hoje macau 24 mar 2015 #3297

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GCS hojemacau ANTÓNIO VICTORINO D’ALMEIDA “Não creio que haja em Portugal grandes nomes na música pop” LEI DE PROTECÇÃO DOS ANIMAIS Um mal menor com efeitos potencialmente perversos CÔNSUL ENTREGA CARTA DE FIGO “Tem todas as condições para ser um bom presidente da FIFA” DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 24 DE MARÇO DE 2015 ANO XIV Nº3297 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PÁGINAS 4-6 LINHAS DE ACÇÃO GOVERNATIVA Chui mínimo O Chefe do Executivo não inovou, nem convenceu. Deixou para os Secretários a responsabilidade de mostrar que este Governo é diferente. Os deputados comentam. ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 SOCIEDADE PÁGINA 13 DESPORTO PÁGINA 21

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Hoje Macau N.º3297 de 24 de Março de 2015

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hojemacaualbano martins | economista

antónio victorino d’almeida“não creio que haja em Portugal grandes nomes na música pop”

lei de Protecção dos animaisUm mal menor com efeitospotencialmente perversos

cônsUl entrega carta de figo“tem todas as condições paraser um bom presidente da fifa”

Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 t e r ç a - f e i r a 2 4 D e m a r ç o D e 2 0 1 5 • a N o X i v • N º 3 2 9 7PU

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linhas de acção governativa

chui mínimoO Chefe do Executivo não inovou, nem convenceu. Deixou para os Secretários a responsabilidade de mostrar que este Governo é diferente. Os deputados comentam.

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2 hoje macau terça-feira 24.3.2015entrevista

AndreiA SofiA [email protected]

Que balanço faz da sua participa-ção no Festival Rota das Letras e da sua viagem a Oriente? O balanço tem de ser positivo, uma vez que estamos aqui (risos). É a quinta vez que venho a Macau e vim sempre em situações diferen-tes, mas sempre ligado à música. Mas esta é a primeira vez que venho como pianista e para uma forma que está a regressar muito agora, que é o piano a quatro mãos. Du-rante muitos anos tinha deixado de acontecer, mas agora está a voltar.

Porquê? O público quer ouvir novamente?É. As coisas são cíclicas. A coisa mais triste que acho que se pode dizer e que é mais ofensiva, ainda que seja dita com ar elogioso, é falar-se da música dos anos 30, 40 ou 80. Que falta de ambição quando uma pessoa pretende que a sua música seja como a dos anos 40 ou 50. A música que se faz é para sempre. O artista é uma pessoa, não se quer dizer que se seja parvo, mas é uma pessoa ambiciosa, quer que a sua música fique para sempre.

Sempre quis isso para si próprio?Sim. Ninguém escreve para o sé-culo em que se está, quero lá saber o século em que estou.

Quando está a compor tem essa ideia da sua música permanecer? Tenho essa ambição. Certeza não tenho, isso são outras histórias. A ambição deve-se ter. A pessoa que componha apenas a pensar no seu tempo está, por natureza, a liquidar-se. Significa que na década seguinte acabou e isso é muito triste. E isso em todos os estilos de música. As canções da Edith Piaf e do Jacques Brel estão quase com cem anos e continuam a existir. E continuarão sempre. O erro está em querer fazer só para o seu tempo.

Há muita gente que o tem como mentor em termos de carreira. Como se sente em relação a isso, a ser um dos vultos da música clássica em Portugal?Há uma noção de responsabilidade que se tem, em relação a nós pró-prios e [do] que estamos a fazer. Compomos para alguém, não há ninguém que componha só para si. Isso é uma noção muito amadorísti-ca, o “eu toco piano só para mim”.

Então mais vale ir cozinhar (risos). A pessoa toca piano, compõe, pinta, faz poesia... quer se queira, quer não, é sempre para os outros. E os outros é uma entidade abstracta. É evidente que, tendo uma carreira, espero ter sempre respeitado e amado os outros. O público, que é uma entidade extremamente justa, que pode ser muito exigente e cruel em alguns aspectos. Mas é justo.

Sente que o público foi cruel consigo algumas vezes?Não, comigo nunca foi. Até ao ponto de nem saber se sempre foi justo. A verdade é que tenho uma óptima relação com o público, sempre tive, e estou muito grato por isso.

Isso tem a ver com o seu carisma e o facto de ter aparecido na te-

levisão? Tem saudades do tempo em que aparecia mais?Não vou dizer que não gostei de fazer televisão, claro que gostei. E gostaria de voltar a fazer televisão e é uma parvoíce não estar a fazer.

E porque é que não tem feito?Sabe que a RTP tem uma lei em que é proibido as pessoas com mais de 70 anos [fazerem televisão]. Eles assumem que é proibido, é verda-de. Já puseram na rua uma data de pessoas. E depois assumem um ar muito seráfico e dizem: “queremos guardar a imagem de quando eram novos”. Guardem a imagem da mãezinha deles. Mas seria muito pior não tocar piano, não compor ou não escrever ou mesmo não fazer umas aventuras no cinema do que fazer televisão. Não é a

minha paixão, não foi assim um desgosto tão grande. À carteira deu algum (risos).

A música tem estado afastada da televisão e do serviço público...A inteligência está afastada do serviço público de televisão. É uma

António Victorino d’AlmeidA maestro, músico e compositor

“não há ninguém que componha só para si”Pela primeira vez, António Victorino d’Almeida veio a Macau só para tocar piano a quatro mãos. A Oriente, olha para Portugal, onde a política cultural “é zero”, estando Lisboa longe de ser a capital europeia que todos dizem que é. O também maestro e compositor gostava de regressar à sua Viena da Áustria e diz “ser uma parvoíce” não fazer televisão

A pessoa que componha apenas a pensar no seu tempo está, por natureza, a liquidar-se. Significa que na década seguinte acabou e isso é muito triste. E isso em todos os estilos de música. As canções da Edith Piaf e do Jacques Brel estão quase com cem ano se continuama existir. E continuarão sempre

A pessoa toca piano, compõe, pinta, faz poesia... quer se queira, quer não, é sempre para os outros. E os outros é uma entidade abstracta

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3 entrevistahoje macau terça-feira 24.3.2015

coisa que não existe. É oca. Eu adoro futebol, mas aqueles debates de horas, em quatro televisões em simultâneo, com pessoas a dizerem a maior das banalidades, porque não têm outra solução... e depois até ao nível da análise política. Há pessoas que são grandes bichos da televisão, como o Marcelo Rebelo de Sousa. Eu, como tenho muita experiência em televisão, sei perfeitamente que aquilo às vezes é... estamos ali a inventar, a ganhar tempo. É apenas a habili-dade circense de poder responder sempre a tudo.

Mas perguntava-lhe sobre o facto de haver muitos programas de música, de caça talentos e, no entanto, faltam programas de música como no tempo em

que esteve lá. Está-se a cair na banalização?E não só. Se é verdade o que me dizem, estão a fazer-se coisas muito graves. Estão a desviar--se miúdos dos estudos para os convencerem a todos de que são geniais, os júris reviram os olhos e fingem que choram de cada vez que um concorrente aparece. Mas acho que não lhes pagam. E isso é muito grave, porque um minuto de televisão é muito caro. Preencher esse minuto com miúdos e dizer que eles são geniais, para depois os eliminar na prova seguinte, é uma grande sacanice.

Como olha para a nova geração na música clássica? É difícil ser músico nesta altura em Portu-gal?Há imensa gente. As estruturas são muito más e há certos números que faço questão de dizer. Há neste momento 160 escolas de música em Portugal. São 160 mil pessoas que se interessam por música. Mas vamos acrescentar 700 e tal bandas. Cada banda tem cem pessoas. Acrescente-se mais esses milhares. Depois há as orquestras sinfónicas. Não há tantos fadistas e bandas rock. Então porque é que a maioria é apresentada como a minoria? É sempre apresentado como “estes que cultivam uma coisa que está fora de moda”. Ai está fora de moda? São a maioria!

Também enveredou pelo mundo da literatura e publicou vários li-vros. Como foi essa experiência?Foi e espero que continue a ser. Isso não é como a televisão: gosto mesmo a sério de escrever. Publicam-se 40 livros por dia em Portugal, o que não corresponde à realidade de leitura. Se nunca foi difícil para mim publicar um livro, a distribuição é quase nula. Os livros são lançados, mas depois começam a não aparecer nas livra-rias. E quatro anos depois dá-se o que se pode chamar o Auto de Fé e isso não acontece só em Portugal. Passados cinco anos, os livros são guilhotinados ou queimados e isso dói ver. Mas é uma prática universal. A Áustria é um país meu e se em Portugal temos uma tiragem de dois mil exemplares na Áustria nunca é menos de 40 mil.

Sobre a Áustria. Nunca pensou num regresso? Nunca se sentiu desiludido com Portugal?Fui para Portugal por motivos

meramente familiares. Para nós era impossível neste momento. Mas não há nenhuma razão de ordem artística ou pessoal que me faça preferir estar em Lisboa. Garanto que não. Se pudesse, era já que ia embora para Viena. E se ficasse em Portugal, ia para Moledo, ou até para o Porto. Lisboa é a capital das várias províncias.

Não é uma cidade mais europeia, como se tem dito?Qual quê! Isso é um delírio. Uma capital europeia é a capital em que, se lá estiver o Plácido Domingo ou os Rolling Stones, não vem no jornal. Em Portugal, como vem nos jornais e na televisão, só falta ir o arcebispo benzer... Qualquer músico que vá a Portugal aparece “está cá!” e pensa-se “já somos iguais a Paris!”. Só que em Paris cantam 30 nesse dia.

Falou das suas filhas. A Maria de Medeiros enveredou pela música...A Maria é uma grande actriz e cineasta e uma grande figura de palco, mas não é a cantar que ela é extraordinária. É-o no conjunto. Quando vejo a Maria em palco, é realmente notável. Se me disser que tenho uma filha cantora, digo que não: tenho uma filha actriz e cineasta que também canta.

Já a Inês Medeiros enveredou pela política.Espero que seja uma coisa pas-sageira (risos). É uma espécie de sarampo. Não me interessa nada.

Preferia que ela não tivesse essa posição. Acho que é uma pena que a Inês, a

actriz e até cineasta, esteja sentada no hemiciclo. Desejo o dia em que a Inês possa voltar a ser a grande actriz que é.

Como se olha para a política cultural que se faz em Portugal? Que críticas faz?Não se critica o zero. Por política entenda-se ter ideias, conceitos, criar estruturas. E isso não se vê. Há actividades que são quase de-generativas, como é a [Fundação] Gulbenkian, que vai envelhecen-do... aquilo quase que cheira a mofo por todos os lados. O espectador que morre é a cadeira que fica vazia e aquilo não se reinventou. E todos sabem que isso é verdade.

Vê-se muitos artistas a nascer na internet, no iTunes, no YouTube. Como olha para este fenómeno?Não sou utente da internet. Mas devo dizer que gosto de ter um disco em casa, um livro. Acho abominável ler (no Ipad), ou roubar (fazer downloads). Acho que a lei só peca por tão ligeira que é. Mas o estilo de música que faço mais é aquele onde o download tem menos importância. Não creio que sejam as orquestras sinfónicas ou as or-questras que sejam as pessoas mais prejudicadas com o download. A música pop é a mais lesada.

Que músicos ou bandas actuais costuma ouvir?Não tenho assim muito conhecimen-to dos nomes. Não creio que haja em Portugal grandes nomes dentro da música pop. Posso estar a ser injusto, mas quando oiço aqueles tipos com aquela parafernália todas e os nossos, coitadinhos...aquela presença em palco... Nunca vi isso lá.

António Victorino d’AlmeidA, mAestro, músico e compositor

“Não há ninguém que componha só para si”A inteligência está afastada do serviço público de televisão. É uma coisa que não existe. É oca

Não sou utente da internet. Mas devo dizer que gosto de ter um disco em casa, um livro. Acho abominável ler (no Ipad), ou roubar (fazer downloads)

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4 hoje macau terça-feira 24.3.2015lag 2015

Até ao último Secretário

A expectAtivA é sempre grande quando Chui Sai On se desloca à Assembleia Legislativa. Mas, como em anos anteriores, o que o líder do Governo apresenta de cabeça baixa não passa de um resumo das linhas orientadoras para as próximas políticas que aí se avizinham. O grande trabalho está, portanto, na mão dos cinco Secretários do Executivo, que vão enchendo de esperança quem aguarda por algumas novidades, daquelas que não se limitam a dar continuidade a medidas que nem sequer começaram em anos anteriores, ou que vão além de um cheirinho sem detalhes, que tudo o que cria é especulação. Chui Sai On levantou a ponta do véu, mas nada mais do que isso. Falou em estudos e ponderações e em novidades que, de novo, só terão o que, eventualmente, Raimundo do Rosário, Sónia Chan, Lionel Leong, Wong Sio Chak e Alexis Tam nos quiserem trazer. Não será, talvez, mais do que obrigação destas figuras esse papel, de nos encherem de pormenores e medidas mais concretas. Tal não aconteceu em anos anteriores, com outros Secretários, mas alguma crença terá de se ter face aos novos rostos que se sentam nas cadeiras destas tutelas. Ainda assim, é de perceber que a esperança da população assentasse num eventual anúncio que a todos diz respeito, como por exemplo a criação de mais medidas para combater a especulação imobiliária. Ora, sobre isto o Chefe diz nada ter de novo. Sobre o resto, terá agora de se esperar pelos senhores Secretários, numa altura em que a réstia de esperança reside precisamente nessas figuras do Governo. E a esperança, como diz o cliché, é a última a morrer. Até ao último Secretário. - J.F.

édi to

Joana Freitas [email protected]

C hui Sai On apresentou ontem um resumo das Linhas de Acção Gover-nativa (LAG) para este

ano, num discurso que poucas novidades trouxe. Pela primeira vez este ano na Assembleia Legis-lativa (AL), o Chefe do Executivo assegurou mais benefícios fiscais para sociedade e PME, melhoria da qualidade de vida da cidade e um estudo sobre a criação de órgãos municipais sem poder político. um plano a cinco anos para perceber a necessidade de estratégias a im-plementar foi outros dos anúncios, sendo que se vai dar continuidade a medidas anunciadas o ano passado, ainda que não haja novas políticas para o mercado imobiliário.

Mantendo os slogans que têm sido já habituais na apresentação das LAG, como o respeito pelo princípio ‘um País, Dois Sistemas’ e ‘Macau governado pelas suas gentes’, o Chefe do Executivo não deixa de lado elogios à China e à forma como Macau vai contribuir para a segurança e desenvolvimen-to do país, ainda que se comprome-ta a “proteger a soberania”.

“Devemos insistir no reforço da formação dos jovens, estimular plenamente o dinamismo basea-do no amor à pátria e a Macau. iremos encorajar a participação activa das mulheres nos assuntos sociais, potencializando o seu papel social.”

O líder da RAEM assegura ainda que vão ser feitas mais aus-cultações públicas, até porque o Governo se compromete a “corrigir as insuficiências dos trabalhos”. Tudo para a abertura de “um novo capítulo” na história do desenvol-vimento da RAEM.

“iremos assumir as insu-ficiências da governação, en-frentaremos positivamente os problemas, aperfeiçoando-nos constantemente em todos os aspectos”, realça Chui Sai On. “Vamos acelerar o processo de reestruturação dos serviços da Administração Pública, aumentar a coordenação, aperfeiçoar o me-canismo de supervisão e aumentar continuadamente a transparên-

Portugueses e macaenses com PaPel imPortante

LAG 2015 Chui Sai On apreSenta pOlítiCaS Sem avançar muitOS detalheS

SubSídioS, eStudoS e mAiS cASAS púbLicAS

cia governativa”, acrescenta, assegurando que a prioridade para este ano é a estabilidade e a melhoria da qualidade de vida da população.

Ainda assim, Chui Sai On descartou mais pormenores para a apresentação de políticas mais concretas para os deputados.

SubSídioS aumentamChui Sai On prometeu ainda não só a continuidade de medidas de benefícios para os residentes,

como o cheque de comparticipa-ção pecuniária – que este ano não aumenta, mas também aumentos das subvenções e reduções e isen-ções fiscais. O objectivo é ajudar residentes e pequenas e médias empresas.

Assim, o índice mínimo de subsistência, que foi elevado para 3920 patacas em Janeiro, vai sofrer um novo ajustamento em Julho, ainda que o líder do Governo não tenha referido de quanto. Também vai ser “pon-

O Chefe do Executivo destacou ainda, na apresentação das LAG para 2015, o “papel vital” de portugueses e macaenses no desenvolvimento da RAEM. “Ao longo dos tempos, os macaenses e os portugueses residentes em Macau têm desempenhado

um papel vital na promoção do intercâmbio entre as duas culturas chinesa e estrangeira e no desenvolvimento de Macau”, afirmou. Chui Sai On realçou, neste sentido, que o Governo vai continuar a “apostar nas vantagens da multiculturalidade

de Macau, consolidando o papel de Macau como plataforma de intercâmbio com os países de língua portuguesa e outros” e que, por isso, se deve “criar as condições necessárias ao aprofundamento do espírito de respeito mútuo, tolerância e racionalidade”, frisou.

“iremos assumir as insuficiências da governação, enfrentaremos positivamente os problemas, aperfeiçoando-nos constantemente em todos os aspectos”

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OutrasprOmessas

5 lag2015hoje macau terça-feira 24.3.2015

• Realização de um estudo sobre a criação de um mecanismo de financiamento do Fundo de Segu-rança Social

• aceleRação da construção de lares para idosos

• coopeRação com as associações civis na expansão dos serviços de cuidados domiciliários

• concluSão breve do “programa de Desenvolvimento do serviço de apoio a idosos nos próximos 10 anos”

• elaboRação de um estudo relativo à criação de um sistema de segurança de longo prazo para os portadores de deficiência e aumento de vagas em lares e na criação de centros de serviços integrados

• apeRFeiçoaR as políticas voca-cionadas para a família e resolver o problema de insuficiência de vagas nas creches

• cRiação de um mecanismo de planeamento dos recursos humanos necessários nas instituições de serviço social e de avaliação da respectiva procura

• MelhoRaR o ensino especial

• concRetizaR a formação de talentos e trabalhar na formação de mais elites. este ano, a comissão de Desenvolvimento de talentos irá lançar um programa para a formação de talentos, subsidiando a sua partici-pação em programas de mestrado de instituições académicas reputadas a nível mundial

• optiMização do sistema de saúde e elevação do nível de saúde da população

• ReviSão das medidas de controlo do tabagismo e propor a proibição total de fumar nos recintos públicos fechados

• ReviSão do regulamento ad-ministrativo relativo ao Fundo de Reparação predial

• ReviSão do Regime Jurídico da construção urbana e da lei da acti-vidade comercial de administração de condomínios

• aDopção de medidas específicas para resolver o problema de conges-tionamento do trânsito e o regime respeitante à reserva de áreas de estacionamento nos edifícios em construção será revisto

• início de um estudo sobre o uso dos veículos eléctricos

• concRetizaR a concepção da linha do metro ligeiro e definir o respectivo orçamento e tudo fazer para que, com a brevidade possível, o projecto entre em plena fase de execução

• iMpleMentação de regime de res-ponsabilidade dos serviços públicos

• ReStRição de mandatos a três anos para os conselhos consultivos

Estudo sobrE órgãos municipais a caminho Chui Sai On disse ontem que iria ser levada a cabo um estudo sobre a criação de órgãos municipais “sem poder político”. O Chefe do Executivo não refere a intenção da implementação destes órgãos, algo previsto pela Lei Básica. O assunto deixou de ser debatido depois da transferência soberania, sendo que as câmaras municipais passaram a ser provisórias, dando lugar ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Ontem, o líder do Governo voltou a referir a criação destes órgãos, ainda que descarte mais pormenores para um “momento oportuno”. Sabe-se apenas que, até ao final do ano, vai ser constituído um grupo de estudo interdepartamental que vai ser responsável por uma consulta pública e por perceber a viabilidade de se criar, até 2017, um órgão municipal.

432,427milhões de patacas éo montante global previstopara a reserva financeira

LAG 2015 Chui Sai On apreSenta pOlítiCaS Sem avançar muitOS detalheS

SubSídioS, eStudoS e mAiS cASAS púbLicAS

derada” a subida do valor do subsídio de invalidez para 7500 patacas e 15 mil patacas, no caso de subsídio especial. Pode ainda subir o subsídio para idosos, para 7500 patacas, e do valor da pensão para idosos, para 3350 patacas. Mas há mais,

“Vamos ainda lançar o Plano de Financiamento de Aprendi-zagem no Exterior para Alunos, com vista a apoiar alunos de famílias de baixos rendimentos a alargarem os seus horizontes e ponderar o aumento do subsídio para aquisição de manuais esco-lares para 3000 patacas, para cada estudante do ensino secundário, e para 2600 patacas, para cada estudante do ensino primário. Vamos ainda dar continuidade ao apoio a estudantes prove-nientes de famílias com dificul-

“após realização de uma vasta consulta pública, pretendemos, numa primeira fase, rever parcialmente a Lei da Habitação económica”

dades económicas, ponderando aumentar para 3200 patacas o valor do subsídio de alimentação atribuído aos estudantes de todos os níveis de ensino.”

coMiSSão paRacentRo De lazeRChui Sai On fez questão de referir que uma das promessas para este ano é a criação de uma cidade com condições ideais de vida. Até porque esta, realçou, “é condição necessária para a construção de um Centro Mundial de Turismo e Lazer”.

O líder do Executivo fala num planeamento estratégico, sendo parte dele a “elaboração de um plano de construção de médio prazo e lançamento de medidas de resposta de curto prazo”. Por isso mesmo, vai ser criada uma nova comissão “para a construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer”, que vai ser presidida pelo próprio Chefe do Executivo e que vai levar a cabo um plano quin-quenal para construir este centro, que tem sido slogan do Governo há mais de três anos.

Detalhes, Chui Sai On não dá, mas assegura que “vai abranger vários domínios”, nomeadamente a habitação, o emprego, o trans-porte, o turismo e o lazer. Uma coisa é certa: o plano chegará depois de concluída a política de-mográfica, que está a ser elaborada desde 2011. Esta política versa sobre a previsão de crescimento da população e foi a consulta pú-blica em 2012 pela primeira vez,

quando se soube que, de entre os dez temas mais preocupantes da população, estão os princípios e objectivos da política demo-gráfica, o aperfeiçoamento do sistema de imigração e a futura dimensão demográfica. Até agora não havia novidades, mas ontem, na conferência de imprensa após a apresentação das LAG, Chui Sai On falou do assunto.

“Em princípio, daqui a dois meses teremos resultados con-cretos, mas vou pedir a Lao Pun Lap (coordenador do Gabinete de Estudos das Políticas) que vos dê mais pormenores”, disse, acrescentando que, no futuro, os programas governativos anuais das diversas tutelas deverão ob-servar este plano quinquenal.

econoMia e pMe Admitindo que Macau poderá sofrer eventuais riscos, Chui Sai On garante, contudo, que a RAEM vai manter “inalterada” a tendên-cia de crescimento. Falando de “progressos assinaláveis no futu-ro”, o líder do Executivo realça a existência de uma “concorrência internacional mais intensa” e de factores incertos na economia do interior da China, mas descarta receios para Macau.

“A economia continua a apre-sentar um novo desenvolvimento apesar do ajustamento económico em curso. Pese embora o desen-volvimento económico enfrente, hoje, grandes dificuldades e desa-fios, a nossa economia em geral

“O desenvolvimento económico de macau apresenta progressos assinaláveis reveladores das potencialidades do seu crescimento futuro”

assenta em boas bases, mantendo--se inalterada a tendência de crescimento.”

Como já vem sendo hábito, a diversificação da economia é uma das promessas-chave do Governo e este ano não foi excepção. Mote para o reforço da cooperação regional e para a expansão das indústrias criativas.

“O desenvolvimento econó-mico de Macau apresenta pro-gressos assinaláveis reveladores das potencialidades do seu cres-cimento futuro”, frisou o Chefe do Executivo.

As ajudas às pequenas e médias empresas continuará, garante Chui Sai On. Assim, a isenção de impos-to complementar sobre rendimen-tos vai passar de 300 mil para as 600 mil patacas, de forma a “diminuir os encargos fiscais das pequenas e médias empresas”, prometeu ainda o Chefe do Executivo, que diz também que vai ser ponderado o aumento do montante máximo do Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas de cinco milhões para sete milhões de patacas.

Chui Sai On fala ainda de uma proposta de que se reservem “espaços de desenvolvimento no planeamento de construção dos novos aterros urbanos e das habi-tações públicas, concluídas ou em construção” para as PME e ainda da eventual criação de um regime de seguro de créditos para a im-portação, exportação e trânsito de mercadorias, ainda que este tenha de vir ainda a ser estudado.

Jogo tRanquilo Chui Sai On mantém-se tranquilo face ao Jogo, assegurando que uma “instituição de ensino superior” vai ser responsável por fazer um

“as concessionárias de Jogo serão incentivadas a dar preferência à aquisição de produtos made In macau”

• continua na página seguinte

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6 lag2015 hoje macau terça-feira 24.3.2015

Flora [email protected]

Joana [email protected]

DeputaDos reagem ao Discurso De chui sai on

Foram ideias, foram prosas

“Foi a primeira vez que se sugeriu a criação de um plano a cinco anos. Acho que é uma óptima ideia porque é uma forma de termos políticas mais coerentes e consistentes”m nos últimos 15 anos. Nada [de positivo a assinalar]”Chui Sai Peng Deputado

A apresentação das Li-nhas de Acção Go-vernativa (LAG) por Chui Sai On despertou

diferentes reacções nos deputados do hemiciclo. Depois de um dis-curso que se focou na continuidade de mais medidas e novidades de mais fracções públicas, os mem-bros da AL mostraram alguma insatisfação.

Au Kam San, deputado da bancada pró-democrata, mostrou--se desapontado com o anúncio de Chui Sai On face aos terrenos desaproveitados. Se o Chefe do Executivo se mostrou positivo face ao facto de que, dos 48 terrenos, 22 “vão entrar na fase final de caduci-dade”, Au Kam San explica melhor porque se mostra insatisfeito.

“Essa novidade não significa que os terrenos possam ser imedia-tamente aproveitados. A declaração de caducidade é apenas um processo e, caso os proprietários originais dos terrenos considerarem que essa caducidade não é legal, vão intentar acções junto ao Tribunal Administrativo. Ou seja, o caminho para a recuperação de terrenos está ainda muito longe”, frisa.

Ainda assim, o deputado con-sidera que foi dado “um primeiro passo”, uma vez que a declaração de caducidade era esperado há vários anos.

O anúncio de mais quatro mil fracções de habitação pública satisfaz Au Kam San que diz, no entanto, não perceber a ideia concreta do plano. “Essa medida não foi divulgada claramente. São as quatro mil fracções para novos pedidos ou são para os pedidos sob apreciação? Espero que o Governo explique melhor.”

Já Ella Lei considera que a

situação dos terrenos desocupados ficou mais clara com o anúncio de Chui Sai On.

“No passado toda a popula-ção considerava que os terrenos devem ser recuperados, mas as informações face a isso não eram nada transparentes e existia uma grande preocupação”, refere ao HM, acrescentando que o anúncio da declaração da caducidade é um primeiro passo.

Ella Lei defende ainda que, além da construção de habitação pública, seja feito um planeamento de utilização de terrenos para a área da educação, das instalações sociais e também como forma de apoio às pequenas e médias empresas.

Meras ideias A falta de medidas mais específi-cas face ao Governo e à máquina administrativa propriamente dita irritou alguns dos que se sentam no hemiciclo. Foi o caso de Au Kam San e de José Pereira Coutinho, que lamentaram não existir “mais do que uma frase” de referência a uma reforma política.

“Falou-se pouco de políti-ca”, atira Au Kam San. Pereira Coutinho acrescenta que estava à espera de algo mais concreto. Muitas [promessas] são idênticas ao ano passado. Outras são novas, mas meras ideias, um conjunto de intenções [sobre as quais] tenho enormes dúvidas de poder ser concretizadas”, começa por dizer ao HM. “Se não elevarmos a ca-pacidade governativa dos titulares dos principais cargos, vai-se repetir a mesma coisa que aconteceu com Lau Si Io (ex-Secretário para as

“O caminho para a recuperação de terrenos está ainda muito longe”au Kam San Deputado

“Não estamos a ver nas LAG medidas concretas para resolver problemas. (...) Não vou ligar a essas boas intenções, porque já existiram nos últimos 15 anos. Nada [de positivo a assinalar]”Pereira Coutinho Deputado

Obras Públicas), que agora deixou uma herança extremamente pesada ao novo Secretário.”

Pereira Coutinho fala em des-pesismo nas obras públicas e diz que a elevação da qualidade de vida dos cidadãos, como Chui Sai On anunciou, passa pela resolução diária dos problemas.

“Não estamos a ver nas LAG medidas concretas para resolver problemas. É um conjunto de ideias e intenções que, para serem concretizadas, tem de se passar pela simplificação da máquina administrativa e não estou a ver que [chega] dizer que a prioridade será rever o Recrutamento Central.”

Órgãos MunicipaissurpreendeM Au Kam San mostrou-se satisfeito com o anúncio da eventual criação de órgãos municipais sem poder político, uma ideia que, defende, “é uma grande mudança” com a entrada de Sónia Chan.

“Fico contente, porque desde 2001, com a implementação do IACM, e desde a Secretária Florin-da Chan e o director dos Serviços de Administração e Função Pública, José Chu, que já existiam polémi-cas sobre os artigos da Lei Básica que regulamentam claramente que devem existir órgãos desses, para que a eleição do Chefe do Executivo exija também órgãos municipais”, refere.

O anúncio agrada também o

colega de bancada de Au, Ng Kuok Cheong, que, apesar de criticar a falta de menção ao regime de responsabilização para os altos cargos, considera que a existência destes órgãos poderia aumentar a supervisão.

À Rádio Macau, também Gabriel Tong se mostrou satisfei-to com a introdução dos órgãos municipais, que existiram até à transferência de soberania.

“Facilita uma maior participação dos cidadãos na vida social e cívica. Comparando com as actividades tradicionais de um município temos uma diferença bastante grande. Tra-dicionalmente, em Macau também existem de forma diferente. Agora é delimitar quais os assuntos que passam para as mãos desses órgãos e quais os que restam para a Admi-nistração”, apontou o deputado aos microfones da rádio.

A melhoria do regime dos be-nefícios sociais e a simplificação e racionamento dos organismos consultivos foram medidas des-tacadas por Gabriel Tong, que se junta a Ella Lei, que elogiou as medidas face ao trabalho.

“Há muitos anos que não tínha-mos um planeamento e políticas concretas para a população. A capa-cidade de recepção de turistas está sobrecarregada, incomoda a vida da população e diminui a qualidade do turismo. Essa sobrecarga é um pouco contrário às metas de cria-ção de Centro de Turismo e Lazer Mundial e à cidade adequada para viver”, referiu ao HM.

pontos contrários Se, para José Chui Sai Peng a “inclusão de novas matérias” foi algo que merece destaque positivo, já José Pereira Coutinho diz não haver, na sua opinião, nada que mereça relevância.

“Não vou ligar a essas boas intenções, porque já existiram nos últimos 15 anos. Nada [de positivo a assinalar]”, referiu, ironizando que a única novidade foi feita este fim-de-semana, quando a Secretá-ria disse que o novo casal de pandas ia chegar a Macau.

Chui Sai Peng destaca o plano quinquenal como o mais importante. “Foi a primeira vez que se sugeriu a criação de um plano a cinco anos. Acho que é uma óptima ideia porque é uma forma de termos políticas mais coerentes e consistentes”, frisou à rádio Macau. “Outra boa ideia é o encorajamento dos jovens através de um centro incubador para ini-ciarem os próprios negócios, esta é uma nova medida que deve ser devidamente abordada.”

estudo que indique se as opera-doras “cumpriram os critérios de implementar elementos não-jogo”. O Chefe do Gover-no mostra-se optimista, mas anuncia um aperfeiçoamento da legislação relacionada com a indústria e um reforço da sua fiscalização, entre outras medidas.

“Serão implementadas me-didas relativas ao alojamento e transporte aos TNR pelas ope-radoras”, indica, acrescentando que a medida de proibição de importação de trabalhadores de fora para o cargo de croupier se vai manter.

“As concessionárias de Jogo serão incentivadas a dar preferência à aquisição de produtos Made In Macau”, frisou ainda.

Habitação: proMessasseM tocar nas rendasO Chefe do Executivo até admite que, na sua opinião, “os preços dos imóveis estão muito altos”, mas nem isso vai permitir que haja mexidas na forma como são feitos os arrendamentos em Macau. Chui Sai On assegurou ontem que a habitação e os transportes são prioridades na acção governa-tiva, mas são os terrenos e mais habitação pública que lideram as políticas nesta área.

“Será efectuada durante este ano uma revisão com-pleta da política de habitação pública e acelerado o aperfei-çoamento da respectiva legis-lação”, começa por apontar Chui Sai On. “Após realização de uma vasta consulta pública, pretendemos, numa primeira fase, rever parcialmente a Lei da Habitação Económica.”

Na conferência dedica-da às perguntas dos média, Chui Sai On garantiu que “vai ser cauteloso” e esperar que o mercado imobiliário se desenvolva de forma sau-dável, mas admitiu que “não há novas políticas” e que as medidas para resolver o pro-blema da habitação passam por “fazer uma afectação racional de recursos de terras destinados à construção de habitação pública” e a cons-trução de mais de quatro mil fracções, bem como efectuar tratamento de terrenos não aproveitados.

“De entre os 48 terrenos anteriormente divulgados, 22 terrenos entraram já em fase final do processo de declaração de caducidade de concessões.”

O reordenamento dos bair-ros antigos, abandonado há cerca de dez anos, vai regressar como promessa para este ano, altura em que irá ser novamente constituído o Conselho para o efeito.

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7políticahoje macau terça-feira 24.3.2015

DeputaDos reagem ao Discurso De chui sai on

Foram ideias, foram prosas

Fil ipa araú[email protected]

E stá concluída a discussão da proposta de Revisão do Orçamento de 2015, anunciou ontem o Execu-

tivo. Feitas as contas, e tendo em atenção a “tendência decrescente em termos anuais” das receitas brutas do sector do Jogo, prevê--se um abrandamento da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), pelo que o Governo decidiu aumentar o valor global das despesas orçamentais em quase 45 milhões, fixando-se estas, assim, num total de 83 milhões e 762 mil patacas.

De acordo com um comunicado do Conselho Executivo, a diminui-ção está nas receitas orçamentais,

Flora [email protected]

o deputado Zheng Anting defende que os funcio-nários públicos deveriam

ter aumentos salariais face ao tipo de classificação que obtenham no trabalho. Numa interpelação escrita, o deputado defende que uma subida de ordenado igual para todos os funcionários públicos não beneficia os da classe mais baixa, sendo que ainda alarga mais a disparidade face aos que têm re-munerações mais altas.

Zheng Anting relembra que um funcionário público que ganhe

Comité dos Tufões China e Macaucom novo acordo macau e china assinaram um acordo com o comité dos tufões sobre “procedimentos administrativos, financeiros e conexos relativos ao secretariado do comité dos tufões”. a ordem executiva foi ontem publicada em Boletim oficial e caberá ao secretário para os transportes e obras públicas, raimundo do rosário, a assinatura do acordo em nome da raem.

As receitas do Jogo diminuíram e o Governo avançou com uma revisão ao orçamento para o presente ano. Alargamento dos benefícios fiscais para um imposto específico, diminuição das receitas orçamentais e aumento do valor global das despesas são alterações avançadas pelo Executivo

OrçamentO revisão traz aumento De Despesas e imposto alargaDo

O necessário acerto de contas

83milhões e 762 mil patacas, valor

global das despesas orçamentais

incluindo as dos organismos au-tónomos, que passa de quase 155 milhões de patacas para cerca de 120 milhões de patacas, diminuin-do um total de cerca de 34 milhões.

também o Imposto Comple-mentar de Rendimentos foi “me-

xido” com a nova revisão. A nova proposta avança que o Governo irá “alargar os benefícios fiscais do ano” do imposto em causa, aumen-tando “o limite de isenção de 300 mil patacas para 600 mil”, tal como, de resto, anunciou ontem Chui sai

FunçãO Pública PedidO aumentO de saláriO POr classiFicaçãO

Então e esse estudo sai?

On, aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa para este ano.

Alterado foi também o saldo de orçamento central e o resultado dos exercícios dos organismos espe-ciais, que serão alvos de acentuadas

um salário mais baixo na Função Pública – cerca de oito mil patacas – ganha metade do salário médio mensal dos residentes de Macau.

Além disso, diz, os funcionários públicos com rendimentos mais baixos consideram que os subsídios de vida, de reparação de veículos e outros, atribuídos pelo Governo, não ajudam de forma alargada. O deputado diz também que as me-didas não são eficazes o suficiente.

Por exPlicarZheng Anting questiona se o Governo vai esclarecer porque define “funcionários públicos de classe baixa” e sugere que haja

melhor definição das carreiras e de índices de salário, para que sejam implementadas medidas de forma mais científica.

O deputado questiona ainda como está o estudo sobre a possi-bilidade de se aumentar o salário dos funcionários públicos através da classificação obtida por estes, algo já apresentado por deputados aquando da revisão da Actualiza-ção dos Vencimentos e Pensões de Aposentação e de sobrevivência dos trabalhadores da Administra-ção Pública, em 2013. O deputado diz concordar com a política e pergunta quando é que se pode publicar o resultado do estudo.

diminuições de quase 52 milhões para cerca de 20 milhões de patacas e de menos um milhão de patacas, respectivamente.

Variações objectiVasAs alterações são resultado das “mudanças objectivas do am-biente económico” de Macau, “tornando-se necessário” que sejam impostas. “Além disso, as despesas orçamentais iniciais previstas na lei abrangem apenas as de funcionamento dos serviços no ano de 2015, o financiamento os compromissos assumidos para serem satisfeitos em 2015 e as dotações para os projectos do pri-meiro trimestre” não estando por isso incluído o restante período do ano, avança o Governo.

Foram então, defende o Gover-no, adoptadas “medidas de poupan-ça, tomando como princípio a não afectação da prestação de serviços e da eficácia da Administração Pú-blica”. Garante ainda o Executivo que, ao assegurar o orçamento do Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Adminis-tração (PIDDA), irá empenhar-se “em elevar a respectiva taxa de execução, no sentido de promo-ver o desenvolvimento estável da economia”.

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13sociedadehoje macau terça-feira 24.3.2015

Fil ipa araú[email protected]

a Lei de Protecção dos Animais muito tem sido discutida e con-testada, principalmente

por aqueles que dedicam o seu tem-po às personagens principais deste regulamento: os animais. Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora de Animais - ANIMA, que mais animais acolhe e trata em Macau, explica que a proposta em causa é composta por muitas falhas, ainda que seja “melhor do que não ter nada”. Um dos prin-cipais problemas, diz, prende-se com as consequências da lei para o próprio Governo.

“Esta não é a lei melhor para os animais, mas é melhor do que não haver sequer lei”, começa por explicar ao HM. Para o presidente “independentemente de tudo, há casos que vão ser mais acautela-dos do que acontece nos dias que correm”, embora, defende, vão existir muitos casos que esta lei “não conseguirá tratar, explicar ou sequer resolver”.

Recorde-se que a proposta de lei, prometida desde 2005 e já aprovada na generalidade, termi-nou no mês passado a sua análise na especialidade. Os pontos da discórdia residem nas penas e na ausência de distinção entre animais domésticos e animais para venda.

Para os membros da 1.ª Co-missão Permanente da AL, que estudaram a proposta na especia-lidade, a pena de prisão até três anos por maus-tratos, avançada na proposta “é excessiva”, sendo que a proposta deverá sofrer alterações neste aspecto.

O diploma define ainda as “obrigações do dono”, prevendo multas entre cinco mil e 40 mil patacas para quem não as cumprir, tal como para quem abandonar os seus animais de estimação ou ven-der cães e gatos recém-nascidos, entre outras infracções. Em casos de maus tratos, venda de cadáveres ou vísceras dos animais ou se o dono negar assistência médica em caso de lesões, as penas podem atingir valores entre 40 mil a 100 mil patacas, valores que os mem-bros da 1.ª Comissão consideraram também demasiado altos.

“Há questões [na proposta]

“A lei vai permitir que as pessoas quando quiserem abandonar os animais o façam nos canis e por isso o Governo não está a ser inteligente para ele mesmo. Ou seja, o IACM vai sofrer com isto, porque não vai ter capacidade para receber os animais e vai ter que os liquidar

ANIMA IACM vAI sofrer CoM A LeI de ProteCção dos AnIMAIs

Mais vale um pássaro na mãoO presidente da ANIMA critica a proposta de Lei de Protecção dos Animais,apontando-lhe várias falhas, incluindo a própria sobrelotação do IACM. Ainda que admita que é preferível ter uma lei imperfeita do que nada ter para proteger os animais, Albano Martins considera que Macau continua longe do que se pretende

que são ridículas”, critica Albano Martins, frisando que a questão do abandono dos animais nos canis não ser considerado abandono é um des-ses exemplos. “Como se o abandono fosse apenas considerado abandono porque é em determinado sítio e não no outro. Isto não é assim, não pode ser”, argumenta.

“A lei vai permitir que as pes-soas quando quiserem abandonar os animais o façam nos canis e por isso o Governo não está a ser inteligente para ele mesmo. Ou seja, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) vai sofrer com isto, porque não vai ter capacidade para receber os animais e vai ter que os liquidar. Claro, isto levará a que a população vá contra

o próprio Governo. Não é uma lei inteligente”, defende.

Sobre as licenças dos animais a lei não se pronuncia, mas diz Albano Martins que, apesar de já terem perdido algum valor, as licenças são ainda muito caras.

“Em Hong Kong, Singapura e outros países vizinhos as licenças dos animais não passam as cem patacas, penalizando os animais que não estejam esterilizados, por razões lógicas”, argumenta. “Aqui em Macau esta proposta de lei nada diz, outro erro desnecessário”, remata.

A minhA cAsA no AlentejoO diploma contempla ainda os cães de corrida, uma questão que

muito preocupa a ANIMA. “A pista é um problema. Esta pista liquida um animal por dia, ou seja, cerca de 360 animais desapareceram de Macau todos os anos. Em dois anos a população [animal] é toda substituída e com o fim da con-cessão em Novembro do presente ano, do ponto de vista economista, não é racional ter que salvar estes animais todos, porque onde é que os vamos colocar?”

Na ANIMA é diferente, diz Albano Martins, e só há duas soluções: a primeira é construir um segundo edifício ao lado do actual, mas de uma forma que não prejudique o ambiente. “Claro, para isto é preciso finan-ciamento”, acrescenta o também economista, que diz ainda que a segunda opção é pegar nestes ani-mais e enviá-los para Portugal, no Alentejo porque há espaço e a terra é barata.

“Comprar terrenos no interior da China é carta fora do baralho porque a terra é demasiado cara”.

RebentAR pelAs costuRAsAlbano Martins conta que a ANIMA “cresceu demasiado” tornando-se “num grande proble-ma” em várias pontos. “Temos um orçamento de sete milhões de pata-cas e as despesas com os animais são de três milhões, com os recur-sos humanos entre três a quatro milhões e o resto são despesas de electricidade e outras obrigações. É muita despesa”, conta.

O volume de trabalho atingiu níveis preocupantes, como explica o presidente, avançando que por dia há pelo menos um resgate e, às vezes, até mais.

“O volume de resgates por ano ultrapassa os 300, às vezes atinge quase os 400 resgates, sobretudo gatos e cães, mas tam-bém temos tartarugas, coelhos, pássaros...”

Relativamente aos recursos humanos, Albano Martins informa que neste momento a ANIMA con-ta com 20 trabalhadores contrata-dos a tempo inteiro e “centenas de voluntários” que fazem parte da vida da associação. “Mas este número de voluntários traz-nos também outro tipo de problemas”, explica, avançando que “para que os voluntários não se tornem um problema e para que estes não criem mais prejuízo do que aquele que possa existir é preciso saber utilizar as competências e o trabalho que o voluntário poderá fazer e alguém que o oriente”. Por isso mesmo, a ANIMA contratou dois novos trabalhadores, sendo que um deles dedica-se, princi-palmente, à orientação da massa voluntária.

Neste momento, feitas as con-tas, a ANIMA tem ao seu cargo, no centro ou apenas como suporte de tratamento, 622 cães, mais 61 do que no ano anterior, e 2254 gatos menos 31 do que em 2014.

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14 sociedade hoje macau terça-feira 24.3.2015

Flora [email protected]

U m estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de macau (mUST) mos-tra que a confiança de

empregados, nos primeiros meses de 2015, aumentou ligeiramente, enquanto a satisfação se mantém igual à do ano passado, atingindo apenas o nível “comum”.

O Instituto de Desenvolvimen-to Sustentável da mUST divulgou ontem o estudo de Índice de Satis-fação e Confiança de Empregados de 2015. No estudo estiveram 966 residentes com mais de 16 anos que trabalham a tempo inteiro.

Melco Crown Aumentos salariais de 5% a partir de AbrilO grupo Melco Crown Entertainment anunciou ontem um aumento salarial de 5% para todos os trabalhadores fora do ramo de gestão e que começa a ter efeito já em Abril. De acordo com o comunicado, Lawrence Ho, co-presidente do grupo, referiu que embora “o mercado de Macau tenha passado por condições desafiantes e esteja a experienciar uma descida sem precedentes”, o trabalho desenvolvido pelos funcionários deve ser reconhecido. “Mesmo com as dificuldades e incertezas que temos pela frente, tomámos a decisão de dar um aumento de 5% no salário básico”, referiu Ho. A Melco é a quarta operadora a subir os salários em 5%.

MUST COnfiAnçA DE EMprEgADOs COM AuMEntO LigEirO

Ainda no nível básicoA relação com os patrões é satisfatória, bem como com os colegas de trabalho, mas a expectativa de promoção dos trabalhadoresdas empresas de macau continua baixa

(os itens) “De menor confiança e satisfação são “Oportunidade de promoção” e “Influência do trabalho na saúde”

O resultado apontou que a confiança de empregados em 2015 aumentou ligeiramente, 1%, sendo a nota média de 3.17 pontos (5 pon-

tos é o nível máximo). A satisfação dos empregados mantém-se com nota igual à do ano passado, de 3.31 pontos. Os dois índices mantêm-se assim no nível “comum”.

Mais e MenosOs itens que merecem mais con-fiança e satisfação são a “Relação com colegas” e “Relação com chefes”, enquanto os de menor confiança e satisfação são “Oportu-nidade de promoção” e “Influência do trabalho na saúde”.

“O estudo do ano passado mos-trou que os empregados tinham saído de uma altura de dificuldade devido à crise financeira de 2008 em relação à perspectiva da empregabilidade. Em 2015, mesmo que as receitas de Jogo e o Produto Interno Bruto (PIB) estejam a diminuir, a investigação

mostra que a confiança e satisfação de empregados se mantêm estável”, apontou a conclusão do estudo.

Além disso, o estudo demons-trou que os valores tradicionais de “Relação harmoniosa” entre pessoas de Macau se mantém desde 2007. Quanto mais alto o nível de

educação, mais confiança o em-pregado tem e este é precisamente outro ponto importante do estudo. O instituto espera que o Governo coopere com vários sectores para a promoção da formação contínua dos trabalhadores, especialmente os do sector do Jogo no ensino superior.

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15 sociedadehoje macau terça-feira 24.3.2015

Flora [email protected]

O director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, queixa--se, numa resposta

a uma interpelação escrita de um deputado, de abusos nos pedidos de relatórios de saúde por parte dos doentes. O responsável diz que os pedidos de relatórios de saúde – documentos conclusivos sobre o estado da doença de um paciente – por parte de residentes aumentou cerca de 20% no ano passado e confessa que “tem ha-vido um abuso no que diz respeito ao número de pedidos”, ainda que assegure que o conteúdo dos vários relatórios é diferente.

Numa interpelação escrita, o deputado Chan Meng Kam afirma que um paciente de cancro se tinha queixado pelo facto do seu relatório de saúde conter apenas informações simples, falhando na descrição de detalhes como a doença e o tipo de métodos de tratamentos reco-mendados. De acordo com a inter-pelação, o paciente considera que este tipo de relatório não assegura o direito ao conhecimento.

Escolhas ErradasEm resposta a Chan Meng Kam, Lei Chin Ion, explicou que documen-tos de requerimentos de relatórios contêm colunas de “razão e utili-zação” e “requisitos de conteúdo”. No caso dos residentes escolherem saber mais informações sobre a sua “situação de saúde”, o “subsídio de doença” ou o “pedido de regalias sociais”, o conteúdo do relatório pode ser melhorado.

Para clarificar este aspecto, o director dos SS explicou que para receber um relatório mais detalhado e adequado à vontade do paciente, estes terão que escolher as opções “processos judiciais” ou “transferências de hospitais”.

No ano passado, o pedido de

Flora [email protected]

o presidente da Associação de Bancos de Macau, Ip Siu Kai, considera que

o território tem condições para se transformar num centro financeiro internacional. A sugestão do res-ponsável passa por munir Macau de recursos para que este território se torne complementar a Hong Kong.

De acordo com o Jornal do Cidadão, Ip Siu Kai falou num fórum organizado pelo Centro de Política Colectiva de Macau, onde

Saúde Lei Chi ion faLa em abusos de pedidos de reLatórios

Quando se dá a mão...O director dos SS queixa-se de um aumento que considera abusivo no requerimento de relatórios conclusivos sobre o estado dos pacientes

“A responsabilidade dos médicos é fornecer serviço de consultas e operações e só podem escrever os relatórios no tempo livre em que não estão a desempenhar funções nosserviços de saúde”Lei Chin ion director dos SS

SS SiStema uniF icado de hiStorial clínico para breveO director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, revelou que a construção do Sistema Electrónico de Historiais Clínicos está agora na fase final de apreciação de propostas. Na resposta à interpelação de Chan Meng Kam, o dirigente acrescentou que os SS esperam activar o referido mecanismo em 2016. Este sistema pretende ser uma espécie de servidor de partilha de historiais clínicos ao qual os hospitais Kiang Wu, Conde São Januário e MUST terão acesso. A ideia é, de acordo com comunicado dos SS, possibilitar “o tratamento eficiente” e facilitar a fluência de informações entre as várias entidades. No entanto, uma das questões mais polémicas tem que ver com a privacidade dos doentes, justificação que tem sido dada pelo Executivo pela demora na implementação.

MaCau “CoM CondiçõeS” para Ser Centro finanCeiro SupLeMentar de hK

Regiões unidas fazem a força

relatórios aumentou 20% face ao período homólogo, o que para Lei Chin Ion representa uma situação já abusiva. Os SS dizem ainda compreender a preocupação dos residentes com a sua saúde, asse-gurando o melhoramento progres-sivos de mecanismos deste género, simultaneamente garantindo a pro-tecção dos direitos dos residentes no que diz respeito à privacidade.

“Com a criação do índice de acre-

ditação da promessa do serviço – que determina a conclusão dos relatórios de saúde no prazo máximo de 25 dias –, em 2012, ficou estabelecido o objectivo de 80% de cumprimentos deste serviço, mas na realidade, os SS atingiram os 91% no ano passado, o que representa um aumento de 5% comparando com 2013”, acrescentou Lei na sua resposta.

O mesmo responsável advertiu, no entanto, para o facto dos médicos da RAEM terem pouco tempo livre fora das consultas e operações. “A responsabilidade dos médicos é fornecer serviço de consultas e operações e só podem escrever os relatórios no tempo livre em que não estão a desempenhar funções nos serviços de saúde”, justificou. É para na opinião do director dos SS, o volume de trabalho de um profissio-nal de saúde “não é pequeno”, o que deixa pouco tempo disponível para outras funções e tarefas.

referiu que Macau tem condições fundamentais para se tornar num centro financeiro internacional. A ideia passa pela criação de um acordo com a região vizinha que ajude a consolidar o ambiente financeiro das duas RAEs.

A afirmação de Ip surge depois do resultado de uma avaliação feita através do sistema GFCI, um sistema de avaliação de centros financeiros internacionais.

VantagEns dE cáO presidente da Associação expli-cou que a Lei Básica da RAEM

oferece ao território um alto nível de liberdade na área económica e que tal deve ser tido em conta, juntamente com o facto de Macau ter um regime fixo de economia livre, regimes simples e taxas baixas de imposto, além de um regime de contabilidade ligado ao sistema internacional.

“Macau beneficia de políticas vantajosas e é uma zona franca natural, o que cria um ambien-te de negócio atractivo em termos internacionais”, apontou.

O responsável acrescentou que o Governo da RAEM e a sociedade

devem dar atenção e aproveitar vantagens existentes no sector fi-nanceiro, aumentando os recursos e o lugar do sector na diversificação de economia, até que Macau se torne num centro financeiro internacio-nal. Ip considera que este “é um caminho eficaz para a realização do desenvolvimento da diversificação económica”.

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16 sociedade hoje macau terça-feira 24.3.2015

pub

AnúncioHM - 1ª vez 24-3-15

Inventário (apenso) n.º FM1-11-0039-CDL-A Juízo de Família e de Menores

Requerente: WONG MAN IAN/黃敏欣, divórcio, de nacionalidade chinesa, e residente em Macau na Avenida da Concódia nº 116, Edf. Wang Son, Torre B, 4º andar J.

Requerido: AO WAI CHUN/歐偉泉, divórcio, de nacionalidade chinesa, e residente em Macau, na Rua do General Ivens Ferraz nº 422 A, Edf. Lei Cheong Kuok, 16º andar H.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos dos Wong Man Ian e Ao Wai Chun para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem abaixo mencionado sobre que tenha garantia real, e que é o seguinte:

Imóvel

Denominação da fracção autónoma: “H19”.Situação: Rua da Concórdia nº 74 e Avenida do General Castelo Branco nº 83.Fim: Para habitação.Número de matriz: nº. 070653Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº. 21831-II, afls. 159v do Livro B99.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº. 27558, a fls. 34 do

Livro nº F37.Macau, em 19 de Março de 2015.

*****USJ organiza feira de empregoe sessões de esclarecimentoA Universidade de São José (USJ) vai dedicar o dia de amanhã à realização de uma feira de emprego, que conta com a presença de mais de 47 empresas dos mais variados sectores da economia local. O intuito é, de acordo com a USJ, guiar os alunos na procura do primeiro emprego, estando em foco áreas como gestão de saúde, design gráfico e arquitectura, produção multimédia ou produção de eventos. Entre as empresas presentes estão a CTM, o Aeroporto Internacional de Macau e alguns dos maiores grupos hoteleiros e do sector do Jogo. Haverá ainda oportunidade para a realização de palestras sobre a procura de emprego. O evento vai ter lugar entre as 14h00 e as 17h30.

Compra coerciva Guangdong recebe queixas sobre Macau

Inflação quase nos 6%

Serviços de Saúde Dez crianças vítimasde intoxicação por monóxido de carbono Dez alunos da Escola das Nações sofreram ontem com uma intoxicação colectiva por dióxido de carbono. Todas elas estão livres de perigo, depois de terem sido encaminhadas para o Hospital Conde de São Januário para tratamento. Os alunos – três rapazes e sete raparigas – têm entre oito e nove anos e foram vítimas do incidente. Em comunicado, a entidade afirma que a situação já foi reencaminhada para o Centro de Prevenção e Controlo das Doenças para que seja feita uma “averiguação mais pormenorizada” sobre as causas do acidente.

ZhanG Guohui, di-rector dos Serviços de

Controlo de Qualidade de Turismo de Guangdong, referiu que o número de re-clamações e queixas sobre compras coercivas em Ma-cau tem vindo a aumentar. A afirmação do dirigente aconteceu à margem de uma conferência que teve lugar na semana passada e servia para celebrar o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.

De acordo com no-tícia do jornal Business Daily, Zhang referiu que várias agências de turismo ilegais de Guangdong continuam a promover viagens ilegais à RaEM e a hong Kong, sendo uma das práticas comuns a publicitação de passeios

grátis, onde os turistas são mais tarde forçados a com-prar artigos para cobrir os custos da alegada viagem gratuita. no entanto, o director lembra que esta não é uma situação que acontece somente nas RaEs, tendo já sido re-portados casos do género na Tailândia.

a grande maioria das queixas, de acordo com a mesma notícia, denuncia casos onde as empresas de turismo não respeitam os percursos inicialmente definidos e obrigam as pessoas a passar por farmá-cias, lojas de lembranças e joalharias que são muitas vezes de fraca qualidade. Recorde-se que a prática é ilegal e já mereceu a intervenção de Pequim.

a taxa de inflação em Macau atingiu 5,88%

nos 12 meses terminados em Fevereiro relativamen-te aos 12 meses anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 5,88%, impulsionado por acréscimos substanciais nos preços das secções de habitação e combustíveis (+11,82%) e dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (+5,84%). Nos dois primeiros meses do

ano, o IPC geral médio cresceu 5,03%, em termos anuais, enquanto só no mês de Fevereiro cresceu 5,30% e 0,90% em termos anuais e mensais, respec-tivamente.

Em Fevereiro, o cres-cimento foi alavancado pela subida das rendas e dos preços das refeições adquiridas fora de casa, bem como dos preços das excursões durante o perío-do do ano novo Lunar, que se assinalou no final desse mesmo mês.

Face ao período ho-mólogo do ano passado verificaram-se subidas significativas nos índices de preços das secções: habitação e combustíveis (+10,70%); recreação e cultura (+9.49%) e saúde (+5,64%).

Em sentido inverso, o índice de preços da secção dos transportes registou uma descida de 1,04%, se-gundo informa a DSEC.

Flora [email protected]

O presidente da Comissão Exe-cutiva do Con-selho de Con-

sumidores, Wong hon neng, referiu que a autoridade já as-sinou contratos de cooperação com 46 órgãos de protecção de consumidores estrangeiras, permitindo tratar as queixas dos residentes aquando do consumo fora de Macau.

Numa interpelação escri-ta do deputado Chan Meng Kam, este apontou que o Conselho de Consumidores não tinha capacidade para re-solver queixas de residentes de Macau que consomem no interior da China. Em resposta, o presidente do organismo apontou que, para melhorar a protecção de direitos de consumidores, o conselho tem consolidada a cooperação com órgãos

CONSElHO DE CONSUMIDOrES COOPErA COM 46 órgãOS DO ExTErIOr

Ir para fora cá dentro

“Sobretudo na zona nova da Ilha de Montanha, o Conselho de Consumidores vai estreitar a cooperação com o órgão de protecção de consumidores, criando uma plataforma de informaçõesde consumo”

estrangeiros, tendo sido já assinados 46 contratos de cooperação com os respec-tivos órgãos, incluindo as cidades e províncias prin-cipais do interior da China.

adiantou Wong hon neng que os contratos têm conteú-dos principais de “encaminha-mento mútuo de queixas”. Isto permite, segundo o respon-sável que se os residentes de Macau tiverem conflitos de consumo no interior da China, possam, através do Conselho de Consumidores, transferir as queixas para órgãos locais, tratando-as de acordo com as respectivas leis.

Medos da MontanhaSe há várias cidades in-cluídas, Hengqin é um dos motivos principais de preo-cupação, pelo que a nova zona vai ser tida em conta pelo organismo.

“Sobretudo na zona nova da Ilha de Montanha, o Con-selho de Consumidores vai estreitar a cooperação com o órgão de protecção de con-sumidores, criando uma pla-taforma de informações de consumo na zona do Grande Delta do Rio de Pérolas, que recolhe e distribui informa-ções para a protecção de consumidores”, concluiu o presidente.

Recorde-se que a falta de poder do Conselho de Consumidores sempre foi duramente criticada por deputados e população. Ac-tualmente, decorre a revisão da Lei de Protecção ao Con-sumidor, que poderá trazer mais poder ao organismo.

Wong Hon Neng

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17chinahoje macau terça-feira 24.3.2015

FMI e Banco Mundial “encantados” com novo banco asiático

O Fundo Monetário Interna-cional e o Banco Mundial

prontificaram-se a colaborar com o Asian Infrastructure Investiment Bank (AIIB) proposto pela China, apesar da aparente resistência norte--americana, disse ontem a imprensa oficial chinesa.

Numa conferência realizada domingo em Pequim, a diretora--executiva do FMI, Christine Lagarde, disse que o Fundo ficará “encantado” por cooperar com o novo banco, um projecto lançado pela China em Outubro passado para financiar a construção de infra-estruturas na Ásia, realçou a agência noticiosa oficial Xinhua.

O director do Banco Mundial, Sri Mulyani Indrawat, manifestou idêntica disponibilidade.

“Qualquer iniciativa que mobili-ze fundos para preencher o fosso no domínio das infra-estruturas é bem vindo”, disse Indrawat à Xinhua.

Estatísticas citadas na imprensa chinesa indicam que nesta década, a Ásia-Pacífico precisará de inves-tir 8.000.000.000.000 de dólares (oito biliões) para melhorar as suas infra-estruturas.

O novo banco, que será oficial-mente estabelecido até ao final de 2015, com um capital inicial de 50.000 milhões de dólares, foi visto nos Estados Unidos como um desafio à actual ordem financeira internacional.

Mas seis países europeus (Ale-manha, França, Itália, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça) já se manifesta-ram interessados em integrar o grupo de fundadores do AIIB, juntando-se aos 26 membros iniciais.

Hainan Airlines faz voo com biocombustível de óleos de cozinha

Pequim Fundadorde Singapura teve uma “influência única”A China elogiou o fundador de Singapura, Lee Kuan Yew, que morreu ontem aos 91 anos, descrevendo-o como “um homem de Estado asiático de influência única”. “Era um estrategista com valores orientais e também com perspectiva internacional”, disse ontem o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros Hong Lei, em comunicado. Lee foi o “criador e fundador” dos laços entre a Cidade-Estado e o país mais populoso do mundo, afirmou Hong, sublinhando que fez “contribuições históricas” para essa relação. A China expressou “condolências profundas e solicitude sincera ao Governo singapuriano, ao seu povo e aos familiares de Lee Kuan Yew pela sua morte”, disse. Lee dominou a política de Singapura por mais de meio século e o seu modelo de disciplina aliado ao crescimento económico serviu de exemplo aos líderes da China Comunista, quando começaram as reformas.

O Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa (ISEG) vai lançar um mestrado

“especializado nas relações eco-nómicas entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, anunciou em Pequim um responsável da Instituição.

Trata-se de um mestrado de dois anos, organizado em colaboração com a Escola de Comércio Internacional do Uni-versidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, no norte da China, e deverá começar no ano lectivo 2016/17, indicou à agência Lusa a vice-presidente do ISEG, Rosa Borges.

A criação do mestrado foi anunciada durante uma exposição internacional sobre educação (China Internacional Education Exhibition Tour 2015), realizada no fim de semana em Pequim com a participação de dezenas de universidades de mais de vintes países e regiões.

Além do ISEG, participou a Universidade Católica Portu-guesa, que já tem um “Mestrado Atlântico”, focado em gestão, com a duração de três trimestres e cujas aulas decorrem em Angola, Brasil e Portugal.

Do intercâmbio“As relações entre os países vão para além da política, da eco-nomia, do comércio e do inves-timento. Só é possível alcançar uma profunda compreensão e amizade quando as pessoas estão envolvidas”, disse o embaixador de Portugal, Jorge Torres-Pereira, durante uma apresentação promo-vida pelo ISEG.

“A presença de estudantes chineses é um elemento muito

“As relações entre os países vão para além da política, da economia, do comércioe do investimento. Só é possível alcançar uma profunda compreensão e amizade quando as pessoas estão envolvidas”Jorge Torres-Pereira embaixador de Portugal

O anúncio do novo mestrado foi feito em Pequim durante uma exposição internacional sobre educação onde participaram dezenas de universidades de todo o mundo

ISEG CrIou mEStrAdo Em rELAçõES ECoNómICAS CHINA-PLP

em busca do elemento humano

importante deste intercâmbio entre as sociedades civis dos dois países”, acrescentou.

A delegada em Pequim da Agência para o Investimento e Comercio Externo de Portugal (AICEP), Alexandra Ferreira Leite, exortou também os jovens chineses a estudar em Portugal,

A companhia aérea Hainan Airlines completou este fim

de semana o primeiro voo de pas-sageiros do país utilizando como combustível óleo reciclado, algo que o sector da aviação nacional considerou como um “passo de gigante” para a indústria.

O voo regular, com um Boeing 737, com uma centena de passa-geiros a bordo, partiu sábado de Xangai, capital económica da China, e chegou a Pequim utili-

zando biocombustível elaborado pela refinaria chinesa Sinopec com óleo de cozinha recolhido em restaurantes e reciclado, revelou a imprensa chinesa.

O vice-presidente da Hainan Airlines, Pu Ming, foi o piloto do voo onde foi utilizado também combustível tradicional, numa proporção de 50%-50% para cada um dos motores.

A Hainan Airlines antecipou-se à Dragon Air, uma companhia de

Hong Kong subsidiária da Cathay Pacific, que tinha anunciado para o mesmo dia um voo com idêntico combustível, mas que foi adiado por problemas com autorizações legais.

O biocombustível utilizado emite entre 50% e 80% menos dióxido de carbono que os voos com combustível tradicional, e com isto espera-se reduzir a contaminação que gera a navegação aérea, ainda que a sua utilização actual seja pontual devido ao elevado preço.

Os primeiros aviões de passa-geiros que utilizaram biocombus-tível foram os da companhia alemã Lufthansa, em 2011, ano em que a China começou a realizar ensaios com esta tecnologia.

descrevendo o país como “um dos melhores lugares do mun-do para viver” e um dos “mais pacíficos”.

Desejos De coimbra O comércio entre a China e os paí-ses de língua portuguesa cresceu mais de vezes na última década,

excedendo os 132.000 milhões de dólares em 2014.

Num outro fórum interna-cional sobre educação realizado em Pequim, a Universidade de Coimbra procurou igualmente atrair estudantes chineses.

“Acreditamos que há um nú-mero significativo de estudantes chineses que querem ter uma for-mação de base e de qualidade em língua portuguesa. Sempre tivemos estudantes chineses vindos de Ma-cau, mas a verdadeira procura, que não tem tido vazão, vem da China continental”, disse à agência Lusa o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) responsável pelas relações internacionais, Joaquim Ramos de Carvalho.

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18 região hoje macau terça-feira 24.3.2015

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 224/AI/2015

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LIN, HSIU-YUN, Portadora do documento de viagem emitido pelo Taiwan n.º 303440xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 29/DI-AI/2013, levantado pela DST a 10.03.2013, e por despacho da signatária de 28.11.2014, exarado no Relatório n.° 903/DI/2014, de 10.11.2014 em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua 1º de Maio n.º 352, 31º andar IVD, Macau. ------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele auto de notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele auto de notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Março de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 188/AI/2015-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifiquem-se os infractores, LAU KAI WING, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.º H1258XXX e CHEANG MAN NGOK, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 74362XXX, que na sequência do Auto de Notícia n.° 28/DI-AI/2013 levantado pela DST a 07.03.2013, e por despacho da signatária de 16.03.2015 exarado no Relatório n.° 213/DI/2013, de 27.02.2015, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhes foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlarem a fracção autónoma situada na Travessa da Amizade n.º 82, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 8, 12.º andar A onde se prestava alojamento ilegal. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. -----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Março de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

A Human Rights Watch instou ontem a ONU a retirar o apoio ao tribunal internacional

do Camboja que julga os Khmer Vermelhos, caso prossigam as intromissões do Governo, liderado por ex-membros do regime.

“A recusa do Governo cam-bojano em cooperar para colocar perante o tribunal, apoiado pela ONU, os líderes dos Khmer Ver-melhos é a última gota, depois de anos de obstruções, atrasos e corrupção”, disse o director para a Ásia da Human Rights Watch (HRW), Brad Adams, em comu-nicado que recorda também que a acção dos Khmer provocou 1,7 milhões de mortos.

O juiz Mark Harmon apresen-tou no início do mês acusações de rebeldia contra dois membros dos Khmer Vermelhos, depois de o seu homólogo cambojano

Sul-coreanos adiamenvio de balões como filme “A Entrevista” para o NorteActivistas sul-coreanos adiaram ontem o lançamento de milhares de cópias do filme de Hollywood “A Entrevista” para a Coreia do Norte, depois de críticas de Seul e ameaças de resposta militar por parte de Pyongyang. Os activistas tinham anunciado que iriam usar balões gigantes para lançar para o outro lado da fronteira 500.000 panfletos anti-Coreia do Norte e 10.000 DVD da comédia sobre um complô para assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-un. A data prevista para o lançamento, 26 de Março, marca o aniversário do ataque, em 2010, a uma embarcação sul-coreana, que Seul considerou ser da responsabilidade de um submarino norte-coreano. No domingo, o exército da Coreia do Norte avisou que iria responder aos activistas disparando contra os balões “com todos os meios” disponíveis entre as unidades fronteiriças. Qualquer resposta seguinte da Coreia do Sul implicaria “impiedosos ataques de retaliação”, indicou o exército norte-coreano em comunicado.

Índia Polícia prende seis hindus por vandalismoem catedral

A polícia indiana anunciou ontem ter detido seis pes-

soas depois de, alegadamente, fundamentalistas hindus terem sido filmados em actos de vandalismo numa catedral do centro da Índia. Imagens do circuito interno de televisão do local mostram um grupo de homens a partir objectos como vasos, portas, janelas na catedral do estado Madhya Pradesh. Um grupo hindu local, identificado como Hindu Dhar-ma Sena, acusou a igreja de ter convertido cerca de 200 pessoas de grupos tribais locais ao cris-tianismo, mas negou qualquer envolvimento nos actos de vandalismo à propriedade da igreja. Já a polícia explicou ter detido seis pessoas e garante continuar a investigar o caso para identificar outros parti-cipantes. O caos surge depois do próprio primeiro-ministro Narendra Modi ter garantido ir lutar contra a violência religiosa e a garantir a liberdade de culto para todas as religiões. Na Ín-dia, cerca de 80% da população é Hindu, 13,4% muçulmanos e os restantes católicos, budistas, entre outros credos.

Ex-bispo de Díli hospitalizado em situação “estável”

CrítiCAS AO APOiO A tribuNAl iNtErNACiONAl DO CAMbOJA

Copo a transbordarA Human Rights Watch insurge-se contra a interferênciado governo cambojano no julgamento de membrosdos Khmer Vermelhos

se recusar a encaminhar o caso para a polícia.

perigo de guerra civil Segunda a HRW, esta situação deve--se à política de “não cooperação” instigada pelo primeiro-ministro Hun Sen que, em Fevereiro, alertou para o risco de uma nova guerra civil caso o tribunal insistisse em abrir novos processos contra ex-membros

dos Khmer Vermelhos. Hun Sen foi chefe dos Khmer Vermelhos, mas desertou de modo a fugir das purgas políticas, unindo-se à ofen-siva liderada pelo Vietname que derrubou o regime encabeçado por Pol Pot em 1979.

Desde que começou a funcionar, em 2006, o tribunal já custou 205 mi-lhões de dólares e, até ao momento, emitiu duas sentenças, uma contra

o ex-director da prisão S-21 Keing Guek Eav, conhecido como Duch, e outra contra o ex-chefe de Estado Khieu Samphan e o número dois da organização Nuon Chea.

Todos foram condenados a prisão perpétua - Keing Guek Eav pela responsabilidade na tortura e assassinato de 17.000 pessoas e Khieu Samphan e Nuon Chea por crimes contra a humanidade.

O ex-bispo de Díli Alberto Ricardo da Silva, de 71 anos,

está hospitalizado desde domingo sob observação no Hospital Guido Valadares, na capital timorense, “encontrando-se estável”, disse ontem à Lusa fonte hospitalar.

A mesma fonte explicou que o bispo, que se demitiu do cargo no início do ano devido a problemas de saúde, poderá ser transferido para a Austrália, onde já esteve em tratamento no ano passado, devido a uma neoplastia cerebral.

O Presidente da República, Taur Matan Ruak, e a primeira--dama, Isabel Ferreira, já visita-ram ontem o bispo, segundo outra fonte hospitalar.

No passado dia 09 de Feve-reiro, o papa Francisco aceitou a resignação apresentada pelo bispo de Díli, que alegou motivos de saúde para abandonar o cargo.

Segundo informaram os ser-viços de imprensa da Santa Sé, o bispo diocesano apresentou a de-missão com base no cânone 401

do Código de Direito Canónico devido à sua “precária saúde”.

Natural de Aileu, onde nasceu a 24 de Abril de 1943, Alberto Ricardo da Silva foi nomeado bispo de Díli em 2004.

O bispo regressou a Díli em Janeiro depois de um prolon-gado tratamento por doença na Austrália.

Timor-Leste conta, além de

Díli, com duas outras dioceses, em Baucau, onde está o bispo Basílio do Nascimento e a de Maliana, onde está o bispo Norberto Amaral.

Desde a sua demissão e enquanto decorre o processo de nomeação do seu sucessor - foram apresentadas três propostas de Timor-Leste - Basílio do Nas-cimento assume as funções de administrador apostólico de Díli.

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UM Seminário sobre Milão e Macau Decorre hoje o seminário “Politécnico de Milão e a Cidade: experiências em Milão e Macau” na Faculdade de Direito na Universidade de Macau, pelas 18h30. O seminário será conduzido pelo professor Marco Imperadori, do departamento de Arquitectura, Engenharia Civil e Construção Ambiental do Politécnico de Milão. A actividade faz parte do programa académico da União Europeia em Macau e tem entrada livre.

FRC Conversa sobre ‘Madama Buttefly’Decorre hoje, na Fundação Rui Cunha, a conversa ilustrada sobre “Madama Butterfly”, a ópera clássica do compositor italiano Giacomo Puccini tida como uma das favoritas dos amantes de ópera. Integrada no ciclo de conversas “O Oriente na Ópera Ocidental”, a conversa tem lugar às 18h30 e vai ser conduzida por dois amantes de ópera locais, Raúl Pissarra e Frederico Rato. “Madama Butterfly” foi a sexta ópera do compositor, considerado então o sucessor de Verdi. Fala-nos da geisha japonesa, Butterfly, que depois de se casar com um soldado americano, permanece sozinha em casa à sua espera. Após uma longa espera que corresponde ao abandono, Butterfly quebra os laços cometendo suicídio. Butterfly representa a gentileza da mulher oriental e o enredo desenvolve-se num crescendo de emoções até ao desespero, o seu clímax.

Fotografia Holandês Erwin Olaf expõe na Casa Garden O artista holandês Erwin Olaf apresenta, na quinta-feira, a sua mais recente exposição de fotografia. Até dia 8 de Maio, e a convite da Fundação Macau, o fotógrafo apresenta algumas das suas fotografias por cá, depois de ter passado por museus como o Ludwig Museum, na Alemanha. Olaf mistura fotojornalismo com fotografia de estúdio e surgiu no cenário artístico internacional em 1988, quando recebeu o primeiro prémio na competição euoropeia Young Photographer. A arte de Erwin Olaf transmite aquilo que não é dito no meio social, até porque a sua fotografia retrata questões sociais, tabus e convenções burguesas. A mostra estará patente na Galeria Principal da Casa Garden, sendo que quinta-feira se dá a inauguração, onde é apresentado também um livro do artista publicado pela Aperture.

19eventoshoje macau terça-feira 24.3.2015

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

o miSTéRio do inFanTe SanTo • Jorge Sousa Correia“O Mistério do Infante Santo” decorre num período notável da História de Portugal: a expansão marítima portuguesa. Os filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, a família de Avis, são os protagonistas de uma história gloriosa mas que esconde intrigas e mistérios. Quais serão os pecados desta ilustre família? Quem foram os responsáveis pelo martírio de D. Fernando em Fez? Quem, de entre os filhos de D. João, foi o mais clarividente e o menos racional? Quem personifica o elo da concórdia? Quem destruiu a harmonia? Eis uma história que desmistifica os caminhos de uma família considerada perfeita e nos revela as sombras de um império.

a Mãe terra • Jean m. auelPara se tornar na líder espiritual do seu povo, Ayla empreende uma emocionante viagem na qual descobrirá o fascínio e o misticismo das cavernas sagradas e das suas pinturas rupestres. Baseado numa intensa pesquisa da autora, que visitou vários locais Pré-Históricos, nomeadamente em Portugal, «A Mãe Terra» apresenta um retrato rigoroso e fascinante do modo de vida na Europa entre 35 e 25 mil anos a. C. «Uma perspetiva magistral da cultura humana. (…) Apaixonante, imaginativa e consistente» - The New York Times. «Uma obra meticulosamente documentada e fascinante» - The Guardian.

Leonor Sá [email protected]

G örAN Malmqvist é um dos mais aclamados sinó-logos do mundo e

prepara-se para apresentar uma palestra sobre literatura chinesa contemporânea e o prémio Nobel da Literatura, galardão atribuído por uma comissão especial da qual Malmqvist faz parte.

A iniciativa, integrada no ciclo “Palestras de Mestres de Cultura” do Instituto Cultural (IC), vai realizar-se no salão de convenções do Centro de Ciên-cia de Macau, a partir das 15h00 do dia 25 de Abril. As inscrições, que podem ser efectuadas pelo telefone ou no website do IC, estão abertas a todo o público.

De acordo com comunicado do IC, a palestra deverá focar-se nos métodos de selecção dos candidatos a prémio Nobel, bem como na explicação das funções dos membros do comité.

“Esta palestra aborda o pro-cesso criativo, a organização, as principais tarefas e o método de trabalho interno da Academia Sueca, bem como o processo de selecção dos candidatos e os critérios de avaliação de obras literárias”, explica o IC. Além

IC SInÓLOGO SUECO EM PALEStRA SOBRE nOBEL DA LItERAtURA

Desmistificar o mistérioO Instituto Cultural prepara-se para apresentar mais uma palestra do ciclo “Mestres da Cultura”, desta vez trazendo o único membro vitalício do comité que escolhe o Nobel da Literatura. O sueco Göran Malmqvist é também especialista em Literatura Chinesa e fluente em mandarim

“Esta palestra aborda o processo criativo, a organização, as principais tarefas e o método de trabalho interno da Academia Sueca, bem como o processo de selecçãodos candidatos e os critérios de avaliação de obras literárias”

disso, será ainda referida a rele-vância da tradução durante todo o processo de selecção e escolha.

CaSo úniCoO orador tem a particularidade de ser o único membro vitalício do Comité do Prémio Nobel da Literatura. Malmqvist é espe-cialista na cultura e literatura chinesas e fluente em mandarim. É igualmente membro de três importantes academias suecas,

tendo feito um extenso trabalho na área das línguas, que resul-tou na tradução de 50 volumes de obras chinesas para sueco e que incluem as época da Anti-guidade, Medieval, Moderna e Contemporânea.

Entre os vários nomes tradu-zidos estão Mo Yan, Wen Yiduo, Gao Xingjian ou Shen Congwen. Outro dos seus feitos foi a compi-lação e edição de “Um guia para a literatura chinesa: 1900-1949”, que contou com a participação de cem especialistas em História da China. Este trabalho decorreu enquanto Malmqvist era presi-dente da Associação Europeia de Estudos Chineses.

A palestra será conduzida em mandarim, mas a organiza-ção vai disponibilizar tradução simultânea em português, sendo a entrada livre.

Page 20: Hoje Macau 24 MAR 2015 #3297

20 hoje macau terça-feira 24.3.2015

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Ousadia urgente

A construção dos complexos hoteleiros da zona do Co-tai tem vindo acompanha-da de um avanço subtil mas

insuficientemente: o da plantação de inúmeras espécies arborícolas e arbus-tivas de intenção decorativa. Por trás da sua concepção, da responsabilidade dos conjuntos hoteleiros, apercebe-se uma qualidade profissional certa. Estas espécies não têm, no entanto, espaço suficiente para se afirmarem com a uti-lidade desejada.

Os conjuntos que se plantaram junto ao Hotel Venetian e Four Seasons e, fron-teiro a estes, junto dos hotéis Sheraton, Sands e Conrad, criam um utópico desejo bondoso que este escrevente sabe de qua-se impossível realização mas útil desejo (as utopias sempre foram mais um desejo que uma esperança). Devia fazer-se o se-guinte: estender o propósito meramente decorativo e envergonhado que tem ani-mado a plantação desta cobertura a uma ideia vegetal grandiosa e revolucionária que definisse a cidade, um projecto que envolveria, então, não apenas os com-plexos turísticos mas também a até agora míope (significa ver mal ao longe) admi-nistração local.

Deve prescindir-se imediatamente do uso rodoviário da estrada que os une, e ligar estes complexos com um parque longo e largo a que se poderiam adicionar pequenas estruturas como as que conhecemos em Singapura (preci-samente por trás do Hotel Marina San-ds, um dos interessados na sua constru-ção), a exemplo uma estufa com espé-cies de muitas zonas do globo.

Imagine-se o espaço existente entre a Rotunda do Istmo e a Rotunda Flor de Lótus, isto é, metade da Estrada do Ist-mo, coberta de vegetação plantada sob a direcção correcta que subjaz à arbo-rização já concluída, com uma estufa e vários caminhos para passeio, recreio e possibilidade de pequenos perigos.

A avenida que lhe é paralela, a oeste, entre o Venetian e as construções galácti-cas, por onde alguns optimistas acreditam ainda que num futuro próximo circulará um metrozinho de superfície, serviria para acomodar o trânsito que normal-mente usa a Estrada do Istmo, agora (num futuro muito desejado) habitada por pal-máceas, ficus, araucárias, acácias, bambus e todo o tipo de árvores, arbustos e relva-dos que os seus iluminados desenhadores acharem próprios.

Todos sabemos que há várias es-pécies que crescem rapidamente no

nosso clima. Neste facilmente se atin-ge um aparato floral decente, como se estas árvores fossem, também elas, uma fraude. Os menos avisados, ou conhe-cedores, dificilmente acreditarão que o ajardinamento que enfeita a avenida central do N.A.P.E., por exemplo, é de existência recente.

No bom livrinho Árvores de Macau, Wang Zhu Hao, seu autor, fala de várias árvores de crescimento rápido, árvores que medram em Macau em absoluto conforto. Das 50 árvores estudadas, 13 são assim apresentadas. Algumas delas são nossas conhecidas.

Contam-se, entre as 13, o belo Pinhei-ro Chinês (Pinus massoniana Lamb.) que

encontramos na Colina da Guia, que to-mou o seu nome, muito utilizado na feliz florestação que se efectuou em Macau e ilhas nos anos 60 e que transformou com-pletamente o aspecto da cidade; o Falso Kapok (Bombax ceiba L.), capaz de atingir 30 metros de altura e caracterizado pela casca rugosa do seu tronco e pelas suas atrevidas flores vermelhas ou alaranjadas (floração em Fevereiro e Março), também chamada Árvore Herói por não tolerar a sombra e se sobrepor às outras; a Bauínia de flor cor-de-rosa (Bauhinia variegata L.); símbolo de Hong Kong, de reconhecido apelo ornamental; a lindíssima Acácia Ru-bra (Delonix regia (boj.) Raf.), originária de Madagáscar, de que existiam exemplares imponentes, de grandes copas, no Jardim Vasco da Gama antes deste ter sido des-truído, ou a estranha Orelha de Elefante (Macaranga tanarius (L.) Muell.-Arg.), uma euforbiácea de belíssima folhagem larga e furiosa eficácia decorativa.

Num território com as medidas de Macau, a existência de uma mancha vege-tal desta dimensão, localizada não muito longe do seu centro criaria invejas em ci-dades como Taipé ou Hong Kong, onde tal equipamento não existe, e aproximaria - mesmo que humildemente - Macau da primeira cidade tropical vegetal, Singa-pura. Nesta cidade, onde existe, há mais de 160 anos, um Jardim Botânico notável e de fácil acesso, encontra-se em fase de expansão um gigantesco ajardinamento que já aqui foi alvo de sentido elogio nou-tro artigo (mais de seis biliões de patacas de investimento).

Sendo Macau uma cidade que tem crescido, mesmo na zona do Cotai, sem sinais visíveis de planeamento (mesmo que a área fosse, há bem pou-co tempo, virginal, ideal à conjugação de um propósito comercial com um tu-rístico e lúdico), um jardim de grandes dimensões, não constante de um plano prévio, seria, ao menos, uma reparação muito útil - mesmo que erguido com atraso. Seria igualmente a única obra de interesse público desinteressada desde a florestação de há 50 anos.

Este enorme avanço vegetal seria igualmente bastante útil se o futuro dos grandes hotéis e casinos tomasse um curso irreversivelmente pessimis-ta, e a sua decadência promovesse a cobertura vegetal das estalagens, mercados e casas de jogo actuais, abandonadas e cavernosas, que hoje ocupam aquela zona do delta. A na-tureza reporia, assim, o estado natu-ral das coisas.

a revolta do emir Pedro Lystmann

Sendo Macau uMa cidadeque teM creScido, MeSMo na zona do cotai, SeM SinaiS viSíveiS de planeaMento (...), uM jardiM de grandeS diMenSõeS, não conStantede uM plano prévio, Seria,ao MenoS, uMa reparação Muito útil - MeSMoque erguido coM atraSo

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21desportohoje macau terça-feira 24.3.2015

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ANÚNCION.º 14/2015

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar do concurso de habitação económica abaixo indicado, no uso da competência delegada pela alínea 20) do n.º 3 do Despacho n.º 06/IH/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 7, II Série, de 18 de Fevereiro de 2015 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletim de candidatura TONG TIN CHENG 81201311654

Por causa de não apresentar os documentos necessários dentro do prazo fixado, este Instituto informou-o por meio de ofício, com o n.o 1406100038/DHEA, datada de 11 de Junho de 2014, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de recepção do referido ofício, A interessada acima mencionada entregou a sua contestação dentro do prazo indicado, mas a mesma não foi aceite.. Nos termos da alínea 2) do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e a decisão do despacho do signatário, exarado na Informação n.º 0939/DHP/DHEA/2014, o adquirente seleccionado foi excluído do concurso.

E nos termos do n.º 25 do Despacho n.º 71/IH/2014 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, cabe recurso hierárquico necessário da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública

Chan Wa Keong20 de Março de 2015

o presidente da Asso-ciação de Futebol de Macau disse ontem respeitar “a relação”

com Portugal e lembrou a amiza-de entre os dois povos, depois de receber uma carta de Luís Figo, candidato à presidência da FIFA.

“Penso que não preciso de di-zer nada, porque há uma relação muito forte com os portugueses e eu respeito essa relação”, disse Victor Cheung Lup Kwan, quando

Ténis João Sousadesce um lugarno ranking mundialO tenista João Sousa caiu um lugar na classificação do ranking mundial de Ténis, passado assim para a 53.ª posição. Esta descida deve-se à eliminação do português na primeira ronda do Masters 1000 de Indian Wells, onde o sérvio Novak Djokovic, que continua a liderar o ranking, venceu pela quarta vez. Djokovic alcançou o 18.º triunfo sobre o suíço Roger Federer, mantendo os quatro mil pontos de vantagem e o espanhol David Ferrer subiu um lugar, estando assim em sétimo. Nos femininos, a norte-americana Serena Williams continua na 1.ª posição, reforçando o comando apesar de ter sido forçada a desistir, por lesão, nas meias-finais. Já Michelle de Brito, que foi eliminada na segunda ronda do `qualifying`, desceu três posições no circuito e está agora no 124.º lugar.

Futebol LíDER DE Macau LEMBRa aMIzaDE ENTRE pOvOS

Relações intensasVictor Cheung Lup Kwan, presidente da Associação de Futebol de Macau, recebeu das mãos do cônsul Vítor Sereno uma carta de Luís Figo onde o candidato à presidência da FIFA expõe as suas ideias para o futuro do futebol mundial

questionado sobre se iria apoiar Luís Figo na eleição para presi-dente da FIFA.

Victor Cheung Lup Kwan encontrou-se ontem com o cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vitor Sereno, de quem rece-beu uma carta de Luís Figo, na qual o antigo internacional português apela ao voto na sua candidatura.

A carta surge na sequência de uma passagem de Figo em Macau no início de Fevereiro deste ano,

durante a qual trocou ideias com o presidente da Associação de Hong Kong, Timothy Fok, num encontro onde Victor Cheung Lup Kwan não pode estar presente.

bola ao centroEm declarações aos jornalistas, Vitor Sereno explicou que a carta de Luís Figo inclui o que o an-tigo futebolista “preconiza para o desenvolvimento do futebol mundial”.

“O Luís Figo é candidato juntamente com três outras personalidades (...), na minha opinião e não é pelo facto de ser português, Luís Figo, pelo seu percurso futebolístico, pelo seu percurso de dirigente do Inter de Milão, tem todas as condições para ser um bom presidente da FIFA”, defendeu.

Vitor Sereno sublinhou que o “desenvolvimento do futebol, o ‘fair play’, uma redistribuição equitativa dos recursos que a FIFA tem pelas associações que mais precisam e, no fundo, colocar o futebol outra vez no centro da discussão e não os negócios à volta do futebol”.

“Se me perguntar se acho que Luís Figo vai ganhar estas eleições, acho complicado, acho difícil, por todas as razões conhecidas. Nós acreditamos. Eu como cônsul geral vim ter esta conversa e entregar uma carta pessoal do Luís Figo ao presidente”, disse Sereno, sa-lientando a importância do apoio de Macau.

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HojeRota das LetRas – Rota das escoLas, com Yang HongYingescola Hou Kong, 10h00

Rota das LetRas – Rota das escoLas, com João toRdo e cHan im Wa mUst, 11h00

Rota das LetRas – Rota das escoLas – “ReescRevendo o mUndo”, com ondJaKiescola Portuguesa de macau, 11h30

Rota das LetRas – WoRKsHoP “desenHaR HistóRias”, com João Fazendaescola Portuguesa, 14h30

Rota das LetRas – “ainda Há vida PaRa o Romance?”, com david macHado e João toRdoedifício do antigo tribunal, 18h30

Rota das LetRas – “PeqUenos LeitoRes, gRandes HistóRias”, com aUtoResedifício do antigo tribunal, 18h30

Rota das LetRas – “teatRo mUsicado: Uma viagem Única”, conceRto ao Piano com maestRo victoRino d’aLmeida e madaLena Reiscentro cultural de macau, 20h30Bilhetes a 100 patacas

amanhãRota das LetRas – Rota das escoLas, com aUtoResUniversidade de macau, 10h00

Rota das LetRas – Rota das escoLas, WoRKsHoP de escRita com HUng HUng Universidade de macau, 14h30

Rota das LetRas – sessão de Poesia “oLHando o maR PeLa JaneLa”edifício do antigo tribunal, 18h30

Rota das LetRas – “a aRte de iLUstRaR HistóRias”, com João Fazenda e iLUstRadoRes Locais edifício do antigo tribunal, 18h30

Rota das LetRas – “doomsdaY HoteL, temPo e Fantasmas”, PeRFoRmance de Wong BiK-Wan edifício do antigo tribunal, 20h30Bilhetes a 100 patacas

quinta-feiraRota das LetRas – Rota das escoLas, com Xi cHUancolégio anglicano de macau, 10h00

Rota das LetRas – sessão de cinema “no divã” e “a Poética de antónio victoRino d’aLmeida”, com migUeL costa auditório do consulado geral de Portugal, 18h00

aPResentação da oBRa “macaU no qUaRteL de oitocentos”, de JoRge aRRimaR sede da casa de Portugal em macau, 18h30Entrada livre

diariamente Rota das LetRas - FeiRa do LivRo (até 29/03)edifício do antigo tribunal Entrada livre

eXPosição “vaLqUíRia”, de Joana vasconceLos mgm macauEntrada livre

eXPosição “niHonga contemPoRânea”,de aRLinda FRota Fundação Rui cunhaEntrada livre

eXPosição de sândaLo veRmeLHo (até 22/03)grande Praça, mgmEntrada livre

tempo muito nublado min 18 max 23 hum 55-95% • euro 8 .6 baht 0 .2 yuan 1 .2

João Corvo

AcontEcEu HojE 24 de maRço

fonte da inveja

C i n e m acineteatro

Sala 1cinderella [a]Filme de: Kenneth Branaghcom: Lily James, Richard madden, cate Blanchett14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 2the divergent SerieS: inSurgent [c]Filme de: Robert schwentecom: shailene Woodley, theo James, Kate Winslet14.30, 16.45, 21.30

the divergent SerieS: inSurgent [3d] [c]Filme de: Robert schwentecom: shailene Woodley, theo James, Kate Winslet19.15

Sala 3run all night[c]Filme de: Jaume collet-serracom: Liam neeson, Joel Kinnaman, common ed Harris14.30, 16.30, 17.30, 21.30

O que fazer esta semana?

nasce Harry Houdinie morre júlio Verne• O dia 24 de Março marca o nascimento do mais famoso ilusionista da História. Houdini nasceu no dia em que parte o percursor da ficção científica na Literatura, o escritor francês Júlio verne.Harry Houdini, nasceu em Budapeste a 24 de março de 1874 e a sua infância foi marcada pela pobreza. a família emigrou para os eUa, quando Houdini tinha 4 anos e trabalhou em diversos ofícios, antes de se dedicar ao ilusionismo.Foi perfurador de poços, ferreiro, fotógrafo, contorcionista e trapezista. mas a arte onde se destacou esteve sempre presente e ao longo dos anos foi aprendendo truques que o viriam a tornar célebre, sendo reconhecido como o maior ilusionista do mundo. viria a morrer em detroit, 31 de outubro de 1926.no dia em que nasce o mágico Harry Houdini, morre o escritor francês Júlio verne, outra grande personalidade mundial que se tornou eterna, com uma obra de cerca de cem livros.Júlio verne foi o filho mais velho de cinco filhos de uma família burguesa. estudou direito, por desejo do seu pai, e viajou para Paris. mas a arte (sobretudo o teatro) sobrepôs-se às leis e na cidade-luz o escritor desviou o seu interrompeu o seu percurso académico.críticos literários consideram-no precursor da ficção científica. nos seus livros, anteviu novos avanços científicos e tecnológi-cos, como os submarinos, máquinas voadoras e a chegada do Homem à Lua.verne é um dos escritores cuja obra foi mais traduzida em toda a história da Literatura, com 148 línguas, segundo estatísticas da Unesco. morre a 24 de março de 1905.neste dia, outras datas históricas se assinalam. em 1882, Robert Koch anuncia a descoberta da bactéria responsável pela tuberculose. Já em 1923, a grécia torna-se uma república. nas artes, destaque para o eterno álbum ‘dark side of the moon’, dos Pink Floyd, lançado a 24 de março de 1973.em 1999, na guerra do Kosovo, a nato inicia o bombardeio aéreo na Jugoslávia, o que representa a primeiro ataque da organização contra um país soberano.Hoje, assinala-se o dia mundial da tuberculose e o dia mundial da Juventude.

22 hoje macau terça-feira 24.3.2015(F)utilidades

Um antigo ladrão de carros tem de voltar ao activo, depois de o irmão ser capturado. memphis (nicolas Cage) tem 96 horas e 50 carros para roubar, se quiser voltar a ver Kip (Giovanni Ribisi) vivo. Um guião espectacular, onde o amor pelos carros e por Sara (angelina Jolie) se divide muitas vezes. O trabalho é bem sucedido? e que outras alegrias tem memphis, além da possibilidade de ver o irmão com vida?- joana Freitas

GonE In 60 SEconDSDoMInIc SEnA(2000)

h O J e h á f i l m e

Para quê acreditar, se basta viver?

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23hoje macau terça-feira 24.3.2015 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Edite Ribeiro(estagiária); Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

F rederico, o Grande, terá dito um dia, segundo o general americano Patton, “l’audace, toujours l’audace” referindo--se ao modo como se devem comandar as tropas. Mas esses eram outros tempos, em que o mundo, apesar de já ser redondo, não era iluminado a luz eléctrica e os meios de trans-

porte expeliam biomassa e não poluição. chui Sai on está muito à frente. ele

encarna o político , o líder, do século XXi, sobretudo pela sua capacidade de não deci-dir, de não inovar, de não surpreender. Pelo seu inquestionável talento para repetir as mesmas frases, ano após ano, quando tem de passar pela tortura das LAG. “Le même, toujours le même”, eis o dístico do chefe do executivo da rAeM, que assim sosse-ga o povo quanto a eventuais mudanças.

Num planeta em convulsão, existe pois uma pequena cidade onde o governante tem o bom senso de nada prometer, expri-mindo uma contenção invejável e se limita a repetir, com uma regularidade apreciá-vel, as mesmas frases, as mesmas ideias, as mesmas palavras de ordem.

Para ser justo as coisas não são exacta-mente assim. existe, com efeito, algum bu-rilamento do texto, duas ou três expressões diferentemente adjectivadas. Foi, com cer-teza, necessário um profundo trabalho de assessoria para garantir estas mudanças, embora algumas sejam de gosto duvidoso.

o que nos sossega, o que nos acalen-

a outra faceCarlos Morais José

Le même, toujours le même

Num planeta em convulsão, existe pois uma pequena cidade onde o governante tem o bom senso de nada prometer, exprimindo uma contenção invejável e se limita a repetir, com uma regularidade apreciável,as mesmas frases, as mesmas ideias, as mesmas palavras de ordem

ta, é a permanência dos estudos. Antes de chui subir ao palco, receava-se, nos basti-dores, que não estivessem previstos estu-dos nesta LAG. Mas, felizmente, qual pai benevolente que não se esquece de seus ca-dilhos, o chefe do executivo rapidamente devolveu a calma às agitadas hostes, pro-metendo um sem número de estudos, nos quais se inclui, se não estou em erro, a famigerada possibilidade de utilização de veículos eléctricos. este passo de gigan-te, que surpreendeu o hemiciclo (embora não tenha chegado para o desassossegar), mostra claramente como Macau se apressa para apanhar outras cidades nesta área, lí-deres mundiais do turismo, como Zhuhai, Taipé ou Aix-en-Provence. Não, o chefe não está a dormir.

está, simplesmente, em profunda me-ditação. e, como o mundo não passa de uma ilusão, entende que a repetição é a única maneira de fazer sentido. “Le même, toujours le même”, eis a divisa a inscrever sob o escudo da rAeM, exemplo de per-manência e harmonia para todo o mundo observar e copiar.

repare-se, por exemplo, que chui Sai on não caiu no facilitismo de se deixar influenciar pelas teorias de Xi Jinping e das suas “Quatro Tarefas”, tal como pas-sara incólume pelas ideias de Hu Jintao. O nosso chefe sabe que o mundo é mutável, que não vale a pena entrar em novidades. “Se tudo ficar na mesma, não ficará pior”, eis um desenvolvimento do lema referido, defesa inexpugnável do cidadão de Macau

que, rico ou pobre, sabe que nada mudará e que ficará no seu devido lugar.

“o pássaro amarelo chilreia e permane-ce num recanto da colina.”, diz no Livro da Poesia. e confúcio comenta: “Quando permanece, sabe em que lugar permane-cer. Será possível que um homem não seja igual a este pássaro?”

ora aqui está: chui Sai on sabe onde permanecer: no mesmo sítio, nas mesmas ideias, nas mesmas palavras. como o pás-saro amarelo, encontrou o seu ramo, o seu recanto na colina e aí sabe permanecer. Só quem não leu o Estudo Maior, obra central

do neo-confucionismo, é que não consegue emprestar o verdadeiro valor aos discursos do nosso chefe.

Tal não se passa nos meios mais erudi-tos de Macau, onde flameia uma discussão extrema sob eventuais tendência daoístas no discurso de chui Sai on, que desgra-çariam o seu conteúdo confucionista, no-meadamente sobre o papel do conceito de wu wei (não-acção) no seu pensamento político. de facto, é tal a originalidade das LAG que os académicos e os letrados têm dificuldade em situá-las num determinado campo teórico. Acresça-se que o efeito de repetição tem também confundido a maior parte dos observadores, sobretudo os des-conhecedores da prática do koan (公案gōng’àn).

Surge então a dúvida fundamental na aná-lise deste discurso que, acoplado aos prece-dentes, constitui o Canon Chuisaiónico: exis-tirá, ainda que subreptícia, uma influência do budismo chan (zen) no pensamento político do nosso chefe? e até que ponto isso é patrió-tico (não esquecer que o budismo foi fundado na Índia e importado para a china)?

Sendo inegável que existem indícios sérios sobre esta presença oculta, nada ain-da nos permite afirmar com certeza cien-tífica algo de definitivo sobre o assunto. Pensamos por isso encomendar um estudo a uma empresa de Hong Kong e outro a uma firma de Zhuhai, no intuito de escla-recer o assunto, embora a nossa convicção seja que tudo deve ficar na mesma. “Le même, toujours le même”...

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hoje macau terça-feira 24.3.2015

U m duo português de música de câmara está a encher salas de con-certo pela China dentro,

evidenciando a “grande recepti-vidade do público chinês” para o reportório ocidental, contaram ontem à agência Lusa os prota-gonistas da invulgar ‘tournée’.

Emanuel Salvador (violino) e Nuno marques (piano), ambos nascidos em 1981, iniciaram na quinta-feira passada uma série de oito concertos em outras tantas cidades da China, desde Dongguan, no sul, até Dalian, no nordeste do país.

“Vamos fazer 7.000 quiló-metros em nove dias”, sintetizou Emanuel Salvador.

Duo português enche salas na china

O futuro na Ásia

“É na China, na Coreia do Sul e no Japão que estão a aparecer novas oportunidades. Na Europa, pelo contrário, estão a fechar orquestras”

O programa, que inclui sempre uma composição por-tuguesa, de Joly Braga Santos (1924-88), e um ‘encore’ com uma peça chinesa (“Primavera do Xinjiang”), vai do século XIX à música contemporânea, nomeadamente Beethoven, Arvo Part e Piazzolla.

“Temos tido sempre salas cheias, com 800 e até 1.000 espectadores, e ao contrário do que se vê na Europa, o público é muito jovem. Veêm-se até crian-ças, acompanhadas pelos pais”, contaram os músicos.

Pelo que viram, “os chineses estão muito abertos e disponíveis para a música ocidental”.

boa imagemSegundo contaram, em todos os locais onde tocaram foram entrevistados pela imprensa local e o público pediu-lhes autógrafos e fez-se fotografar ao seu lado.

E quanto à imagem de Portugal, os dois músicos portugueses cons-tataram que os chineses “associam logo o país ao futebol e ao mar”.

Emanuel Salvador e Nuno Marques disseram também ter fi-cado “muito bem impressionados com a qualidade dos teatros” onde têm actuado: “São construções recentes, com condições acústi-cas e logísticas excelentes”.

“A China está a investir muito na educação e em infra--estruturas”, acrescentaram.

A tournée, organizada por uma agência chinesa (Joy Titan Enter-tainment), começou em Yantai, na província de Shandong, e termina no domingo em Baoding, a cerca de 200 quilómetros ao sul de Pequim. Ontem, o duo português actuou em Liuzhou, seguindo-se Nanchang, Fuzhou, Suzhou e Dalian.

Há cerca de uma década, quando ambos viviam em Lon-dres, Emanuel Salvador e Nuno marques integraram o Trio Vian-na da mota, com o qual chegaram a gravar um disco.

Hoje, está cada um para seu lado - o primeiro em Berlim e o outro em Nova Iorque - mas voltaram a juntar -se para esta primeira tournée na China.

“O futuro está na Ásia”, garan-tem. “É na China, na Coreia do Sul e no Japão que estão a aparecer novas oportunidades. Na Europa, pelo contrário, estão a fechar orquestras e em termos de investimento (na música), os países europeus estão numa curva descendente”.