hamlet machine

5
HAMLET MACHINE HAMLET-MÁQUINA Heiner Müller 1. ÁLBUM DE FAMÍLIA Eu era Hamlet. Estava parado à beira-mar e falava BLA-BLA com a ressaca. Atrás de mim, as ruínas da Europa. Os sinos anunciavam os funerais nacionais: assassino e viúva um casal: em passo solene atrás do caixão do nobre cadáver os conselheiros, choramingando em luto mal pago. QUEM É O CADÁVER DO CARRO FÚNEBRE / POR QUEM TANTO SE CHORA E TANTO SE GRITA / O CADÁVER É DE UM GRANDE / HOMEM QUE DAVA ESMOLAS, nas fileiras da população, obra de sua política. ERA UM HOMEM QUE APENAS TOMAVA TUDO DE TODOS. Parei o cortejo fúnebre, forcei o caixão com a espada, a lâmina partiu, consegui abri-lo com o coto que sobrou, e reparti o procriador falecido CARNE VAI BEM COM CARNE às miseráveis figuras que estavam ao redor. O luto transformou-se em júbilo, o júbilo em voracidade, em cima do caixão o assassino trepou com a viúva PRECISO AJUDÁ-LO A LEVANTAR TIO ABRE AS PERNAS MÃEZINHA. Eu me deitei no caixão e ouvi o mundo girar no compasso da putrefação. I'M GOOD HAMLET A CAUSE FOR GRIEVE AND THE WHOLE GLOBE FOR A REAL SORROW RICHARD THE THIRD! THE PRINCE KILLING KING OH MAY PEOPLE WHAT HAVE I DONE UNTO THEE COMO UMA CORCUNDA VOU CARREGANDO O MEU PESADO CÉREBRO SEGUNDO PALHAÇO NA PRIMAVERA COMUNISTA SOMETHING IS ROTTEN IN THIS AGE OF MOON Eis que vem o fantasma que me fez, a machadinha ainda no crânio. Tu podes deixar o chapéu na cabeça, sei que tens um buraco a mais. Eu queria que minha mãe tivesse tido um a menos, quando estavas na carne: eu me teria sido poupado. Dever-se-iam costurar as mulheres, um mundo sem mães. Nós poderíamos nos chacinar em paz, e com alguma confiança, quando a vida se torna longa demais para nós ou a garganta estreita demais para os nossos gritos. Que queres tu de mim? Não te basta um funeral solene e oficial? Velho resmungão. Não tens sangue nos sapatos? O que me importa o teu cadáver? Contenta-te que a alça está de fora, talvez acabes mesmo chegando ao céu. O que é que estás esperando? Os galos foram abatidos. Não há mais amanhecer. DEVO, POR SER COSTUME, ENFIAR UM PEDAÇO DE FERRO NA CARNE PRÓXIMA OU NA SEGUINTE AGARRAR-ME A ISSO PORQUE O MUNDO GIRA SENHOR QUEBRE-ME O PESCOÇO DERRUBANDO-ME DE UM BANCO DE TABERNA Entra Horácio. Cúmplice dos meus pensamentos repletos de sangue, desde que a manhã se cobriu com o véu vazio. CHEGAS TARDE DEMAIS, MEU AMIGO, PARA O TEU SOLDO / NÃO HÁ WGAR PARA TI NA MINHA TRAGÉDIA. Horácio, será que me conheces? Se me conheces, como podes ser meu amigo? Queres representar Polônio,

Upload: juliana-piesco

Post on 29-Sep-2015

217 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Hamlet Machine

TRANSCRIPT

  • HAMLET MACHINE HAMLET-MQUINA

    Heiner Mller

    1.LBUM DE FAMLIA

    Eu era Hamlet. Estava parado beira-mar e falava BLA-BLA com a ressaca. Atrs demim, as runas da Europa. Os sinos anunciavam os funerais nacionais: assassino e vivaum casal: em passo solene atrs do caixo do nobre cadver os conselheiros,choramingando em luto mal pago. QUEM O CADVER DO CARRO FNEBRE / PORQUEM TANTO SE CHORA E TANTO SE GRITA / O CADVER DE UM GRANDE /HOMEM QUE DAVA ESMOLAS, nas fileiras da populao, obra de sua poltica. ERA UMHOMEM QUE APENAS TOMAVA TUDO DE TODOS. Parei o cortejo fnebre, forcei ocaixo com a espada, a lmina partiu, consegui abri-lo com o coto que sobrou, e reparti oprocriador falecido CARNE VAI BEM COM CARNE s miserveis figuras que estavam aoredor. O luto transformou-se em jbilo, o jbilo em voracidade, em cima do caixo oassassino trepou com a viva PRECISO AJUD-LO A LEVANTAR TIO ABRE ASPERNAS MEZINHA. Eu me deitei no caixo e ouvi o mundo girar no compasso daputrefao.

    I'M GOOD HAMLET A CAUSE FOR GRIEVE AND THE WHOLE GLOBE FOR A REAL SORROW RICHARD THE THIRD! THE PRINCE KILLING KING OH MAY PEOPLE WHAT HAVE I DONE UNTO THEE COMO UMA CORCUNDA VOU CARREGANDO O MEU PESADO CREBRO SEGUNDO PALHAO NA PRIMAVERA COMUNISTA SOMETHING IS ROTTEN IN THIS AGE OF MOON

    Eis que vem o fantasma que me fez, a machadinha ainda no crnio. Tu podes deixar ochapu na cabea, sei que tens um buraco a mais. Eu queria que minha me tivesse tidoum a menos, quando estavas na carne: eu me teria sido poupado. Dever-se-iam costuraras mulheres, um mundo sem mes. Ns poderamos nos chacinar em paz, e com algumaconfiana, quando a vida se torna longa demais para ns ou a garganta estreita demaispara os nossos gritos. Que queres tu de mim? No te basta um funeral solene e oficial?Velho resmungo. No tens sangue nos sapatos? O que me importa o teu cadver?Contenta-te que a ala est de fora, talvez acabes mesmo chegando ao cu. O que queests esperando? Os galos foram abatidos. No h mais amanhecer.

    DEVO,POR SER COSTUME, ENFIAR UM PEDAO DE FERRO NA CARNE PRXIMA OU NA SEGUINTE AGARRAR-ME A ISSO PORQUE O MUNDO GIRA SENHOR QUEBRE-ME O PESCOO DERRUBANDO-ME DE UM BANCO DE TABERNA Entra Horcio. Cmplice dos meus pensamentos repletos de sangue, desde que a manhse cobriu com o vu vazio. CHEGAS TARDE DEMAIS, MEU AMIGO, PARA O TEUSOLDO / NO H WGAR PARA TI NA MINHA TRAGDIA. Horcio, ser que meconheces? Se me conheces, como podes ser meu amigo? Queres representar Polnio,

  • que quer dormir com sua filha, a encantadora Oflia, ela entra com a sua deixa, vejacomo ela mexe o traseiro, um papel trgico. Horcio/Polnio. Eu sabia que tu s um ator.Eu tambm o sou. Interpreto Hamlet. A Dinamarca uma priso, entre ns cresce umaparede. Veja o que cresce da parede. Exit Polnio. A minha me a noiva. Os seus seiosum roseiral, o ventre o ninho de vboras. Esqueceste o teu texto mezinha. Eu sopro.LAVA-TE DO ROSTO O ASSASSINATO, MEU PRNCIPE / E LANA UM LNGUIDOOLHAR NOVA DINAMARCA. Vou fazer de ti novamente uma virgem, para que o teu reitenha npcias de sangue. O VENTRE MATERNO NO UMA VIA DE MO NICA.Agora eu te amarro as mos s costas, pois me d asco o teu abrao, com o teu vu denoiva. Rasgo agora o vestido de noiva. Agora tens de gritar. Agora lambuzo os farrapos doteu vestido de noiva com a terra em que meu pai se transformou, com estes farrapos oteu rosto, o teu ventre, os teus seios. Agora eu te levo, minha me, no seu invisvel rastro,no invisvel rastro de meu pai. Sufoco o teu grito com os meus lbios. Reconheces o frutodo teu ventre? Agora vai s tuas npcias, puta, aberta ao sol dinamarqus que brilhasobre vivos e mortos. Quem enfiar o cadver para dentro da cloaca, de tal modo que opalcio sufoque em merda real. Em seguida, Oflia, deixa-me comer o teu corao quechora as minhas lgrimas.

    2.A EUROPA DA MULHER

    (Enormous room. Oflia. O seu corao um relgio) OFLIA [CORO/HAMLET] Eu sou Oflia. Aquela que o rio no conservou. A mulher na forca. A mulher com as veiascortadas. A mulher com excesso de dose SOBRE OS LBIOS NEVE a mulher com acabea no fogo a gs. Ontem deixei de me matar. Estou s com meus seios, minhascoxas, meu ventre. Rebento os instrumentos do meu cativeiro - a cadeira, a mesa, acama. Destruo o campo de batalha que foi o meu lar. Escancaro as portas para que ovento possa entrar e o grito do mundo. Despedao a janela. Com as mos sangrandorasgo as fotografias dos homens que amei e que se serviram de mim na cama, mesa, nacadeira, no cho. Toco fogo na minha priso. Atiro minhas roupas no fogo. Exumo do meupeito o relgio que era o meu corao. Vou para rua, vestida em meu sangue. 3.SCHERZO

    (Universidade dos mortos. Sussurros e murmrios. Das suas tumbas (ctedras), osfilsofos mortos atiram os seus livros sobre Hamlet. Galeria (bal) das mulheres mortas. Amulher na forca. A mulher com as veias cortadas. Etc. Hamlet contempla-as com apostura de um visitante de museu (teatro). As mulheres mortas rasgam-lhe as roupas docorpo. De um caixo erecto com a epgrafe HAMLET 1 saem Cludio e, vestida ecaracterizada de puta, Oflia. Strip-tease de Oflia.)

    OFLIA Queres comer o meu corao, Hamlet? (ri)

    HAMLET (as mos diante do rosto) Quero ser uma mulher.

    (Hamlet veste as roupas de Oflia. Oflia pinta nele uma mscara de puta. Cludio, agorapai de Hamlet, ri sem rudo. Oflia joga para Hamlet um beijo com a mo e retorna comCludio / pai de Hamlet para dentro do caixo. Hamlet em pose de puta. O rosto sobre a

  • nuca: Horcio. Dana com Hamlet).

    VOZ(ES) (vindas do caixo) Aquilo que mataste tens tambm de amar.

    (A dana toma-se mais rpida e mais selvagem. Gargalhadas saem do caixo. Numacadeira de balano, a madorra com cncer no seio. Horcio abre um guarda-chuva,abraa Hamlet. Paralisam-se no abrao debaixo do guarda-chuva. O cncer no seio brilhacomo um sol.)

    4.PESTE EM BUDA / BATALHA PELA GROENLNDIA

    (Espao 2, destrudo por Oflia. Armadura vazia, machadinha no elmo) HAMLET O forno fumega nesse outubro sem paz A BAD COLD HE HAD OF IT JUST THE WORST TIME JUST THE WORST TIME OF THE YEAR FOR A REVOLUTION Pelos subrbios cimento em flor passaO doutor Jivago chora Por seus lobos NO INVERNO VINHAM S VEZES ALDEIA DILACERAVAM UM CAMPONS (Tira a mscara e indumentria)

    INTRPRETE DE HAMLET No sou Hamlet. No represento mais nenhum papel. Minhas palavras j no me dizemmais nada. Os meus pensamentos sugam o sangue das imagens. Meu drama no serealiza mais. Atrs de mim monta-se a cena. Por pessoas s quais o meu drama nointeressa, para pessoas s quais ele nada importa. A mim ele tambm j no interessa.No entro mais (os contra-regras, sem que o intrprete de Hamlet se aperceba, instalamuma geladeira e trs aparelhos de televiso. Rudo de frigorfico. Trs programas semsom). A montagem cnica um monumento. Representa em grandiloquncia cntupla,um homem que fez histria. A petrificao de uma esperana. O seu nome insubstituvel. A esperana no se concretizou. O monumento jaz no cho, demolido trsanos aps o funeral oficial, daquele que foi odiado e reverenciado por seus sucessores nopoder. A pedra habitada. Nos espaosos orifcios do nariz e das orelhas, nas dobras dapele e do uniforme da demolida esttuta, anicha-se a populao miservel da metrpole. derrubada do monumento segue-se, depois de um tempo apropriado, a rebelio. O meudrama, se ainda tivesse lugar, realizar-se-ia na poca da revolta. A rebelio comea comoum passeio. Contra as normas do trnsito no horrio de trabalho. A rua pertence aospedestres. Aqui e ali um carro virado. Pesadelo de um atirador de facas: lenta travessiaatravs de uma rua de mo nica na direo de um parque de estacionamentoirrevogvel que est cercado por pedestres armados. Policiais, se estivessematravessados no caminho, so arrojados no acostamento da rua. Quando o cortejo seaproxima da sede do governo, barrado por um cordo de policiais. Formam-se grupos.

  • de onde emergem oradores. Na sacada de um edifcio governamental, aparece umhomem com um fraque mal talhado e comea igualmente a discursar. Mal a primeirapedra o acerta, tambm ele se esconde atrs da porta de dois batentes de vidro blindado.O apelo por mais liberdade transforma-se em grito pela derrubada do governo. Comea-se a desarmar os policiais, toma-se de assalto dois ou trs edifcios, uma priso, umadelegada de polcia, uma agncia da polcia secreta, penduram-se pelos ps uma dziade homens fortes do poder, o governo pe tropas na rua, tanques. O meu lugar, caso omeu drama se tivesse realizado, seria dos dois lados da frente, entre as frentes, acimadelas. Encontro-me no cheiro de suor da multido e jogo pedras em policiais, soldados,tanques, vidros prova de bala. Espio pela porta de vidro blindado aglomerada que seaproxima e cheiro o meu suor frio. Sufocado pela nsia do vmito, agito o meu punhocontra mim mesmo, eu que estou detrs do vidro blindado. Agitado pelo medo e pelodesprezo, vejo-me na multido que se aproxima, minha boca espumando, agitando o meupunho contra mim mesmo. Penduro pelos ps a minha carne uniformizada. Sou o soldadona torre blindada, minha cabea est vazia debaixo do elmo, o grito sufocado sob ascorrentes. Sou a mquina de escrever. Apronto o lao quando os lderes foremenforcados, puxo o banquinho de apoio, quebro o meu pescoo. Sou o meu prisioneiro.Alimento com os meus dados o computador. Os meus papis so saliva e escareador,faca e ferida, dente e garganta, pescoo e corda. Sou o banco de dados. Sangrando namultido. Respirando aliviado atrs da porta de dois batentes. Segregando escarro verbalno meu balo impermevel aos ecos sobre a batalha. O meu drama no teve lugar. Otexto perdeu-se. Os atores penduraram seus rostos no gancho do vestirio. O pontoapodrece na sua caixa. Na plateia, os cadveres de doentes de peste empalhados nomexem mo alguma. Vou para casa e mato o tempo, de acordo / com o meu indiviso ego.Televiso A nojeira nossa de cada dia nojeira Na verborria preparada Pela alegria prescrita Como se escreve ACONCHEGO Dai-nos hoje a morte nossa de cada dia Pois teu o Nada Nusea Pelas mentiras em que se acredita Nojeira Dos mentirosos e de mais ningum Asco Pelas mentiras em que se acreditam Nojeira Pelos rostos marcados dos hipcritas Pela luta por postos, votos, contas bancrias Nojeira Um carro de assalto que fasca com as suas graas Passo por ruas galerias fisionomias Com as cicratizes da batalha de consumo Misria Sem dignidade Misria sem a dignidade Da faca do boxe do punho Os ventres humilhados das mulheres Esperana das geraes Sufocadas em sangue cobardia estupidez Gargalhadas vindas de ventres mortos Heil para a COCA-COLA Um reino Para um assassino

    EU ERA MACBETH O REI TINHA ME OFERECIDO A SUA TERCEIRA MULHER EUCONHECIA TODAS AS MARCAS EM SUAS NDEGAS. RASKOLNIKOV NO CORAO.EMBAIXO DO NICO CASADO A MACHADINHA PARA O / NICO / CRNIO DAUSURRIA

  • Na solido dos aeroportos Eu respiro aliviado Eu sou Um privilegiado O meu nojo um privilgio Protegidos por muralhas Arame farpado priso (fotografia do autor) No quero mais comer beber respirar amar uma mulher um homem unia criana umanimal. No quero mais morrer. No quero mais matar. (rasga-se a fotografia do autor) Arrombo a minha carne lacrada. Quero habitar nas minhas veias, na medula dos meusossos, no labirinto do meu crnio. Retiro-me para as minhas vsceras. Sento-me na minhamerda, no meu sangue. N'algum lugar so rompidos ventres para que eu possa morar naminha merda. N'algum lugar vens so abertos para que eu possa estar sozinho com omeu sangue. Meus pensamentos so chagas em meu crebro. O meu crebro umacicatriz. Quero ser uma mquina. Braos para agarrar pernas andar nenhuma dor nenhumpensamento.

    (cran negro. Sangue saindo da geladeira. Trs mulheres nuas: Marx. Lenin, Mao. Falamsimultaneamente cada um em sua lngua o texto PRECISO TRANSFORMAR TODASAS RELAES EM QUE O HOMEM... O intrprete de Hamlet veste o costume e pe amscara)

    HAMLET O PRNCIPE DINAMARQUS E ALIMENTO DOS VERMES TROPEANDO DE BURACO EM BURACO AT O LTIMO BURACO DESANIMADO S COSTAS O FANTASMA QUE O FEZ VERDE COMO A CARNE DE OFLIA NA CAMA DO PARTO E POUCO ANTES DO TERCEIRO CANTO DO GAIO UM DOIDO RASGA A ROUPA DE GUIZOS DO FILSOFO UM MASTIM CORPULENTO RASTEJA PARA DENTRO DA COURAA

    (Entra na armadura, racha com a machadinha as cabeas de Marx, Lenin, Mao. Neve.poca glacial.)

    5.ESPERA FEROZ / NA TERRVEL ARMADURA / MILNIOS

    (Mar profundo. Oflia na cadeira de rodas. Passam peixes, runas, cadveres e pedaosde cadveres).OFLIA(Enquanto dois homens com botas de mdico a enrolam de baixo para cima na cadeirade rodas em faixas de gaze). Aqui fala Electra. No corao das trevas. Sob o sol da tortura. Para as metrpoles domundo. Em nome das vtimas. Rejeito todo o smen que recebi. Transformo o leite dosmeus peitos em veneno mortal. Renego o mundo que pari. Sufoco o mundo que pari entreas minhas coxas. Eu o enterro na minha buceta. Abaixo a felicidade da submisso. Viva odio, o desprezo, a insurreio, a morte. Quando ela atravessar os vossos dormitrioscom facas de carniceiro, conhecereis a verdade.

    (Homens saem. Oflia permanece em cena, imvel nas alvas ataduras).