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HUCFF: Serviço de Pneumol ogia - Programa de Medici na Ocupacional - 2001. I Curso de Aperfeiçoamento em Medicina Interna - FM -UFRJ Pneumopatias Ocupacionais ABERTURA: ...esta arte de escutar, indagar, auscultar, perscrutar ao longo de séculos a gerações de médicos, incita, estimula e desperta o sentido da busca por um futuro melhor para a humanidade, esta arte, cada um de nós sabe o que ela representa em nossas vidas e na daqueles que cruzam os nossos caminhos... Alberto José de Araújo Médico do Trabalho Pneumologista - Sanitarista Coordenador do Programa de Medicina Ocupacional Presidente do Comitê de Tabagismo e-mail: [email protected] -

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I Curso de Aperfeiçoamento em Medicina Interna - FM -UFRJ

Pneumopatias Ocupacionais

ABERTURA:

...esta arte de escutar, indagar, auscultar, perscrutar ao longo de séculos a gerações de médicos, incita, estimula e desperta o sentido da busca por um futuro melhor para a humanidade, esta arte, cada um de nós sabe o que ela representa em nossas vidas e na daqueles que cruzam os nossos caminhos...

Alberto José de Araújo

Médico do Trabalho – Pneumologista - Sanitarista

Coordenador do Programa de Medicina Ocupacional

Presidente do Comitê de Tabagismo

e-mail: [email protected] - 290.8099 – 562.2440

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Pneumopatias Ocupacionais

CONCEITO:

...afecções das vias aéreas, do parênquima

pulmonar e da pleura causadas por exposição

a poluentes nos locais de trabalho.

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Pneumopatias Ocupacionais

INTRODUÇÃO – PARTE I :

Saga de um Trabalhador com Silicose, testemunho vivo de um colega…

... inspirou profundamente sorvendo a brisa daquele fugaz momento e foi expirando lentamente livrando-se dos males e do tormento em seu vívido semblante ante o olhar de espanto de seus queridos entes

pois este poderia ser seu derradeiro cantoum sopro para germinar sementes

nas lágrimas do prantopor um homem honrado, santo…

segue

 

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Pneumopatias Ocupacionais

INTRODUÇÃO – PARTE II : …Trabalhando, noite e dia,

sofrendo no fino pó que os encobriam não tinham tempo, época ou história

martelavam como antes outros povos o fizeram

sonhavam em trazer da labuta, pão e vitória mas como tantos, da rocha pulmões de pedra herdavam em suas incansáveis e exaustivas jornadas sem alforria

de sol a sol, na nascente e no poente, dormiam e acordavam

para um cotidiano que ciclicamente se repetia em uma luta inglória contra os abusos, a exploração, a tosse, o cansaço, da longa jornada, adoecem abrindo fendas na mãe terra, precocemente a serra descem e viram as páginas de sua história...   à Emile Zola e a sua imortal “Le Hombre Germinale”

aos trabalhadores em minas, pedreiras e afins.aos colegas que nos concederam o privilégio de

secutar…  Alberto J. Araújo, 25.03.2000

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QUADRO NOSOLÓGICO

1. Reações brônquicas. Inflamações da parede brônquica - Bronquiolites, bronquites agudas e crônicas broncoespasmo - Asma brônquica ocupacional

2. Reações parenquimatosas 3. Reações Pleurais.

4. Tumores malignos.

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PNEUMOCONIOSES

...as reações parenquimatosas aos poluentes ocupacionais são denominadas Pneumoconioses.

Fatores Determinantes:

1. Natureza da partícula

2. Tamanho da partícula

3. Concentração por m3

4. Tempo de exposição

5. Intensidade da exposição

6. Suscetibilidade individual

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PRINCIPAIS POLUENTES

...a poeira com sílica e as fibras de asbestos são os principais agentes das pneumoconioses no Brasil.

Agentes Causais:

1. Poeiras Inorgânicas

2. Poeiras Orgânicas

3. Gases Tóxicos

4. Aerossóis solúveis

5. Fungos

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Mecanismos de Penetração, Deposição e

Clearance de AerossóisCondições necessárias: Diâmetro das partículas < 10 micra: fração respirável Proporção dos Constituintes Concentração Superfície de contato com região alveolar Condições fisiológicas respiratórias

. Tamanho da partícula e local de deposição: Partícula >10micra: nasofaringe até árvore traqueobrônquica Partículas menores: depositam-se em qualquer nível

. Respostas do trato respiratório à agressão: Sistema Muco-ciliar Macrófagos Alveolares

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Mecanismos Imunológicos de Defesa

. Transporte Muco-ciliar: Vias aéreas proximais Proporção dos Constituintes Concentração Superfície de contato com região alveolar Condições fisiológicas respiratórias

. Fagocitose: Vias aéreas distais: macrófagos alveolares P < 5 micra Resposta celular Resposta humoral

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SILICOSE

...é a principal pneumoconiose no Brasil, envolvendo milhares de trabalhadores em diversas atividades industriais.

Tipos de Reação Tecidual à Sílica:

1. Silicose crônica:

Longa latência até o surgimento de alterações radiológicas (10 anos).

Histologia: nódulos silicóticos, com estruturas birrefrigentes à luz

polarizada.

Fibrose Pulmonar: progressão da doença, com coalescência dos nódulos e

substituição do parênquima for fibras colágenas.

Clínica pobre, a não ser em estágios mais avançados (Cat 3 –Rx-ILO-80)

Grupos mais atingidos: Indústria Cerâmica, Pedreiras.

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Pneumopatias Ocupacionais

SILICOSE

...a silicose teve sua incidência drasticamente reduzida na América do Norte e na Europa, quando medidas de controle ambiental foram adotadas, como a simples aspersão de água no processo de trabalho.

Tipos de Reação Tecidual à Sílica:

2. Silicose Sub-Aguda:

Média latência com o surgimento de alterações radiológicas precoces (em geral após

5 anos de exposição).

Histologia: nódulos silicóticos, com componente inflamatório mais intenso e

descamação celular nos alvéolos.

Evolução radiológica mais rápida, tendência a conglomeração e grandes opacidades.

Clínica: sintomas respiratórios precoces e limitantes como a dispnéia.

Grupos mais atingidos: Cavadores de Poços e Mineradores de Ouro (subsolo).

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SILICOSE

...a maior parte dos casos de silicose diagnosticados no Brasil provém da mineração subterrânea de ouro, cerâmicas, fundições, pedreiras e indústria de recuperação naval.

Tipos de Reação Tecidual à Sílica:

3. Silicose Aguda:

Curta latência, associada a maciça exposição à sílica livre, o surgimento de

alterações radiológicas ocorrem em um período de meses a 5 anos de exposição).

Histologia: proteinose alveolar pulmonar associada a infiltrado inflamatório intersticial.

Evolução radiológica dramática, sobrevida sobrevida em geral menor que 1 ano.

Clínica: quadro geral e respiratório extremamente limitante.

Grupos mais atingidos: Jateadores de areia e trabalhadores em moagem de pedra.

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DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS

...a exposição às fibras de amianto ocorre em uma grande número de atividades industriais, expondo trabalhadores, familiares e mesmo a população em geral a liberação de fibras.

Patologias:

1. Asbestose

2. Alterações Pleurais Benignas

3. Câncer de Pulmão

4. Mesotelioma

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EXPOSIÇÃO AO ASBESTOS

...muitos são os materiais que podem substituir o amianto como fibras de vidro, pvc, pva, lã de vidro, alumínio, fibras de celulose e de aramida. Exposição por Ramo Industrial:

1. Construção: fibroamianto (telhas, caixas d’água, canalizações), elementos

isolantes.

2.Têxtil: roupas ou EPI que utilizam amianto (segurança).

3. Plástica: pisos vinílicos, adesivos, tintas e impermeabilizantes.

4. Automotiva: sistemas de freio e embreagem.

5. Mineração: extração e transporte de amianto.

6. Outras: naval, cloro-solda, vidros, papel e celulose, lavanderias industriais.

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ASBESTOSE

...doença pulmonar de origem ocupacional, por inalação de poeira de amianto e caracterizada por fibrose pulmonar crônica e irreversível.

Patologias:

1. Amianto ou asbesto: fibra natural extraída de rochas: anfibólio ou crisotila.

2. População em risco: estimada em 25-30 mil trabalhadores no Brasil.

3. Prevalência: dados escassos no Brasil (Riani Costa, 25%, fibrocimento, 83).

4. Clínica: manifestações mais precoces do que as pneumoconioses nodulares.

5. Diagnóstico: radiológico: Padrão Op. Linear (ILO-80) e História Ocupacional.

6. Função Pulmonar: predomina padrão restritivo, misto/obstrutivo (tabagismo

associado), redução da difusão nas fases moderada e avançada.

7.Latência: acima de 10 anos, exposição cumulativa, “turnover” mão de obra.

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CALCIFICAÇÕES PLEURAIS

...muito freqüentes em trabalhadores expostos ao Asbesto, costumam aparecer após exposição de 10-20 anos, muitas vezes são a única manifestação da exposição.

Alterações Pleurais Benignas

1. Tipo de lesão: forma de espessamento pleural em placas, pleural difuso,

derrame pleural benigno e atelectasias redondas (imagem pseudo-tumoral).

2. Placas Pleurais: são as mais freqüentes patologias relacionadas ao asbesto.

3. Clínica: em geral não se associam a alterações funcionais importantes.

4. Função Pulmonar: restrição ocasional.

5. Diagnóstico: radiológico e História Ocupacional.

6. Calcificação pleural: são conseqüentes a espessamentos pleurais antigos.

7.Latência: entre 10-20 anos.

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MESOTELIOMA

...oitenta por cento dos casos são relacionados à exposição ao asbesto.

Aspectos Gerais do Mesotelioma

1. Sítio de lesão: pleura, peritônio e pericárdio.

2. Curso da doença: em geral desfavorável.

3. Sobrevida: expectativa de vida de 12 meses para 20% dos portadores.

4. Diagnóstico: radiológico (tomográfico) e biópsia a céu aberto.

5. Fibras envolvidas: anfibólios em maior escala: crocidolita e amosita e,

crisotila.

6. Latência: acima de 10 a 20 anos de exposição.

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CÂNCER DE PULMÃO

...associação entre câncer de pulmão e asbesto foi comprovada por Doll, em 1955. O tabagismo potencializa este risco.

Aspectos Gerais do Câncer Ocupacional

1. Tipo de Câncer: tipos celulares, similar a população em geral, nos casos de

asbestose leve. Há predomínio dos adenocarcinomas quando há

asbestose moderada e grave.

2. Concomitância com Asbestose: 20% dos casos não é detectada a

asbestose radiologicamente.

3. Risco de Câncer e “Limite Seguro de Exploração da Fibra”: polêmico.

6. Latência: acima de 10 a 20 anos de exposição.

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Pneumopatias Ocupacionais

OUTRAS TIPOS DE PNEUMOCONIOSES

...a exposição às fibras de amianto ocorre em uma grande número de atividades industriais, expondo trabalhadores, familiares e mesmo a população em geral a liberação de fibras.

Patologias:

1. Poeiras Mistas: antracossilicose, silicosiderose, alumina, caulim, talcose.

2. Beriliose

3. Metais Duros: tungstênio, titânio, nióbio, vanádio, cobalto.

4.Baritose 5. Siderose

6. Estanose 6. Manganês

7. Rocha Asfáltica

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Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade

. Asma Ocupacional: Vias aéreas proximais Proporção dos Constituintes Concentração Superfície de contato com região alveolar Condições fisiológicas respiratórias

. Pneumonite por hipersenbilidade: poeiras orgânicas

Pulmão de fazendeiro PH dos criadores de pássaros PH dos cultivadores de cogumelos

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Pneumopatias Ocupacionais por Hipersensibilidade

. Febre por Inalacao de fumos metálicos e de polímeros:

Exposição altas concentrações de zinco e cobre Combustao de plasticos fluorados: teflon

. Pneumonite tóxica: Exposição a altas concentrações de gases irritantes:

amônia, cloro, NO2, berílio, cádmio, mercúrio, níquel, vanádio e zinco.

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PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE

...sensibilização causada por exposição recorrente a antígenos e material orgânico inaláveis.

Patologias:

1. Pulmão do Fazendeiro:

- Agente: feno, palha, grãos mofados= Actinomycetes Thermof.

2. Bagaçose:

- Agente: cana mofada = Thermoactinomyces viridis, T.sacharii

3. Dos Lenhadores e Marceneiros:

- Agente: madeiras, serragem mofada = Alternania sp.

4. Isocianatos:

- Agente: hapteno orgânico.

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PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE

...sensibilização causada por exposição recorrente a antígenos e material orgânico inaláveis.

Patologias:

5. Dos Manipuladores de malte, cortiça, boldo e cogumelos:

- Agente: cascas mofadas= T.vulgaris et al

6. Dos Criadores de Aves:

- Agente: excrementos e penas = proteínas de aves.

7. Dos Manipuladores de Animais e Peixes:

- Agente: epitélio = proteínas e saprófitos.

8. Sequoise:

- Agente: poeira mofada = Pullalania sp.

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ASMA OCUPACIONAL

...obstrução reversível das vias respiratórias causada pela exposição a inalantes gasosos ou particulados no ambiente de trabalho (Newman-Taylor, 80).

Desencadeamento da Broncoconstricção:

1. Reflexa: ação direta de partículas, gases, ar frio nos receptores de parede.

Ocorre em indivíduos com hiper-reatividade brônquica ou asma prévia.

2. Inflamatória: exposição a altas concentrações de gases ou partículas.

Episódicos e limitados, evolução em meses, com hiper-reatividade brônquica

3. Farmacológica: organofosforados, algodão, tolueno diisocianato, ac. plicático

Agentes atuam como agonistas farmacológicos (ação similar a drogas).

4. Imunológica: reação mais comum (mediada por IgE: Tipo I, II e III e IgG) ,

Agentes Alto PM: ações diretas Baixo PM: atuam como haptenos.

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Pneumopatias Ocupacionais

ASMA OCUPACIONAL

...o primeiro passo para a sua caracterização é firmar o diagnóstico de asma brônquica.

Abordagem Clínica e Ocupacional:

1. Diagnóstico Clínico de Asma

2. História Ambiental: agentes suspeitos,exposição, processo de trabalho, visita.

Identificação das substancias, atividade e grau de exposição.

3. Relação entre Exposição e Sintomas: sintomas imediatos e tardios.

Broncoespasmo: imediato, final da jornada ou noturno.

Indagar sintomas no final de semana, férias.

AO componente Inflamatório ou Imunológico: semanas para regredir sintomas.

Antecedentes pessoais e familiares de atopia

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Pneumopatias Ocupacionais

ASMA OCUPACIONAL...após o diagnóstico clínico-ocupacional é necessário estabelecer

o nexo causal.

Exploração Laboratorial:

1. Identificação dos Agentes: existem > 300 agentes reconhecidos (Burge,92)

2. Curva de Peak Flow: medidas seriadas de pico de fluxo expiratório.

Fatores limitantes: escolaridade, uso corticóide, cromoglicato, broncodilatador,

exposição intermitente.

3. VEF1 : relação entre exposição e sintomas, sintomas imediatos e tardios.

3. Testes de provocação brônquica: metacolina ou agentes específicos.

4. Testes cutâneos e sorológicos:

Prick test: alérgenos ambientais, IgE total (caracterizar Atopia)

Rast: para rastrear IgE específica de alguns agentes ocupacionais.

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Pneumopatias Ocupacionais

PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE

...o controle e a prevenção devem ser efetivados, as PH são doenças que podem ser evitadas.

Aspectos Gerais:

1. Prevalência: desconhecida no Brasil.

2. Fisiopatologia: resposta imunológica desencadeada por antígenos diversos.

3. Laboratório: IgG e imunocomplexos tipo Arthus. Testes cutâneos para antígenos

específicos, leucocitose e eosinofilia ocasional (fase aguda).

4. Clínica: falta de ar, chiado, febre, tosse seca, mal estar e fadiga de horas a poucos

dias (gripe).

5. RX: infiltrado, op. reg/irregular até intensa profusão op., red. Volume (Favo de Mel)

6.Função Pulmonar: redução CV e VEF1, redução Difusão (gravidade).

7.Tratamento: corticóide fase aguda, afastamento da exposição e monitoramento.

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Pneumopatias Ocupacionais

Poluentes Ocupacionais não-explícitos

...a manipulação de fibras têxteis e de feno em geral, levam a quadros de reações brônquicas.

Tipos de Pneumopatias:

1. Exposição a aerossóis industriais tóxicos, alergênicos e

fibrogênicos.

2. Doenças de Interiores – Síndrome dos Edifícios

Doentes:

- Sick Building Sindrome

3. Siderose

4. Pulmão de Fazendeiro

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Pneumopatias Ocupacionais

Poluentes Ocupacionais não-explícitos

...a manipulação de fibras têxteis e de feno em geral, levam a quadros de reações brônquicas.

Tipos de Pneumopatias:

1. Exposição a aerossóis industriais tóxicos, alergênicos e

fibrogênicos.

2. Doenças de Interiores – Síndrome dos Edifícios

Doentes:

- Sick Building Sindrome

3. Siderose

4. Pulmão de Fazendeiro

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NEXO CAUSAL

...uma vez estabelecida a relação de causa e efeito, o médico poderá atestar o nexo causal, isto é, a relação entre a patologia e a atividade do trabalhador.

Tipos de Documentos:

1. CAT – Comunicação de Acidente (ou Doença Profissional) de

Trabalho.

2. Laudo de Exame Médico.

3. Resultados dos exames laboratoriais.

4. Solicitação de afastamento do trabalho e/ou readaptação ou

reabilitação profissional.

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Pneumopatias Ocupacionais

USO DE EPI

...o uso do EPI e a aplicação de medidas de proteção coletiva são os meios mais eficazes para minimizar os riscos da exposição.

Recomendações mais usuais:

1. Uso de Máscara Respiratória

2. Orientação quanto a higiene pessoal.

3. Recomendações ao empregador quanto as medidas de

controle ambiental: aspersão de água, exaustão, etc..

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HUCFF: Serviço de Pneumologia - Programa de Medicina Ocupacional - 2001.

Respiratory Health in 437 Quarry Workers in Rio, Brazil.

Irving Selikoff Fellowship Program

Métodos para Diagnóstico

4. Provas de Função Pulmonar

- FVC, FEV1 and FEV1/FVC.

- Teste de Difusão

- Testes de Broncoprovocação

- Prova Broncodilatadora

5. Estudo Citológico do Escarro Induzido

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Respiratory Health in 437 Quarry Workers in Rio, Brazil.

Irving Selikoff Fellowship Program

Métodos de Diagnóstico

7. Avaliações de Particulados: Ambiente de Trabalho

8. Community neighbor’s environment measurements

9.