 46,6 49,4 49,5 48,3

Feminino 47,6 56,8 53,4 50,6 50,3 51,7

Cor

Branca 85,2 76,8 61,5 40,0 46,5 54,4

Preta 4,6 3,6 6,8 12,9 10,3 9,1

Amarela - 1,4 0,6 1,2 1,6 1,2

Parda 10,2 18,1 30,4 45,3 41,6 35,1

Vermelha - - 0,6 0,6 - 0,3

Ordem denascimento

Primeiro 53,7 55,4 44,7 42,4 37,8 43,8

Segundo 38,9 30,2 37,9 28,8 33,5 33,1

Terceiro ou mais 7,4 14,4 4,6 28,8 28,6 23,1

Número de filhos

Média 1,7 1,7 2,0 2,2 2,4 2,1

A proporção de mães que trabalham fora de casa é de 41%. Aparentemente esta proporção é um pouco maior nos estratos A e B. A proporção de mães analfabetas fun-cionais (com menos de 4 anos de estudo) foi muito pequena no Rio de Janeiro, 3,8%. Em relação a mais de onze anos de estudo houve um gradiente importante entre os estratos. Mais de 74% das mães do estrato A apresentavam mais de onze anos de estudo, contra 12% das mães do estrato E (tabela 4).

A presença do companheiro é alta, por volta dos 79% das famílias entrevistadas possuíam companheiros. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 49% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração (> 2 pessoas por dormitório). A proporção de famílias residindo há menos de três anos no Rio de Janeiro foi semelhante em todos os estratos, por volta de 31% (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

507

Tabela 4. Características das mães e da família das crianças entrevistadas,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ERIO DE

JANEIRO

Trabalho materno

Sim 66,6 58,9 52,1 30,7 30,6 41,1

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 2,8 4,3 3,1 2,3 5,4 3,8

4 a 10 23,4 50,1 63,4 71,5 82,6 67,3

11 e mais 73,8 45,6 33,5 26,2 12,0 28,9

Companheiro

Sim 86,2 83,4 76,3 73,5 80,1 78,5

Aglomeração intradomiciliar

Sim 11,4 30,4 42,2 53,8 64,5 49,1

Anos de residência

0 a 2 anos 31,7 29,7 27,3 32,9 32,7 31,3

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemofilo B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso, de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Rio de Janeiro apresentou uma cobertura vacinal com doses validas aos 18 meses de idade de 91% (IC95% 89-94). Não se observou uma cobertura significati-vamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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508

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

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100

Estrato

%

LS 95,8 98,3 94,1 96,0 97,3 93,6LI 82,2 87,4 83,6 85,2 89,8 89,3CV 89,0 92,8 88,8 90,6 93,5 91,4

A B C D E Rio de Janeiro

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2. Vacina contra poliomieliteNo cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-

sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município do Rio de Janeiro verificamos uma cobertura superior a 93% (IC95% 92-96), sem que haja diferença entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

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90

100

Estrato

%

LS 98,6 99,9 97,6 98,6 97,0 95,7LI 90,4 85,7 90,0 92,0 88,0 91,7CV 94,5 92,8 93,8 95,3 92,5 93,7

A B C D E Rio de Janeiro

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

509

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima dos 12 meses. Foram conside-radas no cálculo a vacina tetravalente ou a vacina aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Rio de Janeiro foi de 89% (IC95% 86-92). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

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100

Estrato

%

LS 96,2 97,5 93,5 92,7 96,1 91,6LI 80,0 86,6 81,7 80,3 84,5 86,1CV 88,1 92,1 87,6 86,5 90,3 88,8

A B C D E Rio de Janeiro

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior àquela observada com as

vacinas DPT e Hib no Rio de Janeiro, 82% (IC95% 79-84%). Não houve diferença entre os estratos (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 88,0 84,9 87,5 87,3 88,4 84,4LI 68,0 70,5 74,0 77,4 79,4 78,9CV 78,0 77,7 80,7 82,4 83,9 81,6

A B C D E Rio de Janeiro

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510

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. No Rio de Janeiro, 97% (IC95% 95-98) receberam a vacina BCG. Não houve diferença entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 100,0 101,7 99,6 99,1 99,2 98,2LI 100,0 92,6 94,2 92,7 93,3 95,1CV 100,0 97,1 96,9 95,9 96,2 96,7

A B C D E Rio de Janeiro

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6. Vacina SCRA vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando

aplicada aos 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada no Rio de Janeiro foi de 79% (IC95% 75-82). Não houve diferença entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

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30

40

50

60

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100

Estrato

%

LS 89,1 93,2 88,2 82,5 83,5 82,0LI 70,5 78,0 73,3 69,3 70,2 75,3CV 79,8 85,6 80,7 75,9 76,9 78,7

A B C D E Rio de Janeiro

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

511

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para a região Su-deste. No município do Rio de Janeiro a cobertura foi de 1% (IC95% 0-2), (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de

Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 4,5 3,4 3,0 0,0 3,4 1,9LI -0,8 -0,6 -0,6 0,0 -0,2 0,3CV 1,8 1,4 1,2 0,0 1,6 1,1

A B C D E Rio de Janeiro

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 63% (IC95% 59-67). Não hou-ve diferença entre os estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 70,8 78,3 75,4 68,8 69,7 67,1LI 44,8 58,4 57,6 53,5 55,1 59,3CV 57,8 68,3 66,5 61,2 62,4 63,2

A B C D E Rio de Janeiro

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512

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem levar em consideração os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas. Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esque-ma básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT a cobertura para o município eleva-se pouco, chega a 94% (IC95% 92-96). Não se observou diferença signifi-cativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 96,6 99,6 97,7 97,0 98,3 95,5LI 83,2 88,9 91,1 87,8 91,0 91,6CV 89,9 94,2 94,4 92,4 94,6 93,6

A B C D E Rio de Janeiro

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT, o resultado foi se-melhante à anterior com taxas ligeiramente menores (gráfico 11).

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513

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Rio de Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 96,1 98,2 95,7 95,8 95,7 93,2LI 80,1 87,4 86,9 85,4 84,9 88,2CV 88,1 92,8 91,3 90,6 90,3 90,7

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge 89% (IC95% 86-92) para o município. Não há diferenças entre os estratos (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de

Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 91,6 92,3 93,3 94,2 94,8 91,5LI 73,6 80,3 83,1 85,8 85,8 85,9CV 82,6 86,3 88,2 90,0 90,3 88,7

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 97%, valor adequado para manu-tenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de

Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100,7 101,7 99,6 98,6 99,7 98,1LI 95,6 92,6 94,2 92,0 93,9 95,0CV 98,2 97,1 96,9 95,3 96,8 96,6

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura aumenta para a vacina SCR em 8% para o município chegando a 86% (IC95% 84-89), como pode ser visto no gráfico 14.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

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Estrato

%

LS 95,5 98,4 92,6 88,3 90,8 89,0LI 78,8 85,8 81,4 78,8 81,3 83,8CV 87,2 92,1 87,0 83,5 86,0 86,4

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515

6. Conjunto das vacinas

No Rio de Janeiro, 75% (IC95% 71-79) das crianças receberam todas as doses de va-cinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. Não houve diferença entre os estratos (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

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Estrato

%

LS 79,3 88,1 85,3 81,4 79,5 78,8LI 54,6 73,1 68,8 69,2 66,7 71,0CV 67,0 80,6 77,0 75,3 73,1 74,9

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido pelo calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Rio de Janeiro foi feito por apenas 20% (IC95% 16-23) das crianças, não havendo diferença entre os estratos (gráfico 16).

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516

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

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Estrato

%

LS 18,4 26,4 25,5 29,6 28,3 23,1LI 5,5 8,2 9,3 13,9 15,8 16,3CV 11,9 17,3 17,4 21,8 22,0 19,7

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2. vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas, 36% (IC95% 33-39). Não houve diferença entre os estratos (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

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Estrato

%

LS 39,4 50,3 41,4 44,9 40,1 38,7LI 21,1 34,6 25,7 29,3 28,8 32,7CV 30,3 42,4 33,5 37,1 34,4 35,7

A B C D E Rio de Janeiro

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

517

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos demonstrou uma cobertura superestimada pelos dados administrativos, apontando particularmente para problemas de denominador (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Rio de Janeiro, 2007.

0

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20

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40

50

60

70

80

90

100

ICV 95 85,5 83,7 83,9 93,1 0,5DA 117 97,5 97,65 93,3 123,8 0,1

BCG DPT Hib HVB Polio FA

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ICV

da

95,0 85,5 83,7 83,9 93,1 0,5

117 97,5 97,65 93,3 123,8 0,1

Imunobiológico

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518

V. partIcIpação na ÚltIma campanHa de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 94% (IC95% 93-96). O estrato A apresentou, aparentemente, uma menor participação na campanha que os demais (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,5 98,9 98,9 99,6 96,9 95,8LI 74,6 92,5 91,2 94,5 90,2 92,5CV 82,6 95,7 95,0 97,1 93,5 94,2

A B C D E Rio de Janeiro

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal. As crianças cujas mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhante à daquelas que as mães trabalham (tabela 5).

Não foi também encontrada associação entre a escolaridade materna e a cobertura vacinal. A ordem de nascimento associou-se com a cobertura vacinal de forma que as crianças primogênitas apresentaram maior cobertura que as demais. Por sua vez, sexo e cor da criança não interferem na cobertura vacinal (tabela 5).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

519

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, Rio de

Janeiro, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 77,8 72,2 83,4

Não 73,7 70,0 77,5

Presença do companheiro

Sim 75,5 71,4 79,5

Não 72,4 64,1 80,7

Aglomeração intradomiciliar

Sim 74,6 68,6 80,6

Não 75,1 70,9 79,2

Mãe trabalha fora de casa

Sim 74,5 69,5 79,4

Não 74,9 69,7 80,1

Escolaridade materna

0 a 3 anos 76,4 60,1 92,8

4 a 10 anos 74,6 70,5 78,8

11 e mais 76,2 70,6 81,8

Ordem de nascimento

Primeiro 81,4 77,1 85,7

Segundo 70,3 64,2 76,4

Terceiro ou mais 69,0 62,8 75,2

Sexo da criança

Masculino 75,8 71,9 79,6

Feminino 74,0 68,1 79,9

Cor da criança

Branca 70,2 65,7 75,1

Preta 75,9 65,5 86,5

Amarela 84,2 53,9 114,5

Parda 82,1 76,6 87,7

Indígena 58,1 -13,5 129,7

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Rio de Janeiro apenas 18% (IC95% 15-20) das

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520

crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 73% no estrato A, o de melhor condição de vida e se reduz a 5% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 79,5 49,8 26,7 8,8 7,6 20,4LI 67,3 30,7 13,1 1,8 2,1 15,0CV 73,4 40,3 19,9 5,3 4,8 17,7

A B C D E Rio de Janeiro

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas não foi diferente entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público (tabela 6). No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi de 63% (IC95% 56 - 70) e nos demais, o valor estimado foi de 68% (IC95% 64 - 72).

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio

de Janeiro, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 62,8 56,1 69,6

Não 68,2 63,7 72,3

Já a participação na última campanha de vacinação foi diferente entre os dois gru-pos (tabela 7). No grupo que usa o setor privado a participação foi de 88% (IC95% 82 - 94). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 96% (IC95% 94 - 97).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

521

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura

Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 88,0 82,4 93,7

Não 95,5 93,7 97,2

VIII. Uso das VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida, 62% do estrato A contra 4% do estrato E (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 69,0 37,0 14,7 4,7 7,4 14,4LI 53,9 17,7 3,9 0,0 1,2 10,0CV 61,5 27,3 9,3 2,4 4,3 12,2

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ligeiramente menor do que aquele observado para a vacina contra menin-gococo (gráfico 22).

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Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 60,0 29,9 11,5 4,6 6,8 12,2LI 41,0 13,3 2,2 0,1 0,8 7,7CV 50,5 21,6 6,8 2,4 3,8 9,9

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor com cerca de 39% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos a cobertura é muito baixa mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 48,1 25,3 8,2 1,8 2,6 8,4LI 28,9 9,2 0,5 -0,6 -0,4 4,8CV 38,5 17,3 4,3 0,6 1,1 6,6

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição daquele observado para a hepatite A com coberturas ligeiramente maiores. Entre as crianças do estrato A, apenas 53% foram vacinadas (gráfico 24).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

523

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Rio de Janeiro, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 63,6 37,8 13,1 4,4 6,1 13,2LI 42,8 21,2 4,3 -0,9 0,3 9,1CV 53,2 29,5 8,7 1,8 3,2 11,2

A B C D E Rio de Janeiro

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IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal no Rio de Janeiro foi satisfatório. Atingiram-se 73% do número programado de entrevistas. A maior parte (58%) das entrevistas não foi realizada em função da não localização de crianças, o que está relacionado principalmente a um erro de estimativa populacional, uma vez que o censo de 2000 foi usado como base. Mesmo com a substituição de 26 setores censi-tários houve, no entanto, uma perda não desprezível (28%), principalmente, em função da dificuldade de acesso a determinados locais por motivos de segurança da equipe de pesquisadores.

Este desempenho garante uma precisão razoável das estimativas produzidas pelo inquérito. Embora a estratégia de seleção e estratificação da amostra tenha sido bem su-cedida, garantindo a inclusão dos distintos segmentos da população do Rio de Janeiro, seria necessário um aprofundamento das análises - o que se coloca fora do escopo deste relatório - para a melhor consideração de potenciais vieses que as dificuldades de campo podem trazer para as estimativas de cobertura vacinal. Para o momento, o mais razoável é supor que as perdas ocorridas por motivo de segurança devem se associar a uma cober-tura vacinal mais baixa.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses váli-das para todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação brasileiro situaram-se em níveis próximos aos adequados, exceções feitas à vacina contra hepatite B e à vacina tríplice viral que apresentaram cobertura por volta do 80%.

Observa-se também que uma proporção menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo, 63% (IC95% 59-67).

A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra, por outro lado, que a maior parte dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 75% (IC95% 71-79).

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524

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados demonstram que, apesar do programa de imunizações do Rio de Janeiro apresentar um desempenho satisfatório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

No Rio de Janeiro, no geral, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou asso-ciação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar. O único indicador que se mos-trou associado à cobertura vacinal para esquema completo foi a ordem de nascimento da criança, em concordância com a literatura.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L S Ã O • P A U L O

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526

mUnIcÍpIo de são paUlo

I. IntrodUção

Em 2005, foram registrados 179.025 nascidos vivos na cidade de São Paulo. As crianças cujas informações foram obtidas no inquérito são uma amostra representati-va desta coorte de recém-nascidos. O Município de São Paulo conta atualmente com 909 equipes do Programa de Saúde da Família que são responsáveis pelo atendimento a 29,36% da população residente. Existem na cidade 439 Unidades Básicas de Saúde que realizam atividades rotineiras de vacinação. Destas, 17 estão localizadas em áreas com óti-mas condições de vida, 76 em áreas com muito boas condições de vida, 121 em áreas com boas condições de vida, 116 em áreas com condições de vida regulares, 54 em áreas com condições de vida ruins e 55 em áreas com péssimas condições de vida.

Além das unidades básicas, existem dois Centros de Referência em Imunobiológi-cos Especiais localizados em dois grandes hospitais escola do município: o Hospital das Clínicas da USP e o Hospital São Paulo da UNIFESP.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação rea-lizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referentes ao Censo Demográfico de 2000.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográfica, São Paulo, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 1481 35.523 4.930,80 10,71 49,32

B 2220 66.034 2.108,54 3,30 17,64

C 2811 113.836 1.153,14 1,00 4,69

D 3271 191.162 763,95 0,64 1,23

E 3398 296.610 503,43 0,54 0,21

Foram excluídos os setores não residenciais e 4 setores para os quais não havia dados sobre a renda mensal média. Os setores sorteados apresentam características seme-lhantes àquelas dos estratos dos quais foram obtidos (tabela 2).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

527

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

São Paulo, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 81 1.946 5.181,32 10,98 52,03

B 66 2.246 2.067,69 3,04 17,07

C 51 2.191 1.141,87 1,00 4,51

D 42 2.644 756,74 0,58 1,35

E 35 3.651 500,00 0,56 0,26

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Estrato

%

Não localizada 122 60 14 13 3 212Perda 10 13 0 6 0 29Recusa 12 5 3 5 6 31Realizadas 66 132 193 186 201 778

A B C D E São Paulo

'

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122 60 14 13 3 212

10 13 0 6 0 29

12 5 3 5 6 31

66 132 193 186 201 778

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

A proporção de crianças efetivamente entrevistadas foi baixa no estrato B (60%) e extremamente baixa no estrato A (31%). Em ambos os estratos o principal motivo para o pequeno número de entrevistas realizadas foi o fato de não existirem, entre os residentes do conglomerado de setores sorteado o número previsto de sete crianças. As taxas de recusa e perdas não ultrapassaram 5% em nenhum dos estratos (gráfico 1).

Para apenas 1,2% das crianças entrevistadas foram utilizadas as informações orais fornecidas pelas mães ou responsáveis. Nas demais, as informações foram obtidas direta-mente a partir da caderneta de vacina. No estrato A, 1,9% das crianças entrevistadas não tinham caderneta de vacinação. Para os demais estratos a porcentagem variou entre 0,5 e 1% e no estrato E, 100% das informações foram obtidas nas cadernetas.

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela

estrato

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abaixo. As diferenças na distribuição de meninos e meninas não são estatisticamente sig-nificantes entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. Há maior proporção de crianças brancas no estrato A, proporções semelhantes nos estratos B e C e menor proporção nos estratos D e E. O inverso é observado para a distribuição dos pardos. A ordem de nascimento apresentou distribuição semelhante em todos os estratos e o número de filhos tidos pelas mães foi significante menor nos estratos A e B (tabela 3).

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ESÃO

PAULO

Sexo % % % % % %

Masculino 57,6 51,9 54,9 45,2 54,2 51,8

Feminino 42,4 48,1 45,1 54,8 45,8 48,2

Cor

Branca 90,9 74,8 73,9 65,6 57,2 65,5

Preta 0,0 3,8 2,1 3,7 4,5 3,6

Amarela 0,0 1,5 0,0 0,0 1,5 0,8

Parda 9,1 19,1 23,4 30,1 36,3 29,6

Vermelha 0,0 0,7 0,5 0,5 0,5 0,5

Ordem denascimento

Primeiro 51,5 52,7 45,1 48,1 45,8 47,2

Segundo 31,8 30,5 29,5 25,9 31,3 29,5

Terceiro ou mais 16,7 16,7 25,4 25,9 22,9 23,2

Número de filhos

Média 1,7 1,9 2,1 2,1 2,1 2,1

A idade materna também mostrou diferenças entre os estratos. As médias da ida-de materna foram inversamente proporcionais às condições de vida e a idade média foi significantemente mais alta entre as mães do estrato A. Não houve diferença significante na média de idade das mães residentes nos estratos B e C e ambas foram menores do que a média para o estrato A e maiores do que as médias para os dois últimos estratos. Finalmente não houve diferenças entre as médias de idade materna nos estratos D e E, e ambos os valores foram menores do que os observados nos demais estratos.

A proporção de mães que trabalham foi semelhante nos estratos A, B e C e maior do que aquelas observadas nos estratos D e E. No estrato E há maior proporção de mães com menos de 4 anos de escolaridade. A proporção de mães com 4 a 10 anos de escolari-dade é inversamente proporcional às condições de vida nos diferentes estratos enquanto a proporção de mães com 11 anos e mais de escolaridade é diretamente proporcional às condições de vida.

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529

A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias vivendo em condições de aglomeração intradomiciliar é semelhante nos estratos C, D e E e menor nos estratos B e A. A proporção de famílias vivendo há menos de 2 anos na residência atual foi semelhante em todos os estratos (tabela 4).

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato ESÃO

PAULO

Trabalho materno

Sim 60,6 54,9 53,3 42,4 36,3 43,7

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,0 1,5 4,1 3,8 7,0 4,8

4 a 10 33,3 58,9 73,6 85,4 80,1 76,2

11 e mais 66,7 39,5 22,3 10,8 12,9 19,1

Companheiro

Sim 80,3 85,5 80,8 79,6 78,6 79,9

Aglomeração intradomiciliar

Sim 18,5 38,9 62,7 59,1 48,1 59,5

Anos de residência

0 a 2 anos 32,3 40,5 41,6 39,8 32,3 36,6

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

O esquema básico completo com doses válidas corresponde à aplicação de todas as vacinas previstas no calendário com os intervalos apropriados entre as doses.

1. Vacina DPT

Para a vacina DPT (difteria, pertussis e tétano) a cobertura na cidade é alta estando acima de 93%. Para os estratos B, C e E os limites inferiores dos intervalos de confiança também estão acima de 90%. Entretanto, para os estratos A e C os limites inferiores são mais baixos bem como a estimativa de cobertura, embora essas diferenças não sejam estatisticamente significantes provavelmente em função do menor tamanho da amostra obtida no estrato A.

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530

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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60

70

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90

100

Estrato

%

LS 96,7 98,7 95,6 99,2 99,7 96,6LI 75,9 92,1 86,7 94,2 94,3 93,9CV 86,3 95,4 91,1 96,7 97 95,3

A B C D E São Paulo

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2. Vacina contra poliomielite

A vacina contra a poliomielite alcança cobertura semelhante àquela observada pela DPT. A cobertura está entre 94 e 96% no município, não apresentando diferenças entre os estratos com exceção provável do estrato A. Apesar do intervalo de confiança ser me-nos preciso, dado o reduzido tamanho da amostra, a estimativa de cobertura ficou abaixo dos limites inferiores dos demais (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 96,4 99,2 98,2 99,3 98,5 96,9LI 82,3 93,1 89,3 93 93,5 93,8CV 89,3 96,2 93,7 96,2 96 95,3

A B C D E São Paulo

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

531

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Em São Paulo a cobertura pela vacina Hib contra o Haemophilus influenzae está entre 89 e 93%. As estimativas para os estratos A e C estão abaixo dos 90%, entretanto as diferenças não são estatisticamente significantes. O pequeno tamanho da amostra obtida para o estrato a não permite evidenciar a diferença (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

São Paulo, 2007.

0

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40

50

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90

100

Estrato

%

LS 96,1 99,1 92,8 96,3 94,8 93,6LI 76,5 93,2 82,2 88,6 88,2 89CV 86,3 96,2 87,5 92,4 91,5 91,3

A B C D E São Paulo

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4. Vacina contra a Hepatite B

A vacina contra a hepatite B (HVB) apresenta cobertura menor do que 90% no município como um todo. Considerando as estimativas de cobertura (ponto médio do intervalo) observa-se um gradiente inverso entre os estratos B a E e valor mais baixo para o estrato A. Entretanto as diferenças não são estatisticamente significantes (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 90,7 96,9 94,7 91,2 88,8 88,9LI 69,8 87,8 83,4 81,8 77,3 82,5CV 80,3 92,4 89,1 86,5 83,8 85,7

A B C D E São Paulo

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532

5. Vacina BCG

Para a vacina BCG a cobertura no município é alta, estando acima de 96%. As di-ferenças observadas entre os estratos não são estatisticamente significantes e os limites inferiores dos intervalos de confiança estão todos acima de 90%. Portanto, podemos afirmar que para essa vacina não se observa diferença de cobertura segundo condições de vida. Como a maioria dos recém-nascidos recebe a vacina ainda na maternidade essas coberturas não espelham o acesso e utilização dos serviços da rede de atenção básica. As altas coberturas independentes do estrato provavelmente estão relacionadas com a alta freqüência de partos hospitalares na cidade.

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Paulo ,2007.

0

10

20

30

40

50

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70

80

90

100

Estrato

%

LS 100 100 98,9 99,2 100 98,7LI 92,5 97,7 90,7 94,2 98,4 96,9CV 96,9 99,2 94,8 96,7 99,5 97,8

A B C D E São Paulo

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6. Vacina SCR

Para a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR) a cobertura também foi inferior a 90% na cidade. Praticamente não há diferença entre os estratos, embora para o estrato A o ponto médio do intervalo esteja na faixa dos 75% a 80%.

Entre 3% e 6% das crianças entrevistadas referiram haver recebido vacina apenas contra o sarampo. As taxas foram semelhantes para todos os estratos socioeconômicos (gráfico 7).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

533

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 89,5 94,3 93,3 93,9 92,1 90,3LI 64,9 82,9 82,7 82,3 82,9 84,4CV 77,2 88,6 88 88,1 87,5 87,3

A B C D E São Paulo

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra a febre amarela não faz parte do calendário básico de vacinação em São Paulo, pois a cidade não se encontra em área endêmica para a doença. Menos de 1,5% dos menores receberam a vacina contra a febre amarela. Embora as diferenças não sejam significantes chama a atenção o fato das estimativas serem maiores para os estratos A e B. No estrato E nenhuma criança recebeu a vacina contra a febre amarela (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 12,6 7 1,5 1,6 0 1,4LI 0 0,5 0 0 0 0,3CV 6 3,7 0,5 0,5 0 0,8

A B C D E São Paulo

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534

8. Esquema básico completo conjunto das vacinas.

Considerando a cobertura para cada vacina no município de São Paulo, indepen-dentemente do estrato socioeconômico observa-se que a maior cobertura é alcançada para a BCG. As coberturas para DPT e Pólio são semelhantes e acima de 95%. Em se-guida vem a cobertura para Hib em torno de 90% e as mais baixas são as de HVB e SCR ambas entre 85% e 90% (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, por vacina, na coorte de nascimentos de 2005,

São Paulo, 2007.

0

10

20

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40

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80

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100

%

LS 98,7 96,6 96,9 1,4 93,6 88,9 90,3LI 96,9 93,9 93,8 0,3 89 82,5 84,4CV 97,8 95,3 95,3 0,8 91,3 85,7 87,3

BCG DPT POLIO FA Hib HVB SCR

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Cerca de 70% das crianças nascidas em 2005 completaram seu esquema de vacina-ção com doses validas. No estrato A, o de melhores condições de vida, quase a metade não completou o esquema (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 68,9 87,6 83,6 79,0 73,8 74,4LI 37,1 73,0 67,7 64,0 60,5 66,0CV 53,0 80,3 75,6 71,5 67,2 70,2

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

535

b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacinas recebidas sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Portanto, esses dados referem-se ao total de doses recebidas até os 18 meses sem considerar a possível efetividade dessas doses nem a aplicação na idade indicada pelo calendário.

Apenas a título de exemplo serão apresentadas as doses aplicadas para DTP, Hib e SCR.

1. Vacina DPT

Em comparação com o esquema válido, observam-se valores ligeiramente mais altos para DPT sugerindo assim que a proporção de doses não válidas é relativamente pequena, ou seja, a maior parte das doses aplicadas tem possibilidade de ser efetiva (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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80

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Estrato

%

LS 97,1 100 96,6 99,2 100 97,3LI 81,6 96,3 87,7 94,2 94,9 94,8CV 89,3 98,4 92,2 96,7 97,5 96,1

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2. Vacina contra Hemófilo B

No caso da vacina Hib, as diferenças são ainda menores na comparação entre doses válidas e doses aplicadas em todos os estratos e no município como um todo (gráfico 12).

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536

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

São Paulo, 2007.

0

10

20

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90

100

Estrato

%

LS 97,5 99,7 92,9 97,9 97,7 95,2LI 78,2 94,2 83,1 91,2 92,3 91,9CV 87,8 96,9 88 94,6 95 93,6

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3. Vacina contra Hepatite B

Considerando-se as doses aplicadas, a cobertura pela vacina anti HVB alcança pata-mares acima de 90% para todos os estratos exceto para o estrato A onde a estimativa por ponto é de aproximadamente 88%. Entretanto, dada a menor precisão do intervalo de confiança para este estrato, as diferenças não são significantes (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

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80

90

100

Estrato

%

LS 96,0 100,0 96,9 96,1 97,0 94,7LI 79,7 92,3 88,5 87,7 87,9 90,2CV 87,8 96,2 92,7 91,9 92,5 92,5

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

537

4. Vacina contra a poliomielite

Para a vacina contra a poliomielite a diferença na cobertura comparando-se doses aplicadas e doses válidas é bastante acentuada. Quando se consideram as doses aplicadas, todos os estratos apresentam coberturas acima de 95% com limites inferiores acima de 92%. O mesmo não ocorre quando se consideram apenas as doses válidas. Outro aspecto distinto é a menor cobertura para os estratos A, C e D por comparação com as dos estra-tos B e E. (gráfico14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100 100 98,8 99,6 100 99,1LI 92,7 97,7 92,8 94,9 98,4 97,2CV 96,9 99,2 95,8 97,3 99,5 98,1

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5. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Para a vacina SCR as diferenças são marcantes na comparação entre doses válidas e doses aplicadas. Sendo essa uma das vacinas com menor cobertura a maior proporção de doses aplicadas não válidas adquire maior importância, pois sugere que pelo menos parte das doses aplicadas terá menor possibilidade de ser efetiva (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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100

Estrato

%

LS 94,8 99,2 95,8 97,3 95,8 94,7LI 80,8 93,1 86,5 88,6 88,2 89,9CV 87,8 96,2 91,1 93 92 92,3

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6. Conjunto das vacinas

Para o conjunto de vacinas que compõem o esquema básico completo aos 18 me-ses, considerando-se as doses aplicadas, observa-se cobertura insatisfatória em pratica-mente todos os estratos, com os limites superiores dos intervalos de confiança ficando abaixo de 90% exceto para o estrato B. Embora, novamente o intervalo de confiança para o estrato A seja pouco preciso e não permita afirmar diferenças significantes com a co-bertura observada nos outros estratos, a estimativa por ponto é inferior, ficando próxima a 70%. Tendo em vista que a análise por doses aplicadas não leva em conta nem os inter-valos preconizados nem as idades mais adequadas, era de se esperar coberturas próximas a 100% ou pelo menos acima de 90%. Isto, entretanto, só foi observado para o estrato B (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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30

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 82 95,8 88,8 89,4 87,1 86,1LI 60,3 87,5 74,9 79,3 75 79,1CV 71,2 91,6 81,8 84,4 81 82,6

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que ob-serva o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

A cobertura correta para DPT não chega a 30%, representando assim um valor muito inferior ao observado para as doses válidas. Isto sugere que parte considerável das

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539

doses foi aplicada fora da idade recomendada ou com intervalos diferentes dos preconi-zados. Entre os estratos as diferenças não são significantes, mas as estimativas por ponto mostram pior situação nos estratos A e B (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

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30

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50

60

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80

90

100

Estrato

%

LS 30 28,4 39,9 39 36,7 32,7LI 6,2 10,9 24,2 23,3 22,9 25,3CV 18,1 19,6 32,1 31,1 29,8 29

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2. Vacina Tríplice Viral (SCR)

Apesar da SCR ser uma vacina aplicada em dose única, a cobertura correta é muito menor do que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante em todos os estratos, com exceção do estrato A em que a estimativa por pontos é bastante menor (gráfico 18).

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 39,7 52,6 59,8 51 53,2 48,9LI 17,8 35,2 45,8 36 39,2 42CV 28,7 43,9 52,8 43,5 46,2 45,4

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540

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Em relação aos dados administrativos registrados rotineiramente pelos serviços de saúde, os dados obtidos no inquérito de cobertura vacinal têm a vantagem de não depen-der de estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador da taxa. Por outro lado, os dados do inquérito são provenientes de uma amostra enquanto os dados administrativos são censitários, ou seja, referem-se ao registro de todas as crianças atendidas.

Gráfico 19. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, São Paulo, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

%

ICV 96,2 89,4 95,1 88 88,7 0,7 92,3DA 114,2 92,8 91,7 96,5 93,1 0,2 101,8

BCG DPT POLIO Hib HVB FA SCR

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A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as informações ora indicam maior cobertura a partir do inquérito, ora indicam maior cobertura a partir dos dados registra-dos. Para as vacinas BCG, Pólio, HVB, febre amarela e SCR as coberturas obtidas pelo inquérito são superiores àquelas obtidas através do registro rotineiro de informações pelo programa. Para DPT e Hib, os dados obtidos pelo inquérito apontam menor cobertura do que os dados registrados (gráfico 19).

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de estimativa dos deno-minadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 19).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

ICV

da

96,2 89,4 95,1 88 88,7 0,7 92,3

114,2 92,8 91,7 96,5 93,1 0,2 101,8

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

541

V. partIcIpação na ÚltIma campanHa de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município como um todo foi alta ficando entre 90% e 93% Para os estratos C, D e E o comparecimento superou os 90%. Para o estrato B, embora o limite superior do intervalo corresponda a 94% a estimativa por ponto foi menor correspondendo a 86% estando abaixo do valor observado para o município. No estrato A o limite superior do intervalo foi de 81% e a estimativa por ponto igual a 65% mostrando assim um comparecimento significantemente menor (gráfico 20).

Gráfico 20. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 81,6 94,4 97,7 96,9 97,5 93,9LI 47,4 79,2 91,2 90,9 91,2 90,2CV 64,5 86,8 94,5 93,9 94,4 92,1

A B C D E São Paulo

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado foi significantemente maior para as crianças cujas avós viviam na mesma casa. A presença ou não do companheiro não apresentou qualquer associação com a cobertura vacinal. A aglomeração domiciliar e o trabalho da mãe também não interferem na cobertura vacinal.

A estimativa por ponto sugere que a menor escolaridade materna pode se asso-ciar com menor cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença, a não ser com relação ao grupo com 4 a 10 anos de escolaridade.

A ordem de nascimento e o sexo não interferem na cobertura vacinal. A cobertura foi significantemente maior para as crianças pretas do que para as brancas e pardas. As crianças amarelas ou indígenas foram apenas 4 não permitindo comparações adequadas (tabela 5).

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542

Tabela 5. Cobertura vacinal* com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças, São

Paulo, 2007.

Variáveis Cobertura IC95%

Presença da avó

Sim 86,2 80,3 – 92,2

Não 81,3 77,4 – 85,3

Presença do companheiro

Sim 82,6 78,8 – 86,4

Não 82,6 74,1 – 91,1

Aglomeração intradomiciliar

Sim 82,9 78,1 – 87,8

Não 82,0 78,0 – 86,1

Mãe trabalha fora de casa

Sim 81,4 76,8 – 86,0

Não 83,6 79,2 – 88,0

Escolaridade materna

0 a 3 anos 74,9 58,5 – 91,3

4 a 11 anos 83,4 79,3 – 87,6

12 e mais 81,0 74,4 – 87,6

Ordem de nascimento

Primeiro 82,1 76,3 – 88,0

Segundo 83,1 78,3 – 87,9

Terceiro ou mais 82,9 77,5 – 88,2

Sexo da criança

Masculino 81,4 76,4 – 86,5

Feminino 83,9 79,5 – 88,2

Cor da criança

Branca 82,1 77,8 – 86,3

Preta 100,0 100,0 – 100,0

Amarela** 72,8 25,6 – 100,0

Parda 81,6 73,3 – 90,0

Indígena** 100,0 100,0 – 100,0

* intervalo de confiança **apenas 4 crianças

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família já havia utilizado serviços privados de vacinação. Para o município de São Paulo, apenas 12,7%

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

543

(IC95% 10 - 16) das crianças já haviam recebido alguma vacina em serviços do setor priva-do. Esta proporção chega a 62,1% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 3,9% no estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado a proporção de crianças que já utilizou os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência.

Gráfico 21. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, São Paulo, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

NÃO 37,8 67,1 83,1 90,7 96 86,8SIM 62,1 32,8 16,3 8,1 3,9 12,7

A B C D E São Paulo

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A cobertura pelo esquema básico completo com doses válidas foi significantemente maior para as crianças que nunca utilizaram os serviços de vacinação do setor privado. No grupo que já utilizou os serviços do setor privado a cobertura estimada foi de 64,8% (IC95% 57 - 73) e nos demais o valor estimado foi de 75,4%(IC95% 71 - 80). Os dados suge-rem que o cumprimento do calendário de vacinações é menos observado pelos serviços do setor privado (gráfico 21).

A participação na última campanha de vacinação também foi menor para as crian-ças já vacinadas anteriormente em serviços do setor privado. Neste grupo a taxa de par-ticipação foi de 81,5% (IC95% 73 - 90). Entre as crianças que não utilizam os serviços do setor privado esta proporção foi de 93,8% (IC95% 92 - 96). Os dados sugerem que a freqü-ência a campanhas é menos valorizada entre os indivíduos dos estratos socioeconômicos mais altos provavelmente por orientação médica ou por conhecimento das mães de que estando com o esquema completo não há necessidade de participar nas campanhas.

VIII. Uso de VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

VacInação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, tal uso pode ser considerado baixo, pois me-nos de 50% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C, D e E o uso não atingiu nem 10% das crianças entrevistadas (gráfico 22).

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544

Gráfico 22. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 65 27,8 13,1 6,1 2,4LI 28,9 11,5 4,4 0,2 0CV 46,9 19,6 8,8 3,2 0,9

A B C D E

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo. No estrato A, menos de 40% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida o uso não chega a 5% das crianças (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 56,6 17,3 8,4 4 3LI 22,1 5,3 1,9 0 0CV 39,3 11,3 5,1 1,6 0,9

A B C D E

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

545

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 30% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos, a proporção de uso é muito baixa mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 47,6 12,4 7,7 1,6 0LI 16 2,7 1,5 0 0CV 31,8 7,5 4,6 0,5 0

A B C D E

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com utili-zação um pouco maior do que aquela observada para a hepatite A. Das crianças do estrato A apenas 38% foram vacinadas (gráfico 25).

Gráfico 25. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, São Paulo, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 52,8 24,4 17,7 5,4 2,4LI 22,9 13,3 5 0 0CV 37,8 18,9 11,3 2,6 0,9

A B C D E

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546

IX. consIderaçÕes fInaIs

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em São Paulo foi satisfatório, com uma proporção de entrevistas não realizadas de 6% em relação ao número programado. Este desempenho faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam relativamente precisas. Cerca de 3% das entrevistas apresentaram perdas de informação principalmente pela ausência de caderneta ou ausência do responsável após três tentativas e 3% foram recusas. As perdas e recusas foram maiores no estrato A chegando a 10%.

Em São Paulo, de modo geral, pode ser observado um gradiente inversamente proporcional entre as coberturas vacinais e as condições socioeconômicas ainda que as amplitudes dos intervalos de confiança, algumas vezes, não permitam afirmar diferenças estatisticamente significantes. Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e estratifica-ção da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população. O principal motivo para a perda de precisão dos intervalos foi a inexistência de crianças da coorte de 2005. O fato de o inquérito ter sido realizado 8 anos após o le-vantamento realizado pelo censo determinou que não fossem encontradas tantas crianças como as esperadas.

Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais e as variá-veis estudadas de caracterização do núcleo familiar, exceto as características: morar com a avó, escolaridade materna e cor da pele. As coberturas pelo esquema completo foram significantemente mais altas para crianças cujas avós moravam com a família, cujas mães tinham pelo menos quatro anos de escolaridade e para as crianças pretas. No caso da cor, o resultado deve estar relacionado ao fato de observarem-se menores coberturas no estra-to A onde a concentração de crianças pretas é menor.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas em São Paulo situaram-se em níveis inadequados para quase todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação. Apenas as coberturas com as vacinas BCG, DTP e Pólio atingiram proporções acima de 95%. Para as demais, a cobertura foi sempre in-satisfatória ficando em torno de 85% para HVB e SCR e 90% para Hib. Entretanto, ob-serva-se que uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo. A cobertura com o esquema completo foi de 73,4% (IC

95% 69 - 78), ou seja, aproximadamente 25% das crianças aos 18 meses tinham seus esquemas com doses válidas incompletos. A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra que uma proporção dessas crianças completou o seu esquema, veri-ficando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 82,6% (IC95% 79 - 86). De todo modo, a cobertura alcançada está muito abaixo dos níveis consi-derados protetores.

O fato de, sistematicamente, as crianças do estrato A apresentarem coberturas mais baixas, considerando-se doses válidas ou aplicadas, merece por parte do Programa levar em consideração estratégias voltadas exclusivamente para esse grupo social visando au-mentar as coberturas.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, demons-tram que o programa de imunizações em São Paulo apresenta desempenho bastante insa-tisfatório, com menos de 50% das crianças tendo recebido as doses de vacina conforme as recomendações do programa.

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

547

Não houve grande discrepância entre as informações de cobertura presentes nos dados administrativos e aquelas obtidas pelo inquérito, exceto para DPT, Hib e Pólio. Para DPT e Hib os dados administrativos apontam coberturas marcadamente mais altas do que aquelas obtidas pelo inquérito denotando os problemas reiteradamente assinalados de denominadores subestimados. Para a vacina Pólio ocorre o inverso com as coberturas calculadas no inquérito superando os dados administrativos provavelmente porque no inquérito, as doses aplicadas em campanhas podem ter sido utilizadas para completar o calendário.

A participação nos dias nacionais de imunizações foi de 90% a 93% mostrando boa adesão da população com exceção das crianças do estrato A, para as quais o compareci-mento foi significativamente menor (65%).

Parcela muito pequena das crianças em São Paulo utilizou os serviços privados para obtenção de alguma das vacinas do calendário ou aquelas não incluídas no calen-dário (12,7%). Apenas no estrato A observou-se um uso mais freqüente dos serviços privados (62%). Menos de 10% das crianças da amostra havia recebido as vacinas contra meningococo, contra pneumococo, hepatite A e varicela disponíveis exclusivamente nos serviços privados. Para as crianças do estrato A, a aplicação dessas vacinas chegou a cerca de 30%.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L V I T Ó R I A

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550

mUnIcÍpIo de VItÓrIa

I. IntrodUção

O município de Vitória em 2005 tinha uma população estimada de 313.309 habitan-tes sendo 19.416 de 1 a 4 anos de idade.

O município conta com 56 equipes do Programa de Saúde da Família. Existem 71 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial.

II. caracterÍstIcas da amostra

A tabela 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratificação reali-zada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são referentes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Vitória, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 55 2.762 3.444,75 9,84 35,77

B 54 2.140 1.996,10 3,99 15,42

C 54 3.910 974,69 1,19 3,98

D 55 5.522 588,89 0,31 1,03

E 54 3.781 432,25 0,12 0,42

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo garantindo a representavidade do processo amostral (tabela 2).

Tabela 2. Caracteristicas sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Vitória, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 31 1.537 3.742,78 10,94 38,62

B 36 1.573 1.974,54 3,67 15,62

C 23 1.886 913,59 0,95 3,94

D 18 2.159 496,26 0,38 0,56

E 26 1.809 467,34 0,06 0,22

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

551

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Estrato

%

Não localizada 47 58 24 37 14 180Perda 0 2 0 3 10 15Recusa 14 9 0 0 4 27Realizadas 65 57 102 86 98 408

A B C D E Vitória

'

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Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 408 (64,8%). Os maiores percentuais de não efetuadas ocorreram nos estratos A e B onde foram realizadas metade das entre-vistas previstas. Nos estratos C, D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a aproximadamente 70% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localização das crianças 180/222 (81,1%) sendo de 46% no estrato B. As recusas foram 27 (12,2%) e as perdas, 15. No estrato A as recusas também contribuiram para o baixo desempenho das equipes de campo.

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação 95,2% (IC95% 93 - 97). No estrato D o percentual foi ligeiramente inferior 93,6% (IC95% 88 - 100). Os outros estratos não apresentaram varia-ções significantes.

A idade média das crianças entrevistadas foi de 25,4 meses, com intervalo entre 19 e 34 meses de idade com pequenas variações entre os estratos.

Além da idade, as crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significati-vamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significa-tivas. A proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 79,4% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 50,4%. O inverso observa-se para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento entre os estratos são importantes observando-se uma tendência de diminui-ção da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,0 sem diferença entre os estratos.

47 58 24 37 14 180

0 2 0 3 10 15

14 9 0 0 4 27

65 57 102 86 98 408

não localizadas

Perdas

recusas

realizadas

estrato

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552

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E VITÓRIA

Sexo % % % % % %

Masculino 57,8 54,2 49,0 52,3 49,0 52,3

Feminino 42,2 45,8 51,0 47,7 51,0 47,8

Cor

Branca 79,4 64,9 47,1 39,5 30,4 50,4

Preta 1,6 3,5 7,8 4,7 7,8 5,2

Amarela 1,6 1,8 1,0 ---- ---- 0,8

Parda 15,9 29,8 44,1 55,8 61,8 43,3

Vermelha 1,6 ---- ---- ---- ---- 0,3

Ordem denascimento

Primeiro 73,4 54,4 47,5 43,5 43,6 51,5

Segundo 15,6 33,3 30,7 31,8 25,7 27,7

Terceiro ou mais 10,9 12,3 21,8 24,7 30,7 20,8

Número de filhos

Média 1,6 1,8 2,0 2,1 2,3 2,0

A idade média das mães foi de 29 anos sendo ligeiramente maior no estrato A, 32 anos e menor no estrato E com 27 anos. Nos estratos B, C e D ela variou de 30 a 28 anos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior no estrato A, ligeira-mente menor no estrato B e semelhante nos estratos C, D e E. A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi muito pequena em Vitória, apenas 5% nos estratos C e E. O maior diferencial observa-se em relação à escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um percentual de mães com mais de onze anos de estudo quase sete vezes maior que o estrato E. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais, com exceção do estrato E onde 36,8% são ausentes. A proporção de fa-mílias com aglomeração (mais de duas pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais da metade das famílias no estrato E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo há menos de 3 anos em Vitória apre-sentou pouca variação de 31,3% do estrato A para 26,3% no E (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

553

Tabela 4 Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E VITÓRIA

Trabalho materno

Sim 67,2 52,6 41,6 52,9 41,4 50,8

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 0,0 0,0 5,0 0,0 5,1 2,0

11 e mais 68,8 54,0 83,5 29,8 10,5 49,1

Companheiro

Sim 87,5 77,2 97,8 73,7 63,6 83,8

Aglomeração intradomiciliar

Sim 3,1 22,8 40,2 45,9 59,6 36,0

Anos de residência

0 a 2 anos 31,3 31,6 22,5 27,9 26,3 27,7

III. coBertUra VacInal

a) Esquema básico completo aos 18 meses – doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso da vacina BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, contra poliomielite e contra haemophilus B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT, foram consideradas as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Vitória apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 94,4% (IC95% 92 - 97). Não se observou uma cobertura significativa-mente diferente entre os estratos socioeconômicos. Apesar de não ser significativamente diferente, os estratos que apresentaram cobertura acima de 95% foram os estratos B e C (gráfico 2).

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554

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

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Estrato

%

LS 97,46 101,70 99,80 99,78 97,37 96,93LI 87,16 94,91 92,36 88,85 85,33 91,86CV 92,31 98,31 96,08 94,32 91,35 94,39

A B C D E Vitória

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Vitória verifica-mos uma cobertura de 95,7% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 98,48 100,00 99,80 100,28 98,95 97,83LI 89,21 100,00 92,36 92,90 85,66 93,60CV 93,85 100,00 96,08 96,59 92,31 95,72

A B C D E Vitória

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

555

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram conside-radas no cálculo tanto a vacina tetravalente quanto a aplicada de forma isolada. A cobertura para o município de Goiânia foi de 94,7% (IC95% 92 - 97). Os estratos apresentaram valores semelhantes, quase todos acima de 95%, exceto o estrato E com 91,3% (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Vitória, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 100,34 100,09 99,05 101,67 97,43 97,19LI 90,43 89,74 91,15 91,52 85,26 92,24CV 95,39 94,92 95,10 96,59 91,35 94,72

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4. Vacina contra a Hepatite B

A cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior a observada para todas as outras vacinas em Vitória 87,7 (IC95% 84 - 92), o que pode ser observado no gráfico 5.

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 94,41 98,49 96,31 96,04 90,22 91,68LI 77,90 87,95 82,12 81,24 73,24 83,70CV 86,15 93,22 89,22 88,64 81,73 87,69

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556

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi a maior em relação às demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Vitória, 97,6% (IC95% 96 - 99) receberam a vacina BCG (gráfico 6). O estrato E, apesar da diferença não ser significante, apresentou a menor cobertura 94,2% (IC95% 88-100)

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Vitória ,2007.

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90

100

Estrato

%

LS 101,58 100,00 102,14 100,92 100,13 99,24LI 95,35 100,00 93,94 94,54 88,33 95,94CV 98,46 100,00 98,04 97,73 94,23 97,59

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Vitória foi de 90,3% (IC95% 69 - 97). Os estratos A, B e C apresentaram cobertura semelhante, em torno de 93%, e os estratos D e E, 89,7% e 82,7% (gráfico 7).

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557

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 97,94 100,35 100,44 96,82 96,47 94,89LI 86,68 89,48 85,83 82,73 68,92 85,74CV 92,31 94,92 93,14 89,77 82,69 90,32

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7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para a região Su-deste. No município de Vitória a cobertura foi insignificante 3,43% (IC95% 0,2 - 7). Não ocorreram variações significativas entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 9,57 9,99 4,80 5,42 7,48 5,34LI -0,34 0,18 -0,88 -0,88 0,21 1,51CV 4,62 5,09 1,96 2,27 3,85 3,43

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558

8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 79,9% (IC95% 74 – 86). A cobertura é diretamente proporcional à condição socioeconômica, sendo de 80,0% (IC95% 71 - 89) no estrato A e 68,3% (IC95% 54 - 82) no E (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 89,16 94,90 93,16 91,25 82,42 85,68LI 70,84 77,99 71,55 74,66 54,12 74,13CV 80,00 86,44 82,35 82,96 68,27 79,90

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b) Esquema básico completo aos 18 meses - doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo para o conjunto das vacinas sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se ligeiramente para 96,3% (IC95% 94 - 99). O estrato E apresentou a me-nor cobertura 93,3% (IC95% 87 - 99), mas não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

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559

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 100,34 101,70 100,91 101,67 99,22 98,68LI 90,43 94,91 95,17 91,52 87,31 93,88CV 95,39 98,31 98,04 96,59 93,27 96,28

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2. Vacina contra Haemophilus Influenzae tipo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi seme-lhante ao anterior (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 100,34 101,08 100,43 101,67 99,22 98,38LI 90,43 92,14 93,69 91,52 87,31 93,21CV 95,39 96,61 97,06 96,59 93,27 95,79

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560

3. Vacina contra a hepatite B.

Nos estratos A e B as coberturas da vacina contra a hepatite B foram acima de 95%. Nos outros estratos variaram de 92,2%, no estrato C, a 88,5%, no estrato E (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 100,99 100,98 98,90 99,78 97,90 96,45LI 92,86 92,24 85,41 88,85 79,02 90,62CV 96,92 96,61 92,16 94,32 88,46 93,53

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está acima de 95% valor ideal para manu-tenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem, no município de Vitória. Em todos estratos as coberturas estão acima de 96%, exceto no estrato E que tem cobertura de 94,2% (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 100,99 100,00 100,91 100,92 100,13 99,30LI 92,86 100,00 95,17 94,54 88,33 95,35CV 96,92 100,00 98,04 97,73 94,23 97,32

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561

5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura para a vacina SCR aumenta em 3% para o município chegando 93,7% (IC95% 89 - 98). Os estratos A,B e C, apresentaram coberturas acima de 95%, nos estratos D e E as coberturas foram menores, 93,2% e 86,5%, respectivamente (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 101,31 102,03 101,64 100,11 100,96 98,09LI 92,53 94,59 88,56 86,25 72,11 89,38CV 96,92 98,31 95,10 93,18 86,54 93,73

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6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município de Vitória, 88,2% (IC95% 84 - 93) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. A elevação da cobertura verificou-se em todos os estratos, ficando acima de 90% nos estratos A, B e D, e de 87,3% no intermediário C. A cobertura ficou abaixo de 80% no estrato E (gráfico 15).

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562

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 98,09 97,15 95,71 97,84 94,98 92,96LI 86,53 85,91 78,80 83,98 64,63 83,54CV 92,31 91,53 87,26 90,91 79,81 88,25

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c) Esquema básico completo- doses corretas

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido no calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Vitória foi feito por somente 31,0% (IC95% 26 - 36). Não ocorreram variações significativas entre os estra-tos (gráfico 16).

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563

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

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Estrato

%

LS 40,34 47,51 41,18 43,29 41,01 36,09LI 21,20 23,68 17,64 15,80 20,53 25,96CV 30,77 35,59 29,41 29,55 30,77 31,03

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única a cobertura correta é muito me-nor, que a cobertura obtida com doses válidas. Quase 50% menor. A situação é semelhan-te para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por um determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

10

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30

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Estrato

%

LS 60,70 63,12 67,98 68,98 60,55 56,91LI 37,76 38,57 39,86 33,30 37,53 44,84CV 49,23 50,85 53,92 51,14 49,04 50,88

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564

IV. comparação dos resUltados do InqUÉrIto de coBertUra VacInal

com os dados admInIstratIVos

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos apresenta um padrão único, isto é, para cada uma das vacinas as coberturas a partir do inquérito são sempre inferiores aos do registro oficial. A maior diferença ocorreu para a vacina BCG. Os dados oficiais mostram coberturas sempre acima de 100%. A cobertura para vacina contra Febre Amarela é muito reduzida segundo as duas fontes, fato que não causa sur-presa, pois a região não tem a vacina no calendário oficial (gráfico 18).

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e as coberturas superiores a 100% para os dados registrados já apontam as inconsistências de registro e de esti-mativa dos denominadores, problemas que não ocorrem com os dados do inquérito (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

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90

100

Inquérito 97,322 92,443 92,224 90,733 94,602 3,43 93,733DA 144,89 105,41 105,41 98,04 104,44 0,5 107,94

BCG DPT Hib HVB Polio FA SCR

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Inquérito

da

97,322 92,443 92,224 90,733 94,602 3,43 93,733

114,89 105,41 105.41 98,04 104,44 0,5 107,94

Imunobiológico

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

565

V. partIcIpação na ÚltIma campanHa de VacInação contra a

polIomIelIte

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A pro-porção de comparecimento para o município como um todo foi alta, ficando entre 90% e 96%. Para os estratos B, C o comparecimento superou os 95%. No estrato E, o limite superior do intervalo foi de 97% e a estimativa por ponto igual a 90%, mostrando assim um comparecimento, apesar de menor, não significativamente diferente (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 101,2 101,1 100,2 97,3 96,3 95,9LI 86,4 91,9 89,9 84,1 83,3 90,0CV 93,8 96,5 95,1 90,7 89,8 93,0

A B C D E Vitória

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VI. comparação entre a coBertUra VacInal para o esqUema BásIco

completo aplIcado e alGUmas caracterÍstIcas da famÍlIa, da mãe e da

crIança

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal. As mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal significa-tivamente menor. Os resultados indicam uma dificuldade das mães em levarem seus filhos para vacinarem. A ampliação do horário de funcionamento poderia ampliar a cobertura vacinal (tabela 5).

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode estar asso-ciada com menor cobertura vacinal, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença (tabela 5).

A ordem de nascimento e o sexo não interferem na cobertura vacinal. A cobertura foi significantemente maior para as crianças amarelas do que para as brancas (tabela 5).

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566

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Vitória, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 89,302 83,8 94,7

Não 85,468 81,341 89,596

Presença do companheiro

Sim 87,101 83,472 90,731

Não 85,26 79,832 90,688

Aglomeração intradomiciliar

Sim 88,861 84,582 93,14

Não 84,707 81,462 87,952

Mãe trabalha fora de casa

Sim 84,9 79,8 90,1

Não 87,6 83,3 91,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 81,4 56,6 106,2

4 a 10 anos 82,2 90,4 94,3

11 e mais 90,8 84,1 97,5

Ordem de nascimento

Primeiro 85,1 81,1 89,2

Segundo 90,3 85,1 95,5

Terceiro ou mais 85,9 79,5 92,3

Sexo da criança

Masculino 86,3 82,0 90,6

Feminino 87,0 81,6 92,4

Cor da criança

Branca 84,2 77,5 90,9

Preta 81,6 61,5 101,8

Amarela 0 0 0

Parda 87,9 84,2 91,6

Indígena* 0 0 0

*somente duas crianças

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567

VII. Uso de VacInas do setor prIVado

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Vitória apenas 22,9% (IC95% 20 - 26) das crian-ças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 69,2% no estrato A, o de melhor condição de vida e se reduz a 7% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado a proporção de crianças que utilizam exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Vitória, 2007.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Estrato

%

LS 81,3 42,5 20,5 12,0 11,6 26,3LI 57,1 13,6 5,0 2,0 2,7 19,5CV 69,2 28,1 12,7 7,0 7,1 22,9

A B C D E Vitória

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público. No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 83,4% (IC95% 74 - 93) e nos demais, o valor estimado foi de 82,2% (IC95% 76 - 88). Embora as diferenças entre os estratos não tenham sido significativas, nos estratos C e E (76,3% e 71,4%) o contingente que freqüen-ta serviços privados apresentaram as menores coberturas (gráfico 21).

A participação na última campanha de vacinação foi ligeiramente menor para as crianças que usam serviços do setor privado. Neste grupo, a participação foi de 91,7% (IC95% 85 - 98). Entre as crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta pro-porção foi de 94,0% (IC95% 91 - 97). Os dados sugerem que a freqüência a campanhas é menos valorizada entre os indivíduos dos estratos socioeconômicos mais altos, prova-velmente por orientação médica ou por conhecimento das mães de que estando com o esquema completo consideram que não há necessidade de participar das campanhas.

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VIII. Usos da VacInas qUe não fazem parte do calendárIo ofIcIal de

ImUnIzação

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo pois menos de 12,5% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C, D e E o uso não atingiu nem 5% das crianças entrevistadas (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 19,61 10,31 2,47 0,00 0,00 2,75LI 5,39 1,36 -0,88 0,00 0,00 0,96CV 12,50 5,83 0,79 0,00 0,00 1,85

A B C D E Vitória

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo. No estrato A menos de 1% das crianças receberam esta vacina enquanto nos estratos de piores condições de vida o uso não chega a 1% das crianças (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 2,97 4,07 3,03 3,49 0,00 0,65LI -1,05 -0,74 -1,07 -1,21 0,00 -0,05CV 0,96 1,67 0,98 1,14 0,00 0,30

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

569

A vacina contra a hepatite A apresenta um uso também pequeno, com cerca de 2% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos o uso é muito baixo mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23 Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 10,77 4,07 4,74 3,60 2,97 1,10LI 2,70 -0,74 -0,82 -1,33 -1,05 0,33CV 1,67 1,96 1,14 0,96 0,72

A B C D E Vitória

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com um uso pouco maior do que aquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A apenas 3,85% foram vacinadas (gráfico 24).

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Vitória, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 7,48 4,07 11,34 5,59 5,59 1,85LI 0,21 -0,74 -1,54 -1,05 -1,05 -0,23CV 3,85 1,67 4,90 2,27 2,27 0,81

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570

IX. consIderaçÕes fInaIs

O trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Vitória atingiu pouco mais de 64% do número programado de entrevistas. Nos estratos A e B, 50% das entre-vistas não foram realizadas em função da não localização de crianças, o que pode estar relacionado principalmente a um erro de estimativa populacional, uma vez que o censo de 2000 foi usado como base.

Em Vitória foram observadas variações da cobertura vacinal em relação aos indi-cadores utilizados de condições socioeconômicas. Como foi demonstrado, a estratégia de seleção e de estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população. Foi verificada a associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, e com as variáveis estudadas de caracteri-zação do núcleo familiar.

A estimativa por ponto sugere que as crianças cujas mães que não trabalhavam fora de casa e com menor escolaridade apresentaram cobertura vacinal consideravelmente me-nor, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença.

De um modo geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses válidas em Vitória situaram-se em níveis adequados para a maioria das vacinas que fazem parte do calendário de vacinação da criança no Brasil. Porém para as vacinas Tríplice Viral e Hepatite B não foram atingidas as coberturas esperadas, sendo de 90,3% e 87,7% respec-tivamente. A cobertura vacinal para o esquema básico completo com doses válidas foi de 80%, ou seja, aproximadamente 1/5 das crianças da cidade de Vitória tinha seu esquema com doses válidas incompleto para algumas das vacinas.

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se quando são leva-das em consideração todas as doses aplicadas. No município, 88,2% receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. A elevação da cobertura verificou-se em todos os estratos, ficando acima de 90% nos estratos A, B e D. No estrato C a cobertura foi de 87,3% e no E, ficou em torno de 80%.

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados, demons-tram que apesar do programa de imunizações de Vitória apresentar um desempenho sa-tisfatório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L C U R I T I B A

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572

MUnICÍPIo De CURITIBA

I. InTRoDUÇÃo

O município de Curitiba em 2005 tinha uma população estimada de 1.757.903 ha-bitantes sendo 114.304 de 1-4 anos de idade.

O município conta com 52 Unidades Básicas de Saúde com equipes de Programa de Saúde da Família. Existem cerca de 120 salas de vacina e um Centro de Referência de Imunobiológico Especial (estadual).

II. CARACTeRÍSTICAS DA AMoSTRA

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Curitiba, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 424 11.498 3.153,37 2,8 30,9

B 425 15.637 1.544,85 2,7 9,6

C 425 20.724 996,38 1,7 3,4

D 425 24.991 692,81 0,9 0,9

E 414 30.361 485,04 0,3 0,2

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Curitiba, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 66 2.086 3.260,34 2,8 32,6

B 49 2.069 1.559,56 2,4 10,1

C 36 2.134 931,54 1,1 3,0

D 34 2.702 693,06 1,0 0,8

E 32 3.140 488,49 0,4 0,1

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

573

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizada 72 28 18 11 13 142Recusa 6 0 1 0 0 7Perda 1 0 1 0 0 2Realizada 131 182 190 199 197 899

1 2 3 4 5 Curitiba

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Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 899 (86%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A onde foram realizadas 64% das entrevistas previstas. Nos estratos D e E, o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localiza-ção das crianças, um total de 142 (94%). As recusas foram 7 (5%) e as perdas, 2 (1%).

Quase 100% das informações sobre as vacinas aplicadas foram obtidas mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 98% (IC95% 97-99).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apre-sentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 95% das crianças são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 85%. O inverso observa-se para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento das crianças entrevistadas entre os estratos são pequenas. Observa-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção da criança pesquisada ser o primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 1,9 com os dados sugerindo um au-mento do número médio conforme pioram as condições sócio-econômicas (tabela 3).

72 28 18 11 13 142

6 0 1 0 0 7

1 0 1 0 0 2

131 182 190 199 197 899

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

a b C d e Curitiba

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574

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Curitiba, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E CURITIBA

Sexo % % % % % %

Masculino 47,3 45,8 49,4 50,2 47,2 48,2

Feminino 52,7 54,2 50,6 49,8 52,8 51,8

Cor

Branca 94,6 95,0 89,5 86,9 85,3 88,9

Preta 2,3 0,6 2,6 6,5 3,6 3,5

Amarela 0,8 0,1

Parda 2,3 4,2 7,9 6,5 11,2 7,4

Vermelha

Ordem denascimento

Primeiro 56,9 51,9 46,0 45,2 49,0 48,8

Segundo 33,1 31,5 30,2 38,2 28,6 32,2

Terceiro ou mais 10,0 16,6 23,8 16,6 22,4 19,1

Número de filhos

Média 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 1,9

A proporção de mães que trabalham fora de casa é de 56%. Aparentemente esta proporção é um pouco maior nos estratos A e B. A proporção de mães analfabetas fun-cionais (com menos de 4 anos de estudo) foi muito pequena em Curitiba: 2,4%. Em rela-ção a mais de onze anos de estudo houve um gradiente importante entre os estratos. Mais de 60% das mães do estrato A apresentavam mais de onze anos de estudo, contra 13,3% das mães do estrato E (tabela 4).

A presença do companheiro é alta, por volta dos 82% das famílias entrevistadas as mães viviam com seus companheiros. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodo) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 40% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração (> 2 pessoas por dor-mitório). A proporção de famílias residindo menos de 3 anos em Curitiba foi semelhante em todos os estratos, por volta do 32% (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

575

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E CURITIBA

Trabalho materno

Sim 63,1 58,0 53,4 53,2 56,8 56,1

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos - 2,2 2,7 2,0 3,6 2,4

4 a 10 38,5 56,9 67,7 70,9 83,2 68,4

11 e mais 61,5 40,1 29,6 27,1 13,2 29,2

Companheiro

Sim 85,4 86,1 79,8 81,9 78,6 81,5

Aglomeração intradomiciliar

Sim 10,0 20,9 33,8 35,1 43,6 32,6

Anos de residência

0 a 2 anos 34,8 33,1 33,3 29,1 31,9 32,1

III. CoBeRTURA VACInAL

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso da vacina BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepa-tite B, contra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT foram consideradas as doses da vacina tetravalente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Curitiba apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 99% (IC95% 98-100). Não se observou uma cobertura significativa-mente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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576

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,7 100,8 100,4 100,0 100,5 99,9LI 93,2 95,9 97,5 100,0 98,5 98,2CV 96,9 98,4 98,9 100,0 99,5 99,1

A B C D E Curitiba

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Curitiba veri-ficamos uma cobertura superior a 97% (IC95% 98-100), sem que haja diferença entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,3 100,1 100,4 99,6 100,2 99,0LI 93,1 93,3 97,5 95,4 96,8 96,7CV 96,2 96,7 98,9 97,5 98,5 97,8

A B C D E Curitiba

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

577

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacina a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram conside-radas no cálculo as doses aplicadas por meio da vacina tetravalente ou aquelas aplicadas de forma isolada. A cobertura para o município de Curitiba foi de 99 (IC95% 98-100). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 100,6 99,9 100,4 100,5 100,0 99,8LI 93,3 95,7 97,5 98,5 100,0 98,3CV 96,9 97,8 98,9 99,5 100,0 99,0

A B C D E Curitiba

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vaci-

nas DPT e Hib em Curitiba: 94% (IC95% 92-95%). O estrato A apresenta cobertura vacinal estatisticamente menor que a do estrato E: 86% (IC95% 80-91%) e 98% (IC95% 96-100%), respectivamente (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

0

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30

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70

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Estrato

%

LS 90,9 96,5 98,0 96,8 99,9 95,3LI 80,1 88,1 91,5 89,2 96,0 92,6CV 85,5 92,3 94,7 93,0 98,0 93,9

A B C D E Curitiba

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578

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que a das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Curitiba, 100% (IC95% 99-100) receberam a vacina BCG. Não houve diferença entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 100,8 100,5 100,5 100,0 100,0 100,0LI 97,7 97,3 98,4 100,0 100,0 99,3CV 99,2 98,9 99,5 100,0 100,0 99,6

A B C D E Curitiba

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6. Vacina SCRA vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando

aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Curitiba foi de 94% (IC95% 93-96). Não houve diferença entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 94,7 96,1 98,0 98,9 98,9 96,2LI 82,4 87,4 92,5 93,1 93,0 92,6CV 88,6 91,8 95,3 96,0 95,9 94,4

A B C D E Curitiba

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

579

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para a região Sul. No município de Curitiba, a cobertura foi de 3,2% (IC95% 2-4), como se vê no gráfico 8.

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 9,5 8,9 5,4 5,3 4,0 4,4LI 1,2 1,0 -0,1 0,8 0,1 2,0CV 5,3 4,9 2,6 3,0 2,0 3,2

A B C D E Curitiba

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8. Esquema básico completo conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 87% (IC95% 85-90). No estra-to A, a cobertura foi de 76% (IC95% 68-83), o que significa que este estrato apresenta uma cobertura menor que os estratos C, D e E (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 82,8 88,9 93,1 92,2 95,9 89,9LI 68,3 78,1 85,8 82,6 88,9 85,0CV 75,6 83,5 89,5 87,4 92,4 87,4

A B C D E Curitiba

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580

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas. Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esque-ma básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se pouco: 99% (IC95% 99-100). Não se observou diferença significativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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%

LS 100,7 100,5 100,5 100,0 100,0 99,9LI 93,2 97,3 98,4 100,0 100,0 98,9CV 96,9 98,9 99,5 100,0 100,0 99,4

A B C D E Curitiba

Estrato

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Como a vacina é aplicada geralmente com a vacina DPT, o resultado foi semelhante ao anterior (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

581

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Curitiba, 2007.

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%

LS 101,1 100,5 100,5 100,0 100,0 100,0LI 94,3 97,3 98,4 100,0 100,0 99,0CV 97,7 98,9 99,5 100,0 100,0 99,5

A B C D E Curitiba

Estrato

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada a cobertura vacinal atinge mais de 99% para o município. Não há diferenças entre os estratos (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Curitiba, 2007.

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LS 100,3 100,5 100,4 100,5 100,0 99,8LI 95,1 97,3 97,5 98,5 100,0 98,7CV 97,7 98,9 98,9 99,5 100,0 99,3

A B C D E Curitiba

Estrato

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582

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 100%, valor ideal para manuten-ção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 100,7 100,5 100,5 100,0 100,0 99,9LI 96,3 97,3 98,4 100,0 100,0 99,2CV 98,5 98,9 99,5 100,0 100,0 99,6

A B C D E Curitiba

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade a cobertu-ra para a vacina SCR aumenta em 8% para o município, chegando a 99% (IC95% 98-99), como pode ser visto no gráfico 14.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 100,3 100,5 100,4 100,5 100,0 99,8LI 95,1 97,3 97,5 98,5 100,0 98,7CV 97,7 98,9 98,9 99,5 100,0 99,3

A B C D E Curitiba

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

583

6. Conjunto das vacinas

Em Curitiba, 98% (IC95% 97-99) das crianças receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. O estrato A parece ter co-bertura vacinal para o conjunto das vacinas ligeiramente menor (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

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LS 98,0 100,5 100,2 100,2 100,5 99,1LI 86,8 95,1 96,6 96,8 98,5 96,9CV 92,4 97,8 98,4 98,5 99,5 98,0

A B C D E Curitiba

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido pelo calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Curitiba somente foi feito por 2% (IC95% 1-3), não havendo diferença entre os estratos (gráfico 16).

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584

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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Estrato

%

LS 7,2 7,0 2,5 2,4 3,3 2,7LI 0,5 0,7 -0,4 -0,4 -0,2 1,1CV 3,8 3,8 1,1 1,0 1,5 1,9

A B C D E Curitiba

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2. Vacina SCRApesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-

nor que a cobertura obtida com doses válidas: 53% (IC95% 50-56). Portanto, uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune. O estrato A apresenta uma menor cobertura de doses corretas quando comparado ao estrato E (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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90

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Estrato

%

LS 50,1 54,9 62,8 59,8 64,5 55,8LI 32,4 37,4 50,9 45,7 50,2 49,6CV 41,2 46,2 56,8 52,8 57,4 52,7

A B C D E Curitiba

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585

IV. CoMPARAÇÃo DoS ReSULTADoS Do InQUÉRITo De CoBeRTURA VACInAL

CoM oS DADoS ADMInISTRATIVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no denominador, as doses aplicadas independentemente de sua validade e, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade, exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A maior diferença ocorreu para a vacina HVB. Apenas para a vacina SCR a cobertura pelo dado administrativo foi maior que a aquela obtida pelo inquérito.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Curitiba, 2007.

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20

40

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120

Inquérito 99,4 97,5 97,5 98,6 97,2 98,6 0,8M. Saúde 103,8 95,4 96,3 97,5 95,6 95,2 0,2

BCG DPT Hib HVB Polio SCR FA

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Inquérito

M. Saúde

99,4 97,5 97,5 98,6 97,2 98,6 0,8

103,8 95,4 96,3 97,5 95,6 95,2 0,2

Imunobiológico

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586

V. PARTICIPAÇÃo nA ÚLTIMA CAMPAnHA De VACInAÇÃo ConTRA A

PoLIoMIeLITe

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 95% (IC95% 93-97), não havendo diferença entre os estratos (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

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%

LS 96,7 99,7 99,9 99,9 96,9 97,3LI 87,9 93,7 95,9 96,1 86,8 93,4CV 92,3 96,7 97,9 98,0 91,9 95,4

A B C D E Curitiba

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VI. CoMPARAÇÃo enTRe A CoBeRTURA VACInAL PARA o eSQUeMA BÁSICo

CoMPLeTo APLICADo e ALGUMAS CARACTeRÍSTICAS DA FAMÍLIA, DA MÃe e DA

CRIAnÇA

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentam qualquer associação com a cobertura vacinal. As mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhante com as que trabalham (tabela 5).

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode se associar com maior cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afir-mar a existência de diferença (tabela 5).

A ordem de nascimento, sexo e cor da criança não interferem na cobertura vacinal (tabela 5).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

587

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Curitiba, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 98,9 97,8 100,1

Não 98,0 96,8 99,2

Presença do companheiro

Sim 97,9 96,8 99,1

Não 99,1 97,8 100,3

Aglomeração intradomiciliar

Sim 98,8 97,7 100,0

Não 98,0 96,8 99,2

Mãe trabalha fora de casa

Sim 97,9 96,8 99,0

Não 98,6 97,2 99,9

Escolaridade materna

0 a 3 anos 96,5 90,6 102,3

4 a 10 anos 99,1 98,4 99,8

11 e mais 96,3 94,0 98,7

Ordem de nascimento

Primeiro 98,7 97,7 99,7

Segundo 97,8 96,4 99,3

Terceiro ou mais 97,7 95,0 100,3

Sexo da criança

Masculino 97,9 96,5 99,3

Feminino 98,2 97,0 99,4

Cor da criança

Branca 98,5 97,4 99,3

Preta 92,2 83,3 101,1

Amarela - - -

Parda 100,0 100,0 100,0

VII. USo De VACInAS Do SeToR PRIVADo

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Curitiba, apenas 15% (IC95% 13-17) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 48% no estrato A, o de melhor

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588

condição de vida, e se reduz a 5% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Curitiba, 2007.

0

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Estrato

%

LS 60,2 34,1 15,2 14,5 7,6 16,9LI 35,1 17,8 4,9 5,6 1,5 12,8CV 47,7 26,0 10,1 10,1 4,6 14,8

A B C D E Curitiba

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi diferente entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público (ta-bela 6). No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi de 82% (IC95% 75-89) e nos demais, o valor estimado foi de 94% (IC95% 92-96).

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado,

segundo estrato socioeconômico, Curitiba, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 82,0 75,1 88,9

Não 94,0 92,1 96,0

Já a participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois grupos (tabela 7). No grupo que usa o setor privado a participação foi de 95% (IC95% 92-98). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 96% (IC95% 93-98).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

589

Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura

Vacinal, Curitiba, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 94,7 91,9 97,6

Não 95,5 93,4 97,5

VIII. USo De VACInAS QUe nÃo FAZeM PARTe Do CALenDÁRIo oFICIAL De

IMUnIZAÇÃo

Foram consideradas apenas as aplicações das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo, o uso foi significativamente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois so-mente 8% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina (gráfico 21). Nos estratos C, D e E a cobertura não atingiu nem 10% das crianças entrevistadas.

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 47,2 22,6 8,2 4,0 2,5 10,0LI 26,1 9,3 1,3 0,1 -0,4 6,1CV 36,6 15,9 4,7 2,0 1,0 8,1

A B C D E Curitiba

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. O uso, entretanto, foi ainda menor do que aquele observado para a vacina contra meningococo (gráfico 22).

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590

Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 33,8 15,8 6,0 2,4 3,8 7,4LI 16,6 5,1 0,3 -0,4 -0,8 3,9CV 25,2 10,4 3,2 1,0 1,5 5,6

A B C D E Curitiba

Estrato

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso ainda menor, com cerca de 18% das crianças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos, a cobertura é muito baixa mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

LS 26,3 10,6 4,7 1,5 0,0 4,7LI 10,3 2,6 -0,5 -0,5 0,0 2,3CV 18,3 6,6 2,1 0,5 0,0 3,5

1 2 3 4 5 6

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição daquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A, apenas 28% foram vacinadas (gráfico 24).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

591

Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Curitiba, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 38,5 25,2 4,7 2,4 1,5 8,2LI 18,0 8,9 -0,5 -0,4 -0,5 4,6CV 28,2 17,0 2,1 1,0 0,5 6,4

A B C D E Curitiba

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Ix. ConSIDeRAÇÕeS FInAIS

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Curi-tiba foi satisfatório. Foram realizadas 87% das entrevistas programadas. A maior parte (94%) das entrevistas não foi realizada em função da não localização de crianças, o que está relacionado principalmente a um erro de estimativa populacional, uma vez que o censo de 2000 foi usado como base. Este desempenho garante uma boa precisão das estimativas produzidas pelo inquérito. Ressalte-se ainda que a estratégia de seleção e estra-tificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população de Curitiba.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses vá-lidas em Curitiba situaram-se em níveis adequados para todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil. Mesmo a vacina contra hepatite B possui um intervalo de confiança de 95% para a estimativa de cobertura que engloba os 95%. Entretanto, observa-se que uma proporção menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo, 87% (IC95% 85-90).

A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra, por outro lado, que a maioria dessas crianças completou o seu esquema, verificando-se uma cobertura do calendário vacinal completo com doses aplicadas de 98% (IC95% 97-99)

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados demonstram que, apesar do programa de imunizações de Curitiba apresentar um desempenho satisfa-tório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

Em Curitiba, no geral, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar. Exceções feitas à vacina de hepatite B e ao esquema básico completo aos 18 meses que possuíram uma cobertura menor no estrato A.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L F L O R I A N Ó P O L I S

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594

MUnICÍPIo De FLoRIAnÓPoLIS

I. InTRoDUÇÃo

O município de Florianópolis em 2005 tinha uma população estimada de 396.778 habitantes, sendo 23.660 de 1 a 4 anos de idade.

II. CARACTeRÍSTICAS DA AMoSTRA

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido de renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas,

Florianópolis, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$) % ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 92 2.099 3.477,06 13,8 38,3

B 92 2.275 1.984,56 7,9 16,8

C 92 3.410 1.466,70 4,3 8,8

D 92 5.565 999,10 2,0 3,8

E 92 7.047 611,86 0,5 0,9

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representavidade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Florianópolis, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS

DE 1-4 ANOS RENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17 ANOS

% RENDA >20 Salários

Mínimos

A 34 1.048 3.588,71 13,64 41,56

B 34 1.109 1.967,84 7,35 16,86

C 23 1.275 1.427,77 4,11 8,81

D 23 1.717 943,70 1,94 3,76

E 18 2.507 554,37 0,53 0,71

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

595

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças

não localizadas, segundo estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não localizada 22 37 18 7 0 84Recusa 4 3 2 0 0 9Perda 4 0 1 1 0 6Realizada 96 86 105 118 126 531

A B C D E Florianópolis

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Das 630 entrevistas previstas foram realizadas 531 (84%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato B onde foram realizadas 71% das entrevistas previstas. Nos estratos D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localiza-ção das crianças, 84 entrevistas (85% das não realizadas) deixaram de ser feitas por esse motivo. As recusas foram 9 (9%) e as perdas, 6 (6%).

Quase 97% das informações sobre as vacinas aplicadas foram obtidas mediante a consulta às cadernetas de vacinação 98% (IC95% 95-99).

As crianças entrevistadas foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, ordem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresen-tados na tabela 3. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 93% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 73%. O inverso observa-se para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento das crianças entrevistadas entre os estratos são pequenas. Observa-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção da criança pesquisada ser o primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O número médio de filhos foi de 2,1 com os dados sugerindo um aumento do número médio con-forme pioram as condições sócio-econômicas.

22 37 18 7 0 84

4 3 2 0 0 9

4 0 1 1 0 6

96 86 105 118 126 531

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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596

Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E FLORIANÓPOLIS

Sexo % % % % % %

Masculino 53,1 58,1 50,5 54,2 46,0 51,1

Feminino 46,9 41,9 49,5 45,8 54,0 48,9

Cor

Branca 92,7 93,0 84,8 83,1 73,4 82,2

Preta 2,1 1,2 5,7 9,3 8,9 6,9

Amarela 1,0 1,2 1,0 0,9 0,8 0,9

Parda 4,2 4,7 8,6 5,9 16,9 9,8

Vermelha - - - 0,9 - 0,2

Ordem denascimento

Primeiro 53,1 56,9 57,1 47,9 42,4 49,1

Segundo 32,3 24,4 26,7 33,3 20,8 26,8

Terceiro ou mais 14,6 18,6 16,2 18,8 36,8 24,1

Número de filhos

Média 1,7 1,8 1,8 1,9 2,4 2,1

A proporção de mães que trabalham fora de casa é de 57%, não havendo diferença entre os estratos. A proporção de mães analfabetas funcionais (com menos de 4 anos de estudo) foi pequena em Florianópolis: 4%. Em relação às mães com mais de onze anos de estudo houve um gradiente importante entre os estratos. Mais de 70% das mães do estrato A apresentavam mais de onze anos de estudo, contra 6% das mães do estrato E (tabela 4).

A presença do companheiro é alta, quase 82% das famílias entrevistadas possuíam companheiros. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômo-do) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais de 50% das famílias no estrato E viviam em condições de aglomeração (> 2 pessoas por dormitório). A pro-porção de famílias residindo há menos de três anos em Florianópolis foi semelhante em todos os estratos, por volta do 37% (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

597

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato E FLORIANÓPOLIS

Trabalho materno

Sim 68,8 62,8 53,3 61,9 48,4 56,6

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,1 2,3 1,0 3,4 7,9 4,2

4 a 10 29,5 51,2 74,5 78,8 86,5 72,6

11 e mais 69,5 46,5 24,5 17,8 5,6 23,2

Companheiro

Sim 86,5 88,4 84,8 83,1 76,2 81,9

Aglomeração intradomiciliar

Sim 6,2 15,3 25,7 27,6 50,8 318

Anos de residência

0 a 2 anos 37,9 35,3 37,6 37,4 36,6 37,0

III. CoBeRTURA VACInAL

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. No caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Florianópolis apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 95% (IC95% 93-97). Não se observou uma cobertura significa-tivamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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598

Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,3 100,0 100,8 100,7 99,5 97,3LI 88,2 88,4 91,6 89,1 91,0 92,6CV 92,7 94,2 96,2 94,9 95,2 94,9

A B C D E Florianópolis

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram con-sideradas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Florianópolis verificamos uma cobertura superior a 93% (IC95% 91-96), sem que haja diferença entre os estratos (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,1 101,2 100,0 96,7 99,5 96,2LI 80,0 89,5 90,5 86,3 91,0 90,9CV 88,5 95,3 95,2 91,5 95,2 93,6

A B C D E Florianópolis

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

599

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima de 12 meses. Foram consideradas no cálculo as doses de vacina aplicadas na forma tetravalente ou de as doses aplicadas de forma isolada. A cobertura para o município de Florianópolis foi de 94% (IC95% 91-96). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 97,1 101,2 100,0 96,7 99,5 96,2LI 80,0 89,5 90,5 86,3 91,0 90,9CV 88,5 95,3 95,2 91,5 95,2 93,6

A B C D E Florianópolis

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4. Vacina contra a Hepatite BA cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior a observada com as vaci-

nas DPT e Hib em Florianópolis: 85% (IC95% 82-89%). Apenas o estrato C parece apre-sentar uma cobertura vacinal ligeiramente maior que as dos estratos A e B (gráfico 5).

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 91,1 88,6 98,3 94,5 91,4 88,6LI 69,3 71,9 88,3 76,7 76,9 81,9CV 80,2 80,2 93,3 85,6 84,1 85,2

A B C D E Florianópolis

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600

5. Vacina BCG

A cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as das demais vacinas. Ela é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém isso não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Florianópolis, 98% (IC95% 96-99) receberam a vacina BCG. Não houve diferença entre os estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 101,2 101,8 100,9 101,3 101,3 99,3LI 96,7 91,2 95,3 93,6 94,0 96,0CV 99,0 96,5 98,1 97,5 97,6 97,7

A B C D E Florianópolis

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6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada como válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Florianópolis foi de 90% (IC95% 86-93). Não houve diferença entre os estratos (gráfico 7).

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,9 98,0 96,9 98,6 94,1 92,7LI 76,1 81,1 80,2 84,5 83,7 86,2CV 87,5 89,5 88,6 91,5 88,9 89,5

A B C D E Florianópolis

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

601

7. Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela não faz parte do calendário oficial para a região Sul. No município de Florianópolis a cobertura foi de 1% (IC95% 0-2), como mostra o gráfico 8.

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas

aos 18 meses de idade, vacina contra febre amarela, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 5,0 0,0 4,7 5,3 0,0 2,0LI -0,9 0,0 -0,9 -1,9 0,0 0,0CV 2,1 0,0 1,9 1,7 0,0 1,0

A B C D E Florianópolis

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8. Esquema básico completo - conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 74% (IC95% 70-78). Não hou-ve diferença entre os estratos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 80,9 81,1 92,0 87,6 77,1 77,8LI 46,1 63,1 75,6 66,6 62,6 69,7CV 63,5 72,1 83,8 77,1 69,8 73,8

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602

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado incluem todas as doses de vacina recebidas sem levar em consideração os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição, nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas. Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esque-ma básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município eleva-se pouco, chega a 96% (IC95% 94-98). Não se observou diferença signifi-cativa entre os diferentes estratos socioeconômicos (gráfico 10).

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

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60

70

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90

100

Estrato

%

LS 97,3 101,8 100,8 100,7 101,3 98,2LI 88,2 91,2 91,6 89,1 94,0 93,8CV 92,7 96,5 96,2 94,9 97,6 96,0

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2. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT, o resultado foi se-melhante ao anterior (gráfico 11).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

603

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 98,1 101,0 100,8 100,1 100,7 97,8LI 89,4 89,7 91,6 91,4 92,9 94,1CV 93,8 95,3 96,2 95,8 96,8 95,9

A B C D E Florianópolis

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge mais de 95% para o município. Não há diferenças entre os estratos (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de

nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Florianópolis, 2007.

0

10

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40

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80

90

100

Estrato

%

LS 99,8 99,0 100,9 98,7 100,7 97,4LI 91,9 87,1 95,3 89,6 92,9 94,1CV 95,8 93,0 98,1 94,1 96,8 95,8

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604

4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em 96%, valor adequado para manu-tenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 13).

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

20

30

40

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70

80

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100

Estrato

%

LS 98,9 101,8 100,9 100,1 100,7 98,3LI 86,5 91,2 95,3 91,4 92,9 94,3CV 92,7 96,5 98,1 95,8 96,8 96,3

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, aumenta a cobertura para a vacina SCR, chegando a 96% (IC95% 94-98), como se vê no gráfico 14.

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 98,1 101,0 100,8 100,1 100,7 97,8LI 89,4 89,7 91,6 91,4 92,9 94,1CV 93,8 95,3 96,2 95,8 96,8 95,9

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605

6. Conjunto das vacinas

Em Florianópolis, 91% (IC95% 88-93) das crianças receberam todas as doses de va-cinas necessárias para completar o esquema básico de imunização. O estrato A parece ter cobertura vacinal para o esquema vacinal completo ligeiramente menor (gráfico 15).

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 89,4 99,0 101,5 96,5 97,3 93,2LI 75,1 87,1 85,2 84,9 85,2 88,2CV 82,3 93,0 93,3 90,7 91,3 90,7

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando em conta a idade correta de vacinação segundo o estabelecido pelo calendário oficial e o intervalo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva, uma vez que observa o intervalo correto entre as doses e as idades que, do ponto de vista epidemiológico, seriam as mais apropriadas para que a imunização resultasse em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da família e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Florianópolis foi feito por somente 23% (IC95% 19-27%) das crianças, na havendo diferença entre os estra-tos (gráfico 16).

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606

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas,

segundo estrato, DPT, Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

0

10

20

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50

60

70

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90

100

Estrato

%

LS 25,7 27,3 31,0 39,8 29,2 26,9LI 9,7 12,2 9,0 22,9 12,1 19,2CV 17,7 19,8 20,0 31,4 20,6 23,0

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única, a cobertura correta é muito me-nor que a cobertura obtida com doses válidas. Uma parcela importante das crianças, 47% (IC95% 42-52), fica por determinado tempo não imune. O estrato A apresenta uma menor cobertura de doses corretas quandp comparado ao estrato E (gráfico 17).

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 54,7 62,2 56,2 60,4 56,1 51,6LI 24,5 37,8 33,4 37,9 39,2 42,4CV 39,6 50,0 44,8 49,2 47,6 47,0

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607

IV. CoMPARAÇÃo DoS ReSULTADoS Do InQUÉRITo De CoBeRTURA VACInAL

CoM oS DADoS ADMInISTRATIVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal leva em conta, no deno-minador, as doses aplicadas independentemente de sua validade em, no denominador, a população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças exis-tentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao denominador. A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A maior diferença ocorreu para a vacina SCR. Para as vacinas BCG, DPT e Hib os valores das duas fontes são similares.

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas e o comportamento diferente por imunobiológico indica, além de um problema de denominador, uma inconsistência de registro das doses aplicadas (gráfico 18).

As diferenças são ainda mais expressivas na comparação com a cobertura obtida apenas para doses válidas.

Gráfico 18. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Florianópolis, 2007.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Inquérito 96,9 90,1 90,1 93,5 92,7 94,6 0,8M.Saúde 96,5 89,9 90,9 85,3 89,4 101,0 0,3

BCG DPT Hib HVB Polio SCR FA

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Inquérito

M. Saúde

96,9 90,1 90,1 93,5 92,7 94,6 0,8

96,5 89,9 90,9 85,3 89,4 101,0 0,3

Imunobiológico

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608

V. PARTICIPAÇÃo nA ÚLTIMA CAMPAnHA De VACInAÇÃo ConTRA A

PoLIoMIeLITe

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi pergunta-do para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A proporção de comparecimento para o município foi de 92% (IC95% 89-95), não havendo diferença entre os estratos (gráfico 19).

Gráfico 19. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Florianópolis, 2007.

0

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20

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Estrato

%

LS 98,0 100,5 100,0 96,8 94,4 94,6LI 87,1 92,5 88,5 86,1 84,9 89,4CV 92,6 96,5 94,3 91,5 89,7 92,0

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VI. CoMPARAÇÃo enTRe A CoBeRTURA VACInAL PARA o eSQUeMA BÁSICo

CoMPLeTo APLICADo e ALGUMAS CARACTeRÍSTICAS DA FAMÍLIA, DA MÃe e DA

CRIAnÇA.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal. A ordem de nascimento, sexo e cor da criança também não interferem na cobertura vacinal. As mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal semelhan-te às das que trabalham. (tabela 5).

A estimativa por ponto sugere que a maior escolaridade materna pode estar asso-ciada a uma maior cobertura, entretanto a amplitude muito larga do intervalo não permite afirmar a existência de diferença (tabela 5).

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609

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Florianópolis, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 91,9 86,1 97,7

Não 90,3 87,5 93,2

Presença do companheiro

Sim 91,0 88,1 93,8

Não 89,3 83,1 95,6

Aglomeração intradomiciliar

Sim 88,3 82,7 93,9

Não 91,7 88,7 94,6

Mãe trabalha fora de casa

Sim 92,0 88,6 95,4

Não 89,1 84,4 93,6

Escolaridade materna

0 a 3 anos 79,9 59,7 100,2

4 a 10 anos 91,1 87,9 94,3

11 e mais 91,6 87,7 95,5

Ordem de nascimento

Primeiro 90,4 86,8 94,1

Segundo 91,6 87,5 95,7

Terceiro ou mais 89,9 83,3 96,6

Sexo da criança

Masculino 91,1 87,9 94,3

Feminino 91,6 87,7 95,5

Cor da criança

Branca 82,1 76,3 87,9

Preta 6,8 2,8 10,8

Amarela 9,8 6,7 2,6

Parda 0,9 0,1 2,6

Indígena 0,2 -0,2 2,6

VII. USo De VACInAS Do SeToR PRIVADo

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Florianópolis, apenas 17% (IC95% 12-21) das

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610

crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 60% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 4% no Estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utilizam exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 75,8 43,1 22,9 18,7 8,7 21,1LI 45,0 17,4 7,5 3,6 -0,8 12,1CV 60,4 30,2 15,2 11,1 4,0 16,6

A B C D E Florianópolis

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi diferente entre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público (ta-bela 6). No grupo que utiliza o setor privado, a cobertura foi de 68% (IC95% 58-78) e nos demais, o valor estimado foi de 79% (IC95% 75-83).

Tabela 6. Esquema básico completo com doses válidas e uso do serviço privado

segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal,

Florianópolis, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 67,7 57,9 77,5

Não 78,9 74,8 83,1

Já a participação na última campanha de vacinação foi semelhante para os dois gru-pos (tabela 7). No grupo que usa o setor privado, a participação foi de 93% (IC95% 87-99). Entre as crianças que utilizam exclusivamente o setor público, a proporção de participa-ção foi de 92% (IC95% 89-95).

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Tabela 7. Uso do serviço privado e comparecimento na última campanha nacional

de vacinação, segundo estrato socioeconômico, Inquérito de Cobertura

Vacinal, Florianópolis, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Uso de serviço privado

Sim 92,8 86,7 98,9

Não 91,9 89,0 94,7

VIII. USo DAS VACInAS QUe nÃo FAZeM PARTe Do CALenDÁRIo oFICIAL De

IMUnIZAÇÃo

Foram consideradas apenas as aplicações da vacina contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo, não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, o uso pode ser considerado baixo, pois so-mente 10% das crianças receberam esta vacina. No estrato A chegou-se a 42%, enquan-to que nos estratos D e E a cobertura não atingiu nem 10% das crianças entrevistadas (gráfico 21).

Gráfico 21. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

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10

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Estrato

%

LS 59,9 28,4 16,0 10,3 2,5 12,8LI 23,4 6,5 4,9 -0,2 -0,9 6,5CV 41,7 17,4 10,5 5,1 0,8 9,7

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo (gráfico 22).

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Gráfico 22. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

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Estrato

%

LS 57,1 28,5 20,0 13,6 6,0 14,6LI 24,2 8,7 4,8 -0,1 -1,3 7,4CV 40,6 18,6 12,4 6,8 2,4 11,0

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A vacina contra a hepatite A apresenta um uso menor, com cerca de 24% das crian-ças do estrato A tendo sido vacinadas. Nos demais estratos a cobertura é muito baixa, mantendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 23).

Gráfico 23. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

0

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100

Estrato

%

LS 40,4 17,0 9,5 7,5 2,5 8,1LI 11,6 1,6 0,0 -0,8 -0,9 3,3CV 26,0 9,3 4,8 3,4 0,8 5,7

1 2 3 4 5 6

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Para a vacina contra a varicela observa-se uma cobertura vacinal de 84% (IC95% 80-87), não havendo diferença entre os estratos (gráfico 24).

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Gráfico 24. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Florianópolis, 2007.

0

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Estrato

%

LS 93,3 89,1 93,2 85,8 96,5 86,8LI 75,5 69,1 76,4 66,8 82,9 80,2CV 84,4 79,1 84,8 76,3 89,7 83,5

A B C D E Florianópolis

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Ix ConSIDeRAÇÕeS FInAIS

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Floria-nópolis foi satisfatório. Atingiu-se 84% do número programado de entrevistas. A maior parte das entrevistas não foi realizada em função da não localização de crianças (85% das não realizadas), o que está relacionado principalmente a um erro de estimativa populacio-nal, uma vez que o censo de 2000 foi usado como base. Este desempenho garante uma razoável precisão das estimativas produzidas pelo inquérito.Ressalte-se ainda que a estra-tégia de seleção e estratificação da amostra foi bem sucedida, tendo garantido a inclusão dos distintos segmentos da população de Florianópolis.

De uma maneira geral, as coberturas vacinais aos 18 meses de idade com doses vá-lidas em Florianópolis situaram-se em níveis adequados para todas as vacinas que fazem parte do calendário de vacinação universal da criança no Brasil, exceção feita a vacina con-tra hepatite B e a tríplice viral que apresentaram coberturas um pouco mais baixas, mas acima do 80%. Observa-se também que uma proporção menor das crianças aos 18 meses tinha o seu esquema vacinal com doses válidas completo, 74% (IC95% 70-78).

A análise utilizando como numerador as doses aplicadas demonstra uma melhor cobertura. Considerando o calendário vacinal completo a cobertura com doses aplicadas foi de 91% (IC95% 88-93)

Os exemplos apresentados utilizando como numerador as doses corretas, aquelas aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados demonstram que, apesar do programa de imunizações do Florianópolis apresentar um desempenho razoável, ainda há margem para o seu aprimoramento.

Em Florianópolis, no geral, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou asso-ciação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais, nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar.

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I N Q U É R I T O • D E C O B E R T U R A •VA C I N A L P O R T O • A L E G R E

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616

MUnICÍPIo De PoRTo ALeGRe

I. InTRoDUÇÃo

O município de Porto Alegre, em 2005, tinha uma população estimada de 1.428.694 habitantes, sendo 87.055 de 1-4 anos de idade e 18.493 nascidos vivos.

O município conta com 93 equipes do programa de saúde da família. Existem 145 salas de vacina e dois centros de Referência de Imunobiológico Especial.

II.CARACTeRÍSTICAS DA AMoSTRA

A tabela número 1 mostra algumas características sociodemográficas da estratifica-ção realizada para a obtenção da amostra de setores censitários. Os dados são os referen-tes ao Censo Demográfico de 2000. Observa-se um gradiente nítido da renda média do responsável pelo domicílio.

Tabela 1. Características da estratificação sociodemográficas, Porto Alegre, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS DE 1-4

ANOSRENDA

MÉDIA (R$)% ESCOLARIDADE

>17ª%RENDA

>20SM

A 429 8.463 3.188,20 15,8 44,6

B 427 8.579 1.801,62 7,3 19,1

C 427 11.849 1.264,44 3,9 10,9

D 484 25.285 834,73 2,2 7,3

E 372 28.698 550,97 0 2,2

Os setores da amostra sorteada mostram resultados comparáveis com o universo, garantindo a representatividade do processo amostral.

Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra, segundo estrato,

Porto Alegre, 2000.

ESTRATO SETORESCRIANÇAS DE 1-4

ANOSRENDA MÉDIA % ESCOLARIDADE

>17ª%RENDA

>20SM

A 81 1.684 3.355,06 16,5 46,2

B 67 1.553 1.759,50 7,2 18,8

C 48 1.573 1.252,75 5 12,7

D 38 2.282 802,62 4,2 15,6E 36 3.224 471,75 0,1 2,1

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

617

Gráfico 1. Distribuição percentual das entrevistas, recusas, perdas e crianças não

localizadas, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Não Localizadas 55 65 32 9 14 175Recusas 17 9 5 0 0 31Perdas 14 8 4 5 1 32Realizadas 124 128 169 196 195 812

A B C D E PORTO ALEGRE

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Das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 812 (77%). O maior percentual de não efetuadas ocorreu no estrato A onde foram realizadas 60% das entrevistas previstas. Nos estratos D e E o percentual de entrevistas realizadas foi superior a 90% (gráfico 1).

Um dos principais motivos para não atingirmos a meta prevista foi a não localiza-ção das crianças 175/238 (74%), sendo que no estrato A, 64% foram não localizadas. As recusas foram 31 (13%) e as perdas, 32 (13,1%).

A maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às cadernetas de vacinação: 97% (IC95% 96-99) com valores homogêneos para todos os estratos.

A idade média e mediana das crianças entrevistadas foi de 28 meses com intervalo entre 20 e 36 meses de idade com pequenas variações entre os estratos.

As crianças foram caracterizadas segundo sexo, auto-referência da cor da pele, or-dem de nascimento e número de filhos tidos pelas mães. Os dados são apresentados na tabela abaixo. A proporção de meninos e meninas não é significativamente diferente entre os estratos. Quanto à cor, entretanto, as diferenças são significativas. A proporção de crianças auto-referidas como brancas diminui à medida que pioram as condições sociais. No estrato A, 92% são brancas enquanto que no estrato E esse percentual é de 67%. O inverso se observa para os pardos. As diferenças da ordem de nascimento entre os estra-tos são pequenas, observando-se uma ligeira tendência de diminuição da proporção do primeiro filho à medida que vamos do estrato A ao E. O numero médio de filhos foi de 2,1 com ligeira tendência de aumento entre os estratos (tabela 3).

55 65 32 9 14 175

17 9 5 0 0 31

14 8 4 5 1 32

124 128 169 196 195 812

não localizadas

recusas

Perdas

realizadas

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Tabela 3. Distribuição percentual das crianças segundo sexo, cor, ordem de

nascimento e número de filhos e estrato socioeconômico,

Porto Alegre, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EPORTO

ALEGRE

Sexo

Masculino 55,6 54,7 49,7 54,1 52,3 53,2

Feminino 44,4 45,3 50,3 45,9 47,7 46,8

Cor

Branca 91,9 92,2 78,7 64,8 66,7 74,1

Preta 0,8 4,7 8,9 14,8 13,3 10,6

Amarela 0,0 0,0 0,0 1,0 1,5 0,8

Parda 6,5 3,1 11,8 17,9 16,9 13,4

Vermelha 0,8 0,0 0,6 1,5 1,5 1,1

Ordem denascimento

Primeiro 59,7 61,7 53,3 45,4 43,1 49,6

Segundo 30,6 23,4 24,3 24,5 27,7 25,9

Terceiro ou mais 9,7 14,8 22,5 30,1 29,2 24,5

Número de filhos

Média 1,6 1,7 2,0 2,4 2,4 2,1

A idade média das mães foi de 29 anos sendo a idade maior no estrato A, 34 anos, e menor no estrato E, com 27 anos.

A proporção de mães que trabalham fora de casa foi maior nos estratos A e B, ligeiramente menor no estrato C e semelhante nos estratos D e E. A proporção de mães analfabetas funcionais (<4 anos de estudo) foi muito pequena em Porto Alegre. O maior diferencial se observa com a escolaridade mais elevada. O estrato A apresentou um per-centual mais de 35 vezes maior que o estrato E, de mães com mais de onze anos de estudo. A presença do companheiro é alta e semelhante em todos os estratos sociais. A proporção de famílias com aglomeração (mais de 2 pessoas por cômodos) é diretamente proporcional à piora das condições sociais. Mais da metade das famílias nos estratos D e E vivia em condições de aglomeração. A proporção de famílias residindo menos de 3 anos em Porto Alegre foi menor no estrato A, 6%, e vai aumentado à medida que pioram as condições sociais (tabela 4).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

619

Tabela 4. Características da mãe e da família das crianças entrevistadas, segundo

estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

Variável Estrato A Estrato B Estrato C Estrato D Estrato EPORTO

ALEGRE

Trabalho materno

Sim 64,5 66,4 58,6 44,4 41,2 50,6

Escolaridade da mãe

0 a 3 anos 1,6 0,8 4,1 5,2 9,4 5,4

4 a 10 24,4 38,3 53,8 83,5 88,0 68,2

11 e mais 74,0 60,9 42,0 11,3 2,6 26,5

Companheiro

Sim 83,9 83,6 77,5 78,6 72,3 77,7

Aglomeração intradomiciliar

Sim 14,5 25,8 40,2 50,5 54,4 43,1

Anos de residência

0 a 2 anos 5,6 18,0 19,5 30,1 27,2 23,5

III. CoBeRTURA VACInAL

a) Esquema básico completo aos 18 meses - doses válidas

Definiu-se esquema básico completo quando a criança recebeu as doses necessárias para imunização. No caso do BCG, uma dose. No caso das vacinas DPT, Hepatite B, con-tra poliomielite e contra hemófilo B, três doses. E, no caso da tríplice viral, uma dose.

Doses válidas são aquelas aplicadas a partir da idade mínima indicada e no caso de múltiplas doses com um intervalo igual ou maior que o mínimo recomendado.

1. Vacina DPT

No cálculo da cobertura da vacina DPT consideraram-se as doses da vacina tetra-valente e as doses de DPT aplicadas de forma isolada.

O município de Porto Alegre apresentou uma cobertura vacinal com doses válidas e aos 18 meses de idade de 93% (IC95% 92-95). Não se observou uma cobertura significa-tivamente diferente entre os estratos socioeconômicos (gráfico 2).

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Gráfico 2. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100,0 98,8 98,6 95,7 97,4 95,0LI 90,0 91,8 92,0 84,9 90,3 91,7CV 95,2 95,3 95,3 90,3 93,8 93,4

A B C D E PORTO ALEGRE

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2. Vacina contra poliomielite

No cálculo da cobertura vacinal contra poliomielite com doses válidas foram conside-radas as doses aplicadas nas campanhas e na rotina. No município de Porto Alegre verifica-mos uma cobertura superior a 90% e nos estratos B e C próximo de 95% (gráfico 3).

Gráfico 3. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

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Estrato

%

LS 100,0 99,5 98,1 93,4 96,3 94,0LI 86,9 91,2 91,3 82,1 89,3 90,1CV 93,5 95,3 94,7 87,8 92,8 92,1

A B C D E PORTO ALEGRE

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

621

3. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Considerou-se como adequadamente vacinada a criança que recebeu três doses com menos de um ano de idade ou qualquer dose aplicada acima dos 12 meses. Foram consideradas no cálculo as vacinas tetravalentes ou de forma isolada. A cobertura para o município de Porto Alegre foi de 93% (IC95% 91-94). Os estratos apresentaram valores semelhantes (gráfico 4).

Gráfico 4. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, na

coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Porto Alegre, 2007.

0

10

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Estrato

%

LS 97,5 98,8 95,3 96,0 97,0 94,4LI 88,0 91,8 86,9 85,6 90,7 91,0CV 92,7 95,3 91,1 90,8 93,8 92,7

A B C D E PORTO ALEGRE

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4. Vacina contra a Hepatite B

O gráfico 5 mostra que a cobertura com a vacina contra a Hepatite B foi inferior à observada com as vacinas DPT e Hib em Porto Alegre: 87% (IC95% 85-90).

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622

Gráfico 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos 18

meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007

0

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Estrato

%

LS 94,7 92,6 93,3 90,0 94,1 89,8LI 79,5 79,3 85,4 80,4 84,3 85,0CV 87,1 85,9 89,3 85,2 89,2 87,4

A B C D E PORTO ALEGRE

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5. Vacina BCGA cobertura com a vacina BCG aos 18 meses foi maior que as demais vacinas. Ela

é aplicada em dose única e toda dose recebida é considerada como válida. Porém, não reflete necessariamente o acesso aos serviços de vacinação, pois uma parcela das crianças recebe esta vacina na própria maternidade. Em Porto Alegre, 98% (IC95% 97-99) recebe-ram a vacina BCG sendo homogênea nos estratos (gráfico 6).

Gráfico 6. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina BCG, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre,2007.

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Estrato

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LS 100,0 100,0 100,0 99,7 99,6 98,8LI 96,2 97,6 96,2 94,2 95,3 96,7CV 98,4 99,2 98,2 96,9 97,4 97,8

A B C D E PORTO ALEGRE

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

623

6. Vacina SCR

A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola é considerada válida quando aplicada com 12 meses ou mais de idade. A cobertura observada em Porto Alegre foi de 88% (IC95% 86-91). O estrato D foi o que apresentou menor cobertura 85% (IC95% 80-90). Veja o gráfico 7.

Gráfico 7. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

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Estrato

%

LS 97,2 95,1 97,4 89,6 92,5 90,6LI 88,2 84,6 89,6 79,8 80,9 85,6CV 92,7 89,8 93,5 84,7 86,7 88,1

A B C D E PORTO ALEGRE

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7. Esquema básico completo: conjunto das vacinas

A cobertura vacinal com doses válidas aos 18 meses de idade para o conjunto das vacinas que fazem parte do esquema básico completo foi de 80% (IC95% 76-83) e não di-feriu entre os estratos (gráfico 8).

Gráfico 8. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses válidas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

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Estrato

%

LS 88,3 89,0 87,8 83,5 86,2 82,7LI 71,4 70,3 76,7 71,6 73,8 76,3CV 79,8 79,7 82,2 77,6 80,0 79,5

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624

b) Esquema básico completo aos 18 meses – doses aplicadas

As coberturas referentes ao esquema básico completo aplicado referem-se a todas as doses de vacina recebidas sem considerações referentes aos intervalos apropriados en-tre as doses e a idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas.

Para exemplificar mostraremos a cobertura vacinal para as vacinas DPT, Hib, HVB, poliomielite e o esquema básico completo sem a inclusão da vacina contra a febre amarela.

1. Vacina DPT

Se levarmos em conta qualquer dose aplicada da vacina DPT, a cobertura para o município se eleva um pouco: chega a 94% (IC95% 93-96). O estrato D apresentou a menor cobertura 91% (IC95% 86-96), mas não se observou diferença significativa entre os diferen-tes estratos socioeconômicos (gráfico 9).

Gráfico 9. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007

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Estrato

%

LS 99,8 99,4 98,6 96,3 97,6 95,9LI 92,1 92,8 93,2 86,3 92,2 92,7CV 96,0 96,1 95,9 91,3 94,9 94,3

A B C D E PORTO ALEGRE

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2. Vacina contra Hemófilo B

Como a vacina é aplicada geralmente junto com a vacina DPT o resultado foi se-melhante à anterior (gráfico 10).

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

625

Gráfico 10. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina contra Haemophilus influenzae tipo B,

na coorte de nascimentos de 2005, segundo estrato socioeconômico,

Porto Alegre, 2007.

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Estrato

%

LS 99,1 99,4 97,5 96,3 97,6 95,5LI 91,2 92,8 90,7 86,3 92,2 92,4CV 95,2 96,1 94,1 91,3 94,9 94,0

A B C D E PORTO ALEGRE

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3. Vacina contra a hepatite B.

Levando-se em conta qualquer dose aplicada, a cobertura vacinal atinge para o mu-nicípio mais de 90%. As diferenças entre os estratos não são significativas (gráfico 11).

Gráfico 11. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra hepatite B, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

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Estrato

%

LS 98,9 98,9 96,7 93,6 96,9 94,2LI 88,2 90,2 90,3 84,0 89,8 90,3CV 93,5 94,5 93,5 88,8 93,3 92,3

A B C D E PORTO ALEGRE

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4. Vacina contra a poliomielite

A cobertura vacinal com doses aplicadas está em torno de 94%, próximo ao valor ideal para manutenção da eliminação da circulação do poliovírus selvagem (gráfico 12).

Gráfico 12. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, vacina contra poliomielite, na coorte de nascimentos

de 2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

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60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 100,0 99,4 98,6 95,2 97,6 95,5LI 90,0 92,8 93,2 85,4 92,2 92,3CV 95,2 96,1 95,9 90,3 94,9 93,9

A B C D E PORTO ALEGRE

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5. Vacina SCR

Se acrescentarmos as doses aplicadas com menos de 12 meses de idade, a cobertura aumenta em 5% para a vacina SCR no município (gráfico 13), chegando 93%.

Gráfico 13. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas

aos 18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 99,2 98,9 98,0 93,8 97,1 94,7LI 91,1 91,8 91,3 83,8 91,6 91,3CV 95,2 95,3 94,7 88,8 94,4 93,0

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

627

6. Conjunto das vacinas

A proporção de crianças com esquema básico completo eleva-se consideravelmente quando consideramos as doses aplicadas. No município, 90% (IC95% 88-90) receberam todas as doses de vacinas necessárias para completar o esquema básico de imunização (gráfico 14).

Gráfico 14. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses aplicadas aos

18 meses de idade, conjunto de vacinas, na coorte de nascimentos de

2005, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

10

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80

90

100

Estrato

%

LS 97,8 98,2 94,5 90,0 95,6 92,0LI 84,5 89,3 86,5 79,4 88,0 87,6CV 91,1 93,8 90,5 84,7 91,8 89,8

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c) Esquema básico completo correto

A cobertura do esquema básico completo correto é aquela calculada levando-se em conta a idade correta de vacinação, segundo estabelecido no calendário oficial, e o inter-valo correto entre as doses, ou seja, é a cobertura com maior potencialidade de ser efetiva. Essa cobertura observa o intervalo entre as doses e as idades que, do ponto de vista epi-demiológico, seria o mais apropriado para que a imunização resulte em impacto sobre o perfil de distribuição da doença na população. Indica também o grau de compromisso da mãe e do serviço de vacinação com o cumprimento do calendário de vacinação.

Serão apresentados apenas os dados para as vacinas DPT e SCR. As tendências observadas para elas servem de exemplo para as demais.

1. Vacina DPT

O cumprimento do calendário para vacina DPT no município de Porto Alegre so-mente foi feito por 31% (IC95% 27-34) e é semelhante para todos os estratos (gráfico 15).

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628

Gráfico 15. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina DPT, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

10

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50

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80

90

100

Estrato

%

LS 33,3 43,1 46,7 38,7 32,9 33,9LI 18,3 25,6 29,1 26,6 17,4 27,2CV 25,8 34,4 37,9 32,7 25,1 30,5

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2. Vacina SCR

Apesar da vacina SCR ser aplicada em dose única a cobertura correta é muito menor que a cobertura obtida com doses válidas. A situação é semelhante para todos os estratos. Uma parcela importante de crianças fica por determinado tempo não imune podendo, caso haja circulação de qualquer um dos vírus, vir a adoecer (gráfico 16).

Gráfico 16. Cobertura vacinal com esquema básico completo, doses corretas aos

18 meses de idade, vacina SCR, na coorte de nascimentos de 2005,

segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 57,1 60,9 65,4 58,0 52,6 53,6LI 33,2 39,1 51,8 40,0 39,7 44,6CV 45,2 50,0 58,6 49,0 46,2 49,1

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629

IV. CoMPARAÇÃo DoS ReSULTADoS Do InQUÉRITo De CoBeRTURA VACInAL

CoM oS DADoS ADMInISTRATIVoS

Os dados administrativos são provenientes do Sistema de Informação do Progra-ma Nacional de Imunização. O cálculo oficial da cobertura vacinal tem como denomi-nador as doses aplicadas independentemente de sua validade. O denominador é dado pela população menor de um ano ou o número de nascidos vivos. Os dados obtidos com o inquérito de cobertura vacinal não dependem das estimativas do número de crianças existentes uma vez que produz informações referentes ao numerador e ao de-nominador A comparação será feita assim com as doses aplicadas em menores de 1 ano de idade exceto para a vacina SCR.

A comparação entre os dados do inquérito e os dados administrativos não apresen-ta um padrão único. A cobertura com a vacina BCG, a partir dos dados do inquérito, é inferior a dos dados administrativos. Com a vacina contra hepatite B ocorreu o contrário. Para as demais vacinas os dados são semelhantes (gráfico 17).

As discrepâncias entre as duas fontes são esperadas com provável super estimativa dos denominadores, problema que não ocorre com os dados do inquérito.

Gráfico 17. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses

aplicadas, estimada pelo Inquérito de Cobertura Vacinal e informada

pelos serviços de saúde ao Ministério da Saúde, segundo

imunobiológico, Porto Alegre, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

Imunobiológico

%

ICV 97,4 90,4 90,1 89,7 89,5 93,0DA 102,7 89,9 90,4 88,0 84,0 92,7

BCG DPT Hib POLIOMIELITE HVB SCR

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V. PARTICIPAÇÃo nA ÚLTIMA CAMPAnHA De VACInAÇÃo ConTRA A PoLIoMIeLITe

Para avaliar o grau de comparecimento às campanhas de vacinação foi perguntado para cada entrevistado se havia levado a criança para vacinar na última campanha. A propor-ção de comparecimento para o município foi alta: ficando entre 94% e 97%. No estrato A, o limite superior do intervalo foi de 94% e a estimativa por ponto igual a 86% mostrando assim um comparecimento menor apesar de não significantemente diferente (gráfico 18).

ICV

administrativo

97,4 90,4 90,1 89,7 89,5 93,0

102,7 89,9 90,4 88,0 84,0 92,7

Imunobiológico

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630

Gráfico 18. Comparecimento à última campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, segundo estrato socioeconômico, Porto Alegre,2007

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 93,7 98,3 97,9 98,0 100,0 96,7LI 77,2 90,8 91,5 92,8 96,7 93,7CV 85,5 94,5 94,7 95,4 98,5 95,2

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VI. CoMPARAÇÃo enTRe A CoBeRTURA VACInAL PARA o eSQUeMA BÁSICo

CoMPLeTo APLICADo e ALGUMAS CARACTeRÍSTICAS DA FAMÍLIA, DA MÃe e DA

CRIAnÇA.

Os dados mostram que a cobertura vacinal com esquema básico completo aplicado não diferiu com a presença da avó na mesma casa. A presença ou não do companheiro e a aglomeração domiciliar não apresentaram qualquer associação com a cobertura vacinal. As mães que não trabalhavam fora de casa apresentaram uma cobertura vacinal seme-lhante à das mães que trabalham. A escolaridade materna, ordem de nascimento e o sexo também não interferiram na cobertura vacinal. A cobertura foi menor para as crianças amarelas, mas o intervalo de confiança dificulta qualquer conclusão (tabela 5).

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631

Tabela 5. Cobertura vacinal com esquema básico completo com doses válidas

segundo características das famílias, das mães e das crianças,

Porto Alegre, 2007.

Variáveis Cobertura Limite inferior Limite superior

Presença da avó

Sim 88,3 83,4 93,3

Não 90,4 87,6 93,1

Presença do companheiro

Sim 90,2 87,5 92,8

Não 88,7 84,2 93,2

Aglomeração intradomiciliar

Sim 89,4 87,0 91,9

Não 90,3 86,8 93,9

Mãe trabalha fora de casa

Sim 90,5 88,1 92,9

Não 89,1 85,6 92,6

Escolaridade materna

0 a 3 anos 94,1 86,6 100,0

4 a 10 anos 88,8 86,1 91,4

11 e mais 91,9 88,1 95,8

Ordem de nascimento

Primeiro 88,6 85,3 91,9

Segundo 93,0 89,3 96,6

Terceiro ou mais 88,9 84,6 93,2

Sexo da criança

Masculino 89,3 86,2 92,4

Feminino 90,4 87,8 93,0

Cor da criança

Branca 90,7 88,1 93,4

Preta 91,1 83,5 98,7

Amarela 79,0 40,3 100,0

Parda 84,8 77,6 92,1

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632

VII. USo De VACInAS Do SeToR PRIVADo

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças da amostra se a família fazia uso dos serviços privados de vacinação, quer de forma exclusiva ou então combinada com os serviços públicos. Para o município de Porto Alegre apenas 15% (IC95%: 12-18) das crianças utilizam serviços do setor privado. Esta proporção chega a 57% no estrato A, o de melhor condição de vida, e se reduz a 2% no estrato E, o de pior condição de vida. Conforme o esperado, a proporção de crianças que utiliza exclusivamente os serviços do setor privado é inversamente proporcional ao nível das condições de vida nos estratos de residência (gráfico 19).

Gráfico 19. Uso de serviço privado para vacinação, segundo estrato

socioeconômico, Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Alegre, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 68,9 42,7 19,2 10,3 3,3 17,8LI 45,6 24,5 6,8 3,0 0,0 11,9CV 57,3 33,6 13,0 6,6 1,5 14,9

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A cobertura com o esquema básico completo com doses válidas foi semelhante en-tre as crianças que usam o setor privado de vacinação ou exclusivamente o setor público (gráfico 19). No grupo que utiliza o setor privado a cobertura foi 80% (IC95%: 72-87) e nos demais, o valor estimado foi de 84% (IC95%: 81-87).

A participação na última campanha de vacinação foi menor para as crianças vaci-nadas em serviços do setor privado. Nesse grupo, a participação foi de 86% (IC95%:80-92). Nas crianças que utilizam exclusivamente o setor público esta proporção foi de 97% (IC95%:96-98). Os dados sugerem que a freqüência a campanhas é menos valorizada entre os indivíduos dos estratos socioeconômicos mais altos, provavelmente por orientação médica ou por conhecimento das mães de que estando com o esquema completo não há necessidade de participar nas campanhas.

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633

VIII. USo De VACInAS QUe nÃo FAZeM PARTe Do CALenDÁRIo oFICIAL De

IMUnIZAÇÃo

Foram consideradas apenas a aplicação das vacinas contra meningococo, hepatite A, varicela e contra pneumococo não disponíveis na rede de serviços de atenção básica.

Para a vacina contra meningococo, o uso foi significantemente maior nos estratos de melhores condições de vida. Entretanto, a cobertura pode ser considerada baixa, pois apenas 40% das crianças pertencentes ao estrato A receberam esta vacina. Nos estratos C e D, a cobertura não atingiu nem 10% das crianças entrevistadas (gráfico 20).

Gráfico 20. Uso de vacina contra meningococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Alegre, 2007.

0

10

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40

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60

70

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90

100

Estrato

%

LS 50,0 24,1 9,2 4,5 0,0 9,8LI 30,6 8,7 1,4 0,0 0,0 5,6CV 40,3 16,4 5,3 2,0 0,0 7,7

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O mesmo perfil pode ser observado para a vacina contra pneumococo. A cobertura é semelhante à observada para a vacina contra meningococo. No estrato A, menos de 45% das crianças receberam esta vacina, enquanto nos estratos de piores condições de vida, o uso não chega a 5% das crianças (gráfico 21).

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634

Gráfico 21. Uso de vacina contra pneumococo, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Alegre, 2007.

0

10

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30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 54,3 33,1 8,3 3,3 0,0 11,3LI 32,8 15,3 0,0 0,0 0,0 6,6CV 43,5 24,2 4,1 1,5 0,0 8,9

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A vacina contra a hepatite A apresenta uso ainda menor: cerca de 37% das crian-ças do estrato A foram vacinadas. Nos demais estratos, a cobertura é muito baixa man-tendo-se o mesmo perfil de distribuição inversamente proporcional ao nível de vida (gráfico 22).

Gráfico 22. Uso de vacina contra hepatite A, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Alegre, 2007.

0

10

20

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50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 46,2 24,9 6,1 3,8 0,0 9,1LI 28,0 9,5 0,0 0,0 0,0 5,1CV 37,1 17,2 3,0 1,5 0,0 7,1

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Para a vacina contra a varicela observa-se o mesmo perfil de distribuição com uso um pouco maior do que aquele observado para a hepatite A. Das crianças do estrato A, apenas 47% foram vacinadas (gráfico 23).

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Gráfico 23. Uso de vacina contra varicela, segundo estrato socioeconômico,

Inquérito de Cobertura Vacinal, Porto Alegre, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estrato

%

LS 58,4 35,3 14,4 5,9 0,0 13,0LI 35,2 20,9 2,1 0,2 0,0 8,7CV 46,8 28,1 8,3 3,1 0,0 10,9

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Ix. ConSIDeRAÇÕeS GeRAIS

O desempenho do trabalho de campo do inquérito de cobertura vacinal em Porto Alegre foi prejudicado pela não localização das crianças nos conglomerados sorteados.

De uma maneira geral as coberturas vacinais com doses válidas foram superiores a 90%. A vacina contra hepatite B foi a que apresentou o valor mais baixo de cobertura e a tríplice viral a cobertura mais elevada, superando inclusive os 95%. A cobertura vacinal praticamente não se altera quando se considera a dose aplicada, com exceção da vacina contra hepatite B em que se observou um aumento de 5% .

Entretanto, observa-se uma proporção bem menor das crianças aos 18 meses de idade que mantinham o esquema vacinal completo com doses válidas. A cobertura com esquema completo foi de 80% (IC95% 76-83), ou seja, 1/5 das crianças de Porto Alegre deixaram de receber alguma vacina. A análise, utilizando como numerador as doses apli-cadas, demonstra que 10% das crianças completaram seu esquema de vacinação com alguma dose não válida. A cobertura com esquema completo com doses aplicadas passa para 90% (IC95% 88-90).

Em Porto Alegre, não se observaram associações entre os indicadores utilizados de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais. Não se verificou associação entre a distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais e nem com as variáveis estudadas de caracterização do núcleo familiar.

Os resultados de cobertura vacinal encontrados com o inquérito são semelhantes aos registrados pelo Ministério da Saúde. A exceção fica por conta das vacinas de BCG e de Hepatite B, que apresentam comportamentos opostos em relação aos registros admi-nistrativos. No caso da BGC, a cobertura registrada pelo Ministério da Saúde é maior que a encontrada no inquérito. Já em relação à Hepatite B, o resultado do Inquérito supera a dos registros do Ministério.

Os exemplos apresentados, utilizando como denominador as doses corretas (aque-las aplicadas nas idades preconizadas e respeitando os intervalos recomendados) demons-tram que, apesar do programa de imunização de Porto Alegre apresentar um desempenho satisfatório, ainda há margem para o seu aprimoramento.

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636

Anexo I

2

ANEXO I QUESTIONÁRIO

COBERTURA VACINAL NAS CAPITAIS BRASILEIRAS Nascido entre 1º de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2005

Depto. Medicina Social - FCMSCSP Identificação Controle |__||__||__||__||__||__|

Hora início |__||__| : |__||__|

Capital

Estrato: |__| Conglomerado |__||__| Endereço Entrevistado Telefone: Relação com a criança sorteada

Controle da entrevista

Data da entrevista |__||__|/|__||__|/|__||__| Motivo da não realização da entrevista: 1 - Recusa 2 - Casa Fechada 3 - Informante Ausente Motivo |__| Data |__||__|/|__||__|/|__||__| Motivo |__| Data |__||__|/|__||__|/|__||__|

Características da mãe e da criança

Nome da Criança Sexo |__| 1-Masc 2-Fem Data

Nascimento |__||__|/|__||__|/|__||__|

Cor da criança: |__| 1-Branca 2-Preta 3-Amarela 4-Parda 5-Indígena

Idade da mãe |__||__|

Nº de Filhos |__||__| Ordem de Nascimento da Criança: |__||__| Possui companheiro morando junto?

|__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

Alguma avó mora junto ? |__| 1-Sim 2-Não 9–Ign Anos de estudos da Mãe |__||__| Mãe Trabalha Fora |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign Nº de cômodos para dormir

|__||__| N.º de Pessoas |__||__|

Nesta casa existe ? 1-Sim 2-Não 9-Ign

Rádio |__| Geladeira ou Freezer |__| Videocassete/DVD |__| Máquina de lavar roupa |__| (não considerar

tanquinho) Forno de microondas |__| Linha telefônica

instalada |__|

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3

Microcomputador |__|

Nesta Casa, qual a

quantidade existente de:

(Se não tiver anotar 0 (zero). Se tiver 9 ou mais registrar 9)

Televisor |__| Automóveis (uso particular)

|__|

Aparelho de ar condicionado

|__|

Se houver ar condicionado central, anotar número de cômodos servidos

Há quanto tempo mora nesta

casa ?

|__||__| Anos Se morar há menos de 2 anos passar para a pergunta seguinte, senão pule para o bloco BCG

Onde morou

antes?

|__| 1-Mesmo município 2-Outro município

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

637

4

A criança é vacinada? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign Possui caderneta? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

Vacina BCG Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina contra Poliomielite Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 7 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 8 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 9 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 10 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina contra Hib Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina contra Hepatite B Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina Tetravalente Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina DPT Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina Tríplice Viral (SCR) Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina contra Sarampo Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina contra Febre Amarela Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Participou da última campanha ? (Data) |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

Por que não pode comparecer ?

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

Você já utilizou algum serviço privado para vacinação ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

Onde foi realizada a última vacina ? |__| 1-Público 2-Privado 9-Ign

Você utiliza exclusivamente serviço privado ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

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ANEXO I (CONTINUAÇÃO)

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638

5

Anotar vacinas que não se enquadram no esquema tradicional

Vacina : Controle |__||__||__||__||__||__|

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| Hora Término |__||__| : |__||__|

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ANEXO I (CONTINUAÇÃO)

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I n q u é r I t o • d e • C o b e r t u r a • V a C I n a l

639

Anexo II

INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL NAS ÁREAS URBANAS DAS CAPITAIS . BRASIL

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/ MINISTÉRIO DA SAÚDEDEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL / FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

DA SANTA CASA DE SÃO PAULO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Caro Senhor (a),

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encomendou à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - São Paulo, uma pesquisa para avaliar como vai a vacinação das crianças aqui na cidade.

Como o Sr (a) sabe, as vacinas são feitas para evitar algumas doenças e evitar epidemias por essas doenças. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a chance de que essas doenças ocorram na população.

Para avaliar se as crianças estão tomando as vacinas que elas precisam, além de olhar os registros dos postos de saúde, ou clínicas de vacina, é necessário verifi car se as crianças estão tomando as vacinas corretamente. E se elas não estão tomando as vacinas nos momentos corretos, quais são as razões para que isto aconteça. Conhecendo o que de fato está acontecendo é que a Secretaria poderá melhorar a vacinação das crianças, e prevenir doenças e epidemias, benefi ciando toda população.

Para chegar a essas informações, esta pesquisa está acontecendo, e nós solicitamos a sua colaboração.

Sua participação consiste em mostrar a carteirinha de vacina do seu(sua)s fi lho(a)s, e responder a algumas perguntas sobre a situação de vacina das crianças. Todas as informações que o Sr (a) prestar serão mantidas em sigilo.

Somente crianças nascidas entre * serão pesquisadas. Nem todas as casas serão visitadas pelos entrevistadores, apenas uma amostra que representará o município.

Nenhuma pessoa entrevistada ganhará ou pagará nada para participar da pesquisa.

Qualquer dúvida, favor entrar em contato com o ............................ (nome e telefone)

Se o Senhor(a) concordar, por favor queira assinar na linha abaixo.

_____________________________

Assinatura do entrevistado

* depende do inicio dos trabalhos

_________________________

Entrevistador

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ReFeRÊnCIAS BIBLIoGRÁFICAS

Brasil, Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações: 20 anos. Brasília, 1993.Becker RA, Lechtig A. Vacinação. In: Silva, RMR, coordenador. Perfil estatístico de crianças e

mães no Brasil: situação de saúde 1981. Rio de Janeiro: IBGE; 1984.BEMFAM. Pesquisa nacional sobre demografia e saúde 1996. Rio de Janeiro: BEMFAM/DHS;

1997.Moraes JC, Barata RB, Ribeiro MCSA, Castro PC Cobertura vacinal o primeiro ano de

vida em quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica/ Pan Am J Public Health 2000; 8(5):332-341.

Moraes, JC Ribeiro MCSA Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares Rev Bras Epidemiol 2008; 11(supl 1): 113-24.

Silva AAM, Tonial SR, Silav RA Cobertura vacinal e fatores de risco associados à não-vacinação em localidade urbana do Nordeste brasileiro, 1994. Rev. Saúde Públi-ca v.33 n.2 São Paulo abr. 1999.

Waldman EA Mesa-Redonda: Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol 2008; 11(supl 1): 129-32.

Moraes JC, Barata RCB, Ribeiro MCSA, Castro PC Cobertura vacinal no primeiro ano de vida em quatro cidades do Estado de São Paulo Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 8(5), 2000.