gota dr. sergey lerner universidade positivo dr. sergey lerner universidade positivo
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GOTA
Dr. Sergey LernerDr. Sergey LernerUniversidade PositivoUniversidade Positivo
HIPERURICEMIA
DEPÓSITO CRISTAIS DE MONOURATO DE SÓDIO
- ♂ até 7.0 mg/dl e ♀ até 6mg/dl
- limite de solubilidade : 6.7 mg/dl à 37°c
AUMENTO DA PRODUÇÃO
DIMINUIÇÃO DA EXCREÇÃO principal mecanismo
Purinas nucleotideos
hipoxantina
xantina
acido úrico
xantina oxidase
excreção
intestinal
excreção
urinária
Deposição do excesso nos tecidos
Cristais urato tofos
fagocitose
inflamação
artrite
PRPP (fosforribosilpirofosfato)
EPIDEMIOLOGIA
♂ 20 : 1 ♀
30 – 60 anos
mulheres após a menopausa
antecedentes familiares 30 – 80% pacientes
QUADRO CLÍNICO
Hiperuricemia assintomática
Artrite gotosa aguda
Período intercrítico
Gota tofácea crônica
Artrite gotosa aguda
quase sempre monoarticular
início súbito
dor intensa + edema + eritema duração 3 a 10 dias – comum descamação epidérmica
Artrite gotosa aguda
1ª metatarsofalangeana = podagra
( 50% crise inicial – 90% evolução doença)
joelhos, tornozelos, outras metatarsofalangeanas
cotovelos, punhos e mãos
oligo – poliartrite < freqüência
Fatores desencadeantes
excessos dietéticos
ingestão de bebidas alcoólicas
diuréticos, salicilatos
trauma, infecção, cirurgia
fase inicial ou interrupção tratamento
Período intercrítico – ataques recorrentes
assintomáticos após 1°s ataques agudos
muitos com poucas crises durante a vida
ataques recorrentes → + longos, + articulações
alguns casos fase poliarticular crônica
dor nos períodos intercríticos
alterações persistentes exame físico e RX
Gota tofácea crônica
Tofos (depósitos de urato) nos tecidos
doença prolongada – 5 - 10 anos bursa olecraneana, pavilhões auriculares,
superfícies extensoras e próximas às articulações
das mãos, cotovelos, joelhos e pés
Gota e Rim
sítio extra-articular mais afetado
urolitíase
nefropatia úrica
Urolitíase
cálculos de ácido úrico ou mistos – 33%
excreção elevada ácido úrico pelo rim
baixo PH urinário – solubilidade
predisposição à infecção
Nefropatia úrica
rins atróficos, córtex reduzida
cristais de urato de sódio - intrestício da medula
- papilas e pirãmides
alterações de nefrosclerose e doença hipertensiva
proteinúria 20 – 40 %, discreta e intermitente
Hiperuricemia assintomática níveis elevados ácido úrico (> 7.0 mg/dl)
ausência de sintomas
10% ♂ > 40 anos 7.1 – 8.0 mg/dl = 3% GOTA
8.1 - 9.0 mg/dl = 22% GOTA
> 9.0 mg/dl = 49% GOTA
urolitíase 50% excreção urinária > 1.100 mg/dia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Artrite séptica
Artrite reativa
Artrite psoriática
Outros cristais
Doenças associadas
hipertensão arterial
obesidade
dislipidemia
diabetes mellitus
DIAGNÓSTICO História sugestiva - episódos monoartrites sucessivas, podagra , ♂ ↑ 40ª
hx familar, urolitíase
Hiperuricemia / excreção urinária ( 400 – 800 mg/24h) Cristais em líq. sinovial – birrefringência negativa/amarelados
Rx sugestivo - lesões em “sacabocado”
Etiopatogenia
aumento na produção de ácido úrico : - idiopático
- defeito enzimático
- alto turnover ácidos nucleicos
- dieta rica em purinas
diminuição na eliminação de àcido úrico
- 85% pacientes (independe da função renal global)
Classificação
Gota primária
▪ idiopática
▪ aumento produção de ácido úrico
- ↑ PRPP sintetase /
- def. hipoxantina-guanina-fosforribosil-transferase
( S. Lesch Nyhan)
Classificação
Gota secundária
▪ ↑ turnover ácido úrico
- neoplasias ( ex.leucoses, mieloma múltiplo, linfoma)
- tratamento quimioterápico
- anemias hemolíticas, policitemias
- psoríase
▪ ↓ excreção - insuf. renal, diuréticos, AAS, álcool
- acidose metabólica, desidratação,
- tuberculostáticos (etambutol, pirazinamida)
TRATAMENTO Crise aguda
Profilaxia de novos ataques
Diminuição dos níveis de ácido úrico
( eliminação dos cristais de urato )
Crise aguda
AINHs naproxeno 500 mg 12/12 h
diclofenaco 50 mg 8/8 h
coxibes (celecoxibe, lumiracoxibe, etoricoxibe)
CORTICOSTERÓIDES prednisona 10 – 40 mg/dia
dexametasona 2 – 4 mg
solumedrol 50 mg
COLCHICINA pouco utilizado
Alimentos com alto teor de purinas
-carnes como vitela, bacon, embutidos; -miúdos como fígado, coração, língua, rim e miolos; -peixes e frutos do mar como sardinha, salmão, bacalhau, ovas de peixe; -bebidas alcoólicas de todos os tipos; -tomate e extrato de tomate; -caldo de carnes e molhos prontos.
Alimentos com médio teor de purinas
-carne de vaca, frango, porco, presunto; -peixes e frutos do mar como camarão, ostra, lagosta, caranguejo; -leguminosas como feijão (exceto feijão adzuki), soja, grão de bico, ervilha e lentilha,-aspargo, cogumelos, couve-flor, espinafre-cereais integrais como arroz integral, trigo em grão, centeio e aveia; -oleaginosas como coco, nozes, amendoim, castanhas, pistache, avelã.
Alimentos com baixo teor de purinas
-queijos magros, ovos cozidos, manteiga e margarina; -cereais e farináceos como pão, macarrão, sagu, fubá, mandioca, arroz branco e milho-vegetais como couve, repolho, alface, acelga, agrião; -doces e frutas de todos os tipos.
carnes em geral.
miúdos (fígado, coração, língua e rins).
peixes pequenos.
frutos do mar como as sardinhas, arenque, an-chova, mexilhão, camarão e ovas de peixes.
os caldos e ensopados devem ser evitados porque o ácido úrico é muito hidrossolúvel e quando qualquer tipo de carne é cozido em água, o ácido úrico se difunde e se concentra nos líquidos de cozimento.
certos grãos como feijão, grão de bico, ervilha, lentilha e grãos integrais têm muita purina e devem ser evitados.
Tratamento medicamentoso da hiperuricemia
Alopurinol (cps100 mg)
dose 100 – 300 mg/dia, máx. 900 mg/dia
inibe a enzima xantina oxidaseinibe a enzima xantina oxidase
profilaxia com colchicina (cps 0,5 mg)
dose 0,5 mg 12/12 h, máx. 2 mg/dia
uricosúricos
benzobromarona 50 – 200 mg/dia
probenecid 250 mg 2x/dia até 1 gr, máx. 3 gr
sulfinpirazona 300 – 400 mg/dia
losartan, fenofibrato
Inibidores da síntese de ácido úrico aumento da produção
excreção renal > 600 - 800 mg/dia
nefropatia / urolitíase / insuficiência renal
gota tofácea grave
insucesso com uricosúricos
Indicação de uricosúricos
hipoexcreção com hiperuricemia
excreção renal < 600 mg/dia com dieta regular
< 60 anos de idade
função renal normal
sem evidência de litíase
Tratamento da hiperuricemia
O tratamento da hiperuricemia, nunca deve, iniciar-se ou ser suspenso durante o quadro articular, pois a oscilação dos níveis de ácido úrico pode desencadear ou agravar uma crise.
Hiperuricemia assintomática, habitualmente não deve
ser tratada, a não ser durante tratamento quimioterá-
pico de neoplasia ou com níveis de ácido úrico muito
elevados.