impactos pantanal
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Uma visão geral sobre o Pantanal e impactos ambientais atuais.TRANSCRIPT
BIOMA PANTANALEQUPE: ANDERSON ALMEIDA
ANDRESSA DA SILVA
FÁBIO DE OLIVEIRA
PEDRO HENRIQUE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
MESTRADO EM SANEAMENTO AMBIENTAL
Pantanal
Objetivo geral
Expor as características gerais do Bioma Pantanal e os principais
impactos ambientais sofridos por este.
Objetivo específico
Apresentar as fontes impactantes do Bioma Pantanal em relação à
biodiversidade, ao solo e aos recursos hídricos.
Figura 1 – Sub-regiões do Pantanal. Fonte: Google Imagens.
Bioma Pantanal
• Bioma brasileiro localizado na Região Centro-Oeste
ocupando uma área de 150.355 km², correspondendo a
1,76% do território brasileiro;
• Dividido em 11 (onze) sub-regiões brasileiras, sendo
Nhecolândia e Paiaguás as duas maiores;
• Chega a ocupar 16 municípios brasileiros, sendo 7 (sete) no
Mato Grosso e 9 (nove) no Mato Grosso do Sul.;
• Em extensões internacionais chega o ocupar parte da Bolívia
e Paraguai, o qual passa a ser denominado de Chaco;
Visão socioeconômica
Visão social
População: 2,2 milhões (1,1% da população brasileira)
População urbana: 87% População rural: 13% Maiores cidades: Cuiabá/MT (551 mil hab.), Várzea
Grande/MT (253 mil Hab.) Rondonópolis/MT (195 mil hab.), Corumbá/MS (104 mil hab.) e Cáceres/MT ( 88 mil hab.)
População do Pantanal
Povos Pantaneiros;
Índios (47 etnias, 78 terras indígenas);
Povos quilombolas;
Povos ribeirinhos;
Artesãos (extrativistas);
Agricultores e camponeses;
Benzedeiras e rezadeiras.
População do Pantanal
IDH: 0,7 (médio); Saneamento básico: Abastecimento de agua: 93% (nacional 91%); Coleta de esgotos: 29% (nacional 57%); Tratamento de esgotos: 19% (nacional 30%)
Conflitos
Históricos:
Colonizadores vs. Indígenas;
Atual
Interesses econômicos vs.
biodiversidade
Atividades econômicas
Pecuária extensiva Turismo Pesca Pequenas indústrias Serviços Mineração Agricultura
Impactos da Pecuária
Desflorestamentos; Queimadas; Plantio de pastagem exóticas; Poluição hídrica; Poluição dos solos;
Fonte: (SPECHT, 2012).
Impactos do turismo e pesca
Turismo excessivo e desordenado;
Pesca predatória;
Geração de resíduos: lixos deixado por turistas e embarcações;
Predação de espécies em extinção: caçadores e pescadores –
falta de fiscalização;
Hidrografia do Pantanal
Figura – Vista do Pantanal.
Fonte: Google Imagens.
Bioma Pantanal• Bioma de relevo em planície banhado pela Bacia do Alto
Paraguai;
• Recebe o título de maior planície inundável da Terra;
• A Bacia do Alto Paraguai possui 361.666 km², no qual 38,21% é ocupado pelo Pantanal;
• O rio Paraguai drena a região transportando sedimentos e MO de forma contínua, caracterizando-o como uma das maiores bacias sedimentáveis do Brasil;
• Os solos do Pantanal são caracterizados como pobres, em sua parte profunda, e ricos nas camadas mais superficiais;
• As inundações sazonais é a principal característica desse bioma e está relacionada com os impactos da agropecuária, erosão e precipitação, já que essa pode atingir precipitações anuais de 1180 mm.
Bacia do Alto Paraguai e principais impactos nos recursos hídricos.
• Por ter sua estrutura típica de depressão, o pantanal apresenta como
características fluviais principais a baixa declividade do terreno e
consequentemente a baixa capacidade de escoamento superficial gerando maior
ocorrência de enchentes;
• Portanto, os rios, ao entrarem na planície, sofrem drástica redução de
velocidade, decorrente da mudança em sua declividade;
• Os principais formadores do Rio Paraguai são os Rios Cuiabá, São Lourenço e
Taquari.
Figura – Sub-bacias do Rio Paraguai.
Fonte: Sérgio Galdino (2006).
Figura – Seção transversal Planalto e Planície.
Fonte: Tucci (2006).
Bacia do Alto Paraguai e principais impactos nos recursos hídricos.
• O Rio Paraguai apresenta redução das seções transversais ao longo de seu trecho em planície;
• Tal fato somada a baixa declividade do rio, incentiva o processo de extravasamento de águas do leito do rio para as regiões adjacentes, permitindo a passagem de sedimentos e matéria orgânica com essas águas;
Figura – Efeito da inundação no Pantanal.
Fonte: Tucci (2006).
Figura – Áreas inundadas no Pantanal.
Fonte: Tucci (2006).
Figura – Efeito da seca no Pantanal.
Fonte: Tucci (2006).
Figura – Regiões de seca no Pantanal.
Fonte: Tucci (2006).
Impactos sobre a bacia Pantaneiras
• Estima-se que em 2006, a Bacia do Alto Paraguai recebeu aproximadamente 8000 t/dia de sedimentos arenosos;
• Em épocas de chuvas e inundações, esses valores podem ter um aumento de 15 a 40%;
• Em 2000 foi realizado um estudo de concentração de mercúrio nas áreas de Cárceres e Barão de Melgaço (região norte da Bacia do Paraguai) retornando um valor médio de 33,2 ng/g;
• Ainda segundo Galdino et al (2006), em 2000, as terras ocupadas pela atividade da agropecuária na região de planalto corresponderam a 61,9% de todo espaço territorial;
• Ele também comenta que entre 1988 a 2000 foram estimados cerca de 1.076.820 L e 100.399 kg de pesticidas usados nas atividades agrícolas nas adjacências do Rio Paraguai;
• Apenas no município de São Gabriel, que possui 88,9% de sua área dentro do Pantanal, é responsável por 37% desse total.
Figura – Máximas precipitações mensais no Pantanal.
Fonte: Tucci (2006).
Impactos sobre a bacia Pantaneiras
• Passa a ser um bioma com muita água ou pouca água;
• O critério de uso da água deixa de ser por quantidade e passa a ser por qualidade.
Solos e degradação ambiental
Solos e degradação ambiental
Segundo Cardoso et al., 2011 apud Santos et al., 2002: a preocupação com a
conservação dos recursos naturais tem sido crescente nas últimas décadas,
especialmente em relação a biomas como o do Pantanal Mato-Grossense,
reconhecido como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade. Nessa
imensa planície inundável, a pecuária de corte constitui-se na principal
atividade econômica, porém, assim como nas demais regiões tropicais que
criam bovinos extensivamente em pastagem nativa, apresenta baixos índices
zootécnicos
Solos e degradação ambiental
Para melhorar índices zootécnicos DESMATAMENTO
Preocupação com implantação da pastagem cultivada
• SOLOS DE TEXTURAS ARENOSAS;
• BAIXA FERTILIDADE;• SEM CORREÇÃO DE PH;• SEM ADUBAÇÃO.
Solos e degradação ambiental
• Solos com problemas relacionados ao grau de compactação;• Solos dependentes da vegetação que realizam sua
manutenção associados ao processos biogeoquímicos
Solos e degradação ambientalTabela 1: Caracterização morfológica, física e química do solo dos ambientes FN, CE1 e CE2 estudados no Pantanal Sul-Mato-Grossense.
Fonte: Cardoso et al., 2011
Solos e degradação ambientalTabela 2: Atributos químicos do solo em diferentes ambientes do Pantanal Sul-Mato-Grossense e significância dos contrastes de interesse.
Fonte: Cardoso et al., 2011
Solos e degradação ambientalTabela 3: Atributos físicos do solo em diferentes ambientes do Pantanal Sul-Mato-Grossense e significância dos
contrastes de interesse
.
Fonte: Cardoso et al., 2011
Impactos na Biodiversidade
O valor da biodiversidade pantaneira
Valor econômicoServiços Ambientais
Dependência do homem em relação ao que a biodiversidade pode
oferecer
Benefícios que as pessoas obtêm
dos ecossistemas
Ex: madeira, alimentos, fibras para fazer papel,
resinas, produtos químicos orgânicos, genes, e
cosméticos
Ex: regulação do clima, o provimento
de habitats de reprodução, a
fertilização do solo
Fonte: CIFlorestas, 2015
Desafios da conservação da Biodiversidade
Pecuária
Conservação da
Biodiversidade
Fatores impactantes Segundo Alho (2011) as ameaças ambientais para a biodiversidade do
Pantanal podem ser agrupadas em sete categorias:
1) a conversão da vegetação natural em pastagens e culturas agrícolas,
2) destruição ou degradação de habitats devido as queimadas,
3) Super exploração das espécies principalmente pela pesca não sustentável,
4) poluição da água,
5) a modificação do fluxo do rio com a implantação de pequenas centrais hidrelétricas,
6) turismo não sustentável, e a
7) introdução de espécies exóticas invasoras.
A conversão da vegetação natural em pastagens e culturas agrícolas
Bacia do Rio Paraguai Superior (BAP) vem sofrendo as consequências da expansão a pecuária e atividades agrícolas, embora o Pantanal mantenha 86,6% de sua vegetação natural, os planaltos que o cercam têm mantido apenas 41,8% de sua cobertura vegetal original.
BAP perdeu 4% de sua vegetação nos planaltos e de 2,4% na planície de inundação (o Pantanal).
A pecuária é responsável por 11,1% de conversão de vegetação no Pantanal e 43,5% no planalto de terras altas.
Destruição ou degradação de habitats devido as queimadas
Pecuaristas do Pantanal incendeiam a vegetação durante a estação seca como uma técnica de "gestão" para "eliminar" a vegetação não utilizada pelo gado.
Fogo se espalhe e destrói , muitas vezes, áreas arborizadas e florestas.
A remoção da vegetação natural elimina comida e abrigo.
Fonte: ojornalms, 2011
Fonte: O Globo, 2009
A exploração excessiva das espécies principalmente pela pesca não sustentável O desmatamento também afeta os peixes, porque a migração pode
ser influenciada por distúrbios de habitats terrestres, principalmente matas ciliares e áreas sazonalmente inundadas.
No "piracema”, período de desova dos peixes, quando eles sobem os rios até suas nascentes, algumas espécies de peixes migratórios, devido a exploração dos habitats deixam o leito do rio e se mudam para as áreas de inundação adjacentes em busca de alimento.
(Vídeo Piracema https://www.youtube.com/watch?v=XJXgCHs2KIE )
Sobrepesca em algumas espécies de peixes de grande porte.
Barragens interferem o ciclo como uma barreira mecânica.
A poluição da água
Qualidade dos recursos naturais associados
Poluição aquática
Vida Selvagem
Contaminação de aves e peixes por mercúrio
A modificação do fluxo de rios com a implantação de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) A construção de tantas usinas altera o fluxo
migratório dos peixes, que têm enfrentado problemas para se reproduzir.
As PCHs são consideradas pequenas por sua capacidade de geração de energia, mas qualquer obstáculo que é colocado no leito do rio interrompe seu fluxo e altera o ciclo de secas e cheias, fundamentais para a reprodução de algumas das espécies mais importantes do pantanal.
Turismo não sustentável
Turismo, se bem planejado e regulado, oferece uma excelente economia alternativa para a região.
No Pantanal o turismo frequentemente é feito de maneira predatória.
Grupos de turismo invadem áreas que deveriam ser preservadas (por exemplo, terrenos de nidificação de aves aquáticas ou viveiros).
Barcos hotéis turísticos em todo o Pantanal não tratam os resíduos corretamente
A introdução de espécies exóticas invasoras
Além de causarem efeitos negativos à estrutura e ao funcionamento dos ecossistemas alagados do Bioma Pantanal, podem também causar impactos socioeconômicos, no suprimento de alimentos e na saúde humanaO monitoramento e o manejo corretos são necessários
Conclusões
O Pantanal é um bioma complexo, desde de sua formação socioeconômica até a sua grande diversidade e peculiaridades físicas, na qual vem hoje perdendo gradativamente suas riquezas por causa de práticas degradativas, reflexo do perfil socioeconômico de sua população, que muitos locais não possuem infraestruturas adequadas a sobrevivência, e em outros, a busca de desenvolvimento e riqueza sem o conceito de sustentabilidade.
Apesar do Pantanal ser um bioma de grande reserva hídrica, o crescimento urbano acelerado com o consequente aumento da atividade agropecuária, vem gerando danos ao ecossistema aquático. Como maneira corretiva e preventiva, a gestão pública responsável deve incentivar o planejamento e conservação desses recursos hídricos ameaçados gerando um uso sustentável e racional dos mesmos.
Conclusões
Os impactos sobre a biodiversidade têm causado a extinção de espécies. Políticas públicas em relação à natureza em geral, e da biodiversidade, em particular, têm melhorado, e não tem sido mais rígido para proteger o Pantanal. Se, por um lado, os projetos de desenvolvimento são bons para a região, por outro lado, as prioridades de conservação têm que ser levadas a cabo, a fim de satisfazer as necessidades ecológicas.
Para promoção da sustentabilidade seria essencial à preservação das áreas de floresta semidecídua que promovem a dinâmica de estabilização dos solos em bioma Pantanal. Deve-se considerar a importância econômica da pecuária, priorizando medidas mitigatórias ou formas alternativas do uso dessas áreas como por exemplo, corredores em determinadas áreas para reduzir a compactação dos solos