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Os jovens licenciados fora do território não encontram trabalho nas suas áreas de estudo quando decidem regressar. Muitos, não tendo alternativa, acabam por ir parar aos casinos e hotéis. Afinal, onde param os profissionais especializados de Macau? AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB GOVERNO POUCO ATENTO À OBRA DE MANUEL VICENTE CHUI SAI ON RESPONDE POUCO À POPULAÇÃO Macau confirma negociações com Hong Kong ENTREVISTA A JOÃO AFONSO CENTRAIS EXTRADIÇÃO PÁGINA 4 PETIÇÕES PÁGINA 5 hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO PUB MOP$10 QUARTA-FEIRA 19 DE MARÇO DE 2014 ANO XIII Nº 3053 ESQUECIDOS REPORTAGEM PÁGINAS 2 E 3

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Hoje Macau N.º3053 de 19 de Março de 2014.

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Page 1: Hoje Macau 19 MAR 2014 #3053

Os jovens licenciados fora do território não encontram trabalho nas suas áreas de estudo quando decidem regressar. Muitos, não tendo alternativa, acabam por ir parar aos casinos e hotéis. Afinal, onde param os profissionais especializados de Macau?

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

GOVERNO POUCO ATENTO À OBRADE MANUEL VICENTE

CHUI SAI ONRESPONDE POUCOÀ POPULAÇÃO

Macau confirma negociações com Hong Kong

ENTREVISTA A JOÃO AFONSO CENTRAIS EXTRADIÇÃO PÁGINA 4 PETIÇÕES PÁGINA 5ho

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auDIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO

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MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 1 9 D E M A R Ç O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 5 3

ESQUECIDOS REPORTAGEM PÁGINAS 2 E 3

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2 hoje macau quarta-feira 19.3.2014REPORTAGEM

CECÍLIA L [email protected]

S ÃO cinco jovens, acaba-ram o curso de licenciatura fora de Macau e voltaram ao território no ano pas-

sado. Aqui, procuram o primeiro trabalho a tempo inteiro, uma carreira. Mas, dizem, não é nada fácil encontrar um emprego que corresponda à especialidade que tiraram na faculdade.

Ray Lee tem 22 anos e é um graduado da Universidade de Ji-nan, em Cantão. Queria, mas não conseguiu, arranjar emprego num banco, dado que a sua licenciatura é Economia. Entretanto, e enquanto nada aparece, vai trabalhando como assistente de vendas na loja Man-nings. Porquê? “Não queria aceitar o emprego no início, porque acho que, por ter uma licenciatura, pode-ria arranjar um emprego melhor do que este”, diz Ray ao HM. “Mas, no final, lá aceitei o trabalho - que

Nem todos os residentes de Macau querem ser croupiers ou funcionários públicos. Cinco jovens, com quem o HM conversou, licenciados em especialidades diferentes, contam a sua história: na procura de um emprego em Macau, todos gostariam de integrar a área a que dedicaram anos de estudo, em vez de desistir do seu sonho. Mas isso, nem sempre é possível

JOVENS DE MACAU REGRESSAM A CASA DEPOIS DE LICENCIADOS, MAS MERCADO DE TRABALHO ESTÁ MUITO INCLINADO PARA O SECTOR DO JOGO

Onde param os profissionais especializados?

pode ser feito por pessoas que te-nham apenas o ensino secundário -, porque não havia mais empresas a responder afirmativamente ao meu pedido de emprego.” Ray explica--nos ainda que, nem nesta área, consegue ocupar um cargo mais alto do que o que tem actualmente: como não tem qualquer experiência como vendedor, tem de começar por baixo, como todos. “Um dia, uma cliente disse ao filho – em frente a mim – que, se ele não estudasse, no futuro iria acabar por ser vendedor de uma loja ou de um supermercado. As pessoas olham para nós e não sabem que temos licenciaturas.”

SALÁRIOS BAIXOS,PAIXÃO PELA PROFISSÃO Altino Ho é um ano mais velho do que Ray Lee. Com 23 anos, o jovem acabou o curso de Gestão de Aviação na Austrália. Em Macau, para onde regressou, conseguiu arranjar emprego na Air Macau, mas o salário não satisfaz: é que Altino consegue apenas dez mil patacas por mês, um rendimento abaixo da média mensal da popu-lação empregada, que é de 12.300 patacas, segundo dados da Direc-ção dos Serviços de Estatísticas e Censos. Seja como for, Altino não viu muitas hipóteses para integrar o mercado de trabalho no territó-rio. Dizer que sim foi como que obrigatório, até porque o jovem quer trabalhar na área para a qual estudou. E começar numa empresa privada antes de poder integrar algum departamento do Governo, é a ideia de Altino. “A Autorida-de de Aviação Civil de Macau, por exemplo, dá boas condições aos funcionários. Mas, prefiro

trabalhar primeiro numa empresa privada, para conseguir ter mais experiência de trabalho. Depois, terei mais condições de pedir um emprego melhor, por exemplo no Governo. Mas, acho que integrar o Governo como primeiro emprego não é uma boa ideia.”

Altino diz ao HM que tem co-legas da faculdade que já ganham 25 mil patacas em empregos. Ele, contudo, prefere ganhar menos, para já, e fazer o que gosta. Nem que para isso tenha de sair do território. “Com a minha profissão, não preci-so de ficar em Macau. Com a minha especialidade, posso trabalhar lá fora, mas o que falta aos graduados é experiência. Estou preparado para trabalhar um ou dois anos com um salário baixo, até porque agora muitas empresas explicam-me que não fui recrutado porque não tenho experiência de trabalho.”

Para Altino Ho, o salário baixo não é um problema na sua carreira, porque o jovem diz ter esperança no futuro. Ainda assim, Altino partilha da opinião de Ray Lee e de Adriano Choi, um outro jovem adulto que falou com o HM: a indústria dos casinos não está a ajudar Macau a atingir o que o Governo tanto apregoa – a diversificação da economia e das indústrias. “A Economia é a minha área de interesse. Quando escolhi este curso na faculdade, pensei que ia ser fácil procurar um emprego, não ape-nas em Macau, mas em todo o lado. A realidade não é o que eu pensava. Quase todos os empregos exigem aos jovens que acabam a faculdade que tenham uma experiência de um ou dois anos e isso é quase impossível”, diz Ray Lee.

Para o jovem, a indústria do

jogo – a “única em Macau” – é culpada pelo facto de os recém--licenciados não conseguirem arranjar emprego. Há falta de in-dústrias diversas e, nem todos, que-rem ser croupiers. “Mesmo com uma licenciatura não se consegue ganhar mais do que um croupier, quando esse é um emprego que não exige formação além da escola secundária.” Também Altino Ho diz que o ambiente de emprego em Macau, actualmente, não é sau-dável, porque o facto de se ter um diploma na mão quando se procura emprego, em nada ajuda. “Dizem que se não tiver um certificado da faculdade, consigo um cargo onde recebo oito mil patacas e que, com uma licenciatura, consigo chegar às dez mil. Mas, no fundo, o conteúdo e o esforço do trabalho é igual.”

QUANDO OS CASINOSSÃO O QUE RESTAAltino não tem dúvidas. Em Macau, há falta de respeito para com os pro-fissionais e, quando se tem croupiers a ganhar o mesmo – ou mais – do que alguém com uma licenciatura e habilidades profissionais específicas, as coisas passam a não correr bem. “Isso impressiona os jovens e leva-os a desistir da profissão e a integrarem no sector do jogo.”

Mas, nem todos têm vontade de trabalhar em hotéis ou salas de jogo. Adriano Choi, com 22 anos, é um desses. “Não queria trabalhar em casinos ou mesmo em hotéis”, diz o licenciado em Marketing e Finan-ças. Em Macau, contudo, Adriano admite ter de arranjar trabalho num casino-resort, mas explica que a entrada é feita por outras portas que não as da sala de jogo. “Tenho uma

dupla licenciatura, mas não quero ser um funcionário das finanças, ‘normal’. Recebi propostas para trabalhar como contabilista, mas contabilidade é totalmente diferente de finanças. Faltam recursos huma-nos na área de contabilidade, mas forçar os graduados em Finanças a trabalhar como contabilistas é muito perigoso, porque não domi-namos este conhecimento. Tenho mais interesse no Marketing de entretenimento, para espectáculos e concertos. Agora espero uma resposta do Venetian.”

Na mesma situação está Andy Chu. O jovem de 21 anos é licencia-do em Psicologia pela Universidade em Hong Kong e voltou a Macau para trabalhar como funcionário do serviço de reservas no Hotel Sheraton. Casinos e hotéis estariam também fora dos planos de Andy, mas ‘assi sã Macau’. “Também não queria trabalhar em casinos e hotéis, mas quando regressei a Macau descobri que não havia emprego na minha área. Muita gente pensa que poderei ser assistente social, mas não sou licenciado nesta área e, sinceramente, não tenho paciência para o serviço social. Por outro lado, para ser psicólogo cá preciso de mestrado.” E Andy está a fazê--lo, actualmente, em Hong Kong. Por agora, vai-se mantendo no hotel onde trabalha e onde recebe 12 mil patacas de salário. Se havia algo possível para Andy fazer em Macau? Sim. “Queria ser professor de psicologia, mas na Universidade de Macau apenas há o curso na Faculdade de Educação, ou seja, não é fácil para mim, porque nunca estudei na área da Educação, não tenho bases.” No Sheraton, o jovem

Adriano Choi Altino Ho

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3 reportagemhoje macau quarta-feira 19.3.2014

Quando se entra nesta área [do jogo], sai- -se dela sem perspectivas ou vantagens para outro empregoANDY CHU

JOVENS DE MACAU REGRESSAM A CASA DEPOIS DE LICENCIADOS, MAS MERCADO DE TRABALHO ESTÁ MUITO INCLINADO PARA O SECTOR DO JOGO

Onde param os profissionais especializados?

diz haver uma grande “maioria de funcionários” que têm licenciatura, até porque esse é um pedido da empresa. “Eles querem que falemos inglês, mandarim e que tenhamos licenciatura.”

PRESSÃO DENTRO DE PORTASSe não quiserem entrar no sector do jogo, não há muitos empregos

Escolhi a minha licenciatura por interesse, mas depois de fazer o estágio, apercebi-me que, em Macau, é difícil procurar emprego na minha áreaRAINIE CHIO

por onde escolher, dizem os jovens. Quase todos os trabalhos precisam de pessoas com experiência, mes-mo que sejam licenciados. Quase todos, queixa-se Andy Chu. “O que é irónico é que quem quer ocupar o cargo de croupier não precisa de ter qualquer experiência.”

A grande entrave chega, quando dentro de portas se começa a sentir

a pressão para arranjar trabalho. A falta de salário traz avisos da família e dos amigos, alertas sobre as pos-sibilidades de trabalhar no sector do jogo. Adriano Choi confessa-nos que até a sua irmã mais nova quase não conseguiu levar avante o seu interesse por desenho, porque os pais diziam que esta não é uma car-reira com futuro. “Felizmente, ela conseguiu insistir no seu interesse e entrou numa Faculdade de Artes nos Estados Unidos. Acho que os meus pais não deveriam ter esta preconceito, até porque, na minha opinião, não estou optimista sobre o sector do jogo. Assim, quando o sector cair, teremos mais capaci-dade para sobreviver.”

Altino Ho também já sofreu com estes “conselhos” que, para bem ou para mal, os jovens com quem falamos parecem não querer seguir. “Os meus amigos sugeri-ram-me que desistisse do aprendi na faculdade e entrasse no sector dos casinos, que nada têm a ver com a minha licenciatura. Mas isso não é a minha ambição. Às vezes penso que os jovens hoje em dia só pensam desta forma, preferem primeiro o dinheiro e esquecem os seus sonhos.” A falta de respeito por uma licenciatura específica, aponta, causa esta incompatibili-dade de recursos. “Quando voltei da Austrália a Macau, apercebi-me logo que, quando faço o meu CV aqui, tenho de escrever o nome da escola secundária e se sou ou não residente de Macau. Acontece o contrário dos países estrangeiros. Fora, ninguém repara de onde vimos e o valor é dado à nossa capacidade, é isso que é avalia-do.” Porque temos, então, tantos jovens de Macau que escolhem ser croupiers? Para Adriano Choi, a explicação é fácil. “Alguns foram influenciados pelos familiares, ou-tros, como é que posso descrever... são preguiçosos.”

Os casinos não são postos de lado por estes jovens apenas por uma questão de paixão pela profissão. “Sei de um jovem que estava na secção financeira de um casino e, quando deixou o cargo, não conseguiu ser recrutado por nenhum outro casino em Macau, porque ele dominava tanta coisa secreta sobre a empresa, que lhe foi impossibilitado isso. Este ano, não recebe salário. Por isso é que acho sempre acho que o sector dos casinos não é adaptado para os jovens, especialmente para os que têm sonhos e querem levar os estudos avante.”

Ray Lee partilha da opinião do colega e responde-nos. Onde está o problema? “A educação é o núcleo deste problema. As escolas não ensinam aos alunos a planear a sua futura carreira, não ajudam na escolha de cursos na faculdade. Os pais, por outro lado, não sabem como lidar com os filhos quando estes procuram emprego depois da licenciatura. Os jovens ficam confusos.”

Rainie Chio é a mais velha com quem falamos. A licenciada em Recursos Humanos pela Uni-versidade de Ciência e Tecnologia de Macau, já trabalhou dois anos numa empresa privada, onde rece-bia um salário de menos de nove mil patacas. Rainie confessa-nos que vai mudar de emprego no próximo mês e o destino é o depar-tamento de segurança de um hotel. “Escolhi a minha licenciatura por interesse, mas depois de fazer o estágio, apercebi-me que, em Macau, é difícil procurar emprego na minha área. Procurei o trabalho onde estou actualmente em Junho, quando todos os licenciados estão à procura de emprego. Naquele momento, escolhi a empresa que me escolheu primeiro. Mas, com um salário tão baixo, não consegui aguentar mais.”

Rainie deixou os estudos, por-que sem emprego não é fácil seguir

em frente. “A maioria das pessoas com quem estudei não queria ser croupier, mas se virmos o meu caso, eu tenho de pagar 1500 patacas de empréstimo por mês, para devolver o que o Governo me emprestou para estudar. Já falei com o Go-verno e o valor não pode ser mais baixo. Tenho colegas que foram para Inglaterra fazer mestrado, com dinheiro dos pais, mas tenho vergonha de continuar a usar o dinheiro dos meus pais e, por isso, não continuei os meus estudos.”

À semelhança de todos, o em-prego onde faz menos de nove mil patacas serve para Rainie obter a

experiência necessária para con-seguir um outro trabalho. Nesse próximo, o salário pode subir até às 11 mil e, aí, Rainie pode pensar no futuro. “Se calhar, vou conti-nuar os meus estudos, depois de ter rendimentos. Mas não quero ser funcionária pública, porque o espaço de desenvolvimento não é grande, há poucas possibilidades no Governo para subir na carreira.”

FUTURO NA MÃOPelo que transmitem os jovens que falaram ao HM, é fácil perceber que casinos e hotéis não são os destinos de sonho para os licenciados de Macau. O Governo não está tam-bém na lista, mas a necessidade de experiência leva Ray, Altino, Andy, Adriano e Rainie a trabalharem em hotéis e casinos.

Os cinco admitem que não têm medo da concorrência, nem da importação de trabalhadores não--residentes, que tanto tem sido alvo de manifestações por quem ocupa os cargos de croupier. Adriano, por exemplo, diz que percebe o que sente quem marcha nas ruas contra isto – a maioria dos funcionários dos casinos não são residentes locais, sem nível alto de educação. “Os que apenas têm nível de ensino da escola primária trabalham como seguran-ças, os que da escola secundária, são croupiers. Se um dia, a importação

de TNR abre para estes cargos, são eles as primeiras vítimas.”

Isso, contudo, não é um pro-blema para Adriano, Andy, Altino, Ray e Rainie. Os jovens dizem que dominam uma especialidade, têm capacidades para trabalhar em qualquer sítio e em qualquer situação económica. “Porque não dependemos desta indústria, do jogo. Quando se entra nesta área, sai-se dela sem perspectivas ou vantagens para outro emprego”, diz Andy. Para ele, como para os outros, o que é preciso é que Macau olhe para os seus licenciados com respeito.

Ray Lee

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4 hoje macau quarta-feira 19.3.2014POLÍTICA

JOANA [email protected]

O Gabinete da secretária para a Administra-ção e Justiça

confirmou ontem ao HM que a negociação de extradição entre Macau e Hong Kong estava já a ser negociada desde o ano passado. A resposta surgiu por e-mail,

O Governo estima distribuir um total de 400 milhões de patacas com a retribuição

do imposto profissional. O montante é referente à colecta feita durante o ano 2012, que, avançaram os Serviços de Finanças à Rádio Macau, totalizou 1150 milhões de patacas.

Durante 2012, o Governo reco-lheu este valor através do imposto

profissional, que agora devolve em quase 35% do total, a partir de Abril. No próximo ano acontece uma nova devolução, só que referente ao valor do imposto profissional recolhido durante o ano de 2013, diz a rádio.

O dinheiro vai chegar aos residen-tes através de um cheque ou por trans-ferência bancária. Este último método aplica-se em três situações: para os

trabalhadores de estabelecimentos de ensino que recebam o subsídio directo da pasta dos Assuntos Sociais e Cul-tura, para o pessoal docente que tem direito ao subsídio para o desenvol-vimento profissional e ainda para os residentes que aufiram remunerações por exercerem funções nos serviços da Administração Pública, incluindo os organismos autónomos.

A extradição está a ser negociada entre Macau e Hong Kong desde o último trimestre do ano passado. O Gabinete da secretária para a Administração e Justiça garantiu que a cooperação judiciária inter- -regional está em marcha

EXTRADIÇÃO GABINETE DE FLORINDA CHAN CONFIRMA NEGOCIAÇÃO COM HONG KONG DESDE OUTUBRO DE 2013

“Entrega de condenados” a ser estudada

IMPOSTO PROFISSIONAL GOVERNO PODE DEVOLVER CERCA DE 400 MILHÕES

Quase 35% do total do bolo

dias depois de Hong Kong ter dado a conhecer que estaria a desenvolver uma cooperação nestes termos, mas o gabinete de Florinda Chan não se alongou muito na informação.

O HM quis saber, por exemplo, se a secretária para a Administração e Justiça confirmava o anúncio de Hong Kong - feito um dia depois de se saber a sentença que condenou os dois empre-sários de Hong Kong, Joseph Lau e Steven Lo - e porque é que o acordo estava a ser feito. Isto, porque a região vizinha deu a entender que os empresários seriam um dos motivos para a negociação. O gabinete não respondeu directamente, mas frisou que o acordo está a ser pen-sado desde o final de 2013. A ideia surgiu da parte do homólogo de Florinda Chan em Hong Kong. “No intuito de reforçar a cooperação judiciária inter-regional em matéria penal, o secretário para a Justiça de Hong Kong, Rimsky Yuen Kwok-keung, indicou, a 31 de Outubro de 2013, que iria desenvolver, de forma aprofundada, consultas de cooperação em matéria penal, com base na actual cooperação judiciária entre as partes.”

O assunto foi discutido num encontro com Florinda

Chan, refere a resposta, e o Grupo de Trabalho para a Cooperação Judiciária Inter-regional já começou a trabalhar e será especial-mente dedicada à entrega de condenados. “Para o efeito, o grupo - criado pelo Chefe do Executivo - iniciou a consul-ta preliminar com o grupo de trabalho do Departamento de Justiça de Hong Kong, relativa ao acordo sobre a en-trega de infractores em fuga entre Hong Kong e Macau e ao acordo de cooperação judiciária em matéria penal entre Hong Kong e Macau.”

No domingo, recorde--se, o jornal de Hong Kong South China Morning Post, anunciou que Hong Kong estaria a negociar com

Macau o estabelecimento de um acordo de extradi-ção bilateral. O anúncio foi feito pela imprensa da região, dias depois da de-cisão do Tribunal Judicial de Base em condenar os dois empresários de Hong Kong ligados ao La Scala a cinco anos e três meses de prisão. Os homens não terão de cumprir a pena uma vez que não há acor-do entre as duas regiões para extradição para quem foi sentenciado a pena de prisão. As penas expiram caso Lau e Lo não punham os pés em Macau durante dez anos. “Com o aumento do crime transfronteiriço, especialmente de colarinho branco, há uma necessidade

especial para que os quatro governos - do continen-te, Hong Kong, Macau e Taiwan - de arranjar um único acordo ou uma série de acordos bilaterais”, disse Simon Young Ngai-man, académico da faculdade de Direito da Universidade de Hong Kong, na altura.

A imprensa dava conta que o acordo surgiria de-pois dos empresários serem condenados, mas, de acordo com o Governo de Macau, isso estaria a ser estudado há cerca de cinco meses. Simon Young disse ainda ao jornal que o facto de não haver um acordo de extradição se devia à transferência das regiões para a China. “Nos tempos coloniais, as duas

regiões podiam transferir fugitivos sob acordos entre Portugal e a Grã-Bretanha”, referiu o académico , acres-centado que o principal problema nesta negociação seria o Direito aplicada em cada região, por exemplo a pena de morte aplicada na China continental. O professor Jorge Godinho, da Universidade de Macau, também falou com o diário, concordando com o colega de Hong Kong. “O número elevado de movimentações entre as regiões, é motivo para resolver estas maté-rias”, disse, acrescentado que não percebia como não havia acordos entre as RAE, tanto tempo depois das transferências.

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5 políticahoje macau quarta-feira 19.3.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

V IOLÊNCIA domésti-ca, rendas elevadas, garantia de trabalho para residentes e a

exigência de uma lei de protecção dos animais. Muitas têm sido as questões sociais que levaram grupos de activistas, associações ou indivíduos a entregar petições e cartas ao Governo, mas nem sempre obtiveram resposta.

Dados enviados pelo gabinete do Chefe do Executivo ao HM mostram que no ano passado Chui Sai On recebeu 900 petições, mas respondeu directamente a apenas 82. 595 acabaram por ser enviadas aos secretários ou outros depar-tamentos, sendo que 306 foram arquivadas sem direito a qualquer resposta. Segundo o porta-voz do gabinete de Chui Sai On, as razões para o arquivamento prendem-se com a repetição de temas ou pelo facto de se tratarem de “críticas que não estão ligadas directamen-te ao Governo”. Entre Janeiro e Fevereiro deste ano, o gabinete de Chui Sai On já recebeu 109 petições, sendo que muitas ainda estão a ser tratadas pelos serviços competentes.

Aquela que funciona como a forma mais directa que a socie-dade tem de se relacionar com o seu Governo não estará a fun-cionar de forma mais adequada, segundo as figuras ouvidas pelo HM. “Parece que o mecanismo está disponível mas não funciona para responder às necessidades e preocupações das pessoas”, considera o sociólogo Larry So.

O docente do Instituto Po-litécnico de Macau (IPM) não tem dúvidas ao afirmar que, se não funciona, as pessoas vão começar a optar por outras formas de protesto. “Vão haver mais petições, tendo em conta que o Governo não tem vindo a lidar com de forma eficiente com isso. Se as pessoas chega-rem à conclusão que este canal não funciona como gostariam, vão mudar para outras formas de acção, e não queremos isso.”

“Não irão apenas para as ruas mas vão partilhar informações em meios online e o Governo vai ter dificuldades em lidar com isso, porque vão ser feitos certos comentários irónicos e publicadas imagens”, afirma Larry So.

Agnes Lam, ex-candidata às eleições e dirigente da associa-ção Energia Cívica, fala em dois grupos de pessoas: aqueles cuja entrega de petições faz parte da sua agenda de activismo e os outros que, de facto, pedem ajuda. “Se esses grupos não ficarem sa-tisfeitos com as respostas, talvez comecem a pensar nas próximas acções a desenvolver, e irão para a rua. Mas podemos falar ainda de outro grupo de pessoas, que para mim é mais preocupante, que acreditam que entregar uma carta é a única forma de comunicar com o Executivo. Essas pessoas podem estar desesperadas com os seus problemas, se esse me-canismo não funcionar vão ficar desapontadas com o Governo e as suas políticas, e vão optar por outra via. O Governo deveria melhorar essa forma de comuni-cação”, disse ao HM.

“Se os cidadãos não ficarem satisfeitos com a forma como o Governo responde às petições e cartas, penso que o próximo passo será a organização de mais manifestações”, defende Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau (ANM).

SOCIEDADE CIVIL MAIS ATENTA Jason Chao é um dos nomes com mais destaque quando se fala na entrega de petições ao Governo. O activista, também ligado ao grupo Macau Consci-ência, entrega cartas ao Governo com frequência, mas diz que a maioria não teve direito a res-posta. “A entrega da petição é apenas uma parte. Convidamos a imprensa para cobrir o evento para que o problema em questão seja falado na sociedade”, diz ao HM o activista, que considera que o Governo tem vindo a re-ceber mais petições e protestos desde 2009.

Contudo, “isso não está liga-do apenas ao Chefe do Executi-vo, mas tem também a ver com o crescimento da sociedade civil. Os cidadãos têm maior abertura para falar dos problemas”.

O mesmo defende Agnes Lam. “Vemos que mais petições estão a ser entregues e esta é a forma mais directa que as pessoas têm de mostrar as suas preocupações, bem como a rádio. Desde a transição muitas coisas mudaram e as pessoas hoje têm mais coragem em mostrar as suas preocupações. Temos problemas como a corrupção, a inflação e as rendas altas, e isso mudou a atitude das pessoas.”

Segundo Larry So, a maioria das pessoas sente que os secre-tários das diversas tutelas não exercem a sua função como deveriam, e por isso preferem dirigir-se directamente a Chui Sai On. “A comunidade pensa que os secretários simplesmente não trabalham ou só funcionam segundo instruções vindas de cima, e pensam que como eles não conseguem responder aos pedidos, dirigem-se ao Chefe do Executivo.”

SUFRÁGIO UNIVERSAL IMPORTANTE Para Jason Chao, a entrega das petições não funcionava no tem-po em que Edmund Ho liderava o Governo, e continua a não funcionar, devido à ausência de sufrágio universal. “Esse é um elemento chave. Se ele (Chefe do Executivo) continuar a ser eleito por um grupo de 400 pessoas não precisa de responder pela maioria dos cidadãos, e esse mecanismo não vai funcionar.”

Larry So defende que en-quanto não houver sufrágio uni-versal, a eleição vai permanecer algo distante das pessoas. E frisa que muitos não querem nova-mente Chui Sai On no Governo. “A reeleição é decidida pelo Governo Central e não é fácil alguém tornar-se um membro do colégio eleitoral, então não podemos falar de uma eleição popular. As pessoas têm plena consciência disso.”

PETIÇÕES AO CHEFE DO EXECUTIVO ANALISTAS DIZEM QUE OUTRAS FORMAS DE PROTESTO PODEM SURGIR

Quando a população procura Chui Sai OnO gabinete do Chefe do Executivo recebeu um total de 900 petições em 2013, mas respondeu directamente a apenas 82. Larry So, Jason Chao e Agnes Lam dizem que a forma mais directa de comunicação com a população não está a funcionar como deveria e que os cidadãos pode começar a manifestar-se de outras maneiras

No ano passado Chui Sai On recebeu 900 petições, mas respondeu directamente a apenas 82. 595 acabaram por ser enviadas aos secretários ou outros departamentos, sendo que 306 foram arquivadas sem direito a qualquer resposta

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hoje macau quarta-feira 19.3.20146 SOCIEDADE

JOANA [email protected]

O S testes aos cinco tra-balhadores do mercado que tiveram contacto com aves infectadas

com o vírus da gripe deram negativo. De acordo com o que disseram os Ser-viços de Saúde (SS), ontem, as cinco pessoas ainda estão em isolamento obrigatório no Centro Hospitalar Conde de São Januário, mas não foi detectado o vírus da gripe H7N9 no teste feito aos trabalhadores.

Dias depois de terem sido en-contradas aves vivas com o vírus H7 no mercado abastecedor da Nam Yue e em bancas nos merca-dos municipais de São Domingos e de São Lourenço, os SS ainda mantêm sob observação médica alguns trabalhadores “não afecta-dos” e mais “49 pessoas que foram

A maioria dos vistos ‘gold’ atribuídos por Portugal foi emitida

por investimento oriundo da China, com Hong Kong e Macau a contribuírem com 20% do total, revelou ontem em Macau o cônsul-geral de Portugal.

Reportando-se aos dados até 27 de Fevereiro, Vítor Sereno recorda um investi-mento global de 400 milhões de euros, sublinhando que cerca de 75%, ou 529 vis-tos ‘gold’ são oriundos da China, incluindo as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong.

Tendo em consideração os dados e as especifici-dades das duas Regiões Administrativas Especiais chinesas, Vítor Sereno diz--se “bastante satisfeito” por as missões que dirige terem proporcionado ao país um “investimento de 50 a 60 milhões de euros”.

Com o investimento captado foram emitidos 654 vistos ‘gold’ - 34 por

H7N9 TESTES AOS TRABALHADORES DOS MERCADOS MUNICIPAIS DÃO NEGATIVO

Meia centena em observação

VISTOS GOLD MACAU E HONG KONG CONTRIBUÍRAM COM 20% DOS CONCEDIDOS

Um cônsul muito satisfeito

Testes efectuados pelos Serviços de Saúde aos trabalhadores do mercado que tiveram contacto com as aves doentes deram negativo. Contudo, as autoridades ainda mantêm sob observação médica algumas pessoas

transferência de capital, 618 pela compra de imobiliário e duas pela criação de em-prego - com um total de 854 autorizações de residência.

A atribuição de vistos ‘gold’, criados no âmbito do programa de Autorização de Residência para Actividade de Investimento em Portugal

(ARI), é feita mediante três requisitos: aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, a transferência de capitais no montante igual ou acima de um milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Vítor Sereno falava na

segunda etapa do “Portugal--China Property and Invest-ment Road Show 2014” que traz à China, Macau e Hong Kong nove empresas portuguesas ligadas ao imo-biliário ou ao investimento, salientando o potencial de Portugal como país e os portugueses do mundo que são referências em várias áreas do futebol à música, do cinema à ciência, passando pela arquitectura.

À CONSIDERAÇÃO DE MACAUDepois de um balanço posi-tivo feito pela participação na “Shanghai Overseas Property & Investment Im-migration Show”, cuja 10.ª edição decorreu até segun-da-feira com 160 exposito-res de 25 países e regiões, Sandra Fragoso, do Salão Imobiliário de Portugal

espera “grande interesse” também em Macau e Hong Kong tendo hoje abordado as várias oportunidades de investimento junto de investidores de Macau. “O Salão Imobiliário de Por-tugal, o seu objectivo com todas estas acções da inter-nacionalização do sector é captar investimento e é que as nossas empresas vendam os imóveis que temos e têm elevada qualidade a nível da construção e, depois, também continuam a ser um produto rentável”, disse Sandra Fragoso em declara-ções à agência Lusa.

De acordo com a mesma responsável, o imobiliário em Portugal “continua a ser uma aquisição segura e rentável” e por isso também estão, pela primeira vez, na China, Macau e Hong Kong.

Sandra Fragoso salien-tou também que o visto ‘gold’ é um atractivo para quem compra, mas afas-ta a possibilidade deste mecanismo ser atractivo por si só. “Acredito que associado ao visto ‘gold’ o produto ser rentável e ser um investimento seguro é uma característica positiva”, disse ao salientar que, apesar de “alguma quebra” nos preços estes já recuperaram e “quem compra hoje tem a garantia de que, daqui a três anos, o imóvel está com um valor mais elevado”.

Presente na missão por-tuguesa, Luís Lima, pre-sidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), salientou a importância dos protocolos assinados com entidades da China no sentido de criar “novas rotas de investimento” que tornem o imobiliário um “negócio mais transparente” e mais seguro para o investidor.

ocorrência de casos em Macau.” No continente, foram mais de 390 os casos confirmados de infecção humana pela gripe aviária H7N9, dos quais resultaram 92 mortes. As províncias de Guangdong, Guangxi, Fujian, Zhejiang, Jangsu, Hunan, Anhui, Jilin e Shandong e as cidades de Pequim e Xangai são os locais com mais casos regista-dos, mas também em Taiwan, em Hong Kong e na Malásia foram registados casos importados da China continental.

Por cá, também os 31 funcioná-rios do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais encarregues da morte das aves no mercado abas-tecedor estão sob observação dos SS, mas não apresentam qualquer sintoma do vírus.

classificadas como tendo contacto normal”. Até ao momento, dizem os SS, nenhuma destas pessoas apresentou quaisquer sintomas de gripe.

Apesar do alarme na semana passada, quando 7500 aves tiveram de ser abatidas no mercado abas-tecedor, Macau ainda permanece imune à infecção de humanos. Os SS foram notificados de sete casos que necessitaram da análise laboratorial, mas deram negativo. O Governo assegura que já activou o mecanismo de contingência e adoptou medidas preventivas, uma vez que a situação na China não parece melhorar. “De acordo com a situação actual, os SS pre-vêem que durante um período, na China, ocorrerão sucessivamente mais casos de infecção humana pela gripe aviária H7N9, não excluindo eventuais situações de

De acordo com a situação actual, os Serviços de Saúde prevêem que durante um período, na China, ocorrerão sucessivamente mais casos de infecção humana pela gripe aviária H7N9, não excluindo eventuais situações de ocorrência de casos em Macau

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 19.3.2014

BNU doa mais de 800 mil patacas à UMACO Banco Nacional Ultramarino (BNU) doou 812.500 patacas à Universidade de Macau (UMAC). O dinheiro, segundo um comunicado do banco, provém do Cartão de Crédito Visa da Universidade de Macau, através do qual o BNU doa uma percentagem do volume das transacções de retalho efectuadas pelos titulares dos cartões. O objectivo do cartão, lançado em 20103, é recolher fundos para apoiar o desenvolvimento da UM, tendo em vista proporcionar melhores serviços aos seus estudantes, colaboradores e antigos alunos. “O lançamento do cartão constitui um excelente exemplo de colaboração entre o sector financeiro e uma organização sem fins lucrativos, em prol do bem-estar e da harmonia da comunidade de Macau”, refere o BNU.

Caesars vai construir casino na Coreia do SulA Caesars já obteve autorização para construir um casino na Coreia do Sul. O projecto vai ser realizado em parceria com a empresa indonésia Lippo e estará localizado perto do aeroporto de Incheon, a oeste da capital Seul. A primeira fase do empreendimento prevê a construção de dois hotéis e o investimento vai rondar um total de 17 mil milhões de patacas. A Caesars é a maior operadora de jogo nos EUA, mas não concorreu às licenças de jogo na RAEM, na altura da liberação do sector do jogo. Em 2007, a empresa comprou um campo de golfe no Cotai, por cerca de 4,6 mil milhões de patacas. O objectivo sempre foi o de construir nesse terreno um casino e hotéis, no entanto, isso nunca aconteceu. A Caesars acabou por vender o terreno, durante o ano passado, com um prejuízo de 140 milhões de patacas.

H ÉLDER Macedo vai estar em Macau na próxima semana. O pensador por-tuguês, poeta e romancista chega ao

território a convite do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do instituto.

Hélder Macedo vai fazer parte do júri do concurso de declamação de poesia do IPM, organizado pela Escola Superior de Línguas e Tradução, e vai dar ainda uma

palestra, no dia 25 de Março, às 18h30, no Anfiteatro I do Edifício Wui Chi, sobre “O Português e a cultura lusófona no mundo contemporâneo”.

Macedo é, juntamente com Eduardo Lourenço, José Gil e António Damásio, um dos grandes pensadores portugueses contemporâneos radicados no estrangeiro e vive há várias décadas em Londres, onde é professor emérito do King’sCollege, da

Universidade de Londres. Foi Presidente da Associação Internacional de Lusitanistas e é um dos nomes mais conhecidos entre os especialistas das literaturas lusófonas.

Para Carlos André, Director do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portu-guesa, este é “mais um momento de cultura que prestigia Macau” e o IPM e “enriquece a agenda cultural de expressão lusófona na RAEM”.

ESTUDO SOFRIMENTO PSICOLÓGICO AFECTA MAIS ALUNOS DO ENSINO SECUNDÁRIO

À atenção de pais e professores

HÉLDER MACEDO DÁ PALESTRA SOBRE O PORTUGUÊS E NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

IPM recebe pensador português

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS

EDITALContribuição Predial Urbana

RECLAMAÇÕES

Faz-se saber, face ao disposto no artigo 71.º do Regulamento da Contribuição Predial Urbana, aprovado pela Lei n.º 19/78/M, de 12 de Agosto, com nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 19/87/M, de 13 de Abril, que, durante o período de 1 a 31 de Março do corrente ano, as matrizes prediais vão ser postas a reclamação dos contribuintes, podendo estes reclamar contra o rendimento colectável fixado para o ano do exercício de 2013. O respectivo impresso é fornecido por estes serviços, no Edifício “Finanças”, no Centro de Serviços da RAEM e Centro de Atendimento Taipa, ou pode ser descarregado através do endereço electrónico www.dsf.gov.mo, podendo ainda o pedido de reclamação acima referido ser apresentado através do endereço electrónico desta Direcção dos Serviços. Aos, 26 de Fevereiro de 2014.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M, de 29 de Julho, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Avenida do Almirante Lacerda, n.ºs 19 a 21A e Avenida Marginal do Patane, n.ºs 348 a 356, em Macau, (Edifício

Jardim San Tou Seng);- Travessa da Capitania dos Portos, n.ºs 1 a 15, em Macau.

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 4 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

CECÍLIA L [email protected]

U M estudo promovido pela Associação de Promoção de Educação Global de Pessoas de Macau

(APEGPM) apresentado ontem revela que os alunos do ensino secundário são os que mais sofrem de problemas do foro psicológico, sendo que nos estudantes mais ve-lhos esses casos são mais visíveis, o que resulta na baixa capacidade de aprendizagem.

O estudo, realizado entre Abril e Setembro do ano pas-sado, foi feito com base em entrevistas a mais de dois mil alunos que frequentam a es-cola desde o ensino primário ao secundário. Se entre 2 a 4% dos alunos do ensino primário

supervisão da associação, disse que a maioria dos alunos entre-vistados não têm objectivos para a sua vida futura nem confiança nas suas capacidades. Sugere, por isso, que pais e professores devem auxiliar os alunos para aumentar a sua auto-confiança e auto-estima.

O médico diz ainda que devem ter mais capacidade

para lidarem com este tipo de problemas. “O estudo mostra que os problemas na escola e no dia-a-dia influenciam o compor-tamento dos alunos, e que isso também afecta a aprendizagem. Os adultos, tanto os professores como os pais, precisam de ter uma relação mais interactiva com os estudantes. É necessário um reforço por parte dessas duas gerações.”

A idade só piora dificulda-des como as atitudes perante a aprendizagem. “As escolas pre-cisam de organizar mais cursos de desenvolvimento pessoal, para idades e sexos diferentes, para que os alunos possam gerir o seu humor, melhorar a auto--confiança e a conhecer melhor a sua família e a vida na escola”, considera Wong Chung Kwong.

A Associação de Promoção de Educação Global de Pessoas de Macau divulgou um estudo que revela que os alunos do ensino secundário são os que mais sofrem de problemas do foro psicológico. Essa pode ser a maior razão para o insucesso escolar

e do ciclo sofrem de problemas psicológicos, no ensino secun-dário a fasquia sobe para 8% de casos. As grandes preocupações dos alunos centram-se nos objectivos para a sua vida, nas capacidades pessoais e na forma de avaliar e cuidar dos outros.

Wong Chung Kwong, psi-quiatra e director do conselho de

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8 hoje macau quarta-feira 19.3.2014CHINA

Aviso

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 3 de Março de 2014, e nos termos definidos na Lei n.º 14/2009 «Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos» e no Regulamento Administrativo n.º 23/2011 «Recrutamento, selecção e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos», se acha aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento de um lugar de técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, área de gestão de eventos, de carreira de técnico, em regime de contrato além do quadro, da Comissão do Grande Prémio de Macau (CGPM).

O Aviso do concurso foi publicado na II Série do Boletim Oficial n.o 12, de 19 de Março de 2014.

Condições de candidatura e relativos informações contidas no aviso, na página electrónica desta Comissão (http://www.macau.grandprix.gov.mo) e na página electrónica dos Serviços da Administração da Função Pública (http://www.safp.gov.mo).

Comissão do Grande Prémio de Macau, aos 13 de Março de 2014.

O Coordenador,

João Manuel Costa Antunes

O jesuíta Joseph Fan Zhongliang, bispo de Xangai não reconhecido

oficialmente, morreu naquela cidade chinesa aos 97 anos, depois de 14 anos de prisão domiciliária, informou ontem o portal católico Chinacath.org, não vinculado à oficial Associação Católica Patrió-tica da China.

A morte de Fan acontece 11 meses depois do faleci-mento do bispo oficial da capital económica chinesa, Aloysius Jin Luxian, aos 96 anos, em Abril de 2013, que também passou 17 anos na prisão por se opor à asso-ciação eclesiástica oficial da China, que chegou a presidir.

O falecimento de ambos os religiosos deixa a diocese de Xangai - uma das mais impor-tantes da China - sob pressão para que seja encontrado novo bispo, já que a sucessão está em aberto desde Abril passado.

A China tornou-se no quarto maior exportador mun-

dial de armamento con-vencional, um negócio que continua a ser larga-mente dominado pelos Estados Unidos da Amé-rica e pela Rússia, disse ontem a imprensa oficial chinesa.

Entre 2009 e 2013, as exportações chinesas de armas cresceram para 6% do total, ultrapassando a França (5%), e ficaram a apenas um ponto percen-tual da Alemanha (7%), o terceiro exportador mun-dial do sector, indicou o China Daily, citando um relatório do Stockholm International Peace Re-search Institute.

Antes daquele perío-do, a China detinha 2% do mercado, precisou o Global Times.

“O progresso da in-dústria militar foi conse-guido graças ao aumento do investimento nesta área”, disse àquele jor-nal um investigador da

Comércio Pequim e Seul negociam acordo esta semanaA Coreia do Sul e a China conduzem esta semana mais uma ronda de negociações para a formação de um acordo comercial bilateral, prosseguindo com as conversas que se iniciaram em Maio de 2012, informou a Yonhap News. Anteriormente, a Coreia do Sul disse que os países continuariam as discussões sobre todos os assuntos, incluindo o nível de liberalização do mercado para produtos, serviços e investimentos, e o modo como sincronizar as regulações domésticas.

Voo MH370 Pequim diz não ter encontrado suspeitos de terrorismo entre os chineses

A China indicou ontem que nenhum dos passa-geiros chineses do desaparecido voo MH370

da Malaysia Airlines possa estar envolvido no desvio do avião. Uma investigação feita pela China a todos os passageiros chineses daquele voo não detectou qualquer indício que possa apoiar essa suspeita, disse a agência noticiosa Xinhua, citando o embaixador chinês em Kuala Lumpur, Huang Huikang. O avião, um Boeing 777 que fazia a carreira Kuala Lumpur/Pequim, desapareceu no passado dia 9 de Março com 239 pessoas a bordo, entre as quais 154 passageiros. Navios, aeronaves e satélites de mais de vinte países estão envolvidos em operações de busca, mas ao fim de dez dias, o desaparecimento do aparelho continua por esclarecer. Entretanto a China iniciou buscas pelo avião no seu próprio território. Segundo Huang Huikang, a procura foi iniciada “no corredor aéreo norte”, entre as trajectórias possíveis seguidas pelo aparelho após o seu desaparecimento a 8 de Março.

MORREU O BISPO NÃO RECONHECIDO DE XANGAI, JOSEPH FAN ZHONGLIANG

Sucessão continua em aberto

ARMAS CONVENCIONAIS CHINA TORNOU-SE NO 4.º MAIOR EXPORTADOR

EUA e Rússia dominam

Como sucessor oficial de Jin estava designado o bispo auxiliar Thaddeus Ma Daqin, que tinha sido eleito de co-mum acordo entre Pequim e o Vaticano, com a mediação precisamente de Jin e Fan.

Mas durante a sua própria

cerimónia de ordenação, em Julho de 2012, Ma rompeu pu-blicamente com a Associação Católica Patriótica da China, pelo que Pequim retirou-o de funções em Dezembro do mesmo ano. Estima-se que Ma tenha ficado retido desde

então no seminário católico de Sheshan, nos arredores de Xangai.

Segundo o portal católico chinês, Fan morreu no domingo no seu apartamento, na compa-nhia de vários sacerdotes.

Fan foi designado pelo papa João Paulo II como bispo de Xangai em 2000, mas não foi reconhecido pela igreja oficial chinesa, que depende do Partido Comunista de China (PCCh), que por sua vez controla a República Popular desde a sua fundação em 1949, pelo que desde a sua nomeação esteve submetido a prisão domiciliária.

Jin era o bispo oficial des-de 1988 e, embora não tenha contado com a aprovação do Vaticano, conseguiu que o Papa o reconhecesse como sacerdote em 2004.

A China tem entre oito e 12 milhões de católicos, e estima-se que cerca de metade fora da igreja oficial.

Academia de Ciências Militares das Forças Ar-madas chinesas.

Além disso, “o preço das armadas produzidas pela China é competitivo e o país é hábil na com-binação das tecnologias usadas por out ros” , salientou o mesmo es-pecialista.

Nos últimos cinco anos, EUA e Rússia asse-guraram mais de metade das vendas, com 29% e 27% do total, respecti-vamente.

A China vendeu ar-mas a 35 países, com o Paquistão, Bangladesh e Birmânia a representarem quase três quartos das vendas

Juntamente com o Pa-quistão, a China é também um dos maiores impor-tadores de armamento, a seguir à vizinha Índia, indicou a mesma fonte.

Emiratos Árabes Uni-dos e Arábia Saudita ocupam o quarto e quinto lugares na lista de impor-tadores de armamento.

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9 chinahoje macau quarta-feira 19.3.2014

REGIÃO

Faz-se público que, por despachos de Sua Excelência, o Chefe do Executivo e do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, respectivamente, de 24 de Janeiro de 2014 e 25 de Fevereiro de 2014, se encontra aberto o Concurso Público para “Prestação de Serviços de Vigilância ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 19 de Março de 2014, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de $60,00 (sessenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Sessão de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os citados documentos, só podem ser adquiridos pelos concorrentes que façam prova de possuir o alvará previsto na Lei n.º 4/2007 “Lei da actividade de segurança privada”. Os concorrentes deverão comparecer na Sala “Auditório” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de

Saúde junto do C.H.C.S.J. no dia 25 de Março de 2014 às 10,00 horas para uma reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público seguida duma vista aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 17 de Abril de 2014. O acto público deste concurso terá lugar no dia 22 de Abril de 2014, pelas 10,00 horas, na sala do “Auditório” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 1 200 000,00 (um milhão e duzentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 12 de Março de 2014.

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.º 4/P/14

A primeira-dama dos Es-tados Unidos, Michelle Obama, vai tentar limar as arestas nas tensões

bilaterais entre Washington e Pequim durante a sua próxima viagem à China, informaram esta segunda-feira funcionários da Casa Branca.

A primeira-dama inicia esta quarta-feira uma viagem rumo ao país asiático, numa digressão de sete dias na qual estará acompanha-da da mãe e das duas filhas e que incluirá, entre outras, uma visita à Grande Muralha e às figuras dos guerreiros de terracota, ambas Pa-trimónio da Humanidade. “A ten-são entre os dois países está sempre presente”, afirmou segunda-feira em conferência de imprensa por telefone Ben Rhodes, assessor de segurança nacional da Casa Branca, que destacou que existe “desconfiança” de ambos lados.

“É importante superar esta desconfiança e a primeira-dama tem uma oportunidade de o con-

A S autoridades japo-nesas estão a procu-rar oito tripulantes

chineses desaparecidos na sequência da colisão de um navio com a bandeira panamenha com outro navio na Baía de Tóquio durante a noite.

O navio “Beagle III” con-tava com 20 tripulantes, todos de nacionalidade chinesa.

Doze foram resgatados pela Guarda Costeira Japone-sa, informou ontem a televisão estatal japonesa NHK. Um dos tripulantes resgatados encontra-se em estado de coma, segundo a NHK.

O Governo japonês anunciou ontem a suspensão das

negociações com a Rússia para facilitar a concessão de vistos e para a assina-tura de acordos bilaterais devido à intervenção de Moscovo na crise ucrania-na. “Pedimos à Rússia que respeite completamente a lei internacional e a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, e que não procure a adesão da Crimeia”, disse ontem o ministro porta-voz nipó-nico, Yoshihide Suga, ao anunciar as medidas em conferência de imprensa.

Tóquio também vai cancelar as suas negocia-ções com Moscovo sobre acordos de investimento e sobre a prevenção de actividades militares, ainda que no imediato não aplique sanções económicas como as anunciadas na segunda--feira pelos Estados Unidos e a União Europeia, segun-do Suga.

Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que reconhece a inde-pendência da república autónoma ucraniana da Crimeia, divulgou a pre-sidência russa.

A Rússia “tendo em conta a vontade do povo da Crimeia expressa no re-ferendo de 16 de Março de 2014”, decidiu “reconhecer a República da Crimeia como um Estado soberano e independente, onde a ci-dade de Sebastopol tem um estatuto especial”, segundo o texto do decreto publica-do pelo Kremlin e citado pelas agências russas.

O referendo é consi-derado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta “legítima”.

MICHELLE OBAMA ACOMPANHADA DA MÃE E DAS DUAS FILHAS

A limar arestas em Pequim

NAUFRÁGIO OITO MARINHEIROS CHINESES DESAPARECIDOS

Ao largo de TóquioCRIMEIA JAPÃO SUSPENDE NEGOCIAÇÕES COM A RÚSSIA

Vistos ou não vistos

seguir”, acrescentou o assessor presidencial.

“Por sua parte, Tina Tchen, chefe de gabinete da primeira--dama, afirmou que Michelle Obama insistirá “na importância dos intercâmbios culturais” entre os jovens dos países.

Os assessores destacaram que não está previsto que a primeira--dama aborde o sempre espinhoso tema dos direitos humanos na Chi-na e consideraram que a mensagem mais poderosa que Michelle Oba-ma levará à China será seu próprio exemplo. “Acho que a história da primeira-dama envia uma mensa-gem poderosa sobre a capacidade de alguém de origens humildes, de um grupo minoritário, ascender aos

postos aos quais ascendeu durante a sua vida privada e agora como primeira-dama”, disse Rhodes.

Os EUA pediram em várias ocasiões à China que melhore o tra-tamento das minorias e advogaram em defesa dos direitos humanos em regiões como o Tibete.

A recente visita à Casa Branca do dalai lama, líder espiritual tibe-tano no exílio, motivou um protesto formal da parte chinesa.

Rhodes salientou durante a conferência de imprensa desta segunda-feira que este encontro, o terceiro entre o dalai lama e Obama, é a melhor prova de que os Estados Unidos continuarão a pressionar a China na questão dos direitos humanos.

O navio com bandeira panamenha colidiu às 3h locais com outro barco sul-coreano, o “Pegasus Prime”, de menor dimensão e com 14 tripulantes a bordo, todos resgatados entretanto.

O acidente ocorreu quando o “Beagle III”, de 12.630 toneladas, saía da Baía de Tóquio e se cruzou com o “Pegasus”, de 7.406 toneladas, que realizava o trajecto inverso, segundo as autoridades costeiras japonesas.

A via marítima, que con-duz aos portos de Tóquio e Yokohama, é uma das mais

transitadas do mundo, com um tráfico diário de cerca de 400 embarcações, desde cruzeiros a navios mercan-tes e pesqueiros de pequena dimensão.

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HOJE

MAC

AU

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NA CORTE DOS REIS DE PORTUGAL• Ana Isabel Buescu O volume que agora se publica reúne um conjunto de estudos escritos nos últimos anos em campos que têm ocupado, de forma dominante, a investigação [da autora] no âmbito da história e da cultura e das mentalidades, das representações e da articulação entre a cultura e o poder em Portugal no século XVI.

PORTUGAL RATING AAA • Alexandra Silva MaltaHoje, mais do que nunca, assistimos a um jogo estratégico em que se manipula informação para condicionar o peso que os diferentes protagonistas têm. Hoje há entidades cujo papel é analisar países e colocá-los numa escala de valor… É uma nova arte de guerra. Mas com isto, torna-se fundamental que saibamos olhar para o nosso país e possamos ter uma opinião válida. Baseada em factos. É importante fazer algo para cuidar do amor-próprio de um país, de uma cultura, de um povo. Do amor-próprio de ser português. Não é preciso recuar 500 anos para falar da glória de Portugal. Basta olhar para o lado para encontrar: genialidade, irreverência, atrevimento, inovação, competência. Todos os dias há portugueses a fazer maravilhas, a criar, a liderar o Mundo, e a merecer o nosso reconhecimento e orgulho.

hoje macau quarta-feira 19.3.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

Esta exposição esteve em Portugal em 2011. Porquê só agora em Macau?Foi apresentada no dia de Macau em 2011 em Lisboa, no Museu do Oriente, e depois em Coimbra, no Colégio das Ar-tes, na Faculdade de Arquitec-tura do Porto e em Guimarães, no final da Cidade Europeia da Cultura. Fui apresentando-a até ao principio de 2012. Para vir a Macau era necessário uma série de investimentos e não foi possível antes. Foi a concurso duas vezes para o apoio da Direcção Geral das Artes e por mais caricato que pareça o formulário tinha 106 caracteres a mais, e foi negado por isso. Depois no concurso seguinte voltámos a apresentar a candidatura e teve o apoio. Podia ter vindo no final de 2013, mas houve uma série de constrangimentos e dificuldades na organização. Este ano ele (Manuel Vicente) faria 80 anos e não está mal.

Quais as principais caracte-rísticas da obra de Manuel

É hoje inaugurada na Casa Garden uma exposição retrospectiva sobre o trabalho do homem que é considerado o “arquitecto de Macau”. João Afonso, curador da iniciativa, lembra que “o Governo de Macau deveria estar atento à obra” de um homem que foi tudo menos “pacífico”

ENTREVISTA JOÃO AFONSO, CURADOR DA EXPOSIÇÃO “MANUEL VICENTE: TRAMA E EMOÇÃO”

“Preservar a obra de um arquitecto é preservar património”

Vicente que o público po-derá ver na Casa Garden? É uma exposição retrospecti-va. Há o período entre 1961 e 2011, com obras de Macau e de Lisboa. Exclui dois momentos, que creio serem importantes, que é a passagem por Goa, da qual não há registos, e a fase da Madeira. Há uma selecção, temos 21 obras em destaque nos painéis e temos mais alguns elementos. Essas 21 obras estão construídas, mas o Manuel fez mais de 300 projectos e construídos cerca de uma centena. É um retrato muito sintético. Se as pessoas tiverem a ideia da abrangência e força desta obra ao longo destes 50 anos, e desta relação entre Lisboa e Macau, e como esses dois universos se cruza-vam, creio que será muito bom. Chamo a atenção para quatro tempos: o primeiro, o da for-mação até ao regresso a Lisboa, o primeiro grande momento de força. Fez uma série de obras em Macau, como o orfanato Helen Liang, as habitações para os funcionários dos CTT, as torres do Porto Exterior, as casas da Areia Preta, que são uma arquitectura moderna.

Tem muito da sua formação portuguesa mas depois começa a absorver aquilo que viu em Macau. Depois o Manuel vai para os Estados Unidos nos anos 60, e creio que é outro olhar para o mundo. Manuel saiu de Portugal e foi para os Estados Unidos nos eferves-centes anos 60. Saiu de um país cinzento, com uma guerra colonial, e isso teve impacto tremendo no jovem que era nessa altura. Essa arquitec-tura irá marcá-lo para todo o sempre e continua. Mas há um período que vai até meados dos anos 70, até ao 25 de Abril, em que abre o seu escritório e vai trabalhando para vários sítios, e depois é aquele choque do pós-25 Abril.

O desejo de fazer coisas. O querer fazer coisas e o de perceber que Portugal naquele momento não estava num bom momento para a construção. Houve a euforia da liber-dade, e depois o choque. O Francisco Figueira faz-lhe o desafio de vir trabalhar para Macau, faz trabalhos para o Governo de Macau e volta a retomar os seus contactos e o seu escritório. Começa a trabalhar para quem tem obra para fazer, vai à luta. E acho que aí há uma reinvenção que vai tendo diferentes fases até aos anos 90. No final dos anos 90, com a transição de Macau para a China, teve vontade de regressar a Portugal. Faz uma série de grandes projectos, para as obras do final da pre-sença portuguesa, e que aca-bam por não ser escolhidas, porque são talvez demasiado fortes para o senso comum. Essas obras necessitavam de grandes decisores e não os

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eventos 11hoje macau quarta-feira 19.3.2014

Acho que o Governo de Macau deveria estar atento à obra e ver quais são as obras essenciais para conservar e manter

ENTREVISTA JOÃO AFONSO, CURADOR DA EXPOSIÇÃO “MANUEL VICENTE: TRAMA E EMOÇÃO”

“Preservar a obra de um arquitecto é preservar património”

O Museu de Arte de Macau assinala esta quarta-feira o seu

15.º aniversário e anuncia para este ano um “vasto leque” de exposições com nomes so-nantes das artes como Picasso, Monet ou Matisse.

Em conferência de im-prensa, o director do museu, Chan Hou Seng, salientou o trabalho dos primeiros 15 anos de actividade do museu, que realizou 330 exposições, com a visita de cerca de dois milhões de pessoas para apreciarem as 18.000 obras expostas.

Ao longo da sua histó-ria o museu deu também à estampa 270 publicações e efectuou cerca de um milhar de cursos, ‘workshops’ e seminários, com um total de 116.000 participantes.

Na conferência de im-

MUSEU DE ARTE DE MACAU COM PICASSO, MONET E MATISSE EM 2014

Dois milhõesde visitantes em 15 anos de vida

prensa foram ainda revela-dos os números de 2013, que revelam uma ligeira subida no número de visitantes. Assim, no ano transacto o MAM realizou um total de 27 exposições, 800 visitas guiadas, workshops e se-minários. O Museu recebeu cerca de 390,000 visitantes o que representa um ligeiro aumento anual de visitantes de 2%. Com uma das suas principais exposições, Na-poleão e as Artes Decorati-vas: Tesouros dos Palácios Imperiais o MAM alcançou o número recorde de 4.000 visitantes num só dia.

Para 2014, Chan Hou Seng destacou mostras como “Arte como Lenda”, com obras do artista Qi Baishi, da colecção da Academia de Belas Artes de Pequim, que estará patente entre Abril e Junho, obras-primas dos museus nacionais de França, onde se incluem quadros de Picasso, Monet ou Matisse entre Junho e Agosto, ou os “Tesouros do Palácio”, de Pequim, em exibição entre Dezembro de 2014 a Março de 2015.

O mesmo responsável não esqueceu os artistas locais, salientou o papel do museu como “plataforma” interna-cional para as artes de Macau e defendeu a sua intervenção na promoção da cultura do território com influências várias. O museu permitiu a 45 artistas locais exporem as suas obras ou participarem em intercâmbios em Macau ou no exterior. Para além disto, o MAM exibiu ainda, em 2013, 800 obras de antigos mestres de Macau.

Para atrair os mais pe-quenos ao museu de arte de Macau, Chan Hou Seng quer organizar eventos como festas de aniversário para crianças, que levem mais pessoas ao museu, divulgando-se assim a arte local e internacional, ampliar a loja do espaço que tem produtos da “criatividade local” disponíveis para venda e complementar o espaço com uma casa de chá, proporcio-nando um local de descanso para os visitantes.

houve. Há este final da sua obra, do principio do século XXI, que infelizmente teve pouca concretização.

Isso desiludiu Manuel Vi-cente?Não. O Manuel não era um homem para se desiludir, era um lutador. Confrontava--se com esse facto e não o chocava. Tinha a sua crítica forte, mas aceitava esse constrangimento. As pesso-as poderão ver ainda nesta exposição a procura de uma escala universal, que tem a ver com a geometria, que ele dizia estar subjacente, porque antes da obra existir já exis-tia. Depois há a perfeição na escala universal, porque era uma arquitectura que ele dizia pobre, sem grandes detalhes, mas que era perceptível à escala da cidade, e por todos, porque era feita de múltiplos pormenores. Era uma obra que se fazia de pormenores banais, sem deixar de ser riquíssima.

Porquê o nome “Trama e Emoção”? Estamos perante uma obra de emoções?É uma arquitectura muito emotiva, nada inócua, que não quer passar despercebida. É sempre uma afirmação dele e de quem encomenda a obra. É uma emoção porque tem a mentalidade do acontecimen-to: o que é que acontece quando entramos naquela porta? O que está para lá daquela parede? Há sempre uma vontade, uma provocação dessa vontade, e aí está o lado da emoção. A trama porque é a ideia da geometria, e a trama da vida, que não é simples, directa, não é aquilo que nós queremos. Foi assim a sua vida, embora tenha ido onde queria ir e feito o que quis fazer.

Sofreu constrangimentos, projectos recusados.Sim, porque não era um homem pacífico. Tinha opinião, fazia projectos afirmativos e por vezes não era compreendido. Mas tem belíssimas obras cons-truídas, o que significa que teve clientes que viram consumado o que pretendiam. Era um ho-mem de dedicação absoluta à arquitectura, vivia, respirava, falava e sonhava arquitectura. Viveu-a a vida toda a partir do momento em que a descobriu,

quando era pequenino e estava a brincar com um brinquedo de desmontar.

Hoje Manuel Vicente é com-preendido pelo Governo, arquitectos locais e pelo público em geral? Não sei, creio que não. Acho que uma obra para ser com-preendida e aceite tem de ser conhecida primeiro. E espero que esta exposição tenha esse pequeno contributo. Infeliz-mente é assim, as pessoas morrem e olha-se de forma mais abstracta para a obra. Depois Macau é um território complexo. Mas acho que o Governo de Macau deveria estar atento à obra e ver quais são as obras essenciais para conservar e manter. O Manuel fez alguns dos principais planos desta cidade nos anos 60, a baía da Praia Grande, o jardim que envolve o Farol, o plano da Ilha Verde, o arquivo histórico de Macau, muitos dos prédios de habitação dos anos 80 e 90. Temos de ver que o lugar dele é inegável. E se pensarmos nos prédios de construção corrente, que de-pois se reproduziram, perce-bemos que ele foi uma marca e uma influência para outros arquitectos, desenhadores, engenheiros, construtores. Quando estamos a preservar a obra de um arquitecto estamos a preservar o património. E foi

isso que Manuel trouxe a Ma-cau: uma visão do território e uma qualidade arquitectónica, uma ideia de arquitectura que talvez não houvesse antes da sua vinda, nos anos 60.

Um dos projectos do ar-quitecto foi o campus da antiga Universidade da Ásia Oriental, hoje Universidade de Macau, cujas instalações estão a ser transferidas para a Ilha da Montanha. Ainda não há um projecto de utili-zação do antigo campus. Na sua opinião, como deveria ser feita essa reutilização?Tem lá um edifício, um parque de estacionamento, fez um projecto para uma biblioteca que não chegou a ser constru-ído, e fez um outro concurso para o edifício da entrada...não sei. Antes os conventos tinham essa grande capacida-de de poderem ser reciclados para tudo, depois eram hos-pitais, casas, bibliotecas. As universidades modernas não dão para tanto. Não sei qual será a opção.

Muitos deputados e associa-ções propõem a utilização para actividades juvenis ou associações de cariz social. Manuel Vicente ficaria satis-feito por ver o espaço apro-veitado dessa forma?Penso que sim. Ele gostava muito do seu parque de esta-cionamento, dava-lhe muito gozo, tal como lhe dava gozo a construção em muitos pedaços, em que as coisas se misturavam, porque o projecto dele ia buscar imagens do edifício da frente. Penso que ele gostaria que aquilo fosse preservado. Uma universidade tem a hipótese de ter vários usos, e podem ser da mesma natureza: para formação, para outros níveis de ensino, para a formação pro-fissional. Ou podem ser feitas grandes remodelações, porque como tem muito espaço livre pode ter grandes equipamentos sociais, pode ser habitações para idosos, centros de acolhimento, conjugar várias utilizações

colectivas. Mas a arquitectura faz parte da vida. Fala-se que se deviam preservar todas as obras, e idealmente gostaria, mas a vida não é assim. Não íamos querer viver na casa dos nossos tetravós, mesmo que seja muito bonita. Mas há obras que são inquestionavelmente património. O Manuel via isso com muita naturalidade: causava-lhe tristeza se uma obra dele deixava de existir, mas depois aceitava isso como um facto da vida.

Num documentário trans-mitido na RTP2, Manuel Vicente disse que não sabia se regressaria a Macau. Se voltasse, ficaria satisfeito com este desenvolvimento urbanístico, os projectos na zona do Cotai, com casinos?O Manuel dizia muitas vezes que era sempre interessante vir a Macau, porque dizia que quando voltava já tinha surgido um novo edifício, e isso era fascinante. Esta capa-cidade de construir território, tão limitada e complexa como era em Portugal, aqui era efer-vescente. Penso que só teria pena de não fazer um daqueles casinos monstruosos. Teve pena de não ter a oportunidade de fazer um edifício desses, porque todos os projectos de arquitectura para ele eram um desafio aliciante. Via com grande satisfação e alegria todo este crescimento.

Depois de Macau há planos para levar esta exposição a outros lugares? Talvez Goa, onde Manuel Vicente também deixou a sua marca. Gostávamos muito de a levar a Hong Kong, onde o Manuel foi professor convidado na Universidade de Hong Kong. Com certeza que ir a Goa era quase um regresso, um acordar num mundo novo. Manuel di-zia: “João, acordar em Macau foi acordar num mundo novo”. Seria muito interessante levar a exposição a Goa. Tudo isso tem os seus tempos e os seus custos. Em Hong Kong foi feito um contacto muito sumário com a universidade, mas nada de concreto. Para já estará aqui até meados de Maio. Depois vamos ver, não a vamos transportar para Lisboa sem tentar que ela fique na Ásia mais um tempo.

O Manuel não era um homem para se desiludir, era um lutador. Confrontava-se com esse facto e não o chocava. Tinha a sua crítica forte, mas aceitava esse constrangimento

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12 publicidade hoje macau quarta-feira 19.3.2014

ANÚNCIO 【N.º 33/2014】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 16) do n.º 1 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletim de candidatura SUN CHI LON 97379 WONG KUOK SU 115649 HONG IENG CHON 127908 Após as verificações deste Instituto, notamos que os representantes dos agregados familiares e os seus cônjuges de candidatos a habitação económica acima mencionados são proprietários de fracções autónomas com finalidade habitacional na Região Administrativa Especial de Macau, desde à data da apresentação da candidatura e até à data de celebração da escritura pública de compra e venda da fracção, pelo que, estes não podem candidatar-se à aquisição de fracção, nos termos da alínea 1) do n.º 3 do artigo 14.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica). Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 26 de Fevereiro de 2014, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, mas não fizeram a entrega das suas contestações dentro do prazo indicado. Nos termos da alínea 2) do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e n.º 2 do artigo 16.º do Regulamento de acesso à compra de habitações construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Proposta n.º 0395/DHP/DHEA/2014, os respectivos representantes dos agregados familiares e os seus cônjuges foram retirados do agregado familiar e excluídos da lista geral de espera, por não reunirem os requisitos para aquisição de habitação económica. E nos termos dos n.º 20 do Despacho n.º 01/IH/2014, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 3, II Série, de 15 de Janeiro de 2014 e artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública,

Chan Wa Keong 17 de Março de 2014

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hoje macau quarta-feira 19.3.2014 13

A SSISTIMOS a uma curiosa evolução dos vários regimes políticos africanos. Países como Eritreia, o Chade e a

Guiné Equatorial mantêm regimes au-tocráticos. A África do Sul mostra-se incapaz de encontrar soluções para a diminuição da igualdade. Sucedem-se guerras civis na Somália. Em mais de três dezenas de países africanos foram adoptadas leis homofóbicas e quatro desses países punem a homossexuali-dade com pena de morte. E, mais re-centemente, todos os países da CPLP, o que inclui tanto os ex-colonizados como o ex-colonizador, declararam aceitar como novo membro da comu-nidade um dos estados mais tenebro-sos de África: a Guiné-Equatorial, cujo presidente é o ditador Obiang.

De tudo isto fica a sensação de uma grande decepção pós-colonial. Como se entre o período da colonização — ou seja, entre o século XV e o século XX — e o período que se lhe seguiu (que numa classificação rudimentar da História se chama pós-colonial) houvesse um cor-te radical e se apresentasse agora uma espécie de um grande final à maneira de Hollywood, com os ex-colonizados mártires a vencerem e os maus, os co-lonizadores, a serem expulsos daquelas terras depois de anos de ocupação inde-vida (mas com o colonialismo recalcado a ressurgir com novas formas e outros protagonistas, grande parte deles afri-canos). O que os primeiros sonhadores do pós-colonialismo — Aimé Césaire, Frantz Fanon ou Amílcar Cabral — que-riam, a criação de um homem novo a partir daquilo em que se tinha tornado a figura do negro, afinal não se tornou rea-lidade. Nem nas primeiras independên-cias nem em todo o continente africano. Porventura porque o homem novo não é se não uma miríade messiânica e o que pode acontecer e também já acontece são sociedades renovadas que descons-troem o seu passado colonial.

É um facto que se deu a ocupação de todo um continente — para só falarmos em África — por um conjunto de nações europeias que formaram impérios. Estes exploraram os recursos naturais das ter-ras de vários povos, ocuparam os seus espaços, violentaram-lhes os horizontes e, pior, criaram uma mercadoria a que chamaram o negro. E esta mercadoria, o negro, foi traficada durante centenas de anos sem que os arautos mais puros do Iluminismo europeu se tivessem insurgi-do contra tal comércio. Entre esses pro-motores da modernidade europeia estão escritores como Diderot ou Voltaire, dra-maturgos como Molière, libretistas como Lorenzo Da Ponte, pintores como Veláz-quez, David, Manet ou Ingres, filósofos

António Pinto RibeiRoIN PÚBLICO

OS FANTASMASDO COLONIALISMO REGRESSAM

como Kant ou Hegel; ilustres fundadores da modernidade europeia que aceitaram ir no embalo com que o capitalismo nas-cente introduzira, nas transacções co-merciais, o negro. A justiça manda que se ressalve o Padre António Vieira, denun-ciando a escravidão transatlântica. É cer-tamente para todos nós inconcebível que homens e mulheres pudessem ser pro-priedade privada de outros seres huma-nos até há pouco mais de 150 anos. Por isso é difícil o exercício de racionalidade quando assistimos a filmes como Django Libertado, de Tarantino, e 12 Anos Escra-vo, de Steve McQueen. Porque se tem dificuldade em ultrapassar o lado ficcio-nal e ver ali a expressão documental dessa desumanidade.

O problema da incompletude da modernidade europeia tem como nú-cleo principal — ainda hoje — o grande trauma do colonialismo, que ficou por resolver. A sombra dessa barbárie é o fardo escuríssimo que a Europa e os co-lonos europeus herdaram. Recordemos que a escravatura atlântica atingiu vá-rios continentes e que em todos eles as pessoas de origem africana foram trans-formadas em mercadoria. Um sistema

muito complexo, envolvendo vários poderes — os Estados, os príncipes, os negociantes, a Igreja Católica —, criou “o Negro como uma espécie de homem--coisa, homem-metal, homem-moeda, homem-plástico” (Achille Mbembe, Critique de la Raison Nègre, 2013).

Há que olhar o pós-colonialismo para lá do que é a banalização da rede complexa de teorias que os média tanto anunciaram como moda como depois esqueceram, num processo de produção de amnésia colectiva. E há que entendê--lo nas suas múltiplas formas e etapas de desenvolvimento, sublinhando que não é assunto exclusivo das ex-colónias: é um problema do antigo império eu-ropeu, para usarmos a designação dos pensadores Toni Negri e Michael Ardt (Empire, 2000).

Entre o que foi reclamado e pro-movido pelos primeiros lutadores pela libertação das colónias europeias e a actualidade, entre os anos 30 do sécu-lo passado e a publicação muito recen-te da obra já incontornável de Achille Mbembe acima mencionada, muita coisa aconteceu. Esse processo vai da assunção virulenta e necessária de uma ideologia que rompesse com a opressão colonial (uma vez que esta apenas me-tamorfoseava o esclavagismo na explo-ração da força de trabalho a baixíssimo custo, mantendo o negro despojado de “cultura” porque continuava a ser ape-nas um indígena) até à desconstrução radical do negro, da sua invenção e da invenção da raça.

A obra de Achille Mbembe revela que os saberes e as tecnologias do capital — e, mais ainda, do neo-liberalismo — que se impuseram como políticas dos Estados conservam, por nostalgia e por interesses de negócios, a figura do negro: negro é todo o africano que é pobre.

Sabemos que os processos de liber-tação e as independências africanas le-varam a que entre os Estados ex-colo-nizadores e os novos países africanos se gerassem formas mais ou menos conti-nuadas de relações de interesses. Assim, houve uma descolonização política das ex-colónias, mas está por fazer a desco-lonização dos espíritos dos governantes dos dois lados destas parcerias. E isso é evidente na ausência de uma viragem descolonizadora no modo de fazer

política. Repare-se como são poucas as novas formas de fazer política con-servando a democracia e enfrentando a globalização. E a ausência dessa ne-cessária viragem descolonizadora, essa preservação de Estados espiritualmente colonizados revela-se também na ausên-cia nestes estados neo-colonizados das expressões artísticas e das regulamenta-ções de justiça social.

Depois do período de nojo que a Europa (e todo o mundo) viveu (em vá-rios calendários) com a declaração das independências pelos Estados africanos, veio um tempo em que os independen-tistas tiveram de se confrontar rapida-mente com o nado-morto que era o tal Homem Novo Africano. Seguiram-se períodos de redefinição, convulsões e apaziguamentos temporários. A expres-são maior disto é o período da governa-ção arco-íris na África do Sul durante a presidência de Mandela.

Na tese do já referido Critique de la Raison Nègre há aspectos permanecem como chagas e a todos dizem respeito. O primeiro é que o negro permanece enquanto fantasmagoria, não já com a frieza do homem-metal ou com a es-pectacularidade da bailarina Josephine Baker, mas como o africano sem papéis que quer chegar a Lampedusa e é identi-ficado como fazendo parte de uma raça: a de todos os negros que querem chegar a Lampedusa. Um segundo é a irrup-ção populista tanto em países europeus como africanos do tema da raça e da sua associação ao nacionalismo.

Achille Mbembe apresenta uma re-visão radical dos textos pós-coloniais clássicos e refuta as teorias pós-coloniais quando estas hoje persistem em impor--se como ideologia. Afirma que, apesar de o tentar, a Europa já não constitui o centro de gravidade do mundo porque outros saberes tecnológicos e outras formas mais velozes de circulação de capital, oriundas de outras regiões, a ultrapassaram. Mas nem por isso o mo-mento é menos perigoso. Na actuali-dade, a situação de subalternidade para que o capitalismo empurrou quase toda a humanidade faz com que pensemos que talvez se esteja a caminhar em di-recção a um “devir-negro” à escala glo-bal que já não identifica somente todas as pessoas de origem africana mas toda a humanidade que estiver na situação de subalternidade. Sem papéis, sem traba-lho, manipulados nos imensos bancos de dados dos computadores, tanto os imigrantes africanos como os europeus são “homens-descartáveis” no nomadis-mo forçado, vendendo a sua criativida-de e a sua força de trabalho, perante a indiferença dos poderosos e de toda a sua ignorância.

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14 hoje macau quarta-feira 19.3.2014h

C ENTO e setenta quiló-metros de autocarro entre Yinchuan e Zhongwei, por auto-estrada, quase sempre

ao lado do rio Amarelo.Depois das enormes cidades, arribo

a esta pequena Zhongwei para descan-sar do afogadilho diário das grandes metrópoles chinesas. Jamais lera, ouvi-ra falar ou entendera uma linha sobre Zhongwei, mas ficava no caminho para as províncias de Gansu e de Qinghai e, com mais três semanas a preencher no resto da viagem de Maio/Junho de 2013, Zhongwei, como viria a compro-var, seria um excelente ponto de escala, mais alvoroços no olhar, mais alegrias e desvairos no sentir, mais aconchego e bem estar na alma.

Situada no oeste da região autóno-ma de Ningxia, longe de quase tudo, perto de coisa nenhuma Zhongwei terá pouco mais de cem mil habitantes, os edifícios não ultrapassam os quatro andares, o ritmo de vida da população, predominantemente chinesa, parece calmo, metódico e organizado. Alojo--me num hotel três/quatro estrelas, o Yixing Dajiiudian逸兴大酒店, o melhor da terra, mesmo no centro da cidade, diante da bonita torre do Gu-lou, construída no século XIV. Por um quarto amplo e limpo vou pagar menos de 20 euros por noite, com pequeno al-moço chinês. Mas a primeira habitação que me destinam fica de lado, com ja-nela para um moderníssimo centro co-mercial que não pára de debitar, em al-tifalantes reles mas potentes, toneladas de decibéis de voz e música que acon-selham o habitante do lugar a comprar, comprar, comprar, desde soutiens com 70% de desconto, a telemóveis, cosmé-ticos e xaropes que garantem a felicida-de e longa vida. Com tanta barulheira lá se vai o sossego. Mudo de quarto, este agora na face oposta do hotel, quase silencioso, exactamente em fren-te da torre do Gulou que à noite, ilumi-nada, me transporta a todos os sonhos da China clássica.

No dia seguinte, as primeiras cami-nhadas pela cidade e a visita ao Gao Miao高庙, um magnífico templo bu-dista inicialmente construído por volta do ano 1400. Perdi a conta a quantos templos conheço na China mas este deixou-me um inesquecível gosto a delirante surpresa. A rapaziada inteli-gente que concebeu o China, Lonely

EM ZHONGWEI 中卫

108 PAGODES, O RIO AMARELO,NAS LONJURAS DO MUNDO

Planet até lhe chama um jagged wedding cake, ou seja “um recortado bolo de ca-samento”. São dezenas de pequenos e grandes torreões, encaixados uns nos outros, mais pavilhões, escadarias, alta-res dedicados não só a Buda, também a Confúcio e a divindades do panteão taoista, tudo num barroquismo ex-tremo invulgar na arquitectura tradi-cional chinesa. Durante a Revolução Cultural, os guarda-vermelhos resol-veram escavar túneis nos alicerces do Gao Miao. Hoje estão transformados numa espécie de museu dos infernos taoista e budista, iluminados com luzes psicadélicas, a piscar, e as estátuas en-sanguentadas, esventradas, chamusca-das do pobre cidadão condenado aos imagináveis horrores dos infernos. Só visto, e por gente de sólida formação, porque aquele inferno parece tão au-têntico que ao entrar e deparar com tão horripilante espectáculo, levamos um murro chinês no estômago e, logo que possível, apetece fugir a sete pés.

Nos passeios por Zhongwei, numa rua perpendicular ao Gulou, descubro a agência de viagens do senhor Li Shu-xing, um dos trezentos milhões de se-nhores Li李 existentes na China. Até há uns vinte anos atrás tê-lo-ia trata-do por “Li Shuxing Tongzhi”, ou seja “camarada Li Shuxing”. Mas hoje no mundo chinês já quase não se chama “camarada” a ninguém. Consequência do avanço da sociedade na via do ca-pitalismo?

Não exactamente. Acontece que a palavra tongzhi 同志, “camarada”, inven-tada na primeira década do século XX é composta por dois caracteres, tong同 que significa” o mesmo, semelhante” e zhi志 que significa “inclinação, tendên-cia.” Tongzhi ou camarada será portanto uma pessoa que tem a mesma inclina-ção, a mesma tendência, os mesmos objectivos. Mas a língua chinesa, como quase todas outras, é muito traiçoeira e em finais dos anos oitenta do século passado em Taiwan e em Hong Kong começaram a usar o vocábulo tongzhi para definir as pessoas da “mesma ten-dência, da mesma inclinação”, ou seja, os homossexuais, as lésbicas. E lá se foi a pureza ideológica dos “tongzhi” comu-nistas, agora associados aos “gays”.

Disse ao senhor Li que queria dar umas voltas pelos arredores de Zhon-gwei. Como fazer? O homem, aí com uns trinta e cinco anos, a tentar lan-

António GrAçA de Abreu

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çar a sua agência de viagens, mas com pouco trabalho, com poucos turistas, meteu-me no seu carro, um Hyundai Accent já velhinho e levou-me a visi-tar as margens bonitas, ajardinadas do rio Amarelo, logo ali ao lado de Zhon-gwei. Falei-lhe nos Yibailingba Ta一百零八塔, os 108 pagodes na margem do rio que descobrira num folheto turísti-co e em Qingtongxia 青铜峡, também ao lado do rio por onde passara no au-tocarro no percurso desde Yinchuan e que tinha um majestoso torreão em arquitectura tradicional chinesa levan-tado numa ilha sobre as águas. O se-nhor Li disse-me que era longe, mais de cem quilómetros para norte, já não fazia parte da sua área turística.

Insisti. No dia seguinte, às oito da manhã tinha o mesmo Hyundai, o car-ro do patrão, com um motorista e uma rapariguinha como guia local à porta do hotel para me levarem aos 108 pa-godes e a Qingtongxia, viagem de dia inteiro, por 500 yuans, cerca de 60 eu-ros, dinheiro muito bem gasto, como iria comprovar.

Rolámos de início ao longo da margem esquerda do rio Amarelo, por estradas secundárias, para evitar o pa-gamento de portagens na auto-estrada, na outra margem. E deu para entender melhor este rio fantástico, mais dragão do que rio, incontrolável, imprevisível. A cauda do dragão pousa nas monta-nhas do Tibete onde nasce, as garras lançam-se sobre o mar Amarelo onde desagua, depois de uma viagem de 5.464 quilómetros, rasgando a terra. Atravessa nove províncias do tamanho da Itália, Grã-Bretanha e Alemanha, todas juntas, e fornece água a 15% da terra arável existente na China.

Aqui em Ningxia, como noutras províncias, a corrente é impetuosa e la-macenta, cortada por umas tantas bar-ragens que refreiam as águas e ajudam a distribuí-las por inúmeros canais de ir-rigação que são uma espécie de afluen-tes, mas ao contrário, em vez de despe-jarem os caudais para o rio, recebem as águas barrentas e conduzem-nas para o interior, por dezenas e dezenas de qui-lómetros. Então a terra fértil, humede-cida e irrigada, graças ao extraordiná-rio labor do camponês chinês, produz tudo o que o homem quer.

Foi complicado chegar aos 108 pa-godes, o motorista e a guia, tal e qual como eu, nunca lá tinham ido e por es-

tradas esburacadas, algumas sem saída, atravessando aldeias, campos e canais, acabámos por nos perder. Ainda fui eu, com um mais apurado sentido de orientação, que lhes fui indicando para que lado deviam ficar os pagodes. Os meus companheiros de viagem já não sabiam onde era o leste ou o oeste, o norte ou sul. Lá foram perguntando, atravessámos pontes, mudámos para a outra margem, fizemos mais uma de-zena de quilómetros e estávamos dian-te dos 108 pagodes só que com o rio Amarelo pelo meio, os pagodes subiam a encosta em frente mas situavam-se na margem esquerda, nós estávamos na margem direita.

Havia umas lanchas rápidas que cru-zavam o rio neste lugar que se chama Garganta de Bronze. De colete salva--vidas vestido lá fui com a guia que sabia menos dos pagodes do que eu e só fala-va chinês, quase voando sobre as águas lamacentas do rio Amarelo, ali com cer-ca de um quilómetro de largura.

Que maravilha os Yibailingba Ta, os 108 pagodes! Foram construídos na dinastia Yuan (1279-1368) e não são propriamente pagodes, mas umas campânulas com forma de pagode, aí com três metros de altura cada um. Distribuem-se por um triângulo que vai subindo o monte, em fileiras de doze.

No alto, junto ao pequeno templo bu-dista, que vista sublime sobre o rio e as montanhas em redor, áridas, amarelas, sem ponta de vegetação, mas com um ar fino e puro, e horizontes perfeitos de dezenas de quilómetros!

Volto a atravessar o rio e segui-mos para Qingtongxia, uns quarenta quilómetros para sul. Não chegamos a entrar na cidade que me dizem ter cem mil habitantes, ficamos num vas-to complexo ainda em construção. É outro lugar espectacular, numa ilha ao lado do leito do rio. Para aproveitar o afluxo de turistas, os chineses da terra construíram um enorme torreão com nove andares e uns setenta metros de altura, tudo com telhados revirados, uma exuberante e colorida decoração das colunas, empenas e vãos dos telha-dos, mais quatro torres pequenas em volta, cada uma apontado aos pontos cardeais, e ainda um enorme pailou, o arco votivo à entrada.

O torreão, acabado de pintar, ainda cheira a tinta fresca mas não tem nada dentro. Creio que será decorado com figuras budistas e transformado em lo-jas e num templo. Mas é tudo novo, as construções são bonitas, têm muita qua-lidade mas não mexem comigo: falta a sabedoria dos séculos que irradia dos oi-tocentos anos de vida dos 108 pagodes.

15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 19.3.2014

O TORREÃO, ACABADO DE PINTAR, AINDA CHEIRA A TINTA FRESCA MAS NÃO TEM NADA DENTRO

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VELEJADORES DE MACAU FAZEM BOA FIGURA EM HONG KONG

16 DESPORTO hoje macau quarta-feira 19.3.2014

J OÃO Lagos assegurou o regresso ao Portugal Open de Stanislas Wawrinka, ter-ceiro no ranking mundial

e campeão em título. Da lista de inscrições, que encerrava nesta segunda-feira, fazem ainda parte o canadiano Milos Raonic (12.º ATP), o francês Benoît Paire (31.º) e o espanhol Pablo Andujar (35.º). João Sousa surge em quinto lugar nessa lista provisória, graças ao inédito 42.º lugar que ocupa esta

semana e que estabelece um novo recorde para o ténis português.

A presença do recente cam-peão do Open da Austrália veio confirmar os esforços do director do Portugal Open em trazer ao Jamor um jogador do top 3 para assinalar a 25.ª edição do torneio.

Também o Portugal Open feminino apresenta um lote for-tíssimo, com a presença de três campeãs de torneios do Grand Slam: Samantha Stosur (20.ª),

Svetlana Kuznetsova (30.ª) e Francesca Schiavone (46.ª). A lista é encabeçada pela italiana Roberta Vinci (14.ª) e dela consta, igualmente, a campeã em título, Anastasia Pavlyuchenkova (21.ª), bem como outras antigas vence-doras, Kaia Kanepi (25.ª), Lucie Safarova (27.ª) e Maria Kirilenko (29.ª). Inscritas estão também Carla Suarez Navarro (17.ª), Alizé Cornet (22.ª), Daniela Hantucho-va (33.ª) e Elena Vesnina (35.ª).

Fora da lista está Michelle Brito. A número um portuguesa jogou nesta segunda-feira no qualifying de Miami, tendo como adversária Julia Goerges (92.ª – 15.ª em 2012). As 14 dupla-faltas de Michelle contrastaram com os 11 ases da alemã, mas Goerges só se impôs depois de a número um portuguesa desaproveitar um match-point, a 6/5 do tie-break, e ao fim de duas horas e 13 minutos: 6-2, 3-6 e 7-6 (8/6).

Cristiano Ronaldo apela a doação de medula óssea para ex-jogadorBruno Conceição, antigo guarda-redes do Paços de Ferreira, Beira-Mar e Arouca tem 32 anos e precisa de um transplante de medula óssea. Cristiano Ronaldo utilizou a sua página no Facebook para apelar à solidariedade em torno do antigo futebolista. “Todos juntos fazemos a diferença. Vamos ajudar o meu amigo e colega Bruno Conceição nesta fase difícil. Amanhã, os Bombeiros de São João da Madeira vão realizar uma recolha de medula óssea. A ajuda de todos é fundamental”, escreveu o jogador.

Villas-Boas vai orientar o ZenitAndré Villas-Boas será o novo treinador do Zenit, confirmaram os responsáveis do clube de São Petersburgo, através do site oficial. Os russos apontam que existe acordo com o treinador português e que este assinará um contrato válido até 2016. Villas-Boas vai ser apresentado na próxima quinta-feira, dia 20 de Março. O antigo treinador do F.C. Porto substitui Sergey Semak, que assumiu o comando técnico da equipa depois de Luciano Spalletti ter sido demitido há uma semana. O Zenit é segunda na liga russa a nove jogos do fim e precisa de recuperar pontos ao Lokomotiv Moscovo. Na antepenúltima jornada, Villas-Boas leva o Zenit até à capital, precisamente para jogar em casa do Lokomotiv.

Simeone e Diego Costa desejados em Old TraffordApreensivos com a campanha decepcionante do Manchester United na época de estreia de David Moyes, os proprietários do “gigante” inglês estarão já empenhados na planificação atempada da próxima temporada, a fim de evitar os erros cometidos após a saída de Alex Ferguson. De acordo com relatos da Imprensa inglesa, Moyes pode ter os dias contados em Old Trafford, admitindo-se que receba “guia de marcha” no final da época. Diego Simeone, treinador argentino do Atlético Madrid, perfila-se como o mais forte candidato à sucessão do escocês. Porém, o treinador não será o único alvo do Manchester United no Vicente Calderón. Diego Costa, goleador-mor da equipa espanhola, figura igualmente na lista de compras dos red devils.

Treze jovens velejadores RAEM competiram este fim-de-semana no Festival de Vela Inter-escolar

de Aberdeen, em Hong Kong, trazendo para o território uma honrosa sexta posição na competição

A, para os mais velhos, e, uma excelente experiência, mesmo nada ganhando, para os mais novos,

na competição B. Em jeito de balanço, Eric Crowter da Associação de Vela de Macau (AVM), afirmou

que “a corrida em equipas é uma óptima maneira de desenvolver habilidades de navegação

competitivas”. A associação espera desenvolver um programa de vela na RAEM e, para isso, está à

procura de patrocinadores.

Presidente da Liga de futebol já teve alta hospitalar

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Pro-fissional (LPFP), teve alta do Hospital Pedro

Hispano, em Matosinhos, depois do acidente viação de que foi vítima na segunda-feira, no Porto. “O estado clínico de Mário Figueiredo não inspirava cuidados, pelo que teve alta hospitalar depois de ter sido observado e realizado exames clínicos”, indicou a fonte da unidade hospitalar.

Segundo fonte da Liga, a viatura em que seguia Mário Figueiredo foi abalroada na segunda-feira na rotunda AEP, no Porto, cerca das 21h40, e a Polícia de Segurança Pública (PSP) tomou conta da ocorrência.

Mário Figueiredo entrou no serviço de urgên-cia do Pedro Hispano perto das 22h30 e teve alta hospitalar por volta da 1h00 desta terça-feira. De acordo com a mesma fonte, o dirigente da Liga já se encontra em casa “a descansar”.

TÉNIS PORTUGAL OPEN CONTA COM O NÚMERO TRÊS DO MUNDO

Wawrinka vai defender o título

Page 17: Hoje Macau 19 MAR 2014 #3053

hoje macau quarta-feira 19.3.2014 FUTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 20 MAX 25 HUM 85-99% • EURO 11.1 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

Mulher processa Playboy após tacada nas nádegas• Uma modelo americana candidata a ser uma das coe-lhinhas da Playboy está a processar a revista e um locutor de rádio onde pede uma indemnização de 3,6 milhões de patacas. Tudo por causa de uma tacada de golfe, mal dada, pelo locutor de rádio, nas nádegas da moça. Liz Dickson era uma perfeita desconhecida para o mundo da moda mas estava na “calha” para uma carreira no universo paralelo das belezas da Playboy, até que ficou gravemente lesionada neste incidente. Entretanto processou a Playboy alegando trauma físico e emocional .

Fotografar por baixo da saia das mulheres dá prisão• Fotografar por baixo das saias das mulheres passou a ser um crime punível com pena de prisão até dois anos e meio de e multa 36 mil patacas no estado de Massa-chusetts, no nordeste dos EUA. O governador democrata, Deval Patrick assinou a nova lei no início do mês, dois dias depois de declarar inocente perante a justiça um homem que fotografou sob as saias de uma mulher sem o seu consentimento no metro de Boston. O juiz argumentou que não havia base legal para a condenação. “Com esta lei, fazer fotos ou vídeos secretamente, ou monitorizar electronicamente as partes íntimas de outra pessoa (…) torna-se um crime”, disse o gabinete do governador.

C I N E M ACineteatro

SALA 1NEED FOR SPEED [B]Um filme de: Scott WaughCom: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots14.30, 16.45, 21.30

NEED FOR SPEED [3D] [B]Um filme de: Scott WaughCom: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots19.15

SALA 2 300: RISE OF AN EMPIRE [C]Um filme de: Noam Murro

Com: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey14.15, 17.50, 21.30

MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Rob Minkoff16.05, 19.45

SALA 3NON-STOP [B]Um filme de: Jaume Collet-SerraCom: Liam Neeson, Julianne Moore14.30, 16.30, 19.30, 21.30

NEED FOR SPEED

Pu YiPOR MIM FALO

JAKELYNE OLIVEIRA, A NOVA CONQUISTA DE RONALDINHO GAÚCHO

Chama-se Jakelyne OLiveira, foi miss Brasil em 2013 e é a mais recente conquista de Ronaldinho Gaúcho, avançado que actualmente representa o Atlético Mineiro. O anúncio surgiu através das redes sociais, com o internacional brasileiro a pu-blicar no Instagram uma série de fotografias e a descrição “Parabéns para todas as mulheres do mundo!! E deixo um beijo e carinho especial para as mulheres da minha vida!!!” Além da mãe e da irmã do craque, estava também uma fotografia de Jakelyne Oliveira. É caso para perguntar como é que uma mulher tão bonita se pode apaixonar pelo dentolas do Ronaldinho...

João Corvofonte da inveja

Táxis. Quando se ouve este nome, geralmente, as notícias nunca são boas. Os comentários sempre negativos. As queixas, muitas. Mas hoje, venho aqui falar da minha experiência, caros leitores. Agora que sou um gato mais do que adulto, gosto de dar umas voltas por Macau. No outro dia, algo de muito surpreendente aconteceu e, se todas as vezes que escrevemos sobre táxis e taxistas é para lhes chamar ‘ovelhas negras’, há que ser justos e escrever bem deles quando o motivo é para isso. Estava há muito tempo – demasiado –, como é costume, à espera de um táxi perto do antigo tribunal, quando vejo um a passar com a luz ligada. De pata no ar, lá lhe fiz sinal, mas sem sucesso. Vi-o olhar para mim, a manter a mesma velocidade e a seguir em frente. Insultei-o entredentes, como – confessem lá – todos fazemos quando nos acontece isto. No entanto, 30 segundos depois, lá vejo o senhor dar a volta ao táxi e parar à minha frente. Quando entrei, num inglês que não soava a inglês, mas que merece um elogio pelo esforço, o motorista explicou-me que ia a uma velocidade que não lhe permitira parar para me deixar entrar e que só me viu depois de já ter passado por mim. Mas deu a volta, para não me deixar com o pêlo à chuva, em vez de escolher ir para um casino apanhar um jogador rico. Fiquei contente por isto e pela atenção dele, que, quando entrei, tirou aquele horrível som estridente dos debates em chinês da rádio e pôs música ocidental. Bem feito senhor taxista! Levou logo gorjeta.

Antero de Quental não terá sido budista. Mas houve um budista que acreditou ter sido Antero de Quental.

Taxista diferente

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hoje macau quarta-feira 19.3.201418 publicidade

ANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau faz público que, de acordo com o Despacho de 3 de Março de 2014, do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, foi autorizado o procedimento administrativo para adjudicação da “Contratação dos seguros destinados a cobrir os riscos associados à realização do 61.o Grande Premio de Macau”.

1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Comissão do Grande Prémio de Macau.

2. Modalidade do concurso: Concurso público. 3. Prazo de validade das propostas: 90 dias, a contar do acto público do

concurso.4. Caução provisória: MOP50.000,00 (cinquenta mil patacas), prestada, em

numerário ou mediante cheque visado, a entregar na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo, por depósito bancário ou garantia bancária aprovada nos termos legais à ordem da Comissão do Grande Prémio de Macau, devendo ser especificado o fim a que se destina.

5. Caução definitiva: 4% do preço total de adjudicação.6. Valor dos serviços: Sem preço base.7. Condições de admissão: Os concorrentes deverão estar incluídos na lista

das seguradoras autorizadas a exercer a actividade na R.A.E.M., constante no Aviso n.º 004/2014-AMCM, publicado no Boletim Oficial da R.A.E.M. n.° 5, II Série, de 29 de Janeiro de 2014.

8. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas será adiado para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.

9. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Comissão do Grande Prémio de Macau, sita em Macau, na Avenida da Amizade n.º 207, Edifício do Grande Prémio, até às 17.45 horas do dia 22 de Abril de 2014.

10. Sessão de esclarecimento: Os interessados podem assistir à sessão de esclarecimento deste concurso público que terá lugar às 11.00 horas, do dia 24 de Março de 2014, na sede da Comissão do Grande Prémio de Macau.

11. Local, dia e hora do acto público do concurso:Local: Comissão do Grande Prémio de MacauDia e hora: 23 de Abril de 2014, pelas 11.00 horas.Os concorrentes deverão fazer-se representar no acto público de abertura das propostas para apresentação de eventuais reclamações e/ou esclarecimento de dúvidas acerca da documentação integrante da proposta.

12. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação:Seguro I :a) Preço - 70%b) Franquia - 30%Seguro II, Seguro III, Seguro IV, Seguro V e Seguro VI:a) Preço - 100%O cálculo está descrito no artigo 11.° do Programa de Concurso.

13. Local, data, horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso:Local: Comissão do Grande Prémio de Macau.Dias e horário: Dias úteis, a contar da data de publicação do anúncio até ao dia e hora do Acto Público do Concurso.Preço: MOP500,00 (quinhentas patacas).

A Comissão do Grande Prémio de Macau, aos 13 de Março de 2014.

O Coordenador,

João Manuel Costa Antunes

1. Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas.

2. Modalidade de concurso: concurso público.3. Local de execução da obra: Da Central Térmica de Coloane à

Estrada da Barragem de Ká Hó.4. Objecto da Empreitada: Construção de um túnel rodoviário,

viaduto de ligação, vias e edifício de controlo.5. Prazo máximo de execução: 930 (novecentos e trinta) dias.6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das

propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.

7. Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global, exceptuando o trabalho relativo às estacas moldadas que será por série de preços.

8. Condições de carácter profissional, técnico, económico e financeiro: os concorrentes devem apresentar documentos comprovativos ou respectivas cópias devidamente autenticadas, com assinaturas reconhecidas notarialmente, relativas à execução de obras semelhantes à da empreitada posta a concurso e de outras obras previstas no programa do concurso, bem como relativamente às restantes condições previstas no mesmo programa.

9. Modalidade jurídica de associação que deve adoptar qualquer agrupamento de empresas a quem venha eventualmente a ser adjudicada a empreitada: consórcio externo nos termos previstos no Código Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 40/99/M, de 3 de Agosto.

10. Caução provisória: $7 000 000,00 (sete milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais.

11. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

12. Preço base: não há.13. Condições de admissão:

Concorrentes estabelecidos em Macau: são admitidas as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data da sessão pública de abertura das propostas tenham requerido a sua inscrição ou renovação; neste último caso a admissão é condicionada à aprovação da sua inscrição ou renovação;Concorrentes não estabelecidos em Macau: são admitidas as entidades com equivalência à inscrição na DSSOPT para execução de obras, nos termos dos n.ºs 3 e 4 do artigo 63.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, bem como as que à data da sessão pública de abertura das propostas tenham requerido a equivalência à inscrição; neste último caso a admissão é condicionada à aprovação da equivalência à inscrição.

14. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Dia e hora limite: dia 24 de Abril de 2014, quinta-feira, até às 17,00 horas.

15. Local, dia e hora do acto público:

Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião;Dia e hora: dia 25 de Abril de 2014, sexta-feira, pelas 9,30 horas.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

16. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Hora: horário de expediente;Preço: $ 3 000,00 (três mil patacas).

17. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:Avaliação técnica das propostas:

Critérios de Apreciação Pesos atribuídos

Condições Profissionais e Técnicas- Plano de trabalhos 20%- Plano de execução de escavação e explosão 15 %- Equipamentos 8%- Experiência em obras semelhantes 35%

Condições Económicas e Financeiras- Valor das obras concluídas 10%

Integridade e Honestidade 12%Critério de Adjudicação: A adjudicação será efectuada ao concorrente que tenha apresentado a proposta de mais baixo preço de entre as propostas e que tenham obtido a pontuação igual ou superior a 65% (sessenta e cinco por cento) do total da pontuação na respectiva avaliação técnica.Critérios de desempate:No caso de haver concorrentes com iguais propostas de mais baixo preço global, entre as propostas que tenham obtido pontuação igual ou superior a 65% (sessenta e cinco por cento) do total da pontuação na respectiva avaliação técnica, o adjudicatário será determinado, sucessiva e ordenadamente, pelo mais baixo preço apresentado na lista de quantidades para preços - lista de preços unitários da respectiva proposta para os seguintes trabalhos:– Primeiro critério: Trabalho C – escavação e entivação do túnel

e sistema de monitorização;– Segundo critério: Trabalho D – estrutura e revestimento do túnel

e sistema de impermeabilização;– Terceiro critério: Trabalho B – pilastra, protecção de talude e

viaduto provisório em aço.18. Junção de esclarecimentos:

Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 11 de Abril de 2014, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 12 de Março de 2014.

O Coordenador do GabineteChan Hon Kit

AnúncioConcurso Público

“Aquisição de Contrato de Seguro de Acidentes para os Participantes das Actividades Desportivas ”

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 3 de Março de 2014, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do Concurso Público para a Aquisição de Contrato de Seguro de Acidentes para os Participantes das Actividades Desportivas, durante o período de 1 de Julho de 2014 a 31 de Dezembro de 2016.

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de MOP500,00 (quinhentas) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no Download ficheiro da página electrónica: www.sport.gov.mo.

Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais.

O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 8 de Abril de 2014, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de MOP 150.000,00 (cento e cinquenta mil). Caso o concorrente optar pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo de Desenvolvimento Desportivo ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Administrativa e Financeira na sede do Instituto do Desporto.

O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 11 de Abril de 2014, pelas 10,00 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar.

As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data do acto da sua abertura.

Instituto do Desporto, aos 19 de Março de 2014.

O Presidente, Substituto,José Tavares

AnúncioConcurso público para

«Empreitada de Construção do Túnel de Ká Hó - Coloane»

Page 19: Hoje Macau 19 MAR 2014 #3053

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau quarta-feira 19.3.2014 19OPINIÃO

Que o sol brilhe!a pal içadaCORREIA MARQUES

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”

Nelson Mandela

“H OJE era para não escrever. Olho o mundo que me ro-deia e apetece-me abdicar de tudo e ir viver num qualquer sítio longínquo onde ninguém me conheça e a civilização seja pouca. Sem televi-

são, sem rádio, sem jornais para não tomar conhecimento das misérias do mundo, co-letando da terra os meios de subsistência. Mas não. Não dá para calar e ignorar o que se passa à minha volta”.

Isto escrevi e foi publicado nas páginas deste jornal, no dia 12 de abril de 2012.

Um avião desaparece e apesar dos rastos que foi deixando durante horas - a ser verdade o que nos dizem! - ninguém é capaz de decifrar o enigma, mais de uma semana depois. E, pelo menos para mim, fica no ar a sensação de que todos omitem muito do que sabem. Então os Estados Unidos da América que tudo vêm e escutam através dos seus satélites e afins, só sabem o que dizem? E o go-verno malaio que desde o início parece estar a sonegar informação, diz tudo o que sabe? Não terá o incremento do fun-damentalismo religioso no país nada a

No meio de tantas dúvidas, duas terríveis certezas me incomodam. Uma a consciência do sofrimento das vítimas e do sofrimento, da angústia e da ânsia por notícias por parte dos seus entes queridos; a incerteza é a pior das torturas. Outra a da absoluta desumanidade dos responsáveis pelo tresloucado ato

manipulação da informação), sem possi-bilidade alguma de entender (sequer) os fenómenos que nos rodeiam, o que torna muito difícil qualquer mudança do estado caótico a que chegamos.

Contudo, no meio de tantas dúvidas, duas terríveis certezas me incomodam. Uma a consciência do sofrimento das vítimas e do sofrimento, da angústia e da ânsia por notícias por parte dos seus entes queridos; a incerteza é a pior das torturas. Outra a da absoluta desumanidade dos responsáveis pelo tresloucado ato. Nada, nenhuma cau-sa, nenhuma disputa, nenhuma religião, nenhuma reivindicação política, por mais justas que sejam, justificam o sacrifício de inocentes, seja lá onde for.

Depois de tantos dias de ar cinzento, hoje o sol, ainda que tímido, deu um ar da sua graça. Um raio de esperança em dias melhores. Por isso venci o desalento e es-crevi. O sol é afrodisíaco, convida ao amor.

Este artigo é escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

MOR

GAN

FREE

MAN

EM

INVI

CTUS

A DESCOBERTAcartoonpor Stephff

ver com isto? E o próprio governo chinês que veio afirmar peremptoriamente que nenhum dos passageiros chineses a bordo tem ligações ao terrorismo, também não saberá algo mais?

Mil dúvidas me ocorrem, todas elas sem resposta. E isso deixa-me angustiado ao pensar no mundo em que vivemos e na impotência em que os poderosos nos colocam (designadamente através da

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hoje macau quarta-feira 19.3.2014

Rota das Letras Pacheco Pereira não vemO Festival Literário de Macau – Rota das Letras informou, ontem, que José Pacheco Pereira não estará presente em Macau para a terceira edição do evento. De acordo com a organização, o autor cancelou a vinda por motivos de ordem pessoal. As sessões nas quais estava prevista a presença de Pacheco Pereira serão naturalmente reajustadas, refere ainda a organização do festival que anunciará em breve as alterações ao programa.

O S Rolling Stones can-celaram hoje o primeiro concerto da digressão

australiana após a notícia da morte da companheira do vocalista do grupo Mick Jagger, informou o promotor da tournée. “Não temos mais informações de momento. Os portadores de bilhetes devem mantê-los até nova indicação”, disse a Frontier Touring, em comunicado.

Os Rolling Stones aterraram na segunda-feira num avião par-ticular em Perth, na costa oeste da Austrália, onde deveriam actuar na quarta-feira, mas o concerto foi cancelado depois de a estilista norte-americana L’Wren Scott ter sido encon-trada morta no seu apartamento em Nova Iorque.

O porta-voz do músico britânico afirmou na segunda--feira que Mick Jagger ficou “completamente chocado e devastado” com a notícia da morte da namorada de 49 anos.

A notícia do falecimento de L’Wren Scott levou também

uma das filhas de Jagger, a mo-delo britânica Georgia May, a cancelar hoje uma apresentação num evento de moda na cidade australiana de Melbourne para seguir para Nova Iorque.

A comunicação social norte--americana avançou que a esti-lista e ex-modelo foi encontrada em casa com um lenço à volta do pescoço.

L’Wren Scott namorava com Mick Jagger desde 2001, após a separação do cantor da também ex-modelo Jerry Hall.

De acordo com os media norte-americanos, não foi en-contrado nenhum bilhete no apartamento da estilista.

Os Rolling Stones actuaram este mês em Macau e Xangai entre outras cidades contempla-das pela tournée “14 On Fire”.

Com início previsto em Perth, a tournée na Austrália contemplava também as cidades de Adelaide, Sidney, Melbour-ne, Brisbane, seguindo depois para a cidade neozelandesa de Auckland.

ROLLING STONES CONCERTO CANCELADO APÓS MORTE DE NAMORADA DE MICK JAGGER

L’Wren Scott devasta cantor

Morreu Medeiros FerreiraO historiador e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros José Medeiros Ferreira morreu esta terça-feira, aos 72 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. Segundo fonte do hospital, Medeiros Ferreira faleceu pelas 8h45 desta terça-feira. Medeiros Ferreira foi o ministro dos Negócios Estrangeiros que laborou no processo de adesão de Portugal à Comunidade Europeia.