GEOGRAFIA DO TURISMO:

FUNDAMENTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS

Prof. Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira

Geografia, UFPR, Curitiba, 2019.

A importância da geografia reside no fato de que o

turismo como atividade constitui um setor altamente

competitivo, que está posicionado no território.

Desta forma, a geografia acrescenta ao seu campo

de análise, a geografia do turismo.

O território, um dos principais objetos de estudo

para os geógrafos, daí a importância da atividade

turística que surge do valor agregado a um território,

seja ele social, econômico, paisagístico, etc.

A importância da atividade turística para a geografia

é que ela é capaz de dinamizar o território, criar

novas configurações espaciais a partir dos

relacionamentos e efeitos espaciais que ela causa.

A geografia se concentra na atividade turística, a fim

de analisar os elementos ambientais, econômicos,

sociais e políticos, gerados por uma atividade

altamente competitiva, o turismo, que também

como atividade humana ou fenômeno social, gera

impactos no território.

O papel do espaço geográfico no desenvolvimento do turismo

O espaço geográfico é o suporte, é o palco, o recurso e, ao

mesmo tempo, é um fator. É um elemento que habilita ou

desabilita a atividade turística num determinado território.

O espaço turístico é o espaço geográfico transformado

através do turismo. Ele é o recurso turístico que precisa ser

consumido in situ, ou seja, com o deslocamento do

consumidor (turista) em direção ao local que o atrai e atende

às suas necessidades de descanso, diversão, etc., por

exemplo, a praia, o turista ou visitante consome ela in situ.

Geografia, Turismo e Viagens (Definições e

Conceitos)

• O SISTEMA TURÍSTICO

• O que é o sistema turístico?

• O turismo, visto a partir da perspectiva de um sistema

(teoria de sistemas), integra uma série de elementos, que

devem estar permanentemente relacionados e

integrados, a fim de aumentar a qualidade da experiência

na prática do turismo, que está relacionada à plena

satisfação das necessidades dos turistas e das

facilidades para a viagem, com o propósito do lazer,

prazer e/ou do conhecimento de novos lugares, basta

que um elemento não seja integrado para que o sistema

funcione mal.

- Turista (demanda) - é considerado como o elemento mais

importante do sistema.

- Destino ou lugar turístico (localização das atrações da oferta).

O lugar que possui características conhecidas por um número

suficiente de visitantes (reais ou potenciais), para justificar sua

consideração como turístico, levando a realização da viagem,

independente das atrações de outros lugares. Esse lugar

oferece uma série de atrações e serviços turísticos, e outros

serviços relacionados, que um turista ou grupo de turistas opta

por visitar ou quais os promotores decidem promover.

- Entidades Administrativas – governos nacionais e locais

- Setor produtivo (empresas).

- Infraestrutura, equipamentos e serviços.

- Oferta (especializada para o turista).

- População residente (comunidade local, trabalhadores,

empresas, cidadãos residentes).

SISTEMAS DE TURISMO

Um dos principais modelos de “Sistemas de Turismo”

EMISSORA

DE VIAJANTES

REGIÃO

DE DESTINO

TURÍSTICO

REGIÃO

VIAJANTES DE PARTIDA

VIAJANTES QUE RETORNAM

TRÂNSITO

ROTA DE

REGIÃO DE

foi criado por Leiper em 1979”

Leiper, 1979 (ATUALIZADO, 1990)

• Leiper considera o fenômeno do turismo

como um sistema, que funciona em

vários ambientes.

• Físico-ambiental

Humano

• Sociocultural

Econômico

Tecnológico

• Político e Legal

O que é “Sistema de Turismo” de Leiper?

(Whole Tourism System)

• WTS reais são as pessoas, os lugares, e as

organizações que interagem em determinados

papéis quando o turismo acontece.

• Todos os modelos de WTS são representações

da realidade. São estruturas teóricas para

pesquisar e estudar o turismo de uma forma

abrangente e sistemática.

• Os cinco elementos básicos do WTS

• Pelo menos um turista.

• O lugar de geração de um turista (onde as

viagens começam e terminam).

• Pelo menos o lugar de destino de um turista.

• Pelo menos uma rota de trânsito.

• Pelo menos uma indústria do turismo.

O MODELO DE LEIPER - WTS

• TGR - Traveler-Generating Region - "push factors"

• TRR - Transit Region Route;

• TDR – Tourism Destination Region - “pull factors’

Push & Pull Factors – Motivações para a viagem

Push Factors :

Fatores que “empurram” os

indivíduos a se afastar de sua

casa através das viagens de

turismo

Pull Factor:

Os atributos de um lugar diferente

que atraem ou “puxam” os viajantes

em direção a ele.

ELEMENTOS GEOGRÁFICOS

Leiper esboça três elementos geográficos em seu

modelo:

1) Região Geradora de Viajantes - TRAVELLERS

GENERATING REGION (TGR)

2) Região de Destino de Turistas - TOURISM

DESTINATION REGION (TDR)

3) Região de Trânsito de Turistas - TRANSIT ROUTE

REGION (TRR)

• As funções do destino turístico são 'atrair' viajantes e fornecer uma área

para a maior parte da atividade turística. Ele atrai diferentes tipos de turistas

com produtos turísticos variados, tais como atrações naturais, culturais ou

mistas, a oferta de facilidades, e a qualidade na gestão dos serviços.

TRAVELLERS GENERATING REGION são lugares onde um turista começa e

termina normalmente a viagem. As regiões geradoras são o lugar os mercados

essenciais para o negócio turístico e é a base da indústria turística.

TRANSIT ROUTE REGION (TRR)

• A área entre a Região Geradora de Viajantes e a Região de Destino

Turístico é conhecida como a Rota de Trânsito

• Enquanto uma viagem de longo curso uma parada temporária é chamada de uma

rota de trânsito.

• Aqui o viajante permanece por algum tempo na forma de mudar de voo ou para

reabastecimento.

• Ela inclui o curto período de viagem para chegar ao destino.

• Ela inclui a parada do viajante.

• Os lugares intermediários que o turista pode visitar na rota de

viagem.

TOURISM DESTINATION REGION (TDR)

RDTs são lugares onde ocorrem as principais atividades de um turista.

É importante para as RDTs terem algumas características especiais,

como atividades para atrair turistas.

Turista

• Sem a presença do turista

o sistema não pode funcionar em toda sua

potência

Um visitante temporário deve ficar pelo menos 24

horas e menos de 1 ano consecutivo no lugar.

•

A indústria do turismo refere-se às

empresas e organizações que

ajudam a promover os

produtos do turismo

• Este é o último elemento no modelo de

Leiper.

• A indústria (setor) do turismo é o

amálgama de diferentes setores.

• Inclui:

• - Hotéis

• - Transportes

• - Operadoras e agências de viagens

A “INDÚSTRIA” DO TURISMO

AIRLINES

AGÊNCIAS DE VIAGEM

• De acordo com Leiper, vários

setores podem ser localizados em

lugares diferentes.

• Na região de geração de viajantes,

podemos encontrar os agentes de

viagens e operadores turísticos.

• Na região de destino, podemos

encontrar atrações e

equipamentos de hospitalidade, e;

•

Na região rota de trânsito, temos o

setor dos transportes.

Todos os elementos do sistema devem interagir uns com os outros em vários

contextos, assim como, ofertar e comercializar os produtos turísticos

.......

Destino: É a conexão de turistas com lugares que faz de um

lugar um destino turístico

Um lugar torna-se um destino turístico somente se há visita

turística

ambientes

• sistemas de turismo são sistemas abertos, eles interagem com

ambientes

• Ambientes são condições envolventes, que podem afetar um

sistema e/ou ser por ela afetados.

• Físico, social, cultural, econômico, político, técnico,

etc

Legal,

.

Exemplos de ambientes que afetam o WTS

• Cenário espetacular, uma característica do ambiente

físico, pode ser vital para o papel de um lugar como destino;

;turístico• Políticas públicas dos governos pode ser vital na

determinação de fluxos de turistas, tanto para regiões

geradoras como para regiões de destino.

Usos do WTS

• Lembremos de todas as coisas elementares que compõem o turismo.

• Ele nos permite ver como os elementos se inter-relacionam para o turismo acontecer.

• Um lugar pode ser visto e estudado como (i) um local de geração, (ii) um ponto de

trânsito e/ou (iii) um destino