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História de Portugal Aula n.º 16 Consequências da Revolução de 1383-1385 Condições e motivos da expansão portuguesa As Conquistas em Marrocos

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História de Portugal

Aula n.º 16

Consequências da Revolução de 1383-1385

Condições e motivos da expansão portuguesa

As Conquistas em Marrocos

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A Dinastia de Avis

Com D. João I iniciou-se uma nova dinastia – a dinastia de Avis. Reafirmada a sua vontade de independência, o reino português iria entrar num dos períodos mais importantes da sua história – o período dos descobrimentos e da expansão.

As Transformações na Nobreza Portuguesa

Após a Revolução de 1383-1385 ocorreu uma reorganização das casas senhoriais. Muitas das antigas famílias da alta aristocracia mantiveram os seus privilégios e importância, mas houve também a ascensão de alguns plebeus à nobreza, como recompensa dos trabalhos prestados, e a criação de algumas novas grandes casas senhorias, como a Casa de Bragança, casa ducal criada pelo casamento de D. Afonso, filho bastardo de D. João I, com D. Brites, filha de D. Nuno Álvares Pereira.

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A manutenção dos privilégios nobres mostra-nos que a organização económica e social dominante não foi contestada. As maiores transformações ocorreram nas conquistas alcançadas pela burguesia nos campos social e económico.

Os burgueses passaram a ocupar posições de maior relevo na vida política e militar, e entre as vantagens económicas contam-se o alargamento do termo de muitos concelhos e a diminuição ou supressão de vários impostos, especialmente os que incidiam sobre as trocas comerciais.

Além destas, outras concessões contribuíram para o desenvolvimento da burguesia. Entre elas, contam-se:

- a defesa dos mercadores portugueses face à concorrência estrangeira; - reorganização das bolsas de seguros marítimos;- supressão de tabelamento de preços e de salários.

Estas transformações económicas contribuíram para o desenvolvimento do comércio e da marinha que se viriam a manifestar determinantes na nova etapa em que o país ia entrar – os descobrimentos e a expansão.

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Condições e motivos da expansão portuguesa

O país dispunha de condições especiais para um movimento expansionista, desde a situação geográfica, aos conhecimentos náuticos e científicos que os contactos com outros povos tinham proporcionado.

As motivações económicas e sociais

Após a paz alcançada por D. João I, o país podia recomeçar a organizar-se. O relançamento do comércio e de outras actividades económicas exigia maiores quantidades de moeda, mas a escassez de ouro criava a necessidade de procurar os metais preciosos fora de Portugal.

Além do ouro, também se sentia no país a falta de cereais, especialmente do trigo, que abundava nas férteis searas marroquinas.

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As grandes epidemias e as guerras tinham provocado uma forte quebra demográfica, de que resultara uma acentuada falta de mão-de-obra. A busca de escravos seria uma solução para resolver esse problema.

Das motivações económicas faria ainda parte a procura de outros produtos, como as especiarias, o açúcar, as plantas tintureiras e os couros e peles, que se sabia serem abundantes no Norte de África.

As motivações de carácter social

A expansão ultramarina despertava o interesse e correspondia aos desejos de todos os grupos sociais.

Para a nobreza, que vira diminuir os seus rendimentos, a expansão possibilita-lhe adquirir novos domínios, desempenhar novos cargos militares e administrativos e realizar aquela que considerava ser a sua principal tarefa: combater.

O clero também estava interessado na expansão, pois via neste empreendimento um meio de alargar a fé cristã e de enfraquecer o poder muçulmano.

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O povo acreditava que a expansão poderia melhorar as suas condições de vida, trazendo-lhes novos empregos.

A burguesia, por seu lado, estava profundamente interessada no aumento da actividade comercial com os produtos vindos das novas terras.

As Conquistas em Marrocos

A Conquista de Ceuta

Para a conquista da cidade, D. João I reuniu uma poderosa

armada, que partiu de Portugal a 25 de Julho de 1415. Nela seguiam, além do Rei, o condestável Nuno Álvares Pereira, o príncipe D. Duarte e os infantes D. Pedro e D. Henrique e a maior parte da nobreza.

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Depois de ter feito escala em Lagos, a frota dirigiu-se a Ceuta, que, foi facilmente conquistada a 21 de Agosto de 1415.

No dia seguinte, a grande mesquita foi purificada e transformada em catedral.

Decidiu-se que a cidade se conservaria na posse dos portugueses, em vez de se destruir pelo que o Rei e toda a comitiva regressaram a Portugal carregados de despojos, mas deixando em Ceuta uma forte guarnição militar.

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A Importância Estratégica de Ceuta

A escolha de Ceuta para o início da expansão portuguesa ficou a dever-se a um conjunto de factores resultantes da posição estratégica desta cidade.

Situada no estreito de Gibraltar, dominava a passagem do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico, tendo, por isso, uma posição privilegiada para controlar o comércio oriental, em especial o veneziano, que, do Mediterrâneo, se dirigia para o Norte da Europa.

A tomada da cidade era também uma forma de separar os muçulmanos de Espanha dos de Marrocos e, assim, acabar com os ataques dos piratas do Norte de África, tornando segura a navegação no estreito de Gibraltar .

A posição geográfica de Ceuta era ainda importante porque a esta cidade se dirigiam as rotas do tráfego caravaneiro proveniente das regiões ricas em ouro que se situavam a sul do deserto do Saara. Por outro lado, Ceuta era rica em trigo e outros cereais vindos das regiões vizinhas.

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Consequências da Conquista

A conquista da cidade não teve os efeitos pretendidos. Sendo a única praça portuguesa no Norte de África, era praticamente sitiada pelos muçulmanos, que, não se conformando com a sua perda, por várias vezes a atacaram.

Quanto aos esperados lucros do comércio, também os resultados não corresponderam às expectativas, porque os muçulmanos desviaram as rotas caravaneiras, passando a dirigir-se para outras cidades marroquinas. Ceuta, sozinha, nada valia. Ou se conquistavam outras cidades em Marrocos, ou haveria que abandonar Ceuta, que se tornava um sorvedouro de homens e dinheiro, devido aos constantes ataques dos muçulmanos.

As dificuldades militares e a grande despesa que a manutenção da cidade exigia tornavam inviável a conservação de Ceuta por muitos anos.

Quando D. Duarte subiu ao poder, depois da morte de D. João I, quis conhecer as opiniões dos infantes seus irmãos e de alguns membros da alta nobreza sobre a política a seguir. Devia abandonar-se Ceuta, ou ampliar-se a zona de domínio português, tentando outras conquistas em Marrocos?

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O infante D. Pedro e grande parte da nobreza foram da opinião de que não se deveria continuar a guerra no Norte de

África, mas D. Duarte, nas Cortes de Évora de 1436, anunciou a preparação de uma nova expedição militar a Marrocos, dando como razão o cumprimento de uma promessa feita ao pai, o rei D. João I.

O Desastre de Tânger

O alvo escolhido foi a cidade de Tânger. No entanto, o ataque português constituiu uma enorme derrota.O infante D. Henrique para evitar a destruição total do exército português, viu-se forçado, a negociar uma trégua que lhe permitisse retirar as suas tropas até ao litoral, para as poder fazer voltar a Portugal.

Os muçulmanos acederam, com a condição de que os portugueses restituíssem a cidade de Ceuta.

Como garantia de que o acordo seria cumprido, os muçulmanos exigiram que o infante D. Fernando, irmão de D. Henrique, ficasse em Marrocos como refém.

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