hoje macau 13 out 2011 #2471

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 24 MAX 28 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 13 DE OUTUBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2471

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Ter para ler

Violações

O TRISTE FARDODE SER UMA

TURISTA CHINESA• Página 7

Meio ambiente

LIXEIRASESCONDIDAS

NOS SUBÚRBIOSDE PEQUIM

• Centrais

Fórum Macau

MUITAS AMBIÇÕESPOR DETRÁSDA VERTENTE ECONÓMICA

• Página 6

Patrick Chu, do Novo Macau,diz que Governo não querdesenvolver sistema político

Deixarcomo estáparaproteger interessesPatrick Chu, membro da direcção da Associação Novo Macau Democrático, afirma que o Executivo não está para se chatear em mudar o sistema político. Avançar para uma reforma seria, segundo o também académico, uma ameaça aos muitos interesses do Governo. > PÁGINAS 4 E 5

QUINTA-FEIRA 13.10.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

Senado dos EUA aprova lei que castiga China por desvalorizar moeda

A arte da leiO Senado americano aprovou a legislação que poderá provocar uma guerra comercial entre a China e o EUA

O Senado america-no aprovou nesta terça-feira, com 63 votos a favor e

35 contra, um projecto de lei com o objectivo de aumentar a pressão sobre a China para o yuan seja valorizado.

A proposta dá aos Esta-dos Unidos o poder de impor taxas maiores a produtos importados de países que subsidiam as suas exporta-ções ao manter as moedas desvalorizadas, como forma de compensar a perda de competitividade dos produ-tos americanos decorrentes desse artifício.

O governo americano costuma acusar a China de manter a sua moeda, o yuan, artificialmente des-valorizada, o que daria uma vantagem “injusta” às suas exportações, já que os seus produtos ficam mais baratos do que os de países que não recorrem à medida.

A aprovação no Senado decorreu entre manifesta-ções contrárias à proposta

EM reacção ao projecto de lei aprovado na noite desta terça-

-feira pelo Senado dos EUA – que penaliza Pequim por supostamente manipular o yuan – o MNE da China disse que a legislação “viola gravemente as regras da Organi-zação Mundial do Comércio”. Ma Zhaoxu, porta-voz da chancelaria chinesa, sublinhou que “a China exorta o governo dos EUA, o Congresso e todas as partes para se oporem radicalmente ao uso de leis domésticas para criar tumulto e pressionar a taxa de câmbio do yuan”. “É uma distorção grave das regras (da Organização Mundial do Comércio), que não vai resolver

por parte do governo chinês e da oposição republicana e temores da própria Casa Branca de que a medida, caso seja implementada, provoque uma “guerra

comercial” com a segunda maior economia do mundo.

DEMOCRATAS VS. OBAMAOs senadores, de maioria democrata, aprovaram este

texto por 63 votos contra 35. Mas na Câmara dos Representantes os chefes da maioria republicana temem uma guerra comercial com Pequim. O seu líder, John

Boehner, rejeita a legislação “perigosa”. “Isso pode criar uma guerra comercial. E uma guerra comercial, dada à incerteza económica aqui e no mundo, é simplesmente muito perigosa”, disse re-centemente Boehner.

Os que se opõem às sanções contra a China ar-gumentam que existe o risco de declarar advertem que uma eventual apreciação do yuan impulsionará o sector manufatureiro, o que criaria empregos em países como o Vietname e a Malásia, mas não nos Estados Unidos.

Além disso, os opositores dizem que as penalidades aumentariam o custo das matérias-primas e produtos industriais da China, o que traria mais danos do que benefícios para as empresas e famílias americanas.

O presidente Barack Obama não apoia a inicia-tiva dos senadores do seu partido. A Casa Branca está preocupada com as “obri-gações internacionais” dos Estados Unidos na Organi-zação Mundial de Comércio (OMC). Mas, na semana passada, o presidente acu-sou a China de “falsear” as trocas comerciais mundiais ao intervir para fazer cair o valor do yuan.

LEI DE FUTUROAINDA INCERTOPor isso, o futuro da lei é incerto. A proposta passou para a Câmara dos Repre-

sentantes, que é controlada pelo Partido Republica-no. Líderes do partido da oposição já manifestaram críticas à medida e querem uma posição formal da Casa Branca sobre o assunto antes de avançar com a proposta.

Muitos nos Estados Uni-dos dizem que a manipu-lação da moeda chinesa é responsável pela perda de empregos. Segundo a secre-tária de Estado americana, Hillary Clinton, a lei reflete uma “grande frustração” do povo americano. O desem-prego é um dos principais problemas dos Estados Unidos. Há mais de dois anos a taxa de desemprego americana permanece em torno de 9%, patamar con-siderado alto pelo próprio governo. O crescimento da economia americana tem sido mais lento do que o esperado e insuficiente para reverter o problema.

A frustração dos ameri-canos também é dirigida ao crescente défice na balança comercial com a China. No ano passado, os Estados Uni-dos amargaram um défice de US$ 273 mil milhões com o parceiro asiático. No entan-to, empresas americanas temem que a lei possa provo-car retaliações dos chineses contra produtos dos Estados Unidos. A mera discussão do projecto, na semana passada, já irritara o governo chinês, que classificou a medida de “proteccionista”.

PEQUIM | BOMBA-RELÓGIO QUE PODE DETONAR GUERRA COMERCIAL

“Grave violação das regras da OMC”“O Senado americano criou uma

verdadeira bomba-relógio capaz de provocar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo”, escreveu a agência oficial Xinhua. “Como no passado, o Sena-do optou pelo remédio equivocado para curar um problema económico crónico” nos EUA, afirmou a agência, em referência ao superavit comercial chinês com os Estados Unidos. Os senadores americanos “fazem da China um bode expiatório dos pro-blemas internos do país antes das eleições presidenciais do próximo ano”, denuncia a agência.

O Banco da China usou um tom semelhante ao Ministério e advertiu que a medida pode minar os esforços para tornar o regime cambial chinês mais flexível, uma meta política do governo para manter o seu ritmo próprio, com avanço gradual.

os problemas da economia e do desemprego” nos Estados Unidos, mas que “bloqueará os esforços em prol de uma forte recuperação no mundo”. Pequim “insiste que os Estados Unidos abandonem o pro-tecionismo e parem de pressionar a China mediante sua legislação interna”, acrescentou o chanceler.

“É uma distorção grave das regras (da Organização Mundial do Comércio), que não vai resolver os problemas da economia e do desemprego” nos Estados Unidos, mas que “bloqueará os esforços em prol de uma forte recuperação no mundo”, diz por seu lado no site do MNE chinês.


3www.hojemacau.com.mo

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Maria João [email protected]

SÃO 630 cidades de 67 países chamados a par-

ticipar naquele que vai ser o primeiro movimento in-ternacional dos Indignados. “Unidos vamos reinventar o mundo”, diz a mensagem escolhida como slogan.

A mudança já começou e no próximo dia 15 de Outubro quer mostrar-se a dimensão internacional e o apoio alcançado com este movimento. Mas ninguém sabe quantas pessoas vão sair à rua, porque se trata da primeira vez que o mundo todo vai estar unido nas praças das suas respectivas cidades e a partilhar várias reivindicações. América, África, Europa, Ásia e Oce-ânia, cinco continentes que têm o mesmo dia na agenda.

O mapa-mundo dispo-nível na Internet mostra onde está certo que vai haver manifestações. Num

PEQUIM QUER CONTROLAR SIMPATIAS COM OS INDIGNADOS NO MUNDO

Manifestações sim, mas fora da Chinaprojecto que tem vindo a ser divulgado sobretudo pelas redes sociais, o maior número de manifestações está previsto para as cidades americanas e europeias. E a China continental aparece em branco.

Censurada habitualmen-te a página do Facebook e do Twitter, o Governo Central decidiu proibir também o acesso à página oficial do movimento de 15 de Outu-bro. A página está censurada quando a entrada é feita atra-vés da China continental.

Depois de na semana passada várias pessoas te-rem saído à rua na cidade de Zhengzhou em solidarie-dade com os americanos que ocuparam Wall Street, pare-ce não haver na China mais espaço para manifestações.

Pelas fotografias tiradas em Zhengzhou, o grupo que saiu à rua teria entre 40 e 70 anos e usava tiras vermelhas nos braços, à semelhança dos guardas de bairro de

www. iacm.gov.mo

Considerandoquenãoserevelapossívelnotificarosinteressados,pessoalmente,porofícioououtraforma,nos termos dos artigos 10.º, 58.º e do n.º 2 do artigo 72º do C.P.A., aprovado pelo D.L. n.º 57/99/M, relativamente aosactosilícitosde“exploraçãosemlicençadaactivi-dadedevendilhões”,exaradosnosautosdenotícias,constantesda listaabaixodiscriminada,notificam-seosindivíduosabaixoindicadosdoseguinte: ApósinvestigaçãodoIACMeconfirmaçãoporpro-vasbastantes,osindivíduosabaixoindicadosinfringiramos n.os1e7doartigo3.ºda“PosturadosVendilhões,ArtesãoseAdelosdaCidadedeMacau”,de1deJunhode1987,en.º4doartigo10.ºdo“CódigodePosturasMunicipaisdoConcelhodasIlhas”,de6deFevereirode1974,peloqueasignatária,nousodascompetênciasconferidaspeloDespachon.º01/VPC/2010,publicadonoBoletimOficialdaRAEMn.°14,IISérie,de7deAbril, e peloDespachon.° 01/VPD/2011, publicadonoBoletimOficialdaRAEMn.°4,IISérie,de26deJaneiro,osnotificadequelhesépresentearespectivaacusação. Os interessados podem apresentar a sua defesa porescrito,noprazode10dias,acontardapublicaçãodo presente aviso, nos termos do n.º 1 do artigo 94º do C.P.A. Caso um interessado não apresente defesa por escritodentrodoprazoreferido,oIACMpoderátomaradecisão sancionatórianos termosda legislaçãoemvigor. Paramais informações, incluindoaconsultadoprocesso,queiraligar,duranteashorasdeexpediente,paraaDivisãodeVendilhões,atravésdotelefonen.º85986852. Macau,aos30deSetembrode2011.

Notificação

Acusação, por exploração sem licença da actividade de vendilhão, contra os

respectivos infractores

AChefedosServiçosdeInspecçãoeSanidadeUngSauHong

Nome Nº do documento de identificação N.º do auto de notícia Data da prática

do acto ilícito Nome Nº do documento de identificação

N.º do auto de notícia

Data da prática do acto ilícito

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toda a China. Um detalhe que levou muitos a dizer que o próprio Governo da capital de Henan teria orga-nizado a manifestação. Mas se manifestar-se contra as

desigualdades nos Estados Unidos parece ter sido aceite até determinado ponto, o debate sobre a ordem actual do mundo foi censurado da conversa nos fóruns.

Desde a primavera árabe que o Governo chinês come-çou a mostrar nervosismo em relação a aglomerados de pessoas. Um boato de mani-festações marcadas para os domingos em Março e Abril levou milhares de polícias às ruas em Pequim e Xangai. Os jornalistas foram proibidos de ir às ruas onde deveriam decorrer os encontros. De-pois de uns meses de maior policiamento, tudo parece ter voltado à calma. Só que não há espaço para relaxar.

As críticas aos Estados Unidos em Zhengzhou tiveram um sabor de mani-festação mas sobretudo dum acertar de contas com o país que mais sombra faz à China. E as mensagens que circula-ram foram controladas.

Para o próximo sábado, a surpresa vai ser ver muitas cidades mundiais encherem--se de gente a entoar slogans contra a ordem estabelecida. Para Pequim, a China está fora deste movimento.

São os fogos da cidade e das serras. É o lume que nem serve para aquecer as almas do desalento por tanta falta de organização governamental em defesa da segurança das populações. Quem sabe, se não serão ainda os males da civilização de que nos falou o Eça no outono da sua vida. Carlos M. Cordeiro, P.15


4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Joana [email protected]

Como podemos caracterizar o desenvolvimento político em Macau? Por agora, não há desenvolvimento. Ele está parado, porque o Governo não quer evoluir Macau em termos políticos, na democracia. Por exemplo, não quer elevar o número de deputados directos.Mas há uma necessidade de avançar com esse desenvolvimento político?Se tivermos em conta o que diz

Patrick Chu | Especialista em desenvolvimento político, presidente da assembleia do

“O desenvolvimento político deve seguir o

a Lei Básica, o sistema político deveria mostrar progressos, mesmo que lentamente. Principalmente no que diz respeito à democracia. E isso é preciso, embora o Governo diga que não consegue alcançar consenso. A verdade é que o Executivo não está disposto a fazer nada nessa matéria.Em algum momento aconteceu existir desenvolvimento do sistema político? Depois da transferência, Macau agiu um pouco de acordo com a Lei Básica, implementando, em 2001, mais dois lugares para

deputados eleitos pela população. Mas isso aconteceu porque a Lei Básica especificou que isso tinha de acontecer em 2001, tal como em 2005, deveria haver também mais cinco lugares para deputados eleitos dessa forma. Além disso, o Governo não está disposto a fazer nada mais. Mas a Lei Básica também afirma que tem de haver progresso no sistema político. Por que não há?De acordo com a lei, depois de 2009 o Executivo teria de apresentar desenvolvimento “de acordo com o consenso da

população de Macau”. Eles [o Executivo] dizem que não o há. Fala-se muito do “consenso” entre a população. Isso pode realmente acontecer?

O Governo ainda não fez nada para que isso aconteça: seminários, consultas públicas... A secretária para os Assuntos da Administração e Justiça afirma sempre que nunca recebe comentários acerca deste assunto por parte da população. E isso é verdade? As pessoas de Macau não estão mesmo preparadas para que haja uma evolução no sistema?Se tivermos em conta diversos estudos feitos pelas universidades ou pelo próprio Governo, há cada vez mais pessoas que dizem que gostariam de ter uma eleição para o cargo de Chefe do Executivo e para o Governo. Por isso, podemos dizer que sim. As pessoas de Macau são mais educadas, têm mais formação actualmente. Por isso o desenvolvimento político de Macau deveria seguir o desenvolvimento económico que a região tem. E porque não acontece isso?O Governo quer evitar a eleição dos deputados por via directa para proteger os seus próprios direitos. Eu penso que os deputados eleitos pelo Executivo preferem escolher quem será sucessor ao seu lugar, que será alguém do mesmo seio de actuação do que ele. Se os deputados eleitos pelo Governo não fossem escolhidos pelo Governo mas pela população, eles ainda estariam na AL?Haveria mais eleitos, o que seria bom. Se eles se mantinham lá, não sei. Na próxima eleição, em 2013, deveria haver mais lugares para os eleitos. Ainda que tenha havido um crescimento dos lugares dos que são votados pela população, os escolhidos pelo Executivo não deviam passar dos 50%. Porquê?Em Hong Kong, o limite é 50%. O Governo Central não quer que o desenvolvimento político de Macau seja mais rápido do que o da RAEHK, porque isto encorajaria a população de Hong Kong a pedir mais eleições directas. Comparando as duas regiões, as pessoas de Hong Kong estão mais dispostas a lutar pelos seus direitos e pela democracia?

“Se tivermos em conta o que diz a Lei Básica, o sistema político deveria mostrar progressos, mesmo que lentamente. Principalmente no que diz respeito à democracia”

HOJE

MAC

AUO desenvolvimento político em Macau está estagnado desde 2001. Quem o diz é Patrick Chu, docente da Universidade de Macau e presidente da assembleia da Associação Novo Macau Democrático. Se a RAEM foi pioneira, e com grande avanço sobre Hong Kong, a permitir eleições dos deputados da Assembleia Legislativa, o sistema político do território corre, agora, o risco de ficar atrás da região vizinha. Ainda que formada, a população de Macau mantém o estigma de ser mera seguidora. Por isso, a democracia por cá, diz o académico, faz-se a ‘part-time’


5www.hojemacau.com.moCHUI SAI ON VAI À FEIRA DE CANTÃO

O líder do Governo da RAEM, juntamente com uma delegação com mais de dez membros, parte amanhã para Cantão para assistir à cerimónia de abertura da 110.ª Feira de Importação e Exportação da China. Além do evento oficial, Chui Sai On vai ainda encontrar-se com responsáveis do Ministério do Comércio da China. O regresso acontece já amanhã. Enquanto o Chefe estiver fora, Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, assume a responsabilidade da RAEM.

Patrick Chu | Especialista em desenvolvimento político, presidente da assembleia do

“O desenvolvimento político deve seguir oNovo Macau

desenvolvimento económico”A vontade é a mesma. Só que Hong Kong é uma sociedade mais aberta e mais pessoas se juntam para demonstrar o que querem mudar na sociedade. Macau é fechado, muitas pessoas trabalham no Governo, nos casinos ou indústria turística. Têm o desejo, mas não o demonstram porque não querem perder o emprego.Tirando as pessoas que trabalham nesses sectores, há gente suficiente para lutar por um Macau mais democrático?Sim, e podemos encontrar isso

gastos rios de dinheiro com os serviços de transportes públicos. Ainda assim, os serviços não são bons ainda. Os autocarros não melhoram os serviços, não se preocupam com o ambiente. Há demasiados interesses financeiros que se intrometem quando os serviços são públicos. A segunda ronda de cheques para a população não pode ser considerada uma medida positiva?O problema é o monopólio dos produtos importados e vendidos em Macau, especialmente a carne. Só há uma empresa de onde vem esse tipo de produto, o mercado não é aberto e a inflação obriga a que as coisas fiquem mais caras. Não são mais cheques que resolvem a questão. Além de que são apenas entre 1800 a 3000 patacas. A maior razão para que se dê este dinheiro à população é porque Hong Kong também o fez, mas 6000 de uma vez. Macau, no ano passado, só deu 4000 – o Governo da RAEM não quer que a população de Macau veja que o Governo da RAEHK dá mais dinheiro, porque tem medo do que as pessoas possam dizer na Internet. Macau corre sempre atrás do vizinho? Um pouco. Ainda que, por exemplo, este subsídio fomos nós que o demos primeiro. Mas depois o de Hong Kong aumentou e o nosso não quis ficar para trás e fez o mesmo. Se o mercado, como falou há pouco, fosse mais aberto, as consequências da inflação seriam menos drásticas? Sim. A inflação é medida através de muitos factores, onde se inclui o índice dos preços ao consumidor, que, por sua vez, se calcula através da comida e dos transportes. Em Macau, essas duas áreas são um monopólio. Mesmo sendo de preço baixo, quem importa estes serviços pratica o preço que quer.A nível da qualidade do serviço executivo, qual das regiões é melhor?Em Hong Kong é melhor. Aqui, a capacidade de quem desempenha serviços oficiais não é alta. Se os que estão

no topo têm muito pouca habilidade para desempenhar a sua função, não vão contratar pessoas melhor do que eles. E isso faz com que se tenham de contratar mais pessoas para fazerem o mesmo trabalho. Daí, o número de funcionários do Governo estar continuamente a aumentar.De que habilidades estamos a falar? Formação? Eles têm formação, mas pouca habilidade. E mais, se há quem tenha mais habilidade do que o seu superior não o demonstra, finge que não a tem. E as pessoas de Macau? São menos hábeis do que as de Hong Kong?

A educação é equiparável, mas o facto de as pessoas saberem que isto é um lugar pequeno, onde toda a gente se conhece e onde os empregos se mantêm semelhantes, fá-las pensar que não há mais desenvolvimento na carreira. Estão neste momento muitas leis em fase de revisão. É mesmo necessário este procedimento? É, mas estão a ser feitos demasiados diplomas ao mesmo tempo. E o Governo está a precisar de muito tempo para elaborar legislações. Porque pensa que acontece essa demora?O grande problema em Macau é a falta de pessoal formado

em direito e áreas do executivo e habilitados a saber sobre o sistema legal português e o seu sentido em chinês. Alguns deles não são muito bons na língua portuguesa. Precisamos de mais leis em Macau em algum aspecto?As leis são suficientes. Faltam pessoas para aplicá-las. Consegue dar-nos aspectos positivos na Administração da RAEM?A riqueza e o desenvolvimento económico. E, apesar de tudo, mais demonstração de desejo de fornecer casas mais baratas para a população. O Governo deveria alocar mais dinheiro em outras áreas mais específicas do que onde gasta orçamento actualmente?Sim, mais na educação. Para contratar mais professores, melhorar o ensino e a capacidade de comunicação em inglês dos estudantes, aumentar resultados na educação. Como pode existir democracia em Macau?Há três coisas que precisam de ser feitas: eleições do Chefe do Executivo em 2019 com mais transparência no Conselho de Eleição, aumentar o número de deputados eleitos e implementar um conselho distrital como tem a RAEHK. Mas Macau não é pequeno para isso?Um apenas bastava, desde que a eleição fosse separada da única que existe agora para os deputados. Isso não é bom para o desenvolvimento da política e é desafiante, porque os mais novos que se interessem podem ser candidatos. O Governo Central é que manda em Macau?Não está disposto a interferir nas decisões de Macau, mas está mais confortável com a forma como se está a desenvolver, ou não se está a desenvolver, o sistema político de Macau. Porque é mais seguro do que Hong Kong. Podemos dizer que vivemos numa democracia agora?Vivemos numa democracia a meio gás. Só temos metade dela, uma parte. Não uma democracia a tempo inteiro. O desenvolvimento democrático de Macau não deve ser deixado para trás relativamente ao de Hong Kong. As pessoas de Macau são mais formadas, podemos ver na história que Macau teve eleições de deputados sete anos antes da RAEHK, em 1984. Porquê ficar atrás agora?

“Os jovens percebem de política, mas o facto de Macau ser uma sociedade muito fechada não lhes permite que demonstrem os seus desejos tão abertamente, sob pena de serem mal interpretados”

“O Governo quer evitar a eleição dos deputados por via directa para proteger os seus próprios direitos”

na Internet. Há pessoas muito activas em mostrar as suas vontades, mas na web. No mundo real elas não o fazem.Fala com os seus alunos sobre política?Depois das aulas apenas, porque esse é um dos compromissos do nosso contrato como docente, não podemos apresentar as nossas escolhas políticas ou religiosas. Quando fala com eles, depois das aulas, sente que eles sabem do que falam?Sabem. Em Macau, os estudantes conseguem aceder à Internet sem restrições e têm acesso mais facilitados aos média de Hong Kong e a outro tipo de informação.Eles compreendem o sistema político ou apresentam muitas dúvidas?Eles percebem, mas, como já referi, o facto de Macau ser uma sociedade muito fechada não lhes permite que demonstrem os seus desejos tão abertamente, sob pena de serem mal interpretados. Mesmo consigo, em conversa?Mesmo comigo. Políticas positivas e negativas no sistema de Macau? Por exemplo, no que respeita aos direitos da população?Sinceramente, não consigo recordar-me de nenhuma medida positiva. Mas há coisas a apontar, por exemplo são


6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Gonçalo Lobo [email protected]

MAIS do que o aspecto económico-comercial, o Fórum Macau é um instrumento político

para a China. Quem o disse foi Carmen Mendes, professora do de-partamento de Relações Internacio-nais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, ontem durante a palestra “A transferência de Macau – um caso de retrocesso e não descolonização: implicações para a Região Administrativa Es-pecial”. “A China criou algo no seu território que consegue controlar, tudo em prol do multilateralismo lucrativo”, justificou a académica.

Já sabe que Macau é o elo de ligação da China com os países de Língua Portuguesa e Carmen Mendes assume o mesmo diapasão. “Existem relações com a União Europeia mas, decididamente, o papel de Macau está reservado aos países de Língua Portuguesa, pois a China quer que o território seja um importante elo para a sua política externa.”

E o mesmo se passa com Hong Kong, a quem a China reservou o

Virginia [email protected]

A polémica em torno das condições singulares em

que operam os táxis sempre que é dado o alerta de tufão ganhou um novo capítulo quando a Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau (ACOAM) veio sugerir uma medida radical: impedir que os taxistas trabalhem perante o sinal 8, não só para acabar com a controversa prática da cobrança das viagens exage-radamente acima do valor do taxímetro, mas também por uma questão de segurança.

Leng Sai Hou, presidente da ACOAM, esteve reunido com empresas de seguros


VOLTOU ao tribunal o recurso da decisão do

Chefe do Executivo que excluiu uma empresa ao concurso internacional para a gestão da ETAR de Macau e, desta vez, foi-lhe dado provimento.

O Tribunal de Última Instância (TUI) decidiu dar razão à empresa recorrente, alegando que a Comissão de Abertura de Propostas foi quem violou um decreto-lei e tornou “desproporcional” a exclusão da candidatura, devido a um aspecto “me-ramente formal”.

Em Julho deste ano, um acórdão divulgado pelo

mesmo tribunal confirmou a decisão do Governo de apenas aceitar dois dos sete concorrentes. A falta de do-cumentos “essenciais” foi a justificação para a decisão de se retirar da corrida a recorrente.

Mesmo depois de recor-rer à comissão e ao Chefe do Executivo, a Waterleau Group – a recorrente – viu ser-lhe sempre negado pro-vimento ao recurso.

Ontem, o TUI publicou um acórdão onde considera que o erro foi da Comissão de Abertura de Propostas, que terá violado um regu-lamento. A falta de “um documento” não poderá ser utilizada como justi-ficação, uma vez que na

verdade não faltava um documento, mas sim a sua actualização.

Além disso, critica ain-da o tribunal, era des-necessária a exclusão de mais uma concorrente, impedindo que o interesse público fosse beneficiado pela falta de escolhas, já que a comissão não estava encarregue de avaliar o mérito da proposta, mas sim de constatar se todos os documentos estavam em ordem, que “estavam”, assina o acórdão.

Ainda que da primeira vez o tribunal não tenha reconhecido prejuízos à empresa excluída, o acór-dão de ontem frisa esse problema.

Estatuto diferenciado de Macau e Hong Kong é “útil” a Pequim, diz académica

Fórum Macau, um instrumento político

ASSOCIAÇÃO NÃO QUER TÁXIS A OPERAR EM DIA DE TUFÃO

Acabar com os abusosETAR | EMPRESA EXCLUÍDA GANHA RECURSO AO GOVERNO

TUI fala em aspecto formalpara tratar da questão dos acidentes ocorridos duran-te tufões. A verdade é que, sejam ou não cobertos por seguros, as condições sob as quais operam os taxistas em dia de tufão são inaceitáveis,

considera o responsável, in-dependentemente do valor dos prémios ou dos tipos de seguro envolvidos.

Devido à falta de seguran-ça, quer para os condutores, quer para os passageiros, Leng discorda de que os taxistas possam trabalhar mediante o sinal de alerta de nível 8, e recomenda aos proprietários dos táxis que acrescentem nos contratos com os motoristas a exclusão do aluguer das viaturas nos dias de tufão.

Além disso, o presidente da ACOAM sugere que o Governo reforce o trabalho de combate ao alastrar do comportamento da cobrança extraordinária, aumentando a fiscalização.

papel de “elo financeiro” com o mundo. “Há uma clara definição da estratégia da China quando mantêm o estatuto diferenciado de Macau e Hong Kong. O primeiro assumirá a ligação aos países de Língua Por-tuguesa e o segundo com um papel primordial na área financeira.”

É claro o interesse da China

em manter o carácter especial nas duas Regiões Administrativas até porque a máxima “um país, dois sistemas” tem dado os seus frutos. “É uma fórmula de sucesso e Pequim quer mostrar que é um parceiro responsável, respeitando as normas vigentes e mostrando a Taiwan que a reunificação pode ser

possível”, defendeu a académica.Apesar disso, Carmen Mendes

não faz previsões para o futuro. Mesmo que agora a estratégia seja esta, em 2049, no caso de Macau, e em 2047, no caso de Hong Kong, “as duas regiões podem passar a desempenhar funções completa-mente diferentes”. “Já se sabe que a China tem o seu discurso muito bem estudado. Agora é assim, depois logo se verá.”

RETROCESSO E NÃO DESCOLONIZAÇÃOA académica tem a sua teoria muito bem definida. Para Carmen Mendes, Macau “não ocorre em nenhum caso de descolonização”, embora Portugal sempre fez questão de encerrar a temática da colonização com a entrega definitiva do território, o último do Império.

“A China sempre se recusou a ver Macau e Hong Kong como colónias. Portugueses e britâni-cos também sempre trataram os territórios como casos especiais, principalmente nos últimos anos antes das entregas. Apesar de serem zonas separadas da China, nunca houve uma discussão que

apontasse à autodeterminação – como designa as Nações Unidas, e nem tão pouco os seus habitantes foram ditos ou achados se que-riam a independência”, explicou Carmen Mendes.

“O papel que a China dá às Regiões Administrativas Especiais é único à luz do direito internacio-nal. Em Hong Kong não é tanto preciso mas são visíveis os apelos do Governo Central a uma postura mais activa por parte do Governo de Macau”, referiu a académica.

Seja como for, a RAEM tem o seu papel bem delineado. O seu estatuto especial permite um certo grau de autonomia, aos nível dos três poderes – executivo, judicial e legislativo – e garante, acima de tudo, à China uma dimensão económica e político-cultural como a que tem tido em África ou como quer ter no Brasil.

Com a preservação do modo de vida e do sistema capitalista, a China pretende que Macau conti-nue a ser uma cidade de imagem internacional, onde “o legado histórico é a ponte entre Ocidente e Oriente”, e onde a economia do território, muito à base do jogo, se diversifique cada vez mais.

Carmen Mendes



AS últimas estatísticas do trabalho ilegal em

Macau foram anunciadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que também re-velou os números relati-vamente às penalizações administrativas a aplicar aos infractores. As sanções são vistas pela sociedade como muito leves, mas Shuen Ka Hung, director da DSAL, considera que não se pode medir o combate só pelo valor das multas aplicadas, até porque as sanções devem incluir o julgamento em tribunal e não apenas o pagamento de coimas.

Os números anuncia-dos pela DSAL dão que pensar: o combate à uti-lização de mão-de-obra clandestina descobriu, de Janeiro a Julho, mais de 400 pessoas envolvidas, com penalizações totais a ascenderem a mais de 7,6 milhões de patacas.

Muitos consideram que as multas aplicadas não são suficientemente pesadas para terem um verdadeiro


LAU Si Io foi ontem visitar o local onde serão construídas as futuras habitações

públicas de Seac Pai Van. O secretário para as Obras Públicas e Transportes aproveitou o momento para falar aos jornalistas sobre os recentes comentários acerca dos preços das fracções do novo Bairro do Hipódromo.

“Do ponto de vista do comprador, quanto mais baixo o preço, melhor”, disse Lau Si Io. “Mas nós tivemos em conta factores como a capacidade financeira dos candidatos para procedermos à avaliação”, acrescentou.

O secretário garante que os preços dos novos edifícios da Alameda da Tranquilidade – que vão das 500 mil 1 1,5 milhão de pata-

Virginia [email protected]

OS casos de abusos sexuais a mulhe-res têm aumenta-do em Macau. Os

últimos números chamaram a atenção da Associação Geral das Mulheres de Ma-cau (AGMM), até por um dado curioso: a quantidade de vezes em que a vítima é uma cidadã da China Continental em visita de turismo. A associação quer que o Governo aposte mais na promoção dos serviços de apoio à vítima.

Além das agressões físi-cas, as vítimas desse tipo de crimes ficam sujeitas a uma enorme pressão psicológica, observam responsáveis do centro de acção social da AGMM, citadas pelo jornal “Ou Mun”. No caso das turistas, o facto de estarem fora da sua terra de origem,

DSAL | PENALIZAÇÕES AO TRABALHO ILEGAL NÃO SÃO LEVES

A mão continua pesadaLAU SI IO DESDRAMATIZA CUSTO DAS HABITAÇÕES PÚBLICAS

Longe dos preços do privado

Associação das Mulheres preocupada com abusos sexuais a turistas

Porque são violadas as chinesas?sem familiares ou amigos por perto a quem pedir aju-da, deixa-as especialmente desamparadas perante essa tipo de incidente. Em Ma-cau, nota a AGMM, não existe uma organização especial para prestar apoio e acompanhamento à ques-tão da violência sexual, pelo que a associação se coloca à disposição para re-alizar qualquer intervenção possível, aconselhamento psicológico e serviços de assistência para ajudar as vítimas a ultrapassarem o sucedido.

A AGMM espera que o Governo possa aprender com as falhas existentes

actualmente de forma a rever o presente mecanis-mo de apoio aos turistas, com especial cuidado no serviço especializado na

assistência às mulheres. A promoção da informa-ção útil junto dos turistas foi também considerada essencial e uma das áreas

cas - não se equiparam aos dos praticados no mercado privado, mas que é necessário estabelecer preço.

Lau Si Io referiu que não há qualquer intenção do Governo em lucrar com as novas fracções e que, pelo contrário, “as receitas [das habitações] serão reaproveitadas em cada cidadão”.

Assim que os candidatos tomarem a de-cisão de comprar casa, o Governo, garante o secretário, vai apoiar os residentes. Estreitar a comunicação com as entidades bancárias para que estas aumentem os prazos para a amortização e facilitem os primeiros emprés-timos são algumas das técnicas do Executivo.

Ainda que os preços das habitações es-tejam dentro dos limites mínimo e máximos definidos pela Lei de Habitação Económica e tenham sido calculados “por três empresas profissionais”, os candidatos dizem não conseguir perceber o valor elevado dos apartamentos. Ontem, o secretário voltou a relembrar que os cálculos foram feitos de acordo com a capacidade aquisitiva dos candidatos.

O lote do Seac Pai Van vai oferecer mais de 8000 fracções e locais recreativos. Este valor representa pouco menosda metade das habitações públicas prometidas pelo Governo até ao fim de 2012.

Sem muito para ver, senão algumas gruas identificadas com as tipologias dos apartamentos que vão nascer no local, e com alguma pressa, Lau Si Io deixou no papel as perguntas dos jornalistas portugueses.

efeito dissuasor. Shueng Ka Hung contrapõe que existem várias ameaças a pairar sobre as cabeças das pessoas que optam por recorrer ao trabalho ilegal e que, quando os casos envolvem áreas de gestão da DSAL, os envolvidos são também punidos com sanções administrativas.

A razão porque vigora na sociedade a ideia de que as penalizações são muito leves, explicou, é que, além

de os trabalhadores ilegais serem punidos com coi-mas administrativas pela DSAL, os casos têm de ir a julgamento para apurar os seus atributos criminais. Se a sentença ditar uma pena inferior a dois anos de pri-são, pode haver lugar à sua substituição por coimas.

Sobre a eficiência do combate ao trabalho ile-gal, o responsável afirma apenas que as opiniões divergem. - V.L.

em que as autoridades deveriam apostar.

Dados revelados pelo Gabinete do Secretário para a Segurança ao Hoje Macau

indicam que de 2009 para 2010 os casos aumentaram em mais de 60%. Enquanto que há dois anos, só sete violações foram registadas pelas autoridades, no ano passado o número saltou para 19. Nos primeiros três meses deste ano, contaram--se cinco.

Além destes dados, esta-tísticas referentes ao ano de 2009 mostram que 26 casos ligados a crimes contra a liberdade e a autodetermi-nação sexual – que engloba também os abusos sexuais – foram alvo de acusação por parte do Ministério Público, sendo que 50 notificações estiveram sob investigação.

MAIS UMA VÍTIMA DA BACTÉRIA SUÍNA Os Serviços de Saúde confirmaram ontem que há mais uma pessoa infectada com a bactéria suína conhecida como por estreptococo e transmitida através do contacto com a carne de porco. A vítima tem 60 anos e, apesar de ser natural de Hong Kong, vive em Macau. O homem foi internado no hospital Kiang Wu na semana passada e os resultados das análises confirmaram a infecção, contrariando o diagnóstico anterior de meningite. O doente diz que não esteve em contacto com a carne de porco e mais ninguém na família apresenta sintomas da doença – febre alta, dores de cabeça e diarreia.


8www.hojemacau.com.mo vida

Maria João [email protected]

DIFÍCIL dar com o sítio se não se souber onde é. Ou talvez nem tanto. Porque os sítios se repetem. A capital chinesa

está rodeada de lixeiras a céu aberto onde todos os dias os restos da socie-dade de consumo são depositados, a maior parte sem tratamento.

Wang Jiuliang dedicou dois anos a registar esses sítios em fotos e vídeo. Milhares de imagens mostram o ou-tro lado do desenvolvimento de uma cidade que tem crescido à pressa, tanto em termos urbanísticos como populacionais. Mas se à primeira vis-ta Pequim está bem organizada para os milhões de habitantes que tem, a alguns quilómetros, nos arredores, guarda-se o que ninguém quer ver mas que todos produzem. Lixo.

Escolhido para o mais alto prémio do festival internacional de foto-

Gonçalo Lobo [email protected]

O regulamento administrativo que criou o “Fundo para a Protecção Ambiental e a

Conservação Energética” saiu em Agosto e agora o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, designou os membros que irão compor o Conselho de Administração e a Comissão de Apreciação do Fundo do organismo.

Arnaldo Ernesto dos Santos, representante do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético, Au Wai San, representante da Direc-ção dos Serviços de Finanças, Lei Sio Iong e Choi Sao Leng serão membros efectivos do Conselho

de Administração. Como substitutos terão Lei Chu San, Io Si Ieong, Fong Sio Keng e Lok Lai Fan, respectivamente.

Para a Comissão de Apreciação, Chui Sai On designou como presidente Vai Hoi Ieong, sendo o seu substituto Tang U Wa. A comissão terá ainda seis vogais: Leong Pou U, Leong Iam Chong, Lei Cheok Kuan, Frederico Ma, Leong Chong In e Tam Lap Mou. Os vogais substitutos serão, respectivamente, Lei Chan U, Kevin Chan, Chan Peng Hong, Chen Wei, Kong Hin Seng e Wong Seng Fat.

As nomeações têm efeitos retroactivos a 12 de Setembro no caso da Comissão e a 1 de Setembro para o Conselho de Administração.

O “Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética” foi criado com o intuito de prestar apoio financeiro às empre-sas comerciais ou associações na instalação e aquisição de equipamentos e produtos com eficiência energética e de poupança de água e efeitos ambientais.

As candidaturas começaram as ser apresenta-das no passado dia 12 de Setembro e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) espera que, a par do funcionamento do Fundo, que presta apoios financeiros aos organismos interessados, seja criado um ambiente social em que toda a população fique sensibilizada para a valorização de cada unidade de recursos.

FUNDO PARA PROTECÇÃO AMBIENTAL E CONSERVAÇÃO ENERGÉTICA TOMA FORMA

Escolhidos pelo dedo de Chui

Documentário mostra a capital do outro lado do espelho

Pequim cercada pelo lixografia em Lianzhou em 2009, Wang Jiuliang não parou a busca nesse ano. Agora chega o documentário que vai ser apresentado na próxima semana no festival internacional de Abu Dhabi e depois em Nova Iorque.

Com 34 anos, Wang Jiuliang chamou a atenção do país primei-ramente com as suas imagens. O fotógrafo defende que é preciso agir em várias frentes com a primeira a ser a consciência de cada um.

Uma sociedade atafulhada de coisas para comprar leva as pessoas à loucura do consumismo desne-cessário que se reflecte em enormes quantidades de lixo e desperdício.

Simples como diz ser a mensagem, para Wang Jiuliang a mudança de mentalidades é urgente.

O filme causa um certo incómodo entre quem assiste. Manadas de vacas e rebanhos de ovelhas comem nas li-xeiras a céu aberto. Para as pessoas que têm de separar o lixo, o trabalho mais baixo que alguém pode ter na China, a vergonha é ser filmado pela câmara. Outros evitam aparecer porque expli-cam que lhes pode trazer problemas. Como é que é possível haver tanto desperdício de uma só cidade? Por mais que se enterre ou queime, o lixo continua a crescer. Restos de tudo o que é consumido e que vão parar fora

do quinto e do sexto anel da capital onde vive muita gente e há planos urbanísticos de fazer crescer campos verdes naquele local.

UM CICLO VICIOSOA água poluída é consumida pelos animais e os donos, para evitar doenças dos mesmos, escolhem dar-lhes antibi-óticos. Os rios estão contaminados, tal como a terra. Fumos tóxicos aparecem no ar. Tudo se passa fora da cidade.

Nas ruas de Pequim passam dia-riamente milhares de colectores de lixo que levam papéis, cartões e garrafas de plástico. Este é o lixo que rende di-nheiro numa rede que começa no mais

pequeno, o que procura na rua, até às grandes empresas que compram para reciclagem. Um quilo de papel pode valer dez cêntimos e é comprado porta a porta por trabalhadores migrantes que percorrem Pequim em bicicletas

O ESTRANHO CASO DO PÉ ESQUERDO DE TUTANKAMONDesde que o seu túmulo intacto foi descoberto no Vale dos Reis, no Egipto, em 1922, Tutankamon, o rapaz-faraó, tornou-se um caso de popularidade, com muitas controvérsias a sucederem-se acerca da sua vida, e também da sua morte, que ainda hoje não terminaram. A última é esta: teria o jovem faraó um defeito congénito no pé, vulgarmente conhecido por pé boto (ou torto)? Já se fizeram estudos por raios-X à múmia de Tutankamon, já se fizeram exames por tomografia axial computorizada, mas a dúvida persiste.



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Sabia que...

• O Canadá é um dos países mais afectados pela chuva ácida, tendo mais de mil rios e lagos mortos?

com atrelados, onde atam os quilos que vão juntando de papel. Mas se o recolher do papel e plástico parece dar solução ao excesso de consumo, para os outros materiais não há destino.

Wang Jiuliang percorreu cerca de

500 lixeiras, várias junto aos últimos distritos da cidade como Fengtai e Tongzhou, que estão nos limites da zona urbana do município de Pe-quim, antes da província de Hebei. As imagens assustadoras são apenas um dos graves problemas ambientais que o país enfrenta.

No ecrã, um mapa Google assinala com pontinhos amarelos as lixeiras à volta da cidade. Foi o próprio autor do projecto que começou a marcar os pon-tos que visitou de 2008 a 2010. Ao fim de dois anos concluiu que são centenas de pontinhos amarelos. Pequim é uma cidade rodeada. Há um anel de lixo à volta da capital da China.

O projecto inicial ia durar uns meses. Porém, Wang Jiuliang cedo entendeu que a dimensão do que havia para explorar em termos visu-ais era muito maior do que pensara. E assim chegou a dois anos de fotos e imagens vídeo, agora reunidas no documentário. A solução passa pelo comportamento do consumidor e pela responsabilização da indústria antes de chegar ao tratamento. Falta a todos os níveis uma maior cons-ciencialização e um investimento sério que possa reduzir o problema, considera Wang Jiuliang.

Por agora, a poluição já está em níveis alarmantes. Mas uma maioria da população urbana continua a achar que este é um problema longe da cidade. Mesmo que o lixo esteja quase ali à porta.

O ESTRANHO CASO DO PÉ ESQUERDO DE TUTANKAMONDesde que o seu túmulo intacto foi descoberto no Vale dos Reis, no Egipto, em 1922, Tutankamon, o rapaz-faraó, tornou-se um caso de popularidade, com muitas controvérsias a sucederem-se acerca da sua vida, e também da sua morte, que ainda hoje não terminaram. A última é esta: teria o jovem faraó um defeito congénito no pé, vulgarmente conhecido por pé boto (ou torto)? Já se fizeram estudos por raios-X à múmia de Tutankamon, já se fizeram exames por tomografia axial computorizada, mas a dúvida persiste.


10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Lia [email protected]

UMA viagem à Ín-dia e um encontro junto ao Ganges juntou, em 2008,

Cult_Loc, de Macau e MU Child de Taiwan – dois mú-sicos e designers de música. O terceiro elo, Candy Kuok, coreógrafa, também de ori-gem local, apareceu depois dos dois artistas saberem da sua também viagem por aqueles lados. Um novo ca-pítulo abriu-se na vida dos três e um novo espectáculo vai poder ser visto no pró-ximo sábado por Macau. O grupo que criaram chama-

-se Soda-City Experimental Workshop e o Centro Cul-tural (CCM) vais receber “Memory Blueprint”, a mais recente produção do grupo - uma extensão do primeiro, intitulado “Me-mory”.

O som de MU Child, uniu-se, mais uma vez, ao de Cult_Loc para criarem um novo género de música urbana alternativa, incor-porando discos de vinil obsoletos, batidas de música electrónica – dois artistas distintos, que unem “uma música rural com outra mais urbana”, assim descreveu Candy Kuok, ontem em conferência de imprensa.

Mas o palanque do CCM não se preenche apenas de música e de dança, há uma parte multimédia, do artista Sayan, e elementos de ceno-grafia teatral.

Como o próprio nome indica, a base do espectá-culo são as memórias da infância de uma Macau que se “parece estar a des-ligar da cidade das suas recordações”, refere Kuok. Este trabalho desdobra-se, assim, em diversas acções, de acordo com as memórias que cada um tem e são os elementos música e dança, na forma de movimentos dos bailarinos que mostram como os corpos vivem a ci-

dade. Um passado que tem uma projecção ideal do que devia ser Macau, “que pode nunca acontecer, mas é como nós a imaginamos”, afirmou a coreógrafa.

Por exemplo, a primeira secção consiste numa série de movimentos de dança alternadamente rápidos e lentos, durante os quais os bailarinos fazem lembrar um barco à vela cruzando os mares, por vezes em águas calmas, por vezes castigados por ondas grandes, numa referência implícita às mu-danças complexas da his-tória de Macau. O segundo segmento é composto por danças de confronto, com

os bailarinos a contorcer, deformar e a separar as suas figuras ao som de música in-vasiva, sugerindo um inter-ferência no seu quotidiano, do lugar onde pertencem, na cidade, fazendo adivinhar uma forma de reacção e acusação. O terceiro seg-mento interpreta um retorno à vida real: através de uma entrevista gravada e a par de uma coreografia - com os bailarinos montados em bicicletas desvendando uma viagem no tempo rumo ao passado. Há uma colagem de memória-imaginação, que forma as observações de uma cidade e que cria uma impressão entre ritmos

e passos de dança, no espaço e no tempo.

Depois de uma história de encontro na Índia, a influência não podia faltar com instrumentos musicais tipicamente indianos, nome-adamente o tabla e o sitar, que dão mais um toque de mistura. Cult_Loc, contudo, frisou “que não foi intencio-nal, mas sim porque se apai-xonou pela sonoridade dos instrumentos”. Para Kuok a dança contemporânea está a conquistar o seu espaço em Macau. “O mercado aqui é um desafio, não é com na Europa, mas acho que um dia vai ter o lugar que me-rece”, comentou.

A Fundação Macau (FM) quer seguir a linha de enriqueci-

mento da vida cultural e artística dos cidadãos e unir cada vez mais os artistas locais. Num apoio acti-vo na realização do “VIII Festival de Teatro Chinês”, decidiu agora lançar o “Plano da Promoção dos Artistas Locais” e o “Programa de Apreciação Artístico-Cultural da População”.

As iniciativas têm como gran-de objectivo fornecer recursos às associações artístico-culturais, promover uma forte atmosfera que possibilite as artistas da região ter espaços para exposições e publi-cações das suas obras e dotar os cidadãos de qualidades e capacida-des ligadas às artes. No programa está ainda prevista a realização de concertos de música chinesa,

Trio leva ao palco espectáculo de música e dança numa Macau transformada

Memórias da transformação em palco

FUNDAÇÃO MACAU PRETENDE ELEVAR NÍVEL ARTÍSTICO NO TERRITÓRIO

Vamos ao teatroRecentemente, foi concedido

um apoio financeiro destinado à realização do festival para pro-mover o teatro chinês e criar uma plataforma de intercâmbio para as associações teatrais de todo o mundo. A festividade arranca no próximo dia 14 de Dezembro e decorre até dia 20 do mesmo mês.

Para assinalar o evento, 70 re-presentantes do panorama teatral do Interior da China, Hong Kong, Taiwan, Singapura, Japão, Frank-furt e Nova Iorque virão a Macau participar nos vários seminários subordinados ao tema “Estudos so-bre Teatro Chinês no Novo Século”. O palco do território vai-se encher ainda de nove dos espectáculos teatrais mais famosos dos quatro lugares dos dois lados do Estreito de Taiwan. - L.C.

ocidental e popular, espectáculos de magia e de dança.

O desenvolvimento das in-dústrias culturais e artísticas do território tem sido um alvo da FM, fazendo-o através da concessão de subsídios. No ano passado, mais de 50 milhões de patacas foram distribuídas por mais de 100 associações – permitindo que estas desenvolvam as suas activi-dades, nomeadamente a nível de criações artísticas, música, dança, magia, produção de filmes, pintura, caligrafia, fotografia e exposições de arte.



Lia [email protected]

HOJE, em acto comemo-rativo do Dia Mundial

da Visão, o Instituto Cultural aliou-se à Orbis e vão levar ao palco do Centro Cultural o concerto “Donde tengo el amor: o sagrado e profano das tradições mediterrâni-cas” – interpretado por uma junção de dois grupos musi-cais de origem portuguesa.

Pensar em absorver o mundo para além daquilo que os olhos nos mostram parece pouco viável para quem vê. Contudo, este espectáculo preparou uma “surpresa” para o público - num primeiro momento o concerto será apenas ouvido. As pessoas vão “ficar” cegas e experienciar o despertar do sentido da audição e o não ver o mundo através do olhar, como contou Vivian Lo, directora do desenvolvi-mento da Orbis. Um concer-

UMA RETROSPECTIVA PELA MACAU DE HÁ 80 ANOSJulian Lees, autor de “The Fan Tan Players”, livro que mereceu uma nomeação para o Ásia Man Book Prize de 2010 e que se passa numa Macau da década de 30, vai estar esta sexta-feira, ao fim da tarde, na Livraria Portuguesa. O autor nasceu e cresceu em Hong Kong, mas passou grande parte de sua vida no Reino Unido a estudar. Durante dez anos trabalhou no ramo financeiro, decidindo trocar uma carreira de números pela das letras. Tornou-se escritor a tempo inteiro há menos de dois anos e tem, até agora, duas obras publicadas.

ESPECTÁCULO NO CCM VAI DEIXAR PESSOAS “CEGAS” POR INSTANTES

Um sagrado e um profanoto de beneficência, no qual as receitas irão reverter para o projecto médico no Nepal da organização humanitária, que se destina a ajudar crian-ças com problemas de visão.

A intenção é mostrar às pessoas como quem tem di-ficuldades de visão ou quem simplesmente não vê sente a música. Vivian Lo explicou ainda que foram criados dois ‘pins’ especiais para o efeito: um que mostra como vêm as pessoas que sofrem de glaucoma, outro, catarata.

Contudo, há um concerto e depois de aberto o pano e tiradas as vendas, vão estar dois grupos fundidos num só – Ensemble Vocal Introitus e Sete Lágrimas - que trazem ao público de Macau mais um concerto integrado no XXV

Festival Internacional de Música de Macau, desta feita dedicado à música medieval.

De um lado, monges, do outro homens vestidos de preto vão entoar cantos gregorianos e a convidar para embarcar numa viagem da música medieval até ao século XXI. O tema é o me-

diterrâneo e a sua influência no mundo, “que vai para além do que nos foi deixado escrito”, como comentou Manuel Líbano Monteiro, elemento do grupo Introitus.

“Não é um concerto cronológico”, quis deixar claro Filipe Faria dos Sete Lágrimas. Contudo, é a

história contada em música, no tempo e no espaço do mediterrâneo – “tudo o que se passou e cantou ao longo dos tempos é uma espécie de viagem”. Uma fusão entre o sagrado e o profano, que marcou a musicalidade oci-dental, religiosa e profana. Portugal está presente e

será cantada a sua especial influência no Novo Mundo e depois de “ter beijado os cinco continentes”.

“Um discurso entre o sagrado e o profano. É o mediterrâneo e a ligação com o mundo, num regresso ao universo medieval”, referiu ainda Filipe Faria.

A pauta desvenda a Eu-ropa e a influência de todo o velho continente - com músicas de Portugal, Espa-nha, França, Itália, algumas melodias de Macau e do Nor-te de África. “Macau entra em palco com uma canção lembrando os 500 anos da presença portuguesa.”

Os artistas descrevem o concerto como “intimista, porque as palavras são intimistas”. Pela primeira vez a actuar na Ásia como grupo, espera que o público goste, “até porque a música é universal e esta é semelhante ao estilo oriental”, comenta o elemento dos Sete Lágrimas.

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

GONÇ

ALO

LOBO

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HEIR

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ANÚNCIOHM-2ª vez 13-10-11Execução Ordinária n.º CV2-09-0130-CEO 2º Juízo Cível

EXEQUENTE: Hang Seng Bank Limited, com sede em Hong Kong e sucursal em Macau, na Avenida do Infante D. Henrique, nºs 43-53A, Edifício Macau Square, 11º andar H, I, J e K, registo comercial nº 17558.EXECUTADA: Fábrica de Malhas Três Estrelas (Macau) Limitada, com sede em Macau, na Rua Dois do Bairro da Concórdia, nº 62, Edifício Industrial Vang Tai, 6º andar, “A6”, “B6”, “D6”, “E6” e “F6”, registo comercial nº 2516. Nosautossupreidentificados,foidesignadoodia25 de Outubro de 2011, pelas 09:30 horas, neste Tribunal, para a venda por meio de propostas em carta fechada, os benspenhoradosabaixoidentificados.

Imóveis penhoradosVerba 1

Denominação: Fracção autónoma “A6” do 6º andar “A”. Situação: Macau, na Rua Um do Bairro da Concórdia, nºs 57 a 77, na Rua do Conselheiro Borja, nºs 12 e 14 e na Rua Dois do Bairro da Concórdia nºs 58 a 80. Fim: Para indústria. Número de matriz: 37953. NúmerodedescriçãonaConservatória doRegistoPredial: 21533 afls. 29doLivro B51. Númerodeinscriçãodapropriedadehorizontal:644afls.127vdoLivroF20A. O valor da base da venda: MOP3.700.000,00 (Três milhões e setecentas mil patacas). O preço da proposta dever ser superior ao valor da base da venda acima indicado.

Verba 2 Denominação: Fracção autónoma “B6” do 6º andar “B”. Situação: Macau, na Rua Um do Bairro da Concórdia, nºs 57 a 77, na Rua do Conselheiro Borja, nºs 12 e 14 e na Rua Dois do Bairro da Concórdia nºs 58 a 80. Fim: Para indústria. Número de matriz: 37953. NúmerodedescriçãonaConservatória doRegistoPredial: 21533 afls. 29doLivro B51. Númerodeinscriçãodapropriedadehorizontal:644afls.127vdoLivroF20A.

O valor da base da venda: MOP2.000.000,00 (Duas milhões patacas). O preço da proposta dever ser superior ao valor da base da venda acima indicado.

Verba 3 Denominação: Fracção autónoma “D6” do 6º andar “D”. Situação: Macau, na Rua Um do Bairro da Concórdia, nºs 57 a 77, na Rua do Conselheiro Borja, nºs 12 e 14 e na Rua Dois do Bairro da Concórdia nºs 58 a 80. Fim: Para indústria. Número de matriz: 37953. NúmerodedescriçãonaConservatória doRegistoPredial: 21533 afls. 29doLivro B51. Númerodeinscriçãodapropriedadehorizontal:644afls.127vdoLivroF20A.


Verba 4 Denominação: Fracção autónoma “E6” do 6º andar “E”. Situação: Macau, na Rua Um do Bairro da Concórdia, nºs 57 a 77, na Rua do Conselheiro Borja, nºs 12 e 14 e na Rua Dois do Bairro da Concórdia nºs 58 a 80. Fim: Para indústria. Número de matriz: 37953. NúmerodedescriçãonaConservatória doRegistoPredial: 21533 afls. 29doLivro B51. Númerodeinscriçãodapropriedadehorizontal:644afls.127vdoLivroF20A.


Verba 5 Denominação: Fracção autónoma “F6” do 6º andar “F”. Situação: Macau, na Rua Um do Bairro da Concórdia, nºs 57 a 77, na Rua do Conselheiro Borja, nºs 12 e 14 e na Rua Dois do Bairro da Concórdia nºs 58 a 80. Fim: Para indústria. Número de matriz: 37953. NúmerodedescriçãonaConservatória doRegistoPredial: 21533 afls. 29doLivro B51. Númerodeinscriçãodapropriedadehorizontal:644afls.127vdoLivroF20A.

O valor da base da venda: MOP4.300.000,00 (Quatro milhões e trezentas mil patacas). O preço da proposta dever ser superior ao valor da base da venda acima indicado.

***Os interessados na compra devem entregar a sua proposta em carta fechada, com

indicação nos envelopes das propostas, a seguintes expressão “proposta em carta fecha-da”, “2º Juízo Cível” e o “Processo Número: CV2-09-0130-CEO”, na Secção Central deste Tribunal, até o dia 24 de Outubro de 2011, até 17:45 horas, podendo os proponen-tes assistir ao acto da abertura das propostas. Éfieldepositária o Sr. Lok Chung Kim,comdomicílioprofissionalnaAvenidado Infante D. Henrique, nº 43, Macau Square, 11º andar, Macau, que está obrigado, durante o prazo do edital e anúncio, a mostrar o bem imóvel a quem pretenda examiná--lo,podendofixarashorasemque,duranteodia,facultaráainspecção.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação dos imóveis supra re-feridos, podem, querendo, exercerem o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do artº 787º do C.P.C.M. Macau, em 04 de Outubro de 2011.

A China perdeu em casa com o Ira-que por 1-0, na terça-feira, com-

prometendo a sua qualificação para o Mundial de futebol de 2014. Treinada desde Agosto pelo técnico espanhol José António Camacho, a selecção chinesa ambiciona repetir a proeza de há uma década, quando conseguiu qualificar-se para a fase final de um Mundial, pela primeira e única vez.

Ao fim de três jogos, a China soma apenas três pontos no grupo A asiático de qualificação, menos seis do que a Jordânia e menos três do que o Iraque, tendo ganho unicamente um jogo (2-1), frente a Singapura.

“Para mudar esta perigosa situação, nos três jogos que faltam, a China tem

de vencer o Iraque, na segunda volta, no próximo dia 11 de Novembro”, realçou hoje a agência noticiosa oficial chinesa.

Para poder aspirar a uma qualifi-cação para o Mundial, a China tem de terminar o grupo A numa das duas pri-meiras posições, seguindo-se ainda uma quarta fase, em que as equipas apuradas são divididas em dois grupos de cinco, apurando-se para o Mundial os dois primeiros de cada grupo, enquanto os dois terceiros disputam um “playoff”, que determinará a equipa a sair para a fase intercontinental.

Na China, a profissionalização do futebol começou há apenas 20 anos, quando o Partido Comunista Chinês abandonou o sistema de planificação

central, típica dos países socialistas, e se converteu à “economia de mercado socialista”.

Em 2002, sob a direcção do sérvio Bora Milutinovic, a China qualificou-se para a fase final do Mundial, na vizinha Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou e saiu de Seul sem ter marcado um golo.

José António Camacho, antigo trei-nador do Real Madrid e do Benfica, assinou no verão um contrato de três anos com a Associação Chinesa de Futebol, substituindo Gao Hongbo. “Embora o actual nível do futebol chinês não seja elevado, tem grande potencial de desenvolvimento”, disse na altura o técnico espanhol.

Marco [email protected]

UMA medalha de ouro, duas de pra-ta e uma de bron-ze. A comitiva que

representa Macau na edição de 2011 dos Campeonatos do Mundo de Wushu aterrou em Ancara com o estatuto de candidata aos lugares cimei-ros da tabela de medalhas e no coração da Anatólia não tem deixado cair os créditos que lhe são assacados por mãos alheias.

Depois de na segunda--feira ter triunfado no tor-neio masculino da variante de gunshu e de ter conquis-tado a medalha de prata no evento de changquan, Jia Rui voltou a brilhar numa das principais categorias do wushu de demonstração. O mais conceituado atleta do desporto do território juntou aos galardões internacionais já conquistados uma nova medalha, ao terminar a prova de daoshu na segunda posição do pódio.

Apesar de somar já três galardões na competição, a conquista da prata nas lides de daoshu acabou por ter um sabor agridoce para o jovem

Wushu | Macau conquista duas novas medalhas em Ancara

Três vezes Jia na Turquiaatleta de 24 anos. Na capital turca, Jia Rui propunha-se revalidar o título conquista-do há dois anos em Toronto, mas a concorrência acabou por se revelar demasiado forte.

No mesmo dia em que somou a sua terceira me-dalha, a comitiva da RAEM que compete na 11.ª edição dos Mundiais de Wushu viu a organização da prova reconhecer a prestação de Tan Dong Mei no evento feminino de nangun. A atleta do território tinha terminado o certame com a mesma pontuação conferida à malaia Diana Bong Siong Lin, mas uma alegada irregularidade com o equipamento de Tan Dong Mei ameaçava privar o wushu de Macau da medalha de bronze a que tinha direito. A questão foi na terça-feira debatida pelos organizado-res do certame turco, que acabaram por decidir a favor da atleta do território.

Terça-feira foi também o dia em que entraram em cena os atletas de wushu sanda. Ao fim de dois dias de com-bates, as esperanças de uma medalha para os lutadores do território estão todas nas mãos de Cai Liangchan, o

único atleta da RAEM que ainda continua em prova. Ontem, Cai consegui con-quistar um lugar nas meias finais da categoria para atletas até 75 quilogramas, ao levar a melhor sobre o francês Yohan Benbedra Asensio por 2–0. Não tão eficiente, Chong Kit Chan não conseguiu sobreviver ao segundo combate no âmbito da competição.

Depois de ter levado a melhor sobre o paquistanês

Shah Sayed Ali, o lutador do território despediu-se dos Mundiais às mãos do norueguês Hosghang Fatah. O terceiro representante da RAEM nas lides do wushu de combate, Lei In Lam, não conseguiu sequer chegar à segunda ronda da prova, tendo perdido o seu pri-meiro tira-teimas na prova frente ao polaco Wiktor Branski.

Em Ankara, e a exemplo do que sucedeu há dois anos no Canadá, os atletas da República Popular da China são quem mais cartas dão. A comitiva chinesa domina destacada a tabe-la de medalhas e ontem juntou um novo galardão de ouro às distinções já conquistadas, com Cheng Cheng a triunfar no evento feminino de daoshu.

A atleta do Continen-te conclui a prova com um total de 9.79 pontos, batendo Chen Xiaoling, da vizinha RAEHK, na corrida pelo ouro. A russa Daria Tarasova encerrou as contas do pódio, com uma performance irregular (a que o júri atribuiu 9.64 pontos) que lhe valeu a terceira posição do pódio.

MUNDIAL 2014 | CHINA PERDEU EM CASA E COMPROMETE QUALIFICAÇÃO

Longe, muito longe do Brasil

Jia Rui

[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesQUINTA-FEIRA 13.10.2011www.hojemacau.com.mo

13

HORIZONTAIS: 1-Que come com avidez, glutão. Que está a transpirar. 2-Levante, eleve. Pede, prega. 3-Cálcio (s.q.). Sargaço (pl.). Recita. 4-Aprovado (abrev.). Dividira ao meio. Osmio (s.q.). 5-Igreja patriarcal. Atavias com oiro. Bário (s.q.). 6-A parte mais larga do remo. Esperança. 7-Estás. Chegara. Consoantes diferentes. 8-501 (Rom.). Fortes, crescidas. Filha de Inaco. Amada de Zeus (Mit.). 9-Andava. Introduzes. Outra coisa (Ant.). 10-Tira do vestido ou da calça que rodeia a cinta. Dignatário etíope. 11-Nome de mulher. Mulher a quem se ama.

VERTICAIS: 1-Fêmea do touro (pl.). Faça a edição. 2-Perturbação habitual da digestão. 3-Escarnece. 101 (Rom.). 4-Disponho em camadas. Marchamos. 5-Administrei diligentemente. Que ficou incólume. 6-Escritor e politico português (1799-1854). 7-Constara. Vassoirara o forno. 8-A fêmea do urso (pl.). Causam assadura. 9-Rio de França. Apelido. 10-Género de plantas herbáceas, de suco venenoso. 11-Pançuda, muito gorda. Substância carnuda e mole das frutas.

[Tele]visãowww.macaucabletv.com

22:00 Sportscenter Asia22:30 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #4 New Zealand vs. Argentina

STAR SPORTS 3112:00 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #4 New Zealand vs. Argentina14:00 Le Mans Series 2011 15:00 JK Racing Asia Series16:00 Solheim Cup H/ls 17:00 Sea Master Sailing 2011 17:30 Ace 2011 18:00 FA Classics 2008/09 FA Cup Liverpool vs. Everton19:00 Inside Grand Prix 2011 19:30 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #3 South Africa vs. Australia21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Global Football 2011 22:30 Game 23:00 AFC Champions League 2011 Zobahan vs. Suwon Samsung Bluewings

STAR MOVIES 4012:50 The War Of The Roses14:45 Xtinction: Predator X16:20 Madison18:00 Super Eruption19:35 Brothers21:25 Who’S Your Caddy23:00 Anacondas: The Hunt For The Blood Orchid00:40 Kung Pow: Enter The Fist

HBO 4112:00 Donnie Brasco14:15 The Usual Suspects16:00 My Sister’S Keeper17:50 The Next Karate Kid19:40 The Karate Kid22:00 Jaws 2 00:00 The Jackal

CINEMAX 4212:30 Terminator Salvation14:30 Blind Fury16:00 The Wild Bunch18:30 Bad Jim20:15 Ticking Clock22:00 The Hunted23:45 Hackers

MGM 4312:00 Fight for Life13:45 UHF15:30 The Believers17:30 The Patty Duke Show19:00 Foxes21:00 Cop23:00 Seduced by Madness00:30 Double Trouble

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters14:00 Rising: Rebuilding Ground Zero15:00 Miracle Detectives16:00 Best of River Monsters17:00 River Monsters18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Kidnap and Rescue

(MCTV 51) National Geographic Channel23:00 THE KNOWN UNIVERSE

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO17:00 Selecção Nacional Sub21: Rússia - Portugal (Repetição)18:30 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:25 Acontecimentos Históricos20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:15 JK22:58 Acontecimentos Históricos23:00 TDM News23:35 Green Matters (Ecomundo)00:05 Reportagem Sic00:45 Telejornal (Repetição)01:15 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Especial Saúde15:00 O Humor e a Cidade15:30 Velocidades16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão18:00 Resistirei19:00 Kampung Portugis, O Bairro Português19:15 Ler +, Ler Melhor19:20 Sagrada Família20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Com Ciência22:30 Linha da Frente23:00 Portugal no Coração

TVB PEARL 8306:00 Bloomberg West07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 Angelo Rules16:30 Geronimo Stilton17:00 Escape from Scorpion Island17:30 Me & My Monsters18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 FIFA Football World19:00 Hong Kong Connection (RTHK)19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 State of Style20:30 Medium21:30 Dolce Vita 22:00 Modern Family22:30 Marketplace22:35 The Good Wife23:30 The CEO Connection23:35 World Market Update23:40 News Roundup 23:55 Earth Live 00:00 Brothers & Sisters00:55 Popular Science’s Future of…01:50 European Art at the MET02:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3013:00 Ettu European Champions League15:30 American League Championship Series 2011 Texas Rangers vs. Detroit Tigers18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201119:30 (LIVE) Sportscenter Asia20:00 Total Rugby 201120:30 Tour Of Brunei 2011 4th Leg Highlights21:00 Euro Beach Soccer League Superfinal Russia vs. Spain

20:00 Deadliest Catch 21:00 Dirty Money21:30 Auction Hunters22:00 American Chopper23:00 Heartland Thunder00:00 Dirty Money

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5113:00 Generals At War14:00 Lonely Planet15:00 Clash of the continent16:00 Locked Up Abroad17:00 Shark Nicole18:00 Convoy: War For The Atlantic19:00 Seconds From Disaster20:00 Trekking Malaysia With Jason Scott Lee21:00 Witness22:00 Locked Up Abroad23:00 The Known Universe00:00 Witness

ANIMAL PLANET 5213:00 Nick Baker’s Weird Creatures II14:00 Last Feast Of The Crocodiles15:00 Hunt For The Rarest Whales16:00 Buggin’ With Ruud17:00 Going Ape18:00 Mutant Planet19:00 African Bambi20:00 Nick Baker’s Weird Creatures II21:00 Animal Witness22:00 Aliens Of The Deep23:00 Going Ape00:00 Mutant Planet

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 Art Of War 16:00 The Kennedys17:00 Japan: Memoirs of a Secret Empire18:00 Modern Marvels19:00 Ufo Hunters20:00 Mega Disasters21:00 IRT Deadliest Roads22:00 Ice Road Truckers23:00 Swamp People00:00 Pawn Stars

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Intervention14:00 Hoarders15:00 Child of Our Time: 200417:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Caesars 24/719:00 Hoarders20:00 Storage Wars21:00 Private Chefs Of Beverly Hills23:00 Hoarders00:00 Intervention

AXN 6212:20 CSI: Miami13:10 Ncis: Los Angeles14:00 The Amazing Race14:55 Justified15:50 CSI: Miami16:40 Leverage17:30 Ncis: Los Angeles 18:20 CSI: Ny 19:15 CSI: Miami20:10 Wipeout21:05 Ncis: Los Angeles22:00 The Challenger Muaythai22:55 CSI: Ny23:50 The Challenger Muaythai00:45 CSI: Ny

STAR WORLD 6312:10 The Bachelorette13:05 Hell’s Kitchen14:00 America’s Next Top Model14:55 Melissa & Joey15:25 Ghost Whisperer17:15 The Glee Project18:10 The Bachelorette 19:05 How I Met Your Mother19:30 Happy Endings20:00 Off The Map20:55 Royal Pains21:50 Glee22:45 The Bachelorette23:40 How I Met Your Mother00:05 Off The Map

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-VORAZ. SUADO. 2-A. ICE. ORA. B. 3-CA. ALGAS. LE. 4-AP. MEARA. OS. 5-SE. OIRAS. BA. 6-OA. R. FE. 7-ES. VIERA. LP. 8-DI. ALTAS. IO. 9-IA. METES. AL. 10-T. COS. RAS. P. 11-ELISA. AMADA.VERTICAIS: 1-VACAS. EDITE. 2-O. APEPSIAL. L. 3-RI. A. CI. 4-ACAMO. VAMOS. 5-ZELEI. ILESA. 6-GARRETT. 7-SOARA. RAERA. 8-URSAS. ASSAM. 9-AA. F. SA. 10-D. LOBELIA. D. 11-OBESA. POLPA.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

Informação Macau Cable TV

SALA 1JOHNNY ENGLISH REBORN [B] Um filme de: Oliver ParkerCom: Rowan Atkinson, Dominic West14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2REAL STEEL [B] Um filme de: Shawn LevyCom: Huge Jackman14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3INSIDIOUS [C] Um filme de: James Wan, Leigh WhannellCom: Patrick Wilson Rose Byrne Barbara Hershey14.30, 16.30, 19.30, 21.30

(COM 26 CASAS PRETAS)

OPINIÃOQUINTA-FEIRA 13.10.2011


Leonídio Paulo FerreiraIn Diário de Notícias

RAM tantos os carros ale-mães na terriola que a im-prensa chinesa a baptizou de

“aldeia dos BMW”. Um empresário pediu emprestadas as poupanças aos dois mil aldeões de Shiji, prometendo 10% de juros. Depois financiou os pro-motores imobiliários da região, que lhe pagavam uma taxa de 30%. Toda a gente, incluindo os cofres do governo local, estava a ganhar com o negócio, até que os prédios ficaram por vender, os construtores faliram e houve muita gente a perder o investimento.

A história é contada pelo corres-pondente do Le Monde e passou-se na província de Jiangsu, a meio caminho entre Pequim e Xangai. Mas podia ter acontecido nos Estados Unidos, Albânia ou Portugal. Recorda-se da Dona Branca?

Chegou a estar presa, morreu po-bre e a sua desgraça até teve direito a ser telenovela, mas durante décadas Maria Branca dos Santos foi tão popu-lar que não havia quem não soubesse da Dona Branca e da sua receita para a riqueza. Sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, milhares de portugueses entregaram- -lhe as poupanças a troco de juros que chegavam a 10% mensais (na época, os bancos pagavam taxas de 30% anuais).

A lógica era simples: enquanto houvesse a entrada em massa de investidores (atraídos pela fama dos juros fabulosos), o dinheiro fresco seria também muito mais do que aquele que saía.

Chama-se a isto sistema em pirâmide, mas os anglo-saxónicos preferem usar a expressão Esquema

Todos os dias, em algum lugar do mundo, alguém cai num Esquema Ponzi. “Os que são prudentes e humildes raramente tropeçam”, dizia Confúcio há 2500 anos. Em Shiji estuda-se pouco o mestre

Lembra-se da dona branca? reapareceu agora na china

Ponzi. Uma homenagem involuntária a um italo-americano que na década de 1920 fez negócio assim até ter sido denunciado, preso e expulso dos Es-tados Unidos. Carlo Ponzi morreria pobre no Brasil.

Mas o esquema é bem mais velho que Ponzi e não conhece fronteiras. Na Albânia, em 1997, um sistema pira-midal atingiu tal dimensão que levou ao derrube do Governo, a confrontos que fizeram quase dois mil mortos e a uma intervenção militar italiana, respaldada pela ONU, para repor a ordem. Calcula-se que dois terços das famílias albanesas tenham caído no Esquema Ponzi.

O próprio escândalo Madoff é um Esquema Ponzi. Afinal, aquilo que o financeiro americano fazia era remu-nerar os investidores mais antigos com o dinheiro dos novos. Como admitiu o próprio Bernard Madoff, a sua firma era “uma grande mentira”. Não se esforçava um milímetro por investir o dinheiro a seu cargo. Acabou por queimar entre dez e 40 mil milhões de dólares (depende se se trata do dinheiro realmente investido ou da promessa de retorno) e foi em 2009 condenado a 150 anos de prisão.

Madoff vivia no luxo, dono de quatro casas, de quatro barcos e de um avião. Possuía ainda dois Mercedes e um BMW. E se o americano tinha o direito a gostar de carros alemães, porque não os aldeães de Shiji? O problema não é serem ambiciosos, mas sim não desconfiarem de quem oferece demais. Todos os dias, em algum lugar do mundo, alguém cai num Esquema Ponzi. “Os que são prudentes e humildes raramente tro-peçam”, dizia Confúcio há 2500 anos. Em Shiji estuda-se pouco o mestre.

E

da es t re laCarlos M. Cordeiro



Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Seria necessário Macau, com mais de 500 anos de história, copiar o sistema macdonalizado de Singapura para se identificar?Por Fernando

Ciclone

Tu és a folha de outono voante pelo jardim.Deixo-te a minha saudade- a melhor parte de mim.Certa de que tudo é vão.Que tudo é menos que o vento,menos que as folhas do chão...

Cecília Meireles

OMO foi no outono da sua vida que Eça de Queirós escreveu a obra sublime “A Cidade e as Serras”,

romance denso, belo, ao longo do qual ironi-zou ferrenhamente os males da civilização, fazendo elogio dos valores da natureza, lembrei-me que algo de semelhante estaria a acontecer na civilização e natureza dos nossos dias.

Não pretendo entrar em grandes porme-nores relativamente à evolução literária de Eça de Queirós, o não faria sentido numa pequena crónica, entendemos, contudo, ser pertinente aludir ao facto de “A Cidade e as Serras” se inscrever numa fase literária do escritor bastante diversa daquela que encon-

O governo não tinha retido verbas necessárias para uma estação outonal repleta de altas temperaturas a ocasionar incêndios terríveis. As residências serranas e citadinas têm estado em perigo. Na própria capital, na Serra da Carregueira, o susto foi tremendo. São os fogos da cidade e das serras. É o lume que nem serve para aquecer as almas do desalento por tanta falta de organização governamental em defesa da segurança das populações.

O fOgO dO OutOnOtramos em obras como “O Crime do Padre Amaro”, “O Primo Basílio”, “A Capital”, “O Conde d’Abranhos”, “Os Maias”, onde há nitidamente a preocupação de fazer um inquérito à vida portuguesa sua contemporâ-nea, segundo um realismo positivista, para o qual terão contribuído, entre muitas outras, as leituras de Comte, Proudhon, Stuart Mill, Darwin, Lamarck, Claude Bernard, Littré, Renan. Assim, é lícito afirmar que no tempo da escrita de “A Cidade e as Serras” já o escritor de Póvoa de Varzim se tinha distan-ciado do espírito realista (distanciamento já anunciado uns anos antes na carta-prefácio de O Mandarim) e entrado, portanto, naquela que vulgarmente se designa como a fase outonal de Eça.

Tudo isto para relembrar que o Outono chegou e que também nos apetece realizar um inquérito à vida política portuguesa na relação directa com a natureza. Aconteceu que nos gabinetes ministeriais, tudo o indica, as serras portuguesas apenas têm importân-cia no Verão para servirem de justificação à compra do mais vasto e diferenciado ma-terial de combate aos incêndios. No papel, termina o Verão acabam os fogos. Nada mais

C errado. Os bombeiros recolheram a casa e arrumaram as mangueiras e os tanques de água. A planificação direccionada ao combate de incêndios há muito que tinha desaparecido das secretárias dos comandan-tes da protecção civil. Todavia, a natureza é mais pragmática ou mais imprevista que todos os organigramas burocráticos de quem pensa que o movimento cíclico das estações do ano é algo de estático. Debalde. O calor intenso, as temperaturas anormais para a época são uma realidade este ano em Portugal. No mês de Setembro é que aconteceu Verão e o Outubro tem enchido as praias. Nas serras o sofrimento é revol-tante porque os incêndios são incessantes e

desprotegidos. Só este mês já se registaram mais de dois mil incêndios. Os bombeiros estavam desmobilizados e descapitalizados. O governo não tinha retido verbas neces-sárias para uma estação outonal repleta de altas temperaturas a ocasionar incêndios terríveis. As residências serranas e citadinas têm estado em perigo. Na própria capital, na Serra da Carregueira, o susto foi tremendo. São os fogos da cidade e das serras. É o lume que nem serve para aquecer as almas do desalento por tanta falta de organização governamental em defesa da segurança das populações. Quem sabe, se não serão ainda os males da civilização de que nos falou o Eça no outono da sua vida.

QUINTA-FEIRA 13.10.2011www.hojemacau.com.mo

ALEMANHA EXPLOSIVOS NA LINHA DE COMBOIO Um engenho explosivo deflagrou ontem no trajecto de comboios intercidades entre Berlim e Hamburgo. Outros engenhos explosivos foram desactivados pela polícia, junto às estações ferroviárias de Suekreuz e Schoeneberg. O engenho explosivo levou à interrupção da circulação, mas não se registaram feridos.

ISRAEL TROCADE MIL PRISIONEIROS POR SOLDADOIsrael vai trocar mil prisioneiros palestinianos pelo soldado judeu Gilad Shalit, divulgaram altos responsáveis do Hamas e do governo israelita. Após cinco anos de negociações, o acordo deverá assegurar o regresso a casa de Gilad Shalit, capturado em Junho de 2006, num raide de combatentes palestinianos que atacaram território israelita a partir da Faixa de Gaza, para capturarem o jovem militar então com 20 anos.

CHILE MINEIROS SOTERRADOS PENSAREM EM CANIBALISMOUm dos mineiros de Atacama, Chile, que permaneceram soterrados mais de dois meses a 700 metros de profundidade, revelou que durante os primeiros 17 dias, em que estiveram totalmente incomunicáveis, os 33 homens pensaram cometer actos de canibalismo. A revelação é feita por Samuel Ávalos, o 22.º mineiro a ser resgatado da mina, por ocasião do primeiro aniversário da operação de resgate dos 33 homens, realizada a 13 de Outubro de 2010.

ELEIÇÃO RIHANNA É A MAIS SEXY DO MUNDORihanna foi eleita a mulher mais atraente do mundo pela revista “Esquire”, que publicou ontem a lista das mulheres mais sexy do planeta. Nua e com os cabelos molhados, Rihanna aparece na capa da edição de Novembro da “Esquire” coberta de lama e folhas, num visual de estilo rústico, elaborado pelo fotógrafo Russell James. A cantora, de 23 anos, natural de Barbados, ganhou fama internacional através da canção “Umbrella”, lançada em 2007, continuando a coleccionar sucessos discográficos desde então.

car toonpor Steff

ATAQUE SONY BLOQUEIA 93 MIL USUÁRIOSO grupo Sony informou ontem que bloqueou temporalmente 93 mil contas de três plataformas “online”, incluindo da PlayStation Network, depois de uma série de ataques informáticos em que os piratas conseguiram aceder aos dados dos utilizadores. Num comunicado, a Sony afirmou que detectou “uma grande quantidade de tentativas de acessos não autorizados” nos seus serviços PlayStation Network (PSN), Sony Entertainment Network (SEN) e Sony Online Entertainment (SOE), e que “foram tomadas medidas” para barrá-los.

INSÓLITO DIVULGADAS FOTOS DO CADÁVER DE MICHAEL JACKSONNa sessão de terça-feira do julgamento do médico Conrad Murray, acusado na morte de Michael Jackson, os procuradores apresentaram novas imagens do artista morto sobre a mesa antes da realização da autópsia. São novas e chocantes imagens de Michael Jackson, que pretendem provar que o rei da pop seria incapaz de se injectar com propofol, o medicamento que terá provocado a sua morte. A mãe do cantor - que se encontrava na sala do tribunal de Los Angeles durante a sessão - abandonou o local antes da projecção das imagens e da descrição detalhada efectuada pelo médico que realizou a autópsia.

FC PORTO JOGADORES PEDEM INSTRUÇÃOOs cinco futebolistas do FC Porto acusados pelo Ministério Público de agressões a dois seguranças no estádio da Luz, após um jogo com o Benfica, vão requerer a abertura da instrução do processo. De acordo com a acusação, a que a Lusa teve acesso, os brasileiros Helton e Hulk e os uruguaios Fucile e Cristian Rodriguez são acusados de um crime de ofensa à integridade física simples, enquanto o romeno Sapunaru é acusado de dois, após o jogo da 14.ª jornada da Liga de 2009/10, disputado a 29 de Dezembro de 2009.

Portugal | Revolução no Código de Processo Penal

Juízes propõemmais poder no MP

PARECE que a febre da revisão do Código de Processo Penal de Macau chegou agora a Portugal. Ontem, a Associa-

ção Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) propôs “uma revolução no Código de Processo Penal”, onde o Ministério Público passaria a poder negociar a pena com o 0 arguido. Esta proposta de alteração tem sido alvo de constante discussão no seio dos ad-vogados de Macau, que consideram que mais poder para o MP poderá dar azo a abuso de poder.

Em Portugal, as medidas avan-çadas pelo secretário-geral da ASJP, Manuel Ramos Soares, prevêem ain-da mais duas alterações significativas: a fase de Instrução seria resumida a um só debate e a acusação teria de

A UEFA divulgou ontem que Turquia, Bósnia-Her-zegovina, Montenegro e Estónia são os possíveis

adversários de Portugal no “play-off” de acesso ao Euro 2012. O adversário será conhecido num sorteio a ser realizado na noite de hoje, em Cracóvia.

Portugal foi confirmado pela UEFA como cabeça de série no sorteio que decorrerá na Polónia mas com a actualização do ranking a República da Irlanda ul-trapassou a Turquia.

Os dois jogos decisivos no apuramento realizam-se a 11/12 e a 15 de Novembro. Além do adversário, o sorteio de hoje ditará ainda a ordem dos encontros, já que cada equipa fará um jogo em casa.

EURO 2012 | AFINAL A IRLANDA É CABEÇA DE SÉRIE

Turquia no caminho luso

estar concluída dentro de um prazo a estipular, que encerrava o caso assim que terminado.

Resultantes de um trabalho do Gabinete de Estudos e Observatório dos Tribunais, que durou um ano e meio, a proposta de revisão não está

ainda fechada e o documento final será conhecido no final do mês.

“É uma proposta de ruptura. É insustentável manter o actual sis-tema em que os inquéritos duram 10 anos e muitas vezes não dão em nada”, disse Ramos Soares, em conferência de imprensa.

António Martins, presidente da ASJP, acredita que este é um contribu-to da associação para que o processo seja mais simplificado, de forma a acabar com as demoras e sem pôr em causa os direitos essenciais.

A ASJP propõe ainda mudan-ças ao actual regime de apoio ju-diciário, que considera demasiado caro, e defende que o recurso para o tribunal Constitucional deixe de ter efeitos suspensivos da decisão. - J.F.

Cabeças de série• Croácia• Portugal• Rep. Checa• Rep. Irlanda

Não cabeças de série• Turquia• Bósnia• Montenegro• Estónia

A AMNISTIA

hoje macau 13 out 2011 #2471

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