gestão do conhecimento e tecnologia da informação

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Naturais e Tecnologia Curso de Graduação em Engenharia de Produção Herbert De Souza Tavares Uso da Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação como Ferramenta no Setor de Manutenção de um Órgão de Proteção ao Voo. Belém 2011

Author: herbert-tavares

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Tcc de Graduação em Eng de Produção, tendo como tema o Uso da Gestao do Conhecimento em um setor de manutenção usando a TI como ferramenta.

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  • Universidade do Estado do Par Centro de Cincias Naturais e Tecnologia Curso de Graduao em Engenharia de Produo

    Herbert De Souza Tavares

    Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da

    Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao Voo.

    Belm 2011

  • Herbert de Souza Tavares

    Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao

    Voo

    Trabalho de Concluso de Curso como pr-requisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho

    Belm 2011

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP),

    Biblioteca do Centro de Cincias Naturais e Tecnologia, UEPA, Belm - PA.

    T231u Tavares, Herbert de Souza

    Uso da gesto do conhecimento e tecnologia da informao como ferramenta no

    setor de manuteno de um rgo de proteo ao voo / Herbert de Souza Tavares;

    Orientao Hlio Raimundo Ferreira Filho. -- Belm, 2011.

    62 f. : il.; 30 cm.

    Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia de Produo) Universidade do Estado do Par, Centro de Cincias Naturais e Tecnologia,

    Belm, 2011.

    1. Gesto do conhecimento. 2. Tecnologia da informao. 3. Espao areo. I.

    Ferreira Filho, Hlio Raimundo. II. Ttulo.

    CDD 658.4038

  • Herbert de Souza Tavares

    Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao

    Voo

    Trabalho de Concluso de Curso como pr-requisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho

    Data de aprovao: / / Banca Examinadora _____________________________________ - Orientador Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho Doutor em Cincia da Gesto Universit Pierre-Mends-France

    _____________________________________ Professor: _____________________________________ Professor:

  • DEDICATORIA

    Este trabalho dedicado a todas as pessoas que de alguma forma

    contriburam para a concluso desta jornada, famlia, amigos, parentes e tantas

    outras que nunca se deram conta da sua influencia. Em especial ao meu pai Vitor

    Duarte Tavares que sempre me orientou nos caminhos do estudo, e

    incansavelmente, rigorosamente e insistentemente deixou essa ideia bem clara.

  • AGRADECIMENTOS

    Desejo agradecer primeiramente a minha famlia que sempre garantiu o

    apoio necessrio para tornar possvel os meus estudos. Minha esposa Roselma que

    sempre esteve disponvel a me ajudar, inclusive estudando comigo assuntos que

    nada tm a ver com sua rea profissional, somente para me ajudar com trabalhos e

    provas da faculdade, e ajudando at em resumos de livros que serviriam de assunto

    para prova. Minhas filhas Ingrid e Isis que me serviram de fonte de inspirao eu

    buscar o meu melhor, me acompanhando as vezes nos meus estudos querendo

    assistir comigo algum filme infantil ou querendo brincar com joguinhos virtuais. Aos

    meus pais que desde criana me apoiaram e mostraram o caminho correto rumo a

    uma vida digna atravs dos estudos e bons valores. Tambm agradeo aos meus

    amigos do trabalho que sempre estiveram dispostos a me ajudar onde por muitas

    vezes trocaram comigo o servio s para que eu pudesse ir a aula, e um

    agradecimento em especial aos meus amigos de trabalho, Roberto e Melo que

    foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho, onde me iniciaram na

    atividade de Webdesigner. Aos meus sogros que sempre estiveram disponveis para

    cuidar das minhas filhas quando necessrio minha ausncia. Aos meus amigos de

    turma que deram sua ajuda a minha jornada, tirando duvidas, ou estudando juntos

    nas provas, em especial meu amigos de equipe Lauro Romo e Denize Baia, onde

    tivemos que nos aturas em vrios trabalhos acadmicos em quase cinco anos de

    convivncia, e apesar do nosso grupo ser reduzido sempre conseguimos terminar

    nossas tarefas, algumas at com louvor e outras nem tanto, mas que nos trouxeram

    grandes lies como fazer backup de nossos trabalhos, por exemplo. Aos meus

    amigos Trcio e Rodrigo que foram fundamentais para formatao deste trabalho. E

    finalmente, porm principalmente a Deus que sem o mesmo nada eu seria e nem

    teria, e sempre nele que busco foras quando o fardo se torna demasiado pesado.

  • Sabemos mais do que podemos dizer

    Michael Polanyi

  • RESUMO

    Pesquisa realizada sobre os conceitos e aplicabilidades da Gesto do Conhecimento e sua viabilidade de implementao atravs da Tecnologia da Informao sendo esta usada como ferramenta prtica, no apoio ao setor de manuteno de um rgo governamental responsvel pela proteo ao espao areo da cidade de Belm-PA. O trabalho busca identificar quais teorias da Gesto do Conhecimento podem ser utilizadas no local em estudo levando em considerao a infraestrutura e familiarizao dos usurios com a Tecnologia da Informao, buscando nesta, elementos que sejam adequados como ferramenta de trabalho equipe de manuteno. Para o desenvolvimento do estudo de caso utilizou-se os conceitos dos Portais Corporativos do Conhecimento, porm somente as caractersticas que se mostraram possveis de serem implementadas. Como resultado da investigao se concluiu que um Site do Conhecimento que rena informaes essncias ao desenvolvimento das atividades do local em estudo, que armazene novos conhecimentos e os ajude a serem compartilhados seria o ideal. Desta forma o site foi desenvolvido e se demonstrou totalmente vivel em vrios aspectos, fato que o torna possvel de ser utilizado e com potencial de grandes benefcios. Palavras-chave: Gesto do Conhecimento. Tecnologia da Informao. Manuteno. Portais Corporativos. Espao Areo

  • ABSTRACT

    Research realized about concepts and applicability of knowledge management and your viability of implementation through the Information Technology which is used as a practical tool to support the maintenance sector of a government agency responsible for protecting the airspace in Belem-PA city. The work seeks to identify which theories of knowledge management can be used on-site in study taking into account the infrastructure and users' familiarity with Information Technology, seeking this, elements that are appropriate as a tool for maintenance team. To develop the case its used the concepts of Enterprise Knowledge Portals, but only the features that is possible to be implemented. As a result of the investigation was concluded that a Site of Knowledge which gathers essential information to the activities of the local in study, that capture news knowledge and can be shared would be ideal. Thus the site was developed and shown entirely feasible in many ways, a fact that makes it possible to use and with great potential benefits.

    Keywords: Knowledge Management. Information Technology. Maintenance. Corporate Portals. Airspace.

  • SUMRIO

    CAPTULO 1 INTRODUO ................................................................................. 13

    1.1 CONSIDERAOES INICIAIS .............................................................................. 13

    1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA ............................................................................ 14

    1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15

    1.4 OBJETIVO .......................................................................................................... 16

    1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16

    1.4.2 Objetivos Especficos .................................................................................... 16

    1.5 DELIMITAES DO TRABALHO ....................................................................... 17

    CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO ............................................................... 19

    2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO..................................................................... 19

    2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO. .......................................................... 21

    2.2.1 Dado. ............................................................................................................... 21

    2.2.2 Informao. ..................................................................................................... 21

    2.2.2.1 Componentes da Informao ........................................................................ 21

    2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade....................................................................... 22

    2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao. ........................................................ 23

    2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao. ................................................................ 24

    2.2.2.1.4 Iniciao ..................................................................................................... 24

    2.2.2.1.5 Contgio ..................................................................................................... 25

    2.2.2.1.6 Controle ...................................................................................................... 25

    2.2.2.1.7 Integrao .................................................................................................. 25

    2.2.2.1.8 Administrao ............................................................................................. 25

    2.2.2.1.9 Maturidade ................................................................................................. 26

    2.2.3 Conhecimento................................................................................................. 26

    2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO. .................................................................... 27

    2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento.............................................. 29

  • 2.3.1.1 Socializao .................................................................................................. 30

    2.3.1.2 Externalizao ............................................................................................... 31

    2.3.1.3 Combinao .................................................................................................. 31

    2.3.1.4 Internalizao ................................................................................................ 32

    2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento. .............................................. 33

    2.3.3 TI: Fundamental para GC ............................................................................... 35

    2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC ............... 36

    2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES ....................................... 39

    2.5.1 Manuteno Corretiva .................................................................................... 40

    2.5.2 Manuteno Preventiva ................................................................................. 40

    2.5.3 Manuteno Preditiva. ................................................................................... 41

    CAPTULO 3 METODOLOGIA .............................................................................. 42

    3.1 CLASSIFICAO ............................................................................................... 42

    3.1.1 Do ponto de vista da Natureza ...................................................................... 42

    3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao ............................................. 42

    3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema ........................... 43

    3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos .......................................................... 43

    3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos .......................................... 44

    3.2 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................... 44

    3.2.1 Levantamento da Literatura .......................................................................... 44

    3.2.2 Observaes ................................................................................................... 44

    3.2.3 Entrevista ........................................................................................................ 44

    3.2.4 Estudo sobre Webdesigner ........................................................................... 46

    3.2.5 Desenvolvimento de um site ......................................................................... 46

    CAPITULO 4 - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO........................................... 47

    4.1 PREPARANDO O SITE DO CONHECIMENTO ................................................. 47

    4.1.1 Recursos necessrios ................................................................................... 47

  • 4.1.1.1 Ambiente ....................................................................................................... 47

    4.1.1.2 Arquitetura ..................................................................................................... 48

    4.1.1.2.1 Contedo ........................................................................................ 49

    4.1.1.2.2 Contexto ......................................................................................... 49

    4.1.1.2.3 Usurios ......................................................................................... 51

    4.1.2 Software para Desenvolvimento ................................................................... 53

    4.1.3 Requisitos de um Site do Conhecimento ..................................................... 54

    4.1.3.1 Fcil para usurios eventuais. ....................................................................... 55

    4.1.3.2 Classificao e Pesquisa intuitiva.................................................................. 55

    4.1.3.3 Compartilhamento Cooperativo ..................................................................... 55

    4.1.3.4 Conectividade universal aos recursos informacionais ................................... 56

    4.1.3.5 Arquitetura baseada em servidor................................................................... 56

    4.1.3.6 Definio flexvel das permisses de acesso ................................................ 57

    4.1.3.7 Interfaces externas ........................................................................................ 57

    4.1.3.8 Segurana ..................................................................................................... 57

    4.1.3.9 Fcil administrao ........................................................................................ 57

    4.1.3.10 Personalizao ............................................................................................ 58

    4.2 INSTALAO E CONFIGURAO DO SITE .................................................... 58

    4.2.1 Preparao da Mquina. ................................................................................ 58

    4.2.2 Primeira Implementao: Biblioteca Virtual ................................................. 60

    4.2.3 Segunda Implementao: Ferramenta de Pesquisa .................................... 60

    4.2.4 Terceira Implementao: Frum ................................................................... 61

    4.2.5 Quarta Implementao: Registro de Falhas ................................................. 62

    4.3 FINALIZAO DO SITE ..................................................................................... 65

    CAPITULO 5 CONCLUSO .................................................................................. 67

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 71

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 13

    CAPTULO 1 INTRODUO

    1.1 CONSIDERAOES INICIAIS

    Ao se utilizar os servios de uma companhia area, muitos so os

    componentes que integram o produto e todos eles so passivos de avaliao do

    cliente que busca total satisfao, desde o acesso a compra de passagens at o

    desembarque no local de destino. Porm nesse processo todo, a parte crtica e

    talvez a que gere mais expectativa para o cliente, que voar com segurana, no

    depende s da empresa, mas de inmeros rgos como a Agncia Nacional de

    Aviao Civil (ANAC), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (Infraero) e

    a responsvel pelo controle e proteo do espao areo brasileiro o Departamento

    de Controle do Espao Areo (DECEA), que no somente tem a responsabilidade

    de organizar e fazer fluir o trfego de aeronaves civis, mas tambm resguardar a

    soberania do espao areo atravs do controle e monitorao de aeronaves

    militares.

    Com a incumbncia de gerenciar cerca de 8,5 milhes de m entre terras

    e mares, o DECEA no s atua no sentido de organizar a circulao de todas as

    aeronaves civis e militares do espao areo brasileiro desde a decolagem at o

    pouso, mas tambm fornece uma srie de informaes e procedimentos que

    aumentam a segurana e a eficincia dos servios aeronuticos, como cartas de

    navegao com as aerovias, dados meteorolgicos para aviao, informaes

    aeronuticas atualizadas constantemente que mostram a situao geral de

    aeroportos e aerovias, busca e salvamento em caso de sinistro, telecomunicaes

    aeronuticas que contam com tecnologia dos mais diversos tipos como satlites,

    fibra tica, RADAR entre outros, que garantem informaes em tempo real para a

    segurana de todo o processo e tambm o DECEA responsvel pela inspeo do

    prprio sistema de controle do espao areo onde aeronaves laboratrio fazem

    testes peridicos de procedimentos, desempenho da equipe de controle e tambm a

    preciso de diversos equipamentos de proteo ao voo.

    O controle do espao areo um prestao de servio que deve

    funcionar ininterruptamente, afinal a qualquer hora do dia existem aeronaves se

    deslocando pelos mais diversos pontos do pas, alm do que a preciso nas

    informaes de vital importncia, pois um detalhe por menor que seja, caso no

    esteja correto pode ser a diferena entre um voo tranquilo ou centenas de vidas

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 14

    perdidas. Os equipamentos de proteo ao voo tem um papel fundamental no

    desenvolvimento deste processo, por poderem ser captadores e disseminadores de

    informaes que demonstram o status de cada aeronave bem como fornecer s

    mesmas, dados que auxiliam os pilotos em seus trajetos. Diversos so estes

    equipamentos existentes no sistema de controle do espao areo brasileiro, como

    rdios comunicadores, instrumentos de apoio ao pouso, os chamados Instrument

    Landing System (ILS) que auxiliam os pilotos dando o ngulo e a velocidade ideais

    para um pouso seguro mesmo nas mais precrias condies visuais, sistemas de

    radiodeterminao onde so utilizados radares que fornecem as coordenadas,

    altitude e identificao de cada aeronave. Nesse contexto necessrio que esses

    equipamentos tenham um tempo de parada para manuteno o mnimo possvel,

    pois apesar das manutenes preventivas e da utilizao de redundncia nos

    sistemas (equipamentos sempre funcionam aos pares, caso um apresente defeito o

    outro continua a operao sem interromp-la) inevitvel que existam problemas

    que interrompam o sistema parcialmente ou totalmente, muitas das vezes por surtos

    no fornecimento de energia, descargas atmosfricas ou o simples degaste de algum

    componente, nessa ocasio uma manuteno corretiva e necessria e o

    restabelecimento do equipamento deve ser dado o mais rpido possvel sob risco da

    segurana dos voos serem afetadas.

    Sobre essa tica que a aplicao do estudo de Gesto do

    Conhecimento (GC), com a utilizao da Tecnolgica da Informao (TI), como

    ferramenta indispensvel para otimizao e reduo do tempo das manutenes dos

    equipamentos de proteo ao voo num rgo subordinado ao DECEA, no caso do

    estudo em questo o mesmo localizado em Belm, capital. O rgo um dos

    principais responsveis pelo controle do espao areo da regio Amaznica e

    principal ponto de ligao por via area de Belm a outros estados e pases.

    1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA

    Muitas atividades profissionais requerem um nvel de eficincia o mais

    prximo possvel da eficincia total, no pelo objetivo do lucro financeiro mximo,

    mas sim por existirem vidas em jogo. Os rgos de controle do espao areo tem a

    tarefa de garantir a segurana de todo o sistema de transporte aeronutico, e um

    setor crtico destas instituies o da manuteno, pelo fato de garantir que os

    equipamentos que do suporte a navegao area estejam sempre em bom

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 15

    funcionamento para que todo o processo desde o embarque ate o pouso das

    aeronaves sejam feitas no maior ndice de segurana possvel.

    Muitos trabalhos tm relatado que para qualquer empresa seja ela pblica

    ou privada, o conhecimento o bem mais valioso nos dias de hoje e capaz de

    realizar as maiores transformaes num ambiente organizacional. No entanto

    somente nos ltimos anos que tm surgido, aplicaes prticas da GC em

    ambientes organizacionais e quase todas elas utilizando recursos computacionais

    para tal.

    Ento surge a questo seria possvel inserir uma dessas ferramentas da

    GC em um setor com necessidade de aprendizado como o de manuteno, sendo

    que para isso se utilize recursos da TI disponveis no local?

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Na manuteno de equipamentos de proteo ao voo existe uma corrida

    contra o tempo para o restabelecimento dos mesmos quando interrompidos por

    motivo de avaria. Apesar de existir bastante conhecimento explcito sobre os

    equipamentos em forma de apostilas e manuais tcnicos que mostram como que o

    equipamento funciona e at possveis solues para alguns defeitos, nas

    manutenes que os tcnicos responsveis adquirem inestimvel conhecimento

    tcito que facilitar e tornar mais gil a recuperao do equipamento caso uma

    pane idntica ou semelhante venha a acontecer novamente, pois nessa experincia

    que ser aprendida uma ou mais solues para um problema especifico. Para

    Takeuchi e Nonaka (2008), o conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente

    visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar,

    tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. O que mostra que

    apesar do grande conhecimento adquirido, cada tcnico guarda para si quase todo o

    conhecimento adquirido e com o passar do tempo torna-se uma valiosa fonte de

    conhecimento individual. A capacidade de transformar dados em conhecimento e de

    utiliz-lo em proveito da empresa torna o funcionrio em agente primrio do

    conhecimento da empresa (PROBST, RAUB & ROMHARDT, 2000), por isso

    fundamental que os conhecimentos adquiridos por cada indivduo seja armazenado

    e disseminado para os demais, pois para Probst Raub e Romhardt (2000) os

    funcionrios cada vez mais dependem da ajuda mutua para realizarem tarefas

    complexas com xito. O sucesso de um projeto ou de uma equipe est

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 16

    estreitamente relacionado com a eficincia do compartilhamento de conhecimento

    no grupo.

    O local em estudo se caracteriza por ser uma organizao militar, e como

    tal quase todos seus funcionrios so militares, que em razo da natureza da

    atividade existe a possibilidade de serem transferidos para outras unidades

    espalhadas pelo Brasil, levando consigo todo o conhecimento aprendido ao longo

    dos anos, e muitas das vezes nos locais de destino esse conhecimento tem pouco

    valor, pois acabam trabalhando com equipamentos diferentes dos locais de origem.

    Nesse cenrio o uso de uma ferramenta de TI para a formao de um

    banco de dados como um histrico de manutenes passadas para disseminao

    de conhecimento aos tcnicos da manuteno dentro da organizao, utilizando os

    conceitos de GC. Essa ferramenta tem a tarefa de tornar o processo de manuteno

    corretiva mais gil e eficiente, caractersticas essas que esto alinhadas com a

    misso do DECEA que busca oferecer aos usurios do sistema aerovirio brasileiro

    conforto, segurana e proteo ao espao areo nacional.

    1.4 OBJETIVO

    1.4.1 Objetivo Geral

    Analisar as condies para a aplicao de ferramentas prticas da Gesto

    do Conhecimento como externalizao de conhecimento e compartilhamento dentro

    de um setor de manuteno, sendo que para isso se utilize os recursos da

    Tecnologia da Informao disponveis no local.

    1.4.2 Objetivos Especficos

    Verificar as condies mnimas para aplicao da ferramenta que sera

    escolhida conforme as teorias da Gesto do Conhecimento.

    Identificar junto aos funcionrios do setor em estudo, qual

    funcionalidades da Gesto do Conhecimento so mais adequadas as

    suas atividades.

    Desenvolver um Website baseado no perfil dos usurios para ser

    utilizado dentro da prpria rede do local pesquisado, onde as ferramentas

    da Gesto do Conhecimento operem dentro do mesmo.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 17

    1.5 DELIMITAES DO TRABALHO

    Este trabalho tem por objetivo analisar e demonstrar atravs de um

    estudo prtico, como a Gesto do Conhecimento pode ser aplicada de forma eficaz

    em um setor de trabalho, utilizando-se para isso as teorias e elementos da

    Tecnologia da informao.

    A pesquisa procurou focar-se nas teorias que regem a GC e quais

    ferramentas disponveis existem para serem aplicadas em casos reais, assim como

    as viabilidades de adota-las. Foi procurado tambm identificar as melhores prticas

    que garantam o sucesso de um Sistema de Informaes, qual configurao

    necessria do ambiente como um todo para que os usurios se sintam motivados a

    usarem um sistema de informtica.

    Foram utilizados os conceitos do Portal do Conhecimento como o melhor

    recurso de TI para o estudo de caso. Buscou-se desenvolver uma pgina virtual que

    tivesse o maior nmero de elementos possveis caractersticos de um portal, uma

    vez que construir o mesmo em sua totalidade requereria muito mais tempo, estudo e

    custos. No entanto buscou-se equilibrar a quantidade de recursos disponveis, com

    as caractersticas que a GC exige de um site do conhecimento.

    O ambiente em estudo diz respeito a somente a equipe tcnica de

    manuteno do rgo de controle do espao areo de Belm-PA, j que o

    pesquisador faz parte do ambiente em estudo o mesmo pode ter acesso a muitos

    detalhes que permeiam o ambiente, sendo possvel um estudo minucioso.

    Nenhum software utilizado para a composio do trabalho tem licena

    proprietria, pois os custos com o desenvolvimento do estudo tambm fazem parte

    da anlise de viabilidade, e como no existia verba destinada essa pesquisa a

    opo por programas gratuitos so requeridos.

    A composio do site se fez de maneira mais simples possvel,

    primeiramente pela pouca experincia do pesquisador com desenvolvimento de

    sites, e depois por buscar a facilidade para que qualquer pessoa com pouca

    experincia possa dar seus primeiros passos na prtica da GC.

    Por fim o site desenvolvido no chegou operar na prtica no local em

    estudo por depender de polticas internas, que passam por um processo de anlise

    de novos Sistemas de Informao e levam meses para serem concludas. Alm

    disso, qualquer avaliao de resultado de um projeto de GC no de carter

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 18

    imediato e demanda mais alguns meses para que se tenha um mnimo de noo

    sobre como esta se portando a ferramenta perante os usurios.

    Todos os recursos de software utilizados foram do tipo livres e gratuitos

    ,uma vez que todos os programas se mostraram mais do que suficientes para a

    realizao do trabalho, no justificando a utilizao de verbas para a aquisio de

    programas computacionais.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 19

    CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO

    Neste captulo ser feita a reviso dos conceitos de Sistemas de

    Informao, Gesto do Conhecimento, Tecnologia da Informao, e uma breve

    explanao sobre, Gesto da Manuteno, com o objetivo de fundamentar e auxiliar

    o desenvolvimento do trabalho.

    2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO.

    Para se considerar a existncia de um programa de GC, antes de

    qualquer coisa devemos entender quais componentes formam o conhecimento em

    si, pois no comum o equvoco na hora de definir certos conceitos. Nesse sentido

    os Sistemas de Informao (SI) so a base principal onde a Gesto do

    Conhecimento ir atuar, fazendo circular a informao dentro da instituio, para

    que a disseminao da mesma leve conhecimento a todas as pessoas e o

    compartilhamento crie novos conhecimentos.

    Definir um conceito nico para SI uma tarefa complicada, pois vrios

    estudos na rea tm uma descrio prpria, e nesse caso o que mais importa ter a

    ideia de como enxergar essas definies no contexto em que se quer trabalhar.

    Visto isso de acordo com Turban et al (2007) sistema de informao obter as

    informaes certas para as pessoas certas, no momento certo, na quantidade certa

    e no formato certo. Nesse caso a forma como isso ir acontecer independe da

    ferramenta usada, podem ser utilizado papeis, pastas, armrios, pessoas que iro

    fazer essas informaes circular, ou a Tecnologia da Informao (TI) atualmente a

    mais comum das formas de viabilizar um SI. A TI se utiliza de redes de

    computadores e toda tecnologia que envolva comunicaes e armazenamento de

    Dados e/ou Informaes. Ainda sobre essa diferenciao entre TI e SI vale ressaltar

    o que dizem Audy e Brodbeck (2003, p. 20):

    Nesse contexto, diversos autores equiparam TI e SI em seus estudos, sendo possvel identificar uma tendncia dos principais autores da rea de planejamento estratgico de utilizar a expresso sistemas de informao para caracterizar a abrangncia e o enfoque sistmico do processo de planejamento de sistemas de informao. Por outro lado, os principais autores na rea de alinhamento estratgico tendem a utilizar com muita frequncia a expresso tecnologia da informao com a inteno de caracterizar a dimenso tecnolgica integrando-se diretamente ao processo de planejamento estratgico de negocio e de sistemas de informao.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 20

    A Tecnologia da Informao permitiu que pessoas, grupos e

    organizaes fizessem a gesto de suas informaes eficaz e eficientemente

    (GORDON 2006). Sem dvida a TI quem de fato possibilita usarmos todo potencial

    de um SI, e ainda segundo Laurindo (2008) j nas ultimas dcadas, muitas teorias,

    modelos e tcnicas foram desenvolvidos e estudados para que a TI fosse usada em

    sintonia com a estratgia e a operao das empresas. Hoje j intrnseco que

    qualquer projeto de SI contemple o uso de computadores, intranet, banco de dados

    ou qualquer outro componente tecnolgico.

    A importncia do uso de TI em uma organizao no traz benefcios

    somente ao corpo estratgico da mesma, mas a todas as pessoas at o nvel

    operacional. Deve-se observar tais vantagens com o intuito de perceber o valor

    agregado da aquisio de uma tecnologia, que no seja apenas o financeiro, mas

    tambm o de desempenho das equipes. Sobre estas vantagens podemos

    exemplificar o uso da TI para os supervisores terem controle sobre processos e

    funcionrios e estes ltimos podem utilizar estas informaes para aumentarem seu

    aprendizado e passar aos demais, fortalecendo assim as equipes, isso mostra como

    organizaes que tem como filosofia o controle dos funcionrios ou as que preferem

    gerenciar funcionrios com comprometimento. Abaixo o quadro 1 demonstra

    algumas desses benefcios organizacionais:

    Efeitos na Organizao Voltada ao Controle Efeitos na Organizao Voltadas ao Comprometimento

    Monitora e Controla Distribui o poder e a informao e promove a auto superviso

    Rotiniza e Cadencia Proporciona o discernimento e promove a

    inovao

    Despersonaliza Enriquece a comunicao

    Despoja os indivduos de seu conhecimento Levanta as necessidades de habilidades e promove aprendizado

    Reduz a dependncia nas pessoas Aumenta a importncia da habilidade

    individual e motivao interna

    Quadro 1: Vantagens organizacionais da TI

    Fonte: Walton (1993)

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 21

    Toda vez que uma nova tecnologia implantada existe um perodo at

    que esta seja usada de forma plena, e isso depende do nvel de domnio dos

    funcionrios sobre a nova ferramenta, porm quanto mais interessados todos

    estiverem mais rpido esse amadurecimento ocorrer, ento a percepo de que

    todos possam tirar proveito de novas ferramentas de TI algo muito considervel

    para uma empresa que quer otimizar o uso de seu investimento.

    A importncia do entendimento dos conceitos que formam o SI

    essencial para o sucesso de sua implementao, ou mesmo depois de instalado,

    para as situaes de tomada de deciso. Deve-se estar bem claro na viso do

    gestor a diferena entre o que dado e informao, ou informao e conhecimento,

    e embora essas palavras paream sinnimas, o conceito das mesmas so

    diferentes, e cada um desses elementos nada mais so que a base que compem

    uns aos outras. A seguir ser descrito de forma sucinta o conceito de cada um

    desses elementos.

    2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO.

    2.2.1 Dado.

    O primeiro conceito a ser entendido o Dado, que pode ser definido

    como qualquer valor proveniente do resultado de alguma observao documentada

    ou de algo que foi medido, como quantos quilmetros algum percorre uma

    determinada distancia, a anotao dos dias que chovem ou no, o resultado de

    vendas em certo perodo. Tudo que pode ser registrado, classificado e guardado

    caracteriza um Dado, so descries elementares de diversos eventos que isolados

    no tm significado nenhum.

    2.2.2 Informao.

    Quando os Dados so agrupados e sistematizados, de forma que sua

    organizao faa algum sentido e valor dentro de um determinado contexto ai

    teremos a informao. Como exemplo de informao podemos ter a folha de

    pagamento dos funcionrios de uma empresa, quais itens foram comprados por um

    cliente em seu carto de credito nos ltimos meses, ou seja, so dados

    processados.

    2.2.2.1 Componentes da Informao

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 22

    Para Laurindo (2008) a informao seria o conjunto de dados

    devidamente tratados de forma a serem providos de significado, tambm

    organizados e classificados para alguma finalidade que as pessoas possam usar.

    Esses conceitos to logo sejam compreendidos, devem ser analisados de forma a

    otimizar as decises dentro das organizaes. Acima de tudo, fundamental

    ressaltar que estas decises devem ser tomadas com base no valor, conceito e na

    referencia que as informaes possuem.

    O que deve estar bem claro que a identificao desses trs pontos,

    assume importantes posies no estabelecimento do Sistema de Informao que

    ser implementado dentro de qualquer organizao. Quando falamos de valor da

    informao, significa que necessrio um suporte logico que a defina, por exemplo,

    os valores de uma folha de pagamento de funcionrios de uma empresa nada mais

    so que os dados da informao. Evidentemente, o entendimento da informao no

    ser possvel com apenas valores disponibilizados, preciso que as pessoas

    envolvidas no sistema tenham entendimento do conceito em que esto inseridos os

    dados, ainda no exemplo da folha de pagamento, e preciso que as pessoas saibam

    o que uma folha de pagamento para que os valores contidos nela faam sentido,

    nesse momento teremos a informao formada. Do mesmo modo, a utilidade de

    uma informao vai depender de uma referencia, atravs da qual os dados vo

    orbitar, e ser possvel saber se um desempenho melhorou ou piorou. Ainda

    tomando como exemplo o caso da folha de pagamento, o salrio do presidente por

    ser o maior pode servir de referencia para compor o dos restantes, onde certas

    porcentagem vo sendo abatidas conforme a importncia do cargo, ou mesmo pode

    ser analisado nos ltimos anos quanto de reajuste salarial os funcionrios tiveram.

    2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade.

    Toda informao precisa ser entendida, pois do contrrio no ter

    utilidade uma vez que a mesma no causara o efeito desejado, a complexidade da

    estrutura do SI implantada assume importantes posies no estabelecimento das

    formas de ao que dizem respeito tomada de deciso. Por conseguinte a

    informao deve ser a mais especfica e veloz possvel, sobre isso Foina (2001, p.

    19) diz que:

    A informao deve ser disponvel, quando ela for necessria, e com a melhor preciso possvel. Disponibilidade e preciso, para informao, so caractersticas muitas vezes antagnicas na prtica. Uma informao

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 23

    altamente precisa necessita de maior tempo para estar disponvel (captura, conferencia, classificao, conferencia, processamento, conferencia, liberao). Assim, a premncia de informao, notadamente para tomada de deciso, sacrifica sua preciso. A qualidade geral de um sistema de informaes empresarial dependente da correta dosagem entre preciso e velocidade das informaes que transitam pelo sistema.

    A partir de uma anlise na qualidade do SI existente em uma organizao

    possvel definir o quanto preciso este ser em uma tomada de deciso, ao utilizar

    este sistema como ferramenta de suporte.

    2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao.

    Acreditar que a existncia de um sistema de informaes, qualquer que

    seja ele, garantia de aumento da produtividade ou mesmo a soluo da maioria

    dos problemas dentro de uma instituio, sem duvida um srio equvoco, pois

    Graeml (2003) diz que, muitas empresas investem de forma macia em informtica e

    so lderes na rea em que atuam, no obstante muitas outras que investem

    igualmente e esto no final do ranking de seu setor. Ainda assim com h

    possibilidade de grandes prejuzos ocorrerem pela adoo de qualquer ferramenta

    de TI, na verdade o modelo estrutural adotado e a que ele se destinar e que devem

    ser imprescindivelmente levados em considerao.

    No cenrio do mundo atual, onde cada vez mais se exigem decises

    rpidas em funo da competitividade e espera de resultados positivos, no raro

    acontecem ms escolhas em relao a qual SI/TI se deve adotar, alm do que essa

    busca por respostas rpidas muitas das vezes faz com que uma deciso acertada

    seja abandonada antes que esta tenha chance de cumprir seu objetivo, pois essa

    prtica desafia a capacidade de equalizao do retorno esperado em longo prazo,

    que caracterstico de um SI/TI como relata Laurindo (2008) que os benefcios do

    uso de uma TI podem levar anos ate surgirem, isto porque necessrio ter

    experincia para usufru-la em todo seu potencial, como j foi visto em tecnologias

    do passado. E ainda sobre os riscos da implantao de novas tecnologias existe o

    problema da obsolescncia, tendo em vista que todo SI tem seu ciclo de vida e a

    no manuteno do mesmo causa a morte do mesmo, como relata Rezende e

    Abreu (2000) que o SI morre quando est em desuso ou substitudo, e tambm

    morre principalmente quando se utiliza de tecnologia de software precria e

    desatualizada e ainda segundo Graeml (2003) os custos elevados incorridos no

    desenvolvimento e adoo de novas tecnologias e sua obsolescncia, devido ao

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 24

    surgimento de outras mais recentes, aumentam consideravelmente os riscos

    envolvidos.

    2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao.

    Em vias de regra a aquisio de qualquer ferramenta de TI tem um custo

    elevado, e tirar total proveito desse investimento o maior desejo do corpo

    executivo, e para que isso ocorra um aspecto a ser observado com ateno pelo

    gestor da rea a maturidade em que a instituio se encontra em relao a

    informao/informtica. Nesse tocante um SI ter sucesso se for desenvolvido e

    gerenciado de forma adequada ao perfil da instituio e ambiente onde o mesmo

    residir.

    Cada grupo de pessoas que trabalham em um determinado local possui

    conhecimento e domnio de sistemas informatizados em graus diferentes, e a

    evoluo desse conhecimento se d de maneira gradual, e alm do que

    fundamental que se identifique em que estgio de tal evoluo est uma

    organizao, para que o gestor aja de forma coerente em sua tomada de deciso,

    ou seja, a assimilao e execuo desses estgios de informtica e informao

    devem ser uma preocupao dos gestores (REZENDE E ABREU 2003).

    A respeito desses estgios Nolan (apud REZENDE e ABREU, 2003) diz

    que seis deles podem ser considerados durante o processo de plena maturidade de

    informao/informtica em uma organizao, onde possvel ver as caractersticas

    em cada um destes estgios, e raramente um stimo estgio que transcende o

    amadurecimento total de uma instituio possvel de ser alcanado. A seguir ser

    apresentado cada um dos estgio e sua respectiva caracterstica.

    2.2.2.1.4 Iniciao

    No primeiro estgio surgem as primeiras aplicaes de TI, voltadas para

    tarefas simples como faturamento e estoque. Tambm no existe qualquer setor de

    informtica, assim os recursos so administrados por cada setor. Planejamento

    inexistente assim como qualquer tipo de controle, nesse estgio os funcionrios tem

    um envolvimento superficial e receoso com os recursos de TI, onde so mais

    atrados por curiosidade com pequenas facilidades e entretenimentos como jogos,

    internet, multimdias, etc...

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 25

    2.2.2.1.5 Contgio

    Uma vez iniciado o uso de TI a empresa segue um caminho irreversvel

    em que as pessoas percebem melhor suas utilidades quando esto no segundo

    estgio. E percebido a facilidade do uso da informtica e seu uso e proliferado mais

    e mais pessoas e setores, porm ainda de forma desordenada, no entanto nesse

    momento criado um Centro de Processamento de Dados (CPD) para prestar

    suporte e manuteno aos recursos computacionais e o mesmo j contemplado

    pelo oramento da empresa, j os funcionrios j esto envolvidos e contagiados

    pela TI conforme a disponibilidade dada a eles.

    2.2.2.1.6 Controle

    Assim que os usurios sentem-se envolvidos pela TI as reais utilidades

    comeam a surgir como aplicaes que focam o controle de atividades da empresa.

    Nesse patamar todos j conhecem o advento da informtica, e o CPD pode ser

    denominado de Departamento de Informtica ou Sistemas onde este torna-se mais

    especializado e d apoio a gesto. Comeam a surgir relacionado TI padronizao

    e formalizao de procedimentos e os funcionrios tem uma participao maior

    porm limitada as sua funes e aplicao dos softwares.

    2.2.2.1.7 Integrao

    No quarto estgio de cultura de informao/informtica todos usufruem

    dos sistemas existentes, inclusive j possvel encontrar integrao entre eles,

    porm pode haver redundncias entre os mesmos. O uso de banco de dados e uma

    constante e a gerencia se faz valer de ferramentas on-line para se orientarem nas

    suas decises, tambm nesse estgio o setor de informtica j um agente

    causador de mudanas na organizao, pois fornece informaes ao nvel gerencial

    que podem alterar a estratgia adotada. O oramento para o setor de TI j e bem

    considervel, assim como todos os funcionrios encontram-se bem engajados no

    sistema, sendo eles os principais responsveis pelo seu processamento.

    2.2.2.1.8 Administrao

    A partir desse ponto o uso da TI atinge uma complexidade em que os

    dados precisam ser administrados, e um Gestor de Informaes tem papel

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 26

    fundamental onde seu objetivo e unificar estes dados e eliminar redundncias. O

    setor de TI nesse estgio releva consideravelmente as informaes provenientes

    dos funcionrios, que se tornam usurios maduros o suficiente para que trabalhem

    em conjunto como setor na unificao de dados e informaes.

    2.2.2.1.9 Maturidade

    O sexto e ultimo estgio na cultura de TI dentro de uma organizao tudo

    est consolidado quanto ao seu uso, nesse ponto que de fato a informtica pode

    ser nomeada Tecnologia da Informao, onde esta ira atuar em todos os setores da

    instituio, principalmente em questes decisria. Nesse momento no existe

    qualquer redundncia e todo o banco de dados esta unificado, esta base unificada

    atende plenamente todos os funcionrios inclusive em nvel estratgico e ttico. E

    possvel tambm a atuao na otimizao da empresa como reduo de custos,

    reformulao de processos e identificao de fatores competitivos, alm do que os

    funcionrios tornam-se os componentes principais no sistema, onde geram as

    principais informaes e recebem suporte tcnico dos profissionais de TI. Embora

    muitas empresas invistam em recursos de ltima gerao poucas so as que

    chegam a este nvel.

    2.2.3 Conhecimento.

    Este pode ser chamado de stimo estgio, o conhecimento, nesse nvel

    as empresas so capazes de ger-lo a partir do tratamento de suas informaes.

    Quando existe um completo domnio das informaes estas podem ser utilizadas

    para gerar novos conhecimentos que diferenciam as empresas entre si, isso quer

    dizer que pode-se utilizar as informaes mais relevantes com as melhores prticas

    analisadas pelos mais bem capacitados, a fim de produzir conhecimento explcito

    que possa ser acessado por todos na empresa. Portanto, a evoluo do estgio da

    maturidade pode ser entendida como a Gesto do Conhecimento, em que a

    Tecnologia da Informao usada como ferramenta para impulsionar o

    desenvolvimento das pessoas e das empresas (REZENDE e ABREU, 2003), desta

    forma pode-se compreender que para uma organizao de fato se utilizar da Gesto

    do Conhecimento preciso que a mesma tenha uma maturidade elevada na

    utilizao e compreenso dos recursos de SI/TI.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 27

    Quando as informaes em conjunto ou no com os dados esto

    associadas para darem entendimento ou aprendizagem a uma atividade ou um

    determinado problema como intuito de resolv-lo, teremos nesse caso o

    conhecimento atuando. Por exemplo, baseado nas notas de um aluno (informao),

    aplicaremos um mtodo de estudo que tenha por objetivo aumentar suas notas,

    esse mtodo seria o conhecimento sendo aplicado para melhorar um resultado.

    2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO.

    Atualmente o mundo tem vivido um momento onde o elemento que torna

    uma empresa mais competitiva ou qualquer instituio mais eficiente, no mais tem

    a ver com as quantidades de terra que estas possuem, muito menos com a fora

    fsica de seus trabalhadores e por incrvel que parea nem com a quantidade de

    capital monetrio reservado em seus cofres, mas sim um fator intangvel e quase

    imensurvel e que est contido na mente de cada pessoa que faz parte de uma

    organizao, o capital intelectual ou simplesmente o conhecimento de cada

    indivduo.

    Para Stewart (1998) a informao e o conhecimento so as armas

    competitivas nos dias de hoje. O conhecimento mais valioso e poderoso do que

    qualquer recurso natural, indstrias ou quantias em dinheiro. O conhecimento que

    cada pessoa carrega, o ativo que mais causa impactos no desempenho das

    empresas sejam elas privadas ou governamentais, pois ele quem dita os rumos

    com os quais cada departamento, objeto ou pessoa ir tomar e em contrapartida a

    ausncia do mesmo pode significar o fracasso de qualquer empreendimento. Cada

    indivduo capaz de contribuir para que os objetivos planejados pelas instituies

    sejam alcanados, e o conhecimento que carregam pode ser o catalizador e

    diferencial no resultado final, e isso tem sido um grande diferencial, pois para

    Takeuchi e Nonaka (2008, p39) em uma economia onde a nica certeza a

    incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura o conhecimento. As

    empresas cada vez mais buscam quando na contratao de seus colaboradores,

    pessoas que tragam consigo a maior carga de conhecimento possvel, os anos de

    estudo e cursos complementares, como uma segunda e at terceira lngua so

    caractersticas obrigatrias para a garantia de uma vaga no mercado de trabalho,

    nunca o capital intelectual foi to valorizado e o principal fato que corrobora essa

    situao as duas marcas mais valiosas do ano de 2011 at o ms de maio

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 28

    segundo a folha de So Paulo a Apple (US$ 153,285 bilhes) seguida da Google

    (US$ 111,498 bilhes), empresas que tem o conhecimento como principal fonte de

    riqueza, onde desenvolvem solues em TI para diversos ramos.

    As instituies que j se adequaram a essa nova realidade, entenderam a

    importncia de fornecer capacitao aos seus funcionrios com o objetivo de ter

    maior qualidade e eficincia em seus resultados, pois para Zabot e Silva (2002, p.

    11, p. 12):

    A educao passa a desempenhar um papel econmico fundamental, e as empresas passaram a ter que investir maciamente em pesquisa e treinamento, ate mesmo como forma de remediar as lacunas da educao tradicional. Empresas de ponta passaram a conceber o processo de desenvolvimento de seus recursos humanos como estratgico o que tem resultado na chamada educao corporativa, que inclui ate mesmo a criao de universidades e escolas corporativas.

    Apesar de essa mentalidade ser uma realidade nas instituies que

    perceberam que seu capital intelectual tem um valor inestimado, as dificuldades de

    botar em prtica de forma eficiente, e que de fato agregue valor aos produtos e

    servios, tem tornado a tarefa da implantao de conceitos e ferramentas da GC

    grandes desafios. Na maioria das vezes o conhecimento est fragmentado por no

    ser coerente, ou ajustado a um nico conjunto de ideias em comum, mas tambm

    porque no esta disponvel sempre que as pessoas necessitam (FLEURY et al,

    2001). Isso nos remete ao fato de que alguma forma, mesmo que feita de maneira

    instintiva, as pessoas tendem a armazenar e tentar administrar o conhecimento, seja

    ele prprio ou alheio, muitas das vezes fazendo uso de mtodos simples e

    rudimentares, como anotaes em cadernos, que muitas das vezes se perdem em

    meio a varias informaes descoordenadas, das quais dificilmente sero utilizadas

    de forma eficiente por qualquer pessoa.

    De varias formas possvel armazenar informaes, mesmo que muitas

    das vezes a forma como a qual isso e feito no seja eficiente, registrar eventos

    passados ou novas formas de tratar determinados problemas, pode fazer parte da

    rotina de uma instituio, porm todo esse arquivamento caso no seja gerenciado

    de nada adiantar o esforo desprendido em criar esses registros, at porque tais

    informaes no necessariamente transformam-se em conhecimento que de fato

    tenha utilidade. Na verdade o conhecimento por ser um bem intangvel, manipul-lo

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 29

    no uma tarefa das mais simples, bem como extrair todo o seu potencial. difcil

    identific-lo e mais difcil ainda distribui-lo de forma eficaz. Porm, uma vez que o

    descobrimos e o exploramos, somos vitoriosos (STEWART, 1997), desta forma

    pode-se dizer que nesse contexto que a GC desenvolve seu papel, criando formas

    de potencializar os benefcios do capital intelectual de uma organizao, seja

    disseminando-o ou simplesmente o identificando-o.

    2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento.

    No obstante, o ponto de partida para entendermos como a GC de fato

    contribuir para a melhoria de uma organizao, compreender que tipos de

    conhecimentos existem e como estes atuam de maneira individual e coletiva. A

    respeito da definio de quais podem ser os tipos de conhecimento existem dois, o

    tcito e o explcito onde Nonaka e Takeuchi (2008, p. 19) definem bem isso:

    O conhecimento explcito pode ser expresso em palavras, nmeros ou sons, e compartilhado na forma de dados, formulas cientificas, recursos visuais, fitas de udio, especificaes de produtos ou manuais, O conhecimento explcito pode ser rapidamente transmitido aos indivduos, formal e sistematicamente. O conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar, tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. As intuies e os palpites subjetivos esto sob a rubrica do conhecimento tcito. O conhecimento tcito est profundamente enraizado nas aes e na experincia corporal do individuo, assim como nos ideais, valores ou emoes que ele incorpora.

    Por conseguinte observado que o conhecimento explcito todo aquele

    onde existe a possibilidade de ser medido e documentado, sua expresso clara,

    onde o mesmo pode tambm ser manuseado e transmitido, assim pode-se dizer que

    este conhecimento tem uma forma tangvel, e essa e grande vantagem o poder de

    ser disseminado. O que o torna o conhecimento explcito limitado o fato de no se

    transformar e aprimorar por conta prpria, se no revisado por quem detm o

    conhecimento tcito, possvel que o mesmo venha a ficar obsoleto.

    Todavia, o conhecimento tcito intangvel do ponto de vista de sua

    manipulao, por existir dentro da mente dos indivduos, e atuar nele depende

    somente de quem o carrega consigo. No entanto este conhecimento o que

    transforma os conceitos existentes e os aprimora, pois todo novo conhecimento por

    mais que seja coletivo, ou seja explcito, ele primeiramente surge da mente de um

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 30

    ou outro indivduo, e o seu potencial s ser total se puder ser acessvel a qualquer

    um.

    Algo que deve ficar claro que o conhecimento tcito e explcito no so

    opostos que se anulam, onde ou se tem um ou o outro, mas componentes que se

    unem para formar o conhecimento como um todo. Na criao e modificao do

    conhecimento ambos esto presentes nesses processos, seja com um funcionrio

    experiente atuando em uma empresa (tcito), seja em um SI em que possvel

    acessar atravs de uma rede interna de computadores documentos descrevendo

    certas condutas dentro da corporao (explcito). No entanto o que aumenta o nvel

    de conhecimento dentro de uma organizao circulao do mesmo atravs de

    seus componentes, toda vez que o mesmo compartilhado por varias pessoas ou

    compreendido por uma s o resultado a agregao ou reconstruo do conceito

    inicial para um patamar mais til. Isso deve fazer parte de um ciclo natural do qual a

    empresa pode adquirir alta competitividade, atravs do alto grau de conhecimento

    de seu pessoal que compartilhado com todos, sobre isso Bukowitz & Williams

    descrevem (2002, p. 25).

    Conforme as pessoas renem a informao de que necessitam para seu trabalho, utilizam o conhecimento para gerar valor, aprendem com o que criam e, finalmente, devolvem esse conhecimento para o sistema, para que outros o utilizem quando abraam os seus prprios problemas.

    Sobre estas converses Nonaka e Takeuchi (2008) dizem que o

    pressuposto do conhecimento vem atravs das interaes entre o conhecimento

    tcito e explcito, outrossim, estas interaes podem ser quatro, Socializao,

    Externalizao, Combinao e Internalizao, ou seja, a criao do conhecimento

    surge a partir destas interaes, de maneira resumida Turban (2004) diz que

    quando os integrantes de uma organizao colaboram entre si ensinando e

    aprendendo, o conhecimento transformado e passado a cada um, a seguir cada

    conceito destas interaes ser exposto:

    2.3.1.1 Socializao

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 31

    Este processo ocorre na transferncia de conhecimento tcito para tcito,

    quando o indivduo utiliza a observao para tentar imitar a prtica de outro, essa

    situao e uma constante num ambiente de trabalho onde os com menos tempo de

    servio observam e acompanham os mais antigos com a inteno de absorver seu

    conhecimento atravs da repetio de suas prticas. O processo tambm pode se

    dar atravs de um convvio mais prximo, onde as duas partes podem realizar

    reunies mais informais em que a discursaro ideais acontece de forma aberta. Na

    Socializao o que importa a interao entre as pessoas e quanto mais liberdade

    estas tiverem entre si, mais rpida ser a absoro do conhecimento.

    2.3.1.2 Externalizao

    Este sem duvida o processo mais difcil entre as interaes do

    conhecimento, pois trata-se de transformar conhecimento tcito em explcito. A ao

    de interpretar um conhecimento que existe somente na cabea de um indivduo

    algo extremamente complexo por ter que levar em conta toda subjetividade que

    cada pessoa carrega consigo e dificuldade de expressar seu conhecimento em

    palavras escritas ou faladas, alm do mais esta converso nunca e total at porque

    quem interpreta a mensagem tambm tem sua forma nica e individual de faz-lo. O

    uso de metforas e analogias so constantes para expressar um conhecimento de

    forma formal, pois quando fazemos comparaes do que sabemos com o que

    julgamos ser do entendimento de outra pessoa, isto torna-se claro para ela e os dois

    indivduos podem ter um ponto comum de entendimento que compartilham, porm

    corroborando o que foi citado anteriormente isto nem sempre resulta em um

    resultado fiel e totalmente confivel, muitas das vezes s com muitas tentativas e

    que se pode chegar a uma externalizao prxima da realidade do conhecimento

    inicial.

    2.3.1.3 Combinao

    Quando vrios meios de conhecimento explcitos como documentos,

    livros, websites ou mesmo conversas e reunies se encontram e formam um novo

    contexto, nesta situao teremos a Combinao que nada mais que a

    concatenao de ideias que podem ser expostas debatidas e reformuladas por

    varias pessoas, ou seja, conhecimento explcito para explcito. Todavia este

    processo s possvel quando todos os envolvidos compreendem, mesmo que de

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 32

    forma parcial, o conhecimento de cada um para ento tirarem suas prprias

    concluses.

    A Combinao nada mais que a prtica comum em meios acadmicos,

    onde o conhecimento compreensvel e acessvel a todos, porm interpretado de

    diferentes formas por quem se faz uso dele, e nessa divergncia e debate aberto

    com vrias pessoas que novos conhecimentos so moldados e produzidos, e

    quanto mais discutido e compartilhado mais extenso e apurado ser.

    2.3.1.4 Internalizao

    Fazer a transferncia do conhecimento para a mente dos indivduos o

    papel da Internalizao. Depois que o conhecimento passa pelos processos

    anteriores temos nesse momento um produto refinado, e a inteno fazer com que

    cada pessoa absorva essas informaes apuradas, a partir dai teremos indivduos

    com capacidades fundamentais para empresa e quanto mais este ciclo se repede ,

    mais valioso o conhecimento se torna nas quatro interaes. Passar conhecimento

    explcito par o tcito, no caso da internalizao, fica mais eficiente se sistematizado

    em detalhes, seja de forma escrita ou oral. Essas prticas e documentos tentam

    passar a vivencia de outras pessoas a fim de que se criem modelos mentais que

    venham a agregar valor ao conhecimento tcito j existente.

    Muitas das vezes documentos e explicaes verbais no so suficientes,

    para a total internalizao de cada pessoa, cada indivduo tem sua prpria viso de

    mundo e isso dificulta o real entendimento que se quer passar. Porm com

    experincias prticas o processo de internalizar conhecimento na maioria das vezes

    conclui sua misso de fixar na mente das pessoas o conhecimento em questo, a

    figura 1 mostra a seguir como se relacionam as quatro interaes na espiral do

    conhecimento.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 33

    Figura 1: Espiral do Conhecimento Fonte: Nonaka & Takeuchi (1997)

    2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento.

    Ainda assim, com a percepo e declarao da importncia do capital

    intelectual de uma empresa, existe sempre a questo de como a GC ir beneficiar

    de forma prtica a instituio. A organizao que a partir do momento entender o

    quo valioso seu ativo intelectual deve passar a se preocupar com este ativo, e

    ai que a GC surge como uma soluo para administrar todo esse capital.

    O ponto de partida a se considerar nesse cenrio uma forma de reter o

    conhecimento existente na organizao, pois como boa parte dele reside na mente

    dos funcionrios em forma de conhecimento tcito, e no momento em que este sair

    da empresa leva todo o ativo intelectual adquirido na mesma. No que toca essa

    situao Turban (2004, p. 328) descreve o seguinte, que quando as pessoas saem

    de uma empresa, elas levam seu conhecimento consigo. Uma meta vital da gesto

    do conhecimento o de segurar esse valioso know-how que pode ir embora to

    depressa.

    Uma das caractersticas do conhecimento o de retorno crescente, ou

    seja, medida que nos utilizamos dele este no diminui mas sim seu valor

    incrementado, desta forma quanto mais se faz uso do mesmo mais ele torna-se

    consistente. O capital intelectual tambm se fragmenta e cria novas vertentes, isso o

    torna dinmico e com necessidade de atualizao, pois o que informao til

    depois de algum tempo pode no ter serventia alguma. Alm do mais mensurar o

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 34

    valor do conhecimento e seu compartilhamento algo complexo e pode tomar

    dimenses bem maiores que as esperadas nesse processo, desta forma a GC

    procura monitorar e controlar essa medio. H de se considerar uma questo

    importante a respeito da organizao que gerencia seu conhecimento, o fato de que

    o mesmo o pilar fundamental na soluo de novos problemas. Tarefas rotineiras

    so realizadas de forma automtica e requerem apenas habilidade dos indivduos,

    problemas conhecidos so resolvidos por cumprimento de regras pr-estabelecidas

    que iro guiar a pessoa at sua soluo, porm quando surge um problema indito

    apenas a gama de conhecimentos de cada pessoa e que servir de recurso para a

    elucidao da situao, nesse momento quanto maior e mais organizado o capital

    intelectual estiver, mais rpido e com menor grau de risco ser a tomada de deciso,

    e a prxima ilustrao na figura 2 mostra como esto relacionados as atividades a

    serem desenvolvidas e as situaes de um problema.

    Figura 2: Atividades x Situaes Fonte: Santos (2010)

    Como visto anteriormente o uso de um SI fundamental para a tomada

    de deciso, em vista disso a GC desempenha o mesmo papel de forma mais

    apurada, pois se com uma informao bsica possvel tirar concluses

    importantes, esta informao tendo um significado especifico, ou seja, sendo ela um

    conhecimento os riscos de tomadas de deciso caem proporcionalmente a

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 35

    profundidade desse conhecimento. As vantagens que surgem no momento em que

    se decide trabalhar com a GC muitas das vezes no surgem de imediato, pois

    adquirir um banco de conhecimento no algo que se constri rapidamente, porm

    depois de desenvolvida a GC traz inmeros benefcios.

    2.3.3 TI: Fundamental para GC

    Os conceitos e uso da GC cada vez mais ganham importncia nas

    instituies que perceberam o valor do conhecimento, porm um fato que torna o

    uso da GC eficiente e dinmico o uso da TI. A Internet, rede de computadores,

    comunicao mvel e qualquer aparato tecnolgico que leve e traga informao faz

    com que o conhecimento seja captado e disseminado de em larga escala, de forma

    rpida, em diversos lugares e a espaos reduzidos. Essas caractersticas formam

    um cenrio ideal para a prtica da GC, sobre este cenrio Miller (2002, p. 185)

    afirma que:

    [...]A tecnologia est no centro da soluo, e os processos so construdos base da tecnologia capacitadora. A tecnologia, por si, no a resposta, mas sim a fora capacitadora de pessoas e processos. Ao utilizar todos os cuidados necessrios uma combinao adequada e eficiente de tecnologias, uma organizao pode administra uma riqueza de informaes em constante mudana (isto , sua base de conhecimentos). O estabelecimento de redes permite um fcil acesso a experts e ao prprio conhecimento na verdade, reduzindo o tempo e a distancia entre um problema no-resolvido.[...]

    A eficincia de um programa de Gesto do Conhecimento est

    diretamente relacionada com a forma com que as organizaes se utilizam da TI,

    como cita Bukowitz e Williams (2002, p. 19) que as tecnologias de informao e

    telecomunicaes formam um conjunto de principais foras que levaram a gesto do

    conhecimento para o primeiro plano e para o centro.

    A importncia da adoo de um programa de GC em qualquer

    organizao, de fato algo. Cada vez mais vital para que uma empresa mantenha-

    se competitiva no mercado, uma deciso vencedora para qualquer tipo de

    organizao, no obstante a sua implantao requer diversos cuidados que, caso

    no sejam tomados, consequentemente tornaro o programa em um fracasso. A

    equivocada ideia de que ao ser criado um projeto de GC ou mesmo uma ferramenta

    de TI os problemas de um setor, ou mesmo da organizao como um todo ser

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 36

    solucionado, no incomum entre diversos gestores, at mesmo talvez por uma

    interpretao errada do que vem a ser a GC, pois para Melo (2003) a Gesto do

    Conhecimento no uma ferramenta de gesto, no um software de computador

    e no uma metodologia. A GC uma filosofia de vida. Esse pode ser o motivo por

    as vezes as pessoas comearem um projeto de implementao de GC extremo

    entusiasmo, e muitas das vezes todo o trabalho acaba por cair no esquecimento.

    Normalmente quando uma empresa resolve adotar alguma ferramenta ou

    prtica organizacional existem resistncias a essas aes, e no caso do uso de

    qualquer prtica de GC isso acontece do mesmo jeito principalmente por que

    detentor de um nvel de conhecimento apurado, pelo fato de este indivduo no

    sentir motivao em compartilhar o que j aprendeu. No que tange essa situao

    Gordon (2006) diz que para que a GC tenha sucesso neste caso, o funcionrio ter

    que ser treinado a alimentar um sistema de informao com o que sabe e ter que

    ser recompensado por isso. Nesta situao o indivduo deve se motivar a exercer

    sua contribuio, e isso no necessariamente deva ser financeiramente, cabe ao

    gestor avaliar sua equipe e entender o que pode ser o fator que os far contribuir de

    forma irrestrita.

    2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC

    De forma exaustiva vrios autores afirmam que o conhecimento ou

    tambm conhecido como capital intelectual o ativo mais valioso de uma instituio,

    por garantir a obteno de vrios outros recursos sejam financeiros ou polticos. Nos

    dias de hoje o que garante a competitividade, longevidade e eficincia de uma

    instituio nada mais que o quanto de material intelectual a mesma possui, seja

    atravs de seus funcionrios (conhecimento tcito) ou atravs de seu acervo escrito

    (conhecimento explcito), e alm do mais o quanto a empresa capaz de gerenciar

    estes conhecimentos, isto o papel da Gesto do Conhecimento (GC).

    No entanto a grande questo que permeia a mente dos envolvidos em

    adquirir todos esses benefcios que uma gesto de capital intelectual pode trazer,

    de que forma seria possvel executar de maneira prtica todos esses conceitos e

    teorias, e ainda assim de modo que seja vivel sua implementao no que se refere

    a questes financeiras, recursos humanos, estruturas fsicas, entre outros itens.

    O conhecimento sempre foi valorizado em todas as culturas atravs dos

    anos, porm somente nas ultimas dcadas o mesmo comeou a ser tratado de uma

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 37

    maneira mais tangvel, onde em muitos estudos existe a tentativa de mensur-lo e

    armazen-lo, e o fator que trouxe essa mudana de tica no tratamento do capital

    intelectual sem duvida foi a Tecnologia da Informao (TI). Atravs dos

    componentes que moldam a TI possvel no s aplicar os conceitos de GC como

    tambm criar ferramentas que disponibilizem servios que antes se tornavam

    inviveis e at mesmo melhorar os j existentes como a tramitao de documentos.

    A quantidade de informaes existente em um rgo e bastante

    substancial e sempre maior do que se consegue ter acesso, pois estas normalmente

    encontram-se dispersas e armazenadas em locais de pouca acessibilidade em

    dados no estruturados, e que segundo Terra (apud SCHMITZ, CARVALHO &

    BENEVENTO, 2008) esse conhecimento representa 80% existente nas instituies.

    O uso da TI possibilita justamente a agregao de todas essas informaes e com

    uma disponibilidade fcil e constante, e ai que a GC encontra um campo frtil para

    ser desenvolvida.

    Para adoo das prticas da GC a mesma se faz valer de algumas

    ferramentas que carregam em si os conceitos da Espiral do Conhecimento proposta

    por Nonaka e Takeuchi (1997), em que possvel utilizar uma ou mais interaes do

    conhecimento das quatro existentes (Socializao, Externalizao, Combinao e

    Internalizao). Existem atualmente diversas opes e cada uma delas focada em

    alguma das interaes do conhecimento, como exemplo os seguintes sistemas:

    Gesto Eletrnica de Documentos (GED), Decision Suport System (DSS), Balanced

    ScoreCard (BSC), Enterprise Resourse Planning (ERP), Sistemas de Workflow,

    Portais Corporativos, entre outros. No entanto este trabalho ir focar-se em

    desenvolver uma ferramenta que utiliza os conceitos dos Portais Corporativos, por

    este apresentar inmeras vantagens para o ambiente em estudo onde a cultura da

    GC ainda esta muito incipiente e tambm a maturidade em TI por parte da

    organizao esta bem avanada, no s pela estrutura fsica (existncia de intranet)

    como pelo corpo tcnico (existncia de Webdesigner), podemos citar como

    vantagem o baixo custo de implementao, pois as condies para criao de uma

    pgina virtual j existem, alm do que possvel utilizar-se de ferramentas gratuitas

    para esta tarefa, os portais so flexveis a ponto de ser possvel a sua modificao

    conforme as necessidades surgem, e ainda num portal possvel concatenar outras

    ferramentas de GC num nico lugar onde todas elas fiquem unificadas. Abaixo uma

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 38

    tabela onde pode ser visto como certas ferramentas podem apoiar o conhecimento

    enquanto sua transformao.

    Ao verificar a tabela possvel notar que os portais de conhecimento

    esto contidos em trs das quatro interaes, ou seja, o uso dos portais pode

    abranger uma boa quantidade dos conceitos da GC. Todavia Souza e Silva (2003)

    explicam que a internalizao a forma pela qual o conhecimento explcito torna-se

    ferramenta de aprendizagem atravs de manuais e documentos, e volta

    subjetividade na mente dos indivduos. Diante destas premissas podemos concluir

    que um portal de conhecimento pode abranger todos os conceitos da GC no que diz

    respeito a espiral do conhecimento, pois possvel inserir vrios contedos

    complementares como um sistema de manuais e documentos que faria com que a o

    site contemplasse todas as quatro interaes.

    Uma ideia deve ficar clara nos envolvidos com a implantao de um

    programa de GC em uma empresa, a de que seu processo no tem um marco final

    onde designado como a partir deste ponto a GC existe ou no, mas sim a ideia de

    que esta uma cultura organizacional que deve ser constantemente avaliada e seu

    uso incentivado. Ento para os funcionrios de determinada instituio os objetos e

    prticas que caracterizam GC devem ser bem claros, principalmente para os

    responsveis por seu desenvolvimento. Por isso quanto mais objetivo, sistemtico e

    claro forem os conceitos e funcionalidades das ferramentas usadas, maior ser a

    chance de sucesso de um programa responsvel por gerenciar o capital intelectual.

    Essas questes devem ser bem analisadas para que o uso da TI no seja

    Quadro 2: Ferramentas de GC e as Interaes do Conhecimento Fonte: Carvalho e Ferreira (2001)

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 39

    superestimado e classificado como fator absoluto no sucesso do uso de qualquer

    programa de GC.

    Para Yamada (2009) so quatro as formas de se utilizar a TI como

    ferramenta de apoio a GC, so elas:

    1)Registrando e compartilhando conhecimento explcito, seja ele escrito

    ou em forma audiovisual como portais, bibliotecas virtuais, ou arquivos em

    udio ou vdeo.

    2)Para criar um ponto unificado de troca de conhecimento, como fruns,

    salas de bate-papo, videoconferncias entre outras.

    3)De forma indireta onde se faz uso de outras especialidades que apoiam

    a gesto do conhecimento, como sistemas de gesto de informao, de

    recursos humanos ou Supply Chain Management.

    4)No caso de fazer a prpria gesto do conhecimento em mapeamento de

    competncias e suas relaes com pontos estratgicos da instituio, por

    exemplo.

    O trabalho ir usar os itens dos grupos 1 e 2 por se tratarem de fatores

    bsicos para a composio de um portal do conhecimento, j os itens 3 e 4 so de

    carter mais avanado o que requer um conhecimento mais aprofundado e maior

    maturidade da instituio em GC, o que no e o caso do ambiente em estudo. Mais

    uma vez um portal de conhecimento se mostra ideal para a prtica de GC no rgo

    em estudo.

    2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES

    Atualmente as organizaes cada vez mais tem se automatizado, seja

    para agilizar, tornar mais precisa ou mesmo realizar uma tarefa da qual o ser

    humano no executa com a mesma eficcia ou mesmo no pode realiz-la, porm

    os custos de sua aquisio e treinamento so bastante elevados e a mxima

    utilizao do potencial do maquinrio o ideal a ser alcanado pela Gesto da

    Manuteno (GM), seja para maior volume de produo ou interrupo mnima de

    servios crticos onde a vida humana est presente, sobre isso Xenos (1998, p. 13)

    diz que [] pequenas interrupes da produo podem causar grandes prejuzos.

    Estes desafios industriais colocam a manuteno em evidencia [...]. Isso mostra que

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 40

    ter um programa de manuteno tem um carter essencial em qualquer empresa

    que se utiliza de maquinrios para sua operao.

    A GM contempla alguns mtodos onde a organizao baseia-se para

    administrar sua manuteno, porm o que se percebe que por mais que um

    mtodo preventivo seja adotado, toda mquina invariavelmente tem um momento de

    falha. Os mtodos sero descritos a seguir.

    A seguir ser apresentado os conceitos bsicos a respeito dos trs tipos

    bsicos de manuteno segundo Xenos (1998) que so:

    2.5.1 Manuteno Corretiva

    Esta manuteno ocorre no momento em que o equipamento para por

    defeito, e isto no uma situao desejvel, pois significa que o servio o qual a

    mquina se destinava est desativado at que a mesma seja restabelecida, apesar

    do custo de operar com esse tipo de manuteno seja o menor que existe, em

    contrapartida isso pode significar desde perdas financeiras muito maiores do que a

    economia que ela gera, at a perda de vidas humanas no caso de uma situao de

    risco ou atividade vital, como uma mquina de hospital ou atividades de minerao.

    Outra desvantagem deste tipo de manuteno em que no se toma aos para evitar

    falhas, que ela pode gerar muitos problemas novos e toda vez que isso ocorre

    muito tempo pode ser perdido at se identificar a soluo.

    2.5.2 Manuteno Preventiva

    Rotineiramente tomada uma serie de aes com o objetivo de reduzir

    ao mximo a probabilidade de um equipamento parar por motivo de falha. Levando

    em considerao apenas os gastos com a troca de peas que ainda no falharam, a

    manuteno preventiva e mais cara, porm o que se deixa de perder com

    equipamentos parados por pane compensa seu investimento. Atualmente todo corpo

    da manuteno deve ter as aes preventivas como prioridade para que o sistema

    em que esto inseridos seja confivel, pois uma equipe de manuteno competente

    no aquela que conhece todas as falhas ou resolve problemas de forma rpida,

    mas sim a que no deixa o sistema parar por motivo de falha.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 41

    2.5.3 Manuteno Preditiva.

    A manuteno preditiva nada mais que uma modalidade da manuteno

    preventiva onde esta otimizada. Nesse caso esta modalidade demanda muitos

    custos, pois com ela possvel saber o momento exato da troca das peas atravs

    de monitoraes, que quanto mais sofisticadas, mais precisas elas so. Por ter alto

    custo ela indicada onde existem vidas humanas em jogo, como manuteno de

    aeronaves.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 42

    CAPTULO 3 METODOLOGIA

    O presente captulo tem por finalidade explicar as aes tomadas para

    que a pesquisa fosse possvel de ser realizada, baseando-se para isso nas

    classificaes clssicas da pesquisa e explicando as etapas realizadas neste

    trabalho..

    3.1 CLASSIFICAO

    Este trabalho ir se basear nas cinco classificaes clssicas de uma

    pesquisa, em seguida as mesmas sero apresentada e o porqu da escolha de cada

    subclassificao.

    3.1.1 Do ponto de vista da Natureza

    A pesquisa pode ser uma pesquisa bsica ou aplicada, sendo este

    trabalho caracterizado como uma pesquisa aplicada, pois esta foi executada de

    forma prtica sobre o ambiente em estudo, no limitando-se a apenas deduzir de

    forma terica o impacto causado sobre este mas verificar o que de fato se observa

    na realidade, pois para Batista (2008) a pesquisa aplicada gera conhecimento para

    .aplicao prtica em relao a uma situao especfica. Neste caso foram aplicados

    conceitos e ferramentas oriundas da GC e TI como o intuito de saber se possvel

    inserir esse tipo teorias e suas funcionalidades no local estudado.

    3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao

    Este trabalho realizou uma pesquisa experimental, pois a aplicao da

    mesma tem o objetivo de mudar o objeto em estudo, pois par Gobbo Jr (2008) nos

    mtodos experimentais o pesquisador manipula uma influencia proposta e mede o

    comportamento. No caso o ambiente de trabalho, e que apesar de seus plenos

    resultados s aparecerem em longo prazo, o fato de a ferramenta comear a ser

    utilizada j modifica o hbito dos integrantes do setor em estudo, pois estes

    precisam adotar novas prticas como a de registrar todo evento da rea de

    manuteno para a criao de um histrico ou tambm contar com um novo local

    para pesquisa de informaes, e o simples fato de saberem da construo da

    ferramenta as pessoas do local j se preparam para a mudana.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 43

    3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema

    O trabalho se prestou a fazer uma pesquisa de cunho qualitativo, por se

    tratar de um ambiente especifico onde o desenvolvimento do estudo requer uma

    devida imerso no contexto do objeto em anlise, ou seja, toda a formulao do site

    at as concluses de resultados de curto at longo prazo requer uma anlise

    subjetiva das pessoas envolvidas no processo, pois para Thiollent (2004) os

    observados no tm conscincia dos dados obtidos. Neste caso o pesquisador teve

    que tratar as informaes obtidas pelos indivduos do ambiente em estudo, a fim de

    interpretar seus comportamentos diante da aplicao de uma ferramenta que ir lhes

    trazer novos conceitos e utilidades, elementos esses que muitas das vezes so

    interpretados de forma errnea pelos mesmos, e cabe ao pesquisador tambm

    elucidar possveis dvidas que venham a interferir no resultado da pesquisa. Desta

    forma a aplicao de questionrios para uma pesquisa quantitativa no se mostrou

    eficiente justamente pelos indivduos no compreenderem de forma clara o que vem

    a ser a GC e como de fato o site iria lhes trazer o benefcio que se espera alcanar

    de forma plena.

    3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos

    Por se tratar de uma pesquisa que tem por objetivo entender se

    possvel e vivel a implantao de ferramentas da Gesto do Conhecimento em um

    setor de manuteno, este estudo teve uma abordagem exploratria. Alm disso,

    necessrio se familiarizar com o ambiente em estudo para que se compreenda o

    problema e como o estudo pode causar mudanas no mesmo, isso se dar atravs

    de levantamento bibliogrfico e anlise do setor do rgo em estudo, alm disso Gil

    (2002) diz a pesquisa exploratria envolve uma tentativa de determinar se um

    fenmeno existe ou. Outra caracterstica do deste trabalho que justifica o mesmo ser

    de carter exploratrio e que ele levanta hipteses para pesquisas futuras, pois aps

    a implementao do site levantada a questo se o mesmo pode melhorar a

    qualidade da manuteno do local estudado, estudo que requer bem mais tempo de

    anlise.

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 44

    3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos

    O estudo de caso foi o procedimento tcnico adotado uma vez que o

    mesmo se refere aplicao de uma teoria num contexto especifico e num ambiente

    especifico, sobre isso YIN (2001) afirma que um estudo de caso uma pesquisa

    prtica que investiga um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto da vida

    real. Por isso necessrio um aprofundamento no assunto a fim de estabelecer a

    ligao do que esta contida na bibliografia a cerca da GC e TI e o setor de

    manuteno do local em anlise da pesquisa, alm do que se trata de uma

    explorao de uma situao real.

    3.2 ETAPAS DA PESQUISA

    Esta subseo apresenta as etapas que foram seguidas num perodo de

    dez meses, que formaram o trabalho e como cada uma foi desenvolvida.

    3.2.1 Levantamento da Literatura

    Partindo do problema apresentado de que as ferramentas de GC podem

    ser aplicadas em um setor de manuteno, foi buscado na bibliografia a cerca do

    assunto se de fato essa hiptese era plausvel e se os elementos tinham relao. O

    resultado desse levantamento mostrou que de fato o uso da Gesto do

    Conhecimento em ambientes que requerem aprendizado contnuo, que o caso de

    um setor de manuteno, totalmente compatvel. E, alm disso, foi feita busca por

    solues prticas para aplicao real no ambiente em estudo, e decidido que uma

    pgina virtual (site), era a melhor opo de aplicao.

    3.2.2 Observaes

    A tcnica de observao participante natural, como afirma Lakatos &

    Marconi (2008) onde o pesquisador faz parte da comunidade investigada. Sendo

    assim esta tcnica foi bastante vlida, uma vez que foi visto de perto e vivenciado a

    situao do problema.

    3.2.3 Entrevista

    Atravs de entrevistas no estruturadas, ou seja, sem rigor nas perguntas

    onde o entrevistado fica livre para responder as perguntas. Para Lakatos & Marconi

    (2005) a entrevista o encontro entre duas pessoas para a obteno de

  • TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 45

    informaes por parte de uma delas acerca de um assunto profissional. Assim foi

    atravs das informaes coletadas, que foi possvel entender as necessidades da

    maioria dos elementos da comunidade pesquisada. Pelo motivo das pessoas

    pesquisadas no terem familiaridade com os conceitos da GC, foram feitas

    perguntas genricas sobre o que de fato eles achariam til em um site sobre

    manuteno e quais qualidades o mesmo deveria possuir. Neste processo ento

    foram elaboradas somente trs perguntas bsicas onde o pesquisador extraiu,

    segundo os estudos, o que considerado relevante pelos usurios, para que essas

    informaes se traduzam em funcionalidades no site. No local em estudo existe um

    total de 18 (dezoito) pessoas que formam a equipe de manuteno, assim para

    realizao desta etapa foi objetivado entrevistar todos os indivduos por se tratar de

    um populao pequena, no entanto por motivos organizacionais, como frias,

    viagens a servio, doenas nem todos puderam responder as perguntas, ficando

    assim um total de 15 (quinze) pessoas que puderam participar o que representa

    cerca de 83% do total o que se pode ver como ainda sendo uma boa

    representatividade.

    Em outra entrevista foi pedido para que as pessoas respondessem trs

    palavras que vinham mente quanto a que qualidades, a que a chefia do local,

    esperava que os mesmos tivessem em relao a suas atividades profissionais

    desenvolvidas. Posteriormente uma tabela com as palavras trs palavras mais

    recorrentes mostrou quais qu