inovações de empreendedorismo

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INOVAÇÕES DE EMPREENDEDORISMO Dessa forma, os empreendedores que estão dispostos a investir nas ideias de outros estão, na verdade, comprando um conhecimento que não possuem e estão também se associando a um grupo de empreendedores que investem na mesma marca ou bandeira. No entanto estes empreendedores ficam limitados aos padrões, à estética, ao comportamento e à criação dos donos da franquia. Estes empreendedores podem até tentar inovar em alguns aspectos que envolvem o seu negócio, mas essa não é a regra. Assim, as pessoas que têm um perfil empreendedor, mas que gostam de estar livres para inovar e desenvolver suas próprias ideias devem pensar duas vezes antes de se tornarem empreendedores através destes tipos de negócios, pois pode ser bastante frustrante não poder dar suas contribuições e mudar algumas coisas em um negócio que, afinal de contas, também é seu. Por outro lado, os próprios donos de franquias deveriam buscar ser mais inovadores. Sugiro que eles procurem adotar modelos de gestão da inovação que permitam que os franqueados participem dos processos de inovação dos negócios. Afinal, as próprias franquias em um primeiro momento foram inovadoras por terem criado algo que atraiu outros empreendedores dispostos a investir na sua rede. Ou seja, em um primeiro momento, eles foram inovadores, mas depois querem engessar o modelo porque acreditam ser esta uma fórmula de sucesso que não deve ser alterada. No entanto alguns empreendedores sem perfil inovador param de estudar e de buscar novos conhecimentos ao atingirem o nível de sucesso que eles esperavam chegar, passando a uma acomodação natural do ser humano. Há também os inovadores que acham que a inovação é um fim em si mesmo.

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INOVAÇÕES DE EMPREENDEDORISMO

Dessa forma, os empreendedores que estão dispostos a investir nas ideias de outros estão, na verdade, comprando um conhecimento que não possuem e estão também se associando a um grupo de empreendedores que investem na mesma marca ou bandeira. No entanto estes empreendedores ficam limitados aos padrões, à estética, ao comportamento e à criação dos donos da franquia. Estes empreendedores podem até tentar inovar em alguns aspectos que envolvem o seu negócio, mas essa não é a regra.

Assim, as pessoas que têm um perfil empreendedor, mas que gostam de estar livres para inovar e desenvolver suas próprias ideias devem pensar duas vezes antes de se tornarem empreendedores através destes tipos de negócios, pois pode ser bastante frustrante não poder dar suas contribuições e mudar algumas coisas em um negócio que, afinal de contas, também é seu.Por outro lado, os próprios donos de franquias deveriam buscar ser mais inovadores. Sugiro que eles procurem adotar modelos de gestão da inovação que permitam que os franqueados participem dos processos de inovação dos negócios. Afinal, as próprias franquias em um primeiro momento foram inovadoras por terem criado algo que atraiu outros empreendedores dispostos a investir na sua rede. Ou seja, em um primeiro momento, eles foram inovadores, mas depois querem engessar o modelo porque acreditam ser esta uma fórmula de sucesso que não deve ser alterada.

No entanto alguns empreendedores sem perfil inovador param de estudar e de buscar novos conhecimentos ao atingirem o nível de sucesso que eles esperavam chegar, passando a uma acomodação natural do ser humano. Há também os inovadores que acham que a inovação é um fim em si mesmo.

A Inovação tem sido destacada como a grande força propulsora e renovadora das empresas e, consequentemente, do crescimento sustentável das nações. O fato de “fazer diferente” é reconhecido por todos como algo que proporciona uma posição de destaque junto aos clientes, fornecedores e a sociedade, gerando, com isso, valor econômico para as organizações.

Inovar, pragmaticamente, é transformar ideias novas em resultados sustentáveis, ou seja, consiste no justo equilíbrio entre criatividade e processos para geração de valor. Em termos de criatividade, o Brasil tem um diferencial oportuno em comparação com outros países. É, ao

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mesmo tempo, o país da biodiversidade e da etnodiversidade. É uma nação multicultural e linguisticamente unida - diferente da Europa, por exemplo -, em que o respeito e admiração da diferença, de forma geral, prevalecem. Por outro lado, o Brasil tem, também, um enorme desafio, que consiste na própria inserção efetiva desta diversidade no contexto organizacional. Para mencionar um único e bastante revelador dado, no Brasil, menos de 27% dos cientistas atualmente trabalham em projetos ligados a empresas. Nos Estados-Unidos, país que viu nascerem empresas como Cisco, Xerox, Google, Apple, Facebook, entre outras grandes marcas, 80% dos pesquisadores são inseridos em trabalhos empresariais. Na Correia do Sul, que acelerou de forma exemplar seu crescimento nas últimas duas gerações, este mesmo número é de 77%.

O Brasil tem um cenário empreendedor interessante que o coloca como país de destaque no mundo. Porém, este destaque está mais ligado ao tamanho da população empreendedora do que pelo planejamento empreendedor. Infelizmente por aqui essa atividade ainda acontece mais no sentido de um da necessidade e não de oportunidade, e com muito pouco conteúdo inovador.

Os dados da PINTEC (Pesquisa de Inovação Tecnológica) coletados pelo IBGE, demonstram que o protagonismo privado nos investimentos em inovação e, consequentemente, na cultura do risco como contrapartida da oportunidade, ainda é baixo. Efetivamente, a porcentagem total de investimentos privados em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) no Brasil é de 0,55% do PIB, contra 1,87% nos Estados Unidos e 2,45% na Correia do Sul.

Naturalmente, não se deve utilizar de tais dados para autenticar que o país estacionou a inovação. No Paraná, por exemplo, tem se incentivado e verificado um esforço cada vez maior de desenvolvimento da inovação por meio de parcerias. Redes internas e externas de parceria, que decorrem do incentivo ao trabalho interno em rede (potencializado pela chamada web 2.0), e pela busca constante pela aproximação de empresa-empresa, universidade-empresa, ONG-empresa e governo-empresa, têm sido decisivas para o fortalecimento da cultura de empreendedorismo inovador no Estado.

Entre os esforços que estão propulsionando o Paraná em termos de referência para o Brasil em inovação, e que tem despertado o interesse de outros países, está a iniciativa da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), com a criação do C2i - Centro Internacional de Inovação (www.c2i.org.br). A abordagem do C2i para acelerar o desenvolvimento do setor produtivo do Estado, consiste em propor que “inovar é transformar conhecimentos novos em resultados sustentáveis”, e que a gestão da inovação está na “capacidade sistemática e estratégica de inovar”. Apontando, portanto, para dois pilares essenciais e em constante equilibro desta disciplina: a Cultura da Inovação, e os Processos de Inovação.

Cinco Lições para Promover o &Empreendedorismo de Inovação pela PricewaterhouseCoopers [Inglês]

Por Marcus Erb

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  Baixar o Artigo [Inglês]

“Por que restringiríamos a solução do problema a 12 pessoas em volta de uma mesa quando temos 30.000 pessoas em 78 unidades em todo o país que poderiam estar nos ajudando?” — Mitra Best, Líder de Inovação nos Estados Unidos, PricewaterhouseCoopers

Os líderes na PricewaterhouseCoopers, a empresa mundial de contabilidade e presente sete vezes na lista de 100 Melhores Lugares para Trabalhar da FORTUNE, estão constantemente em busca de criar uma mão-de-obra inovadora e empreendedora. O esforço para criar esse modelo de inovação contínua trouxe crescimento e receita. Nesse processo, seus trabalhos para colaborar e capacitar os funcionários ajudaram a criar um ambiente de trabalho ainda melhor.

Na Conferência Great Place to Work®de 2011, em Denver, a Líder de Inovação da PwC nos EUA, Mitra Best, contou como ela e a empresa criaram um escritório de inovação de classe mundial através de 160.000 funcionários motivadores e inspiradores para desafiar o status quo e levar a empresa adiante.

Este artigo ressalta cinco lições práticas da PricewaterhouseCoopers que podem ser aplicadas em qualquer ambiente de trabalho.

A ImportâNcia Da InovaçãO Para O Empreendedorismo Presentation Transcript

1. A Importância da Inovação Para o Empreendedorismo Prof. Marcelo Bárcia www.profbarcia.com

2. Por Que a Inovação é tão importante para as empresas na atualidade ?

o Segundo a Wikipedia : “ Inovação significa novidade ou renovação. A palavra é derivada dos termos em latinos novus (novo) e innovatio (algo criado novo) e se refere à uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores” (2009)

3. A realidade do cenário atual:

o O ambiente empresarial vive um cenário marcado:

o Pela competição acirrada;

o Globalização ;

o Mudanças rápidas e buscas e...

o ...dificuldades em encontrar vantagens competitivas sobre concorrência.

4. Neste sentido...

o As Inovações podem auxiliar empresas e empreendedores na obtenção dessas vantagens.

o Porém, é fácil ser Inovador ?

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o Certamente, não. Não é só uma questão de visão extraordinária ou de excesso de criatividade de alguns Dirigentes, Empreendedores e Colaboradores.

5. A Criação de um ambiente favorável à Inovação:

o Uma organização inovadora permite e incentiva a participação de toda à sua equipe;

o Uma organização inovadora é flexível em sua gestão;

o Uma organização inovadora desenvolve espaços formais para a participação e envolvimento de todos.

6. Portanto, podemos afirmar que...

o A Inovação depende do envolvimento e vontade da direção da empresa;

o É preciso disseminar, independente do porte ou setor, o conceito de Inovação dentro da empresa;

o É preciso valorizar (até premiar) as idéias e sugestões inovadoras.

7. O Que Ganha a Empresa Inovadora?

o Além, das famosas Vantagens Competitivas sobre a concorrência. A empresa inovadora certamente gera um bem-estar e satisfação maior para Empreendedores e Colaboradores e isso já ajuda muito na criação de um ambiente inovador.

ransformando o ambiente organizacional com a Inovação e o Intra-empreendedorismoHaroldo de Oliveira Costa

Analista de Sistemas com Especialização em Gestão e Tecnologia da Informação e MBA em Gestão de Negócios pelo Ietec. Gerente de Tecnologia da Informação da Mineração Lapa Vermelha Ltda., Fazenda Lapa Vermelha.

RESUMO

Este artigo procura demonstrar a importância da Inovação e do Intra-empreendedorismo para as organizações modernas que operam no ambiente da economia globalizada e de concorrência assídua. Por meio de pesquisa bibliográfica e estudos de outros artigos levantaram-se aspectos importantes da inovação e do intra-empreendedorismo como fatores de transformação nas organizações, destacando os processos de implantação e desenvolvimento destes dois pilares de desenvolvimento. A inovação é o resultado da criatividade e o processo de inovação se constitui da idéia, a sua implementação e o resultado esperado. O Intra-empreendedorismo é o desenvolvimento de atividades empreendedoras no âmbito interno das organizações.

Palavras-Chave: Ambiente Organizacional, Inovação e Intra-Empreendedorismo.

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Inovação e Intra-empreendedorismo

As organizações modernas estão atuando fortemente na área da Inovação e do Intra-empreendedorismo como fatores de diferencial competitivo para suas atividades, já que em uma economia globalizada a concorrência e a dificuldade de alcançar novos mercados são pontos críticos para o crescimento do negócio. Mercados que há alguns anos atrás eram restritos para poucas empresas hoje sofrem a pressão de novos concorrentes.

A expressão inovação está cada vez mais presente nos estudos da área de administração e aliado a ela a atividade empreendedora, que antes estava focada na criação de novos negócios e agora se volta para o interior das empresas, como um novo perfil das atividades e funções intrínsecas dos colaboradores.

A inovação pode ser percebida de várias formas nas organizações: novos produtos, remodelagem de produtos já existentes, novos processos internos, novas formas de atendimento a clientes, etc.

“A constante invenção de soluções pode ser percebida não somente como obra do homem, mas também como fórmula da natureza. O estudo da história mostra que de maneira geral, estar em transformação é uma das poucas coisas constantes nos sistemas. Percebe-se que sistemas que nunca se reinventam, transformam e adaptam tendem ao desaparecimento no curso do tempo”, Carlos Amorim Lavieri, 2005, USP.

O intra-empreendedorismo é o trabalho do empreendedor dentro das corporações, o que torna as pessoas intra-empreendedoras agentes da inovação, motivando a inovação e a evolução constante das organizações. “O empreendedorismo é um processo pelo qual se fazem algo novo (criativo) e algo diferente (inovador) com a finalidade de gerar riqueza para indivíduos e agregar valor para a sociedade”, Gina Paladino, 2006, FIEP.

A aplicação destes dois pontos de evolução nas organizações passa por etapas de mudanças da cultura organizacional e do perfil dos colaboradores. Mudança na cultura organizacional com a adoção de meios para a valorização da inovação no ambiente da empresa, e mudança do perfil dos colaboradores com o incentivo e adoção do perfil empreendedor dos mesmos, criando assim um ambiente inovador e empreendedor.  Para Schumpeter, produzir a Inovação e principalmente liderar (garantir) a implementação destas inovações nos processos produtivos era o papel exercido por aqueles que ele chamou então de empreendedores (SHUMPETER, 1982).

Estas mudanças serão os novos pilares para as organizações inovadoras e atualizadas.

"A empresa que se recusa a ser criativa, não aprimorando os seus produtos e sua estrutura, ou não estando atenta a novas descobertas desenvolvidas em outras partes do mundo, está fadada a ser superada rapidamente." Roberto Duailibi, 1990.

Criação do ambiente Inovador com o Intra-Empreendedorismo

Como transformar o ambiente das organizações para uma cultura empreendedora e inovadora? Esta é a grande questão a ser avaliada pelos gestores das organizações modernas.

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A primeira consideração que devemos fazer é com relação às características dos colaboradores da organização, que devem estar voltadas para o empreendedorismo e assim seja praticado o intra-empreendedorismo e por conseqüência as idéias surjam na organização. Para a elevação desta característica devemos desenvolvê-la através de cursos e a organização deve abrir espaço para a criatividade dos indivíduos e das equipes, incentivando o surgimento de intra-empreendedores e empreendedores corporativos. Pinchot percebeu que o empreendedor descrito por Schumpeter não era apenas aquele indivíduo que constrói uma empresa, mas também aquele que dentro das estruturas corporativas existentes age de modo inovador e se responsabiliza por implementar as invenções necessárias aos mais variados processos. (PINCHOT, 1978).

A gestão da empresa também deve ser considerada como ponto importante, já que as mudanças na cultura da empresa para uma valorização do intra-empreendedorismos devem vir da alta direção das organizações, que deve apoiar as mudanças e implementar ações de gestão e compensação das inovações. A alta direção deve delegar poderes para as mudanças e também definir limites, pois será instalado um ambiente de liberdade para inovação na organização. Os gerentes devem assumir uma posição de “patrocinadores” dos intra-empreendedores, dando-lhes apoio e uma direção na organização. Muitas vezes as organizações perdem oportunidades de melhorar sua competitividade porque a cultura empresarial, essencialmente avessa a mudanças, estimulava aquelas pessoas dentro da organização que seriam potenciais empreendedores a desistir dos projetos ou abandonar as empresas para implementá-las.

Métodos de incentivo aos intra-empreendedores e as inovações também são fatores que facilitam a cultura inovadora nas empresas, motivando os colaboradores nas inovações e no desenvolvimento do potencial intra-empreendedor. Alguns métodos de incentivos como prêmios, bônus, aumento de salário, promoção e também o reconhecimento público, são aplicados nos sistemas de gestão da inovação como incentivo e mantenedores do processo de inovação nas organizações.

Outros fatores também são importantes e devem ser considerados para a criação do ambiente inovador e do desenvolvimento do intra-empreendedorismo nas organizações: • A disciplina para tratar da inovação e dos seus processos, para que não se desvie dos objetivos de implantação de um sistema de Gestão de Inovação e intra-empreendedorismo nas organizações;• Criar uma cultura do aprendizado e da pesquisa na organização para a evolução constante e busca de novos conhecimentos e técnicas para as organizações;• Flexibilidade para mudanças, provocadas pelas inovações e para a implantação do sistema de gestão da inovação;• Tolerância aos riscos e erros que podem vir de inovações e idéias empreendedoras, o risco calculado deve ser estimulado e acompanhado para evitar problemas que desestimulem novas tentativas de inovação;• Criação de ambiente diferenciado para equipes que trabalhem com a inovação e com pesquisa; 

O processo de inovação e aplicação do intra-empreendedorismo nas organizações deve ser organizado para que tenha apoio dos colaboradores e sua participação contínua, assim a cultura inovadora se propaga pela organização e os colaboradores vão criando um perfil empreendedor. O processo como um todo deve ser tratado, do surgimento da idéia (tradução), da sua avaliação de viabilidade, implementar idéias e avaliar

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resultados, não esquecendo sempre do reconhecimento dos trabalhos.       Liderança Intra-empreendedora.

As organizações modernas participam de mercados voláteis e competitivos onde o aumento das vendas torna-se cada vez mais difícil e existe uma dificuldade em se obter vantagens sobre os concorrentes, devido a estes fatores a inovação que advém de uma capacidade intra-empreendedora dos colaboradores será o diferencial para obter lucros e vantagens competitivas.

A liderança das organizações terá um papel decisivo para a mudança da cultura interna, fomentando a inovação e o perfil empreendedor internamente.

Um líder que propicie a inovação deve valorizar seus subordinados por suas idéias, permitir uma liberdade para exposição e desenvolvimento de idéias, serem parceiro no desenvolvimento de inovações, assumirem riscos, compartilhar conhecimentos e estimular a criação. “Aqui as pessoa são desconfortavelmente estimuladas a ir além da função específica de seu cargo”, afirma Luiz Ernesto Gemignani, presidente da Promon.

A liderança empreendedora será o diferencial para a criação de equipes inovadoras e intra-empreendedoras. Empresas Inovadoras

As empresas “Inovadoras” já trabalham com o intra-empreendedorismo e desenvolvem a cultura da inovação nos seus ambientes internos, para isto viram que não era necessário apenas investir em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e sim mudar suas culturas. Atualmente nestas empresas existe todo um ambiente voltado para a inovação, a gerência da empresa, os grupos de pesquisas, grupos multidisciplinares para estudos, sistema de motivação e premiação de inovações, sistema de gerência da inovação e do conhecimento.

Exemplos clássicos como a 3M umas das recordistas em registro de patentes em todo o mundo, onde existem sistemas sofisticados para a inovação, a Gillete que tem dentro da uma linha de testes dos produtos pelos colaboradores e que está sempre inovando da frente dos concorrentes, a inovação também vem por meio de serviços como a GOL que inovou na forma de serviços prestados aos clientes e também no público alvo de seus serviços.

Temos que salientar aqui que a inovação e o intra-empreendedorismo não estão presentes somente nas grandes corporações, está também em organizações de pequeno e médio porte, onde o ambiente e a própria origem são propícios a estas atividades. 

Conclusão

Atualmente o perfil empreendedor das pessoas é visto como uma característica de suma importância, não só para a vida pessoal como também para o ambiente organizacional nos quais elas estão inseridas. Este perfil é o gerador de inovações nas organizações

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modernas, que já enxergaram este diferencial empreendedor e o potencial das inovações para alavancarem os seus negócios.

Organizações tradicionais com uma administração fechada e não inovadora estão caminhando para um futuro incerto onde os mercados estarão em mudanças contínuas e em evolução constante, abertos a novas idéias e altamente competitivos.

Os gestores serão os responsáveis para a mudança do perfil das organizações e pela conquista de novos caminhos para um futuro no mercado globalizado e competitivo, estando sempre abertos a inovação e ao novo perfil de colaboradores empreendedores.

No futuro as empresas inovadoras com profissionais intra-empreendedores estarão presentes no mercado e com uma força a mais em relação a seus concorrentes, tornando-as competitivas e preparadas para atuarem nos mercados em evolução. E além do mais a economia mundial vive um período de valorização do conhecimento, com a inovação e o intra-empreendedorismo tende-se a valorizar este bem das organizações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DRUCKER, P. Inovação e Espírito Empreendedor. São Paulo, Pioneira, 1987 5º Ed.

LAVIERI, Carlos Amorim; MELLO, Álvaro. Estímulos ao Processo de inovação, associados ao intra-empreendedorismo. Em: SEMEAD, 2005, São Paulo. anais do VI SEMEAD, 2005.  Disponível em <http://www.ead.fea.usp.br/semead/8semead/resultado/trabalhosPDF/399.pdf>  Acesso em Outubro de 2008.

LEAL, Wilson L.M. Apostila Gestão da Inovação. IETEC: Setembro / 2008.

POLIGNANO, Luiz Castanheira. Apostila Gestão da Inovação. IETEC: Setembro / 2008.

MARQUES, Davi; RICCI, Fábio; MOLINA, Vera Lúcia Ignácio.  Intra-Empreendedorismno e Sua Relação com o Desenvolvimento Regional. Disponível em  < http://www.inicepg.univap.br/INIC_2006/epg/06/EPG00000428_ok.pdf>  Acesso em Outubro de 2008.

SBRAGLIA, Roberto (Coordenador). Inovação: Como vencer esse desafio empresarial. São Paulo, Clio Editora, 2006.

PALADINO, Gina. Artigo EMPREENDORISMO DENTRO DA EMPRESA, 22/09/2006. Disponível em <http://www.indicadoresjoinville.com.br/conteudo_1.asp?idmenu=127&idconteudo=594> Acesso em Outubro de 2008.

SCHUMPETER, Joseph Alois. A Teoria do Desenvolvimento Econômico : umainvestigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: AbrilCultural, 1982.

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PINCHOT, G.; PINCHOT, E. S. Intra-Corporate Entrepreneurship Fall, 1978

ROBERTO, Duailibi, JR., Harry Simonsen. Criatividade e Marketing. McGraw-Hill: 1990. 

novação, Processo Criativo e Empreendedorismo Empreendedorismo Social , Especiais, Sustentabilidade Nenhum comentário

11 de outubro de. 2009

Autor: Giórgio de Jesus da Paixão*

Conhecimento é a matéria-prima das novas idéias. O individuo criativo é alguém com bagagem de conhecimentos, mas isso não basta. A verdadeira chave para se tornar criativo está no que se faz com o conhecimento. São as atitudes que definirão se o indivíduo é mais ou menos criativo e é em torno das suas atitudes que o empreendedor desenvolve e amplia seu potencial criativo, bem como de seus colaboradores (CHER, 2008).

Criatividade vem de criar, que significa “dar origem a”, “produzir”, “inventar”. É o processo que resulta no surgimento de um novo produto, serviço ou comportamento, aceito como útil, satisfatório ou de valor em algum momento. Assim, criar será inovar, e não haverá campo no qual a inovação não possa produzir efeitos, seja no modo de pensar, de agir, não agir, falar, trabalhar, entregar ou distribuir. (…) Onde houver um padrão e um costume haverá possibilidade de inovação, pois sempre será possível quebrá-los. Onde houver conhecimento será possível inovar, a partir do seu rearranjo (Cher, 2008, pág. 204)

A fim de despertar esse espírito criativo no ser humano é necessário antes, romper com uma barreira interna inerente ao ser humano, a certeza que de que não há mais nada novo a ser criado e que já não exista no cotidiano das pessoas e das empresas. Como já visto, o empreendedorismo rompe com o este paradigma possibilitando ao ser humano, infindáveis oportunidades de recriar não somente ao seu ambiente, mas a toda uma sociedade é uma idéia de melhoria contínua.

Outro aspecto importante é relativo à atenção do empreendedor à sua inovação. Se você lançar uma inovação e não se mantiver atento e ligado a ela, a mensagem que ficará para todos é que tal inovação não é importante nem para você, tampouco para seus funcionários e para a empresa (CHER, 2008).

Desta forma,

Para haver inovação é preciso criatividade. Toda definição pertinente de criatividade inclui o elemento essencial de novidade. Criamos quando descobrimos e exprimimos uma idéia, um produto, um serviço ou uma forma de comportamento que seja nova em certo grupo social (Cher, 2008, pág. 203).

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Quando encontramos soluções constantes para os problemas, construímos novos produtos, definimos novas perguntas em determinado campo então utilizamos a criatividade empreendedora.

O mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de tempo, principalmente no século XX, quando foi criada a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Geralmente, essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém antes ousou olhar de outra maneira. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais que são visionárias, questionam, arriscam, querem algo diferente, fazem acontecer e empreendem. Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento é o próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos (DORNELAS, 2005).

Referências:

CHER, Rogerio. Empreendedorismo na veia : um aprendizado constante. Rio de Janeiro: Elsevier; SEBRAE, 2008. 228 p.

DORNELAS, José Carlos Assis,. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2005. 293 p.

*Giórgio de Jesus da Paixão é graduado do curso de Administração Pública da UDESC/ESAG. Atualmente é colaborador do SENAI.

INOVAÇÕES TECNOLOGICA

Inovação tecnológica é um termo aplicável a inovações de processos e de produtos 1 . De modo geral, é toda novidade implantada pelo o setor produtivo, por meio de pesquisa ou investimentos, e que aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica um novo ou aprimorado produto, de acordo com o Manual de Oslo, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Tipos

Inovação Tecnológica de Produto

Inovação de Produtos tecnologicamente novos, são produtos cujas características tecnológicas ou usos pretendidos diferem daqueles dos produtos produzidos anteriormente. Tais inovações podem envolver tecnologias radicalmente novas e podem basear-se na combinação de tecnologias existentes em novos usos, ou podem ser derivadas do uso de novo conhecimento.

Inovação de Produtos tecnologicamente aprimorados, são produtos existentes cujos desempenhos tenham sido significativamente aprimorados ou elevados. Um produto simples pode ser aprimorado (em termos de melhor desempenho ou menor custo)

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através de componentes ou materiais de desempenho melhor, ou um produto complexo que consista em vários subsistemas técnicos integrados pode ser aprimorado através de modificações parciais em um dos subsistemas.

Inovação Tecnológica de Processo

Inovação tecnológica de processo é a adoção de métodos de produção novos ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos. Tais métodos podem envolver mudanças no equipamento ou na organização da produção, ou uma combinação dessas mudanças, e podem derivar do uso de novo conhecimento. Os métodos podem ter por objetivo produzir ou entregar produtos tecnologicamente novos ou aprimorados, que não possam ser produzidos ou entregues com os métodos convencionais de produção, ou pretender aumentar a produção ou eficiência na entrega de produtos existentes2 .

Teorias da Inovação

Em sua obra A extinção dos Tecnossauros, Nicola Nosengo oferece uma visita guiada com o intuito de aproveitar os fracassos, que são momentos de crise de um sistema, para evidenciar os lugares-comuns nos quais se baseia nossa percepção da inovação tecnológica configurando a tecnologia como um fator natural que deve ser explicado por uma ciência humana. A técnica de inovação só é levada a sério pelos humanistas e explorada pelas ciências sociais quando ocorre o surgimento dos meios eletrônicos e sistemas relacionados à informática. Várias metáforas foram exploradas pelos estudiosos para tentar pensar o processo da tecnologia, após ignorá-la como ciência durante dois mil anos. 3

Metáfora da Caixa-Preta

Enquanto economistas como Lionel Robbins excluíam a técnica da mudança tecnológica de seus campos, o teórico Joseph Schumpeter estudou os processos tecnológicos distinguindo invenção (atividade do cientista, técnico ou inventor) e inovação (atividade do empreendedor que mercantiliza a invenção). Apesar dessa distinção ter sido o destaque de sua análise na época, é observado que ela limitou o conhecimento de onde surgem as novas tecnologias e como prevalecem no tempo. Segundo Schumpeter, "a inovação é possível sem o que chamamos invenção, e a invenção não necessariamente comporta uma inovação [...] entre o processo social que dá lugar às invenções e aquele que dá lugar às inovações não existe uma relação recíproca." Nosengo afirma que a inovação é o motor principal da invenção, pois ela é externa ao sistema econômico. Ele também define progresso econômico como a incorporação de recursos produtivos em novos usos, retirando-os de seu uso original. Schumpeter também criou a definição de "destruição criadora", onde um produto inovador destrói um equilíbrio para originar um novo e superior no sentido tecnológico, desestabilizando o sistema capitalista e, ao mesmo tempo, assegurando a ordem. No período pós-guerra, teóricos dividiram-se em dois ideais:

Technological Push (Impulso Tecnológico): Posicionam o avanço do conhecimento científico como base para inovação e excluem a possibilidade da demanda do público oferecer alguma influência sobre o desenvolvimento tecnológico.

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Market Pull (Impulso do mercado): Defendem que as empresas buscam satisfazer a demanda do mercado oferecendo uma resposta para seus problemas.

Ambas as concepções se devem a Nathan Rosenberg, autor de Dentro da caixa-preta, 1991. O autor cita em sua obra o exemplo da ciência metalúrgica, quando a tecnologia definitivamente impulsionou a ciência. O conceito de demanda é insustentável, porém também não se pode afirmar que o desenvolvimento da ciência interfere diretamente no desenvolvimento de tecnologias. Técnica e mercado evoluem simultaneamente.

Metáfora dos Tecidos, redes e costuras

Possui raízes no campo da sociologia e história, tendo uma atitude mais controvertida que a economia em relação à técnica. Sociólogos do século XX adotaram visões simplistas e realizaram pesquisas em sua maioria a respeito dos "efeitos" que a tecnologia produz sobre a sociedade e vice-versa. Os pensadores se interessaram por muito tempo apenas no estudo da difusão das tecnologias, sem propor o entendimento de como e por que elas surgiram. Porém, há uma distinção temporal entre invenção e difusão: A maioria dos objetos técnicos se modificam a partir de sua difusão e de que forma é realizada. Já a História relatou muitas vezes a tecnologia apenas como contribuição dos inventores, sem compreender sua complexidade e seus atributos. Participantes da Associação Europeia para o Estudo da Ciência e da Tecnologia, em 1982, propusaram uma visão de "construção social" da tecnologia, eliminando a teoria do inventor e posicionando as interações sociais como principal fonte de formação de um objeto técnico. Essa teoria ocasionou o surgimento de contribuições complementares à sua tese, como a coletânea de ensaios The social construction of technological systems, em 1989, que reúne manifestos de um novo gênero de estudo sobre a tecnologia, o SCOT (Social Construction of Technology). A abordagem da técnica era sintetizada em três pontos fundamentais:

Recusa da figura do inventor individual como conceito central. Recusa do determinismo tecnológico (concepção de tecnologia como agente

modificador da sociedade)

Recusa da distinção entre aspectos técnicos, sociais, políticos e econômicos do desenvolvimento tecnológico.

A metáfora do "tecido sem costura" explica a união dessas dimensões da atividade humana. O modelo de desenvolvimento tecnológico proposto por Trevor Pinch e Wiebe Bijker se dá através da relação: 'grupo social relevante' > apresentação de um 'problema' > proposta de 'solução'. Não é necessário resolver efetivamente os problemas, e sim chegar a um encerramento retórico, no qual os grupos relevantes vêem o problema como resolvido. Michel Callon e Bruno Latour fundam a teoria da tecnociência baseada na metáfora da rede, na qual a tecnologia conecta aspectos sociais e técnicos, sem a possibilidade de os distinguir ou hierarquizar inteiramente.

Correio pneumático e carro elétrico

O caso do correio pneumático, que desapareceu das grandes cidades onde existiu por muitas décadas, mostra que “grandes sistemas podem ser considerados verdadeiramente concretizados apenas quando atingem um ponto provisório de não retorno.” O caso da

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recorrentemente frustrada espera pelo carro elétrico ilustra que não se entra duas vezes no mesmo rio da tecnologia, pois “aquele carro elétrico permaneceu uma promessa não cumprida”.

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O fracasso do videofone ressalta que “a ausência de imagem é uma qualidade e não uma limitação do telefone.” A inexistência do carro voador é vista como evidência de que “os grandes sistemas técnicos precisam de um complexo aparato legislativo e logístico para funcionar, e é esse fator, só em parte influenciável pelo progresso técnico, o decisivo”.

As batalhas entre o CD e o velho vinil, o long playing, ilustram que “nenhuma indústria, por mais unida e bem organizada que seja, pode impor uma inovação.” O caso da longevidade da fita cassete ilustra uma “espécie de hierarquia informal, pois ela se aproxima, mais do que o disco, de uma tecnologia de rede, no sentido de que sua utilidade depende em maior medida da sua difusão, de sua "troca" no interior de uma trama de relações sociais.”

A televisão, o empreendimento econômico do Japão no pós-guerra, as características da escrita em uso no extremo Oriente, a evolução do mercado telefônico no Ocidente, o aparecimento de instituições transnacionais para a padronização de aparelhos eletrônicos configuraram a “primavera tardia do fax.”

Um exame do estabelecimento de padrões mostra como as regras do jogo da concorrência podem se modificar e como a afirmação de um padrão pode “ser determinada mais pelas expectativas sobre o futuro do que pelas considerações sobre o presente.”

Metáforas para uma teoria da inovação

As limitações e mesmo as controvérsias relatadas no livro podem ser melhor percebidas quando se chega ao último capítulo. O autor desenvolve ali uma breve apresentação de “metáforas para uma teoria da inovação”, após o desfile no qual seu faro de perdigueiro soube identificar e apontar a heterogeneidade do mundo em que se configuram “redes sem costura”.

Talvez o uso mais intenso e explícito destas mesmas metáforas durante a descrição dos casos tornasse despertasse mais atenção ao revelar um anseio por uma “verdadeira essência da tecnologia”, o que leva Nicola Nosengo a concluir o livro singularizando o que considera “provavelmente o mais ambicioso esforço realizado até agora para

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modelar e compreender o processo de inovação”, mas um esforço que parece trazer em seu bojo, tal qual um cavalo de Troia, marcações e separações pretensamente universais que o restante do livro tanto ajuda a afastar.

A Inovação Tecnológica na Indústria Brasileira

Através da chamada Lei de Inovação Tecnológica 4 , o governo brasileiro pretende estimular a criação de ambientes especializados e cooperativos de inovação entre empresas e instituições científicas e tecnológicas. A Lei, de 2 de dezembro de 2004, se organiza em torno de três vertentes5 :

Constituição de ambiente propicio às parcerias estratégicas entre as universidades, institutos tecnológicos e empresas.

Estimulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação.

Incentivo à inovação na empresa.6 .

Apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica

O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações tem como objetivos estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos de capital, de modo a ampliar a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações, nos termos do art. 77 da Lei n° 9.472, de 16 de julho de 1997.

Instituído pela Lei nº 10.052, de 28 de novembro de 2000, o fundo tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O Funttel é administrado por um Conselho Gestor, constituído por representantes dos Ministérios das Comunicações, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), do BNDES, e da Finep7 .

Tipos de Inovação

Inovação Incremental

Reflete pequenas melhorias contínuas em produtos ou em linhas de produtos. Geralmente, representam pequenos avanços nos benefícios percebidos pelo consumidor e não modificam de forma expressiva a forma como o produto é consumido ou o modelo de negócio.

Exemplo: evolução do CD comum para CD duplo, com capacidade de armazenar o dobro de faixas musicais8 .

Inovação Radical

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Representa uma mudança drástica na maneira que o produto ou serviço é consumido. Geralmente, traz um novo paradigma ao segmento de mercado, que modifica o modelo de negócios vigente.

Exemplo: evolução do CD de música para os arquivos digitais em MP39 .

A Dinâmica da Inovação

De um modo geral, as empresas são o centro da inovação. É por meio delas que as tecnologias, invenções, produtos, enfim, ideias, chegam ao mercado. A grande maioria das grandes empresas possuem áreas inteiras dedicadas à inovação, com laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que contam com diversos pesquisadores. Apesar deste papel central exercido pelas empresas, a interação entre parceiros é fundamental. Sem ela, as inovações são dificultadas.

As empresas são o centro da inovação. É por meio delas que as tecnologias, invenções, produtos, enfim, ideias, chegam ao mercado.

Esses parceiros têm diversas funções, desde a realização externa de pesquisa e de desenvolvimento de produtos e processos, até a aplicação de investimentos ou subsídios, passando por desenvolvimento de prototipação, de pesquisa de mercado e de escalonamento de produção. Dessa forma, um conjunto de instituições formam o que conhecemos como sistema de inovação: universidades, centros de pesquisa, agências de fomento, investidores, governo e empresas com seus clientes, fornecedores, concorrentes ou outros parceiros.

Uma tendência que está se tornando cada vez mais forte é um modelo inovação aberta (ou open innovation), onde as empresas vão buscar fora de seus centros de P&D ideias e projetos que podem ajudá-las a agregar diferenciais competitivos.

Inovação tecnológica é toda a novidade implantada pelo o setor produtivo, por meio de pesquisas ou investimentos, que aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto. De acordo com o manual de Oslo, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),  inovação tecnológica pode ser de produto ou de processo, conforme a seguir:

- Inovação de Produtos tecnologicamente novos, são produtos cujas características tecnológicas ou usos pretendidos diferem daqueles dos produtos produzidos anteriormente. Tais inovações podem envolver tecnologias radicalmente novas e podem basear-se na combinação de tecnologias existentes em novos usos, ou podem ser derivadas do uso de novo conhecimento.

- Inovação de Produtos tecnologicamente aprimorados, são produtos existentes cujos desempenhos tenham sido significativamente aprimorados ou elevados. Um produto simples pode ser aprimorado (em termos de melhor desempenho ou menor custo) através de componentes ou materiais de desempenho melhor, ou um produto complexo que consista em vários subsistemas técnicos integrados pode ser aprimorado através de modificações parciais em um dos subsistemas.

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- Inovação tecnológica de processo é a adoção de métodos de produção novos ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos. Tais métodos podem envolver mudanças no equipamento ou na organização da produção, ou uma combinação dessas mudanças, e podem derivar do uso de novo conhecimento.  Os métodos podem ter por objetivo produzir ou entregar produtos tecnologicamente novos ou aprimorados, que não possam ser produzidos ou entregues com os métodos convencionais de produção, ou pretender aumentar a produção ou eficiência na entrega de produtos existentes.

No âmbito do Ministério das Comunicações, a principal ferramenta de apoio à Inovação Tecnológica é o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), fundo setorial para inovação no setor de telecomunicações, criado pela Lei 10.052/2000.

No que diz respeito à inovação tecnológica, 2013 foi um ano de poucas mudanças: a Apple manteve os dispositivos já conhecidos, a maior parte apenas atualizados em diferentes cores e com telas mais nítidas. As empresas dos media sociais disputaram os melhores filtros de fotos, e Silicon Valley ofereceu pequenas interações sobre os produtos existentes. No entanto, 2014 promete ter muito mais para oferecer.

Uma das novidades tecnológicas do novo ano passa pelos relógios, que já têm vindo a mostrar evoluções notáveis. Estes aparelhos irão assumir novas formas e funções, elevando-se a um novo nível: os "smartwatches". Daqui em diante será possível ligar os novos "relógios inteligentes" aos já conhecidos "smartphones", criando uma nova categoria de computação. Com esta associação será possível atender chamadas, ouvir músicas e realizar muitas outras tarefas através do relógio. Estes aparelhos serão capazes de contar os batimentos cardíacos e até registar o exercício físico diário.

Sony e Samsung já lançaram as seus produtos neste segmento. Os analistas preveem que a Apple lance este ano o seu "smartwatches".

Os telemóveis de 2014 irão parecer muito semelhantes aos de agora, sofrendo apenas alterações no tamanho e no peso, ou seja, tornando-se mais finos e mais leves. Os softwares também serão mais "inteligentes": em vez de ter de estar a olhar para o telemóvel o tempo todo, o "gadget" informa-lo-à quando precisa de olhar.

A aplicação Foursquare fará ainda mais sucesso, informando-o quando estiver perto de locais que pode querer visitar, e o Twitter e o Facebook irão aconselhá-lo sobre quem deve congratular se, por exemplo, muitos dos seus amigos estiverem a enviar os parabéns a uma pessoa.

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Transferência de tecnologiaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Transferência de tecnologia (tecnologia: grego: τεχνολογία; transferência: latim: transferre = transferir) é a transferência de conhecimento técnico ou cientifico (por exemplo: resultados de pesquisas e investigações científicas) em combinação com

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fatores de produção. Pode ser entendido como processo de tornar disponível para indivíduos, empresas ou governos habilidades, conhecimentos, tecnologias, métodos de manufatura, tipos de manufatura e outras facilidades. Esse processo tem como objetivo assegurar que o desenvolvimento científico e tecnológico seja acessível para uma gama maior de usuários que podem desenvolver e explorar a tecnologia em novos produtos, processos aplicações, materiais e serviços.

Índice 1 Brasil

o 1.1 Tipos de contrato

2 Ver também

3 Referências

Brasil

No Brasil para que uma contratação tecnológica surta determinados efeitos econômicos, o contrato deve ser avaliado e averbado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O INPI define1 o contrato de transferência de tecnologia como o comprometimento entre as partes envolvidas, formalizado em um documento onde estejam explicitadas as condições econômicas da transação e os aspectos de caráter técnico. Por disposição legal devem ser averbados/registrados pelo INPI todos os contratos que impliquem transferência de tecnologia, sejam entre empresas nacionais, ou entre empresas nacionais e sediadas ou domiciliadas no exterior, assim entendidos os de licença de direitos (exploração de patentes e de desenho industrial e uso de marcas), os de aquisição de conhecimentos tecnológicos (fornecimento de tecnologia e prestação de serviços de assistência técnica e científica) e os contratos de franquia.

Tipos de contrato

O INPI prevê2 seis tipos de contrato: Exploração de Patente, Exploração de Desenho Industrial, Uso de Marca, Fornecimento de Tecnologia, Prestação de Serviços de Assistência Técnica e Científica, e Franquia. No entanto, há acordos que fogem desse padrão, por se tratarem de transferência de tecnologia protegida na forma de segredo industrial, como é o caso das propostas finalistas que concorrem no Projeto FX-2.

Exploração de Patente (EP)

Contratos que objetivam o licenciamento de patente concedida ou pedido de patente depositado no INPI. Nos contratos que envolvem patentes as formas de pagamento usualmente negociadas são: valor fixo por unidade vendida e percentual incidente sobre o preço líqüido de venda. Os pedidos de patentes ainda não concedidos não farão jus a remuneração. Quando a patente for concedida a empresa deverá solicitar alteração do Certificado de Averbação, retroagindo a remuneração à data do início da licença. As licenças de exploração de patentes são averbáveis no máximo pelo prazo de vigência desses privilégios.

Exploração de Desenho Industrial (DI)

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Contratos que objetivam o licenciamento de desenho industrial concedido ou pedido de desenho industrial depositado no INPI. Os contratos de Licença de Desenho Industrial deverão conter o número do pedido ou do desenho industrial, o título e as condições relacionadas à exclusividade ou não da licença e permissão para sublicenciar. Nos contratos que envolvem desenho industrial as formas de pagamento usualmente negociadas são: valor fixo por unidade vendida e percentual incidente sobre o preço líqüido de venda.Os pedidos de desenho industrial ainda não concedidos não farão jus a remuneração. Quando o desenho industrial for concedido, a empresa deverá solicitar alteração do Certificado de Averbação, retroagindo a remuneração à data do início da licença.

Uso de Marca (UM)

Nos contratos que envolvem marcas as formas de pagamento usualmente negociadas são: valor fixo por unidade vendida e percentual incidente sobre o preço líqüido de venda. Nesses contratos a remuneração só é possível após o registro da marca. Os pedidos de marcas ainda não registrados não farão jus à remuneração. Quando o pedido virar registro, a empresa deverá solicitar alteração do Certificado de Averbação.

Fornecimento de Tecnologia (FT)

Contratos que objetivam a aquisição de conhecimentos e de técnicas não amparados por direitos de propriedade industrial, destinados à produção de bens industriais e serviços. Esses contratos deverão conter uma identificação perfeita dos produtos e/ou processos, bem como o setor industrial em que será aplicada a tecnologia.As remunerações e as formas de pagamento são estabelecidas de acordo com a negociação contratual, devendo ser levados em conta os níveis de preços praticados nacional e internacionalmente em contratações similares. As formas de pagamento mais usuais negociadas nesse tipo de contrato são valor fixo por unidade vendida e percentual sobre o preço líquido de venda.O prazo deve estar relacionado à necessidade de capacitação da empresa, e em geral são averbados por um prazo máximo de 5 (cinco) anos, passível de renovação por igual período desde que apresentadas as justificativas cabíveis.

Prestação de Serviços de Assistência Técnica e Científica (SAT)

Contratos que estipulam as condições de obtenção de técnicas, métodos de planejamento e programação, bem como pesquisas, estudos e projetos destinados à execução ou prestação de serviços especializados. São passíveis de registro no INPI os serviços relacionados a atividade fim da empresa, assim como os serviços prestados em equipamentos e/ou máquinas no exterior, quando acompanhados por técnico brasileiro e/ou gerararem qualquer tipo de documento, como por exemplo, relatório. Os contratos são registrados pelo prazo previsto para a realização do serviço ou a comprovação de que os mesmos já foram realizados

Franquia (FRA)

Contratos que se destinam à concessão temporária de direitos que envolvam uso de marcas, prestação de serviços de assistência técnica, combinadamente ou não, com qualquer outra modalidade de transferência de tecnologia necessária à consecução de

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seu objetivo. A remuneração dos contratos estipulam usualmente taxa de franquia (valor fixo pago no início da negociação); taxa de royalties (percentual sobre o preço líquido de vendas); taxa de publicidade (percentual sobre vendas), além de outras taxas.

Tranferência de Tecnologia PatentesSoftwaresMarcasDireitos AutoraisCultivaresDados USPTranferência de TecnologiaComo Solicitar

A transferência de tecnologia entre empresas e instituições de pesquisa tem sido impulsionada devido à crescente importância do conhecimento para o avanço tecnológico e competitividade. 

Com foco em tecnologias geradas no âmbito acadêmico, a transferência de tecnologia trata-se de “um processo que consiste de várias etapas, que inclui a revelação da invenção, o patenteamento, o licenciamento, o uso comercial da tecnologia pelo licenciado e a percepção dos royalties pela universidade” (Ritter e Solleiro (2004, p.787).

O desenvolvimento das tecnologias pode ser realizado por meio de duas perspectivas: a inovação guiada pela ciência (Science Driven Innovation), segundo a qual os resultados de pesquisa mostram-se aplicáveis e promissores de tal forma que podem gerar negócios com base nas invenções. Também pode ocorrer a inovação guiada pelo mercado (Market Driven Innovation), em que as demandas das empresas é que orientam interfaces de processos inovativos podendo ser desenvolvida entre a academia e o setor industrial.

Essas duas perspectivas estão presentes no mais moderno conceito de inovação aberta, o qual tem se difundido amplamente no século XXI, propagado especialmente por especialistas como Henry Chesbrough  (2006). A referência desta proposição é a de que o maior resultado em inovação em quaisquer setores, especialmente o industrial, advém da utilização de recursos internos e externos a partir de redes de colaboração. Nesse contexto, o potencial da pesquisa acadêmica é reforçado, sendo a universidade também um agente do desenvolvimento econômico.

Na Universidade de São Paulo, o processo de transferência de tecnologia pode ocorrer por meio dos licenciamentos dos pedidos de patente/patente, contratos de transferência de know-how, exploração de marcas, direitos autorais e convênios (onde são desenvolvidas demandas da empresa em conjunto com a universidade). Além das formas tradicionalmente acadêmicas envolvendo publicações, eventos e formação de pessoal qualificado.

Para promover a transferência de tecnologia, a Agência USP de Inovação desenvolve diligências da inovação, visando priorizar os ativos com maior potencial de transferência e identificar potenciais parceiros para a exploração das tecnologias.

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Veja abaixo as etapas do processo completo de transferência de tecnologia:

1. Invenções entrantes:A partir de novas invenções apresentadas à Agência USP de Inovação são realizados dois processos de diligência.

1.1 Diligência da Aplicabilidade de formas de proteçãoÉ realizada uma análise criteriosa respeitando os preceitos legais das diferentes formas de proteção às criações e determinada a forma específica para registro. Em alguns casos é até mesmo possível combinar duas formas de proteção como, por exemplo, um pedido de patente e marca.

1.2 Diligência do valor inovativo e potencial de mercadoParalelamente ao processo de proteção da tecnologia, a Agência USP Inovação procede uma análise técnica do valor inovativo, considerando impactos para adoção da tecnologia, seu estágio de desenvolvimento e tempo estimado para aplicabilidade em processos da indústria. Para identificar o potencial de mercado são estudados produtos similares, posicionamento da tecnologia na cadeia produtiva e potenciais empresas interessadas.

O resultado dessas diligências permite a indicação do efetivo mecanismo de proteção da tecnologia e a estratégia de comercialização a ser adotada. Especialmente para a diligência mencionada no item 1.2, há um Comitê interno de análise que procede a indicação da abordagem do mercado para busca de oportunidades de transferência de tecnologia.

Essas iniciativas incluem parcialmente ou totalmente as seguintes ações de acordo com o perfil de cada tecnologia: manutenção do pedido de patente no banco de patentes da USP, contatos eletrônicos para rede de contatos e organizações externas afins e abordagem direta com empresas do respectivo segmento industrial.

São três os principais canais de transferência de tecnologia: licenciamento, empresas nascentes e  disponibilização das tecnologias via domínio público.

Licenciamento

 Da ciência para o mercado

As tecnologias geradas no âmbito da Universidade são apresentadas ao mercado para exploração comercial por intermédio de:

contato direto com potenciais parceiros da Agência USP de Inovação: empresas, entidade de classes, organizações governamentais e não governamentais.

prospecção de novos contatos e indicação dos inventores.

publicação no site da Agência USP de Inovação no Banco de Patentes

Após a verificação de possíveis interessados é aberto um diálogo balizado no interesse da Universidade, Empresa e Sociedade. Este diálogo tem o objetivo de fornecer informações para elaboração de um modelo de licenciamento que pode ser:

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exclusivo – é a modalidade de licenciamento em que a empresa detentora da licença é a única que pode explorar a patente ou parte desta de acordo com as condições  acordadas em contrato.

não exclusivo – é a modalidade de licenciamento em que poderá existir mais de uma empresa detentora da licença de exploração da patente ou parte desta de acordo com as condições acordadas em contrato.

Definido o modelo e suas condições gerais é realizada a formalização da exploração seguindo legislação Brasileira vigente.(veja mais)

Demanda do mercado

Quando a demanda tecnológica é apresentada pela iniciativa privada e desenvolvida em conjunto com a  universidade  por meio de convênios, a propriedade intelectual gerada será em regime de co-titularidade e a empresa terá prioridade na sua exploração.(ver mais)

Desta forma, o modelo de licenciamento é negociado diretamente entre a empresa e a Agência USP de Inovação que buscará o equilíbrio entre o interesse de todas as partes envolvidas: Universidade, Empresa e Sociedade.

Domínio Público

Todas as tecnologias que não são protegidas pelos instrumentos legais existentes: propriedade industrial,direito autoral, software, cultivares entre outros ou tiveram o período de registro da proteção extintos são de domínio público.

Estas tecnologias são disponibilizadas para uso da sociedade livremente podendo ser acessadas por meio dos artigos, teses, dissertações (consulte a Biblioteca Digital da USP), patentes extintas ou indeferidas.

De posse das informações, caso ainda exista a dificuldade na aplicação da tecnologia, pode ser firmado um acordo por meio de um contrato de transferência de tecnologia, em que as equipes de pesquisadores da Universidade poderão assessorar sua implementação.

Os contratos de transferência de tecnologia não têm como objeto a exclusividade de exploração da tecnologia, por este motivo não existe a necessidade de editais, contudo, as condições de contrato seguem, em linhas gerais, o que se pratica nos casos de licenciamento de pedidos de patente/patente, conforme mencionado acima. (veja mais).

Empresas Nascentes

A universidade, enquanto geradora de conhecimento e novas tecnologias aplicáveis, oportuniza o surgimento de novas empresas que irão, efetivamente, oferecer produtos e serviços à sociedade.

Para implementar tecnologias desenvolvidas na universidade e prover bens e serviços à sociedade podem ser criadas empresas que também são conhecidas por spin-out. No contexto acadêmico, a spin-out é uma empresa que pode ser oriunda de um laboratório,

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resultante de uma plataforma de uma pesquisa acadêmica realizada.

A Universidade de São Paulo também estimula a criação de empresas por pesquisadores, em especial, alunos egressos tendo como base a legislação vigente (Link Lei de Inovação).  Para o desenvolvimento de uma nova empresa, será necessário verificar se a pesquisa acadêmica pode-se tornar uma plataforma de geração de negócios e, para tanto, são necessários profissionais capacitados para realizar esta avaliação.

Assim, a USP possui parcerias com uma rede ampla de incubadoras de empresas (CIETEC em São Paulo, SUPERA em Ribeirão Preto, ParqTec em São Carlos, ESALQTec em Piracicaba e UNITec em Pirassununga), além de outras instituições como o SEBRAE,  visando promover aproximação com essas estruturas de apoio, que são o principal lócus do desenvolvimento dessas empresas.

Transferência de Tecnologia

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Transferência de Tecnologia é o intercâmbio de conhecimento e habilidades tecnológicas entre instituições de ensino superior e/ou centros de pesquisa e empresas. Essa transferência se dá na forma de contratos de pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria, formação profissional, inicial e continuada, comercialização de patentes, marcas e processos industriais, publicação na mídia científica, apresentação em congressos, migração de especialistas, programas de assistência técnica, inteligência industrial e atuação de empresas multinacionais. (Anprotec – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores)

O Critt, qualificado como Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) através da Resolução 31/2005 do Conselho Superior, legitimou a inovação científica e tecnológica desenvolvida na UFJF, institucionalizando a transferência da tecnologia. A partir de então foi instituída a Coordenação de Transferência de Tecnologia do Critt, com a atribuição de gerir a transmissão formal de novas descobertas e/ou inovações resultantes de pesquisa científica da Universidade, bem como o atendimento a inventores independentes. Assim, toda demanda de transferência de tecnologia da UFJF deverá ser direcionada ao Critt, que conta com uma equipe de agentes de transferência de tecnologia para atender a demanda atual e potencial da instituição, realizando o devido encaminhamento.

 

Atribuições do Centro, enquanto NIT (Lei de Inovação):

zelar pela manutenção da política institucional de estímulo à proteção das criações, licenciamento, inovação e outras formas de transferência de tecnologia;

avaliar solicitação de inventor independente para adoção de invenção pela UFJF. Caso necessário, o TT seleciona possíveis parceiros, entre o corpo de pesquisa (docentes e empresas juniores) da UFJF, para atender a demandas como, por exemplo, testes para assegurar a eficiência/aplicabilidade de um dado produto inovador.

 

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Exemplos

- Tecnologia adotada:

“Sistema de Decúbito Fisiológico” (SDF)

Desenvolvido pelo médico e inventor independente, Luís Antônio Tavares, o projeto trata de uma cama hospitalar que possui a propriedade de prevenir e tratar as disfunções e lesões causadas pelo longo tempo que o paciente permanece deitado, sem perder os movimentos mais comuns das camas hospitalares, já presentes no mercado.

- Tecnologia Desenvolvida através de P&D dentro da UFJF

“Fluxômetro Portátil”

Desenvolvido pelos pesquisadores José Paulo de Mendonça, José Murilo Bastos Netto e André Avarese Figueiredo, o fluxômetro portátil possibilita que a medição da vazão urinária (volume de urina que passa pela uretra em uma unidade de tempo), possa ser feita em casa. Isso possibilitaria que várias medições fossem feitas durante o período em que ele está com aparelho, proporcionando maior conforto ao paciente.

Transferência de TecnologiaA transferência de tecnologia faz com que as soluções tecnológicas geradas pela Embrapa Suínos e Aves sejam realmente colocadas à disposição dos públicos para as quais se destinam.

Objetivo

Validar e transferir soluções tecnológicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de suínos e aves, medindo seus impactos, identificando melhorias e oportunidades, visando subsidiar novos projetos que venham a atender as reais necessidades do setor.

Atribuições

Apoio aos projetos de pesquisa, com a viabilização de experimentos a campo, instalação e acompanhamento de unidades demonstrativas e prestação de serviços à empresas e entidades ligadas às cadeias suinícola e avícola.

Articulação e formalização de parcerias para o desenvolvimento de ações de transferência das tecnologias geradas pela Embrapa Suínos e Aves aos agentes da extensão rural, assistência

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técnica e produtores, ligados a suinocultura, avicultura e serviços relacionados às respectivas cadeias.

Identificação e prospecção de demandas existentes nas cadeias de produção de suínos e aves, as quais subsidiam a elaboração de projetos alinhados as reais necessidades do setor.

Além disso, a área de transferência de tecnologia também mede e avalia os impactos gerados pelas tecnologias desenvolvidas e implementadas pela Embrapa Suínos e Aves, de maneira a melhorar continuamente seus produtos e serviços.

Dessa forma a área de transferência de tecnologia da Embrapa Suínos e Aves tem papel fundamental na transformação do conhecimento gerado pela pesquisa em benefícios para a sociedade brasileira.

 Resumo

Este artigo objetiva descrever e caracterizar o processo de transferência de tecnologia do setor têxtil a luz dos conceitos teóricos básicos e da dinâmica e caracterização tecnológica do setor. Além da caracterização do processo de transferência tecnológica, o artigo apresenta os principáis gargalos observados no processo e possíveis ações para que os atores envolvidos busquem um maior efetivação da transferência tecnológica, diminuindo, assim, a sub-utilização da tecnologia adquirida ou a demora em sua plena utilização.

Palavras-chave: Setor têxtil, inovação tecnológica, transferência de tecnologia.

 

1. Introduçao

A existência de um grande número de tecnologias empregadas faz com que nenhum país ou empresa consiga desenvolver toda a tecnologia necessária para o aumento da competitividade. Este processo, caso acontecesse, seria altamente complexo e de elevado custo. Logo, a transferência de tecnologia se torna uma ferramenta eficaz para que empresas ou países adquiram as tecnologias necessárias para o seu desenvolvimento.

A transferência de tecnologia é um processo antigo. Como exemplo, pode-se citar a classificação dos estágios evolutivos da humanidade como reflexo da natureza da tecnologia. Os sitios arqueológicos podem indicar a transferência da tecnologia nova ou já estabelecida (Lowe, 1995). A transferência de tecnologia pode ser definida como a tradução e a transferência do conhecimento técnico, utilizado no desenvolvimento de novos produtos ou processos, entre organizações. Este conhecimento está ou pode estar incorporado em equipamentos de produção ou em produtos manufaturados (Mt.Auburn Associates, 1995). Segundo Ramsey (1995), a transferência de tecnologia é um processo formal e legal para um usuario final, e tem por finali-dade a comercialização tecnológica. O objetivo desta comercialização é gerar um impacto económico. A transferência tecnológica pode

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ser utilizada como uma ferramenta, na tentativa de duas organizações buscarem um objetivo comum, gerando como resultado a plena satisfação das partes. Em um mercado competitivo e altamente veloz ñas mudanças de produtos e servicos,a transferência de tecnologia se tornou parte efetiva das estrategias tecnológicas e corporativas das empresas. O desenvolvimento ou compra de uma tecnologia devem ser vistos como uma ação da estrategia tecnológica corporativa de uma empresa. A transferência se inicia quando, ao se analisarem as necessidades de uma industria ou mercado, identificase uma tecnologia ou combinação de tecnologias para satisfazer tais necessidades. Em outras palavras, a transferência de tecnologia se dá através do compartilhamento de uma invenção ou inovação. Este pode ser feíto entre uma agência governamental e uma organização privada, entre organizações privadas ou entre organizações governamentais.As organizações governamentais podem ser instituições de pesquisa e desenvolvimento e universidades. Na transferência entre organizações privadas, deve-se levar em consideração se estas são de países industrializados ou em desenvolvimento.

A transferência de tecnologia pode ser dividida em duas formas distintas. uma está baseada no desenvolvimento da tecnologia. Neste processo, os paradigmas tecnológicos são modificados pelo processo de inovação de produtos e processos. O outro tipo está baseado na difusão tecnológica. Este tipo abrange a adoção de tecnologias de produtos e processos disponíveis comercialmente e o uso de informações técnicas, oriundas de fontes externas, para a solução de problemas, utilizando os paradigmas tecnológicos existentes. (Mt.Auburn Associates, 1995).

As instituições responsáveis pela transferência de tecnologia podem ser divididas em instituições fornecedoras de tecnologia (supply-side) e de análise da demanda tecnológica (demand-side). As instituições fornecedoras de tecnologia são aquelas que desenvolvem a tecnologia, ou representam as que desenvolvem. Estas instituições procuram por "consumidores" para a tecnologia desenvolvida. Podem-se citar como exemplos, instituições de P&D, produtores de equipamentos e firmas com patentes para licenciamento ou com licenças vencidas.As instituições de demanda tecnológica atuam em firmas com necessidades tecnológicas, e procuram trazer para essas a tecnologia apropriada. Como exemplo deste tipo de instituição tém-se associates comerciáis e instituições de servicos de assisténcia técnica.

2. O Processo deTransferênciaTecnológica- uma breve revisão teórica

Para o National Technology Transfer Center (NTTC) (1999) existem tres tipos principáis de transferência tecnológica:

Spin-off Technology - Neste tipo de transferência, a tecnologia é desenvolvida por uma organização federal e transferida ao setor privado, a outra agência federal ou a governos loçãis. Esta tecnologia é do tipo genérica.

Spin-on Technology - Esta transferência se refere ás tecnologias viáveis comercialmente, desenvolvidas por organizações privadas, mas com potêncial aplicação em organizações públicas.

Dual-Use Technology - Esta se refere ao co-desenvolvimento da tecnologia por uma organização pública e privada. Os custos são divididos entre as organizações, pois ambas serão beneficiadas pela nova tecnologia.

Além dos tipos, este centro considera que a transferência de tecnologia pode ser feíta de tres formas distintas:

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Forma Passiva: Nesta transferência, o receptor da tecnologia pesquisa a tecnologia adequada, através do contato com as pessoas que desenvolveram a tecnologia, ou examinando os resultados de P&D. Nesta forma, nenhum agente de transferência de tecnologia é envolvido.

Forma Semi-ativa: Neste mecanismo, entra em cena o agente de transferência tecnológica. Este tem como função auxiliar o receptor da tecnologia a identificar a melhor tecnologia disponível.

Forma Ativa: Esta é a mais cara e mais efetiva forma de transferência de tecnologia. Neste mecanismo, uma pessoa, ou um pequeño grupo, possui a responsabilidade de verificar as possibilidades de utilização de uma determinada tecnologia e se ela é apta a atender as necessidades de mercado. Existe uma interação muito grande entre o setor de P&D, o mercado e as políticas regulatórias.

O licenciamento, como mecanismo de obtenção de uma nova tecnologia, pode ser utilizado entre duas organizações, através de um contrato legal, onde se definirá o grau de exclusividade na utilização da tecnologia desenvolvida por uma das organizações. A licenca de transferência de direito é caracterizada pela exclusividade que o licenciado possui na utilização da tecnologia patenteada. Neste tipo de licenca, o licenciador não tem direito ao uso da tecnologia. É praticamente uma venda da patente. Na licenca de exclusividade, o licenciado, além do dono da patente, pode usar a tecnologia patenteada.A licenca de não-exclusividade dá ao licenciado o direito de uso da tecnologia, mas o dono da patente pode conceder a outro o uso desta. Quando uma patente é aprovada, qualquer pessoa está habilitada para o licenciamento, desde que cumpra os termos esta-belecidos pelo dono da patente. Neste caso tem-se a licenca de direito. Neste mecanismo de transferência, a organização licenciadora deverá fornecer os conhecimentos tácito e explícito, necessários para que o licenciado utilize a tecnologia de forma plena (Lowe, 1995). Este processo envolve tres etapas:

a) A transferência da informação: Nesta etapa, ocorre a divulgação da nova tecnologia desenvolvida, através de publicações técnicas. O objetivo é buscar potenciáis licenciados.

b)  Consolidação do relacionamento: Na segunda etapa, a organização licenciadora personaliza a informação e inicia um processo de construção de um relacionamento sólido com a organização licenciada.

c)  Implementação do processo de transferência.

A transferência de uma determinada tecnologia, para uma organização - empresarial ou não - ou mercado, necessita de uma boa infra-estrutura e de uma forte relação entre o fornecedor da tecnologia e o receptor desta. Isto significa dizer que não basta ao fornecedor transferir físicamente a tecnologia. Esta deve vir acompanhada de um suporte capaz de fazer com que o receptor utilize plenamente a tecnologia adquirida. Se o receptor não estiver completamente qualificado para absorver as novas informações e para utilizá-las efetivamente, em suas necessidades específicas, devem-se criar mecanismos para que uma interação face a face seja estabelecida. O sucesso deste processo está intimamente ligado á interação e colaboração entre os setores de pesquisa e desenvolvimento (P&D), de en-genharia e o corpo técnico. Para Meyer (1995), além dos setores citados ácima, a transferência envolve também o setor de marketing.A transferência de tecnologia está fundamentada não só na transferência de know-how técnico - informações de P&D, de engenharia e conhecimento de padróes - mas também no conhecimento processual - acordos, utilização de patentes e licenças, etc.

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A interação na transferência tecnológica deve ser feita face a face, e a comunicação deve ser clara e feita, normalmente, de forma bidirecional. Em algumas situações, a forma é unidirecional. Nesta interação, o fornecedor da tecnologia deve: discernir o uso da tecnologia para as possíveis aplicações; aumentar a percepção de recursos em potêncial e do retorno do investimento desta nova tecnologia; aumentar o número de potenciáis receptores da tecnologia desenvolvida; selecionar a forma e o mecanismo apropriado da transferência da tecnologia; estabelecer e utilizar mecanismos para medir o sucesso da transferência tecnológica.

Uma transferência tecnológica efetiva deve levar em conta algumas dimensóes externas ao processo em si (Mt. Auburn Associates, 1995). Estas dimensóes são:

Novos Sistemas de Gerenáamento: A existência de novos sistemas de gerênciamento - Gestão pela Qualidade Total, Planejamento Estratégico,Técnicas Just-in-time, etc. - faz com que a organização tenha conhecimento das suas necessidades de mercado e tecnológicas. Além disso, ela estará preparada para gerênciar a nova tecnologia adquirida.

Pesquisa de Mercado: A pesquisa de mercado é útil na compreensão do potêncial da tecnologia que se pretende adquirir e na verificação de sua viabilidade comercial.

Intensificando das Habilidades: A utilização plena da nova tecnologia dependerá dos conhecimentos técnicos do fluxo pro-dutivo e das soluções de problemas. A empresa receptora da tecnologia deverá ter um processo sistemático de treinamento e atualização das pessoas envolvidas com esta tecnologia. O aprendizado é uma habilidade fundamental para que a transferência tecnológica ocorra de forma efetiva.

Organização do Trabalho: A escolha e a transferência da tecnologia estão intimamente ligadas á organização do trabalho no "chao de fábrica". Uma estrutura extremamente hierarquizada, onde os funcionarios não possuem autonomia para solucionar os problemas e com uma rotatividade alta, provavelmente,terá dificuldade na implantação e implementação da tecnologia adquirida.

Finanças: O gerênciamento das finanças é crítico, não só para o financiamento da nova tecnologia, mas também para investi-mentos na infra-estrutura necessária.

Cooperando entre firmas: A cooperação entre as empresas pode auxiliar na difusão das novas tecnologias, através do compartil-hamento das experiências na utilização destas. Com isto, o processo de transferência de tecnologia para outras empresas vai se tornando gradualmente mais efetivo.

Segundo Brandbury et al. (apud Mt.Auburn Associates, 1995), a atividade de transferência tecnológica, para ser efetiva, deve levar em consideração a combinação entre a tecnologia, a organizado receptora e os seus respectivos graus de ajuste e desajuste. O autor considera que o desajuste cria uma tensão criativa que estimula o aprendizado e a inovação na aplicação da tecnologia fornecida externamente. Além disso, os contextos tecnológico, social e económico da organização receptora devem ser levados em consideração. A transferência depende muito do conhecimento tácito.A efetiva transferência requer uma boa comunicação pessoal entre o agente de transferência e o staff da organização receptora. O grau de eficiência da transferência é, também, uma função de como a organização receptora considera a tecnologia, em relação a solução de suas necessidades e de como ela se encaixará no contexto da organização. A motivação é outro item a se considerar em uma efetiva transferência de tecnologia, tanto para a organização fornecedora quanto para a receptora.

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Os programas de transferência de tecnologia devem analisar o mercado para o qual a tecnologia será transferida e utilizada. Esta análise deverá abranger:

Informando: A análise da informação deverá observar como o mercado a trata. Isto é, qual a velocidade das mudanças de informações, qual o grau de disponibilidade das informações e como ocorre a difusão das informações ñas empresas que atuam neste mercado.

Custos da Transferência: Os programas deverão analisar quais serão os custos da transferência para as empresas do mercado e se elas terão condições de arcar com tais custos.

Recursos não-Tecnológicos: Os programas de transferência tecnológica devem considerar os recursos que deverão ser desenvolvidos para se ter uma transferência eficiente. Por exemplo:treinamento, reorganização do trabalho, etc.

Estrategias: Para que os programas sejam efetivos, estes devem possuir estrategias para utilização de ferramentas para a transferência da tecnologia.As estrategias devem ser desenvolvidas observando-se as metas e os métodos mais efetivos no uso de tais ferramentas. O objetivo é alcancar o crescimento económico através do desenvolvimento de uma ou uma serie de industrias.

Servicos: Os programas devem identificar os tipos e o grau de extensão dos servicos oferecidos. Isto é, verificar se estão sendo identificadas as necessidades dos setores envolvidos e se as correcóes necessárias estão sendo feitas.

Na transferência de tecnologia entre firmas de países desenvolvidos e em desenvolvimento, deve-se verificar a existência de uma infraestrutura industrial, que fará com que a utilização da tecnologia adquirida seja plena. Os fornecedores de tais tecnologias devem ter atenção ñas condicóes económicas, sociais e culturáis dos compradores. Edsomwam (1989) considera que, para a transferência tecnológica para países em desenvolvimento ser efetiva, estes devem ter a infraestrutura necessária. A construção desta deve passar pelo(a): Treinamento dos agentes de transferência e dos usuarios da tecnologia; Formação de centros de transferência de tecnologia e manutenção desta; Estabelecimento de centros de treinamento para as tecnologias existentes e para as novas; Criação de pro-cedimentos para o estabelecimento das necessidades reais,com o objetivo de modificar, selecionar e justificar a aquisição das novas tecnologias.

Na transferência de tecnologia entre empresas de países industrializados, imagina-se que ambas possuam a infra-estrutura necessária para que o processo ocorra a contento. Porém, ver¡fica-se que quando há transferência de uma empresa de um país industrializado para uma empresa de um país em desenvolvimento, nem sempre o receptor da tecnologia está preparado para assimilação e utilização total da tecnologia.

3. Características Tecnológicas do Setor têxtil Brasileiro

O setor têxtil no Brasil pode ser considerado, ainda, como um segmento em transformação. Por ser um dos setores mais antigos do mundo, sempre foi caracterizado como intensivo em mão-de-obra. Contudo, com o desenvolvimento e uso de sistemas de produção automatizados, esta característica está mudando para intensivo em capital. Esta mudanca só não é mais rápida devido á grande heterogeneidade das empresas que compóem o setor no Brasil (Braga Jr. & Hemais, 2002). Como é de tecnologia tradicional, o setor comporta a presenca de pequeñas, medias e grandes empresas. Esta grande segmentação do setor faz com que haja uma grande diversidade tecnológica entre as empresas. Em uma visão macroeconómica, esta diversificação de tecnologia pode explicar porque países em

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desenvolvimento conseguem competir, normalmente em mercados de artigos mais básicos, com países desenvolvidos. O diferêncial da competição dos países em desenvolvimento são os baixos salarios e, em alguns casos, o subsidio governamental. A estrategia atualmente utilizada pelos países desenvolvidos é o deslocamento de sua produção para países em desenvolvimento.

A inovação tecnológica para o setor é do tipo incorporada. O desenvolvimento tecnológico é feito básicamente pelos fornecedores, levando o setor a ser classificado como "dominado por fornecedores". A pesquisa e desenvolvimento feitos pelas empresas do setor são voltados para o acompanhamento das tendências de mercado e criação de novos artigos téxteis. O desenvolvimento de novos produtos téxteis é feito em conjunto com os fornecedores de tecnologia.

Devido a competitividade do cenário atual, as empresas do setor buscam a tecnologia com o intuito de produzir e entregar artigos diferenciados e cada vez mais complexos, em um menor tempo possível. Com isto, nota-se que o setor esta deixando de ser intensivo em mão-de-obra para se transformar em intensivo em capital.

Históricamente o setor têxtil nacional sempre teve seu desenvolvimento vinculado as políticas governamentais. Atos como aumento de tarifas de importação, aberturas abruptas de mercado, protecionismo de mercado e incentivos as exportações sempre influenciaram os rumos do desenvolvimento do setor. As empresas nacionais sempre se caracterizaram por uma estrutura familiar e fechada (CETIQT, 2007).

Devido a grande heterogeneidade do setor, existe uma grande variação de idade e de tecnologia ñas máquinas e equipamen-tos utilizados. Apenas as grandes empresas estão capacitadas para investimentos em tecnologias de última geração. Quando essas empresas adquirem novas maquinarias, encontram, ñas medias e pequeñas empresas, potenciáis compradores. Isto faz com que a idade media das máquinas e equipamentos seja elevada.

Até o inicio dos anos 90, o setor têxtil nacional trabalhava com um cenário de pouca ou nenhuma competição externa, visto que o Brasil possuía um mercado protegido contra produtos téxteis importados. Por outro lado, o setor era impedido de obter tecnologia importada devido as altas taxas de importação e ás constantes desvalorizares da moeda. Este cenário de protecionismo fez com que as empresas não investissem o suficiente na modernização de seus parques industriáis e na capacitação de sua mão-de-obra.As empresas se tornaram obsoletas tecnológicamente, sem a possibilidade de competir no mercado internacional. O fator inflacionario também contribuiu para a falta de investimentos em novas tecnologias.

As mudanças tecnológicas são motivadas, básicamente, devido as pressóes do ambiente externo. A busca de beneficios económicos, com agregação de valor e redução dos custos, é a tónica para as inovações ocorridas no setor.

Na busca pela modernização, as empresas ¡rao se deparar com inovações tecnológicas incorporadas em máquinas, produtos químicos e fibras téxteis. O desenvolvimento de máquinas dependerá do sub-setor de atuação. Nos sub-setores de Fiação e Tecelagem,as inovações tecnológicas estão ligadas ao aumento de velocidade e, conseqüentemente, de produção, e ao desenvolvimento de sistemas automatizados de transporte entre as varias etapas do processo produtivo. No sub-setor de Acabamento, as novas tecnologias buscam uma melhora de produtividade, racionalizando a utilização de produtos químicos, agua e energía, assim como a qualidade do artigo beneficiado.

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O desenvolvimento de produtos químicos de alta qualidade, que busquem atender ás necessidades de otimização de processos right-first-time, bem como fornecer ao artigo têxtil características especiáis que atendam ás exigências de mercado, tem criado uma grande pressão sobre os principáis produtores de produtos químicos.As considerações ambientáis e de saúde também são levadas em consideração.

A criação de novos produtos téxteis está intimamente ligada ao desenvolvimento de novas fibras. Estas buscam atender a uma demanda de mercado que necessita cada vez mais de fibras de melhor uso, que atendam a determinadas funções especiáis e que agreguem valor ao produto.

O potencial uso da biotecnologia e o desenvolvimento de sistemas de controle, juntamente com o de máquinas e produtos químicos, estão fazendo com que os processos se tornem mais rápidos, menos agressivos ao meio-ambiente e mais eficientes, no que se refere á qualidade do artigo produzido.

4. O Processo de Transferência Tecnológica no Setor têxtil Brasileiro

O processo de compra da tecnologia está sendo, cada vez mais, descentralizado. Em empresas de grande e medio porte, ela é feita por um colegiado composto por representantes da alta direção, supervisão e departamento de criação. Observa-se que as empresas do setor não possuem uma estrategia tecnológica formal, optando pela troca da tecnologia de forma reativa e pontual. A explicação deste fato pode estar baseada no histórico de proteção á industria e na crise instalada no setor durante a década de 90.

O processo de transferência da tecnologia é comandado pelos fornecedores, na forma de venda e posterior assisténcia técnica. Eles são os responsáveis pela difusão e implantação da nova tecnologia, através do treinamento das pessoas envolvidas na utilização da tecnologia adquirida. Devido a esta estreita ligação, o relacionamento entre empresas téxteis e fornecedores de tecnologia é de parceria. Este fenómeno é mais intenso entre fornecedores de produtos químicos. O grande número de concurrentes, a dinâmica de substituição dos produtos e a velocidade das inovações são fatores que explicam este relacionamento mais forte.

Mesmo não existindo um processo comum de transferência tecnológica, devido principalmente á diversidade tecnológica e estrutural das empresas que compóem o setor, pode-se caracterizar um processo genérico de transferência tecnológica para o setor, através dos seguintes passos: a) Busca de novas tecnologias que visem atender a uma necessidade de mercado, lancar um novo produto ou otimizar processos. b) Verificação da efetividade da nova tecnologia, através de visitas a outras empresas que já possuam tal tecnologia. c) Compra da nova tecnologia na forma de maquinaria, produtos químicos ou novas fibras, d) Difusão da nova tecnologia, através de treinamentos, normalmente iniciados pelo fornecedor e mantidos pela empresa, e) Assisténcia técnica do fornecedor da tecnologia até que a nova tecnologia já esteja sendo usada de forma plena. O tipo de assisténcia dependerá da tecnologia adquirida. A tabela 1 exemplifica as possíveis formas de assisténcia técnica em relação aos tipos de tecnologia adquirida.

Nova Tecnologia Tipo de Assisténcia Técnica

Produtos Químicos Tecnologia da aplicação Adequação da maquinaria Treinamento

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Acompanhamento do processo produtivo Atuação para possíveis correções

Maquinaría

Construção da máquina Start -up da máquina Treinamento Acompanhamento do processo produtivo Atuação para possíveis correções

Fibras

Tecnologia da aplicação Adequação da maquinaria Treinamento Acompanhamento do processo produtivo Atuação para possíveis correções

Tabela I - Relação entre o tipo de assisténcia técnica e o tipo de tecnologia adquirida

A estrategia dos fornecedores pode ser classificada como de engenharia aplicada (Lowe, 1995), caracterizado pela identificação de soluções tecnológicas para problemas específicos de clientes.

O processo de transferência para o setor é do tipo spin-on techonology (NTTC, 1999) e sua forma de aplicação é passiva, isto é, o receptor da tecnologia pesquisa a tecnologia adequada através do contato com as empresas que desenvolveram a tecnologia. Por se tratar de uma tecnologia tradicional, comprovou-se a teoría que afirma ser o grau de dependência das empresas deste tipo de industria, em relação ao fornecedor, alto, sendo mais acentuado nos casos onde a infraestrutura é mais deficiente.Além disso, os fornecedores estão bem estabelecidos no mercado e tém estrutura para acompanhamento das necessidades do setor.

Outra classificação válida para o setor é aquela, onde uma das formas de transferência se dá através da utilização de tecnologias disponíveis comercialmente (Mt. Auburn Associates, 1995). O uso de informações técnicas é oriundo de fontes externas (fornecedores) com o objetivo de solucionar problemas específicos utilizando os paradigmas tecnológicos existentes. A difusão e a absorção da tecnologia ocorrem por assisténcia técnica. O processo de aprendizagem é feito pelo processo de learning by doing (aprendizagem pelo uso).

A efetivação do processo de transferência tecnológica confirma alguns itens de análise de Edsomwam (1989), que são:

Treinamento dos agentes de transferência e dos usuarios: O responsável por este processo é o fornecedor da tecnologia. O treinamento dos agentes de transferência é importante, principalmente quando o fornecedor é estrangeiro.

Existência de centros de treinamento para as tecnologias existentes e para as novas: O setor têxtil nacional possui centros de tecnologia, por exemplo, o SENAI/CETIQT, que tém como finalidade a preparação de profissionais que tenham o conhecimento das principáis tecnologias estabelecidas e das possíveis tendências tecnológicas.

Criação de procedimentos:As empresas pesquisadas não possuem procedimentos formáis de estrategia tecnológica e transferência tecnológica, com o objetivo de se observarem as reais necessidades do mercado, com o objetivo de modificar, selecionar e justificar a aquisição das novas tecnologias.

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Em relação aos fatores externos que poderiam afetar o processo de transferência tecnológica, observa-se que, no caso do setor têxtil, muitos pontos não são levados em considerado. são eles:

Novos sistemas de gerenáamento: As empresas pesquisadas não possuem, de forma sistematizada, sistemas gerenciais mais modernos, como, por exemplo, gestão pela qualidade total, processos formáis de planejamento estratégico etc. Isto as torna mais despreparadas para uma análise mais confiável das necessidades de mercado e para o gerenciamento de novas tecnologias.

Pesquisa de mercodo:Apesar da maioria das empresas possuírem um processo formal de pesquisa de mercado, nem sempre con-segue exprimir com eficiência as novas mudanças. Existem casos nos quais a aquisição de uma nova tecnologia foi comprometida por uma ineficiente pesquisa sobre as tendências de mercado.

Intensificando das habilidades: Foi constatado que a capacitação da mão-de-obra é um dos fatores críticos para o insucesso do processo de transferência tecnológica dentro do setor. O baixo nivel de escolaridade no chão-de-fábrica e a falta de um processo de treinamento sistemático por parte das empresas estudadas fazem com que a absorção e a utilização de uma nova tecnologia fiquem comprometidas. Contudo, observa-se um es-forco por parte destas empresas em pelo menos melhorar o nivel de escolaridade dos novos funcionarios. Pode-se dizer que as empresas do setor estão em uma fase de transição.

Organizando do Trabalho: As empresas do setor têxtil possuem, por sua tradição familiar, uma estrutura hierarquizada.A autonomía para soluções de problemas é bastante reduzida, pos-suindo um turn-over bastante elevado. Isto faz com que a ¡mplantação da tecnologia adquirida seja mais demorada. De acordó com a pesquisa,as empresas estão tentando intensificar o fluxo de informações tanto de cima para baixo, quanto de baixo para cima, mas são extremamente tradicionais na forma de passar tais informações. Este aumento pode fazer com que a compreensão da aquisição da nova tecnologia se torne mais clara, evitando problemas de absorção da nova tecnologia pelo não entendimento de sua finalidade. Em relação ao processo de coleta de sugestóes, a maioria das empresas não possui um sistema formal, aumentando as possibilidades de que importantes informações sobre as novas ou estabelecidas tecnologias não sejam verificadas.

Finanças: Devido a crise sofrida durante a década de 90, o setor se encontra em fase de recuperação financeira. Isto pode explicar a dificuldade e a demora para aquisição de novas tecnologias. Contudo, as empresas estudadas tém buscado aumentara competitividade,através da aquisição de novas tecnologias e infra-estrutura necessárias, ou com recursos próprios ou buscando financiamentos governamentais.

Cooperando entre firmas: Durante o processo de transferência tecnológica a cooperação entre firmas é comum na fase de pesquisa da utilidade industrial da nova tecnologia. Durante esta fase, a empresa receptora da nova tecnologia visita outras empresas, mesmo concurrentes, para verificar in loco o funcionamento da tecnologia.

5. Considerares Fináis

Toda a aquisição de uma nova tecnologia deve ser precedida de uma preparação técnico-organizacional por parte da empresa receptora. Em um setor que está em fase de transformação - de intensivo em mão-de-obra para intensivo em capital - esta preparação é fundamental para a plena utilização da tecnologia adquirida.Além do fenómeno ácima citado, o setor nacional possui a característica de tem passado por períodos turbulentos, que alavancaram o processo de compra de novas

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tecnologias.A busca muito rápida de novas tecnologias que objetivam aumentar a produtividade, agregar valor aos produtos fináis e, conseqüentemente, a competitividade nem sempre levam em consideração a necessidade de um planejamento previo para a aquisição da nova tecnologia. Como resultado, tem-se a sub-utilização desta.

Este fenómeno foi constatado através de casos que detalham as dificuldades do processo de transferência tecnológicaI. Os estudos mostram que as empresas tiveram problemas com a transferência tecnológica, principalmente durante a crise das importações chinesas na década de 90, por falta de uma infra-estrutura para utilização da tecnologia adquirida.As áreas que compóem esta infraestrutura são: capacitação da mão-de-obra, planejamento da produção e comercialização, sistemas organizacionais e equipamentos de suporte. Dos itens listados ácima, observou-se que a capacitação da mão-de-obra é o fator que mais influência tem no sucesso da transferência tecnológica.

Para os fornecedores de tecnologia, um eficiente processo de transferência tecnológica está baseado em um relacionamento de parceria, baseado na confiabilidade técnica e funcional da nova tecnologia comercializada. Neste processo, fornecedores e empresas téxteis devem trabalhar juntos, buscando oferecer ao mercado artigos que atendam aos diversos níveis de exigência dos clientes fináis. Contudo, para que este processo ocorra de forma plena, as empresas devem se preparar para receber as novas tecnologias. Itens como capacitação de mão-de-obra, planejamento da infra-estrutura necessária para recebimento da tecnologia e manutenção de um sistema formal de captação das necessidades de mercado são fundamentáis para uma eficiente transferência.

Devido a já comentada heterogeneidade estrutural e tecnológica das empresas téxteis, uma considerável parcela da mão-de-obra empregada é caracterizada pelo baixo grau de es-colaridade e pela falta, ñas empresas, de investimentos em treinamentos continuos. Uma boa parcela dos trabalhadores de "chao de fábrica" recebe apenas o treinamento dado pelo fornecedor, ficando limitado á operação técnica de uma determinada tecnologia. Poucas são as empresas que possuem mecanismos para explorar o conhecimento "tácito" das pessoas envolvidas com a nova tecnologia. O processo de polivalência ainda é pouco incentivado, limitando a ação dos funcionarios na compreensão das tecnologias que compóem o fluxo produtivo. Estes fatores somados dificultam o processo de absorção de novas tecnologias. Como conseqüéncia, a tecnologia adquirida não consegue atender ás expectativas de aumento de competitividade. Principalmente nesta fase de expansão da produção e de grandes investimentos na modernização do parque industrial, as empresas deveriam se preocupar com a capacitação de sua mão-de-obra.

A simples compra de uma nova tecnologia não significa o aumento automático da competitividade, sendo que o apren-dizado é uma habilidade fundamental para que a transferência tecnológica ocorra de forma efetiva. Apesar de existir um movi-mento para a melhoria da capacitação da mão-de-obra, a falta de um processo formal e continuado de treinamento, por parte das empresas, indica a baixa preocupação com a capacitação da mão-de-obra para aumento da competitividade.

Além da pouca preocupação com a capacitação da mão-de-obra, verifica-se que a maioria das empresas téxteis possui baixos índices de inovações gerenciais e organizacionais. Isto é observado pela quase ausência de sistemas de gestão da qual-idade; na difícil integração entre as áreas de planejamento e produção; e na falta de mecanismos para formalizar e reter o conhecimento adquirido.A falta destes processos ocasiona uma maior lentidão no processo de transferência tecnológica.

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Neste cenário, os centros de ensino industrial tém um relevante papel na preparação de uma mão-de-obra apta para não só absorver novas tecnologias, mas também gerenciar o processo de transferência, fazendo com que este seja pleno e não ocorra a sub-utilização ou não utilização da tecnologia adquirida. Cabe ás empresas criar mecanismos de aprendizagem continua, manten

ASSIMILAÇÃO PELA TECNOLOGIA

Por Ana FranchonNúmero 43

Nas últimas décadas, o modelo de gestão organizacional sofreu alterações, desenvolvendo mecanismos para adaptação às rápidas e numerosas transformações econômicas e tecnológicas pelas quais o mundo tem passado. A organização, enquanto sistema aberto, passou a ser fortemente influenciada por quatro novos paradigmas: nova tecnologia, nova ordem geopolítica, novo ambiente empresarial e nova empresa (Kunsch, 2003, p. 58).

Entre os paradigmas citados, a questão das novas tecnologias abarca o desenvolvimento de novas metas para a tecnologia de informação (IT) e uma computação em rede, aberta e centrada no usuário. Na área de comunicação organizacional, a preocupação não poderia ser diferente: é crescente o esforço para a utilização adequada e integrada dessas novas tecnologias ao plano de comunicação, destacando-se o uso da tecnologia para melhorar o relacionamento entre a organização e seus públicos.

Durante dois anos e meio, desenvolvi trabalhos na área de assessoria de comunicação para empresas de tecnologia (Palm, Pioneer, Seagate e Polycom). Na maior parte do tempo, atendi diretamente a Palm do Brasil (hoje, PalmOne), empresa multinacional com sede nos Estados Unidos que manufatura e comercializa computadores de mão. Apresentando um produto que oferece o que existe de mais recente em tecnologia, um problema trazido pelo cliente foi: “Não estamos conseguindo “vender” para as mulheres. Será que as mulheres são avessas à tecnologia?”.

A pergunta permaneceu solta até meu ingresso como aluna ouvinte na disciplina “Ética e Comunicação Institucional”, que faz parte do programa de pós-graduação da ECA/USP. No início da disciplina, foi abordada a questão histórica das relações de gênero, com a leitura do livro “A Dominação Masculina”, de Pierre Bourdieu. Segundo o autor, a divisão social do trabalho estabelecia que a manipulação de objetos técnicos e máquinas, símbolo de poder, caberia ao homem: “Entre os cabilas, como em nossa própria tradição, os órgãos sexuais masculinos são, pelo menos nas designações eufemísticas, comparados a instrumentos (“aparelho”, “máquina” etc.), o que talvez se deva relacionar com o fato de que, até hoje, a manipulação dos objetos técnicos caiba sistematicamente aos homens.” (Bourdieu, 1930, p. 23)

Porém, como já mencionado anteriormente, a sociedade está passando por transformações muito rápidas. O poder masculino não é mais absoluto e incontestável, já que as mulheres da “sociedade pós-moderna” estão invadindo o mercado de trabalho e, cada vez mais, ocupando cargos elevados nas organizações, que exigem o conhecimento e domínio na utilização das mais recentes tecnologias.

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Dentro deste cenário de mudanças, a área de comunicação das empresas modernas ganhou destaque, ocupando uma posição estratégica, já que possui o poder da informação. As mulheres, que até então exerciam um papel secundário na sociedade, estão cada vez mais presentes também nos departamentos de comunicação e, nesta condição, acabam como detentoras de dois tipos de poder: o poder da informação e o poder conferido pelo uso da tecnologia para difundir a informação.

A questão é que as transformações sociais ocorridas, em especial nas últimas décadas do século XX, foram responsáveis por uma grande mudança do cenário do mundo do trabalho no século XXI. Porém, a sociedade ainda está precariamente preparada para lidar com esta nova situação e existem poucos estudos que tratam da relação da mulher com este novo instrumento de poder, a tecnologia.

Diante de tudo isso, torna-se imprescindível o estudo da relação da mulher que trabalha na área de comunicação com as novas tecnologias disponíveis, para entender um novo papel da mulher na sociedade: o de detentora do poder da informação e do poder conferido à ela pelo domínio da tecnologia.

Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, em 1999 a participação das mulheres brasileiras no mercado de trabalho representava 40% da População Economicamente Ativa do país e, conseqüentemente, também houve um aumento no número de mulheres que ocupam cargos de liderança nas empresas modernas.

O caráter estratégico da área de comunicação de qualquer empresa moderna supõe um maior uso de tecnologia dentro deste departamento. Atualmente, o domínio e conhecimento de instrumentos de tecnologia é um forte indício de poder dentro das organizações e pretende-se estudar a forma como a mulher está entrando neste universo.

Desenvolver um estudo sobre a temática Mulher, Informação e Tecnologia não é tarefa das mais fáceis, em razão da frugal literatura sobre o assunto. Encontra-se uma vasta obra bibliográfica relativa às questões de gênero, contrapondo a situação feminina à masculina, mas são poucos os trabalhos relacionados à mulher no campo da comunicação e tecnologia, a razão desse artigo.

Durante uma pesquisa exploratória inicial, realizada para a monografia de conclusão do curso de especialização latu-senso em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas, foi verificada a literatura disponível, buscando-se fontes junto às bibliotecas e à Internet. O material mais significativo encontrou-se em artigos recentes publicados na Internet.

Para entender o contexto social, cultural e econômico em que se insere a mulher na era tecnológica, torna-se importante registrar o desenvolvimento das sociedades, que se acelerou na segunda metade do século XX. O período da existência do homem sobre a Terra abrange quase dois milhões de anos. As culturas de coleta e partilha constituíram o mais longo núcleo dessa existência. As culturas de caça não têm mais que quinhentos mil anos e as horticulturas, uns cinqüenta mil. A história que começa com o patriarcado e as sociedades agrárias tem aproximadamente dez mil anos, e a industrialização, apenas duzentos.

Durante a Pré-História, a divisão social do trabalho já acontecia: “o homem saía para caçar e a mulher, impossibilitada de locomover-se devido às maternidades freqüentes, usava o tempo livre para a colheita de frutas” (De Masi, 2000, p.29). Nesta fase, descobre-se que o macho participa no nascimento dos filhos e é diante de tudo isso que o sistema social passa a ser o patriarcado, sistema social de divisão de papéis, em que cabe aos homens o papel social de trabalhar para sustentar financeiramente a casa. Como detentor do poder financeiro, o homem

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também passa a exercer automaticamente o papel de chefe da família, responsável pela tomada das decisões familiares. A mulher, na sociedade patriarcal, atua como coadjuvante, sendo responsável pelas atividades secundárias que oferecerão o suporte necessário para o sucesso do chefe da casa.

Para Pierre Bourdieu, a diferença anatômica entre homens e mulheres influencia a justificativa da divisão social do trabalho: aos homens são atribuídas qualidades como força1, razão e atividade, enquanto que as mulheres são vistas como frágeis, sensíveis e passivas/submissas. Ao mesmo tempo que essa diferença anatômica é utilizada para explicar a divisão social do trabalho, é a própria visão social que determina essas diferenças anatômicas, ou seja, trata-se de uma relação circular.

Nos anos 80, verificou-se uma mudança de atitude das jovens em relação à escola: elas começam a se colocar não mais como sujeitos submissos à socialização, mas como sujeitos de sua própria ação. Esse fato gerou a necessidade de elaboração de um outro tipo de saber, construído a partir da perspectiva feminina. Ou seja, é cada vez mais necessária a proposição de uma pedagogia mais igualitária, na qual o acesso às atividades tecno-científicas pressuponha a adoção de medidas corretivas.

O século XX, em geral, foi um século marcado por uma série de mudanças em todos os campos (social, tecnológico, político, econômico) e que aconteceram em uma velocidade muito grande. Com relação ao patriarcado e à dominação masculina implícita, o marco para o início da mudança no Brasil foi, sem dúvida, a conquista ao direito de voto em 1934 e, posteriormente, a possibilidade da candidatura de mulheres a cargos políticos. Esta conquista feminina teve papel importante mais tarde, na década de 60, quando se iniciou o movimento feminista.

Esse movimento é o marco da entrada da mulher na História do mundo; aos poucos, a mulher está deixando de ser coadjuvante para ser personagem principal. O fato da mudança ter início com sua inserção na área política, área marcada pelo poder que até então era negado a mulher, carregou o movimento feminista de ideologia política.

O apelo econômico para a inserção das mulheres no mercado de trabalho já vinha sendo utilizado desde a Segunda Guerra Mundial, quando a força do trabalho feminino sustentou a economia de diversos países, já que os homens haviam partido para a guerra.

Para uma competição mais justa com os homens no mercado de trabalho, as mulheres começaram a freqüentar cada vez mais escolas e universidades e, segundo Scott (1992, p. 68-69), eram estimuladas para tanto: “Durante os anos 60, também as faculdades, as escolas de graduação e as fundações começaram a estimular as mulheres a obterem PhDs, oferecendo bolsas de estudo e um considerável apoio financeiro.” A realidade é que estava claro para o movimento feminista que o nível de escolaridade das mulheres acabaria influenciando a queda do argumento de que elas não serviam para trabalhos intelectualizados por não estarem preparadas.

Profissões como a de historiador, por exemplo, exigia apenas que seus profissionais tivessem o domínio do conhecimento. Por isso, o que as mulheres historiadoras alegavam era que elas não poderiam ser segregacionadas porque tinham esse domínio e, diante disso, queriam o seu reconhecimento como profissionais.

Nos anos 70, houve um distanciamento do movimento feminista da política. A idéia era que o movimento partisse para a ação, não ficando apenas com ideologias no papel. Agora, as feministas exigiam igualdade com reivindicações claras: a diminuição das diferenças salariais entre homens e mulheres e o fim da discriminação nos contratos, títulos e promoções.

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Nos anos 80 houve a introdução do termo gênero para os estudos relacionados à divisão de papéis sociais. O termo começou a ganhar terreno como uma tentativa das feministas em buscar uma definição diferente das teorias existentes, menos ideológica, para explicar as desigualdades entre homens e mulheres.

Alguns estudiosos consideram que as numerosas transformações que estão ocorrendo nos últimos anos e sua velocidade vertiginosa caracterizam um novo período histórico, que foi denominado “pós-modernidade”. Nessa nova era, novas formas de socialização se convertem pela velocidade, em bits de passagem, em novos hábitos de ser e de se relacionar, numa verdadeira dança de encontros virtuais. Territórios são criados e ao mesmo tempo desfeitos, extrapolando fronteiras, via trajetórias on-line. E fica o que fica, num jeito único de se compreender um novo mundo que ainda está por nascer.

A “pós-modernidade”, devido às suas características, acaba favorecendo o modo de pensar feminino, já que valoriza a estética em lugar da racionalidade modernista. “A experiência do tempo e do espaço se transformou, a confiança na associação entre juízos científicos e morais ruiu, a estética triunfou sobre a ética como foco primário de preocupação intelectual e social, as imagens dominaram as narrativas[...]” (Harvey, 1993, p. 293).

Ainda mais, a “pós-modernidade” e a globalização são movimentos que favorecem a intensificação da comunicação e uma maior circulação de informações. “Chega-se assim a definir a intensificação dos fenômenos comunicativos, a acentuação da circulação das informações não somente como um aspecto a mais da modernização, senão como o próprio centro e o sentido mesmo deste processo” (Lopes, 2003, p. 55).

No Brasil, em especial, o desenvolvimento da comunicação foi favorecido pelo fim da ditadura e democratização em todos os níveis, inclusive da informação. Porém, os novos Meios de Comunicação de Massa tanto abriram novos canais de informação como não conseguiram, ainda, acompanhar a intensa velocidade da metamorfose da sociedade, provocada pela inserção das modernas tecnologias. Assim, “[...] os Meios agem como aguçadores de tensões sociais: ao serem submetidos às pressões do aumento das necessidades de consumo (material e imaterial, potencial e efetivo) que não se satisfazem pela insuficiente oferta de oportunidades de vida[...]”(Lopes, 2001, p. 22).

Hoje a questão não é mais sobre a busca das mulheres pela igualdade, mas sobre a conquista de um espaço feminino na sociedade, independente do espaço dos homens. Segundo um estudo feito pelo Ibope Solution sobre a mulher do novo século (apresentado no evento Maximídia 2004), “ [...] as mulheres são diferentes entre si e querem ser tratadas assim. Há mais espaço para tecnologia e modernidade em suas vidas e elas participam ativamente da decisão de compra em artigos antes dominados pelos homens, como imóveis. Além disso, assumiram diferentes papéis nas últimas décadas, como a da efetiva atuação profissional e busca de realização pessoal. O desafio hoje é como conciliar suas novas funções na sociedade”.

A chamada dupla jornada de trabalho, que é a conjugação das atividades domésticas (cuidados com a casa e a família) com as atividades profissionais (entrada da mulher no mercado de trabalho), hoje passou a ser tripla. A conscientização de sua posição desfavorável na competição pelo mercado de trabalho leva cada vez mais mulheres às escolas e universidades, a procura de uma formação intelectual mais justa.

No mercado de trabalho, a maioria das mulheres acaba se concentrando nas áreas de pesquisa ou gerenciamento enquanto que as áreas mais técnicas ainda são de

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responsabilidade masculina, de acordo com a tendência apontada anteriormente por Bourdieu.

Segundo estudos da Fundação Americana de Mulheres de Negócios, acredita-se que existam, hoje, 9,2 milhões delas exercendo cargos de liderança em organizações de informática no mundo todo. Mesmo assim, por incrível que pareça, ainda existe o preconceito de que as mulheres que ocupam altos cargos têm que pagar com um menor sucesso na ordem doméstica e vice-versa.

No universo da tecnologia, é raro encontrar profissionais com mais de vinte anos de experiência. Por isso, na hora de competir no mercado de trabalho ligado à tecnologia, a cargos de alta envergadura, a mulher não encontra um concorrente do sexo oposto com o dobro de sua experiência e acaba competindo, relativamente, nas mesmas condições. Ou seja, a hipótese levantada pelo cliente Palm no início deste artigo, de que as mulheres são avessas à tecnologia, encontra, nestes dados, um ponto que a refuta.

Outro ponto que contradiz essa hipótese é que, de acordo com as pesquisas da diretora da Unidade de Pesquisa sobre Cultura Cibernética da Universidade de Warnick, Estados Unidos, Sadie Plant (apud Araújo, Sanches e Lopes, 1999), toda a maquinaria que compõe o computador sempre foi operada por mulheres. Para a pesquisadora, os homens têm organizado claramente a atividade tecnológica, mas, agora, com a mudança cultural que está ocorrendo, o papel por eles assumido está diminuindo. Na sua concepção, ser o organizador não é, atualmente, o fator mais importante.

A inserção da mulher no mercado de trabalho do homem acontece exatamente na conturbada era “pós-moderna”, marcada por uma característica bastante peculiar, a Revolução Tecnológica Informacional. Esta Revolução “[...] está reconfigurando o conjunto das sociedades humanas em todos os seus aspectos, implodindo barreiras de Tempo e Espaço, colocando a Informação como elemento central de articulação das atividades humanas” (Lemos e Palacios, 2001, p. 5).

Graças à introdução de modernas invenções tecnológicas, hoje, pode-se ter acesso a notícias de qualquer parte do mundo, instantaneamente, conhecer cidades, museus, fazer negócios com alguém que esteja em outro país, enfim, o universo de informações disponíveis foi rapidamente ampliado.

O crescimento do uso da tecnologia chega a ser exponencial. No Brasil, por exemplo, o Ibope vem apontando um aumento no número de horas mensais de uso da Internet. Enquanto em setembro de 2004 esse número era de 13h55, em outubro, do mesmo ano, ultrapassou a marca das 14h10, com 11,6 milhões de internautas domiciliares. É importante destacar que, apesar de esse número parecer pouco significante, dentre os países monitorados pela Nielsen/NetRatings, somente o Japão apresentou maior intensidade no uso domiciliar da rede: 15h27.

Outra tendência que acontece com o desenvolvimento tecnológico é a personalização dos meios de comunicação de massa. “Uma teoria amplamente difundida afirma que a individualização é a extrapolação do narrowcasting – parte-se de um grupo grande para um grupo pequeno; depois, para um grupo menor ainda; por fim, chega-se ao indivíduo” (Negroponte, 1995, p. 158). Por sua vez, a personalização dos meios de comunicação estimula a comunicação de mão-dupla, a troca de informações em veículos cada vez mais interativos.

As distâncias foram reduzidas e a informação, agora, é instantânea. A socialização do indivíduo acontece em comunidades e bairros digitais. A informação está sendo digitalizada, deixando de ser física para transformar-se em bits. No mundo digital, o meio não é mais a mensagem, é apenas uma das formas que ela assume, variando

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de acordo com a tecnologia empregada para sua disseminação: “[...] uma mensagem pode apresentar vários formatos derivando automaticamente dos mesmos dados” (Negroponte, 1995, p. 73).

A secretária eletrônica ou o uso do correio de voz apresentam outra característica da Revolução Tecnológica Informacional, que é a possibilidade de assincronia. “A vantagem que ambos [a secretária eletrônica e o correio de voz] oferecem tem menos a ver com a vez e mais com a possibilidade de processar tais mensagens off-line e a qualquer momento. Em vez de se envolver uma pessoa sem necessidade numa conversa online, deixa-se uma mensagem” (Negroponte, 1995, p. 161).

A previsão de muitos especialistas em tecnologia é a de que, no futuro, todos os meios de comunicação assumirão a característica de assincronia, quando não houver a necessidade de transmissão de informações em tempo real. Assim, a televisão e o rádio, por exemplo, poderão ter alguns filtros que selecionarão a programação e ordenarão as informações de acordo com o gosto particular de cada um. “À medida que as transmissões televisivas forem se tornando digitais, os bits não apenas poderão ser deslocados no tempo com facilidade, como também não precisarão ser recebidos na mesma ordem ou à mesma velocidade segundo a qual serão consumidos” (Negroponte, 1995, p.162).

As mudanças que aconteceram com a Revolução Tecnológica Informacional foram tantas e tão grandes que em poucos anos nos deparamos com novidades como as cidades digitais ou cibercidades (digitalização das características e serviços de cidades reais), ou a necessidade de novas legislações para regulamentar um novo tipo de comércio totalmente online ou, ainda, a aproximação de pessoas de todas as partes do mundo que compartilham os mesmos interesses.

Obviamente que todas as mudanças afetaram, de uma maneira singular, a comunicação. Em poucos anos, pode-se citar as seguintes transformações:- foram criados os jornais online, com linguagem e posicionamento no tempo e no espaço completamente distintos de tudo o que vinha sendo feito;- a Intranet surgiu como uma rede interna de informações específicas para o público interno; - os diários pessoais passaram a ser públicos, sendo veiculados em sites pessoais no formato de Blogs e Fotoblogs;- pessoas que não se encontram há anos estão formando comunidades no Orkut;- reuniões entre cidades de várias partes do mundo acontecem graças a aparelhos de videoconferência, que transmitem som e imagem em tempo real;

E tudo isso, provavelmente, daqui há alguns anos, quando alguém tiver a curiosidade de ler este estudo, estará completamente obsoleto.

O problema, agora, parece não ser mais a escassez de informações que caracterizou a sociedade durante tanto tempo, mas aprender a selecionar o que é mais importante para cada um.

Do outro lado, o lado do emissor das informações, é preciso que haja um esforço para diferenciar as mensagens emitidas, para que as mesmas consigam atingir o receptor. Mais do que isso, é preciso o domínio das ferramentas tecnológicas, acompanhar esta Revolução, para que não se perca tempo com ações de comunicação que não levam à lugar nenhum.

Pode-se dizer que hoje em dia existe um certo modismo na utilização dos modernos recursos digitais para a comunicação, o que acaba levando algumas organizações a utilizá-los de maneira indiscriminada e sem critérios. Os problemas de inadequação no uso de meios digitais ocorrem, principalmente, porque a comunicação digital

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deve estar integrada à um plano estratégico de comunicação, considerando sua ligação com os demais instrumentos da comunicação institucional e mercadológica.

No caso das organizações, meios como a Internet (sites institucionais), Intranet e o e-mail marketing devem ser estudados e bem conhecidos pelos comunicadores, a fim de que, sabendo suas funções e especificidades, sejam devidamente utilizados. A Internet, por exemplo, é um meio de rápida exposição, já que em geral o usuário fica pouco tempo navegando no mesmo site, além de ser um meio que está sempre em movimento. Mesmo na comunicação digital como um todo, o fator humano é indispensável, já que são ferramentas que pressupõem a interatividade, combinando elementos como a imagem, o som e a escrita.

Outras características importantes dos meios digitais são a linguagem não-linear (hipermídia), flexibilidade, rapidez, convergência e a criação de comunidades virtuais. Quando comparados com os outros meios de comunicação, enquanto a comunicação de massa preza pela homogeneização e uniformização da informação, é necessário aprender a usar a comunicação digital de forma dirigida para criar um diferencial (a Internet não é mídia de massa) – a quantidade de informações que se recebe é muito grande e, por isso, muito acaba sendo perdido. O conhecimento sobre o público receptor é outro aspecto importante: as ferramentas devem sempre ser testadas antes de serem divulgadas e são importantes as pesquisas contínuas de mercado e de opinião, além do uso de software de auditoria para monitoramento. O conteúdo tem que estar de acordo com a cultura organizacional e suas ações, mostrando-se relevante para o público, além de respeitar as políticas de privacidade e estimular o feedback (participação, interação).

Enfim, os comunicadores, de uma maneira geral, devem estar atentos às inovações tecnológicas e procurar utilizá-las apropriadamente, de forma integrada com os outros instrumentos existentes, alinhada à cultura organizacional e ao plano estratégico elaborado.

Uma nova forma de comunicação que vem conquistando cada vez mais espaço entre as mulheres é a Internet. Enquanto “[...] meio de comunicação, de interação e de organização social[...]” (Castells, 2003, p. 255), a Internet favorece a transformação da sociedade para uma sociedade em rede. Ainda segundo Castells (2003, p. 273), “[...] a Internet é um instrumento que desenvolve, mas que não muda os comportamentos; ao contrário, os comportamentos apropriam-se da Internet, amplificam-se e potencializam-se a partir do que são”.

Segundo o artigo “Flores Tecnológicas”, de Rosa Alegria, “[...] quando falamos das novas funções de comunicação na Internet, falamos dos padrões femininos de se comunicar. Comunicar-se para as mulheres é essencialmente criar relacionamentos. É aqui que reside o poder da Internet: na representação da mulher em sua atitude não linear, funcional, orgânica, totalmente fluida como a Internet.”

A questão da globalização e esses novos meios de comunicação deixam as diferenças sociais mais evidentes devido, principalmente, à enorme quantidade de informação disponível e alto custo para acesso. Por outro lado, a comunicação, na era da globalização, favorece o reconhecimento das diferenças e a abertura para o cultura do outro. Os jovens, por exemplo, que vivem nas grandes cidades e têm acesso à tecnologia estão cada dia mais “conectados” com esta recente cultura tecnológica e têm cada vez mais facilidade para lidar com a tecnologia e a Internet.

Para a mulher, a prioridade em utilizar os serviços tecnológicos como uma ferramenta de trabalho explica-se pelo fato de, nos EUA , ela ser a responsável pelo controle da economia doméstica em 70% dos lares. Por essa razão estaria mais interessada na difusão dos serviços online pela sua praticidade e conforto de comprar sem sair de casa. Este seria um canal interessante de comunicação para

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que as empresas de tecnologia atingissem as consumidoras potenciais. Para complementar esses dados, em uma pesquisa feita nos Estados Unidos pela NetSmart, coordenada pela psicóloga Bernardet Tracy, chegou-se à conclusão que, em 2005, a maioria dos usuários do mundo digital será de mulheres.

Conforme essa mesma pesquisa, a mulher acessa a Internet buscando informação. Nesse sentido, como um instrumento de trabalho e estudo, aproveitando-a, também, para fazer compras sem sair de casa. Os homens norte-americanos, em geral, acessam a rede com a finalidade de entretenimento.

Em 1996, a pesquisa Cadê/Ibope constatou que 17% das pessoas que acessavam a Internet no Brasil eram mulheres. Em meados de 1997 realizou-se uma nova pesquisa em que se avaliou que esse número aumentou para 25%. A pesquisa apontou também que é o sexo feminino o que mais se interessa pelo comércio eletrônico também no Brasil.

No entanto, muitas mulheres ainda se dizem assustadas com os códigos dessa linguagem, que tem muitas características masculinas, como a sua linearidade e racionalidade tecnológica. Uma outra questão que deve ser abordada é a do estereótipo feminino neste novo meio de comunicação. Em geral, a imagem da mulher retratada na Web ainda é estereotipada como a imagem da dona-de-casa.

A concepção e o design das novas tecnologias ainda estão pautados nas diferenças entre ricos e pobres (que podem ou não pagar para ter acesso à tecnologia), entre quem fala e não fala inglês, entre homens e mulheres. Nessa última questão, é preciso repensar a realidade tecnológica e a realidade da mulher. Ao invés da mulher trabalhar com a tecnologia, os produtos também deveriam ser “feminilizados” a fim de que eles trabalhem para as mulheres.

Para a doutora em Ciências pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Heloísa Cardoso, (apud Araújo, Sanches e Lopes, 1999), o neo-feminismo dos anos 90 é diferente do feminismo de outras décadas, já que a mulher não deseja mais igualdade de condições com os homens, mas encontrar seu próprio espaço. Cardoso diz acreditar que a tecnologia foi um dos aspectos que facilitou esta mudança de comportamento do sexo feminino. Para ela, o crescimento da mulher no uso da Internet pode ser explicado através da psicologia junguiana por meio da figura do "animus" mais incentivado pelas características do mundo virtual. "Com a ampliação dos papéis sociais e a conquista do espaço público oferecidos pela Internet, a mulher estaria consideravelmente ampliando a exploração de suas potencialidades".

Para este artigo, partiu-se do ponto de vista que o profissional da comunicação é formador de opinião e detentor da informação, o que lhe confere poder. Como as profissões relacionadas à Comunicação são tidas como femininas e a maioria dos profissionais é mulher, escolheu-se, neste estudo, a realização de entrevistas com comunicadores para saber sobre a utilização de um instrumento moderno de poder, que é a tecnologia.

Para a análise da relação da mulher “pós-moderna” com a tecnologia no seu universo de trabalho, foi estabelecido o estudo do caso da área de comunicação de um banco paulista com um nome bastante forte no mercado, o Grupo Santander Banespa.

A escolha deve-se, em primeiro lugar, ao caráter estratégico que a área de comunicação de qualquer empresa de grande porte assumiu nas últimas décadas. Esse posicionamento essencial para o bom funcionamento da empresa supõe que o departamento de comunicação esteja equipado com os mais novos recursos de tecnologia, para tornar o trabalho mais eficaz e eficiente.

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O Santander Banespa atua em todos os segmentos do mercado financeiro com uma completa gama de produtos e serviços. Concentra suas operações de varejo nas regiões Sul e Sudeste e atende todo o país com produtos de atacado, sendo a instituição privada líder, no interior do Estado de São Paulo e no Estado do Rio Grande do Sul.

A Vice-Presidência de RH, Assuntos Corporativos e Jurídicos do Santander Banespa possui 77 funcionários, dos quais 55 são mulheres e 22 homens (o departamento é responsável pelas diversas áreas de comunicação do Banco).

O Santander Banespa demonstra ser uma empresa bastante informatizada, na qual grande parte dos funcionários possui acesso a modernos recursos tecnológicos durante o dia a dia de trabalho. Porém, sabe-se que muitas pessoas necessitam, ainda, de acesso à materiais impressos para apreender a informação. Muitas das ações de comunicação já estão substituindo o “papel” pela Internet ou Intranet, por exemplo.

Foram realizadas 10 entrevistas nos dias 27 e 28 de janeiro de 2005, por telefone, com os executivos da área de comunicação do Santander Banespa. Como o departamento é constituído em sua maioria por mulheres (aproximadamente 71% dos funcionários do departamento é do sexo feminino), o número de mulheres entrevistadas foi alto (90%).

Pode-se dizer que a área de comunicação é formada, em sua maioria, por mulheres jovens (50% dos entrevistados tem menos de 30 anos de idade), com ensino superior completo (70%) e especialização (30%). A formação acadêmica entre os entrevistados variou bastante, sendo a maioria dos entrevistados jornalistas (30%) ou relações públicas (20%) ou, ainda, publicitários (20%). É interessante notar que duas entrevistadas possuem mais de uma formação acadêmica, o que demonstra que o grau de instrução dentro do departamento é bastante elevado.

Todos os entrevistados disseram conhecer os programas do Pacote Office (Word, Excel e Power Point). Metade dos entrevistados citou o programa Access e poucos entrevistados dominam programas ligados à edição de textos, como o Page Maker (10%), ou programas relacionados à edição de imagens, como Photoshop (20%) e Corel Draw (10%).

A grande maioria dos entrevistados disse possuir dois e-mails, um para uso profissional (endereço do Banco) e outro para uso pessoal. A única entrevistada que possui apenas um e-mail, o do Banco, afirmou que “tinha um e-mail do iG, mas foi bloqueado por falta de uso”.

Todos os entrevistados possuem celular, sendo que alguns até afirmaram que o aparelho é uma necessidade do próprio trabalho. Porém, apenas dois entrevistados disseram ter página na internet, Blog ou cadastro no Orkut e a idade destes entrevistados está na faixa entre 21 e 30 anos. Se, por um lado, os mais jovens parecem estar mais familiarizados com as novidades da Internet, as duas entrevistadas que possuem laptop têm idade superior a 31 anos. Isto acontece, provavelmente, por exercerem cargos mais elevados e terem salários mais altos para poder adquirir um “gadget” mais caro.

As opiniões foram bastante divididas com relação ao relacionamento dos entrevistados com a tecnologia: enquanto metade afirmou gostar de estar atualizado com as novidades, a outra metade disse só usar o que for indispensável para o trabalho. De qualquer forma, pode-se notar uma certa resistência em opiniões como a da entrevistada Ana Paula Bonimani: “Não me interesso muito não e acho que não tenho muita familiaridade. Só uso tecnologia por necessidade. Não faço muita questão de conhecer as novidades” ou a de Talita F. Feliciano: “Só uso o

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que é indispensável para o trabalho. Me dou melhor com a agenda de papel”. Um motivo alegado por duas entrevistadas para não estarem tão atualizadas como gostariam foi a falta de tempo, como afirma Nora Gonzalez: “É uma relação boa, amigável, gosto de estar atualizada, mas tenho pouco tempo para isso. Falta tempo para aprender a utilizar. Depois que aprendo a usar, gosto das novidades”.

A maioria dos entrevistados concordou com a afirmação de que a tecnologia facilitou o trabalho (70%), tornando-o mais rápido (50%), dinâmico (20%) e organizado (20%). Porém, alguns problemas foram apontados: “Facilitou, mas a gente acaba trabalhando de uma forma muito impessoal. Perde menos tempo, mas é impessoal e dificulta o trabalho em equipe”, segundo Renata Farhud. Ou, ainda, a questão da dependência com relação à tecnologia, em um mundo onde não é possível o trabalho sem computador: “E-mail e celular são ferramentas primordiais e essenciais para o meu trabalho. Por exemplo, um microcomputador offline impossibilita o trabalho”, afirmou Ana Paula Bonimani.

Dentre algumas práticas apresentadas, é grande o número de entrevistados que acredita que as atividades vêm sendo substituídas por formas de comunicação mais recentes, como os comunicados impressos sendo substituídos por e-mail (70% atribuíram valor 6 ou 7, que representa maior grau de substituição).

Ao contrário do que se pensava, os entrevistados não acreditam que seu departamento utiliza mais tecnologia que os demais (70%). Isto não significa que o departamento usa pouca tecnologia, mas é reflexo de uma empresa que necessita de muita tecnologia na prestação de serviços como um todo. Além disso, o uso de tecnologia em uma área de relacionamento é visto negativamente, já que acredita-se que ela cause uma certa impessoalidade: “Nosso departamento não é o que usa mais, mas, na maior parte do tempo, a gente usa a Internet e Intranet. Na realidade, como é uma área de relacionamento, dependemos ainda do contato pessoal”, alegou Sonia Maria Achatkin.

80% dos entrevistados acredita que as ações de comunicação que utilizam tecnologia proporcionam um feedback mais favorável. Segundo o entrevistado José Henrique Lopes de Oliveira, “nessa rotina que temos aqui, sim. Porque facilita a vida, é mais rápido, viável, economiza papel e é mais acessível”. Por outro lado, alguns ainda afirmam sentir a necessidade de materiais impressos, como Cíntia Cinaldi Fernandes: “eu acho que os materiais impressos ainda têm forte apelo. Eles ainda não foram substituídos” ou Ana Paula Franquine: “por exemplo, hoje eu recebi um comunicado via Internet que tive que imprimir. Às vezes não consigo ler algo na tela. Para me concentrar melhor, preciso ter o arquivo impresso”.

Quando se comparou a facilidade de homens e mulheres para lidar com a tecnologia, pouco mais da metade dos entrevistados (60%) disse que parece que o homem tem mais facilidade. As razões que sustentam esta crença são: os homens exploram mais as potencialidades da tecnologia (60%), têm mais interesse (20%) ou por uma questão cultural (20%). Para Cíntia Cinaldi Fernandes, “os homens que eu conheço têm mais facilidade que eu. Eu acho que eles têm mais interesse pela máquina, pelo que ela pode oferecer”.

Por outro lado, algumas entrevistadas afirmaram que, para elas, a mulher tem mais facilidade para assimilar a tecnologia que os homens: “as mulheres pegam mais fácil, são mais perspicazes. O homem fica focado num ponto só. As mulheres têm uma visão mais global das coisas”, disse Isilda Magalhães Costa.

A maioria dos entrevistados utiliza a Internet para o trabalho e para o lazer. Foi interessante verificar que, na área de comunicação, os sites de notícia são os mais visitados, seja para comparar informações, ou para pesquisa sobre as práticas da concorrência (benchmarking).

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Todos os entrevistados acreditam que houve um distanciamento das mulheres em relação à vida moderna. 30% dos entrevistados concordou que a tecnologia ajudou nesse afastamento e outros 30% afirmou que esse afastamento ocorreu devido à entrada da mulher no mercado de trabalho. Ana Paula Bonimani, por exemplo, disse “eu moro sozinha e não sei cozinhar. O mundo moderno influenciou este distanciamento. A mulher usa o tempo para outras coisas, como ficar na Internet. São vários fatores que influenciaram o distanciamento, como a saída da mulher para o mercado de trabalho”.

Outros depoimentos interessantes foram de Cíntia Cinaldi Fernandes e Nora Gonzalez. Para Cíntia, “houve um distanciamento sim. Apesar de as mulheres trabalharem muito, ainda existe a preocupação com os filhos e a casa. A tecnologia ajudou a mulher a compatibilizar a vida em casa com o trabalho. Ela proporcionou mais tempo para cuidar da casa”. Já Nora ressaltou a falta de tempo que ainda persiste: “Muito pouco [distanciamento]. Na medida em que não se tem horário para nada. A tecnologia acabou reduzindo o tempo das pessoas para outras atividades, que não o trabalho”.

Para os entrevistados que discordaram da afirmação de que foi a tecnologia que possibilitou a inserção das mulheres no mercado de trabalho, outros motivos tiveram maior influência. José Henrique Lopes, por exemplo, afirmou: “acho que não foi devido à tecnologia e sim por outros motivos, como a própria mudança de postura da mulher e predisposição do mercado”.

A questão da falta de tempo, até mesmo para o cuidado de si mesma, retornou à entrevista quando foi perguntado se os entrevistados concordam com a afirmação de que a tecnologia disponibilizou mais tempo para a mulher cuidar de si mesma. 60% dos entrevistados disse concordar com a afirmação, inclusive, a entrevistada Sonia Maria Achatkin disse concordar porque “como as informações vêm mais rápidas, sobra mais tempo para ela se cuidar”. Por outro lado, a entrevistada Rosana Fernandes acha que as mulheres continuam sem tempo e Nora Gonzalez ainda completa que discorda parcialmente da afirmação: “porque te encontram em qualquer lugar”.

A entrada da mulher no mercado de trabalho parece ter incentivado sua procura por cursos de capacitação também na área de tecnologia. Todos os entrevistados acreditam que a mulher está mais interessada em aprender sobre tecnologia, sendo que metade deles acredita que isso aconteceu devido ao aumento da concorrência no mercado de trabalho. Para Sonia Maria Achatkin, “a mulher procurou cursos porque está no mercado e disputa pau-a-pau com a ala masculina e com outras mulheres também”. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Isilda Magalhães Costa destacou “para concorrer no mercado, a mulher quis procurar se atualizar primeiro, para estar mais capacitada”.

A transformação do papel da mulher na sociedade ficou bastante visível durante o desenvolvimento da pesquisa de campo. Agora, além das suas atividades relacionadas à casa e à família, a mulher procura cada vez mais seu próprio espaço em um mercado de trabalho extremamente competitivo.

A mulher quer conquistar seu lugar na sociedade “pós-moderna” através de seu esforço próprio e sente a necessidade crescente de capacitação profissional e atualização para poder competir de igual para igual, seja com os homens ou com as próprias mulheres que já estão no mercado. E, para estar atualizada, a mulher de hoje parece conhecer a importância do domínio das mais modernas ferramentas tecnológicas.

Na área de comunicação, as profissionais empregam tecnologia para proporcionar agilidade, dinamismo e rapidez ao seu trabalho. Porém, não se esquecem de que

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uma comunicação efetiva também depende de bons relacionamentos e, relacionamentos, também dependem do contato pessoal com o público para quem se quer transmitir uma mensagem.

ENERGIA RENOVAVEIS

Energia renovávelOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Energia renovável é aquela que vem de recursos naturais como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica, que são recursos renováveis (naturalmente reabastecidos). Em 2008, cerca de 19% do consumo mundial de energia veio de fontes renováveis, com 13% provenientes da tradicional biomassa, que é usada principalmente para aquecimento, e 3,2% a partir da hidroeletricidade.1 Novas energias renováveis (pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e biocombustíveis) representaram outros 2,7% e este percentual está crescendo muito rapidamente.1 A percentagem das energias renováveis na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade global vindo de hidrelétricas e 3% de novas energias renováveis.1 2

A energia do Sol é convertida de várias formas para formatos conhecidos, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica (evaporação), a eólica (ventos) e a fotovoltaica, que contêm imensa quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por meios naturais.

A geração de energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano, com uma capacidade instalada a nível mundial de 318.105 mil megawatts (MW) em 2013,3 4 e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e nos Estados Unidos.5 No final de 2009, as instalações fotovoltaicas (PV) em todo o globo ultrapassaram 21.000 MW6 7 8 e centrais fotovoltaicas são populares na Alemanha e na Espanha.9 Centrais de energia térmica solar operam nos Estados Unidos e Espanha, sendo a maior destas a usina de energia solar do Deserto de Mojave, com capacidade de 354 MW.10

A maior instalação de energia geotérmica do mundo é The Geysers, na Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos maiores programas de energia renovável no mundo, envolvendo a produção de álcool combustível a partir da cana de açúcar, e atualmente o etanol representa 18% dos combustíveis automotivos do país.11 O etanol combustível também é amplamente disponível nos Estados Unidos.

Índice 1 Exemplos de fontes de energia renovável 2 Fontes de energia

o 2.1 Não-renováveis

2.1.1 Combustíveis fósseis

2.1.2 Energia nuclear

o 2.2 Renováveis

Page 46: Inovações de empreendedorismo

2.2.1 Energia hidráulica

2.2.2 Biomassa

2.2.3 Energia solar

2.2.4 Energia eólica

2.2.5 Energia geotérmica

2.2.6 Energia maremotriz

2.2.7 Energia do hidrogênio

3 Vantagens e desvantagens

o 3.1 Energias ecológicas

o 3.2 Natureza difusa

o 3.3 Irregularidade

o 3.4 Fontes renováveis poluentes

o 3.5 Diversidade geográfica

o 3.6 Administração das redes elétricas

o 3.7 A Integração na paisagem

o 3.8 Contraponto

4 Investimentos

5 Referências

6 Ver também

7 Ligações externas

Exemplos de fontes de energia renovável O Sol: energia solar O vento: energia eólica

Os rios e correntes de água doce: energia hidráulica

Os mares e oceanos: energia maremotriz

As ondas: energia das ondas

A matéria orgânica: biomassa, biocombustível,biogás

O calor da Terra: energia geotérmica 12

Água salobra : energia azul

O hidrogênio: energia do hidrogênio

Page 47: Inovações de empreendedorismo

Energia da fissão

Energia da fusão

As energias renováveis são consideradas como energias alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu menor impacto ambiental.

Fontes de energia

Ver artigo principal: Fontes de energia

As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: permanentes (renováveis) e temporários (não-renováveis). As fontes permanentes são aquelas que têm origem solar, no entanto, o conceito de renovabilidade depende da escala temporal que é utilizado e os padrões de utilização dos recursos.

Assim, são considerados os combustíveis fósseis não-renováveis já que a taxa de utilização é muito superior à taxa de formação do recurso propriamente dito.

Não-renováveis

Os combustíveis fósseis são fontes não-renováveis de energia: não é possível repor o que se gasta, uma vez que podem ser necessários milhões de anos para poder contar novamente com eles. São aqueles cujas reservas são limitadas. As principais são a energia da fissão nuclear e os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão).

Combustíveis fósseis

Ver artigo principal: Combustível fóssil

Os combustíveis fósseis podem ser usados na forma sólida (carvão), líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). Segundo a teoria mais aceita, foram formados por acumulações de seres vivos que viveram há milhões de anos e que foram fossilizados formando carvão ou hidrocarbonetos. No caso do carvão se trata de bosques e florestas nas zonas húmidas e, no caso do petróleo e do gás natural de grandes massas de plâncton acumuladas no fundo de bacias marinhas ou lacustres. Em ambos os casos, a matéria orgânica foi parcialmente decomposta, pela ação da temperatura, pressão e certas bactérias, na ausência de oxigênio, de forma que foram armazenadas moléculas com ligações de alta energia.

Se distinguem as "reservas identificadas", embora não sejam exploradas, e as "reservas prováveis", que poderão ser descobertas com tecnologias futuras. Segundo os cálculos, o planeta pode fornecer energia para mais 40 anos (se for usado apenas o petróleo) e mais de 200 (se continuar a usar carvão).

Energia nuclear

Ver artigo principal: Energia nuclear

Page 48: Inovações de empreendedorismo

Os núcleos atômicos de elementos pesados, como o urânio, podem ser desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia radiante e cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para produzir electricidade utilizando turbinas a vapor.

Uma consequência da atividade de produção deste tipo de energia são os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos para perder a radioatividade. Porém existe uma fonte de energia nuclear que não gera resíduos radioativos, a da fusão nuclear, que ocorre quando 4 núcleos de deutério se fundem formando 1 de hélio liberando energia térmica que pode ser usada em turbinas a vapor. Mas a reação de fusão ainda não foi conseguida em grande escala a ponto de ser economicamente viável.

Renováveis

Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-prima elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a fabricação do etanol e também, vários outros vegetais como a mamona utilizada para a fabricação do biodiesel ou outros óleos vegetais que podem ser usados diretamente em motores diesel com algumas adaptações.

Energia hidráulica

Ver artigo principal: Energia hidráulica

Um dos 3 PELAMIS P-750, motores da energia das ondas, na costa de Peniche, Portugal.

A energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens construídas em cursos de água . Essa energia parte da precipitação que forma os rios que são represados, a água desses rios faz girar turbinas que produzem energia elétrica.

É encontrada sob a forma de energia cinética, sob diferenças de temperatura ou gradientes de salinidade e pode ser aproveitada e utilizada. Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa que o ar, requer um lento fluxo ou ondas de mar moderadas, que podem produzir uma quantidade considerável de energia.

Biomassa

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O resíduo da cana-de-açúcar pode ser usado como biocombustível.

A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e elétrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.

A formação de biomassa a partir de energia solar é realizada pelo processo denominado fotossíntese, pelas plantas. Através da fotossíntese, as plantas que contêm clorofila transformam o dióxido de carbono e a água em materiais orgânicos com alto teor energético que, por sua vez, servem de alimento para os outros seres vivos. A biomassa através destes processos armazena a curto prazo a energia solar sob a forma de hidratos de carbono. A energia armazenada no processo fotossintético pode ser posteriormente transformada em calor, liberando novamente o dióxido de carbono e a água armazenados. Esse calor pode ser usado para mover motores ou esquentar água para gerar vapor e mover uma turbina, gerando energia elétrica.

Energia solar

Ver artigo principal: Energia solar

Os painéis fotovoltaicos convertem diretamente a energia luminosa em energia elétrica.

A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada com paineis solares. A radiação solar trazida para a Terra leva energia equivalente a milhares de vezes a quantidade de energia consumida pela humanidade.

Através de colectores solares, a energia solar pode ser transformada em energia térmica, e usando painéis fotovoltaicos a energia luminosa pode ser convertida em energia eléctrica. Ambos os processos não têm nada a ver uns com os outros em termos de sua tecnologia. As centrais térmicas solares utilizam energia solar térmica a partir de colectores solares para gerar eletricidade.

Page 50: Inovações de empreendedorismo

Há dois componentes na radiação solar: radiação directa e radiação difusa. A radiação directa é a que vem diretamente do Sol, sem reflexões ou refrações intermediárias. A difusa, é emitida pelo céu durante o dia, graças aos muitos fenómenos de reflexão e refração da atmosfera solar, nas nuvens, e nos restantes elementos da atmosfera terrestre. A radiação refletida direta pode ser concentrada e utilizada. No entanto, tanto a radiação direta quanto a radiação difusa são utilizáveis.

É possível diferenciar entre receptores ativos e passivos, em que os primeiros utilizam mecanismos para orientar o sistema receptor rumo ao sol (chamado seguidor) para melhor atrair a radiação directa.

Uma grande vantagem da energia solar é que ela permite a geração de energia, no mesmo local de consumo, através da integração da arquitetura. Assim, pode ser levada a sistemas de geração distribuída, quase eliminando completamente as perdas ligadas aos transportes, que representam cerca de 40% do total. Porém essa fonte de energia tem o inconveniente de não poder ser usada à noite, a menos que se tenham bateria. .

Energia eólica

Ver artigo principal: Energia eólica

A energia eólica é uma das fontes mais amigáveis de energia renovável para o meio ambiente.

A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes atmosféricas.

O vento vem da palavra latina aeolicus, relativa à Eolo, deus dos ventos na mitologia grega. A energia eólica tem sido utilizado desde a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de outras máquinas. É uma espécie de energia verde. Essa energia também vem do Sol, que aquece a superfície da Terra de forma não homogênea, gerando locais de baixa pressão e locais de alta pressão, fazendo com que o ar se mova gerando ventos.

O vento é a fonte renovável de maior sucesso a nível europeu. No entanto há quem se oponha a esta utilização, por motivos estéticos de alteração da paisagem.

Energia geotérmica

Ver artigo principal: Energia geotérmica

Page 51: Inovações de empreendedorismo

A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção de electricidade e calor. Exemplo: central geotérmica da Ribeira Grande (Açores).

Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento. A energia geotérmica é aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor dentro da terra. O calor dentro da terra ocorre devido a vários fatores, entre eles o gradiente geotérmico e o calor radiogênico. Geotérmica provém do grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra".

Energia maremotriz

Ver artigo principal: Energia maremotriz

Central eléctrica maremotriz no estuário do Rio Rance, ao noroeste da França.

A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis da água do mar.

Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. Esta diferença de altura pode ser explorada em locais estratégicos como os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas hidráulicas na circulação natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de depósito, para avançar sobre um eixo. Através da sua ligação a um alternador, o sistema pode ser usado para a geração de eletricidade, transformando, assim, a energia das marés, em energia elétrica, uma energia mais útil e aproveitável.

A energia das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de energia primária não está esgotada pela sua exploração e, é limpa, uma vez que, na transformação de energia não produz poluentes derivados na fase operacional. No entanto, a relação entre a quantidade de energia que pode ser obtida com os actuais meios económicos e os custos e o impacto ambiental da instalação de dispositivos para o seu processo impediram uma notável proliferação deste tipo de energia.

Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas oceânicas são, a energia produzida pelo movimento das ondas do oceano e de energia devido ao gradiente

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térmico, que faz uma diferença de temperatura entre as águas superficiais e profundas do oceano.

Energia do hidrogênio

A energia do hidrogênio é a energia que se obtém da combinação do hidrogênio com o oxigênio produzindo vapor de água e libertando energia que é convertida em eletricidade. Existem alguns veículos que são movidos a hidrogênio.

Embora não seja uma fonte primária de energia, o hidrogênio se constitui em uma forma conveniente e flexível de transporte e uso final de energia, pois pode ser obtido de diversas fontes energéticas (petróleo, gás natural, eletricidade, energia solar) e sua combustão não é poluente (é produto da combustão da água), além de ser uma fonte de energia barata.

O uso do hidrogênio como combustível está avançando, havendo vários protótipos de carros nos países desenvolvidos que são movidos a hidrogênio, que gera eletricidade, e descarregam água em seus escapamentos. Calcula-se que já na próxima década existirão modelos comerciais de automóveis elétricos cujo combustível será o hidrogênio líquido.

Vantagens e desvantagens

Energias ecológicas

A primeira vantagem de certa quantidade de recursos energéticos renováveis é que não produzem emissões de gases de efeito estufa nem outras emissões, ao contrário do que acontece com os combustíveis, sejam fósseis ou renováveis. Algumas fontes não emitem dióxido de carbono adicional, exceto aqueles necessários para a construção e operação, e não apresenta quaisquer riscos adicionais, tais como a ameaça nuclear.

No entanto, alguns sistemas de energias renováveis geram problemas ecológicos particulares. Assim, as primeiras turbinas eólicas estavam perigosas para as aves, como as suas lâminas giravam muito rapidamente, enquanto as hidroeléctricas podem criar barreiras à migração de certos peixes, um problema grave em muitos rios do mundo (nos rios na região noroeste da América do Norte que desembocam para o Oceano Pacífico, a população de salmão diminuiu drasticamente).

Natureza difusa

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Bateria de painéis solares.

Um problema inerente à energia renovável é o seu caráter difuso, com exceção da energia geotérmica, que, no entanto, só está disponível quando a crosta é fina, como as fontes quentes e gêiseres.

Uma vez que algumas das fontes de energia renováveis proporcionam uma energia de uma relativamente baixa intensidade, distribuídas em grandes áreas, são necessários novos tipos de "centrais" para transformá-los em fontes utilizáveis. Para 1.000 kWh de electricidade, consumo anual per capita nos países ocidentais, o proprietário de uma casa localizada em uma zona nublada da Europa tem de instalar oito metros quadrados de painéis fotovoltaicos (supondo um rendimento médio de 12,5% da energia).

No entanto, com quatro metros quadrados de coletores solares térmicos, um lar pode chegar muito da energia necessária para a água quente sanitária, porém, devido ao aproveitamento da simultaneidade, os prédios de apartamentos podem alcançar o mesmo retorno com menor superfície de colectores e, sobretudo, com muito menor investimento por agregado familiar.

Irregularidade

A produção de energia elétrica exige uma permanente fonte de energia confiável ou suporte de armazenamento (bomba hidráulica para armazenamento, baterias, futuras pilhas de hidrogênio, etc). Assim, devido ao elevado custo do armazenamento de energia, um pequeno sistema autônomo é raramente econômico, exceto em situações isoladas, quando a ligação à rede de energia implica custos mais elevados.

Fontes renováveis poluentes

Em termos de biomassa, é certo que armazena um ativo de dióxido de carbono, formando a sua massa com ele e liberando o oxigênio de novo, enquanto para queimar novamente, combinam-se o carbono com o oxigénio para formar o dióxido de carbono novamente. Teoricamente o ciclo fechado não teria emissões de dióxido de carbono, apesar das emissões serem o produto de combustão fixo na nova biomassa. Na prática, é empregada a energia poluente no plantio, na colheita e na transformação, pelo que o saldo é negativo. Porém o saldo de energias não renováveis é muitas vezes mais negativo.

Além disso, a biomassa não é verdadeiramente inesgotável, mesmo sendo renovável. A sua utilização pode ser feita apenas em casos limitados. Há dúvidas quanto à capacidade da agricultura para fornecer as quantidades de massa vegetal necessário, se esta fonte se popularizar, que está se demonstrando pelo aumento de preços de grãos, devido à sua utilização para a produção de biocombustíveis. Por outro lado, todos os biocombustíveis produzidos produzem maior quantidade de dióxido de carbono por unidade de energia produzida ao equivalente fóssil. Mas essa emissão maior é absorvida na produção do biocombustível pelo processo de fotossíntese.

A energia geotérmica é muito restrita, não só geograficamente, mas algumas das suas fontes são consideradas poluentes. Isso ocorre porque a extração de água subterrânea

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em altas temperaturas geradas pelo arrastar para a superfície de sais minerais indesejáveis e tóxicos.

Diversidade geográfica

A diversidade geográfica dos recursos é também significativa. Alguns países e regiões são significativamente melhores do que outros recursos, nomeadamente no setor das energias renováveis.

Alguns países têm recursos significativos perto dos principais centros de habitação em que a procura de eletricidade é importante. A utilização desses recursos em grande escala requer, no entanto, investimentos consideráveis no tratamento e redes de distribuição, bem como na casa de produção.

Além disso, diferentes países têm diferentes potencialidades energéticas, este fator deve ser tido em conta no desenvolvimento das tecnologias a por em prática. Mas isso pode ser resolvido produzindo os biocombustíveis em países tropicais, com maior incidência de luz solar, e os levando para os países menos providos de Sol. Dessa maneira o problema de transporte de energia seria resolvido.

Administração das redes elétricas

Se a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis está generalizada, os sistemas de distribuição e transformação não seriam tão grandes distribuidores de eletricidade, mas funcionariam localmente, a fim de equilibrar as necessidades das pequenas comunidades. Os que possuem energia em excesso venderiam aos setores com déficit, quer dizer, o funcionamento da rede deverá passar de uma "gestão passiva", onde alguns produtores estão ligados e que o sistema é orientado para obter eletricidade "descendente" para o consumidor, para a gestão "ativa", onde alguns produtores são distribuídos na rede que devem monitorar constantemente as entradas e saídas para assegurar o equilíbrio do sistema local. Isso iria exigir grandes mudanças na forma de gerir as redes.

No entanto, a pequena utilização de energias renováveis, o que muitas vezes podem ocorrer no local, reduz a necessidade de ter sistemas de distribuição de eletricidade. Atuais sistemas, raramente e economicamente rentáveis, revelaram que uma família média que tem um sistema solar com armazenamento de energia e painéis de dimensão suficiente, só tem que recorrer a fontes externas de energia elétrica em algumas horas por semana. Portanto, aqueles que apóiam a energia renovável pensam que a eletricidade dos sistemas de distribuição deveriam ser menos importantes e mais fáceis de controlar.

A Integração na paisagem

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Aerogeradores.

Uma desvantagem óbvia da energia renovável é o seu impacto visual sobre o meio ambiente local. Algumas pessoas odeiam a estética de turbinas eólicas e mencionam a conservação da natureza quando se fala das grandes instalações solares eléctricas fora das grandes cidades. No entanto, o mundo inteiro encontra charme à vista dos "antigos moinhos de vento", que em seu tempo eram amostras bem visíveis da tecnologia disponível. No entanto a estética das turbinas eólicas está sendo revista para não causar tanto impácto visual.

Outros tentam utilizar estas tecnologias de forma eficaz e esteticamente satisfatória: os painéis solares fixos podem duplicar as barreiras anti-ruído ao longo das rodovias, há trechos disponíveis e poderiam então ser completamente substituídos por painéis solares, células fotovoltaicas, de modo que podem ser empregados para pintar as janelas e produzir energia, e assim por diante.

Contraponto

Nem sempre uma forma de energia renovável possui baixo impacto ambiental. As grandes hidroelétricas acarretam em enorme impacto ambiental e social, como é o caso por exemplo da Barragem das Três Gargantas, que foi recentemente finalizada na China e que provocou o deslocamento de milhões de pessoas e a inundação de muitos quilômetros quadrados de terras.

Investimentos

Em 2009 a China aplicou US$ 34 bilhões13 na geração de energias renováveis. Com quase o dobro do investimento realizado pelos EUA, a China passou a liderar o ranking de países que mais investem em energias renováveis no mundo. O Brasil apareceu em 5º lugar com R$ 13,2 bi.

Definição

Energia renovável é aquela originária de fontes naturais que possuem a capacidade de regeneração (renovação), ou seja, não se esgotam. 

Exemplos 

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Como exemplos de energia renovável, podemos citar: energia solar, energia eólica (dos ventos), energia hidráulica (dos rios), biomassa (matéria orgânica), geotérmica (calor interno da Terra) e mareomotriz (das ondas de mares e oceanos).

Vantagens do uso 

Ao contrário dos combustíveis não-renováveis (como os de origem fóssil, por exemplo), as fontes de energias renováveis, no geral, causam um pequeno impacto (poluição, desmatamento) ao meio ambiente. Portanto, são excelentes alternativas ao sistema energético tradicional, principalmente numa situação de luta contra a poluição atmosférica e o aquecimento global.

Energias Renováveis

As energias renováveis são fontes inesgotáveis de energia obtidas da Natureza que nos rodeia, como o Sol ou o Vento. Estas energias podem ser:

• Energia Solar A energia do Sol pode ser convertida em electricidade ou em calor, como por exemplo os painéis solares fotovoltaicos ou térmicos para aquecimento do ambiente ou de água;

• Energia Eólica A energia dos ventos que pode ser convertida em electricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores;

• Energia Hídrica A energia da água dos rios, das marés e das ondas que podem ser convertidas em energia eléctrica, como por exemplo as barragens;

• Energia Geotérmica A energia da terra pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água;

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Desenho da Terra e suas Energias Renováveis

A integração de energias renováveis nos edifícios é um desafio para o qual o objectivo é conceber um edifício eficiente que permita a incorporação de um sistema que capte a energia e a transforme numa fonte de energia que seja útil para o edifício. Na realidade a colocação de, por exemplo, painéis solares na cobertura do edifício não é por si só uma medida eficiente de energia, pois se não tivermos em conta a eficiência do edifício esta pode nem ser suficiente para comportar a energia, por exemplo, da iluminação quanto mais do resto dos sistemas. Daí a importância da integração dos sistemas de energias renováveis em edifícios eficientemente energéticos que até esse ponto esgotaram todas as possíveis estratégias de design passivo na sua concepção ou que na sua reabilitação foram tidas em conta medidas de reabilitação energética e de eficiência energética.

Os incentivos à utilização de energias renováveis e o grande interesse que este assunto levantou nestes últimos anos deve-se principalmente à consciencialização da possível escassez dos recursos fósseis (como o petróleo) e da necessidade de redução das emissões de gases nocivos para a atmosfera, os GEE (Gases de efeito de estufa). Este interesse deve-se em parte aos objectivos da União Europeia, do Protocolo de Quioto e das preocupações com as alterações climáticas.

A utilização das energias renováveis, como por exemplo os painéis solares térmicos e fotovoltaicos, para a produção de calor e de energia eléctrica a partir do aproveitamento da energia solar, é uma forma para a qual Portugal dispõe de recursos de grande abundância, comparando a disponibilidade de horas de Sol por ano com outros países da União Europeia. No entanto, estes devem ser tidos como complementos à arquitectura dos edifícios que não devem descurar o aproveitamento de estratégias de design passivo, como o uso da orientação solar, da ventilação natural, da inércia térmica e do sombreamento, entre outras. Estas estratégias são uma solução bastante vantajosa devido ás condições climatéricas favoráveis para a obtenção de uma maior sustentabilidade nos edifícios em Portugal.

A promoção da Eficiência Energética e a utilização de energias renováveis em edifícios tem sido feita pela revisão e aplicação de Regulamentos, como o RCCTE e o RSECE, e pela aprovação da criação de um Sistema de Certificação Energética, visando a redução dos consumos de energia e correspondentes emissões de CO2. Pois o sector dos edifícios nos consumos médios anuais de energia em Portugal representam, de acordo com dados do início da década de 2000 da DGE, cerca de 22% do consumo em

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energia final do país, onde nas grandes cidades este número sobe para 36%. Estes números têm vindo a aumentar cerca de 3,7% no sector residencial e 7,1% no sector dos serviços.

A energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano, com uma produção mundial em capacidade de 158 gigawatts (GW) em 2009, e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e Estados Unidos. No final de 2009, a Energia Fotovoltaica a nível global cumulativo ultrapassou 21 GW e parques de energia fotovoltaica são comuns na Alemanha, Portugal e em Espanha. Parques de energia solar térmica operam nos EUA, Portugal e em Espanha, a mais importante delas é a de 354 megawatts (MW) no deserto de Mojave. A maior instalação do mundo em energia geotérmica são os Gêiseres na Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos maiores e mais importantes programas de energia renovável no planeta, envolvendo a produção de etanol da cana de açúcar, etanol dá 18% de combustíveis para veículos do país. O gás de etanol existe em muita abundância nos EUA.

Considerando que muitas iniciativas de energia renovável são em enorme escala, as energias renováveis aplicadas também são adequadas para as áreas rurais onde não existe rede elétrica, onde a energia é geralmente crucial no desenvolvimento humano. Globalmente, cerca de três milhões de famílias recebem energia a partir de pequenos sistemas fotovoltaicos. As micro hídricas são usadas em grande escala como aldeias ou municípios. Cerca de 30 milhões de habitações rurais recebem iluminação e águas quentes feita a partir do biogás. Fornos que usam a biomassa como fonte de energia são utilizados por cento e sessenta milhões de domicílios.

As questões climáticas locais apelam para uma mudança de atitude, juntamente com os preços elevados do petróleo, pico do preço do petróleo, que só ajudam os governos a aumentar preços, estão fazendo que crescentemente se crie legislação vital para o uso das energias renováveis, incentivos e comercialização da mesma.

A energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano, com uma produção mundial em capacidade de 158 gigawatts (GW) em 2009, e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e Estados Unidos. No final de 2009, a Energia Fotovoltaica a nível global cumulativo ultrapassou 21 GW e parques de energia fotovoltaica são comuns na Alemanha, Portugal e em Espanha. Parques de energia solar térmica operam nos EUA, Portugal e em Espanha, a mais importante delas é a de 354 megawatts (MW) no deserto de Mojave. A maior instalação do mundo em energia geotérmica são os Gêiseres na Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos maiores e mais importantes programas de energia renovável no planeta, envolvendo a produção de etanol da cana de açúcar, etanol dá 18% de combustíveis para veículos do país. O gás de etanol existe em muita abundância nos EUA.

Considerando que muitas iniciativas de energia renovável são em enorme escala, as energias renováveis aplicadas também são adequadas para as áreas rurais onde não existe rede elétrica, onde a energia é geralmente crucial no desenvolvimento humano. Globalmente, cerca de três milhões de famílias recebem energia a partir de pequenos sistemas fotovoltaicos. As micro hídricas são usadas em grande escala como aldeias ou municípios. Cerca de 30 milhões de habitações rurais recebem iluminação e águas

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quentes feita a partir do biogás. Fornos que usam a biomassa como fonte de energia são utilizados por cento e sessenta milhões de domicílios.

As questões climáticas locais apelam para uma mudança de atitude, juntamente com os preços elevados do petróleo, pico do preço do petróleo, que só ajudam os governos a aumentar preços, estão fazendo que crescentemente se crie legislação vital para o uso das energias renováveis, incentivos e comercialização da mesma.

Fontes de energia renováveis são as que se renovam constantemente, mesmo depois de serem usadas para gerar electricidade de um modo sustentável e não poluente. São exemplo a água da chuva, o vento, a biomassa, o Sol, as ondas e o calor da Terra. Até ao final do Século XX, o consumo de electricidade era maioritariamente satisfeito pela queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, ou a energia nuclear. Ambos os processos são ineficientes do ponto de vista termodinâmicos e de onde resultam, no caso dos combustíveis fósseis, emissões de poluentes e, no caso da energia nuclear, resíduos radioactivos. Para ajudar a resolver esta situação, tem-se apostado no uso de recursos renováveis e endógenos para a produção de electricidade, um bem tão necessário à nossa sociedade. Portugal é dos países da Europa com melhores condições climatéricas para o aproveitamento de energias renováveis. Tirar partido destas fontes de energia permite reduzir significativamente as importações de combustíveis para a produção de electricidade, fazendo com que o nosso país encaminhe para a sua independência e sustentabilidade energética.