gestão do conhecimento e tecnologia da informação
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Tcc de Graduação em Eng de Produção, tendo como tema o Uso da Gestao do Conhecimento em um setor de manutenção usando a TI como ferramenta.TRANSCRIPT
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Universidade do Estado do Par Centro de Cincias Naturais e Tecnologia Curso de Graduao em Engenharia de Produo
Herbert De Souza Tavares
Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da
Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao Voo.
Belm 2011
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Herbert de Souza Tavares
Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao
Voo
Trabalho de Concluso de Curso como pr-requisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho
Belm 2011
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Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP),
Biblioteca do Centro de Cincias Naturais e Tecnologia, UEPA, Belm - PA.
T231u Tavares, Herbert de Souza
Uso da gesto do conhecimento e tecnologia da informao como ferramenta no
setor de manuteno de um rgo de proteo ao voo / Herbert de Souza Tavares;
Orientao Hlio Raimundo Ferreira Filho. -- Belm, 2011.
62 f. : il.; 30 cm.
Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia de Produo) Universidade do Estado do Par, Centro de Cincias Naturais e Tecnologia,
Belm, 2011.
1. Gesto do conhecimento. 2. Tecnologia da informao. 3. Espao areo. I.
Ferreira Filho, Hlio Raimundo. II. Ttulo.
CDD 658.4038
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Herbert de Souza Tavares
Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao
Voo
Trabalho de Concluso de Curso como pr-requisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho
Data de aprovao: / / Banca Examinadora _____________________________________ - Orientador Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho Doutor em Cincia da Gesto Universit Pierre-Mends-France
_____________________________________ Professor: _____________________________________ Professor:
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DEDICATORIA
Este trabalho dedicado a todas as pessoas que de alguma forma
contriburam para a concluso desta jornada, famlia, amigos, parentes e tantas
outras que nunca se deram conta da sua influencia. Em especial ao meu pai Vitor
Duarte Tavares que sempre me orientou nos caminhos do estudo, e
incansavelmente, rigorosamente e insistentemente deixou essa ideia bem clara.
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AGRADECIMENTOS
Desejo agradecer primeiramente a minha famlia que sempre garantiu o
apoio necessrio para tornar possvel os meus estudos. Minha esposa Roselma que
sempre esteve disponvel a me ajudar, inclusive estudando comigo assuntos que
nada tm a ver com sua rea profissional, somente para me ajudar com trabalhos e
provas da faculdade, e ajudando at em resumos de livros que serviriam de assunto
para prova. Minhas filhas Ingrid e Isis que me serviram de fonte de inspirao eu
buscar o meu melhor, me acompanhando as vezes nos meus estudos querendo
assistir comigo algum filme infantil ou querendo brincar com joguinhos virtuais. Aos
meus pais que desde criana me apoiaram e mostraram o caminho correto rumo a
uma vida digna atravs dos estudos e bons valores. Tambm agradeo aos meus
amigos do trabalho que sempre estiveram dispostos a me ajudar onde por muitas
vezes trocaram comigo o servio s para que eu pudesse ir a aula, e um
agradecimento em especial aos meus amigos de trabalho, Roberto e Melo que
foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho, onde me iniciaram na
atividade de Webdesigner. Aos meus sogros que sempre estiveram disponveis para
cuidar das minhas filhas quando necessrio minha ausncia. Aos meus amigos de
turma que deram sua ajuda a minha jornada, tirando duvidas, ou estudando juntos
nas provas, em especial meu amigos de equipe Lauro Romo e Denize Baia, onde
tivemos que nos aturas em vrios trabalhos acadmicos em quase cinco anos de
convivncia, e apesar do nosso grupo ser reduzido sempre conseguimos terminar
nossas tarefas, algumas at com louvor e outras nem tanto, mas que nos trouxeram
grandes lies como fazer backup de nossos trabalhos, por exemplo. Aos meus
amigos Trcio e Rodrigo que foram fundamentais para formatao deste trabalho. E
finalmente, porm principalmente a Deus que sem o mesmo nada eu seria e nem
teria, e sempre nele que busco foras quando o fardo se torna demasiado pesado.
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Sabemos mais do que podemos dizer
Michael Polanyi
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RESUMO
Pesquisa realizada sobre os conceitos e aplicabilidades da Gesto do Conhecimento e sua viabilidade de implementao atravs da Tecnologia da Informao sendo esta usada como ferramenta prtica, no apoio ao setor de manuteno de um rgo governamental responsvel pela proteo ao espao areo da cidade de Belm-PA. O trabalho busca identificar quais teorias da Gesto do Conhecimento podem ser utilizadas no local em estudo levando em considerao a infraestrutura e familiarizao dos usurios com a Tecnologia da Informao, buscando nesta, elementos que sejam adequados como ferramenta de trabalho equipe de manuteno. Para o desenvolvimento do estudo de caso utilizou-se os conceitos dos Portais Corporativos do Conhecimento, porm somente as caractersticas que se mostraram possveis de serem implementadas. Como resultado da investigao se concluiu que um Site do Conhecimento que rena informaes essncias ao desenvolvimento das atividades do local em estudo, que armazene novos conhecimentos e os ajude a serem compartilhados seria o ideal. Desta forma o site foi desenvolvido e se demonstrou totalmente vivel em vrios aspectos, fato que o torna possvel de ser utilizado e com potencial de grandes benefcios. Palavras-chave: Gesto do Conhecimento. Tecnologia da Informao. Manuteno. Portais Corporativos. Espao Areo
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ABSTRACT
Research realized about concepts and applicability of knowledge management and your viability of implementation through the Information Technology which is used as a practical tool to support the maintenance sector of a government agency responsible for protecting the airspace in Belem-PA city. The work seeks to identify which theories of knowledge management can be used on-site in study taking into account the infrastructure and users' familiarity with Information Technology, seeking this, elements that are appropriate as a tool for maintenance team. To develop the case its used the concepts of Enterprise Knowledge Portals, but only the features that is possible to be implemented. As a result of the investigation was concluded that a Site of Knowledge which gathers essential information to the activities of the local in study, that capture news knowledge and can be shared would be ideal. Thus the site was developed and shown entirely feasible in many ways, a fact that makes it possible to use and with great potential benefits.
Keywords: Knowledge Management. Information Technology. Maintenance. Corporate Portals. Airspace.
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SUMRIO
CAPTULO 1 INTRODUO ................................................................................. 13
1.1 CONSIDERAOES INICIAIS .............................................................................. 13
1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA ............................................................................ 14
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15
1.4 OBJETIVO .......................................................................................................... 16
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16
1.4.2 Objetivos Especficos .................................................................................... 16
1.5 DELIMITAES DO TRABALHO ....................................................................... 17
CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO ............................................................... 19
2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO..................................................................... 19
2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO. .......................................................... 21
2.2.1 Dado. ............................................................................................................... 21
2.2.2 Informao. ..................................................................................................... 21
2.2.2.1 Componentes da Informao ........................................................................ 21
2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade....................................................................... 22
2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao. ........................................................ 23
2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao. ................................................................ 24
2.2.2.1.4 Iniciao ..................................................................................................... 24
2.2.2.1.5 Contgio ..................................................................................................... 25
2.2.2.1.6 Controle ...................................................................................................... 25
2.2.2.1.7 Integrao .................................................................................................. 25
2.2.2.1.8 Administrao ............................................................................................. 25
2.2.2.1.9 Maturidade ................................................................................................. 26
2.2.3 Conhecimento................................................................................................. 26
2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO. .................................................................... 27
2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento.............................................. 29
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2.3.1.1 Socializao .................................................................................................. 30
2.3.1.2 Externalizao ............................................................................................... 31
2.3.1.3 Combinao .................................................................................................. 31
2.3.1.4 Internalizao ................................................................................................ 32
2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento. .............................................. 33
2.3.3 TI: Fundamental para GC ............................................................................... 35
2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC ............... 36
2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES ....................................... 39
2.5.1 Manuteno Corretiva .................................................................................... 40
2.5.2 Manuteno Preventiva ................................................................................. 40
2.5.3 Manuteno Preditiva. ................................................................................... 41
CAPTULO 3 METODOLOGIA .............................................................................. 42
3.1 CLASSIFICAO ............................................................................................... 42
3.1.1 Do ponto de vista da Natureza ...................................................................... 42
3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao ............................................. 42
3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema ........................... 43
3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos .......................................................... 43
3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos .......................................... 44
3.2 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................... 44
3.2.1 Levantamento da Literatura .......................................................................... 44
3.2.2 Observaes ................................................................................................... 44
3.2.3 Entrevista ........................................................................................................ 44
3.2.4 Estudo sobre Webdesigner ........................................................................... 46
3.2.5 Desenvolvimento de um site ......................................................................... 46
CAPITULO 4 - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO........................................... 47
4.1 PREPARANDO O SITE DO CONHECIMENTO ................................................. 47
4.1.1 Recursos necessrios ................................................................................... 47
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4.1.1.1 Ambiente ....................................................................................................... 47
4.1.1.2 Arquitetura ..................................................................................................... 48
4.1.1.2.1 Contedo ........................................................................................ 49
4.1.1.2.2 Contexto ......................................................................................... 49
4.1.1.2.3 Usurios ......................................................................................... 51
4.1.2 Software para Desenvolvimento ................................................................... 53
4.1.3 Requisitos de um Site do Conhecimento ..................................................... 54
4.1.3.1 Fcil para usurios eventuais. ....................................................................... 55
4.1.3.2 Classificao e Pesquisa intuitiva.................................................................. 55
4.1.3.3 Compartilhamento Cooperativo ..................................................................... 55
4.1.3.4 Conectividade universal aos recursos informacionais ................................... 56
4.1.3.5 Arquitetura baseada em servidor................................................................... 56
4.1.3.6 Definio flexvel das permisses de acesso ................................................ 57
4.1.3.7 Interfaces externas ........................................................................................ 57
4.1.3.8 Segurana ..................................................................................................... 57
4.1.3.9 Fcil administrao ........................................................................................ 57
4.1.3.10 Personalizao ............................................................................................ 58
4.2 INSTALAO E CONFIGURAO DO SITE .................................................... 58
4.2.1 Preparao da Mquina. ................................................................................ 58
4.2.2 Primeira Implementao: Biblioteca Virtual ................................................. 60
4.2.3 Segunda Implementao: Ferramenta de Pesquisa .................................... 60
4.2.4 Terceira Implementao: Frum ................................................................... 61
4.2.5 Quarta Implementao: Registro de Falhas ................................................. 62
4.3 FINALIZAO DO SITE ..................................................................................... 65
CAPITULO 5 CONCLUSO .................................................................................. 67
REFERNCIAS ......................................................................................................... 71
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 13
CAPTULO 1 INTRODUO
1.1 CONSIDERAOES INICIAIS
Ao se utilizar os servios de uma companhia area, muitos so os
componentes que integram o produto e todos eles so passivos de avaliao do
cliente que busca total satisfao, desde o acesso a compra de passagens at o
desembarque no local de destino. Porm nesse processo todo, a parte crtica e
talvez a que gere mais expectativa para o cliente, que voar com segurana, no
depende s da empresa, mas de inmeros rgos como a Agncia Nacional de
Aviao Civil (ANAC), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (Infraero) e
a responsvel pelo controle e proteo do espao areo brasileiro o Departamento
de Controle do Espao Areo (DECEA), que no somente tem a responsabilidade
de organizar e fazer fluir o trfego de aeronaves civis, mas tambm resguardar a
soberania do espao areo atravs do controle e monitorao de aeronaves
militares.
Com a incumbncia de gerenciar cerca de 8,5 milhes de m entre terras
e mares, o DECEA no s atua no sentido de organizar a circulao de todas as
aeronaves civis e militares do espao areo brasileiro desde a decolagem at o
pouso, mas tambm fornece uma srie de informaes e procedimentos que
aumentam a segurana e a eficincia dos servios aeronuticos, como cartas de
navegao com as aerovias, dados meteorolgicos para aviao, informaes
aeronuticas atualizadas constantemente que mostram a situao geral de
aeroportos e aerovias, busca e salvamento em caso de sinistro, telecomunicaes
aeronuticas que contam com tecnologia dos mais diversos tipos como satlites,
fibra tica, RADAR entre outros, que garantem informaes em tempo real para a
segurana de todo o processo e tambm o DECEA responsvel pela inspeo do
prprio sistema de controle do espao areo onde aeronaves laboratrio fazem
testes peridicos de procedimentos, desempenho da equipe de controle e tambm a
preciso de diversos equipamentos de proteo ao voo.
O controle do espao areo um prestao de servio que deve
funcionar ininterruptamente, afinal a qualquer hora do dia existem aeronaves se
deslocando pelos mais diversos pontos do pas, alm do que a preciso nas
informaes de vital importncia, pois um detalhe por menor que seja, caso no
esteja correto pode ser a diferena entre um voo tranquilo ou centenas de vidas
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 14
perdidas. Os equipamentos de proteo ao voo tem um papel fundamental no
desenvolvimento deste processo, por poderem ser captadores e disseminadores de
informaes que demonstram o status de cada aeronave bem como fornecer s
mesmas, dados que auxiliam os pilotos em seus trajetos. Diversos so estes
equipamentos existentes no sistema de controle do espao areo brasileiro, como
rdios comunicadores, instrumentos de apoio ao pouso, os chamados Instrument
Landing System (ILS) que auxiliam os pilotos dando o ngulo e a velocidade ideais
para um pouso seguro mesmo nas mais precrias condies visuais, sistemas de
radiodeterminao onde so utilizados radares que fornecem as coordenadas,
altitude e identificao de cada aeronave. Nesse contexto necessrio que esses
equipamentos tenham um tempo de parada para manuteno o mnimo possvel,
pois apesar das manutenes preventivas e da utilizao de redundncia nos
sistemas (equipamentos sempre funcionam aos pares, caso um apresente defeito o
outro continua a operao sem interromp-la) inevitvel que existam problemas
que interrompam o sistema parcialmente ou totalmente, muitas das vezes por surtos
no fornecimento de energia, descargas atmosfricas ou o simples degaste de algum
componente, nessa ocasio uma manuteno corretiva e necessria e o
restabelecimento do equipamento deve ser dado o mais rpido possvel sob risco da
segurana dos voos serem afetadas.
Sobre essa tica que a aplicao do estudo de Gesto do
Conhecimento (GC), com a utilizao da Tecnolgica da Informao (TI), como
ferramenta indispensvel para otimizao e reduo do tempo das manutenes dos
equipamentos de proteo ao voo num rgo subordinado ao DECEA, no caso do
estudo em questo o mesmo localizado em Belm, capital. O rgo um dos
principais responsveis pelo controle do espao areo da regio Amaznica e
principal ponto de ligao por via area de Belm a outros estados e pases.
1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA
Muitas atividades profissionais requerem um nvel de eficincia o mais
prximo possvel da eficincia total, no pelo objetivo do lucro financeiro mximo,
mas sim por existirem vidas em jogo. Os rgos de controle do espao areo tem a
tarefa de garantir a segurana de todo o sistema de transporte aeronutico, e um
setor crtico destas instituies o da manuteno, pelo fato de garantir que os
equipamentos que do suporte a navegao area estejam sempre em bom
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 15
funcionamento para que todo o processo desde o embarque ate o pouso das
aeronaves sejam feitas no maior ndice de segurana possvel.
Muitos trabalhos tm relatado que para qualquer empresa seja ela pblica
ou privada, o conhecimento o bem mais valioso nos dias de hoje e capaz de
realizar as maiores transformaes num ambiente organizacional. No entanto
somente nos ltimos anos que tm surgido, aplicaes prticas da GC em
ambientes organizacionais e quase todas elas utilizando recursos computacionais
para tal.
Ento surge a questo seria possvel inserir uma dessas ferramentas da
GC em um setor com necessidade de aprendizado como o de manuteno, sendo
que para isso se utilize recursos da TI disponveis no local?
1.3 JUSTIFICATIVA
Na manuteno de equipamentos de proteo ao voo existe uma corrida
contra o tempo para o restabelecimento dos mesmos quando interrompidos por
motivo de avaria. Apesar de existir bastante conhecimento explcito sobre os
equipamentos em forma de apostilas e manuais tcnicos que mostram como que o
equipamento funciona e at possveis solues para alguns defeitos, nas
manutenes que os tcnicos responsveis adquirem inestimvel conhecimento
tcito que facilitar e tornar mais gil a recuperao do equipamento caso uma
pane idntica ou semelhante venha a acontecer novamente, pois nessa experincia
que ser aprendida uma ou mais solues para um problema especifico. Para
Takeuchi e Nonaka (2008), o conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente
visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar,
tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. O que mostra que
apesar do grande conhecimento adquirido, cada tcnico guarda para si quase todo o
conhecimento adquirido e com o passar do tempo torna-se uma valiosa fonte de
conhecimento individual. A capacidade de transformar dados em conhecimento e de
utiliz-lo em proveito da empresa torna o funcionrio em agente primrio do
conhecimento da empresa (PROBST, RAUB & ROMHARDT, 2000), por isso
fundamental que os conhecimentos adquiridos por cada indivduo seja armazenado
e disseminado para os demais, pois para Probst Raub e Romhardt (2000) os
funcionrios cada vez mais dependem da ajuda mutua para realizarem tarefas
complexas com xito. O sucesso de um projeto ou de uma equipe est
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 16
estreitamente relacionado com a eficincia do compartilhamento de conhecimento
no grupo.
O local em estudo se caracteriza por ser uma organizao militar, e como
tal quase todos seus funcionrios so militares, que em razo da natureza da
atividade existe a possibilidade de serem transferidos para outras unidades
espalhadas pelo Brasil, levando consigo todo o conhecimento aprendido ao longo
dos anos, e muitas das vezes nos locais de destino esse conhecimento tem pouco
valor, pois acabam trabalhando com equipamentos diferentes dos locais de origem.
Nesse cenrio o uso de uma ferramenta de TI para a formao de um
banco de dados como um histrico de manutenes passadas para disseminao
de conhecimento aos tcnicos da manuteno dentro da organizao, utilizando os
conceitos de GC. Essa ferramenta tem a tarefa de tornar o processo de manuteno
corretiva mais gil e eficiente, caractersticas essas que esto alinhadas com a
misso do DECEA que busca oferecer aos usurios do sistema aerovirio brasileiro
conforto, segurana e proteo ao espao areo nacional.
1.4 OBJETIVO
1.4.1 Objetivo Geral
Analisar as condies para a aplicao de ferramentas prticas da Gesto
do Conhecimento como externalizao de conhecimento e compartilhamento dentro
de um setor de manuteno, sendo que para isso se utilize os recursos da
Tecnologia da Informao disponveis no local.
1.4.2 Objetivos Especficos
Verificar as condies mnimas para aplicao da ferramenta que sera
escolhida conforme as teorias da Gesto do Conhecimento.
Identificar junto aos funcionrios do setor em estudo, qual
funcionalidades da Gesto do Conhecimento so mais adequadas as
suas atividades.
Desenvolver um Website baseado no perfil dos usurios para ser
utilizado dentro da prpria rede do local pesquisado, onde as ferramentas
da Gesto do Conhecimento operem dentro do mesmo.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 17
1.5 DELIMITAES DO TRABALHO
Este trabalho tem por objetivo analisar e demonstrar atravs de um
estudo prtico, como a Gesto do Conhecimento pode ser aplicada de forma eficaz
em um setor de trabalho, utilizando-se para isso as teorias e elementos da
Tecnologia da informao.
A pesquisa procurou focar-se nas teorias que regem a GC e quais
ferramentas disponveis existem para serem aplicadas em casos reais, assim como
as viabilidades de adota-las. Foi procurado tambm identificar as melhores prticas
que garantam o sucesso de um Sistema de Informaes, qual configurao
necessria do ambiente como um todo para que os usurios se sintam motivados a
usarem um sistema de informtica.
Foram utilizados os conceitos do Portal do Conhecimento como o melhor
recurso de TI para o estudo de caso. Buscou-se desenvolver uma pgina virtual que
tivesse o maior nmero de elementos possveis caractersticos de um portal, uma
vez que construir o mesmo em sua totalidade requereria muito mais tempo, estudo e
custos. No entanto buscou-se equilibrar a quantidade de recursos disponveis, com
as caractersticas que a GC exige de um site do conhecimento.
O ambiente em estudo diz respeito a somente a equipe tcnica de
manuteno do rgo de controle do espao areo de Belm-PA, j que o
pesquisador faz parte do ambiente em estudo o mesmo pode ter acesso a muitos
detalhes que permeiam o ambiente, sendo possvel um estudo minucioso.
Nenhum software utilizado para a composio do trabalho tem licena
proprietria, pois os custos com o desenvolvimento do estudo tambm fazem parte
da anlise de viabilidade, e como no existia verba destinada essa pesquisa a
opo por programas gratuitos so requeridos.
A composio do site se fez de maneira mais simples possvel,
primeiramente pela pouca experincia do pesquisador com desenvolvimento de
sites, e depois por buscar a facilidade para que qualquer pessoa com pouca
experincia possa dar seus primeiros passos na prtica da GC.
Por fim o site desenvolvido no chegou operar na prtica no local em
estudo por depender de polticas internas, que passam por um processo de anlise
de novos Sistemas de Informao e levam meses para serem concludas. Alm
disso, qualquer avaliao de resultado de um projeto de GC no de carter
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 18
imediato e demanda mais alguns meses para que se tenha um mnimo de noo
sobre como esta se portando a ferramenta perante os usurios.
Todos os recursos de software utilizados foram do tipo livres e gratuitos
,uma vez que todos os programas se mostraram mais do que suficientes para a
realizao do trabalho, no justificando a utilizao de verbas para a aquisio de
programas computacionais.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 19
CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO
Neste captulo ser feita a reviso dos conceitos de Sistemas de
Informao, Gesto do Conhecimento, Tecnologia da Informao, e uma breve
explanao sobre, Gesto da Manuteno, com o objetivo de fundamentar e auxiliar
o desenvolvimento do trabalho.
2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO.
Para se considerar a existncia de um programa de GC, antes de
qualquer coisa devemos entender quais componentes formam o conhecimento em
si, pois no comum o equvoco na hora de definir certos conceitos. Nesse sentido
os Sistemas de Informao (SI) so a base principal onde a Gesto do
Conhecimento ir atuar, fazendo circular a informao dentro da instituio, para
que a disseminao da mesma leve conhecimento a todas as pessoas e o
compartilhamento crie novos conhecimentos.
Definir um conceito nico para SI uma tarefa complicada, pois vrios
estudos na rea tm uma descrio prpria, e nesse caso o que mais importa ter a
ideia de como enxergar essas definies no contexto em que se quer trabalhar.
Visto isso de acordo com Turban et al (2007) sistema de informao obter as
informaes certas para as pessoas certas, no momento certo, na quantidade certa
e no formato certo. Nesse caso a forma como isso ir acontecer independe da
ferramenta usada, podem ser utilizado papeis, pastas, armrios, pessoas que iro
fazer essas informaes circular, ou a Tecnologia da Informao (TI) atualmente a
mais comum das formas de viabilizar um SI. A TI se utiliza de redes de
computadores e toda tecnologia que envolva comunicaes e armazenamento de
Dados e/ou Informaes. Ainda sobre essa diferenciao entre TI e SI vale ressaltar
o que dizem Audy e Brodbeck (2003, p. 20):
Nesse contexto, diversos autores equiparam TI e SI em seus estudos, sendo possvel identificar uma tendncia dos principais autores da rea de planejamento estratgico de utilizar a expresso sistemas de informao para caracterizar a abrangncia e o enfoque sistmico do processo de planejamento de sistemas de informao. Por outro lado, os principais autores na rea de alinhamento estratgico tendem a utilizar com muita frequncia a expresso tecnologia da informao com a inteno de caracterizar a dimenso tecnolgica integrando-se diretamente ao processo de planejamento estratgico de negocio e de sistemas de informao.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 20
A Tecnologia da Informao permitiu que pessoas, grupos e
organizaes fizessem a gesto de suas informaes eficaz e eficientemente
(GORDON 2006). Sem dvida a TI quem de fato possibilita usarmos todo potencial
de um SI, e ainda segundo Laurindo (2008) j nas ultimas dcadas, muitas teorias,
modelos e tcnicas foram desenvolvidos e estudados para que a TI fosse usada em
sintonia com a estratgia e a operao das empresas. Hoje j intrnseco que
qualquer projeto de SI contemple o uso de computadores, intranet, banco de dados
ou qualquer outro componente tecnolgico.
A importncia do uso de TI em uma organizao no traz benefcios
somente ao corpo estratgico da mesma, mas a todas as pessoas at o nvel
operacional. Deve-se observar tais vantagens com o intuito de perceber o valor
agregado da aquisio de uma tecnologia, que no seja apenas o financeiro, mas
tambm o de desempenho das equipes. Sobre estas vantagens podemos
exemplificar o uso da TI para os supervisores terem controle sobre processos e
funcionrios e estes ltimos podem utilizar estas informaes para aumentarem seu
aprendizado e passar aos demais, fortalecendo assim as equipes, isso mostra como
organizaes que tem como filosofia o controle dos funcionrios ou as que preferem
gerenciar funcionrios com comprometimento. Abaixo o quadro 1 demonstra
algumas desses benefcios organizacionais:
Efeitos na Organizao Voltada ao Controle Efeitos na Organizao Voltadas ao Comprometimento
Monitora e Controla Distribui o poder e a informao e promove a auto superviso
Rotiniza e Cadencia Proporciona o discernimento e promove a
inovao
Despersonaliza Enriquece a comunicao
Despoja os indivduos de seu conhecimento Levanta as necessidades de habilidades e promove aprendizado
Reduz a dependncia nas pessoas Aumenta a importncia da habilidade
individual e motivao interna
Quadro 1: Vantagens organizacionais da TI
Fonte: Walton (1993)
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 21
Toda vez que uma nova tecnologia implantada existe um perodo at
que esta seja usada de forma plena, e isso depende do nvel de domnio dos
funcionrios sobre a nova ferramenta, porm quanto mais interessados todos
estiverem mais rpido esse amadurecimento ocorrer, ento a percepo de que
todos possam tirar proveito de novas ferramentas de TI algo muito considervel
para uma empresa que quer otimizar o uso de seu investimento.
A importncia do entendimento dos conceitos que formam o SI
essencial para o sucesso de sua implementao, ou mesmo depois de instalado,
para as situaes de tomada de deciso. Deve-se estar bem claro na viso do
gestor a diferena entre o que dado e informao, ou informao e conhecimento,
e embora essas palavras paream sinnimas, o conceito das mesmas so
diferentes, e cada um desses elementos nada mais so que a base que compem
uns aos outras. A seguir ser descrito de forma sucinta o conceito de cada um
desses elementos.
2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO.
2.2.1 Dado.
O primeiro conceito a ser entendido o Dado, que pode ser definido
como qualquer valor proveniente do resultado de alguma observao documentada
ou de algo que foi medido, como quantos quilmetros algum percorre uma
determinada distancia, a anotao dos dias que chovem ou no, o resultado de
vendas em certo perodo. Tudo que pode ser registrado, classificado e guardado
caracteriza um Dado, so descries elementares de diversos eventos que isolados
no tm significado nenhum.
2.2.2 Informao.
Quando os Dados so agrupados e sistematizados, de forma que sua
organizao faa algum sentido e valor dentro de um determinado contexto ai
teremos a informao. Como exemplo de informao podemos ter a folha de
pagamento dos funcionrios de uma empresa, quais itens foram comprados por um
cliente em seu carto de credito nos ltimos meses, ou seja, so dados
processados.
2.2.2.1 Componentes da Informao
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 22
Para Laurindo (2008) a informao seria o conjunto de dados
devidamente tratados de forma a serem providos de significado, tambm
organizados e classificados para alguma finalidade que as pessoas possam usar.
Esses conceitos to logo sejam compreendidos, devem ser analisados de forma a
otimizar as decises dentro das organizaes. Acima de tudo, fundamental
ressaltar que estas decises devem ser tomadas com base no valor, conceito e na
referencia que as informaes possuem.
O que deve estar bem claro que a identificao desses trs pontos,
assume importantes posies no estabelecimento do Sistema de Informao que
ser implementado dentro de qualquer organizao. Quando falamos de valor da
informao, significa que necessrio um suporte logico que a defina, por exemplo,
os valores de uma folha de pagamento de funcionrios de uma empresa nada mais
so que os dados da informao. Evidentemente, o entendimento da informao no
ser possvel com apenas valores disponibilizados, preciso que as pessoas
envolvidas no sistema tenham entendimento do conceito em que esto inseridos os
dados, ainda no exemplo da folha de pagamento, e preciso que as pessoas saibam
o que uma folha de pagamento para que os valores contidos nela faam sentido,
nesse momento teremos a informao formada. Do mesmo modo, a utilidade de
uma informao vai depender de uma referencia, atravs da qual os dados vo
orbitar, e ser possvel saber se um desempenho melhorou ou piorou. Ainda
tomando como exemplo o caso da folha de pagamento, o salrio do presidente por
ser o maior pode servir de referencia para compor o dos restantes, onde certas
porcentagem vo sendo abatidas conforme a importncia do cargo, ou mesmo pode
ser analisado nos ltimos anos quanto de reajuste salarial os funcionrios tiveram.
2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade.
Toda informao precisa ser entendida, pois do contrrio no ter
utilidade uma vez que a mesma no causara o efeito desejado, a complexidade da
estrutura do SI implantada assume importantes posies no estabelecimento das
formas de ao que dizem respeito tomada de deciso. Por conseguinte a
informao deve ser a mais especfica e veloz possvel, sobre isso Foina (2001, p.
19) diz que:
A informao deve ser disponvel, quando ela for necessria, e com a melhor preciso possvel. Disponibilidade e preciso, para informao, so caractersticas muitas vezes antagnicas na prtica. Uma informao
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 23
altamente precisa necessita de maior tempo para estar disponvel (captura, conferencia, classificao, conferencia, processamento, conferencia, liberao). Assim, a premncia de informao, notadamente para tomada de deciso, sacrifica sua preciso. A qualidade geral de um sistema de informaes empresarial dependente da correta dosagem entre preciso e velocidade das informaes que transitam pelo sistema.
A partir de uma anlise na qualidade do SI existente em uma organizao
possvel definir o quanto preciso este ser em uma tomada de deciso, ao utilizar
este sistema como ferramenta de suporte.
2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao.
Acreditar que a existncia de um sistema de informaes, qualquer que
seja ele, garantia de aumento da produtividade ou mesmo a soluo da maioria
dos problemas dentro de uma instituio, sem duvida um srio equvoco, pois
Graeml (2003) diz que, muitas empresas investem de forma macia em informtica e
so lderes na rea em que atuam, no obstante muitas outras que investem
igualmente e esto no final do ranking de seu setor. Ainda assim com h
possibilidade de grandes prejuzos ocorrerem pela adoo de qualquer ferramenta
de TI, na verdade o modelo estrutural adotado e a que ele se destinar e que devem
ser imprescindivelmente levados em considerao.
No cenrio do mundo atual, onde cada vez mais se exigem decises
rpidas em funo da competitividade e espera de resultados positivos, no raro
acontecem ms escolhas em relao a qual SI/TI se deve adotar, alm do que essa
busca por respostas rpidas muitas das vezes faz com que uma deciso acertada
seja abandonada antes que esta tenha chance de cumprir seu objetivo, pois essa
prtica desafia a capacidade de equalizao do retorno esperado em longo prazo,
que caracterstico de um SI/TI como relata Laurindo (2008) que os benefcios do
uso de uma TI podem levar anos ate surgirem, isto porque necessrio ter
experincia para usufru-la em todo seu potencial, como j foi visto em tecnologias
do passado. E ainda sobre os riscos da implantao de novas tecnologias existe o
problema da obsolescncia, tendo em vista que todo SI tem seu ciclo de vida e a
no manuteno do mesmo causa a morte do mesmo, como relata Rezende e
Abreu (2000) que o SI morre quando est em desuso ou substitudo, e tambm
morre principalmente quando se utiliza de tecnologia de software precria e
desatualizada e ainda segundo Graeml (2003) os custos elevados incorridos no
desenvolvimento e adoo de novas tecnologias e sua obsolescncia, devido ao
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 24
surgimento de outras mais recentes, aumentam consideravelmente os riscos
envolvidos.
2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao.
Em vias de regra a aquisio de qualquer ferramenta de TI tem um custo
elevado, e tirar total proveito desse investimento o maior desejo do corpo
executivo, e para que isso ocorra um aspecto a ser observado com ateno pelo
gestor da rea a maturidade em que a instituio se encontra em relao a
informao/informtica. Nesse tocante um SI ter sucesso se for desenvolvido e
gerenciado de forma adequada ao perfil da instituio e ambiente onde o mesmo
residir.
Cada grupo de pessoas que trabalham em um determinado local possui
conhecimento e domnio de sistemas informatizados em graus diferentes, e a
evoluo desse conhecimento se d de maneira gradual, e alm do que
fundamental que se identifique em que estgio de tal evoluo est uma
organizao, para que o gestor aja de forma coerente em sua tomada de deciso,
ou seja, a assimilao e execuo desses estgios de informtica e informao
devem ser uma preocupao dos gestores (REZENDE E ABREU 2003).
A respeito desses estgios Nolan (apud REZENDE e ABREU, 2003) diz
que seis deles podem ser considerados durante o processo de plena maturidade de
informao/informtica em uma organizao, onde possvel ver as caractersticas
em cada um destes estgios, e raramente um stimo estgio que transcende o
amadurecimento total de uma instituio possvel de ser alcanado. A seguir ser
apresentado cada um dos estgio e sua respectiva caracterstica.
2.2.2.1.4 Iniciao
No primeiro estgio surgem as primeiras aplicaes de TI, voltadas para
tarefas simples como faturamento e estoque. Tambm no existe qualquer setor de
informtica, assim os recursos so administrados por cada setor. Planejamento
inexistente assim como qualquer tipo de controle, nesse estgio os funcionrios tem
um envolvimento superficial e receoso com os recursos de TI, onde so mais
atrados por curiosidade com pequenas facilidades e entretenimentos como jogos,
internet, multimdias, etc...
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 25
2.2.2.1.5 Contgio
Uma vez iniciado o uso de TI a empresa segue um caminho irreversvel
em que as pessoas percebem melhor suas utilidades quando esto no segundo
estgio. E percebido a facilidade do uso da informtica e seu uso e proliferado mais
e mais pessoas e setores, porm ainda de forma desordenada, no entanto nesse
momento criado um Centro de Processamento de Dados (CPD) para prestar
suporte e manuteno aos recursos computacionais e o mesmo j contemplado
pelo oramento da empresa, j os funcionrios j esto envolvidos e contagiados
pela TI conforme a disponibilidade dada a eles.
2.2.2.1.6 Controle
Assim que os usurios sentem-se envolvidos pela TI as reais utilidades
comeam a surgir como aplicaes que focam o controle de atividades da empresa.
Nesse patamar todos j conhecem o advento da informtica, e o CPD pode ser
denominado de Departamento de Informtica ou Sistemas onde este torna-se mais
especializado e d apoio a gesto. Comeam a surgir relacionado TI padronizao
e formalizao de procedimentos e os funcionrios tem uma participao maior
porm limitada as sua funes e aplicao dos softwares.
2.2.2.1.7 Integrao
No quarto estgio de cultura de informao/informtica todos usufruem
dos sistemas existentes, inclusive j possvel encontrar integrao entre eles,
porm pode haver redundncias entre os mesmos. O uso de banco de dados e uma
constante e a gerencia se faz valer de ferramentas on-line para se orientarem nas
suas decises, tambm nesse estgio o setor de informtica j um agente
causador de mudanas na organizao, pois fornece informaes ao nvel gerencial
que podem alterar a estratgia adotada. O oramento para o setor de TI j e bem
considervel, assim como todos os funcionrios encontram-se bem engajados no
sistema, sendo eles os principais responsveis pelo seu processamento.
2.2.2.1.8 Administrao
A partir desse ponto o uso da TI atinge uma complexidade em que os
dados precisam ser administrados, e um Gestor de Informaes tem papel
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 26
fundamental onde seu objetivo e unificar estes dados e eliminar redundncias. O
setor de TI nesse estgio releva consideravelmente as informaes provenientes
dos funcionrios, que se tornam usurios maduros o suficiente para que trabalhem
em conjunto como setor na unificao de dados e informaes.
2.2.2.1.9 Maturidade
O sexto e ultimo estgio na cultura de TI dentro de uma organizao tudo
est consolidado quanto ao seu uso, nesse ponto que de fato a informtica pode
ser nomeada Tecnologia da Informao, onde esta ira atuar em todos os setores da
instituio, principalmente em questes decisria. Nesse momento no existe
qualquer redundncia e todo o banco de dados esta unificado, esta base unificada
atende plenamente todos os funcionrios inclusive em nvel estratgico e ttico. E
possvel tambm a atuao na otimizao da empresa como reduo de custos,
reformulao de processos e identificao de fatores competitivos, alm do que os
funcionrios tornam-se os componentes principais no sistema, onde geram as
principais informaes e recebem suporte tcnico dos profissionais de TI. Embora
muitas empresas invistam em recursos de ltima gerao poucas so as que
chegam a este nvel.
2.2.3 Conhecimento.
Este pode ser chamado de stimo estgio, o conhecimento, nesse nvel
as empresas so capazes de ger-lo a partir do tratamento de suas informaes.
Quando existe um completo domnio das informaes estas podem ser utilizadas
para gerar novos conhecimentos que diferenciam as empresas entre si, isso quer
dizer que pode-se utilizar as informaes mais relevantes com as melhores prticas
analisadas pelos mais bem capacitados, a fim de produzir conhecimento explcito
que possa ser acessado por todos na empresa. Portanto, a evoluo do estgio da
maturidade pode ser entendida como a Gesto do Conhecimento, em que a
Tecnologia da Informao usada como ferramenta para impulsionar o
desenvolvimento das pessoas e das empresas (REZENDE e ABREU, 2003), desta
forma pode-se compreender que para uma organizao de fato se utilizar da Gesto
do Conhecimento preciso que a mesma tenha uma maturidade elevada na
utilizao e compreenso dos recursos de SI/TI.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 27
Quando as informaes em conjunto ou no com os dados esto
associadas para darem entendimento ou aprendizagem a uma atividade ou um
determinado problema como intuito de resolv-lo, teremos nesse caso o
conhecimento atuando. Por exemplo, baseado nas notas de um aluno (informao),
aplicaremos um mtodo de estudo que tenha por objetivo aumentar suas notas,
esse mtodo seria o conhecimento sendo aplicado para melhorar um resultado.
2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO.
Atualmente o mundo tem vivido um momento onde o elemento que torna
uma empresa mais competitiva ou qualquer instituio mais eficiente, no mais tem
a ver com as quantidades de terra que estas possuem, muito menos com a fora
fsica de seus trabalhadores e por incrvel que parea nem com a quantidade de
capital monetrio reservado em seus cofres, mas sim um fator intangvel e quase
imensurvel e que est contido na mente de cada pessoa que faz parte de uma
organizao, o capital intelectual ou simplesmente o conhecimento de cada
indivduo.
Para Stewart (1998) a informao e o conhecimento so as armas
competitivas nos dias de hoje. O conhecimento mais valioso e poderoso do que
qualquer recurso natural, indstrias ou quantias em dinheiro. O conhecimento que
cada pessoa carrega, o ativo que mais causa impactos no desempenho das
empresas sejam elas privadas ou governamentais, pois ele quem dita os rumos
com os quais cada departamento, objeto ou pessoa ir tomar e em contrapartida a
ausncia do mesmo pode significar o fracasso de qualquer empreendimento. Cada
indivduo capaz de contribuir para que os objetivos planejados pelas instituies
sejam alcanados, e o conhecimento que carregam pode ser o catalizador e
diferencial no resultado final, e isso tem sido um grande diferencial, pois para
Takeuchi e Nonaka (2008, p39) em uma economia onde a nica certeza a
incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura o conhecimento. As
empresas cada vez mais buscam quando na contratao de seus colaboradores,
pessoas que tragam consigo a maior carga de conhecimento possvel, os anos de
estudo e cursos complementares, como uma segunda e at terceira lngua so
caractersticas obrigatrias para a garantia de uma vaga no mercado de trabalho,
nunca o capital intelectual foi to valorizado e o principal fato que corrobora essa
situao as duas marcas mais valiosas do ano de 2011 at o ms de maio
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 28
segundo a folha de So Paulo a Apple (US$ 153,285 bilhes) seguida da Google
(US$ 111,498 bilhes), empresas que tem o conhecimento como principal fonte de
riqueza, onde desenvolvem solues em TI para diversos ramos.
As instituies que j se adequaram a essa nova realidade, entenderam a
importncia de fornecer capacitao aos seus funcionrios com o objetivo de ter
maior qualidade e eficincia em seus resultados, pois para Zabot e Silva (2002, p.
11, p. 12):
A educao passa a desempenhar um papel econmico fundamental, e as empresas passaram a ter que investir maciamente em pesquisa e treinamento, ate mesmo como forma de remediar as lacunas da educao tradicional. Empresas de ponta passaram a conceber o processo de desenvolvimento de seus recursos humanos como estratgico o que tem resultado na chamada educao corporativa, que inclui ate mesmo a criao de universidades e escolas corporativas.
Apesar de essa mentalidade ser uma realidade nas instituies que
perceberam que seu capital intelectual tem um valor inestimado, as dificuldades de
botar em prtica de forma eficiente, e que de fato agregue valor aos produtos e
servios, tem tornado a tarefa da implantao de conceitos e ferramentas da GC
grandes desafios. Na maioria das vezes o conhecimento est fragmentado por no
ser coerente, ou ajustado a um nico conjunto de ideias em comum, mas tambm
porque no esta disponvel sempre que as pessoas necessitam (FLEURY et al,
2001). Isso nos remete ao fato de que alguma forma, mesmo que feita de maneira
instintiva, as pessoas tendem a armazenar e tentar administrar o conhecimento, seja
ele prprio ou alheio, muitas das vezes fazendo uso de mtodos simples e
rudimentares, como anotaes em cadernos, que muitas das vezes se perdem em
meio a varias informaes descoordenadas, das quais dificilmente sero utilizadas
de forma eficiente por qualquer pessoa.
De varias formas possvel armazenar informaes, mesmo que muitas
das vezes a forma como a qual isso e feito no seja eficiente, registrar eventos
passados ou novas formas de tratar determinados problemas, pode fazer parte da
rotina de uma instituio, porm todo esse arquivamento caso no seja gerenciado
de nada adiantar o esforo desprendido em criar esses registros, at porque tais
informaes no necessariamente transformam-se em conhecimento que de fato
tenha utilidade. Na verdade o conhecimento por ser um bem intangvel, manipul-lo
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 29
no uma tarefa das mais simples, bem como extrair todo o seu potencial. difcil
identific-lo e mais difcil ainda distribui-lo de forma eficaz. Porm, uma vez que o
descobrimos e o exploramos, somos vitoriosos (STEWART, 1997), desta forma
pode-se dizer que nesse contexto que a GC desenvolve seu papel, criando formas
de potencializar os benefcios do capital intelectual de uma organizao, seja
disseminando-o ou simplesmente o identificando-o.
2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento.
No obstante, o ponto de partida para entendermos como a GC de fato
contribuir para a melhoria de uma organizao, compreender que tipos de
conhecimentos existem e como estes atuam de maneira individual e coletiva. A
respeito da definio de quais podem ser os tipos de conhecimento existem dois, o
tcito e o explcito onde Nonaka e Takeuchi (2008, p. 19) definem bem isso:
O conhecimento explcito pode ser expresso em palavras, nmeros ou sons, e compartilhado na forma de dados, formulas cientificas, recursos visuais, fitas de udio, especificaes de produtos ou manuais, O conhecimento explcito pode ser rapidamente transmitido aos indivduos, formal e sistematicamente. O conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar, tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. As intuies e os palpites subjetivos esto sob a rubrica do conhecimento tcito. O conhecimento tcito est profundamente enraizado nas aes e na experincia corporal do individuo, assim como nos ideais, valores ou emoes que ele incorpora.
Por conseguinte observado que o conhecimento explcito todo aquele
onde existe a possibilidade de ser medido e documentado, sua expresso clara,
onde o mesmo pode tambm ser manuseado e transmitido, assim pode-se dizer que
este conhecimento tem uma forma tangvel, e essa e grande vantagem o poder de
ser disseminado. O que o torna o conhecimento explcito limitado o fato de no se
transformar e aprimorar por conta prpria, se no revisado por quem detm o
conhecimento tcito, possvel que o mesmo venha a ficar obsoleto.
Todavia, o conhecimento tcito intangvel do ponto de vista de sua
manipulao, por existir dentro da mente dos indivduos, e atuar nele depende
somente de quem o carrega consigo. No entanto este conhecimento o que
transforma os conceitos existentes e os aprimora, pois todo novo conhecimento por
mais que seja coletivo, ou seja explcito, ele primeiramente surge da mente de um
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 30
ou outro indivduo, e o seu potencial s ser total se puder ser acessvel a qualquer
um.
Algo que deve ficar claro que o conhecimento tcito e explcito no so
opostos que se anulam, onde ou se tem um ou o outro, mas componentes que se
unem para formar o conhecimento como um todo. Na criao e modificao do
conhecimento ambos esto presentes nesses processos, seja com um funcionrio
experiente atuando em uma empresa (tcito), seja em um SI em que possvel
acessar atravs de uma rede interna de computadores documentos descrevendo
certas condutas dentro da corporao (explcito). No entanto o que aumenta o nvel
de conhecimento dentro de uma organizao circulao do mesmo atravs de
seus componentes, toda vez que o mesmo compartilhado por varias pessoas ou
compreendido por uma s o resultado a agregao ou reconstruo do conceito
inicial para um patamar mais til. Isso deve fazer parte de um ciclo natural do qual a
empresa pode adquirir alta competitividade, atravs do alto grau de conhecimento
de seu pessoal que compartilhado com todos, sobre isso Bukowitz & Williams
descrevem (2002, p. 25).
Conforme as pessoas renem a informao de que necessitam para seu trabalho, utilizam o conhecimento para gerar valor, aprendem com o que criam e, finalmente, devolvem esse conhecimento para o sistema, para que outros o utilizem quando abraam os seus prprios problemas.
Sobre estas converses Nonaka e Takeuchi (2008) dizem que o
pressuposto do conhecimento vem atravs das interaes entre o conhecimento
tcito e explcito, outrossim, estas interaes podem ser quatro, Socializao,
Externalizao, Combinao e Internalizao, ou seja, a criao do conhecimento
surge a partir destas interaes, de maneira resumida Turban (2004) diz que
quando os integrantes de uma organizao colaboram entre si ensinando e
aprendendo, o conhecimento transformado e passado a cada um, a seguir cada
conceito destas interaes ser exposto:
2.3.1.1 Socializao
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 31
Este processo ocorre na transferncia de conhecimento tcito para tcito,
quando o indivduo utiliza a observao para tentar imitar a prtica de outro, essa
situao e uma constante num ambiente de trabalho onde os com menos tempo de
servio observam e acompanham os mais antigos com a inteno de absorver seu
conhecimento atravs da repetio de suas prticas. O processo tambm pode se
dar atravs de um convvio mais prximo, onde as duas partes podem realizar
reunies mais informais em que a discursaro ideais acontece de forma aberta. Na
Socializao o que importa a interao entre as pessoas e quanto mais liberdade
estas tiverem entre si, mais rpida ser a absoro do conhecimento.
2.3.1.2 Externalizao
Este sem duvida o processo mais difcil entre as interaes do
conhecimento, pois trata-se de transformar conhecimento tcito em explcito. A ao
de interpretar um conhecimento que existe somente na cabea de um indivduo
algo extremamente complexo por ter que levar em conta toda subjetividade que
cada pessoa carrega consigo e dificuldade de expressar seu conhecimento em
palavras escritas ou faladas, alm do mais esta converso nunca e total at porque
quem interpreta a mensagem tambm tem sua forma nica e individual de faz-lo. O
uso de metforas e analogias so constantes para expressar um conhecimento de
forma formal, pois quando fazemos comparaes do que sabemos com o que
julgamos ser do entendimento de outra pessoa, isto torna-se claro para ela e os dois
indivduos podem ter um ponto comum de entendimento que compartilham, porm
corroborando o que foi citado anteriormente isto nem sempre resulta em um
resultado fiel e totalmente confivel, muitas das vezes s com muitas tentativas e
que se pode chegar a uma externalizao prxima da realidade do conhecimento
inicial.
2.3.1.3 Combinao
Quando vrios meios de conhecimento explcitos como documentos,
livros, websites ou mesmo conversas e reunies se encontram e formam um novo
contexto, nesta situao teremos a Combinao que nada mais que a
concatenao de ideias que podem ser expostas debatidas e reformuladas por
varias pessoas, ou seja, conhecimento explcito para explcito. Todavia este
processo s possvel quando todos os envolvidos compreendem, mesmo que de
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 32
forma parcial, o conhecimento de cada um para ento tirarem suas prprias
concluses.
A Combinao nada mais que a prtica comum em meios acadmicos,
onde o conhecimento compreensvel e acessvel a todos, porm interpretado de
diferentes formas por quem se faz uso dele, e nessa divergncia e debate aberto
com vrias pessoas que novos conhecimentos so moldados e produzidos, e
quanto mais discutido e compartilhado mais extenso e apurado ser.
2.3.1.4 Internalizao
Fazer a transferncia do conhecimento para a mente dos indivduos o
papel da Internalizao. Depois que o conhecimento passa pelos processos
anteriores temos nesse momento um produto refinado, e a inteno fazer com que
cada pessoa absorva essas informaes apuradas, a partir dai teremos indivduos
com capacidades fundamentais para empresa e quanto mais este ciclo se repede ,
mais valioso o conhecimento se torna nas quatro interaes. Passar conhecimento
explcito par o tcito, no caso da internalizao, fica mais eficiente se sistematizado
em detalhes, seja de forma escrita ou oral. Essas prticas e documentos tentam
passar a vivencia de outras pessoas a fim de que se criem modelos mentais que
venham a agregar valor ao conhecimento tcito j existente.
Muitas das vezes documentos e explicaes verbais no so suficientes,
para a total internalizao de cada pessoa, cada indivduo tem sua prpria viso de
mundo e isso dificulta o real entendimento que se quer passar. Porm com
experincias prticas o processo de internalizar conhecimento na maioria das vezes
conclui sua misso de fixar na mente das pessoas o conhecimento em questo, a
figura 1 mostra a seguir como se relacionam as quatro interaes na espiral do
conhecimento.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 33
Figura 1: Espiral do Conhecimento Fonte: Nonaka & Takeuchi (1997)
2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento.
Ainda assim, com a percepo e declarao da importncia do capital
intelectual de uma empresa, existe sempre a questo de como a GC ir beneficiar
de forma prtica a instituio. A organizao que a partir do momento entender o
quo valioso seu ativo intelectual deve passar a se preocupar com este ativo, e
ai que a GC surge como uma soluo para administrar todo esse capital.
O ponto de partida a se considerar nesse cenrio uma forma de reter o
conhecimento existente na organizao, pois como boa parte dele reside na mente
dos funcionrios em forma de conhecimento tcito, e no momento em que este sair
da empresa leva todo o ativo intelectual adquirido na mesma. No que toca essa
situao Turban (2004, p. 328) descreve o seguinte, que quando as pessoas saem
de uma empresa, elas levam seu conhecimento consigo. Uma meta vital da gesto
do conhecimento o de segurar esse valioso know-how que pode ir embora to
depressa.
Uma das caractersticas do conhecimento o de retorno crescente, ou
seja, medida que nos utilizamos dele este no diminui mas sim seu valor
incrementado, desta forma quanto mais se faz uso do mesmo mais ele torna-se
consistente. O capital intelectual tambm se fragmenta e cria novas vertentes, isso o
torna dinmico e com necessidade de atualizao, pois o que informao til
depois de algum tempo pode no ter serventia alguma. Alm do mais mensurar o
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 34
valor do conhecimento e seu compartilhamento algo complexo e pode tomar
dimenses bem maiores que as esperadas nesse processo, desta forma a GC
procura monitorar e controlar essa medio. H de se considerar uma questo
importante a respeito da organizao que gerencia seu conhecimento, o fato de que
o mesmo o pilar fundamental na soluo de novos problemas. Tarefas rotineiras
so realizadas de forma automtica e requerem apenas habilidade dos indivduos,
problemas conhecidos so resolvidos por cumprimento de regras pr-estabelecidas
que iro guiar a pessoa at sua soluo, porm quando surge um problema indito
apenas a gama de conhecimentos de cada pessoa e que servir de recurso para a
elucidao da situao, nesse momento quanto maior e mais organizado o capital
intelectual estiver, mais rpido e com menor grau de risco ser a tomada de deciso,
e a prxima ilustrao na figura 2 mostra como esto relacionados as atividades a
serem desenvolvidas e as situaes de um problema.
Figura 2: Atividades x Situaes Fonte: Santos (2010)
Como visto anteriormente o uso de um SI fundamental para a tomada
de deciso, em vista disso a GC desempenha o mesmo papel de forma mais
apurada, pois se com uma informao bsica possvel tirar concluses
importantes, esta informao tendo um significado especifico, ou seja, sendo ela um
conhecimento os riscos de tomadas de deciso caem proporcionalmente a
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 35
profundidade desse conhecimento. As vantagens que surgem no momento em que
se decide trabalhar com a GC muitas das vezes no surgem de imediato, pois
adquirir um banco de conhecimento no algo que se constri rapidamente, porm
depois de desenvolvida a GC traz inmeros benefcios.
2.3.3 TI: Fundamental para GC
Os conceitos e uso da GC cada vez mais ganham importncia nas
instituies que perceberam o valor do conhecimento, porm um fato que torna o
uso da GC eficiente e dinmico o uso da TI. A Internet, rede de computadores,
comunicao mvel e qualquer aparato tecnolgico que leve e traga informao faz
com que o conhecimento seja captado e disseminado de em larga escala, de forma
rpida, em diversos lugares e a espaos reduzidos. Essas caractersticas formam
um cenrio ideal para a prtica da GC, sobre este cenrio Miller (2002, p. 185)
afirma que:
[...]A tecnologia est no centro da soluo, e os processos so construdos base da tecnologia capacitadora. A tecnologia, por si, no a resposta, mas sim a fora capacitadora de pessoas e processos. Ao utilizar todos os cuidados necessrios uma combinao adequada e eficiente de tecnologias, uma organizao pode administra uma riqueza de informaes em constante mudana (isto , sua base de conhecimentos). O estabelecimento de redes permite um fcil acesso a experts e ao prprio conhecimento na verdade, reduzindo o tempo e a distancia entre um problema no-resolvido.[...]
A eficincia de um programa de Gesto do Conhecimento est
diretamente relacionada com a forma com que as organizaes se utilizam da TI,
como cita Bukowitz e Williams (2002, p. 19) que as tecnologias de informao e
telecomunicaes formam um conjunto de principais foras que levaram a gesto do
conhecimento para o primeiro plano e para o centro.
A importncia da adoo de um programa de GC em qualquer
organizao, de fato algo. Cada vez mais vital para que uma empresa mantenha-
se competitiva no mercado, uma deciso vencedora para qualquer tipo de
organizao, no obstante a sua implantao requer diversos cuidados que, caso
no sejam tomados, consequentemente tornaro o programa em um fracasso. A
equivocada ideia de que ao ser criado um projeto de GC ou mesmo uma ferramenta
de TI os problemas de um setor, ou mesmo da organizao como um todo ser
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 36
solucionado, no incomum entre diversos gestores, at mesmo talvez por uma
interpretao errada do que vem a ser a GC, pois para Melo (2003) a Gesto do
Conhecimento no uma ferramenta de gesto, no um software de computador
e no uma metodologia. A GC uma filosofia de vida. Esse pode ser o motivo por
as vezes as pessoas comearem um projeto de implementao de GC extremo
entusiasmo, e muitas das vezes todo o trabalho acaba por cair no esquecimento.
Normalmente quando uma empresa resolve adotar alguma ferramenta ou
prtica organizacional existem resistncias a essas aes, e no caso do uso de
qualquer prtica de GC isso acontece do mesmo jeito principalmente por que
detentor de um nvel de conhecimento apurado, pelo fato de este indivduo no
sentir motivao em compartilhar o que j aprendeu. No que tange essa situao
Gordon (2006) diz que para que a GC tenha sucesso neste caso, o funcionrio ter
que ser treinado a alimentar um sistema de informao com o que sabe e ter que
ser recompensado por isso. Nesta situao o indivduo deve se motivar a exercer
sua contribuio, e isso no necessariamente deva ser financeiramente, cabe ao
gestor avaliar sua equipe e entender o que pode ser o fator que os far contribuir de
forma irrestrita.
2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC
De forma exaustiva vrios autores afirmam que o conhecimento ou
tambm conhecido como capital intelectual o ativo mais valioso de uma instituio,
por garantir a obteno de vrios outros recursos sejam financeiros ou polticos. Nos
dias de hoje o que garante a competitividade, longevidade e eficincia de uma
instituio nada mais que o quanto de material intelectual a mesma possui, seja
atravs de seus funcionrios (conhecimento tcito) ou atravs de seu acervo escrito
(conhecimento explcito), e alm do mais o quanto a empresa capaz de gerenciar
estes conhecimentos, isto o papel da Gesto do Conhecimento (GC).
No entanto a grande questo que permeia a mente dos envolvidos em
adquirir todos esses benefcios que uma gesto de capital intelectual pode trazer,
de que forma seria possvel executar de maneira prtica todos esses conceitos e
teorias, e ainda assim de modo que seja vivel sua implementao no que se refere
a questes financeiras, recursos humanos, estruturas fsicas, entre outros itens.
O conhecimento sempre foi valorizado em todas as culturas atravs dos
anos, porm somente nas ultimas dcadas o mesmo comeou a ser tratado de uma
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 37
maneira mais tangvel, onde em muitos estudos existe a tentativa de mensur-lo e
armazen-lo, e o fator que trouxe essa mudana de tica no tratamento do capital
intelectual sem duvida foi a Tecnologia da Informao (TI). Atravs dos
componentes que moldam a TI possvel no s aplicar os conceitos de GC como
tambm criar ferramentas que disponibilizem servios que antes se tornavam
inviveis e at mesmo melhorar os j existentes como a tramitao de documentos.
A quantidade de informaes existente em um rgo e bastante
substancial e sempre maior do que se consegue ter acesso, pois estas normalmente
encontram-se dispersas e armazenadas em locais de pouca acessibilidade em
dados no estruturados, e que segundo Terra (apud SCHMITZ, CARVALHO &
BENEVENTO, 2008) esse conhecimento representa 80% existente nas instituies.
O uso da TI possibilita justamente a agregao de todas essas informaes e com
uma disponibilidade fcil e constante, e ai que a GC encontra um campo frtil para
ser desenvolvida.
Para adoo das prticas da GC a mesma se faz valer de algumas
ferramentas que carregam em si os conceitos da Espiral do Conhecimento proposta
por Nonaka e Takeuchi (1997), em que possvel utilizar uma ou mais interaes do
conhecimento das quatro existentes (Socializao, Externalizao, Combinao e
Internalizao). Existem atualmente diversas opes e cada uma delas focada em
alguma das interaes do conhecimento, como exemplo os seguintes sistemas:
Gesto Eletrnica de Documentos (GED), Decision Suport System (DSS), Balanced
ScoreCard (BSC), Enterprise Resourse Planning (ERP), Sistemas de Workflow,
Portais Corporativos, entre outros. No entanto este trabalho ir focar-se em
desenvolver uma ferramenta que utiliza os conceitos dos Portais Corporativos, por
este apresentar inmeras vantagens para o ambiente em estudo onde a cultura da
GC ainda esta muito incipiente e tambm a maturidade em TI por parte da
organizao esta bem avanada, no s pela estrutura fsica (existncia de intranet)
como pelo corpo tcnico (existncia de Webdesigner), podemos citar como
vantagem o baixo custo de implementao, pois as condies para criao de uma
pgina virtual j existem, alm do que possvel utilizar-se de ferramentas gratuitas
para esta tarefa, os portais so flexveis a ponto de ser possvel a sua modificao
conforme as necessidades surgem, e ainda num portal possvel concatenar outras
ferramentas de GC num nico lugar onde todas elas fiquem unificadas. Abaixo uma
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 38
tabela onde pode ser visto como certas ferramentas podem apoiar o conhecimento
enquanto sua transformao.
Ao verificar a tabela possvel notar que os portais de conhecimento
esto contidos em trs das quatro interaes, ou seja, o uso dos portais pode
abranger uma boa quantidade dos conceitos da GC. Todavia Souza e Silva (2003)
explicam que a internalizao a forma pela qual o conhecimento explcito torna-se
ferramenta de aprendizagem atravs de manuais e documentos, e volta
subjetividade na mente dos indivduos. Diante destas premissas podemos concluir
que um portal de conhecimento pode abranger todos os conceitos da GC no que diz
respeito a espiral do conhecimento, pois possvel inserir vrios contedos
complementares como um sistema de manuais e documentos que faria com que a o
site contemplasse todas as quatro interaes.
Uma ideia deve ficar clara nos envolvidos com a implantao de um
programa de GC em uma empresa, a de que seu processo no tem um marco final
onde designado como a partir deste ponto a GC existe ou no, mas sim a ideia de
que esta uma cultura organizacional que deve ser constantemente avaliada e seu
uso incentivado. Ento para os funcionrios de determinada instituio os objetos e
prticas que caracterizam GC devem ser bem claros, principalmente para os
responsveis por seu desenvolvimento. Por isso quanto mais objetivo, sistemtico e
claro forem os conceitos e funcionalidades das ferramentas usadas, maior ser a
chance de sucesso de um programa responsvel por gerenciar o capital intelectual.
Essas questes devem ser bem analisadas para que o uso da TI no seja
Quadro 2: Ferramentas de GC e as Interaes do Conhecimento Fonte: Carvalho e Ferreira (2001)
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 39
superestimado e classificado como fator absoluto no sucesso do uso de qualquer
programa de GC.
Para Yamada (2009) so quatro as formas de se utilizar a TI como
ferramenta de apoio a GC, so elas:
1)Registrando e compartilhando conhecimento explcito, seja ele escrito
ou em forma audiovisual como portais, bibliotecas virtuais, ou arquivos em
udio ou vdeo.
2)Para criar um ponto unificado de troca de conhecimento, como fruns,
salas de bate-papo, videoconferncias entre outras.
3)De forma indireta onde se faz uso de outras especialidades que apoiam
a gesto do conhecimento, como sistemas de gesto de informao, de
recursos humanos ou Supply Chain Management.
4)No caso de fazer a prpria gesto do conhecimento em mapeamento de
competncias e suas relaes com pontos estratgicos da instituio, por
exemplo.
O trabalho ir usar os itens dos grupos 1 e 2 por se tratarem de fatores
bsicos para a composio de um portal do conhecimento, j os itens 3 e 4 so de
carter mais avanado o que requer um conhecimento mais aprofundado e maior
maturidade da instituio em GC, o que no e o caso do ambiente em estudo. Mais
uma vez um portal de conhecimento se mostra ideal para a prtica de GC no rgo
em estudo.
2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES
Atualmente as organizaes cada vez mais tem se automatizado, seja
para agilizar, tornar mais precisa ou mesmo realizar uma tarefa da qual o ser
humano no executa com a mesma eficcia ou mesmo no pode realiz-la, porm
os custos de sua aquisio e treinamento so bastante elevados e a mxima
utilizao do potencial do maquinrio o ideal a ser alcanado pela Gesto da
Manuteno (GM), seja para maior volume de produo ou interrupo mnima de
servios crticos onde a vida humana est presente, sobre isso Xenos (1998, p. 13)
diz que [] pequenas interrupes da produo podem causar grandes prejuzos.
Estes desafios industriais colocam a manuteno em evidencia [...]. Isso mostra que
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 40
ter um programa de manuteno tem um carter essencial em qualquer empresa
que se utiliza de maquinrios para sua operao.
A GM contempla alguns mtodos onde a organizao baseia-se para
administrar sua manuteno, porm o que se percebe que por mais que um
mtodo preventivo seja adotado, toda mquina invariavelmente tem um momento de
falha. Os mtodos sero descritos a seguir.
A seguir ser apresentado os conceitos bsicos a respeito dos trs tipos
bsicos de manuteno segundo Xenos (1998) que so:
2.5.1 Manuteno Corretiva
Esta manuteno ocorre no momento em que o equipamento para por
defeito, e isto no uma situao desejvel, pois significa que o servio o qual a
mquina se destinava est desativado at que a mesma seja restabelecida, apesar
do custo de operar com esse tipo de manuteno seja o menor que existe, em
contrapartida isso pode significar desde perdas financeiras muito maiores do que a
economia que ela gera, at a perda de vidas humanas no caso de uma situao de
risco ou atividade vital, como uma mquina de hospital ou atividades de minerao.
Outra desvantagem deste tipo de manuteno em que no se toma aos para evitar
falhas, que ela pode gerar muitos problemas novos e toda vez que isso ocorre
muito tempo pode ser perdido at se identificar a soluo.
2.5.2 Manuteno Preventiva
Rotineiramente tomada uma serie de aes com o objetivo de reduzir
ao mximo a probabilidade de um equipamento parar por motivo de falha. Levando
em considerao apenas os gastos com a troca de peas que ainda no falharam, a
manuteno preventiva e mais cara, porm o que se deixa de perder com
equipamentos parados por pane compensa seu investimento. Atualmente todo corpo
da manuteno deve ter as aes preventivas como prioridade para que o sistema
em que esto inseridos seja confivel, pois uma equipe de manuteno competente
no aquela que conhece todas as falhas ou resolve problemas de forma rpida,
mas sim a que no deixa o sistema parar por motivo de falha.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 41
2.5.3 Manuteno Preditiva.
A manuteno preditiva nada mais que uma modalidade da manuteno
preventiva onde esta otimizada. Nesse caso esta modalidade demanda muitos
custos, pois com ela possvel saber o momento exato da troca das peas atravs
de monitoraes, que quanto mais sofisticadas, mais precisas elas so. Por ter alto
custo ela indicada onde existem vidas humanas em jogo, como manuteno de
aeronaves.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 42
CAPTULO 3 METODOLOGIA
O presente captulo tem por finalidade explicar as aes tomadas para
que a pesquisa fosse possvel de ser realizada, baseando-se para isso nas
classificaes clssicas da pesquisa e explicando as etapas realizadas neste
trabalho..
3.1 CLASSIFICAO
Este trabalho ir se basear nas cinco classificaes clssicas de uma
pesquisa, em seguida as mesmas sero apresentada e o porqu da escolha de cada
subclassificao.
3.1.1 Do ponto de vista da Natureza
A pesquisa pode ser uma pesquisa bsica ou aplicada, sendo este
trabalho caracterizado como uma pesquisa aplicada, pois esta foi executada de
forma prtica sobre o ambiente em estudo, no limitando-se a apenas deduzir de
forma terica o impacto causado sobre este mas verificar o que de fato se observa
na realidade, pois para Batista (2008) a pesquisa aplicada gera conhecimento para
.aplicao prtica em relao a uma situao especfica. Neste caso foram aplicados
conceitos e ferramentas oriundas da GC e TI como o intuito de saber se possvel
inserir esse tipo teorias e suas funcionalidades no local estudado.
3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao
Este trabalho realizou uma pesquisa experimental, pois a aplicao da
mesma tem o objetivo de mudar o objeto em estudo, pois par Gobbo Jr (2008) nos
mtodos experimentais o pesquisador manipula uma influencia proposta e mede o
comportamento. No caso o ambiente de trabalho, e que apesar de seus plenos
resultados s aparecerem em longo prazo, o fato de a ferramenta comear a ser
utilizada j modifica o hbito dos integrantes do setor em estudo, pois estes
precisam adotar novas prticas como a de registrar todo evento da rea de
manuteno para a criao de um histrico ou tambm contar com um novo local
para pesquisa de informaes, e o simples fato de saberem da construo da
ferramenta as pessoas do local j se preparam para a mudana.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 43
3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema
O trabalho se prestou a fazer uma pesquisa de cunho qualitativo, por se
tratar de um ambiente especifico onde o desenvolvimento do estudo requer uma
devida imerso no contexto do objeto em anlise, ou seja, toda a formulao do site
at as concluses de resultados de curto at longo prazo requer uma anlise
subjetiva das pessoas envolvidas no processo, pois para Thiollent (2004) os
observados no tm conscincia dos dados obtidos. Neste caso o pesquisador teve
que tratar as informaes obtidas pelos indivduos do ambiente em estudo, a fim de
interpretar seus comportamentos diante da aplicao de uma ferramenta que ir lhes
trazer novos conceitos e utilidades, elementos esses que muitas das vezes so
interpretados de forma errnea pelos mesmos, e cabe ao pesquisador tambm
elucidar possveis dvidas que venham a interferir no resultado da pesquisa. Desta
forma a aplicao de questionrios para uma pesquisa quantitativa no se mostrou
eficiente justamente pelos indivduos no compreenderem de forma clara o que vem
a ser a GC e como de fato o site iria lhes trazer o benefcio que se espera alcanar
de forma plena.
3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos
Por se tratar de uma pesquisa que tem por objetivo entender se
possvel e vivel a implantao de ferramentas da Gesto do Conhecimento em um
setor de manuteno, este estudo teve uma abordagem exploratria. Alm disso,
necessrio se familiarizar com o ambiente em estudo para que se compreenda o
problema e como o estudo pode causar mudanas no mesmo, isso se dar atravs
de levantamento bibliogrfico e anlise do setor do rgo em estudo, alm disso Gil
(2002) diz a pesquisa exploratria envolve uma tentativa de determinar se um
fenmeno existe ou. Outra caracterstica do deste trabalho que justifica o mesmo ser
de carter exploratrio e que ele levanta hipteses para pesquisas futuras, pois aps
a implementao do site levantada a questo se o mesmo pode melhorar a
qualidade da manuteno do local estudado, estudo que requer bem mais tempo de
anlise.
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 44
3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos
O estudo de caso foi o procedimento tcnico adotado uma vez que o
mesmo se refere aplicao de uma teoria num contexto especifico e num ambiente
especifico, sobre isso YIN (2001) afirma que um estudo de caso uma pesquisa
prtica que investiga um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto da vida
real. Por isso necessrio um aprofundamento no assunto a fim de estabelecer a
ligao do que esta contida na bibliografia a cerca da GC e TI e o setor de
manuteno do local em anlise da pesquisa, alm do que se trata de uma
explorao de uma situao real.
3.2 ETAPAS DA PESQUISA
Esta subseo apresenta as etapas que foram seguidas num perodo de
dez meses, que formaram o trabalho e como cada uma foi desenvolvida.
3.2.1 Levantamento da Literatura
Partindo do problema apresentado de que as ferramentas de GC podem
ser aplicadas em um setor de manuteno, foi buscado na bibliografia a cerca do
assunto se de fato essa hiptese era plausvel e se os elementos tinham relao. O
resultado desse levantamento mostrou que de fato o uso da Gesto do
Conhecimento em ambientes que requerem aprendizado contnuo, que o caso de
um setor de manuteno, totalmente compatvel. E, alm disso, foi feita busca por
solues prticas para aplicao real no ambiente em estudo, e decidido que uma
pgina virtual (site), era a melhor opo de aplicao.
3.2.2 Observaes
A tcnica de observao participante natural, como afirma Lakatos &
Marconi (2008) onde o pesquisador faz parte da comunidade investigada. Sendo
assim esta tcnica foi bastante vlida, uma vez que foi visto de perto e vivenciado a
situao do problema.
3.2.3 Entrevista
Atravs de entrevistas no estruturadas, ou seja, sem rigor nas perguntas
onde o entrevistado fica livre para responder as perguntas. Para Lakatos & Marconi
(2005) a entrevista o encontro entre duas pessoas para a obteno de
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TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 45
informaes por parte de uma delas acerca de um assunto profissional. Assim foi
atravs das informaes coletadas, que foi possvel entender as necessidades da
maioria dos elementos da comunidade pesquisada. Pelo motivo das pessoas
pesquisadas no terem familiaridade com os conceitos da GC, foram feitas
perguntas genricas sobre o que de fato eles achariam til em um site sobre
manuteno e quais qualidades o mesmo deveria possuir. Neste processo ento
foram elaboradas somente trs perguntas bsicas onde o pesquisador extraiu,
segundo os estudos, o que considerado relevante pelos usurios, para que essas
informaes se traduzam em funcionalidades no site. No local em estudo existe um
total de 18 (dezoito) pessoas que formam a equipe de manuteno, assim para
realizao desta etapa foi objetivado entrevistar todos os indivduos por se tratar de
um populao pequena, no entanto por motivos organizacionais, como frias,
viagens a servio, doenas nem todos puderam responder as perguntas, ficando
assim um total de 15 (quinze) pessoas que puderam participar o que representa
cerca de 83% do total o que se pode ver como ainda sendo uma boa
representatividade.
Em outra entrevista foi pedido para que as pessoas respondessem trs
palavras que vinham mente quanto a que qualidades, a que a chefia do local,
esperava que os mesmos tivessem em relao a suas atividades profissionais
desenvolvidas. Posteriormente uma tabela com as palavras trs palavras mais
recorrentes mostrou quais qu