gestÃo da informaÇÃo e do conhecimento no gerenciamento … · peter drucker . bonatti, hiero...

84
FACULDADE IETEC Hiero Amaral Bonatti GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASOS Belo Horizonte 2017

Upload: nguyenhanh

Post on 20-Sep-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADE IETEC

Hiero Amaral Bonatti

GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO

GERENCIAMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASOS

Belo Horizonte

2017

Hiero Amaral Bonatti

GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO

GERENCIAMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASOS

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Faculdade Ietec, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas Linha de pesquisa: Gestão de Processos, Sistemas e Projetos. Orientador: Prof. PhD George Leal Jamil

Belo Horizonte Instituto de Educação Tecnológica

2017

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!!!! Bonatti, Hiero Amaral. B699g A gestão da informação e do conhecimento no

gerenciamento de projetos: estudo de casos / Hiero Amaral Bonatti. - Belo Horizonte, 2016.

! 83 f., enc. Orientador: George Leal Jamil. Dissertação (mestrado) – Faculdade Ietec. Bibliografia: f. 69 - 74 1. Gestão da informação. 2. Gestão do conhecimento. 3. Gerenciamento de projetos. I. Jamil, George Leal. II. Faculdade Ietec. Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. III. A gestão da informação e do conhecimento no gerenciamento de projetos: estudo de casos

CDU: 658.011.56 !

AGRADECIMENTOS!

A tarefa de agradecer traz consigo um dilema, pois certamente não conseguirei nomear todos

os que merecem e pelos quais tenho gratidão.

Ao professor George Leal Jamil, meu orientador que com sabedoria e paciência me acolheu e

confiou em mim. Obrigado pelas preciosas contribuições e dedicação na orientação desse

trabalho.

Aos colegas do curso de Mestrado, pelos momentos compartilhados e pelo apoio nesta

trajetória.

Aos professores da banca examinadora, pela disponibilidade de tempo para contribuir com a

finalização desse trabalho.

À Coordenação do Mestrado em Engenharia e Gestão de Projetos e Sistemas do IETEC, pelo

suporte científico e orientação nesse processo de construção do conhecimento.

Aos professores do Curso do Mestrado Profissional pela competência e seriedade no exercício

de suas funções.

Aos profissionais das empresas que fiz o estudo de caso, pelo tempo, pela presteza e

informações repassadas.

A bibliotecária Sirlene, as revisoras Beatriz Leal Jamil, Kelen Lima e Carolina Amaral pela

colaboração na elaboração do trabalho.

A todos os funcionários da Faculdade Ietec que apoiaram, incentivaram e de alguma forma

auxiliaram na condução do estudo.

À minha filha Julia, pelos momentos em que abdicou da minha presença e à minha esposa

Flávia, por todo suporte, apoio e compreensão. Obrigado por acreditarem e incentivarem a

realização deste trabalho.

A minha família e amigos, simplesmente por existirem. São o alicerce de qualquer conquista.

!

“ O conhecimento e a informação

são os recursos estratégicos para o

desenvolvimento de qualquer país.

Os portadores desses recursos são

as pessoas.”

Peter Drucker

BONATTI, Hiero Amaral. Gestão da informação e do conhecimento no gerenciamento de projetos: estudo de casos. 2017. Dissertação de Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. Faculdade Ietec.

RESUMO

Os projetos reúnem e geram informação e conhecimento durante todo o ciclo. Com um

aumento no número de projetos realizados e com a estruturação das empresas para

desenvolvê-los, a gestão da informação e a gestão do conhecimento têm ganhado destaque nas

organizações. Implementar efetivamente conceitos, práticas, técnicas e instrumentos de gestão

da informação e de gestão do conhecimento no gerenciamento de projetos pode se revelar

num importante diferencial competitivo para alcançar o sucesso. O presente trabalho faz uma

abordagem qualitativa, com finalidade descritiva, que pretende abordar a utilização da gestão

da informação e da gestão do conhecimento no gerenciamento de projetos, num estudo de

casos múltiplos em empresas que atuam no setor de mineração. Práticas para gerenciar dados,

informação e conhecimento foram identificadas nas empresas, compatíveis com as práticas

relatadas na literatura. Os processos de gestão da informação estão mais consolidados em

relação aos processos de gestão do conhecimento, que ainda é incipiente. O conhecimento

tácito ainda não aparenta ser tão acreditado pelas empresas quanto o explicito. A pesquisa

identificou que as empresas dispõem tanto da gestão da informação, como da gestão do

conhecimento, para o gerenciamento de seus projetos. No entanto, não as distinguem

totalmente, o que demanda uma real compreensão das suas respectivas especificidades para a

adoção de melhores práticas. A aplicabilidade da gestão da informação, assim como da gestão

do conhecimento no gerenciamento de projetos, tem muito a evoluir nas empresas, para

atingirem patamares de excelência.

Palavras-chave: Gestão do conhecimento. Gestão da informação. Gerenciamento de projeto.

BONATTI, Hiero Amaral. Management of information and knowledge in project management: case studies. 2017. Master Dissertation in Engineering and Management of Processes and Systems. Ietec College.

ABSTRACT

Projects bring together and generate information and knowledge throughout their life cycle.

With an increase in the number of projects carried out and the structuring of companies to

develop them, information and knowledge management has gained prominence in

organizations. Effectively implementing concepts, practices, techniques and tools for

information and knowledge management within project management can prove to be an

important competitive advantage for success. The present work makes a qualitative approach,

with descriptive purposes, which aims to address the use of information and knowledge

management within project management, in a multiple case study in companies operating in

the mining sector. Practices to manage data, information and knowledge were identified in the

companies, compatible with the practices reported in literature. The processes of information

management are more consolidated in relation to the processes of knowledge management,

which is still incipient. Tacit knowledge still does not appear to be as much credited by

companies as it is the explicit knowledge. The research identified that companies have both

information and knowledge management in order to oversee their projects, but they do not

fully distinguish them, which demands a real understanding of their respective specificities

for the adoption of best practices. The applicability of information and knowledge

management within project management has much to evolve in companies in order to reach

levels of excellence.

Key words: Knowledge management. Information management. Project management.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxos formais e informais .......................................................................................17!

Figura 2 - Pirâmide informacional organizacional ...................................................................21!

Figura 3 - Etapas do processo de gerenciamento da informação ..............................................23!

Figura 4 - Modelo de Ecologia da Informação .........................................................................24!

Figura 5 - Representação do processo genérico da GI ..............................................................25!

Figura 6 - Modelo Processual de Administração da Informação. .............................................26!

Figura 7 - Diferenças entre conhecimento tácito e explícito ....................................................31!

Figura 8 - Práticas por processo de aprendizagem e nível de análise .......................................37!

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Âmbito, objetivo e atividades base da gestão informação e da gestão do

conhecimento ....................................................................................................18!

Quadro 2 - Estilos de gestão da informação .............................................................................22!

Quadro 3 - Diferenças entre conhecimento tácito e explícito ...................................................30!

Quadro 4 - Diferença entre dado, informação e conhecimento ................................................33!

Quadro 5 - Práticas por processo de aprendizagem e nível de análise .....................................33!

Quadro 6 - Estrutura do roteiro de entrevistas ..........................................................................44!

Quadro 7 - Temas e categorias da pesquisa ..............................................................................45!

LISTA DE ABREVIATURA

CEO Chief Executive Officer

BA Business Analytics BI Business Intelligence

ERP Enterprise Resource Planning

GI Gestão da Informação

GC Gestão do Conhecimento

DNS Domain Name System

MES Manufacturing Execution System

PMBOK Project Management Body of Knowledge

PMI Project Management Institute

RBV Resource Based View

PIMS Process Information Managemt System

PLC Programmable Logic Controller

SAP Systems Applications and Products in Data Processing

TI Tecnologia da Informação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12!

1.1!! JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 13!

1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 14!

1.3!! ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................... 14

2! REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 15!

2.1 A INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL ............................... 15!

2.2 GESTÃO DA INFORMAÇÃO (GI) ......................................................................................... 20!

2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) .................................................................................... 29!

2.4 O GERENCIAMENTO DE PROJETO ....................................................................................... 35

3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 41

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ....................................................................... 46!

4.1 CARACTERIZAC ̧ÃO DAS ORGANIZAC ̧ÕES ANALISADAS ...................................................... 46!

4.2 PERFIL DOS ENTREVISTADOS ............................................................................................. 47!

4.3 ANÁLISE INTEGRADA DOS CASOS ...................................................................................... 48!

4.3.1 VISÃO DA INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ............. 48!

4.3.2 PRÁTICAS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO O DO CONHECIMENTO ........................................ 54!

4.3.3 UTILIZAÇÃO DA GI E GC NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................... 61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 66

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 69

APÊNDICE A - ÁREAS DE CONHECIMENTO E PROCESSOS DO PMBOK .......................... 75

APÊNDICE B - PROTOCOLO DO ESTUDO DE CASO .......................................................... 80

APÊNDICE C - ROTEIRO DE ENTREVISTAS ..................................................................... 81

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............................. 83!

12

1 INTRODUÇÃO

Com o fenômeno da globalização, as empresas buscam mais competitividade e maior

desenvolvimento tecnológico, com maior oferta de produtos e serviços que sejam adequados à

expectativa do cliente. A constante demanda de novos produtos, serviços, processos, modelos

de negócio e estratégias empresariais contribuem para o crescimento não apenas da empresa,

mas também da economia e da sociedade como um todo (MACHADO; BARBOSA, 2002).

Um ambiente complexo e dinâmico requer um modelo organizacional integrado, que

desenvolva relações entre os atores, tanto nos ambientes internos como nos ambientes

externos. Essas relações devem estabelecer uma condição favorável à aprendizagem constante

e permanente, com vistas ao desenvolvimento de competências organizacionais necessárias.

As constantes mudanças sofridas pelas organizações em seus processos de trabalho e a grande

pressão por melhores resultados demandam que os gestores tomem decisões em uma

velocidade cada vez maior e encontrem mecanismos para trabalhar de forma integrada

((KERZNER, 2006; ZANGISKI, 2009).

O gerenciamento de projetos tem sido abordado na literatura como forma de organizar

atividades interfuncionais, considerando as várias áreas de conhecimento do gerenciamento de

projetos para tornarem as organizações mais competitivas. Diversas condições têm

contribuído para a utilização e a consolidação dos seus conceitos e conhecimentos nas

organizações ((BACK, 2008; KERZNER, 2006; MACHADO; TOLEDO, 2008).

Por meio de projetos estruturados, as organizações conseguem implementar eficientemente

mudanças necessárias para se manterem competitivas no mercado. Adquirir, tratar e usar

adequadamente a informação e o conhecimento na execução de projetos têm se mostrado

como uma vantagem competitiva (STEWART, 1998; VALENTIM, 2002)

O desenvolvimento das organizações ocorre a partir de uma aprendizagem organizacional,

que tem a informação e o conhecimento como alicerce, uma vez que a aprendizagem sucede a

partir da experiência e reconstrução de uma ação (CHOO, 2003). A Gestão da Informação

(GI) e a Gestão do Conhecimento (GC) vêm ganhando espaço e importância nas organizações

desde o início da década de 1990 e são consideradas como capazes de subsidiar o

estabelecimento de novas metas e novas estratégias. Como consequência desse um processo

de aprendizagem, esses temas têm sido presentes nas empresas, que buscam evoluir na

13

maneira de organizar suas informações e promover inovações como uma prática cotidiana

(GRONAU; WEBER, 2004; TARAPANOFF, 2006).

As organizações contemporâneas têm se deparado com uma geração de grandes quantidades

de dados. Diante disso, há uma necessidade de recursos tecnológicos para prover a captura,

armazenamento e distribuição da informação e do conhecimento produzido para a busca de

melhorias. Atualmente, no cenário da GI e GC os conceitos Business Intelligence (BI),

Business Analytics (BA) e repositórios de dados e de informação por meio de técnicas

sofisticadas, tais como data mining, data warehouse e Big Data estão sendo usados como

ferramenta nas organizações. Essas ferramentas podem, de modo eficaz, analisar os dados e as

informações geradas no ambiente organizacional e transformar em um grande repositório de

conhecimento, de valor para toda a equipe. Tal repositório pode ser consultado a qualquer

momento, a fim de servir de base para a tomada de decisões estratégicas durante a execução

dos projetos (CHEN, 2012; BEZERRA, 2015).

Com o aumento do número de projetos realizados e a estruturação das empresas para

desenvolvê-los, a GI e GC têm ganhado destaque nas organizações. A crescente

complexidade dos produtos exige uma maneira de integrar os conhecimentos da empresa e

uma necessidade cada vez maior de reduzir os tempos de ciclo de um projeto, com foco em

tarefas específicas dentro de um limite de tempo (PRENCIPE et al., 2005). Nesse contexto, a

demanda por um conhecimento consubstanciado faz-se necessária para estabelecer modelos e

adotar ferramentas de GI e de GC, que produzam um valor agregado aos projetos.

1.1!Justificativa

Diante das constantes mudanças e da competitividade estabelecida no mercado, torna-se

preciso refletir sobre a importância de se administrar as informações e o conhecimento dentro

das empresas para propiciar vantagem competitiva sustentável, para promover ganhos para a

organização.

Projetos, por definição, apresentam um prazo determinado e obrigatoriamente um fim. Para

que as informações e o conhecimento produzidos por esses projetos sejam agregados aos

conhecimentos previamente existentes na organização e utilizados em outros projetos, é

necessário criar práticas de integração.

14

A informação e conhecimento tem se destacado como recursos centrais de projetos, gerando

uma demanda crescente de gerenciamento. Apesar de cada projeto ser único, os

conhecimentos adquiridos em projetos bem-sucedidos podem ser utilizados em projetos

futuros. Com isso, tanto as informações coletadas como as produzidas ao longo de projetos

precisam ser armazenadas e gerenciadas (ANGELONI et. al., 2016; MONTEIRO;

FALSARELLA, 2007).

Considerando que a GI e GC são estratégicas para o gerenciamento de projeto, questionou-se

como as empresas gerenciam a informação e o conhecimento, para utilizarem em seus

projetos. Nesse contexto, este estudo se propôs a analisar o tema, por meio de estudo de casos

múltiplos, em empresas que atuam no setor de mineração. Assim, a relevância deste trabalho

está em agregar conhecimento no âmbito da relação da GI a GC com o gerenciamento de

projeto, além de motivar novos estudos sobre esse tema.

1.2 Objetivos

O trabalho tem como objetivo geral analisar a utilização de GI e de GC no gerenciamento de

projetos. Para se alcançar o objetivo geral, são propostos os seguintes objetivos específicos:

a)! identificar como as empresas gerenciam a informação e o conhecimento;

b)! verificar como a informação e o conhecimento são utilizados em projetos.

1.3! Estrutura do Trabalho

Este trabalho está compreendido em cinco capítulos, conforme descritos a seguir. O capítulo

um, exposto anteriormente, discorre sobre a introdução, a justificativa, o objetivo geral e os

específicos, bem como a estrutura do trabalho. No segundo capítulo, o referencial teórico, que

aborda conceitos de informação, conhecimento e modelos de GI e a GC descritos na

literatura. Também, descreve o contexto do gerenciamento de projetos, conceitos,

componentes, características. O terceiro capítulo mostra a metodologia utilizada para

realização do trabalho. No quarto capítulo, são apresentadas a descrição e a análise dos dados.

Por fim, o capítulo cinco traz as considerações finais.

15

2! REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico está dividido em quatro tópicos, a saber: i) conceitua a informação e o

conhecimento no âmbito organizacional; ii) descreve a GI e conceitos difundidos na literatura;

iii) aborda a GC e o conceito de autores consagrados na literatura e iv) contextualiza o

gerenciamento de projeto, a importância de captar, tratar e difundir a informação e o

conhecimento para execução de projetos.

2.1 A informação e o conhecimento no âmbito organizacional

A informação e o conhecimento são as principais fontes de produção de riqueza nas

organizações. Quando transmitidos, promovem um fluxo de interações para o estabelecimento

de novas formas do saber (LÉVY, 2003) e, nos dias atuais, são considerados ativos (DUTRA,

2013).

Barreto (1994) define informação como estruturas significantes com a competência de gerar

conhecimento para o indivíduo e seu grupo. O autor ressalta ainda que a informação está

associada ao conceito de ordem e de redução de incerteza. Para Nonaka e Takeuchi (2004), a

informação deve ser um produto capaz de gerar conhecimento, em que a informação é um

fluxo de mensagens, e o conhecimento é estabelecido por esse fluxo de informações.

A informação transmite uma mensagem, possuindo emissor e receptor. Tanto a informação,

quanto os dados dotados de propósito, são responsáveis pelo sucesso nas organizações. O

conhecimento é composto pela experiência, valores, informação contextual e insight

experimentado. O insight proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas

experiências e informações (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Para Drucker (2001), o

conhecimento pode ser definido como a informação eficaz em ação focalizada em resultados e

que esses resultados são vistos externos ao indivíduo, na sociedade e na economia ou no

avanço do próprio conhecimento.

O resultado do uso da informação é uma mudança no estado de conhecimento do indivíduo ou

na capacidade de agir. Ou seja, melhoria da percepção e compreensão, capacidade de resolver

um problema e tomar uma decisão. Com isso, o conhecimento é construído a partir do

acúmulo de experiência, em que a informação depende de uma reunião de dados. A

16

transformação da informação em conhecimento resulta de duas dinâmicas complementares: a

estruturação de dados em informação, que impõe ou revela um padrão e a ação humana em

dados e informação, que atribuem a ela sentido e relevância. Nesse contexto, a informação

transforma-se em conhecimento, quando um sujeito forma crenças verdadeiras e justificadas

sobre o mundo (CHOO, 2003)

Moresi (2000) enfatiza a importância da informação para as organizações e estabelece três

categorias de informação: crítica, mínima e potencial. O autor descreve a informação crítica,

como sendo aquela necessária à sobrevivência da organização; a informação mínima como

aquela necessária à gestão da organização e informação potencial como aquela que pode

trazer vantagem competitiva. A informação deve ser gerenciada por meio do estabelecimento

de fluxos informacionais adequados à organização.

A informação pode ser classificada em estruturada e não estruturada. A primeira é a

informação codificada, sistematizada, dentro de uma estrutura pré-estabelecida. A informação

não estruturada é aquela não contextualizada, que sozinha não contribui para a leitura de uma

determinada situação (FALSARELLA et al., 2012). A influência da qualidade da informação

disponível nas organizações é muito grande, por isso a crescente necessidade de administra-la

(DE FREITAS; KLADIS, 1995).

Valentin (2008) descreve que a informação e conhecimento são complementares, uma vez que

a informação fornece subsídios para a construção do conhecimento. Assim, a geração do

conhecimento acontece a partir do momento em que a informação é interiorizada pelo

indivíduo produzindo conhecimento novo a ser utilizado. Barbosa (2008) considera

informação e conhecimento como fenômenos indissociáveis e complementares da vida

organizacional. O conhecimento, uma vez registrado, transforma-se em informação e esta,

uma vez internalizada, torna-se novamente em conhecimento. Assim, demanda a necessidade

de uma atenção focalizada e um gerenciamento especializado sobre fenômenos e processos

relacionados à informação e ao conhecimento nas organizações. Ao mesmo tempo que

compartilham diversos elementos comuns, a GI e a GC são diferentes sob diversos aspectos.

A GI é vista como um conjunto de estratégias de identificação das necessidades

informacionais, por meio do mapeamento de fluxos formais, que auxiliam o desenvolvimento

das atividades e o processo de tomada de decisão. Já a GC refere-se ao conjunto de estratégias

17

para criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos de conhecimento, criando um ambiente que

auxilia no compartilhamento de ideias em prol da solução de problemas e tomada de decisão

(VALENTIN, 2008).

A Figura 1 ilustra a dinâmica existente entre os fluxos informacionais nos ambientes

existentes numa organização.

Figura 1 - Fluxos formais e informais

Fonte: VALENTIM (2008).

Valentim (2008) descreve ainda, que cada nível organizacional possui fluxo de informação

distintos que pode determinar como os fluxos (formais e informais) produzem as informações

e os conhecimentos no âmbito organizacional.

A GI e a GC possuem fluxos informacionais diferenciados que confluem para o propósito de

subsidiar as atividades desenvolvidas no dia a dia e apoiar o processo decisório

organizacional. A gestão da informação está focada nos documentos gerados, recebidos e

utilizados para as atividades do negócio corporativo, na qual está incluída a gestão

documental ou gestão de documentos. Ao passo que a gestão do conhecimento destina-se a

desenvolver o compartilhamento e socialização do conhecimento das pessoas que atuam na

18

organização para a construção de novos conhecimentos no ambiente organizacional. Ambas

perpassam todo ambiente organizacional e uma retroalimenta a outra (VALENTIN, 2008). O

Quadro 1 sumariza alguns dos aspectos da gestão da informação e da gestão do

conhecimento, descritos por Valentin (2008):

Quadro 1 - Âmbito, objetivo e atividades base da gestão informação e da gestão do conhecimento

GESTÃO DA INFORMACÃO GESTÃO DO CONHECIMENTO ÂMBITO

Fluxos formais ÂMBITO

Fluxos informais

OBJETO Conhecimento explícito

OBJETO Conhecimento tácito

ATIVIDADES BASE

•! Identificar demandas necessidades de

informação •! Mapear e reconhecer fluxos formais -

Desenvolver a cultura organizacional positiva em relação ao compartilhamento/ socialização de informação

•! Proporcionar a comunicação informacional de forma eficiente, utilizando tecnologias de informação e comunicação

•! Prospectar e monitorar informações - Coletar, selecionar e filtrar informações

•! Tratar, analisar, organizar, armazenar informações, utilizando tecnologias de informação e comunicação

•! Desenvolver sistemas corporativos de diferentes naturezas, visando o compartilhamento e uso de informação

•! Elaborar produtos e serviços informacionais

•! Fixar normas e padrões de sistematização da informação

•! Retroalimentar o ciclo

ATIVIDADES BASE

•! Identificar demandas de necessidades

de conhecimento •! Mapear e reconhecer fluxos informais •! Desenvolver a cultura organizacional

positiva em relação ao compartilhamento/ socialização de conhecimento

•! Proporcionar a comunicação informacional de forma eficiente, utilizando tecnologias de informação e comunicação

•! Criar espaços criativos dentro da corporação

•! Desenvolver competências e habilidades voltadas ao negócio da organização

•! Criar mecanismos de captação de conhecimento, gerado por diferentes pessoas da organização

•! Desenvolver sistemas corporativos de diferentes naturezas, visando o compartilhamento e uso de conhecimento

•! Fixar normas e padrões de sistematização de conhecimento

•! Retroalimentar o ciclo

Fonte: VALENTIN, 2008.

A GI e a GC fazem parte da estratégia empresaria e são significativas e importantes para a

gestão, exercendo forte influência sobre os processos decisórios e para a análise crítica das

19

informações. Elas caminham em paralelo e de maneira simultânea às ações empresariais, para

realizar o seu propósito primário: prestar serviços ou produzir. Nas funções do gestor

moderno, a gestão do conhecimento é de suporte à geração, compartilhamento e

armazenamento e não de controle (JAMIL, 2005). Os projetos podem ser considerados como

processos informacionais ou processos de transformação de informações e os vários estágios

de tratamento da informação ocorrem através do processo decisório, guiado pelo

conhecimento e informação (HICKS et al., 2002).

Jamil (2005) propõe que um processo de gestão da informação e do conhecimento deve ser

baseado nas seguintes atividades:

1 - Obtenção da informação e do conhecimento, em que importância dessa atividade está na

carência da informação de origem diversa e que sua obtenção irá propor soluções para

problemas enfrentados. Na tomada de decisão, em vários níveis e situações, o reconhecimento

do ambiente externo e a interpretação de fenômenos levarão o usuário a compor cenários

estratégicos, como motivação para obtenção da informação, a redução do nível de incerteza na

condução organizacional, a clarificação de metas, a magnitude de riscos e os parâmetros de

controle. Esse autor ressalta ainda a importância da classificação das fontes, pois a excessiva

disponibilidade de informações contribui para a perda de foco do que é relevante para os

processos organizacionais.

2 - Registro da informação e do conhecimento, que tem como função o armazenamento destes

acervos para aplicação posterior em ações empresariais diversas. Esse registro pode ser

compreendido como sendo o responsável pelo complemento do sub processo de obtenção,

onde as informações e conhecimento são adquiridas para o ambiente de atuação empresarial,

originando uma sequência do processo de gestão, com efeitos mútuos nos demais sub

processos.

3 - Valorização da informação e do conhecimento, que tem como função avaliar como os

agentes organizacionais podem ser premiados e reconhecidos por práticas relacionadas à

gestão da informação e do conhecimento.

4 - Aplicação estratégica de informação e do conhecimento, em que essa atividade propõe

estabelecer uma conexão entre a gestão de informação e do conhecimento em processos

gerenciais estratégicos, dando foco na aplicação dos acervos em decisões estratégicas. Jamil

20

(2005) destaca que a concentração e as repercussões sobre o uso específico do acervo em

torno dos ambientes de decisão e solução de problemas estratégicos têm suas finalidades

organizacionais atingidas em sequência, como os impactos estudados na atividade de

construção de detalhes táticos e operacionais, envolvidos na composição de planos

estratégicos.

5 – Compartilhamento da informação e do conhecimento, em que a atividade é responsável

pela disponibilidade de conteúdos ligados às informações e ao conhecimento em todo o

ambiente das organizações que deles necessitem. Neste caso, destaca-se que o gestor colocado

como patrono do processo de gestão de informação e conhecimento represente papéis

fundamentais para o sucesso do compartilhamento dos acervos.

6 - Aplicação de recursos de tecnologia da informação, considerando que tais recursos sejam

indispensáveis para que haja um processo integrado de gestão de informação e conhecimento,

ao incluir os processos de obtenção, registro e compartilhamento. Porém, esses recursos não

são o foco exclusivo do processo e nem podem ser considerados elementos de implantação

isolada.

A informação e o conhecimento têm papel fundamental nas organizações, uma vez que todas

as atividades desenvolvidas no planejamento, na execução das ações, assim como no processo

decisório, são apoiadas por dados, informação e conhecimento. A GI e a GC possibilitam que

as organizações e seus colaboradores utilizem as melhores informações e os melhores

conhecimentos disponíveis para alcançar os objetivos organizacionais e a maximização da

competitividade, constituindo-se em fatores geradores de vantagem competitiva

(ALVARENGA NETO, 2008; AMORIM, 2011; PORÉM 2012; VALENTIN, 2016).

Existem vários conceitos e definições para informação e conhecimento, porém não é objetivo

deste trabalho esgotar o assunto. Para facilitar a compreensão e discussão do assunto foram

abordados alguns conceitos de GI e GC difundidos na literatura.

2.2 Gestão da Informação (GI)

A GI é um conjunto de estratégias que visa identificar as necessidades informacionais, mapear

os fluxos formais de informação nos diferentes ambientes da organização, assim como sua

21

coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem e disseminação, objetivando apoiar o

desenvolvimento das atividades cotidianas e a tomada de decisão no ambiente corporativo

(VALENTIM, 2002).

Urdaneta (1992) elaborou o conceito de pirâmide informacional (quantidade de informação X

hierarquia organizacional X uso da informação), descrito na Figura 2.

Figura 2 - Pirâmide informacional organizacional

Fonte: Urdaneta (1992).

Esta pirâmide mostra a relação da hierarquização, o ordenamento, a estruturação, e o

relacionamento de dados para a construção da informação. O relacionamento estabelecido por

essas variáveis se estrutura num desenho piramidal e hierárquico. Porém, o autor salienta que

a hierarquia não é a única maneira pela qual a comunicação pode ser enxergada. A

informação pode se dividir na organização de acordo com seus níveis de decisão, fluindo pela

hierarquia, de acordo com o uso a que se destina. Diferentes níveis de decisão utilizam

diferentes quantidades e formatos de informação para propósitos específicos. A análise da

informação, de acordo com o seu fluxo através da pirâmide informacional, pode

complementar a análise do comportamento individual com relação à informação.

São descritos na literatura vários modelos de GI. Este trabalho aborda aqueles propostos por

McGee e Prusak (1994), Davenport (1998) e Choo (2003).

22

Modelo de McGee e Prusak

A informação não se limita a dados coletados. Para McGee e Prusak (1994), a informação é

produzida a partir de dados coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos

significados e contexto. Os autores consideram que a informação representa uma classe

particular entre os ativos da organização, sendo sua administração sujeita a desafios

específicos. Para gerenciar a informação, definiram cinco estilos diferentes que podem existir

ou coexistir numa organização. O Quadro 2 descreve os estilos de GI.

Quadro 2 - Estilos de gestão da informação

ESTILO CARACTERÍSTICA

UTOPIA TECNOLÓGICA

Uma abordagem altamente tecnológica do gerenciamento da informação, que enfatiza a classificação e a modelagem do patrimônio de informações de uma organização, apoiando-se fortemente em tecnologias.

ANARQUIA

Ausência completa de uma gerência da informação, que deixa a cargo dos indivíduos obterem e gerenciar sua própria informação.

FEUDALISMO

Gerenciamento da informação por unidades de negócios ou funcionais, que definem suas próprias necessidades de informação e repassam apenas uma informação limitada à empresa em geral.

MONARQUIA

A classificação da informação e a definição de seu fluxo, através da organização, é feita pelos líderes da empresa, que podem ou não partilhar, de boa vontade, a informação após a sua coleta.

FEDERALISMO

Uma abordagem de gerenciamento da informação baseada no consenso e na negociação de elementos de informação-chave e no fluxo da informação para a organização.

Fonte: MCGEE; PRUSAK, 1994.

Os estilos apresentados pelos autores descrevem o uso da informação em âmbito

organizacional sob a perspectiva de caracterizar a forma como as organizações gerenciam a

informação. O estilo apresentado como “Utopia Tecnológica” tem como característica o uso

da tecnologia apresentada, como responsável pelas ações da gestão da informação. O modelo

Anarquia caracteriza-se pela falta de gestão, em que o indivíduo é responsável pela busca e

utilização da informação que necessita, deixando muitas vezes de perceber outras informações

pertinentes não identificadas por falta de gestão. O Feudalismo separa a informação por

unidade de negócios, partilhando às organizações, apenas, partes das informações às demais

unidades. Isso caracteriza o compartilhamento de informações limitadas e convenientes à

unidade gestora. No estilo Monárquico, a informação é partilhada ou não pelos líderes; esse

estilo reflete a falta de interesse da comunicação e visão partilhada de informações. Já no

23

estilo Federalismo o consenso e a negociação são fatores importantes na GI, sendo

considerado, pelo autor, o estilo mais adequado a ser seguido.

O modelo proposto pelos autores contempla tarefas de gerenciamento da informação, a partir

das seguintes etapas: identificação das necessidades e requisitos de informação; coleta e

entrada de informação; classificação e armazenamento da informação; tratamento e

apresentação da informação; desenvolvimento de produtos e serviço de informação;

distribuição e disseminação de informação; análise e uso da informação (MCGEE; PRUSAK,

1994). A Figura 3 mostra as etapas do processo de gerenciamento da informação.

Figura 3 - Etapas do processo de gerenciamento da informação

Fonte: MCGEE; PRUSAK, 1994.

De acordo com os autores, na fase de identificação de necessidades e requisitos é necessário o

reconhecimento de aspectos importantes como as fontes de informação, que devem ser tão

variadas quanto o universo que tentam representar. Além disso, deve dar suporte aos usuários

na busca de informação de âmbito estratégico. Nas fases de coleta e entrada de informação, a

coleta sistemática de informações deve ser compilada de tal modo que oriente o usuário da

informação de acordo com sua necessidade.

Nas fases de classificação e armazenamento de informação, o tratamento e apresentação da

informação é necessário para a adaptação do sistema à cultura informacional e uma

classificação multimodal de modo a atender aos mais variados requisitos informacionais, para

o fornecimento de conteúdo adequado, tanto qualitativa como quantitativamente.

A fase de desenvolvimento de produtos e serviços de informação deve mapear as

necessidades do usuário, seus hábitos de informação, analisar seu feedback, em que deve ser

24

considerada a necessidade de operadores humanos, sobretudo na seleção de fontes

informacionais. Nas fases de distribuição e disseminação; uso e análise da informação, com a

recuperação e a divulgação de informações é possível antecipar necessidades e antepor-se a

problemas.

Modelo de Davenport

O autor estabeleceu o conceito de Ecologia da Informação, que se refere a um modelo de

gestão informacional centrado nas necessidades reais dos usuários, em que todas as formas de

suporte informacional, seja documental ou tecnológica, deverão tê-los como referência. A

Figura 4 ilustra a o modelo de Ecologia da Informação (DAVENPORT, 1998).

Figura 4 - Modelo de Ecologia da Informação

Fonte: DAVENPORT (1998).

Esse modelo esquematiza os passos de um processo informacional, com as variáveis que

compõe o ambiente informacional de uma organização. O autor descreve três ambientes

relevantes para informação e conhecimento organizacional: o informacional, o organizacional

e o externo à organização. O principal deles para Ecologia da Informação é o ambiente

informacional, o qual se subdivide em seis componentes:

a)! Arquitetura informacional: compreende o conjunto de recursos utilizados pela

25

organização (físicos, tecnológicos e humanos) para o atendimento de suas

necessidades informacionais;

b)! Comportamento informacional: como as pessoas lidam com a informação, ou seja,

como ela busca, utiliza, cria, altera, acumula, valoriza e estabelece tantas outras

atitudes com relação à informação; Cultura informacional: representa os valores e

crenças da equipe empresarial em relação à informação. Descreve também o padrão de

comportamento e atitudes, que expressam a orientação informacional da organização;

c)! Equipe: uma equipe especializada para trabalhar a informação na organização;

d)! Estratégia informacional: define os tipos de informação a serem priorizadas pela

organização e como estas informações serão úteis, além do que ser enfatizado no

gerenciamento do conhecimento;

e)! Política informacional: define as diretrizes para o gerenciamento e uso das

informações corporativas. Descreve como as relações de poder e hierarquia

determinam o modo como a organização compartilha e distribui a informação;

f)! Processo informacional: apresenta a importância dos fluxos e dos processos

informacionais da organização, bem como a atividade exercida por quem trabalha com

a informação.

Para Davenport (1998), o processo genérico de gestão da informação é um conjunto

estruturado de atividades, composto de quatro fases: Determinação dos requisitos; Captura;

Distribuição e Uso das informações. A Figura 5 mostra uma representação do processo

genérico da GI proposto por Davenport.

Figura 5 - Representação do processo genérico da GI

Fonte: DAVENPORT, 1998.

Na fase de determinação de requisitos são definidas as necessidades de informação,

envolvendo a identificação de objetivos e a combinação entre os objetivos e usos da

informação. Na fase de captura são determinadas as atividades de monitoramento do

26

ambiente, com a categorização das informações em uma estrutura relevante e a formatação e

representação da informação. A fase de distribuição da informação envolve conectar gestores

e usuários da informação, em que se define, por exemplo, qual a mídia mais apropriada para

divulgação, quais os usuários para cada tipo de informação e qual estratégia mais adequada,

para levar uma informação específica ao seu usuário (DAVENPORT, 1998).

Modelo de Choo

Organizações são sistemas processadores de informação, que são utilizadas para cumprir

tarefas internas, coordenar atividades e interpretar o ambiente externo. O processamento da

informação diminui a incerteza e a ambiguidade na criação de significados para o

entendimento do seu ambiente; na construção de conhecimentos para suprir suas lacunas de

conhecimento, no desenvolvimento de novas competências e na tomada de decisões para

escolher formas de ação (CHOO, 2003).

Choo (2003) analisa a gestão da informação como um conjunto de processos, que se

relaciona, permitindo, assim, o uso eficiente da informação. É composta por: Identificação das

necessidades de informação; Aquisição da informação; Organização e armazenamento da

informação; Produtos / Serviços de informação; Distribuição da informação; Uso da

informação. A Figura 6 mostra o modelo Processual de Administração da Informação

elaborado por Choo.

Figura 6 - Modelo Processual de Administração da Informação

Fonte: CHOO, 2003.

O modelo apresenta seis processos para gestão da informação: identificação das necessidades

de informação; aquisição da informação; organização e armazenamento da informação;

27

desenvolvimento de produtos e serviços de informação; distribuição da informação e uso da

informação:

a)! Identificação das necessidades de informação - analisa os problemas encontrados em

diferentes situações para subsidiar a identificação de necessidades específicas de

informação.

b)! Aquisição da informação - acúmulo informacional realizado pela empresa com a

aplicação de regras definidas que retratam a variação das necessidades de informação

identificadas.

c)! Organização e armazenamento da informação - utilização de critérios e estruturas de

armazenamento, desenvolvidos conforme a necessidade da empresa, para preservar as

informações e facilitar para o acesso.

d)! Desenvolvimento de produtos e serviços de informação - estabelecidos para agregar

valor à informação e definidos em formatos para auxiliar no desenvolvimento das

atividades.

e)! Distribuição da informação – criar condição necessária para a distribuição eficiente da

informação, para que esteja disponível de maneira precisa precisas e no tempo certo.

f)! Utilização da informação - participação do usuário da informação no desenvolvimento

de cada atividade, na capacidade de assimilação e aplicação das informações em ações

efetivas.

Esses processos exigem um comportamento adaptativo, em que a informação é avaliada por

sua relevância e capacidade de apoio às ações. Assim, há uma retroalimentação do ciclo para

adaptar a informação às novas necessidades dos usuários.

A hierarquia organizacional e as fontes de informação podem afetar o fluxo e a

disponibilidade da informação. A informação recebe interferência da estrutura de

funcionamento, dos níveis de decisão; da riqueza informacional do ambiente, do

comportamento e da cultura informacionais das pessoas e dos grupos de trabalho. O tipo de

mercado no qual a organização se insere, a diversidade das fontes de informação, os níveis e

as áreas de conhecimento das pessoas, as formas possíveis de comunicação, a tecnologia

utilizada, as formas de gerência e liderança são fatores que podem moldar o tipo de

comunicação em uma organização (CHOO, 2003). Vários autores corroboram os modelos

descritos. Valentin afirma que a gestão da informação tem seus alicerces nos fluxos formais

(conhecimento explícito), trabalha no âmbito do registrado, não importando o tipo de suporte

28

ou de mídia, constituindo-se nos ativos informacionais tangíveis. A informação circula

formalmente nas diferentes unidades de trabalho (diretorias, gerências, divisões,

departamentos, setores, seções), por meio de memorandos, atas, relatórios, planilhas, e-mails,

entre outros.

As necessidades de informação numa organização podem depender da riqueza de mídia, na

qual se estabelece uma inter-relação entre a riqueza dessa mídia, a estrutura organizacional, e

os níveis hierárquicos. As organizações complexas especificam e padronizam a comunicação

em uma documentação formal (oral, escrita, fluxo de papéis, registros e relatórios, manuais de

serviços). A comunicação formal é complementada por redes informais de comunicação,

baseadas nas relações sociais internas, que possibilita dividir o total de informação necessária

e melhorar seu uso. Consequentemente, reflete na relação entre a complexidade

organizacional e o processamento da informação (DAFT et al, 1986).

Alvarenga Neto (2005) corrobora o que foi descrito por Davenport (1998): o que falta nas

empresas não é informação, uma vez que a informação está em todo lugar. O que faltam são

ferramentas tecnológicas e de gestão para entregar a informação certa às pessoas certas no

tempo certo. Com a utilização de tecnologias de última geração e softwares capazes de

atender desde pequenos a grandes volumes de utilização é possível obter o gerenciamento das

informações para geração de relatórios rápidos e precisos, agilizando o processo de tomada de

decisões (BAZZOTTI; GARCIA, 2007).

O volume de dados que vem sendo criado alucinadamente originou o conceito de Big Data.

Não há uma definição precisa para Big Data, mas o termo pode ser usado para designar um

conjunto de tendências tecnológicas, que permite uma nova abordagem para o tratamento e

entendimento de grandes conjuntos de dados, para fins de tomada de decisões

(BRETERNITZ; SILVA, 2013). Diante da necessidade em processar e assimilar a grande

quantidade de dados gerados pelas organizações contemporâneas, conceitos que se referem à

gestão empresarial têm sido utilizados como ferramenta para transformar dados brutos em

informação, como o Business Intelligence (BI) e o Business Analytics (BA).

Numa visão ampla, o conceito de BI pode ser percebido como a utilização de variadas fontes

de informação para se definir estratégias de competitividade nos negócios da empresa. Um

processo de BI inicia com a coleta de dados, são organizados e transformados em informação.

Posteriormente, a informação é analisada e contextualizada, para transformar-se em

29

inteligência como resultado. Esse processo pode impulsionar mudanças internas e facilitar

decisões estratégicas e que por sua vez, podem gerar vantagem competitiva para a

organização. Já o conceito de BA favorece o desenvolvimento de modelos preditivos, a

simulação de cenários e vários outros tipos de tratamento de dados, tanto quantitativos quanto

qualitativos (LADEIRA et al., 2012).

Cada vez mais, as empresas estão se apoiando em programas e sistemas, que envolvem o uso

e análise de informações para superarem as dificuldades inerentes ao ambiente organizacional

(RAMOS, 2002). A estruturação de um processo de monitoramento dos ambientes interno e

externo é uma necessidade crescente no atual contexto dinâmico e globalizado

(HOFFMANN, 2011; NHASENGO; RAZZOLIN FILHO, 2012; SORTICA, 2009). O

contexto descrito mostra que a GI, devidamente planejada e implementada, permite que as

informações cheguem às pessoas que necessitam delas para tomar decisões no momento

certo.

2.3 Gestão do Conhecimento (GC)

Valentim (2003) descreve que a gestão do conhecimento é um conjunto de estratégias para

criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos de conhecimento, bem como estabelecer fluxos

que garantam a informação necessária no tempo e formato adequados, a fim de auxiliar na

geração de ideias, solução de problemas e tomada de decisão.

Definir conhecimento é uma tarefa que desafiou pensadores como Platão, Popper, Sócrates e

Aristóteles entre outros, no passado. Na atualidade, autores como Nonaka e Takeuchi (2004)

partem do conceito que o conhecimento é considerado um processo humano dinâmico que

justifica a crença pessoal em relação a verdade. Esse conceito se contrapõe a epistemologia

tradicional de que o conhecimento é uma “crença verdadeira e justificada”, que salienta a

natureza absoluta, estática e não humana do conhecimento, expressa de forma geral em

proposições e pela lógica formal.

O conhecimento é um recurso importante nas organizações e vem se destacando como um

ativo intelectual gerador de inovações. No contexto organizacional, o conhecimento pode

assumir a função de um recurso estratégico que permite à empresa sustentar vantagem

competitiva VALENTIN (2002). Uma forma de enxergar o conhecimento nas organizações é

30

a denominada Resourse Based View (RBV). Essa concepção considera a empresa como um

conjunto único de recursos, em que a tarefa primária da administração é maximizar o valor

por meio do desenvolvimento dos recursos já existentes e, ao mesmo tempo, desenvolver

aqueles que vão constituir a base para o futuro da empresa. Para o conhecimento estabelecer

diferença, a organização deve ser capaz de integrar o conhecimento especializado de seus

empregados (STEWART, 1998).

Polanyi (1997) inicialmente descreveu o conhecimento em duas dimensões, o conhecimento

tácito e o conhecimento explícito. Essa diferenciação foi posteriormente analisada por outros

autores. O Quadro 3 mostra as diferenças entre conhecimento tácito e explícito.

Quadro 3 - Diferenças entre conhecimento tácito e explícito

Fonte: NONAKA; TAKEUCHI, 2004.

O conhecimento tácito é subjetivo e inerente ás habilidades do indivíduo. Esse é formado por

experiências, ações, ideias, valores e emoções, adquiridas ao longo da vida e está relacionado

ao contexto em que está inserido. Quanto ao conhecimento explícito, pode ser articulado,

codificado e armazenado em algum tipo de mídia e ser transmitido para outras pessoas

(POLANYI, 1997).

31

Para Nonaka e Takeuchi (2004), o conhecimento tácito e o conhecimento explicito são

complementares e a interação entre eles foi denominada de conversão do conhecimento.

Nesse processo de conversão, há uma expansão do conhecimento tanto de qualidade como de

quantidade de conhecimento. Esses autores apresentam um modelo que pressupõem o

conhecimento humano,criado e expandido através da interação social entre o conhecimento

tácito e o conhecimento explicito. A Figura 7 mostra os modos de conversão do conhecimento

descritos por Nonaka e Takeuchi.

Figura 7 – Espiral do Conhecimento.

Fonte: NONAKA; TAKEUCHI, 2004.

Nonaka e Takeuchi (2004) descrevem quatro modos diferentes de conversão do

conhecimento: socialização, de conhecimento tácito em conhecimento tácito; externalização,

de conhecimento tácito em conhecimento explícito; combinação, de conhecimento explícito

em conhecimento explícito; e internalização de conhecimento explícito em conhecimento

tácito.

Na socialização, ocorre um compartilhamento de experiências, que acarreta na criação do

conhecimento tácito, como habilidades técnicas compartilhadas. Considera-se que o indivíduo

pode adquirir conhecimento tácito diretamente de outros indivíduos, sem usar a linguagem,

através de observação, imitação e prática. Nas organizações, esse modo de conversão do

conhecimento ocorre por meio de atividades de treinamento no ambiente de trabalho,

32

brainstorms, interações com clientes, fóruns entre outras modalidades, para compartilhar

experiências (NONAKA; TAKEUCHI, 2004).

No modo de externalizacão, o conhecimento tácito se torna explícito, na forma de analogias,

metáforas, hipóteses, conceitos ou modelos. Esse processo é decorrente do diálogo ou por

reflexão coletiva, em que ocorre a interação e reflexão entre os indivíduos para contextualizar

algo para alcançar um resultado (NONAKA; TAKEUCHI, 2004).

A combinação é um modo de conversão em que há uma sistematização de conceitos em um

sistema de conhecimento, em que os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através

de documentos, reuniões, conversas por via telefônica ou redes de comunicação

computadorizadas. Esses meios possibilitam a reconfiguração de combinações, que

possibilitam a novos conhecimentos por fluxo interativo de ideias (NONAKA; TAKEUCHI,

2004).

Na internalização, o know-how compartilhado torna-se conhecimento tácito, permitindo que a

socialização, a externalização e a combinação sejam potencializadas nas suas conversões.

Com o acumulo de conhecimento tácito, a socialização entre os colaboradores inicia uma

nova espiral de criação do conhecimento, em patamares cada vez mais elevados e com

combinações mais efetivas, ampliando a aplicação do conhecimento na organização.

(NONAKA; TAKEUCHI, 2004).

Assim, como definir o conhecimento, é importante conceituar o que não é considerado tal

conhecimento e exemplificar a diferença em relação a alguns conceitos usualmente

confundidos com conhecimento: dado e informação. Davenport e Prusak (1998) propõe uma

diferenciação entre dado, informação e conhecimento, conforme o Quadro 4.

33

Quadro 4 - Diferença entre dado, informação e conhecimento

Fonte: DAVENPORT; PRUSAK, 1998.

Dado, informação e conhecimento estabelecem uma relação de continuidade, em que o dado é

base para a informação que por sua vez é base para o conhecimento. Davenport e Prusak

(1998) destacam que pode ser difícil estabelecer o ponto exato em que dados se tornam

informação ou conhecimento. Porém é fácil verificar a ascensão da relação de continuidade.

Já Francini (2002) identifica o conhecimento como um ativo intangível e sugere a

viabilização de sua aplicabilidade na geração de resultados. Ainda como justificativa o autor

dispõe sobre a área de sistemas de informação como responsável por auxiliar no processo

decisório, utilizando bases de dados de diversos formatos.

Prencipe et al. (2005) apresentaram cenários com base em processos de aprendizagem

(acumulação de experiência, articulação de conhecimento e codificação do conhecimento) e

em níveis organizacionais (individual, grupo/projeto, organizacional) que envolvem diferentes

abordagens, de acordo com a ênfase dada aos processos e níveis, a partir de uma base comum,

descritas no Quadro 5.

Quadro 5 - Práticas por processo de aprendizagem e nível de análise

34

Fonte: PRENCIPE et al., 2005.

No modelo proposto por Prencipe et al. (2005), o cenário direcionado ao social enfatiza o

nível de análise do indivíduo e os processos de acumulação de experiência, pois o foco está

em criar e compartilhar conhecimento implícito e baseado na experiência, em que a

aprendizagem tende a ser mais informal e envolve a sedimentação das novas práticas por

meio de rotinas. No cenário sócio- técnico, o foco se desloca para o processo de articulação

do conhecimento. Por fim, o último cenário está focado no nível organizacional, em que

ocorre a codificação do conhecimento, devido a utilização de tecnologia da informação para

codificar e armazenar o conhecimento criado.

Administrar ou gerenciar o conhecimento não imputa exercer controle direto sobre o

conhecimento pessoal. Refere-se ao planejamento e controle do contexto das situações nas

quais o conhecimento possa ser produzido, registrado, organizado, compartilhado,

disseminado e utilizado de forma a possibilitar melhores decisões, melhor acompanhamento

35

de eventos e tendências externas e uma contínua adaptação da empresa a condições sempre

mutáveis e desafiadoras do ambiente de atuação da organização (BARBOSA, 2008).

A GC é fundamentada nos fluxos informais (conhecimento tácito) que ocorrem no nível

estratégico, tático e operacional. Essa gestão ocorre no âmbito do não registrado através de

reuniões, eventos, construção individual de conhecimento, valores, crenças e comportamento

organizacional, experiências práticas, educação corporativa, etc. Constituindo-se nos ativos

intelectuais (intangíveis). A liderança organizacional tem papel fundamental neste contexto,

pois é responsável pela dinâmica destes fluxos (STEWART,1998).

Numa avaliação do ponto de vista da aprendizagem, cada passo no processo de gestão do

projeto pode servir como base para introduzir e compartilhar conhecimento entre o time do

projeto (KOTNOUR, 2000). Uma gestão voltada para o conhecimento é aquela capaz de

instituir uma visão estratégica para o uso da informação e do conhecimento ao identificar o

papel essencial da cultura organizacional, das pessoas, seus comportamentos e atitudes no

fortalecimento de competências nas organizações e para contribuir na consolidação de

vantagens competitivas sustentáveis (ALVARENGA NETO, 2008).

A literatura demonstra que o conhecimento é relevante para as organizações. Com isso, a

gestão do conhecimento se torna um recurso estratégico que permite criar e sustentar uma

vantagem competitiva.

2.4 O gerenciamento de projeto

Um projeto surge em função de um problema, de uma ameaça ou uma oportunidade. Uma

organização toma conhecimento de um dos três através da informação, que é o ponto de

partida de qualquer projeto (MONTEIRO; FALSARELLA, 2007).

São várias as definições de projetos descritas na literatura. Vargas (2009) define projeto como

um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de

eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo

conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos

envolvidos e qualidade. Maximiano (1997) define projetos como "empreendimentos finitos,

36

que têm objetivos claramente definidos em função de um problema, oportunidade ou interesse

de uma pessoa ou de uma organização".

Em 1996, o Project Management Institute (PMI), produziu um Guia de Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos (PMBOK), que sistematizou suas práticas, convertendo-se em

uma disciplina. O PMBOK (2013) define um projeto como um esforço temporário

empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo, que pode ser tangível ou

intangível. Atualmente, o PMBOK está em sua quinta versão, em que estabelece as melhores

práticas e consolida processos, ferramentas e técnicas para o gerenciamento de projetos. Ele é

composto de dez áreas de conhecimento em que são abordados 47 processos inter-

relacionados (APÊNDICE A).

A Figura 8 mostra o fluxo resumido com os 47 processos das dez áreas de conhecimento –

escopo, prazo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos, aquisições, partes

interessadas e integração. Esses processos são agrupados em cinco fases – Iniciação,

Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento.

37

Figura 8 – Fluxo dos processos do PMBOK

Fonte: LUZ, 2013 apud BIGÃO, 2013

As áreas de conhecimento mostradas na Figura 6 são descritas abaixo:

a)! Integração - consiste em manter coordenados todos os demais processos de

gerenciamento de maneira coesa e sistêmica para que todas as áreas do projeto estejam

em constante sintonia e garantir a execução do que foi planejado, dentro do orçamento

e no prazo programado;

b)! Escopo - definição do que se espera do projeto, seja ele um produto ou serviço, com

detalhamento do trabalho e esforço necessário para se obter o resultado esperado.

Deve ser devidamente formalizado, a fim de evitar futuros problemas no decorrer do

ciclo do projeto. A especificação do escopo e a estrutura analítica do projeto (EAP),

acrescidos do dicionário da EAP formam um dos componentes básicos para condução

de um projeto;

c)! Tempo - planejamento e controle de um cronograma com atividades do projeto,

recursos disponíveis e respectivos calendários, podendo ser validado em etapas para

facilitar o gerenciamento do projeto e minimizar o retrabalho. Considerado o segundo

componente básico para condução de um projeto;

38

d)! Custos - consiste na definição do orçamento, estimativa e controle de custos, sendo o

terceiro e último componente básico para condução do projeto;

e)! Qualidade - garante a adequação do trabalho e das entregas através de melhorias

contínuas nos processos relacionados aos projetos;

f)! Recursos humanos - processos que envolvem a mobilização, motivação, gestão e

desmobilização da equipe formada para a execução do projeto;

g)! Comunicação - identifica quais informações devem ser repassadas a determinadas

partes interessadas, quando e como. Área de conhecimento onde são definidas as

formalizações para comunicações, como reuniões e relatórios periódicos;

h)! Riscos - leva em consideração todos os eventos que possam afetar os objetivos dos

projetos, considerando sua identificação, análise e respostas. Considera tanto os riscos

positivos bem como os negativos;

i)! Aquisições - engloba toda e qualquer contratação realizada para o projeto, além dos

seus respectivos controles. Todos os contratos devem obrigatoriamente serem

encerrados para que o projeto possa ser finalizado;

j)! Partes interessadas - todos os que de alguma maneira são influenciados pelo projeto.

Os processos agrupados nessa área de conhecimento se propõe a gerenciar as partes

interessadas, que possam exercer influência no projeto, favorecendo ou

comprometendo os resultados finais.

O ciclo de vida do projeto é divido em cinco fases (ou grupo de processos), conforme Figura

6. As fases também podem ser subdivididas em subfases, devido as restrições de tamanho,

complexidade, risco e fluxo de caixa do projeto (PMBOK, 2013).

As fases são classificadas como:

a)! Iniciação: Fase de identificação das necessidades, da viabilidade, orçamentos e

cronogramas, a equipe que irá trabalhar e a proposta. É a fase onde se inicia

oficialmente o projeto através do Termo de Abertura;

b)! Planejamento: Estudos e análises, recursos e o detalhamento do plano;

c)! Execução: Execução dos planos do projeto, coordenação de pessoas e outros recursos

para executar o plano;

d)! Monitoramento e Controle: Monitoramento, controle e modificações, certificando que

o escopo definido seja entregue conforme a qualidade requerida, dentro do prazo e

custo planejados;

39

e)! Encerramento: Aceitação formal do projeto (com verificação de escopo) ou fase para a

sua finalização.

A Figura 9 demonstra a interligação dos grupos de processos de um projeto.

Figura 9 – Grupos de processos de um projeto

Fonte: PMBOK®,2013

As fases do projeto não são claramente delimitadas, havendo a sobreposição em alguns

momentos. Além de possuir características próprias, cada fase também tem necessidades de

informação e produzem conhecimento de forma diferenciada (PMBOOK, 2013)

Um projeto contém noção de temporalidade (começo, meio e fim) e de singularidade, uma

vez que gera resultado único e exclusivo. Apesar de único, diversos aspectos como por

exemplo a metodologia, o setor da empresa e o cliente podem ser comuns e podem ser

recuperados a cada novo projeto. Além de ser realizado de dentro e para a organização –

intraorganizacional, pode ser executado por uma organização para outra – interorganizacional.

Também pode ter seu foco em um único projeto – intraprojeto, ou ser executado para

construir um portfólio de projetos em uma organização orientada para projetos – interprojetos

(VARGAS, 2009).

Cada processo utiliza como entrada informações e conhecimento na forma de artefatos e

documentos gerados por outros processos, políticas e procedimentos. Por meio de ferramentas

40

e técnicas, os processos são executados e geram conhecimento como saída, na forma de

documentos ou informações, que podem ser usados em outros processos na condução do

próprio projeto, ou armazenados como ativos de processos organizacionais para uso em

futuros projetos como informação histórica (VARGAS, 2009).

Kerzner (2006) destaca que o gerenciamento de projetos é a aplicação controlada e

coordenada de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas aos eventos do projeto a fim

de atingir seus objetivos. Também possibilita a integração entre várias áreas de conhecimento

como um mecanismo para garantir o foco nas decisões de negócio em detrimento de decisões

“personalistas”. Para Back et al (2008) o gerenciamento de projetos propicia a estruturação

das organizações com número cada vez menor de pessoas e, em geral, com mais trabalho para

ser executado. Projetos cada vez mais complexos e com uma necessidade crescente de atender

mais rapidamente ao mercado global, clientes mais exigentes e tecnologias disponíveis mais

avançada exigem um gerenciamento cada vez mais efetivo.

Os projetos podem ser vistos como processos informacionais ou processos de transformação

de informações e conhecimentos. Durante todo seu desenvolvimento, os projetos reúnem e

geram informações e conhecimentos. Diante disso, implementar efetivamente conceitos,

práticas, técnicas e instrumentos de GI e de GC no gerenciamento de projetos pode se revelar

um importante diferencial competitivo para obter sucesso (JAMIL, 2005).

41

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para atingir os objetivos da pesquisa: o tipo de

estudo; as unidades de análise, a estratégia para coleta e análise de dados.

Tipo de estudo

No campo dos estudos organizacionais, podem-se utilizar diversas abordagens metodológicas,

tanto de caráter quantitativo como qualitativo, de acordo com o propósito da investigação. A

quantitativa preocupa-se em medir (quantidade, frequência e intensidade) e analisar as

relações causais entre as variáveis, enquanto a pesquisa qualitativa enfatiza o processo e seu

significado (FREITAS, 2000; GODOY, 1995).

O presente trabalho faz uma abordagem qualitativa, com finalidade descritiva, que pretende

abordar a utilização de GI e GC no gerenciamento de projeto num estudo de casos múltiplos.

A investigação qualitativa é um processo de comunicação contínuo e progressivo entre o

investigador e os sujeitos investigados, em que a informação produzida se desenvolve em

complexidade e profundidade. Isso é essencial para a definição dos indicadores que estarão na

base da construção teórica a ser produzida. A construção teórica é um processo ativo do

investigador sobre uma realidade que se faz inteligível nos termos da teoria utilizada por ele.

No entanto, essa construção teórica não se subordina à teoria base e expressa seu potencial

contraditório no curso da própria construção (GONZÁLEZ REY, 2005).

Este tipo de estudo substitui as respostas pela construção, verificação por elaboração, e

neutralidade por participação. Estabelece que não é o empírico que determina o saber. A

produção de ideias que se dá no momento de interação com a realidade faz parte da

construção do conhecimento. O rigor na condução desses estudos é dado pela clareza e

sequência lógica das decisões de coleta, pela utilização de métodos e fontes variadas, e pelo

registro cuidadoso do processo de coleta, organização e interpretação (GONZÁLEZ REY,

2005).

Numa primeira etapa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica como pré-requisito para a

sustentação teórica do tema proposto. Segundo Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa pode ser

considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um

tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir

42

verdades parciais. Trata-se de um levantamento da bibliografia publicada, que permite ao

pesquisador discutir o assunto pesquisado.

Numa segunda etapa, foi realizado um estudo de casos. Para Yin (2015), o estudo de caso é

uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto

da vida real. Apesar das limitações, o estudo de casos é um método adequado para conhecer

em profundidade todas as nuances de um determinado fenômeno organizacional.

Este tipo de estudo está centrado naquilo que pode ser aprendido em um caso (ou casos)

singular (es); não nos métodos de pesquisa usados. É um princípio estratégico, cuja geração

de dados típica é a entrevista, mas que não se prende a técnicas específicas. O poder

diferenciador do estudo de caso é a sua capacidade de lidar com uma variedade de evidências

(YIN, 2015).

O presente trabalho visa descrever um tema que é abordado atualmente nas empresas. O

estudo de caso é o método de pesquisa adequado para investigar os objetivos propostos.

Optou-se por um estudo casos múltiplos, pois tem a vantagem de representar um estudo mais

robusto do que em uma única realidade (YIN, 2015).

Unidades de análise

Yin (2015) afirma que a unidade de análise está relacionada à maneira como as questões

iniciais da pesquisa foram definidas. A partir dos objetivos da pesquisa deve-se considerar a

escolha da unidade de análise. Nessa pesquisa foi realizado um estudo de caso em três

empresa escolhidas por conveniência, em que foi considerado o acesso do pesquisador às

organizações e o relacionamento profissional com os entrevistados.

As empresas selecionadas para este trabalho são multinacionais e atuam no setor de

mineração. Esse setor se constitui como um dos pilares de sustentação econômica do Brasil,

com participação de 5% no PIB e efeito multiplicador de postos de trabalho na cadeia

produtiva, conforme dados divulgados Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Os dados

mostram que a mineração integra a cadeia produtiva composta pelas indústrias de base e que o

produto extraído é também matéria-prima de diversas outas cadeias de produção, que

produzem e disseminam uma infinidade de produtos que se relacionam diretamente à

qualidade de vida das populações.

43

O Brasil é um importante ator do setor de mineração, considerado um player global. Sua

produção mineral é uma das maiores do mundo, com recursos minerais expressivos, que

abrangem uma produção de 72 substâncias minerais, conforme dados do Instituto Brasileiro

de Mineração (IBRAM, 2015).

Estratégia de coleta e análise dos dados

O procedimento de coleta e análise dos dados são descritos em quatro tópicos: protocolo do

estudo de caso; entrevistas e análise integrada dos casos.

Protocolo dos estudos de casos

O protocolo do estudo de caso é essencial para a realização de um estudo de caso. Esse

protocolo constitui-se num documento orientador das atividades do pesquisador para garantir

que os procedimentos realizados para a execução do estudo estejam de acordo com os

objetivos. O protocolo desenhado para esta pesquisa inclui sugestões feitas por Yin (2015) e

está descrito no APÊNDICE B.

Entrevistas

Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista presencial, com um roteiro de perguntas

semiestruturadas. Segundo Marconi e Lakattos (2003), nesse tipo de entrevista o entrevistador

tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada,

podendo abordar uma questão mais amplamente. As perguntas elaboradas aos entrevistados

são abertas e respondidas dentro de uma conversação informal. Apesar de não-estruturada, a

entrevista pode ser considerada como sendo focalizada através de um roteiro com tópicos

relativos ao problema do trabalho.

A entrevista é uma das mais importantes fontes de informação para um estudo de caso, uma

vez que permite ao entrevistador uma interação com o processo, detalhando o problema da

pesquisa proposto (MARCONI; LAKATTOS, 2003; TRIVINÕS, 1987; YIN, 2015). A

elaboração do roteiro de entrevista foi baseada na revisão de literatura. No roteiro foram

formuladas perguntas capazes de gerar informações para responder o problema de pesquisa.

No final do roteiro foi incluída uma pergunta de caráter geral e livre, a fim de permitir

estimular uma conclusão final do entrevistado (APÊNDICE C).

44

As perguntas do roteiro foram divididas em três blocos para abordar o contexto estudado. O

Quadro 6 foi elaborado para sumarizar os blocos de perguntas do roteiro.

Quadro 6 - Estrutura do roteiro de entrevistas

Estrutura do roteiro de entrevistas

Bloco Questões Função

1 1, 3, 4, 5, 6 Verificar a informação e o conhecimento no ambiente da

empresa.

2 7, 8, 9, 10, 11, 12,

13

Identificar como a empresa gerencia a informação e o

conhecimento.

3 14, 15, 16, 17, 18,

19

Verificar como a informação e o conhecimento são

utilizados para gerenciamento de projetos.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Para a realização das entrevistas foi feito um contato prévio por telefone, detalhando o

objetivo da pesquisa e perguntando se havia interesse e disponibilidade para participar do

estudo (45 minutos de duração). Antes da entrevista, foi entregue ao entrevistado um termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE D)

Análise integradas dos dados

A técnica escolhida para analisar as informações geradas foi a análise de conteúdo. Essa

técnica possibilita o agrupamento das informações em categorias de análise e pode contribuir

para esclarecer aspectos implícitos e subtendidos do dado registrado. A análise é menos

explícita quanto aos processos pelos quais ocorre a interpretação, sendo mais subjetiva.

Assim, um dos problemas da técnica é a dependência do julgamento de um único analista

(BARDIN, 2009; SILVA et al., 2005)

A análise é organizada em três partes: pré-análise; exploração do material; tratamento dos

resultados, inferência e interpretação. Tal sistematização serve para que o pesquisador possa

conduzir a análise. Na pré-análise é realizada a leitura geral do material, no caso, as

entrevistas previamente transcritas, com anotações para estabelecer indicadores para a

interpretação do material coletado. Na sequência, é feita a exploração do material, que

consiste na construção de codificações em unidades de contexto, visando à categorização do

45

material, que possibilita as inferências que levam às interpretações. Por esse processo,

procura-se não apenas compreender o sentido da fala dos entrevistados, mas também buscar

outra significação ou mensagem a partir do texto inicial. Por fim, é feito o tratamento dos

resultados, inferência e interpretação por meio de uma análise comparativa com a justaposição

das diversas categorias existentes em cada análise, ressaltando os aspectos considerados

semelhantes e os que foram concebidos como diferentes (BARDIN, 2009).

A análise de conteúdo baseou-se nos temas que deram sustentação às entrevistas. A análise

foi dividida em três partes. A primeira refere-se à visão da informação e do conhecimento no

contexto organizacional; a segunda mostra como são as práticas para gerenciadas a

informação e o conhecimento na empresa; a terceira ilustra como são utilizadas a informação

e o conhecimento no gerenciamento de projetos. O quadro 7 apresenta a divisão dos temas e

as categorias desta pesquisa.

Quadro 7 - Temas e categorias da pesquisa

Tema Categoria Subcategorias

Visão da informação e o

conhecimento no contexto

organizacional

Fatores motivadores

Estratégia

Registro

Vantagem competitiva

Práticas de gestão da informação

o do conhecimento

Processos

Tecnologia da informação

Conceitos

Ferramentas

Utilização da informação e do

conhecimento em projetos

Uso da informação

Otimização

Tomada de decisão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

46

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Este capítulo aborda a caracterização das empresas, o perfil dos entrevistados e, em seguida,

uma análise integrada dos casos, com a apresentação dos temas e categorias da pesquisa,

relacionando as falas dos entrevistados com evidencias na literatura.

4.1 Caracterização das organizações analisadas

Para preservar a identidade das empresas selecionadas foram atribuídas letras (A, B e C) para

representar cada uma delas.

A organização A é uma empresa global de mineração, fundada há quase 100 anos, com um

portfólio de operações diversificado e de alta competitividade mundial. Atua há mais de 40

anos no Brasil, empregando atualmente cerca de três mil e quinhentos funcionários. Seus

processos produtivos englobam desde a busca por jazidas, planejamento da mineração,

extração e processamento até a comercialização e transporte do produto. Possui escritórios e

plantas industriais na África, América do Norte e do Sul e Austrália. Concentra sua produção

em minérios de alto valor como platina e diamante, além do minério de ferro, cobre e

manganês. Em 2015, o grupo teve uma receita em torno de vinte e três bilhões de dólares.

A organização B é uma empresa brasileira de capital fechado. O principal produto são pelotas

de minério de ferro comercializas para a indústria siderúrgica mundial. Exporta para 19 países

das Américas, Oriente Médio, Ásia e Europa, através de seus escritórios de vendas no Brasil,

Amsterdam (Holanda) e Hong Kong (China). Seu processo produtivo conta com

concentradores que beneficiam o minério e aumentam o seu teor de ferro. Sua estrutura conta

ainda com quatro usinas de pelotização. As suas unidades industriais são interligadas por três

minerodutos, com quase 400 quilômetros de extensão cada, que transportam a polpa de

minério de ferro entre os estados onde atua. É pioneira nesse tipo de transporte. Possui ainda

um terminal marítimo próprio, por onde escoa toda a produção exportada. Para garantir a

energia necessária ao seu processo produtivo, possui também uma usina hidrelétrica e

participa de consórcios em outras usinas.

A organização C foi fundada na década de 1940 com presença em 14 estados do Brasil. A

empresa é privada, de capital aberto, com sede no Brasil e presente nos cinco continentes em

47

cerca de 30 países ao redor do mundo. Sua principal atuação é no segmento de mineração

(minério de ferro, pelotas, níquel, cobre, ouro etc), além de atuar também nas áreas de

Logística, Energia e Siderurgia. A sede global fica no Rio de Janeiro. No Pará, está localizada

a maior operação no Brasil e no mundo. Possui malha ferroviária e terminais portuários

próprios.

4.2 Perfil dos entrevistados

Todas entrevistas foram gravadas, num total de 02:14m (duas horas e quatorze minutos) de

gravação. Além disso, todas foram transcritas pelo próprio pesquisador. Foram realizadas três

entrevistas com um profissional de cada organização selecionada. Os profissionais

entrevistados exercem funções diretamente relacionadas com GI e GC nas empresas. Com o

intuito de preservar a identidade dos entrevistados, foram atribuídas letras (X, Y e Z) para

representar cada um deles.

O Entrevistado X é Diretor de Tecnologia da Informação e Infraestrutura, responsável pela

definição das estratégias para Tecnologia da informação, buscando garantir a disponibilidade

das informações e a continuidade do negócio por meio das seguintes atividades: gestão,

planejamento e controle dos serviços de network e telecomunicações no Brasil; gestão do

ambiente atual e responsabilidade pela definição e planejamento da infraestrutura dos anos

seguintes; implementação e gestão de projetos de inovação garantindo a estabilidade do

ambiente atual e propondo melhorias; a gestão de equipes de profissionais incluindo terceiros

e consultorias; gestão de serviços, de ambientes de missão crítica, de infraestrutura, de

telecomunicações, de segurança da Informação, o Service Desk e os Projetos.

O Entrevistado Y atua como Gerente de Tecnologia da Informação com atribuições de

gerenciamento e coordenação de iniciativas de Business Intelligence (BI), a saber:

gerenciamento de projetos, cujo escopo principal inclua a definição e implantação de novos

processos para as áreas de negócio e integração com diversas soluções de tecnologia da

informação; gestão de equipes de profissionais, incluindo terceiros e consultorias e gestão de

novas demandas de informações para áreas de negócio. Gerente de implantação, manutenção

e suporte do software de gestão integrada - Enterprise Resource Planning (ERP).

O Entrevistado Z é Gerente de Tecnologia da Informação, que tem como principais

48

atribuições na organização a definição da estratégia e implantação do portfólio de projetos de

Tecnologia da Informação, incluindo sistemas de gestão da produção, automação industrial,

sistemas de geoprocessamento, de gestão ferroviária e de GIS – Geografic Information

System.

4.3 Análise integrada dos casos

A discussão do estudo foi realizada em tópicos que correspondem aos temas da pesquisa.

Foram selecionados e transcritos trechos considerados relevantes para corroborar o resultado

encontrado.

4.3.1. Visão da informação e o conhecimento no contexto organizacional

!

O ambiente empresarial gera dados, informações e conhecimentos perenemente. Nesse

cenário, a informação auxilia na comunicação com as partes interessadas, na estruturação do

planejamento das atividades, bem como na tomada de decisão, que são considerados fatores

fundamentais para atingir a excelência na gestão empresarial. De acordo com De Freitas e

Kladis (1995), a empresa deve definir sua política geral de informação, que deve estar em

consonância com a estratégia geral da organização, para que, mediante a racionalização de

recursos (humano, software ou hardware), possa aperfeiçoa-la e melhorar sua performance

para alcançar de maneira eficaz seus objetivos.

No contexto de uma organização, a informação deve atender às necessidades nos diversos

níveis administrativos, operacionais, gerenciais ou estratégicos. A operacionalização para

classificar uma dada informação e priorizar se esta informação é crítica, mínima, potencial ou

sem interesse para a organização não é uma tarefa trivial, uma vez que a informação tem uma

variedade de conotações (MORESI, 2000).

Nos casos analisados, os entrevistados relataram a existência de uma política explícita de

informação clara e entendida por todos na empresa.

“Bastante focada no quesito segurança e propriedade

intelectual. Hoje o foco é maior nisso do que em um

49

modelo de disseminação, que é um espaço que ainda está

por ser trilhado.”

Entrevistado X

“Existe uma política de informação, mas nem sempre é tão

bem entendida. A política de segurança da informação, (...)

tem classificações e diretrizes de como ela deve ser tratada

(...) como devem guardar as informações, principalmente as

informações consideradas críticas. Acho que existem falhas,

por exemplo, muita gente guarda no disco C e no HD

externo e as informações acabam atualizadas só na maquina

da pessoa, sendo que deveriam estar compartilhadas.”

Entrevistado Y

“Há meios de comunicação, por exemplo, boletins e e-mail

que circulam entre os funcionários, inclusive com

informações financeiras e administrativas. O que pode ser

divulgado vai para todo mundo, mas tem uma hierarquia de

até que ponto cada um pode ter certo conhecimento (...)

existe o que é público e não público.”

Entrevistado Z

!

Apesar da existência de uma política explícita de informação pelas empresas, a prática aponta

falhas nos processos de armazenamento e disseminação da politica de informação. Nos dias

atuais, a informação é considerada um ativo vital de uma empresa. De acordo com Dutra

(2013), uma política de informação bem estruturada, alinhada com as diretrizes estratégicas

da empresa, deve estar no planejamento estratégico de longo prazo"!

!

Numa visão prática, as necessidades de informação comumente surgem a partir de problemas

ou tarefas. O processo de aquisição de informação é muito complexo, considerando as

variadas fontes de informações disponíveis (CHOO, 2003). Por esta razão, é importante

viabilizar um estudo que aponte quais são as informações relevantes. Nas empresas

estudadas, foi identificada a realização de um levantamento de necessidades de informação.

“Muito focado nas necessidades operacionais técnicas e

estratégicas. Eu não tenho conhecimento do que modelou a

empresa no sentido de gestão de informação.”

Entrevistado X

50

“Uma política de gestão documental foi feita, com uma

avaliação dos documentos, o que a gente deveria guardar e

preservar. Isso foi mais ou menos na mesma época que

começamos a falar de gestão do conhecimento”.

Entrevistado Y

O levantamento de necessidades de informação foi relatado considerando as circunstâncias e

as prioridades de demandas situacionais da empresa. No entanto, foi identificada uma lacuna

entre a importância de uma política de informação e o planejamento tático e operacional.

Uma correta identificação das necessidades de informação possibilita que a gestão seja mais

estratégica e de maior utilidade para as partes interessadas. A necessidade, a busca e uso da

informação ocorrem em ciclos recorrentes, que interagem sem ordem predeterminada, de

modo que o processo muitas vezes parece confuso e aleatório (CHOO, 2003).

Considerando os conceitos fundamentais de dado, informação e conhecimento difundidos na

literatura, o conceito de dado é o único factível de ser mensurado. Dos dados, são extraídas as

informações e delas se constroem os conhecimentos. O mercado disponibiliza, atualmente,

diversos componentes de tecnologia para a obtenção de dados, informação e conhecimento.

Com esses recursos, os dados e as informações produzidos podem ser disponibilizados num

único lugar, para agilizar as tomadas de decisões e otimizar os processos de trabalho.

Nas entrevistas, foi identificado o uso de sistemas e ferramentas para trabalhar o dado, a

informação e o conhecimento.

“Temos os controladores de processos, os PLCs

(Controladores Lógicos Programáveis) que jogam para uma

base superior até chegar em uma camada consolidadora de

BI.”

Entrevistado X

“Utilizamos o PIMS e MES (...) o SAP, que é parte do

nosso ERP. Temos vários outros pequenos sistemas, como

o sistema ronda para acesso na unidade, sistema de

geotecnia. As ferramentas My Track, e Bru Soft, para

monitoramento dos caminhões.”

Entrevistado Y

51

“ERPs e aplicativos que utilizamos para dimensionamento

de quadros; de terceirização de serviços; força de trabalho

necessária para se contratar; número de aplicativos; de

funcionalidades, de problemas apresentados”

Entrevistado Z

Os entrevistados relataram que a implantação de programas e sistemas de tecnologia tem

como finalidade facilitar a coleta, processamento e armazenamento de dados, além da

geração, processamento e divulgação de informações. O estilo de gestão utilizado pelas

empresas corresponde ao estilo de Gestão da Informação descrito por McGee e Prusak (1994)

como Utopia Tecnológica.

A gestão empresarial, cada dia mais, é apoiada por sistemas fortemente baseados em

tecnologia para prover agilidade e versatilidade nos processos de tomada de decisão. Além

disso, há uma necessidade crescente de garantir a segurança das informações. Com um

mercado globalizado, competitivo e dinâmico, as empresas são motivadas a operarem com um

sistema de informação eficiente, para garantir níveis de produtividade e eficácia elevados

(BAZZOTTI; GARCIA, 2007). A eficácia pode ser alcançada através da automação e com

softwares de gestão operacional, como, por exemplo, PIMS e MES, e de gestão coorporativos,

como o SAP, o Oracle, o Ellipse e outros ERPs.

Considerando o que foi afirmado por Barbosa (2004) e Jamil (2005), informação e

conhecimento são indissociáveis, andam em paralelo e de maneira simultânea. As decisões

baseadas em informações estratégicas podem representar o sucesso de uma empresa. Por

outro lado, informações estratégicas interpretadas de maneira errônea podem representar o

fracasso. Diante desse contexto, verifica-se que os dados e informações trabalhadas pelos

componentes de tecnologia geram um conhecimento, que deve ser consolidado e

compartilhado seja em ambiente interno ou externo, de acordo uma categorização de

segurança previamente definida pela empresa.

A volatilidade de um ambiente complexo e dinâmico desafia as organizações a acompanhar e

reagir antecipadamente às mudanças que acontecem no âmbito empresarial. Com isso,

garantir sua sobrevivência e obter vantagem competitiva.

“Temos áreas responsáveis por mapear movimentação de

mercado, mas não sei se hoje utilizam alguma ferramenta

52

especifica para isso. Temos algumas ferramentas que

funcionam como mineradora de informação, que consultam

diversas fontes e criam correlações para apresentar para

empresa.”

Entrevistado X

“Nossa gerência geral cuida da parte de inteligência, de TI,

de gestão e de estratégia. Na parte de estratégia, estava em

implementação a inteligência competitiva que foi

interrompida.”

Entrevistado Y

Em questão anterior, as empresas relataram controle interno de dados, informação e

conhecimento por meio de TI. Porém, o monitoramento do ambiente organizacional externo

não foi relatado como uma atividade consolidada, que é um campo a ser explorado pelas

empresas.

O monitoramento externo é uma forma de acompanhar os dados, informações e conhecimento

que transitam pelos sistemas de informação das organizações. Com isso, propicia a adaptação

da organização ao seu ambiente e permite que a empresa se proteja de eventos ou ameaças

que podem causar dano ao funcionamento das atividades. Essa prática pode prover vantagem

competitiva e ao mesmo tempo estimular as empresas na busca por inteligência competitiva

(HOFFMANN, 2011; NHASENGO; RAZZOLIN FILHO, 2012).

Constantes mudanças e transformações demandam que as empresas revisem e eventualmente

ajustem seus modelos e métodos de gestão para garantir vantagem competitiva, além de reter

o conhecimento e as informações (Moresi 2000). Para promover isso, é imperioso o

alinhamento entre as TI e as estratégias de negócios.

A TI é mais ampla que o processamento de dados, sistemas de informação e engenharia de

hardware e software. Ela também envolve aspectos humanos, administrativos e

organizacionais. O setor de TI nas organizações faz a integração entre as áreas da empresa

para permitir o cumprimento das metas.! Nas empresas estudadas, a interface entre as áreas

operacionais e de produção e o setor de TI é realizada pelo Business Partners. No passado,

esse profissional era denominado Analista de Sistemas, hoje é intitulado também Analista de

TI ou Analista de Negócios. A atuação desse profissional é de captar as demandas, as

53

necessidades e os requisitos de negócios de uma determinada área e estruturar um escopo para

que a TI possa executar.

As demandas identificadas e trazidas para a área de TI pelo Business Partner necessitam de

justificativas econômicas, que são facilmente entendidas, ou consideradas justificativas

ideológicas, atreladas ao planejamento estratégico, para que a organização possa efetivar

investimentos, apoiar ações e adicionar recursos em suas áreas organizacionais e nos projetos

de seu portfólio.

“Se for projeto de Business Improvement tem que ter um

rol definido pela área de negócios, que tem que provar que

aquele suporte que precisam da área de TI para o projeto e

vai além do que se gastou.”

Entrevistado X

“A TI tem um problema crítico de mensurar ganhos. A

gente não consegue dizer, por exemplo, que a TI é um

investimento que a empresa faz. A TI é vista como despesa,

que gasta dinheiro da empresa.”

Entrevistado Y

“Quando você faz uma lista de necessidades, existem

custos e benefícios esperados. Tem que fazer os business

cases em determinadas situações. (...) Depois do projeto

implantado, quando você vai ver o ganho que efetivamente

o projeto trouxe para você, em se tratando de TI é uma

situação muito difícil de mensurar, por que ao mesmo

tempo em que essa ferramenta implementada pode trazer

um ganho, você pode ter também melhorias operacionais

que também trazem um impacto.”

Entrevistado Z

Nas entrevistas, observou-se que os setores de TI das respectivas empresas não apresentam

maturidade para mensurar os benefícios obtidos. As empresas não possuem indicadores

consistentes de mensuração e quando elaboram um indicador, este é construído “caso a caso”.

Há necessidade de desenvolvimento de estruturação para mensuração de resultados, incluindo

a aplicação de métricas e a utilização de métodos quantitativos. (JAMIL, 2014).

54

As atividades e projetos desenvolvidos por TI envolvem geração, tratamento e distribuição de

informações e conhecimento que geram benefícios para as áreas operacionais e produtivas. De

acordo com Sortica (2009), é necessário também desenvolver uma maneira de comprovar que

os projetos e ações realizados alcancem a efetividade desejada. Além da necessidade de

mensurar os resultados obtidos, que possibilita uma eventual correção do planejamento. A

ausência de controle e monitoramento de ambientes organizacionais traz impactos negativos

para a organização (HOFFMANN, 2011).

Numa análise consolidada dos quesitos abordados sobre a visão das empresas sobre a

informação e o conhecimento no contexto organizacional, as entrevistas mostraram o

reconhecimento da importância da informação e do conhecimento no contexto das respectivas

empresas. A integração com a área de TI é estratégica para aquisição, armazenamento e

disseminação da informação e do conhecimento para posterior utilização em projetos,

otimizando os processos e tornando as atividades mais simples.

A pesquisa identificou que existem inúmeras oportunidades, principalmente no que tange à

maturidade das empresas em relação aos conceitos de informação e conhecimento, à

capacidade das empresas em mensurar os benefícios alcançados com as atividades

desenvolvidas pelo setor de TI e ao monitoramento das informações e conhecimentos

externos à própria empresa.

De acordo com Amorim (2011), a informação e o conhecimento são fundamentais para as

organizações atuais, por aturem como diretrizes em um ambiente de incertezas e alta

complexidade. As atividades desenvolvidas, sejam de planejamento, execução ou até mesmo

de processo decisório, são apoiadas por informação e conhecimento. Diante desse cenário, a

GI e a GC fornecem as condições necessárias para gerenciar eficazmente esses dois elementos

tão importantes para a organização (VALENTIM, 2008).

4.3.2. Práticas de gestão da informação o do conhecimento

A literatura mostra que a GI e a GC surgiram de contribuições de pensadores, que viveram

muito antes da introdução dos computadores e do crescimento informacional dos quais as

empresas se deparam na atualidade (BARBOSA, 2008).

55

De acordo com Barbosa (2008) tanto a GI quanto a GC envolvem processos complexos. Para

obter sucesso na sua implantação dependem da criação e cultivo de ambientes

verdadeiramente favoráveis ao seu desenvolvimento. A GI e GC devem estar alinhadas à

estratégia das organizações, para possibilitar o desenvolvimento da competitividade e de

avanços tecnológicos, que intensifiquem a criatividade e a inovação, além do aprendizado

individual e organizacional. Nas entrevistas foi constatado que a GI e a GC são realizadas nas

empresas.

“Hoje a gente consegue compor informações,

principalmente numa camada que chamamos de BI,

interferir em decisões de business para aumentar a

produtividade, para melhorar resultado, para gerar um

processo melhor entre produção e custo.”

Entrevistado X

“A área de gestão da informação trata da parte de BI

(Business Inteligence) e da parte de gestão

documentacional. Essa parte de registro junto com BI

chamamos de gestão da informação.”

Entrevistado Y

“A gestão do conhecimento está muito em função dessas

novas aplicações que existem no mercado, como o

Analytics, que é um caso em que tem todo um banco de

dados e eles garimpam as informações já estruturadas com

algum outros conhecimento da área de negócios para poder

fazer análises, inclusive preditivas.”

Entrevistado Z

Conceitos atualmente utilizados nas empresas como ferramentas para monitorar, compartilhar

e analisar a informação e o conhecimento, a exemplo do BI e do BA, são relatados pelos

entrevistados. A utilização do BI e BA requer uma base de dados com informações

confiáveis, atualizadas e relevantes para serem eficientes.

De acordo com Barbosa (2008), a GI e a GC evidenciam aspectos complementares de dois

importantes fenômenos organizacionais. Valentim (2003) salienta ser usual, em diferentes

56

segmentos econômicos, gestores afirmarem que fazem gestão do conhecimento, quando, na

realidade, o que fazem é gestão da informação.

Numa visão sistêmica, uma empresa é delineada por um conjunto de processos inter-

relacionados e interdependentes gerenciados matricialmente, com foco nos resultados

organizacionais e nas práticas de negócio. A pesquisa mostrou que a GI e a GC são vistas

pelas empresas como um processo organizacional.

“A GI e GC são fluxos de processos e fluxos de decisão.

Hoje, a gente consegue compor informações, interferir em

decisões de business para aumentar a produtividade, para

melhorar resultado, para gerar um processo melhor entre

produção e custo. A GC já é um processo mais complexo e

eu acho que a gente ainda tem muitos passos de maturação

(...) ainda estamos em um nível preliminar”

Entrevistado X

“Nós temos um projeto interno que usa o check point, que

chamamos de comunidade de prática e tem várias frentes de

trabalho, por exemplo, suprimentos, TI, comunicação,

jurídico. São mais ou menos 20 áreas onde foram criadas

comunidades de práticas, que são áreas da empresa onde a

gente guarda todo o conhecimento da empresa em silos de

informação, com isso cada área tem o seu depositório e o

seu registro das coisas importantes.”

Entrevistado Y!

!

O alinhamento da GI e da GC com estratégia empresarial é identificado nas empresas do

estudo nos processos relatados pelos entrevistados. Cada empresa desenvolveu seu modelo de

implantação, que abrange um departamento ou o estabelecimento de processos matriciais. De

acordo com Sortica (2009), a vantagem competitiva das empresas é obtida não só pela

definição de uma estratégia consistente, mas também com o planejamento tático e a definição

de processos para alcançar as metas.

Ao instituir uma área ou um setor na empresa, que seja responsável pelas GI e GC, os

processos ficam centralizados e favorecem à elaboração de diretrizes que orientem o

57

armazenamento das informações, a partir de planos de documentação de gestão de banco de

dados, da documentação do conhecimento e do estabelecimento de veículos para a promoção

da comunicação interna. Com a informação e o conhecimento adequadamente gerenciados, os

recursos estratégicos podem ser aumentados.

Ao questionar os entrevistados sobre a presença de uma área ou setor na empresa que seja

responsável pela GI e GC, foi ressaltado:

“Na gestão do conhecimento, a gente tem uma área que é

definida como Business Improvement, que ainda está

estabelecendo os pilares de informação necessária para que

possamos anunciar “a todo pulmão” que já temos

capacidade de gestão de conhecimento. Hoje é muito mais

uma área que está constituída com esse objetivo do que

propriamente um resultado material forte. A gestão da

informação funciona como elemento de união de diversas

pontas, mas cada área hoje é responsável por um pacote de

informações que lhes pertence. Não tem uma área de gestão

da informação, a gente tem os consumidores da informação

que é produzida e administrada pelos sistemas de

informação.”

Entrevistado X!

!

“Não. O BI é mais focado em nossos dados estruturados e

usamos uma ferramenta chamada click view, também

usamos o SAP, ferramenta de gráficos e testes.”!

Entrevistado Y!

!

“O processo é todo setorizado. Tem uma base de

conhecimentos e gestão de informação específica para cada

setor”

Entrevistado Z!

!

A estrutura formal de apoio nas empresas é incipiente e com dedicação parcial, o que reforça

a pouca maturidade em relação aos conceitos relacionados a GC. O entrevistado X foi o que

relatou uma estrutura mais sólida. Há processos relacionados a GI e GC nas empresas

atrelados principalmente ao BI e ao BA, concomitante ao conceito de Big Data.

58

Dentre os fatores críticos para implementação da GI e GC está a existência de uma estrutura

formal de apoio para coordenar suas iniciativas. A finalidade da GI e da GC é melhorar o

desempenho tanto organizacional como dos projetos, por meio do comportamento das pessoas

e da evolução da cultura organizacional. As particularidades pertinentes a cada empresa que

determinam a implementação de processos de GI e de GC.

A GI e a GC são processos contínuos voltados a otimizar a estratégia de gestão da

organização. Para a implementação, é importante ressaltar que a individualidade de cada

organização deve ser considerada. Conforme o cenário individualizado, os entrevistados

discorreram os motivadores para a implementação da GI e GC nas suas empresas.

“O atual CEO da empresa foi o motivador. Ele tem uma

experiência na implantação desse modelo em outras em

empresas que ele trabalhou. (...) um histórico bem

sucedido, com resultados positivos na implementação

desse modelo.”

Entrevistado X!

“A gente teve, há um tempo atrás, um período de perda de

talentos, (...) Então começamos a perder conhecimento. (...)

começamos um projeto, que já estava em nosso marco

estratégico e passamos a dar mais foco (...) mapeamos os

principais conhecimentos estratégicos e fizemos um

trabalho em cima disso para conseguir guardar toda essa

informação e os documentos gerados.”

Entrevistado Y!

“Os motivadores são vários. Um deles é em relação a parte

de segurança, para detectar possíveis falhas e acidentes de

trabalho. (...) Outro motivador é para evitar o desperdício.

Isso é colocado como preditivo para evitar um gasto maior.

Outro motivador foi para manutenção e sustentabilidade

não só da organização, mas também do empregado, por que

o custo da perda do empregado é muito grande, perde-se o

conhecimento, perde-se um potencial de investimento

muito grande na empresa. “

Entrevistado Z!

59

Os fatores motivadores para a implementação da GI e da GC nas empresas foram

distintos,desde o estabelecimento de padrões mais eficazes de segurança até a retenção do

conhecimento corporativo. Considerando a complexidade desse quesito, ainda há espaço para

amadurecimento. Para que a GI e a GC obtenham sucesso e para que a continuidade do

processo seja perene, a motivação tem que estar inserida na cultura organizacional da

empresa.

Reafirmando abordagens anteriores, a GI e a GC podem dotar as organizações de

competências e habilidades capazes de gerar mais qualidade em seus processos, ao propiciar

uma maior qualificação para a identificação de problemas, oportunidades e ameaças.

“O principal objetivo de maneira geral é conseguir ter

maior previsibilidade do que você planeja versus o que

você produz. A primeira coisa é você estabilizar para

depois melhorar a produtividade. Por que se você ataca

diretamente a produtividade, você corre o risco de gerar

flutuações muito grandes, que acabam gerando mais

prejuízos do que benefícios.”!

Entrevistado X!

!

“Reter os talentos (conhecimento) em um momento

crítico.”!

Entrevistado Y!

!

“Aumentar a segurança, evitar o desperdício e manter

potencial de investimento.”!

Entrevistado Z!

!

Nas entrevistas, foi identificado um bom alinhamento entre os fatores motivadores e os

objetivos organizacionais, que é um fator positivo e relevante. As práticas de GI e GC devem

estar alinhadas e fazer parte do modelo de gestão das organizações. Outro fator relevante é

que a GI e GC tenham o comprometimento, o patrocínio da alta direção. Fator relatado pelos

entrevistados.

“O CEO patrocina o Business Improvement. (...) Temos

participações de segmentos isolados ou particulares de

benchmarking, TI, suprimentos...etc”

60

Entrevistado X

“A GC estava ligada ao diretor-presidente. De uns tempos

para cá, nosso nível de prioridade baixou bastante e a GC

está mais ligada a área de TI, com uma gestão estratégica

com muito mais foco em gestão documental do que em

GC.”!

Entrevistado Y

O apoio do patrocinador está relacionado a uma comunicação eficaz, abrangendo várias

formas de compartilhamento dos objetivos e do planejamento, como relações públicas,

propaganda corporativa, marketing interno, comunicação interna e externa, entre outros.

Conforme salientado por Ramos (2002), esse apoio é um fator decisivo para o sucesso da

implantação e continuidade da gestão da informação e do conhecimento. O PMBOK(2013),

que é uma referencia de melhores práticas em gerenciamento de projetos, cita que o

patrocinador é a pessoa ou grupo que irá apoia e garantir a implementação de um projeto.

O ambiente de negócio das organizações tem se tornado cada vez mais complexo. As

empresas precisam acompanhar uma multiplicidade de aspectos relativos ao ambiente de

negócios de suas organizações, além do monitoramento externo para acompanhar o contexto

na qual está inserida. De acordo com Barbosa (2002), no ambiente organizacional externo, o

compartilhamento de informação e conhecimento com algum círculo fechado de atores

(clientes, fornecedores, associações empresariais, etc.) pode auxiliar os gestores na tarefa de

definir a futura linha de ação da empresa.

A pesquisa identificou que as empresas interagem com o ambiente externo.

“Com clientes, sim. Com fornecedores em menor escala,

talvez apenas com os principais outsourcings e

fornecedores globais.”

Entrevistado X

“Historicamente focado somente no público interno. A

única coisa que a gente coloca externo é um site que a gente

tem de governança corporativa.”

Entrevistado Y

“No relacionamento com o cliente há um

compartilhamento”

Entrevistado Z

61

O compartilhamento de informação e conhecimento com algum círculo fechado de atores do

ambiente organizacional das empresas, apesar de existir, é incipiente. Os entrevistados

relataram a necessidade de melhorar a comunicação com o ambiente externo. A empresa X é

a que mostrou um contexto mais estruturado de relacionamento com o ambiente externo. De

acordo com os modelos propostos por Davenport (1998) e Choo (2003), esse

compartilhamento é fundamental para atingir os objetivos estabelecidos.

Numa análise integrada das questões do bloco que abordaram as práticas de GI e de GC, foi

identificado que esses temas são relevantes para as empresas. Os processos de GI estão mais

consolidados que aqueles da GC, ainda incipientes. A estruturação das empresas é mais

evidente na GI e há uma associação da trajetória da evolução do gerenciamento da informação

nas empresas com os avanços na área de TI. O conhecimento tácito ainda não aparenta ser

tão creditado pelas organizações quanto o explícito. Existem iniciativas de GC nas

organizações, mas são necessárias melhorias para alavancar nesta questão.

4.3.3 Utilização da GI e GC no gerenciamento de projetos

No âmbito do gerenciamento de projetos, há um consenso corroborado pelo PMBOK (2013)

que todas as ações ou atividades conduzidas ao longo do ciclo de vida dos projetos utilizam

informações e conhecimento como entradas, que são processados e geram novas informações

e conhecimento como saídas, para possibilitar que outras atividades sejam executadas em

conformidade com o escopo do projeto. E ainda, que as atividades relacionadas ao

gerenciamento de projetos possam ser vistas como engrenagens que recebam, processem e

gerem informação e conhecimento ao longo do ciclo de vida dos projetos de maneira a

permitir que os resultados esperados sejam atendidos com êxito.

Considerando que os projetos são empreendimentos destinados a alavancar as organizações, a

utilização da GI e da GC no gerenciamento de projetos assumem uma importância estratégica

para obter sucesso. A GI e a GC possibilitam disseminar a informação, criar, captar e reter o

conhecimento. Isso facilita para a equipe do projeto identificar e coletar as informações

necessárias, assim como utilizar o conhecimento existente. Com isso, sistematizar e mapear

os fluxos dos processos de um projeto.

62

Ao serem questionados sobre a utilização da GI e a GC para otimizar no gerenciamento de

projetos, os entrevistados relataram:

“A forma que eu vejo mais prática e efetiva para que esse

compartilhamento aconteça é a documentação e divulgação de lições

aprendidas em todos os projetos em similaridade a projetos

anteriores.”

Entrevistado X

Na GI, a empresa tem um site de governança de projetos, onde eles

guardam toda parte de documentos de kick off de projetos, lições

aprendidas, gates de projetos, aprovações dos projetos (...) tem um

software DNS que é para guarda e gerenciamento de documentos e

desenhos técnicos. (...) A parte de documentos administrativos, tipo

Word, Excel, PPT, ficam guardados no Share Point. (...) Na GC, eu

não sei se estão conseguindo reverter isso em conhecimento.”

Entrevistado Y

As empresas promovem o compartilhamento de informações e conhecimento. O registro das

informações é documentado, mas há lacunas quanto ao registro do conhecimento. Quanto ao

compartilhamento das informações, dos processos de gerenciamento de projetos e,

principalmente do conhecimento entre os projetos da empresa, é incipiente.

A utilização da GI e da GC no gerenciamento de projetos demanda uma mudança

organizacional. As empresas enfrentam obstáculos ao promover mudanças, ao implantar um

projeto inovador ou a adotar processos diferentes dos usuais. De acordo com o explanado por

Bezzera (2016), o conservadorismo, a resistência a mudanças e uma carência de infraestrutura

adequada são alguns dos obstáculos e ou dificuldades encontradas no ambiente

organizacional.

Obstáculos, problemas e/ou dificuldades são desafios a serem enfrentadas para estabelecer

processos de GI e da GC em Gerenciamento de Projetos e as entrevistas mostraram esta

situação de forma evidente.

“A gente ainda carece de um repositório de fácil acesso

aonde consiga, sem tomar muito tempo dos diversos

segmentos, consultar uma determinada base e identificar

63

nessa base potenciais similaridade com outros processos da

nossa própria carteira. Isso precisa ser documentado por

que muitas vezes a gente depende de uma comunicação

verbal e você vai falar com alguém que já fez um projeto

parecido com o que você vai iniciar, mas essa pessoa já foi

embora, ou existem traços pessoais e padrões diferentes nas

anotações e fica difícil resgatar e transformar aquilo em

informação. Existe a documentação, mas ainda é manual e

difícil de acessar.”

Entrevistado X

!

“O cara faz o projeto e acumula uma tonelada de

documentos e desenhos e depois se ele quer recuperar o

desenho, ele não consegue a não ser que ele procure pasta

por pasta. (...) um outro ponto, as vezes as pessoas não

registram os problemas, só registram o sucesso, sendo que o

fracasso muitas vezes tem uma importância maior.”

Entrevistado Y

As dificuldades relatadas estão relacionadas à adequação dos processos com a estratégia

inicialmente definida. De acordo com Alvarenga Neto (2008), alguns fatores podem auxiliar

as empresas a superarem estes obstáculos e dificuldades, como a cultura organizacional e o

alinhamento estratégico. Amorim (2011) corrobora com esses fatores e ressalta a importância

da conciliação das estratégias adotadas pela empresa, com a cultura organizacional e seu

sistema de valores.

O estabelecimento de estratégias na utilização da GI e GC no gerenciamento de projetos foi

um outro questionamento abordado na pesquisa.

“No momento que as estratégias são definidas,

desdobramento da visão é executado e os principais pilares

estratégicos são construídos, imediatamente temos dentro

desse core de decisão, uma pessoa representante da

diretoria que avalia e identifica possíveis oportunidades de

inserção da participação desse grupo, seja como

compartilhamento de informações, seja como suporte

técnico, seja na figura de definições de utilizações de

processos etc.”

64

Entrevistado X

“Começamos um projeto, que já era antigo, mas que

passamos a dar mais foco (...) a empresa mapeou os

principais conhecimentos estratégicos e fez um trabalho em

cima disso para conseguir guardar toda essa informação.”

Entrevistado Y

!

As empresas apresentaram níveis de maturidade diferentes em relação as estratégias na GI e

na GC para o gerenciamento de projetos. Os entrevistados relataram a relevância da

disponibilidade de informações para a tomada de decisão e do aumento na integração entre as

partes envolvidas. De acordo com Holffman (2011), a informação e o conhecimento atuam

como agentes capazes de deflagrar mudanças nas organizações e, por consequência, impele o

emprego um maior esforço para se estruturar e obter maior agilidade nas tomadas de decisões.!

O volume de informações disponibilizadas nas organizações é vultuoso. Um dos fatores

críticos no planejamento dos projetos é a definição das informações que são relevantes e

prioritárias, o que torna imprescindível a filtragem do que é relevante e o que é desnecessário.

Os entrevistados discorreram sobre este quesito e suas respectivas particularidades.

(...) direcionado a segurança. (...) está muito preso

aos modelos setoriais que temos. Cada segmento

define qual informação é crítica para a tomada de

decisão (...) e temos as estruturas de BI que

integram informações diferentes.”

Entrevistado X

“A gente pega isso pelo mapa da cadeia de valor.

Então, temos nossas atividades que são core, que

são as atividades de produção.”

Entrevistado Y

“Tem uma hierarquia. (...) uma das preocupações

é em relação à segurança da informação. (...)

Entrevistado Z!

65

As empresas relataram uma preocupação muito grande com a segurança, em que a atribuição

da prioridade está diretamente atrelada ao sigilo da informação. Hollfman (2011) informa que

a questão da segurança está atrelada à visão estratégica da GI e do uso adequado da TI. Ao

mesmo tempo que é necessário proteger as informações sigilosas, a TI necessita ser

direcionada adequadamente para apoiar o gerenciamento de projetos das áreas operacionais e

produtivas, disponibilizando e gerando as informações e conhecimentos que sejam

efetivamente relevantes.!Nas empresas foi descrito esse contexto.

“ Os business partners se envolvem nos fórum

estratégicos de cada área para suportar qualquer

necessidade que envolva aporte tecnológico São

especialistas em TI, mas que tem profundo

conhecimento do business específico.”

Entrevistado X!

“Existe uma área de planejamento integrado”

Entrevistado Y

Apesar da inegável evolução dos processos relacionados a TI e das ferramentas disponíveis

para o gerenciamento de projetos, a forma como as empresas do estudo capta as demandas e

se relacionam com as áreas operacionais e produtivas ainda está centralizado na atuação do

business partners, mesmo estabelecendo uma área de planejamento integrado.

Em análise integrada deste bloco de questões, percebe-se que as empresas dispõem tanto da

GI como da GC para o gerenciamento de projetos, no entanto, não as distinguem totalmente, o

que demanda uma real compreensão das suas respectivas especificidades para a adoção de

melhores práticas. As iniciativas de GI e GC adotadas pelas empresas são consideradas de

extrema importância para a gestão da organização e para adoção de uma prática eficiente às

necessidades ambientais. Em resumo, a aplicabilidade da GI e da GC no gerenciamento de

projetos tem muito a evoluir nas empresas para atingirem patamares de excelência

66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa foi realizada com o intuito de contribuir para o melhor entendimento da

utilização da GI e da GC no gerenciamento de projetos. Em termos específicos, procurou-se

estudar os seguintes aspectos: a) identificar como empresas gerenciam a informação e o

conhecimento; b) verificar como a informação e o conhecimento são utilizados em projetos.

Diante disso, esse estudo contribuiu com a explanação de estudos de casos de empresas e com

informações evidenciadas na literatura especializada sobre importância de administrar a

informação e o conhecimento para otimizar projetos.

Buscou-se, em cada categoria de análise estabelecida, identificar, descrever e analisar a

existência ou não de prática nas empresas, relativa aos temas propostos. Conceitos e práticas

de GI e de GC foram identificadas nas empresas, compatíveis com a literatura especializada.

Em relação a GI, as empresas apresentaram processos mais estruturados. O que não foi

constatado em relação à GC. No entanto, as empresas estão aptas a evoluir no aprimoramento

da gestão da informação e do conhecimento por ter sido identificado interesse em investir em

tecnologias de informação. As empresas utilizam ferramentas, programas e sistemas de

tecnologia, mas ainda apresentam lacunas na monitoração dos ambientes internos e externos.

Isso, principalmente no compartilhamento das informações e socialização dos conhecimentos,

seja no ambiente corporativo ou em projetos. Com relação ao que foi exposto, contata-se a

importância de administrar a informação e o conhecimento de maneira sistematizada, para

subsidiar o gerenciamento de projetos.

Um fator motivador para implantar a GI e GC é a garantia de retenção de informações e

conhecimento, que impulsiona a inteligência competitiva nas organizações e pode promover

vantagem competitiva no ambiente organizacional. Outra questão considerada relevante é a

priorização da segurança da informação, que remete à importância da hierarquia das

informações estabelecida na pirâmide informacional.

Considerando as especificidades das empresas deste estudo de casos, não é possível realizar

generalizações. Pode-se inferir que a GI pode auxiliar com informações produzidas por

projetos anteriores para serem utilizadas em projeto futuros e a GC pode difundir novos

67

conhecimentos, além de aprimorar outros já existentes, agregando maior valor aos projetos.

As entrevistas e a análise deste estudo corroboram com a literatura e indicam que a GI e a GC

são relevantes para o gerenciamento de projetos.

A GI e a GC são amplamente discutida na literatura e é clara a concepção dos seus valores

para as empresas, mas são práticas que carecem de amadurecimento. Salienta-se, ainda, que a

GC não é uma prática constante e há muito que evoluir para atingir níveis de excelência.

Toda empresa que visa ao crescimento utiliza projetos, que demandam informações bem

geridas para que possam obter sucesso. Com ausência de informação ou informação mal

gerida, maior o risco inerente ao projeto. Isso faz com que a informação seja considerada um

insumo indispensável para os processos da empresa e a GI um fator crítico de sucesso para

gerir informação de modo eficiente.

Durante o ciclo de um projeto, a informação precisa ser compartilhada entre os membros da

equipe do projeto e esta com as partes envolvidas. A intensa atividade que envolve um projeto

promove um aprendizado organizacional. Mas ressalta-se que o aprendizado pode ser

dissipado se não houver processos de registro eficientes dos conhecimentos produzidos e

obtidos. Tal fato faz com que a GC também seja considerada um fator crítico de sucesso.

Considerando que atualmente as empresas estão inseridas num cenário organizacional

complexo e dinâmico, tanto a GI como a GC demandam ampla utilização de sistemas de

informação e dispositivos tecnológicos, para potencializar os fluxos de informação e

conhecimento.

Com uma crescente demanda de projetos, a GI e a GC tornaram-se importantes e essenciais

para a sustentabilidade das organizações. Com um suporte adequado, os processos podem ser

subsidiados com um fluxo de informação com qualidade para suportar a tomada de decisão e

obter os resultados pretendidos. Projetos passados que forem adequadamente estruturados,

assimilados, avaliados e compartilhados poderão trazer vários benefícios para os projetos

futuros, dentre eles: alinhamento do escopo dos projetos com as necessidades de negócio,

garantia de qualidade do produto ou serviço, economia nos custos e investimentos de um

projeto e cumprimento dos prazos estabelecidos no cronograma do projeto.

68

Dentre as imitações da pesquisa, está a possibilidade do viés na condução das entrevistas,

como a tentativa de induzir o entrevistado a falar o que se deseja obter como resposta. Para

minimizar essa limitação, foi importante manter a imparcialidade nas entrevistas para evitar a

reflexividade nas respostas. Outra limitação do estudo é o escopo. Com inclusão de mais

empresas, seria possível ampliar os resultados. No entanto, devido à limitação de tempo para

realização do trabalho, foram selecionadas três empresas. Somente o pesquisador esteve

presente nas entrevistas, o que pode ocasionar um viés devido às percepções dependerem

exclusivamente dele mesmo. O embasamento teórico, as conversas com o orientador, as

conversas informais com professores do curso amenizam esta limitação. Em suma, a GI e a

GC nas práticas do Gerenciamento de Projetos são um vasto campo de pesquisa a ser

estudado. Além disso, despertam vários questionamentos, gerando temas para outros estudos.

69

REFERÊNCIAS

ALVARENGA NETO, Rivadávia C. Drummond de. Gestão do conhecimento em organizações: proposta de Mapeamento Conceitual Integrativo. 2005. 400 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, UFMG, Belo Horizonte.

ALVARENGA NETO, Rivadávia C. Drummond de. Gestão do Conhecimento em Organizações: proposta de Mapeamento Conceitual Integrativo. São Paulo: Saraiva, 2008.

AMORIM, Fabiana Borelli; TOMAÉL, Maria Inês. Gestão da informação e gestão do conhecimento na prática organizacional: análise de estudos de casos. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v.8, n. 2, p. 1-22, fev. 2011. ISSN 1678-765X. Disponível em: <http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs /index.php/rdbci/article/view/1931>. Acesso em: 11 nov. 2016.

ANGELONI, Maria Terezinha et al. Gestão da Informação e do Conhecimento em Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento–Um Estudo de Caso. Iberoamerican Journal of Strategic Management (IJSM), v. 15, n. 1, p. 131-146, 2016. Disponível em: < http://www.revistaiberoamericana.org/ojs/index.php/ibero/article/view/2299 >. Acesso em: 19 nov. 2016.

BACK, Nelson; OGLIARI, André; DIAS, Acires; SILVA, Jonny Carlos. Projeto Integrado de Produtos: Planejamento, Concepção e Modelagem. 1 ed. Barueri: Ed. Manole. SP, 2008, 648 p.

BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Gestão da informação e do conhecimento: origens, polêmicas e perspectivas. Informação & Informação, [S.l.], v. 13, n. 1esp, p. 1-25, dez. 2008. ISSN 1981-8920. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php /informacao/article/view/1843>. Acesso em: 23 out. 2016. BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Inteligência empresarial: uma avaliação de fontes de informação sobre o ambiente organizacional externo. Datagrama Zero-Revista de Ciência da Informação, v. 3, n. 6, 2002. Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/ academia.edu.documents/43757712/artigo3_fonte_de_informacoes_do_ambiente.pdf>Acesso em: 23 out. 2016. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009.

BARRETO, Alberto De Albuquerque. A questão da informação. São Paulo em Perspectiva, v.8, n.4, p. 3-8, 1994. Disponível em: < http://bogliolo.eci.ufmg.br/downloads/ BARRETO%20A%20Questao%20da%20Informacao.pdf> . Acesso em: 11 nov 2016.

BAZZOTTI, Cristiane; GARCIA, Elias. A importância do sistema de informação gerencial para a tomada de decisões. VI Seminário do Centro de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel, Paraná, 2007. Acesso em: 10 nov 2016. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca /enegep2011_tn_sto_ 140_886_18316.pdf>. Acesso em: 10 nov 2016.

BEZERRA, Alessandro Augusto; SIEBRA, Sandra De Albuquerque. Implantação e Uso de Business Intelligence: Um Relato de Experiência no Grupo Provider. GESTÃO. Org:

70

Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 13, 2015. Disponível em: <http://www.revista.ufpe.br/gestaoorg/index.php/gestao/article/view/78>. Acesso em: 10 de ago. 2016.

BIGÃO, Fabiana Silva. Gestão do conhecimento aplicada à metodologia de gerenciamento de projetos de TI – um caso prático. p. 1-16, 2013 Disponível em: < http://www.pmisp.org.br/2015-09-07-14-50-57/13-seminario-internacional/doc_download/79- gestao-do-conhecimento-aplicada-a-metodologia-de-gerenciamento-de-projetos-de-ti-um caso -pratico-artigo.> Acesso em 12 nov. 2016. BRETERNITZ, Vivaldo José; SILVA, Leandro Augusto. Big data: Um novo conceito gerando oportunidades e desafios. Revista Eletrônica de Tecnologia e Cultura, v. 2, n. 2, 2013. ISSN 2177-0425. Disponível em: <http://201.55.32.167/RETC/index.php/RETC/ article/view/74/pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. CHEN, Hsinchun., CHIANG, Roger. H. L.; STOREY, Veda. C. (2012). Business Intelligence and Analytics: From Big Data to Big Impact. MIS quarterly, v. 36, n. 4, 1165-1188. Disponível em: <https://ai.arizona.edu/sites/ai/files/MIS611D/chen-bi-december-2012.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.

CHOO, Chun. Wei; ROCHA, Eliana A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significados, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003. 425 p.

DAFT, Richard L.; LENGEL, Robert. H. Organizational information requirements, media richness, and structural design. Management Science, v. 32, n. 5, p. 554-572, May 1986. Disponível em: < http://www.communicationcache.com/uploads/1/0/8/8/10887248/organizational_information_requirements_media_richness_and_structural_design.pdf. Acesso em: 11 nov 2016.

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. 4. ed. Tradução de Lenke Peres. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 237 p.

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK Laurence. Ecologia da Informação: Por que só a Tecnologia não basta para o Sucesso na Era da Informação. Tradução Bernadette Siqueira Abrão. 1a ed. São Paulo: Futura, 1998, 316 p.

DE FREITAS, Henrique M. R.; KLADIS, Constantin Metaxa. Da informação à política informacional das organizações: um quadro conceitual. Revista de Administração Pública, v. 29, n. 3, p. 73-86, 1995.DRUCKER, P. The coming of the new organization. Harvard Business Review in Knowledge Management. Boston, 1988. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/1995/1995_026_RAP.pdf>. Acesso em: 21 nov 2016.

DRUCKER, Peter F. melhor de Peter Drucker: a administração, O–Exame. NBL Editora, 2001.

DUTRA, Daniel M. Resende; CORRÊA, Rodrigo Alexandre; RUAS, Wilimar Junio. Política de informação nas organizações, 2013. Pós em Revista. ISSN 2176 7785, 2013. Disponível em: < http //www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 15 set. 2016.

71

FALSARELLA, Orandi Mina; JANNUZZI, Celeste Aida Sirotheau Corrêa; BERAQUET, Vera Sílvia Marão. Informação empresarial: dos sistemas tradicionais à latência zero. Transinformação, v. 15, n. 3, 2012. ISSN 2318-0889. Disponível em: < http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/view/1465>. Acesso em: 1 dez 2016.

FRANCINI, W. S. A Gestão do conhecimento: conectando a estratégia e valor para a empresa. RAE Eletrônica, v.1, n.1, jul/dez. 2002. ISSN 1676-5648. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a14>. Acesso em: 5 out 2016. FREITAS, Henrique et al. O método de pesquisa survey. Revista de administração, v. 35, n. 3, p. 105-112, 2000. Disponível em: <http://www.utfpr.edu.br/curitiba/estrutura-universitaria/diretorias/dirppg/especializacoes/pos-graduacao-dagee/lean-manufacturing/ PesquisaSurvey012.pdf.>. Acesso em: 5 out 2016.

GODOY, Arlida Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995.GONZÁLEZ REY, F. L. Pesquisa qualitativa e subjetividade. Trad.: Marcel A.F. Silva, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n2/a08v35n2.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016.

GONZÁLEZ REY, Fernando. Pesquisa Qualitativa e Subjetividade. Os processos de construção da informação. São Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2005.

GRONAU, Norbert.; WEBER, Edzard. Management of knowledge intensive business processes. Lecture notes in computer science, Springer, p.163–178, 2004. HICKS, Ben J. et al. A framework for the requirements of capturing, storing and reusing information and knowledge in engineering design. International journal of information management, v. 22, n. 4, p. 263-280, 2002.

HOFFMANN, Wanda Aparecida Machado. Monitoramento da informação e inteligência competitiva: realidade organizacional. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 2, n. 2, p. 125-144, 2011. Disponível em: < http://www.okara.ufpb.br/ojs2/index.php/pbcib/article/view/14928>. Acesso em: 20 jul. 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO – IBRAM. Informações sobre a economia mineral brasileira 2015. Disponível em: <http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382 /00005836.pdf.> Acesso 23 jun 2016.

JAMIL, George Leal. Gestão da informação e do conhecimento em empresas brasileiras: estudo de múltiplos casos. 2005. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle /1843/VALA-6KHGGG/doutoradogeorge_leal_jamil.pdf?sequence=1. Acesso 10 jan. 2016.

JAMIL, George Leal; SILVA, Armando Malheiro. Inteligência de Mercado como um processo de gestão da informação e do conhecimento: proposta de oficinas de

72

capacitação setoriais. Post-doctoral Project approved at Faculdade de Letras (Letters Science School) of Porto University, 2014.

KERZNER, Harold. Gestão de projetos: as melhores práticas. 2ª. Edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.

KOTNOUR, Tim. Organizational learnig pratices in the Project management environment. International Journal of Quality and Rellability Mangement, v.17, p. 393-406, 2000.

LADEIRA, Marcelo Bronzo et al. Gestão de processos, indicadores analíticos e impactos sobre o desempenho competitivo em grandes e médias empresas brasileiras dos setores da indústria e de serviços. Gest. Prod., São Carlos, v. 19, n. 2, p. 389-404, 2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2012000200012&lng= en&nrm=iso>. Acesso em 13 out. 2016.

LÉVY, Pierre. O que é virtual. São Paulo: Ed. 34, 2003.157 p.

MACHADO-DA-SILVA, Clóvis. L.; BARBOSA, Solange de Lima Barbosa. Estratégia, fatores de competitividade e contexto de referência das organizações: uma análise arquetípica. Rev. adm. contemp., v.6, n.3, p.7-32, 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552002000300002>. Acesso em 20 abr. 2016.

MACHADO, Marcio Cardoso; TOLEDO, Nilton Nunes. Gestão do Processo de Desenvolvimento de Produtos: Uma abordagem baseada na criação de valor. Atlas. São Paulo, 2008. 152 p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva. Maria. Metodologia do trabalho Científico: pesquisa bibliográfica, projeto e relatório. 4a ed., São Paulo: Atlas, 2007. 228 p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva. Maria. Fundamentos de Metodologia Científica: Projeto e Relatório de Pesquisa. 5a edição, São Paulo: Atlas, 2003, 311 p.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração de projetos: como transformar idéias em resultados. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1997. 424 p.

MCGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. 12 ed. Rio de janeiro: Campus, 1994. 244 p.

MONTEIRO, Nabor Alves; FALSARELLA, Orandi Mina. Um modelo de gestão da informação para aprendizagem organizacional em projetos empresariais. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 2, p. 81-97, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v12n2/v12n2a06>. Acesso em 20 abr. 2016.

MORESI, Eduardo Amadeu Dutra. Delineando o valor do sistema de informação de uma organização. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 14-24, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n1/v29n1a2. Acesso em 20 abr. 2016.

NONAKA, Ikujirō; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa. Elsevier Brasil, 2004. 358 p.

73

NHASENGO, B. C. D.; RAZZOLIN FILHO, E. Monitoramento da informação nas organizações usando sistemas de informação. X Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração, 2012. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/ paper/2012/29/2012_29_4426.pdf>. Acesso em 15 mar. 2016.

PMBOK, GUIDE. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. 2013.

POLANYI, Michael. The tacit dimension, in Knowledge in Organizations, PRUSAK, L. (Org.), Boston: Butterworth Heinemann, 1997.

PRENCIPE, Andrea; TIM, Brady; NICK Marshall, FREDRIK Tell. Making sense of learnig landscapes in Project-based organizations. In. LOVE, P. et al. (Org) Management oj Knowledge in Project Environments. Pages 197-217 Oxford: Elsevier, 2005.

PORÉM, Maria Eugênia; SANTOS, Vanessa Cristina Bissoli dos; BELLUZO, Regina Celia Baptista. Vantagem competitiva nas empresas contemporâneas: a informação e a inteligência competitiva na tomada de decisões estratégicas. In Texto, p. 183-199, 2012. Disponível em: < http://repositorio.unesp.br/handle/11449/134992>. Acesso em 15 mar. 2016.

RAMOS, Anatália Saraiva Martins; OLIVEIRA, Marcelo Augusto de. Fatores de sucesso na implementação de sistemas integrados de gestão empresarial (ERP): estudo de caso em uma média empresa. 2002. Disponível em: <http://www.repositorio.ufrn.br:8080/jspui/ handle/1/3142>. Acesso em 15 ago. 2016. SILVA, A. H.; FOSSÁ, M. I. T. Análise de conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Qualitas Revista Eletrônica, [S.l.], v. 16, n. 1, mai. 2015. Disponível em: <http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/view/2113/1403>. Acesso em: 29 abr. 2016.

SORTICA, Eduardo Almansa; GRAEML, Alexandre Reis. Critérios de efetividade da governança de TI: o caso de uma empresa brasileira do setor de telecomunicações. Revista de Administração FACES Journal, v. 8, n. 1, 2009. Disponível em: <http://www.fumec.br/revistas/index.php/facesp/article/view/137>. Acesso em: 9 nov. 2016. STEWART, Thomas. A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 2a ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

TARAPANOFF, Kira (Org.). Inteligência, informação e conhecimento [em corporações]. Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: Ibict; UNESCO, 2006. 453 p. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p.

URDANETA, Iraset Páez. Gestión de la inteligéncia: aprendizaje tecnológico y modernización del trabajo informacional – retos y oportunidades. Caracas: Universidad Simon Bolívar, 1992. 253 p.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Inteligência competitiva em organizações: dado,

74

informação e conhecimento. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v.3, n.4, 2002. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/_repositorio/2010/01/pdf_f589d25523_0007468.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2016. VALENTIM, Marta Lígia Pomim et al. O processo de inteligência competitiva em organizações. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 4, n. 3, p. 1-23, 2003. Disponível em: <http://moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/docs/o_processo_inteligencia_competitiva.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2016. VALENTIM, Marta Lígia Pomim. (Org.). Informação, conhecimento e inteligência organizacional. Marília: FUNDEPE Editora, 2006. 281 p. VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Informação e conhecimento em organizações complexas. In: (Org). Gestão da informação e do conhecimento: no âmbito da ciência da informação. São Paulo: Polis: Cultura Acadêmica, p. 11-25, 2008. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos: Estabelecendo Diferenciais competitivos. 7 ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Bookman editora, 2015. 320 p.

ZANGISKI, Marlene Aparecida da Silva Gonçalves; LIMA, Edson Pinheiro de; COSTA, Sérgio Eduardo Gouvêa da. Aprendizagem organizacional e desenvolvimento de competências: uma síntese a partir da gestão do conhecimento. Produto & Produção, vol. 10, n. 1, p. 54 - 74, fev. 2009. Disponível em:< https://scholar.google.com.br/scholar? lookup=0&q=Aprendizagem+organizacional+e+desenvolvimento+de+competências:+uma+s%C3%ADntese+a+partir+da+gestão+do+conhecimento&hl=pt-BR&lr=&as_sdt=0,5>.Acesso em: 30 jul. 2016.

75

APÊNDICE A – Áreas de conhecimento e processos do PMBOK

Descrição das dez áreas de conhecimento e os dos 47 processos do PMBOK® (2015)

•! Integração

4.1 Desenvolver Termo de Abertura

• Processo de desenvolver o documento que formalmente autoriza o projeto ou fase.

4.2 Desenvolver Plano de Gerenciamento do Projeto

•Processo de documentar as ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar

todos os planos auxiliares.

4.3 Dirigir e Gerenciar a Execução

• Processo de executar o trabalho definido no Plano de Gerenciamento do Projeto.

4.4 Monitorar e Controlar o Trabalho

• Processo de monitorar e controlar o progresso do projeto de acordo com o Plano.

4.5 Realizar Controle Integrado de Mudanças

• Processo de revisar, aprovar e controlar solicitações de mudança, bem como manter

atualizados os documentos do projeto.

4.6 Encerrar Projeto ou Fase

• Processo de finalizar todas as atividades e encerrar formalmente o projeto ou fase.

•! Escopo

5.1 Planejar Gerenciamento do Escopo

• Processo de planejar como o escopo será definido, validado e controlado.

5.2 Coletar Requisitos

• Processo de definir e documentar os requisitos necessários para atender necessidades e

expectativas de interessados.

5.3 Definir Escopo

• Processo de desenvolver uma descrição detalhada do projeto e do produto.

5.4 Criar EAP – Estrutura Analítica do Projeto

• Estrutura Analítica do Projeto é uma subdivisão hierárquica orientada a entregas. Criar a

EAP envolve definir as entregas principais e seus componentes, bem como todo o trabalho do

projeto.

76

5.5 Validar Escopo

• Processo de formalizar a aceitação das entregas do projeto.

5.6 Controlar Escopo

• Processo de monitorar e controlar o escopo do projeto.

•! Tempo

6.1 Planejar Gerenciamento do Tempo

• Processo planejar como será definido, gerenciado e controlado o cronograma do projeto.

6.2 Definir Atividades

• Processo de identificar atividades específicas que precisam ser realizadas para produzir as

entregas do projeto.

6.3 Definir Sequência de Atividades

• Processo de identificar e documentar dependências entre as atividades do cronograma.

6.4 Estimar Recursos das Atividades

• Processo de estimar tipo e das quantidades de recursos necessários para realizar cada

atividade do cronograma.

6.5 Estimar Durações das Atividades

• Processo de estimar o número de períodos de trabalho necessários para realização das

tarefas.

6.6 Desenvolver Cronograma

• Processo de analisar os recursos necessários, restrições do cronograma, durações e

sequências de atividades para criar o cronograma do projeto

6.7 Controlar Cronograma

• Processo de monitorar e controlar o progresso do projeto e a performance de execução do

cronograma, tomando medidas corretivas quando necessário.

•! Custo

7.1 Planejar Gerenciamento dos Custos

• Processo planejar como será definido, gerenciado e controlado o orçamento do projeto.

7.2 Estimar Custos

• Processo de estimar os custos dos recursos necessários para a execução das atividades.

7.3 Determinar Orçamento

77

• Processo de agregar custos estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para

determinar o orçamento do projeto.

7.4 Controlar Custos

• Processo de monitorar e controlar o progresso do projeto e a performance de execução do

orçamento, tomando medidas corretivas quando necessário.

•! Qualidade

8.1 Planejar Gerenciamento da Qualidade

• Processo de identificar padrões, normas ou requisitos de qualidade do projeto e produto, e

documentar como o projeto demonstrará concordância.

8.2 Realizar Garantia de Qualidade

• Processo de auditar requisitos de qualidade e os resultados das medições de controle de

qualidade para assegurar que os padrões apropriados de qualidade estão sendo observados.

8.3 Controlar Qualidade

• Processo de monitorar e controlar os resultados e as atividades do Plano de Gerenciamento

da Qualidade.

•! Recursos humanos

9.1 Planejar Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto

• Processo de identificar e documentar funções, responsabilidades e habilidades requeridas

para a criação do Plano de Gerenciamento de Recursos Humanos

9.2 Mobilizar Equipe do Projeto

• Processo para confirmar a disponibilidade dos recursos humanos e obter a equipe necessária

para terminar o projeto.

9.3 Desenvolver Equipe do Projeto

• Processo de integração e construção da equipe do projeto, bem como melhoria de

competências individuais e coletivas da equipe.

9.4 Gerir Equipe do Projeto

• Processo de acompanhar desempenho de membros da equipe, fornecendo feedback e

solucionando conflitos.

•! Comunicação

78

10.1 Planejar Comunicação

• Processo de determinar as necessidades de informações das partes interessadas no projeto

para definir abordagens adequadas de comunicação.

10.2 Distribuir Informação

• Processo de tornar disponíveis as informações necessárias aos interessados.

10.2 Relatar Desempenho

• Processo de coleta e distribuição das informações sobre o desempenho e performance do

projeto.

•! Riscos

11.1 Planejar Gerenciamento dos Riscos

• Processo de definir como serão identificados, analisados e gerenciados os riscos do projeto,

incluindo procedimentos e padrão para gestão de riscos.

11.2 Identificar Riscos

• Processo de determinar quais riscos podem afetar o projeto e documentar suas

características.

11.3 Realizar Análise Qualitativa

• Processo de priorização dos riscos por meio da avaliação subjetiva das suas probabilidades

de ocorrência e impactos no projeto.

11.4 Realizar Análise Quantitativa

• Processo de análise numérica do efeito dos riscos identificados sobre os objetivos gerais do

projeto.

11.5 Planejar Respostas aos Riscos

• Processo de desenvolver estratégias e ações para ampliar oportunidades e reduzir ameaças

aos objetivos do projeto.

11.6 Monitorar e Controlar Respostas aos Riscos

• Processo de monitorar os riscos, implementando as ações do plano de resposta quando

necessário.

•! Aquisições

12.1 Planejar Gerenciamento das Aquisições

79

• Processo de documentar as decisões de aquisição do projeto, definir tipos de contratos e

identificar potenciais fornecedores.

12.2 Conduzir Aquisições

• Processo de obter propostas de fornecedores, selecionar fornecedor e formalizar contrato.

12.3 Administrar Aquisições

• Processo de gerenciar as relações contratuais, fiscalizar e monitorar o desempenho dos

contratos.

12.4 Encerrar Aquisições

• Processo de finalizar formalmente todas as aquisições e contratos do projeto.

•! Stakeholders

13.1 Identificar Stakeholders

• Processo de identificar pessoas, grupos ou organizações que poderiam afetar ou serem

afetadas pelo projeto.

13.2 Planejar Gerenciamento dos Stakeholders

• Processo de desenvolver estratégias para engajar efetivamente os stakeholders ao longo do

projeto.

13.3 Gerenciar Engajamento dos Stakeholders

• Processo de gerenciar expectativas e promover o engajamento dos stakeholders em favor do

projeto.

13.4 Controlar Engajamento dos Stakeholders

• Processo de monitorar os relacionamentos com stakeholders do projeto.

80

APÊNDICE B - Protocolo do estudo de caso

Protocolo do estudo de caso

Título

Gestão da informação e do conhecimento no gerenciamento de projetos: estudo de casos

Objetivos

Analisar a utilização GI e GC no gerenciamento de projetos, tomando por base o caso de

empresas de mineração. Além de identificar como empresas gerenciam a informação e o

conhecimento e verificar como a informação e o conhecimento são utilizadas para projetos.

Estrutura do Trabalho

1. Introdução, justificativa, objetivo geral e específicos e estrutura do trabalho

2. Referencial teórico

3. Metodologia

4. Análise dos dados

5. Considerações finais

Referências

Apêndices

Trabalho de campo

As unidades de análise – empresas de mineração;

Instrumento de coleta de dados - entrevista com um roteiro de perguntas;

Obtenção do Termo de consentimento livre e esclarecido dos entrevistados.

Análise de dados

Discussão dos temas categorizados por meio de análise de conteúdo.

Relatório do estudo de caso

Estruturado de forma analítico-linear.

81

APÊNDICE C– Roteiro de entrevistas

1 - Existe uma política explícita de informação na empresa? Essa política é clara, concisa,

compartilhada e bem entendida por todos?

2 - A empresa já realizou um levantamento de necessidades de informação? Como e quando

este estudo foi feito?

3- Quais são os processos e fontes utilizados para se obter dados, informações e

conhecimentos (registros internos, ERPs e outros sistemas, pesquisas, contatos pessoais,

etc…)?

4 - Como é monitorado ou acompanhado o que acontece no ambiente organizacional externo

(Inteligência Competitiva, empresarial, monitoração ambiental, etc…)?

5 - Como as áreas operacionais e de produção interagem com o setor de TI? Como as

demandas chegam para o setor?

6 - Como o setor de TI mensura o ganho que a áreas operacionais e produtivas obtém com a

informação provida e o conhecimento agregado?

7- Como a sua organização entende e define a GI e GC?

8 - A GI e GC podem ser vistas como um processo organizacional na sua empresa? Se

positivo, como é o processo?

9 - Existe alguma área ou setor de GI e GC? Quais as áreas responsáveis e comprometidas da

organização?

10 - Quais foram os motivadores para a implementação da GI e GC?

11- O que a organização espera alcançar com a GI e GC? (problemas, oportunidades,

ameaças)

82

12 - Quem são os responsáveis pela GI e GC na organização? Descrever/ dimensionar equipe

e liderança?

13 - A GI e GC é compartilhada com algum circulo fechado de atores do ambiente

organizacional externo (clientes, fornecedores, etc.)?

14 - A empresa utiliza a GI e a GC para otimizar no gerenciamento de projetos? Como é

utilizada?

15 - Quais os principais obstáculos, problemas e/ou dificuldades enfrentadas na implantação

da GI e da GC em gerenciamento de projetos?

16 - Qual a estratégia da GI e GC e como ela se vincula à estratégia da empresa, com foco no

gerenciamento de projetos?

17 - As áreas operacionais e produtivas e seus respectivos projetos trabalham e estão

alinhadas com a GI e GC?

18 - Como é definido quais informações são mais relevantes para o gerenciamento de

projetos?

19- Como o setor de TI apoia os projetos das áreas operacionais e de produção? Qual o tipo

de informação que é gerada/armazenada e provida?

20 - Há algo que você gostaria de acrescentar? Algo relevante ou qualquer comentário

adicional?

83

APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), do estudo intitulado GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASOS, conduzido por Hiero Amaral Bonatti. Este estudo tem por objetivo investigar o uso da gestão da informação e do conhecimento no gerenciamento de projetos.

Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa, desistência ou retirada de consentimento não acarretará prejuízo. Você pode se recusar a responder a qualquer pergunta caso lhe traga algum tipo de constrangimento.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em fornecer informações relacionadas as ações de Gestão da Informação e da Gestão do Conhecimento no cotidiano organizacional, da sua empresa, com o Gerenciamento de Projetos.

A entrevista terá duração média de 40 minutos e será gravada. Após a análise da entrevista suas falas serão apagadas do gravador. As informações coletadas são específicas para esta pesquisa, sendo que os resultados serão divulgados através de artigos científicos e apresentações orais e escritas em Congressos, Fóruns ou Seminários.

Os dados obtidos por meio desta pesquisa serão confidenciais e não serão divulgados em nível individual, visando assegurar o sigilo de sua participação. O pesquisador responsável se compromete a tornar públicos nos meios acadêmicos e científicos os resultados obtidos de forma consolidada sem qualquer identificação de indivíduos participantes.

Caso você concorde em participar desta pesquisa, assine ao final deste documento, que possui duas vias, sendo uma delas sua, e a outra, do pesquisador responsável. Seguem os telefones e o endereço do pesquisador responsável.

Contatos do pesquisador responsável: Hiero Amaral Bonatti (31) 3087-6877 / (31) 992814328 [email protected]

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefiícios de minha participação na pesquisa, e que concordo em participar.

Belo Horizonte, ________ de ___________________________ de_ __________.

Assinatura do(a) participante: _________________________________________.