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ÍNDICES EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO 3º TRIMESTRE 2017

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Oagronegócio brasileiro tem demonstrado que 2017 pode ser mais um ano de re-corde nas exportações. De janeiro a se-

tembro deste ano, o volume embarcado cresceu 5,7% quando comparado ao mesmo período de 2016. Os preços em dólar também subiram, 8,3% nesse período. Com isso, as exportações do agronegócio nacional atingiram o valor de US$ 74 bilhões, 9% acima do observado de janeiro a setembro de 2016. Os produtos que mais con-tribuíram para esse resultado foram a soja em grão, o açúcar, as carnes e as frutas. Em termos de faturamento em moeda nacional, contudo, o crescimento foi de apenas 1,2%, limitado pela valorização de quase 12% do Real nesse período. Ao analisar os últimos 18 anos (de 2000 a 2017), o volume exportado (medido pelo IVE-Agro/Cepea) apresenta crescimen-to praticamente constante, acumulando alta de 323%. No mesmo período, os preços em dólares (IPE-Agro/Cepea) dos produtos ex-

portados pelo agronegócio apresentam au-mento de 69% – vale lembrar que, após o último ciclo de baixa, de 2011 a 2016, os preços em dólar voltaram a se recuperar em 2017 no mercado internacional (Figura 1). A taxa de câmbio efetiva real do agro-negócio (IC-Agro/Cepea) subiu 52,5% na com-paração da média dos nove primeiros meses de 2017 com a do mesmo período de 2000, evidenciando a valorização da moeda nacio-nal, em termos reais (descontando-se a infla-ção), nos últimos 18 anos. A moeda nacional, que se manteve mais estável em termos reais de 2011 a 2015, voltou a se valorizar em 2016 e 2017. Com isso, os preços internalizados (em Reais) das exportações (IAT-Agro/Cepea), que representam a atratividade das vendas ao mercado internacional, diminuíram aproxi-madamente 20%, comparando-se a média de janeiro a setembro de 2000 com a de 2017.

Exportações do agronegócio, em termos de volume,

caminham para novo recorde em 2017

Figura 1 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/Cepea) em dólar, Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados anualizados. Para 2017, considera-se a média de janeiro a setembro

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

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Desempenho das vendas externas do agronegócio brasileiro entre 2016 e 2017

O volume exportado pelo agronegócio brasi-leiro (IVE-Agro/Cepea) iniciou 2017 abaixo dos patamares observados em 2016; no

entanto, após março, com o início da colheita da safra brasileira de grãos, os volumes mensais ex-portados cresceram substancialmente. Com isso, os embarques ganharam força a partir do segun-do trimestre de 2017, processo que perdurou até setembro. Na comparação entre os terceiros trimestres de 2016 e de 2017, as exportações cresceram 32,4%. Já no acumulado do ano, de janeiro a setembro, o total superou em 5,7% o do mesmo período de 2016 e, no comparativo mensal (setembro de 2017 contra setembro de 2016), observa-se alta de 53,15% (Figura 2). Os preços médios em dólares dos pro-dutos exportados pelo agronegócio brasilei-ro (IPE-Agro/Cepea), após um período de alta entre janeiro e março de 2017, apresentaram queda a partir de abril, o que se estendeu até setembro. Ainda assim, comparando-se o perío-do janeiro a setembro de 2017 com os mesmos meses do ano passado, há alta de 8,3% nos preços médios em dólares dos produtos expor-tados pelo agronegócio nacional; em setem-bro/2017, contudo, observa-se queda de 4% frente ao mesmo mês do ano passado (Figura 2).

Quanto ao Índice da Taxa de Câmbio Efe-tiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea), houve queda de fevereiro de 2016 até abril de 2017, con-figurando a valorização da moeda nacional (Real) nesse período. A partir de abril, o Real começa a perder força, se desvalorizando frente às moedas de seus principais parceiros comerciais. No entan-to, essa recente desvalorização da moeda nacio-nal é bem mais modesta quando comparada com a queda registrada entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro de 2016. Na comparação entre os nove primeiros meses de 2017 com o mesmo período de 2016, o Real se valorizou aproxima-damente 12% (em termos reais); já no compara-tivo mensal (setembro/17 frente a setembro/16), a desvalorização foi de apenas 0,4% (Figura 2). Apesar de os preços em dólar estarem maiores na média de janeiro a setembro de 2017 frente ao mesmo período de 2016, a valorização da moeda nacional, que prevaleceu na maior par-te dos nove primeiros meses de 2017, fez com que os preços em Reais (IAT-Agro/Cepea) caís-sem. Assim, as vendas externas do setor perde-ram atratividade de aproximadamente 3,7% em setembro de 2017 frente ao mesmo mês de 2016 e de 4% na média dos nove meses deste ano frente à de janeiro a setembro de 2016(Figura 2).

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Figura 2 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea), Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados mensais de janeiro de 2016 a setembro de 2017 (Base 100=jan/15)

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC

Em termos anualizados, de outubro de 2016 a setembro de 2017, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) recuou 6,5% frente ao mesmo período anterior. No entanto, os preços médios em dólares recebi-dos pelos exportadores do agronegócio aumen-

taram em 10,8% (IPE-Agro/Cepea). Contudo, essa alta dos valores não foi capaz de elevar a atratividade do setor, que recuou 10,57% (IA-T-Agro/Cepea) no período analisado, graças à valorização de 20,3% da taxa efetiva de câm-bio real do setor (IC-Agro/Cepea). (Figura 3).

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Figura 3 - Variação percentual do: Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea); Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea); Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice de Câmbio do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Comparação entre as médias de julho de 2016 a junho de 2017 com as de julho de 2015 a junho de 2016

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC.

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Exportações setoriais

O carro-chefe das exportações do agrone-gócio em 2017 foi a soja em grão, com elevação de 23,3% nos embarques nos

primeiros nove meses de 2017 frente ao mes-mo período de 2016. As vendas externas de frutas, carne bovina, celulose e açúcar tam-bém apresentaram crescimento no período de,

5,8%, 4,5%, 2% e 0,6%, respectivamente. Os produtos que apresentaram redução das ex-portações foram: etanol (34,1%), algodão em pluma (29,7%), suco de laranja (13,6%), milho (10,7%), café (9,0%), farelo de soja (5,8%), carne suína (4,1%), carne de aves (2,1%), óleo de soja (1,2%) e madeira (0,9%) (Figura 4).

Figura 4 - Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos (IVE-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2017 comparados ao mesmo período de 2016

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

O forte crescimento dos embarques da soja em grão contribuíram para o bom desem-penho do complexo da oleaginosa nesse perío-do. Com isso, o valor das exportações brasileiras em 2017 (até setembro) ficou concentrado nos produtos do grupo cereais/leguminosas/oleagi-nosas, que representou 40,4% do total, seguido de cana e sacarídeas (12,8%), produtos flores-tais (11,4%), bovídeos (9,2%), suínos e aves (9,1%), café e estimulantes (5,5%) e frutas (3%). O outro componente do faturamento do setor, o preço em dólar (IPE-Agro/Cepea), cresceu para a maioria dos principais produ-tos do agronegócio brasileiro vendidos ao ex-

terior no agregado dos nove primeiros meses de 2017 frente ao mesmo período de 2016. Nesse período, não subiram os preços do milho (-17,3%), do farelo de soja (-2,5%), das frutas (-1,3%), da celulose (-0,8%) e da soja em grão (-0,1%). Por outro lado, os valores se mantive-ram em alta para os demais produtos, como o açúcar, que se valorizou 24,2%, as carnes de suínos (24%), o etanol (19,8%), o algodão em pluma (15,3%), o café (12,4%), o óleo de soja (11,6%), as carnes de aves (8,7%), o suco de laranja (8,2%), a madeira (7,3%) e a carne bovina (5,2%) no mesmo período (Figura 5).

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Figura 5 - Variação do Preço das Exportações para Produtos Específicos (IPE-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2017 comparados ao mesmo período de 2016

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

A valorização média do Real no agregado de janeiro a setembro de 2017, de aproximada-mente 10%, impactou fortemente a atratividade do setor. Houve perda para a maioria dos produ-tos exportados pelo agronegócio nacional, com exceção da carne suína, do açúcar e do eta-nol. O preço internalizado em Reais (IAT-Agro/Cepea) caiu com mais intensidade para milho

(-16,7%), o farelo de soja (-13,2%), a celulose (-12,7%), a soja em grão (-11,1%) e as frutas (-11,0%). Também houve perda de atrativida-de, apesar de um pouco mais leve, para a carne bovina (-7,1%), a madeira (-5,5%), o suco de laranja (-5,1%), a carne de aves (-4,5%), o óleo de soja (-4,4%), o algodão em pluma (-2,1%) e o café (-0,9%) (Figura 6).

Figura 6 - Índice de Atratividade da Exportação para Produtos Específicos (IAT-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes a comparações entre os nove primeiros meses de 2017 e o mesmo período de 2016

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

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Destinos das exportações do Agronegócio Brasileiro

Nos primeiros nove meses de 2017, a Chi-na permaneceu como o principal destino das exportações do agronegócio brasi-

leiro, com participação de 30,3% no valor to-tal das vendas externas do setor, e foi seguida pelos países da Zona do Euro (15,1%) e pelos Estados Unidos (6,3%) (Tabela 1). A demanda chinesa nesse período foi concentrada nos pro-dutos do grupo cereais/leguminosas/oleagino-sas, que representou quase 80,4% das compras do país asiático. A China foi responsável pela aquisição de 78,21% da soja em grão exporta-da pelo Brasil de janeiro a setembro deste ano. Quanto aos países que compõem a Zona

do Euro, 34,82% da demanda por produtos do agronegócio brasileiro foi concentrada no grupo cereais/leguminosas/oleaginosas, seguido por produtos florestais (15,69%), café e estimu-lantes (14,82%) e frutas (11,60%). Os Estados Unidos demandaram produtos dos grupos: pro-dutos florestais (33,79%), principalmente ma-deira (31,32%), café e estimulantes (17,29%), com destaque para o café (13,9%), bovídeos (10,5%), com ênfase em couros e peles (4,84%) e em preparações alimentícias e conservas de bovinos (3,56%), cana e sacarídeas (10,87%), com foco no etanol (9,31%), e frutas (10,35%), principalmente suco de laranja (5,32%).

Tabela 1 - Principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro (US$ FOB) e as respectivas participações (%) no total exportado pelo agronegócio brasileiro – de janeiro a setembro/2017

Em relação aos destinos dos principais produtos do agronegócio, o Irã foi responsá-vel por demandar 20,86% do total exporta-do de milho pelo Brasil, seguido pelo Egito (11,52%), Vietnã (9,86%), Espanha (8,19%) e Japão (6,29%). Os principais destinos dos em-barques do etanol foram os Estados Unidos, com 71,56% das exportações brasileiras desse produto, e Coreia do Sul (18,43%). No caso do

mercado do farelo de soja, os destaques em ter-mos de destino das exportações nacionais fo-ram os Países Baixos, que compraram 22,44% do produto, a Tailândia, que adquiriu 14,78%, e a Indonésia, com 10,24%. Como destinos de óleo de soja, o destaque foi a Índia, que deman-dou 34,01% desse derivado, e a China, que foi responsável por 29,98% do total exportado. Quanto à carne bovina, os países que

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Destino Valor (US$ FOB) Participação (%) do total exportado

China 22.415.242.407 30,3%

Zona do Euro 11.159.722.938 15,1%

Estados Unidos 4.645.257.788 6,3%

Rússia 1.846.666.774 2,5%

Irã 1.786.733.099 2,4%

Japão 1.786.293.897 2,4%

Hong Kong 1.749.873.758 2,4%

Arábia Saudita 1.658.602.295 2,2%

Egito 1.482.847.380 2,0%

Coreia do Sul 1.345.244.223 1,8%

Demais Países 24.185.250.810 32,7%

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COORDENAÇÃO GERAL: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea-Esalq/USP PESQUISADORA DO CEPEA: Andréia Cristina de Oliveira Adami, Dra. EQUIPE TÉCNICA: Thierry Fuger Reis Couto, graduando do curso de Ciências Econômicas CONTATOS: (19) 3429-8836/37 • [email protected] INFORMAÇÃO: www.cepea.esalq.usp.br

EXPEDIENTE

mais demandaram o produto foram Hong Kong, com 24% do total, a China (16,17%) e a Rússia (9,63%). Em relação à carne suína, os principais países importadores foram a Rússia (46,41%) e Hong Kong (18,29%). Quanto à carne de aves, os principais compradores foram a Arábia Saudita (15,3%), o Japão (13,35%) e a China (11,04%). Em relação ao açúcar, os países mais relevantes foram Bangladesh (9,84%), Índia

(8,04%), Argélia (7,84%) e os Emirados Árabes Unidos (7,47%). Quanto ao café, o país que mais demandou este produto foi os Estados Uni-dos (19,30%), seguido da Alemanha (18,4%) e da Itália (10,75%). Por fim, no caso do al-godão em pluma, os países que mais importa-ram este produto foram a Indonésia (25,52%), a Turquia (17,45%) e o Vietnã (16,54%).

CONCLUSÕES

Em 2017, as exportações brasileiras do agro-negócio têm se mantido em patamares re-cordes em termos de volume agregado. A

boa notícia é que neste ano, os preços em dólar da maioria dos produtos exportados pelo setor se mantiveram em alta; com isso, o faturamen-to em dólar do setor cresceu mais de 9% de janeiro a setembro de 2017 frente ao mesmo período de 2016. No entanto, a valorização do Real segurou a atratividade das vendas exter-nas, que caiu 4% nesse período; mesmo assim, o faturamento em Reais cresceu 1,2%. Ou seja, enquanto o País aumentou suas reservas de ori-gem no agronegócio, os produtores rurais viram a rentabilidade de suas exportações caírem. A soja em grão foi o carro-chefe do re-sultado positivo nesse período, e teve a China como a grande compradora, pois o país asiático absorveu 78% das vendas brasileiras da ole-aginosa em 2017 (até setembro). O país tam-bém é o principal parceiro comercial do Brasil, e suas compras representaram mais de 30% das vendas do agronegócio no período. O setor de carnes também demonstrou bom desempenho em 2017, com o produto bovino apresentando crescimento tanto de volume quanto de preços. Destes nove meses de 2017, conclui-se

que a alta dos preços em dólares não foi sufi-ciente para compensar a valorização da moeda nacional, o que provocou queda na atrativida-de das exportações brasileiras. Ainda assim, o volume exportado cresceu consideravelmente e se mantém em direção a um novo recorde histórico. A boa safra de grãos foi fundamen-tal para o País atingir esse bom desempenho. Em termos de indicadores macroe-conômicos, a inflação em queda e a redução nas taxas de juros podem favorecer os inves-timentos na produção agrícola, o que contribui para que a oferta brasileira de alimentos, fibras e energia continue em expansão. Além disso, a demanda internacional parece se manter firme, com a China demonstrando forte dis-posição em elevar as compras de alimentos. Em relação ao Real, a moeda nacio-nal pode apresentar maior oscilação neste fi-nal de 2017 e também no próximo ano, diante do cenário político nacional. Já o desempenho dos preços em dólares dependerá da ofer-ta dos principais produtores mundiais, que tem sido afetada pelo clima e pela deman-da, que continua firme, puxada pela China.